Boletim Informativo Clube Niteroiense de Montanhismo Ano IX – número 20 Fundado em 20/11/2004
Niterói, março de 2013
PICO DO PAPAGAIO ILHA GRANDE – RJ
CBE 2013
• Excesso de Hidratação • • Acesso às Montanhas Fluminenses • • Mulheres na Montanha • Freios na Escalada • • Pedalar na Contra-Mão? •
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MENSAGEM DO PRESIDENTE
Somos responsáveis pelos nossos atos Por Alex Figueiredo
É sempre estranho e, para muitos, doloroso quando ouvimos sobre algum acidente na montanha. Geralmente ou conhecemos a vítima, ou temos algum amigo que conhece. A comunidade de montanhismo sempre está atenta aos casos de acidente (felizmente raros) que ocorrem no nosso meio, para avaliarmos o que houve, que procedimentos foram seguidos, os que não foram seguidos, enfim, os erros e acertos que ocorreram para que isso não se repita. Mas temos que ter em mente que o nosso esporte, o nosso modo de vida, envolve riscos. Fazemos o possível e o impossível para que não ocorra. Treinamos, conversamos, estudamos, etc e, quando ocorre, fazemos o possível para auxiliar a(s) vitima(s), se isto estiver ao nosos alcance. Entretanto, tenhamos sempre em mente que o risco existe (e em verdade, adoro esse risco), e tenhamos a responsabilidade de assumir esse risco! Na época do acidente da Via CEPI, em diversas listas de e-mails, notei que indivíduos, de forma lastimável, em minha opinião, estavam procurando culpados pela morte do escalador Bruno. Na maior parte das vezes não existe um culpado, além de nós mesmos. As causas do acidente geralmente são um conjunto de fatores. Mas não podemos nos esquecer que ao irmos para a montanha assumimos este risco e, neste caso, é problema nosso! Agora, o ponto negativo da afirmativa “assumimos este risco e, neste caso, é problema nosso!” é que isso nos leva, por vezes, a não seguir procedimentos de segurança básicos, que achamos, pelo nosso treino, competência e nível de excelência, por vezes, secundários. No caso do acidente do Bruno, as evidências apontam uma queda de 70 metros; o que é quase incomum; sobretudo, quando seguidas as melhores práticas de segurança no montanhismo. Na via CEPI, especificamente, existem muitos grampos em toda sua extensão. Em geral, em escaladas em vias com este perfil, uma queda tão acentuada é muito improvável de acontecer caso os escaladores estejam cumprindo com os procedimentos de segurança. Ao analisarmos os acidentes, algumas vezes desconfio que a culpa seja do nosso EGO, que nos faz abrir mão da segurança, para se chegar mais rápido ao topo. Isso é muito perigoso e pode causar mais acidentes do que uma rara falha de material. Fica a lição, jamais troquem segurança por velocidade na escalada/caminhada, cuidem de seu companheiro e cuidem de seu equipamento.
Mas quanto a acidentes, tenham em mente que nos arriscamos mais indo e voltando da via do que escalando! Pois o trânsito no Rio de Janeiro mata mais do que a montanha!
FIQUE DE OLHO
Curso Básico de Escalada – 2013 Em 2013, o Clube Niteroiense de Montanhismo realiizará o CBE. O curso terá início em 01/05, com um total de 9 aulas. O investimento é de R$ 600,00, divididos em até 3 (três parcelas), ou R$ 540,00 pagos à vista. Para maiores informações escreva para: cnm@niteroiense.org.br. A Abertura da Temporada de Montanhismo 2013 – ATM – ocorrerá nos dias 26 e 27 de abril, na Praça General Tibúrcio, Urca-RJ. Como sempre, o CNM participará e contaremos com a sua presença.
Errata Na edição de número 19, no texto sob título “História do Montanhismo Fluminense, um fenômeno recente?”, informamos que o Centro Excrucionista Icaraí, havia sido o terceiro clube de montanhismo fundado no Brasil, porém, de acordo com o que nos informou Waldecy Mathias Lucena, o CEI foi o sexto. Segue abaixo a ordem cronológica de fundação, segundo o Wal: 1° Centro Excursionista Brasileiro (CEB), fundado em novembro de 1919; 2° Club Excursionista de Petropolis (CEP), de junho de 1931; 3° Centro Excursionista Ramos (CER), de março de 1933; 4° Centro Excursionista Friburguense (CEF), de julho de 1935; 5° Clube Brasileiro de Excursionismo (em 1945 virou CERJ), de janeiro de 1939; 6° Clube Excursionista Icaraí (CEI), de maio de 1939. Obrigado, Waldecy, pelo esclarecimento.
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SAÚDE
Excesso de hidratação pode ser prejudicial Por Alessandra Neves
Recomenda-se com veemência que os corredores mantenham um alto nível de hidratação de seu corpo para superarem suas provas com relativa tranquilidade. No entanto, casos recentes de morte por excesso de ingestão de água chamaram atenção para o tema. Em 2007, a norte-americana Jennifer Strange faleceu após participar de um concurso que consistia em beber o máximo de água sem urinar. No ano seguinte, a britânica Jacqueline Henson ingeriu grandes quantidades do líquido como parte de sua dieta de emagrecimento e também pereceu. São casos extremos, mas de pessoas que teoricamente não tinham uma perda considerável de líquidos. No entanto, a morte de Cynthia Lucero na Maratona de Boston em 2002 serve de alerta para todos os corredores. O médico do esporte e colunista do Webrun, Dr. José Marques Neto, explica o que acontece em nosso organismo quando o excesso se torna perigoso. “Com a ingestão exagerada de água, o líquido extracelular fica muito diluído e o líquido interno mais concentrado”, conta. “Com isso, a água migra de fora para dentro da célula, que incha e leva a um edema cerebral. O cérebro incha e pressiona os centros do bulbo, que controlam o funcionamento cardiorrespiratório e vascular do nosso corpo”, esclarece o médico. Segundo o Dr. Neto, não há um parâmetro bem definido para evitar complicações dessa natureza. “Não tem essa de ‘ah, se eu tomar três copos estou bem hidratado, se tomar quatro eu morro’, é algo subjetivo e razão de controvérsia na literatura médica”. Urina é indicativo – Dr. Neto afirma que o consenso entre os fisiologistas é de que a sede já caracteriza um quadro de desidratação, por isso é encorajada a ingestão de água nas corridas mesmo que não haja sede. “A cor da urina é o melhor
parâmetro para o leigo, porque serve como indicativo”, pondera. Neste caso, vale o bom senso. A urina escura, assim como a sede, já é um claro sinal de desidratação e, portanto, não deve ocorrer. “Sinais de hiperidratação são uma urina extremamente clara, transparente. Se ela estiver apenas razoavelmente clara, você está bem hidratado”, define.
“Existe uma variabilidade individual, são vários parâmetros que mudam de pessoa para pessoa. O importante é se manter hidratado ao longo do dia, andar sempre com uma garrafinha”, recomenda o médico. Isotônicos – Há também a crença de que tomar muito isotônico pode criar pedra nos rins. “Isso também é referência individual. Teoricamente causa cálculo renal pelo excesso de sódio, mas é mais na esfera da teoria do que na prática. O importante é usar apenas como propósito de reposição, quando houver desgaste”, diz Dr. Neto. Em termos gerais, tanto para água quanto para isotônicos o médico afirma que “o problema está no abuso, não no uso. É muito mais importante estar hidratado antes da prova, ao longo da semana, do que chegar no dia e querer recuperar tudo durante a corrida”, conclui. Fonte: http://www.webrun.com.br/home/n/excessode-hidratacao-pode-causar-complicacoes-ao-organismo/ 13253
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AMBIENTE
As montanhas de Niterói são acessíveis? Por Alex Figueiredo e Leandro do Carmo
O município conta, de forma resumida, com três serras principais: a Serra da Tiririca, os morros do Jacaré, Cantagalo e Serra do Malheiro e o Complexo dos morros da Viração, Santo Inácio e Sapezal. Com estas três serras e as outras formações menores, o Município possui um potencial enorme para o porte de aventura, com visuais incríveis e formações interessantíssimas, mas infelizmente, apesar do potencial, hoje o montanhismo está quase que restrito a Serra da Tiririca. O motivo é simples e trágico, sendo simplesmente a ingerência sobre nossas áreas verdes. A Serra da Tiririca, com a criação do Parque Estadual de Serra da Tiririca, contou com a proteção do Estado, que permitiu que esta área continuasse segura quanto à violência urbana, e que o acesso a para a maioria de suas trilhas e paredes não fosse cercada por muros e casas, embora mesmo assim tenhamos tido perdas, são elas: • Trilha do Alto do Mourão via o Recanto de Itaipuaçú (fechada pelo condomínio Ubá Pedra do Elefante); No Morro das Andorinhas, houve duas perdas: • Trilha da praia de Itaipu para o Morro das Andorinhas (fechada na década de 90 por uma construção ilegal); • Trilha da Praia de Itacoatiara para o Morro das Andorinhas, com o fechamento da Rua das Orquídeas (anos 80) e construção do Condomínio Village Itacoatiara (anos 90). Já os morros do Cantagalo, Jacaré e Serra do Malheiro, tiveram grande redução de sua cobertura florestal, mas o acesso em si à suas trilhas não foi cerceado diretamente,
O morro das Andorinhas.
exceto pelo fato que o crescimento da Favela do Cantagalo trouxe violência à região e com isso, houve alguns assaltos a pessoas que acessaram o Morro do Cantagalo. Por consequência, o ponto culminante dessa serra, com 405 metros de altitude, deixou de ser frequentado por montanhistas e escaladores. Mas atualmente, com a anexação dessa região ao Parque Estadual da Serra da Tiririca, podemos ter esperanças de ver essa região acessível novamente. Os morros do Santo Inácio, Viração e Sapezal são o caso mais grave, pois não estão protegidos por leis específicas, tendo ocorrido desmatamentos pelas suas bordas e um aumento exponencial da violência contra frequentadores da montanha (assaltos à mão armada). Neste complexo, tivemos as maiores perdas de acesso, que são: • Acesso à trilha tradicional ao Morro do Santo Inácio via Rua Manuel Duarte, em São Francisco (a rua foi fechada por moradores e o final desta foi cercado por uma cerca eletrificada, devido à violência urbana); • • Três trilhas que davam acesso de São Francisco ao bairro de Piratininga e Cafubá (construções de casa nas saídas); • A travessia São Francisco – Jurujuba; • Acesso à face norte do Morro do Santo Inácio, às vias de escalada ali existente e ao enorme potencial de conquistas de vias nesta parede de 250 metros de comprimento (construções de casas em praticamente todos os terrenos da Rua Mário Joaquim Santana, embora recentemente descobrisse um acesso por uma vila, ao fim dessa rua, a essa parede); • Acesso à parede sul/sudeste do morro do Santo Inácio, que hoje se encontra cercada pela favela do Maceió.
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Vista do cume do morro do Morcego.
Em áreas fora destas serras, é possível a prática de esportes de montanha, como a região da Praia do Sossego, com ótimos bolders e o final da prainha de Piratininga, com um bom potencial para bolders, embora quase que inexplorado. Tivemos também a criação e perda com o campoescola do Centro, próximo à prefeitura nova (Rua São Pedro), criado no fim dos anos 90 com três vias, mas onde a prefeitura no inicio de 2000 fez uma construção e colocou grades lá, inviabilizando o uso da mesma. Um outro local que temos uma certa dificuldade de acesso é o Morro do Morcego. Para acessar a Face Sul, temos que pedir permissão para entrar por uma casa, e dependemos do bom humor do morador, que se começarmos a aumentar a frequência, ele nega a entrada e somos obrigados pegar um grande vara mato a partir da praia de Adão. Na Face Norte, temos grande dificuldade se quisermos chegar por mar, houve casos em que um escalador foi ameaçado enquanto trabalha-
va na abertura de uma via, ficando impossibilitado de voltar, visto que foram soltos cachorros para impedir que ele retornasse. De forma geral, infelizmente, as áreas que não se encontram protegidas sobre legislação ambiental específica (Unidades de Conservação) foram as que mais perderam sua cobertura florestal, e foram onde mais perdemos acesso às florestas e rochas. O município, em suas gestões anteriores, não salvaguardou as florestas e os acessos às mesmas, em verdade, tratou-as como áreas para futuras construções, e não áreas para se preservar os ecossistemas, o lazer e o modo de vida dos frequentadores destas regiões niteroienses. Salvo a região do Parque Estadual da Serra da Tiririca, as outras serras fluminenses se encontram em uma situação crítica, porém, reversível nos quesitos proteção e acesso. Vamos torcer (e pressionar!) para que a gestão atual da Prefeitura de Niterói possa salvaguardar nossas belas montanhas.
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HISTORIA
Mulheres na montanha – Brasil A prática do montanhismo, em particular da escalada, no imaginário popular sempre foi, e talvez ainda seja, ligada a imagem masculina. Apesar disso, a presença das mulheres nas montanhas do Brasil e do mundo foi razoavelmente constante. A primeira mulher, da qual se tem noticia, que subiu uma montanha foi Marie Paradis que em 14 de Julho de 1808 realizou a segunda ascensão ao Mont Blanc no vale de Chamonix, França, com 4807 metros de altura, a mais alta montanha da Europa. Mesmo sofrendo com os efeitos da altitude, Marie esteve no cume da montanha com um grupo de amigos liderados por Jacques Balmat, na época com 46 anos, que vinte e dois anos antes havia subido a montanha pela primeira vez. Ao que parece, o evento rendeu a ela fama e reconhecimento. “No Brasil, a primeira ascensão feminina que se tem notícia foi realizada por Henrietta Carsteirs (de origem inglesa) em 1817, no costão do Pão de Açúcar. Logo que Henrietta desfraldou a bandeira inglesa no topo do Pão de Açúcar, os recrutas da então Escola Militar da Praia Vermelha se sentiram desafiados e, no dia seguinte, substituíram a bandeira inglesa pela bandeira nacional”. Essa é uma das primeiras frases pronunciadas num curso de iniciação para contar sobre a história do montanhismo no Brasil. Logo em seguida é mencionado que a conquista do Dedo de Deus, em 1912, considerada o marco inicial da prática da escalada no Brasil. Em janeiro de 1921, Hilda de Oliveira, irmã do fundador do Centro Excursionista Brasileiro (na época Centro dos Excursionistas – CE ou Centro), Ilton de Oliveira – foi sua primeira associada. E a partir daí elas estiveram sempre lá. O CE era um lugar que recebia vários imigrantes e, portanto, foi um agente muito importante na difusão da prática do montanhismo em geral e em especial da prática feminina. Várias mulheres recém-chegadas do exterior, ou filhas de imigrantes, acostumadas a prática de esportes de montanha na Europa se associaram. Acabaram sendo exemplo para outras mulheres. Muitas foram as conquistas de novas rotas e trilhas realizadas pelos associados e guias do Centro dos Excursionistas, não só no município do Rio de Janeiro, mas também nas serras de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, até então pouco frequentadas. Chama a atenção, a quantidade de conquistas nas quais mulheres tiveram seus nomes citados como “conquistadoras”. Luzia de Freitas Caracciolo, associada do CE, sempre
foi uma mulher a frente de seu tempo. Em 1933, quando as mulheres sequer tinham o direito de usar calças compridas em público, ela foi a primeira mulher a atingir o cume do Dedo de Deus, usando calças sob uma saia. Desde Dona Luzia, muitas foram as batalhas veladas e preconceitos que as mulheres tiveram que enfrentar para estar nas montanhas. Mas o importante é que muitas delas venceram essas batalhas pelo amor as montanhas. Até aproximadamente os anos 80, o número de mulheres praticantes subiu gradativamente. A partir dos anos 90, associados as mudança na cultura e a abertura cada vez maior do espaço feminino, o aumento se tornou exponencial. Hoje é fácil reunir cerca de 200 mulheres no festejo do Dia Internacional da Mulher. Esse evento, aliás, entrou para o calendário de festividades realizadas anualmente no Rio de Janeiro como marco da presença feminina no esporte nacional, veja mais em: www.mulheresnamontanha.com.br.
Catherine Destivelle – 1987
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Breve cronologia da escalada feminina mundial: • 1908 Annie Peck, de 58 anos, professora, atinge o cume do Huascarán, no Peru, passando a ser a primeira mulher a conseguir um seis mil. Três anos depois, ela faria um sete mil. • 1960 Liz Robins converte-se na primeira mulher a escalar um 6º grau, em Yosemite. • 1970 O Annapurna III é escalado por uma expedição japonesa formada apenas por mulheres. • 1973 Acontece a primeira ascensão feminina ao El Capitan (EUA), por Bev Johnson e Sibylle Hechtel. • 1975 A japonesa Junko Tabei é a primeira mulher a chegar ao cume do Everest. • 1978 O Club Alpin Suisse aceita seu primeiro membro feminino. • Lynn Hill1979 Lynn Hill consegue escalar uma via de 7c (equivalente ao IXa brasileiro). Até então, o maior grau escalado por uma mulher era 6c (VIIa/b). • 1986 A italiana Luisa Iovanne encadeia o primeiro oitavo (IXc brasileiro) feminino da história, com a via Come Back.
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• 1987 Catherine Destivelle encadeia o primeiro 8a+ (Xa brasileiro), com a via Choucas, em Buoux, na França. • 1987 Primeira ascensão feminina ao Cerro Torre, por Rossanna Manfrini, com Maurizio Giordani, pela via Maestri, e a primeira feminina ao Fitz Roy, por Romey Drushke, com Eckhard Drushke e Luike, pela via Americana. • 1988 Isabelle Patissier consegue o primeiro 8b (Xb brasileiro) feminino, com a via Sortilèges, em Cimaï, na França. • 1990 Lynn Hill consegue o primeiro 8b+ (Xc brasileiro) feminino, com a via Masse Critique, aberta por J. B. Tribout, que meses antes havia declarado que uma mulher jamais poderia escalar um 8b+ (Xc). • Catherine Destivelle.1991 Catherine Destivelle abre, em solitário, uma via no Dru, Chamonix, após onze dias na parede. • 1992 Lynn Hill consegue a primeira ascensão em livre da via The Nose (1.000m), com enfiadas de até 8a (IXc brasileiro), no Parque Nacional Yosemite, EUA. • 1992 Catherine Destivelle faz a primeira ascensão solitária feminina invernal da Walker, nas Grandes Jorasses (França). • 1992 Alison Hargreaves torna-se a primeira mulher a subir as seis faces norte dos Alpes. • 1993 Lynn Hill consegue o primeiro 8a (IXc brasileiro) à vista feminino. Robyn Erbesfield não deixa por menos e consegue o primeiro 8a+ (Xa brasileiro) à vista feminino. • 1994 Lynn Hill encadeia a via The Nose em menos de 24 horas. • 1995 Alison Hargreaves chega ao cume do Everest sem oxigênio, sendo a primeira mulher a fazê-lo. • 1999 Katie Brown, de 17 anos, encadeia o primeiro 8b (Xb brasileiro) feminino à vista. • 2000 Silvia Vidal faz a Wyoming Sheep Ranch, no El Capitan (A4), em solitário e sem fixar cordas. • 2002 Josune Bereciartu faz o primeiro 9a (XIc brasileiro) feminino com a via Bain de Sang, na Suíça. Em 1998, ela foi a primeira mulher a encadear um 8c e, em 2000, a primeira a escalar um 8c+. Fonte: http://www.semanademontanhismo.com.br/ 100anos/mulheres-na-montanha-brasil
Lynn Hill – 1979
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RELATO ESCALADA
Pico do Papagaio – Via Aresta do Xilindró Por Leandro do Carmo
Pico do Papagaio – Via Aresta do Xilindró Local: Ilha Grande – RJ Via Aresta do Xilindró – 3º IVsup E2 55m Conquistadores: André Ilha, Lucia Duarte, Marcos da Silveira / Ano: 1984 Croqui: http://www.carioca.org.br/croqui/croqui-femerj.psp?0519 Trilha: T13 – 6km (somente ida) Nível: Pesada Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Paulo Guerra e Clayton Mangabeira
Dicas: Caminhada de aproximação pesada, total de 6km (somente ida) conforme informação nas placas de sinalização; encontra-se água no caminho, com mais ou menos 2 horas de subida (num ritmo bom); a via é bem suja e usa-se aderência em alguns lances; se estiver chovendo ou muito nublado, a via fica muito molhada, principalmente nos últimos lances; faz-se cume também por caminhada. Relato: Ilha Grande... Dispensa comentários... Foi um final de semana fantástico. Fazer o Pico do Papagaio já estava na minha lista desde a última vez que estive lá, há uns 3 anos... Já havia programado tudo, só faltava a oportunidade. Fui conversando
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com uns amigos e decidi que faria no primeiro final de semana de dezembro. Com um mês de antecedência, já estava divulgando a aventura. Como era um final de semana inteiro, achei que fosse difícil arrumar companheiros... Engano meu! Logo já estavam fechados: Guilherme, Leonardo, Paulo, Ary e Clayton. Uma semana antes, o Guilherme avisou que não poderia ir, mas sem problemas. Tocamos o projeto para frente. Na semana da viagem, combinamos tudo direitinho e ajustamos os detalhes finais. Marcamos para sair na sexta, as 13h e o Ary iria mais tarde de ônibus. Na sexta, após um pequeno atraso, saímos de Niterói, por volta das 14:00h. No caminho, pegamos um trânsito pesado na Av. Brasil. O calor era de mais! Mas nada que pudesse desanimar!!!! Paramos no caminho para lanchar e esperar o Clayton sacar dinheiro, que por, sinal já foi a primeira aventura dele... O Cara tentou em um monte de caixa eletrônico, bloqueou o cartão, quase chorou e ficou reclamando a viagem inteira!!!! rs. Às 17:15, já estávamos no estacionamento, em frente ao cais de Conceição de Jacareí. O próximo barco sairia as 18:45. Compramos a passagem e fomos esperar na praia, isso tudo com o Clayton falando do cartão...rs Eram 18:00, quando recebi uma mensagem do Ary dizendo que ainda estava na ponte e não chegaria a tempo de pegar o ônibus na rodoviária. Infelizmente menos um... Não podíamos desanimar... rs. Às 18:45, o barco chegou ao cais e embarcamos rumo a ilha. Foi mais ou menos uma hora de navegação. O mar estava um pouco mexido e só melhorou depois que entramos na enseada de Abrahão. Desembarcamos e fomos direto para o camping. Armamos as barracas e demos uma volta pela vila até achar um lugar para comer. Antes de dormir, decidimos a hora que iríamos sair no dia seguinte, isso seria fundamental para não acontecer atrasos. Deixamos tudo arrumado. No sábado, às 06 da manhã, estávamos todos de pé. A galera estava animada!!!! Fomos até uma padaria, tomamos café e partimos para a caminhada. O tempo estava meio encoberto e o Pico do
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Papagaio completamente escondido não dava o ar da graça. Mas se chovesse, só a trilha já compensaria... Entramos na estrada que vai para Dois Rios e começamos a subir. Depois de 25 minutos, já estávamos no começo da trilha, muito bem sinalizada, por sinal.
No caminho, encontramos dois cachorros que pareciam esperar por alguém. Assim que entramos na trilha, eles vieram nos acompanhando. Começamos a subir, estávamos num ritmo bom, com certeza faríamos em menos de 3h30min, tempo descrito na placa de informação. Pensei que os cachorros fossem descer a qualquer momento, mas eles continuaram subindo com a gente e quando parávamos para descansar, eles paravam também e se já estivessem mais acima, eles voltavam para ver o que tinha acontecido, caso demorássemos um pouco. Tínhamos dois guias!!!! Com 1h30min, encontramos água corrente, uma nascente com água bem gelada. Paramos para nos refrescar e descansar um pouco. Em todo o percurso escutávamos o barulho dos macacos bugios, também conhecido por guariba ou barbado, eles estão entre os maiores primatas encontrados na Ilha Grande, com comprimento de 30 a 75 centímetros. Sua pelagem varia de tons ruivos, ruivo acastanhados, castanho e castanho escuro. Ele são famosos por seus gritos, que podem ser ouvidos em toda a mata. De vez em quando, os gritos eram tão alto que até assustava!!!! Tinha também uns montes de côcô no percurso da trilha, com certeza eram eles marcando território... Até ali, a trilha estava bem molhada, sempre caindo uns pingos d’água das árvores. A essa altura estava tudo muito encoberto e achava que não daria para fazer a via. Seguimos em frente e os cachorros também!!!! A trilha é bem marcada, porém não conseguimos ver nada em volta. A vegetação é muito densa e a gente caminha e caminha e não vê nada além de árvores...
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Passamos por um bambuzal e mais a frente deu para ver a pedra, mas, rapidamente, ficou encoberta de novo. Pelo menos já dava para ver que estava chegando. Já estávamos bem alto e a trilha mais molhada. Passados alguns minutos, chegamos a placa onde indicava a base e a continuação da trilha até o cume. Chegamos à base do Pico do Papagaio com 2h35min, viemos num ritmo bom. Chegamos com 1 hora a menos que a média. E os cachorros??? Eles... É claro que estavam lá conosco!!!!!! Um até desceu rolando na pedra, mas não desistiu... Voltou e conseguiu subir!!!!! Na base, paramos para descansar e nos preparamos para subir. Ainda não dava para ver muita coisa. Algumas nuvens ao redor e o vento parecia estar aumentando. Com isso, o frio também veio! Coloquei o anorak, pois não sabia se iria piorar. Vi que tinha esquecido minha sapatilha, peguei a do meu irmão emprestada, ainda bem que dava em mim!!! Fui até mais acima e percebi que a via estava bastante molhada e suja. Ameacei subir para sentir a pedra e aproveitei meu irmão mais embaixo para desescalar um pedaço. Depois de alguns minutos o tempo foi abrindo e decidi subir de vez. Usar uma sapatilha diferente da que está acostumado, fez a diferença. Demorei mais que o normal... Mas venci o lance, costurei o primeiro grampo e fui tocando pra cima. Com algumas agar-
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ras quebrando, pedra úmida e muito suja, a subida ia ficando mais emocionante. Subi mais um pouco e costurei o segundo grampo. Ali, a umidade estava grande, tinha muito limo na pedra, era um lance de aderência e estava difícil. Peguei uma fita longa e “lacei o grampo”, tocando para cima, não poderia haver erros e não estava muito preocupado em “encadenar” a via. Dei uma parada para analisar se daria para continuar, afinal de contas, não queria ficar passando perrengue a subida inteira. Nessa hora, o tempo abriu e o sol veio com força. Foi preciso tirar o anorak. Fui subindo, costurei o quarto grampo e fui margeando a aresta. Veio o quinto grampo e o último. Olhei para cima, faltava o último lance. Agora era só subir... Fácil? Ah se fosse assim... Escorria tanta água que achei que não fosse conseguir, pensei até em descer... Parei um tempo e fui olhando as agarras e vi que tinha uma linha meio seca. E por ali eu fui. Subi bem devagar, ás vezes com o pé na água, mas como tinha bons apoios, deu para seguir. Até que no último lance, tive que segurar numa laca bem pequena, onde começou a escorrer um pouco de água pelo braço, aí foi prender a respiração e tocar para cima. Estava dominado!!!!! O pior já tinha passado, agora era muito mais tranquilo... Armei a parada numa árvore e dei segurança ao Paulo que subiu rapidamente. Dali, ele foi me
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dando segurança, pois ainda tinha que passar pela frente de uma pedra e como estava tudo molhado, todo cuidado seria pouco. Fui caminhando, passei uma fita em outra árvore e fui segurando numas plantas que me deram apoio. Contornei a pedra e subi mais um pouco. Dei segurança de corpo ao Paulo e mais uma subidinha, estávamos no cume!!!! Missão dada é missão cumprida!!!!! Lá de cima, a vista era fantástica. Um 360º da Ilha. Algumas nuvens ainda encobriam alguns lugares, mas já tínhamos uma noção da beleza. A sensação concluir o projeto é fantástica. Pode até ser simples, escolher o camping, horário de barco, previsão do tempo, equipamento para levar, incentivar as pessoas para te acompanhar, etc., e no final ver que tudo deu certo... Sem palavaras.... Para finalizar, ainda fizemos um rapel até a base, para poder pegar as coisas e ir embora. E os cachorros????? Foram até lá em cima!!!! Você acha que eles iriam subir a trilha e não iriam fazer cume??? rs. Eles estavam lá e só não desceram de rapel pois não tínhamos nenhum baudrier canino... rs. Voltamos até a base onde pegamos nossas coisas e nos preparamos para descer. Um dos cachorros acompanhou duas meninas que estavam meio perdidas na trilha e outro foi nos seguindo. Quase na placa onde a trilha se divide para o cume e para a base, tinha um cara que estava esperando a gente descer pois não encontrava o caminho de volta. Ele foi seguindo a gente até a nascente. Nós paramos para descansar e ele seguiu trilha abaixo. Demos uma boa descansada, e continuamos a caminhar. Como era descida, as paradas foram menores e 1h55min depois, estávamos na estrada que vai para Dois Rios. Mais alguns minutinhos, e chegamos no camping. Aí foi só tomar banho e sair para almoçar. No dia seguinte demos uma volta pelas praias próximas, pois tínhamos comprado a passagem do barco para as 13h. Pegamos o barco e nos despedimos de um excelente final de semana!
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SEGURANÇA – ESCALADA
O Cuidado com o uso dos freios na escalada Por Leandro do Carmo
Há tempos que ouço muitas opiniões e defesas sobre um ou outro tipo de freio, ou ainda a maneira correta de se utilizar determinado equipamento. Como em diversos segmentos, os freios possuem diversos modelos, marcas, objetivos, etc. Objetivos? Sim objetivos! Na escalada pensamos no freio como um aparelho que além de controlar a descida, possamos utilizá-lo para dar segurança ao participante ou ao guia. Os tipos de freio foram evoluindo a medida que o esporte também evoluiu. Nos primórdios, tanto a segurança, quanto o rapel, eram feitos com a corda passando pelo corpo, com o intuito de gerar o atrito suficiente para “segurar” a descida ou uma possível queda. A medida que os limites foram sendo superados, a necessidade de um sistema que fosse mais confiável e que gerasse atrito suficiente, também cresceu. Surgiram as placas, o 8, os modelos tubo e os semi-automáticos, das mais variadas marcas. Mas apesar da quantidade, qual é o melhor? O mais adequado? O mais confiável? Pois é.... Lembra da primeira frase do texto? São essas as discussões que permeiam as listas de e-mails na internet. Não há unanimidade sobre o melhor equipamento. Existem correntes que preferem os mais simples, como o ATC, outras, os semiautomáticos, como o GRIGRI, mas em uma coisa há o consenso: de nada adianta um equipamento com toda a tecnologia se não o montamos ou o manuseamos de maneira correta. E é aí que deve estar o foco principal da discussão. Não adianta, por exemplo, utilizarmos o GRIGRI na segurança, se deixarmos a corda frouxa o suficiente para que o guia ao cair, vá direto ao chão. Ou se utilizarmos o ATC e ficarmos distraído, conversando com o outro participante. A escalada é um esporte na qual um pequeno erro pode ser fatal, porém isso não o torna um esporte inseguro, mas um esporte onde o fator atenção seja tão importante quanto a técnica em superar um lance difícil. Com isso, seguem algumas dicas importantes ao utilizar o freio: • Obedeça sistematicamente as instruções de uso do equipamento utilizado, seja ele qual for; • Verifique se o aparelho de freio serve também para a função de dar segurança;
• Assegure-se de que o utilizador esteja preparado para manusear o equipamento; • Tenha atenção durante toda a escalada; • Mantenha a corda sempre esticada, até o limite para não atrapalhar o guia ou o participante, a fim de evitar uma queda que os levem a um platô, por exemplo, pois de nada adiantará o freio; • Mantenha a mão firme; • Por mais que o freio pareça automático, nunca retire as mãos ou desvie sua atenção do guia; • Não use um equipamento antes de treinar muito, simplesmente por que alguém falou que é mais seguro; • Nunca crie a sua maneira de utilizar o freio, mesmo que ela, aparentemente, otimize o desempenho. Seja prudente e aventure-se!
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SEGURANÇA – CICLISMO
Por que não pedalar na contramão? PorVinicius Ribeiro
Dá para escrever páginas e páginas sobre esse assunto, juro que tentei ser sucinto. Os números entre parênteses referem-se às fontes de onde retirei as informações (citadas e linkadas no final do texto). Não é mais rápido: Ao contrário da crença polular, ciclistas que se integram ao fluxo normal de veículos chegam mais depressa ao destino. Quando você entra na contramão tem que parar ou diminuir o ritmo a todo instante (pelos motivos expostos nos itens abaixo), enquanto integrado ao fluxo de veículos você desenvolve velocidades maiores (principalmente considerando-se a velocidade média, que é o que determina a duração do trajeto) (1). Não é mais seguro: A maneira mais segura de pedalar no trânsito é fazer parte dele. De acordo com estudos científicos sobre colisões, ciclistas que pedalam na mão correta têm cerca de cinco vezes menos chances de colisão, comparados aos que fazem suas próprias regras em vez de se integrar às que já valem aos demais veículos (J. Forester; Effective Cycling. Cambridge, MA, MIT Press, 1993) (1). Segundo Bruce Mackey, diretor de segurança para Bicicletas em Nevada, 25% dos acidentes com ciclistas nos EUA resultam de ciclistas pedalando na contramão (6). Não há tempo de reação: Mais de 50% dos acidentes são de responsabilidade do próprio ciclista (2) – alguns citam 90% (5) – e em menos de 1% dos acidentes o ciclista sofre uma colisão traseira (2). Você tem a sensação psicológica de que está mantendo a situação sob controle, quando na verdade NÃO ESTÁ. Se você vê um carro desgovernado vindo na sua direção, não dá tempo de desviar dele, principalmente porque suas velocidades estarão potencializadas, ou seja: a velocidade com a qual o carro se aproxima de você é a sua somada à dele. Um carro a 60km/h com você a 20 estará chegando a você a 80km/h. Se vocês estivessem na mesma direção, ele chegaria a você com metade dessa velocidade: 40km/h. Com o bom uso de um espelho e de seus ouvidos, você tem o dobro do tempo de reação. O carro também tem esse tempo e é mais importante o carro desviar de você do que você desviar dele, porque ele consegue desviar melhor. Você não consegue jogar sua bicicleta cinco metros para o lado em um segundo, mas o carro pode fazer isso se houver tempo suficiente. Em caso de colisão, os danos ao seu corpo serão bem maiores: Pelo mesmo motivo do item anterior (soma de velocidades), se você bater de frente com um carro vai
sofrer muito mais. E ainda há um agravante, a inércia. Se você está indo no mesmo sentido do carro, ele vai pegar primeiro sua roda traseira e você sairá voando por cima do guidão devido à inércia – era seu movimento anterior, a bicicleta foi agarrada pelo carro e você continuou – ou devido à transmissão de energia cinética – o carro colidiu com a bicicleta, transferiu parte do movimento para ela e consequentemente para seu corpo; quando a bicicleta parar uma fração de segundo depois porque a roda de trás não gira mais, seu corpo sairá para a frente com o movimento transferido. Melhor voar por cima da bicicleta em direção, provavelmente, ao asfalto livre e estacionário, do que se chocar com um parabrisa ou capô que além de estar a um metro de você no momento da colisão ainda vem em sua direção, com a força de impacto de várias toneladas. É mais difícil evitar a colisão: Andar na contramão é chegar nos carros mais depressa (3). Trafegando em direções opostas, tanto você como o motorista precisam parar totalmente para evitar uma colisão frontal. Trafegando no mesmo sentido, o motorista precisa apenas diminuir a velocidade para evitar a colisão, tendo muito mais tempo para reagir (1). Você surpreende os carros: Como você chega mais rápido nos carros, você os pega de surpresa. Principalmente em curvas à direita: o motorista está fazendo a curva quando de repente aparece você vindo na direção dele. Não há tempo de reação, ele não consegue frear, não pode ir para a esquerda porque há outros carros, na direita tem um carro parado. Você também não pode se jogar para a calçada, há carros parados. O que acontece? Se vocês estivessem no mesmo sentido, ele teria bem mais tempo para reagir, talvez até o dobro, e poderia apenas diminuir a velocidade para evitar a colisão. Um carro não estanca imediatamente, mesmo que o motorista queira, se esforce e tenha um freio ABS com pneus bons. Os motoristas não te vêem nos cruzamentos: 95% dos acidentes com bicicletas acontecem em cruzamentos (2). Quando um carro entra num cruzamento, ele olha apenas para o lado do qual os carros vêm! Imagine um carro entrando numa avenida. Para que lado ele olha? Para a esquerda. Não vem carro, ele entra. Nisso você está chegando com sua bicicleta e ele te pega de frente (1). Não tem buzininha que resolva isso. Os motoristas não te vêem ao sair das vagas e garagens: Ao sair de uma vaga em que está estacionado,
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o motorista olha para trás, seja pelos espelhos ou pela janela, para ver se há veículos vindo. O mesmo ocorre quando ele sai de uma garagem de prédio ou de um estacionamento. Ele não olha para a frente, afinal não vêm carros daquela direção. Você, vindo na direção do carro, nem sempre verá que o motorista vai sair da vaga e, quando vir, talvez não adiante mais frear. Ao sair, ele vai te pegar de frente, mesmo que você esteja parado. Esqueça se jogar para a calçada, há um carro estacionado do seu lado. Meus pêsames. Os motoristas não te vêem ao abrir as portas dos carros: Se muitos já não olham pelo espelho para abrir a porta do carro e ainda culpam o ciclista por isso (4), imagine se vão olhar para a frente para ver se vem vindo uma bicicleta. A chance de levar uma portada é muito maior. Os pedestres não te vêem: Quando um pedestre vai atravessar a rua, ele olha para o lado que os carros vêm. Preste atenção no seu próprio comportamento na próxima vez que for atravessar uma avenida a pé e perceberá como isso é verdade. Por isso, pode acontecer de alguém aparecer do nada na frente da sua bicicleta, saindo do meio dos carros, de costas para você. E não vai dar tempo para fazer nada. Se quer ser tratado como veículo, porte-se como um: Se você se comporta como um veículo, sinalizando suas intenções, respeitando mãos de direção, sinais de tráfego, faixas de pedestre e etc., os motoristas o respeitarão mais. “Se aquele cara se preocupa com tudo isso, não é um mané qualquer que está aqui só atrapalhando”. Se, por outro lado, você anda na contramão, você os incomoda (sim, isso incomoda muitos motoristas, que têm a sensação que você está ocupando um espaço que não é seu e deveria estar na calçada). Passar em todos os sinais fechados também os irrita (“o folgado ali só faz isso porque não leva multa mesmo”). Outras pequenas infrações também irritam os motoristas, seja por vontade de cometê-las também, por uma falsa sensação de invasão de espaço pessoal ou pela sensação de injustiça (“pô, aquilo é proibido mas só porque ele tá de bicicleta ele pode fazer e eu não?”). Seja um modelo a ser espelhado e não um alvo da raiva e frustração alheia.
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4 Medo de ciclista ou medo da própria consciência? – Reflexão sobre a coluna de Lucas Mendes 5 Traffic safety solutions in the works – Las Vegas Sun, 04/Jun/2004 6 Bicyclesafe.com – How to Not Get Hit by Cars O que diz a lei O Código Brasileiro de Trânsito é claro: bicicletas devem circular na via, no mesmo sentido dos carros e com preferência sobre eles. E não é à toa, é uma questão de segurança viária. Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores. Texto cedido pelo site Vá de Bike – vadebike.org
Rapidinha Olá pessoal!!! Como todos sabem, o clube além do grande esforço empregado no trabalho voluntário de seus membros, ele também possui despesas financeiras como: fiscais, bancárias, manutanção e compra de equipamentos, impressões, etc. Por isso sócio, mantenha sua anuidade em dia. Se estiver em atraso, entre em contato com tesouraria@niteroiense.org.br.
Fontes
Não sabe se está em dia? Acesse www.niteroiense.org. br, faça login, clique na “Sua área”, depois em “Seus pagamentos”.
1 Bicycling Street Smarts: Where to Ride on the Road
Convide um amigo para fazer parte dessa grande família!
2 Escola de bicicleta: pedalar no trânsito
Hoje somos 29, mas se cada um convidar um amigo, amanhã seremos 60, depois 90....
3 Guia Bike na Rua (por Cleber Anderson)
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ACONTECEU NO CLUBE
Atividades realizadas – 16/12/12 a 15/03/13 Data 16/12/2012 16/12/2012 16/12/2012 20/12/2012 05/01/2013 05/01/2013 06/01/2013 06/01/2013 06/01/2013 06/01/2013 13/01/2013 13/01/2013 17/01/2013 19/01/2013 19/01/2013 25/01/2013 27/01/2013 02/02/2013 02/02/2013 03/02/2013 16/02/2013 17/02/2013 20/02/2013 23/02/2013 23/02/2013 24/02/2013 24/02/2013 01/03/2013 05/03/2013 07/03/2013 09/03/2013 10/03/2013 17/03/2013
Nome Eny Hertz Vinicius Ribeiro Eny Hertz Alex Figueiredo Leandro do Carmo Vinicius Ribeiro Ary Carlos Leandro do Carmo Vinicius Ribeiro Eny Hertz Alex Figueiredo Luiz Alexandre Andréa Vivas Ary Carlos Carlos P. Luiz Alexandre Alex Figueiredo Andréa Vivas Luiz Alexandre Leandro Collares Leandro do Carmo Leandro do Carmo Andréa Vivas Vinicius Ribeiro Alex Figueiredo Ary Carlos Eny Hertz Andréa Vivas Eny Hertz Andréa Vivas Leandro Collares Eny Hertz Vinicius Ribeiro
Local Paineiras Pedal Niterói x Paineiras Picnic nas Paineiras Morro do Santo Inácio Campo Escola Helmut Heske Pedal Sumaré Emil Mesquita, Paredão Paredão Zezão – Agulha Guarischi Pedal Niterói x Maricá Pracinha – Vias diversas Alto Mourão Reinaldo Behnken Reunião social – A 1ª do ano!! Coringa Luiz Arnaud, Paredão Treino em Artificial Bico do Papagaio Bloco de carnaval Só o cume interessa Infravermelho (Purple) Pracinha – Vias diversas Via do Tetinho Pracinha – Vias diversas Reunião Social Apresentação Ciclotur Niterói-Santos Pico da Tijuca Pedra do Quilombo (PEPB) Pracinha – Vias diversas Pedra da Gavea (PNT) Pracinha – Vias diversas Reunião Social Cor de burro quando foge Pracinha – Vias diversas Morro das Andorinhas
Dessa vez foi apertado, mas ela levou de novo!!! Parabéns Eny, a guia que mais abriu atividade no periodo. Atenção guias, seja você o proximo homenageado. Gostaria de pedalar, escalar, caminhar, etc??? Acesse o site www.niteroiense.org.br e dê sua sugetstão para abertura de atividade
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Avisos REUNIÕES SOCIAIS
CURSO BÁSICO DE ESCALDA
As reuniões sociais do CNM são realizadas sempre na primeira quinta-feira de cada mês ímpar e na primeira quarta-feira de cada mês par, às 19:30h, em local a ser definido e divulgado. Os encontros acontecem em clima de total descontração e informalidade, quando os sócios e amigos do CNM aproveitam para colocar a conversa em dia, trocando experiências, relatando excursões e vivências ou, simplesmente, desfrutando a companhia de gente simpática e fraterna. Periodicamente acontecem reuniões e seminários técnicos com o intuito de possibilitar miores detalhes e informações atualizadas aos sócios e interessados. Informem-se sobre os temas das palestras técnicas e reuniões acessando o site: http://www.niteroiense.org.br. Compareçam e sejam muito bem vindos!!!
Em 2013, realizaremos o Curso Básico de Escalada. Para maiores informações, acesse www.niteroiense.org.br ou envie e-mail para cnm@niteroiense.org.br
CORPO DE GUIAS
Adriano Paz Alan Marra Alessandra Neves Alex Figueiredo Alfredo Vieira Castinheiras Andréa Rezende Vivas Ary Carlos Cardoso Neto Carlos Penedo Diogo Paixão Eny Hertz Glauber Carvalhosa Leandro do Carmo Leandro Collares
Leandro Pestana Luiz Alexandre Valadão Mauro de Mello Netto Neuza Ebecken Paulo Guerra Vinicius Farias Ribeiro
ANIVERSARIANTES
A todos muita saude e felicidade. Que venha muito mais!!!!!! Neuza Ebecken Maria de Lourder Alfredo Castinheiras Rubens de Camargo Glauber Carvalhosa Vinícius Ribeiro Ary Carlos Leandro Pestana
23/jan 24/jan 18/fev 21/fev 25/fev 27/fev 11/mar 12/mar
EXPEDIENTE
CNM – CLUBE NITEROIENSE DE MONTANHISMO Início das Atividades em 26 de Março de 2003 Fundado em 20 de Novembro de 2004 Website: www.niteroiense.org.br e-mail: cnm@niteroiense.org.br Contato: 8621-5631(Alex Figueiredo) Presidente: Alex de Faria Figueiredo Vice: Eny Hertz Bittencourt Tesoureiro: Leandro Guimarães Collares Conselho Fiscal Efetivos Adriano de Souza Abelaria Paz Alan Renê Marra Junior Neuza Maria Ebecken de Araújo Suplente Mariana Silva Abunahman Diretoria Tecnica Alex Figuereiredo – caminhada Eny Hertz – Escalada Adriano Paz – Ciclismo Diretoria Social Andrea Vivas Diretoria Ambiental Neuza Ebecken Representante do CNM no PESET Neuza Ebecken Informativo Nº 20: As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Clube Niteroiense de Montanhismo. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto a todos aqueles que queiram contribuir. Envie sua matéria para cnm@niteroiense.org.br. Participe!!! Edição e Diagramação: - Leandro Collares - Leandro do Carmo