Boletim Informativo
Clube Niteroiense de Montanhismo Ano X - Número 27 Niterói, Dezembro de 2014
Pedra do Frade e Freira, um passeio pelo Espírito Santo
• • • • • •
Técnica: SSS versus PLUS • Abelhas e Vespas • Padronização dos procedimentos de escalada • GT Montanhismo e Conselho Consultivo do PESET • Projeto CNMeio Ambiente• Artigo: Reflexões sobre as concessões em parques• E muito mais! •
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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
MENSAGEM DO PRESIDENTE
SUGESTÃO DE LEITURA
Fechamos mais um ano!
Tenha uma boa leitura! Por Leandro do Carmo
Por Leandro do Carmo Olá Pessoal!!!
A Volta por Cima – 980 Dias de Aventuras ao redor do Mundo a Bordo de um Monomotor, de Margi
O ano passou... Ou melhor, vôou!
Moss com Gérard Moss Ler
Fechamos 2014 com muitas novidades e tenho
viagem
o
relato
de
uma
ao redor do mundo
certeza de que com muitas atividades também! Foram
a bordo de um avião foi uma
viagens, escaladas, trilhas, reuniões sociais, cursos,
experiência nova. É um livro
oficinas, etc. Além de tudo isso, uma nova diretoria
com leitura fácil, agradável e
tomou posse. Eu, como presidente, Vinícius Araújo
informativa. As fotos ajudam
como vice e o Leonardo Carmo como Tesoureiro.
a ilustrar a história. Já havia
Mas não estaremos sozinhos! Com a dura missão de
lido outras viagens ao redor
tocar o clube para vôos mais altos, se juntaram a nós:
do mundo, mas de avião...
Patrícia Gregory, na diretoria social; Stephanie Maia,
Recomendadíssimo!!!
na diretoria de meio ambiente; e o Alexandre Rockert como secretário. Temos sangue novo!!! Naufrágios e Comentários, de Álvar Núñez Traçamos objetivos ousados para a nossa gestão,
Cabeza de Vaca
que são: dobrar o nosso número de associados e termos
Percorrer
caminhos
a tão sonhada sede! Difícil? Pode até ser... Impossível?
desconhecidos, enfrentar frio,
JAMAIS!!! Tenho a certeza de que todos colaborarão,
fome, doenças, ataques de
assim como foi em nossa grande festa de aniversário.
índios, etc, por 10 anos!?!?!? E tem gente que acha que fazer
Para
as
nossas
atividades,
lançaremos
um
uma travessia de 3 dias é coisa
calendário anual, com pelo menos uma grande atividade
de outro mundo!!! rs. Acho
por mês, além de nossas escaladas e trilhas nos finais
que mais o mais legal do livro
de semana. Queremos tornar o clube muito mais ativo
e da pessoa de Álvar Núñez
do que já é.
Cabeza de Vaca foi a maneira como ele tratava os índios
Contamos com a ajuda e paciência de todos.
locais
E... Bora escalar?
por
onde
passava.
Se todos no passado tivessem feito dessa maneira, a história teria sido diferente. Recomendo a leitura!
Mensagem de Ffinal de ano Por Eny Hertz
Família Schurmann – Um mundo de Aventuras, de : Heloisa Schurmann Excelente! No início do
“Uma trilha difícil ou uma escalada desafiante é
livro, comecei a ler rápido
uma viagem iniciada por nossa própria escolha. Muitas
para matar a curiosidade, já
vezes este passo nos ajuda a terminá-la com sucesso. E
no final, lia devagar, já sentido
o que significa sucesso? Significa estar fora da zona de
saudades! O livro envolve,
conforto, significa aprender com a experiência.
me
O ano de 2014 est´pa terminando, um ótimo momento
para
revermos
o
que
aprendemos
na
fiz
Muitos
parte detalhes
da
família! sobre
a
circunavegação de Magalhães,
montanha. Desejamos a todos, mil trilhas e vias que nos
cultura
façam sair de nossa zona de conforto e continuemos
paravam e a vida no mar. Uma
dos
lugares
onde
aprendendo.”
experiência em tanto.
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
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TÉCNICA
SSS versus PLUS
Com a evolução do esporte, com vias cada vez
Por Eny Hertz
mais técnicas, percebeu-se que este método não se enquadrava mais num padrão de segurança. Pois o
Um dia destes, na Pracinha de Itacoatiara, observei que
alguns
escaladores
faziam
procedimentos
diferentes do que eu faço ao dar segurança em top
tempo que as duas pontas das cordas ficavam em frente do corpo, ou seja, fora da posição de maior atrito do aparelho, era muito longo.
rope. Resolvi pesquisar na internet. Desde o início do milênio que as academias A história da escalada precisou também ser
americanas passaram a só permitir que os escaladores
pesquisada. No início não haviam aparelhos de freio.
façam o procedimento PLUS (também conhecido como
O escalador usava o próprio corpo para frear a corda
PBUS) que significa: Pull, Lock (or Brake), Under and
em caso de queda do parceiro. Ao dar segurança de
Slide. Algumas academias até exigem que o escalador
cima, a corda guia, ligada ao participante, deve estar
faça uma oficina antes de começar a escalar no local.
esticada e passar por trás do segurador (o que no Brasil
Há uma variação aceita nas academias que é o Hand-
chamamos
Segurança
Over-Hand, quando a mão guia fica pouco abaixo do
de Corpo ), esta outra mão
aparelho e a mão freio passa por cima daquela. Este é o
puxa a corda e freia quando
procedimento que sempre adotei.
de
necessário. Para fazer a frenagem
mais
eficiente,
Neste
procedimento
as palmas das mãos devem
atual, a palma tem que ficar
ficar para cima, o braço
para baixo (figura ao lado),
freio deve estar esticado
a mão guia bloqueia a corda
em contato com a coxa,
abaixo do freio, enquanto a
para
mão freio corre pela corda.
aumentar
o
atrito.
Para puxar a corda com segurança,
a
instrução
Observe os 04 movimentos na figura abaixo.
dada é: unir as duas cordas na frente do corpo, a mão guia segura ambas e a mão freio corre pela corda até a altura desejada para então puxar a corda. Ou seja a ponta da corda que precisa ser freada está sempre sendo segurada. Curiosidade: Em 1943, Pierre Allain propõe o primeiro aparelho descensor e em 1968 surge o aparelho descensor do tipo Oito. Em torno de 1970, surgiu o aparelho de freio em
Neste procedimento a corda passa a maior parte
placa, o Sticht Belay Plate por Fritz Sticht, que passou
do tempo na posição de maior frenagem e a corda freio
a ser usado dentro dos moldes da segurança de corpo.
está sempre bloqueada por alguma mão.
Ou seja, palmas para cima, unir as cordas na frente, segurar ambas e a mão freio corre pela corda. Este
Caso
não
esteja
familiarizado
com
o
PLUS,
procedimento é conhecido como Slip, Slap, Slid (SSS) ou
aconselho a praticar bastante, antes de dar segurança a
Classic Method. Quando surgiram os outros modelos de
alguém, para que acidentes não ocorram.
aparelhos de freio, que atualmente estão bem populares (ATC, Reverso, etc) muitos escaladores continuaram com o mesmo procedimento SSS para as escaladas, principalmente em top rope e alguns continuam até hoje
Segurança acima de tudo! Boas escaladas a todos!
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SEGURANÇA
Padronização dos procedimentos de escalada do CNM Por Eny Hertz
A Padronização dos procedimentos em atividades oficiais
de
escaladas
do
Clube
Niteroiense
Top rope: Passar a corda por um mosquetão de
de
rosca (preferível automático) ou dois mosquetões com
Montanhismo - CNM foi um processo desenvolvido
gatilhos opostos; para que a corda não roce na rocha
pela diretoria técnica do CNM nos últimos meses de
colocar fita, com boca de lobo ou mosquetão de rosca
2014 e está sendo implementada com normas técnicas
no grampo.
pesquisadas e analisadas para a realidade do clube. Segurança
para
o
escalador:
proposta:
PLUS
Esta padronização tem como objetivo definir
(Pull, Lock, Under, Slide) sugestão de site http://
especificações técnicas que auxiliem na maximização
mesarim.com/waiver/safety_first/belay_certification_
da segurança dos procedimentos que ocorrem ou
checkpoints/
podem ocorrer numa escalada oficial do CNM. Backup durante o rapel: Acima com nó prussik Estaremos oferecendo oficinas para divulgarmos
(três voltas), utilizando a própria solteira ou quando
esta padronização. Caso haja alguma dúvida entre em
o aparelho de freio estiver com uma solteira, ou seja
contato com a diretoria técnica
longe do loop, pode-se usar abaixo, com qualquer nó ou aparelho blocante preso no loop. Evitar colocar na
Capacete: em todas as atividades de escalada em
perna.
parede assim que chegar à base. Fica a cargo do guia usar em top rope e boulder.
União de cordas: para diâmetros diferentes, utilizar o pescador duplo; para mesmo diâmetro, pode utilizar
Encordoamento: o guia só poderá sair da base após todos estarem completamente equipados e depois de
o pescador duplo ou o nó da montanha, com pelo menos um metro de ponta livre.
todos conferirem todos; nó oito com sobra de pelo menos um palmo (~ 20 cm), sem ou com arremate
Rapelar um escalador de cada vez.
(pode ser um simples ou o Yosemite tuck completo); em top rope pode ser o nó oito nas duas alças ou a
Pontas na corda no rapel: Nó de frade com três
azelha de oito com 02 mosquetões(gatilhos opostos)
voltas. Não fazer elo na primeira descida, com quem
no loop.
abre o rapel. Pode-se fazer o elo para o segundo a descer.
Solteira: nas duas alças ou no loop.
Sempre conferir o sistema antes de iniciar qualquer procedimento. Sempre que possível proteger a corda de
Aparelho do freio quando não estiver sendo usado:
quinas vivas com um pano (casaco, mochila).
no rack de trás ou no loop. Quando em uso, o aparelho de freio deverá estar preso a um mosquetão de rosca e este ao loop ou numa segunda solteira. Ascensão com cordelete: Duas ligações com a cadeirinha (podendo ser ambas no loop ou loop e nas
OBS: O padrão deve ser conhecido e seguido pelos guias do CNM. Evitar alterar qualquer procedimento durante a escalada. Treinar num local controlado.
duas alças); Nó prussik (com três voltas) no blocante de cima e opção livre no blocante de baixo (pode ser usado um aparelho de freio auto blocante); de cinco em cinco
O guia é responsável por qualquer mudança proposta por ele, caso ache necessária.
metros fazer uma alça com a corda que está abaixo, para o caso de algo der errado com os cordeletes nem a alça de corda criada pela ascensão se prenda a algum grampo ou similar.
O participante é responsável por qualquer mudança que ache necessária.
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
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RELATO
Pedra do Frade e a Freira! Por Leandro do Carmo
resolvi que essa seria a oportunidade. Antes de entrar de férias, já tinha decidido que a subiria. Resolvi abrir esse passeio para os amigos do Clube Niteroiense de Montanhismo.
Rapidamente
foi
aparecendo
gente
interessada. E não demorou muito para que tivéssemos formado um grupo de 14 pessoas. Logística preparada, deixamos tudo certo durante a semana para que nada pudesse dar errado. Como eu estava de férias, resolvi sair na sexta de manhã, enquanto o resto do pessoal foi indo durante o dia e até a noite também. A viagem foi um pouco cansativa... Rodar quase 400 km não é uma tarefa das mais fáceis... Quando passei da entrada para Cachoeiro de Dias 17, 18 e 19 de Outubro de 2014
Itapemirim, já começava a ver o nosso destino e a sentir o que iríamos encontrar pela frente.
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo,
Da BR 101 até a pousada, foram cerca de 4 km
Denise do Carmo, Vinícius Araújo, Andréa Vivas,
de estrada de chão. Um subida, que para quem não
Roberto Andrade, Michael Rogers, Beatriz, Mariana,
conhece, parecia que não chegaria a lugar nenhum.
Alexandre Rockert e Bruna Novaes.
Andávamos e nada... Nenhuma casa para pedirmos informação... Mas sabia que estava no caminho certo...
Dicas
E mais alguns minutos havíamos chegado no Chalé
Hospedagem e alimentação: Pousada Chalés do
do Frade. Fomos super bem recebidos pelo Henner e
Frade Tempo de Viagem: Como tem muito trecho em obra na BR 101, o tempo de viagem é de 6 a 7 horas e a distância é de 400 km.
pela Valquíria, donos da pousada. Nada melhor que ser bem acolhido, principalmente num local onde não conhecemos. Havíamos entrado num lugar fantástico. Difícil
A Escalada: Não é uma escalada técnica, mas o
até de descrever... A vista para a Pedra do Frade era
equipamento de segurança é indispensável; eu não
impressionante a Freira ficava escondida, mas nem por
utilizei sapatilha, mas ela pode trazer uma pouco mais
isso tirava o brilho do local. O som da natureza, aliado
de segurança nos pés em alguns lances; o lance final é
à beleza do local, traziam uma sensação ímpar. Como
uma sequência de degraus de vergalhões fincados na
fui o primeiro a chegar, tratei logo de arrumar a casa e
rocha, com mais ou menos 20 metros.
organizar onde nos acomodaríamos. Fiz contato com o Alexandre que chegou logo em seguida, junto com sua
Relato
esposa e filha.
Não foi fácil encarar o sol forte para vencer os quase 200 metros de subida até o cume da Pedra do Frade... Mas estar lá foi fantástico!!! O espírito de equipe prevaleceu e conseguimos vencer mais esse grande desafio. Vamos ver desde o início como foi chegar ali. Em uma viagem que fiz para Guarapari, vi aquela impressionante formação rochosa. Na hora já bateu a vontade de subi-la. Tinha certeza de que um dia estaria lá em cima. Assim que cheguei em casa, fui pesquisar para saber o nome e ter mais informações. Já que a logística para chegar lá não era das mais fáceis, acabei deixando como um projeto guardado. Passado mais de um ano que conheci a pedra,
Estávamos tão encantado com o local, que eu e o
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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
Alexandre não conseguimos esperar o dia seguinte,
sombra a ter que nos equipar de baixo do sol forte.
já fomos até a pedra! Colhemos algumas informações
Começamos a subida e seguimos pelo costão até um
sobre a trilha de acesso e seguimos pela estrada de
lance mais inclinado onde o Leonardo subiu e fixou uma
chão. Foram uns 25 minutos de caminhada, mais uns
corda, assim, com um prussik, os outros participantes
5 de trilha até que chegamos a uma laje de pedra, que
subiriam mais rápido.
lembra oEscalavrado. A vista daquele ponto surpreendia.
Passado esse ponto, ele subiu mais pouco e fixou
Ainda não havíamos visto a Pedra da Freira, devido
uma outra corda, agora com um lance um pouco mais
a posição que estávamos na pousada, mas ali ela se
delicado, comparado com o que já havíamos passado.
mostrava imponente, como se olhasse para o Frade.
Montamos um verdadeiro trabalho em equipe. Enquanto
Subimos mais um pouco pelo costão até que paramos e
um subia, já havia outro se preparando, assim não
ficamos apreciando a vista e batendo um papo.
perderíamos tempo, além de não ficarmos literalmente
Já com o sol se pondo, descemos de volta até a
fritando de baixo do sol.
pousada, onde tomamos um caldo verde para fechar
Nesse ritmo de revezamento, chegamos abaixo
o dia. Faltavam ainda chegar dois carros, com oito
da cabeça, num local bem agradável e abrigado do
pessoas, que sairiam no final do dia. Como a noite
sol. Ali, dava para descansar e recarregar as baterias.
ficava mais difícil chegar ao local, fiquei acordado passando algumas coordenados por telefone. Por volta das 2 da madrugada, meu irmão chegou com a Mariana, Beatriz e o Michael.
O Vinícius, chegou somente às
4 h, com a Andréa, Bruna e o Roberto. Pronto agora estávamos completos! Combinamos o horário de saída do dia seguinte fomos descansar, afinal de contas, merecíamos! No sábado de manhã acordei cedo, apesar da preguiça e já deixei tudo preparado. Aos poucos a galera foi acordando e logo estávamos prontos para começar a subida. Um grupo grande chegou e começou a se preparar para a caminhada, o que nos fez seguir rápido, pois não queríamos ficar esperando. Começamos a
A pousada estava lá em baixo, parecia casinha de
caminhada e esperamos o resto do pessoal na laje de
bonecas. Optamos por subir por uns degraus fixados
pedra, bem antes da subida. Por nossa sorte o grande
na rocha, tipo o lance do elevador assim ganharíamos
grupo foi só até a base de pedra, não seguindo até ao
tempo. Estávamos em um grupo de 9 pessoas e essa,
cume.
com certeza, foi a melhor escolha. Decidimos por fazer
Com todo mundo reunido, nos equipamos ali mesmo, apesar de nos primeiros lances não ser preciso uso de equipamento, mas achamos melhor ficar na
segurança de cima para todos os participantes, assim todos poderiam subir sem nenhum problema. O primeiro a subir foi o Leonardo. Ele começou
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
os primeiros degraus e foi costurando alguns para
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agradável.
melhorar segurança, afinal de contas não sabíamos o estado deles. Alguns degraus estavam bem espaçados,
Descemos e para fechar a noite: panquecas,
o que nos fez colocar algumas fitas para facilitar a
caldo verde e vinho, esse último levado pelo Vinícius.
subida dos mais baixinhos. No cume, ele montou
Combinamos de acordar cedo no dia seguinte e dar
a parada e começamos a subida. Aos poucos todos
uma explorada numa via que tem ali perto, assim daria
subiram e eu fechei, retirando todo o equipamento
para aproveitar alguma coisa antes de ir embora.
deixados nos degraus.
No domingo, acordamos e depois do excelente café
A vista dali era fantástica. O Frade é bem mais alto
da manhã, seguimos para a base da via. O Leonardo e a
que a Freira e de lá se tem uma vista perfeita da escalada
Bruna, resolveram voltar no cume do Frade junto com a
dessa outra pedra. Dali, dava para ver do litoral ao
Mariana e a Beatriz, pois elas ainda não haviam subido.
interior. Um 360° de pura beleza. Cada um registrando
Na base da via, nos equipamos e nossa ideia era montar
o momento a sua maneira. Posamos para uma foto e já
um top rope e ficar dando uns treinos, mas via era
começamos os preparativos para a descida. Optamos
muito mais forte do que pensávamos. Comecei guiando
por montar um rapel no mesmo lado que subimos.
e a saída já foi sinistra. Até chegar a uma grande laca,
Fiquei por último novamente e liberei uma corda para que já fosse montado o segundo rapel da descida.
meio oca, foi preciso artificializar o lance. Mas dali para cima, deu para passar em livre.
Ali, no cume, sozinho, contemplei os últimos momentos
Após o bonito lance em oposição nessa laca, dei
de completo silêncio... Que foram quebrados por um
uma parada para procurar os próximos grampos. Passei
“CORDA LIIIIIIVREEEEEEEE”. Desci e fui direto ao ponto
por um buraco e quando pisei em algumas folhas secas,
do segundo rapel. O Vinícius já tinha iniciado e alguns
saiu uma lacraia, de quase um palmo. Foi subindo a
utilizaram a corda somente para o equilíbrio.
pedra na minha direção e só deu temo de torcer para
Fixamos mais uma corda e novamente o trabalho
ela não chegar até onde estava minha mão, por sorte,
em equipe foi perfeito. Com um em cima orientando a
ela caiu novamente no buraco e se escondeu! Se a
montagem, um no meio e um no final, já montando o
adrenalina estava forte... Agora então...
próximo. Nesse ritmo, rapidamente chegamos a base.
Segui mais acima num lance bem delicado e
Com o calor que fazia, só pensávamos na piscina da
devido ao calor, resolvi montar o top rope ali e desci
pousada. Talvez isso nos tenha feito descer a trilha em
para que outros tentassem. Cada um fez o lance uma
tempo recorde!!!!
vez e o Michael fechou e recolheu costuras e fitas.
Quando chegamos, foi só o tempo de jogar a
Dali seguimos até a toca da Onça para explorarmos
mochila para o lado e dar um mergulho. Afinal de
um possível caminho até a base da via de escalada da
contas, não é todo o dia que se escala e se tem uma
Freira. Mas essa ficaria para uma próxima...
piscina no final!!! Mas nem tudo é perfeito!!! Algumas
Voltamos de nosso passeio e caímos direto na
coisas são mais que perfeitas!!! 20 minutos depois, um
piscina. Comemos a excelente comida da pousada
excelente almoço já nos esperava. Com galinha da roça,
e descansamos até o final da tarde, quando nos
polenta com milho da fazenda, feijão colhido no local
arrumamos e seguimos viagem de volta...
e muitas outras delícias foram servidas... Sem contar
Mais uma vez, missão cumprida!!!!
o doce de banana com creme de leite... Foi comer e dar um grande descanso, afinal de contas ninguém é de ferro!!!! Ao final da tarde, resolvemos volta lá em cima, até um platô, para contemplar o pôr do sol e esperar a noite chegar. Por um instante só ouvíamos o som da natureza. Nem carro, nem música, nada que atrapalhasse aquele momento. Havia levado fogareiro e como a Mariana nunca havia tomado um café na montanha, fiz esse grande esforço. Preparei um quentinho e ficamos ali rindo e contado histórias num começar de noite super
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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
SAÚDE
Abelhas e Vespas Por Leandro do Carmo
espécies da ordem Hymenoptera, pois isso é irrelevante para o objetivo deste artigo.
Recentemente, tivemos o trágico acidente do Davi
A maioria das espécies de abelhas e vespas são
Marski, causado por ataque de abelhas, enquanto
animais dóceis que não costumam ferroar o ser
escalada a Pedra do Pântano, em Andradas, sul de
humano, a não ser que se sintam atacadas. Ter uma
Minas Gerais. Diante do caso, resolvemos colocar esse
abelha ao seu redor não representa perigo, a não ser
artigo, retirado do site www.mdsaude.com.
que você tente acertá-la ou a esmague acidentalmente contra a sua pele. As abelhas não costumam atacar
Ser picado por uma abelha, vespa ou marimbondo é
sem motivo. Em geral, abelhas e vespas longes de suas
um evento muito doloroso e assustador, mas na maioria
colmeias não apresentam comportamento agressivo e
dos casos não provoca complicações mais graves.
oferecem pouco perigo aos seres humanos. E mesmo
A picada da abelha é incômoda e dolorosa, mas não
próximo a suas colmeias, a maioria das abelhas não é
evolui além disso. A exceção ocorre nos pacientes que
agressiva.
são alérgicos ao veneno das Hymenoptera, ordem que engloba as famílias das abelhas e vespas.
Há, entretanto, exceções. Algumas poucas espécies, como as abelhas africanas,
são muito sensíveis e
podem atacar o ser humano, caso elas sintam que a sua presença põe em risco a sua colmeia. Barulhos e movimentos bruscos podem irritá-las e causar ataques de várias abelhas ao mesmo tempo. Na prática, a maioria das picadas de abelhas ou vespas ocorre de forma isolada por um único inseto, geralmente uma abelha trabalhadora que se encontra afastada de sua colônia. A picada ocorre quando o inseto insere na pele o seu ferrão como forma de defesa ao se sentir atacado. BIOLOGIA DAS ABELHAS E VESPAS
As vespas e abelhas que picam são sempre as fêmeas, pois os machos não possuem ferrão. Existem
Antes de falarmos das picadas das abelhas, vale
dois padrões de utilização do ferrão: algumas espécies,
a pena uma rápida revisão da biologia das abelhas e
como as abelhas comuns, sofrem auto-amputação,
vespas. Esta parte está bem resumida e simplificada,
ou seja, quando atacam, perdem o ferrão e parte das
não se assuste.
estruturas abdominais, o que as leva à morte. Há espécies, porém, que não sofrem auto-amputação e
A ordem Hymenoptera é um dos maiores grupos
podem ferroar uma mesma vítima mais de uma vez. A
dentre os insetos, englobando as diversas famílias de
quantidade de veneno injetada costuma ser maior nas
abelhas, vespas e formigas. Só para se ter uma ideia,
espécies que perdem o ferrão.
existem mais de 10 mil espécies de abelhas e mais de 25 mil espécies de vespas. Por exemplo, a mamangava
SINTOMAS DA PICADA DE ABELHA E VESPAS
é uma espécie de abelha grande, que possui corpo escurecido e parecido com um besouro. Já marimbondo
Após a ferroada, o paciente sente uma intensa dor
é o nome dado às espécies maiores de vespas,
e uma pequena inflamação da região afetada. O local
geralmente com o corpo de cor mais escurecida.
ferroado fica avermelhando e inchado. A lesão costuma ter entre 1,0 e 5,0 cm de diâmetro e desaparece após
Obviamente, não vamos perder tempo discutindo as diferenças biológicas e geográficas de cada uma das
algumas horas. Na maioria dos casos, a dor e o inchaço desaparecem em no máximo um ou dois dias.
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
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sintomas que foram além de um simples inchaço local, Em 10% dos casos o paciente desenvolve uma
principalmente se tiver tido urticária angioedema ou
reação maior às picadas, com intensa dor e inchaços
crises de asma, procure um médico imunoalergista
que podem chegar a 10 cm de diâmetro e demoram
para investigar a possibilidade de você ser alérgico à
até 10 dias para desaparecer. Este tipo de reação não
picada de abelha. O risco de reação anafilática em uma
significa que o paciente tenha alergia ao veneno das
segunda picada é muito alto.
abelhas. O QUE FAZER QUANDO SE É PICADO POR UMA As picadas isoladas não costumam causar maiores
ABELHA
problemas na maioria dos casos. Porém, nos casos de múltiplas picadas por várias abelhas ao mesmo tempo,
No casos das abelhas e vespas que sofrem auto-
a quantidade de veneno injetada pode ser grande,
amputação, a primeiro ato do paciente deve ser a
levando a sintomas como diarreia, vômitos, dor de
retirada imediata do ferrão da pele, pois ele permanece
cabeça, febre, prostração e confusão mental.
injetando veneno ainda por 1 ou 2 minutos. Alguns autores atestam que deve-se ter cuidado para não
Para haver risco de morte, são, habitualmente,
espremer a pequena bolsa que vem junto ao ferrão,
necessárias centenas de ferroadas para que haja
pois é ela que contém o veneno. O ferrão pode ser
inoculação de quantidades letais de veneno. Nestes
retirado raspando as unhas na pele ou qualquer objeto
casos, complicações pela ação do veneno podem surgir,
rígido, como uma faca ou cartão de crédito.
como hemólise (destruição das células do sangue), arritmias cardíacas, insuficiência renal e rabdomiólise (destruição das células dos músculos).
Há estudos, porém, que dizem que a forma de retirada do ferrão pouco influencia na instilação do veneno, pois a contração da bolsa não aumenta o
ALERGIA À PICADA DE ABELHA
volume a ser injetado, já que este é feito por mecanismo de válvula. Portanto, se você não conseguir retirá-lo
O grande perigo das picadas de abelhas e vespas
imediatamente raspando-o, o ferrão deve ser removido
é a reação alérgica, chamada anafilaxia ou choque
de qualquer maneira, pois o tempo em que ele fica
anafilático (leia: CHOQUE ANAFILÁTICO | Causas e
encravado na pele é muito mais danoso em termos de
sintomas). A anafilaxia pode ocorrer após uma única
volume de veneno injetado do que a forma como ele é
picada de abelha. Cerca de 3% da população é alérgica
retirado.
ao veneno da abelhas e podem desenvolver reações anafiláticas após ferroadas.
Mesmo que você não consiga remover o ferrão imediatamente, a tempo de impedir a entrada de todo o
Os sinais de reação alérgica grave à picada de
veneno, o mesmo deve ser retirado assim que possível,
abelhas ou vespas surgem rapidamente após a ferroada,
pois a sua simples presença pode causar reação
geralmente em apenas 5 minutos.
inflamatória da pele.
Os sintomas
de reação alérgica são: urticárias (leia:URTICÁRIA | Sintomas e tratamento), angioedema (inchaço dos lábios
Uma vez removido o ferrão, o tratamento da picada
e olhos), hipotensão, vômitos, rouquidão, dificuldade
de abelha é simples. Lave a pele com água e sabão
respiratória, desorientação e perda da consciência.
e aplique compressas frias ou gelo local.
Se a dor
estiver incomodando, um analgésico simples pode ser A anafilaxia geralmente surge após uma segunda
utilizado. Se houver intensa coceira, um anti-histamínico
picada de abelha em pessoas que desenvolveram
ajuda a aliviá-la. Não é preciso passar pomadas nem
reações alérgicas quando picados pela primeira vez.
outras substâncias, como pasta de dente, borra de café,
Porém, o choque anafilático pode surgir mesmo em
manteiga, etc. Nada disso melhora e ainda pode causar
quem nunca havia sido picado por abelhas antes.
infecção da ferida. A dor e o inchaço da picada somem espontaneamente após algumas horas.
Se você foi picado por abelha ou vespa e desenvolveu
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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
AMBIENTE Nos casos de reação local mais intensa, pomadas à base de corticoides e/ou corticoides por via oral, como
Projeto CNMeio Ambiente Por Leandro do Carmo
prednisona, podem ser prescritos para aliviar o inchaço (leia: PREDNISONA E CORTICOIDES | efeitos colaterais).
Em 2015, daremos início ao projeto CNMeio
Anti-inflamatórios e anti-histamínicos também são
Ambiente. É um projeto que tem a finalidade de
úteis. Se a lesão da picada estiver piorando ao longo
“adotarmos”
dos primeiros um ou dois dias, procure ajuda médica.
podermos colaborar com a preservação do entorno,
algumas
trilhas
de
Niterói
e
assim
bem como a sinalização, acesso, entre outras ações. Nos casos de reação alérgica, caracterizadas principalmente pelo aparecimento de urticária ou
Para iniciarmos os trabalhos, o local escolhido
angioedema, o paciente deve ser levado o mais
pela Diretoria de Meio Ambiente do clube foi a região
rapidamente possível a um serviço de emergência. Nos
da enseada do Bananal. O maior problema do local é a
caso de anafilaxia, o tratamento é feito com injeção
presença do capim colonião. Faremos o manejo desse
intramuscular de adrenalina.
capim e espécies exóticas, substituindo-os por árvores nativas.
FONTE:
http://www.mdsaude.com/2013/10/
picada-de-abelha.html
Quem tiver interesse em participar, dar sugestões, ter mais informações, etc., escrever para: ambiente@ niteroiense.org.br
FOTOS DE ATIVIDADES
O projeto tem coordenação de: Leandro do Carmo, Stephanie Maia e Alexandre Rockert. A administração do PESET tem nos apoiado e nos emprestará, nesse primeiro
momento,
o
material
necessário
para
iniciarmos os trabalhos. O sucesso do projeto, depende de você! Segue abaixo a foto de satélite com a área de atuação.
MORRO DAS ANDORINHAS
PAREDÃO UMA MÃO LAVA A OUTRA
Área a reflorestar Aprox. 1.400,00m² Perímetro: 150,00m
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
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ESPAÇO PESET
Conselho Consultivo
GT Montanhismo
Por Eny Hertz
Por Leandro do Carmo No dia 15/11/2014, foi
realizada
na
do
PESET,
sede
A Reunião Ordinária do Conselho Consultivo do
sub
PESET ocorreu dia: 28/11/2014 e mutos assuntos
a
foram abordados dentre eles:
segunda reunião do GT Montanhismo. Estiveram presentes Matias, do
o
- O plano de Manejo será apresentado ao INEA
Fernando
no dia 15 de dezembro, no MAI, este foi feito com a
administrador
Parque,
participação da sociedade organizada;
Leandro
do Carmo, Ary Carlos,
- 22% do PESET é ZONA DE PROTEÇÃO, geralmente
Alexandre Rockert, Stephanie Maia, Cauê Bomfim Zago,
somente para pesquisa;
Marcelo Miranda e Alan Pinheiro. Não tivemos muito quórum, mas já encaminhamos alguns assuntos que servirão de base para o próximo encontro. São eles:
- 78% do PESET é Zona de Conservação, que tem um gradiente de uso, podendo ter área mais restritas ao público;
1-
Criação de um grupo de e-mails para
comunicação oficial do GT Montanhismo; 2-
Que
as
informações
geradas
- Zona de amortecimento 7,6 ha, sem áreas urbanas; GT
- 12 áreas de visitação => 10%, já consolidadas e 41
Montanhismo, como atas, atualizações, agenda de
pelo
áreas de recuperação => 3,47% espalhadas pelo PESET,
reuniões, entre outras, deverão ficar disponíveis de
algumas delas serão ligadas a medidas compensatórias;
forma mais clara e aberta a maior quantidade de usuários possíveis;
- 06 áreas de históricos foram escolhidos a partir de documentos analisados pela UFF e instituições
3-
A atualização do plano de setorização ficará
similares;
disponível para consulta, por um período de até 30 dias, para que seja avaliada e se houver alguma inclusão ou correção, deverá ser informada até o prazo definido; 4- Encaminhar
e-mails
“advertência”
aos
- Cantagalo e Colibris foram incluídas, respeitando os caminhos para as vias de escaladas; - Propôs-se a criação de um GT Pavimentação,
escaladores que fizeram manutenção da via Face
colocando-se
Sudoeste do Alto Mourão com grampos de titânio,
presente, já que a RO tem zona de amortecimento, o GT
utilizando processo de cola, informando sobre a
estudará propostas nacionais e internacionais para uma
existência das regras;
pavimentação permeabilizante;
5-
a
necessidade
da
prefeitura
estar
Disponibilização de uma lista com contato
- O Parque e o 12º Batalhão, alertaram que a
de montanhistas voluntários para auxiliar equipes de
segurança na área do Engenho do mato , principalmente
resgate em casos de acidentes;
perto da rua 42 e a trilha para o Cantagalo está com problemas de falta de segurança, ligada ao trafico de
6-
Que o highline seguirá as mesmas regras
drogas, propôs-se a criação de um GT Segurança;
da setorização e qualquer dúvida o GT deverá ser consultado.
- O departamento de uso público voltará a existir, o INEA está na fase de licitação, o Parque terá 02 funcionários neste departamento. - O CNM continua apto a permanecer no Conselho.
.
12
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
ARTIGO
Refflexões sobre as concessões em parques Por André Ilha - Retirado na íntegra do site http://www.oeco.org.br/
Tudo isto custa dinheiro, muito dinheiro, e seria ingenuidade acreditar que os governos farão destaques orçamentários suficientes para cobri-las integralmente, ou que liberarão o correspondente financeiro destinado a esta rubrica. “Afinal”, diz o governante típico, “com os hospitais à míngua, salas de aula precisando ser construídas, crianças andrajosas vagando pelas ruas e os índices de criminalidade urbana em alta, como destinar recursos públicos para salvar da extinção uma bromélia ou um sapo?” Devemos continuar a pressionar para que os O Parque Nacional do Iguaçu/PR tem uma estrutura de recepção aos turistas exemplar, concedido à iniciativa privada. No entanto, é exemplo de concessão de área, e não apenas dos serviços, o que gera restrições para praticantes de esportes de aventura. Foto: André Ilha
Em
face
diversidade
crescente
biológica
catastrófica, ninguém
do
planetária
decorrente
questiona
empobrecimento
das
em
seriamente
que
mesmo tempo buscar uma independência financeira tão grande quanto possível dos orçamentos públicos para
da
o SNUC, blindando-o ao máximo contra as vicissitudes
escala
da política e da economia. Há diversas possíveis fontes
humanas,
de financiamento, mas vamos nos deter aqui em uma
uma
atividades
governos assumam o seu dever, mas devemos ao
uma
das
que tem estado bastante em evidência nos últimos
principais estratégias para mitigar este quadro seja o
tempos, apresentada por alguns como a panaceia para
estabelecimento de Unidades de Conservação (UC), que
o problema crônico da falta de recursos públicos para
no Brasil estão distribuídas em 12 categorias divididas
os parques e reservas, e vista por outros como mais
em dois grandes grupos, as de proteção integral e as
um exemplo da observação feita pelo historiador
de uso sustentável. Levando em consideração apenas
Warren Dean em A Ferro e Fogo, sua magistral obra
o quesito preservação da biodiversidade, as UCs de
sobre o processo da destruição da mata atlântica
proteção integral de domínio público, como os parques,
brasileira: “A troca do patrimônio estatal pelo ganho
as reservas biológicas e as estações ecológicas (ou
de curto prazo dos interesses privados é uma tema
os monumentos naturais e refúgios de vida silvestre
constantemente repetido na história brasileira, tão
quando instituídos em terras públicas), podem ser
habilidosa e diversificadamente adotada e tão inerente
consideradas como as mais eficientes, pois elas não
que se mostrava como a razão mesma da existência do
partilham este objetivo com o uso direto dos recursos
Estado”.
naturais, como as UCs de uso sustentável. Refiro-me às concessões de serviços, em todas as A criação de tais áreas é sempre difícil, pois frustra
suas formas, deixando claro que o presente artigo não
planos para o seu aproveitamento direto pelos mais
tem a pretensão de ser mais do que um livre pensar
variados agentes privados e públicos. Mas, vencida
sobre o tema, em parte baseado na minha experiência
esta fase crucial, é necessário então “tirá-las do papel”,
de pouco mais de nove anos à frente das Unidades de
ou seja, pagar indenizações por desapropriações;
Conservação estaduais do Rio de Janeiro.
construir estruturas administrativas e de uso público; contratar
servidores
e
terceirizados;
elaborar
e
O que precisa ser pago
implantar programas de manejo, proteção, conservação e educação ambiental; adquirir veículos, equipamentos
Antes de mais nada, precisamos dividir as despesas
e utensílios; e pagar despesas correntes como luz,
relacionadas às Unidades de Conservação, grosso
telefonia, internet e combustível.
modo, em despesas de implantação (investimento) e despesas de manutenção (custeio).
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
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Para investimentos, a compensação ambiental tem proporcionado recursos significativos, capazes de financiar um programa paulatino e responsável de atendimento destas necessidades. Outras fontes de recursos podem complementá-la, como projetos nacionais e internacionais de grande envergadura de proteção às florestas tropicais. Portanto, com empenho, criatividade e obstinação, há espaço para grandes avanços neste sentido. .
O problema crucial é como fazer isto tudo funcionar no dia a dia. Grandes programas de apoio às UCs
Parque Estadual da Lagoa do Açu/RJ. Exemplo de parque com amplas possibilidades de concessão de serviços de apoio à visitação (botes, caiaques, observação de pássaros) no seu espetacular arquipélago lacustre. Foto: André Ilha
nunca contemplam salários e custeio, o que é irreal. O
que tê-las planejadas, implantadas e operadas por
argumento é sempre que isto compete ao governo que
agentes privados com tradição em cada segmento
instituiu a UC, o que, em tese, está correto. Mas e se o
garante produtos e serviços de elevado padrão de
governo não cumprir a sua parte? Portanto, considero,
qualidade aos usuários que desejem contratá-los
em princípio, que o grande desafio de um programa de
e desonera o órgão gestor da UC desta obrigação,
concessão de serviços em Unidades de Conservação é
permitindo que concentre seus esforços nas atividades
garantir o funcionamento diário delas, com a agilidade
típicas de estado, indelegáveis.
e eficiência possíveis, indefinidamente. Mas, vejam: falamos aqui em concessões de Dos princípios
serviços, e não em concessões de áreas (ou de UC inteiras, para este fim). Para alguns, tal diferença
Já vimos para que a receita proveniente de
pode parecer sutil; para outros, como veremos, ela é
concessões em parques e outras UCs deveria ser
crucial, e pode arruinar a experiência da visitação, o que
prioritariamente dirigida. Agora, o ponto crítico a ser
conspira contra a excelência pretendida ao menos para
pensado é o que deve ser concessionado à iniciativa
determinados segmentos de usuários.
privada, e aí o debate torna-se mais complexo. Para auxiliar
o
raciocínio
nesse
sentido,
listo
Existe um grande número de motivações que
abaixo
podem levar uma pessoa a visitar um parque, e uma
quatro princípios que devem, em minha opinião,
política de uso público só poderá ser considerada
ser observados por um programa de concessões em
como bem-sucedida se levar este fato em consideração
qualquer modalidade, visando ao justo equilíbrio entre
e estabelecer estratégias diferenciadas para atender
os interesses públicos e privados, bem como entre
às expectativas de todos os possíveis segmentos
interesses privados conflitantes.
de usuários: moradores do entorno, esportistas de aventura, turistas de aventura, turistas convencionais,
I. Do livre acesso dos cidadãos aos atrativos naturais
religiosos, artistas, estudantes. Turistas convencionais têm sua visitação quase que inteiramente atrelada à aquisição de pacotes, para otimizar o pouco tempo
A categoria “parque” tem seus objetivos básicos
disponível e minimizar as incertezas associadas ao
divididos entre a preservação da biodiversidade e dos
conhecimento de um novo atrativo. Esportistas de
ecossistemas e a visitação pública responsável. Essa
aventura, no outro extremo, desejam precisamente o
finalidade dual dos parques é o que os torna tão atraentes
oposto, ou seja, explorar os ambientes naturais em
e procurados pela população. Consequentemente, é
seus próprios termos, tão inalterados quanto possível e
também o que os converte no alvo prioritário quando
sem o concurso de terceiros para este fim.
se pensa em concessão de serviços em áreas naturais
A única forma de que os serviços em um parque
protegidas. Como não é atribuição inerente ao poder
qualquer
público gerenciar nenhuma destas atividades, decorre
visitantes sem ferir a liberdade individual ou mesmo
contemplem
todos
os
segmentos
de
.
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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
descaracterizar o próprio sentido da visitação para
do concessionário, em troca da manutenção total ou
alguns deles, é oferecê-los em caráter opcional, para
parcial da unidade. Mas, consoante o princípio de que
livre contratação pelos interessados. Decorre que se a
a contratação de serviços deva ser sempre opcional, o
área é que for concedida, e não os serviços em uma
ingresso deve significar apenas o direito de acesso ao
área de livre acesso às pessoas (com ou sem pagamento
parque, sem nele estar embutido o custo de serviços
de ingresso, que não se confunde com o preço por um
que podem não ser desejados, pagando o visitante
bem ou serviço), este ideal estará irremediavelmente
apenas pelo que efetivamente consumir.
comprometido. As A concessão de áreas, em vez de os serviços
empresas
possuem
grande
privadas
já
criatividade
demonstraram na
concepção
que de
disponibilizados nestas áreas, além disso, dá azo
produtos e serviços de grande apelo para os visitantes,
desnecessariamente aos temores daqueles combatem
portanto prescindem deste artifício tão antipático.
a privatização do patrimônio público em favor de
Mais do que antipática, contudo, é a obrigatoriedade
particulares, sem que com isso se ganhe mais eficiência
que foi instituída em alguns parques da contratação
na prestação desses serviços (interesse do poder
compulsória de condutores de visitantes, assunto
público concedente), ou se sacrifique significativamente
já tratado em outro artigo e que, por isso, não será
a
aprofundado aqui, embora se constitua em uma
margem
de
lucro
pretendida
(interesse
do
concessionário). A grande maioria dos visitantes dos
concessão disfarçada.
parques quer mesmo é contratar todos os serviços que puder durante sua estadia, e mesmo os esportistas
III. Da gestão pública das UC públicas
de aventura mais hardcore querem ter onde fazer um lanche e celebrar com uma cervejinha o sucesso de sua aventura! II. Da livre contratação dos serviços oferecidos
.
A repressão ao crime é tarefa de competência das polícias e não pode ser delegada. Na foto, policiais da Unidade de Polícia Ambiental (UPAm) do Parque Estadual da Pedra Branca/RJ. Foto: André Ilha
A Lei 9.985/00 prevê a possibilidade de gestão compartilhada de uma Unidade de Conservação com uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), e há também atos de criação de parques que Museu Von Martius, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos/RJ, unidade federal que conta com diversos servidos concedidos, porém mantém a desejável liberdade de acesso a todos os visitantes, que contratam apenas o que lhes convier. Foto: André Ilha
preveem a gestão compartilhada preferencial com as prefeituras dos municípios onde eles se situam. Uma empresa que tenha como contrapartida de sua concessão a manutenção total ou parcial da UC está, na
O pagamento de ingresso em um parque ampara-
prática, gerindo certos aspectos seus.
se no princípio jurídico do usuário-pagador, ou seja,
.
que haja uma contrapartida pelo direito de uso de um
Mas a responsabilidade pela gestão de uma UC
recurso natural – neste caso, com vistas à preservação
pública será sempre pública, uma vez que algumas
do próprio recurso visitado. É razoável, no entanto, que
atribuições são indelegáveis por serem atividades
a cobrança de ingresso seja incluída no rol de receitas
típicas de estado, como a repressão a delitos penais e
.
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
15
a fiscalização de infrações às normas e regulamentos,
prudente depositarmos todas as nossas fichas em
que devem estar a cargo de guarda-parques. Portanto,
uma única aposta, e o financiamento das despesas
se aspectos tão fundamentais não podem, ou não
correntes das Unidades de Conservação não é exceção.
devem, estar sob a responsabilidade de um particular,
É de todo interessante, por segurança, que a receita
então não há que se falar em privatização de gestão de
proveniente de concessões não seja a única, mas,
unidades de conservação – ainda que certos aspectos
sim, componha uma cesta de fontes de financiamento
possam sê-lo, mediante convênio ou contratação.
com esta finalidade. Assim, numa crise, outras fontes
Concessões de serviços em UCs visam precisamente
podem garantir as suas necessidades mais básicas,
atribuir à iniciativa privada a gestão daquilo em que ela
suspendendo-se apenas o que não for absolutamente
pode de fato exceder o setor público.
essencial.
As
parcerias
são
uma
Não se imagina que haja controvérsia quanto
aprofunda
esta
a este princípio, e possíveis candidatos a este
relação. Embora possam ser, em tese, uma alternativa
provimento suplementar de recursos para custeio
interessante sob certas circunstâncias, apresentam
são os fundos fiduciários específicos; a cobrança por
o sério inconveniente de, pela sua própria natureza,
serviços ecossistêmicos (inclusive passivos ambientais
ensejarem
concessão,
continuados em UC, como oleodutos, linhas de
dificultando uma renovação mais rápida caso o modelo
transmissão, antenas de telefonia celular etc.); e
se prove inadequado ou a parceria apresente problemas
convênios com prefeituras municipais.
modalidade
de
público-privadas concessão
prazos
muito
que
longos
(PPP)
de
recorrentes. As PPPs são mais interessantes quando o poder público não pode ou não quer arcar com
Em resumo
despesas mais pesadas de investimento, mas não poder raramente é o caso. Com efeito, a única experiência
As concessões de serviços em parques ainda estão
do gênero em curso no país envolvendo UC é a da
engatinhando no Brasil. O ICMBio saiu na frente, mas o
Rota Lund, em Minas Gerais, mas esta PPP, em vez de
número pequeno de contratos de concessão hoje em
atender a uma situação específica, parece mais integrar
vigor bem demonstra as dificuldades enfrentadas, pois
um programa amplo de utilização deste instrumento
há que se conciliar os interesses do órgão gestor da
em diversos setores da administração daquele estado
UC (qualidade dos serviços prestados aos visitantes,
– portanto uma escolha talvez mais ideológica do que
fluxo de recursos mais ou menos regular para o custeio
motivada por necessidade real.
da unidade, mínimo impacto ambiental decorrente da visitação etc.) com aqueles do operador privado
IV. Da diversidade de fontes de financiamento
(adequada
margem
de
retorno
do
investimento,
segurança jurídica, contratos que especifiquem o que não pode ser feito em vez do que pode, para estimular a criatividade etc.). Com base na experiência já adquirida e no extraordinário
potencial
para
visitação
pública
existente nas áreas protegidas brasileiras, e observadas as preocupações acima elencadas, vislumbra-se aí um campo fértil para negócios que elevem a geração de renda e empregos vinculados às nossas UC a novas ordens de grandeza. E, ao mesmo tempo, assegurem Eficiente serviço de rafting concedido no Parque Nacional do Iguaçu/PR. Foto: André Ilha
meios para a sua manutenção desvinculados das incertezas próprias dos orçamentos públicos, além de elevarem o nível de percepção de sua importância junto
“Não se colocam todos os ovos no mesmo cesto”. A antiga sabedoria popular nos relembra que não é
à opinião pública e, em consequência, arregimentarem mais defensores de sua própria existência.
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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
RELATÓRIOS
Diretoria Técnica - 2014
Com parceria com o PitBull e PESET, organizamos
Por Eny Hertz
uma Invasão ao Morro do Tucum (caminhada e escalada)
Montanhistas, chegou a hora de rever o que o departamento técnico fez em 2014!
Terminamos a fase de regrampeação da Via Paredão Jardim, as novas fases iniciarão em 2015.
Com base em vários modelos, terminamos do
Continuamos a participação no Conselho Consultivo
Termo de Assunção de Risco do CNM. Vários associados
do PESET, na Câmara Técnica e no GT Montanhismo do
já assinaram.
PESET. Leandro do Carmo continuou a se voluntariar em
Depois
de
várias
pesquisas
em
livros
sites,
várias mensagens trocadas entre a diretoria técnica e
nome do CNM, para ajudar a associada Stephanie Maia em sua pesquisa para o Mestrado da UERJ.
colaboradores terminamos a atualização do Quadro de Etapas dos Guias do CNM, a Revisão do manual do CBE do CNM e terminamos a padronização dos procedimentos em atividades de escalada do CNM. Temos feito oficinas para a apresentação desses
Percebemos que foram muitos feitos importantes, todos estamos de parabéns pela dedicação ao clube!
FIQUE DE OLHO
Classifcação de Trilhas
procedimentos padronizados. Depois de uns 14 meses conseguimos reunirmos o
Por Leandro do Carmo
GT Montanhismo do PESET, formado por representantes
Já faz 61 anos que não é feita uma reavaliação da
do parque, do CNM e escaladores sem vínculo com
classificação das trilhas usada no Brasil, diferentemente
qualquer clube para atualizarmos os setores de
da evolução da classificação / graduação das escaladas.
escalada do PESET.
Foi, assim, identificada uma lacuna no esporte e a necessidade de se debater uma nova classificação
Através de Ian Will fechamos uma parceria com o NEPUr, facilitando a capacitação dos associados do CNM.
adequada à realidade dos dias atuais. Para resolver essa questão a FEMERJ, com o apoio dos clubes, criou um grupo de trabalho que teve o objetivo de rever e atualizar essa classificação de forma
Participamos da ATM na URCA, além das escaladas, oferecemos
duas
oficinas
para
o
público
não
montanhista. Alguns associados participaram da oficina de auto resgate da FEMERJ/AGUIPERJ.
que ela represente com clareza, de forma objetiva e simples as trilhas que possuímos. Para finalizar o trabalho desse GT,
convocamos
a todos a participar de uma reunião aberta onde será apresentado e validada a nova classificação.
Vários grupos do CNM participaram de diversas caminhadas na ATM do PARNASO, além de termos ficado para a festa à noite, com direito a música ao vivo.
Baixe o documento que será debatido: classificacaotrilhas-v3.0.pdf Data: 10/01/2015 Horário: 9h
Oferecemos dois CBEs, com 8 alunos. Fizemos novamente parceira com Ian Will. Capacitamos 25 associados em diversas oficinas: Nós básicos de escalada; Metereologia; Dinâmica teórica com acidentado em trilha; Dois Cursos Básicos de Emergência Pré Hospitalar para Montanhistas parceira com Ian Will (NEPUr); e dois Treinamento de Auto Resgate - parceira com Ian Will (NEPUr).
Local: Parque Lage (Parque Nacional da Tijuca) - R. Jardim Botânico, 414 - Jardim Botânico.
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
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OLHA QUEM ESTÁ CHEGANDO
Novos sócios, sejam bem vindos!
Nome: Adriana de Jesus Simões
Profissão: Empresária
Por que o CNM? Porque me foi apresentado um trabalho sério
e pessoas do bem
Nome: Maria Eugênia Ribeiro Sena Profissão: Professora – UNIRIO/CCBS/IBIO-LAQAM Formação: Eng. Química, Dra. em Ciências e Tecnologia de Polímeros/Membranas Por que o CNM? Contato com a natureza me acalma, mas em companhia e com segurança, bem sem RISCOS (SIC, não contava com abelhas, lacraias, escorpiões, etc.) Mensagem: A natureza agradece sua visita! Curta, cuide e colabore para o divulgar o quanto ela tem para nos oferecer! Feliz Natal e 2015 com muita paz e harmonia entre todos os humanos e seres vivos! Deus os protejam nestas caminhadas e aventuras
Nome: Antônio Alves de Melo
Profissão: Estagiário
Por que o CNM? Porque busco aventura, adrenalina, além de
equilíbrio físico, mental e emocional!
Mensagem: Desistir não é opção, dias melhores virão...
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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
DIVERSOS
Um adeus na CBME
sobre as duas entidades. Também continuarei como
Por Silvério Nery
consultor ou conselheiro pelo tempo que for necessário, visando uma troca de comando com o mínimo de sobressaltos. A seguir, para quem tiver curiosidade e paciência, segue um balanço resumido desses 14 anos de atuação na organização do montanhismo brasileiro. Peço que me desculpem eventuais falhas de memória nesse breve histórico. 14 anos Foi em 1999 que comecei a participar de listas
Caros montanhistas,
de discussão na internet. O motivo foi um crescente interesse nas questões institucionais do montanhismo
Em 18 de novembro passado tive uma experiência
brasileiro. Sabendo que no exterior o montanhismo
terrível ao presenciar a morte na montanha do amigo
já existia organizado há décadas, cismava com nossa
Davi e escapar ileso por milagre. Essa experiência
situação pouco estruturada. Havia sim os clubes no Rio
sublinhou minha entrada em nova fase da vida, meus
de Janeiro, São Paulo e Paraná, cada estado com suas
filhos se casaram recentemente, em 2015 vou ser avô e
peculiaridades, mas era evidente a falta de entidades
devo enfrentar desafios inéditos no meu trabalho como
unificadoras que cuidassem de interesses comuns à
engenheiro.
comunidade dos montanhistas e escaladores, fossem eles sócios de clubes ou praticantes independentes.
Fiquei uma semana no hospital e mais alguns dias em casa refletindo sobre a vida, os amigos, a família,
Em 2000 foi fundada a Federação de Esportes
o trabalho, o montanhismo brasileiro e cheguei à
de Montanha do Rio de Janeiro, a FEMERJ. Continuei
conclusão de que não devo mais continuar à frente da
acompanhando as discussões com grande interesse e
CBME e da FEMESP. O motivo principal dessa decisão é a
logo em seguida, em 2001, passei a fazer parte de um
perda quase que total da motivação que foi fundamental
grupo organizado que pretendia fundar uma Federação
para minha atuação ao longo de todos
esses anos.
em São Paulo, o que acabou ocorrendo após um ano
Tenho certeza de que a falta dessa motivação será
de reuniões para discussão do estatuto. Em abril de
muito prejudicial para as instituições. Já percebi que
2002, com a fundação da Federação de Montanhismo
tenho sido resistente a algumas iniciativas e tenho
do Estado de São Paulo – FEMESP, passei a exercer um
receio de impor bloqueios sem me dar conta disso.
cargo formal, o de presidente da nova entidade.
Além disso, já se vão 10 anos à frente da CBME,
Foram anos de muitas discussões, entusiasmo
12 à frente da FEMESP e 14 anos de atuação nesse
e trabalho duro. Logo em 2002 organizamos um
movimento. Certamente é hora de criar espaço para
campeonato estadual em São Paulo com 6 etapas (3 de
outras pessoas mais jovens e mais motivadas, nem que
Dificuldade e 3 de Boulder), duas em cada ginásio, na
isso pareça um pouco difícil à primeira vista.
época, Casa de Pedra, 90 Graus e Crux. Havia também toda a parte burocrática (registro em cartório, CNPJ,
Assim comunico que estou me afastando da
assembleias), as questões de acesso (logo iniciamos
presidência da CBME e da FEMESP. Não haverá
também o diálogo com a administração do Parque
descontinuidade no trabalho de gestão das entidades,
Nacional do Itatiaia, com proprietários de áreas
que nesse momento passam a ser geridas por seus vice-
particulares como Guaraiúva e outros locais) e muitas
presidentes, Kika Bradford na CBME e Sergio Robles na
outras demandas, quase que diárias. Assim mesmo
FEMESP. Continuarei à disposição das diretorias para
era muito recompensador, o trabalho dava resultados
repassar todos os assuntos, registros e informações
positivos (embora um tanto quanto invisíveis) e havia
Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 27
19
o reconhecimento pela comunidade que acompanhava
Comissão de Esporte de Aventura, um comitê técnico
essas peripécias.
que criou as definições oficiais de Esporte de Aventura e Esporte Radical, um marco importante para o
Grandes amizades começaram nesse período e
reconhecimento do montanhismo como esporte (idem
minha ligação com o Bernardo Collares foi decisiva
para o surfe, parapente e outras atividades ao ar livre
para a fundação da CBME, em 2004. Nosso objetivo, na
não essencialmente competitivas). Também por essa
época, era ter uma entidade nacional para podermos
via fui convidado a participar de duas audiências
conversar institucionalmente com órgãos federais
públicas sobre Projetos de Lei no Senado e na Câmara
como o ICMBio e o Ministério do Esporte. Ao mesmo
Federal que visavam regulamentar, de forma totalmente
tempo fortalecer o movimento pela institucionalização
inadequada, os esportes “radicais”, como constava
do montanhismo nacional. Se já era difícil “tocar” as
do texto dos projetos. Graças à nossa mobilização e
Federações, (Bernardo era presidente da FEMERJ e eu
também de outras entidades (parapente, paraquedismo,
da FEMESP), tínhamos muitas dúvidas quanto à nossa
surfe, skate), conseguimos derrubar esse projetos.
capacidade de trabalho para fazer andar também a CBME. Mas com entusiasmo e bom humor fomos
Em 2002 a FEMERJ já havia organizado em conjunto
em frente. Acumulamos novos cargos formais, virei
com o ICMBio um Seminário sobre diretrizes de mínimo
também presidente da CBME e Bernardo ocupou a vice
impacto em Unidades de Conservação. Depois, em
presidência.
2004, FEMESP e FEMERJ firmaram o primeiro Termo de Cooperação Técnica com o ICMBio, mais especificamente
Mais discussões, entusiasmo e trabalho duro. De
com o Parque Nacional do Itatiaia. Foi o início de
início lutamos contra uma ameaça que levou mais ou
uma parceria muito produtiva, que embora tenha
menos um ano para se desfazer, a ABEA – Associação
demorado um pouco a deslanchar, teve e ainda vem
Brasileira de Esportes de Aventura, entidade fundada
apresentando excelentes resultados, dos quais podem
naquela época com o objetivo de dirigir todos os
ser citados os Encontros de Parques de Montanha e,
esportes ao ar livre, porém sem qualquer legitimidade.
bem recentemente, o Seminário de Abertura de Novas Vias no Parque Nacional do Itatiaia. A participação dos
Em outra frente, passamos a organizar campeonatos
montanhistas na gestão de Unidades de Conservação
nacionais de escalada indoor, com etapas em São Paulo,
está consolidada através da presença nos Conselhos
Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas
Consultivos dessas Unidades. Federações e clubes de
Gerais. Nessa área tivemos, a meu ver, dois grandes
montanhismo filiados à CBME mantém cadeiras nos
marcos. Um deles foi o Open de Boulder do Parque da
conselhos dos parques nacionais e estaduais mais
Juventude em 2004, que teve mídia espontânea até no
importantes para a prática do montanhismo, como por
jornal local da TV Globo (SPTV). Outro grande evento
exemplo: Itatiaia, Serra dos Órgãos, Três Picos, Pedra
foi o campeonato brasileiro de 2005, cuja final teve
do Baú, Jaraguá, etc., etc.
imenso público na Casa de Pedra em São Paulo, com repercussão na mídia impressa e em alguns programas
Outra frente que exigiu bastante trabalho e
esportivos na TV aberta. Essas competições revelaram
mobilização foi nossa resistência ante o processo de
muitos jovens talentos, alguns dos quais continuam
normatização das atividades de aventura, liderado pela
ativos e fortes no cenário da escalada, como Felipe
ABETA, com apoio do Ministério do Turismo, SEBRAE e
Camargo, Cesar Grosso e Thais Makino. Também
ABNT. Briga de gente grande, como disseram muitos,
permitiram que atletas com mais tempo de atividade
mas graças à força e coerência dos nossos argumentos
alcançassem sua consagração no cenário nacional, caso
e a nossa pressão constante, mesmo sem qualquer
da Janine Cardoso e do André Berezoski.
apoio oficial (o Ministério do Esporte foi completamente omisso nessa questão), conseguimos manter o pé na
Como costumávamos dizer, “usando o boné da
porta e evitamos o mal maior, que seria o total controle
CBME”, passei a ter contato com o Ministério do Meio
dos esportes de aventura pelo mercado de turismo.
Ambiente, ICMBio e com o Ministério do Esporte.
Uma quimera, dirão alguns, mas que esteve próxima
Graças aos contatos com este último, participei da
de virar realidade nos piores momentos dessa luta
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essencialmente política.
capital na divulgação e credibilidade que a CBME adquiriu ao longo desses 10 anos de sua fundação.
Um grande êxito e, por que não dizer, o apogeu de todos esses anos de trabalho foi a Semana Brasileira
Outro fato que desencadeou uma crise mais intensa
de Montanhismo. Ali conseguimos reunir praticamente
foi a decisão de deixar de pagar o IFSC. Embora a
todas as pessoas que tem interesse no montanhismo
assembleia da CBME de 2012 tenha aprovado a decisão,
nacional e discutimos todos os temas fundamentais
fui eu que apresentei a proposta e os argumentos
para nossa atividade. Foi um grande congraçamento e
que acabaram convencendo os demais de que aquela
um marco que sempre será lembrado na nossa história.
era a melhor alternativa para o momento. Não me
Fiquei muito orgulhoso de ter participado da SBM e sou
arrependi da decisão, mas por ser o autor da proposta
muito grato às pessoas que ralaram muito para que tudo
acabei sofrendo pessoalmente com a crise que se
aquilo acontecesse (Delson, Kika, Jussara, Rosângela,
desencadeou a partir de então e que resultou numa
Diniz e muitos outros). Na festa de abertura, no alto do
cisão e na fundação da ABEE, sem acordo nem vínculo
Morro da Urca, com a presença do Carlos Minc, Pedro
com a CBME. Foram discussões pesadas e desgastantes
da Cunha e Menezes, Jim Donini e quase todos os meus
ao extremo, demonstrações de desconfiança, muita
amigos e conhecidos da comunidade da montanha,
incompreensão e posturas irredutíveis assumidas por
mal contive a emoção diante da imensa e plateia que
pessoas que estavam dos dois lados da contenda. Não
prestigiou o evento, não só em presença, mas também
é correto dizer que foi uma briga entre “esportivos” e
com doações em dinheiro. A SBM foi um grande evento
“tradicionais”, foi muito mais uma “conversa de surdos”,
graças ao patrocínio coletivo da comunidade.
pessoas com dificuldade para compreender as ideias e posicionamentos de quem estava “do outro lado”. Esse
Entretanto, a partir de 2010 mais ou menos
episódio me deixou muito triste e com uma sensação
começaram a surgir revezes que pouco a pouco foram
de impotência diante do resultado, a meu ver negativo
minando minha motivação. Inicialmente os problemas
e desgastante.
ocorridos em campeonatos de escalada, como a redução do número de participantes e o excesso de reclamações
Ao final dessa longa história chego à conclusão
e acusações (quase sempre injustas e infundadas), que
de que o tempo passou e já não existe mais o mesmo
resultaram no fechamento das Associações de escalada
espaço de antes para meu estilo de gestão à frente
de competição no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
da CBME e da FEMESP. Um jeito um tanto idealista e informal, com relacionamentos fortemente baseados
Depois veio a perda irreparável do Bernardo, para
em
amizade
e
confiança
mútua.
Esses
valores
mim um choque pessoal muito grande e também uma
continuam sendo muito importantes, mas não são mais
grande perda na gestão da CBME, onde nossa pareceria
suficientes. Me parece que nesse momento a gestão das
de irmãos de sangue fazia com que o trabalho fluísse
instituições exige um pouco mais de pragmatismo e um
sempre em sintonia e com muito bom humor. Bernardo
cunho mais profissional para garantir sua sobrevivência
dispunha de bastante tempo para dedicar à CBME
e crescimento.
à FEMERJ, o que aliviava um pouco minha carga de trabalho e permitia que atuássemos em várias frentes
Sem falsa modéstia, penso que o trabalho que
simultaneamente. Vale destacar ainda que nós dois e
ajudei a desenvolver ao longo desses anos - sempre
principalmente ele, conhecemos muitos escaladores
contando com um grupo fantástico de montanhistas
e muitos locais de escalada no Brasil, o que nos
que batalhou e continua batalhando nas diretorias das
proporcionou uma visão mais ou menos abrangente do
Federações e Clubes por todo o país – foi um divisor de
panorama da escalada no país inteiro. Bernardo viajava
águas na história “oficial” do montanhismo no Brasil.
com muita frequência, ia a quase todos os encontros
Que esse ciclo virtuoso continue por muitos anos e
de escalada e sempre aproveitava essas oportunidades
que nossas instituições cresçam e se tornem sólidas e
para escalar muito e para apresentar a CBME com nossa
independentes financeiramente, sempre pautando sua
visão e ideias para quem se dispusesse a escutá-lo. Pode
atuação nos princípios e valores éticos que norteiam o
parecer pouco, mas esse trabalho foi de importância
montanhismo brasileiro.
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ACONTECEU
ACONTECEU
Curso básico de emergência Eleição de nova diretoria Atividade:
Curso
Básico
de
Emergência
Pré
Hospitalar para Montanhistas Data: 11/10/2014
No dia 15/11/2014 realizamos nossa Assembleia Geral Ordinária, onde elegemos a nova diretoria para o biênio 2015/2016. Ela foi composta por:
Responsável: Departamento Técnico Participante(s): Leonardo Gonçalves do Carmo, Luiz
Presidente: Leandro do Carmo
Coelho de Souza, Michael Patrick Rogers, Patrícia Costa
Vice Presidente: Vinícius Araújo
Gregory e Stephanie Maia
Tesoureiro: Leonardo Carmo
Nesse curso, ministrado pelo Ian Will, foram abordados os seguintes temas: suporte básico de vida
E para compor a diretoria, indicamos as seguintes pessoas:
no trauma em montanha; imobilização de improvisos;
Secretário: Alexandre Rockert
transporte de acidentados; simulados práticos de
Diretoria Técnica: Ary Carlos
atendimento em locais de difícil acesso; situações
Diretoria Social: Patrícia Gregory
diversas
Diretoria de Meio Ambiente: Stephanie Maia
Iniciamos mais um CBE
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ACONTECEU
Festa de 10 anos do Clube No último dia 29/11, o CNM comemorou 10 anos de sua fundação. Numa festa realizada em Várzea das Moças, na casa de Dona Roseli, mãe do Alan, palco das tradicionais festas e churrascos do clube. Uma noite muito agradável com música ao vivo da banda Véu Palatino, que tem o sócio Leonardo Carmo como baterista e ainda, uma palhinha do músico Caio, filho da Patrícia Gregory, além de bebidas diversas, petiscos e muito papo! Lançamos o Boletim Edição Especial 10 anos, onde pudemos resgatar fatos históricos do clube e guardar para sempre as recordações esse período tão importante. Ainda em comemoração ao aniversário de 10 anos, lançamos a caneca comemorativa. A caneca, ideia dada pela sócia Stephanie, foi um sucesso. Foram 38 unidades vendidas! Um encontro de gerações! Desde o primeiro presidente ao recém eleito.
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DIVERSOS
Lista de material doado Material e livros doados pelo Carlos Penedo:
FOTOS DE ATIVIDADES
PICO DO FRADE - MACAÉ
- Livro “Touching the void”, de Joe Simpson; - Livro “Desafiando limites com Marcio Villar”, de Denilson Monteiro; - Livro “Guia de escalada e trilhas da Floresta da Tijuca”, de Flavio; Daflon e Delson de Queiroz, (2004); - Livro “Guia de escalda da Urca”, de Flavio Daflon e Delson de Queiroz (2002); - Livro “Tudo pelo Everest”, de Waldemar Niclevicz; - 1 Capacete de bike, tamanho L, cor laranja; - 1 Capacete de escalada (Montana), cor branca; - 1 Bouldrier (Kailash); - 1 Fita de 1 m, cor roxo; - 1 Fita de 1,5 m, cor azul; - 1 Fita de 2 m, cor amarela; - 1 Cordelete de 0,5 m, cor roxo e laranja; - 1 Cordelete de 1,2 m, cor vermelho; - 4 Costuras (Kailash); - 4 Mosquetões (Mammut); - 1 Camisa CNM, tamanho GG; - 1 Camisa ATM-2014, tamanho GG; - 1 Corda de 50 m, cor verde; Obs.: A corda já é antiga e não deve ser usada para guiar uma cordada.
FOTOS DE ATIVIDADES
TRILHA MORRO DO SILVADO - MARICÁ
2ª AULA CBE - PRACINHA DE ITACOATIARA
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Avisos REUNIÕES SOCIAIS
As reuniões sociais do CNM são realizadas sempre na primeira quinta-feira de cada mês ímpar e na primeira quarta-feira de cada mês par, às 19:30h, em local a ser definido e divulgado. Os encontros acontecem em clima de total descontração e informalidade, quando os sócios e amigos do CNM aproveitam para colocar a conversa em dia, trocando experiências, relatando excursões e vivências ou, simplesmente, desfrutando a companhia de gente simpática e fraterna. Periodicamente acontecem reuniões e seminários técnicos com o intuito de possibilitar maiores detalhes e informações atualizadas aos sócios e interessados. Informem-se sobre os temas das palestras técnicas e reuniões acessando o site: www.niteroiense.org.br Compareçam e sejam muito bem vindos!!! ANIVERSARIANTES
A todos muita saúde e felicidade! Adriana Engelbart - 11/out Mariana Silva Abunahman - 21/out Paulo Ruas Pereira Coelho - 14/nov José Eduardo Ramos França - 20/nov Beatriz Fernandes - 26/nov Vander Silva - 01/dez Marco Antonio Garcia - 21/dez Renata Batista Garcia - 23/dez CORPO DE GUIAS
E - ESCALADA T - TRILHAS C - CICLISMO Adriano Paz - C T
Leandro do Carmo - E T
Alan Marra - C E T
Leandro Collares - E T
Alessandra Neves - C E T
Leandro Pestana - C E T
Alex Figueiredo - T
Leonardo Carmo - T
Andrea Rezede - C T
Luiz Alexandre - E
Ary Carlos - E T
Mauro de Mello - E T
Carlos Penedo - E T
Neuza Ebecken - T
Diogo Grumser - T
Vinicius Ribeiro - C
Eny Hertz - E T
IMPORTANTE!
A Presidência do CNM é soberana em qualquer assunto relacionado com o CNM e seus associados. A Diretoria Técnica é soberana em qualquer assunto técnico relacionado aos associados e aos guias do CNM.
EXPEDIENTE
CNM – CLUBE NITEROIENSE DE MONTANHISMO Início das Atividades em 26 de Março de 2003 Fundado em 20 de Novembro de 2004 Website: www.niteroiense.org.br e-mail: cnm@niteroiense.org.br Contato: 98608-1731(Leandro do Carmo) Presidente: Leandro do Carmo Vice: Vinícius Araújo Tesoureiro: Leonardo Carmo Secretário: Alexandre Rockert Diretoria Técnica: Ary Carlos Diretoria Social: Patrícia Gregory Diretoria Ambiental: Stephanie Maia Conselho Fiscal Efetivos: Adriano de Souza Abelaria Paz; Andréa Rezendo Vivas; Alex Faria de Figueiredoo; Suplente: Denise Gonçalves do Carmo Representante do CNM no PESET Titular: Eny Hertz Suplente: Leonardo Carmo Informativo Nº 27: As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Clube Niteroiense de Montanhismo. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto a todos aqueles que queiram contribuir. Envie sua matéria para cnm@niteroiense.org.br. Participe!!! Edição e Diagramação: - Eny Hertz - Leandro do Carmo