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Boletim Informativo

Clube Niteroiense de Montanhismo Ano XI - Número 29 Niterói, Junho de 2015

Relato: Nariz do Frade, uma chaminé de respeito!

• MEPA - Origem e Finalidade • • Artigo: Montanhismo e Seleção Natural • • Manutenção da trilha do Bananal e Costão • • Consquista no Parque da Cidade • • E muito mais! •


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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 29

MENSAGEM DO PRESIDENTE

A temporada começou! Por Leandro do Carmo

Já iniciamos a temporada... Para muitos, é época de acender a lareira e dormir quentinho, para nós montanhistas, é hora de arrumarmos nossas cargueiras e nos embrenharmos nas mais difíceis condições: frio, vento e até chuva... Mas tudo isso tem uma explicação e só quem está lá vai conseguir entender. E não adianta escolhermos as mais belas palavras, pois com certeza serão poucas para descrever a sensação de ver o sol nascer da Pedra da Mina, por exemplo. E até de não ver por conta do mau tempo, e mesmo assim, dizer que foi a melhor sensação de nossas vidas... Pois é assim... E para comemorar, participamos das ATM’s de Petrópolis, do PARNASO e a da Urca. Só não fomos a outras, pois a agenda não permitiu... Muita coisa vem acontecendo. Nossas reuniões sociais estão cada vez mais cheias, nossas atividades estão bombando! Estivemos em 30 no PARNASO!!!! Já estamos finalizando mais uma turma de nosso CBE, são conquistas, manutenção e até abertura de trilhas. O clube está passando por um momento especial. E não poderia ser diferente... Com essa galera, tudo fica fácil. E aí, já programaram alguma travessia? Alguma escalada? Algum acampamento? Estão esperando o que???


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FOTOS DE ATIVIDADES

SUGESTÃO DE LEITURA

Tenha uma boa leitura! Por Eny Hertz

Trilhas - A Incrível Jornada de Uma Mulher Pelo Deserto Australiano Robyn Davison nos relata a jornada de 2800 km com uma narrativa que nos prende em todas as páginas, com

aventuras

do

primeiro

ao

último capítulo. Ela ganha uma clareza e entendimento da terra ao

CONQUISTA NO PARQUE DA CIDADE

aprender a depender dela. Por Leandro Collares LINHA-D’ÁGUA - Amyr Klink Quando comecei a ler Linha d’água, tive a nítida sensação de “participar da narrativa”, como se os cenários e atores se formassem imediatamente no pensamento. Leitura intensa, daquelas que você não consegue parar e quando para, não vê a hora de recomeçar.

ATM PARNASO

Por Francisco Caetano Viciado no Perigo - Uma Auto Biografia sobre a defesa da vida. Mallory, Messner, Hillary, Norgay, Bonatti , Herzog, Lachenal, Rébuffat, Terray, a lista não é pequena mas citar qualquer um desses nomes não passa desapercebido por qualquer montanhista, do novato ao mais experimentado; mas esse rol de

ATM PETROPOLIS

alpinistas ilibados também conta com ilustres desconhecidos ou pouco conhecidos, que nem por isso deixam de ter grandes feitos em seus currículos e grandes aventuras um sua jornada, esse é o caso de Jim Wickwire. Primeiro americano a subir o K2, teve uma vida permeada de aventuras e feitos notáveis como

um fantástico bivaque a incríveis ascensões

em solo, mas também com algumas tragédias. Para conhecer melhor esse cara, seus feitos e fatos a dica que damos é a autobiografia intitulada “Viciado no Perigo” da Editora Manole, uma leitura emocionante, as vezes tensa, mas verdadeira, do jeito que todos montanhistas gostam.

INAUGURAÇÃO DO NÚCLEO DE MONTANHA


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HISTÓRIA

MEPA - Origem e Finalidade Por André Ilha

No Brasil, como no restante do mundo, a escalada

terminava no VI grau, como a dos países alpinos

originalmente tinha como objetivo único chegar ao topo

europeus, e por aqui apenas um lance no Paredão

da montanha, ou então da parede quando esta não

Lagartão, no Pão de Açúcar, era unanimemente

estivesse claramente associada a um cume. Os meios

considerado como pertencente a este grau. Os mais

para se atingir este objetivo eram, de uma maneira

conservadores,

geral, considerados pouco importantes – o que contava

europeus, bradavam ser impossível ir além, repetindo

era o resultado.

um embate que levou o célebre alpinista tirolês Reinhold

inspirados

por

seus

semelhantes

Messner a dar o título de Septimo Grado (O Sétimo O uso de artifícios como pitons e grampos para

Grau) para o livro em que defendeu a ruptura com a

auxílio direto na progressão do escalador era visto com

antiga ordem, e a expansão sem limites dos limites

naturalidade, e nas grandes montanhas dos maiores

acanhados impostos ao desenvolvimento técnico na

maciços do planeta, o emprego de uma logística

escalada pelos antigos tradicionalistas e sua engessada

pesada, de inspiração militar, envolvendo carregadores,

tabela de classificação.

acampamentos intermediários estocados com comida e equipamento para pernoite e milhares de metros de cordas fixas era a norma.

No início, eu fazia como me ensinavam, claro, mas logo comecei a me sentir incomodado. Aquilo não me parecia certo. Ajudado por uma boa fluência

Havia exceções, contudo, especialmente nos países

no inglês, passei a ler compulsivamente revistas de

anglo-saxões, como Inglaterra e Estados Unidos. Nestes,

escalada estrangeiras, e aí me dei conta de que a minha

assim como em certas partes da Alemanha, desde muito

inquietação não era uma patologia isolada, mas, sim,

cedo se cultivou o interesse pela escalada livre, ou seja,

uma forma de encarar a escalada que estava ganhando

aquela na qual o escalador progride valendo-se apenas

força de forma avassaladora em todo o mundo, Cada

dos meios naturais que a rocha oferece como agarras e

vez mais se valorizava, sempre que possível, a ascensão

fendas, e graus notavelmente elevados foram atingidos

de escaladas em rocha apenas pela rocha, reservando

muito cedo, desde o início do século XX.

os equipamentos de segurança exclusivamente para deter as quedas dos escaladores, em especial as de

O Brasil, no entanto, seguia uma tendência,

guia.

digamos, europeia continental, que se refletia até no sistema de classificação de escaladas por nós adotado,

Naquele momento, em todos os países, inclusive

que é claramente calcado no sistema alpino tradicional.

naqueles com uma visão mais tradicional do esporte,

Assim como na França e na Itália, o termo “escalada

jovens escaladores estavam se lançando em lances

artificial” era destinado apenas para longas sequências

livres cada vez mais difíceis, fosse em novas vias, fosse

de pitons ou grampos a serem vencidas com o auxílio de

repetindo vias abertas no velho estilo, agora porém sem

estribos, cordas duplas etc.. O uso de pontos de apoio

usar os seus pontos (fixos ou móveis) de segurança

artificiais isolados não conflitava com o conceito de

como apoio artificial para avançar. Houve, na verdade,

“escalada livre”, e era encarado com muita naturalidade.

uma autêntica corrida para se fazer a “primeira ascensão em livre” (first free ascent) das antigas escaladas com

Quando eu comecei a escalar, em 1974, a parte

artifícios, que passaram a merecer, muitas vezes, graus

realmente “livre” das escaladas brasileiras era a distância

assombrosamente mais elevados do que os originais.

percorrida entre o grampo em que se estivesse pisando

Na Inglaterra foi-se além: antigas escaladas artificiais,

até o grampo que seria agarrado acima. “O grampo

quando feitas inteiramente em livre, ganharam não

é a melhor agarra!”, cansei de ouvir, e esforços para

apenas um novo grau, mas também um novo nome! É

evitá-los como tal eram vistos como uma excentricidade

como se uma escalada inteiramente nova tivesse surgido

pitoresca, quando não ostensivamente desencorajados.

no mesmo espaço físico onde antes, incidentalmente,

Não surpreendentemente, a classificação brasileira

havia outra à moda antiga.


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Ciente disso, propus, no início dos anos 80, que

Como na Europa, esta mudança conceitual não

fizéssemos o mesmo por aqui: que tentássemos não

se deu sem resistência, e a reação foi especialmente

apenas abrir novas vias no estilo “livre de verdade”,

feroz a partir de um grupo então encastelado no Centro

mas que, também, “liberássemos” as antigas vias com

Excursionista Rio de Janeiro (CERJ), para quem nós

artificiais contínuos ou pontos de apoio artificiais

éramos todos meros “acrobatas”, escaladores elitistas

isolados, como se fazia no resto do mundo.

e exibicionistas que perversamente não aderíamos à visão “certa” (a deles) do esporte. A tensão teve o

Isto precisava ser registrado de alguma forma, não

seu ápice no I Encontro Brasileiro de Montanhismo,

apenas para fazer justiça a estes avanços, mas, também,

ocorrido em setembro de 1983 no auditório do Parque

para servir como inspiração para realizações ainda mais

Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis. Ali, entre

significativas. Calhou que nessa época eu estivesse

aplausos e vaias dos partidários de cada filosofia, eu

trabalhando, em parceria com minha ex-esposa, Lúcia

li um texto defendendo o admirável mundo novo da

Duarte, na primeira publicação brasileira voltada para o

escalada brasileira e os avanços que já estavam em

registro sistemático de vias de escalada: o “Catálogo de

curso, texto este que depois veio a ser editado com

Escaladas do Estado do Rio de Janeiro”, que veio a ser

o título de “Manifesto da Escalada Natural”. Em sua

editado em 1984 pela hoje extinta Cia. de Turismo do

versão impressa, ele foi acompanhado por um texto

Estado do Rio de Janeiro (Flumitur).

complementar intitulado “Pontos de Apoio”, em que eu explicava didaticamente o que deveria ser entendido

Então

nos

ocorreu

que

no

nosso

trabalho

como “escalada livre” na visão moderna do esporte.

poderíamos não apenas apontar quando uma escalada

Mas a expressão MEPA só foi cunhada mesmo no ano

conquistada com diversos pontos de apoio artificiais

seguinte, como dito acima.

tivesse sido guiada completamente em livre, como nos modernos guias estrangeiros. Em vez disso, caso

Embora criado para registrar e, mais do que isso,

uma via tivesse tido apenas alguns de seus pontos

inspirar um momento específico da escalada brasileira,

de apoio “eliminados”, mas outros ainda resistissem,

o conceito de MEPA, a rigor, mantém-se válido até hoje,

esperando que escaladores melhor preparados técnica

pois é extremamente comum que vias ainda sejam

e fisicamente conseguissem evitá-los, isso deveria estar

conquistadas com um ou mais apoios artificiais que

de alguma forma consignado. Assim, ficaria claro para

só mais tarde serão eliminados, seja pelos próprios

todos o que ainda restava por fazer e lançaria toda

conquistadores, seja por outros escaladores.

aquela imensa energia disponível na nova geração em busca deste objetivo. Desta forma, em vez de nos valermos da opção binária de escalada livre x escalada não livre (não importando se houvesse um ou dez pontos de apoio a serem eliminados), criamos o conceito de “máxima eliminação de pontos de apoio” (MEPA) para registrar estes progressos, registrando entre parênteses quantos pontos de apoio artificiais ainda não haviam sido evitados numa via qualquer. Quando a via já tivesse sido guiada inteiramente em livre, o número entre parênteses seria zero. Ou seja, teríamos uma ferramenta para acompanhar sistematicamente o progresso da escalada carioca e brasileira, em que os graus, com o tempo, ficariam cada mais altos e os números entre parênteses cada vez mais baixos, até eventualmente chegarem a zero.

FOTO DE ATIVIDADE - SERRA FINA NA FOTO: PATRÍCIA, LEANDRO, VINÍCIUS, ARY, ANDRÉA, MICHAEL, FELIPE E PAULO.


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RELATO

Nariz do Frade, um chaminé de respeito Por Leandro do Carmo

Alfredo

estava bem úmida. Faz uma chaminé horizontal, bem

Castinheiras, Michael Patrick, Vinícius Araújo, Daniel

Participantes:

Leandro

do

Carmo,

apertada, onde segue agachado até o final, dali já dará

Talyuli, Roberto Andrade, Tauan Nunes e Marcos Lima.

para ver a luz lá no alto. Não tem grampo nesse trecho, mas tem excelentes buracos para por os pés. Saindo do

Local: Parque Nacional da Serra dos Órgãos

buraco, tem mais dois grampos no final e já estará no cume do Nariz do Frade, uma base bem ampla. Faltará subir a Verruga. Lá tem dois grampos para artificializar a saída e será necessário fazer um lance em livre, um 3º, até chegar a um grampo antigo e grande. Mais acima há um grampo de cume. Para o rapel, existe um grampo, logo após a pedra onde fica o livro de cume, que dá para chegar ao platô num rapel que começa positivo e termina aéreo. Existe uma parada dupla mais em baixo, mas considerei arriscado montar o rapel ali, muito exposto. Do platô, com duas cordas, desse direto, com uma corda, deverá fazer mais um uma parada no meio da parede. Relato Era

o

dia

da

Abertura

da

Temporada

de

Montanhismo do PARNASO. Nós do Clube Niteroiense de Montanhismo, havíamos programados de fazer A trilha: Pegar a trilha da Pedra do Sino. O início

vários cumes nesse dia, entre eles: Papudo, Sino, São

fica metros antes de começar uns canos de ferro, que

Pedro, Neblina e a Verruga do Frade. Ao total, fomos 30.

levavam água ao antigo Abrigo 2. A entrada da trilha

Isso mesmo, 30! Resolvemos alugar duas vans, assim

é bem discreta e andando alguns metros, você verá

poderíamos curtir mais o evento, mesmo depois de um

um pequeno descampado, depois seguirá descendo e

dia cansativo... Mas vamos ao que interessa, vamos ver

subindo. Cruzará dois pequenos riachos. Mais a frente,

como foi subir essa tal Verruga...

entrará numa parte bem íngreme, chegando numa crista, até começar a subir forte novamente. Após essa subida, virá o Paredão Roi Roi, onde será preciso estar encordado ou fixar uma corda para segurança. Mais uma subida forte e estará na base do Nariz do Frade. Dicas da escalada: A chaminé é longa e mau protegida, principalmente nos 3 primeiros grampos. Eu escalei mais para fora, na parte mais aberta, um pouco fora da linha dos grampos, e me aproximava para costurá-los. Optei por não costurar o segundo grampo, pois ele fica numa parte bem estreita, fui direto do

A ideia inicial era escalar a Verruga do Frade

primeiro para o terceiro. Há uma parada dupla, bem

e depois continuar na Travessia da Neblina, afinal

confortável num platô. A partir desse platô, escalar em

de contas, estaríamos na base do Nariz do Frade e,

livre numa sequência de 4 grampos até uma pequena

teoricamente, era só escalar a grande chaminé e depois

entrada (entrar na de baixo, a menor). Nesse dia

a Verruga... Mas entre a teoria e a prática... Há uma


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grande diferença, ou melhor, uma grande chaminé!

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chaminé, pensei: “Tô f...”. Sabia que era grande, já havia visto fotos, mas ao vivo... Era beeeeeem diferente. Já

Chegamos na Barragem e iniciamos a trilha às

tinha uma cordada na via e o último estava começando

08:30h. Seguimos pelos incansáveis zigs zags da trilha

a subir. Achei que seria rápido, mas no rítimo que ele

do Sino e fizemos nossa primeira parada, coisa bem

estava indo, iria demorar um pouco. Todos chegaram e

rápida, na Cachoeira do Véu da Noiva. Descansamos e

aproveitamos para fazer um lanche. Enquanto lanchava,

seguimos caminho. Acho que de tanto fazer essa trilha,

fui dar uma olhada pelo local. De cara já deu para ver

ela ficou até mais curta e logo estávamos no local do

que o primeiro grampo era bem, mas bem alto mesmo.

antigo Abrigo 2. O começo da trilha é a esquerda, numa

Já tinha a dica de que a melhor forma de subir não

discreta saída, alguns metros antes de começar os canos de ferro que levavam água para o antigo abrigo. Ali, tomei a dianteira e segui descendo. Não havia feito a trilha, nem a escalada, mas sabia que era por ali. O caminho até que era óbvio, um pouco fechado em alguns trechos, muito fechado por causa dos bambus caídos em outros, mas seguimos. Cruzamos dois riachos e entre as curvas da trilha, pisei e afundei, só não rolei barranco abaixo, porque consegui me segurar.

Continuamos e bem mais a frente, quando

pega uma parte mais plana, tem uma pegadinha que muitos desavisados chegam a ir reto, até parar no meio do nada. Foram colocados alguns galhos e existe um totem. Nesse ponto deve-se começar a subir. Não é tão óbvio, mas com um pouquinho de atenção dá para perceber que é por ali. Começamos a parte mais chata da subida, num local muito instável e íngreme. Aos poucos, fomos vencendo a subida e chegamos a uma bifurcação, onde dobramos a direita e seguimos a parte mais bonita do caminho. Caminhamos pela crista até que começamos a subir forte novamente. Mais a frente, chegamos ao

era seguir o grampo e sim, escalar pela parte mais larga

Roi Roi. Uma sequência de alguns grampos que fui

da chaminé e se aproximar do grampo somente para

subindo sem segurança e fixei uma corda para agilizar

costurá-lo. O caminho da conquista foi outro, bem lá

a subida. Depois de fixada a corda, continuei a trilha

no fundo. No relato dos conquistadores, que está no

até um mirante onde era possível ver o Nariz do Frade

arquivo do CEB, consta que quando chegaram a base

e toda a sua beleza.

do “Nariz” perceberam que o melhor caminho seria uma chaminé de aproximadamente 50m. Úmida e com

Já há alguns minutos ali contemplando a beleza, o

bastante limo, utilizaram a técnica vigente na época.

Marcos Lima chegou e aproveitamos para fazer algumas

Construíram uma grande escada, improvisada com

fotos. A cidade de Teresópolis, ao fundo, tentava de

varas de 5 a 6 metros de comprimento. Vencido este

qualquer maneira aparecer nas fotos, mas o ballet das

obstáculo ainda tiveram que atingir o topo da verruga

nuvens, ao mesmo tempo que cobria a nossa visão, dava

do nariz do Frade. Mais 11 metros de escalada e

um espetáculo a parte... Segui até a base da chaminé,

atingiram o topo. Esta conquista precisou de um grande

afinal de contas, não via a hora de chegar lá em cima.

trabalho de equipe que se iniciou no dia 04 de junho de

Até que caminhamos bem... Levamos cerca de 2 horas

1933, com a abertura da trilha até a base por Malvino

para percorrer o caminho. Quando cheguei de frente a

Américo de oliveira, Andral Povoa e Luiz Gonçalves. Na


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semana seguinte juntaram-se ao time Alcides Rosa de

No platô a cordada da frente ainda estava lá. O Guia

Carvalho, Arlindo Motta e Antônio F. de Godoy. Para

já havia ido e faltavam os dois participantes. Montei

a construção da escada e investida final reforçaram o

a parada e fixei a corda, para que o pessoal viesse

grupo os Montanhistas José Claussem e Miguel Ignácio

subindo. Enfim pude descansar um pouco... O primeiro

Jorge. Mais tarde foi instalada uma grande escalada,

a chegar foi o Alfredo, que trouxe mais uma corda,

feita com cabos de aço, que acabou se perdendo no

na qual fixei também.. Em seguida, veio o Marcos

tempo e hoje não está mais no local. Depois de 1 hora esperando, iniciei a escalada. Comecei a subir bem pela parte de fora da chaminé.

Lima. Enquanto o resto de pessoal subia, o Alfredo Fui subindo, tentando manter um ritmo constante. Parei

e o Marcos preparavam o caminho para a próxima

para dar uma descansada e olhei para cima, o grampo

enfiada. Uma sequência de 4 grampos, num misto de

ainda continuava longe, olhei para baixo e também

pequenas agarras. Só que estava escorrendo muita

já estava longe... Com o apoio da galera continuei

água e resolvemos colocar alguns estribos. Chegaram

subindo. Mais alguns longos metros e costurei o

também o Daniel e o Roberto. Enquanto aguardávamos

primeiro grampo e pude descansar um pouco, cerca de

os outros, acompanhávamos o outro grupo de CNM na

1 minuto e já parti para o próximo. O segundo grampo

Travessia da Neblina. Depois, chegou o Michael e, por

fica muito para dentro da chaminé. Talvez a parte mais

último, o Vinícius.

apertada... e olha que sou pequeno e magro... Resolvi ir direto para o terceiro. A chaminé tem ora que fica

Enquanto o Vinícius vinha subindo, puxei uma

tranquila, mas em alguns lances fica apertada, mas

corda e já parti para o próximo desafio. O Alfredo, que

de uma maneira geral é boa. Só é bem longa e pouco

já havia feito, me disse para seguir pela menor entrada,

protegida.

nesse caso, a de baixo. E para lá segui... Quando cheguei na entrada, falei: “Alfredo, você tem certeza

Chegando ao terceiro grampo, passei a costura e

que é por aqui?”. Tive que fazer alguns movimentos

dei mais uma pausa. Os grampos seguintes estavam

contorcionistas para poder entrar. Estava

um pouco mais próximos e a linha ia seguindo para

úmido o interior dessa passagem. A parede de trás

bastante

a direita. Continuei subindo e em alguns momentos

era um pouco inclinada para frente, porém com bom

colocava o joelho na parede para ajudar a descansar...

apoio de pés. Isso facilitou um pouco as coisas. Entrei

Mais acima, costurei o quarto grampo, depois o quinto

literalmente fazendo a dança do siri, bem agachado.

e finalmente o sexto. Esse último, fica do lado oposto,

Pois é nessa posição mesmo, se é que você conseguiu

já no final da chaminé, na base do platô. Como ele

imaginar alguma coisa... Segui sem costurar (pois não

estava atras de mim, estiquei o braço para costurar e

há grampos) numa horizontal, até que pude ver mais

passar a corda, só depois que fiz o movimento e girar e

acima, a luz no fim do túnel! Iniciei a subida, passando

passar para o platô.

por uma pedra no estilo 127 horas, que nem encostei nela... Enfim, havia terminado. Puxei a sobra de corda,


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Alfredo. Já passávamos das 14:30h e resolvi descer e agilizar o pessoal que faltava subir. Quando o penúltimo subiu, puxei uma corda e fui começar a preparar o rapel. Desci até ao platô no final da chaminé, montei a parada e esperei a galera descer. Aos poucos todos estavam lá, sete no total. Emendamos duas cordas e começamos o rapel até a base. Abri esse rapel, e rapidamente cheguei a base. Ali fiz um lanche e esperei a galera chegar. Ainda tínhamos muito trabalho, já era 17:00 h e com certeza, faríamos a trilha a noite. Quando todos já estavam na base e alguns já finalizando o lanche, fui com uma corda para fixar no Paredão Roi Roi e agilizar a fixei e avisei para os próximos subirem.

a descida. Aos poucos, a luz do sol foi acabando e como estava muito nublado, anoiteceu por volta das 17:30

Por alguns minutos fiquei sozinho a contemplar toda aquela beleza. Depois de todo o esforço, uma

h. Antes do último a fazer o rapel, já estávamos com a lanterna ligada.

sensação de conquista e alívio me tomaram conta. Nunca havia sentido isso antes... Sentei aos pés da

Voltamos a andar e a trilha na parte mais baixa,

Verruga e pude observar, do outro lado, o pessoal na

onde as nuvens se concentravam, estava molhada, havia

Travessia da Neblina. Aproveitei para assinar o livro de

chovido um pouco e sentíamos que estava chuviscando,

cume e dar uma volta na ampla base do Nariz do Frade.

mas como a floresta é bastante densa, impedia de

Em seguida, chegou o Alfredo. Quando ele chegou,

vermos alguma coisa. Levamos alguns tombos e acho

aproveitei para subir a Verruga. Antigamente existia

que ninguém escapou... Fui seguindo na frente e em

um cabo de aço, mas hoje, só restam os grampos,

alguns pontos tive ir voltar para tentar achar o caminho

na verdade 4. Além de dois grampos iniciais, o que é

correto. Mas seguimos e foi um alívio chegar à trilha do

necessário para fazer o artificial da saída, tem um lance

Sino, no local do antigo Abrigo 2. Descemos e fizemos uma parada na Cachoeira Véu da Noiva. Encontramos o grupo que vinha da Travessia da Neblina. Alguns desceram,

outros

preferiram

descansar

mais

um

pouco. Eu fui logo em seguida e caminhei sozinho até a Barragem, onde cheguei, exatamente 12 horas depois de começar. Peguei a trilha suspensa e fui descansar na Casa do Montanhista, onde rolava o evento da ATM. Agora a missão estava cumprida! Valeu a todos por essa grande e inesquecível aventura!!!

em livre obrigatório, acho que 3º grau até um grampo grande e antigo. Depois desses três, tem um lá no cume. Me encordei e segui para o lance. Coloquei duas fitas no primeiro grampo e mais uma no segundo. O que mais importava agora era chegar ao cume. Mais algumas passadas e estava no cume da Verruga do Frade. Agora sim missão cumprida, ou melhor, quase cumprida, pois faltava a volta... O Marcos foi o próximo a subir e em seguida o


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ESPAÇO PESET

CNMeio ambiente: Manutenção da Trilha do Bananal Por Eny Hertz e Leandro do Carmo anos

mais o local. O resto do grupo ficou fechando vários

percebemos um aumento

Nos

últimos

atalhos abertos indevidamente ao longo da trilha. Ações

significativo de visitantes

como esta precisam ser repetidas mais vezes para que

na trilha da Enseada do

a trilha volte a apresentar um bom nível de ambiental.

Bananal,

cujo

acesso

se dá pela subsede do PESET,

no

Itacoatiara.

bairro Essa

de

trilha

como o próprio nome sugere é o principal acesso à Enseada do Bananal, mas também leva a base da trilha do Costão e Alto Mourão, no entanto, esta última encontra-se interditada devido à ocorrência de processos erosivos. Muitos destes visitantes não possuem hábitos coerentes com as de mínimo impacto, visando à conservação ambiental e vários atalhos surgiram principalmente neste último verão de 2015. É importante que ações educativas, fiscais e limitadoras sejam implementadas para que a trilha volte a apresentar um nível de qualidade ambiental satisfatório. Para isso, o CNM, com apoio do PESET, organizou no dia 31/05/2015, um mutirão para construção e colocação de corrimão e delimitadores em diversos trechos da trilha. A atividade foi marcada pela diretoria de meio ambiente do CNM e divulgada pelo site, lista no yahoo e pelo facebook do clube. Vinte e oito pessoas ficaram de comparecer, vários não associados. Como choveu a noite, muitos acreditaram que a atividade tivesse sido cancelada. Onze pessoas compareceram: Felipe Queiroz (PESET); Diego Sacramento (GP-PESET); Marco Antunes (GP-PESET); Gabriel Tavares (convidado do CNM); e associados do CNM: Alexandre Rockert; Alex Figueiredo; Annelise Gramacho; Felipe Porcino; Leandro do Carmo; Stephanie Maia e Eny Hertz. O PESET disponibilizou peças de bambu grosso, arame, sisal, cavadeiras de ponta, cavadeiras articuladas, serra de podar, motoserra, alicate e torquez. Stephanie, Leandro e Felipe foram para o início da trilha do Costão. Leandro relatou que fecharam o atalho (lado esquerdo da subida) em três pontos, colocando bambus no início, no fim e na lateral, na metade do caminho. Limitaram também uma área onde as pessoas ficavam esperando para subir. Colocaram alguns galhos para tentar fechar


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ARTIGO

Montanhismo e Seleção Natural Por Rosângela Gelly

Pense em quando você nasceu ... o quanto precisava

de uma fenda? Naquele segundo em que você pensa:

aprender do mundo, da vida e das pessoas para poder

“Uhm, ferrou!”. E lá está a Mãe Gravidade, democrática,

chegar aqui onde está: vivo e com saúde. Talvez você

esperando você de braços abertos.

não se dê conta do quanto precisa saber dessas coisas para conseguir chegar inteiro a cada final de dia.

Mas lembra que dissemos

que é possível

desenvolver respostas a eventualidades a partir da Todos os seus ancestrais foram muito hábeis

experiência de outros?

em vencer os desafios do mundo a cada dia. Você é o resultado disso. E quando você nasceu começou a ganhar sua própria experiência.

Se você entra em um banheiro e vê uma placa escrita “Piso Molhado”, o que você faz? Talvez pense que não faz nada. Mas isso não é verdade. Todo uma mecanismo

Se tropeçar na calçada, você saberá o que fazer para não cair de ”cara no chão”, pois passou por um

de defesa é acionado para você se “defender” de uma eventual queda.

processo longo e duro para aprender isso, certo? Da mesma forma, é preciso que esteja nato, em E agora vamos trazer isso para o mundo do Montanhismo.

seu mecanismo de defesa, as técnicas e habilidades necessárias para responder a uma situação de risco na montanha embora em nenhum lugar vai ter uma placa

Todo o aprendizado adquirido, desde o nosso nascimento, vai conosco para esse ambiente novo. As

dizendo “Pedra Molhada”. Você precisa estar “ligado” o tempo todo.

defesas que usamos no nosso dia a dia parecem ser suficientes para lidar com tudo o que pode acontecer.

Esteja treinado e apto a responder adequadamente.

Mas não são, já que a Montanha exige técnicas e

Ler apenas não basta. Treinar, treinar, treinar. Tudo

habilidades específicas.

isso requer condicionamento. Da confecção de nós, fazer corretamente seus procedimentos, e garantir o

Cada dia é um dia. Cada tropeço ensina, mas não

de outros, até participar de um resgate. Quanto mais

é definitivo. O aprendizado aumenta o conhecimento,

se aprende, mais é possível entender que há muito a

mas não impede tropeços futuros. Se um acidente foi

aprender.

evitado, parabéns! A garantia é apenas do que passou, não há garantia do futuro.

Estar na Montanha faz parte do processo de seleção natural.

O homem tem uma diferença, e uma grande vantagem sobre os outros animais: é capaz de passar suas experiências para os outros de sua espécie. Isso o

Rosângela Gelly – Montanhista desde 1984 e Guia formada pelo CEG desde 1987

torna capaz de, sem mesmo vivenciar alguma situação, saber que ela existe, pensar em uma solução, simular a sua ocorrência e se preparar para ela. Incrível não?! Resumindo: como você pode estar preparado para um evento que potencialmente ameace sua vida em uma montanha? Pense .... O que fazer no momento em que você escorrega rumo a um precipício em uma caminhada? Se a corda se solta do mosquetão? Ou se um

“friend” se solta

Revisão: Dalton Chiarelli e Lilian Gelly


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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 29

AMBIENTE

Algumas características de plantas sobre as rochas Por Kátia Torres, adaptado por Stephanie Maia

As plantas encontradas nos paredões podem ser

também ajudam as sementes das outras espécies a se

rupícolas, quando crescem diretamente sobre a rocha,

fixar. Estas então germinam e começam a crescer de

ou saxícolas, quando se localizam em pequenos platôs

forma bastante lenta também. Algumas delas crescem

ou fendas com solo. Nessas situações, a água que

prostradas na rocha, e formam algo parecido com um

chega escoa rapidamente e os nutrientes são escassos.

tapete, que ajudam ainda mais a fixar partículas de

Por isso, as plantas crescem bem devagar, e muitas

solo, e mais e mais espécies conseguem se estabelecer

têm adaptações especiais para lidar com a escassez de

ali. No entanto, muitas vezes esses extensos tapetes

água, como é o caso dos cactos e bromélias formadoras

estão precariamente presos na rocha, quase que apenas

de tanques, que armazenam água, ou das orquídeas

aderidos, e sua retirada, bastante fácil, interrompe um

e bromélias do gênero Tillandsia, que conseguem

processo de décadas ou mesmo de séculos de duração.

captar rapidamente a umidade das nuvens, ou ainda as velózias (canelas-de-ema) e capins-ressurreição, que

Em resumo, podemos dizer que essas espécies

toleram a dessecação violenta das folhas com posterior

crescem devagar, têm dificuldade de estabelecimento

re-hidratação das mesmas folhas.

(germinação + fixação) e, portanto, ``investem’’ na longevidade. Estas plantas são, no mais das vezes,

Não é fácil se fixar na rocha. Imaginem quantas

muito velhas! Ruy Alves, pesquisador do Museu Nacional

sementes se perdem por secura ou enxurrada para

do Rio de Janeiro, estimou a idade das canelas-de-ema

que uma se fixe e, finalmente, cresça. Basta observar

(Vellozia candida) do Pão de Açúcar, no caminho do

uma via inacabada na face S do Pão de Açúcar, o

Costão e Paredão São Bento, em cerca de 150 anos, e

Paredão Universal, para constatá-lo: ela começou a

em cerca de 500 anos as canelas-de-ema gigantes da

ser conquistada na década de 60, mas depois foi

Serra do Cipó.

abandonada e até hoje não apresenta sinal claro de recuperação da vegetação luxuriante que cobre esta face úmida da montanha.

Por que as montanhas têm plantas diferentes umas das outras?

É muito difícil para uma semente conseguir viajar

Muitos fatores determinam quais plantas podem

de uma montanha para outra e, além disso, chegar

ser encontradas em uma certa montanha. Além do

a germinar. Talvez por isso haja tantas plantas que

acaso e das chances das sementes terem chegado

são específicas de uma ou de poucas montanhas

lá, as plantas são afetadas pelo regime de luz, pela

adjacentes. Plantas em diferentes montanhas, quando

rugosidade da rocha (tamanho dos cristais da rocha e

não trocam sementes ou pólens, vão se tornando cada

forma de fragmentação), presença de fendas e outras

vez mais diferentes até que formam espécies distintas,

concavidades, composição química da rocha e outros

e assim surgem os muitos casos de endemismo restrito

detalhes do relevo, além da presença de dispersores e

(espécies só encontradas em uma única montanha).

polinizadores.

Depois que algumas espécies mais tolerantes se

Também é bastante evidente o papel da insolação,

fixam, começa a haver a interceptação de partículas de

da declividade e da umidade. A declividade, por

rocha, de húmus e detritos de plantas, e assim surge

exemplo, define bastante quais espécies podem ser

um protossolo, em que vão crescer outras plantas,

encontradas, pois algumas delas só conseguem crescer

como algumas gesneriáceas, bromélias e aráceas. Em

em paredes verticais, enquanto outras dependem de

geral, há primeiro a entrada de liquens e musgos, que

um pouco de terra, e são mais comuns nas paredes

crescem extremamente devagar (alguns liquens crescem

menos inclinadas.Dessa forma, a vegetação sobre

apenas 1mm por ano!). Essas plantinhas minúsculas

rocha do sudeste do Brasil e rica em endemismos,

vão decompondo a rocha química e fisicamente, e vão

cada montanha ou conjunto de montanhas tem suas

juntando um pouco de solo embaixo de si, e assim

espécies particulares.


Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 29

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FIQUE DE OLHO A fragilidade da vegetação Essa

vegetação

sobreviveu

relativamente

bem

até hoje, mas na verdade é extremamente frágil. A fragilidade tem dois componentes importantes: a facilidade para remover a vegetação (resistência) e o tempo que ela leva para se recuperar (resiliência). Para retirar a vegetação sobre rocha não são necessárias nem grandes ferramentas, nem tratores, nem fogo, como em uma floresta. Basta a habilidade de subir (ou descer...) na rocha e a força de algumas pessoas, ou mesmo a passagem freqüente de cordas para causar um grande estrago. Já o tempo para a vegetação se reconstituir por meios naturais ainda não foi estimado, mas é certamente muito longo. Em locais com muitas fendas a vegetação pode voltar ao que era antes em menos de 100 anos, mas em superfícies lisas os processos são mais lentos. A recuperação destas áreas é impressionantemente difícil e lenta, e no caso de se querer apressá-la, muito cara. O que é destruído agora tem de ser considerado como perda total, a não ser que sejam implementados programas intensivos de recuperação. A velocidade com que novas vias vêm sendo estabelecidas ameaça a estabilidade da vegetação e mesmo a existência de muitas espécies, e é preciso lutar por normas de conduta que minimizem o impacto em vias novas ou já criadas, ao mesmo tempo em que se tenta determinar um patamar máximo de retirada de vegetação das paredes. É mais fácil destruir e não se importar com plantas que parecem um simples mato. E o que é o mato? Pra maior parte das pessoas, é aquilo que vive em qualquer lugar, que cresce em abundância, que ``dá como mato’’. Decididamente este não é o caso das plantas sobre rocha, muitas delas assim tão pequenas e na verdade mais velhas que nossas bisavós, e que conhecemos tão pouco. É responsabilidade de todos nós poupar e ensinar os outros a proteger essa vegetação da nossa sempre crescente velocidade.

Fonte

original:

http://www.femerj.org/sobre-a-

femerj/diretoria/departamento-de-meio-ambiente/150 Acesso em 20/05/2013


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ACONTECEU

ATM 2015

Por Leandro do Carmo

Campeonato Brasileiro de Boulder - Entre os dias 01 e 03 de maio atletas juvenil, júnior e elite na maior

O CNM marcou presença no que considero a maior ATM da história! Abaixo, um resumo do evento:

disputa brasileira pelo troféu na modalidade Boulder. Na categoria “Elite Masculino”, Felipe Camargo foi o grande vencedor, à frente de Jean Lages Ouriques e

A 2ª Semana Brasileira de Montanhismo, com o

Rafael Passos. Na categoria “Elite Feminino”, Luana

tema Rio nas Montanhas: 450 anos de História foi

Riscado foi a campeã, seguida por Maíra Vilas Boas e

um dos eventos de maiores sucessos nos últimos

Camila Macedo. Com estrutura de primeiro mundo

tempos. Foram 11 eventos distribuídos em três dias

sem precedentes na história de competições no Brasil,

que atraíram mais de 2,000 pessoas. Longe de passar

o campeonato teve aprovação tanto de público quanto

a grandiosidade do evento, enviamos aqui um breve

dos atletas.

resumo do que rolou na Urca entre os dias 01 a 03 de maio de 2015.

Palestras de convidados - No dia 1º de maio Arno Ilgner apresentou uma palestra sobre “O Caminho do e

Guerreiro da Rocha”, uma metodologia desenvolvida

Escalada - no dia 01 de maio, mais de 80 pessoas se

Congresso

Brasileiro

de

Montanhismo

pelo próprio para auxiliar escaladores e montanhistas

reuniram para debater sobre dois temas principais: (a)

a lidarem com o medo e superarem cada vez mais

Porque tantas restrições? Acesso e Conservação e (b)

barreiras. No dia 02 de maio, foi a vez de Pedro da Cunha

Montanhismo Brasileiro: Presente e Futuro. O congresso

Menezes passar informações sobre trilhas de longa

contou com as seguintes Mesas-Redondas: Visitação em

distância e a mais carioca das trilhas, a Transcarioca.

Unidades de Conservação de montanha, Mantendo os acessos abertos., Montanhismo Organizado (desafios

Montanhismo

Social

-

Foram

oferecidas

12

e soluções em cada canto do país), Construindo novos

oficinas gratuitas para o público leigo poder ter

caminhos do montanhismo.

o

primeiro

contato

com

o

montanhismo.

Essas

oficinas tiveram os seguintes temas: Cordas e Nós, Premiação Mosquetão de Ouro - A CBME lançou o

Caminhada Interpretativa no Morro da Urca, Caminhada

prêmio Mosquetão de Ouro, cujo objetivo é celebrar a

Interpretativa

paixão, o espírito e os valores, bem como os feitos de

Acampamento (montagem de barraca), Escalaminhada

Geológica

na

Claudio

Coutinho,

atletas e pessoas do montanhismo brasileiro no ano de

no Costão do Pão de Açúcar, Batismo de Escalada no

2014. Foram premiados atletas e personalidades em

Morro da Babilônia, Montanhismo Infantil, Caminhada

quatro categoria e os vendedores de 2015 foram:

ao Mirante do Costão, Oficina de Dança Vertical, Plantio

Montanhismo – Maximo Kausch Serantes e Pedro

de Árvores Nativas da Mata Atlântica, Oficina de Artes

Hauck pela realização de escalar todas as montanhas

com o Tema: “Montanhas do Rio”. Além disso, algumas

com mais de 6.000m nos Andes

atividades foram oferecidas de maneira permanente

Escalada - Lucas Marques e Sergio Ricardo com a

na praça: Slackline, Projeto “Gaiolas”, Horta Orgânica,

repetição da via Place of Happiness, encadenando todas

atividades diversas de educação ambiental e Muro

as enfiadas em 10 horas

Infantil. Por último, foram oferecidas palestras com o

Escalada Esportiva – Felipe Camargo por mandar o boulder Fortaleza, o primeiro V15 do Brasil Montanhismo e Sociedade - Silverio Nery pelo

tema de geologia e montanhismo: Geodiversidade do Rio de Janeiro; A mais carioca das Rochas; e Aspectos Culturais da Paisagem de Montanha.

trabalho à frente da CBME e FEMESP desde a fundação até o ano de 2014, promovendo o esporte e defendendo os valores e princípios

do

Cine Montanha na Praça - uma grande tela foi

montanhismo contra

montada para que o público desfrutasse, gratuitamente,

regulamentação externa, organizando e participando de

de grandes produções do cinema de montanha no

diversos fóruns de debates em prol do montanhismo,

último ano.

coordenando diversas ações envolvendo lutas de acesso, organização de campeonatos, e autorregulamentação.

Dia 01 de maio - Valley Uprising (Direção: Peter Mortimer, Nick Rosen e Josh Lowell; Produção: Sender


Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 29

15

Films).

o uso econômico das rochas, explorações artísticas

Dia 2 de maio - No festival de curtas, o Cine Montanha apresentou os seguintes filmes: Raízes

e científicas do século XIX e o uso recreativo das montanhas, com o montanhismo e escalada carioca.

de Pedra (8 min.) direção e produção de Guilherme Taboada; A Line Across the Sky (7 min.) e El Sendero

Espetáculo Aranhas - Numa parceria com o Deuter

Luminoso (6 min) do festival Reel Rock; O Atalho do

Fest, a 2a Semana Brasileira inovou com a apresentação

Diabo (26 min), uma produção de Thaís Schoroder e

de Dança Vertical Contemporânea realizada por artistas

Guilherme Cintra. Nesse dia, foi passado o filme Valley

da Companhia Magno Cia de Dança.

Uprising por ter sido interrompido por conta da chuva. O CNM esteve presente no sábado e no domingo. Workshops de técnica e segurança em escalada -

Montamos

um

stand

com

exposição

das

fotos

Foram realizados mais de 20 workshops durante os 03

vencedoras do concurso Além das Quatro Paredes 2015,

dias de evento e no fim de semana seguinte da 2SBM.

exposição de fotos do acervo do clube, fotos históricas

Os temas incluíram: O Caminho do Guerreiro da Rocha,

do Sobral Pinto, disponibilizamos vídeos de diversas

Auto-resgate, Ascensão por Corda Fixa, Montagem

atividades, vendemos camisas e canecas, distribuímos

de Ancoragem, Técnicas de Improviso em Escalada e

um boletim edição especial, produzido especialmente

Técnicas verticais e a pesquisa científica em altura.

para o evento, além de adesivos. Tivemos um encontro com as turmas dos antigos CBE’s. Tudo isso regado a

Curso de Route Setter - Seguindo a proposta da

muita cerveja e refrigerante!!!!

CBME de fortalecer o cenário nacional de campeonatos, foi oferecido um curso de Route Setter que foi ministrado pelo peruano Jimmy Morales, que tem experiência de três The North Face Master. Os participantes tiveram contato com a teoria de montagem de via e participaram da abertura de vias para o campeonato. Oficinas

de

Aprimoramento

Técnico

-

Foram

oferecidas 07 oficinas gratuitas com os seguintes temas: Orientação e Mapas, Liderança em Áreas Naturais, Proteções Fixas em Escalada, Graduação de Trilhas, Paradas e Ancoragens e Mínimo Impacto na Prática. Homenagem aos Veteranos - No dia 3 de maio, em um dos momentos mais emocionantes da 2a SBM, a FEMERJ homenageou alguns dos montanhistas da década de 50 e 60 que fizeram a diferença no montanhismo carioca. Foram homenageados: Giuseppe Pellegrini, Reinaldo Benken, Vera Motta, Carlos Alberto Carrozino, Claudio V. De Castro, José Sebastião Lopes Da Silva (Tião), Tadeuz e Cyonira Hollup, Salomith Fernandes e Sobral Pinto Exposição

Rio

nas

Montanhas:

Montanhismo,

Geologia e Sociedade - Apresentou informações sobre os diferentes usos que as montanhas cariocas tiveram ao longo dos 450 anos da fundação da Cidade. Em 12 painéis foram retratados a formação das montanhas,

Seguem algumas fotos desse grande evento!


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MAIS FOTOS DA ATM

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OLHA QUEM ESTÁ CHEGANDO

Novos sócios!!!

Nome: Marcelo Brasil Guimarães Profissão:

Professor

de

Foram 12 novos sócios desde 01/04/2015!!! Abaixo a

Educacao Física e Karatê

relação deles! Sejam bem vindos!

CNM: Procurei o CNM por boas práticas do montanhismo na

Nome: Clever Felix de Souza Junior

minha cidade.

Profissão: Professor

Mensagem:

Por que o CNM? Possibilidade

todo o desafio na vida, não

de

troca

de

experiência

e

adquirir novos conhecimentos. Deixe

uma

O

prêmio

de

é a conquista final, mas os detalhes de cada passo dado...

mensagem:

Chegando para somar!

Nome: Nickolas Alves Sylos Profissão: Médico Por que o CNM: Indicação de um amigo

Nome: Annelise Gramacho

Deixe uma mensagem: Espero

Profissão: Arquiteta.

aprender

Por que o CNM? Escolhi o CNM

amizades.

bastante

e

fazer

porque é em Niterói e fica mais fácil encontrar pessoas para compartilhar o prazer de estar nas montanhas. Me senti muito bem acolhida pelos membros

Nome: Sarah Carvalho Abrahão do Carmo

do clube e espero fazer parte

Profissão: Fotógrafa

dessa família.

Por que o CNM? Gosto muito

Deixe uma mensagem: Lembrei de um texto do

das pessoas que fazem parte

Guimarães Rosa...

do clube

“O correr da vida embrulha tudo.

Deixe uma mensagem: Muitas

A vida é assim: esquenta e esfria,

trilhas e aventuras para todos

aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” Nome: Maíza do Nascimento Silva O CNM me dá a oportunidade de conhecer a minha

Profissão: Economista

coragem!

Por que o CNM? Comecei a me interessar por trilhas e alpinismo. Procurei aulas com guias mas também queria

Nome: Vitor Hotz

fazer parte de um grupo para podermos marcar viagens Profissão:

Administrador

de

Empresas.

e passeios com pessoas que tem o mesmo interesse que eu. Ao pesquisar grupos na minha cidade, Niteroi,

Por que o CNM? Por que não

encontrei o CNM que me pareceu ser organizado e

se

responsável.

encontra

um

grupo

de

pessoas com vibe positiva e boas intenções tão fácil assim,

Além dos sócios acima, também entraram: Alexander

galera 10!!!

Mouzinho, Lizandro santos, Lando Mendonça, Miriam

Deixe

uma

mensagem:

É

Gontijo, Calberto Coutinho e Caio Almeida.

uma prazer fazer parte dessa família, obrigado a todos do CNM.

Sejam bem vindos!!!!!!


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CROQUI

Conquistas no Parque da Cidade Por Leandro do Carmo

Há algum tempo atrás, a convite do Alex Figueiredo, estive no Parque da Cidade para conhecer um local com possibilidades de conquista. O Alex havia me falado que ali era um local onde costumava brincar quando criança. Na verdade, não levava muita fé... Mas depois que vi, tinha certeza que sairia alguma coisa.Depois de algumas tentativas de voltar ao local, convidei algumas pessoas de voltar lá. Fui agora com alguns grampos e começamos a conquistar alguma coisa. Nesse dia estivemos, eu, Leonardo Carmo, Alex Rockert, Taffarel Ramos e Marcos Lima. O acesso é na quinta curva, depois que começa a subir a estrada da Viração, em direção ao Parque da Cidade. Depois que entra na trilha, segue-se por uns 50 metros e irá passar por um grande eucalípito caído, na qual deverá seguir por cima dele. Um pouquinho mais acima, verá outro eucalipito à direita, sair da trilha e procurar a entrada. É um corredor que começa estreito e vai fazendo curvas. Uma formação bem interessante. De cara conquistamos a Chaminé Niterói. A maior chaminé da cidade. A parede não é tão regular, mas para um treino, ficou ótima. Nesse dia também saíram mais algumas vias, entre elas a Chaminé Urubu e um boulder que tentamos mandar, mas ficou na tentativa, o Vai que é sua Taffarel. Faltou uma escovinha de aço, para dar uma limpada, Como não bate sol no local, devido floresta, a parede fica bem úmida e suja. Acessei a parte de cima de alguns blocos e vi que dava para abrir mais algumas vias. Deixamos lá alguns grampos batidos para top rope, para ser feita numa próxima oportunidade. Existem algumas opções para um aprendizado em colocação de peças móveis. Acho que o local se tornará um bom campo escola... Perto, fácil acesso e algumas opções... E tem mais coisas para conquistar por lá, quem se habilita? Se você não escalada, também vale o passeio e te garanto que ficará surpreso com o local. Não dá para imaginar que ali tem tudo isso... Seguem algumas fotos e um croqui do local.


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CROQUI

Mapa do local

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SEGURANÇA

Proteções Fixas: Um resumo do estudo de 1999. Por Leandro Pestana

Em 1999, Marcelo Roberto Jimenez e Miguel freitas

uma carga maior que 2000kgf.

fizeram um interessante estudo sobre as proteções fixas utilizadas em escaladas no Brasil.

Foi testado 1 grampo de ½” com olhal de 1/4”. Com olhal para cima ele aguentou uma carga

Foram feitos cálculos e alguns testes práticos (em

superior a 2600kgf.

campo e laboratório) afim de estimar a forma sofrida pelo sistema durante uma queda de guia e qual a carga

Resumindo, a tabela abaixo mostra os resultados

máxima suportada pelos grampos, comumente usados

encontrados nos testes práticos em relação a força para

como proteção fixa no Brasil.

ruptura dos grampos. e

Analisando estes valores e comparando com o

acrescentaram informações sobre o pouco que havia

Em

2013

eles

revisaram

este

material

sugerido pela Norma UIAA eles chegaram a conclusão

mudado 14 anos depois.

de que da forma como são construídos e instalados, os grampos não são recomendados como proteção fixa.

O estudo e a revisão estão bem detalhados em um documento de 35 páginas por eles publicado.

Eles

levantaram

algumas

recomendações

em

relação ao material dos grampos e da importância de Resumo aqui, minha visão do que eles relataram

uma instalação bem feita.

neste documento, colocando abaixo um breve descritivo dos testes realizados:

Porém ao meu ver o principal legado deste estudo foi mostrar que os grampos aguentam mais carga

Foram testados 4 grampos de ½” com olhal de 3/8”.

quando instalados com o olhal voltado para baixo,

Em média com olhal para cima eles aguentaram

quando comparado a forma mais comum de utilização,

uma carga de 1250kgf.

onde os grampos são instalados na rocha com o olhal voltado para cima.

Foram testados 3 grampos de ½” com olhal de 3/8”. Em média com olhal para baixo eles aguentaram uma carga de 3500kgf.

Hoje os grampos são instalados com olhal para cima para evitar força na solda, que se mal feita tornase o ponto mais fraco do sistema.

Foram testados 2 grampos de ½” com olhal de 1/2”. Em média com olhal para cima eles aguentaram uma carga de 4500kgf.

Ou seja, para que os grampos fossem instalados com olhal para baixo, o ideal seria eliminar as soldas, que poderia ser conseguido com a fabricação de

Foram testados 2 grampos inox de ½” com olhal

grampos pelo processo de forjamento.

de 3/8”. Em média com olhal para cima eles aguentaram

Como grampos forjados seriam extremamente


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caros devido ao custo do processo isso não parece

transversal sem deformações plásticas. Esta força está

viável. Uma alternativa então, seria melhorar a qualidade

abaixo da normal UIAA, que sugere 2500kgf.

das soldas, de forma a garantir que estas sejam bem

Um grampo P com olhal para baixo resiste em média

feitas e que os grampos possam ser instalados com o

mais de 2500kgf de força transversal sem deformações

olhal para baixo.

plásticas, atendendo a normal UIAA. Não devem ser usados grampos com haste de 3/8”.

Como recomendação para melhorar as soldas de forma a poder seguramente instalar os grampos com o olhal pra baixo, aumentando a resistência, eles

Recomenda-se usar paradas duplas e rapelar com a corda nos 2 grampos. Correntes não devem ser usadas em paradas.

recomendam as 3 medidas abaixo: Para concluir, recomendo a leitura do artigo Utilização de chanfro nas soldas;

produzido por eles e lembro que há muito pouco

Marcação dos grampos para rastreabilidade; Utilização instalação.

de

(Esta

mecanismos afirmação

não

de

estudo

disponível

no

Brasil

sobre

as

proteções

expansão

na

fixas então sugiro aos acadêmicos escaladores que

manteve

na

aproveitem-se disto para realizar seus estudos e ajudar

se

atualização de 2013).

no desenvolvimento de nosso esporte.

Eu concordo com eles nos 02 primeiros pontos.

Boas escaladas!

Porém não acho que estas recomendações sejam o bastante para garantir que a solda seja bem feita e por

GRAMPO P COMUMENTE UTILIZADO COM OLHAL PARA CIMA

isso acrescentaria ainda os pontos a seguir: Utilização de Especificação de Procedimento de Soldagem (EPS) pré-qualificada para realização das soldas. Exames destrutivos por amostragem; Exames

não-destrutivos

(No

mínimo

visual)

individuais; Sobre a utilização de chapeletas, que passam por testes de certificação e com isso possuem carga máxima definidas pelo fabricante, em torno de 2500kgf, é importante lembrar que são bastante seguras porém se mal instaladas também podem colocar o escalador em risco. Materiais diferentes não devem ser usados nas porcas e parafusos. Na versão de 2013 eles finalizam o artigo com uma sessão de perguntas e respostas muito útil, que eu resumo abaixo. Inox (grampo e chapeleta) não deve ser usado em falésias próxima ao mar. Titânio

é

uma

solução

para

beira-mar,

de

preferência colados. Não utilizar paletas na instalação de grampos. Um grampo P de aço carbono 1020 de ½” com olhal para cima resiste em média 1300kgf de força

GRAMPO FORJADO COM OLHAL PARA BAIXO


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ACONTECEU

Agulhas Negras e Prateleiras Por Leonardo Carmo

Data: 22,23 e 24/05/2015 Participantes: Leonardo Carmo, Ary Carlos, Monique Zajdenwerg, Andrea Resende, Lando Mendonça, Patricia Lima, Vander Silva, Lohany Viana e Guilherme (Pulga). No dia 22 de maio, partimos para a expedição. Saímos de noite rumo à pousada. Na verdade ficamos acampados. No dia 23, sábado, partimos para a nossa primeira missão: Prateleiras. A nossa ideia inicial era fazer uma via, mas não fizemos. Resolvemos então dar uma explorada na área antes de partir para o cume. Depois de algum tempinho curtindo as linhas de escaladas, resolvemos continuar. O caminho até o Bloco “Prateleiras” é trilha muito bem marcada. Depois que chega no bloco, é trepa pedra dos bons. É fundamental levar corda. Pode ser de 30 metros mesmo, pois vai ajudar muito nos dois lances finais. Depois de curtir as Prateleiras, resolvemos pegar a trilha para a Pedra da Maça, Pedra da Tartaruga e Pedra Assentada. De volta ao acampamento, foi hora de curtir uma janta e beber uns aperitivos. Haaa, no camping tinha uma área destinada à fogueira. Então, a noite foi clássica. No domingo, a missão era fazer as Agulhas Negras. Subimos bem, eu já tinha ido lá em 2012 e o caminho ficou gravado na minha mente. Lembrei de cada canaleta que tinha passado. Aí foi tranquilo. Em alguns trechos utilizamos corda. Nosso grupo estava relativamente grande. Isso deu mais segurança e agilidade. Subimos e descemos tranquilos. Todos inteiros. Quando chegamos no Abrigo Rebouças, fizemos um festival de tapioca. Essa entrou para a história. Depois de degustar a iguaria, entramos no carro e voltamos para o camping para desmontar acampamento e pegar a estrada de volta. Essa expedição deixou saudades. Isso significa que foi bom, pois só momentos bons deixam saudades. Até a próxima.


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FOTOS DE ATIVIDADES

PEDRA DA MINA

REMOÇÃO DE PIXAÇÃO

REUNIÃO SOCIAL DE MAIO

PALESTRA DO HANS

ATM PARNASO

GRUTA DO TELÉGRAFO

CABEÇA DE PEIXE

ATM URCA


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Avisos REUNIÕES SOCIAIS

As reuniões sociais do CNM são realizadas sempre na primeira quinta-feira de cada mês ímpar e na primeira quarta-feira de cada mês par, às 19:30h, em local a ser definido e divulgado. Os encontros acontecem em clima de total descontração e informalidade, quando os sócios e amigos do CNM aproveitam para colocar a conversa em dia, trocando experiências, relatando excursões e vivências ou, simplesmente, desfrutando a companhia de gente simpática e fraterna. Periodicamente acontecem reuniões e seminários técnicos com o intuito de possibilitar maiores detalhes e informações atualizadas aos sócios e interessados. Informem-se sobre os temas das palestras técnicas e reuniões acessando o site: www.niteroiense.org.br Compareçam e sejam muito bem vindos!!! ANIVERSARIANTES Giovani Souza - 01/abr

LizandroSantos - 17/mai

Lando Mondonça - 06/abr

Tauan Nunes - 21/mai

Marcelo Sant’Anna - 07/abr

Alexander Silva - 22/mai

Leandro do Carmo - 10/abr

Leandro Collares - 23/mai

Alan Marra - 11/abr

Leonardo Carmo - 26/mai

Patrícia - 13/abr

Mauro Mello - 28/mai

Bruna Novaes - 17/abr

Rafael Pereira - 04/jun

Adriano Paz - 26/abr

Diego Azevedo - 06/jun

Marcos Duarte -08/mai

Alex Figueiredo - 15/jun

Nei Rivello - 08/mai

Alex Rockert - 22/jun

Caio Freitas - 10/mai

Michael Rogers - 23/jun

Diogo Paixão - 12/mai

Andréa Vivas - 27/jun

Maria de Fátima - 16/mai

Paulo Guerra - 29/jun

CORPO DE GUIAS

E - ESCALADA T - TRILHAS C - CICLISMO Adriano Paz - C T

Leandro Collares - E T

Alan Marra - C E T

Leandro Pestana - C E T

Alex Figueiredo - T

Leonardo Carmo - T

Andrea Rezede - C T

Luiz Alexandre - E

Ary Carlos - E T

Mauro de Mello - E T

Diogo Grumser - T

Neuza Ebecken - T

Eny Hertz - E T

Vinicius Ribeiro - C

Leandro do Carmo - E T

IMPORTANTE!

A Presidência do CNM é soberana em qualquer assunto relacionado com o CNM e seus associados. A Diretoria Técnica é soberana em qualquer assunto técnico relacionado aos associados e aos guias do CNM.

EXPEDIENTE

CNM – CLUBE NITEROIENSE DE MONTANHISMO Início das Atividades em 26 de Março de 2003 Fundado em 20 de Novembro de 2004 Website: www.niteroiense.org.br e-mail: cnm@niteroiense.org.br Contato: 98608-1731(Leandro do Carmo) Presidente: Leandro do Carmo Vice: Vinícius Araújo Tesoureiro: Leonardo Carmo Secretário: Alexandre Rockert Diretoria Técnica: Ary Carlos Diretoria Social: Patrícia Gregory Diretoria Ambiental: Stephanie Maia Conselho Fiscal Efetivos: Adriano de Souza Abelaria Paz; Andréa Rezendo Vivas; Alex Faria de Figueiredo; Suplente: Denise Gonçalves do Carmo Representante do CNM no PESET Titular: Eny Hertz Suplente: Leonardo Carmo Informativo Nº 29: As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Clube Niteroiense de Montanhismo. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto a todos aqueles que queiram contribuir. Envie sua matéria para cnm@niteroiense.org.br. Participe!!! Edição e Diagramação: - Eny Hertz - Leandro do Carmo Revisão Ortográfica: - Vinícius Araújo


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