Boletim cnm 2015 3

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Boletim Informativo

Clube Niteroiense de Montanhismo Ano XI - Número 30 Niterói, Setembro de 2015

Relato: 4 Dias na Dura Travessia da Serra Fina

• A primeira escalada brasileira em Bariloche• • CNM e o Dia da Montanha Limpa • • Relação número de visitantes x impacto nas trilhas • • MONA Cagarras: Visitação e Conservação • • Guia de Trilhas de Niterói e Maricá • • Programa CNMais Vantagens • • E muito mais! •


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MENSAGEM DO PRESIDENTE

E estamos andando... Por Leandro do Carmo

Foi bonito de ver os Três Picos com tanta gente do clube. Como em 2014, programamos com antecedência nosso final de semana. Estivemos em mais de 30 pessoas no Reúgio Três Picos, do Zézinho. Até que a galera tem comparecido em nossas atividades. As reuniões socias continuam cheias, nossas caminhadas continuam concorridas. Enfim, o clube está em movimento. Essa temporada ainda não acabou e já estivemos no Dedo de Deus, fizemos a Serra Fina, Maria Comprida, Pico Médio (Três Picos), Garrafão, Dedo de Nossa Senhora, Verruga do Frade, Caixinha de Fósforo, etc.... Estamos tentando ainda a clássica Petrô-Terê, isso se a chuva nos deixar... Já temos programado Cinco Pontões - ES e Itatiaia. Iniciamos o projeto de lançar o Guia de Trilhas de Niterói e Maricá, no qual iremos disponibilizar diversos roteiros de caminhas nessas duas cidades. O desafio é grande, mas estamos literalmente caminhando e já compilamos parte do material. Agora sócios do clube tem descontos em algumas lojas, é o CNMais Vantagens! São ideias que vem surgindo e que tem o objetivo de transformar o CNM em um grande clube. Mas e a sede? Bom, essa está quase... Quem sabe já não teremos novidades para o próximo boletim... Vamos para as montanhas!!!!!!!!!


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SUGESTÃO DE LEITURA

FOTOS DE ATIVIDADES

Tenha uma boa leitura! Por Eny Hertz Livre - A Jornada de Uma Mulher Em Busca do Recomeço O que faz uma pessoa inexperiente trilhar sozinha 1.770 quilômetros da

Pacific

Crest

Trail

(PCT),

MARIA COMPRIDA

umas das mais difíceis trilhas do planeta. Quase como um diário, este emocionante relato entrelaça passado e presente, com vários momentos que nos fazem querer se embrenhar na natureza. Por Leandro Collares Noche Estrellada, de Izabel Suppé Isabel

Suppé

(http://www.

isabelsuppe.com/) delicada

beleza

relata como

com

sobrevive

CAIXA DE FÓSFORO

a queda de 400 metros na Ala Esquerda do Condoriri. Gravemente ferida

e

plenamente

consciente

de sua situação na solidão gelada dos Andes bolivianos, o equivalente a uma sentença de morte. Perseguida pela hipotermia, hemorragia intensa, alucinações e desespero, decide assumir o compromisso com a vida. Passando dois dias e duas noites intermináveis rastejando sobre o gelo para obter ajuda para ela e seu companheiro Peter. Em 2011 seu livro foi finalista escolhido Pela revista Desnivel.

PICO MENOR

Por Leandro do Carmo Memórias da Montanha, de Denise Emmer Um livro que conta como a autora iniciou

no

montanhismo.

Uma

leitura que vai prendendo e aos poucos te leva a dividir a mesma cordada... Uma excelente leitura!

CABEÇA DE DRAGÃO


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HISTÓRIA

A Primeira Escalada Brasileira em Bariloche Por José Matos Zézão

A viagem até Bariloche foi feita de ônibus e eramos

compramos barracas que também não existia no Brasil,

um total de 7 participantes, a saber Harald (chefe da

enfim, demos um “up grade” com relação ao material

equipe), Guilherme, Jose Augusto, Lolia , Helena, Laize

utilizado em nosso país.

e Yara. Desse grupo somente Harald, Jose Augusto, Guilherme e Lolia eram escaladores. A viagem de onibus até Bariloche foi um pouco cansativa em virtude das grandes distâncias, a saber: Rio-Porto Alegre 1650km, Porto Alegre-Buenos Aires 1429km e Buenos Aires-Bariloche 1750 km. Essa excursão foi realizada no período de 23/01/1969 a 23/02/1969, portanto, duração total de 30 dias.

Os lugares escalados foram o Cerro Lopes e o Cerro Catedral. No Cerro Lopes, escalamos o Pico Luhrs, subimos por uma face que não era muito tempo frequentada , e por isso, fomos homenageados pelo dono do Abrigo . Nesse mesmo Cerro Lopes escalamos o Filo Norte, bastante fácil com lances de no máximo 3A.

Foi somente anos depois, que começamos a importar equipamentos diretamente da França. Existia A escalada no Luhrs é bastante vertical e exigiu

o Via Campeur, em Paris. Nós adquirimos um catálogo

muita técnica, com lances de ate 6A, com diedros

imenso, onde escolhíamos o material e íamos ao Banco

e chaminés, o que na época foi um grande desafio.

do Brasil pagar as taxas de importação. Mas isso foi

Naquela ocasião, tivemos que comprar todo o material

um pouco depois de adquirirmos esses equipamentos

em Buenos Aires, pois no Brasil não existia praticamente

na Argentina. É fato que no Brasil não havia nada de

nada. Essa era uma escalada que exigia corda de nylon,

equipamento e naquela época, escalar era uma aventura,

mosquetões, baudrier, freio oito. No Brasil, escalávamos

na verdade era coisa de maluco, só doido fazia uma

com alpargatas, corda de sisal amarrada na cintura, o

coisa dessas! Para se ter uma ideia, a primeira escalada

rapel era feito com a corda passando pelo corpo, enfim,

que fiz, me deram uma bota cardada, que era uma bota

era horrível. Para escalar em Bariloche, precisávamos de

com pregos no solado, impossível de se escalar com

equipamento adequado, não daria para fazer o rapel,

aquilo. Antigamente se escalava muito em cabo de aço,

em grandes paredes verticais, com a corda passando

o que facilitava, pois com os calçados que existia ficava

pelo corpo... Além dos equipamentos de escalada,

impossível escalar em livre, como é feito hoje em dia. Só


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depois é que vieram as Alpargatas.

parecidas com as da região de Bavaria, os filhos dos imigrantes alemães começaram a escalada em rocha na

ao

Mas voltando a escalada em Bariloche, fomos

região, pois era disso que eles gostavam. Eles não eram

Cerro

muito chegados na escalada em gelo. O negócio deles

Lopes,

onde

basicamente

fizemos

um

treinamento em gelo. Alugamos crampon e Piolet em Bariloche, pois não haveria o porquê de comprar esse tipo de equipamento. Faríamos o que com eles no Brasil? Nada. Foi aí que fizemos a primeira escalada em gelo, na verdade a primeira escalada em gelo feita por brasileiros lá em Bariloche. A escalada no Cerro Lopes era basicamente gelo em sua base e rochas na parte superior. Relativamente fácil,com bom acesso, ótimo para aclimatação e treinamento com os novos equipamentos. O Cerro Catedral destaca-se a grande quantidade de agullhas. Lá fizemos a Torre Principal. Foi uma escalada sem muita exigência técnica, toda protegida por pítons com pontos já determinados para o rapel. O cume era muito pequeno, cabiam poucas pessoas. Existia um livro de cume, onde deixamos nossas assinaturas. Escalamos tambem a Agulha Frei. Todas as escaladas levavam de 4 a 5 horas, nenhuma necessitou de pernoite. Em Bariloche, os acessos são muito fáceis. Nossa excursão à Bariloche foi muito comentada no meio dos excursionistas, mas a imprensa nacional não dava muito espaço para esse tipo de atividades. Naquela época, no Brasil, o peso da escalada era zero, não era um esporte divulgado. Só existia futebol! O que raras vezes acontecia, era a divulgação de uma pequena nota sobre a excursão de algum clube. A escalada em Bariloche se originou pela influência alemã.

Com a Segunda Guerra na Europa, muitas

cidades ficaram arrasadas, principalmente as alemãs, e migrar para os países da América do Sul, principalmente, a Argentina, devido ao clima e a simpatia do governo argentino pelo nazismo, foi a única alternativa para milhares de pessoas. Muitos desses imigrantes alemães foram para Bariloche, onde o clima era muito parecido com o da Alemanha. E foram os filhos desses imigrantes que fizeram escalada em Bariloche de alto nível. Os argentinos não tinham essa cultura de escalada em rocha, praticavam apenas as caminhadas. Como as montanhas de Bariloche eram muito

era rocha.


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RELATO

4 Dias na Dura Travessia da Serra Fina Por Leandro do Carmo

Participantes: Patrícia Gregory, Leandro do Carmo,

Quando combinamos um horário, é por que fizemos

Vinícius Araújo, Ary Carlos, Andréa Vivas, Michael

uma programação em cima disso e um atraso de 2

Patrick, Felipe Lima e Paulo Guerra.

horas, pode comprometer bastante o dia. Com todos esses problemas, acabamos entrando na trilha às 10 horas da manhã. Acho que fomos o último grupo a começar a travessia. Chegamos a uma propriedade que fica logo após o Refúgio Serra Fina e dali, seguimos uma péssima estradinha até a Toca do Lobo, que é uma pequena gruta à esquerda, à margem de um córrego. Ali tínhamos a informação de que seria o ponto de coleta de água do dia, depois dali, só um pouco antes da base da Pedra da Mina, no segundo dia (Tem água mais acima, no Quartzito). Cada um foi enchendo suas garrafas e eu

Tínhamos programado de fazer a travessia da Serra

optei por levar 3 litros e o Ary teve que levar 1L para

Fina a quase 1 ano. E devido a quantidade de dias, 4 no

mim, pois havia esquecido sua garrafa. Aproveitei

total, só daria para fazer no feriado de Corpus Christi.

para beber quase 1L d’água, assim garantiria menos

Por ser muito pesada e técnica, não deixamos a atividade

consumo nesse primeiro dia. Minha mochila pesava

aberta, fomos fazendo o convite individualmente. Assim

algo em torno dos 16 Kg. Carregar quase 30% do peso,

um a um foi se juntando a equipe.

não é uma tarefa das mais fáceis...

Eram muitas as opções, mas resolvemos sair de

Com a mochila nas costas, cruzamos o córrego e

Niterói, em direção à Passa Quatro, na quarta feira à

iniciamos a subida. Já começa forte! Mas descansado

noite e combinamos de dormir na casa do Sr. Edinho

e inteiro, não tive problemas. Aos poucos fomos

(responsável por nos levar ao começo e fazer o nosso

vencendo a subida até que passamos para uma

resgate ao final da trilha), assim poderíamos acordar bem

vegetação bem rasteira, ficando totalmente expostos

cedo e seguir para o começo da travessia. Chegamos à

ao sol. Ali já era possível ver o Pico do Capim Amarelo

Passa Quatro por volta das 22:00 e encontramos, por

enganosamente

sorte, o Sr. Edinho em um posto de gasolina. Fomos até

marcada, não apresentava dificuldades. A medida que

a casa dele e já começamos a perceber o quanto o Sr.

subíamos, víamos que precisámos subir mais... E com

Edinho é enrolado. Não parava de chegar gente e ele

aproximadamente 1 hora de caminhada, comecei a

já havia dado algumas viagens, levando vários grupos.

ouvir um barulho de água correndo e mais acima deu

Até aí tudo bem, pois só sairíamos de manhã cedo.

para ver um quedinha d’água, bem a direita. Esse

Marcamos às 7 horas. Queríamos começar com o dia claro para poder apreciar a bela vista. 1º Dia – Da Toca do Lobo ao Cume do Capim Amarelo Acordamos cedo conforme programado e para nossa surpresa já tinha um grupo na caminhonete do Edinho pronto para sair e ficamos por último, mesmo tendo combinado com antecedência. Acho que o Sr. Edinho não tem noção da responsabilidade que tem.

próximo...

A

trilha

sempre

bem


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deveria ter sido nosso ponto de coleta de água, assim não precisaríamos ter feito todo essa caminho com um peso desnecessário. Seguimos subindo e a vista começou a surpreender. E olha que ainda estávamos longe de concluir o dia... No alto de um morro demos uma pausa e pudemos observar o caminho pela crista por onde passamos e o caminho que ainda teríamos que percorrer. Tivemos uma descida pela crista, até que começamos a forte subida do Capim Amarelo. É um trecho bem íngreme com alguns lances de trepa pedra, vários caminhos

para acampar. Rapidamente, marquei três pontos onde

com bambuzinhos e grandes tufos de capim, que nos

haveria possibilidade de armar as barracas. Peguei

acompanhariam durante toda a travessia.

meu canivete e abri uma pequena clareira, onde eu e o Paulo armamos nossa barraca. Mais para o lado, o Felipe e Michael, armaram a deles e deixamos um espaço razoável para a barraca da Andréa e Patrícia. Precisávamos de mais um local. Forçando a barra, achei um lugar para o Vinícius e o Ary, onde eles montaram a barraca deles. Pronto! Estávamos todos mais ou menos instalados. Preparamos nosso almoço/janta e ficamos ali contemplando o por do sol maravilhoso. Mas o dia ainda não havia acabado... Estávamos em semana de lua cheia e quando ela apareceu... Deu seu espetáculo! Aos poucos, todos nos recolhemos tomados pelo cansaço. O dia seguinte também seria longo...

Nesse trecho de subida, tivemos nossa primeira de muitas investidas por entre esses tufos de capim, que

2º Dia – Do Capim Amarelo à Pedra da Mina

formam verdadeiros labirintos por entre a vegetação. Subimos num ritmo forte e passamos vários grupos a

Acordamos cedo, preparei meu café da manhã

nossa frente. Nossa preocupação era de que o cume

e pude contemplar um nascer do sol fantástico. O

estivesse cheio e que não houvesse mais lugar para

espetáculo das montanhas sendo atingidas pelos

acampar. Muitos optam por passar o cume do Capim

primeiros raios de sol, davam a sensação de que elas

Amarelo e acampar no Maracanã ou em algum ponto

pegariam fogo. Foi difícil me concentrar em outra

pelo caminho. Paramos num pequeno descampado,

coisa, mas precisava continuar. Começamos a nos

onde fizemos nossa última parada antes do último

arrumar para descer. Tinha 1 litro de água para chegar

trecho de subida. Partimos para o ataque final. Uma

até a Cachoeira Vermelha, próximo ponto de coleta.

subida íngreme, molhada, escorregadia e em alguns

Atravessamos o cume do Capim Amarelo, pois a descida

pontos expostos. Existiam algumas cordinhas que

é pelo lado oposto ao que se chega. Fomos descendo

ajudavam a ascensão. Os bambuzinhos teimavam em

e um pouco mais abaixo, passamos por alguns

nos segurar e aos poucos vencemos os metros finais e

pequenos pontos de acampamento. Em pouco tempo

chegamos ao cume do Capim Amarelo.

já estávamos no fundo do vale. Olhando para o Capim Amarelo, vi o quanto havíamos descido. Cruzamos um

O dia estava ótimo: firme e sem vento. E isso nos

trecho de capim alto no fundo do vale, subimos um

ajudou bastante. Havíamos chegado eu, Felipe, Paulo e

pequeno lance e novamente entre capins cortamos em

o Michael. O cume é bem pequeno e coberto por esses

diagonal o morrote seguinte. A trilha bem marcada e

tufos de capim. Como tinha bastante gente por lá, dei

até sinalizada com fitas e totens, nos levou até o trecho

logo uma andada em volta e não vi nenhum lugar aberto

de mata rala que separa a base do Capim Amarelo da


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dois lugares para as outras barracas. Outra decisão acertada! Quando a Andréa, Patrícia e Ary chegaram, avisei que o pessoal já havia ido para a Pedra da Mina e que eles fizessem ali o almoço, assim poderíamos subir com menos água, consequentemente, mais leves. A essa altura, qualquer quilo, faz a diferença. Para os mais corajosos, dá até para tomar um banho. Eu nem me arrisquei. Até para lavar a panela a mão doía, de tão gelada que a água estava. Aquele vale é um local fantástico, algo intocado, assim como toda crista em direção ao Melano. Com cerca de 1 h 30 min,

a travessia. A nossa frente tinha a pedra da Tartaruga

chegamos ao local conhecido como Maracanã. Uma

e mais ao lado dava para ver algumas pessoas

ampla área que daria para abrigar umas 20 barracas.

subindo a Pedra da Mina. Já era hora e começamos a

Mais a frente, conversando com outras pessoas, fiquei

caminhar. Havíamos pegado água ali nesse ponto, mas

sabendo que existe um ponto de água bem próximo.

poderíamos ter esperado mais a frente, onde cruzamos

Seria seguir a trilha a após o Maracanã e dobrar a

o rio novamente. A água nesse ponto é bem mais clara,

esquerda na primeira bifurcação. Daí, precisaria descer

pois ela ainda não passou pelo charco. Na próxima...

uns 15 min. Não dá para confirmar, pois não cheguei até

Seguimos o caminho até que iniciamos a subida da

lá. A essa altura, estávamos divididos em dois grupos.

Mina. Subidinha forte! O tempo começava a fechar. O

Nos encontrávamos em pontos pré determinados e o

vento aumentava, mas por sorte não eram nuvens de

nosso próximo, seria na Cachoeira Vermelha. Seguimos

chuva.

subindo e descendo sempre com um visual fantástico. Do alto de um morro, avistei uma pedra no fundo do vale

Quando chegamos próximos de um grande totem,

com uma coloração avermelhada e não tive dúvida, era

já quase no cume, o Felipe e o Michael nos esperavam

o nosso ponto de referência, era a Cachoeira Vermelha.

para indicar-nos o local das nossas barracas. Como o Ary e Patrícia ainda não haviam chegado, resolvi parar

O sol estava no alto, era cerca de 13:00 horas. Já

para assinar o livro de cume junto com a Andréa e

estávamos na trilha desde das 9 horas. Como teríamos

aproveitei para bater algumas fotos. O tempo fechou

que esperar o outro grupo, resolvemos fazer o almoço

de vez e o vento estava muito forte. Algumas barracas

ali. Tínhamos sol e água a vontade para lavar as

estavam abrigadas e outras nem tanto. Tentei achar

panelas. Essa parada foi fundamental. Foi o dia em que

onde estavam as nossas, mas a falta de visibilidade me

eu melhor me alimentei. E ainda bem, pois a noite que

fez voltar. Quando retornei, encontrei o Felipe, Ary e

passaríamos... Estávamos eu, Michael, Paulo e o Felipe.

Patrícia. Aí sim, pude seguir. Acho que sozinho, sem

Um pouco depois chegou o Vinícius. Como já havíamos

referência, sem visibilidade, não iria achar nunca. O

almoçado, dei a ideia de que um grupo fosse à frente e já

local era ótimo, bem mais abrigado do vento do que no

montasse o nosso acampamento e deixasse reservados

cume. Com o tempo aberto, é fácil achar, mas a noite


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e fechado... Assim que passar pelo livro de cume, deve seguir reto se orientando pelos totens. Mais a frente quando começa a descer levemente, siga os totens da esquerda, pois para a direita você vai para o Vale do Ruah. A barraca já estava montada. Fiquei imaginando achar um lugar e montar nessas condições... Troquei de roupa e ainda fiquei um pouco dentro da barraca para me aquecer mais. Depois do acampamento montado, aproveitamos para ir até ao cume, na esperança do tempo abrir e podermos ver a lua nascendo. Mas não demos sorte. O vento aumentou

Paulo nesse dia, pois ele pegou a dianteira e só fomos

consideravelmente e já estava ficando complicado ficar

encontrá-lo novamente, na manhã do quarto dia.

ali em pé. Resolvemos voltar e no caminho passamos

Descemos com muita cautela até o começo do Vale do

por três caras tentando montar uma barraca numa

Ruah, mas antes, haviam alguns totens que indicavam

laje inclinada e totalmente exposta ao vento, acabei

um caminho para o alto de morro, à direita, mas no

voltando e falando do local onde havíamos montado as

nosso caso, deveríamos seguir descendo.

nossas barracas. Eles na hora aceitaram e nos seguiram. Como a visibilidade piorou, demoramos um pouco até

Chegamos ao Vale do Ruah e não tínhamos

acharmos o caminho. Fui e voltei algumas vezes, até

nenhuma referência visual. Havia um grupo logo no

que vi um totem, depois outro... Pronto, já tinha me

começo e cheguei a chamar pelo Paulo e nem sinal

achado! Eles já estavam tão cansados que montaram

dele. Acabamos nos juntando a outros grupos e fomos

a barraca no primeiro local que acharam. Entrei na

caminhando pelos grandes labirintos encharcados.

barraca e fui descansar, o dia seguinte prometia... A

Acho que pela falta de chuva, não achei tão complicado

noite foi tensa. O vento mudou de direção e começou

cruzar o Vale do Ruah. Cheguei a ler alguns relatos que

a sacudir a barraca a cada rajada. Havia colocado

podia afundar até a cintura... Que era fácil se perder...

pedras na lateral da barraca, o que foi o suficiente para

O capim pode chegar a 2 metros de altura... Mas

estabilizar a cobertura e impedir que o vento entrasse

pegamos a referência de chegar ao rio e segui-lo com

por baixo. Uma noite mal dormida!

ele a nossa esquerda. E não deu outra. Rapidamente cruzamos a passagem entre dois morros, justamente

3º Dia – Da Pedra da Mina à base do Pico dos Três Estados

onde o rio passa, formando um pequeno vale. Seguimos andando e na primeira cachoeira, fizemos nossa parada para coletar água, nosso último ponto até o final da

O dia amanheceu péssimo: a visibilidade estava

travessia. Com a tática, que vinha dando certo, bebi

reduzida a poucos metros; o vento continuava forte; e o

quase 1L de água com isotônico, assim conseguia ficar

frio havia aumentado. Não tinha jeito, não ia melhorar

mais tempo sem me hidratar, levando menos água e,

tão cedo. Era hora de sair de dentro do saco de dormir

consequentemente, menos peso. Com os reservatórios

e começar a arrumar as coisas. Levantei e fui ver se todo mundo já estava acordado. Havíamos programado de não sairmos muito tarde. Aos poucos todos foram se arrumando e começamos nossa caminhada. A descida foi coisa de cinema. Achar o caminho foi complicado e tivemos a orientação de um grupo que estava desarmando o acampamento. Começamos a descida que era razoavelmente íngreme. Estava tudo molhado e todo cuidado era pouco. Paulo e Vinícius seguiram na frente, eu e a Patrícia no meio e resto do pessoal veio atrás. Na verdade, foi a última vez que vimos o


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de água cheios, seguimos pelo vale entre os dois

principalmente da água. Afinal de contas a próxima

morros e após cruzar o da direita, avistamos um mais

subida seria forte, com aproximadamente 1h20min,

a frente. Vi um totem bem no alto, numa diagonal e

conforme o mapa que tínhamos.

fomos procurando o caminho em meio aos labirintos de tufos de capim. Com olhos de águia, vi uma fita

A essa altura, nem sinal do Paulo. Como ele

amarela em um pequeno arbusto, na qual indicava o

estava colado num grupo que saiu junto conosco,

caminho certo. Segui e logo estava ao lado do totem

provavelmente já estaria no cume, pois pelo caminho,

que havia visto lá de baixo. Achado o caminho, fizemos

não havíamos visto ninguém, nem de longe. O

uma pequena pausa, pois vencer esse trecho, abrindo

problema é que eu estava dividindo a barraca que

caminho pelo capim, foi bastante cansativo.

estava com ele e eu estava carregando o isolante dele. O local onde estávamos era bem abrigado, dentro da

Subimos e chegamos a um ponto de acampamento,

floresta. Não pegamos vento, apesar de ouvi-lo bem

fazendo mais uma pequena pausa. Começamos a

forte. Preparamos nossa comida e combinamos de

caminhar no sobe e desce das montanhas, sempre

acordar mais cedo que nos dias anteriores, às 5 da

com os bambuzinhos nos prendendo. Passamos por

manhã. Sabíamos que tínhamos, pelo menos 1 hora a

um ponto onde se tivesse aberto, acredito que seria

mais de subida. Aproveitei e me recolhi mais cedo que nos outros dias, afinal de contas, essa seria a nossa terceira noite e queria estar inteiro para dia seguinte, o derradeiro! 4º Dia – Base dos Três Estados à BR 354 Acordamos

cedo

e

apesar

do

barulho

do

vento durante toda a noite, vi que o tempo estava completamente diferente do dia anterior. Estava bem aberto. Por entre as árvores dava para ver a silhueta do nascer do sol. Fiquei imaginando como seria lá de cima... Bom, precisávamos adiantar e começar logo o espetacular! Caminhávamos, para variar, numa crista,

dia. Fui verificar se todos já tinham acordado e voltei

mas bem na beira de um penhasco. Às vezes o tempo

para preparar meu café da manhã e arrumar a mochila.

ameaçava abrir e conseguíamos ver a silhueta das

Juro que pensei em abandonar algum material para

montanhas em volta, mas logo voltava a fechar. A nossa

diminuir o peso... Mas coloquei tudo dentro e não me

esquerda, estava o Pico dos Três Estados. Passamos por

preocupei em organizar as coisas, não precisaria pegar

mais um pequeno ponto de camping, e seguimos reto

mais nada dentro dela.

até ao final da linha. Tivemos que voltar e começar a descer, até que conseguimos avistar os totens. Já tinha

Iniciamos nossa jornada final por volta das 6h30min.

gente lá em baixo, pois ouvíamos barulho de bambu

Novamente uma subida forte. Se já estava assim no

sendo cortado. Seguimos o caminho a passamos por um

começo, imaginei como seria se tivéssemos feito no

grupo acampando. Todos os bons lugares do bambuzal

final do dia anterior. Mais uma decisão acertada! Com o

já estavam ocupados. Continuamos andando e vimos

tempo limpo, conseguíamos ver o nosso objetivo e tudo

um lugar que daria para montar algumas barracas.

o que havíamos feito. O visual era fantástico, muito

Ficamos por ali mesmo. Demos uma caprichada no local

diferente do dia anterior, onde tudo ficava resumido

e ficou perfeito para 4 barracas. Já havíamos decidido

ao branco das nuvens... Isso deu um ânimo a mais,

ficar ali. O nosso medo era subir o Pico dos Três Estados

principalmente pelo sol que aquecia o corpo, dando até

e não conseguir local para ficar e ter que continuar a

para tirar o anorak e caminhar somente com a segunda

caminhada. Quem tiver disposição que encare! Nós já

pele. E dá-lhe subida! A previsão era de 1h20min. Mas

estávamos esgotados. Seria muito mais tranquilo fazer

eu e o Vinícius fizemos em 45min. No cume, por sinal

a janta ali e já consumir um pouco do peso carregado,

lotado, encontramos o Paulo, que passou um perrengue


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algum tempo, recarregamos as baterias e combinamos que dividiríamos o grupo pois como encontramos vários grupos pelo caminho e muitos diziam que voltariam com o Sr. Edinho, tínhamos certeza de que isso iria dar problema. Nossa ideia era chegar e já ir pegando o resgate. Com certeza seria por ordem de chegada, assim como foi na casa dele. Então seguimos Eu, Michael, Paulo, Felipe e o Vinícius. Partimos para a descida... Tudo muito bem marcado, mas não podia faltar o bambuzinho e os dormindo sem o isolante. Pela quantidade de gente

tufos de capim. Passamos por alguns pequenos morros

que estava ali no cume, agradeci a Deus novamente

e cruzamos uma área de camping. Mais a frente,

por termos tomado a decisão de acamparmos antes

entramos definitivamente na mata fechada. O Felipe

da subida, pois com certeza não acharíamos local para

havia pego a dianteira, o Paulo e o Vinícius ficaram para

dormir e teríamos que andar bastante até encontrar

trás, acabou que eu e o Michael fomos caminhando

algum ponto. Aproveitamos para bater fotos no marco

juntos. Entramos numa estradinha abandonada e bem

que divide os três estados. Dali dava para ver o que

mais a frente chegamos ao último ponto de água.

faltava... A grande subida do Alto dos Ivos. Só que antes

Dali, entramos numa estradinha e seguimos descendo

de chegar ao Alto dos Ivos, ainda tínhamos um grande

até que passamos à Sede da Fazenda, uma grande

caminho a percorrer.

construção abandonada. Continuamos e passamos por algumas cercas e porteiras, até que chegamos ao nosso

Começamos a descer o Pico dos Três Estados. Uma

destino. O recuo na BR 354. O Felipe já estava lá e eu e

descida forte, como de costume. Passamos por alguns pequenos pontos de acampamento. Vimos vários grupos em vários pontos da trilha. Acho que todos se concentraram por aqui. Hoje dava para ver a quantidade de gente que estava na travessia. O dia continuava perfeito. Descemos e subimos e descemos novamente... De longe vi um grupo em uma parte bem exposta e falei: “O caminho não pode ser por ali!” O Vinícius respondeu: “Não pode ou você não quer?” Respondi: “Os dois, é claro!!!!” Passamos por um grupo que estava acampado num local amplo, mas bem irregular, numa laje de pedra, bem exposta ao vento. Tinha uma barraca que estava num local tão inclinado, que fiquei

o Michael chegamos alguns minutos depois. Sr. Edinho

pensando na noite de quem dormiu ali... Chegamos ao

já estava lá, todo enrolado. Havia dezenas de pessoas

ponto onde havia visto de longe. De perto não era tão

para descer e apenas uma Kombi fazendo o translado

ruim assim, um pouco exposto, mas tem bons locais

do pessoal para Passa Quatro. Botamos uma pressão e

para os pés. Seguimos e subimos mais um pouco antes

fomos no EcoSport dele. Apertamos e conseguimos ir em

de descer para iniciar a última subida da travessia.

5, mais o motorista. Pegamos o carro em Passa Quatro,

Andamos mais um pouco e estávamos aos pés do Alto

pois se ficassemos esperando o Sr. edinho voltar... Nem

dos Ivos. Respirei fundo e toquei para cima. Até que

sei a hora que sairíamos de lá. Fomos ao encontro do

foi mais rápido do que eu esperava. Chegamos lá em

pessoal e paramos na Garganta do Registro, onde todos

cima e estava literalmente lotado. Parece que todos

fizeram um lanche reforçado. Assim, pudemos voltar

resolveram se encontrar lá... A área é bem ampla e não

cansados, mas felizes por termos concluído, com êxito,

há vegetação, somente um lajeado, onde impossibilita

o nosso objetivo:

qualquer tentativa de acampamento. Ficamos ali durante

TRAVESSIA SERRA FINA EM 4 DIAS!


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ACONTECEU

Dia da Montanha Limpa Por Stephanie Maia e Taffarel Ramos

As atividades estavam marcadas para iniciar às 9h da manhã. Eny, Annelise, Patrícia, Taffarel, Rafael e eu chegamos mais cedo para receber a galera do 64º Grupo de Escoteiros Professor Lourival Gomes de Andrade, nosso parceiro nessa empreitada. Alex e Laura chegaram junto com a gente e ao todo, éramos 20 pessoas. Taffarel e Rafael estavam à frente da atividade de remoção de pichações nos blocos da enseada. Os bambus, disponibilizados pelo parque, estavam na sede. Todos empreenderam esforços para carregálos até a enseada. Contamos ainda com a ajuda do Ian

Durante a trilha que nos leva até a enseada do

Will, que estava ministrando um curso de campo e pediu

bananal podemos perceber que desde a realização do

que seus alunos ajudassem nessa tarefa. Eny levou

primeiro mutirão o número de novas pichações cresceu

algumas de suas ferramentas (pá, cavadeira e facão)

bastante, tanto na enseada no bananal propriamente

para o trabalho, além de quatro mudas de paineiras.

dita quanto em outros trechos do parque.

Alex e Laura plantaram duas e os escoteiros plantaram mais duas dessas mudas.

Este foi o segundo mutirão de remoção de pichações do qual participamos Rafael e eu. No primeiro focamos

Chegando a enseada, explicamos qual era a nossa

no platô de acesso das vias Alan Marra e Paredão Jardim,

ideia ao grupo de escoteiros, sobre o que pretendíamos

mas como foram feitas diversas e grandes pichações

realizar e eles também fizeram sugestões sobre a

logo no início da enseada do bananal resolvemos neste

melhor maneira de fazer o cercamento. Foi muito legal

segundo mutirão focar esta área por ser uma área mais

ver como eles trabalham em ações bem coordenadas.

visitada e visível.

Entre a chegada ao parque e o início do trabalho,

Utilizamos além dos equipamentos de praxe

levamos cerca de uma hora, e ao meio dia encerramos a

(lixadeira, escovas de aço, reservatório de água, pintoff,

atividade com o cercamento concluído.

luvas e óculos de proteção), um spray removedor de pichações doado pelo Vitor Hotz.

Todos ficamos felizes e satisfeitos com o resultado. Atividades 100% bem sucedidas.

Somando as grandes e as pequenas pichações conseguimos retirar um total de 13. Algumas não saíram totalmente, mas pelo menos foram descaracterizadas. Como

relatado

anteriormente

focamos

naquelas

concentradas na parte “visível” da enseada do bananal. E também removemos uma bem grande na via de acesso ao bananal (pichação essa idêntica a algumas outras que estavam na enseada). É um prazer indescritível conseguir reduzir o dano causado pela pichação e fazer algo de bom pelo parque que nos propicia excelentes momentos de lazer e paz interior. Só não retiramos mais pichações porque acabaram as baterias da lixadeira e o produto removedor. Em algumas pichações usamos o pintoff


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ESPAÇO PESET que é um bom removedor, mas que não se compara a eficácia do spray removedor que se mostrou

Apreensão no PESET Por Leandro do Carmo

extremamente útil neste mutirão. Dia 30/08/2015, na trilha do Bananal, após denúncia, do 3

PESET menores

servidores flagraram de

idade

pichando no local. Foi feita a revista e apreenderam 20 metros de fita para slack line, 3 latas de jet spray de cor azul e vermelho, 1 litro de tinta cor ocre e um rolo de pintura. Os três foram encaminhados a 77DP para registro de ocorrência. Um agradecimento especial aos servidores do PESET e aos denunciantes.


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AMBIENTE

Relação número de visitantes x impactos nas trilhas Por Stephanie Maia

Nos últimos anos ocorreu um aumento na procura

As abordagens para lidar com esse desafio

de atividades ao ar livre. No Rio de Janeiro, o projeto da

são muitas: a delimitação de áreas de sacrifício, o

trilha Transcarioca é um exemplo do investimento que

fechamento da unidade para a realização de atividades

tem sido feito no sentido de incentivar o turismo e a

recreativas, a limitação do número de visitantes e a

visitação às áreas naturais. Vale mencionar também o

liberação total a todas as áreas do parque, para citar

projeto Parques da Copa que prometia investimentos na

algumas.

infraestrutura dos parques estaduais do Rio de Janeiro e dessa forma proporcionar tanto a maior qualidade da vista quanto a conservação das unidades.

Delimitar

áreas

de

sacrifício

me

parece

um

contrassenso, principalmente quando se fala tanto em educação ambiental. Não é a natureza em sua

Em Niteroi, não é diferente. O rápido acesso às trilhas

expressão mais bela, em sua melhor forma, o que o

no Parque Estadual da Serra da Tiririca é certamente um

visitante procura? Não sei as outras pessoas, mas é isso

convite a uma visita. A trilha que dá acesso à Enseada

o que eu busco. Penso que uma área de sacrifício com

do Bananal e ao Costão de Itacoatiara, nesse sentido,

cara de preservada desempenha com mais eficácia o

é uma das campeãs em número de visitantes. Já foi

seu papel nos processos educativos.

registrado em um único dia 200 visitantes na Enseada do Bananal e de 1.700 no Costão. Localizada pertinho

A questão do número de visitantes é o que mais

da praia de Itacoatiara a trilha é curta, bem marcada

me interessa colocar neste momento. É muito fácil

(embora algumas pessoas já tenham se perdido) e em

imaginarmos que um maior número de visitantes vai

menos de 30 minutos de caminhada proporcionam

causar um impacto maior, mas, de fato, nem sempre é

aos visitantes cenários belíssimos. Com isso, tem se

assim. Nós montanhistas, nos orgulhamos de dominar

percebido que essas trilhas vêm sofrendo os efeitos

todos os preceitos do mínimo impacto e somos tantos

negativos inerentes a visitação, como supressão da

não é mesmo? E é fato, comparados a um visitante

vegetação pelo alargamento das trilhas, compactação

eventual, pouco acostumado “ao meio do mato”, temos

do solo e processos erosivos.

mesmo um pouco mais de conhecimento sobre isso. No entanto, não podemos reduzir nosso questionamento

Apesar

do

título,

esse

artigo,

não

pretende

à esse ponto. Basta imaginar um pequeno grupo com

determinar um número ideal de pessoas que podem

3 ou 4 pessoas e que apenas uma delas, não saiba

acessar essas áreas, tampouco promover “uma educação

ou desconsidere os avisos de perigo do uso de fogo

ambiental”. Mas busca trazer à tona algumas questões a

dentro do Parque, adotando assim, um comportamento

serem consideradas antes de se postular sobre mínimo

de risco e acabe causando um incêndio. Viu? Não é tão

impacto, colocar um cadeado no portão do parque ou

simples assim!

instituir um valor monetário ao acesso à natureza. Nem sempre o maior impacto é causado pelo maior Começando pelo conceito de Parque...

número de visitantes. Há impactos que estão mais relacionados ao comportamento do visitante, outros

Essa categoria de Unidade de Conservação, embora

são inerentes do uso, como a erosão e compactação do

tenha esse nome não é um parque de diversões à

solo, alargamento de trilhas e são causados por muitos

espera de consumidores, ávidos por adrenalina. Os

ou poucos visitantes. Nesses casos, a abordagem mais

Parques foram criados (SNUC) com o objetivo primário

adequada é baseada no manejo e o monitoramento dos

de preservação dos ecossistemas naturais, mas também

impactos na trilha.

preveem a recreação e o turismo, bem como a educação ambiental e a pesquisa científica. Imagino o “dobrado

Tomamos como exemplo o polêmico acesso ao

que cortam” os gestores para conciliar os dois primeiros

Costão. A cada vez que eu vou lá, percebo o processo

objetivos.

de degradação da vegetação caminhando de maneira


Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 30

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bem acelerada. Aumentou o número de acessos? Sim, grupos com 80 pessoas conduzidas por um só guia estão subindo a trilha. O aumento do público também implica que esse está mais diversificado, pessoas de todas as idades, aptidões físicas e graus de experiência em caminhadas de ascensão variados, mas que tem o mesmo direito que nós, montanhistas, de visitar o Costão. Uma vez, enquanto descia, fiquei observando um rapaz que tinha uma deficiência motora descendo e devo dizer que fiquei bastante emocionada... Achei legal! Outro exemplo de área que está se degradando pelos mesmos motivos que o acesso ao Costão é a área da Enseada do Bananal, especificamente no topo do bloco principal. O número de pessoas que ascendem ao bloco já chegou à casa das centenas. Daqui o “causo” mais emblemático que presenciei, foi uma mãe com um bebê de menos de um ano que fez uma tendinha com a canga em meio à vegetação para se abrigar do sol, e

Acesso ao Costão em janeiro de 2009. Observe a

quem sou eu para dizer que ela não deveria estar ali,

vegetação no canto esquerdo da imagem, ainda sem o

curtindo o ambiente? São muitos os pormenores e as

atalho pela vegetação. A única maneira de subir era pela

situações que envolvem os interesses recreativos e de

rocha. Foto: Camila P. Meireles

preservação. Para finalizar, a partir desses dois casos, faço uma pequena reflexão. Essas pessoas foram visitar o parque porque em algum momento lhes foi dito que elas poderiam, que elas deveriam e que elas precisavam, que era legal estar em contato com a natureza (e é mesmo!) e que bom que elas vieram! A pena é que a experiência delas não foi a melhor, pois suas visitas contribuíram para aumentar o custo “imprecificável”, da degradação ambiental e, pior, essas pessoas ignoram isso.

Trilha de acesso ao Costão em Agosto de 2015. Foto: Stephanie Maia.


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ACONTECEU

Arraiá dos Pico Tudo

Palestra do Zézão

Em nosso segundo ano seguido em Três Picos,

Ainda no final de semana em Três Picos, o Zézão

ficamos hospedados no Refúgio Três Picos, do Zezinho.

nos presenteou com uma fantástica palestra sobre a

Além das diversas caminhas em um dos mais belos

primeira escalada brasileira em Bariloche. Foram fotos e

parques do Brasil, fizemos nosso alegre arraiá. Regado

histórias de dar água na boca.

a muita comida típica, cerveja artesanal e uma fogueira que aqueceu um pouco o frio, curtimos uma noite super agradável. Foram 31 presentes nesse fantástico evento! Estamos aguardando anciosos o ano que vem! Confira as fotos.

Diploma aos Escoteiros No

dia

01/08/2015,

visitamos

o

Grupo

de

Escoteiros Lourival Marques de Andrade no 12° Batalhão, em Niterói, para entrega dos certificados de participação no mutirão de reflorestamento do Bananal alguns meses antes.


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ACONTECEU

Dedo de Deus Nessa temporada, o CNM esteve, até agora, duas vezes no Dedo de Deus: Uma com o Leonardo Carmo, Marcos Lima e Alfredo Castinheiras; a outra, com o Ary Carlos, Taffarel Ramos, Patrícia Lima e Alessandra

Pedra da Gávea Data: 29/08/2015 Responsável: Vinicius Gomes Araújo Participante(s): Andréa Rezende Vivas, Ary Carlos Cardoso Neto

Neves. Porém só a primeira cordada enviou fotos... Vamos animar a galera e levar a bandeira do CNM aos mais altos cumes desse Brasil!!!!

Apesar de ter havido uma demanda rápida pela atividade quando foi aberta, no final houveram algumas desistências e fomos apenas eu, Ary e Andréa. No dia combinado, nos encontramos na entrada do Parque Nacional da Tijuca, que marca o inicio da trilha. Começamos a subir as 10:20h pela trilha normal e chegamos no cume após 2 horas de subida sem nenhum tipo de problema (inclusive passamos pela famosa Carrasqueira bem rápido, sem perder tempo). Como o dia tava muito bom com tempo aberto e firme, aproveitamos para ficar um bom tempo descansando, aproveitando a vista e tirando algumas fotos. Na hora de descer, o Ary falou que conhecia um caminho diferente para voltar (passando pelo Pico dos Quatro) e resolvemos seguir este caminho para conhecer uma rota diferente. O caminho era mais inclinado com uns trechos utilizando cabo de aço, mas era bem mais rápido e sem trânsito. No meio do caminho fomos até um teto de pedra com um visual diferente do que estava acostumado a ver.... muito bonito! Por volta das 16h estávamos de volta a entrada do Parque, aonde demos baixa dos nossos nomes na lista de presença que fica com os funcionários do Parque.


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CROQUI

Trilha Colonial Por Leandro do Carmo

Figueiredo, Leonardo Carmo, Leandro do Carmo, Tauan Nunes e Cléver Félix.

Em meio ao trabalho de mapeamento das trilhas

A trilha: A partir do Posto da Guarda Ambiental, no

do Parque da Cidade para o projeto do Guia de Trilhas

Parque da Cidade, descer na rua de chão logo antes dele

de Niterói, O Alex Figueiredo sugeriu que abrissemos a

e assim que chegar as ruínas de um pórtico de pedra,

ligação entre o Parque da Cidade e o Cafubá, utilizando

virar a esquer e seguir por esse caminho. Quando

um antigo caminho.

encontrar uma bifurcação, que dá acesso ao Platô das Bikes, vire a esquerda. O acesso a Trilha Colonial, fica

Mas o que que isso tinha de especial? Na verdade

do lado oposto do caminho, bem na cuva.

essa é uma trilha diferente. Mais ou menos na metade do caminho existe uma ponte, que pelas

Entrando na trilha você deverá seguir reto, paralelo

suas cartacterísticas, estima-se ser da época do

a um barranco com vegetaçã a sua direita. Note que

Brasil Colônia. Mas essa afirmação, ainda precisamos

na frente, há um contorno de um caminho. Seguirá

confirmar. E por se tratar de um atrativo tão antigo, o

descendo em curvas. Mais a frente, você estará

Alex a batizou de Trilha Colonial

caminhando ao lado de um leito seco de rio. Em alguns momentos ele estará bem abaixo. Mais a frente, você

De qualquer forma, a trilha ficou ótima e é mais

chegará ao ponto principal da trilha: a ponte. Cruze-a e

uma alternativa para que sai do Parque da Cidade e

continue descendo ziguezagueando. Preste atenção na

quer acessar o Cafubá. Na verdade, a forma mais fácil

marcação de fitas, principalmente na parte final, onde o

de fazê-la, levando em conta a orientação é no sentido

caminho está mais fechado. Para quem vem do Cafubá,

Cafubá X Parque da Cidade. Porém, no quesito esforço,

basta pegar a Rua Dr. Godofredo Garcia Campos e

o sentido contrário é mais fácil, pois é só descida. De

seguri beirando o muro da casa da esquerda e entrar

qualquer forma fica a dica!

na mata. Não esqueça de avisar os moradores, caso alguém esteja por perto. Não queira ser confundido

Nesse dia, participaram da abertura da trilha: Alex

com um ladrão! Divirtam-se!!!!!


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FIQUE DE OLHO

ACONTECEU

A Comunicação!

Mais um CBE!!! ocorrido

Iniciamos mais um CBE! Tivemos as duas primeiras

recentemente. Veja como a comunicação é muito

Segue

o

relato

de

um

acidente

aulas nos dias 20 e 26 de setembro. A galera super

importante na escalada. Fique de olho!!!!! (Retirado na

animada. Em breve mais escaladores nas rochas!!!!!

íntegra do Banco de relatos de acidentes em montanha - CBME - www.cbme.org.br) Relato: O Escalador guiou uma via esportiva de 10 chapeletas, 20m. Ao chegar na parada, se ensolteirou e gritou ao Seg: Estou na minha, pode liberar”. O Seg liberou a segurança e gritou “CORDA LIVRE”. Um terceiro chegou e pediu para escalar de top rope diretamente ao escalador na parada. O escalador na parada olhou para o Seg, já fora da corda, checando se poderia, uma vez que a corda era do Seg. O Seg acena positivamente e diz que irá montar a segurança do escalador que ainda está na parada da via. O escalador então tira a solteira da parada e se joga, sem verificar se o Seg estava dando segurança. O Seg tem a corda puxada de sua mão no momento em que passava a corda pelo freio. No reflexo, gruda com as duas mãos nuas sem nenhum freio na corda e freia a queda livre do escalador, que pára a 1.5 m do chão, justo após bater com a coxa esquerda numa árvore a 5m de altura. O Escalador ficou um pouco tonto, assustado, mas foi embora andando. No local havia um socorrista e

escalador

local

de

Quixadá

que

prestou

os

procedimentos de primeiros socorros (ABCDE etc...) de maneira extremamente rápida e conforme manda o manual de primeiros socorros em áreas naturais. Após passar por exames foi constatado que o escalador nada sofreu além de algumas escoriações. Prevenção (opinião do relator): Insistir na difusão e propagação dos comandos de voz mais adequados na escalada entre a comunidade, e dos procedimentos de verificação de segurança enquanto em uma parada.


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AMBIENTE

MoNa Cagarras: Visitação e Conservação Por Camila Meireles

que abrange 10 metros em torno de cada ilha. Realizar pernoite ou qualquer atividade que perturbe a fauna e a flora locais também não são permitidos. Para conservar a área e ordenar o seu uso público, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, órgão ambiental responsável pela sua gestão, está elaborando um Plano de Manejo. Este documento estabelece normas e diretrizes que definem o zoneamento da unidade, indicando, por exemplo, áreas prioritárias para conservação e para visitação. Típica paisagem carioca, as Ilhas Cagarras encantam

Sua elaboração exige um grande levantamento de

moradores, turistas e visitantes. Além de cartão postal

informações sobre a unidade de conservação. Como

do Rio de Janeiro, as ilhas também são a primeira

na época de sua criação não existiam muitas pesquisas

unidade de conservação marinha de proteção integral

sobre a região, o Instituto Mar Adentro criou o Projeto

da cidade. Criado em 2010, o Monumento Natural das

Ilhas do Rio, que iniciou um levantamento completo da

Ilhas Cagarras ou MoNa Cagarras é composto por seis

biodiversidade local. Atualmente todo o conhecimento

ilhas: Cagarra, Filhote da Cagarra, Comprida, Palmas,

científico gerado pelo Projeto é disponibilizado para o

Redonda e Filhote da Redonda. A área protegida possui

órgão ambiental através de uma parceria.

87 ha e tem por finalidade preservar os remanescentes de Mata Atlântica insular, os refúgios e áreas de nidificação das aves marinhas e a beleza cênica local.

Já foram registradas mais de 600 espécies de fauna e flora nos ambientes terrestres e subaquáticos do MoNa Cagarras, incluindo nativas, exóticas, raras e ameaçadas

Sua proximidade com a costa faz com que a

de extinção. Além disso, foi descoberto um sítio

unidade de conservação sofra grande influência urbana,

arqueológico na Ilha Redonda e desenvolvidos estudos

o que se reflete na presença de lixo marinho, poluição

sobre geologia (relevo subaquático e caracterização da

por esgoto e intensa visitação. Da praia de Ipanema até

geodiversidade), qualidade da água, controle do capim

o arquipélago são aproximadamente 5 km de extensão.

colonião e levantamento do desembarque pesqueiro.

O Emissário Submarino de Ipanema lança esgoto sem tratamento a menos de 2km da Ilha das Palmas. A

No entanto, o Plano de Manejo não é composto

proximidade com a Baía de Guanabara também favorece

apenas

o acúmulo de lixo flutuante, observado principalmente

população também pode participar através de um

de

informações

na Ilha Comprida. Somado a isso, estão os visitantes

conselho consultivo. Desta forma, espera-se uma

que fazem acampamentos ilegais, abandonando lixo,

gestão participativa e justa para os envolvidos direta

fazendo fogueiras, entre outros impactos na área de

e indiretamente com a unidade de conservação, como

ecossistema insular.

pescadores,

mergulhadores,

técnico-científicas.

escaladores,

A

turistas,

entre outros. Apesar dos problemas causados pela ação humana, a visitação envolvendo atividades de turismo, esporte

Neste sentido, o Projeto Ilhas do Rio também atua

e lazer é permitida no MoNa Cagarras. Além disso,

com atividades de Mobilização Social para envolver a

por estar na categoria de proteção integral, segundo o

sociedade nas ações de regulamentação da unidade

Sistema Nacional de Unidades de Conservação, também

de conservação. Para isso, realiza palestras, cursos

são permitidas atividades de pesquisa científica e

para

educação ambiental. Já a pesca, inclusive a submarina,

informações sobre a temática, exposições, mutirões de

é proibida na área marinha da unidade de conservação,

limpeza de lixo nas ilhas e atividades para divulgação

qualificação

de

agentes

multiplicadores

de


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didático-científicas. Para participar dessas atividades

Camila Meireles é Mestre em Ensino de Ciências,

socioambientais, basta acessar o site www.ilhasdorio.

Ambiente e Sociedade (UERJ), Especialista em Ensino de

org.br e conferir a programação do Projeto.

Ciências e Biologia (UFRJ) e Bacharel em Biologia Marinha (UFRJ). Atua como Supervisora de Mobilização Social do

Enquanto o Plano de Manejo não é finalizado, o

Projeto Ilhas do Rio (Instituto Mar Adentro) e bióloga

visitante deve seguir a legislação ambiental em vigor ou

colaboradora do Grupo de Estudos Interdisciplinares do

entrar em contato com o gestor do MoNa Cagarras para

Ambiente (FFP/UERJ).

se informar melhor (henrique.zaluar@icmbio.gov.br). Atualmente, não é recomendado visitar as áreas de ninhais, como a Ilha Cagarra e a Ilha Redonda, onde

FOTO: FLÁVIO CARNEIRO

vivem mais de 3 mil Atobás-marrom Sula leucogaster e 6 mil Fragatas Fregata magnificens, devido ao impacto na fauna. Considerado o segundo maior ninhal dessas espécies do país, tal área merece atenção especial, inclusive pelos escaladores que costumam frequentar vias nas ilhas citadas. Neste caso, o mais indicado seria o uso das vias de escalada e bolders na Ilha Comprida, também com uma conduta consciente para não afetar a vegetação local, que apresenta espécies ameaçadas e abriga um anfíbio que não existe em nenhum outro lugar no mundo. Este animal foi descoberto recentemente por pesquisadores do Projeto e trata-se de uma perereca de bromélia, do gênero Scinax, que sobrevive graças à água da chuva armazenada nas bromélias, já que nas ilhas não há fonte de água doce. Para

que

todos

possam

usufruir

da

rica

biodiversidade do MoNa Cagarras será preciso zelar pela sua conservação. Isso inclui a participação ativa dos visitantes, que através de ações de educação ambiental e de uma conduta consciente, podem ser os maiores aliados do órgão ambiental para a gestão da unidade de conservação.

FOTO: ÁTHILA BERTONCINI

Agradecimentos: a Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental.

FOTO: CAMILA MEIRELES


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SEGURANÇA

Sempre bom lembrar: Vida útil do material de escalada! Por Eny Hertz

temporadas; Uso profissional/intenso (diário): de 1 a 3 anos / 3 temporadas; Uso frequente (semanal): de 3 a 5 anos / 6 temporadas; Uso moderado (mensal): de 5 a 8 anos e Uso esporádico (alguns poucos durante o ano): 10 anos. Vida útil de Fibra (ou com parte com fibra) e mistos Os equipamentos de fibra (dyneema, poliéster, poliamida, nylon etc) sofrem envelhecimento mesmo sem uso. Pesquisando na internet por artigos técnicos de

Máximo sugerido: 10 anos desde a data de

escalada encontrei este pequeno, mas importante

fabricação e 8 anos desde o primeiro uso, desde que

artigo. Fiz esta tradução livre.

mantidas ótimas condições de uso e manutenção.

Esta análise da Vida Útil do material de escalada é

Uso competitivo e dry-tooling: 6 meses;

parte da síntese do conteúdo de 263 manuais de uso

Uso profissional/intenso (diário): 1 ano;

e manutenção de diferentes materiais de escalada

Uso frequente (semanal): de 1 a 3 anos;

comercializados na Europa. Os dados são a síntese das

Uso moderado (mensal): de 5 a 8 anos e

recomendações oferecidas pelos fabricantes.

Uso esporádico (alguns poucos durante o ano): de 5 a 8 anos.

Vida útil de todo Equipamento de Proteção Individual (EPI)

Atenção: A vida útil do equipamento depende diretamente

Geralmente, se recomenda a aposentadoria de todo material com mais de 10 anos de uso. Não importando

das

condições

de

uso,

histórico,

manutenção, armazenamento e transporte. A vistoria deverá ser feita semestralmente.

se foi usado somente uma vez. Este resumo faz parte do trabalho de tese de Vida útil de Metal (ou com partes metálicas):

mestrado de Direito dos Esportes de Montanha da Universidade de Zaragoza de Andoni Aguirre:

Teoricamente, se nunca foi usado, a duração do equipamento metálico é ilimitada.

“Mecanismos de control de la seguridad en los materiales de montaña: Propuesta de un modelo de control del producto en uso para Equipos de Alpinismo

Em caso de uso: 15 anos da data de fabricação,

(CEN/TC136/WG5)”

10 anos da data do primeiro uso, desde que mantidas ótimas condições de uso e manutenção. Fonte: Duração orientada desde o primeiro uso: http://quieroiralmonte.blogspot.com.es/2015/07/ Uso competitivo e dry-tooling: 6 meses a 2

vida-util-del-equipo-de-alpinismo-y.html


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EQUIPAMENTO

Botas de Caminhadas e suas garantias Por Alex Figueiredo

Já tive diversas botas, o que me garante a experiência de diversos defeitos de botas e, com isso, os contatos com o sistema de garantias de diversas delas.

defeito); •

Vento,

garantia

de

6

meses

(desde

23/07/2015); •

Columbia, garantia de 6 meses, envio pela

loja. Por que compramos botas e tênis de caminhadas caros? Beleza? Resistência? Conforto? Consumismo? Segurança? Garantia? Todas as alternativas anteriores?

Não temos mais a garantia de um ano, e segundo o lojista, se compramos a bota usada, mesmo nova, temos que ter a nota fiscal para caso de defeito. Caso

Bom, falando por mim, gosto de equipamentos resistentes

e

confortáveis,

que

se

desgastem

contrario, teríamos que nos esforçar para a fábrica fazer o reparo.

naturalmente, mas, em caso de defeito (e não dano, que fique clara a diferença), que a empresa seja responsável pelo seu produto (leia-se, garantia).

Logo, para adquirirmos um equipamento temos que ser, com toda a propriedade da palavra, chatos!

No último ano ao que parece (talvez devido a crise,

Quando estiverem na loja, não se omitam de

cambio do dólar, ou má vontade mesmo) reparei que

perguntar ao vendedor sobre o produto que esta

o sistema de garantias apresentou mudanças ... e com

adquirindo e, se o mesmo não souber responder, fale

isso eu fui tomado de surpresa, e, imagino eu, algumas

com outro. Abaixo, seguem algumas dicas:

outras pessoas também. - Perguntem do sistema de garantias sempre; Sempre fui informado, no passado, que defeitos de fábrica tinham garantia de um ano. Mas recentemente,

-

Se

houve

alguma

troca

deste

modelo

ou

tive uma surpresa quando descobri que a Snake e a

reclamações dos clientes (a bota Vento que adquiri,

Vento mudaram esse sistema!

soube depois que foi recolhida do mercado pois estava apresentando falhas na vulcanização);

A Snake segue a seguinte linha atualmente: se comprar na loja, o lojista pode mandar para a fábrica

- Guarde as notas fiscais;

(segundo ultimo informe) em até seis meses. Porém uma amiga recentemente quis adquirir uma usada,

- Fotografe o defeito e envie as fotos do defeito

e mandou um e-mail para a fábrica, a resposta foi:

imediatamente para o fabricante (sempre fale no e-mail

“garantia por 3 meses contra defeitos e, neste período,

que faz parte de um clube de montanhismo, acredite,

o comprador deve se cadastrar no programa de garantia

isso faz diferença);

estendida e, com isso, a garantia passa a ser de 15 meses”. Logo, se você se distrai quanto a esse cadastro, lá se vão os 15 meses ...

- Duvidas quanto ao modelo a ser adquirido, pergunte

em

sua

lista,

afinal,

os

grupos

de

montanhismos não servem só para trocar experiência Em conversa com um vendedor de uma loja, via

sobre montanhas, mas sobre equipamentos também;

telefone, obtive as seguintes informações: Sejamos •

chatos

sim

quando

adquirir

um

Snake, 6 meses para defeito de fabricação e,

equipamento, tendo em vista que este equipamento nos

dependendo do dano, mandar pela loja (a garantia varia

acompanhará por um bom tempo, então deve ser bom,

de modelo para modelo segundo ele);

e nos proporcionar conforto e segurança.

Bull Terrier, 6 meses e contactar o sac (nunca

me responderam, quando minha bota apresentou

Informação também!

sempre

e

partilhar

a

informação


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ACONTECEU

Agulhas Negras e Prateleiras Por Leonardo Carmo

Data: 22,23 e 24/05/2015 Participantes: Leonardo Carmo, Ary Carlos, Monique Zajdenwerg, Andrea Resende, Lando Mendonça, Patricia Lima, Vander Silva, Lohany Viana e Guilherme (Pulga). No dia 22 de maio, partimos para a expedição. Saímos de noite rumo à pousada. Na verdade ficamos acampados. No dia 23, sábado, partimos para a nossa primeira missão: Prateleiras. A nossa ideia inicial era fazer uma via, mas não fizemos. Resolvemos então dar uma explorada na área antes de partir para o cume. Depois de algum tempinho curtindo as linhas de escaladas, resolvemos continuar. O caminho até o Bloco “Prateleiras” é uma trilha muito bem marcada. Depois que chega no bloco, é trepa pedra dos bons. É fundamental levar corda. Pode ser de 30 metros mesmo, pois vai ajudar muito nos dois lances finais. Depois de curtir as Prateleiras, resolvemos pegar a trilha para a Pedra da Maçã, Pedra da Tartaruga e Pedra Assentada. De volta ao acampamento, foi hora de curtir uma janta e beber uns aperitivos. No camping tinha uma área destinada à fogueira. Então, a noite foi clássica. No domingo, a missão era fazer as Agulhas Negras. Subimos bem, eu já tinha ido lá em 2012 e o caminho ficou gravado na minha mente. Lembrei de cada canaleta que tinha passado. Aí foi tranquilo. Em alguns trechos utilizamos corda. Nosso grupo estava relativamente grande. Isso deu mais segurança e agilidade. Subimos e descemos tranquilos. Todos inteiros. Quando chegamos no Abrigo Rebouças, fizemos um festival de tapioca. Essa entrou para a história. Depois de degustar a iguaria, entramos no carro e voltamos para o camping para desmontar acampamento e pegar a estrada de volta. Essa expedição deixou saudades. Isso significa que foi bom, pois só momentos bons deixam saudades. Até a próxima.


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FOTOS DE ATIVIDADES

AGULHA GUARISCHI

AGULHA GUARISCHI

COBIÇADO X VENTANIA

MARIA COMPRIDA

REUNIÃO SOCIAL DE AGOSTO

VANDER E LOHANY NA PATAGÔNIA

REUNIÃO SOCIAL DE JULHO

PARQUE DA CIDADE


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ACONTECEU

Projeto Guia de Trilhas de Niterói e Maricá Foi dada a largada para o projeto Guia de Trilhas de Niterói e Maricá. O projeto tem o objetivo de divulgar as caminhadas da região, oferecendo ao caminhante um roteiro completo com detalhes e informações de como chegar ao início da trilha, nível da caminhada, distância, altitude máxima, obstáculos, etc. Para as duas cidades, dividimo-as em setores. Para Niterói, temos o PARNIT – Mosaico Sul, englobando o Parque da Cidade e região; e o PESET. Em Maricá, temos a região de Inoã, Silvado, Espraiado e APA da Restinga, bem como alguns outros locais. Já mapeamos quase toda a região do PARNIT – Mosaico Sul. Até agora, identificamos 16 trilhas no local. No último final de semana, fomos a Maricá e percorremos cerca de 20 km de trilhas. Andamos bastante e saímos felizes com o resultado. Em breve voltaremos! Seguem algumas fotos dessas nossas andanças...


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DIVERSOS

Programa CNMais Vantagens Por Leandro do Carmo Olá Pessoal, 7 vagas permanentes nas Demos início a um programa de descontos e

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Avisos REUNIÕES SOCIAIS

As reuniões sociais do CNM são realizadas sempre na primeira quinta-feira de cada mês ímpar e na primeira quarta-feira de cada mês par, às 19:30h, em local a ser definido e divulgado. Os encontros acontecem em clima de total descontração e informalidade, quando os sócios e amigos do CNM aproveitam para colocar a conversa em dia, trocando experiências, relatando excursões e vivências ou, simplesmente, desfrutando a companhia de gente simpática e fraterna. Periodicamente acontecem reuniões e seminários técnicos com o intuito de possibilitar maiores detalhes e informações atualizadas aos sócios e interessados. Informem-se sobre os temas das palestras técnicas e reuniões acessando o site: www.niteroiense.org.br Compareçam e sejam muito bem vindos!!! ANIVERSARIANTES Filipe Frazão 10/jul

Stephanie Maia 05/set

Márcio Moreira 17/jul

Marcelo Sá 09/set

Eny Hertz

Luiz Alexandre 11/set

21/jul

PAULO ROBERTO 21/jul

Luiz Coelho 12/set

Lohany Viana 24/jul

Diogo Lemos 18/set

SOBRAL PINTO 25/jul

IMPORTANTE!

A Presidência do CNM é soberana em qualquer assunto relacionado com o CNM e seus associados. A Diretoria Técnica é soberana em qualquer assunto técnico relacionado aos associados e aos guias do CNM.

EXPEDIENTE

CNM – CLUBE NITEROIENSE DE MONTANHISMO Início das Atividades em 26 de Março de 2003 Fundado em 20 de Novembro de 2004 Website: www.niteroiense.org.br e-mail: cnm@niteroiense.org.br Contato: 98608-1731(Leandro do Carmo) Presidente: Leandro do Carmo Vice: Vinícius Araújo Tesoureiro: Leonardo Carmo Secretário: Alexandre Rockert Diretoria Técnica: Ary Carlos Diretoria Social: Patrícia Gregory Diretoria Ambiental: Stephanie Maia Conselho Fiscal Efetivos: Adriano de Souza Abelaria Paz; Andréa Rezendo Vivas; Alex Faria de Figueiredo; Suplente: Denise Gonçalves do Carmo

Fábio Souza 08/ago Simone da Cruz 10/ago Vinicius Araújo 10/ago Bruno Campos 15/ago

Representante do CNM no PESET Titular: Eny Hertz Suplente: Leonardo Carmo

MARIA EUGENIA 16/ago Marcia Guerra 19/ago Renato Vallejo 02/set CORPO DE GUIAS

E - ESCALADA T - TRILHAS C - CICLISMO Adriano Paz - C T

Leandro Collares - E T

Alan Marra - C E T

Leandro Pestana - C E T

Alex Figueiredo - T

Leonardo Carmo - T

Andrea Rezende - C T

Luiz Alexandre - E

Ary Carlos - E T

Mauro de Mello - E T

Diogo Grumser - T

Neuza Ebecken - T

Eny Hertz - E T

Vinícius Araújo - T

Leandro do Carmo - E T

Vinicius Ribeiro - C

Informativo Nº 30: As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Clube Niteroiense de Montanhismo. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto a todos aqueles que queiram contribuir. Envie sua matéria para cnm@niteroiense.org.br. Participe!!! Edição e Diagramação: - Eny Hertz - Leandro do Carmo Revisão Ortográfica: - Vinícius Araújo


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