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Entrevista - Angelo Souza

Diretor de panificação Prática Klimaquip

Revista Panifi cação Brasileiro - Como você percebeu o mercado de panifi cação nesse ano de pandemia?

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Angelo Souza - O mercado de panifi cação representa, de maneira muito níti da, muito clara, o contexto nacional. Primeiro ele senti u rapidamente os efeitos da COVID-19, mas, em compensação, presenciamos recuperações que merecem ser analisadas, com resultados signifi cati vos daquelas empresas que vinham se preparando, que estavam melhor estruturadas, que ti nham voltado seus esforços para processos, controles, conceitos produti vos e administrati vos mais mais e estavam mais preparadas; essas saíram na frente, e diante dos desafi os, suas estruturas indicaram caminhos e soluções muito mais rápidas, não somente quanto a parte operacional, como fl uxograma produti vo, equipamentos, processos e conceitos aplicados, bem como, funcionários treinados e multi funcionais. Na própria Práti ca mudanças e ajustes internos foram realizados, com constantes readequações de colaboradores em setores, com remanejamentos necessários para o momento. Tivemos clientes, que saíram muito na frente, com conceitos

estruturados e um perfi l de empresa direcionado à constante atualização, inovação, racionalização de custos, efi ciência e foco, muito foco no cliente. Muitas vezes o que se vê na panifi cação são empresas mais voltadas à venda, com atenção muito forte na comercialização, muitas vezes deixando de lado o processo produti vo, como produzir mais e melhor, com mais efi ciência, produti vidade, com qualidade, com custos mais acessíveis e com menos perdas, portanto, mais rentabilidade e lucrati vidade, isso tanto à panifi cação, quanto à confeitaria e à gastronomia. Geralmente presenciamos concentração de esforços e investi mentos na “fachada”. Então, quando são impostos desafi os como essa pandemia, esses negócios enfrentam maiores difi culdades, pois, as variáveis internas, que poderiam ser seus diferenciais e representati vas em situações complexas, se não foram devidamente estruturadas, podem não transferir soluções ou alternati vas viáveis a curto prazo. Por outro lado, vimos empresas que investi ram como, por exemplo, o de ultracongelamento, esses compactaram a produção e produziam em dias específi cos, pão de queijo às segundas, bolos às terças, intensifi caram o “Sistema Pronto” (fi nalização conforme demanda – “Perda Zero”), etc. Assim, eles automati zaram e oti mizaram a produção, já vinham implementando esse conceito e, com a chegada da pandemia, estavam preparados, e à medida do possível o conceito de Centralização da Produção foi intensifi cado. Inovações, processos, conceitos, tecnologias, enfi m, conhecimentos estão disponíveis para todos, mas a liberdade de escolha e da ação cabe a cada um. Foi um ano de enorme aprendizado, já sinalizávamos, ano após ano, da necessidade do mercado ser movido a conhecimento, mais proati vo e menos reati vo, e, com esse exemplo, fi cou tudo muito claro, todos precisam estar preparados, é um cenário da importância de estarmos sempre atualizados.

Revista Panifi cação Brasileiro - Como a Práti ca parti cipou na vida desses donos de padaria nesse ano?

Angelo Souza - A COVID-19, em março, foi um choque para todos, nós, na Práti ca, também senti mos o impacto e ti vemos nossos aprendizados, também precisamos nos reinventar, conhecendo e nos aproximando ainda mais de nossos clientes, buscando alternati vas para oferecer ao mercado soluções de informação, de aplicabilidade e com retorno garanti do, com alternati vas para disponibilização de equipamentos em condições especialíssimas. Foi o momento de fazermos de tudo para apresentarmos ao mercado mais tecnologia, mais produti vidade, mais conhecimento e tudo com agilidade, asserti vidade e em condições jamais oferecidas até então, assim o fi zemos, com uma série de ações implementadas.

“Pessoas, nos momentos bons e nos momentos desafi adores, a parti cipação e o envolvimento das pessoas é... simplesmente fundamental.”

Mas isso não foi feito estralando os dedos, foi pensando e analisando como colaborar com os clientes. Me lembro bem da frase uti lizada pela empresa: “Práti ca e você, juntos pela alimentação”, estamos juntos, e por quê isso? Internamente, a empresa falou “vamos preservar o conhecimento”, a Práti ca pensou no futuro, nada imediati sta, pensamos em como nos recuperar, colaborar para a recuperação do mercado e apoiar a sociedade. As coisas não podem ser realizadas sem pensar e planejar, tudo foi discuti do, ponderado e planejado com envolvimento das pessoas, comparti lhando ideias. A parti r do momento que nós parti cipamos, nós nos envolvemos e passamos a colaborar com os resultados, fi zemos parte do contexto. A Práti ca é uma empresa com perfi l parti cipati vo e cooperati vo. Tudo se resume às pessoas, nos momentos bons e nos momentos desafi adores, a parti cipação e o envolvimento das pessoas é... simplesmente fundamental. Em nenhum momento a empresa abriu mão do aprendizado e evolução da sua equipe. Na Práti ca o aprimoramento contí nuo é PRIMORDIAL.

Revista Panifi cação Brasileiro - Qual é a sua visão para 2021 ?

Angelo Souza - Nós temos alguns pontos positi vos no Brasil: nossa panifi cação é ecléti ca e nosso mercado está em desenvolvimento e em franca formação. O consumo de panifi cados é diversifi cado e ainda aquém de outros países, portanto, temos muito a crescer. Diferente do que achamos na Europa, por exemplo, em países como a França, Itália e Alemanha, as padarias são todas muito parecidas, apesar da grande variedade de produtos, fato que nos leva a visualizar o potencial que temos pela frente. Nosso país tem um enorme campo para crescer, e os maiores benefi ciados são (ou deveriam ser) quem já está no segmento de panifi cação, porque devem ser os maiores conhecedores do mercado, do seu entorno, os mais estudiosos, cati vando os clientes com óti mo atendimento, variedade e qualidade de produtos e, também, estando cada vez mais próximos dos consumidores. A tendência na padaria moderna é implementar o conceito de “Centralização da Produção”, ou seja, produção concentrada de produtos em dias específi cos, com ganhos de produti vidade e lucrati vidade. A sede tende a se tornar “Padaria Mãe”, tendo num raio 1000 - 2000 metros, várias outras padarias satélites, para fi nalização e venda de seus produtos, fi delizando os clientes de condomínios, colégios, fábricas, escritórios, etc. Plenamente possível e rentável. Conhecimentos, processos, orientações, consultores, tecnologias, matérias primas e equipamentos, estão disponíveis. Se quem já esti ver no segmento não agir, alguém de fora vai fazê-lo, porque o consumo irá crescer e temos um mercado enorme para desenvolver. Estamos numa economia aberta e num mercado cada vez mais competi ti vo, o qual, diariamente abre espaço para empresas nacionais e capital estrangeiro, que estão sempre em busca de uma economia estável e em crescimento, seja no ponto de vista da população ou quanto ao poder de compra. Temos um futuro desafi ador e brilhante pela frente, e haveremos de estar conscientes e preparados para colher esses frutos.

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