EDIÇÃO 03 | 2018
alimentação saudável
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EDITORIAL
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A terceira edição da revista Vida Plena & Saudável apresenta um enfoque interdisciplinar, tendo como cerne a apresentação de diálogos entre diferentes áreas de humanas e saúde convergindo para o setor da panificação. Esta edição conta com conteúdos de colaboradores internos e externos à editora, com artigos que elucidam questões cotidianas entre as áreas de conhecimento supracitadas e possíveis tendências relacionadas ao estilo de vida saudável e bem estar bio psicossocial. A dinâmica do mundo moderno provoca mudanças rápidas nos contextos sociais e estes, por sua vez, interferem na saúde humana. Pesquisas e métodos são desenvolvidos no sentido de propor medidas mitigadoras e disseminação de informações para o acompanhamento dessas transformações. Nesse sentido, buscamos diversidade de informações que possibilitem ao leitor a aquisição, desenvolvimento e/ou manutenção do caráter crítico-pensante para as tendências e abordagens atuais no que refere-se à saúde plural. Boa leitura! RAPHAEL NABOR TEIXEIRA Editor Chefe
EXPÊDIENTE Diretor e Editor Augusto Cezar de Almeida Neto Conselho Armando Junior Darcy Mendes Divanilo Junior Luiz Farias Pery Carvalho Correspondentes Nordeste - Neiva Terceiros Nordeste - Pfrof. Xavier Sul - Cicero Vitório Sudeste - RJ - Samuel Barros Sudeste - Minas - Carlos Padeiro Mercado Denise Santana Leni Melo Alexandre Santana Publicidade publicidade@panificacaobrasileira.com.br marketing@panificacaobrasileira.com.br J.C. Antonelli antoneli@maxfoods.com.br
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Revista Panificação Brasileira
Atendimento ao Leitor sac@panificacaobrasileira.com.br Instituto de Pesquisa datafoods@panificacaobrasileira.com.br Direção de Arte Renata de Almeida renatabdealmeida@outlook.com Revisão Venuzia Santana Fale com a Redação Rua Charles Spenser Chaplin, 315 - sl 02 - Morumbi CEP: 05642-010 - São Paulo - SP 11. 2507-3916
MAX FOODS COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E EDITORA publica a revista Panificação Brasileira, voltada as padarias, varejo com pães e indústrias de pães. Atinge os empresários do setor, sindicatos, associações e formadores de opinião. “Confias no Senhor perpetuamente, pois o Senhor Deus é uma rocha eterna.” Isaías 26
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SUMÁRIO SUMÁRIO O Que Colocar No Prato?......54 Mercado de Alimentação Saudável................................50 Informe - Tial..........................56 Novo Modelo de Rotulagem Nutricional.............................52
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Lançamento - Wickbold.........58
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capa: Renata Almeida foto: pixabay
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SUMÁRIO MERCADO
MERCADO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL SEGUE
Pesquisa revela que apenas 2% dos brasileiros não possuem interesse em in Mesmo em meio à crise que o país enfrenta, um segmento que continua se destacando e crescendo no mercado é o de alimentos com apelo mais saudável, conforme atesta o estudo Alimentação Saudável – Tendências 2016, realizado pela Mintel, fornecedora global de pesquisa de mercado. Para se ter uma ideia, 76% dos brasileiros afirmaram que buscam ter uma alimentação saudável. O levantamento ainda constatou que 88% dos respondentes preferem consumir alimentos já fortificados com vitaminas a tomar suplemento e que 83% não acham difícil fazer substituições saudáveis em relação a alimentação. Além disso, dos entrevistados, apenas 2% responderam que não possuem interesse em ingerir alimentos que ofereçam algum benefício, como, por exemplo, melhora do desempenho mental, fornecimento de energia e redução do stress. A pesquisa contou com a participação de 1500 pessoas com mais de 16 anos, oriundas das cinco regiões do país e de todos os grupos socioeconômicos. Diante de tal cenário, a Superbom, empresa especializada na fabricação de produtos saudáveis e com mais de 90 anos de atuação, segue investindo forte em itens voltados para alimentação saudável, como opções isentas de glúten, lactose, corantes e aromatizante artificiais, além de menos gordura, açúcar, sódio, entre outros. A aposta da companhia, que encerrou 2016 com aumento de 7,3% no faturamento, é que a demanda mais alta por esse tipo de produto não seja passageira, já produtos com apelo de saudabilidade têm menos exposição aos deslizes da economia. Para 2017, a empresa irá investir R$ 5 milhões no desenvolvimento de novos produtos. 50
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“A crise impacta os negócios, mas o mercado de produtos saudáveis é bem menos suscetível a restrição de valores, uma vez que o consumidor continua disposto a pagar um valor mais alto pelo produto. Ele sente a diferença que faz na saúde e qualidade de vida. Por conta disso, nosso segmento acaba sofrendo menos em relação ao setor de alimentos convencionais”, afirma David Oliveira,
gerente de marketing da Superbom.
E COM POTENCIAL DE CRESCIMENTO NO BRASIL
ngerir alimentos que ofereçam algum benefício para a saúde física e mental Além disso, 34% dizem estar interessados em produtos que melhorem a agilidade mental. “Os dados comprovam que os hábitos de alimentação no Brasil estão mudando e os consumidores, cada vez mais, definem o que vão ingerir pensando se a opção leva a um estilo de vida mais saudável. A estética é valorizada, porém, com a correria diária, o foco também está na procura por produtos que consigam contribuir com o funcionamento da mente e do corpo como um todo”, conclui Oliveira. Sobre a Superbom
blog.kiwisucos
Segundo Oliveira, atualmente, o brasileiro está empenhado em procurar mais informações sobre produtos e alimentação saudável, o que pode contribuir para a expansão do mercado em que a Superbom atua. “Os brasileiros já perceberam que a alimentação saudável contribui não somente para a perda de peso, mas também para a manutenção da saúde física e mental. Quem adere a esse estilo de vida dificilmente volta atrás, o que comprova que o movimento do mercado de saudabilidade não é uma moda passageira e sim uma tendência irreversível”, explica o executivo. Ainda segundo a pesquisa, 29% dos brasileiros entrevistados têm interesse em inovações que entreguem alívio do estresse e 23% dizem ter interesse em produtos que melhorem o humor.
A Superbom é uma empresa alimentícia, que trabalha com uma linha de produtos saudáveis, que abrange sucos, geléias, salsichas, proteínas, pratos prontos, entre outros. Fundada em 1925, a Superbom comercializa os seus produtos em mais de 25 mil pontos de vendas em todo país. Em função disso, é considerada uma das principais empresas do ramo de alimentos para veganos e vegetarianos do Brasil. A empresa iniciou as suas atividades com a produção de suco de uva, no interior de uma antiga casa pertencente ao Colégio Adventista Brasileiro (CAB), que posteriormente ficou conhecido como Instituto Adventista de Ensino e, hoje, abriga o Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp-SP). Durante toda a sua história, a empresa atua diretamente ligada à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Atualmente, a companhia conta com 250 colaboradores, entre a sede e as duas plantas da indústria (localizadas em São Paulo, capital, e em Lebon Régis, Santa Catarina).
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SUMÁRIO PRODUTOS
SETOR DE ALIMENTOS E BEBIDAS APRESENTA NOVO MODELO DE ROTULAGEM NUTRICIONAL PARA O MERCADO BRASILEIRO A proposta é de um modelo frontal, com base indicativa por porção, onde os ícones de sódio, açúcares totais e gordura saturada ganham cores de entendimento universal.
No mundo moderno as pessoas têm fome e sede de informação. Na hora de escolher o alimento que vai à mesa, não é diferente. Diante da diversidade de opções, o consumidor tem dedicado cada vez mais tempo e atenção à busca de informações, sobretudo nos rótulos dos alimentos.
Trata-se de uma recomendação baseada em diversos trabalhos, numa análise do cenário mundial e em revisão bibliográfica realizada pelo Núcleo de
No Brasil, as normas que regem a rotulagem de alimentos têm mais de 10 anos. Nesse tempo ocorreram inúmeras transformações, tanto no estilo de vida das pessoas como nos avanços tecnológicos dos alimentos, impulsionados em muito pela demanda dos consumidores, cada vez mais exigentes e atentos ao que consomem. Depois de três anos de estudos e debates com o governo e a sociedade, a indústria brasileira de alimentos e bebidas apresenta uma proposta para um novo modelo de rotulagem, que atende não só às mudanças nos hábitos alimentares dos brasileiros mas, principalmente, à demanda por clareza sobre ingredientes e valores de referência para composição de uma dieta equilibrada. O MODELO DEFENDIDO PELO SETOR A proposta entregue à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pelo setor produtivo é de uma rotulagem nutricional frontal com base indicativa por porção, onde os ícones de sódio, açúcares totais e gordura saturada passam a ser COLORIDOS, em verde, amarelo e vermelho, cores de entendimento universal.
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Estudos e Pesquisas em Alimentação – NEPA, da UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas. Após analisar a estrutura atual e, com objetivo de orientar melhor o consumidor na hora da escolha, a proposta de rotulagem do setor está fundamentada numa abordagem direta, clara e específica, que introduz melhoras significativas no entendimento da composição dos alimentos. “A proposta do setor é baseada em duas premissas principais: oferecer informações mais completas sobre o alimento e empoderar o consumidor.
Acreditamos que o modelo com cores é o que melhor informa sobre os nutrientes contidos nos produtos e o que mais empodera o consumidor na sua decisão de compra. Confiamos na capacidade das pessoas em fazer suas escolhas alimentares, quando bem informadas”, declara Edmund Klotz, presidente da ABIA - Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação. "As indústrias brasileiras de bebidas não alcoólicas têm trabalhado constantemente para oferecer informações de qualidade para que os consumidores tomem suas decisões de consumo. O modelo de rotulagem nutricional proposto pela indústria hoje, baseado em cores, é fruto de estudos de especialistas e atende diretamente as demandas da sociedade. A ABIR defenderá sempre a transparência, o respeito ao consumidor e a liberdade de escolha a partir de informações consistentes para o consumo consciente", complementa Alexandre K. Jobim, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR). O significado das cores - A cor verde indica que o consumo está mais longe da recomendação diária do nutriente (IDR), ou seja, pode-se ingerir uma quantidade maior daquele nutriente. A cor amarela demanda atenção, pois o alimento já está com níveis mais próximos de se alcançar a recomendação diária de consumo. A cor vermelha indica que o consumidor está bem próximo de alcançar a recomendação diária do nutriente somente com o consumo deste único alimento; por isso, é importante controlar o consumo de outros alimentos com maior aporte desse nutriente.
A proposta prevê, na tabela nutricional, a mudança da base de indicação das informações sobre os nutrientes para 100g, o que permite ao consumidor comparar alimentos de uma mesma categoria e de categorias diferentes. Essa informação, aliada à indicação por porção no painel frontal da embalagem, oferece dados mais completos aos consumidores. A tabela inclui também a declaração obrigatória dos açúcares totais, na linha abaixo dos carboidratos.
A quantidade por porção é opcional na tabela nutricional. Pode ser feita a declaração do número de porções para embalagens com mais de uma porção. Desta forma, ficará evidente a necessidade de multiplicar os valores nutricionais indicados na rotulagem nutricional frontal, de acordo com a quantidade de porções consumida. Ao invés de apenas incluir sinais de advertência e vincular o alimento à ideia de perigo, o modelo apresentado pela indústria é fundamentado em uma relação de confiança e respeito ao consumidor. Apresenta o teor de cada nutriente contido nos alimentos com a utilização de cores de entendimento universal. “A informação por porção é mais próxima da realidade de consumo, e, por essa razão, a rotulagem frontal com cores é feita por porção. Esse modelo possibilita que o consumidor encontre de forma mais fácil a característica dos alimentos, o teor de cada nutriente, para que tenha o poder de escolha dentro do contexto de uma dieta equilibrada, diversificada e inclusiva. Isso evita a simples inserção de advertências ou ilustrações, meramente interpretativas, que desqualificam isoladamente nutrientes nos alimentos”, explica Daniella Cunha, Diretora de Relações Institucionais da ABIA. Edição 96
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SUMÁRIO ALIMENTAÇÃO
O QUE COLOCAR NO PRATO? OS DESAFIOS DO BRASILEIRO QUANDO O ASSUNTO É ALIMENTAÇÃO Em tempos onde alimentos são tratados como vilões e doenças crônicas atingem índices alarmantes, a educação nutricional é uma aliada na manutenção da saúde, qualidade de vida e bem-estar Quase tudo na vida é movido por escolhas. Seja no âmbito profissional ou pessoal, o tempo todo, as pessoas elegem algo em detrimento de opções menos importantes ou relevantes para aquela situação. Com a alimentação não é diferente. Diante de uma ampla oferta de alimentos, o consumidor precisa escolher o que melhor se adequa para a sua família. E, nos dias de hoje, onde muitos alimentos são vistos como vilões e o estilo de vida interfere diretamente nos hábitos alimentares, essa tarefa se tornou um grande desafio.
o consumidor por meio da embalagem e da rotulagem”, declara Luis Madi, o diretor geral do ITAL – Instituto de Tecnologia de Alimentos.
As transformações econômicas, políticas, sociais e culturais provenientes da urbanização e da globalização têm impacto direto nos estilos de vida e alimentação das sociedades modernas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o aumento de obesidade e diabetes na última década em 60% e 61%, respectivamente. No Brasil, dados do VIGITEL 2016 mostram que o brasileiro está passando por um momento de transição, saindo da desnutrição e caminhando para a obesidade. Outro aspecto importante é o sedentarismo. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, mais de 60% dos brasileiros com mais de 15 anos não praticaram qualquer atividade física em 2015.
Vale lembrar que cada indivíduo apresenta necessidades nutricionais distintas, que mudam de acordo com idade, prática de atividade física, condições gerais de saúde e situação metabólica, entre outros fatores. Logo, uma alimentação adequada varia de pessoa para pessoa. De acordo com a nutricionista Márcia Terra, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição – SBAN, é essencial encarar a alimentação com olhar multifatorial. “Está claro que o desenvolvimento tecnológico trouxe facilidades e oportunidades, com opções de consumo que não prejudicam a saúde. Hoje somos levados para tudo o que possa facilitar a vida cotidiana e o trabalho na cozinha. As razões que envolvem a escolha dos alimentos são inúmeras, porém, a mais relevante é baseada no entendimento, fato que contribui para uma grande mudança nos padrões alimentares da população”, explica a especialista.
O relatório Tendências Globais em Alimentos e Bebidas 2017, realizado pela consultoria Mintel, revela que o investimento em tempo necessário para o preparo das refeições irá se tornar tão importante quanto a escolha dos ingredientes e nutrientes, o que estimula a necessidade de soluções com alimentos nutritivos e customizáveis. Dessa maneira, ciência e tecnologia trazem contribuições práticas que resultam em produtos e serviços inovadores. “Estamos em um novo patamar de desenvolvimento e o crescente investimento em pesquisa e inovação no Brasil é voltado para um modelo de alimentação segura, que atenda ao atual estilo de vida da população e também informe adequadamente
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Os alimentos processados são aqueles modificados do seu estado original por meio de uma grande variedade de tipos de processamento, com finalidades distintas. “E isso inclui a produção de alimentos mais seguros, com maior controle da qualidade e conveniência para as populações urbanas, além da redução de perdas e desperdícios”, completa Madi.
Todos esses pontos viram dúvidas na cabeça do consumidor. Por isso a educação nutricional é tão importante. Quanto mais informação, melhores e mais assertivas serão as escolhas alimentares. “É importante que as pessoas entendam qual é a composição do alimento. Compreender o que está no rótulo é fundamental para acertar na escolha dos produtos, identificando, assim, o que é mais adequado para sua saúde individual e com que frequência pode consumir determinados alimentos, sem que haja prejuízo à saúde como um
todo, no médio e longo prazo”, declara a nutricionista Vanderlí Marchiori, presidente da Associação Paulista de Fitoterapia (APFIT) e fundadora e membro da diretoria da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE). Dessa forma, a rotulagem dos alimentos é uma ferramenta essencial para que o consumidor obtenha informações de forma padronizada, clara, simples e segura, para tomar decisões alimentares personalizadas e equilibradas. “A indústria vem caminhando para atender a necessidade da população e empoderar o consumidor para que ele seja capaz de fazer suas escolhas. A informação que deve constar no produto precisa ser clara e direta, este é o caminho para a educação nutricional, em que as pessoas tenham à sua disposição dados corretos e concretos sobre o alimento que está adquirindo”, aponta Vanderlí Marchiori. A questão nutricional ocupa hoje um lugar de destaque no contexto mundial e é evidente a importância de promover mudanças práticas que auxiliem as pessoas no dia a dia. No entanto, a construção de novas políticas voltadas ao consumidor deve ter função educativa e respeitar suas necessidades individuais. A adoção de modelos proibitivos, alarmistas e de difícil compreensão não só deixa a desejar no quesito informação, como dificulta a escolha na hora de comprar o alimento.
SOBRE A ABIA Fundada em 1963, a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) representa hoje mais de 70% do setor em valor de produção. Sua principal missão é atuar como interlocutora das empresas associadas com instituições públicas e privadas, governo e órgãos internacionais. As atividades da Associação estão voltadas a assegurar uma legislação adequada às constantes evoluções tecnológicas do alimento processado; incentivar o uso de melhores técnicas de produção; promover o fortalecimento econômico-financeiro do setor e estimular o desenvolvimento sustentável da indústria da alimentação no Brasil, com ações focadas e alinhadas às necessidades do consumidor.
GORDURAS TRANS Dentre os resultados dessa parceria estão a retirada de 310 mil toneladas de gorduras trans dos alimentos industrializados até 2016. Trata-se de uma conquista definitiva, pois deriva de modificações realizadas nos alimentos e nos processos produtivos.
SÓDIO Com relação ao sódio, apesar da indústria de alimentos ser responsável por apenas 23,8% do sódio
consumido pelos brasileiros (contra 76,2% do sódio que é adicionado no preparo final dos alimentos, de acordo com estudos com base nos dados da POF/IBGE), o setor, por meio da ABIA, já assinou 4 termos de compromisso com o Ministério da Saúde para Redução Gradual de Sódio em 35 categorias de Alimentos Processados. Esse compromisso, voluntário por parte das indústrias, já retirou 17.254 mil toneladas de sódio dos alimentos (considerando o monitoramento dos 4 Termos de Compromisso), e tem a meta de chegar a 28,5 toneladas até 2020.
AÇÚCAR A maior parte do consumo de açúcar no Brasil vem do que é adicionado pelo consumidor no preparo dos alimentos em casa (56,3%). O açúcar adicionado nos alimentos processados responde por 19,2%, de acordo com estudo com base dos dados da POF/IBGE. Mesmo não sendo responsável pela maior parte do açúcar consumido pela população, as indústrias, por meio da ABIA, já iniciaram o processo de redução, em parceria com o Ministério da Saúde. Já foram realizadas duas oficinas técnicas, de 6 previstas ao longo de um ano. A previsão é lançar um Plano de Redução, com formato semelhante ao do sódio, que vai envolver alimentos como produtos lácteos, bebidas adoçadas, biscoitos, bolos e achocolatados.
SAUDABILIDADE Acreditamos que nenhum fator, isoladamente, é responsável por problemas de saúde, e que o sobrepeso e as doenças crônicas têm causas multifatoriais. Os esforços da indústria devem ser compreendidos como parte de uma série de outras iniciativas a serem adotadas para garantir a saúde da população. Segundo dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2016), a população brasileira está consumindo regularmente mais frutas, verduras e legumes (de 33% em 2008, foi para 35,2% em 2016) e ingerindo menos refrigerantes e bebidas adoçadas (queda de 30,9% em 2007 para 16,5% em 2016), mas os índices de sobrepeso não caíram. Recente estudo do IBGE revelou que 62,1% dos brasileiros com 15 anos ou mais não praticaram qualquer esporte ou atividade física em 2015. Isso quer dizer que mais de 100 milhões de pessoas, de um total de 161,8 milhões, nessa faixa etária, não faziam nenhum tipo de exercício. É preciso implantar programas educativos para que os consumidores possam ter discernimento no momento da escolha dos alimentos e compreendam a importância de aliar uma dieta equilibrada à prática de atividades físicas. Edição 96
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SUMÁRIO INFORME - TIAL
TIAL TRAZ NOVIDADE PARA O MERCADO: LINHA 100% SUCO Marca do Grupo Pif Paf anuncia “aumento da família” e apresenta linha que reforça a qualidade e saudabilidade A fabricante dos néctares Tial, pioneira em sucos prontos para beber sem aditivos químicos, acaba de trazer uma novidade para o mercado: a Linha 100% suco. Disponível nos sabores maçã e uva, em embalagens de 1 litro, as bebidas trazem o verdadeiro sabor e as vitaminas das respectivas frutas, sem adição de corantes e conservantes. Os sucos da marca são elaborados a partir de frutas frescas e selecionadas, vindas de pomares rigorosamente controlados e livres de agrotóxicos. A chegada da novidade da marca está relacionada ao comportamento de grande parte dos
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consumidores, que estão cada vez mais rigorosos e antenados na questão da saudabilidade de alimentos, oferecendo sucos de frutas totalmente naturais e práticos, para saborear a pura fruta em forma de suco é só abrir e beber. O objetivo da nova linha, de acordo com a empresa, é incrementar o portóflio e oferecer mais opções para o consumidor. Integram a Tial linhas de sucos tradicionais e ligths de 1 litro, sucos em latas de 335 ml, kids de 200 ml, etc. As duas opções de sucos da Linha 100% suco já estão disponíveis no mercado.
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SUMÁRIO LANÇAMENTO
GRÃOS ANCESTRAIS QUE COMPÕEM NOVO PÃO DA WICKBOLD PROPORCIONAM BENEFÍCIOS À SAÚDE Versão integral da linha Wickbold Do Forno chega para atender às demandas crescentes do consumidor atual por sabor aliado à saudabilidade Um pão quentinho com manteiga e um café para acompanhar parece ser o combo perfeito para a maioria dos brasileiros na primeira refeição do dia. O fato é que, nos últimos anos, muito se fala sobre a importância de cuidar da saúde e muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a forma correta de consumir o pão e se ele cabe na dieta. Pensando nisso, a Wickbold, empresa líder brasileira no segmento de pães especiais e saudáveis, traz ao mercado o novo Wickbold Do Forno Grãos Ancestrais. Trata-se de um pão integral diferenciado, em cuja formulação são encontrados cinco tipos de grãos milenares que trazem diversos benefícios à saúde quinoa (nas versões branca e vermelha), freekeh, espelta, amaranto e chia. Além disso, o produto se destaca por possuir baixo teor de gorduras saturadas, baixo teor de gorduras totais, zero colesterol e zero gordura trans. “Dados mostram que o mercado brasileiro de alimentos saudáveis não para de crescer, e o nosso desafio foi alinhar nutrição e muito sabor no mesmo produto. A receita tem dado certo, o Wickbold Do Forno Grãos Ancestrais já se posiciona como produto de grande sucesso no mercado, apesar do lançamento recente”, comenta Pedro Wickbold, executivo da marca. O produto está totalmente alinhado aos pilares de posicionamento da Wickbold, pois envolve sabor aliado à nutrição, saúde e bem-estar. “A história dos grãos é muito interessante, pois culturas milenares, como maias, incas, andinas e astecas reconheceram-nas como portadoras de diversos nutrientes. Mais importante ainda é saber que trazemos ao mercado uma inovação muito solicitada pelo consumidor brasileiro”, completa Denise Pacheco, especialista de produtos da marca. Grãos Ancestrais e seus benefícios à saúde Perfeitos para uma dieta equilibrada, os grãos ancestrais são aqueles que praticamente não sofreram nenhum
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tipo de modificação com o passar dos anos e, assim, mantém praticamente intactas todas suas principais características. O consumo regular desta categoria de alimentos pode trazer diversos benefícios à saúde em função de sua rica composição nutricional: proteínas, fibras, vitaminas do complexo B e E, além de minerais como zinco, magnésio, ferro e potássio. A quinoa, por exemplo, reduz o colesterol e ajuda no funcionamento do intestino, mandando as toxinas para fora do corpo. No pão Wickbold Do Forno Grãos Ancestrais, este grão pode ser encontrado nas versões branca e vermelha. O amaranto, por sua vez, regula a pressão arterial, o colesterol e contribui para a formação de ossos e músculos; possui mais cálcio do que os demais tipos de grãos, além de ferro, fósforo e magnésio. Já a chia é um alimento de sobrevivência dos guerreiros astecas e considerado um “supergrão”. Além de prevenir o envelhecimento, favorece o emagrecimento já que prolonga a sensação de saciedade. Ela também é responsável pela melhora do humor, da rapidez de raciocínio, da concentração e das habilidades motoras. Enquanto isso, a espelta é capaz de aumentar a imunidade, previnir doenças cardiovasculares e auxiliar na redução do colesterol ruim do sangue (LDL). É indicada também para casos de estresse e para quem sofre com a digestão. Por fim, o freekeh é conhecido por suas propriedades antioxidantes e por contribuir para a perda de peso, uma vez que promove a sensação de saciedade. Também previne doenças como a diabetes, já que regula a absorção de açúcar e gordura pelo corpo. Ele também contribui para o bom funcionamento do intestino e possui quatro vezes mais fibras do que o arroz integral.
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