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Ciência e atualidade do setor dentário - ano XV Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital

Falamos com...

14 DE FEVEREIRO DE 2020 NA FMDUL

João Carlos Roque, presidente da comissão organizadora do congresso dos técnicos de prótese

www.maxillaris.com/mxdaypt

congresso omd

outros perfis

Delmira Regra, coordenadora das jornadas de saúde oral da Unidade de Saúde do Baixo Alentejo Congresso da OMD atraiu à FIL mais de 6.000 congressistas

Luís Filipe Oliveira, piloto de automóveis e médico dentista

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destaques

Ciência e atualidade do setor dentário - ano XV

congresso omd Congresso da OMD atraiu à FIL mais de 6.000 congressistas.

Maxillaris Portugal celebrou 15o aniversário com sorteio na Expodentária.

Falamos com...

Outros perfis

Luís Filipe Oliveira, piloto de automóveis e médico dentista.

João Carlos Roque, presidente da comissão organizadora do congresso dos técnicos de prótese dentária.

Relatos Delmira Regra, coordenadora das jornadas de saúde oral da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo.

Diana Serra, médica dentista e voluntária da Mundo A Sorrir.

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em: Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital

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workshops

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11:00 - 11:30 João Fonseca Introdução ao uso e ferramentas de desenho CAD utilizando software opensource

Filipe Aguilar O valor da 3ª dimensão no diagnóstico em endodontia: CBCT, seeing is believing

Pausa

13:00 - 14:00

Almoço (livre)

Palestras

14:00 Inauguração 14:15 14:45

Jaime Guimarães diretor científico da MAXILLARIS Portugal Rui Falacho presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital João Fonseca Digitalização facial 3D: como fazer, suas aplicações e potencial no diagnóstico e tratamento

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Elena Cervino Influência da tecnologia digital na ortodontia

Patrocínio das empresas:

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14 fevereiro 2020 # MXdayDIGITAL PROGR A M A Esteban Xam-mar A passagem a digital, um salto no vazio?

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Filipe Aguilar O valor da 3ª dimensão no diagnóstico em endodontia: CBCT, seeing is believing

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Rafael Jaén Gutiérrez Fluxo digital entre a clínica e o laboratório com a tecnologia DGSHAPE de fresagem por via húmida (Conferência em inglês)

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Pedro Brito Precisão do fluxo digital CAD-CAM

17:15 - 17:45 Coffee-break

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com o apoio da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

Programa 4 págs ok.indd 3

Diogo Viegas O poder da Medicina Dentária digital - prática diária

Inscreva-se em: maxillaris.com/mxdaypt ou através do tel.: 218 874 085 ou e-mail: portugal@maxillaris.com 28/8/19 12:20


o Ciência e prática

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sumário

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o Crónica

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Irineu Gregagnin Pedron: “Redução da hipermiotomia pela aplicação da toxina botulínica tipo A em paciente com bruxismo, dor orofacial e reabilitado com implantes dentários".

o Quiz de medicina oral

Cerca de um terço dos portugueses só consulta o médico dentista em caso de extrema necessidade.

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Provedora da Justiça reuniu com representantes do Conselho Nacional das Ordens Profissionais.

Demonstre os seus conhecimentos no teste elaborado para a Maxillaris por Germán Esparza Gómez.

o Outros perfis

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o congresso omd

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Amanda Antunes Gonçalves: “Tratamento ortopédico-cirúrgico da deficiência transversal da maxila. Caso clínico".

Congresso da OMD atraiu à FIL mais de 6.000 congressistas.

Luís Filipe Oliveira, piloto de automóveis e médico dentista: "Há uma complementaridade entre o desporto automóvel e a Medicina Dentária".

o Relatos

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Maxillaris Portugal celebrou 15O aniversário com sorteio na Expodentária.

Diana Serra, médica dentista e voluntária da Mundo A Sorrir.

o Calendário

o Falamos com...

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João Carlos Roque, presidente da comissão organizadora do congresso da Associação Portuguesa de Técnicos de Prótese Dentária: "Vamos procurar sair dos temas mais debatidos e apresentar outras perspetivas e alternativas protéticas". 34 Delmira Regra, coordenadora das II Jornadas de Saúde Oral da Unidade de Saúde do Baixo Alentejo: "Saber gerir a doença crónica não é uma tarefa fácil, todos os detalhes contam e as doenças orais são muitas vezes menosprezadas neste processo".

Agenda de cursos para os profissionais e calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais.

o Novidades

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Produtos e equipamentos.

o Indústria

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Notícias de empresas.

A Maxillaris é uma marca registada a nível europeu pelo Departamento de Harmonização do Mercado Interior Europeu de Marcas e Desenhos com o Nº 003098449. Proprietário: Grupo Asís Biomedia. Coordenador Edição Portuguesa: João Drago. portugal@maxillaris.com Publicidade: Maria João Miranda. comercialportugal@maxillaris.com Colaboradores: Gilberto Ferreira. João dos Santos. Maria Inês de Matos. Nuria Mauleón. Valéria Baptista Ferreira.

Comissão Científica: Jaime Guimarães (diretor científico). Ana Cristina Mano Azul. Francisco Brandão de Brito. Francisco Teixeira Barbosa. Gil Alcoforado. Isabel Poiares Baptista. José Bilhoto. José Pedro Figueiredo. Paulo Ribeiro de Melo. Rui Figueiredo. Susana Noronha. Consultor para a América Latina: Pérsio Mariani. REDAÇÃO: Rua Francisco Sanches, 122, 2O 1170-144 Lisboa • Tel./Fax: 218 874 085.

Edição online: www.maxillaris.com.pt Depósito Legal: M-44.552-2005. Assinatura anual: Portugal 35 €, resto 80 € . ISENTO DE REGISTO AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 DE 9/6 ART. 12o No 1

7.000 assinantes

• Periodicidade mensal. • A Maxillaris não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores. • Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito do Grupo Asís Biomedia.

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Editorial

Nesta reta final do ano, as notícias que nos chegam no contexto da Medicina Dentária oferecem à classe (e à sociedade em geral) motivos de contentamento, mas também de recorrente apreensão. Comecemos pelo lado negativo, neste caso associado à recente divulgação dos resultados do Barómetro da Saúde Oral, que a consultora independente QSP realiza anualmente para a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD). Os números que vieram a público, no passado mês de novembro, confirmam que a má prática nacional em matéria de saúde oral ainda é o que era: há quase um terço de portugueses que nunca visitam o médico dentista ou apenas o fazem em situação de extrema necessidade. Com efeito, esta cifra, na casa dos 31%, mantém-se quase inalterada há pelo menos seis anos consecutivos, desde que o Barómetro da Saúde Oral começou a ser realizado, em 2014.

Boas e más práticas

Por outro lado, apenas 31% dos portugueses têm a dentição completa e quase 10% têm falta de todos os dentes, de acordo com os dados resultantes deste estudo. Embora se verifique hoje uma maior preocupação dos portugueses com a saúde oral, a percentagem de cidadãos que vivem à margem dos consultórios dentários continua a ser muito elevada, e a probabilidade de serem estes a quem mais faltam dentes naturais sem nada terem a substituir é muito grande. O alerta parte da própria OMD, para quem são estas pessoas, por regra com menos recursos e informação, as mais vulneráveis e as que mais precisam de resposta urgente por parte do Ministério da Saúde. É aqui que vale a pena evocar a nota positiva que poderá atenuar, a médio prazo, os deficitários números do último Barómetro da Saúde Oral: a intenção do governo, reiterada pelo secretário de Estado da Saúde, António Sales, na sessão solene de abertura do recente congresso anual da OMD, no sentido de apostar no reforço da saúde oral, desde logo alargando o cheque-dentista às crianças a partir dos dois anos. O governante assegura que esse reforço acontecerá no horizonte temporal da nova legislatura, ou seja, ao longo dos próximos quatro anos. A intenção do governo é encarada, de resto, pelos representantes da classe dos médicos dentistas como um exemplo de boas práticas no contexto das políticas públicas, tendo em mente o seu contributo para aproximar da Medicina Dentária a população que a ela não tem o acesso devido. Com esta edição, a Maxillaris Portugal faz, como habitualmente, uma pausa até à primeira semana de fevereiro. Em plena quadra festiva de dezembro, esta revista deseja a todos os leitores, anunciantes e colaboradores votos de Feliz Natal e boas entradas em 2020!

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Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com Subdiretor: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com

índice

Diretora Comercial: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com Chefe Divisão Multimédia: Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com

Anthogyr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Bredent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

Coordenadora de projetos: Marta Esquinas marta.esquinas@maxillaris.com

BTI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

Redatores: María Santos e Diego Ibáñez. redaccion@maxillaris.com

Carestream . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

Serviços Administrativos: Inmaculada Barrio. administracion@maxillaris.com REDAÇÃO ESPANHA: C/ Clara del Rey, 30, bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 25 52 45

EMS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Expodental Madrid 2020 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

Edição online espanhola: www.maxillaris.com Comissão Científica (edição espanhola): Javier García Fernández (diretor científico). Armando Badet de Mena. Baoluo Gao. Beatriz Giménez González. Blas Noguerol Rodríguez. Carlos Fernández Villares. Emilio Serena Rincón. Esther Nevado Rodríguez. Francisco Teixeira Barbosa. Germán Esparza Gómez. Héctor Tafalla Pastor. Jaime Jiménez García. Jaume Janer Suñé. Juan López Palafox. Luis Calatrava Larragán. Manuel Cueto Suárez. Marcela Bisheimer Chemez. María Rosa Mourelle Martínez. Rafael Flores Ruiz. Rafael Martín-Granizo López. Rui Figueiredo.

Instituto Casan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Ledosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Listerine . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 e 65 Mundo A Sorrir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 MX Day Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 e 5 Phibo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Ravagnani Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 e 79 Systhex . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 WCDT 2020 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

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crónica Barómetro da Saúde Oral revela que número mantém-se estável desde há pelo menos seis anos

Cerca de um terço dos portugueses só consulta o médico dentista em caso de extrema necessidade Há 6,8% de portugueses que nunca vão a consultas de Medicina Dentária e 24,8% que só vão em caso de urgência. Juntos perfazem 31,6%, ou seja, há quase um terço de portugueses que nunca visitam o médico dentista ou apenas o fazem em situação de extrema necessidade. É um número que se mantém quase inalterado desde que o Barómetro da Saúde Oral começou a ser realizado em 2014. Dos 31,6% de portugueses que nunca vão ao médico dentista ou só vão em caso de urgência, 65,3% afirmam não ter necessidade, um aumento de quase 12% em relação ao ano passado, e 22,8% alegam não ter capacidade financeira, uma redução de 8,9% face à última edição.

Ainda que os resultados mostrem que os portugueses estão a ir ao médico dentista com maior regularidade, não são novos doentes, são doentes habituais que aumentaram a regularidade das visitas aos consultórios de Medicina Dentária. Este aumento pode ser explicado pela subida de pacientes com seguros ou planos de saúde, que em 2014 eram apenas 4% e agora já chegam aos 15%.

Orlando Monteiro da Silva revela que “há 59% de portugueses que não sabem que

Se há seis anos 72% dos inquiridos consideravam a Medicina Dentária como uma área mais cara que as outras áreas da saúde, nesta edição o número caiu para 54%.

87,4% dos inquiridos revelaram que mantiveram o número de idas ao médico dentista e 8,4% dizem ter aumentado. Apenas 4,1% dos que responderam ao barómetro revelam ter diminuído as consultas de Medicina Dentária, por comparação com os 7,2% registados no ano passado.

Apenas 31% dos portugueses têm a dentição completa e quase 10% têm falta de todos os dentes. Se o número de portugueses sem dentes naturais mantém-se em linha com edições anteriores, hoje já existe maior probabilidade de terem dentes substitutos.

É de assinalar que 51,2% dos inquiridos nunca mudaram de médico dentista e demoram, em média, 14 minutos a chegar ao consultório.

48,6% dos portugueses com falta de dentes naturais não têm dentes de substituição; em 2014 eram 56,1%.

O barómetro é realizado pela consultora independente QSP para a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e tem validade estatística.

Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD, salienta que “existe hoje uma maior preocupação dos portugueses com a saúde oral, mas há uma percentagem elevada de pessoas que continuam longe dos consultórios de

35,7% dos portugueses não visitam o médico dentista há mais de um ano.

Medicina Dentária e a probabilidade de serem estas a quem mais faltam dentes naturais sem nada terem a substituir é muito grande. São estas pessoas, por regra com menos recursos e informação, as mais vulneráveis e as que mais precisam de resposta por parte do Ministério da Saúde”.

Apenas 31% dos portugueses têm a dentição completa e quase 10% têm falta de todos os dentes.

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o Serviço Nacional de Saúde disponibiliza a área de Medicina Dentária. É um valor que tem vindo a cair face a edições anteriores, mas é essencial que haja uma maior divulgação das consultas nos centros de saúde e que os médicos de família indiquem os doentes em condições de aceder a essas consultas.” Uma mudança no barómetro permitiu ainda perceber que nem todos os portugueses escovam os dentes duas vezes por dia como recomendam as boas práticas da saúde oral. Apenas 77,6% dos portugueses afirmam cumprir esta indicação. Índice de higiene oral em queda acentuada Nas edições anteriores esta questão versava apenas sobre “se tem o hábito”, sem especificar a frequência e as respostas ultrapassavam sempre os 96%. A

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alteração feita este ano, com a quantificação de duas vezes por dia, fez com que o índice de higiene oral diminuísse bastante face às últimas edições. Continua a ser notória a maior implementação destes hábitos nas mulheres. Do Barómetro da Saúde Oral, o bastonário da OMD destaca ainda que “67,7% dos menores de seis anos nunca visitam o médico dentista, uma situação preocupante que esperamos que mude radicalmente com o alargamento do programa do cheque-dentista a partir dos dois anos, até porque os ganhos em saúde oral das crianças desde que o programa começou em 2008 são enormes”. Para os inquiridos pelo barómetro, grávidas, diabéticos e portadores de doenças cardíacas ou respiratórias deveriam ter acesso mais facilitado a cuidados de Medicina Dentária, por necessitarem de acompanhamento redobrado.

Nem todos os portugueses escovam os dentes duas vezes por dia como recomendam as boas práticas da saúde oral.

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Provedora de Justiça reuniu com representantes do Conselho Nacional das Ordens Profissionais O Conselho Nacional das Ordens Profissionais (CNOP) recebeu em setembro a provedora de Justiça numa sessão de extrema importância, concedida pela própria, na perspetiva da sinergia inequívoca que pode e deve estabelecer-se entre as ordens profissionais e a Provedoria de Justiça. Maria Lúcia Amaral é jurista, professora catedrática da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e foi membro do Tribunal Constitucional entre abril de 2007 e julho de 2016. Foi eleita Provedora de Justiça pela Assembleia da República a 20 de outubro de 2017 e tomou posse do cargo a 2 de novembro. O Provedor de Justiça é uma das instituições mais antigas da democracia portuguesa e recentemente sucedeu a consagração na lei quadro das associações profissionais, vulgo ordens, de uma figura similar designada por provedor dos destinatários dos serviços, em cada área de atividade das ordens. Tal estatuto do provedor de cada ordem, diga-se uma vez mais, em nada se confunde com a Provedoria de Justiça. Conclusão novamente alcançada com total clareza de ideias. Disponibilidade da provedora para interpelações das ordens A sessão, muito participada e que contou com uma disponibilidade visível da provedora para acolher as diversas interpelações das ordens, revelou ainda a mais-valia que constitui habilitar a procuradoria com informação correta, adequada e necessária ao esclarecimento das questões colocadas pelos cidadãos. São conhecidas as funções do Provedor de Justiça, o facto de exercer um magistério de influência muito relevante que, apesar de não vinculativo nos pareceres que emana, coloca em causa diversos aspetos do funcionamento da administração pública portuguesa.

Deste encontro, resultou desde logo a identificação de um conjunto de matérias nas quais a Provedoria pode ajudar, sempre que não estejam em causa diferendos entre órgãos ou pessoas de direito público.

Durante o encontro, foi identificado um conjunto de matérias nas quais a Provedoria pode ajudar, sempre que não estejam em causa diferendos entre órgãos ou pessoas de direito público.

Direitos, liberdades e garantias fundamentais, burocracias injustificadas, atos desproporcionais, são situações cuja reação é comungada pela provedora e pelas ordens. Assim, o Conselho Nacional das Ordens Profissionais, desde setembro que conta com a possibilidade transmitida diretamente ao Conselho Nacional pela provedora de Justiça, para a criação de grupos de contacto em cada profissão auto-regulada na resolução e apoio à decisão, face a medidas que, neste caso em concreto, afetem os cidadãos e o exercício condigno das profissões. Uma vez mais as ordens profissionais ao serviço do interesse do cidadão e dos profissionais de Portugal que exercem profissões cuja representação é delegada pelo Estado nas respetivas ordens.

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SOPIO assina protocolo com sociedade científica espanhola A Sociedade Portuguesa de Implantologia e Osteointegração (SOPIO) assinou um protocolo de colaboração com a Sociedade Espanhola de Cirurgia Oral (SECIB, na sigla em castelhano). O presidente da SOPIO, Nuno Cruz, e o seu homólogo da SECIB, Miguel Peñarrocha, firmaram um acordo entre ambas as entidades, comprometendo-se a colaborar cientificamente nos campos da cirurgia oral e a implantologia oral. Assim, a SOPIO e a SECIB vão trabalhar no sentido de expandir os seus objetivos científicos e clínicos. Sobre o protocolo firmado com a SECIB, Nuno Cruz assegura que é um acordo “que muito nos honra e nos permitirá expandir a rede de sinergias da SOPIO compartilhando experiências e continuar a colaborar em formações e eventos científicos”. Miguel Peñarrocha afirma, por seu lado, que o espírito deste acordo é “promover e consolidar a união e solidariedade entre as duas entidades e os

seus objetivos”. Assim, insiste na importância de alianças com sociedades homólogas, “já que facilitam o intercâmbio de conhecimentos entre profissionais de países distintos. No caso da SOPIO, tratando-se de uma sociedade científica de Portugal, a colaboração é muito especial e interessante por serem países irmãos há centenas de anos”.

A partir da esquerda, Nuno Cruz e Miguel Peñarrocha, presidentes da SOPIO e da SECIB, respetivamente.

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Centro de Apoio à Saúde Oral da Mundo A Sorrir promoveu a inclusão social de 665 pessoas O projeto de intervenção social Centro de Apoio à Saúde Oral (CASO), promovido pela organização não governamental Mundo A Sorrir beneficiou 665 pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconómica dos concelhos do Porto e Braga, entre julho de 2017 e junho de 2019. O projeto visa a prestação de cuidados de saúde oral e de acompanhamento psicossocial a populações que se encontram em situação de vulnerabilidade socioeconómica, com o objetivo de auxiliar no processo da sua reinserção social. Durante dois anos, o projeto CASO foi cofinanciado pelo Programa Portugal Inovação Social (TO 3.33), Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Social Europeu, tendo como investidores as câmaras municipais de Braga e Porto e a Santa Casa da Misericórdia do Porto. Mariana Dolores, presidente da Mundo A Sorrir, referiu que o apoio do Portugal Inovação Social “permitiu-nos, nos últimos dois anos, exponenciar o impacto, crescer, aprender e refletir sobre a sustentabilidade do projeto. São os parceiros, entre outros, que nos fazem acreditar, que nos apoiam e ajudam a chegar cada vez mais longe, mas são os colaboradores da Mundo A Sorrir e voluntários que garantem que todos os utentes que nos procuram recebem o melhor tratamento possível”. Taxa de execução de 111% Esta resposta social atingiu uma taxa de execução de 111%, ultrapassando o número de beneficiários. Ao nível das consultas e tratamentos, registou-se um rácio de produtividade de 2,1, ou seja, em média os médicos dentistas realizaram dois tratamentos por consulta, permitindo que o projeto ultrapassasse as suas metas iniciais. Durante dois anos, o projeto realizou 16.347 tratamentos e colocou 873 próteses dentárias. Ana Simões, coordenadora do projeto CASO, destacou que “existe uma grande necessidade por parte dos utentes de fazerem uma reabilitação

oral completa. 80% das pessoas que recorrem ao projeto têm uma situação de saúde oral complexa que inclui no seu plano de tratamento a colocação de próteses dentárias. Das 665 pessoas que terminaram o plano de tratamento 75% teve necessidade de colocar uma prótese.”

Os resultados e a avaliação de impacto do projeto Centro de Apoio à Saúde Oral foram apresentados no passado dia 26 de novembro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Braga.

A avaliação do impacto social do projeto, que contou com o apoio externo da Consultora Sair da Casca, concluiu que, numa amostra de 349 beneficiários, 63% vivem com menos de cinco euros por dia, 49% encontram-se em situação de desemprego e 16% são pensionistas. A avaliação do impacto foi realizado através da aplicação do questionário Oral Health Impact Profile antes e após o tratamento. Após a conclusão da reabilitação oral, 80% dos beneficiários referiu a melhoria da sua auto-estima como uma das grandes mudanças geradas pelo projeto, 90% eliminou ou reduziu as dores que sentia, melhorou a fala e a mastigação, proporcionando uma melhoria da sua saúde e qualidade de vida, e 100% passou a realizar a higienização dos dentes. A iniciativa de apresentação de resultados e a avaliação de impacto do projeto Centro de Apoio à Saúde Oral decorreu no dia 26 de novembro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Braga.

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Zurique acolheu congresso europeu de implantes dentários de cerâmica O primeiro congresso europeu de implantes dentários de cerâmica reuniu, em Zurique (Suíça), mais de 170 participantes oriundos de 23 países, com o objetivo de aprofundar os seus conhecimentos sobre o tópico “Facts of ceramic implants”.

materiais estamos a lidar?”, “Aspetos biológicos: por que devemos estudar os implantes de cerâmica?” e “Aspetos clínicos: como devemos usar os implantes de cerámica?”.

Este evento, organizado pela European Society for Ceramic Implantology (ESCI), foi uma das mais abrangentes e importantes nesta vertente específica da implantologia. “Estamos satisfeitos por termos sido capazes de dar um exemplo aos profissionais da área da implantologia através deste evento totalmente focado nos implantes de cerâmica”, observou o presidente da ESCI, Jens Tartsch.

Este inédito congresso europeu de implantes dentários de cerâmica, por outro lado, ofereceu aos jovens investigadores e a todos os membros da sociedade científica a oportunidade de apresentarem, em curtas sessões científicas, os resultados das suas pesquisas e os seus casos clínicos.

O objetivo desta sociedade científica é fazer a ponte entre a investigação científica e a aplicação clínica dos implantes de cerâmica. Neste sentido, o programa do congresso foi dividido em três grandes temáticas: “Biomaterais de cerâmica: com que

Encontro inédito

O Conselho Científico do ESCI selecionou, de resto, os melhores trabalhos apresentados no encontro em Zurique. Na categoria de “Melhor apresentação científica” o prémio foi dividido entre os médicos dentistas Mona Monzavi (EUA) e Yuguang Wang (China), ao passo que na modalidade de “Melhor caso clínico” o vencedor foi o médico dentista alemão Rouven Wagner.

Mais de 170 profissionais de Medicina Dentária oriundos de 23 países participaram no inédito encontro europeu dedicado à temática dos implantes de cerâmica.

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Branqueamento dentário na mira das autoridades A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) tem denunciado às autoridades competentes as queixas que recebe sobre a prestação de atos médico-dentários fora do ambiente clínico, nomeadamente branqueamentos dentários. Questionado recentemente sobre esta matéria, em entrevista ao Canal S+, Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD, considerou que a população tem vindo a compreender que estes tratamentos são aplicados e supervisionados por médicos dentistas e que, se tal não acontece, é porque está a ser enganada. Orlando Monteiro da Silva explicou que quando o branqueamento dentário é realizado noutros estabelecimentos, “das duas uma: ou é feita uma concentração que não tem efeito nenhum em termos de branqueamento dentário, ou se está ilegalmente a usar concentrações que só podem ser utilizadas por médicos dentistas para branquear dentes, após avaliar o estado de saúde oral de cada uma das pessoas”. Por outro lado, constatou que as “autoridades estão mais alerta” e que a OMD continua a encaminhar as queixas que recebe, como aliás, aconteceu ainda em maio passado, em que foi enviada uma denúncia para a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Inspeção-Geral das Atividades

OMD continua a denunciar queixas sobre prestações de atos médico-dentários fora do ambiente clínico, nomeadamente branqueamentos dentários.

em Saúde (IGAS) e Infarmed, após tomar conhecimento da divulgação de atos médico-dentários prestados fora do ambiente clínico. Em 2012, a OMD e o Infarmed assinaram um protocolo de colaboração, no sentido de se alcançar um maior controlo e fiscalização da utilização de peróxido de hidrogénio, a substância utilizada pelos médicos dentistas nos branqueamentos dentários e que pode causar danos à saúde quando não é aplicada corretamente.

Conselho Diretivo da OMD aprova Plano de Atividades para 2020 O Plano de Atividades e Orçamento para 2020 da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) foram analisados e aprovados por unanimidade na última reunião do Conselho Diretivo (CD), que decorreu a 23 de novembro.

realizados pela Ordem: competências setoriais e especialidades.

No rescaldo da edição 2019 do congresso da OMD, o CD fez uma avaliação preliminar sobre o evento, um assunto que será retomado na primeira reunião do próximo ano.

No âmbito das iniciativas a desenvolver para apoiar os membros mais jovens, destacou-se a decisão de desenvolver um microsite que funcionará como um roteiro para o início da atividade profissional com apoio nas áreas de gestão, fiscalidade, segurança social, apoio legal a contratos de trabalho, etc.

Foi igualmente feito o ponto de situação das atividades dos grupos de trabalho, assim como dos resultados dos mais recentes inquéritos

Como é habitual, a equipa procedeu à análise do expediente geral da Ordem, nomeadamente inscrições, suspensões voluntárias, etc.

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Maxillaris terá a seu cargo a edição do jornal oficial da Expodental de Madrid A revista Maxillaris e a organização da Expo­ dental 2020 alcançaram um acordo para lançar durante a próxima edição do salão internacio­ nal de Madrid (Espanha) o jornal oficial “Expodental News”. Esta será a publicação oficial da Expodental e será distribuida durante os três dias do certame, de 12 a 14 de março, em pontos estratégicos da feira de Madrid (IFEMA), tais como as entradas dos pavilhões 2, 4, 6 e 8 e as entradas Sul e Norte. O jornal “Expodental News” incluirá informação de interesse para realizar a visita à feira de maneira prática e simples, de modo a que todos os profissionais possam ver na Expodental aqui­ lo que se ajusta às suas necessidades. Além de entrevistas, as plantas do salão ou a lis­ ta de expositores, o jornal também facilitará um detalhado recopilatório das principais novida­ des das empresas expositoras.

Todas as empresas que desejem aproveitar esta oportunidade e ver as suas novidades publicadas no jornal oficial da Expodental devem dirigir-se à Maxillaris para consultar as condições –com ofertas especiais no caso dos sócios da Fenin. (Maxillaris. 218 874 085 / comercialportugal@maxillaris.com).

Técnicas de paleoproteomia sobre peças dentárias fósseis permitem obter de um primata extinto a informação genética mais antiga Investigadores do Instituto de Biologia Evolutiva em Barcelona (Espanha) e do Globe Institute na Universidade de Copenhaga (Dinamarca) conseguiram reconstruir as pro­ teínas do esmalte de uma peça molar de mais de dois milhões de anos de antiguidade per­ tencente a um grande primata extinto cujo parentesco com os primatas se desconhecia. Segundo artigo publicado na revista Nature, a informação genética obtida destas peças dentárias fósseis, encontradas na China, é a mais antiga obtida até à data.

é considerada como o maior símio da histó­ ria evolutiva. Habitava na região do sudeste asiático, mas acabou por se extinguir há 300.000 anos, sem que tivesse sido possí­ vel identificar sequer qual era o seu paren­ tesco com o resto dos primatas, já que até agora só se encontraram alguns restos de mandíbulas e dentes. Molar de mais de dois milhões de anos foi peça chave da investigação.

O Gigantopithecus blacki, a espécie a partir da qual se obteve esta informação genética,

Com a informação que se acaba de obter mediante esta técnica de sequenciação de proteínas fossilizadas nos tecidos dentários, conhecida como paleoproteomia, conse­ guiu-se reconstruir a sua história evolutiva, e identificar o orangutango como seu parente vivo mais próximo.

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O congresso e a Expodentária ocuparam dois pavilhões da FIL, num espaço que ultrapassou os 22.000 metros quadrados, a maior área de sempre das cimeiras da OMD.

Congresso da OMD atraiu à FIL mais de 6.000 congressistas O 28o congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) reuniu, nos passados dias 14 a 16 de novembro, 6.213 congressistas e representantes de 145 casas comerciais durante os três dias do evento, que pela primeira vez decorreu na Feira Internacional de Lisboa (Parque das Nações). Na recente edição do maior encontro nacional da área da saúde oral (e da saúde em geral) marcaram presença mais de 4.000 médicos dentistas e pelo menos 1.000 estudantes de Medicina Dentária, entre outros representantes do setor, para assistir às apresentações dos 118 conferencistas nacionais e estrangeiros, que tiveram à disposição quatro grandes auditórios e quatro salas, duas das quais destinadas à formação. De resto, um total de 751 pessoas assistiram às 15 sessões formativas, nomeadamente para assistentes dentários, e workshops de periodontologia, endodontia e cursos hands-on sobre suturas em cirurgia oral, dentisteria, emergências médicas, implantologia ou lazer. Foram ainda realizadas 101 apresentações científicas. A organização do congresso levou a cabo um fórum sobre “Saúde oral, saúde geral” e outro sobre “Inovações em Medicina Dentária”, bem como o “Fórum de investigação” e a sessão “Na ordem do dia”, em que se discutiram temas abrangentes com impacto na profissão.

Várias nacionalidades estiveram representadas no programa científico, com conferencistas oriundos sobretudo de países europeus, como Espanha, Itália, Grécia, Áustria, Turquia e Dinamarca, mas também do Brasil, Estados Unidos e Argélia. Privilegiou-se a formação multidisciplinar e escolheram-se temas inovadores sobre diferentes áreas, dando ênfase aos procedimentos minimamente invasivos, desde a reabilitação oclusal até à cirurgia muco-gengival, passando pela disrupção digital e tecnológica, ou pelas emergências no consultório.

O congresso anual da OMD é uma oportunidade para todos os médicos dentistas evoluírem profissionalmente.

Entre o vasto leque de conferencistas, destacaram-se Antonis Chaniottis, com “Procedimentos regenerativos em endodontia”, Leonardo Trombelli, com “Abordagem minimamente invasiva na eliminação de bolsas periodontais”, e Pascalle Venutti, com “Avanços na técnica de preparação dentária vertical”. O fórum sobre a interação entre saúde oral e a saúde geral envolveu três dos maiores nomes nesta matéria: Mariano Sanz, Panos Papapanou e Filipo Grazziani.

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Medidas amigas do ambiente O 28o congresso da OMD surgiu mais sustentável ao implementar medidas amigas do ambiente, como a substituição das garrafas de água de plástico por garrafas de vidro e ao substituir o caderno do congresso impresso por uma aplicação móvel, mais dinâmica e interativa. “Não podemos ficar imunes aos desafios da sustentabilidade do planeta”. Foi desta forma que a médica dentista Sofia Arantes e Oliveira, presidente da comissão organizadora do congresso, explicou, durante a sessão solene de abertura, os motivos por detrás das medidas desenvolvidas “para que a nossa pegada ambiental seja mais reduzida este ano”. Uma destas, afirmou Sofia Arantes e Oliveira, “acabou por se tornar muito mais do que uma medida de sustentabilidade. Falo-vos da aplicação móvel da Formação da Ordem dos Médicos Dentistas. Espero que esta possa servir no futuro a formação contínua de todos os associados, com todas as funções referentes ao congresso e também ao centro de formação contínua”.

Sofia Arantes e Oliveira falou da sua visão do congresso, encarado como “uma verdadeira experiência imersiva na Medicina Dentária” e uma “oportunidade para todos os médicos dentistas evoluírem profissionalmente em diferentes campos da formação, seja ela prática ou teórica, tanto científica como socioprofissional”.

A partir da esquerda, Sofia Arantes e Oliveira e Patrícia Manarte Monteiro, presidentes, respetivamente, da comissão organizadora do recente congresso realizado em Lisboa e da edição de 2020, que vai ter lugar no Porto.

Investigação da Universidade de Coimbra em destaque no congresso A Área de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra esteve em destaque no congresso, ao conquistar os primeiros prémios em quatro categorias (das seis possíveis): “Poster de investigação”, “Comunicação oral de investigação”, “Comunicação oral de revisão” e “Poster de revisão”. O primeiro prémio na categoria de “Poster de investigação” foi atribuído ao trabalho “Estudo retrospetivo e tridimensional do seio maxilar em indivíduos com fenda lábio-palatina”, da autoria de Mariana Rodrigues, Patrícia Quaresma, Inês Francisco, Francisco Caramelo e Francisco do Vale (coordenador). Na categoria de “Comunicação oral de investigação”, o primeiro prémio foi para o trabalho “Regeneração em endodontia: modelo in vivo com células da papila apical”, que tem como autores Diana Bela Sequeira, Ana Cristina Santos, Ana Luísa Cardoso, João Peça e João Miguel Santos (coordenador).

Laranjo, Ana Coelho, Helena Donato, Filomena Botelho, Marques Ferreira e Eunice Carrilho (coordenadora), conquistou o primeiro prémio na categoria de “Comunicação oral de revisão”. Por último, na categoria de “Poster de revisão”, o primeiro prémio foi entregue ao trabalho “Cárie dentária e diabetes mellitus tipo 1: revisão sistemática e meta-análise”. São autores Ana Sofia Coelho, Inês Amaro, Francisco Caramelo, Anabela Paula e Eunice Carrilho (coordenadora). Alguns dos autores premiados. A partir da esquerda: Miguel Pimenta, João Peça, Diana Sequeira, João Miguel Santos, Patricia Quaresma, Mariana Rodrigues, Francisco do Vale, Tiago Nunes, Eunice Carrilho, Miguel Marto e Anabela Paula.

Já o trabalho “Eficácia das terapêuticas da hipersensibilidade dentinária revisão sistemática/análise de follow up”, da autoria de Tiago Nunes, Miguel Pimenta, Carlos Marto, Anabela Paula, Ana Abrantes, Ana Pires, Mafalda

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Congresso OMD

A presidente da comissão organizadora não esqueceu a Expodentária e as “possibilidades de networking” que a feira proporciona. Nesta edição da Expodentária, foram registadas no total dos três dias 13.046 entradas. Estiveram representadas 145 empresas, distribuídas por 526 stands apoiados por 1.760 colaboradores empresariais. O interesse pelo certame cresceu não só para as mesmas marcas dos outros anos, mas também foi possível atrair empresas novas tanto nacionais como estrangeiras. O congresso e a Expodentária ocuparam dois pavilhões da FIL, num espaço que ultrapassou os 22.000 metros quadrados, a maior área de sempre das cimeiras da OMD. Regresso ao Porto Entretanto, a edição de 2020 do congresso da OMD vai ter lugar de 5 a 7 de novembro, no Porto, estando a comissão organizadora a cargo da médica dentista Patrícia Manarte Monteiro, que faz parte do Conselho Diretivo da Ordem. A também professora associada da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa adiantou à MAXILLARIS a intenção de “tornar o congresso verde, porque acho que é uma cor que transmite uma imagem de esperança e nos transporta para a ligação ao ambiente e natureza”.

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MAXILLARIS Portugal celebrou 15o aniversário com sorteio na Expodentária A MAXILLARIS marcou presença na última edição da Expodentária, ocupando o stand 543 no recinto da FIL. Durante os três dias do congresso, foram distribuidos exemplares da revista de novembro e oferecidas assinaturas anuais, entre outros brindes, aos visitantes do certame. Este ano, por ocasião do seu 15o aniversário, a edição portuguesa da MAXILLARIS, com a colaboração da EMS, realizou um sorteio que teve como principal prémio um jato Airflow® Handy 3.0 Premium, para todos os tratamentos sub e supragengivais em dentes naturais e implantes. O prémio recaiu na médica dentista Inês Craveiro, residente em Sintra, que exerce a sua prática diária na A MAXILLARIS ocupou este ano o stand 543 da Expodentária. Nova Clínica de Benfica (Lisboa). Coube ao representante da EMS Miguel Baptista (Territory Business Manager Portugal) retirar da tômbola o cupão com o nome da vencedora e proceder à entrega do prémio, ato que decorreu no stand da referida empresa, ao final da manhã da última jornada da Expodentária. Para além do produto da EMS, foram também sorteadas inscrições gratuitas na jornada MX Day Digital, que vai ter lugar no próximo dia 14 de fevereiro, nas instalações da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Por outro lado, esta publicação disponibilizou, pela primeira vez no encontro anual da OMD, os livros e manuais (da área de Medicina Dentária) com a chancela do Grupo Edra, bem como a sua habitual Biblioteca Multimédia (em língua espanhola), composta por DVD’s sobre periodontia e implantologia (Javier García Fernández), cirurgia oral (Jaime Baladrón) e medicina oral (Germán Esparza Gómez).

No fundo, pretende-se aprofundar o conceito de sustentabilidade que já foi assumido pela sua antecessora no congresso deste ano. “Vamos precisar de grandes mudanças em termos de dinamização de materiais dentários, ao abrigo das medidas que a própria Comissão Europeia prepara neste campo”, constata Patrícia Manarte Monteiro, adiantando que o seu objetivo “passa, sobretudo, por tentar introduzir um trilho de boa qualidade de vida para as pessoas perceberem que podemos conciliar o trabalho e o lazer de modo a sermos melhores em termos da rentabilização dos recursos que temos”. Este conceito deverá refletir-se em particular na Expodentária, tendo em vista a importância da indústria em termos da criação e inovação de materiais e do contacto com a renovação da oferta comercial.

Miguel Baptista, em representação da EMS, entregou à médica dentista Inês Craveiro o prémio sorteado por ocasião do 15o aniversário da MAXILLARIS Portugal.

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Forças armadas participaram em painel dedicado à Medicina Dentária militar “Não podemos esquecer que a instituição militar, em especial o Exército, tem uma carreia própria de Medicina Dentária, que bem podia servir de inspiração à sociedade civil e ao Estado português”, lembrou o bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, na cerimónia de abertura do congresso anual. Por isso, este ano, o programa deu voz aos militares, através da organização de uma sessão dedicada à “Medicina Dentária militar, no Exército, na Força Aérea e na Marinha”.

A Expodentária acolheu,entretanto, a exposição de Medicina Dentária militar, uma iniciativa resultante da parceria com o Museu Militar de Elvas, por ocasião dos 100 anos de Medicina Dentária militar. Entre as várias peças presentes na mostra, foi apresentada, por exemplo, uma cadeira fabricada em Londres, nos anos 20, desmontável, que podia ser levada para a frente de combate da Primeira Guerra Mundial.

Na conferência, a tenente-coronel Maria dos Remédios Peixoto (Exército – Pólo do Porto), a capitão Ana Barata Martins (Força Aérea – Estado Maior General das Forças Armadas) e a primeira-tenente Ana Catarina Nunes (Marinha – Base Naval do Alfeite) falaram sobre o dia a dia de um médico dentista nos vários ramos militares e as diferenças entre exercer neste contexto e no civil. A sessão foi moderada pelo contra-almirante José Manuel Jesus Silva, diretor de Saúde Militar.

Uma exposição sobre Medicina Dentária militar esteve patente no recinto da Expodentária durante os três dias do evento.

Três ramos das forças armadas (Exército, Força Aérea e Marinha) participaram no encontro.

Lusofonia debateu interligação entre saúde oral e saúde geral Presença assídua nos congressos da OMD, os membros da Associação Dentária Lusófona (ADL) voltaram a encontrar-se na edição deste ano. Moderado pelos médicos dentistas Pedro Pires, vice-presidente do Conselho Diretivo da Ordem, e por Luís Vidal, do Conselho Geral da OMD, o fórum da ADL teve como mote a partilha das diversas realidades entre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Cada país apresentou os passos dados em matéria de valorização formativa e profissional dos médicos dentistas. Debateu-se também a interligação e interdependência entre a saúde oral e a saúde geral. Foi abordada a relação com doenças como a diabetes ou problemas cardiovasculares, bem como a necessidade do médico dentista ter conhecimentos mais vastos na área médica, para uma visão abrangente da profissão. Os intervenientes nestes encontros procuraram, através do relato das suas experiências, contribuir para uma maior promoção e desenvolvimento da saúde na CPLP.

Os representantes da CPLP que marcaram presença no fórum da Associação Dentária Lusófona.

Na mesma ocasião, o médico dentista Hiram Fischer Trindade foi distinguido pela OMD pelo papel que desempenhou na integração dos cirurgiões dentistas brasileiros em Portugal.

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Governo reafirma empenho no reforço da saúde oral Na cerimónia de abertura do 28o congresso da OMD, que se realizou no passado dia 15 de novembro, o secretário de Estado da Saúde, António Sales, confirmou a medida avançada pelo primeiro-ministro, António Costa. “Vamos apostar no reforço da saúde oral, alargando o cheque-dentista às crianças logo a partir dos dois anos”, anunciou, acrescentando que tal acontecerá “no horizonte temporal da presente legislatura”. O governante salientou o caminho percorrido e destacou o “importante e indispensável contributo que a OMD tem dado na valorização da saúde oral e dos médicos dentistas”. Enumerou os 105 gabinetes de saúde oral de Medicina Dentária, em 111 concelhos do país que levaram cuidados a mais 150.000 utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo sido realizados mais de 335.000 tratamentos. António Sales afirmou que há consciência da “importância da estabilidade profissional dos médicos dentistas” e que vão “trabalhar nesse sentido”. Na mesma sessão, o bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, referiu que as recentes decisões “constituem exemplos de boas políticas públicas, com financiamento público e que muito contribuem para trazer para a órbita da Medicina Dentária a população que a ela, pelas razões já vistas, não tem o acesso devido”. O bastonário observou que “o aumento do poder de compra e a reorientação das prioridades de consumo, o envelhecimento da sociedade, a consciencialização da importância da Medicina Dentária já mencionada, todos estes fatores, por

si só ou em acumulação, franqueiam horizontes estimulantes a todos nós”. Identificar esta realidade, através dos estudos da Ordem, “é fundamental para todos sabermos onde e como os nossos esforços devem ser investidos”, acrescentou, referindo-se aos resultados do Barómetro da Saúde Oral 2019, recentemente divulgados. Por fim, recordou que a promoção do acesso à Medicina Dentária “é uma tarefa de todos, da Ordem com certeza, dos médicos dentistas, mas também do poder político e da sociedade no seu todo”. O bastonário deixou uma mensagem de incentivo ao diálogo: “Vamos falar uns com os outros em vez de falar dos outros. Sempre focados no essencial: em mais qualidade e numa prática eticamente enquadrada”.

António Sales, secretário de Estado da Saúde, destacou o contributo que a OMD tem dado na valorização da saúde oral.

Presidente da FDI destaca projeto português Também o presidente da Federação Dentária Internacional (FDI), Gerhard Seeberger, destacou o projeto português de inserção de cuidados de saúde oral nos cuidados primários como exemplo daquilo que “devemos aspirar alcançar a nível global para uma cobertura universal de cuidados de saúde oral”. Gerhard Seeberger falou da “oportunidade única” que representa a inclusão desta área na Cobertura Universal de Cuidados de Saúde (UHC) das Nações Unidas. Referindo-se à Ordem como um “dos membros mais valiosos” da FDI, constatou que o congresso é uma plataforma de partilha de conhecimento.

Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD, considera que as recentes decisões são exemplos de boas políticas públicas.

Na sessão estiveram presentes diversas entidades civis, militares, académicas, científicas e internacionais, com destaque para a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, e o presidente do Partido Socialista, Carlos César.

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João Carlos Roque

presidente da comissão organizadora do congresso da Associação Portuguesa de Técnicos de Prótese Dentária (APTPD)

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“Vamos procurar sair dos temas mais debatidos nos últimos congressos e apresentar outras perspetivas e alternativas protéticas”

A Associação Portuguesa de Técnicos de Prótese Dentária (APTPD) vai organizar o seu próximo congresso nos dias 8 e 9 de maio de 2020, no auditório da Escola Superior de Tecnologias e Ensino da Saúde de Lisboa (Parque das Nações). A comissão organizadora, presidida pelo técnico João Carlos Ramos – que é também professor do curso de Prótese Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa – promete um programa transversal às várias áreas da prótese dentária, procurando cobrir os temas de maior atualidade e também de maior evolução dentro da profissão. À margem do congresso, João Carlos Ramos observa à Maxillaris que o grande desafio da APTPD mantém-se a criação de uma organização associativa de inscrição obrigatória que permita a efetiva regulação da atividade, criando condições para a implementação de um mercado justo.

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Em termos gerais, quais são os objetivos definidos para o próximo congresso da Associação Portuguesa de Técnicos de Prótese Dentária (APTPD)? O congresso da APTPD tem sido, ao longo dos anos, o evento nacional que mais mobiliza a classe profissional, por ser um espaço de convívio, aprendizagem e debate entre os técnicos portugueses e estrangeiros, e os restantes profissionais da área dentária. Que temáticas vão estar em evidência ao abrigo do programa científico? O programa deste ano será transversal às várias áreas da prótese dentária, procurando cobrir os temas de maior atualidade e também de maior evolução dentro da profissão. Para além disso, vamos procurar sair dos temas mais debatidos nos últimos congressos e apresentar outras perspetivas e alternativas protéticas, que por vezes são esquecidas ou menos exploradas. A APTPD atribui importância à interligação com as demais profissões da área da Medicina Dentária. Em que medida esta preocupação se refletirá no congresso de 2020? Ao longo das duas últimas décadas, a APTPD procurou sempre uma aproximação às demais profissões da área da Medicina Dentária, em particu-

lar com os médicos dentistas, com os quais trabalha em maior proximidade. Ao nível do congresso haverá, como é habitual, palestras que serão apresentadas por duplas formadas por técnico de prótese/médico dentista e que enfatizam a necessidade de uma perfeita colaboração entre os dois grupos profissionais para potenciar as reabilitações protéticas e a qualidade dos serviços prestados aos pacientes. Está prevista alguma alteração ao modelo do programa do congresso? A alteração mais significativa no próximo congresso é a inclusão, pela primeira vez, de uma secção de pósteres. Esta inovação significa um passo em frente na vertente científica, com o objetivo de motivar a nova geração de técnicos de prótese a ter uma maior preocupação em documentar e apresentar os seus casos laboratoriais/clínicos com uma base científica. Para tal, foi endereçado um convite aos coordenadores dos cursos de licenciaturas em Prótese Dentária, no sentido de motivar os seus estudantes a participarem ativamente, mostrando também o trabalho que é feito nas instituições de ensino. A nossa área profissional tem evoluído muitíssimo nos últimos anos e assume cada vez mais um papel de ciência, necessário para suportar os procedimentos técnicos que a suportam. Que conferencistas e convidados de renome, nacionais e estrangeiros, vão protagonizar as sessões no auditório da Escola Superior de Tecnologias e Ensino da Saúde de Lisboa? A curiosidade por saber o nome dos palestrantes é sempre grande e vai ainda durar mais um pouco. Só em janeiro irá começar a divulgação do programa científico e será feito o lançamento dos oradores. Nos últimos congressos o nível dos palestrantes tem sido elevado e vamos garantir que assim se manterá no próximo congresso. Quais são as expectativas da organização relativamente ao número de expositores e congressistas? Como sempre o objetivo é ter mais congressistas e também mais expositores. Apesar de no próximo congresso a área de exposição não ser maior, estamos em condições de poder albergar um maior numero de expositores que na edição anterior, esperando que estes, em conjunto com os 400 congressistas que antecipamos, esgotem a capacidade do auditório e tornem este o maior congresso já realizado pela APTPD.

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O próximo congresso da APTPD, agendado para maio de 2020, vai ter como cenário a Escola Superior de Tecnologias e Ensino da Saúde de Lisboa.

À margem do congresso, que outras iniciativas estão previstas para 2020 com a chancela da APTPD? A APTPD tem levado a cabo uma série de atividades que visam o contacto com os alunos dos cursos da licenciatura de Prótese Dentária, com o propósito de dar a conhecer aos futuros profissionais, a legislação que regula esta atividade, os desafios e as oportunidades que esta oferece, bem como cativá-los para a participação associativa como forma de defesa e dignificação da profissão. Grande parte da atividade da associação prende-se com a representação institucional na tentativa de, em conjunto com as restantes profissões do grupo das tecnologias da saúde, constituir a Ordem das Tecnologias da Saúde. A APTPD tem no seu programa de atividades para 2020 dar continuidade á realização de reuniões temáticas, de caris técnico, dirigidas aos sócios e de encontros alargados a todos os profissionais, para divulgação do novo regulamento dos dispositivos médicos feitos por medida (DMFM) que entrará em vigor no próximo ano, assim como divulgar entre os profissionais a obrigatoriedade de deter cédula profissional para o exercício da profissão. Atualmente, quais são as principais prioridades dos técnicos de prótese dentária? A profissão de técnico de prótese dentária é, desde a década de noventa, classificada como uma profissão regulamentada, exercida por indivíduos, obrigatoriamente portadores de cédula profissional, documento emitido pela instituição que regula esta atividade.

Este estatuto é o garante de que esta atividade é exercida segundo as normas legais e no respeito pelas exigências do propósito dos dispositivos médicos feitos por medida. No entanto, verifica-se que o regulador – o Estado – não tem conseguido cumprir a sua obrigação, quer por falta de fiscalização dos profissionais que exercem a profissão sem o referido documento, quer pela falta de produção de legislação atualizada que proteja os técnicos de prótese dentária, permitindo a criação de um mercado ilegal de DMFM e a fomentação de concorrência desleal. A criação de uma organização associativa de inscrição obrigatória que permita a efetiva regulação da atividade, criando condições para a implementação de um mercado competitivo justo e que garanta a qualidade dos DMFM junto dos pacientes, permanece como o principal desafio dos técnicos de prótese dentária, em Portugal.

Grande parte da atividade da associação prende-se com a representação institucional na tentativa de, em conjunto com as restantes profissões do grupo das tecnologias da saúde, constituir a Ordem das Tecnologias da Saúde

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Delmira Regra

coordenadora das II Jornadas de SaĂşde Oral da Unidade Local de SaĂşde do Baixo Alentejo (ULSBA)

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“Saber gerir a doença crónica não é uma tarefa fácil, todos os detalhes contam e as doenças orais são muitas vezes menosprezadas neste processo”

A segunda edição das Jornadas de Saúde Oral da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) está agendada para os dias 29 e 30 de maio do próximo ano. Desta vez, o encontro de profissionais de saúde de várias especialidades enquadra-se nas comemorações do cinquentenário do Hospital José Joaquim Fernandes, com sede em Beja, e como tal prevê uma forte componente da parte dos cuidados hospitalares e de saúde primários. Os participantes também serão convidados a refletirem sobre doenças sistémicas crónicas e doenças do foro oral, e a forma como devem ser geridas em conjunto. A coordenação das jornadas está a cargo da higienista oral Delmira Regra, mestre em Saúde Comunitária pela Universidade Nova de Lisboa, que antecipa à Maxillaris os contornos do programa que está a ser preparado para as jornadas de 2020.

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tratamento. Os pares são convidados a refletirem sobre doenças sistémicas crónicas e doenças do foro oral, e a forma como devem ser geridas em conjunto. Como justifica o lema global (“A importância dos pares”) adotado para o programa da edição de 2020? Queremos mostrar que nada se faz sozinho, é essa a base da saúde pública e a realidade da saúde. Principalmente nas doenças crónicas. A importância dos pares somos todos, desde o cidadão comum ao especialista tanto a nível hospitalar como nos cuidados de saúde primários, englobando as autarquias e as escolas. Daí o subtítulo ser “Doenças crónicas com bocas saudáveis. Preciosismo ou fundamental? A importância dos pares”.

Quais são as principais linhas definidas para as II Jornadas de Saúde Oral? Esta segunda edição das jornadas encontra-se integrada nas comemorações do cinquentenário do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja. Assim, este ano há um componente forte da parte dos cuidados hospitalares e cuidados de saúde primários, para que a comunidade beneficie desta união. A saúde oral faz parte da saúde geral. Não há um corpo e depois uma boca, eles são indissociáveis. Este ano irá ser debatida a cronicidade da doença e como é que essa cronicidade influencia a nossa intervenção, ao nível da promoção, prevenção e

Qual é o público alvo das jornadas da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA)? O público alvo são os profissionais de saúde, autarquias, escolas e comunidade em geral. Todos aqueles que lidam com doenças crónicas e que querem acrescentar algo a esse saber. Saber gerir a doença crónica não é uma tarefa fácil, todos os detalhes contam e as doenças orais são muitas vezes menosprezadas neste processo. Que conferencistas, nacionais e estrangeiros, já confirmaram a sua presença em Beja, no próximo mês de maio? Bom, ainda é cedo, estamos a fazer os contactos. Para já, na área da saúde oral, temos assegurados os senhores professores doutores António Mano Azul e Francisco Salvado.

A segunda edição das jornadas integra-se nas comemorações do cinquentenário do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja.

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Falamos com...

A segunda edição das jornadas é presidida por Conceição Margalha (esquerda), presidente do Concelho de Administração da ULSBA, estando a coordenação da comissão organizadora a cargo da higienista oral Delmira Regra (direita).

Estamos confiantes que, nesta segunda edição, o programa científico e os palestrantes serão excelentes, tal como aconteceu na primeira edição deste evento. Que temas vão merecer especial destaque no contexto do programa científico das jornadas? Serão abordados temas como a diabetes, as cardiopatias, a oncologia, os pacientes em cuidados paliativos, a nefrologia, etcétera. O sentido das jornadas é juntar especialistas nos temas suprarreferidos com os profissionais de saúde oral, e encontrar pontes de ligação sustentáveis para uma melhoria efetiva das doenças orais. Quais são as expectativas da organização quanto ao número de congressistas? É de prever um acréscimo de inscrições relativamente à edição anterior? Tivemos um bom feedback acerca da edição anterior, gostaríamos muito de convidar os profissionais de saúde a começarem a colocar Beja na agenda quando se fala de saúde oral e com isso dizer-lhes que a nossa ambição é que os participantes nesta segunda edição adquiram conhecimento cientifico, e ao mesmo tempo prático para a sua profissão no dia a dia. Na sua opinião, atualmente qual deve ser a prioridade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em matéria de prevenção e combate às doenças do foro oral? Apostar na educação dos pares, colocar profissionais de saúde oral (especialmente na promoção e prevenção da cárie dentária e das periodonto-

patias) nos centros de saúde, melhorar o cheque-dentista e usar a rede privada, que já está a ser usada – e bem –, através do programa SISO (alargar a outras faixas etárias). Estaríamos a prestar um grande serviço aos portugueses. A título pessoal, que resultados globais espera ter conseguido atingir no final desta segunda edição das jornadas? Efetuamos as jornadas porque achamos que esse é um dos objetivos do SNS, dar formação, colocar as pessoas a refletir e com isso ajudar a inovar nas nossas intervenções. A saúde oral faz, já há muitos anos, parte do SNS. Algumas pessoas andam distraídas, mas é esta mescla de profissionais a pensar em conjunto que tem melhorado a saúde oral nestes últimos 30 anos, por isso, só posso sentir orgulho do que o SNS e os responsáveis pela saúde oral ao longo do tempo têm feito por ela. Esperamos no fim destas jornadas continuar a trabalhar para cimentar estas ideias e esse trabalho.

Gostaríamos muito de convidar os profissionais de saúde a começarem a colocar Beja na agenda quando se fala de saúde oral

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Tratamento ortopédico-cirúrgico da deficiência transversal da maxila. Caso clínico

Amanda Antunes Gonçalves Médica dentista. Clínica particular, São Paulo (Brasil). Estevam Rubens Utumi Médico dentista. Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais. Mestre em Ciências Odontológicas pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Clínica particular, São Paulo. Caleb Shitsuka Médico dentista. Mestre e Doutor em Ciências Odontológicas pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Professor de Odontopediatria e Cariologia na Universidade Brasil e Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo. Irineu Gregnanin Pedron Médico dentista. Professor de Periodontologia, Estomatologia e Clínica Multidisciplinar na Universidade Brasil, São Paulo.

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CiÊncia e prática

Introdução A deficiência transversal da maxila é definida como uma displasia esquelética facial, sendo comumente vivenciada na prática clínica1,2. Caracteriza-se clinicamente por: mordida cruzada posterior (unilateral ou bilateral), palato ogival, apinhamento e rotação dental, sendo muitas vezes associada a dificuldades na respiração nasal3. Possui etiologia multifatorial, estando relacionada possivelmente a fatores de desenvolvimento congênitos, traumáticos e iatrogênicos, podendo ser de origem genética e/ou ambiental4.

Resumo A deficiência transversal da maxila ou atresia maxilar é uma deformidade dentofacial, caracterizada pela presença de mordida cruzada posterior uni ou bilateral, palato ogival, apinhamentos dentários, dificuldade de respiração nasal, hipoplasia zigomática, base nasal estreita e sulco nasolabial profundo. O tratamento baseia-se na expansão maxilar por meio de tratamento ortopédico-ortodôntico em pacientes adultos, realizando osteotomias para a fragilização das zonas de resistência óssea a disjunção. O objetivo deste artigo é abordar uma determinada técnica cirúrgica a partir de um relato de caso, com a utilização de aparelho ortopédico-ortodôntico tipo Hass, e as suas relevâncias clínicas que contribuem para o sucesso do tratamento. Palavras-chave: maxila, deformidade dentofacial e osteotomia.

Para indivíduos adultos portadores desta atresia e que completaram o processo de maturação da sutura intermaxilar recomenda-se uma abordagem ortodôntica associada a um protocolo cirúrgico. A técnica cirúrgica torna-se necessária, pois promove a fragilização das zonas de resistência óssea contrária à disjunção, para permitir o seu subsequente afastamento com dispositivo ortodôntico5. Entre os dispositivos ortodônticos utilizados para realização da técnica de expansão maxilar, citamos: os mucodentossuportados (tipo Hass) e dentossuportados (tipo Hyrax). A escolha do aparelho irá variar da necessidade do paciente e a experiência do profissional6. O objetivo deste artigo é relatar o caso demonstrando uma determinada técnica cirúrgica, com a utilização de aparelho ortopédico-ortodôntico tipo Hass, e as suas relevâncias clínicas que contribuem para o sucesso do tratamento.

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Caso clínico Paciente de género masculino, de 20 anos, leucoderma, foi encaminhado para a Divisão de Odontologia do Núcleo do Hospital da Força Área de São Paulo para tratamento conjugado ortodôntico-cirúrgico, com a finalidade de promover a expansão maxilar assistida cirurgicamente.

Antecipadamente ao momento cirúrgico, o ortodontista realizou a instalação do aparelho expansor dentomucossuportado (Tipo Hass) (fig. 2). Solicitaram-se então exames laboratoriais e radiográficos para avaliação dentária e da disposição das raízes dos incisivos centrais superiores (fig. 3).

Observou-se ao exame clínico atresia maxilar, mordida cruzada bilateral, má oclusão e apinhamento dentário (fig. 1). O paciente reportou-nos estar insatisfeito com a sua estética dentária e revelou ter leve dificuldade na respiração nasal.

Fig. 1. Aspeto clínico intraoral frontal pré-cirúrgico, evidenciando a presença de atresia maxilar, mordida cruzada bilateral, má oclusão e apinhamento dentário.

Fig. 2. Aspeto clínico intraoral palatino do expansor tipo Hass, instalado previamente ao procedimento cirúrgico.

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Fig. 3. Radiografia oclusal pré-cirúrgica para avaliação dentária e disposição das raízes dos incisivos centrais superiores.

A cirurgia realizou-se em âmbito hospitalar, sob anestesia geral. Iniciou-se com infiltração local de lidocaína 2% com vasoconstritor epinefrina 1:200.000 UI. Em seguida, realizaram-se duas incisões bilaterais, que se estenderam dos caninos até aos primeiros molares superiores e uma incisão vertical em região de freio labial superior anterior, obtendo acesso a sutura intermaxi-

lar. Depois, com o motor de peça reta e micromotor, utilizando brocas 702 e 703, realizaram-se osteotomias horizontais dos pilares caninos e zigomático, estendendo-se à região pterigomaxilar (fig. 4), a referência da osteotomia foi de 5 mm acima do ápice dos caninos. A separação da sutura intermaxilar deu-se com o uso de cinzel e martelo (fig. 5).

Fig. 4. Osteotomia lateral horizontal da maxila.

Fig. 5. Separação da sutura intermaxilar.

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O expansor foi então ativado em uma volta completa, correspondente a 1 mm de expansão. No decorrer da ativação, observou-se deficiência na movimentação maxilar, sendo necessário uma osteotomia na região do processo pterigoide com a maxila para se obter uma expansão ideal. Na radiografia oclusal da maxila, demonstrou-se a separação da sutura intermaxilar bem como o diastema inter-incisivo gerado em comparação com o pré-cirúrgico. Com o fim do ato cirúrgico, instruiu-se o paciente no sentido de ativar o disjuntor em uma volta pela manhã e outra no perío-

do da noite durante três semanas. Observou-se na consulta pós-operatório de um mês o diastema inter-incisivo significativo (fig. 6) em comparação com a condição pré-cirúrgica, bem como radiograficamente (fig. 7). No acompanhamento de três meses notou-se uma melhoria na distância inter-incisiva (fig. 8). Após um ano houve uma melhoria significativa na condição da arcada superior, onde se atingiu o objetivo esperado na disjunção cirúrgica. O paciente atualmente encontra-se em acompanhamento ortodôntico para o tratamento do conjunto malocolusão e apinhamento da arcada inferior (figs. 9 e 10).

Fig. 6. Aspeto clínico intraoral frontal na fase pós-cirúrgica (30 dias).

Fig. 7. Radiografia oclusal pós-cirúrgica (30 dias).

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Fig. 8. Aspeto clínico intraoral frontal pós-cirúrgico em tratamento ortodôntico (três meses).

Fig. 9. Aspeto clínico intraoral frontal decorridos 12 meses do tratamento ortodôntico.

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Discussão O paciente portador da deficiência transversal da maxila deve submeter-se a uma análise clínica criteriosa para obtenção de um diagnóstico preciso, para assim ser elaborado um plano de tratamento adequado pelo ortodontista e cirurgião bucomaxilofacial. A correta relação entre esses profissionais possibilita o sucesso na correção da displasia maxilar e satisfação do paciente7. A proposta da intervenção cirúrgica ao paciente visa restabelecer uma relação equilibrada entre os seus arcos dentários e facilitar a ação do aparelho disjuntor. A expansão maxilar obtém-se devido à aplicação de forças laterais na região das unidades dentárias superiores posteriores, pelo aparelho disjuntor, resultando no afastamento da sutura palatina8. A escolha do aparelho disjuntor ideal é uma tarefa difícil, pois como demonstrado por Siqueira et al.9, constatou-se que aparelhos dentomucosuportados e mucosuportados apresentam semelhantes resultados ortopédicos, contudo observou-se que a utilização de um disjuntor do tipo Hyrax pode apresentar maior grau de recidiva quando comparado ao disjuntor do tipo Hass6, também se demonstrou que este último produz uma menor inclinação dentoalveolar que os aparelhos Hyrax, aumentando a distância interdental entre caninos, e a sua cobertura em acrílico dirige o vetor de força para o centro de resistência da maxila, aumentando a dimensão transversal e não afetando a dimensão sagital10,11.

No caso em questão optou-se pela instalação do aparelho tipo Hass, obtendo resultados ortopédicos favoráveis. Entretanto, o suporte em acrílico ocasionou uma leve isquemia no tecido palatino. Embora os autores recomendem o uso do aparelho tipo Hass, este deve usar-se com cautela. Ferreira et al.12 observaram que aparelhos dentomucossuportados apresentam maior dificuldade na sua higienização e podem ocasionar edemas e lesões palatais. Dificuldades essas não encontradas por Utumi et al.13, que no seu relato de caso optaram por uma abordagem cirúrgica minimamente invasiva e conservadora, utilizando como expansor um disjuntor tipo Hyrax, não observando edema em região palatal ou recessão gengival. Analisando as vantagens das técnicas mais conservadoras, optouse pela realização da técnica de Glassman, por ser minimamente invasiva e ter estabilidade de longo prazo em pacientes com deficiência de leve a moderada14. Num estudo retrospetivo com 21 pacientes submetidos a técnica cirúrgica de Glassman, realizado por Schimming et al.15, observaram-se bons resultados em 20 sujeitos, sendo o único insucesso o de um paciente, de 38 anos, que desenvolveu uma fratura unilateral do processo alveolar devido ao grau elevado de ossificação da sutura intermaxilar. A osteotomia realizada foi do tipo segmentada, sendo realizadas na região lateral da maxila e uma adicional na parede média do nariz e da espinha nasal anterior, para orientar o cinzel na direção interapical dos incisivos centrais, como observaram Glassman et al.16 apenas as osteotomias nos pilares maxilares são primordiais para obter-se uma expansão ideal. Outro aspeto observado refere-se à separação dos pilares pterigoideos, pela falta de consenso quanto a realização de osteotomia na região, cabendo ao cirurgião determinar a necessidade da técnica17. Durante o procedimento cirúrgico notou-se a necessidade de se promover a separação da sutura pterigomaxilar, para obtenção da expansão almejada. Com intuito de evitar qualquer dano, no caso relatado separaram-se as placas pterigoideas da tuberosidade maxilar com cinzel e martelo. Podemos citar entre os principais acidentes e complicações no procedimento cirúrgico da expansão maxilar: infeção, sinusite, perda óssea periodontal, desvitalização ou perda dentária, ulceração da mucosa palatal, expansão assimétrica recaída e problemas mais sérios, incluindo necrose assética e complicações orbitais2. No presente relato não foi observado nenhuma complicação pós-operatória.

Fig. 10. Aspeto clínico intraoral palatino decorridos 12 meses do tratamento ortodôntico.

O paciente continua sob acompanhamento por necessidade de correção da oclusão associada à arcada inferior, sendo que o mesmo apresentou uma expansão satisfatória da arcada superior sem necessidade de cirurgia de sobrecorreção.

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Conclusões A disjunção maxilar assistida cirurgicamente contribui para a correção da deficiência transversal da maxila ou atresia maxilar, desde que bem planeada e indicada. A escolha do aparelho ortopédico-ortodôntico é um fator primordial, pois contribui para um melhor planeamento ortodôntico-cirúrgico e resulta em tratamento adequado. Esse tratamento ortopédico-cirúrgico traz grandes benefícios funcionais: descruzamento posterior da mordida, alargamento e melhoria da capacidade de respiração nasal.

Bibliografia 10. Almeida TE, Saavedra J, Pavlovsky M, Scrocco JA, Santos MG, Monteiro CG. Expansão rápida da maxila não cirúrgica e cirúrgica: revisão de literatura. Rev Odontol Univ Cid São Paulo 2012; 24: 67-75.

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11. Oliveira NL, Da Silveira AC, Kusnoto B, Viana G. Three-dimensional assessment of morphologic changes of the maxilla: a comparison of 2 kinds of palatal expanders. Am J Orthod Dentofac Orthop 2004; 126(3): 354-62.

3. Bretos JL, Pereira MD, Gomes HC, Toyama Hino C, Ferreira LM. Sagittal and vertical maxillary effects after surgically assisted rapid maxillary expansion (SARME) using has and Hyrax expanders. J Craniofac Surg 2007; 18(6): 1322-1326.

12. Ferreira CMP, Ursi W, Atta JY, Lyra MCO, Lyra FA. Efeitos dentais e esqueletais mediatos da ERM utilizando o disjuntor Hyrax. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial 2007; 12(4): 36-48.

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14. Glassman AS, Nahigian SJ, Medway JM, Aronowitz HI. Conservative surgical orthodontic adult rapid palatal expansion: sixteen cases. Am J Orthod 1984; 86: 207-213.

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16. Bezerra NO. Expansão cirúrgica da maxila ortodonticamente assistida. Monografia [tese de especialização]. Aracajú: Instituto de Ciência da Saúde – FUNORT/SOEBRÁS; 2008.

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17. Kilik E, Kilic B, Kurt G, Sakin C, Alkan A. Effects of surgically assisted rapid palatal expansion whit and without pterygomaxillary disjunction on dental and skeletal structures: a retrospective review. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol 2013; 155(2): 167-174.

9. Siqueira DF, Almeida RR, Henriques JFC. Estudo comparativo, por meio de análise cefalométrica em norma frontal, dos efeitos dento-esqueléticos produzidos por três tipos de expansores palatinos. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial 2002; 7(6): 27-42.

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Redução da hipermiotonia pela aplicação da toxina botulínica tipo A em paciente com bruxismo, dor orofacial e reabilitado por implantes dentários

Irineu Gregnanin Pedron Médico dentista. Especialista em Periodontia e Implantodontia. Professor do Curso de Toxina Botulínica na Odontologia, Instituto Bottoxindent, São Paulo (Brasil). Autor do livro: “Toxina Botulínica - Aplicações em Odontologia” (Ed. Ponto, 2016). Professor das disciplinas de Periodontia, Implantodontia, Estomatologia e Clínica Multidisciplinar na Universidade Brasil, em São Paulo. igpedron@alumni.usp.br Fabrício de Souza Bonetti Médico dentista. Especialista em Prótese Dentária e Implantodontia. Mestre em Prótese Dentária pela Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic. Professor de Pós-Graduação (Mestrado) na Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic, Campinas (Brasil). Caleb Shitsuka Médico dentista. Professor de Odontopediatria e Cariologia na Universidade Brasil e Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo. Plínio Jun Iti Yokoyama Médico dentista. Residente em Cirurgia Bucomaxilofacial no Hospital Regional de Osasco, São Paulo. Élio Hitoshi Shinohara Médico dentista. Professor de Cirurgia Bucomaxilofacial na Universidade Ibirapuera e no Hospital Regional de Osasco, São Paulo.

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tegração, após a fase de instalação dos implantes em carga imediata1-4. No entanto, mesmo em condições normais, as forças mastigatórias regulares e simétricas podem exceder o limite de carga mastigatória sobre o implante. Também nesta situação, pode tornar-se útil a redução da força dos músculos mastigatórios. A aplicação da toxina botulínica nos músculos mastigatórios (masseter e temporal) pode angariar a redução da força mastigatória, prevenindo fraturas e perdas de implantes osseointegrados e próteses implantossuportadas nas reabilitações bucais1-6. A toxina botulínica bloqueia a libertação de acetilcolina causando paralisia muscular, reduzindo as forças de contração muscular1-6. Introdução Indubitavelmente, é notória a importância do reestabelecimento da função e estética estomatológicas por meio da instalação de implantes osseointegrados e a subsequente reabilitação protético-implantodôntica na clínica odontológica. Entretanto, devem ser tomados cuidados mesmo após a reabilitação protética do paciente. A perda do implante – ainda que osseointegrado – e/ou da prótese pode apresentar diversas causas, entre elas a sobrecarga excessiva sobre a reabilitação; má oclusão prévia à instalação de implantes (extrusão ou migração dos dentes da arcada dentária antagonista); inclinações do plano oclusal; a relação maxilo-mandibular em função; pré-existência de disfunções temporomandibulares ou hábitos parafuncionais, como o bruxismo ou briquismo1,2. A instalação de implantes em áreas de tensão mastigatória é desfavorável para o processo de osseointegração. Nesta perspetiva, a redução das forças mastigatórias é uma opção terapêutica viável já na fase inicial do processo de osseoin-

A aplicação profilática (bilateral) da toxina botulínica, prévia a instalação cirúrgica dos implantes osseointegrados, promove a redução das forças mastigatórias geradas pelos músculos masseter e temporal podendo anular possível fator de risco às perdas e/ou fraturas dos implantes e próteses, ou que poderia ainda dificultar o processo de osseointegração na interface osso-implante2,3. Adicionalmente, a aplicação de toxina botulínica pode apresentar efeito positivo no processo de equilíbrio e reestabelecimento da interface osso-implante, quando houver perda óssea gerada pela incidência de carga mastigatória excessiva sobre os implantes osseointegrados1,2. O propósito deste trabalho é apresentar o caso de um paciente portador de bruxismo que sofreu fratura e perdas dentárias e implantar, no qual foi aplicada a toxina botulínica com o propósito de reduzir a hipermiotonia e a dor, e consequentemente, reduzir a possibilidade deste fator de risco. Palavras-chave: toxinas botulínicas tipo A, bruxismo, hipertonia muscular e dor facial.

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Relato de caso Paciente do género masculino, de 39 anos, compareceu à clínica particular, com queixa de recorrentes fraturas dentárias e implantar causadas por bruxismo (fig. 1). Reportou-se histórico de fratura e perda dentária (46), e fratura e perda implantar (36), seguida de instalação de implantes e próteses (36 e 46) (fig. 2). Adicionalmente, o paciente apresentou dores orofaciais, nas regiões bilaterais dos músculos masseter, temporal e frontal, mesmo com a utilização da placa miorrelaxante (fig. 3). Sugeriu-se a aplicação da toxina botulínica tipo A, com o propósito de reduzir as contrações musculares excessivas e favorecer a manutenção dos implantes e próteses sobre implante em função.

Fig. 1. Aspeto clínico inicial.

No músculo frontal, determinaram-se 16 pontos, distribuídos simetricamente com o propósito de evitar possíveis assimetrias cosméticas, cada um recebendo duas unidades, totalizando 32 unidades (figs. 4 e 5). Orientou-se o paciente quanto ao efeito residual “estético” que, impreterivelmente, ocorreria6. Determinaram-se três pontos de aplicação bilateral em cada músculo masseter, e três pontos em cada músculo temporal, cada um recebendo unidades por ponto (figs. 6 e 7). Previamente a aplicação da toxina botulínica, desinfetou-se a superfície da pele com álcool etílico 70%, evitando-se a infeção local e removendo-se a oleosidade da mesma, sendo demarcados os pontos de aplicação, previamente determinados. Posteriormente, aplicou-se anestésico local (Dermomax®, Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A., São Paulo, Brasil) com o propósito de promover conforto durante o procedimento. A toxina botulínica tipo A (Botox® 200 u, Allergan Pharmaceuticals, Westport, Irlanda) foi diluída em 2 ml de solução salina, de acordo com as normas do fabricante, e injetada nos sítios preconizados. Após a aplicação, orientou-se o paciente a não deitar a cabeça nas primeiras quatro horas e não realizar atividades físicas durante as primeiras 24 horas após o procedimento.

Fig. 2. Características radiográficas: próteses sobre implantes nos dentes 36 e 46.

Decorridos 15 dias da aplicação, reavaliou-se o paciente, sendo reportada a ausência de dores orofaciais e a redução da hipermiotonia bilateral nos músculos masseter, temporal e frontal. As figuras 8 e 9 ilustram respetivamente o paciente em repouso e a dinâmica frontal. Orientou-se o paciente quanto a recorrência da dor e hipermiotonia, após quatro a seis meses (em média), sendo necessária a repetição das aplicações.

Fig. 3. Uso da placa miorrelaxante.

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Fig. 4. Exame clínico extrabucal (paciente em repouso): determinação dos pontos no músculo frontal.

Discussão Pela alta prevalência dos hábitos parafuncionais, torna-se necessária a devida avaliação destes possíveis fatores de risco ao insucesso dos implantes e/ou próteses implantossuportadas, para que, cada caso seja particularizado, se evitem perdas do sistema estomatognático e se assegure a previsibilidade e o sucesso longitudinal do tratamento com implantes osseointegrados. O bruxismo vem sendo implicado como o hábito parafuncional mais relacionado às falhas em tratamento com implantes osseointegrados, sendo considerada uma contraindicação relativa, desde que se realizem tratamentos integrados para a sua contenção6.

Fig. 5. Pontos demarcados no músculo frontal e dinâmica frontal.

A aplicação da toxina botulínica deve empregar-se em conjunto com outras modalidades de tratamento para o bruxismo e particularizado caso a caso. Podem utilizar-se o ajuste oclusal; a restauração das superfícies dentárias com colocação de coroas, próteses e overlays; ortodontia; e o uso de dispositivos intrabucais (placas miorrelaxantes)6, como observado no presente relato.

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Fig. 6. Pontos demarcados nos músculos masseter e temporal direitos.

Fig. 7. Pontos demarcados nos músculos masseter e temporal esquerdos.

Fig. 8. Avaliação pós-aplicação da toxina botulínica (15 dias): paciente em repouso.

Fig. 9. Avaliação pós-aplicação da toxina botulínica (15 dias): dinâmica frontal.

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Hábitos parafuncionais deletérios como o bruxismo e briquismo consideram-se como contraindicações relativas à instalação de implantes osseointegrados. Entretanto, Ihde3 (2005) reportou a aplicação de toxina botulínica profilática previamente a cirurgia de instalação de implantes osseointegrados, em paciente portador de hábito parafuncional. Após quatro semanas, não se observou contração muscular excessiva, constatando-se estabilidade e osseointegração dos implantes instalados. Adicionalmente, o paciente reportou relaxamento dos músculos masseter, particularmente pela manhã, o período de

maior queixa e desconforto relatado pelo paciente. A força muscular foi gradualmente normalizada após três meses, embora não apresentando a rigidez muscular prévia. Ihde3 (2005) ainda preconizou a melhoria particular em pacientes com relação esquelética da classe II de Angle, tendo em vista que esses pacientes apresentam maior desconforto pela necessidade de movimentos de protrusão da articulação temporomandibular e adicionalmente a reabilitação enquanto persistir a relação.

Conclusões As doses recomendadas para aplicações em pacientes submetidos à terapia reabilitadora com implantes osseointegrados devem seguir os mesmos parâmetros em casos de hábitos parafuncionais, como o bruxismo e briquismo2,6. É aconselhado o registro adequado para acompanhar o histórico do paciente6,7. As aplicações no músculo temporal e frontal (bilateral) devem ser consideradas pela sintomatologia dolorosa2,6,8. O paciente deve receber orientações quanto ao efeito residual cosmético, considerando que é previsível esta ocorrência. Portanto, as aplicações no músculo frontal devem obedecer a simetria, para não causar alterações assimétricas após a aplicação2. A aplicação deve realizar-se bilateralmente nos músculos masseter. Quando for necessário, a aplicação pode efetuar-se nos músculos temporais. Geralmente, aquando da aplicação única e exclusivamente nos músculos masseter (bilateral), podem observar-se aumentos dos contatos dentários anteriores, causados por ligeira luxação anterior da mandíbula. Essas alterações podem ser compensadas por pequenos ajustes das superfícies oclusais1. A repetição das aplicações é preconizada a cada quatro a oito meses, dependendo da sintomatologia ou necessidade de cada paciente2,6,8.

Bibliografia 6. Gouveia MER, Pedron IG. Aplicações da toxina botulínica tipo A em Implantodontia. In: Pedron IG. Toxina botulínica aplicações em odontologia. Florianópolis: Ed. Ponto, 2016, p. 120-7.

1. Ihde S. Utilisation thérapeutique de la toxine botulique dans le traitement d’entretien en implantologie dentaire. Implantodontie 2005a; 14: 56-61. 2. Cezere MES, Cintra RG, Pedron IG. Aplicações da toxina botulínica tipo A em dores orofaciais. In: Pedron IG. Toxina botulínica - aplicações em odontologia. Florianópolis: Ed. Ponto, 2016, pág. 128-43.

7. Ihde S. Prophylactic use of botulinum toxin in dental implantology. CMF Impl Dir 2007; 1: 29-34. 8. Ihde S, Konstantinovic VS. The therapeutic use of botulinum toxin in cervical and maxillofacial conditions: an evidence-based review. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2007; 104(2): e1-11.

3. Ihde S. Utilisation prophylactique de la toxine botulique en implantologie dentaire. Implantodontie 2005b; 14: 51-55. 4. Mahajan S, Srivastava V. Botulinum toxin: a poison transformed into a versatile tool. Eur J Esthet Dent 2010; 5(4): 327-9. 5. Carvalho RCR, Shimaoka AM, Andrade AP. O uso da toxina botulínica na Odontologia. Acesso em: 19.09.13. Disponível em: http://cfo.org.br/wp-content/uploads/2011/05/ toxina-botulinica.pdf.

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Quiz de Medicina Oral Demonstre os seus conhecimentos no teste da MAXILLARIS Durante mais de treze anos a edição espanhola da MAXILLARIS (e mais recentemente a portuguesa) publicou a secção “Imagens da Medicina Oral”, do médico dentista e professor catedrático espanhol Germán Esparza Gómez. Nela se descreveram uma série de casos clínicos, dando conta assim, de uma maneira simples e prática, das principais patologias desta área. Convencidos de que a prevenção é a principal ferramenta terapêutica e que a Medicina Oral deve continuar a ter o seu peso na MAXILLARIS, criámos uma nova secção que sobressai pela sua grande utilidade. Germán Esparza Gómez proporcionará todos os meses um Quiz (teste) no qual se inclui uma breve descrição de um caso e uma ou duas imagens do mesmo. Com estes dados, se lançará uma pergunta sobre um possível diagnóstico. O resultado desta pergunta publicar-se-á no mês seguinte, explicando tanto a argumentação da opção correta como a das respostas invalidadas. Para responder a esta pergunta e obter a solução correta de forma imediata, basta aceder à seguinte página eletrónica: www.maxillaris.com/quiz–pt. É um processo simples que não leva mais de um minuto. Aos participantes que obtenham os melhores resultados, a MAXILLARIS oferecerá um prémio muito especial.

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Germán Esparza Gómez Médico estomatologista. Doutorado em Medicina e Cirurgia. Professor titular de Medicina Oral. Departamento de Medicina e Cirurgia Bucofacial. Faculdade de Odontologia, Universidade Complutense de Madrid (Espanha). medoral@infomed.es

Responda a esta pergunta em: www.maxillaris.com/quiz

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Uma mulher de 65 anos, diagnosticada há vários anos com líquen plano reticular, apresenta-se na consulta queixando-se de comichão e desconforto em ambas as mucosas jugais desde há vários meses. Ao explorar o caso, observa-se o aspeto que a imagem retrata. Qual é o seu diagnóstico mais provável? A. Erosão traumática.

A solução publicar-se-á de forma imediata no site e em formato impresso no próximo número.

B. Leucoplasia.

C. Líquen plano erosivo.

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Solução do Quiz no 11 (outubro 2019)

A resposta correta é a B: Leucoplasia homogénea.

O aspeto clínico é compatível com o diagnóstico clínico de leucoplasia homogénea: uma lesão predominantemente branca e uniforme, de consistência firme, pouco espessa, de superfície lisa ou rugosa que, ocasionalmente, apresenta surcos pouco profundos. Para completar o diagnóstico definitivo, é sempre absolutamente necessário e inevitável a realização de uma biopsia que nos forneça a descrição histopatológica e, sobretudo, se existe ou não displasia.

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Luís Filipe Oliveira piloto de automóveis e médico dentista

“Há uma complementaridade entre o desporto automóvel e a Medicina Dentária” Luís Filipe Oliveira, natural de Coimbra, tem por objetivo profissional de vida a formação e o exercício da Medicina Dentária e como hobby o desporto automóvel. A paixão pela velocidade é uma tradição de família que começou com o avô materno, mas foi com o pai que teve o primeiro contacto com as pistas de karting, que hoje em dia partilha com os circuitos do troféu Super Seven by Toyo Tires, na categoria S1600 PRO, ao serviço da equipa CRM Motor Sport. No plano profissional, exerce a sua prática diária na clínica Dental Face, em Lisboa, especialmente centrada na reabilitação oral e dentisteria estética.

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Luís Filipe Oliveira no circuito de Lignano Sabbiadoro (Itália) nas finais mundiais de karting SWS Endurance, em maio passado.

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Atualmente, Luís Filipe Oliveira participa no troféu Super Seven by Toyo Tires, na categoria S1600 PRO, através da equipa CRM Motor Sport.

Julgo saber que a sua paixão pela velocidade remonta aos tempos de infância. Quando, e em que circunstâncias, é que se iniciou nas lides do desporto automóvel? A minha paixão pela velocidade e pelos automóveis é uma paixão que vem de família: começou com meu avô materno, posteriormente com meu pai e hoje sou movido por essa paixão. A primeira vez que tive contato com o mundo do desporto automóvel tinha eu oito anos e iniciei-me no karting, no kartódromo da Batalha, através do meu pai. Desde então pratico essa modalidade e, simultaneamente, o automobilismo. Qual é a sua atual situação no contexto do automobilismo? Hoje em dia, corro no troféu Super Seven by Toyo Tires, na categoria S1600 PRO, através da equipa CRM Motor Sport, ministrada pelo meu amigo e diretor de equipa Tiago Raposo Magalhães. Trata-se de um campeonato criado em 2009; é o mais longo e ativo em Portugal, sendo que todas as corridas são conduzidas em ‘’super sete’’. O nome dos veículos é derivado da sua origem: os veículos são baseados no Lotus Seven e atualmente designam-se por “caterham seven”, são versões de corrida mais leves e velozes. Neste momento, estou a disputar a liderança e o título do campeonato da época 2019/2020 e faltam ainda quatro corridas para o término, sendo as mesmas no Autódromo Internacional de Portimão e Autódromo do Estoril, sucessivamente. Qual é o momento mais marcante, até à data, da sua carreira “sobre quatro rodas”? O momento que mais me marcou até hoje neste desporto foi quando subi ao primeiro lugar do pódio no Autódromo do Estoril, o qual era um sonho que tinha desde criança, devido ao facto do Ayrton Senna – meu ídolo enquanto piloto – ter ganho nesse mesmo autódromo há 34 anos.

Que outros prémios constam no seu currículo em matéria de competições nacionais e no estrangeiro? Relativamente ao karting disputei provas dos campeonatos nacionais, o troféu DAP e mais recentemente, disputei duas finais mundiais, ambas em Itália, no troféu SWS Endurance, pela equipa PRT, representando Portugal. No desporto automóvel, por sua vez, a nível internacional já subi várias vezes ao podium, quer no Circuito de Jarama (Madrid), Circuito de Jerez de La Frontera e Circuito da Catalunha (Barcelona), todos em Espanha. Este último circuito, atualmente, encontra-se no circo da Fórmula 1.

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Publique o seu artigo na MAXILLARIS

Regras de publicação dos artigos científicos: • Os artigos não podem ter sido editados em outra publicação. • O texto deve ser enviado em formato word (CD ou correio eletrónico). • O conteúdo não deve ser publicitário (não admitimos comparações entre produtos nem trabalhos destinados a exaltar as características de marcas comerciais), ainda que possam constar nomes de produtos ou aparelhos utilizados no decorrer do trabalho. • O artigo deve estar estruturado, no mínimo, em: introdução, desenvolvimento, conclusões e bibliografia. • A bibliografia deverá ser organizada respeitando a ordem em que for apresentada no texto (quando a ela se faça referência) ou por ordem alfabética, e indicada da seguinte maneira: Silverman E, Cohen M. The Twenty minute full strip up. J Clin Orthod. 1976; 10: 764. • Fotografias em formato jpg ou tif, escaneadas a 250/300 pixéis por polegada, com dimensões mínimas de 9 cm de largura. Caso não seja possível, poderão enviar-se os originais para ser escaneados na nossa redação. • Foto do primeiro autor (meio corpo ou corpo inteiro, de modo a poder ser recortada). • Nome, apelidos e titulação de todos os autores. • Correio eletrónico do autor, ao qual enviaremos a maqueta para revisão antes da publicação.

portugal@maxillaris.com Rua Francisco Sanches, 122, 2º. 1170-144 Lisboa. Tel./Fax: 218 874 085

Nota: após receção do artigo, este será enviado à nossa Comissão Científica para aprovação.


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Foi para mim muito satisfatório poder subir ao lugar mais alto do pódio onde pilotos como Ayrton Senna, Michael Schumacher e Lewis Hamilton também ganharam. A nivel nacional também obtive algumas vitórias, fazendo parte delas o Autódromo do Estoril, Circuito de Vasco Sameiro (Braga) e Autódromo Internacional de Portimão. Quais são as suas metas desportivas para os próximos tempos? Tenho um projeto para o próximo ano que envolve a minha subida de categoria no troféu Super Seven by Toyo Tires, tratando-se da categoria R300, também através da equipa CRM Motor Sport. Existe ainda a possibilidade de participar em provas de endurance automobilísticas, as quais serão decididas brevemente. Como comenta a presente situação em Portugal da modalidade que pratica? O troféu Super Seven by Toyo Tires é uma competição que tem estabelecido novos recordes no número de inscritos e de participantes. O retorno mediático tem crescido com a transmissão televisiva do resumo das corridas nos principais magazines de desporto portugueses, o que favorece a popularidade do troféu. No que diz respeito ao panorama nacional do desporto automóvel, tenho como opinião que têm surgido novos campeonatos e o interesse pelo desporto tem aumentado significativamente.

Portugal é um país com muito potencial no que diz respeito ao desporto automóvel, prova disso são os resultados alcançados pelos nossos pilotos nas diversas categorias existentes Que fatores considera essenciais para os pilotos de corridas de automóveis poderem alcançar resultados mais ambiciosos à escala internacional? Considero que Portugal é um país com muito potencial no que diz respeito ao desporto automóvel, prova disso são os resultados alcançados pelos nossos pilotos nas diversas categorias existentes, quer seja no passado como no presente momento. Entretanto o desporto automóvel é um desporto que envolve valores monetários muito elevados, muitas vezes esse é o grande handicap que leva os pilotos a alcançarem resultados mais ambiciosos a nível internacional.

O piloto e médico dentista (ao centro) celebrando no pódio o primeiro lugar conquistado numa prova no circuito do Autódromo do Estoril.

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Em plena prova conduzindo o seu Super Seven no autódromo do Estoril, no início da época 2018/2019.

No plano profissional, como justifica a opção pela Medicina Dentária? Na verdade, desde tenra idade, o meu sonho era tornar-me médico dentista. Sendo a minha mãe médica — e estando, portanto, envolvida na área da saúde –, era fascinado por isso. Acabei por entrar na faculdade no curso de Prótese Dentária e, posteriormente, licenciei-me em Medicina Dentária, concretizando o meu sonho de criança. Desde então não parei com os estudos e tenho vindo a aperfeiçoar-me constantemente. Em que medida a sua experiência no desporto automóvel influencia, direta ou indiretamente, a sua prática clínica diária ou vice-versa? Confesso que sempre pensei na complementaridade entre o desporto automóvel e a Medicina Dentária. Tenho por objetivo principal profissional de vida a formação e o exercício da Medicina Dentária e como hobby o desporto automóvel. Ao analisar essas duas artes posso destacar uma grande similaridade entre elas: a atenção aos detalhes que fazem toda a diferença no resultado final.

Tem preferência por alguma especialidade da Medicina Dentária? Sim. O meu percurso académico iniciou-se com o curso de prótese dentária no Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte. De seguida, entrei no curso de Medicina Dentária no mesmo instituto e, posteriormente, fiz uma pós-graduação em reabilitação oral e implantologia. Enquanto médico dentista, toda a minha formação tem sido nas áreas de reabilitação oral e estética dentária. É com estas duas áreas que sinto maior afinidade.

Luís Filipe Oliveira considera que o automobilismo e a profissão de médico dentista têm um importante fator em comum: a atenção aos detalhes que fazem toda a diferença no resultado final.

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Que temas lhe suscitam especial apreensão na atual conjuntura nacional da classe dos médicos dentista? Existem várias questões que me deixam muito apreensivo. Irei relatar dois temas, os quais considero, neste momento, os mais relevantes na nossa área. O primeiro é o número excedente de médicos dentistas que existem em Portugal. É um número muito elevado, o que leva muitos colegas de profissão a estarem em situações precárias de emprego. O outro motivo de preocupação é a maneira desregulamentada como os seguros entraram na Medicina Dentária. Sabemos que os seguros têm interesses puramente comerciais e que visam apenas o lucro, não se importando de facto com a saúde dentária do paciente. Concluo assim que esses dois temas, na atual conjuntura, infelizmente estão intimamente ligados, pois entramos aqui na falta de ética. Há colegas que têm que aceitar condições de trabalho precárias para sobreviver – as quais condeno veemente – e isso deixa-me bastante triste. Como perspetiva o futuro da sua profissão, tendo em mente a crescente introdução das novas tecnologias na prática clínica? Na minha opinião, o workflow digital veio facilitar a comunicação entre o médico dentista e o técnico de prótese, na medida em que agiliza e torna mais eficiente alguns procedimentos clínicos e laboratoriais, tornando esses mais rápidos e menos sujeitos ao erro humano. As tecnologias CAD-CAM serão sempre um sinónimo de evolução com vista a simplificar alguns protocolos da prática clínica diária.

No entanto, este desenvolvimento digital também poderá ter contras, nomeadamente o alto valor de aquisição dos equipamentos digitais e o facto dos hardware/software estarem em constante evolução. Tal leva a que o médico dentista esteja sujeito a uma curva de aprendizagem para utilização dessas novas tecnologias. Acrescento ainda que tendo eu uma prática clínica diária direcionada para a área de reabilitação oral e da dentisteria, o CAD-CAM contribuiu não só para a minha evolução como profissional como facilitou muito a comunicação entre mim e o técnico de prótese.

À margem do desporto automóvel, é detentor do bacharelato em Prótese Dentária (2002), licenciado em Medicina Dentária (2009) e possui uma pós-graduação em Reabilitação Oral e Implantologia (2011). Todos no Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte.

O CAD-CAM contribuiu não só para a minha evolução como profissional como facilitou muito a comunicação entre mim e o técnico de prótese

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Diana Serra Natural da Figueira da Foz. Licenciatura em Medicina Dentária pela Universidade de Coimbra. Prática clínica na OralMed Saúde (Leiria).

Desde que me lembro que tenho uma necessidade interior de ajudar os outros, e por isso comecei a fazer voluntariado assim que a minha vida adulta o permitiu. Hoje, pertenço à Refood Leiria e à Liga dos Amigos do Hospital de Leiria, onde passo algumas horas semanalmente. No entanto, a oportunidade de fazer voluntariado em Medicina Dentária, a minha área de formação e pela qual sou apaixonada, numa população alvo com carências básicas como são as da Guiné-Bissau é, sem dúvida, um projeto que me cativa de uma forma inexplicável.

a sensação de uma segurança reconfortante ao entrar dentro dos portões da Missão Semide, visto que esta foi a minha primeira viagem ao continente africano e a viagem do aeroporto até à missão o meu primeiro contacto com a realidade guineense, que é extremamente diferente de qualquer outra que eu conhecera previamente. Após uns dias em Bissau, partimos para o arquipélago dos Bijagós e a primeira paragem foi na ilha de Uno, onde fomos recebidas pelos pastores Silas e Jorge e as missionárias Aline e Laila, dotados também de uma extraordinária capacidade de acolhimento apesar de todas as dificuldades inerentes às ilhas. Após 15 dias “cambámos” para a ilha de Formosa onde nos esperavam o pastor Ade e a missionária Adria-

Cheguei à Guiné-Bissau (acompanhada pela Sara Rua, minha parceira de missão na Mundo A Sorrir) e fui recebida pelos pastores José e Washinton e pelas missionárias Sirlene e Luciana, de forma muito acolhedora e simpática. Tive

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O papel dos missionários foi crucial para que os tratamentos tenham sido bem sucedidos Diana Serra, de 28 anos, é natural da Figueira da Foz. Frequentou o Mestrado Integrado em Medicina Dentária na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, que terminou em 2014, e desde setembro do mesmo ano que exerce a sua prática clínica em Leiria. Paralelamente, a jovem médica dentista tem-se dedicado ao universo do voluntariado em diversas frentes: pertence à Refood Leiria e colabora com a Liga dos Amigos do Hospital de Leiria. A oportunidade de fazer voluntariado na sua área de formação, através da Mundo A Sorrir, numa população alvo com carências básicas como a da Guiné-Bissau “é, sem dúvida, um projeto que me cativa de uma forma inexplicável”, confessa Diana Serra, para quem a maior recompensa da missão foi sentir o impacto positivo dos seus conhecimentos e capacidades técnicas na qualidade de vida de pessoas com problemas tão graves como são os da população guineense.

na, pessoas extremamente atenciosas e prestáveis em todos os aspetos da missão. Apesar das condições socioeconómicas do país e particularmente das ilhas guineenses, a saúde oral não é catastrófica. Há uma herança genética muito forte de dentes com esmalte saudável e pouca tendência para microorganismos que provocam a cárie dentária. No entanto, há sinais de abrasão dentária muito evidentes desde a dentição decídua devido ao facto de a alimentação diária incluir frutas muito ácidas, como são o limão e o fole e de haver um brio extraordinário enraizado na população, que apesar de não ter acesso a escova nem pasta dentária, todos lavam os dentes pelo menos uma vez por dia, recorrendo a carvão ou areia, inerentemente agredindo o esmalte dentário.

A jovem médica dentista constata que, apesar das condições socioeconómicas da Guiné-Bissau, a saúde oral naquele país não é catastrófica.

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Durante a missão rastreámos mais de 800 crianças até ao quarto ano de escolaridade, sensibilizamos alunos e professores para uma higiene oral adequada e deixámos escovas dentárias identificadas e boiões de pasta dentária para serem usados por cada aluno ao longo do ano letivo durante a escovagem bidiária acompanhada pelos professores. Distribuímos também escovas dentárias para as crianças levarem para casa e assim diminuir a incidência da escovagem com produtos abrasivos, mesmo na ausência da utilização de pasta dentífrica. Durante o restante tempo fizemos atendimentos nas clínicas que preparámos nas sedes das missões, onde tínhamos um equipamento móvel para tratamentos restauradores e os instrumentos necessários para realização de exodontias não cirúrgicas. Esta vertente da missão tem uma relevância e pertinência brutais na vida da população do arquipélago, visto existirem pessoas a fazerem 15 quilómetros a pé para se deslocarem à clínica, outras que “cambam” de outras ilhas simplesmente com a finalidade de serem atendidas por um médico dentista. A comunicação com as pessoas foi desafiante mas também muito divertida e o papel dos missionários foi crucial para que os tratamentos tenham sido bem sucedidos, tanto para avaliação do estado de saúde inicial dos pacientes, como para garantir que assimilavam os cuidados pós-operatórios com consciência e responsabilidade, visto adicionarmos a todos os riscos inerentes às extrações dentárias um clima extremamente quente, sem possibilidade de fazer crioterapia, ausência de terapia analgésica ou anti-inflamatória (salvo algumas exceções), ainda uma alimentação muito pobre e a necessidade de realizar diariamente trabalhos físicos muito exigentes. A longo prazo gostava que todas as pessoas da Guiné-Bissau tivessem acesso a escova e pasta dentária para uso diário em casa, no entanto, isso implica que necessidades básicas vitais sejam primeiramente preenchidas. Seria também extraordinário conseguir formar médicos dentistas locais com acesso a materiais fundamentais para conseguirem responder às situações mais urgentes, o que implicará também uma grande intervenção a nível da educação principalmente nas ilhas, cujas escolas

Durante a missão da Mundo A Sorrir foram rastreadas mais de 800 crianças guineenses até ao quarto ano de escolariadade.

que funcionam depois do quarto ano de escolaridade são quase inexistentes. A história mais marcante da missão foi para mim a visita à Ilha de Nago, com os missionários Ade e Adriana. Saímos de Acuno (Ilha de Formosa) e fomos de motocarro, que é uma mota com um atrelado de trator e com cadeiras, cerca de 15 quilómetros até ao porto de Ankedjo. Foram duas horas de uma viagem deslumbrante pelo meio da floresta Bijagó, que é dotada de uma flora indescritivelmente bela.

Seria também extraordinário conseguir formar médicos dentistas locais com acesso a materiais fundamentais para conseguirem responder às situações mais urgentes

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Já no porto entrámos para uma canoa a remos e passámos já no mar para outra canoa a motor que nos levou até à Ilha de Nago, sendo que a travessia demorou cerca de 30 minutos com a magnificência de ambas as ilhas à nossa volta. Desembarcámos no porto de Nago e fizemos de mota mais quatro quilómetros entre plantações de caju, até chegarmos à escola onde fizemos os rastreios e atendimentos. O almoço estava delicioso e foi na tabanca arroz com galinha, onde partilhámos a cultura guineense de comer diretamente de um prato central. Regressámos ao porto e “cambámos” de volta a Formosa e quando chegámos a Ankedjo algumas pessoas pediram-nos ajuda porque tinham dores e para irem à clínica tinham de andar muitos quilómetros, então conseguimos ainda ajudar duas pessoas daquela aldeia. Voltámos para o motocarro e fizemos a viagem de volta para Acuno, parte dela já com iluminação com lanternas porque o sol já se tinha posto. Chegámos a casa estafadíssimos mas com o coração cheio de gratidão por todas as pessoas que tínhamos conseguido ajudar que não teriam acesso a tratamento se não fôssemos nós a deslocar-nos. A maior dificuldade foi, sem dúvida, lidar com a existência de uma realidade tão próxima geograficamente da minha terra natal, mas tão diferente e tão dura como é a dos Bijagós, em que não há água potável, não há alimen-

A maior dificuldade foi, sem dúvida, lidar com a existência de uma realidade tão próxima geograficamente da minha terra natal, mas tão diferente e tão dura como é a dos Bijagós

tação que permita a população ser saudável, não há acesso a cuidados de saúde básicos e com uma inevitável esperança média de vida muito baixa. A maior recompensa da missão foi sentir quanto os meus conhecimentos e capacidades técnicas são úteis e capazes de impactar positivamente a qualidade de vida de pessoas com problemas tão graves como são os da população guineense.

Diana Serra lamenta as dificuldades de uma população sem acesso a cuidados de saúde básico e com uma inevitável esperança média de vida muito baixa.

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DESTAQUE

CIRURGIA ORAL

ESTÉTICA DENTÁRIA

Riscos, complicações e terapêutica na cirurgia oral

Título de experto em estética dentária

O Centro de Formação Contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), ao abrigo do programa formativo que delineou para 2020, vai levar a cabo no dia 20 de janeiro, num hotel de Aveiro, um curso de fim de dia subordinado ao tema “Riscos, complicações e terapêutica na cirurgia oral”. Esta formação tem como orador o médico dentista João Braga, licenciado pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, onde é professor auxiliar do ensino pré-graduado, mestrado e especialização. João Braga é especialista em Cirurgia Oral pela OMD desde abril de 2017.

A CEOdont celebrará em 2020 uma nova edição deste curso. O programa modular (existe a opção de fazer módulos soltos) obedece ao seguinte calendário: • 1. Capas de porcelana I; de 23 a 25 de janeiro. • 2. Capas de porcelana II; de 13 a 15 de fevereiro. • 3. Coroas de recobrimento total e incrustações; 6 e 7 de março. • 4. Periodontia clínica na prática geral; 5 e 6 de junho. • 5. Cirurgia periodontal estética I; 3 e 4 de julho. • 6. Cirurgia periodontal estética II; 10 e 11 de setembro. • 7. Restauração com compósitos I; de 15 a 17 de outubro. • 8. Restauração com compósitos II; de 19 a 21 de novembro. • 9. Curso teórico-prático na Universidade de Nova Iorque; de 15 a 19 de junho.

226 197 699 - formacao@omd.pt

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

#MXDayDigital celebra-se em Lisboa no dia 14 de fevereiro

MAXILLARIS - D2 Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa www.maxillaris.com/mxdaypt

A jornada #MXDayDigital, que a MAXILLARIS organiza em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital (D2), vai realizar-se a 14 de fevereiro de 2020 nas instalações da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Trata-se de uma jornada dedicada à integração digital na clínica, que tem assegurados os seguintes oradores: Rafael Jaén Gutiérrez, Elena Cervino, Diogo Viegas, Esteban Xam-mar, João Fonseca, Filipe Aguilar e Pedro Brito. Nesta jornada inédita, os participantes vão ter a oportunidade de conhecer as inovações mais marcantes e as experiências dos especialistas do setor. Além disso, poderão realizar interessantes práticas, já que o programa prevê a realização de dois workshops (a cargo dos oradores João Fonseca e Filipe Aguilar) no período da manhã, ao passo que durante a tarde realizar-se-ão sete palestras sobre diversos focos da área digital.

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Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária Universidade de Coimbra www.anemd.pt

A Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (ANEMD) celebra nos próximos dias 6 e 7 de março, em Coimbra, aquele que será o evento de referência dos estudantes a nível nacional: o III Simpósio Anual de Estudantes de Medicina Dentária (SAEMD). Este encontro anual é já um evento reconhecido pelos estudantes pela sua formação científica e clínica, que será constituído por variadas palestras e cursos hands-on com oradores e formadores de elevado reconhecimento nacional e internacional na área da Medicina Dentária. A terceira edição do SAEMD é organizada por estudantes, para estudantes e terá como cenário a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

IMPLANTOLOGIA

DESTAQUE

III Simpósio da ANEMD realiza-se em março

IMPLANTOLOGIA

Título de experto em cirurgia e prótese sobre implantes

Implantes em setores posteriores

A CEOdont (Grupo Ceosa) agendou para o segundo semestre de 2020 o início de mais uma edição do curso orientado por Mariano Sanz Alonso, José de Rábago Vega e Guillermo Pradíes. Existe a possibilidade de fazer módulos soltos. Os módulos do programa são: • 1. Diagnóstico e plano de tratamento; de 24 a 26 de setembro. • 2. Cirurgia sobre implantes; de 5 a 7 de novembro. • 3. Prótese sobre implantes; de 26 a 28 de novembro. • 4. Curso de enxerto ósseo e elevação de seio; de 14 a 16 de janeiro de 2021. • 5. As novas tecnologias digitais em implantologia; de 18 a 20 de fevereiro de 2021.

O Centro de Formação Contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), no âmbito do programa formativo que delineou para 2020, agendou para o próximo dia 18 de maio, num hotel de Vilar Real, um curso de fim de dia sobre “Implantes em setores posteriores possibilidade de reabilitação”. Este curso será orientado pelo médica dentista Fernando Duarte, especialista em Cirurgia Oral pela OMD e pós-graduado e mestre em Cirurgia Oral e Maxilofacial pelo Eastman Dental Institute da University College of London (Reino Unido). Fernando Duarte é também professor no Instituto Superior de Saúde (ISAVE). 226 197 699 - formacao@omd.pt

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

Este espaço pode ser seu!

ORTODONTIA Pós-graduação de ortodontia

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A ORTOCERVERA já prepara a 90a edição da pós-graduação intitulada “Experto em ortodontia funcional, aparatologia fixa estética e alinhadores”, orientada por Alberto Cervera. Este curso, dividido em oito módulos, tem início marcado para 26 de março de 2020. O programa abrange a tecnologia de alinhadores como alternativa ao tratamento para todo o tipo de más oclusões, avaliação estética do caso e confeção de aparelhos de ortodontia. Abrange as seguintes áreas: protocolo de diagnóstico e tratamento, estudos de síndromas clínicos, práticas em tipodontos com brackets metálicos, estéticos e alinhadores e práticas clínicas tutorizadas.

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(0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

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Lisboa acolhe congresso mundial em junho de 2020

WCDT 2020 Centro de Congressos de Lisboa www.wcdt2020.com

Em junho do próximo ano (dias 17 a 20), Portugal volta a acolher um dos grandes encontros mundiais da área da Medicina Dentária. Trata-se do 21o World Congress in Dental Traumatology (WCDT), que se realiza de dois em dois anos. A edição de 2020 terá como cenário o Centro de Congressos de Lisboa. A organização local deste evento internacional está a cargo da Sociedade Portuguesa de Endodontologia, presidida por António Ginjeira, professor associado e dirigente da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, em parceria com a International Association of Dental Traumatology (IADT) e a European Society of Endodontology (ESE). O programa inclui grandes nomes da endodontia e da traumatologia, com diversos cursos práticos pré-congresso.

ORTODONTIA

ORTODONTIA Título de experto em alinhadores invisíveis

Desenho e desenvolvimento de alinhadores

A CEOdont prepara mais uma edição deste curso, orientado por Andrade Neto. O programa iniciar-se-á no dia 6 de fevereiro de 2020 e consta de dois módulos de três dias cada um. O objetivo é que o aluno realize os processos de elaboração de férulas invisíveis com a metodologia avançada para o trabalho, melhorando os resultados nos pacientes, planificando clinicamente e desenvolvendo um trabalho com diversas técnicas, sendo capaz de realizar tratamentos sem depender de uma empresa específica. Ao finalizar o curso o aluno terá apoio diagnóstico e de laboratório para os primeiros casos.

A ORTOCERVERA celebrará em 2020, em data por confirmar, em Madrid (Espanha), o curso intitulado “Desenho e desenvolvimento de alinhadores”, dirigido pelo médico dentista espanhol Alberto Cervera. Este curso complementa o programa de experto em ortodontia, também com a chancela da ORTOCERVERA, e tem como finalidade proporcionar ao aluno os conhecimentos para o desenho e desenvolvimento das distintas fases de tratamento com alinhadores. Inclui práticas com simulador de alinhadores.

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

(0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

VÁRIOS European Aligner Society celebra congresso em Malta A European Aligner Society vai celebrar o seu terceiro congresso de 19 a 22 de março próximo, em Malta. O programa científico do encontro continuará a explorar os avanços permanentes em tecnologias e técnicas no domínio da ortodontia de alinhadores. O congresso reunirá as últimas inovações apresentadas por um impressionante e verdadeiramente internacional leque de oradores especializados, oriundos dos Estados Unidos, Colômbia,Chipre, Austrália, Reino Unido, Suíça, Israel, Itália, entre outros países. www.eas-aligners.com

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VÁRIOS Jornadas de saúde oral no Hospital de Beja

Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS

A segunda edição das jornadas de saúde oral organizadas pela Unidade de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) vão decorrer nos dias 29 e 30 de maio de 2020, em Beja, e serão integradas nas comemorações do cinquentenário do Hospital José Joaquim Fernandes. Os temas a tratar, por um painel de oradores de excelência, são as doenças sistémicas e crónicas transversais à saúde da cavidade oral. O público alvo das jornadas são: médicos, médicos dentistas, enfermeiros, professores, higienistas orais e outros profissionais de saúde.

A ORTOCERVERA organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS (conceitos básicos e definições), protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algorritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado e “a la carta”.

www.ulsba.min-saude.pt

(0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

VÁRIOS

VÁRIOS

XX encontro da APHO agendado para o próximo mês de abril

29o congresso da OMD já tem data marcada

A Associação portuguesa de Higienistas Orais (APHO), à semelhança dos anos anteriores, vai realizar o seu vigésimo congresso nacional num hotel de Lisboa. O encontro anual dos higienistas orais está agendado para os dias 17 e 18 de abril de 2020. Mais uma vez, o principal objetivo é proporcionar dois dias de partilha e atualização de conhecimentos nesta área profissional, com um programa científico que promete ser vasto e atual e que, como tem sido hábito, terá a participação de destacados oradores. Confirma-se a habitual exposição de casas de materiais dentários e produtos farmacêuticos com as suas novidades.

O congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) regressa ao Porto em 2020, estando agendado para os dias 5 a 7 de novembro. A edição nortenha do maior encontro nacional da área da saúde oral (e da saúde em geral) voltará a ter como cenário as amplas instalações da Exponor, em Matosinhos, onde decorrerá, paralelamente ao programa científico, mais uma edição da Expodentária. A integração da Medicina Dentária com o ambiente, com a saúde geral e setorial e ainda com a qualidade de vida dos utentes e sobretudo dos profissionais da saúde oral, será a missão e o foco do próximo congresso.

www.apho.pt

Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial Fundação Bissaya Barreto (Coimbra) www.spdof.pt

A quarta edição do congresso da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) já tem data e local definidos. O encontro terá Coimbra como cidade anfitriã e está marcado para os dias 14 a 16 de maio do próximo ano. A Fundação Bissaya Barreto será o cenário do congresso desta associação científica, sem fins lucrativos, fundada em 2014 e atualmente presidida pelo médico dentista Júlio Fonseca. Esta iniciativa enquadra-se no propósito da SPDOF de promover o desenvolvimento do conhecimento nas áreas da disfunção temporomandibular e da dor orofacial, estimular a investigação, estreitar relações científicas entre os médicos e outros profissionais de saúde que se dedicam particularmente a este setor da saúde e cooperar na organização de atividades relacionadas com estes objetivos.

DESTAQUE

IV congresso da SPODF celebra-se em Coimbra

www.omd.pt

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fevereiro MXDay Digital MAXILLARIS em parceria com a Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital FMDUL - Lisboa www.maxillaris.com/mxdaypt

Reunião Anual da SPOP Sociedade Portuguesa de Odontopediatria Polo II - Universidade de Coimbra www.spop.pt

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Expodental 2020 Ifema e Fenin Madrid (Espanha) www.ifema.es/expodental

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Reunião Anual da SPPI Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes Aveiro www.sppi.pt

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abril

março XXVIII Jornadas Internacionais Instituto Universitário Egas Moniz Monte da Caparica (Lisboa) www.xxviiijinternacionaismd@gmail.com

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XX Congresso Nacional APHO Associação Portuguesa de Higienistas Orais Lisboa www.apho.pt

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junho XXXII Reunião da SPODF Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial Altice Fórum Braga secretariado@spodf.pt

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World Congress of Dental Traumatology International Association for Dental Traumatology e Sociedade Portuguesa de Endodontologia Centro de Congressos de Lisboa www.iadt-dentaltrauma.org

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I Congresso Ibérico de Laser Oral Sociedade Portuguesa de Aplicações de Laser Oral Porto www.spalo.pt

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maio Congresso da APTPD 2020 Associação Portuguesa de Técnicos de Prótese Dentária Parque das Nações - Lisboa www.aptpd.pt

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IV Congresso da SPDOF Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial Fundação Bissaya Barreto - Coimbra www.spdof.pt II Jornadas de Saúde Oral Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo Hospital de Beja www.ulsba.min-saude.pt

17 20 20

Setembro FDI World Congress Federação Dentária Internacional Xangai (China) www.fdiworlddental.org

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Reunião Anual da SPERO Sociedade Portuguesa de Estética e Reabilitação Oral Braga info@spero.pt

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A integração digital espera por si day

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Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital Patrocínio das empresas:

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Novidades

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Novidades

Kit protético Systhex para todos os sistemas

Microscópio OMS 3200 www.ravagnanidental.com

www.systhex.com.br

A Ravagnani Dental apresenta o microscópio OMS 3200, da Zumax. O modelo contém módulo fluorescente FluoDet que deteta cáries e fluorescência do material de enchimento do dente, filtro a laser InterFil intercambiáveis, alças multifuncionais MFH, travões magnéticos, zoom e focus. O novo instrumento da Zumax também dispõe de sistema de iluminação BriPlus com intensidade auto-aumentada em 30% de ampliação máxima, ecrã LCD SmartMon, pedal com oito funções, adaptador para telemóvel e/ou câmaras. O microscópio OMD 3200 assegura uma alta performance e tecnologia para o trabalho do profissional de Medicina Dentária.

O novo kit protético com a chancela da Systhex é um kit completo com todas as chaves disponíveis, e que pode ser utilizado em todos os sistemas. Tem um medidor de profundidade e conta ainda com nove casulos, sendo cinco superiores e quatro inferiores, para fazer a personalização do transmucoso, ou seja, permite efetuar uma personalização do cicatrizador, do transfer de moldagem ou até mesmo de um provisório.

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Maxillaris deseja a todos os seus leitores e anunciantes Boas festas e Prรณspero Ano Novo!

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Novidades

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Novo motor E-Connect S

Piezoelectrico DentSurg Pro da CVDentus www.akura-medical.com

www.douromed.com

A vibração ultrassónica associada à ausência de micropontas no diamante CVDentus permite a realização de procedimentos sem lesão de tecidos moles como gengivas, membranas e nervos, beneficiando paciente e médico dentista com conforto e segurança. Com tecnologia aeroespacial, as pontas CVDentus são elaboradas com um exclusivo diamante artificial, que apresenta uma superfície mais homogénea e isenta de arestas, de elevada dureza (diamante CVD 95Gpa vs. esmalte dentário 3,3Gpa) e altíssima aderência. O DentSurg Pro pode ser usado em várias especialidades e procedimentos: endondontia, periodontia, pediatria, ortodontia, prótese, dentisteria e cirurgia (cortical, medular e membrana).

O E-Connect S é o novo motor de endodontia com localizador apical integrado da Eighteeth Company. Existem variadas características que fazem deste motor uma ferramenta especial no mercado: tecnologia sem fio, ergonomia, bateria poderosa, 10 programas incluídos (que podem ser os pré-definidos por sistemas de limas – ATC, Reciprocante, Contínuo – ou personalizados e ajustados). Possui ainda uma interface inteligente e os vários modos de trabalho. O localizador de apex integrado pode funcionar sozinho ou combinado com o motor. O equilíbrio e a leveza (170 gr) são surpreendentes fazendo com que o motor permaneça firme na mão do médico dentista. O contra-ângulo 1:1 pode ser ajustado 340°, aumentando a ergonomia do dispositivo de acordo com as preferências do utilizador.

VENDO

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clínica dentária em Évora.

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Indústria

DM CEOSA repetiu presença no congresso da OMD

GSK exibiu na Expodentária inovação em saúde oral

A empresa DM CEOSA associou-se mais um ano ao congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), através da sua participação na Expodentária, que se realizou de 14 a 16 do passado mês de novembro, nas instalações da Feira Inter- Stand da DM CEOSA na recente Expodentária. nacional de Lisboa. A empresa tem uma ampla gama de artigos de ortodontia, que exibiu no habitual certame da indústria dentária que decorre paralelamente ao maior encontro anual da área da saúde oral (e da saúde em geral) em Portugal. Além disso, deu a conhecer um novo projeto de CEO-Alinhadores, desenho e marketing de produtos e serviços para alinhadores.

A GSK Consumer Healthcare esteve uma vez mais presente na Expodentária, que decorreu no passado mês de novembro, em Lisboa, ao abrigo do congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), com o objetivo de dar a conhecer as novidades desenvolvidas pela sua equipa de Parodontax Elixir Herbal foi um dos investigação. Destacaram-se na exposição produtos em foco no stand da GSK. comercial da indústria as mais recentes inovações da GSK no âmbito da saúde oral, designadamente os produtos Sensodyne Sensibilidade & Gengivas, Corega Efeito Almofada, com Tecnologia Adaptagrip, Corega Toalhetes e Parodontax Elixir Herbal. www.gsk.com

DESTAQUE

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

Henry Schein Portugal lança nova loja de vendas online

www.henryschein.pt

A Henry Schein Portugal lançou o seu novo sítio de vendas online. A partir de agora, os clientes podem contar com uma plataforma adicional para encomendar a ampla gama de produtos de cuidados de saúde. Com esta inovação, já é possível fazer pedidos online 24h e aceder a toda a informação sobre os produtos. Os utilizadores podem filtrar produtos por uma variedade de atributos e, assim, comparar características e vantagens. Podem, além disso, usufruir de um serviço de chat online para o apoio ao cliente. A Henry Schein apostou na integração da plataforma Magento na nova página eletrónica, para melhorar a experiência online dos clientes. Esta nova solução permite levar a cabo um processo de pedidos otimizado e mais eficiente, o acesso ao histórico de pedidos e reduzir a dependência da rapidez de compra em horário laboral. O cliente beneficia ainda de uma gestão integral do processo de compra, para cobrir todas as necessidades de uma clínica ou laboratório.

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Indústria

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VOCO apresentou novidades na Expodentária A VOCO é uma presença habitual no recinto da Expodentária, e este ano não foi exceção: a marca alemã de materiais dentários apresentou-se com um amplo stand na exposição comercial associada ao encontro anual da Ordem dos Médi- A VOCO colocou uma ampla equipa à disposição cos Dentistas (OMD), que se realizou em dos visitantes do certame da indústria dentária. meados do passado mês de novembro, na Feira Internacional de Lisboa (FIL). A VOCO exibiu uma grande variedade de produtos, entre os quais o compósito VisCalor bulk, o primeiro material de restauração com a “tecnologia de termoviscosos”, desenvolvido especialmente para ser aplicado aquecido. www.voco.com

Henry Schein exibiu na FIL tecnologia e serviços para 2020

Regras de publicação dos artigos científicos: • Os artigos não podem ter sido editados em outra publicação (nesse caso, precisamos de autorização expressa dessa publicação). • O texto deve ser enviado em formato word. • O conteúdo não deve ser publicitário (não admitimos comparações entre produtos nem trabalhos destinados a exaltar as características de marcas comerciais), ainda que possam constar nomes de produtos ou aparelhos utilizados no decorrer do trabalho. • O artigo deve estar estruturado, no mínimo, em: introdução, desenvolvimento, conclusões e bibliografia. • A bibliografia deverá ser organizada respeitando a ordem em que for apresentada no texto (quando a ela se faça referência) ou por ordem alfabética, e indicada da seguinte maneira: Silverman E, Cohen M. The Twenty minute full strip up. J Clin Orthod. 1976; 10: 764. • Fotografias em formato jpg ou tif, escaneadas a 300 pixéis por polegada, com dimensões mínimas de 9 cm de largura. Pelo menos uma das imagens do artigo (página de introdução) deve ter um tamanho mínimo de 20 x 26 cm. • Foto do primeiro autor (meio corpo). • Nome, apelidos e titulação de todos os autores, assim como um breve currículo de todos eles (formação principal e prática habitual). • E-mail do autor, ao qual enviaremos pdf com o resultado final para revisão antes da publicação. Nota: após receção do artigo, este será enviado à nossa Comissão Científica para aprovação.

A Henry Schein Portugal marcou presença no congresso da Ordem Dos Médicos Dentistas (OMD), que decorreu nos passados dias 14 a 16 de novembro, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), onde exibiu, no contexto da Expodentária, todas as novidades em tecnologia e serviços para 2020. Este ano, a HenrySchein fez-se acompanhar de várias empresas do grupo, como é o caso da Infomed, para apresentar soluções inovadoras de software digital para clínicas e laboratórios, a BioHorizons Camlog, com material implantológico, e a Intra-Lock, com inovações em sedação consciente. No que diz respeito aos produtos de maior destaque, a empresa apresentou as suas soluções endodônticas exclusivas, EdgeEndo® e BUSA®. O EdgeEndo® é um dos principais fornecedores de limas rotativas em NiTi em todo o mundo, ao passo que a BUSA é uma das pioneiras na tecnologia de Biocerâmica. www.henryschein.pt

Orisline esteve presente no congresso da OMD A Orisline participou no congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), que teve lugar nos passados dias 14 a 16 de novembro nas A equipa da Orisline no stand que a empresa instalações da Feira Internacional de exibiu na recente Expodentária. Lisboa (FIL). A empresa italiana marcou presença no certame da indústria dentária que decorreu paralelamente ao congresso, onde divulgou os seus serviços e as suas mais recentes soluções, entre as quais se inclui o software Orisdent Q, o mais inovador e avançado para o sucesso da clínica dentária. Este serviço foi desenvolvido para gerir e processar dados da clínica com segurança e estabilidade, tanto num único computador como em redes mais complexas. www.orisline.pt

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