Abril 2016 - MAXILLARIS Portugal

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Publicidade

Encontro ibérico na Expodental, em Madrid Uma formação fundamentada no compromisso com a excelência

Falamos com... Luís Pires Lopes, diretor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

Outros perfis Miguel Oliveira, estudante de Medicina Dentária e piloto profissional de motociclismo Nova

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Zona jovem

Mariana Barcelos Vaz, coordenadora do Conselho dos Jovens Médicos Dentistas da OMD


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Destaques

abril 2016

Crónica

Expodental 2016, em Madrid

Número de visitantes de Portugal registou crescimento de 46%. Congresso da SPDOF mobilizou 800 profissionais das mais diversas áreas da medicina.

MAXILLARIS organizou “Encontro ibérico de jovens médicos dentistas”. Coimbra acolheu “cimeira” europeia dos estudantes do setor.

Saúde oral tem impacto em mais de centena e meia de doenças.

Outros perfis

Zona Jovem

Nova

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Miguel Oliveira, estudante de Medicina Dentária e piloto profissional de motociclismo (atual vice-campeão mundial de Moto3).

Falamos com... Luís Pires Lopes, diretor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.

A MAXILLARIS estreia uma secção dedicada aos profissionais mais jovens, com uma entrevista a Mariana Barcelos Vaz, coordenadora do Conselho dos Jovens Médicos Dentistas da OMD.


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Sumário

Crónica 10

Congresso da SPDOF mobilizou 800 profissionais das mais diversas áreas da medicina.

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Saúde oral tem impacto em mais de centena e meia de doenças.

Ponto de vista 50

Expodental 2016 16

Número de visitantes de Portugal registou crescimento de 46%.

Ciência e prática

Encontros MAXILLARIS 18

Uma formação fundamentada no compromisso com a excelência.

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Alexandra Vinagre: “Utilização do Sistema Damon no tratamento de uma classe II esquelética com retenção dos segundos pré-molares inferiores”.

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Catarina Martinho: “Aumento da mucosa queratinizada em implante mal posicionado”.

Falamos com... 30

Luís Pires Lopes, diretor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa: “Sou muito crítico relativamente ao impacto que Bolonha teve no ensino da Medicina Dentária”.

Calendário de cursos 72

Outros perfis 38

Miguel Oliveira, estudante de Medicina Dentária e piloto profissional de motociclismo: “Quanto mais tempo passo na clínica mais paralelismos encontro com a minha profissão de piloto”.

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Coordenador Edição Portuguesa: João Drago. portugal@maxillaris.com Publicidade: Maria João Miranda. comercialportugal@maxillaris.com Colaboradores: Gilberto Ferreira. João dos Santos. Maria Inês de Matos. Nuria Mauleón. Valéria Baptista Ferreira.

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MAXILLARIS ABRIL 2016

Calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais nacionais e estrangeiras.

Novidades da indústria

Mariana Barcelos Vaz, coordenadora do Conselho dos Jovens Médicos Dentistas da OMD: “A nossa geração, apesar das muitas dificuldades que sente, não baixa os braços e continua a querer ser agente de mudança”.

Proprietário: Cyan Editores.

Agenda de cursos para os profissionais.

Congressos e reuniões

Zona jovem 44

Rúben Silva, presidente da Comissão Organizadora das XXVII Jornadas da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto.

Comissão Científica: Jaime Guimarães (diretor científico). Ana Cristina Mano Azul. Francisco Brandão de Brito. Gil Alcoforado. Isabel Poiares Baptista. José Bilhoto. José Pedro Figueiredo. Paulo Ribeiro de Melo. Susana Noronha.

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Produtos e equipamentos.

Página empresarial 82

Notícias de empresas.

Edição online: www.maxillaris.com.pt Depósito Legal: M-44.552-2005. Assinatura anual: Portugal 35 €, resto 80 €. ISENTO DE REGISTO AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 de 9/6 art 12º nº 1ª

Tiragem: 6.100 exemplares

Consultor para a América Latina: Pérsio Mariani. REDAÇÃO: Rua Francisco Sanches, 122, 2º 1170-144 Lisboa. Tel./Fax: 218 874 085.

• Periodicidade mensal. • MAXILLARIS não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores. • Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito de CYAN EDITORES.


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A importância do fator “formação” Os desígnios da formação, em particular no capítulo das pós-graduações, assume cada vez maior relevância entre a comunidade mais jovem do setor dentário. Isso mesmo ficou comprovado pela importância que foi dada ao tema no recente encontro da Associação Europeia de Estudantes de Medicina Dentária (EDSA, na sigla em inglês) e no congresso da Young Dentists Portugal, que se realizaram em Coimbra, onde estiveram em destaque as diferentes opções para uma formação consistente, no contexto universitário ou à margem deste, e adequada às atuais exigências da profissão de médico dentista. Também a Expodental, que se celebrou em Madrid (Espanha) nos passados dias 10 a 12 de março, teve este ano como novidade a Área de Formação, em que, como complemento à apresentação de novos produtos, se acrescentou a oferta de serviços formativos. A organização do certame entendeu que estamos perante um setor em que a formação é uma constante e assume um crescente lugar de destaque. Neste contexto, a MAXILLARIS organizou um “Encontro ibérico de jovens médicos dentistas”, no qual participaram membros destacados do Consejo General de Dentistas de Espanha, da Young Dentists Portugal e da associação espanhola de estudantes do setor (ANEO), assim como da Universidade de Lisboa ou da Universidade Europeia de Madrid. Hoje há muitas opções de formação em temas da Medicina Dentária. No entanto, tal como foi exposto no debate organizado por esta revista – que reproduzimos nesta edição – o fator fundamental continua a ser o genuíno entusiasmo pela aprendizagem e por alcançar a excelência nos tratamentos dos pacientes. Quanto ao balanço da última edição da Expodental, ainda é cedo para saber se este ano será bom, mau ou regular para a indústria dentária, mas a sensação que nos deixou permite antever uma boa dose de otimismo para o conjunto do mercado ibérico que se dedica ao setor. Pela primeira vez em muitos anos, foi percetível nos pavilhões do recinto de feiras madrileno (Ifema) um particular ambiente de satisfação entre os profissionais interessados em adquirir novos equipamentos ou materias e as empresas que se empenham em oferecer as suas melhores inovações para a evolução do mercado. A feira contou com mais de 30.000 visitas profissionais, destacando-se a presença portuguesa que registou um crescimento de 46%. O que mais apreciaram os expositores, incluindo várias empresas nacionais, foi a vontade de comprar dos visitantes e o seu profissionalismo. Há um grande desejo de recuperação e crescimento por parte de todos os agentes do âmbito dentário: fabricantes, distribuidores, importadores, compradores, etc.

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MAXILLARIS ABRIL 2016

EDITORIAL

Editorial

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Índice de anunciantes

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Bien-Air . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 e 80 BTI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 e 37 CEOdont. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

Administradores: - Marisol Martín. marisol.martin@maxillaris.com - José Antonio Moyano. moyano@maxillaris.com Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com

Dental Power . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Douromed . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 etk . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Euro Technew. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 GSK . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Instituto Casan. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Ivoclar Vivadent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 e 84

Subdiretor: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com Diretora Comercial: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com Chefe Divisão Multimédia: Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com Coordenadora de projetos: Marta Esquinas marta.esquinas@maxillaris.com

Klockner. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 La Tienda del Dentista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 OMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Osteocare . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 Procoven . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Ravagnani Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Sidefarma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Sinusmax . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Voco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

Encartes:

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MAXILLARIS ABRIL 2016

O HSS Portugal

Redatores: María Santos e Diego Ibáñez. redaccion@maxillaris.com Serviços Administrativos: Inmaculada Barrio. administracion@maxillaris.com REDAÇÃO ESPANHA: C/ Clara del Rey, 30, bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 25 52 45 Fax: (0034) 917 25 01 80 Edição online espanhola: www.maxillaris.com Comissão Científica (edição espanhola): Javier García Fernández (diretor científico). Armando Badet de Mena. Blas Noguerol Rodríguez. Emilio Serena Rincón. Germán Esparza Gómez. Héctor Tafalla Pastor. Jaime Jiménez García. Jaume Janer Suñé. Juan López Palafox. Luis Calatrava Larragán. Manuel Cueto Suárez. Marcela Bisheimer Chémez. Rafael Martín-Granizo López.


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Crónica

Cronica abril PT_Maquetación 1 06/04/16 15:34 Página 10

Congresso da SPDOF mobilizou 800 profissionais das mais diversas áreas da medicina A segunda edição do congresso da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) reuniu, nos dias 18 e 19 de março, cerca de 800 participantes, incluindo mais de duas dezenas de conferencistas. Para além da Medicina Dentária e da cirurgia maxilofacial, o vasto programa que decorreu no Campus Universitário Egas Moniz, situado no Monte da Caparica (Lisboa), abrangeu áreas como a otorrinolaringologia, a psiquiatria, a fisioterapia, a neurologia, a terapia da fala ou a medicina tradicional chinesa. “A multidisciplinariedade foi a pedra de toque deste programa, que juntou oradores das mais variadas áreas da medicina e A partir da esquerda, Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD; André Mariz de Almeida, presidente do congresso; do tratamento da dor orofacial”, sublinha à MAXILLARIS o médiDavid Sanz, presidente da SPDOF; Isabel Souza Guerra, presidente da Associação Portuguesa de Fisioterapia, e Martins dos Santos, presidente da direção da cooperativa de ensino superior Egas Moniz. co dentista Sérgio Félix, presidente da comissão científica do congresso, acrescentando que houve a preocupação de assegurar que os intervenientes “viessem falar da experiência que têm noutros campos da sua atividade, nomeadamente a componente psicológica e física dos doentes, a parte da Medicina Dentária”, entre outras variantes profissionais. Por seu lado, o médico dentista André Mariz de Almeida, que teve a seu cargo a presidência da comissão organizadora, adianta que um dos objetivos desta segunda edição era superar os registos do congresso de 2015, que reuniu em Coimbra cerca de 500 participantes. “Essa meta foi amplamente cumprida, já que este ano contámos com mais de 800 inscrições, o que implicou alterações de logística, designadamente o reforço de um para dois auditórios”. Destaca ainda a apresentação de mais de 50 trabalhos de investigação e comunicações livres e o aumento (para quatro) do número de workshops realizados durante os dois dias do congresso. “Foi um salto qualitativo e quantitivo muito grande”, constata Mariz de Almeida, realçando que o figurino do programa “foi aquele que nós escolhemos, ninguém nos recusou o convite”. O carácter multidisciplinar da SPDOF tem conseguido, de resto, reunir num só grupo uma série de associações, sociedades científicas e representantes da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), cujo bastonário, Orlando Monteiro da Silva, marcou presença no encontro. “A SPDOF tem uma grande capacidade de agregar, de obter consensos e de ganhar credibilidade, e isso viu-se neste congresso”, conclui o presidente da comissão organizadora. O cirurgião maxilofacial David Sanz, presidente da SPDOF, também faz um balanço muito positivo da atividade da sociedade científica – que já conta com 200 associados –, recordando a participação no último congresso da OMD e o estabelecimento de protocolos com várias sociedades científicas, bem como a representação da SPDOF em encontros científicos nacionais e internacionais. “Tudo isto valida um pouco o percurso da nossa sociedade e a necessidade que existia de constituir um organismo moderno, interdisciplinar, que responde às necessidades das pessoas”. Depois da aposta inicial no sentido de criar uma base de sustentação de profissionais e de promover a formação sobre temas como a disfunção temporomandibular e a dor orofacial junto dos médicos de família e dos médicos dentistas e generalistas, o objetivo da SPDOF passa por chegar ao público em geral. “Os médicos de família, já com uma formação prévia, poderão encaminhar os utentes para os especialistas neste campo”, refere David Sanz, para quem o processo inverso não teria sido viável, “porque provavelmente teríamos uma avalanche de doentes sem ter uma estrutura para lhes dar resposta”. No âmbito do concurso de pósteres do congresso, foram premiados com exemplares da biblioteca multimédia da MAXILLARIS o trabalho de investigação “Correlação da MLT (mandibular lateral translation) em movimentos simétricos mandibulares na condilografia e ressonância magnética” e o caso clínico subordinado ao tema “Condromatose sinovial da articulação temporomandibular”. Os dois trabalhos, que têm como primeiros autores Sílvia Cid e Cláudia Queirós, respetivamente, serão publicados numa próxima edição desta revista.

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MAXILLARIS ABRIL 2016


Crónica

Cronica abril PT_Maquetación 1 06/04/16 16:05 Página 11

Reunião anual da SPPI apresentou programa inovador Coimbra acolheu nos passados dias 11 e 12 de março a reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI), “a qual se pautou por um enorme sucesso”, de acordo com o presidente da comissão organizadora, Orlando Martins. “Para isso contribuíram não só um programa científico de enorme qualidade, bastante atrativo e multidisciplinar, como também algumas inovações introduzidas este ano”. O curso prático sobre regeneração óssea ministrado por Rodrigo Neiva, da Universidade da Florida (EUA), teve uma enorme procura e rapidamente esgotou as vagas disponíveis. Tendo em conta este grande interesse, a comissão organizadora conseguiu aumentar o número de vagas respondendo às várias solicitações. Na manhã do dia 12, o mesmo conferecista abordou a previsibilidade da reconstrução alvéolar, tema sempre central na implantologia e periodontologia. A reunião anual da SPPI atraiu centenas de participantes

“As conferências tiveram uma excelente adesão por parte dos colegas ao Centro de Congressos do Convento de São Francisco, em Coimbra. bem como a participação de médicos de outras áreas, nomeadamente da reumatologia, face à excelência do fórum periodontite-doenças sistémicas”, destaca Orlando Martins, adiantando que esta iniciativa abordou não só o atual estado da arte como também a interrelação entre a periodontite, a diabetes e a artrite reumatóide. O fórum contou com a participação de Thomas Dietrich, da Universidade de Birmingham (Reino Unido), António Mata, da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, e Ricardo Faria e Almeida, da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto. Durante a reunião abordaram-se ainda as recessões gengivas e materiais alternativos ao enxerto de tecido conjuntivo, tendo sido dada especial relevância à translacionalidade entre a investigação e a prática clínica. Coube a Adrian Kasaj, da Universidade de Mainz (Alemanha), abordar esta temática tendo em conta a sua vasta experiência nesta área. Orlando Martins constata ainda que os patrocinadores que estiveram presentes “foram uma enorme mais valia para o sucesso da reunião, continuando a manifestar um apoio constante ao nosso evento”. Vários trabalhos clínicos e de investigação apresentaram-se a concurso, tendo sido atribuídos dois prémios aos vencedores do melhor póster nas categorias de investigação e caso clínico, patrocinados pela empresa Pierre Fabre e pela MAXILLARIS, respetivamente. A organização distinguiu o trabalho de investigação “Platform switching versus platform matching: resultados de três anos de um estudo clínico multicêntrico prospetivo, controlado e randomizado”, que tem como primeiro autor Salomão Rocha, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, e o caso clínico “Aumento de mucosa queratinizada em implante mal posicionado”, de Catarina Martinho, que publicamos nesta edição (ver página 66). MAXILLARIS ABRIL 2016

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Crónica

Cronica abril PT_Maquetación 1 06/04/16 15:34 Página 12

Coimbra acolheu “cimeira” europeia dos estudantes do setor A associação Young Dentists Portugal (YDP) organizou entre os passados dias 28 de fevereiro e 6 de março, em Coimbra, o seu congresso anual e o 57º encontro e o 11º congresso da Associação Europeia de Estudantes de Medicina Dentária (EDSA, na sigla em inglês). Ao longo de uma semana, mais de 120 estudantes estrangeiros, oriundos de 28 países, bem como 400 participantes nacionais assistiram a um abrangente programa de conferências científicas e debateram os principais temas que marcam a atualidade da nova geração de médicos dentistas, nomeadamente as saídas profissionais e o crescente recurso à emigração. O encontro começou com a receção dos estudantes europeus da EDSA no dia 28 de fevereiro. Nos primeiros dias do evento decorreu a Assembleia Geral desta organização, no Auditório da Unidade Central da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), e organizou-se um programa social para todas as noites.

Renato Valente, presidente da comissão organizadora, deu as boas-vindas aos participantes.

No dia 3 de março, decorreram os cursos pré-congresso na Área de Medicina Dentária da FMUC e um programa paralelo de visitas à Universidade de Coimbra dedicado aos estudantes estrangeiros. Finalmente, nos dias 4 e 5 de março, realizaram-se o 11º congresso da EDSA e o terceiro congresso da YDP, no Centro de Congressos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, com a presença de vários dirigentes da associação europeia. "O evento foi um verdadeiro hino à Medicina Dentária jovem", resumiu à MAXILLARIS Renato Valente, presidente da comissão organizadora desta “cimeira” dos estudantes do setor. O encontro reuniu em Coimbra estudantes de Medicina Dentária oriundos de 28 países.

Jornadas da UFP atraíram cerca de 350 participantes As Jornadas de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa (UFP), com sede no Porto, realizaram-se nos passados dias 9 e 10 de março. O evento deste ano contou com cerca de 350 participantes, entre alunos de Medicina Dentária e médicos dentistas, que fizeram o ponto da situação relativamente à atualidade científica em áreas como a odontopediatria, a periodontia, a ortodontia, a endodontia, a medicina oral ou a prostodontia. Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, associou-se às jornadas com uma palestra dedicada a um tema que desperta especial interesse junto dos estudantes do setor: a empregabilidade em Medicina Dentária. O encontro contou com a participação de outros sete conferencistas, que abordaram os seguintes temas: “Atualização em sistemas adesivos” (Sofia Arantes e Olveira); “Soluções clínicas atuais na consulta de odontopediatria” (Ana Luísa Costa); “Dia a dia de uma clínica orto-perio” (Hugo Campos Leitão); “Tratamento ortodôntico interdisciplinar” (Francisco do Vale); “Laser em Medicina Dentária” (Luís Monteiro); “A magia da irrigação na endodontia” (Filipe Aguilar) e “Opções clínicas em reabilitação oral” (Paulo Maurício).

Maria Serra Ribeiro Serôdio e Filipe Saavedra Portela, dois dos autores do trabalho premiado pela MAXILLARIS, ao abrigo do concurso de pósteres.

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MAXILLARIS ABRIL 2016

A MAXILLARIS patrocinou o prémio ao melhor póster das jornadas – através da atribuição de exemplares da sua biblioteca multimédia – que recaiu no trabalho intitulado “Estudo da capacidade de selamento apical em ápice aberto através de três técnicas de obturação”, da autoria de Maria Serra Ribeiro Serôdio, Miguel Albuquerque Matos, Filipe Saavedra Portela e Eduardo Flor. Este trabalho será publicado numa próxima edição desta revista.


Crónica

Cronica abril PT_Maquetación 1 07/04/16 13:05 Página 13

Cáries dentárias são a doença não contagiosa mais comum Um estudo da Organização Mundial da Saúde, recentemente divulgado pela associação Mundo a Sorrir, conclui que, em todo o mundo, 60 a 90 por cento das crianças em idade escolar sofre de cáries dentárias. Nos adultos, o problema chega quase a 100 por cento, o que atribui às cáries dentárias o título de doença não contagiosa mais comum no mundo. O mesmo documento anuncia que 30 por cento das pessoas entre os 65 e os 74 anos já não possui dentes naturais. Entre os fatores de risco causadores de cáries dentárias e doenças orais, estão “uma dieta pouco saudável, o tabagismo, o abuso do alcóol e uma fraca higiene oral, bem como desigualdades sociais ou outros determinantes”, afirma Miguel Pavão, médico dentista e fundador da organização não governamental Mundo a Sorrir. “A boa notícia e o lado otimista é que as cáries dentárias ou outras patologias podem ser prevenidas de forma simples e pouco dispendiosa. A escovagem dentária com pastas fluoretadas são a forma mais eficaz e económica de o fazer, mas para tal é preciso que os cuidados de saúde oral cheguem a todas as pessoas, o que ainda está longe de acontecer”, constata Miguel Pavão, para quem, acima de tudo, “é necessária uma educação para a promoção dos estilos de vida saudáveis e para a promoção da saúde”. A Mundo a Sorrir está presente em todo o território nacional, assim como em países lusófonos com necessidades de cuidados de saúde oral, atuando em áreas como a assistência médica, a reinserção social e laboral e a cooperação e ajuda ao desenvolvimento, beneficiando mais de meio milhão de pessoas com os seus projetos. MAXILLARIS ABRIL 2016

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Crónica

Cronica abril PT_Maquetación 1 06/04/16 15:34 Página 14

Dia Mundial foi assinalado em março pela FDI e a OMD

Saúde oral tem impacto em mais de centena e meia de doenças No Dia Mundial da Saúde Oral, que se assinalou no passado dia 20 de março, a Federação Dentária Internacional (FDI), numa iniciativa à qual a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) se associou, chamou a atenção para o facto de mais de 150 doenças poderem ser agravadas por doenças orais desde uma simples cárie até infeções bacterianas que podem alastrar a órgãos vitais. Num estudo divulgado pela FDI, 40% dos inquiridos com doenças das gengivas sofriam de outras doenças crónicas. A relação de patologias orais com doenças cardiovasculares, diabetes, infeções respiratórias, úlceras no estômago ou cancros – como o oral, o gástrico ou o do pâncreas – ou VIH/Sida é já reconhecida. Além disso, doenças periodontais, ou das gengivas, também podem estar associadas a casos de nascimentos prematuros e de recém-nascidos de baixo peso. Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD, salientou que “não há saúde sem saúde oral, mas infelizmente esta é uma realidade que ainda não é percecionada nem pela população nem pelos decisores. E pior é que não só não existe uma oferta de cuidados multidisciplinares integrada, como continuamos a gastar muito dinheiro no tratamento e a apostar pouco na prevenção”. Para o bastonário da OMD, “é imperativo que haja uma maior interligação entre os profissionais de saúde, e basta citar o caso dos diabéticos, que em Portugal são mais de um milhão, e das doenças periodontais ou das gengivas, cuja relação está amplamente demonstrada. O acompanhamento por um médico dentista dos diabéticos é essencial porque qualquer infeção na gengiva pode agravar substancialmente a doença”. O acesso a cuidados de saúde oral em Portugal é restrito, com uma oferta residual no Serviço Nacional de Saúde para os adultos, o que dificulta ainda mais a ligação entre a saúde oral e a saúde em geral. O Atlas da Saúde Oral compilado pela FDI mostra que em Portugal as crianças de 12 anos apresentaram, no período compreendido entre 1994 e 2014, uma melhoria significativa do número de cáries, sendo preocupante a expressão do cancro oral face aos restantes países ocidentais. Outro alerta do Atlas prende-se com as doenças periodontais, que em Portugal atingem 10 a 15% da população, uma percentagem mais elevada do que em países como Espanha, França ou Reino Unido.

Projeto-piloto na área da saúde oral inicia-se nos próximos meses O Ministério da Saúde, representado por Fernando Araújo, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, revelou no passado dia 21 de março, em pleno rescaldo das comemorações do Dia Mundial da Saúde oral (e dos alertas que foram realçados nessa ocasião), que 13 centros de saúde, em Lisboa e no Alentejo, vão implementar, até ao final do primeiro semestre deste ano, o projeto-piloto na área da saúde oral. “Pretendemos, ao longo destas experiências-piloto – e serão 13 nesta primeira fase – iniciar a integração de médicos dentistas nos cuidados de saúde primários, de modo a que os utentes tenham uma acessibilidade fácil aos cuidados de saúde oral e possamos prestar uma resposta com qualidade”, salientou o governante.

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Expodental 2016

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Expodental, de Madrid, contou com a participação de 325 empresas e 612 marcas

Número de visitantes de Portugal registou crescimento de 46% A décima quarta edição do salão Expodental, que decorreu em Madrid (Espanha) entre os dias 10 e 12 de março, registou 30.364 visitas profissionais de 74 países. A organização do encontro faz um balanço muito positivo desta edição em termos de afluência de visitantes e destaca a predisposição do público para formalizar acordos comerciais. As mais de 30.000 visitas profissionais traduzem um crescimento de 12% relativamente à adesão registada na edição anterior, realizada em 2014. Quanto à exposição propriamente dita, nos pavilhões 3, 5 e 7 do recinto de feiras da capital espanhola (Ifema) participaram 325 empresas e 612 marcas de 34 países, que exibiram um completo leque de novidades tecnológicas, tratamentos e soluções de vanguarda. Segundo Margarita Alfonsel, secretária geral da Federación Española de Empresas de Tecnologia Sanitaria (Fenin), a Expodental “foi uma grande montra para a indústria dentária de Espanha e ficou demonstrado como as práticas comerciais éticas e socialmente responsáveis constituem uma vantagem competitiva para as empresas vinculadas ao âmbito da saúde”. A inauguração do certame contou com a presença de destacadas individualidades espanholas, entre as quais o ministro da Saúde em funções, Alfonso Alonso. Relativamente à presença internacional, que representou 6,6% da afluência total, destaca-se o crescimento de 46% do número de visitantes de Portugal. Entre as razões deste importante aumento, a organização destaca que este ano Portugal foi o “país convidado” da Expodental, uma iniciativa através da qual levou-se a cabo uma campanha especial para reforçar a presença de profissionais portugueses. De resto, a MAXILLARIS Portugal foi media partner da feira no país vizinho. Outros países com destacada presença foram Alemanha, Itália, França, assim como Marrocos e países da região da América Latina. Por segmentos, o perfil profissional mais numeroso foi o dos médicos dentistas, que cresceu 4% e representou 35,65% dos visitantes registados. Seguiram-se os técnicos de prótese com 16,97%; os higienistas com 8,08%; os profissionais dedicados à ortodontia com 5,11% – a organização diferencia-os do resto dos médicos dentistas –; os cirurgiões maxilofaciais com 3,41%, e os assistentes dentários com 7,23%.

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A feira registou uma grande afluência de público durante os três dias.

Perspetiva de um dos pavilhões da Expodental.


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Stand da MAXILLARIS durante a Expodental.

Dia do Estudante Uma vez mais, a primeira jornada da feira foi dedicada ao Dia do Estudante, uma iniciativa que congregou na Expodental 3.328 futuros profissionais do setor, o triplo da passada edição. Todos eles tiveram a oportunidade de conhecer em primeira mão as últimas novidades tecnológicas da indústria e aceder à oferta académica atual no que diz respeito aos programas e estudos de pós-graduação, especialidades, formação contínua e MBAs, disponibilizada pela primeira vez na nova Área de Formação (pavilhão 3). Neste contexto, a organização também destaca a colaboração da Federación Española de Estudiantes de Odontología (ANEO), que geriu a deslocação à feira de 595 alunos do quarto e quinto ano de Medicina Dentária, através de um serviço de autocarros a cargo da Expodental, a partir de cidades como Barcelona, Valência, Múrcia, Salamanca, Valladolid, Segóvia e Oviedo. O ministro espanhol da Saúde, Alfonso Alonso (direita), e Miguel Ángel Cañizares, diretor da revista MAXILLARIS.

Um momento de um Speakers’ Corner.

Também no âmbito da Área de Formação, a MAXILLARIS organizou durante o primeiro dia da feira o “Encontro ibérico de jovens médicos dentistas”, um fórum de debate em que participaram o presidente do Consejo General de Dentistas do país vizinho, Óscar Castro; os presidentes da ANEO, Álvaro Negrillo; e da Young Dentists Portugal, João Pires; e profissionais como Susana Noronha, Jaime Jiménez, Héctor Tafalla, Paloma Alférez e Javier García Fernández (ver página 18). Outra das novidades da edição de 2016 foi uma missão empresarial, organizada pela Ifema e Fenin, em colaboração com a British Dental Industry Association (BDIA) e a Embaixada do Reino Unido. Assim, ao longo do primeiro dia do certame marcaram presença sete empresas britânicas que geraram 32 reuniões de negócios com várias empresas expositoras. O ato de boas-vindas foi presidido pelo embaixador do Reino Unido em Espanha, Simon Manley.

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encontros MAXILLARIS organizou na Expodental, em Madrid, “Encontro ibérico de jovens médicos dentistas”

Uma formação fundamentada no compromisso com a excelência 18

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A edição da Expodental deste ano teve como inovação a Área da Formação. Neste contexto, a revista MAXILLARIS aproveitou o facto de Portugal ser o país convidado do certame de Madrid (Espanha), bem como a sua estreita relação com o mercado português – onde se publica há mais de dez anos esta edição – para organizar um “Encontro ibérico de jovens dentistas”. Com a colaboração do Consejo General de Dentistas do país vizinho, realizou-se um debate em que participaram os representantes da Young Dentists Portugal e da associação espanhola de estudantes do setor (ANEO), bem como profissionais de renome de ambos os países.

Ver o vídeo do encontro.

No passado dia 10 de março, durante a primeira jornada da Expodental, teve lugar um “Encontro ibérico de jovens médicos dentistas”, uma iniciativa da MAXILLARIS cujo objetivo foi comparar os cenários formativos do setor dentário de Portugal e Espanha. O debate centrou-se nos aspetos ligados à formação, tanto ao nível da licenciatura como da pós-graduação, porque, como indicou na apresentação Miguel Ángel Cañizares, diretor da revista, os dois países partilham situações semelhantes – plétora de licenciados, convivência de diferentes tipos de pós-graduação e saídas profissionais complicadas para os mais jovens –, o que leva à procura de soluções parecidas. Assim, o encontro dividiu-se em três blocos: avaliação da formação lecionada durante a licenciatura, como eleger a pós-graduação mais adequada e como e quando dar o salto para o mercado de trabalho. O encontro contou com o apoio do Consejo General de Dentistas de Espanha que procura estar ao lado dos mais jovens. De resto, foi Óscar Castro, presidente do Consejo, quem inaugurou o ato. No debate propriamente dito interveio como moderador Héctor Tafalla, membro do comité científico da MAXILLARIS Espanha, conselheiro de honra do Consejo General e presidente da Asociación Nacional de Dentistas Autónomos (ANDA), tendo como oradores Jaime Jiménez, diretor do Mestrado de Implantologia Oral Avançada da Universidade Europeia de Madrid; Susana Noronha, professora da Especialização em Periodontologia na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa; João Pires, presidente da Young Dentists Portugal, e Álvaro Negrillo, presidente da Federación Española de Estudiantes de Odontología (ANEO). Além disso, a sessão contou com a participação de Paloma Alférez, presidente da comissão de jovens dentistas do Consejo General, e de Javier García Fernandez, diretor científico da MAXILLARIS Espanha.

À direita, Miguel Ángel Cañizares, diretor da MAXILLARIS, apresentando o ato.

Em seguida, reproduzimos as declarações dos participantes no encontro, que teve como público os visitantes da Expodental, destacando-se um perfil maioritariamente jovem.

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As instituições reclamam o envolvimento dos jovens Óscar Castro. Agradeço à MAXILLARIS o seu convite e a organização desta sessão. O Consejo General de Dentistas é a máxima representação da profissão em Espanha e a primeira observação que tenho a fazer é que podem contar com todo no nosso apoio. Embora a situação que a Medicina Dentária atravessa atualmente não seja a melhor, vocês têm na vossa mão o futuro e nunca devem perder o entusiasmo por esta profissão tão bonita. O Consejo sempre vos irá defender, assim como os colégios, porque o problema da Medicina Dentária não são vocês, futuros médicos dentistas, mas sim determinados modelos que propõem uma marca e um benefício econóÓscar Castro: mico sobre a prática odontológica. Quando chegar o momento de aderirem “Vocês têm na vossa mão o futuro às diferentes entidades deste setor, o colégio e o Consejo sempre defenderão e nunca devem perder o entusiasmo os vossos interesses e os dos vossos pacientes. Por isso pomos à vossa dispor esta profissão tão bonita” posição, dentro do nosso organigrama, a Comisión de Jóvenes Dentistas, presidida pela médica dentista Paloma Alférez e composta por jovens com vontade de melhorar o futuro. Através desta comissão recebemos as vossas preocupações e por isso vos desafio a que a partir deste momento recorram ao Consejo sempre que precisem de aconselhamento ou tenham qualquer dúvida, assim como para nos transmitirem qualquer ideia ou projeto. Todos são bem-vindos. Também quero aproveitar para vos convidar a todos, jovens dentistas espanhóis e portugueses, a assistirem ao Congresso Mundial da FDI que se vai celebrar no próximo ano em Madrid. Será um evento único e da máxima qualidade, uma vez que contaremos com os conferencistas mais destacados do panorama internacional, os melhores especialistas em cada disciplina. Já estamos a trabalhar para oferecer aos jovens dentistas os valores de inscrição mais baixos dentro das nossas possibilidades, porque é uma oportunidade para reforçarem a sua formação aprendendo com os melhores. Paloma Alférez. Como presidente da comissão de jovens dentistas do Consejo General gostaria de me dirigir aos que estão à beira de iniciar o seu percurso profissional para vos dizer que não devem perder a esperança apesar das dificuldades. Vão ser médicos dentistas e ninguém vos tem que tirar o entusiasmo de trabalhar para os pacientes, que são realmente as pessoas que vos agradecem um trabalho bem feito. Gostaria de acentuar a importância de aderirem ao vosso colégio e ao Consejo e de integrarem as comissões de jovens Óscar Castro, segundo a partir da direita, durante a sua intervenção. dentistas. A do Consejo General conta com uma página de Facebook onde está indicado um correio eletrónico através do qual poderão contactar connosco para manifestarem os vossos problemas, contratos, dúvidas sobre a emigração, etcétera.

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Avaliação da formação lecionada durante a licenciatura Héctor Tafalla. Para abrir o debate, em primeiro lugar, vamos perguntar que opinião merece atualmente a pré-graduação, se a formação é adequada ou será necessária mais. Muitos pensamos que a base científica da pré-graduação é boa, mas também entendo que muitos jovens poderão pensar que não se dá toda a informação que se precisa, e inclusive há quem julgue que durante a licenciatura se guardam conceitos teóricos para ensiná-los na formação pós-graduada.

À direita, Héctor Tafalla no seu papel de moderador do encontro.

Jaime Jiménez. Tudo o que gira em torno da pré-graduação depende muito da institução de ensino e do seu leque de professores. Generalizar uma avaliação da pré-graduação é muito complicado. Não obstante, creio que Espanha tem um grande nível científico, tanto no plano académico do próprio professorado como no que respeita à formação que se leciona. Em Espanha há um grande empenho tanto na parte teórica como na parte das práticas com pacientes, o que é algo fundamental para a formação. Naturalmente que há sempre a possibilidade de melhorar, mas na mi nha perspetiva temos uma boa formação no plano da licenciatura.

Susana Noronha. Em Portugal, tal como em Espanha, o curso tem cinco anos e até há pouco tempo eram seis anos. Logicamente, com esta alteração perderam-se coisas, sobretudo nos aspetos relacionados com a Medicina. A meu ver, estes conhecimentos médicos eram fundamentais, porque somos médicos dentistas e tratamos pacienÁlvaro Negrillo: tes, não bocas. Além desta perda em questões de Medi“A mim fez-me falta sair para o exterior para cina, também as práticas com pacientes viram-se poder ser objetivo e avaliar o que temos afetadas, porque só se realizam no quarto e quinto ano. em Espanha” Não obstante, penso que em termos científicos o programa está bem. No tempo disponível tenta-se aprofundar a medicina baseada na evidência. Álvaro Negrillo. Como representante dos estudantes espanhóis, devo dizer que, quando falamos com outras pessoas que frequentaram o curso há alguns anos, nota-se que efetivamente se perdeu essa base médica que referia Susana Noronha, mas por outro lado ganhou-se em especialidade dentro do conhecimento odontológico. No que diz respeito à qualidade da nossa formação, a mim fez-me falta sair para o exterior para poder ser objetivo e avaliar o que temos em Espanha.

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Embora dependamos muito do centro onde completamos os nossos estudos, certo é que desfrutamos de uma das melhores formações que se podem dar na Europa. Quando contactamos com outros países europeus e falamos com os seus estudantes, vemos que há casos em que, apesar de estarem seis anos a estudar, não se vê um só paciente. A primeira prática dá-se no mundo laboral. Esta vantagem da formação espanhola é muito valorizada noutros países. Jaime Jiménez é o diretor do Mestrado de Implantologia Oral Avançada da Universidade Europeia de Madrid. A situação da Medicina Dentária em Espanha é complicada e sei que em Portugal também é, sobretudo, porque existe uma onda de desilusão que tenta contagiar-nos a todos os estudantes, mas se olharmos mais além vemos que os médicos dentistas espanhóis estão muito bem valorizados por outros países e há muitos sítios onde querem atrai-los para que exerçam a profissão.

João Pires. Estou de acordo com Susana Noronha quando diz que se perdeu formação com a redução de seis a cinco anos, mas recentemente organizou-se em Coimbra o congresso da EDSA (European Dental Students Association) e aí vimos as condições da formação de pré-graduação em todos os países europeus. Como disse o Álvaro Negrillo, há países que têm seis anos de formação e nesse tempo não tratam nenhum paciente; portanto, penso que em Portugal temos uma boa situação neste plano. Quando saímos da faculdade fazemo-lo com confiança nos procedimentos que aprendemos, ainda que estejamos conscientes das diferenças existentes entre as faculdades. Esta diferença muitas vezes prende-se com o número de estudantes e professores, uma vez que é normal que a maior número de alunos corresponda menos volume de pacientes. Sei que há faculdades onde os alunos estão melhor preparados que outros, mas todos vão ao mercado laboral com confiança nos seus conhecimentos. Héctor Tafalla. Vou lançar um tema que certamente muitos dos alunos da pré-graduação entenderão. Não tenho nada contra as pós-graduações, mas é certo que no mundo dos estudantes há quem desconfie que se guardam temas na fase da pré-graduação com o objetivo de os lecionar na pós-graduação. Qual é a vossa opinião?

Susana Noronha: “Nas pós-graduações aprofunda-se teoricamente numa área concreta e abordam-se atos clínicos que não se verificam durante o curso; além disso, e isto é muito importante, os alunos investigam”

Susana Noronha. Eu fiz o curso em Portugal e a pós-graduação em Madrid, na Universidade Complutense. Penso que a formação em Espanha é muito boa, e também é certo que em Portugal os alunos veem muitos pacientes. Presentemente trabalho na Faculdade de Lisboa como professora de periodontologia, ou seja, estou do outro lado. Sobre aquilo que comenta Héctor Tafalla, devo dizer que não se elimina formação da pré-graduação para a lecionar nas pós-graduações. Devemos entender que a pré-graduação e a formação de pós-graduação são dois tipos de formação diferentes. Nas pós-graduações aprofunda-se teoricamente numa área concreta e abordam-se atos clínicos que não se verificam durante a licenciatura; além disso, e isto é muito importante, os alunos investigam. Uma pós-graduação não é o último ano da licienciatura, mas muito mais. Jaime Jiménez. Se tivesse que pensar que algum docente guarda algo da pré-graduação para ensiná-lo na pós-graduação, retirava-me diretamente da carreira docente. Creio que todos tentam ensinar o máximo embora, dentro do programa de formação, é verdade que os alunos não podem acabar por saber tudo em cinco anos. Estamos perante uma profissão em que a formação contínua é constante ao longo da vida. Os programas de estudos estão feitos para que os alunos tenham umas bases biológicas claras – provavelmente cada vez menos médicas, mas ainda assim se mantêm – e práticas odontológicas. O objetivo é que o aluno termine suficientemente bem preparado para poder atender um paciente de uma maneira correta em algo relativamente simples.

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Álvaro Negrillo. O nosso ensino é ditado por um programa de estudos previamente aprovado e, no caso de existir uma ocultação desses conhecimentos por parte de um docente, o que deve fazer qualquer pessoa é pedir que se comprove e emitir uma queixa ao órgão competente. João Pires. Na minha opinião, esta perceção deve-se a que agora há muitos mais dentistas e os nossos pacientes estão muito informados. Há anos, quando um médico dentista terminava o curso sabia que ia trabalhar, porque era um dentista que contava com conhecimentos de todo o tipo, e isso era aceite pelos pacientes, mas agora os pacientes procuram algo concreto: estética, implantes, ortodontia, etcétera. Essa procura do connhecimento aumentou da nossa parte, mas também da parte dos nossos pacientes. Por este motivo, os jovens dentistas procuram dar a sua melhor atenção porque querem ser perfeitos para os seus pacientes.

João Pires: “Os jovens dentistas procuram dar a sua melhor atenção porque querem ser perfeitos para os seus pacientes”

Paloma Alférez. É certo que saímos preparados, mas se queremos ir mais além durante o curso temos que ser nós próprios a reclamar esse tipo de trabalhos mais complexos aproveitando facto de estarmos com professores que nos vão guiar e supervisionar. Há aspetos da Medicina Dentária que exigem uma formação pós-graduada e nós próprios devemos exigi-lo, mas creio que durante o curso há que trabalhar e obter formação o mais possível. Há coisas que se podem aprender na licenciatura, mas se nós não as reclamarmos ninguém nos vai ensiná-las. Os docentes não guardam informação teórica voluntariamente, mas quando chega o momento das práticas devemos ser nós a pedir que se vá um pouco mais longe.

Susana Noronha. Na minha qualidade de docente que ensina periodontologia, devo dizer que durante o curso os alunos não fazem cirurgias periodontais, por exemplo, porque não faz parte do plano de estudos. O que fazem os professores é realizar cirurgias periodontais para que os alunos as vejam. Na pós-graduação é que as intervenção são feitas pelos estudantes, aí fazem-se todos os dias. É um exemplo de como numa pós-graduação se aprofunda sobre uma determinada técnica.

Como eleger a pós-graduação mais adequada Héctor Tafalla. Entrando no segundo bloco do debate, surgem-me muitas perguntas em relação às pós-graduações. Como avaliam a pós-graduação universitária em relação à que não é universitária? Pode-se formar um médico dentista igual dentro ou fora da universidade? É possível dotar das mesmas capacidades um médico dentista num curso não universitário com um profissional de prestígio que num curso semelhante mas sem esses profissionais de prestígio? Jaime Jiménez. Como diretor do Mestrado de Implantologia da Universidade Europeia de Madrid cabe-me falar deste tema. A formação de pós-graduação não gira apenas em torno da questão se é ou não universitária, eu incluiria mais conceitos. O primeiro aspeto é o objetivo do aluno, porque entendo que sempre quererá aprender, mas há alunos que preferem mais teoria e outros mais práctica, ou há quem procure melhorar uma técnica específica. Dependendo deste objetivo, já podemos ir encaminhando a formação mais correta. Por exemplo, se um aluno quer melhorar uma técnica, o correcto é que vá formar-se de modo privado com a pessoa que seja especialista nessa técnica específica, mas se o que pretende é ter uma formação mais global, deve procurar uma instituição que lhe ofereça essas condições com uma quantidade suficiente de pacientes. Um momento da intervenção de Susana Noronha.

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Se este último objetivo for conseguido numa universidade, perfeito, mas se isso for oferecido por uma instituição não universitária também pode ser válido. Não obstante, é certo que a formação universitária está muito mais regulamentada e passa por muitos mais filtros de controlo de qualidade. Também há que ter em consideração a parte da investigação, porque na Universidade tem-se a obrigação de cumprir com projetos de investigação e isso numa entidade privada é mais difícil de conseguir; não digo que seja impossível, mas sim mais difícil. Héctor Tafalla. Mas existe a opção de não fazer um mestrado imediatamente e preferir acumular experiência. Qual é a opinião dos mais jovens? Álvaro Negrillo (à esquerda) defendeu o bom nível da formação que recebem os estudantes espanhóis em relação à de outros países europeus.

Álvaro Negrillo. Considero que para escolher uma pós-graduação deve-se ter em mente uma série de fatores, como a disponibilidade económica para financiar um curso deste tipo e também a aquisição de experiência laboral. Entre os companheiros há diversos pontos de vista, porque depende muito de ter ou não um familiar dentista ou se já se conta com um título prévio relacionada com o setor dentário, tipo higienista ou técnico de prótese, ou se não se tem nada disto.

A meu ver, o mais adequado, pelo menos para aqueles que como eu não temos familiares na profissão, é adquirir experiência, porque a que temos ao terminar o curso não é suficiente. Posteriormente, tentaria conjugar o trabajo com uma formação de pós-graduação, embora também haja títulos que exigem dedicação a tempo completo. Quando se escolhe uma pós-graduação, não apenas devemos ter em conta a exigência da sociedade quanto aos especialistas, como a própria conveniência de trabalhar naquilo que mais gostamos.

Jaime Jiménez: “A formação universitária está muito mais regulamentada e passa por muitos mais filtros de controlo de qualidade do que a não universitária”

João Pires. Estou totalmente de acordo com Álvaro Negrillo. É muito importante que depois de terminar o curso trabalhemos algum tempo, um ou dois anos, para ganhar experiência e saber o que mais gostamos. Sobre se é melhor optar por um título universitário ou não universitário, eu acrescentaria que também se deve pensar se se quer seguir uma carreira académica ou não; em caso afirmativo, optaria por uma pós-graduação universitária. O mais importante é estar bem informado, através de outros colegas antes de iniciar qualquer curso. Hoje vemos muitos colegas que estão em pós-graduações que não os satisfazem, e isto acontece porque não perguntaram antes. Também a disponibilidade económica é um fator crucial.

Paloma Alférez. Álvaro Negrillo indicou o seu caso como não familiar de dentista, mas eu, que tenho um pai médico dentista, também optei por não fazer uma formação pós-graduada imediatamente. A pós-graduação é uma eleição difícil porque é preciso encontrar um sítio em que te possas formar em algo concreto e tens de estar convencida dessa opção. Quando terminas o curso tens muitos conceitos de muitas coisas, mas não ideias claras. É preciso escolher uma boa especialidade e ter essa convicção, porque um mestrado não é o mesmo que ir fazendo cursos de diferentes temáticas para aumentar a nossa formação. Quem escolhe um mestrado geralmente fá-lo para trabalhar nessa especialidade toda a sua vida. Hoje há muita gente que sobrevive sem o mestrado e não se deve ter medo de não o ter, porque a nossa vida profisional é tão digna como a de um especialista.

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Susana Noronha. Há várias razões para fazer um mestrado ou não o fazer. A minha experiência é a seguinte: comecei a gostar da periodontologia no quarto ano do curso, ainda que não seja uma matéria que pareça especialmente atrativa. Atraíam-me as raspagens, as curetagens, mas não sabia muito mais; aliás, de cirurgia periodontal zero. Mas acabei o curso e como tinha muito boas qualificações em periodontologia fui convidada a dar aulas neste João Pires, segundo a partir da esquerda, é o presidente da Young Dentists Portugal. domínio na faculdade. Concluí a Licenciatura em 1997 e após três anos a lecionar pensei que era uma injustiça eu estar a dar aulas aos meus alunos, porque sabia praticamente o mesmo que eles. Assim, a minha obrigação era formar-me mais e assim saber mais que os meus alunos. Por esta razão fui para Madrid, mudando de vida totalmente. Jaime Jiménez. Os jovens de hoje têm uma grande sorte e uma grande vantagem, porque com as novas tecnologias de comunicação têm acesso a uma série de conhecimentos que permiten auto-formarem-se de alguma maneira com muito mais facilidade que antigamente. Quando eu estava no quinto ano fui ver um professor norte-americano que dava uma conferência e gostei tanto do que ensinou que quando terminou aproximei-me dele e disse-lhe num inglês básico: “Doutor Tarnow, onde é que dá aulas?”. Confessei-lhe que não sabía o que fazer depois de terminar o curso, mas que tinha gostado muito da sua exposição. Para minha surpresa, ele convidou-me para irmos comer juntos e pediu-me que lhe contasse um pouco a minha vida. Disse-lhe que o meu pai era dentista e pensava ficar com ele na sua clínica quando acabasse o curso. No entanto, ele insistiu que eu devia fazer o esforço de ir para Nova Iorque com ele, porque agora ainda tinha o hábito de estudar e se começasse a trabalhar o mais provável é que mais tarde me custasse mais. Convenceu-me e fui para os Estados Unidos. Agora estou do outro lado e vejo os dois pontos extremos: há alunos que estudam por obrigação, porque é o que as suas famílias lhes dizem que façam, mas depois temos os alunos que sempre querem aprender mais, e é indiferente que façam o mestrado assim que acabam ou três anos mais tarde porque a sua motivação é aprender, investigar, perguntar, etcétera. Quando o aluno tem dúvidas quanto ao que pretende estudar, o meu conselho é ler muito, ir a congressos, observar diferentes profissionais e, quando tiver a certeza, decidir o seu caminho con entusiasmo. Quando existem dúvidas o melhor é não fazer nada, porque se perde tempo e dinheiro.

Como dar o salto para o mercado laboral Héctor Tafalla. Vamos entrar a fundo no terceiro tema deste encontro: o das saídas profissionais. Neste tema das saídas profissionais causa-me uma certa inquietação, como a muitos colegas, o auge das macroclínicas vinculadas a importantes marcas, nas quais o profissional chega a ter um contrato laboral ligado a uma formação. Qual é a vossa opinião sobre a inserção laboral atual? Álvaro Negrillo. A inserção laboral agora conta com um novo modelo que eu definiria como de “pseudoinserção laboral”. Neste mercado há muitos futuros dentistas que, como eu, desejam trabalhar, mas também devemos valorizar-nos a nós próprios. Falou-se na inquietação que geram as macroclínicas, e penso que não têm que entender-se como negativas per se. Agora tudo o que se relacione com macroclínicas ou cadeias de franquias é negativo porque houve casos muito chamativos em Espanha – Funnydent e Vitaldent –, mas o fundamental é que saibamos as condições laborais, que saibamos como funciona uma determinada empresa e, acima de tudo, que façamos valer a nossa profissão. Não por uma má gestão de uma empresa, seja ela franquia ou não, devemos ceder a nossa ética e o nosso entusiasmo. Como futuro profissional penso que a prioridade é fazer-me valer e não confundir interesses económicos com a minha vocação sanitária.

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Jaime Jiménez. Aos alunos que assistem às minhas aulas insisto-lhes sempre na importância de manterem a sua ética profissional. Como diziamos antes, não podemos pensar que há professores que não ensinam determinadas matérias porque preferem mantê-las ocultas para o seu mestrado. Igualmente, no seguimento do que observava Héctor Tafalla sobre as policlínicas, não creio que um dentista deva deixar-se guiar por uma pessoa alheia à nossa profissão. Susana Noronha. Em Portugal a Medicina Dentária passa por uma fase muito difícil. Há sete faculdades para dez milhões de habitantes. Sei que em Espanha o número de centros académicos é ainda maior, mas o nosso país é muito mais pequeno. O segundo problema que enfrentamos é o dos empresários não dentistas que têm clínicas e contratam recém licenciados para pagar-lhes dez por cento do valor dos seus serviços. A chave desta situação está em que os alunos que acabam de sair da faculdade aceitam este tipo de trabalho. Este tipo de clínica de grandes ofertas sempre corta em algo: materiais, tempos por paciente, etcétera. É melhor passar um tempo com um professor ou um tutor aprendendo que trabalhar em más condições. Outra coisa que acontece em Portugal é o aparecimento de companhias de seguros que oferecem tratamentos gratuitos. É complicado porque implica trabalhar a custo zero.

Paloma Alférez: “Hoje há muita gente que sobrevive sem o mestrado e não se deve ter medo de não o ter, porque a nossa vida profissional é tão digna como a de um especialista

Paloma Alférez. Relativamente aos seguros, eu trabalho para eles mas cobro os tratamentos. Neste ponto o que mais me incomoda não é que não se paguem alguns tratamentos, mas sim o desprestígio que se gera face ao paciente. A mim pagam-me por um tratamento que a seguradora oferece como gratuito, mas o problema é que ao paciente transmite-se a mensagem de que o nosso trabalho não tem valor. Susana Noronha. Nós temos um código deontológico e nele incluem-se as nossas obrigações, mas também as que envolvem o paciente. Em Portugal é habitual vermos continuamente publicidade sobre tratamentos gratuitos e, sobretudo, parece-me grave oferecer um diagnóstico grátis, quando é provavelmente o mais importante. Todos os conhecimentos se espelham num bom diagnóstico mas, como não se paga, acaba por haver pessoas que não são médicos dentistas a participar nesses diagnósticos. Héctor Tafalla. Temos de ir terminando, mas antes disso peço ao doutor Javier García Fernández, diretor da comissão científica da MAXILLARIS Espanha, que nos dirija umas palavras. Javier García Fernández. Em primeiro lugar, gostaria de felicitar a MAXILLARIS por este encontro ibérico com gente jovem. Trataram-se muitos problemas relacionados com a formação e que afetam diretamente os mais novos. Sou um profissional com 30 anos de experiência e que dedicou muito tempo à formação, tanto à universitária como à de carácter privado. Que poderia dizer-vos neste momento de desânimo ou desprestígio? Hoje em dia temos de estar unidos para dignificar a nossa profissão. É o momento de trabalhar junto das entidades, das sociedades, das universidades e em todos os âmbitos para dizer à sociedade que aqui estamos, e com muito orgulho. Temos uma profissão em que impera a vocação de cuidar e servir os nossos semelhantes. Isto implica a necessidade de termos muito claro que trabalhamos numa profissão de saúde e não mercantilista. Quanto à formação propriamente dita, talvez fosse interessante que existisse na nossa profissão um estágio, de forma ordenada e oficial e dando sempre oportunidades ao dentista recém graduado, porque vemos que o grau de formação muitas vezes não é suficiente e talvez seja necessário realizar um ano de práticas para ganhar experiência, aprender técnicas ou controlar a relação médico-paciente. Por último, insisto em que devem procurar a excelência no vosso trabalho, e pensar que ao paciente deve dar-se sempre aquilo que gostaríamos que nos dessem. Paloma Alférez, ao centro, preside a Comissão de Jovens Dentistas do Consejo General.

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Jaime Jiménez. Quando se procura um mestrado de excelência, é preciso ter a noção que os mestrados não são todos iguais. Deve-se procurar um que tenha um reconhecimento oficial, que esteja regulado e ponderar o número de créditos que tem. Pode-se fazer outro tipo de formação, mas talvez no futuro uma má decisão possa levar ao arrependimento, sobretudo relativamente às especialidades – que já existem em Portugal e que mais cedo ou mais tarde vão chegar a Espanha. Há que optar por um programa reconhecido pelo Ministerio de Educação e que tenha créditos específicos.

Javier García Fernández tomou a palavra para defender a excelência no exercício da profissão.

Susana Noronha. Deve-se eleger algo que esteja regulado para garantir a qualidade da formação. Neste momento em Portugal temos situações muito semelhantes a Espanha, mas temos uma vantagem: as especialidades. A partir de maio vamos iniciar o processo para ter como especialidade a periodontologia e a cirurgia oral, que se juntarão à da ortodoncia que já existe. Eu própria vou inscrever-me na especialidade de periodontologia e para isso é fundamental acreditar a formação pós-graduada que fiz em Madrid, que foi de três anos a tempo inteiro e me atribui o máximo de créditos. Foi uma formação muito boa e que me dá tudo o que necessito para que me considerem, tanto em Portugal como na Europa, especialista nesta área. Héctor Tafalla. Para terminar, peço a cada um dos participantes uma frase ou reflexão em jeito de resumo. Álvaro Negrillo. Como estudante e representante dos estudantes espanhóis, a minha reflexão prende-se com o nosso desejo de ter um futuro digno. Não nos convence o facto de termos que emigrar para podermos optar por uma profissão digna, também não nos convence termos que estar sujeitos a más condições aqui em España para podermos trabalhar como médicos dentistas. Tentamos por todos os meios dignificar a nossa futura profissão. Animo todos os estudantes a unirem-se e colaborarem com as organizações para poderem chegar mais longe.

Héctor Tafalla: “Ser médico dentista é uma forma de vida, não apenas um trabalho em que se investe uma horas por dia”

João Pires. Em Portugal há desemprego, emigração, e não sabemos como será o futuro, mas devemos pensar como queremos que seja o nosso futuro. Aos estudantes eu daria três conselhos básicos: em primeiro lugar, durante o curso estudem muito para serem diferentes do resto; em segundo lugar, aconselho-vos a encontrar um mentor, um colega que trabalhe na vossa localidade, e sigam-no ou peçam-lhe para trabalhar com ele, como terceiro conselho, aprendam línguas porque não sabemos onde estará o nosso futuro. A Europa é um país. Eu trabalho duas semanas por mês em Portugal e outras duas no Luxemburgo. Susana Noronha. Subscrevo os três conselhos do João Pires e acrescento que a melhor faculdade, os melhores professores ou a melhor pós-graduação não são suficientes se um aluno não os quiser aproveitar ao máximo. Sempre gostei de estudar e soube aproveitar a minha formação, o que não significa que sempre me tenha saído bem, mas de facto tive as bases para dar o máximo. Os anos de estudante são espetaculares, porque depois chegam as responsabilidades, mas há que aproveitá-los bem. Jaime Jiménez. Temos uma profissão maravilhosa. É fundamental ter muito entusiasmo, porque vocês têm anos fantásticos pela frente. Há que lutar pela excelência e nunca abandonar a ética pessoal e profissional. Paloma Alférez. Como responsável pela comissão de jovens dentistas do Consejo General a minha mensagem é que nunca se esqueçam que são profissionais de área da saúde e isso ninguém vos pode tirar. Esta profissão é muito gratificante se soubermos fazer bem as coisas. Reitero o que dizia no início: perante qualquer dúvida, recorram ao vosso colégio, ao Consejo General ou diretamente à nossa comissão. Héctor Tafalla. Embora o meu papel seja o de moderador, gostaria de assinalar que a profissão tem de ser a vossa paixão. Ser médico dentista é uma forma de vida, não apenas um trabalho em que se investe umas horas por dia.

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FALamos coM... Luís Pires Lopes, diretor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

Sou muito crítico relativamente ao impacto que Bolonha teve no ensino da Medicina Dentária

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Falamos com... Desde que tomou posse como diretor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), em novembro de 2014, Luís Pires Lopes já inaugurou os novos laboratórios de ensino da prótese dentária, instalou a biblioteca num espaço totalmente renovado e concluiu uma nova clínica destinada a pacientes com necessidades especiais. Mas há outras novidades, nomeadamente ao nível da investigação e da pós-graduação, que também se refletem na (nova) gestão da faculdade lisboeta. Em entrevista à MAXILLARIS, o médico dentista – com uma vasta carreira académica – que dirige os destinos da FMDUL revela os projetos que estão em marcha para assegurar um ensino de excelência.

Iniciou o seu mandato como diretor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) há pouco mais de um ano. Que medidas assumiu como prioritárias na gestão da faculdade? Quando tomei posse como diretor da faculdade, em novembro de 2014, a mesma estava a passar por um momento especialmente difícil. A consulta externa, onde médicos dentistas, higienistas orais e assistentes dentários trabalhavam em regime de prestação de serviços, tinha acabado de ser encerrada na sequência de uma auditoria do Tribunal de Contas. O impacto da faturação desta consulta no computo geral das receitas próprias era muito grande, não sabendo nós, na altura, como iria decorrer o ano 2015 sob o ponto de vista orçamental. No final de 2014 tivemos ainda de libertar o antigo edifício da formação profissional, o qual, na sequência de um protocolo anteriormente feito com a Reitoria da Universidade de Lisboa, tinha sido destinado a acolher o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território. Num curto espaço de tempo tivemos de acomodar as licenciaturas de Higiene Oral e de Prótese Dentária no edifício principal da faculdade. Simultaneamente, realizaram-se as obras para os novos laboratórios de ensino da prótese dentária, fizeram-se as adaptações necessárias para instalar a biblioteca num novo espaço totalmente renovado e concluiu-se uma nova clínica destinada a pacientes com necessidades especiais. Em que medida todas essas diretrizes se refletem no “figurino” do presente ano letivo (2015/2016)? Sob o ponto de vista financeiro, 2015 foi um ano equilibrado, não tendo sido necessário pedir um reforço orçamental à Reitoria da Universidade de Lisboa. Isso deveu-se a um grande esforço realizado por todos na maximização das receitas, nomeadamente nas obtidas nas clínicas universitárias da pré e pós-graduação, e na redução da despesa, verificada especialmente ao nível dos consumos intermédios.

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Com esse objetivo, procedeu-se igualmente à renegociação dos contratos que tínhamos com as empresas prestadoras de serviços e bens, como é o caso da segurança, das telecomunicações, do fornecimento de gás e de eletricidade, etcétera. Ao nível do pessoal não docente, houve uma significativa poupança em salários, tendo saído por aposentação e por mobilidade cerca de 12 funcionários de um total de 70 que tínhamos quando tomámos posse. O facto de o ano letivo 2015/2016 já se ter iniciado com todas as obras concluídas, permitiu que, sob o ponto de vista académico, este tenha vindo a decorrer com toda a normalidade. Que importância atribui à recente entrada em funcionamento dos novos laboratórios da licenciatura em Prótese Dentária? Os novos laboratórios foram inaugurados no dia 11 de setembro de 2015, data em que se iniciou o presente ano letivo da licenciatura em Prótese Dentária. De referir que, além das instalações serem novas, verificou-se a renovação de grande parte dos seus equipamentos graças à colaboração de uma empresa portuguesa (Goldentav) e da sua representada alemã (Renfert). A empresa Nobel Biocare patrocinou especificamente um dos laboratórios de ensino pós-graduado, o qual se encontra equipado com o novo sistema CAD-CAM NobelProcera 2G. Atualmente, estamos a concorrer a um projeto com vista à aquisição de uma máquina de fresagem para a produção de estruturas protéticas em zircónia, titânio e cromo-cobalto. A implementação do ensino destas novas tecnologias na licenciatura em Prótese Dentária visa beneficiar não só os seus alunos – atualmente são mais de 140 – mas também os estudantes de Medicina Dentária. No nosso caso, o facto de os laboratórios de prótese dentária estarem no mesmo edifício das clínicas universitárias propicia uma maior interação entre os estudantes de ambos os cursos, havendo como consequência sinergias significativas por parte destes na aquisição de competências transversais. Laboratórios à parte, está satisfeito com as atuais condições da FMDUL em termos de instalações físicas? Ao nível das instalações e dos equipamentos, a faculdade está globalmente bem apetrechada e tem todas as condições para proporcionar um ensino de qualidade. Neste momento, falta-nos renovar uma sala de aulas, para a qual já temos aliás patrocinador, e remodelar o espaço do bar/refeitório. Neste último caso, e atendendo ao investimento avultado que se prevê realizar, falta ainda encontrar um concessionário interessado em explorar este equipamento. Qual é o ponto da situação ao nível do corpo docente? É suficiente para cobrir todas as necessidades da faculdade? Relativamente ao corpo docente, a situação da nossa faculdade tem sido bastante favorável.

O nosso ratio docente/estudante é atualmente o melhor da Universidade de Lisboa, o que tem permitido nas aulas clínicas ter um docente dedicado exclusivamente à supervisão do tratamento de quatro pacientes. Mesmo tendo passado por muitas vicissitudes a nível financeiro, a redução de docentes nunca foi implementada pelas anteriores direções e, certamente, não está nas intenções da atual fazê-lo. Quanto à qualificação do corpo docente, o número de doutorados que temos nos diferentes cursos conferentes de grau que ministramos é bastante significativo, especialmente nas licenciaturas de Higiene Oral e Prótese Dentária onde estamos muito acima do que se verifica nas instituições que nos poderiam servir de comparação, quer a nível nacional como no plano internacional. De salientar ainda que a maioria dos docentes alocados aos cursos de especialização realizaram a sua formação pós-graduada fora de Portugal, sendo todos eles altamente qualificados. No âmbito das reformas de Bolonha, está em condições de afirmar que o processo está totalmente consolidado, incluindo os objetivos ao nível do terceiro ciclo e da formação continuada? Pessoalmente, sou muito crítico relativamente ao impacto que o processo de Bolonha teve em relação ao ensino da Medicina Dentária em Portugal.

Ao nível das instalações e dos equipamentos, a faculdade está globalmente bem apetrechada e tem todas as condições para proporcionar um ensino de qualidade. Neste momento, falta-nos renovar uma sala de aulas e remodelar o espaço do bar/refeitório

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Falamos com... Estão previstas alterações no plano curricular da FMDUL e/ou novidades no domínio da pós-graduação? Neste momento, os nossos cursos de licenciatura, mestrado integrado e doutoramento estão em processo de avaliação pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. Só após este processo estar concluído é que o Conselho Científico e o Conselho Pedagógico poderão refletir sobre a necessidade de alterar os planos de estudo destes cursos conferentes de grau. Quanto às pós-graduações, a faculdade organizou-se de forma a ministrar cursos de especialização que seguissem as regras europeias, ou seja, três anos em tempo completo. Mais recentemente, sentiu-se a necessidade de criar uma pós-graduação em Clínica Integrada, com a duração de um ano a tempo parcial. Este ano iremos ministrar ainda formação teórica e prática a 20 estudantes internacionais no âmbito de uma parceria entre o nosso curso de especialização em implantologia, coordenado pelo Professor João Caramês, e a European Association for Osseointegration.

Luís Pires Lopes considera que a qualidade da formação pré e pós-graduada realizada nas faculdades portuguesas é equiparável à realizada nas melhores escolas dentárias europeias.

A redução da duração do curso em um ano obriga a um maior esforço por parte dos docentes e dos estudantes no sentido de proporcionar, a estes últimos, a aquisição de todas as competências que hoje em dia um médico dentista tem de possuir. Nas últimas décadas a evolução nas áreas das ciências médicas e das ciências dentárias tem sido enorme e os conhecimentos que se exigem para quem é profissional deste setor é muito maior, comparativamente com aquilo que ocorria quando as primeiras escolas de Medicina Dentária foram criadas em Portugal. Em relação aos doutoramentos, hoje estes já estão estruturados e organizados sob a forma de um curso, o que permite a aquisição de competências por parte do estudante, facilitando assim que este conclua com êxito o seu projeto de doutoramento. Talvez valha a pena referir ainda que com Bolonha o incremento dos estudantes que acedem à mobilidade através do programa Erasmus aumentou muito e que esse intercâmbio de professores e alunos entre instituições e países diferentes tem sido muito benéfico.

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Qual é o atual cenário no domínio da investigação? Que projetos ou parcerias mais se destacam neste campo? O financiamento da investigação na área das ciências da saúde oral nunca foi considerado prioritário por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e, em consequência disso, muita da investigação feita na faculdade tem sido suportada pela indústria, especialmente a ligada ao fabrico de implantes e biomateriais de aplicação dentária. Os grandes projetos de investigação com fundos nacionais e europeus, por norma, têm sido realizados em colaboração com outras instituições, como é o caso do Instituto Superior Técnico e das Universidades de Aveiro, do Minho e do Porto. Em 2014, na sequência da alteração do modelo de financiamento por parte da FCT às unidades de investigação por si reconhecidas, como era o caso da Unidade de Investigação em Ciências Orais e Biomédicas pertencente à faculdade, tivemos de nos associar a outras duas unidades de excelência. Esta nova unidade, com uma muito maior massa crítica, agrega competências em áreas multidisciplinares afins da Medicina Dentária. Na sua primeira avaliação teve a classificação de “muito bom”, tendo passado à segunda fase. De referir ainda a criação recente por parte da Universidade de Lisboa de bolsas de doutoramento e bolsas de apoio ao doutoramento. Este ano a faculdade vai lançar a concurso quatro bolsas, cada uma no valor de 2.750 euros anuais, as quais se destinam a pagar as propinas do curso de doutoramento.


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Falamos com... Na sua opinião, qual é a “imagem de marca” da Faculdade de Lisboa no contexto do ensino nacional na área da Medicina Dentária? O facto de estarmos integrados na maior universidade portuguesa e uma das maiores da Península Ibérica, quer em dimensão quer na posição que ocupa nos rankings internacionais, coloca-nos grandes desafios. Naturalmente o nosso desígnio é o da excelência no ensino e na investigação, sendo também essa a “imagem de marca” que desejamos ter para nós. Que apreciação global faz do atual panorama do setor dentário em Portugal? A nossa faculdade foi a primeira instituição de ensino superior em Portugal dedicada à formação de profissionais na área da Medicina Dentária. Em 1975, data da sua criação, o número de médicos estomatologistas não ultrapassava os 700, existindo muitos práticos, alguns mais tarde legalizados como odontologistas, que não tinham, de uma maneira geral, qualquer formação académica na área. Entretanto, passados 40 anos, muita coisa mudou. As graves carências, então sentidas pela população devido à falta de profissionais habilitados a cuidar da sua saúde oral, deixou de existir. A qualidade da formação pré e pós-graduada realizada nas faculdades de Medicina Dentária portuguesas é equiparável à realizada nas melhores escolas dentárias europeias e os profissionais portugueses, por norma, caracterizam-se por serem possuidores de uma elevada qualidade.

As recentes notícias de que o Governo, juntamente com a nossa Ordem, está a preparar o processo de integração de médicos dentistas nos centros de saúde, são muito positivas e podem, em parte, resolver o problema do excesso de profissionais

Esta, aliás, tem sido sistematicamente reconhecida pelas instituições estrangeiras onde alguns dos nossos colegas trabalham. Nos congressos é notório que as apresentações feitas por congressistas portugueses não desmerecem a dos congressistas estrangeiros, mesmo daqueles de maior renome. Infelizmente, o país não tem tido a capacidade de absorver o número de médicos dentistas que sai anualmente das escolas para o mercado de trabalho. As recentes notícias de que o Governo, juntamente com a nossa Ordem, está a preparar o processo de integração de médicos dentistas nos centros de saúde, são muito positivas e podem, em parte, resolver o problema do excesso de profissionais. Ao mesmo tempo, esta é uma medida que pode resolver a carência de assistência médica sentida pela população que não tem capacidade económica para ir aos consultórios privados. É, pois, um primeiro passo na direção certa.

Perfil LUÍS MIGUEL PIRES LOPES, natural de Lisboa, licenciou-se em Medicina Dentária pela antiga Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa, em 1985, e concluiu o doutoramento na (entretanto reestruturada e rebatizada) Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), em 1999. Professor catedrático desta faculdade desde 2005, exerceu o cargo de presidente do Conselho Científico entre 2006 e 2011, tendo assumido a direção da FMDUL em novembro de 2014. No seu currículo constam ainda as funções de coordenador do grupo de investigação em biomateriais dentários da Unidade de Investigação em Ciências Orais e Biomédicas, membro do Conselho Geral da Ordem dos Médicos Dentistas e fellow do International College of Dentists, entre outros lugares de relevo. Em 2005 foi agraciado com o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.

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outros PERFIS Miguel Oliveira, estudante de Medicina Dentária e piloto profissional de motociclismo (atual vice-campeão mundial de Moto3)

Quanto mais tempo passo na clínica mais paralelismos encontro com a minha profissão de piloto

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Outros perfis Miguel Oliveira, de 21 anos, divide a sua atividade entre a competição “sobre duas rodas”, no circuito mundial de motociclismo, e os estudos do Mestrado Integrado em Medicina Dentária, no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, com sede no Monte da Caparica (Lisboa). O jovem piloto, natural de Almada, encara as duas facetas – aparentemente tão distintas – com a mesma persistência que o levou a vencer as principais provas da temporada de 2015, embora reconhecendo que o seu crescente sucesso nas pistas tem vindo a abrandar a velocidade do curso. Depois de cinco temporadas em Moto3, o atual vice-campeão do mundo da categoria compete atualmente no Mundial de Moto2, ao serviço da equipa Leopard Racing, sem perder de vista o objetivo de ingressar nas fileiras da prova máxima da modalidade – MotoGP. Em entrevista à MAXILLARIS, o piloto reflete sobre as semelhanças entre a adrelanina no asfalto e a rotina que o espera no consultório dentário.

Quando é que despertou a sua paixão pelas motas… pela velocidade? A minha paixão iniciou-se desde muito cedo quando o meu pai, aos três anos de idade, me ofereceu uma moto4 como prenda de Natal. Ele era motard e também piloto, e levava-me muitas vezes com ele para as concentrações, daí que eu tenha prestado, desde cedo, uma atenção especial a este desporto. Em traços gerais, qual foi o seu percurso até chegar aos pódios do motociclismo internacional? Foi um percurso de muita luta, com uma curva de aprendizagem ascendente. Até chegar ao Mundial passei por muitos campeonatos, maioritariamente em Espanha, campeonatos que permitiram que desenvolvesse as minhas capacidades técnicas de pilotagem. Nestes campeonatos estavam presentes equipas de estrutura no Mundial de MotoGP, onde os pilotos que se destacassem podiam ter um futuro numa destas equipas, o que foi o meu caso. Após os brilhantes resultados obtidos no ano passado na categoria de Moto3, quais são as suas aspirações para a primeira temporada na competição de Moto2, que se inicia precisamente este mês, no Qatar? A minha meta é poder lutar por vitórias, mas sendo o primeiro ano nesta categoria quero levar as coisas com calma e aprender o máximo possível. Calculo que tem a legítima expetativa de ingressar na principal competição da modalidade, junto a pilotos como Valentino Rossi ou Jorge Lorenzo. Que fatores considera essenciais para alcançar este objetivo a curto ou médio prazo? O essencial para conseguir chegar à competição máxima da modalidade será ter bons resultados na categoria de Moto2. E, sobretudo, demonstrar maturidade, consistência e muita rapidez.

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Outros perfis O essencial para conseguir chegar à competição máxima da modalidade será ter bons resultados na categoria de Moto2. E, sobretudo, demonstrar maturidade, consistência e muita rapidez

Que momento mais marcante retém, até à data, do seu percurso “sobre duas rodas”? Certamente quase todas as vitórias no ano passado. Aquela que mais me marcou foi a do Grande Prémio de Mugello, em Itália, por ter sido a primeira. Ouvir o hino nacional e saber que fui o primeiro a conseguir aquela vitória provocou-me sentimentos que jamais irei esquecer.

Quais são as referências mundiais do motociclismo que o inspiram na sua carreira desportiva? O piloto italiano Valentino Rossi. Acha que o nosso país tem um futuro promissor no motociclismo internacional? Eu acabo por, de certa forma, ser o futuro do motociclismo em asfalto em Portugal, pois sou o único representante e os adeptos têm crescido muito ao longo destes últimos anos. A comunicação social tem encontrado cada vez mais espaço para a minha modalidade, muito embora o futebol continue a ser o “desporto rei”. Paralelamente à carreira desportiva, optou pela licenciatura em Medicina Dentária. Como justifica a escolha e o que mais o atrai nesta sua futura profissão? O meu ingresso no ensino superior foi dado a uma velocidade alucinante, entre corridas, treinos, exames nacionais... Sempre achei curioso o funcionamento do corpo humano que é mais do que um motor. Daí querer estar num curso relacionado e próximo do corpo humano. E quando tive a oportunidade de assistir a cirurgias de Medicina Dentária, fiquei completamente fascinado.

Miguel Oliveira celebra a vitória no Grande Prémio da Malásia de Moto3 de 2015.

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Outros perfis Hoje em dia, divide a sua rotina entre as provas de motociclismo e os estudos no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz. É difícil conjugar estas duas facetas? Por vezes não é fácil conjugar os dois lados, mas na realidade não é impossível. É preciso muito empenho e dedicação. Os excelentes resultados desportivos trouxeram-me mais notoriedade e, como tal, também tenho que despender mais tempo para entrevistas e ações sociais, o que me deixa menos tempo para dedicar à minha faceta de estudante. Naturalmente, e dando prioridade à minha carreira desportiva, terminar o curso de Medicina Dentária vai demorando mais tempo. Quando as pausas na competição o permitem, o piloto não dispensa uma visita à equipa do Instituto de Medicina Dentária, com sede no Fogueteiro (Almada). A partir da esquerda, Andreia Pimenta, Javier Gómez (diretor clínico), Miguel Oliveira e Cristina Oliveira.

Miguel Oliveira durante uma pausa do Grande Prémio de Mugello (Itália). A primeira vitória da época passada foi a mais emocionante e emotiva para o piloto.

Quais são as suas principais preocupações – enquanto estudante do setor – relativamente ao panorama nacional da Medicina Dentária? Preocupa-me bastante a forma como se trabalha o marketing e a publicidade na saúde oral, ficando a faltar o mais importante que é o melhor tratamento para o utente. A demasiada orientação para o baixo custo permite que se construam modelos de clínicas low cost que não consigo entender, tendo em conta a qualidade e o valor dos materiais que o mercado oferece. Os médicos recém-licenciados acabam por aceitar, neste tipo de clínicas, remunerações baixas sem a supervisão de profissionais experientes na área. Obviamente que tudo isto me causa alguma preocupação, sobretudo pelos utentes que necessitam de cuidados de saúde oral.

Os excelentes resultados desportivos trouxeram-me mais notoriedade e, como tal, também te nho que despender mais tempo para entrevistas e ações sociais, o que me deixa menos tempo para os estudos Miguel Oliveira – com o número 44 – dominou a prova final de Valência (Espanha), onde se sagrou vice-campeão de Moto3 na temporada de 2015.

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Outros perfis Consegue estabelecer alguma relação (paralela) entre a adrenalina das provas e a rotina que o espera no consultório dentário? Aparentemente, o contraste é total... Tenho tido a possibilidade de acompanhar algumas manhãs na clínica e quanto mais tempo lá passo mais paralelismos encontro com a minha profissão de piloto. O trabalho do médico dentista exige muita precisão e eficácia, e simultaneamente muita rapidez. Tem preferência por alguma especialidade da Medicina Dentária, em particular, que possa vir a ser determinante na sua formação pós-graduada? Tenho acompanhado bastantes cirurgias e confesso que é a área que mais me fascina pela variedade de casos e a dificuldade e o desafio que o próprio trabalho exige. Qual é a “fórmula” do seu sucesso nas pistas e em que medida poderá vir a ser aplicada na sua futura atividade de médico dentista? Nunca desistir e ser persistente. Ao longo da minha vida, soube ouvir os conselhos e aprender com os outros, o que foi algo que me ajudou bastante a progredir na minha carreira. Esta aprendizagem aplica-se também no consultório, pois acho que nunca sabemos tudo e que podemos sempre retirar o melhor de cada colega para podermos oferecer a cada paciente o tratamento mais adequado.

Ao longo da minha vida, soube ouvir os conselhos e aprender com os outros, o que foi algo que me ajudou bastante a progredir na minha carreira. Esta aprendizagem aplica-se também no consultório

Miguel Oliveira espera aplicar a fórmula do seu sucesso nas pistas à futura carreira de médico dentista: “saber ouvir e aprender com os outros”.

O piloto português com membros da sua equipa durante o último Grande Prémio da Malásia.

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A nossa geração, apesar das muitas dificuldades que sente, não baixa os braços e continua a querer ser agente de mudança

Mariana Barcelos Vaz,

coordenadora do Conselho dos Jovens Médicos Dentistas da OMD

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Zona jovem A MAXILLARIS estreia nesta edição uma secção que pretende recolher as opiniões dos estudantes e dos profissionais mais jovens do setor dentário. Mariana Barcelos Vaz, que assumiu recentemente o cargo de coordenadora do Conselho dos Jovens Médicos Dentistas da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), revela as prioridades que definiu para o órgão que tem como função propor formas de atuação dirigidas à nova geração de médicos dentistas. A jovem médica dentista alerta para as dificuldades de integração no mercado laboral, denota algumas lacunas em matéria de formação pós-graduada e atribui especial importância ao boom das tecnologias no ambiente clínico, entre outros temas que despertam particular interesse junto dos profissionais de Medicina Dentária em início de carreira.

Que prioridades estabeleceu para o seu mandato à frente do Conselho dos Jovens Médicos Dentistas da OMD? Acima de tudo, o mais importante é garantir um apoio efetivo aos jovens médicos dentistas e fazê-los compreender que a Ordem também é nossa. Por isso, preocupa-se verdadeiramente com a nossa realidade. Sendo a representação institucional e política a vertente que considero mais importante num conselho jovem, saliento também a informação constante sobre a profissão, suportando o desenvolvimento profissional. Tudo isto, através do estabelecimento de uma linha de proximidade com os médicos dentistas. É sabido que os jovens veem, cada vez mais, a sua entrada no mercado dificultada pelas poucas oportunidades, e enfrentam mesmo situações de exploração. As situações de emprego precário e de desemprego são uma realidade que urge combater. Que soluções preconiza para contornar as principais dificuldades que enfrentam os médicos dentistas em fase inicial de carreira? É muito importante que os jovens tenham o discernimento para identificar situações de exploração. E para isso é fundamental que estejam informados sobre a profissão e sensibilizados para o facto de quando nos sujeitamos a trabalhar com más condições e sem perspetivas de futuro, não estamos a apostar em nós, nem na profissão. Cabe à OMD, e especificamente ao Conselho dos Jovens Médicos Dentistas, alertar para estas situações, informar os jovens médicos dentistas e servir de rumo orientador. Recomendaria mais formação específica sobre como enfrentar a vida laboral? Sim, acho aliás um tema muito pertinente e que esperamos poder trabalhá-lo no Conselho dos Jovens Médicos Dentistas. Gradualmente tem vindo a ser dada particular atenção aos temas socioprofissionais, vê-se um interesse crescente sobre estas matérias nos vários congressos nacionais em que elas são abordadas. O nosso papel é sensibilizar ativamente as entidades com obrigações na formação, como as universidades e a própria Ordem, a terem uma oferta consequente nesta área.

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Zona jovem O excesso de profissionais gera Que opinião tem da oferta existente em termos de um problema transversal a todas as idades formação continuada/pós-graduada? Cada vez a oferta é maior e há mais jovens médina profissão e particularmente aos mais cos dentistas interessados e com disponibilidajovens, que ou se sujeitam a trabalhar de para fazer formação pós-graduada. Com a tenem condições por vezes precárias para dência que tem havido para a especialização, os jovens veem o investimento na formação como poder permanecer em Portugal, uma boa aposta para que mais oportunidades surou emigram jam. E veem bem! É sempre positivo apostarmos no nosso desenvolvimento. Há, no entanto, que saber apreciar e distinguir as formações que nos são oferecidas para que o investimento seja o melhor. As formações associadas às instituições de ensino devem ser privilegiadas, já que estas oferecem uma garantia de qualidade, por serem instituições acreditadas. Obviamente existem algumas alternativas também muito válidas. Mas depende também do tempo que se está interessado em despender. É sempre Como encara o atual panorama da plétora profissional? pertinente avaliar os programas, os oradores e pedir segundas opiPartilha da opinião de que é urgente reduzir o numerus niões a colegas que já tenham realizado as formações. clausus no ensino do setor? É preocupante o número crescente, a cada ano, de médicos dentistas ativos em Portugal. Para Portugal, a Organização Mundial de Saúde recomenda um médico dentista para cada 2.000 habitantes e, neste momento, somos já cerca de um médico dentista para 1.100 habitantes. Tendo em conta que o rácio continua a aumentar e que o acesso universal à saúde oral em Portugal ainda não é uma realidade, a situação é preocupante. O excesso de profissionais gera um problema transversal a todas as idades na profissão e particularmente aos mais jovens, que ou se sujeitam a trabalhar em condições por vezes precárias para poder permanecer em Portugal, ou emigram. O Estado tem efetivamente de repensar na estratégia de formação de médicos dentistas. Formamos para exportar? O curso de Medicina Dentária é dos mais caros no ensino superior e mesmo assim há excesso de profissionais – só as faculdades públicas formam por ano cerca de 200 médicos dentistas. As faculdades privadas, aparte de regulamentação estatal, formam mais do dobro das públicas. Faz sentido? Não me parece. As instituições têm que, gradualmente, virar o foco para a formação pós-graduada e diminuir os formandos de pré-graduado.

Mariana Barcelos Vaz defende que as formações associadas às instituições de ensino devem ser privilegiadas, uma vez que oferecem uma garantia de qualidade, por serem instituições acreditadas.

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Zona jovem Acha que a nova geração de médicos dentistas está suficientemente apoiada e representada no contexto das entidades e sociedades científicas do setor? Que medida(s) sugere com vista a reforçar esta representação? Olho para a nossa geração e vejo muita vontade de trabalhar, vontade de se envolver e de empreender. Quando saímos da faculdade encontramos um mundo muito diferente do que conhecíamos quando éramos estudantes, mas esta integração no mundo laboral é feita com cada vez mais iniciativa, criatividade, com espírito de sacrifício e proatividade. A nossa geração, apesar das muitas dificuldades que sente, não baixa os braços e continua a querer ser agente de mudança. A participação em associações, grupos de formação, sociedades é cada vez mais notória. Um exemplo: basta observar as comissões organizadoras e colaboradores de muitos congressos nacionais; a envolvência dos jovens é notória e os resultados são excelentes. Que importância atribui a sua geração às redes sociais e às novas tecnologias? As novas tecnologias permitem que estejamos conectados a vários sítios simultaneamente. A nossa geração está a conseguir extrair o melhor que as tecnologias nos oferecem: ser um meio de comunicação que nos liga ao outro lado do mundo. É uma peça importante ao nível da globalização da cultura e da informação. Aproxima-nos dos outros e torna-se uma ferramenta útil para a busca de soluções do dia a dia, bem como de promoção do nosso trabalho. Ajuda-nos a melhorar a eficiência das nossas tarefas, na medida em que nos possibilita uma consulta de opiniões e aperfeiçoamento de técnicas num curto espaço de tempo, o que não seria possível de outra maneira.

A jovem médica dentista considera que a sua geração está a conseguir extrair o melhor que as tecnologias nos oferecem.

Que memórias mais a marcaram no contexto da sua experiência na área do voluntariado, nomeadamente na Guiné-Bissau? O que diria aos seus jovens colegas de profissão para Foram muitas. Pessoas que caminhavam durante horas para poder ser os motivar a aderir ao voluntariado? atendidas por nós. Relatos de pessoas que sofriam de Felizmente, são cada vez mais os jovens que me condores de dentes há anos, sem resolução. O tactam para perceber como se podem envolver entusiasmo com que nos olhavam as nestas atividades. A nossa geração está crianças. Passar dias inteiros a reapredisposta para o voluntariado, para lizar extrações até ao cair da noite a interculturalidade, para o coAs faculdades privadas, aparte e termos de parar porque os nhecimento de outras realidamosquitos eram atraídos pa des e a aprendizagem com de regulamentação estatal, formam ra as nossas lanternas. Os elas. É isso que o voluntamais do dobro das públicas. Faz sentido? pequenos gestos de agrariado nos traz: dá-nos uma decimento de pessoas que perspetiva diferente de ver Não me parece. As instituições têm que, pouco têm. A beleza natuo mundo, faz-nos valorizar gradualmente, virar o foco para a formação ral daquela terra. E, acima o que muitas vezes desvade tudo, os muitos sorrilorizamos e enche-nos o pós-graduada e diminuir os formandos sos que me foram oferecicoração pelo que conseguide pré-graduado dos ao longo dos três meses mos acrescentar de bom à em que lá estive. vida de outrem.

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Zona jovem Decidi que queria ser médica dentista quando aos 14 anos, após remover o aparelho e ter um sorriso renovado, percebi o impacto que o sorriso pode ter na nossa auto-estima e nas relações com os outros

À margem do voluntariado, alguma vez equacionou a possibilidade de procurar outros horizontes (além-fronteiras) em termos profissionais? Quando voltei da minha missão de voluntariado na Guiné com a Mundo a Sorrir dei os meus primeiros passos no mundo do trabalho e interiorizei que dentro de seis meses avaliava a minha situação e que no máximo a um ano, caso não visse melhorias na minha inserção profissional, tomava a decisão de emigrar. Isto porque sabendo que somos valorizados no estrangeiro, torna-se ingrato vermos a nossa vida adiada pela falta de oportunidades em Portugal. Não vejo nada de errado em alargarmos os nossos horizontes e trabalharmos além-fronteiras. Muitas vezes esta opção contribui, em muito, para o nosso desenvolvimento pessoal. Mas fazê-lo porque não se vislumbra outra alternativa é algo a que os profissionais não deveriam estar sujeitos.

A Medicina Dentária foi a sua primeira opção? O que mais a fascina nesta profissão? Decidi que queria ser médica dentista quando aos 14 anos, após remover o aparelho e ter um sorriso renovado, percebi o impacto que o sorriso pode ter na nossa auto-estima e nas relações com os outros. Foi um passo marcante do meu desenvolvimento pessoal e com isso veio a decisão do que queria fazer no futuro: construir e devolver sorrisos. É isso o fascinante, a possibilidade de contribuirmos para o bem-estar da pessoa, não só a nível físico, como também psicológico e de promoção da sua inserção social. Em termos globais, como antevê a evolução do setor na próxima década? Parece-me que a tendência será cada vez mais a especialização dos médicos dentistas. Para acompanhar pacientes cada vez mais exigentes nos resultados dos tratamentos, será necessário que existam médicos dentistas muito bem preparados e capazes de dar resposta às várias situações que vão surgindo. Aliado a tudo isto, está a chegar o boom das tecnologias e da sua integração no ambiente clínico: im pressões e planeamentos digitais, confeções de materiais adaptados na hora, etcétera. Os jovens médicos dentistas apercebem-se desta modernização da Medicina Dentária e estão dispostos a diferenciar-se nesse sentido para se adaptarem a ela, ou melhor: torná-la uma realidade.

Perfil MARIANA BARCELOS VAZ tem 25 anos e é médica dentista desde julho de 2014. Com um mestrado integrado pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, exerce em várias clínicas da área da grande Lisboa. Recentemente, foi eleita para o Conselho Geral da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), um novo órgão que tem representantes de todas as regiões do país, e nomeada coordenadora do Conselho dos Jovens Médicos Dentistas da OMD. Na sua etapa de estudante, Mariana Barcelos Vaz foi presidente da direção-geral da Associação Académica de Medicina Dentária de Lisboa e vice-presidente da direção-geral da Associação Académica da Universidade de Lisboa, tendo exercido ainda o lugar de presidente da mesa da assembleia-geral da Associação Académica de Medicina Dentária de Lisboa. Quando terminou o curso, trabalhou em regime de voluntariado na Guiné-Bissau.

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Ponto de vista

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Rúben Silva Estudante do 5º ano da Licenciatura em Medicina Dentária. Presidente da Comissão Organizadora das XXVII Jornadas da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP). Porto.

XXVII Jornadas da FMDUP: o epicentro da Medicina Dentária Nos dias 15 e 16 deste mês, a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) abrirá as suas portas para acolher a XXVII edição das Jornadas de Medicina Dentária. Honrando a sua já vasta tradição no quadro académico nacional, o evento deste ano contará com a presença de um destacado leque de conferencistas nacionais e internacionais, especializados nos mais diversos domínios da Medicina Dentária.

abordagem do tema, e pelo doutor Jaime Guimarães, que centrará o seu contributo na reabilitação com implantes dos setores posteriores maxilares. Também não se descurou a vertente odontopediátrica, estando devidamente representada pelo Professor Doutor Luís Pedro Ferreira com uma palestra dedicada ao controlo comportamental na consulta de odontopediatria, a qual encerrará o programa das jornadas.

O programa científico do primeiro dia das jornadas será marcaComplementando a mais-valia científica veiculada pelo eclético do, inicialmente, por uma incursão na cirurgia e na medicina reportório de conferências anteriormente destacado, as XXVII oral, sob a orientação do Professor Doutor José Silva Marques. Jornadas da FMDUP orgulham-se de colocar ao dispor dos inNesta intervenção, será enfatizado o papel do médico dentista na teressados uma série de cinco cursos hands-on, versando reabilitação morfo-funcional pós-terapia oncológica. Sob o áreas tão distintas como o branqueamento dentário e a cirurgia mesmo tópico, a abordagem de doentes hiperiodontal, passando pela endodontia mepocoagulados em cirurgia oral será o foco canizada e as biópsias na cavidade oral, sem Honrando a sua já vasta tradição da apresentação do Professor Doutor Paulo esquecer as restaurações semidiretas em no quadro académico nacional, Maia. As sessões científicas prosseguem dentes posteriores. o evento deste ano contará com com a interdisciplinaridade entre ortodontia a presença de um destacado e oclusão, temática explorada pelo Professor leque de conferencistas nacionais O evento será ainda pautado por sessões de Doutor Adriano Figueiredo e pela doutora apresentação de pósteres, espaços por exe internacionais, especializados Cristina Figueiredo, à qual se seguirá uma celência para intercâmbio e discussão de nos mais diversos domínios viagem “ampliada” ao cenário atual da enexperiências num clima informal e cordial. da Medicina Dentária dodontia e cirurgia periapical, conduzida pe Estimulando um ambiente saudavelmente lo Professor Doutor Jesús Mena Álvarez, da competitivo e apelando ao contributo mais Universidade Alfonso X El Sabio (Madrid, Espanha). A primeira ativo dos participantes, instituíram-se aliciantes prémios para o etapa das jornadas culminará com o doutor Paulo Monteiro, melhor poster nas categorias “Caso clínico”, “Revisão biblioespecialista em dentisteria restauradora estética. gráfica” e “Trabalho de investigação”. O segundo dia terá o seu prólogo com a participação do Pro fessor Doutor Jean-Marc Dersot, palestrante de referência na área da periodontologia e implantologia, com destaque para a exposição cirúrgica de dentes inclusos com objetivos ortodônticos. Seguidamente estará em evidência a reabilitação oral pela mão do Professor Doutor Carlos Falcão, que abordará a complexidade e a multidisciplinaridade implícitas e necessárias para a

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O empenho da Comissão Organizadora e Científica na elaboração de um programa abrangente, atual e pertinente não ficará completo sem a participação expressiva da comunidade estudantil e dos médicos dentistas. A sua presença é, pois, fundamental. Nos próximos dias 15 e 16 faça da FMDUP o epicentro da Medicina Dentária: seja bem-vindo às XXVII Jornadas da FMDUP!


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Ciência e prática

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Utilização do Sistema Damon no tratamento de uma classe II esquelética com retenção dos segundos pré-molares inferiores (Premiado como melhor caso clínico do concurso de pósteres da primeira reunião sobre a técnica auto-ligável da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com o patrocínio da MAXILLARIS)

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Ciência e prática Alexandra Vinagre Médica dentista. Licenciada em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC). Pós-graduada em ortodontia pela FMUC. Especialista em ortodontia pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD). Doutorada em ciências da saúde (ramo dentisteria operatória) pela FMUC. Assistente convidada de dentisteria operatória da FMUC. Master Damon Europe (Dr. Ramon Perera e Dr. García Espejo). Título de “Experto en cirugía ortognática y ortodoncia quirúrgica” pela Universidade Internacional da Catalunha (UIC, Espanha). João Pato Médico dentista. Licenciado em Medicina Dentária pela FMUC. Pós-graduado em ortodontia pela FMUC. Pós-graduado em ortodontia lingual pela Universidade Complutense de Madrid (UCM, Espanha). Título de “Experto en cirugía ortognática y ortodoncia quirúrgica” pela UIC (Espanha). Duarte Senra Médico dentista. Licenciado em Medicina Dentária pela FMUC. Pós-graduado em ortodontia pela FMUC. Especialista em ortodontia pela OMD. Pós-graduado em ortodontia lingual pela UCM (Espanha). Título de “Experto en cirugía ortognática y ortodoncia quirúrgica” pela UIC (Espanha). Coimbra.

Alexandra Vinagre

Introdução A discrepância esquelética da classe II tem uma elevada prevalência na população caucasiana e, estando maioritariamente associada a uma retrusão mandibular, ocasiona muitas vezes um compromisso estético facial importante (Mc Namara, 1981). A abordagem terapêutica pode acontecer em uma ou duas fases e diferir consoante o paciente se encontre ou não em fase de crescimento. Segundo alguns autores, a abordagem terapêutica em duas fases permite obter me -

lhores resultados clínicos associados a uma maior estabilidade oclusal e funcional (Graber et al., 1997; Dugoni, 1998). No entanto, este é um assunto controverso, uma vez que a influência da fase ortopédica nos resultados finais é praticamente semelhante aos obtidos quando esta má oclusão se aborda numa fase única, de acordo com alguns estudos recentes de elevada evidência científica (Tullock et al., 2004; Thiruvenkatachari et al., 2013; Thiruvenkatachari et al., 2015).

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Ciência e prática

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A opção pela utilização de um protocolo terapêutico mais precoce pode ser vantajoso na medida em que reduz o risco de trauma ao nível dos incisivos superiores quando associados a um trespasse horizontal aumentado; permite solucionar problemas do foro psicológico, já que a aparência dento-facial exerce um papel fundamental nas interrelações pessoais; possibilita a interceção de alterações funcionais em evolução e pode melhorar o prognóstico do tratamento numa fase posterior (Graber et al., 1997; Tadic et al., 2007; Barber et al., 2015). Por outro lado, as desarmonias dentoesqueléticas da classe II não parecem sofrer autocorreção durante o surto de crescimento pubertário. Inclusivamente, em pacientes não tratados foi evidenciada uma diminuição do comprimento do corpo e do ramo mandibular em pacientes que apresentavam uma má oclusão da classe II/divisão I, quando comparados com pacientes com má oclusão da classe I (Stahl et al., 2008). Numa abordagem mais precoce, a utilização de aparelhos com fins ortopédicos, tais como a tração extraoral, os aparelhos funcionais isolados ou associados a aparelhagem fixa e os elásticos intermaxilares constituem as estratégias terapêuticas mais frequentemente empregues no tratamento da classe II. Numa fase posterior, em períodos pós-crescimento puberal, as alternativas terapêuticas incluem apenas a camuflagem da discrepância esquelética ou um tratamento ortodôntico-cirúrgico-ortognático (TOCO), particularmente nos casos mais severos (Tullock et al., 2004; Dolce et al., 2007; Flores-Mir et al., 2007; Tadic et al., 2007; Krusinskiene et al., 2008; Barber et al., 2015).

De uma forma transversal a qualquer intervenção ortodôntica, os objetivos primários de tratamento devem promover uma oclusão e função balanceadas associadas a harmonia facial do ponto de vista estético.

Caso clínico Paciente do sexo feminino e 14 anos e três meses de idade, cuja queixa principal estava relacionada com a protrusão dos incisivos superiores e a interposição labial que dificultava o selamento passivo dos lábios.

Diagnóstico A análise morfológica da face revela simetria facial com equilíbrio dos terços da face, um perfil convexo, ausência de stomion e um sulco mentolabial marcado. A exposição do incisivo superior no repouso é de 6 mm, tornando-se completa no sorriso acompanhada de uma exposição gengival excessiva com predomínio nos setores laterais. Apresenta um arco do sorriso consonante e corredores bucais equilibrados (fig. 1).

Fig. 1. Registos iniciais: fotografias extraorais.

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Na avaliação funcional observou-se a presença de uma respiração mista com predomínio oral e alteração da deglutição pelo hábito de interposição labial. O exame oclusal revela a presença de dentição definitiva com uma má oclusão dentária da classe II, divisão I associada a um trespasse horizontal de 10 mm; uma sobremordida completa e curva de Spee acentuada (fig. 2). Os dois segundos pré-molares inferiores encontram-se retidos, e exibe agenesia dos terceiros molares inferiores (fig. 3). Apresenta um leve apinhamento na arcada superior.

Ciência e prática

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A análise cefalométrica lateral mostra um padrão esquelético da classe II (ANB 7,5°) por retrusão mandibular (SNB 73°) associado a um padrão vertical hiperdivergente ligeiro (ML-NL = 29°; eixo facial = 84°). Os incisivos superiores e inferiores apresentam-se normoinclinados (IS-NA = 22°; II.NB = 23-5°) e ligeiramente protruídos (IS-NA = 5 mm; II-NB = 5 mm). O lábio superior apresenta-se ligeiramente protruído e o inferior evertido. O mento cutâneo, apesar de retroposicionado associa-se a um mento ósseo proeminente (Pog-NB = 2,5 mm) que lhe confere um bom contorno. Pela análise da maturação das vértebras cervicais constata-se que a paciente se encontra numa fase pós-pico do surto de crescimento pubertário, em que C2, C3 e C4 apresentam-se quadradas com os bordos inferiores côncavos, compatível com uma fase de desaceleração do crescimento (fig. 4 e tab. 1).

Fig. 2. Registos iniciais: fotografias intraorais.

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Ciência e prática

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Fig. 3. Ortopantomografia inicial.

Fig. 4. Telerradiografia de perfil da face e traçado cefalométrico iniciais.

Norma

Relação sagital

Relação dos maxilares

Relação vertical

Dato

SNA SNB ANB Witts NSBa SNP g Po-NB (mm)

82 ± 3 80 ± 3 2±2 0±2 130 ± 3 81 ± 3 -

80,7 73,0 7,7 3,5 134,3 74,3 2,5

ML-NSL NL-NSL ML-NL Gn-tgo-Ar

32 ± 1 8,5 ± 2 23,5 ± 3 126 ± 1

37,6 8,2 29,4 123,9

90 ± 3 -

83,8 51,0 61,6

79

82,8

BaN-PTGn N-Sp (mm) Sp-Gn (mm) N-Sp' x 100 Sp'-Gn

Norma

Relação dentária

Relação dos tecidos moles

Tabela 1. Valores cefalométricos iniciais.

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IS-II IS-NA IS-NL II-NB II-ML IS-NA (mm) II-NB (mm)

131 ± 1 22 ± 1 110 ± 1 25 ± 1 90 ± 1 4±1 4±1

Altura facial total (N -Me ) 124,6 ± 4,7 Altura terço inferior 71,1 ± 3,5 Altura Maxilar (Sn-Mx1 tip) 25,7 ± 2,1 Altura Mand (Lab Md1-Me) 48,6 ± 2,4 UL-EL (mm) -2 ± 1 LL-EL (mm) 0±1 Gl -Sn-Pg 168,6 ± 4,8 Âng naso-labial 110 ± 8 Âng H 8±1 Proj Ls 3,5 ± 1,5 Proj Li -1,5 ± 1,5 Proj Pg -2,0 ± 2

Dato 126 22,7 111,6 23,6 93,0 5,0 5,7 116,5 65,8 26,6 39,7 0,3 1,3 159,9 107,1 15,4 0,8 -2,8 -13,8


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Ciência e prática

Alternativas de tratamento 1. Tratamento ortodôntico-cirúrgico-ortognático (TOCO) com vista a harmonizar o perfil esquelético e facial. 2. Camuflagem ortodôntica com extrações de pré-molares superiores e inferiores com possíveis repercussões negativas sobre o perfil facial. 3. Camuflagem ortodôntica sem extrações com possível melhoria do perfil facial, mas com maiores riscos para o periodonto.

Objetivos do tratamento A paciente recusou determinantemente o TOCO. Em função das notas explanatórias fornecidas à paciente entre a alternativa dois e três de tratamento, a escolha pela última opção assentou em fatores essencialmente relacionados com a estética facial e do sorriso.

Os objetivos do tratamento foram camuflar a má oclusão da classe II, normalizando os trespasses vertical e horizontal; estabelecer uma boa oclusão funcional, restabelecer a função, melhorar o perfil facial e obter a estética do sorriso. Estabeleceu-se um plano de tratamento compensatório em que se recorreu à colocação de aparelhagem fixa bimaxilar pela utilização de um sistema autoligado passivo (Damon® Q™) associado a elásticos da classe II e abertura de espaços para permitir a erupção dos pré-molares inferiores.

Evolução do tratamento O tratamento decorreu durante dois anos. De uma forma resumida, a sequência de tratamento foi a seguinte: 1. Colagem do aparelho superior e inferior com seleção de torques standard de 13 a 23 e torques negativos de 33 a 43. Colocação de arcos CuNiTi .014 superior e inferior. Elevação da mordida pela colocação de blocos de resina nos primeiros molares superiores. 2. Colocação de arcos CuNiti .014 x .025 superior e inferior com molas de NiTi para abertura de espaços (fig. 5).

Fig. 5. Progresso do caso: seleção dos torques standard 13-23 e negativo 33-43. CuNiti .014 superior e CuNiti .014 x .025 inferior, e molas para abertura de espaços.

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3. Colocação de arcos CuNiti .018 x .025 superior e inferior. Nesta fase fez-se a manutenção do espaço recuperado para que ocorresse a erupção espontânea dos segundos prémolares (fig. 6). 4. Colagem dos brackets nos segundos pré-molares inferiores e nivelamento da arcada com arcos sequenciais. 5. Colocação de arcos de aço .019 x .025 superior e .018 x .025 inferior. Elásticos da classe II com componente vertical para assentamento da oclusão. Dobras de 1ª, 2ª e 3ª ordem (fig. 7).

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6. Colocação de contenção fixa superior e inferior e um aparelho removível de contenção do tipo Hawley. As figuras 8, 9 e 10 mostram o resultado do tratamento. As arcadas apresentam um adequado alinhamento e nivelamento. Foi alcançada uma relação da classe I molar e canina bilateral, com normalização do trespasse horizontal e vertical. A relação esquelética da classe II permaneceu sem alterações relevantes. Os incisivos superiores sofreram retroinclinação e os inferiores proinclinação (fig. 11 e tab. 2). A paciente apresenta no final do tratamento ortodôntico um bom equilíbrio facial, oclusal e funcional, denotando-se uma harmonia do sorriso.

Fig. 6. Progresso do caso: CuNiti .018 x .025 superior e inferior. Manutenção do espaço recuperado para erupção dos segundos pré-molares.

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Fig. 7. Progresso do caso: arcos de aço .019 x .025 superior e .018 x .025 inferior. Elásticos da classe II com componente vertical para assentamento da oclusão. Dobras de primeira, segunda e terceira ordem.

Fig. 8. Registos finais: fotografias extraorais.

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Fig. 9. Registos finais: fotografias intraorais.

Fig. 10. Ortopantomografia final.

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Fig. 11. Telerradiografia de perfil da face e traçado cefalométrico finais.

Norma

Relação sagital

Relação dos maxilares

Relação vertical

Dato

SNA SNB ANB Witts NSBa SNP g Po-NB (mm)

82 ± 3 80 ± 3 2±2 0±2 130 ± 3 81 ± 3 -

81,6 74,5 7,1 1,6 130,1 75,3 1,8

ML-NSL NL-NSL ML-NL Gn-tgo-Ar

32 ± 1 8,5 ± 2 23,5 ± 3 126 ± 1

39,2 6,4 32,8 123,7

90 ± 3 -

81,6 57,1 69,3

79

82,4

BaN-PTGn N-Sp (mm) Sp-Gn (mm) N-Sp' x 100 Sp'-Gn

Norma

Relação dentária

Relação dos tecidos moles

IS-II IS-NA IS-NL II-NB II-ML IS-NA (mm) II-NB (mm)

131 ± 1 22 ± 1 110 ± 1 25 ± 1 90 ± 1 4±1 4±1

Altura facial total (N´-Me´) 124,6 ± 4,7 Altura terço inferior 71,1 ± 3,5 Altura Maxilar (Sn-Mx1 tip) 25,7 ± 2,1 Altura Mand (Lab Md1-Me) 48,6 ± 2,4 UL-EL (mm) -2 ± 1 LL-EL (mm) 0±1 Gl´-Sn-Pg 168,6 ± 4,8 Âng naso-labial 110 ± 8 Âng H 8±1 Proj Ls 3,5 ± 1,5 Proj Li -1,5 ± 1,5 Proj Pg -2,0 ± 2

Dato 114,4 15,7 103,8 42,8 109,1 2,8 10,7 134,5 74,9 30,9 37,4 -1,6 1,9 158 117 15,2 1,1 -3,5 -16,9

Tabela 2. Valores cefalométricos finais.

Discussão A movimentação ortodôntica dos incisivos determina-se, tradicionalmente, por fatores de estabilidade. No entanto, alguns paradigmas têm vindo a mudar e a avaliação da posição dos incisivos não deve ter apenas por base a análise cefalométrica. O plano de tratamento deverá também considerar a relação entre as bases ósseas com os tecidos moles e a forma como a movimentação dentária poderá influenciar a harmonia facial.

Um dos pontos mais fulcrais para a seleção de aparatologia fixa autoligável passiva reside no facto da sua capacidade para diminuir o atrito durante o movimento ortodôntico quando comparada com a utilização de aparatologia convencional (Huang et al., 2012; Monteiro et al., 2014). A força aplicada para o movimento ortodôntico pode sofrer uma redução de até 50% devido à fricção encontrada no sistema, que é responsável pelo atraso ou inibição do movimento, e à perda de ancoragem.

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Ciência e prática

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Assim, o desenvolvimento de materiais com baixos coeficientes de fricção são desejáveis já que podem diminuir a tensão em locais de ancoragem (Proffit et al., 2007). Outras vantagens reportadas aos aparelhos autoligáveis são uma diminuição do tempo de tratamento, a possibilidade de efetuar maiores intervalo entre as consultas de controlo, um menor tempo de consulta, uma menor acumulação de placa bacteriana, um maior conforto para o paciente e uma menor ocorrência de lesões dos tecidos moles (Rinchuse et al., 2007; Graber et al., 2012).

No caso apresentado, a utilização de um sistema autoligado passivo poderá ter facilitado o deslizamento na fase de ganho de espaço na arcada mandibular, bem como na fase de utilização de elásticos da classe II. A seleção de torques negativos para os dentes antero-inferiores efetuou-se com o intuito de controlar a inclinação vestibular incisiva esperada durante o tratamento. Contudo, tal como se pode comprovar através da análise cefalométrica e das fotografias, o ganho de espaço na arcada mandibular obteve-se por verticalização dos molares, expansão das arcadas e, principalmente, proinclinação incisiva. Esta proinclinação dos incisivos inferiores e o biótipo gengival fino podem apresentar-se como fatores de risco para o periodonto a médio/longo prazo.

Conclusões Após a finalização do tratamento, verificou-se um bom equilíbrio facial, oclusal e funcional, denotando-se uma harmonia do sorriso. No entanto, a proinclinação dos incisivos inferiores e o biótipo gengival fino podem apresentar-se como fatores de risco para o periodonto a médio/longo prazo.

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Ciência e prática

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Aumento de mucosa queratinizada em implante mal posicionado (Premiado como melhor caso clínico do concurso de pósteres da reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes, com o patrocínio da MAXILLARIS)

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Ciência e prática Catarina Martinho Médica dentista. Aluna do curso de Especialização em Periodontologia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Assistente Convidada do Departamento de Periodontologia da FMDUL. catmartinho@hotmail.com Ana Ribeiro Soares Médica dentista. Aluna do curso de Especialização em Periodontologia da FMDUL. Cátia Silva Médica dentista. Aluna do curso de Especialização em Periodontologia da FMDUL. João Gomes Médico dentista. Aluno do curso de Especialização em Periodontologia da FMDUL. Paulo Mascarenhas Médico dentista. Docente do curso de Especialização em Periodontologia da FMDUL. Lisboa.

Catarina Martinho

Introdução O sucesso do tratamento com implantes depende de vários fatores, nomeadamente de uma adequada posição tridimensional do implante e da presença de uma banda de mucosa queratinizada periimplantária compatível com a manutenção da saúde dos tecidos adjacentes. A posição tridimensional do implante tem implicações a nível protético, estético e biológico. Do ponto de vista biológico, a posição do implante vai condicionar a espessura óssea periimplantária, bem como as alterações que oco-

rrem no nível ósseo marginal1. A espessura óssea vestibular é de particular importância, uma vez que tem influência direta na preservação da vasculatura óssea e na estabilidade dos tecidos moles2. A mucosa queratinizada oferece proteção contra o trauma mecânico, afetando a estabilidade óssea a longo prazo e a estética3,4. A presença de uma banda adequada de mucosa queratinizada periimplantária facilita a reabilitação protética e a realização dos procedimentos de controlo de placa bacteriana4,5.

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Ciência e prática

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Descrição do caso clínico O caso clínico pertence a uma paciente do género feminino, de 46 anos de idade, saudável e não fumadora. Em dezembro de 2012, observou-se a paciente na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Após avaliação clínica e radiográfica, estabeleceu-se o diagnóstico de periodontite crónica generalizada severa. A paciente era parcialmente desdentada, superior e inferior, reabilitada com próteses removíveis.

O plano de tratamento proposto e realizado para o maxilar superior incluiu a exodontia dos dentes 16, 14, 22 e 24 e a reabilitação com prótese total fixa, suportada em seis implantes. Após a conclusão da fase protética, em dezembro de 2013, incluiu-se a paciente num programa de suporte trimestral. O implante localizado na posição 24 apresenta uma inclinação vestibular acentuada, acompanhada de perda dos tecidos moles e duros, bem como da inserção baixa de um freio lateral, com inflamação persistente. De entre todas as opções terapêuticas possíveis e que foram apresentadas à paciente, optou-se pela realização de um enxerto gengival livre para aumento da banda de mucosa queratinizada, em junho de 2015.

Figs. 1 e 2. Ortopantomografias (inicial e após a reabilitação com implantes no maxilar superior).

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Ciência e prática

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Discussão Na reabilitação com implantes, um posicionamento tridimensional inadequado é, de facto, uma das maiores complicações que podem advir de um incorrecto planeamento cirúrgico, comprometendo a reabilitação protética, a estética e a estabilidade dos implantes a longo prazo. Para se conseguir resolver adequadamente esta complicação, pode mesmo ser necessária a sua explantação.

Relativamente ao caso apresentado, do ponto de vista clínico, o implante na posição 24 tinha indicação para ser explantado, tendo essa possibilidade sido declinada pela paciente. Assim, numa tentativa de melhorar a condição dos tecidos periimplantários e proporcionar as condições necessárias para a manutenção de saúde, optou-se por uma solução de compromisso, que passou pela realização de um enxerto gengival livre para aumento da banda de mucosa queratinizada.

Fig. 3. Situação inicial.

Fig. 4. Realização de implantoplastia.

Fig. 5. Após a implantoplastia.

Fig. 6. Elevação de retalho de espessura parcial para preparação do leito recetor.

Fig. 7. Medição do leito recetor.

Fig. 8. Desenho no local dador do enxerto (palato).

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Ciência e prática

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Fig. 9. Recolha do enxerto gengival livre.

Fig. 10. Medição do enxerto.

Fig. 11. Colocação do enxerto no leito recetor.

Fig. 12. Sutura (vista lateral).

Fig. 13. Sutura (vista oclusal).

Fig. 14. Após remoção da sutura (aos 15 dias).

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Ciência e prática

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Fig. 15. Situação inicial.

Fig. 16. Follow-up aos oito meses.

Conclusão Apesar do tratamento realizado não ser o clinicamente indicado, a opção tomada acabou por se revelar favorável no cumprimento dos objetivos a que se propunha: melhoria da condição dos tecidos periimplantários e possibilidade de manutenção de um adequado controlo de placa bacteriana.

Bibliografia 1. Spray JR et al. The influence of bone thickness on facial marginal bone response: stage 1 placement through stage 2 uncovering (2000). Ann Periodontol; 5(1): 119-28. 2. Merheb J et al. The fate of buccal bone around dental implants. A 12-month postloading follow-up study. Clin Oral Implants Res; 2016 Jan 8.

3. Bouri A Jr et al. Width of keratinized gingiva and the health status of the supporting tissues around dental implants (2008). Int J Oral Maxillofac Implants; 23 (2): 323-6. 4. Kim BS et al. Evaluation of peri-implant tissue response according to the presence of keratinized mucosa (2009). Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod; 107(3): e24-8. 5. Lin GH et al. The significance of keratinized mucosa on implant health: a systematic review (2013). J Periodontol; 84 (12): 1755-67.

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Calendário de cursos

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ESTÉTICA

Formação em compósitos

Título de especialista em estética dentária

As cidades espanholas de Leão e Barcelona acolhem nos próximos dias 20 e 21 e 27 e 28 de maio, Silvia del Cid e Rafael Piñeiro. respetivamente, um curso de formação em compósitos, organizado pela Ivoclar Vivadent e orientado pelos médicos dentistas espanhóis Silvia del Cid e Rafael Piñeiro. Esta formação pretende refletir a importância cada vez maior que assumem as restaurações estéticas diretas na clínica dentária.

A CEOdont (Grupo Ceosa) prepara em Madrid (Espanha) uma nova edição deste curso. Eis o programa: • 1. Periodontia clínica na prática geral; 3 e 4 de junho. • 2. Cirurgia plástica periodontal; 8 e 9 de julho. • 3. Cirurgia mucogengival e estética; 16 e 17 de setembro. • 4. Restauração com compósito I; 14 e 15 de outubro. • 5. Restauração com compósito II; 25 e 26 de novembro. • 6. Capas de porcelana I; de 26 a 28 de janeiro de 2017. • 7. Capas de porcelana II; de 23 a 25 de fevereiro de 2017. • 8. Coroas de recobrimento total; 24 e 25 de março. • 9. Curso na Universidade de Nova Iorque; de 20 a 24 de junho de 2017.

Ivoclar Vivadent. icde.es@ivoclarvivadent.com - www.ivoclarvivadent.com

ESTÉTICA

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

IMPLANTOLOGIA

Curso de pós-graduação em estética dentária integrada

Programa formativo BTI 2016

A Universidade do País Vasco (UPV), com sede na cidade espanhola de Bilbau, prepara um curso de pós-graduação na área da estética dentária integrada, dirigido pelo médico dentista Manuel Gómez. Esta formação inicia-se no próximo mês de setembro e termina em junho de 2017. Conta com a colaboração de reconhecidos especialistas em estética dentária integrada, designadamente Sydney Kina, Paulo F. M. Carvalho, Victor Clavijo, Cláudio Pinho e Murilo Calgaro, entre outros. Cada módulo será lecionado para um máximo de 12 alunos.

O Biotechnology Institute (BTI) apresenta a sua oferta formativa para este ano, em Espanha. Trata-se de um programa multidisciplinar cujo objetivo é reforçar e atualizar os conhecimentos dos profissionais nas áreas da implantologia oral e da medicina regenerativa. Os cursos destinam-se a todos os profissionais que procuram atualizar e intercambiar conhecimentos, não só através de conferências e sessões teóricas como também mediante a interatuação. Assim, através de cursos teórico-práticos, cirurgias em direto, etc., a empresa divulga as novas tendências, bem como as técnicas e os produtos que aumentam a previsibilidade na prática clínica.

UPV. (0034) 946 012 917 - cristina.garcia@ehu.es - www.ehu.es/esteticadental

BTI. www.bti-biotechnologyinstitute.com/es/formacion/

IMPLANTOLOGIA

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ESTÉTICA

IMPLANTOLOGIA

Curso básico de implantologia oral

Título de especialista em cirurgia e prótese sobre implantes

No dia 15 deste mês celebra-se, em Madrid (Espanha), o módulo de instrução prática correspondente ao ciclo formativo que patrocina o fabricante de implantes Radhex. Esta formação, orientada pelo médico dentista espanhol Ignacio Cermeño, é dirigida a profissionais que se iniciam em implantologia ou que realizam im plantes numa fase inicial e desejem reforçar os seus conhecimentos práticos. Nesta derradeira sessão do ciclo formativo procura-se a participação direta dos profissionais assistentes em cirurgias, com vista a assegurar um bom manejo da técnica, sempre com o apoio de uma equipa profissional de primeiro nível.

A CEOdont (Grupo Ceosa) prepara em Madrid (Es panha) uma nova edição deste curso, sob a orientação de Mariano Sanz Alonso e José de Rábago Vega, e com a colaboração de Bertil Friberg. O programa é composto pelos seguintes módulos: • 1. Diagnóstico e plano de tratamento; de 14 a 16 deste mês. • 2. Cirurgia sobre implantes; de 19 a 21 de maio. • 3. Prótese sobre implantes; de 16 a 18 de junho. • 4. Curso de enxerto ósseo e elevação de seio; de 14 a 16 de julho. • 5. Curso clínico-prático com pacientes (opcional); data a combinar.

Radhex Implants. (0034) 915 205 087 - www.radhex.es

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

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Calendário de cursos

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ORTODONTIA

ODONTOPEDIATRIA

Tratamentos integrados em odontopediatria

Curso clínico de ortodontia

A Malo Clinic Education realiza nos próximos dias 13 e 14 e 20 e 21 de maio, nas suas instalações de Lisboa, um curso subordinado ao tema “Tratamentos integrados em odontopediatria”. Esta formação, que conta com o patrocínio da Dentina e da 3M, está dividida em dois módulos de um dia e meio. Pode ainda ser complementada com sessões de hands-on em coroas de aço e sedação consciente, sendo também possível a inscrição apenas nestas duas sessões.

A Construimos Sorrisos agendou para o próximo mês de maio, em Lisboa, a 14ª edição do curso clínico de ortodontia, sob a orientação das médicas dentistas Cristina Baptista e Ana Delgado. Com mais de 2.000 médicos dentistas formados na área da ortodontia ao longo das últimas duas décadas, a Construimos Sorrisos criou há 13 anos um curso interativo e inovador que se reflete no sucesso dos seus participantes. Construimos Sorrisos. 213 012 134 / 917 392 608 formacao@construimossorrisos.pt - www.construimossorrisos. pt

Malo Clinic Education. 217 247 080 - education@maloclinics.com

ORTODONTIA

ORTODONTIA

Expressão de torque em sistemas auto-ligáveis

Pós-graduação em ortodontia

O Centro de Investigação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) acolhe no dia 16 deste mês um curso, orientado pelo médico dentista brasileiro Celestino Nóbrega, subordinado ao tema “Expressão de torque em sistemas auto-ligáveis: conceção do bracket CCO e resultados clínicos”. O objetivo desta sessão passa por clarificar as diferenças entre os vários sistemas auto-ligáveis disponíveis, através de considerações clínicas e laboratoriais que suportam a utilização de dispositivos do tipo interativo. Será apresentada e debatida a prescrição do sistema Complete Clinical Orthodontics (CCO).

A Ortocervera (Grupo CEOSA) prepara uma nova edição deste curso orientado por Alberto J. Cervera. O curso realiza-se em Madrid (Espanha) e inclui os módulos: • 1. Cefalometria e diagnóstico; de 22 a 24 de setembro. • 2. Estudo da classe I; de 20 a 22 de outubro. • 3. Cimentado e biomecânica; de 17 a 19 de novembro. • 4. Estudo da classe II; de 15 a 17 de dezembro. • 5. Estudo da classe III; de 12 a 14 de janeiro de 2017. • 6. Diagnóstico multidisciplinar e introdução ao autoligado estético; de 9 a 11 de fevereiro de 2017. • 7. Biomecânica avançada multidisciplinar; de 9 a 11 de março de 2017. • 8. Ortodontia multidisciplinar; de 6 a 8 de abril de 2017.

FMUP. congressoortodontiafmup@gmail.com

Ortocervera (Grupo Ceosa). (0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

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Calendário de cursos

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ORTODONTIA

Título de especialista em alinhadores invisíveis

Curso teórico-prático de regeneração periodontal

A CEOdont (Grupo Ceosa) organiza nos dias 27 a 30 de outubro um curso de especialista em alinhadores invisíveis, orientado por Andrade Neto. Esta formação é dirigida a todos os pós-graduados que queiram iniciar-se ou aperfeiçoar-se nesta área. Serão abordadas varias técnicas, desde os sistemas que realizam set-up de laboratório aos que utilizam alicates ou elásticos e botões, facilitando ao profissional um amplo conteúdo para a sua prática diária com alinhadores invisíveis. Ao concluir o curso, o aluno contará com apoio diagnóstico e de laboratório para os seus primeiros casos.

No próximo dia 7 de maio celebra-se, em Ponta Delgada (Açores), um curso teórico-prático de regeneração periodontal, orientado pela médica dentista Susana Noronha, professora da Especialização de Periodontologia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Esta formação vai ter lugar num hotel da capital da ilha de São Miguel, ao abrigo do programa de formação contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD).

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

OMD. 226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt

PERIODONTIA

VÁRIOS

Cursos práticos de periodontia

Curso hands-on de dentisteria estética

O Instituto Casan leva a cabo um novo ciclo de cursos práticos de periodontia, que decorre na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Ciências Médicas de Villa Clara, em Cuba, sob a orientação de Mitdray Corrales Álvarez, chefe do Serviço de Periodontia da referida faculdade cubana. Os participantes poderão realizar cirurgias periodontais ressectivas e regenerativas para o tratamento de bolsas periodontais, vestibuloplastias, usar biomateriais em periodontia e proceder a alongamentos coronários, etc.

Nos próximos dias 28 de maio e 22 de outubro, o médico dentista Cristiano Alves orientará em Lisboa e Coimbra, respetivamente, um curso hands-on de dentisteria estética, centrado nas restaurações diretas à base de cerâmica, pontes e coroas provisórias. Esta formação realiza-se no âmbito do programa de formação da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) e conta com o apoio da Voco, que fornecerá alguns produtos da gama Admira Fusion para a realização de restaurações diretas à base de cerâmica.

Instituto Casan. (0034) 918 586 594 - info@institutocasan.net

SPEMD. secretariado@spemd.pt - www.spemd.pt

VÁRIOS

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PERIODONTIA

VÁRIOS

Pós-graduação em clínica integrada

Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS

A Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) inicia este mês a terceira edição do curso de pós-graduação em clínica integrada de Medicina Dentária. Esta formação, que decorrerá até março de 2017, tem por objetivo aperfeiçoar a prática clínica generalista visando a integração das competências adquiridas nas diversas áreas da Medicina Dentária, a formação em planeamento, discussão e resolução de casos clínicos de diferentes complexidades e a aquisição de conhecimentos para o tratamento multidisciplinar das doenças da cavidade oral.

A Ortocervera (Grupo CEOSA) organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS, protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algorritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado.

FMDUL. 217 922 631 - secretaria@fmd.ulisboa.pt - www.fmd.ulisboa.pt

Ortocervera (Grupo Ceosa). (0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

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Congressos e reuniões

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Centro de Estudos Mundo a Sorrir estreia simpósio sobre Medicina Dentária

8º congresso da SPED realiza-se em setembro

Associação Portuguesa do Sono celebra congresso em Lisboa

No dia 16 deste mês, a Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa) acolhe o primeiro simpósio organizado pelo Centro de Estudos Mundo a Sorrir. O programa terá como protagonista o médico dentista Aris Petros Tripodakis, da Universidade de Atenas (Grécia), cuja intervenção centrar-se-á nas áreas da prostodontia e da osteointegração. O simpósio contará também com a colaboração dos conferencistas nacionais Mariana Alves, que fará uma abordagem ao “Tratamento de infeções endodônticas e patologia periapical”, e Nuno Guilherme, com o tema “Considerações para a reabilitação de implantes unitários na zona estética”. Durante o simpósio, será ainda atribuído o Prémio Mexia de Almeida 2015.

A oitava edição do congresso anual da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária (SPED) está agendada para os dias 9 e 10 do próximo mês de setembro, no Porto. O programa científico deste ano terá como principal orador o especialista norte-americano Edward McLaren, professor universitário e diretor do curso de pós-graduação em Estética Dentária da Universidade da Califórnia, com sede em Los Angeles (EUA). Entre os temas que serão debatidos no congresso da SPED, destacam-se os últimos avanços em matéria de estética, cerâmica, aderência e dentisteria digital. Na mesma ocasião, os representantes da indústria dentária exibirão as últimas novidades nesta área da Medicina Dentária.

O próximo congresso da Associação Portuguesa do Sono vai ter lugar nos dias 13 e 14 de maio, num hotel de Lisboa. Sob o tema genérico “Medicina oral do sono”, esta edição contará com a participação de dois oradores estrangeiros, designadamente Roy Dookun (Reino Unido) e Ludovic Baratier (França), que também serão os protagonistas de um curso hands-on, agendado para o segundo dia do encontro. Ao abrigo do programa científico, serão abordados temas como “Indicações e contraindicações do dispositivo de avanço mandibular” (João Lopes Fonseca), “Avaliação do sistema estomatognático” (Francisco Salvado) ou “Futuro: fenotipagem” (Adélia Ramazanova), entre outras abrangentes intervenções sobre este campo da medicina oral.

www.mundoasorrir.org

www.spedportugal.com

www.apsono.com

SPPI Jovem prepara terceira reunião anual

28ª reunião anual da SPODF celebra-se em Lisboa

Peniche recebe em setembro congresso anual da SPO

A terceira reunião anual dos jovens associados da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI Jovem) já tem data e local marcados: vai decorrer no próximo dia 2 de julho, pela primeira vez em Lisboa. O evento deste ano, subordinado ao tema “Da teoria à prática”, terá como base uma partilha de experiências entre as várias referências nacionais e estrangeiras e os médicos dentistas mais jovens, certamente futuras promessas nas áreas da periodontologia e implantes. Está prevista uma área de exposição destinada às casas comerciais da especialidade.

A reunião científica anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) realiza-se de 14 a 16 deste mês no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. A 28ª edição deste encontro, presidido pela médica dentista Inês Anselmo Assunção, será dedicada ao “Tratamento ortodôntico integrado: estratégias e conceitos clínicos”. O programa científico da reunião tem confirmado como principal conferencista Richard Roblee, cuja intervenção se centrará no papel da ortodontia na gestão interdisciplinar dos dilemas estéticos.

O XXIII Congresso da Sociedade Portuguesa de Orto dontia (SPO) vai realizar-se de 29 de setembro a 1 de outubro, em Peniche. Os profissionais da área terão a oportunidade de atualizar os seus conhecimentos num cenário invulgar em congressos do setor, já que se trata da “capital do surf” em Portugal. Sob o lema “Desafiando o futuro na ortodontia do presente”, o congresso abordará os temas mais atuais desta especialidade e permitirá que conferencistas nacionais e estrangeiros divulguem as suas experiências nas mais diversas técnicas.

www.facebook.com/sppi.pt

www.spodf.pt

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www.sportodontia.pt


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Congressos e reuniões 25º congresso anual da OMD regressa à Exponor

SPEMD organiza no Porto o seu 36º congresso anual

A 25ª edição do congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) vai ter lugar entre os dias 10 e 12 do próximo mês de novembro, na Exponor (Porto). O principal encontro da Medicina Dentária nacional caracteriza-se pela qualidade científica dos seus programas. Entre os conferencistas que já confirmaram a sua presença no congresso deste ano, destacam-se os brasileiros Christian Coachman e Waldemar Polido, os britânicos Nigel Pitts e Nicola West, os espanhóis Javier Gil Mur e Eva Berroeta, o italiano Federico Ferraris e o japonês Mitsuhiro Tsukiboshi.

O próximo congresso da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) vai realizar-se no Porto. A 36ª edição desta reunião científica médico-dentária está agendada para os dias 7 e 8 de outubro, na Fundação António Cupertino de Miranda. O programa científico da SPEMD, que se encontra em fase de elaboração, promete, de acordo com a organização, mobilizar uma vez mais largas centenas de profissionais de todos os quadrantes da Medicina Dentária, bem como dezenas de representantes da indústria do setor.

www.omd.pt

www.spemd.pt

Congresso dos técnicos de prótese realiza-se em maio

Jornadas de Medicina Dentária na Universidade do Porto

O congresso anual da Associação Portuguesa de Técnicos de Prótese Dentária (APTPD) realiza-se nos próximos dias 6 e 7 de maio nas instalações da Torre do Tombo, em Lisboa. De acordo com a comissão organizadora do evento, esta edição conta pela primeira vez com congressistas internacionais, nomeadamente de Espanha e do Brasil. O programa delineado pela APTPD prevê a participação de mais de uma dezena de conferencistas nacionais e estrangeiros, tais como João Fonseca, Ginetom Rodrigues, Au gust Bruguera, Milko Villarroel e Nondas Vlachopoulos, entre outros.

A 27ª edição das jornadas da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) vai realizar-se nos próximos dias 15 e 16 deste mês, nas instalações deste estabelecimento de ensino superior, num ambiente académico que irá permitir contextualizar novos alunos, fidelizar futuros médicos dentistas e fortalecer a relação com atuais profissionais do setor dentário. A organização deste evento é da responsabilidade dos alunos finalistas do Mestrado Integrado de Medicina Dentária, em parceria com a associação de estudantes da FMDUP e sob a coordenação científica do médico dentista e docente universitário Paulo Melo.

www.congressoaptpd2016.wix.com/aptpd2016

www.fmd.up.pt

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Congressos e reuniões

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Lisboa acolhe Meeting internacional sobre ortopedia funcional dos maxilares

Próximo congresso da FDI realiza-se em Poznan

Madrid organiza simpósio internacional da Ivoclar Vivadent

O Wilma Simões European Institute, em parceria com a Lisbon School of Functional Jaw Orthopedics, organiza nos próximos dias 23 a 25 de junho o seu primeiro meeting internacional dedicado à especialidade de ortopedia funcional dos maxilares. Este evento vai reunir em Lisboa médicos dentistas de países como Espanha, França, Reino Unido, Itália, Bélgica, Turquia, Brasil, Argentina, Peru, Venezuela, Colômbia e Chile, entre outros. Este instituto, com sede na capital portuguesa, tem por missão dotar os profissionais de Medicina Dentária com novas competências técnicas na especialidade de ortopedia funcional dos maxillares, promovendo e apoiando projetos de investigação.

O congresso anual da Federação Dentária Internacional (FDI) vai ter lugar entre os próximos dias 7 a 11 de setembro, em Poznan (Polónia). Após uma série de edições na América Latina e no continente asiático, o principal encontro mundial do setor dentário, que em 2015 reuniu na Tailândia mais de 16.000 profissionais dos cinco continentes, regressa à Europa, assinalando a estreia da Polónia como país organizador do evento. O congresso da FDI contará, como habitualmente, com a presença dos mais prestigiados conferencistas da área da Medicina Dentária e com as últimas novidades de produtos e materiais da indústria internacional do setor.

A Ivoclar Vivadent organiza no próximo dia 11 de junho, em Madrid (Espanha), o seu terceiro simpósio internacional de especialistas. Oradores de renome internacional partilharão a sua experiência nos tratamentos diretos e indiretos mais inovadores. As sessões terão como base as últimas evidências e investigações técnicas. O programa inclui conferências de 13 oradores que apresentarão os seus trabalhos, integrando-os com conceitos aplicados na clínica e no laboratório, nas restaurações estéticas e nos resultados dos últimos estudos clínicos. As apresentações deste simpósio internacional centrar-se-ão especialmente nos desenvolvimentos atuais mais relevantes.

www.wsei-meeting.org

congress@fdiworldental.org

www.ivoclarvivadent.com/ies2016/

Osteology Foundation organiza simpósio internacional no Mónaco

DENTSPLY Implants World Summit Tour

Congresso mundial da Camlog vai decorrer na Polónia

A Osteology Foundation celebra nos dias 21 a 23 deste mês, no Mónaco, um simpósio internacional centrado nos últimos desenvolvimentos em matéria de osteologia. O programa científico conta com a participação de dezenas de especialistas de países tão diversos como Itália, Estados Unidos, Brasil ou Coreia do Sul. À margem das sessões científicas, a organização deste encontro antecipa ainda a realização de um serão (“Osteology night”) subordinado à temática dos glamorosos anos 20 do século XX.

A próxima edição do DENTSPLY Implants World Summit Tour, que se realizará ao longo deste ano e de 2017, vai realizar-se na China, no Japão, nos Estados Unidos e na Europa. O encontro deverá mobilizar 5.000 profissionais do setor dentário de todo o mundo. O programa contará com a colaboração conjunta de cientistas e investigadores conhecidos mundialmente, e consistirá em palestras de oradores internacionais, bem como de conferencistas conhecidos a nível regional. Além disso, o World Summit Tour será uma boa oportunidade para os clientes e potenciais clientes da DENTSPLY Implants descobrirem o seu leque de soluções.

A sexta edição do congresso internacional da Camlog vai ter lugar de 9 a 11 do próximo mês de junho, em Cracóvia (Polónia). De acordo com a organização do encontro, trata-se de uma bela cidade com muitas atrações para o visitante e um destino ainda por explorar na Europa. A Camlog celebrou em 2015 o seu quinto congresso internacional no emblemático Palau de las Arts, em Valência (Espanha), que contou, segundo a respetiva organização, com cerca de 1.500 congressistas de 23 países e 66 conferencistas de renome de 12 nacionalidades.

www.osteology.org

www.dentsplyimplants.es

www.implantescamlog.es

MAXILLARIS ABRIL 2016


Voco pt_Maquetación 1 04/04/16 15:16 Página 1

O médico dentista português protagonizou uma sessão divulgativa no stand da marca alemã na Expodental

Voco e Miguel Stanley unem-se em prol da boa prática odontológica

Tel. 252 047 140 / Móv. 937 083 146 p.vilela@voco.com - www.voco.de

No âmbito da última edição da Expodental, o amplo stand da Voco (situado no pavilhão 7 do recinto de feiras de Madrid, Espanha) acolheu durante a última jornada uma sessão divulgativa protagonizada pelo médico dentista Miguel Stanley, intitulada “Slow dentistry - say no to 30 minutes dentistry”. Neste ato, o diretor da Clínica White (Lisboa) e a empresa alemã definiram como objetivo sensibilizar os visitantes do certame para a boa prática profissional e a realização dos tratamentos segundo o protocolo clínico. Após 18 anos de exercício e com um crescimento profissional que lhe permitiu abordar os tratamentos mais complexos, Miguel Stanley reconheceu que “grande parte do meu trabalho é consequência do que outros profissionais fizeram dez ou quinze anos antes, ou inclusive há apenas três o quatro anos, porque até o tratamento mais básico foi levado a cabo sem que fosse respeitado o protocolo clínico”. Assim, lamentou que “não se tivesse em conta a coluna vertebral da Medicina Dentária, que é o tratamento de uma cárie”. Durante a sessão, o orador português assinalou que muitos clínicos “não têm interesse ou motivação para tratar uma cárie de forma correta”, o que considera “uma aberração da prática profissional”.

A partir da esquerda, Manuel Martínez, Sales Manager da Voco para a Península Ibérica; o médico dentista Miguel Stanley e Pedro Vilela, Country Manager Portugal da marca alemã.

Miguel Stanley explicou que “há clínicas em que todos os profissionais querem dedicar o seu tempo aos implantes ou às próteses, ou seja, o mais atual e requistado, mas não respeitam o protocolo clínico. Isto é um grave problema de saúde pública”. Na sua opinião, os pacientes “gastam muito dinheiro e tempo em tratamentos que não são eficazes”. O médico dentista esclareceu que recorreu à Voco para transmitir a sua mensagem contra “a Medicina Dentária de estilo fast food”, porque se trata de “uma empresa privada não cotizada na bolsa e que se dedica unicamente à produção de materiais de restauração de grande qualidade”. Neste sentido, Miguel Stanley agradeceu aos dirigentes da Voco a oportunidade de partilhar com os visitantes da Expodental as suas preocupações neste campo.

O médico dentista português durante a sessão divulgativa que teve lugar no passado dia 12 de março no stand da Voco.

Para Manuel Martínez, Sales Manager da Voco para a Península Ibérica,“a presença de uma figura mundial como Miguel Stanley, pronunciando-se desta maneira, diz muito a favor da profissão. Para nós foi um prazer ceder-lhe o nosso stand para abordar este tema, porque a nossa filosofia vai na mesma direção: a boa prática na Medicina Dentária”. A Voco soma muitos anos de investigação e lança frequentemente produtos novos, mas ao mesmo tempo comprovados por mais de 150 universidades de todo o mundo.“A nossa máxima é sempre a de assegurar a mais alta qualidade para cobrir as necessidades dos nossos clientes e dos seus pacientes, que são quem, afinal, levam os produtos na sua boca”, sustenta Manuel Martínez. Quanto ao balanço da Expodental 2016, o dirigente espanhol assegurou que a feira que decorreu em Madrid foi muito bem sucedida para a Voco. “Estamos muito satisfeitos tanto com o lugar que ocupámos no certame co mo em relação às visitas profissionais que tivemos”, concluiu.

Miguel Stanley tem vindo a transmitir a sua mensagem sobre a boa prática profissional nos congressos internacionais em que intervém com muita frequência.


Novidades da indústria

ND Novidades abrPT_Maquetación 1 05/04/16 16:47 Página 80

Gama IPS e.max® Ceram com novos materiais

Ionolux, material de restauração (0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.com

937 083 146 – info@voco.com - www.voco.com

A cerâmica vitrea de fluorapatite da Ivoclar Vivadent tem sido utilizada, com grande sucesso, para estratificar estruturas de IPS e.max de disilicato de lítio (LS2) e óxido de zircónio (ZrO2) ao longo dos últimos dez anos. A gama foi ampliada e agora inclui as versões IPS e.max Ceram Power Dentin e Power Incisal. Estes materiais de estratificação oferecem um maior nível de luminosidade para os casos que o requeiram. A luminosidade desejada pode obter-se inclusive sobre subestruturas translúcidas sem a necessidade de modificar o esquema de estratificação. As restaurações estratificadas com os novos powders apresentam um grande valor natural e preveem que a restauração pareça escura a nível intraoral. Consequentemente, obtêm-se resultados com uma estética impressionante graças ao efeito de dispersão da luz natural oferecido por estes materiais.

Ionolux é um material de restauração à base de ionómero de vidro fotopolimerizável, disponível nas cores Vita A1, A2 e A3, A3.5 e B1, que reúne num só produto as vantagens do ionómero de vidro e dos compósitos. Ionolux distingue-se por um longo tempo de trabalho, entre outras qualidades. Com o auxílio do fotopolimerizador, o médico dentista pode controlar individualmente o tempo de manipulação do material. Pode ser aplicado rapidamente e modelado com facilidade, sem aderir ao instrumento, além de possibilitar uma excelente adaptação às paredes do preparo cavitário. Ionolux dispensa não só o condicionamento da estrutura dentária antes de se restaurar a cavidade, como também a aplicação de um verniz para finalizar a restauração. Este produto pode ser adquirido nas novas e práticas cápsulas de aplicação, que se distinguem particularmente pelo facto de dispensarem o uso de um ativador.

Panorâmicos X-View 224 152 279/80 - encomendas@douromed.com - www.douromed.com

Para mais informação: +34 934 25 30 40 comercial@bienair.com www.bienair.com

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MAXILLARIS ABRIL 2016

A Douromed é o distribuidor exclusivo dos novos equipamentos da Trident: a gama X-View. Com produção em Itália, a Trident desenvolve produtos e soluções eficientes, criados por profissionais para profissionais. Toda a gama X-View evolui e desenvolve-se em resposta às necessidades pretendidas. Quatro opções diferentes permitem aceder progressivamente à tecnologia mais avançada e disponível no mercado: Panoramic 2D, Panoramic 2D + CEPH, Panoramic 3D e Panoramic 3D + CEPH. A Douromed assegura a melhor qualidade das imagens tridimensionais, bidimensionais e CEPH.


Equipamento dentário Konnect

Novidades da indústria

ND Novidades abrPT_Maquetación 1 05/04/16 16:48 Página 81

Sistema de obturação E&Q Master 800 203 879 - www.dentaleader.com

224 152 279/80 - encomendas@douromed.com - www.douromed.com

A Dentaleader ampliou o seu catálogo de produtos exclusivos com a incorporação de Konnect, um equipamento dentário fabricado pela Fedesa e especialmente concebido para acolher o paciente, proporcionando-lhe um impacto visual inovador e não traumatizante, com cadeira independente adequada para articulação dos joelhos e motorização do apoio de pés. Permite ao utente sentar-se de forma natural, podendo o médico dentista adaptar a cadeira à altura e morfologia do paciente para trabalhar de pé e de frente. Esta unidade oferece cinco possibilidades de configuração, disponível nas versões Orto, B, ST, Pro e All, sendo esta última a mais completa. Apresenta detalhes singulares como o apoio de pés em borracha para maior higiene, o joystick colocado na base da cadeira, o painel de controlo intuitivo e com ecrã tátil de funções diretas e fácil limpeza, ou o grupo hídrico que permite uma aspiração com sistema húmido e seco.

E&Q Master é o sistema de obturação com gutta fluída a alta temperatura mais vendido pela Douromed. Opera em baixa tensão para segurança dos utilizadores, é de fácil uso e possui um sistema portátil. Se a bateria ficar descarregada durante a utilização, pode substituir-se com uma bateria extra para uso contínuo. O custo de obturações por canal torna-se mais reduzido. O desenho ergonómico e a usabilidade do E&Q Master maximiza a eficácia e a conveniência de utilização.

Novo implante Z1 Infinity

Novo compósito SpeedCEM Plus 916 689 974 (Fernando Amaro) - www.manuel-amaro.com

O novo implante Z1 Infinity, que é comercializado em Portugal pela em presa MAF-Dental, reúne as melhores características dos implantes TBR. Este implante combina a solidez do titânio com a estética do seu anel em zircónio. O zircónio proporciona uma barreira antibacteriana que previne a periimplantite e melhora a adesão celular ao nível da gengiva. Além disso, assegura a reconstrução espontânea das papilas gengivais, melhorando assim a estética dos tecidos moles. O implante de conexão octógono-in terno está disponível nas plataformas de 3,5, 4 e 5 mm, com comprimentos de 8, 10,5, 11,5, 13 e 15 mm.

(0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.com

SpeedCEM Plus, da Ivoclar Vivadent, é um compósito de cimentação auto-adesivo, auto-polimerizável com opção de fotopolimerização. Este cimento oferece uma combinação ideal de rendimento e simplicidade. A sua fórmula foi aperfeiçoada para o tornar especialmente ideal para o seu uso em combinação com as restaurações feitas de óxido de zircónio e metal-cerâmica e para a cimentação das restaurações sobre pilares de implantes. O novo compósito caracteriza-se pelo seu excelente sistema de auto-polimerização, o que permite resultados previsíveis e consistente em cimentações onde a luz não esteja assegurada, tais como restaurações de óxido de zircónio ou metal-cerâmica. Dadas as suas propriedades de auto-aderência, elimina a necessidade de gravado com ácido e de aplicação de um adesivo dentinário. Além disso, não requere a aplicação de um primer adicional para colocar as restaurações de óxido de zircónio ou metal-cerâmica.

MAXILLARIS ABRIL 2016

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Página empresarial

Empresa abril PT_Maquetación 1 05/04/16 17:22 Página 82

Nordental realiza show room de novos equipamentos

Ivoclar Vivadent destaca resultados na Expodental A última edição da Expodental foi um rotundo sucesso para a Ivoclar Vivadent. No stand da empresa trabalhou-se a um ritmo frenético para atender mais de um milhar de profissionais que quiseram conhecer as novidades da marca e confraternizar com os seus representantes de vendas. O stand da Ivoclar Vivadent recebeu a visita A Ivoclar Vivadent destaca a visita ao stand de Alfonso Alondo ministro da Saúde do governo espanhol. so, ministro da Saúde em funções de Espanha, que mostrou especial interesse pela tecnologia digital CAD-CAM. As novidades mais destacadas foram o novo cimento auto-adesivo SpeedCEM Plus, a inovadora cerâmica sobre metal IPS Style e o óxido de zircónio Zenostar MT. A marca agradece a todos os profissionais que se deslocaram ao seu stand no recente certame de Madrid (Espanha).

A Nordental organiza nos dias 15 e 16 deste mês, em Leça da Palmeira, um show room dedicado aos novos equipamentos e material dentário que a empresa tem à disposição dos profissionais do setor. Durante este evento, será apresentado o novo ortopantomógrafo digital Rotograph Prime, um equipamento ergonómico, de estrutura compactada e fixação à parede, com tecnologia itaO novo ortopantomógrafo digital liana da Villa Sistemi Medicalli. Na mesma ocasião será Rotograph Prime. exibida a nova unidade dentária V8 Touch, da marca Vitali, um aparelho topo de gama com todas as funcionalidades, bem como outros equipamentos indispensáveis na clínica dentária e uma variada gama de consumíveis.

(0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.com

229 952 558 - geral@nordental.pt

etk exibiu nova imagem no certame de Madrid

Roland DG faz balanço da Expodental 2016 O stand da Roland DG na Expodental 2016, que se celebrou no passado mês de março, registou uma grande adesão por parte dos visitantes do certame de Madrid (Espanha), que tiveram a oportunidade de conhecer em primeira mão as soluções completas de freStand da Roland DG no certame madrileno. sado digital aberto da marca. Entre as soluções apresentadas, despertaram particular interesse a nova fresadora em húmido DWX-4W e a última fresadora a seco de cinco eixos DWX-51D. A Roland DG agradece aos profissionais do setor o interesse que demonstraram pelas novidades que a empresa exibiu no pavilhão 3 (stand 3C25) da Expodental.

A etk participou na última edição da Expodental, que se celebrou nos passados dias 10 a 12 de março em Madrid (Espanha), onde apresentou a sua nova imagem de marca e as últimas novidades do setor. A empresa recebeu com natural satisfação A equipa da etk no salão internacional de Madrid. uma grande afluência de público no seu stand, que despertou um enorme interesse entre os profissionais que se deslocaram ao salão internacional. Durante o certame, a etk realizou um sorteio diário, entre os visitantes, do modelo de lupas Smart 5, da marca Zeiss. A equipa da etk agradece a todos a visita ao seu stand e coloca-se à disposição dos profissionais através dos canais habituais.

(0034) 935 918 400 - www.rolandeasyshape.com

(0034) 900 504 219 - www.etk.dental/es

Casa Schmidt com forte presença na Expodental A Casa Schmidt esteve fortemente representada na última edição da Expodental, que se celebrou no passado mês de março. A empresa, que já soma mais de 95 anos de experiência no setor dentário, fez juz à sua forte e imponente imagem com um amplo stand que O amplo stand da Casa Schmidt não passou não passou nada despercebido. Além das despercebido na Expodental 2016. novidades apresentadas em matéria de consumo e equipamentos, a Casa Schmidt proporcionou interessantes cursos e demonstrações em direto ao longo dos três dias do certame. A empresa agradece aos visitantes o interesse demonstrado pelo stand e também a todos os intervenientes que fizeram desta participação um sucesso. 800 201 192 - geral@casa-schmidt.pt - www.casa-schmidt.pt

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MAXILLARIS ABRIL 2016

Clínica dentária no centro de Faro

VENDE-SE OU ALUGA-SE Clínica dentária cumprindo as exigências da ERS. Equipamentos novos.

Contacto: katiasilva1972@gmail.com


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