JANEIRO - FEVEREIRO 2012 - Revista MAXILLARIS

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www.maxillaris.com.pt

Ciência e atualidade do setor dentário • ano VII • no 38 • janeiro-fevereiro 2012

Congresso da OMD • XX encontro anual da classe bate recorde de participantes

Crónica de janeiro • Jaime Guimarães, diretor científico d a M AXILLARIS P o r t u g a l

Ponto de vista • Gil Alcoforado traça o futuro da saúde oral em Portugal

Falamos com... • Ricardo F. Mendes e Lino Vinhas, organizadores do I Congresso Nacional de Estudantes de Medicina Dentária

• María José Sánchez, diretora da Expodental de Madrid

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MAXILLARIS Atualidade científica, profissional e industrial do setor dentário. Ano VII, nº 38, janeiro-fevereiro 12

Índice de anunciantes Avinent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 4

GT Medical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1

Bien-Air . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 9 e 6 6

Instituto Casan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 9

Bredent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 5

Laboratórios Inibsa . . . . . . . . . . . . 5 e 1 9 Ledosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 e 4 5

BTI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 0 e 3 1 Mis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2 e 6 3 Congresso Nacional Estudantes . . . . . 6 5 OMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3 Dürr Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Simesp. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1 Eckermann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 3

Sinusmax . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1

Expodental - Madrid 2012. . . . . . . . . . 2 9

Straumann . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 4 e 2 5

Fedesa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Universidade de Sevilha . . . . . . . . . . . . 4 3

Encartes: Proprietário: Cyan Editores, S.L. Editores: - Marisol Martín. marisol.martin@maxillaris.com - José Antonio Moyano. moyano@maxillaris.com Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com Subdiretor: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com Redação: Sandra Ramos. redaccion@maxillaris.com

• Clínica Aparicio

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outras publicações sem a autorização expressa e por escrito de CYAN EDITORES, S.L.

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Sumário

Janeiro-fevereiro 2012

Congresso d a O M D

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XX encontro anual da classe bate recorde de participantes.

Crónica d e janeiro 12

Jaime Guimarães é o novo diretor científico da MAXILLARIS Portugal.

13

Faculdade de Medicina Dentária do Porto assinala 22º aniversário.

Ponto d e vista

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Gil Alcoforado: “O futuro da saúde oral em Portugal e a prevenção”.

Falamos com... 20

Ricardo Filipe Mendes, presidente da Comissão Organizadora do I CNEMD, e Lino Vinhas, presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária: “Oradores convidados são garantia do sucesso deste congresso”.

26

María José Sánchez, diretora da Expodental 2012, Madrid: “Expodental tem espaço na agenda dos profissionais portugueses”.

Ciência e prática 32

Acácio Jorge: “Saúde oral e qualidade de vida em idosos”.

Cadernos formativos 50

Teresa Azevedo: “Tabaco como contra-indicação na cirurgia de implantes: verdade ou mito?”.

Fichas clínicas odontológicas 54

Javier García Fernández: “IGL: Técnica de Langer – obtenção de enxerto no paladar”.

Calendário d e cursos 64

Agenda de cursos para os profissionais.

Congressos e reuniões 68

Calendário de congressos, simpósios, reuniões, encontros e exposições industriais nacionais e estrangeiras.

Novidades d a indústria 72

Produtos e equipamentos.

Página empresarial 74

Notícias de empresas.

Cidades património d a humanidade 76

Paisagem cultural de Sintra: santuário do romantismo.

Breves 82

Oferta e pedidos de emprego, produtos e imóveis.

Comissão Científica PORTUGAL: Jaime Guimarães (diretor científico), Ana Cristina Mano Azul, Carlos Falcão, Gil Alcoforado, José Pedro Figueiredo, Manuel Neves, Ricardo Faria e Almeida, Susana Noronha. ESPANHA: Javier García Fernández (diretor científico) Armando Badet de Mena, Blas Noguerol Rodríguez, Emilio Serena Rincón, Germán Esparza Gómez, Héctor Tafalla Pastor, Jaime Jiménez García, Jaume Janer Suñé, Luis Calatrava Larragán, Manuel Cueto Suárez, Rafael Martín-Granizo López, Juan López Palafox, Ramón Palomero Rodríguez.

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Congresso da OMD Fórum Ibérico é projeto a longo prazo

XX encontro anual da classe bate recorde de participantes Cerca de 2.500 congressistas participaram no último congresso anual do setor dentário, que decorreu em Lisboa no passado mês de novembro. À margem das mais de 130 sessões científicas, protagonizadas por dezenas de especialistas nacionais e estrangeiros, o vigésimo encontro da Ordem dos Médicos Dentistas registou a maior Expo-Dentária de sempre, com um total de 115 expositores e mais de 5.500 visitantes. O Fórum Ibérico, que preencheu parte do último dia do congresso, saldou-se num novo êxito de participação. De resto, a terceira edição da jornada luso-espanhola está confirmada no programa de 2012.

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A Expo-Dentária de 2011 foi a “mais concorrida de sempre” (segundo a organização do certame), com 115 expositores distribuidos por quatro pavilhões.

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s médicos dentistas portugueses reuniram-se no Centro de Congressos de Lisboa, entre os dias 10 e 12 do passado mês de novembro, para celebrar a 20ª edição do principal encontro do setor que se realiza anualmente em Portugal. De acordo com os números divulgados pela organização do evento – a cargo da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) –, estiveram envolvidos nas sessões científicas um total de 2.474 congressistas, designadamente 1.443 médicos dentistas, 524 estudantes, 251 assistentes dentários e ainda 171 representantes de outras categorias do setor. Por outro lado, 5.541 pessoas visitaram a feira da indústria (Expo-Dentária), que se realizou em simultâneo, e outras duas centenas de profissionais asseguraram a organização do encontro. A recente presidência portuguesa da Federação Dentária Internacional, a cargo do bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, também deixou a sua marca no congresso, que contou com uma forte presença de personalidades do setor dentário internacional, como o secretário geral da FDI e o vice-presidente do Conselho Europeu de Dentistas, para além da participação de presidentes de organizações dentárias de países como o Irão, Estados Unidos, Angola e Brasil. Nesta edição, “assinalou-se o vigésimo aniversário do congresso e também a recente tomada de posse do nosso bastonário como presidente da FDI”, esclarece à MAXILLARIS Eunice Carrilho, presidente da Comissão Organizadora, para quem o novo cargo de Monteiro da Silva, à frente do principal organismo mundial do setor dentário, “é um facto muito importante para a nossa classe profissional”, que justifica, por si só, uma referência no congresso anual dos médicos dentistas, mas que “vai muito para além deste evento, já que tem a ver com toda a realidade da saúde oral mundial e nacional”. Eunice Carrilho considera que os objetivos do XX congresso da OMD “foram plenamente alcançados, a começar pela qualidade do programa científico, que foi reconhecida pelos


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Congresso da OMD

MAXILLARIS confirma o seu compromisso com o setor dentário ibérico

A segunda edição do Fórum Ibérico registou novo êxito de participação.

próprios congressistas”. A presidente da Comissão Organizadora recorda que as salas “estiveram completamente cheias” durante as conferências nacionais e estrangeiras que preencheram o programa científico. A responsabilidade social e ética no exercício da profissão “foi o tema em destaque” na reunião anual de 2011, que também incluiu um fórum de controvérsias “muito participado”, sublinha. Também a segunda edição do Fórum Ibérico, que preencheu parte da última jornada do congresso, registou novo êxito de participação. Trata-se de um espaço de discussão de casos clínicos complexos, sob uma perspetiva multidisciplinar, que envolve a participação de profissionais portugueses e espanhóis de grande mérito científico. A sessão contou com as intervenções de quatro representantes portugueses – Maria João Ponces, Marco Infante Câmara, Paulo Mascarenhas e Pedro Couto Vianna – e outros tantos em representação de sociedades científicas do país vizinho: Antonio Liñares (SEPA), Elena Sánchez Fernández (SECIB), Juan Carlos Pérez Varela (SEDO) e Dolores Rodríguez Andújar (SEPES). Ricardo Faria e Almeida, presidente da Comissão Científica do congresso (que mantém o cargo na edição de 2012), confirmou à MAXILLARIS que o Fórum Ibérico “voltará a figurar no programa do próximo encontro”, adiantando que esta iniciativa se enquadra num contexto mais vasto, que passa pelo “reforço da cooperação entre os médicos dentistas portugueses e algumas sociedades científicas espanholas”. De acordo com Ricardo Faria e Almeida, este é um projeto a médio e longo prazo, que pretende tirar partido da proximidade geográfica de Portugal e Espanha para “desenvolver uma relação entre países que sentem as mesmas dificuldades económicas e que partilham um quadro clínico de pacientes muito semelhante”. O objetivo é tentar conciliar as diferentes experiências dos dois países e “divulgar entre os profissionais de medicina dentária de um lado e de outro da fronteira o que cada país tem vindo a desenvolver neste domínio”.

A MAXILLARIS participou, pelo sexto ano consecutivo, no congresso anual da OMD. Além da sua habitual presença na Expo-Dentária, com stand próprio, esta publicação voltou a patrocinar o Fórum Ibérico, que contou com as intervenções de oito renomados especialistas portugueses e espanhóis. Recorde-se que a M AXILL ARIS é a única publicação do setor dentário que conta com dois títulos independentes para ambos os países, cada qual com o seu próprio conteúdo. Esta fidelidade para com os profissionais portugueses e espanhóis resultou na confirmação de que esta revista voltará a ser o patrocinador oficial da terceira edição do Fórum Ibérico, que terá lugar no Porto, ao abrigo do XXI Congresso da OMD, em novembro próximo. No âmbito da Expo-Dentária, a M AXILL ARIS distribuiu gratuitamente mais de 1.200 exemplares do último número da edição portuguesa. Os visitantes da feira tiveram ainda a oportunidade de beneficiar de uma promoção especial para a aquisição da nossa biblioteca multimédia, que consiste em três DVD de periodontia, implantologia e cirurgia oral.

Stand da MAXILLARIS na última edição do congresso da OMD.

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Congresso da OMD

A contar da esquerda, Ricardo Faria e Almeida, Artur Lima, Eunice Carrilho e Pedro Pires, membros da OMD a cargo da organização do congresso anual.

Tendo em consideração que o setor dentário espanhol se organiza através de sociedades científicas, a meta da OMD é “reforçar com estas organizações o intercâmbio de experiências e conseguir, a longo prazo, promover cada vez mais o nosso congresso em Espanha, de modo a ampliar a nossa área de ação”, refere o presidente da Comissão Científica. À margem do Fórum Ibérico, o programa científico contou com as intervenções de seis dezenas de conferencistas portugueses e 25 estrangeiros, incluindo reputados representantes da classe dentária internacional como Otto Zuhr, Lorenzo Vanini, Edson Araújo, Jan Lindhe, Jane Forrest e Michael Glick, entre outros, que deram voz a um total de 131 apresentações científicas. Em relação ao congresso de 2012, o programa científico e o leque de oradores internacionais já estão concluídos e confirmados. “Tal como vem acontecendo nos últimos anos, OS NÚMEROS DO CONGRESSO*

Total congressistas Médicos dentistas Estudantes Outras categorias Conferencistas Curso Assistentes Dentários Curso Med. Dentária Baseada na Evidência Apresentações científicas Total visitantes Expo-Dentária Empresas expositoras Stands ocupados Staff envolvido na organização Total final

2.474 1.443 524 140 85 251 31 131 5.541 115 354 204 5.745

*Dados fornecidos pela organização.

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estamos a falar de um conjunto de nomes com grande relevância a nível mundial”, revela Ricardo Faria e Almeida, sem esquecer, no entanto, que o congresso “também vive da participação dos colegas portugueses, o que nem sempre é devidamente destacado”.

Expo-Dentária em crescendo Um total de 115 expositores ocuparam os 354 stands da “mais concorrida Expo-Dentária de sempre”, de acordo com Pedro Pires, coordenador do certame. Entre as empresas que marcaram presença, contaram-se duas dezenas de expositores de Espanha e do Brasil, em resultado dos esforços desenvolvidos pela organização do congresso, nos últimos anos, no sentido de promover a feira em ambos os países. “A presença de mais empresas espanholas e brasileiras fez crescer a Expo-Dentária”, refere o mesmo representante da OMD, destacando o aumento de 15 por cento de área vendida relativamente à anterior edição realizada em Lisboa (2009). Em suma, o espaço total utilizado pela feira em 2011 foi de 7.800 m2, distribuidos (pela primeira vez) por quatro pavilhões. “Estamos completamente em contraciclo face à situação de crise do país, pelo que o crescimento da feira na atual conjuntura económica assume especial importância”, acrescenta Pedro Pires, que associa os bons resultados da ExpoDentária à capacidade de trabalho e experiência da equipa da OMD, que tem obtido, de resto, um eco positivo da parte da maioria dos expositores. “Temos atenção às críticas construtivas que nos fazem e vamos afinando a máquina. Tudo isto contribui para o nosso sucesso”. Alguns expositores manifestaram, porém, o seu desagrado face às condições do pavilhão 4 do Centro de Congressos de Lisboa, cuja localização – à margem dos restantes pavilhões da Expo-Dentária – não teve grande adesão do público.


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Congresso da OMD O coordenador da exposiçao recorda, a propósito, que três meses antes do congresso a organização já tinha totalmente vendidos os três pavilhões inicialmente previstos para a feira. Perante este cenário, as opções eram duas: “ou fechávamos os olhos às dezenas de expositores que tinham ficado de fora ou arranjávamos uma alternativa. Obviamente que essa alternativa não seria a melhor área do Centro de Congressos para efeitos de exposição. Foi uma solução de recursos e isso foi explicado aos expositores”. Pedro Pires alerta, desde já, para o facto das instalações do Europarque (Porto), onde vai ter lugar o seguinte congresso, “não terem por onde crescer”. Na edição de 2010, que ali decorreu, “houve expositores que ficaram fora do pavilhão, nos corredores, como solução alternativa”, lembra, constatando que se todas as empresas que participaram na recente edição de Lisboa estiverem no Porto “nem os corredores do Europarque chegarão para dar resposta”. A mensagem final não deixa margem para dúvidas: quem quiser marcar presença na próxima Expo-Dentária deve assegurar, com particular antecedência, a sua reserva de espaço.

Expetativas para 2012 A organização do XXI congresso da OMD, agendado para os dias 8 a 10 de novembro, é presidida pelo médico dentista Artur Lima. “É uma honra muito grande, e ao mesmo tempo um privilégio, assumir a presidência da Comissão Organizadora, pela confiança que foi depositada em mim quer pela Comissão Científica quer pelo Conselho Directivo e pelo próprio bastonário da OMD”, observa à MAXILLARIS o responsável pela organização do encontro deste ano, que conta com o “total apoio de todas as pessoas envolvidas nesta realização”. Artur Lima encara o desafio que tem pela frente como uma “enorme responsabilidade”, mas também com a confiança e motivação que lhe confere o experiente trabalho de equipa da OMD neste domínio. “Serei apenas o presidente de uma ‘orquestra’ que está afinada e funciona muito bem”. Artur Lima reconhece o sucesso alcançado no último congresso, “quer a nível de inscrições como de participação na feira da indústria”, mas prefere encarar a próxima edição com realismo. “Acho que 2012 vai ser um ano de crise e, naturalmente, os médicos dentistas vão senti-la porque os seus clientes também serão afetados”. Como tal, defende a necessidade da Comissão Organizadora a que preside ser “inovadora e pró-ativa” na procura de soluções para manter o nível do atual congresso, “oferecendo aos congressistas e aos expositores outras condições de adesão”. Artur Lima adianta como provável medida a introduzir no encontro anual da OMD “uma alternativa ao atual modelo de inscrição” – pacote que abrange os três dias do congresso –, que passa por “abrir a possibilidade de inscrição por jornada”. Esta solução representa uma poupança de custos e evitará que muitos profissionais do setor sejam obrigados a encerrar o consultório três dias seguidos. “Acho que temos de lançar essa hipótese e conseguir algum atrativo para trazer mais gente que, se calhar, de outra maneira prefere ficar à margem do congresso”, conclui.

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Orlando Monteiro da Silva na sessão de abertura:

Regulamentação da saúde “é tarefa inacabada” A sessão solene de abertura do congresso foi dominada pelos discursos do representante do Governo – no caso, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Leal da Costa – e do bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva. Leal da Costa aproveitou a ocasião para felicitar o bastonário pelo novo cargo de presidente da Federação Dentária Internacional, “facto que revela a crescente importância da OMD e o seu impacto internacional”. O governante anunciou, por outro lado, que, apesar dos Orlando Monteiro da Silva cortes orçamentais previstos para durante o discurso na sessão de abertura. 2012, o Ministério da Saúde “irá manter as verbas do programa nacional de Saúde Oral”, incluindo as que se destinam ao cheque-dentista, “em sinal de reconhecimento do vosso trabalho”, assinalou. Fez votos no sentido do reforço da cooperação entre o Governo e os profissionais de medicina dentária, apelando a uma “atenção especial” da classe no combate ao cancro oral. Monteiro da Silva destacou, por seu lado, o contributo da OMD, nos últimos 20 anos, para a “construção do edifício regulatório da saúde no nosso país, ao nível europeu e mundial”. Sublinhou, no entanto, que se trata de uma “tarefa inacabada e que é fundamental continuar a acompanhar de perto”, designadamente na revisão da formação básica do dentista europeu, na legislação europeia sobre branqueamento dentário, na restrição da utilização do amálgama dentário, nas normas de proteção ambiental e tratamento de resíduos da profissão, na formação contínua dos médicos dentistas, na emissão de guidelines de qualidade no exercício clínico e profissional, na regulamentação das especialidades, na ética e deontologia, e no combate ao exercício ilegal. O representante máximo da classe colocou ênfase na estratégia de implementação da Tabela de Nomenclatura que a OMD tem em mãos, cujo objetivo é assegurar que “todos, médicos dentistas, doentes, sistema de saúde, subsistemas, convenções, seguradoras, planos de saúde, outras entidades reguladoras, utilizam a mesma linguagem a este respeito”. Numa alusão à falta de transparência e de informação que impera neste capítulo, fruto de algumas convenções, planos e seguros de saúde e afins “sem qualquer tipo de escrúpulos”, o bastonário fez um apelo para que o “direito sagrado do doente em conhecer todas as opções de tratamento por parte do seu médico dentista, não seja colocado em causa por lógicas redutoras, supostamente simplificadoras, que mais não pretendem que visar lucro com total ganância, confundir o doente e limitá-lo neste seu direito”. A OMD levará a cabo até ao final de 2012 uma campanha pública informativa dos direitos e deveres decorrentes da adoção obrigatória da nomenclatura da classe.


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Crónica de janeiro Jaime Guimarães é o novo diretor científico da MAXILLARIS Portugal

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Jaime Guimarães reforça colaboração com a MAXILLARIS.

convite da direção da MAXILLARIS, o médico dentista Jaime Guimarães assume, a partir de agora, o cargo de diretor científico desta revista. Membro da Comissão Científica desta publicação desde o seu lançamento, em novembro de 2005, Jaime Guimarães reforça, assim, a sua colaboração ativa com a MAXILLARIS, não apenas como responsável pelo conteúdo científico como também na qualidade de autor da nova secção científica “Tópicos de Cirurgia Oral”, que se publicará a partir do próximo número desta revista. Licenciado em Medicina Dentária pelo ISCSN (1993), Jaime Guimarães concluiu, no mesmo instituto superior, a pós-graduação em Implantologia e Reabilitação Oral (1995) e frequentou o curso de Especialização em Cirurgia Oral na Universidade de Santiago de Compostela (2000), onde exerceu posteriomente a função de docente convidado. No seu currículo também figuram o título de Fellow of the European Board of Oral Surgery (2002) e o lugar de coordenador da Comissão Científica da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Oral. Atualmente, é diretor clínico da Malo Clinic do Porto, cargo que acumula com a direção do Departamento de Cirurgia da mesma clínica.

José Pedro Figueiredo assume direção clínica do CHUC

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osé Pedro Figueiredo, médico estomatologista e presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), tomou posse como membro do Conselho de Administração e diretor clínico do novo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). O CHUC resulta da fusão dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar de Coimbra e Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra. A cerimónia de tomada de posse, realizada no passado dia 20 de dezembro, contou com a presença do ministro da Saúde, Paulo Macedo, e do bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva. A MAXILLARIS deseja a José Pedro Figueiredo – que é membro da Comissão Científica desta revista – os maiores votos de sucesso nas suas novas funções.

SPEMD (re)elege órgãos sociais

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Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) elegeu, recentemente, os seus órgãos sociais para o biénio 2012/2013. A lista eleita é liderada por Jaime Portugal, que renova assim o seu mandato como presidente da SPEMD, e conta com António Ginjeira, Francisco Gil e Pedro Mesquita como vice-presidentes. A equipa de vogais da renovada direção é composta por Ana Cristina Mano Azul, André Correia, Bruno Seabra, Pedro Pestana e Sampaio Fernandes. Para a Assembleia Geral da SPEMD foram eleitos José Pedro Figueiredo (presidente), Luís Lopes Pires e Jorge Ferreira da Costa (secretários), ao passo que o Conselho Fiscal passa a ser constituído por Américo Afonso (presidente), Mário Bernardo (vice-presidente) e Germano Rocha (vogal). Os resultados da eleição determinam ainda que os três conselhos regionais da SPEMD passam a ser presididos Jaime Portugal renova mandato por Pedro Mesquita (norte), Francisco Gil (centro) e António Ginjeira (sul). na presidência da SPEMD.

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José Pedro Figueiredo tomou posse em dezembro.

Retificação Na anterior edição da MAXILLARIS, por lapso, Miguel de Araújo Nobre – um dos autores do artigo de ciência e prática intitulado “Reabilitação da mandíbula edêntula por intermédio de quatro implantes em função imediata com tecnologia 3D” – foi identificado como medico dentista, quando afinal exerce a profissão de higienista oral I RHD e o cargo de diretor do Departamento de Investigação e Desenvolvimento da Malo Clinic. Pelo facto, pedimos desculpas ao visado e a todos os nossos leitores.


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Crónica de janeiro Faculdade de Medicina Dentária do Porto assinala 22º aniversário Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) assinalou, no passado dia 6, o seu 22.º aniversário com uma jornada que contou com a presença do bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas e atual presidente da Federação Dentária Internacional, Orlando Monteiro da Silva, e do diretor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, António Fernando Sousa da Silva, ambos como oradores convidados. Durante a sessão solene, que decorreu no Auditório da FMDUP, Monteiro da Silva falou sobre "A medicina dentária portuguesa no enquadramento internacional", ao passo que a intervenção de Sousa da Silva teve como tema "Desafios de hoje, a pedagogia atual e a investigação científica". A sessão contou ainda com alocuções do diretor da Faculdade de Medicina Dentária, Afonso Pinhão Ferreira, e do reitor da Universidade do Porto, Marques dos Santos. Na mesFMDUP comemora 22 anos ma ocasião, foram atribuidos diplomas de mérito aos novos doutores e mestres, e foi distinde história enquanto herdeira guido o Melhor Estudante do Mestrado Integrado em Medicina Dentária do ano letivo de da Escola Superior de Medicina Dentária do Porto. 2010/2011. A parte lúdica do programa foi preenchida com as atuações das tunas feminina e masculina daquela faculdade. A FMDUP comemora 22 anos de história enquanto herdeira da Escola Superior de Medicina Dentária do Porto (ESMDP). Após a incorporação da ESMDP na Universidade do Porto, a qual ditou novas regras, a instituição passou a albergar cada vez mais estudantes e a adequar o ratio docente/discente ao praticado nas outras instituições públicas. “Foram inúmeros os desafios ao longo de todo este tempo”, sublinhou o diretor da FMDUP, destacando “a influência e o empenho que o falecido Professor Doutor Fernando Peres colocou na construção do edifício” que albergaria a FMDUP, em 1997, bem como a “motivação que conferiu à causa da academia, sobrevalorizando a promoção curricular e a abertura que oportunamente concedeu ao ensino pós-graduado, consentindo que a FMDUP fosse, a esse nível, pioneira em Portugal”.

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Mundo a Sorrir promove iniciativas contra o cancro oral

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autocarro Saúde Oral Sobre Rodas foi o cenário de uma campanha de sensibilização de saúde oral, realizada no passado dia 17 dezembro pela associação Mundo a Sorrir, no âmbito da iniciativa “Liga-te ao Porto – sê solidário”, organizada pela Câmara Municipal através da Fundação Porto Social, que envolve várias instituições da cidade do Porto. A campanha da Mundo a Sorrir, que incluiu rastreios e oferta

O autocarro Saúde Oral Sobre Rodas foi o cenário de uma das campanhas.

de escovas dentárias, visou consciencializar a população para a importância da saúde oral e também para as patologias associadas à mesma, como é o caso do cancro oral. A Mundo a Sorrir realizou, entretanto, ao abrigo do projeto “Cancro Oral – refletir e saber agir!”, cerca de 40 ações de prevenção e sensibilização. Iniciado em outubro de 2010, este projeto foi co-financiado pelo Alto-Comissariado da Saúde e desenvolvido em parceria com a Universidade Fernando Pessoa e o Instituto Português de Oncologia do Porto. Teve a duração de 12 meses e englobou mais de 1.200 rastreios no distrito do Porto. A Mundo a Sorrir é uma organização sem fins lucrativos que atua no campo da Saúde Oral. O objetivo é promover o bem-estar nas comunidades mais desfavorecidas e, simultaneamente, fazer chegar informação e cuidados básicos a populações e famílias excluídas ou marginalizadas para que a Saúde Oral passe a ser um direito universal e acessível a todos. Esta ONG, que começou com 12 voluntários e hoje integra cerca de 500, já realizou mais de 25 mil rastreios e 7 mil consultas através de projetos nacionais e internacionais, nomeadamente na GuinéBissau e em Cabo Verde.

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Crónica de janeiro Dentistas podem identificar indivíduos com diabetes não diagnosticada

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s visitas ao consultório dentário representam uma oportunidade para identificar os indivíduos com diabetes ou pré-diabetes que não são conscientes da sua condição, segundo adianta um estudo sobre a identificação desta doença em pacientes não diagnosticados, no contexto da medicina dentária, elaborado por membros do College of Dental Medicine da Universidade de Columbia (Estados Unidos) e publicado na revista Journal of Dental Research. Inicialmente, o estudo pretendia desenvolver e avaliar um protocolo de identificação dos altos níveis de açucar no sangue em pacientes com problemas dentários. “A doença periodontal é uma complicação precoce da diabetes, e cerca de 70 por cento dos adultos dos Estados Unidos visita o dentista pelo menos uma vez por ano”, esclarece Ira Lamster, decano do College of Dental Medicine e autor principal do artigo. Para este estudo, os investigadores contaram com dados de cerca de 600 pessoas. Participou a população branca (não hispânica) de mais de 40 anos, bem como outros grupos não caucasianos de mais de 30 anos. A todos os pacientes nunca tinha sido diagnosticada diabetes ou pré-diabetes. Aproximadamente 530 pacientes com pelo menos um factor adicional de risco de contrair a doença (história familiar de diabetes, colesterol alto, hipertensão ou sobrepeso/obesidade) foram submetidos a um exame periodontal e prova de hemoglobina glucosilada (teste de hemoglobina A1c). Para que os investigadores pudessem avaliar e comparar o rendimento de vários pro-

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tocolos potenciais para a identificação, os pacientes fizeram uma prova de glucose em plasma em jejum, que indica se uma pessoa padece de diabetes ou pré-diabetes. Os investigadores descobriram que, numa população em situação de risco, um algoritmo simples composto por apenas dois parâmetros dentários (número de dentes perdidos e percentagem de bolsas periodontais profundas) é eficaz na identificação dos pacientes com diabetes ou pré-diabetes não diagnosticada. A incorporação do teste A1c no ponto de atenção revelou-se de grande relevância, além de melhorar o funcionamento deste algoritmo. “O reconhecimento precoce da diabetes tem sido o objetivo dos esforços dos médicos e da saúde pública, desde há vários anos, já que o tratamento atempado das pessoas afetadas por esta doença pode limitar a progressão de muitas complicações graves”, refere Evanthia Lalla, professor associado do College of Dental Medicine. “Uma simples mudança do estilo de vida em pré-diabéticos pode prevenir a progressão da doença ao estatuto de diabetes, pelo que a identificação deste grupo de pessoas também é importante”, conclui o docente da Universidade de Columbia.

Cientistas mexicanos empregam própolis no combate à cárie

m grupo de cientistas mexicanos está a utilizar o própolis das abelhas para combater a cárie e a investigar se esta substância resinosa também servirá para controlar a hipertensão, segundo revela a Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM). O própolis é um composto de cera elaborado pelas abelhas para tapar fissuras nas suas colmeias, baseado em compostos aromáticos, ceras, flavonóides, terpenos, álcool e pólen. A estrutura química desta substância varia em função da época do ano, floração e região onde os insetos fazem as suas coletas. José Fausto Rivero Cruz, da faculdade de Química da referida universidade mexicana, e os veterinários Ángel López Ramírez e Adriana Correa Benítez são os responsáveis pela investigação. Os cientistas já comprovaram os efeitos do própolis sobre os microrganismos que provocam a cárie – Porphyromonas gingivalis y Streptococcus mutans – e conseguiram isolar alguns compostos que servem para combater esta doença do foro dentário. Parte desses compostos atuam sobre as enzimas glicosiltransferasas do Streptococcus mutans, responsáveis pelo incremento da produção da capa dento-bacteriana, ao passo que outros inibiram o crescimento das bactérias em diferentes concentrações.

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O futuro da saúde oral em Portugal e a prevenção

Médico dentista. Professor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.

uem ler este título partiria do princípio que a saúde oral ção Mundo-a-Sorrir. Esse fórum, idealizado pelo nosso colega dos portugueses estaria de mãos dadas com a prevenção. Miguel Pavão, transformou-se numa lufada de ar fresco onde Infelizmente esse princípio tão lógico e tão básico não parece problemas sérios foram discutidos de uma forma livre mas gravado na mente de muitos dirigentes neste país com res- também profunda. Tinha como título sugestivo: “Pensar hoje ponsabilidades e possibilidades de mudar o rumo dos acon- para atuar amanhã”. Teve duas partes distintas. A primeira tecimentos. Talvez a razão, ou pelo menos uma delas, reside parte, superiormente moderada pelo nosso colega Manuel nas próprias Faculdades do nosso país, e contra mim falo. Tal- Fontes de Carvalho, teve a participação de uma representanvez nós, docentes das Faculdades, não estejemos a dar a ênfa- te da Direcção Geral da Saúde, Dra. Margarida Jordão, e de se necessária à prevenção. Somos mais facilmente seduzidos três deputados da Assembleia da República, vindos de três pelos tratamentos que a cada dia que passa são mais com- partidos diferentes, Bloco de Esquerda, PS e PSD, respetivaplexos e também mais aliciantes, esquecendo-nos do básico mente, Dr. João Semedo, Dr. Manuel Pizarro e Dr. Nuno Reis. A sessão abriu com uma ótima e esclarecedora apresentaque tanta importância tem para que esses tratamentos superlativos possam ter sucesso tanto no imediato como no longo ção da Dra. Margarida Jordão em que começou por nos prazo. Passo a dar um exemplo de algo que me marcou para esclarecer sobre o “Programa Nacional de Promoção da Saúde sempre: há já muitos anos, num congresso da SPEMD no Oral” (PNPSO), na sua vertente de prevenção e promoção da Estoril, o professor Richard Elderton afirmou que uma cárie Saúde, assim como na de intervenção especializada. Depois nunca deveria ser tratada sem que antes, após a devida ins- seguiu na explicação do modo como tem sido utilizado o chetrução de higiene oral, o doente não nos provasse que seria que-dentista. Como poderemos ver na t a b e l a 1 que nos foi gentilmencapaz de manter a zona cariada completamente livre de placa. Só nessas condições, estaríamos a encarar a cariologia te cedida pela autora, a taxa de utilização dos cheques dentiscomo infecção que de facto é, e só assim conseguiríamos ta é muito razoável, nunca descendo em nenhuma das popumanter a nossa restauração livre de uma recidiva. A mesma lações alvo abaixo dos 70%. Mais interessante foi a explicação abordagem pode ser utilizada para o tratamento das doenças que deu (ver t a b e l a 2) sobre a distribuição dos tratamentos periodontais. Quer estejamos a utilizar uma abordagem cirúr- executados a cada uma das diferentes populações alvo. gica ou não cirúrgica, o tratamento tem sempre que ser preSe pensarmos em termos de prevenção, é gratificante cedido por uma informação do doente, instrução de higiene observarmos que muitos dos cheques-dentista foram utilizaoral e acompanhamento no tempo para nos certificarmos que dos na profilaxia das doenças orais (instrução de higiene oral, a aprendizagem foi interiorizada. Só destartarizações e selantes de fissuentão, deveremos prosseguir com o ras). Por outro lado, é gritante verifitratamento mais profundo. Muitos carmos o número de extrações exeO que eu considero já me ouviram dizer que uma cirurcutadas em crianças (quase 25.000). um crime é ainda gia periodontal executada num Eu considero que isto seja um crime doente que não tem um bom cone que todos nós somos culpados. É existirem crianças que trolo de placa bacteriana, será a forclaro que não duvido que as extranecessitem de exodôncias. ma iatrogénica mais eficaz de ajudar ções executadas não fossem necesTudo isto prova que as bactérias a chegar ao apex mais sárias. Não ponho isso em dúvida. depressa. O que eu considero um crime é, em faltam cuidados de saúde Tive a honra e o prazer em parti2011, ainda existirem crianças que primária que possam cipar, em conjunto com mais 70 conecessitem de exodôncias. Tudo isto permitir erradicar legas, numa manhã ensolarada na só prova que faltam cuidados de cidade do Porto, no 1º Fórum de saúde primária que possam permitir tal necessidade Saúde Oral, organizado pela associaerradicar tal necessidade.

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Ponto de vista PROJETO Mulheres grávidas Pessoas idosas Crianças e jovens Portadores de HIV/Sida TOTAL

Utentes SNS

Cheques dentista emitidos

123.612 21.160 853.319 231 998.322

238.640 34.340 1.207.837 483 1.481.300

Cheques dentista utilizados 188.020 28.834 848.500 368 1.065.354

Taxa utilização 82% 84% 70% 76% 72%

Tabela 1.

Nº DE TRATAMENTOS/PROJETOS

Mulheres grávidas

Pessoas idosas

95.500

17.590

397.169

510.407

64.907

9.973

175.438

250.419

9.272

152

1.987.542

1.996.971

251.396

20.330

480.129

752.140

Extrações

42.071

27.202

24.771

94.403

Todos os outros

50.730

7.714

1.667.833

226.354

513.640

82.961

3.232.882

3.830.694

Informação sobre Higiene Oral Destartarizações Selantes de fissuras Restaurações definitivas

TOTAL

Crianças escolarizadas

Total

Tabela 2.

Vivi na Noruega entre 1981 e 83. Nessa altura, esse país não se considerava rico e não podia desperdiçar verbas preciosas. Como exemplo, decidiu que não era suficientemente rico para pagar despesas de saúde dos acidentados de viação durante o inverno devido aos despistes de veículos provocados pelo gelo. Passou a ser obrigatório a utilização de pneus de pregos durante os meses com mau tempo. Em maio, os veículos mudavam para pneus de verão e as estradas eram reparadas. Algo caro mas muito mais barato que tratar os acidentados, caso essa medida não tivesse sido tomada. Com a saúde oral fizeram algo de similar. Como acharam que seria muito caro tratar cáries dos dentes dos seus jovens, instituiram um protocolo de prevenção nas escolas em que todas as crianças recebiam instruções e controlo de higiene oral, assim como de higiene alimentar, de um modo sistemático. Paralelamente, o clínico procedia à aplicação de um verniz de flúor a todas as crianças numa base semestral. Assim, com a escovagem e a fluoretação sistemáticas para além da redução dos açúcares nas escolas, a Noruega conseguiu praticamente erradicar a cárie dentária nos escalões dos jovens até aos 16 anos, altura em que os adolescentes saíam desse controlo obrigatório. Foi a forma mais eficaz e menos dispendiosa que os políticos utilizaram para controlar o problema de saúde oral das

crianças norueguesas, poupando verbas avultadas. Os resultados deste tipo de ação estão mais do que comprovados, não necessitando de qualquer outra comprovação científica. Não precisaremos de inventar nada, apenas implementar o conhecimento no terreno. Para isso, será necessário vontade política, vontade essa que não poderá preocupar-se com resultados a quatro anos (até às próximas eleições...), já que este tipo de medidas nunca aparecem a tão curto prazo. O fórum continuou com a intervenção dos três deputados da nação presentes, individualidades que muito se têm preocupado com os problemas da Saúde Oral. O Dr. João Semedo falou na necessidade de integração dos médicos dentistas no SNS, integração essa fortemente apoiada pelo BE. Abordou ainda a continua falta de verbas alocadas à saude oral pelo OGE. Defendeu o alargamento do cheque dentista a outras populações alvo. O Dr. Manuel Pizaro enalteceu e louvou o tema escolhido: “Saúde oral na dependência de políticas continuadas" e disse que uma política no domínio da saúde deve durar décadas. Deixou um recado ao Governo, esperando que este venha a ter coragem, não só para manter, mas também para ampliar o projeto cheque-dentista, investindo ainda mais na Saúde Oral.

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Ponto de vista O Dr. Nuno Reis, nosso colega, falou na lógica de conti- (SPESE) falou-nos do trabalho executado pela sua sociedade a nuidade. Concordou com o painel do fórum que uma gran- nível do desenvolvimento de uma nutrição mais saudável nas de falha das alterações governativas reside na falha de linhas escolas, dos vários prémios obtidos recentemente pela SPESE de continuidade e consequente perdas de investimentos assim como o desenvolvimento de vertentes de prevenção a nível da saúde oral. anteriores. Como moderador, pude apresentar com um pouco mais de Seguiu-se uma discussão viva com a plateia e todos os presentes a dar por bem empregue a primeira parte da manhã detalhe, o projecto que a MAS tem vindo a realizar com a em que se privaram do sol magnífico que se fazia sentir no Câmara de Cascais para a introdução da escovagem com pasta fluoretada na sala de aula após o almoço, escovagem exterior. A segunda parte da manhã foi consagrada ao relaciona- essa superviosionada pelo professor respetivo. O projeto pilomento das várias especialidades que lidam, de um modo dire- to realizado na EB1 da Parede demonstrou uma redução de to ou indireto, com a Saúde Oral e que tinha como título: placa bacteriana nas cavidades orais das crianças da escola da “Como criar sinergias nos diferentes promotores de saúde ordem dos 63% ao fim de um ano letivo de efetividade. Perante tais resultados, o pelouro da Saúde da Câmara de oral”. Esta segunda parte iniciou-se da melhor forma com a inter- Cascais encarregou o MAS de iniciar projetos semelhantes em venção do nosso colega José Frias Bulhosa. Trouxe-nos a pers- mais onze novas escolas do Concelho. Estes onze novos propetiva da OMD, não só na continuidade e eventual alarga- jetos iniciaram-se em outubro passado e estão neste momenmento do cheque-dentista mas também não descurando a to a decorrer sem qualquer problema. Devo realçar não só a área da prevenção, o que seria de esperar devido à sua ótima excelente visão e colaboração dos Responsáveis da Saúde da preparação nesta área. As suas palavras deram-nos um certo Câmara de Cascais como também as dos professores de todas alento já que na primeira parte da manhã pouco ou nada se estas escolas envolvidas, já que têm que readaptar as suas rotinas para incluirem tal projeto no seu dia-a-dia. Este projeto é tinha falado de prevenção. A Dra. Maria Manuela Pinheiro, representante do Colégio a expressão viva que boas vontades podem ultrapassar qualde Estomatologia da Ordem dos Médicos, após ter feito uma quer obtáculo. Desde que esta ideia foi gerada numa sala de introdução sobre a saúde oral e o bem-estar do indivíduo, conferências em Maastricht, apenas encontramos pessoas explicou-nos como os serviços de Estomatologia conseguem prontas a ajudar. A sua implementação foi extraordinariamencriar sinergias com as diferentes consultas no meio hospitalar. te rápida e prova-se que é facilmente reproduzível. Outros proO representante da Ordem dos Enfermeiros fez uma apre- jetos deste tipo têm sido implementados por esse país fora, sentação muito interessante em que falou de como é difícil geralmente patrocinados por pessoas com boa vontade. Temos que demonstrar aos responsáveis políticos que este implementar um espírito de team work. No entanto, quando esse espírito é conseguido os resultados que daí advêm são, tipo de abordagem é barato e decididamente o mais eficaz pana maior parte das vezes, excelentes. Falou de planeamento ra reduzir a incidência da cárie e das doenças periodontais na em saúde, de marcadores e de uniformização. Citou Leger e população jovem portuguesa. Para quem possa argumentar Nutbean (2000) que disseram: “um euro gasto na promoção que a prevenção poderá fazer diminuir a oferta de trabalho, da saúde, representa um ganho de 14 euros em serviços de poderei dizer que apenas vai diversificar e aumentar o nível dos tratamentos executados nos pacientes, não os mutilando. Por saúde amanhã”, algo que nos deve fazer refletir. outras palavras, a prevenção proporA Associação Portuguesa de Hiciona aos programas, como o chegiene Oral foi representada pela que-dentista, outros projetos afins e Dra. Maria Alexandra Martins que aos clínicos, em geral, a oportunidanos falou do papel importantíssimo Para quem possa de de execução de tratamentos mais que os higienistas orais têm tido a argumentar que diferenciados; se forem feitas menos nível dos centros de saúde assim a prevenção poderá extrações, serão feitas menos PPR e como nas escolas às quais têm mais prótese fixa, serão feitas mais acesso. Finalizou afirmando que a fazer diminuir a oferta facetas e menos coroas, serão exeexperiência da “Mundo a Sorrir” é de trabalho, poderei dizer cutadas mais obturações conservaum bom exemplo de práticas de que apenas vai diversificar doras, mais sessões de profilaxia, etc. cooperação, entendimento e emA prevenção não elimina trabalho preendedorismo que são fundae aumentar o nível mas permite o aumento da diferenmentais na nossa procura de medos tratamentos ciação dos tratamentos que passam lhores soluções de futuro. executados nos pacientes, a ser necessários. A prevenção traz A Mestre Ana Paula Alves, reprevalorização e responsabilização pelo sentando a Sociedade Portuguesa não os mutilando paciente da sua saúde oral. para o Estudo da Saúde Escolar

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Falamos com... Ricardo Filipe Mendes,

presidente da Comissão Organizadora do I CNEMD

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Lino Vinhas, presidente da PADS

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Oradores convidados são garantia absoluta do sucesso deste congresso

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Falamos com... A Associação Portuguesa de Estudantes de Medicina Dentária (PADS) vai realizar nos próximos dias 24 e 25 de fevereiro, no Fórum da Maia, o seu primeiro congresso nacional (CNEMD), que conta com o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas como presidente da Comissão Científica. No final do inédito encontro (que tem o patrocínio da MAXILLARIS), os estudantes esperam que os congressistas “saiam com a convicção de que assistiram a um programa científico de excelência”. Lino Vinhas e Ricardo Filipe Mendes, presidentes da PADS e da Comissão Organizadora do evento, respetivamente, revelam os pormenores do I CNEMD, que pretende, entre outros objetivos, dar a conhecer a recente organização estudantil a toda comunidade da área da Medicina Dentária. M Que objetivos estiveram na origem da Associação Portuguesa de Estudantes de Medicina Dentária (PADS)? L i n o V i n h a s . A necessidade da criação de uma associação nacional tem vindo a ser abordada desde sempre, até porque em tempos foi criado algo semelhante, mas que não vingou. Isto porque estamos a falar de sete dirigentes, com visões diferentes do associativismo em Medicina Dentária, cujas faculdades se situam em pontos distintos do país, e cada uma delas com eleições anuais para a respetiva associação de estudantes. Ora, isto dá-nos, à partida, uma probabilidade de insucesso muito elevada. Depois de uma ronda negocial inaugural, iniciámos a criação da estrutura dos órgãos sociais a pensar, quer na estabilidade financeira a curto, médio e longo prazo, quer em assegurar a continuidade à medida que as eleições vão surgindo e novos dirigentes se juntam à associação. Com isto queremos demonstrar que, apesar das divergências que existem e irão sempre existir na personalidade dos sete dirigentes, os benefícios da estrutura nacional valem a pena. É altura de nos sentarmos todos à mesa, traçar as metas, os valores e os objetivos da associação, começando pela resolução de um problema transversal a todos nós: a saturação do mercado de trabalho. M O primeiro congresso nacional da PADS realiza-se no próximo mês de fevereiro. Quais são as principais expetativas da organização relativamente a este evento? L i n o V i n h a s . O Congresso Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (CNEMD 2012) é a primeira atividade

cem por cento científica da PADS. Obviamente que estamos expetantes sobre a adesão, quer dos estudantes de Medicina Dentária, quer dos médicos dentistas. Contudo, dada a qualidade do painel de oradores e dos membros representados na Comissão Científica, acreditamos na lotação do espaço, isto é, no preenchimento da totalidade dos 758 lugares do Fórum da Maia.

M Que especialidades e temas do setor dentário vão dominar o programa científico? L i n o V i n h a s . Tratando-se do nosso primeiro evento totalmente científico, optamos por oferecer formação científica transversal a todas as áreas da Medicina Dentária, apostando maioritariamente em palestras que incluem a discussão de casos clínicos. Nos próximos eventos, e depois de analisar a adesão dos participantes a cada especialidade, iremos certamente centralizar as palestras em determinadas áreas, não descurando as restantes, uma vez que queremos integrar o maior número de participantes possível. Apenas atingiremos esse objetivo oferecendo formação científica que envolva todas as áreas, mantendo a ideia, referida anteriormente, de dar mais ênfase a determinadas áreas. A cirurgia em direto é um objetivo que gostaria de ver atingido neste primeiro congresso, mas não será possível devido a condicionantes de espaço. No próximo ano, o local será escolhido de forma a completar esse objetivo. M Que conferencistas já confirmaram a sua presença? R i c a r d o F i l i p e M e n d e s . São vários os conferencistas de renome que figuram no programa científico, nomes como os do Professor Doutor Ricardo Faria e Almeida, doutores Manuel Neves, Pedro Couto Viana e Pedro Cruz, Professor Doutor Korrodi Ritto, Professora Doutora Eunice Carrilho, entre muitos outros, já confirmaram a sua presença neste congresso. Gostaria ainda de salientar a Comissão Científica, a qual é presidida pelo bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas e presidente da FDI, doutor Orlando Monteiro da Silva. No meu entendimento, este congresso assenta em três pilares que tornam o seu sucesso como algo inevitável: uma Comissão Organizadora constituída por alunos com provas já dadas nas faculdades onde estudam e com muita vontade de fazer mais e melhor pela Medicina Dentária em Portugal; uma Comissão Científica constituída por elementos cujo valor é reconhecido por todas as pessoas da área das ciências médicas; e por oradores que se evidenciam no âmbito da Medicina Dentária pelo seu elevado conhecimento científico. M À margem do programa científico, que outras iniciativas estão previstas no âmbito do congresso? R i c a r d o F i l i p e M e n d e s . São várias as iniciativas que estão previstas no âmbito do congresso, designadamente um conjunto de workshops e cursos hands-on, que se iniciaram em dezembro passado e que se irão prolongar até ao congresso.

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Ricardo Filipe Mendes Os alunos de Medicina Dentária querem fazer mais e melhor pelo setor em Portugal, através deste congresso e de todas as atividades científicas promovidas por esta associação

Para além destes eventos, vamos realizar um jantar de gala com os membros da Comissão Científica, Comissão de Honra e demais convidados da PADS, bem como a festa oficial do primeiro Congresso de Estudantes de Medicina Dentária, cujo local irá ser brevemente anunciado.

M Que comentário lhe merece a colaboração da PADS com a MAXILLARIS com vista a premiar o melhor poster ou comunicação científica do congresso? R i c a r d o F i l i p e M e n d e s . Esta parceria é, a meu ver, muito importante para todos os alunos do curso de Medicina Dentária, pois é cada vez maior a importância dada, por parte da comunidade científica, à publicitação do estudo e da investigação efetuada por parte dos alunos. Estando a PADS e a MAXILLARIS atentas a esta realidade, estabeleceram esta parceria para premiar o trabalho do aluno, que pelo seu mérito, seja merecedor desta distinção. Gostaria ainda de frisar que esta não é, nem será, a única situação em que iremos promover a publicação de pósteres ou de comunicações científicas por parte dos alunos de Medicina Dentária, que representamos, uma vez que nos encontramos neste momento a trabalhar para a criação de parcerias para que seja possível aos alunos publicarem cada vez mais.

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Para todos os alunos que demonstrem o seu interesse, aconselho a consulta periódica do nosso site, pois iremos publicar todas as novidades referentes a este tema, bem como todas as atividades promovidas pela PADS.

M Que mensagem fundamental espera ter conseguido transmitir a vossa organização estudantil aos participantes no final deste primeiro encontro? R i c a r d o F i l i p e M e n d e s . Esperamos que os congressistas saiam com a convicção de que assistiram a um programa científico de excelência. Os conhecimentos transmitidos pelos conferencistas convidados, dada a sua relevância profissional e científica, são garantia absoluta do sucesso deste congresso. Por outro lado, é nosso objetivo dar conhecimento da Associação Portuguesa de Estudantes de Medicina Dentária a todos os alunos, bem como a toda comunidade científica da área da Medicina Dentária. Esperamos ainda demonstrar a todas as pessoas da área das ciências médico-dentárias que os alunos de Medicina Dentária sabem e querem fazer mais e melhor pelo setor em Portugal, quer através deste congresso, quer através de todas as atividades científicas promovidas por esta associação, da qual me orgulho de fazer parte.


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Falamos com... M Como representante dos estudantes de Medicina Dentária, que apreciação faz do atual panorama laboral dos recém-licenciados e que medidas defende para contornar a situação? L i n o V i n h a s . O problema de saturação do mercado de trabalho é focado por muitos como uma realidade que urge uma resposta. Tanto a nível pessoal como profissional, costumo iniciar a resolução de problemas pela identificação clara e precisa dos mesmos. Nesse sentido, e depois de reunir em Assembleia Geral, ficou decidida a criação de um fórum para discussão desta temática, convidando as principais figuras intervenientes da área da Medicina Dentária. Só depois de dissecarmos esta realidade poderemos traçar o caminho a percorrer. Sabemos já, à partida, que não estará prevista, ao abrigo do atual cenário de crise financeira global, a criação de novos postos de trabalhos nesta área, pelo que a solução mais óbvia passará pela redução do ingresso de alunos no mestrado integrado em Medicina Dentária. Mas será essa a opção correta? Já teremos um rácio médico dentista/paciente ideal? Haverá mesmo uma saturação do mercado por médicos dentistas ou a atual crise estará na base desta especulação?

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Estas e outras perguntas terão de ser respondidas antes de se partir para a resolução do problema.

M Que tipo de colaboração tem vindo a ser desenvolvida entre a vossa associação e outras entidades do sector da Medicina Dentária? L i n o V i n h a s . O final de 2011 foi rico em contactos com outras organizações da área. A nível nacional, é de destacar o estreitar de laços com a Ordem dos Médicos Dentistas através do doutor Orlando Monteiro da Silva, na qualidade de bastonário. A nível internacional, estamos a ultimar a filiação em algumas associações internacionais, nomeadamente a IADS (International Association Dental Students). Estas parcerias irão, muito em breve, criar inúmeras oportunidades para todos os alunos de Medicina Dentária em Portugal, desde estágios internacionais, programas de voluntariado internacional, participação e apresentação de trabalhos em congressos internacionais, levando assim o bom nome dos estudantes de Medicina Dentária de Portugal além fronteiras. Certamente que muitas outras irão surgir e estamos, obviamente, abertos a novas parcerias que tragam vantagens para ambas as partes.

Lino Vinhas Optamos por oferecer formação científica transversal a todas as áreas da Medicina Dentária, apostando sobretudo em palestras que incluem a discussão de casos clínicos

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diretora da Expodental 2012, Madrid

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Expodental tem espaço na agenda dos profissionais portugueses

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Falamos com... A capital espanhola vai acolher, entre os dias 23 e 25 de fevereiro próximo, mais uma edição da Expodental. Desta vez, o principal certame do setor dentário ibérico terá como cenário os pavilhões 7 e 9 do recinto de feiras de Madrid (Ifema). Com estas alterações – na data e localização do evento – relativamente às edições anteriores, a organização espera um reforço em termos de projeção. De acordo com María José Sánchez, diretora da Expodental, o certame seguirá o rumo dos últimos anos, “embora acreditemos num ligeiro aumento do número d e e x p o s i t o r e s e v i s i t a n t e s ” . E s t a e d i ç ã o a s s i n a l a a e s t r e i a d o S p e a k e r s C o r n e r, “ u m espaço em que as empresas poderão expor os seus produtos com apresentações de entre 20 e 30 minutos", resume a diretora do salão dentário espanhol. M AXILLARIS. Como justifica as alterações na Expodental 2012 ao nível do calendário e do próprio espaço físico da feira? M a r í a J o s é S á n c h e z . Relativamente às edições anteriores, adiantámos um pouco as datas (será de 23 a 25 de fevereiro) e mudámo-nos para os pavilhões 7 e 9, próximos da entrada Norte do recinto de feiras de Madrid. Com estas alterações, pretendemos dotar a Expodental de uma localização mais correta, tanto no tempo como no espaço. Os pavilhões 7 e 9 são mais amplos do que os da edição anterior, o que abre a possibilidade de um crescimento que até aqui não existia. Em 2010, vimos que alguns espaços estavam de tal maneira aproveitados que davam uma sensação de aperto, mas não tínhamos outra opção melhor. Com a mudança de pavilhões, quisemos dar mais espaço à feira, com corredores mais amplos, o que permitirá que o visitante se sinta mais cómodo e que a exposição ganhe outro brilho. M Espera atingir este ano os 40.000 visitantes? M a r í a J o s é S á n c h e z . A nossa primeira intenção é alcançar, pelo menos, o resultado de 2010, que esteve muito perto dos 40.000 visitantes. Esse seria o objetivo mínimo, porque o nosso propósito é fazer crescer o número; a isso temos dedicado o nosso esforço. Temos um grande interesse em captar os profissionais de origem catalã, já que têm um grande peso no conjunto do setor dentário. O ano passado chegámos a um acordo com o Colégio de Dentistas da Catalunha para facilitar a presença dos seus membros e este ano temos intenção de reforçar o contacto com esta entidade para ver como podemos atrair esse público. M Que tratamento é dado a Portugal? M a r í a J o s é S á n c h e z . Em determinados aspetos, o tratamento é semelhante ao de algumas províncias espanholas. A nossa política relativamente a Portugal centra-se na captação de visitantes. Para isso, contactamos as organizações profissionais portuguesas. Sabemos que em Portugal se organizam congressos com mostras comerciales, mas acreditamos que a Expodental tem espaço na agenda dos profissionais portugueses.

M Muitas das sociedades científicas do setor dentário espanhol convocam os seus próprios congressos, pedindo a colaboração da indústria para as suas respetivas exposições comerciais. Houve contactos com estas sociedades com vista à participação na Expodental? M a r í a J o s é S á n c h e z . Queremos que todos os agentes implicados no setor dentário estejam na Expodental. Não entramos em conflito com os congressos das sociedades, já que a Expodental é a grande feira de todo o setor. Não tem nada a ver com os encontros das sociedades ou com outros certames mais regionais. A Expodental não pensa desenvolver a fórmula de unir conferências ou jornadas técnicas junto com a mostra da indústria, esse não é o nosso rumo. Contudo, nesta edição estrearemos como novidade o espaço Speakers Corner, que consiste en oferecer às empresas um fórum onde possam fazer as suas apresentações de entre 20 e 30 minutos. Este espaço estará dentro dos próprios pavilhões e as empresas que desejem utilizá-lo devem fazer uma reserva à parte do seu stand. M Vão estar de novo disponíveis os serviços de ponto de encontro, pré-registo on line e publicação das novidades no site da Ifema? M a r í a J o s é S á n c h e z . Sim, pensamos que a aceitação destes serviços foi muito boa em 2010 e, por isso, voltaremos a oferecê-los. O ponto de encontro reflete um dos nossos

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Falamos com... relacionadas com a implantologia ou as imagens 3D, mas proporcionalmente estamos de facto a detetar um aumento das firmas na área da ortodontia. Afinal, a feira é um reflexo do momento do setor. A implantologia continua a ser uma área de ponta, mas nota-se que os pacientes têm cada vez mais dificuldade em financiar estes tratamentos.

grandes objetivos: a preparação das feiras antes da sua celebração, tanto por parte dos expositores como dos visitantes. Uma mostra como a Expodental exige ir mais além dos dias de celebração, convém que o profissional analize anteriormente a lista de expositores e coordene os encontros com aqueles que deseje contactar. O ponto de encontro é uma maneira simples de criar uma agenda. As feiras de uma dimensão importante devem ser bem aproveitadas; a preparação prévia de um salão faz com que tudo se rentabilize muito mais. Por outro lado, estamos muito contentes com o funcionamento do pré-registo on line da passada edição da Expodental: deu-se o salto de uns mil visitantes com pré-registo para mais de sete mil. Nesta edição, voltaremos a insistir nesta fórmula, já que evita filas nas entradas, é muito mais cómoda para os visitantes e permite aproveitar melhor o tempo.

M O primeiro dia da feira vai continuar a ser mais vocacionado para o público jovem? M a r í a J o s é S á n c h e z . Decidiu-se trabalhar mais na distribuição dos diferentes tipos de público, segundo os dias da feira. A nossa intenção é concentrar o público mais jovem no primeiro dia, que é, à partida, o mais fraco em número de visitantes. Estamos em contacto com as universidades madrilenas para que se impliquem neste processo, recomendando a feira aos estudantes e facilitando de algum modo, eventualmente com menos horas de aulas, a deslocação dos alunos à exposição. Julgamos que para os estudantes do setor é fundamental o contacto com a indústria dentária e com os últimos avanços no domínio tecnológico. Até aqui, a presença de jovens durante o primeiro dia tem sido muito destacada, mas queremos que esta diferenciação com o resto dos dias seja ainda mais marcada. Pede-se a cooperação das universidades, mas também das empresas, para que tenham em conta atividades dirigidas mais concretamente a este tipo de público.

M Quanto a expositores, que volume de empresas da indústria se espera? M a r í a J o s é S á n c h e z . A nossa previsão é que a feira irá manter pelo menos os 260 expositores da passada edição, o que já é muito tendo em vista o atual estado da economia e o comportamento de muitos setores profissionais no âmbito das feiras. Não obstante, se é verdade que efetuámos uma alteração dos pavilhões é porque pensamos que pode haver um pequeno crescimento. Não esperamos que as empresas invistam em mais metros quadrados, mas pensamos que haverá mais expositores. Confiamos muito na projeção da Expodental, tanto no plano nacional como no contexto internacional.

M Qual é o futuro da Expodental no que respeita à sua projeção? M a r í a J o s é S á n c h e z . Na Europa temos a referência da IDS de Colónia, na Alemanha, que é bastante maior que a Expodental. Hoje em dia, os números da IDS são inalcançáveis. No entanto, a feira de Madrid está acima dos restantes certames que se celebram em Itália, França ou Portugal.

M Espera que as empresas voltem a surpreender o público com stands de desenho? M a r í a J o s é S á n c h e z . A tendência geral de quase todos os setores é ajustar e conter custos. As empresas não deixam de vir às feiras; sabem que estas contribuem para as vendas. Estamos num momento duro e as empresas têm de demonstrar que seguem ativas e oferecem produtos interessantes. Mas este investimento na feira não tem de estar acompanhado, necessariamente, de um grande gasto no stand. M Nota algum segmento da Medicina Dentária a crescer mais do que os outros? M a r í a J o s é S á n c h e z . Sim, verificamos um aumento das empresas relacionadas com a ortodontia. Como em anos anteriores, temos uma forte presença de empresas

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Ciência e prática Saúde oral e qualidade de vida em idosos

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Acácio Soares Couto Jorge Professor Auxiliar de Medicina Dentária Preventiva e Saúde Oral Comunitária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP). Isabel Roçada Pires Professora Auxiliar da FMDUP. Maria de Lurdes Pereira Professora Auxiliar da FMDUP.

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Ciência e prática Resumo A Medicina Dentária, tradicionalmente, prioriza a utilização de recursos clínicos para diagnosticar as condições de saúde bucal. Esses, entretanto, são limitados, por não informarem o impacto que a condição oral gera na qualidade de vida dos indivíduos. Este estudo foi realizado para avaliar a auto-perceção da saúde oral, assim como a sua relação com um indicador subjetivo de impactos das condições orais na qualidade de vida (OHIP-14), indicadores clínicos (cárie dentária, situação periodontal e reabilitação protética) e fatores sócio-demográficos. Participaram no estudo 359 pessoas, com 60 e mais anos de idade, funcionalmente independentes, que frequentavam centros de dia e residentes em lares no Norte de Portugal. Os indivíduos foram submetidos a exame clínico de acordo com a metodologia proposta pela OMS e foram aplicados dois questionários: auto-percepção de saúde oral e “Oral Health Impact Profile” (OHIP-14). O exame clínico revelou grande prevalência das principais doenças orais, apesar dos resultados revelarem que 45% dos indivíduos consideraram a sua saúde oral “razoável” e 26% consideraram-na “boa/excelente”. Quanto à perceção de doenças orais, 40% afirmaram possuir problemas com os dentes e 36% com as gengivas. Verificou-se existir relação entre a perceção da condição oral e algumas variáveis clínicas, mas que se trata de uma associação relativamente fraca. Os indivíduos fizeram pior avaliação da saúde oral na presença de dentes cariados, perda de dentes sem substituição protética e situações periodontais mais graves. De acordo com as respostas obtidas através da aplicação do questionário OHIP-14, os participantes registaram poucos impactos no dia a dia, ou seja na qualidade de vida do indivíduo, associados a problemas de saúde oral (problemas com dentes, boca e prótese). Identificamos maior número de impactos no dia a dia nos indivíduos pertencentes à classe socioeconómica média e baixa, naqueles que fizeram pior avaliação da saúde oral, bem como quando relataram existirem problemas com os dentes ou com as gengivas. Foi verificada a mesma tendência para uso e necessidade de prótese, particularmente prótese total. Registamos uma correlação positiva entre o número de impactos funcionais e psicológicos medidos pelo OHIP e a situação periodontal mais grave apresentada nos sextantes e o número de dentes perdidos. No caso do número de dentes obturados, essa correlação é negativa.

Saúde

O número de dentes cariados não mostrou correlação com o número de impactos medidos pelo OHIP. Conclusões: o impacto da saúde oral na qualidade de vida dos participantes no estudo mostrou associação com factores sócio-demograficos e condições clínicas da cavidade oral. Concluiu-se que a perceção da saúde bucal teve pouca influência nas condições clínicas, mostrando ser necessário desenvolver acções preventivas e educativas para a população.

Palavras-chave • Qualidade de vida. • Auto-perceção de problemas de saúde oral. • Medicina Dentária Preventiva. • Saúde Oral Comunitária.

Introdução: doença, saúde e qualidade de vida A definição dos conceitos de doença, saúde e qualidade de vida é um tema que dá origem a debates, por várias razões. O significado de saúde e qualidade de vida pode variar de acordo com os contextos social, cultural e político nos quais os conceitos são operacionalizados e medidos. Isto é, definições de saúde e qualidade de vida necessariamente envolvem julgamentos pessoais e sociais sobre o que é normal ou o que é válido, e estão altamente influenciados por valores5. Doença e saúde Inicialmente, é necessário traçar as diferenças fundamentais entre doença e saúde. Na definição tradicional dada pela OMS, saúde representa “o completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de enfermidades”. Doenças seriam os “processos patológicos que afetam a integridade biológica e funcional do nosso corpo”6. Definida como tal, suporta um conceito biológico que se aplica a corpos, partes de corpo, sistemas e tecidos. Isto pertence ao paradigma médico centrado nos agentes etiológicos, parâmetros psicológicos e impactos clínicos7. Um novo modelo proposto por Locker (fig. 1) indica que doença e saúde não são pontos de um contínuo mas sim dimensões independentes2.

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Fig. 1. Relação entre saúde e doença (Locker, 1997)2.

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Ciência e prática Relacionam-se entre si no sentido de que se sobrepõem, mas não são necessariamente coincidentes e podem ser experimentadas separadamente. Quer dizer, doença não infringe necessariamente sobre saúde e “má-saúde” pode não ter as suas origens em condições patológicas. De facto, este modelo indica que doença é apenas uma das muitas ameaças sobre a saúde5. Saúde, portanto, poder-se-ia definir segundo Locker como “uma experiência individual subjetiva sobre o seu bem-estar funcional, social e psicológico”2. Consequentemente, refere-se às experiências individuais sobre os corpos e às consequências destas experiências no dia-a-dia. Como tal, é um conceito sociológico e psicológico que se aplica às pessoas e às populações. Este conceito pertence ao paradigma sócio-ambiental e leva ao desenvolvimento de instrumentos de medir perceções, sentimentos e comportamentos. Doença e saúde oral Esta distinção entre doença e saúde tem implicações importantes. Primeiro, ela pode ser usada para avaliar definições atuais de saúde oral. Yewe-Dyer definiu “saúde oral” da seguinte maneira: “saúde oral é um estado da boca e das suas estruturas associadas onde a doença está contida, futuras doenças estão inibidas, a oclusão é suficiente para mastigar alimentos e os dentes estão com aceitável aparência social”8. Enquanto que esta definição faz referência a conceitos funcionais e sociais, e deste modo, relaciona os paradigmas médico e sócio-ambiental da saúde, na realidade ele está muito mais para o primeiro que para o segundo. Isto é, saúde é conceituada como ausência de doença e o foco permanece predominantemente na boca mais do que na pessoa em si. Uma definição alternativa, a qual se aproxima mais da reflexão do pensamento atual, foi apresentada por Dolan9. Define “saúde oral” como “uma dentição confortável e funcional a qual permite aos indivíduos integrarem-se no seu papel social”. Ao identificar conforto, função e papéis sociais como componentes-chave, esta definição está localizada dentro do verdadeiro cerne da saúde e é preferencialmente relacionada com a pessoa mais do que com a boca. Uma segunda implicação destas definições é que, ao estudar doenças orais e os seus impactos efetuam dois níveis de análises. Uma primeira ao nível do corpo, representada por pesquisas que investigam as relações recíprocas entre doenças orais e doenças sistémicas; e uma outra ao nível da pessoa, representadas pelas pesquisas que documentam a extensão na qual as desordens orais comprometem a saúde e o bem-estar10. Estes níveis de análise são frequentemente confusos nos discursos atuais de saúde oral5. Convencionalmente não se condiciona o conceito de saúde oral a nenhuma outra parte do corpo a não ser à cavidade oral. De acordo com as definições apresentadas anteriormente, a cavidade oral, como estrutura anatómica não pode ser saudável ou doente, apenas as pessoas é que o podem ser. Consequentemente, a distinção que tradicionalmente é feita ou implicada entre saúde geral e saúde oral não tem nenhum fundamento biológico, não é conceptualmente lógico. Preferencialmente,

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deveria ser visto como nada mais do que uma distinção organizacional. Embora isto seja frequentemente reconhecido na literatura, o uso de conceitos sobre saúde geral e oral sugerem o oposto, isto é, de que eles constituem domínios separados e distintos. Esta é uma outra fonte de confusão e ambiguidade nas discussões actuais10. A evolução dos conceitos implica que quando se fala sobre saúde oral, o foco não se localiza na cavidade oral em si mas no indivíduo e no modo como as doenças ou desordens orais quando confinadas à cavidade oral ou ligadas a outras condições médicas, ameaçam a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida. Neste raciocínio as doenças ou desordens orais não são diferentes das doenças ou desordens que afectam outras regiões do corpo5. Qualidade de vida Numa revisão da literatura sobre qualidade de vida encontram-se diferentes abordagens para esta questão, muitas definições (algumas objetivas outras subjetivas) e muitas formas de se operacionalizar e de se medir este conceito. Desde o final da década de 50, a expressão qualidade de vida era já usada por sociólogos, no contexto da discussão sobre as relações com poluição ambiental, deterioração da vida urbana e veiculadas em publicações não académicas. Nos anos 70, ela viria a ser admitida em eventos científicos internacionais de economia e de medicina11. Há vários significados associados à qualidade de vida: • Na economia, é associada ao rendimento per capita, funcionando como um indicador do grau de acesso das populações aos benefícios da educação, da medicina e dos serviços sociais. • Na sociologia, o conceito é mais abrangente e inclui um conjunto de indicadores económicos e de desenvolvimento socio-cultural identificado como nível ou padrão de vida de uma população. • Em política, o conceito chave é o da equidade na distribuição das oportunidades sociais. • Em psicologia, a referência mais forte é a experiência subjectiva de qualidade de vida, representada pelo conceito de satisfação12, 13. • Na medicina, inicialmente, foi utilizada para designar as condições que aumentam as hipóteses de sobrevivência dos recém-nascidos, e mais tarde encontrou aplicação mais ampla direcionada para o atendimento de pacientes adultos e idosos, pacientes especiais e terminais. Está relacionada, principalmente, com o custo/benefício inerente à manutenção da vida de doentes crónicos e terminais. A questão é focalizada quer do ponto de vista do bem-estar e dos direitos individuais, quer dos interesses e valores da sociedade. Portanto, na área médica, a expressão usada é “qualidade de vida em saúde”, surgiu para dar precisão ao uso muito abrangente do termo qualidade de vida dentro dos contextos médicos, centralizando as suas ações na capacidade de viver sem doenças ou de superar as dificuldades dos estados ou condições de morbilidade14, 15, 16. Atualmente, dentro das ciências biológicas, o conceito aplica-se no sentido de valorizar parâmetros mais amplos do


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Ciência e prática que o controlo de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento da esperança de vida. É um processo dinâmico e difícil de mensurar17. O termo qualidade de vida abrange uma variedade de condições que podem afetar o indivíduo, os seus sentimentos e comportamentos no quotidiano, incluindo (mas não se limitando) a sua condição de saúde e intervenções médicas. Possui múltiplas dimensões e resulta da atuação de vários fatores concorrentes, ou seja, é multidimensional. Diz respeito à adaptação dos indivíduos em diferentes épocas da vida de uma ou de várias sociedades. A avaliação de qualidade de vida tem como referência diferentes critérios que dependem principalmente do grau do progresso alcançado por uma sociedade, dos seus valores e ideais18. O termo abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo portanto uma construção social com a marca da relatividade cultural. Por fim, valores não materiais, como amor, liberdade, solidariedade, inserção social, realização pessoal e felicidade, estão na sua conceção1,3. Em países desenvolvidos, o termo qualidade de vida é mais frequentemente utilizado, pois quase sempre possuem condições económicas e/ou programas governamentais que satisfazem as necessidades materiais básicas. Neste contexto, as pessoas estão cada vez mais conscientes da possibilidade de satisfazer as suas necessidades individuais e sociais, e procuram uma qualidade de existência superior à mera sobrevivência19. Em cinquenta anos de pesquisa e inúmeros artigos publicados é notória a falta de consenso no que se refere à definição e à medição, e o papel fundamental da validade em determinar a qualidade de vida, leva à inevitável conclusão que o conceito tem significado somente a um nível pessoal10. De acordo com Nutbeam, qualidade de vida seria a perceção dos indivíduos ou grupos em satisfazer as suas necessidades, aproveitando as oportunidades para alcançar um estado de felicidade e realização pessoal20. Para Locker, ter qualidade de vida implica a oportunidade de fazer escolhas que garantam satisfação em viver17. Uma definição de qualidade de vida consistente com promoção de saúde foi desenvolvida pelo Centro de Promoção de Saúde da Universidade de Toronto21. Afirma-se que “qualidade de vida está relacionada com o grau com que uma pessoa aprecia as importantes possibilidades da sua vida”. Esta

Saúde

definição difere do que se poderia chamar de “baseada em conquistas objetivas” que define qualidade de vida em termos de posse de certos atributos como um rendimento adequado e segurança social. É uma definição que respeita a autonomia individual e admite que os pacientes possam escolher o que está de acordo com os seus melhores interesses. Segundo a OMS, qualidade de vida é “a perceção do indivíduo da sua posição na vida, no contexto cultural e de sistema de valores com os quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expetativas, padrões e preocupações”22. Existe pois uma grande quantidade de definições para o termo, não havendo consenso entre os pesquisadores. Existe, porém, uma concordância partilhada por diversas correntes de opinião de que o construto qualidade de vida possui algumas características fundamentais, entre elas, a subjetividade, a multidimensionalidade e a bipolaridade23. Tais características devem servir de base para a elaboração de pesquisas sobre o tema. A subjetividade vincula-se à avaliação que o indivíduo faz a respeito de si mesmo associada a um dado objetivo, em que ao lado da avaliação objetiva se encontra a sua própria perceção. A multidimensionalidade está ligada ao facto de que existem, pelo menos, três dimensões dentro de qualidade de vida a serem abordadas: a física, a psicológica e a social. Por fim, em relação à bipolaridade consideram-se os aspetos positivos e negativos que podem ser aplicados às diversas situações, desde condições de dor até desempenho de papéis sociais. Como se pode concluir, o tema “qualidade de vida” é tratado sob os mais diferentes pontos de vista, seja da ciência, através de várias disciplinas, seja do senso comum, do ponto de vista objetivo ou subjetivo, seja em abordagens individuais ou coletivas. No âmbito da saúde, quando visto no sentido amplo, apoia-se na compreensão das necessidades humanas fundamentais, materiais e espirituais e integra os conceitos de promoção de saúde. Relação entre saúde e qualidade de vida Também de interesse é a relação entre saúde e qualidade de vida. Nalgumas definições e medições, os dois termos são sinónimos, tanto que os domínios usados nas medições de qualidade de vida são indistinguíveis daqueles usados nas medições de saúde. Apesar disto, existe um crescente reconhecimento de que qualidade de vida se refere a algo mais amplo que saúde. A figura 2 pretende representar a relação entre “saúde”, “doença” e “qualidade de vida”.

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Qualidade de vida Fig. 2. Relação entre saúde, doença e qualidade de vida (Locker, 1997)2.

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Ciência e prática Características do indivíduo

Variáveis de qualidade de vida

Sintomas

Características do meio

Funções biológicas

Perceções de saúde

Factores não médicos

Fig. 3. Ligações entre variáveis clínicas e qualidade de vida (Wilson e Cleary, 1995)7.

O que este modelo sugere é que, embora condições clínicas e problemas de saúde possam causar impacto na qualidade de vida, não é obrigatório que isto aconteça. Enquanto que frequentemente se assume que uma má saúde significa uma pobre qualidade de vida, muitas pessoas com desordens crónicas debilitantes classificam a sua qualidade de vida melhor do que as saudáveis. Alguns estudos recentes sobre qualidade de vida de pessoas idosas têm também indicado que a saúde é um fator de influência mas não a consideram como sendo o mais importante24,25,26,27. Wilson e Cleary desenvolveram um modelo (fig. 3) que engloba doença, saúde e qualidade de vida, tornando explícitas as principais relações causais entre elas e atribui um papel de mediador às características pessoais e do meio no qual o indivíduo vive7. Num extremo encontram-se as variáveis biológicas e no outro a qualidade de vida. Entre os dois extremos estão os sintomas, o estado funcional do indivíduo e as perceções de saúde. Consequentemente, como outros modelos deste tipo, este liga conceitos biofísicos com impactos sociais e psicológicos e estabelece uma base para que se explore a associação entre ambos. Outra vantagem deste modelo é que por identificar os meios físico, social e económico como influência importante nesta sequência causal, faz uma ligação entre os conceitos biomédico e sócio-ambiental de saúde. Como tal, ele oferece o que Engel em 1977 chamou de perspetiva bio-psico-social28. Existem evidências de estudos na medicina e na medicina dentária da utilidade de modelos como este26. Qualidade de vida associada à saúde e perceção subjectiva são conceitos semelhantes, centrados na avaliação pessoal e ligados à capacidade do indivíduo viver plenamente no seu espaço social4.

tas vezes não bem definido; todos esses conceitos variam de acordo com o contexto social, cultural e político no qual são operacionalizados ou medidos29. Quando se fala em saúde oral, o foco não deve ser reduzido à cavidade oral, mas centrado no indivíduo no sentido amplo, referindo-se à sua saúde, bem-estar e qualidade de vida. Por um lado, a saúde oral só tem sentido quando acompanhada de saúde geral da pessoa. Sabe-se que diversas doenças sistémicas têm reflexo directamente sobre a saúde oral, afectando estruturas e componentes da cavidade oral. O inverso também se revela quando uma precária saúde oral se torna um factor de risco à saúde geral. Outro aspecto a ser salientado é que para se ter um grau razoável de saúde é preciso que o indivíduo se alimente de modo adequado, e para que haja aproveitamento de todos os nutrientes, o sujeito necessitará de um aparelho estomatognático que garanta as funções de mastigação, deglutição e digestão. É nesse sentido que o conceito de qualidade de vida se torna eminente. Em 1988, Locker26 desenvolveu um modelo de saúde oral (fig. 4) que consiste numa adaptação da classificação internacional da OMS “International classification of impairments, disabilities and handicaps – ICIDH”6. Pretende explicar as consequências biológicas, comportamentais e psicossociais das doenças orais. Selecciona os impactos mais significativos e elimina as percepções negativas sobre patologias orais que são pouco relevantes e que não provocam alterações no desempenho diário. Neste modelo, d e f i c i ê n c i a (impaiment) é definida como perda ou anormalidade anatómica, estrutural, funcional ou como distúrbios nos processos físicos ou psicológicos presentes à nascença ou causados por doenças ou agressão externa. Exemplos de indicadores de comprometimento são a falta de dentes; o número de dentes funcionais remanesRelação entre saúde oral e qualidade de vida centes e o componente obturado do índice CPO; as malAssim como os conceitos de saúde e qualidade de vida são -oclusões e as doenças periodontais. abstractos e referem-se a eventos complexos e multidiA l i m i t a ç ã o f u n c i o n a l (funtional limitation) é reputada mensionais, o termo saúde oral também é subjectivo e mui- como sendo a restrição de função esperada, quer no âmbito

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Ciência e prática Desconforto e dor Doença

Incapacidade

Deficiência

Anomalia estrutural, bioquímica ou fisiológica

Desvantagem

Limitação funcional

Física Psicológica Social

Restrição da função do órgão

Limitação na capacidade de executar as atividades do dia a dia

Desvantagem social

Indivíduo

Sociedade

Órgão

Fig. 4. Modelo de saúde oral (adaptado de Locker, 1988)26.

do corpo, quer no âmbito dos órgãos e sistemas que o compõem. As medidas de limitação funcional em Medicina Dentária são menos comuns e como exemplo pode-se citar a avaliação da limitação da mobilidade da mandíbula utilizada para classificar a gravidade de disfunções temporomandibulares. Por d e s c o n f o r t o (discomfort & pain) entende-se a avaliação de restrições nas actividades e avaliações subjetivas de bem-estar. É a resposta à doença, exemplificada pelo auto-relato de dor e desconforto ou outros sintomas físicos e psicológicos. A i n c a p a c i d a d e (disability) é um conceito comportamental que é definido como qualquer limitação ou falta de capacidade para desempenhar atividades de vida diária. Inclui não somente a restrição de mobilidade, movimento corporal e autocuidado, mas também várias outras dimensões de bem-estar físico, psicológico e social. Por fim, o modelo aborda o conceito de d e s v a n t a g e m (handicap) que diz respeito à desvantagem social experimentada por indivíduos que apresentam comprometimentos e incapacidades e que não respondem às expectativas da sociedade ou de grupos sociais aos quais pertencem. A desvantagem social resulta das interações entre o indivíduo portador de algum comprometimento físico e o seu ambiente físico e social, que idealmente deveria proporcionar os ajustes necessários ao funcionamento dessa pessoa com as condições que possui, mas que, ao não fazê-lo, limita as possibilidades de alguns dos seus elementos funcionarem adequadamente. A desvantagem (handicap) é, assim, multidimensional e pode envolver perda de oportunidade, privação material e social e insatisfação. Este modelo postula que as doenças provocam deficiências (impairment) e limitações funcionais ao nível do órgão. Como consequência, o individuo pode ficar incapacitado (disability) ou pode ficar com uma desvantagem na sociedade (handicap). Na saúde oral, este modelo pode ser ilustrado com o seguinte exemplo descrito por Smith e Sheiham30: o uso de

próteses mal adaptadas ou em mau estado de conservação (deficiência) por pacientes desdentados, como resultado de doenças como a cárie dentária e periodontopatias, resulta em dificuldades na mastigação (limitação funcional), que por sua vez restringe a sua capacidade de se alimentar (incapacidade), fazendo com que o indivíduo diminua o prazer de comer e se sinta desconfortável ou evite circunstâncias de contacto social onde tenha que mastigar (desvantagem). Locker, no entanto, adverte para o facto de piores indicadores clínicos não refletirem, necessariamente, relatos de impacto negativo na qualidade de vida. Segundo o autor, é possível encontrar indivíduos portadores de enfermidades crónicas relatando melhores níveis de qualidade de vida31. Allison sugere, como explicação desse fenómeno, a característica multidimensional e subjetiva do construto qualidade de vida32. Outros autores concordam com a ideia de que a natureza frequentemente assintomática das afecções bucais, bem como o receio, a ansiedade ou mesmo a aversão ao tratamento odontológico podem ainda contribuir para explicar esse comportamento. Argumentam que ansiedade e impacto decorrem de características psicológicas, envolvendo aspetos de afectividade negativa. Por outro lado, consideram que uma maior negligência dos indivíduos em relação à sua condição oral geraria maior volume e complexidade nos tratamentos, implicando o aumento da ansiedade, a diminuição da procura, a deteriorização da condição bucal e, portanto, o maior impacto33,34. Leão & Sheiham ressaltam que diferentes níveis de saúde oral proporcionam diferentes reflexos no quotidiano das pessoas e que é desejável que, no estudo das necessidades de saúde oral dos indivíduos, as dimensões sociais e psicossociais sejam consideradas simultaneamente com a condição clínica35. Reisine, ao analisar a adequação do uso de indicadores de qualidade de vida na odontologia, concluíram que os mesmos são sensíveis na identificação e na descrição do impacto em diferentes condições clínicas orais36. Tradicionalmente, a medicina dentária tem treinado os seus profissionais a reconhecer e tratar doenças como a cárie,

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Ciência e prática doenças periodontais e lesões da mucosa. Consequentemente vários índices foram descritos para descrever a prevalência dessas doenças na população. Não obstante a importância desses índices, eles apenas refletem o estado do processo das doenças. Não dão qualquer indicação do impacto do processo das doenças no bem-estar funcional nem psicológico. O relato sobre saúde oral apresentado pela Organização Mundial da Saúde, em 2003, evidenciou a influência dos factores sócio-culturais e dos aspetos ambientais sobre a condição de saúde bucal, com piores resultados entre grupos com precária condição de vida e com tradições, crenças e cultura, as quais não favorecem a saúde oral37. Por outro lado, é crescente o interesse sobre o tema qualidade de vida em estudos de saúde geral38,39 e de saúde bucal31,40-42. Sheiham considera a qualidade de vida dos indivíduos fortemente influenciada pela sua condição de saúde oral42. Restrições físicas e psicológicas podem influenciar diretamente em aspetos da alimentação, fala, locomoção, convívio social e auto-estima. A preocupação com a qualidade de vida ganhou relevo nos últimos 30 anos, a partir do momento em que o aumento da esperança de vida levou ao crescimento do número de idosos em diversas sociedades. Por outro lado, questões relacionadas com o bem-estar físico, psicológico e social dos idosos começam a despertar interesse aos responsáveis pela saúde, educação, trabalho e segurança social de vários países. Uma boa qualidade de vida na velhice não é um atributo do indivíduo biológico, psicológico ou social, nem uma responsabilidade individual. É, sim, um produto da interação de pessoas em mudança, vivendo numa sociedade em mudança18,43. Quanto mais longa é a vida média da população, mais importantes se tornam os conceitos de saúde e qualidade de vida, pois promover a saúde significa aumentar a qualidade de vida do indivíduo, ou seja conferir ao mesmo a sensação de ausência de dor, bem-estar físico-psíco-social e auto-estima positiva44. Definir qualidade de vida na velhice implica ter em conta critérios sócio-culturais, médicos e psicológicos, numa perspetiva de continuidade ao longo da vida do indivíduo e da unidade sócio-cultural a que pertence. Ela depende não só de condições macro-estruturais objetivas, tais como rendimento, educação, urbanização e qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos idosos, mas também depende de valores e atitudes sociais, onde o ponto de vista dos indivíduos e das instituições sobre o significado da velhice e sobre o grau de compromisso da sociedade com o bem-estar dos seus idosos estão contextualizados18. A definição de Lawton para a qualidade de vida nos idosos destaca a necessidade de uma avaliação multidimensional das relações do indivíduo com o seu ambiente, associada a critérios sócio-normativos e intrapessoais45. Nesse modelo de qualidade de vida, o autor parte do princípio de que cada aspecto da vida pode ser representado em quatro dimensões que podem ser avaliadas e medidas (fig. 5). Tais dimensões são: competência comportamental, qualidade de vida percebida, condições ambientais e bem-estar subjetivo.

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Bem-estar psicológico

Competências comportamentais

Qualidade de vida percebida

Condições ambientais

Fig. 5. As quatro dimensões do modelo de qualidade de vida na velhice (Lawton, 1983)45.

A primeira dimensão, c o m p e t ê n c i a c o m p o r t a m e n t a l, representa a avaliação sócionormativa de um indivíduo nos seguintes domínios: saúde, funcionalidade física, funcionalidade cognitiva, comportamento social e utilização do tempo. Esses domínios estão representados dentro de uma hierarquia, cuja complexidade parte do biológico para o social, envolvendo e interligando as preferências pessoais, os papéis sociais desempenhados e as contribuições ambientais que, por sua vez, contribuem para a avaliação da competência. A q u a l i d a d e d e v i d a p e r c e b i d a representa uma avaliação subjetiva individual que faz com que cada pessoa possa ter ideia do seu funcionamento em qualquer domínio das competências comportamentais e possui indicadores tais como a saúde percebida, o relato de doenças, de medicações ingeridas, de dor e desconforto, a perceção de alterações cognitivas e o senso de auto-eficácia nos domínios físico e cognitivo46. Por exemplo, o relato sobre dor de dente indica que o indivíduo possa estar com problemas dentários. A dimensão das c o n d i ç õ e s a m b i e n t a i s está interligada à competência comportamental e qualidade de vida percebida. Refere-se ao ambiente ecológico e construído. Por exemplo, consumir água fluoretada é importante para a saúde oral e é um aspeto objetivo do ambiente, que por sua vez é relevante para o domínio da saúde biológica dentro da dimensão da competência comportamental. Por fim, a última dimensão do modelo de qualidade de vida na velhice é o b e m - e s t a r s u b j e t i v o, que retrata a avaliação pessoal da vida contemporânea em função dos demais domínios. Esta avaliação é dependente do conhecimento que o indivíduo possui de si mesmo e das suas capacidades para interpretar os eventos passados, presentes e futuros. Possui indicadores cognitivos e emocionais, tais como a saúde mental, julgamentos sobre a satisfação com a vida e afetos positivos e negativos experienciados46.


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Ciência e prática Tanto a satisfação com a vida como a perceção da própria Variáveis relacionadas com condições demográficas: • Sexo. saúde (saúde percebida), são avaliações subjetivas feitas pelo • Idade. indivíduo e também são indicadores importantes do senso • Caracterização urbana (urbana, peri-urbana e rural). de bem-estar subjetivo. • Nível sócio-económico: determinado de acordo com a De acordo com Kiyak, a saúde oral é percebida entre os escala de Graffar, tomando como variáveis o nível escoidosos como menos importante que a saúde física geral47. lar, atividade profissional e condições da habitação. Assim, procurar desenvolver uma melhoria na perceção da Foi tida em consideração a residência própria do partisaúde oral poderá refletir sobre outros aspetos da saúde, de modo que o indivíduo possa avaliar o seu estado de saúde cipante, bem como a situação profissional enquanto trabageral de uma maneira mais positiva e desenvolver melhor lhador ativo. senso de auto-eficácia e aumento de auto-estima. Variáveis relacionadas com factores biológicos: • Presença de doenças sistémicas. Amostragem Compuseram a população do estudo, utentes de centros de dia e residentes em lares de idosos (quadro 1).

ESTABELECIMENTOS • Centro de Dia - Bonfim (Porto) • Centro de Dia - Paranhos (Porto) • Centro de Dia - Vila Real • Lar de Mateus (Vila Real) • Lar de S. Martinho de Anta • Lar da Santa Casa da Misericórdia (Armamar) • Lar Penafiel • Lar do luminoso • Lar “Mãe de Jesus” • Lar da Beneficiência • Lar da Santa Casa da Misericórdia (Maia) • Lar da Santa Casa da Misericórdia (Lousada) • Lar da Santa Casa da Misericórdia (Penafiel) Quadro 1. Estabelecimentos envolvidos no estudo.

Seleção da amostra A amostra incluiu indivíduos com 60 anos e mais de idade, funcionalmente ativos e que não apresentassem história médica acusando problemas sistémicos ou doenças psicossomáticas que impedissem a resposta consciente ou que estivessem visivelmente debilitados. Foram excluídas do estudo as pessoas que se recusaram a participar ou que manifestavam dificuldade de compreensão às questões efectuadas. O objetivo do estudo e os procedimentos a efectuar foram descritos aos intervenientes tendo sido obtido o consentimento informado antes da recolha dos dados.

Variáveis relacionadas com a auto-percepção e auto-avaliação: • Sensação de boca seca. • Auto-avaliação da saúde oral (má, razoável, boa e excelente)49. • Auto-percepção de problemas com os dentes. • Auto-percepção de problemas com as gengivas. • Auto-avaliação da necessidade de tratamento médico-dentário. Variáveis relacionadas com os cuidados de Saúde Oral: • Data da última visita ao dentista (menos de um ano, entre um e três anos, mais de três anos ou nunca). • Motivo usual para visita ao dentista (rotina, dor ou prótese). Exame clínico O exame clínico dos participantes neste estudo foi realizado numa sala posta à disposição em cada um dos estabelecimentos integrados no projecto, sendo o exame efetuado com o utente sentado numa cadeira junto de uma janela com boa luz natural e auxiliado com luz artificial. Como meios auxiliares de observação, dispusemos de espelhos dentários planos n.º 4, sondas CPI (apresenta uma bola de 0,5 mm na extremidade, uma banda negra entre os 3,5 e 5,5 mm e anéis aos 8,5 mm e 11,5 mm a contar da extremidade), e rolos de algodão n.º 2. No exame clínico foram incluídas as seguintes áreas de avaliação da Saúde Oral: situação periodontal, cárie dentária, uso e necessidade de prótese dentária.

Situação periodontal Para registo da situação clínica periodontal foi usado o Índice CPI53. O índice é estabelecido considerando a dentição dividida em sextantes, definidos pelos dentes 18-14, 13-23, 24-28, 38-34, 33-43 e 44-48. Em cada sextante é registada a situação clínica periodontal Questionário dos “dentes índice” (quadro 2) ou na sua ausência, é conTodos os participantes foram identificados numericamente siderada a situação mais grave presente nos restantes dentes para proteger a privacidade. desse sextante. No questionário (anexo 1), foram recolhidos dados relaNeste caso, a superfície distal do terceiro molar não é tivos às seguintes áreas: examinada.

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Ciência e prática ÏNDICE CPI

DENTES

ÍNDICE

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11

27/26

46/47

31

37/36

Quadro 2.

O exame efetua-se usando a sonda CPI introduzida ao longo do sulco gengival, com uma força não superior a 20 gramas. O registo baseia-se na presença de sangramento gengival, presença de tártaro e bolsas periodontais (posição da banda colorida da sonda em relação à margem gengival), atribuindo códigos a cada sextante (quadro 3):

CONDIÇÃO CLÍNICA Código Raiz Coroa 0 (A) 0 1 (B) 1 2 (C) 2 3 (D) 3 4 (E) – 5 (–) – 6 (F) – 7 (G) 7 8 (–)

8

T (T) 9 (–)

– 9

Condição • São. • Cariado. • Obturado, com cárie. • Obturado, sem cárie. • Perdido, por cárie. • Perdido, por outro motivo. • Selante de fissura. • Prótese fixa / coroa especial ou implante. • Dente não erupcionado/raiz não exposta. • Trauma (fratura). • Não registado. Quadro 4.

ÍNDICE CPI - CÓDIGOS DE REGISTO NECESSIDADE DE TRATAMENTO Código 0 1

2

3 4

X 9

Estado periodontal • Gengiva sã: ausência de sinais clínicos de alterações. • Sangramento: observa-se sangramento após sondagem, directamente ou através de espelho. • Tártaro ou cálculo: detecta-se tártaro durante a sondagem, mas toda a banda negra da sonda fica visível. • Bolsa 4-5 mm: a margem gengival fica a nível da banda negra da sonda. • Bolsa de 6 mm ou mais: a banda negra da sonda fica totalmente dentro do sulco gengival. • Excluído: quando não apresenta pelo menos dois dentes remanescentes. • Sextante não registado: quando não é possível a sua observação. Quadro 3.

Para que um sextante fosse considerado válido, deveria ter pelo menos dois dentes remanescentes não indicados para extracção. Quando só restava um dente num sextante, este dente era incluído no sextante adjacente, sendo que o primeiro era excluído (cód. X). Cárie dentária A cárie dentária foi medida com o índice CPO, tendo como base os critérios de diagnóstico propostos pela OMS54. Cada dente foi observado e registado tendo em conta a situação clínica presente na coroa e a raiz (quadro 4) e quanto à necessidade de tratamento (quadro 5):

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Código 0 P F 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Tratamento • Nenhum. • Medidas preventivas. • Selante de fissuras. • Restauração de 1 face. • Restauração de 2 ou mais faces. • Coroa de prótese fixa. • Veener ou faceta. • TER e restauração. • Extracção. • Necessidade de outros tratamentos. • Necessidade de outros tratamentos. • Não registado.

Quadro 5.

Uso de prótese dentária Foi registada a ausência ou presença de prótese dentária, removível ou fixa (quadro 6): SITUAÇÃO DE REABILITAÇÃO PROTÉTICA Código 0 1 2 3 4 5

Situação • Sem prótese. • Ponte. • Várias pontes. • Prótese parcial removível. • Ponte e prótese parcial removível. • Prótese total removível. Quadro 6.


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UNIVERSIDADE DE SEVILHA VICE-REITORADO DE PÓS-GRADUAÇAO E DOUTORAMENTO Títulos próprios PÓS-GRADUAÇÃO UNIVERSITÁRIA EM IMPLANTOLOGIA ORAL FORMAÇÃO ESPECIALIZADA EM IMPLANTOLOGIA ORAL. 150 horas. 1.520 euros MÓDULO 1. Diagnóstico. Planeamento de tratamento. 23-24 de março de 2012 MÓDULO 2. Técnicas cirúrgicas em implantologia. 27-28 de abril de 2012 MÓDULO 3. Técnicas cirúrgicas avançadas em implantologia. 25-26 de maio de 2012 MÓDULO 4. Próteses sobre implantes. 22-23 de junho de 2012 LOCAL Porto

INFORMAÇÃO E INSCRIÇÃO Sra. Lucía Rodríguez Zabala Facultad de Odontología de Sevilla. C/ Avicena s/n 41009 SEVILHA ESPANHA Tfno: +34 954 48 11 26. email: implantoral@us.es www.implantologiaoral.es


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Ciência e prática Necessidade de prótese dentária Foi registada a necessidade de reabilitação com prótese dentária (quadro 7): NECESSIDADE PROTÉTICA Código 0 1 2 3 4

Situação • Sem necessidade. • Necessidade de uma prótese unitária. • Necessidade de prótese com mais de um dente. • Necessidade de combinação de prótese uni e multidentes. • Necessidade de prótese total. Quadro 7.

Questionário “Oral Health Impact Profile-14”- OHIP-14 Para avaliação do impacto da saúde oral na qualidade de vida utilizamos o questionário OHIP-14 (quadro 8), de acordo com Slade53, composto por 14 itens agrupados em sete subdivisões: 1. Limitação funcional. 2. Dor física. 3. Desconforto psicológico. 4. Disfunção física. 5. Disfunção psicológica. 6. Disfunção social. 7. Incapacidade. QUESTIONÁRIO OHIP-14 Dimensão

Questão 1. Tem tido problemas em pronunciar algumas palavras devido a problemas com os

Limitação funcional

dentes, boca ou próteses?

0.49

3. Tem tido muitas dores na boca?

0.34

4. Tem sentido desconforto aos comer quaisquer alimentos devido a problemas com os 0.66

dentes, boca ou próteses? Desconforto psicológico Disfunção física

5. Tem sentido complexos devido a problemas com os dentes, boca ou próteses?

0.45

6. Tem-se sentido tenso ou ansioso devido a problemas com os dentes, boca ou próteses?

0.55

7. A sua dieta tem sido insatisfatória devido a problemas com os dentes, boca ou próteses?

0.52

8. Tem sido obrigado a interromper as refeições devido a problemas com os dentes, boca ou próteses?

Disfunção psicológica

0.51

2. Tem notado que o sentido do paladar tem piorado devido a problemas com os dentes, boca ou próteses?

Dor fisíca

Peso

0.48

9. Tem dificuldades em relaxar devido a problemas com os dentes, boca ou próteses?

0.60

10. Tem-se sentido algo embaraçado devido a problemas com os dentes, boca ou próteses?

0.40

11. Tem-se irritado um pouco com outras pessoas devido a problemas com os dentes, Disfunção social

0.62

boca ou próteses? 12. Tem tido dificuldade em cumprir as suas tarefas habituais devido a problemas com os

0.38

dentes, boca ou próteses? 13. Tem-se sentido menos satisfeito com a vida em geral devido a problemas com os dentes, boca ou próteses?

Incapacidade

0.59

14. Tem sido de todo impossível funcionar devido a problemas com os dentes, boca ou 0.41

próteses? Quadro 8.

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Ciência e prática A avaliação dos seus 14 itens organizados em sete dimensões indica o modo pelo qual as condições orais comprometem o bem-estar funcional social e psicológico. Para cada questão, foi pedido aos participantes para indicarem com que frequência sentiram cada problema relatando-se ao último ano. O questionário foi respondido numa escala de tipo Likert com cinco opções de escolha: 0 - Nunca. 1 - Quase nunca. 2 - Às vezes. 3 - Muitas vezes. 4 - Sempre. O valor do OHIP pode ser apresentado de várias maneiras: 1. A consolidação dos dados pode ser feita em escala discreta contabilizando as questões respondidas com “sempre” e “muitas vezes”. Isto reduz a escala de resposta para cada dimensão, dicotomizando as respostas com impacto para as respostas “muitas vezes” e “sempre” e sem impacto para as respostas “às vezes”, “quase nunca” e “nunca”, fornecendo o número de impactos funcionais e psicológicos com uma variação de 0-14 (OHIP-14 SC- simple count method)50. 2. Pode ser efetuada a soma da codificação das respostas (0 para “nunca”, um para “quase nunca”, dois para “às vezes”, três para “muitas vezes” e quatro para “sempre”) para as 14 questões resultando numa soma dos 14 itens para cada indivíduo. Os valores podem variar de 0 (todas as respostas com “nunca”) e 56 (todas as respostas com “sempre”) (Additive method simple ou Sum OHIP). Este método integra todas as respostas dadas tendo em conta a frequência50,51,52. 3. Por outro lado, com a finalidade de se dimensionar a importância, ou melhor, a severidade das declarações dentro de cada dimensão, a cada questão é atribuído um peso específico (Weighted-standardized method). Durante o processamento dos dados, a codificação das respostas é multiplicada pelo peso correspondente de cada questão e os produtos somados dentro de cada dimensão para dar sete subescalas de valores, cada um com um potencial de variação de zero (todas as respostas registadas como “nunca”) a quatro (todos os impactos registados como “sempre”). A soma dos produtos em cada dimensão representa o valor do OHIP de cada indivíduo (Individual’s OHIP Score). Os valores podem variar de 0 a 2853.

Equipa A equipa de observação foi constituída por dois examinadores, mestres em Saúde Oral Comunitária, responsáveis pelo preenchimento dos elementos de identificação,, respostas ao questionário e pela realização do exame clínico. O pessoal auxiliar dos Centros de Dia e Lares de Idosos encaminharam os utentes para a sala de observação.

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A esterilização e recondicionamento do material usado nos exames clínicos foi da responsabilidade do pessoal auxiliar da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto. No final de cada sessão de trabalho, foi efetuada uma revisão das fichas correspondentes às observações do dia, na presença da equipa de observação, tendo em vista corrigir a legibilidade, omissões ou erros de registo.

Calibragem e processamento de dados Inicialmente, efetuou-se um estudo piloto envolvendo dez indivíduos pertencentes ao grupo, que posteriormente foram excluídos da amostra. Teve como objetivo conhecer as condições de trabalho existentes, treinar os critérios de diagnóstico e ajustar a metodologia aos objetivos propostos. Antes da recolha de dados, uma vez que o exame clínico foi efetuado por dois examinadores, procedeu-se à calibragem dos examinadores e verificação da concordância inter e intraexaminador. Para tal, recolheram-se dados referentes ao Índice CPO e CPI de um grupo de quinze participantes, que foram observadas duas vezes com um intervalo de tempo de, pelo menos, trinta minutos, entre os exames. Comparando os registos destas duas examinações, o grau de confiança nos resultados obtidos, através do teste kappa, foi de 95% para o índice CPO e de 89% para o CPI, os quais se encontram dentro dos valores aceitáveis pela OMS54. Após ter sido feita a operacionalização das variáveis independentes em categorias (anexo 2) os dados foram introduzidos numa base de dados em SPSS®. Na análise descritiva da amostra analisada, foram aplicadas estatísticas de sumário apropriadas. As variáveis categóricas foram descritas através de frequências absolutas e relativas (%). As variáveis contínuas foram descritas utilizando a média e desvio-padrão ou mediana, percentil 25 e percentil 75 (AIQAmplitude Inter-quartil), consoante a distribuição destas seja simétrica ou assimétrica, respectivamente. Foi usado o teste de independência do Qui-Quadrado para analisar a associação entre variáveis categóricas. Quando a frequência esperada de alguma célula da tabela de contingência relativa à análise de associação de duas categóricas foi inferior a cinco, utilizou-se o teste exacto de Fisher. O teste de Mann-Whitney e o teste de Kruskal-Wallis foram utilizados para testar hipóteses relativas a variáveis contínuas com distribuição assimétrica. De forma a estudar as associações entre o CPI e o CPO e as diversas subdivisões do OHIP: Limitação Funcional, Dor Física, Desconforto Psicológico, Disfunção Física, Disfunção Psicológica, Disfunção Social e Incapacidade, bem como para estudar a relação entre elas, foram calculados os coeficientes de correlação de Spearman, sendo apresentados os respetivos diagramas de dispersão e aplicando métodos de regressão linear, respetivamente. Foi utilizado um nível de significância de 0,05 para todos os testes de hipótese.


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Ciência e prática A análise do valor de p obtido permitiu comprovar haver diferenças ou verificar associação entre as variáveis, pelos seguintes níveis de significância: • Valor de p> 0,05 – diferenças não significativas, ou seja, é considerada a hipótese de não haver relação entre as variáveis. • Valor de p£ 0,05 – diferença estatisticamente significativa entre as variáveis. A análise foi efectuada utilizando o programa de análise estatística SPSS® v.15.0.

Resultados e conclusões As condições clínicas observadas nos participantes não foram satisfatórias, de acordo com os indicadores clínicos utilizados. 90% dos participantes que possuíam sextantes válidos para registo do CPI tinham algum sinal de doença periodontal, registando a presença de bolsas periodontais em 24% dos indivíduos mostrando a gravidade da doença periodontal. 30% dos indivíduos tinham todos os sextantes excluídos, ou seja, com menos de dois dentes remanescentes para exame. A cárie dentária mostrou grande prevalência. O índice CPO foi de 20,8, sendo que, em média, cada individuo tinha 17 dentes perdidos por cárie e 25% dos participantes eram desdentados totais. A reabilitação oral não era adequada. 27% dos indivíduos desdentados totais não usavam próteses dentárias, sendo que 59% necessitavam pelo menos uma prótese (total ou parcial). A auto-avaliação da situação da cavidade oral aparentemente contrasta com o exame clínico, pois a pessoa teve uma visão positiva da sua saúde oral, sendo que 45% dos participantes considerou-a “razoável” e 26% referiu ter “boa/excelente” saúde oral. 52% dos indivíduos que afirmaram terem uma saúde oral “boa/ excelente” apresentaram algum sinal clínico de doença periodontal. Apenas com situações periodontais mais graves os indivíduos indicaram pior avaliação da saúde oral. Na presença de sangramento gengival, 68% dos participantes afirmaram ter “razoável” ou “boa/excelente” saúde oral. O número de dentes cariados e perdidos mostrou associação com pior avaliação da saúde oral. Por outro lado, quem tinha mais dentes obturados referiu ter melhor saúde oral. O uso de prótese dentária contribuiu para melhor avaliação da saúde oral. A percepção de problemas com os dentes teve uma associação positiva com o número de dentes cariados e associação negativa com o número de dentes perdidos. O número de dentes obturados não mostrou associação com a autopercepção de problemas com os dentes. A percepção de problemas com as gengivas foi mais evidente com situações periodontais mais graves de presença de bolsas periodontais. 85% dos indivíduos que possuíam algum sextante válido para registo periodontal e que afirmaram não terem problemas com as gengivas apresentaram algum sinal clínico de doença periodontal. Na presença de

sangramento apenas 26% dos participantes identificou problemas gengivais. A percepção da necessidade de tratamento dentário foi mais evidente com situações periodontais mais graves de presença de bolsas periodontais e mostrou associação positiva com o número de dentes cariados e obturados mas negativa com o número de dentes perdidos. Os participantes registaram poucos impactos no dia a dia, ou seja, na qualidade de vida do indivíduo associados a problemas de saúde oral (problemas com dentes, boca e prótese). Os domínios mais referidos foram o da dor física e, dentro deste principalmente, o “desconforto ao comer”, e o da disfunção física sobretudo a “dieta insatisfatória”. O número de impactos não diferiu com o sexo nem com a idade, mas indivíduos residentes em zonas rurais e indivíduos pertencentes a classe socioeconómica média e baixa referiram maior número de impactos no dia a dia. Verificamos existir maior número de impactos no dia a dia nos indivíduos que referiram ter sensação de boca seca, que fizeram pior avaliação da saúde oral bem como nos indivíduos que relataram existirem problemas quer com os dentes quer com as gengivas ou que indicaram sentir necessidade de ir ao dentista para tratamento. A data da última visita ao dentista mostrou relação com o número de impactos funcionais e psicológicos, sendo que quem nunca visitou o dentista ou o fez há mais de três anos, referiu maior número de impactos do que aqueles que o faziam mais regularmente. O número de impactos medido pelo OHIP é também maior quando o motivo referido pelo indivíduo para ir ao dentista era a dor ou prótese comparativamente quando o faz por rotina. O número de impactos medidos pelo OHIP apresentou uma relação inversa com o número de dentes presentes, independentemente se o indivíduo era ou não portador de prótese. O uso de prótese dentária mostrou associação com o número de impactos funcionais e psicológicos, sendo maior nos indivíduos portadores de pelo menos uma prótese total, comparativamente com aqueles portadores de prótese parcial removível. Para a variável “necessidade de prótese”, observou-se mais impactos na qualidade de vida, nos indivíduos que necessitavam de algum tipo de prótese, sendo maior naqueles que precisam de prótese total comparativamente a quem necessitava de prótese parcial removível Registamos uma correlação positiva entre a situação mais grave apresentada nos sextantes e o número de impactos funcionais e psicológicos medidos pelo OHIP. Tendo em conta as suas sete subdivisões, verificamos que essa correlação é mais forte com os domínios da limitação funcional e disfunção física. Em relação à cárie dentária, verificamos existir uma correlação positiva entre o número de impactos no dia a dia referidos pelos indivíduos e o número de dentes perdidos, sendo mais forte dentro dos domínios da disfunção física e limitação funcional. Por outro lado, no que respeita ao número de dentes obturados, essa correlação é negativa, ou seja,

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Ciência e prática quanto maior o número de dentes obturados, menos impactos foram referidos O número de dentes cariados não mostrou correlação com o número de impactos medidos pelo OHIP. O número de impactos funcionais e psicológicos medidos pelo OHIP e a soma dos 14 itens demonstra correlação positiva com todos as subdivisões do índice, sendo mais forte nos domínios da disfunção física e dor física. Considerando os sete domínios do OHIP, verificamos existir uma correlação positiva entre todos eles, sendo mais forte entre os domínios do desconforto e disfunção psicológica, dor e disfunção física e disfunção psicológica e social. Os resultados obtidos levam a várias conclusões importantes que, apesar de ainda ser um campo de trabalho novo, onde somente o tempo e a experiência darão melhores condições de avaliação, pode-se, desde já, entender alguns aspetos. De início, pode-se concluir que os factores em questão demonstraram que, independentemente dos coeficientes obtidos, existe um impacto considerável das condições orais na qualidade de vida dos indivíduos. Por outras palavras, consegue-se avaliar o fardo que tais desordens representam para as pessoas o que dá uma valiosa contribuição aos estudos clínicos epidemiológicos tradicionais. Existem várias medidas efetivas, válidas e confiáveis capazes de indicar a relação entre saúde oral e qualidade de vida. Sem dúvida que, pela sua complexidade, estes instrumentos devem continuar a ser redefinidos e aperfeiçoados à medida que novas investigações forem avaliando as suas bases teóricas, técnicas de aplicação e as suas limitações em geral. Os indicadores subjetivos devem ser utilizados como mais um instrumento da avaliação das condições de saúde bucal, complementares aos indicadores clínicos, uma vez que eles conseguem captar as necessidades relatadas pelos indivíduos. Pode-se concluir que os factores sociais são tão importantes quanto os factores clínicos quando se pretende avaliarem as consequências das desordens orais na saúde. Este achado é consistente com os conceitos contemporâneos de saúde e reforça o ponto de vista de que o contexto social no qual se vive é importante na formação das respostas à doença e na experiência à saúde e à doença. Factores culturais influenciam as perceções de impacto social, e o acesso ao tratamento dentário adequado reduz os níveis de impacto social26. A constatação de que as doenças orais podem ocasionar complicações sistémicas, bem como diminuição da qualidade de vida, determina decisões de que o atendimento integral à saúde oral no grupo dos idosos deva ser garantido. O envelhecimento demográfico a que se vem assistindo, desde o século passado, é já um dado histórico. O aumento da proporção desta população obriga a mudanças significativas, sendo de extrema importância que os serviços de Saúde reconheçam os factores psicossociais que afetam a Saúde e o bem-estar da população idosa37.

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Deve-se procurar proporcionar aos idosos mudanças na saúde oral e, consequentemente, na sua qualidade de vida através de programas específicos286. O que se vivencia hoje é um quadro precário de saúde bucal na faixa etária adulta e idosa, resultado da ausência de programas específicos para tal grupo populacional. Nos futuros programas de Saúde Pública, a avaliação dos factores de risco sistémicos deve ser um instrumento a utilizar no planeamento e vigilância da promoção de Saúde Oral e dos programas de intervenção de doenças orais54. Um programa de atenção em saúde oral para idosos deveria ser desenvolvido a partir de um trabalho que vise o completo atendimento odontológico desta população55. Este atendimento eliminaria as necessidades acumuladas e posteriormente mantendo-a sob controlo, seguindo critérios de prioridade em relação à idade e problemas orais existentes. Deve ser composto por um programa preventivo, que vise controlar a incidência destes problemas; um programa curativo para tratar os problemas existentes e também um programa educativo que sirva de apoio para as demais acções. Pois, considera-se que, através de processos educativos, pode-se conseguir a modificação de hábitos e/ou participação política da população. Tem-se a visão de que, se todas as pessoas forem educadas, os problemas de saúde se resolveriam. As acções desenvolvidas num programa para idosos devem promover a interacção com as demais áreas do conhecimento, pois a avaliação de saúde geral e oral do idoso requer conhecimentos interdisciplinares e acompanhamento multiprofissional. Saúde, portanto, está sendo entendida como algo maior do que ausência de doença, com a possibilidade de uma vida melhor, participativa, em busca de qualidade de vida do indivíduo, da sua família e da comunidade em que está inserido. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que os países adotem estratégias para melhorar a Saúde Oral dos idosos, devendo as autoridades nacionais desenvolver políticas e definir metas e objetivos mensuráveis para esta área. Os programas nacionais de Saúde Pública deverão incorporar a promoção da Saúde Oral e a prevenção de doenças, e devem ser baseados nos factores comuns de risco48. As metas propostas para a Saúde Oral pela OMS, pela World Dental Federation (FDI) e pela International Association for Dental Research (IADR) para 2020 são: minimizar o impacto das doenças de origem oral e craniofacial na saúde e desenvolvimento psicossocial, promovendo a Saúde Oral, reduzir as doenças orais entre as populações com maior prevalência e diminuir o impacto das manifestações craniofaciais e orais das doenças sistémicas, nos indivíduos e na sociedade, através da monitorização, com diagnóstico precoce, prevenção e gestão efetiva das doenças sistémicas56. O impacto negativo das fracas condições orais na qualidade de vida dos idosos é um importante problema de Saúde Pública, devendo ser tratado a vários níveis e valorizado pelo poder político48.


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Ciência e prática Bibliografia 1 . M i n a y o M C S , H a r t z Z M A , B u s s P M . Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. Ciência e Saúde colectiva 2000;1(5):7-18. 2 . L o c k e r D . Subjective oral health status indicators. In: Slade, GD. Measuring oral health and quality of life. University of North Carolina, Dental Ecology: Chapel Hill; 1997. p. 15-22. 3 . G i f t H C , A t c h i s o n K A . Oral health, health, and health-related quality of life. Med Care 1995;33(11 Suppl):NS57-77. 4 . G i f t H C , A t c h i s o n K A , D a y t o n C M . Conceptualizing oral health and oral health-related quality of life. Soc Sci Med 1997;44(5):601-8. 5 . L o c k e r D . Measuring oral health: a conceptual framework. Community Dent Health 1988;5(1):3-18. 6 . W H O . International classification of impairments, disabilities and handicaps. Geneva: WHO 1980. 7 . W i l s o n I B , C l e a r y P D . Linking clinical variables with health-related quality of life. 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Teresa Azevedo Médica dentista. Prática no Centro de Diagnóstico e Reabilitação Oral da Maia. Licenciada em Prótese Dentária pela ESSVS. Mestranda em Reabilitação Oral do ISCS-N.

Tabaco como contra-indicação na cirurgia de implantes: verdade ou mito? O fumo do cigarro é considerado como tendo efeitos deletérios em todo o aparelho estomatognático. Está associado a maior incidência de cancro oral, doença periodontal, leucoplasias, estomatite nicotínica2, maior taxa de perda de peças dentárias, aumento da reabsorção óssea, entre outras alterações e patologias3. Também tem sido associado ao tabaco uma fraca cicatrização após cirurgia mucogengival e maior frequência de periodontite refratária3. É possível que a nicotina, tendo um efeito citotóxico, tenha ação sobre a síntese de proteínas celulares, podendo danificar a capacidade de aderência dos fibroblastos gengivais, interferindo desta maneira com a cicatrização e/ou exacerbando a doença periondontal1,3. Isto pode resultar numa baixa manutenção da integridade e remodelação do tecido conjuntivo oral3. Vários autores referem uma maior perda óssea alveolar em fumadores que em não fumadores, mesmo os que mantêm um bom nível de higiene oral. É sugerido pelos mesmos que, assim sendo, o tabaco por si só pode provocar perda de osso, independentemente do nível de placa bacteriana, que é conhecido como sendo o principal factor etiológico do início da periodontite e da periimplantite3,4. O mecanismo específico pelo qual o tabaco exerce a sua influência na parte periodontal ainda não é completamente conhecido. É provável que o tabaco tenha pri-

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meiramente uma influência sistémica por alteração da resposta do hospedeiro e/ou por afetar diretamente as células periodontais(1,3,4). A ação vasoconstritora cutânea direta da nicotina, os níveis aumentados de fibrinogénio, hemoglobina e viscosidade sanguínea, níveis excessivos de carboxihemoglobina no sangue, leucócitos polimorfonucleares com atividade diminuída, índice diminuto de migração quimiotática e atividade fagocítica diminuída, são condições que contribuem para a diminuição da resistência a inflamações e infeções, havendo também um comprometimento do potencial de cicatrização4. Vários foram os autores que, ao longo de décadas, se dedicaram ao estudo da influência do tabaco na cirurgia de implantes. Assim alguns factos resultantes desses estudos deverão hoje ser tidos em conta aquando do planeamento de um caso de cirurgia de implantes de um paciente fumador. Relatos da literatura demonstram índices de sucesso inferiores para os implantes colocados em fumadores, sendo que o número de complicações aumenta quanto mais severo é o fumador. Assim, fumadores leves (< 10 cigarros) e moderados (10-20 cigarros/dia) têm um risco de perda de implantes na ordem dos 10,1%, enquanto que num fumador severo (>20 cigarros/dia) esta taxa aumenta para aproximadamente 30,8%5.


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Fig. 1. Ortopantomografia de um paciente fumador severo sujeito a cirurgia de implantes. Evidentes as reabsorções em torno dos implantes sendo mais exacerbadas na maxila.

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Figs. 2 a-b. Parte protética e implantes removidos do mesmo paciente.

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Fig. 3. Radiografia periapical evidenciando um implante com reabsorção óssea marginal.

Fig. 4. Remoção de um implante.

Presumivelmente, isso ocorrerá porque sendo o osso da maxila de qualidade inferior, este é mais suscetível aos efeitos deletérios do tabaco3. Pacientes que deixam de fumar tendem a ter uma diminuição dos efeitos adversos do tabaco na sobrevivência dos implantes. Bain e Moy sugeriram um protocolo de cessação tabágica em que o paciente não deverá fumar uma semana antes da cirurgia de implantes e deverá manter-se assim durante oito semanas posteriores à cirurgia. Na semana antes da cirurgia a cessação permite a reversão dos valores aumentados da adesão plaquetária, assim como da viscosidade sanguínea. A cessação deverá ser mantida por um período de oito semanas posterior à cirurgia de implantes, fase em que

a cicatrização óssea progrediu para a fase osteoblástica e a cicatrização inicial estará estabelecida3,6. Na presença de uma longa história de hábitos tabágicos, um implante numa região posterior da maxila acarreta um maior risco, mesmo que aplicado o protocolo de cessação. E isto deve-se aos efeitos do tabaco a longo tempo na densidade óssea. Nestas situações há uma maior probabilidade de falha implantar. Se o paciente se recusa a deixar de fumar, a decisão de prosseguir com o tratamento deverá ser feita pelo clínico. O consentimento informado assume aqui um papel de grande relevância, devendo o médico apresentar todos os factos e o paciente atestar, sob forma de assinatura, que teve acesso a toda a informação e que, apesar dos avisos, não é capaz de cooperar.

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Fichas clínicas odontológicas Javier García Fernández Médico estomatologista. Periodontia e Implantologia em exclusividade. Diretor da Clínica Gingiva. Madrid (Espanha). www.gingiva.net

IGL: Técnica de Langer Obtenção de enxerto no paladar Apresentação do caso Paciente jovem, do sexo masculino, com recessões ativas nos incisivos inferiores e falta de gengiva aderente adequada, acompanhada de uma inserção alta do freio.

Resolução do caso (comentários à técnica) Com o objetivo de criar uma faixa de gengiva aderente queratinizada e assim conseguir o aumento gengival, efetua-se um IGL convencional no leito recetor. Na zona dadora do paladar, para minimizar o trauma cirúrgico, procede-se à obtenção do enxerto mediante a técnica de Langer (enxerto de tecido conetivo subepitelial).

A obtenção do enxerto com esta técnica minimiza a ferida cirúrgica, reduz o risco de hemorragia e a dor pós-operatória. O enxerto é composto por uma faixa de gengiva palatina queratinizada e um rodapé de tecido conetivo.

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Aspeto clínico da recessão. Observe-se a exposição radicular a nível do incisivo lateral direito e dos incisivos centrais. Ao delinear o vestíbulo, verifica-se tensão da margem gengival destes dentes.


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A preparação da zona recetora realiza-se mediante a extensão do fundo do vestíbulo através de uma dissecação parcial, deixando o osso coberto pelo seu periósteo e suturando o retalho com pontos em cruz na profundidade do vestíbulo.

Uma vez medido o leito recetor, inicia-se a obtenção do enxerto mediante uma incisão biselada do tamanho necessário para cobrir o leito, a uma distância de uns quatro milímetros da margem gengival dos dentes (1).

Nos extremos desta primeira incisão traçam-se duas incisões verticais libertadoras (2 e 3)…

…para assim poder levantar uma janela, efetuando-se portanto uma dissecação parcial do paladar.

Uma vez levantada esta janela, traça-se uma segunda incisão biselada mais coronal, a uns dois milímetros da primeira (4), delimitando assim o rodete epitelial. Esta segunda incisão ficará a uma distância de dois ou três milímetros da margem gengival dos dentes posteriores.

Esta incisão mais coronal será também biselada até atravessar a grossura da faixa epitelial de uns dois milímetros.

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Imagem clínica das duas incisões biseladas horizontais e das incisões libertadoras verticais que desenham a janela a levantar.

Imagem do paladar uma vez levantada a janela de epitélio e conetivo, e realizada a segunda incisão biselada.

Seguem-se duas incisões verticais libertadoras nos extremos do retângulo de tecido conetivo (5).

Em seguida, prolonga-se a segunda incisão biselada, uma vez ultrapassada a largura da banda epitelial, chegando até ao osso palatino (6). Com um periostótomo fino, levanta-se um rodapé de tecido conetivo retangular unido à faixa epitelial.

Esquema onde se aprecia a forma como se levanta o rodapé de tecido conetivo com recurso a uma incisão direta ao osso.

Imagem clínica do desprendimento profundo do enxerto. Este processo pode ser facilitado suturando o tecido com seda, evitando-se assim a possível aspiração do enxerto.

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Para libertar o enxerto do paladar, realiza-se uma última incisão horizontal direta ao osso no fundo da janela (7).

Imagem clínica da tração do enxerto ao efetuar a incisão libertadora direta ao osso na profundidade da janela.

Imagem da ferida palatina uma vez obtido o enxerto. Observa-se que a ferida cirúrgica retangular por debaixo da janela se compõe de uma primeira zona biselada de tecido conetivo (equivalente à largura da faixa epitelial do enxerto) e uma segunda zona de osso palatino sem periósteo.

O enxerto obtido estará formado por uma faixa de tecido epitelial e um rodapé de tecido conetivo.

Ao fechar a janela palatina, cobre-se totalmente o osso palatino exposto, ficando apenas uma faixa cruenta de tecido conetivo de uns dois milímetros de largura.

A janela palatina será suturada com pontos simples nas esquinas e nos bordos laterais.

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Uma vez desprendidos amplamente os tecidos palatinos, realizam-se pontos em cruz para aumentar a sua adaptação e compressão ao leito ósseo subjacente. Estes pontos em cruz podem fixar-se ao redor dos colos dentários…

…ou nos bordos da janela, assegurando-se assim a perfeita hemostasia da zona dadora do enxerto. Observe-se a pequena ferida cruenta, onde o osso palatino está totalmente coberto pela janela.

Imagem da ferida aos sete dias. A reepitelização da zona cruenta já se iniciou. A dor pós-operatória é mínima.

Imagem da ferida palatina aos dez dias.

Imagem aos 15 dias. Existe uma total epitelização da zona dadora do enxerto.

O enxerto estabiliza-se com pontos simples no leito superior.

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Imagem aos sete dias de evolução pós-operatória.

Imagem aos dez dias da intervenção, antes de retirar as suturas.

Imagem aos trinta dias. Conseguiu-se criar uma larga faixa de gengiva queratinizada.

Imagen antes de realizar o enxerto gengival livre.

Este tipo de enxertos constitui uma boa alternativa em casos onde se associam problemas mucogengivais com bolsas periodontais que atravessam a linha mucogengival e em que não existe suficiente gengiva. Paciente de 66 anos com E.P. avançada.

No sextante inferior central observa-se uma recessão generalizada do grupo incisal, inserção alta do freio e bolsas periodontais que atravessam a linha mucogengival.

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Imagem geral da boca após a fase de raspagem e alisamento radicular, e do controlo de placa.

Imagem em detalhe do sextante após a raspagem e alisamento radicular.

Eliminam-se as bolsas periodontais mediante incisões a bisel interno, bem como os rodetes gengivais e levanta-se um retalho de espessura total, que será suturado com pontos em cruz no fundo do vestíbulo. Traçam-se todas as incisões da técnica de Langer no paladar.

Estas incisões estarão a uma distância de três milímetros da margem gengival livre dos dentes posteriores. Observe-se que a segunda incisão biselada mais coronal apresenta-se festoada para que o enxerto se adapte melhor nos espaços interdentais.

Imagem do paladar no momento da extração do enxerto. Para facilitar esta manobra, é possível separar a janela com a ajuda do instrumento de Prichard.

Imagem da zona dadora uma vez realizada a hemostasia e sutura desta área.

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Imagem do enxerto obtido com uma faixa epitelial festoada e o seu rodapé de tecido conetivo.

Imagem do paladar aos sete dias, antes de remover as suturas.

O enxerto estabiliza-se na ampla zona recetora com pontos simples. O bordo festoado do enxerto introduz-se nos espaços interdentais.

Imagem aos sete dias.

Imagem clínica aos trinta dias.

Imagem um ano depois do enxerto.

Imagem volvidos três anos.

Imagem aos cinco anos. Como se pode observar, o resultado não apenas se mantém estável como regista uma melhoria com o passar do tempo (o enxerto “amadurece” com o tempo).

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Mis Portugal Research Project reforça investigação no setor dentário Numa parceria com as Faculdades de Medicina Dentária das Universidades de Lisboa e Coimbra e o Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, a Mis Portugal e a SDS - Same Day Solutions, distribuidor exclusivo em Portugal de produtos da marca na área da implantologia, anunciam (para o biénio 2012-2013) um projeto na área da investigação que pretende contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico da Medicina Dentária em Portugal, em particular na área da implantologia. Tendo em vista o potencial e conhecimento dos profissionais portugueses e a necessidade de investigação nesta área em constante evolução, esta aposta na investigação nacional surge, em conjunto com outros países, ao abrigo do Plano Global de Investigação Mis na Europa e no Mundo, subordinado a vários temas e sob a orientação de instituições de ensino superior portuguesas de referência. A apresentação oficial do Mis Portugal Research Project teve lugar no Hotel Pestana Palace de Lisboa, no passado dia 29 de novembro, na presença dos representantes das várias faculdades envolvidas, do vice-presidente para a área da Investigação e Desenvolvimento da Mis, Nachum Samet, e dos responsáveis pela implementação e desenvolvimento do projeto em Portugal, Cristina Antas da Cunha e Nuno Costa Santos. De acordo com os promotores desta iniciativa, trata-se de uma “oportunidade única para a promoção internacional da medicina dentária e dos profissionais portugueses, que contará com todos os meios necessários à investigação”. Face à presente conjuntura económica do país, o investimento estrangeiro na investigação, neste caso da Mis, “é de grande importância como reconhecimento do nosso potencial humano e torna-se uma ferramenta única do desenvolvimento técnico, científico e intelectual” que se pretende proporcionar e devolver a Portugal “como algo de valioso e positivo para o reconhecimento internacional intelectual e desenvolvimento da comunidade, da profissão, e da indústria dentária portuguesa como um todo”. A empresa não adianta, para já, o valor do investimento que considera, de resto, difícil de determinar nesta fase inicial do processo, tendo em consideração que irá envolver materiais, meios de diagnóstico, etc.

Luís Pires Lopes sustenta que a produção de ciência “deve estar associada à indústria”.

O projeto de investigação será conduzido sob a orientação de clínicos como Luís Pires Lopes, presidente do Conselho Científico da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), Diogo Líbano Monteiro, coordenador da Pós-Graduação de Prostodontia da mesma Faculdade, Fernando Guerra, coordenador da Área de Medicina Dentária da Universidade de Coimbra, e João Mendes, coordenador da Área de Medicina Dentária do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz. Ao longo do projeto, outras instituições públicas ou privadas, que reunam condições estruturais e de know how para o efeito, poderão juntar-se mediante a apresentação de protocolo dentro das áreas alvo da investigação. Todos os estudos, após aprovação e assim que terminados, serão propostos a publicação em revistas da maior relevância científica internacional.

Faculdades aplaudem iniciativa Neste momento, “estas parcerias são muito importantes para a investigação científica”, observa o presidente do Conselho Científico da FMDUL, para quem as universidades “têm um papel fundamental que passa pela produção de ciência”. Hoje em dia, essa produção de ciência “deve estar associada à indústria, porque tem uma aplicação imediata ao nível dos mercados”, sustenta Luís Pires Lopes. No caso concreto da parceria com a Mis, os dois projetos a cargo da FMDUL, que ainda se encontram em fase de aprovação, envolvem técnicas cirúrgicas e biomateriais para implantes, e ambos serão objeto de ensaios clínicos e experimentação animal. Ao abrigo do mesmo programa, o Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz (ISCSEM), com sede na Costa da Caparica, tem em mãos outros dois projetos de âmbito clínico, nas áreas da regeneração e reabilitação oral sobre implantes. O coordenador da Área de Medicina Dentária desta instituição de ensino superior, João Mendes, recorda que a faculdade que dirige tem feito, nos últimos anos, “um grande investimento em termos de investigação laboratorial”, em particular na área de materiais dentários ligados à dentisteria. A possibilidade de alargar agora esse trabalho a uma vertente

João Mendes considera que o projeto “terá vantagens para a comunidade científica”.

Fernando Guerra também defende “o reforço de protocolos com a indústria”.


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Foto de grupo dos intervenientes no projeto: (a partir da esquerda) Diogo Líbano Monteiro, Sérgio Matos, Nuno Costa Santos, Luís Pires Lopes, Nachum Samet, Fernando Guerra, Gil Alcoforado, Cristina Antas da Cunha, João Rua e João Caramês.

da investigação mais ligada aos materiais cirúrgicos é encarada com forte entusiasmo por João Mendes, “até porque implica uma ligação a outras universidades nacionais e a uma universidade internacional (de Israel), o que nos motiva e permite perceber o trabalho que está a ser feito noutros países”. Também o coordenador da Área de Medicina Dentária da Universidade de Coimbra aplaude a iniciativa da Mis no sentido de estreitar laços com as instituições de ensino superior e desenvolver em conjunto projetos de investigação. Fernando Guerra recorda que a Universidade de Coimbra tem uma vasta experiência em protocolos de investigação com empresas do setor dentário. No caso da Mis, existe a perspetiva de realizar um conjunto de protocolos que possam “responder a várias questões suscitadas pela utilização dos biomateriais da área regenerativa que a empresa tem, portanto, estará aqui mais envolvida a vertente da periodontologia”, adianta Fernando Guerra, embora ressalvando que o projeto, ainda em fase de análise e aprovação, não se esgota aqui. “Pode haver a participação de alguns outros grupos que se considerem interessantes”. O processo protocolar requer um conjunto de etapas para que seja credível e capaz de estabelecer, de forma científica, uma resposta à questão que se vai colocar. “É nessa fase que nos encontramos”, revela o representante da Universidade de Coimbra, referindo que os protocolos de investigação carecem também de um seguimento dos pacientes, ou seja, “não se vão esgotar num periodo de tempo muito curto”. Durante a sessão de apresentação do Mis Portugal Research Project, o vice-presidente para a área da Investigação e Desenvolvimento da empresa e principal coordenador do projeto, Nachum Samet, deixou claro que a aposta da empresa em Portugal “é um investimento a longo prazo e não está condicionado” à obtenção de resultados rápidos. “O meu objetivo não é atingir resultados que me promovam, mas sim a minha profissão”, sublinhou o ex-professor assistente na Faculdade de Medicina Dentária de Harvard, de nacionalidade israelita, que traçou como objetivo da Mis para a próxima década “alargar a todo o planeta as parcerias na área da investigação dentária”.

Nachum Samet, vice-presidente da Mis e principal coordenador do projeto, promete “investimento na investigação portuguesa a longo prazo”.

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Calendário de cursos Curso monográfico de carga imediata ITI (International Team for Implantology), em colaboração com a Straumann, organiza, a partir do próximo dia 28, um curso monográfico de carga imediata, que se realizará na Faculdade de Medicina Dentária de Universidade de Lisboa, ministrado por Pedro Rabaço e Susana Noronha. Os participantes neste curso terão oportunidade de aprender, mediante teoria baseada na evidência e técnicas protocoladas, a resolver casos de forma previsível, segura e com sucesso. 214 229 170 • formacion.pt@straumann.com

Formação em cirurgia e prótese sobre implantes A Ceodont organiza mais uma edição do curso de cirurgia e prótese sobre implantes, ministrado por Mariano Sanz Alonso e José de Rábago Vega, com a colaboração de Bertil Friberg. O objetivo é proporcionar ao médico dentista generalista uma série de conhecimentos em Implantologia, de modo a que o profissional possa obter uma formação teórica e clínica, que lhe permita familiarizar-se neste domínio da medicina dentária. O programa divide-se em quatro módulos com o seguinte calendário e conteúdo: • Módulo 1: Diagnóstico e plano de tratamento; de 8 a 10 de março. • Módulo 2: Cirurgia de implantes; de 26 a 28 de abril. • Módulo 3: Prótese sobre implantes; de 17 a 19 de maio. • Módulo 4: Curso sobre cadáveres e cirurgia e prótese em casos complexos: de 14 a 16 de junho. Ceodont (Grupo Ceosa). (0034) 915 540 979• cursos@ceodont.com

Paulo Fernando Mesquita de Carvalho

Curso avançado de reconstrução tissular estética A Ivoclar Vivadent organiza em Bilbau (Espanha), entre os dias 13 e 16 do próximo mês de fevereiro, um curso teórico-prático avançado de reconstrução tissular estética em periodontia e implantologia. Este curso foi especialmente elaborado para promover a atualização científica e clínica de profissionais que procuram a integração interdisciplinar em medicina dentária, mediante um programa equilibrado distribuido entre a teoria científica e a experiência clínica. O curso é coordenado por Manuel Gómez, do Centro Dental Implantológico de Bilbau, e tem como orientador Paulo Fernando Mesquita de Carvalho, do Instituto Implante Perio de São Paulo (Brasil). (0034) 944 795 650 • info@drgomez.es

Curso prático de implantes A Camlog promove, a partir do próximo dia 12, um curso prático de implantes, dividido em oito módulos, que decorrerá na Clínica do Amial (Porto) até ao próximo mês de junho. Este curso conta com o patrocínio do Sistema de Implantes Camlog e tem por objetivo a integração prática da implantologia na consulta dos participantes, visando ainda trasmitir uma técnica sistematizada e predizível, tanto a nível cirúrgico como protético, para dar um enfoque novo à planificação de certos tratamentos. A orientação do curso está a cargo de Manuel Neves e da sua habitual equipa de profissionais. (0034) 914 560 872 • info@camlogmed.es · www.camlog.com

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Calendário de cursos Centro de Formação Contínua da OMD A Ordem dos Médicos Dentistas volta a organizar em 2012, ao abrigo do programa anual do Centro de Formação Contínua, três tipos de ações de formação: cursos de fim de dia, cursos modulares de endodontia e dentisteria e as Jornadas de Primavera. Eis o calendário das iniciativas que a OMD reservou para o primeiro trimestre do ano: Cursos de fim de dia • Opções de tratamento com implantes na maxila atrófica (Fernando Duarte, Adolfo Magalhães, Fernando Almeida e Armando Lopes); 9 deste mês, Porto. • Técnicas de alongamento coronário – aplicações clínicas (Tony Rolo); 6 de fevereiro, Leiria. • Metalocerâmica vs cerâmica: critérios clínicos; 5 de março, Coimbra. Dentisteria • 1º módulo: Resinas compostas – conceitos atuais (Alexandre Cavalheiro); 30 deste mês, Porto. • 2º módulo: Restaurações diretas vs indiretas com resinas compostas (Alexandra Vinagre); 13 fevereiro, Porto. • 3º módulo: Restaurações diretas e indiretas – procedimentos clínicos (Carlos Falcão); 27 de fevereiro, Porto. • Curso prático hands-on: Restaurações diretas em resina composta (Inês Caldeira Fernandes, Alexandrine Carvalho e Filipe Teixeira de Melo); 3 de março, Porto. Endodontia • 1º módulo: Diagnóstico e urgencias em endodontia (Natália Pestana de Vasconcelos); 30 deste mês, Lisboa. • 2º módulo: Instrumentação em endodontia (Sancho Vilaverde Correia); 13 de fevereiro, Lisboa. • 3º módulo: Técnicas de obturação em endodoncia (Nuno Valamatos Pinto); 27 de fevereiro, Lisboa. • Curso prático hands-on: Instrumentação e obturação em endondontia (Luís França Martins, Miguel Rui Martins e António Roma Torres); 3 de março, Lisboa. 226 197 690 • www.omd.pt

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Calendário de cursos II Curso de odontopediatria O Centro de Estudos de Medicina Dentária do Amial (Porto) vai organizar, entre os próximos meses de março e junho, a segunda edição do curso de odontopediatría, que conta com a supervisão da professora catedrática da Universidade Complutense de Madrid, Elena Barbería Leache. O curso, que engloba as temáticas de fantomas, novos materiais, prática clínica e laboratório, divide-se em quatro módulos, ao abrigo do seguinte calendário: • 1º módulo: diagnóstico e plano de tratamento; 23 e 24 de março. • 2º módulo: terapia pulpar em dentição decídua e permanente jovem; 13 e 14 de abril. • 3º módulo: Desenvolvimento da oclusão; 18 e 19 de maio. • 4º módulo: Traumatismos dentários no paciente em crescimento; 15 e 16 de junho. 228 347 766 • anacristina@manuelneves.com

Curso de prótese fixa A Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa organiza, entre os dias 18 de fevereiro e 12 de maio, um curso modular de prótese fixa destinado a médicos dentistas e técnicos de prótese dentária. A componente prática desta ação formativa prevê a execução de restaurações sobre dentes (unitárias e múltiplas), restaurações unitárias sobre implantes, bem como a execução de facetas por técnica Press e a documentação dos casos clínicos. 217 922 626 • helenamatos@fmd.ul.pt

Curso de ortodontia prática A Ledosa (Grupo Ceosa) organiza um curso de ortodontia prática, na especialidade de Arco Reto-C, ministrado por Alberto J. Cervera Durán, Alberto Cervera Sabater e Mónica Simón Pardell. O objetivo é divulgar a prática clínica da ortodontia fixa, segundo a técnica de Arco Reto. Os próximos módulos do curso obedecem ao seguinte calendário: • 5. Estudo da classe III; de 26 a 28 de janeiro. • 6. Diagnóstico e plano de tratamento; de 1 a 3 de março. • 7. Biomecânica avançada e autoligado; de 12 a 14 de abril. • 8. Ortodontia multidisciplinar; de 10 a 12 de maio. Ledosa (Grupo Ceosa). (0034) 915 542 455 cursos@ledosa.com • www.ledosa.com

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Calendário de cursos X Curso em implantologia integral ITI (International Team for Implantology), em colaboração com a Straumann, inaugura este mês a décima edição do Curso em Implantologia integral do Porto que se realizará, até junho próximo, no Centro de Estudos de Medicina Dentária do Amial. (Porto). O diretor do curso, Manuel Neves, contará com o apoio de Célia Coutinho, Pedro Couto Viana, Helena Rebelo e Luís Redinha. O objetivo geral do curso é proporcionar ao aluno a capacidade de tratar pacientes com implantes, em situações clínicas que surgem diariamente na consulta dentária. Para isso, foi elaborado um programa equilibrado entre teoria e ciência base, práticas pré-clínicas e clínica com pacientes. 214 229 170 • info.pt@straumann.com

Aperfeiçoamento em prótese fixa sobre dentes e implantes O Centro de Prevenção e Reabilitação Oral Dr. Genilson Silva Neto, em colaboração com a Straumann, organiza a 27ª edição do curso de aperfeiçoamento em prótese fixa sobre dentes e implantes, ministrado por Genilson Neto. Esta iniciativa irá decorrer em Lisboa, a partir de março e até julho deste ano, nas instalações do referido Centro de Prevenção e Reabilitação Oral, nas suas componentes teórica e teórica-prática. 217 816 710 • clinica@gsilvaneto.com

Formação em estética dentária Ceodont (Grupo Ceosa) tem em marcha um curso em Estética Dentária. Os últimos módulos do programa, que conta com Mariano Sanz Alonso, Manuel Antón Radigales e José A. de Rábago Vega como ministrantes, são os seguintes: • 5. Carilhas de porcelana I: indicações, talhado e impressões; 20 e 21 de janeiro.• 6. Carilhas de porcelana II: cementado e ajuste oclusal; 17 e 18 de fevereiro.• 7. Coroas de recobrimento total e incrustações; 16 e 17 de março. Ceodont (Grupo Ceosa). (0034) 915 540 979 • cursos@ceodont.com

Ciclo de ortodontia clínica e ortopedia dento-facial O ciclo de excelência "Ortodontia clínica e ortopedia dento-facial", organizado pelo Campus Odontológico Internacional, estreou-se no passado mês de dezembro, em Salamanca. O objetivo é oferecer uma ampla e sólida formação teórica-prática, onde se ensinam diferentes técnicas que permitirão aos profissionais do setor a possibilidade de escolher a melhor técnica para a sua prática clínica diária. O ciclo terá uma duração de 14 meses, com uma carga horária total de 560 horas, e divide-se em vários módulos, de acordo com o seguinte modelo: uma primeira fase de formação teórica, com recurso a tecnologia audiovisual; uma segunda fase de formação prática, de nível laboratorial (confeção de aparatologia ortodôntica) e pré-clínica (habilidades e conhecimentos próprios dos tratamentos de ortodontia em tipodontos especiais). Eis as datas dos próximos módulos: • 2º módulo: 19 a 24 de janeiro. • 3º módulo: 16 a 21 de fevereiro. • 4º módulo: 15 a 20 de março. • 5º módulo: 19 a 24 de abril. (0034) 609 788 884 (atendimento em Português) • 6º módulo: 17 a 22 de maio. info@campusodontologico.com

www.campusodontologico.com

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Congressos e reuniões Congresso da OMD regressa ao Europarque em novembro O congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas regressa, este ano, à região do Porto. A XXI edição do encontro, que engloba o habitual certame da indústria (Expo-Dentária), vai decorrer no Europarque de Santa Maria da Feira, entre os dias 8 e 10 do próximo mês de novembro. O congresso de 2012 conta com os médicos dentistas Artur Lima e Ricardo Faria e Almeida como presidentes da Comissão Organizadora e da Comissão Científica, respetivamente. Ao abrigo do programa científico estão já confirmadas as intervenções do seguintes oradores internacionais: Pierpaolo Cortellini (perio-biomateriais), Ricardo Mitrani (prótese fixa), Dennis Tarnow (implantologia), Ronald Jung (prótese fixa e removível), Michael Norton (regeneração óssea), Marga Ree (endodoncia), Jacques E. Nor (odontopediatria) e Urs Belser (reabilitação oral). www.omd.pt

SPEMD organiza em Lisboa XXXII congresso anual A XXXII edição do congresso da Sociedade Portugesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) está agendada para os dias 12 e 13 de outubro deste ano. Lisboa é a cidade anfitriã do encontro anual da SPEMD, cujo programa irá decorrer nos auditórios do ISCTE. Estão confirmados no programa os conferencistas estrangeiros Roberto Spreafico (Itália), Serge Bouillaguet (Suíça) e Francesco Martelli (Itália), bem como os oradores nacionais Pedro Toscano, Joana Godinho, Ana Carla Coelho, Ana Luísa Costa, Carlos Falcão e João Pedro Canta. www.spemd.pt

XXIV reunião da SPODF vai ter lugar em Coimbra A próxima reunião científica da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) vai decorrer, entre os dias 17 e 19 de maio, num hotel de Coimbra. A excelência em ortodontia será o tema em destaque no XXIV encontro anual da SPODF, cujo programa científico prevê uma abordagem a temáticas como a disfunção ATM, cirurgia ortognática, tratamento precoce, estética facial, sistemas autoligantes e ortodontia lingual. www.spodf.pt

Estudantes estreiam congresso nacional no Fórum da Maia O I Congresso Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (CNEMD) vai ter lugar nos dias 24 e 25 do próximo mês, no Fórum da Maia. Organizado pela Associação Portuguesa de Estudantes de Medicina Dentária (PADS), este encontro tem como presidente da Comissão Científica o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, e contará com a presença de outros nomes sonantes da área da Medicina Dentária, na qualidade de oradores e convidados. A MAXILLARIS associa-se ao evento dos estudantes como patrocinador de um prémio anual, ao abrigo do qual compromete-se a publicar, em formato de artigo, o póster ou comunicação científica vencedor de cada edição do congresso. www.padsportugal.org

Jornadas da Universidade do Porto agendadas para março A XXIII edição das Jornadas de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto vao realizar-se no próximo dia 17 de março. Este evento, cuja Comissão Organizadora é presidida por Pedro Mesquita, pretende reunir, uma vez mais, alunos, médicos dentistas e demais profissionais das diversas áreas da saúde oral, promovendo e contribuindo para o seu desenvolvimento científico e para o convívio interpessoal. www.fmd.up.pt

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Congressos e reuniões Expodental regressa à capital espanhola em fevereiro A Expodental 2012 vai ter lugar entre os dias 23 e 25 de fevereiro. Deste modo, a principal feira do setor dentário da Península Ibérica (e uma das mais destacadas no contexto europeu), que se assinala de forma bienal no recinto de feiras de Madrid (Ifema), adianta o seu calendário, já que habitualmente tinha lugar em meados de março. Em relação à edição de 2010, a mostra deste ano prevê um aumento da área de exposição e mudará a sua localização dentro das referidas instalações da capital espanhola: desta vez, ocupará os pavilhões 7 e 9, próximos à entrada norte da Ifema. www.ifema.es

30º Congresso internacional de São Paulo realiza-se este mês A próxima edição do congresso internacional de odontologia de São Paulo (CIOSP) realiza-se entre os dias 28 e 31 deste mês, nas instalações da Expo Center Norte (São Paulo), sob a égide da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD). O encontro anual dos profissionais de medicina dentária brasileiros é reconhecido mundialmente como uma referência no domínio da atualização técnica e científica do setor, além de ser uma privilegiada montra das últimas soluções da indústria dentária. A organização do 30º CIOSP espera a presença de mais de 60 mil visitantes. secretaria.decofe@apcdcentral.com.br • www.ciosp.com.br

Hong Kong organiza 100ª edição do congresso da FDI O 100º congresso anual da Federação Dentária Internacional (FDI) vai ter lugar em Hong Kong (China), de 29 de agosto a 1 de setembro. A organização do congresso de 2012, a cargo da Hong Kong Dental Association, compromete-se a realizar um encontro de alto nível, marcado pelo intercâmbio científico entre os representantes das cerca de 200 organizações que integram a FDI. O programa do encontro, que decorrerá no Centro de Convenções e Exibições de Hong Kong, inclui a habitual exposição mundial da indústria dentária, onde será apresentada a última tecnologia em equipamentos e produtos dentários. www.fdiworlddental.org

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Congressos e reuniões Viena acolhe en junho 7º congresso Europério A próxima edição do congresso Europério, cuja organização regressa este ano pela mão da Federação Europeia de Periodontia, tem como cidade anfitriã a capital da Áustria. O principal evento mundial dedicado à temática da periodontia, que se realiza de três em três anos, reunirá em Viena, entre 6 e 9 de junho, congressistas e representantes da indústria dentária de toda a Europa e de vários pontos do planeta. Durante o 7º Congresso Europério, dezenas de especialistas internacionais de renome abordarão os últimos avanços técnicos e científicos nas áreas da periodontia, implantologia e higiene dentária. Paralelamente, centenas de representantes da indústria dentária mundial apresentarão em Viena as últimas novidades em matéria de serviços, equipamento e produtos nesta área. www.europerio7.com

EOS 2012 terá lugar em Santiago de Compostela A 88ª edição do congresso da Sociedade Europeia de Ortodontia (EOS na sigla em inglês) realiza-se este ano em Espanha, sob a organização de David Suárez Quintanilla. O encontro terá lugar no Palácio de Congressos e Exposições da Galiza, em Santiago de Compostela, de 18 a 23 de junho. O programa científico é dedicado ao diagnóstico ortodôntico 3D, aos micro-implantes e aos novos procedimentos cirúrgicos no tratamento ortodôntico. O congreso prevê as intervenções de Abel García, Vicente Hernández y Eliseo Plasencia (Espanha), Axel Bumann (Alemanha), César Guerrero (Venezuela), Theodore Eliades (Grécia), Raffaele Spena (Itália), Timo Peltomäki (Finlândia), Nigel Hunt (Reino Unido), Hee-Moon Kyung (Coreia) e Meir Redlich (Israel), entre outros. www.eos2012.com

Camlog Foundation organiza congresso internacional na Suíça A Camlog Foundation agendou o seu próximo congresso internacional para o periodo entre 3 e 5 de maio deste ano, em Lucerna (Suíça). Este encontro europeu, sob o lema “Sinta o pulsar da ciência no coração da Suíça”, dará a conhecer os últimos avanços em implantologia. Na primeira jornada, e ao abrigo do pré-programa, estão previstos quatro interessantes workshops que terão lugar num cenário exclusivo: o topo do monte Pilatus a 2.132 metros sobre o nível do mar. O congresso contará com a colaboração dos oradores portugueses Gil Alcoforado e Fernando Guerra, e inclui uma competição de pósteres científicos. Além disso, está previsto um original programa de lazer, que inclui uma festa de Rock and Roll no coração dos Alpes. www.camlog.com

Astra Tech celebra terceiro encontro mundial em maio O terceiro congresso mundial da Astra Tech terá lugar de 9 a 12 de maio em Gotemburgo (Suécia) e contará com um programa de inspiração científica de três dias com mais de 100 professores de renome mundial, complementado com sessões práticas e demonstrações de produtos. O Astra Tech World Congress contará com um distinto comité científico, formado por Jan Lindhe, Tomas Albrektsson e Christoph Hämmerle que, por sua vez, estarão acompanhados por Denis Cecchinato, Kerstin Gröndahl, Stefan Haßfeld, Rhonda Jacob, Hans-Christoph Lauer, Gert J. Meijer, Masahiko Nikaido, Richard Palmer, Pascal Valentini e Homa Zadeh. O comité dos prémios científicos é formado por três profissionais da implantologia, de renome mundial, como são Lyndon Cooper, Michael Norton e Clark Stanford. Será seleccionado um vencedor, que tenha dado uma contribuição significativa à investigação no campo da implantologia. www.astratechdental.pt

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Stand da Sinusmax na recente Expo-Dentária de 2011.

S i n u s m a x p r o m o v e n o v o s produtos e define estratégia p a r a 2 0 1 2

“Procuramos oferecer soluções e não apenas produtos” A Sinusmax está a promover um novo produto, o Identium da Kettenbach®, que reúne as vantagens de um silicone e de um poliéter, que começará a ser comercializado este ano na versão Fast, proporcionando ao clínico um menor tempo de trabalho. Outra novidade da empresa sediada em Matosinhos é o substituto ósseo MedBone®, composto de hidroxiapatite e beta fosfato tricálcico, de origem mineral, “orgulhosamente produzido em Portugal”. Maria José Pires, sócia-gerente da Sinusmax, e o médico-dentista Anjos Pereira, diretor técnico, fazem um balanço positivo da última edição da Expo-Dentária e traçam a estratégia da empresa a curto/médio prazo. Que balanço faz a Sinusmax da sua participação na última edição da Expo-Dentária? M a r i a J o s é P i r e s . A Expo-Dentária foi muito positiva, pois a Sinusmax dirigiu a sua estrategia em função do cliente. Definir uma estratégia que tenha os clientes em conta, que os considere como a parte mais importante do processo, tem retorno. Foi isso que aconteceu. Os clientes identificaram na Sinusmax um parceiro com o qual podem contar. Em que medida a crise que o país atravessa tem vindo a influenciar o setor dentário e que consequências poderá refletir nos resultados da vossa empresa em 2011? A n j o s P e r e i r a . Ao falarmos em crise em geral e no setor dentário, em particular, não se pode falar em crise, mas em crises. São crises multifactoriais, mas em cada uma delas é obrigatório parar para refletir e procurar em cada uma delas uma oportunidade. Ela existe sempre. Que estratégia ou metas definiu a Sinusmax a curto/médio prazo? A n j o s P e r e i r a . Todas as nossas estratégias têm em vista, em primeiro lugar, o cliente. Esta postura tem a ver com a restituição

de um humanismo que nas últimas décadas se tem vindo a perder. Que produtos e serviços estão a ser promovidos, apresentados ou em vias de ser anunciados pela empresa. M a r i a J o s é P i r e s . Nos materiais de impressão temos um novo produto, uma composição de silicone e poliéter, o Identium da Kettenbach®, que reúne as vantagens de um silicone e de um poliéter, que no início do ano começará a ser comercializado na versão Fast, proporcionando ao clínico um menor tempo de trabalho. Vamos promover em 2012 o MedBone®, um substituto ósseo composto de hidroxiapatite e beta fosfato tricálcico, de origem mineral e orgulhosamente produzido em Portugal.

à anestesia convencional, pela sua eficácia e rapidez. Também o novo implante da I.D.I., o IDCam®, pela sua tecnologia e inovação, aliado a um preço justo. O que diferencia a Sinusmax na sua relação com os profissionais do setor dentário? A n j o s P e r e i r a . A humanização das relações, garantindo o máximo apoio e um acompanhamento pós venda qualificado. O cuidado que colocamos na seleção dos produtos que comercializamos e a preocupação da melhor relação qualidade/preço. Como valores da Sinusmax, destacamos que, face ao nosso cliente, procuramos oferecer soluções e não apenas produtos. Quais são as expetativas de futuro em termos de alargamento de mercado? M a r i a J o s é P i r e s . O nosso foco é apenas Portugal, embora tenhamos pontualmente negócios com outros países, nomeadamente Angola e Brasil.

Existe algum produto ou tecnologia, s o b a é g i d e d a S i n u s m a x , c o m e s p ecial êxito no mercado português? M a r i a J o s é P i r e s . Sim. Muitos dos nossos produtos estão a ser acolhidos com enorme êxito no mercado nacional, a exemplo do que acontece internacionalmente. É o caso do equipamento de anestesia eletrónica, QuickSleeper®, um equipamento que está a alterar o paradigma da anestesia em Portugal, pelas suas vantagens clínicas face

Av. D. Afonso Henriques, 1196 • sala 201 • 4450-012 Matosinhos Tel.: 229 377 749 • Fax: 229 377 924 sinusmax@sinusmax • www.sinusmax.com

Maria José Pires e o médico dentista Anjos Pereira, respetivamente, sócia-gerente e diretor técnico da Sinusmax.


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Novidades da indústria Pilar para restaurações aparafusadas

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A Astra Tech Dental anuncia o lançamento do pilar Atlantis Crown Abutment para restaurações aparafusadas unitárias. O Atlantis Crown Abutment é exclusivamente desenhado a partir da forma final do dente para um resultado estético final mais natural para cada paciente de implantes. O pilar é distribuído em cinco tons de zircónio biocompatível, incluindo o novo zircónio branco translúcido disponível em exclusivo para este produto. Para os laboratórios, esta introdução simplifica os procedimentos internos, oferecendo uma solução eficiente e de baixo custo, eliminando o tempo gasto na modificação, fundição e os custos da utilização de metais preciosos.

Compósito fluido e fotopolimerizável X-tra base (0049) 047 21 71 91 87 www.voco.es

X-tra base é o novo compósito fluido que foi lançado pela Voco especialmente para a técnica de inserção em bloco. Este compósito fluido e auto-nivelante possibilita inserir, num só passo de trabalho, incrementos de até 4 mm de espessura, que podem ser rapidamente fotopolimerizados. Um incremento de 4 mm de X-tra base na cor universal requer apenas 10 segundos de fotopolimerização. Após a inserção e a polimerização, basta cobrir a base estável assim obtida com uma camada de um compósito à base de metacrilatos de uso universal ou especial para dentes posteriores. Deste modo, é possível restaurar dentes posteriores com facilidade, eficiência e segurança. X-tra base é adequado para bases de restaurações em cavidades de classes I e II, bem como para o forramento cavitário das mesmas. O novo compósito da Voco possui um alto grau de dureza (350 MPa) e de resistência à flexão (133 MPa).

Sistema para barras sobre implantes www.gt-medical.com

A partir deste mês, a GT-Medical coloca à disposição dos profissionais do setor dentário um sistema para a confeção de barras sobre implantes de distintos tipos: redondas, ovais e barras dolders. A GT-Medical reforça assim a sua oferta nos pedidos de calcináveis, proporcionando as barras e aditamentos de retenção, que possibilitam a confeção de próteses removíveis sobre implantes.

Kit de planificação de pilares (0034) 914 560 872 info@camlog.es www.camlog.com

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O Sistema de Implantes Camlog põe à disposição do mercado o novo kit de planificação de pilares, tanto para implantes Conelog como para Camlog. O kit tem como objetivo facilitar a tarefa de planificação, já que permite selecionar no laboratório, de um modo rápido e simples, os pilares mais adequados para a elaboração da prótese definitiva para cada caso. Todos os pilares de planificação contidos no kit são fabricados em plástico, mas têm idêntica geometria à dos pilares originais. Apresentam-se em diferentes cores para facilitar a sua identificação. Com o novo kit de planificação Camlog, deixa de ser necessário o complexo armazenamento dos pilares originais. Trata-se de uma ferramienta de trabalho com todas as garantias e segurança da Camlog.


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Novidades da indústria Gel para branqueamento de dentes (0049) 047 21 71 91 87 www.voco.es

Perfect Bleach Office+ é um gel eficaz para o branqueamento de dentes com alterações de cor. O novo produto da Voco, que possui uma concentração real de 35% de peróxido de hidrogénio, possibilita o branqueamento seguro e duradouro de um ou mais dentes com alteração de cor, sejam estes vitais ou desvitalizados. Perfect Bleach Office+ elimina profundamente os pigmentos impregnados nos tecidos dentários. Além disso, pode ser utilizado para o branqueamento interno com o auxílio de pontas intra-orais especiais. Graças à sua consistência, Perfect Bleach Office+ permanece estável sobre a superfície dentária, sem escorrer. A prática seringa QuickMix evita erros na mistura dos componentes, assegurando que apenas a quantidade necessária do gel de alta concentração seja ativada e aplicada.

Pilar provisório Conelog (0034) 914 560 872 info@camlog.es www.camlog.com

O Sistema de Implantes Camlog lança ao mercado um novo pilar provisório destinado à reabilitação unitária com implantes Conelog realizados em liga de titânio. Está disponível para implantes de 3,8, 4.3 e 5,0 mm, todos com uma altura gengival de 12 mm, e inclui o parafuso de pilar Conelog. O Sistema de Implantes Camlog é continuamente aperfeiçoado pela equipa de investigação e desenvolvimento da empresa, em colaboração com clínicas, universidades e técnicos dentários, de modo a garantir a sua adaptação constante ao estado atual da técnica. MAXILLARIS, j a n e i r o 2 0 1 2

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Página empresarial CareDent aposta no mercado português A rede de clínicas dentárias CareDent, que já exerce a sua atividade em Espanha e Itália, decidiu investir no mercado nacional, onde passa dispor de uma sede central, em Lisboa. Neste âmbito, a CareDent Portugal marcou presença na última edição da Expo-Dentária, realizada no passado mês de novembro na capital portuguesa, tendo registado um bom acolhimento por parte dos profissionais do setor dentário. www.caredent.pt

A equipa da CareDent durante a última Expo-Dentária: (a contar da esquerda) Luis Cañada, José Martínez, Pedro Nunes, Margarida Cerejeira e José Mendonça.

Camlog estará presente na Expodental 2012 À semelhança do que tem vindo a suceder nas edições anteriores do maior certame dentário da Península Ibérica, o Sistema de Implantes Camlog estará presente na Expodental 2012, que vai ter lugar no recinto de feiras de Madrid (Ifema) de 23 a 25 do próximo mês. Durante a exposição, os visitantes do stand da Camlog (pavilhão 7, G22) terão a oportunidade de conhecer, em primeira mão, as grandes novidades e os mais recentes lançamentos da empresa em matéria de produtos e serviços na área da implantologia. (0034) 914 560 872 • info@camlogmed.es · www.camlog.com

Voco assinala 30º aniversário

(A contar da esquerda) Manfred Thomas Plaumann, Ines Plaumann Sauerbier e Olaf Sauerbier, dirigentes da Voco.

A marca alemã Voco assinalou 30 anos de atividade sob a gestão de Manfred Plaumann. A empresa de produtos dentários deu início à sua atividade em 1981, na cidade de Cuxhaven (Alemanha), na forma de um negócio familiar. À data, a gama de produtos para consultórios e laboratórios dentários que oferecia era ainda bastante limitada. Tal viria a alterar-se nos anos seguintes, através de investimentos contínuos na área da investigação e do desenvolvimento, bem como da constante expansão da rede de distribuição. Atualmente, a sede da Voco ocupa uma área de 22.000 metros quadrados e já são mais de 600 os empregados ao serviço da empresa na Alemanha e no resto do mundo, nomeadamente em países como a China, Estados Unidos, Canadá, Brasil e Austrália. Com um amplo portfólio de mais de cem produtos, a empresa familiar do norte da Alemanha oferece fármacos e produtos médicos a consultórios e laboratórios dentários de mais de 120 países para a medicina dentária preventiva, restauradora e protética. www.voco.com

Ivoclar participa nas jornadas da SEPES em Tarragona A Ivoclar Vivadent teve uma presença ativa nas jornadas da Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica (SEPES), que decorreram em Tarragona no passado mês de novembro. O contributo da marca traduziu-se na organização de uma série de conferências sobre odontologia estética. Oliver Brix proferiu uma conferência dedicada ao tema “Excelências da cerâmica sem metal”, ao passo que Joan Sampol e Carlos de Gracia apresentaram casos clínicos sobre “Dentes e implantes: equilíbrio perfeito”. A finalizar a jornada, August Bruguera fez uma exposição centrada na relação laboral entre o técnico dental e o estomatologista, subordinada ao tema “Passos essenciais na reabilitação estética”. A Ivoclar Vivadent felicita todos os conferencistas pelas suas intervenções, bem como a SEPES pela organização das jornadas. (0034) 913 757 820 • www.ivoclar-vivadent.com

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(A contar da esquerda) Román Ferrer, chefe de vendas da Ivoclar, os conferencistas Carlos de Gracia, Joan Sampol, Oliver Brix e August Bruguera, e Sonia Gómara, directora comercial da empresa.


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Página empresarial Vitaldent disponibiliza aparelho invisível Aligner A Vitaldent tem agora ao dispor dos seus pacientes portugueses a última tecnologia em ortodontia invisível, que consiste no tratamento Aligner. Este aparelho invisível permite a correção da posição dos dentes num curto espaço de tempo e sem a necessidade de usar brackets. Como o aparelho é transparente e removível, passa totalmente despercebido e os seus utilizadores poderão comer e realizar a sua higiene oral diária com toda a tranquilidade. As clínicas dentárias Vitaldent afirmam que esta nova tecnologia permite ao paciente saber desde o princípio qual será o resultado final. Antes da colocação do Vitaldent Aligner, é realizado um planeamento a três dimensões de como se realizará a movimentação das peças dentárias, até atingirem a posição desejada.

Clínicas VitalDent têm nova solução ortodôntica à disposição dos pacientes portugueses.

707 501 030 • www-clinicasvitaldent.pt

Inibsa organiza encontro médico no Porto Os Laboratórios Inibsa organizaram, no passado dia 27 de outubro, um encontro médico nas instalações da Clínica Médica Dentária de Manuel Neves (Porto), durante o qual foram tratados temas como a cirurgia plástica periodontal e Gum Shade Ceramics. Esta concorrida reunião, que contou com a colaboração da Geistlich Biomaterials, teve como oradores Célia Coutinho Alves e Pedro Couto Viana. Os Laboratórios Inibsa agradecem a Manuel Neves, por ter disponibilizado as instalações da sua clínica, bem como aos dois oradores, pela dedicação, entusiasmo e profissionalismo na realização desta bem sucedida reunião médica. ccinibsa@inibsa.pt

Estética dentária em debate nas Astúrias “Cerâmica injetada: passado ou futuro da estética dentária?” foi o título da principal conferência do encontro que a Dental Astur organizou, recentemente, na cidade asturiana de Oviedo (Espanha) com a colaboração da Ivoclar Vivadent. Durante o debate, que reuniu mais de 120 profissionais, os oradores Rafael Piñeiro e Roberto Portas argumentaram que, apesar dos avanços digitais das técnicas Cad/Cam, a cerâmica injetada ainda tem muito caminho por O evento reuniu 120 profissionais percorrer, adiantando que sistemas como o IPS e.max posicionam a técnica em Oviedo (Espanha). de injeção na vanguarda da indústria dentária. Por outro lado, os profissionais que marcaram presença no evento puderam disfrutar da última ferramenta multimédia referente ao setor dental, já que receberam uma cópia do novo sistema CNS (Cementation Navigation System). (0034) 913 757 820 • www.ivoclar-vivadent.com

Camlog associa-se ao congresso de odontologia computorizada O Sistema de Implantes Camlog marcou presença no recente congresso da Sociedade Espanhola de Odontologia Computorizada, que decorreu na capital espanhola, nos passados dias 2 e 3 de dezembro. Ao abrigo de uma colaboração com a Camlog, participaram no programa do evento os oradores Juan Zufía (“Implantes guiados pós-extração na área estética”), Manuel Gómez (“Sorriso imediato guiado por computador”) e Michael Müller (“Capas para coroas e pontes”). A empresa agradece a todos os participantes que visitaram o seu stand, onde estiveram em destaque os recentes implantes Conelog, com conexão cónica, que complementam a gama Screw Line da Camlog. (0034) 914 560 872 • info@camlogmed.es · www.camlog.com

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Paisagem cultural de Sintra

Santuário do romantismo

FOTOS: José Correia.

Sintra revela elementos culturais de uma riqueza surpreendente, que abrangem vários séculos e movimentos históricos. Destino turístico privilegiado, a sua deslumbrante paisagem envolve os mais notáveis exemplares da arquitetura portuguesa do periodo romântico. Uma região plena de fantasia para os sentidos.

O Palácio da Pena é um dos símbolos máximos do movimento romântico em Sintra.

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egião de notável beleza natural e esplendor arquitetónico, Sintra é reconhecida pela Unesco na categoria de Paisagem Cultural que foi introduzida, em 1992, na lista do Património Mundial. A candidatura de uma paisagem cultural para inclusão no prestigiado título internacional exige uma mistura excecional de sítios naturais e culturais num quadro exemplar. A Serra de Sintra corresponde aos requisitos de forma convincente. Vista de longe (ou a partir de uma fotografia aérea) dá a impressão de uma paisagem muito mais natural que se distingue bem dos arredores: uma pequena cadeia montanhosa granítica coberta de florestas elevando-se numa região rural (também ela entrecortada por montes e vales) entre Lisboa e o litoral. Vista mais de perto e percorrendo-a, revela marcas culturais de uma riqueza surpreendente, cobrindo vários séculos da História de Portugal.

Esta história irradia da velha vila de Sintra, escolhida como lugar de um palácio real medieval, beneficiando de uma situação climática muito específica no País e mesmo na região mediterrânica: verões frescos e invernos doces e soalheiros. A Corte e os nobres do país estabeleciam-se em Sintra e nas zonas mais a norte da serra, ao longo das quais foram erguendo sumptuosos chalés e quintas rodeadas de jardins e parques de estilo artístico, e de uma flora luxuriante. Por outro lado, a solidão da serra e as suas florestas atraíam monges e eremitas que a enriqueciam de conventos e de ermitérios introduzindo-lhe o aspeto religioso-cultural. O apogeu deste desenvolvimento extraordinário da paisagem de Sintra foi atingido com o reinado de D. Fernando II da dinastia Saxe-Cobourg-Gotha (1836-1885). Muito ligado a Sintra e à sua paisagem pelas quais nutria um grande afeto, este rei-artista implantaria aqui o romantismo de uma forma esplêndida e única para as regiões mediterrânicas. O rei adquiriu o Convento da Pena, situado sobre uma montanha escarpada, e transformou-o num palácio fabuloso e mágico, dando-lhe a dimensão máxima que apenas um romântico de uma grande visão artística e de uma grande sensibilidade estética podia sonhar. Este antecipa, por assim dizer, o célebre Castelo de Neuchwanstein erigido por Luís II da Baviera. Além disso, D. Fernando II rodeou o palácio de um vasto parque romântico plantado com árvores raras e exóticas, decorado com fontes, de cursos de água e de cadeias de lagos, de chalés, capelas, falsas ruínas, e um percurso de caminhos mágicos sem paralelo em nenhum outro lugar.

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Cidades património da humanidade O rei tomou também o cuidado de restaurar as florestas onde milhares de árvores foram plantadas, principalmente carvalhos e pinheiros mansos indígenas, ciprestes mexicanos, acácias da Austrália, e tantas outras espécies que contribuem perfeitamente para o carácter romântico da serra. Assim evoluiu na Serra de Sintra uma paisagem cultural de um valor eminente e singular. Do ponto de vista mais natural, associa componentes das floras mediterrânicas e setentrionais a centenas de árvores e flores exóticas num quadro de jardins, parques e florestas verdadeiramente único. O Centro Histórico inclui a designada Vila Velha, um dos núcleos que constituem o aglomerado urbano de Sintra. Construído numa zona de maior declive, no sopé da serra, este núcleo desenvolve-se entre o Palácio Nacional e a própria serra, adaptando-se com flexibilidade e por sucessivos ajustamentos aos declives e à constituição morfológica dos terrenos. Constituído por vários corpos edificados ao longo de sucessivas épocas, o Palácio Nacional de Sintra (também conhecido pelos nomes de Paço Real ou Palácio da Vila) é um dos mais importantes exemplares portugueses de arquitetura realenga e por isso classificado de Monumento Nacional.

Este palácio tem origem provável num primitivo paço dos walis mouros. A traça atual resulta de duas etapas de obras: a primeira, no reinado de D. João I (séc. XV); a segunda, no reinado de D. Manuel I (séc. XVI). Possui o maior conjunto de azulejos mudéjares do país e é dominado por duas grandes chaminés geminadas que coroam a cozinha e constituem o ex-libris de Sintra. No alto de uma agreste colina da serra, ergue-se o antigo Castelo dos Mouros, com as suas vastas muralhas. Devido à irregularidade do terreno, as muralhas do castelo foram construídas, em determinadas zonas, sobre grandes penhascos de granito, o que contribuiu para os acentuados desníveis que se observam ao longo do seu trajeto e forçou à construção de longos e irregulares lances de escadas. Sobre as origens do castelo, alguns autores situam a sua fundação no periodo visigótico, mas as primeiras provas documentais remontam à época muçulmana, concretamente ao século XI. Em redor do centro histórico, Sintra oferece-nos o que de mais belo e significativo o movimento romântico criou. No alto da serra, o séc. XIX viu nascer o Palácio da Pena, o mais completo e notável exemplar de arquitectura portuguesa do

Em cima, a Quinta da Regaleira, vista dos jardins da propriedade. À direita, um dos poços que integram o emblemático edifício.

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Cidades património da humanidade Romantismo. Edificado a cerca de 500 metros de altitude, remonta a 1839, quando o rei consorte D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha, que casou com D. Maria II de Portugal, adquiriu as ruínas do Mosteiro Jerónimo de Nossa Senhora da Pena e iniciou a sua adaptação a palacete. Para dirigir as obras, chamou o Barão de Eschwege, que se inspirou nos palácios da Baviera para construir este notável edifício. Extremamente fantasiosa, a arquitetura da Pena denota referências mouriscas, góticas e manuelinas, mas também o espírito Wagneriano dos castelos Schinkel do centro da Europa. Richard Strauss, grande figura do panorama cultural alemão e universal, ao visitar aquele palácio, deixou bem registada a sua perplexidade e admiração: “Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Conheço a Itália, a Sicília, a Grécia e o Egipto, e nunca vi nada, nada, que valha a Pena. É a coisa mais bela que tenho visto. Este é o verdadeiro jardim de Klingsor – e, lá no alto, está o Castelo do Santo Graal”. Fruto da inspiração de D. Fernando II, o Parque da Pena é o resultado das tendências intelectuais e artísticas do sec. XIX, época do Romantismo. Com a colaboração do arquitecto Barão de Eschwege e do engenheiro Barão Kessler, D. Fernando elaborou o projecto de todo o parque que viria a envolver o Palácio da Pena. Recusando a rigidez formal dos jardins clássicos e considerando o acidentado do terreno, a fertilidade do solo, a singularidade climática da serra e o carácter dos horizontes, o rei artista planeou o parque de modo a este simular uma naturalidade quase perfeita. Para tal, à semelhança dos devaneios arquitetónicos a que se tinha entregue na construção do Palácio da Pena, inspirando-se em cenários de óperas e em paisagens longínquas, imaginou para o parque ambientes diversos, contrastantes, em que a presença do insólito e do exótico fosse marcante. De forma a materializar essa ideia, integrou nos seus projetos os vestígios deixados pelos frades Jerónimos, como, aliás, fez também no palácio. Projetou lagos ligados entre si por cascatas e importou, para as florestas e matas que imaginou, espécies de plantas representativas de vários pontos do mundo – criptomérias do Japão, fetos da Nova Zelândia, cedros do Líbano, araucárias do Brasil e tuias da América do Norte – a par de exemplares portugueses, num total de mais de duas mil espécies. Disseminou ainda pelo parque pavilhões construídos nos mais diversos estilos arquitetónicos, fontes, bicas, pequenos recantos e miradouros.

Quintas e palacetes Sintra é também famosa pelos seus magníficos palacetes, como o de Monserrate, de cariz oriental, envolvido na exuberância do seu parque exótico, verdadeiro museu botânico, bem como pelas quintas senhoriais, como a do Relógio, com o seu palácio neomourisco, ou a da Regaleira, a transportar-nos para o mundo dos símbolos iniciáticos. A Quinta do Relógio foi erigida em meados do século XIX e ostenta um vincado sabor árabe, presente em todo este

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Sintra beneficia de uma situação climática muito especial no país e mesmo na região mediterrânica: verões frescos e invernos doces e soalheiros

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O Palácio de Monserrate com a sua invulgar decoração de inspiração árabe.

singular conjunto arquitetónico. O palacete então edificado é constituído por um pavilhão central de topo ameado, ao qual se anexam dois corpos mais baixos. A exótica fachada exterior foi pintada com faixas transversais que, na zona central, apenas ocupam a metade inferior da parede; o restante espaço surge-nos aqui ornamentado com pinturas florais e geométricas de nítida feição árabe. O parque desta quinta não é grande. Porém, ao longo dos seus jardins, distribuem-se variadas e raras plantas, tais como magnólias, camélias, aurocárias, buxos, fetos arbóreos e fúcsias; as águas dos lagos encontram-se praticamente cobertas por enormes nenúfares. Situada em pleno centro histórico de Sintra, a Quinta da Regaleira é um lugar com espírito próprio. Edificado nos primórdios do Século XX, ao sabor do ideário romântico, este fascinante conjunto de construções, no meio da floresta luxuriante, é o resultado da concretização dos sonhos mitomágicos do seu proprietário, António Augusto Carvalho Monteiro, aliados ao talento do arquiteto-cenógrafo italiano Luigi Manini. A imaginação destas duas personalidades invulgares concebeu, por um lado, o somatório revivalista das mais variadas correntes artísticas – com particular destaque para o gótico, o manuelino e o renascentismo – e, por outro, a glorificação da história nacional influenciada pelas tradições míticas e esotéricas.

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Para além da natureza e dos monumentos, Sintra possui outro tipo de património: as pessoas. Seria tarefa árdua enumerar aqui todas as personalidades históricas ligadas a Sintra. Recordamos Lord Byron – que imortalizou a paisagem sintrense quando lhe chamou o “Glorioso Éden”, na Peregrinação de Childe Harold –, os pintores Van Eyck e William Burnett ou ainda Hans Christian Andersen, que comparava os bosques de Sintra aos da sua querida e longínqua Dinamarca. Entre todas as personalidades que respiraram os ares de Sintra, uma houve que mudou o curso da História desta vila: D. Fernando de Saxe Coburg-Gotha. A importância desta personalidade, de vastíssima cultura e sensibilidade refinada, não se cinge apenas à construção do Palácio da Pena e do parque envolvente. Ele é também o principal responsável pela mudança de mentalidades, pela introdução de novos gostos e novas tendências, novos sentidos estéticos na paisagem e nos homens. Com D. Fernando, Sintra transformou-se, definitivamente, num verdadeiro santuário romântico e destino turístico privilegiado. Por todos estes factores, a que acrescem os bons ares que ali se respiram, a hospitalidade das suas gentes, as saudáveis praias do Atlântico e uma cultura viva e constante, Sintra continua a fazer juz à expressão que lhe atribuiu, em finais do siglo XVIII, Robert Southey: “O lugar mais abençoado de todo o planeta habitável”.


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Informação e imagens cedidas pela Câmara Municipal de Sintra, através do Gabinete do Vereador da Cultura.

Localização Sintra situa-se a escassa meia hora do centro de Lisboa. Basta tomar a auto-estrada entre Lisboa e Cascais (A5) e sair em direção a Sintra (centro histórico). Em alternativa ao passeio em veículo próprio, aconselha-se uma excursão em autocarro, já que a visita a Sintra implica grandes caminhadas e subir e descer encostas continuamente. Para chegar ao Castelo dos Mouros e ao Palácio da Pena é necessária uma hora a andar, em plano inclinado, por sinal, o mesmo tempo que implica uma caminhada até Monserrate. Gastronomia Sintra oferece uma rica variedade de pratos de peixe e carne, mas a especialidade mais famosa da região são os doces, como os travesseiros, os pastéis de Sintra e de Cruz Alta ou as nozes douradas. As queijadas de Sintra são muito famosas em Portugal e apreciadas desde o século XIII. É recomendável comê-las recém elaboradas ou, no máximo, um dia depois. Também vale

a pena provar o pão saloio (cozido em forno de lenha) e os excelentes vinhos de Colares. Festividades O calendário de festas de carácter religioso e popular é extenso e as festividades distribuem-se ao longo de todo o ano em muitos pontos da região de Sintra, já que se trata de um dos municípios portugueses com mais concentração de núcleos urbanos. A festividade em honra de São Pedro, que se celebra anualmente em junho, é um dos principais cartazes do município, que nesta ocasião assinala o seu dia de festa. No mês de setembro realizase a iniciativa Sintra Medieval, que inclui competições com cavalos, danças no Palácio da Vila e uma feira medieval. Este evento proporciona aos visitantes, por uns dias, uma autêntica viagem no tempo. Lazer A oferta no âmbito artístico é muito interessante, principalmente durante

o periodo do verão. O Festival de Música e Dança de Sintra, que soma perto de 50 edições, impõe-se como um dos eventos culturais mais importantes do município e, ao mesmo tempo, um dos mais seletos à escala nacional. Cada ano, músicos e bailarinos de renome mundial atuam em lugares de singular beleza, como os palácios de Queluz, da Vila de Sintra, da Pena ou de Seteais. Instalado num curioso edifício de 1920, o Museu de Arte Moderna de Sintra reúne, de forma permanente, uma importante coleção de arte internacional. Trata-se da Coleção Berardo, na qual estão representados os principais movimentos, correntes e linhas de investigação artística, com obras consideradas essenciais para o estudo e a compreensão da história da arte internacional. Informação turística Tel.: 219 238 500 E-mail: geral@cm-sintra.pt Web: www.cm-sintra.pt

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Breves OFERTA IMOBILIÁRIA TRESPASSA-SE consultório dentário no centro de Cascais. Tel.: 965 040 202

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