MAXILLARIS Portugal fevereiro 2019

Page 1

fevereiro 2019 no 96 P

O

R

T

U

G

A

L

Ciência e atualidade do setor dentário - ano XIV Falamos com...

Mariana Dolores, presidente da organização não governamental Mundo A Sorrir

N

e as ov

ão Revolução Digital

Implantologia digital: sim ou não?

OUTROS PERFIS

Sérgio Matos, médico dentista e investigador da Universidade de Coimbra

Tomás Appleton, jogador de rugby e médico dentista

publicidade

Portada.indd 1

24/1/19 12:25


Maquetas publis copia.indd 1

18/1/19 12:00


fevereiro 2019 no 96 P

Ciência e atualidade do setor dentário - ano XIV

O

R

T

U

G

A

L

destaques

Crónica

Revolução Digital

No

va

c se

çã

o

André Chen, "Implantologia digital: sim ou não?".

Assembleia da República acolheu sessão final das comemorações dos 20 anos da OMD.

Outros perfis

Tomás Appleton, jogador de rugby e médico dentista.

Falamos com...

Mariana Dolores, presidente da organização não governamental Mundo A Sorrir.

Zona Jovem

Tiago do Nascimento Borges, presidente da direção da Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária.

Sérgio Matos, médico dentista, professor e investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

3

fevereiro 2019

Sumario.indd 3

23/1/19 14:45


o Ciência e prática

36

Filipe Campos: “Reabilitação total com sobredentadura mandibular sobre implantes. A propósito de um caso clínico". 46 Irineu Gregnanin Pedron: “Frenectomia labial com laser de diodo em odontopediatria: relato de um caso”.

sumário o Crónica

o Revolução Digital

10

o Outros Perfis

54

Barómetro Nacional da Saúde Oral 2018 revela que 70% dos portugueses tem falta de dentes.

16

58

Assembleia da República acolheu sessão final das comemorações dos 20 anos da OMD.

64

Mariana Dolores, presidente da organização não governamental Mundo A Sorrir: “Sempre nos destacámos de outros projetos pela forma inovadora como posicionamos a saúde oral como uma ferramenta para a inclusão social”.

26

Tiago do Nascimento Borges, presidente da direção da Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária.

o Calendário

68

Sérgio Matos, médico dentista e investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra: “Temos grupos de investigadores com um trabalho muito interessante, mas falta-nos dimensão e massa crítica para podermos fazer a diferença a nível internacional".

Agenda de cursos para os profissionais.

o Reuniões

74

Calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais nacionais e estrangeiras.

o Novidades

78

o Ponto de vista

34

Tomás Appleton, jogador de rugby e médico dentista: “Todas as experiências e lesões que tive deram-me um conhecimento que pode ser aplicado à Medicina Dentária”.

o Zona Jovem

o Falamos com...

20

André Chen, médico dentista: “Implantologia digital: sim ou não?”.

Jorge Serafim Freitas, presidente da direção do Colégio de Especialidade de Estomatologia da Ordem dos Médicos.

Produtos e equipamentos.

o Indústria

80

Notícias de empresas.

A Maxillaris é uma marca registada a nível europeu pelo Departamento de Harmonização do Mercado Interior Europeu de Marcas e Desenhos com o Nº 003098449. Proprietário: Cyan Editores. Coordenador Edição Portuguesa: João Drago. portugal@maxillaris.com Publicidade: Maria João Miranda. comercialportugal@maxillaris.com Colaboradores: Gilberto Ferreira. João dos Santos. Maria Inês de Matos. Nuria Mauleón. Valéria Baptista Ferreira.

Comissão Científica: Jaime Guimarães (diretor científico). Ana Cristina Mano Azul. Francisco Brandão de Brito. Francisco Teixeira Barbosa. Gil Alcoforado. Isabel Poiares Baptista. José Bilhoto. José Pedro Figueiredo. Paulo Ribeiro de Melo. Rui Figueiredo. Susana Noronha. Consultor para a América Latina: Pérsio Mariani. REDAÇÃO: Rua Francisco Sanches, 122, 2O 1170-144 Lisboa • Tel./Fax: 218 874 085.

Edição online: www.maxillaris.com.pt Depósito Legal: M-44.552-2005. Assinatura anual: Portugal 35 €, resto 80 € . ISENTO DE REGISTO AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 DE 9/6 ART. 12o No 1

7.000 assinantes

• Periodicidade mensal. • A Maxillaris não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores. • Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito da Cyan Editores.

4

fevereiro 2019

Sumario.indd 4

23/1/19 14:45


Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital

#

DaY

DIGITAL Palestras + Workshops

6 de Setembro de 2019

A integração digital espera por si

Patrocínio das empresas:

Informação e patrocínios: João Drago portugal@maxillaris.com Tel.: 218 874 085

Com o apoio da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

MaxiDaydigital PT.indd 4

24/1/19 13:00


Editorial

Sempre que se inicia um novo ano, renovam-se as expectativas pessoais e profissionais de cada indivíduo ou setor de atividade. Esta máxima naturalmente também se aplica ao universo da saúde oral, onde se antevê um 2019 com destacadas efemérides (exemplo disso é o centésimo aniversário da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária), promessas a cumprir (a anunciada criação da carreira para médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde é uma delas) e grandes eventos no horizonte (o incomparável salão IDS tem data marcada para meados de março).

Dados sintomáticos

Para a Maxillaris, 2019 é sinónimo de mais formação e de redobrada informação em prol dos profissionais de Medicina Dentária. A comprovar esse reforço formativo está a estreia nesta edição – por sinal, a primeira do novo ano – de uma secção didática centrada no fator digital em contexto dentário, da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital (D2), com a qual esta revista irá também levar a cabo no próximo dia 6 de setembro – com a acrescida colaboração da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) e de uma série de prestigiadas empresas com experiência neste domínio – a inédita jornada Maxillaris Day Digital. No plano da informação, para além da habitual cobertura e divulgação de toda a atualidade do setor, este ano acompanharemos in loco as duas grandes cimeiras da indústria dentária: o congresso internacional de São Paulo (Brasil), o mais concorrido da América Latina, e o salão IDS de Colónia (Alemanha), considerado o maior do mundo neste campo. Apesar das boas expectativas globais que se antecipam para 2019, a verdade é que no plano nacional o ano começa com um “aviso à navegação”, de acordo com os dados revelados em janeiro, e relativos a 2018, ao abrigo do Barómetro Nacional de Saúde Oral elaborado pela consultora independente QSP para a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD): mais de 30% da população revela que nunca vai ao médico dentista ou apenas vai em caso de urgência. Este número representa uma subida de 3% face ao ano anterior, sendo que 41% dos portugueses não vão a uma consulta de Medicina Dentária há mais de um ano. Um dado a ter em conta é que, quando questionados sobre a oferta de serviços de Medicina Dentária no Serviço Nacional de Saúde – projeto que tem vindo a ser implementado pelo Governo desde 2016 –, 63% dos inquiridos desconhece a existência de consultas da especialidade em alguns centros de saúde. Esta constatação diz bem da necessidade de todos os agentes da saúde oral insistirem na via da promoção, sensibilização e divulgação das causas do setor junto da sociedade civil. Entremos, então, em 2019 com esse desígnio em mente!

6

fevereiro 2019

Editorial feb PT.indd 6

22/1/19 15:41


Maquetas publis copia.indd 1

22/1/19 15:24


Administradores: - Marisol Martín. marisol.martin@maxillaris.com - José Antonio Moyano. moyano@maxillaris.com

índice

Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com

Anthogyr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

Subdiretor: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com

BTI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Diretora Comercial: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com

Carestream . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

Chefe Divisão Multimédia: Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com

Ceodont . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 e 71

Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com

Colgate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 e 19 Dürr Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

Coordenadora de projetos: Marta Esquinas marta.esquinas@maxillaris.com

Foquim Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

Redatores: María Santos e Diego Ibáñez. redaccion@maxillaris.com

Galimplant . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Serviços Administrativos: Inmaculada Barrio. administracion@maxillaris.com

Gnathos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Instituto Casan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

REDAÇÃO ESPANHA: C/ Clara del Rey, 30, bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 25 52 45

Ledosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 MX Day Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 e 82

Edição online espanhola: www.maxillaris.com

Orisline . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

Comissão Científica (edição espanhola): Javier García Fernández (diretor científico). Armando Badet de Mena. Baoluo Gao. Beatriz Giménez González. Blas Noguerol Rodríguez. Carlos Fernández Villares. Emilio Serena Rincón. Esther Nevado Rodríguez. Francisco Teixeira Barbosa. Germán Esparza Gómez. Héctor Tafalla Pastor. Jaime Jiménez García. Jaume Janer Suñé. Juan López Palafox. Luis Calatrava Larragán. Manuel Cueto Suárez. Marcela Bisheimer Chemez. María Rosa Mourelle Martínez. Rafael Flores Ruiz. Rafael Martín-Granizo López. Rui Figueiredo.

Ravagnani Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 RE Design . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Roland DG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 SPEMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 SPODF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Swident . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Workshop by Mário Pereira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Zhermack . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

8

fevereiro 2019

Indice feb PT.indd 8

23/1/19 11:18


NOVO

IMPLANTE

3.0

CONEXÃO INTERNA HEXALOBULADA Uma geometria que evita os pontos de fadiga e permite uma boa distribuição de cargas

PLATAFORMA PROSTODÔNTICA 3.0 MM Favorece emergências transgengivais estreitas

A MELHOR SOLUÇÃO PARA O TRATAMENTO DE ATROFIAS ÓSSEAS HORIZONTAIS Diminui a necessidade de aumento ósseo e reduz os tempos cirúrgicos

BTI Biotechnology Institute Portugal Tel.: +00 351 22 1201373 bti.portugal@bticomercial.com www.bti-biotechnologyinstitute.pt

195x260 IMPLANTE 30_PT.INDD 1

somos inovação 16/1/19 13:47


MX

crónica

MAXILLARIS

crónica Barómetro Nacional da Saúde Oral 2018 revela que 70% dos portugueses tem falta de dentes Mais de 30% da população revela que nunca vai ao médico dentista ou apenas vai em caso de urgência. É uma subida de 3% face ao ano passado, sendo que 41% dos portugueses não vão a uma consulta de Medicina Dentária há mais de um ano. São dados do Barómetro Nacional de Saúde Oral elaborado pela consultora independente QSP para a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD). Os resultados deste estudo indicam que 53,6% dos inquiridos afirmam não ter necessidade de ir a consultas de Medicina Dentária, um valor que subiu face aos 44,5% da edição anterior do barómetro. Por outro lado, 31,7% diz não ter dinheiro, valor que contrasta com os 42,8% registados no ano passado. Há ainda 11,6% que considera não ter problemas de dentes. No entanto, 70% de portugueses tem falta de dentes naturais (excetuando os dentes do siso) e, destes, 35% já perdeu seis ou mais dentes. Há ainda 8,2% da população portuguesa que não tem qualquer dente natural. E, entre aqueles que têm falta de dentes, há 55,5% que nada tem a substituir. O barómetro revela também que 37,4% dos portugueses nunca marcam consulta para check-up. Apenas 29,7% dos inquiridos marca uma consulta por ano e 13,3% quando o dentista recomenda. Além disso, 41,6% dos portugueses não visitam o médico dentista há mais de um ano e analisando as quatro edições do barómetro está a aumentar o número de utentes que não vai ao médico dentista há mais de dois anos. De resto, 3,6% confessa que nunca visitou o consultório dentário.

O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, considera que em questões de saúde oral “vivemos num país a duas velocidades: quem tem possibilidade de aceder a consultas de Medicina Dentária percebe as vantagens das visitas regulares e mantém a regularidade. Os outros, seja por falta de recursos ou informação, olham para a saúde oral como algo secundário e o resultado está à vista: 11% da população portuguesa vive com falta de mais de seis dentes e sem substitutos, o que prejudica substancialmente a saúde oral. A ausência de tantos dentes afeta a qualidade da mastigação, condicionando a ingestão de certos alimentos e pondo em causa a saúde geral”. Para Orlando Monteiro da Silva, há ainda muito a fazer nesta área. “É decisivo integrar mais médicos dentistas nos centros de saúde e nos hospitais e estabelecer um acordo entre o Estado e os consultórios e clínicas privadas para o financiamento de consultas de saúde oral. O quem existe atualmente é curto para as necessidades dos portugueses ”.

De acordo com o barómetro de 2018, 41,6% dos portugueses não visitam o consultório dentário há mais de um ano e está a aumentar o número de utentes que não o faz há mais de dois anos.

Prova disto é que quando questionados sobre a oferta de serviços de Medicina Dentária ao abrigo do Serviço Nacional de Saúde – um projeto que tem vindo a ser implementado pelo Governo desde 2016 –, 63% dos inquiridos desconhece a existência de consultas da especialidade em alguns centros de saúde.

10

FEVEREIRO 2019

Cronica feb PT.indd 10

23/1/19 10:33


MX

MAXILLARIS

Nos últimos 12 meses, apenas 10% dos portugueses recorreram ao hospital ou centro de saúde quando tiveram problemas de saúde oral. Entre aqueles que se deslocam habitualmente a consultas de Medicina Dentária, mais de 85% manteve a regularidade das consultas e apenas 7,2% diminui. São 42,8% os portugueses que marcam consulta para revisões e check-ups e 11,8% por ter dor de dentes. Apenas 6,4% dos inquiridos manifestam a intenção de marcar consulta com o fim de substituir dentes naturais perdidos. Bons hábitos de higiene oral No que toca à higiene oral, os inquiridos pelo barómetro de 2018 revelam bons hábitos: há 96,2% dos portugueses, sobretudo as mulheres, que escovam os dentes regularmente; ainda assim, este é o valor

Cronica feb PT.indd 11

crónica

mais baixo registado nas quatro edições do barómetro. Nos cuidados de saúde oral das crianças, conclui-se que cerca de 63% das famílias portuguesas com menores de seis anos no agregado nunca visitam o médico dentista, embora admitam ter consciência de que os dentes de leite carecem de tratamento. Por outro lado, denota-se um aumento da utilização do cheque-dentista. Entre os inquiridos que afirmaram ter levado os menores de seis anos a uma consulta de Medicina Dentária, 64% revela que recorreu ao cheque-dentista. Uma das tendências que se mantém nesta edição do barómetro é a fidelização e confiança que os portugueses depositam nos seus médicos dentistas: 73% dos inquiridos garantem que nunca mudaram de médico dentista ou que apenas ponderam esse cenário em caso de necessidade.

23/1/19 15:49


MX

crónica

MAXILLARIS

Estudantes da FMDUL convidadas a participar em festival de tunas académicas na Madeira A tuna feminina da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) foi convidada a participar no festival de tunas designado por “IX Encantunas”, que se realizará na ilha da Madeira, entre os dias 3 e 5 do próximo mês de maio, a convite da Tuna D’Elas (tuna feminina da Universidade da Madeira). A tuna lisboeta composta por estudantes de Medicina Dentária foi fundada no dia 14 de outubro de 2008, tornando-se feminina em 2015. Conta com mais dez anos de história e muitas memórias, entre as quais se incluem atuações de rua, participações em festivais de tunas e colaboração em eventos não só solidários, como da área da Medicina Dentária. Exemplo disso foi a atuação da tuna na cerimónia de abertura do último

A tuna feminina da FMDUL durante a atuação na cerimónia de abertura do congresso anual da SPEMD, que se realizou no passado mês de outubro, em Lisboa.

congresso anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), que se realizou em outubro passado, em Lisboa.

Mundo A Sorrir estreia site simples, moderno e intuitivo A Mundo A Sorrir está de cara nova com o recente lançamento do seu novo site institucional. A organização não governamental dá mais um passo na consolidação do mundo digital, através de um site simples, moderno e intuitivo que permite ao utilizador aceder à página eletrónica a partir de diferentes plataformas digitais e equipamentos móveis.

O novo site disponibiliza mais detalhes sobre a históriia da Mundo A Sorrir.

O novo site disponibiliza informações mais detalhadas sobre a história da organização, os projetos em contexto nacional e internacional, bem como as diferentes formas de apoiar a Mundo A Sorrir. Está disponível através do endereço www.mundoasorrir.org.

12

FEVEREIRO 2019

Cronica feb PT.indd 12

23/1/19 10:33


Maquetas publis copia.indd 1

17/1/19 16:54


crónica

MX

MAXILLARIS

Estudo mostra como reduzir os impactos ambientais das embalagens farmacêuticas A aposta no ecodesign permitiria à indústria farmacêutica reduzir até cinco vezes os impactos ambientais do ciclo de vida das embalagens de medicamentos, indicam os primeiros resultados de um estudo pioneiro em curso na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Intitulado “Avaliação de ciclo de vida e ecodesign de embalagens de medicamentos”, o projeto pretende avaliar os impactos ambientais do ciclo de vida deste tipo de embalagens, com o objetivo de sensibilizar a indústria farmacêutica para a importância de introduzir o ecodesign, que incorpora os aspetos ambientais no design dos produtos. Para tal, a equipa liderada por Fausto Freire, do Centro para a Ecologia Industrial da FCTUC, tem vindo a avaliar diferentes tipos de embalagens farmacêuticas – blister, frasco e saqueta, com diferentes combinações de materiais – para identificar os pontos críticos e propor as melhores alternativas de ecodesign. Reduzir até cinco vezes os impactos ambientais Dos vários exemplares já analisados, observou-se “uma variação significativa de volume das embalagens comercializadas em Portugal para o mesmo medicamento e elementos supérfluos como excesso de material. Ao avaliarmos o ciclo de vida e o ecodesign, verificámos que há potencial para reduzir até cinco vezes os impactos ambientais que estão associados ao ciclo de vida das embalagens”, assinala Fausto Freire.

Fausto Freire, do centro para a Ecologia Industrial da FCTUC, lidera a equipa que tem vindo a avaliar diferentes tipos de embalagens farmcêuticas.

valorização de resíduos, terá também alguns benefícios económicos”. Este estudo conta com o financiamento da Valormed, Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens e Medicamentos, e enquadra-se no âmbito do seu Plano de I&D 2016-2020. Para o diretor-geral da entidade gestora, Luís Figueiredo, “apesar da indústria farmacêutica ter tido sempre grandes preocupações para com as questões ambientais, concretamente em relação ao tipo de materiais utilizados no fabrico dos seus produtos, muito terá ainda a fazer no que respeita a este assunto”.

Além disso, acrescenta o mesmo docente do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra, “se a indústria farmacêutica apostar na melhoria do desempenho ambiental do ciclo de vida das embalagens de medicamentos, nomeadamente na redução de volume e materiais utilizados nas embalagens, nos processos de produção, transporte, e

14

FEVEREIRO 2019

Cronica feb PT.indd 14

23/1/19 15:49


MX

MX

crónica

MAXILLARIS

MAXILLARIS

crónica

Comemorações de Santa Apolónia sob a égide da SPEMD vão decorrer na região de Mafra e Torres Vedras As comemorações de Santa Apolónia de 2019, ano em que se assinala também o centenário da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), estão agendadas para os dias 16 e 17 do próximo mês de março, na emblemática região de Mafra e Torres Vedras. O programa associado à efeméride dedicada à padroeira dos médicos dentistas e dos que sofrem dos dentes, que prevê a possibilidade de alojar os participantes num hotel de Torres Vedras, arrancará ao início da tarde de sábado (dia 16) com uma visita guiada ao célebre Palácio Nacional de Mafra, seguida de uma deslocação ao centro histórico desta localidade, não muito distante de Lisboa, após a qual se realizará uma missa na Basílica de Mafra. A primeira jornada terminará com um jantar comemorativo na Quinta Senhora da Oliveira, com deslocação em autocarro

de turismo a partir da unidade hoteleira de Torres Vedras. Assembleia da SPEMD faz parte do programa O segundo dia das celebrações (domingo) terá início, no período da manhã, com uma visita ao Centro Interpretativo das Linhas de Torres. A partir do meio dia terá lugar a Assembleia Geral da SPEMD durante a qual serão tratados os temas que marcam a atualidade da centenária sociedade científica. Seguir-se-á um almoço no hotel onde os participantes ficarão alojados e a sessão de encerramento das festividades de Santa Apolónia 2019. De acordo com a respetiva organização, as inscrições encontram-se abertas impreterivelmente até ao dia 1 de março e são limitadas a uma centena de participantes.

As comemorações iniciam-se, no dia 16 de março, com uma visita guiada ao Palácio Nacional de Mafra.

15

FEVEREIRO 2019

Cronica feb PT.indd 15

15

FEVEREIRO 2019

23/1/19 10:33


crónica

MX

MAXILLARIS

Assembleia da República acolheu sessão final das comemorações dos 20 anos da OMD A sede do Parlamento, em Lisboa, acolheu no passado dia 11 de dezembro a cerimónia que assinalou o vigésimo aniversário da aprovação da Lei nº 82/98 que instituiu a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), que contou com a presença de muitas das personalidades que, ao longo das últimas décadas, mais contribuíram para a promoção da saúde oral e da profissão de médico dentista. O auditório António de Almeida Santos foi pequeno para todos os que participaram na sessão de encerramento das comemorações dos 20 anos da OMD. De resto, houve lugar para recuar ainda mais no tempo e contar algumas das estórias que fazem a história da OMD e da Medicina Dentária em Portugal. Tal como referiu na ocasião o bastonário Orlando Monteiro da Silva “cada uma das pessoas que convidámos a dar um breve testemunho e usar da palavra nesta cerimónia vêm apresentar-nos uma opinião, partilhar um contributo sobre a Ordem, sobre a profissão e sobre a evolução da mesma”. Algumas etapas da OMD foram resumidas pelo próprio bastonário: “É uma história de conquistas, a conquista do reconhecimento, da credibilidade, da afirmação nacional e internacional, da promoção da acessibilidade a cuidados de Medicina Dentária, da formação contínua dos médicos dentistas, do envolvimento na saúde pública, nos programas de saúde oral, da parceria virtuosa do setor público com a prática privada que constituiu o cheque-dentista. É também uma história de mobilidade, de país destino de profissionais de outras partes do mundo. É uma história também de integração, mais recente e a outro nível, nos serviços públicos, destinada a colmatar uma lacuna enorme desde a sua fundação do nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS), a bem da saúde das populações, possibilitando a muitos portugueses ir ao dentista pela primeira vez. É uma história da introdução do licenciamento das clínicas e consultórios, hoje mais de 5.000 em todo o país, contribuindo decisivamente, ao contrário do augúrio de muitos, para a segurança nos tratamentos na visita ao médico dentista. É uma

história de combate ao exercício ilegal da profissão que era uma autêntica praga até ao início do século”.

A sessão reuniu muitas das personalidades que, ao longo das últimas décadas, mais contribuíram para a promoção da saúde oral e da classe dos médicos dentistas.

A cerimónia foi conduzida pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral da OMD, João Caramês, e incluiu discursos da atual ministra da Saúde, Marta Temido, e de dois antigos titulares da pasta, Maria de Belém Roseira e António Correia de Campos.

Marta Temido, ministra da Saúde, fez questão de deixar algumas palavras de apreço pelo papel exemplar da OMD ao serviço dos doentes e da saúde oral.

16

FEVEREIRO 2019

Cronica feb PT.indd 16

23/1/19 10:33


MX

MAXILLARIS

Marta Temido salientou a importância da saúde oral e prometeu continuar o trabalho que tem sido desenvolvido no sentido de integrar a Medicina Dentária no SNS. A ministra fez ainda questão de deixar algumas palavras de apreço pelo papel exemplar da OMD e do seu bastonário, sempre ao serviço dos doentes e da saúde oral.

na relevância de décadas ao serviço da profissão. António Vasconcelos Tavares, médico estomatologista, integra o Conselho Superior da Ordem dos Médicos e é catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, onde foi diretor, pró-reitor e vice-reitor.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, sublinhou os ganhos em saúde oral desde que há dez anos foi criado o cheque-dentista, destacando os significativos progressos que Portugal conseguiu sobretudo ao nível das crianças. José de Matos Rosa, presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, foi outro dos oradores bem como João Rui de Almeida, presidente da Comissão Parlamentar de Saúde em 1998, que recordou a integração dos médicos dentistas brasileiros, um processo que muita polémica suscitou na altura e que está hoje completamente ultrapassado como provam as intervenções que fizeram Luiz Alberto Figueiredo Machado, embaixador do Brasil em Portugal, e Cassiano Scapini, membro do Conselho Geral da OMD e representante em 1998 dos profissionais brasileiros.

crónica

O médico dentista António Felino é professor catedrático na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto e antigo subdirector da faculdade. Foi membro do Conselho Diretivo da Secção de Medicina Dentária da Ordem dos Médicos em 1981, entre outros destacados cargos.

António Vasconcelos Tavares (à esquerda) e António Felino foram homenageados, no final da cerimónia, com a Medalha de Ouro da OMD.

Na cerimónia foi ainda oferecido a todos os participantes um exemplar do livro dos 20 anos da OMD, que percorre a última década da instituição, à semelhança da edição sobre os 10 anos da Ordem, que tinha sido distribuída no congresso de 2008.

Cassiano Scapini recordou que “os cirurgiões dentistas que estavam em excesso no Brasil faziam falta em Portugal, que estava em franco desenvolvimento depois da entrada na Comunidade Europeia”. Hoje, os brasileiros constituem a maior comunidade estrangeira na OMD, entre as 40 existentes. Pedro Pires, vice-presidente do Conselho Diretivo da OMD e membro dos órgãos sociais em 1998, e Gil Fernandes Alves, representante da Região Autónoma da Madeira no Conselho Diretivo da OMD e membro dos órgãos sociais em 1998, passaram em revista e enalteceram o muito que a Ordem foi conquistando ao longo dos anos. Cerimónia com medalhas No final da cerimónia foram atribuídas as Medalhas de Ouro da OMD aos professores António Vasconcelos Tavares e António Felino distinguindo os seus percursos, excecionais

A cerimónia foi conduzida por João Caramês (na foto no uso da palavra), presidente da Mesa da Assembleia Geral da OMD.

17

FEVEREIRO 2019

Cronica feb PT.indd 17

23/1/19 10:33


Maquetas publis copia.indd 2

18/1/19 11:22


Maquetas publis copia.indd 3

18/1/19 11:22


falamos com...

Mariana Dolores médica dentista e presidente da organização não governamental Mundo A Sorrir

20

fevereiro 2019

Falamos Dolores.indd 20

23/1/19 10:48


Sempre nos destacámos de outros projetos pela forma inovadora como posicionamos a saúde oral como uma ferramenta para a inclusão social

Mariana Dolores assumiu, no passado mês de dezembro, os destinos da Mundo A Sorrir, em substituição de Miguel Pavão, que fundou e esteve à frente da organização não governamental durante 15 anos. Estando ligada ao projeto de voluntariado na área da saúde oral desde o início – exercia o cargo de vice-presidente –, a médica dentista encara o desafio com muito entusiasmo e sentido de responsabilidade. A prioridade do seu mandato passa pela sustentabilidade e o reforço da profissionalização dos projetos já em funcionamento, bem como por uma inovadora aposta na área da comunicação. A recém-empossada dirigente acredita, de resto, que a Mundo A Sorrir está ainda a começar uma história que terá muito mais para contar.

21

fevereiro 2019

Falamos Dolores.indd 21

23/1/19 10:48


falamos com...

MX

MAXILLARIS

Como encara o desafio de presidir uma organização com o prestígio da Mundo A Sorrir (MAS) no universo do voluntariado, devidamente reconhecida com prémios e distinções, incluindo a Ordem de Mérito Civil atribuída pela Presidência da República? Sendo uma das fundadoras da organização e estando ligada a esta causa desde o início, encaro este desafio com muito entusiasmo e sentido de responsabilidade. É uma verdadeira honra ter ao meu lado uma equipa de colaboradores que demonstram uma dedicação tremenda ao trabalho diário que desenvolvem em prol das populações mais fragilizadas. Procurei juntar nos corpos sociais um grupo de pessoas que admiro verdadeiramente e não podia estar mais orgulhosa por ter visto que todos aceitaram com grande entusiasmo o desafio que lhes lancei. São diversos os backgrounds de cada um, o que será, sem sombra de dúvidas, uma grande mais-valia para a organização. Acredito que a Mundo A Sorrir está ainda a começar uma história que terá muito mais para contar. Que metas definiu para o seu mandato? A nova gestão da MAS vai pautar-se mais pela continuidade ou pelo signo da inovação? Iremos seguir uma linha de pensamento muito direcionada para as “nossas pessoas”: beneficiários, colaboradores, voluntários, associados e parceiros. Dito isto, a Mundo A Sorrir está numa fase em que precisa de se focar bastante na sustentabilidade dos projetos já em funcionamento, permitindo que estes continuem em desenvolvimento e crescimento. Esta será, sem dúvida, uma das prioridades deste mandato.

É uma verdadeira honra ter ao meu lado uma equipa de colaboradores que demonstram uma dedicação tremenda ao trabalho diário que desenvolvem em prol das populações mais fragilizadas

Por outro lado, sentimos a necessidade de ter um nível de profissionalização equitativo em todos os nossos projetos, nomeadamente nos internacionais. Esta será também uma linha prioritária de atuação, que potenciará o crescimento e sustentabilidade da organização a médio e longo prazo. Finalmente, parece-nos premente inovar na área da comunicação e na forma como a Mundo A Sorrir se posiciona junto dos seus stakeholders, no sentido de aumentar a eficácia da sua intervenção. Que projetos (em curso) além fronteiras vão merecer a sua especial atenção? A nível internacional, o projeto “Saúde a Sorrir” será o foco primordial de atenção nestes primeiros tempos. É um projeto que, sendo levado a cabo em quatro geografias diferentes (Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Moçambique), necessita de muita estratégia e ponderação na forma como as atividades são desenvolvidas. Este ano vamos abrir uma clínica dentária social em São Tomé e Príncipe e uma clínica social com diversas valências médicas na Guiné-Bissau. As atividades de capacitação, vão também ter um enfoque bastante significativo nos próximos anos, uma vez que este trabalho de continuidade com os profissionais locais é muito importante para promover melhores cuidados de saúde para a população a longo prazo. A criação e apoio ao desenvolvimento de planos nacionais de saúde oral que sejam passiveis de se realizarem nestes países é um sonho que espero ainda ver concretizado. Quantos voluntários estão no terreno ao abrigo das distintas missões no estrangeiro? Há perspetivas de reforçar os meios humanos a curto ou médio prazo? Os nossos voluntários a nível internacional são já mais de 120. Fazem um trabalho notável no terreno, desprovidos do conforto pessoal e das condições de vida a que estão habituados. Trabalham com empenho, sabendo que estes projetos criam um impacto direto nas populações locais que muitas vezes é apenas mensurável a médio ou longo prazo. À medida que os projetos crescem, os desafios são obviamente maiores e gostaria de garantir um coordenador local de atividades em cada um dos países bem como a possibilidade de alargar a equipa de gestão do departamento internacional, potenciando assim os resultados, as parcerias e principalmente o impacto do trabalho que fazemos junto das populações.

22

fevereiro 2019

Falamos Dolores.indd 22

23/1/19 10:48


MX

MAXILLARIS

No plano interno, qual é o ponto da situação do projeto CASO? O projeto CASO celebra no próximo mês de março 10 anos de existência e não poderíamos estar mais satisfeitos com os resultados atingidos até agora. Numa altura em que começam a ser implementadas algumas medidas governamentais como a integração dos médicos dentistas nos centros de saúde, na Mundo A Sorrir sentimos que esse passo foi dado há já 10 anos. Sempre nos destacámos de outros projetos pela forma inovadora como posicionamos a saúde oral como uma ferramenta para a inclusão social. O elemento chave do projeto é sem dúvida dar maior qualidade de vida, aumentar a autoestima e abrir a porta para um mundo de oportunidades profissionais e sociais que as pessoas não tinham. Neste momento o projeto existe em três municípios (Porto, Braga e Lisboa), contando sempre com o apoio das câmaras municipais e de outros parceiros, nomeadamente a Santa Casa da Misericórdia de Porto e Braga, o Portugal Inovação Social, a Junta de Freguesia de Santo António e inúmeras empresas. Já realizámos mais de 55.800 tratamentos e colocámos 1.480 próteses dentárias com uma equipa que conta com 22 colaboradores e 119 voluntários. Esta vertente da reabilitação oral acaba por ser o ponto fundamental para permitir uma mudança de vida radical e criar um impacto social mais marcante. Que balanço faz do trabalho desenvolvido pelo Centro de Estudos da Mundo A Sorrir (CEMAS)? O Centro de Estudos da Mundo A Sorrir foi criado em 2012 com o propósito de promover a investigação nas áreas da saúde oral e dos estilos de vida saudáveis e conferir um suporte científico a todos os projetos da organização. Ao longo destes seis anos, o CEMAS, com o apoio da INIBSA, teve uma participação em todos os projetos da Mundo A Sorrir para permitir a avaliação do seu impacto. O CEMAS organiza ainda conferências inovadoras que visam uma abordagem integral da saúde global numa perspetiva integrativa da saúde oral. Este tipo de conferências passará agora a ser levado a cabo a cada dois anos, com o envolvimento de profissionais dos vários setores da saúde. Considero que o CEMAS tem um forte potencial de crescimento e relevância acrescida nas atividades que são desenroladas pela Mundo A Sorrir, para além de permitir lançar novos estudos que podem ter um importante significado, quer a nível nacional quer internacional.

falamos com...

Que outros projetos de particular relevância estão em marcha sob a égide da Mundo A Sorrir? Neste momento temos outros três projetos em marcha em Portugal: O projeto “Dr. Risadas” visa contribuir para a melhoria da saúde das crianças com necessidades especiais, dos três aos 16 anos, apoiadas por instituições sociais, através do reforço da prestação de cuidados de saúde oral. É um projeto em parceria com a Entrajuda. O projeto “Sorrisos de Porta em Porta” pretende promover a melhoria da saúde oral dos idosos através da capacitação dos profissionais e cuidadores e do acesso a assistência médico-dentária. Neste momento, o projeto é desenvolvido nos sete municípios afetados pelos incêndios florestais, em junho de 2017, numa parceria com a Faculdade de Medicina Dentária de Coimbra e a Fundação Calouste Gulbenkian. Por último, o projeto “Geração Becool” promove os estilos de vida saudáveis, atuando na vertente preventiva junto das crianças do segundo ciclo de escolaridade de Agrupamentos TEIP (territórios escolares de intervenção prioritária do Porto).

De acordo com a presidente da Mundo A Sorrir, os projetos preventivos da organização em solo africano criam um impacto direto nas populações locais que muitas vezes só é visível a médio ou longo prazo.

23

fevereiro 2019

Falamos Dolores.indd 23

23/1/19 10:48


falamos com...

MX

MAXILLARIS

Que importância assume o papel da Mundo A Sorrir no processo de sensibilização dos portugueses no âmbito da saúde oral? Damos muita importância à prevenção e à intervenção precoce junto da comunidade, principalmente dos mais jovens. A nossa atuação é feita de uma forma estruturada e complementar criando projetos de continuidade de modo a criar novos hábitos na vida das crianças e implementar rotinas que venham a transformar o crescimento das mesmas. Paralelamente, temos um foco nas populações mais idosas, sensibilizando cuidadores e auxiliares de geriatria. Temos uma estratégia bem definida de promoção de estilos de vida saudáveis, o que acreditamos ajudará a população a ter uma noção clara sobre o impacto que uma boa saúde oral tem na sua saúde em geral. Continuam a ser escassos os movimentos de voluntariado na área da saúde oral. De que forma é que essa tendência pode ser invertida? Eu diria que em Portugal o voluntariado está ainda em desenvolvimento em todas as áreas de intervenção. Espero que a curto prazo esta situação se inverta e venhamos a ter uma realidade mais próxima de outros países europeus. A participação mais ativa dos jovens e a introdução de competências desde cedo é fundamental para que esta mudança de mentalidades seja feita. Temos que incentivar os nossos jovens a compreender a magnitude do papel que podem ter enquanto elementos da sociedade civil e o impacto que o trabalho que as organizações não governamentais fazem é fundamental. A valorização curricular deste tipo de participação cívica deveria ser também muito mais reconhecida. Que trunfos pensa usar para reforçar a adesão dos profissionais e das casas comerciais às causas da organização que preside? O facto de termos uma nova direção vai trazer novas ideias e formas de atuar e comunicar diferentes. Acredito que o nosso trabalho e dedicação, a nossa transparência e honestidade e os nossos resultados vão sempre ser a melhor forma de fazer com que outras pessoas se associem à causa que defendemos. De um modo geral como analisa a presente conjuntura da Medicina Dentária em Portugal? Se por um lado a integração de médicos dentistas no Sistema Nacional de Saúde é uma conquista da nossa classe profissional, que há muito deveria já ter sido conseguida, penso que ainda temos um longo caminho a percorrer até que este processo seja efetivado de forma uniforme comparativamente às restantes classes de profissionais de saúde.

Por outro lado, o número elevado de médicos dentistas que anualmente sai das nossas universidades deveria ser de alguma forma controlado para diminuir as disparidades que existem nas ofertas de trabalho feitas aos nossos jovens, principalmente aos recém-licenciados, e que chegam a ser insultuosas acabando na emigração de tantos profissionais qualificados. Por último, a disparidade no acesso aos cuidados de saúde oral que se constata entre as diferentes partes do país é outra das questões que me preocupa. No interior do país verifica-se uma desigualdade enorme face ao litoral, o que torna premente uma atuação estruturada para que esta diferença seja cada vez menor. A Mundo A Sorrir tem levado a cabo vários projetos nesta zona do país e assim continuará atuando onde e sempre que seja necessário complementar o trabalho já feito pelas entidades governamentais e municipais.

O projeto “Sorrisos de Porta em Porta” pretende promover a melhoria da saúde dos idosos através da capacitação dos profissionais e cuidadores e do acesso a assistência médico-dentária.

Em Portugal o voluntariado está ainda em desenvolvimento em todas as áreas de intervenção. Espero que a curto prazo esta situação se inverta e venhamos a ter uma realidade mais próxima de outros países europeus

24

fevereiro 2019

Falamos Dolores.indd 24

23/1/19 10:48


Maquetas publis copia.indd 1

22/1/19 15:26


falamos com...

SĂŠrgio Matos mĂŠdico dentista, professor e investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra

26

fevereiro 2019

Falamos Matos.indd 26

22/1/19 14:41


Temos grupos de investigadores com um trabalho muito interessante, mas falta-nos dimensão e massa crítica para podermos fazer a diferença a nível internacional

Uma equipa multidisciplinar das Faculdades de Ciências e Tecnologia e de Medicina da Universidade de Coimbra desenvolveu uma nova tecnologia, baseada numa molécula orgânica natural, que impede a formação de placa bacteriana, a principal responsável pelo surgimento da cárie e de outras patologias dentárias. O médico dentista Sérgio Matos, que fez parte do grupo que inventou o Biolocker, revela à MAXILLARIS a contribuição extraordinária deste inovador conceito para a prevenção de problemas dentários. O também professor e investigador da Universidade de Coimbra faz ainda o ponto da situação nacional no domínio da investigação e revela-se um fervoroso defensor da causa da prevenção, que tarda em ser implementada com real eficácia no terreno.

27

fevereiro 2019

Falamos Matos.indd 27

22/1/19 14:41


Falamos com...

MX

MAXILLARIS

Em que consiste a nova tecnologia, desenvolvida pelas Faculdades de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e de Medicina (FMUC) da Universidade de Coimbra, que impede a formação de placa bacteriana? Esta tecnologia visa inibir a formação inicial da placa bacteriana, através de péptidos bloqueadores das adesinas das bactérias colonizadoras iniciais e precursoras da formação do biofilme. Pretende-se que estes péptidos, aplicados a nível oral através de diversos tipos de excipientes, como colutórios, pastas dentífricas ou pastilhas elásticas, por exemplo, adiram aos dentes formando uma película protetora e impedindo que as bactérias reconheçam esse substrato como apelativo para se ancorarem. Desta forma, estamos a camuflar os dentes e a confundir as bactérias.

O conceito é inovador e tem um potencial enorme, mas é necessário ultrapassar todas as dificuldades inerentes para transformar o que temos atualmente num produto comercializável

Como decorreu o processo e que passos foram fundamentais para chegar a este resultado? A ideia nasceu de várias inquietações de um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra, com uma composição multidisciplinar com clínicos, bioquímicos, químicos e engenheiros de materiais. O que marcou decisivamente o projeto logo de início foi uma vontade enorme de resolver problemas concretos e projetar a investigação para fora do laboratório para uma aplicação prática útil. O contributo diversificado de pessoas com diferentes visões e com uma energia empreendedora criaram a dinâmica que serviu de motor a este projeto. O conceito foi inicialmente explorado num projeto piloto de investigação no âmbito de uma tese de mestrado integrado e o seu verdadeiro potencial foi desenvolvido, posteriormente, através do financiamento proveniente do prémio da Fundação Bancária La Caixa. É legítimo afirmar que estamos perante uma importante inovação à escala global no contexto da Medicina Dentária? O conceito é inovador e tem um potencial enorme, mas é necessário ultrapassar todas as dificuldades inerentes para transformar o que temos atualmente num produto comercializável. Mas acreditamos que esta tecnologia poderá ter um impacto importante na nossa área. Na sua opinião, qual é grande mais-valia da tecnologia Biolocker em termos de saúde oral ou mesmo numa perspetiva de política de saúde pública? A Biolocker representa uma mudança de paradigma no sentido da prevenção. Como médicos dentistas somos treinados para tratar patologias, com um enfoque essencialmente reativo. E isso é, não só, valorizável, como crucial. Mas muitas vezes, devido ao quadro mental em que estamos habituados a exercer e a divulgar a nossa profissão, desvalorizamos involuntariamente a perspetiva da prevenção. Esta será o motor do futuro para mudanças de mentalidade, não só dos profissionais de saúde, mas também mudanças culturais na população. A prevenção não é um conceito recente, nem original, mas tarda em ser implementado com real eficácia no terreno. É demasiado importante para ficar apenas circunscrito a boas intenções.

28

fevereiro 2019

Falamos Matos.indd 28

22/1/19 14:41


Maquetas publis copia.indd 1

3/12/18 13:29


Falamos com...

MX

MAXILLARIS

Projetamos dentro de um ano ter criado condições para termos um produto pronto a ser comprovado clinicamente Para quando se prevê a chegada desta tecnologia ao mercado do setor dentário? Relativamente à contextualização do nível de desenvolvimento da tecnologia, posso dizer que fundamentámos o princípio de ação em estudos in vitro e ex vivo. Neste momento, está a decorrer o processo de patente e estamos a aprofundar a experimentação em modelos mais complexos, nomeadamente através da combinação dos péptidos mais promissores com excipientes adequados aos nossos objetivos. Projetamos dentro de um ano ter criado condições para termos um produto pronto a ser comprovado clinicamente. Em que medida a Biolocker representa uma verdadeira inovação na higiene oral? O seu modo de atuação representa uma inovação no relacionamento que o hospedeiro desenvolve com a microflora bacteriana. O enfoque no conceito do antisséptico clássico é alterado, abandonando-se paulatinamente a noção de erradicação das bactérias a todo o custo, para um conceito de gestão em homeostasia com as mesmas. Os efeitos adversos e as resistências aos antimicrobianos são um dos tópicos mais atuais e prementes na saúde pública atual, assim estaremos a contribuir para ultrapassar um potencial flagelo que se avizinha num futuro próximo.

Além disso, há cada vez mais evidência de que a flora oral em equilíbrio tem um papel fundamental para a regulação de diversos sistemas a nível sistémico, como por exemplo o gastrointestinal e o cardiovascular, com impacto na tensão arterial, circulação sanguínea ou na produção de muco gástrico. Cada vez mais se questiona uma utilização massiva dos antissépticos orais convencionais, pelos seus potenciais efeitos adversos e, apesar de ainda não ser possível quantificar o seu real impacto, é expectável que possa ser significativo, pelo menos em indivíduos mais suscetíveis. Que outros projetos de saúde oral estão em curso na Universidade de Coimbra? Temos uma investigação dinâmica na FMUC, da qual saliento como principais linhas as áreas dos materiais restauradores, da biomecânica e da Medicina Dentária regenerativa, com destaque para os materiais de enxerto ósseo, a regeneração pulpar e a patologia periimplantar. Recentemente, criámos o Centro de Investigação e Inovação em Ciências Dentárias (CIROS), que pretende congregar, pela primeira vez na FMUC, a principal investigação na área da Medicina Dentária, numa estrutura integrada que possa planear e desenvolver com estratégias eficazes esta atividade.

A Universidade de Coimbra tem vindo a colher importantes frutos da sua aposta na investigação. Exemplo disso é o conceito inovador que resultou desta colaboração entre as Faculdades de Ciências e Tecnologia e de Medicina.

30

fevereiro 2019

Falamos Matos.indd 30

22/1/19 14:41


Maquetas publis copia.indd 1

18/1/19 13:45


Falamos com...

MX

MAXILLARIS

Sérgio Matos considera que o investigador tem que ter uma visão abrangente da realidade que o rodeia e deve usar ferramentas de gestão, análise de mercados, benchmarking e planeamento estratégico, entre outras.

De um modo geral, como comenta o panorama nacional da investigação em Medicina Dentária? Temos grupos de investigadores com um trabalho muito interessante, mas falta-nos dimensão e massa crítica para podermos fazer a diferença a nível internacional. Num país com a nossa dimensão deveríamos fazer opções estratégicas em áreas prioritárias e unir esforços entre as diversas instituições que levam a cabo investigação, para termos maior capacidade de atração a fontes de financiamento externo. Continuamos muito isolados uns dos outros e não se faz escola a nível de linhas de investigação emblemáticas. Além disso, muita da investigação no panorama nacional, salvo honrosas exceções, é desenvolvida com objetivos meramente académicos, carecendo de originalidade, sem rasgo de inovação e maçadora. Na sua opinião, que fatores poderiam contribuir, de modo determinante, para (re)dinamizar esta área? A Medicina Dentária é, por excelência, uma área multidisciplinar onde convergem múltiplos saberes e deveríamos importar, mais do que conhecimentos específicos, novas visões de abordagem dos problemas que mais nos preocupam na nossa atividade clínica. É importante congregar centros de investigação e associarmo-nos a outras valências em áreas emergentes na medicina, biologia, genética ou bioquímica.

A investigação tem que ser vibrante e cativar os espíritos mais irrequietos com desejo de transformação. Para isso temos que ser atrativos para os melhores. É fundamental implementar um espírito empreendedor apostando em temas translacionais numa perspetiva de investigação aplicada. O investigador tem que ter uma visão abrangente da realidade que o rodeia e usar também ferramentas de gestão, análise de mercados, benchmarking e planeamento estratégico, por exemplo. Se quisermos entender a investigação numa perspetiva de valor social acrescentado, então temos que desenvolver uma mentalidade do tipo empresarial num mercado concorrencial cada vez mais exigente.

Num país com a nossa dimensão deveríamos fazer opções estratégicas em áreas prioritárias e unir esforços entre as diversas instituições que levam a cabo investigação

32

fevereiro 2019

Falamos Matos.indd 32

22/1/19 14:41


MX

Falamos com...

MAXILLARIS

Acha que os investigadores portugueses especializados em saúde oral acompanham o nível dos seus congéneres mais avançados da Europa e do mundo? Temos vários exemplos da excelente capacidade de trabalho dos nossos investigadores em domínios específicos. Mas ainda somos poucos, falta-nos dimensão e reconhecimento como um corpo diferenciado e com dinâmicas próprias. O problema está na organização e não na falta de competência. Que apreciação global faz da atual conjuntura da Medicina Dentária portuguesa? Demos um salto qualitativo enorme nos últimos anos a nível da oferta em tratamentos diferenciados. Temos clínicos de reconhecido valor que exercem a sua profissão sem qualquer desprimor para o que de melhor se faz a nível mundial. Também se verificou um acréscimo significativo de jovens profissionais a realizarem a sua formação diferenciada nos principais centros de referência internacional e a devolverem essas competências para o nosso mercado interno.

Contudo, paradoxalmente, continuamos a ter um corpo significativo de profissionais que estão bloqueados para desenvolverem uma atividade de excelência. Diversos motivos concorrem para essa cristalização da profissão, seja por razões de índole socio-económica, de competição desregulada, desequilíbrios na formação, nomeadamente um desinvestimento na formação pré-graduada, ou mesmo a nível identitário, por sermos uma classe ainda jovem com poucos referenciais éticos e deontológicos sólidos. Não obstante, apesar de uma média de idades jovem, comparativamente com a maioria das restantes profissões auto-reguladas, estamos a sofrer as dores de parto naturais de uma fase de amadurecimento. A nossa classe, com pouco mais de vinte anos, já tem grupos representativos de diferentes gerações e com distintas visões sobre a profissão. Acho que chegou a altura de capitalizar este enriquecimento crítico para implementar algumas mudanças.

A partir da esquerda, Sérgio Matos com os colegas investigadores que desenvolveram a tecnologia Biolocker: Filipe Antunes e Daniel Abegão, ambos ao serviço da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

33

fevereiro 2019

Falamos Matos.indd 33

22/1/19 14:41


ponto de vista O estado da Estomatologia Aproveito esta oportunidade para vos falar do fecundo momento atual da Estomatologia e para partilhar algumas reflexões sobre a atualidade da saúde oral em Portugal. Como sabem, a Estomatologia – conjuntamente com outras especialidades médicas – tem desenvolvido um notável esforço de formação, especialmente desde 2012, com melhoria progressiva da dotação dos novos especialistas, encontrando-se estes já a reescrever o futuro.

Jorge Serafim Freitas Médico estomatologista. Presidente da direção do Colégio de Especialidade de Estomatologia da Ordem dos Médicos.

O objetivo será substituir as gerações, diferenciar mais a especialidade e preparar a Estomatologia para as décadas que se avizinham, contribuindo para o redimensionamento e diversificação das valências dos tão necessários Serviços de Estomatologia, a nível hospitalar. De facto, a especialidade está viva e atuante e, dos cerca de 550 estomatologistas nacionais, temos agora 120 nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) onde promovem uma intensa atividade que produz anualmente, de acordo com estatísticas de 2016, 22.500 consultas, 10.700 intervenções cirúrgicas, das quais 91,5% estão em invejável ambulatório, e 890 internamentos, adicionados dos milhares de episódios de urgência anuais. A recente formação, quantitativamente exígua, de apenas 17 novos especialistas nos últimos três anos, é um bálsamo, mas sabemos bem

que são uma gota de água para o SNS e especificamente para a sua componente hospitalar. Mas o oceano é feito de gotas... De facto, queremos e precisamos de crescer até porque a Rede de Referenciação Hospitalar de Estomatologia, documento do Ministério da Saúde que viu a luz do dia em 15 de novembro de 2017, assim o reconhece, e preconiza a presença futura de 320 estomatologistas nos hospitais do SNS. Há que elogiar aqui a clara visão de futuro do Ministério da Saúde e em particular da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), da Direção-Geral de Saúde (DGS) e das Administrações Regionais de Saúde (ARS), que foram sensíveis aos claros argumentos da Ordem dos Médicos que tutela a medicina portuguesa, incluindo a especialidade de Estomatologia. Assim, vamos continuar a formar para o futuro e a partilhar o nosso conhecimento com as especialidades próximas, como já hoje o fazemos com a Cirurgia Plástica, a Cirurgia Maxilofacial e a Medicina Geral e Familiar. Tal como acontece na já antiga e simultaneamente tão moderna Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), a Estomatologia e a Medicina Dentária podem e devem colaborar de modo a que o futuro lhes sorria. Ambas têm lugar no SNS e complementam-se:

A Estomatologia e a Medicina Dentária podem e devem colaborar, para que o futuro lhes sorria. Ambas têm lugar no SNS e complementam-se: uma nos centros de saúde e outra centrando-se na necessária diferenciação do espaço hospitalar

34

fevereiro 2019

Ponto vista feb PT.indd 34

22/1/19 17:00


MX

MAXILLARIS

ponto de vista

uma nos centros de saúde e outra centrando-se na necessária diferenciação do espaço hospitalar. Assim, continuaremos a colaborar ativa e proativamente com a Medicina Dentária que começa, a par da Medicina Geral e Familiar, a ser já hoje uma ferramenta do sistema nos cuidados primários, primeira linha do combate pela saúde oral e referenciadora dos doentes com patologia sistémica relevante, e/ou mais complexa e urgente, para os centros hospitalares e seus serviços de Estomatologia. Com esta dinâmica haverá ganhos em saúde pois a patologia relevante vai ser detetada mais precocemente, será mais agilmente referenciada e por isso mais rapidamente resolvida. O SNS está pois no caminho, mas a estrada é muito longa! Para o futuro será assim necessário, até pela maior e mais rápida referenciação dos doentes, que haja um robusto alargamento dos nossos Serviços de Estomatologia que devem ser abertos e inclusivos e onde pensamos que todos devem ter lugar para a formação. Alunos das faculdades, médicos internos de especialidade, estomatologistas, cirurgiões plásticos, cirurgiões maxilofaciais, especialistas de medicina geral e familiar, médicos dentistas e tantos outros, pois acreditamos na velha máxima, com provas dadas, “o conhecimento só tem um dono: a verdade”. Queremos esclarecer para lá de qualquer dúvida que a nossa intenção é a de formar apenas o número de especialistas que o sistema precisa e não irresponsavelmente grupos de jovens profissionais para o desemprego ou para a emigração. E é aqui que partilhamos o profundo desconforto que notamos em ambas as classes profissionais ao continuarem a ver formar-se todos os anos centenas de jovens médicos dentistas, ainda por cima em regra com algumas deficiências formativas, que vozes insuspeitas e credíveis de ambas as classes têm vindo a denunciar com preocupação. Com a agravante de estarem a ser formados para um mercado que não os absorve, que não lhes dá emprego e que em última análise os explora, pagando-lhes salários de miséria. Perguntamos desta tribuna a quem serve este estado de coisas. A quem serve esta autofagia e esta proletarização de profissionais que degrada notavelmente as possibilidades de diferenciação, e portanto, a qualidade de tratamento dos nossos concidadãos. Porque um profissional pobre não pode frequentar cursos, pagar pós-graduações ou adquirir bibliografia relevante. E, portanto, dificilmente tratará os seus doentes segundo o estado da arte!

Na Ordem dos Médicos estamos dispostos a contribuir para a solução dos problemas vigentes no sereno diálogo com as entidades públicas e com a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD). Na certeza de que algo terá que mudar nas atuais circunstâncias formativas e laborais porque o presente merece medidas urgentes que não se compadecem com os cantos de sereia de que “o mercado se autoregulará”. Infelizmente, o mercado já demonstrou que está a matar as legítimas expectativas dos mais jovens e a afugentar os profissionais competentes e mais diferenciados. Ou será razoável continuar a tolerar a existência de acordos com seguradoras e outras organizações onde muitos dos atos médicos e médico-dentários são prestados a custo zero? Ou será razoável que em nome da livre concorrência se tolere que alguns profissionais trabalhem obviamente abaixo dos preços de custo? Ou será razoável continuar a tolerar o caminho que conduz à emigração anual de centenas de jovens que não encontram trabalho remunerado em Portugal? (...) É tempo de defender e dignificar as nossas profissões, como garantia de dar melhor qualidade de vida aos nossos doentes. Contem connosco! Nota: Intervenção oral em representação da Direção do Colégio de Especialidade de Estomatologia na sessão solene de abertura do 38o Congresso da SPEMD.

35

fevereiro 2019

Ponto vista feb PT.indd 35

22/1/19 17:00


Reabilitação total com sobredentadura mandibular sobre implantes. A propósito de um caso clínico

Filipe Campos Médico dentista. Exerce a sua atividade profissional na Clínica Dentária dos Carvalhos e no Centro de Formação FA (Porto). Fernando Almeida Médico dentista. Phd pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (2006). Administrador da Clínica Dentária Infante Sagres, da Clínica Dentária dos Carvalhos e da Labdent - Laboratório de Prótese Dentária. Coordenador do Curso Privado em Implantologia, no Porto e Lisboa. Consultor científico de vários produtos de implantologia. Orador convidado de várias conferências nacionais e internacionais. Autor de vários artigos científicos publicados em revistas nacionais e estrangeiras. Porto.

36

fevereiro 2019

CC Campos.indd 36

23/1/19 9:43


Ciência e prática

Resumo A reabilitação oral mandibular com sobredentaduras implanto-suportadas é um tratamento que se realiza há mais de 20 anos, com uma boa previsibilidade de resultados clínicos. O recurso à colocação de implantes para suporte de sobredentaduras oferece enúmeras vantagens. A colocação de implantes para uma reabilitação oral, quer seja totalmente fixa ou para um sistema de encaixe e sobredentaduras, deve efetuar-se de acordo com um planeamento bastante rigoroso, escolhendo zonas implantares específicas. A colocação dos implantes nessas zonas permite realizar a reabilitação de uma forma adequada às guidelines protéticas. Palavras-chave: sobredentaduras, implantes dentários e reabilitação oral. Introdução A reabilitação oral total com próteses dentárias é a realidade de muitos pacientes. Apesar da reabilitação total com próteses removíveis convencionais ir de encontro às necessidades de muitos pacientes, outros procuram uma reabilitação mais estável, mais retentiva, mais estética e funcional. Assim, a reabilitação com sobredentaduras suportadas por implantes dentários é uma alternativa muito boa às próteses totais removíveis convencionais1.

A reabilitação oral total mandibular com sobredentaduras implanto-suportadas é um tratamento que se realiza há mais de 20 anos, com uma boa previsibilidade de resultados clínicos. O recurso à colocação de implantes para suporte de sobredentaduras oferece enúmeras vantagens tais como diminuir a reabsorção óssea dos maxilares, reduzir o movimento das próteses, aumentar a estética da reabilitação, ajustar a posição dentária, melhorar e estabilizar a oclusão e manter a dimensão vertical de oclusão (DVO)2,3. A reabsorção óssea que se verifica ao longo do tempo, com o uso de próteses totais removíveis convencionais é um dos fatores que contribui para a desadaptação das próteses, fazendo com que ocorram oscilações horizontais e verticais das mesmas4,5. O recurso à colocação de implantes nas zonas anteriores dos maxilares para suporte de sobredentaduras é uma ótima forma de contrariar e diminuir a reabsorção óssea, bem como reduzir substancialmente os movimentos horizontais e verticais a que estão sujeitas as próteses removíveis convencionais4,5. A colocação de implantes para uma reabilitação oral, quer seja totalmente fixa ou para barras ou locators e sobredentaduras, deve efetuar-se de acordo com um planeamento bastante rigoroso, escolhendo zonas implantares específicas. A estabilidade e retenção de uma sobredentadura na zona anterior da mandíbula apresentam bastantes vantagens. É na zona anterior da mandíbula, entre a emergência dos mentonianos, que encontramos uma maior e melhor estrutura óssea, uma vez que esta região apresenta, normalmente, uma ótima densidade óssea para suporte implantar6.

37

fevereiro 2019

CC Campos.indd 37

23/1/19 9:43


Ciência e prática

MX

MAXILLARIS

Por outro lado, é mais confortável e de mais fácil adaptação e aceitação para o paciente uma prótese que apresente apenas algum movimento posterior (sobredentadura) do que uma prótese removível tradicional que apresenta movimentos posteriores e também anteriores. Nas sobredentaduras, as forças anteriores devem ter suporte nos implantes ou sistema de encaixe, sendo que as forças posteriores devem direcionar-se sobre os tecidos moles posteriores do rebordo mandibular6. Na reabilitação do paciente com dois implantes e sobredentadura, a colocação dos implantes deverá ser, idealmente, nas zonas próximas à região dos caninos, e deve-se aparafusar um sistema de encaixe aos implantes (barra ou locators). A distância ideal entre implantes, deverá ser de 14 a 16 mm. A colocação dos implantes nessas zonas permite realizar a reabilitação de uma forma adequada às guidelines protéticas6. Os pacientes tratados com sobredentaduras implanto-suportadas têm apresentado taxas de sucesso elevadas7. Ao longo dos últimos 20 anos, o uso de sobredentaduras tem demonstrado excelentes resultados a longo prazo na mandíbula, mas têm-se reportado taxas mais reduzidas para a maxila7.

Na literatura científica, têm-se apresentado diferentes sistemas retentivos para sobredentaduras, que variam no número de implantes e na distribuição do suporte. A opção por dois implantes independentes mandibulares com encaixe tipo Locator® está bem documentada e descrita na literatura com boas taxas de sucesso7. São necessários cuidados protéticos regulares para pacientes reabilitados com sobredentaduras implanto-suportadas, sendo que o sistema de encaixe do tipo barra-clipe parece necessitar de maior manutenção protética ao longo do tempo quando comparado com sistemas do tipo Locator®7. Este artigo descreve um caso clínico de uma paciente que se submeteu a uma reabilitação oral total bimaxilar com sobredentadura e sistema de encaixe do tipo Locator® aparafusados a dois implantes mandibulares e prótese total superior removível convencional. Descrição do caso Paciente A.O., do género feminino, de 70 anos, apresentou-se na consulta de Medicina Dentária para informar-se sobre as possibilidades de realizar uma reabilitação oral com implantes.

Figs. 1 a 4. Fotografias intra e extraorais iniciais.

38

fevereiro 2019

CC Campos.indd 38

23/1/19 9:43


Maquetas publis copia.indd 1

17/10/18 11:04


MX

Ciência e prática

MAXILLARIS

Na primeira consulta, na qual se efetuou um registo fotográfico extra e intraoral, realizou-se também exame clínico e de diagnóstico, em que o paciente referiu ser saudável, não havendo doenças ou alergias a registar. Referiu usar há cerca de seis anos próteses total removível superior e total inferior sobre dois encaixes tipo bola cimentados sobre as raízes dos dentes 33 e 43.

Houve fratura de uma das raízes inferiores e a prótese deixou de adaptar-se em boca. Nesta primeira consulta realizaram-se também exames radiográficos (ortopantomografia e tomografia axial computadorizada) e moldes em alginato para modelos de estudo e planeamento da reabilitação oral total bimaxilar.

Fig. 5. Ortopantomografia inicial.

Figs. 6 a 10. Implantes mandibulares, sutura e raio x aos implantes (dia da colocação).

40

fevereiro 2019

CC Campos.indd 40

23/1/19 9:44


MX

MAXILLARIS

Após análise de todos os dados recolhidos, propôs-se à paciente a hipótese de realizar reabilitação oral total fixa sobre implantes ou reabilitação oral total com sobredentaduras suportadas por implantes, extraindo as raízes dos dentes presentes em boca (dentes 33 e 43). Por motivos económicos, a paciente optou pela realização de reabilitação oral com sobredentadura implanto-suportada na mandíbula e nova prótese total removível na maxila. Apresentou-se o plano de tratamento que englobou a colocação de dois implantes na mandíbula com sistema de encaixe tipo Locator® aparafusados aos implantes e prótese total superior removível.

Ciência e prática

O planeamento da colocação dos implantes teve por base as guidelines para este tipo de reabilitação de forma a oferecer a maior segurança na reabilitação com sobredentaduras. Durante o período de osteointegração (três meses) fizeram-se controlos regulares para acompanhar a osteointegração e despistar possíveis focos de infeção. Após o período de três meses de osteointegração e cicatrização óssea, fizeram-se impressões superior em alginato e inferior aos implantes com pilares de impressão e moldeira aberta para posterior registo intermaxilar e prova estética de dentes.

Figs. 11 a 14. Pilares de impressão de moldeira aberta, raio x aos pilares e molde em silicone aos implantes.

Figs. 15 a 17. Registo intermaxilar com ceras de articulação.

41

fevereiro 2019

CC Campos.indd 41

23/1/19 9:44


Ciência e prática

MX

MAXILLARIS

Figs. 18 a 22. Prova estética com dentes.

Figs. 23 a 27. Trabalho final em modelo de gesso.

42

fevereiro 2019

CC Campos.indd 42

23/1/19 9:44


Maquetas publis copia.indd 1

18/1/19 13:22


Ciência e prática

MX

MAXILLARIS

Após ser definida a estética final, o trabalho foi finalizado em laboratório e colocado em boca, procedendo-se aos acertos oclusais finais.

Por fim, deram-se instruções de higiene e de colocação da sobredentadura em boca por parte do paciente. Efetuam-se consultas de controlo e manutenção de seis em seis meses para verificar a necessidade de substituição dos retentores do sistema de encaixe.

Figs. 28 a 32. Trabalho final em boca com colocação de Locators®.

44

fevereiro 2019

CC Campos.indd 44

23/1/19 9:44


MX

MAXILLARIS

Ciência e prática

Figs. 33 e 34. Aspeto final do sorriso da paciente.

Conclusões Entre as diferentes opções de tratamento para a reabilitação oral total dos maxilares, a reabilitação com sobredentaduras suportadas por implantes é uma solução simples e bastante eficaz na sua função, e com um custo bastante mais baixo quando comparada com a reabilitação total fixa sobre implantes. É uma reabilitação com uma aceitação bastante positiva por parte do paciente. No entanto, tem que haver uma ótima comunicação entre o médico dentista e o técnico de prótese para se conseguir chegar o mais próximo possível do resultado ideal em cada caso.

Bibliografia 1. Doundoulakis JH, Eckert SE, Lindquist CC, Jeffcoat MK. The implant-supported overdenture as na alternative to the complete mandibular denture (2003). J Am Dent Assoc. 134(11): 1455-8.

5. Jemt T, Stalblad PA. The effect of chewing movements on changing mandibular complete denture to osseointegrated overdentures (1986). J Prosthet Dent. 55: 357-61.

2. Lambade D, Lambade P, Gundawar S. Implant Supported Mandibular Overdenture: A viable treatment option for edentulous Mandible (2014). Journal of Clinical and Diagnostic Research. Vol-8(5): ZD04-ZD06.

6. Misch C. Contemporary Implant Dentistry (third edition). Chapter 14: 293-313, Chapter 17: 367-88. 7. Sampaio-Fernandes M, Vaz P, Braga A, Figueiral M. Retrospective assessment of treatments with implant-supported overdentures: prosthetic complications (2016). Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilo Fac 57(1): 14-20.

3. Laurito D, Lamazza L, Spink MJ, Biase A. Tissue-supported dental implant prosthesis (overdenture): the search for the ideal protocol. A literature review (2012). Annali di Stomatologia. III(1): 2-10. 4. Arora V, Kumar D, Legha VS, Arun Kumar KV. Prospective study of treatment outcome of implant retained mandibular overdenture: two years follow-up (2014). Contemp Clin Dent. 5(2): 155-159.

45

fevereiro 2019

CC Campos.indd 45

23/1/19 15:58


Frenectomia labial com laser de diodo em odontopediatria: relato de um caso

Irineu Gregnanin Pedron Médico dentista. Professor de Periodontologia e Laser na Odontologia na Universidade Brasil, São Paulo (Brasil). Renata Guerreiro Belda Aluna de graduação em Odontologia na Universidade Brasil, São Paulo. Andresa da Silva Antunes Aluna de graduação em Odontologia na Universidade Brasil, São Paulo. Alessandra Baptista Médica dentista. Professora do Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia, Universidade Brasil, São Paulo. São Paulo (Brasil).

46

fevereiro 2019

CC IRINEU.indd 46

23/1/19 9:52


Ciência e prática

Introdução O freio labial, em muitos casos está relacionado com a presença de diastemas e pode ainda dificultar a realização da higiene bucal favorecendo acumulação de biofilme que induz à gengivite e subsequentemente à periodontite, além da diminuição da quantidade de gengiva queratinizada. O freio lingual, por sua vez, pode causar anquiloglossia que acarreta uma série de perturbações funcionais e sociais1.

Resumo A frenectomia, tratamento realizado na indicação da excisão do freio labial ou lingual, apresenta diversas complicações trans e pós-operatórias, quando se utilizam os métodos cirúrgicos convencionais. O laser de alta potência vem sendo crescentemente empregado nas diversas especialidades odontológicas. O propósito deste trabalho foi apresentar um caso clínico de frenectomia labial superior utilizando o laser de diodo (λ=980 nm) para o procedimento cirúrgico associado a fotobiomodulação numa paciente de 10 anos, com a finalidade de promover melhores condições trans e pós-cirúrgicas, ilustrando particularmente estes benefícios aos pacientes infantis. Palavras-chave: freio labial, freio lingual, laser de alta potência e fotobiomodulação.

A frenectomia é um procedimento cirúrgico que objetiva a remoção do freio permitindo tanto a movimentação ortodôntica para o fechamento de diastemas, como a movimentação adequada da língua necessária às atividades funcionais. A remoção do freio lingual é frequentemente solicitada pelo profissional fonoaudiólogo1. Deve realizar-se precocemente, assim que se obtém o diagnóstico, prevenindo ou minimizando as implicações relacionadas com o mau posicionamento dentário e o desenvolvimento muscular, que podem ser prejudicados. Além do tratamento cirúrgico, a complementação através de tratamento ortodôntico e fonoaudiológico muitas vezes é necessária para restabelecer a fisiologia normal (oclusão, mastigação, deglutição e fonação) do complexo estomatognático. Salienta-se que, se não for realizado precocemente, pode comprometer o bem-estar psíquico-social1.

47

fevereiro 2019

CC IRINEU.indd 47

23/1/19 9:52


MX

Ciência e prática

MAXILLARIS

Para o atendimento odontológico, especialmente em odontopediatria, o emprego de técnicas mais simples, rápidas, precisas, menos invasivas ao paciente é sempre a melhor opção. A frenectomia realizada com o laser de alta potência é indubitavelmente um procedimento que preenche estes requisitos pelas grandes vantagens inerentes à sua utilização, desde a necessidade de menor quantidade de anestésico, como a ausência de sangramento, maior facilidade para visualização do sítio cirúrgico e descontaminação da ferida cirúrgica1-4. O uso do laser é abrangente e a sua utilização é cada dia maior em Medicina Dentária e nas demais ciências da área médica1. A aprovação da utilização do laser em cirurgias odontológicas em tecidos moles em 1990 pela Food and Drug Administration (FDA) é um exemplo do reconhecimento dos benefícios desta tecnologia1.

Em Medicina Dentária utilizam-se diversos tipos de lasers. Cada tipo de laser possui características físicas diferentes que influenciam na interação da luz com os tecidos alvos produzindo efeitos específicos1. Os lasers de érbio, argónio, dióxido de carbono (CO2), diodo e neodímio possuem afinidade ótica principalmente com a água e com a hemoglobina, portanto, consideram-se excelentes “cortantes”. Indicam-se em procedimentos cirúrgicos como a frenectomia, a gengivoplastia, a gengivectomia, o aumento de coroa clínica, a ulectomia e por se tratarem de lasers de alta potência, através do efeito térmico são capazes de promover a descontaminação da região tratada6,7. Podem utilizar-se no modo focado ou desfocado dependendo da indicação clínica. No modo focado, a luz interage em maior profundidade e menor diâmetro de ação promovendo a função de corte mais precisa. No modo desfocado, a luz interage principalmente nas camadas superficiais dos tecidos, o que proporciona a interação com uma área de superfície maior promovendo a ablação ou vaporização de tecidos, muito utilizadas para a remoção de lesões brancas como as leucoplasias, as hiperqueratoses ou na remoção de tecido cariado7.

Fig. 1. Freio labial superior e diastema entre os incisivos centrais superiores: vista frontal.

Fig. 2. Freio labial superior e diastema entre os incisivos centrais superiores: vista incisal.

Fig. 3. Práticas de biossegurança inerentes ao uso do laser em Medicina Dentária.

Fig. 4. Remoção do tecido fibroso do freio labial superior.

48

fevereiro 2019

CC IRINEU.indd 48

23/1/19 9:52


Maquetas publis copia.indd 1

22/1/19 15:41


MX

Ciência e prática

MAXILLARIS

O uso dos lasers semicondutores de diodo (arsenieto de gálio GaAs; arsenieto de gálio-alumínio - GaAlAs) em cirurgias de tecidos moles ganhou popularidade nos últimos anos, uma vez que são unidades cirúrgicas compactas, portáteis, com benefícios eficientes e confiáveis. Possuem ainda custos reduzidos, em comparação com os outros tipos de lasers, o que permitiu uma maior difusão desta técnica nos consultórios odontológicos. Os fotões produzem-se por corrente elétrica com comprimentos de onda que variam entre 810, 940 e 980 nm1. Estes comprimentos de onda são altamente absorvidos pela hemoglobina e pela melanina e têm pouca absorção em tecidos duros, o que proporciona uma ação seletiva da luz permitindo cortes precisos, coagulação e vaporização de áreas em torno de estruturas dentárias e melhor cura no pós-operatório1,2. Além disso, a aplicação de lasers de diodo diminui a necessidade de anestesia, controla significativamente o sangramento e não requerem suturas2. A entrega da luz faz-se através de uma fibra óptica flexível que varia de 200 a 600 µm de diâmetro, facilitando a ergonomia e precisão dos procedimentos. O propósito deste trabalho foi apresentar um caso de frenectomia labial utilizando um laser de diodo (λ=980 nm) numa paciente de 10 anos de idade. Descrição do caso Paciente leucoderma do género feminino, de 10 anos, compareceu na clínica da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade Brasil, acompanhada pela mãe, com indicação de frenectomia labial superior, por solicitação da ortodontista.

Fig. 5. Extensão palatina da remoção do freio labial superior.

Clinicamente, a paciente apresentava freio labial superior persistente com inserção palatina associado a diastema entre os incisivos centrais superiores (figs. 1 e 2). Observou-se saúde periodontal adjacente ao sítio cirúrgico e não se reportaram alterações sistémicas. A proposta do uso do laser para realização da frenectomia verificou-se sobretudo por se tratar de uma paciente pediátrica e pelos diversos benefícios proporcionados pelo emprego da técnica. Após a aplicação de anestésico tópico realizou-se a anestesia infiltrativa na região e complementada nas laterais do freio labial superior até a região palatina. O aparelho utilizado foi um laser semicondutor de diodo (Thera Lase Surgery®, DMC, São Carlos, Brasil, P=1,2 W). Este protocolo atendeu as especificações técnicas preconizadas pelo manual do proprietário, bem como os cuidados e preceitos inerentes aos procedimentos de biossegurança e segurança da utilização do laser (fig. 3). A área do freio labial removeu-se suavemente com movimentos controlados de mesial para direção distal e o tecido carbonizado retirou-se cuidadosamente com gaze úmida (fig. 4). A remoção de tecido avaliou-se de acordo com a movimentação labial, estendendo-se até a região palatina (fig. 5). Imediatamente após a remoção total do tecido fibroso (fig. 6) trocou-se a fibra do equipamento e irradiou-se a área de forma pontual com o laser de baixa potência (P=100 mW), de forma a cobrir toda a extensão do sítio cirúrgico (3 J por ponto) (fig. 7). A laserterapia pós-cirúrgica realizou-se com a finalidade de promover a fotobiomodulação, que proporciona a aceleração do processo de cicatrização e a diminuição dos sintomas inflamatórios.

Fig. 6. Pós-cirúrgico imediato da frenectomia a laser.

50

fevereiro 2019

CC IRINEU.indd 50

23/1/19 9:52


Maquetas publis copia.indd 1

23/1/19 10:54


Ciência e prática

MX

MAXILLARIS

Fig. 7. Irradiação do sítio cirúrgico com o laser de baixa potência.

Decorridos 30 dias pós-cirúrgicos observou-se a reparação tecidual do local e não se reportaram queixas ou desconfortos pela paciente no pós-operatório imediato (fig. 8). Discussão Além da frenectomia, o laser de diodo de alta potência pode empregar-se em diversas intervenções em tecidos moles como: gengivectomia, gengivoplastia, ulotomia, ulectomia, aumento de coroa clínica, reabertura e acesso ao implante, incisão para drenagem de abscessos bucais, biópsia, hemangioma e outras lesões vasculares, necróticas, pigmentadas, bem como em cistos de erupção e na descontaminação da bolsa periodontal2,5,8,10. O laser de baixa potência tem-se utilizado na Medicina Dentária em tratamentos com finalidades analgésica, anti-inflamatória e reparadora como úlcera aftosa, lesão traumática, lesão herpética, mucosite, disfunção temporomandibular, pós-cirúrgico, parestesia, paralisia facial, entre outras indicações7-9. A utilização do laser de alta potência para cirurgias apresenta diversos benefícios em relação às técnicas cirúrgicas convencionais, uma vez que corta, vaporiza, coagula e esteriliza o sítio cirúrgico. Destaca-se a facilidade da sua utilização e a diminuição do tempo cirúrgico, reduzindo o trauma local durante a intervenção. Promove a hemostasia bloqueando e coagulando pequenos vasos na linha de incisão e reduz a sintomatologia pós-cirúrgica e é de grande aceitação por parte dos pacientes, pois reduz a

Fig. 8. Pós-cirúrgico (30 dias) da frenectomia a laser, apresentando nova inserção do freio labial superior.

apreensão dos mesmos diante de uma cirurgia sem bisturi. Promove a descontaminação do local através do efeito térmico e elimina a necessidade de suturas evitando infecções trans e pós-cirúrgicas. Reduz a quantidade de anestesia e, em alguns casos, os procedimentos podem realizar-se com o uso apenas de anestésico tópico4. Estudos mostraram que houve redução da necessidade de anestesia em aproximadamente 55% dos procedimentos em cirurgias de tecidos moles realizadas com laser de alta potência10. Quando se trata de cirurgia odontopediátrica, o uso do laser de alta potência reportou benefícios em relação às técnicas convencionais como o tratamento rápido e eficaz, que reduzem o stress e os traumas ao paciente infantil8,9. A frenectomia com laser de alta potência foi amplamente estudada por vários autores, independentemente do tipo de laser cirúrgico utilizado8,9. Num estudo realizado em 150 pacientes, os quais se submeteram a frenectomias, avaliou-se a sintomatologia qualitativa e quantitativamente pós-operatória. Sessenta e oito por cento dos pacientes não relataram qualquer sintomatologia, enquanto 32% dos pacientes relataram alguma sintomatologia e, entre estes, 83% fizeram uso de analgésico (via oral) por até 48h11. Outro estudo feito com 20 pacientes pediátricos, entre oito e 10 anos, submetidos a frenectomia com laser de alta potência, mostrou que todos os pacientes relataram ausência de dor pós-cirúrgica ou desconforto mínimo e nenhum sangramento pós-cirúrgico. Ainda 100% dos pacientes relataram que o procedimento foi bem tolerado e “aceitável”, sem recorrências após quatro anos de avaliação8.

52

fevereiro 2019

CC IRINEU.indd 52

23/1/19 9:52


MX

MAXILLARIS

Durante o procedimento cirúrgico com laser de alta potência, selam-se pequenos vasos sanguíneos e linfáticos devido ao efeito térmico, reduzindo ou eliminando sangramento e edema. Histologicamente, a remoção e deslocamento de tecido epitelial, a presença de restos epiteliais coagulados e necrosados, vasos ocluídos e endoteliócitos edemaciados podem observar-se na zona de tecidos coagulados adjacentes ou circundantes à área cirúrgica. O processo de reparação determina-se inicialmente pela formação de coágulo sero-fibrinoso, rico em fibronectina e sem hemácias, que preenche o sítio10.

Ciência e prática

Este “coágulo” serve para proteger a ferida da ação bacteriana ou friccional. Clinicamente, durante 48-72 horas após a cirurgia, esta camada hidrata-se pela saliva e desintegra-se, revelando a formação de um novo tecido epitelizado10. O uso da laserterapia após o procedimento cirúrgico induz a fotobiomodulação local e pode ser uma alternativa satisfatória para estimular o processo de reparação tecidual8.

Conclusão Podemos concluir que o uso do laser de diodo de alta potência associado a fotobiomodulação pode ser uma alternativa satisfatória às técnicas cirúrgicas convencionais para procedimentos de frenectomia labial em pacientes pediátricos, proporcionando melhores condições trans e pós-cirúrgicas.

Bibliografía 1. Pedron IG. Toxina botulínica: aplicações em odontologia. Florianópolis: Ed. Ponto. 2016. 195 págs.

8. Martens LC. Laser physics and a review of laser applications in dentistry for children. Eur J Paediatr Dent 2011; 12 (2): 61-7.

2. Edwards JG. The diastema, the frenum, the frenectomy: a clinical study. Am J Orthod 1977; 71(5): 489-508.

9. Genovese WJ, Moreira LA, Bordini PJ, Zampieri MJP, Ardohain RS, Fernandes DR. Estudo comparativo clínico entre os lasers cirúrgicos Neodímio-YAP e CO2 na remoção de hemangioma e hiperplasia fibrosa inflamatória. Rev Assoc Paul Cir Dent 2002; 56 (supl.): 27.

3. Derikvand N, Chinipardaz Z, Ghasemi S, Chiniforush N. The Versatility of 980 nm diode laser in Dentistry: a case series. J Lasers Med Sci 2016; 7(3): 205-8. 4. Komori S, Matsumoto K, Matsuo K, Suzuki H, Komori T. Clinical study of laser treatment for frenectomy of pediatric patients. Int J Clin Pediatr Dent 2017; 10(3): 272-7.

10. Garg N, Verma S, Chadha M, Rastogi P. Use of carbon dioxide laser in oral soft tissue procedures. Natl J Maxillofac Surg 2015; 6(1): 84-8. 11. Pirnat S. Versatility of an 810 nm diode laser in Dentistry: an overview. J Laser Health Acad 2007; 4.

5. Kafas P, Stavrianos C, Jerjes W, Upile T, Vourvachis M, Theodoridis M, Stavrianou I. Upper-lip laser frenectomy without infiltrated anaesthesia in a paediatric patient: a case report. Cases J 2009; 2: 7138.

12. Ortega-Concepción D, Cano-Durán JA, Peña-Cardelles JF, Paredes-Rodríguez VM, González-Serrano J, López-Quiles J. The application of diode laser in the treatment of oral soft tissues lesions. A literature review. J Clin Exp Dent 2017; 9 (7): e925-e8.

6. Park S. Lasers and soft tissue: ‘fixed’ soft tissue surgery. Br Dent J 2007; 202: 247-53. 7. Garcez AS, Ribeiro MS, Núñez SC. Laser de baixa potência - princípios básicos e aplicações clínicas na odontologia. Rio de Janeiro: Elsevier. 2012. 259p.

53

fevereiro 2019

CC IRINEU.indd 53

23/1/19 9:52


André Chen Médico dentista. Membro da direção da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital (D2).

Implantologia digital: sim ou não?

É

É uma simples e excelente pergunta com uma resposta não tão direta, arriscando mesmo a dizer que é bastante complexa. Não existem dúvidas de que o caminho da digitalização dos protocolos clínicos em implantologia será uma realidade cada vez mais precisa e robusta. É um passo da Medicina Dentária que não tem retorno, no entanto, hoje em dia ainda apresenta algumas limitações importantes. Implantologia digital no diagnóstico e plano de tratamento

Implantologia digital na fase terapêutica cirúrgica Se no diagnóstico é inequívoco que houve uma melhoria substancial nos protocolos utilizados, na fase terapêutica as coisas são um pouco distintas. Na ânsia de estar no topo e na pressão económica das clínicas e dentistas rentabilizarem os enormes (e exagerados) gastos na aquisição de tecnologia de ponta, promovem-se alguns passos clínicos que ainda carecem de evidência científica que massifique a sua utilização.

Sim, sim e sim, as ferramentas de diagnóstico e de imagiologia para planeamento de uma reabilitação implanto-suportada são hoje em dia muito robustas e avançadas. A comunicação técnico de prótese-clínico e mesmo de clínico para paciente progrediu substancialmente, permitindo uma melhoria no produto final. A presença de scanners faciais, de instrumento de gravação das várias relações maxilo-mandibulares e os célebres softwares de planeamento – como o DSD (Digital Smile Design) –, vieram ajudar no diagnóstico do paciente. A integração com outras áreas da Medicina Dentária, como a prótese fixa e a ortodontia, é hoje facilitada por esta tecnologia.

Fig. 1. Protocolo cirúrgico totalmente guiado com recurso a guia cirúrgica muco-suportada.

54

fevereiro 2019

Revoluçao digital.indd 54

23/1/19 14:37


RevoLUÇÃo Digital Ter uma guia cirúrgica com uma prótese preparada previamente num caso total (a pedra filosofal da implantologia moderna) é arriscado, uma vez que a literatura é perentória a apontar falhas nas posições dos implantes previamente planeados. Esta falta de precisão acontece nas três dimensões bucal-lingual, mesio-distal e apico-coronal. Não, não e não quando à partida a aquisição de CBCT tem tanto ruído que o matching irá ser fraco e a guia irá conter erros de posição, que podem influenciar negativamente a posição dos implantes. Implantologia digital transforma um cirurgião médio num super-cirurgião? A implantologia digital, no meu ponto de vista, vem ajudar um cirurgião experiente, mas não transforma um principiante num dentista de ponta. A rápida prontidão que a experiência traz permite resolver problemas intraoperatórios que um cirurgião menos experiente pode não conseguir, como por exemplo a falha no assentamento da guia, nos componentes mecânicos entre a broca e o sleeve, ou mesmo na perceção do tipo de osso presente e a consequente falha de estabilidade primária.

A ideia de que se pode ir de A a Z num fluxo totalmente digital não é, em fevereiro de 2019, uma atitude terapêutica completamente validada cientificamente. Se o sim é absoluto na parte de diagnóstico, na fase cirúrgica da implantologia é mais um sim com muito cuidado. Nos casos de reabilitação unitária ou parcial de pequenos elementos, a aquisição de uma imagem tridimensional através de um scanner intraoral e o seu merging com a imagem obtida por tomografia computadorizada de feixe cónico (CBCT) pode ser quase perfeita, podendo dar origem a trabalhos fidedignos. No entanto, em reabilitação total sobre implantes o mesmo já não acontece.

Fig. 2. Exemplo de um protocolo totalmente guiado para protocolo de carga imediata total.

55

fevereiro 2019

Revoluçao digital.indd 55

23/1/19 14:37


Revolução digital

MX

MAXILLARIS

É aqui que existe uma chamada de atenção importante para os clínicos menos experientes, face ao deslumbramento inerente da tecnologia digital e não esquecer que é um meio auxiliar de execução e planeamento, que nunca se deve sobrepor a uma educação correta da implantologia clássica.

tes executadas a partir de scanners faciais ainda tem grandes problemas.

Implantologia digital na fase terapêutica prostodôntica

A introdução de tecnologia digital permitiu a entrada de novos biomateriais com características bem diferentes dos tradicionais, injetando uma boa dose de revolução e evolução na biomecânica implanto-suportada.

Na fase prostodôntica da implantologia, um sim, na fase das impressões intraorais, nesta fase, com os tecidos cicatrizados e com ausência de mobilidade a precisão é muito similar quando comparada com as impressões convencionais.

Na preparação e obtenção de modelos, a impressão 3D veio trazer mais precisão nos modelos e é hoje comummente aceite, nesse campo em particular, outro sim.

Na fase laboratorial um claro sim, pois os processos CAD-CAM laboratoriais desde cedo se mostraram mais avançados do que os trâmites digitais clínicos, permitindo uma melhoria clara da confeção de próteses implanto-suportadas. Um não (não assim tão claro, uma vez que estão em rápido e constante desenvolvimento), aquando da incorporação dos scanners faciais na reabilitação total implanto-suportada uma vez que é conhecido que 30% das provas de den-

Fig. 4. Incorporação de impressão 3D para a obtenção de modelos de trabalho.

Implantologia digital na fase de manutenção Mesmo numa área que aparentemente não poderia beneficiar (ou iria beneficiar pouco) com o boom digital, o acompanhamento do paciente e o estado de saúde dos nossos tratamentos é hoje mais preciso e definido. O controlo da perda óssea marginal, das alterações dimensionais das nossas regenerações de tecidos é feito com ferramentas como a sobreposição de stl´s em softwares robustos ou imagens radiográficas de alta resolução.

Fig. 3. Impressão analógica vs impressão digital.

Em resumo Tecnologia digital em implantologia? Sem dúvida, mas vivemos um claro momento de aprendizagem de protocolos onde nunca a evidência científica foi tão importante como hoje em dia na clarificação de quais são os protocolos digitais que funcionam ou não.

56

fevereiro 2019

Revoluçao digital.indd 56

23/1/19 14:37


Maxillaris Normas_Maquetación 1 06/04/16 13:32 Página 1

Publique o seu artigo na MAXILLARIS

Regras de publicação dos artigos científicos: • Os artigos não podem ter sido editados em outra publicação. • O texto deve ser enviado em formato word (CD ou correio eletrónico). • O conteúdo não deve ser publicitário (não admitimos comparações entre produtos nem trabalhos destinados a exaltar as características de marcas comerciais), ainda que possam constar nomes de produtos ou aparelhos utilizados no decorrer do trabalho. • O artigo deve estar estruturado, no mínimo, em: introdução, desenvolvimento, conclusões e bibliografia. • A bibliografia deverá ser organizada respeitando a ordem em que for apresentada no texto (quando a ela se faça referência) ou por ordem alfabética, e indicada da seguinte maneira: Silverman E, Cohen M. The Twenty minute full strip up. J Clin Orthod. 1976; 10: 764. • Fotografias em formato jpg ou tif, escaneadas a 250/300 pixéis por polegada, com dimensões mínimas de 9 cm de largura. Caso não seja possível, poderão enviar-se os originais para ser escaneados na nossa redação. • Foto do primeiro autor (meio corpo ou corpo inteiro, de modo a poder ser recortada). • Nome, apelidos e titulação de todos os autores. • Correio eletrónico do autor, ao qual enviaremos a maqueta para revisão antes da publicação.

portugal@maxillaris.com Rua Francisco Sanches, 122, 2º. 1170-144 Lisboa. Tel./Fax: 218 874 085

Nota: após receção do artigo, este será enviado à nossa Comissão Científica para aprovação.


outros perfis

MX

MAXILLARIS

outros perfis

Tomás Appleton jogador de rugby e médico dentista

“Todas as experiências e lesões que tive deram-me um conhecimento que pode ser aplicado à Medicina Dentária” Tomás Appleton estreou-se nos relvados aos seis anos – seguindo as pisadas do irmão mais velho –, dando início a uma longa marcha que o levou à elite do rugby: faz parte da equipa principal da seleção nacional da modalidade desde 2014. O também jogador do Centro Desportivo Universitário de Lisboa (CDUL), que soma dois títulos do campeonato nacional com esta formação, é licenciado em Medicina Dentária pelo Instituto Universitário Egas Moniz, com sede no Monte da Caparica. Iniciou este ano a sua atividade profissional, em várias clínicas lisboetas, convicto de que as noções fisiológicas, articulares e até traumáticas que o rugby lhe deu “só podem ser uma mais-valia” na sua prática clínica.

58

FEVEREIRO 2019

Otros perfil feb PT.indd 58

22/1/19 16:57


MX

MAXILLARIS

outros perfis

O “lobo” Tomás Appleton em plena disputa de bola com Harry Jones, jogador da seleção de rugby canadiana, durante um torneio em Hong Kong (China).

59

FEVEREIRO 2019

Otros perfil feb PT.indd 59

22/1/19 16:57


outros perfis

MX

MAXILLARIS

O respeito pelos outros, sacrifício e capacidade de superação são, para Tomás Appleton, os principais requisitos para a prática do rugby.

Quando e em que circunstâncias é que se iniciou no rugby? Comecei a jogar rugby com seis anos por influência do meu irmão mais velho, Francisco. Ele também começou cedo e logo me pegou o “vício”. Quais são os aspetos que mais o fascinam nesta modalidade? São vários, mas provavelmente a exigência que a modalidade pede, tanto a nível fisico, como mental e técnico. Na sua opinião, quais são os principais requisitos para se ingressar e fazer parte da “família do rugby”? Os principais requisitos prendem-se com os valores que uma pessoa tem e leva para toda a vida. Respeito pelos outros, sacrifício e capacidade de superação são, para mim, os mais importantes. Experimentou outras atividades do foro desportivo? Estive no judo e no futsal quando era miúdo, mas rapidamente descobri que não eram para mim. Como resumiria o seu percurso no rugby desde os primeiros treinos até à consagração como jogador da seleção nacional? Desde que me lembro, sempre tive o objetivo de representar Portugal e trabalhei bastante para isso acontecer. Comecei por fazer as seleções jovens, sempre com esse objetivo na cabeça, até que em 2014 pude fazê-lo pela equipa principal de Portugal. Qual é o momento mais marcante, até à data, da sua carreira nos relvados? Os dois campeonatos nacionais que ganhei com o Centro Desportivo Universitário de Lisboa (CDUL), a minha primeira internacionalização numa vitória contra a Namíbia e poder representar Portugal no circuito mundial de Seven’s.

Quais são as metas da equipa de rugby do CDUL para a presente temporada (e para os próximos tempos)? Estamos a passar por um processo de grande renovação na equipa, com muitas saídas e algumas entradas de jogadores dos escalões mais jovens. No entanto, o grande objetivo do CDUL para esta temporada é ganhar o campeonato e, a longo prazo, criar uma “dinastia” com uma cultura vencedora transversal a todos os escalões.

60

FEVEREIRO 2019

Otros perfil feb PT.indd 60

22/1/19 16:57


MX

MAXILLARIS

Como comenta a atual conjuntura nacional do desporto que pratica? Vivemos num país onde o futebol acaba por ser a modalidade de eleição e a que possui mais adeptos, portanto, as outras modalidades passam um pouco para segundo plano. O rugby em Portugal não está a passar uma fase fácil. Há muitas incertezas a nível institucional que, por vezes, tornam mais difícil o nosso desempenho. No entanto, existe muita “matéria prima” de qualidade que, se for bem trabalhada, pode dar resultados de excelência.

outros perfis

O rugby em Portugal não está a passar uma fase fácil. Há muitas incertezas a nível institucional que, por vezes, tornam mais difícil o nosso desempenho

Portugal destaca-se pontualmente nas competições internacionais de rugby, mas a maior parte das vezes mantém-se à margem da elite mundial. Quais são as aspirações dos “lobos” para os próximos anos? Portugal tem, neste momento, como projeto delineado a subida de divisão europeia e o apuramento para o Mundial de 2023. Na competição Seven’s temos pela frente a classificação para os Jogos Olímpicos, já este ano, e o apuramento para o Circuito Mundial. Que fatores considera essenciais para o rugby português poder alcançar resultados mais ambiciosos? Uma boa estruturação e um projeto bem definido, a longo prazo, apoiado de maneira correta. É extremamente importante confiar no processo e não desistir à primeira adversidade.

O médico dentista em plena ação durante um jogo com a equipa do CDUL, com a qual já ganhou dois títulos de campeão nacional de rugby.

61

FEVEREIRO 2019

Otros perfil feb PT.indd 61

22/1/19 16:57


MX

outros perfis

MAXILLARIS

Tomás Appleton considera que existe no rugby português “matéria prima” de qualidade que, se for bem trabalhada, pode dar resultados de excelência.

Como justifica a sua opção pela licenciatura em Medicina Dentária? Para ser sincero, sempre me imaginei na área da saúde. Os meus pais são os dois médicos e sempre tive muita curiosidade pela medicina, especialmente pela parte maxilofacial. De início queria uma licenciatura em Medicina, mas depois de entrar em Medicina Dentária apercebi-me de que era, sem dúvida, o caminho certo a seguir. Acha que a experiência que adquiriu na prática desportiva poderá contribuir, de alguma forma, para enriquecer a sua carreira de médico dentista? Sem dúvida alguma. Já jogo rugby há alguns anos e todas as experiências e lesões que tive deram-me um conhecimento que pode ser aplicado à Medicina Dentária. Noções fisiológicas, noções articulares e até traumáticas só podem ser uma mais-valia na minha prática clínica. Tem preferência por alguma especialidade da Medicina Dentária? Sempre tive um fascínio pela cirurgia e pela implantologia. Considera que a oferta existente em termos de formação continuada/pós-graduada satisfaz as necessidades dos profissionais do setor? Cada vez estou mais confiante que sim. Falo um pouco da vertente da cirurgia e da implantologia, pois é sobre esta que estou mais informado. Existe muita oferta de qualidade, tanto em Portugal como no estrangeiro. Considero que uma parte fundamental da vida de um médico dentista é estar constantemente em aprendizagem.

Para terminar, como perspetiva o futuro da Medicina Dentária em Portugal? Na minha opinião, existe cada vez mais uma saturação do setor no nosso país. Existe muita oferta tanto a nível de clínicas dentárias como de médicos dentistas, especialmente nas grandes cidades como é o caso de Lisboa e do Porto. A integração dos médicos dentistas nos hospitais e centros de saúde e o reconhecimento da Medicina Dentária hospitalar pela Ordem vai ser um passo na direção certa. Ainda que exista esta saturação – e isto é mais uma lição que tirei do rugby – quem é bom o suficiente, trabalha e está disposto a sacrifícios há de ter sempre o seu lugar e verá o seu trabalho reconhecido.

De início queria uma licenciatura em Medicina, mas depois de entrar em Medicina Dentária apercebi-me de que era, sem dúvida, o caminho certo a seguir

62

FEVEREIRO 2019

Otros perfil feb PT.indd 62

22/1/19 16:57


Maquetas publis copia.indd 1

17/1/19 16:58


Zona jovem

MX

MAXILLARIS

zona jovem

Tiago do Nascimento Borges, presidente da direção da Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária

“Só a união de todos na discussão dos problemas, que não afetam apenas os estudantes, poderão mudar o atual paradigma” 64

FEVEREIRO 2019

Zona joven.indd 64

23/1/19 9:34


MX

MAXILLARIS

Zona jovem

A Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (ANEMD) tem nova direção, presidida pelo jovem portuense Tiago do Nascimento Borges. O estudante, de 21 anos, que frequenta o quarto ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da Universidade do Porto, adianta à MAXILLARIS que a palavra chave do seu mandato é “união”, pois só assim poderão os estudantes, em conjunto, construir e desempenhar um papel preponderante na definição das políticas que os afetam. Entre as iniciativas com o fim de reforçar o diálogo nacional, antecipa-se a criação de um Conselho das Escolas Médico-Dentárias. Entretanto, o segundo Simpósio Anual de Estudantes de Medicina Dentária (SAEMD) vai reunir em Lisboa, nos dias 23 e 24 deste mês, mais de 400 estudantes do setor de todo o país.

Assumiu recentemente a presidência da ANEMD. Que directrizes definiu para o seu mandato? Unidos pela Medicina Dentária. Este foi o mote da lista dos dirigentes associativos que hoje desempenham as suas funções nos órgãos sociais da ANEMD, um mote de toda uma equipa. É esta a grande diretriz, a união. Pela primeira vez tomou posse uma equipa composta por membros de todas as escolas do foro médico-dentário, assente numa federação que representa todas as instituições de ensino de Medicina Dentária em Portugal. Só assim podem os estudantes em conjunto, unidos, construir e desempenhar um papel preponderante na definição das políticas que os afetam. Políticas que até agora marcam pela sua ausência. A necessidade de uma discussão ampla nunca foi tão urgente e as matérias são muitas: da empregabilidade, do numerus clausus e da adequação das capacidades

formativas; do plano curricular do Mestrado Integrado em Medicina Dentária e a crescente discussão da sua reforma nas escolas médico-dentárias portuguesas; do planeamento da formação em saúde e da desigualdade no acesso ao ensino superior no contexto da Medicina Dentária. Para abordar estas problemáticas, a ANEMD está de forma pensada e organizada a trabalhar estes assuntos, exemplos disso são a criação de um grupo de trabalho quanto à reforma do plano curricular, a formação de um Conselho das Escolas Médico-Dentárias onde se procurará discutir assuntos que digam respeito a estas e aos seus estudantes, de um modo abrangente, inclusivo e a nível nacional. Apenas neste contexto poderão as políticas criadas surtir o efeito pretendido. Os estudantes vão impulsionar a criação deste conselho, pede-se unicamente às instituições a responsabilidade de representarem os seus discentes.

65

FEVEREIRO 2019

Zona joven.indd 65

23/1/19 9:34


Zona jovem

MX

MAXILLARIS

O fator mobilizador é, sem dúvida, o excesso de profissionais que estão a ser formados, ou seja, a relação que existe entre as políticas de formação, empregabilidade, adequação das capacidades formativas das escolas médico-dentárias e o planeamento da formação em saúde A integração no Fórum Nacional de Estudantes de Saúde é da maior pertinência, o planeamento em saúde deve ser global. A representação no Encontro Nacional de Direções Associativas, nas associações internacionais, nas quais temos contribuído em muito, e junto de todos os parceiros estratégicos será da maior importância para a federação poder projetar as suas opiniões e reivindicar as suas causas. Tudo isto são exemplos de que só a união de todos na discussão dos problemas, que não afetam apenas os estudantes, poderão mudar o atual paradigma. Qual é o grande fator mobilizador dos estudantes de Medicina Dentária? Sendo certo que as temáticas que preocupam os estudantes são algumas, o fator mobilizador é, sem dúvida, o excesso de profissionais que estão a ser formados, ou seja, a relação que existe entre as políticas de formação, empregabilidade, adequação das capacidades formativas das escolas médico-dentárias e o planeamento da formação

em saúde. É essencial que se equacionem medidas no sentido da formação e das saídas profissionais de forma a garantir a sustentabilidade do futuro da classe. E este excesso não se vê vertido unicamente na situação de subemprego em que se encontram muitos profissionais, poderá vir também a afetar a qualidade do ensino médico-dentário, pelo qual Portugal é conhecido e reconhecido internacionalmente. Um número excedente de estudantes nas instituições de ensino médico-dentário é manifestamente incompatível face à exigência de um ensino prático clínico de excelência, dada a particularidade da formação das competências médico-dentárias. Isto não se reflete unicamente ao nível do rácio professor/estudante e das instalações e recursos necessários, mas também pelo facto do número de pacientes nas escolas médico-dentárias ser limitado, visto que as sete instituições se concentram em apenas quatro cidades. A tudo isto se pode acrescentar o facto de muitos recém-licenciados emigrarem e o país perder o seu futuro, por não apostar neles no presente; ou as condições para os profissionais e para os utentes, com um mercado essencialmente privado a adaptar-se ao excesso de oferta, recorrendo a métodos que não são apropriados na área da saúde e que descredibilizam a importância dos cuidados de saúde. A ANEMD defende que uma intervenção na via de formação, através da redução do numerus clausus, é urgente, mas também na via da massificação do acesso aos cuidados de saúde oral pela inclusão dos médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde, de forma a aproveitar os recursos humanos já formados e melhorar a saúde oral da população.

A partir da esquerda, Mariana Santos (vice-presidente do conselho fiscal); Márcia Correia (relatora do conselho fiscal); Constança Pessoa (presidente do conselho fiscal); Maria Tavares Lourenço (vogal da direção); Manuela Ribeiro (tesoureira da direção); Nuno Rodrigues dos Santos (vice-presidente para as relações internas da direção); Tiago do Nascimento Borges (presidente da direção); Guilherme Esteves (vice-presidente para as relações externas da direção); Maria Malho (secretária da direção); Sofia Belchior (vogal da direção); Catarina Duarte (presidente da mesa da assembleia geral); Marta Vida (vice-presidente da mesa da assembleia geral), e Daniel Barreto (secretário da mesa da assembleia geral).

66

FEVEREIRO 2019

Zona joven.indd 66

24/1/19 12:34


MX

MAXILLARIS

Zona jovem

Que expectativas deposita na segunda edição do Simpósio Anual de Estudantes de Medicina Dentária (SAEMD)? O segundo SAEMD será, sem dúvida, o maior evento científico organizado por estudantes de Medicina Dentária em Portugal. Decorrerá nos dias 23 e 24 deste mês, na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. É um evento de promoção da partilha de conhecimento, experiências e de abertura de novos horizontes. As nossas expectativas são altas e o nosso trabalho tem sido árduo, no sentido de que o resultado final se equipare a estas mesmas expectativas. Que temáticas vão dominar o programa do simpósio que vai decorrer em Lisboa no próximo mês de fevereiro? O SAEMD é um evento adaptado às necessidades dos estudantes de Medicina Dentária, que através de uma abordagem transversal e multidisciplinar pretende ser um complemento à sua formação nas mais variadas áreas da Medicina Dentária. Este ano iremos, também, explorar temas menos usuais, assim como, promover a discussão de outras temáticas mais generalistas.

acompanha este pensamento. Apesar de recente, o SAEMD demarcou-se logo dos restantes congressos e pretendemos contar com as melhores parcerias para os nossos estudantes, através da presença de casas comerciais de referência que poderão mostrar a todos as mais recentes novidades na Medicina Dentária. Além disso, implementaremos o “passaporte do congressista”, onde será elevada a importante relação entre os assistentes e as empresas presentes, numa experiência que se revelará enriquecedora para ambas as partes.

Quais são os oradores (nacionais e estrangeiros) que já confirmaram a sua presença na cimeira dos estudantes? Temos trabalhado exaustivamente, e de forma muito atenta, na escolha dos oradores do nosso simpósio. Serão eles o veículo que levará a informação aos nossos estudantes, e sem dúvida que, à semelhança da primeira edição, teremos um painel de conferencistas nacionais e estrangeiros de renome que marcará de forma fantástica o segundo SAEMD. Os interessados poderão manter-se informados através das nossas redes sociais ou do site: www.anemd.pt.

Quais são os contornos/objetivos do PDSA International Annual Meeting que irá decorrer paralelamente ao simpósio? O PDSA International Annual Meeting pretende ser o ponto de encontro de todos os estudantes a nível mundial com os seus colegas portugueses. Não só através dos estudantes de Erasmus das nossas instituições, mas também pelo crescimento da ANEMD além fronteiras, junto das entidades internacionais EDSA e IADS. É, portanto, um pretexto para a partilha de conhecimentos e experiências no ambiente certo. Que outros eventos tem prevista a ANEMD para os próximos tempos? O evento que vale a pena destacar é o Encontro Nacional de Estudantes de Medicina Dentária, agendado para o próximo mês de abril, em Albufeira. Este já existe há muitos anos e sempre foi caracterizado como uma experiência que faz querer voltar os seus participantes. Até aqui, o encontro era organizado pelas associações ou núcleos locais de Medicina Dentária, sendo agora a tradição continuada pela ANEMD. Será a oportunidade certa para a partilha interpessoal e académica entre todos os seus participantes, proporcionando um momento único de convívio e enriquecimento a nível social.

Quais são as expectativas da comissão organizadora relativamente ao número de participantes e quanto à adesão de casas comerciais? Depois do que foi o sucesso da primeira edição, com um painel de conferencistas de referência nacional e internacional que marcaram de forma sem igual a primeira edição do simpósio, a organização espera uma presença de mais de 400 estudantes de todo o país. Este ano contaremos com a abertura de mais cursos hands-on e de novas parcerias. A presença das casas comerciais é fundamental para o sucesso de um evento como este e o feedback que temos tido neste plano

67

FEVEREIRO 2019

Zona joven.indd 67

23/1/19 9:34


MX

Calendário

MAXILLARIS

Calendário

CIRURGIA ORAL

ENDODONTIA

Curso modular de regeneração óssea

Título de experto em endodontia

No âmbito do calendário de formação contínua que a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) definiu para este ano, celebra-se a partir de abril, no Porto, um curso modular de regeneração óssea, com o seguinte programa: • 1. Regeneração óssea em implantologia oral: princípios básicos (Francisco Delille); 1 de abril. • 2. Procedimentos clínicos (João Caramês); 15 de abril. • 3. Regeneração óssea guiada: os princípios, a clínica e as complicações (Manuel Neves); 6 de maio. O programa abrange uma sessão hands-on sobre L-PRF, no dia 25 de maio, orientada por Ernesto Tocantins, Francisco Brandão de Brito, Manuel Francisco e Patrícia Almeida Santos.

A CEOdont prepara uma nova edição deste curso orientado por Juan Manuel Liñares Sixto e dirigido a todos os pós-graduados que queiram iniciar-se ou aperfeiçoar-se no mundo da endodontia. O programa consta dos seguintes módulos: • 1. Abertura cameral e preparação de condutos; de 3 a 5 de outubro. • 2. Instrumentação mecânica; de 14 a 16 de novembro. • 3. Obturação de condutos radiculares, de 12 a 14 de dezembro. • 4. Restauração após a endodontia; de 30 de janeiro a 1 de fevereiro de 2020. • 5. Retratamento e endodontia cirúrgica; de 27 a 29 de fevereiro de 2020.

226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

ESTÉTICA DENTÁRIA

ESTÉTICA DENTÁRIA

Pós-graduação em dentisteria adesiva com resinas compostas

Curso teórico “All about esthetics”

O Instituto Universitário de Ciências da Saúde (CESPU) leva a cabo de março a outubro deste ano, no Campus Universitário de Gandra (Paredes), a terceira edição da pós-graduação em dentisteria adesiva com resinas compostas, que conta com o apoio das empresas VOCO, Ivoclar Vivadent e Goldentav. O objetivo geral do programa é dar formação pós-graduada a médicos dentistas nos conceitos modernos da dentisteria adesiva com resinas compostas. Os módulos que compõem este curso serão lecionados em aulas teóricas e práticas laboratoriais pré-clinicas, cuja finalidade será fazer uma docência interativa com o aluno.

“All about esthetics” é um curso teórico de uma semana de duração (de segunda-feira a sábado), dirigido pelo médico dentista espanhol Rafael Piñeiro. Esta formação inicia-se no próximo dia 25 de março no Centro de Formação da Ivoclar Vivadent em Madrid (Espanha). Rafael Piñeiro. Recomenda-se aos interessados em participar nesta iniciativa da Ivoclar Vivadent efetuarem as suas inscrições com a devida antecedência devido ao enorme interesse despertado pelo curso e à consequente limitação de vagas.

224 157 174 - info@formacao.cespu.pt - www.cespu.pt

icde.es@ivoclarvivadent.com

68

FEVEREIRO 2019

Cal curso feb PT.indd 68

23/1/19 10:43


Maquetas publis copia.indd 1

18/1/19 12:03


MX

Calendário

MAXILLARIS

IMPLANTOLOGIA

ESTÉTICA DENTÁRIA Título de experto em estética dentária

Programa de formação BTI

A CEOdont celebra em Madrid (Espanha) uma nova edição deste curso, que se iniciou em janeiro. Eis os próximos módulos do programa: • 2. Capas de porcelana II; de 14 a 16 deste mês. • 3. Coroas de recobrimento total e incrustações; 8 e 9 de março. • 4. Periodontia clínica na prática geral; 7 e 8 de junho. • 5. Cirurgia plástica periodontal; 5 e 6 de julho. • 6. Cirurgia mucogengival e estética; 13 e 14 de setembro. • 7. Restauração com compósitos I; de 17 a 19 de outubro. • 8. Restauração com compósitos II, de 21 a 23 de novembro. • 9. Curso teórico-prático em Nova Iorque (EUA); de 17 a 21de junho.

O Biotechnology Institute (BTI), fiel ao seu compromisso de oferecer formação de máxima qualidade que contribua para melhorar a prática diária dos profissionais, organiza numerosos cursos e jornadas formativas. As jornadas de formação orientadas pelo corpo docente do BTI, liderado pelo médico dentista espanhol Eduardo Anitua, permitem aprofundar os conhecimentos sobre os últimos avanços em implantologia, reabilitação oral e aplicações de terapias regenerativas. O BTI conta desde há um ano com o seu próprio centro de formação online, plataforma através da qual se realizam numerosos cursos e seminários.

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

www.bti-biotechnologyinstitute.com/es/formacion

IMPLANTOLOGIA

IMPLANTOLOGIA

Curso intensivo de implantologia

Pós-graduação em implantologia oral

O Swiss Dental Education informa que estão abertas as inscrições para o Programa de Formação Avançada de 2019, no âmbito do curso intensivo de implantologia, a decorrer no Porto e em Lisboa. Todo o programa formativo, dividido em três módulos, vai permitir aos participantes o conhecimento essencial para executarem intervenções com caraterísticas específicas, do menor ao maior grau de complexidade, na colocação de implantes nos seus consultórios. O programa será ministrado pelos seguintes especialistas internacionais: Carlo Trivoli, Marcelo de Sá Zamperlini, Juliano Borelli e Gilberto Branco de Souza.

O Instituto Universitário de Ciências da Saúde (CESPU) leva a cabo, a partir do próximo mês de março, uma pós-graduação em implantologia oral, que conta com o apoio da Straumann. O objetivo geral do programa é capacitar o médico dentista à incorporação da implantologia oral na sua prática clínica diária. O aluno no fim do curso será capaz de efetuar cirurgias de implantes e realizar a sua reabilitação oral implantosuportada, bem como implementar terapêuticas cirúrgicas e protéticas a cada paciente e corrigir complicações que possam surgir nas reabilitações implantosuportadas com implantes dentários.

964 986 900 - www.swissdentaleducation.pt

224 157 174 - info@formacao.cespu.pt - www.cespu.pt

ORTODONTIA

ORTODONTIA

Título de experto em alinhadores invisíveis

Pós-graduação em ortodontia

A CEOdont prepara mais uma edição deste curso, orientado por Andrade Neto. O programa inicia-se no dia 21 de março e consta de dois módulos de três dias cada um. O principal objetivo é que o aluno realize os processos de elaboração de férulas invisíveis com a nossa metodologia avançada para o trabalho, melhorando assim os resultados nos pacientes, planificando clinicamente e desenvolvendo um trabalho com diversas técnicas, sendo capaz de realizar tratamentos sem depender de uma empresa específica. Ao finalizar o curso o aluno disporá de apoio diagnóstico e de laboratório para os seus primeiros casos.

A procura e a necessidade de tratamentos ortodônticos teve um crescimento significativo nos últimos anos. Para responder a este crescimento, a Gnathos disponibiliza um curso teórico-prático de ortodontia, composto por oito módulos de cinco dias cada um. A próxima edição desta formação vai ter lugar de 14 a 18 de março próximo, em Lisboa. A Gnathos soma mais de 30 anos de experiência a formar profissionais em ortodontia.

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

938 443 734 (Vera Barroso) - vbarroso@gnathos.net

70

FEVEREIRO 2019

Cal curso feb PT.indd 70

23/1/19 10:43


Maquetas publis copia.indd 1

18/1/19 12:02


MX

Calendário

MAXILLARIS

ORTODONTIA

ORTODONTIA

Pós-graduação em ortodontia

Curso modular de ortodontia

A ORTOCERVERA prepara a 88a edição da sua pós-graduação em ortodontia funcional, aparatologia fixa estética e alinhadores, orientada por Alberto Cervera. Esta formação tem início agendado para o próximo dia 28 de março, em Madrid (Espanha). Esta especialização está estruturada em quatro áreas, designadamente protocolo de diagnóstico e tratamento, estudos de síndromes clínicos, práticas em tipodontos com brackets de auto-ligado e práticas clínicas tutorizadas.

Ao abrigo do seu calendário de formação contínua para este ano, a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) inicia em abril, em Lisboa, o seguinte programa modular: • 1. Diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico (Joana Godinho); 1 de abril. • 2. Tratamento ortodôntico precoce (Inês Francisco); 15 de abril. • 3. Tratamento ortodôntico-cirúrgico-ortognático (Francisco Fernandes do Vale); 6 de maio. O programa inclui uma sessão hands-on sobre micro-implantes ortodônticos, no dia 25 de maio, com Maria João Ponces, Eugénio Martins, Carlos Amorim e Mário Pires Robalo.

(0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt

ORTODONTIA

VÁRIOS

Curso clínico de ortodontia

Plano de formação contínua SPDOF

A Orthoquick prepara um curso clínico centrado no tratamento de ortodontia em pacientes de diferentes idades, cujo início está agendado para o próximo dia 30 de março, em Lisboa. Trata-se de um programa que complementa o conhecimento adquirido pelos alunos nos módulos teóricos e que visa ajudar a tornarem-se mais assertivos e competentes em cada intervenção. É um curso exclusivo para alunos e ex-alunos da Gnathos, composto por 20 sessões de nove horas diárias, a cada cinco semanas.

A Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) vai levar a cabo, entre os próximos meses de março e novembro, um plano de formação contínua, com o seguinte programa e calendário: • Bruxismo em crianças: quebra de paradigmas; 16 de março (Coimbra). • Comunicação em dor, terapia cognitivo-comportamental e mindfulness; 25 de maio (Lisboa). • Ozonoterapia no contexto da dor orofacial e da patologia da ATM; 5 de outubro (Lisboa). • Workshop de cafaleias: da teoria à prática; 30 de novembro (Porto).

919 839 595 (Susana Ferreira) - sferreira@orthoquick.es

geral@spdof.pt - www.spdof.pt

VÁRIOS Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS A ORTOCERVERA organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS (conceitos básicos e definições), protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, tratamento do SAHS, algorritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado e “a la carta”. (0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

72

FEVEREIRO 2019

Cal curso feb PT.indd 72

23/1/19 10:43


Maquetas publis copia.indd 1

18/1/19 13:48


MX

Reuniões

MAXILLARIS

Reuniões

2019 junho 65 Congresso SEDO o

De 5 a 8 de junho - Granada, Espanha Sociedade Espanhola de Ortodontia e Ortopedia Dentofacial

fevereiro

+

2o Simpósio Anual de Estudantes

#MXDAYSEPESDIGITAL

14 de junho - Madrid, Espanha MAXILLARIS e Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica e Estética

agosto

22 e 23 deste mês - Lisboa Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária

ICOI World Congress 2019

março

De 15 a 17 de agosto - Nova Iorque, EUA The International Congress of Oral Implantologists

38o International Dental Show

setembro

De 12 a 16 de março - Colónia, Alemanha IDS

+

VI Expoorto-Expooral

29 e 30 de março - Madrid, Espanha

abril

MAXILLARIS Day & D2

6 de setembro - Lisboa MAXILLARIS e Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital

26o Congresso da SPO

De 19 a 21 de setembro - Braga Sociedade Portuguesa de Ortodontia

XXXI Reunião Científica Anual da SPODF De 4 a 6 de abril - Lisboa Sociedade Portuguesa de Odontopediatria Dento-facial

EAO 2019

De 26 a 28 de setembro - Lisboa European Association of Osseointegration

III Congresso Anual da ALDATMD

13 de abril - Lisboa Associação Lusófona de Assistentes e Técnicos de Medicina Dentária

maio

outubro

Reunião Anual SEPES

De 10 a 12 de outubro - Barcelona, Espanha Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica e Estética

119 American Association of Orthodontists De 3 a 7 de maio - Los Angeles, EUA

39o Congresso da SPEMD

18 e 19 de outubro - Porto Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária

Expodental Meeting 2019

De 16 a 18 de maio - Rimini, Itália Unione Nazionale Industrie Dentarie Italiane

novembro

Congresso SEPA’19

28o Congresso da OMD

De 29 de maio a 1 de junho - Valência, Espanha Sociedade Espanhola de Periodontia e Osteointegração

De 14 a 16 de novembro - Lisboa Ordem dos Médicos Dentistas

74

FEVEREIRO 2019

Congresos fev PT.indd 74

22/1/19 15:43


MX

Reuniões

MAXILLARIS

MX Day Digital celebra-se em Madrid e Lisboa

SPEMD realiza no Porto congresso do centenário

28o congresso da OMD vai ter lugar em Lisboa

A MAXILLARIS, em colaboração com a Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica e Estética (SEPES) e a Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital (D2), organiza nos dias 14 de junho, em Madrid (Espanha), e 6 de setembro, nas instalações da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, uma jornada dedicada à integração digital na clínica: #MXDayDigital. Nesta jornada, os assistentes conhecerão as inovações mais marcantes e as experiências dos especialistas do setor, e além disso poderão realizar interessantes práticas, já que o programa inclui a realização de workshops no período da manhã, ao passo que a tarde se dedicará a conferências dinâmicas com uma série de oradores.

A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) vai celebrar no Porto, nos dias 18 e 19 do próximo mês de outubro, o seu 39o congresso, que coincide com as celebrações do centenário da sociedade científica, deixando antever um programa especial. Esta edição vai decorrer no Seminário de Vilar, o que representa um regresso a uma casa que a SPEMD tão bem conhece, pois organizou nesse local vários congressos na década de 90 e no início do novo milénio.

O 28o congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) está marcado para os dias 14 a 16 do próximo mês de novembro, em Lisboa. Eis os conferencistas estrangeiros que já confirmaram a sua presença no programa da cimeira de 2019: Homa H. Zadeh, José María Suárez, Oswaldo Scopin, Mariano Sanz, Leonardo Trombeli, Luca Cordaro, Fernando Borba Araújo, Giovanni Lodi, Pasquale Venuti, Juan Carlos Pérez Varela, Juliana Ramacciato e Antonis Chaniotis.

Lisboa organiza próxima edição do congresso da EAO

Simpósio de estudantes realiza-se este mês

Braga acolhe em setembro congresso anual da SPO

A próxima edição do congresso anual da European Association of Osseointegration (EAO) vai decorrer em Lisboa, nos dias 26 a 28 de setembro próximo, sob o lema “A ponte para o futuro”. O programa do maior encontro europeu centrado na temática da osteointegração contará com o contributo de especialistas dos quatro cantos do mundo. O Brasil será o país convidado da edição lisboeta do congresso da EAO.

A segunda edição do Simpósio Anual de Estudantes de Medicina Dentária (SAEMD) decorrerá nos dias 22 e 23 deste mês no auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, sob a organização da Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (ANEMD). A organização do encontro espera uma presença de mais de 300 estudantes de todo o país e também de outras partes do globo, graças às boas relações que a ANEMD tem vindo a cultivar com as suas congéneres internacionais. O programa do simpósio irá proprocionar aos participantes formação científica de qualidade e bons momentos de convívio e de partilha de experiências.

O próximo congresso da Sociedade Portuguesa de Ortodontia (SPO) está agendado para os dias 19 a 21 de setembro, em Braga. A organização do 26o encontro anual da SPO reunirá no Altice Fórum da referida cidade – por sinal o maior centro de congressos do norte do país – uma série de palestrantes nacionais e estrangeiros de alto nível científico, que se irão centrar nos temas mais proeminentes da atualidade ortodôntica. O tema do congresso será “Ortodontia e estética: abordagem multidisciplinar.”

www.spemd.pt

www.omd.pt

portugal@maxillaris.com

www.eao.org

www.sportodontia.pt

saemd@anemd.pt

75

FEVEREIRO 2019

Congresos fev PT.indd 75

24/1/19 12:30


MX

Reuniões

MAXILLARIS

Universidade do Porto prepara XXX Jornadas de Medicina Dentária

Reunião anual da SPODF agendada para abril de 2019

Congresso da ALDATMD agendado para meados de abril

As próximas jornadas de Medicina Dentária da Universidade do Porto, organizadas pela Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina Dentária da referida instituição de ensino superior, vão realizar-se nos dias 5 e 6 de abril. A trigésima edição deste encontro anual, com carácter formativo, contará com a colaboração de prestigiados oradores nacionais das mais diversas especialidades da Medicina Dentária, que farão uma abordagem aos temas que marcam a atualidade do setor. Esta iniciativa conta também com o patrocínio ou apoio de mais de uma dezena de marcas associadas à indústria dentária.

A XXXI reunião científica anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-facial (SPODF) vai ter lugar de 4 a 6 de abril próximo, em Lisboa. Este encontro, que reunirá alguns dos principais especialistas neste domínio, entre os quais se incluem o norte-americano Tom Pitts (curso pré-congresso), o italiano Francesco Garino, o alemão Markus Greven e o japonês Sadao Sato. O programa da reunião da SPODF incluirá uma exposição comercial onde serão exibidas as últimas novidades da indústria em matéria de produtos ortodônticos.

A Associação Lusófona de Assistentes e Técnico de Medicina Dentária (ALDATMD) celebra o seu terceiro congresso no dia 13 de abril, num hotel de Lisboa. O programa inicia-se com uma mensagem de boas-vindas da presidente desta associação, Sandra Duarte, seguindo-se uma série de palestras sobre temas tão diversos como medicina tradicional chinesa em Medicina Dentária (Ana Oliveira), softskills da equipa na consulta odontopediátrica (Helga Leite), novos caminhos na reabilitação oral (Anabela Cerqueira) ou a importância do papel do assistente dentário na fotografia dentária (Bruno Seabra).

www.spodf.pt

xxxjornadasfmdup.facebook.com

geral@aldatmd.pt

IDS regressa a Colónia no próximo mês de março

Sexta edição da Expoorto-Expooral realiza-se em Madrid

Henry Schein celebra em Barcelona simpósio digital ConnectDental

O International Dental Show (IDS) regressa a Colónia (Alemanha) este ano, estando agendado para os dias 12 a 16 de março. O programa do maior certame mundial do setor incluirá a implementação de tecnologias digitais na prática dentária e soluções inovadoras relacionadas com a prevenção e o tratamento periodontal. Esperam-se mais de 155.000 visitantes durante a IDS 2019, que reunirá no recinto de feiras de Colónia (Koelnmesse) as principais empresas e marcas da indústria dentária internacional com as últimas novidades em matéria de produtos e serviços.

O congresso Expoorto-Expooral celebrará a sua sexta edição nos próximos dias 29 e 30 de março, em Madrid (Espanha). Desta vez, o encontro será presidido por Manuel Míguez Contreras, diretor do Título de Especialista Universitário em Medicina Dentária do Sono e professor do Mestrado de Ortodontia na Universidade Alfonso X el Sabio de Madrid. Expoorto-Expooral inclui diversos fóruns, conferências simultâneas em várias salas e mesas de debate, para além da abertura de uma sala de exposição comercial com mais de 70 stands para empresas especializadas no setor.

A Henry Schein prepara o primeiro simpósio digital ConnectDental, que terá lugar nos dias 5 e 6 de abril, no World Trade Center de Barcelona (Espanha). Trata-se de um evento centrado nas inovações e últimas tendências em equipamento digital e materiais, assim como em divulgar técnicas com sistemas CAD-CAM aos profissionais do setor que desejem incorporar a mais recente tecnologia para aumentar a precisão e fiabilidade na qualidade dos seus tratamentos e melhorar a experiência do paciente. O evento contará com destacados oradores que vão orientar workshops e conferências sobre o uso da tecnologia CAD-CAM.

www.ids-cologne.de

www.expoorto.com

www.henryschein.es

76

FEVEREIRO 2019

Congresos fev PT.indd 76

22/1/19 15:43


MX

Reuniões

MAXILLARIS

Santiago de Compostela acolhe congresso internacional Galimplant

Dentsply Sirona World Madrid 2019

EFP Perio Master Clinic realiza-se em Hong Kong

A Galimplant celebrará com todos os seus clientes um novo congresso internacional nos dias 27 e 28 de setembro, na histórica cidade espanhola de Santiago de Compostela. De acordo com a empresa, este encontro, subordinado ao lema “Continuemos a somar juntos”, juntará os mais importantes profissionais do universo dentário oriundos de todos os cantos do mundo. Todos e cada um deles realizarão a composição de um único e exclusivo programa de conferências, que abordará os mais destacados temas da atualidade do setor. O congresso oferecerá a possibilidade de alcançar uma perspetiva científica atual num ambiente familiar e festivo.

A Dentsply Sirona levará a cabo nos dias 28 e 29 de junho, em Madrid (Espanha), um encontro chave para a comunidade da Medicina Dentária da Península Ibérica, que incluirá conferências de primeiro nível, workshops, networking e atividades sociais com um único propósito: promover uma prática profissional mais segura, mais rápida e de maior qualidade. Conferencistas internacionais, líderes nas suas especialidades, participarão no Dentsply Sirona World Madrid para partilharem os avanços que experimentaram na sua prática diária graças à odontologia digital. Durante o encontro também se proporcionarão conferências e sessões formativas com a tecnologia mais inovadora.

A European Federation of Periodontology (EFP) vai organizar nos dias 1 e 2 de março, em Hong Kong (China), mais uma edição do EFP Perio Master Clinic, que atrairá especialistas na área da periodontologia dos quatro cantos do mundo. Este importante encontro centrar-se-á na periimplantite, nomeadamente na prevenção e no tratamento de defeitos dos tecidos moles e duros. Depois das bem-sucedidas edições de França e Malta, a EFP pretende repetir, agora no continente asiático, um programa de alta qualidade e orientado para a vertente clínica.

www.galimplant.com

www.dentsplysirona.com

www.efp.org

Biblioteca Multimédia

Quatro por apenas

99€

35€

35€

35€

35€

Faça o seu pedido através do Tel.: 218 874 085 ou comercialportugal@maxillaris.com

77

FEVEREIRO 2019

Congresos fev PT.indd 77

22/1/19 15:43


Novidades

MX

MAXILLARIS

Novidades

V-Posil Mono Fast, material de impressão de alta precisão

Programa 3D SICAT Endo para tratamentos de endodontia www.dentsplysirona.com

937 083 146 – p.vilela@voco.com

SICAT Endo é a primeira e única solução 3D plenamente integrada e completa para diagnosticar e planificar tratamentos endodônticos que, além disso, suporta a implementação clínica com recurso à perfuração. Este software permite identificar facilmente em 3D todos os canais radiculares e determinar com precisão os comprimentos de trabalho e a profundidade da cavidade de acesso. Até os canais radiculares curvos e calcificados podem ser diagnosticados facilmente. Para o profissional a dinâmica de trabalho nos tratamentos de endodontia melhora consideravelmente. Este software intuitivo oferece vantagens nos diagnósticos para uma planificação de tratamento mais eficaz e fiável, e para uma maior segurança dos resultados. SICAT Endo está desenhado para equipamentos radiológicos 2D e 3D, assim como para CEREC da Dentsply Sirona.

Depois do lançamento do material de impressão de alta precisão V Posil nas viscosidades Putty, Heavy e Light, passa a integrar o catálogo da linha o material para impressões monofásicas V-Posil Mono Fast, da VOCO. Este material, à base de silicones de adição, pode ser empregado para: impressões de transferência nos casos de próteses combinadas ou implantes, impressões funcionais, na confeção de coroas, próteses e inlays, impressões para próteses removíveis, impressões para rebasamento, transferência de espigões para reconstruções de coto indiretas, técnica de impressão de mistura dupla, técnica de impressão de “sanduíche”, impressões corretivas e moldeiras parciais multifuncionais (Multi Tray). V-Posil Mono Fast possui um tempo de trabalho de até dois minutos, o que confere maior flexibilidade ao procedimento mesmo nos casos de tratamentos protéticos extensos.

78

FEVEREIRO 2019

Novedades feb PT.indd 78

23/1/19 10:16


MX

Novidades

MAXILLARIS

Novo modelo Rayscan alpha 3D+SC

Localizador de ápices Propex IQ www.ravagnanidental.com

www.dentsplysirona.com

O novo modelo Rayscan alpha 3D+SC, panorâmico com tele, que é distribuído pela Ravagnani Dental, possui elevada resolução de imagem com 100 um de pixel para um campo visual de 9 x 5, no campo da endodontia até 10 x 10. Graças à qualidade e ao mais alto nível de eficiência de diagnóstico que a Ray tem habituado os seus utilizadores, os profissionais do setor podem agora aproveitar a sua tecnologia de ponta para aumentar a competitividade da sua clínica. E ainda podem contar com o serviço Rayguard que monotoriza o equipamento 24 horas, mantendo-o otimizado.

No tratamento de canais radiculares, é importante trabalhar com extrema precisão e exatidão. Para cada canal radicular que necessita de intervenção, o médico dentista deve determinar o comprimento de trabalho. O novo localizador de ápices Propex IQ, da Dentsply Sirona, contribui com tecnologia de vanguarda para a prática endodôntica. A deteção precisa e fiável, assim como a visualização da progressão da lima rotatória de endodontia no canal radicular, pode comparar-se com um sensor de estacionamento no automóvel, proporcionado segurança ao médico dentista e permitindo-lhe concentrar-se no paciente. Propex IQ oferece as ferramentas mais completas quando se utiliza o localizador de ápices conjuntamente com a peça de mão X-Smart IQ e a aplicação Endo IQ. Quando os dispositivos se usam juntos, permitem personalizar as configurações individuais antes do tratamento do canal que desejam tratar.

Este espaço pode ser seu!

Trespassa-se clínica dentária com gabinete para outras especialidades médicas, em Vila Nova de Cerveira. Motivo: doença. Licenciada. Contacto:

Consulte as nossas tarifas de pequenos anúncios através do telefone

218 874 085 ou email

919 905 757 (após as 20 horas)

comercialportugal@maxillaris.com

79

FEVEREIRO 2019

Novedades feb PT.indd 79

23/1/19 10:16


Indústria

Dirigente da Dentsply Sirona distinguida pela sua liderança

Alineadent amplia a sua equipa técnica

Maureen MacInnis, Senior Vice President Chief Human Resources Officer and Communications da Dentsply Sirona, recebeu a distinção pela sua liderança e os seus esforços para o progresso e o desenvolvimento das mulheres em posição de chefia. O galardão foi entregue pelo Instituto de Mulheres em Liderança da organização Linkage, com sede em Phoenix (EUA), dedicada à promoção da liderança global. Além de Maureen MacInnis foram premiadas outras três profissionais durante o referido evento norte-americano. Maureen MacInnis tem a seu cargo uma equipa global de aproximadamente 310 profissionais em recursos humanos e comunicação e é membro do Executive Team da empresa.

Com o novo ano e a crescente procura com que encerrou 2018, a marca Alineadent anuncia o reforço da sua equipa de técnicos de planificação para tratamentos ortodônticos com o alinhador invisível que comercializa. O método de trabalho Alineadent requer velocidade e precisão na planificação e fabricação das férulas para cada tratamento, pelo que a fase de formação é uma parte fundamental do processo. Cada novo membro da equipa deve trabalhar em todas as fases de fabricação antes de formar parte do grupo de planificação. Desta forma, a Alineadent assegura que os responsáveis de cada caso conhecem a fundo todos os detalhes de cada tratamento e prestam assim o melhor serviço às clínicas dentárias.

www.dentsplysirona.com

www.alineadent.com

Maureen MacInnis.

Ortoplus destaca-se na área da impressão digital

Cerâmica IPS e.max tem nova imagem

Ortoplus é atualmente o primeiro e único laboratório de ortodontia a nível europeu que conta com cerca de uma dezena de impressoras 3D ativas e em funcionamento constante para produzir diariamente centenas de modelos digitais. Isto deve-se à crescente procura por parte das clínicas dentárias de aparatologia digital de qualidade e ao seu total empenho na digitalização. No ano passado, o grupo espanhol adquiriu impressoras de diferentes casas comerciais para levar a cabo o seu programa de digitalização e oferecer assim aos seus clientes aparelhos digitais da máxima qualidade, com uma maior eficiência e agilidade no seu fabrico. Ortoplus planeia para este ano a aquisição de novas impressoras a fim de abarcar e ampliar o seu catálogo e cobrir as necessidades das clínicas dentárias.

Desde o início deste ano, a cerâmica IPS e.max, da Ivoclar Vivadent, tem uma nova imagem, que facilitará aos profissionais da área da Medicina Dentária visualizar de uma maneira mais clara todos os detalhes deste grande produto. IPS e.max é a cerâmica inovadora sem metal que conquistou tanto técnicos dentários como médicos dentistas e pacientes durante muitos anos. Integra de forma otimizada o zircónio e o dissilicato de lítio num só sistema e pode aplicar-se de modo flexível e eficiente na fabricação de restaurações, que vão desde capas finas até pontes de 12 unidades. IPS e.max impressiona os utilizadores devido ao seu excelente aspeto estético e à sua fiabilidade excecional. www.ivoclarvivadent.com

www.ortoplus.es

IPS e.max, da Ivoclar Vivadent.

80

fevereiro 2019

Industria feb PT 2.indd 80

22/1/19 15:07


MX

Indústria

MAXILLARIS

Novo estudo clínico sobre implantes da BioHorizons Foi recentemente divulgado um novo estudo sobre os implantes curtos Tapered Short, da BioHorizons. Sob o título “Implantes curtos vs standard com Laser-lok, reabilitados com coroas simples e ferulizadas: um estudo prospetivo com três anos de seguimento”, os investigadores Renzo Guarnieri, Dario Di Nardo, Gianfranco Gaimari, Gabriele Miccoli e Luca Testarelli concluem que, independentemente do comprimento do implante, da localização, do tipo de rosca e do tipo de desenho protésico, os implantes curtos e standards com micro-tratamento a laser tinham taxas de sobrevivência similares, MBL (perda óssea marginal) e condições do tecido leve periimplantário, durante a observação num período de três anos. O estudo envolveu 30 pacientes, cada um deles foi tratado com um implante curto e outro standard. (0034) 917 131 084 - educacioniberica@biohorizons.com/

Malo Clinic estreia instalações em Évora Já são 16 os estabelecimentos da Malo Clinic em território português. O mais recente é a Malo Clinic Évora que abriu as suas portas no passado dia 4 de dezembro e disponibiliza todas as especialidaMalo Clinic abriu portas em Évora. des da Medicina Dentária. Sob a batuta do diretor clínico e médico dentista João Nabais, a clínica alentejana conta com uma equipa de excelência, pronta para receber os cerca de 50.000 habitantes da cidade de Évora, que se assume como o principal pólo urbano daquela região. Está aberta de segunda a sexta-feira das 9 às 19 horas e aos sábados das 9 às 13 horas. www.maloclinics.com

Dentsply Sirona Lab promove-se na IDS 2019 De 12 a 16 do próximo mês de março, o principal salão dentário internacional (IDS), que se celebra em Colónia (Alemanha), apresenta novidades e soluções em todas as áreas do setor. A Dentsply Sirona Lab (sala 11.2, stand K-040) oferece um ponto de encontro central para todos os técnicos de prótese. Ali se fará uma assessoria competente aos laboratórios sobre as mais variadas questões da técnica protésica, com soluções que marcam tendência e integradas. Tanto se se trata de fluxo de trabalho digital como de procedimentos de produção convencionais. Sob o lema “Inspired by your needs”, o foco centra-se nos produtos e soluções orientados às exigências do laboratório. www.dentsplysirona.com

81

fevereiro 2019

Industria feb PT 2.indd 81

22/1/19 15:07


Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital

#

DaY

DIGITAL Palestras + Workshops

6 de Setembro de 2019

A integração digital espera por si

Patrocínio das empresas:

Informação e patrocínios: João Drago portugal@maxillaris.com Tel.: 218 874 085

Com o apoio da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

MaxiDaydigital PT.indd 4

24/1/19 13:00


Maquetas publis copia.indd 1

9/1/19 9:36


Maquetas publis copia.indd 1

22/1/19 15:42


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.