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Nova classicação das doenças periodontais: Classicação e abordagem de um caso clínico de uma Periodontite de Estágio III, Grau C e Padrão Incisivo-Molar

Vanessa Rocha Rodrigues

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Médica dentista. Aluna da Especialização em Periodontologia e Implantes na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Aluna do Doutoramento na FMDUL. Pedro Lopes Otão Médico dentista. Aluno da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Aluno do Doutoramento na FMDUL. Ana Rita Fradinho Médica dentista. Aluna da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL.

Rita Lamas Médico dentista. Aluna da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Pedro Rocha Médico dentista. Aluno da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Tiago Rodrigues Médico dentista. Aluno da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL.

Ângela Rodrigues Médica dentista. Aluna da pós-graduação em Ortodontia na FMDUL.

Francisco Brandão de Brito Médico dentista. Docente da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. 46 FEVEREIRO 2020

Ciência e prática

Introdução De acordo com a antiga classificação das doenças periodontais, proposta por Armitage em 1999, a periodontite agressiva é uma forma de doença periodontal causada por microorganismos específicos que induzem uma resposta inflamatória, dando origem à destruição progressiva do ligamento periodontal e do osso alveolar. Este tipo de periodontite apresenta sinais clínicos característicos, uma tendência distinta de agregação de casos na mesma família e afeta habitualmente indivíduos jovens. Normalmente, não há acumulação de placa bacteriana que justifique a severidade da destruição periodontal observada. Relativamente à forma localizada desta patologia, estima-se que a sua prevalência em populações adolescentes seja inferior a 1%. Na realidade, a maior parte dos estudos sugere uma prevalência mais baixa, de cerca de 0,2%. Indivíduos de etnia negra têm uma probabilidade 15 vezes superior de desenvolver este tipo de patologia, do que indivíduos de etnia branca, enquanto os indivíduos de etnia hispânica têm uma probabilidade 2,4 vezes superior frente a não-hispânicos para desenvolver esta forma de doença (Albandar, 2014).

Para um diagnóstico adequado, é necessária uma revisão completa da história médica, da medicação, história familiar e história social. Além da anamnese, podem ser realizados testes para estabelecer fatores modificadores sistémicos, como diabetes e condições hematológicas. Além disso, fatores e indicadores de risco, com o tabaco e stress devem ser identificados. O diagnóstico requer a exclusão da presença de doenças sistémicas que podem prejudicar gravemente as defesas do hospedeiro e levar à perda prematura dos dentes. Deve ser feito um exame completo da condição periodontal, que inclui o registo das profundidades das bolsas periodontais, níveis clínicos de inserção, hemorragia à sondagem, envolvimento de furcas, supuração e mobilidade dentária. Estes dados, juntamente com a análise radiográfica, para avaliar a extensão e localização da perda óssea, são de extrema importância para estabelecer o diagnóstico adequado e um diagnóstico diferencial. Como nas outras formas de periodontite, o tratamento inclui várias fases: fase sistémica, fase inicial, dirigida à causa, fase corretiva e fase de manutenção. No entanto, a quantidade considerável de perda óssea em relação à idade jovem da maioria dos pacientes e a alta taxa de perda de inserção justificam um plano de tratamento e uma abordagem terapêutica frequentemente mais abrangente, a fim de deter a destruição periodontal (Albandar, 2014).

Em 2018, a Academia Americana de Periodontologia (AAP) e a Federação Europeia de Periodontologia (EFP) criaram uma nova classificação com o objetivo de ultrapassar as dificuldades e limitações que a anterior classificação apresentava. Atualmente, as doenças e as condições periodontais podem dividir-se em três categorias distintas: saúde periodontal e doenças gengivais, periodontite e outras condições que afetam o periodonto.

Na classificação atual, a saúde periodontal e doenças gengivais podem subdividir-se em saúde periodontal e gengival, em gengivite causada por biofilme e em gengivite não causada por biofilme. À segunda categoria pertence a periodontite, e esta pode dividir-se em doenças necrosantes, periodontite como manifestação de doença sistémica e em periodontite propriamente dita.

As condições sistémicas que afetam o periodonto dividem-se em abcesso periodontal ou lesões periodontais/endodônticas, em deformidades e condições mucogengivais, em forças oclusais traumáticas e ainda em fatores relacionados com dentes e próteses.

Outra alteração relativamente à classificação anterior é a introdução e definição das doenças periimplantares. Estas podem dividir-se em saúde periimplantar, em mucosite periimplantar, em periimplantite e em deficiências dos tecidos moles e duros periimplantares.

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