JULHO-AGOSTO 2011 - Revista MAXILLARIS

Page 1

PORTADA FINALOK Mayo.qxp

28/6/11

14:28

Página 1

MAXILLARIS www.maxillaris.com.pt

Especial Implantes

Ciência e actualidade do sector dentário • ano VI • no 35 • Julho-Agosto 2011

Julho-Agosto 11


publi

29/6/11

09:19

Pรกgina 1


Indice Julho.qxp

30/6/11

13:52

Página 5

MAXILLARIS Actualidade científica, profissional e industrial do sector dentário. Ano VI, nº 35, Julho-Agosto 11

Índice de anunciantes Acteon Ibérica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 7

Ivoclar Vivadent. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1

Avinent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 e 8 4

Laboratórios Inibsa . . . . . . . . . . . . . . . . 6 5

Bien-Air . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 9 e 5 8

Landstinget . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 9

Bredent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 3

Ledosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

Dentsply Friadent . . . . . . . . . . . . 4 4 e 4 5

Neodent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 3

Dürr Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

OMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2 e 5 3

Eckermann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 3

Phibo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Euroteknika . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 8 e 1 9

Simesp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1

Expodental - Madrid 2012 . . . . . . . . . . 6 1

Sinusmax . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 5

Fedesa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

Sorriso Natural. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 9

Instituto Casan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3

Voco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2 a 7 4

Encarte: Proprietário: Cyan Editores, S.L. Editores: - Marisol Martín. marisol.martin@maxillaris.com - José Antonio Moyano. moyano@maxillaris.com Director: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com Subdirector: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com Redacção: Sandra Ramos. redaccion@maxillaris.com

• Clínica Aparicio

Responsável Portugal: João de Matos Drago. portugal@maxillaris.com Publicidade Portugal: comercialportugal@maxillaris.com Chefe Divisão Multimédia Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com Responsável Publicidade: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com

Serviços Administrativos: María Santos. administracion@maxillaris.com Morada: P o r t u g a l : Largo Alberto Sampaio, 3 A. 2795-007 Linda-A-Velha (Lisboa). Tel./Fax: 707 503 328 E s p a n h a : Clara del Rey, 30 bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 255 245

Impressão: I.G. PRINTERMAN, S.A. Assinatura anual: Portugal 35 €, resto 80 €. Tiragem: 6.100 exemplares

• Periodicidade bimestral. • MAXILLARIS não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores.

• Proibida a sua reprodução total ou parcial em

Depósito Legal: M-44.552-2005

outras publicações sem a autorização expressa e por escrito de CYAN EDITORES, S.L.

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

3


SumarioJulho.qxp

30/6/11

13:52

Página 4

Sumário

Julho-Agosto 2011

Crónica de Julho 6

Novo ministro da Saúde conta com o aval da classe dos médicos dentistas.

8

OMD promete sanções contra fraude dos medicamentos.

Falamos com... 14

João Caramês, director clínico da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa: “Assiste-se hoje a uma perigosa banalização da implantologia”.

20

Ricardo Faria e Almeida, presidente da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes: “A principal dificuldade está em manter o nível de excelência”.

Ponto de vista 22

Fernando Guerra: “Uma justa distinção” (a propósito da condecoração do Professor Doutor Maló de Abreu).

Ciência e prática 24

João Branco: “Colocação de implantes em pacientes com antecedentes de periodontite”.

Cadernos formativos 40

José Ferreira: “Conceito de pré-carga em implantologia”.

Fichas clínicas odontológicas 46

Javier García Fernández: “Edentulismo parcial com compromisso estético”.

O meu sorriso 54

Elisabete Jacinto, piloto de todo-o-terreno: “Não adio a ida ao dentista”.

Calendário de cursos 56

Agenda de cursos para os profissionais.

Congressos e reuniões 62

Calendário de congressos, simpósios, reuniões, encontros e exposições industriais nacionais e estrangeiras.

Novidades da indústria 66

Produtos e equipamentos.

Página empresarial 70

Notícias de empresas.

Cidades património da humanidade 76

Guimarães: símbolo da identidade nacional.

Breves 82

Oferta e pedidos de emprego, produtos e imóveis.

Comissão Científica Director científico: Javier García Fernández PORTUGAL: Ana Cristina Mano Azul, Carlos Falcão, Gil Alcoforado, Jaime Guimarães, José Pedro Figueiredo, Manuel Neves, Ricardo Faria e Almeida, Susana Noronha. ESPANHA: Armando Badet de Mena, Blas Noguerol Rodríguez, Emilio Serena Rincón, Germán Esparza Gómez, Héctor Tafalla Pastor, Jaime Jiménez García, Jaume Janer Suñé, Luis Calatrava Larragán, Manuel Cueto Suárez, Rafael Martín-Granizo López, Javier Sanz Serrulla, Juan López Palafox, Ramón Palomero Rodríguez.

4

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


publi

27/6/11

10:56

Pรกgina 1


Cronica Julho.qxp

30/6/11

13:54

Página 6

Crónica de Julho OMD manifesta “total confiança” no novo ministro da Saúde

O

Secretários de Estado também “convencem” Os nomes escolhidos para as secretarias de Estado do Ministério da Saúde têm, de igual modo, o aval do bastonário da OMD. Manuel Teixeira, secretário de Estado da Saúde, “fez um excelente trabalho na Administração Central do Sistema de Saúde ao nível do desenvolvimento do programa cheque-dentista”, reconheceu a esta revista o representante máximo da classe dos médicos

FOTO: LUÍS FILIPE CATARINO/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas encara a nomeação de Paulo Macedo para a pasta da Saúde do novo Governo numa perspectiva de “total confiança no seu perfil e na sua capacidade de gestão”. Isso mesmo referiu à MAXILLARIS Orlando Monteiro da Silva, para quem o novo ministro da Saúde “tem provas dadas” ao nível do combate ao desperdício e a nível da eficácia. “Terá que haver sensibilidade social relativamente às medidas a tomar, mas o seu percurso profissional noutras áreas dá-nos uma perspectiva de diálogo e de confiança na sua actuação futura”, acrescentou o bastonário. Recorde-se que não tem sido hábito, nos últimos anos, com a excepção da antecessora de Paulo Macedo, Ana Jorge, a nomeação de médicos para o cargo de ministro da Saúde. Antigo director-geral dos impostos e ex-administrador da Medis, o novo responsável pela pasta (que até aqui exercia o cargo de administrador do BCP) iniciou as suas novas funções no passado dia 21 de Junho, no âmbito da tomada de posse do Governo liderado por Pedro Passos Coelho. Paulo Macedo cumprimentando o Presidente Cavaco Silva, durante a recente tomada de posse do novo Governo.

dentistas, que também considera que o novo secretário Adjunto e da Saúde, Fernando Leal da Costa, “com o seu aprofundado conhecimento da área médica e médicodentária, contribuirá com uma visão mais próxima dos profissionais e dos doentes”. Como consultor para os Assuntos da Política de Saúde do Presidente da República (cargo que vinha a exercer desde 2006), Leal da Costa tem sido, até à data, “um contacto privilegiado da OMD junto da Presidência”, sublinhou o bastonário.

Dirigentes europeus debateram profissões liberais

O

Orlando Monteiro da Silva defendeu necessidade de auto-regulação.

6

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

cComité Económico e Social Europeu (CESE) organizou uma conferência para assinalar o Dia Europeu das Profissões Liberais, que decorreu no passado dia 6 de Junho, em Bruxelas. Portugal esteve representado pelo bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, na qualidade de presidente do Conselho Nacional das Ordens Profissionais (CNOP), que fez uma intervenção num dos painéis, conjuntamente com presidentes de organizações congéneres de outros Estados-membros. Na sua alocução, Monteiro da Silva alertou, entre outros pontos, para a questão da auto-regulação. No seu ponto de vista, as organizações devem falar a uma só voz neste domínio e concentrar esforços na criação de regras e directrizes que possam unificar e melhorar o trabalho liberal no contexto europeu. A auto-regulação constitui para o bastonário da OMD um ponto-chave da legitimidade democrática associada às decisões laborais entre os profissionais do sector. O CESE é um órgão consultivo da União Europeia (UE). Uma das principais funções é servir de ligação entre as instituições europeias e aquela a que chama “sociedade civil organizada”. Ajuda a promover o papel das organizações da sociedade civil através do estabelecimento de um “diálogo estruturado” com essas organizações nos Estados-membros e noutros países do mundo.


publi

27/6/11

11:39

Pรกgina 1


Cronica Julho.qxp

30/6/11

10:25

Página 8

Crónica de Julho Fraude atinge 40% da despesa do Estado com medicamentos

OMD promete sanções éticas e deontológicas

O

bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas não ficou surpreendido com o recente relatório da Inspeção-Geral das Actividades em Saúde que aponta irregularidades no uso das vinhetas médicas por parte de clínicas dentárias. Orlando Monteiro da Silva promete “sanções éticas e deontológicas” para os prevaricadores. De acordo com a Inspecção-Geral das Finanças (IGF), quatro em cada dez despesas do Serviço Nacional de Saúde e Medicamentos podem ser fraudulentas. Foram detectadas situações de potencial fraude em cerca de 40 por cento das despesas do Estado com a comparticipação de medicamentos. Para um valor de comparticipação de três milhões de euros, cerca de 1,2 milhões foi identificado como potencialmente irregular. Mas a fraude neste sector pode atingir valores bem mais gravosos. De acordo com o relatório de actividades de 2010 da IGF, a despesa do Estado com medicamentos vendidos nas farmácias chegou aos 1,6 mil milhões de euros.

Dia Mundial sem Tabaco assinalou-se no dia 31 de Maio

Tratado sob o patrocínio da OMS no centro dos esforços para controlar “epidemia global”

A

Organização Mundial de Saúde (OMS) seleccionou “A Convenção-Quadro da OMS para Controlo do Tabaco (CQCT OMS)” como tema do Dia Mundial sem Tabaco, que se assinalou no passado dia 31 de Maio. A Ordem dos Médicos Dentistas e a Federação Dentária Internacional associaram-se a esta iniciativa, uma vez que esta convenção é o principal instrumento mundial para controlo do tabaco. O primeiro tratado alguma vez negociado sob o patrocínio da OMS representa um marco no progresso da saúde pública. Em vigor desde 2005, é já um dos tratados mais rápida e amplamente adoptados na história das Nações Unidas, com mais de 170 partes envolvidas. Um tratado baseado em evidências científicas, que reafirma o direito universal aos mais elevados padrões de saúde e estipula uma nova dimensão legal para a cooperação no controlo do tabaco. O Dia Mundial sem Tabaco 2011 reforçou a importância global do tratado, salientou as obrigações decorrentes do mesmo e promoveu o papel essencial da Conferência das Partes e da OMS, no apoio aos esforços dos países no cumprimento destas obrigações. A Conferência das Partes é o órgão central do tratado e o organismo dirigente. O uso do tabaco é a maior causa de morte evitável. Este ano, mais de cinco milhões de

8

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

pessoas morrerão de ataque cardíaco relacionado com o tabaco, AVC, cancro, doença pulmonar ou outras doenças. Este número não inclui as mais de 600 mil pessoas – mais de um quarto das quais crianças – que morrerão devido à exposição ao fumo do tabaco. O número de mortes anual causadas pela epidemia global do uso do tabaco poderá ascender aos oito milhões em 2030. O tratado reconhece a importância da cooperação internacional e da ajuda a países com rendimento baixo e médio, no cumprimento das obrigações decorrentes do referido documento. A campanha centrar-se-á na seguinte mensagem chave: os países devem implementar inteiramente o tratado, de forma a proteger as gerações actuais e futuras das consequências sociais, económicas e ambientais devastadoras, resultantes do consumo de tabaco e da exposição ao fumo do tabaco. O tratado já provou a sua eficácia na luta contra o tabaco. Contudo, tal como o Secretariado do tratado explicou nos recentes “Relatórios das Partes” e “Progresso global na implementação da convenção: descobertas chave”, as taxas de implementação continuam a variar substancialmente entre diferentes medidas políticas.


publi

13/6/11

09:52

Pรกgina 1


Cronica Julho.qxp

30/6/11

10:25

Página 10

Crónica de Julho Carla Maia, directora do certame, reconhece que edição lisboeta ficou aquém das expectativas

“Acreditamos que o palco de eleição do salão Expodentis está no Porto”

O

3º Salão Internacional de Equipamento, Produtos e Serviços Dentários (Expodentis 2011) realizou-se no passado mês de Maio (dias 20 a 22), pela primeira vez, em Lisboa. Desta vez, o evento que a Feira Internacional do Porto (Exponor) organiza de dois em dois anos, juntamente com a Associação Nacional dos Comerciantes de Equipamentos Científicos, Saúde e Imagem, instalou-se na Cordoaria Nacional, com a participação de cerca de cinco dezenas de expositores, registando um total de cerca de 1.500 visitantes. A afluência ficou, assim, aquém das expectativas iniciais da organização. “A conjuntura de crise acabou por afectar o salão e, consequentemente, a equipa de trabalho da Exponor responsável pela direcção do certame constatou que o envolvimento dos expositores foi menor, em face do novo enquadramento económico do mercado”, esclareceu à MAXILLARIS a directora do salão Expodentis, Carla Maia. A principal novidade deste ano foi precisamente a estreia na capital. O Expodentis procurava responder às necessidades do sector, cujo tecido empresarial “acreditava que a feira se deve realizar alternadamente entre o Porto e Lisboa, com o objectivo de cobrir a totalidade do mercado nacional”, recorda Carla Maia. Certo é que nas duas primeiras edições (2007 e 2009), realizadas no Porto, o certame somou um número global de 17.845 visitas de profissionais do sector (perfazendo uma média de 8.923 entradas por certame), ao passo que este ano o balanço final não foi além dos 1.500 visitantes. Ao nível da massa expositiva, a estatística do evento também denota um evidente retrocesso, se se tiver em conta que o número de empresas envolvidas no salão de Lisboa ficou-se pelos 47, quando cada uma das anteriores edições foi montra das novidades de mais de 120 expositores. Para Carla Maia, parece ser segura “a necessidade da Exponor ter que ajustar a feira aos novos desafios económico-financeiros das empresas do sector”, a pensar na edição de 2013. “Acreditamos que o palco de eleição da feira está no Porto, na Exponor”, constata a principal responsável pela organização do

Carla Maia considera que a Exponor “terá que ajustar a feira aos novos desafios económico-financeiros das empresas do sector”, a pensar na edição de 2013.

salão, para quem “o histórico comercial que temos do evento evidencia que o mercado do norte adere mais à iniciativa, sendo possível criar acontecimentos com capacidade para atrair também os médicos-dentistas do sul”. Para a Exponor, o salão Expodentis é um “acontecimento importante”, que nasceu de um movimento que visava criar uma feira puramente comercial, “semelhante à Expodental de Madrid”, esclarece Carla Maia, para quem o projecto é para manter, enquanto as empresas do sector continuarem a mostrar que “também acreditam no evento”. Em exposição estiveram, uma vez mais, equipamentos, instrumentos dentários, mobiliário, informática para clínicas, próteses e produtos de consumo. Embora em menor número, o Expodentis atraiu às instalações da Cordoaria Nacional, durante três dias, médicos dentistas, gerentes de clínicas e policlínicas, assistentes de médicos dentistas, protésicos e gestores de compra de clínicas e hospitais do sector de medicina dentária.

MAXILLARIS repete presença no certame MAXILLARIS voltou a associar-se ao salão Expodentis, marcando presença (pela terceira vez) no certame com um stand, onde foram distribuidas centenas de exemplares da edição de Maio/Junho e oferecidas assinaturas anuais da revista aos visitantes da exposição. Os profissionais do sector dentário que passaram pelo stand da MAXILLARIS tiveram ainda a possibilidade de adquirir, a preços promocionais, os três DVD’s editados por esta publicação sobre Periodontia, Implantologia (de Javier García Fernández) e Cirurgia Oral (de Jaime Baladrón Romero).

A

Stand da MAXILLARIS no salão Expodentis 2011.

10

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


publi

3/5/11

10:37

Pรกgina 1


Cronica Julho.qxp

30/6/11

13:54

Página 12

Crónica de Julho FDI defende inclusão das doenças da cavidade oral na lista de doenças não transmissíveis

D

ecorreu na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, no passado dia 16 de Junho, uma audiência sobre a prevenção e controle de doenças não transmissíveis. Este encontro interactivo, organizado pelo presidente da Assembleia-Geral, Joseph Deiss, envolveu organizações não-governamentais, organizações da sociedade civil, do sector privado e académico, incluindo uma delegação da Federação Dentária Internacional (FDI), liderada pelo presidente cessante Roberto Vianna. Jean-Luc Eisele, director executivo da FDI, que interveio também em nome da World Health Profissions Alliance (WHPA), que agrupa médicos, médicos dentistas, enfermeiros, farmacêuticos e fisioterapeutas, assumiu, uma vez mais, uma posição firme sobre esta matéria, defendendo a inclusão das doenças orais na lista das doenças não transmissíveis como acção prioritária no âmbito das Nações Unidas e da Organização Mundial de Saúde. As doenças não transmissíveis (cancro, diabetes, doenças pulmonares crónicas e cardiovasculares) matam três em cada cinco pessoas no mundo inteiro. Algumas condições orais, como a cárie dentária e doença periodontal, partilham factores de risco comuns às quatro principais doenças não transmissíveis, incluindo dieta pouco saudável (particularmente consumo elevado de açúcares), tabaco e abuso de álcool. Presente também nesta audiência, Orlando Monteiro da Silva, presidente-eleito da FDI e coordenador do grupo de trabalho sobre as doenças não transmissíveis, manifestou “uma grande expectativa nos resultados deste encontro”, que constituirão a base para a reunião de alto nível da Assembleia-Geral da ONU,

que se realiza em Setembro. “O nosso objectivo é juntar vários líderes de opinião a fim de trazer ainda mais contributos para esta discussão e criar um círculo sólido para uma forte chamada de atenção”, salientou o dirigente. “Como membros da FDI é nosso dever fazer com que cada governo esteja consciente do problema das doenças não transmissíveis e recomendar acções específicas para cada um. Informar sobre o que está feito e alertar para o que poderá ainda ser realizado é a nossa meta. Será uma autêntica maratona para reduzir o impacto e as mortes causadas por doenças não transmissíveis, mas sem dúvida um começo sólido que se iniciou em Junho, em Nova Iorque”.

A contar da esquerda, Roberto Vianna e Orlando Monteiro da Silva, presidente e presidente eleito da FDI, respectivamente, durante a visita à ONU.

Dentistas europeus pretendem que saúde oral seja encarada numa perspectiva integral

O

s representantes das organizações profissionais que integram o Conselho Europeo de Dentistas reuniram-se no final de Maio, em Budapeste (Hungria). O encontro realizou-se ao abrigo das reuniões semestrais que organiza o citado Conselho, actualmente sob a presidência del doctor Wolfgang Doneus. Desta vez, o encontro serviu para que os dentistas europeus destacassem a necessidade de dar um enfoque integral aos problemas sanitários, sejam eles de âmbito bucodental ou mais gerais. Para estes profissionais, os factores de risco das doenças orais são essencialmente os mesmos que os das doenças crónicas não transmissíveis, tal como a obesidade, os problemas cardíacos, o cancro ou as patologias mentais, entre outras. Por isso, foi proposto fazer face a cada doença crónica numa perspectiva baseada

12

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

no intercâmbio de conhecimentos, em que se dê prioridade à cooperação entre os pacientes e os profissionais de saúde em Atenção Primária. Por otro lado, os profissionais do sector sublinharam a importância que representa o apoio dos Estados-membros à promoção da saúde oral e que a União Europeia proponha novas medidas de informação sobre os diversos factores de risco. Neste âmbito, foi considerada a intenção da Comissão Europeia de apresentar uma proposta de revisão das três directivas sobre produtos sanitários, para aumentar a segurança dos pacientes e a qualidade dos produtos disponíveis no mercado comunitário. Perante a crescente procura de informação electrónica, os membros do CED estabeleceram a criação de um grupo de trabalho especializado (e-Saúde).


publi

25/2/11

11:29

Pรกgina 1


Falamos Carames.qxp

28/6/11

14:40

Página 14

Falamos com...

«

João Caramês, professor catedrático e director clínico

»

da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

Assiste-se hoje a uma perigosa banalização da implantologia

14

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

A Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa deu início ao primeiro curso de especialização em Implantologia, que decorrerá durante três anos lectivos, seguindo as directivas internacionais para os cursos de especialidade. O médico dentista João Caramês, responsável pela área da pós-graduação na referida faculdade, adianta que este é o perfil de curso “recomendado na maioria dos países desenvolvidos”, já que possibilita adquirir competências para resolver casos clínicos com elevado nível de dificuldade. Este professor catedrático alerta para a “perigosa banalização” da Implantologia, que se traduz por um “aumento inesperado do insucesso clínico”, sublinhando que não é, certamente, com a frequência de alguns “cursos de fim-de-semana” que se faz um implantologista. E m e n t r e v i s t a à MA X I L L A R I S, o também director clínico e fundador do Instituto de Implantologia faz o ponto da situação desta especialidade ao nível do ensino, da prática clínica e da investigação.


Falamos Carames.qxp

28/6/11

14:40

Página 15

Falamos com... M AXILLARIS. Qual é o ponto da situação da pós-graduação em Implantologia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa? J o ã o C a r a m ê s . No actual contexto da Medicina Dentária em Portugal e no Mundo, a compreensão e o estudo da Implantologia deve ser considerado de importância fundamental na formação pré e pós-graduada do médico dentista. É pois compreensível que as faculdades de Medicina Dentária tenham sentido a necessidade de criar ensino pré e pós-graduado na área da implantologia, assumindo-a como uma identidade própria que engloba um universo de conhecimentos tão vasto, a par de qualquer uma das outras áreas de especialidade da Medicina Dentária. Talvez por isso temos assistido à remodelação dos currículos pré-graduados de uma grande maioria das faculdades de Medicina Dentária dos Estados Unidos da América, Europa e Ásia, que agora incluem a formação em Implantologia como uma disciplina autónoma, fazendo parte integrante dos seus planos de estudos. A divisão em especialidades é também uma necessidade e um sinal de maturidade de uma profissão. Hoje seria impensável dominar simultaneamente todas as áreas do saber. Compreende-se pois o esforço que a Medicina Dentária portuguesa através da sua Ordem tem feito nos últimos anos, no sentido do reconhecimento de novas especialidades, que à Ortodontia e Cirurgia Oral já existentes vem somar recentemente a Periodontologia e a Odontopediatria. Será num futuro próximo imperativo o reconhecimento de outras áreas de reconhecida importância como a Prostodontia, Endodontia e Implantologia. Sentindo a necessidade de criar um curso de especialização em Implantologia, a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa deu início neste ano lectivo ao seu primeiro curso de especialização que decorrerá durante três anos lectivos, em tempo integral, seguindo as diretivas europeias e da América do Norte para os cursos de especialidade. Este primeiro curso conta com quatro alunos e, face ao elevado número de candidatos que existiram no ano transacto, contamos abrir um novo curso em 2012. Além do forte conteúdo teórico e prático foi dada especial relevância à vertente clínica, tanto cirúrgica como prostodôntica, que são a grande componente desta especialização. Não foram descuradas as ciências médicas básicas, assim como a multidisciplinariedade, contando regularmente com a colaboração de docentes de outras universidades, portuguesas e estrangeiras. M Quais são os principais requisitos para a formação de um profissional que deseja oferecer tratamento implantológico? J o ã o C a r a m ê s . Não tenho dúvidas que o futuro será no sentido da diferenciação. A evolução da Medicina Dentária em Portugal despertou muitas e novas áreas de interesse. O nível de conhecimento é tal que se tornou praticamente impossivel para o médico dentista generalista um conhecimento alargado em todas as áreas da Medicina Dentária. A Implantologia firmou-se como uma área fundamental na Medicina Dentária actual, com uma extraordinária base científica, fruto da intensa investigação clínica e experimental por parte da comunidade científica, que tem tornado esta área de especialização uma opção hoje indispensável no planeamento e no tratamento em Reabilitação Oral.

Acredito que uma Implantologia de qualidade está inteiramente ligada a uma adequada qualificação profissional. Uma pós-graduação com a duração de três anos conforme é hoje recomendado na maioria dos países desenvolvidos, possibilita ao aluno um amplo conhecimento teórico e prático, que lhe permite adquirir competências para poder resolver casos clínicos com elevado nível de dificuldade. No entanto, tal como em outras áreas de especialização, diferentes níveis de dificuldade exigem consequentemente diferentes níveis de diferenciação. Tal como salientei anteriormente, o respeito pela curva de aprendizagem é essencial, sendo da responsabilidade do profissional decidir quando pode tratar um paciente e quando o deve referenciar para um especialista.

M É possível definir o momento em que o profissional está preparado para levar a cabo tratamentos implantológicos sobre pacientes? J o ã o C a r a m ê s . É difícil definir esse momento já que existe sempre em qualquer especialização uma curva de aprendizagem que é contínua e individual. Gostaria no entanto de salientar que, apesar dos excelentes resultados permitidos pela tecnologia actual, assiste-se hoje, infelizmente, a uma perigosa banalização da Implantologia, o que se traduz por um aumento inesperado do insucesso clínico. Se a tecnologia disponível permite elevadas percentagens de sucesso, qual a razão da existência de tantos insucessos? A resposta poderá residir na escassa preparação profissional pré e pós-graduada dos nossos médicos dentistas. Não é certamente com a frequência de alguns “cursos de fim-desemana” que se faz um implantologista. O médico dentista que pretenda dedicar-se à implantologia, deverá respeitar uma adequada curva de aprendizagem, fazendo um elevado investimento em formação, através da frequência de programas de ensino pós-graduado sérios e bem estruturados, de preferência universitários, que lhe faculte as bases científicas necessárias e essenciais para o exercício competente desta área de especialização. M É legítimo considerar que em Portugal o ensino da Implantologia está ao nível dos países mais avançados? J o ã o C a r a m ê s . Actualmente, o ensino da Medicina Dentária em Portugal enfrenta uma conjuntura dificil, fruto das reformas inadiáveis impostas pelo Processo de Bolonha e pela actualização permanente exigida pela constante evolução dos conhecimentos médico-dentários. O elevado número de faculdades existente em Portugal, tem vindo a provocar uma oferta reconhecidamente excedentária de

«

Tenho defendido desde sempre a especialização dos médicos dentistas. Esse caminho é inevitável e desejável. A bem da profissão, a bem dos nossos doentes

»

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

15


Falamos Carames.qxp

28/6/11

14:40

Página 16

Falamos com... J o ã o C a r a m ê s é director clínico e fundador do Instituto de Implantologia, com sede em Lisboa, onde exerce prática clínica exclusiva em Implantologia e Reabilitação Oral. No plano académico, é Professor Catedrático e director clínico da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), bem como professor convidado da New York University College of Dentistry Center for Continuing Education (Estados Unidos). Foi nesta mesma universidade norteamericana que concluiu os estudos de pós-graduação em Prostodontia, Implantologia e Cirurgia Oral. João Caramês exerce, de resto, o cargo de director do Programa de Educação Contínua da New York University College of Dentistry em Portugal. É também coordenador do Curso de Especialização em Cirurgia Oral da FMDUL. À margem da prática clínica e da actividade académica, acumula ainda as funções de presidente da Mesa da Assembleia Geral da Ordem dos Médicos Dentistas (triénio 2010/2012). profissionais no mercado de trabalho, o que exige uma premente aposta na qualidade pedagógica e científica do ensino, a par de uma reconversão das faculdades portuguesas no sentido de diminuir o número de vagas de pré-graduação e aumentar a oferta pós-graduada, suprindo as necessidades de diferenciação do mercado de trabalho actual. Acredito, no entanto, que o ensino da Medicina Dentária em Portugal se encontra ao nível do que é praticado nas melhores instituições de ensino europeias e mundiais. Em particular, a oferta de formação pós-graduada aumentou consideravelmente nos últimos anos, em quantidade e qualidade. Há 15 anos atrás, a situação era bastante diferente, pois o ensino pós-graduado em Portugal era praticamente residual. Hoje em dia, com as novas tecnologias de informação, a partilha do saber e do conhecimento encontra-se facilitada. Portugal melhorou muito na oferta de cursos de especialização e a formação base dos médicos dentistas portugueses é hoje muito elogiada no estrangeiro, fruto da excelência pedagógica e científica que caracteriza o ensino em Portugal. O curso de especialização em Implantologia da FMDUL pretende ser disso sinónimo. Temos recebido bastantes elogios de oradores internacionais que colaboram no curso, pelas condições que dispomos e pela formação que damos aos nossos alunos.

M Partindo do princípio que não há casos simples em implantologia, que limites impõe ou deve impor a si próprio o implantologista? J o ã o C a r a m ê s . Deve ser o próprio médico dentista a estabelecer os seus limites. É fundamental perceber as expectativas que os doentes trazem. A perfeição é uma obra divina. Ao nosso alcance estão apenas os frutos de um trabalho sempre apoiado em rigorosos critérios científicos. M Como vê a questão do tratamento multidisciplinar? Acha que o futuro da profissão passa por este conceito? J o ã o C a r a m ê s . Tenho defendido desde sempre a especialização dos médicos dentistas. Esse caminho é inevitável e desejável. A bem da profissão, a bem dos nossos doentes. Se a especialização pós-graduada assume hoje um papel fundamental no exercício consciente da Implantologia, não menos importante é a formação pré-graduada. Constituindo esta área uma das opções essenciais, no planeamento e tratamento multidisciplinar da reabilitação oral de um paciente, é fundamental que o médico dentista

16

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

generalista tenha um conhecimento das bases fundamentais da Implantologia, para que possa de uma forma consciente aconselhar e colaborar no planeamento e tratamento multidisciplinar dos seus pacientes.

M Um dos principais problemas dos implantes prende-se com a periimplantite. Qual é a sua opinão sobre esta temática? Existe um consenso sobre a forma como o problema deve ser encarado? J o ã o C a r a m ê s . Felizmente, os casos de periimplantite têm sido raros no passado. No entanto, eles poderão vir a aumentar consideravelmente. A implantologia evoluiu muito nos últimos anos e hoje têm vindo a ser introduzidos novos materiais, implantes e técnicas, infelizmente de eficácia nem sempre suportada por evidência científica, através de estudos clínicos randomizados de médio e longo prazo. Gostaria de referir como exemplo a importância da macro e microgeometria a nível da conexão de alguns implantes recentemente introduzidos no mercado e as repercussões que poderão resultar com a sua provável exposição no meio oral ao longo do tempo por perda óssea marginal. Torna-se cada vez mais importante que um doente com implantes seja rigorosamente acompanhado por uma equipa multidisciplinar que deverá incluir o implantologista, o prostodontista, o periodontologista e o higienista oral. M O argumento da periimplantite tem vindo a ser utilizado para relançar a dúvida entre extrair ou manter os dentes. Como é que esta decisão é abordada no plano académico? J o ã o C a r a m ê s . O hipotético risco de periimplantite não me parece ser o factor mais importante nessa, por vezes, difícil decisão. Existem critérios bem estruturados cientificamente que permitem um planeamento consciente e bem fundamentado de uma reabilitação oral, tendo em conta os dados recolhidos no diagnóstico e as expectativas do paciente. São avaliadas as várias opções de tratamento relativamente às suas indicações, contra-indicações, vantagens e desvantagens. É evidenciada a importância da integração multidisciplinar no planeamento da reabilitação com implantes. Costumo dizer que os melhores implantes são os nossos dentes naturais pelo que o primeiro objectivo é a conservação. No entanto, os implantes são hoje a melhor forma de os substituir, quando é impossível mantê-los com qualidade.


Falamos Carames.qxp

28/6/11

14:40

Página 17

Falamos com... M Numa altura em que já se controla bem a fase da osseointegração, quais são os novos avanços em matéria de implantes? J o ã o C a r a m ê s . A Medicina Dentária é uma área médica em constante evolução. Diariamente são publicados artigos que sugerem novas técnicas e materiais, ou que simplesmente validam as metodologias já praticadas. Em matéria de implantes parece-me que os implantes zigomáticos e os implantes cerâmicos poderão ser grandes avanços na Implantologia. Os primeiros representam uma alternativa no tratamento de pacientes com grande atrofia óssea, no entanto, carecem de estudos a longo prazo que garantam a sua previsibilidade. Quanto aos implantes cerâmicos, ainda em desenvolvimento, poderão ser uma alternativa viável aos actuais implantes em titânio e poderão em casos específicos e devidamente seleccionados, permitir melhores resultados estéticos com uma osteointegração e biocompatibilidade idênticas ou até mesmo superiores ao titânio. Mais estudos serão necessários para a validação dessas opções. M Acha que os avanços científicos, de uma maneira geral, tardam a chegar à prática clínica? J o ã o C a r a m ê s . No passado, antes de algum novo material chegar à prática clínica era exaustivamente estudado pela comunidade científica. Hoje, a pressão concorrencial sofrida pela indústria provoca, por vezes, o seu lançamento prematuro no mercado. Por outro lado, são publicados diariamente um enorme número de artigos sugerindo novas técnicas e materiais ou, simplesmente, validando metodologias já praticadas. Esta realidade obriga o clínico a uma vivência atenta da profissão, através do seu pensamento crítico, imparcial e esclarecido. A previsibilidade dos resultados estéticos e funcionais dos nossos tratamentos requer conhecimentos teóricos fundamentados em adequada evidência científica. Só assim, a introdução de conceitos inovadores pode ser capitalizada a favor do sucesso clínico. Actualmente, muitos dos materiais e técnicas que utilizamos, e que temos como quotidianos e rotineiros, eram impensáveis há alguns anos. Os sistemas Cad-Cam, lasers, microscópios, guias cirúrgicas computadorizadas, reabilitações realizadas com estruturas sem metal e mesmo implantes totalmente cerâmicos são algumas das novas tecnologias disponíveis e que têm permitido a evolução da Medicina Dentária em geral e da Implantologia em particular. M Com a possibilidade das células-mãe, que novos cenários antevê para os implantes dentários? J o ã o C a r a m ê s . Penso que as áreas da genética e da biologia molecular poderão a longo prazo revolucionar a Medicina Dentária. A possibilidade de recorrer a células estaminais nos nossos tratamentos é algo fascinante que vejo como mais uma ferramenta e um tipo de tratamento que poderá ser usado nos nossos doentes. Parece que é algo completamente compatível com todos os tratamentos reabilitadores que fazemos hoje em dia, estejamos nós a falar de implantes ou não. M Implantologia à parte… como avalia o actual panorama da Medicina Dentária em Portugal? J o ã o C a r a m ê s . A dinâmica de alterações que vive a Medicina Dentária actualmente deve ser acompanhada de uma

«

As áreas da genética e da biologia molecular poderão, a longo prazo, revolucionar a Medicina Dentária

»

ampla discussão e do envolvimento transversal de toda a classe. Não podemos, no entanto, esquecer que a Ordem dos Médicos Dentistas é hoje uma instituição mais forte e credível, gozando de enorme respeito e prestígio. Apraz-me registar que esta seja uma Ordem aberta e atenta aos seus membros, não esquecendo o contexto sócio-político em que se insere, seja no diálogo com a universidade, com governantes ou com estruturas profissionais, seja na informação e apoio à comunidade em geral. Ninguém duvida que a medicina dentária evoluiu muitíssimo nestes últimos 15 anos. Novos materiais e novas técnicas permitiram realizar tratamentos que seriam impensáveis há uns anos atrás. Penso que a qualidade de vida das populações aumentou muito com os avanços tecnológicos que têm surgido na Medicina Dentária.

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

17


publi.qxp

29/6/11

10:45

Página 2

GRUPO FRANCÊS VIVE UM PERIODO DE PARTICULAR TRANSFORMAÇÃO E PROGRESSO

Euroteknika vai converter-se numa marca de referência no mercado ibérico EUROTEKNIKA GROUPE atravessa um momento de particular desenvolvimento em matéria de produtos e expansão de mercado. Às suas inovadoras soluções globais no campo da implantologia junta-se um forte crescimento através das suas filiais europeias. Neste capítulo, a proximidade geográfica e cultural da Península Ibérica faz deste mercado uma das prioridades do grupo com sede em Sallanches (em plenos Alpes franceses). De resto, a empresa espera converter-se, nos próximos anos, numa marca de referência em Portugal e Espanha. Este objetivo é partilhado pela equipa franco-espanhola a cargo da ambiciosa estratégia da Euroteknika para o mercado ibérico: ALLAIN VEILLARD, director geral; LAURENT DEREUDDRE, director internacional de marketing e vendas; JOAN SENSARRICH, director geral da Euroteknika Ibérica; DAVID FERNÁNDEZ, responsável de produto e marketing, e JESÚS GARCÍA, director comercial. Que expectativas ou metas definiu a EUROTEKNIKA a curto ou médio prazo? ALAIN VEILLARD. Graças à solução global que propomos hoje em dia (formação, cirurgia guiada, implantes, CADCAM, etc.), continuamos a desenvolver as diferentes técnicas implantárias. Os nossos novos implantes foram concebidos para dar resposta a todos os casos clínicos, o que permite situar-nos entre as cinco primeiras marcas no mer-

cado francês. A estes novos desenvolvimentos de produtos e soluções junta-se um forte crescimento através das suas filiais europeias, de Portugal, Espanha e Itália. Vamos prosseguir com a abertura de novas filiais nos mercados da Alemanha e Estados Unidos, entre outros. O conjunto das nossas filiais e distribuidores permitir-nos-á incrementar consideravelmente o nosso volume de negócios referente à exportação. A proximidade geográfica e cultural de Portugal e Espanha leva-nos a crer que, aplicando as mesmas estratégias que as do mercado francês, presenciemos nestes países um forte desenvolvimento nos próximos anos: a Euroteknika vai converter-se numa marca de referência no mercado ibérico. Que importância atribui a EUROTEKNIKA ao binómio tecnologia-inovação? Até que ponto as vossas instalações de Sallanches reflectem uma aposta nesta área? ALAIN VEILLARD. Todos os implantologistas que tiveram a oportunidade de visitar a empresa ficaram surpreendidos com o rigor, a pulcritude, a alta tecnologia e os investimentos consideráveis que se realizaram, quer em recursos humanos como em equipamento. Todo este esforço teve como fim desenvolver todas as novas tecnologias implantárias. Hoje contamos con oito engenheiros, aos quais se juntarão outros três no final deste ano. Trabalham em dife-

A contar da esquerda, Allain Veillard, director geral; Joan Sensarrich, director geral da Euroteknika Ibérica; David Fernández, responsável de produto e marketing; Laurent Dereuddre, director internacional de marketing e vendas, e Jesús García, director comercial.

PUBLIREPORTAGEM


publi.qxp

29/6/11

10:46

Página 3

As amplas instalações da EUROTEKNIKA, que incluem uma moderna sala de formação, situam-se na paradisíaca região dos Alpes franceses.

rentes campos: mecânica, biomateriais e médico. Tudo se concentra em torno do nosso projecto de empresa: o desenvolvimento das novas tecnologias e torná-las acessíveis ao conjunto dos implantologistas. Qual é a actual estratégia da empresa no mercado dentário da Península Ibérica? JOAN SENSARRICH. A nossa estratégia tem vindo a ser pautada por conceitos básicos, embora nem sempre fáceis de levar à prática: qualidade, serviço e preço. A parte do mercado a repartir é menor do que há uns anos e a concorrência maior. Por esta razão, apostamos com muita força nestes três valores, cuidando-os ao pormenor, com o objectivo de conseguir a excelência em cada um deles. Em suma, estabelecemos a meta de oferecer a melhor qualidade e o melhor serviço ao menor preço. En que medida a crise económica e financeira afecta a vossa actuação nos mercados de Portugal e Espanha? JOAN SENSARRICH. Ao contrário do que entenderiamos por “normal” nesta conjuntura de crise internacional que respiramos há um par de anos, a Euroteknika Iberia registou crescimentos importantes em ambos os mercados. É certo que em Portugal este ano, devido às constantes tensões políticas e económicas, tivemos um crescimento menor que nos anos anteriores. Em todo o caso, a nossa actuação continuará a ser a mesma, já que os resultados até à data são favoráveis. Falemos das últimas soluções da vossa empresa. Que produtos e serviços estão a ser apresentados ou promovidos? LAURENT DEREUDDRE. 2011 é o ano da criação do Euroteknika Groupe. Graças ao conjunto das suas actividades, Euroteknika Implants, Teknika 3D (cirurgia guiada), Teknika Lab (Cad-Cam) e Teknika Training, propõe-se uma solução global em implantologia. Com as suas oito gamas (Naturall, Natea, Naturex, Aesthetica+, Uneva, Unevane, Universal+ e Obi), a Euroteknika Implants já respondia ao conjunto das necessidades clínicas e cobria os diferentes hábitos de consumo dos implantologistas.

Com o recente lançamento de Teknika 3D e Teknika Lab, Euroteknika Groupe oferece uma solução global que se traduz nas seguintes etapas: escaneado do paciente; planificação do tratamento com o programa Teknika 3D e fabrico da guia cirúrgica; colocação de implantes com cirurgia guiada; fabrico da prótese mediante tecnologia Cad-Cam, desenvolvida por Teknika Lab, que permite definir pilares, calcináveis, armação ou barras totalmente anatómicas, com os seguintes materiais: zircónio, titânio e cromo-cobalto. Todos estes produtos e serviços são objecto de acções de formação adaptadas, sob a marca de Teknika Training. Há algum produto ou tecnologia com especial êxito no mercado ibérico? DAVID FERNÁNDEZ. A Euroteknika oferece uma ampla variedade de produtos e serviços capazes de cobrir todas as necessidades clínicas que se possam apresentar, com uma qualidade apreciada pelos nossos clientes. No entanto, destacaria o recente lançamento da cirurgia guiada, com a qual estamos a ter um êxito muito superior ao esperado. Esta técnica permite-nos colocar implantes de forma rápida, simples e precisa; por isso, é também conhecida como cirurgia minimamente invasiva. A Euroteknika, além disso, diferencia-se no uso desta técnica pelo facto de oferecer um serviço integral de diagnóstico, planificação e guia cirúrgico, contando com o máximo apoio de especialistas. O que diferencia a EUROTEKNIKA nas suas relações com os profissionais do sector dentário? JESÚS GARCÍA. O serviço, sem dúvida. Dito de outro modo, o valor humano. Estamos especialmente orgulhosos da nossa equipa de trabalho, como pessoas, primeiro, e como profissionais, depois. Isto permite-nos uma maior aproximação ao mercado e oferecer um melhor assessoramento, ao mesmo tempo que praticamos o contacto directo com os clientes. Este facto é fundamental na evolução dos nossos produtos e para satisfazer as necessidades reais dos profissionais que confiam em nós.


Falamos Ricardo.qxp

29/6/11

14:12

Página 20

Falamos com...

«

Ricardo Faria e Almeida, presidente da Sociedade

Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI)

»

A principal dificuldade está em manter o nível de excelência Ricardo Faria e Almeida assumiu, em Abril passado, os destinos da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes, na expectativa de “desenvolver e devolver-lhe, com a ajuda de um grupo jovem e coeso, alguma actividade que foi perdendo nos últimos tempos”. O novo presidente da S P P I a d i a n t a à M AXILLARIS as linhas do seu mandato e passa em revista a actualidade no domínio da implantologia. No seu ponto de vista, no actual contexto de crise, “a principal dificuldade está em conseguir manter o nível de excelência” que tem vindo a caracterizar o trabalho dos médicos dentistas portugueses nesta área.

20

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


Falamos Ricardo.qxp

29/6/11

14:13

Página 21

Falamos com... M AXILLARIS. Portugal está ao nível dos países europeus mais avançados no domínio da periodontologia-implantologia? R i c a r d o F a r i a e A l m e i d a . Para responder à sua pergunta, há que distinguir entre o que são os criterios-procedimentos clínicos e a investigação na área. Relativamente ao primeiro aspecto, Portugal está ao nível dos países europeus. Na verdade, hoje em dia, a informação chega de forma rápida a qualquer lado e, portanto, a actualização de conhecimentos é celere e pemite aos médicos dentistas essa capacidade de aplicar o que de mais recente e actual existe nestas áreas. No que se refere ao segundo aspecto, diria que, infelizmente, estamos aquém do que se faz em alguns países. Não por incapacidade dos médicos dentistas portugueses ou das nossas universidades, mas porque essa investigação exige investimento que infelizmente não é feito em Portugal da mesma forma que é feito em países como a Suiça, Alemanha entre outros. M Que desafios se colocam aos profissionais desta área? R i c a r d o F a r i a e A l m e i d a . Creio que o maior desafio é conseguir manter o nível de qualidade que temos vindo a conseguir. Repare: com a crise que existe a nível europeu, com repercussões sérias e bem visíveis no nosso país, a principal dificuldade está em conseguir manter o nível de excelência que tem vindo a caracterizar o trabalho dos médicos dentistas portugueses nesta área. A pressão é enorme e, portanto, creio sinceramente que este é o nosso maior desafio. M Até que ponto o futuro da profissão passa pelo conceito de “tratamento multidisciplinar”? R i c a r d o F a r i a e A l m e i d a . O futuro, não; creio que é, claramente, o presente. Falamos de saúde oral e, portanto, saúde significa um conhecimento profundo das diferentes áreas de Medicina Dentária. Esse conhecimento, que se pretende actual, exige de todos os profissionais uma constante actualização que é cada vez mais difícil de ser conseguida. Sendo assim, tal como se verificou na Medicina, é lógico que exista uma necessidade de sub-especializações da parte dos médicos dentistas. No entanto, esta tendência natural para que cada um se dedique a uma área especifica não deve nunca fazer com

«

Esta tendência natural para que cada um se dedique a uma área específica não deve nunca fazer esquecer que somos médicos dentistas. Ou seja, devemos entender os tratamentos numa perspectiva ampla de multidisciplinariedade

»

que nos esqueçamos que somos médicos dentistas. Ou seja, devemos entender os tratamentos numa perspectiva ampla de multidisciplinariedade.

M Que novos cenários antevê, a médio ou longo prazo, para os implantes dentários, tendo em vista as crescentes possibilidades em torno às células-mãe e os avanços na osteointegração? R i c a r d o F a r i a e A l m e i d a . É verdade que muito se tem falado de todas essas inovações. Recentemente, tive oportunidade de ouvir o Professor Paul Sharpe falar disso mesmo na reunião da Sociedade Espanhola de Periodontia. No entanto, convém que se diga que da investigação base até à sua aplicação clínica ainda existe uma grande distância. Nesse sentido, creio que ainda estamos longe da aplicabilidade clínica dessas investigações. Por outro lado, a osteointegração foi ela mesmo uma grande inovação que nos permite, hoje em dia, de forma previsível utilizar os implantes dentários como uma alternativa viável e eficaz para substituição dos dentes. Gostaria, no entanto, de lembrar que a implantologia é apenas uma outra alternativa de tratamento que poderá ser a melhor numas situações, mas que não será seguramente em todas. Nesse sentido, cabe ao clínico saber fazer um correcto diagnóstico para planear o tratamento mais eficaz. M Que momento atravessa a Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI)? R i c a r d o F a r i a e A l m e i d a . Tivemos eleições em Abril e estamos, neste momento, em fase de reestruturação interna. Essa reestruturação demorará algum tempo, mas esperamos que, com a ajuda de todos e fundamentalmente com a ajuda de um grupo jovem e coeso, possamos desenvolver a SPPI e devolver-lhe alguma actividade que foi perdendo nos últimos tempos. M Quais são as prioridades e metas da actual direcção da SPPI? R i c a r d o F a r i a e A l m e i d a . O nosso projecto passa por quatro aspectos fundamentais: ciência, comunicação, juventude e parcerias científicas. Ciência, porque queremos revitalizar os eventos realizados no seio da SPPI (congresso anual e cursos hands-on); comunicação, porque pretendemos aumentar as vias de promoção da nossa Sociedade na área médico-dentária e na sociedade civil; juventude, porque queremos atrair para o seio da Sociedade gente jovem e com energia e novas ideias, o que passa pela criação da SPPI Jovem; parcerias científicas, porque queremos estabelecer laços com outras sociedades científicas do ramo médico-dentário e médico. M Que contornos terá o próximo congresso da SPPI? R i c a r d o F a r i a e A l m e i d a . Como atrás referi, estamos em fase de reestruturação e, portanto, neste momento, e depois de pouco mais de um mês de mandato, não lhe posso avançar muito. Posso apenas dizer que estamos a trabalhar a esse nível como uma das prioridades da Sociedade, não somente a nível do congresso anual, mas também ao nível de outras actividades científicas de carácter prático. A seu tempo, a doutora Susana Noronha, vice-presidente da SPPI, dará a conhecer esses novos projectos.

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

21


Pontovista.qxp

29/6/11

09:55

Página 22

Ponto de vista Fernando Guerra

Uma justa distinção

22

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

tituição bem como a qualificação alcançada, foram consubstanciados na sua vida profissional e académica revelando-se determinantes para a existência dos estudos de Medicina Dentária em Coimbra. As suas altas qualidades de carácter, a sua total dedicação ao ensino e à ciência, os contributos que trouxe à qualidade sustentada do ensino da

Medicina Dentária no nosso país e pelo benefício que estes representam para os pacientes, prestigiando a Universidade de Coimbra e a sua Faculdade de Medicina, justificaram plenamente a concessão desta merecida distinção ao Professor Doutor João Luís Maló de Abreu, traduzindo o reconhecimento da nação pela sua acção em benefício de Portugal.

Ao Prof. Doutor Maló de Abreu deve-se a implementação de condições para uma formação exigente, tanto no aspecto científico como de cidadania, para muitas gerações de médicos dentistas que se formaram em Coimbra

João Luís Maló de Abreu, Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, foi condecorado pelo Presidente Cavaco Silva com o título de Grande Oficial da Ordem de Instrução Pública.

FOTO: LUÍS FILIPE CATARINO/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Professor Doutor João Luís Maló de Abreu, Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, foi condecorado pelo Presidente da República como Grande Oficial da Ordem de Instrução Pública, no último dia 10 de Junho, no âmbito das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Castelo Branco. O Professor Doutor Maló de Abreu foi o principal responsável pela criação do curso de Medicina Dentária na Faculdade de Medicina em Coimbra devendo-se ao seu esforço abnegado, sem nada buscar para si próprio, e à sua capacidade de liderança, a implementação de condições para uma formação exigente, tanto no aspecto científico como de cidadania, para muitas gerações de médicos dentistas que aí se formaram. Também pelo seu impulso e orientação se prepararam muitos dos docentes que hoje asseguram a continuidade do ensino da Medicina Dentária em Coimbra e que diariamente trabalham, contribuindo para manter esta área como uma referência quer no campo da investigação quer do ensino buscando permanentes colaborações e parcerias com instituições nacionais e internacionais. A sua brilhante carreira desportiva na Associação Académica de Coimbra, na “equipa de ouro” da década de sessenta, colocou-o legitimamente entre as maiores glórias do desporto nacional e tornou-o num dos verdadeiros exemplos do espírito académico que fomenta a formação integral dos seus atletas. A interiorização dos mais elevados valores humanos defendidos nessa ins-

O

Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coordenador da Área de Medicina Dentária.


publi

28/6/11

09:09

Pรกgina 1


J Branco.QXP

29/6/11

14:03

Página 24

Colocação de implantes em pacientes com antecedentes de periodontite

24

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


J Branco.QXP

29/6/11

14:03

Página 25

Ciência e prática Introdução Durante os últimos 20 anos, as restaurações implanto-suportadas têm-se tornado uma alternativa comummente utilizada em detrimento das próteses parciais removíveis e próteses fixas sobre dentes. De facto, estimativas indicam que só no início do século XXI foram colocados por ano cerca de dois milhões de implantes, e espera-se que este número aumente nos próximos anos. Esta aceitação crescente e generalizada dos implantes dentários é justificada pelas altas taxas de sobrevivência demonstradas em vários estudos longitudinais (Renvert, 2009). No entanto, na maioria dos estudos com implantes dentários, a causa por detrás da perda dentária prévia à colocação do implante não é especificada, pelo que alguns dos pacien-

João Branco Médico dentista. Pós-graduação em Periodontologia pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Aluno do 3º ano da Especialização em Periodontologia pela FMDUL. joao.branco@live.com

tes incluídos terão perdido alguns ou todos os seus dentes devido à periodontite. Em geral, a periodontite é responsável por cerca de 30/35% das perdas dentárias. Uma vez que a doença periodontal é considerada uma causa significativa da perda dentária na população adulta, parece razoável assumir que muitos pacientes periodontalmente comprometidos sejam candidatos a reabilitações prostodônticas implantosuportadas (Savage, 2009). À medida que aumenta o número de pacientes reabilitados com implantes com o intuito de substituir os dentes perdidos pela doença periodontal, cada vez mais se debate a questão se de facto a história de periodontite afecta ou não os resultados desta terapia.

João Branco

David Martins Médico dentista. Pós-graduação em Periodontologia pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Aluno do 3º ano da Especialização em Periodontologia pela FMDUL. José Maria Cardoso Médico dentista. Pós-graduação em Periodontologia pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Aluno do 3º ano da Especialização em Periodontologia pela FMDUL. Inês Faria Médico dentista. Especialização em Periodontologia pela FMDUL. Mestrado em Periodontologia pela FMDUL. Docente do Departamento de Periodontologia da FMDUL. Alexandre Santos Médico dentista. Especialização em Periodontologia pela FMDUL. Mestrado em Periodontologia pela FMDUL. Aluno de Doutoramento em Periodontologia da FMDUL. Docente do Departamento de Periodontologia do Instituto de Ciências da Saúde - Egas Moniz Francisco Brandão de Brito Médico dentista. Especialização em Periodontologia pela FMDUL. Mestrado em Periodontologia pela FMDUL. Docente do Departamento de Periodontologia da FMDUL. MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

25


J Branco.QXP

29/6/11

14:03

Página 26

Ciência e prática

Fig. 1. Ausência do dente 3.6.

Fig. 2. Cirurgia de colocação de implante Straumann® 4.1 x 12 mm na posição do dente 3.6.

Fig. 3. Reabilitação fixa unitária implantosuportada na posição do dente 3.6.

Fig. 4. Radiografia periapical do implante colocado na posição do dente 3.6.

Diferenças e semelhanças entre doenças periodontais e periimplantares Etiologia Existe um considerável corpo de evidência científica clínica que sugere que a microflora do sulco periimplantar associada a uma mucosa saudável ou inflamada é semelhante à microflora encontrada em saúde periodontal ou gengivite, respectivamente (Mombelli e cols., 1995; Leonhardt e cols., 1993; Leonhardt e cols., 1999, Quirynen & Listgarten, 1990; Quirynen e cols., 2006). Da mesma forma, parece existir também uma analogia entre a microflora de lesões periimplantares e a microflora característica de bolsas periodontais profundas (Papaioannou e cols., 1996; Van Winkelhoff e cols., 2000; Sumida e cols., 2002, Takanashi e cols., 2004; Agerbaek e cols., 2006).

26

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


publi

27/6/11

11:43

Pรกgina 1


J Branco.QXP

30/6/11

13:46

Página 28

Ciência e prática

Fig. 5. Imagem clínica relativa a um caso de periodontite.

Fig. 6. Imagem clínica relativa a um caso de periimplantite.

No entanto, existe uma evidência crescente que sugere a existência de diferenças em algumas infecções periimplantares. Estas diferenças dizem respeito aos elevados níveis encontrados da espécie S. aureus em bolsas periimplantares profundas com presença de supuração e hemorragia à sondagem em alguns casos de periimplantite (Rams e cols., 1990; Renvert e cols., 2008). Esta espécie não se encontra porém fortemente associada à periodontite crónica. Aliado a este facto estudos in vitro têm demonstrado uma afinidade deste microrganismo para as superfícies de titânio (Harris e cols. 2006).

periimplantar estende-se até e envolve os espaços medulares do osso alveolar, exibindo deste modo, um diferente padrão de progressão (Lindhe e cols., 1992; Marinello e cols., 1995; Albouy e cols., 2008, 2009). Desta forma, de um ponto de vista clínico, algumas lesões periimplantares poderão apresentar períodos de destruição marcada, os quais são mais pronunciados do que os observados em casos de periodontite crónica, sublinhando assim a necessidade de um tratamento urgente após o seu diagnóstico (Heitz-Mayfield & Lang, 2010).

Patogénese Enquanto que a resposta inicial do hospedeiro ao desafio bacteriano na mucosite periimplantar parece ser semelhante àquela observada na gengivite (Ericsson e cols., 1992), a persistente acumulação de um biofilme poderá promover uma resposta inflamatória mais pronunciada nos tecidos mucosos periimplantares do que a nível da união dento-gengival. Tal facto poderá ser o resultado de diferenças estruturais existentes entre dentes e implantes como a vascularização e o ratio fibroblasto/colagénio. São vários os estudos que demonstraram que quando a periodontite e a periimplantite foram induzidas experimentalmente pela aplicação de ligaduras, de forma a induzir a acumulação de placa bacteriana, a progressão da mucosite para periimplantite seguiu uma sequência de eventos muito semelhante à observada na transição gengivite-periodontite (Lang e cols., 1993; Lindhe e cols. 1992). Contudo, a dinâmica destes processos patológicos poderá não ser idêntica em todos os períodos. Uma diferença prende-se com o facto da lesão associada à periodontite estar sempre limitada por uma inserção conjuntiva supracrestal intacta (Seymour e cols., 1979) não havendo assim penetração do infiltrado inflamatório no osso medular. Pelo contrário, a lesão

28

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

Avaliação de risco Uma vez que a periodontite e a periimplantite são infecções oportunistas com uma etiologia e características clínicas semelhantes é razoável assumir que a avaliação do risco deverá basear-se em parâmetros similares (Heitz-Mayfield & Lang, 2010). De facto, os três factores de risco major para a periodontite, má higiene oral (Lindquist e cols., 1997; Ferreira e cols., 2006; Serino & Strom, 2009), consumo de tabaco (Haas e cols., 1996; Laine e cols., 2006) e a Diabetes Mellitus (Ferreira e cols., 2006), têm sido considerados como indicadores de risco para a periimplantite. Para além disso, a história de periodontite, indicador de susceptibilidade para esta infecção, poderá ser o factor de risco mais importante para a periimplantite (Van der Weijden e cols., 2005; Schou e cols., 2006; Karoussis e cols., 2007; Klokkevold & Han, 2007; Quirynen e cols., 2007; Al-Zahrani, 2008; Ong e cols., 2008; Schou e cols., 2008).

Diagnóstico Uma vez que a patogénese destas duas condições é bastante semelhante, torna-se imperativo o uso dos mesmos parâmetros de diagnóstico para a detecção da lesão periimplantar bem como para a monitorização da progressão das lesões ao longo do tempo (Lang & Tonetti, 2003).


J Branco.QXP

29/6/11

14:04

Página 29

Ciência e prática Assim, tal como no diagnóstico periodontal, a sondagem do sulco ou bolsa periimplantar é um critério essencial para o diagnóstico de lesões periimplantares. Para a monitorização do componente inflamatório periodontal/periimplantar deverá avaliarse a hemorragia à sondagem ligeira (forças entre 0.2-0.3 N). Tal como nos casos de periodontite, a perda de osso de suporte, avaliada radiograficamente, é mais um parâmetro de diagnóstico que confirma a presença de uma lesão periimplantar.

Fig. 7. Sondagem de bolsa periodontal com sonda periodontal graduada.

Fig. 8. Sondagem de bolsa periimplantar com sonda de plástico.

Fig. 9. Imagem radiográfica que confirma o diagnóstico de periodontite.

Fig. 10. Imagem radiográfica que confirma o diagnóstico de periimplantite.

Tratamento Tendo em conta que a periodontite e a periimplantite são infecções oportunistas, o seu tratamento deverá ser de natureza anti-infecciosa. Os mesmos princípios clínicos aplicam-se ao desbridamento das lesões e à manutenção de uma cavidade oral saudável. No entanto, na prática diária tais princípios poderão ser ocasionalmente difíceis de aplicar no tratamento

da periimplantite. Devido às características da superfície implantar e ao acesso limitado aos nichos microbianos, a abordagem cirúrgica poderá ser necessária mais frequentemente e num estádio mais precoce no tratamento da periimplantite do que na abordagem terapêutica da periodontite (HeitzMayfield & Lang, 2010).

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

29


J Branco.QXP

29/6/11

14:04

Página 30

Ciência e prática

Fig. 11. Cirurgia periodontal ressectiva para eliminação de bolsas.

Fig. 12. Cirurgia ressectiva para tratamento de lesões periimplantares.

Implantes em doentes periodontais Uma crescente evidência científica clínica tem sugerido que os pacientes periodontais apresentam um risco mais elevado de perda do implante e perda óssea progressiva periimplantar. De facto, a susceptibilidade do hospedeiro para a periodontite é provavelmente a consideração mais importante no que respeita a complicações biológicas periimplantares.

Periodontite crónica Taxa de sobrevivência Não parecem existir diferenças estatisticamente significativas, tanto a curto como a longo prazo, na taxa de sobrevivência de implantes colocados em pacientes com história de periodontite crónica e periodontalmente saudáveis. A maioria dos estudos disponíveis regista taxas de sobrevivência dos implantes superiores a 90%, com follow-up de 3 a 16 anos (HeitzMayfield & Huynh-Ba, 2009). Profundidade de sondagem e nível de inserção São vários os estudos a curto prazo que não encontram alterações estatisticamente significativas na profundidade de sondagem e no nível de inserção clínico ao redor de implantes colocados em pacientes com história de periodontite crónica, bem como diferenças nestes parâmetros entre este tipo de pacientes e os periodontalmente saudáveis (Sbordone e cols., 1999; Mengel e cols., 2001; Mengel & Flores-de-Jacoby, 2005a). Pelo contrário, os dados obtidos a partir de estudos a longo prazo sugerem que a profundidade de sondagem ao redor dos implantes, colocados em pacientes com história de periodontite crónica, tende a aumentar ao longo de períodos de tempo maiores. Além disso, a proporção de bolsas profundas parece ser maior em pacientes com periodontite crónica comparativamente a pacientes periodontalmente saudáveis (Karoussis e cols., 2003; Baelum & Ellegaard, 2004).

30

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

Perda óssea marginal periimplantar A literatura parece demonstrar uma estabilidade do nível ósseo periimplantar (parâmetro radiográfico) a curto prazo neste tipo de pacientes. (Karoussis e cols., 2007). No que respeita aos estudos a longo prazo, existem alguns, ainda que sem grupo de controlo (Leonhardt e cols., 2002; Baelum & Ellegaard, 2004; Wennström e cols., 2004; Ellegaard e cols., 2006) que indicam que a perda óssea marginal periimplantar, a longo prazo, neste tipo de pacientes pode ser considerada comparável com a apresentada pela população em geral. Pelo contrário, estudos controlados encontram diferenças na média de perda óssea periimplantar entre pacientes com periodontite crónica e periodontalmente saudáveis. Porém, factores como ausência de tratamento periodontal de suporte (manutenção) (Fransson e cols., 2005; Roos-Jansåker e cols., 2006a, b, c; Hardt e cols., 2000) ou a utilização de implantes com superfícies altamente rugosas (Karoussis e cols., 2003), poderão explicar estas diferenças encontradas. Por último, várias revisões sistemáticas existentes na literatura demonstram uma tendência para uma maior perda óssea periimplantar neste tipo de pacientes comparativamente a pacientes sem história de doença periodontal (Van der Weijden e cols., 2005; Schou e cols., 2006; Karousiss e cols., 2007; Ong e cols., 2008; Schou e cols., 2008; Saffi e cols., 2010). Portanto, o efeito da história de periodontite, a longo prazo, na perda óssea periimplantar ainda não é claro, sendo necessários mais estudos controlados a longo prazo. Incidência de periimplantite Os dados disponíveis sobre a incidência de periimplantites são escassos. São muitas vezes avaliadas as condições periimplantares, como a perda óssea, porém, raramente é referida a incidência de periimplantite. Por vezes, quando é referida, verifica-se uma inconsistência na definição desta condição.


publi

29/6/11

09:15

Pรกgina 1


J Branco.QXP

29/6/11

14:04

Página 32

Ciência e prática Ainda assim, encontram-se na literatura várias revisões sistemáticas que avaliaram a história de periodontite como um indicador de risco para complicações ao redor de implantes (Van der Weijden e cols., 2005; Schou e cols., 2006; Karoussis e cols., 2007; Klokkevold & Han, 2007; Quirynen e cols., 2007; Ong e cols., 2008; Schou e cols., 2008). De facto, vários estudos incluídos nestas revisões, reportado a ocorrência de peri-implantites, encontraram um risco superior, estatisticamente significativo, de ocorrência de periimplantite em pacientes com história de periodontite crónica comparativamente a pacientes sem história de periodontite (Ferreira e cols., 2006; Karoussis e cols., 2003; Roos-Jansåker e cols., 2006). Os odds ratio variaram de 3.1 a 4.7. A história de periodontite crónica parece predispor para o desenvolvimento de periimplantite. Esta tendência torna-se mais evidente em estudos com períodos de observação superiores a 10 anos. Contudo, o corpo de evidência que suporta esta conclusão é limitado. Assim, parece razoável sugerir que estudos futuros deverão fornecer dados para a incidência de periimplantite quer em pacientes periodontalmente comprometidos quer periodontalmente saudáveis.

Periodontite agressiva Taxa de sobrevivência As taxas de sobrevivência, a curto prazo, de implantes colocados em pacientes tratados para a periodontite agressiva são superiores a 95% (Mengel & Flores-de-Jacoby, 2005a) chegando aos 100% (Mengel & Flores-de-Jacoby, 2005b). Contudo, os poucos estudos a longo prazo, disponíveis na literatura, com períodos de observação superiores a cinco anos, (Mengel e cols., 2001; Mengel e cols., 2007; De Boever, 2009)

apresentam taxas de sobrevivência entre os 80% e os 88,8%, valores inferiores aos documentados para pacientes com história de periodontite crónica ou periodontalmente saudáveis. Devido à limitada evidência disponível, a taxa de sobrevivência de implantes, a longo prazo, neste tipo de pacientes ainda permanece por esclarecer. Profundidade de sondagem e nível de inserção Os poucos estudos disponíveis na literatura não parecem encontrar diferenças estatisticamente significativas na profundidade de sondagem periimplantar entre indivíduos tratados para periodontite agressiva e controlos periodontalmente saudáveis (Mengel & Flores-de-Jacoby, 2005b). Contudo, a perda de inserção clínica parece ser significativamente maior nos pacientes com periodontite agressiva (Mengel e cols., 2001; Mengel & Flores-de-Jacoby, 2005a, b cit in Karoussis e cols., 2007). Comparando dentes com implantes, os pacientes com história de periodontite agressiva demonstraram uma maior PS e perda de inserção ao redor dos implantes. Note-se que a maioria destes estudos apresenta um follow-up inferior a cinco anos. Perda óssea marginal periimplantar Tendo em conta uma avaliação a curto prazo, não se detectam diferenças estatisticamente significativas na perda óssea marginal periimplantar entre pacientes tratados para a periodontite agressiva e pacientes periodontalmente saudáveis (Mengel & Flores-de-Jacoby, 2005a; 2005b). Por outro lado, tendo em conta um período de observação mais longo, os poucos estudos disponíveis demonstram uma perda óssea superior neste tipo de pacientes (Mengel & Flores-de-Jacoby, 2007, De Boever et al., 2009).

Factores de confusão

32

Superfície do implante

Tratamento periodontal de suporte

Dentro da cavidade oral, a rugosidade das superfícies tem um grande impacto na formação do biofilme (Quirynen & Bollen, 1995; Teughels e cols., 2006). Desta forma é razoável considerar a rugosidade da superfície implantar como um co-factor na análise da sua longevidade. Existem vários estudos na literatura que demonstram uma clara tendência para uma maior perda óssea/incidência de perda implante/incidência de periimplantites ao redor de implantes com uma superfície rugosa. (Quirynen e cols., 2007; Becker e cols., 2000; Åstrand e cols., 2004; Esposito e cols., 2005). A maior perda óssea marginal periimplantar neste tipo de implantes pode ser explicada pela formação e maturação mais rápidas do biofilme nas superfícies rugosas intra-orais (Quirynen & Bollen, 1995; Teughels e cols., 2006). Este factor poderá, portanto, ser mais importante do que a susceptibilidade individual para a doença.

A revisão sistemática de Quirynen e cols. (2007) avaliou o impacto do programa de manutenção periodontal e da rugosidade de superfície do implante nos resultados do tratamento com implantes. Uma avaliação mais superficial dos artigos incluídos, tendo em conta apenas pacientes com história de periodontite, revela uma taxa de fracasso mais elevada nos implantes colocados em pacientes periodontais. Contudo, analisando um subgrupo de estudos em que foram incluídos implantes com superfícies maquinadas ou minimamente rugosas em combinação com um esquema organizado de consultas de manutenção, torna-se evidente que a incidência de perda óssea permanece baixa. A ausência de uma manutenção adequada poderá também explicar a elevada incidência de implantes com perda óssea significativa encontrada em alguns estudos que analisam implantes com superfícies mini-

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


J Branco.QXP

29/6/11

14:04

Página 33

Ciência e prática mamente rugosas (Fransson e cols. 2005; Roos-Jansåker e cols. 2006a, b, c). Uma baixa incidência de perda óssea marginal foi de facto reportada noutros estudos que incluíram implantes semelhantes mas incluindo consultas de manutenção (Quirynen e cols., 2001; Naert e cols., 2004). Porém, são necessários mais estudos a longo prazo para validar as conclusões apresentadas.

Fig. 13. Controlo de placa interproximal com escovilhão.

Fig. 14. Ausência de controlo de placa associada a inflamação generalizada da mucosa periimplantar.

Tabaco Quatro revisões sistemáticas recentes (Strietzel e cols., 2007; Klokkevold & Han, 2007; Hinode e cols. 2006; Bain e cols., 2002), todas incluindo meta-análises, avaliaram o tabaco como factor de risco para um desfecho negativo no tratamento com implantes. Das quatro, três identificaram o tabaco como um factor de risco significativo (Strietzel e cols., 2007; Klokkevold & Han, 2007; Hinode e cols., 2006). No que diz respeito ao efeito da combinação de hábitos tabágicos com história de doença periodontal no tratamento com implantes, a evidência científica clínica disponível sugere um risco aumentado para a perda óssea periimplantar e fracasso implantar (Heitz-Mayfield e cols., 2009). De facto, existem descritos vários estudos na literatura que avaliam o efeito do tabaco em pacientes com história de doença periodontal reabilitados com implantes (Baelum & Ellegaard, 2004; Ellegaard e cols., 2006; Jansson e cols., 2005; Feloutzis e cols., 2003; Machtei e cols., 2007; Machtei e cols., 2008; Malo e cols., 2007; Wennström e cols., 2004). Em pacientes perio-

dontais tratados, os indivíduos fumadores apresentam taxas de perda precoce de implantes superiores aos não fumadores (Jansson e cols., 2005), com odds ratio que variam entre os 2.2-3.6 (Chuang e cols., 2002; Baelum & Ellegaard, 2004; Ellegaard e cols., 2006). Verifica-se também uma maior perda óssea periimplantar em relação aos não fumadores ou exfumadores (Feloutzis e cols., 2003; Wennström e cols., 2004), com odds ratios para perda óssea progressiva de 1.95 a 10 (Heitz-Mayfild e cols., 2009). Quanto à ocorrência de periimplantites, são vários os estudos que demonstram o maior risco em que os pacientes fumadores com história de periodontite se encontram, reportando odds ratios que variam dos 3.6 a 4.6 (Roos-Jansåker e cols., 2006; Laine e cols., 2006; Gruica e cols., 2004; McDermott e cols., 2003; Haas e cols., 1996). A combinação de história de periodontite e tabaco aumenta o risco de fracasso do implante e de perda óssea periimplantar comparativamente a pacientes periodontais tratados não fumadores (Heitz-Mayfield e cols., 2009).

Caso clínico O presente caso clínico pretende ilustrar a colocação de implantes numa paciente do sexo feminino, 55 anos de idade, com antecedentes de periodontite. A paciente, previamente reabilitada com três implantes, recorreu à consulta da Especialização de Periodontologia, apresentando como queixa principal a mobilidade dentária. Após exame clínico e radiográfico, foi diagnosticada uma condição de periodontite crónica severa generalizada. O plano de tratamento proposto incluiu: tratamento periodontal, posterior reabilitação com implantes e inclusão num programa individualizado de consultas de manutenção periodontal/periimplantar.

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

33


J Branco.QXP

29/6/11

14:04

Página 34

Ciência e prática

Fig.15. Ortopantomografia inicial.

Fig.16. Fotografia frontal inicial em oclusão.

Fig.17. Cirurgia periodontal ressectiva de eliminação de bolsas ao maxilar superior (vista vestibular).

Fig.18. Cirurgia periodontal ressectiva de eliminação de bolsas ao maxilar superior (vista palatina).

Fig.19. Cirurgia de elevação do seio maxilar esquerdo.

34

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


publi

28/6/11

08:45

Pรกgina 1


J Branco.QXP

29/6/11

14:04

Página 36

Ciência e prática

Fig. 20. Colocação de implantes nas posições dos dentes 15, 16 e 26.

Fig. 21. Ortopantomografia final.

Fig. 22. Fotografia frontal final em oclusão.

Conclusões O Tratamento com implantes não está contra-indicado em pacientes periodontais desde que um adequado controlo da infecção seja previamente efectuado e programado um regime de consultas de manutenção individualizado. Para além disso, é fundamental sublinhar a importância do papel do paciente na prevenção de futuras complicações biológicas ao redor de implantes, assumindo este um lugar de destaque no controlo de potenciais/verdadeiros factores de risco para as doenças periodontal e periimplantar, como a má higiene oral, o consumo de tabaco e diabetes mellitus descontrolada. Apesar das elevadas taxas de sobrevivência, a maior incidência de complicações periimplantares, particularmente a longo prazo, poderá comprometer o sucesso do tratamento. São necessários mais estudos a longo prazo com uma boa amostra populacional bem caracterizada, com critérios de sucesso bem definidos e definições homogéneas de pacientes periodontalmente comprometidos para se extrapolarem conclusões mais robustas sobre o resultado do tratamento com implantes em pacientes susceptíveis à periodontite.

36

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


J Branco.QXP

29/6/11

14:04

Página 37

Ciência e prática Bibliografia 1 . A g e r b a e k M R , L a n g N P , P e r s s o n G R . Comparisons of bacterial patterns present at implant and tooth sites in subjects on supportive periodontal therapy. I. Impact of clinical variables, gender and smoking. Clin Oral Implants Res 2006: 17: 18–24. 2 . A l - Z a h r a n i M S . Implant therapy in aggressive periodontitis patients: a systematic review and clinical implications.Quintessence Int 2008: 39: 211–215. 3 . A l b o u y J P , A b r a h a m s s o n I , P e r s s o n L G , B e r g l u n d h T . Spontaneous progression of peri-implantitis at different types of implants. An experimental study in dogs. I: clinical and radiographic observations. Clin Oral Implants Res 2008: 19: 997–1002. 4 . A l b o u y J P , A b r a h a m s s o n I , P e r s s o n L G , B e r g l u n d h T . Spontaneous progression of ligatured induced peri-implantitis at implants with different surface characteristics. An experimental study in dogs II: histological observations. Clin Oral Implants Res 2009: 20: 366–371. 5 . A s t r a n d P , E n g q u i s t B , A n z e n B , B e r g e n d a l T , H a l l m a n M , K a r l s s o n U , e c o l s . A three-year follow-up report of a comparative study of ITI Dental Implants and Branemark System implants in the treatment of the partially edentulous maxilla. Clin Implant Dent Relat Res 2004;6(3):130-41. 6 . B a e l u m V , E l l e g a a r d B . Implant survival in periodontally compromised patients. J Periodontol 2004;75(10):1404-12. 7 . B a i n C A , W e n g D , M e l t z e r A , K o h l e s S S , S t a c h R M . A meta-analysis evaluating the risk for implant failure in patients who smoke. Compend Contin Educ Dent. 2002 Aug;23(8):695-9. 8 . C h u a n g S K , W e i L J , D o u g l a s s C W , D o d s o n T B . Risk factors for dental implant failure: a strategy for the analysis of clustered failure-time observations. J Dent Res. 2002 Aug;81(8):572-7. 9 . D e B o e v e r A L , Q u i r y n e n M , C o u c k e W , T h e u n i e r s G , D e B o e v e r J A . Clinical and radiographic study of implant treatment outcome in periodontally susceptible and non-susceptible patients: a prospective long-term study. Clin. Oral Impl. Res. 20, 2009. 1 0 . E l l e g a a r d B , B a e l u m V , K ø l s e n - P e t e r s e n J . Non-grafted sinus implants in periodontally compromised patients: a time-to-event analysis. Clin Oral Implants Res. 2006 Apr;17(2):156-64. 1 1 . E r i c s s o n I , B e r g l u n d h T , M a r i n e l l o C , L i l j e n b e r g B , L i n d h e J . Long-standing plaque and gingivitis at implants and teeth in the dog. Clin Oral Implants Res 1992: 3: 99–103. 1 2 . E s p o s i t o M , C o u l t h a r d P , T h o m s e n P , W o r t h i n g t o n H V . The role of implant surface modifications, shape and material on the success of osseointegrated dental implants. A Cochrane systematic review. Eur J Prosthodont Restor Dent. 2005 Mar;13(1):15-31. Review. 1 3 . F e l o u t z i s A , L a n g N P , T o n e t t i M S , B u r g i n W , B r a g g e r U , B u s e r D , e c o l s . IL-1 gene polymorphism and smoking as risk factors for peri-implant bone loss in a well-maintained population. Clin Oral Implants Res 2003;14(1):10-7. 1 4 . F e r r e i r a S D , S i l v a G L M , C o r t e l l i J R , C o s t a J E , C o s t a F O . Prevalence and risk variables for peri-implant disease in Brazilian subjects. J Clin Periodontol 2006: 33: 929–935. 1 5 . F r a n s s o n C , L e k h o l m U , J e m t T , B e r g l u n d h T . Prevalence of subjects with progressive bone loss at implants. Clin Oral Implants Res 2005;16(4):440-6. 1 6 . G r u i c a B , W a n g H Y , L a n g N P , B u s e r D . Impact of IL-1 genotype and smoking status on the prognosis of osseointegrated implants. Clin Oral Implants Res 2004;15(4):393-400. 1 7 . H a a s R , H a i m b o c k W , M a i l a t h G , W a t z e k G . The relationship of smoking on peri-implant tissue: a retrospective study. J Prosthet Dent 1996: 76: 592–596. 1 8 . H a r d t C R , G r o n d a h l K , L e k h o l m U , W e n n s t r ö m J L . Outcome of implant therapy in relation to experienced loss of periodontal bone support: a retrospective 5year study. Clin Oral Implants Res 2002;13(5):488-94. 1 9 . H a r r i s L G , M e a d L , M u l l e r - O b e r l a n d e r E , R i c h a r d s R G . Bacteria and cell cytocompatibility studies on coated medical grade titanium surfaces. J Biomed Mater Res A 2006: 78: 50–58. 2 0 . H e i t z - M a y f i e l d L J , H u y n h - B a G . History of treated periodontitis and smoking as risks for implant therapy. Int J Oral Maxillofac Implants 2009;24 Suppl:39-68. 2 1 . H e i t z - M a y f i e l d L J , L a n g N P . Comparative biology of chronic and aggressive periodontitis vs. peri-implantitis. Periodontol 2000. 2010 Jun;53:167-81. Review. 2 2 . H i n o d e D , T a n a b e S , Y o k o y a m a M , F u j i s a w a K , Y a m a u c h i E , M i y a m o t o Y . Influence of smoking on osseointegrated implant failure: a meta-analysis. Clin Oral Implants Res. 2006 Aug;17(4):473-8. Review 2 3 . J a n s s o n H , H a m b e r g K , D e B r u y n H , B r a t t h a l l G . Clinical consequences of IL-1 genotype on early implant failures in patients under periodontal maintenance. Clin Implant Dent Relat Res 2005;7(1):51-9. 2 4 . K a r o u s s i s I K , K o t s o v i l i s S , F o u r m o u s i s I . A comprehensive and critical review of dental implant prognosis in periodontally compromised partially edentulous patients. Clin Oral Implants Res 2007;18(6):669-79. 2 5 . K a r o u s s i s I K , S a l v i G E , H e i t z - M a y f i e l d L J , B r a g g e r U , H a m m e r l e C H , L a n g N P. Long-term implant prognosis in patients with and without a history of chronic periodontitis: a 10-year prospective cohort study of the ITI Dental Implant System. Clin Oral Implants Res 2003;14(3):329-39. 2 6 . K l o k k e v o l d P R , H a n T J . How do smoking, diabetes, and periodontitis affect outcomes of implant treatment? Int J Oral Maxillofac Implants. 2007;22 Suppl:173-202. 2 7 . L a i n e M L , L e o n h a r d t A , R o o s - J a n s å k e r A - M , P e n a A S , v a n W i n k e l h o f f A J , W i n k e l E G , R e n v e r t S . IL-1RN gene polymorphism is associated with periimplantitis. Clin Oral Implants Res 2006: 17: 380–385. 2 8 . L a n g N P , B r a g g e r U , W a l t h e r D , B e a m e r B , K o r n m a n K S . Ligature-induced peri-implant infection in cynomolgus monkeys. I. Clinical and radiographic findings. Clin Oral Implants Res 1993: 4: 2–11. 2 9 . L a n g N P , T o n e t t i M S . Periodontal risk assessment (PRA) for patients in supportive periodontal therapy (SPT). Oral Health Prev Dent 2003: 1: 7–16. 3 0 . L e o n h a r d t A , A d o l f s s o n B , L e k h o l m U , W i k s t r o m M , D a h l é n G . A longitudinal microbiological study on osseointegrated titanium implants in partially edentulous patients. Clin Oral Implants Res 1993: 4: 113–120. 3 1 . L e o n h a r d t A , R e n v e r t S , D a h l é n G . Microbial findings at failing implants. Clin Oral Implants Res 1999: 10: 339–345. 3 2 . L e o n h a r d t A , G r o n d a h l K , B e r g s t r o m C , L e k h o l m U . Long-term follow-up of osseointegrated titanium implants using clinical, radiographic and microbiological parameters. Clin Oral Implants Res 2002;13(2):127-32. 3 3 . L i n d h e J , B e r g l u n d h T , E r i c s s o n I , L i l j e n b e r g B , M a r i n e l l o C . Experimental breakdown of peri-implant and periodontal tissues. A study in the beagle dog. Clin Oral Implants Res 1992: 3: 9–16. 3 4 . L i n d q u i s t L W , C a r l s s o n G E , J e m t T . Association between marginal bone loss around osseointegrated mandibular implants and smoking habits: a 10-year followup study. J Dent Res 1997: 76: 1667–1674. 3 5 . M a c h t e i E E , F r a n k e n t h a l S , B l u m e n f e l d I , G u t m a c h e r Z , H o r w i t z J . Dental implants for immediate fixed restoration of partially edentulous patients: a 1-year prospective pilot clinical trial in periodontally susceptible patients. J Periodontol. 2007 Jul;78(7):1188-94.

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

37


J Branco.QXP

29/6/11

14:04

Página 38

Ciência e prática 3 6 . M a c h t e i E E , M a h l e r D , O e t t i n g e r - B a r a k O , Z u a b i O , H o r w i t z J . Dental implants placed in previously failed sites: survival rate and factors affecting the outcome. J. Clin Oral Implants Res. 2008 Mar;19(3):259-64. Epub 2008 Jan 3. 3 7 . M a l ó P , d e A r a ú j o N o b r e M , R a n g e r t B . Implants placed in immediate function in periodontally compromised sites: a five-year retrospective and one-year prospective study. J Prosthet Dent. 2007 Jun;97(6 Suppl):S86-95. Erratum in: J Prosthet Dent. 2008 Mar;99(3):167. 3 8 . M a r i n e l l o C P , B e r g l u n d h T , E r i c s s o n I , K l i n g e B , G l a n t z P O , L i n d h e J . Resolution of ligature-induced peri-implantitis lesions in the dog. J Clin Periodontol 1995: 22: 475–479. 3 9 . M c D e r m o t t N E , C h u a n g S K , W o o V V , D o d s o n T B . Complications of dental implants: identification, frequency, and associated risk factors. Int J Oral Maxillofac Implants. 2003 Nov-Dec;18(6):848-55. 4 0 . M e n g e l R , B e h l e M , F l o r e s - d e - J a c o b y L . Osseointegrated implants in subjects treated for generalized aggressive periodontitis: 10-year results of a prospective, long-term cohort study. J Periodontol. 2007 Dec;78(12):2229-37. 4 1 . M e n g e l R , F l o r e s - d e - J a c o b y L . Implants in patients treated for generalized aggressive and chronic periodontitis: a 3-year prospective longitudinal study. J Periodontol 2005;76(4):534-43. 4 2 . M e n g e l R , F l o r e s - d e - J a c o b y L . Implants in regenerated bone in patients treated for generalized aggressive periodontitis: a prospective longitudinal study. Int J Periodontics Restorative Dent. 2005 Aug;25(4):331-41. 4 3 . M e n g e l R , S c h r o d e r T , F l o r e s - d e - J a c o b y L . Osseointegrated implants in patients treated for generalized chronic periodontitis and generalized aggressive periodontitis: 3- and 5-year results of a prospective long-term study. J Periodontol 2001;72(8):977-89. 4 4 . M o m b e l l i A , N y m a n S , B r ä g g e r U , W e n n s t r ö m J , L a n g N P. Clinical and microbiological changes associated with an altered subgingival environment induced by periodontal pocket reduction. J Clin Periodontol 1995: 22: 780–787. 4 5 . N a e r t I , A l s a a d i G , v a n S t e e n b e r g h e D , Q u i r y n e n M . A 10-year randomized clinical trial on the influence of splinted and unsplinted oral implants retaining mandibular overdentures: peri-implant outcome. Int J Oral Maxillofac Implants. 2004 Sep-Oct;19(5):695-702. 4 6 . O n g C T , I v a n o v s k i S , N e e d l e m a n I G , R e t z e p i M , M o l e s D R , T o n e t t i M S , e c o l s . Systematic review of implant outcomes in treated periodontitis subjects. J Clin Periodontol 2008;35(5):438-62. 4 7 . P a p a i o a n n o u W , Q u i r y n e n M , v a n S t e e n b e r g h e D . The influence of periodontitis on the subgingival flora around implants in partially edentulous patients. Clin Oral Implants Res 1996: 7: 405–409. 4 8 . Q u i r y n e n M , A b a r c a M , V a n A s s c h e N , N e v i n s M , v a n S t e e n b e r g h e D . Impact of supportive periodontal therapy and implant surface roughness on implant outcome in patients with a history of periodontitis. J Clin Periodontol 2007;34(9):805-15. 4 9 . Q u i r y n e n M , L i s t g a r t e n M A . Distribution of bacterial morphotypes around natural teeth and titanium implants ad modum Branemark. Clin Oral Implants Res 1990: 1: 8–12. 5 0 . Q u i r y n e n M , B o l l e n C M . The influence of surface roughness and surface-free energy on supra- and subgingival plaque formation in man. A review of the literature. J Clin Periodontol. 1995 Jan;22(1):1-14. Review. 5 1 . Q u i r y n e n M , V o g e l s R , P e e t e r s W , v a n S t e e n b e r g h e D , N a e r t I , H a f f a j e e A . Dynamics of initial subgingival colonization of “pristine” peri-implant pockets. Clin Oral Implants Res 2006: 17: 25–37. 5 2 . R a m s T E , F e i k D , S l o t s J . Staphylococci in human periodontal diseases. Oral Microbiol Immunol 1990: 5: 29–32. 5 3 . R e n v e r t S , L i n d a h l C , R e n v e r t H , P e r s s o n G R . Clinical and microbiological analysis of subjects treated with Branemark or AstraTech implants: a 7-year follow-up study. Clin Oral Implants Res 2008: 19: 342–347. 5 4 . R e n v e r t S , P e r s s o n G R . Periodontitis as a potential risk factor for peri-implantitis. J Clin Periodontol 2009;36 Suppl 10:9-14. 5 5 . R o o s - J a n s å k e r A M , L i n d a h l C , R e n v e r t H , R e n v e r t S . Nine to fourteen-year follow-up of implant treatment. Part I: implant loss and associations to various factors. J Clin Periodontol. 2006 Apr;33(4):283-9. 5 6 . R o o s - J a n s å k e r A M , L i n d a h l C , R e n v e r t H , R e n v e r t S . Nine- to fourteen-year follow-up of implant treatment. Part II: presence of peri-implant lesions. J Clin Periodontol 2006;33(4):290-5. 5 7 . R o o s - J a n s å k e r A M , R e n v e r t H , L i n d a h l C , R e n v e r t S . Nine to fourteen-year follow-up of implant treatment. Part III: factors associated with peri-implant lesions. J Clin Periodontol. 2006 Apr;33(4):296-301. 5 8 . S a f i i S H , P a l m e r R M , W i l s o n R F. Risk of implant failure and marginal bone loss in subjects with a history of periodontitis: a systematic review and meta-analysis. Clin Implant Dent Relat Res. 2010 Sep;12(3):165-74. Epub 2009 May 7 5 9 . S a v a g e A , E a t o n K A , M o l e s D R , N e e d l e m a n I . A systematic review of definitions of periodontitis and methods that have been used to identify this disease. J Clin Periodontol. 2009 Jun;36(6):458-67. 6 0 . S b o r d o n e L , B a r o n e A , C i a g l i a R N , R a m a g l i a L , I a c o n o V J . Longitudinal study of dental implants in a periodontally compromised population. J Periodontol. 1999 Nov;70(11):1322-9 6 1 . S c h o u S . Implant treatment in periodontitis-susceptible patients: a systematic review. J Oral Rehabil 2008;35 Suppl 1:9-22. 6 2 . S c h o u S , H o l m s t r u p P , W o r t h i n g t o n H V , E s p o s i t o M . Outcome of implant therapy in patients with previous tooth loss due to periodontitis. Clin Oral Implants Res 2006;17 Suppl 2:104-23. 6 3 . S e r i n o G , S t r o m C . Peri-implantitis in partially edentulous patients: association with inadequate plaque control. Clin Oral Implants Res 2009: 20: 169–174. 6 4 . S e y m o u r G J , P o w e l l R N , D a v i e s W I . The immunopathogenesis of progressive chronic inflammatory periodontal disease. J Oral Pathol 1979: 8: 249–265. 6 5 . S t r i e t z e l F P , R e i c h a r t P A , K a l e A , K u l k a r n i M , W e g n e r B , K u c h l e r I . Smoking interferes with the prognosis of dental implant treatment: a systematic review and meta-analysis. J Clin Periodontol 2007;34(6):523-44. 6 6 . S u m i d a S , I s h i h a r a K , K i s h i M , O k u d a K . Transmission of periodontal disease-associated bacteria from teeth to osseointegrated implant regions. Int J Oral Maxillofac Implants 2002: 17: 696–702. 6 7 . T a k a n a s h i K , K i s h i M , O k u d a K , I s h i h a r a K . Colonization by Porphyromonas gingivalis and Prevotella intermedia from teeth to osseointegrated implant regions. Bull Tokyo Dent Coll 2004: 45: 77–85. 6 8 . T e u g h e l s W , V a n A s s c h e N , S l i e p e n I , Q u i r y n e n . Effect of material characteristics and/or surface topography on biofilm development. 6 9 . V a n d e r W e i j d e n G A , v a n B e m m e l K M , R e n v e r t S . Implant therapy in partially edentulous, periodontally compromised patients: a review. J Clin Periodontol 2005;32(5):506-11. 7 0 . V a n W i n k e l h o f f A J , G o e n e R J , B e n s c h o p C , F o l m e r T . Early colonization of dental implants by putative periodontal pathogens in partially edentulous patients. Clin Oral Implants Res 2000: 11: 511–520. 7 1 . W e n n s t r ö m J L , E k e s t u b b e A , G r o n d a h l K , K a r l s s o n S , L i n d h e J . Oral rehabilitation with implant-supported fixed partial dentures in periodontitis-susceptible subjects. A 5-year prospective study. J Clin Periodontol 2004;31(9):713-24.

38

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


Bien air

27/6/11

11:30

Página 1

INSTRUMENTOS MICRO-SERIES

MICROMOTOR MX2 O PEQUENO SUPERDOTADO

Com os novos contra-ângulos e peças de mão Bien-Air Micro-Series poderá disfrutar de um agarramento e equilíbrio inéditos, que garantem movimentos mais precisos e uma menor fadiga ao final da jornada. Simplesmente são mais curtos e ligeiros. Não obstante, conservam todas as vantagens tecnológicas dos modelos clássicos: ultraprecisão, fiabilidade e funcionamento silencioso.

O micromotor sem escovas de carvão MX2, com luz LED regulável, é o último pequeño superdotado de BienAir. Apesar do seu reduzido tamanho, oferece as mesmas prestações que o célebre micromotor MX: potência, versatilidade (baixa velocidade), assim como um control perfeito da velocidade, além de limitação do par e inversão do sentido de marcha que valeram a Bien-Air o seu posicionamento como líder incontestável dos micromotores odontológicos. O MX2 também se caracteriza por uma iluminação LED especialmente agradável cuja intensidade pode ser regulada. Graças aos seus rolamentos de bolas lubrificados para toda a vida, o MX2 é um micromotor esterilizável que não necessita de nenhum tipo de manutenção, o que permite optimizar a higiene e o funcionamento do mesmo.

Micro-Series

Os instrumentos Micro-Series são compatíveis com os novos motores de nariz curto Bien-Air. Versão standard


Cuadernos Ferreira.qxp

29/6/11

14:23

Página 40

José Ferreira Médico dentista. Prática de Implantologia em: Centro de Diagnóstico e Reabilitação Oral da Maia, MDental (Guimarães) e Clínica Médica e Dentária de Macedo de Cavaleiros.

Conceito de pré-carga em implantologia Uma reabilitação sobre implantes contém sempre vários componentes aparafusados: um pilar, aparafusado directamente ao implante, tendo também, nele próprio, aparafusada uma coroa; uma coroa directamente aparafusada ao implante, e uma estrutura mecanizada ou fundida, para uma reabilitação que pode ir desde dois dentes a uma arcada completa, aparafusada aos implantes ou a pilares, são exemplos com que os implantologistas lidam diariamente (figs. 1 a 4).

Fig. 1. Estrutura vulgarmente encontrada numa reabilitação com vários implantes: a) implante; b) pilar aparafusado; c) parafuso protético.

Fig. 3. Ilustração de ponte aparafusada sobre implantes (cortesia Nobel Biocare).

40

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

Fig. 2. A mesma estrutura evidenciando o parafuso do pilar.

Fig. 4. Ilustração da estrutura completa aparafusada sobre pilares que por sua vez estão aparafusados a implantes (cortesia Nobel Biocare).


Cuadernos Ferreira.qxp

29/6/11

14:23

Página 41

Cadernos formativos Para diminuir o risco destas estruturas se desaparafusarem, por acção de forças externas resultantes da normal função mastigadora, os parafusos devem ser apertados até um valor próximo do seu limite de elasticidade1. Ao conjunto das forças que se produzem quando se aperta um parafuso chama-se pré-carga2. Misch chama a estas forças preload ou stretching pois, ao ser apertado, o parafuso sofre um alongamento tendendo, de seguida, a recuperar a forma, comprimindo, assim, os componentes. Idealmente a pré-carga deveria ser a máxima possível para que a união entre os componentes fosse a mais intima possível. Contudo, ultrapassado o limite de elasticidade do parafuso, este fracturar-se-á. Por isso, para ser dada a pré-carga ideal, deve ser usado o controlo de torque e devem ser respeitadas as indicações de cada fabricante para cada parafuso específico3. Daqui se depreende a influência do material de que é constituído o parafuso, sugerindo-se que os parafusos de ouro serão capazes de conferir uma pré-carga mais elevada4. Quando o ajuste dos componentes não é o correcto (fig. 5), o stress gerado no aparafusamento aumenta5. Portanto, para conseguir a adequada pré-carga, é necessário que se verifique o correcto assentamento dos componentes (fig. 6). Esta característica denomina-se “ajuste passivo”, e será um dos factores mais importantes para o sucesso a longo prazo de uma reabilitação.

Fig. 5. Imagem radiográfica mostrando desajuste dos componentes. Como consequência, o parafuso protético (a) está desalinhado do parafuso do pilar (b), impedindo uma correcta pré-carga.

Fig. 6. Imagem radiográfica ilustrando o correcto ajuste de pilares e barra, possibilitando uma pré-carga correcta.

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

41


Cuadernos Ferreira.qxp

29/6/11

14:23

Página 42

Cadernos formativos Considerando as variações dimensionais a que estão sujeitos os vários materiais envolvidos, desde a impressão, obtenção do modelo de gesso e execução da estrutura, podemos compreender que a obtenção do ajuste passivo se pode tornar um desafio. Daí que a implantologia deite mão a técnicas específicas, diferentes da prostodontia sobre dentes naturais. Entre elas, a ferulização dos copings de impressão6 (figs. 7 a, b, c), a confirmação da exactidão dos modelos (fig. 8) e a opção por estruturas mecanizadas em detrimento das estruturas fundidas7, podem ser factores decisivos.

a

b

c

Figs. 7 a, b, c. Exemplos de ferulização: Férula Rígida de Impressão (FRI) (a, b) e copings unidos com o auxílio de uma broca usada e resina acrílica (c).

Fig. 8. Imagem clínica da comprovação da exactidão do modelo. É visível a falta de ajuste passivo.

42

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


Cuadernos Ferreira.qxp

29/6/11

14:23

Página 43

Cadernos formativos a

b

Figs. 9 a, b. Radiografia do dia da colocação dos implantes (2005); perda da pré-carga com abertura da interface entre o implante e o pilar. Notar a perda óssea resultante (2008).

Se a pré-carga for inferior à necessária, pode acontecer a abertura da junta entre os componentes (figs. 9 a, b), o alargamento dos parafusos ou mesmo a sua fractura por fadiga, e danos quer nos pilares quer na prótese2,8. Para além destes problemas, que poderíamos denominar mecânicos, a abertura das juntas entre os componentes pode, também, estar na origem de problemas biológicos. Com um microgap aumentado e a colonização da zona por microrganismos, é expectável a presença de uma inflamação crónica dos tecidos periimplantares, com perda de suporte ósseo (figs. 9 a, b), podendo, em última análise, levar à perda do implante. Esta relação directa carece, contudo, de confirmação8. Estudos recentes, submetendo o conjunto implante/pilar a ciclos mecânicos simulando as condições da mastigação, tornam evidente que, embora o torque para a remoção dos parafusos seja inferior ao torque de aperto inicial, é ainda suficiente para manter a integridade da junta9. Em termos clínicos, este facto significa que a normal função mastigatória não deverá afectar negativamente a pré-carga. Em conclusão, a pré-carga pode ser considerada como o conjunto de forças a que o implante e componentes protésicos estão sujeitos, antes ainda de serem postos em função. Uma pré-carga correcta indica o caminho do sucesso da reabilitação, enquanto uma pré-carga incorrecta aponta inequivocamente para o fracasso.

Bibliografia 1 . M i s c h C . Contemporary Implant Dentistry. 2nd edition, 1999. Mosby. Part IV: Implant Prosthodontics and Maintenance, Chapter 36, pág. 580-1. 2 . M u e l a R . “Oclusion en Implantes” Palestra durante o Módulo 7 do “Diploma in Implant Dentistry”. Setembro 2008. Clinica Aparicio. Barcelona. 3 . L e e F K , T a n K B , N i c h o l l s J I . Critical Bending Moment of Four Implant-Abutment Interface Designs. Int J Oral Maxillofac Implants, 2010 Jul-Aug;25(4): 744-51. 4 . S t u k e r R A , T e i x e i r a E , B e c k J , C o s t a N . Preload and Torque Removal Evaluation of Three Different Abutment Screws for Single Standing Implant Restorations. J Appl. Oral Sci, 2008, Jan-Feb;16(1):55-8. 5 . M a r k a r i a n R A , U e d a C , S e n d y k C L , L a g a n á D C , S o u z a R M . Stress Distribution after Installation of Fixed Frameworks with Marginal Gaps Over Angled and Parallel Implants: a Photoelastic Analysis. J Prosthodont, 2007 Mar-Apr;16(2):117-22. 6 . N a c o n e c y M , T e i x e i r a E , S h i n k a i R , F r a s c a L C , C e r v i e r i A . Evaluation of the Accuracy of 3 Transfer Techniques for Implant-Supported Prostheses with Multiple Abutments. Int J Oral Maxillofac Implants, 2004;19:192–198. 7 . A l - F a d d a S A , Z a r b G A , F i n e r Y . A comparison of the accuracy of fit of 2 methods for fabricating implant-prosthodontic frameworks. Int J Prosthodont., 2007 Mar-Apr;20(2):125-31. 8 . R i c i m i n i F i l h o A P , F e r n a n d e s F , S t r a i o t o F , S i l v a W , C u r y A . Preload Loss and Bacterial Penetration on Different Implant-Abutment Connection Systems. Braz Dent J, 2010; 21(2): 123-129. 7 . A l - F a d d a S A , Z a r b G A , F i n e r Y . A comparison of the accuracy of fit of 2 methods for fabricating implant-prosthodontic frameworks. Int J Prosthodont., 2007 Mar-Apr;20(2):125-31. 9 . D e l b e n J A , G o m e s E A , B a r ã o V A , A s s u n ç ã o W G . Evaluation of the Effect of Retightening and Mechanical Cycling on Preload Mantenance of Retention Screws. Int J Oral Maxillofac Implants, 2011;26:251-256.

MAXILLARIS, J u l i o 2 0 1 1

43


densply.qxp

29/6/11

09:06

Página 1

Sem enigmas.

Simposium Dentsply Friadent 20-21 de Maio de 2011

Durante os passados dias 20 e 21 de Maio, teve lugar em Madrid o Simposium nacional bianual da Dentsply Friadent Espanha com o lema “Sem enigmas. Todas as soluções, todos os desafios, nenhum limite”. Ao longo das duas jornadas científicas, foram passadas em revista as posibilidades actuais de tratamentos com implantes dentários, assim como as suas linhas de evolução sob diferentes pontos de vista, marcados pelas apresentações dos prestigiados profissionais que protagonizaram as seguintes conferências: “Gerindo a liberdade em implantologia” (Dr. Antonio Lorente), “Técnicas e resultados no manuseamento de casos complexos” (Dr. Victor de Paz), “Avanços em ROG: alternativas actuais aos bloqueios ósseos autógenos” (Dr. Ramón Gómez Meda), “Experiência clínica em implantologia” (Dr. Juan Carlos Sicilia), “Preservação alveolar na implantologia imediata. Teoria dos andaimes. Periointegração” (Dr. Enrique Plata), “Tratamento predizível da mandíbula posterior atrófica: a técnica de tunelização” (Dr. Andrés Restoy), “Implantes unitários em incisivos centrais superiores: o desafio” (Dr. Manuel Cueto), “Planificação em cirurgia guiada com ExpertEaseTM, casos complexos” (Dr. Pedro Her-

Jorge Suárez, Director Geral da Dentsply Friadent Espanha, durante a apresentação do Simposium.

nández Valer e Dr. Manuel Lupión), “Tecnologia CAD/CAM: ciência, sentido comum e experiência” (Dr. Nicolás Gutiérrez), “Implantes Pterigoideos: uma alternativa à elevação de seio. Considerações anatómicas, protésicas e oclusais” (Dra. Ana Herrero), “A carga imediata é predizível?” (Dr. Guillermo Galván), “Implantofobia” (Dr. Salvador Albalat), “Êxito estético: quando os detalhes têm mais importância que a planificação inicial” Imagem da sala durante as conferências.

(Dr. John Orloff), “Posição 3D dos implantes – ou porquê a posição vertical é um factor chave”

(Dr. Jan Kielhorn), “Controvérsias e problemas no tratamento implantológico da mandíbula atrófica” (Dr. Julio Acero). O acto foi um êxito pelo alto nível científico dos conferencistas e pelo interesse que despertou entre os participantes, e serviu como ponto de partida das celebrações que a Dentsply Friadent organiza este ano por ocasião do décimo aniversário do implante XIVE®. O próximo grande encontro da Dentsply Friadent, fabricante e distribuidor dos implantes ANKYLOS®, XIVE® e FRIALIT®, será em Março de 2012 em Hamburgo, onde se realizará o 15º Simposium Internacional da companhia.

Imagem de um dos stands.


publi

2/7/10

13:20

Pรกgina 1


Fichas Julho.qxp

29/6/11

13:57

Página 46

Fichas clínicas odontológicas Javier García Fernández

Edentulismo parcial com compromisso estético

Médico estomatologista. Periodontia e Implantologia em exclusividade. Director de Clinicae Gingiva. Madrid (Espanha). www.gingiva.net

(fase prostodôntica em laboratório e clínica) Imagem geral da impressão tomada e das transferências aparafusadas nos implantes da paciente.

Para realizar o modelo de trabalho, enroscam-se os análogos dos implantes às transferências ou casquilhos de impressão. Antes de se esvaziarem com escaiola, realiza-se a máscara gingival con resinas de gengiva mole. Vista das impresões prévias ao esvaziamento com escaiola e imagens do modelo obtido com a reprodução dos tecidos gengivais.

46

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


Fichas Julho.qxp

29/6/11

13:57

Página 47

Clínica Gingiva Estas máscaras gengivais (resinas) podem ser retiradas para comprovar o posterior ajuste das estruturas metálicas.

Realiza-se um encerado diagnóstico das peças protésicas para determinar as relações oclusais e anatómicas...

...que permite confeccionar chaves com silicone pesado, com as quais se poderá construir a superestrutura metálica e eleger os pilares protésicos mais adequados. Imagem detalhada dos lados esquerdo e direito.

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

47


Fichas Julho.qxp

29/6/11

13:57

Página 48

Fichas clínicas odontológicas Neste caso, foram utilizados pilares Sinocta para todos os implantes.

Para a confecção da superestructura metálica utilizaram-se casquilhos de plástico calcináveis.

Os casquilhos são aparafusados sobre o pilar Sinocta e podem ser recortados a uma altura adequada, com a chave de silicone.

Imagem dos casquilhos calcináveis uma vez recortados. Procede-se a um encerado dos cotos da superestructura para serem posteriormente colados em metal.

Imagem do encerado e da sua ligação com as chaves de silicone no lado direito.

48

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


Fichas Julho.qxp

29/6/11

13:57

Página 49

Clínica Gingiva Devido à falta de paralelismo nos implantes anteriores do lado direito, realizou-se um microfresado do coto distal para igualar o paralelismo com o pilar do implante anterior.

Imagem dos cotos uma vez confeccionados. Todos são aparafusados na clínica para comprovar que estão bem ajustados e verificar a presença de espaços oclusais adequados.

Imagem em detalhe dos cotos nos lados direito e esquerdo. Neste momento, toma-se um registo de cera de mordida...

...e comprova-se o ajuste de todas estas estruturas dos implantes com radiografias periapicais com técnica paralela.

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

49


Fichas Julho.qxp

29/6/11

13:57

Página 50

Fichas clínicas odontológicas Uma vez no laboratório, procede-se à cobertura com opaquer para evitar a alteração de cor que o metal poderia ocasionar na recobertura cerâmica.

Realiza-se a recobertura cerâmico-anatómica das peças.

Imagem das peças do lado direito uma vez consumada a cozedura das porcelanas.

Imagem da recobertura cerâmica prévia à cozedura do primeiro molar.

Imagem da recobertura cerâmica uma vez consumada a cozedura. Ao nível do 13 e do 14 realizou-se uma superestrutura metálica...

...que, por sua vez, é provada em boca; realiza-se o mesmo controlo radiológico para comprovar que está bem ajustada.

Imagem da prova em biscoito do lado esquerdo, verificando-se o ajuste oclusal e a comprovação do resultado estético do trabalho. No lado direito, procede-se a um registo da oclusão com ceras de mordida.

50

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


Fichas Julho.qxp

29/6/11

13:57

Página 51

Clínica Gingiva Uma vez comprovado o ajuste, termina-se o trabalho com a recobertura do lado direito e volta-se a provar na clínica.

O laboratório realizará por último o glaçado das porcelanas (trabalho realizado pelo laboratório Ávila Mañas).

Os pilares Sinocta serão aparafusados a 35 Newtons e os parafusos da superestrutura a 15 Newtons.

Imagem da prótese uma vez terminado o trabalho.

Situação prévia e final do caso clínico.

Agradecimentos: Antonio Ávila Mañas, pela sua colaboração na realização desta ficha clínica.

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

51


publi

28/4/11

16:55

Pรกgina 1


publi

28/4/11

16:56

Pรกgina 1


O Meu Sorriso julio11.qxp

29/6/11

10:04

Página 54

O meu sorriso

«

Elisabete Jacinto, piloto de todo-o-terreno

»

Não adio a ida ao dentista

54

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


O Meu Sorriso julio11.qxp

29/6/11

10:04

Página 55

O meu sorriso Elisabete Jacinto é uma presença habitual – desde meados dos anos noventa – nas principais provas nacionais e internacionais de todo-o-terreno, incluindo várias edições do clássico Dakar. Esta licenciada em Geografia, autora de vários manuais escolares e livros de aventuras, já experimentou um bom punhado de categorias de veículos de duas e quatro rodas. Em quase todas elas conquistou um lugar no podium... ou levou mesmo a taça para casa. É ao volante de um indiscreto camião que tem brilhado, nos últimos anos, nos principais ralis do planeta. Ou não fosse a primeira mulher a vencer (em 2010) uma prova da Taça do Mundo nesta pesada categoria. A piloto portuguesa também conduz na perfeição a sua higiene oral. Lavar os dentes é, de resto, das últimas coisas que faz ao ar livre, “sob o magnífico céu estrelado do deserto, antes de correr o fecho da tenda”. M AXILLARIS. Com que regularidade vai ao dentista? E l i s a b e t e J a c i n t o . Vou logo que preciso, o que significa que não adio a ida ao dentista. Isto acontece uma, duas ou, às vezes, três vezes por ano, depende… Contudo, mesmo que consiga estar um ano inteiro sem problemas acabo sempre por lhe fazer uma visita perto do final do ano.

mala para entrar nas casas de banho dos restaurantes e lavar os dentes. Contudo, se comer em casa lavo-os com mais frequência e uso fio dentário. Nas corridas é uma das últimas coisas que faço ao ar livre sob o magnífico céu estrelado do deserto antes de correr o fecho da tenda e preparar-me para dormir.

M Que tipo de escova de dentes usa? E l i s a b e t e J a c i n t o . Uso uma escova dura e grande. Assim lavo mais dentes ao mesmo tempo! M Já recorreu a tratamentos dentários específicos? E l i s a b e t e J a c i n t o . Tenho de tirar o tártaro com alguma frequência e já tive de tratar algumas cáries. Também tive uma fase em que partia os dentes de tanto apertar os maxilares. Stress! M Evita fumar ou comer algum tipo de alimento ou bebida que escureça os dentes? E l i s a b e t e J a c i n t o . Não fumo e deixei de beber café (não sei bem que outras bebidas fazem escurecer os dentes). Tento evitar o açúcar o mais possível.

M Em criança ou adolescente usou aparelho ortodôntico? E l i s a b e t e J a c i n t o . Nunca usei. M De que forma ter um sorriso bonito e uma boa higiene oral é importante na sua profissão? E l i s a b e t e J a c i n t o . Um sorriso demonstra simpatia da parte de quem sorri, o que é algo bastante atractivo e agradável para os outros. É meu objectivo tentar criar um ambiente agradável à minha volta e, por isso, sorrio com frequência para as pessoas com quem convivo. Mas, se estou realmente chateada, não consigo esboçar nem um daqueles amarelos! Com um sorriso simpático e os dentes bem tratados, fico melhor na fotografia e as pessoas vão ter mais prazer em as admirar. M Qual foi o maior elogio que já ouviu ao seu sorriso? E l i s a b e t e J a c i n t o . Disseram-me que tinha um sorriso bonito e gostei do elogio. M Qual é o sorriso que não a deixa indiferente? E l i s a b e t e J a c i n t o . Os sorrisos de todas as pessoas de quem gosto!

«

É meu objectivo tentar criar um ambiente agradável à minha volta e, por isso, sorrio com frequência para as pessoas com quem convivo

»

M Que cuidados de higiene oral tem diariamente? E l i s a b e t e J a c i n t o . Não sou daquelas de andar com uma escova de dentes na

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

55


Calendario de Cursos Julho11.qxp

29/6/11

14:33

Página 56

Calendário de cursos Curso de implantologia A Camlog abriu o periodo de inscrições para o curso de implantes que se vai realizar, a partir de Outubro próximo e até Março de 2012, na Clínica Alcoforado, em Lisboa. O curso divide-se em seis módulos (um por mês). Cada módulo inclui práticas e/ou cirurgias em pacientes seleccionados. O objetivo do curso é a integração prática da implantologia na consulta dos participantes. Este curso será ministrado por Gil Acoforado, especialista em Periodontia e professor catedrático da Universidade de Lisboa, contando com a colaboração de Luís Redinha, médico dentista, especialista em Prostodontia pela Universidade de Nova Iorque e assistente de Prostodontia na mesma universidade lisboeta. Camlog. 213 839 100 (Clínica Alcoforado) • info@camlogmed.es

Curso teórico-prático de articulação temporomandibular No próximo dia 9 de Setembro, inicia-se uma nova edição do curso modular de articulação temporomandibular nas instalações da Osteoplac, em São Sebastião (Espanha). O curso será ministrado pelos ortodontistas Domingo Martín (Espanha) e Guillermo Ochoa (Argentina) e pelo especialista em terapia física Mariano Rocabado (Chile). Dirigido em particular a médicos dentistas, osteopatas e fisioterapeutas, o programa do curso centra-se nas perspectivas músculo-esquelética crânio-mandibular, crânio-cervical e oclusal. O prazo de inscrição já está aberto, sendo as vagas reduzidas e limitadas devido ao carácter prático do curso. Osteoplac. (0034) 902 422 420 • congresos@osteoplac.com • www.osteocongress.com

Formação em estética dentária Ceodont (Grupo Ceosa) já abriu o prazo de reservas e inscrições para o próximo ciclo do curso de experto em Estética Dentária, que terá início em Junho. Os próximos módulos do programa, que conta com Mariano Sanz Alonso, Manuel Antón Radigales e José A. de Rábago Vega como ministrantes, são os seguintes: 3. Restauração com compósitos I: compósitos no sector anterior; 23 e 24 de Setembro. • 4. Restauração con compósitos II: pontes fibra de vidro, malposições e alteração de cor; 4 e 5 de Novembro.• 5. Carilhas de porcelana I: indicações, talhado e impressões; 20 e 21 de Janeiro de 2012.• 6. Carilhas de porcelana II: cementado e ajuste oclusal; 17 e 18 de Fevereiro de 2012.• 7. Coroas de recobrimento total e incrustações; 16 e 17 de Março de 2012. Ceodont (Grupo Ceosa). (0034) 915 540 979 • cursos@ceodont.com

Centro de Formação Contínua OMD A Ordem dos Médicos Dentistas prossegue o programa de Formação Contínua para 2011, baseado em três conceitos fundamentais: qualidade, descentralização e diversidade. Qualidade porque foram escolhidos formadores de renome nacional e internacional; descentralização porque o programa de cursos abrange praticamente todo o país, do litoral ao interior, passando pelas regiões autónomas; diversidade porque foi introduzido um novo modelo de cursos, organizado por módulos e complementado com um curso de hands-on de dia completo. As próximas iniciativas ao abrigo do programação de formação anual da OMD são os seguintes cursos de fim de dia: • Técnicas de controlo comportamental (Luís Pedro Ferreira); 5 de Setembro, Vila Real. • Facetas vs coroas cerâmicas - quando utilizar (João Desport); 1 de Outubro, Açores. • Conceitos actuais em cirurgia oral (João F. C. Carvalho); 1 de Outubro, Açores. • Soluções de irrigação em Endodontia (Rui Pereira da Costa); 3 de Outubro, Faro. OMD. 226 197 690 • omdsede@omd.pt • www.omd.pt

56

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


Calendario de Cursos Julho11.qxp

29/6/11

14:33

Página 57

Calendário de cursos Programa de formação contínua em implantologia e reabilitação oral Estão abertas as inscrições para o programa de formação contínua em implantologia e reabilitação oral que a BTI levará a cabo, em Lisboa, a partir de Setembro. O programa, que também prevê formação destinada ao pessoal auxiliar, decorrerá ao abrigo do seguinte calendário: Módulos médicos • Módulo 1: Actualização em cirurgia de implantes; 9 e 10 de Setembro. • Módulo 2: Actualização em prótese sobre implantes; 14 e 15 de Outubro. • Módulo 3: Avançado de cirurgia. Técnicas de regeneraçao tecidular: PRGF®-Endoret®; 4 e 5 de Novembro. • Módulo 4: Técnicas de cirurgia mucogengival; 25 e 26 de Novembro. • Módulo 5: Avançado de prótese e planeamento de casos complexos; 16 e 17 de Dezembro. Módulo exclusivo • Residência clínica BTI (para médicos inscritos no curso completo); 16 e 17 de Janeiro 2012. Módulos auxiliares BTI Portugal. 226 189 791 • Módulo 1: Implantologia; 4 de Novembro. bti.portugal@sapo.pt • Módulo 2: PRGF®-Endoret®; 5 de Novembro.

Formação na área da reabilitação oral Estão abertas as inscrições para o curso de formação na área da reabilitação oral, com implantologia e prótese dentária, que a associação Mundo a Sorrir organiza este mês, com o objectivo de angariar fundos para o pagamento do RVG da Clínica Mundo a Sorrir. Esta iniciativa vai decorrer no auditório da Clínica Dentária Dr. Manuel Neves (Porto), durante toda a manhã do próximo dia 16, e terá como oradores o próprio Manuel Neves (“Importância das impressões em prótese fixa: técnicas e diferentes abordagens”), Jaime Guimarães (“Reabilitações totais com implantes – técnica All-on-4”) e Fernando Almeida (“Reabilitação da maxila na zona posterior com implantes”). www.mundoasorrir.org

Curso avançado em implantologia A Camlog prevê para o início de Novembro, ao abrigo do seu programa internacional de formação contínua, um novo curso subordinado ao tema “Técnicas associadas e avançadas em implantologia”. Esta iniciativa, de dois dias de duração, vai ter lugar no Departamento de Medicina Dentária da Universidade de Coimbra. Dirigido a médicos dentistas com experiência em implantologia, o curso conta, como responsáveis do programa, com Fernando Guerra e Pedro Nicolau, professores do referido departamento da Universidade de Coimbra, e a sua equipa de docentes. Entre os temas a abordar durante o curso, constam os seguintes: carga imediata, restaurações provisórias, tratamento estético, implantes em pacientes periodontais, perioimplantite, biomateriais e cirurgia ao vivo. Camlog. (0034) 914 560 872 • info@camlogmed.es • www.camlog.com

Curso sobre prótese total implanto-suportada removível e híbrida A Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa organiza, entre o próximo mês de Outubro e Março de 2012, um curso modular teórico-prático dedicado ao tema da prótese total implanto-suportada removível e híbrida, que tem como destinatários médicos dentistas e técnicos de prótese dentária, num total de 12 vagas. O curso prevê uma abordagem a temáticas como o planeamento de reabilitações de desdentados totais com implantes ou tipos de estruturas em próteses híbridas. A parte prática será preenchida com a reabilitação de seis pacientes desdentados totais ou uni ou bimaxilares com fase cirúrgica e osteointegração concluida. FMDUL. 217 922 626 • helenamatos@fmd.ul.pt • www.fmd.ul.pt

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

57


Calendario de Cursos Julho11.qxp

29/6/11

14:33

Página 58

Calendário de cursos Curso de ortodontia prática Ledosa (Grupo Ceosa) organiza um curso de ortodontia prática, subordinado ao tema Expert em Arco Recto-C, ministrado por Alberto J. Cervera Durán, Alberto Cervera Sabater e Mónica Simón Pardell, cujo objectivo é divulgar a prática clínica da ortodontia fixa, de acordo com a técnica de Arco Recto. Os próximos módulos do curso obedecem ao seguinte calendário: 1. Diagnóstico e cefalometria; 29 e 30 de Setembro e 1 de Outubro • 2. Estudo da classe II; de 27 a 29 de Outubro • 3. Cementado e biomecânica; de 24 a 26 de Novembro. • 4. Estudo da classe II; de 15 a 17 de Dezembro. • 5. Estudo da classe III; de 26 a 28 de Janeiro de 2012. • 6. Diagnóstico e plano de tratamento; de 1 a 3 de Março de 2012. • 7. Biomecânica avançada e autoligado; de 12 a 14 de Abril de 2012. • 8. Ortodontia multidisciplinar; de 10 a 12 de Maio de 2012. Ledosa (Grupo Ceosa). (0034) 915 542 455 cursos@ledosa.com • www.ledosa.com

Curso sobre cerâmica sem metal IPS e.max

August Bruguera.

Ivoclar Vivadent organiza no próximo mês de Setembro, em Lisboa (dias 9 e 10) e Madrid (dias 22 e 23), um curso sobre cerâmica sem metal IPS e.max, que será orientado pelo técnico August Bruguera. O curso pretende clarificar que tipo de material de estruturas é melhor para cada paciente. Por outro lado, o programa tentará dar resposta aos limites dos sistemas Cad-Cam e as suas possibilidades reais, já que não só servem para fazer coroas e pontes como também podem ajudar o profissional nas próteses implanto-suportadas. Durante o curso, também se discutirão os prós e contras de trabalhar zircónio sobre implantes, e como se podem integrar os produtos e.max Cad e e.max press neste tipo de trabalhos.

Ivoclar Vivadent. (0034) 913 757 820 • ICDE@ivoclarvivadent.es

Curso de periodontia estética Progressive Dentistry agendou para Outubro, em Madrid, um curso de periodontia estética, orientado por Ziv Simon. Este seminário, com a duração de dois dias, mostrará aos participantes como tratar o tecido mole que rodeia dentes e implantes, para assim poderem proporcionar aos seus pacientes resultados mais estéticos e previsíveis. O curso consta de uma parte teórica, assim como de exercícios práticos sobre cabeças de porco, para a aprendizagem de diferentes técnicas de sutura, desenho de retalho, inserto livre gengival, etc. Progressive Dentistry. progressive@pdsspain.com

58

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


publi PMS

30/6/11

13:24

Página 1

SERVIÇO PÚBLICO

DE

MEDICINA DENTÁRIA EM DALARNA,

SUÉCIA PROCURA MÉDICOS DENTISTAS GENERALISTAS Dalarna é uma das 21 regiões da Suécia, situada na zona central do país, com uma natureza espantosa, ar fresco e habitantes simpáticos. Dalarna tem uma boa relação com Estocolmo que se situa a cerca de 200 km para sul. O Serviço Público de Medicina Dentária em Dalarna compreende 30 Clínicas de Medicina Dentária Generalista, Clínica de Especialidades, Hospital com cuidados Dentários e próprio Laboratório Protético. A trabalhar como Médico Dentista Generalista connosco, poderá contar com um trabalho variado com todos os tipos de tratamentos para todas as idades.

O perfil do candidato: • • • • • •

Certificado Europeu de Médico Dentista Experiência de 2 anos como Médico Dentista Comprovação/Recomendação de empregos prévios Capacidade de trabalhar em grupo, flexibilidade Orientado para a qualidade Boas capacidades de comunicação

A nossa oferta: • • • • • • • •

Contrato sem termo com pelo menos 3 anos de permanência Curso de sueco Salário durante a aprendizagem da língua Acompanhamento profissional na nova Clínica Bom ambiente de trabalho, com excelentes níveis técnicos Possibilidade de formação contínua paga Pelo menos 25 dias de férias pagos por ano Salário entre 3.100 – 4.700 �

Estaremos em Lisboa no dia 20 de Setembro pelas 9 horas no Hotel Tryp Oriente Avenida Dom João II, Lote 1.16.02B para informações e entrevista se achar a proposta interessante. Registe-se ao enviar uma carta de apresentação pessoal e CV em inglês juntamente com uma cópia da Cédula Profissional para jannica.backvall@ltdalarna.se até dia 24 de Julho. Para dúvidas ou mais informações, contactar a Médica Dentista Portuguesa Joana Monteiro, joana.dasilvamonteiro@ltdalarna.se, que se encontra a trabalhar connosco.

Visite igualmente o nosso site, www.ltdalarna.se


Calendario de Cursos Julho11.qxp

29/6/11

14:33

Página 60

Calendário de cursos Formação em cirurgia e prótese sobre implantes Ceodont anuncia mais uma edição do curso de cirurgia e prótese sobre implantes, ministrado por Mariano Sanz Alonso e José de Rábago Vega, com a colaboração de Bertil Friberg. O objectivo é proporcionar ao médico dentista generalista uma série de conhecimentos em Implantologia, de modo a que o profissional possa obter uma formação teórica e clínica, que lhe permita familiarizar-se neste domínio da medicina dentária. O programa divide-se em quatro módulos com o seguinte calendário e conteúdo: • Módulo 1: Diagnóstico e plano de tratamento; de 8 a 10 de Março de 2012. • Módulo 2: Cirurgia de implantes; de 26 a 28 de Abril 2012. • Módulo 3: Prótese sobre implantes; de 17 a 19 de Maio 2012. • Módulo 4: Curso sobre cadáveres e cirurgia e prótese em casos complexos: de 14 a 16 de Junho de 2012. Ceodont (Grupo Ceosa). (0034) 915 540 979• cursos@ceodont.com

7º Curso básico e avançado de implantes e enxertos O 7º Curso Básico e Avançado de Implantes e Enxertos (Lisboa -São Paulo), organizado pela Implant Brazil, inicia-se este mês de acordo com o seguinte calendário: • Módulo I (teórico-prático): de 21 a 24 deste mês. • Módulo II (cirúrgico): de 3 a 12 de Setembro. ImplantBrazil. 934 264 445 (Eugénio Pereira) • www.implantbrazil.com

Camlog Guide e cirurgia minimamente invasiva O sistema de implantes Camlog agendou para Outubro mais uma edição do curso teórico-prático sobre Camlog Guide e Cirurgia Minimamente Invasiva. Esta acção de formação, que abrange um intensivo programa de dois dias de duração, realiza-se na sede da Camlog no Porto e na clínica +Saúde. Sob a direcção científica de Fausto Tadeo, este curso tem como objetivo impulsionar a abordagem e integração prática da técnica de cirurgia guiada. Além da parte teórica, estão previstas sessões práticas com mandíbulas artificiais e com pacientes. Camlog. (0034) 914 560 872 • info@camlogmed.es • www.camlog.com

I Curso clínico em periodontia e implantes A International Team for Implantology (ITI), em colaboração com a Straumann, inaugura a primeira edição do curso clínico em periodontologia e implantes, que se realizará de Setembro deste ano a Fevereiro de 2012, em Lisboa. A directora do curso, Helena Rebelo, contará com o apoio dos docentes Luís Aracil, Inês Faria, Alexandre Santos, Francisco Brito e Patrícia Almeida Santos. O objectivo geral do curso é proporcionar ao aluno a capacidade de aperfeiçoamento na reabilitação oral com implantes e o diagnóstico e tratamento da situação periodontal e peri-implantária dos seus doentes. Departamento de Formação. 214 229 170 • formacion.pt@straumann.com

Curso de cirurgia Sinuslift A próxima edição do curso de Sinuslift, patrocinado pela Sinusmax em parceria com a “Sorriso Natural”, está agendada para o dia 29 de Setembro, em Valongo. O programa de formação abarca teoria, workshop e clínica, e inclui a demonstração do sistema Osteosinus de elevação do seio maxilar por via crestal, da IDI System. Inclui a realização de cirurgias sinuslift pelos participantes. Sinusmax. 229 377 749 • sinusmax@sinusmax.com

60

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


publi

29/6/11

10:32

Pรกgina 1


Congressos Julho11.qxp

29/6/11

14:47

Página 62

Congressos e reuniões XXXI Congresso da SPEMD regressa a Coimbra A 31ª edição do congresso anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) vai ter lugar, nos dias 21 e 22 de Outubro, em Coimbra. A comissão organizadora do encontro (este ano presidida por Francisco Coelho Gil) preparou um programa científico apelativo e abrangente, com a participação de oradores de renome internacional, que terá como cenário os Hospitais da Universidade de Coimbra. Paralelamente às habituais confewww.spemd.pt rências, realizar-se-ão vários cursos práticos “hands-on”, abrangendo as várias áreas de interesse dos médicos estomatologistas e médicos dentistas. Também estão contemplados cursos específicos para assistentes dentárias, higienistas orais e técnicos de prótese dentária. A SPEMD espera que o seu congresso anual volte a ser um local privilegiado para o debate de ideias e experiências entre todos os participantes.

XX Congresso da OMD agendado para meados de Novembro O congresso da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) cumpre este ano na capital portuguesa a sua vigésima edição, com um variado programa científico que engloba a realização do segundo fórum ibérico, para além da participação já confirmada de oradores de renome nacionais e internacionais, designadamente procedentes de Espanha, Itália, Suécia, Brasil e Estados Unidos da América. O próximo encontro anual da classe dos médicos dentistas, cuja Comissão Organizadora é presidida por Eunice Carrilho, está agendado para o periodo entre 10 e 12 de Novembro no Centro de Congressos de Lisboa, onde decorrerá em simultâneo mais uma edição da ExpoDentária, com as últimas novidades da indústria. www.omd.pt

I Congresso do Sono em Odontoestomatologia A Sociedade Portuguesa de Medicina Oral do Sono vai realizar no próximo dia 17 de Setembro, em Lisboa, a primeira edição do seu congresso nacional dedicado ao sono em odontoestomatologia. O inédito encontro, que vai decorrer no Auditório dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, contará com a presença de oradores nacionais e estrangeiros que se destacam nesta área, bem como de representantes das sociedades congéneres de Espanha, Alemanha, Reino Unido e da European Academy of Dental Sleep Medicine. Durante o congresso serão aprofundados temas como a intersecção da Medicina do Sono com as restantes especialidades médicas ou o tratamento das apneias obstructivas do sono com sistemas de pressão positiva. Também estão previstos workshops sobre protocolos terapêuticos com dispositivos orais, técnicas de diagnóstico e terapêutica do Bruxismo Nocturno ou ainda protocolos de tratamento por pressão positiva. www.congressosono.com

Lisboa acolhe conferência “Summer School 2011” Lisboa vai acolher, já nos próximos dias 23 a 28, a conferência internacional “Summer School 2011”, dedicada às áreas da dentisteria interdisciplinar e da medicina oclusal. Este evento científico, que reúne profissionais oriundos de quatro continentes e mais de 30 países, realiza-se todos os anos numa cidade diferente. Depois de Tóquio (em 2009) e de Viena (no ano passado), cabe agora à capital portuguesa organizar, no final do corrente mês, este encontro internacional que obedece ao conceito de “escola de Verão” e não ao conceito clássico de “congresso”, pretendendo-se estimular, para além do convívio e amizade entre profissionais oriundos de diversas realidades, uma discussão aberta e franca em ambiente informal sobre as funções e disfunções do órgão mastigatório. www.summerschool2011.com

62

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


Congressos Julho11.qxp

29/6/11

14:47

Página 63

Congressos e reuniões 60º Congresso da AAID realiza-se em Las Vegas

www.aaid-implant.org

A Academia Americana de Implantologia (AAID) vai realizar o seu 60º congresso anual en Las Vegas (Estados Unidos) entre os dias 19 e 22 do próximo mês de Outubro. Pela primeira vez, este encontro contará com a participação de oradores da Península Ibérica e da América Latina, através da Federação Odontológica Latino-americana (FOLA). O programa científico do congresso prevê uma abordagem aos novos desafios no campo da implantologia, ao passo que os representantes da indústria apresentarão, na habitual exposição que decorre em paralelo, as últimas novidades do sector em matéria de produtos e serviços.

Madrid acolhe evento sobre odontologia computorizada A terceira edição do congresso da Sociedade Espanhola de Odontología Computorizada (SOCE) vai realizar-se nos próximos dias 2 e 3 de Dezembro, em Madrid. O objectivo deste evento é promover o uso das novas tecnologias nas clínicas dentárias e laboratórios. Neste sentido, o programa científico centra-se na medicina dentária avançada, assistida por alta tecnologia. Entre os temas a abordar durante o congresso da SOCE, incluem-se o diagnóstico por imagem, cirurgia e implantologia assistidas por computador, restauração e próteses por sistema computorizados. secretariatecnica@soce2011.org.es • www.infomed.es/soce

Roma organiza congresso anual sobre saúde pública dentária A Associação Europeia de Saúde Pública Dentária (EADPH na sigla em inglês) agendou o seu 16º encontro anual para os próximos dias 22 a 24 de Setembro, em Roma (Itália). O programa científico da reunião deste ano prevê intervenções de especialistas europeus e norte-americanos nesta área, a organização de grupos de trabalho, uma apresentação de pósteres e exposições orais sobre temas e experiências relacionados com a saúde pública dentária. Um workshop sobre a qualidade da investigação neste domínio terá lugar no primeiro dia do congresso, logo após a sessão de abertura, que terá como cenário o Departamento de Saúde Pública “G. Sanarelli”, em pleno recinto da Universidade Sapienza, a maior e mais antiga instituição de ensino superior da capital italiana. www.eadph.org

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

63


Congressos Julho11.qxp

29/6/11

14:47

Página 64

Congressos e reuniões Expodental regressa à capital espanhola em Fevereiro de 2012 A Expodental 2012 vai ter lugar entre os dias 23 e 25 de Fevereiro. Deste modo, a principal feira do sector dentário da Península Ibérica (e uma das mais destacadas no contexto europeu), que se assinala de forma bienal no recinto de feiras de Madrid (Ifema), adianta o seu calendário, já que habitualmente tinha lugar em meados de Março. Em relação à edição de 2010, a mostra do próximo ano prevê um aumento da área de exposição e mudará a sua localização dentro das referidas instalações da capital espanhola: desta vez, ocupará os pavilhões 7 e 9, próximos à entrada norte de Ifema. www.ifema.es

30º Congresso internacional de São Paulo já tem data marcada A próxima edição do congresso internacional de odontologia de São Paulo (CIOSP) vai realizar-se entre 28 e 31 de Janeiro de 2012, nas instalações da Expo Center Norte (São Paulo), sob a égide da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD). O encontro anual dos profissionais de medicina dentária brasileiros (por sinal, o maior evento do género da América Latina) é reconhecido mundialmente como uma referência no domínio da actualização técnica e científica do sector, além de ser uma privilegiada montra das últimas soluções da indústria dentária. A organização do 30º CIOSP espera a presença nas referidas instalações de São Paulo de mais 60 mil visitantes, entre médicos dentistas, estudantes de Medicina Dentária, técnicos de prótese dentária e outros representantes do sector. secretaria.decofe@apcdcentral.com.br • www.ciosp.com.br

Congresso da FDI realiza-se em Setembro no México O congresso anual da Federação Dentária Internacional (FDI) voltará a realizar-se na América Latina, desta vez, na Cidade do México. A edição deste ano da reunião mundial da FDI vai juntar, de 14 a 17 de Setembro, delegados e representantes da indústria dentária de mais de cem países no Centro de Convenções e Exibições Banamex da capital mexicana. Durante o encontro, e para além da habitual reunião da Assembleia Geral da FDI, vai formalizar-se a tomada de posse como presidente da FDI (para o periodo 2011/2013) do bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva. À semelhança do programa das edições anteriores, a par da parte científica do congresso, a FDI organizará uma ampla exposição comercial, onde serão apresentadas as últimas inovações, serviços e produtos da indústria dentária. congress@fdiworldental.org

Astra Tech prepara encontro mundial na Suécia Astra Tech vai reunir 3.000 profissionais do sector da medicina dentária de todo o mundo no Astra Tech World Congress, que terá lugar em Gotemburgo (Suécia), de 9 a 12 de Maio de 2012. O congresso contará com um programa de inspiração científica de três dias, com mais de 100 professores de renome mundial, complementado com sessões práticas e demonstrações de produtos. A rede de delegados da Astra Tech estará presente no evento do próximo ano. Gotemburgo não é apenas a casa matriz de Astra Tech, mas também da Academia Sahlgrenska da Universidade de Gotemburgo, que leva a cabo as mais avançadas investigações e desenvolvimentos no campo dentário. É também desde há muito uma das instituições colaboradoras da Astra Tech. www.astratechdental.pt

64

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


publi

29/6/11

10:43

Pรกgina 1


Novidades Julho11.qxp

29/6/11

11:35

Página 66

Novidades da indústria Auxiliar para conformação Rebilda Form www.voco.es

O novo auxiliar para conformação Rebilda Form facilita substancialmente as reconstruções de cotos com materiais de compósite mediante a técnica adesiva. O novo produto aplica-se, com ou sem poste radicular, para reconstruir dentes fortemente destruidos. Tanto a forma da conexão, como a disponibilidade de três tamanhos (pequeno, médio e grande) de orientação práctica e a configuração marginal específica com saliências de guia, permitem que Rebilda Form se adapte com facilidade e rapidez à peça dentária a restaurar. Pode recortar-se facilmente para obter o comprimento requerido. Rebilda Form não se une com compósites de reconstrução convencionais e é translúcido para a fotopolimerização. Elimina-se muito facilmente depois do endurecimento do material de reconstrução. Para isso, separa-se o auxiliar para conformação, utilizando um diamante fino com refrigeração por água, e em seguida retira-se.

Equipamento para cirurgia óssea A Satelec (marca do Grupo Acteón) completa a sua gama de aparelhos de cirurgia piezoeléctrica com o lançamento do Piezotome Solo, que engloba o essencial da tecnologia Satelec numa unidade compacta e versátil. (0034) 937 154 520 info@es.acteongroup.com À semelhança dos aparelhos Piezotome 2 e Implant-Center 2, o Piezotome Solo oferece a mesma potência de corte (60W), a mais elevada do mercado. Permite realizar tratamentos de cirurgia pré-implantar e beneficia da experiência, potência e simplicidade da gama de cirurgia piezo-eléctrica de Satelec. Acompanhado de um kit de seis insertos (Kit Essential 2), o Piezotome Solo permitirá realizar a grande maioria dos tratamentos cirúrgicos pré-implantários. Para os restantes tratamentos, os profissionais do sector dentário têm à sua disposição toda a gama de insertos Satelec de cirurgia de segunda geração, tais como os kits exclusivos Intralitf, Extraction e o novo Kit Crest Splitting.

Oferta reforçada de pilares anatómicos 214 229 170 info.pt@straumann.com www.straumann.com

66

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

Fruto de um acordo de colaboração con a Ivoclar Vivadent, Straumann reforça a sua oferta de pilares anatómicos IPS e.max para a plataforma Bone Level, com pilares para a conexão Narrow CrossFit.. Os pilares anatómicos Straumann IPS e.max são fabricados totalmente en zircónio (ZrO2) e oferecem uma elevada resistência, precisão e estética. Disponíveis em duas alturas gingivais (2 mm y 3,5 mm), duas colores (branco MO 0 e na cor MO 1) e em forma anatómica recta e angulada a 15º, os pilares anatómicos IPS e.max permitem realizar restaurações altamente estéticas com um elevado grau de flexibilidade. O seu desenho corresponde ao do já conhecido Straumann Pilar Anatómico. Estão disponíveis com a conexão Regular CrossFit e Narrow CrossFit da linha de implantes Straumann Bone Level.


Novidades Julho11.qxp

29/6/11

11:35

Página 67

Novidades da indústria Pilar transportador PTT IHT Eckermann reforça a su gama de implantes Hexagon com o novo pilar transportador PTT IHT. Este transportador inclui-se na embalagem dupla estéril do implante como armação, compatível com os principais fabricantes de implantes na conexão externa hexagonal tipo Branemark. Hexagon é o implante de conexão externa hexagonal de Eckermann, compatível com os elementos protésicos de emergência mais utilizados na implantologia mundial, que combina esta universalidade no domínio da prótese com o novo desenho intra-ósseo dos implantes Eckermann, caracterizado pelos seus altos níveis de fixação primária.

(0034) 902 306 464 www.eckermann.es

Sistema de conexão IDUnit 229 377 749. sinusmax@sinusmax.com

A Implants Diffusion International (IDI) lança, para todo o seu universo implantar, o sistema de conexão IDUnit, para próteses transaparafusadas (híbridas), com duas possibilidades: recto ou angulado (de 0º a 30º). Com os seus implantes de hexágono interno ou cone morse, com seis bloqueios a came, a IDI permite atingir qualquer ângulo, pela rotação do pilar, aumentando a funcionalidade e simplificando a gestão de stock para o clínico. Nos implantes de hexágono interno apresenta ainda três alturas, conforme a espessura gengival.

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

Biblioteca Multimédia ÃO R E DE V €

TA 2651) R r E o p 09/1 OF VDs 30/ D VÁLIDA A 3 s TA o

(OF

ER

96,50 €

91,50 €

96,50 €

Faça o seu pedido através do tel: 707 503 328

67


Novidades Julho11.qxp

29/6/11

11:35

Página 68

Novidades da indústria Gama de produtos em pó Air-n-Go A Satelec lança uma gama completa de produtos em pó que garantem o bem-estar do paciente e optimizam a acção do sistema Air-n-Go. Uma primeira gama, sob a designação Air-n-Go Classic, consta de cinco sabores elaborados à (0034) 937 154 520 info@es.acteongroup.com base de azeites essenciais ou de aromas 100% naturais: menta, limão, cola, frambuesa e sabor neutro. Deixam um agradável sabor na boca do paciente e optimizam o seu tratamento supragingival graças às suas partículas menos agressivas que minimizam a dor e o sangramento. Além disso, a gama Supra completa-se com a referência Air-n-Go Peral, con cristais em forma de micro-pérolas (à base de carbonato de calcio) respeituosas com o esmalte e sem sódio. Para os tratamentos periodontais, Satelec propõe o pó Air-n-Go Perio (à base de glicina) mais fino e específico para tratamentos e manutenção de doenças periodontais.

Novo implante OsseoSpeed TX Profile

www.astratechdental.pt

A Astra Tech lança um implante anatomicamente desenhado para cristas inclinadas, denominado OsseoSpeed TX Profile. Este implante elimina o habitual compromisso entre o nível de osso marginal e a estética em situações de cristas inclinadas. O desenho do implante resolve uma necessidade clínica: facilita a colocação do implante quando há uma crista inclinada e optimiza a sua posição para manter o suporte de osso marginal e a estética. Da mesma forma que em todos os implantes dentários da Astra Tech, o OsseoSpeed TX Profile apresenta todas as características básicas e bem documentadas do Astra Tech BioManagement Complex. Devido ao desenho de colo inclinado deste implante, a Astra Tech recomenda que todos os profissionais dentários que utilizem este produto tenham um amplo conhecimento do tratamento com implantes dentários.

Cimara Zircon para restaurações cerâmicas www.voco.es

68

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

Cimara Zircon é um novo kit completo, adequado para reparar defeitos de restaurações fixas e íntegras de cerâmica ou de restaurações com facetas de cerâmica em armações de zircónio, obtendo resultados estéticos de primeira qualidade. Voco responde assim à crescente frequência de aplicação deste último tipo de restaurações. Cimara Zircon utiliza-se para reparar restaurações na boca do paciente de maneira rápida e económica, o que permite suprimir operações dispendiosas, como a retirada de restaurações, as recolhas de impressão e as próteses provisionais. O kit completo inclui todas as componentes necessárias para conseguir uma reparação estável e perfeitamente estética de restaurações de cerâmica. A reparação com Cimara Zircon assegura uma união permanente entre a cerâmica e o compósite, bem como uns valores de cizalamento notavelmente altos. Em suma, Cimara Zircon é o complemento idóneo para Cimara, o sistema de reparação de eficácia provada para restaurações metalo-cerâmicas.


Pag.Empres Julho11.qxp

29/6/11

11:42

Página 69

Página empresarial Coimbra acolheu simpósio sobre reabilitação oral No passado dia 14 de Maio decorreu, num hotel de Coimbra, o Simpósio sobre Reabilitação Oral, promovido pela Box4 e com a colaboração da Malo Clinic. Neste contexto, o tema “Novos paradigmas em reabilitação oral: perspetiva clínica e empresarial” teve como intervenientes Paulo Malo, Armando Lopes, Carlos Moura Guedes e Sérgio Franco. O programa com base no case study da Malo Clinic incidiu sobre a vertente científica e clínica da reabilitação de pacientes com implantes dentários, assim como a perspetiva empresarial de uma clínica de medicina dentária. Decorreram em paralelo workshops para assistentes dentários, técnicos de prótese dentária e higienistas orais. Uma área de exposição comercial de 500 m2, onde se realizou o recrutamento de médicos dentistas e outros técnicos do sector para a Malo Clinic e também o sorteio de dois dias de residência clínica na Malo Clinic Education. www.maloclinics.com

Sinusmax marcou presença na edição lisboeta do salão Expodentis A Sinusmax esteve presente na terceira edição do salão Expodentis, que se celebrou no passado mês de Maio na Cordoaria Nacional, onde teve oportunidade de mostrar o leque alargado dos seus produtos, com máxima visibilidade. No amplo espaço da Sinusmax, os visitantes foram convidados a tomar um café à volta da implantologia e das soluções que a empresa propõe. Kettenbach, IDI System e Quicksleeper – Dental Hi Tec foram as marcas em destaque, com propostas de oportunidades de feira. O evento, realizado pela primeira vez em Lisboa, constituiu ainda uma oportunidade de saber o que há de novo e medir o pulso ao sector de produtos e serviços de medicina dentária e avaliar a contribuição da Sinusmax, reconhecida pelos clientes e participantes que visitaram o certame. O evento foi uma nova oportunidade para medir o pulso ao sector de produtos e serviços dentários.

www.sinusmax.com

Reunião SEPA-Straumann em Madrid O colégio oficial de médicos dentistas de Madrid acolheu, nos primeiros dias do corrente mês, a segunda edição da Reunião SEPA-Straumann, subordinada à temática “Novos desafios da periodontologia moderna: do dente ao implante”. Este evento reuniu vários dos mais prestigiados peritos dentro do campo da periodontologia, como é caso de Juan Blanco, António Castilla, João Paulo Tondela, Michael McGuire, Bjarni Pjetursson e Ion Zabalegui. Ao abrigo de um completo programa científico, foram abordados os temas mais interessantes em periodontologia e implantologia moderna, desde a cirurgia plástica periodontal às chaves do êxito e complicações em elevações de seio maxilar, passando pelo manuseamento de tecidos duros e moles em implantologia estética. info.pt@straumann.com

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

69


Pag.Empres Julho11.qxp

29/6/11

11:42

Página 70

Página empresarial Neodent patrocinou congresso europeu A Neodent patrocinou o quinto congresso da European Association of Dental Implantologists (BDIZ EDI), que teve lugar no passado dia 11 de Junho, em Lisboa. O evento contou com mais de uma centena de congressistas e um painel de oradores de renome. A equipa de comerciais Neodent ofereceu assistência permanente na exposição que decorreu em paralelo. Muitos foram os congressistas que visitaram o stand da empresa durante o evento. www.neodent.com.br

Stand da Neodent no 5º congresso BDIZ EDI.

Bien Air sorteou turbina no fórum de Barcelona A Bien Air anunciou, no pasado dia 20 de Abril, o feliz vencedor do sorteio de uma turbina Bora Blackline realizado durante a última edição do Fórum Dentário Mediterrâneo (FDM), em Barcelona. O prémio foi atribuido a uma clínica de Palma de Maiorca (Espanha). Jorge Bueno, em representação da Bien Air, deslocou-se a esta localidade para proceder à entrega da turbina, avaliada em 1.375 euros. A empresa agradece o interesse mostrado por todos aqueles que visitaram o seu stand no fórum dentário de Barcelona, para conhecerem os novos produtos e participarem no sorteio. www.bienair.com

70

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

Jorge Bueno (à direita) procede à entrega do prémio ao representante da clínica vencedora.


Pag.Empres Julho11.qxp

29/6/11

11:42

Página 71

Página empresarial Neodent reuniu mais de 2.500 profissionais no congresso de Curitiba A Neodent promoveu, nos últimos dias 16, 17 e 18 de Junho, o seu segundo congresso internacional, que teve lugar no Brasil, na cidade de Curitiba. O evento contou com a participação de vários congressistas brasileiros e internacionais de grande prestígio. As inovações tecnológicas da implantodontia foram o tema da palestra de abertura do congresso, ministrada pelo presidente do Grupo Neodent, Geninho Thomé. O encontro mostrou as novas técnicas que estão a revolucionar a medicina dentária, como os implantes zigomáticos e Cone Morse. Mais de 2.500 médicos dentistas de todo o mundo percorreram os corredores do Expo Unimed Curitiba e participaram das mais de 50 actividades do congresso. O stand da Neodent foi o mais visitado e registou mesmo enchentes durante praticamente todo o certame. Além dos negócios fechados na feira, a expectativa é que o pós-evento também garanta boas parcerias. Os participantes foram ainda agraciados com o sorteio de diversos prémios. O presidente do Grupo Neodent, Geninho Thomé, durante a palestra de abertura do congresso.

www.neodent.com.br

Bien Air lança promoção em turbinas de alta gama Bien Air decidiu facilitar a aquisição de uma turbina de alta gama com compatibilidade para enlace Kavo. Ao abrigo da nova promoção da marca suíça, que se prolonga até final do próximo mês de Outubro, os profissionais do sector dentário podem adquirir a turbina por um preço mais reduzido, através dos distribuidores da Bien Air. A turbina Bora LK é compatível com o enlace Multiflex Kavo e distingue-se pelos seus rolamentos cerâmicos, os 320.000 rpm, o duplo condutor de fibra de vidro Dualook, o spray triplo, etc. As turbinas da Bien Air destacam-se pela sua qualidad e fiabilidade e vão-se actualizando à medida que surgem novas tecnologias. www.bienair.com

Workshops para estudantes universitários A convite da Sinusmax, a marca alemã Kettenbach, fabricante de materiais de impressão e elastómeros, realizou, no início de Maio, workshops nas faculdades de Medicina Dentária de Coimbra e Lisboa. A inovação, importância e cada vez maior especificidade dos materiais de impressão merecem uma atenção acrescida e procura de mais informação por parte dos clínicos, a que esta iniciativa procurou responder. Em evidência esteve o Vinylsiloxanether, o novo material de moldagem elastómero que oferece fluidez e hidrofilia e cujas propriedades altamente elásticas asseguram a recuperação precisa das dimensões iniciais e uma fácil remoção. É particularmente adequado para a toma de impressões em implantologia. www.sinusmax.com

Congresso internacional da Euroteknika registou elevada participação ibérica A Euroteknika celebrou, no início de Maio (dias 5 e 6), o seu quinto congresso internacional. O evento, realizado na sede da empresa em França (Sallanches), reuniu cerca de 160 participantes de 12 países. O congresso teve a presença de uma ampla delegação ibérica, composta por 30 profissionais. Os assuntos mais importantes tratados no encontro foram o All-in-One, as produções protéticas assistidas por computador, elevações de seio, a extracção e implantação imediata, e a cirurgia guiada. www.euroteknika.es

Membros da delegação ibérica pousam à entrada da sede da empresa.

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

71


publiVocoen 3 pág.qxp

29/6/11

15:00

Página 2

UM A NOVA CONCEPÇÃO N A ESTRATIFICAÇÃO COM RESINAS COMPOSTAS N Nos dentes naturais o elemento responsável pela cor é a dentina. O esmalte actua como um filtro modulador na cor da dentina, normalmente aumentando o valor final do dente. Neste caso, nos dentes naturais, a cor vem de dentro para fora. Já nas restaurações com resiFigura 1: Elementos 11 e 21 fracturados.

Figuras 2A e 2B: Simulação intrabucal (mock-up) realizada sem condicionamento ácido, estabelecendo um determinado comprimento e forma para os dentes para a avaliação estética e fonética.

Autor:

Dr. Sanzio Marques O Dr. Sanzio Marques é Mestre em Dentística Restauradora pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil, e Especialista em Prótese Dental pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Brasil. É autor do livro “Estética com resinas compostas em dentes anteriores: percepção, arte e naturalidade” e coordenador do curso de excelência em Odontologia Estética e do curso Dominando a Arte com Resinas Compostas do Instituto de Estudos Odontológicos (IEO) de Belo Horizonte, Brasil.

nas compostas os clínicos estão normalmente habituados a realizar restaurações com massas de resinas compostas de esmalte que possuem cor. E é este esmalte de cor que irá determinar a cor principal do dente, de maneira inversa ao dente natural, de fora para dentro. O conceito tradicional de estratificação de restaurações com resinas segue esta filosofia. Podemos classificar as massas de esmaltes de resinas compostas em: esmaltes de cor ou matizados, esmaltes moduladores e esmaltes incisais translúcidos. Os esmaltes matizados ou de cor são utilizados na última camada para determinação da cor final da restauração. Esmaltes moduladores seriam utilizados sobre os esmaltes de cor para um aumento da profundidade e translucidez final da restauração sem, contudo, alterar a cor, ou para uma estratificação alternativa buscando a cor de dentro para fora como ocorre nos dentes naturais. Neste segundo caso, a utilização de resinas de dentina mais saturadas é viável, sendo posteriormente estas modificadas com uma camada superficial de esmalte modulador, o que irá aumentar o valor final da restauração, como ocorre na dentição natural.

Figuras 3A e 3B: Molde do mock-up com silicone pesado e confecção de um guia restaurador.

Figuras 4A e 4B: O sistema Amaris (VOCO), escolhido para a execução das restaurações.

Figura 6: Observe as dimensões dos biséis após a colocação do isolamento absoluto.

PUBLIREPORTAGEM

Há de se chamar atenção para a utilização de finas camadas deste esmalte modulador em ambas as situações. E por fim, os esmaltes incisais translúcidos são utilizados para reprodução do bordo incisal opalescente, principalmente em dentes jovens. A seguir é apresentado um caso clínico, com restaurações do tipo Classe IV nos incisivos 11 e 21, realizado com o sistema restaurador Amaris (VOCO). Este sistema apresenta o conceito de esmaltes moduladores. São cinco dentinas de diferentes saturações e três esmaltes translúcidos modificadores. Apesar do novo conceito, o sistema é de simples utilização e previsibilidade. Os esmaltes TN, TL ou TD têm a função de manter, clarear sutilmente ou escurecer a cor da dentina selecionada, respectivamente nesta ordem. A técnica mais simplificada é escolher a tonalidade da resina de dentina pela que mais se aproxima da cor final do dente e manter esta cor utilizando o esmalte modulador neutro TN. Esta fina camada de esmalte sobre a dentina irá dar mais profundidade e “vida” à restauração. Outra possibilidade é escolher uma dentina em um tom um pouco mais escuro do que o dente e clareá-la com um esmalte TL. Desta forma este autor acredita que imitamos melhor o que a natureza apresenta na sua transição entre esmalte e dentina. Compõe ainda o sistema Amaris (VOCO) duas resinas de efeito com uma consistência do tipo flow: HO altamente opaca para mascarar colorações indesejáveis e cria efeitos ou caracterizações, e HT altamente translúcida e opalescente.

Figura 5: Preparação do bisel com uma ponta diamantada 4138 (KG Sorensen).

Figuras 7A, 7B e 7C: Condicionamento ácido total, aplicação do sistema adesivo de dois passos Solobond M (VOCO) e fotoactivação de 15 segundos em cada dente.

F


publiVocoen 3 pág.qxp

29/6/11

Figura 8: Colocação de um incremento de esmalte Amaris TN no guia de silicone.

15:01

Página 3

Figura 9: Assentamento do molde de silicone carregado com Amaris TN e fotoactivação deste incremento, reproduzindo o esmalte palato-incisal.

Figuras 12A e 12B: Aplicação de Amaris Flow HT ao redor dos mamelões na região incisal, para a reprodução de um halo translúcido opalescente.

Figura 14: Subtil pincelamento do pigmento amarelo Kolor + Plus (Kerr) sobre os mamelões, com a finalidade de simular um efeito de contra-opalescência.

Figura 10: Aplicação de uma massa de dentina Amaris 01, com delimitação dos mamelões incisais. Este incremento deve ultrapassar a linha de fractura para a mascarar, indo aproximadamente até metade do bisel.

Figura 11: Aplicação estratégica de Amaris Flow HO sobre as pontas dos mamelões dentinários, para uma maior evidenciação.

Figuras 13A e 13B: Escultura das cristas proximais com massa de esmalte Amaris TL.

Figuras 15A, 15B e 15C: Camada final de esmalte dos dentes a ser esculpida com espátula e alisada com um pincel Artiste Line (Hot Spot Design).

Figura 16: Aplicação de um gel hidrossolúvel para bloquear o Figura 17: Remoção de excessos com uma ponta diamantada oxigénio, e fotoactivação final das restaurações por 60 segundos 2134 (KG Sorensen) num contra-ângulo multiplicador T2 Revo (Sirona). por vestibular e 60 segundos por palatino.

Figuras 18A, 18B e 18C: Determinação da forma básica dos dentes, da área plana e das inclinações vestibulares com disco abrasivo Sof-Lex Pop On (3M Espe).

Figura 19: Início do polimento superficial com borracha abrasiva Astropol (Ivoclar Vivadent).

Figuras 20A, 20B e 20C: Preparação da textura vertical (depressões entre lóbulos) com pontas diamantadas 2134 e 1015 (KG Sorensen) em contra-ângulo multiplicador T2 Revo (Sirona).

Figura 21: Suavização das depressões verticais com disco Sof-Lex Pop On (3M Espe).

PUBLIREPORTAGEM


publiVocoen 3 pág.qxp

29/6/11

15:01

Página 4

Resumo Dois requisitos são fundamentais para o sucesso clínico e estético das restaurações com resinas compostas: conhecer as propriedades ópticas dos dentes naturais e o sistema restaurador adoptado. O domínio destes dois factores possibilita ao clínico reconhecer quais massas de resinas compostas, e em que espessura, são

capazes de imitar com naturalidade as características do elemento a ser restaurado. O desafio restaurador não se limita a uma mimetização da cor, mas também abrange o equilíbrio nos níveis de translucidez e opacidade. O objetivo deste relato é apresentar, passo a passo, a reconstrução directa de dois incisivos centrais

superiores fracturados, com o sistema Amaris (VOCO), enfatizando o conceito de estratificação da resina composta, bem como a etapa de acabamento e polimento, com vista a proporcionar naturalidade às restaurações. P a l a v r a s - c h a v e : Resina composta. Estratificação. Ajuste estético.

Figuras 22A, 22B, 22C e 22D: Obtenção do brilho de superfície final com borracha Astropol verde e cor-de-rosa (Ivoclar Vivadent), pasta diamantada Diamond Excel (FGM), roda de pêlo de cabra e pasta Enamelize (Cosmedent) em disco de feltro Flexi Buff (Cosmedent).

Figuras 23A e 23B: Polimento interproximal com tiras Epitex (GC) e pasta Enamelize em fitas Super-Floss (Oral-B).

Figuras 24A, 24B e 24C: Resultado estético final: naturalidade, harmonia e beleza dos dentes e do sorriso da paciente.

Figura 25: Resultado estético final.

Figuras 26A e 26B: As propriedades ópticas das resinas Amaris (VOCO) mimetizam a interacção da luz com os tecidos dentários naturais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. 2. 3. 4.

C h i n c h e G . , P i n a u t A . : Comunicação com o laboratório dental: provas e seleção de cor., in: Chinche G., Pinaut A.: Estética em próteses fixas anteriores, São Paulo 1996 (Quintessence Publishing), cap. 6, 115-142. V a n i n i L . : Light and color in anterior composite restorations, in: Pract. Periodont. Aesthet. Dent. 1996, 8 (7), 673-682. M a r q u e s S . : Seleção de cores e das resinas restauradoras, in: Marques S.: Estética com resinas compostas em dentes anteriores: percepção, arte e naturalidade, São Paulo 2005 (Editora Santos), cap. 4, 55-91. B a r a t i e r i L . N . , A r a ú j o E . M . J r . , M o n t e i r o S . J r . : Basic fundamentals and restorative protocol for the use of composite resins in anterior teeth, in: Baratieri L.N., Araújo E.M. Jr., Monteiro S. Jr.: Composite restorations in anterior teeth: fundamentals and possibilities, São Paulo 2005 (Quintessence Publishing), cap. 1, 3-82.

Endereço para correspondência:

Dr. Sanzio Marques• Rua Lavras, 605• CEP: 37902-314 - Passos/MG• Brasil • E-mail: sanzio@sorrisobelo.com.br

PUBLIREPORTAGEM


ARTIGO publicar

23/12/10

11:14

Página 1

A nossa secção de “Ciência e Prática” está à disposição dos profissionais do sector…

ENVIE JÁ O SEU ARTIGO CIENTÍFICO

MAXILLARIS

para

portugal@maxillaris.com Largo Alberto Sampaio, 3 A. 2795-007 Linda-A-Velha (Lisboa) Tel./Fax: 707 50 33 28 Regras de publicação: • Os artigos não podem ter sido editados em outra publicação. • O texto deve ser enviado em formato word (CD ou correio electrónico). • O conteúdo não deve ser publicitário (não admitimos comparações entre produtos nem trabalhos destinados a exaltar as características de marcas comerciais), ainda que possam constar nomes de produtos ou aparelhos utilizados no decorrer do trabalho. • O artigo deve estar estruturado, no mínimo, em: introdução, desenvolvimento, conclusões e bibliografia. • A bibliografia deverá ser organizada respeitando a ordem em que for apresentada no texto (quando a ela se faça referência) ou por ordem alfabética, e indicada da seguinte maneira: Silverman E, Cohen M: The Twenty minute full strip up. J Clin Orthod. 1976; 10: 764. • Fotografias em formato jpg ou tif, escaneadas a 250/300 pixéis por polegada, com dimensões mínimas de 9 cm de largura. Caso não seja possível, poderão enviar-se os originais para ser escaneados na nossa redacção. • Foto do primeiro autor (meio corpo). • Nome, apelidos e titulação de todos os autores. • Correio electrónico do autor, ao qual enviaremos a maqueta para revisão antes da publicação. N o t a : após recepção do artigo, este será enviado à nossa Comissão Científica para aprovação da publicação.


Patrimonio guimaraes.qxp

29/6/11

11:46

Página 76

Cidades património da humanidade

Centro histórico de Guimarães Símbolo da identidade nacional Guimarães, uma das mais emblemáticas cidades portuguesas, guarda um passado histórico intimamente associado ao estabelecimento da identidade nacional, na primeira metade do século XII. As suas ruas, avenidas e monumentos respiram história e encantam quem visita a “cidade-berço”, que em 2012 será Capital Europeia da Cultura.

76

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


Patrimonio guimaraes.qxp

29/6/11

11:46

Página 77

Cidades património da humanidade uimarães assume especial protagonismo na História de Portugal e considerável significado universal. Por um lado, o seu passado está intimamente associado ao estabelecimento, no século XII, da identidade nacional e da língua portuguesa. Por outro, ali foram desenvolvidas técnicas especializadas de construção de edifícios, durante a Idade Média, que foram posteriormente exportadas para as colónias portuguesas em África e na América Latina, transformando-se mesmo em características essenciais da arquitectura nesses lugares. Excepcionalmente bem preservada, a cidade reflecte a evolução de alguns edifícios particulares desde a época medieval até aos nossos dias, com particular incidência nos séculos XV e XIX. O centro histórico – classificado como Património Mundial da UNESCO desde 2001– comporta nas suas eclécticas construções parte significativa da História de Portugal. Desde as casas terreiras às de um ou dois sobrados, a par de edifícios medievais tão emblemáticos como o Paço Condal, passando pelas típicas residências nobiliárias (as denominadas casas-torre), tudo contribuiu para o carácter verdadeiramente único deste conjunto arquitectónico, evidenciado por uma intensa construção de paços urbanos a partir do século XV.

G

«

A última grande intervenção na estrutura do castelo realizou-se no século XV, com a construcão das torres que ladeiam as duas portas

»

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

77


Patrimonio guimaraes.qxp

29/6/11

11:46

Página 78

Cidades património da humanidade Ao longo do século seguinte, foram criadas outras tipologias habitacionais aristocráticas que, no seu todo, conferiram uma imagem muito própria a este centro, onde se destaca a singularidade formal e decorativa das suas fachadas, o cuidado na estrutura das suas cantarias, bem como a frequente presença de símbolos de armas. O castelo de Guimarães é um dos edifícios mais emblemáticos do país, já que no seu interior terá nascido o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.

Castelo remonta ao século X A construção do castelo remonta à época da condessa Mumadona Dias, que ordenou a sua construção no século X para defender dos ataques muçulmanos e normandos o mosteiro que fundara, para seu próprio recolhimento, quando enviuvou. Mais de um século depois, o conde D. Henrique escolhe Guimarães para instalar a sua corte e o centro administrativo do Condado Portucalense, que lhe fora doado. Nesta decisão talvez tenha pesado a segurança que oferecia o castelo de São Mamede (assim foi designado pela sua fundadora). Então com mais de cem anos de existência, o forte necessitava de reformas urgentes, e o nobre optou por demolir o que restava da construção de Mumadona, ampliando com novos e mais potentes muros a área ocupada pela fortificação do século X. A obra incluiu a abertura de duas portas (Este e Oeste). A última grande intervenção verificada na estrutura deste monumento realizou-se no reinado de D. João I (século XV), que mandou construir as torres que ladeiam as duas portas.

O castelo está intimamente relacionado com a fundação da nacionalidade portuguesa, uma vez que ali viveram os progenitores – D. Enrique e D. Teresa – de D. Afonso Henriques, que viria a consagrar-se o primeiro soberano português. O campo de São Mamede, junto ao castelo, é apontado como um dos cenários da histórica batalha que, em 24 de Junho de 1128, opôs os seguidores de D. Afonso Henriques e os da sua mãe, D. Teresa. A vitória do filho abriu o caminho para a fundação de Portugal, em 1143. As muralhas de Guimarães representam hoje vestígios das grandiosas cercas que protegiam a urbe nos reinados de D. Dinis e D. João I (séculos XIV y XV). Alguns historiadores remetem para o século X a origem do recinto amuralhado original, que ocupava uma área de três hectares. Entre os edifícios de matriz religiosa da cidade berço, destaca-se a capela de São Miguel, obra do século XII de estilo românico, onde, segundo reza a tradição, terá sido baptizado D. Afonso Henriques. O interior da capela está lajeado com sepulturas que se atribuem a guerreiros ligados à fundação da nacionalidade portuguesa. Outra referência monumental é a igreja de Nossa Senhora da Oliveira, cuja actual configuração data do século XIV. As arcadas do claustro, de excelente técnica construtiva, e a sala do capítulo do antigo mosteiro constituem o melhor conjunto românico-mudéjar em granito de Portugal. No seu interior encontra-se também o único conjunto de pinturas góticas sob um tecto existente no País. Junto a esta igreja situa-se o Largo da Oliveira, uma aprazível praça situada em pleno centro histórico, onde cidadãos Excepcionalmente bem preservada, a cidade reflecte a evolução de alguns edifícios particulares desde a época medieval até nossos días.

78

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1


Patrimonio guimaraes.qxp

29/6/11

11:46

Página 79

Cidades património da humanidade e turistas podem desfrutar de um conjunto de esplanadas, num cenário repleto de edifícios seculares. Entre estes, sobressai a antiga sede dos Paços do Concelho (actual Museu de Arte Primitiva Moderna), construção iniciada no século XIV, coroada de merlões, mas adulterada no século XVII com as sacadas do frontão clássico do piso nobre, assentes numa alpendrada de arcada gótica. No centro da praça encontra-se o Padrão do Salado, um original monumento erguido no século XIV, por ordem de D. Afonso IV, para comemorar a vitória na batalha travada a 30 de Outubro de 1340, entre cristãos e mouros, junto à ribeira do Salado, na província espanhola de Cádis. Esta batalha contou com a decisiva colaboração das tropas portuguesas enviadas por Afonso IV, a pedido do seu genro D. Alfonso XI de Castela.

senhorial da Europa Setentrional. No século XIX foi convertido em quartel e, em meados do século seguinte, após um período de abandono, foi restaurado y posteriormente transformado em museu, albergando presentemente o espólio dos séculos XVII e XVIII. As colecções que possui retratam, entre outras facetas, o contributo dos portugueses na época dos Descobrimentos e

Vestígios de Santiago Segundo reza a tradição, uma imagem da virgem Santa Maria foi levada até Guimarães pelo apóstolo Santiago e colocada num templo pagão que se situava numa praça da cidade. Trata-se da actual praça de Santiago, um recinto muito antigo que ainda conserva a sua traça medieval. Foi em torno desta praça que se instalaram os francos que acompanharam o conde D. Henrique quando tomou posse do Condado. Encontrava-se ali uma pequena capela do século XVII dedicada a Santiago que foi demolida em finais do século XIX. O Largo do Toural, hoje considerado o “coração” da cidade, era no século XVII uma praça extramuros junto à principal porta da antiga vila, onde se realizavam a feira do gado bovino y outras de diversos produtos. Uma das primeiras ruas abertas na Guimarães medieval foi a de Santa Maria, que é já referenciada por este nome em documentos do século XII, embora ao seu troço superior fosse dado o antigo nome de Rua da Infesta. Destinava-se a ser um elo de ligação entre o convento fundado pela condessa Mumadona, rodeado pela parte baixa da vila, e o castelo situado na parte alta. Ao longo do seu percurso encontramos vários testemunhos arquitectónicos do seu passado: o convento de Santa Clara, a Casa do Arco, a Casa dos Peixotos e a Casa Gótica dos Valadares, entre muitos outros que lhe dão uma identidade e características próprias. A emblemática Rua D. João I, outrora uma das mais concorridas da cidade – uma vez que era o local de saída para o Porto –, mantém ainda um aspecto vetusto que lhe é dado pelo ambiente escuro e algo sombrio, pela estreiteza da rua e pelas casas antigas com varandas de balaústres em madeira. Um dos marcos arquitectónicos mais importantes que se pode contemplar nesta histórica rua é o Padrão de D. João I, obra do século XVI, cujo magnífico cruzeiro é coberto por uma espécie de baldaquino renascença. Foi ligeiramente deslocado do local inicial onde se encontrava em finais do século XIX, devido ao intenso movimento da rua. No majestoso Paço dos Duques de Bragança, que foi mandado construir no século XV por D. Afonso (futuro duque de Bragança), pode observar-se a influência da arquitectura

«

Situado em pleno casco histórico, o edifício dos antigos Paços do Concelho, actual museu, domina uma zona recheada de referencias seculares.

A região de Guimarães também se destaca pelo seu património arqueológico, considerado um dos mais interessantes do país

»

No Largo da Oliveira, impõe-se um original padrão do século XIV, que celebra a vitória cristã sobre os mouros na batalha do Salado (em Cádis, Espanha).

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

79


Patrimonio guimaraes.qxp

29/6/11

11:46

Página 80

Cidades património da humanidade alguns dos passos das conquistas no Norte de África. No museu também estão expostas armas dos séculos XV a XIX e peças de mobiliário do período pós-descobertas. Para além da sua função museológica, este palácio foi adaptado a residência oficial do Presidente da República, aquando das suas deslocações ao Norte de Portugal. Criado em 1928 para albergar o espólio de extintas instituições religiosas locais, o Museu de Alberto Sampaio situa-se no centro histórico da cidade e está instalado em edifícios de valor histórico e artístico, concentrados à volta de um belo claustro. Ali estão expostas valiosas colecções de arte antiga, destacando-se o legado dos séculos XIV, XV y XVI, cuja peça de maior significado histórico é o loudel do rei D. João I (século XIV). Um dos traços más característicos do museu é a harmonia entre as peças e os espaços em que são apresentadas. Foi a partir de finais do século XIX, com as novas ideias urbanísticas de higiene e simetria, que Guimarães (cujo estatuto de cidade remonta a 1853, por ordem da rainha D. Maria II) sofreu a sua maior transformação. Nesta época foi autorizado e fomentado o derrube das muralhas, iniciou-se a abertura de ruas e largas avenidas, bem como a criação de parques à volta da Colina da Fundação. No entanto, quase todas estas obras foram levadas a cabo de um modo controlado, o que permitiu a conservação do magnífico centro histórico.

Estátua de D. Afonso Henriques, junto do Paço dos Duques de Bragança, edificado no século XV.

80

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

A região de Guimarães também desperta particular interesse pelo seu património arqueológico. A escassos quilómetros da cidade encontram-se as ruínas de Briteiros S. Salvador, que são prova da existência de povoados primitivos, de origem pré-romana (designados por “castros”), no noroeste de Portugal, onde é possível encontrar vestígios da cultura castreja. O espólio arqueológico destas ruínas encontra-se exposto no Museu da Sociedade Martins Sarmento. Nos arredores de Guimarães situa-se também a Citânia de Sabroso, povoado que terá sido edificado na Idade do Ferro, onde se verifica a presença de um sistema defensivo composto por uma única linha de muralhas que chegam a atingir entre três e cinco metros de altura e cerca de quatro metros e meio de espessura. Na área intramuros deste povoado foram detectados vestígios de cerca de 40 estruturas habitacionais. O próximo ano de 2012 promete vir a ser particularmente importante para a projecção internacional de Guimarães, já que a cidade foi escolhida como Capital Europeia da Cultura, num projecto acarinhado por figuras como o mais recente Prémio Nobel da Literatura, Mario Vargas Llosa. Espera-se que este estatuto, aliado a um intenso programa cultural (que irá abranger modalidades tão diversas como o cinema, pintura, teatro, arte de rua, etc.) possa dar a conhecer à Europa a emblemática “cidade-berço” portuguesa.

Classificado pela UNESCO desde 2001, o centro histórico comporta nas suas eclécticas edificações uma parte significativa da História de Portugal.


Patrimonio guimaraes.qxp

29/6/11

11:46

Página 81

FESTIVIDADES São muitas as festas populares que se realizam nesta região nortenha, principalmente na época estival. Exemplo disso constitui uma série de festividades e romarias dedicadas aos santos: S. Pedro de Caldas das Taipas, Romaria Grande de S. Torcato, S. Jorge e S. Brás (Pevidém), Cruzes de Serzedelo, e S. João (Polvoreira). As principais festas da cidade são as Gualterianas (em honra de São Gualter) que já somam cem anos de animadas celebrações. Durante o primeiro fimde-semana de Agosto, toda a população de Guimarães se mobiliza para recuperar a arte e os costumes da época medieval. Organizadas pelos estudantes universitários, as festas Nicolinas constituem outra grande atracção local, entre 29 de Novembro e 7 de Dezembro.

Informação e imagens cedidas pela Câmara Municipalde Guimarães (Zona Turismo de Guimarães).

LOCALIZAÇÃO Guimarães situa-se aproximadamente a 350 quilómetros de Lisboa e a 50 do Porto. Utilizando a actual rede de auto-estradas, a distância entre o Porto e a cidade-berço corresponde a cerca de meia hora de viagem (A7 e A3), ao passo que a duração do percurso a partir da capital rondará as três horas (A3, A7 e A1). As ligações ferroviárias estão garantidas através da linha eléctrica (Alfa e Intercidades), a partir da qual se estabelecem várias ligações directas ou não entre Guimarães e vários outros destinos. O aeroporto mais próximo de Guimarães é o de Francisco Sá Carneiro (no Porto), que se encontra a cerca de 50 quilómetros de distância.

GASTRONOMIA A arte de bem cozinhar e de bem comer está muito enraizada em Guimarães. Muitos vimaranenses incluem no seu orçamento mensal pelo menos uma refeição semanal fora de casa para desfrutar da cozinha regional. Os pratos principais revelam-se nas receitas tradicionais da cozinha da região do Minho e são semelhantes aos que se podem encontrar em outras cidades minhotas: arroz com frango de pica no chão, rojões e papo recheado, papas de sarrabulho e o clássico bacalhau assado ou recheado. Todos estes pratos são acompanhados pelo excelente vinho verde da região. A doçaria destaca-se especialmente pelos doces conventuais (como o toucinho do céu) e as tartes de Guimarães.

LAZER À parte da sua componente histórica, Guimarães dispõe de uma ampla oferta de infra-estruturas de desporto e ócio. O parque da cidade proporciona a todos os visitantes a possibilidade de praticarem desportos e actividades lúdicas em contacto directo com a natureza. No âmbito da cultura, o Centro Cultural Vila Flor – que resultou da recuperação de um palácio do século XVIII – apresenta a longo do ano todo tipo de espectáculos culturais, desde óperas a concertos musicais, passando pela dança e pelas representações teatrais. Numa cidade com grande tradição no domínio do artesanato, a feira anual dedicada a esta actividade, que se realiza em Maio, constitui uma interessante mostra de todas as criações regionais, onde participam, de resto, artesãos de todo o país.

INFORMAÇÃO TURÍSTICA Tel.: 253 518 394. E-mail: info@guimaraesturismo.com Web: www.guimaraesturismo.com

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

81


Breves Julho11.qxd

30/6/11

14:06

Página 82

Breves OFERTA IMOBILIÁRIA

MAXILLARIS

TRESPASSA-SE consultório dentário no concelho de Silves.

Visite a nossa edição on line

Tel.: 919 66 06 64

e torne-se utilizador O seu anúncio neste espaço por 30 euros

“Premium”

www.maxillaris.com.pt

82

MAXILLARIS, J u l h o 2 0 1 1

Anuncie na nossa secção de Breves a preços acessíveis Escolha o seu espaço e envie-nos por:

Preços Imobiliária e Equipamento* Oferta de emprego MEDIDA

• fax: 707 503 328 • correo: Largo Alberto Sampaio, 3A 2795-007 Linda-a-Velha • email: portugal@maxillaris.com

PREÇO

3,5 x 3,5 cm (1 mód.) 7,5 x 3,5 cm (2 mód.) 11,8 x 3,5 cm (3 mód.) 7,5 x 7 cm (4 mód.)

20 30 60 80

€ € € €

* Para compra e venda entre particulares. A redação da MAXILLARIS reserva-se o direito de adaptar o texto ao espaço do anúncio.

Dados: •

Prazo p/ próxima edição

dia 16 de Agosto (número de Setembro/Outubro)

Preço Especial PEDIDO DE EMPREGO 3,5 x 3,5 cm (1 módulo)

apenas 12 €

Nome, apelido, morada e nº contribuinte (ou sociedade e nº de pessoa colectiva). Texto do anúncio a publicar e tamanho pretendido. Copia do depósito ou transferência bancária realizada em nome de CYAN EDITORES, S.L., pelo valor da opção escolhida, para a seguinte conta corrente: Banco Popular Portugal, 0046-0033-24552400120-83


publi

27/6/11

11:35

Pรกgina 1


publi

13/6/11

09:56

Pรกgina 1


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.