MARÇO - ABRIL 2012 - Revista MAXILLARIS

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www.maxillaris.com.pt

Ciência e atualidade do setor dentário • ano VII • no 39 • março-abril 2012

Crónica de março • I CNEMD juntou estudantes e docentes das sete faculdades de Medicina Dentária

• Expodental reuniu em Madrid 284 expositores de 16 países

Especial CIOSP • Congresso de São Paulo regista recorde de público e de negócios

Ponto de vista • Miguel Meira e Cruz explica os contornos da medicina do sono e da cronobiologia no contexto dentário

NOVA SECÇÃO: Tópicos de cirurgia oral • Jaime Guimarães inicia nesta edição uma abordagem aos principais pontos desta especialidade

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MAXILLARIS Atualidade científica, profissional e industrial do setor dentário. Ano VII, nº 39, março-abril 12

Índice de anunciantes Acteon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 9

Laboratórios Inibsa . . . . . . . . . . . . 5 e 1 5

Avinent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 4

Ledosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 e 5 7

Bien-Air . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3 e 6 2

Máster Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3

BTI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 3

Neodent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 0 e 2 1

Casa Schmidt Portugal . . . . . . . . . . . . . 4 1

OMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3

Conexão Sistemas de Prótese . . . . . . . 6 9

Simesp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1

Dürr Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

SIN Sistema de Implante . . . . . . 1 6 e 1 7

Eckermann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 3

Sinusmax. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 5 e 3 9

Fedesa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

SPEMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 5

GT Medical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 5

Straumann . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2 e 5 3

Instituto Casan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1

TP Orthodontics . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 5

Encartes: Proprietário: Cyan Editores, S.L. Editores: - Marisol Martín. marisol.martin@maxillaris.com - José Antonio Moyano. moyano@maxillaris.com Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com Subdiretor: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com Redação: Sandra Ramos. redaccion@maxillaris.com

• Clínica Aparicio

Coordenador Edição Portuguesa: João de Matos Drago. portugal@maxillaris.com Publicidade Portugal: comercialportugal@maxillaris.com Chefe Divisão Multimédia: Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com Diretora comercial: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com

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• Periodicidade bimestral. • MAXILLARIS não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores.

• Proibida a sua reprodução total ou parcial em

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outras publicações sem a autorização expressa e por escrito de CYAN EDITORES, S.L.

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Sumário

Março-abril 2012

Crónica de março 6 12 14 18 22 26

I CNEMD juntou estudantes e docentes das sete faculdades de Medicina Dentária. Expodental reuniu em Madrid 284 expositores de 16 países.

Atualidade académica

João Mendes, diretor clínico da Clínica Dentária Universitária Egas Moniz, faz balanço do ensino.

Especial 30º CIOSP

Brasil à conquista do mercado dentário mundial.

Ponto de vista

Miguel Meira e Cruz: “Medicina do sono e cronobiologia: aspetos de interesse para o médico dentista”.

Tópicos de cirurgia oral

Jaime Guimarães: “Anestesia local em cirurgia oral”.

Ciência e prática

30

Francisco Brandão de Brito: “Alongamento coronário: importância da integração biológica das reabilitações fixas nos tecidos periodontais”.

46 54 58 60 66 70 72 75

Maria Rita Pimentel: “Granuloma central de células gigantes da mandíbula: a propósito de um caso clínico”.

Cadernos formativos

Domingos Brandão: “Pôntico ovóide”.

O meu sorriso

Bárbara Elias: “Os nossos dentes dizem muito sobre nós”.

Calendário de cursos

Agenda de cursos para os profissionais.

Congressos e reuniões

Calendário de congressos, simpósios, reuniões, encontros e exposições industriais nacionais e estrangeiras.

Novidades da indústria

Produtos e equipamentos.

Página empresarial

Notícias de empresas.

Cidades património da humanidade Córdova: dois milénios de História.

Breves

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Oferta e pedidos de emprego, produtos e imóveis.

Comissão Científica PORTUGAL: Jaime Guimarães (diretor científico), Ana Cristina Mano Azul, Carlos Falcão, Gil Alcoforado, José Pedro Figueiredo, Manuel Neves, Ricardo Faria e Almeida, Susana Noronha. ESPANHA: Javier García Fernández (diretor científico), Armando Badet de Mena, Blas Noguerol Rodríguez, Emilio Serena Rincón, Germán Esparza Gómez, Héctor Tafalla Pastor, Jaime Jiménez García, Jaume Janer Suñé, Luis Calatrava Larragán, Manuel Cueto Suárez, Rafael Martín-Granizo López, Juan López Palafox, Ramón Palomero Rodríguez.

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Crónica de março Cerca de 450 congressistas e 80 convidados estiveram reunidos no Fórum da Maia

I CNEMD juntou estudantes e docentes das sete faculdades de Medicina Dentária

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primeira edição do Congresso Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (CNEMD) atraiu ao Fórum da Maia, nos dias 24 e 25 do passado mês de fevereiro, cerca de 450 congressistas e 80 convidados, em representação das sete faculdades nacionais que formam médicos dentistas. O saldo final do encontro “ultrapassou claramente as nossas expetativas”, constata Ricardo Mendes, presidente da Comissão Organizadora do evento. Tratando-se do primeiro evento do género, “estávamos a contar com 200 a 300 inscrições, mas acabámos por registar mais de 400, fora as largas dezenas de convidados que se deslocaram das várias faculdades. Estivemos, portanto, bem representados a nível de docentes e de estudantes de todo o país”, acentua este finalista do curso de Medicina Dentária, que considera, por outro lado, “uma grande honra para nós, como futuros membros da comunidade dos médicos dentistas, poder contar

A partir da esquerda, os membros da organização do CNEMD e da direção da PADS: Pedro Sousa, presidente do Conselho Fiscal; Ricardo Mendes, presidente da Comissão Organizadora; Joana Costa, secretária da Assembleia Geral; Sara Pinto, vice-presidente da direção; Ana Sofia Fernandes, vice-presidente da Assembleia Geral, Lino Vinhas, presidente da PADS; Rui Soares Sampaio, tesoureiro, e Nuno Ferreira, secretário do Conselho Fiscal.

com o atual bastonário e presidente da Federação Dentária Internacional (FDI) como presidente da Comissão Científica deste primeiro congresso”. Ricardo Mendes agradece ainda o “importante apoio das empresas” (cerca de uma dezena) que aderiram, nos diferentes graus de patrocínio, à exposiçao comercial que decorreu em paralelo. Em matéria de programaçao científica, o I CNEMD ficou marcado pelas intervenções de docentes de todas as faculdades (Lisboa, Porto, Coimbra e Viseu) sobre as mais atuais temáticas da Medicina Dentária. “Neste primeiro congresso, optamos por oferecer uma formaçao científica mais generalista, transversal a todas as áreas, procurando centrar as apresentações em casos clínicos, de modo a que os alunos possam ter um contacto mais prático com a profissão”, esclarece Linho Vinhas, presidente da Associação Portuguesa de Estudantes de Medicina Dentária (PADS). O programa envolveu ainda um concurso de pósteres científicos (num total de 12), patrocinado pela MAXILLARIS. Daniel Silva e Liliana Rocha venceram o concurso com um trabalho de campo, dedicado à prevalência de pigmento extrínseco negro na cavidade oral de 249 crianças, que será publicado num dos próximos números desta revista (em formato de artigo), ao abrigo de um protocolo com a PADS que irá manter-se nas próximas edições do CNEMD.

Miguel Albuquerque Matos, membro da Comissão Científica do CNEMD (à direita), entregou a Daniel Silva o prémio ao melhor póster científico, patrocinado pela MAXILLARIS.

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Crónica de março No balanço final deste primeiro CNEMD, a organizaçao deixa uma mensagem de união. “Os alunos do curso de Medicina Dentária têm capacidade, sonham fazer mais e melhor, e este congresso veio comprovar que estão empenhados nesse sentido”, afirma Ricardo Mendes. Por seu lado, Lino Vinhas retira outra ilação do congresso. “Esperamos que sirva para afastar eventuais conflitos entre entidades privadas e públicas e para acabar com as distinções entre o norte, o centro e o sul do país. Somos todos estudantes de Medicina Dentária”. A segunda edição do congresso nacional está já confirmada para 2013. Tudo indica que terá lugar de novo em fevereiro, desta vez, em Lisboa.

Ricardo Mendes, presidente da Comissão Organizadora, durante a sessão solene.

Bastonário solidário com estudantes A primeira edição do CNEMD foi apadrinhada pelo bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, que aceitou, desde a primeira hora, o convite dos estudantes para presidir à Comissão Científica do congresso. “Tenho muito gosto em estar aqui para ajudar um pouco a dar alento a estes jovens, para que ninguém baixe os braços”, esclareceu à MAXILLARIS Orlando Monteiro da Silva, momentos antes de presidir à sessão solene do congresso. Numa altura de grave crise económica nacional, em que boa parte dos jovens mais qualificados são obrigados a sair do país para terem uma oportunidade de colocação profissional, o bastonário dirigiu aos estudantes de Medicina Dentária uma mensagem de otimismo: “Atrás de uma crise vem sempre uma recuperaçao, e é necessário aproveitar este tempo para investirmos na formação contínua, na nossa capacidade em termos profissionais”. Outro conselho importante que deixou aos futuros colegas de profissão foi o apelo no sentido “de se agruparem, de procurarem trabalhar conjuntamente com outros colegas, porque isso é muito vantajoso e tem economias de escala a vários níveis”. Monteiro da Silva recordou, por outro lado, que os médicos dentistas portugueses movem-se num espaço europeu de reconhecimento automático do exercício da profissão, da formação académica e do título profissional. “Isto é uma vantagem enorme no espaço comunitário europeu”. Instado a pronunciar-se sobre Angola, Moçambique e outros países da Lusofonia como possíveis alternativas aos novos licenciados do setor dentário, o bastonário admite que esses países poderão vir a ser uma oportunidade “se houver uma articulação política - e nós temos vindo a exercer pressão nesse sentido, nomeadamente junto do Governo e da Presidência da República - e forem criadas condições para que isso possa vir a ser uma realidade”. Na sua opinião, a medicina portuguesa é, de resto, muito bem vista nesses países, que estão “completamente carentes em termos de recursos humanos”. A Medicina Dentária portuguesa pode, efetivamente, “ajudar não só na ida de profissionais para esses países, mas no investimento de faculdades portuguesas na formação contínua e de recursos humanos desses países em Portugal, para depois voltarem aos países de origem e poderem exercer a profissão”, defendeu à MAXILLARIS Monteiro da Silva, para quem “este é o caminho mais consistente”. Numa mensagem final de estímulo dirigida aos participantes do primeiro CNEMD, o presidente da Comissão Científica do congresso lembrou que no mundo inteiro - e Portugal não foge à regra - nove em cada dez pessoas sofrem de duas grandes doenças da cavidade oral: a cárie dentária e a doença periodontal. “Estes dados, só por si, ajudam a dar ânimo e a mostrar que há imenso para fazer em todo o mundo na área da Medicina Dentária”, concluiu o atual presidente da Orlando Monteiro da Silva foi ao congresso motivar Federaçao Dentária Internacional. os estudantes. MAXILLARIS, m a r ç o 2 0 1 2

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Crónica de março OMD e FDI dedicam sessão internacional ao cancro oral

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Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), em parceria com a Federação Dentária Internacional (FDI), organiza já no próximo dia 10 deste mês, em Lisboa, uma conferência subordinada ao tema “Cancro oral e saúde oral em Portugal”. A sessão é oferecida aos médicos dentistas portugueses no âmbito do centro de formação contínua da OMD, tendo a FDI disponibilizado nomes de referência mundial destas áreas. O cancro oral é um grave problema de saúde pública em todo o mundo. Os médicos dentistas têm um papel primordial na educação, prevenção, deteção, tratamento e reabilitação do cancro oral. Esta temática será abordada na primeira parte da conferência. Na segunda parte, serão explorados outros dois temas: prevenção de cáries e implantes dentários e o voluntariado na medicina dentária. Os protagonistas da primeira parte da conferência são Juan Carlos Llodra Calvo, professor da Universidade de Granada (Espanha), que explicará os contornos do cancro oral, e Gerhard Seeberger, da Universidade de Würzburg (Alemanha), que abordará o tema “O papel da profissão na deteção do canOrlando Monteiro da Silva cro”. A segunda parte será preenchida com as intervenções de Elmar Reich, da Universidade de preside à sessão Tübingen (Alemanha), que dedicará a sua exposição à temática “Periimplantite: prevenção e tratamende encerramento. to”, e Sally Hewett, da Universidade de Washington (Estados Unidos), cuja comunicação será dedicada aos recursos do voluntariado na área da Medicina Dentária. O programa prevê ainda a intervenção do diretor geral da Saúde, Francisco George, e a colaboração de Pedro Ferreira Trancoso, Ricardo Faria e Almeida e José Frias Bulhosa, na qualidade de moderadores. A sessão de encerramento contará com a presença do bastonário da OMD e atual presidente da FDI, Orlando Monteiro da Silva. As conferências serão ministradas em inglês e em espanhol, não havendo tradução simultânea.

Cerca de 1.300 profissionais aderem ao Mês da Saúde Oral

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Colgate e a Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) promovem este mês a 13ª edição do Mês da Saúde Oral, que conta com a participação de cerca de 1.300 profissionais do setor dentário. Trata-se de uma campanha que decorre anualmente, em todo o país, com o objetivo de sensibilizar a população para a saúde oral, promover corretos hábitos de higiene oral e melhorar o conhecimento sobre o estado dos portugueses neste domínio. Durante o Mês da Saúde Oral, os profissionais que aderiram à campanha realizarão rastreios gratuitos à população, sem tratamento ou radiografia, e prestarão aconselhamento personalizado sobre higiene oral. Todos

os participantes receberão material para utilização durante os rastreios, nomeadamente kits de observação descartáveis, fichas de registo dos dados recolhidos no rastreio, folhetos educativos para os pacientes e amostras de produtos Colgate. Jaime Portugal, presidente da SPEMD, encara esta nova edição do Mês da Saúde Oral como a “continuação de um trabalho que tem vindo a ser fundamental”, em matéria de sensibilização e prevenção neste campo, a nível nacional, sublinhando que esta iniciativa “oferece uma boa oportunidade às pessoas, especialmente às mais carenciadas, de terem acesso a um médico dentista e ao tratamento dentário”. O presidente da SPEMD adianta à MAXILLARIS que “em breve serão divulgados os resultados” da edição de 2011.

Mundo a Sorrir organiza jantares solidários

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evereiro foi um mês de solidariedade para a Mundo a Sorrir, que organizou duas iniciativas com o intuito de recolher fundos para continuar a desenvolver os seus projetos. A primeira realizou-se em Lisboa, no passado dia 4. Tratou-se de um jantar de angariação de fundos para dar continuidade ao projeto que esta organização tem em curso na Guiné-Bissau desde 2005. O evento “Sorrir para a Guiné-Bissau” contou com 110 convidados que se juntaram à causa, contribuindo para que 400 crianças possam usufruir de tratamentos dentários naquele país africano de expressão portuguesa. Jantar de Santa Apolónia O segundo evento decorreu num hotel do Porto, no dia 8, em jeito de homenagem à padroeira reuniu 40 convidados dos médicos dentistas. Com a presença do padre Almiro Mendes e de cerca de 40 convidados, o jantar num hotel do Porto. de Santa Apolónia foi dominado pelo debate sobre “A dimensão do voluntariado (a propósito de uma expedição à Guiné-Bissau)”. Através da apresentação de um vídeo sobre a sua experiência pessoal na Guiné-Bissau, o padre Almiro Mendes cativou o público e conseguiu retratar a importância do voluntariado.

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Crónica de março Universidade Fernando Pessoa dedica jornada a ciências biomédicas e dentárias

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o passado dia 11 de janeiro, o auditório principal da Universidade Fernando Pessoa recebeu 300 participantes no IV Encontro de Ciências Biomédicas e Dentárias, um evento científico anual que teve a sua origem na Unidade Curricular de “Anatomia e Histologia Oral” do Mestrado Integrado em Medicina Dentária. A grande adesão do público, que preferencialmente contempla alunos e profissionais de Saúde Oral, tem sido um denominador comum nas diferentes edições organizadas pelo Núcleo de Investigação em Qualidade de Vida, Ambiente & Saúde (NISA), com o envolvimento dos docentes Álvaro Campelo, Augusta Silveira, Inês Guimarães e Teresa Sequeira. A edição deste ano conseguiu reunir, mais uma vez, um excelente painel de oradores nacionais e contemplou no seu programa temáticas contemporâneas e pertinentes. O Painel I, subordinado ao tema “Biomateriais e medicina regenerativa”, contou com os palestrantes João Mano e Júlio Souza, ao passo que o segundo painel, dedicado ao “Diagnóstico e tratamento de desordens temporomandibulares”, teve como protagonistas Adriano Figueiredo e Cláudia Barbosa. No Painel III, sobre “Qualidade em saúde - medicina dentária em foco”, participaram Paulo Melo e Patrícia Manart, enquanto o quarto e último painel, sob a temática “Cirurgia oral: formação e qualidade”, foi orientado por Abel Salgado e Ricardo Faria e Almeida.

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A partir da esquerda, os oradores e membros da organização da jornada Abel Salgado, Teresa Sequeira, Ricardo Faria e Almeida, Sandra Gadinha, Augusta Silveira, Maria Inês Guimarães e Paulo Melo.

Departamento europeu de patentes atribui prémio de investigação a Brånemark

Departamento de Patentes da União Europeia entregou recentemente o prémio 2011 de investigação a Per-Ingvar Brånemark pelo trabalho realizado ao longo da sua carreira. Este bioengenheiro sueco será sempre recordado por ter descoberto, há 50 anos, o processo de osseointegração. A implantologia atual surgiu quando Brånemark provou no seu laboratório um material novo (titânio), procedente da Rússia, com a intenção de fixar uma pequena câmara ótica no fémur dos coelhos que utilizava para realizar as suas provas. Passado algum tempo, ao rever os resultados, verificou que o aparelho não podia ser retirado por estar fusionado com o osso.

Per-Ingvar Brånemark.

Dois dentes de leite são os fósseis de Homo sapiens mais antigos da Europa

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ma equipa internacional datou dois dentes encontrados numa gruta pré-histórica no sul de Itália e constatou que se trata dos fósseis de Homo sapiens mais antigos da Europa. A antiguidade dos restos, descobertos em 1964 na Grotta do Cavallo, sugere que os humanos modernos chegaram à Europa vários milhares de anos antes do que se

Peça dentária pré-histórica encontrada em Itália.

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pensava. Estes resultados aparecem publicados na revista Nature. “Até agora, os restos de Homo sapiens mais antigos no continente estavam datados de uns 35.000 ou 40.000 anos. Este novo trabalho fixa em 43.000 ou 45.000 mil anos a idade dos dentes da gruta italiana. Além disso, demonstra que as duas peças dentárias pertencem a humanos anatomicamente modernos e não à espécie Homo neanderthalensis, como se julgava desde a década de sessenta”, assegura um dos autores do estudo, o antropologista Michael Coquerelle, que trabalha no Museu Nacional de Ciências Naturais de Espanha.


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Crónica de março Expodental reuniu em Madrid 284 expositores de 16 países

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capital espanhola acolheu, entre os días 23 e 25 do pasado mês de fevereiro, mais uma edição do maior certame ibérico da indústria dentária, que contou com a participação de 284 expositores de 16 nacionalidades. Durante três dias, o Salão Internacional de Equipamentos, Produtos e Serviços Dentários (Expodental) deu a conhecer as últimas inovações do setor numa área de 16.500 m2, distribuida pelos pavilhões 7 e 9 do recinto de feiras de Madrid (IFEMA), que representa um crescimento de 15% relativamente ao espaço ocupado durante a anterior edição, realizada em 2010. A participação internacional representou 22% do total dos expositores na feira, destacando-se as empresas oriundas de Itália, Alemanha e França. Também estiveram representadas na Expodental, embora com uma presença mais discreta, algumas empresas portuguesas e brasileiras. Estes dados confirmam a importância do certame organizado pela IFEMA, O maior salão ibérico do setor dentário deu a conhecer em parceria com a Federação Espanhola de Empresas de Tecnologia Sanitária as últimas inovações da indústria. (FENIN), para um setor que, em Espanha, integra mais de 300 empresas, emprega cerca de 3.000 pessoas e fatura perto de 500 milhões de euros. A Expodental 2012 foi também uma oportunidade para centenas de profissionais portugueses (que se deslocaram a Madrid) de conhecer as novidades da indústria e os últimos avanços em tendências e produtos de vanguarda. Muitas das inovadoras propostas dos expositores foram apresentadas no Speaker’s Corner, um espaço que a organização do certame estreou este ano com o fim de dar maior destaque às novidades. As empresas tiveram assim oportunidade de explicar ao público, num palco reservado para o efeito, os avanços que se efetuaram en I+D+i, além de apresentar os seus últimos produtos e serviços. Entre as novidades presentes na feira, foi possível ver os sistemas de diagnóstico por 3D com mínimas doses de radiação ou os progressos nos sistemas digitais, as soluções mais estéticas em ortodontia, os equipamentos de branqueamento mais vanguardistas e os últimos desenhos de implantes. Por outro lado, os visitantes tiveram oportunidade de conhecer equipamentos dentários com integração das últimas tecnologias, as últimas inovações em aplicações informáticas para CAD, scanners extraorais de alta precisão e equipamento para CAM. Outra das novidades da edição 2012 foi o Dia do Estudante, que se lançou em colaboração com diversas faculdades de Medicina Dentária espanholas. Desta forma, durante o primeiro dia da feira, os alunos tiveram acesso gratuito, facilidades nas deslocações e atenção específica por parte das empresas para os que, na próxima Expodental, já serão profissionais no ativo.

MAXILLARIS distribuiu milhares de exemplares

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MAXILLARIS voltou a marcar presença no certame da indústria dentária do país vizinho. Durante os três dias que durou o evento, foram distribuidos gratuitamente, no stand desta revista, mais de 2.000 exemplares da última edição espanhola (número especial dedicado à Expodental) e algumas centenas de cópias da revista portuguesa, para além de 500 exemplares do anuário espanhol de implantes dentários (2011). Os milhares de visitantes da feira tiveram ainda oportunidade de beneficiar de uma promoção especial para a aquisição da nossa biblioteca multimédia, composta por três DVD de perioStand da MAXILLARIS na Expodental. dontia, implantologia e cirurgia oral.

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Atualidade Academica marzo PT.qxp

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Atualidade académica J o ã o M e n d e s, diretor clínico da Clínica Dentária Universitária Egas Moniz

“Apostamos numa formação sólida e consciente” A MAXILLARIS inicia nesta edição um ciclo de curtas entrevistas que visam fazer o ponto da situação, em matéria de ensino e investigação, nas diferentes faculdades e departamentos de Medicina Dentária do país. Para a estreia desta secção convidamos um representante do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz (ISCSEM).

M AXILLARIS. Qual é a presente estratégia do ISCSEM relativamente ao ensino da Medicina Dentária? J o ã o M e n d e s. A estratégia do Instituto baseia-se numa formação sólida e consciente do médico dentista, a qual tem sido a chave do nosso sucesso. Na nossa formação, realçamos a forte componente prática e clínica do Mestrado Integrado em Medicina Dentária. Contudo, também nos preocupamos com a promoção e participação em ações de saúde oral em todo o país, visando fazer chegar a todos o nosso nome e os nossos conhecimentos. Outro pilar da nossa estratégia passa por uma forte aposta na investigação na Medicina Dentária. M Em que medida a crise económica tem vindo a afetar

a educação universitária da especialidade? J o ã o M e n d e s. A crise não afetou a qualidade do ensino, nem o investimento em equipamentos, materiais e investigação científica.

M Que soluções poderão contornar o problema?

J o ã o M e n d e s. Temos procedido a ajustamentos de custos e melhorias na eficiência.

M Qual é o ponto da situação do ISCSEM em termos de qualidade e variedade de ensino no domínio da Medicina Dentária? J o ã o M e n d e s. É um ensino de elevada qualidade, levado a cabo por docentes com graus de habilitação diferenciados, complementado com cursos de forma-

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ção contínua em diversas áreas, seminários, elaboração e apresentação de casos clínicos, desde o diagnóstico ao plano de tratamento e respetivo tratamento, culminando com a apresentação de uma tese. Para além disso, a aposta no ensino pós graduado sempre foi uma constante da nossa instituição. Acreditamos que a diferenciação é sempre uma mais-valia para o médico dentista quer a nível pessoal quer a nível laboral. Por isso, procuramos proporcionar pós graduações que venham ao encontro das suas expetativas e das suas necessidades.

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A aposta no ensino pós graduado sempre foi uma constante da nossa instituição. Acreditamos que a diferenciação é sempre uma mais-valia

M Que projetos ou parcerias na área da investigação dentária mais se destacam no corrente ano letivo? J o ã o M e n d e s. No ISCSEM criou-se um Centro Multidisciplinar que tem por objetivo a elaboração de programas de doutoramento, criação e aperfeiçoamento de pós graduações, sempre ponderadas de forma consciente e com qualidade. Também estão em curso a criação de parcerias com universidades estrangeiras e com empresas que nos procuram como parceiros no desenvolvimento dos seus produtos e materiais.


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Marca brasileira renova imagem corporativa e lança nova linha de produtos

SIN reforça aposta na internacionalização A SIN Sistema de Implante está a atravessar uma fase de reforço da sua internacionalização, com os olhos postos na Península Ibérica e em alguns países da América Latina. A renovada imagem corporativa, bem como o recente investimento em novos produtos e embalagens, visa transmitir um alto nível de profissionalismo e elevar a marca brasileira a outro patamar. Elison Broza e Gonçalo Salema, respetivamente, gerentes de Negócios Internacionais e para a Região da Europa, esclarecem a nova estratégia da empresa, que lançou no final de janeiro, durante o último congresso de São Paulo (30º CIOSP), uma nova linha de implantes, que juntam numa só unidade o exágono interno e o implante de cone-morse. Apesar da conjuntura de crise, os dois dirigentes da SIN manifestam a sua confiança no potencial do mercado ibérico e mostram-se mesmo satisfeitos com o crescimento que se tem verificado no negócio. Que significado atribui a SIN ao mercado dentário da Península Ibérica?

A contar da esquerda, Elison Broza e Gonçalo Salema, gerentes de Negócios Internacionais e para a Região da Europa, respetivamente, junto ao cartaz que anuncia a nova linha de implantes SW.

Elison Broza. A nossa presença direta em Portugal e Espanha significa proporcionar melhores serviços aos clientes, oferecer a linha completa do Brasil e representa, claramente, a confiança da SIN no potencial de crescimento do mercado ibérico. Acreditamos que as relações entre o Brasil e a Península Ibérica tendem a crescer, inclusivamente neste periodo de crise que a Europa atravessa, uma vez que temos condições para chegar aos mesmos padrões europeus, a custos e serviços que estão mais de acordo com a realidade de hoje. Qual é a presente estratégia da vossa empresa para Portugal e Espanha? Elison Broza. Estamos numa fase de reforço da nossa internacionalização, na sequência do processo de aquisição da SIN, há dois anos, por um fundo de investimento internacional. O processo em torno da nova identidade corporativa vem ao encontro da imagem que queremos passar dos novos produtos. Não queremos ser apenas uma empresa de distribuição de produtos brasileiros baratos, mas sim uma empresa de nível internacional, que estabelece laços consistentes com os seus clientes. A nova imagem corporativa da marca, bem como o recente investimento em embalagens que facilitam a vida do profissional, pretende precisamente transmitir esse nível de profissionalismo. Em que medida a crise económica e financeira europeia está a afetar os vossos resultados e que medidas estão a ser equacionadas para contornar a situação?

O stand da SIN no recente CIOSP (São Paulo) promoveu a nova imagem corporativa e o lançamento de novos produtos da marca brasileira.

Gonçalo Salema. A crise que estamos a atravessar na Europa afeta todos; nós não fugimos à regra. O facto é que, apesar da conjuntura, estamos satisfeitos com o crescimento que se tem verificado no nosso negócio na Europa, nomeadamente na Península Ibérica, onde as perspetivas continuam a ser excelentes. Para nós, a crise tem representado até uma oportunidade, já que os médicos dentistas são obrigados a pensar em estratégias de maior racionalização. Isso leva-nos a procurar outro tipo de

soluções que possam dar resposta a estes requisitos. Nessa perspetiva, o negócio tem-nos corrido bastante bem. Falemos das últimas soluções da vossa empresa… Gonçalo Salema. A SIN apostou num conjunto de novos produtos que tem vindo a lançar e vai continuar a estrear ao longo deste ano. Temos a nova linha de implantes SW que, mantendo o mesmo desenho, nos permite ter agora numa só unidade o exágono interno e o implante de cone-morse. Trata-se de um implante que vem substituir o nosso anterior implante de exágono interno. Esta linha acaba por ser muito mais moderna. No fundo, é o complemento de toda esta estratégia integrada que a empresa tem vindo a promover, desde a imagem aos novos produtos e embalagens, passando pela reformulação dos nossos procedimentos. Nada disto acontece por acaso e faz parte de uma estratégia que foi obviamente pensada para elevar a marca a outro patamar. Que produto ou produtos da SIN estão a ser particularmente bem sucedidos no mercado ibérico? Gonçalo Salema. Tradicionalmente, o mercado ibérico ainda está muito tomado pela conexão externa, mas as perspetivas internacionais levam a crer que, também na Península Ibérica, nós caminhamos no sentido do exágono interno. As taxas de conversão que nos temos conseguido para o novo implante de conexão interna têm sido muito interessantes. Elison Broza. Vale a apena acrescentar que a nossa área de desenvolvimento e engenharia conseguiu em uma única macrogeometria diferentes acoplamentos protéticos, para a conexão interna e para o cone-morse. Sendo esses dois tipos de conexão uma única macrogeometria, é possível utilizá-las para diferentes acoplamentos protéticos, isto é, num único sistema colocar dois tipos de exágonos. Essa é a grande novidade. Que fatores ou características diferenciam a vossa marca no relacionamento com os profissionais do setor dentário? Elison Broza. Queremos transmitir a Portugal o segredo do nosso sucesso no Brasil, ou seja, queremos consolidar-nos junto da classe médica dentista portuguesa como uma empresa com soluções inteligentes, simples e de custo justo. Essa é a diferença que fez da SIN o que ela é hoje no Brasil: a segunda maior empresa da América Latina em implantes. Além disso, pretendemos usar a nossa força e a nossa casuística – temos mais de três milhões de implantes colocados – e levar essa segurança juntamente com todo o nosso suporte de formação científica. É que, para além de todo o desenvolvimento de produtos, também fazemos formação dos profissionais na área da implantologia. A SIN tem mais algum mercado em vista para os próximos tempos? Elison Broza. O nosso foco de atenção para este ano é a Península Ibérica e os países emergentes da América Latina, nomeadamente Chile, Perú e Colômbia.


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Especial 30º CIOSP Congresso de São Paulo regista recorde de público e de negócios

Brasil impõe-se no mercado dentário A

MAXILLARIS foi uma das oito publicações internacionais – e a única da Península Ibérica – que, a convite da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (ABIMO), teve oportunidade de testemunhar in loco os mais recentes contornos do setor dentário do Brasil. Numa visita que serviu para apurar as legítimas ambições, à escala mundial, de uma indústria em franco crescimento, o principal “espelho” do mercado brasileiro e do seu potencial expansionista foi o 30º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), que decorreu entre os dias 28 e 31 do passado mês de janeiro. Durante os quatro dias que durou o maior certame anual da indústria dentária da América Latina, quase 88 mil pessoas visitaram o Expo Center Norte de São Paulo, sendo a percentagem de médicos dentistas superior aos 68%. Além da perspetiva de grandes negócios para os 220 expositores nacionais e 77 estrangeiros, oriundos de 19 países, os dados facilitados pela ABIMO revelam que as rondas de negócios movimentaram 186 mil euros durante o evento e outros 6 milhões de euros poderão resultar desses contactos nos próximos 12 meses. A ronda de negócios promovida pela ABIMO, em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), contou com a participação de 20 empresas estrangeiras – incluindo uma representação portuguesa – que negociaram com 29 indústrias brasileiras do setor. Esta iniciativa é uma ação estratégica do recente projeto de internacionalização Brazilian Health Devices (sob a tutela da ABIMO), que trabalha para promover a indústria brasileira médica e odontológica internacionalmente e fomentar as exportações do setor. “Somos um grande mercado no mundo, porém, ainda temos potencial para crescer mais, a perspetiva é de continuidade de crescimento acelerado”, esclarece a

A contar da esquerda, Paula Portugal, Mário Cainé e Rodolfo Candia, dirigentes da ABIMO, durante o encontro com a imprensa internacional.

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Cerca de 88 mil pessoas visitaram o certame.

gerente de projetos internacionais da ABIMO, Paula Portugal, revelando que a indústria dentária investiu, só em 2010, cerca de 17 milhões de euros em inovações no setor. Com o intuito de divulgar ao mundo a qualidade e a confiabilidade da tecnologia da indústria brasileira, a ABIMO, em parceria com a Apex-Brasil, investe na participação das principais feiras internacionais do segmento, tais como: CIOSP (São Paulo), AEEDC (Dubai), CDS (Chicago) e IDS (Colónia). Todas estas iniciativas refletem bem a vontade e o potencial de crescimento do universo dentário brasileiro, que conta com cerca de 220.000 licenciados em Medicina Dentária (um recorde absoluto à escala mundial) e atravessa uma conjuntura económica favorável (é já a sexta economia global). Estes fatores associados, por um lado, à aposta da indústria brasileira na inovação e exportação dos seus produtos e, por outro, à determinação das autoridades nacionais em adotar, através do Sistema Único de Saúde, uma política de financiamento em prol da saúde oral (num país com 30 milhões de

Foto de grupo dos jornalistas que participaram na visita, à entrada do recinto onde decorreu o 30º CIOSP.


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Especial 30º CIOSP

O maior evento do género na América Latina juntou, este ano, 220 expositores nacionais e 77 estrangeiros, oriundos de 19 países.

desdentados totais), deixam antever uma forte dinâmica do setor no plano interno e uma posição cada vez mais destacada no contexto internacional. O presidente da ABIMO, Rodolfo Candia, observa a propósito que, de acordo com a FDI, o Brasil é o país “com o maior número de dentistas do mundo – 19% dos dentistas estão no nosso país –, além de ser o segundo país, atrás dos EUA, na produção e colocação de implantes dentários”. De acordo com o dirigente da ABIMO, “o único segmento que apresenta superávit na balança comercial brasileira há mais de dez anos” é precisamente o setor dentário. A indústria brasileira da saúde exportou, em 2011, 64,6 milhões de euros e importou 60 milhões. No ranking dos países que mais adquirem produtos brasileiros estão a Alemanha, Estados Unidos e Venezuela. Já os artigos mais exportados são instrumentos e aparelhos de odontologia, cadeiras dentárias, dentes artificiais de acrílico, aparelhos de raio-X, brocas e outros produtos para obturação dentária.

O Brasil possui 101 empresas que fabricam artigos e equipamentos dentários, estando mais de 70% dessas unidades sediadas na região do Estado de São Paulo. Mais de 56% das empresas do setor dentário disputam com empenho outros mercados, além do brasileiro. Atualmente a indústria brasileira de saúde exporta para 180 países nos cinco continentes. Entre as empresas brasileiras com forte presença no mercado dentário internacional, contam-se a Gnatus e a Dabi Atlante, ambas sediadas em Ribeirão Preto, na região de São Paulo. Numa visita guiada às amplas instalações das duas empresas, foi possível recolher exemplos da aposta na inovação e diversificação de produtos. No caso da Gnatus, indústria de equipamentos médico-dentários fundada em 1976, os seus produtos estão presentes em clínicas, universidades e hospitais odontológicos em mais de 135 países. O seu objetivo é desenvolver equipamentos de ponta e com qualidade, por isso, investe em pesquisas e certificações. Recentemente, decidiu alargar o campo de atuação às novas áreas de negócio Gnatus Podologia e Gnatus Medical. Para o presidente da empresa, Gilberto Nomelini, “o principal foco é investir em inovação e capital intelectual, por isso, o investimento na ampliação nas áreas de negócio, trazendo a qualidade e a inovação de nossos produtos para outros segmentos”. A Dabi Atlante, empresa fundada em 1946 cujos equipamentos são exportados para 80 países, mantém a sua produção centrada no mercado dentário. No entanto, decidiu alargar os seus horizontes ao segmento dos implantes, lançando recentemente uma nova marca da especialidade (Sistema de Implantes Pross). “Com 30 milhões de desdentados, o Brasil não tem produção de implantes suficiente para dar resposta ao problema”, justifica o diretor da Dabi Atlante, Augusto Biagi, vaticinando que os implantes “vão tornar-se cada vez mais acessíveis a toda a população”, tendo em vista o empenho do Governo nesta causa, através do Sistema Único de Saúde.

OMD promove congresso anual no certame de São Paulo A Ordem dos Médicos Dentistas esteve presente, uma vez mais, no Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP). Ao abrigo da parceria que mantém com a Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD), a OMD marcou presença no evento brasileiro de duas maneiras: indicando um conferencista – no caso, a catedrática Helena Rebelo – para o programa científico e marcando presença na feira com um stand de promoção e divulgação do congresso OMD 2012. O objetivo desta participação é “estabelecer contactos comerciais e com conferencistas que possam vir a participar em futuros congressos da OMD”, esclareceu à MAXILLARIS Pedro Pires, coordenador da Expo-Dentária e representante da Ordem no 30º CIOSP. Este ano, o bastonário da OMD e atual presidente da Federação Dentária Internacional, Orlando Monteiro da Silva, também se deslocou a São Paulo e “foi muito útil nos contactos estabelecidos durante os quatro dias do congresso”, revelou Pedro Pires. De entre os contactos mantidos durante o certame brasileiro, destacam-se as reuniões com a Associação Brasileira da Indústria e Material Odontológico (ABIMO), “a quem procurámos mostrar a grandeza do nosso congresso anual e a quem fizemos o convite para estarem presentes na edição deste ano”, e com a Dental Press (Gold Sponsor do congresso OMD 2011), “com quem negociámos Stand da OMD no 30º CIOSP. uma futura colaboração para os próximos anos”, adiantou Pedro Pires.

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NEODENT ASSUME POSIÇÃO PRIVILEGIADA NO CONTEXTO DA CRISE EUROPEIA

“Somos a alternativa de produtos mais adequada” A crise europeia, de alguma forma, tem vindo a reforçar a posição da Neodent no mercado dentário ibérico, “pois os nossos produtos possuem qualidade equiparada a qualquer outra marca de renome no cenário internacional, mas com um custo muito menor”. Quem o afirma é o CEO e diretor científico da empresa brasileira, Dr. Geninho Thomé, que considera que esta característica do Sistema Neodent “possibilita ao profissional continuar com a sua prática em clínica, oferecendo ao paciente uma alternativa de tratamento de qualidade com preços reduzidos”. Em matéria de novos produtos da marca, 2012 trouxe avanços na simplificação técnica Neoguide e a nova linha de implantes Facility, com diâmetros bastante reduzidos, além do tratamento de superfície hidrofílico para implantes medulares.

O CEO e diretor científico da Neodent, Dr. Geninho Thomé, faz um balanço muito positivo da presença da marca brasileira na Península Ibérica.

Que balanço faz da aposta da Neodent no mercado português e espanhol? Geninho Thomé. Desde o ingresso da Neodent na Europa, em 2006 no mercado espanhol com um distribuidor autorizado e em 2007 com a inauguração da Filial Portugal, ano após ano, crescemos de maneira bastante acelerada nos países ibéricos. Em Portugal, mais especificamente, somos umas das marcas de maior representatividade atualmente. A crise europeia, de alguma forma, privilegia-nos, pois os nossos produtos possuem qualidade equiparada a qualquer outra marca de renome no cenário internacional, mas com um custo muito menor. Esta característica do Sistema Neodent possibilita ao profissional continuar com a sua prática em clínica, oferecendo ao paciente uma alternativa de tratamento de qualidade com preços reduzidos. Qual é a presente estratégia da vossa empresa para a Península Ibérica? Geninho Thomé. A partir de 2010, a Neodent desenvolveu uma estratégia mais agressiva de internacionalização. Qualquer país do mundo que possibilite crescimento sustentável é alvo para desenvolvimento de negócios. A nossa representatividade em Portugal e Espanha é consideravelmente importante e acreditamos que essa presença nos ajudará a entrar em outros países de forma bastante simplificada. Atualmente já temos vários usuários que viajam de suas clínicas centrais localizadas em Espanha e Portugal para atender pacientes nos países vizinhos.

O stand da Neodent foi um dos mais procurados durante a 30ª edição do CIOSP, que se celebrou no passado mês de janeiro, em São Paulo.

Em que medida a crise económica e financeira europeia tem vindo a afetar o mercado dentário e que medidas estão sendo equacionadas para contornar a situação? Geninho Thomé. A nossa posição frente à crise internacional europeia é justamente iden-

tificar aos médicos dentistas que somos a alternativa de produtos mais adequada, pois cabemos no bolso dos pacientes e ainda permitimos que a prática clínica seja oferecida com qualidade justificada pelos selos de qualidade que temos: CE, FDA, etc. Hoje em dia, estamos presentes em 36 países e em todos eles de forma regular, ou seja, devidamente registados nos ministérios de saúde e instituições reguladoras. Que produtos e serviços estão a ser lançados pela Neodent? Geninho Thomé. Além de manter o nosso amplo portfólio, em 2012 estamos a lançar serviços e produtos diferenciados. O grande destaque da Neodent ao longo dos anos é justamente apresentar produtos de alta qualidade e excelência em serviço. Avançaremos, por exemplo, na simplificação técnica Neoguide. A nossa equipa no Brasil acompanhará todo o processo da cirurgia no computador, cabendo ao dentista a conclusão e aprovação deste planeamento. Imediatamente após a finalização do plano cirúrgico computadorizado, nós produzimos a guia no nosso Complexo Industrial e enviamo-la ao cliente. Destaque também para nova linha de implantes Facility, com diâmetros bastante reduzidos, além do tratamento de superfície hidrofílico para implantes medulares. Há algum produto ou tecnologia com especial sucesso no mercado ibérico? Geninho Thomé. Temos percebido que os nossos clientes, de maneira geral, utilizam as várias opções disponíveis no portfólio Neodent, alcançando desta forma resultados amplamente satisfatórios. A competência e a qualificação do profissional, somadas às várias linhas de implantes, componentes protéticos e instrumentos cirúrgicos que produzimos e comercializamos, permitem a melhor solução para cada indicação na reabilitação oral de pacientes. Na sua opinião, qual é a principal imagem de marca da Neodent? Geninho Thomé. Produtos de qualidade e preços justos! A Neodent é hoje a oitava maior empresa do mundo no segmento implantológico justamente por oferecer produtos equiparados a qualquer outra marca de renome no mercado. O médico dentista que seleciona a Neodent como seu sistema de implante tem em mente que poderá continuar com a sua prática, oferecendo qualidade a um número maior de pacientes.


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Ponto de vista Miguel Meira e Cruz

Medicina do sono e cronobiologia

Médico dentista. Mestre em Ciências do Sono. Pós graduado em Medicina do Sono pela Universidade Pablo Olavid (Sevilha) e pela Royal Enfirmary (Edimburgo). Lisboa.

aspetos de interesse para o médico dentista

O

sono foi, há muito, reconhecido como essencial para a sobrevivência da maioria dos seres vivos. O contributo do ritmo sono-vigília para a homeostasia humana, em particular, é hoje indiscutível. É evidente que a sua desregulação se associa a efeitos deletérios, potencialmente graves, com impacto em diversas funções orgânicas. Estudos, com modelos animais, demonstraram que a privação crónica de sono pode ser letal, e todos nós já experienciámos, com certeza, como uma noite de sono perdida (privação aguda) pode afetar, sobremaneira, as capacidades cognitivas e metabólicas dificultando o cálculo aritmético, alterando a tolerância emocional, ou diminuindo a capacidade de regulação da temperatura corporal. A importância que a natureza circadiária do ritmo sono-vigília (foco de estudo da cronobiologia e medicina do sono) tem nas ciências médicas, transcende assim o escopo da fisiologia básica, estendendo-se à clínica de diversas especialidades. Fundada, há cerca de 50 anos, a medicina do sono, enquanto área de estudo e de prática especializada, seduziu psicólogos, psiquiatras, neurologistas, pneumologistas e otorrinos. Mais recentemente, sob o argumento fundamental de que diversas condições patológicas que advêm de alterações do sono interferem na função normal de muitos sistemas, verificou-se um aumento do leque de especialistas que convergem no comum interesse do sono. Por um lado, este aumento reflete o ganho da noção acerca da transversalidade da medicina do sono, fruto do conhecimento que tem sido consolidado na área. Por outro, mantém-se a ignorância sobre a vasta influência que os mecanismos relacionados com o sono têm no processo fisiopatológico de doenças tão prevalentes como a hipertensão arterial e a diabetes, e noutras entidades clínicas comuns como a dor, inflamação e infeção. Esta ignorância determina, provavelmente, um compromisso no diagnóstico e no tratamento de diversas condições que interagem direta ou indiretamente com os mecanismos de sono. Tão necessário como comer e beber, dormir é pois uma função que requer avaliação cuidada e controlo médico integrado. Em medicina dentária isto não deverá ser exceção. A relação desta especialidade com as ciências do sono é concreta e bidirecional. O médico dentista poderá ser parte integrante de uma equipa diferenciada em medicina do sono, conferindo-lhe uma mais valia inequívoca, sobretudo no que respeita a certas perturbações como sejam as determinadas

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pelos eventos obstrutivos que ocorrem no curso da patologia respiratória associada ao sono, ou aquelas que resultam dos fenómenos de movimento relacionados com o bruxismo do sono. No sentido inverso, a medicina dentária pode certamente beneficiar do conhecimento básico e clínico associado ao sono, através da sua integração no julgamento clínico. São relevantes, neste contexto, quer do ponto de vista epidemiológico quer do ponto de vista estritamente clínico, os problemas de sono influenciados pela ocorrência de dor nas regiões orofacial e craniomandibular (incluindo a articulação temporomandibular - ATM), constituindo, por motivos óbvios, área de atuação privilegiada dos médicos dentistas. Em simultâneo, o diagnóstico e tratamento adequados da disfunção temporomandibular (DTM), beneficiam com o conhecimento profundo da medicina do sono e da cronobiologia. A consciência da influência que a ritmicidade circadiária tem, por exemplo, na agudização da dor odontogénica com origem pulpar permite aos profissionais de saúde oral decisões mais fundamentadas e assertivas. Os mecanismos da dor e do sono estão intimamente relacionados e não é raro que perturbações, num ou em ambos os mecanismos, desencadeiem um ciclo vicioso que deteriora frequentemente a qualidade de vida do doente colocando em causa o sucesso terapêutico. O médico dentista, enquanto prescritor, deverá também estar ciente das interferências mútuas entre medicamentos e fisiologia do ciclo sono-vigília, dado que tantas vezes é a farmacoterapia que, independentemente de outros fatores, desencadeia ou potencia alterações de sono, com efeitos significativos na homeostase geral e no processo de cura em particular. De seguida, expõem-se alguns exemplos de circunstâncias em que se revela útil e, porventura, necessário conhecer as influências do tempo, dos ritmos biológicos e do sono, enquanto comportamento rítmico circadiário na clínica médica que praticamos.

Cronobiologia, diagnóstico e terapêutica médica dentária Várias condições patológicas do foro médico-dentário assumem ritmos próprios que as distinguem sob o ponto de vista cronobiológico. A dor pulpar, por exemplo, proveniente de processo inflamatório visceral, caracteriza-se por uma estrutura de tempo de multifrequência, com ritmos circadiários (com


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Ponto de vista um período em torno das 24 horas), mas também ultradiários (< 24 horas) e infradiários (>24 horas). Esta realidade traduz-se, do ponto de vista clínico, numa exacerbação pulsátil, que sucede frequentemente ao final do dia ou início da noite, e que se manifesta com frequência e intensidade distintas nas diferentes épocas do ano. Sem nos apercebermos, utilizamos a cronobiologia para diagnosticar esta entidade e é extraordinariamente importante que o façamos também para o seu tratamento (idealmente, a prescrição terapêutica deverá ter em conta a ritmicidade da entidade a tratar). Apesar deste conceito teórico, o tratamento endodôntico radical resolve, nestes casos e sem necessidade de recurso a reflexão clínica de maior complexidade, a maior parte dos problemas. O mesmo não sucede com alguns tipos de dor orofacial não odontogénica, quer de origem neurogénica, quer de origem vascular, articular ou muscular. Nestes casos, a investigação do padrão habitual da doença, incluindo as suas características rítmicas, deve também fazer parte da estratégia para o estabelecimento do diagnóstico diferencial (distinguindo, por exemplo, as cefaleias hípnicas das cefaleias de tensão, ou da cefaleia gerada por disfunção temporomandibular). Como é lógico, na dependência de quadro de cefaleia, de DTM, ou de qualquer outra condição, a posologia terapêutica deve ter em conta o ritmo da doença e o tempo de semi-vida do fármaco (aspetos relacionados com uma subdivisão da cronobiologia – a cronofarmacologia).

Por definição, a Medicina Dentária ocupar-se-á do estudo, prevenção, diagnóstico e tratamento das anomalias e doenças da cavidade oral, incluindo dentes, maxilares, articulação e estruturas anexas. Quer pela anatomia, quer pela função, as vias respiratórias, tal como sucede com a ATM, são anexas à cavidade oral, sobretudo as vias aéreas superiores (VAS), localização frequente de obstrução conducente ao fenómeno da apneia obstrutiva do sono. Este é, talvez, o primeiro argumento para fundamentar a atuação do médico dentista na patologia respiratória do sono, mas não é o único, nem sequer o principal. A constrição das VAS é, na grande maioria das situações, influenciada por estruturas esqueléticas e dentárias e relacionadas com tecidos

Medicina Dentária e perturbações respiratórias do sono

moles da cavidade oral (nomeadamente língua, palato mole e amígdalas). Estas estruturas são observadas sistematica e sistematizadamente pelos médicos dentistas, e as suas características fornecem pistas essenciais ao diagnóstico das perturbações respiratórias do sono mais comuns (roncopatia, síndrome de resistência das vias aéreas superiores e síndrome de apneia e hipopneia obstrutiva do sono - SAHOS). A avaliação do grau de obstrução amigdalina (a partir da classificação de Malampati), o registo de uma macroglossia, de micro e retrognatia, de edentações linguais ou de hiperémia da mucosa orofaríngea são frequentes em doentes com SAHOS. Nestas condições, o dentista experiente em medicina do sono poderá fazer, para além da importante suspeita diagnóstica, a ser confirmada pelo estudo polissonográfico, uso do seu conhecimento especializado para estabelecer uma proposta terapêutica com dispositivos orais (de avanço mandibular ou de protrusão lingual) tendo em conta a gravidade do quadro, a adesão terapêutica a outras modalidades com maior índice de eficácia e as contraindicações sistémicas e locais. Em crianças com SAHOS, a abordagem ortodôntica é importante, frequentemente realizada em sequência da cirurgia otorrinolaringológica de tecidos moles (adenoidectomia com amigdalectomia). Os doentes neuromusculares, porém, têm normalmente situações respiratórias mais graves e uma menor resposta a esta atitude terapêutica. Neste contexto, é indicado o uso de ventilação não invasiva, através de sistemas de pressão positiva contínua, gerando potenciais bloqueios ao desenvolvimento A Medicina Dentária crânio-facial. pode beneficiar do O estudo cefalométrico e o acompanhamento médico-dentário conhecimento básico podem ser de grande utilidade nese clínico associado tas circunstâncias.

ao sono, através da sua integração no julgamento clínico. São relevantes, neste contexto, os problemas de sono influenciados pela ocorrência de dor nas regiões orofacial e craniomandibular, constituindo, por motivos óbvios, área de atuação privilegiada dos médicos dentistas

Bruximo noturno e bruxismo do sono O diagnóstico de bruxismo é clínico. Normalmente é feito por um dentista atento à oclusão, alterada pelo desgaste de algumas cúspides, resultado da sobrecarga mastigatória mantida por períodos regulares e recorrentes. O stress é tido como predisponente à forma diurna desta condição, apesar de múltiplos outros fatores concorrerem na sua etiopatogenia. Contudo, e apesar de se confundirem habitualmente, sobretudo pela forma de apresentação comum em consultório médico dentário, o bruxismo do sono é uma

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Ponto de vista Neste sentido, cuidados extra sobre a prevenção da privação e fragmentação de sono, para além do adequado controlo da dor, são essenciais nestes doentes.

Sono lento, imunidade, metabolismo e prognóstico em cirurgia oral

entidade fisiopatológica distinta que requer a apreciação de um contexto mais abrangente do que aquele que engloba, exclusivamente, as peças dentárias, maxilares, músculos e ATM. Designado por muitos como bruxismo noturno, a nomenclatura a adotar deve ser bruxismo do sono, devido à necessidade de documentar a sua ocorrência num período de “dormência”, independentemente do momento do dia em que ocorre. Esta entidade, que integra a classificação internacional de doenças do sono (ICDS-2), surge, com frequência, em associação ao refluxo gastro-esofágico e a eventos respiratórios observados durante o sono e pode, inclusivamente, suceder que não seja uma parafunção (como é atualmente caracterizada), dada a sugestão, por parte de alguns estudos, do seu carácter, protetor da via aérea. Esta forma de bruxismo do sono, secundária a fenómenos fisiopatológicos, deve ser distinguida de outra forma, primária ou idiopática, principalmente porque carece de uma abordagem distinta. Qualquer uma delas não pode, contudo, ser descontextualizada da fisiologia do sono individual.

O sono profundo é fundamental para a recuperação metabólica, nomeadamente pela influência na produção de mediadores como a hormona de crescimento. A privação de sono lento (comum na população com horas de deitar tardias A privação de sono e em doentes com roncopatia e apneia do sono) está, provavelmenlento (comum te, associada a um pior prognóstico na população com horas cirúrgico em medicina oral (com um de deitar tardias e em risco provavelmente independente do risco associado ao problema resdoentes com roncopatia piratório, que no caso de apneicos e apneia do sono) está, é agravado). A relação entre privaprovavelmente, ção de sono e imunodeficiência é claramente conhecida e justifica associada a um pior também a expetativa de um pior prognóstico cirúrgico em prognóstico em doentes com privamedicina oral (com um ção crónica de sono (voluntária ou involuntária). risco provavelmente A estes fatores acresce a inindependente fluência que os ritmos circadiários têm no prognóstico cirúrgico (a do risco associado ao resposta ao stress cirúrgico-trauproblema respiratório, Dor orofacial e sono mático é diferente quando o cortique no caso de sol está em alta, o que sucede de Saber sobre sono é fundamental no manhã cedo, ou quando a sua seapneicos é agravado) tratamento da dor. Se para a dor creção atinge o nadir, perto da crónica da região orofacial esta afirmeia noite). Perturbações do sono mação é inequívoca e defendida pela evidência científica, no pós-operatório (situações agudas) podem também propara a dor aguda, existem menos argumentos, embora sejam duzir alterações metabólicas com implicações na função todos clinicamente defensáveis se adequadamente valoriza- mental, concentração de oxigénio arterial e estabilidade hedos. Por exemplo, a dor aguda do pós-operatório, relaciona- modinâmica, influenciando diretamente o status clínico do se com fragmentação de sono. Esta relação parece agravar-se doente cirúrgico. em ambiente hospitalar e integra-se num ciclo demolidor de A influência recíproca de aspetos médico dentários e sono defesas naturais essenciais para a cicatrização e remodelação não se esgota nestes tópicos dados como exemplo, e o cade tecidos e para a recuperação metabólica. Fatores neuro- rácter médico da nossa profissão confere o dever, pelo menos -humorais que participam na regulação do sono, são tam- moral, de obedecer à declaração de Genebra e ao juramento bém afetados por este tipo de dor. Hipocrático, quando nestes se inscreve que “(...) a saúde dos Os mecanismos partilhados entre dor orofacial crónica e meus doentes será a minha primeira preocupação”. Podemos privação de sono têm sido alvo de maior foco e dada a pre- fazê-lo, apenas se conhecermos a vida no seu estado pleno... valência destas duas condições, devem ser tidos em conta. em vigília, e no sono.

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Tópicos de cirurgia oral Anestesia local em cirurgia oral Generalidades

Com este número da MAXILL ARIS inicia-se esta nova secção, intitulada “Tópicos de Cirurgia Oral”, onde irei abordar alguns dos aspetos mais importantes desta especialidade. O objetivo é fazer uma abordagem dos temas numa perspetiva virada para a prática clínica, esperando que seja útil para todos os colegas, especialmente os que se dedicam menos a esta área da Medicina Dentária. Nesta primeira edição, abordo alguns aspetos relacionados com a anestesia local.

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MAXILLARIS, março 2012

Existem vários métodos para induzir anestesia local: 1. Traumatismo mecânico. 2. Frio. 3. Anoxia. 4. Irritantes químicos. 5. Agentes neurolíticos (álcool, fenol). 6. Agentes químicos (anestésicos). No entanto, só aqueles que induzem um efeito transitório e completamente reversível têm aplicação prática. As características desejáveis num anestésico local são: 1. Não irritar os tecidos. 2. Não provocar alterações permanentes na estrutura dos nervos. 3. Baixa toxicidade sistémica. 4. Eficácia em aplicação local ou quando injetado. 5. Tempo de latência o mais curto possível. 6. Duração adequada (permitindo o tratamento e não necessitando de longa recuperação). Em relação ao modo de ação dos anestésicos locais, a teoria mais aceite hoje em dia é a de que atuam através da ligação a recetores específicos dos canais de sódio da membrana celular. Quando o anestésico atinge estes recetores, a permeabilidade aos iões de sódio é diminuída ou eliminada e a condução nervosa é interrompida.


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Jaime Guimarães

Médico dentista. Pós graduação em Implantologia e Reabilitação Oral no ISCSN. Curso de Especialização em Cirurgia Oral na Universidade de Santiago de Compostela. Fellow of the European Board of Oral Surgery. Diretor do Departamento de Cirurgia e diretor clínico da Malo Clinic (Porto).

Propriedades dos principais anestésicos locais Prilocaína Mepivacaína Lidocaína Bupivacaína Articaína

Lipossolubilidade

Potência

0,26 0,33 1 9,33 13,33

1 1 1 1,5 4

Duração 0,84 1,15 1 1,46 1,46

Toxicidade 0,4 1 1 4 0,6

Articaína A articaína foi introduzida no mercado em 1976, na Alemanha, e a sua utilização em Medicina Dentária tem vindo a aumentar. É classificada como um anestésico local do grupo amida, como a lidocaína, a mepivacaína, a prilocaína e a bupivacaína. No entanto, ao contrário dos outros anestésicos do grupo amida ou ester, que contêm um anel benzeno, a articaína possui um anel tiofeno, sendo o único anestésico local do grupo amida que possui um grupo éster. Os anestésicos locais do grupo éster sofrem metabolismo por hidrólise tecidular e plasmática, através de esterases plasmáticas inespecíficas, enquanto o grupo amida sofre um metabolismo mais complexo, principalmente no fígado, pelas enzimas microssomais hepáticas. Como a articaína possui uma

ligação éster adicional, a sua biotransformação inicia-se imediatamente após a injeção, nos tecidos e no plasma (hidrólise pelas esterases plasmáticas inespecíficas), como também no fígado (enzimas microssomais hepáticas), com uma semi-vida inferior aos outros anestésicos (20 a 30 minutos), apresentando, dessa forma, baixa toxicidade. As principais vantagens deste anestésico são então a elevada solubilidade lipídica, alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas, rápido metabolismo, baixa semivida e níveis sanguíneos reduzidos. A articaína possui um elevado perfil de segurança, podendo ser usada em crianças (acima dos quatro anos), adultos, idosos, mulheres grávidas ou a amamentar e pacientes com comprometimento hepático ou renal.

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Tópicos de cirurgia oral Vasoconstritores Todos os anestésicos locais mais usados provocam vasodilatação resultando num aumento da perfusão, que origina: 1. Aumento da taxa de absorção do anestésico, entrando mais rapidamente no sistema cardiovascular (redistribuição). 2. Aumento dos níveis plasmáticos do anestésico, aumentando o risco de toxicidade. 3. Menor profundidade da anestesia e diminuição da duração do efeito anestésico. 4. Aumento do sangramento no local. A adição de vasoconstritores apresenta os seguintes benefícios: 1. Diminuição da perfusão sanguínea. 2. Diminuição da absorção do anestésico, resultando em menor quantidade em circulação. 3. Diminuição do risco de toxicidade ao anestésico. 4. Aumento da duração de ação do anestésico. 5. Diminuição do sangramento no local. A epinefrina é o vasoconstritor mais usado em cirurgia oral. Estimula os recetores alfa e beta mas a sua importância deve-se ao predomínio de recetores alfa na mucosa oral e no periodonto. A felipressina (vasopressina sintética) tem uma ação vasopressora menos marcada e mais tardia do que a adrenalina, podendo ser administrada a doentes com hipertiroidismo ou doença cardíaca e não interatua com os antidepressivos tricíclicos. No entanto, por possuir uma estrutura semelhante à ocitocina, pode originar contração uterina, pelo que deve ser evitada durante a gravidez, embora a dose necessária para que isso ocorra seja várias vezes maior do que a geralmente utilizada em tratamentos dentários. A felipressina é utilizada geralmente numa concentração de 1:2.000.000. A maior parte dos anestésicos locais sem vasoconstritor são bases fracas, com um pH entre 5,5 e 7. Quando injetados, o pH do local volta rapidamente a 7, devido ao efeito-tampão dos tecidos. Os anestésicos com vasoconstritor são acidificados através de um agente antioxidante (normalmente o bisulfito de sódio), prolongando assim a sua eficácia. Uma solução de lidocaína a 2% que tem um pH de 6,8 é acidificada através da adição de bisulfito de sódio, atingindo um pH de 4,2. Quando o pH do meio diminui, como na presença de uma infeção, aumenta a porção catiónica do anestésico, diminuindo a sua eficácia. Por exemplo, em relação à lidocaína se o pH do meio baixar de 7,4 para 6,0, a proporção de H+ sobe de 71% para

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98% e, assim, apenas 2% das moléculas poderão atravessar as membranas das células nervosas. A dor origina stress. Numa situação de stress as catecolaminas endógenas atingem valores 40 vezes maiores do que nas situações de repouso. Esta libertação de catecolaminas faz aumentar o ritmo cardíaco, com o respetivo aumento das necessidades de oxigénio para o músculo cardíaco. Em pacientes com algum comprometimento das artérias coronárias esta necessidade pode não ser cumprida, originando isquémia, angina de peito ou até um enfarte do miocárdio. Além disso, o aumento das catecolaminas podem levar a um dramático aumento da pressão arterial, com as suas consequências (como um AVC). Assim, no sentido de se conseguir uma anestesia eficaz, profunda e duradoura evitando situações de dor (e consequente stress) é recomendável a utilização de anestésicos com vasoconstritor. A administração destes anestésicos provoca um aumento dos níveis de catecolaminas em circulação sem significância clínica. Quanto maior o risco médico do paciente a tratar, mais importante é o controlo da dor e da ansiedade. Segundo Silvestre e col. (2001) num estudo durante extrações dentárias, a utilização de anestésicos com vasoconstritor não origina alterações na pressão arterial em pacientes normotensos, apesar de ter notado um ligeiro aumento na pressão sistólica no momento da extração dentária e no final do procedimento, o que foi explicado pela ansiedade associada ao tratamento. Fellows e col. (1985), num estudo em que fizeram injeção intravenosa de epinefrina (3,5 pg num minuto), verificaram um aumento do batimento cardíaco em 30%, com um regresso ao normal ao fim de 15 minutos. Em conclusão, as consequências das catecolaminas libertadas nas situações de stress são muito mais preocupantes do que as pequenas quantidades veiculadas pelos anestésicos locais (quando usados devidamente). Um adulto saudável, com cerca de 70 kg de peso, pode receber até 0,2 mg de epinefrina (20 ml de uma solução 1:100.000 = 11 anestubos). Em doentes com algum tipo de comprometimento cardiovascular, a dose de epinefrina deve ser limitada a 0,04 mg (2 anestubos na concentração 1:100.000). Alguns estudos demonstram que a eficácia das soluções de articaína a 4% com epinefrina numa concentração de 1:100.000 ou de 1:200.000 são semelhantes, pelo que podemos escolher a primeira quando desejamos obter melhor hemostase e a segunda em pacientes com algum comprometimento cardíaco.


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Tópicos de cirurgia oral Parestesia como complicação de uma anestesia local Uma das possíveis complicações da anestesia local é a parestesia, uma neuropatia que se pode manifestar como uma anestesia persistente ou uma alteração na sensibilidade, variando entre dormência completa, ardor, formigueiro ou dor contínua. Podem ainda surgir outras complicações associadas como alteração do paladar, mordedura da língua ou alteração da fonação. São ainda desconhecidos os motivos pelos quais se pode desenvolver uma parestesia após anestesia local, contudo poderá derivar de um ou vários fatores combinados: lesão traumática no nervo por contacto direto com a agulha, hemorragia na bainha do nervo, pressão hidrostática da injeção, contaminação da solução anestésica por álcool ou alguma solução desinfetante (agentes neurolíticos) ou eventual neurotoxicidade do próprio anestésico local. Aparentemente, todos os anestésicos apresentam algum grau de neurotoxicidade, mas com variações entre eles. Haas e Lennon (1995) apresentaram um estudo retrospetivo de 20 anos (1973-1993) de parestesia após anestesia local, considerando apenas atos não cirúrgicos. A incidência geral de parestesia foi de 1:785.000, sendo a prilocaína a 4% e a articaína a 4% os dois fármacos mais frequentemente envolvidos. Quando detalhados os resultados, verificamos que a incidência para anestésicos a 0,5%, 2% e 3% foi de 1:1.200.000, enquanto que para os anestésicos a 4% foi de 1:500.000. Um

dado interessante é o facto de o número de casos anuais de parestesia ter aumentado desde 1985, ano em que a articaína foi introduzida no mercado canadiano. Os resultados deste estudo também mostraram que o nervo lingual era afetado em 64% dos casos referidos. Também na Dinamarca, um grupo de investigadores descobriu que 88% dos casos envolviam a utilização de articaína. Os resultados de um outro estudo realizado no mesmo país mostrou um aumento nos casos de parestesia após a introdução da articaína a 4% no mercado e que o nervo lingual era afetado em 78% dos casos. Um estudo recente de Garisto e col. (2010) envolvendo 248 casos de parestesia, mostrou que os casos associados à prilocaína a 4% e à articaína 4% foram respetivamente 7,3 e 3,6 vezes mais frequentes do que o esperado. O nervo mandibular foi afetado em 94,5% dos casos enquanto que o nervo lingual esteve envolvido em 89% dos casos. Como se pode ler nas conclusões deste estudo, estes resultados devem ser tidos em conta aquando da avaliação dos riscos e benefícios da utilização de anestésicos locais a 4% para anestesia de bloqueio mandibular. Até à data, os resultados de ensaios clínicos controlados randomizados não mostraram que, quer a prilocaína a 4%, quer a articaína a 4% fossem superiores à lidocaína a 2% no bloqueio do nervo mandibular.

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Alongamento coronário: importância da integração biológica das reabilitações fixas nos tecidos periodontais

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Ciência e prática Introdução Os tecidos periodontais representam o suporte para uma adequada função e estética de toda a dentição. A existência de um periodonto saudável deverá ser a base de todos os procedimentos reabilitadores, de forma a garantir uma adequada e harmoniosa integração biológica das restaurações a longo prazo. Assim, a interação entre a Periodontologia e a Prostodontia fixa está patente nos vários passos da reabilitação prostodôntica de um doente, nomeadamente no que diz respeito à localização das margens gengivais, aos contornos das restaurações e à resposta dos tecidos periodontais após preparação dentária (Padbury et al., 2003).

As linhas de terminação em prótese fixa devem estar bem definidas, de forma a se encontrarem acessíveis à toma de impressões, à correta adaptação das coroas e ao adequado controlo da placa bacteriana. Existem, porém, situações clínicas onde estes requerimentos não se verificam, como é o caso de algumas lesões cariosas subgengivais, perfurações endodônticas, fraturas corono-radiculares ou desgastes excessivos da dentição por hábitos parafuncionais, onde a estrutura dentária supragengival disponível pode não ser suficiente para uma adequada retenção da restauração (Pontoriero e Carnevale, 2001).

Francisco Brandão de Brito Francisco Brandão de Brito Médico Dentista. Especialização em Periodontologia pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Mestrado em Periodontologia pela FMDUL. Docente da Especialização em Periodontologia da FMDUL. Tesoureiro da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI); ITI speaker. Prática exclusiva em Periodontologia e Implantes.

Inês Faria Médica dentista. Especialização em Periodontologia pela FMDUL. Mestrado em Periodontologia pela FMDUL. Docente da Especialização em Periodontologia da FMDUL. Prática exclusiva em Periodontologia e Implantes.

Patrícia de Almeida Santos Médica dentista. Especialização em Periodontologia pela FMDUL. Mestrado em Periodontologia pela FMDUL. Docente do departamento de Periodontologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa (Porto). Prática exclusiva em Periodontologia e Implantes.

Diogo Baptista Médico Dentista. Especialização em Prostodontia pela FMDUL. Mestrado em Medicina Dentária pela FMDUL. Monitor de Reabilitação Oral do curso de Medicina Dentária do ISCSEM (2006-2010). Prática clínica exclusiva em Prostodontia e Estética Dentária.

João Branco Médico dentista. Pós-graduação em Periodontologia pela FMDUL. Aluno do terceiro ano da Especialização em Periodontologia da FMDUL. Membro do conselho fiscal da SPPI. Prática exclusiva em Periodontologia e Implantes. Lisboa.

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Ciência e prática Neste contexto, surgiu o conceito de integração biológica das restaurações, que implica o respeito pelo espaço livre biológico, durante todos os procedimentos restauradores. O espaço livre biológico foi definido, pela primeira vez, por Gargiulo, em 1961, como sendo a banda de tecidos moles que está inserida na porção do dente que se encontra coronal à crista óssea. Este espaço engloba a inserção conjuntiva supra-alveolar e o epitélio de união. A avaliação histológica destes componentes levou ao estabelecimento das dimensões médias dos seus constituintes, tendo-se atribuído um valor de 1,07 mm à inserção conjuntiva supra-alveolar e de 0,97 mm ao epitélio de união, dando uma dimensão média total de 2,04 mm (Gargiulo et al, 1961). O desrespeito por esta característica anatomo-fisiológica do periodonto gera, inevitavelmente iatrogenia, que se pode manifestar de diferentes formas. Assim, as consequências da invasão do espaço biológico podem ser variadas e dependem do biotipo periodontal. Num biotipo periodontal fino, caracterizado por uma festonação pronunciada dos tecidos periodontais, é de esperar um restabelecimento apical do espaço biológico, com consequente recessão gengival. Num biotipo periodontal considerado grosso, caracterizado por uma festonação menos pronunciada, é frequente a existência de uma inflamação de carácter crónico, independentemente da eficácia dos procedimentos de controlo de placa. Dito por outras palavras, o periodonto, ao tentar restabelecer o espaço biológico invadido, acabará, mais cedo ou mais

tarde, por provocar reabsorção óssea, em geral numa extensão que acabará por ser superior ao mínimo desejável. A recessão gengival, para além do problema estético que constitui, poderá ter consequências prejudiciais relacionadas com a exposição da superfície radicular, nomeadamente problemas de hipersensibilidade dentária e um risco aumentado de cáries radiculares. A perda óssea, além de influenciar negativamente o suporte do dente, poderá condicionar a ausência de papila (Tarnow et al., 2000). Neste artigo apresentamos um caso clínico de um paciente que foi reabilitado com prótese fixa, em que é notória a referida interação entre a Periodontologia e a Prostodontia fixa.

Desenvolvimento O presente caso clínico diz respeito a um paciente do sexo masculino de 48 anos, sistemicamente saudável, que nos procurou com a queixa principal de melhorar a sua condição mastigatória e estética. Após exame clínico detalhado, verificou-se um desgaste dentário generalizado, com inúmeras facetas de desgaste, perda da dimensão vertical de oclusão e uma mordida do setor anterior do tipo “topo-a-topo” (figs. 1 a 6). Verificouse, ainda, a existência de múltiplas restaurações debordantes, assim como a presença de várias lesões de cárie.

Figs. 1 a 6. Vista clínica extra e intra-oral, onde se destaca um compromisso do sorriso do paciente, bem como a existência de perda de dimensão vertical e a presença de extensas facetas de desgaste.

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Ciência e prática No exame radiográfico chama-se a atenção para algumas ausências dentárias bem como para a presença de dentes com prognóstico questionável (fig. 7). O objetivo deste artigo é destacar o tratamento efetuado nos sextantes anteriores. Assim, iremos fazer uma descrição detalhada das diferentes fases realizadas para completar o plano de tratamento proposto. Este caso clínico foi abordado, desde o início, de uma forma multidisciplinar, com uma estreita interação entre a Periodontologia e a Prostodontia fixa. No sentido de estabelecer um plano de tratamento ideal, recolheu-se toda informação essencial, através do exame clínico, da análise de modelos de estudo, da observação de fotografias extra e intra-orais e da execução de um status radiográfico (figs. 8 e 9). Indo ao encontro das queixas principais do paciente, optou-se por iniciar o tratamento por uma fase higiénica. Nesta fase realizou-se uma destartarização ultrasónica e

polimento, bem como o ensino e motivação para técnicas de controlo de placa bacteriana, de forma a promover saúde periodontal. É importante destacar que se procedeu, também, à extração das peças dentárias com prognóstico questionável. Efetivamente, apesar deste artigo se focar no 2º e 5º sextantes, é importante realçar que nos setores posteriores colocaram-se implantes dentários, de forma a devolver a capacidade mastigatória, bem como garantir um adequado suporte de oclusão posterior. Tendo em conta os critérios estéticos, funcionais, bio-mecânicos e biológicos, confecionou-se um enceramento de diagnóstico que constituiu a base para a realização do tratamento (fig. 10). Assim, decidiu-se que, para ocorrer uma correta integração biológica das restaurações no periodonto, ter-se-ia que realizar uma cirurgia para alongamento coronário, do 2º e 5º sextantes.

Fig. 7. Ortopantomografia do paciente onde é notória a ausência de várias peças dentárias, presença de lesões apicais, bem como de restaurações mal adaptadas e infiltradas.

Fig. 9. Modelos de estudo através dos quais se confirma o acentuado desgaste dentário, perda de dimensão vertical e oclusão anterior topo a topo.

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Fig. 8. Radiografias periapicais dos dentes do 2º e 5º sextantes.

Fig. 10. Enceramento diagnóstico realizado com base nos critérios estéticos e funcionais reabilitadores e periodontais. É evidente a presença de simetria das margens bem como a ideal localização dos “zenith”.


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Ciência e prática A partir do enceramento fabricaram-se goteiras, que foram utilizadas como guias para a realização da referida cirurgia (figs. 11 e 12). No dia da cirurgia, após anestesia infiltrativa, começou-se por desenhar a futura posição das margens gengivais, que serviu de ponto de partida à marcação das incisões (figs. 13 e 14). Uma vez concluídas as incisões parasulculares, elevou-se o retalho de espessura total e efetuou-se a cirurgia óssea. O cálculo da quantidade de osso a eliminar foi realizado a partir da posição da futura margem das restaurações, que respeitando o espaço biológico, deverá encontrar-se a cerca de 3 mm da crista óssea. Terminou-se a cirurgia com

sutura descontínua (pontos de colchoeiro vertical modificado e simples), de forma a obter uma estreita adaptação dos retalhos bem como garantir um adequado reposicionamento apical (figs. 15 a 28). Após decorridas quatro semanas de cicatrização, iniciou-se a fase de provisionalização com o talhe e confeção de pontes acrílicas provisórias, que incluíram as peças dentárias de 15 a 24 e de 35 a 45 (figs. 29 a 35). Tal como aconselhado no artigo de Pontoriero e Carnevale, 2001, aguardou-se cerca de seis meses antes de reabilitar com coroas definitivas de forma a promover a maturação e estabilidade dos tecidos periodontais (figs. 36 a 39).

Figs. 11 e 12. Goteiras fabricadas em material termoplástico que serviram de guia para a marcação das incisões cirúrgicas.

Figs. 13 e 14. Imagens clínicas relativas ao 2º sextante e 5º sextante aquando da marcação da futura posição da margem gengival e respetivos “zenith”.

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Figs. 15 a 20. Incisões e descolamento do retalho de espessura total.

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Figs. 21 a 25. Aspeto da cirurgia óssea onde se recorreu a broca esférica de tungsténio, em turbina, cinzel ósseo de ação posterior, broca de Oschenbein (com parte cortante apenas na ponta) e a uma lâmina de bisturi nº 15.

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Figs. 26 a 28. Sutura dos retalhos com seda 4/0, onde se destaca o encerramento primário dos mesmos.

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Figs. 29 a 35. Talhe e provisionalização com pontes acrílicas, onde se destaca o correto rebasamento que proporcionou uma satisfatória adaptação bem como o polimento das margens, permitindo uma saudável integração nos tecidos periodontais circundantes.

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Figs. 36 a 38. Imagens relativas à reabilitação definitiva com coroas em cerâmica com três anos de follow-up.

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Ciência e prática Conclusão Neste caso clínico é evidente a estreita relação entre as diferentes áreas da Medicina Dentária, nomeadamente entre a Periodontologia e a Prostodontia Fixa. Na realidade, para assegurar um adequado prognóstico, a longo prazo, é importante que todas as fases do tratamento sejam respeitadas, desde o planeamento até à fase de manutenção. Realça-se ainda a importância de uma detalhada recolha de todos os elementos clínicos e radiográficos para que se possa chegar a um correto diagnóstico, definir um adequado plano de tratamento e executá-lo.

A provisionalização efetuada após a cirurgia de alongamento coronário é de elevada relevância no sentido de permitir uma efetiva cicatrização dos tecidos, bem como um restabelecimento da função e estética. Assim, aquando da reabilitação definitiva, os tecidos já apresentam estabilidade e uma adequada integração das restaurações. Em conclusão, salienta-se a necessidade das restaurações apresentarem um desenho adequado, que permita um efetivo controlo de placa bacteriana, pelo clínico e pelo paciente, assegurando a longevidade do tratamento realizado.

Fig. 39. Vista extra-oral do sorriso do paciente onde é visível uma melhoria estética, mesmo em fase de provisórios.

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Granuloma central de células gigantes da mandíbula a propósito de um caso clínico

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Ciência e prática Introdução O Granuloma Central de Células Gigantes (GCCG) é um tumor intraósseo, benigno, frequentemente assintomático, que pode ter um comportamento clínico por vezes muito agressivo, com destruição do osso afetado. Este artigo apresenta um caso clínico de GCCG e faz uma resumida revisão bibliográfica sobre esta patologia.

Desenvolvimento O GCCG é considerado uma neoplasia benigna intraóssea de etiologia desconhecida. É classificado

em dois tipos: o tipo agressivo e o tipo não agressivo, sendo que o primeiro ocorre em doentes jovens e o seu comportamento implica uma terapêutica bastante agressiva que condiciona muitas vezes alterações morfológicas da face. Histologicamente é caracterizado por possuir tecido fibroso com focos hemorrágicos, contendo aglomerados de células gigantes multinucleadas. Trata-se de uma lesão pouco frequente, menos de 7% das lesões ósseas benignas, sendo que cerca de 70% ocorrem na mandíbula, no segmento anterior ao

Maria Rita Pimentel Maria Rita Pimentel Interna do Internato Complementar de Cirurgia Maxilofacial. Centro Hospitalar de Lisboa Central – Hospital de São José. mritapimentel@gmail.com Óscar Prim da Costa Assistente Hospitalar de Cirurgia Maxilofacial. Centro Hospitalar de Lisboa Central - Hospital de São José. Eduardo Carreiro da Costa Chefe de Serviço de Cirurgia Maxilofacial. Diretor do Serviço de Cirurgia Maxilofacial. Centro Hospitalar de Lisboa Central – Hospital de São José.

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Mulher de 25 anos, enviada pelo médico de família, observada em consulta de Cirurgia Maxilofacial por parestesia do lábio inferior com cerca de três meses

de evolução. Exame objetivo intra-oral mostrava um preenchimento do vestíbulo inferior (fig. 1) e, aumento do volume da região mentoniana (fig. 2), sem outras alterações. Ortopantomografia mostrava uma lesão osteolítica que se estendia de 3.4 a 4.5. Fez tomografia computorizada (TC) que mostrava lesão expansiva da mandíbula, ocupando espaço entre 3.4 e 4.5, cujo relatório referia: “(…) lesão expansiva ramo horizontal da mandíbula, mediana e paramediana direita com cerca de 48 x 26 x 26 mm. Tem marcada erosão óssea da cortical externa e áreas de lise cortical interna. (…) Envolvimento do canal mandibular distal à direita. Não há reabsorção de peças dentárias” (figs. 3-6). Fez análises de sangue, com doseamento da PTH (Parathyroide Hormone), cálcio e fósforo, cujos resultados não se mostraram alterados: PTH 36,4 (N 1288); cálcio 9,7 (N 8,8-10,8) e fósforo 3,4 (N 2,5-4,5). Fez biopsia da lesão, cujo resultado anatomo-patológico foi: “fundo de tecido fibroso e vascular com numerosas células gigantes multinucleadas do tipo osteoclástico, compatível com lesão central de células gigantes (GCCG)”. Foi proposto tratamento cirúrgico. Foi efetuada abordagem intraoral da lesão, tendo-se encontrado uma lesão granular, hemorrágica, multiloculada, com franca destruição óssea das tábuas interna e externa (figs. 7 e 8). Foi efetuada curetagem da lesão, hemostase e sutura da mucosa (figs. 9 e 10). Ficou internada no Serviço de Cirurgia Maxilofacial, tendo tido alta com indicação para manter dieta líquida. Foi seguida em consulta da especialidade, sem queixas e com recuperação progressiva da sensibilidade do lábio inferior. Fez ortopantomografias de controlo, oito meses após cirurgia, exame radiológico mostrava boa regeneração óssea, com loca totalmente preenchida por tecido ósseo normal (fig. 11).

Figura 1.

Figura 2.

primeiro molar. É mais frequentemente observado em mulheres jovens, com idades compreendidas entre os 20 e os 30 anos. Muitas vezes, é clinicamente assintomático, não sendo raro tratar-se de um achado radiológico. Tem um crescimento expansivo, com destruição do osso afetado, condicionando muitas vezes alteração da posição dentária. Radiologicamente não existem imagens específicas desta patologia, podendo aparecer como uma lesão uniloculada ou multiloculada com diferentes graus de destruição óssea. No maxilar superior pode invadir o pavimento da órbita, fossas nasais, enquanto que na mandíbula é caraterística radiológica o caráter expansivo, destruição das corticais ósseas, assim como o deslocamento das peças dentárias e reabsorção radicular. O diagnóstico diferencial faz-se com tumor castanho do hiperparatiroidismo, que é radiológica e histologicamente semelhante, ameloblastoma e quisto ósseo aneurismático. O tratamento preferencial é cirúrgico, variando desde a curetagem, nas lesões mais pequenas, até à resseção em bloco nas lesões maiores ou nas recorrências. Estão descritas como alternativas ao tratamento cirúrgico a injeção intralesional de calcitonina, interferão alfa ou corticoesteróides, com relatos de diminuição do tamanho das lesões. Contudo, tendo em conta que cada um destes agentes tem um mecanismo de ação diferente, alguns autores defendem que a regressão dos casos descritos, seria o curso natural da lesão e não devido ao tratamento.

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Figura 10.

Figura 11.

Conclusão GCCG trata-se de uma lesão óssea benigna, com crescimento expansivo, muito destrutiva localmente, cujo tratamento é cirúrgico. Tem uma taxa de recidiva de 15%, pelo que o tratamento deve ser agressivo e necessita de um follow-up rigoroso em consulta.

Bibliografia 1 . G o m e s , A C A ; S i l v a , E D O ; P o r t o , G G . Central Giant Cell Granulomas: a case report. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial. abr/jun2004; v.4,n.2:p91-95. 2 . S h o l a p u r k a r , A A ; P a i , K M ; A h s a n , A . Central Giant Cell Granuloma of the anterior maxilla. Indian Journal of Dental research. 2008;v.19,n.1:p78-82. 3 . R a s p a l l , G . Cirugía Maxilofacial. 2001;2ª edição, Editorial Médica Panamericana. 4 . D o m í n g u e z , E M ; R e y e s , V J O ; J i m é n e z , C N . Granuloma central células gigantes, presentación de un caso. Medicina Oral; 3(3):122-128 ISSN-1665-6024.

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Domingos Brandão Médico dentista. Prática clínica em Dentisteria e Prótese Fixa no Centro de Diagnóstico e Reabilitação Oral da Maia. Mestre em Dentisteria Estética e Restauradora.

Pôntico ovóide No âmbito da Prótese Fixa, o sucesso estético e funcional de uma restauração depende muito da saúde e forma gengivais bem como do contorno ósseo subjacente e não apenas da forma do dente. Um dos métodos para conseguir a eliminação dos habituais espaços negros triangulares interproximais, de prevenir o colapso do osso alveolar, melhorar as condições de higienização e criar ainda a ilusão de um dente emergindo das gengivas é o recurso ao pôntico ovóide. Esta é uma técnica cujo objetivo consiste em criar uma restauração final que provoque a impressão/ilusão de um dente emergindo da gengiva, permitindo criar ou manter a papila interdental e oferecendo melhores condições de higienização1,2,4. Desde que foi descrito em 1933, o conceito de pôntico ovóide tem sido usado com sucesso em tratamentos de prótese fixa e removível, bem como na área da implantologia. E, embora alguns profissionais tenham questionado a sua viabilidade, estudos histológicos não revelaram problemas clinicamente significativos quando mantida uma higiene bucal adequada2,3. Com esta técnica pretende-se preservar o tecido interproximal e evitar o colapso do osso alveolar após a exodontia, pelo que o alvéolo deverá ser preservado com a mesma forma e localização pré-cirúrgicas1. A forma do dente não é o único fator importante para um bom resultado final, o controlo do contorno gengival também o é, uma vez que permite eliminar o efeito dos espaços negros triangulares interproximais1,2. O design do pôntico determina uma coroa clínica anatomicamente moldada, à qual é incorporado um perfil em for-

ma de raiz. Esta configuração (em ambas as restaurações provisórias e final) promove e mantém o desenvolvimento de tecidos moles esteticamente corretos após uma extração dentária, sendo necessária também uma gestão adequada na maturação dos tecidos1,4. De extrema importância é a preservação da papila durante a operação de extração, preenchendo o alvéolo com a ponte provisória o mais rápido possível1. A aparência natural dos tecidos moles é um factor muito relevante, desejando os pacientes um aspeto natural dos mesmos, e esta solicitação que originou o desenvolvimento de técnicas concebidas para alcançar uma aparência natural dos tecidos moles1 vai de encontro ao uso do pôntico ovóide, um dos meios mais versáteis e eficazes para a obtenção dos resultados desejados2,4. De seguida, ilustramos o processo com algumas imagens referentes a um caso clínico.

Caso clínico Paciente submetido a tratamento periodontal, com protrusão dos incisivos superiores, mobilidade e extensa lesão periodontal por palatino no dente 11 (figs. 1 e 2). O paciente pretendia encerrar os diastemas, extrair o dente 11 e não ser submetido a tratamento com implantes. Nesse sentido, foi proposto ao paciente a extração do dente 11 e a colocação de uma ponte cerâmica, com pilares aos dentes 12, 21, 22, e pôntico ovóide ao 11.

Figs. 1 e 2. Fotos iniciais.

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Cadernos formativos Técnica Antes de dar seguimento ao plano de tratamento, foram efetuadas impressões em alginato para a confeção de um Wax-up de diagnóstico e após concordância do paciente foi executada uma ponte provisória. Neste caso, o passo seguinte foi o talhe dos dentes 12, 21, 22, controlando o desgaste com a ajuda de uma guia de silicone (figs. 3-5).

O momento mais crítico é o da exodontia. Esta deve ser o mais atraumática possível, evitando fraturar a tábua óssea vestibular e preservando as papilas1. Neste caso, a altura da tábua óssea e dos tecidos moles foi considerada aceitável, não sendo necessário realizar outros procedimentos como, por exemplo, enxerto de tecido conjuntivo ou ósseo.

Fig. 4. Talhe dos pilares 12, 21 e 22.

Fig. 3. Wax-up e guia de silicone.

Fig. 5. Aspeto vestibular dos talhes.

Fig. 6. Exodontia atraumática do 11.

Fig. 7. Pôntico submergido 2,3 mm no alvéolo.

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Cadernos formativos De seguida, adaptou-se a ponte provisória, levando o pôntico a penetrar 2 a 3 mm no alvéolo1 e verificou-se o assentamento deste. A ponte foi removida e efetuou-se um alto polimento da zona de contacto com os tecidos e o alvéolo1,2. Alguns dias após a exodontia convém remover a ponte provisória e reavaliar o assentamento do pôntico, assim como a cicatrização. O condicionamento dos tecidos moles e o ajuste do pôntico foi realizado todos os meses através da adição de resina, pressionando levemente as zonas que pretendemos modelar (com pontes provisórias, novas ou não) até se obter um contorno adequado às nossas pretensões. A pressão deverá provocar uma leve isquémia que

desaparece brevemente2. Com cada novo ajuste ou ponte provisória nova, a estética vai melhorando e os tecidos moles vão sendo comprimidos de modo a formar o contorno gengival e as papilas1. Ao fim do quarto mês após a exodontia, os tecidos moles atingiram a maturação, com a formação das papilas. A tomada de impressões final pode ocorrer entre três a quatro meses após a exodontia devido à variabilidade no processo de cicatrização para cada paciente1. Neste caso, aguardamos cinco meses antes da colocação do trabalho final. Observamos uma arquitetura e harmonia gengival muito satisfatórias.

Figs. 8 e 9. Um mês após a cimentação definitiva.

O paciente foi instruído para proceder à higienização desta área com super-floss e jato de água a baixa pressão, incidindo no dente com um ângulo de 90º e não diretamente na gengiva. A forma convexa do pôntico permite uma boa higienização1.

Neste caso, o objetivo principal foi alcançado. A restauração definitiva exibe excelente forma, função, integração com os tecidos moles e estética adequada, criando o pôntico ovóide a ilusão de imergir da gengiva, apresentando um perfil de imergência adequado.

Figs. 10 e 11. Dois anos após cimentação.

Bibliografia 1 . N o r i e g a E . Ovate Pontic: Natural look. www.burgart.com.pe. 2 . D y l i n a T J . Contour determination for ovate pontics. J Prosthet Dent. 1999; 82: 136-142. 3 . Z i t z m a n n N U , M a r i n e l l o C P , B e r g l u n d h T . The ovate pontic design: a histologic observation in humans. J Prosthet Dent. 2002; 88: 375-380. 4 . L i u C - L . Use of a modified ovate pontic in areas of ridge defects: a report of two cases. J Esthet Restor Dent 2004; 16: 273-283.

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Bárbara Elias, empresária

Os nossos dentes dizem muito sobre nós

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FOTOS GENTILMENTE CEDIDAS POR CENTRAL MODELS

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O meu sorriso Bárbara Elias já foi capa das principais revistas nacionais, desfilou nas passarelles da Europa, África, Japão e Estados Unidos, e apareceu em diversas campanhas publicitárias. Também participou como atriz em séries de sucesso e, durante anos, apresentou espetáculos e programas na televisão estatal e na SIC. Atualmente, a ex-manequim, natural de Lisboa, dedica-se acima de tudo à sua empresa de organização de eventos, hospedeiras e promotoras, mas não deixa de ter sempre presente a importância de manter uma boa imagem na sua área profissional, “como aliás em todas as outras”. Para Bárbara Elias, uns dentes cuidados fazem um sorriso bonito. “E profissionalmente devemos ser agradáveis”. M AXILLARIS. Com que regularidade vai ao dentista? B á r b a r a E l i a s . Visito o médico dentista pelo menos de seis em seis meses, por rotina. M Que cuidados de higiene oral tem diariamente? B á r b a r a E l i a s . Lavo os dentes de manhã e à noite. Também uso elixir. M Que tipo de escova de dentes usa?

B á r b a r a E l i a s . Uma escova normal.

mento e serviço. Para quem tem pavor dos tratamentos dentários, como eu, posso garantir que ajuda muito!

M Com qual (ou quais) das seguintes sensações se identifica mais quando se senta na cadeira do dentista: pavor, resignação ou determinação? B á r b a r a E l i a s . Pavor!!! M Evita fumar ou comer algum tipo de alimento ou bebida que escureça os dentes? B á r b a r a E l i a s . Fumar não fumo e bebidas que escureçam os dentes, acho que só bebo café. Esse hábito não consigo evitar…

M De que forma ter um sorriso bonito e uma boa higiene oral é importante na sua profissão? B á r b a r a E l i a s . Os nossos dentes dizem muito sobre nós próprios e por isso são muito importantes. Não apenas na minha profissão, como em todas as outras. Uns dentes bem cuidados fazem um sorriso bonito. E profissionalmente devemos ser agradáveis! M Qual foi o maior elogio que já ouviu ao seu sorriso? B á r b a r a E l i a s . Que tenho um sorriso bonito.

M Qual é o sorriso que não a deixa M Em criança ou adolescente usou indiferente?

aparelho nos dentes? B á r b a r a E l i a s . Nunca usei.

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B á r b a r a E l i a s . Qualquer sorriso que seja sincero.

Uns dentes bem cuidados fazem um sorriso bonito

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M Já recorreu a tratamentos dentários específicos? B á r b a r a E l i a s . Só fiz tratamentos de manutenção normais. Ultimamente, na Prime Clinic. Gostei muito do atendi-

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Calendário de cursos Curso prático de implantologia A Straumann organiza em Lisboa, a partir do final deste mês e até junho próximo, um curso prático de implantologia, que será coordenado por Helena Rebelo, com o apoio de Inês Faria e Francisco Brito. Os objetivos do curso passam por transmitir aos participantes a forma de lidar perante um caso que necessita de reabilitação por ausência(s) dentária(s), de planificar, de forma fundamentada, uma reabilitação implanto-suportada e por fornecer preparação para a execução e seguimento da fase cirúrgica da reabilitação implanto-suportada. 214 229 170 • info.pt@straumann.com

Formação em cirurgia e prótese sobre implantes A Ceodont organiza, a partir deste mês, mais uma edição do programa de cirurgia e prótese sobre implantes, ministrado por Mariano Sanz Alonso e José de Rábago Vega, com a colaboração de Bertil Friberg. O objetivo é proporcionar ao médico dentista generalista uma série de cursos estruturados em Implantologia, de modo a que possa obter uma formação teórica e clínica, que lhe permita familiarizar-se neste domínio. O programa divide-se nos seguintes módulos: • Módulo 1: Diagnóstico e plano de tratamento; de 8 a 10 de este mês. • Módulo 2: Cirurgia de implantes; de 26 a 28 de abril. • Módulo 3: Prótese sobre implantes; de 17 a 19 de maio. • Módulo 4: Curso sobre cadáveres e cirurgia e prótese em casos complexos: de 14 a 16 de junho. Ceodont (Grupo Ceosa). (0034) 915 540 979 cursos@ceodont.com • www.ceodeont.com

Centro de Formação Contínua da OMD A Ordem dos Médicos Dentistas organiza, ao abrigo do programa anual do Centro de Formação Contínua, três tipos de ações de formação: cursos de fim de dia, cursos modulares de endodontia e dentisteria e as Jornadas de Primavera. Segue-se o calendário das iniciativas que a OMD reservou para o segundo trimestre do ano: Cursos de fim de dia • Retratamento endodôntico cirúrgico vs não cirúrgico (José Manuel Sacramento); 25 deste mês, Vila Real. • Paciente bruxómano: um “desconhecido” para a reabilitação oral protética (Pedro Nicolau e Ricardo Dias); 16 de abril, Lisboa. • Tracção de dentes inclusos (Saúl Castro); 23 de abril, Tomar. • Técnicas de exodontia de dentes inclusos – conceitos actuais (Germano Rocha); 7 de maio, Aveiro. Jornadas da primavera • Sensibilidade dentária na prática clínica (Patrícia Pires); 4 de abril, Albufeira. • Retratamento endodôntico (Jorge Martins); 4 de abril, Albufeira. • Tratamento periodontal não cirúrgico – conceitos actuais (Cláudia Bordalo); 5 de abril, Albufeira. • Eletro galvânicas em implantologia (Daniel Dieb); 5 de abril, Albufeira. • Abordagem terapêutica em pacientes com caninos inclusos (David Pereira da Silva e Daniela Alves Pereira); 6 de abril, Albufeira. • Cimentação em prótese fixa (Ana Miranda); 6 de abril, Albufeira. • Traumatismos dentários em odontopediatria (Joana Barbosa); 7 de abril, Albufeira. • Tratamento ortodôntico cirúrgico: diagnóstico, planificação e VTO (José Barros); 7 de abril, Albufeira. 226 197 690 • www.omd.pt

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Calendário de cursos Cirurgia de elevação do seio maxilar Os Laboratórios Inibsa organizam este mês dois seminários de cirurgia de elevação do seio maxilar, orientados por Fernando Almeida. Com a fundamental componente teórica e visualização de cirurgias, os participantes terão também como enriquecimento hands-on sobre modelos para iniciação e melhoria de técnicas cirúrgicas. O primeiro seminário vai decorrer já no próximo dia 12 no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, enquanto a segunda sessão terá lugar no dia 23 na Clínica Dentária dos Carvalhos, no Porto. Com o objetivo de melhoria dos conhecimentos dos profissionais em cirurgia, não será cobrada a participação, pelo que as inscrições são limitadas. sandra_almeida@inibsa.pt • raquelcosta.cmdc@gmail.com

Cursos de anatomia cirúrgica A Universidade Complutense de Madrid (UCM) e a Avinent agendaram para os próximos meses de abril e maio dois cursos de anatomia cirúrgica, que vão decorrer nas instalações da referida universidade espanhola. O primeiro realiza-se nos dias 20 e 21 de abril. Trata-se de um curso teórico-prático de anatomia cirúrgica oral aplicada à implantologia. As sessões incluirão dissecação e identificação das estruturas sobre material cadavérico humano criopreservado e sistemática de colocação de implantes. Posteriormente, no dia 26 de maio, terá lugar o curso de anatomia e técnica cirúrgica de elevação do seio maxilar em material cadavérico criopreservado. Os cursos são dirigidos pelo catedrático José F. Rodríguez-Vázquez e as vagas para ambos são limitadas. (0034) 902 383 848 • cursos@avinent.com

Curso de reciclagem na reparação de instrumentos rotatórios Durante a semana de 12 a 16 do corrente mês, vai decorrer na sede central da Bien Air, em Barcelona (Espanha), um novo curso de reciclagem na reparação de instrumentos rotatórios da marca suíça. Os participantes serão orientados pelos técnicos Julián Ramos e Jesús Pallarés, que darão a conhecer as técnicas mais apropriadas para a reparação de instrumentos e divulgarão as novas tecnologias Bien Air. Este curso segue o programa de formação que a marca suíça delineou para ampliar os conhecimentos de técnicos reparadores de instrumentos rotatórios em Espanha. O programa iniciou-se no primeiro trimestre de 2011 e continuará ativo como uma das prioridades para o desenvolvimento completo da marca também no domínio técnico. (0034) 934 253 040 • ba-e@bienair.com • www.bienair.com

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Calendário de cursos II Curso de odontopediatria O Centro de Estudos de Medicina Dentária do Amial (Porto) organiza, a partir deste mês, a segunda edição do curso de odontopediatria, que conta com a supervisão da professora catedrática da Universidade Complutense de Madrid, Elena Barbería Leache. O curso, que engloba as temáticas de fantomas, novos materiais, prática clínica e laboratório, divide-se em quatro módulos, ao abrigo do seguinte calendário: • 1º módulo: diagnóstico e plano de tratamento; 23 e 24 de este mês. • 2º módulo: terapia pulpar em dentição decídua e permanente jovem; 13 e 14 de abril. • 3º módulo: Desenvolvimento da oclusão; 18 e 19 de maio. • 4º módulo: Traumatismos dentários no paciente em crescimento; 15 e 16 de junho. 228 347 766 • anacristina@manuelneves.com

Nova formação em estética dentária Ceodont (Grupo Ceosa) dará início, no próximo mês de junho, a mais uma edição do programa de especialização em estética dentária. Esta ação de formação, que conta com Mariano Sanz Alonso, Manuel Antón Radigales e José A. de Rábago Vega como orientadores, obedece ao seguinte calendário: • 1. Cirurgia plástica periodontal; 1 e 2 de junho. • 2. Cirurgia mucogengival e estética; 6 e 7 de junho. • 3. Restauração com compósites I; 21 e 22 de setembro. • 4. Restauração com compósites II; 16 e 17 de novembro. • 5. Capas de porcelana I; 18 e 19 de janeiro de 2013. • 6. Capas de porcelana 2; 15 e 16 de fevereiro de 2013. • 7. Coroas de recobrimento total e incrustações; 15 e 16 de março de 2013. Ceodont (Grupo Ceosa). (0034) 915 540 979 • cursos@ceodont.com

Aperfeiçoamento em prótese fixa sobre dentes e implantes O Centro de Prevenção e Reabilitação Oral Dr. Genilson Silva Neto, em colaboração com a Straumann, organiza a 27ª edição do curso de aperfeiçoamento em prótese fixa sobre dentes e implantes, ministrado pelo próprio Genilson Neto. Esta iniciativa irá decorrer em Lisboa, a partir deste mês e até julho próximo, nas instalações do referido Centro de Prevenção e Reabilitação Oral, nas suas componentes teórica e prática. 217 816 710 • clinica@gsilvaneto.com

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Calendário de cursos Curso de ortodontia prática A Ledosa (Grupo Ceosa) inicia este mês mais um curso de ortodontia prática, na especialidade de Arco Reto-C, ministrado por Alberto J. Cervera Durán, Alberto Cervera Sabater e Mónica Simón Pardell. O objetivo é divulgar a prática clínica da ortodontia fixa, segundo a técnica de Arco Reto. Eis o programa do novo curso: • 1. Diagnóstico e cefalometria; de 22 a 24 de março. • 2. Estudo da classe 1ª; de 19 a 21 de abril. • 3. Cimentado e biomecânica; de 24 a 26 de maio. • 4. Estudo da classe 2ª; de 28 a 30 de junho. • 5. Estudo da classe 3ª; de 19 a 21 de julho. • 6. Diagnóstico atual e introdução à autoligação estética; de 13 a 15 de setembro. • 7. Biomecânica avançada e autoligação; de 4 a 6 de outubro. • 8. Ortodontia multidisciplinar; de 8 a 10 de novembro. Ledosa (Grupo Ceosa). (0034) 915 540 979 cursos@ledosa.com • www.ledosa.com

Workshop intensivo de implantologia A Avinent e a Universidade de Barcelona voltam a colaborar na organização do workshop intensivo de implantologia, destinado à capacitação básica para a colocação de implantes. A segunda edição do curso terá lugar, entre os dias 17 e 22 de setembro, na Clínica Odontológica Universitária da citada universidade espanhola. Sob a direção de Carles Subirà, esta formação destina-se a médicos dentistas generalistas ou especialistas. Oferece aos participantes um excelente quadro docente formado por professores universitários com comprovados méritos no âmbito clínico e académico. O curso vai decorrer na Clínica Odontológica da Universidade de Barcelona.

(0034) 902 383 848 • cursos@avinent.com

Curso de atualização em endodontia clínica Vai decorrer em Coimbra, nos dias 24 e 25 deste mês, um curso de atualização em endodontia clínica e abordagem de lesões endo/perio, sob orientação de Sérgio Matos. O curso inclui um programa teórico e uma componente prática do tipo hands-on, em que os participantes terão a possibilidade de exercitar várias técnicas de instrumentação e obturação, bem como técnicas cirúrgicas de incisões, retalhos, suturas e aplicação de biomateriais regenerativos. sandra_almeida@inibsa.pt

Formação contínua em endodontia A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) organiza a partir deste mês, na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, uma ação de formação contínua em endodontia, que tem como formadores António Ginjeira, Cláudia Cavaco Martins e Isabel Vasconcelos. O curso da SPEMD engloba uma exaustiva componente teórica e prática, estando dividido em três módulos, agendados para as seguintes datas: 17 deste mês, 14 de abril e 5 de maio. www.spemd.pt

Ciclo de ortodontia clínica e ortopedia dento-facial O ciclo de excelência "Ortodontia clínica e ortopedia dento-facial", organizado pelo Campus Odontológico Internacional, prossegue em Salamanca (Espanha). O objetivo é oferecer uma ampla e sólida formação teórica-prática, baseada em diferentes técnicas que permitirão aos profissionais do setor escolher a melhor técnica para a sua prática clínica diária. Eis as datas dos próximos módulos: • 4º módulo: 15 a 20 de este mês. • 5º módulo: 19 a 24 de abril. • 6º módulo: 17 a 22 de maio. (0034) 609 788 884 • info@campusodontologico.com • www.campusodontologico.com

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Congressos e reuniões Congresso da OMD regressa ao Europarque em novembro O congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas regressa à região do Porto. A XXI edição do encontro, que engloba o habitual certame da indústria (Expo-Dentária), vai decorrer no Europarque de Santa Maria da Feira, entre os dias 8 e 10 do próximo mês de novembro. O congresso de 2012 conta com os médicos dentistas Artur Lima e Ricardo Faria e Almeida como presidentes da Comissão Organizadora e da Comissão Científica, respetivamente. Ao abrigo do programa científico estão já confirmadas as intervenções do seguintes oradores internacionais: Pierpaolo Cortellini (perio-biomateriais), Ricardo Mitrani (prótese fixa), Dennis Tarnow (implantologia), Ronald Jung (prótese fixa e removível), Michael Norton (regeneração óssea), Marga Ree (endodoncia), Jacques E. Nor (odontopediatria) e Urs Belser (reabilitação oral). www.omd.pt

SPEMD organiza em Lisboa XXXII congresso anual A XXXII edição do congresso da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) está agendada para os dias 12 e 13 de outubro deste ano. Lisboa é a cidade anfitriã do encontro anual da SPEMD, cujo programa irá decorrer nos auditórios do ISCTE. Estão confirmados no programa os conferencistas estrangeiros Roberto Spreafico (Itália), Serge Bouillaguet (Suíça) e Francesco Martelli (Itália), bem como os oradores nacionais Pedro Toscano, Joana Godinho, Ana Carla Coelho, Ana Luísa Costa, Carlos Falcão e João Pedro Canta. www.spemd.pt

Universidade Fernando Pessoa organiza jornadas dentárias As próximas Jornadas de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa realizam-se nos dias 28 e 29 deste mês, no auditório principal desta instituição de ensino superior com sede no Porto. Esta iniciativa anual constitui um espaço de intervenção e interação onde os alunos são confrontados com variadas experiências por parte de reconhecidos profissionais nacionais e internacionais, procurando alargar os horizontes do seu futuro na profissão. O programa das jornadas abrange as especialidades de dentisteria, implantologia, periodontia, endodoncia e ortodoncia, entre outras, bem como a discussão de casos clínicos multidisciplinares. Estão previstas distinções para as melhores comunicações orais e pósteres. www.ufp.pt

XXIV reunião da SPODF vai ter lugar em Coimbra A próxima reunião científica da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) vai decorrer, entre os dias 17 e 19 de maio, num hotel de Coimbra. A excelência em ortodontia será o tema em destaque no XXIV encontro anual da SPODF, cujo programa científico prevê uma abordagem a temáticas como a disfunção ATM, cirurgia ortognática, tratamento precoce, estética facial, sistemas autoligantes e ortodontia lingual. www.spodf.pt

Jornadas da Universidade do Porto agendadas para este mês A XXIII edição das Jornadas de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto vao realizar-se no dia 17 deste mês. Este evento, cuja Comissão Organizadora é presidida por Pedro Mesquita, pretende reunir, uma vez mais, alunos, médicos dentistas e demais profissionais das diversas áreas da saúde oral, promovendo e contribuindo para o seu desenvolvimento científico e para o convívio interpessoal. www.fmd.up.pt

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Congressos e reuniões Universidade de Lisboa celebra jornadas em maio As XXVI Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) vão ter lugar nos dias 17 e 18 de maio próximo. O evento contará com a presença de um conjunto de prestigiados oradores nacionais e estrangeiros que se destacam pela sua competência científica e técnica. Serão também realizados cursos teórico-práticos sobre vários temas da saúde oral. Este ano, pela primeira vez, a organização das jornadas conta com a presença de todos os antigos alunos dos dez primeiros cursos de Medicina Dentária da faculdade lisboeta e que servi966 485 695 jose.fernandes@fmd.ul.pt rá de arranque para a Associação de Antigos Alunos da FMDUL.

Portimão acolhe II Encontro Nacional de Estudantes de Medicina Dentária A Associação Portuguesa de Estudantes de Medicina Dentária (PADS) vai realizar em Portimão, entre os dias 30 deste mês e 3 de abril, a segunda edição do Encontro Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (ENEMD). A parte científica do programa será assegurada pelos oradores Pedro Sá, Daniel Alves e Luís Monteiro, que abordarão, respetivamente, os temas “Carga em implante”, “Enxertos em implantologia” e “Tumores odontogénicos benignos”. A componente recreativa do encontro prevê atividades náuticas (surf, mergulho e vela) e um pack velocidade no autódromo do Algarve. 917 914 396 (Sara Pinto) • sara.pinto.moreira@gmail.com

Reunião de Medicina Dentária e Estomatologia em Coimbra

md@fmed.uc.pt

A Área de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra vai realizar, nos dias 24 a 26 do próximo mês de maio, a XXI Reunião Anual de Medicina Dentária e Estomatologia de Coimbra, que decorrerá no Centro de Congressos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. A história, tradição e sucesso deste congresso, que reuniu mais de 600 participantes e 50 conferencistas na sua última edição (2011), de há muito que o convertem num evento de referência a nível nacional. A Comissão Organizadora do encontro é presidida por João Carlos Ramos.

XX Jornadas Internacionais de Medicina Dentária As XX Jornadas Internacionais de Medicina Dentária do Instituto Superior de Ciências da Saúde - Egas Moniz celebram-se nos dias 23 e 24 deste mês. Esta edição marca também a génese das Jornadas Internacionais de Prótese Dentária, um evento científico que permite aos técnicos de prótese dentária atualizarem-se nas técnicas laboratoriais. Destacam-se as presenças de Frank Kaiser, que irá apresentar a temática de prótese implanto-suportada, e de Cosme Gay Escoda, famoso pelo seu Tratado de Cirurgia Oral, que irá abordar o tema “Cirurgia do terceiro molar incluso”. No programa de prótese haverá espaço para a integração "Medicina Dentária-Prótese Dentária" onde serão expostos casos clínicos de João Desport. www.jmd.egasmoniz.edu.pt

II Simpósio da Academia de Implantologia Oral A Fundação Cupertino de Miranda, no Porto, vai acolher no próximo dia 21 de abril o II Simpósio da AIO – Academia de Implantologia Oral, subordinado ao tema “Prótese fixa vs prótese aparafusada”. Neste evento, que conta com o patrocínio e a coordenação da Sinusmax, participam oradores internacionais no campo da prótese e da implantologia, assim como conferencistas nacionais, que apresentarão os seus casos mais relevantes desta temática. 229 377 749 • sinusmax@sinusmax.com

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Congressos e reuniões Congresso internacional de implantologia em Paris A Associação de Pesquisa Odontológica e Maxilo-Facial (AROM), com a colaboração da Sinusmax, retoma este mês (dias 21 e 22) o congresso internacional “10 horas de implantologia”, que se celebra anualmente em Paris, desde 1990. Subordinado ao tema “Os consensos em implantologia”, o programa do congresso prevê 30 conferências magistrais, quatro intervenções cirúrgicas em direto e a participação de conferencistas de renome internacional que partilharão com os participantes os mais recentes avanços em implantologia dentária. 229 377 749 • sinusmax@sinusmax.com

ITI organiza congresso ibérico em Santiago de Compostela ITI (International Team for Implantology) vai levar a cabo em Santiago de Compostela (Espanha), entre os dias 10 e 12 de maio, um congresso ibérico dedicado à temática “Implantologia clínica baseada na evidência”. O congresso vai decorrer no Palácio de Congressos e Exposições da Galiza, contando com a participação de oradores internacionais da Suíça (Daniel Buser e Alwin Schönenberger), Austrália (Stephen Chen) e Estados Unidos (German Gallucci). www.iti.org/congressiberia

Astra Tech celebra terceiro encontro mundial em maio O terceiro congresso mundial da Astra Tech terá lugar de 9 a 12 de maio em Gotemburgo (Suécia) e contará com um programa de inspiração científica de três dias com mais de 100 professores de renome mundial, complementado com sessões práticas e demonstrações de produtos. O Astra Tech World Congress contará com um distinto comité científico, formado por Jan Lindhe, Tomas Albrektsson e Christoph Hämmerle que, por sua vez, estarão acompanhados por Denis Cecchinato, Kerstin Gröndahl, Stefan Haßfeld, Rhonda Jacob, Hans-Christoph Lauer, Gert J. Meijer, Masahiko Nikaido, Richard Palmer, Pascal Valentini e Homa Zadeh. www.astratechdental.pt

Viena acolhe em junho congresso Europério A sétima edição do congresso Europério, organizada pela Federação Europeia de Periodontia, tem como cidade anfitriã a capital da Áustria. O principal evento mundial dedicado à temática da periodontia, que se realiza de três em três anos, reunirá em Viena, entre 6 e 9 de junho, congressistas e representantes da indústria dentária de toda a Europa e de vários pontos do planeta. Paralelamente, centenas de representantes da indústria dentária mundial apresentarão em Viena as últimas novidades em matéria de serviços, equipamento e produtos nesta área. www.europerio7.com

EOS 2012 realiza-se em Santiago de Compostela A 88ª edição do congresso da Sociedade Europeia de Ortodontia (EOS na sigla em inglês) realiza-se este ano em Espanha, sob a organização de David Suárez Quintanilla. O encontro terá lugar no Palácio de Congressos e Exposições da Galiza, em Santiago de Compostela, de 18 a 23 de junho. O programa científico é dedicado ao diagnóstico ortodôntico 3D, aos micro-implantes e aos novos procedimentos cirúrgicos no tratamento ortodôntico. O congresso prevê as intervenções de Abel García, Vicente Hernández y Eliseo Plasencia (Espanha), Axel Bumann (Alemanha), César Guerrero (Venezuela), Theodore Eliades (Grécia), Raffaele Spena (Itália), Timo Peltomäki (Finlândia), Nigel Hunt (Reino Unido), Hee-Moon Kyung (Coreia) e Meir Redlich (Israel), entre outros. www.eos2012.com

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“Queremos levar o melhor do Brasil e ajudar Portugal a vencer a crise” Conexão Sistemas de Prótese aposta no mercado dentário português

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o ano em que celebra o seu 20º aniversário, a Conexão Sistemas de Prótese conta inaugurar, nos próximos meses, as suas instalações em pleno centro de Lisboa e iniciar a atividade comercial no mercado dentário nacional. O investimento em Portugal iniciou-se há dois anos, mas até aqui a missão principal foi preparar a sua entrada “com total respeito pelas regras portuguesas”, sublinha o presidente da empresa do mercado brasileiro, que utiliza um milhão e 200 mil implantes por ano. Rodolfo Candia Alba Jr. explica os contornos da nova aposta – em tempos de crise – da indústria brasileira no setor dentário português. Num momento em que Portugal e a própria Europa, em geral, atravessam uma conjuntara de crise financeira e económica, como justifica o investimento da Conexão Sistemas de Prótese no mercado português?

Rodolfo Candia Alba Jr. Eu não encontraria melhor momento do que este. Repare que as empresas brasileiras viveram momentos constantes de crise num passado ainda recente. A Conexão tem 20 anos de atividade no Brasil, portanto, é uma empresa que já passou todas as crises possíveis. Nós temos experiência e condição para vencer as crises e queremos entrar em Portugal para ajudar. Por outro lado, a presente conjuntura constitui uma oportunidade para nós, tendo em mente que as boas empresas europeias – que conhecemos e admiramos – praticam um valor de preço que, hoje em dia, está fora da realidade europeia. Neste contexto, a Conexão, enquanto empresa líder no Brasil, tem uma experiência e um produto altamente confirmados. Nós queremos levar a Portugal a nossa mais-valia e alta qualidade, desenvolvida com equipamentos europeus da Alemanha e Suíça, mas com a criatividade das universidades brasileiras, que se traduz em pesquisa e produtos patenteados no Brasil. Que estratégia está delineada para o mercado ibérico, partindo do princípio que Espanha também é um mercado alvo para a Conexão? Rodolfo Candia Alba Jr. Efetivamente, é nossa intenção marcar, a curto ou médio prazo, uma presença em todo o mercado ibérico. A estratégia é a mesma que nós usamos no Brasil. É dar valor aos profissionais de medicina dentária, é proporcionar-lhes formação e conhecimentos técnicos e científicos, investir nas universidades e nas boas instituições, bem como nos congressos importantes do setor em Portugal e na Espanha, ou seja, valorizar a própria equipa da casa. O nosso objetivo é ser apenas uma conexão, é intermediar a relação entre os bons profissionais e o seu trabalho em prol dos pacientes. A Conexão iniciou essa missão em Portugal, no ano passado, patrocinando um evento completo na Universidade de Coimbra, no âmbito das suas jornadas oficiais. Foi com muito orgulho e prazer que tivemos a oportunidade de conversar com os nossos irmãos portugueses e sentir deles uma grande recetividade no sentido de receber em Portugal a Conexão, uma empresa séria, com produtos altamente qualificados que vão, sem dúvida, valorizar o mercado, tanto em matéria de valores competitivos como em produtos assegurados e garantidos.

Rodolfo Candia Alba Jr., presidente da Conexão Sistemas de Prótese, adianta que a missão “não é tirar proveito de Portugal, mas sim ganhar com Portugal”.

Para quando prevê o início da atividade comercial em Portugal? Rodolfo Candia Alba Jr. Nós já estamos investindo em Portugal há dois anos e temos a nossa sede oficial na Avenida da Liberdade, em Lisboa. Acredito que a data de inauguração deverá estar definida nos próximos meses. O mais importante é que temos vindo a preparar a nossa entrada no mercado português de acordo com todas as normas que a Infarmed e a Comunidade Europeia nos colocaram. Está tudo registado em conformidade e com um respeito total pelas regras portuguesas. A nossa missão não é tirar proveito de Portugal, mas sim ganhar com Portugal. É levar o que o Brasil conseguiu desenvolver de melhor – e que o mundo teve oportunidade de observar no último congresso de São Paulo (CIOSP) –, principalmente na área das próteses onde a Conexão é especialista em soluções de facilidade e longevidade para o dentista oferecer ao seu paciente. Entre os produtos que vão ser lançados e comercializados no mercado ibérico, existe algum que mereça especial destaque? Rodolfo Candia Alba Jr. Na verdade, a Conexão tem um leque de produtos que favorecem, por um lado, o planeamento e dão garantias ao dentista e, por outro, oferecem uma segurança total ao paciente. Na recente 30ª edição do CIOSP, celebrada em São Paulo, lançámos o Stop Drill. Trata-se de um conjunto de medidores para profundidade no domínio da implantologia. Esta nova ferramenta permite ao profissional definir, com precisão, o implante que pretende utilizar numa escala entre 5,5 mm e 15 mm de comprimento. Inclui um dispositivo rápido e automático que garante que a perfuração será tal como foi planeada. Deste modo, o dentista deixa de se preocupar com a possibilidade de atingir um nervo maxilar, mandibular ou um canal do mentoniano. Esse risco não existe, já que passa a dispor de um planeamento, através da tomografia ou da radiografia panorâmica, que lhe permite colocar o implante no paciente com total segurança, observando mais a vertente tridimensional da posição do dente, a posição do implante em relação às superfícies vestibular, lingual, mesial ou distal. Trata-se, portanto, da mais recente inovação da Conexão ao serviço da implantologia?

O recém lançado Stop Drill é um dos produtos implantológicos que vão estar disponíveis em Portugal. Este conjunto de medidores para profundidade permite definir, com precisão, o implante a utilizar numa escala entre 5,5 mm e 15 mm de comprimento.

Rodolfo Candia Alba Jr. É um produto inovador e está patenteado por nós neste formato, que se traduz em um conjunto autoclavável, rápido de usar com o apoio do kit Full Osseointegration, que é o nosso kit cirúrgico de osteointegração total, e a nossa linha Gold, com precisão assegurada, uma precisão analisada e avaliada não por nós, mas por uma universidade suíça.


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Novidades da indústria Novo Scan-Fit da GT-Medical 916 125 722 www.gt-medical.com

A GT-Medical apresenta o seu novo scanner Scan-Fit. Trata-se de um sistema Scanner-Cad, capaz de satisfazer as necessidades mais exigentes enquanto a precisão e desenho. O Scan-Fit está dirigido para laboratórios protésicos com um alto nível produtivo. Foi especialmente concebido para a elaboração de próteses sobre implantes, mas sem descuidar as estruturas cimentadas tradicionais, assim como anatómicas e barras.

IDI lança implante IDBio 229 377 749 sinusmax@sinusmax.com

A IDI - Implants Diffusion International lança em Paris, por ocasião do congresso “10 Horas de Implantologia” , que se realiza nos dias 21 e 22 deste mês, o seu novo implante IDBio. Trata-se de um implante com conexão interna e desenho em forma de cunha expansora para uma máxima simplicidade protética e para uma excelente inserção. A conexão beneficia de sulcos anti desaperto e o colo do implante e a forma de cone invertido garantem a redução da tensão ao nível da crista óssea. A sua morfologia é a ideal para carga imediata e o seu apex penetrante ideal para a técnica pós extração.

Bracket estético de autoligado Camaleón

DM.CEOSA comercial-ventas@ceosa.com www.demceosa.com

O novo bracket estético de autoligado Camaleón melhora a aplicação em clínica, proporcionando uma ótima estética. Está disponível em versão estética e/ou metálica, perfeitamente combináveis entre si, garantindo uma grande versatilidade segundo as necessidades do caso a tratar. Está especialmente indicado para pacientes que se submetem a tratamentos simples e rápidos, já que as visitas podem distanciar-se (uma por cada dois meses aproximadamente), bem como em casos de grande sobremordida, onde os incisivos superiores contactam com os brackets dos incisivos inferiores. O Camaleón apresenta como principais características um inovador desenho de tampas (passivas, ativas e com gancho), movimentos sem fricção, tamanho reduzido e máxima estética. Favorece a aceitação por parte do paciente.

Liga de cromo-níquel www.ivoclarvivadent.es

A Ivoclar Vivadent tem disponível no mercado uma liga de cromo-níquel, designada por Colado NC, com uma oxidação mais clara. Com o fim de facilitar aos laboratórios dentários a escolha mais adequada, a Ivoclar Vivadent decidiu retirar do mercado a liga antecessora, d.Sign 15.

Turbina Bora LK Blackline

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A Bien Air coloca à disposição do mercado a turbina Bora LK Blackline, que conjuga as seguintes características: 320.000 rpm, três sprays, ajuste com pulsador, cabo de fibra de carbono, acoplamento rápido e giratório para enlace Multiflex Kavo, entre outras vantagens. As turbinas Bien Air caracterizam-se pelo equilíbrio entre a tecnologia mais avançada e a ergonomia mais estudada. Com a linha Blackline de fibra de carbono e com luz Led, a gama alcança a máxima expressão da excelência.


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Novidades da indústria Matriz Cervical 360º 210 317 700 www.dentina.pt

A marca alemã Triodent, que conta com a empresa Dentina como distribuidor em Portugal, lançou recentemente a Matriz Cervical 360º para restaurações de Classe V mais fáceis e mais rápidas. A nova matriz dispõe de uma pega rotativa e três posições de fixação para ângulos de acesso e colocação com maior facilidade. Está disponível em três tamanhos (grande, médio e pequeno) flexíveis e transparentes.

iChiropro com nova aplicação

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A Bien Air dispõe de uma nova versão do iChiropro, sistema de control que oferece as sequências clínicas pré-programadas das principais marcas de implantes, que inclui agora uma aplicação específica para tablets tácteis. O novo iChiropro destaca-se pelo equilíbrio de trabalho perfeito entre o iPad (ou iPad 2) e uma eletrónica excecional para controlar o potente micromotor MX-i Led. Dito de outro modo, o iChiropro redefine a ergonomia e a comodidade de uso.

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Página empresarial GT-Medical apresenta novidades na Expodental A GT-Medical exibiu em Madrid, no âmbito da Expodental, que decorreu nos passados dias 23 a 25 de fevereiro, os seus últimos avanços em tecnologia Cad-Cam, para além de ter apresentado uma ampla gama de produtos. Os que mais despertaram a atenção dos visitantes, pelo seu carácter inovador, foram a nova máquina de brocagem DC 40, totalmente automática, que permite uma alta facilidade de uso, e o novo scanner Scan-Fit, que oferece um desenho altamente avançado. Por outro lado, a GT-Medical decidiu este ano apostar em distintos materiais de brocagem (zircónio branco, translúcido, coloreado, etc.), bem como em diferentes materiais para próteses terminadas anatómicas, esperando assim satisfazer os profissionais mais exigentes. www.gt-medical.com

Bien Air participa em workshop de implantologia A Bien Air disponibilizou vários motores de implantes Chiropro L para a realização de um workshop de iniciação à Implantologia, patrocinado pela Avinent, que decorreu na capital espanhola. Com a participação de vários especialistas na área da implantologia, esta iniciativa atraiu numerosos alunos, que puderam realizar as suas práticas com produtos Bien Air (motores e instrumentos rotatórios). A Bien Air colabora regularmente em ações formativas e apoia os futuros profissionais de medicina dentária com material de última tecnologia. (0034) 934 239 860 • ba-e@bienair.com • www.bienair.com

Bien Air disponibilizou material para workshop em Madrid.

Sistema da Triodent distinguido com Townie Choice Award 2011 O sistema de matrizes seccionais V3-Ring, da Triodent, foi, pelo quarto ano consecutivo, reconhecido e premiado no mercado dentário, desta vez, com o prémio Townie Choice Award 2011. Este galardão segue-se ao reconhecimento com o Five-star 2009, pela revista Reality, e ao prémios Townie Choice 2009, pela Dentaltown, e Top Sectional Matrix System 2010, pela Dental Advisor, entre outras distinções. O V3-Ring é um anel em níquel-titânio que produz restaurações anatomicamente corretas e de alta qualidade. As extremidades (em forma de V) do anel, em plástico reforçado de fibras de vidro, possibilitam uma maior estabilidade da cunha. Dotado de um design inteligente, o V3-Ring pode ser utilizado num maior leque de situações clínicas e em restaurações múltiplas devido à sua capacidade de poder colocar vários anéis ao mesmo tempo. www.dentina.pt

Nova edição da revista Avinent Experience

Capa do segundo número da publicação periódica da Avinent.

A Avinent lançou, recentemente, o segundo número da revista Avinent Experience, uma publicação dirigida a clientes, fornecedores e colaboradores da firma, que inclui estudos científicos, entrevistas e reportagens, bem como informação sobre atos, cursos e conferências em que participa. O tema central do segundo número da Avinent Experience é dedicado às novas instalações de 2.000 m2 da Avinent, que foram inauguradas na Catalunha (Espanha). A revista também inclui uma ampla reportagem sobre os novos materiais para as estruturas Cad-Cam da Avinent. Os projetos em comum com as universidades e as páginas sobre qualidade, formação e a equipa comercial são outros conteúdos de que faz eco esta edição, que também avança os resultados do seu último estudo científico in vivo, que foram apresentados na última edição do congresso da EAO. 910 939 463 • www.avinent.com

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Página empresarial Ravagnani Dental repete presença no congresso de São Paulo A Ravagnani Dental participou, pelo segundo ano consecutivo, na ampla exposição comercial do Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), cuja 30ª edição decorreu, no final do passado mês de janeiro, na grande metrópole brasileira. A empresa especializada no comércio de cadeiras dentárias, que exerce a sua atividade em Portugal, Espanha e mais recentemente no Brasil, apresentou aos profissionais brasileiros do setor dentário as suas últimas novidades, nomeadamente o modelo de cadeira Top Line Down e os mais recentes compressores e motores de aspiração, que tem à disposição do mercado. Luís Filipe Correia, diretor geral da Ravagnani Dental, justificou esta nova preStand da Ravagnani Dental no 30º CIOSP. sença em São Paulo – naquela que é considerada a maior montra da indústria dentária na América Latina – com base na estratégia de internacionalização da empresa portuguesa que, após a investida no mercado espanhol, decidiu instalar-se no Brasil, em junho de 2008, e tem vindo a laborar comercialmente no outro lado do Atlântico desde janeiro de 2011. “A nossa rede de distribuição no Brasil está a aumentar cada vez mais”, revela o diretor da Ravagnani Dental, empresa que marca também presença assídua nos principais eventos da indústria dentária portuguesa (Expo-Dentária) e espanhola (Expodental). 229 741 102 • www.ravagnanidental-portugal.com

SIN leva conferencista português ao 30º CIOSP A SIN Sistema de Implante convidou um profissional português do setor dentário para celebrar uma conferência no stand desta empresa brasileira, no âmbito do último Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (30º CIOSP), que se realizou no final de janeiro. A escolha recaiu no médico dentista Fernando Duarte, docente do Instituto Superior de Saúde do Alto AVE (ISAV) e autor de diversas publicações científicas, que partilhou com os numerosos visitantes do stand da SIN os seus conhecimentos sobre “Maxilares atróficos: alternativas de reabilitação fixa”. Durante a sua intervenção no certame brasileiro, Fernando Duarte – que é pós graduado e mestre em Cirurgia Oral e Maxilofacial pelo Eastman Dental Institute da Universidade de Fernando Duarte proferiu Londres – recordou que situações de reabsorção óssea severa na maxila podem compromeconferência científica ter grandemente o tratamento com implantes, deixando disponível a região da tuberosidade no stand da empresa brasileira. maxilar e o osso zigomático, como locais de possível ancoragem. Fernando Duarte observou, na mesma ocasião, que a quantidade de informação radiológica fornecida é cada vez maior, o que justifica a escolha de técnicas mais avançadas e mais específicas, que permitam uma visualização correta e precisa das estruturas anatómicas relevantes, assim como a possibilidade de realização de reconstruções e guias cirúrgicas 3D. Em Portugal, cerca de 30,1% dos idosos são desdentados totais, pelo que o conferencista propõe apresentar alternativas de reabilitação fixa em pacientes desdentados totais, com e sem grande disponibilidade óssea, recorrendo a estruturas protéticas de ajuste passivo. 214 120 336 • www.sinimplante.com.br

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Página empresarial Bien Air faz balanço do serviço técnico on line A Bien Air lançou em 2010, por ocasião da Expodental de Madrid, um projeto de serviço técnico on line para todos os profissionais de medicina dentária que pretendem agilizar os trâmites de reparação dos seus instrumentos e equipamento, através do site www.clubbienair.com. O projeto em questão, denominado Club Bien Air, acaba de cumprir dois anos e a sua evolução tem sido muito positiva, de acordo com o balanço da empresa, já que dispõe de um número cada vez maior de médicos dentistas registados, que utilizam o serviço através da internet e se beneficiam de uma maior garantia nas reparações, de um transporte gratuito, para efeitos de recolha e entrega, e toda uma série de vantagens e benefícios. Sem mover-se da sua clínica, bastando registar-se de forma gratuita, o médico dentista poderá fazer parte do Club Bien Air e consultar instruções de manutenção, solicitar recolhas on line para reparação, escolher o centro de reparação oficial mais próximo, etc. (0034) 934 239 860 • ba-e@bienair.com • www.bienair.com

Avinent reforça parceria com 3M A Avinent converteu-se num centro autorizado para o fabrico de estruturas personalizadas mediante o sistema Lava da marca 3M. Trata-se de um processo de Cad-Cam para a produção de coroas e pontes de óxido de zircónio para zonas anteriores e posteriores, que integra a tecnologia digital e a engenharia de materiais, oferecendo um produto de alta qualidade. As estruturas realizadas com o sistema Lava podem ser de zircónio, com estratificação de cerâmica ou de tipo monolítico. A procura da máxima qualidade por parte da divisão de estruturas personalizadas da Avinent propiciou a aposta da firma em converter-se num centro autorizado de marcas de prestígio, o que permite oferecer estruturas com 15 anos de garantia. 910 939 463 • www.avinent.com

Casa Schmidt Portugal aposta na assistência técnica A Casa Schmidt Portugal, com uma equipa técnica jovem e profissional, tem vindo a realizar uma forte aposta no seu serviço de assistência técnica, de modo a promover uma relação mais próxima e mais eficaz perante o cliente. A empresa dispõe de técnicos em todos os principais pontos do país, o que permite minimizar o tempo de resposta ao cliente. Os técnicos têm formação contínua de todos os equipamentos comercializados pela Casa Schmidt Portugal e estão equipados com os melhores equipamentos de rastreio. 800 201 192 (linha verde) • cspsat@casa-schmidt.es

Biofisa colabora em curso da OMD No passado dia 9 de janeiro, a Biofisa, distribuidor exclusivo do Osstem Implant System, associou-se ao curso de fim de dia do Centro de Formação Contínua da Ordem dos Médicos Dentistas que decorreu no Porto, sob a orientação de Fernando Duarte, Adolfo Magalhães, Fernando Almeida e Armando Lopes. O evento contou com a presença de mais de 200 médicos dentistas, tendo sido abordados temas associados à implantologia, opções de tratamento a realizar em maxilas atróficas, assim como as vantagens e desvantagens de cada uma das diferentes abordagens terapêuticas. www.biofisa.com

Vitaldent Portugal disponibiliza solução para halitose A Vitaldent Portugal coloca ao alcance dos seus clientes um método inovador e efetivo para combater o mau hálito. O tratamento eficaz para a halitose passa agora por uma consulta específica, composta por três fases: diagnóstico gratuito e imediato (através de um exame preciso), terapêutica específica (com resultados rápidos) e um kit (Airtift) para complementar e dar continuidade em casa ao tratamento realizado na clínica. 707 501 030 • www.clinicasvitaldent.pt

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19/8/11

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A nossa secção de “Ciência e Prática” está à disposição dos profissionais do setor…

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Cidades património da humanidade

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Cidades património da humanidade Em Córdova a experiência do encontro e o despertar dos sentidos são uma realidade incontestável. Dois milénios de História deram entidade e volume ao tempo naquela que foi, durante séculos, a emblemática capital do mundo islâmico espanhol.

Interior da mesquita, hoje catedral cristã.

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m Córdova o relógio detém-se e devolve outras épocas a quem visita esta carismática cidade andaluza. Por ruas que serpenteiam entre os meandros da História, o dobrar de cada esquina reproduz um salto no tempo. Ao desembocar na praça principal, de imediato se capta a herança de civilizações, raças e religiões em diálogo: as dos Senecas, Lucano, San Álvaro, Averroes, Maimónides, Juan de Mena, Ambrosio de Morales, Góngora, Duque de Rivas, Romero de Torres, e os poetas de Cântico. Córdova é também de pedra e cal. Conserva monumentos de excecional importância, como a mesquita – extraordinário templo islâmico –, encantadoras ruelas e as importantíssimas ruínas da Medina Azahara. A história, a lenda e a arte reúnem-se em torno destas ruínas do palácio e centro administrativo de Abderramán III. A medina começou a ser construída em 936, como símbolo do poder omeya, e já no século XI foi destruída e saqueada durante as revoltas do Califado. Está romanticamente vinculada aos amores do califa pela sua favorita Azahara. Rodeadas de jardins e estendidas numa área de 1.500 metros de comprimento por 750 de largura, as diferentes edificações destinavam-se à administração e aos assuntos públicos ou à residência privada do monarca. Em termos arquitetónicos, o espaço era dividido em três níveis: superior, para o alcazar califal; inferior, para os edifícios públicos; no nível intermédio situavam-se parques e zonas de passagem. O solar hoje ocupado pela catedral cristã albergou instalações das épocas fenícia e cartaginesa, um templo romano dedicado a Jano, uma igreja visigoda de planta basilical consagrada a São Vicente, uma primeira medina construída na época do emirato, a grande mesquita terminada pelos califas Omeyas e, finalmente, o templo cristão erguido no “coração” do bosque das colunas. Lugar de oração e contemplação para crentes de distintos credos, a arquitetura da Mesquita e Catedral de Córdova segue o modelo da casa oriental, fechada ao exterior e voltada sobre si mesma. Está rodeada, na sua planta retangular, por um muro de peculiares ameias, onde se refletem as distintas intervenções e a variedade da sua composição, a partir da austeridade inicial. O muro apresenta menos ornamentação islâmica, já que foi incorporando distintos elementos cristãos, como a capela exterior da Virgen de los Faroles, junto da Puerta del Caño Gordo – com uma reprodução de Julio Romero de Torres –, a decoração barroca da porta do extremo Norte e, sobretudo, a grande Puerta del Perdón, à qual se acrescentaram às componentes árabes e mudéjares elementos renascentistas e barrocos, como as pinturas de Antonio del Castillo. Os muros laterais, na parte correspondente ao templo, oferecem uma rica decoração característica da arte islâmica, com motivos geométricos e epigráficos, bem como passagens do Corão realizadas em gesso e mosaicos policromos.

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Cidades património da humanidade Elemento que se destaca neste imponente conjunto arquitetónico é a Torre da Mesquita, composta de dois blocos a partir do que foi o minarete islâmico. Posteriormente, foram acrescentadas as estruturas que suportam os sinos. O famoso Pátio das Laranjas estava destinado às abluções com que os fiéis purificavam o seu corpo antes de limparem a alma no templo. Durante a época do califado Omeya, os átrios que rodeiam o pátio acolheram uma universidade islâmica. Conta-se que Carlos V arrependeu-se de aprovar (em 1523) a construção de uma catedral cristã no “coração” da Mesquita. Tal era a beleza que se destruía. Finalmente, a própria catedral converteu-se na garantia mais segura da conservação do majestoso complexo. Hoje, o conjunto é uma mostra exemplar do diálogo entre dois mundos: um espaço de convivência na fronteira entre o norte cristão e o sul muçulmano. Também a Ponte Romana, estendida sobre o Guadalquivir, representa a cultura que atravessa o rio da vida e une mundos e civilizações distintas: Córdova, ponte entre o Oriente e o Ocidente, entre o norte europeu e o sul mediterrâneo e atlântico. Desde o seu início, a ponte contaria com uma defesa fortificada na margem esquerda. Os muçulmanos acrescen-

taram ao conjunto duas torres retangulares. Por volta de 1369, Enrique II de Trastámara reforçou esta estrutura com uma torre central, unindo todos os elementos. Trata-se da imponente Torre de la Calahorra. No século XIV, foi acrescentado um novo arco para separar o rio da Calahorra. Retomadas pelos Reis Católicos, as obras prosseguiriam até ao século XVIII, altura em que o conjunto da ponte assumiu a atual fisionomia, com 16 arcos de vários tipos, como o arco de meio ponto, o arco de ferradura, etc. A estátua do arcanjo São Rafael, custódio da cidade, atribui à Ponte Romana um perfil singular desde o século XVII, época em que foi desenhado e construído por Bernabé Gómez del Río. Em frente ao monumento dedicado ao arcanjo, que goza de grande devoção por parte da população local, existiu uma pequena capela com pinturas dos patronos de Córdova, Acisclo e Victoria. Na outra margem do rio impõe-se a Porta da Ponte, construída por ordem de Felipe II, na época renascentista, pelo arquiteto Hernán Ruiz III, que concebeu a monumental obra com quatro colunas dóricas em cada frontal, numa imitação do estilo clássico greco-latino. À sua passagem por Córdova, o rio Guadalquivir cruza-se com os Sotos da Albolafia, uma esplêndida reserva fluvial, com frondosa vegetação no meio da corrente, onde se avistam numerosas aves sazonais ou endémicas.

A ponte romana que se estende sobre o Guadalquivir evoca a união de distintos mundos e civilizações.

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Conta-se que Carlos V arrependeu-se de aprovar a construção de uma catedral cristã no “coração” da Mesquita. Tal era a beleza que se destruía

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A enorme nora de madeira designada por Albolafia é um dos símbolos que aparece no emblema da cidade. Durante o período andaluz, serviu para o abastecimento de água com recurso a cântaros de barro. A importância do rio na vida económica da cidade reflete-se, de resto, nas ruínas dos moinhos que prevalecem nas imediações da ponte. A montante do rio, na margem esquerda, encontra-se o popular bairro do Campo da Verdade, assim designado porque ali se travaram batalhas decisivas para o destino da cidade e por ter sido cenário de duelos de sangue entre cavalheiros que, noutras épocas, recorriam às armas para resolver os seus diferendos. Outra referência de Córdova é o Alcazar dos Reis Católicos, situado nos arredores da Mesquita. Na época romana foi telonium ou alfândega do comércio no Guadalquivir; naquele recinto levantaram os visigodos as suas fortificações e ergueram os Omeyas o seu alcazar. Mais tarde, os conquistadores cristãos potenciaram a componente palaciana, com a construção do grande Salão dos Mosaicos, onde os Reis Católicos receberam Cristóvão Colombo, durante os preparativos da grande viagem que resultou na descoberta da América.

Símbolo da convivência Em Córdova as perseguições cristãs contra os judeus tiveram início no final do século XIV, quando os Trastámara sucederam a Pedro I. A partir desse momento, o bairro judeu converteu-se num espaço marginal em ambos os lados da muralha. A sua particular configuração urbanística, de ruas estreitas e retorcidas, caracterizam o centro histórico da cidade e constituem o símbolo dos valores da convivência. A Sinagoga foi construída em 1315, no reinado de Alfonso XI. Após a expulsão dos judeus, em 1492, foi destinada a hospital de doentes de raiva, desaparecendo toda a decoração dos seus muros, debaixo de camadas de cal. A sala de oração ocupa um piso quadrado de cerca de sete metros de lado e aproximadamente a mesma altura. As paredes estão decoradas ao estilo mudéjar, com mosaicos e inscrições da Bíblia hebraica, coroadas por um artesoado policromo. No muro oriental sobressai a fachada do tabernáculo, onde eram guardados os rolos sagrados da Torá, com os cinco primeiros livros da Bíblia. No muro sul, sobre a porta de entrada, encontra-se a galeria das mulheres, uma tribuna com três balcões decorados.

A história, a lenda e a arte misturam-se em cada esquina do centro histórico da cidade andaluza.

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A Porta da Ponte, construída por ordem de Felipe II, é um imponente exemplar da época renascentista, com quatro colunas dóricas em cada frontal, numa imitação do estilo clássico greco-latino

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Verdadeiro centro da Córdova mais castiça e popular, a Plaza de la Corredera é o espaço de convívio por excelência. Criado para servir o comércio e celebrar as festividades, recetivo a causas religiosas e civis, este recinto distingue-se de outras praças do género, como as de Madrid e Salamanca, pelo seu aspeto irregular e o seu ar menos monumental e mais virado para o uso quotidiano, como se depreende da intensa atividade que decorre sob as suas arcadas e da colorida animação que invade aquele espaço em dias de mercado. Na Idade Média, a praça era irregular, com edifícios desalinhados. Deve o seu figurino atual ao corregedor Ronquillo Briceño, que lhe deu, no século XVIII, a amplitude idónea para a celebração de atos públicos. No século XIX, o centro da praça foi ocupado por um edifício de uso industrial que mais tarde foi transformado em mercado. Quem sai da praça pelo Arco Alto, depara-se com a popular calle de la Espartería que conduz à calle de Capitulares, onde se encontra o convento de São Paulo, o moderno edifício do Ayuntamiento (Câmara Municipal) e,

O pátio cordovês, com a sua característica decoração, é um dos íconos da cidade.

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junto a este, os restos do templo romano que remonta à dinastia Flavia, dedicado ao culto dos imperadores. Nas imediações encontra-se a Plaza del Potro, evocada por Cervantes e Góngora. No seu traçado medieval incluem-se uma destacada fonte, o arco de San Rafael, a Pousada do Potro (século XV) e o Hospital da Caridade, com a sua fachada plateresca, hoje ocupado pelo Museu de Belas Artes e Casa Museu de Romero de Torres. Referência do centro histórico é também a Igreja de São Francisco, com o seu original claustro. Próximo deste templo encontra-se o Museu Arqueológico e os restos de um teatro romano. Os Jardins de Colombo – “pulmão” da cidade moderna – constituem uma boa referência para um passeio em zonas afastadas do centro histórico, também elas dotadas de vários pontos de atração. É o caso da Torre de la Malmuerta, fortaleza defensiva no ângulo da muralha. O edifico de maior relevância na zona, de estilo barroco, é o Palacio de la Merced, cujas fachada e igreja barrocas são os elementos que mais se destacam, a par dos seus pátios pictóricos. Hoje é utilizado como sede de um organismo público e cenário de exposições e atividades culturais. A Igreja de S. Lourenço é um dos mais belos e representativos do conjunto de igrejas paroquiais que ordenaram o espaço da cidade após a sua conquista por Fernando III. Iniciada oito anos depois da conquista, em 1244, reflete a transição do românico ao gótico, destacando-se a sua rosácea. Também sobressaem o átrio e a bela torre que integram o conjunto. No interior da igreja encontra-se o impressionante Cristo del Remedio de Ánimas. As ermidas denotam uma espiritualidade secular e deixam transparecer a relação de Córdova com a sua serra. As notícias mais antigas sobre a sua existência remontam ao século IV. A sua presença prolonga-se nos “desertos” e na “solidão” barroca de paragens como Albaida ou Bañuelos. Com a sua arquitetura popular, as ermidas que ainda se conservam conciliam o seu sentido espiritual e a sua visão da natureza, sobre os princípios básicos do retiro e da contemplação.


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Cidades património da humanidade Imagens cedidas pelo Ayuntamiento de Córdova, através do Grupo das Cidades Património da Humanidade.

Localização Córdova goza de excelentes e estratégicas ligações através da auto-estrada que une Madrid à região da Andaluzia e da estrada que liga Badajóz e Granada. A linha ferroviária de alta velocidade (AVE) reduz ainda mais as distâncias. O aeroporto dispõe de voos charter e particulares. Gastronomia A cozinha de Córdova, essencialmente mediterrânea, vê-se enriquecida pelos sabores das distintas culturas que habitaram a cidade, com marcas percetíveis de árabes e judeus. A cozinha tradicional aproveita os produtos mais simples para elaborar os famosos gaspacho ou rabo de touro, para além do conhecido pescado

frito andaluz. Os pratos mais elaborados combinam sabores orientais com as receitas mais inovadoras. Mel, pinhões, passas e beringela são alguns dos ingredientes mais utilizados. Festividades É no mês de maio que a cidade vive a sua principal manifestação festiva, com romarias, festivais de música e a feira de Córdova, entre outros eventos. O período da Páscoa é assinalado por pomposas procissões, com traços próprios no conjunto da Andaluzia. Em setembro a população local despede-se do Verão com várias manifestações populares e religiosas. O Carnaval e a forte programação que recai na quadra natalícia completam a oferta festiva.

Lazer A presença do flamenco, tanto em lugares fechados como nas ruas, é uma das singularidades da cidade, juntamente com as suas tradicionais e acolhedoras tabernas. Existe igualmente uma variada oferta de bares, especialmente nas noites de Verão, perto da serra. Em junho o cartaz de referência é o Festival Internacional da Guitarra O emblemático Gran Teatro oferece ao público, ao longo do ano, uma rica e variada programação artística e cultural. Informação turística Tel.: (0034) 957 491 678. cpd@ayuncordoba.es www.ayuncordoba.es

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