JANEIRO-FEVEREIRO- Revista MAXILLARIS

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www.maxillaris.com.pt

Actualidade do sector dentário • ano VI • no 32 • Janeiro-Fevereiro 2011

Congresso da OMD • Saldo positivo nas vertentes científica e comercial

Falamos com... • João Cerejeira, presidente da organização da reunião da SPODF

Outros perfis • André Moreira, árbitro de futebol e médico dentista

O meu sorriso • Naide Gomes, atleta de alta competição

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MAXILLARIS Actualidade profissional e industrial do sector dentário. Ano VI, nº 32, Janeiro-Fevereiro 11

Índice de anunciantes Avinent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

Instituto Neofacial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

Bien-Air. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 e 66

Ivoclar Vivadent. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Ceodont . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

King Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

Defcon Tissue Care. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Lab. Europeo de Ortodoncia. . . . . . . . . . . . . . . 1

Dentsply Friadent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

OMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

Dürr Dental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Oral B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Eckermann. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

PDS/POS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

Henry Schein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 e 61

Satelec . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 e 31

Implant Microdent System . . . . . . . . . . . . . . . 29

Simesp. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Instituto Casan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

Sorriso Natural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

Encartes: Proprietário: Cyan Editores, S.L. Editores: - Marisol Martín. marisol.martin@maxillaris.com - José Antonio Moyano. moyano@maxillaris.com Director: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com Subdirector: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com Chefe Divisão Multimédia Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com

• Clínica Aparicio

Responsável Portugal: João de Matos Drago. portugal@maxillaris.com Publicidade Portugal: comercialportugal@maxillaris.com Responsável Publicidade: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com Serviços Administrativos: María Santos. administracion@maxillaris.com

Colaboradores: João dos Santos Gilberto Ferreira Valéria Baptista Ferreira Nuria Mauleón REDACÇÃO: P o r t u g a l : Largo Alberto Sampaio, 3 A. 2795-007 Linda-A-Velha (Lisboa). Tel./Fax: 707 503 328 E s p a n h a : Clara del Rey, 30 bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 255 245 Depósito Legal: M-44.552-2005

Impressão: I.G. PRINTERMAN, S.A. Assinatura anual: Portugal 35 �, resto 80 �. Tiragem: 6.100 exemplares

• Periodicidade bimestral. • MAXILLARIS não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores. • Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito de CYAN EDITORES, S.L.

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Sumário

Janeiro-Fevereiro 2011

Maxillaris 2.0

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MAXILLARIS tem à disposição nova web 2.0.

Congresso da OMD

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Saldo é “extremamente positivo” nas vertentes científica e comercial.

Crónica de Janeiro

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APMDH atribui título de Associado Honorário a personalidades da classe.

16

Branqueamentos ilegais ameaçam saúde pública.

18

Indústria dentária mundial confirma fidelidade à IDS.

Falamos com...

22

João Cerejeira, presidente da Comissão Organizadora da reunião anual da SPODF: “Nível científico da reunião deste ano será um dos mais elevados de sempre”.

Ciência e prática 26

Francisco Brandão de Brito: “Gengivite Ulcerativa Necrosante: diagnóstico, tratamento e caso clínico”.

36

Ernesto Tocantins: “Quisto dentígero: a propósito de um caso clínico”.

47 53

Fichas clínicas odontológicas

Javier García Fernández: “Instrumentos em cirurgia periodontal”.

Imagens da medicina oral

Germán Esparza Gómez: “Caso clínico VI”.

Outros perfis

56

André Moreira, árbitro de futebol e médico dentista: “Arbitragem e medicina dentária exigem a mesma concentração”.

O meu sorriso 62 64 68 71 73 76

Naide Gomes, atleta de alta competição.

Calendário de cursos

Agenda de cursos para os profissionais.

Congressos e reuniões

Calendário de congressos, simpósios, reuniões, encontros e exposições industriais nacionais e estrangeiras.

Novidades da indústria Produtos e equipamentos.

Página empresarial Notícias de empresas.

Cidades património da humanidade Cuenca: singularidade urbana.

Breves

82

Oferta e pedidos de emprego, produtos e imóveis.

Comissão Científica Director científico: Javier García Fernández PORTUGAL: Ana Cristina Mano Azul, Carlos Falcão, Gil Alcoforado, Jaime Guimarães, José Pedro Figueiredo, Manuel Neves, Ricardo Faria e Almeida, Susana Noronha. ESPANHA: Armando Badet de Mena, Blas Noguerol Rodríguez, Emilio Serena Rincón, Germán Esparza Gómez, Héctor Tafalla Pastor, Jaime Jiménez García, Jaume Janer Suñé, Luis Calatrava Larragán, Manuel Cueto Suárez, Rafael Martín-Granizo López, Javier Sanz Serrulla, Juan López Palafox, Ramón Palomero Rodríguez.

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Web 2.0

2.0

M AXILLARIS e s t r e o u p á g i n a w e b p a r a p r o f i s s i o n a i s d o s e c t o r Fruto da sua aposta pelos canais multimédia, e dado o seu carácter de meio de comunicação global, MAXILLARIS estreou durante o passado mês de Novembro a nova página web para os profissionais portugueses do sector dentário (www.maxillaris.com.pt). O desenho e a estrutura deste portal são praticamente iguais à versão espanhola (www.maxillaris.com). Não obstante, à semelhança do que sucede nas edições em papel, também no domínio digital se quis dar ao público português um tratamento diferenciado, que se reflecte nos conteúdos, especificamente elaborados para o sector dentário nacional. Um importante passo em frente na nova web da MAXILLARIS é a introdução de videos informativos e científicos, através do canal MAXILLARIS TV, e a loja on line, com a venda directa de DVDs de periodontia, implantologia e cirurgia oral. Para os profissionais do sector dentário, uma das grandes novidades que oferece a nova web de MAXILLARIS é Maxiface dental, uma ferramenta que permite que cada profissional possa criar, em apenas dois minutos, a sua própia mini-web. Nela podem incorporar-se dados de contacto, formação académica, actividade profissional, Página inicial da web maxillaris.com.pt. links e imagens. Além disso, Maxiface dental conta com o serviço Google Maps, para uma rápida localização do profissional ou da sua clínica.

L e i t o r e s a d e r e m a i n q u é r i t o d a MA X I L L A R I S Dispor de uma web 2.0 permite uma rápida e simples participação interactiva dos profissionais, que podem comentar os conteúdos (notícias, entrevistas ou artigos científicos) e também participar em sondagens próprias da MAXILLARIS. Em novembro estreámos a nossa secção de inquéritos com uma pergunta sobre as redes sociais, com o fim de apurar quais são as mais utilizadas pelos visitantes da nossa web. O resultado final das votações indica que a rede Facebook é claramente a mais utilizada (86%), seguida da Twitter (14%). Incentivamos todos os leitores a participar na nova web da MAXILLARIS ou, se preferirem, entrar no grupo da MAXILLARIS no Facebook e dar a sua opinião sobre o que mais lhe inteSituação do inquérito sobre as redes sociais. ressa da revista ou lançar mesmo a sua proposta sobre algum tema concreto.

X I X C o n g r e s s o d a O M D d i s p o n í v e l n a M AXILLARIS T V A informação audio-visual continua a ter um grande poder de captação. Como tal, decidimos acrescentar à página web uma secção que promete ser das mais visitadas: MAXILLARIS TV. Entre o conteúdo que já se encontra disponível nesta secção, inclui-se um video que faz o balanço do XIX Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, realizado no passado mês de Novembro nas instalações do Europarque, em Santa Maria da Feira. Estão também disponíveis na MAXILLARIS TV três videos que resumem o conteúdo dos nossos DVD’s de peridontia e implantologia (de Javier García Fernández) e de cirurgia oral (de Jaime Baladrón Romero). Video sobre o XIX Congresso da OMD está disponível na web da MAXILLARIS.

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Congresso da OMD XIX Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas

Saldo é “extremamente positivo” nas vertentes científica e comercial

A XIX edição do congresso da Ordem dos Médicos Dentistas concentrou, entre os dias 11 e 13 do passado mês de Novembro, cerca de 3.000 congressistas e 120 empresas do sector dentário nas instalações do Europarque. Estes números reflectem um novo recorde de participação no encontro anual da classe, que estreou em 2010 uma bem sucedida iniciativa ibérica, ao abrigo da qual 16 conferencistas portugueses e espanhóis juntaram-se numa jornada de debate que contou com a total adesão do público. 6

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Congresso da OMD

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o longo das três jornadas que decorreram no Europarque (Santa Maria da Feira) em Novembro passado, ao abrigo de um intenso programa científico, um total de 2.982 inscritos (designadamente 1.700 médicos dentistas, 647 estudantes de Medicina Dentária, 404 assistentes dentárias e cerca de 230 representantes de outras categorías) marcaram presença no encontro anual da classe, que teve como grande novidade a realização do primeiro Fórum Ibérico, dedicado à temática “Tratamento de Casos Interdisciplinares”. A inédita iniciativa juntou, pela primeira vez, 16 conferencistas portugueses e espanhóis numa jornada de debate que contou com a total adesão do público (de acordo com dados da organização, assistiram 780 congressistas). Para além de oito intervenientes nacionais, o Fórum Ibérico contou, ao abrigo de um protocolo estabelecido entre a OMD e as principais entidades do sector dental do país vizinho, com a participação de outros tantos representantes das seguintes sociedades científicas espanholas: Periodontia e Osteointegração (SEPA), Ortondontia (SEDO), Cirurgia Oral (SECIB) e Prótese Estomatológica (SEPES). A jornada luso-espanhola enquadrou-se na nova estratégia da OMD no sentido de reforçar a presença de profissionais espanhóis no congresso anual e incrementar a participação de portugueses nos eventos organizados pelas sociedades científicas de Espanha. No discurso que proferiu na sessão inaugural do congresso, o bastonário destacou esta relação “já evidente em termos institucionais de há muitos anos a esta parte, mas agora potenciada para a vertente científica” através dos protocolos assinados entre os dois países. Orlando Monteiro da Silva observou que este reforço dos laços no sector dental “facilitará o intercâmbio, a colaboração e a acção conjunta”. E acrescentou: “Muito teremos a aprender com esta troca de experiências”. Na mesma ocasião, o presidente do principal organismo (Consejo General de Dentistas) que representa os profissionais da classe espanhóis, Alfonso Villa Vigil, sublinhou a sua intenção de “reforçar os laços com Portugal” durante o novo mandato de quatro anos que recentemente iniciou. Villa Vigil adiantou como exemplo de uma futura colaboração o lançamento de uma publicação ibérica ou ibero-americana, com o objectivo de divulgar os projectos e avanços na investigação da medicina dentária em ambos os países. À margem do Fórum Ibérico, o programa científico do congresso envolveu mais de 200 apresentações científicas, que tiveram como protagonistas um total de 69 conferencistas (42 nacionais e 27 estrangeiros). Para o presidente da Comissão Organizadora do congresso, Pedro Pires, o balanço geral desta edição é “extremamente positivo”, tendo em consideração que todas as expectativas foram superadas. “Quer em número de congressistas, – refiro-me aos médicos dentistas, estudantes e assistentes dentárias –, quer em número de expositores e visitantes do certame da indústria”. Relativamente ao Fórum Ibérico, Pedro Pires adiantou à MAXILLARIS que o feed back geral dos profissionais que

Durante o certame foram distribuídas no stand da MAXILLARIS 1.500 revistas e recolhidas mais de uma centena de novas assinaturas.

MAXILLARIS reforçou presença A MAXILLARIS participou activamente, pela quinta vez consecutiva, no encontro anual da OMD. O seu papel, cada vez mais significativo, reflectiu-se tanto na exposição da indústria como no programa científico, já que não deixou passar a oportunidade de dar o seu apoio ao primeiro Fórum Ibérico (sobre Tratamento de Casos Clínicos), através do patrocínio deste evento. A colaboração dos professionais portugueses e espanhóis constitui, de resto, um cenário perfeito para esta revista, que conta com edições em língua portuguesa e espanhola, cada uma com o seu próprio conteúdo. O bom acolhimento que mereceu o inédito Fórum Ibérico deixa antever uma nova colaboração da MAXILLARIS como patrocinador da segunda edição desta iniciativa, prevista para o XX congresso da OMD, que terá lugar em Lisboa no próximo mês de Novembro. A participação na Expo-Dentária traduziu-se, este ano, num amplo stand da revista localizado no corredor central do certame, durante o qual foram distribuídas 1.500 revistas e recolhidas mais de uma centena de novas assinaturas. Ao longo dos três dias da feira, foi também lançada uma promoção especial de Natal dos DVDs sobre periodontia e implantologia, de Javier García Fernández, e cirurgia oral, de Jaime Baladrón. A MAXILLARIS aproveitou ainda a presença no encontro anual da classe dos médicos dentistas para apresentar o seu novo site em português (www.maxillaris.com.pt), que se estreou no passado mês de Novembro. Neste âmbito, foram divulgadas todas as vantagens dos novos produtos multimedia – tais como a loja on line, os bolhetins informativos e comerciales ou a mini-web Maxiface, de carácter pessoal/profissional – que se encontram à disposição dos profissionais do sector dentário.

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Congresso da OMD e os laços estabelecidos com a ADA (American Dental Association), “cujos resultados também foram evidentes nesta edição do congresso”, com a presença de oradores do país vizinho e dos Estados Unidos.

Expo-Dentária regista recorde de visitantes

Pedro Pires revela que todas as expectativas da organização foram superadas.

assistiram às sessões é positivo. “Já sabíamos que o Fórum Ibérico ia ser um evento com muita audiência”, esclareceu, confirmando que as salas “estiveram muito preenchidas, algumas até completamente cheias”. De acordo com a organização do congresso, pretendiase uma discussão de casos interdisciplinares e as várias visões de profissionais de quatro áreas: ortodontia, prótese, cirurgia e periodontia. “São maneiras diferentes de ver o problema e isso cria sempre muita interacção com a audiência”, acentuou Pedro Pires, considerando que esse objectivo “foi completamente conseguido”. No balanço geral da edição de 2010 também merece destaque a “crescente internacionalização” do congresso. Nos últimos anos, foi feita uma aposta muito forte no mercado brasileiro, com resultados práticos. “Hoje em dia existe uma colaboração muito estreita com os profissionais do Brasil”, constata Pedro Pires, sem deixar de sublinhar, por outro lado, o recente reforço da cooperação com Espanha

Como todos os anos, a Expo-Dentária decorreu paralelamente ao programa científico do congresso, numa ampla área (superior a 7.200 m2) das instalações do Europarque. A edição deste ano somou mais um recorde ao currículo do tradicional certame da indústria, já que foram mais de 6.500 os visitantes que, durante os três dias que durou a feira, tiveram oportunidade de conhecer as últimas soluções em matéria de equipamento, técnicas e ferramentas dentárias. Apesar da actual conjuntura de crise económica, o número de empresas que participaram na exposição também superou todas as expectativas da organização. O recinto esteve ocupado por um total de 352 stands (de 9 m2) em representação de 120 empresas. A maior parte das empresas eram portuguesas (91) e espanholas (21), mas também participaram cinco expositores do Brasil e um de cada um dos seguintes países: Itália, Suíça e Alemanha. Em relação à Expo-Dentária, Pedro Pires sublinha que “pela primeira vez, em 19 edições do congresso, lotámos a feira”, adiantando mesmo que, dois meses antes de abrir as suas portas, a área de exposição inicialmente prevista (7.200 m2) estava completamente vendida. “Isso obrigou-nos a aumentar o espaço da exposição e a instalar cerca de 20 stands numa zona anexa ao recinto da feira, incluindo o próprio stand da OMD”. De resto, Pedro Pires acredita que “se houvesse mais espaço disponível, provavelmente, teríamos tido mais expositores”. O facto de boa parte das empresas terem aumentando o seu espaço de exibição (houve muitos casos em que a dimensão dos stands duplicou) constitui para a organização um indicador relevante, “porque isso transmite-nos a ideia de que as empresas que estão connosco há muitos anos reconhecem o valor estratégico que tem a feira”, reparou Pedro Pires, concluindo que só este factor “não terá permitido crescer o número total de expositores”.

Fórum Ibérico juntou 16 conferencistas portugueses e espanhóis numa jornada inédita que contou com a total adesão do público.

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Congresso da OMD Bastonário lançou desafio à classe na sessão de abertura do congresso:

“Temos que ser um exemplo de capacidade de superação” Orlando Monteiro da Silva durante a sua intervenção na sessão de abertura do XIX congresso da OMD.

A sessão solene de abertura do XIX congresso da OMD concentrou, ao final da manhã da segunda jornada do encontro (dia 12), a atenção dos congressistas no Grande Auditório do Europarque. No acto participaram várias individualidades em nome do Governo, da Assembleia da República e dos organismos oficiais que representam os médicos dentistas de Portugal e Espanha. Eis a composição da mesa de honra da sessão solene de abertura: Ricardo Faria e Almeida; presidente da Comissão Científica da OMD; Ana Mano Azul, presidente do Conselho Fiscal da OMD; Alfonso Villa Vigil, presidente do Consejo General de Colegios de Odontólogos y Estomatólogos de Espanha; Jorge Simões, presidente da Entidade Reguladora da Saúde; Manuel Pizarro, secretário de Estado Adjunto e da Saúde; Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD; João Semedo, deputado à Assembleia da República (em representação da Comissão Parlamentar da Saúde); Paulo Melo, secretário-geral da OMD; João Caramês, presidente da Assembleia Geral da OMD; Luís Filipe Correia, representante do Conselho Deontológico e de Disciplina da OMD; e Pedro Pires, presidente da Comissão Organizadora do XIX Congresso da OMD. A sessão foi presidida pelo secretário de Estado Manuel Pizarro, em representação do primeiro-ministro, o que sucedeu pela primeira vez no âmbito dos encontros da classe. O bastonário da OMD dirigiu-se aos presentes para sublinhar o “trajecto ascendente” do congresso, que atrai médicos dentistas, outros profissionais na área da saúde, a indústria,

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“conferencistas de enorme gabarito mundial e representantes ao mais alto nível político e profissional”, como acentuou. A Ordem é hoje em dia “a grande referência em tudo o que diz respeito à saúde oral”, observou Orlando Monteiro da Silva, salientando que a equipa que dirige soube “conquistar e, sobretudo, manter essa liderança, essa credibilidade”. No período turbulento que Portugal enfrenta, de procura de novas soluções, de alteração de paradigmas, “a saúde oral e a medicina dentária não estão imunes a este ambiente”, constatou o bastonário, para quem os profissionais do sector têm que ser “um exemplo de capacidade de superação”. Destacou, a propósito, a estratégia de aproximações que tem sido desenvolvida a nível internacional: “O nosso prestígio nos fóruns internacionais têm-se solidificado, no âmbito da FDI, do CED e até da própria OMS”. Ao nível nacional, a colaboração na estratégia que a Direcção Geral de Saúde está em vias de implementar de combate ao Cancro Oral “é também paradigmática”. Outro exemplo é o da integração da medicina dentária na Plataforma Contra a Obesidade. A um nível mais interno, da própria classe, recordou a recente aprovação em sede de Conselho Directivo de um projecto de implementação de mais duas especialidades: a Odontopediatria e a Periodontologia. Também a Cirurgia Oral “irá merecer um impulso com vista à sua consolidação enquanto especialidade”, anunciou Monteiro da Silva. Por outro lado, está a decorrer (até Maio próximo) o licenciamento das unidades de medicina dentária. “Queremos com este processo, ajudar a um maior reconhecimento por parte do público, não só da capacidade profissional daqueles que actuam no âmbito da saúde oral, (...) mas, sobretudo, ajudando ainda a contribuir para a certificação dos locais que possuem condições para atendimento público”. No campo da saúde pública, do caminho para a disponibilização de cuidados básicos de medicina dentária à generalidade da população, a direcção da OMD regista os progressos realizados. Ao nível do Plano Nacional de Saúde Oral, principalmente através da vertente cheque dentista, saudando o alargamento a mais um grupo especial: os portadores de HIV+. “Também é importante que outros grupos especiais, como diabéticos, ou de pacientes cuja condição médica torna ainda mais necessário um acompanhamento de perto do seu estado de saúde oral, sejam no futuro abrangidos, pelas repercussões ao nível da saúde em geral”, defende o bastonário, para quem, de resto, “esta abordagem, saúde oral/geral, está cada vez mais ultrapassada”. Ao nível da FDI, nas relações oficiais e parcerias oficiais da OMD com as Nações Unidas e com a OMS, “este tipo de dissecção está cada vez menos utilizada”, salienta. Para Monteiro da Silva, não se trata de saúde oral ou geral. “Sejamos claros: é saúde, nada mais”.


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Congresso da OMD

Os representantes máximos dos médicos dentistas de Portugal e Espanha visitaram o stand da MAXILLARIS. A contar da esquerda: Alfonso Villa Vigil, presidente do Consejo General de dentistas de Espanha; Miguel Ángel Cañizares e José Antonio Moyano, director e administrador da MAXILLARIS, respectivamente; Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD, e Francisco Rodríguez Lozano, membro do Conselho Europeu de Dentistas.

Cerca de 3.000 congressistas, incluindo 1.700 médicos dentistas, aderiram ao evento.

O congresso não dispensou a habitual exposição de pósteres científicos.

Mesa de honra da sessão solene de abertura: (a partir da esq.) Ricardo Faria e Almeida; presidente da Comissão Científica da OMD; Ana Mano Azul, presidente do Conselho Fiscal da OMD; Alfonso Villa Vigil, presidente do Consejo General de Colegios de Odontólogos y Estomatólogos de Espanha; Jorge Simões, presidente da Entidade Reguladora da Saúde; Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD; Manuel Pizarro, secretário de Estado Adjunto e da Saúde; João Semedo, deputado à Assembleia da República; Paulo Melo, secretário-geral da OMD; João Caramês, presidente da Assembleia Geral da OMD; Luís Filipe Correia, representante do Conselho Deontológico e de Disciplina da OMD; e Pedro Pires, presidente da Comissão Organizadora do XIX Congresso da OMD.

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Congresso da OMD E u n i c e C a r r i l h o , presidente da Comissão Organizadora da XX edição, adianta estratégia para 2011

Consolidar um modelo de sucesso Eunice Carrilho assume a presidência da Comissão Organizadora da vigésima edição do congresso da OMD “com total motivação e empenho”. A médica dentista – ao serviço do Mestrado Integrado de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina d e C o i m b r a – a d i a n t o u à M AXILLARIS a s s u a s expectativas para o próximo encontro anual da classe, que regressa a Lisboa no final de 2011. M AXILLARIS. Como encara o desafio de organizar o próximo congresso da OMD? E u n i c e C a r r i l h o . Já tinha organizado pequenos congressos, no âmbito do plano de estudos do Mestrado Integrado de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina de Coimbra, mas esta é a primeira vez que presido à organização de um encontro desta dimensão. É um desafio grande, que encaro com total motivação e empenho. M Que estratégia vai ser adoptada para a edição de 2011? E u n i c e C a r r i l h o . A estratégia passa por consolidar um modelo de congresso que tem tido sucesso. Naturalmente que também tentaremos introduzir algumas novidades no programa. M Está em condições de adiantar alguma? E u n i c e C a r r i l h o . Ao nível do programa científico, posso adiantar que contamos levar a Lisboa Michael Newman, um especialista em medicina dentária baseada na evidência, que irá abordar, pela primeira vez, de uma forma exaustiva esta área. Ele já esteve em Portugal, há cerca de quatro anos, em Coimbra, onde participou numa pequena conferência, mas no âmbito do congresso da OMD a sua presença será inédita.

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Eunice Carrilho considera vantajoso para o próximo congresso o facto do bastonário da OMD assumir em 2011 o cargo de presidente da FDI.

M O Fórum Ibérico vai manter-se no programa científico? E u n i c e C a r r i l h o . Em princípio, a iniciativa é para ser repetida em Lisboa, embora possivelmente com ligeiras alterações. É provável que o número de oradores do fórum possa vir a ser reduzido para metade, isto é, de 16 para oito intervenientes, de modo a agilizar mais a jornada de debate.

M Em que medida o novo cargo do bastonário da OMD como presidente da FDI (toma posse em Setembro) poderá projectar ou influenciar o congresso de Lisboa? E u n i c e C a r r i l h o. O congresso da OMD já tem vindo a ser divulgado nos últimos encontros da FDI. Em todo o caso, será vantajoso para o próximo congresso o nosso bastonário ser o presidente da federação mundial, já que isso poderá motivar uma participação acrescida e uma maior internacionalização da nossa reunião anual.

M Que modelo está programado para a Expo-Dentária? E u n i c e C a r r i l h o . O modelo da exposição vai manterse. O espaço físico será semelhante ao da edição de 2010 em termos de área, embora não seja igual no que respeita à distribuição desse mesmo espaço, uma vez que o Centro de Congressos de Lisboa tem as suas próprias características. De resto, esperamos continuar a contar com uma forte adesão dos nossos parceiros da indústria dentária e, se for possível, aumentar até o índice de participação na Expo-Dentária.

M Quais são as metas que espera ter atingido no final do encontro de 2011? E u n i c e C a r r i l h o. Naturalmente que o objectivo é sempre superar em número de inscrições o congresso anterior, uma vez que isso reflectirá a qualidade do congresso e o reconhecimento do programa e dos oradores que temos para apresentar. Quanto à Expo-Dentária, faço votos para que se mantenha, pelo menos, a colaboração e participação que se verificou na edição de 2010. Em suma, espero chegar ao fim do congresso feliz e com a satisfação do dever cumprido.

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Crónica de Janeiro Bastonário da OMD foi um dos homenageados

APMDH atribui título de Associado Honorário a personalidades da classe

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Associação Portuguesa de Medicina Dentária Hospitalar (APMDH) levou a cabo, no passado dia 17 de Dezembro, um jantar de homenagem, durante o qual foram distinguidos com o título de Associado Honorário desta organização vários ilustres profissionais da classe dos médicos dentistas. Durante o evento, que juntou cerca de uma centena de convidados na Quinta da Boeira, em Vila Nova de Gaia, a APMDH decidiu prestar homenagem a Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Orden dos Médicos Dentistas, e aos professores José Eduardo Pinto da Costa e Maria José Pinto da Costa, pelo seu contributo para a dignificação da Ciência e Arte Médica. Na ocasião, o presidente da APMDHA, João Leite Moreira, justificou a atribuição do título a dois dos homenajeados, evocando o actual panorama da Medicina Dentária em Portugal, que considera hoje “uma profissão autónoma e a exemplo de qualquer especialidade médica tem direito de prescrição de terapêutica médico-cirúrgica, de emissão de atestados médicos e de certidões de óbito. A essa conquista não é indiferente o apoio de ilustres personalidades do mundo médico, entre os quais se encontram os professores Pinto da Costa e Maria José Pinto da Costa”, sublinhou.

Orlando Monteiro da Silva junto ao presidente da APMDH, João Leite Moreira (ambos ao centro na foto), e outro convidados, durante o jantar de homenagem.

João Leite Moreira recordou, por outro lado, que a associação a que preside entendeu desde sempre que o médico dentista é um médico que sofreu um processo de diferenciação precoce dentro da Medicina. “Este facto é hoje determinante para que a Medicina Dentária possa sonhar ocupar o lugar que lhe compete nas Instituições Hospitalares”, observou. Acrescentou, a propósito, que, ao longo do último ano, houve uma aproximação por parte do bastonário da OMD em relação às posições defendidas pela APMDH no que respeita ao papel dos médicos dentistas e da Medicina Dentária no Serviço Nacional de Saúde (SNS), em geral e nas instituições hospitalares em particular. “Esse facto permitiu dar passos decisivos que podem culminar a curto prazo na inserção dos Médicos Dentistas no SNS”, constatou o presidente da associação, justificando assim a homenagem a Orlando Monteiro da Silva.

Associação Mundo a Sorrir distinguida com Prémio Cidadania

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Associação Mundo a Sorrir foi distinguida com o prestigiado Prémio Cidadania 2010 promovido pela AESE (Escola de Direcção de Negócios) e Price Waterhouse Cooper. A entrega do galardão teve lugar no passado mês de Novembro, na presença de uma centena de convidados. O prémio cidadania pretende reconhecer as empresas e Organizações Não Governamentais mais bem sucedidas na aplicação das suas políticas de responsabilidade social, nas componentes económica, social e ambiental, simultaneamente. O júri deste prémio é composto por altas individualidades de referência nacional, tais como o ex-presidente da República Jorge Sampaio, a antiga “primeiraPrémio foi entregue por Manuela Eanes ao presidente da Mundo a Sorrir, -dama” Manuela Eanes, a ex-ministra da Saúde Leonor Miguel Pavão. Beleza e o professor universitário e comentador político Marcelo Rebelo de Sousa. O júri entendeu atribuir o Prémio Cidadania 2010 a esta associação de solidariedade do sector da medicina dentária, presidida pelo médico dentista Miguel Pavão, pelo trabalho e iniciativas que tem desenvolvido em prol da Saúde Oral em Portugal.

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Crónica de Janeiro Ordem dos Médicos Dentistas lança alerta

Branqueamentos ilegais ameaçam saúde pública

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á branqueamentos dentários a laser que estão a ser feitos de forma ilegal em cabeleireiros, esteticistas, spas e parafarmácias que podem representar um perigo para a saúde pública, denunciou recentemente a Ordem dos Médicos Dentistas. O bastonário Orlando Monteiro da Silva sublinhou, na ocasião, que o branqueamento dentário é um acto médico que tem de ser avaliado e executado por profissionais devidamente habilitados e em ambiente clínico, o que nem sempre é cumprido. “O médico dentista tem de avaliar se uma pessoa tem condições para fazer o branqueamento. E é preciso estar clinicamente preparado para eventuais efeitos, embora raros, que podem ocorrer durante um branqueamento, como queimaduras”, explicou. A única excepção é para produtos que contêm baixo teor do composto do branqueamento, normalmente elixires e dentífricos. Mesmo os produtos com médias concentrações que podem ser colocados em casa requerem aconselhamento e supervisão médica. À Ordem dos Dentistas têm chegado várias queixas de locais que publicitam e executam branqueamentos a laser, que têm sido encaminhadas para várias autoridades: delegados de saúde, Direção Geral da Saúde, Entidade Reguladora da Saúde, Autoridade da Farmácia e do Medicamento e Deco. Monteiro da Silva reconhece que há um “vazio de regulação”, que faz com que “ninguém se sinta responsável por intervir”. Na sua opinião, as competências “não estão definidas e há inúmeras entidades de regulação que se atrapalham”. Contudo, houve já pelo menos um caso recente de um cabeleireiro em Vila Real de Santo António obrigado a suspender as actividades de branqueamento dentário por decisão do delegado de saúde. Foi considerado que o estabelecimento não tinha condições higio-sanitárias compatíveis com tratamentos dessa área e representava risco para a saúde dos utilizadores.

À OMD têm chegado várias queixas de locais que publicitam e executam branqueamentos a laser.

Uma resolução do Conselho Europeu dos Dentistas sublinha a importância de ser o médico dentista a “diagnosticar a causa da descoloração, avaliar as probabilidades de sucesso do branqueamento e verificar se o paciente tem outros problemas de saúde oral”. Neste contexto, o branqueamento dentário “é um acto clínico e não um acto de natureza técnica não profissionalizada”, frisou o bastonário. É possível que nalguns casos sejam dentistas a realizar os branqueamentos em locais inapropriados, o que não é suficiente para garantir a qualidade. “Não queremos dentistas de trolleys a andar por cabeleireiros ou esteticistas a fazer branqueamentos. É necessário um ambiente clínico e um profissional habilitado, não chega só uma das duas”, vincou o representante da classe dos médicos dentistas. Por isso, a OMD dispõe-se a agir disciplinarmente caso tenha conhecimento de dentistas que não cumprem. O branqueamento faz parte da tabela de actos médicos dos dentistas, a par da restauração ou da obturação.

Ministra da Saúde quer definir requisitos

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ministra da Saúde manifestou todo o interesse em trabalhar com a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) na definição dos requisitos necessários para a realização de branqueamentos dentários a laser. “Primeiro é preciso perceber se é um tratamento médico. As autoridades de saúde o que têm de fazer é definir os requisitos e fazê-los cumprir. Vamos colaborar com a Ordem para nos fornecerem as informações sobre aquilo de que têm conhecimento e trabalhar em conjunto para nos darem os requisitos e depois aplicar a fiscalização”, afirmou Ana Jorge. A ministra reagiu assim às denúncias da Ordem a propósito dos branqueamentos dentários a laser que estão a ser feitos de forma ilegal em cabeleireiros, esteticistas, spas e parafarmácias.

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Crónica de Janeiro Exposição de Colónia realiza-se de 22 a 26 de Março com a participação de 1.800 expositores

Indústria dentária mundial confirma fidelidade à IDS Cerca de 1.800 expositores de 56 países vão participar na IDS 2011, a principal feira mundial dedicada à medicina e prótese dentárias. Além da exposição comercial, está previsto um programa técnico paralelo, bem como serviços de valor acrescentado para os visitantes.

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34ª edição da feira IDS vai decorrer no recinto de feiras de Colónia (Koelnmesse) entre os próximos dias 22 e 26 de Março. Este ano, espera-se a participação de cerca de 1.800 empresas originárias de 56 países, que apresentarão uma ampla oferta de inovações em produtos e serviços do sector dentário. Durante a jornada de apresentação à imprensa especializada europeia, em que a MAXILLARIS marcou presença, a organização do certame – a cargo da Associação da Indústria Dentária Alemã (VDDI) e a Feira de Colónia (Koelnmesse) –, destacou a participação de 185 novos expositores, “o que constitui outra prova do imparável atractivo da IDS em matéria de negócios internacionais no âmbito dentário”, sublinhou, na ocasião, o director da Koelnmesse, Oliver Kuhrt. Sessenta e cinco por cento das empresas expositoras são provenientes do estrangeiro. Entre os países com maior representação sobreO director da Feira de Colónia (Koelnmesse), Oliver Kuhrt, apresentou à imprensa especializada europeia ssaem Itália, Estados Unidos, Coreia os contornos da IDS 2011. do Sul e Suíça. Nesta edição do certame prevê-se também um aumento das representações conjuntas, organizadas por entidades ou associações de carácter privado dedicadas à promoção das exportações. Neste âmbito, estão inscritas mais de uma dezena de participações colectivas oriundas de Espanha, Argentina, Austrália, Brasil, Bulgária, China, Estados Unidos, Israel, Itália, Japão, Paquistão, Coreia, Rússia e Taiwan. Quanto ao número de visitantes, a organização espera superar o resultado obtido na edição anterior (realizada em 2009) que atraiu ao recinto de feiras de Colónia mais de 100.000 profissionais do sector dentário dos cinco continentes. “Um resultado que confirma a nossa posição como feira de referência mundial para a indústria dentária”, observó Oliver Kuhrt. Devido à grande procura de espaços de exposição, pela primeira vez será utilizado o pavilhão 2 da Koelnmesse, para além dos habituais pavilhões 3, 4, 10 e 11. A IDS 2011 ocupará assim una superfície bruta de exposição de 143.000 m2.

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Crónica de Janeiro Sistemas Cad-Cam em destaque No que respeita aos principais atractivos da exposição, o presidente de la VDDI, Martin Rickert, destacou as inovações que se estão A nova ediçãõ do certame a produzir nos âmbitos da digitalização, cerâalemão ocupará uma área mica, software, endodontia, implantologia, de exposición de 143.000 m . profilaxia, ortopedia maxilar ou raios-X, entre outros campos. Neste contexto, os sistemas dentários Cad-Cam assumirão grande protagonismo tendo em consideração que o seu progresso científico e tecnológico “afecta hoje em dia todas as vertentes da odontologia. Os métodos digitais abrem revolucionárias oportunidades à equipa formada pelo médico dentista e o protésico”, justificou o presidente da VDDI. Outro tema básico na feira deste ano será o actual desenvolvimento da endodontia, com as possibilidades de conservação dentária e os modernos programas de tratamento. De acordo con Martin Rickert, o progresso científico e tecnológico neste domínio “fez aumentar imenso as possibilidades de conservar as peças dentárias a longo prazo, o que situa este campo de actividade no centro de uma odontología preventiva-conservadora”. O presidente da associação que representa a indústria alemã do sector enunciou ainda como tema fundamental da próxima IDS a implantologia dentária, dado o seu papel de “motor inovador da Medicina Dentária”. 2

Um programa paralelo com valor acrescentado

A feira de Colónia volta a ser o ponto de encontro do mercado global dentário.

À margem das interessantes novidades que serão exibidas nos pavilhões da Koelnmesse, os visitantes da IDS 2011 vão ter à disposição um programa técnico paralelo com numerosas oportunidades de estabelecer contactos. Devido ao grande interesse que despertou nas anteriores edições, o espaço denominado Speaker’s Corner já se integrou de forma fixa no programa da IDS. No certame de 2009, 35 expositores apresentaram neste fórum um total de 64 conferências, a que assistiram cerca de 2.500 visitantes. Na edição deste ano, o pavilhão 3.1 acolherá, durante todos os dias da feira, as apresentações dos expositores sobre novos produtos, serviços e técnicas, ao passo que os oradores informarão sobre os novos avanços verificados no campo da ciência e investigação. Como em anos anteriores, o primeiro dia do certame estará reservado exclusivamente ao comércio especializado e aos importadores. Este Dealer’s Day oferece assim a possibilidade de poder levar a cabo negociações comerciais em ambiente adequado. A Câmara Federal Alemã de Estomatólogos (BZÄK) e a Associação dos Grémios de Protésicos Dentários Alemães (VDZI) completarão a oferta com a organização de outros acontecimentos de carácter técnico. Neste contexto, a VDZI, através do VI Fórum Dentechnica, proporcionará de novo um importante espaço de intercâmbio às empresas dedicadas ao campo da prótese dentária. Entretanto, nesta fase de contagem descrescente para a realização da IDS 2011, os visitantes e expositores já podem entrar em contacto entre si mediante o sistema business-matchmaking. Os interesados podem assim, através de agendas on-line ou por correio electrónico, efectuar consultas e/ou marcar encontros com os expositores.

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Crónica de Janeiro Europa apela a um maior controlo do tabagismo

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Rede Europeia para a Prevenção do Tabaco e do Fumo (ENSP na sigla en inglês) assinalou, no passado dia 18 de Novembro, o “dia sem tabaco”. Esta jornada teve como lema “Trabalho livre de fumo sem excepções”, um objectivo prioritário dentro das acções para o control do tabaco. De acordo com o último inquérito do Eurobarómetro sobre o tabaco, realizado em Maio de 2010, a exposição dos fumadores passivos continua a aumentar: na União Europeia, 24% dos indivíduos que trabalham em espaços fechados estão submetidos ao fumo de tabaco no seu horário de trabalho e 5% inalam fumo durante mais de cinco horas por dia. A inalação passiva do fumo de tabaco é motivo de crescente preocupação para as autoridades sanitárias europeias. Está comprovado cientificamente que constitui uma séria ameaça para a saúde dos não fumadores, já que reduz a sua esperança de vida. A ENSP sustenta que só a aplicação de uma legislação rigorosa anti-tabaco poderá prevenir o cancro e os ataques cardíacos, assim como melhorar a saúde do foro respiratório. A mesma organização apela, assim, a todos os países da Europa no sentido de darem prioridade ao control do tabaco e cumprirem as obrigações impostas pela Convenção para o Controlo do Tabaco, da Organização Mundial da Saúde, em particular o artigo 8º, que obriga à protecção de todas as pessoas face à exposição ao fumo de tabaco em espaços públicos fechados, locais de trabalho ou transportes públicos.

EAO tem nova direcção

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Associação Europeia de Osseointegração (EAO na sigla em inglês) conta pela primera vez com um presidente britânico. Paul Stone assumiu recentemente estas funções, ao abrigo do recente processo de renovação da estrutura e direcção da EAO, substituindo o suíço Christoph Hämmerle, ao passo que o novo presidente eleito é o dinamarquês Soren Schou, que estreará as suas funções em 2012. Pascal Valentín (França) assumiu, por seu turno, a secretaria geral, enquanto Marc Quiryen (Bélgica) mantém o cargo de tesoureiro da organização europeia. A renovada direcção conta ainda com três novos membros: o espanhol Alberto Sicilia Felechosa, o italiano Luca Cordaro e o alemão Henning Schliephake.

Novo presidente da EAO é o britânico Paul Stone.

SEPES reforça laços com Portugal

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Sociedade Espanhola de Próteses Estomatológica (SEPES) assinou, recentemente, um acordo de colaboração mútua com a Ordem dos Médicos Dentistas. O objectivo deste protocolo é reforçar e fomentar, através de um amplo intercâmbio informativo e da oferta de condições vantajosas em matéria de inscrições, a presença de profissionais portugueses nos eventos organizados pela referida sociedade científica espanhola e, ao mesmo tempo, promover e facilitar a participação dos sócios da SEPES nos actos científicos que a OMD organiza.

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João Cerejeira, presidente da Comissão Organizadora da reunião anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF)

Nível científico da reunião deste ano será um dos mais elevados de sempre

A reunião científica anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial vai realizar-se, no próximo mês de Abril, sob a égide do 25º aniversário da fundação desta organização profissional do sector dentário. A efeméride será devidamente assinalada durante o encontro, que terá lugar no Porto, cujo programa prevê a participação de oradores de “altíssimo nível científico e clínico”, de acordo com o presidente da Comissão Organizadora, João Cerejeira. À margem da reunião anual, a SPODF pretende que os 25 anos de actividade “sirvam como ponto de partida para projectos prioritários e urgentes”, adianta o também vice-presidente da sociedade, que avança como exemplos a aposta em “mais e melhor formação, a elaboração da caderneta do paciente e as obras de renovação da sede”.

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M AXILLARIS. No ano em que a Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) assinala o seu 25º aniversário, que contornos e/ou objectivos assume a reunião científica agendada para o próximo mês de Abril? J o ã o C e r e j e i r a . A escolha do local da reunião bem como do jantar de gala foi pensada de forma a dignificar a sociedade, particularmente no ano em que comemora os seus 25 anos. Como se vai tratar do ponto alto das comemorações, existirão cerimónias e festividades adicionais de forma a proporcionar quer uma solenidade quer um bem-estar especial, adequados à comemoração dessa data. M Quais são os principais pontos do programa científico definido para o encontro de 2011? J o ã o C e r e j e i r a . Começo por destacar um tema muito interessante que diz respeito à análise diagnóstica multidisciplinar da face. Destaco ainda uma mesa redonda com ortodontistas e cirurgiões maxilo-faciais relativamente à dicotomia entre os tratamentos cirúrgicos da Classe II e as “camuflagens” ortodônticas. E também um curso sobre o potencial actual da ortodontia lingual. Vamos proceder ainda a uma abordagem sobre outras temáticas muito actuais como são os aparelhos auto-ligáveis, as corticotomias e as ancoragens com implantes, entre outros. No fundo, optámos por abordar – como aliás fazemos todos os anos – temas variados que sejam actuais e inovadores, de forma a irmos ao encontro do interesse dos colegas. M Que oradores ou especialistas de renome são esperados no Porto? J o ã o C e r e j e i r a . Os conferencistas mais destacados são Renato Cocconi, que é actualmente um dos maiores nomes da ortodontia mundial, e Mirco Raffaini, que é uma referência indiscutível na área da cirurgia ortognática. Já assisti a conferências proferidas por ambos e confesso que fiquei impressionado pelo seu altíssimo nível científico e clínico.

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As nossas grandes prioridades são a divulgação da especialidade junto do grande público, melhorar a formação junto dos sócios e ainda consolidar e aumentar o relacionamento com outras organizações profissionais

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Também contamos com o ortodontista Esfandiar Modjahedpour, com grande experiência na técnica lingual, que irá dar um curso interessantíssimo sobre esta área. Poderemos também assistir aos oradores mais destacados ao nível nacional que já nos habituaram a conferências de alta qualidade e ainda algumas “jovens promessas” de Portugal e Espanha.

M Quais são as previsões da organização quanto ao número de participantes? J o ã o C e r e j e i r a . Esse é um dos principais objectivos traçados para a reunião. Esperamos ultrapassar os 200 participantes, pois temos a certeza que o que vamos oferecer justifica plenamente o investimento feito. Por um lado, porque o nível científico que acreditamos que a reunião irá ter será um dos mais elevados de sempre; por outro, ao agregar as comemorações dos 25 anos da SPODF, a reunião proporcionará momentos adicionais de convívio e festividade que são também um dos nossos grandes objectivos e motivo da presença dos colegas. M Que outras iniciativas ou novidades estão programadas pela SPODF, dentro ou fora do âmbito da reunião científica, para celebrar os 25 anos de actividade? J o ã o C e r e j e i r a . Haverá, naturalmente, uma cerimónia comemorativa referente aos 25 anos no decurso da reunião

João Cerejeira é licenciado em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, onde também concluiu o mestrado e pós-graduação em Ortodontia. Ainda no âmbito académico, já exerceu funções de docente universitário. É especialista em Ortodontia pela Ordem dos Médicos Dentistas e sócio titular da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial, assumindo presentemente o cargo de vice-presidente desta organização. João Cerejeira exerce a sua actividade profissional (em regime de prática exclusiva de Ortodontia) nas cidades do Porto e Braga.

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Abordaremos temáticas muito actuais como são os aparelhos auto-ligáveis, as corticotomias e as ancoragens com implantes

M Quais são as grandes prioridades da SPODF a curto ou médio prazo? J o ã o C e r e j e i r a . As nossas grandes prioridades, neste momento, são a divulgação da especialidade junto do grande público, melhorar a formação junto dos sócios e ainda consolidar e aumentar o relacionamento com outras organizações profissionais nacionais e internacionais.

da SPODF e serão emitidas medalhas alusivas à data festejada. Encontra-se também em execução um livro comemorativo que constituirá uma fonte de registo com informação variada. Mas, acima de tudo, o que pretendemos é que os 25 anos da SPODF sirvam como ponto de partida para projectos que já definimos como sendo prioritários e urgentes, como a aposta em mais e melhor formação, a inauguração do novo site, a elaboração da caderneta do paciente, as obras de renovação da sede e o lançamento de uma newsletter.

M Qual é o grau de reconhecimento a nível nacional e internacional dos profissionais portugueses que se dedicam a esta especialidade? J o ã o C e r e j e i r a . Apesar de não haver muitos profissionais portugueses a mostrar o seu trabalho além-fronteiras, temos profissionais de alto gabarito cuja competência clínica, em muitos casos, nada fica a dever a colegas que vemos com frequência nos programas científicos dos congressos que se fazem por esse mundo fora. Aliás, esta minha afirmação pode ser comprovada anualmente, nas reuniões científicas da SPODF.

João Cerejeira espera que os 25 anos de actividade da SPODF sirvam como ponto de partida para projectos prioritários e urgentes. MAXILLARIS, J a n e i r o 2 0 1 1


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Gengivite Ulcerativa Necrosante: diagnóstico, tratamento e caso clínico

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Ciência e prática Introdução A Gengivite Ulcerativa Necrosante (GUN) é uma infecção gengival oportunista de origem bacteriana. De acordo com a classificação das doenças periodontais, segundo o International Workshop for the classification of periodontal diseases and conditions, de 1999, a GUN, juntamente com a Periodontite Ulcerativa Necrosante (PUN) faz parte da categoria das doenças periodontais necrosantes. Ambas são caracterizadas pela destruição rápida e debilitante dos tecidos periodontais e parecem representar diferentes estádios da mesma doença (Armitage, AAP, 1999). Apesar da GUN estar relacionada com a acumulação de placa bacteriana nas superfícies dentárias e ao seu redor, o que porventura espelha uma deficiente higiene

oral, esta tem na sua origem agentes etiológicos distintos dos responsáveis pela gengivite marginal (Fenoll e Pérez, 2004). Os primeiros relatos de GUN remontam ao século IV a.C. e esta entidade patológica tem vindo a ser descrita segundo várias designações como: “doença de Vincent”, “gengivite fuso-espiroquetária”, “boca de trincheira”, “doença de Bergeron”, “gengivite séptica aguda”, etc. É uma doença relativamente rara, encontrada geralmente em adultos jovens, indivíduos imunocomprometidos ou crianças subnutridas e a sua incidência tende a aumentar com o stress psicológico e físico, associados a uma deficiente nutrição, pelo que não se considera surpreendente que documentos históricos antigos tenham origem no

Francisco Brandão de Brito Francisco Brandão de Brito. Médico Dentista. Especialização em Periodontologia pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Mestrado em Periodontologia pela FMDUL. Docente do departamento de Periodontologia da FMDUL. Prática clínica exclusiva em Periodontologia e Implantologia. Lisboa. Ricardo Narciso. Licenciado em Higiene Oral pela FMDUL. Lisboa. Roque Braz de Oliveira. Médico Dentista. Pós-graduado em Prostodontia pela Universidade de Nova Iorque (NYU). Pós-graduado em Implantologia pela NYU. Prática clínica exclusiva em Reabilitação Oral. Lisboa. Nuno Braz de Oliveira. Médico Dentista. Pós-graduado em Ortodontia pela NYU. Prática clínica exclusiva em Ortodontia e Reabilitação Oral. Director da Clínica Dental Face. Lisboa.

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Ciência e prática exército, especialmente em tempo de guerra (Rowland, 1999). Após a II Guerra Mundial a prevalência da GUN decresceu substancialmente, sendo actualmente uma doença rara nos países industrializados. Num estudo de López et al, de 2002, com uma amostra de 9.203 estudantes entre os 12 e os 21 anos, encontrou-se uma prevalência de GUN estimada em 6,7%, sendo mais frequente em indivíduos entre os 18 e os 21 anos e entre indivíduos diabéticos (López et al., 2002). Nos países ocidentais é raro encontrar GUN em crianças, mas nos países em desenvolvimento é relativamente comum encontrar casos que ocorrem durante a primeira infância (Fenoll e Pérez, 2004). Nos últimos anos, as doenças periodontais necrosantes têm vindo a ser alvo de maior atenção, uma vez que se apresentam, com alguma frequência, em pacientes seropositivos para o HIV- entre 1 a 11% (Fenoll e Pérez, 2004).

Desenvolvimento As manifestações clínicas da GUN são diferentes das restantes doenças periodontais. Na GUN é detectável d o r e s p o n t â n e a , moderada a severa, que fica exacerbada com o toque ou mastigação; h e m o r r a g i a g e n g i v a l que ocorre com pouca ou nenhuma manipulação dos tecidos e que resulta de um elevado grau de inflamação e necrose, com exposição do tecido conjuntivo; n e c r o s e d a s p a p i l a s i n t e r d e n t á r i a s , em forma de cratera, que se pode estender até à margem gengival e que aparece principalmente na mandíbula e mais na zona vestibular. Entre a margem da zona necrótica e o tecido gengival não afectado aparece um eritema linear. Se uma destas três manifestações clínicas estiverem ausentes, não se pode chegar a um diagnóstico de GUN (Rowland, 1999). Existem, porém outros sinais/sintomas que podem contribuir para o diagnóstico de GUN, embora não tenham que estar obrigatoriamente presentes. Eles são: p s e u d om e m b r a n a, branco-amarelada ou cinza, composta por fibrina, tecido necrótico, células inflamatórias, eritrócitos e aglomerados de bactérias vivas ou mortas, que cobre as zonas necróticas e quando removida expõe o tecido conjuntivo sangrante; h á l i t o f é t i d o que varia de intensidade e grau; f e b r e e m a l - e s t a r g e r a l ; l i n f o a d e n o p a t i a da cadeia ganglionar mandibular e às vezes da cadeia cervical (mais comum em crianças); t e n d ê n c i a p a r a a r e c o r r ê nc i a, as lesões necróticas originais dão origem a papilas aplanadas ou mesmo invertidas, o que favorece a acumulação de restos alimentares, fazendo com que a reacção inflamatória tenda a reaparecer (Corbet, 2004). O diagnóstico de GUN é baseado nas manifestações clínicas descritas anteriormente. Dentro destas, as que estão sempre presentes são a dor, as ulcerações interdentárias e a hemorragia gengival. O exame histopatológico das lesões periodontais necrosantes não é patognomónico de GUN, pelo que a biopsia não está indicada (Holmstrup e Westergaard, 2008). A GUN pode ser confundida com outras doenças da mucosa oral, nomeadamente com a gengivoestomatite herpética primária (GHP), pelo que o diagnóstico diferencial deve ser considerado. Se a temperatura corporal estiver substancialmente elevada (38ºC ou mais) deve-se suspeitar de GHP. Por outro lado, a GUN aparece limitada às papilas interdentárias ou gengiva marginal enquanto a GHP ocorre na gengiva livre, gengiva aderida ou na

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mucosa alveolar. Na GHP o eritema apresenta-se mais difuso, podendo envolver toda a gengiva e parte da mucosa alveolar. As lesões vesiculares da GHP, que quando rebentam produzem pequenas úlceras rodeadas por um eritema difuso, aparecem também nos lábios, língua e mucosa alveolar. A GUN e a GHP podem aparecer simultaneamente no mesmo paciente e neste caso aparecem lesões fora da gengiva e a febre e o mal-estar tendem a ocorrer mais frequentemente do que nas lesões de GUN isoladas. Outras patologias da mucosa oral com as quais se deve fazer diagnóstico diferencial incluem gengivite descamativa, penfigoide benigno, eritema multiforme, gengivite estreptocócica, entre outras, mas todas estas patologias são clinicamente bem distintas da GUN (Holmstrup e Westergaard, 2008). Microbiologicamente a GUN sempre foi associada à presença de fusobactérias e espiroquetas. Hoje em dia, já não se lhes atribui uma importância etiológica primária, pois a sua presença parece resultar de um crescimento secundário. As amostras microbiológicas das lesões de GUN mostram uma flora constante e uma flora variável. A flora constante é constituída principalmente por Treponema sp, Selenomonas sp, Fusobacterium sp e Prevotella intermedia. A flora variável é constituída por uma enorme variedade de microrganismos (Fenoll e Pérez, 2004). Vários factores têm vindo a ser identificados como predisponentes para o desenvolvimento de quadros clínicos compatíveis com a GUN. Eles são: d o e n ç a s s i s t é m i c a s como a síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA), leucemias e malnutrição, por todas elas causarem uma alteração na resposta imunológica contra a presença de bactérias. M a u c o n t r o l o d e p l a c a b a c t e r i a n a , g e ngivite pré-existente ou história anterior de GUN – tendo em conta que a GUN resulta de uma infecção bacteriana é normal que a prevalência da doença esteja aumentada em pacientes com má higiene oral. É, no entanto, de salientar que, nos pacientes com GUN, a escovagem pode ser extremamente dolorosa, o que justifica que estes doentes se apresentem com elevados níveis de acumulação de placa bacteriana. Por outro lado, vários estudos têm demonstrado que muitos pacientes diagnosticados com GUN apresentam uma história anterior de dor gengival intensa e cicatrizes gengivais sugestivas de GUN. S t r e s s p s i c o l ó g i c o e f í s i c o – investigações epidemiológicas acerca da GUN têm indicado uma ocorrên-


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Ciência e prática cia mais elevada de GUN em períodos durante os quais os indivíduos estão expostos ao stress psicológico e cansaço físico. Assim, parece normal que os militares, pacientes com depressões ou com outras alterações emocionais e estudantes em épocas de exame sejam mais susceptíveis ao aparecimento de GUN. T a b a c o e á l c o o l – o tabaco parece levar a um aumento da actividade da doença, assim como a outras formas de doenças periodontais, influenciando a resposta do hospedeiro e as reacções tecidulares à presença de microrganismos. No entanto, o mecanismo exacto segundo o qual o tabaco predispõe para a GUN não é exactamente conhecido. O consumo, social ou abusivo, de álcool é frequentemente admitido pelos pacientes diagnosticados com GUN e deve ter a ver com os numerosos efeitos fisiológicos, que juntamente com outros factores desempenham um papel debilitante na saúde geral. O u t r o s – segundo uma série de estudos, a GUN tende a aparecer mais em indivíduos de raça caucasiana e em pacientes jovens (Holmstrup e Westergaard, 2008) Como no tratamento de outras doenças periodontais, também a abordagem terapêutica de um doente com GUN pode ser dividida em duas fases: um tratamento de fase aguda e uma terapia de manutenção. O tratamento de fase aguda tem como objectivo eliminar a actividade da doença e reduzir a dor e o desconforto geral, que normalmente condicionam a capacidade do paciente se alimentar. Na primeira consulta deve-se efectuar uma história clínica completa e tentar realizar uma destartarização, de preferência com ultra-sons, exercendo uma pressão mínima nos tecidos moles. A eficácia desta destartarização vai depender da tolerância do

paciente à dor durante a instrumentação. Por outro lado, o paciente deve ser aconselhado ao uso de um agente químico para controlo da placa bacteriana até que se verifique a cicatrização das lesões. Este agente químico pode ser peróxido de hidrogénio 3% diluído em água (partes iguais), que apresenta a vantagem de eliminar bactérias anaeróbias através do oxigénio libertado, ou clorohexidina 0,12% ou 0,2%. Quando se verifica alguma patologia sistémica predisponente ou quando existe febre ou mal-estar severo está indicado o uso de antibioticoterapia sistémica. Neste caso, a primeira escolha é o metronidazol 250 mg, três vezes por dia, durante 10 dias. Outros antibióticos à base de penicilina ou tetraciclina podem também ser eficazes. Ainda nesta primeira consulta deve-se questionar o paciente quanto ao seu estado de saúde geral e prescrever exames hematológicos para pesquisa de patologias imunosupressoras, como a SIDA. Aquando da remissão dos sintomas (normalmente após cinco a oito dias de tratamento) deve-se efectuar uma destartarização meticulosa e quando as úlceras estiverem totalmente cicatrizadas deve-se instruir e motivar o paciente para umas correctas medidas de controlo de placa bacteriana. A fase de tratamento de manutenção inclui, se necessário, uma abordagem cirúrgica para correcção dos defeitos gengivais (crateras). Estas, por representarem locais de acumulação crónica de detritos alimentares, podem provocar o reaparecimento da doença ou de outras formas de doença periodontal. Ainda nesta fase deve-se eliminar/controlar os factores predisponentes para prevenção da recorrência da GUN (Holmstrup e Westergaard, 2008).

Caso clínico Paciente do sexo masculino, raça caucasiana, 44 anos de idade e fumador pesado (mais de 20 cigarros por dia). Dirigiu-se à consulta com queixas de dor moderada. Quando questionado, o paciente não referiu qualquer tipo de patologia sistémica, stress, cansaço, história prévia de doença periodontal necrosante ou abuso de drogas ou álcool. No exame clínico intra-oral é visível uma grande quantidade de placa bacteriana e cálculo. São também visíveis extensas zonas de ulceração gengival, não só das papilas interproximais como da gengiva marginal, tanto na maxila como na mandíbula, mais pronunciadas por vestibular do que por lingual/palatino. O paciente apresentava abundante hemorragia espontânea e “pseudomembranas” a cobrir as referidas ulcerações.

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Após história clínica e exame intra-oral, chegou-se a um diagnóstico de GUN. Na primeira consulta, após anestesia infiltrativa, foi realizada uma destartarização ultrasónica e o paciente foi medicado com metranidazol 250 mg três vezes por dia, durante 10 dias e foram prescritos bochechos duas vezes por dia com peróxido de hidrogénio 3% e água, em partes iguais e com clorohexidina 0,12%. Uma semana após, o paciente voltou à consulta com uma visível remissão de todos os sinais e sintomas, pelo que se continuou com a destartarização (desta vez mais meticulosa e também infragengival) e o paciente foi instruído e motivado para um adequado controlo de placa bacteriana, que incluiu escovagem com técnica de Bass e limpeza interproximal com escovilhão. Foi-lhe, por fim, solicitado um exame hematológico para pesquisa de eventuais patologias sistémicas.


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Figs. 1 a 5. Vista intra-oral na primeira consulta. Salienta-se a grande quantidade de placa bacteriana e cálculo. São bem visíveis as ulcerações das papilas interproximais e margem gengival.

Figs. 6 e 7. Anestesia infiltrativa e realização de uma destartarização ultrasónica.

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Figs. 8 a 10. Vista intra-oral aos oito dias. Verifica-se uma visível melhoria clínica. Neste dia foi realizada uma destartarização supra e infragengival mais meticulosa.

Conclusões A GUN é uma infecção gengival aguda de origem bacteriana, que aparece sobretudo em adultos jovens, nomeadamente quando estes apresentam alguma forma de alteração da resposta imune. A GUN apresenta uma destruição rápida e debilitante dos tecidos gengivais e pode evoluir para formas mais graves de doenças necrosantes como a PUN. Assim, é impor-

tante que se proceda a um correcto diagnóstico, o que permite uma rápida implementação de um tratamento mecânico, normalmente associado a antibioticoterapia, bem como a instrução e motivação de correctas medidas de controlo de placa bacteriana e controlo/eliminação de factores predisponentes de forma a prevenir a recorrência da doença.

Bibliografia A r m i t a g e G C . Development of a classification system for periodontal diseases and conditions. Ann Periodontol. 1999 Dec; 4(1): 1-6. C o r b e t E F . Diagnosis of acute periodontal lesions. Perio 2000 2004; 34: 204-216. F e n o l l A B , P é r e z A S . Enfermedades periodontales necrosantes. Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2004; 9 Suppl: 108-119. H o l m s t r u p P , W e s t e r g a a r d J . Necrotizing periodontal disease. In: Clinical periodontology and implant dentistry (ed. J. Lindhe). 5th ed. Blackwell Publishing 2008; 20: 459-474. 5 . L ó p e z R , F e r n á n d e z O , J a r a G , B a c l u m V . Epidemiology of necrotizing ulcerative gingival lesion in adolescents. J Periodontol Res 2002; 37: 439-444. 6 . R o w l a n d R W . Necrotizing ulcerative gingivitis. Ann Periodontol. 1999 Dec; 4(1): 65-73. 1. 2. 3. 4.

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Ciência e prática Resumo O quisto dentígero ou folicular é o segundo quisto odontogénico mais comum do complexo maxilo-facial, com uma frequência que varia entre 25 a 33%, apresentando uma maior prevalência na mandíbula. É definido como um quisto que se origina pela separação do folículo pericoronário de um dente incluso, devendo estar associado à coroa do mesmo e unido à junção amelocimentária. Clinicamente, é uma lesão assintomática, com maior prevalência nas primeiras décadas de vida. Radiograficamente, o quisto dentígero apresenta-se como uma radiotransparência isolada, bem delimitada, unilocular e por vezes com margens escleróticas. O dente não-erupcionado encontra-se frequentemente deslocado. A reabsorção das raízes dos dentes adjacentes erupcionados pode, ocasionalmente, ser observada.

Este quisto apresenta diagnóstico diferencial com o queratoquisto odontogénico, ameloblastoma uniquístico, bem como com outros tumores. A exodontia do dente associado e a enucleação cuidadosa do tecido mole constituinte é o tratamento de eleição na maioria dos casos, embora em caso de quistos de grandes dimensões se deva proceder à marsupialização. As complicações potenciais do quisto dentígero não tratado são bastante consideráveis, como a transformação do forro epitelial do quisto num ameloblastoma. Este trabalho tem como principal objectivo apresentar um caso clínico de quisto dentígero nas décadas tardias de vida. O presente caso clínico envolve um paciente do sexo masculino, de 82 anos de idade, que compareceu na clínica, com queixas de sintomatologia dolorosa e tumefacção moderada no lado direito da mandíbula, com evolução lenta. Após exa-

Ernesto Tocantins Ernesto Tocantins. Médico Dentista. Prática privada. Departamento de Cirurgia Oral, MaloClinic (Lisboa). Departamento de Periodontologia - Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa. Filipa Guimarães. Médica Dentista. Prática privada. Departamento de Cirurgia Oral, MaloClinic (Lisboa). António Amorim. Médico Dentista. Prática privada. Departamento de Prostodontia, MaloClinic (Lisboa). Cláudia da Costa. Médica Dentista. Prática privada. Departamento de Cirurgia Oral, MaloClinic (Lisboa). Carina Gradil. Médica Dentista. Prática privada. Departamento de Prostodontia, MaloClinic (Porto). MAXILLARIS, J a n e i r o 2 0 1 1

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Ciência e prática me radiológico, observou-se uma imagem radiotransparente, unilocular, compatível com uma lesão quística, a envolver o dente #48 (FDI). Era também visível, uma perda óssea vertical considerável. Como plano de tratamento foi indicada extracção do dente e a enucleação da lesão quística. O resultado anatomo-patológico de quisto dentígero confirmou a hipótese mais provável de diagnóstico, contrariando a tendência da ocorrência destas lesões nas primeiras décadas de vida. P a l a v r a s c h a v e : quisto dentígero; tumores odontogénicos; protocolo cirúrgico.

Introdução O quisto dentígero ou folicular 1 é o segundo quisto odontogénico mais comum do complexo maxilo-facial 2,3, com uma frequência que varia entre 25 a 33% 3 apresentando uma maior prevalência na mandíbula 3,4,5. Esta lesão origina-se pela separação do folículo pericoronário 3, usualmente relacionado com a coroa de um dente incluso 1,2,3,6,7 e unido à junção amelocimentária2,3,7. Os dentes inclusos, com maior prevalência, associados a este tipo de quisto, correspondem aos terceiros molares inferiores 1,2,6, seguidos dos caninos superiores 1,6 e por fim os pré-molares inferiores 1,6. Este tipo de quisto é mais frequente nas primeiras décadas de vida 2,3,5,6,8, sendo raramente observado em indivíduos com idades compreendidas entre 60 e 80 anos (4,85%) 2. Clinicamente, é uma lesão assintomática 2,3,6,8,4, apresentando grande potencial de crescimento, podendo em alguns casos, expandir-se através da cortical óssea 2,4,6,9. Radiograficamente, o quisto dentígero apresenta-se como uma radiotransparência 2,3,4 isolada, bem delimitada, unilocular 2,3,4,6 e por vezes com margens escleróticas 3,6.

O dente não-erupcionado encontra-se frequentemente deslocado. A reabsorção das raízes dos dentes adjacentes erupcionados pode, ocasionalmente, ser observada 10. Este quisto apresenta diagnóstico diferencial com o queratoquisto odontogénico 2,6, ameloblastoma uniquístico 2,6, tumor odontogénico adenomatóide 6, bem como com outros tumores. O diagnóstico final só será obtido através de biópsia e análise histopatológica da peça operatória2. A exodontia do dente associado e a enucleação cuidadosa do tecido mole constituinte é o tratamento de eleição na maioria dos casos, embora em caso de quistos de grandes dimensões se deva proceder à marsupialização 3,2,6. Assim, o tratamento de eleição é definido em função do tamanho da lesão 4. As complicações potenciais do quisto dentígero não tratado são bastante consideráveis, como a transformação do forro epitelial do quisto num ameloblastoma 10,11. Este trabalho tem como principal objectivo apresentar um caso clínico de quisto dentígero nas décadas tardias de vida.

Caso clínico Paciente do sexo masculino, de 82 anos de idade, caucasiano, compareceu na consulta com queixas de sintomatologia dolorosa e tumefacção moderada no lado direito da mandíbula, com evolução lenta. Após exame radiológico, observou-se uma imagem radiotransparente, unilocular, bem delimitada, compatível com uma lesão quística, a envolver o dente 48 (FDI). Era também visível uma perda óssea vertical considerável.

Fig. 1. Ortopantomografia inicial.

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Fig. 2. Dental Scan inicial – cortes para-axiais do 4º quadrante (espaçamento: de 0,3 em 0,3 mm).

O paciente apresentava antecedentes cardíacos e estava medicado com Varfine® (Teofarma, Pavia, Itália) 5 mg e Tiklyd® (Sanofi-Aventis - Produtos Farmacêuticos, S.A., Porto Salvo, Portugal) 250 mg. Como plano de tratamento foi indicada a extracção do dente e a enucleação da lesão quística.

Fig. 3. Reconstrução 3D da mandíbula (vista vestibular).

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Fig. 4. Reconstrução 3D da mandíbula (vista oclusal).


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Fig. 5. Reconstrução 3D da mandíbula (vista lingual).

Procedimento cirúrgico: - Suspensão dos fármacos Varfine® e Ticlyd ® e substituição por Lovenox ® (Sanofi-Aventis - Produtos Farmacêuticos, S.A., Madrid, Espanha) injectável (prescrição e esquema terapêutico do Médico Cardiologista) três dias antes da cirurgia. - Anestesia troncular, no 4º quadrante, com articaína a 4% e epinefrina a 1: 200.000 (Artinibsa ®, Inibsa, Barcelona, Espanha). - Anestesia infiltrativa no fundo do vestíbulo e por lingual, na região entre o dente 45 e o trígono retro-molar direito, com articaína a 4% e epinefrina a 1: 200.000 (Artinibsa ®, Inibsa, Barcelona, Espanha). - Incisão supracrestal com descargas mesial e distal do dente 48. - Descolamento do retalho muco-periósteo. - Remoção do dente 48. - Aspiração do conteúdo quístico. - Descolamento e remoção da membrana quística (com auxílio de uma cureta cirúrgica). - Curetagem do tecido de granulação e verificação da integridade do envelope ósseo. - Lavagem da loca cirúrgica com soro fisiológico. - Aplicação de Spongostan ® Dental (Johnson-Johnson, Dinamarca) para auxílio à hemostase e manutenção do volume gengival. - Reposicionamento do retalho muco-periósteo e sutura com pontos simples (ácido poliglicólico 3/0 reabsorvível – Safil ® Quick +, Braun). - Envio da peça cirúrgica para análise anatomo-patológica. Após a cirurgia, a medicação prescrita ao doente incluía: - Amoxicilina e ácido clavulânico 875/125 mg (um comprimido de 12/12 horas durante 8 dias) – Labesfal, Campo de Besteiros, Portugal. - Prednisolona 5 mg (três comprimidos no dia da cirurgia) – Meticorten ® Shering-Plough, Farma Lda, Cacém, Portugal. - Ibuprofeno 600 mg (um comprimido de 12/12 horas durante cinco dias, a começar no dia após a cirurgia) – Ratiopharm Ltd, Carnaxide, Portugal. - Clonix ® 300 mg (só em caso de sintomatologia dolorosa) – Janssen-Cilag Farmacêutica, Lda, Barcarena, Portugal.

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Relativamente aos cuidados de higiene foi aconselhado a aplicação tópica de Elugel ® 0,2% (Pierre Fabre, Boulogne, França) bem como bochechos com Clorohexidina Lacer ® 0,12% (Lacer S.A., Barcelona, Espanha). Também foram dadas algumas instruções alimentares. O período pós-operatório decorreu dentro dos parâmetros de normalidade e não foram registadas complicações clínicas. Na reavaliação, 30 dias após o acto cirúrgico, foi possível observar a completa cicatrização dos tecidos moles. Durante o período de seis meses, o paciente foi acompanhado e não houve qualquer intercorrência após a cirurgia, como parestesias ou qualquer sinal de recidiva da lesão.

Fig. 6. Ortopantomografia final com follow-up de dois meses após a extracção do dente e a enucleação da lesão envolvente.

Fig. 7. Ortopantomografia final com follow-up de seis meses após a extracção do dente e a enucleação da lesão envolvente.

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Ciência e prática Discussão e conclusão Clinicamente, os quistos dentígeros são, usualmente, assintomáticos com crescimento lento e caracterizados pelo envolvimento da coroa e erupção tardia do dente10. Hyomoto e colaboradores (2003) afirmaram que a maior prevalência de quistos associados a terceiros molares, é devido ao facto de estes dentes apresentarem uma maior incidência de retenção óssea. Os quistos dentígeros podem ocorrer numa ampla faixa etária, embora sejam diagnosticados principalmente entre os 10 e os 30 anos. Este caso clínico é uma excepção, visto que raramente se observa este tipo de patologia em indivíduos com idades compreendidas entre 60 e 80 anos (4,85%)2.

Apesar da idade do paciente, optou-se pela enucleação cirúrgica, em função da condição médica estável e por ser a técnica de eleição quando não existe recomendação de manter o dente envolvido. É necessário que haja um conhecimento aprofundado das características da lesão para um diagnóstico correcto e uma indicação precisa da técnica cirúrgica, para o tratamento do quisto dentígero6. O diagnóstico da lesão não deve ser feito unicamente através de evidências radiológicas, mas também baseado em evidências clínicas e histopatológicas10, devido à associação com várias outras lesões. Da análise anatomo-patológica obteve-se, como diagnóstico final, quisto dentígero.

Figs. 8 e 9. Epitélio da cavidade quística (ampliação de 100x), compatível com o epitélio de um quisto dentígero.

Bibliografia 1 . M u r a k a m i , A . e t a l . Eruption of an impacted second premolar after marsupialization of a large dentigerous cyst: case report. American Academy of Pediatric Dentistry.17:5, 1995. 2 . S a n t o s , J . e t a l . Cisto Dentígero em Pacientes Geriátricos: Relatos de Dois Casos Clínicos com acompanhamento de 5 Anos. Rev Port Estomatol Cir Maxilofac; 47: 163-167. 2006. 3 . S e t t e - D i a s , A . e t a l . Cisto Dentígero Sequencial: Relato de caso. Robrac.17 (44): 133 - 137. 2008. 4 . P o z z e r , L . e t a l . Cistos odontogênicos em crianças: análise da descompressão cirúrgica em dois casos. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-fac., Camaragibe v. 9, n. 2, p. 17 - 22, abr. /jun. 2009. 5 . M a r z o l a , C . Fundamentos em Cirurgia Buco Maxilo Facial. CDR. Bauru: Ed. Independente. 2005. 6 . S a f i r a , L . e t a l . Cisto Dentígero em mandíbula: relato de caso clínico. R. Ci. Méd. Biol., Salvador, v. 8, n. 2, p. 225 - 229, Mai./Ago. 2009. 7 . S i l v e i r a , V . e t a l . Inflammatory dentigerous cysts involving permanent teeth: etiopathologic considerations. Rev Odontol UNESP; 38 (3): 143 - 7. 2009. 8 . H y o m o t o M . e t a l . Clinical conditions for eruption of maxillary canines and mandibular premolars associated with dentigerous cysts. Am. J. Orthod. Dentofac. Orthop., St.Louis v.124, n. 5, p. 515 - 520, Nov. 2003. 9 . A z i z , S . R . e t a l . Inferior alveolar nerve paresthesia associated with a mandibular dentigerous cyst. J. Oral Maxillofac. Surg., Philadelphia, v. 60, n. 4, p. 457 - 459, Apr. 2002. 1 0 . R e g e z z i J A , S c i u b b a J J , J o r d a n R C K . Oral pathology: clinical pathologic correlations. St. Louis: Saunders Elsevier; 2008. p. 237-59. 1 1 . N e v i l l e , B . W . e t a l . Oral & maxillofacial pathology. 2nd.ed. Philadelphia: W.B. Saunders, 2001.

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Fichas clínicas odontológicas Javier García Fernández

Instrumentos em cirurgia periodontal Introdução

Médico estomatologista. Periodontia e Implantologia em exclusividade. Director de Clinicae Gingiva. Madrid (Espanha). www.gingiva.net

Classificação

A cuidadosa preparação dos instrumentos cirúrgicos em pe- Para descrever cada instrumento e a sua finalidade, classiriodontia é um dos factores chave no êxito do tratamento. ficamo-los de acordo com os diferentes procedimentos O profissional tem que saber seleccionar um conjunto de gerais da cirurgia periodontal: instrumentos que lhe permitam realizar da melhor forma todos os procedimentos cirúrgicos. Toda a equipa de uma • Instrumentos de diagnóstico. clínica dentária que leve a cabo tratamentos periodontais • Instrumentos de incisão e excisão. deverá ter formação no âmbito da preparação, conservação, • Instrumentos de descolamento mucoperióstico. armazenamento e controlo da esterilização dos distintos ins• Instrumentos de limpeza e polimento. trumentos cirúrgicos. Tanto a enfermeira de campo como a • Instrumentos de cirurgia óssea. auxiliar de clínica devem conhecer o nome e a finalidade de • Instrumentos de sutura. cada instrumento, devendo cuidar, afinar e esterilizá-los. • Instrumentos complementares.

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Fichas clínicas odontológicas Todos os instrumentos serão armazenados em sacos esterilizados e selados. A preparação da mesa cirúrgica está a cargo da enfermeira de campo. Uma mesa grande será de grande utilidade, devendo ser posicionada à altura do peito do paciente. Deve estar coberta com um pano esterilizado grande, dispondo assim de um espaço esterilizado, onde a enfermeira ordenará todo o material.

Instrumentos de diagnóstico Antes de começar o acto cirúrgico, o cirurgião periodontal realiza, sob anestesia, uma cuidadosa verificação das bolsas periodontais e mede a espessura dos tecidos, especialmente no palato, tentando identificar defeitos e irregularidades ósseas. Dispomos de espelho e sonda clínica, sonda periodontal calibrada e sonda exploradora de furcas. Dos diferentes tipos de sondas calibradas, como a sonda da Universidade de Michigan ou da Universidade da Carolina do Norte, preferimos a sonda da OMS com extremidade em forma de bola, que aumenta a sensação táctil no momento de realizar a “palpação” durante a verificação. Esta sonda tem marcas de 3,5 – 5,5 – 8,5 e 11,5 mm.

A sonda curva de Nabers é um instrumento muito eficaz para avaliar as zonas de furca, especialmente nos molares superiores, onde a acessibilidade das raízes superiores é mais complexa.

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Clínica Gingiva Instrumentos de incisão e excisão Os bisturis de lâmina descartável são os mais utilizados em cirurgia periodontal para proceder ao corte dos tecidos gengivais. Dispomos de vários cabos diferentes, como o plano de Bard Parker, angulados para as zonas posteriores e do palato, e redondos em forma de caneta. Preferimos este último, porque nos permite um maior controlo, e a sua utilização é melhor para os sectores posteriores. Dos diferentes tipos de lâmina de bisturi, destacamos as lâminas número 15, 12 e 11.

A lâmina 12, pela sua curvatura em forma de foice, permite cortar de forma precisa os tecidos gengivais nos sectores posteriores, em especial na tuberosidade maxilar ou trígono retromolar, podendo ser utilizada como bisturi interproximal.

Os bisturis interdentários são instrumentos fundamentais na cirurgia periodontal. A sua forma lanceolada, com margens cortantes nos dois lados da parte activa do instrumento, permite fazer uma incisão nos tecidos das zonas interproximais. Destacamos o instrumento de Orban 1/2. Variações com angulações distintas para um melhor acesso a zonas posteriores são os bisturis Goldman - Fox e de Merrifield (modelo mais reniforme).

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Fichas clínicas odontológicas O bisturi gengival, ou “faca de Kirkland”, é o instrumento clássico para a realização da gengivectomia com bisel externo. Pela sua angulação, também é um bisturi útil em zonas posteriores de difícil acesso.

Dentro dos instrumentos de excisão, devemos incluir os alicates para tecidos (Nips). É um instrumento de grande utilidade em todo o tipo de cirurgia periodontal, especialmente nas gengivectomias, para o adelgaçamento dos tecidos interproximais e o retoque do contorno gengival. As tesouras de GoldmanFox com folha biselada curva são instrumentos muito úteis no momento de proceder ao corte, excisão e adelgaçamento dos retalhos periodontais, realizar a dissecação de tumores, abcessos periodontais, etc.

Pinças cirúrgicas. Os marcadores de bolsas periodontais de Goldman – Fox, ou pinças de gengivectomia, ajudam a delimitar a profundidade das bolsas e assim definir o contorno das incisões biseladas, tanto no procedimento de gengivectomia, como de retalhos periodontais ou adelgaçamentos do palato. Para o manejo dos tecidos utilizamos pinças atraumáticas sem dentes. As pinças perfuradas na extremidade serão úteis na colocação e sutura de membranas e enxertos gengivais livres.

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Imagens da medicina oral Germán Esparza Gómez Médico estomatologista. Doutorado em Medicina e Cirurgia. Professor titular de Medicina Bucal. Departamento de Medicina e Cirurgia Bucofacial. Faculdade de Odontologia da Universidade Complutense de Madrid. medoral@infomed.es

Caso clínico VI Descrição do caso

Menina de 14 anos de idade que comparece na nossa consulta apresentando uma lesão exofítica na mucosa da bochecha. Na exploração da cavidade oral, observa-se a presença de um nódulo de carácter séssil, de aproximadamente 8 mm de comprimento máximo, da mesma cor da mucosa circundante, de consistência fibrosa e assintomático, localizado na mucosa jugal do lado esquerdo e que parece coincidir, mais ou menos, com a linha de oclusão. A paciente admite que ocasionalmente pode ter mordido essa região e que, às vezes, succiona a mucosa através dos dentes desse lado. De resto, não apresenta nenhum outro antecedente digno de registo. Procedeu-se à realização de uma cisão da lesão e a amostra foi enviada para ser analisada pelo médico anatomopatologista.

Lesão exofítica na mucosa jugal.

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Diagnóstico histopatológico:

Hiperplasia fibrosa Comentários

A h i p e r p l a s i a f i b r o s a provavelmente seja a lesão exofítica mais frequente da mucosa oral. Também é conhecida por outros muitos nomes, entre eles, fibroma, fibroma irritativo, fibroma traumático, hiperplasia focal fibrosa ou nódulo fibroso. Apesar de que em muitas escolas é utilizado preferentemente o termo “fibroma”, é muito discutível que se trate de uma verdadeira neoplasia, e actualmente acredita-se que na maioria dos casos é uma reacção do tecido conectivo a um trauma repetido ou outra irritação local. As suas l o c a l i z a ç õ e s mais frequentes são a margem lateral da língua, a mucosa jugal (coincidindo em muitas ocasiões com a linha de oclusão por um mecanismo de mordedelas ou sucção, ocasião em que recebe o nome de d i a p n e u s i a s, como no caso que nos ocupa), a mucosa labial e a gengiva, principalmente nas regiões anteriores, embora possa apresentarse em qualquer lugar da mucosa oral. Do ponto de vista c l í n i c o, costumam apresentar-se como um nódulo séssil, com base de implantação ampla (embora alguns sejam pediculados), de superfície lisa e cor similar à da mucosa circundante. Em alguns casos pode apresentar na superfície uma cor mais esbranquiçada, devido à irritação contínua sobre o epitélio, que acaba produzindo uma hiperqueratose. O tamanho varia de poucos milímetros a mais de 1,5 cm, e não costumam causar sintomatologia, apenas uma sensação de volume, a menos que se ulcerem na superfície devido a algum traumatismo. Ao que parece, são mais frequentes no sexo feminino, e entre a quarta e a sexta décadas da vida. Tampouco costumam afectar o osso subjacente. A h i s t o p a t o l o g i a destas lesões mostra um tecido conectivo muito denso e rico em fibras de colagénio, recobertas por epitélio escamoso estratificado. Ocasionalmente, observam-se células próprias de inflamação crónica: linfócitos e células plasmáticas. Para alguns médicos, as hiperplasias fibrosas representam uma maturidade fibrosa de um granuloma piogénico pré-existente. Não estão encapsulados, e o tecido fibroso mistura-se progressivamente com o conectivo circundante. Como já foi dito, no epitélio é possível ver hiperqueratose em alguns casos. O d i a g n ó s t i c o é histopatológico e se obtém após observar ao microscópio as características anteriores na peça extirpada. Estas lesões nunca regridem espontaneamente. O t r a t a m e n t o consiste sempre na cisão cirúrgica conservadora da lesão e as recidivas são escassas. Como em todas as lesões exofíticas, sempre é importante enviar as amostras extirpadas para o seu estudo histopatológico, pois alguns tumores, tanto benignos como malignos, podem assemelhar-se clinicamente a uma hiperplasia fibrosa.

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André Moreira, árbitro de futebol e médico dentista

Arbitragem e medicina dentária exigem a mesma concentração

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André Moreira divide a sua actividade profissional entre o Instituto de Implantologia de Lisboa – onde se dedica essencialmente à implantologia e à protodontia fixa – e os relvados do campeonato de futebol da segunda divisão. O médico dentista lisboeta, de 29 anos, revela que ambas as vocações remontam aos primeiros anos do novo século que vivemos, quando ingressou na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa e decidiu tirar o curso de árbitro da Federação Portuguesa de Futebol. Resta saber como se enquadram dois ofícios aparentemente tão diferentes. André Moreira sustenta que têm pontos em comum, já que, em ambos os casos, “o erro não é admissível”. Com as devidas diferenças, “são duas actividades que exigem a mesma atenção e concentração”, esclarece.


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Outros perfis M AXILLARIS. Arbitragem ou medicina dentária: qual das duas actividades surgiu primeiro? A n d r é M o r e i r a . Apareceram, sensivelmente, na mesma altura. Fui aliciado a tirar o curso de árbitro de futebol pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) quando estava a iniciar os estudos de Medicina Dentária. Portanto, já lá vão cerca de oito anos de dedicação a ambas as actividades. M Como se enquadram duas vocações aparentemente tão diferentes? A n d r é M o r e i r a . Em jeito de brincadeira, costumo dizer que não são tão diferentes quanto isso. Tanto na arbitragem como na medicina dentária, o erro não é admissível – ainda que as consequências de uma má decisão sejam diferentes num caso e no outro. Com as devidas diferenças, são duas actividades que exigem a mesma atenção e concentração.

M Tendo em consideração que a carreira de árbitro pode ir até aos 45 anos, presumo que tem boa margem para progredir e atingir esse estatuto internacional… A n d r é M o r e i r a . De facto, ainda não cumpri os 30 anos de idade, o que significa que tenho tempo para exercer e progredir como árbitro. Mas só os melhores atingem essa categoria. Em todo o caso, arbitrar um jogo internacional não é uma obsessão; é apenas um objectivo que nos motiva a trabalhar diariamente. Para mim, o futebol nunca foi uma obsessão. M Que tipo de preparação ou rotina exige a sua actividade como árbitro? A n d r é M o r e i r a . Muitos julgam que a actividade de um árbitro se resume ao tempo que dura um jogo. A realidade é bem diferente: eu treino diariamente em campo e no ginásio, portanto, faço uma preparação que percorre toda a semana. Todos os dias, depois da minha actividade clínica, treino durante hora e meia ou duas horas. Esse treino diário é que me permite chegar ao fim de semana física e tecnicamente pronto para o jogo.

M Centremo-nos na sua faceta ligada ao desporto. Como se iniciou o seu percurso no universo do futebol? A n d r é M o r e i r a . Sempre fui desportista. É costume dizer-se que só vai para árbitro quem não tem jeito para jogar futebol, mas nem sequer era o meu M Pelos vistos, o processo é semecaso; por acaso, até tinha algum É costume dizer-se que jeito para a bola. lhante ao dos jogadores. A arbitragem surgiu por curiosiA n d r é M o r e i r a . Sim, tenho a só vai para árbitro quem não mesma dade, do meu interesse enquanto preocupação e preparação praticante de desporto. Decidi tirar o que têm os atletas. tem jeito para jogar futebol, curso da FPF. A partir daí, fui ficando Quando sei que actuo em determas nem sequer era o meu cada vez mais ligado ao meio, comeminado dia, tenho os mesmos cuidacei a subir de escalão e ainda me na alimentação ou em manter o caso; por acaso, até tinhaalgum dos mantenho. Quando terminamos o meu descanso na véspera, para pocurso de árbitro, estamos sujeitos a der estar ao melhor nível quando esjeito para a bola uma série de escalões e vamos protou a arbitrar um jogo. gredindo, ou não, consoante as avaM Recorda algum momento particularmente marcante na liações. Cada vez que arbitramos um jogo, somos observados por um elemento que avalia a nossa prestação em parâsua carreira desportiva? metros objectivos. Após o encontro, obtemos o feedback A n d r é M o r e i r a . Até à data, o momento mais marcante desse observador, que nos atribui uma nota que determinafoi aquele em que tive oportunidade de partilhar um jogo rá a nossa classificação. com o árbitro internacional Duarte Gomes, num torneio A média de classificações é que dita a descida, manuteninternacional que decorreu em Lisboa. Foi logo na fase inição ou ascensão de cada árbitro nas diferentes categorias. cial da minha carreira de árbitro. Tive oportunidade de acompanhar um profissional e um amigo que muito estiM Espera ascender à liga principal do futebol português? mo e que exemplifica aquilo que todos os árbitros esperam A n d r é M o r e i r a . Mantenho essa aspiração. Sei que é uma um dia atingir. meta dificil de atingir, mas é o alcançar dessa meta que nos M Presumo que também tenha vivido nos relvados episófaz trabalhar diariamente. Tenho que acreditar que poderei alcançar esse objectivo a médio ou longo prazo. dios para esquecer... A n d r é M o r e i r a . Todos temos momentos para esquecer e M Tem aspirações internacionais? Vê-se um dia a dirigir um todos erramos. O árbitro que disser que não erra não está a jogo de um europeu ou mundial de futebol? ser sincero consigo próprio. A n d r é M o r e i r a . Esse é o sonho de qualquer árbitro que Os momentos para esquecer são aqueles em que tomagosta realmente do que faz. Arbitrar num campeonato do mos uma decisão e no final do jogo nos apercebemos que mundo é o objectivo máximo a atingir. essa decisão não foi a mais correcta. No entanto, tenho a consciência de que a percentagem São momentos que podem ser mais ou menos frequentes, de árbitros que atingem esse patamar é reduzida. mas temos de tentar que ocorram o menos possível.

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Outros perfis as actividades, há pessoas mais competentes que outras e há momentos em que estamos sob pressão e tomamos uma decisão que pode não ser a mais indicada, mas estamos sujeitos a isso, faz parte do jogo. O futebol é essa paixão…

M Disfruta muito dos jogos? Ou melhor, a atenção aos pormenores das jogadas deixa-lhe margem para apreciar os bons momentos de futebol que se vivem em campo? A n d r é M o r e i r a . Em campo não temos tempo para disfrutar desses momentos. A nossa atenção está totalmente focada nos jogadores, nas faltas, nas infracções que são cometidas. Quando estou em casa ou nas bancadas de um estádio, gosto de ver bom futebol, mas quando estou em campo estou tão concentrado na minha missão que não tenho tempo para disfrutar do espectáculo.

Todos os dias, depois da sua actividade clínica, André Moreira treina durante hora e meia ou duas horas, para estar física e tecnicamente pronto para cada jogo.

M Que comentário lhe merece a generalizada falta de empatia relativamente à figura do árbitro? A n d r é M o r e i r a . Vivemos numa época em que se discute muito as decisões dos árbitros. O árbitro é sempre o bode expiatório. É mais fácil justificar uma derrota com o erro de uma pessoa só. Não se justificam derrotas com concretizações mal efectuadas, com avançados que falharam um golo de baliza aberta, nem mesmo com guarda-redes que sofrem golos caricatos; justifica-se a derrota com a equipa de arbitragem. Estamos a falar de quatro pessoas que estão a decidir no momento um jogo que é disputados por 22 jogadores. São decisões ao segundo, que têm de ser tomadas naquele instante. Não há tempo para pensar. No campo da contestação, a tendência é realmente justificar as derrotas com o elo mais fraco, neste caso, o árbitro. Não vejo nenhum clube ou presidente de um clube assumir-se culpado por ter contratado um guarda-redes que se calhar não era o mais indicado ou por ter gasto 15 ou 20 milhões de euros num jogador que não dá rendimento. M Lida bem com a situação? A n d r é M o r e i r a . Lido. Há sempre momentos menos bons, momentos que são o resultado de uma determinada decisão, de um mau dia, que toda a gente tem. Como em todas

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M É defensor das novas tecnologias como instrumento de apoio à arbitragem? A n d r é M o r e i r a . Tudo o que possa contribuir para diminuir os erros dos árbitros é positivo para o futebol. Sou a favor das novas tecnologias que já são utilizadas em outras modalidades – por exemplo, no ténis quando se fala no olho de falcão, que poderia ser utilizado no futebol. Temos de tentar minimizar os erros humanos, que são naturais. Com as novas tecnologias que actualmente existem, poderiamos minimizar esses erros e, se calhar, mudar também um pouco a imagem que se tem do árbitro. Julgo que estamos nesse caminho. Actualmente, temos um árbitro e dois árbitros asistentes, temos um quarto árbitro. Todos os intervenientes comunicam entre si através de um intercomunicador. Isso facilita muito a decisão do árbitro. É uma equipa que está em constante comunicação. O árbitro tem no seu braço um sinal sonoro que é accionado pelos asistentes e pelo quarto árbitro. Portanto, já se introduziu alguma tecnologia. Se calhar ainda não é a tecnologia ideal, mas acho que estamos a caminhar decisivamente nesse sentido, para facilitar o trabalho do árbitro e acima de tudo criar um sentimento de justiça em algumas decisões que são tomadas. M Como avalia o actual momento da arbitragem em Portugal? A evolução é positiva? A n d r é M o r e i r a . Ao contrário do que pensa a opinão pública portuguesa, os árbitros portugueses são muito conceituados no estrangeiro. Presentemente, temos dois árbitros no grupo de elite da UEFA: Pedro Proença e Olegário Benquerença. Também temos árbitros na first class (a classe imediatamente inferior), como Duarte Gomes, entre outros. Portanto, para a UEFA os árbitros portugueses são profissionais com muito potencial. Em Portugal, infelizmente, não são tão bem aceites. É curioso verificar que as críticas aos árbitros internacionais que actuam no nosso país não são tão ferozes quanto são para os portugueses. Mas é bom que as pessoas tenham a noção


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Outros perfis de que os árbitros portugueses são conceituados a nível europeu e mundial.

M Acha que é necessário adoptar novas medidas ao nível da formação ou do próprio estatuto da carreira de árbitro? A n d r é M o r e i r a . Acho que é fundamental. Cada vez existem menos árbitros, especialmente nos escalões mais baixos. Com a conjectura que se criou, é difícil cativar os jovens para a carreira de árbitro. Ao nível da formação poderia haver uma mudança. Em termos de carreira de árbitro, já existia um projecto piloto de profissionalizar os árbitros, só que isso implica algunas alterações na própria sociedade. É necessário cativar cada vez mais jovens para esta actividade. Julgo que o futuro, mais ou menos próximo, será a profissionalização. Se temos treinadores que são profissionais, direcções (SAD) e jogadores profissionais, isso significa que temos um meio que move milhões em que apenas um elemento não está nestas condições. Alguém que exerce a sua actividade durante o dia e que depois tem de ir treinar por conta própria.

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O principal desafio que devia nortear a medicina dentária portuguesa seria facilitar o acesso aos cuidados de saúde oral à generalidade da população

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M Ainda a propósito de futebol, como vê o desempenho da selecção nacional sob a orientação de Paulo Bento? A n d r é M o r e i r a . Todos gostamos que a selecção triunfe. A entrada de Paulo Bento foi uma lufada de ar fresco. Os jogadores mostram-se motivados, os resultados têm aparecido. Estão a fazer um bom trabalho. Acredito que vamos estar na fase final do Euro 2012. Devemos apoiar a selecção nesse sentido. M Como surgiu o seu gosto pela medicina dentária? É uma vocação hereditária? A n d r é M o r e i r a . Não foi pela via hereditária, pois nenhum dos meus familiares exerce a profissão de médico dentista. Surgiu por gosto pessoal. Desde o primeiro instante que é uma actividade que me fascina e me dá prazer diariamente. Gosto de exercer esta profissão. M Que requisitos considera fundamentais para trabalhar nesta área? A n d r é M o r e i r a . O principal requisito é termos gosto em tudo o que fazemos. Quem não é feliz na actividade que exerce nunca poderá ser um profissional excelente. Por outro lado, tal como a arbitragem, a medicina dentária exige particular atenção e concentração. Ambas as actividades têm essas valências. Se calhar é por isso que sou um apaixonado por estes dois ofícios. M Em termos gerais, qual é a sua opinião sobre o panorama nacional da Medicina Dentária? A n d r é M o r e i r a . Portugal tem da melhor medicina dentária que se pratica no mundo. Tenho tido a oportunidade de assistir a alguns congressos mundiais de medicina dentária e noto que as conferências e os casos apresentados por profissionais portugueses são bastante elogiados. M Que desafios se colocam à classe dos médicos dentistas? A n d r é M o r e i r a . O principal desafio que devia nortear a medicina dentária portuguesa seria facilitar o acesso aos cuidados de saúde oral à generalidade da população. Refiro-me a tratamentos que são dispendiosos e que, neste momento, não são tão acessíveis quanto deveriam ser. O cheque-dentista é um passo importante nesse acesso à medicina dentária e deve ser valorizado, mas trata-se apenas de um primeiro passo. Devem suceder-se outras acções que permitam o acesso da generalidade dos portugueses à medicina dentária. M No contexto internacional, como classifica a posição de Portugal no domínio da Implantologia? A n d r é M o r e i r a . Não fica nada atrás de qualquer outro país da Europa ou do mundo. Em Portugal está a ser desenvolvido muito trabalho de investigação que tem sido divulgado em congressos internacionais. Temos profissionais convidados para dar cursos nos EUA e em outros países com tradição de vanguarda neste sector. É sinal de que a medicina dentária portuguesa é valorizada e conceituada fora de portas.

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O meu sorriso Naide Gomes soma quatro medalhas de ouro, outras tantas de prata e uma de bronze, conquistadas nos mundiais e europeus de atletismo. Fora das pistas, a atleta revela a mesma determinação em matéria de higiene oral.

Naide Gomes D escobriu o atletismo aos 13 anos, impulsionada pelos professores que a viam vencer todos os colegas em todas a modalidades. Naide Gomes ingressou nas fileiras do Sporting Clube de Portugal no final dos anos noventa. Começou nas chamadas Provas Combinadas (pentatlo e heptatlo), acabando por especializar-se no salto em comprimento, modalidade em que é recordista nacional. A atleta de alta competição, que marcou presença nas últimas edições dos Jogos Olímpicos, soma quatro medalhas de ouro, outras tantas de prata e uma de bronze, conquistadas nos mundiais e europeus de atletismo realizados desde 2002. Naide Gomes revela o mesmo empenho na sua higiene oral, como o demonstra o impecável sorriso. “É importante cuidar a minha imagem para os patrocinadores, fãs e, claro, para me sentir bem”.

M AXILLARIS. Com que regularidade vai ao dentista? N a í d e G o m e s . Duas vezes por ano. M Que cuidados de higiene oral tem diariamente? N a í d e G o m e s . Todos os dias lavo os dentes depois das refeições principais: pequeno-almoço, almoço e jantar. M Que tipo de escova de dentes usa? N a í d e G o m e s . Como tenho as gengivas sensíveis, uso uma escova de dentes soft.

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M Já recorreu a tratamentos dentários específicos? N a í d e G o m e s . Sim, já tive de recorrer à colocação de implantes dentários. M Evita fumar ou comer algum tipo de alimento ou bebida que escureça os dentes? N a í d e G o m e s . Não fumo e evito beber café. M Em criança ou adolescente usou aparelho nos dentes? N a í d e G o m e s . Não, nunca foi necessário. M De que forma ter um sorriso bonito e uma boa higiene oral é importante na sua profissão? N a í d e G o m e s . O sorriso é um reflexo do nosso bem-estar. Como atleta de alta competição, procuro cuidar da minha imagem para os patrocinadores, fãs e, claro, para me sentir bem. M Qual foi o maior elogio que já ouviu ao seu sorriso? N a í d e G o m e s . Ser um sorriso rasgado que espelha a minha simpatia. M Qual é o sorriso que não a deixa indiferente? N a í d e G o m e s . O sorriso de todas as pessoas que gosto não me deixam indiferente. Mas há quatro que me desarmam: o da minha mãe, da minha afilhada, da minha irmã e, claro, o do meu namorado.


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Calendário de cursos Curso de pós-graduação de Implantes A partir do corrente mês, e até Junho próximo, o Centro de Estudos de Medicina Dentária do Amial (Porto) volta a acolher o curso de pós-graduação de implantes patrocinado pela Camlog. Dividido em oito módulos teóricos e práticos, o curso decorrerá em horário nocturno (para facilitar a participação dos alunos), sob a orientação de Manuel Neves e da equipa de profissionais que o acompanha no referido centro do Amial. O objetivo principal é transmitir uma técnica sistematizada, tanto a nível cirúrgico como protésico, para dar un novo enfoque à planificação de certos tratamentos. Camlog. 914 560 872 • info@camlogmed.es • www.camlog.com

Cursos de implantologia em Paris À semelhança do ano transacto, a Sinusmax vai promover ao longo de 2011 uma série de eventos com o objectivo de apoiar e promover a formação e actualização na área da Implantologia. Em parceria com a Académie Internationale de Implantologie Orale, com sede em Paris, estão já agendadas novas edições do curso de intensivo em implantologia, de 23 a 27 de Maio próximo, e do curso de Osteosinus, em Junho, ambos na capital francesa. Sinusmax. 229 377 749 • formacao@sinusmax.com

Curso de Implantologia e Cirurgia Oral em Cadáver O Instituto Neofacial de Badajoz volta a organizar o curso de Implantologia e Cirurgia Oral em Cadáver, em colaboração com a Faculdade de Medicina de Badajoz e o Centro de Cirurgia de Mínima Invasão Jesús Usón, de Cáceres. O programa do curso, agendado para os dias 13 e 14 do próximo mês de Maio no referido centro de Cáceres, permitirá aprofundar o conhecimento sobre a anatomia dos maxilares e as diferentes técnicas cirúrgicas utilizadas na prática da implantologia básica e avançada. Instituto Neofacial. (0034) 924 229 777 • formacion@neofacial.com • www.neofacial.com

CENTRO DE FORMAÇÃO CONTÍNUA OMD A Ordem dos Médicos Dentistas tem em marcha o programa de Formação Contínua para 2011, baseado em três conceitos fundamentais: qualidade, descentralização e diversidade. Qualidade porque foram escolhidos formadores de renome nacional e internacional; descentralização porque o programa de cursos abrange praticamente todo o país, do litoral ao interior, passando pelas regiões autónomas; diversidade porque foi introduzido um novo modelo de cursos, organizado por módulos e complementado com um curso de hands-on de dia completo. Eis as iniciativas que a OMD reservou para os primeiros meses deste ano: Cursos de fim de dia: • Estética dentária - estratificação de compósitos (Ana Cristina Mano Azul); 10 deste mês, Leiria. • Osteonecrose induzida por bisfosfonatos: um dilema na prática clínica (Pedro F. Trancoso): 1 de Fevereiro, Madeira. • Restaurações provisórias na reabilitação oral complexa (Pedro Couto Viana); 7 de Fevereiro, Porto. Endodontia: • 1º módulo: Diagnóstico e urgências em endodontia (Ana Moura Teles); 31 deste mês, Lisboa. • 2º módulo: Conceitos e técnicas actuais de preparação canalar (João Miguel Santos); 7 de Fevereiro, Lisboa. • 3º módulo: Conceitos e técnicas actuais de obturação (Paulo Miller); 21 de Fevereiro, Lisboa. Curso prático (Hands On): • Instrumentação e obturação em endodontia (Tiago Reis, Jorge Martins, Fernando Mourão Vieira); 26 de Fevereiro, Lisboa. OMD. 226 197 690 • omdsede@omd.pt • www.omd.pt

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Calendário de cursos Curso de aperfeiçoamento em Prótese Fixa O Centro de Prevenção e Reabilitação Oral Dr. Genilson Silva Neto, em colaboração com a Straumann, inicia no próximo mês de Fevereiro a 25ª edição do Curso de Aperfeiçoamento em Prótese Fixa sobre Dentes e Implantes, ministrado por Genilson Neto. O Curso irá decorrer em Lisboa, nas instalações do Centro de Prevenção e Reabilitação Oral, nas suas componentes teórica e teórica-prática, e desenvolver-se-á até ao próximo mês de Junho. Straumann. 217 816 710 • clinica@gsilvaneto.com

Camlog Guide e Cirurgia Minimamente Invasiva O sistema de implantes Camlog agendou para este ano três novas edições do curso teórico-prático sobre Camlog Guide e Cirurgia Minimamente Invasiva. Esta acção de formação, que abrange um intensivo programa de dois dias de duração, vai realizar-se nos meses de Março, Junho e Outubro na sede da Camlog no Porto e na clínica +Saúde. Sob a direcção científica de Fausto Tadeo, este curso tem como objetivo impulsionar a abordagem e integração prática da técnica de cirurgia guiada. Além da parte teórica, estão previstas sessões práticas com mandíbulas artificiais e com pacientes. O programa do curso oferece ainda a oportunidade de assistir a duas cirurgias em pacientes com dois casos planificados com o sistema Camlog Guide e carga inmediata, realizadas por Fausto Tadeu. Camlog. (0034) 914 560 872 • info@camlogmed.es • www.camlog.com

Curso de tratamento do paciente dolicofacial Nos próximo dias 20 e 21 de Fevereiro vai ter lugar, nas instalações de Osteoplac Congresos, em São Sebastião (Espanha), um curso de tratamento do paciente dolicofacial em dentição mista e permanente, que terá como orador o ortodoncista chileno Gonzalo Gutiérrez. O programa do curso abrange temáticas como o diagnóstico diferencial (cefalométrico, estético e funcional) e a mecânica diferencial para cada uma das fases de tratamento (alinhamento, nivelação, fecho de espaços, manejo do plano oclusal, coordinação dos arcos dentários, etc.). Também será abordada a importância da correcta localização de brackets e tubos molares, bem como a contenção no paciente dolicofacial e casos clínicos. Osteoplac. (0034) 902 422 420 • congresos@osteoplac.com • www.osteocongress.com

Cursos de formação contínua em Ortodontia A Ledosa (Grupo Ceosa) prossegue com o seu programa de formação contínua em ortodontia, em Madrid (Espanha). Os próximos cursos são: • Curso 5: Tratamento da classe III, de 27 a 29 deste mês. • Curso 6: Prática do diagnóstico e plano de tratamento: de 3 a 5 de Março. • Curso 7: Biomecânica avançada e autoligado, de 7 a 9 de Abril. • Curso 8: Ortodontia multidisciplinar, de 19 a 21 de Maio. Ledosa (Grupo Ceosa). cursos@ledosa.com • www.ledosa.com

XIV curso integral de Prótese Fixa ITI (International Team for Implantology), em colaboração com a Straumann, inaugura em Fevereiro a XIV edição do curso integral de Prótese Fixa que irá decorrer no Centro de Estudos de Medicina Dentária do Amial (Porto). Manuel Neves e Pedro Couto Viana serão os docentes a cargo desta acção de formação, que se prolonga até ao próximo mês de Maio. O objectivo geral do curso é apresentar as bases científicas e as actuais novidades no campo da reabilitação oral. Encontram-se abertas as inscrições (em número limitado). ITI. 228 347 766 • anacristina@manuelneves.com

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Calendário de cursos Curso modular de Ortodontia Clínica No próximo dia 15 de Fevereiro inicia-se um novo curso modular teórico-prático na área da ortodontia, organizado por Osteoplac Congressos em São Sebastião (Espanha). O curso consta de oito módulos, cada um de cinco dias de duração e com periodicidade aproximada de quatro meses. O curso dirige-se a ortodontistas em geral, com prioridade para antigos alunos Roth-Williams. No âmbito da parte prática do curso, realizar-se-ão demonstrações clínicas e de laboratório, incluindo exercícios entre as sessões para os participantes, a realizar de forma individual. Osteoplac. (0034) 902 422 420 congresos@osteoplac.com • www.osteocongress.com

Curso de Assistente Dentária Inicia-se no próximo dia 16, na Clínica Infante Sagres (Porto), um curso de Assistente Dentária, dividido em quatro módulos, que será leccionado por Indira Alhinho e assistido por Ana Rios. O objectivo deste curso, que se realiza sob a égide do Centro de Formação FA, é o formando dominar a arte da recepção aos utentes, conhecer os materiais e instrumentos inerentes ao acto médico, executar os procedimentos relativos à gestão de stocks, contacto com os fornecedores de bens e serviços e reconhecer as normas de segurança, higiene e ambiente em vigor. Centro de Formação FA. 227 839 822 • cursosfa@gmail.com

Formação em Estética Dentária A Ceodont prossegue com o seu calendário de formação em estética dental. O curso abrange tratamentos periodontais, protésicos e restaurativos, relacionando-os e aplicando a teoria à prática. É ministrado por Mariano Sanz Alonso, Manuel Antón Radigales e José A. de Rábago Vega. Eis os próximos módulos: • Facetas de porcelana: preparação, execução e impressão: 21/22 deste mês. • Facetas de porcelana: cementação e coroas de recobrimento total: 18/19 de Março. • Grupos anteriores estéticos: 1/2 de Abril. Ceodont (Grupo Ceosa). (0034) 915 542 455 • cursoscursos@ceodont.com

Curso prático de cirurgia guiada O Instituto Neofacial de Badajoz vai realizar, nos próximos dias 7 e 8 de Abril, um curso de cirurgia guiada para implantólogos. Este curso tem um perfil eminentemente prático, de modo a que cada aluno possa adquirir conhecimentos e capacidades práticas imprescindíveis para dominar esta técnica. O programa do curso inclui uma sessão teórico-clínica, um workshop informático e outro de cirurgia em cabeça de animal, etc. Instituto Neofacial. (0034) 924 229 777 formacion@neofacial.com • www.neofacial.com

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Calendário de cursos Curso de Cerâmica Inicia-se no dia 12 do próximo mês de Março uma nova edição do Curso de Cerâmica, organizado conjuntamente pelo Laboratório de Prótese - Labdent, pelo Centro de Formação Fernando Almeida e pela Nobel Biocare. O curso terá lugar nas instalações do referido laboratório, no Porto, sob a orientação de Mário Dupont. O objectivo básico deste curso é transmitir conhecimentos sobre o processo de estratificar massas cerâmicas sobre estruturas de zircónio. 227 839 822 (Patrícia Silva ou Vera Oliveira) cursosfa@gmail.com • www.facebook.com/cursosfa

Curso básico e avançado de Implantes e Enxertos A ImplantBrazil inicia este mês a sexta edição do curso básico e avançado de Implantes e Enxertos, que decorrerá em Lisboa e São Paulo (Brasil). Esta iniciativa visa dar resposta à crescente procura de cursos especializados na área da implantologia que ofereçam um conteúdo programático de forma a satisfazer as necessidades do clínico. Estão abertas as inscrições para o novo curso da ImplantBrazil, cujos primeiros módulos se realizam (em Lisboa) de acordo com o seguinte calendário: • Módulo I (teórico-prático ): de 27 a 30 deste mês. • Módulo II (cirúrgico): de 22 de Abril a 3 de Maio. ImplantBrazil. 934 264 445 (Eugénio Pereira) • www.implantbrazil.com.br

Formação contínua em Implantologia Ceodont organiza, a partir de Março, cursos de formação em Implantologia, ministrados por Mariano Sanz Alonso e José de Rábago Vega, com a colaboração de Bertil Friberg. O objectivo é proporcionar ao médico dentista generalista uma série de cursos estruturados em Implantologia, de modo a que o profissional possa obter uma formação teórica e clínica, que lhe permita familiarizar-se neste domínio da medicina dentária. Através da realização de um programa prático organizado, os participantes poderão adquirir uma série de conhecimentos mínimos para se introduzirem na Implantologia Clínica. O programa dos cursos (que inclui uma apresentação detalhada do sistema Branemark) divide-se nos seguintes módulos: • Módulo 1: Diagnóstico e plano de tratamento (24 a 26 de Março). • Módulo 2: Cirurgia de implantes (28 a 30 de Abril). • Módulo 3: Prótese sobre implantes (19 a 21 de Maio). • Módulo 4: Curso sobre cadáveres e cirurgia e prótese em casos complexos (23 a 25 de Junho). CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 542 455 • www.ceodont.com

Estâncias clínicas em Implantologia e Cirurgia Oral O Instituto Neofacial de Badajoz tem em curso a terceira edição do seu programa de estâncias clínicas em Implantologia e Cirurgia Oral, sob a direcção de José Carlos Moreno Vásquez. O último módulo do programa básico, agendado para os dias 13 e 14 deste mês, é dedicado ao tema Prótese sobre implantes. Quanto ao programa avançado, estão previstos os seguintes módulos: • Enxertos e cirurgia pré-protésica avançada (3 e 4 de Fevereiro). • Carga imediata (3 e 4 de Março). • Diagnóstico 3D e software de planificação (7 e 8 de Abril). Instituto Neofacial. (0034) 924 229 777 • formacion@neofacial.com

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Congressos e reuniões XX Congresso da OMD celebra-se em Lisboa O congresso da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) cumpre em 2011, na capital portuguesa, a sua vigésima edição, com um variado programa científico que engloba a realização do segundo fórum ibérico, para além da participação já confirmada de oradores de renome nacionais e internacionais, designadamente oriundos de Espanha, Itália, Suécia, Brasil e Estados Unidos. O próximo encontro anual da classe dos médicos dentistas, cuja Comissão Organizadora é presidida por Eunice Carrilho, está agendada para o periodo entre 10 e 12 de noviembre no Centro de Congressos de Lisboa, onde decorrerá em simultâneo mais uma edição da Expo-Dentária, com as últimas novidades da indústria.

www.omd.pt

XIX Jornadas Internacionais de Medicina Dentária Nos próximos dias 25 e 26 de Março, as instalações do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz (ISCSEM), no Porto, vão acolher as XIX Jornadas Internacionais de Medicina Dentária, organizadas por esta instituição de ensino superior. Este evento, de destacado reconhecimento científico e elevada qualidade técnica, abarcará uma multiplicidade de temas e especialidades no âmbito da Medicina Dentária, tais como a patología oral, a endodontia e a reabilitação oral. Neste último âmbito, o renomado conferencista e professor universitário Mauro Fradeani, membro de várias academias dentárias norte-americanas, tem reservada para o segundo dia do encontro uma intervenção sobre o tema no Grande Auditório do ISCSEM. O programa das jornadas – abertas a estudantes do curso de Medicina Dentária, a recém-licenciados e a médicos dentistas e estomatologistas – prevê ainda a realização de uma série de cursos subordinados às seguintes temáticas: endodontia mecânica, restaurações indirectas (inlays/onlays), restaurações em dentes anteriores, dentistería estética e ortodontia. jornadasmd2011@egasmoniz.edu.pt • 924 201 306

Reunião anual da SPODF agendada para Abril A XXIII reunião científica anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) vai ter lugar no Porto, entre os dias 7 e 9 do próximo mês de Abril. A edição de 2011 do encontro – que conta com João Cerejeira como presidente da Comissão Organizadora – vai decorrer no edifício histórico da Pousada do Freixo, sob a égide do 25º aniversário da referida sociedade científica e com a participação de conferencistas de renome, entre os quais, Renato Cocconi (ortododontia), Mirco Raffaini (cirurgia maxilo-facial) e Magali Mujagic (ortodontia lingual). Além de permitir actualizar os conhecimentos científicos dos participantes, esta reunião será também um motivo de convívio e diversão, já que inclui um jantar de gala num luxuoso hotel do Porto, cuja ementa estará a cargo do chef Ricardo Costa (estrela Michelin 2009). www.spodf2011.com

Istambul acolhe próximo congresso da Sociedade Europeia de Ortodontia A 87ª edição do congresso da Sociedade Europeia de Ortodontia (EOS na sigla em inglês), agendada para os dias 19 a 23 de Junho do próximo ano, vai ter como cenário o Centro de Congressos e Exposições Lufti Kirdar, em Istambul (Turquia). O programa do encontro científico anual da EOS – que em 2011 será presidido por Nejat Erverdi – prevê a abordagem de temas como a imagiologia tridimensional, tratamentos dentofaciais contemporâneos, perspectivas sobre a articulação temporomandibular, entre outros tópicos. Paralelamente às sessões científicas, o referido recinto de Istambul irá acolher um certame comercial, no qual estarão presentes as principais empresas ligadas ao sector da Ortodontia. www.eos2011.com

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Congressos e reuniões Viena acolhe 7ª edição do congresso Europério O sétimo congresso Europério, organizado pela Federação Europeia de Periodontia (EFP na sigla en inglês), terá como cidade anfitriã Viena (Áustria). O principal evento mundial dedicado à temática da periodontia, que se realiza de três em três anos, reunirá na capital austríaca, entre 6 e 9 de Junho de 2012, congressistas e representantes da indústria dentária de toda a Europa e de vários pontos do globo. Durante o encontro, especialistas internacionais de renome abordarão os últimos avanços técnicos e científicos nas áreas da periodontia, implantologia e higiene dentária. Paralelamente, centenas de representantes da indústria dentária mundial apresentarão em Viena as últimas novidades do sector. www.europerio7.com

Feira de Colónia reabre as suas portas em Março A Feira de Colónia (Koelnmesse) e a Sociedade para a Promoção da Indústria Dentária (GDFI), empresa ligada à Associação da Indústria Dentária Alemã (VDDI) estão a preparar a 34ª edição do principal certame europeu da indústria dentária, que se realiza de dois em dois anos. A IDS 2011 abrirá as suas portas em Colónia (Alemanha) entre os dias 22 e 26 de Março. O certame irá manter o habitual formato das últimas edições, isto é, o primeiro dia da exposição será exclusivamente dedicado ao comércio especializado dentário e aos importadores. A exposição internacional ocupará pela primeira vez o pavilhão 2, para além dos habituais pavilhões 3, 4, 10 e 11 da Koelnmesse, o que representa uma área bruta de exposição na ordem dos 143.000 m2. Quanto ao número de expositores, a organização da feira alemã espera a participação de mais de 1.800 empresas oriundas de 56 países. www.ids-cologne.de

II Simpósio Astra Tech realiza-se este mês em Barcelona O II Simpósio Astra Tech – SEPA, o maior acontecimento organizado pela empresa especializada em soluções integrais para o tratamento com implantes dentários, está agendado para o próximo dia 29, em Barcelona, como culminar das comemorações (em 2010) do seu 15 aniversário em Espanha e coincidindo com os 25 anos de vida da Astra Tech Dental a nível mundial. O simpósio de Barcelona, que se realiza em colaboração com a Sociedade Espanhola de Periodontia e Osseointegração (SEPA), contará com a participação de um prestigioso quadro docente: José Javier Echeverría (moderador), Luis Antonio Aguirre Zorzano, Tord Berglundh, Lyndon Cooper, Pablo Galindo Moreno, Michael Norton, Fernando Rojas Vizcaya e Mariano Sanz Alonso. www.astratechdental.pt

II congresso Expo-Orto realiza-se em Abril A segunda edição do congresso Expo-orto/Expo-oral, que se realizará entre os dias 7 e 9 de Abril de 2011, já atingiu cerca de 90% das expectativas da organização quanto a expositores e conferencistas. A reunião terá lugar na capital espanhola e concentrará o debate na área da implantologia, entre outros temas. Entre as novidades na edição do próximo ano, sobressai o facto da maioria das sociedades científicas estarem presentes tanto na exposição comercial como no programa científico. Os participantes no encontro (com entrada livre) terão à disposição três espaços científicos diferenciados: a sala plenária, para conferências e mesas redondas; o espaço Innova, onde os expositores vão apresentar as últimas novidades da indústria, e a sala de workshops, na qual estão previstas sessões práticas com grupos reduzidos. www.expoorto.com

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Congressos e reuniões Próximo congresso da FDI vai ter lugar na Cidade do México O congresso anual da Federação Dentária Internacional (FDI) voltará a realizar-se na América Latina, desta vez, na Cidade do México. A edição de 2011 da reunião mundial da FDI vai juntar, de 14 a 17 de Setembro, delegados e representantes da indústria dentária de mais de cem países no Centro de Convenções e Exibições Banamex da capital mexicana. Durante o encontro vai formalizar-se a tomada de posse como presidente da FDI (para o periodo 2011/2013) do bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.

congress@fdiworldental.org

Astra Tech prepara encontro mundial na Suécia Astra Tech vai reunir 3.000 profissionais do sector da medicina dentária de todo o mundo no Astra Tech World Congress, que terá lugar em Gotemburgo (Suécia), de 9 a 12 de Maio de 2012. O congresso contará com um programa de inspiração científica de três dias, com mais de 100 professores de renome mundial, complementado com sessões práticas e demonstrações de produtos. A rede de delegados da Astra Tech estará presente no evento do próximo ano. Gotemburgo não é apenas a casa matriz de Astra Tech, mas também da Academia Sahlgrenska da Universidade de Gotemburgo, que leva a cabo as mais avançadas investigações e desenvolvimentos no campo dentário. É também desde há muito uma das instituições colaboradoras da Astra Tech. www.astratechdental.pt

Congresso de São Paulo agendado para o final deste mês A 29ª edição do Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo vai decorrer entre os próximos dias 29 do corrente mês e 2 de Fevereiro, no ano em que a Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD), que organiza o evento, assinala o seu centenário. O maior encontro do Brasil e da América Latina na área da Medicina Dentária é reconhecido internacionalmente por ser uma referência no domínio da actualização técnica e científica do sector, para além de constituir uma concorrida montra de exibição das últimas soluções da indústria dentária. A última edição do CIOSP somou mais de 60 mil participantes, entre médicos dentistas, estudantes de Medicina Dentária, técnicos de prótese dentária e outros profissionais do sector. www.ciosp.com.br

Las Vegas acolhe 2º Meeting Internacional de Ortodontia Autoligável A Self Ligating University (SLU) vai transformar Las Vegas na capital mundial da Ortodontia com Sistema Autoligável, já que esta cidade norte-americana vai acolher este ano, em data ainda por confirmar, o 2º Meeting Internacional desta especialidade. No encontro, durante o qual serão apresentados mais de 500 casos clínicos, estarão presentes os principais nomes da actualidade no desenvolvimento clínico e científico da Ortodontia Autoligável. O programa prevê, entre outras abordagens, a utilização prática dos miniimplantes em conjunto com autoligáveis, a aplicação dos Wins na potencialização de casos complexos com autoligáveis e uma conferência subordinada ao tema “Marketing: o segredo do sucesso – como comprar brackets autoligados de forma inteligente e com muitos benefícios agregados para as clínicas”. selfligating.lasvegas@gmail.com • selfligatinguniversity.blogspot.com

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Novidades da indústria Cunhas interdentais Curvy (0049) 047 21 71 91 87 www.voco.de

Voco disponibiliza as novas cunhas interdentais de plástico Curvy, formadas anatomicamente para o uso na técnica de obturação. A vantagem particular de Curvy em comparação com as cunhas convencionais de madeira está na sua maior simplicidade de adaptação ao espaço interdentário e sobretudo na consolidação das estruturas anatómicas no colo do dente perto da gengiva marginal. O novo produto da Voco pode ser utilizado com todos os tipos de matrizes e materiais, e permite, graças à sua flexão (clockwise ou counterclockwise) e aos três tamanhos das cunhas (pequeno, médio e grande), uma adaptação óptima da matriz no dente, sobretudo na área crítica do colo do dente e ao mesmo tempo uma separação para conformar o contacto proximal. As cunhas Curvy estão disponíveis em seis suportes orbiculares com 52 unidades de um tipo, das quais se podem extrair facilmente as cunhas individuais.

Hyperion simplifica processo radiográfico Dentina apresenta Hyperion, criado para simplificar o processo de aquisição radiográfica. As características inovadoras da tecnologia de reconhecimento morfológico (MRT) identificam automaticamente o tamanho do paciente e todos os parâmetros necessários para garantir a exposição de Raios X correcta. Com MRT não há necessidade de tempo de exposição do programa, factores técnicos kV e Ma ou até mesmo escolher o tamanho do paciente, já que Hyperion faz tudo automaticamente. Na Série X7 pode ser colocada a unidade de teleradiografia para exames anterior-posterior, posterior-anterior e celofometrias laterais, incluindo programas especiais como submentovertex. Com a integração das funções tridimensionais 3DTS, o Hyperion permite visualizar não só a panorâmica da dentição, mas também explorar a terceira dimensão de um volume específico da mandíbula e da maxila.

Dentina. 210 317 700 dentina@dentina.pt

Remin Pro disponível em SingleDose (0049) 047 21 71 91 87 www.voco.de

Remin Pro, o protector dentário con flúor e hidroxilapatita, passa a estar disponível em SingleDose, um formato prático e especialmente higiénico. Remin Pro SingleDose está disponível em três sabores aromáticos (melão, menta e morango), que proporcionam adicionalmente uma sensação agradável na boca. Este creme protector da Voco pode ser utilizado todos os dias e é especialmente indicado para uso em casa. Contém três componentes (flúor, hidroxilapatita e xilitol) para a protecção contra a desmineralização e erosão. Serve para a regeneração suave da substância dentária dura de diferentes indicações. MAXILLARIS, J a n e i r o 2 0 1 1

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Distribuídos quase 6.000 exemplares da edição de Novembro/Dezembro de 2010 da

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Notas ga re d e e n te i o s d e rr em C o r t u g a l Po edição a d 1 3 do n º r tuguesa po ILL ARIS X A M da


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Página empresarial Neodent marcou presença no XIX Congresso da OMD À semelhança do que tem vindo a suceder nos últimos anos, a Neodent Portugal voltou a marcar presença na XIX edição do congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas, que decorreu nas instalações do Europarque, em Santa Maria da Feira, nos dias 10 a 13 do passado mês de Novembro. A Neodent esteve representada na Expo-Dentária com um moderno stand e uma equipa de profissionais que apresentaram aos visitantes da habitual feira da indústria dentária os componentes e as mais recentes soluções que esta empresa, com sede no Brasil, tem ao dispor dos profissionais de medicina dentária, nos domínios da implantologia e da reabilitação oral. Neodent. 210 134 400 • www.neodent.com.br

Stand da Neodent na Expo-Dentária 2010.

Prémio CESPU atribuído a jovem quadro da Malo Clinic Entregue pela primeira vez, o Prémio Internacional de Investigação CESPU - Jovem Investigador foi atribuído a Miguel de Araújo Nobre, investigador do Instituto de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e director do Departamento de Investigação e Desenvolvimento da Malo Clinic. Miguel de Araújo Nobre é co-autor em diversos artigos científicos em revistas especializadas a nível internacional no âmbito da sua actividade no departamento de I+D da Malo Clinic. No estudo agora premiado - “Factores de risco para a incidência de patologia peri-implantar”- o autor analisa um conjunto de variáveis a observar no processo de selecção dos pacientes para o implante dentário. O prémio CESPU visa premiar trabalhos originais, cujos resultados contribuam para o desenvolvimento das Ciências e Tecnologias da Saúde e cuja aplicabilidade dos resultados possua um potencial impacto na saúde da humanidade. O prémio CESPU - Jovem Investigador destina-se a trabalhos produzidos por investigadores com idade igual ou inferior a 35 anos. Malo Clinic. www.maloclinics.com

Vital Dent abre clínica em Torres Vedras A Vital Dent reforça a sua presença na zona oeste do país, com a abertura de uma clínica em Torres Vedras, dando assim continuidade à estratégia de expansão da marca. A nova clínica Vital Dent possui uma área aproximada de 150 m2 e está dotada da última tecnologia e dos tratamentos mais avançados, contando ainda com todas as áreas da medicina dentária. Em Torres Vedras, a Vital Dent continua a apostar na prevenção e no atendimento personalizado pelo que oferece um serviço que aproxima a saúde oral da população. www.clinicasvitaldent.pt

Vital Dent reforça rede de clínicas.

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Página empresarial Fundação Vital Dent lança sétima edição de prémio de investigação A Fundação Vitaldent convoca a sétima edição do Prémio de Investigação em Odontoestomatologia. O objetivo desta iniciativa, que se realiza de dois em dois anos, é fomentar e reconhecer a produção em matéria de investigação neste campo que represente um avanço para o desenvolvimento da profissão. O prémio está dividido em três categorias: melhor trabalho de Investigação Básica (dotado com 40.000 euros), melhor trabalho de Investigação Clínica (35.000 euros), e melhor trabalho de Revisão Bibliográfica Sistemática (10.000 euros). O concurso da Fundação Vitaldent assume uma vez mais contornos internacionais, uma vez que se encontra aberto a concorrentes de Portugal, Espanha e Itália. A data limite para recepção dos trabalhos é o próximo dia 28 de Fevereiro, ao passo que a cerimónia de entrega dos prémios terá lugar em Itália no último trimestre deste ano. www.fundacionvitaldent.org

Neodent organizou acção de formação em Faro A Neodent Portugal promoveu, no passado mês de Novembro, mais uma jornada sobre Hands-On Protético. Desta feita, a acção teve lugar em Faro e contou com a participação de mais 20 profissionais que trabalham com a tecnologia Neodent ou pretendem a breve trecho inciar uma relação comercial com a empresa. O formador responsável desta acção foi Miguel Braga Pinto, que tem vindo a colaborar estreitamente com a Neodent nos últimos quatro anos. Tratou-se de mais uma iniciativa que visa aprofundar o conhecimento sobre os componentes de prótese Neodent e as várias soluções para reabilitação. Neodent. 210 134 400 • www.neodent.com.br

Jornada reuniu mais de 20 profissionais.

Sinusmax faz balanço da Expo-Dentária O último congresso da OMD, realizado no passado mês de Novembro nas instalações do Europarque (Santa Maria da Feira), superou as expectativas da Sinusmax, que voltou a marcar presença no principal evento anual da classe dos médicos dentistas, através da sua participação na Expo-Dentária. A empresa faz um balanço positivo, já que considera que, face a um clima de incerteza e retracção do mercado, o evento e seus participantes responderam com grande interesse e adesão. No stand da Sinusmax esteve em evidência o equipamento Quicksleeper, sistema electrónico de anestesia diploica, transcortical e Stand da Sinusmax na Exopo-Dentária 2010. osteocentral. A Expo-Dentária foi também mais uma oportunidade para os médicos dentistas em geral e os clientes da Kettenbach verem de novo esta marca de materiais de impressão no mercado nacional, desta vez pela mão da Sinusmax. A IDI – Implants Diffusion International, que em França garante uma confortável liderança do mercado, assistiu em Portugal a uma enorme adesão fruto do entusiasmo com que os utilizadores do sistema implantar divulgam aos colegas as suas vantagens, traduzidas em segurança, tranquilidade e simplicidade. Sinusmax. 229 377 749 • www.sinusmax.com

Astra Tech lança garantia completa de pilares A Astra Tech lança no mercado uma garantia única para os pilares personalizados Atlantis, que agora estão cobertos por uma garantia mais completa. Assim, se o fornecedor de implantes não honrar a sua garantia devido à utilização de um pilar Atlantis, a Astra Tech cobrirá tanto o pilar como o implante. As conexões da Dentsply Friadent são as mais recentes a juntar-se à crescente oferta de soluções Atlantis, cujos pilares estão já disponíveis para os principais sistemas de implantes como Astra Tech, Straumann, Nobel Biocare, Biomet 3i e Zimmer Dental. Com esta recente introdução à extensa lista de pilares Atlantis, desenvolvidos para numerosas plataformas de implantes, a Astra Tech consolida a sua posição como fornecedor de pilares personalizados para os principais sistemas de implantes. Astra Tech Dental. 214 212 273 • www.astratechdental.pt

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Página empresarial ITI Ibérico define plano de formação para 2011

Os membros da Junta Directiva (a partir da esquerda) Luis Aracil Kessler, José Vicente Sanz Casado, Ricardo Faria e Almeida, Belén Fraile, Giuliano Frágola e Juan Blanco Carrión.

A Junta Directiva da Sessão Ibérica do International Team for Implantology (ITI) reuniu-se na Faculdade de Odontologia da Universidade de Santiago de Compostela. O objectivo da reunião passou por colocar em dia os diferentes projectos planeados para este ano tanto a nível de formação (formação continuada em implantologia e ciências afins) como em investigação. No encontro participaram o presidente da Junta Directiva, Juan Blanco Carrión, os delegados de Educação e de Investigação, Ricardo Faria e Almeida e José Vicente Sanz Casado, respectivamente, o coordenador dos grupos de estudo, Giuliano Frágola (ITI Study Clubs), para além de Luís Aracil Kessler, como membro do Comité de Investigação, e Belén Fraile, como administradora.

www.straumann.pt

Malo Clinic estabelece nova parceria na Madeira A Malo Clinic e o Madeira Medical Center estabeleceram acordo como parceiros para a área da medicina dentária. A reconhecida unidade de saúde da Região Autónoma da Madeira reforça as suas valências com os serviços do grupo presidido pelo empresário e médico dentista Paulo Maló. A Malo Clinic passa a disponibilizar no Funchal acesso aos tratamentos mais inovadores em medicina dentária, com forte especialização na Reabilitação Oral Fixa através de implantes ou coroas e a Estética Dentária. A reconhecida técnica cirúrgica All-on-4 poderá agora ser realizada na Madeira. “Este projecto na área da Sáude em parceria com o Madeira Medical Center, vem completar a nossa oferta Health e Wellness já em funcionamento no Medical Spa do Meliã Madeira Mare. Os pacientes podem contar com o nosso investimento na Madeira que tem um enorme potencial para o turismo de saúde”, observou Paulo Maló a propósito do novo investimento no arquipélago. Malo Clinic. www.maloclinics.com • www.madeiramedicalcenter.pt

Instituto Neofacial expõe ao público peça dentária O Instituto Neofacial expôs ao público uma inédita peça anatómica, realizada por José Carlos Moreno Vázquez, que ilustra a chamada terceira dentição (conceito criado pelo professor Bränemark). A peça descreve o processo já habitual de sustituição dos dentes perdidos por próteses implanto-suportadas. Apresentada no âmbito de uma exposição sobre o corpo humano, que se estreou em Novembro passado no Palácio de Congressos de Badajoz, a peça mostra uma reabilitação superior e inferior fixa sobre oito implantes maxilares e seis implantes mandibulares, com o trajecto do nervo dentário inferior e uma elevação do seio maxilar com biomateriais. A peça mostra uma reabilitação superior e inferior fixa sobre implantes

www.neofacial.com

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Passado histórico, natureza e cultura misturam-se no belo e original cenário de Cuenca (Espanha), banhado pelos rios Júcar e Huécar, que justifica em pleno o cognome de “cidade paisagem”.

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Cidades património da humanidade As altas e sobressaídas casas construídas à beira de um abismo rochoso transmitem uma imagem singular.

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cidade espanhola de Cuenca é uma realidade urbana surpreendente, onde se entrelaçam os tempos do passado e do presente. Em data anterior à conquista de Espanha, os muçulmanos aproveitaram uma das melhores localizações defensivas do sistema ibérico - um estreito e pedregoso declive calcário entre as fozes dos rios Júcar e Huécar - para instalar uma “cidade fortaleza”. O lugar marcaria, desde o seu nascimento, a singularidade urbanística de Cuenca. Da imbricação entre natureza e cultura, surgiu uma “cidade paisagem” onde as arquitecturas modelam o meio natural e o transformam em território de cultura. Uma das melhores maneiras de percorrer a cidade e experimentar a sua atmosfera é deambular pelas suas ruas e bairros, num percurso descendente desde o ponto mais elevado, onde se situava a alcáçova muçulmana, até à parte baixa da cidade, numa viagem exploratória à essência da cidade do rio Júcar. Passado e presente, natureza e cultura, contribuem para configurar uma paisagem bela e original. A singularidade de Cuenca deve-se à original disposição da sua planta e casario, aos seus conventos e igrejas, aos restos de muralhas, à sua luz e paisagem. As altas e sobressaídas casas, construídas à beira de um abismo rochoso, transmitem uma imagem ímpar, evocada por viajantes, pintores e escritores. Os miradouros do bairro do Castelo, subúrbio de arquitectura popular remoçada, cujas origens remontam ao século XVI, são uma espécie de “cartão de entrada” na “cidade paisagem” que convida à contemplação e incita a percorrer os caminhos que conduzem ao cerro de São Cristóvão ou à ermida de São Isidro, situada num penhasco sobre o abismo do Júcar. Uma ponte sobre o fosso medieval e a porta do Bezudo, construída no século XVI, introduzem os visitantes no recinto intramuros, uma cidade balizada de restos de muralhas, casarões nobiliários, conventos e igrejas. Neste espaço urbano do primitivo assentamento muçulmano articulado pelas ruas de São Pedro e do Trabuco penhascos rochosos, sobre os quais se apoiam os edifícios, reforçam a verticalidade da arquitectura. O bairro de São Pedro simboliza, melhor que nenhum outro, o carácter dinâmico das realidades urbanas: espaço de origem muçulmana, de âmbito nobiliário na Baixa Idade Média, bairro de cónegos no século XVIII, rua popular durante o século XIX e, a partir dos anos cinquenta do século XX, espaço preferido pelos artistas do grupo El Paso (como Saura, Rueda ou Torner).

Símbolo da abstracção Assomar-se aos miradouros de Camilo José Cela, na ronda do Júcar, ou de Florencio Martínez Ruiz, na do Huécar, e deixar voar a imaginação propícia à compreensão dessa estreita e brilhante associação entre Cuenca e o mundo da abstracção. O artesoado mudéjar de São Pedro, o antigo convento das Carmelitas, onde agora se localiza a Fundação Antonio Pérez, com uma notável colecção de arte e objectos contemporâneos justificam bem uma visita.

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Cidades património da humanidade A partir da praça de São Nicolau, um interessante percurso é descer até ao conjunto do antigo convento dos Descalços, santuário da Virgem das Angústias e ao Recreio Peral para desfrutar das ribeiras do Júcar; outro é entrar pelo bairro medieval de São Miguel, pegado às ladeiras do rio, cuja igreja (hoje, infra-estrutura cultural) conserva vestígios da sua inicial função defensiva. Aberto na rua de São Pedro, o arco de São Nicolau conduz a uma praça recoleta com a igreja de São Nicolau e o casarão barroco dos Cerdán de Landa, hoje casa museu Zavala e centro de exposições. Espaço central da vida urbana, a Plaza Mayor combina valores ambientais e urbanísticos com edifícios monumentais como o do ayuntamiento (Câmara Municipal), o convento das Petras e a catedral, com as suas capelas platerescas e renascentistas. Trata-se, sem dúvida, de um livro de pedras e património móvel que permite, melhor que nenhum outro, seguir o pulso histórico da cidade. A praça do bispo Valero e a rua dos Cónegos conduzem a uma zona do recinto histórico de marcada funcionalidade cultural. Aos valores dos museus (Diocesano, Museu de Cuenca e de Arte Abstracta) juntam-se os do palácio episcopal e das singulares Casas Suspensas, a ponte e o antigo convento de São Paulo, actual Pousada de Turismo, que merecem uma visita pela sua igreja e antigo claustro. Se as vertigens não são obstáculo, vale a pena cruzar a ponte de São Paulo, na realidade uma passadeira de ferro que

“agrafa” ambas as margens da foz do Huécar. Em Cuenca, pode-se apreciar e sentir na plenitude o conteúdo arquitectónico, urbanístico, simbólico e, inclusive, emocional da “cidade paisagem”: o rio ao fundo, os declives, o convento num espigão rochoso, as traseiras da catedral e a cornija do bairro de São Pedro configuram todo um mosaico digno de postal. O museu Diocesano, localizado numa das grandes alas do palácio episcopal, surpreende tanto pela obra exposta como pela organização expositiva e a arquitectura interior, ao passo que o museu de Cuenca ajuda a compreender melhor a cidade e o território onde se encontra. O Museu de Arte Abstracta Espanhola ocupa boa parte do simbólico edifício das Casas Suspensas e oferece uma oportunidade inesquecível para deixar-se surpreender pelas suas obras, de carácter permanente ou temporal, pela qualidade e harmonia dos espaços de exibição. O bar/restaurante do mesmo edifício, com interessantes armações de madeira, oferece aos visitantes a oportunidade de disfrutarem dos seus miradouros para viver a experiência de estar numa edificação pegada ao abismo da foz do rio Huécar. A Plaza de Ronda, com vista sobre o rio, os famosos arranha-céus conquenses, autênticas jóias da arquitectura popular de tradição mudéjar, oferecem a possibilidade de compreender a harmonia entre a natureza e a arquitectura. Nas imediações da Plaza Mayor, encontram-se o bairro do Alcázar ou de Mangana, um dos núcleos originários da cidade,

A singularidade de Cuenca deve-se à original disposição da sua planta e casario, à sua luz e paisagem.

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Cidades património da humanidade que albergou o alcázar árabe; a judiaria medieval; e o bairro cristão de Santa Maria, com importante presença de famílias nobiliárias no século XVI. O bairro tornou-se conventual nos séculos XVII e XVIII, e sofreu perdas consideráveis no século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Aproveitando espaços em ruínas ou reabilitando antigos edifícios do bairro, foi erguido o Museu das Ciências de Castilha-La Mancha, um símbolo de modernidade numa paisagem marcada pelos vestígios da passagem do tempo. No seu interior, permanecem elementos de diversas épocas: judiaria medieval, cisternas, muralhas do alcázar, casa-fortaleza do século XV, etc. No âmbito do alcázar árabe, a sinagoga e o bairro cristão de Santa Maria, a torre do relógio de Mangana - situada na praça com o mesmo nome - testemunham a passagem do tempo e as mudanças na paisagem. Os miradouros permitem contemplar as águas do Júcar, os bairros de Santo Antão e Tiradores, a zona baixa da parte alta e a cidade moderna.

Paisagem rural e urbana A praça da Mercês engloba um importante conjunto, destacando-se as fachadas barrocas da igreja da Mercês e do seminário de São Julião, com uma excelente biblioteca, e o asilo de idosos, de princípios do século XX, cujos restos foram integrados no Museu das Ciências. À volta da Torre Mangana, um conjunto urbano articulado em dois níveis urbanísticos formava parte da área central da cidade até à primeira metade do século XIX. Hoje conserva uma arquitectura popular valiosa e edifícios de qualidade arquitectónica como a Casa do Corregedor, o antigo palácio da família Aróstegui, a Casa dos Arcos ou os antigos conventos das Carmelitas e de São Felipe Neri. O bairro de São Martim, um dos mais antigos, tal como sugerem as ruínas românicas da sua igreja e os restos da muralha, é um claro exemplo de cumplicidade entre paisagem rural e urbana, com a presença das características pequenas hortas nas ladeiras das fozes. Também os bairros de Santa Cruz e Santa Catalina - ambos instalados em plenas ladeiras - conservam interessantes edifícios de arquitectura popular e monumental, como a velha prisão, restos do sistema medieval de muralhas e a antiga igreja de Santa Cruz. Reabilitado em tempos recentes, este templo foi convertido em centro de artesanato, lugar de exposição e venda de produtos de qualidade e garantia de autenticidade. Próximo da porta de Valência, um dos acessos históricos à cidade amuralhada, encontra-se o bairro de Santa Lúcia, base tradicional de famílias humildes, com o antigo convento das Bernardas transformado em casa de moradores após a desamortização do século XIX, cujos cimentos são a muralha e os cortados do Huécar. A zona da porta de Valência, Tintes e a Rua da Água tem uma origem que remonta ao primeiro salto extramuros da cidade, por volta do século XV. Perfila a sua estrutura urbanística no séc. XVI e configura-a definitivamente com a urbanização das hortas do Huécar nas primeiras décadas do século

A catedral é um dos símbolos arquitectónicos mais marcantes da original paisagem urbana de Cuenca

Espaço central da vida urbana local, a Plaza Mayor combina valores ambientais e urbanísticos

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Cidades património da humanidade XX. A porta de Valência é a clássica praça de subúrbio, onde se destacam o convento das Concepcionistas e, já no início da rua das Torres, o antigo palácio da Casa das Rejas. A paisagem urbana reforça o seu carácter popular no bairro do Retiro, com construções literalmente incrustadas na muralha, que conservam bem a sua traça medieval.

Origens medievais Com marcas nobiliárias e conventuais, que deixam transparecer as suas origens medievais, o bairro de El Salvador alberga edifícios singulares de carácter religioso (convento das Benitas, ermida da Esperança, igreja e convento das Servas de Jesus); restos de casas brasonadas, algumas delas solar de figuras de proa do Erasmismo espanhol como Alfonso de Valdés; espaços de interesse ambiental e urbanístico, ideais para recarregar forças antes de retomar o percurso que conduz à torre de Santo Domingo e à igreja de Santo André, lugar muito associado aos rituais e celebrações da Páscoa. Os bairros de São João e Trindade constituem o troço final do passeio intramuros. Correspondem ao crescimento urbano dos séculos XIV e XV, conservando ainda elementos singulares como a torre e porta de São João, fachada e pátio renascentista do antigo palácio do Infantado, antiga audiência e o edifício Palafox. Este último, foi levantado pelo bispo com o mesmo nome, símbolo da ilustração conquense, recentemente renovado e em cujo interior se conserva um torreão da muralha. Duas ruas paralelas articulam este espaço: a de São João e a de Palafox.

A primera, apoiada sobre a escarpa vertical do Júcar, tem correspondência com o primitivo acesso pela porta de Huete; a segunda é fruto das intervenções urbanísticas do século XVIII. No bairro da Trindade encontrava-se, até ao século XVIII, a porta de Huete, entrada principal e de maior monumentalidade do recinto amuralhado. Este bairro enlaça com a cidade baixa. A porta de São João abre-se à foz do Júcar e oferece a oportunidade de contemplar o escalonamento na ladeira dos bairros de São Miguel, Pilares e São Nicolau. Um agradável passeio, que exige uma tarde, é descer ao recreio Peral pela ponte dos Descalços, atravessando a estrada da Serrania. Depois, seguir o caminho que leva à ermida de São Julião, local onde o santo padroeiro de Cuenca levava, segundo reza a tradição, uma vida de grande austeridade. Este caminho, a metade da ladeira da foz do Júcar, permite desfrutar de novas e variadas panorâmicas da “cidade paisagem”. Um dos marcos arquitectónicos da paisagem urbana conquense é o hospital de Santiago, que surge, no século XII, como lugar de redenção de cativos, durante o processo de repovoação medieval. Unido desde as suas origens à ordem militar de Santiago, no século XVI foi reedificado e ampliado, e as obras prosseguiram nos séculos seguintes. Nos séculos XIX e XX foi alvo de importantes reformas. No bairro de Santo Antão, evidencia-se o conjunto formado pela ponte com o mesmo nome e a igreja da Virgem da Luz com marcas renascentistas, numa interessante recriação barroca. Em plena ponte é possível contemplar uma das mais belas vistas da cidade antiga, reflectida nas verdeazuladas águas do Júcar.

Os famosos “arranha-céus” conquenses são autênticas jóias da arquitectura de tradição mudéjar.

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Cidades património da humanidade Imagens cedidas pela Fundação Turismo de Cuenca.

LOCALIZAÇÃO Cuenca situa-se 165 km a este de Madrid. De fácil acesso, a “cidade paisagem” encontra-se na intersecção das estradas A-40 Toledo, Tarancón, Cuenca; N-420 Teruel, Cuenca Ciudad Real; N-320 Cuenca, Albacete e a N-320 CuencaGuadalajara. As ligações de comboio e autocarro estão asseguradas, várias vezes ao dia, através de Madrid e Valência, que são também as cidades com os aeroportos mais próximos de Cuenca.

GASTRONOMIA A gastronomia local partilha muitas das tradições castelhano-manchegas, com pratos típicos de origem rural e pastoril. À semelhança do que sucede em outras regiões do interior peninsular, a cozinha de Cuenca é forte, de grande poder ca-

lórico, sendo a caça, o cordeiro e o cabrito três dos seus ingredientes base. Outros pratos típicos são: caldeirada, gaspacho pastor, morteruelo, ajoarriero e zarajos. Sobremesas como o alajú e os pestiños, acompanhadas de Resolí (licor típico de Cuenca), fazem as delícias de qualquer um.

FESTIVIDADES As festas mais importantes da cidade são as da Semana Santa, declaradas de interesse turístico internacional, durante as quais se pode assistir ao desfile das diferentes confrarias e à tradicional procissão. Em finais de Agosto, têm lugar as festas de São Julião em honra do patrono da cidade, que se celebram com desfiles, touros, festivais desportivos e uma con-

corrida feira, mobilizando toda a cidade. A festa de São Mateus, celebrada a 21 de Setembro, comemora a conquista da cidade por parte de Alfonso VIII.

LAZER Entre as zonas mais famosas da cidade para desfrutar do tempo livre e apreciar “tapas” e pratos típicos de Cuenca, incluemse as da rua de São Francisco, República Argentina, Plaza Mayor e Princesa Zaida. O ambiente nocturno é especialmente concorrido nas imediações das estações de comboios (RENFE) e autocarros, bem como nas áreas da Plaza Mayor e Galíndez.

INFORMAÇÃO TURÍSTICA Tel.: (00 34) 969 241 050 E-mail: info@turismocuenca.com Web: www.cuenca.es

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Breves OFERTA DE EMPREGO Gestor comercial para sector editorial – área de Saúde Oral – Editora especializada no sector da Saúde Oral pretende admitir gestor comercial. PERFIL DO CANDIDATO: • Experiência na área da Medicina Dentária, nomeadamente em empresas relacionadas com o sector. Damos prioridade a candidatos que tenham exercido actividade em publicações da especialidade. • Motivação pela actividade comercial. • Conhecimentos mínimos de informática na óptica do utilizador. • Residência nas áreas do Porto ou Lisboa. • Conhecimentos de língua inglesa e espanhola. OFERECEMOS: • Vencimento variável (à comissão). • Subsídio mensal para gastos de gestão e deslocação (gasolina, telefone, etc.). • Contrato de prestação de serviços. Envie o seu Currículo Vitae para: revista.dentaria.comercial@gmail.com

Gestores de Clientes A D E N T A L E A D E R, empresa líder no sector dentário, vai reforçar o seu departamento comercial nas áreas dos consumíveis, equipamentos e implantes dentários, pretendendo integrar nos seus quadros para diferentes zonas de Portugal. Descrição da função: • Prospecção e desenvolvimento do mercado na sua zona • Contactos (a médicos dentistas) e visita a potenciais clientes de forma a promover os produtos da empresa • Venda de consumíveis, equipamentos e implantes dentários • Manter e desenvolver uma carteira de clientes já existente. Perfil do candidato: A abordagem dinâmica e temperamento comercial, flexibilidade, tenacidade e perseverança, o sentido de organização e capacidade de comunicação e persuasão são factores preferenciais. Habituado(a) a trabalhar com autonomia e por objectivos. Exigimos experiência em vendas ou no sector dentário. Oferta: • Entrada imediata numa empresa em expansão • Formação inicial e contínua • Remuneração fixa + variável • Integração num projecto de continuidade com perspectivas de evolução. Agradecemos envio de candidatura para: r e c u r s o s . h u m a n o s @ d e n t a l e a d e r . c o m

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