Julho MAXILLARIS 2015

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Publicidade

ESPECIAL IMPLANTOLOGIA • Falamos com... Francisco Salvado, professor de Patologia e Cirurgia Oral e Maxilofacial na FMDUL • Ponto de vista de Ricardo Faria e Almeida, presidente da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes


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Posso reduzir em quase 50% a fatura de laboratório sem renunciar à mais alta qualidade e seriedade

Dr. Rafael Filpo Valentín Licenciado em Medicina Dentária pela Universidade de Santiago

Queridos amigos e colegas, nesta época de forte crise em que resulta imprescindível encontrar rentabilidade reduzindo custos, quero partilhar com todos vós um novo laboratório. Dental Lab, uma autêntica descoberta! Há mais de um ano que trabalho com eles e os resultados são excelentes. Posso oferecer aos meus pacientes uma alta qualidade a um preço muito inferior ao que estamos habituados a pagar, reduzindo assim quase em 50% a fatura de laboratório. Se quer saber mais ou fazer alguma consulta, não duvide em contactá-los, recomendo-lhe. Coroa de metal-porcelana: 32€ Esquelético de 8 peças ou mais: 39€ Prótese acrílica completa sup. ou inf.: 36€ Coroa zircónio: 89€

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FRANÇA-ESPANHA-PORTUGAL


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Sumário julho 2015

Crónica Seminário reúne mais de 300 participantes na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Europerio 8 atrai a Londres cerca de 10.000 profissionais do setor.

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OMD informa estudantes finalistas sobre a profissão.

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Medicina Dentária em debate nos Açores.

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Cavaco Silva atribui Ordem de Mérito ao médico dentista Miguel Pavão.

ESPECIAL IMPLANTES Falamos com...

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Francisco Salvado, médico estomatologista e professor de Patologia e Cirurgia Oral e Maxilofacial na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa: “A reabilitação com implantes está a atingir a maioridade”. MAXILLARIS JULHO 2015

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Sumario julio PT_Maquetación 1 01/07/15 14:21 Página 4

ESPECIAL IMPLANTES Sumário

Ciência e prática

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David Morais: “Abordagem ortodôntica numa reabilitação total com implantes em paciente com sorriso gengival severo”.

Paulo Alexandre Carvalho: “Reabilitações complexas em dissilicato de lítio sobre dentes e implantes. A propósito de um caso clínico”.

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Ana Filipa Soares: “Tratamento cirúrgico da periimplantite. Eficácia de diferentes métodos de descontaminação das superfícies periimplantares”.

André Lima Roque: “Reabilitação maxilar implanto-suportada imediata. A propósito de um caso clínico”.

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Ricardo Faria e Almeida, presidente da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes: “A implantologia oral: o que nos reserva o futuro?”.

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Ponto de vista

Calendário de cursos 73

Novidades da indústria Agenda de cursos para os profissionais do setor.

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Produtos e equipamentos.

Congressos e reuniões 76

Calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais nacionais e estrangeiras.

Proprietário: Cyan Editores. Coordenador Edição Portuguesa: João Drago. portugal@maxillaris.com Publicidade: Maria João Miranda. comercialportugal@maxillaris.com Colaboradores: Gilberto Ferreira. João dos Santos. Maria Inês de Matos. Nuria Mauleón. Valéria Baptista Ferreira.

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MAXILLARIS JULHO 2015

Comissão Científica: Jaime Guimarães (diretor científico). Ana Cristina Mano Azul. Francisco Brandão de Brito. Gil Alcoforado. Isabel Poiares Baptista. José Bilhoto. José Pedro Figueiredo. Paulo Ribeiro de Melo. Susana Noronha.

Página empresarial 81

Notícias de empresas.

Edição online: www.maxillaris.com.pt Depósito Legal: M-44.552-2005. Assinatura anual: Portugal 35 €, resto 80 €. ISENTO DE REGISTO AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 de 9/6 art 12º nº 1ª

Tiragem: 6.100 exemplares

Consultor para a América Latina: Pérsio Mariani. REDAÇÃO: Av. Almirante Reis, 18, 3º Dto. Rtg. 1150-017 Lisboa. Tel./Fax: 218 874 085.

• Periodicidade bimestral. • MAXILLARIS não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores. • Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito de CYAN EDITORES.


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EDITORIAL

Editorial

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MAXILLARIS JULHO 2015

A longa marcha dos implantes dentários Chega o mês de julho e com ele um novo número especial de implantes da MAXILLARIS. É já um clássico que se publica todos os anos por esta altura, em plena época de calor e férias escolares, e que se aguarda com expetativa entre os profissionais do setor dentário. Após mais de dez anos no mercado, ou seja, desde os primórdios da edição portuguesa da MAXILLARIS, um alargado leque de médicos dentistas conhece este produto e deseja recebê-lo para estar a par dos últimos tratamentos implantológicos, bem como conhecer as opiniões de algumas referências nacionais nesta disciplina. Ainda que no dia a dia dos consultórios dentários os profissionais tenham de ouvir – com algum desalento – a pergunta dos pacientes sobre os preços dos implantes, estes sabem que a questão não se limita apenas a um significativo desembolso. A fixação no custo deste instrumento médico é compreensível, mas descurar as características do mesmo e, sobretudo, a formação e a experiência de quem trabalha com ele, dificilmente se aceita. Um implante não é um bem de consumo. Aspetos como o tipo de conexão, a superfície, a longitude, a prótese que incorpora ou a carga imediata, devem assumir a devida importância neste processo, principalmente numa época em que se conhecem bem as patologias associadas à longa duração dos implantes: perda óssea, alterações dos tecidos moles ou complicações estéticas, entre outras. Para clarificar estas e outras questões, nas páginas desta edição o leitor encontrará as opiniões de reconhecidos entendidos na matéria: o médico estomatologista Francisco Salvado, que recomenda a interdisciplinaridade entre todos os profissionais de saúde para uma abordagem mais eficaz às patologias do foro implantológico, e o médico dentista Ricardo Faria e Almeida, que traça as linhas gerais que devem orientar, no futuro, a prática da implantologia oral. Quanto a artigos científicos, esta edição apresenta uma série de casos clínicos que abrangem diversas facetas do tratamento com implantes, do tratamento cirúrgico da periimplantite às reabilitações complexas em dissilicato de lítio sobre dentes e implantes, passando pela reabilitação maxilar implanto-suportada imediata e pelo planeamento ortodôntico na implantologia. Os implantes dentários devolveram o sorriso a muitos portugueses, que cada vez mais reclamam e aceitam as soluções implantológicas. Perante este cenário, os profissionais procuram diariamente as melhores soluções para o seu paciente; desenvolvem tratamentos individualizados porque reconhecem que cada caso é diferente do anterior. Nesta mesma linha trabalham as empresas do setor, aumentando e aperfeiçoando o seu catálogo de soluções. Este esforço coletivo tem permitido o progresso de um segmento de mercado que não só mudou radicalmente o panorama da Medicina Dentária como também melhorou a vida de milhões de pessoas.


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Índice de anunciantes

ND indice julio PT_Maquetación 1 02/07/15 14:14 Página 8

AB Implantes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 BTI. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Caramês Advanced Education Center . . . . . . . . . 77 Carestream Dental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 CEOdont . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

Administradores: - Marisol Martín. marisol.martin@maxillaris.com - José Antonio Moyano. moyano@maxillaris.com Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com Subdiretor: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com

Dental Lab. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 DENTSPLY Detrey . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 DIO Implant. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Dürr Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 e 11 Eckermann. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Euroteknika . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Implant Direct . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Instituto Casan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

Diretora Comercial: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com Chefe Divisão Multimédia: Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com Redatores: María Santos e Diego Ibáñez. redaccion@maxillaris.com Serviços Administrativos: Marta Esquinas. administracion@maxillaris.com

Instituto Eduardo Prado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Ivoclar Vivadent. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 King Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Ledosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

Edição online espanhola: www.maxillaris.com

Malo Clinic . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Comissão Científica (edição espanhola): Javier García Fernández (diretor científico). Armando Badet de Mena. Blas Noguerol Rodríguez. Emilio Serena Rincón. Germán Esparza Gómez. Héctor Tafalla Pastor. Jaime Jiménez García. Jaume Janer Suñé. Juan López Palafox. Luis Calatrava Larragán. Manuel Cueto Suárez. Marcela Bisheimer Chémez. Rafael Martín-Granizo López.

Medical 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Oral B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 Phibo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Procoven . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Ravagnani Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 SPEMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

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REDAÇÃO ESPANHA: C/ Clara del Rey, 30, bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 25 52 45 Fax: (0034) 917 25 01 80

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Crónica

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Seminário reúne mais de 300 participantes na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto O seminário sobre “Integração, ortodontia, implantologia e periodontologia: uma perspetiva atual e uma visão de futuro”, organizado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, reuniu no passado dia 27 de junho mais de 300 participantes no Auditório do Centro de Investigação Médica da referida instituição de ensino superior. Esta iniciativa contou com a colaboração de seis conferencistas com créditos firmados em diversas áreas da Medicina Dentária: Célia Alves, Fernando Peres, João Pimenta, José Pedro Dias da Silva, Manuel Neves e Teresa Pinho.

Sessão solene do seminário: a partir da esquerda, Armando Dias da Silva, presidente da Comissão Organizadora, Maria Amélia Ferreira, diretora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), José Correia Pinto, presidente do seminário, e José Campos Neves, professor do curso de pós-graduação em Ortodontia da FMUP.

Durante o seminário foram abordados temas como a preparação ortodôntica para colocação de implantes, a estabilidade implantar e ortodôntica ao longo do tempo, o planeamento cirúrgico implantar, a evolução mecânica e estética do implante, para além dos aspetos psico-morfológicos no planeamento estético da reabilitação anterior, as técnicas periodontais de regeneração óssea em leito implantar, a ortodontia em casos complexos de adultos com técnica auto-ligável, e soluções protéticas em coordenação com a ortodontia e a periodontologia. O seminário foi presidido por João Correia Pinto e contou com Armando Dias da Silva como presidente da Comissão Organizadora, bem como com o apoio científico da Sociedade Portuguesa de Ortodontia (SPO) e da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD). Por outro lado, cerca de uma dezena de empresas do setor dentário associou-se a este encontro, na qualidade de patrocinadoras.

A partir da esquerda, Célia Alves, Manuel Neves

Armando Dias da Silva fez à MAXILLARIS um breve balanço do seminário, destacando o e Teresa Pinho, três dos conferencistas facto de ter atraído “uma ampla faixa etária de participantes”, composta por médicos que participaram no seminário. dentistas, médicos estomatologistas, médicos cirurgiões maxilo-faciais, técnicos de prótese e estudantes das mais diversas áreas médicas. O presidente da Comissão Organizadora conclui que a iniciativa da FMUP “correspondeu às expetativas de todos os envolvidos” neste encontro de cárater formativo.

Mais de 300 estudantes e profissionais do setor aderiram à iniciativa da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

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Crónica

Europerio 8 atrai a Londres cerca de 10.000 profissionais do setor Cerca de 10.000 profissionais do setor dentário marcaram presença na mais concorrida edição de sempre do congresso Europerio, que decorreu em Londres (Reino Unido) no passado mês de junho. Para além dos 8.300 congressistas, a oitava edição do Europerio contou com a participação de 1.400 representantes da indústria dentária internacional e membros do staff que prestou apoio à exposição comercial. O encontro, organizado pela Federação Europeia de Periodontologia (EFP, na sigla em inglês), atraiu médicos dentistas, higienistas e outros profissionais de saúde dos quatro cantos do mundo. No total, estiveram representados 115 países e 134 empresas expositoras.

Francisco Brandão de Brito, embaixador português do Europerio 8.

Portugal participou com uma delegação de 181 profissionais de Medicina Dentária, liderada pelo médico dentista Francisco Brandão de Brito, na qualidade de embaixador português nomeado pela EFP. “Tendo em conta a excecional organização, o elevado número de participantes e a qualidade científica do programa, o Europerio 8 foi um enorme sucesso”, observou a esta revista Francisco Brandão de Brito, para quem a edição de 2015 apresentou “o melhor programa científico de sempre, com os melhores especialistas do mundo” nas diversas áreas que foram abordadas no centro de congressos e exposições ExCel da capital britânica.

Com efeito, ao longo de quatro dias, os participantes tiveram oportunidade de atualizar os seus conhecimentos em matéria de periodontologia, e saber mais sobre as consequências e as implicações das patologias do foro gengival noutras doenças, tais como: diabetes, problemas cardíacos ou Alzheimer. O vasto programa científico do Europerio 8 – com quatro conferências a decorrer ao mesmo tempo, para além da realização de workshops, a exibição de pósteres e a apresentação de comunicações livres – foi bastante abrangente em termos da profissão no seu todo, com sessões específicas para médicos dentistas generalistas, especialistas em periodontologia e higienistas orais, entre outros profissionais. O Europerio 9 vai ter lugar em Amesterdão (Holanda), em junho de 2018.

Membros da delegação portuguesa que participou no encontro de Londres.

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Crónica

OMD informa estudantes finalistas sobre a profissão Num momento em que os alunos finalistas do curso de Medicina Dentária se preparam para concluir os estudos, a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), pelo sexto ano consecutivo, deslocou-se às sete instituições que lecionam a licenciatura para informar os futuros profissionais acerca do funcionamento da Ordem e de questões importantes para o exercício da atividade. Nas sessões de esclarecimento, os alunos têm o primeiro contacto com aquela que, dentro de poucos meses, será a sua ordem profissional. Os participantes ficaram a conhecer alguns pormenores relativos ao processo de inscrição (nomeadamente a isenção de pagamentos de quotas nos primeiros 12 meses), medidas de estágio e emprego, seguro de responsabilidade civil, apoio administrativo e formação contínua.

Alunos finalistas da Universidade Fernando Pessoa durante a sessão de esclarecimento organizada pela OMD.

No último mês, a OMD interagiu com estudantes das faculdades de Medicina Dentária das universidades de Lisboa e Porto, do Instituto Superior de Ciências da Saúde Norte, da Universidade Católica Portuguesa (Centro Regional das Beiras - Viseu), da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa e da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. O périplo de sessões de esclarecimento terminou com o encontro com os finalistas do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz. Nestas apresentações também se debatem questões relacionadas com o cheque-dentista, a emigração, o funcionamento e competências da ordem, entre outras. 14

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Crónica

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Medicina Dentária em debate nos Açores A Praia da Vitória, na Ilha Terceira, foi o cenário do encontro bianual de médicos dentistas dos Açores, que se reuniram, entre os passados dias 18 e 20 de junho, para analisar a evolução e desafios da saúde oral na região. O diretor regional da Saúde, João Batista Soares, participou na oitava reunião de saúde oral dos Açores, integrando o painel composto por Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Artur Lima, representante dos Açores na OMD, Paula Ramos, vice-presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Luís Dutra, presidente da Unidade de Saúde da Ilha Terceira, Pedro Mesquita, presidente da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária, e Tânia Cortez, presidente da oitava reunião de saúde oral dos Açores. O responsável regional deixou o compromisso de que o governo regional vai continuar a investir na Medicina Dentária. Orlando Monteiro da Silva e Artur Lima apresentaram o “Barómetro de Saúde Oral em Portugal”, que inclui dados importantes sobre a saúde oral na Região Autónoma dos Açores (RAA). A região tem 136 médicos dentistas, tratando-se de uma classe jovem (com média de idades nos 38 anos). As unidades de saúde da ilha têm 21 técnicos superiores de Medicina Dentária, verificando-se uma subida gradual do número de consultas no setor público. Em 2010, realizaram-se 23.248 consultas nas unidades de saúde da RAA, enquanto no ano passado ultrapassou as 33.000. Destacou-se como ponto positivo o facto de que todas as ilhas (à exceção do Corvo) têm equipamentos e médicos dentistas. Em resposta ao que foi dito no debate, em que se sugeriu que os médicos dentistas desempregados optassem pelos Açores ao invés de emigrarem para Inglaterra, Artur Lima discordou pelo facto de não se verificar a falta de profissionais na RAA. “O rácio de médicos dentistas é de 1 para 2.000, pelo que a população está servida, sendo que uma parte significativa tem acesso a cuidados no setor público”.

Médicos dentistas debateram os desafios da saúde oral nos Açores.

O representante da OMD nos Açores salientou a adoção da tabela de nomenclatura na convenção regional por negociação da Ordem. Por outro lado, revelou que “há um grupo de trabalho sobre os horários dos médicos dentistas nos centros de saúde. A Ordem já fez sentir a sua posição contra orientações administrativas de implementação de um horário de trabalho com tempos rígidos de consulta”. A OMD integrou inclusive o grupo de trabalho sobre horários das unidades de saúde dos Açores, tendo indicado para sua representação a médica dentista Madalena Mont’Alverne. Gil Fernandes Alves, representante da OMD na Região Autónoma da Madeira, interveio no debate ao apresentar a realidade madeirense. “Não se pode desinvestir na saúde oral”, alertou, dando como exemplo o caso da Madeira que “durante anos teve um programa de promoção da saúde oral nas escolas, cujo sucesso se verificou através da diminuição da cárie dentária nas crianças”. Por essa razão, apelou aos presentes para que não cometam os mesmos erros. Recorde-se que a vertente de promoção da saúde oral nas escolas foi suspensa em 2010 pela Secretaria Regional da Saúde da Madeira, após ter alcançado um universo de 19.600 crianças, através da promoção na faixa etária dos 3 aos 10 anos e realização de tratamentos em crianças dos 3 aos 13 anos. “A experiência mostrou-nos que as crianças nascidas após a interrupção do programa de promoção e sensibilização da saúde oral nas escolas têm mais lesões de cárie dentária”, acrescentou, num momento em que há perspetivas para retomar esta vertente, das Entidades Públicas Empresariais, que permitiram inserir os médicos dentistas no sistema hospitalar. O programa científico do encontro incluiu ainda apresentações de vários conferencistas sobre trabalhos desenvolvidos na área da investigação da saúde oral.

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Cavaco Silva atribui Ordem de Mérito ao médico dentista Miguel Pavão O médico dentista Miguel Pavão, presidente da associação Mundo a Sorrir, foi uma das personalidades condecoradas pelo Presidente da República, Cavaco Silva, por ocasião das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que se assinalou no passado dia 10 de junho. Durante a cerimónia solene, que decorreu este ano em Lamego, Miguel Pavão recebeu das mãos do Chefe de Estado a Ordem de Mérito, pelos serviços prestados à sociedade civil. Neste caso, o mérito deste profissional do setor dentário foi ter fundado, aos 23 anos de idade, uma pequena organização não governamental que hoje conta com mais de 600 associados e já mobilizou mais de 1.200 voluntários.

Miguel Pavão foi condecorado pelo Presidente da República por ocasião das comemorações do Dia de Portugal.

“Esta condecoração vem testemunhar e validar o que realmente vale a pena na vida e no nosso dia-a-dia”, observou à MAXILLARIS Miguel Pavão, acrescentando que a Mundo a Sorrir a encara como “um reconhecimento verdadeiro pelo seu desempenho, a sua forma de atuação e os seus valores, e pelo papel que representa na classe profissional”. Na sua opinião, a atribuição desta alta distinção “demonstra que não devemos nunca desconsiderar qualquer iniciativa que nasce para defender interesses primordiais, como é o caso da saúde oral e que é importante trabalharmos em uníssono”. Por último, dedica esta condecoração aos que acreditaram e sempre lutaram pelos valores da Mundo a Sorrir. “Estamos no caminho certo e iremos manter-nos implacáveis neste desígnio pelos direitos de acesso à saúde”. MAXILLARIS JULHO 2015

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FALamos coM... Francisco Salvado, médico estomatologista e professor de Patologia e Cirurgia Oral e Maxilofacial na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

A reabilitação com implantes está a atingir a maioridade

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Falamos com...

A reabilitação com implantes está a atingir a maioridade. Ao mesmo tempo que utilizávamos novas técnicas e aperfeiçoávamos outras, começamos agora a ser confrontados com as consequências da permanência de implantes em boca há já muitos anos. Assim, às patologias mais “precoces” que estão relacionadas com múltiplos fatores – tipo de implantes, higiene oral, skill do cirurgião ou do prostodoncista, etcétera – juntam-se agora as que são inevitáveis, uma vez que os implantes não são, como sabemos, tratamentos “para toda a vida”. Perda óssea, alterações dos tecidos moles, complicações estéticas e mesmo perda de implantes são, a longo prazo, patologias associadas a esta longa vida com as quais teremos de lidar cada vez mais.

Digamos que os tratamentos com implantes são cada vez mais “atrevidos”. Muitos destes tratamentos passam rápidamente à generalização após simples publicação de um paper com meia dúzia de casos clínicos, ou apresentação de “casos clínicos” devidamente suportados e divulgados pela indústria de dispositivos médicos. Outras técnicas resultam de publicações de valor científico, mas por norma com follow ups muito curtos. Na realidade quantos doentes aceitariam que lhes fosse executada uma determinada técnica após a informação de que os resultados a dois anos eram muito bons? Temo que estas técnicas tenham a médio prazo complicações que não só prejudicam os doentes como podem pôr em risco a confiança na reabilitação com implantes. Não nos podemos esquecer que os implantes foram, provavelmente, a técnica que mais revolucionou o tratamento dentário e que mais benefício veio trazer para a qualidade de vida do doente desdentado.

Não poderemos falar de soluções objetivas porque em saúde os atos clínicos são muitas vezes influenciados pela ciência, mas também pela pressão económica, pela publicidade, pela manutenção de prestígio e pelo exagero da oferta. Mas penso que se considerarmos que os dentes têm uma sobrevivência superior à dos implantes (vide alguns artigos publicados recentemente); que a avaliação integrada e responsável e individualizada dos doentes é o âmago da prática clínica; que a formação deve ser sólida e completa (impedindo, por exemplo, que o primeiro contacto dos profissionais com a cirurgia oral seja através da colocação de implante),

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Falamos com... que não é deontologicamente admissível começar a utilização de uma nova técnica pela experimentação humana, poderemos calcorrear um novo caminho para a melhoria no tratamento dos nossos doentes.

Estão descritas com precisão as contraindicações locais permanentes e transitórias para a colocação de implantes. São exemplos: higiene oral deficiente, infeções locais, patologia óssea, programação cirúrgica menos cuidada, etcétera. Seria impossível utilizar este espaço para as mencionar todas. Preocupo-me cada vez mais com situações sistémicas – como a patologia cardiológica reabilitada com próteses cardíacas, a terapêutica com drogas citotóxicas, antireabsortivas e antiangiogénicas, a patologia psiquiátrica e imunológica – ou limitações físicas. Na realidade estas são patologias muitas vezes esquecidas e que podem interferir direta e indiretamente na qualidade e sobrevivência das reabilitações. Por vezes são pequenos pormenores. Lembro-me de um doente com artrite reumatóide evolutiva atingindo as extremidades superiores, desdentado total inferior, que me foi enviado para reabilitação oral com implantes devido a instabilidade de prótese inferior. Será correto efetuar uma prótese fixa – qualquer que seja – que necessita de uma higiene oral mais precisa e fina? Ou deveremos optar por uma prótese implanto-muco-suportada, que além de facilitar a higiene permite que esta se efetue, de modo simples, por outra pessoa? Com a evolução da medicina, existe uma grande quantidade de doentes que conseguem fazer a sua vida normal, apesar de sofrerem patologias com situações sistémicas. Doentes com leucemias, linfomas, sida ou síndromes malformativos cardíacos podem manter-se com uma qualidade de vida normal através de uma terapêu-

tica adequada (muitas vezes agressiva). No entanto, não deixam de ser portadores de fatores de risco. Estes doentes não deverão ser afastados da reabilitação com implantes, mas certamente deverão ter uma abordagem diferente e, sobretudo, ser muito bem informados dos seus fatores de risco – ainda que, em alguns casos, sejam mínimos – por profissionais que os conheçam profundamente.

O doente está cada vez mais informado. A fonte de informação é sobretudo digital, o que implica alguns riscos quanto à sua veracidade. O profissional de saúde deve colmatar essas falhas partilhando o seu próprio conhecimento com os doentes. Essa partilha só será eficaz se se criar uma boa relação médico-doente.

Perfil FRANCISCO SALVADO é médico estomatologista, doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), e tem a seu cargo, desde 2008, a direção do Serviço de Estomatologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte. No plano académico, exerce a sua atividade docente na FMUL (disciplina de Patologia e Cirurgia Oral e Maxilofacial) e no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz (disciplina de Cirurgia Oral). O seu currículo estende-se, de resto, ao universo das sociedades científicas: foi presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Oral e é membro (fellow) da European Board of Oral Surgery e da British Association of Oral Surgery, entre outros organismos do foro científico.

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Falamos com... O prognóstico da reabilitação com implantes passa, obviamente, pelo comportamento dos doentes: higiene oral, cumprimentos de follow up, autoavaliação, etcétera

Infelizmente, com a evolução da profissão, o tratamento dentário é cada vez menos individualizado e humanizado em prol do elevado “nível gestionário”. Dou um exemplo: quando tiverem um doente que vai a uma clínica de certa dimensão, com muitos profissionais, perguntem-lhe o nome do médico que o tratou. É provável que a resposta seja surpreendente... O prognóstico da reabilitação com implantes passa, obviamente, pelo comportamento dos doentes: higiene oral, cumprimento de follow up periódico, autoavaliação, etcétera. Se não existir uma boa relação médico-doente, nunca poderemos esperar que haja cumprimento dos deveres do doente. De quem é a culpa do doente não comparecer as consultas de follow up? De quem é a culpa de um doente fumador compulsivo perder implantes? De quem é a culpa de um doente não efetuar adequadamente a sua higiene oral? Provavelmente, nestes casos – e em outros – teremos de partilhar as culpas e não considerar apenas a responsabilidade do doente.

A regeneração óssea tem tido uma evolução enorme nos últimos anos. A introdução de novos biomateriais tem sido crescente, as grandes casas fabricantes têm seguido protocolos cada vez mais sérios de investigação clínica na área oral e facial e a colaboração com especialidades médicas, como a ortopedia, tem potenciado e controlado os estudos executados. A escolha de biomateriais é hoje muito diversificada: dos derivados matriciais de osso animal até produtos sintéticos de estrutura cada vez mais próxima da humana. Do ponto de vista dos biomateriais, poderemos contar no futuro com produtos híbridos que incluam não só a capacidade matricial, mas também células, moléculas reguladoras e até fármacos que

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possam prevenir algumas complicações como as infeções. Tal como podemos contar com a introdução mais equilibrada de colagénio nos biomateriais e, finalmente, com moléculas sintéticas tailor made para determinados indivíduos e locais. Ao mesmo tempo, temos vindo a evoluir nas técnicas cirúrgicas mais adequadas para regeneração óssea: as técnicas de regeneraçao de osso alveolar com membrana exposta, a utilização de materiais imobilizadores reabsorvíveis, a mimetização individualizada dos biomateriais através de processos digitais, a utilização de aparelhos de corte – como o piezoeléctrico, a ressonância, etcétera – que aumentam a precisão de corte com menos risco para os tecidos e, finalmente, os enxertos livres vascularizados. No campo dos materiais de regeneração óssea e da sua investigação, não poderia deixar de realçar o importante papel que a ciência e a indústria portuguesa tem tido para o seu desenvolvimento. Instituições como o Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa, o Centro para o Desenvolvimento Rápido


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Falamos com... e Sustentado do Produto, com sede em Leiria, e a Universidade do Minho, só para citar alguns, executam tarefas altamente meritórias e que, infelizmente, são muitas vezes mais reconhecidas no estrangeiro do que no nosso país. Quanto à sobrevivência dos implantes, começam agora a aparecer artigos que avaliam, com seriedade, a longo prazo (20 anos ou mais). Reformulando a citação de um grande português, quando se referia às falsas notícias da sua morte, diria que “as notícias sobre a sobrevivência a longo prazo dos implantes foram manifestamente exageradas”.

Eu diria que um dente só deve ser extraído para se colocar um implante quando tem indicação para extração. E as indicações para extração são conhecidas de todos e bem protocolarizadas. Por outro lado, como referi antes, está hoje comprovado que a sobrevivência de um dente é sempre superior à de um implante. Não vejo, portanto, como prática adequada, a extração de dentes viáveis para executar uma reabilitação com implantes. Ora, partindo deste principio, dificilmente considerarei que a colocação de implantes possa ser em algumas situações um “mal menor”. Voltemos ao doente que referi acima com artrite reumatóide: naquele caso, a reabilitação com uma protese implanto-muco-suportada é um “mal menor” ou um “bem maior” considerando o futuro conforto, a melhoria de qualidade de vida do doente e a facilidade de higiene? Não temos que sentir qualquer tipo de constrangimento em propor os vários tipos de tratamento aos doentes e sobretudo parece-me que não deveremos ser influenciados por algumas teorias de “estandardização da perfeição”. Normalizar o tratamento dos nossos doentes devia fazer-nos pensar nas diferenças entre cada um dos nossos amigos.

Inicialmente, os profissionais de saúde atuavam individualmente. Tinham o seu consultório, observavam e tratavam a maioria dos seus doentes nesse ambiente. Com a evolução da ciência médica, este tipo de atuação passou a ser insuficiente. Começa a fase da multidisciplinaridade. O doente era enviado para um especialista que executava o tratamento e o “devolvia”. Na realidade havia mui to pouco contacto entre os profissionais de saúde. Imaginemos um doente com uma patologia qualquer, por exemplo a síndrome de

O professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa considera fundamental para o êxito dos tratamentos “uma boa relação médico-doente”.

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Falamos com... Wolff-Parkinson-White (WPW). O procedimento clássico seria encaminhar o caso para o médico cardiologista, perguntando se o doente poderia efetuar um onlay. O cardiologista recebia a carta e, deduzindo que “se perguntaram, isso significa que a situação é complicada”, informava que o doente deveria parar de tomar Varfarina. Estávamos, portanto, naquilo que muitas vezes se chamava a abordagem multidisciplinar. O cardiologista dava a sua opinião sem saber o que era um onlay e o médico dentista aceitava a opinião do cardiologista sem saber o que era a síndrome de WPW. Este tipo de procedimento não é o melhor. Exige-se uma interdisciplinaridade entre todos os profissionais de saúde – médicos, médicos dentistas, enfermeiros, técnicos, etcétera – de forma a que se possa discutir a situação do doente de um modo informado. Mas para que cheguemos a este desiderato é necessário que os médicos tenham formação nas áreas da saúde oral e que os médicos dentistas tenham formação nas áreas médicas. Àreas como a medicina geral e familiar, a otorrinolaringologia, a cirurgia plástica e reconstrutiva, e a dermatologia, entre outras, deverão participar mais ativamente na saúde oral.

Não tenho a menor dúvida sobre isso. No entanto, não esqueçamos que tal como a maioria dos médicos dentistas não tem formação médica suficiente, também a maioria dos médicos não tem formação suficiente em saúde oral. O tempo demonstrará a necessidade desta formação pois, respondendo à sua pergunta, existe uma potencial sensibilização de todos os profissionais.

Tenho defendido, desde há largos anos, que as áreas da saúde oral – incluindo a introdução/informação em traumatologia, o cancro

Áreas como a medicina geral e familiar, a otorrinolaringologia, a cirurgia plástica e reconstrutiva, e a dermatologia, entre outras, deverão participar mais ativamente na saúde oral

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oral, a patologia oral, a reabilitação, etcétera – deveriam ser ensinadas aos alunos das faculdades de medicina. Há vários anos que a Faculdade de Medicina de Lisboa tem no seu currículo uma disciplina de Patologia e Cirurgia Oral e Maxilofacial, de modo a fazer chegar aos estudantes o conhecimento nesta área. Existem cadeiras idênticas em Coimbra e Porto. Por outro lado, os serviços de estomatologia trabalham com os centros de saúde da sua área para esta formação interdisciplinar. Embora pouco divulgadas, estas atividades têm demonstrado resultados muito interessantes na acessibilidade de doentes, por exemplo com cancro oral, aos serviços do Serviço Nacional de Saúde. Confesso que desconheço o que se passa na maioria das faculdades de Medicina Dentária do país. Sei que o mestrado integrado de Medicina Dentária do Instituto Superior Ciências da Saúde Egas Moniz tem feito um grande esforço para aumentar o conhecimento na área médica quer aumentando a carga horária nesta área, quer assinando protocolos com os serviços hospitalares de estomatologia, possibilitando aos seus alunos efetuarem estágios nestes serviços. Hoje todos os profissionais têm de ter noções básicas das patologías médicas mais frequentes. Não tenho dúvidas de que este tipo de ensino prepara de forma mais sólida todos os alunos para o trabalho interdisciplinar com os outros intervenientes da área da saúde, tendo como resultado uma melhor qualidade dos cuidados de saúde.


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Abordagem ortodôntica numa reabilitação total com implantes em paciente com sorriso gengival severo

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David Morais Médico dentista. Licenciado pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde - Norte (ISCS-N). Pós-graduação em Implantologia (Nobel Biocare Portugal), em Ortodontia Fixa e Ortopedia Maxilar (Ortho-Organizers) e em Regeneração Periodontal Avançada (Boston, Estados Unidos). Prática privada exclusiva em implantologia, reabilitação oral e ortodontia. Diretor do grupo Oralklass Clínicas Dentárias, com consultórios no Porto, Valongo, Gondomar e Maia. Coordenador de diversos cursos de implantologia e ortodontia. Daniel Lobão Médico dentista. Licenciado pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP). Curso de especialização em Cirurgia e Patologia pela FMDUP. Mestrado de Reabilitação Oral e Implantologia pelo ISCS-N. Prática exclusiva em reabilitação oral e implantologia. Prática clínica nas clínicas Oralklass do Porto, Valongo, Gondomar e Maia Porto. -

David Morais

Resumo Caso clínico de reabilitação de arcada total com implantes em carga imediata de paciente com sorriso gengival severo. O planeamento das alterações ao nível da posição dos dentes, esquema oclusal e posicionamento dos tecidos moles ba seou-se na análise cefalométrica e na visualização dos objetivos do tratamento (VTO) digital.

Este estudo, juntamente com a análise convencional de TAC e a aplicação de atuais técnicas de cirurgia implantar de carga imediata, permitiu aplicar, de forma previsível já na prótese provisória, as alterações dentárias e esqueléticas, tornando o sorriso agradável num caso inicialmente de grande complexidade.

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Introdução Os pacientes estão cada vez mais exigentes e informados e sabem bem o que pretendem, e como profissionais temos de estar preparados para essa exigência.

os materiais acrílicos, cerâmicos ou resinas compostas, com resultados ótimos e naturais, permitindo a previsibilidade estética das restaurações.

Quando realizamos uma reabilitação oral completa devemos ter em consideração vários aspetos faciais e de estética dentária, como o volume e a competência labial, a altura facial inferior, a exposição dos incisivos, overjet e overbite, entre outros.

Descrição do caso

Realizar uma análise cefalométrica e uma VTO digital é, a nosso ver, fundamental para o planeamento correto de um tratamento extenso, mesmo que não passe pela ortodontia. Durante muito tempo preconizava-se que após a cirurgia de colocação de implantes dentários numa cirurgia de arcada total, estes deveriam submeter-se a um tempo de cicatrização de três a seis meses, sendo necessária uma reintervenção cirúrgica para fazer a sua exposição e consequente colocação em carga funcional (two-stage approach). Hoje em dia, sabemos que tal espera não é mandatória, desde que critérios mecânicos sejam alcançados, nomeadamente a ausência de micromobilidade excessiva conseguida por torques de inserção no leito implantar de cerca de 35-45 Ncm1,6.

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Paciente do sexo feminino, 47 anos, fumadora, apresentou-se na consulta de reabilitação oral descontente com a sua estética e função mastigatória. Sem qualquer patologia sistémica ou medicação crónica. Após análise clínica e diagnóstico de ortopantomografia (fig. 1), verificou-se que a paciente possuia ausência dos dentes 14, 15, 16, 24 e 27. Os dentes 17 e 22 estavam altamente destruídos de forma irrecuperável. Os dentes 11 e 21 possuiam duas coroas Richmond infiltradas com processo apical e sintomatologia. Após análise da estética facial, verificou-se um sorriso gengival de cerca de 12 mm com overbite muito aumentado, com sobreposição completa dos dentes anteriores superiores com os inferiores (figs. 2 a 4). A higiene oral era regular, sem problemas periodontais de relevo.

Em grande parte dos casos de intervenções de reabilitações totais em carga imediata, é necessário realizar osteoplastias, alveoloplastias ou reduções do osso alveolar. Este procedimento visa nivelar o leito ósseo para permitir que o desenho da prótese fixa seja o mais regular possível no contacto com a gengiva, facilitando a higienização. Normalmente este procedimento visa a redução óssea acima do nível do sorriso, escondendo a interface gengiva natural/prótese. Desta forma, preconiza-se a utilização da gengiva protética. As reabilitações com gengiva protética são esteticamente previsíveis pois não dependem da estética gengival do paciente. Hoje em dia, com o advento dos materiais altamente estéticos, é possível trabalhar

Deu-se uma explicação detalhada à paciente da sua situação clínica e propuseram-se vários planos de tratamento com as várias vantagens e desvantagens. Entre os planos propostos, a paciente decidiu realizar a exodontia de todos os dentes remanescentes superiores, a colocação de implantes dentários e a reabilitação com prótese provisória fixa em carga imediata. A alternativa mais conservadora (manter o maior numero de dentes) obrigaria a um tratamento que passaria por realizar tratamento ortodôntico, cirurgia ortognática (impactação da maxila), diversas restaurações dentárias extensas, endodontias, implantes nas zonas edêntulas, ou seja, teríamos tratamento para vários anos, bastante oneroso e de grande morbilidade para a paciente, com uma previsibilidade estética menor.

Figura 1.

Figura 2.

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Figura 3.

Figura 4.

Realizou-se um estudo cefalométrico para prever e planear as alterações ao nível oclusal, de forma a colocarmos os dentes numa posição correta e esteticamente agradável. Aqui verificou-se, entre outras coisas, uma classe três esquelética compensada por uma altura facial aumentada, um lábio superior com pouco volume (recuado cerca de 7 mm do ideal), um lábio inferior avançado pelo contacto com o incisivo superior, exposição exagerada dos incisivos superiores, overbite muito aumentado. Apesar de tudo, existia competência labial (figs. 5 a 7).

Analisamos e simulamos também as alterações da VTO nos modelos de gesso montados num oclusor simples. As alterações planeadas previam uma intrusão dentária de cerca de 5 mm de todo o setor anterior. Baseados nestas simulações, preparámos a prótese provisória acrílica (figs. 10 a 13). Também se realizou uma tomografia axial computorizada para um correto planeamento cirúrgico e avaliação da estrutura do osso maxilar (figs. 14 e 15).

Realizou-se então uma VTO digital, com ela podemos prever se as alteraçoes dentárias pretendidas nos alteram (favoravelmente) o volume labial. O nosso objetivo ou plano de tratamento indica-se a vermelho (figs. 8 e 9).

Após análise cefalométrica e da tomografia axial computorizada, tomou-se a decisão de eliminar o sorriso gengival cirurgicamente por alveoloplastia completa e redução óssea acima do nível do sorriso e posterior reabilitação com prótese com gengiva artificial. Desta forma, poderemos ter confiança e fiabilidade de que o resultado final será agradável. Planeou-se a colocação de dois implantes anteriores a cerca de 7 mm da linha média, e dois implantes angulados a cerca de 30° junto à parede anterior do seio maxilar.

Figura 5.

Figura 6.

Um dos grandes desafios deste caso era reduzir este sorriso gengival muito pronunciado e fazer isso sem perder volume labial superior.

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Figura 7.

Figura 8.

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Figura 9.


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Figura 10.

Figura 11.

Figura 12.

Figura 13.

No primeiro quadrante previa-se uma emergência do implante a cerca de 30 mm da linha média (emergência prevista ao nível do segundo pré-molar ou primeiro molar). No segundo quadrante a emergência do implante seria a cerca de 21 mm da linha média (esta emergência prevista seria ao nível do primeiro pré-molar). Para eliminar a necessidade de cantilevers extensos, planeou-se a colocação de um terceiro implante mais posterior angulado para posterior com emergência a cerca de 30-35 mm da linha média, ao nível do primeiro molar (figs. 14 e 15).

desgaste com irrigação com soro arrefecido, de cerca de 12 mm de forma a eliminar o sorriso gengival (fig. 17). Efetuou-se a preparaçao do leito implantar com sequência de brocas personalizada adaptada ao tipo de osso encontrado. Nestes casos, preferimos trabalhar com baixas rotações para recolha de osso autólogo que possa ser necessária para preenchimento de gap’s. Colocaram-se cinco implantes (I5 e I2 AB Dental) com plataformas de 3,75 mm por 13 e 16 mm de comprimento (figs. 18 a 20) com torques de inserção de 40 Ncm. Inseriram-se pilares transepiteliais retos (P16, AB Dental) nos implantes anteriores retos e sobre o implante angulado mais posterior do segundo cuadrante, de forma a que a sua emergência na prótese provisória fosse ao nível do primeiro molar (fig. 21). Nos implantes localizados em 15 e 24 colocaram-se pilares transepiteliais angulados a 30° (P14, AB Dental). Aparafusaram-se pilares de titânio provisórios (P14 b/t, AB Dental) sobre os transepiteliais e abriram-se janelas na prótese provisória previamente preparada ao nível da emergência dos pilares de titânio (figs. 22 e 23). O retalho suturou-se por completo com sutura de PTFE (PTFE Suture, Cytoplast) e Poliamida (Dafilon, Braun). De referir a eliminação do tecido gengival livre em excesso e rotação e recobrimento da área em volta dos implantes com gengiva queratinizada (fig. 24).

Antes da cirurgia registaram-se na face e na boca da doente referências da dimensão vertical de oclusão, uma vez que esta deveria (neste caso) manter-se na situação final (fig. 16). A paciente foi então anestesiada com a técnica de infiltração supraperióssea de solução de articaína (Artinibsa c/EPI 1:100.000) por vestibular e por bloqueio dos nervos nasopalatino e palatino maior. Abriu-se um retalho mucoperiosseo com descargas vestibulares oblíquas ao nível da zona posterior maxilar. Extraíram-se os dentes, removeu-se o tecido de granulação e executou-se uma alveoloplastia baseada no planeamento. Procedeu-se a uma redução óssea, com pinça-goiva e broca de

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Figura 14.

Figura 15.

Figura 16.

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Figura 19.

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A prótese provisória estabiliza-se manualmente usando o palato como referência e injeta-se acrílico nas janelas aber-

tas junto aos pilares de acrílico (fig. 26). Após o acrílico ganhar presa, desaparafusam-se os pilares ficando, por técnica de pick-up, unidos à prótese provisória (fig. 27). A prótese envia-se para acabamento em laboratório. É fundamental que esta fique devidamente polida e que o contacto com a gengiva seja convexo e nunca côncavo, para não haver retenção alimentar (figs. 28 a 30).

Figura 22.

Figura 23.

O processo de acrilização da prótese provisória às peças protéticas fez-se intraoralmente. Utilizou-se um dique de borracha perfurado na zona dos pilares de titânio de forma a não haver contacto de acrílico com a ferida cirúrgica (fig. 25).

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Figura 24.

Figura 25.

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De seguida, a prótese aparafusa-se sobre os pilares transepiteliais a 15 Ncm e confirma-se a DVO e os contactos oclusais. Nesta fase, os contactos posteriores devem ser aliviados e impõe-se a ausência de qualquer prematuridade ou interferência nos movimentos anteriores ou lateralidades (figs. 31 a 35). Realizou-se no final uma ortopantomografia de controlo (fig. 36). Realizaram-se também algumas fotos finais, uma telerradiografia final e uma nova análise cefalométrica, para com isso poder-se começar a planear as alterações necessárias para a prótese definitiva (figs. 37 a 39). Verifica-se que ouve uma alteração significativa ao nível da estética dentária onde se obteve a redução pretendida ao nível do sorriso gengival e observa-se que não se comprometeram os tecidos moles e inclusive o lábio inferior ficou menos proeminente e mais harmonioso em relaçao ao superior (figs. 37 a 42).

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Figura 34.

Figura 35.

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Figura 40.

Figura 41.

Discussão Na nossa opinião, é fundamental um bom planeamento num caso como este e esse bom planeamento passa sempre pela realização de estudo fotografico, análise de modelos, análise de TAC, análise cefalométrica e VTO, entre outros. Os programas informáticos atuais conseguem prever, com algum rigor, as alterações faciais e dos tecidos moles que podem ocorrer com a nossa intervenção ao nível dentário. Para se conseguir, num caso como este, ter previsibilidade numa prótese provisória, confecionada sem qualquer prova prévia à cirurgia, é fundamental termos ao nosso dispor este tipo de recursos e algumas bases de ortodontia. É inclusive possível pela análise cefalométrica termos noção do quanto podemos diminuir na altura facial inferior pela diminuiçao da DVO (no caso, por exemplo, de um paciente dólicocefálico com mordida aberta e/ou incompetência labial).

Figura 42.

A técnica de carga imediata, em casos de reabilitações de arcada total, tem sido cada vez mais utilizada, traduzindo enormes benefícios quer na redução do tempo de tratamento e vantagens a nível estético, funcional e psicológico e uma redução significativa na morbilidade da intervenção no paciente4,5,6.

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Biologicamente também traz vantagens quando se utilizam pilares transepiteliais que permitam o aparafusamento das estruturas, uma vez que estes pilares colocam-se no dia da cirurgia e não são mais removidos. Isto permite que a união por hemidesmossomas dos tecidos moles ao pilar protético (no caso dos implantes totalmente intraósseos) não seja nunca quebrada, traduzindo-se em estabilidade quer nos tecidos moles quer ao nível da crista óssea2,3. Neste tipo de intervenções, em que se pretende o máximo de estabilidade primária nos implantes, o desenho e a macroestrutura dos implantes é fundamental. A utilização de implantes cónicos, com espiras largas e uma cabeça de corte ativa, permite que o implante alcance boa ancoragem no leito ósseo e, desta forma, estar menos sujeito a micromovimentos durante as cargas mastigatórias, micromovimento esse que poderia comprometer a osteointegração.

São condições mandatórias a colocação de quatro a oito implantes retos ou angulados corretamente distribuidos, estabilidade primária de 35-45 Ncm, ausência de extensões protéticas na fase provisória6. No recurso, as reabilitações de arcada total em carga imediata estão muitas vezes aliadas à redução do osso alveolar acima da linha do sorriso. Este procedimento associa-se à utilização de gengiva artificial na reabilitação protética, estando a interface gengiva artificial/gengiva natural escondida acima da linha de sorriso. Este desenho das estruturas protéticas traz vantagens nomeadamente na previsibilidade estética do trabalho. Não estamos dependentes da gengiva natural e, desta forma, podemos aplicar na reabilitação, relações entre altura e largura de dentes agradáveis, linhas de sorriso nas posições ideais, e possibilita a colocação dos implantes nos locais de melhor disponibilidade óssea, independentemente da emergência das coroas dentárias. É fundamental que estas estruturas sejam higienizáveis. O contacto com a gengiva deverá ser ovóide, não retentivo e sem abas vestibulares.

Conclusão A reabilitação de arcada total com implantes dentários em carga imediata, associada a uma redução alveolar acima da linha de sorriso e reabilitação com gengiva artificial, possibilita uma significativa diminuição do tempo de tratamento, bem como do número de intervenções, dos custos monetários para o paciente e da morbilidade. Melhora largamente o conforto e bem-estar do paciente, oferecendo uma opção previsível, quer em termos funcionais quer em termos estéticos, a longo prazo, para o paciente. Para que uma reabilitação destas termine com uma estética dentária e facial agradável no final da intervenção, é fundamental um bom planeamento com recurso a todas as ferramentas atuais disponíveis, principalmente ferramentas informáticas de simulação de alterações dentárias e faciais.

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Tratamento cirúrgico da periimplantite. Eficácia de diferentes métodos de descontaminação das superfícies periimplantares

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Ciência e prática Ana Filipa Soares Médica dentista. Aluna do curso de Especialização em Periodontologia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). ribeirosoares.ana@gmail.com Catarina Martinho Médica dentista. Aluna do curso de Especialização em Periodontologia da FMDUL. Cátia Silva Médica dentista. Aluna do curso de Especialização em Periodontologia da FMDUL. João Miguel Gomes Médico dentista. Aluno do curso de Especialização em Periodontologia da FMDUL. Francisco Brandão de Brito Médico dentista. Assistente convidado do curso de Especialização em Periodontologia da FMDUL. Lisboa.

Ana Filipa Soares

Introdução Os implantes dentários têm-se mostrado indispensáveis na reabilitação oral de pacientes parcial ou totalmente edêntulos. Respeitando o cuidado e as indicações devidas, bem como os fatores limitantes anatómicos e individuais, os implantes dentários representam uma opção segura de tratamento, o que não invalida que, nos últimos anos, tenham

vindo a aumentar as lesões periimplantares. Estas afetam os tecidos periimplantares duros e moles, e podem levar à perda do implante. Existe evidência considerável que suporta a colonização microbiana como o fator etiológico principal das infeções periim-

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plantares1,2. Em saúde periimplantar, do ponto de vista microbiológico, quer o implante, quer os tecidos colonizam-se sobretudo por microorganismos Gram-positivos aeróbios facultativos. As doenças periimplantares têm sido associadas a uma microflora Gram-negativa anaeróbia, semelhante à encontrada em pacientes com doenças periodontais avançadas3,4.

Infeções periimplantares A resposta do hospedeiro à formação do biofilme na superfície dos implantes inclui uma série de reações inflamatórias, que inicialmente ocorrem nos tecidos moles, traduzindo-se clinicamente por mucosite2. Esta corresponde a um processo inflamatório reversível dos tecidos moles periimplantares, induzido por bactérias e caracterizado por eritema, edema e hemorragia à sondagem. Por outro lado, a periimplantite é uma patologia

infeciosa progressiva e irreversível, que envolve os tecidos moles e duros periimplantares. Os sinais clínicos incluem hemorragia, supuração e aumento da profundidade de sondagem (fig. 1), acompanhada por reabsorção óssea visualizada radiograficamente (figs. 2a, 2b, 4)2,5. Os valores de prevalência das periimplantites variam bastante, devido à discrepância das definições da doença, desenho dos estudos e do tamanho das populações usadas. Zitzmann e Berglundh (2008) mostraram uma variação de prevalência da periimplantite entre 28% e 56%2,5,6. A maioria dos protocolos de tratamento publicados baseia-se, principalmente, nos tratamentos usados para a periodontite, pois sabe-se que a colonização das superfícies dentárias e periimplantares seguem cursos semelhantes1.

Caso clínico I Paciente do sexo feminino, não fumadora, 38 anos de idade, com periodontite crónica moderada. Foi referida para tratamento periodontal. Apresentava periimplantite do implante 15.

Fig. 1. Profundidade de sondagem inicial.

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b Fig. 2, a-b. Perda óssea radiográfica inicial (cerca de 7 mm); perda óssea radiográfica inicial.

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Fig. 3. Abordagem cirúrgica para desbridamento e descontaminação dos tecidos periimplantares (vista vestibular).

Caso clínico II Paciente do sexo masculino, não fumador, 42 anos de idade. Apresentava periimplantite do implante 25.

Fig. 4. Perda óssea radiográfica inicial.

Fig. 5. Abordagem cirúrgica para desbridamento e descontaminação dos tecidos periimplantares (vista vestibular).

Abordagem no tratamento das infeções periimplantares Mombelli e Lang (1992) propuseram um protocolo de terapia de suporte interceptiva e cumulativa (CIST). Este inclui uma sequência de tratamentos que depende do diagnóstico clinico e radiográfico e engloba estratégias cumulativas, sendo os seus quatro passos dependentes uns dos outros, conforme o grau de complexidade da lesão, que vão desde a aplicação de antisépticos no caso de mucosite, até procedimentos mais invasivos que envolvem uma abordagem

cirúrgica ressectiva ou regenerativa, ou até remoção do implante7,8. Mais recentemente, têm sido descritas inúmeras modalidades de tratamento das infeções periimplantares, que recorrem a abordagens não cirúrgicas ou ao acesso cirúrgico e ao desbridamento dos tecidos, com o recurso a variados instrumentos e substâncias. Para além do desbridamento

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mecânico dos tecidos periimplantares, é fundamental realizar a descontaminação da superfície exposta do implante e/ou remoção das espiras do mesmo9. Esta descontaminação pode ser mecânica, através do uso de jatos abrasivos e escova de titânio, química, com o uso de ácidos, de digluconato de clorohexidina ou de solução salina, ou ainda recorrendo à irradiação com laser. Como coadjuvante, pode fazer-se o tratamento antimicrobiano através da aplicação tópica ou toma sistémica de antibióticos2,10.

mente a sua camada mais superficial, resultando numa diminuição da energia de superfície e consequentemente uma diminuição da inserção tecidular2.

Ainda assim, apesar dos estudos feitos sobre estes métodos de descontaminação, não se conseguiu identificar o gold standard3.

Leonhardt et al. (2003) publicaram estudos de caso, a longo prazo, em que o acesso cirúrgico para o tratamento da periimplantite foi avaliado e constatou-se uma resolução da doença periimplantar em 58% dos implantes e, em alguns casos, observaram ganho do nível ósseo. Foi também interessante observar que se perderam sete de 26 implantes e em quatro dos 19 implantes remanescentes, houve progressão da doença. Heitz-Mayfield et al. (2012) avaliaram o protocolo cirúrgico associado à descontaminação da superfície dos implantes, através do uso de curetas e solução salina estéril, com a toma coadjuvante de antibióticos, e concluíram ser uma opção de tratamento eficaz, com resultados benéficos aos três e 12 meses após o tratamento3.

Na literatura científica, demonstram-se efeitos clínicos benéficos, observados através da resolução da inflamação ou seja, pela diminuição da hemorragia à sondagem, profundidade de sondagem e ganho do nível de inserção clínico. Contudo, a quantidade de regeneração óssea documentada tal como a re-osteointegração têm sido questionadas. Alguns estudos mostram que a placa bacteriana pode alterar as características da superfície do implante, nomeada-

Atualmente, é consensual que quando o tratamento não cirúrgico não resolve a lesão inflamatória, recomenda-se uma cirurgia de retalho, pois esta irá permitir uma remoção adequada do tecido de granulação e a descontaminação da superfície do implante (figs. 5 e 6, a-b)11,3.

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b Fig. 6, a-b. Desbridamento mecânico; evidente perda óssea periimplantar.

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Métodos de descontaminação das superfícies implantares •Clorohexidina e ácidos A clorohexidina (fig. 7) considera-se o gold standard dos antissépticos orais, sendo amplamente usada e mostrando um largo espectro de ação antibacteriana, incluindo micro-organismos Gram-negativos e Gram-positivos. Esta substância, quando comparada em estudos in vivo com outros antissépticos, nomeadamente o hipoclorito de sódio, peróxido de hidrogénio, óleos essenciais e ácido cítrico, mostra benefícios na redução da carga bacteriana na superfície de titânio dos implantes e por isso pode favorecer o tratamento da periimplantite. Outras vantagens são a sua biocompatibilidade e substantividade, o que leva a uma ação prolongada no tempo11.

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ções possíveis para estas conclusões, podem ter a ver com o facto da clorohexidina ter capacidade bactericida, mas não apresentar capacidade de remover o biofilme da superfície do implante ou também devido à concentração de 0,12% ser muito baixa para reduzir o número de colónias bacterianas formadas na superfície do implante, não levando a efeitos clínicos11. Num estudo duplamente cego, controlado, de Waal et al. (2014), avaliaram-se os efeitos clínicos, radiográficos e microbiológicos da descontaminação da superfície implantar durante a abordagem cirúrgica e comparou-se a solução de clorohexidina a 2% e a 0,12% + 0,05% de cloreto de cetilpiridino. Neste caso, avaliaram-se 44 pacientes (108 implantes) com periimplantite no início do estudo e aos três, seis e 12 meses após o tratamento. Ambas as descontaminações resultaram numa redução da quantidade das bactérias anaeróbias e melhorias clínicas e radiográficas, sem se encontrarem diferenças significativas entre os dois grupos12.

Num estudo duplamente cego de Waal et al. (2013), com 30 pacientes (79 implantes) com periimplantite, fez-se cirurgia ressectiva, que envolvia reposição apical do retalho, osteoplastia, desbridamento e descontaminação dos tecidos e da superfície dos implantes. Nessa descontaminação foi usado, no grupo teste, 0,12% de CHX (clorohexidina) + 0,05% CPC (cloreto de cetilpiridino) e, no grupo controlo, uma solução placebo. Registaram-se os parâmetros clínicos, microbiológicos e radiográficos antes do tratamento e aos três, seis e 12 meses após tratamento. Perderam-se nove implantes, em dois pacientes no grupo placebo, devido a periimplantite persistente. Porém, constatou-se que em ambos os grupos houve uma diminuição da carga bacteriana, sendo que no grupo teste essa redução foi maior. Apesar disso, não houve diferença entre os dois grupos, nos parâmetros clínicos de hemorragia, supuração, profundidade de sondagem e perda óssea radiográfica ao longo do tempo. Sendo assim, concluiu-se que a descontaminação realizada no grupo teste, durante a cirurgia ressectiva, apesar de proporcionar uma supressão imediata de bactérias anaeróbias existentes na superfície implantar, não se traduz em resultados clínicos ou radiográficos superiores. Explica-

Outro ácido frequentemente usado para o tratamento da superfície implantar é o ácido ortofosfórico (fig. 8), que segundo Tastepe et al. (2013) tem a capacidade de descontaminar eficazmente as superfícies implantares afetadas, aquando da abordagem cirúrgica14.

Fig. 7. Aplicação de clorohexidina em gel.

Fig. 8. Aplicação de ácido ortofosfórico.

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Num estudo de Ungvári et al. (2010), compararam-se os efeitos de três soluções desinfetantes diferentes para descontaminação da superfície implantar: o peróxido de hidrogénio a 3%, o ácido cítrico saturado (pH = 1) e o gel de clorohexidina (1%). Avaliou-se a estrutura química e a rugosidade da superfície, bem como a adesão e proliferação das células humanas epiteliais. A resposta das células epiteliais foi semelhante nos dois grupos, sendo ligeiramente mais alta no grupo de uso de peróxido de hidrogénio, que mostrou uma ligeira melhoria no crescimento das células epiteliais13.


•Jatos abrasivos Os jatos abrasivos têm sido usados, há vários anos, para a remoção da placa bacteriana das superfícies dentárias, e têm sido igualmente sugeridos para o tratamento das infeções periimplantares. O principal efeito colateral desta técnica é a possível alteração microscópica da superfície do implante, sendo que estas modificações são influenciadas pela natureza, tamanho e composição das partículas do jato. Estas alterações são especialmente observadas com o uso do bicarbonato de sódio (figs. 9 e 11b)15. De forma a contornar este efeito, tem-se sugerido o uso da glicina (figs. 10 e 11a) devido à sua densidade particular maior (2.16 g/3 cm) em relação ao jato de bicarbonato de sódio (1.61 g/3 cm)16. Neste caso, o jato de glicina, devido à densidade das suas partículas, não apresenta mudanças na rugosidade da superfície implantar quando comparado com o jato de bicarbonato, sendo assim menos abrasivo15. Toma et al. (2014) fizeram um estudo em que compararam, após o acesso cirúrgico e o desbridamento mecânico dos tecidos, o uso de jato de glicina e a irrigação com solução salina. Avaliaram o índice gengival (IG), o índice de placa (IP), a profundidade de sondagem (PS) e a perda óssea (PO).

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Após um período de 12 meses, o grupo em que foi aplicado o jato de glicina mostrou benefícios em relação ao IG e à PS. Também mostrou melhor resposta na frequência de situações de periimplantite recorrente comparativamente ao grupo controlo (8% versus 25%, respetivamente). No entanto, os grupos falharam na estabilização da doença, pois houve episódios de mucosite em ambos. Para além das melhorias clínicas, o jato de glicina não provoca modificações severas na superfície implantar nem alterações na adesão dos fibroblastos16. Num estudo in vitro, Cochis et al. (2013) tentaram avaliar as alterações induzidas pelo jato de glicina na superfície de implantes e adicionalmente a recolonização bacteriana, quando comparado com o jato de bicarbonato e constataram que o jato de glicina é menos agressivo, sendo mais favorável o seu uso. Para além disso, parece desempenhar um papel mais ativo na inibição da recolonização bacteriana a curto prazo (24 horas)4. Recentemente, tem-se utilizado outra substância no jato abrasivo, o eritritol. Alguns estudos mostram a sua eficácia na remoção do biofilme in vivo e in vitro. Num estudo in vitro de Drago et al. (2014) juntou-se o eritritol que tem capacidade de interromper a integridade estrutural do biofilme, à propriedade antimicrobiana da clorohexidina e observou-se a eficácia desta combinação na descontaminação implantar17.

Fig. 9. Jato de bicarbonato de sódio.

Fig. 10. Jato de glicina.

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b Figs. 11, a-b. Jatos de glicina e de bicarbonato.

• Antibióticos Com base em estudos realizados até à data, observa-se uma cicatrização dos tecidos periimplantares inflamados, quando existe o uso simultâneo de terapia antibiótica e o desbridamento mecânico da superfície do implante. Estudos de Renvert et al. (2006 e 2008) e Salvi et al. (2007) mostraram que o uso de 1 mg de minociclina de libertação local, associado ao desbridamento mecânico, levou a uma melhoria da inflamação. Por outro lado, Buchter et al. (2004) mostraram que a libertação local de doxiciclina, associada ao tratamento convencional, é eficaz na abordagem da periimplantite. Também Heitz-Mayfield et al. (2012) observaram que a administração sistémica de amoxicilina e metronidazol promove a cicatrização dos tecidos inflamados periimplantares, após o desbridamento cirúrgico. Porém, o critério de seleção do tipo e dosagem do antibiótico usado e a via de administração não é consensual5. • Laser Vários tipos de laser utilizam-se no tratamento da periimplantite. O laser de CO2 e diodo tem mostrado sucesso na descontaminação da superfície implantar e o laser ND YAG (neodymium-

doped yttrium aluminium garnet) mostra um efeito bactericida com baixa intensidade, tal como o laser ER YAG (erbium-doped yttrium aluminium garnet), sendo usados com sucesso nos tratamentos cirúrgico e não cirúrgico da periimplantite. Num estudo de Papadopoulos et al. (2015) avaliaram-se 19 pacientes. Estes dividiram-se em dois grupos, e em ambos fez-se uma abordagem cirúrgica com desbridamento mecânico mas em apenas um grupo aplicou-se laser diodo. Avaliaram-se parâmetros clinicos na baseline, aos três meses e aos seis meses após o tratamento. Aos três meses após o tratamento, houve uma diminuição da profundidade de sondagem de 1,19 mm para o grupo controlo e de 1,38 mm para o grupo laser. Relativamente à hemorragia, a sondagem foi de 72,9% e de 66,7%, respetivamente. Estas alterações foram significativas e mantiveram-se ao longos dos seis meses após o tratamento. A redução do nível de inserção clínico apenas se mostrou significativa no grupo laser. Ambos os métodos mostraram-se eficazes no tratamento da periimplantite, sendo que o acesso cirúrgico com desbridamento mecânico, por si só mostra melhorias significativas, sendo que a aplicação adicional de laser diodo não parece trazer efeito benéfico extra18.

Conclusões Ao longo dos últimos tempos têm vindo a ser propostas muitas estratégias de tratamento da periimplantite, que é considerada a maior complicação biológica que pode surgir nos implantes dentários. As diferentes abordagens para a sua resolução apresentam pouca evidência científica, quer na sua indicação, quer nos seus resultados a longo prazo. Apesar da ausência de guidelines bem definidas, considera-se a descontaminação da superfície implantar um fator chave para a obtenção de bons resultados no tratamento da periimplantite. Dentro dos diversos métodos de descontaminação, ainda não existe evidência da superioridade de uma técnica em relação a qualquer outra.

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Caso clínico I - periimplantite do implante 15

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Fig. 12, a-b-c. Após a abordagem cirúrgica, o desbridamento e a descontaminação implantar.

Caso clínico II - periimplantite do implante 25

a

b

c

Fig. 13, a-b-c. Um mês após a abordagem cirúrgica, o desbridamento e a descontaminação implantar.

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Reabilitações complexas em dissilicato de lítio sobre dentes e implantes A propósito de um caso clínico

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Médico dentista. Licenciado pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP). Pós-graduado em Implantologia pelo Centro de Formação Fernando Almeida. Pós-graduado em Cirurgia Oral Avançada e Enxertos Autógenos pela ImplantBrazil. Atualmente em residência clínica de Dentisteria e Reabilitação Estética pela Foramen Dental Education. Ex-colaborador externo da disciplina de Dentisteria Operatória na FMDUP. Porto -

Paulo Alexandre Carvalho

Introdução Nos últimos anos temos assistido a um aumento exponencial do uso do dissilicato de lítio nas nossas reabilitações. É, de facto, um material em voga por ter vindo preencher uma lacuna no que diz respeito aos materiais selecionáveis. O seu óptimo índice de refração ótico confere-lhe uma translucidez excelente para reabilitações em zona estética5,6, ao

qual se alia uma elevada resistência (índice de resistência à flexão situado entre 360 e 400 MPa), permitindo assim o uso deste material até em zonas posteriores com restaurações monolíticas bastante estéticas1,2,3,4,7,11. O sistema IPS e.max® Ivoclar conta já com uma compilação de 10 anos de estudos clínicos que apontam para uma taxa de sobrevivência

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de 96,6%10. Estudos in vitro comprovaram o sucesso do material no seu uso em restaurações aparafusadas sobre implantes8,9, pelo que este se apresenta como uma hipótese totalmente válida e completa para reabilitações complexas sobre dentes e implantes, como a seguir se ilustra com um caso clínico.

Caso clínico Paciente do sexo masculino, 47 anos, fumador e sem patologias sistémicas relevantes, apresentou-se com extensas ausências dentárias no maxilar superior, tendo somente quatro dentes remanescentes: 13, 12, 22 e 23. Visando uma reabilitação oral fixa e atendendo à estabilidade periodontal dos elementos remanescentes, optou-se por manter esses dentes e evitar o vulgo protocolo total maxilar sobre implantes, de maneira a que a reabilitação fosse mais confortável e higienizável para o paciente. A análise da tomografia computadorizada do maxilar superior revelou a existência de disponibilidade óssea suficiente para a colocação de implantes nas zonas estratégicas, à exceção do primeiro quadrante que teria de ser regenerado a nível horizontal. Após este planeamento cirúrgico e protético, iniciou-se a fase cirúrgica. Colocaram-se seis implantes internos UF DIO nas posições 16, 14, 11, 21, 24 e 26. Para contornar a insuficiente largura da crista na posição do 14, efetuou-se uma expansão óssea recorrendo a incisões com piezoeléctrico (Satelec) e a expansão lenta e sequencial com expansores rosqueáveis DIO. Na zona incisiva, de modo a

Fig. 1. Situação intraoral inicial.

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potenciar o contorno dos tecidos moles e a papila central, realizou-se um enxerto de tecido conjuntivo subepitelial colhido do retalho palatino do segundo quadrante. A provisionalização deste caso foi feita em duas fases distintas. Na primeira, imediatamente após a cirurgia, para não fazer carga imediata sobre os implantes nem arriscar o traumatismo duma prótese removível, confecionou-se uma ponte provisória de 14 a 24 apoiada sobre os dentes remanescentes que foram talhados o mínimo possível. Após três meses, procedeu-se a novo set de provisórios com pontes aparafusadas de 14 a 16 e de 24 a 26 e coroas provisórias unitárias de 13 a 23 sobre dentes e implantes. Este novo set procurava melhorar os perfis de emergência e a qualidade dos tecidos moles, visando já ser o mais semelhante possível com a reabilitação definitiva. Desta forma, foi possível comunicar com o paciente e corresponder às suas exigências estéticas, bem como transmitir aos técnicos de prótese todos os dados oclusais e os parâmetros estéticos necessários. Para isso, o recurso a fotografias foi importante, mas mais fulcral ainda foi a transferência para articulador semiajustável Artex dos próprios provisórios aquando da reabilitação definitiva. Decorridos seis meses da cirurgia, instalou-se a reabilitação definitiva: pontes posteriores sobre implantes de 14 a 16 e de 24 a 26, e coroas unitárias de 13 a 23 sobre dentes e implantes. O material eleito foi o dissilicato de lítio (IPS e.max® Ivoclar), na zona posterior em espessura total e na zona anterior recoberto por cerâmica feldespática. Considerou-se que este material poderia conferir a resistência necessária e em simultâneo tirar o maior partido da sua alta translucidez para obter um resultado altamente estético. No caso das coroas sobre implantes, a estrutura de dissilicato de lítio injetou-se diretamente sobre os pilares definitivos em titânio.

Fig. 2. Sorriso inicial.


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Fig. 3. TAC do primeiro quadrante.

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Fig. 4. Incisões para split crest.

Fig. 5. Expansores auto-rosqueáveis.

Fig. 6. Implante no 14 com expansão da crista.

Fig. 7. Enxerto de conjuntivo.

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Fig. 8. Ponte provisória.

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Fig. 9. Segundo set de provisórios.

Fig. 10. Perfil de emergência após seis meses.

Fig. 11. Momento da impressão definitiva.

Fig. 12. Impressão definitiva.

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Figs. 13 e 14. Trabalho laboratorial definitivo.

Figs. 15 e 16. Situação intraoral final.

Fig. 17. Sorriso final.

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Fig. 18. Ortopantomografia final.

Conclusão A seleção do dissilicato de lítio como material restaurador em reabilitações complexas mostra-se uma opção muito válida por conseguir aliar as suas propriedades estéticas a uma resistência funcional muito superior às demais cerâmicas. Apesar da já vasta bibliografia existente sobre o material, mais estudos continuarão a surgir e desmistificarão algum ceticismo que ainda existe em torno deste material numa ótica funcional. A abordagem adotada neste caso clínico pautou-se por ser conservadora ao preservar as peças dentárias remanescentes num quadro clínico no qual normalmente se sacrificam para a realização duma reabilitação total sobre implantes, conferindo ao paciente uma reabilitação final mais estética, higienizável e confortável do ponto de vista propriocetivo. Porém, sacrificou-se mais esmalte do que gostaria ao talhar os dentes para coroas com o objetivo de conseguir provisionalizar sem sacrificar os implantes durante a osteointegração. Tentou-se, por isso, desgastar o mínimo possível, pelo que, no geral, se revelou uma opção que satisfez o médico e o paciente.

Agradecimento: O autor dedica à ceramista Sónia Almeida um agradecimento especial pelo empenho e talento empregues na parte laboratorial.

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Reabilitação maxilar implanto-suportada imediata A propósito de um caso clínico

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André Lima Roque Médico dentista. Licenciado em Medicina Dentária pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte. Especializado nas áreas de implantologia e reabilitação oral. Docente no Instituto Superior da Maia e no Centro de Formação FA. Rosana Mendes Médica dentista. Aluna do doutoramento em Medicina Dentária da Universidade do Porto. Frequência de cursos de estratificação e restaurações estéticas. Prática clínica generalista na Clínica de Medicina Dentária dos Carvalhos. Fernando Almeida Médico dentista. Doutorado pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto. Administrador da Clínica Dentária Infante Sagres, da Clínica de Medicina Dentária dos Carvalhos, do Laboratório de Prótese Dentária (Labdent) e do Centro de Formação FA. Porto.

André Lima Roque

Introdução A perda da dentição natural tem um forte impacto na qualidade de vida dos doentes, uma vez que determina mudanças importantes no sistema mastigatório, que incluem problemas fonéticos e nutricionais, insuficiência mastigatória, distúrbios temporomandibulares (DTM) e disfagia. Para além disso, a qualidade de vida pode ser severamente com-

prometida pela perda dentária que afeta a estética e expressão facial1. A história médica e dentária, bem como o exame clínico extra e intraoral de pacientes parcialmente edêntulos, muitas vezes revelam uma enorme variedade na morfologia da cavidade

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oral. Como resultado, cada paciente deve ser tratado de forma diferente, pela forma mais adequada, o que irá assegurar a melhor função e o conforto2. Desde que Bränemark descobriu a osteointegracão do titânio, na década de sessenta, os implantes dentários têm-se tornado numa modalidade de tratamento com resultados previsíveis e promissores3. A possibilidade de reabilitar imediatamente após uma cirurgia de implantes é, hoje em dia, uma das vantagens mais aliciantes para os pacientes que se sujeitam a este tipo de procedimento4. Existe uma extensa discussão na literatura sobre qual é o momento ideal para a colocação de implantes após a extração dentária e atribuem-se vantagens e desvantagens aos diferentes protocolos. Implantes imediatos, colocados no momento das exodontias dos dentes comprometidos, é um tratamento com alta taxa de sucesso. Este tipo de procedimento tem uma boa aceitação por parte do paciente uma vez que diminui o número de intervenções cirúrgicas e o tempo de reabilitação; sendo vantagens relativamente à abordagem convencional5,6,7. Apesar das vantagens e cuidados enumerados e da alta taxa de sobrevivência, existem complicações pós-operatórias descritas na literatura, tais como: recessão gengival e reabsorção óssea, que se tornam num compromisso estético. Por isso, é importante que a extração dentária seja o mais atraumática possível, que haja um respeito máximo pela conser-

vação do osso alveolar cortical e uma curetagem alveolar completa que possibilite a remoção de todo o tecido patológico7. Há muitas vezes a necessidade de proceder a regeneração óssea complementar no mesmo tempo cirúrgico de forma a evitar ao máximo complicações e obter os melhores resultados estéticos. Sempre que o caso clínico permite carga imediata, ou seja a possibilidade da colocação da prótese provisória fixa aos implantes recém colocados, os pacientes ficam mais satisfeitos, uma vez que se evita o desconforto físico e emocional de usar uma prótese removível provisória.5 Segundo Malchiodi et al., a taxa de sucesso para implantes imediatos com carga imediata é de 95,7% comparativamente a implantes convencionais com carga imediata de 98%. Apesar do valor da taxa de sucesso ser menor, o autor considera não haver diferenças significativas entre os dois métodos8. É imperativo avaliar a presença de fatores fundamentais para o sucesso clínico da carga imediata: 1) seleção do doente; 2) estabilidade primária do implante; 3) conexão rígida entre múltiplos implantes; 4) passividade da estrutura protética; 5) oclusão. No presente artigo apresentamos uma reabilitação total superior imediata suportada por seis implantes, com o propósito de descrever um protocolo de execução de prótese total superior aparafusada com carga imediata.

Caso clínico (descrição do método)

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Paciente do sexo feminino, 53 anos de idade, não fumadora. Apresenta, no que diz respeito à saúde geral, hipertensão controlada e refluxo gastro-esofágico. O motivo da consulta e o

primeiro pedido foi “orçamento para implantes”. Efetuou-se exame clínico intra e extraoral, exame radiográfico (ortopantomografia), registo fotográfico e impressões para posteriores modelos de estudo.

Fig. 1. Ortopantomografia inicial.

Fig. 2. Fotografia do sorriso.

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Na sequência do exame radiográfico foram detetadas: ausência de vários dentes maxilares e mandibulares, restaurações extensas e infiltradas em alguns dentes remanescentes, lesões periapicais nos dentes do segundo sextante, restos radiculares e uma perda óssea considerável. O exame clínico intra e extraoral identificou alguns problemas: higiene oral precária, periodontite leve generalizada. Na análise do sorriso detetaram-se diastemas, desvio da linha média, sorriso gengival e diminuição da dimensão vertical de oclusão (DVO), que são desafios na reabilitação prostodôntica. Os espaços edêntulos estavam reabilitados com próteses parciais removíveis, que provocaram uma estomatite protética, bastante evidente nas fotografias intraorais oclusais.

Decisão clínica, tratamentos propostos e efetuados Trata-se de um caso clínico complexo, que engloba um tratamento multidisciplinar. Iniciamos com tratamento periodontal de suporte. Desde 2010 que Wasdorp et al. defendem um risco

limitado (equiparável aos implantes sem doença periodontal) dentro de um protocolo estrito de manutenção periodontal prévio à cirurgia de implantes e controlos rigorosos pós-cirúrgicos, com manutenção controlada após a reabilitação. Após o controlo periodontal e o estudo do caso clínico, propôs-se efetuar uma Tomografia Axial Computadorizada (TAC) com reconstrução 3D bimaxilar para avaliação da disponibilidade óssea para, desta forma, poder elaborar um plano de tratamento de acordo com a quantidade e qualidade óssea disponíveis. Apresentaram-se dois planos de tratamento: • Um plano de tratamento menos invasivo, que visava manter o máximo de dentes naturais. Envolvia tratamento endodôntico radical de vários dentes, coroas fixas sobre os mesmos, implantes nas zonas edêntulas e poderia ainda contemplar tratamentos cirúrgicos muco-periodontais, tais como gengivectomia, de forma a diminuir o sorriso gengival e possíveis enxertos de tecido conjuntivo para modelar os perfis de emergência gengivais.

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Fig. 3, a-d. Fotografias intraorais: a) oclusal superior; b) oclusal inferior; c) frontal; d) laterais com abrebocas.

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• No segundo plano de tratamento, propôs-se a exodontia dos dentes maxilares, colocação de seis implantes, com possível reabilitação total imediata, sendo ainda a paciente informada que poderiam ser necessários tratamentos cirúrgicos muco-periodontais, tais como regeneração óssea guiada (ROG) e regeneração tecidular guiada (RTG) nas zonas edêntulas para aumento de volume, e possíveis enxertos de tecido conjuntivo para modelar os perfis de emergência gengivais.

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Após estar informada e esclarecida dos dois planos de tratamento, a paciente, consciente das vantagens e desvantagens de cada um, optou pelo segundo plano de tratamento, uma solução mais invasiva, mas que ia de encontro aos seus objetivos. Sobre os modelos de trabalho, montados em articulador com ajuda do registo de mordida, efetuou-se um enceramento de diagnóstico. O facto de existirem vários dentes remanescentes facilitou o processo, na medida em que foram referências anatómicas. É importante o uso de arco facial (fig. 4) para fazer o registo oclusal de acordo com os planos faciais, o que permite maior rigor na montagem de dentes num correto plano oclusal e oclusão apropriada. Esta montagem de dentes permitiu a confeção de um mock-up baseado no enceramento de diagnóstico efetuado no modelo de estudo, como se pode ver nas figuras 5 e 6. . Com base na montagem de dentes, o laboratório confecionou uma prótese acrílica provisória para ser adaptada em boca aos pilares provisórios aparafusados aos implantes, no mesmo momento da cirurgia. Foram colocados seis implantes Nobel® Replace distribuídos pela arcada superior de acordo com a disponibilidade óssea e a melhor distribuição de cargas possível. Todos os implantes apresentaram uma estabilidade de pelo menos 35 N, pelo que os pilares Multi-unit puderam ser apertados com o torque final (35 N) e os respetivos pilares de titânio provisórios aparafusados a 15 N.

Fig. 4. Arco facial.

Figs. 5 e 6. Mock-up superior colocado em boca.

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Na prótese provisória efetuaram-se perfurações na zonas dos pilares provisórios, sendo ajustada e rebasada em boca. Os acabamentos e o polimento da mesma fizeram-se em laboratório, de forma a garantir superfícies lisas e polidas. Neste acabamento, um dos aspetos mais importantes é o contorno basal da prótese, uma vez que está assente na mucosa e, portanto, em contacto com zonas de cicatrização.

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Por esse motivo e de forma a evitar complicações pós-operatórias, o contorno basal deve ser o mais convexo possível para evitar a acumulação bacteriana e permitir ainda a modelação dos tecidos moles. Já passados três meses, efetuou-se uma impressão ferulizada, para garantir a estabilização posicional dos implantes no modelo de trabalho e posterior passividade da prótese. A sequência fotográfica seguinte mostra prova de dentes e prova de metal, que precederam a reabilitação definitiva.

b

Fig. 7, a-b. Provisórios.

Figs. 8 e 9. Fotografia intraoral oclusal superior e inferior aos 120 dias, já com os pilares de impressão e ferulização dos pilares de transferência em duralay.

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Figs. 10 e 11. Fotografia em sorriso e repouso da prova de dentes superiores.

Figs. 12 e 13. Fotografia intraoral frontal da prova de metal.

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Fig. 14, a-c. Fotografias finais da reabilitação total superior.

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Fig. 15. Ortopantomografia final.

Discussão e conclusão A elevada taxa de sucesso de reabilitações fixas implanto-suportadas, e os bons resultados obtidos, faz com que seja uma possibilidade terapêutica de eleição para o doente. Por vezes mais invasiva, mais difícil e até com algumas limitações estéticas, mas ainda assim de primeira escolha para o doente. Os implantes imediatos com carga imediata permitem a resolução de casos clínicos num curto espaço de tempo, o que se torna vantajoso para o conforto do paciente. Desde que sejam respeitadas as bases do protocolo cirúrgico/protético, a aplicação dos implantes com carga imediata é segura e permite obter excelentes resultados estético-funcionais. A restauração de problemas funcionais deve ser delineada e estudada previamente. Não existe um tratamento ideal de reabilitação protética, existem várias possibilidades de tratamento, e a sua aplicação varia de acordo com o paciente. Neste caso, existiam condições ósseas favoráveis para a colocação de implantes imediatos, e a estabilidade dos mesmos possibilitaram ainda reabilitar de forma fixa e imediata sem complicações acrescidas, permitindo desde esse ponto a modelação favorável dos tecidos moles para a reabilitação final.

Bibliografia 1. Mollaoglu N, Alpar R. The effect of dental profile on daily functions of the elderly. Clin Oral Investig 2005; 9(3): 137-40. 2. Ntala PC, Niarchou AP, Polyzois GL, Frangou MJ. Screening of edentulous patients in a dental school population using the prosthodontic diagnostic index. Gerodontology 2009. 3. Scala R, Ghensi P, Cucchi A, Pistoia E. Postextraction implant placement with immediate provisionalisation and finalisation, using a simplified technique: technical notes and a case report. Open Dent J, 2012. 6: p. 164-9. 4. Sandor GKB, Carmichel RP. Dental implants in children, adolescents and young adults. Atlas Oral Maxillofac Surg Clin North Am. 2008; 16: 49-59. 5. Penarrocha-Diago M et al. A retrospective comparison of 1,022 implants: immediate versus nonimmediate. Int J Oral Maxillofac Implants, 2012. 27(2): p. 421-7. 6. Muhamad AH, Azzaldeen A, Aspasia SA, Nikos K. Implants into fresh extraction site: A literature review, case immediate placement report. Journal of Dental Implants, 2013. Vol 3 (Issue 2).

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7. Cooper LF, Rahman A, Moriarty J et al. Immediate mandibular rehabilitation with endosseous implants: simultaneous extraction, implant placement, and loading. Int J Oral Maxillofac Implants 2002; 17: 517-525. 8. Malchiodi L, Ghensi P, Cucchi A, Corrocher G. A comparative retrospective study of immediately loaded implants in postextraction sites versus healed sites: results after 6 to 7 years in the maxilla. Int J Oral Maxillofac Implants, 2011. 26(2): p. 373-84. 9. Moghaddam AS, Radafshar G, Taramsari M, Darabi E. Long-term survival rate of teeth receiving multidisciplinary endodontic, periodontal and prosthodontic treatments. J Oral Rehab. 2014; 41(3) 236-242. 10. Park J-H, Park S, Lee K, Yun K-D, Lim H-P. Antagonist wear of three Cad-Cam anatomic contour zirconia ceramics. J Prosthetic Dent. 2014; 111(1) 20-29. 11. Setzer FC, Kim S. Comparison of long-term survival of implants and endodontically treated teeth. J Dental Res. 2014; 93(1) 19-26. 12. Waasdorp JA, Evian CI, Mandracchia M. Immediate placement of implants into infected sites: a systematic review of the literature. Journal of Periodontology. 2010; 81(6) 801-808. 13. Zitzmann NU, Krastl G, Hecker H, Walter C, Waltimo T, Weiger R. Strategic considerations in treatment planning: deciding when to treat, extract, or replace a questionable tooth. J Prosthetic Dent. 2010; 104(2) 80-91.


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Ponto de vista

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Ricardo Faria e Almeida Médico dentista. Presidente da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes. Porto.

A implantologia oral: o que nos reserva o futuro? Todos concordamos que, desde as descobertas de P.I. Bränemark, a Medicina Dentária sofreu uma profunda transformação no tipo de tratamentos e opções terapêuticas que podemos disponibilizar aos nossos pacientes. Na verdade, a partir desse momento uma nova opção de tratamento, inovadora à data, foi apresentada com resultados previsíveis.

perfícies dos implantes e a novos meios de diagnóstico. Chegou-se à época 3D, onde supostamente tudo é possível de alcançar e os limites deixaram de existir. Será verdade? Será que todas estas inovações nos permitem pensar que os limites não existem? Que futuro nos espera?

Sendo certo que a evolução foi rápida e prometedora, permitindo-nos executar tratamentos com níveis de previsibilidaNo entanto, desde esse tempo até aos nossos dias, o camide altíssimos, não é menos verdade que os fracassos continho foi longo e nem sempre pacífico. nuam a existir. Desde complicações estéticas a periimplantites, passando por fraturas de compoA implantologia de hoje resultou de uma nentes protéticos, entre outras, são váSendo certo que a evolução contínua evolução baseada no conhecirias as situações de fracasso. foi rápida e prometedora, mento científico, sempre acompanhado permitindo-nos executar do conhecimento clínico. Nos anos 70, a É neste contexto que vivemos hoje, tratamentos com níveis maioria dos tratamentos nesta área eram onde temos que estar conscientes que de previsibilidade altíssimos, executados sem qualquer protocolo, baaquilo que parecia não ter limites, afinão é menos verdade que seados no empirismo, resultando, por nal não o é, e tem as suas limitações. os fracassos continuam a existir isso, numa baixa previsibilidade dos mesA forma como lidamos com esta consmos. Mais tarde, nos anos 80, os tratatatação poderá servir para ajudar-nos mentos foram sendo protocolados e iniciou-se uma implana evoluir e consequentemente a dar aos nossos pacientes tologia guiada pela prótese, ampliando as suas indicações e melhores tratamentos. acompanhadas por técnicas regenerativas inovadoras. Nos anos 90 generalizou-se e deixou de ser um tratamento efeÉ neste cenário que devemos preparar-nos para um futuro tuado apenas por especialistas. Passou a estar assente em diferente, que encerra um grau de exigência cada vez maior e objetivos estéticos, aliando a osteointegração, mas fundaonde todos devemos estar habilitados para enfrentar esses mentalmente o restabelecimento de uma estética adequada e, novos desafios. Já não basta saber executar um determinado se possível, com todos os procedimentos realizados no mestratamento, mas sim ter a capacidade e o conhecimento para, mo dia. perante casos de fracasso, sabermos dar resposta aos nossos pacientes. Tudo isto resultou de um maior conhecimento científico, mas também de um avanço tecnológico, associado a novas su Esta será a grande diferença que marcará a nova década.

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Calendário de cursos CIRURGIA

Curso de cirurgia piezoelétrica A Euroteknika Ibéria tem programada uma série de cursos com a colaboração de oradores de renome. Um deles é dedicado à cirurgia piezoelétrica com lentes de precisão e conta com Martín Gotusso como orientador. O programa formativo decorre, ao longo do ano, em diferentes pontos de Espanha. As próximas sessões estão agendadas nas Asturias (25 de setembro), Santiago de Compostela (23 de outubro) e San Sebastián (13 de novembro). Euroteknika. (0034) 931 516 273 - euroteknika@euroteknika.es - www.euroteknika.es

CIRURGIA

Cirurgia reconstrutiva A Euroteknika Ibéria organiza no próximo dia 20 de novembro no Hospital Dental Arturo Soria, em Madrid (Espanha), um curso de cirurgia reconstrutiva, orientado por Juan Lara Chao e José Luis Domínguez-Mompell Micó. Esta formação centrar-se-á nas atrofias maxilo-mandibulares e na sua reconstrução mediante auto-enxerto ósseo da zona retromolar mandibular, através de uma cirurgia com retransmissão em direto. Euroteknika. (0034) 931 516 273 - euroteknika@euroteknika.es - www.euroteknika.es

ENDODONTIA

Título de especialista em endodontia A CEOdont (Grupo Ceosa) organiza este curso, orientado pelo médico dentista Juan Manuel Liñares Sixto e destinado a pós-graduados que queiram iniciar-se ou aperfeiçoar os seus conhecimentos em endodontia. O programa desta formação consta dos seguintes módulos: • 1. Abertura cameral e preparação de condutos; de 24 a 26 de setembro. • 2. Instrumentação mecânica; de 15 a 17 de outubro. • 3. Obturação de condutos radiculares; de 19 a 21 de novembro. • 4. Restauração após a endodontia; de 17 a 19 de dezembro. CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

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Calendário de cursos

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ESTÉTICA

ESTÉTICA

Desafios da cerâmica pura

Título de especialista em estética dentária

O técnico Luís Fonseca realiza nos dias 16 e 17 de outubro, em Lisboa, mais uma edição do curso “Desafios da cerâmica pura”, em que demonstrará, usando diversas técnicas e materiais, as qualidades da cerâmica de estratificação de Luís Fonseca. alta estética IPS e.max Ceram. O programa prevê, entre outros pontos, a estratificação de dois incisivos e o recurso à técnica de maquilhagem para um resultado de grande naturalidade. IPS e.max Ceram proporciona resultados estéticos com dispersão de luz de acordo com a natureza do dente natural e uma relação equilibrada entre o brilho e a cromagem.

A CEOdont (Grupo Ceosa) celebra uma nova edição deste curso. Eis os próximos módulos do programa: • 2. Cirurgia plástica periodontal; 10 e 11 deste mês. • 3. Cirurgia mucogengival e estética; 11 e 12 de setembro. • 4. Restauração com compósitos I; 23 e 24 de outubro. • 5. Restauração com compósitos II; 27 e 28 de novembro. • 6. Capas de porcelana I; de 21 a 23 de janeiro de 2016. • 7. Capas de porcelana II; de 25 a 27 de fevereiro de 2016. • 8. Coroas de recobrimento total; 1 e 2 de abril de 2016. • 8. Curso teórico-prático na Universidade de Nova Iorque; junho de 2016.

Ivoclar Vivadent. icde.es@ivoclarvivadent.com - www.ivoclarvivadent.es

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

ESTÉTICA

IMPLANTOLOGIA

Restaurações anteriores estéticas

Cursos intensivos de implantologia

As instalações da DSL - Dental Solutions Lab, com sede em Vila Nova de Gaia, vão acolher nos próximos dias 2 e 3 de outubro um curso centrado na temática Oleg Blashkiv. “Restaurações anteriores estéticas”, orientado pelo técnico Oleg Blashkiv. No âmbito desta formação, serão abordadas todas as possibilidades que o sistema IPS e.max oferece quanto à opalescência, translucidez e luminosidade, assim como as características e propriedades biomecânicas deste material, além de analisar diferentes técnicas.

A AB Implantes está a realizar, ao longo do ano, uma série de cursos intensivos de implantologia (de iniciaciação e avançado) com o fim de transmitir toda a informação teórica e prática necessária à cirurgia implantológica. Com quatro diferentes formadores e ao longo de seis dias intensos, os participantes irão adquirir os conhecimentos fundamentais nesta área. Os cursos decorrem nas instalações do Oralklass Education Center, no Porto. As próximas edições estão agendadas para as seguintes datas: de 13 a 18 deste mês (avançado), de 14 a 19 de setembro (iniciação) e de 16 a 21 de novembro (avançado).

Ivoclar Vivadent. icde.es@ivoclarvivadent.com - www.ivoclarvivadent.es

Douromed. 224 152 279 - geral@douromed.com

IMPLANTOLOGIA

IMPLANTOLOGIA

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Título de especialista em cirurgia e prótese sobre implantes

Cirurgia e prótese sobre implantes

A CEOdont (Grupo Ceosa) prepara uma nova edição deste curso, sob a orientação de Mariano Sanz Alonso e José de Rábago Vega, e com a colaboração de Bertil Friberg. O programa inicia-se em meados de 2016, de acordo com o seguinte calendário: • 1. Diagnóstico e plano de tratamento; de 14 a 16 de abril. • 2. Cirurgia sobre implantes; de 19 a 21 de maio. • 3. Prótese sobre implantes; de 16 a 18 de junho. • 4. Curso de enxerto ósseo e elevação de seio; de 7 a 9 de julho. • 5. Curso clínico-prático com pacientes (opcional); data a combinar.

A SDS/Mis Portugal vai organizar de 17 a 23 de outubro próximo, em Vila Nova de Gaia, um curso de cirurgia e prótese sobre implantes, que conta com o seguinte quadro docente: Nuno Pereira, Diana Ribeiro, José Sá Lopes, Sérgio Martins e Gabriela Pereira. O objetivo desta formação é transmitir conhecimentos teóricos, cirúrgicos e protésicos fundamentais de modo a poder diagnosticar, planificar e reabilitar com implantes, desdentados parciais e totais. O programa também incidirá na prática cirúrgica e protética em implantologia.

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

SDS. 214 175 017 - info@sds.pt

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IMPLANTOLOGIA

ORTODONTIA

Blocos modulares em implantologia oral

Especialista em ortodontia funcional, aparatologia fixa e autoligado

No âmbito do programa de formação que delineou para o corrente ano, a Euroteknika Ibéria organiza entre os dias 4 e 10 do próximo mês de outubro, no IDEDA Instituto Dental de Santo Domingo (República Dominicana), uma série de blocos modulares em implantologia clínica. O quadro docente é composto pelos médicos dentistas Víctor Granda, José María Contreras e René A. Palma. Durante a residência clínica, os participantes terão a oportunidade de colocar entre 15 e 20 implantes Naturactis em pacientes reais.

A Ortocervera prepara uma nova edição desta pós-graduação, com os seguintes cursos: • 1. Cefalometria e meios de diagnóstico; de 24 a 26 de setembro. • 2. Estudo da classe I; de 22 a 24 de outubro. • 3. Cimentado e biomecânica; de 12 a 14 de novembro. • 4. Estudo da classe II; de 10 a 12 de dezembro. • 5. Estudo da classe III; de 14 a 16 de janeiro de 2016. • 6. Diagnóstico atual e introdução ao autoligado estético; de 11 a 13 de fevereiro de 2016. • 7. Biomecânica avançada multidisciplinar; de 3 a 5 de março de 2016. • 8. Incluídos, agenesias, reabsorções e ortodontia em pacientes periodontais; de 7 a 9 de abril de 2016.

Euroteknika. (0034) 931 516 273 - euroteknika@euroteknika.es - www.euroteknika.es

Ortocervera. (0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa - www.ortocervera.com

VÁRIOS

PERIODONTIA

Cursos práticos de periodontia

Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS

O Instituto Casan leva a cabo um novo ciclo de cursos práticos de periodontia, que decorre na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Ciências Médicas de Villa Clara, em Cuba, sob a orientação de Mitdray Corrales Álvarez, chefe do Serviço de Periodontia da referida faculdade cubana. Os participantes poderão realizar cirurgias periodontais ressectivas e regenerativas para o tratamento de bolsas periodontais, vestibuloplastias, usar biomateriais em periodontia e proceder a alongamentos coronários, etc.

A Ortocervera organiza este curso, ministrado por Mónica Simón Pardell em Madrid (Espanha), que transmite formação personalizada para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS, protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algorritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado.

Instituto Casan. (0034) 918 586 594 - info@institutocasan.net

Ortocervera. (0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

Em ol espanh

Calendário de cursos

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Biblioteca Multimédia

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Congressos e reuniões

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Próximo congresso da SPDOF realiza-se em março de 2016

22º congresso da SPO celebra-se em outubro

28ª reunião anual da SPODF vai ter lugar em Cascais

O segundo congresso da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) vai ter lugar nos dias 18 e 19 de março do próximo ano, nas instalações do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz (ISCSEM), no Monte da Caparica (Lisboa). Depois da bem sucedida estreia em Coimbra, a SPDOF es pera que o congresso de 2016 possa atrair ao Campus Universitário do ISCSEM centenas de profissionais de diferentes quadrantes da saúde, que terão a oportunidade de atualizar os seus conhecimentos numa área que desperta particular interesse no contexto médico global.

A 22ª edição do congresso anual da Sociedade Portuguesa de Ortodontia (SPO) vai decorrer de 7 a 10 de outubro próximo, num hotel rural da região do Douro. Subordinada ao tema “Ortodontia estética: arquitetando sorrisos”, esta edição do encontro contará com a participação de oradores nacionais e internacionais de renome, entre os quais se incluem Valter Ossamu, Reginaldo Trevisi Zanelato, José Barros e Sérgio Terçarolli. A comissão organizadora, a cargo das médicas dentistas Ana Paula Guarniero e Elsa Arcanjo, antecipa um excelente programa científico que irá proporcionar interessantes atualizações na especialidade de ortodontia.

A próxima reunião científica anual da Sociedade Por tuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) já tem data e local marcados: vai decorrer de 14 a 16 de abril do próximo ano, em Cascais. A 28ª edição deste evento será dedicada a temática “Tratamento ortodôntico integrado: estratégias e conceitos clínicos” e conta com a médica dentista Anabela Pereira como presidente da comissão científica. O programa científico da reunião tem já confirmado como principal conferencista Richard Roblee, cuja intervenção se centrará no papel da ortodontia na gestão in terdisciplinar dos dilemas estéticos.

www.spdof.pt

www.spodf.pt www.spo2015.sportodontia.pt

Lisboa acolhe congresso internacional de implantologia da SENAME

35º congresso da SPEMD agendado para outubro

Congresso anual da OMD regressa a Lisboa

O próximo congresso da Associação de Implantologia e Medicina Dentária Moderna do Sul da Europa, Norte de África e Oriente Médio (SENAME, na sigla em inglês) vai ter lugar de 17 a 19 setembro, no Centro de Congressos do Estoril (Lisboa). Sob o tema “O futuro da Medicina Dentária”, o encontro contará com conferencistas de renome de 16 nacionalidades, que farão uma atualização sobre as temáticas mais inovadoras do setor dentário. De acordo com a organização deste evento, esperam-se entre 600 e 1.000 congressistas, 40 por cento dos quais oriundos do estrangeiro.

A 35ª edição do congresso anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) realiza-se nos dias 9 e 10 de outubro, no Centro de Congressos do Lagoas Park, em Oeiras (Lisboa). A comissão organizadora do encontro deste ano, presidida por Bruno Seabra, antecipa um programa ambicioso e abrangente que incluirá, para além da componente científica e de formação, aspetos relacionados com a gestão, o marketing e a saúde dos profissionais. Esta edição contará, de novo, com a participação de todos os intervenientes do setor dentário.

O 24º congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) celebra-se de 12 a 14 do próximo mês de novembro. O maior certame da área da saúde em Portugal estreia-se este ano no Meo Arena, em Lisboa, com um renovado programa de excelência científica. Estão confirmados no congresso alguns dos mais prestigiados médicos dentistas internacionais, nomeadamente os italianos Maurizio Tonetti, Mauro Merli e Marco Mozzati, os brasileiros Reinaldo Missaka, Sidney Kina e Ewerton Nocchi, os norte-americanos Dan Bills e German Gallucci, e o espanhol Oscar Martín.

www.spemd.pt

www.omd.pt

www.lisbonsename2015.com

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Oral-B organiza seminário científico

Jornadas BTI Day

Londres acolhe em setembro encontro da DENTSPLY GAC

A Oral-B celebra no dia 16 deste mês, no Porto, um seminário científico para médicos dentistas e higienistas orais. Os participantes terão a oportunidade de conhecer a visão prática de Alfredo Aragüés, Rui Figueiredo e Francisco Barbosa sobre as últimas tendências em periodontia e cirurgia oral com enfoques multidisciplinares. Os participantes terão acesso ao último estudo científico em torno dos benefícios do fluoruro de estanho estabilizado em dentífricos de uso diário para a abordagem da gengivite, da periodontite e da sensibilidade dentinária.

O Biotechnology Institute (BTI) celebra no próximo mês de novembro, pelo terceiro ano consecutivo, as jornadas científicas BTI Day. Este encontro, que conta com a participação de oradores de renome, visa partilhar com os profissionais do setor dentário os mais recentes avanços e desenvolvimentos científicos da marca. As jornadas BTI Day vão decorrer nas cidades espanholas de Vitoria e Madrid nos dias 14 e 21 de novembro, respetivamente.

Depois do encontro realizado em Madrid (Espanha), com a presença de oradores internacionais de renome como Antonino Shecchi, Rafaelle Spena e Primitivo Roig, entre outros, a DENTSPLY GAC repete o evento “Comprometidos com a ortodontia” (DENTSPLY GAC Summit CCO) no próximo dia 26 de setembro, desta vez em Londres (Reino Unido). O programa inclui um convívio no terraço do Grange St. Sky Bar, com vista para o centro da capital britânica.

portugal@oralbprofesional.com

Congressos e reuniões

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www.dentsplygac.eu www.btiday.com

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Novidades da indústria

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Novo portfólio de scanners

Novo modelo de cadeira XP4 224 152 279 - www.douromed.com

(0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.com

A Douromed apresenta o novo modelo de cadeira da Swident: XP4. Com todas as suas altas qualidades, a cadeira XP4 constitui um avanço a nível funcional e ergonómico dos modelos anteriores. Este equipamento é uma jóia que contém todos os valores com os quais a Swident construiu todo o seu sucesso: confiabilidade, inovação, design, funcionalidade, segurança e ótimo desempenho. O principal objetivo da Douromed é oferecer produtos e serviços de excelência, e este equipamento garante o cumprimento dessas promessas. A XP4 foi pensada para todos os profissionais que querem o melhor da tecnologia disponível, um desenho moderno e de fácil interação entre o dentista, o paciente e o assistente. A empresa garante que estará a 100 por cento, em qualquer momento, na clínica dos seus clientes. Os equipamentos Swident ajudam os profissionais do setor a tirar o melhor partido da sua consulta.

A Wieland Dental, companhia do grupo Ivoclar Vivadent que durante muitos anos cooperou com a 3Shape, empresa especializada em scanners 3D e so luções de software Cad-Cam, tem à disposição um portfólio de scanners modernizado e tecnicamente melhorado. Entre os novos equipamentos para laboratórios totalmente digitais, destaca-se o scanner multicor D1000, cujas linhas LED projetam-se sobre a superfície a escanear, através de algoritmos, para produzir modelos de superfície. Na mesma categoria de laboratórios, o novo scanner S2000, de alto rendimento, permite escanear a parte superior e inferior da mandíbula ao mesmo tempo. Com este sofisticado aparelho basta um único processo de escaneado para conseguir a restauração completa.

Fio em pasta Expazen

Panorâmico Hyperion X5 219 112 730 - www.inibsa.pt

A Inibsa Dental lançou no mercado português o inovador Expazen. Trata-se do primeiro fio em pasta que consegue a mesma qualidade de abertura que o fio retrator, mas sem os inconvenientes deste último. O novo produto atua ao cabo de um a dois minutos, embora o fio em pasta possa conservar-se no sulco até 12 minutos, e eliminar-se no momento desejado pelo profissional. Esta flexibilidade na utilização do produto é uma das novidades mais interessantes do Expazen. Graças à sua viscosidade, consegue-se uma alta precisão para abrir eficazmente o sulco sem danificar a fixação epitelial. A cápsula é inovadora e ergonómica, com um desenho exclusivo e equipada com uma boquilha de diâmetro ideal, que nunca penetra no sulco.

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800 201 192 - www.casa-schmidt.pt

A Casa Schmidt apresenta em exclusivo o panorâmico de reduzidas dimensões Hyperion X5, fabricado pela Myray. Trata-se de um equipamento caracterizado por uma alta qualidade ao serviço da clínica dentária e por um desenho refinado, limpo, essencial e ultracompacto. Graças ao seu reduzido tamanho, o Hyperion X5 pode instalar-se em qualquer consultório. Neste equipamento a tecnologia mais inovadora e os automatismos próprios do dispositivo unem-se para dar vida a panorâmicas de grande qualidade. Asseguram-se diagnósticos precisos para as distintas exigências, tanto para adultos como para crianças, bem como programas essenciais para cobrir todas as necessidades.


Solução digital Exocad DentalCad

Novidades da indústria

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Sistema de barra P17 www.dentsplyimplants.com

220 927 540 / 410 - info@abimplantes.com

A DENTSPLY Implants continua a ampliar a sua oferta de produtos em termos de soluções digitais. Desta vez, a novidade prende-se com os pilares Atlantis, específicos para cada paciente, que veem a sua conetividade melhorada através de Exocad DentalCad. Este último desenvolvimento permite aos laboratórios dentários melhorarem o fluxo de trabalho, oferendo um valor acrescido ao nível da redução de custos e otimização do processo de pedido.

A AB Implantes lançou o novo sistema de barra P17. Trata-se de um dispositivo simples e estável que permite, através de um pequeno número de componentes, que os implantes sejam ligados entre si para dar estabilidade à carga imediata. O sistema é composto por ligações especialmente concebidas para a montagem sobre os implantes e uma barra que facilmente se adapta para a posição dos conetores. A barra pode ligar-se aos implantes e à restauração, sem ajuda de um laboratório dentário.

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Novidades da indústria

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Unidade de fresado Zenotec Select Ion

Ortopantomógrafo Rayscan Alpha Plus (0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.com

229 773 040 - comercial@ravagnanidental-portugal.com

A Wieland Dental, empresa do grupo Ivoclar Vivadent, tem à disposição dos laboratórios do setor a unidade de fresado Zenotec Select Ion. Graças ao intercambiador de oito discos, este equipamento oferece uma restauração altamente produtiva e excecional. A inovação principal prende-se com o ionizador. O ar comprimido ionizado dirige-se às ferramentas e materiais através de boquilhas durante a operação, e neutraliza a carga estática. As partículas acrílicas podem evacuar-se convenientemente.

A Ravagnani Dental apresenta aos profissionais do setor o novo ortopantomógrafo Rayscan Alpha Plus. Trata-se do último avanço tecnológico na área da radiologia extraoral digital. Este equipamento está dotado de diversas novidades tecnológicas, tais como: câmara integrada para monitorização, para que o clínico nunca perca de vista o seu paciente; a visualização sempre presente da área de exposição na face do paciente, e um tamanho de profundidade de campo visual que vai desde 3 x 3 cm a 16 x 10 cm. Na cefalometria atinge o limite de 17 x 15 cm a 33 x 33 cm. O seu interface gráfico intuitivo permite a poupança de tempo e liberdade na escolha da forma de aquisição. Tem pontos diferenciadores, nomeadamente a redução do tempo de exposição para apenas 4,9 segundos, tornando-o o mais rápido do mercado, sem descurar a alta qualidade da imagem. A Ravagnani Dental tem à disposição dos profissionais todo o know-how de uma empresa experiente que assegura a melhor qualidade e satisfação do seu cliente.

Material de enchimento Admira Fusion x-tra

Sistema de obturação automático Genesys info@voco.com - www.voco.com

O Admira Fusion x-tra, que viabiliza forças de incremento de até 4 mm com valores físicos absolutamente idênticos, vem complementar o sistema de enchimento universal de base puramente cerâmica Admira Fusion. A variante fast-track convence pela baixa retração volumétrica e a biocompatibilidade extraordinária. O manuseamento é igualmente facilitado pela cor universal U que permite resultados estéticos na zona dos dentes posteriores, mediante a adaptação camaleónica ao tecido dentário envolvente. O Admira Fusion x-tra está disponível em seringas rotativas e cápsulas para aplicação direta.

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224 152 279 - www.douromed.com

A Douromed tem à disposição do setor este novo equipamento da Meta Biomed. O Genesys é um sistema de obturação automático, simples, fácil e rápido de usar. Com um desenho ergonómico, este dispositivo, sem fios, possui uma bateria de ion-lítio de alta capacidade. Atinge uma grande performance na atuação de calor e uma rotação de 360 graus, sem ser necessário retirar a ponta.


Bien-Air lança campanha de verão

Malo Clinic instala-se na Alemanha

A Bien-Air tem em marcha, até ao final do próximo mês de setembro, uma campanha especial de verão, ao abrigo da qual oferece aos profissionais do setor novas e interessantes promoções em torno das suas mais recentes novidades. Entre os produtos abrangidos por esta campanha figuram a nova turbina Campanha da Bien-Air prossegue Tornado, os contra-ângulos Evo 15, os sistemas Op até ao próximo mês de setembro. tima e iOptima, para além dos motores de implantes da gama Chiropro, junto com os instrumentos tradicionais da marca, de última geração. Além disso, a Bien-Air adotou um sistema de centralização de stocks, dando aos clientes um prazo mais rápido de resposta e entrega dos seus pedidos.

A Malo Clinic abriu, no passado mês de maio, a sua primeira clínica na Alemanha, em parceria com o médico dentista alemão Bernd Quantius. “Operarmos na Alemanha foi um passo importante e essencial na nossa estratégia. É um mercado com enorme Nova clínica é liderada pelo médico dentista potencial de crescimento”, afirmou Paulo alemão Bernd Quantius (à direita na foto). Malo, administrador do grupo, que considera Bernd Quantius “um excelente profissional, pelo que estou confiante que a Malo Clinic Mönchengladbach será um sucesso”. Ainda no âmbito da inauguração, a equipa da Malo Clinic realizou, em Mönchengladbach, uma cirurgia ao vivo para cirurgiões orais.

(0034) 934 253 040 - comercial@bienair.com - www.club-bienair.com

www.maloclinics.com

Ivoclar Vivadent solidária com vítimas do Nepal

Simpósio reúne em Sevilha mais de 300 participantes

Numa iniciativa solidária, dirigida aos nepaleses que ficaram desalojados devido ao terramoto na região dos Himalayas, a Ivoclar Vivadent AG fez uma doação de 100.000 francos suíços para ajuda imediata à Cruz Vermelha do Liechtenstein, organização que presta apoio, no terreno, aos sobreviventes deste recente desastre natural. A empresa está em contacto com o seu representante local e a Associação Dentária do Nepal, e proporcionará assistência para o restabelecimento dos serviços de saúde oral naquele país. O Nepal, um dos países más pobres do mundo, sofreu um poderoso sismo de magnitude 7,8, que sacudiu parte do país, no passado dia 25 de abril, provocando mais de 7.000 vítimas mortais e uma devastação extrema. Tratou-se do terramoto de maior intensidade registado naquela nação asiática nos últimos 80 anos.

A terceira edição do simpósio Cerec e Inlab, que decorreu nos passados dias 15 e 16 de maio em Sevilha (Espanha), “foi um sucesso retumbante”, de acordo com a organização do encontro, que esteve a cargo das empresas Henry Schein e Sirona. Participantes tiveram oportunidade de assistir O simpósio, centrado na área das tecnologias a vários workshops e palestras. Cad-Cam, contou com a participação de mais de 300 profissionais do setor dentário, que tiveram oportunidade de assistir a vários workshops e palestras, onde se apresentaram as técnicas mais recentes em todo o tipo de intervenções – cirurgia, diagnóstico, etc. – com o objetivo de melhorar a qualidade e a rapidez dos tratamentos.

(0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.es

www.henryschein.pt

Dentaleader marca presença no oitavo congresso da SPED

Euroteknika Ibéria participa em reuniões espanholas do setor

A oitava edição do congresso da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária (SPED) realizou-se nos passados dias 29 e 30 de maio, em Aveiro. A Dentaleader participou no encontro mediante a organização do curso “Técnicas de impressão, desenho e fresagem por Cad-Cam A partir da esquerda, os gestores da empresa com sistema Lyra”. Tiago Dias, Nuno Gonçalves e Elsa Sousa, A empresa, que continua a ampliar o seu catáe Pedro Silva, responsável de vendas. logo para oferecer um serviço integral ao médico dentista, aproveitou esta ocasião para apresentar as suas novidades, nomeadamente o renovado equipamento dentário Arco, da Fedesa, o sistema de sedação consciente MasterFlux, da Tecno Gaz, o scanner de placas de fósforo CS 7200, da Carestream, ou o laser cirúrgico Fona, entre outros.

A Euroteknika Ibéria vai participar nas próximas reuniões do setor dentário do país vizinho. Nos dias 9 a 11 de outubro, a empresa estará presente na 45ª reunião anual da Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica (SEPES), que vai decorrer em Sevilha, onde ocupará o stand nº 30, que terá à disposição dos congressistas a nova gama de implantes Plus. Além disso, organizará um workshop sobre “Colocação de implantes cónicos pós-exodontia em mandíbulas suínas desdentadas: sistema Naturactis”, orientado por Javier Herce López e Juan Garias Lepe. A Euroteknika Iberia também marcará presença na exposição comercial (stand nº 43) do 13º congresso nacional da Sociedade Espanhola de Cirurgia Bucal (SECIB), que se celebrará nos dias 29 a 31 de outubro, em Bilbau.

800 203 976 - www.dentaleader.com

(0034) 931 516 273 - euroteknika@euroteknika.es - www.euroteknika.es MAXILLARIS JULHO 2015

Página empresarial

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Página empresarial

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Fundação Eduardo Anitua acolhe apresentação de livro

CEOdont conclui formação especializada em endodontia

A Fundação Eduardo Anitua acolheu recentemente, nas suas instalações de Vitória (Espanha), a apresentação do livro – em língua espanhola – intitulado "Cocinar para vivir. Cómo cocinar para prevenir el cáncer". A partir da esquerda, Eduardo Anitua, O ato contou com a presença do médico Fernando Fombellida e Andoni Luis Aduriz. Fernando Fombellida e do chef Andoni Luis Aduriz, autores da obra, e foi apresentado pelo médico dentista Eduardo Anitua. A alimentação assume um papel importante tanto no desenvolvimento como na prevenção de doenças, nomeadamente do foro cancerígeno. A nova publicação espanhola põe ao alcance de todos a informação científica mais avançada em relação à alimentação, à nutrição e ao cancro.

Terminou com êxito a primeira edição do título de especialista em endodontia que decorreu em Madrid (Espanha), nas instalações da CEOdont (Grupo CEOSA). Esta formação contou com a colaboração do médico dentista espanhol Juan Manuel Liñares Sixto. Participantes do curso que decorreu em Madrid. Durante a cerimónia de encerramento, os alunos receberam das mãos do seu orientador os diplomas correspondeentes ao título. A CEOdont (Grupo CEOSA) prepara a segunda edição deste curso, que se iniciará no próximo dia 24 de setembro, na capital espanhola.

www.bti-biotechnologyinstitute.com

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

Ortocervera celebra cursos na República Dominicana

Plénido Dental tem nova coordenadora de programas

No passado pasado mês de maio, o médico dentista espanhol Albert Cervera orientou, na República Dominicana, uma série de cursos com o fim de introduzir a sua técnica naquele país. Os participantes tiveram oportunidaAlunos e professores do curso que decorreu de de assistir aos cursos “Biomecânica avanem Santo Domingo (República Dominicana). çada de baixa fricção e autoligado”, “Perder ancoragem: uma opção muito fácil” e “Brackets de autoligado e convencionais: vantagens e desvantagens, ação dos brackets orgânicos e sequências de arcos para corrigir a sobremordida”. Os cursos, que registaram uma grande adesão, celebraram-se na Universidade Autónoma de Santo Domingo e no Instituto Superior de Especialidades Odontológicas.

Samanta Jablonska acaba de integrar os quadros da Plénido Dental School como nova responsável de programas para os Campus de Barcelona e Madrid (Espanha). Com mais de 10 anos de experiência internacional e nacional como coordenadora de vários Samanta Jablonska. programas formativos, terá a seu cargo a gestão e o desenvolvimento de todos os programas de formação, impulsionar a comercialização e a internacionalização dos cursos, mestrados e monográficos, dar suporte aos oradores e alunos, e fomentar a comunidade dos mais de 2.000 profissionais que já se formaram na Plénido Dental School. Licenciada pela Universidade de Navarra (Espanha), Samanta Jablonska concluiu o mestrado em Marketing Digital e Social Media, e é trilingue em inglês, castelhano e polaco.

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

(0034) 914 485 335 - www.plenido.com

Sistema de implantes XIVE foi lançado há dez anos

Bien-Air apoia estudantes do setor

O sistema XIVE da DENTSPLY Implants conta já com dez anos a oferecer soluções restauradoras completas. Este sistema permite escolher o conceito de tratamento para cada caso: desde os espaços mais estreitos até às mandíbulas edêntulas completamente atrofiadas, em osso denso ou pouco denso, protocolos de uma ou duas fases, cicatrização submergida ou transgengival, carga imediata ou diferida. Esta liberdade de escolha, tanto cirúrgica como restauradora, baseia-se na combinação de algumas das extraordinárias características e Sistema XIVE da DENTSPLY Implants. benefícios do sistema XIVE.

A Bien-Air iniciou, no passado mês de maio, a campanha anual (ano letivo 2015-2016) destinada aos estudantes portugueses e espanhóis do setor dentário. A marca disponibiliza uma ampla gama de kits, a preços atrativos, para os futuros médicos dentistas. A campanha deste ano inclui a nova turbina Tornado, com ligação Unifix o Multiflex. Bien-Air disponibiliza kits para estudantes de Medicina Dentária. Sempre próxima dos estudantes, a Bien-Air assistirá de novo como patrocinador ao congresso dos estudantes de Medicina Dentária de Espanha, que se celebra este mês em Saragoça, durante o qual sorteará, entre os participantes, un pack com material da marca.

(0034) 012 285 254 - www.dentsplyimplants.com

(0034) 934 253 040 - www.bienair-students.com

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