MAXILLARIS Portugal Julho 2019

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Ciência e atualidade do setor dentário - ano XIV

Especial implantologia Falamos com...

6 de setembro na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa www.maxillaris.com/mxdaypt

Ponto de vista

Arthur Novaes Jr., médico dentista e professor da Universidade de São Paulo Francisco Brandão de Brito, presidente da comissão organizadora da reunião da SPPI

Nuno Cruz, presidente da Sociedade Portuguesa de Implantes e Osteointegração

crónica

Ciência e prática

• João Mouzinho • Vanessa Rocha Rodrigues • Nuno Menezes Gonçalves

Governo alertado para práticas publicitárias que lesam consumidores e médicos dentistas

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destaques

Ciência e atualidade do setor dentário - ano XIV

Crónica SPEMD tornou-se no passado dia 21 de junho numa instituição centenária.

Governo alertado para práticas publicitárias que lesam consumidores e médicos dentistas.

Especial implantologia ciência e prática

Falamos com... Arthur Novaes Jr., médico dentista e professor da Universidade de São Paulo (Brasil).

João Mouzinho: "Implantes em zircónia: seis anos de follow-up".

Francisco Brandão de Brito, presidente da comissão organizadora da reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI).

Vanessa Rocha Rodrigues: "Periimplantite: conceitos atuais".

ponto de vista Nuno Cruz, presidente da Sociedade Portuguesa de Implantologia e Osteointegração (SOPIO).

Nuno Menezes Gonçalves: "Preservação alveolar com a técnica Ice Cream Cone para posterior colocação de implante dentário".

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Workshop

O valor da 3ª dimensão no diagnóstico em Endodontia. CBCT, seeing is believing

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o Ponto de vista 30 Nuno Cruz, médico dentista e presidente da Sociedade Portuguesa de Implantes e Osteointegração (SOPIO).

sumário

o Ciência e prática o Crónica

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SPEMD tornou-se no passado dia 21 de junho uma instituição centenária.

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Governo alertado para práticas publicitárias que lesam consumidores e médicos dentistas.

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João Mouzinho: “Implantes em zircónia: seis anos de follow-up".

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Vanessa Rocha Rodrigues: “Periimplantite: conceitos atuais”.

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Nuno Menezes Gonçalves: “Preservação alveolar com a técnica Ice Cream Cone para posterior colocação de implante dentário”.

ESPECIAL IMPLANTOLOGIA o Falamos com...

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Arthur Novaes Jr., médico dentista e professor da Universidade de São Paulo (Brasil): “Talvez haja um exagero de extrações de dentes que poderiam ser tratados e preservados".

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Francisco Brandão de Brito, presidente da comissão organizadora da reunião anual da SPPI: “Queremos dar o nosso contributo científico ao congresso da EAO e oferecer aos nossos associados a possibilidade de poderem assistir às apresentações deste grande evento".

o Calendário

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Agenda de cursos para os profissionais e calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais.

o Novidades

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Produtos e equipamentos.

o Indústria

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Notícias de empresas.

A Maxillaris é uma marca registada a nível europeu pelo Departamento de Harmonização do Mercado Interior Europeu de Marcas e Desenhos com o Nº 003098449. Proprietário: Cyan Editores. Coordenador Edição Portuguesa: João Drago. portugal@maxillaris.com Publicidade: Maria João Miranda. comercialportugal@maxillaris.com Colaboradores: Gilberto Ferreira. João dos Santos. Maria Inês de Matos. Nuria Mauleón. Valéria Baptista Ferreira.

Comissão Científica: Jaime Guimarães (diretor científico). Ana Cristina Mano Azul. Francisco Brandão de Brito. Francisco Teixeira Barbosa. Gil Alcoforado. Isabel Poiares Baptista. José Bilhoto. José Pedro Figueiredo. Paulo Ribeiro de Melo. Rui Figueiredo. Susana Noronha. Consultor para a América Latina: Pérsio Mariani. REDAÇÃO: Rua Francisco Sanches, 122, 2O 1170-144 Lisboa • Tel./Fax: 218 874 085.

Edição online: www.maxillaris.com.pt Depósito Legal: M-44.552-2005. Assinatura anual: Portugal 35 €, resto 80 € . ISENTO DE REGISTO AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 DE 9/6 ART. 12o No 1

7.000 assinantes

• Periodicidade mensal. • A Maxillaris não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores. • Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito da Cyan Editores.

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Editorial

Como acontece todos os anos, a Maxillaris dedica boa parte da sua edição de julho à temática dos implantes e aos contornos desta especialidade, que continua a despertar paixões e aceso debate no seio da classe dos médicos dentistas. As páginas desta revista voltam, assim, a dar a conhecer a perspetiva de profissionais de renome sobre os avanços (e recuos) da implantologia dentária e divulgar casos clínicos que traduzem as últimas tendências em matéria de técnicas e tratamentos com implantes.

Implantologia: paixão e debate

Neste contexto, destacamos o interessante ponto de vista do médico dentista Nuno Cruz, presidente da Sociedade Portuguesa de Implantologia (SOPIO), desde a sua criação, em 2016, que alerta para o processo de digitalização que a sociedade em geral e o médico dentista em particular enfrentam. O também coordenador do Serviço de Medicina Dentária do Hospital da Luz Coimbra sustenta que este é o momento de pôr em prática os pilares básicos de um cirurgião: conhecimento, sentido crítico, tato e humildade. Por seu lado, o renomado docente universitário brasileiro Arthur Belém Novaes Jr., que será um dos oradores destacados do próximo congresso anual da European Association for Osseointegration (EAO), agendado para setembro, em Lisboa, dá-nos a sua opinião sobre a atual prática implantológica ao nível global, ao passo que Francisco Brandão de Brito antecipa, na qualidade de presidente da comissão organizadora, os pormenores da próxima reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI), que este ano se insere no programa do já referido encontro EAO Lisboa 2019. Uma série de casos clínicos que retratam várias facetas e/ou técnicas do tratamento com implantes – assinados por Nuno Menezes Gonçalves, João Mouzinho e Vanessa Rocha Rodrigues – completam o conteúdo deste monográfico cujo propósito não é mais do que oferecer um contributo para a formação e informação do foro implantológico. Esta edição assinala também a nossa habitual pausa de verão (a Maxillaris não se publica em agosto). Aproveitamos para dese­jar a todos os nossos leitores e anunciantes uma excelente época estival, sendo certo que no início de setembro regressaremos, não só com toda a atualidade do setor mas também com a inédita jornada MXDayDigital, que terá lugar (dia 6) na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, com a colaboração da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital (D2). Saiba mais e inscreva-se em: www.maxillaris.com/mxdaypt.

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Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com Subdiretor: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com Diretora Comercial: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com

índice

Chefe Divisão Multimédia: Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com

Acteon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

Coordenadora de projetos: Marta Esquinas marta.esquinas@maxillaris.com

Anthogyr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Redatores: María Santos e Diego Ibáñez. redaccion@maxillaris.com

Autrán Dental Academy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Serviços Administrativos: Inmaculada Barrio. administracion@maxillaris.com

BTI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

REDAÇÃO ESPANHA: C/ Clara del Rey, 30, bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 25 52 45

Centro de Formação FA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Edição online espanhola: www.maxillaris.com

Colgate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 e 81

Comissão Científica (edição espanhola): Javier García Fernández (diretor científico). Armando Badet de Mena. Baoluo Gao. Beatriz Giménez González. Blas Noguerol Rodríguez. Carlos Fernández Villares. Emilio Serena Rincón. Esther Nevado Rodríguez. Francisco Teixeira Barbosa. Germán Esparza Gómez. Héctor Tafalla Pastor. Jaime Jiménez García. Jaume Janer Suñé. Juan López Palafox. Luis Calatrava Larragán. Manuel Cueto Suárez. Marcela Bisheimer Chemez. María Rosa Mourelle Martínez. Rafael Flores Ruiz. Rafael Martín-Granizo López. Rui Figueiredo.

Dinâmica Inigualável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 GMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Henry Schein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 e 84 Ledosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Lusobionic . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 MX Day Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4, 5 e 20 Phibo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Ravagnani Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Fundadores: José Antonio Moyano e Marisol Martín. Diretor geral: Miguel Ángel Cañizares.

SPEMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Universidade de Lisboa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

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crónica SPEMD tornou-se no passado dia 21 de junho numa instituição centenária No passado dia 21 de junho fez 100 anos que a Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) foi fundada, em Lisboa, então como Sociedade Portuguesa de Estomatologia (SPE). Nessa precisa data de 1919, foi criada a SPE pelo Alvará nº 514/1919, tendo esta sido a primeira especialidade médica a organizar-se em sociedade cientifica. Foi fundada por uma comissão constituída pelos médicos Amor de Melo, Tiago Marques, Sacadura Falcão, Pereira Varela, Fernando Ferreira da Costa, Quartim Graça e Brito Ferreira e contava com três dezenas de associados. O espírito que presidiu à criação dos seus estatutos foi o de orientar e promover a formação científica, deontológica e ética dos seus membros, através da realização de palestras, cursos e congressos de alta qualidade. Durante décadas, a sociedade científica pugnou, junto das autoridades competentes, pela criação de ensino organizado, através da introdução na Faculdade de Medicina de uma disciplina de Estomatologia com currículo específico.

à população através da comemoração do Dia Mundial da Saúde Oral e da presença em eventos dedicados à saúde e em múltiplas provas desportivas, divulgando informações úteis de saúde e higiene oral. Aposta ainda no crescimento nacional e no reconhecimento público do Museu da Estomatologia e Medicina Dentária, instalado desde março de 2018 na sede nacional da SPEMD, em Lisboa. O auge das comemorações do centenário vai ter lugar nos dias 18 e 19 de outubro, no Seminário de Vilar (Porto), durante o congresso anual da sociedade científica. A efeméride vai ser assinalada de variadas formas, destacando-se duas: a edição de um livro sobre a história da SPEMD — mais concretamente uma reedição atualizada do livro que foi editado aquando dos 90 anos, da autoria de Carlos Portugal, ex-presidente da SPEMD — e o lançamento de uma medalha comemorativa.

A partir do início da década de 80 do século passado, com a integração de médicos dentistas, adotou a designação atual de SPEMD. Trata-se da mais antiga sociedade médica em atividade da Península Ibérica. A sua história vai no vigésimo terceiro presidente da direção. Projetos em curso Entre os projetos que a sociedade científica tem em curso, destacam-se a formação contínua de qualidade, o congresso anual, as comemorações de Santa Apolónia, bem como a atribuição do Selo de Reconhecimento SPEMD, o patrocínio científico a eventos e a publicação regular de uma revista científica. Por outro lado, há uma ligação crescente

Tiago Marques (1919-1945) e Fernando Ferreira da Costa (1945-1947), em primeiro plano na galeria dos presidentes (Museu de Estomatologia e Medicina Dentária), foram os primeiros a exercer a liderança da SPEMD.

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crónica

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Bastonário da OMD realça importância do setor privado em debate sobre políticas de saúde Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), participou no painel dedicado à saúde das Jornadas Parlamentares CDS/PP, que decorreram no dia 4 do passado mês de junho, no Porto. Estiveram presentes os deputados do CDS/PP e a própria presidente do partido, Assunção Cristas. Participaram igualmente a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, e o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, António Araújo. No âmbito da Medicina Dentária, Orlando Monteiro da Silva abordou dois problemas: a falta de acesso de grande parte da população aos cuidados de saúde oral, com uma profissão “quase orientada exclusivamente para a prática liberal”, financiada por pagamentos diretos das pessoas o que penaliza grande parte dos portugueses. “É preciso investimento público no setor privado da Medicina Dentária”. Experiência interessante O bastonário referiu que, nos últimos anos, o governo deu início à inserção de cuidados de Medicina Dentária no Serviço Nacional de Saúde (SNS), “uma experiência interessante, que acompanha outras existentes”, mas que tem fatores menos positivos. Desde logo, a ausência de uma carreira de Medicina Dentária. “Os médicos dentistas são contratados por empresas prestadoras de serviços, em condições obsoletas”, com a agravante de que “os centros de saúde mudam de profissionais todos os anos”. Na opinião do bastonário, “criar uma carreira é, por isso, um passo fundamental”. Orlando Monteiro da Silva explicou, por outro lado, que a qualidade da formação académica nacional não é suficiente para reter talentos e verifica-se que as faculdades estão já “a investir na atração de estudantes de outras nacionalidades”. Cerca de 35% dos estudantes são já estrangeiros: franceses, espanhóis, italianos, entre outros.

A partir da esquerda, António Araújo, presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Isabel Galriça Neto, deputada do CDS/PP (Comissão de Saúde), e Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas.

No que toca à visão da OMD em relação à saúde, o responsável lembrou que “esquecemo-nos de ver o sistema no todo”, no qual o setor “privado tem um papel importante, e vai continuar a ter, na prestação de cuidados de saúde, sobretudo preventivos e de reabilitação, e no acesso da população à saúde”. “O Estado deve servir para regular, que está a fazer de forma deficiente a vários níveis, e para financiar, que também está a fazer de forma deficiente, não sei se por défice ou por má distribuição de recursos”, constatou. Por fim, explicou que “há muitas formas de complementar o acesso à saúde sem ser exclusivamente pelo Serviço Nacional de Saúde”. Deu como exemplo o cheque-dentista, uma “experiência interessante de parceria público-privada”, que “poderia ser alargada a outras áreas, aproveitando a capacidade instalada no privado”. Neste sentido, “a combinação destas abordagens pode melhorar o acesso a cuidados de saúde”, concluiu Orlando Monteiro da Silva.

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Governo alertado para práticas publicitárias que lesam consumidores e médicos dentistas A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) pediu a intervenção do secretário de Estado da Defesa do Consumidor, João Torres, para impedir práticas publicitárias na área da saúde, em especial na saúde oral, que lesam consumidores e prestadores. Numa audiência no Ministério da Economia, a pedido da Ordem, efetuou-se uma exposição sobre práticas publicitárias na área da saúde lesivas do interesse dos consumidores e em particular dos destinatários da prestação de serviços no contexto da Medicina Dentária. A OMD apresentou exemplos concretos, nomeadamente no que respeita a seguros e planos de saúde na área da saúde oral. O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, salienta que encontrou da parte do secretário de Estado “disponibilidade para dar seguimento a algumas das preocupações transmitidas pela Ordem às entidades competentes na matéria, bem como daquelas que têm impacto no interesse do consumidor”. A OMD vai enviar um dossier estruturado, relatando diversas situações sinalizadas durante a audiência.

A denúncia foi feita pela OMD durante uma reunião com o secretário de Estado da Defesa do Consumidor, João Torres.

Orlando Monteiro da Silva liderou a equipa da Ordem presente na reunião que contou ainda com a presença de Ricardo Oliveira Pinto, vogal do Conselho Diretivo, Artur Lima, representante da Região Autónoma dos Açores no Conselho Diretivo e Filipa Carvalho Marques, diretora do Departamento Jurídico. Da parte do Ministério da Economia, além do secretário de Estado da Defesa do Consumidor, esteve também presente a sua adjunta Cristina Pinto.

Portugal marca presença no Fórum Mundial de Saúde Oral Pela primeira vez, e após mais de 20 anos de parceria, a Federação Dentária Mundial (FDI) e a Associação Americana de Medicina Dentária (ADA) fundem as suas reuniões num único congresso: o ADA FDI World Dental Congress. O evento terá lugar em São Francisco (EUA), entre 4 e 8 de setembro, e o programa já é conhecido. Entre cursos, conferências, workshops e reuniões, destaca-se o Fórum Mundial de Saúde Oral, no qual Portugal estará representado pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD). Partindo do mote “Cobertura universal de saúde: o bom, o mau e o necessário para a saúde oral”, o

bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, apresentará o tema “Integrar o médico dentista nos cuidados de saúde primários: o exemplo português”. Na sua intervenção, abordará o caminho percorrido pelos médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde, desde que arrancou a experiência piloto de integração da Medicina Dentária nos centros de saúde, em 2016. Este ano, o evento traz várias novidades, nomeadamente direcionadas para os profissionais mais jovens, designadamente um encontro organizado pelo Comité de Jovens Médicos Dentistas da ADA.

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PUBLIRREPORTAGEM Fernando Almeida, fundador e atual diretor clínico do Centro de Formação FA.

CENTRO DE FORMAÇÃO FA CELEBRA 20 ANOS DE EXISTÊNCIA

“Temos vindo aos poucos a consolidar e agregar novos cursos e temáticas” O Prof. Doutor Fernando Almeida, fundador e atual diretor clínico do Centro de Formação FA, faz o balanço dos 20 anos e traça as metas, a médio e longo prazo, deste espaço de referência em matéria de formação em Implantologia. O Centro de Formação FA celebra 20 anos de existência. Relembre, em breves palavras, o percurso deste espaço formativo de referência na área da implantologia? O Centro de Formação FA nasce pelo amor que tenho à prótese com e sem implantes e pelo gosto que tenho em ensinar. Ainda hoje leio com muita regularidade artigos científicos e acompanho estas áreas. Comecei por ser docente no Instituto Superior de Ciências de Saúde do Norte, nos anos 90. Entretanto, passei para o Instituto Superior de Ciências de Saúde do Sul (atual Egas Moniz) e pelo meio doutorei-me na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, com a tese “Contribuição para o estudo da carga imediata sobre implantes”. Ou seja, todo o meu percurso académico fez com que me apaixonasse pela área do ensino e daí ter nascido o Centro de Formação FA. Quais são, na sua opinião, as características mais destacadas do Centro de Formação FA? O nosso principal desafio é ter formadores o mais qualificados possível. A nossa equipa interna de formadores, bem como alguns dos formadores externos que trabalham connosco, têm o cuidado e, claro está, o interesse em estarem sempre atualizados. Isso faz com que a informação partilhada durante as nossas formações seja a mais atual, e utilizando as técnicas que melhor se destacam na execução de alguns tratamentos. No meio deste know-how, procuramos sempre apresentar aos formandos uma componente prática que possa ir ao encontro do que a literatura e os artigos científicos documentam.

Cada vez mais as novas tecnologias têm sido um apoio importantíssimo no dia a dia das clínicas dentárias e nós, enquanto centro de formação, tentamos transmitir essa importância e impulsionar a facilidade e importância de utilização das mesmas. Nas formações, utilizam-se cada vez mais scanners intraorais nos tratamentos de implantologia, bem como em casos de facetas e overlays. Esta ferramenta substitui (não será para todos os casos, mas para uma grande parte) os moldes convencionais. Também em conjunto com um parceiro estamos a fazer inlays e overlays na hora, recorrendo ao sistema Cerec. O acesso a estas tecnologias é claramente uma grande mais-valia para os formandos. Que cursos estão programados para o segundo semestre do ano? Em outubro vamos organizar dois cursos: um de Implantologia e outro de Reabilitação Oral. Estas formações serão diferentes das anteriores porque, pela primeira vez, vamos lecionar módulos duplos. Esta será uma formação composta por seis módulos e que terá a duração de quatro meses. Vamos tentar manter a intensidade de sempre, tanto na parte teórica como na vertente prática. Também em outubro irá realizar-se a sétima edição do curso de Cirurgia Mucogengival Estética Periodontal e Peri-implantar. Quais são as metas do Centro de Formação FA a médio e longo prazo? O objetivo passa por abrir o leque da nossa oferta em formações. Temos vindo aos poucos a consolidar e agregar novos cursos e temáticas. O curso de Cirurgia Mucogengival Estética Periodontal e Periimplantar tem vindo a afirmar-se (vamos a caminho da sétima edição) e tem sido um sucesso. Esta formação conta com a coordenação dos Drs. Paulo Carvalho, Helder Oliveira e Jorge André Cardoso. Estamos também a começar com uma Pós-graduação em Ortodontia Auto-Ligada, com a coordenação do Dr. Glauber Carinhena. É a nossa primeira experiência ao nível de formação em Ortodontia e estamos muito entusiasmados. Temos também em estudo a possibilidade de lançar novas formações, com novas parcerias. Em termos gerais, como comenta o atual panorama da formação em implantologia em Portugal? Há uma tendência para formações cada vez mais reduzidas, reduz-se a carga horária e isso não nos parece ser o melhor caminho, porque a Implantologia é uma área muito extensa e complexa.

O Centro de Formação FA agendou para outubro próximo um curso de Implantologia e outro de Reabilitação Oral, ambos compostos por seis módulos e com a duração de quatro meses.

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O encontro organizado em Madrid pela MAXILLARIS e a SEPES contou com 11 conferências e três workshops

A jornada MX Day SEPES Digital revela os detalhes da revolução tecnológica A Medicina Dentária digital não é o futuro mas sim o presente e neste processo global estão implicados tanto os clínicos como os técnicos de laboratório, as empresas do setor e os próprios pacientes. Com este conceito decorreu no passado dia 14 de junho a jornada MX Day SEPES Digital, na sede do Colegio de Dentistas de la I Región, em Madrid (Espanha). A aposta da MAXILLARIS e da Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica e Estética (SEPES) em mostrar um conhecimento atualizado e um nível clínico apto para o dia a dia das consultas traduziu-se em 11 conferências e três workshops, todos eles protagonizados por profissionais de renome. Neste contexto, também se contou com o envolvimento da indústria, concretamente estiveram representadas na qualidade de patrocinadores as firmas DGShape, Carestream, Henry Schein, Dynamic Abutment Solutions, 3Shape e Straumann – além disso, na exposição comercial participou ainda a empresa Icnodent. Durante a sessão da manhã intervieram David García Baeza (SEPES, “Tratamento do

setor anterior. Toma de decisões”), Rafael Jaén Calzado (DGShape, “Fluxo digital CADCAM na clínica dentária”), Giuliano Fragola — conferência e workshop – (Carestream, “A era da implantologia digital”), Irene García Martínez e Mercedes Robles Medina (SEPES, “Integração digital: scanners faciais e registo de movimentos mandibulares”) e Carlos Fernández Villares (MAXILLARIS, “A incorporação do digital numa clínica qualquer”). O período da tarde contou com as intervenções de Carlos Repullo – conferência e workshop – (Henry Schein, “Conexão digital entre radiologia 3D e CAD-CAM”) e Rafael Martín-Granizo López (MAXILLARIS, “Planificação 3D em deformidades dentofaciais. O adeus à cirurgia de modelos”), Esteban Xam-mar (Dynamic Abutment Solutions, “A passagem a digital, um salto no vazio?”), e Carlos Parra Rogel – conferência e workshop – (3Shape, “Abordagem cirúrgica prostodonticamente guiada com Implant Studio: cirurgias digitais para cirurgiões analógicos”), Jaime Jiménez García (MAXILLARIS, “Como evitar e tratar complicações em implantologia estética”) e Francisco Teixeira (Straumann, “Últimos avanços em fluxo digital”).

Miguel Ángel Cañizares, diretor da MAXILLARIS, deu as boas-vindas aos participantes da jornada.

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A jornada que decorreu no passado dia 14 de junho, em Madrid, traduziu-se em 11 conferências e três workshops, todos eles protagonizados por profissionais de renome.

Pilares básicos Para além dos detalhes de clínicos e técnicos de cada exposição – disponíveis no formato vídeo em www.maxillaris.com –, a jornada mostrou os pilares básicos sobre os quais assenta a Medicina Dentária digital. Assim, na reunião refletiram-se alguns conceitos

especialmente importantes; por exemplo, ficou claro que é preciso enfrentar a odontologia digital com prudência mas sem medo, procurando sempre a melhor assessoria possível; o ato de assumir os processos digitais não significa renunciar à Medicina Dentária convencional, visto que em muitos casos são perfeitamente compatíveis; o respeito pela biologia deve ser máximo tanto quando se trabalha de maneira digital como analógica; deve-se estar sempre atento ao que oferece a indústria, porque é o verdadeiro motor da revolução digital, e todos os passos que se derem têm de ser respaldados pela evidência científica.

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Ao finalizar a jornada, os cerca de 200 assistentes – de diferentes perfis profissionais – mostraram a sua satisfação pelo alto nível clínico deste encontro e por terem tido a oportunidade de aprender aspetos da odontologia digital que lhes tornarão mais simples o seu dia a dia. Tanto para a MAXILLARIS como para a SEPES este era o principal propósito da iniciativa, pelo que viram assim cumpridas as suas expectativas. Para aqueles que não puderam participar na jornada de Madrid, existe uma segunda oportunidade ao celebrar-se um novo MX Day Digital no próximo dia 6 de setembro, em Lisboa, neste caso em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital (D2) e o apoio da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Por outro lado, a reunião MX Day representou a primeira ação pública da nova etapa da revista, depois de se ter integrado na multinacional de origem italiana LSWR Group. A sua destacada presença na Europa nos âmbitos da comunicação e da formação permitirá que se aproveitem sinergias e a MAXILLARIS empreenda novas ações com o intuito de reforçar e elevar o nível de conhecimento do setor dentário.

O encontro reuniu em Madrid mais de 200 assistentes de diferentes perfis profissionais.

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Arthur Belém Novaes Jr.

médico dentista e professor da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Brasil)

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“Talvez haja um exagero de extrações de dentes que poderiam ser tratados e preservados” O médico dentista Arthur Belém Novaes Jr. será um dos oradores destacados do congresso anual da European Association for Osseointegration (EAO), que se celebra no próximo mês de setembro, em Lisboa. O renomado professor da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Brasil), que ajudou a programar o cartaz científico deste encontro, será um dos intervenientes na sessão “Brasil e amigos”, que conta com outros quatro oradores brasileiros, um israelita e a coordenação de um português. O objetivo da sessão é debater formas de conseguir melhores resultados estéticos com implantes na região anterior. Mas há outros temas do foro implantológico que despertam o interesse de Arthur Belém Novaes Jr.

Como encara a sua participação no congresso da EAO 2019, em Lisboa? Em primeiro lugar, gostaria de registar a minha satisfação por Lisboa ter sido escolhida para sede deste evento, já deveria ter acontecido. Em segundo, gostaria de agradecer o convite feito pelo doutor Gil Alcoforado para que eu fizesse parte da Comissão Científica. Trabalhamos por dois anos na programação científica do evento e tentámos inovar nos temas e nos nomes dos oradores e eu estou convicto de que conseguimos organizar um evento que será marcante na história da EAO.

Pode adiantar-nos um pouco qual vai ser o teor da sua intervenção no congresso? Como membro da Comissão Científica sugeri que fossem incluídos no programa alguns brasileiros e em especial uma sessão chamada “Brasil e amigos”, onde teremos um coordenador português, cinco conferencistas brasileiros e um de Israel. Esta sessão abordará o objetivo de conseguir melhores resultados estéticos com implantes na região anterior, principalmente implantes imediatos.

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vezes os clínicos importam-se mais em como fazer e menos no porquê. Qual é a sua opinião sobre a atual prática implantológica ao nível global? Acha que existe um excessivo recurso aos implantes no contexto da Medicina Dentária? Eu diria que sim... Os implantes são de facto excelentes para serem inseridos em áreas sem dentes, no entanto, talvez haja um exagero de extrações de dentes que poderiam ser tratados e preservados. Que requisitos fundamentais deve ter em mente o profissional de Medicina Dentária no tratamento da periimplantite? Considerando que os pacientes com maior risco de desenvolver periimplantite são os que tiveram ou têm periodontite, devemos entender que não basta simplesmente inserir implantes, pois os problemas que levaram a desenvolver a periodontite permanecem. Portanto, devemos tratar todos estes fatores antes da colocação de implantes; é melhor prevenir do que remediar.

Quando se fala em fundamentos biológicos para melhorar resultados estéticos, quais são os fatores que, efetivamente, estão em causa? É importante entender os fatores que influenciam o resultado, como por exemplo a espessura dos tecidos gengivais e ósseos, o ângulo de inserção dos implantes, a distância entre implantes, etcétera, enfim, toda a fundamentação biológica dos tecidos periodontais e periimplantares. Muitas

Tal como acontece no tratamento periodontal, o cuidado caseiro de higiene oral e a aderência a um bom programa de profilaxia periódica são fundamentais para o sucesso do tratamento

O paciente pode assumir um papel mais preponderante na prevenção dos problemas do foro periimplantário? Certamente, pois, tal como acontece no contexto periodontal, o cuidado caseiro de higiene oral e a aderência a um bom programa de profilaxia periódica são fundamentais para o sucesso do tratamento. Qual é a sua opinião sobre os novos tratamentos alternativos, tais como a terapia fotodinâmica antimicrobiana? A minha opinião é favorável, pois temos um excesso, uma exagerada prescrição de antibióticos sistémicos, inclusive na Medicina Dentária, e isso vem criando uma epidemia mundial de bactérias resistentes aos antibióticos e que tem levado a casos – principalmente envolvendo pacientes hospitalizados – de óbito. Certamente na periodontia e implantologia há situações onde os antibióticos sistémicos são indicados, contribuindo para o aumento de bactérias resistentes. Por isso, necessitamos de terapias alternativas que possam substituir ou reduzir o uso de antibióticos sistémicos e a terapia fotodinâmica antibacteriana naturalmente tem esse potencial.

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Que importância assumem as novas tecnologias na sua prática diária? A utilização de CAD-CAM, como todas as técnicas e equipamentos, tem a sua curva de aprendizagem, mas sem dúvida veio para ficar. No último congresso da IDS, em Colónia (Alemanha), era só o que se via; para qualquer lado que olhassemos, só víamos novas empresas e a ampliação do uso do CAD-CAM.

Necessitamos de terapias alternativas que possam substituir ou reduzir o uso de antibióticos sistémicos e a terapia fotodinâmica antibacteriana certamente tem esse potencial

Que soluções se antecipam no âmbito da implantologia para os próximos anos? A implantologia evoluiu rapidamente nestes 40 anos, não conheço outra especialidade que tenha evoluído tanto em tão pouco tempo. Mas, do ponto de vista cirúrgico, creio que estamos próximos de desenvolver fatores de crescimento sintéticos, ou recombinantes, que irão acelerar a formação óssea e auxiliar na resolução de grandes defeitos ósseos, com procedimentos cirúrgicos menos invasivos.

aumentou os casos de erros de planeamento e de técnica. Isso vem contribuido, de facto, para o aumento de problemas como a periimplantite. A formação e/ou reciclagem para os implantologistas devem ser revistas.

Numa época em que a prática odontológica cada vez mais se associa a fatores multidisciplinares, é a favor de uma permante formação e/ou reciclagem dos profissionais de Medicina Dentária? A colocação de implantes aumentou muito em termos mundiais. No entanto, o tempo de treinamento dos colegas diminuiu, vejo muitos utilizando implantes sem o devido preparo, o que

Que opinião tem da Medicina Dentária que se pratica na Europa em geral? Há diferenças substanciais relativamente à prática clínica no outro lado do Atlântico? Existem algumas, sim, principalmente no que respeita à filosofia de tratamento. Em alguns lugares prefere-se o emprego de implantes imediatos; noutros não. Em alguns lugares a estética é uma preocupação maior do que noutros, mas, de um modo geral, as virtudes e os defeitos são os mesmos.

Arthur Belém Novaes Jr. (primeiro a contar da direita) pertence à sub-comissão de embaixadores da EAO, com a missão de divulgar os objetivos desta sociedade científica nos diversos países membros, bem como promover novas relações que permitam incrementar as boas práticas e a partilha de conhecimento.

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Francisco Brandão de Brito presidente da comissão organizadora da reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI)

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“Queremos dar o nosso contributo científico ao congresso da EAO e oferecer aos nossos associados a possibilidade de poderem assistir às apresentações deste grande evento”

A reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI) vai ter lugar no dia 27 de setembro, no Centro de Congressos de Lisboa, em simultâneo com o congresso da European Association for Osseointegration (EAO). Aproveitando o facto de Portugal ser pela primeira vez o país anfitrião desta cimeira internacional, a sociedade científica nacional estabeleceu um protocolo com a entidade estrangeira, que garante vantagens para ambas as partes. A começar pelo preço das inscrições, já que os associados da SPPI vão ter os mesmos descontos que os membros da EAO. O médico dentista Francisco Brandão de Brito, presidente da comissão organizadora, adianta à Maxillaris os pormenores desta inédita parceria e traça as atuais linhas de orientação da SPPI.

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Tendo em consideração o facto de Portugal ser o país anfitrião, a SPPI não podia deixar de estar presente. Nesse sentido, aceitámos o desafio da EAO e estabelecemos um protocolo de parceria benéfico para ambas as sociedades. A SPPI colaborará na divulgação e promoção do congresso da EAO e terá a sua reunião anual integrada neste grande evento. Por outro lado, a SPPI pode oferecer aos seus associados a possibilidade de usufruírem dos mesmos descontos, na inscrição no congresso, que os membros da EAO.

A reunião da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI) incorpora-se este ano no congresso da European Association of Osseointegration (EAO), agendado para o próximo mês de setembro, em Lisboa. Como justifica esta opção e que vantagens poderão resultar desta parceria? Para a SPPI é uma grande honra receber no nosso país o congresso da Associação Europeia para a Osteointegração (EAO), este ano sob o tema “A ponte para o futuro”. Trata-se do maior congresso de implantologia da Europa e um dos mais relevantes do mundo, e nele são reveladas as últimas investigações, técnicas e tendências da implantologia atual. Desta vez, o encontro da EAO decorrerá no Centro de Congressos de Lisboa, nos dias 26 a 28 de setembro e contará com a presença dos mais prestigiados conferencistas internacionais na área da implantologia.

Optámos por um programa mais reduzido, de apenas uma manhã, o que nos permite, por um lado, dar o nosso contributo científico a este evento global e por outro lado, oferecer aos nossos associados a possibilidade de poderem assistir às apresentações do congresso da EAO

Que formato foi adotado pela organização para a reunião científica, tendo em consideração a necessidade de a adaptar ao “cartaz” da EAO? Este ano a reunião anual da SPPI terá lugar no dia 27 de setembro, em simultâneo e nas instalações onde decorrerá o congresso da EAO. Optámos por um programa mais reduzido, de apenas uma manhã, o que nos permite, por um lado, dar o nosso contributo científico ao congresso da EAO e, por outro lado, oferecer aos nossos associados a possibilidade de poderem assistir às apresentações deste grande evento internacional e de poderem visitar a impressionante exposição comercial. Quem são os oradores que vão protagonizar as sessões científicas? Começo por salientar que na presidência e vice-presidência do congresso estão o Professor Doutor Gil Alcoforado e a Professora Doutora Susana Noronha, respetivamente, duas figuras incontornáveis do universo da periodontologia e implantes, tanto a nível nacional como internacional e duas pessoas muito queridas da SPPI. Contamos também com outros nomes portugueses, na qualidade de oradores ou moderadores, nomeadamente Pedro Nicolau, João Pimenta, Luís Redinha, João Caramês, Inês Faria, Fernando Guerra, Manuel Neves, Paulo Mascarenhas, Nuno Guilherme, Helena Francisco, Frederico Catalão, Helena Rebelo, Duarte Marques e Paulo Almeida. Em termos internacionais, o congresso contará com a presença de Björn Klinge, Mariano Sanz, Luca Cordaro, Isabella Rochietta, Pascal Valentini, German Gallucci, Franck Renouard, Marc Quirynen, Ion Zabalegui, Artur Novaes, Diego Zimmermann, Gustavo Giordani, Zvi Artzi, Frank Schwarz, Stefan Gracis, Juan Blanco, David Nisand, entre outros profissionais de renome.

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A comissão organizadora da reunião anual da SPPI é composta por (a partir da esquerda) João Gomes, José Maria Cardoso, Francisco Brandão de Brito, Rita Montenegro, Alexandre Santos, João Branco e Inês Faria (ausente nesta fotografia).

Que temáticas vão dominar o programa da reunião científica da SPPI? A reunião anual da SPPI contará com a presença de dois excelentes oradores e excecionais clínicos: Ricardo Faria de Almeida e Adriano Sousa. Terá como título “Compromisso estético: será irreversível?” e serão abordados os temas “Abordagem multidisciplinar das sequelas estéticas do tratamento periodontal” e “Abordagem cirúrgica/protética das complicações estéticas no tratamento com implantes”, sob a moderação de Inês Faria. Creio tratar-se de um tema extremamente interessante e atual. Quais são as suas expectativas quanto ao número de congressistas? Estamos a trabalhar com a expectativa de virmos a receber cerca de 3.000 congressistas no contexto da EAO. A somar a este número teremos todo o pessoal da organização, das casas comerciais, técnicos, administrativos, etcétera. Posso adiantar que apesar do congresso acontecer só em setembro, o número de inscrições está bastante acima das previsões da organização. Além disso, a EAO já recebeu 850 abstracts, tanto para pósteres como para comunicações livres, 50 dos quais submetidos por Portugal. Será, com certeza, um grande evento! À margem do congresso, quais são as atuais prioridades da SPPI? A SPPI tem estado muito empenhada na promoção da literacia da sociedade civil no que respeita às doenças periodontais, através de ações de rua, desenvolvidas todos os anos em Lisboa, Porto e Coimbra, no dia europeu da saúde perio-

dontal e através da distribuição gratuita de uma revista intitulada “Cuida das tuas gengivas”, editada pela Sociedade Espanhola de Periodontologia e Osteointegração (SEPA), com a qual temos o gosto de colaborar. Tendo como público alvo os profissionais de saúde oral, a SPPI não só disponibiliza a todos os seus sócios a versão online do Journal of Clinical Periodontology, como vai promover, ainda este ano, sessões de divulgação sobre a nova classificação das doenças periodontais. Além disso, tem vindo a desenvolver parcerias com outras instituições ligadas à periodontologia e implantologia, como a International Team for Implantology (ITI), a SEPA ou como esta parceria com a EAO, o que traz inúmeras vantagens aos seus associados. Os profissionais que se dedicam à área da periodontologia e implantologia têm uma difícil missão quando querem manter-se atualizados, tendo em conta a velocidade a que estas áreas têm evoluído. Prova disso é a quantidade de artigos científicos que são publicados todos os dias e a enorme oferta de cursos e congressos que se verifica nestes domínios.

Os profissionais que se dedicam à área da periodontologia e implantologia têm uma difícil missão quando querem manter-se atualizados

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ponto de vista A mão do cirurgião O mundo é digital. Das telecomunicações à arte, do lazer à profissão e até mesmo na forma como sociabilizamos, refletimos uma digitalização funcional e comportamental, fruto de uma sociedade que evolui à pressa, talvez quem sabe, depressa de mais.

Nuno Cruz

médico dentista. Presidente da Sociedade Portuguesa de Implantologia e Osteointegração (SOPIO).

Este parágrafo introdutório não é uma constatação pessimista. É apenas uma constatação. Na verdade, acredito que, de uma maneira geral, o desenvolvimento tecnológico é um passo fundamental na evolução natural da nossa espécie. Transportemos agora o nosso pensamento para a evolução da Medicina e, mais concretamente da Medicina Dentária que, possivelmente, terá sido uma das especialidades que mais evoluiu nas últimas três décadas. Muito haveria para relatar, mas limitemo-nos apenas à implantologia dentária que, por razões pessoais, me fascina. Do diagnóstico e planeamento baseados em ferramentas digitais até à simulação tridimensional do resultado final, a implantologia é hoje um espelho de como a evolução tecnológica dotou esta área de ferramentas

digitais altamente evoluídas e, ao mesmo tempo, user friendly. Por outro lado, a cirurgia guiada veio para ficar. Após quase duas décadas de altos e baixos em termos evolutivos, hoje a sua utilização é extremamente fiável, tendo-se instalado de uma forma natural e não disruptiva na nossa prática cirúrgica diária. Mas, esta evolução não termina aqui. Como o futuro rapidamente se torna presente, hoje temos disponíveis no mercado sistemas dinâmicos de cirurgia guiada. Estes sistemas guiam literalmente a nossa mão no sentido da colocação tridimensionalmente correta dos implantes dentários. Serão estas assim como outras tecnologias uma mais-valia para as mãos menos experientes? Terá o cirurgião experiente uma maior exatidão nos seus procedimentos? Ou será apenas o início da robotização humana, sem que isso seja forçosamente uma adjetivação negativa? Na minha opinião, esta é a linha que divide o homem do robô. Este é o ponto em que o nosso ímpeto digital deve ser guiado pelo nosso raciocínio cirúrgico analógico. Este é o momento em

Este é o momento em que, mais do que nunca, devemos estar munidos daqueles que considero serem os pilares básicos de um cirurgião: conhecimento, sentido crítico, tato e humildade

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Ponto de vista

A mão do cirurgião deverá ter algo mais do que um punhado de ferramentas digitais, pois sem isso não poderá tirar verdadeiro partido delas que, mais do que nunca, devemos estar munidos daqueles que considero serem os pilares básicos de um cirurgião: conhecimento, sentido crítico, tato e humildade. O conhecimento, o estudo, a formação, a aprendizagem inter pares, a valorização do domínio da anatomia e da fisiologia são basilares no exercício cirúrgico, pois não só nos capacitam de uma memória descritiva e funcional, como também nos permitem aceder ao segundo pilar: o sentido crítico. É preciso ter sentido ou espírito críticos fundamentalmente de nós próprios, da nossa destreza, da nossa capacidade e da obrigação em nos capacitarmos. Mas também do que está escrito, do que é descrito e publicado e das múltiplas fontes de sapiência que hoje em dia existem, umas mais idóneas que outras. Temos que aprender para poder criticar, temos que criticar para poder continuar a aprender.

que quando a reconhecemos nos outros a devemos ambicionar para nós próprios. Esta não tem qualquer tradução digital. Em conclusão, a mão do cirurgião deverá ter algo mais do que um punhado de ferramentas digitais, pois sem isso não poderá tirar verdadeiro partido delas. Hoje mais do que nunca, o cirurgião oral/ implantologista tem que forçosamente ser “digi-lógico”.

O tato é a perceção sensorial que tanto nos remete para os instintos mais básicos da condição humana como nos capacita de dominar uma das muitas nobres artes e ofícios que dela dependem. É o tato que nos dá a sensibilidade cirúrgica, que nos permite um raciocínio cirúrgico rápido. É o tato que conduz a mão do cirurgião. Pode até ser simulado e traduzido de forma digital, mas não é seguramente a mesma coisa. Por fim, a humildade. Não me refiro à falsa, mas sim à verdadeira humildade. A humildade que nos obriga a ser competentes perante os nossos pacientes e não para hastear uma qualquer bandeira. A humildade que nos mostra imperfeições nos nossos sucessos clínicos e cirúrgicos. A humildade

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Implantes em zircónia: seis anos de follow-up

João Mouzinho Médico dentista. Docente da Pós-graduação de Reabilitação Oral Biomimética Avançada na Cooperativa de Ensino Superior Politécnico Universitário (CESPU). Docente da Pós-graduação de Implantologia Oral na CESPU (2012 a 2016). Mestre em Periodontologia pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte. Curso em Implantologia e Enxertos ósseos pela Faculdade de São Leopoldo Mandic (Brasil). Pós-graduado em Reabilitação Intra e Extraoral com Implantes Osteointegrados pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Pós-graduado em Reabilitação Oral Biomimética avançada pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Almada. Responsável do Departamento de Reabilitação Oral e Implantologia da Molar Clinic, Porto. mouzinhojoao@gmail.com Zsolt Kovacs Técnico de prótese dentária. Director técnico do Laboratório Inovesmile. Porto.

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CiÊncia e prática

Estes altos padrões levaram a um uso de novos materiais para um resultado estável, duradouro e de aparência natural. Objetivos Os autores pretendem demonstrar a utilização clínica de implantes em zircónia.

Introdução O elemento químico zircónia (zr) foi descoberto em 1789. Devido à sua alta resistência e longevidade está a ser usado na tecnologia aeronáutica, nos motores de veículos, na Medicina e na Medicina Dentária. A solicitação crescente dos pacientes pela estética tem suscitado um aumento nas possibilidades terapêuticas de reabilitação oral.

Materiais e métodos Série de casos clínicos onde se utilizaram implantes em zircónia (ceraroot) com, no mínimo, seis anos de follow-up. Adicionalmente fez-se uma pesquisa na Pubmed desde 2001 até 2019, para um estado de arte sobre o tema. A pesquisa efetuou-se com as seguintes palavras-chave: zirconia implants, ceraroot e zirconium oxide.

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Ciência e prática

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Caso clínico 1 Apresentamos uma série de casos clínicos onde a utilização de implantes em zircónia foi uma mais-valia. Estes casos seguem o mesmo protocolo descrito inicialmente de forma mais exaustiva, no caso clínico número 1.

Fig. 1. Inicial.

Fig. 2. Zona edêntula.

Fig. 3. Broca de preparação.

Fig. 4. Implante CeraRoot zircónia.

Fig. 5. Implante após colocação.

Fig. 6. Sutura.

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Ciência e prática

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Fig. 7. Pós-operatório às 10 semanas (vista lingual).

Fig. 8. Pós-operatório às 10 semanas (vista vestibular).

Fig. 9. Ceracrown: coping de impressão.

Fig. 10. Impressão dupla de mistura e coping.

Fig. 11. Polar eyes: filtro polarizador.

Fig. 12. Polar eyes: escolha de cor.

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Ciência e prática

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Fig. 13. Réplica e ceracrown.

Fig. 14. Coroa de zircónia-cerâmica.

Fig. 15. Coroa de zircónia-cerâmica.

Fig. 16. Coroa no modelo de gesso.

Fig. 17. Réplica no modelo de gesso.

Fig. 18. Material de cimentação, Panavia F2.0 (Kurakay-Noritake).

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Ciência e prática

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Fig. 19. Coroa e cimento.

Fig. 20. Vista oclusal final.

Fig. 21. Vista vestibular final.

Fig. 22. Raio X inicial.

Fig. 23. Raio X final.

Caso clínico 2 Cicatrização de um implante de zircónia ao final de dez dias (numa zona edêntula posterior mandibular) com o seu Raio X inicial, e controlo final com Raio X e fotografia ao final de seis anos. A possibilidade de ter um implante específico para cada dente, neste caso um molar, permite ter um colo idêntico ao dente natural, mantendo os tecidos moles suportados pelo colo do implante.

Fig. 1. Implante após cicatrização (10 semanas).

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Fig. 2. Raio X inicial.

Fig. 4. Raio X final.

Fig. 3. Coroa de zircónia-cerâmica.

Caso clínico 3 Cicatrização de um implante de zircónia ao final de dez dias (numa zona edêntula posterior mandibular) com o seu Raio X inicial, e controlo final com Raio X e fotografia ao final de seis anos. A vantagem da utilização de um implante específico para pré-molares é a sua forma romboide, onde o implante é impactado em vez de ser rosqueado, permitindo ter uma raíz artificial igual à forma do pré-molar natural.

Fig. 5. Reabilitação final.

Fig. 1. Implante após cicatrização (10 semanas).

Fig. 2. Raio X inicial.

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Fig. 3. Coroa de zircónia-cerâmica.

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Fig. 4. Raio X final.

Fig. 5. Reabilitação final.

Caso clínico 4 Cicatrização de dois implantes de zircónia ao final de dez dias (numa zona edêntula posterior mandibular) com o seu Raio X inicial, e controlo final com Raio X e fotografia ao final de seis anos. Devido ao espaço reduzido, decidimos usar dois implantes com a forma de pré-molares para a colocação de dois molares. Uma das vantagens destes implantes é a manutenção do pico ósseo entre os dois implantes de zircónia.

Fig. 1. Implante após cicatrização (10 semanas).

Fig. 2. Raio X inicial.

Fig. 3. Coroa de zircónia-cerâmica.

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Ciência e prática

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Fig. 4. Raio X final.

Fig. 5. Reabilitação final.

Caso clínico 5 Colocação imediata de implante de zircónia pós-extraccional (numa zona edêntula posterior mandibular) com o seu Raio X inicial, e controlo final com Raio X e fotografia ao final de seis anos. Nesta caso concreto, os implantes são de corpo único o que diminui a quantidade bacteriana entre o implante clássico de metal e o seu pilar. A cor branca do implante permite uma solução mais natural e estética, especialmente em casos de gengiva fina ou de recessão gengival.

Fig. 1. Implante no dia da cirurgia.

Fig. 2. Raio X inicial.

Fig. 3. Coroa de zircónia-cerâmica.

Fig. 4. Raio X final.

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Resultados A utilização de implantes em zircónia é uma técnica alternativa na reabilitação oral, com vantagens como: permitir resultados estéticos mais favoráveis, uma reabilitação protética mais simplificada e uma excelente integração tecidular, oferece também propriedades mecânicas, de osteointegração e biocompatibilidade semelhantes às que proporciona o titânio. Está comprovada também a baixa afinidade de bactérias patogénicas a este material implantar.

Fig. 5. Reabilitação final.

Conclusões O conhecimento das várias técnicas de reabilitação oral permite obter resultados estéticos e funcionais satisfatórios devolvendo a harmonia do sorriso e o bem-estar do paciente. A evidência científica atual sugere que a zircónia possa ser um material promissor no desenvolvimento de implantes dentários. São, contudo, necessários mais estudos in vivo com follow-ups alargados, de forma a apurar o real benefício desta técnica e da efetividade dos implantes em zircónia. Características como a resistência à fratura e envelhecimento da zircónia deverão ser melhor investigadas.

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Periimplantite: conceitos atuais

Vanessa Rocha Rodrigues Médica dentista. Aluna da Especialização em Periodontologia e Implantes na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Ana Rita Fradinho Médica dentista. Aluna da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Rita Lamas Médica dentista. Aluna da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Pedro Rocha Médico dentista. Aluno da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Pedro Lopes Otão Médico dentista. Aluno da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Tiago Rodrigues Médico dentista. Aluno da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Francisco Brandão de Brito Médico dentista. Docente da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Lisboa.

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Introdução Nas últimas décadas, a colocação de implantes dentários tem sido um procedimento de rotina para a reabilitação de pacientes parcial ou totalmente desdentados. No passado, a investigação em implantologia concentrava-se quase exclusivamente em conseguir implantes que permitissem uma osteointegração melhor e mais rápida, mas atualmente o grande desafio prende-se com a manutenção dos implantes, que envolve uma monitorização regular e sistemática dos tecidos periimplantares (Heitz-Mayfield, 2008a; Jepsen et al., 2015). A realização de estudos epidemiológicos para as doenças periimplantares torna-se complicada, pela diversidade de metodologias e definições usadas ao longo dos tempos (Koldsland et al., 2010). A periimplantite, segundo a nova classificação das doenças e condições periodontais e periimplantares, descreve-se como uma condição patológica que ocorre em tecidos ao redor de implantes, caracterizada por inflamação nos tecidos moles periimplantar e perda progressiva do osso de suporte (Araújo e Lindhe, 2018; Renvert et al., 2018; Berglundh, Armitage et al., 2018 Schwarz et al., 2018). Aproximadamente 65% das doenças infeciosas, incluindo a doença periodontal e a periimplantar, associam-se biofilmes. Com a colocação de implantes, uma nova superfície para a colonização de microrganismos é provida. Estes podem já estar presentes ou entrarem na cavidade oral durante o desenvolvimento do biofilme. Normalmente as lesões inflamatórias periimplantares iniciam-se como resultado da acumulação de placa bacteriana. Segundo a literatura científica, o desenvolvimento do biofilme em implantes é similar ao dos dentes naturais e de outros materiais restauradores presentes na cavidade oral. Os fatores de risco para a periimplantite são o controlo inadequado da placa bacteriana e a falta de consultas de manutenção. Em relação a história de periodontite, a reabilitação de doentes periodontalmente comprometidos com implantes é um tema atual, envolvido em alguma controvérsia.

Segundo alguns autores, a história de periodontite tem uma influência mínima sobre a taxa de sucesso do implante, no entanto, por outro lado, tanto a periodontite como a periimplantite são infeções bacterianas, com semelhanças microbiológicas e clínicas, portanto a taxa de fracasso dos implantes, pode ser atribuída à maior suscetibilidade do hospedeiro para ambas as patologias. Além disso, os patógenos periodontais podem ser transmitidos do dente para o implante e, nestas situações, as bolsas periodontais representam um reservatório de bactérias. Portanto, existem fortes evidências de estudos longitudinais e transversais de que a história de periodontite constitui um fator de risco para a periimplantite. Os hábitos tabágicos, segundo a literatura tal como acontece na periodontite, consideram-se um fator de risco maior para o desenvolvimento da periimplantite (Araújo e Lindhe, 2018; Renvert et al., 2018; Berglundh, Armitage et al., 2018 Schwarz et al., 2018). Prevalência e tratamento O tratamento da periimplantite representa um desafio cada vez maior para os médicos dentistas, atendendo que a sua ocorrência tem vindo a aumentar. Neste sentido, os diferentes critérios utilizados na definição da periimplantite têm levado a uma enorme variedade dos resultados obtidos (Atieh et al., 2013, Klinge e Meyle, 2012). Segundo Dreyer et al., 2018, a prevalência de periimplantite varia entre 1,1% a 85% e a sua incidência de 0,4% em três anos a 43,9% em cinco anos, respetivamente. O principal objetivo do tratamento das doenças periimplantares é controlar a infeção e prevenir a progressão da doença (Heitz-Mayfield, 2008), sendo as diferentes estratégias de tratamento baseadas no diagnóstico e dependem da severidade da lesão periimplantar (Heitz-Mayfield, 2008). A manutenção da higiene oral por parte dos pacientes é importante para o sucesso a longo prazo dos implantes, tanto na prevenção das doenças periimplantares, como na manutenção dos implantes ou mesmo quando a doença já se encontra instalada (Heitz- Mayfield, 2008).

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Após o sucesso da terapia com implantes, os pacientes devem comparecer regularmente às consultas de manutenção (Heitz-Mayfield, 2008). O intervalo entre estas consultas deve estabelecer-se conforme as necessidades individuais do paciente (com intervalos de três a 12 meses) (Jepsen et al., 2015). No geral, a motivação e as instruções da higiene oral para uma dentição reconstruída com implantes não é muito diferente da dos dentes naturais. Contudo, deve dar-se uma especial atenção às zonas interproximais, à interface mucosa/reabilitação prostodôntica e ao uso apropriado de dispositivos de limpeza (Lang et al., 2000). A remoção mecânica de placa bacteriana por parte dos pacientes é um método preventivo e eficaz na mucosite periimplantar. Por outro lado, o controlo químico, com soluções de bochechos ou pastas dentífricas têm resultados limitados como adjuvantes (Jepsen et al., 2015). Os procedimentos profissionais, no controlo do biofilme oral, devem incluir instruções de higiene oral e o desbridamento mecânico com ou sem polimento (Jepsen et al., 2015). Como a periimplantite é uma infeção associada à presença de um biofilme bacteriano ao redor dos implantes, o objetivo principal da terapia deve ser a resolução desta infeção, que se alcança pela desorganização do biofilme e pela remoção de cálculo. Em 2014, Heitz-Mayfield et al. propuseram um protocolo para o tratamento de periimplantite: 1.

2.

3. 4.

Fase pré-tratamento. Esta fase deve incluir uma avaliação e diagnóstico completos. Se possível, os fatores de risco como o controlo de placa inadequado, supraestruturas que impedem o acesso adequado ao controlo de placa, tabaco, presença de doenças periodontais ativas e doenças sistémicas, que podem predispor as doenças periimplantares, devem ser controladas. Tratamento não-cirúrgico. De acordo com a literatura científica, o tratamento não cirúrgico da periimplantite passa essencialmente pelo desbridamento mecânico, que envolve a descontaminação supra e subgengival da superfície do implante (colar e pilar). Reavaliação. Normalmente dentro de um a dois meses. Tratamento cirúrgico. Quando é necessário, o tratamento cirúrgico deve incluir a remoção do tecido de granulação, a limpeza e descontaminação das superfícies do implante (produtos químicos aplicados localmente, gaze embebida em solução salina ou antissépticos, instrumentos manuais, abrasivos de pó de ar, lasers Er-YAG, terapia fotodinâmica e modificação da superfície do implante). Não há evidência da superioridade de qualquer abordagem na descontaminação da superfície implantar.

A terapia cirúrgica pode incluir abordagens regenerativas ou ressetivas. Sempre que possível, devemos optar por uma abordagem regenerativa. As abordagens regenerativas incluem o preenchimento dos defeitos periimplantares com substitutos ósseos/enxertos/ substâncias bioativas com ou sem membranas reabsorvíveis. Este tipo de abordagem considera-se previsível em defeitos infra-ósseos.

As abordagens ressetivas incluem o recontorno ósseo com posicionamento apical do retalho e/ou a implantoplastia. O protocolo pós-operatório deve incluir bochechos diários com clorohexidina durante o período de cicatrização, até que o controlo mecânico da placa bacteriana possa ser restabelecido. Recomendam-se antibióticos sistémicos pós-operatórios. A terapia de suporte periimplantar, que deve incluir o reensino e a remotivação das instruções de higiene oral e a profilaxia profissional, devem realizar-se com base no perfil de risco do paciente, (entre três a seis meses). A progressão ou recorrência da doença pode exigir tratamento adicional ou até mesmo a remoção dos implantes. O clínico deve considerar a remoção do implante como uma opção de tratamento válida. Fatores que influenciam essa decisão podem incluir a severidade das lesões periimplantares, a posição do implante, a qualidade dos tecidos adjacentes, ou quando os resultados do tratamento são provavelmente insatisfatórios. A avaliação regular da saúde periimplantar recomenda-se durante as consultas de suporte, para identificar a doença num estágio inicial. Qual o tratamento não cirúrgico mais eficaz no tratamento da periimplantite? Os autores, Kotsovilis et al. (2008), Muthukuru et al. (2012) e Faggion et al. (2014) concluíram que os antibióticos locais combinados com o desbridamento mecânico, resultam numa redução da hemorragia à sondagem e numa redução da profundidade de sondagem superiores aos conseguidos com desbridamento mecânico combinado com a irrigação submucosa com clorohexidina. O estudo realizado por Kotsovilis et al. (2008) e Yan et al. (2014) sugerem que o laser Er.YAG pode usar-se como um tratamento alternativo ao desbridamento mecânico submucoso, e que pode promover benefícios adicionais, ainda que a curto prazo (seis meses). Contudo, é de salientar que os autores que avaliaram as diferentes modalidades terapêuticas não cirúrgicas concluíram que não há evidências que suportam que qualquer tratamento não cirúrgico seja mais eficaz que o desbridamento mecânico isolado no tratamento da periimplantite. Qual a modalidade terapêutica cirúrgica com os melhores resultados? Chan et al. (2014) investigou a eficácia de diferentes tratamentos cirúrgicos e concluiu que o acesso cirúrgico combinado com o desbridamento mecânico possibilitou uma redução da profundidade de sondagem de 37,9%, um ganho em termos de inserção de 2,22% e uma redução da hemorragia à sondagem de 41,1%. Por seu lado, a cirurgia ressectiva levou a uma redução da profundidade de sondagem de 33,4%, uma perda do nível de inserção clínico de -4,3% e uma redução da hemorragia à sondagem de 21,2%. Os enxertos ósseos ou substitutos permitiram uma redução da profundidade de sondagem de 37,1%, um ganho do nível de inserção clínico de 8,2% e uma redução da hemorragia à sondagem de 39,6%.

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Os enxertos associados a membranas resultaram numa redução da profundidade de sondagem de 48,2%, num ganho de nível de inserção clínico de 28,1% e numa redução da hemorragia à sondagem de 50,2%. De acordo com os resultados da meta-análise, o tratamento regenerativo com enxertos ósseos e membranas poderá ser o tratamento mais efetivo. No entanto, é importante notarmos que os resultados do tratamento regenerativo foram os mais variados. Há evidências limitadas que sugerem que a implantoplastia reduz a perda de osso marginal de forma efetiva, existindo estudos publicados a favor e contra o uso desta técnica (Romeo et al., 2007). Esposito et al. (2012) concluíram que não há diferenças estatisticamente significativas na redução da profundidade de sondagem, do nível de inserção clínico ou da recessão gengival entre as modalidades de tratamento que pressupunham a implantoplastia combinada com cirurgia ressectiva ou apenas a cirurgia ressectiva. Os mesmos autores concluíram, também, que a regeneração (com xenoenxertos ou com enxertos de hidroxiapatite) apresentam melhorias significativas no nível de inserção clínica e na profundidade de sondagem. Contudo, o tratamento com xenoenxertos e membranas reabsorvíveis parece ter melhores resultados (mais 1,4 mm de ganho de nível de inserção clínica e profundidade de sondagem). Quando optar pela cirúrgica ressetiva ou regenerativa? A decisão entre a terapia regenerativa ou a cirurgia ressectiva depende da morfologia dos defeitos, de aspetos estéticos e da presença/ ausência de dentes adjacentes (Klinge e Meyle, 2012). De forma genérica, o tratamento regenerativo deverá ser preferido, sempre que possível. No entanto, tem indicações muito precisas como sejam os defeitos ósseos profundos e com um maior número de paredes residuais. Os principais objetivos são a regeneração do osso periimplantar e a reconstrução da parede óssea (Schwarz e Becker, 2007). Por outro lado, as técnicas ressetivas são indicadas para defeitos infra-ósseos rasos ou pouco profundos e essencialmente horizontais (Khoshkam et al., 2013) e têm como principal objetivo eliminar as bolsas periimplantares, que se mantêm após tratamento não cirúrgico e que dificultam a manutenção da higiene oral por parte dos pacientes (Schwarz e Becker, 2007). Como a cirúrgica ressectiva resulta num deslocamento para apical da margem gengival, pode verificar-se a exposição do implante, pelo que esta técnica deve apenas ser usada no setor posterior (Schwarz e Becker, 2007). Existem diferenças nos resultados entre o tratamento não cirúrgico e cirúrgico? A meta-análise realizada por Faggion et al. (2011) comparou o tratamento não cirúrgico com o tratamento cirúrgico. Os autores concluíram que os tratamentos cirúrgicos atingiram melhores resultados na redução da profundidade de sondagem e no ganho do nível de inserção clínico quando comparados com o tratamento não cirúrgico.

A terapia mecânica não cirúrgica isolada é muitas vezes insuficiente no tratamento da maioria das lesões periimplantares e, nesses casos, uma abordagem cirúrgica está indicada (Renvert et al., 2017). Quais os resultados do tratamento da periimplantite? Embora as evidências científicas sobre a eficácia das terapias cirúrgicas e não cirúrgicas no tratamento da periimplantite sejam limitadas, as evidências clínicas sugerem que é previsível quando o diagnóstico é feito precocemente (Renvert et al., 2017). Os fatores de risco como o inadequado controlo de placa bacteriana, a história de periodontite e o tabagismo foram identificados como aqueles que apresentam maior evidência científica. Isso destaca a necessidade de realizar avaliações de risco adequadas antes da colocação dos implantes e de prosseguir com o tratamento apenas quando a resposta é satisfatória. Pacientes com um maior número destes fatores devem ser monitorados mais regularmente. Sempre que uma mucosite periimplantar seja detetada, o desenho da prótese deve examinar-se quanto à acessibilidade para medidas de higiene oral. Se for considerado inadequado, a supraestrutura deve ser modificada ou substituída e a área afetada deve tratar-se para evitar a progressão da doença. Se a periimplantite já estiver estabelecida, as sugestões de tratamento propostas devem reconhecer-se como empíricas. A partir das evidências existentes, podemos concluir que a terapia não cirúrgica é de valor limitado em casos avançados, mas deve sempre utilizar-se antes do tratamento cirúrgico (Renvert et al., 2017). Nestes casos avançados, as técnicas cirúrgicas proporcionam-nos o acesso necessário para remover eficazmente os tecidos inflamados da bolsa periimplantar e para descontaminar ou modificar a superfície do implante. Para evitar recidivas, as consultas de manutenção regulares são essenciais (Renvert et al., 2017). Quando se trata de procedimentos regenerativos, a limitada evidência histológica de estudos em humanos torna difícil obter conclusões sobre sua eficiência e a capacidade das superfícies dos implantes expostos de se reosteointegrarem (Renvert et al., 2017). Clinicamente, parece que a configuração do defeito ósseo e sua posição no arco maxilar e mandibular podem desempenhar um papel significativo para um prognóstico previsível (Renvert et al., 2017). A revisão sistemática realizada por Roccuzzo et al. (2018), que tinha como objetivo avaliar os resultados de implantes com periimplantite tratados e incluídos num programa de suporte periimplantar durante três anos, conclui que o tratamento apresenta elevadas taxas de sobrevivência (médio/longo-prazo três a sete anos), 81,73% a 100% após três anos, 74,09% a 100% após quatro anos e 69,63% a 98,2% após sete anos. Quando devemos considerar a remoção do implante? Apenas se deve considerar a remoção do implante quando o tratamento da periimplantite não é eficaz ou há um compromisso estético severo. A remoção do implante, se for indicada, pode realizar-se em qualquer das fases do tratamento da periimplantite (Heitz-Mayfield et al., 2013).

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Caso clínico 1 Paciente do género feminino, de 62 anos, caucasiana, apresentou-se na consulta de Periodontologia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). A paciente apresentava um bom controlo de placa e o motivo da consulta prendia-se com dor no implante na posição 12.

Realizou-se o tratamento não cirúrgico, nomeadamente o desbridamento mecânico, que envolve a descontaminação supra e subgengival da superfície do implante (colar e pilar). Após dois meses, a paciente não apresentava reduções nas sondagens periimplantares. Optou-se pela realização de um retalho de reposicionamento apical (o retalho foi elevado em espessura total, para permitir um acesso adequado a superfície dos implantes, para uma correta descontaminação) com o objetivo de eliminar as bolsas periimplantares presentes e criar uma arquitetura gengival e óssea compatível com a saúde periimplantar. A paciente apresentava uma linha de sorriso baixa e, portanto, foi possível fazer este tipo de cirurgia sem qualquer implicação estética.

Na avaliação intraoral os implantes superiores apresentavam bolsas periimplantares que variavam entre 6 a 7 mm, em várias localizações, associado a hemorragia à sondagem. No estudo radiográfico verificamos tratar-se de perda óssea horizontal, não parecendo existir defeitos infra-ósseos. Após explicação da doença, realizaram-se instruções e motivação de higiene oral.

Fig. 1. Situação inicial.

Fig. 2. Sondagem periimplantar (bolsa periimplantar de 6 mm).

Figs. 3 e 4. Radiografia periapical inicial.

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Fig. 5. Marcação das incisões.

Fig. 6. Elevação do retalho e remoção de todo o tecido de granulação.

Fig. 7. Colar de tártaro e tecido periimplantar removido para um reposicionamento apical.

Fig. 8. Acesso a superfície dos implantes, para uma correta descontaminação da superfície implantar.

Figs. 9 e 10. Pós-operatório imediato.

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Figs. 11 a 13. Quinze dias após a cirurgia.

Figs. 14 e 15. Follow-up aos 10 meses. Situação estável sem bolsas periimplantares ou hemorragia à sondagem.

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Caso clínico 2 Optou-se pela realização de tratamento cirúrgico, que incluiu a remoção do tecido de granulação, a limpeza mecânica e a descontaminação química da superfície implantar. Nas zonas de defeitos infra-ósseos optou-se pelo preenchimento dos defeitos com um xenoenxerto e no implante na posição 14, onde o defeito, por vestibular, se apresentava essencialmente supra-ósseo, optou-se por realizar implantoplastia.

Paciente do género feminino, de 68 anos, caucasiana, apresentou-se na consulta com queixas de dor e hemorragia na zona do implante na posição 14. Na avaliação intraoral, os implantes do primeiro quadrante apresentavam bolsas periimplantares profundas, hemorragia à sondagem e supuração nos implantes das posições 14 e 17. No estudo radiográfico verificamos tratar-se de perda óssea severa. Após explicação da doença, deram-se instruções e motivação de higiene oral. Efetuou-se tratamento não cirúrgico, que incluiu o desbridamento mecânico. Após dois meses, apesar de os tecidos terem uma aparência bastante menos inflamada, a paciente mantinha bolsas periimplantares profundas.

No pós-operatório, aos 15 dias, é possível observar uma recessão da mucosa periimplantária, que não tem consequências práticas pelo facto da paciente apresentar uma linha de sorriso baixa.

Figs. 1 a 3. Fotografias da situação inicial.

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Fig. 4. Ortopantomografia inicial.

Figs. 5 e 6. Radiografias periapicais iniciais.

Fig. 7. Remoção das supraestruturas, para abordagem não cirúrgica.

Fig. 8. Supraestruturas.

Fig. 9. Elevação do retalho e remoção de todo o tecido de granulação. Presença de defeitos ósseos circunferenciais no implante na posição do 17 e 14.

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Figs. 10 a 12. Implantoplastia na porção supragengival no implante na posição do 14.

Fig. 13. Descontaminação química da superfície dos implantes com clorohexidina.

Fig. 14. Colocação do xenoenxerto.

Fig. 15. Pós-operatório imediato.

Fig. 16. Oito dias após a cirurgia regeneradora periimplantar.

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Figs. 17 e 18. Quinze dias após a cirurgia.

Conclusões Com base na literatura científica, até ao momento nenhum protocolo de tratamento mostrou ser totalmente eficaz no tratamento da periimplantite. Por outro lado, a terapia cirúrgica é considerada mais eficaz no tratamento da periimplantite do que o tratamento não-cirúrgico. Contudo, as informações disponíveis são insuficientes para dar uma recomendação clara ao clínico sobre qual o tipo de tratamento periimplantar que, à luz dos conhecimentos atuais, se considera o mais efetivo. Isto não significa que as intervenções utilizadas atualmente não sejam eficazes. Ainda assim, e na tentativa de estabelecermos algumas guidelines de tratamento, parece consensual que se os defeitos forem pouco profundos e com um reduzido número de paredes ósseas residuais, então uma abordagem ressetiva pode minimizar a perda óssea. Por outro lado, e no caso de periimplantites avançadas, o tratamento escolhido deve ser, sempre que for possível, regenerador. A maioria dos protocolos de tratamento cirúrgicos incluem a medicação com antibióticos sistémicos e bochechos pós-operatórios com antisséticos. É de notar que durante qualquer abordagem cirúrgica deve realizar-se sempre uma descontaminação mecânica da superfície do implante. A fase da manutenção é de especial relevância e deve incluir a motivação e instruções de higiene oral e ainda a remoção periódica da placa bacteriana da superfície do implante e dos tecidos periimplantares. Bibliografia 1. Armitage G, Lundgren T. Risk assessment of the implant patient.

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40. Teles R et al. Peri-implant infections. In: Lindhe J, Lang N, KarringT. (Ed.). 2008, Clinical Periodontology and Implant Dentistry. 5. Blackwell Munksgaard, Blackwell Publishing Company, pp. 269-277.

24. Laurell L, Lundgren D. Marginal bone level changes at dental

implants after five years in functions: a meta-analysis. 2009, Journal Compilations, 13(1), pp.19-28.

41. Yan M et al. The effects of Er:YAG on the treatment of peri-implantitis: a meta-analysis of randomized controlled trials. 2014, Lasers in Medical Science, 30(7), pp. 1843-1853.

25. Lang N, Wilson T, Corbet F. Biological complications with dental implants: their prevention, diagnosis and treatment. 2000, Clinical Oral Implants Research, 11, pp.146-155.

26. Lang N, Berglundh T. Peri-implant diseases: where are we now? Con-

sensus of the seventh european workshop on periodontology. 2011, Journal of Periodontology, 38 (11), pp. 178- 181.

42. Zeza B, Pilloni A. Peri-implant mucositis treatment in humans: a systematic review. 2012, Annali di Stomatologia, 3 (3/4), pp. 83-89.

43. Zitzmann N, Berglundh T. Definition and prevalence of peri-implant diseases. 2008, Journal of Periodontology, 35(8), pp.286-291.

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Preservação alveolar com a técnica Ice Cream Cone para posterior colocação de implante dentário

Nuno Menezes Gonçalves Médico dentista. Mestrado Integrado em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto. Diploma Universitário em Periodontologia pela Universidade Complutense de Madrid (Espanha). Formação Avançada em Implantologia pelo Instituto Sorriso Natural (Porto). Autor de várias publicações científicas. Participação em vários cursos de formação e congressos na área da Cirurgia e Reabilitação Oral. Membro da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes e da Sociedade Portuguesa de Implantologia e Osteointegração. Prática clínica privada dirigida para a implantologia, reabilitação oral e cirurgia periodontal. Lisboa.

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CiÊncia e prática

A perda óssea horizontal e vertical após extracção dentária está bem documentada na literatura, acreditando-se que seja a reabsorção do bundle bone responsável pela substancial diminuição da tábua óssea vestibular, associada ao colapso dos tecidos moles. Não havendo uma técnica de preservação alveolar, estima-se que haja uma média de 4 mm de perda de dimensão buco-lingual, sendo no primeiro mês quando se verificam as principais alterações.

Introdução A vasta maioria das extracções dentárias é levada a cabo sem o princípio ideal da manutenção da arquitetura óssea alveolar. Este processo constitui-se desfavorável para o futuro de uma reabilitação dentossuportada ou implantossuportada, quer a nível estético quer em termos de posicionamento de um implante dentário.

No processo de uma preservação alveolar, normalmente o foco está na regeneração dos tecidos duros, existindo relativamente pouco ênfase na manipulação de tecidos moles numa primeira abordagem cirúrgica. A regeneração executa-se regularmente com recurso a biomateriais com ou sem colocação de membrana-barreira.

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Ciência e prática

MAXILLARIS

Para escolher a técnica de regeneração guiada mais adequada a cada caso, uma das classificações mais utilizadas como guia na zona estética foi proposta por Tarnow e col. (2007):

A técnica ideal para recuperar a tábua óssea vestibular após exodontia deve ser simples, minimamente invasiva e preservar a gengiva aderida e os contornos gengivais.

• Alvéolo tipo I: tecido mole e tábua óssea vestibulares em níveis normais relativamente à junção esmalte-cemento (JEC) do dente a extrair e permanecem intactas após a exodontia.

Neste artigo, propõe-se a utilização da técnica Ice Cream Cone para regeneração óssea alveolar e da tábua vestibular perdida, para posterior colocação de implante.

• Alvéolo tipo II: tecido mole vestibular intacto, mas tábua óssea vestibular parcialmente em falta após a exodontia. • Alvéolo tipo III: tecido mole e tábua óssea vestibulares marcadamente reduzidos após a exodontia.

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Fig. 1, a-c. Classificação do alvéolo de acordo com Tarnow e col. (2007).

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Ciência e prática

MAXILLARIS

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Fig. 2, a-d. Técnica Ice Cream Cone, passo a passo.

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Ciência e prática

MAXILLARIS

Materiais e métodos M.I.D., de 51 anos, sexo feminino, saudável, sem patologia sistémica. Motivo da consulta: “tenho um dente a abanar”.

Propõs-se como plano de tratamento a exodontia do dente 2.3, regeneração óssea e após seis meses de cicatrização a colocação de implante dentário.

Ao exame clínico, detetou-se o dente 2.3 com mobilidade grau III, sangramento à sondagem, supuração e alteração de cor. Radiograficamente, o dente demonstra radiolucidez no osso alveolar compatível com lesão apical de etiologia traumática. Os testes térmicos e de percussão foram negativos.

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Fig. 3, a-b. Vistas intraorais iniciais do dente.

Fig. 4. Radiografia inicial do dente 2.3.

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Ciência e prática

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MAXILLARIS

Fig. 6. Dente extraído atraumaticamente.

Fig. 5. Incisão intrasulcular.

Discussão Técnica Ice Cream Cone Administrou-se anestesia infiltrativa vestibular e palatina na zona dos dentes 2.2 a 2.4. Efetuou-se o deslocamento da margem gengival do dente 2.3 com bisturi e lâmina 15 C. Ao invés da avulsão do dente com boticão, procedeu-se a odontossecção da coroa e da raiz, removendo por último os fragmentos radiculares vestibular e palatino. Com uma sonda periodontal, procurou-se averiguar o limite da tábua óssea vestibular e a sua integridade. Curetou-se abundantemente o alvéolo, apoiando um dedo na gengiva vestibular para evitar a perfuração da tábua ou dos tecidos moles, irrigando em intervalos com solução salina. Explorou-se o alvéolo com sonda de profundidade de implantes, tendo-se verificado a ausência de 6 mm de tábua óssea vestibular. Com bisturi, efetuou-se uma incisão vertical de espessura parcial na margem gengival vestibular, até ao ponto mais coronal palpável da tábua óssea, para preparar o espaço de colocação da membrana.

Após terminada a sua adaptação, preencheu-se o alvéolo com biomaterial ósseo de origem bovina (Straumann Xenograft). Suturou-se o limite coronal da membrana à margem gengival palatina e encerrou-se a ferida cirúrgica através da aproximação das margens gengivais. Para provisionalização imediata, individualizou-se o dente extraído e aderiu-se aos dentes adjacentes com resina composta. Removeu-se a sutura 15 dias após a intervenção cirúrgica e readaptou-se a coroa provisória para melhorar o perfil gengival sem causar pressão na zona a regenerar. Agendaram-se consultas de controlo de periodicidade mensal, nas quais se fizeram o controlo radiográfico e a reanatomização da coroa provisória, de forma a avaliar a integração do biomaterial regenerativo, tendo-se aguardado cinco meses até à colocação do implante.

Recortou-se a membrana de colagénio (Straumann GBR Membrane) de acordo com os limites do alvéolo e introduziu-se a mesma na loca preparada previamente.

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Fig. 7. Alvéolo pós-extraccional.

Fig. 8. Incisão de descolamento do periósteo.

Fig. 9. Individualização da membrana de colagénio (Straumann GBR Membrane).

Fig. 10. Inserção da membrana de colagénio entre a gengiva e o periósteo.

Fig. 11. Preenchimento do alvéolo com xenoenxerto (Straumann Xenograft).

Fig. 12. Sutura da ferida operatória.

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Fig. 14. Adesão da coroa do dente 2.3 aos dentes adjacentes com resina composta.

Fig. 13. Individualização do dente 2.3 para uso como provisório.

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Fig. 15, a-b. Pós-operatório de uma semana.

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Fig. 16, a-b. Pós-operatório após um mês.

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Fig. 17, a-b. Pós-operatório após quatro meses.

Colocação tardia de implante Administrou-se anestesia infiltrativa vestibular e palatina na zona dos dentes 2.2 a 2.4. Efetuou-se o deslocamento da margem gengival do espaço edêntulo com bisturi e lâmina 15 C, sem elevar um retalho, para avaliar in vivo a integração do biomaterial regenerativo. Fez-se a preparação do leito implantar e instalou-se um implante dentário Neodent Drive CM 3.5 x13, com torque de instalação 45 N e parafuso de cicatrização.

Findados três meses de integração óssea do implante, instalou-se um pilar anatómico e fez-se a moldagem para a coroa definitiva, que foi confecionada em zircónio com estratificação vestibular em dissilicato de lítio e cimentada com cimento resinoso autopolimerizável.

Nesta fase, iniciou-se a manipulação de tecidos moles com a coroa provisória, com periodicidade mensal, para melhorar o perfil de emergência gengival da futura coroa implantossuportada.

Fig. 18. Exposição da zona cirúrgica.

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Fig. 19, a-b. Eixo de inserção do implante.

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Fig. 20, a-b. Pós-operatório final após colocação do implante (Neodent Drive CM).

Fig. 21. Pós-operatório após três meses.

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Fig. 22, a-b. Instalação de pilar transepitelial anatómico.

Fig. 23. Coroa em zircónio com estratificação cerâmica por vestibular.

Fig. 24. Cimentação da coroa.

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Fig. 25, a-b. Resultado final.

Conclusão A técnica Ice Cream Cone é um procedimento de regeneração óssea minimamente invasivo, sensível à técnica do operador, que permitiu a reconstrução do defeito ósseo de três paredes existente e assim assegurou a manutenção dos tecidos moles circundantes, garantindo a preservação da estética, particularmente relevante na zona anterior. Esta técnica de preservação alveolar é também premente pelo aspeto de evitar o descolamento do periósteo e desta forma impedir uma maior quantidade de reabsorção óssea e consequentemente de tecidos moles.

Bibliografia 1. Tan-Chu JH e col. Analysis of buccolingual dimensional chan-

4. Fickl S e col. Dimensional changes of the alveolar ridge con-

tour after different socket preservation techniques. J Clin Periodontol 2008; 35: 906-913.

ges of the extraction socket using the “ice cream cone” flapless grafting technique. Int J Periodontics Restorative Dent. 2014 May-Jun; 34(3): 399-403.

5. Vignoletti F e col. Surgical protocols for ridge preservation

after tooth extraction: a systematic review. Clin. Oral Impl. Res. 23(Suppl. 5), 2012, 22-38.

2. Elian N e col. A simplified socket classification and repair tech-

nique. Pract Proced Aesthet Dent. 2007 Mar; 19(2): 99-104; quiz 106.

6. Tarnow D e col. Preservation of Implant Aesthetics: soft tissue

and restorative considerations. Journal of Esthetic Dentistry, Volume 8, No 1, 1996.

3. Darby I e col. Ridge preservation techniques for implant therapy. Int J Oral Maxillofac Implants. 2009; 24, Suppl: 260-71.

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ENDODONTIA

ENDODONTIA Como simplificar as endodontias

Título de experto em endodontia

O curso “Saiba como simplificar as endodontias na sua prática clínica”, organizado pela Dentina em colaboração com a VDW, celebra-se nos dias 13 de setembro, em Viseu (orientado por Márcia Cascão), 20 de setembro, em Aveiro (Valter Fernandes), e 11 de outubro, em Évora (Carlos Franco). A temática do curso incidirá essencialmente sobre o sistema reciprocante (Reciproc e Reciproc Blue), R-Pilot, motores de endodontia e diagnóstico. Além disso, os participantes terão acesso a uma sessão de hands-on, no decorrer do curso, para colocarem em prática todos os conhecimentos adquiridos.

A CEOdont prepara uma nova edição deste curso orientado por Juan Manuel Liñares Sixto e dirigido a todos os pós-graduados que queiram iniciar-se ou aperfeiçoar-se no mundo da endodontia. Eis o programa: • 1. Abertura cameral e preparação de condutos; de 3 a 5 de outubro. • 2. Instrumentação mecânica; de 14 a 16 de novembro. • 3. Obturação de condutos radiculares, de 12 a 14 de dezembro. • 4. Restauração após a endodontia; de 30 de janeiro a 1 de fevereiro de 2020. • 5. Retratamento e endodontia cirúrgica; de 27 a 29 de fevereiro de 2020.

210 317 700 / 228 303 844 - dentina@dentina.pt

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

ENDODONTIA

ESTÉTICA DENTÁRIA

Endodontia minimamente invasiva

Título de experto em estética dentária

Ao abrigo do programa formativo “Noites SPEMD”, realiza-se no próximo dia 10 de setembro, no Porto, um curso subordinado ao tema “Endodontia minimamente invasiva: quais os limites para realizar de forma responsável?”. Esta formação, com a chancela da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), será orientada pelo médico dentista e docente Emmanuel Silva, especialista em endodontia. Nesta apresentação a endodontia minimamente invasiva será discutida num contexto no qual a experiência clínica será integrada com a capacidade de analisar criticamente e aplicar racionalmente a informação científica de forma a melhorar a qualidade e previsibilidade do tratamento endodôntico

A CEOdont celebrará em 2020 uma nova edição deste curso. O programa modular (existe a opção de fazer módulos soltos) começará com os módulos: • 1. Capas de porcelana I, de 23 a 25 de janeiro. • 2. Capas de porcelana II, de 13 a 15 de fevereiro. • 3. Coroas de recobrimento total e incrustações, 6 e 7 de março. • 4. Periodontia clínica na prática geral, 5 e 6 de junho. • 5. Cirurgia periodontal estética, 3 e 4 de julho. Para os interesados em começar este ano, de 2019 restam os módulos: • 6. Cirurgia periodontal estética, 13 e 14 de setembro. • 7. Restauração com compósitos I, de 17 a 19 de outubro. • 8. Restauração com compósitos II, de 21 a 23 de novembro. • 9. Curso teórico-prático na Universidade de Nova Iorque, de 17 a 21 de junho.

www.spemd.pt

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

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MEDICINA ORAL

IMPLANTOLOGIA Congresso internacional Galimplant

Curso de medicina e patologia oral

A Galimplant celebrará com todos os seus clientes um novo congresso internacional nos dias 27 e 28 de setembro, na histórica cidade espanhola de Santiago de Compostela. De acordo com a empresa, este encontro, subordinado ao lema “Continuemos a somar juntos”, reunirá os mais importantes profissionais do universo dentário oriundos de todos os cantos do mundo. Todos e cada um deles realizarão a composição de um único e exclusivo programa de conferências, que abordará os mais destacados temas da atualidade do setor. O congresso oferecerá a possibilidade de alcançar uma perspetiva científica atual num ambiente familiar e festivo.

O Centro de Formação Contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) leva a cabo no dia 7 do próximo mês de setembro, no espaço físico da OMD em Angra do Heroísmo (Açores), um curso sobre o diagnóstico e terapêutica em medicina e patologia oral, focado no doente idoso e doentes polimedicados, terapia oncológica (bisfosfonatos) e resolução de complicações. Esta formação tem como orientador o médico dentista Luís Monteiro, especialista em cirurgia oral pela OMD e doutorado em patologia pela Universidade de Santiago de Compostela (Espanha). É membro da direção da Academia Portuguesa de Medicina Oral. 226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt

www.galimplant.com

ORTODONTIA

DESTAQUE

ORTODONTIA Título de experto em alinhadores invisíveis

Pós-graduação de ortodontia

A CEOdont prepara mais uma edição deste curso, orientado por Andrade Neto. O programa iniciar-se-á no dia 6 de fevereiro de 2020 e consta de dois módulos de três dias cada um. O objetivo é que o aluno realize os processos de elaboração de férulas invisíveis com a metodologia avançada para o trabalho, melhorando os resultados nos pacientes, planificando clinicamente e desenvolvendo um trabalho com diversas técnicas, sendo capaz de realizar tratamentos sem depender de uma empresa específica. Ao finalizar o curso o aluno terá apoio diagnóstico e de laboratório para os primeiros casos.

A ORTOCERVERA prepara a 89a edição da sua pós-graduação em ortodontia funcional, aparatologia fixa estética e alinhadores, orientada por Alberto Cervera. Esta formação vai decorrer entre os dias 26 e 28 do próximo mês de setembro, em Madrid (Espanha). Esta especialização está estruturada em quatro áreas formativas, designadamente protocolo de diagnóstico e tratamento, estudos de síndromes clínicos, práticas em tipodontos com brackets estéticos Camaleão e práticas clínicas tutorizadas.

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

(0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

SPO celebra congresso anual em Braga

XXVI Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Ortodontia Altice Fórum (Braga) www.sportodontia.pt

O XXVI congresso da Sociedade Portuguesa de Ortodontia (SPO) vai ter lugar nos dias 19 a 21 de setembro, no Altice Fórum Braga, a mais recente e maior infraestrutura para congressos no norte do país. O tema central desta edição do congresso é a ortodontia e a estética numa abordagem multidisciplinar. A médica dentista Ágata Carvalho, presidente da comissão organizadora, justifica esta escolha pelo desafio imenso que constitui a prática clínica atual. A evolução vertiginosa, que pauta os últimos tempos, lança para debate a ortodontia digital, sistemas de ancoragem esqueléticos e os alinhadores, sempre num âmbito multidisciplinar. A organização antecipa ainda que o encontro deverá registar o maior número de inscritos na história dos congressos da sociedade científica.

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Lisboa organiza em setembro congresso da EAO

EAO 2019 Centro de Congressos de Lisboa www.eao.org

O congresso anual da European Association of Osseointegration (EAO) vai decorrer nos dias 26 a 28 de setembro próximo, em Lisboa, sob o lema “A ponte para o futuro”. O programa científico do maior encontro europeu centrado na temática da osteointegração contará com o contributo de especialistas dos quatro cantos do mundo. O congresso é presidido pelos médicos dentistas e professores catedráticos Gil Alcoforado (presidente) e Susana Noronha (vice-presidente). O Brasil será o país convidado da edição lisboeta da cimeira da EAO, que terá como cenário o Centro de Congressos de Lisboa. A MAXILLARIS associa-se a este destacado evento, do calendário internacional da área da Medicina Dentária, na qualidade de Media Partner.

VÁRIOS

VÁRIOS

Barcelona acolhe em setembro simpósio anual europeu

Patologia salivar e medicina geral e familiar

A Henry Schein Orthodontics, a unidade de negócios de ortodontia da Henry Schein, anuncia o seu quinto Simpósio Anual Europeu Carriere, que decorrerá entre os dias 19 e 21 de setembro, em Luís Carrière será o orador principal do simpósio. Barcelona (Espanha). O orador principal será Luis Carrière, inventor da Sagittal First Philosophy, baseada em evidências com tecnologia da Carrière Motion 3D Appliance, na apresentação das mais recentes ferramentas e tecnologias para ajudar a melhorar a eficiência e produtividade dos consultórios de ortodontia, e na promoção de soluções que ajudam a fazer a diferença nas vidas dos pacientes.

A patologia das glândulas salivares é vasta. Mas, como em qualquer área da medicina, existem entidades nosológicas mais frequentes ou graves das quais é importante conhecerem-se as suas manifestações clínicas. O encontro sobre patologia salivar e medicina geral e familiar, agendado para o dia 19 de outubro, na Casa de Saúde da Boavista (Porto) pretende, primeiro, sumarizar as doenças comuns das glândulas salivares e demonstrar uma metodologia diagnóstica prática e, depois, convidar colegas de medicina geral e familiar a apresentar casos clínicos de patologia salivar com os quais se tenham deparado na sua atividade quotidiana. www.csaudeboavista.com/patologia-salivar

www.carrieresymposium.com

VÁRIOS Curso de prótese parcial removível e fixa No âmbito do seu calendário anual de formação contínua, a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) programou para o dia 13 deste mês um curso de prótese parcial removível e fixa, destinado à classe dos assistentes dentários. Esta formação vai decorrer num hotel de Setúbal, sob a orientação da médica dentista Rita Reis, licenciada e pós-graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. É também assistente convidada do Mestrado Integrado em Medicina Dentária e colaboradora da pós-graduação em Reabilitação Oral e Protética da referida faculdade coimbrã. 226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt

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VÁRIOS 28o congresso da OMD vai ter lugar em Lisboa

SPEMD realiza no Porto congresso do centenário

O 28o congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) está marcado para os dias 14 a 16 do próximo mês de novembro, em Lisboa. Eis os conferencistas estrangeiros que confirmaram a sua presença no programa da cimeira de 2019: Homa H. Zadeh, José María Suárez, Oswaldo Scopin, Mariano Sanz, Leonardo Trombeli, Luca Cordaro, Fernando Borba Araújo, Giovanni Lodi, Pasquale Venuti, Juan Carlos Pérez Varela, Juliana Ramacciato e Antonis Chaniotis.

A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) vai celebrar no Porto, nos dias 18 e 19 do próximo mês de outubro, o seu 39o congresso, que coincide com as celebrações do centenário da sociedade científica, deixando antever um programa especial. Esta edição vai decorrer no Seminário de Vilar, o que representa um regresso a uma casa que a SPEMD tão bem conhece, pois organizou nesse local vários congressos na década de 90 e no início do novo milénio.

www.omd.pt

www.spemd.pt

VÁRIOS

VÁRIOS Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS

Curso de boas práticas para assistentes dentários

A ORTOCERVERA organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS (conceitos básicos e definições), protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, tratamento do SAHS, algorritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado e “a la carta”.

Ao abrigo do calendário de formação contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), realiza-se no dia 21 de setembro, no espaço físico da OMD no Funchal (Madeira), um curso subordinado ao tema “Higiene, segurança e manutenção de materiais e equipamentos: boas práticas no dia a dia pelo assistente dentário”. Esta formação será orientada por Carlos Miguel Marto, médico dentista e assistente convidado da Área de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

(0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt

DESTAQUE

#MXDayDigital celebra-se em setembro

MAXILLARIS - D2 Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa www.maxillaris.com/mxdaypt

A MAXILLARIS, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital (D2), organiza no dia 6 de setembro, nas instalações da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, uma jornada dedicada à integração digital na clínica (#MXDayDigital), que já tem assegurados os seguintes oradores: Rafael Jaén Gutiérrez, Elena Cervino, Diogo Viegas, Esteban Xam-mar, João Fonseca e Felipe Aguilar. Nesta jornada inédita, os participantes vão ter a oportunidade de conhecer as inovações mais marcantes e as experiências dos especialistas do setor. Além disso, poderão realizar interessantes práticas, já que o programa prevê a realização de uma série de conferências dinâmicas no período da manhã, ao passo que durante a tarde realizar-se-ão workshops com dois dos oradores já confirmados: João Fonseca e Felipe Aguilar.

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TOP

setembro +

julho day

31 International Conference & Exhibition on Dental Medicine and Dentistry Chicago (EUA) dentalmedicinemeetings2019@gmail.com st

29 30

agosto

World Dental Congress (ADA – FDI) American Dental Association e FDI Moscone Center San Francisco (EUA) www.world-dental-congress.org

4 8

#MXDAYDigital MAXILLARIS e Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital (D2) Universidade de Lisboa maxillaris.com/mxdaypt

6

XXVI Congresso SPO Sociedade Portuguesa de Ortodontia Altice Fórum Braga www.sportodontia.pt

19 21

ICOI World Congress 2019 The International Congress of Oral Implantologists New York Marriott Marquis (EUA) www.icoi.org

15 17

CED-IADR/NOF CED-IADR Hotel Meliá Castilla - Madrid (Espanha) www.ced-iadr.eu/madrid-2019

19 21

3rd International Conference on Advanced Dentistry and Dental Practice Banguecoque (Tailândia) www.meetingsint.com/conferences/advacenddentistry

25 27

EAO 2019 European Association of Osseointegration Centro de Congressos de Lisboa www.eao.org/page/FutureCongresses

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novembro outubro Congresso Mundial de Estética Dentária IFED-SEPES Palácio de Congressos de Catalunha (Barcelona) www.sepes-ifed2019.sepes.org

10 12

28o Congresso OMD Ordem dos Médicos Dentistas Lisboa www.omd.pt

14

Congresso ADF 2019 Association Dentaire Française Paris (França) www.adfcongres.com

26

16

30

Dental Showcase British Dental Industry Association Birmingham (Reino Unido) www.dentalshowcase.com

17 19

XXXIX Congresso SPEMD Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária Porto www.spemd.pt

18 19

Greater New York Dental Meeting New York County and Second District Dental Societies Nova Iorque (EUA) www.gnydm.com

1 4

40o Congresso AEDE Associação Espanhola de Endodontia Valência (Espanha) www.aede.info

31 2

Global Oral Hygiene and Dental Health Summit Dubai (Emiratos Árabes Unidos) www.oralhygeine.pulsusconference.com

2 3

dezembro

9 1 www.maxillaris.com/mxdaypt

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VITA ADIVA IA-CEM, sistema adesivo para disfarçar pilares

AutoScan DS-EX e DS-EX Pro www.ravagnanidental.com

j.vizcainoluque@vita-zahnfabrik.de

A Ravaganani Dental efetuou diversas demonstrações em Portugal e Espanha, no passado mês de maio, do mais recente e revolucionário equipamento da Shinning: o AutoScan-DS-ES e DS-EX Pro. Desenvolvido especificamente para o mercado dentário, o AutoScan DS-EX, com uma resolução de 15 µm (cor), e DS-EX Pro, com uma resolução de 10 µm (preto e branco), possui a mais recente tecnologia de digitalização 3D com uma estrutura leve para fornecer soluções precisas e eficientes para aqueles que se concentram na produtividade e na eficiência de custos. Suporta a digitalização 3D da maioria dos articuladores no mercado. Com um desenho intuitivo e um fluxo de trabalho automático, o novo equipamento oferece benefícios para laboratórios dentários e centros de formação profissionais.

VITA ADIVA IA-CEM ultra opaco é um sistema adesivo de secagem dual, de aplicação tanto extraoral como intraoral, que facilita a fixação extraoral de próteses implantosuportadas sobre una base adesiva de titânio ou intraoral sobre um pilar de titânio individual. Ao ser altamente mascaradora, evita que o cinzento sobressaia e protege a estética das restaurações cerâmicas, de cerâmica híbrida e baseadas em compósitos, ao mesmo tempo que garante uma união adesiva fiável a dois materiais distintos. O sistema de fixação apresenta-se num estojo de metal claramente estruturado que contém, além do compósito de fixação altamente opaco, uma subcapa para metal e cerâmica, gel de ácido fluorhídrico e acessórios. Graças a um misturador inteligente, o número de fixações aumenta em cerca de 30% em comparação com os sistemas de auto-mistura convencionais.

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Nova variante No Mount nos implantes da ZIACOM

Raydent Studio, solução completa de impressão, tratamento e software info@ziacom.es

www.ravagnanidental.com

A ZIACOM tem à disposição do profissional diferentes opções de implantes com pilares multifunção, utilizados como mount, mas com a versatilidade de poderem funcionar como transfers de impressão ou pilares provisórios se o clínico assim entender. Não obstante, nas situações clínicas em que o espaço interoclusal se encontra comprometido, existe limitação da abertura ou as preferências do implantologista sejam outras, a ZIACOM oferece a versão adicional No Mount para os implantes de conexão interna (Zinic, Zinic MT e Zinic Shorty), de conexão externa (ZM8N e ZM8S) e de conexão cónica (Galaxy e ZV2). O implante ZIACOM No Mount tem a vantagem de evitar a sua manipulação para a desmontagem do mount, afastando o risco de redução da estabilidade primária. O blíster aloja-o em posição vertical.

A marca Ray, líder mundial em qualidade de resolução de imagem, volta a inovar com os seus produtos. O novo Raydent Studio utiliza a tecnologia LCD da indústria das comunicações móveis e foi concebido para laboratórios e clínicas dentárias, tornando a impressão 3D mais apetecível. Este equipamento oferece um processo de impressão rápido, com extrema precisão e uniformização, sem necessidade de limpeza com espátula ou spray. Por outro lado, inclui, a título gratuito, o software Raydent Designer CAD-CAM.

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ZIACOM participou no congresso da Sociedade Espanhola de Implantes

Carestream Dental associa-se ao congresso anual da SPO

Nos passados dias 21 e 22 de junho o teatro Goya de Madrid (Espanha) acolheu a celebração do XXXI Congresso Nacional e XXIV Internacional da Sociedade Espanhola de Implantes (SEI). A ZIACOM, dando seguimento à sua campanha de presença nos eventos mais destacados do setor, reservou os stands 7 e 8 para a ocasião. Durante o congresso a ZIACOM expõs os seus produtos mais destacados. Entre estes, exibiu os seus implantes de conexão cónica, Galaxy e ZV2, de conexão interna, Zinic, Zinic MT e o seu extra curto Zinic Shorty. Aproveitou para divulgar as características e vantagens que apresentam os seus regeneradores Osseos BCP e Osseos TCP, assim como as suas membranas sintéticas reabsorvíveis Zellplex e T-Gen. Entre outros produtos, a cirurgia guiada também foi determinante durante a presença da ZIACOM no congresso SEI 2019.

A Carestream Dental vai marcar presença no XXVI Congresso da Sociedade Portuguesa de Ortodontia (SPO), que está agendado para os dias 19 a 21 do próximo mês de setembro, em Braga. A marca associa-se, na qualidade de expositor, a um evento de elevado nível científico, aliado a um interessante programa social, onde exibirá as suas últimas soluções de imagiologia. O tema central do congresso é a “Ortodontia e a estética”, numa abordagem multidisciplinar, com a presença de conferencistas de renome, com questões que marcam a ortodontia do século XXI numa matriz multidisciplinar.

www.ziacom.es

www.carestreamdental.com/pt

Ticare renova acordo com sociedade científica

Ortoplus mantém atividade regular durante o verão

A Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica e Estética (SEPES) e a Ticare Implants renovaram o seu protocolo de colaboração na área de Medicina DenMiguel Roig, presidente da SEPES (direita), tária, em especial no campo da prótese durante a sua visita às instalações da Ticare. e da estética dentária. Recentemente, a Ticare recebeu a visita da direção da SEPES, encabeçada pelo seu presidente, Miguel Roig, para firmar a renovação e conhecer as instalações da sede central da empresa em Valladolid (Espanha) e, especialmente, as bases da filosofia Ticare (Tissue Care Philosophy), focada no cuidado dos tecidos, graças a um processo de fabricação e um controlo de qualidade únicos.

O Grupo Ortoplus anunciou que, como todos os anos, irá manter a sua atividade durante o verão e a sua equipa continuará a oferecer os seus serviços no horário Sede da Ortoplus em Málaga (Espanha). habitual durante este mês e agosto. Assim, as clínicas que necessitem qualquer tipo de aparatologia, seja ela digital ou tradicional, ou que queiram iniciar tratamentos de ortodontia invisível Alineadent ou tratamentos de apneia e roncopatia com OrthoApnea, podem continuar a contar com o laboratório durante toda a época estival. A Ortoplus convida a usar as plataformas digitais OrtoDock (www.ortodock.es), LineDock (www.linedock.com) e ApneaDock (www.apneadock.es) para a gestão rápida e eficaz dos tratamentos.

www.ticareimplants.com

www.ortoplus.es

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BTI marcou presença em reunião do setor O Biotechnology Institute (BTI) participou na reunião conjunta da Sociedade Espanhola de Disfunção Craniomandibular e Dor Orofacial (SEDCYDO) e da Sociedade Espanhola de Medicina Oral (SEMO), que celebraram em Bilbau (Espanha) o seu trigésimo e o seu vigésimo quinto congressos, respetivamente, entre os dias 20 e 22 de junho. O BTI deu a conhecer os últimos avanços em cirurgia e prótese para o tratamento de diversas patologias, como a periimplantite ou as reabsorções graves na mandíbula, as novas técnicas no ciclo digital da prótese, os últimos desenvolvimentos em aplicações terapêuticas com plasma rico em fatores de crescimento e as novidades no diagnóstico e tratamento da apneia. bti-biotechnologyinstitute.com/pt

Duas décadas da técnica cirúrgica All-on-four

Regras de publicação dos artigos científicos: • Os artigos não podem ter sido editados em outra publicação (nesse caso, precisamos de autorização expressa dessa publicação). • O texto deve ser enviado em formato word. • O conteúdo não deve ser publicitário (não admitimos comparações entre produtos nem trabalhos destinados a exaltar as características de marcas comerciais), ainda que possam constar nomes de produtos ou aparelhos utilizados no decorrer do trabalho. • O artigo deve estar estruturado, no mínimo, em: introdução, desenvolvimento, conclusões e bibliografia. • A bibliografia deverá ser organizada respeitando a ordem em que for apresentada no texto (quando a ela se faça referência) ou por ordem alfabética, e indicada da seguinte maneira: Silverman E, Cohen M. The Twenty minute full strip up. J Clin Orthod. 1976; 10: 764. • Fotografias em formato jpg ou tif, escaneadas a 300 pixéis por polegada, com dimensões mínimas de 9 cm de largura. Pelo menos uma das imagens do artigo (página de introdução) deve ter um tamanho mínimo de 20 x 26 cm. • Foto do primeiro autor (meio corpo). • Nome, apelidos e titulação de todos os autores, assim como um breve currículo de todos eles (formação principal e prática habitual). • E-mail do autor, ao qual enviaremos pdf com o resultado final para revisão antes da publicação.

A Nobel Biocare continua assinalar as duas décadas da técnica cirúrgica All-on-four, criada e desenvolvida por Paulo Malo e pela sua equipa há 21 anos. Desta vez, foi num evento em Milão (Itália), na Universidade San Rafaelle. E a Malo Clinic esteve muito bem representada, com palestras por parte dos médicos dentistas Paulo Malo (“20 anos Paulo Malo. de arte, investigação, ciência e tecnologia”), Miguel Nobre (“Protocolos de manutenção no conceito de tratamento All-on-four e comunicação com o paciente”) e Armando Lopes (“Navegação cirúrgica dinâmica em implantologia”). www.maloclinics.com

Simpósio da BioHorizons reúne meio milhar de profissionais Cerca de 500 profissionais de todo o mundo estiveram reunidos em Cartagena (Colômbia), nos dias 31 de maio e 1 de junho, no reconhecido Simpósio Internacional da BioHorizons. Estes encontros caracterizam-se por congregar os principais especialistas em implantologia e oferecer formação avançada aos assistentes com os olhos postos no futuro. Ainda restam três coordenadas geográficas para completar o BioHorizons Global Education Tour 2019: Tóquio (Japão), 6 de outubro; Sevilha (Espanha), 16 de novembro, e Puerto Varas (Chile), 6 e 7 de dezembro. www.biohorizons.com

Nota: após receção do artigo, este será enviado à nossa Comissão Científica para aprovação.

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