MAXILLARIS MAIO - JUNHO 2014

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Publicidade

Falamos com...

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Perspetivas

Paulo J. Almeida, presidente da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária

Tin Chun Wong, presidente da Federação Dentária Internacional

Halitose: um tabu com problemas de fundo


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Ace Surgical/Henry Schein . . . . . . . . . . . . . 36 e 37

Proprietário: Cyan Editores.

Acteon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Coordenador Edição Portuguesa: João Drago. portugal@maxillaris.com

Bredent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Carestream Health. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 e 19 Casa Schmidt . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 CEOdont . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Dürr Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Fedesa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 FMDUL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Implant Direct . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Instituto Casan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Integra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Ivoclar Vivadent. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Neodent. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

Publicidade: comercialportugal@maxillaris.com Colaboradores: Gilberto Ferreira. João dos Santos. Maria Inês de Matos. Nuria Mauleón. Valéria Baptista Ferreira. Comissão Científica: Jaime Guimarães (diretor científico). Ana Cristina Mano Azul. Francisco Brandão de Brito. Gil Alcoforado. Isabel Poiares Baptista. José Pedro Figueiredo. Paulo Ribeiro de Melo. Susana Noronha. REDAÇÃO: Av. Almirante Reis, 18, 3º Dto. Rtg. 1150-017 Lisboa. Tel./Fax: 218 874 085. Edição online: www.maxillaris.com.pt

Nordental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

Depósito Legal: M-44.552-2005.

OMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 e 77

Impressão: MONTERREINA.

Oral B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

Índice de anunciantes

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Assinatura anual: Portugal 35 €, resto 80 €.

Procoven . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 ISENTO DE REGISTO AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 de 9/6 art 12º nº 1ª

Ravagnani Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Simesp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

Tiragem: 6.100 exemplares

SPEMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 • Periodicidade bimestral.

Zhermack. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

• MAXILLARIS não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores.

• Proibida a sua reprodução total ou parcial em

Zirkonzahn. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 e 3

outras publicações sem a autorização expressa e por escrito de CYAN EDITORES.

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Sumário

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Administradores: - Marisol Martín. marisol.martin@maxillaris.com - José Antonio Moyano. moyano@maxillaris.com Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com

Crónica 8 10

Dia Mundial da Saúde Oral junta setores da saúde e da educação.

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Expodental 2014 registou mais de 27.000 visitantes.

Falamos com...

Subdiretor: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com

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Diretora Comercial: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com

Paulo Júlio Almeida, presidente da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária: “O trabalho estreito entre técnicos e clínicos é a chave para o sucesso dos tratamentos estéticos”.

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Tin Chun Wong, presidente da Federação Dentária Internacional: “A saúde oral é um problema mundial desatendido, em grande parte porque não se define politicamente como tal”.

Chefe Divisão Multimédia: Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com

Ponto de vista 38

Redatores: María Santos e Diego Ibáñez. redaccion@maxillaris.com Serviços Administrativos: Marta Esquinas. administracion@maxillaris.com

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Nuno Serra: “Aumento de gengiva aderida: indicações e técnicas a propósito de dois casos clínicos”.

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Mário Martins: “Materiais de registo dos contactos inter-oclusais: a velha escola e os novos sistemas tecnológicos”. Premiado como melhor poster científico do III CNEMD (com o patrocínio da MAXILLARIS).

Perspetivas 64

Edição online espanhola: www.maxillaris.com Comissão Científica (edição espanhola): Javier García Fernández (diretor científico). Armando Badet de Mena. Blas Noguerol Rodríguez. Emilio Serena Rincón. Germán Esparza Gómez. Héctor Tafalla Pastor. Jaime Jiménez García. Jaume Janer Suñé. Juan López Palafox. Luis Calatrava Larragán. Manuel Cueto Suárez. Marcela Bisheimer Chémez. Rafael Martín-Granizo López. Ramón Palomero Rodríguez.

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Orlando Monteiro da Silva, presidente do Conselho Nacional das Ordens Profissionais e bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas: “Ordens profissionais: da autorregulação para a corregulação?”.

Ciência e prática

REDAÇÃO ESPANHA: C/ Clara del Rey, 30, bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 25 52 45 Fax: (0034) 917 25 01 80

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Estudantes e jovens dentistas querem renovar o debate em torno da profissão.

Halitose: um tabu com problemas de fundo.

Calendário de cursos 74

Agenda de cursos para os profissionais do setor.

Congressos e reuniões 78

Calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais nacionais e estrangeiras.

Novidades da indústria 81

Produtos e equipamentos.

Página empresarial 83

Notícias de empresas.


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Crónica

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Dia Mundial da Saúde Oral junta setores da saúde e da educação A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e os ministérios da Saúde e da Educação assinalaram, no passado dia 20 de março, o Dia Mundial da Saúde Oral, numa cerimónia que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, sob o mote “Celebrando sorrisos saudáveis”. Nesta parceria estiveram incluídas a celebração do Dia Mundial da Poesia, que se comemora a 21 de março, e a Semana Nacional de Leitura, que decorreu entre os dias 17 e 21 do mesmo mês. A parte da manhã foi dedicada aos mais novos, com a apresentação de uma peça de teatro e a exibição das melhores curtas-metragens do concurso Festival de Curtas. Da parte da tarde, realizou-se uma sessão dedicada à temática “O Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral: da escola à escovagem dos dentes, da leitura à intervenção precoce no cancro oral” em que participaram os diretores gerais da Saúde, Francisco George, e da Educação, Fernando Egídio, o coordenador do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral, Rui Calado, e o comissário do Plano Nacional de Leitura, Fernando Pinto do Amaral, entre outras personalidades. Também se associaram às comemorações o bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, e os ministros da Saúde, Paulo Macedo, e da Educação, Nuno Crato.

A partir da esquerda, Paulo Macedo, ministro da Saúde, Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD, e Francisco George, diretor geral da Saúde.

Orlando Monteiro da Silva começou por apresentar as boas-vindas aos participantes. De seguida, projetou uma mensagem da diretora mundial da Saúde, Margaret Chan, dirigida aos médicos dentistas, e apresentou o relatório da Federação Dentária Internacional, designado por "Oral Health Worldwide". Durante a sua intervenção, o bastonário realçou a importância da colaboração entre os setores da educação e da saúde para a melhoria da literacia da população. Por seu lado, o ministro da Saúde referiu que Portugal tem sabido criar, na área da saúde oral, “as suas próprias dinâmicas de intervenção, que é preciso consolidar e desenvolver”. Neste sentido, fez um apelo a todos os profissionais ao serviço da educação e da saúde “para que mantenham este exemplo de cooperação, infelizmente tão poucas vezes praticado, mas indispensável à promoção da saúde dos portugueses, à prevenção e intervenção precoce nos casos de doença, à melhoria da qualidade de vida e de bem-estar que desejamos alcançar”.

Ordens profissionais discutem novos estatutos na AR A vice-presidente da Assembleia da República (AR), Teresa Caeiro, recebeu no passado dia 15 de abril uma delegação do Conselho Nacional das Ordens Profissionais (CNOP), liderada pelo seu presidente e bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.

Teresa Caeiro, vice-presidente da AR, recebeu Orlando Monteiro da Silva na qualidade de presidente do CNOP.

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Na reunião com a vice-presidente da AR fez-se o acompanhamento do processo de revisão dos estatutos das ordens profissionais, no qual se inclui o da Ordem dos Médicos Dentistas. O encontro decorreu numa altura em que o Parlamento aguarda que o Governo envie para apreciação a legislação que vai enquadrar os novos estatutos das ordens profissionais.


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Centro de Estudos Mundo a Sorrir atribui Prémio Mexia de Almeida As instalações da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, com sede em Lisboa, foram no passado dia 5 de abril o cenário da sessão de entrega dos galardões da primeira edição do Prémio Mexia de Almeida, uma iniciativa do Centro de Estudos Mundo a Sorrir (CEMAS), que pretende premiar os melhores trabalhos académicos no âmbito da Medicina Dentária comunitária. O CEMAS é um projeto da associação Mundo a Sorrir (MAS) criado com o intuito de promover o desenvolvimento da investigação de temáticas relacionadas com a saúde oral, bem como conferir suporte científico aos projetos desenvolvidos pela MAS. No seu primeiro ano de existência, o CEMAS lançou este desafio como forma de destacar aqueles que desenvolvem o seu trabalho em prol dos que mais precisam. Durante a sessão em Lisboa, premiaram-se os três melhores trabalhos a concurso, designadamente “Sorrir saudável”, da autoria de Filipa Coimbra (primeiro lugar), “Boletim individual de saúde”, de José Frias Bulhosa (segundo lugar), e “Plantas e Medicina Dentária”, de Marlone da Barca (terceiro lugar). A sessão de boas vindas esteve a cargo do médico dentista e professor catedrático Gil Alcoforado, na sua qualidade de diretor do CEMAS. Também usaram da palavra João Filipe Raposo, diretor da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, que abordou o tema “Promoção e intervenção em saúde na comunidade”, e César Mexia de Almeida, médico dentista e professor catedrático que dá nome ao prémio, pelo seu vasto e reconhecido trabalho em prol da Medicina Dentária comunitária.

A partir da esquerda, César Mexia de Almeida, Marlone da Barca, Filipa Coimbra, José Frias Bulhosa e Gil Alcoforado.

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Estudantes e jovens dentistas querem renovar o debate em torno da profissão A terceira edição do Congresso Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (III CNEMD) reuniu em Coimbra, nos passados dias 28 de fevereiro e 1 de março, cerca de 400 participantes, entre estudantes do setor, convidados e membros da organização. “Isto comprova que a região centro do país, e neste caso a cidade de Coimbra, tem todo o potencial e a capacidade para albergar um evento deste género”, refere à MAXILLARIS João Pires, estudante finalista do curso de Medicina Dentária da Universidade de Coimbra e presidente da comissão organizadora do III CNEMD. Este ano o congresso (propriamente dito) limitou-se à segunda jornada A partir da esquerda, Ingmar Dobberstein, presidente da Young Dentists do programa, uma vez que o primeiro dia foi dedicado exclusivamente Worldwide, João Pires, presidente da comissão organizadora do III CNEMD, a cursos pré-congresso. No total realizaram-se quatro cursos nas áreas e Lino Vinhas, presidente da recém criada Young Dentists Portugal. da reabilitação protética, da cirurgia periodontal, da regeneração óssea e da endodontia, a preços de inscrição “bastante acessíveis”, tendo em consideração a atual conjuntura económica nacional. “Os cursos estiveram praticamente todos preenchidos por estudantes dos últimos anos e também aderiram recém licenciados e médicos dentistas”, sublinha João Pires, adiantando que o feedback dos participantes “foi muito positivo”. A jornada dedicada às sessões científicas, durante a qual abordaram-se os principais temas da atualidade em Medicina Dentária, contou com sete conferencistas, incluindo três oradores internacionais. O bastonário Orlando Monteiro da Silva marcou presença na sessão de abertura, durante a qual reafirmou o seu interesse em aprofundar o contacto com os estudantes. De resto, estão já agendadas reuniões entre a direção da OMD e as associações estudantis para tentar resolver os problemas existentes na área da Medicina Dentária. Uma das preocupações dos estudantes prende-se com a empregabilidade. “A ideia que prevalece é que há falta de médicos dentistas e que o nosso curso é dos que têm maior índice de empregabilidade, mas a verdade é que cada vez são mais os colegas a emigrarem por falta de trabalho”, sublinha João Pires, que conta com o apoio da OMD para inverter a situação. O III CNEMD contou com a presença de Ingmar Dobberstein, presidente da Young Dentists Worlwide, organização que envolve mais de 40 países, através de grupos ou organizações de jovens profissionais do setor. O médico dentista alemão veio assistir à criação da Young Dentists Portugal. “O nosso objetivo é rejuvenescer a abordagem e a discussão em torno da profissão, através de uma visão mais jovem dos problemas que enfrentamos”, afirma o também presidente da Young Dentists da Alemanha, para quem Portugal tem boas perspetivas neste campo, “uma vez que tem como bastonário um ex-presidente da FDI que revela uma visão excecional e moderna da profissão. Esta é uma mais-valia para fazer a ponte com as novas gerações”. Considera mesmo que Portugal poderá fazê-lo “de uma forma mais rápida do que a própria União Europeia ou países como a Alemanha”, já que a sua reduzida dimensão geográfica “permite uma maior flexibilidade para encontrar respostas aos desafios do setor”. Por seu lado, Lino Vinhas, presidente da Young Dentists Portugal, sustenta que esta nova entidade vem reforçar o trabalho iniciado há quatro anos com a constituição da Associação Portuguesa dos Estudantes de Medicina Dentária (PADS). “Os mais novos irão continuar a estrutura da PADS e nós entendemos que é necessário mobilizar os mais velhos e reforçar os mecanismos de pressão”. As duas associações passam, assim, a funcionar em parceria na defesa dos pontos de vista das gerações mais novas. Lino Vinhas considera que “está na altura de pôr em prática a redução do número de alunos e promover alguma regulação no mercado de trabalho”, entre outras reivindicações.

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Mais de 300 estudantes e médicos dentistas aderem às Jornadas Internacionais do ISCSEM As XXII Jornadas Internacionais de Medicina Dentária do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz reuniram, nos passados dias 28 e 29 de março, mais de 300 participantes, entre inscritos, convidados, oradores e membros da organização. O programa científico, que decorreu no Campus Universitário da referida instituição de ensino superior, com sede no Monte da Caparica, contou com a presença de oito oradores nacionais e internacionais de renome, nomeadamente os portugueses Mário Rito Pereira, Ricardo Alves e Paulo Monteiro, as espanholas Patricia Gaton, Elena Barberie Leache e Laura Ceballos, e os brasileiros Eduardo Prado e Fernando Montenegro.

Orlando Monteiro da Silva (primeiro a partir da esquerda) presidiu à mesa de honra da sessão de abertura do evento organizado pelo ISCSEM.

Durante as sessões, abordaram-se temáticas como a endodontia, a ortodontia, a cirurgia ortognática, a dentisteria minimamente invasiva, a pediatria, a dentisteria estética, o tratamento do paciente com Alzheimer e a cimentação em prótese fixa. “Procurámos organizar um programa abrangente e apresentá-lo numa lógica ordenada ou sequencial em conformidade com as diversas fases de tratamento”, esclarece à MAXILLARIS Diana Silva, presidente da comissão executiva deste evento, sublinhando o particular destaque que foi dado, na edição deste ano, às questões relacionadas com a estética, “não apenas na perspetiva dentária como também no contexto da medicina em geral”. Para além do programa científico, foi organizado um fórum de esclarecimentos sobre emigração e Medicina Dentária. “Consideramos que o nosso nível sócio-económico está deteriorado e muitas das Diana Silva, presidente da comissão escapatórias dos médicos dentistas, principalmente dos mais jovens, passam pela emigração”, justifiexecutiva das jornadas internacionais. ca Diana Silva. O debate contou, de resto, com a presença do bastonário Orlando Monteiro da Silva e de Filipa Marques, responsável pela área jurídica da Ordem dos Médicos Dentistas, que explicaram aos presentes o tipo de apoio que a OMD presta neste campo e a forma como tem atuado para proteger e beneficiar os profissionais do setor que estão a sair do país. Orlando Monteiro da Silva também marcou presença na mesa de honra da sessão de abertura das jornadas, ao lado de outros representantes do setor dentário, tais como Paulo Maurício, presidente da comissão organizadora, Sérgio Félix, presidente da comissão científica, e Manuel Jorge de Queiroz Medeiros, presidente de honra.

MAXILLARIS patrocina concursos das reuniões e jornadas do setor A MAXILLARIS atribuiu uma série de prémios no âmbito de várias jornadas e congressos do setor que tiveram lugar nos últimos meses. Neste contexto, a biblioteca multimédia editada por esta revista foi oferecida aos vencedores dos concursos ao melhor póster científico do III CNEMD (que publicamos nesta edição, a partir da página 54) e ao melhor caso clínico das Jornadas Internacionais do ISCSEM. Neste último caso, o prémio recaiu no trabalho intitulado “Abordagem conservadora na restauração de dentes endodonciados”, da autoria do estudante do ISCSEM André Caetano e que tem como coautoras as médicas dentistas e docentes Maria João Antunes e Ana Mano Azul. Esta revista entregou também o prémio de melhor comunicação oral das Jornadas de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa, ao médico dentista Diogo Nuno Gonçalves, pela comunicação intitulada “Avaliação da alteração da frequência cardíaca e tensão arterial em pacientes submetidos a anestesias locais”. Ambos os trabalhos serão publicados nas próximas edições da MAXILLARIS. André Caetano.

Diogo Nuno Gonçalves.

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Certame de Singapura registou mais de 7.800 visitantes e 500 expositores

IDEM confirma liderança no contexto das reuniões asiáticas do setor dentário A oitava edição da reunião dentária internacional IDEM Singapura, que se realizou entre os dias 4 e 6 de abril, registou um novo recorde de participantes, expositores e conferências, confirmando assim a sua liderança no contexto dos eventos asiáticos do setor dentário. Mais de 500 expositores oriundos de 38 países apresentaram as suas últimas inovações no âmbito da dentisteria clínica, da tecnologia dentária e dos cuidados ao paciente em todos os segmentos do mercado, tais como os tratamentos de restauro e preventivos, os procedimentos e equipamentos cirúrgicos, instrumentos de laboratório, para além das novidades em ortodontia, endodontia e periodontia, entre outras.

Reforça-se assim o papel da IDEM como porta de entrada no continente asiático para os distribuidores e fabricantes do setor dentário. A comprová-lo está o elevado número de empresas (170) que apresentaram pela primeira vez os seus produtos no certame bienal de Singapura, representando cerca de 30 por cento do número total de expositores. A parte científica decorreu sob o tema “Medicina Dentária – o futuro é agora”, com um completo programa centrado nos desafios, nos procedimentos técnicos e nos avanços em diferentes campos do setor. As sessões de carácter científico, num total de 45, contaram com as intervenções de 36 renomados especialistas internacionais. A próxima edição da IDEM Singapura já tem data marcada: vai ter lugar de 8 a 10 de abril de 2016.

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O certame bienal de Singapura reforçou o seu papel como porta de entrada no continente asiático para os distribuidores e fabricantes do setor dentário.

FOTO: IDEM SINGAPURA 2014

A IDEM 2014 foi a primeira reunião que esgotou ambos os pisos do Suntec Singapore Convention and Exhibition Centre, ocupando uma área total de 16.000 metros quadrados. Ao longo de três dias, a feira da indústria e o programa científico do encontro atraíram 7.842 participantes de 61 nacionalidades, ou seja, oito por cento mais do que a edição anterior (2012).


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Certame de Madrid terminou com reforço notável de participantes e representantes da indústria

Expodental 2014 registou mais de 27.000 visitantes

A décima terceira edição da Expodental terminou no passado dia 15 de março com um balanço muito positivo em termos de participação. Segundo os dados facilitados pela organização (Ifema), os pavilhões 7 e 9 do recinto de feiras de Madrid foram percorridos, durante três dias, por um total de 27.077 visitantes. Este número representa um claro incremento de 21,2% relativamente à edição de 2012, quando se registaram 22.336 visitantes. Do total de assistentes, 6,2% (1.683) correspondeu a visitantes estrangeiros, destacando-se a adesão de países como Portugal e Itália. Recorde-se que na feira de 2012 o número de visitantes do exterior situou-se em 5,7% do total.

Entre os dados relativos à participação na Expodental 2014, observa-se que os médicos dentistas continuam a ser a classe mais numerosa (36,44%), seguida pelo pessoal da indústria dentária (19,45%) e os técnicos de prótese (16,14%). O quarto lugar pertence aos higienistas dentários (8,88%), ao passo que a quinta posição a organização atribui-a aos ortodontistas (4,34%), que aparecem (nas estatísticas) diferenciados do resto dos dentistas. As percentagens mais reduzidas correspondem aos estudantes (3,97%) e aos cirurgiões maxilofaciais (2,87%). Apesar de a primeira jornada da feira ser oficialmente declarada como “Dia do Estudante”, o que tem como consequência uma importante afluência de público jovem nos pavilhões durante as primeiras horas do certame, certo é que este grupo continua a ser minoritário no cômputo global. Não obstante, as empresas expositoras, em geral, valorizam positivamente esta medida, já que, por um lado, satisfazem-se os conhecimentos de quem representa o futuro da profissão e, por outro, assegura-se um início de feira mais animado. Se os dados relativos à afluência são significativos, não menos importantes são os que correspondem à número de expositores, num total de 304 (na edição anterior da feira registaram-se 284), incluindo 63 representações internacionais. Entre as que tiveram maior presença, destacaram-se as empresas italianas, alemãs e portuguesas, mas também houve propostas de outros países: Brasil, Coreia do Sul, China, Dinamarca, Estados Unidos, França, Grécia, Malásia, Holanda, Rússia, Suécia e Suíça.

Em mais de 17.000 metros quadrados foi possível comprovar o esforço que a indústria dentária está a concentrar nas A feira foi inaugurada, no dia 13 de março, por várias personalidades ligadas ao setor dentário do país vizinho. áreas da inovação e do desenvolvimento. Neste sentido, exibiu-se a alta tecnologia em maquinaria, implantes, próteses ou equipamentos dentários, destacando-se a grande penetração do Cad-Cam, o universo da imagem 3D ou os materiais estéticos. Também ficou patente a grande oferta existente no campo da formação. Pela segunda vez a organização, levada a cabo conjuntamente pela Federação Nacional de Empresas de Tecnologia Sanitária (Fenin) e pela Feira de Madrid (Ifema), apostou nos Speakers’ Corner. Estes espaços, um em cada pavilhão, foram alvo de 40 apresentações, com uma assistência total de 1.444 profissionais. 16

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Otimismo moderado À margem dos números oficiais, a feira de 2014 poderá ser recordada por diversas atividades e sensações que a tornaVista do pavilhão 7. ram especial. Assim, vale a pena destacar que nesta última edição começou a notar-se um certo sentimento de otimismo entre os profissionais da indústria dentária. As dificuldades dos últimos anos ainda não foram superadas, mas o facto de se ter assistido a muitos visitantes com interesse comercial e até a fazerem aquisições importantes permite abrir uma porta à esperança e olhar para o futuro com uma perspetiva mais auspiciosa do que há uns meses ou anos. Um exemplo desta atitude foram os próprios stands. Embora já nem todos apresentem o desenho vistoso de outros tempos, em muito casos não deixam de ser espetaculares. A MAXILLARIS encarou a sua presença na Expodental com o entusiasmo de, por um lado, facilitar a visita à feira através do seu habitual Mapa-Guia, que tão boa aceitação tem desde há vários anos, e, por outro, destacar a sua condição de meio de comunicação global com uma cobertura completa dos setores dentários de Espanha e Portugal. Assim, para além Panorâmica do pavilhão 9. de repartir milhares de exemplares das edições portuguesa e espanhola, também foi distribuída a última edição do Anuário Espanhol de Implantes Dentários e comercializaram-se, a um preço especial, os DVDs que fazem parte da nossa Biblioteca Multimédia. Neste contexto, foi especialmente relevante o bom acolhimento que teve o DVD interativo “Casos Clínicos de Medicina Oral”, do médico dentista espanhol e professor universitário Germán Esparza. Também foi muito apreciada a colaboração que a MAXILLARIS mantém com o Banco de Alimentos de Burgos, a quem atribui parte das suas vendas. Por outro lado, recolheram-se os dados de um grande número de profissionais, que participarão num sorteio para obter a assinatura gratuita da revista por tempo limitado, e informou-se as empresas sobre as múltiplas maneiras de colaborar para atingirem os seus objetivos comerciais.

Membros da equipa da MAXILLARIS junto ao stand da revista no certame de Madrid.

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Falamos coM... Paulo Júlio Almeida presidente da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária

O trabalho estreito entre técnicos e clínicos é a chave para o sucesso dos tratamentos estéticos

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Falamos com... O médico dentista Paulo Júlio Almeida encara o seu primeiro mandato à frente da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária (SPED) como um projeto de continuidade, embora numa perspetiva dinâmica, “aberta a novos projetos e desafios”. A inauguração de um espaço físico e a conclusão da candidatura à Federação Internacional de Estética Dentária são algumas das prioridades da nova direção da SPED, que antecipa, por outro lado, a intenção de lançar um evento com o fim de promover o potencial e a qualidade dos jovens médicos dentistas e técnicos de prótese. Assegurada está também a sétima reunião anual da sociedade científica, que reunirá no Porto, no próximo mês de junho, conferencistas nacionais e internacionais de renome, incluindo Michel Magne, considerado um dos mais conceituados ceramistas à escala mundial.

A direção da SPED que resultou das eleições do passado mês de dezembro encara o mandato que tem pela frente como um projeto de continuidade? Ou espera-se algum tipo de volte-face no rumo da sociedade científica? A direção eleita com alguns novos elementos assume um projeto de continuidade, sem qualquer volte-face. Fazemos um balanço positivo durante estes sete anos de existência, ao longo dos quais atingimos alguma estabilidade organizativa. Não faz sentido qualquer tipo de “revolução”. No entanto, a SPED tem como matriz ser uma sociedade jovem, dinâmica, aberta a novos projetos e desafios. É assim que a nova direção encara este mandato, na certeza de que com trabalho, envolvendo todos os corpos sociais, continuaremos a crescer. Que prioridades ou objetivos fundamentais foram definidos pela sua equipa para o biénio 2014-2015? Sob o ponto de vista da estrutura, a SPED pretende ter um espaço físico, isto é, uma sede com suporte de secretariado para que possamos corresponder com mais celeridade e eficácia a todas as solicitações. Como sociedade científica, pretendemos finalizar a candidatura à Federação Internacional de Estética Dentária (IFED na sigla em inglês). Em boa verdade, estamos só à espera da resposta desta entidade. Quanto à componente formativa, a SPED pretende ser uma organização de encontro e de aprendizagem, de qualidade para todos os clínicos e técnicos que se dediquem à estética dentária. No fundo, um espaço para refletir sobre esta área. Além do nosso congresso anual, marcado para os dias 27 e 28 do próximo mês de junho, na Exponor (Porto), iremos também organizar um evento dedicado aos jovens médicos dentistas e técnicos de prótese portugueses. Pretendemos dar palco a esses profissionais com muito potencial e qualidade, que têm alguma dificuldade em mostrar os seus trabalhos em grandes eventos. Isto poderá, eventualmente, permitir que gente jovem possa ter oportunidades futuras de participar em eventos com mais notoriedade, como o próprio congresso anual da SPED.

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Falamos com... A relação estratégica entre médicos dentistas e técnicos de prótese vai continuar a ser uma prioridade? Como justifica esta forte aposta da SPED nos anos mais recentes? A SPED é reconhecida como Essa relação entre médicos dentistas e técnicos de prótese é uma uma sociedade responsável prioridade e continuará a ser. A SPED é uma sociedade única no panorama da Medicina Dentária portuguesa, pois temos propela organização de eventos de grande movido um estreita relação entre duas vertentes essenciais na qualidade a preços reduzidos. (...) É justamente estética dentária. A título de exemplo, o nosso convidado principal neste cona qualidade que nos tem garantido uma adesão gresso é Michel Magne, considerado um dos mais conceituados fortíssima à reunião científica ceramistas do mundo e um adepto das restaurações adesivas num contexto minimamente invasivo. Iremos promover também pequenas nos últimos anos atividades dedicadas exclusivamente ao estreitamento da colaboração entre médicos dentistas e técnicos de prótese durante o corrente ano. Atualmente, quais são as questões que mais mobilizam os profissionais que se dedicam à estética dentária? Diria que são fundamentais as abordagens minimamente invasivas e a interdisciplinariedade de várias especialidades, uma vez que existem profissionais dedicados à estética em todas as a áreas da Medicina Dentária. Na minha opinião, as principais áreas a que se devem dedicar são: um bom domínio das técnicas mais recentes, saber trabalhar e comunicar eficazmente em equipa. Tendo em consideração que a estética é um segmento da Medicina Dentária em franca expansão, acha que as regras relativas à prática clínica neste campo estão suficientemente salvaguardadas? Que lacunas estão por preencher neste domínio? Esse é um assunto complexo e muito debatido por todo o mundo há vários anos. E as medidas ou respostas encontradas nunca são perfeitas nem tão

eficazes como seria desejável. A estética dentária, no âmbito do tratamento médico, está sujeita a todas as regras subjacentes a qualquer ato médico dentário. Regras essas que são reguladas pelas entidades responsáveis. A SPED é uma organização científica e, como tal, pode contribuir para melhor capacitar os profissionais em Portugal, tanto a nível técnico como a nível ético. Mas entidades como a SPED não têm, obviamente, objetivos de regulação de atividade. Acho que o caminho passa muito por ter o público em geral mais informado e também por sensibilizar os profissionais para uma prática responsável.

Perfil PAULO JÚLIO ALMEIDA é licenciado pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) e iniciou a carreira de médico dentista em 1986. Dez anos mais tarde, concluiu o curso de pós-graduação em Implantologia e Reabilitação oral pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Norte (ISCS-N). É sócio fundador da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária (SPED) e vinha a exercer o cargo de tesoreiro desde a criação, em 2006, desta sociedade científica. Foi eleito presidente da direção da SPED – para o biénio 2014-2015 – no passado mês de dezembro. Paralelamente à atividade do foro associativo, Paulo Júlio Almeida é assistente convidado da disciplina de Prótese Fixa da FMDUP e aluno de doutoramento da mesma instituição de ensino superior do Porto.

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Falamos com... Não esperem que a SPED se associe a “choros coletivos”. Estamos aqui para capacitar cada vez mais os nossos profissionais a serem bem sucedidos, através de um trabalho responsável, ético e de alta qualidade

Quais são as suas expetativas relativamente à próxima reunião anual da SPED? Com o trabalho de toda a comissão organizadora, encaramos de forma positiva esta sétima edição. Esperamos uma grande adesão. A SPED é reconhecida como uma sociedade responsável pela organização de eventos de grande qualidade a preços reduzidos. A realização deste tipo de eventos, com excelentes condições a nível de auditório e de audiovisuais e com o envolvimento de conferencistas internacionais, tem custos elevados, o que constitui sempre um risco financeiro. Em todo o caso, é justamente a qualidade que nos tem garantido uma adesão fortíssima à reunião científica nos últimos anos. Estão previstas novidades ou eventuais alterações no encontro do próximo mês de junho? A estrutura será basicamente a mesma, mas sempre com o objetivo de nos superarmos. Pretendemos apresentar conferências de elevada qualidade, quer com oradores internacionais quer com colegas portugueses, bem como a habitual competição de postéres e também um jantar convívio. Como sempre, tentaremos proporcionar um encontro entre profissionais que compartilham o mesmo interesse pela estética dentária. Tenho a certeza de que será muito agradável e produtivo. Na sua opinião, que importância assume hoje a SPED no panorama da Medicina Dentária em Portugal? Julgo que os médicos dentistas reconhecem um caráter inovador na SPED. Somos uma entidade independente, que pretende divulgar a estética ao mais alto nível e também dar oportunidade aos profissionais portugueses de mostrarem a sua qualidade, que todos sabemos que existe. Em suma, acho que temos um espaço próprio em Portugal.

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Paulo Júlio Almeida considera que a conjuntura do setor “é obviamente complicada” pelo número excessivo de profissionais.

Considera oportuno um eventual reforço das relações da sociedade científica com outras entidades nacionais ou internacionais do setor? A nível nacional, pelo carácter particular da SPED, achamos positivo um aprofundamento das relações com associações representativas dos técnicos de prótese. Esse vai sempre ser um objetivo nosso, que queremos que faça parte da identidade da SPED, independentemente das direções ou opções futuras. O trabalho estreito entre técnicos e clínicos é a chave para o sucesso dos tratamentos estéticos. Esta sociedade científica é uma entidade aglutinadora onde todos podem e devem participar. Por outro lado, também estamos em conversações com vista a formalizar uma parceria com a SPEMD. A nível internacional, como já mencionei, estamos a aguardar “luz verde” para a adesão à IFED. Que comentário lhe suscita a presente conjuntura nacional na área da Medicina Dentária? A situação é obviamente complicada pelo número excessivo de profissionais. Houve vários erros cometidos no planeamento do ensino superior em Portugal que todos reconhecem, e isto não é uma situação exclusiva da Medicina Dentária. Quando temos um problema, a melhor forma de o resolvermos é aprendermos como ele se ultrapassa, tendo como exemplo resoluções de problemas semelhantes em outros países. É recomendável estudar situações onde foram tomadas medidas responsáveis e criteriosas para o futuro dos jovens e da classe em geral, e aplicá-las. No entanto, não esperem que a SPED se associe a “choros coletivos”. Estamos aqui para capacitar, cada vez mais, os nossos profissionais a serem bem sucedidos, através de um trabalho responsável, ético e de alta qualidade.


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FALamos coM...

Tin Chun Wong, presidente da Federação Dentária Internacional

A saúde oral é um problema mundial desatendido, em grande parte porque não se define politicamente como tal

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Falamos com... A celebração do Dia Mundial da Saúde Oral, no passado dia 20 de março, teve como objetivo que todos os países assumam a importância da saúde oral como parte da saúde em geral. Neste sentido, a presidente da Federação Dentária Internacional, a médica dentista chinesa Tin Chun Wong, reconhece à MAXILLARIS que, apesar dos tratados, declarações e convénios publicados, a saúde oral continua a ser um problema mundial desatendido, quer por falta de sensibilidade política como pela disponibilidade limitada de dados completos e fiáveis sobre as doenças bucais no mundo.

No dia 20 de março assinalou-se o Dia Mundial da Saúde Oral. Por que motivo é importante comemorar este dia numa sociedade avançada e desenvolvida como a europeia? Celebrámos o Dia Mundial da Saúde Oral num contexto global, sem que exista uma distinção entre os diferentes países que comemoram esta data tão importante no calendário da Federação Dentária Internacional (FDI). Todos os cidadãos de países com rendimentos baixos, médios e altos enfrentam os mesmos desafios, tais como a deterioração dentária e as doenças das gengivas. A luta para prevenir estes problemas é importante para todas as sociedades. As únicas questões que são diferentes nos países com rendas altas são, por exemplo, ter um maior acesso à atenção dentária e contar com um maior número de profissionais do setor da saúde. Pese a importância dos problemas do foro oral e a sua alta incidência, em países como Portugal aprovam-se programas públicos de prevenção destinados a determinados grupos. A maior percentagem da atenção odontológica presta-se pela via da assistência privada. Qual é a postura da FDI quanto às prestações odontológicas que deveriam dar os sistemas públicos da saúde? Uma alta percentagem das doenças orais e dentárias podem prevenir-se. Portanto, a prevenção é um imperativo. Quando já se produziram as doenças do foro dentário, o tratamento deve procurar aliviar a dor e/ou a destruição do tecido, bem como ajudar a sua reparação. As intervenções dentárias são o quarto tratamento médico mais caro. No âmbito internacional, em 2011 a FDI e os seus associados defenderam com sucesso a estratégia de dar o mesmo enfoque à prevenção e ao controlo das doenças orais que a outras doenças não transmissíveis. No artigo 19 da “Declaração sobre a Prevenção e o Controlo das Doenças Não Transmissíveis”, os Estados membros reconhecem que “as doenças renais, orais e oculares constituem uma carga importante para o setor da saúde de muitos países, e que estas doenças partilham fatores de risco e podem beneficiar das respostas comuns às doenças não transmissíveis”. Os recortes verificados nos custos relacionados com a saúde em todo o mundo, incluindo em países como Portugal, levam a FDI a apoiar o trabalho em curso na Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a cobertura universal da saúde. Esta define-se como "assegurar que todas as pessoas possam utilizar os

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Falamos com... serviços de prevenção, reabilitação e paliação de saúde que necessitam, de qualidade suficiente e eficazes, e que garantam o uso destes serviços sem expor o utilizador a dificuldades financeiras". No entanto, o modo de financiamento da saúde em geral e da saúde oral continua a ser, em grande medida, um domínio dos governos nacionais. Depende, por isso, de como formule cada Estado uma melhor política na gestão do tratamento dentário para o seu próprio país. No século XV, Erasmo explicou-o perfeitamente: "Mais vale prevenir que remediar". Apesar dos esforços da FDI, refletidos em tratados de todo o tipo, considera que a atenção odontológica continua a estar num nível menor que a atenção médica em geral? A OMS declarou em 2007 que “a saúde oral é parte da saúde em geral”. Em 2012, o acesso desigual aos serviços de saúde oral era uma das cinco áreas identificadas no projeto “Visão FDI 2020”, que a comunidade do setor da saúde oral tem que abordar nos próximos anos. Em alguns países africanos, a proporção de dentistas relativamente à população é de 1: 1.000.000. No estudo “Oral Health Worldwide”, recentemente publicado, a FDI toma nota de que a saúde oral é um problema mundial desatendido, em grande parte porque não se define politicamente como tal, e também porque existe uma disponibilidade limitada de dados completos e fiáveis no que respeita às doenças orais no mundo, com base em indicadores reconhecidos. Para solucionar esta lacuna, a FDI encontra-se no processo de atualizar a informação do seu “Atlas de Saúde Oral”, publicado em 2009. Os cuidados da saúde oral, que se baseiam num enfoque curativo centrado na tecnologia, não são realistas para muitos países com rendimentos médios e baixos. Uma possível via alternativa, que se menciona no relatório, é que as medidas essenciais de atenção relacionadas com a saúde oral se integrem na atenção primária, incluindo o alívio da dor, a promoção da saúde bucal e o manejo das doenças e das condições bucodentárias.

A presidente da FDI defende a prevenção como a medida mais eficiente em matéria de saúde oral.

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Os recortes verificados nos custos relacionados com a saúde em todo o mundo, incluindo em países como Portugal, levam a FDI a apoiar o trabalho em curso na Organização Mundial da Saúde sobre a cobertura universal da saúde

Que ações concretas está a realizar – ou pensa realizar a curto prazo – a FDI para inverter o precário panorama da saúde oral que se constata em algumas regiões da América Latina, África e Ásia? É importante ter em conta que há países desses continentes cujas populações têm uma melhor saúde oral que a de alguns países que não pertencem a essas regiões do mundo. O papel da FDI é trabalhar para reduzir ao mínimo as diferenças no estado da saúde oral em todos os continentes. Dito isto, a FDI reviu a sua “Estratégia para África” há 15 meses e elaborou uma proposta baseada em construir e consolidar a capacidade das associações dentárias nacionais, tanto em termos de governação interna como em credibilidade externa. Isto ajudará essas associações a cumprirem melhor a sua função de promotores nacionais para a política e a estratégia da saúde oral, assim como de assessores dos seus governos neste campo. Países como Portugal começam a deparar-se com um problema de excedentarização no setor da Medicina Dentária. A alta concorrência no terreno da saúde pode ter como consequências o excesso de tratamentos ou o declínio da qualidade. Que recomendações faz a FDI neste domínio? Cada país deve ter as suas próprias políticas de saúde oral, que procurem o acesso aos cuidados de saúde e à formação dos profissionais para atender as suas próprias populações. É de vital importância que a saúde bucodentária se incorpore em todas as políticas relacionadas com a saúde. A alta concorrência não significa necessariamente um tratamento excessivo nem a diminuição dos índices de qualidade. As populações mudam constantemente e os governos têm que monitorizar as suas necessidades de atenção sanitária para assegurar que recebem o melhor nível de atenção. Presentemente, a FDI não tem nenhuma recomendação sobre o rácio adequado de dentistas por população. No “Atlas de Saúde Oral” cita-se que o Brasil tem quase tantos dentistas como médicos. O programa "Brasil Sorridente" integra a saúde bucodentária na atenção primária.


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Falamos com... Recentemente, foram concretizadas nove declarações políticas para o corrente ano. Que matérias foram introduzidas e em que áreas se esperam mais resultados? As declarações políticas da FDI reúnem o melhor da cooperação internacional. São um dos pilares do trabalho da Federação e uma leitura essencial para os dentistas que, em alguns países, podem carecer de orientação em certas áreas de trabalho. À espera da aprovação final do Conselho da FDI, este ano poderá ser excecional. É sempre emocionante ver a FDI entrar em novos campos, e este ano há dois muito relevantes para a profissão dentária: a saúde oral perinatal e infantil e a deteção precoce da infeção de HIV, assim como a atenção adequada dos pacientes afetados pela SIDA. Também nos orgulhamos de que as declarações da FDI reflitam sempre as últimas tendências no pensamento internacional, pelo que são submetidas a atualizações e revisões periódicas. Este ano, dois projetos adotados em 2008, como são os implantes dentários e a fluoração da água, serão alvo de uma revisão. A FDI también está a rever as áreas de política social, sobretudo no âmbito do envelhecimento saudável, sendo um área de crescente preocupação em algumas partes do mundo, e o cuidado bucal e dentário das pessoas discapacitadas. Após o Convénio de Minamata, foi aprovada a redução do uso do mercúrio nos tratamentos dentários. Qual é o objetivo desta medida? O planeamento do Convénio de Minamata para a profissão dentária é que um material de restauração muito fiável e resistente em breve se convertirá em obsoleto e que a procura de um material comparativo é importante. O perigo da amálgama de prata na boca é muito discutível, mas a mensagem urgente é a procura de um substituto e seguir uma linha de ação dirigida à prevenção. O melhor material de preenchimento é o dente em si.

O perigo da amálgama de prata na boca é muito discutível, mas a mensagem urgente é a procura de um substituto e seguir uma linha de ação dirigida à prevenção

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Tin Chun Wong assegura que a FDI entrará em cheio este ano na análise da saúde oral infantil e na deteção precoce do HIV.

Este ano, a FDI tem a intenção de combinar e rever uma série de documentos, começando pela declaração de consenso sobre a amálgama dentária da Organização Mundial da Saúde, publicada em 1997, junto com uma série de resumos de trabalhos emitidos em 2007 num único documento: “A amálgama dentária”. Já passaram cerca de nove meses desde a sua tomada de posse como presidente da FDI. Continua confiante relativamente ao seu objetivo de fazer da Federação uma instituição mais transparente e próxima da sociedade e dos profissionais do setor dentário? Sim, esse é o meu desejo. O conceito “internacional”, por vezes, pode parecer remoto visto na perspetiva do dia a dia das preocupações nacionais, embora, como já assinalei, as declarações políticas da FDI sejam relevantes em todo o mundo. A FDI já é transparente na medida em que todas as suas atividades se publicam no nosso site. Os seus sócios-membros têm um papel importante no que toca a comunicar a informação da FDI no plano nacional. Quais são as suas expetativas relativamente ao congresso mundial de Nova Deli, agendado para setembro? Temos muitos projetos em marcha com o objetivo de partilhar os resultados em Nova Deli, junto com resoluções destinadas a adotar medidas. Tenho a esperança de que o nosso “Atlas de Saúde Oral” possa produzir resultados interessantes, e que o projeto “Visão FDI 2020” sobre o enfoque para a saúde conduza a profissão a um novo nível de atenção para os nossos pacientes. Naturalmente que a colaboração com organizações como a OMS também é vital. Juntos queremos empenhar-nos na nossa visão de encaminhar o mundo para uma saúde oral ótima.


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Orlando Monteiro da Silva Médico dentista. Presidente (recentemente reeleito) do Conselho Nacional das Ordens Profissionais e bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas.

Ordens profissionais: da autorregulação para a corregulação? A Lei nº 2/2013, que estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcionamento das associações públicas profissionais, é pioneira – laboratorial diria – relativamente a iniciativas da Comissão Europeia (CE) em curso sobre o material de regulação das profissões.

2016, a Comissão irá propor, baseada nestas informações, ações concretas que poderão incluir procedimentos de infração onde haja procedimentos discriminatórios ou desproporcionados no acesso às diversas profissões reguladas.

A conclusão do relatório aponta para que a transparência e avaA comunicação da CE ao Parlamento Europeu, ao Conselho liação das profissões reguladas na Europa deverá resultar na Europeu e ao Comité Económico e Social Europeu sobre a modernização de quadros regulatórios que limitam o acesso às “Avaliação das regulações nacionais para acesso às profissões”, profissões. Os resultados deverão estimular a mobilidade dos relatório interessantíssimo, provocatório até em certos aspetos, profissionais no Mercado Único, ajudar à criação de novos contém como recomendações alguns empregos nos setores profissionais abranpontos constantes no processo (em gidos, aumentar a competitividade dos O processo de revisão dos estatutos curso) de revisão dos estatutos das mesmos e relacionados e aumentar persdas ordens profissionais está na linha associações públicas profissionais petivas de crescimento. da frente deste processo conduzido (ordens profissionais na sua maioria). a nível europeu, por mão direta A Comissão espera dos Estados-membros Esta comunicação estabelece um quatotal empenhamento nesta matéria alocanda Troika em Portugal dro de ação, com um calendário especído os recursos adequados para participar fico (15 de abril de 2015), para que cada neste escrutínio e avaliação mutual das um dos Estados-membros implemente um plano de ação especíregulações nacionais. O processo de revisão dos estatutos das orfico com vista a eliminar, numa abordagem caso a caso, as barreidens profissionais está na linha da frente deste processo conduziras ao acesso a diversas profissões e a implementação de mecado a nível europeu, por mão direta da Troika em Portugal. Há uma nismos de regulação alternativos. nítida inflexão da pura autorregulação de cada ordem profissional para uma autorregulação definida por legislação do Governo e da Neste quadro de ação prevê-se, entre outras recomendações, Assembleia da República (AR), a denominada corregulação. numa primeira fase, o mapeamento das diversas profissões reguladas, dos respetivos títulos profissionais e as atividades sujeitas Com efeito, a Lei nº 2/2013 foi aprovada e publicada pela AR em a certificação obrigatória. 10 de janeiro do mesmo ano, contendo um prazo extremamente curto (um mês após a publicação do diploma) para que todas as Para cada profissão regulada, os Estados-membros devem dispoOrdens apresentassem propostas de revisão dos seus estatutos, o nibilizar uma lista dos atos próprios, reserva de cada uma das proque todas fizeram. fissões. O Banco de Dados das Profissões Reguladas Europeias será notificado destas alterações e a Comissão publicou, em Exatamente por esse motivo, o diploma prevê que são os órgãos março deste ano, um Mapa Europeu das Profissões Reguladas. executivos de cada uma das Ordens os responsáveis pelo processo de adaptação dos estatutos. Sucede que no prazo de 90 dias Numa segunda fase, que decorre até abril de 2015, serão escrutiseguintes ao da publicação da lei, o Governo deveria ter apresennados e avaliados os procedimentos atrás referidos. Este escrutítado à AR as propostas das associações públicas profissionais, nio e avaliação mutual deverá permitir a cada Estado-membro precabendo ao Parlamento aprovar por lei os estatutos de cada ordem parar relatórios das profissões até abril de 2015. Em março de profissional, o que ainda não fez...! 38

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O Conselho Nacional das Ordens Profissionais (CNOP) consensualizou, em reunião realizada a 13 de setembro do ano transato, uma posição sobre o atraso na implementação da Lei nº 2/2013, de 10 de janeiro. Desta posição, cujos excertos abaixo transcrevo, foi dado conhecimento à presidente da AR, Maria da Assunção Esteves, ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ao vice primeiro-ministro, Paulo Portas, e a vários outros destacados membros do Governo. (...) ”Na sequência da aprovação da Lei nº 2/2013, de 10 de janeiro, (…) as ordens com assento no Conselho Nacional das Ordens Profissionais tiveram oportunidade de enviar ao Governo, em devido tempo, e não obstante os apertados prazos legalmente estipulados, os projetos de alteração estatutária de cada ordem, no âmbito da adequação à nova lei-quadro. Tal esforço no cumprimento dos prazos estabelecidos resultou, também, da intransigência dos vários interlocutores do Governo na manutenção dos períodos definidos pela lei-quadro aprovada, o que implicou grandes sacrifícios da parte de cada uma das ordens profissionais que, assim, cumpriram escrupulosamente. Concomitantemente, a Lei nº 2/2013 (mais concretamente o artigo 53.º, ponto cinco) compromete o Governo a apresentar à Assembleia da República “no prazo de 90 dias a contar do primeiro dia útil seguinte ao da publicação da presente lei”. Ora, na presente data, o mencionado prazo encontra-se largamente expirado, sem que seja do conhecimento público que tal apresentação tenha sido efetuada e sem que tal responsabilidade possa ser assacada a qualquer das ordens profissionais envolvidas no processo. Em face destes factos, o CNOP não pode deixar de, por este meio, manifestar a sua perplexidade e indignação perante o inexplicável atraso do Governo nesta matéria, com graves consequências no funcionamento interno das ordens profissionais. Acresce ainda que, dado todo este processo estar enquadrado e regulamentado por uma lei-quadro publicada pela AR, “o atraso verificado na implementação das suas definições constitui, em nosso entender, um desrespeito institucional grave que frusta as expetativas criadas por todas as partes envolvidas, em particular por aquele órgão institucional (...)”. Neste último ano, finalmente, grande parte das Ordens foram chamadas a consultas setoriais com os ministérios das respetivas tutelas. A tendência geral é a de harmonização de disposições gerais entre as diversas ordens profissionais, com uma tónica particular de preocupação, manifestada pela equipa da área da economia e finanças, quanto a não consagrar restrições de concorrência, restrições à publicidade e ainda garantir a liberdade de circulação na perspetiva da mobilidade europeia.

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Tutela administrativa: foi introduzida a referência ao artigo 45º da Lei-quadro, tendo confirmado o Governo que a tutela exercida sobre as Ordens é idêntica à exercida sobre a administração autónoma do Estado. Estágios profissionais: esta matéria encontra-se também dependente da abordagem e da ponderação, transversais e integradas, contando com a evolução dos estatutos das restantes Ordens do setor da Saúde. Especialidades profissionais: a preocupação manifestada pelo Governo centra-se no facto de não serem criadas ou mantidas normas restritivas. É por isso necessário determinar em termos de aplicação no tempo, qual é a abrangência da obrigatoriedade de homologar ou não pelo Governo o ato concreto do regime de candidaturas. Funções sindicais e laborais das Ordens: tem lugar a formulação conhecida da Lei-quadro: “As Ordens não prosseguem atribuições ou exercem competências de natureza sindical, designadamente, as relacionadas com a regulação económica ou com os vínculos laborais e profissionais dos seus membros”. Atribuições das Ordens: o Governo tende a manter as redações atuais dos estatutos referentes às atribuições, em todas as Ordens. Setor público: “A reserva de atividade e de título profissional são igualmente aplicáveis aos trabalhadores dos serviços e organismos da administração direta e indireta do Estado, das regiões autónomas e das autarquias locais, bem como das demais pessoas coletivas empresariais públicas”. Sem este artigo, no setor público o profissional não careceria de inscrição nem de título, o que não pode acontecer e foi aceite. O CNOP, que representa cerca de 300.000 profissionais altamente qualificados, é depositário de garantias de confiança, de segurança e de certeza públicas. A garantia primeira do interesse de todos os cidadãos e da ordem pública instituída só terá sentido se for garantida às reguladoras a manutenção da independência que o próprio Estado lhes reivindica, sendo para tal absolutamente necessário encontrar equilíbrios. Esperemos que o resultado final dos processos de adaptação dos estatutos de cada ordem profissional à Lei nº 2/2013 decorra de forma harmónica. E que as propostas do Governo, desejavelmente articuladas com cada ordem profissional, sejam convenientemente escrutinadas pela Assembleia da República em tempo útil, com a participação ativa de cada uma das Ordens, para que, posteriormente sejam alvo do escrutínio final de Sua Excelência o Presidente da República.

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Ciência e prática

Aumento de gengiva aderida Indicações e técnicas a propósito de dois casos clínicos

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Ciência e prática : Nuno Serra Médico dentista. Aluno do Curso de Pós-Graduação em Periodontologia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). nserra.perio@gmail.com Elsa Domingues Médica dentista. Aluna do Curso de Pós-Graduação em Periodontologia da FMDUL. Diana Valente Médica dentista. Aluna do Curso de Pós-Graduação em Periodontologia da FMDUL. Gonçalo Sanches Médico dentista. Aluno do Curso de Pós-Graduação em Periodontologia da FMDUL. Fábio Santos Médico dentista. Aluno do Curso de Pós-Graduação em Periodontologia da FMDUL. Francisco Brandão de Brito Médico dentista. Assistente Convidado da Pós-Graduação em Periodontologia da FMDUL. Susana Noronha Médica dentista. Co-coordenadora da Pós-Graduação em Periodontologia da FMDUL. Paulo Mascarenhas Médico dentista. Professor auxiliar; Regente de Periodontologia; Co-coordenador da Pós-Graduação em Periodontologia da FMDUL. Lisboa.

Nuno Serra Introdução Este artigo pretende abordar duas técnicas cirúrgicas que têm como objetivo aumentar a gengiva aderida: o enxerto gengival livre (EGL) e o enxerto livre de tecido conjuntivo (ETC) parcialmente epitelizado. A largura da gengiva aderida (GA) é definida pela distância entre a linha mucogengival e a projeção sobre a superfície externa do fundo do sulco ou bolsa periodontal. Este parâ-

metro não deve ser confundido com a gengiva queratinizada (GQ), que inclui a gengiva marginal livre. A largura da GA pode variar de indivíduo para indivíduo e de acordo com o tipo de dente, aumentando com a idade e em dentes que apresentem um processo de erupção secundária1. A presença de uma quantidade “adequada” (apicocoronalmente) de gengiva foi, durante muitos anos, considerada

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indispensável para manter um periodonto saudável e prevenir a perda de inserção. Segundo alguns autores, a quantidade de gengiva teria que ser superior a 1 mm2, igual ou superior a 2 mm3 ou superior a 3 mm4. No entanto, este conceito não foi consensual. Por exemplo, no estudo de Miyasato et al. (1977)5, em cuja investigação foi induzida a gengivite, não se encontrou qualquer diferença na evolução do processo inflamatório quando se estabeleceu a comparação entre locais com diferentes quantidades de GQ (mínimas, ≤1 mm versus apreciável, ≥2 mm). Estudos realizados na Universidade de Gotemburgo6, incidindo sobre modelos animais, demonstraram, através de dados histológicos, a falta de evidência biológica na relação entre a quantidade de GQ e a saúde periodontal, atenuando assim a controvérsia instalada à volta deste assunto.

Indicações para considerar o aumento de GA Não obstante a referida evolução da importância atribuída à presença de uma quantidade “adequada” de GA, com alguns resultados antagónicos, é consensual que a presença deste tecido, tanto em largura como em espessura, confere uma resistência aumentada ao periodonto. Porém, considera-se atualmente que uma quantidade mínima ou ausência de GA não se revelam fatores decisivos na manutenção da saúde gengival e, por si só, não justificam a adoção de técnicas cirúrgicas que visem o aumento do volume gengival. Deste modo, à luz dos procedimentos do workshop mundial de periodontologia, de 1996, o aumento de volume gengival deve verificar-se quando:

dificuldade em realizar um controlo de placa numa localização especifica sem GQ adequada, deve planear-se uma intervenção de aumento de banda desta. Com efeito, a dificuldade de controlo de placa origina um ciclo vicioso, como poderemos observar na ilustração (fig. 1). Para se avaliar o risco progressivo de recessão gengival, Camargo e cols. (2001) preconizam a realização de um teste de tensão para avaliar o risco de recessão gengival. Se durante a tração do lábio, na zona do dente a avaliar, se verificar que a gengiva marginal se movimenta ou fica isquémica, está-se na presença de banda de tecido queratinizado insuficiente.

Técnicas de aumento da gengiva aderida Durante as últimas décadas, várias técnicas cirúrgicas têm sido usadas para realizar o aumento de GA (aprofundamento do vestíbulo, enxertos pediculados, enxertos gengivais livres e técnicas bilaminares). Inicialmente, as técnicas assentavam no aprofundamento do vestíbulo, através da desnudação óssea. Devido à morbilidade associada a estes procedimentos surgiram novos procedimentos. Os enxertos pediculados, quer dizer, os que preservam a sua vascularização, podem ser rotacionais ou de avanço coronal. O retalho de deslizamento lateral, defendido por Grupe e Warren (1956), necessitava de uma zona dadora adequada de forma a efetuar a sua rotação para o local recetor9.

• Durante o movimento dentário, eruptivo ou ortodôntico, se verificar deiscência óssea. • Existir recessão progressiva do tecido marginal. • Alterações na morfologia periodontal ou periimplantar dificultem o controlo de placa e/ou resultem num maior desconforto para o paciente. • Nas reabilitações protéticas, fixas e removíveis, em que as dimensões de gengiva se mostrem insuficientes para a colocação da margem da restauração na zona subgengival ou ainda quando os conetores maiores ou menores da prótese parcial removível causem danos à mucosa marginal7. Na opinião de Camargo e cols. (2001), o aumento da banda de GQ justifica-se para parar ou prevenir a recessão gengival, facilitar o controlo de placa bacteriana, melhorar a estética (recobrimento) e reduzir a sensibilidade dentária (recobrimento)8. Nos casos em que, uma vez realizadas a instrução e a higiene oral, se verificar que o paciente apresenta melhorias generalizadas no índice de placa, mas, em contrapartida, mantém a

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Fig. 1. Ciclo vicioso da ausência da GQ. Adap. Fombellida (2004).


Bjorn, em 1963, foi pioneiro na utilização do enxerto gengival livre (EGL), técnica que, na altura, era denominada de “transplantação de gengiva livre”. Este procedimento cirúrgico consistia na remoção completa de um enxerto da mucosa mastigatória, que depois era transferido para outra localização no mesmo indivíduo. Estava indicado para o aumento da largura de tecido queratinizado, extensão de vestíbulo e eliminação de freios. No entanto, só mais tarde esta técnica veio a ser usada no tratamento de recessões gengivais. Nos finais da década de 70, instalou-se alguma controvérsia quanto à manutenção ou não do periósteo10, tendo-se verificado que quando a elevação do retalho era realizada, a espessura total originava reabsorção óssea. Segundo Egli (1975), o enxerto deve ser colhido 33% maior do que o necessário, devido à sua contração11. A espessura do enxerto deve variar entre 0,75 mm e 1,25 mm, de modo a garantir a existência de tecido conjuntivo suficiente (Soehren, 1973)12. Edel (1974), baseado no conceito de que a informação genética contida no tecido conjuntivo subepitelial determina o tipo de epitélio, veio introduzir a utilização do enxerto de tecido conjuntivo, o que permitiu contornar a morbilidade e os problemas estéticos associados ao enxerto gengival livre13. Um ano depois, as investigações de Karring e cols., em 197514, comprovaram este conceito projetando o uso desta técnica. Uma das técnicas mais difundidas é a de Langer e Langer (1985), que tem por base a colocação de um enxerto de tecido conjuntivo em posição subepitelial, isto é, recoberto pelo epitélio recetor15. O sucesso deste procedimento foi atribuído à dupla vascularização (tecido conjuntivo adjacente e do retalho). Estas técnicas de enxertos, por necessitarem de recorrer a uma segunda zona cirúrgica, normalmente no palato, provocam o aumento da morbilidade pós-operatória. Para solucionar esta contrariedade, a indústria tem desenvolvido enxertos alógenos, de matriz dérmica acelular, usados inicialmente para tra-

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tar queimaduras. Estes enxertos são compostos por uma membrana basal e matriz extra-celular; têm como principais constituintes fibras de colagénio e elásticas16 (Wei, 2000) e servem de suporte para as células endoteliais vasculares, e fibroblastos repovoarem a matriz de tecido conjuntivo, estimulando a migração de células epiteliais a partir das margens dos tecidos adjacentes17 (Barker et al., 2010). No entanto, Wei (2002) considera que o tecido formado se assemelha histologicamente a um tecido cicatricial. O uso deste tipo de enxertos tem demonstrado uma crescente melhoria estatística dos seus resultados clínicos. Todavia, Gapsky (2005), numa revisão sistemática, embora não encontre diferenças entre o enxerto gengival livre e a utilização deste produto, considera que a tendência favorece o EGL18. Mais recentemente, surgiu outra alternativa para o aumento de tecido queratinizado que, de igual modo, evita a recolha de tecido do palato. Esta técnica consiste no uso de membranas de colagénio de origem suína, constituídas por duas camadas (compacta e espessa). Como se referiu no início, o objetivo deste artigo é relatar duas técnicas cirúrgicas executadas em pacientes que necessitavam aumentar a GA.

Casos clínicos Paciente do sexo feminino, 35 anos, caucasiana, não fumadora e sem doenças sistémicas ou alergias conhecidas. Apresentou-se em 2012 na Clínica de Pós-graduação em Periodontologia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), para avaliação de uma recessão gengival na região do dente 45. A queixa principal consistia em hipersensibilidade e dificuldade na escovagem do dente em questão. Tinha sido submetida, em 2005, a um procedimento de aumento gengival mediante uma técnica de enxerto de tecido conjuntivo com reposicionamento coronal (fig. 2).

b Fig. 2, a-b. Imagens de 2005 e 2012 (inicial).

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No exame clínico observou-se tecido queratinizado inexistente ao redor do dente, sobretudo na face vestibular, com uma recessão de 7 mm, acompanhada pela presença de uma brida gengival, profundidade de sondagem aumentada, rotação dentária e posicionamento fora do envelope alveolar, compatível com uma recessão gengival classe III, segundo Miller. A paciente apresentava assim três fatores predisponentes para o desenvolvimento da recessão: má posição dentária (proeminência da raiz e vestibularização), banda de gengiva aderida e queratinizada com pouca largura e espessura e presença de uma brida gengival. Evidenciava como fator precipitante uma escovagem traumática originada pelos movimentos horizontais efetuados e a dureza da escova19. Após dois meses de terapia periodontal inicial, em que foi realizado alisamento radicular e instituída a utilização de uma escova unitufo e a adoção de uma escova macia, a condição periodontal da paciente foi avaliada, tendo-se tomado a decisão de realizar um procedimento cirúrgico para aumento da banda GA. Inicialmente, preparou-se o leito recetor para minimizar o tempo entre a recolha do enxerto e a sua colocação. Realizou-se um retalho de espessura parcial num só plano (para evitar a presença de irregularidades que favorecessem a formação de coágulos e limitassem a circulação plasmática inicial), com a ajuda de uma pinça, por meio de duas incisões verticais localizadas em mesial e distal do dente 45 e unidas por incisões horizontais na base das papilas adjacentes, para preparar o leito recetor. Este deveria ter a maior área possível. Na base do retalho realizou-se a desinserção da brida gengi-

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val, tendo-se verificado que o retalho não era influenciado pela mobilidade do lábio e músculos. Após deslocação apical do retalho, este foi suturado com dois pontos simples, com seda 3/0 (fig. 3). O epitélio do retalho foi posicionado para o leito em que se colocou o enxerto, de forma a impedir ou atrasar a união entre a mucosa jugal e o enxerto, evitando assim a sua mobilidade nas fases iniciais de cicatrização. Em seguida, foi realizado o tratamento mecânico da superfície radicular exposta, utilizando curetas e instrumentos rotatórios para diminuir a convexidade da raiz (redução da área avascular e da discrepância dentoalveolar) e eliminar qualquer reminiscência de placa ou cálculo. Foi depois obtido, da mucosa palatina, um enxerto com o tamanho ligeiramente superior ao leito recetor (12 x 9 mm) e com uma espessura de aproximadamente 2 mm (fig. 4). Foi escolhida a zona do palato imediatamente posterior às pregas palatinas para não ser transferida essa morfologia no enxerto. Seguidamente realizou-se a sutura cruzada para apor uma esponja hemostática e colocou-se o enxerto no seu leito recetor o mais rapidamente possível. Após verificação da adaptação íntima e uniforme do enxerto ao leito recetor (fig. 5), este foi suturado com pontos simples com seda 4/0 de diâmetro e confirmada a sua imobilização. Começou-se pelos pontos coronais, para se ter a certeza da não aposição do enxerto sobre o epitélio das papilas adjacentes (fig. 6). Foi realizada uma compressão durante cinco minutos, com uma gaze, para eliminar o coágulo entre o enxerto e o leito recetor.

b Fig. 3, a-b. Preparação do leito recetor e sutura do retalho apicalmente.

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Fig. 4, a-d. Foi retirado um enxerto da zona posterior às pregas palatinas e distando 2 mm da margem gengival.

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Fig. 5. Comprovação da adaptação do enxerto sobre o leito recetor.

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Fig. 6. Realização de quatro suturas simples que perfuraram e fixaram o enxerto às papilas e tecidos adjacentes.

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Fig. 7, a-b. Cicatrização do enxerto (típico aspeto edemaciado) e palato (cicatrização por segunda intenção após 15 dias).

Recomendou-se à paciente que se abstivesse de escovar o local cirúrgico e aconselhou-se a bochechar, duas vezes por dia, com uma solução de clorohexidina 0,12%, durante 10 dias. Foi prescrito um anti-inflamatório (ibuprofeno 600 mg) durante três a quatro dias. Numa fase inicial é muito importante a imobilização do enxerto. Após 15 dias de cicatrização (fig. 7), procedeu-se à remoção da sutura tendo sido prescrita uma escova pós-cirúrgica.

Passados dois meses, verificou-se um aspeto rosado da zona enxertada, compatível com uma nova banda de tecido queratinizado, sem no entanto se ter conseguido um recobrimento radicular completo (figs. 8 e 9). A contração secundária destes enxertos é muito ampla, podendo variar de 25 a 47%20. Pelo contrário, Goldman e Cohen21 (1973) descreveram inicialmente o mecanismo denominado de creeping attachment. Este consiste na migração pós-operatória da gengiva marginal numa direção coronal. Posteriormente, este fenómeno foi observado por inúmeros clínicos, sendo aparentemente mais prevalente nos dentes anteriores mandibulares. Segundo Bell e cols. (1978), este fenómeno pode ser detetado de um a 12 meses após cirurgia de enxerto com um recobrimento médio de 1 mm22. Mais recentemente, em 2008, Agudio e cols., verificaram, numa avaliação retrospetiva a longo prazo (10 a 25 anos), que o creeping attachment não estagnou um ano após cirurgia, tendo sido notado durante todo o período de observação23.

Fig. 8. Foto inicial.

Fig. 9. Cicatrização após dois meses.

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Caso clínico 2 Paciente do sexo masculino, 25 anos, caucasiano, não fumador e sem doenças sistémicas ou alergias conhecidas. Apresentou-se em 2012 na Clínica de Pós-Graduação em Periodontologia da FMDUL acompanhado do seu médico dentista, para avaliar a probabilidade de progressão da recessão no quinto sextante. O paciente demonstrou também algumas preocupações estéticas. Recebeu tratamento ortodôntico que tinha finalizado há cerca de cinco anos. No exame clínico observou-se a presença de recessões múltiplas gengivais classe III de Miller nos dentes 31 e 41, associado a ausência de banda de tecido queratinizado com placa bacteriana, cálculo e edema localizado, como se pode observar nas imagens (fig. 10). O paciente apresentava três fatores predisponentes para o desenvolvimento da recessão, isto é, a posição vestibularizada dos incisivos inferiores, a ausência da banda de GA e a inserção alta do freio labial (figs. 11 e 12). Tem sido sugerido na literatura científica que é frequente a existência de recessão e perda de inserção em zonas onde os dentes antero-inferiores foram movidos em direção vestibular24. Após dois meses de terapia periodontal inicial, em que foi realizado alisamento radicular e instituída a utilização de uma escova unitufo, o paciente foi reavaliado. Tomou-se então a decisão de realizar um procedimento cirúrgico para aumento da banda de GA, com reposicionamento apical do freio. Inicialmente, realizou-se um retalho de espessura parcial (por meio de duas incisões verticais localizadas em mesial dos dentes 32 e 42 e unidas por incisões horizontais na base das papilas adjacentes), para preparar o leito recetor, deslocando-o apicalmente (figs. 13 e 14).

Tal como no caso anterior, foi depois realizado o tratamento mecânico da superfície radicular exposta, utilizando curetas e instrumentos rotatórios, para diminuir a convexidade da raiz (diminuição da área avascular e redução da discrepância dentoalveolar) e eliminar qualquer reminiscência de placa ou cálculo, como se pode apreciar nas imagens (fig. 15). Em seguida, foi obtido, da mucosa palatina, um enxerto com tamanho ligeiramente superior ao do leito recetor (16 x 10 mm), pela técnica de janela proposta por Langer e Langer (1985)25, com uma espessura de aproximadamente 2 mm e epitelizado unicamente na parte coronal (figs. 16-20). Neste tipo de enxertos, a espessura ideal é de 1,5 a 2 mm, sendo que espessuras maiores estão associadas ao aumento da contração primária (e a probabilidade de terem maior quantidade de tecido adiposo). Após verificação da adaptação do enxerto, este foi suturado com monofilamento de 5/0 e 6/0, com pontos simples na sua parte mais coronal e na papila central. Para conseguir uma adequada aposição e imobilização do enxerto, foram realizados dois pontos cruzados, desde a base do leito recetor e dento ancorados (denominados pontos de Holbrook26) e ainda um ponto horizontal (figs. 21 e 22). Posteriormente, foi confirmada a sua imobilização e realizada compressão durante cinco minutos, com uma gaze, para eliminar o coágulo entre o enxerto e o leito recetor. Os cuidados pós-operatórios foram semelhantes em ambos os casos, isto é, a abstenção de escovar o local cirúrgico e o aconselhamento para bochechar com uma solução de clorohexidina 0,12%, durante 10 dias. Após 15 dias de cicatrização, procedeu-se à remoção da sutura e foi prescrita uma escova pós-cirúrgica. Esta técnica permitiu o aumento da largura e espessura do tecido queratenizado tendo-se verificado algum recobrimento radicular (fig. 23). Segundo Orsini e cols. (2004), a contração secundária dos enxertos de tecido conjuntivo é de 43% após 52 semanas27.

Fig. 10. Recessão tipo III de Miller nos 31 e 41 (foto inicial).

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Fig. 11. Após destartarização, pode-se observar a falta de GA e freio labial curto.

Fig. 12. Radiografia periapical do quinto sextante em que se observa perda óssea interproximal entre os dentes 31 e 41.

Fig. 13. Dissecção do retalho com a ajuda de pinça.

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Fig. 14. Leito recetor preparado com área vascular superior a avascular.

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b Fig. 15, a-b. Destartarização da raiz e diminuição da sua convexidade com uma broca perioset.

Fig. 16. Após elevação do retalho de espessura parcial, foi realizada a medição do leito cirúrgico recetor.

Fig. 17. Em seguida realizou-se uma incisão biselada do tamanho do leito recetor a uma distância de 2-3 mm dos dentes.

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b Fig. 18, a-b. Imagens das duas incisões horizontais que vão delimitar o “rodete” epitelial.

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Fig. 19. Ferida palatina imediatamente a seguir à recolha do enxerto.

Fig. 20. Medição do enxerto tridimensionalmente que posteriormente foi recortado de acordo com o tamanho do leito recetor.

Fig. 21. Imagem do início da sutura cruzada.

Fig. 22. Fixação do enxerto de suturas sem tensão.

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b Fig. 23, a-b. Comparação antes e após seis meses da realização do enxerto. Podemos verificar a presença de uma banda de gengiva queratinizada apesar do recobrimento ter sido pouco expressivo.

Discussão Dependendo da situação clínica do paciente, várias são as técnicas que podem ser realizadas para aumentar com eficácia a GA. Apesar de os pacientes preferirem, segundo uma revisão sistemática realizada por Thomas e cols. (2009)28, os aloenxertos aos auto-enxertos (em termos de conforto e resultado estético), estes últimos têm maior previsibilidade assim como menor contração (quando comparados com os aloenxertos). A mais antiga das técnicas (EGL) foi utilizada no primeiro caso clínico. Apesar da menor previsibilidade de recobrimento radicular e resolução da hipersensibilidade (facto que foi reportado inicialmente à paciente do primeiro caso clínico), a terapia teve como objetivo a melhoria dos tecidos moles. As alterações morfológicas existentes em torno do dente não facilitavam o adequado controlo de placa. Segundo Roccuzzo e cols., o enxerto gengival livre é a técnica de eleição para o aumento de gengiva aderida, sobretudo se existir uma brida, como sucedeu no primeiro caso descrito29. No entanto, o resultado estético é pouco satisfatório, devido à coloração diferente em relação aos tecidos adjacentes. A estabilidade a longo prazo deste procedimento está bem documentada. O estudo retrospetivo de Agudio e cols. revelou a estabilidade dos EGL a longo prazo (entre 10 a 25 anos).

No segundo caso clínico, verificava-se a presença de recessões múltiplas, com uma pobre condição mucogengival devida à falta de gengiva aderida e à presença do freio e vestíbulo reduzido. Segundo Chambrone e cols. (2010), numa revisão sistemática e metanálise (só com defeitos classe I e II de Miller), sempre que se pretenda conjuntamente o recobrimento radicular e o aumento da banda de gengiva queratinizada, o uso de enxertos conjuntivos isolados ou com reposicionamento coronal parece ser o procedimento mais adequado30. Contudo, a facilidade de imobilização do EGL, associada à dificuldade de avançar coronalmente o retalho, têm feito com que este seja habitualmente utilizado nestes casos. No entanto, estes procedimentos têm limitações estéticas. Assim optou-se por uma técnica modificada de enxerto conjuntivo livre parcialmente epitelizado, para superar alguns dos problemas estéticos tradicionalmente associados ao EGL. Quando comparado com o EGL, o ETC caracteriza-se por produzir alterações mínimas no palato, possibilitando uma melhor cicatrização. Na referida revisão sistemática de Thomas e col. (2009), verificou-se que os pacientes têm maior perceção de dor com o EGL que com o ETC. Outras vantagens associadas ao ETC foram a melhor correspondência de cor entre o enxerto de tecido conjuntivo e o tecido adjacente, bem como a menor formação de tecidos queloides. Esta técnica permitiu o aumento da largura e espessura da gengiva aderida, prevenindo a progressão da recessão gengival e apicalização da inserção do freio.

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Conclusão Através dos casos clínicos descritos é possível concluir que ambos os procedimentos mostraram ser recursos úteis para alcançar o objetivo inicial, isto é, o aumento da gengiva queratinizada. Dado terem alcançado uma morfologia mais adequada permitiram uma melhor escovagem, bem como uma estabilização da progressão das recessões. A seleção da técnica foi realizada segundo uma análise das características clínicas dos pacientes, tendo-se revelado um fator primordial para a obtenção do êxito terapêutico.

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Materiais de registo dos contactos inter-oclusais: a velha escola e os novos sistemas tecnológicos Premiado como melhor poster científico no III Congresso Nacional dos Estudantes de Medicina Dentária (com o patrocínio da MAXILLARIS)

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Ciência e prática Mário Martins Médico dentista. Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC). Aluno da pós-graduação de Ortopedia Oro-facial e Ortodontia na Danube University (Krems, Áustria). Júlio Fonseca Médico dentista. Licenciado pela FMUC. Pós-graduado em Reabilitação Oral Protética pela FMUC. Mestre em Patologia Experimental da FMUC. Assistente convidado das disciplinas de Anatomia Dentária, Fisiologia do Aparelho Estomatognático e Reabilitação Oclusal do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da FMUC. Francisco Caramelo Professor e investigador no IBILI (Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida) da FMUC. Ricardo Dias Médico dentista. Licenciado pela FMUC. Pós-graduado em Reabilitação Oral Protética pela FMUC. Aluno do Doutoramento em Ciências da Saúde (ramo Medicina Dentária) da FMUC. Assistente convidado da disciplina de Prótese Fixa do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da FMUC. Membro da International Team for Implantology (ITI) e da American Academy of Cosmetic Dentistry (AACD). Pedro Nicolau Médico dentista. Licenciado pela FMUC. Professor auxiliar de Prostodontia Removível na FMUC. Membro da Comissão Cientifica da Ordem dos Médicos Dentistas, da European Association for Osseointegration (EAO) e da International Association for Dental Research (IADR). Clínica privada na Figueira da Foz. Coimbra.

Mário Martins Introdução A propósito do poster vencedor do III Congresso Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (CNEMD), intitulado “Computerized Occlusal Analysis Systems using T-Scan®III HD”, os autores apresentam uma revisão acerca das limitações de alguns materiais de registo/avaliação dos contactos interoclusais, bem como uma avaliação das propriedades do novo sistema de análise oclusal digital T-Scan®III HD. Uma condição essencial para a aplicabilidade clínica de um

sistema de medições prende-se com a necessidade de este apresentar valores exatos e o mais precisos possível em medidas repetidas1-5. A importância dessa fiabilidade na saúde oral foi enfatizada, já em 1987, pela Organização Mundial da Saúde (OMS)5. Por essa razão, e numa tentativa de entender a fisiologia da oclusão humana, vários investigadores têm vindo a estudar o desempenho de diversos materiais de análise oclusal6-28.

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Na comunidade dentária, o papel de articulação tem sido largamente aceite como o gold standard para a análise oclusal, e por essa razão deve ser usado como comparação com qualquer outra metodologia29. No entanto, os estudos publicados baseados nas propriedades físicas do papel de articulação (espessura, composição, substrato da tinta, deformação plástica) provam que as dimensões das marcas do papel de articulação não são descritivas da verdadeira força oclusal6,8-10,30-36. Em 2001, Millstein et al.10 estudou in vitro a reprodutibilidade do papel de articulação. Usando cargas predefinidas sobre modelos de epóxi, encontrou variações inconsistentes das marcas produzidas. Já em 1982, Halperin et al.6 tinha estudado materiais de registo oclusal à base de tinta em diferentes substratos (papel, seda, Mylar, etc) e provou existirem variações dependendo da cor, do substrato e da espessura do material. Os resultados desse estudo foram reforçados três anos depois por outro estudo realizado por Schelb et al.8. Mais recentemente, em 2007, Carey et al.32 desenhou um estudo com o objetivo de determinar se existia alguma correlação entre o tamanho da marca do papel de articulação e a força aplicada. Uma interpretação gráfica dos dados recolhidos indicou diferenças significativas no tamanho das marcas para a mesma magnitude de força em aproximadamente 80% dos casos. Novamente, não pode ser encontrada nenhuma correlação direta entre os tamanhos das marcas obtidas e a força aplicada (figs. 1 e 2). Kerstein et al.33 (2008) também reportou haver uma relação extremamente baixa (apenas 21%) entre o tamanho da marca de papel e a força aplicada. Esta falta de correlação pode ser explicada porque a pressão da força oclusal é medida em relação à sua área de contacto, nos seguintes termos: pressão = força aplicada/área de contacto37. Quanto menor for a área de contacto para uma dada força, maior será a pressão daí resultante. Lar-

gos contactos dissipam a força sobre uma maior área resultando numa baixa pressão37. Reformulando, marcas extensas podem representar pouca força, enquanto pequenas marcas poderão representar elevadas concentrações de força37. Na maioria dos estudos a folha plástica de articulação de Mylar (DuPont Co., Wilmington, Del.), consideravelmente mais fina do que o papel, produzia marcas consistentemente mais fiáveis10,28,36. Para ser considerado um indicador útil para a análise oclusal, a folha plástica deve apresentar uma espessura menor de 21 µm e ser plasticamente deformável5,38. No entanto, sob baixa pressão e em superfícies muito polidas ou húmidas, as suas capacidades de tingir podem ficar comprometidas. Isto é, uma maior força oclusal deve ser desenvolvida pelo paciente para evitar falsos negativos36. Pelas razões acima mencionadas, e pela interpretação subjetiva associada, o papel de articulação e a folha plástica de oclusão deverão ser usadas criteriosamente pelo clínico6,10,28. Além do papel ou folha de articulação, outros métodos para análise oclusal, tais como materiais de impressão, cera de oclusão, seda de oclusão ou shimstock têm sido descritos na literatura. Nenhum provou ser ideal9,22,28,39. Estes materiais permitem ao clínico somente localizar os pontos de contacto. No entanto, a sua força tem de ser extrapolada e interpretada qualitativamente com a avaliação do paciente25. Devido às interpretações erróneas da força de oclusão às quais conduziam os materiais de articulação clássicos, tal como acima descrito, surgiu a necessidade de desenvolver um dispositivo que permitisse avaliar qualitativamente e quantitativamente a oclusão dentária. Nas três décadas passadas, os avanços tecnológicos levaram a um aumento notável da eletrónica na área da Medicina Dentária e concretamente na reabilitação oclusal, fomentando o desenvolvimento do primeiro protótipo do sistema T-Scan®

Figs. 1 e 2. O papel de articulação não tem a capacidade de medir tempo ou força. Ao analisar os pontos produzidos pelo papel de oclusão o clínico não poderá concluir com certeza sobre qual é o primeiro contacto, qual a diferença de tempo entre o primeiro e o segundo contactos ou qual o contacto mais forte.

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(T-Scan®I Tekscan Inc., Boston, EUA), descrito por Maness et al.40 pela primeira vez em 1987. O T-Scan® foi desenvolvido para analisar e visualizar áreas de contacto detetadas por um filme sensível à pressão. Com este sistema foi possível, pela primeira vez na história da reabilitação oclusal, não só detetar a distribuição dos pontos de contacto, mas de igual forma obter a força relativa de cada um dos contactos e até a sequência cronológica do surgimento de cada um deles38. O sistema visualiza um “filme de forças de oclusão” em tempo real de incrementos de 0,01 segundos, no qual as magnitudes das forças são descriminadas por uma legenda de cores em 2D ou 3D30. Cores mais escuras e azuladas representam pontos de contacto leves, enquanto cores mais claras (avermelhadas/lilás) indicam forças mais elevadas. Dois gráficos de tempo permitem avaliar a evolução da oclusão frame by frame. Historicamente, as primeiras gerações do sistema T-Scan®, o T-Scan® I e II, geraram alguma controvérsia na literatura quanto ao seu desempenho13,25,38,41-44. A principal limitação apontada era a espessura demasiada do sensor. Embora a espessura do sensor fosse de 100 µm e, portanto, dentro da gama dos papéis de articulação comercializados (8-200 µm)19,45, resultava em sobre-contactos no setor

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posterior em comparação com os dentes anteriores. Além disso, a espessura e baixa flexibilidade do sensor perturbava o paciente na tentativa de fechar em intercuspidação máxima25. De facto, um estudo sobre a discriminação da espessura interoclusal mostrou que já uma folha de alumínio tão fina quanto 20 µm pode perturbar a auto-perceção oclusal do paciente46. Outro problema estava ligado com o desenho do próprio sensor. Este era constituído por duas camadas de folhas Mylar (Dupont Tejjin Films, Holanda, B.V.) com grelhas condutoras horizontais e verticais separadas por espaços não condutores. Sendo assim, o sensor consistia em áreas sensíveis e áreas insensíveis à pressão. De facto, em alguns estudos as primeiras gerações do T-Scan® registavam sempre menos pontos de contactos dos que realmente estavam presentes, como era verificado com folha de articulação convencional42,43. As áreas insensíveis, descritas como black spots foram frequentemente reportadas por outros autores em relação a designs anteriores do T-Scan® (T-Scan® I and II) 42,43. Em relação ao baixo desempenho descrito por vários autores, a Tekscan® Inc. desenvolveu um novo sensor, o T-Scan® III HD. Melhorias substanciais na sua reprodutibilidade, sensibilidade e validade clínica foram posteriormente demonstradas por um número crescente de estudos utilizando o T-Scan® III HD. Em 2006, Kerstein et al.47 estudou o T-Scan® III HD e reportou

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Fig. 3. Visualização do software do sistema T-Scan III HD. O software apresenta um esquema de forças de oclusão em tempo real (tipo filme) de incrementos de tempo de 0,01 segundos, em visão 2D e 3D. As magnitudes das forças são descriminadas por uma legenda de cores (à direita).

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um aumento da sua área sensível em 33%, diminuindo a área insensível em 50% comparando com o design anterior. O sensor HD exibia significativamente menos variações na reprodução de forças para no mínimo 20 ciclos de compressões laboratoriais e nenhuma existência de black spots foi descrita48. Koos et al.8,49 publicou dois estudos enfatizando a reprodutibilidade do sensor HD (95%), tal como a sua utilidade clínica.

Caso clínico No caso clínico que apresentamos, uma paciente de 48 anos de idade, sexo feminino, raça caucasiana, recorreu à nossa consulta com queixas de bruxismo excêntrico e mobilidade aumentada nos incisivos superiores. A paciente tinha terminado tratamento ortodôntico bimaxilar há cerca de seis meses. Efetuou-se uma anamnese geral e oclusal, e uma análise funcional e oclusal clínicas. Classificou a dor que geralmente sentiu nos últimos seis meses com um valor de quatro numa

escala VAS (Visual Analogic Scale), de zero a 10. O exame clínico muscular revelou presença de dor no masseter superficial e profundo bilateralmente, no temporal anterior também ao nível bilateral e no ventre posterior do digástrico esquerdo. A palpação articular não revelou a presença de dor ou de estalidos. O exame oclusal revelou a presença de frémito aquando da intercuspidação no sextante antero-superior. Iniciou-se a abordagem terapêutica pela inserção de uma goteira oclusal de estabilização mandibular. A goteira oclusal foi objeto de ajuste durante cerca de oito semanas. Pretendeu-se abordar os sintomas de dor e desconforto muscular, bem como obter a posição de RC necessária à prossecução dos tratamentos avaliando simultaneamente a evolução da mobilidade dentária anterior. Após a estabilização da posição mandibular, e não tendo ocorrido alterações significativas na mobilidade dentária, a paciente foi submetida a uma análise oclusal digital com o sistema T-Scan® III HD. As observações e procedimentos efetuados explicam-se nas figuras seguintes.

Fig. 4. Ortopantomografia.

Figs. 5 e 6. Goteira oclusal mandibular.

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Figs. 7, 8 e 9. Fotografias intraorais iniciais da paciente em oclusão. Vista lateral esquerda, vista frontal e lateral direita.

Figs. 10, 11 e 12. Vista oclusal superior e inferior com os contactos dentários iniciais marcados com recurso a folha plástica de oclusão Hanel Foil de 12 µm. ® Gráficos 2D e 3D do sistema T-Scan III HD.

Na análise oclusal digital inicial, os contactos oclusais mais intensos (apesar de visualmente terem diâmetro menor do que os contactos apresentados pelo 16) ocorrem em distal do 11 e mesial do 23. Apesar da existência de contactos posteriores bem marcados, na generalidade, toda a zona anterior contacta com maior intensidade do que as zonas posteriores. O dente 16 que visualmente apresenta uma marca relativamente volumosa, não apresenta uma força maior do que os contactos comparativamente menores exibidos por alguns dentes anteriores. Esta marca apresentada pelo 16

era provocada por uma prematuridade inicial, demonstrada pelo sistema através do filme elaborado e que ocorria numa fase muito inicial da intercuspidação. Após o registo oclusal, o operador pode analisar frame by frame o filme efetuado. Esta possibilidade de analisar a intercuspidação sob um ponto de vista dinâmico constitui uma vantagem relativamente aos métodos tradicionais (papel de oclusão). De outra forma, a perceção de prematuridades é um exercício tecnicamente muito difícil e ao qual poderá estar subjacente um processo subjetivo de ‘’adivinhação’’.

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A paciente foi submetida a ajustes oclusais guiados por registos digitais sucessivos e comparados pelas marcas produzidas pelo papel de oclusão. Após os ajustes oclusais, obteve-se uma distribuição adequada da força total à esquerda e direita (50,7% e 49,3%). Os contactos dentários anteriores foram aliviados e isso conduziu a uma eliminação do frémito/mobilidade dos dentes do sextante antero-superior, como observado nas consultas de controlo subsequentes.

De notar mais uma vez que mesmo no registo final não existe uma relação direta entre o volume da marca produzida pelo papel de oclusão e a força oclusal medida pelo sistema digital. A título exemplificativo o dente 17, que na fotografia apenas apresenta uma marca muito ligeira ao nível da crista de esmalte, apresenta uma força de intensidade considerável, observável no sistema T-Scan®. A este facto não serão alheias as condições de meio húmido, mais prováveis ao nível dos dentes posteriores, e que podem afetar significativamente a adesão da tinta à superficie dentária.

Figs. 13, 14 e 15. Vista oclusal superior e inferior com os contactos dentários finais marcados com recurso a folha plástica de oclusão Hanel Foil de 12 micra. ® Gráficos 2D e 3D do sistema T-Scan III HD.

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Conclusões Quando estamos perante a necessidade de efetuar procedimentos de ajuste oclusal, não devemos assumir o tamanho das marcas do papel de articulação como sendo descritivas da força envolvida, pois só permitem transmitir informação sobre a localização dos pontos de contacto. De facto, marcas de tamanhos diferentes podem representar a mesma magnitude de força e marcas de tamanhos iguais podem representar forças de magnitudes muito díspares. O filme/papel de articulação continua a ser considerado como gold standard somente pela sua simplicidade de uso e pela daí resultante adesão e divulgação junto dos clínicos. Deve, pelas limitações descritas anteriormente, ser interpretado com extrema prudência. Toda a informação obtida a partir deste tipo de materiais é de natureza qualitativa. A evolução positiva da tecnologia nas últimas décadas levou a um aumento considerável do uso de métodos de análise oclusal computorizada, especialmente do sistema T-Scan®. A necessidade para esta evolução foi, essencialmente, devida a interpretações erróneas da força de oclusão às quais conduziam os materiais de articulação clássicos. Quando o clínico usa de forma consciente sistemas de análise oclusal computorizada, grande parte da subjetividade presente no processo de decisão poderá ser assim evitada.

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A halitose é um dos sinais orais mais evidentes e prevalecentes na população, mas também, em muitos casos, um assunto pouco abordado na consulta dentária. A falta de preparação de alguns profissionais, bem como de meios para abordar o problema, a que acresce uma cultura que o converte num tabu e o rodeia de preconceitos, dão azo a situações paradoxais: há pacientes que sofrem de halitose sem serem diagnosticados nem tratados, enquanto outros reclamam tratamentos para uma patologia de que não padecem. Nos últimos anos, a investigação tem vindo a permitir a elaboração de protocolos de tratamento efetivos e até a análise do hálito como via de deteção de doenças.

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Perspetivas Em setembro de 2011 foram divulgados, na Revista Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial, os re sultados de um inquérito realizado (em 2009) entre estudantes de uma universidade nacional que estavam à beira de concluir o curso de Medicina Dentária, com o fim de sondar a preparação dos jovens dentistas em relação à halitose. Os resultados foram elucidativos: 42% dos estudantes referia que a origem mais frequente do mau hálito era o estômago (apenas um quarto dos inquiridos assinalava o que hoje se considera o principal foco: a parte posterior do dorso lingual) e cerca de metade dos estudantes não sabia quais eram as condicionantes orais mais associadas a este problema nem conhecia os agentes terapêuticos dos colutórios mais apropriados para combatê-lo. Por outro lado, 70% dos estudantes afirmava que preferia não alertar os pacientes para um problema de halitose durante uma consulta de rotina se o paciente não o pedisse, e uma percentagem muito semelhante declarava não estar preparada para tratar estes casos.

Jonas Nunes, diretor do Instituto do Hálito.

enfrentar a questão e, vendo que podiam deparar-se com o problema, preferem não falar”.

Sobre esta matéria, Luzia Mendes, assistente convidada de Peridontologia na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade Apesar do mau hálito ser um dos problemas bucais com maior incido Porto (FMDUP) e responsável pela consulta de halitose da mesma dência, com consequências evidentes sob o ponto de vista social e instituição de ensino superior, considera que os médicos dentistas e psicológico – para além das implicações clínicas em algumas situaos higienistas possuem as competências necessárias. “Muitos, ções –, continua a existir um certo desconhecimento neste porém, poderão não estar seguros na orientação por não âmbito, não apenas junto da população como possuírem um treino académico formal, por não também entre os próprios profissionais. disporem de meios de diagnóstico e monitorização do mau hálito no consultório, Na opinião de Jonas Nunes, procomo os monitores de compostos Jonas Nunes: motor do inquérito e autor prinsulfurosos voláteis, ou talvez por cipal do artigo que tornou não se sentirem confiantes no Muitos profissionais sentem que públicos os resultados, não modo de abordar o problema e a formação recebida na faculdade não é está em causa uma desvalorino reforço da confiança e zação do problema da halitoauto-estima dos pacientes ao suficiente e, como tal, prefeririam não abordar se por parte dos dentistas nas longo do tratamento”. suas consultas; simplesmeneste tema com os pacientes, por receio de não te, não se sentem preparados Por seu lado, Ana Mano Azul, serem capazes de solucionar para tratá-la. “Praticamente a professora auxiliar do Instituto totalidade dos inquiridos assinalou Superior de Ciências da Saúde Egas o problema que, perante a perspetiva de um pa Moniz (ISCSEM) e membro da Interciente lhes comunicar um problema de mau national Society for Breath Odor Rehálito, gostaria de ser informado”, observa o tamsearch (ISBOR), sustenta que no bém diretor do Instituto do Hálito e responsável pelo Depar contexto da Medicina Dentária tamento de Halitose do Grupo Plénido, para quem esta resposta “assiste-se a um melhor conhecirevela que os profissionais não se sentem preparados. “Sentem que mento científico do que é a halitose”. Admite, porém, que torna-se a formação recebida na faculdade não é suficiente e, como tal, preindispensável “uma maior sensibilização dos profissionais de saúde feririam não abordar este tema com os pacientes se detetassem mau nesta área”. Esta médica dentista, que rege as disciplinas de hálito, por receio de não serem capazes de solucionar o problema”. Dentisteria Operatória, Endodontia, e Medicina Dentária ConJonas Nunes adianta que uma das principais causas do hálito é, servadora do ISCSEM, constata que a população encontra-se mais geralmente, um mau estado periodontal, “e nesse sentido estão prealerta dada a facilidade de acesso aos canais atuais de informação. parados; mas em relação a alguns pacientes, sobretudo aqueles que Como tal, “alguns pacientes surgem atualmente no consultório com não têm doenças periodontais, não se sentem preparados para um único motivo de consulta: resolver a sua halitose”.

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Perspetivas Luzia Mendes reconhece que, hoje em dia, “o acesso à informação é bastante abrangente e isso nota-se” na abordagem ao tema durante a consulta. Observa, contudo, que a frase “senhor doutor: tenho mau hálito; devo ter problemas de estômago” continua a ser um “clássico”, embora não constitua uma barreira definitiva. “Os doentes acabam por aceitar o facto do mau hálito ter uma origem intraoral – quando é, de facto, o caso –, mesmo quando são corresponsabilizados pelo problema”. Existe um tabu social que converte a halitose num assunto difícil de abordar pelo “receio de ferir o paciente”, como refere Jonas Nunes, lembrando que na consulta “há sempre uma relação médico-paciente, mas também cliente-prestador de serviços, e existe um certo receio de informar o paciente sobre algo que o clínico deteta, mas que não era o motivo da consulta. A halitose pode ter uma conotação negativa, pois está associada a um mau hábito de higiene”. Teme-se que o paciente interprete esta observação, ou esta oferta de ajuda, “como algo demasiado intrusivo ou invasivo, que possa gerar uma perda de confiança”, acentua Jonas Nunes. Luzia Mendes admite que “uma das dificuldades que os clínicos enfrentam é o receio da reação do paciente quando parte do clínico a menção ao problema, bem como a colaboração e o comprometimento do mesmo com o plano de tratamento”, já que ainda não existem “pastilhas milagrosas”. Na opinião desta médica dentista, “é mais fácil a abordagem ao mau hálito num contexto de uma consulta vocacionada para o efeito do que no frenesim da consulta dentária convencional”. Esse foi, de resto, “um dos motivos que nos levou a criar uma consulta de mau hálito” na faculdade do Porto. A higienista oral Fátima Duarte, presidente da Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO), também reconhece que “ainda existe culturalmente alguma inibição em dizer aos outros que sofrem de halitose, mas os profissionais e a população em geral têm que se consciencializar que a halitose é um problema que deve e pode ser resolvido”.

atualizados, procurando o que de novo vai surgindo sobre a etiologia, diagnóstico, prevenção e tratamento”, esclarece Fátima Duarte, lembrando que o papel do higienista “passa pelo controlo e prevenção das cáries e patologias periodontais, principais causadoras da halitose, fazendo um correto diagnóstico do problema e procurando solucioná-lo a través de estratégias que passam não só pela promoção de uma correta higiene oral, mas também pela recomendação de produtos específicos, aconselhamento dietético e, sobretudo, pela educação e informação ao paciente sobre este problema”. Sandra Ribeiro, vice-presidente da mesma associação, recorda que a halitose “tem uma prevalência elevada na população, e pode afetar qualquer sexo, idade, raça e condição socioeconómica, existindo em mais de 50 por cento de ambos os géneros e em todos os grupos etários”. Esta situação “cria implicações psicológicas e sociais que afetam a auto-imagem, a auto-estima e a qualidade de vida da pessoa”, adverte a também profissional do setor da higiene oral. Instada a pronunciar-se sobre o tipo de abordagem que os profissionais devem adotar durante a consulta, Ana Mano Azul refere que os pacientes “podem ter halitose e não se aperceberem”. Perante este cenário, cabe aos profissionais da área da saúde oral assegurar a abordagem, o diagnóstico, o esclarecimento e tratamento ou encaminhamento do paciente. “Nós é que não podemos ter o preconceito”, recomenda.

A APHO atribui, de resto, especial importância a esta temática. Sendo a função primordial dos higienistas orais a promoção da saúde, e sabendo-se que a halitose é um problema particularmente associado à cavidade oral, facilmente se percebe que este tema é familiar a estes profissionais, “pela sua grande importância para a saúde e os aspetos sociais dos indivíduos”, justifica.

Por outro lado, “o paciente pode ter a perceção da sua halitose e questionar-nos sobre a sua situação”. Neste grupo, “temos pessoas que já fizeram alguma pesquisa, possuindo alguma informação, confusa ou não, e as que não sabem nada a não ser os mitos que se vão transmitindo de geração em geração”.

Este tema há muito que tem vindo a ser abordado por esta associação, em congressos, reuniões, seminários e até através da divulgação no próprio site institucional, com um tópico específico sobre o assunto. “A halitose é um problema que nos surge diariamente na nossa prática clínica e sobre o qual tentamos manter os associados

Por último, destaca os pacientes com a denominada halitofobia, “convencidos de que possuem mau odor oral, mas tal não é objetivamente diagnosticado. Geralmente, já leram tudo o que há para ler e consultaram várias especialidades, sem sucesso na resolução do seu problema”.

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Perspetivas questionários específicos para avaliação da halitose”. Seguidamente, e após um exame clínico cuidado, “pode-se proceder à aplicação de técnicas suficientemente estudadas que incluem métodos organolépticos e dispositivos próprios que detetam o teor de compostos asociados à halitose”.

Luzia Mendes, responsável pela consulta de halitose da FMDUP.

Para a responsável pela consulta de halitose da FMDUP, o facto de afetar o bem-estar mental e social do individuo “já é, per si, clinicamente muito relevante. Veja-se a definição de saúde da Organização Mundial da Saúde. Naturalmente, o mau hálito pode ser sinal ou sintoma de patologias orais e/ou sistémicas e deverá ser valorizado como tal na avaliação global do indivíduo”.

Crescente interesse Ana Mano Azul sublinha que “a halitose, para além de ser um problema com repercussão social e psicológica, pode ser o primeiro sinal clínico indicador de uma patologia quer local – por exemplo, oral – quer do foro sistémico”. Jonas Nunes também incide nesta ótica: “A halitose é um sinal, um sintoma de que algo não está bem; em si mesma não é uma doença. Há cerca de 80 causas, doenças ou quadros clínicos, alguns graves, que podem desencadear ou manifestar halitose. Por exemplo, no caso da doença periodontal, permite fazer um diagnóstico precoce e a sua identificação ajuda a tratar este outro problema de fundo. Mas há muitas outras doenças que podem desencadear também halitose”. No âmbito bucal, prossegue o investigador, “podemos falar também de problemas de boca seca, da hiposalivação, do quadro xerostómico, etcétera”. Nesse sentido, “é importante identificar a causa do mau hálito, porque embora o motivo da consulta seja esse sintoma, quase sempre descobrimos patologias que podem ter repercurssões sobre a qualidade de vida do paciente”. O diretor do Instituto do Hálito adianta a possibilidade de que a halitose seja “um sinal de uma doença que pode colocar em risco a vida do paciente, tendo em vista que o cancro do pulmão, a cirrose hepática ou uma insuficiência renal podem manifestar-se através do mau hálito”. De resto, evoca uma experiência própria: “No meu caso, já detetei a partir da halitose, em colaboração com um gastroenterologista, um caso de cancro no estômago em que o mau hálito foi o primeiro sintoma”. Fundamentalmente, existe hoje um “conhecimento mais aprofundado da sua variada etiologia”, observa Ana Mano Azul, para quem a halitose “pode ter assim causas de origem oral, causas relacionadas com outras áreas ou causas exógenas”. Uma vez excluídas as primeiras (causas dentárias, gengivais, má higiene ou lesões da mucosa oral) – que, a existirem, se forem tratadas resolvem o problema da halitose – o diagnóstico adequado passa por um questionário exaustivo relativamente à história clínica do paciente e aos seus hábitos higiénicos, alimentares e tabágicos”, esclarece a docente do ISCSEM, acrescentando que “já existem publicados

Em 1874 a halitose foi descrita, pela primeira vez, como uma entidade clínica. No entanto, só nas últimas décadas é que se assistiu a um crescimento maior na publicação de artigos científicos sobre o tema. Algo está a mudar na perceção da halitose no âmbito da clínica odontológica e até em relação à saúde em geral. Com uma simples pesquisa na base de dados da National Library of Medicine (Pubmed) é possível observar que os artigos e as menções ao termo halitose duplicaram na última década relativamente ao período anterior. Uma prova do crescente interesse dos profissionais por este tema foi a criação, em 1995, da International Society for Breath and Odor Reserach (ISBOR) e, em 2005, da International Association for Breath Research (IABR). Numa escala de maior proximidade, a criação do Instituto do Hálito, uma entidade especializada na investigação e no tratamento da halitose em torno da qual se mobilizaram vários centros especializados da Península Ibérica, constitui outra prova da crescente atenção que se está a prestar a esta área clínica.

Luzia Mendes: Uma das dificuldades é o receio da reação do paciente quando parte do clínico a menção ao problema, bem como a colaboração e o comprometimento do mesmo com o plano de tratamento

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Perspetivas “Não é que o mau hálito fosse, até há pouco tempo, desvalorizado. Podemos encontrar já na Bíblia (livro de Job) referência ao impacto social e psicológico do mau hálito no indivíduo”, ressalva Luzia Mendes. “Creio que este boom deve-se ao crescimento do conhecimento nas últimas décadas, em áreas paralelas, aliado uma maior pressão da sociedade, a nível global, para a procura de soluções”. A mesma opinião é manifestada por Fátima Duarte. “Nos últimos anos, o interesse e o conhecimento científico sobre o mundo da halitose aumentou fortemente ao nível da comunidade dentária e, por isso, existe uma maior sensibilidade social sobre o tema”. Jonas Nunes evoca a inércia da investigação básica em biomedicina para explicar o crescente interesse pelo estudo do hálito. “Da mesma forma que a comunidade científica fez um esforço no sentido de sequenciar o genoma humano, temos de fazer um esforço para criar uma base de dados com todos os compostos do odor de origem humano. O ser humano já tem 200 compostos voláteis distintos, ou gases, presentes no seu hálito. No entanto, já foram descobertos até à data mais de 3.000 que podem ser sinais de patologias diversas. Do mesmo modo que se pode fazer uma análise de sangue, uma bioquímica e diagnosticar uma série de doenças, a análise do hálito está a posicionar-se como uma análise não apenas para efeitos cosméticos como também para diagnosticar doenças graves, já que há muitos compostos internos que são libertados a través do pulmão e que são consequências de uma série de doenças metabólicas”. “Em alguns estudos realizados no Reino Unido”, revela o especialista, “está-se a conseguir identificar, de forma muito precoce, casos de pacientes com cancro de pulmão e cancro de mama. A comunidade científica tem vindo a posicionar-se em torno da análise do hálito, a cromatografia gasosa, como uma análise não invasiva através da qual se pode obter uma imagem ou indicadores do estado de saúde do paciente. Por enquanto, a tecnologia é cara e ainda estamos a investigar

Ana Mano Azul: A halitose, para além de ser um problema com repercussão social e psicológica, pode ser o primeiro sinal indicador de uma patologia quer local – por exemplo, oral – quer do foro sistémico

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Ana Mano Azul, docente do ISCSEM e membro da ISBOR.

que moléculas há e como se relacionam com cada tipo de doença, mas este processo está a gerar muito entusiasmo junto da comunidade científica, porque com um simples sopro é possível identificar uma série de patologias”. Tudo isto faz com que muitos bioquímicos e fisiologistas estejam a estudar estas moléculas, o que fomenta a aparição de muitas publicações científicas. Vale a pena referir que por detrás deste interesse estão mudanças sociais e culturais que atribuem maior relevância ao problema do mau hálito. “Vivemos numa sociedade cada vez mais cosmética e estética, e as pessoas são cada vez mais exigentes neste campo”, adianta Jonas Nunes, acentuando que, na realidade, “não existe um maior número de casos de halitose; pelo contrário, devido à crescente melhoria das condições higiénicas e sanitárias, há menos casos”. No entanto, existe uma maior proporção de problemas de mau hálito de origem não higiénica, de pacientes que continuam a ter esta manifestação pese a que o fator da higiene esteja bem tratado ou controlado pelo seu médico dentista. “E numa sociedade em que o hálito é um cartão de visita, sobretudo numa sociedade em que se multiplicam os encontros frequentes, imediatos ou breves, as pessoas preocupam-se muito com o aspeto cosmético e estético e exigem um tratamento professional, uma resposta adequada a esta necessidade e à procura da perfeição”. É algo que a indústria farmacêutica também está a fomentar, nota Jonas Nunes, “por vezes com alguns conceitos fantasiosos”. Certo é que a população está cada vez mais preocupada e sensibilizada, e a procura é cada vez maior. “Isso obriga a comunidade científica a encontrar respostas para casos de halitose cuja origem não é periodontal, porque neste caso já está bastante estudada e documentada”. A presidente da APHO, Fátima Duarte, descreve dois tipos de halitose: a genuína e a imaginária. Dentro da halitose genuína distinguem-se a halitose transitória, de origem fisiológica, que é aquela que todos nós podemos sentir ao acordar por diminuição do fluxo salivar durante o sono ou após longos períodos de jejum ou ainda


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Perspetivas

Fátima Duarte, presidente da APHO.

pela ingestão de alimentos ricos em odores (halitose reativa alimentar), e a halitose persistente, designada por patológica ou crónica, causada por doenças orais ou outras do foro geral. Na halitose imaginária ou pseudo-halitose o paciente queixa-se de forma insistente da sua existência por auto-perceção, mas pela avaliação profissional não se regista a sua presença. “Julgamos que o setor dentário tem vindo a investir cada vez mais neste problema e a prova disso passa não só pelo desenvolvimento e lançamento de múltiplos produtos específicos no mercado, assim como pela abertura de clínicas especialmente vocacionadas para o tratamento do hálito, sobretudo nos últimos anos”, sublinha a presidente da APHO. Nas últimas décadas, “com a crescente importância dada à saúde oral e à pressão estética e social atribuída à boca, a população em geral está mais desperta, muito embora seja difícil cada pessoa individualmente percecionar corretamente o seu hálito”, acrescenta Sandra Ribeiro. “Normalmente, esta situação é identificada por alguém que nos é próximo e não é invulgar haver relatos de pacientes que sabem da sua halitose porque alguém lhe disse que tinham um hálito desagradável”. Também é vulgar “haver pacientes que referem bochechar com colutórios ou elixires ou mascar pastilha para melhorar o hálito”, revela a vice-presidente da APHO. As causas orais da halitose podem estar relacionadas com vários aspetos, tais como uma má higiene oral, a presença de lesões de cárie, periodontite, ulcerações orais, infeções orais (bacterianas, virais ou fúngicas), próteses dentárias associadas a má higiene oral, carcinomas e hiposialia. No entanto, ao longo das últimas décadas, “tem-se vindo a consolidar a evidência científica que atribui a putrefação de substratos proteicos contendo enxofre por microorganismos orais, predominantemente gram-anaeróbios, como a principal causa de origem oral”, esclarece Ana Mano Azul.

No seu ponto de vista, “é de igual modo irrefutável que a língua forma um ecossistema ideal pela sua grande área de superfície e a sua estrutura papilar. Juntamente com a placa bacteriana e os depósitos linguais compostos pela acumulação de células epiteliais descamativas, de resíduos alimentares e de secreções como a saliva e o corrimento nasal posterior”. Temos assim um substrato proteico a ser metabolizado por bactérias gram-anaeróbias, as quais conduzem à formação de compostos sulforosos voláteis (sulfeto de hidrógeno, metil mercaptano, dimetilsulfeto, dimentil disulfetos). “A higiene oral pode assim desempenhar um papel fundamental na sua prevenção e resolução”, defende a professora auxiliar do ISCSEM, Ana Mano Azul, alertando para a importância da escovagem, da limpeza interdentária e da limpeza da língua “com dispositivos adequados”. Esta opinião é partilhada por Luzia Mendes, que considera a higiene oral essencial na prevenção e controlo do mau hálito, “não só porque permite a desorganização do biofilme e a remoção de substrato disponível como previne o desenvolvimento de patologias orais que potenciam a produção dos compostos sulfurosos voláteis”. Dito isto, realça a importância de “ter em mente que a qualidade do biofilme é, porventura, mais relevante que a quantidade”. Para Fátima Duarte, as medidas essenciais “passam por uma correta informação aos pacientes sobre os meios eficazes de controlo de placa bacteriana, reforçando a higiene da língua, hábitos dietéticos corretos e cessação tabágica”, assim como o despiste de outras situações do foro geral (problemas relacionados com os pulmões, fígado, estômago, entre outros). “Como é um problema com múltiplas causas há que saber adaptar o conhecimento à situação particular de cada pessoa conhecendo os seus hábitos e costumes para melhor conduzir a situação”, diz a presidente da APHO.

Fátima Duarte: As medidas essenciais passam por uma correta informação aos pacientes sobre os meios eficazes de controlo de placa bacteriana, reforçando a higiene da língua, hábitos dietéticos corretos e cessação tabágica

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Perspetivas

Sandra Ribeiro: Com a crescente importância dada à saúde oral e à pressão estética e social atribuída à boca, a população em geral está mais desperta, muito embora seja difícil cada pessoa individualmente percecionar corretamente o seu hálito

Sandra Ribeiro, vice-presidente da APHO.

profundo do biofilme produtor dos compostos odoríficos voláteis, principalmente dos compostos sulfurosos voláteis, levará certamente a terapias ainda mais eficazes”.

Tratamento atual Um dos problemas que persistem é o facto de “ainda não existir uma tradução correta do que a ciência descobriu para a prática clínica de rotina do médico dentista que não trabalha num centro especializado. Por isso, esse conhecimento ainda não é muito acessível aos pacientes”, sustenta Jonas Nunes. Em todo o caso, ressalta que o mais importante é partir da identificação da fonte do mau hálito. “É fundamental diagnosticar a causa”, observa, “não tratar empiricamente ou prescrever enxaguantes sem saber se a causa é bucal ou periodontal. É preciso saber que essa determinação da causa significa estudar os gases e os compostos voláteis do hálito, mediante cromatografia gasosa; realizar a identificação específica das bactérias presentes na boca, se são bactérias produtoras de mau hálito ou não, e isso faz-se a través de um estudo de PCR (polymerase chain reaction, reação em cadeia de polimerasa), e utilizar um protocolo de anamnese exaustivo e detalhado, tendo em conta as cerca de 80 causas da halitose. É a racionalização e a fusão de todos estes dados que vai permitir saber qual é a origem. Sem a análise desses fatores não atingimos a taxa de sucesso de 97 por cento”. A partir daí, explica o diretor do Instituto do Hálito, o tratamento mais eficiente “é o indicado pelos padrões atuais para cada uma das patologias. Portanto, é preciso saber a causa, não tratar sem ter um diagnóstico etiológico”. Luzia Mendes observa, por seu turno, que o conhecimento acumulado, essencialmente ao longo das duas últimas décadas, “tem permitido, não só compreender os principais mecanismos de formação dos compostos odoríficos voláteis e sistematizar a abordagem ao paciente com mau hálito, como desenvolver produtos de higiene oral com a capacidade de modificar o biofilme oral e neutralizar os odores, de tal forma que conseguimos dar resposta à maioria das situações clínicas”. Neste sentido, acrescenta que o “conhecimento

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Jonas Nunes também identifica carências nos programas universitários: “Os currículos académicos de Medicina Dentária centram-se muito no problema periodontal, mas não nas outras causas, que são bastantes e cada dia assumem um maior protagonismo”. Também não esquece a falta de enfoque multidisciplinar ou das ferramentas tecnológicas: “Outro problema prende-se com a falta de apoio multidisciplinar. Um dentista que lida com a halitose deve ter contactos ou uma relação de proximidade com um otorrinolaringologista e com um gastroenterologista para poder planear a melhor solução quando a causa seja extraoral. E um terceiro problema é a falta de tecnologia, porque sem fazer as análises pertinentes dificulta-se bastante o diagnóstico”. Na opinião de Ana Mano Azul, existem as ferramentas necessárias para um diagnóstico básico da halitose. “As situações que não forem atribuíveis a causas de origem oral deverão passar por uma abordagem interdisciplinar com outras áreas da medicina”. A médica dentista também considera que “seria importante integrar o tema da halitose nas suas diferentes vertentes no conteúdo curricular dos cursos de profissionais da área da saúde oral”, embora concluindo que, em primeiro lugar, “é indispensável que os profissionais excluam ou tratem as causas orais que podem estar associadas à halitose, para o qual estão devidamente preparados no plano curricular dos seus cursos”.


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Calendário de cursos

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ENDODONTIA

ESTÉTICA

Pós-graduação em endodontia clínica

Título de especialista em estética dentária

O Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Cató lica Portuguesa (Pólo de Viseu) inicia este mês uma pós-graduação em endodontia, com a duração de um ano, que tem por objetivo capacitar os médicos dentistas inscritos para executarem todo o tipo de tratamentos endodônticos, de modo a tornar mais previsível o seu modo de atuação nesta área clínica. As unidades curriculares que compõem esta formação são fundamentais para a execução das metodologias de trabalho mais recentes. O corpo docente integra destacados professores portugueses e espanhóis.

A CEOdont inicia mais uma edição deste curso, orientado por Mariano Sanz Alonso, Manuel Antón Radigales e José A. de Rábago Vega. Eis os módulos: • 1. Cirurgia plástica pe rio dontal; 6 e 7 de junho. • 2. Cirurgia mucogengival e estética; 18 e 19 de julho. • 3. Res at uração em compósitos I; 3 e 4 de outubro. • 4. Restauração em compósitos II; 14 e 15 de novembro. • 5. Capas de porcelana I; de 15 a 17 de janeiro de 2015. • 6. Capas de porcelana II; de 19 a 21 de fevereiro de 2015. • 7. Coroa de recobrimento total e incrustações; 20 e 21 de março de 2015. • 8. Curso teórico-prático na NYU (opcional); de 23 a 27 de junho de 2015.

UCP. 232 419 504 (Rosa Martins) - rosamartins@crb.ucp.pt

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

ESTÉTICA

Cursos de estratificação de compósitos

Cursos práticos hands-on

A CEOdont organiza de 12 a 14 de junho, em Madrid, este curso orientado por Luiz Narciso Baratieri, com o seguinte programa: • 1. Restaurações de incisivos superiores fraturados, técnica de estratificação e técnica laminar. • 2. Restaurações de incisivos laterais conoides. • 3. Redução/fecho de diastemas. • 4. Facetas diretas: em dentes sem alteração de cor, incisivo central superior (dente isolado), seis dentes anteriores superiores (de canino a canino), em dentes com alteração de cor, incisivos centrais superiores. • 5. Uso de parafusos de fibra/resinosos e associados com compósitos (incisivo central superior fraturado). • 6. Terminação e polido das restaurações (teórico-prático).

Ao abrigo do programa de formação contínua que delineou para este ano, a Ordem dos Médicos Dentistas vai realizar no próximo dia 21 de junho, num hotel do Porto, um curso prático (hands-on) de implantologia, que será ministrado pelos médicos dentistas Daniel Alves e Francisco Correia. Na mesma data terá lugar, na delegação açoriana da OMD, outro curso prático (hands-on) de regeneração óssea, lecionado pelos médicos dentistas Francisco Brandão de Brito e Alexandre Miguel Santos.

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

OMD. 226 197 690 - www.omd.pt

ATENÇÃO: PORTUGAL Empresa fabricante de Implantes Dentários necessita:

DISTRIBUIDOR CERTIFICADO OU COMERCIAIS AUTÓNOMOS

Atividade: vendas e assessoria de produto a médicos dentistas e protésicos. Desenvolvimento e colaboração na implementação de cursos formativos e atividades organizadas pela empresa. Oferece-se: interessantes condições de vendas. Possibilidade de levar zona com produtos implantológicos de alta qualidade. Formação e suporte técnico a cargo da empresa. Valoriza-se: experiência comercial em setor de implantes. Disponibilidade para viajar. Os interessados devem enviar Curriculum Vitae para: adm@radhex.es

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IMPLANTOLOGIA

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IMPLANTOLOGIA

Sessão formativa sobre biodentisteria A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) organiza no dia 16 deste mês, em Faro, uma sessão formativa dedicada à temática “A biodentisteria: mudar o chip”, a cargo do médico dentista João Fonseca. A periimplantite afeta atualmente cerca de metade dos indivíduos reabilitados com implantes. Nesta sessão serão apresentadas as diferentes técnicas de tratamento existentes, sendo discutidas as vantagens e limitações de cada uma, bem como o perfil de risco de cada candidato à reabilitação com implantes e aos procedimentos preventivos das doenças periimplantares. SPEMD. 217 520 056 - www.spemd.pt


Calendário de cursos

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IMPLANTOLOGIA

IMPLANTOLOGIA

Título de especialista em cirurgia e prótese sobre implantes

Curso intensivo de implantologia oral

A CEOdont (Grupo Ceosa) organiza uma nova edição do título de especialista em cirurgia e prótese sobre implantes, orientado por Mariano Sanz Alonso e José de Rábago Vega, com a colaboração de Bertil Friberg. Eis os próximos módulos do curso: • 2. Cirurgia sobre implantes; de 15 a 17 deste mês. • 3. Prótese sobre implantes; de 19 a 21 de junho. • 4. Curso sobre cadáveres e cirurgia e prótese em casos complexos; de 3 a 5 de julho. • 5. Curso clínico-prático com pacientes (opcional); a convenir.

A Académie Internationale d'Implantologie Orale (AIIO) agendou para os dias 16 a 20 de junho, em Paris (França), um curso intensivo e implantologia oral, que conta com a colaboração de 11 formadores e tradução simultânea em inglês. O programa desta formação, que irá decorrer no Internacional Medical Center e na Faculdade de Medicina da capital francesa, prevê a colocação de implantes em cadáver e em pacientes, sessões práticas pré-curso, apoio e acompanhamento pós-formação.

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

Sinusmax. 229 377 749 - formacao@sinusmax.com

ORTODONTIA

ORTODONTIA

Curso de ortodontia prática

12º Curso clínico de ortodontia

Ortocervera anuncia um novo programa dividido em dois cursos. Um deles centra-se no tema “Técnica de aparelho fixo de baixa fricção”, cujos módulos são: • 1. Diagnóstico e cefalometria; de 25 a 27 de setembro. • 2. Estudo da classe I; de 23 a 25 de outubro. • Cimentado e biomecânica; de 20 a 22 de novembro. • 4. Estudo da classe II; de 11 a 13 de dezembro. • 5. Estudo da classe III; de 15 a 17 de janeiro de 2015. O outro é sobre a “Técnica de autoligado e ortodontia multidisciplinar”, com os seguintes módulos: • 1. Diagnóstico atual e introdução ao autoligado estético; de 12 a 14 de fevereiro de 2015. • 2. Biomecânica avançada e autoligado; de 12 a 14 de março de 2015. • 3. Ortodontia multidisciplinar; de 9 a 11 de abril de 2015.

A Clínica Construímos Sorrisos, com sede em Lisboa, organiza o 12º curso clínico de ortodontia, que será ministrado, a partir do dia 19 deste mês e até julho de 2015, pelas médicas dentistas Cristina Baptista e Ana Delgado, ambas especializadas em ortodontia. Dividido em 15 módulos e com uma carga horária total de 148 horas, o curso tem por objetivo diagnosticar e executar planos de tratamento nesta área, nomeadamente conhecer materiais e técnicas ortodônticas, melhorar a comunicação, imagem e marketing, bem como partilhar noções de gestão em ortodontia, entre outros temas. Construímos Sorrisos. 213 012 134 - www.construimossorrisos.pt

Ortocervera. (0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

PERIODONTOLOGIA

PERIODONTOLOGIA

Curso prático de periodontologia

Tratamento periodontal

No âmbito do programa de formação contínua que delineou para este ano, a Ordem dos Médicos Dentistas vai realizar no próximo dia 21 de junho, nas suas instalações de Lisboa, um curso prático (hands-on) dedicado à temática da periodontologia. Esta jornada formativa será orientada pelos médicos dentistas José Maria Cardoso e João Branco, ambos docentes do curso de pós-graduação em Periodontologia do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz (ISCSEM).

A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) realiza no próximo dia 17 de junho, no auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, uma sessão dedicada à temática “Tratamento periodontal: compromisso ou solução estética”. Esta iniciativa tem como orador o médico dentista Paulo Mascarenhas, mestre em periodontologia e implantes pela Universidade de Michigan (EUA) e docente do curso de pós-graduação de periodontologia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.

OMD. 226 197 690 - www.omd.pt

SPEMD. 217 520 056 - www.spemd.pt

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Calendário de cursos

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VÁRIOS

Curso de sedação com protóxido de azoto

Curso teórico-prático de odontologia neurofocal

A Dentaleader organiza no próximo dia 4 de junho, em Lisboa, um curso de sedação com protóxido de azoto. O objetivo deste curso gratuito, ministrado pela médica dentista Ana Coelho, especializada em odontopediatria, é conhecer o sistema de sedação consciente com protóxido de azoto na clínica dentária: princípios da técnica, propriedades e farmacodinâmica do protóxido de azoto, indicações e contraindicações, seleção de pacientes, técnica de administração clínica, equipamento e instrumental, precauções e efeitos adversos, desvantagens e limitações da técnica e considerações sobre a exposição crónica ocupacional.

O Centro Internacional de Medicinas Complementares de Saúde (CIMCS) vai realizar nos dias 13 a 15 de junho próximo, em Lisboa, a terceira edição do curso teórico-prático de odontologia neurofocal, destinado a médicos dentistas, generalistas ou especialistas e terapeutas credenciados. O curso conta com a colaboração dos profissionais cubanos Jorge García Gómez e Víctor Pagola Verger e das especialistas colombianas Yosette Osorio Díaz e Sandra Isabel Payán. O objetivo do curso consiste em aprofundar os procedimentos, as técnicas e os avanços na medicina dentária neurofocal.

Dentaleader. 800 203 976 - vanessa.ratola@dentaleader.com - www.dentaleader.com

CIMCS. 263 094 149 - fs.centromedicinadc@gmail.com - www.fscmd.pt

VÁRIOS

VÁRIOS

13ª edição do curso de sedação consciente

Workshops de anestesia intraóssea Quicksleeper

A Malo Clinic Education agendou para os dias 20 e 21 de junho próximo a 13ª edição do curso de sedação consciente, formação que tem vindo a organizar ao longo dos últimos anos com sucesso. Entre outros, serão abordados temas como as indicações e as contraindicações, técnicas de administração clínica, seguidos por uma sessão prática e por uma cirurgia em direto com sedação consciente. Lecionado por Filipa Maria Roque, Ana Ferro e Rodolfo Morganho, o curso pretende mostrar como introduzir a sedação consciente com protóxido de azoto e oxigénio na prática clínica diária de uma forma simples.

Para dar a conhecer o equipamento de anestesia intraóssea QuickSleeper, a Sinusmax está a oferecer aos médicos dentistas a oportunidade de assistirem a sessões de apresentação desta eficaz técnica anestésica e hands-on com o referido equipamento. As próximas sessões para iniciados vão decorrer nos dias 14 e 16 deste mês em Paredes e Amarante, respetivamente, e no dia 4 de junho nas instalações da Sinusmax. A sede da empresa vai acolher também, no dia 13 de junho, uma sessão dedicada a utilizadores do Quicksleeper.

Malo Clinic Education. 217 247 080 - education@maloclinics.com

Sinusmax. 229 377 749 - formacao@sinusmax.com

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Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS

Gestão de conflitos em Medicina Dentária

A Ortocervera organiza este curso, ministrado por Mó nica Simón Pardell em Madrid (Espanha), que transmite formação personalizada para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. O curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS, protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algorritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado.

A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) celebra no dia 22 deste mês, em Coimbra, uma sessão dedicada ao tema “Gestão de conflitos em Medicina Dentária”, que será ministrada pela médica dentista Cristina Baptista. Numa altura em que os pacientes, bem como os próprios profissionais do setor que trabalham em equipa, estão cada vez mais exigentes e conflituosos, esta apresentação pretende transmitir competências e salientar a importância de uma comunicação eficiente.

Ortocervera. (0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

SPEMD. 217 520 056 - www.spemd.pt

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Congressos e reuniões

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XXI Congresso da SPO celebra-se em Braga

Reunião científica da SPPI realiza-se este mês

34º Congresso da SPEMD vai decorrer em Coimbra

O XXI Congresso da Sociedade Portuguesa de Ortodontia (SPO) vai ter lugar em Braga, entre os dias 2 e 5 do próximo mês de outubro. As comissões organizadora e científica do evento estão a elaborar um atrativo programa científico que irá proporcionar interessantes atualizações em torno desta especialidade, com o objetivo de partilhar experiências e fortalecer ainda mais a ortodontia portuguesa.

A reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI), que conta com o patrocínio oficial da MAXILLARIS, vai ter lugar no dia 10 deste mês, num hotel de Lisboa. O programa científico da jornada conta com a participação de quatro médicos dentistas nacionais e internacionais de renome, designadamente Gil Alcoforado, Mariano Sanz Alonso, Paulo Mascarenhas e Hessam Nowzari. Na véspera da reunião, dia 9, está previsto um curso hands-on (Mucograft), sob a orientação do já mencionado especialista espanhol Mariano Sanz Alonso.

A 34º edição do congresso anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) vai decorrer nos dias 10 e 11 de outubro, em Coimbra. O encontro da SPEMD, que conta habitualmente com a participação de centenas de profissionais dos vários quadrantes do setor dentário, vai ter como cenário os auditórios do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra. Além das tradicionais conferências e cursos, a organização do congresso deste ano antecipa, uma vez mais, uma forte aposta na área da investigação científica.

www.sportodontia.pt/2014/

www.spemd.pt sppi.maio.2014@gmail.com - www.facebook.com/sppi.pt

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Barcelona acolhe reunião científica portuguesa

Jornadas de Prótese Dentária agendadas para este mês

Congresso anual da OMD regressa à Exponor

Nos dias 22 a 24 deste mês vai ter lugar, em Barcelona (Espanha), a 36ª reunião anual da Sociedade Espanhola de Odontopediatria, conjuntamente com a quarta reunião da Sociedade Portuguesa de Odontopediatria e a segunda reunião ibérica dedicada a esta especialidade da Medicina Dentária. O programa científico do encontro luso-espanhol prevê um workshop de estética em odontopediatria, e estão confirmadas as intervenções de vários conferecistas internacionais.

As II Jornadas de Prótese Dentária do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz vão celebrar-se nos dias 30 e 31 deste mês, no Campus Universitário desta instituição de ensino, com sede no Monte da Caparica. A segunda edição deste evento, organizado pelos alunos da licenciatura de Prótese Dentária, tem como objetivo apresentar aos congressistas propostas científicas sobre a moderna reabilitação oral, abordando temas de variadas áreas, tais como a implantologia, a estética dentária, a cerâmica e a ortodontia.

A 23ª edição do congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas vai ter lugar, entre os dias 6 e 8 de novembro, no Centro de Congressos da Exponor, em Matosinhos. Entre os médicos dentistas de renome que já confirmaram a sua presença no congresso, contam-se os suíços Pascal Magne (prótese fixa), Ueli Grunder (implantologia) e Klaus Lang (periodontologia), os espanhóis Javier Gil Mur e Pedro Peña (ambos especializados em implantologia), o húngaro Istvan Urban (regeneração óssea) e o brasileiro Leopoldino Capelozza (ortodontia).

www.spop.pt

jornadasdeprotesedentariaem@gmail.com

www.omd.pt

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VIII Congresso de Ortodontia agendado para setembro

I Seminário de Dor Orofacial

O VIII Congresso de Ortodontia vai decorrer, nos próximos dias 12 e 13 de setembro, no Centro de Investigação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. A associação entre a cirurgia e a ortodontia é o tema deste congresso, que contará com a intervenção de vários oradores de renome, designadamente Álvaro Larriu, Carlos Mota, David Suárez Quintanilla, Eloy García Diez, Ertty Silva, Fernando Peres, Filipe Pina, Francisco González-Dans, Juan Carlos Pérez Varela, João Pedro Marcelino, Nuno Gil, Rui Balhau, Sérgio Pinho e Teresa Alonso.

O Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, com sede no Monte da Caparica, vai acolher no dia 24 deste mês o I Seminário de Dor Orofacial. Esta iniciativa contará com as intervenções de Paulo Maia, Beatriz Craveiro Lopes, Jorge Rosa Santos, Maria do Rosário Dias, Sérgio Félix e Joanna M. Zakrzewska. Eis alguns dos temas que serão abordados no seminário: “Dor orofacial: uma perspetiva na prática clínica do médico dentista”, “Uma visão sobre a dor orofacial” e “Considerações anatómicas e fisiológicas da região da cabeça e pescoço”.

www.congressoortodontiafmup.med.up.pt

www.i-seminario-de-dor-orofacial.webnode.pt

Implant Direct organiza reunião ibérica em Madrid

IDS regressa a Colónia em março de 2015

O Círculo de Belas Artes da capital espanhola será, no próximo dia 14 de junho, a sede da II Reunião Ibérica da Implant Direct. O encontro permitirá partilhar experiências e trocar impressões com profissionais do setor dentário. Especialistas internacionalmente reconhecidos em diferentes áreas da Medicina Dentária ilustrarão com os seus casos as sessões desta jornada e revelarão truques para melhorar a prática diária.

A 36ª edição da exposição dentária internacional (IDS) de Colónia (Alemanha) vai realizar-se entre os dias 10 e 14 de março do próximo ano. Os participantes daquele que é considerado o maior evento mundial da indústria dentária poderão conhecer os últimos progressos e as principais novidades dos mais variados segmentos da Medicina Dentária. A última edição da IDS, celebrada em 2013, contou com a presença de mais de 2.000 expositores oriundos de 56 países e cerca de 125.000 visitantes de 149 nacionalidades.

(0034) 915 75 61 23 - info@implantdirectiberia.es

www.ids-cologne.de

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Congressos e reuniões

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BioHorizons Global Symposium 2015

Índia acolhe próxima edição do congresso da FDI

Ivoclar Vivadent organiza simpósio internacional

A BioHorizons celebrará o seu Global Symposium 2015 de 16 a 18 de abril do próximo ano, en Los Angeles (EUA). Serão abordados todos os temas mais recentes sobre implantes dentários, incluindo a odontologia digital, a carga imediata, a estética, a recuperação de tecidos e as complicações dos implantes. Os participantes poderão desfrutar de um ambiente de aprendizagem que os manterá atualizados e lhes proporcionará um espaço dinâmico para trocarem im pressões com outros profissionais do setor e partilharem ideias e experiências.

A próxima edição do congresso mundial da Federação Dentária Internacional (FDI) vai ter lugar em Nova Deli (Índia), de 11 a 14 de setembro. Depois de ter sido a cidade anfitriã da reunião de 2004, a capital da Índia volta a acolher o principal evento do setor dentário mundial, cuja organização estará a cargo da FDI e da Associação Dentária da Índia. O presidente desta associação, Pramov Gurav, congratula-se com o regresso do congresso anual da FDI ao país asiático, destacando o crescente potencial da Índia no setor dentário.

Depois da estreia em Berlim (Alemanha), em 2012, a Ivoclar Vivadent celebra no próximo dia 14 de junho a segunda edição do simpósio internacional de especialistas, desta vez em Londres (Reino Unido). O simpósio estará centrado no tema “Novas tendências em restaurações monolíticas e avançadas” e conta com a participação de oradores de renome, tais como James Russell e Robert Lynock (Reino Unido), Bart van Meerbeek e Eric van Dooren (Bélgica), Michele Temperani (Itália), Murilo Calgaro (Brasil), Markus Lenhard (Suíça), Van P. Thompson (EUA), Stefen Loubi (França), Daniel Eddelhoff e Oliver Brix (Alemanha).

www.fdiworldental.org www.biohorizons.com

www.ivoclarvivadent.com/ies2014

Barcelona organizará em 2015 congresso europeu de endodontia

Camlog realiza em Valência congresso internacional

1º Reunião Ibérica sobre branqueamento dentário

No seguimento da recente 16ª edição do congresso bienal da Sociedade Europeia de Endodontia (ESE na sua sigla em inglês), já é conhecida a cidade anfitriã do próximo encontro desta sociedade científica. A reunião de 2015 vai realizar-se em Barcelona (Espanha), entre os dias 16 e 19 de setembro, sob o lema “Endodontia: onde a biologia e a tecnologia se cruzam”. A organização espanhola espera acolher cerca de 2.000 congressistas de vários pontos do mundo, bem como dezenas de destacados conferencistas internacionais es pecializados na área da endodontia.

A quinta edição do congresso internacional da Camlog vai decorrer de 26 a 28 de junho próximo, na cidade espanhola de Valência, sob o tema “O mundo da odontologia em constante evolução dos implantes”. Os avanços sob o ponto de vista científico e as práticas da implantologia serão abordados nas diferentes conferências que vão ter lugar ao abrigo deste evento. Como presidentes do congresso foram nomeados os professores Fernando Guerra (Universidade de Coimbra) e Mariano Sanz (Universidade Complutense de Madrid).

www.e-s-e.eu

www.camlog.com

Nos próximos dias 20 e 21 de junho vai decorrer, na Corunha (Espanha), a primeira reunião ibérica dedicada ao branqueamento dentário, numa iniciativa conjunta da Associação Universitária Valenciana de Branqueamento Dentário e da Sociedade Portuguesa de Endodontia. Este encontro, que se realiza no contexto da XI Jornada de Branqueamento Dentária do país vizinho, contará com a participação de oradores nacionais, nomeadamente João Ferreira (Universidade do Porto) e Eunice Carrilho (Universidade de Coimbra), que abordarão as temáticas “Branqueamento dentário: uma realidade na clínica atual” e “Terapêutica conservadora e estética”, respetivamente. www.infomed.es/auvbd

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Novidades da indústria

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IonoStar Molar

Biomateriais Ti-Oss 212 217 160 - www.integra-lda.com

937 083 137 - c.costa@voco.com - www.voco.com

A Integra iniciou a comercialização de biomateriais da marca Ti-Oss. A marca disponibiliza substituto ósseo de origem bovina (nas quantidades de 0,25 g, 0,5 g, 1,0 g e 2,0 g), assim como osso em seringa e bloco. Está também disponível uma linha de membranas de colagénio. Esta linha completa vem ao encontro das necessidades atuais do mercado, apresentando-se como um produto premium numa excelente relação preço/qualidade. A Integra irá disponibilizar pacotes de lançamento muito atrativos para os seus clientes.

O IonoStar Molar é um ionómero de vidro para restaurações recém-desenvolvido e fornecido na nova cápsula de aplicação Voco. O material é utilizado sem condicionadores nem adesivos, destacando-se sobretudo graças à sua consistência não pegajosa e à perfeita adaptação às margens. O IonoStar Molar pode ser modelado imediatamente após a aplicação e endurece ao fim de quatro minutos. A sua elevada e contínua libertação de flúor neutraliza as sensibilidades pós-operatórias. Juntamente com o Easy Glaze, o verniz nanoparticulado para selagem de superfícies, o IonoStar Molar permite realizar de modo rápido e simples restaurações tanto resistentes como esteticamente bem-sucedidas.

Nova solução digital Sicat

Fornos de injeção Programat info@sicat.com - www.sicat.com

Já está disponível no mercado a função Sicat, uma solução que combina com precisão os dados de diagnóstico do paciente do scanner TVD (Galileos, Sirona) ou TC, de um Jaw Motion Tracker (Sicat JMT+) e impressões óticas (Cerec, Sirona). Os resultados são convincentes, uma vez que é possível representar o movimento real individual do maxilar inferior do paciente, em volume 3D, na sua anatomia verdadeira. O fluxo de trabalho desenvolve-se da seguinte maneira: com ajuda da função de marcadores de referência radiopacos, a função Sicat combina os dados de movimento detetados na zona oclusal com os dados do scanner DVT ou TC. Entretanto, o Sicat JMT+ capta com precisão todos os graus de liberdade de movimento e os movimentos do maxilar inferior. As impressões óticas combinam-se com o scanner DTV com ajuda do Sicat Cad-Cam.

(0034) 913 757 820 www.ivoclarvivadent.es

Os novos fornos de injeção Programat oferecem grandes avanços técnicos. Além de contarem com um ecrã tátil e um teclado de membrana, possuem uma tecnologia de mufla QTK e um refletor inferior SiC que garante uma distribuição uniforme do calor e excelentes resultados de cocção. Tanto o Programat P3010 como o P5010 contam com um pistão de injeção com um sensor que controla a pressão sobre o pistão, de forma a assegurar uma qualidade extra na injeção. O P5010 apresenta uma tecnologia de infravermelhos que deteta a temperatura exata tanto do objeto de cocção como do cilindro de revestimento. Esta tecnologia abre uma série de possibilidades no controlo do processo de pré-secagem na cocção da restauração de cerâmica. No modo de injeção é possível medir de modo automático a temperatura e o tamanho do cilindro de revestimento, tornando o processo mais seguro e fiável.

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Novidades da indústria

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Cânulas de sucção Mirasuc-View

Sistema de imagem Rotograph Evo D 229 952 558 - geral@nordental.pt

(0034) 687 381 020 - www.hagerwerken.de

Rotograph Evo D, o sistema dentário de imagem premium da marca Villa SM, é configurável com uma gama completa de funcionalidades panorâmicas e cefalométricas e pode até operar com a mais recente tecnologia Cone Beam, com um volume FOV 3D de 85 x 85 mm, expansível até 145 x 114 x 95 milímetros. A Villa SM fabrica e comercializa, desde 1958, sistemas de radiologia para aplicações médicas e odontológicas. O seu portfólio dentário inclui unidades de raios-X para radiologia ou intraoral e extraoral. Desde o primeiro modelo, lançado em 1974, o nome Rotograph sempre foi sinónimo de sistemas de radiografia panorâmica, totalmente projetados e fabricados em Itália.

Hager Werken apresenta as cânulas de sucção com espelho Mirasuc-View, distribuídas em caixas de 10 unidades. Com Mirasuc-View, um produto desenvolvido pelo médico dentista alemão Stephan Clasen, os profissionais do setor dispõem da combinação “dois instrumentos em um”. No orifício da nova cânula de aspiração coloca-se um espelho bucal com capa de ródio. Através da corrente de ar da aspiração que passa continuamente sobre o espelho, evita-se que este embacie. Ambas as componentes, tanto a cânula de aspiração como o espelho, podem ser esterilizadas separadamente em autoclave. A equipa de tratamento não apenas poderá trabalhar de forma mais rápida e cómoda, como o próprio paciente também estará mais confortável porque terá menos instrumentos na boca em simultâneo.

Novo adesivo Futurabond M+

VivaStyle Paint On plus 937 083 137 - c.costa@voco.com - www.voco.com

Rápido e universal, o Futurabond M+ é o bonding mais versátil. O adesivo em frasco universal convence pela mais-valia que oferece em termos de conteúdo, fiabilidade e competência. O sucessor do Futurabond M, que tem vindo a ser aplicado na prática com êxito há mais de cinco anos, faculta ao utilizador soluções flexíveis para qualquer situação de adesão. A nova tecnologia de monómeros permite evitar o condicionamento excessivo da dentina, neutralizando as sensibilidades pós-operatórias. Por outro lado, o Futurabond M+ apresenta uma gama de aplicações bem mais flexível do que a dos adesivos em frasco. Não só pode ser utilizado de modo fiável em restaurações diretas e indiretas, como também garante uma união adesiva segura a diversos materiais, incluindo metais, zircónia e óxido de alumina, inclusive cerâmica.

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(0034) 913 757 820 www.ivoclarvivadent.es

VivaStyle Paint On Plus contém 6% de peróxido de hidrogéneo e a provitamina D-Phanthenol. É indicado para o branqueamento de dentes tanto vitais como não vitais. O verniz deve ser prescrito pelo médico dentista após um diagnóstico ao paciente devidamente instruido. O paciente pode levar a cabo o tratamento em casa de acordo com as indicações do profissional. O sistema VivaStyle Paint On Plus pode ser usado na clínica dentária como tratamento intensivo, aplicando o verniz várias vezes numa só consulta. Aplica-se diretamente ao dente com um pincel. O recipiente dispensador facilita a dosagem. Após a secagem, o verniz deve permanecer no dente durante 10 minutos para fazer efeito. Este produto pode usar-se tanto para branquear um dente em particular como para a dentadura por completo.


Nordental é o novo representante em Portugal da Villa SM

Ravagnani Dental faz balanço da Expodental

A Nordental é uma empresa com sede em Leça da Palmeira, dedicada á importação e distribuição de equipamentos odontológicos, licenciada pelo Infarmed na distribuição de dispositivos médicos. Esta empresa tornou-se representante da Villa Sistemi Medicali, um importante fabricante italiano de sistemas radiológicos médicos e odontológicos, podendo fornecer uma gama completa de produtos de imagem odontológica, desde sensores digitais intraorais e unidades de raio-X até sistemas panorâmicos digitais, como também a inovadora tecnologia 3D Cone Beam, a fim de satisfazer todas as necessidades dos seus clientes.

A Expodental 2014, que se realizou no passado mês de março, em Madrid, revelou-se um sucesso de vendas para a Ravagnani Dental Espanha. A linha de equipamentos Stand da Ravagnani Dental na Expodental 2014. é uma importante área no Core Business desta empresa, que exibiu novos equipamentos, deu a conhecer o rebranding da marca, aproximando-a mais dos clientes e acompanhando as tendências de design. O resultado de todas estas apostas não poderia ser mais positivo: a satisfação dos clientes já habituais e a conquista de novos clientes, tornando cada vez mais a Ravagnani Dental numa referência nacional projetada em outros mercados.

229 952 558 - geral@nordental.pt

229 773 040 - www.ravagnanidental-portugal.com

Casa Schmidt presente no III CNEM

SDS assume distribuição exclusiva da Osteobiol

A Casa Schmidt esteve presente no III Congresso Nacional de Estudantes de Medicina Dentária que se realizou nos passados dias 28 de fevereiro e 1 de março, no Centro de Congressos do Centro Hospitalar de Coimbra. O apoio a estudantes faz parte da estratégia da José Alberto (esquerda), da Casa Schmidt, empresa que irá continuar a patrocinar este tipo e João Pires, presidente do III CNEMD. de atividades, fortalecendo parcerias e fomentando a relação com os futuros médicos dentistas. Estas parcerias procuram também aumentar a proximidade com os estudantes, acompanhando-os no presente, durante a sua formação académica, e no futuro, na sua prática profissional diária.

A empresa SDS, especializada na distribuição, promoção e comercialização de produtos médicos para a Medicina Dentária, integra mais uma marca no seu portfólio de produtos em distribuição exclusiva: a OsteoBiol. Esta completa gama de biomateriais inclui produtos desenvolvidos especificamente para corresponder às variadas necessidades e em todos os tipos de indicação clínica, atendendo à sua singularidade. Cada regeneração não deve estar limitada a um só produto que serve para todas as indicações, mas deve existir uma solução específica para cada caso clínico. A OsteoBiol desenvolve as melhores respostas para que o profissional possa aperfeiçoar os seus procedimentos cirúrgicos.

800 201 192 - www.casa-schmidt-es

214 175 017 - info@sds.pt - www.osteobiol.com

Em ol espanh

Biblioteca Multimédia

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Novidade

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Página empresarial

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Página empresarial

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Casa Schmidt reforça rede comercial

António Miranda é o novo responsável pela zona de Lisboa e arredores.

Ivoclar Vivadent continua em fase de crescimento A Casa Schmidt reforça a rede comercial com a contratação de um novo comercial para a zona de Lisboa e arredores. Trata-se de António Mi randa, que conta já com uma vasta experiência neste setor. O novo comercial junta-se à equipa da Casa Schmidt Portugal com o objetivo de melhorar o serviço prestado, estar mais próximo dos clientes e poder proporcionar-lhes uma resposta mais rápida.

As vendas globais do Grupo Ivoclar Vivadent durante 2013 registaram um total de 747 milhões de francos suíços, quando no ano anterior foram na ordem dos 658 milhões. Na faturação do grupo incluem-se, pela primeira vez, as vendas da Wieland Dental, Sede da empresa no Liechtenstein. adquirida em finais de 2012. O crescimento global das vendas ascendeu a 14 por cento, dos quais 10 por cento foram obtidos através de aquisições e os restantes quatro por cento através de crescimento orgânico. A Ivoclar Vivadent continua a expandir a sua presença no estrangeiro. Até ao final do ano está prevista a abertura de delegações na Áustria, Ucrânia e Indonésia. Também se completará a ampliação de fábricas em Bürs (Áustria) e Somerset (EUA).

910 475 560 - antonio.miranda@casa-schmidt.es www.casa-schmidt.es

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(0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.es

Zirkonzhan destaca presença na Expodental

Integra patrocina jornadas de prótese dentária

A Zirkonzahn voltou a participar num dos eventos mais importantes do setor a nível europeu: a Expodental de Madrid. A empresa aproveitou a ocasião para apresentar a última tecnologia desenvolvida. Dentro das novidades, as mais destacadas foram a fresadora M1 Wet Heavy, o scanner Face HunStand da Zirkonzhan no certame de Madrid. ter e o braço Milling Spindle Hard Automatic M5 para a fresadora M5. A empresa agradece a todos os profissionais que visitaram o seu stand e se interessaram pelos seus produtos, bem como à organização da Expodental 2014 pela realização do evento.

A Integra associou-se às II Jornadas de Prótese Dentária do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, patrocinando o evento que vai decorrer nos dias 30 e 31 deste mês. Esta iniciativa terá lugar no Campus Universitário da referida instituição de ensino, com sede no Monte da Caparica, e contará com a presença de ilustres oradores, que irão apresentar e abordar as atuais tendências científicas na reabilitação oral. A Integra, que tem no seu portfólio a representação exclusiva de produtos de vanguarda na reabilitação oral, não podia deixar de estar presente, dando o seu contributo na divulgação das mais modernas soluções neste setor.

217 586 269 - www.zirkonzhan.com

212 217 160 - www.integra-lda.com

Douromed colabora com faculdades do setor

Henry Schein organiza workshop clínico

A Douromed continua a associar-se às iniciativas do meio académico ligado ao setor dentário. A empresa, com sede em Gandra (Paredes), prestou apoio à aula de endodontia mecanizada, com os alunos do quinto ano da Faculdade de Medicina Dentária José António Capelas durante a aula da Universidade do Porto, ministrada por que decorreu na Faculdade do Porto. José António Capelas. A Douromed apoiou também, recentemente, a quinta edição da pós-graduação em Endodontia da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, ministrada por Rui Madureira.

No passado dia 11 de abril, a Henry Schein deu mais um passo no seu programa de formação Cad-Cam, através da organização de um workshop clínico. Nesta sessão prática, que decorreu nas instalações do Instituto CUF do Porto, foi realizada uma reabilitação sobre implante com o sistema Cerec e com recurso ao material e.max Cad, da Ivoclar Vivadent. Participaram 17 médicos e técnicos de prótese, que tiveram a oportunidade de praticar a impressão intraoral diretamente no paciente e a confeção da respetiva coroa definitiva com o sistema Cerec. A Henry Schein Portugal agradece a todos os participantes nesta iniciativa e deixa um agradecimento especial ao Centro Médico Dentário e ao Instituto CUF Porto. O próximo workshop tem data marcada para o dia 23 deste mês, desta vez em Lisboa.

224 152 279 - geral@douromed.com - www.douromed.com

800 834 062 - dental@henryschein.pt - www.henryschein.pt

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