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Ciência e atualidade do setor dentário - ano XIV Falamos com...
Ágata Carvalho, presidente do congresso da SPO
crónica
Dia Europeu da Saúde Periodontal assinala-se este mês
Gil Alcoforado, presidente do congresso EAO Lisboa 2019
zona jovem
Júlio Fonseca, presidente da SPDOF
Filipa Neto, vice-presidente das jornadas da FMDUL publicidade
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destaques
Ciência e atualidade do setor dentário - ano XIV
Crónica
Falamos com...
Ágata Carvalho, presidente da comissão organizadora do XXVI congresso da Sociedade Portuguesa de Ortodontia (SPO). Medicina de oclusão dominou programa da XXXI reunião científica anual da SPODF.
Dia Europeu da Saúde Periodontal assinala-se este mês sob o lema "Gengivas saudáveis, sorriso bonito".
Gil Alcoforado, presidente do congresso EAO Lisboa 2019.
Zona Jovem
Filipa Neto, vice-presidente da comissão organizadora das XXXIII Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.
Júlio Fonseca, presidente da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF).
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o Ciência e prática
sumário o Crónica
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Dia Europeu da Saúde Periodontal assinala-se este mês sob o lema "Gengivas saudáveis, sorriso bonito".
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Marjorie Carvalho Antoniazzi: “Angiomatose encefalotrigeminal: síndrome de interesse médico-dentário”.
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Mariana Dolores, médica dentista e presidente da organização não governamental Mundo A Sorrir.
o Zona Jovem
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o Falamos com...
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Rute Marques: “Deep Margin Elevation (DME): abordagem minimamente invasiva em dentes com margens profundas".
o Ponto de vista
Medicina de oclusão dominou programa da XXXI reunião científica anual da SPODF.
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Ágata Carvalho, presidente da comissão organizadora do XXVI congresso da Sociedade Portuguesa de Ortodontia: “Estou certa de que teremos um congresso absolutamente inesquecível no contexto da ortodontia portuguesa”.
Filipa Neto, vice-presidente da comissão organizadora das XXXIII Jornadas de Medicina Oral da FMDUL: "Um dos objetivos tem sido incluir no programa científico jovens médicos, ex-alunos e alunos das nossas pós-graduações".
o Calendário
Gil Alcoforado, presidente do congresso EAO Lisboa 2019: “Os temas que irão ser tratados baseiam-se em dúvidas que nos assolam quando queremos tratar da melhor forma possível os nossos pacientes".
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Agenda de cursos, congressos e reuniões para os profissionais.
o Novidades
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Júlio Fonseca, presidente da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibuldar e Dor Orofacial: "A abordagem adequada dos pacientes com DTM tem que ser obrigatoriamente transdisciplinar".
Produtos e equipamentos.
o Indústria
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Notícias de empresas.
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Editorial
A mais recente “radiografia” à empregabilidade, realizada pela consultora independente QSP, revela que a Medicina Dentária ainda é uma profissão liberal, mas há cada vez mais profissionais desta área, sobretudo nas camadas mais novas, a prestar serviços como colaboradores de clínicas e consultórios e não como proprietários, como acontece com as gerações mais velhas.
Precaridade e incerteza
As conclusões deste estudo mostram como a realidade da profissão está a evoluir e lançam um alerta geral à comunidade do setor dentário: a segurança e a prosperidade económica do passado estão a dar lugar à precariedade e à incerteza. Esta visão é, de resto, sustentada pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) que constata que as novas gerações de médicos dentistas enfrentam uma realidade chamada subemprego. Se por um lado entram rapidamente no mercado de trabalho, a curto e médio prazo “têm dificuldade em encontrar um equilíbrio entre horas trabalhadas e a remuneração”, reconhece o bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva. O estudo intitulado “Diagnóstico à empregabilidade” aponta diferenças geracionais assinaláveis: os dados revelam que dos médicos dentistas que se formaram há menos de 10 anos, 75% trabalha por conta de outrem, sendo que 70% dos que se formaram há mais de 10 anos exercem atividade em clínica ou consultório próprio. A maioria (62%) trabalha em um ou dois consultórios. No entanto, são os médicos dentistas que se formaram há menos de 10 anos que trabalham maioritariamente em mais do que um consultório. Os salários mais baixos também recaem nas camadas mais jovens, sendo que apenas 4% dos médicos dentistas recebem 14 ordenados por ano; a maioria (54%) recebe 12 salários. Em suma, este estudo deixa antever uma nova conjuntura (até porque resulta de um inquérito a médicos dentistas) para aqueles que se vão somando à profissão. Neste contexto, é importante que os profissionais no ativo, os estudantes e os futuros candidatos ao curso estejam a par dessa realidade (atual e verdadeira) e tomem plena consciência daquilo que os rodeia, e assim poderem refletir e sobretudo “tomar decisões informadas de qualidade” – tal como recomenda o próprio bastonário da OMD – sobre as questões que afetam a sua atividade e o seu futuro.
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crónica APHO realiza XIX congresso anual e celebra 30o aniversário A Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO) realizou o seu XIX congresso anual nos dias 5 e 6 do passado mês de abril, numa unidade hoteleira de Lisboa. O encontro deste ano coincidiu com o trigésimo aniversário desta associação, que foi amplamente festejado no contexto do programa. “Quisemos fazer um bocadinho diferente, convidando os antigos corpos sociais da associação para participarem ativamente, e fizemos um video comemorativo em que participam antigos corpos sociais e sócios honorários de outras áreas da profissão, tais como os professores Helder Moura Pereira, António Mano Azul, Gil Alcoforado e Mexia de Almeida”, esclarece à MAXILLARIS Fátima Duarte, presidente do congresso e da APHO, acrescentando que, desta forma, “tentámos enaltercer o papel de todas estas pessoas no passado e no presente da nossa associação”. As comemorações dos 30 anos da APHO tiveram, de resto, um efeito multiplicador no volume de participantes do congresso que superou as duas centenas de profissionais do setor. “Atingimos um dos principais objetivos deste ano, que era conseguir a presença de mais higienistas orais e, desta forma, tornar o congresso ainda mais rico”, constata Marina Simões, presidente da comissão organizadora.
Instada a fazer o balanço dos 30 anos da APHO, Fátima Duarte destaca “a crescente ascendência e afirmação profissional, poder levar o nome dos higienistas orais a todos os cantos, para que as pessoas percebam que somos profissionais de excelência, sobretudo na promoção da saúde oral e na prevenção das doenças, que é a nossa base de trabalho”. Um dos objetivos para o futuro é atrair mais associados, “tendo em vista que temos cerca de 200, mas sabemos que há mais de 700 higienistas orais no ativo em Portugal”. Defende ainda o reforço da classe no Serviço Nacional de Saúde, onde os higienistas orais são pouco mais de uma centena, “o que manifestamente não cobre as necessidades, como o próprio racio indica. É necessário contratar pelo menos mais 20 profissionais a curto prazo”, conclui. A MAXILLARIS patrocinou o concurso de pósteres do congresso, que contou com a participação de 11 trabalhos. O prémio (exemplares da biblioteca multimédia editada por esta revista) distinguiu o trabalho intitulado “A importância da vigilância regular e precoce na prevenção da cárie dentária”, da autoria de Cláudia Pereira, Mafalda Lourenço e António Hall.
O programa científico, que contou com mais de uma dezena de oradores, centrou-se nas áreas clínica e comunitária. Na parte clínica, “procurou-se uma abordagem mais ligada à multidisciplinaridade, às relações com a disfunção temporomandibular e a dor orofacial, ou as aplicações da ozonoterapia em saúde oral”, adianta Marina Simões, acrescentando que a nova classificação das doenças periodontais foi outro tema em destaque”. Na parte comunitária, Marina Simões destaca “o que há de novo no contexto dos selantes de fissuras e a intervenção com a população senior, entre outros temas”.
Cláudia Pereira, primeira autora do póster vencedor do prémio patrocinado pela MAXILLARIS.
A partir da esquerda, Fátima Duarte e Marina Simões, presidentes do congresso (e da APHO) e da comissão organizadora, respetivamente.
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SPPI e EFP promovem jornada de consciencialização
Dia Europeu da Saúde Periodontal assinala-se este mês sob o lema “Gengivas saudáveis, sorriso bonito” “Gengivas saudáveis, sorriso bonito” é o lema escolhido para celebrar o Dia Europeu da Saúde Periodontal 2019, que se assinala no dia 12 deste mês, em Portugal e em toda a Europa, com o objetivo de sensibilizar a opinião pública sobre a importância da saúde gengival e a ameaça que as doenças periodontais representam para a saúde geral e para a saúde pública. A gengivite e a periodontite são duas doenças inflamatórias crónicas periodontais que afetam oito em cada 10 pessoas com idade igual ou superior a 35 anos em toda a Europa, pelo que estão entre as patologias mais comuns. Apesar destas doenças serem pouco conhecidas, a evidência científica mostra que a periodontite está associada a doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2, doenças renais crónicas, artrite reumatoide e outras patologias crónicas graves.
caminho pela frente no aumento da literacia da população e na promoção e motivação para a saúde oral. Devemos informar mais e melhor, sensibilizando os pacientes para a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado das doenças periodontais”. A direção da SPPI está fortemente empenhada neste objetivo. “O programa desenvolvido para a celebração do próximo dia 12 é um claro exemplo da aposta na consciencialização da população”, sustenta Susana Noronha. O Dia Europeu da Saúde Periodontal é uma iniciativa da Federação Europeia de Periodontologia e das 30 sociedades científicas nacionais que lhe estão associadas, o que engloba 14.000 especialistas em periodontologia e outros profissionais de saúde oral, focados na melhoria do conhecimento científico e da prática clínica periodontal.
Susana Noronha, presidente da SPPI.
Felizmente, tanto a gengivite (reversível) quanto a periodontite (irreversível) podem ser prevenidas e tratadas através de uma combinação de uma adequada higiene oral do paciente com tratamentos periodontais regulares, realizados por profissionais de saúde oral. Se não forem tratadas, as doenças gengivais evoluem e podem levar à perda de dentes, alterações estéticas e mastigatórias, problemas de fala e mau hálito. Aposta na consciencialização O Dia Europeu da Saúde Periodontal tem como objetivo lembrar às pessoas que, mesmo que muitas vezes negligenciada, a saúde da gengiva é um fator chave para a saúde geral ao longo da vida, e que a doença é uma preocupação de saúde pública relevante, pois está ligada e relacionada com patologias muito sérias, incluindo doenças cardio e cerebrovasculares, em Portugal e no resto da Europa. A médica dentista Susana Noronha, presidente da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI), observa que “ainda temos um
Cartaz oficial do Dia Europeu da Saúde Periodontal 2019.
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Setor dentário com participação ativa nas celebrações do Dia Mundial da Saúde O Dia Mundial da Saúde assinala-se todos os anos a 7 de abril, e a Direção-Geral da Saúde antecipou a data, ao organizar a 5 de abril um encontro para debater o tema escolhido este ano pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No debate sobre a “Cobertura universal de saúde”, a saúde oral também foi tida em consideração. Paulo Ribeiro de Melo, em representação da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto e da Federação Dentária Internacional (FDI), fez uma intervenção sobre “a evolução que se tem verificado e o que falta percorrer para que toda a população tenha acesso aos cuidados de saúde oral”. O responsável falou da relação da saúde oral com a saúde geral e explicou o motivo pelo qual “faz todo sentido que a saúde oral faça parte integrante da cobertura universal de saúde, principalmente porque ajudará a melhorar os indicadores de saúde e a reduzir as desigualdades no acesso aos cuidados de saúde”. A ministra da Saúde, Marta Temido, encerrou o encontro e aproveitou para salientar que muitos portugueses ainda não conhecem os seus direitos em matéria de acesso a cuidados médicos, pelo que esta foi a principal mensagem transmitida no âmbito do Dia Mundial da Saúde.
A titular da pasta da Saúde insistiu na necessidade de se “continuar a investir na literacia em saúde” e elogiou o profissionalismo dos 128.445 trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde.
“Cobertura universal de saúde” foi o tema debatido por ocasião do Dia Mundial da Saúde.
No final da sessão, ressalvou que “a saúde é um direito humano, fundamental, e que as sociedades desenvolvidas não podem desistir de aprofundar a resposta a este direito essencial, que é uma resposta cada vez mais complexa”, porque há “necessidades assistenciais cada vez mais diversificadas e uma população felizmente cada vez mais exigente”.
Madeira quer médicos dentistas em todos os centros de saúde até 2020 Atualmente são seis os centros de saúde com 11 gabinetes de Medicina Dentária na Região Autónoma da Madeira. Porém, o governo regional quer alargar a oferta e, ainda este ano, mais unidades vão disponibilizar consultas de saúde oral. “Este ano, vamos ver se conseguimos colocar mais um médico dentista num ou dois centros de saúde para termos cada vez mais uma maior resposta”, anunciou o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos. O objetivo é que todos os centros de saúde da Madeira, no âmbito dos cuidados primários de saúde, tenham esta oferta em 2020.
A medida foi conhecida durante as comemorações do Dia Mundial da Saúde Oral, que se assinalou no passado dia 20 de março. O referido governante aproveitou a efeméride para realçar os progressos alcançados ao longo dos últimos anos, nomeadamente ao nível do envolvimento das escolas. A título de exemplo, referiu o Programa Regional de Saúde Oral, implementado em 2016, e o projeto “Madeira a Sorrir”, que engloba mais de 150 estabelecimentos de ensino, entre creches e escolas do primeiro e segundo ciclo.
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Região da Madeira reforça aposta nos cuidados de saúde oral.
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Medicina de oclusão dominou programa da XXXI reunião científica anual da SPODF A XXXI reunião científica anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial reuniu na primeira semana de abril, nas instalações do Museu do Oriente, em Lisboa, mais de 400 profissionais do setor, em torno de um programa científico muito variado e que foi consumado por 16 conferencistas nacionais e estrangeiros, tendo como protagonista o norte-americano Tom Pitts, na dupla qualidade de orador e orientador do curso pré-congresso (sobre a eficiência da ortodontia na estética facial e do sorriso) ao qual assistiram 200 convidados. Markus Greven (Alemanha), Sadao Sato (Japão), Francisco Espinheiro e Filipe Salgueiro (ambos portugueses) foram outros nomes em destaque no programa que procurou este ano “atingir uma nova dimensão através da introdução da
Curso pré-congresso, orientado por Tom Pitts, atraiu cerca de 200 participantes.
medicina de oclusão que no fundo é a área médica da ortodontia”, revela à MAXILLARIS Helder Nunes Costa, presidente do congresso da SPODF. “A estética do sorriso ou da face são fatores muito importantes, mas há uma outra vertente que é a interrelação que a ortodontia tem com todas as outras áreas médicas e a necessidade multidisciplinar nos tratamentos ortodônticos”, esclarece o mesmo dirigente, acrescentando a propósito que “um quarto do congresso foi dedicado a esta dimensão”.
Helder Nunes Costa, presidente da última edição da reunião científica da SPODF, que decorreu em Lisboa.
A ortodontia digital e a planificação digital dos tratamentos ortodônticos foram outros assuntos em análise na reunião científica, sendo que, neste apartado, o protagonismo esteve a cargo dos espanhóis David Zamora (na perspetiva dos brackets) e Mayte Trujillo (no contexto dos alinhadores). A reunião anual é também um ponto de encontro entre a indústria dentária e os profissionais do setor. Helder Nunes Costa destaca a forte adesão das casas comerciais nesta edição, que marcaram presença em número superior às três dezenas. Neste âmbito, o presidente do congresso conclui que “a SPODF entrou, desde o ano passado, num novo patamar da sua existência, nomeadamente em termos de consolidação como principal sociedade científica na área da ortodontia”, de resto a mais antiga e representativa do setor.
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Mais de 600 participantes nas jornadas do Instituto Universitário Egas Moniz As instalações do Instituto Universitário Egas Moniz, com sede no Monte da Caparica (Lisboa), acolheram nos dias 4 e 5 do passado mês de abril as XXVII Jornadas Internacionais de Medicina Dentária, que contaram com mais de 600 participantes, uma dezena de oradores, nacionais e estrangeiros, e o apoio de 15 marcas comerciais. A organização das jornadas, que envolveu 65 estudantes do curso de Medicina Dentária, procurou introduzir temáticas que sejam um complemento para a formação. “Este ano focámo-nos na parte estética e da dentisteria minimamente invasiva, todos os procedimentos que possam ser feitos na Medicina Dentária mas sempre numa perspetiva menos invasiva. Esta foi a nossa preocupação, já que o nosso futuro passa por sermos o mais conservadores possível”. Quem o revela é o estudante finalista André Faria, presidente da comissão executiva das jornadas. Outros temas que fizeram parte do programa científico foram a reabilitação oral, a toxina botulínica e o ácido hialurónico na articulação temporomamdibular, periodontologia e regeneração óssea, ortodontia e implantologia, entre outros assuntos que marcam a atualidade no domínio formativo.
André Faria considera que a adesão “excedeu as nossas expetativas, já que houve muitas inscrições de última hora com as quais não contávamos”. Destaca ainda a realização de cursos práticos hands-on e workshops que, à margem das jornadas, prosseguem ao longo deste mês. Por seu turno, o médico dentista José João Mendes, presidente da Cooperativa Egas Moniz (que tutela o Instituto Universitário Egas Moniz), considera que as jornadas internacionais “tornaram-se num momento muito importante, porque dão a oportunidade aos alunos de porem à prova uma nova competência, em termos de organização, e fazem-no de uma forma brilhante”. Recorda que os alunos envolvidos na organização “têm autonomia e enfrentam o desafio de preparar um orçamento auto-sustentável. Embora contem com o nosso apoio, têm de mostrar que são capazes de o fazer”. O dirigente acrescenta que as jornadas “constituem também uma oportunidade para demonstrar a excelência da nossa formação, através da intervenção de ex-alunos e docentes da instituição”. Há, de resto, a preocupação de juntar neste evento os quatro pilares da Egas Moniz: ensino, investigação, internacionalização e interação com a comunidade.
A partir da esquerda, José João Mendes, presidente da Cooperativa Egas Moniz, e André Faria, presidente da comissão executiva das Jornadas Internacionais de Medicina Dentária.
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Projeto de Intervenção Precoce do Cancro Oral já abrangeu perto de 8.000 doentes O Projeto de Intervenção Precoce do Cancro Oral (PIPCO) já detetou, desde a sua implementação em março de 2014, 440 lesões malignas ou pré-malignas. Os dados foram adiantados em Évora, durante os “Encontros da primavera de oncologia”, por Filipe Freitas, membro do Grupo de Acompanhamento do PIPCO e da Mesa da Assembleia Geral da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD). O PIPCO já abrangeu perto de 8.000 doentes, tendo sido realizadas 3.806 biópsias pelos médicos dentistas aderentes ao programa. De acordo com os últimos registos oncológicos nacionais, anualmente surgem cerca de 1.600 novos casos de cancro da cavidade oral e faringe. O cancro oral é mais frequente nos homens acima dos 45 anos e o tabaco e o consumo em excesso de álcool são os principais fatores de risco. A infeção pelo vírus do papiloma humano constitui também um importante fator de risco, sobretudo para os tumores da orofaringe. Quando detetado precocemente o cancro oral pode ser tratado e o objetivo do PIPCO é precisamente rastrear doentes de risco e identificar lesões numa fase inicial. Os cheques-diagnóstico são emitidos pelo médico de família quando há lesões suspeitas, sendo os doentes referenciados para um médico dentista aderente ao PIPCO. Caso se confirme a necessidade de esclarecer a natureza da lesão, o médico dentista emite um cheque-biópsia, realiza o procedimento cirúrgico e envia para análise para determinar o diagnóstico. Filipe Freitas salienta que “o número de doentes abrangidos tem crescido todos os anos. Uma das grandes virtudes deste projeto é a utilização de uma forma eficiente de toda a capacidade instalada em termos de recursos públicos e privados, no sentido de permitir o diagnóstico precoce de lesões malignas, garantindo depois uma rápida resposta por parte dos serviços de saúde para o tratamento atempado da doença”.
O carcinoma espinocelular é o tipo de cancro mais frequentemente detetado, enquanto que a leucoplasia é a lesão com potencial de malignização mais importante. Uma lesão branca ou vermelha da mucosa oral sem razão aparente, uma ferida que não cicatriza ou um aumento de volume irregular, devem merecer especial atenção. Dor, dificuldade em engolir ou em movimentar a língua constituem também motivo de alerta.
Quando é detetado precocemente o cancro oral pode ser tratado e o objetivo do PIPCO é precisamente rastrear doentes de risco e identificar lesões numa fase inicial.
Filipe Freitas alerta que “Portugal é um dos países da Europa com maior taxa de incidência de cancro oral, sendo que a taxa de mortalidade também é bastante elevada no nosso país”. A sobrevivência ao fim de cinco anos é de apenas 40%, por comparação com os 47% da média europeia. De um modo geral, a sobrevivência é ainda menor nos estádios avançados do tumor, sobrevivendo apenas 15 a 30% dos doentes cinco anos depois do diagnóstico tardio. “Portanto, o diagnóstico precoce é o mais importante fator para o prognóstico da doença, permitindo alcançar boas taxas de sucesso dos tratamentos. O médico dentista desempenha um papel fundamental quer na prevenção quer no diagnóstico precoce da doença”, acentua o dirigente da OMD.
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Estou certa de que teremos um congresso absolutamente inesquecível no contexto da ortodontia portuguesa
O XXVI congresso da Sociedade Portuguesa de Ortodontia (SPO) vai ter lugar nos dias 19 a 21 de setembro, no Altice Fórum Braga, a mais recente e maior infraestrutura para congressos no norte do país. O tema central desta edição é a ortodontia e a estética numa abordagem multidisciplinar. A médica dentista (e Especialista em Ortodontia) Ágata Carvalho, presidente da comissão organizadora, justifica a escolha pelo desafio imenso que constitui a prática clínica atual. A organização antecipa ainda à MAXILLARIS que o encontro deste ano deverá registar o maior número de inscritos na história dos congressos da SPO.
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O XXVI congresso da SPO celebra-se no próximo mês de setembro, em Braga, sob o lema “Ortodontia e estética: uma abordagem multidisciplinar”. Como justifica estas escolhas (a cidade anfitriã e o lema desta edição)? O congresso vai realizar-se em Braga, uma cidade cosmopolita com ótimas acessibilidades, onde encontramos o espaço que nos oferece as contrapartidas ideais para realizar o evento com a dimensão e a projeção que pretendíamos. Além disso, o Altice Fórum Braga é a mais recente e maior infraestrutura para congressos no norte do país, com uma imagem moderna e dotada dos melhores meios técnicos. Estes argumentos são o reflexo do que queremos para o congresso da SPO de 2019. O tema central do congresso é a ortodontia e a estética numa abordagem multidisciplinar, que se justifica pelo desafio imenso que constitui a nossa prática clínica atual. Há um incremento
substancial de adultos que procuram o tratamento ortodôntico, o que implica, na maioria dos casos, o diálogo entre as diferentes áreas da Medicina Dentária, de forma a obter e a cumprir todos os objetivos e, assim, podermos proporcionar o tratamento gold standard ao nosso paciente. Quais são os temas que vão dominar o programa científico? O tema fulcral do congresso é a ortodontia e a estética numa abordagem multidisciplinar, com a presença de conferencistas de relevo nos panoramas nacional e internacional, com questões que marcam a ortodontia do século XXI numa matriz multidisciplinar. A evolução vertiginosa, que pauta os últimos tempos, lança para o debate a ortodontia digital, sistemas de ancoragem esqueléticos e os alinhadores, sempre num âmbito multidisciplinar. Quem são os oradores nacionais e estrangeiros que vão orientar as sessões científicas no Altice Fórum Braga? Contamos com a presença de conferencistas de relevo no panorama nacional, como Duarte Senra, que irá apresentar uma conferência sobre o tratamento intercetivo da classe II; Heloísa Alves, que irá abordar a ortodontia numa perspetiva funcional; Teresa Pinho, que lança o debate dos alinhadores na mesa redonda sobre orto-perio com os dois conceituados periodontologistas: Ricardo Faria de Almeida e Adrián Guerrero. Também estarão em Braga conferencistas internacionais notáveis como Benedict Wilmes, que nos vai trazer o tratamento de classes II com recurso a sistemas de ancoragem esquelética. Juan Carlos Pérez-Varela, com um elevado nível científico das suas apresentações, falará sobre as últimas inovações na ortodontia; Íñigo Bollaín, a representar a filosofia Face, traz um tema muitíssimo importante em ortodontia: “Controlo vertical na criança e no adulto”; Carlos Becerra, influente orador internacional, traz para o debate o tratamento da patologia articular degenerativa; Ignacio Faus vai apresentar uma conferência multidisciplinar sobre o papel da ortodontia e o seu contributo para a realização de tratamentos restauradores minimamente invasivos. No tema dos alinhadores teremos Miguel Lacasa e Susana Moya Palma, dois conferencistas conceituados na área.
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O curso pré-congresso é totalmente – e pela primeira vez num congresso de uma sociedade científica em Portugal – dedicado aos alinhadores, cujo crescimento na prática clínica é inegável Vão ser introduzidas novidades no programa global do congresso? O curso pré-congresso é totalmente – e pela primeira vez num congresso de uma sociedade científica em Portugal – dedicado aos alinhadores, cujo crescimento na prática clínica é inegável devido à melhoria significativa dos resultados dos tratamentos ortodônticos com este tipo de dispositivos. Há neste momento uma aposta clara de todas as empresas do setor da ortodontia no desenvolvimento e na melhoria deste tipo de tecnologia. E como “o futuro é hoje”, fazemos questão de acompanhar a evolução e decidimos fazer o curso pré-congresso sobre alinhadores dentários. O curso será ministrado por Susana Palma Moya, conceituada speaker internacional. O número de participantes, na primeira fase de inscrições a sete meses da realização do congresso, esgotou a lotação da sala que estava reservada para a realização do curso, o que obrigou a comissão organizadora a transferi-lo para
o auditório principal. Penso que é revelador do interesse dos colegas neste tema, o que nos deixou extremamente satisfeitos. Gostaria ainda de referir que se vai realizar uma mesa redonda com o tema orto-perio, em que vamos ter a apresentação e debate entre três ilustres conferencistas: Teresa Pinho, Ricardo Faria de Almeida e Adrián Guerrero, com o seu contributo individual para o tema, nomeadamente as pautas de tratamento do paciente com doença periodontal severa e o tratamento das recessões gengivais no paciente ortodôntico. Teresa Pinho vai abordar o contributo dos alinhadores dentários no tratamento deste tipo de pacientes. O fluxo digital na Medicina Dentária, tema incontornável na atualidade, está presente no programa científico do congresso. Antonella Maselli e Philippo Turco vão apresentar uma conferência de ortodontia digital, mais precisamente de tecnologia 3D computadorizada, a qual permite individualizar o dispositivo ortodôntico a cada paciente.
Ágata Carvalho sublinha que o programa foi elaborado a pensar na realidade clínica e nas necessidades e vicissitudes que os profissionais do setor encontram diariamente.
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Quais são as suas expectativas quanto ao número de participantes? Prevemos que o congresso deste ano seja aquele com mais inscritos na história dos congressos da SPO. Estamos a seis meses da data do evento e temos já o curso pré-congresso praticamente esgotado, bem como a disponibilidade para espaços comerciais. Espera-se, portanto, um reforço do número de expositores em Braga? Sem dúvida alguma. A seis meses do congresso temos a exposição com uma ocupação de 80 por cento. Marcas de referência internacionais estarão, pela primeira vez, em Portugal e escolheram o congresso da SPO para nos dar a conhecer, em primeira mão, o que de mais inovador e tecnologicamente evoluído existe nesta área. Na sua opinião, que papel assume hoje o congresso anual da SPO no contexto formativo dos profissionais de Medicina Dentária? O congresso da SPO assume-se indubitavelmente como um evento incontornável na ortodontia nacional. A comissão científica desta XXVI edição está fortemente empenhada em proporcionar um congresso rico em novidades. Para além da diversificação dos temas e do pioneirismo na formação, o programa foi elaborado a pensar na realidade clínica e nas necessidades e vicissitudes que, enquanto profissionais, encontramos diariamente. Assim sendo, queremos ir ao encontro de todos os colegas que tencionam crescer e melhorar profissionalmente na área da ortodontia e tirar o máximo partido das novas tecnologias e da evolução vertiginosa a que assistimos, que nem sempre é fácil de acompanhar. A título pessoal, como encara o desafio de organizar esta edição do congresso anual da SPO? Foi com um grande entusiasmo que acolhi o desafio que me foi lançado para organizar o XXVI congresso da SPO, mas também com um enorme sentido de responsabilidade, pois já contava com o peso do sucesso das edições anteriores. Propus-me organizar um congresso com um grande nível científico com todo o apoio do presidente da SPO, Armando Dias da Silva, e das
A próxima edição do congresso da Sociedade Portuguesa de Ortodontia terá como cenário as modernas e amplas instalações do Altice Fórum Braga.
comissões organizadora e científica, que, com todo o seu know-how, tornam possível a realização deste evento com toda a projeção e com todo o sucesso que já se adivinha. Estamos empenhados em proporcionar um evento de partilha de conhecimentos, onde a sinergia entre pares permita atingir uma ortodontia de excelência. Estou certa de que teremos um congresso absolutamente inesquecível no contexto da ortodontia portuguesa.
Queremos ir ao encontro de todos os colegas que querem crescer e melhorar profissionalmente na área da ortodontia e tirar o máximo partido das novas tecnologias e da evolução vertiginosa a que assistimos, que nem sempre é fácil de acompanhar
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À margem do congresso, como comenta o atual panorama da especialidade de ortodontia em Portugal? A ortodontia enquanto especialidade em Portugal tem o mérito e o reconhecimento de ser a primeira área da Medicina Dentária em Portugal a ser reconhecida como tal e a ter o seu Colégio de Especialidade a funcionar em pleno há mais tempo. Esse esforço foi realizado pelas outras áreas da Medicina Dentária mais recentemente. Daqui para a frente, deve existir um esforço adicional para fomentar o aumento do número de especialistas de forma a termos mais peso e mais representatividade não só no seio profissional, mas também na comunidade em que estamos inseridos. Esse trabalho tem sido desenvolvido através da atribuição de novos estabelecimentos de ensino com idoneidade para a formação pós-graduada conducente à titulação em Ortodontia, mas deve ainda fomentar-se que os colegas que têm todas as condições reunidas realizem o exame de especialidade. Numa perspetiva mais generalizada da profissão, como antevê a evolução da Medicina Dentária nacional a médio/ longo prazo? Atualmente, em Portugal, o padrão da Medicina Dentária é altíssimo, devido não só à qualidade do ensino no país, mas também ao enorme esforço que a generalidade dos colegas faz em investir na sua formação ao longo da sua carreira profissional, aspeto muito relacionado com o cariz privado da prática clínica em Portugal. A Medicina Dentária em Portugal, tal como noutros países, diverge diametralmente em sentidos opostos no que concerne ao nível e à qualidade da prestação de serviços. Temos um nível com um padrão muito elevado em que a concorrência nivelou, de alguma forma, não só os preços praticados, mas também obrigou e obriga a níveis cada vez mais elevados de exigência dos serviços prestados, aliados a um atendimento personalizado do paciente com recurso às melhores tecnologias disponíveis. Ou seja, há um investimento constante e contínuo em diversos níveis para manter e melhorar profissionalmente.
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Depois existe o reverso, fruto da massificação e da aglutinação por grandes grupos que, não podendo obviamente generalizar, estão mais focados nos números e na produtividade, o que acarreta algumas perdas pelo caminho. Gostava ainda de deixar a reflexão da crescente automatização de muitos procedimentos na Medicina Dentária devido à invasão dos sistemas digitais. Penso que a tecnologia nos trará mais vantagens do que desvantagens, que nada poderá substituir a empatia e a relação de confiança entre médico e doente, mas, de facto, há que refletir sobre o futuro.
A ortodontia enquanto especialidade tem o mérito e o reconhecimento de ser a primeira área da Medicina Dentária em Portugal a ser reconhecida como tal e a ter o seu Colégio de Especialidade a funcionar em pleno há mais tempo.
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Gil Alcoforado presidente do congresso EAO Lisboa 2019
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Os temas que irão ser tratados baseiam-se em dúvidas que nos assolam quando queremos tratar da melhor forma possível os nossos pacientes
Portugal acolhe pela primeira vez, nos próximos dias 26 a 28 de setembro, o congresso anual da European Association of Osseointegration (EAO), que atrairá ao Centro de Congressos de Lisboa cerca de 3.000 congressistas de mais de 80 nacionalidades. O inédito encontro constitui uma enorme mais-valia para a Medicina Dentária portuguesa e uma forma eficaz de promover o país, observa à MAXILLARIS Gil Alcoforado, médico dentista, professor catedrático e dirigente da EAO, que tem a seu cargo a presidência deste importante evento internacional, ao qual se une esta revista e várias sociedades científicas nacionais do setor dentário com o estatuto de partner ou de membro colaborador.
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Portugal acolhe este ano, pela primeira vez, o congresso anual da EAO. Que significado tem para a Medicina Dentária portuguesa a organização de um evento desta dimensão? Julgo que será uma enorme mais-valia para Portugal e para a Medicina Dentária portuguesa. Estamos à espera de aproximadamente 3.000 congressistas, sem contar com os representantes da indústria, pessoal administrativo, etcétera. Se considerarmos que se trata de uma subespecialidade da Medicina Dentária e que esperamos ter à volta de 80 a 90 diferentes nacionalidades representadas, será também uma forma muito eficaz de promover Lisboa e o nosso país, assim como a sua Medicina Dentária. Em traços gerais, quais são as linhas de orientação da presidência portuguesa? A presidência de um certame deste género tem que seguir linhas de orientação comuns a todos os congressos anuais da nossa associação. Tentamos ter novos temas debatidos e novos palestrantes. Existem regras para não repetir palestrantes de um ano para outro. Há sempre exceções, mas tentamos que elas sejam tão pouco frequentes quanto possível e, quando isso acontece, terá que existir uma razão forte para essa repetição. A partir de aí, a responsabilidade da construção do programa científico reside na pessoa do presidente do congresso, assessorado pela vice-presidente e por todos os membros do Conselho Científico indigitados especificamente para este congresso.
Quando parti para esta tarefa, que logo de início se mostrava árdua, resolvi questionar-me sobre problemas que eu gostaria de ver resolvidos por experts, problemas que se me afiguram num dia normal de clínica em implantologia. Foi assim que comecei a desenhar o programa científico no próprio dia em que Lisboa e Portugal foram indigitados como o local de realização deste congresso, isto, há exatamente dois anos e meio. Há que considerar que temos uma estrutura de sessões plenárias, três no seu total e 16 sessões paralelas, divididas por vários períodos da tarde de quinta-feira, manhã e tarde de sexta-feira e manhã de sábado. Para além destas sessões, teremos ainda que considerar uma sessão para a apresentação de comunicações livres, previamente escrutinadas por um júri, e sessões de apresentação de pósteres. Aqui teremos que ter em mente que é forte apanágio da EAO que todas estas sessões sejam livremente escolhidas sem qualquer interferência dos nossos patrocinadores. No entanto, precisamente para ir de encontro com as aspirações desses sponsors, que tornam possível a realização deste evento, realizam-se, em horário diferente das sessões acima descritas, sessões sponsorizadas pelas firmas que trazem sempre palestrantes também de grande nível, tornando ainda mais aliciante todo o programa científico do congresso. Há várias sociedades científicas nacionais que vão participar na cimeira da EAO. Que iniciativas estão previstas neste contexto? Sempre achei uma ótima iniciativa ter algumas das sociedades científicas portuguesas representadas no seio do congresso da EAO em Lisboa. Julgo que será bom para todos. A EAO beneficia do aporte dos sócios dessas sociedades e elas próprias passam a ter uma visibilidade muito especial tanto nacional como internacional. Juntaram-se ao congresso da EAO como sociedades partners a Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes, a Sociedade Portuguesa de Implantologia e Osteointegração e a Sociedade Portuguesa de Estética e Reabilitação Oral. Essas sociedades que aderiram ao estatuto de partner prescindiram do seu próprio congresso anual e irão realizar uma sessão dentro do horário do congresso. A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária, que celebra o seu centenário em 2019, não podia, como é mais do que natural, prescindir do seu congresso anual que se realizará em outubro próximo. Assim, e não querendo deixar de dar o seu apoio ao nosso congresso, aderiu como membro colaborador.
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MAXILLARIS, media partner do congresso EAO 2019 PORTUGAL E ESPANHA
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Qual é o tema central e que disciplinas vão estar em destaque no programa científico? Tal como disse acima, os temas que irão ser tratados no congresso baseiam-se em dúvidas que nos assolam quando queremos tratar da melhor forma possível os nossos pacientes. Assim, teremos temas que vão desde a problemática de uma situação clínica da ausência de osso vestibular após extração dentária em zona estética até à escolha entre uma estrutura metálica ou uma estrutura em zircónio numa reabilitação total ou parcial. Cada sessão tem o seu tema diferente tratado, sempre que possível, com oradores com formas de pensar diferentes. Haverá um cuidado muito especial com a comunicação entre os moderadores e os oradores para prepararem as suas apresentações o melhor possível, evitando redundâncias ou outros conflitos. Quem são os oradores, nacionais e estrangeiros, que já confirmaram a sua presença em Lisboa no próximo mês de setembro? Todos os oradores presentes no programa já divulgado e que está disponível no site do congresso (congress.eao.org). Teremos muitos oradores estrangeiros, assim como nacionais. Poderei realçar a presença de Markus Hüzeler, Mariano Sanz, Frauke Müller, Jeff Ganeles, Eric van Duren, Vincent Femer, Homa Zadeh e Ueli Grunder, entre muitos outros. Também teremos conferencistas portugueses, entre os quais João Caramês, Helena Rebelo e Nuno Guilherme. De reter a presença de alguns jovens oradores que começam agora a aparecer nestes palcos mais importantes.
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Haverá um cuidado muito especial com a comunicação entre os moderadores e os oradores para prepararem as suas apresentações o melhor possível, evitando redundâncias ou outros conflitos Ainda será de referir que o Brasil é o país convidado e terá uma sessão especial com intervenções de grande gabarito, lideradas pelo “Embaixador brasileiro junto da EAO”, o professor Arthur Novaes Junior. Muitos portugueses serão moderadores como sejam Luís Redinha, Ricardo Faria de Almeida, Manuel Neves, Pedro Nicolau, Paulo Mascarenhas e João Pimenta. A sessão do Junior Committee será liderada por Helena Francisco que teve um papel muito importante, tanto na organização desta sessão como na organização de outras áreas do congresso. Qual é a expectativa da organização relativamente à adesão de casas comerciais? Se compararmos a sua participação no congresso do ano passado em Viena (Áustria) com Lisboa, este ano houve um enorme incremento. Julgo que os congressos da EAO têm vindo a conquistar um terreno muito importante junto das casas comerciais. Reunimos com elas duas vezes por ano e ouvimos com muito cuidado os seus anseios e tentamos aplicá-los no terreno.
Gil Alcoforado antecipa um programa científico de excelência, em que cada sessão terá o seu tema diferente tratado, sempre que possível, com oradores com formas de pensar diferentes.
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A edição portuguesa do congresso anual da EAO vai ter como cenário o Centro de Congressos de Lisboa.
À margem das sessões científicas, que outros aspetos do programa social, recreativo, etcétera assumem especial relevância? Iremos ter uma festa/jantar para os oradores e membros da EAO na Tapada da Ajuda, para além de tentarmos ter um catering para todos os participantes dentro do próprio salão de congressos, para que os congressistas não se tenham que deslocar na hora de almoço ou durante as pausas para café a meio da manhã e a meio da tarde. Quando a cimeira lisboeta tiver terminado, que metas espera ter alcançado? Obviamente, como qualquer presidente de um congresso deste calibre, espero ter conseguido realizar o melhor encontro em termos científicos e organizacionais. Na sua qualidade de secretário-geral da EAO e de responsável pela Comissão de Educação, que prioridades devem dominar a agenda desta organização europeia? A EAO, como a maior associação de implantologia na Europa, tem como obrigação o dever de promover cursos e formações de alto nível para ajudar os seus membros a evoluírem. Assim, realizamos cursos modulares ao longo de três anos em seis instituições universitárias europeias (Malmö, Groningen, Düsseldorf, Zürich, Madrid e Lisboa) que dão direito a um diploma em “Implant Dentistry”.
Organizamos um exame de certificação para os nossos membros, assim como os já célebres “Master clinician courses”. Estes últimos, são cursos de dois dias sobre temas importantes, ora de cirurgia (em março) ora de prótese (em dezembro). Temos um curso de iniciação para ajudar a entrada no mundo implantológico que se intitula “My first implant”, organizado pelo Junior Committee, no primeiro dia de cada congresso anual. Está em estudo a realização de um outro tipo de curso de iniciação que dará entrada ao curso de módulos. Para terminar, que outros assuntos em torno da Medicina Dentária europeia despertam particular interesse entre os membros da EAO? A EAO tem sido um pólo que atrai outras disciplinas da Medicina Dentária para além da implantologia. Geralmente, disciplinas que se correlacionam com o tratamento com implantes, nomeadamente a periodontologia, a prostodontia e a ortodontia, entre outras. No último congresso em Viena, a Sociedade Austríaca de Ortodontia e a de Periodontologia foram membros colaboradores do congresso da EAO, tendo participado ativamente no seu programa. Cada vez se dá mais importância a um tratamento global do nosso paciente, sendo os implantes dentários apenas uma das armas importantes para a realização desse tratamento.
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Júlio Fonseca presidente da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF)
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A abordagem adequada dos pacientes com DTM e dor orofacial tem que ser obrigatoriamente transdisciplinar
Desde que assumiu a liderança da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF), em março de 2018, o médico dentista Júlio Fonseca tem apostado na consolidação da própria sociedade científica e em estimular um contínuo desenvolvimento da massa crítica nacional neste domínio. O também membro suplente do Conselho Deontológico da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) – conferencista e docente de cursos nas áreas da prostodontia, dor orofacial e disfunção temporomandibular – adianta à MAXILLARIS os desafios que tem pela frente e que, em última instância, visam um objetivo global: o alívio da dor e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
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Assumiu em 2018 a presidência da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF). Em traços gerais, que linhas de orientação traçou para o seu mandato? Elegemos em março do ano passado os novos órgãos sociais para o triénio 2018-2021. A nova constituição dos corpos sociais traduz mais uma vez a multidisciplinariedade que caracteriza a SPDOF, estando representadas várias valências: medicina dentária, cirurgia maxilofacial, fisioterapia e terapia da fala. Trata-se de uma equipa coesa, em continuidade com a que fundou e instalou a SPDOF. Quando há uns anos atrás fundámos a SPDOF agitámos um terreno que estava adormecido na cultura cientifica portuguesa. Como qualquer pedra que gera uma onda quando cai na água, a SPDOF agitou a água e gerou reflexão em todos os sentidos. Temos a consciência de quais eram os nossos objetivos e sabemos que, em prol dos doentes, um conhecimento cientifico multidisciplinar era o nosso caminho. Hoje podemos dizer com segurança, ao olhar para o passado, que todos os nossos objetivos foram cumpridos. A cultura cientifica na área da disfunção temporomandibular (DTM) e dor orofacial lucrou manifestamente com a SPDOF. Cada vez mais ouvimos falar de DTM. É sinal de que a sociedade está a fazer bem o seu trabalho e a colocar o assunto na ordem do dia, nos mais diversos campos científicos e mediáticos.
A SPDOF é uma sociedade jovem e que tem feito, a meu ver, um excelente trabalho. É necessário consolidar a própria sociedade e estimular um contínuo desenvolvimento da massa crítica nacional nestas áreas. Isso será efetuado através do nosso plano de formação e do congresso, bem como das publicações próprias da SPDOF. Temos procurado desenvolver ferramentas de apoio, de informação e de formação clínica e científica relativas às áreas de interesse da sociedade. Para além disso, é necessário melhorar os conhecimentos dos profissionais de saúde acerca destas patologias, no sentido de efetuar um diagnóstico precoce. Estamos focados em trabalhar com os colegas da medicina geral e famíliar. Outro objetivo é melhorar o conhecimento global dos doentes acerca destas patologias, com informação cuidada e direcionada, e dotando-os de estratégias e ferramentas conservadoras de auto-controlo e regulação física, após um correto diagnóstico por um profissional habilitado. Existe algum assunto que justifique especial atenção da atual direção da SPDOF? Na atualidade a abordagem adequada dos pacientes com DTM e dor orofacial tem que ser obrigatoriamente transdisciplinar. É essencial uma formação e informação adequada entre todos os profissionais, e a utilização de conceitos, taxonomia, classificação e abordagens semelhantes, orientadas pela melhor evidência científica. Esta evidência existe, está publicada por diversas entidades internacionais, e não pode ser substituida por meras correntes de “moda” ou opiniões pessoais. Não é assim, nem foi assim que a ciência evoluiu ou progride e nos trouxe até à sociedade moderna. Preocupa-nos uma deriva holística, alternativa ou integrativa (nos maus sentidos das palavras, sublinhe-se) que está a ser transversal a várias áreas da medicina, com uma penetração enorme na sociedade, muitas vezes associada a marketing abusivo ou fake news e que poderá mal orientar os pacientes, conduzindo a um agravamento ou cronificação de alguns quadros dolorosos e patológicos, para além do custo biológico e económico que essas abordagens têm associadas. A SPDOF reconhece que a partilha científica verdadeiramente multidisciplinar permite um crescimento mais sustentado de cada profissional e uma tomada de consciência da necessidade de interação entre as diversas áreas, sempre com o principal objetivo de garantir melhores e adequadas terapêuticas aos pacientes que procuram auxílio.
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As DTM são a causa mais frequente de dor não dentária na região orofacial e para tratá-las é necessário compreender a sua etiologia e estabelecer um processo sistemático para o diagnóstico diferencial Quais são as principais reivindicações dos profissionais portugueses que concentram a sua prática clínica neste domínio? O diagnóstico precoce, correto e acertivo é, provavelmente, a maior preocupação. As DTM são a causa mais frequente de dor não dentária na região orofacial e para tratá-las é necessário compreender a sua etiologia e estabelecer um processo sistemático para o diagnóstico diferencial. A comunidade médica está moderadamente informada sobre este tipo de patologias. No entanto, devido a condicionalismos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a algum desconhecimento ou imprecisões de diagnóstico, os doentes são frequentemente negligenciados ou mal referenciados. Para além disso, em alguns distúrbios articulares e musculares, o fator tempo é determinante e uma atuação precoce influencia positivamente os resultados obtidos. Contudo, os doentes chegam-nos por vezes tardiamente, fruto de um circuito por outras especialidades médicas, por uma referenciação inadequada ou por constrangimentos do SNS, condicionando frequentemente o sucesso do tratamento. Dada a complexidade inerente ao diagnóstico das DTM, muitos doentes são frequentemente negligenciados, sendo subvalorizados os sinais e sintomas predisponentes, desencadeantes ou perpetuantes, acabando por serem apenas verdadeiramente valorizados e diagnosticados
aquando da agudização dos processos, nomeadamente por motivo de dor. No campo da formação continuada e da pós-graduação, como avalia a evolução do ensino neste campo? A qualidade dessa formação está assegurada? Na atualidade, a abordagem adequada dos pacientes com DTM e dor orofacial tem que ser obrigatoriamente transdisciplinar. É essencial uma formação e informação adequadas entre todos os profissionais e a utilização de conceitos, taxonomia, classificação e abordagens semelhantes. A partilha científica verdadeiramente transdiciplinar permite um crescimento mais sustentado de cada profissional e uma verdadeira tomada de consciência da necessidade de interação entre as diversas áreas, sempre com o principal objetivo de garantir melhores e adequadas terapêuticas aos pacientes que procuram auxílio. A SPDOF, através dos seus programas de formação continuada e congressos, tem contribuido para este desígnio. Existem também já em Portugal alguns cursos de formação pós-graduada privados ou em instituições de ensino superior que consideramos valorosos e a ter em conta. No entanto, no plano da formação base das várias profissões que intervêm neste tipo de patologias, pensamos que há ainda um caminho a percorrer e um espaço de melhoria.
Para Júlio Fonseca, é essencial uma formação e informação adequadas entre todos os profissionais e a utilização de conceitos, taxonomia, classificação e abordagens semelhantes.
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A SPDOF agendou para este ano um programa formativo que irá abranger os seguintes temas: bruxismo em crianças, terapia cognitivo-comportamental, ozonoterapia e cefaleias.
De que forma pretende estimular a entrada de novos associados? Consideramos que uma sociedade científica não se pode esgotar na realização de um congresso anual. A SPDOF sempre procurou, para além de um programa de formação contínua, editar livros próprios que permitissem aos congressistas levarem para casa um resumo alargado da melhor evidência científica disponível. A SPDOF irá repetir durante o presente ano um programa formativo. Estão previstos quatro eventos de elevada qualidade científica, que envolvem oradores nacionais e internacionais, das mais diversas áreas, em formato teórico e prático. Os objetivos são fornecer em dias de formação isolados, de modo concentrado, a melhor evidência científica e conceitos práticos sobre matérias que consideramos serem de elevado interesse e importantes tratar nesta fase: bruxismo em crianças, terapia cognitivo-comportamental, ozonoterapia e cefaleias. Os próximos eventos estão previstos para os dias 25 deste mês e 5 de outubro, ambos em Lisboa, subordinados aos temas “Comunicação em dor, terapia cognitivo-comportamental e mindfulness” (formação de um dia, oito horas) e “Ozonoterapia no contexto da dor orofacial e DTM (formação de um dia, oito horas, com componente prática). No dia 30 de novembro, no Porto, realiza-se um workshop de cefaleias (formação de um dia, oito horas, com componente teórico-prática). Estas são boas razões para estar associado à SPDOF.
Onde vai decorrer e em que ponto se encontra o programa do próximo congresso? O quarto congresso SPDOF decorrerá em Coimbra, de 14 a 16 de maio de 2020. Está já a ser preparado um programa científico de excelência, com oradores nacionais e internacionais sob o tema “As guidelines em DTM e DOF”. Está também a ser elaborado o quarto livro da SPDOF, a lançar nesse mesmo congresso, que visa estabelecer um conjunto de orientações e guidelines baseadas na evidência científica, relativas à abordagem dos doentes com DTM, dor orofacial, roncopatia e apneia do sono. Que particularidades marcam a diferença entre o congresso da SPDOF e as cimeiras de outras entidades do setor dentário? Os congressos da SPDOF são já uma referência no panorama nacional e internacional, dada a sua capacidade de promover uma partilha de conhecimento verdadeiramente interdisciplinar.
Os congressos da SPDOF são já uma referência no panorama nacional e internacional, dada a sua capacidade de promover uma partilha de conhecimento verdadeiramente interdisciplinar
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Como sociedade multidisciplinar que somos, estão presentes no nosso congresso membros de várias classes profissionais que têm como objetivo comum o tratamento destes pacientes. Sempre procurámos um ambiente de partilha saudável, em que todos aportam conhecimento e não se inibem de buscar informação ou perceber áreas diferentes. Toda a equipa da SPDOF conhece esta realidade, bem como os moderadores e os palestrantes. É um orgulho constatar que ninguém se inibe de levantar o dedo e questionar, estimulamos discussões elevadas e saudáveis, num espírito multidisciplinar. Por isso, há um cuidado extremo na seleção dos temas, das mesas, dos palestrantes e moderadores, mas também dos workshops prévios ao congresso que são sempre um sucesso. Para além de existir uma preocupação franca em que todos os temas sejam ampliamente discutidos, sem inibições nas questões venham elas de que classe profissional vierem, há na SPDOF uma enorme preocupação pelo cumprimento rigoroso dos horários. É uma regra da mais elementar educação e produtividade, que tem sido elogiada por todos. Todos os nossos congressistas levam para casa a publicação anual da SPDOF, o seu livro e um manual para que possam consultar a informação e estudar em casa. Ambicionamos assim uma maior consolidação e afirmação desta dinâmica multidisciplinar, identificada e referida como determinante pelos principais centros de estudo internacionais, cativando o interesse de mais colegas para a for-
Júlio Fonseca constata que a Medicina Dentária portuguesa e os seus profissionais são altamente reconhecidos, nomeadamente a nível internacional.
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mação e partilha nestas áreas. A SPDOF trabalhará afincadamente nos próximos dois anos para dinamizar e promover mais um evento de referência em Portugal e no estrangeiro. Que importância assume, hoje em dia, a vertente da disfunção temporomandibular e dor orofacial no contexto global da Medicina Dentária? No nosso último congresso constatámos a apresentação de um elevado número de trabalhos científicos submetidos pelos congressistas, o que nos encheu de orgulho. O altruísmo, a “coragem” científica e a existência de uma massa crítica cada vez maior nestas matérias, nas mais diversas classes profissionais, é um motivo de regozijo e um dos principais objetivos da SPDOF. Também as diferentes sociedades científicas nacionais estiveram alertas e atentas para estas temáticas, tendo sidos discutidos temas sobre dor orofacial, DTM, roncopatia e apneia do sono em vários congressos, nomeadamente com a presença de oradores ligados à SPDOF, o que muito nos enche de orgulho. Este tipo de patologias tem uma elevada prevalência, pelo que os clínicos, as clínicas e as sociedades científicas teriam que, mais tarde ou mais cedo, tratar adequadamente estes temas e dar-lhes o relevo que merecem. Que apreciação faz do atual panorama da Medicina Dentária em Portugal? Não seria correto como presidente de uma sociedade científica multidisciplinar responder a esta questão a título pessoal. A Medicina Dentária portuguesa e os seus profissionais são altamente reconhecidos, nomeadamente a nível internacional. No plano nacional sabemos que a classe enfrenta algumas dificuldades, que têm sido discutidas e são do conhecimento geral, mas que não são apenas exclusivas da Medicina Dentária. Interessa-me particularmente ressalvar, a este respeito, o papel que a SPDOF tem tido na formação de equipas multidisciplinares e no reconhecimento das vantagens e competências das diversas classes profissionais que atuam nesta área. Assim, espera-se que o médico dentista atue em consonância com cirurgiões maxilofaciais, neurologistas, reumatologistas, fisioterapeutas, terapeutas da fala, psicólogos, entre outras áreas. Apenas desta forma poderemos oferecer aos nossos doentes aquilo que todos buscam e que é o nosso maior desafio e objetivo final: o alívio da dor e a melhoria da qualidade de vida.
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Deep Margin Elevation (DME): abordagem minimamente invasiva em dentes com margens profundas
Rute Marques Médica dentista. Mestrado Integrado em Medicina Dentária pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Lisboa. Formação em Reabilitação Oral pelo Centro de Formação FA (Porto). Formações nas áreas da Dentisteria Estética e Odontopediatria. Formadora de Reabilitação Oral no Centro de Formação FA. Prática clínica diária em Dentisteria, Estética Dentária e Odontopediatria na Clínica Dentária Infante Sagres (Lisboa).
Fernando Almeida Médico dentista. Phd pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (2006). Administrador da Clínica Dentária Infante Sagres, da Clínica Dentária dos Carvalhos e da Labdent - Laboratório de Prótese Dentária. Coordenador do Curso Privado em Implantologia, no Porto e Lisboa. Consultor científico de vários produtos de implantologia. Orador convidado de várias conferências nacionais e internacionais. Autor de vários artigos científicos publicados em revistas nacionais e estrangeiras. Lisboa.
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Para além de cavidades profundas causadas por cárie ou fratura dentária, surgem também margens profundas devido à baixa duração das restaurações diretas em resina composta que exige que os médicos as alterem com frequência e, de cada vez que se substitui a restauração, uma parte adicional da estrutura do dente remanescente inevitavelmente remove-se e, consequentemente, o tamanho da cavidade aumenta. Dois problemas surgem em resultado: a extensão da restauração e o aparecimento de margens em dentina (Perdigão, 2002). Apesar da existência de vários protocolos clínicos e técnicas adesivas, a adesão à dentina permanece difícil, especialmente nestes casos. As investigações acreditam que a adesão da dentina depende principalmente da penetração de monómeros adesivos na rede de fibras de colagénio deixadas expostas após o condicionamento ácido. Duas estratégias principais estão atualmente em uso: a técnica de autocondicionamento e a técnica de condicionamento total. A eficiência de qualquer estratégia de ligação depende muito do substrato de dentina (Perdigão, 2002).
Introdução Os dentes com margens restaurativas profundas são uma apresentação comum na prática clínica diária representando um desafio para o médico dentista, uma vez que a localização sub-gengival das margens pode complicar a confeção de restaurações, quer diretas como indiretas, e consequentemente a sua durabilidade, o seu desempenho anatómico, estético e funcional, bem como o estado de saúde dos tecidos periodontais envolventes, pois deve ter-se em conta a reposição da correta relação com os tecidos não invadindo o espaço biológico. Também se deve considerar o posicionamento adequado da restauração de modo a permitir a correta higienização da zona (Janiga, 2018; Magne & Spreafico, 2012; Veneziani, 2010). A disponibilidade de novas informações científicas sobre a etiologia, o diagnóstico e o tratamento de lesões cariosas e a introdução de novos materiais restauradores adesivos reduziram substancialmente a necessidade de preparações dentárias extensas e possibilitaram a reabilitação de cavidades profundas de forma minimamente invasiva (Perdigão, 2002).
A formação da camada híbrida eficiente depende de diversos passos clínicos, tais como o ataque ácido, a secagem com ar, a aplicação de primer e de bond, incluindo a polimerização do estrato de resina adesiva que vai estabilizar a própria camada híbrida (Veneziani, 2010). Para além disto, ao restaurar cavidades com margens cervicais profundas dois outros problemas podem surgir: de natureza biológica e técnico-operacionais (Juloski, Köken & Ferrari, 2018). Relativamente aos problemas biológicos, estes referem-se à violação do espaço biológico, isto é, deve manter-se uma distância recomendada de três milímetros ou mais entre as margens restauradoras e a crista óssea alveolar para evitar efeitos prejudiciais sobre os tecidos periodontais. Se o princípio do espaço biológico não for respeitado, sugere-se obter o espaço necessário de duas maneiras: cirurgicamente, por alongamento da coroa cirúrgica, ou alongamento coronário, ou ortodonticamente, por extrusão dentária (Juloski et al., 2018).
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Os problemas técnico-operacionais dizem respeito à própria preparação das cavidades em áreas sub-gengivais e, de seguida, a uma série de desafios como a toma de impressões, o correto isolamento absoluto para controlo da humidade e contaminação por sangue e saliva, a cimentação/adesão da peça final e as sucessivas fases de acabamento e polimento das margens (Juloski et al., 2018). Com base nestes parâmetros, Veneziani (2010) descreveu que se é possível a evaginação do dique de borracha com correta exposição da margem da cavidade, deverá ser feita a reposição coronal da margem e, idealmente, colocação de overlay. Caso a margem cervical da cavidade seja difícil de isolar, mas o espaço biológico ainda se respeita, apenas se deverá fazer uma gengivectomia para exposição da margem e fácil colocação de grampo de isolamento, seguida de impressão imediata do preparo com cimentação de overlay. Em casos em que a margem cervical da cavidade é sub-gengival com invasão do espaço biológico, ou seja, onde a distância entre a margem e a crista óssea é menor que 3 mm, deverá realizar-se um alongamento coronário, seguido de impressões imediatas ou pós-cicatrização com posterior cimentação de overlay. Nestes casos, a realização de cirurgia de alongamento coronário com remoção do tecido periodontal em torno dos limites das cavidades, de forma a que os limites das restaurações sejam colocados longe do epitélio e das restantes estruturas conjuntivas, previne a perda óssea, a exposição radicular, o aumento da área interproximal que conduz à criação de triângulos negros e uma estética pobre (Sarfati & Tirlet, 2018; Veneziani, 2010). De modo a tornar os procedimentos clínicos mais simples, menos invasivos e menos propensos a falhas, introduziu-se a técnica de elevação de margem, ou DME, que propõe a aplicação de resina composta nas zonas mais profundas a fim de reposicionar a margem cervical a níveis supra-gengivais, o que facilita o isolamento com dique de borracha e melhora o controlo da cimentação/adesão de restaurações indiretas (Juloski et al., 2018; Magne & Spreafico, 2012; Spreafico et al., 2016). Desenvolvimento DME – conceito e técnica Na prática, o conceito de DME é o procedimento pelo qual se introduz material restaurador numa margem profunda a fim de colocar a margem justa ou supra-gengival (Janiga, 2018). Após a elevação da margem, procede-se à colocação de isolamento absoluto e respetiva matriz adaptada ao dente, seguido do protocolo de etching e bonding consoante o material escolhido (Janiga, 2018). Esta técnica, para além de poder utilizar-se aquando de restaurações diretas em resina composta, pode também usar-se como
técnica pré-operatória em restaurações indiretas. Quando as margens são muito profundas e não é possível a colocação de dique de borracha podemos numa primeira fase, recorrendo à DME, subir as margens a fim de tornar possível a posterior colocação de um grampo para isolamento absoluto (Magne & Spreafico, 2012). O sucesso de uma DME depende dos seguintes elementos: •
A utilização de uma matriz curva é favorável, as matrizes retas tradicionais usualmente não promovem um perfil de emergência ao dente favorável ao espaço gengival.
•
A existência de paredes vestibulares e palatinas ou linguais no remanescente dentário facilitam o suporte da matriz.
•
Após a colocação da matriz não se deve observar nem gengiva nem dique de borracha entre a matriz e a margem do dente.
•
Deverá realizar-se Immediate Dentin Sealing (IDS) com um adesivo dentinário de três passos (exemplo: Optibond FL, Kerr) já com a matriz colocada e bem adaptada. Após isso, a reconstrução da margem deverá efetuar-se em incrementos de resina composta de dois em dois milímetros.
•
Podem utilizar-se vários tipos de resinas compostas, no entanto, quando se utiliza uma resina microhíbrida ou nanohíbrida recomenda-se aquecer previamente o material para facilitar a colocação bem como prevenir o risco de gaps entre os diversos incrementos.
•
Deverá sempre realizar-se uma radiografia apical final para confirmar a existência de excessos ou gaps. Em caso de posteriores restaurações indiretas, a radiografia deverá efetuar-se previamente às impressões (Magne & Spreafico, 2012).
DME e restaurações semi-diretas ou indiretas O conceito de DME foi originalmente desenvolvido para poder aplicar-se em casos de restaurações semi-diretas e indiretas quando a margem gengival não se pode, previamente, isolar com dique de borracha. Nestes casos, o médico dentista deve planear o caso consoante o nível a que a margem da cavidade se situa em relação à gengiva sabendo as limitações da cimentação adesiva ou não adesiva (Magne & Spreafico, 2012; Venuti, 2018). Em casos de restaurações indiretas adesivas, as margens da restauração devem planear-se no ponto supra-gengival, ou acima do nível do dique de borracha, para que se possa realizar o procedimento de adesão da peça num campo limpo e seguro de contaminação (Venuti, 2018).
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No planeamento de restaurações indiretas não adesivas, o médico dentista deve planear a posição da margem da restauração considerando a limitação do procedimento de cimentação. Esta solução com materiais tradicionais oferece vantagens em relação aos procedimentos de cimentação adesiva tais como o facto de que não aderem ao material da DME, podendo remover-se facilmente, e o facto de que o protocolo de cimentação da peça não exige um isolamento rigoroso com o dique devido à tolerância à humidade de tais cimentos (Venuti, 2018). Ainda para mais, a possibilidade de cimentar uma restauração indireta não adesiva nas margens sub-gengivais oferece outras vantagens, tais como a obtenção de um perfil de emergência mais anatómico e contacto interproximal, bem como a
redução da quantidade de superfície DME em contacto com os tecidos moles (Venuti, 2018). Outra alternativa, em caso de insucesso ou impossibilidade da DME, é a realização de uma cirurgia de alongamento coronário, considerando os riscos de exposição de furca ou envolvimento de concavidades radiculares (Magne & Spreafico, 2012). Deverá sempre realizar-se uma radiografia apical, ou bitewing, para avaliar a adaptação da resina composta na área gengival antes de prosseguir com o tratamento (Magne & Spreafico, 2012). A figura 1 demonstra um caso de fratura extensa do dente 2.7 onde se propõs DME e a posterior colocação de overlay.
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Fig. 1, a-d. Fratura extensa justa-gengival do dente 27. Proposta de DME e overlay. (a) Fotografia intraoral inicial, vista oclusal. (b) Radiografia apical inicial. (c) Fotografia intraoral final; após a DME é possível a toma de impressões bem como o isolamento absoluto para a cimentação da peça final. (d) Radiografia apical final.
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DME e restaurações diretas em resina composta Embora a técnica de DME se tenha desenvolvido para casos de restaurações indiretas, esta também pode ser uma opção útil em restaurações diretas extensas em resina composta apesar de serem conhecidas as desvantagens das resinas compostas, tais como: a contração de polimerização, uma menor adesão em dentina ou superfícies radiculares, uma menor resistência quando comparadas a cerâmicas e a necessidade de requererem um bom isolamento aquando do processo de adesão (Magne & Belser, 2004; Venuti, 2018).
são ainda muito usadas mesmo em situações de margens profundas. Nestas situações, o recurso à técnica de DME em combinação com IDS é uma opção. Contudo, cabe ao profissional considerar o caso e os materiais à disposição durante o planeamento e a execução do procedimento (Venuti, 2018).
O uso de IDS numa DME, em combinação com a técnica incremental de colocação de resina composta, melhora a qualidade e o desempenho de grandes restaurações diretas (Magne & Spreafico, 2012).
A figura 4 demonstra um caso de restauração bastante extensa em resina composta. Por dificuldade económica e prognóstico reservado, realizou-se DME e restauração direta em resina composta. Ponderou-se a proximidade pulpar e o risco de endodontia no momento de seguir com uma restauração indireta em cerâmica.
No entanto, principalmente por motivos económicos, tal como demonstra a figura 2, as restaurações diretas de resina composta
Fatores como a colaboração do paciente e a sua idade deverão também ser considerados neste processo, tal como demonstra a figura 3.
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Fig. 2, a-c. Substituição de restauração antiga do dente 4.6, por fratura e infiltração cariosa, com margens profundas. Por motivos socioeconómicos, a paciente rejeitou a opção de DME com colocação de overlay. (a) Radiografia apical inicial. (b) Radiografia apical pós-elevação das margens. (c) Fotografia intraoral final.
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Fig. 3, a-c. Paciente jovem, 11 anos, com cárie extensa no dente 36 com envolvimento pulpar. Realizou-se o tratamento endodôntico do dente, seguido de DME prévia à restauração direta extensa da cavidade. O facto da paciente ser jovem foi um fator a ter em conta na escolha entre a colocação de overlay ou restauração direta em resina composta. (a) Radiografia apical inicial. (b) Radiografia apical após tratamento endodôntico e restauração final com elevação da margem. Neste caso, foi necessária a realização de gengivectomia distal do dente 36 por invasão gengival sobre a margem. (c) Fotografia intraoral final.
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Fig. 4, a-d. Substituição da restauração antiga do dente 27 por desadaptação com sintomatologia dolorosa ao frio e risco de endodontia. (a) Radiografia apical inicial. (b) Radiografia de confirmação da adaptação da matriz seccional dada a dificuldade de visão direta. Nota-se ainda que a matriz não se encontrava adaptada à margem do dente. (c) Outra radiografia apical de confirmação de adaptação da matriz seccional. (d) Radiografia apical final.
Discussão A cerâmica elimina algumas dessas desvantagens, apresentando vantagens como uma excelente estética e estabilidade de cor, biocompatibilidade, melhor adaptação da margem, maior capacidade de estabelecer contatos interproximais, maior resistência ao desgaste, melhor polimento e menor microinfiltração, reconstrução anatómica e funcional aprimorada, preservação e proteção da estrutura dentária remanescente, menor contração de polimerização, radiopacidade semelhante à estrutura dentária e coeficiente de expansão térmica semelhante ao da estrutura dentária (Aguiar et al., 2010; Magne & Belser, 2004).
Os materiais restauradores mais comumente usados em casos de DME são as resinas compostas e as cerâmicas. Embora estudos recentes tenham mostrado resultados satisfatórios em ambos os casos, existem algumas limitações implícitas nas resinas compostas que tornam a cerâmica o material de eleição nas restaurações indiretas apesar de ser usualmente utilizado um misto de resina composta para a elevação da margem com a restauração indireta cimentada ou aderida em cerâmica (Aguiar, Lima, Voltarell & Marcondes, 2010; Magne & Belser, 2004). Quanto às resinas compostas, existem várias desvantagens descritas na literatura, entre as quais se destacam a sensibilidade técnica em relação ao protocolo de aplicação de sistemas adesivos, fraca estabilidade de cor e contração de polimerização que pode levar à formação de falhas, comprometimento da integridade marginal da restauração, microinfiltração e cárie secundária (Aguiar et al., 2010; Magne & Belser, 2004).
Vários estudos avaliaram a influência da DME na adaptação marginal das restaurações adesivas e a maioria não denotou nenhuma diferença na qualidade da adaptação marginal das restaurações colocadas diretamente na dentina, seguindo o protocolo de cimentação convencional, ou em restaurações em resina compostas usadas para a recolocação prévia das margens (Juloski et al., 2018).
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Um estudo de Spreafico et al. (2016) conclui que também não existem diferenças significativas na integridade marginal entre compósitos tradicionais ou fluidos, tanto para peças em cerâmica como em restaurações em resina composta. Ainda mais, tem-se estudado o potencial uso de cimentos resinosos autoadesivos como material para DME, embora não seja esse o seu espectro de indicação original, no entanto, demonstram qualidade significativamente inferior de adaptação marginal à dentina (Juloski et al., 2018). Dos materiais mencionados, Veneziani (2010) defende que a base da elevação da margem pode efetuar-se com um compósito fluído por camadas de um a um milímetro e meio, já Magne & Belser (2004) e Spreafico et al. (2016) consideram camadas com espessura de até dois milímetros com compósito fluído ou tradicional. Vários autores defendem também a combinação entre o compósito fluido e o tradicional seguido de fotopolimerização do incremento final com glicerina.
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A literatura é unanime e, no que concerne ao sistema adesivo mais adequado para DME, a mesma considera como preferido um adesivo de três passos como o OptiBond FL (Juloski et al., 2018). No que diz respeito ao acabamento e polimento, os autores referem a eliminação do excesso de material com lâmina de bisturi e instrumentos rotativos de diamante fino. O uso de discos de granulação flexíveis e tiras de polimento são também opções para o acabamento. No entanto, a dúvida persiste acerca do quão fundas são as margens para poderem ser alcançadas por estes materiais (Juloski et al., 2018). Por fim, o paciente precisa de ser capaz de manter a sua higiene oral e, para isso, é essencial que a interface entre o dente e a restauração possa alcançar-se e limpar-se nas rotinas diárias de higiene, caso contrário, nenhuma técnica pode considerar-se apropriada e o resultado pode não ser bem sucedido (Juloski et al., 2018).
Conclusão A realização de elevações de margens profundas ou DME trouxe à Medicina Dentária a possibilidade de restaurar dentes com cavidades profundas com tratamentos minimamente invasivos ao invés da realização de cirurgias de alongamento coronário. No entanto, apesar da técnica de DME ser facilmente aplicável perante casos de restaurações quer diretas como indiretas, a implementação de um protocolo supragengival é imprescindível nos casos de restaurações indiretas adesivas, pois as margens supra-gengivais tornam o processo de adesão mais fácil e controlável através do uso de isolamento absoluto. Contudo, mais pesquisas são necessárias para validar a técnica mesmo que seja claro que esta representa uma opção útil e minimamente invasiva com preservação da estrutura do dente.
Bibliografia 1. Aguiar TR, Lima AF, Voltarell FRM, Marcondes LR. Associação de técnicas no tratamento restaurador em dentes posteriores: onlay cerâmico x resina composta (2010). Journal of Clinical Dentistry and Research, 7. 2. Janiga A. Benefits of Deep Margin Elevation For Treating Subgingival Margins. Operative Dentistry (2018). 3. Juloski J, Köken S, Ferrari M. Cervical margin relocation in indirect adhesive restorations: a literature review (2018). Journal of Prosthodontic Research, 62, 273-280. 4. Magne P, Belser U. Restauraciones de porcelana adherida en los dientes anteriores (2004). 5. Magne P, Spreafico RC. Deep Margin Elevation: a paradigm shift (2012). The American Journal of Esthetic Dentistry, 2, 86-96.
7. Sarfati A, Tirlet G. Deep margin elevation versus crown lengthening: biologic width revisited (2018). Int J Esthet Dent, 3, 334-356. 8. Spreafico R, Marchesi G, Turco G, Frassetto A, Lenarda R, Mazzoni A. Evaluation of the in vitro effects of cervical marginal relocation using composite resins on the marginal quality of CAD-CAM crowns (2016). J Adhes Dent, 18, 355–362. 9. Veneziani M. Adhesive restorations in the posterior area with subgingival cervical margins: new classification and differentiated treatment approach (2010). The European Journal of Esthetic Dentistry, 5 (1). 10. Venuti P. Rethinking deep marginal extension (DME), 2018. International Journal of Cosmetic Dentistry, 7, 26-32.
6. Perdigão J. Dentin bonding as a function of dentin structure (2002). The Dental Clinics of North America, 46, 277-301.
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Angiomatose encefalotrigeminal: síndrome de interesse médico-dentário
Marjorie Carvalho Antoniazzi Aluna da Licenciatura em Medicina Dentária da Universidade Brasil, São Paulo (Brasil). Caleb Willy Moreira Shitsuka Médico dentista. Professor de Odontopediatria na Universidade Brasil. Luiz Carlos Magno Filho Médico dentista. Professor de Implantodontia, CA Implantes/Funorte, São Paulo. Felipe Paes Varoli Médico dentista. Professor de Radiologia Odontológica e Imagiologia na Universidade Brasil. Plínio Jun Iti Yokoyama Médico dentista. Formador em CTBMF no Hospital Regional de Osasco (Brasil). Élio Hitoshi Shinohara Médico dentista. Cirurgião bucomaxilofacial no Hospital Regional de Osasco. Irineu Gregnanin Pedron Médico dentista. Professor de Periodontologia, Estomatologia e Clínica Multidisciplinar na Universidade Brasil. São Paulo (Brasil).
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Introdução A angiomatose encefalotrigeminal, também conhecida como síndrome de Sturge-Weber, é uma malformação congénita angiomatosa de desenvolvimento, de origem neurocutânea, não hereditária, que envolve os tecidos do cérebro e mesenquimais da face1-3.
Resumo A angiomatose encefalotrigeminal ou síndrome de Sturge-Weber é uma malformação rara, que possui diversas manifestações sistémicas. As suas características clínicas incluem alterações neurológicas, oftalmológicas, dermatológicas e estomatológicas. O propósito deste trabalho é apresentar um caso de uma paciente com angiomatose encefalotrigeminal, cujo tratamento médico-dentário incluiu tratamento endodôntico, tratamentos periodontais básico e cirúrgico e aconselhamento preventivo, uma vez que a paciente não conhecia ser portadora da síndrome, das possíveis manifestações sistémicas e os riscos durante intervenções médico-dentárias.
A combinação das malformações angiomatosas cutâneas e cerebrais pode resultar do mal desenvolvimento da vascularização que geralmente ocorre na quarta a oitava semana de vida intrauterina, quando o ectoderma forma a parte superior da face próxima ao tubo neural4. O indivíduo afetado pelo síndrome pode apresentar alterações neurológicas, oftalmológicas, dermatológicas e estomatológicas que decorrem da provável desordem na migração e diferenciação dos tecidos originários da crista neural5-8. A escala de Roach9-12 classifica os níveis da lesão angiomatosa, bem como o grau de complexidade e as áreas acometidas no paciente que apresenta a lesão vascular na face, e sintetiza-se na tabela 1.
Palavras-chave: Síndrome de Sturge-Weber, angiomatose, hemangioma.
Tabela 1. Escala de Roach9-12 que classifica o grau de complexidade e acometimento das lesões vasculares na angiomatose encefalotrigeminal. Tipo
Características/Envolvimento
I
Angioma facial; acometimento nas leptomeníngeas; possível glaucoma.
II
Angiomatose facial; ausência de envolvimento do SNC; possível glaucoma.
III
Acometimento isolado nas leptomeníngeas; improvável glaucoma.
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A principal alteração dermatológica inclui a presença de manchas “vinho do Porto” (nevus flâmeo) na pele da face acompanhando um ou mais trajetos dos ramos do nervo trigémeo. A lesão angiomatosa pode estender-se à comissura labial, região maxilar, órbita e porções das regiões frontal e parietal. Na cavidade bucal, a lesão vascular pode acometer palatos duro e mole, rebordo alveolar e mucosa bucal, geralmente respeitando a linha média. Também se podem encontrar: a erupção imatura ipsilateral dos dentes permanentes, macrodontia e a hipertrofia lingual ipsilateral. Outras manifestações estomatológicas podem observar-se como a assimetria facial e o desvio de rima bucal, causadas pela hipertrofia vascular1-3,5,9-17,19-21. Entre as manifestações neurológicas, podem verificar-se massas angiomatosas venosas na leptomeninge acima do córtex cerebral unilateral, calcificações giriformes intracranianas, graus variados de atraso mental, crises epiléticas, hemiplegia ou hemiparesia contralateral com déficit hemisensorial 15,18,22-26. Geralmente administram-se fármacos anticonvulsivantes. As cirurgias neurológicas reservam-se para os casos refratários3,24,25,27. Podem verificar-se, entre os distúrbios oftalmológicos, o glaucoma, buftalmos, coloboma, malformações vasculares da conjuntiva, esclera, retina e coróide9,18,21,22,24. O tratamento da angiomatose encefalotrigeminal é multiprofissional e o seu diagnóstico precoce é fundamental para o melhor controle das manifestações sistémicas, particularmente as neurológicas.
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Vale a pena recomendar que os médicos dentistas tenham o conhecimento das características clínicas estomatológicas desta patologia, pois para realizar procedimentos invasivos em pacientes portadores da síndrome é necessário o planeamento cirúrgico, visto que a hemorragia pode ser um problema significativo8. O propósito deste trabalho é apresentar um caso clínico de uma paciente portadora da angiomatose encefalotrigeminal com enfoque para as caraterísticas clínicas e abordagem das manifestações estomatológicas. Relato do caso Paciente leucoderma do género feminino, de 28 anos, compareceu à clínica dentária com queixa de crescimento gengival. Ao exame físico extrabucal, observou-se a presença da lesão vascular acometendo as regiões maxilar e zigomática do lado esquerdo, com extensão ao lábio superior, de coloração violácea, caracterizada por mancha “vinho do Porto”, causando discreta alteração assimétrica em rima bucal (figs. 1 e 2). Clinicamente, observaram-se gengivite generalizada, com leve crescimento gengival; lesão angiomatosa em gengiva e mucosa alveolar vestibulares do lado esquerdo da maxila, a partir do dente 24, levemente violácea e textura normais, embora com discreto quadro hiperplásico, acompanhando trajeto nervoso coincidente com a mancha “vinho do Porto”; e fístula gengival de origem endodôntica na mucosa alveolar decorrente de necrose pulpar no dente 24 (figs. 3 a 5).
Fig. 1. Presença da lesão vascular (mancha “vinho do Porto”) acometendo as regiões maxilar e zigomática do lado esquerdo (vista frontal).
Fig. 2. Mancha “vinho do Porto” nas regiões maxilar e zigomática do lado esquerdo (vista lateral esquerda).
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Radiograficamente, observou-se a ausência de perda óssea periodontal na radiografia panorâmica (fig. 6). Não se reportaram outros sinais e sintomas, incluindo alterações neurológicas e negou-se o uso de fármacos. Adicionalmente, solicitou-se a telerradiografia em norma lateral (fig. 7) para avaliação de possíveis imagens radiopacas intracranianas (calcificações), as quais se confirmaram ausentes. Nesta perspetiva, com base nas
características clínicas, radiográficas e no histórico da paciente, pode concluir-se que a paciente seja classificada como portadora de angiomatose encefalotrigeminal ou síndrome de Sturge-Weber nível III da Escala de Roach. Orientou-se e aconselhou-se a paciente quanto ao possível desenvolvimento de comorbidades associadas, bem como sobre possíveis riscos em procedimentos dentários, sobretudo os cirúrgicos.
Fig. 3. Aspetos clínicos iniciais: gengivite generalizada com leve crescimento gengival (vista frontal).
Fig. 4. Aspetos clínicos iniciais: gengivite generalizada com leve crescimento gengival (vista lateral direita).
Fig. 5. Aspetos clínicos iniciais: gengivite generalizada com lesão gengival angiomatosa (vista lateral esquerda).
Fig. 7. Ausência de imagens radiopacas intracranianas (calcificações).
Fig. 6. Ausência de perda óssea periodontal.
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Referente ao dente 24, apesar de estar localizado na região da lesão angiomatosa na maxila, realizou-se o tratamento endodôntico normalmente sem intercorrências. Referente à queixa principal da paciente, sugeriu-se a gengivoplastia pelo eletrocautério, com o propósito de reduzir riscos trans e pós-cirúrgicos ao eliminar o crescimento gengival. Para tal, realizou-se uma sessão de orientação de higiene bucal, afim de evitar a recorrência da inflamação e do crescimento gengival, com escova convencional, tufo, interdentário e fio dentário, a partir da evidenciação de biofilme dentário (fig. 8). Decorridos 15 dias da sessão de orientação de higiene bucal, com a melhora do quadro inflamatório, foram mensuradas as proporções coronárias dos dentes 11 e 21, com a régua de proporcionalidade de Chu (figs. 9 e 10), apresentando leve discrepância entre o comprimento e as larguras coronárias. Propõs-se então a gengivoplastia com eletrocautério, e após o consentimento assinado pela paciente, começaram os procedimentos. Sob anestesia local infiltrativa à distância, iniciou-se a gengivoplastia pela determinação dos pontos sangrantes com auxílio de sonda milimetrada e a união destes pontos realizou-se com o bisturi elétrico (BE 3000®, KVN, São Paulo, Brasil). O comprimento dos dentes aumentou-se, caracterizando-se o zénite dentário. Posteriormente, efetuou-se o scraping, assemelhando-se a técnica de bisel externo, com o propósito de incrementar a reparação tecidual (figs. 11 e 12). Não houve necessidade de utilização do cimento cirúrgico, visto que o processo da ferida ocorre por segunda intenção. Não foi necessária a administração de fármacos no pré-cirúrgico. No pós-cirúrgico administrou-se somente a associação analgésico e anti-inflamatório – cetorolaco trometamol (Toragesic® 10mg, EMS Sigma Pharma, São Paulo, Brasil). A paciente não reportou queixas ou complicações no pós-cirúrgico.
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Decorridos 30 dias do pós-cirúrgico, observou-se uma reparação tecidual satisfatória (fig. 13), com incremento da proporção comprimento-largura dos dentes. Não se reportaram efeitos colaterais, alterações ou queixas por parte da paciente. Discussão A angiomatose encefalotrigeminal descreveu-se pela primeira vez em 1879, por Willian Allen Sturge, que relatou um caso de um paciente que apresentou como características clínicas nevus cutâneos faciais, convulsões, alterações oculares e atraso mental. Em 1922, Francis Parker Weber publicou as alterações radiográficas que podem encontrar-se como as calcificações intracranianas. Desde então, a doença ficou conhecida como síndrome de Sturge-Weber8,13,17. O diagnóstico da angiomatose encefalotrigeminal no presente caso confirmou-se pela presença da mancha “vinho do Porto”, embora tenha sido classificada como grau III da Escala de Roach pela ausência de alterações neurológicas ou outras lesões associadas. As manchas “vinho do Porto” são sinais representativos da doença e compreendem a malformação vascular da capilaridade da derme. Acompanham topograficamente a inervação de um ou mais ramos de nervo trigémeo. Em estudo retrospetivo de 106 casos de manchas “vinho do Porto” faciais, evidenciou-se que a localização no ramo oftálmico foi a mais incidente na angiomatose encefalotrigeminal, seguida pela localização nos ramos maxilar e mandibular5. O acometimento unilateral é mais comum e a coloração da mancha pode variar de rosa a vermelho-arroxeado5,15,17,18. No presente caso, o paciente apresentou envolvimento do ramo maxilar do lado esquerdo com manchas de cor violácea, limites nítidos, estendendo-se para a região do lábio superior do lado esquerdo, causando discreta alteração assimétrica em rima bucal.
Fig. 8. Evidenciação de biofilme dentário na consulta de orientação de higiene oral.
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Fig. 9. Mensuração da proporção coronária do dente 11, com leve discrepância entre comprimento e largura coronária.
Fig. 10. Mensuração da proporção coronária do dente 21, com leve discrepância entre comprimento e largura coronária.
Fig. 11. Pós-cirúrgico imediato dos dentes 21 a 23 (eletrocirurgia).
Fig. 12. Pós-cirúrgico imediato dos dentes 11 a 13 e 21 a 23 (eletrocirurgia).
Fig. 13. Reparação tecidual satisfatória decorridos 30 dias pós-cirúrgicos.
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Entre as manifestações bucais da síndrome, a ocorrência de malformações vasculares na mucosa bucal é um dos achados principais. Estas angiomatoses verificam-se preferencialmente na mucosa labial, mucosa jugal e rebordo alveolar8,18,28,29. A apresentação clínica destas lesões é variável.
Os métodos de tratamento descritos para as lesões angiomatosas incluem excisão cirúrgica, injeção de agente esclerosante, eletrodissecção, radioterapia e laser CO2, que deve ser particularizado caso a caso17,28,30. De todos os tratamentos propostos, o cirúrgico é o que promove a resolução mais rápida e definitiva para o caso. Entretanto, uma precaução especial deve ser dada na realização do procedimento cirúrgico, uma vez que a hipervascularização apresenta um alto risco de hemorragia de difícil controle no transcirúrgico. Por vezes, é necessária a embolização vascular controlada angiograficamente, sendo útil, nestas condições, na prevenção de acidente hemorrágico indesejável31.
No presente relato, pode observar-se uma lesão angiomatosa em gengiva e mucosa alveolar vestibular do lado esquerdo da maxila, distal ao dente 23, levemente violácea e textura normal, com discreto quadro hiperplásico, acompanhando trajeto nervoso coincidente com a mancha “vinho do Porto”. No sextante anterior, pela vestibular, observou-se um crescimento gengival de origem inflamatória, o qual recebeu previamente o tratamento básico (orientação da higiene bucal) e posteriormente o tratamento cirúrgico estético (gengivoplastia). Deve-se enaltecer ainda a importância no diagnóstico diferencial entre o aumento volumétrico causado pelas lesões de origem vascular (angiomatoses) da hiperplasia gengival inflamatória ou medicamentosa, causada secundariamente pela administração de fármacos anticonvulsivantes que podem provocar o crescimento gengival. Tal distinção é importante, visto que as lesões hipervascularizadas exigem cuidados especiais no seu manejo9-12,19,20.
A paciente encontra-se em acompanhamento ambulatorial, não apresentando qualquer alteração nas lesões gengivais ou angiomatosa. Deve ressaltar-se que o tratamento do paciente com angiomatose encefalotrigeminal deve ser multiprofissional, e certos cuidados como a realização de anamnese adequada, o diagnóstico correto das manifestações bucais e as suas respectivas condutas, e a prevenção de acidentes hemorrágicos durante o procedimento cirúrgico (quando é necessário), favorecem o tratamento odontológico que privilegie a segurança e o bem-estar do paciente portador desta doença.
Conclusão Os pacientes portadores da angiomatose encefalotrigeminal devem receber tratamento multidisciplinar frente às manifestações clínicas apresentadas. Desde os procedimentos mais básicos, como a própria orientação da higiene bucal e o tratamento periodontal até procedimentos cirúrgicos avançados – quando é acometida pela lesão angiomatosa – devem avaliar-se de modo rigoroso com o intuito de prevenir uma possível complicação cirúrgica.
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ponto de vista Dez anos a promover a inclusão social
Mariana Dolores Médica dentista. Presidente da organização não governamental Mundo A Sorrir.
Segundo o Barómetro da Saúde Oral de 2018, mais de 31% dos portugueses inquiridos afirma não ter dinheiro para consultar um médico dentista e as opções dadas pelo Serviço Nacional de Saúde são ainda muito redutoras nesta área, o que demonstra a importância e a necessidade de uma intervenção social junto da população. O projeto CASO (Centro de Apoio à Saúde Oral), da organização não governamental Mundo A Sorrir, é uma resposta social que consiste na prestação de cuidados de saúde oral e acompanhamento psicossocial a utentes em situação de vulnerabilidade socioeconómica, tendo em vista contribuir para a sua reinserção social. Através de uma clínica dentária pretende-se que uma equipa de profissionais que inclui médicos dentistas, assistentes dentários, higienistas orais, protésicos e técnicos da área social, trabalhe de forma coordenada e estruturada para melhorar a saúde oral, o bem-estar e a qualidade de vida destas populações. Inaugurada em março de 2009, surgiu a primeira de três clínicas sociais com o foco na resolução de um problema que exigia uma intervenção imediata face à ausência de solu-
ções que permitissem que as pessoas socioeconomicamente fragilizadas tivessem acesso a cuidados de saúde oral. O projeto, exemplo de inovação social, teve desde o primeiro dia o reconhecimento da Presidência da Republica e do já extinto Alto Comissariado da Saúde. Os destinatários deste projeto são populações vulneráveis socioeconomicamente: jovens institucionalizados, ex-toxicodependentes, ex-sem abrigo, vítimas de violência doméstica ou de tráfico humano, pacientes institucionalizados com doenças mentais, imigrantes, entre outros, que chegam até nós referenciados pelas Instituições sociais que são parceiras do projeto e seguindo um processo de seleção criterioso. Hoje, o projeto CASO é desenvolvido no Porto, em Braga e Lisboa, onde contamos com o apoio de vários parceiros públicos (nomeadamente as câmaras municipais), privados e sociais, entre os quais as Santas Casas da Misericórdia do Porto e de Braga. São já mais de 7.000 os beneficiários desta iniciativa e o projeto continua com uma equipa especializada de colaboradores a levar a cabo atividades que são mais do que tudo inclusivas e promotoras de novas e melhores oportunidades de vida.
Os destinatários deste projeto são populações vulneráveis socioeconomicamente: jovens institucionalizados, ex-toxicodependentes, ex-sem abrigo, vítimas de violência doméstica ou de tráfico humano, entre outros
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Filipa Neto, vice-presidente da comissão organizadora das XXXIII Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
“Um dos objetivos tem sido incluir no programa científico jovens médicos dentistas, ex-alunos e alunos da nossas pós-graduações”
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A 33a edição das Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) celebra-se nos dias 16 e 17 deste mês, com um programa muito variado que abrange três àreas por excelência da saúde oral: medicina dentária, prótese dentária e higiene oral. A jovem médica dentista Filipa Neto assume a vice-presidência da comissão organizadora deste encontro anual que deverá reunir mais de 400 participantes, entre alunos, ex-alunos e docentes da instituição de ensino lisboeta. A também colaboradora do Departamento de Endodontia de Pré-Graduação da FMDUL adianta à MAXILLARIS os pormenores do programa científico, formativo e lúdico que foi traçado para as jornadas deste ano.
As Jornadas de Medicina Oral da FMDUL estão agendadas para os dias 16 e 17 deste mês. Que linhas de orientação foram traçadas para o encontro deste ano? A linha orientadora que tem prevalecido ao longo destas últimas edições passa por oferecer um programa abrangente às três áreas da saúde oral: medicina dentária, higiene oral e prótese dentária. Qual é o mote desta 33a edição das jornadas e que temas vão estar em destaque ao abrigo do programa científico? É curioso, mas em 33 anos nunca foi criada uma frase que caracterizasse o programa científico. Talvez por ser bastante abrangente, nunca houve um foco apenas numa determinada área.
Quem são os protagonistas nacionais e estrangeiros das conferências? Para nós todos são protagonistas. Um dos objetivos da comissão organizadora destas últimas edições tem sido incluir no programa científico jovens médicos dentistas, ex-alunos e alunos da nossas pós-graduações. Vamos contar com o professor Carlos Francci e os doutores Arman Gazi e Fábio Costa como palestrantes estrangeiros. No plano nacional, contamos com o doutor Gonçalo Assis, antigo e querido membro da casa, e os professores Maria João Rodrigues e Manuel Marques Ferreira, ambos da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, entre outros. Prevemos ainda a participação de alunos das nossas pós-graduações em cirurgia oral e periodontologia.
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Contamos com cursos hands-on nas áreas da periodontologia, da reabilitação oral, da cirurgia oral e da endodontia, e ainda cursos para técnicos e alunos de prótese dentária Está prevista a realização de cursos ou sessões formativas? Sim, à semelhança das últimas edições contamos com cursos hands-on nas áreas da periodontologia, da reabilitação oral, da cirurgia oral e da endodontia, e ainda cursos para técnicos e alunos de prótese dentária. Quais são as suas expectativas quanto ao número de participantes? O nosso público alvo são os alunos da pré-graduação, temos contado todos os anos com cerca de 400 inscrições.
Espera-se uma forte presença de casas comerciais? Que medidas foram pensadas para melhorar a exposição comercial paralela às jornadas? Este ano, infelizmente, não podemos contar com o nosso espaço de eleição – o Auditório Professor Doutor Armando Simões dos Santos – por motivos alheios à organização. Apesar de não dispormos do local perfeito, o nosso objetivo é, e continuará a ser sempre, manter uma boa ligação com as casas comerciais que nos têm apoiado ao longo das distintas edições destas jornadas. Que pormenores pode adiantar sobre o programa lúdico das jornadas? O evento lúdico normalmente associado às jornadas é da autoria da Associação Académica de Medicina Dentária de Lisboa (AAMDL). Trata-se de uma gala onde se juntam alunos, docentes e não docentes para conviverem e premiarem figuras académicas que marcaram o presente ano letivo. Este ano os Dental Awards que costumam acompanhar as jornadas vão realizar-se no dia 24 deste mês. Pondo agora de parte o tema das jornadas, quais são as questões que atualmente mais preocupam os estudantes de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa? Outrora já tive a resposta a esta pergunta na ponta da língua, mas não me cabe a mim identificar essas questões, uma vez que já não sou estudante há três anos. Enquanto jovem médica dentista, penso que uma das preocupações que partilho com os estudantes é a constante inércia da nossa classe profissional em resolver a questão dos numerus clausus. A minha geração de médicos dentistas já se caracteriza por uma situação de subemprego e crescente emigração. Durante o curso, os alunos estão cada vez mais consciencializados de que a saída para o mercado de trabalho não vai ser fácil, mas a quem cabe a responsabilidade de tentar criar condições diferentes? A todos nós? Mas como?
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Curso intensivo de férulas de descarga
Título de experto em endodontia
Ortoplus e o Instituto Craneomandibular, ambos com sede em Málaga (Espanha), vão levar a cabo nos dias 31 deste mês e 1 de junho um curso intensivo de férulas de descargas, orientado pelos médicos dentistas espanhóis Eduardo Vázquez Delgado e Eduardo Vázquez Rodríguez. Esta formação, que irá decorrer nas instalações da Ortoplus, em Malága, oferecerá aos participantes a oportunidade de aprenderem a indicar, desenhar e ajustar os vários tipos de férulas de descarga que se utilizam para o tratamento da patologia de ATM (articulação temporomandibular). Durante o curso os assistentes desenharão três tipos de férulas digitais.
A CEOdont prepara uma nova edição deste curso orientado por Juan Manuel Liñares Sixto e dirigido a todos os pós-graduados que queiram iniciar-se ou aperfeiçoar-se no mundo da endodontia. O programa consta dos seguintes módulos: • 1. Abertura cameral e preparação de condutos; de 3 a 5 de outubro. • 2. Instrumentação mecânica; de 14 a 16 de novembro. • 3. Obturação de condutos radiculares, de 12 a 14 de dezembro. • 4. Restauração após a endodontia; de 30 de janeiro a 1 de fevereiro de 2020. • 5. Retratamento e endodontia cirúrgica; de 27 a 29 de fevereiro de 2020.
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ESTÉTICA DENTÁRIA
ENDODONTIA Curso de atualização em endodontia
Título de experto em estética dentária
O Centro de Formação Contínua da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), sedeado em Lisboa, vai acolher no próximo dia 29 de junho um curso de atualização em endodontia, subordinado ao tema “Novas ferramentas para simplificar o complexo”, que terá como orientador o médico dentista Sebastián Ortolani, professor responsável pela disciplina de endodontia na Universidade Católica San Antonio de Murcia (UCAM), que exerce a sua prática clínica em Alicante (Espanha). A componente prática deste curso inclui técnicas de instrumentação mecanizada com sistemas de lima única e obturação do sistema canalar com diferentes opções.
A CEOdont celebra em Madrid (Espanha) uma nova edição do curso de experto em estética dentária, que se iniciou no passado mês de janeiro. Eis os próximos módulos deste programa formativo: • 4. Periodontia clínica na prática geral; 7 e 8 de junho. • 5. Cirurgia plástica periodontal; 5 e 6 de julho. • 6. Cirurgia mucogengival e estética; 13 e 14 de setembro. • 7. Restauração com compósitos I; de 17 a 19 de outubro. • 8. Restauração com compósitos II, de 21 a 23 de novembro. • 9. Curso teórico-prático em Nova Iorque (EUA); de 17 a 21 de junho. (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com
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IMPLANTOLOGIA Congresso internacional Galimplant
Novos cursos na área da implantologia
A Galimplant celebrará com todos os seus clientes um novo congresso internacional nos dias 27 e 28 de setembro, na histórica cidade espanhola de Santiago de Compostela. De acordo com a empresa, este encontro, subordinado ao lema “Continuemos a somar juntos”, juntará os mais importantes profissionais do universo dentário oriundos de todos os cantos do mundo. Todos e cada um deles realizarão a composição de um único e exclusivo programa de conferências, que abordará os mais destacados temas da atualidade do setor. O congresso oferecerá a possibilidade de alcançar uma perspetiva científica atual num ambiente familiar e festivo.
Eckermann, em colaboração com Aula Dental, prepara em Espanha uma nova edição do curso de implantologia geral, uma oportunidade para a iniciação do profissional na implantologia dentária, que vai decorrer de 19 a 22 de novembro. Os profissionais que já estão familiarizados com o tema e pretendem aperfeiçoar certas técnicas cirúrgicas, como a elevação de seio, poderão frequentar o curso de implantologia avançada, agendado para os dias 22 a 25 de outubro. Durante esta formação os alunos aprenderão a planear casos através da visualização de TACs-3D, selecionar o tipo de implante e a técnica adequada a cada situação com a vantagem de desenvolver todas as práticas sobre pacientes reais sob a supervisão e guia de um profissional. www.eckermann.es
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Curso de certificação no sistema Orthocaps
Formação Ortocervera em parceria com Campus Clinic
O curso “Certificação Orthocaps”, organizado pela Dentina em colaboração com a Orthocaps, realiza-se nos dias 17 e 18 deste mês no Porto e em Lisboa, respetivamente, sob a orientação do fundador da Orthocaps, Wajeeh Khan. Trata-se de um sistema de alinhadores duplo indicado para cerca de 90% das maloclusões. É o único sistema que abrange dois tipos de alinhadores para cada etapa de tratamento, que diferem um do outro, tanto na sua composição como na força de pressão que exercem. Este sistema de alinhadores poderá ser utilizado por crianças, adolescentes e adultos e possibilita a conjugação com ortodontia lingual em casos mais complexos.
A ORTOCERVERA, liderada por Alberto Cervera e Isabel Cervera, tem o intutito de divulgar de forma presencial a sua formação em Portugal, reaA partir da esquerda, Isabel Cervera, Alberto Cervera e Rui Monterroso. lizando uma parceria com o centro de excelência no norte de Portugal, Campus Clinic, liderado por Rui Monterroso. A formação destina-se aos antigos alunos e profissionais interessados na ortodontia que pretendem atualizar a sua prática com avanços neste domínio. O programa consta dos seguintes módulos: • 1. Tratamento da classe II e diagnóstico 3D, de 27 a 29 de este mês. • 2. Ortodontia multidisciplinar, estética e alinhadores, de 2 a 4 dezembro.
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210 317 700 - 228 303 844 - dentina@dentina.pt
FMDUL celebra este mês Jornadas de Medicina Oral
XXXIII Jornadas de Medicina Oral Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa www.fmd.ulisboa.pt
(0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com
Vão ter lugar na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), nos dias 16 e 17 deste mês, as XXXIII Jornadas de Medicina Oral. Este evento científico, organizado pela Associação Académica de Medicina Dentária de Lisboa, contará no seu programa com cursos hands-on e palestras por conferencistas nacionais e estrangeiros, além da sessão de pósteres e comunicações livres apresentadas pelos estudantes. Destaca-se a participação dos médicos dentistas Arman Gazi, da Universidade de Bruxelas (Bélgica), com o tema “Endo-implant selection”, e Carlos Francci, que falará sobre “Reabilitação estética: facetas em cerâmica vs resinas compostas”, e do técnico de prótese Fábio Costa, com uma apresentação subordinada à temática “Workflow em sistema CAD-CAM”.
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Calendário
MAXILLARIS
Lisboa organiza em setembro congresso da EAO
EAO 2019 Centro de Congressos de Lisboa www.eao.org
O congresso anual da European Association of Osseointegration (EAO) vai decorrer nos dias 26 a 28 de setembro próximo, em Lisboa, sob o lema “A ponte para o futuro”. O programa científico do maior encontro europeu centrado na temática da osteointegração contará com o contributo de especialistas dos quatro cantos do mundo. O congresso é presidido pelos médicos dentistas e professores catedráticos Gil Alcoforado (presidente) e Susana Noronha (vice-presidente). O Brasil será o país convidado da edição lisboeta da cimeira da EAO, que terá como cenário o Centro de Congressos de Lisboa. A MAXILLARIS associa-se a este destacado evento, do calendário internacional da área da Medicina Dentária, na qualidade de Media Partner.
ORTODONTIA
ORTODONTIA Título de experto em alinhadores invisíveis
Pós-graduação de ortodontia
A CEOdont prepara mais uma edição deste curso, orientado por Andrade Neto. O programa iniciar-se-á no dia 6 de fevereiro de 2020 e consta de dois módulos de três dias cada um. O objetivo é que o aluno realize os processos de elaboração de férulas invisíveis com a metodologia avançada para o trabalho, melhorando os resultados nos pacientes, planificando clinicamente e desenvolvendo um trabalho com diversas técnicas, sendo capaz de realizar tratamentos sem depender de uma empresa específica. Ao finalizar o curso o aluno terá apoio diagnóstico e de laboratório para os primeiros casos.
A ORTOCERVERA prepara a 89a edição da sua pós-graduação em ortodontia funcional, aparatologia fixa estética e alinhadores, orientada por Alberto Cervera. Esta formação vai decorrer entre os dias 26 e 28 do próximo mês de setembro, em Madrid (Espanha). Esta especialização está estruturada em quatro áreas formativas, designadamente protocolo de diagnóstico e tratamento, estudos de síndromes clínicos, práticas em tipodontos com brackets estéticos Camaleão e práticas clínicas tutorizadas.
(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com
(0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com
VÁRIOS Curso de fotografia em Medicina Dentária No âmbito do seu calendário anual de formação contínua, a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) programou para os próximos dias 24 e 25 deste mês um curso de fotografia em Medicina O curso será ministrado por Bruno Seabra. Dentária. Esta formação vai decorrer no espaço físico da OMD no Funchal, sob a orientação do médico dentista Bruno Seabra, com licenciatura e mestrado pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Exerce a sua prática clínica em reabilitação oral e é formador na área da imagiologia, fotografia geral e fotografia em Medicina Dentária. 226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt
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Calendário
MAXILLARIS
VÁRIOS
VÁRIOS
Curso de formação em fibrina autóloga
Formação para assistentes dentários
A CESPU celebra no próximo mês de junho, no Campus Académico de Vila Nova de Famalicão, um curso subordinado ao tema da fibrina autóloga e a sua aplicação em Medicina Dentária. O objetivo desta formação é compreender os princípios biológicos sobre a fibrina autóloga, selecionar os casos adequados e o planeamento para a sua aplicação clínica, compreender as técnicas cirúrgicas e de preparação da fibrina autóloga, bem como gerir complicações e cuidados pós-operatórios. Este curso destina-se a licenciados ou mestres em Medicina Dentária e licenciados em Medicina especialistas em Estomatologia.
Ao abrigo do calendário do Centro de Formação Contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), vai ter lugar no dia 18 deste mês, em Braga, um curso para assistentes dentários, subordinado aos temas: dentisteria, endodontia e odontopediatria. Esta formação tem como orientadora Ana Sofia Coelho, mestre em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) e pós-graduada em Dentisteria Operatória e Estética pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC). É também pós-graduada em Odontopediatria (Barcelona, Espanha) e doutorada pela FMDUP.
www.cespu.pt
226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt
VÁRIOS
VÁRIOS
Porto acolhe este mês jornada BTI Day 19
Plano de formação contínua SPDOF
O Biotechnology Institute (BTI), especializado em implantologia oral e medicina regenerativa, celebrará no dia 18 deste mês, no Porto, uma nova edição da jornada científica anual (BTI Day 19), na qual se apresentarão as últimas novidades desenvolvidas pela equipa de I+D, liderada por Eduardo Anitua. Esta iniciativa servirá para dar a conhecer importantes novidades, como um novo dispositivo de diagnóstico da apneia do sono e roncopatia, mais compacto, ergonómico e com maior capacidade e precisão, que permite facilitar ao médico um relatório automático com uma fiabilidade de 99%. Na área da implantologia vai mostrar-se uma nova linha de implantes desenhados para maxilares extremamente atróficos.
A Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) estreou um plano de formação contínua, que se prolonga até novembro próximo, com o seguinte programa e calendário: • Comunicação em dor, terapia cognitivo-comportamental e mindfulness; 25 deste mês (Lisboa). • Ozonoterapia no contexto da dor orofacial e da patologia da ATM; 5 de outubro (Lisboa). • Workshop de cafaleias: da teoria à prática; 30 de novembro (Porto). geral@spdof.pt - www.spdof.pt
bti-biotechnologyinstitute.com/pt
DESTAQUE
#MXDAY celebra-se em Madrid e Lisboa
MAXILLARIS - D2 Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa www.maxillaris.com/mxday
A MAXILLARIS, em colaboração com a Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica e Estética (SEPES) e a Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital (D2), organiza nos próximos dias 14 de junho, em Madrid (Espanha), e 6 de setembro, nas instalações da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, uma jornada dedicada à integração digital na clínica: #MXDayDigital. Nesta jornada, os participantes vão ter a oportunidade de conhecer as inovações mais marcantes e as experiências dos especialistas do setor. Além disso, poderão realizar interessantes práticas, já que o programa inclui a realização de workshops no período da manhã, ao passo que durante a tarde realizar-se-ão conferências dinâmicas com uma série de oradores já confirmados: Rafael Jaén Gutiérrez, Elena Cervino, Diogo Viegas, Esteban Xam-mar e João Fonseca.
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Calendário
MAXILLARIS
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VÁRIOS 28o congresso da OMD vai ter lugar em Lisboa
SPEMD realiza no Porto congresso do centenário
O 28o congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) está marcado para os dias 14 a 16 do próximo mês de novembro, em Lisboa. Eis os conferencistas estrangeiros que já confirmaram a sua presença no programa da cimeira de 2019: Homa H. Zadeh, José María Suárez, Oswaldo Scopin, Mariano Sanz, Leonardo Trombeli, Luca Cordaro, Fernando Borba Araújo, Giovanni Lodi, Pasquale Venuti, Juan Carlos Pérez Varela, Juliana Ramacciato e Antonis Chaniotis.
A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) vai celebrar no Porto, nos dias 18 e 19 do próximo mês de outubro, o seu 39o congresso, que coincide com as celebrações do centenário da sociedade científica, deixando antever um programa especial. Esta edição vai decorrer no Seminário de Vilar, o que representa um regresso a uma casa que a SPEMD tão bem conhece, pois organizou nesse local vários congressos na década de 90 e no início do novo milénio.
www.omd.pt
www.spemd.pt
VÁRIOS
DESTAQUE
VÁRIOS Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS
Gestão financeira para médicos dentistas
A ORTOCERVERA organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS (conceitos básicos e definições), protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, tratamento do SAHS, algorritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado e “a la carta”.
Ao abrigo do calendário de formação contínua que a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) definiu para o corrente ano, realiza-se no dia 18 deste mês, num hotel de Lisboa, um curso de gestão financeira destinado a médicos dentistas. Esta formação tem como orientador Cândido Peres, especialista em finanças empresariais e em gestão de empresas. É também professor no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa e perito da Inspeção Geral de Educação e Ciência.
(0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com
226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt
Curso hands-on em odontologia restauradora
Curso hands-on em odontologia restauradora Autrán Dental Academy Madrid www.autrandentalacademy.com
A Autrán Dental Academy Madrid (Espanha), com a colaboração do médico dentista espanhol Diego Soler, celebra nos próximos dias 26 a 28 de junho, nas suas instalações madrilenas, um curso hands-on em odontologia restauradora. Trata-se de um programa teórico-práctico, destinado a melhorar as restaurações parciais anteriores e posteriores indiretas, assim como as restaurações totais com cerâmica, sem esquecer a confeção de provisórios com diferentes técnicas e materiais. A Autrán Dental Academy, pela mão do médico dentista Fernando Autrán, tem também ao dispor dos profissionais do setor a “Trilogia em Estética Dentária” (compósitos, cerâmica e oclusão), formação que decorre periodicamente em Madrid e Barcelona.
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MAXILLARIS
Calendário
TOP
maio Congresso SELO Sociedade Espanhola de Laser e Fototerapia em Odontologia Burgos (Espanha) www.selo.org.es
junho 10 11
65o Congresso SEDO Sociedade Espanhola de Ortodontia e Ortopedia Dentofacial Palácio de Congressos de Granada (Espanha) www.sedo.es
III Meeting SOPIO Sociedade Portuguesa de Implantologia e Osteointegração Centro de Congressos de Aveiro www.sopio.pt
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#MXDAYSEPESDigital MAXILLARIS e Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica e Estética (SEPES) COEM. Madrid (Espanha) www.maxillaris.com/mxday
XXXIII Jornadas de Medicina Oral Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa Lisboa www.fmd.ulisboa.pt
16 17
Congresso SEPA’19 Sociedade Espanhola de Periodontia e Osteointegração Centro de Eventos. Feira de Valência (Espanha) www.sepa2019.es
5 8 14
agosto ICOI World Congress 2019 The International Congress of Oral Implantologists New York Marriott Marquis (EUA) www.icoi.org
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Calendário
MAXILLARIS
outubro
setembro +
World Dental Congress (ADA – FDI) American Dental Association e FDI Moscone Center San Francisco (EUA) www.world-dental-congress.org
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#MXDAYDigital MAXILLARIS e Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital (D2) Universidade de Lisboa portugal@maxillaris.com
6
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XXVI Congresso SPO Sociedade Portuguesa de Ortodontia Altice Fórum Braga www.sportodontia.pt
19 21
EAO 2019 European Association of Osseointegration Centro de Congressos de Lisboa www.eao.org/page/FutureCongresses
26 28
10 12
XXXIX Congresso SPEMD Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária Porto www.spemd.pt
18 19
40o Congresso AEDE Associação Espanhola de Endodontia Valência (Espanha) www.aede.info
31 2
novembro
19 21
CED-IADR/NOF CED-IADR Hotel Meliá Castilla - Madrid (Espanha) www.ced-iadr.eu/madrid-2019
Congresso Mundial de Estética Dentária IFED-SEPES Palácio de Congressos de Catalunha (Barcelona) www.sepes-ifed2019.sepes.org
28o Congresso OMD Ordem dos Médicos Dentistas Lisboa www.omd.pt
14
Congresso ADF 2019 Association Dentaire Française Paris (França) www.adfcongres.com
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dezembro Greater New York Dental Meeting New York County and Second District Dental Societies Nova Iorque (EUA) www.gnydm.com
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A integração digital espera por si # MXdayDIGITAL em:
day Palestras + Workshops
6 de Setembro de 2019 Preço C/ redução* Sócios SPMD2 Palestras
Workshops
30%
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60 €
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30 €
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A inscrição em qualquer workshop dá acesso gratuito às palestras. * Preço com redução até 31/05. Transferência bancária a PT50 0018 2021 0006 9542 0203 0. Enviar cópia da transferência e dados a portugal@maxillaris.com
Patrocínio das empresas:
P O R T U G A L
Informação e patrocínios: João Drago portugal@maxillaris.com Tel.: 218 874 085
Com o apoio da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
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Novidades
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MAXILLARIS
Novidades
BTI amplia linha de implantes 3.0
Parafuso clínico Kiran para restaurações www.ziacom.pt
bti-biotechnologyinstitute.com/pt
O parafuso clínico Kiran, da ZIACOM, possui um novo tratamento de superfície, que é ideal para reduzir o risco de afrouxamento, evitar deformações na sua rosca e aumentar a pré-carga e a resistência à fratura por fadiga. Por estas razões, é indicado para casos de pacientes com bruxismo ou briquismo, onde o seu uso garante a longevidade da reabilitação em relação aos parafusos convencionais. O parafuso Kiran está disponível para toda a linha de aditamentos ZIACOM, tanto para os aditamentos convencionais de conexão hexagonal de 1,25 mm como para aditamentos Tx30 de conexão tipo Torx. É fornecido com os aditamentos ou separadamente, conforme requerido pelo profissional para o caso clínico. O seu torque final varia de acordo com a sua aplicação, se aparafusada diretamente no implante ou no pilar transepitelial.
O defeitos ósseos transversais são uma situação comum para os médicos dentistas, que frequentemente implicam abordagens de técnicas de aumento ósseo, com prolongamento dos tempos de tratamento, morbilidade cirúrgica e aumento de custos. Fiel ao seu enfoque biológico nos tratamentos, o Biotecnhology Institute (BTI) continua a desenvolver alternativas minimamente invasivas para enfrentar reabilitações de cristas estreitas, agora com a recém ampliada linha de implantes 3.0, caracterizada por uma plataforma prostodôntica de 3 mm e diâmetros de corpo de 2,5 - 3 - 3,3 mm. A principal indicação destes implantes é tratar edentulismos totais e/ou parciais com atrofias alveolares transversais, simplificando e encurtando a cirurgia e acelerando a reabilitação funcional do paciente.
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Novidades
MAXILLARIS
Autoclaves Prima 18L e 23L
Novo aparelho cirúrgico Piezotome Cube STAR www.ravagnanidental.com
www.acteongroup.com/es
A Ravagnani Dental apresentou recentemente o seu último catálogo promocional de equipamentos, do qual sobressai a nova parceria desta empresa, com sede no Porto, com a marca italiana Galbiati. A Ravagnani destaca como novidade os Autoclaves Prima 18L e 23L, classe B, criados com sentido de design estético 100% italiano, onde se combina a tecnologia de ponta com o fator de usabilidade.
Piezotome Cube STAR é o novo aparelho de piezo-cirurgia produzido pela Acteon. Lançado na IDS 2019, que decorreu em Colónia (Alemanha) no passado mês de março, o Piezotome Cube STAR proporciona uma total preservação da crista do osso com duração cirúrgica comparável aos instrumentos rotatórios. O inovador aparelho melhora a experiência dos clínicos e representa o último avanço em cirurgia. Ao oferecer um manejo ósseo de alta qualidade, converte-se numa excelente solução minimamente invasiva. A colocação de implantes imediatos pode ser um desafio quando se utilizam instrumentos rotatórios; com o Piezotome Cube STAR os riscos associados a esse trabalho deixam de existir. De resto, oferece uma completa solução na preparação do local do implante sem necessidade de recurso a rotação, tornando a cirurgia mais previsível e segura. O aumento da potência deste aparelho permite perfurar o osso cortical sem qualquer pressão, com a garantia de um sentido tátil que o guiará com segurança e precisão no seu ponto cirúrgico.
Novo sistema de implantes Straumann BLX
TRESPASSE
www.straumann.com/pt
A Straumann disponibiliza o seu novo sistema de implantes BLX em toda a Europa. Esta solução de nova geração para obter a confiança para além da imediatez, cobre um vazio na carteira de gama alta da companhia. Este novo sistema baseia-se no sucesso da sua linha de implantes com ápice cónico Straumann BLT, que continua a crescer a um ritmo forte e a oferecer um potencial significativo. Straumann BLX dirige-se ao segmento de implantes completamente cónicos, que é o setor de maior crescimento, e que na atualidade representa um de cada quatro implantes colocados em todo o mundo. Este sistema desenhou-se para os protocolos imediatos. Também é uma solução apta para os demais protocolos de tratamento — desde a colocação e carga imediatas até convencionais — para adaptar-se às preferências dos dentistas.
Clínica dentária. Loja de rua, 2 + 1 gabinetes com ortopantomógrafo. Campo de Ourique / Amoreiras em Lisboa. Contacto:
964 703 230
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Novidades
MAXILLARIS
Pilares anatómicos talháveis de titânio
Software de imagem AIS 3.0 www.ziacom.pt
www.acteongroup.com/es
A Acteon apresenta AIS 3.0, um versátil e modulável software de imagem que proporciona uma solução única para todos os produtos de imaging da marca. Facilita o diagnóstico com uma intuitiva manipulação da imagem, simplifica a planificação de implantes e promove a comunicação com o paciente através de relatórios personalizados. O AIS 3.0 oferece inovação técnica e versatilidade tornando este novo software no gold standard da imagem dentária. Abrange todas as soluções minimamente invasivas da Acteon para 2D e 3D: X-Mind trium, SOPIX, PSPIX e câmaras intraorais. É compatível com a maioria dos softwares de gestão e com praticamente todos os demais produtos de imagiologia. Permite aos profissionais de Medicina Dentária gerirem o seu fluxo de trabalho diário: aquisição de imagem para diagnóstico, planificação de implantes, relatórios completos e personalizados. O AIS 3.0 é compatível com os sistemas operativos Windows e Mac.
A ZIACOM apresenta os novos pilares anatómicos talháveis de titânio, ideais para restaurações cimentadas e disponíveis para os implantes Galaxy e ZV2. O seu desenho anatómico adequa-se perfeitamente à morfologia dos dentes naturais, característica que permite obter uma restauração estética compatível com os tecidos periimplantares. Este pilar está disponível em morfologia reta e angulada de 15º e 25º, conforme requerido pelo caso clínico. No entanto, a disponibilidade de angulações e aberturas gengivais varia de acordo com o implante e a plataforma protésica. O pilar anatómico inclui o parafuso Kiran com novo tratamento de superfície, que reduz o risco de afrouxamento e de complicações consequentes, considerado um dos mais frequentes nas restaurações com implantes.
Biblioteca Multimédia
Quatro por apenas
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Faça o seu pedido através do Tel.: 218 874 085 ou comercialportugal@maxillaris.com
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Indústria
GSK presente no congresso dos higienistas orais
Casa Schmidt transforma-se em Schmidt Dental Solutions
A GlaxoSmithKline (GSK) repetiu este ano a sua presença no congresso anual da Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO), que decorreu na primeira semana de abril, numa unidade hoteleira de Lisboa. No ano em que a APHO assinala o seu 30o aniversário, a GSK associou-se uma vez mais ao encontro anual dos higienistas orais com um pequeno stand na zona comercial do congresso, onde exibiu a nova pasta dentífrica especializada Sensodyne Sensibilidade & Gengivas, clinicamente comprovada no alívio da sensibilidade e na melhoria da saúde gengival.
A Casa Schmidt surpreendeu o setor, no passado mês de março, ao surgir com uma imagem renovada e anunciar a sua transformação como marca em Schmidt Dental Solutions. A companhia, que recentemente cumpriu 100 anos de experiência no universo dentário, revela assim uma clara aproximação à era digital, que se acentua, de resto, através do lançamento de uma nova página eletrónica na qual os profissionais do setor poderão informar-se detalhadamente sobre as últimas tecnologias e equipamentos para as suas clínicas e laboratórios. A Schmidt Dental Solutions está também centrada em promover as novidades que foram apresentadas na última edição do salão IDS, que se realizou no passado mês de março, em Colónia (Alemanha).
800 784 695 - apoio.consumidor@gsk.com
www.casa-schmidt.pt
Stand da GSK na cimeira anual da APHO.
Dentsply Sirona tem novo conceito para as suas unidades de tratamento
VOCO participa nos congressos e jornadas do setor
A Dentsply Sirona está a apostar no conceito de desenho premium para as suas unidades de tratamento Teneo, Sinius e Intego com a intenção de que os médicos dentistas possam causar a melhor impressão junto dos seus pacientes com a qualidade e comodidade das suas unidades de tratamento. Sob o lema “a função determina o desejo”, cada unidade visualiza as funções de máxima qualidade através de um desenho ergonómico com linhas nítidas e elegantes.
A VOCO é uma presença assídua nos congressos e jornadas dos estudantes do setor dentário. Exemplo disso foi a sua participação, com stand próprio, no congresso anual da Associação Portuguesa de Higienistas Orais e nas Jornadas Internacionais de Medicina Dentária do Instituto Universitário Egas Moniz, que decorreram ambas na primeira semana do passado mês de abril. A marca aproveitou a ocasião para exibir os seus produtos, entre os quais o creme de proteção e higiene dentária Remin Pro e a nova versão do material de restauração Admira Fusion, que apresenta como novidade: cerâmica pura para restaurações diretas.
Unidade de tratamento Sinius da Dentsply Sirona.
Stand da VOCO no congresso dos higienistas orais.
www.dentsplysirona.com
937 083 146 - www.voco.com
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Colgate apresenta soluções na cimeira dos higienistas orais A Colgate é uma presença habitual no congresso anual da Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO), e este ano não foi uma exceção: a conhecida marca de produtos dentífricos exibiu as suas soluções de saúde oral avançada, na unidade hoteleira de Lisboa que acolheu a cimeira dos higienistas orais. A Colgate promoveu, nesta ocasião, as pastas Duraphat 5000, para a prevenção da cárie, Periogard Plus, destinada à proteção das gengivas, e Sensitive PRO-Relief, vocacionada para o alívio da sensibilidade. 214 368 300 - www.colgate.com/pt
Stand da Colgate no congresso da APHO.
Produtos Akura distinguidos nos Red Dot Design Awards 2019 No passado mês de março, a câmara médica OXO 4K e a lupa ajustável Kepler Advanced da ExamVision foram ambas distinguidas com o prémio Red Dot Award Product Design 2019, na Alemanha. Dois dos novos produtos lançados pela Akura em 2018 viram o seu desenho e a sua funcionalidade reconhecidos através da atribuição deste prestigiado galardão. Reconhece-se assim a missão e o compromisso assumidos pela Akura que passa por recomendar os melhores produtos do mercado a todos os profissionais do setor da saúde. 308 800 120 - www.akura-medical.com
Câmara médica OXO 4K.
Orisline associou-se à reunião anual da SPODF A Orisline participou na última reunião científica anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF), que se realizou nos dias 4 a 6 do passado mês de abril, nas instalações do Museu do Oriente, em Lisboa. A empresa aproveitou a sua presença na zona comercial do congresso para exibir os seus produtos mais recentes, em particular o novo gestor de marketing digital Marko, que aumenta a rentabilidade da clínica dentária por propor serviços e tratamentos na sala de espera. A partir da esquerda, Pedro Coluna e Pedro Gonçalves, ambos Account Specialists da Orisline, que prestaram esclarecimentos aos participantes da reunião da SPODF.
Regras de publicação dos artigos científicos: • Os artigos não podem ter sido editados em outra publicação (nesse caso, precisamos de autorização expressa dessa publicação). • O texto deve ser enviado em formato word. • O conteúdo não deve ser publicitário (não admitimos comparações entre produtos nem trabalhos destinados a exaltar as características de marcas comerciais), ainda que possam constar nomes de produtos ou aparelhos utilizados no decorrer do trabalho. • O artigo deve estar estruturado, no mínimo, em: introdução, desenvolvimento, conclusões e bibliografia. • A bibliografia deverá ser organizada respeitando a ordem em que for apresentada no texto (quando a ela se faça referência) ou por ordem alfabética, e indicada da seguinte maneira: Silverman E, Cohen M. The Twenty minute full strip up. J Clin Orthod. 1976; 10: 764. • Fotografias em formato jpg ou tif, escaneadas a 300 pixéis por polegada, com dimensões mínimas de 9 cm de largura. Pelo menos uma das imagens do artigo (página de introdução) deve ter um tamanho mínimo de 20 x 26 cm. • Foto do primeiro autor (meio corpo). • Nome, apelidos e titulação de todos os autores, assim como um breve currículo de todos eles (formação principal e prática habitual). • E-mail do autor, ao qual enviaremos pdf com o resultado final para revisão antes da publicação. Nota: após receção do artigo, este será enviado à nossa Comissão Científica para aprovação.
www.orisline.pt
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Palestras confirmadas Rafael Jaén Gutiérrez Fluxo digital entre a clínica e o laboratório com a tecnologia DGSHAPE de fresagem por via húmida.
Elena Cervino Influência da tecnologia digital na ortodontia
Diogo Viegas The Power of Digital Dentistry - day by day practice
Esteban Xam-mar A passagem a digital, um salto no vazio?
(Conferência em inglês)
João Fonseca Palestra
Digitalização facial 3D: como fazer, suas aplicações e potencial no diagnóstico e tratamento Workshop
Introdução ao uso e ferramentas de desenho CAD utilizando software open source
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day Palestras + Workshops
A integração digital espera por si # MXdayDIGITAL
6 de Setembro de 2019 em: P O R T U G A L
Patrocínio das empresas:
Informação e patrocínios: João Drago portugal@maxillaris.com Tel.: 218 874 085
Com o apoio da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
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