PORTUGAL
ciência e atualidade do setor dentário
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ano xvi
Março/Abril 2021 |
no 1 1 6
PRÁTICA CLÍNICA
Elevação do assoalho do seio maxilar: considerações da técnica traumática Luciano Bonatelli Bispo
ZONA JOVEM
Comissão organizadora revela formato e programa das XXXIV Jornadas da FMDUL
Medicina Dentária na era digital Artigos técnicos de André Mariz Almeida e Salomão Rocha
Casos de sucesso de Diogo Viegas e Mary Lúcia Maia Lima
Opinião especializada de Carlos Falcão, vice-presidente da SPMD2
CRÓNICA
SPPI divulga diretrizes para tratamento da periodontite
Editorial ciência e atualidade do setor dentário
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ano xvi
M a r ç o / A b r i l 2 0 2 1 | no 1 1 6
Retoma... a conta-gotas
A
pós um longo primeiro trimestre sob o signo do segundo confinamento espartano por decreto, desde que o abrupto coronavírus se revelou ao planeta em finais de 2019, o início da primavera deste todavia
pandémico 2021 deixa antever um lento regresso à (reformada) normalidade. As diretrizes do Governo prenunciam, de facto, uma reabertura do país a conta-gotas e com todas as cautelas para evitar uma quarta escalada do índice de infeções, hospitalizações e mortalidade. Apesar de Portugal ter passado em poucas semanas “de besta a bestial” (leia-se: do pior caso do mundo ao melhor posicionado da Europa) em matéria de estatísticas da Covid-19, certo é que as palavras de ordem do plano de desconfinamento são, agora mais do que nunca, precaução, moderação, proteção e (sobretudo) testagem. O processo de vacinação, com todas as suas condicionantes em termos de distribuição e os altos e baixos que, não raras vezes, abrandam o ritmo de aplicação das doses disponíveis, permite-nos sonhar com um segundo semestre (talvez seja mais sensato dizer último trimestre) do ano pautado por uma plena atividade económica, comercial, académica, social, cultural, lúdica, etc. Neste contexto, e sem prejuízo de eventuais fatores imponderáveis que possam inverter esta tendência, no pelouro da saúde oral o plano de vacinação, traçado pela Task-Force para os grupos prioritários a quem a vacina deve ser administrada, parece ter entrado numa fase auspiciosa, que cobrirá a curto prazo os vários intervenientes do setor: dos médicos dentistas aos higienistas orais, passando pelos assistentes dentários. Destaque-se o contributo da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), nomeadamente no que diz respeito à supervisão e acompanhamento da administração das vacinas à classe que representa. Recorde-se que o plano envolve um primeiro grupo de 1.500 médicos dentistas dos centros de saúde, que foram selecionados em função de dois critérios: idade (maiores de 50 anos) e comorbilidades; o segundo grupo, composto por cerca de 7.000 profissionais do setor, integra a campanha de vacinação que teve início em meados de março. A exceção é para já a comunidade estudantil, ainda que os seus representantes não deixem de reivindicar a inclusão - na presente fase - dos estudantes dos anos clínicos do Mestrado Integrado de Medicina Dentária, sob o válido argumento de que estes alunos (do quarto e quinto anos) estão diariamente expostos a uma variedade de agentes infeciosos e encontram-se, afinal, nas mesma condições de trabalho e de risco dos médicos dentistas que foram reconhecidos e integrados na Fase 1 do plano de vacinação nacional. Resta-nos fazer votos de que o processo prossiga a sua marcha a bom ritmo e, de preferência, com a maior abragência possível.
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MAXILLARIS PORTUGAL
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índice ciência e atualidade do setor dentário
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Sumário
Março/Abril 2021 |
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TEMA DE CAPA (ERA DIGITAL)
PROTAGONISTAS
Artigo técnico
Zona jovem
Q André Mariz de Almeida, professor no Instituto Universitário Egas Moniz: “Medicina Dentária Digital: mais presente do que imaginamos!”.............................................................................................8 Q Salomão Rocha, docente de Prótese Fixa na Universidade de Coimbra e sócio gerente da Orisclinic: “Contornos e conquistas da era digital”.......10
Q Ana Margarida Sousa e Patrícia Rebelo, presidente e vice-presidente, respetivamente, da comissão organizadora da 34ª edição das Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa: “O formato online permite-nos abrir portas e alcançar estudantes de outras escolas e profissionais de outras regiões”.............. 46
Opinião especializada
Q Carlos Falcão, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital: “A tecnologia tem evoluído de forma mais rápida que o progresso científico”............................................................12 Casos de sucesso
Q Diogo Viegas: “Aplicação da tecnologia na Medicina Dentária – sessão única em prostodontia”.......................................................................18 Q Mary Lúcia Maia Lima: “Planeamento digital e cirurgia guiada: avanços tecnológicos que favorecem a reabilitação do paciente idoso”...............................................................................................24 CIÊNCIA
Ponto de vista
Q Gustavo Cunha e Castro, presidente da comissão organizadora das XXXII Jornadas da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto: “Respeitar a tradição, apostar na inovação”................................. 50 ATUALIDADE DO SETOR Crónica
Q Notícias do foro da Medicina Dentária.............................................................52 Calendário
Q Agenda de cursos para os profissionais e calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições da índústria......................... 56 Novidades
Prática clínica
Q Produtos e equipamentos.................................................................................. 60
Q Luciano Bonatelli Bispo: “Elevação do assoalho do seio maxilar: considerações da técnica traumática”.............................................................32
Indústria
Maio/junho: PRÓXIMO “TEMA DE CAPA”
Endodontia
A MAXILLARIS é uma marca registada a nível europeu pelo Departamento de Harmonização do Mercado Interior Europeu de Marcas e Desenhos com o Nº 003098449. Membro da Federação Internacional da Imprensa Periódica.
Q Notícias de empresas..........................................................................................62 • 7.000 assinantes • Periodicidade bimestral. • A MAXILLARIS não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores. • Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito do Grupo Asís Biomedia. • As notas que aparecem nas secções “Indústria”, “Calendário” e “Novidades” são editadas a partir de comunicados emitidos pelas próprias empresas ou entidades. Assinatura anual: Portugal 25€, resto 80€ Isento de Registo ao abrigo do Decreto Regulamentar 8/99 de 9/6 Art. 12º Nº1
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Era digital TEMA DE CAPA
Artigo técnico Medicina Dentária Digital: mais presente do que imaginamos! A Medicina Dentária Digital (MDD) pode ser definida como a
desde o planeamento, através por exemplo do Digital Smile
utilização de qualquer tecnologia ou dispositivo relacionado
Design®, até ao scan da cavidade oral, ou mesmo scanners fa-
com Medicina Dentária que apresente componentes controla-
ciais, passando pelo trabalho totalmente digital de laboratório
dos por computador ou digitais. Como podem ver, esta defini-
– e aqui entram os articuladores virtuais e as impressoras, por
ção é incrivelmente abrangente, talvez o mais imediato seja
exemplo CAD-CAM – e terminando em aparelhos digitais que
todo o sistema de scanners intra orais e a integração com o
auxiliam no equilíbrio oclusal aquando da realização ou para
CAD-CAM, mas posso referir igualmente o sistema de alinha-
controlo da reabilitação, como por exemplo o TScan®.
dores dentários, as radiografias digitais ou mesmo a sedação
A nível de fiabilidade e validade dos scanners os estudos publi-
consciente que administramos.
cados são vários, a enorme maioria são estudos in vitro com
Há cerca de um ano, o presidente da Sociedade Portuguesa de
resultados muito satisfatórios. Clinicamente é cada vez maior o
Medicina Dentária Digital (SPMD ), Prof. Doutor Rui Falacho,
número de médicos dentistas a utilizar scanners, com um im-
convidou-me para fazer uma conferência, precisamente sobre
pacto grande e mesurável no campo económico, a curva de
Medicina Dentária Digital e Oclusão, confesso-vos que foi a al-
aprendizagem é relativamente rápida e o conforto para o pa-
tura em que mais me debrucei sobre o assunto e percebi que
ciente é grande.
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estamos já há algum tempo na era digital. Sempre que faço uma conferência ou um artigo a primeira coisa que vejo é perceber o impacto em termos gerais, e de publicações científicas, assim, quando pesquisamos “Medicina Dentária Digital” no Google® surgem-nos mais de 1000.000.00 de resultados, milhares de resultados no Youtube®, enquanto que no PubMed® aparecem mais de 15.000 artigos, existindo uma clara tendência nos últimos tempos para este tema. É assim considerado, sem dúvida, um hot topic. A melhor forma de percebermos como o Digital se encontra na
O futuro será uma autonomia cada vez maior de todos os sistemas e instrumentos da Medicina Dentária Digital, e mesmo quando falamos de investigação, as enormes bases de dados e os algoritmos de inteligência artificial irão permitir melhorar a nossa vida enquanto médicos dentistas.
Medicina Dentária será dividirmos por áreas:
Medicina Dentária Digital em reabilitação oral e ortodontia
Um ponto importante no caso da reabilitação é a questão da relação intermaxilar. Sempre que temos de alterar a dimensão vertical do nosso paciente, é importante percebermos que o método convencional de estabelecer esta nova posição é ain-
Esta é, sem dúvida, a área mais visível da MDD. Para mim, duas
da o mais recomendado, não existe nenhum sistema nem con-
das maiores referências nacionais nesta área são os doutores
vencional nem digital, por enquanto, que permita reproduzir
João Fonseca e João Rua, que, aliás, têm alguns cursos disponí-
de forma fiável a maneira com a articulação temporomandibu-
veis extremamente interessantes e bem planeados. A nível clí-
lar (ATM) se movimenta. Não nos podemos esquecer que cada
nico podemos hoje contar com workflows totalmente digitais,
côndilo e cada cavidade glenoide é diferente de um lado para
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Era digital TEMA DE CAPA
M a r ç o / A b r i l 2 0 2 1 | no 1 1 6
André Mariz de Almeida Médico dentista e professor no Instituto Universitário Egas Moniz.
o outro e, apesar de estarmos a assistir a uma melhoria consi-
realiza a nível da ATM e da consequente diminuição de lu-
derável neste campo a nível digital, ainda não chegámos à rea-
brificação, bem como da hipertonia muscular. Assim, temos
lidade. Daí o método convencional ser mais previsível e sujeito
como exemplo duas aplicações que gosto de recomendar
a menos erros, desde que corretamente executado.
aos meus doentes para controlo do bruxismo de vigília e,
Quando falamos em ortodontia e MDD, temos de falar obri-
consequentemente, com impacto no bruxismo de sono. A
gatoriamente sobre o campo dos alinhadores, onde todo o
primeira chama-se Bruxapp®, do grupo do Professor Manfre-
sistema é igualmente digital, desde o scan das arcadas até
dini, com quem tenho a honra de trabalhar, e a outra intitu-
ao algoritmo para realizar os aparelhos. Nesta área, temos
la-se Desencoste seus dentes®, uma aplicação brasileira
de falar obrigatoriamente sobre a questão dos Big Data, ou
muito simples e eficaz. Esta terapia comportamental é es-
seja, neste caso o facto de o digital poder inclusivamente vir
sencial para a abordagem do bruxismo, utilizando o método
a substituir a parte humana, pela acumulação que tem de
designado por Ecological momentary assessment and inter-
informação de tratamentos que acumula, tornando o algo-
vention, ou seja, diagnosticar e intervir no dia a dia do nosso
ritmo passível de vir a poder tomar decisões sozinho sem o
doente. Este ponto comportamental é, neste momento, um
apoio médico.
dos pontos mais importantes em conjunto com a fisiotera-
Medicina Dentária Digital em disfunção temporomandibular e sono
pia para o controlo do bruxismo e das suas implicações. Outra área muito interessante é a área da Meditação e Mindfulness, cada vez com mais evidência na DTM. Aqui, costumo recomendar a aplicação Calm® ou a Headspace®.
A área do disfunção temporomandibular (DTM) tem conhecido
Na área de sono, temos por exemplo uma ótima aplicação
várias fases. Hoje em dia, sabemos que, apesar do componente
de screening de roncopatia (Snorlab®) ou mesmo os relógios
multifatorial, o componente comportamental é de extrema im-
que todos os doentes utilizam para nos mostrar a qualidade
portância na etiologia da DTM.
do seu sono.
A MDD entra na DTM e no sono em vários campos; a mais re-
Outro exemplo mais simples ainda é o facto de eu usar muitas
conhecida será, sem dúvida e uma vez mais, a questão dos
vezes o meu smartphone para enviar vídeos com exercícios, ou
scanners e das goteiras ou dos aparelhos de avanço mandibu-
mesmo fazer teleconsultas, num mundo cada vez mais global.
lar para a apneia realizados em CAD-CAM, permitindo aumen-
Como podem constatar, a MDD está muito mais presente do
tar a precisão, ajuste e comodidade.
que pensamos, e todos os dias a usamos, nas mais pequenas
Mas a MDD está cada vez mais presente no componente com-
funções, desde os localizadores apicais na endodontia ao laser,
portamental, conseguimos entrar em vários campos desta área
passando pela execução das férulas cirúrgicas para colocação
utilizando uma série de aplicações, construídas para diferentes
de implantes. O futuro será uma autonomia cada vez maior de
propósitos.
todos os sistemas e instrumentos da Medicina Dentária Digital,
Sabemos que o bruxismo, seja de sono ou de vigília, tem um
e mesmo quando falamos de investigação, as enormes bases
impacto grande como fator agravante e perpetuante de
de dados e os algoritmos de inteligência artificial irão permitir
uma DTM, especialmente pelo conceito da sobrecarga que
melhorar a nossa vida enquanto médicos dentistas.
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Contornos e conquistas da era digital Estamos a viver o início da quarta revolução industrial. Esta re-
de acesso e partilha de dados, informação e conhecimento. A
volução começou na viragem deste século e assenta na revolu-
outra mais direcionada para a utilização das novas tecnologias
ção digital. Caracteriza-se por uma internet muito mais móvel
na prática clínica diária.
e omnipresente, pela Inteligência Artificial e pela aprendiza-
A era digital é também conhecida como a era da informação.
gem automática.
Estamos imersos num mar de dados e informações, e mais do
No entanto, independentemente da era em que vivemos so-
que isso, somos parte integrante do mesmo. Somos recetores
mos, tal qual os nossos antecessores e antepassados, responsá-
e emissores de informação. Somos influenciados e influencia-
veis pela promoção e manutenção da saúde oral dos nossos
mos o comportamento, a atitude e a ação da comunidade glo-
pacientes. Partindo deste pressuposto toda a nossa atuação
bal. É indiscutível que o acesso ao conhecimento científico
resulta de um conjunto de decisões clínicas, as quais devem ser
nunca foi tão fácil e tão rápido. Mas também é indiscutível que
baseadas na melhor evidência científica. Considerando a expe-
muito do conhecimento que circula na internet carece de evi-
riência individual do clínico e o interesse do paciente, as op-
dência científica, sendo a sua evidência mais baseada em cli-
ções de tratamento devem ser alicerçadas em critérios de deci-
ques, visualizações e seguidores. Para mim, este é o lado me-
são fundamentais, como a elevada previsibilidade, ser
nos bom de um acesso a um conhecimento onde é difícil
minimamente invasivo, com baixo risco, uma relação tempo/
distinguir o trigo do joio. Infelizmente, na minha área de atua-
custo favorável e possibilidade de reintervenção.
ção clínica, que é a cirurgia oral e a reabilitação protética, proli-
A era digital está indubitavelmente a mudar a vida dos médi-
feram publicações nas redes sociais que podem influenciar a
cos dentistas. Considero que podemos analisar este impacto
decisão clínica em detrimento do interesse do paciente, con-
em duas vertentes. Uma vertente relacionada com a facilidade
duzindo a sobretratamentos ou tratamentos menos previsíveis e de maior risco. A era digital também é caracterizada pelo aparecimento e desenvolvimento de várias tecnologias que possibilitam a interligação entre o mundo físico e o digital, tendo impacto em todas as áreas de atividade, saúde inclusive. A integração da tecnologia digital na prática clínica implementou alterações no diagnóstico, plano de tratamento e tratamento. Mais do que uma simplificação de processos ou poupança de tempo ou de dinheiro, do ponto de vista clínico, as ferramentas digitais vieram conferir maior previsibilidade aos nossos tratamentos. A utilização de todas estas ferramentas na planificação ou nas etapas de reabilitaGorynvd/shutterstock.com
Era digital TEMA DE CAPA
Artigo técnico
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ção consomem tempo que o clínico condescende não em troca de aumentar os honorários dos tratamentos, mas em troca de uma maior precisão, reprodutibilidade e previsibilidade. É um pouco como trabalhar com magnificação, a utilização de lupas não faz com que eu prepare um dente mais rapidamente, mas
Era digital TEMA DE CAPA
M a r ç o / A b r i l 2 0 2 1 | no 1 1 6
Salomão Rocha Médico dentista. Docente de Prótese Fixa no Mestrado Integrado de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Sócio-gerente da Orisclinic, onde exerce prática clínica exclusiva em implantologia e reabilitação protética.
faz com que eu consiga preparar melhor um dente e com um
no bem-estar das pessoas. A medicina preditiva é disso exem-
acabamento muito mais exigente do que sem lupas, e isso inevi-
plo, potencializando o tratamento e permitindo que as inter-
tavelmente vai fazer com que eu demore mais tempo a preparar
venções sejam feitas muito antes que a doença se instale no
esse dente, mas no final fico mais satisfeito e o paciente mais
paciente. Representando, dessa forma, um salto gigantesco na
bem servido. As utilizações destas ferramentas digitais também
forma como são tratados os pacientes atualmente. Relativa-
exigem habilidade e destreza manual. Desta forma, mesmo que
mente às ferramentas digitais e novas tecnologias, considero
as máquinas façam muito do nosso trabalho, a nossa profissão
que ainda existem processos a melhorar, principalmente na
vai sempre exigir muito das nossas mãos. As ferramentas digitais
área do fabrico das próteses. Concordamos que as proprieda-
aplicam-se a todas as áreas da Medicina Dentária, mas desempe-
des óticas de uma cerâmica estratificada continuam a ser su-
nham um papel fundamental na reabilitação oral protética. A
periores à maquilhagem das estruturas monolíticas. No entan-
possibilidade de integração dos exames imagiológicos com mo-
to, a forma mais fiel de reproduzir o protótipo que foi ensaiado
delos tridimensionais da boca e face do paciente permite efetuar
em boca será uma restauração obtida por subtração e maqui-
um diagnóstico e estabelecer um plano de tratamento bem
lhada. Portanto, acho que a impressão cerâmica 3D ou a estra-
mais preciso, além de facilitar a comunicação e a motivação do
tificação guiada por computador poderão vir a colmatar esta
paciente para o tratamento. As prototipagens das restaurações
lacuna. Outra tecnologia que em breve fará parte do nosso dia
protéticas também vieram trazer maior precisão e qualidade à
a dia será a realidade aumentada, sendo a cirurgia implantar e
reabilitação oral, reduzindo ou eliminando a necessidade de
a reabilitação oral protética as áreas mais envolvidas. Através
ajustes na prótese final. Com o aumento desta capacidade de
da realidade aumentada será possível sobrepor a planificação
precisão a nossa prática clínica será mais previsível e considero
da reabilitação ou da posição dos implantes durante os proce-
que isto é a grande conquista desta era digital e não propria-
dimentos clínicos, em tempo real.
mente a diminuição de custos ou a otimização do tempo, sendo estas mais evidente ao nível do fabrico que na prática clínica.
Mudança de paradigma Reconhecendo que a era digital avança mais rápido do que a capacidade humana, deixo uma opinião sobre o que podere-
As novas tecnologias devem ser utilizadas em prol da qualidade do tratamento e não apenas como simplificadoras de processos. Toda a ferramenta é útil apenas se for bem aplicada.
mos viver nos próximos tempos. Com esta nova era da partilha de dados, vamos assistir a uma mudança de paradigma na
Em conclusão, realço que somos médicos dentistas e as nossas
forma de fazer investigação e na abordagem ao tratamento.
decisões clínicas devem assentar em critérios que sirvam os in-
Todos nós vamos contribuir com os diversos dados da nossa
teresses do paciente, reconhecendo as nossas próprias limita-
prática clínica para grandes bases de dados, como se as clíni-
ções e sempre baseadas na evidência científica disponível. As
cas fossem um centro de investigação. A compilação de todos
novas tecnologias devem ser utilizadas em prol da qualidade
estes dados recolhidos juntamente com a Inteligência Artifi-
do tratamento e não apenas como simplificadoras de proces-
cial vai permitir avanços significativos na medicina, na saúde e
sos. Toda a ferramenta é útil apenas se for bem aplicada.
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Opinião especializada
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Carlos Falcão Médico dentista e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital
Era digital
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TEMA DE CAPA
“A tecnologia tem evoluído de forma mais rápida que o progresso científico” C
arlos Falcão, membro-fundador da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital e da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária, constata que a Medicina Dentária portuguesa está a viver um período de grande crescimento qualitativo, mas deixa um alerta no capítulo das novas tecnologias: não tem sido possível validar do ponto de vista científico as ferramentas digitais que têm sido lançadas no mercado, com o ritmo desejável. O experiente médico dentista e docente universitário – em instituições de ensino superior do Porto, Sevilha e Madrid – sublinha que por muito que a ciência e a tecnologia permitam um fluxo de trabalho mais rápido, certo é que o corpo humano e os seus processos biológicos naturais “obrigam a tempos de espera mínimos” para assegurar o êxito de certos tratamentos mais complexos. O também diretor clínico e científico do Porto Dental Institute antevê, por outro lado, que a inteligência artificial e a tecnologia 5G poderão trazer grandes novidades num futuro próximo.
De um modo geral, como comenta a
lidade até 2020 davam-nos sempre in-
Por outro lado, no campo da cirurgia de
evolução recente e o desenvolvimen-
dicações das tendências que a indústria
implantes guiada e talvez na ortodon-
to científico no domínio das (novas)
ou fabricantes estavam a seguir. Infeliz-
tia com recurso a alinhadores, a tecno-
tecnologias ao serviço da Medicina
mente, também na Medicina Dentária a
logia está a permitir refinar processos e
Dentária?
situação pandémica que vivemos tra-
no curto prazo seremos mais eficazes,
Creio que temos assistido a uma gra-
vou o progresso crescente e exponen-
mais rápidos e com resultados mais
dual aceleração no ritmo de apareci-
cial que estávamos a assistir. Ainda as-
previsíveis.
mento de novas tecnologias e que fi-
sim, creio que a inteligência artificial e a
nalmente podem ser usadas com
tecnologia 5G poderão trazer-nos gran-
Considera que as novas tecnologias
previsibilidade e com custos aceitáveis
des novidades num futuro próximo.
ao dispor das diferentes especialida-
no nosso dia a dia. O grande desafio é a
Neste momento, existem lacunas em
des da Medicina Dentária estão a ser
capacidade do ser humano e a nossa
fases do circuito dos fluxos digitais que
adotadas com uma postura suficien-
comunidade clínica e científica de con-
estamos todos a implementar na nossa
temente crítica – por parte de quem
seguir validar a real eficácia na substi-
prática diária.
as aplica – e ao abrigo das devidas
tuição de procedimentos mais conven-
Realço talvez dois pontos específicos:
evidências científicas?
cionais e cientificamente comprovados.
na reabilitação oral, falta termos ferra-
Este é um ponto interessante, porque
mentas digitais de registos intermaxila-
infelizmente não tem sido possível vali-
A inovação tecnológica não se iniciou
res fiáveis e com custos aceitáveis. Já
dar do ponto de vista científico as ferra-
hoje e, decididamente, também não
existem vários exemplos no mercado
mentas digitais que têm sido lançadas
terminará amanhã. Que ferramentas
mas ainda diria que em fase de desen-
no mercado, com o ritmo que deseja-
digitais antevê, a curto ou médio pra-
volvimento.
ríamos. Digamos que a tecnologia tem
zo, que possam vir a revolucionar algumas disciplinas e/ou tratamentos do foro dentário? Anualmente, as feiras/exposições do nosso setor que decorriam com norma-
“O grande desafio é a capacidade do ser humano e a nossa comunidade
clínica e científica de conseguir validar a real eficácia na substituição de procedimentos mais convencionais e cientificamente comprovados” 13
Era digital TEMA DE CAPA
Opinião especializada |
evoluído de forma mais rápida que o progresso científico. Isto tem vários inconvenientes, até porque os fabricantes têm a sua estratégia comercial, querem ser inovadores em relação aos seus concorrentes, e muitas vezes tentam impor tendências ao nosso dia a dia clínico sem termos a certeza das reais mais-valias do hardware/software que introduzem. A única forma de conseguirmos balizar esta questão é a de nós, profissionais de saúde oral, sermos cada vez mais exigentes no sentido de não começarmos a usar de forma indiscriminada certas “ferramentas digitais” que nos vendem como fabulosas e no final acabam no fundo de uma gaveta perdendo tempo e dinheiro investido sem qualquer retorno. Que importância atribui, neste contexto de desenvolvimento digital, à interação entre médicos dentistas,
S Carlos Falcão é professor de Prostodontia Fixa na Universidade Fernando Pessoa e docente convidado dos mestrados de Periodontologia e Osteointegração da Universidade de Sevilha e de Odontologia Estética da Universidade Complutense de Madrid.
técnicos de prótese dentária e (eventualmente) profissionais de outras
coordenação e registo de todos os pas-
ou devemos atingir com os resultados
vertentes da saúde?
sos que damos durante um tratamento
de um determinado tratamento estéti-
O momento que estamos a viver é de-
interdisciplinar.
co. E também fazer entender ao pacien-
veras entusiasmante porque este é um
te o custo biológico que algumas op-
aspeto onde os recursos digitais nos es-
O fator digital tem permitido aprimo-
ções poderão ter. E nunca, mas nunca
tão a permitir progredir mais. Neste mo-
rar os cuidados clínicos do paciente,
mesmo, aceitar efetuar tratamentos
mento, conseguimos comunicar atra-
evitando por exemplo tratamentos
que sabemos que irão implicar mutila-
vés de plataformas especiais onde
invasivos desnecessários, mas tam-
ção desnecessária da dentição do pa-
colocamos toda a informação virtual do
bém abriu caminho para uma cres-
ciente, sem benefícios evidentes.
paciente, que nos obriga a incorporar a
cente, e cada vez mais exigente, pro-
Outro problema é o tempo de trata-
informação necessária para que os nos-
cura de tratamentos estéticos. Na sua
mento que algumas opções implicam.
sos colegas da equipa (técnicos de pró-
opinião, que “linhas vermelhas” não
A imagem que passa em muitas publi-
tese, médicos dentistas de outras áreas/
podem/devem ser ultrapassadas na
cações nas redes sociais é a de uma ra-
especialidades e outros colegas) pos-
correlação com o paciente neste pro-
pidez que não existe na prática clínica
sam planificar, desenhar, construir con-
cesso?
real. Devemos ser muito realistas neste
nosco um caso clínico determinado. Es-
Acima de tudo o que temos de prevenir
ponto, porque se é verdade que hoje
tamos a passar de uma fase onde
são as expectativas irrealistas que se
em dia conseguimos ser muito mais rá-
muitas vezes a comunicação se resumia
criam com o “imediatismo” das redes
pidos porque a ciência e a tecnologia
a um telefonema e a uma folha de ins-
sociais e com os seus filtros que tornam
têm evoluído nesse sentido, também é
truções com meia dúzia de palavras pa-
tudo artificialmente perfeito.
verdade que o corpo humano e os seus
ra uma base de dados comum do mes-
Sendo a estética hoje acessível a gran-
processos biológicos naturais obrigam
mo caso clínico à qual todos podemos
de parte da população compete-nos a
a tempos de espera mínimos para que
aceder à distância e que claramente nos
nós profissionais de saúde oral, explicar
possamos terminar com êxito certos
aproximam para conseguir uma melhor
de forma muito visual, o que podemos
tratamentos mais complexos.
14
Era digital TEMA DE CAPA
Opinião especializada |
R O médico dentista, que exerce a sua prática privada exclusiva em Estética e Reabilitação Oral, considera que a oferta formativa “é abundante e cada vez de maior qualidade” no domínio das novas tecnologias.
Que outros fatores considera impor-
pender da capacidade técnica da sua
acompanhar o ritmo das novas tec-
tante acautelar (e/ou até legislar) no
equipa clínica para saber usar com inte-
nologias que estão ao serviço da Me-
contexto da nova era digital, de mo-
ligência os recursos digitais existentes.
dicina Dentária? É suficiente?
do a assegurar a continuidade de
Por outro lado, acho que a política do
Creio que a oferta formativa é abundan-
uma boa prática clínica generalizada
mais barato e do mercantilismo agressi-
te e cada vez de maior qualidade no
nos consultórios dentários?
vo é característico de um mercado que
campo das novas tecnologias. Neste
Fundamentalmente creio ser importan-
se torna desregulado. Os utentes deve-
tempo de pandemia também a forma-
te assegurar que quem pensa e executa
riam saber que não é possível a gratui-
ção pós-graduada nesta área teve de ser
os procedimentos clínicos no campo da
tidade dos tratamentos dentários, e
repensada e se calhar permitiu a muitos
saúde oral é alguém com competência
que a lógica low-cost que se vê ou se
colegas, que antes não tinham muito
para o fazer. Quando vejo projetos ou
vende por aí é uma estratégia que só
tempo disponível para a formação,
ideias de negócio que tentam promo-
funciona se pusermos em causa a saú-
aproveitar esta fase e dedicarem-se a
ver a realização de certos tratamentos
de das pessoas, e isso para mim não é
uma atualização de conhecimentos no
(ortodontia, branqueamentos, etc.) sem
transacionável. Existem coisas na vida
campo das novas tecnologias, até pelo
a presença de um médico dentista co-
que são caras e outras que têm um cus-
formato das pós-graduações, muitas ve-
mo aquele que pode e deve diagnosti-
to, mais alto ou mais baixo, mas que se
zes exclusivamente online, o que tem as
car e tratar problemas de saúde oral, fi-
deve justificar com a qualidade e retor-
suas limitações mas é muito mais fácil
co muito preocupado porque antevejo
no do serviço prestado.
para que qualquer colega possa aceder
que mesmo que a legislação não o per-
Não é tanto um problema de se preva-
em tempo real ou diferido.
mita, existe uma tendência de algum
ricar ou de se fiscalizar mais, é acima de
Creio que o seguinte passo é a consoli-
“chico-espertismo” empresarial que visa
tudo uma questão cultural e social que
dação deste tipo de conteúdos nos pro-
diminuir a importância do papel do mé-
o nosso país tem de ultrapassar.
gramas de formação contínua e pós-
dico dentista no atendimento clínico.
-graduações ministradas por institui-
Não é por existir numa clínica um sca-
Acha que a oferta formativa contínua
ções do ensino superior, mas também a
ner intraoral ou um aparelho CBCT que
e pós-graduada, dentro e fora do sis-
integração destas novas tecnologias
essa clínica terá mais qualidade. Vai de-
tema de ensino superior, tem sabido
nos currículos e programas da forma-
16
Era digital
M a r ç o / A b r i l 2 0 2 1 | no 1 1 6
ver ainda algum trabalho por fazer para
“No campo da cirurgia de implantes guiada e talvez na ortodontia
TEMA DE CAPA
ção pré-graduada, que é onde creio ha-
com recurso a alinhadores, a tecnologia está a permitir refinar processos e no curto prazo seremos mais eficazes, mais rápidos e com resultados mais previsíveis”
que o aluno de licenciatura/mestrado integrado esteja desde o início do seu percurso familiarizado com esta nova realidade. Nesta conjuntura pós-pandemia, as
versidades, Ordem dos Médicos Dentis-
local seguro para qualquer utente, fruto
soluções digitais estão a assumir par-
tas, e outras associações ou sociedades
da inovação e investimento que tem si-
ticular protagonismo no plano for-
representativas da nossa classe).
do feito por todos nós. Provavelmente
mativo e também como alternativa
A Medicina Dentária é um bom exem-
teríamos muito a ensinar a outros esta-
aos congresso/reuniões do setor. Co-
plo do que a iniciativa privada consegue
belecimentos que prestam cuidados de
mo encara este aparente esvaziamen-
fazer em Portugal, pois tem-se verifica-
saúde, e isto só foi possível pelo esforço
to do “fator presencial” na rotina da
do que as clínicas e os seus profissionais
individual e coletivo que tem sido feito
classe dos médicos dentistas?
têm sabido melhorar de forma expo-
nesta área no sentido de criar instala-
Creio que se mudou o paradigma no
nencial as suas competências. Numa
ções seguras, com meios tecnológicos
nosso dia a dia no plano formativo. Re-
época de tanta insegurança sentida pe-
de última geração, e ao abrigo de legis-
pare que até agora, e falo por experiên-
las pessoas, as clínicas dentárias são das
lação muitas vezes altamente burocráti-
cia própria, quando eu tinha de dar
atividades que melhor representam um
ca e difícil de aplicar no dia a dia.
uma aula ou conferência a um público estrangeiro, ou quando convidava algum colega para nos dar uma aula aos nossos alunos, tudo se fazia de forma presencial. Havia um convívio pessoal que ia mais além do aspeto profissional. Está na nossa natureza socializarmos, conhecermos outras realidades, trocarmos afetos e uma boa conversa entre colegas ou amigos foi sempre um aspeto enriquecedor da nossa profissão. Tudo isto desapareceu das nossas vidas e creio que todos queremos regressar à normalidade assim que o combate à pandemia o permitir. Numa lógica menos digital e mais global, como perspetiva o futuro, a médio/longo prazo, da Medicina Dentária em Portugal? Acho que estamos a viver um periodo de grande crescimento qualitativo da Medicina Dentária portuguesa. Infelizmente, o numero de profissionais existentes supera as necessidades da nossa população, fruto de uma estratégia incorreta existente há vários anos no nosso país, com responsabilidade da parte de todos os intervenientes (Estado, Uni-
S Carlos Falcão sustenta que a Medicina Dentária “é um bom exemplo” do que a iniciativa privada consegue fazer em Portugal.
17
Era digital TEMA DE CAPA
Casos de sucesso Aplicação da tecnologia na Medicina Dentária - sessão única em prostodontia Introdução A Medicina Dentária Digital utiliza a tecnologia para efetuar procedimentos dentários. A dependência de ferramentas manuais tem diminuído e a prática clínica diária tem sido revolucionada por meio de sistemas CAD-CAM1. Os benefícios de viver com constantes avanços tecnológicos induz a introdução da realidade virtual na profissão, e o impacto da digitalização na prática dentária generalista tem influenciado vários parâmetros como aspetos clínicos e gestão dos mesmos, motivação do paciente, procedimentos laboratoriais, investigação na área e ensino2. Esta tecnologia minimiza o desconforto do paciente na impressão dos materiais convencionalmente utilizados. Para além disso, existe uma redução do tempo laboratorial e do tempo de consulta, tornando possível o tratamento em apenas uma sessão, o que se revela benéfico não só para os pacientes, especialmente geriátricos, como para a gestão e eficiência das consultas nesta fase de pandemia3. Ainda dentro do contexto pandémico, esta técnica permite que maior número de pacientes sejam atendidos, devido a tempos de espera reduzidos e à menor necessidade de ajustes, que podem ser realizados antes da impressão. Abaixo seguem duas representações da aplicação destes conceitos em dois casos clínicos.
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Era digital TEMA DE CAPA
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Diogo Viegas Médico Dentista. Professor assistente convidado de Prótese Fixa e Reabilitação Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Técnico em Prótese Dentária pela FMDUL e doutorando em Ciências da Reabilitação Oral pela mesma faculdade lisboeta.
Francisco Martins Higienista oral e médico dentista. Licenciado pela FMDUL.
Guilherme Saavedra Médico dentista. Professor associado do Instituto de Ciência e Tecnologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista (Brasil). Professor visitante da FMDUL. Vice-presidente da SBODigital.
João Tiago Mourão Médico dentista. Professor associado e coordenador das disciplinas de Prostodontia Fixa e Reabilitação Oral II do Mestrado Integrado em Medicina Dentária e da Pós-graduação do curso de Especialização em Prostodontia da FMDUL.
Caso clínico 1
S FIGS. 1 e 2. Vista oclusal e close-up da restauração em amálgama a ser substituída do elemento 16 (imagem espelho).
R FIGS. 3 e 4. Realização do isolamento absoluto para facilitar a visualização do campo operatório e imediatamente após a remoção da restauração (imagem espelho).
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Era digital TEMA DE CAPA
Casos de sucesso |
Caso clínico 1
R FIGS. 5 e 6. Preparo dental para adequação do remanescente e regularização da parede pulpar com resina Tetric®N-Flow (Ivoclar Vivadent, Liechtenstein).
R FIGS. 7 a 10. Imagens da restauração indireta do elemento 16 (diferentes vistas) confecionada em Tetric®CAD, cor A2.
R FIGS. 11 e 12. Imagens da restauração indireta do elemento 16 antes e após a cimentação com Variolink N (Ivoclar Vivadent, Liechtenstein).
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Era digital TEMA DE CAPA
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S FIGS. 13 e 14. Aspeto final da restauração confecionada em Tetric®CAD, cor A2 (sessão única).
Caso clínico 2
S FIGS. 1 e 2. Vista frontal dos preparos para facetas dos elementos 11 e 21.
S FIGS. 3 e 4. Vista lateral das restaurações indiretas dos elemento 11 e 12 confecionadas em IPS Empress®CAD multi, cor A3.
21
Era digital TEMA DE CAPA
Casos de sucesso |
Caso clínico 2
S FIGS. 5 a 8. Aspeto final das restaurações confecionadas em IPS Empress®CAD multi, cor A3 (sessão única).
Conclusão A evidência do sucesso da utilização de scanners e sistemas
No entanto, importa salientar que existem algumas desvantagens
CAD-CAM na prática clínica é já considerável. O potencial da
neste processo, como a dificuldade de digitalização em margens
tecnologia trará muitas vantagens . A hipótese de resolução de
de infragengivais, presença de hemorragia gengival e saliva, para
casos em sessão única não implica ser feito apenas pelo médi-
além dos custos associados aos upgrades de software necessários.
co dentista, mas também em parceria com o técnico de próte-
É essencial que o técnico de prótese dentária e o médico dentista
se dentária, na clínica.
estejam familiarizados com o fluxo de trabalho digital1-3.
1
Bibliografia 1. Chahal S. Digital Dentistry: the revolution. Inspire: Student Health Sciences Research Journal. University of Plymouth, 2020. 2. Rathee M, Malik S, Raman RK, Kaushik S, Kundu R. Digitalization in prosthodontics: changing needs based on modern demands. Journal of The West Bengal University of Health Sciences; 1 (3): 2021. 3. Babu NA, Akshara H. The Changing face of prosthodontics plaster to digital dentistry - a review. European Journal of Molecular & Clinical Medicine; 7 (2): 2020.
22
Era digital TEMA DE CAPA
Casos de sucesso Planeamento digital e cirurgia guiada: avanços tecnológicos que favorecem a reabilitação do paciente idoso
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Era digital TEMA DE CAPA
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Mary Lúcia Maia Lima Médica dentista. Clínica particular, São Paulo (Brasil).
Marcelo do Lago Pimentel Maia Médico dentista. Mestre em Bioengenharia pela Universidade Brasil (São Paulo). Professor do Curso de Especialização em Implantodontia, Instituto MyImplants (São Paulo).
Marcelo Mello Técnico em Prótese Dentária. São Paulo.
Irineu Gregnanin Pedron Médico dentista. Especialista em Periodontia e Implantodontia. Mestre em Ciências Odontológicas pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Professor das Disciplinas de Periodontia, Implantodontia, Estomatologia, Cirurgia e Clínica Integrada, Universidade Brasil.
RESUMO A reabilitação dentária é um dos objetivos da clínica médica dentária e a implantologia é uma das especialidades de grande destaque no reestabelecimento funcional e estético do paciente edêntulo. O planeamento digital associado a cirurgia guiada são avanços tecnológicos de vanguarda que favorecem a reabilitação do paciente, na maioria das vezes o idoso. O propósito deste trabalho é apresentar o caso da comunhão do planeamento digital e cirurgia guiada na resolução de um paciente idoso, com perda precoce de um implante dentário previamente instalado, apresentando simplicidade e versatilidade na resolução do caso. Palavras-chave: implante dentário, tomografia computadorizada de feixe cónico, cirurgia assistida por computador, odontologia.
Introdução Nas últimas décadas, a implantologia tem-se tornado funda-
Preconiza-se, impreterivelmente, a complementação pela ava-
mental na reabilitação estética e funcional de pacientes edên-
liação tridimensional (3D) da anatomia óssea por meio de uma
tulos, totais ou parciais. Observa-se ainda o aperfeiçoamento
tomografia computadorizada de feixe cónico. Posteriormente,
das técnicas utilizadas, a evolução e melhoria dos materiais e o
ocorre o planeamento cirúrgico com uma simulação da coloca-
maior preparo dos médicos-dentistas1.
ção do implante, sendo decidido o comprimento e o diâmetro
Convencionalmente, a avaliação pré-operatória inclui uma cui-
dos diferentes acessórios e para estudar melhor a localização,
dadosa análise clínica e radiográfica (geralmente bidimensio-
profundidade e inclinação dos mesmos1-7.
nal, representada pelas radiografias periapicais ou radiografia
Entre as técnicas de vanguarda atualmente empregadas,
panorâmica) para uma primeira avaliação do sítio cirúrgico.
destacam-se o planeamento digital e a cirurgia guiada. Para
25
Era digital TEMA DE CAPA
Casos de sucesso |
a utilização destas técnicas, são necessários o estudo radio-
Relato do caso
gráfico pré-operatório preciso e a avaliação detalhada do estado clínico inicial do paciente, que nos permite maior preci-
Paciente leucoderma, do género masculino, de 77 anos, com-
são à obtenção da estabilidade máxima imediata do implante.
pareceu à clínica particular com queixa de sintomatologia do-
Adicionalmente, é importante conhecer a quantidade, quali-
lorosa na região superior esquerda.
dade e o tipo de tecido ósseo, localização das estruturas ana-
Referente ao histórico do paciente, realizou-se a instalação
tómicas (nervos, vasos, seios da face) e subsequentemente,
de oito implantes dentários osseointegrados para a confe-
escolher o tipo, formato e tamanho do implante dentário,
ção de um protocolo fixo Branemark, há 16 anos. Não houve
bem como o ângulo e a técnica cirúrgica para a instalação do
acompanhamento clínico ou radiográfico do paciente, em-
implante1-7.
bora tenha sido orientado relativamente às chamadas de
Adicionalmente, a avaliação de dados 3D, extraída de tomo-
avaliação rotineira.
grafia computadorizada e o emprego do escáner ótico, em
Clinicamente, observou-se a perda do implante na região
conjunto com modernos softwares de planeamento de im-
edêntula do dente 26, cuja falência ocorreu pela presença de
plantes permitem simular cuidadosamente as fases cirúrgi-
periimplantite e pelo posicionamento mais distalizado, que
cas e protéticas .
serviu como suporte protético.
O aspeto fundamental para o desenvolvimento desses novos
Foi proposta a reposição deste implante e sugerido o planea-
procedimentos clínicos foi a introdução e difusão da técnica de
mento digital e instalação de forma guiada, uma vez que se
1-7
imagem tridimensional (3D) e da tecnologia de informática. Tais técnicas permitiram melhorar o planeamento pré-cirúrgico tradicional, e também avaliações radiográficas1-7. O propósito deste trabalho é apresentar o caso da comunhão do planeamento digital e cirurgia guiada na resolução de um paciente idoso, com perda precoce de um implante dentário previamente instalado, apresentando simplicidade e versatilidade na resolução do caso.
S FIG. 1. Fluxo digital do planeamento imaginológico.
26
O aspeto fundamental para o desenvolvimento desses novos procedimentos clínicos foi a introdução e difusão da técnica de imagem tridimensional (3D) e da tecnologia de informática.
ção dos espaçadores sobre a anilha, conforme orientação do
A proposta foi aceite e consentida pelo paciente.
fabricante (fig. 3). A mensuração da profundidade e a verifica-
O planeamento realizou-se (fig. 1) com recurso ao software Im-
ção das paredes do sítio cirúrgico foram avaliados pela sonda-
plantviewer® (Anne Solutions, São Paulo, Brasil), confecionan-
gem do alvéolo cirúrgico, entre todas as fresas utilizadas
do-se o guia cirúrgico em impressora 3D Photon S® (Anycubic,
(fig. 4). Instalou-se (figs. 5 e 6) o implante TRI® 3,5 10 mm (Dé-
Shenzhen, China).
rig, São Paulo, Brasil), alcançando 45N de torque. Entretanto,
A priori, realizou-se a anestesia infiltrativa local na região de
considerando a região de instalação, a qualidade do osso (os-
instalação dos fixadores e posicionamento do guia cirúrgico
so medular tipo IV) e a idade do paciente, optou-se pela espe-
(fig. 2), e subsequentemente a anestesia na região de instala-
ra do periodo de osseointegração à ativação da carga do im-
ção do implante osseointegrado. O acesso transmucoso efe-
plante. No pós-cirúrgico imediato, logo após o término da
tuou-se com a broca A fresagem, executando-se com a utiliza-
cirurgia, realizou-se nova tomografia para a avaliação da posi-
S
S
FIG. 2. Anestesia local para a instalação do implante
FIG. 3. Fresagem no sítio de instalação do implante.
osseointegrado com o uso de guia cirúrgico.
S
S
FIG. 4. Mensuração da profundidade pela sondagem.
FIG. 5. Preparo para a instalação do implante.
27
Era digital
trata de uma abordagem mais conservadora ao paciente idoso.
TEMA DE CAPA
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Era digital TEMA DE CAPA
Casos de sucesso |
R FIG. 6. Instalação do implante.
ção do implante instalado (fig. 7). Após a remoção do guia ci-
O paciente recebeu protocolo farmacológico, com a adminis-
rúrgico, verificou-se a hemostasia imediata, frente a conserva-
tração de analgésico, anti-inflamatório e antibiótico. O pacien-
dora atuação da instalação do implante, utilizando-se a
te foi avaliado 15 dias após o procedimento cirúrgico, não re-
técnica guiada.
portando queixas ou complicações.
S FIG. 7. Avaliação imaginológica do implante instalado (pós-cirúrgico imediato).
28
Era digital TEMA DE CAPA
Casos de sucesso |
Discussão
um modelo. Outra diferenciação que é dada pela modalidade de aparafusamento do implante após a preparação do local do
Diversos fatores podem ser considerados de risco ao sucesso
implante. Alguns sistemas fornecem a inserção do implante to-
dos implantes, entre os quais: doença periodontal, sobrecarga
talmente guiada através da mesma matriz de perfuração, ou-
oclusal, espaço na interface entre o pilar e o implante, qualida-
tros métodos podem exigir a inserção manual do implante
de do tecido mole periimplantar, tabagismo, etilismo, doenças
após a remoção da férula cirúrgica2,4,5,7.
sistémicas como a diabetes e a osteoporose8. No presente rela-
A inserção guiada de implantes muitas vezes permite cirurgias
to, o paciente idoso perdeu o implante previamente instalado
menos invasivas sem a necessidade de elevar um retalho cirúr-
por doença periimplantar. O paciente apresentou-se normor-
gico, de modo complementar. Outra vantagem das técnicas
reativo. Entretanto, toda tecnologia que favoreça o atendimen-
guiadas é ter, no momento da cirurgia, uma prótese fixa pré-fa-
to ao paciente idoso é aconselhada, reduzindo o tempo cirúrgi-
bricada, baseada na posição planeada dos implantes, capaz de
co e de trabalho protético, favorecendo a satisfação e aceitação
conetar os implantes recém-inseridos e de conseguir facilmen-
ao paciente.
te uma carga imediata funcional e estética2,4,5,7.
As medições precisas de largura, altura e espessura ósseas em
A cirurgia guiada apresenta bons níveis de exatidão, porém,
locais planeados à instalação de implantes, bem como distân-
devido aos desvios ainda significativos é fundamental a esco-
cias e angulações entre os implantes adjacentes e nos arcos
lha do protocolo guiado-cirúrgico mais adequado e a sua exe-
maxilomandibulares, podem ser predeterminadas sem as dis-
cução cuidadosa. Isso permite, por um lado, evitar complica-
torções que estão presentes no formato bidimensional radioló-
ções graves, como a penetração de implantes em feixes
1-3,5-7
gico (radiografia panorâmica)
vásculo-nervosos e, por outro, ser capaz de aplicar esses pro-
O planeamento cirúrgico virtual apresenta maior precisão, evi-
tocolos mesmo em casos complexos, como aqueles com atro-
tando procedimentos de enxerto e aumento ósseo, geralmen-
fia óssea severa1-5,7.
.
te associados ao maior tempo cirúrgico e evitando subsequentemente maiores complicações clínicas. Por acréscimo, o cuidadoso posicionamento tridimensional dos implantes permite obter os melhores resultados clínicos, principalmente em relação aos aspetos estéticos. A utilização da cirurgia guiada permite a predeterminação da inserção e fixação do guia cirúrgico transoperatório, bem como o delineamento inicial da pró-
A cirurgia guiada apresenta bons níveis de exatidão, porém, devido aos desvios ainda significativos é fundamental a escolha do protocolo guiado-cirúrgico mais adequado e a sua execução cuidadosa.
tese e suas características (inserção, componentes, etc.)2-7. A cirurgia de implante guiada permite transferir o projeto de reabilitação virtualmente planeado diretamente para o cam-
Graças ao planeamento e colocação de implantes de acordo
po cirúrgico. As guias cirúrgicas podem ser divididas em está-
com o plano de tratamento protético, a cirurgia guiada pode
ticas e dinâmicas. As guias estáticas incluem o uso de gabari-
trazer benefícios significativos aos procedimentos de reabilita-
tos cirúrgicos que podem ser produzidos por procedimentos
ção protética. Próteses provisórias podem ser preparadas antes
convencionais, modificando uma prótese de varredura radio-
das fases clínicas para que, imediatamente após a cirurgia, a
gráfica ou por tecnologias de design assistido por computa-
carga funcional dos implantes recém-inseridos possa ser facil-
dor ou fabricação assistida por computador (fresagem ou es-
mente alcançada. Também é possível utilizar um único pilar de
tereolitografia). As guias dinâmicas são representadas por
implante tanto para a reabilitação provisória como para a defi-
métodos de navegação guiada em que um computador auxi-
nitiva, permitindo redução de tempo e custos, mas acima de
lia o clínico em tempo real durante o posicionamento do im-
tudo, melhorando os resultados clínicos principalmente na zo-
plante por meio de ferramentas de imagem visual num moni-
na estética2-5.
tor
. Entretanto, embora esses métodos sejam muito
A cirurgia guiada destaca-se ao apresentarem-se os benefícios
interessantes numa perspetiva futura, não são particularmen-
protéticos potenciais, especialmente no caso de reabilitações
te difundidos.
de pacientes totalmente desdentados e de carga imediata. Foi
Guias cirúrgicas podem ser dentes, osso ou mucosa com supor-
possível transferir, com boa precisão, o planeamento do trata-
te, com ou sem pinos de estabilização. Alguns sistemas guiados
mento com implantes para o campo cirúrgico permitindo a
usam, para cada paciente, modelos diferentes com tamanhos
carga funcional dos implantes imediatamente após sua aplica-
de anilhas metálicas diferentes, enquanto outros usam apenas
ção1,2,4,5,7.
30
1,2,4,5,7
mento. A redução significativa do tempo de tratamento tam-
plantes e gera resultados clínicos satisfatórios. O planeamento
bém poderia reduzir os custos gerais e compensar alguns dos
digital de implantes permite o diagnóstico preciso no que res-
custos adicionais2,4,5.
peita aos locais onde devem ser instalados e permite uma vi-
Pode-se notar que aos paradigmas tradicionais de uma terapia
sualização virtual da restauração protética final. Os benefícios
implanto-protética correta e eficaz para alcançar o melhor re-
clínicos adicionais incluem reduzido tempo cirúrgico e menor
sultado funcional e estético, novos objetivos foram adiciona-
taxa de complicações levando a maior aceitação e satisfação
dos e alcançados, como menor invasão cirúrgica, redução dos
do paciente. No entanto, é indispensável que o planeamento
tempos de tratamento e previsibilidade do resultado final. Isso
virtual seja bem executado .
deve-se principalmente ao advento de novas tecnologias co-
Para avaliar os benefícios que a cirurgia guiada pode propor-
mo a cirurgia guiada2,4,5,7. Todas essas particularidades e carac-
cionar torna-se necessário avaliar os custos que estes procedi-
terísticas são de grande valia no tratamento dos pacientes, par-
mentos implicam. Deve-se considerar um investimento inicial
ticularmente no caso do idoso.
2-5
para adquirir a tecnologia, mas também o custo e o tempo de treino da equipa clínica. Finalmente, haverá um custo para fluxo de trabalho digital para cada caso clínico
Conclusões
. Consideramos
2-5,7
importante que o clínico esteja bem preparado em relação aos
O planeamento digital e a cirurgia guiada podem trazer bene-
novos procedimentos digitais, mas também convencionais,
fícios significativos aos procedimentos de reabilitação protéti-
porque estes podem precisar de ser aplicados em caso de
ca. Próteses provisórias podem ser preparadas antes das fases
qualquer imprevisto durante os procedimentos de cirurgia
clínicas para que, imediatamente após a cirurgia, a carga fun-
guiada.
cional dos implantes recém-inseridos possa ser facilmente al-
Deve ser ressaltado o facto de que, mesmo que a duração da
cançada. Esta tecnologia é favorecida por procedimentos me-
intervenção cirúrgica possa ser menor com a cirurgia guiada,
nos invasivos, em comparação a técnica convencional de
em comparação com as técnicas convencionais, parece que
instalação de implantes. O atendimento ao paciente idoso de-
muito mais tempo deve ser investido no planeamento pré-
ve ser favorecido por técnicas de vanguarda para melhor satis-
-operatório. Se a cirurgia guiada pode evitar procedimentos de
fação e redução do tempo de trabalho, seja ele cirúrgico ou
enxerto ósseo, pode reduzir também o custo geral do trata-
protético.
Bibliografia 1. Allo A. Cirurgia Guiada e Carga Imediata em Implantologia Oral [Dissertação de Mestrado em Medicina Dentária]. Gandra: Instituto Universitário de Ciências da Saúde, 2019. 2. Kalaivani G, Balaji VR, Manikandan D, Rohini G. Expectation and reality of guided implant surgery protocol using computer-assisted static and dynamic navigation system at present scenario: Evidence-based literature review. J Indian Soc Periodontol 2020; 24(5): 398-408. 3. Al Yafi F, Camenisch B, Al-Sabbagh M. Is digital guided implant surgery accurate and reliable?. Dent Clin North Am 2019; 63(3): 381-397. 4. Deeb G, Tran DQ, Deeb JG. Computer-aided planning and placement in implant surgery. Atlas Oral Maxillofac Surg Clin North Am 2020; 28(2): 53-58.
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31
Era digital
A cirurgia guiada de implantes simplifica a instalação de im-
TEMA DE CAPA
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Ciência |
Prática clínica Elevação do assoalho do seio maxilar: considerações da técnica traumática RESUMO A quantidade e qualidade do tecido ósseo remanescente após a perda dentária são condições indispensáveis na estabilidade primária das fixações usadas nas reabilitações implantossuportadas. Na maxila, a reabsorção após a perda dentária no primeiro ano, principalmente na região anterior, é de 40 a 60% na largura da crista. Na região posterior do mesmo osso, a área edêntula da parede óssea sofre remodelação, com perda de altura, constricção da crista óssea, minimização do trabeculado e até fusão do seio maxilar com o processo alveolar em casos extremos de pneumatização. Visando potencializar a indicação e longevidade das reabilitações com implantes, a literatura discorre sobre a técnica traumática e a técnica atraumática de acesso para levantamento do assoalho do seio maxilar. Osso autógeno (autólogo), homógeno (homólogo), heterógeno (xenógeno), sintético (aloplástico) e fatores de crescimento têm sido colocados entre a membrana scheneideriana não perfurada e o assoalho do seio paranasal para esse ganho em altura. O objetivo deste artigo é ilustrar a técnica traumática de levantamento do assoalho do seio maxilar, por ser a mais utilizada na literatura consultada, além de ser a mais eficaz em promover ganho de altura óssea do rebordo alveolar em extensas perdas e em situações limítrofes. Palavras-chave: seio maxilar, carga imediata em implante dentário, substitutos ósseos.
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Luciano Bonatelli Bispo Médico dentista. Licenciado, mestre e doutorado em Dentística pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Brasil). lbbispo2@gmail.com
Introdução
fixação); remanescente maior ou igual a 8 mm (uso de osteótomos e técnica atraumática de Summers4, podendo-se realizar a
A evolução dos biomateriais e técnicas cirúrgicas possibilitou a
fixação no ato cirúrgico); e, a última, altura óssea entre 5 e 7 mm
reabilitação de rebordos alveolares edêntulos pelos implantes os-
(levantamento com técnica traumática e instalação da fixação
seointegrados. A perda de dentes no osso maxilar promove uma
também no mesmo ato cirúrgico-operatório, otimizando-se e
reabsorção e eventual pneumatização dos seios maxilares. Isso
minimizando-se o tempo de espera final da reabilitação).
diminui o osso em altura e espessura, impedindo a colocação de
Segundo Chanavaz6, em 2000, as indicações para o emprego
implantes com comprimentos estándar (padrão). Sabe-se que a
da técnica de levantamento de assoalho do seio maxilar são:
quantidade e qualidade óssea remanescente são imprescindíveis
perda dentária total com pneumatização bi ou unilateral dos
para a obtenção da estabilidade primária e aumento da longevi-
seios maxilares, perda de pré-molares e molares com discreta
dade das reabilitações implantossuportadas1.
altura remanescente do processo alveolar, em perdas unitárias
Com o intuito de aumentar a altura do rebordo edêntulo, técni-
com presença de dentes contíguos íntegros; e, altura óssea re-
cas cirúrgicas tendem a levantar a membrana de Schneider do
gional de 5 mm ou menos entre o assoalho do seio maxilar e o
seio maxilar (Antro de Highmore) e colocar autoenxertos, aloen-
rebordo alveolar. Como contraindicações desse mesmo autor6:
xertos, xenoenxertos, enxertos aloplásticos ou mesmo promoto-
grande distância vertical entre arcos dentários, presença de pa-
res de crescimento. A colocação das fixações pode ser realizada
tologias sinusais não diagnosticadas, corpos estranhos ou raí-
no mesmo tempo cirúrgico, ou ainda, postergada para alguns
zes residuais no interior dos seios paranasais, tabagistas cróni-
meses, até que haja maturação do tecido ósseo enxertado .
cos, comorbidades sistêmicas, periodontites avançadas e não
Na década de 80, Tatum3 introduziu uma técnica de levanta-
minimizadas, e comportamentos psicossociais patológicos
mento da membrana scheneideriana com abertura pela pare-
que inviabilizem tratamentos prolongados7.
de lateral do alvéolo (denominada de técnica traumática), as-
O objetivo deste trabalho é ilustrar a técnica traumática de le-
sim como outra técnica, cujo acesso é executado pela crista
vantamento do assoalho do seio maxilar, por ser a mais usada na
edêntula do rebordo alveolar (ténica atraumática). Já em 1994,
literatura consultada8, além de ser a mais previsível em situações
Summers4 discorreu sobre uma técnica mais conservadora
limítrofes de pouco remanescente ósseo vertical para a reabilita-
quanto à osteotomia anteriormente realizada por Tatum3. Me-
ção protética implantossuportada imediata ou postergada.
2
todicamente, o assoalho do seio maxilar é quebrado numa fratura do tipo galho-verde, com pressão controlada, havendo
Relato de caso
aposição e condensação óssea apical e lateral à perfuração, com consequente elevação, sem rompimento, da membrana.
Manequim ósseo para treino de reabilitação de área edêntula
Basicamente, três condições são encontradas , a saber: osso al-
na região dos elementos perdidos de 24 para distal da mesma
veolar remanescente na região posterior da maxila medindo de
hemi-arcada (figs. 1 e 10). Clinicamente é muito importante um
1 a 4 mm (indicada a técnica de levantamento traumático do
exame sistémico e clínico extra e intra-bucal, além de anamne-
assoalho do seio maxilar e espera de seis meses para instalar a
se pormenorizada e pedido de tomografia computadorizada
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para planeamento de reabilitação implantossuportada. Constata-se, assim, um seio maxilar saudável, sem comprometimento infecioso, com remanescente ósseo no sentido vestíbulo-palatino de 6,50 mm e altura de 5,60 mm (figs. 1, 11 e 12). Possibilita-se a técnica traumática de levantamento de assoalho do seio maxilar e aposição a posteriori de implante osseointegrado. Após antissepsia com digluconato de clorexidina a 0,2% por meio de vigoroso bochecho, a técnica cirúrgica consistiu em anestesia dos nervos alveolar superior, médio e posterior com mepivacaina 2% e epinefrina 1:100.000, bem como sobre a crista do rebordo edêntulo; também na região palatina em proximidade ao nervo palatino maior. Duas incisões relaxantes realizam-se na distal do canino 23 e outra na região do segundo molar perdido (Técnica de Cadwell-Luc, posteriormente modificada por Tatum). Recomenda-se cuidado para que a base do retalho seja maior do que na sua região coronal, favorecendo o
S FIG. 1. Esquema mostrando a membrana Schneideriana delimitando o antro de Higmore ou cavidade sinusal. Existe uma ínfima altura óssea para colocação de implante de dimensões regulares ou convencionais.
aporte sanguíneo, nutrição, mobilidade e descolamento do mesmo. Realiza-se retalho de espessura total (mucosa e periósteo) para exposição óssea (figs. 2, 14 e 15). Ponta diamantada esférica número 8, montada em peça angulada cirúrgica, com refrigeração, movimenta-se em trajeto circular no interior do desenho limitante. A osteotomia deve executar-se de forma cuidadosa, para observação criteriosa da membrana sinusal por transparência (figs. 3, 4 e 16 a 20). Descolamento cuidadoso, sem movimentos intempestivos, possibilita o afastamento da membrana do assoalho do seio, permitindo espaço para a colocação de osso e/ou seus substitutos (figs. 21 e 22). Para isso, curetas sem corte e com diferentes designs estão disponíveis (figs. 13 e 23). Cuidado e paciência são imprescindíveis para que não ocorra perfuração da membrana scheneideriana (fig. 24). Afasta-se a membrana para uma posição mais superior e o enxerto é colocado e comprimido com uma gaze humedecida em
S FIG. 2. Descolamento de retalho de espessura total (mucosa e periósteo) expondo a parede lateral óssea do processo alveolar.
solução fisiológica 0,9% estéril. O importante é que permaneça bem compactado e sem espaços. Um instrumento em forma de colher leva partículas maiores e menores, preenchendo todos os espaços vazios (figs. 5, 6 e 26 a 28). Após assentamento de membrana reabsorvível sobre o osso particulado (figs. 25 e 29 a 31), o retalho é levado em posição coronal e suturado na crista do rebordo, bem como as incisões relaxantes (fig. 7). Aguarda-se um periodo de seis meses para neoformação óssea, onde uma segunda cirurgia após constatação (fig. 8), com nova tomografia computadorizada, permite a colocação de um implante de 4,3 mm de diâmetro e 11,5 mm de comprimento. No caso um implante conexão tipo morse com transmucoso
S
(fig. 9).
FIG. 3. Uso de ponta diamantada de grande diâmetro número 8.
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FIG. 4. Técnica modificada de Caldwell-Luc, onde, a partir de um
FIG. 5. Instrumento em forma de colher que levará o enxerto
acesso vestibular, uma janela lateral óssea é criada por desgaste (osteotomia) dando acesso à membrana (sem perfurá-la), que será descolada de forma intermitente e com pouca pressão.
até o assoalho do seio maxilar, abaixo da membrana que foi cuidadosamente suspensa.
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FIG. 6. Enxerto ósseo, substituto ou mistura de ambos,
FIG. 7. Preenchimento do assoalho com manutenção da membrana
que será compactado no assoalho do seio maxilar. A membrana foi descolada e suspensa.
suspensa para promover espaço adequado. Retalho assentado em posição coronal e suturado sobre a crista do rebordo alveolar.
S
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FIG. 8. Osso neoformado e ganho de altura. A membrana
FIG. 9. Após maturação do tecido ósseo, num periodo de seis
regenera-se sobre o enxerto.
meses, o implante pode ser colocado, atingindo-se a estabilidade primária para posterior reabilitação implantossuportada.
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Discussão Classificação Conforme Jensen et al.9 (1990), em descrição e classificação muito semelhante à proposta por Mich10, em 1987, após pneumatização, os seios maxilares poderiam ser classificados como: Classe A - crista do rebordo alveolar até o assoalho do seio maxilar com remanescente de 10 mm ou mais, com indicação de expansão e elevação, e instalação imediata da fixação; Classe B
Q
– 7 a 9 mm de remanescente, com indicação de elevação, expansão e/ou técnica traumática, com indicação de aposição
FIG. 10. Manequim ósseo
imediata da fixação; Classe C - com 4 a 6 mm de remanescente,
para treino de cirurgia de levantamento de assoalho de seio maxilar em nível laboratorial (vista frontal).
indicando-se levantamento e fixação imediata; Classe D - de 1 a 3 mm de remanescente, com uso de técnica traumática e postergação da instalação do implante; e, finalmente, Classe E - sem remanescente em altura e espessura adequadas, sendo necessário o uso de artifícios não convencionais, como fixações zigomáticas e reconstruções extensas.
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FIG. 11. Cavidades sinusais num plano axial ou transverso.
FIG. 12. Detalhe do seio maxilar, inclusive com simulacro da membrana.
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FIG. 13. Kit de cinco curetas sem corte para o descolamento
FIG. 14. Vista sagital lateral, local onde a janela será
da membrana. Possuem várias angulações para diferentes abordagens anatómicas.
confecionada.
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FIG. 15. Demarcação da área de osteotomia próxima
FIG. 16. Vista aproximada da ponta diamantada de grande
da protuberância ou pilar canino. Clinicamente, às vezes, torna-se fácil observar a parede anterior do seio maxilar pela transparência dos seus limites. A transiluminação também ajuda a identificar a região de acesso.
diâmetro número 8.
S FIG. 17. Peça angulada cirúrgica com pinça para pontas diamantadas ou brocas de 45 a 85 mm de comprimento; transmissão 1:1; ângulo de 20o; velocidade máxima de 40.000 RPM (rotações por minuto); ponteira alongada com 5,4 mm de diâmetro. Com sistema de refrigeração externo e sistema de fixação da ponta diamantada feito através de pinças internas em aço inoxidável.
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FIG. 19. Outro ângulo de posicionamento da ponta diamantada
FIG. 20. Início da osteotomia com movimentos circulares.
esférica. Note-se que é possível fazer a osteotomia em qualquer posição: de anterior para posterior, de cima para baixo, de foma circular ou vice-versa.
Ideal para iniciantes.
FIG. 18. A ponta diamantada esférica permite o acesso para a osteotomia em qualquer angulação ou dificuldade anatómica.
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FIG. 21. Note-se que o materal do manequim mostra uma
FIG. 22. As espículas ósseas devem ser regularizadas
“cortical” bastante espessa. O ideal e desejável é que não se perfure a membrana ao fundo.
na entrada da osteotomia feita para não interferir nos movimentos de descolamento da membrana e minimizar os riscos de rutura. Apesar do grande aumento da foto, a abertura é bastante conservadora.
S
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FIG. 23. Seleção da cureta para o início do descolamento. Apesar
FIG. 24. Descolamento da membrana com movimentos lentos,
dos kits constarem de cinco ou mais instrumentos, clinicamente, com o tempo, o profissional acaba por acostumar-se a usar um ou dois de maior conforto e preferência.
laterais e sem pressão. Parte da cureta é apoiada em tecido ósseo da janela e a parte externa da cureta afasta naturalmente o tecido da membrana (sem empurrar).
S
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FIG. 25. Bolinhas de farinha de mandioca, que simularão
FIG. 26. Cureta em forma de colher para levar o enxerto
osso particulado.
no assoalho do seio maxilar.
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FIG. 27. Demonstração, em grande aumento, da bolinha
FIG. 28. Note-se o tamanho da bolinha em relação a janela
que simula a partícula óssea a ser conduzida na cavidade sinusal pela cureta em forma de colher.
óssea executada, logo, trata-se de uma osteotomia muito conservadora.
S
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FIG. 29. Cloreto de sódio (sal de cozinha) simulando
FIG. 30. Simulacro de membrana reabsorvível com lenço
um enxerto liofilizado desmineralizado humano (DFDBA) ou matriz óssea desmilneralizada (DBM) – aloenxertos. As partículas menores ocupam os espaços deixados pelo simulacro das maiores, preenchendo todos os cantos. Note-se também o excesso extravasado para fora da janela óssea. Haverá uma reabsorção desse enxerto, logo, essa quantidade procura prever essa perda dimensional.
de papel humedecido.
Em 2008, Katranji et al.11 apresentaram uma classificação baseada nos pontos críticos mais prevalentes e observáveis na região da maxila posterior edêntula: Classe A - osso com altura maior que 10 mm e maior que 5 mm em espessura (plausível de reabilitação sem complicações esperadas). Classe B – 6 a 9 mm de altura e espessura compreendida entre 5 e 3 mm, medida e padronizada da junção amelo-cementária dos elementos contíguos ao espaço edêntulo. Ainda, a Classe B subdivide-se em três partes: primeira – defeito horizontal de 6 a 9 mm de altura e espessura com menos de 5 mm. Indicando-se ROG (regeneração óssea guiada), uso de enxertos onlay e/ou expansão
40
S FIG. 31. A membrana assenta sobre as partículas de enxerto para evitar com que se dispersem. Apesar de a sua utilidade ser bastante discutida e negligenciada na literatura consultada, clinicamente, é artifício colaborador para que o enxerto particulado de pequenas dimensões não extravase além dos limites ósseos cirúrgicos.
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do rebordo alveolar; segunda – deficiência vertical de 6 a 9 mm
4,9 meses após os enxertos. Após acompanhamento clínico e
de altura, com mínima espessura de 5 mm, sendo que da jun-
radiográfico de um ano, observaram-se taxas de sucesso ao re-
ção cemento-esmalte dos elementos presentes adjacentes
dor de 99,5%, com apenas uma fixação perdida, durante a co-
com mais de 3 mm, carecendo de enxertos; terceira – altura
locação do abutment7.
entre 6 a 9 mm, com 5 mm ou menos de espessura, somado a
Jaffin & Berman14, em 1991, nitidamente constataram que os
uma distância da junção cemento-esmalte à crista óssea com
tipos I, II e III de osso eram capazes de manter a longevidade
mais de 3 mm, requerendo-se aumento de espessura e altura
das fixações. Entretanto, o tipo IV apresentou uma média de
ósseas. Classe C - igual ou menor que 5 mm de altura, espessu-
falhas de 35%, sendo na maxila de 44%. Já na mandíbula, o
ra também igual ou menor que 5 mm, com distância menor ou
índice de falhas apresentou uma média de 26%. Relataram
igual a 3 mm da junção cemento-esmalte, indicando-se técnica
também que em 1.054 fixações colocadas, 102 foram em osso
traumática de levantamento de assoalho de seio maxilar, com
do tipo IV, com taxa média de sucesso de 65%, um valor bem
instalação imediata ou postergada à enxertia. A Classe C igual-
inferior quando comparado aos tipos I, II e III, com 97% de su-
mente demonstra subdivisões, a saber: primeira – espessura
cesso. Torna-se claro que a maxila perde altura com maior velo-
menor do que 5 mm de defeito horizontal, com levantamento
cidade, devido à presença de osso dos tipos III e IV, também à
e ROG, ou ainda, enxerto do tipo onlay; segunda – distância da
diminuição da vascularização e tónus muscular nas áreas edên-
junção cemento-esmalte dos elementos dentários adjacentes
tulas. Após a perda dentária, a densidade do osso maxilar é al-
maior do que 3 mm até a crista óssea alveolar, indicando-se
terada, com diminuição das trabéculas e aumento das capaci-
levantamento de seio maxilar com ROG; e, eventual necessida-
dades osteoclásticas do periósteo em proximidade à
de de enxerto onlay; terceira – espessura com menos de 5 mm
membrana do seio maxilar, com consequente pneumatização,
com distância maior que 3 mm da crista até a junção cemento-
que potencializa e agrava a já crítica perda de rebordo15.
-esmalte dos dentes adjacentes, sendo necessário, segundo os
Hürzeler et al.16 (1996), já nessa época, com 340 implantes rea-
autores, levantamento e ROG, bem como enxerto tipo onlay
lizados, tendo 235 imediatos e 105 colocados tardiamente
complementar .
após manobras de levantamento de assoalho de seio maxilar
Neste artigo, adotou-se uma classificação mais simplista, clini-
empregando enxertos. Dos 340 totais, 33 falharam, dois por
camente melhor compreendida e tecnicamente melhor exe-
mobilidade, oito com exibição de áreas radiotransparentes, 19
quível, conforme Fugazzotto & Vlassis12 (1998), existem três si-
com perda óssea maior do 0,2 mm/ano, e quatro falharam nu-
tuações com relação à altura do remanescente: primeira – osso
ma combinação múltipla de dois fatores ou mais (perda óssea
remanescente em maxila posterior desdentada entre 1 a 4 mm,
vertical, radiolucidez e/ou mobilidade). Averiguou-se que a
com indicação de levantamento com técnica traumática, espe-
quantidade do remanescente ósseo, a manutenção da integri-
ra de cicatrização da enxertia e posterior instalação das fixa-
dade da membrana sinusal, a estabilidade primária da fixação,
ções, potencializando-se uma ótima obtenção de estabilidade
a técnica cirúrgica, a ausência de sinais e sintomas de infeções
primária; segunda – altura óssea compreendida entre 5 e 7 mm,
ou anormalidades presentes na cavidade sinusal e o material
com levantamento com técnica traumática e instalação ime-
de eleição na realização dos enxertos; todos são essenciais e
diata da fixação, com estabilidade primária potencializada pela
indispensáveis para o sucesso do procedimento17. Quando tais
quantidade óssea; terceira – com altura de 8 mm ou mais entre
variáveis são controladas, altos índices de sucesso são encon-
a crista do rebordo alveolar edêntulo e o assoalho do seio ma-
trados em todos os estudos selecionados no emprego dessa
xilar, com uso de técnicas atraumáticas e uso de osteótomos,
técnica2,5,8,10.
2
com condensação e aumento da densidade óssea na região apical e lateral, aumentando-se o contacto osso-implante, com
Enxertos
instalação das fixações no mesmo ato cirúrgico5.
O osso autógeno constitui o “padrão ouro” nas enxertias associadas aos levantamentos de assoalho de seio maxilar pela téc-
Sucesso
nica traumática. Todavia, é impossível a coleta de volumes
Stricker et al. , em 2003, relataram o controle de 66 cirurgias de
maiores do que 10 ml nos sítios intrabucais (ramo, mandíbula
levantamento de assoalho do seio maxilar, realizadas em 41 pa-
e tuberosidade maxilar). Soma-se a necessidade de uma se-
cientes, por especialistas em implantologia, com enxertos cole-
gunda área cirúrgica cruenta no mesmo paciente ao aumento
tados da crista ilíaca. Dessas cirurgias, um total de 43 implantes
da morbidade, ao aumento do tempo cirúrgico, do aumentado
foram colocados no mesmo tempo cirúrgico do enxerto. Além
risco de infeção e do consequente desconforto para o paciente
disso, 135 implantes foram instalados com tempo de espera de
e para o cirurgião1.
13
41
Ciência | Prática clínica
As localizações extraorais (crista ilíaca, tíbia, rádio, calota cra-
ósseo e da cicatrização. A hidroxiapatita é um representante
niana e costela), indubitavelmente fornecem maiores quanti-
com propriedades de osteocondutor, bem como oferece resul-
dades de osso; entretanto, representam fobia por parte de tais
tados a longo prazo muito encorajadores de uso1. Canullo &
intervenções para o paciente, além de excessiva morbidade.
Dellavia22, em 2009, observaram que a hidroxiapatita é parcial-
Adicionalmente, o internamento hospitalar e indicação de
mente reabsorvida e substituída por neoformação óssea. Tais
anestesia geral são complexas nos seus custos e indicações1.
alegações e interpretações concluíram que a hidroxiapatita
Os aloenxertos são de origem humana, porém, não do próprio
sintética pode funcionar como um filtro ósseo seletivo que fa-
paciente. Apresenta como maior representante o enxerto liofi-
vorece a cicatrização, ainda que em condições anatómicas res-
lizado desmineralizado humano (DFDBA) ou matriz óssea des-
tritivas e limitantes de perda óssea. Alguns, ainda, têm indica-
mineralizada (DBM). Promove a libertação de artefatos osteo-
ção de mistura com autoenxertos para aumento de volume.
condutivos. Pode ser misturada com enxertos aloplásticos ou
Promotores de crescimento como as BMPs (Bone Morphoge-
xenoenxertos. O seu grande problema é a manutenção de um
netic Proteins), proteínas morfogenéticas ósseas, favorecem a
carreador ideal. Contemporaneamente, um polímero natural
aposição, crescimento, aceleração da maturação, além de po-
(ácido hialurónico), não tóxico, biodegradável e biocompatível
derem ser misturadas. Podem recrutar células-tronco mesen-
tem sido adicionado ao DFDBA, com a função de carreador
quimais, com potencial formação de osteoblastos e mesmo de
sem alterar a sua dinâmica química, com a minimização do
condroblastos (células formadoras de cartilagem). Possuem o
tempo clínico . Mais estudos são necessários para avaliar o em-
inconveniente de ter um grau de pureza elevado, o que pode
prego do ácido hialurónico com outros substitutos ósseos e
causar reação imunológica, comprometimento da osteocon-
suas interações .
dutividade e dificuldade de apresentar um carreador único e
Os xenoenxertos são de uma espécie diferente àquela do indi-
padronizado. O carreador ideal deveria libertar o fator de forma
víduo submetido ao procedimento. Geralmente, são de origem
lenta e controlada. Apesar da exibição de resultados promisso-
bovina ou porcina. O maior representante é um enxerto de ori-
res, carecem de uma maior padronização na fabricação e forma
gem bovina semelhante à hidroxiapatita com muita pororsida-
de contacto no leito recetor. O custo também é alto23.
de e muito próximo ao osso cortical. Os componentes orgâni-
Já quanto ao PRP (Plasma Rico em Plaquetas), no uso concomi-
cos são removidos por calor ou de forma química. Constitui um
tante com enxertos em técnicas de levantamento do assoalho
arcabouço para as células osteogénicas. Não há uma reabsor-
do seio maxilar, não há nenhuma vantagem24, conforme duas
ção rápida das suas partículas ao longo do tempo, podendo-se
revisões sistemáticas dos mesmos autores25,26.
1
18
dizer que não ocorre de forma completa . Felice et al. (2009), 1
19
em ensaio clínico randomizado de divisão em quadrantes na
Intercorrências e complicações
boca de 10 pacientes, colocaram membrana reabsorvível num
Como complicações trans-operatórias temos: a perfuração da
lado e no lado contra-lateral 100% de xenoenxerto de origem
membrana sinusal, a presença de septos ósseos no interior do
bovina de uma famosa marca comercial. Não houve diferença
seio maxilar e eventual hemorragia. Entre as complicações pós-
estatisticamente significante no quesito tempo operatório,
-operatórias pode-se encontrar: infeções, sinusites, problemas
com os dois grupos apresentando um significativo aumento
sistémicos, uso de determinados medicamentos (esteróides, an-
ósseo. Em termos histológicos, mais osso neoformado foi en-
ti-histamínicos, adictos de cocaína e uso crónico de desconges-
contrado do lado do xenoenxerto. Em termos de preferência
tionantes nasais) e negligência aos cuidados pós-operatórios27.
cirúrgica, o preenchimento de espaços com o xenoenxerto é
Os pacientes tabagistas crónicos não constituem uma con-
mais confortável do que o uso e adaptação de membranas. Es-
traindicação absoluta, no entanto, a membrana sinusal é bas-
ta constatação coincide com outros autores , por ser este um
tante fina e comprometida em termos de vascularização20,27.
procedimento que não substitui o periósteo e que vem sendo
A complicação mais comum, sem dúvida, é a perfuração da
abandonado numa tendência crescente na literatura consulta-
membrana scheneideriana, na casuística de 10 a 34%, no mo-
da. Tanto a membrana de colagéneo como barreiras como o
mento do seu descolamento, ou ainda, no desgaste da parede
sulfato de cálcio não apresentaram nenhum tipo de vanta-
óssea lateral da janela óssea28. Tal perfuração pode conduzir á
gem , com exceção da contenção das partículas de enxerto,
excessiva hemorragia, rompimento do feixe infraorbitário, des-
para não se desprenderem e migrarem do leito cirúrgico (o que
locamento do implante para o interior do seio, edema, sensibi-
justifica o seu uso no caso aqui apresentado).
lidade dentária nos elementos contíguos à região operada, in-
Os enxertos aloplásticos têm origem artificial e sintética. Pro-
feção persistente, sinusite, cistos, rebaixamento ou deiscência
movem um arcabouço para potencialização do crescimento
da mucosa, bem como perda de todo o enxerto colocado7. Per-
20
21
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furações menores do que 10 mm de extensão podem ser repa-
Conclusão
radas com o uso de membranas reabsorvíveis, membranas de colagéneo, dobras sobre si, e mesmo delicada e cuidadosa su-
A técnica traumática de levantamento do assoalho do seio ma-
tura17. Caso o ato cirúrgico não possa ser continuado, a mem-
xilar é a mais utilizada para terapia da maxila atrófica posterior
brana sinusal normalmente regenera-se acima do enxerto ós-
antes da colocação de implantes osseointegrados. Sucessos su-
seo numa média de dois a três meses27.
periores a 90% são unânimes em toda a literatura consultada7.
Já os septos estão presentes em 31% das maxilas atróficas
Inúmeras variáveis e vieses devem ser controlados na execução
edêntulas, o que também compete para a perfuração da mem-
técnica. Faz-se um imprescindível domínio da técnica cirúrgica,
brana . Logo, um planeamento prévio com uso de tomografia
também um correto diagnóstico, indicação, conhecimento ana-
computadorizada auxilia o profissional na tomada de decisões.
tómico, contorno de possíveis intercorrências, experiência e dis-
Evidentemente, treino e paciente curva de aprendizagem já se
ponibilidade de alternativas em termos de enxertos, implantes e
iniciam no laboratório.
suas modalidades.
28
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PUBLIRREPORTAGEM
Por que recomendo OccluSense Na era digital da Medicina Dentária, onde as complicações com a impressão em papel e as películas de raio-X, felizmente, fazem parte do passado, talvez seja a hora de levantar uma importante questão: por que motivo continuamos a usar papel de articular para medir a oclusão? Neste artigo, o Dr. Michael Rosen expõe as vantagens de usar o dispositivo OccluSense, da Bausch, que grava digitalmente as forças mastigatórias, e veio impulsionar a confiança no tratamento em ambos os lados da cadeira dentária.
Michael T. Rosen DDS, MS, FAGD, LVIF Natural de North Wilmington (Delaware, EUA), o Dr. Michael Rosen é licenciado em Medicina Dentária pela Emory Universitry e concluiu um programa de residência no Medical Center of Delaware. Depois de ter exercido a sua prática clínica durante alguns anos em Atlanta, regressou às suas origens, em Delaware, onde mantém a sua atividade profissional centrada na estética dentária e no tratamento da comunidade em geral. O médico dentista norte-americano também se especializou em ortodontia e medicina do sono, e continua a frequentar regularmente ações formativas sobre os últimos avanços do setor. É Fellow of the Academy of General Dentistry e do Institute for Advanced Dental Studies, com sede em Las Vegas.
Como clínicos, sabemos que a oclusão deve ser medida com a maior precisão possível para podermos solucionar da melhor forma os problemas dentários dos nossos pacientes e recomendar o tratamento mais apropriado. Embora possa ser visto como uma mudança drástica em relação aos métodos tradicionais de medição da oclusão, o sistema digital OccluSense, para registo de forças mastigatórias, oferece uma precisão muito superior à que se obtém com recurso ao papel de articular. OccluSense permite algo que o papel de articular não consegue fazer, e que considero incrivelmente importante: mostra o que incide primeiro; não apenas o que incide com mais força. O referido sistema utiliza um sensor de pressão eletrónico para capturar as forças mastigatórias, que são depois gravadas pelo dispositivo. Em seguida, estes dados de oclusão estática e dinâmica são transmitidos, via rede sem fios, para a minha aplicação OccluSense, no iPad, onde posso observá-los, junto com o paciente, nos formatos 2D e 3D.
Mais precisão e informação
OccluSense é uma fantástica ferramenta para se ter à mão, em particular nos casos que exigem um elevado nível de precisão. Também é uma grande ferramenta para efeitos de informação ao paciente. Não raras vezes, na nossa consulta, o paciente
informa que recentemente foi submetido a um procedimento simples e, desde então, tem a sensação de um desvio no alinhador dentário. Nestes casos, utilizo o OccluSense porque, para poder ajudar o paciente, preciso de obter toda a informação que for possível. Quando um paciente efetua uma mordida no sensor de pressão eletrónico, o dispositivo mostra-nos todas as marcas dos dentes nesse periodo de tempo. As marcas leves traduzem-se nas barras mais abaixo, ao passo que as mordidas mais fortes refletem-se nas barras cimeiras, pelo que os resultados mostram realmente os movimentos em tempo real e dão-nos informação mais completa. O paciente pode dizer-me que está a incidir num determinado ponto, mas eu poderei contrastar essa ideia colocando na sua boca um sensor de pressão OccluSense e informando-o de que, na realidade, está a atingir determinado ponto A e/ou B.
O sensor de pressão eletrónico regista dados de oclusão estática e dinâmica e transmite-os, via rede sem fios, para uma aplicação iPad, facilitando a sua análise. Neste sentido, OccluSense oferece ao paciente maior grau de confiança no seu médico dentista. Se o paciente julga ter a razão do seu lado e o médico dentista não tem forma de o convencer do contrário, corre-se o risco de ver o utente abandonar a consulta com a sensação de que o profissional não sabe o que está a fazer. Mas se o paciente vir com os seus próprios olhos, num formato visual corrente como uma aplicação para iPad, terá certamente mais confiança nas capacidades do médico dentista e ficará reconhecido pelo recurso a ferramentas modernas que outros profissionais não utilizam.
Um investimento precioso
O experiente médico dentista norte-americano Michael Rosen enumera as vantagens do inovador sistema digital OccluSense.
Ainda que o dispositivo OccluSense possa ser catalogado como um ítem específico em Medicina Dentária, é difícil atribuir-lhe um preço tendo em vista o seu contributo para uma apropriada oclusão - especialmente sabendo-se que a maloclusão pode resultar em problemas como o bruxismo, recessão gengival, danos em restaurações ou complicações na articulação temporomandibular (ATM). Os profissionais do setor devem compreender quão valiosa pode ser uma ferramenta como esta, e por um preço acessível.
Protagonistas |
Zona jovem
Ana Margarida Sousa e Patrícia Rebelo, presidente e vice-presidente, respetivamente, da comissão organizadora das Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
“O formato online permite-nos abrir portas e alcançar estudantes de outras escolas e profissionais de outras regiões”
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A
34ª edição das Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) está agendada para meados de maio, em formato online, e pela primeira vez sob a exclusiva responsabilidade da Associação Académica de Medicina Dentária de Lisboa. O novo figurino virtual do evento permitirá dar voz não só à “prata da casa”, mas também aos profissionais de excelência (fisicamente) mais distantes. Ana Margarida Sousa e Patrícia Rebelo, estudantes do quarto e quinto ano do Mestrado Integrado de Medicina Dentária e presidente e vice-presidente da comissão organizadora, respetivamente, sublinham à Maxillaris o exigente desafio que representa a reconversão das jornadas e antecipam os inovadores contornos do programa deste ano. Tendo em vista o atual contexto de pandemia, que soluções (tecnológicas/virtuais) foram encontradas pela comissão organizadora para levar a cabo a 34ª edição das Jornadas de Medicina Oral da FMDUL? Ana Margarida Sousa - Num ano a muitos níveis atípico e desafiante decidimos aceitar o repto de adaptar as Jornadas de Medicina Oral a um formato totalmente inovador. Voltar a erguer este evento, que sempre foi um motivo de reunião, partilha e aprendizagem há 33 edições, depois de ter sido cancelado há exatamente um ano, está a ser um desafio exigente a todos os níveis. Por isso, decidimos investir num site oficial pró-
novação da identidade gráfica, distinta
prio - com um simbolismo particular da
e mais atual, com o intuito de elevar a
cidade que nos define: Lisboa -, onde
fasquia e motivar a próxima equipa a
será possível encontrar não só o progra-
continuar o conceito. É de realçar, tam-
ma científico como também os stands
bém, que é a primeira vez que este
virtuais, as inscrições para o acesso à
evento é organizado exclusivamente
plataforma de transmissão e todas as in-
por alunos da Faculdade de Medicina
formações relativas ao decorrer do
Dentária da Universidade de Lisboa, fi-
evento. A divulgação será veiculada
cando assim à responsabilidade da As-
através das nossas redes sociais, Insta-
sociação Académica de Medicina Den-
gram e Facebook, de forma a chegar
tária de Lisboa.
mais eficazmente à nossa comunidade. Qual é o lema global desta 34ª ediQuais são os fatores inovadores, a
ção e que temas vão dominar o pro-
introduzir no perfil das jornadas que
grama científico?
merecem especial menção?
Ana Margarida Sousa - Face ao objeti-
Patrícia Rebelo - Esta nova realidade
vo de atingir o patamar de excelência já
ma permitiu-nos sair da habitual zona
exigiu de toda a comissão organizadora
reconhecido da nossa Faculdade, lançá-
de conforto, pelo que procurámos não
uma inédita capacidade de adaptação
mos o lema “Expande o teu conheci-
só dar voz à “prata da casa”, mas tam-
e de trabalho. A estrutura do evento,
mento”, que pretende centrar a forma-
bém aos profissionais de excelência fi-
que se consolidou ao longo das últimas
ção ministrada no estabelecimento de
sicamente mais distantes, que noutra
33 edições, foi totalmente convertida
um raciocínio crítico perante as toma-
situação seria complicado trazer até
em formato online e motivou uma re-
das de decisão clínicas. O novo paradig-
nós.
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Protagonistas | Zona jovem
“O lema das jornadas - “Expande o teu
conhecimento” - pretende centrar a formação ministrada no estabelecimento de um raciocínio crítico perante as tomadas de decisão clínicas” (Ana Margarida Sousa)
R Ana Margarida Sousa, presidente da comissão organizadora, explica que nesta edição pretende-se uma maior inclusão no que diz respeito às áreas de higiene oral e prótese dentária.
Alguns dos temas em destaque são as
podemos destacar a presença de um
dores é equiparável no que diz respei-
novas tecnologias, as inovações na área
orador internacional e referências na-
to à excelência.
de ortodontia, a importância da estéti-
cionais das diversas áreas, nomeada-
ca em medicina oral e o impacto da hi-
mente os Professores Doutores Inês
Estão previstos cursos hands-on (ou
giene oral na saúde geral.
Caldas (Medicina Dentária forense),
outras ações formativas) ao abrigo
André Moreira (implantologia), Fátima
do programa das jornadas?
Quem são os protagonistas das con-
Bizarra (controlo de comportamento
Ana Margarida Sousa - Os cursos
ferências/webseminars?
na consulta de medicina oral) e Helena
hands-on representam um complemen-
Patrícia Rebelo - Ainda é cedo para re-
Francisco (cirurgia). Para além destes,
to à formação prática e clínica dos nos-
velarmos todos os nomes, contudo
garantimos que todo o painel de ora-
sos estudantes que, apesar das restri-
S Entre os temas em destaque nas jornadas organizadas pela FMDUL figuram as novas tecnologias, as inovações na área de ortodontia, a importância da estética em medicina oral e o impacto da higiene oral na súde geral.
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“A estrutura do evento foi totalmente
convertida em formato online e motivou uma renovação da identidade gráfica, distinta e mais atual, com o intuito de elevar a fasquia e motivar a próxima equipa a continuar o conceito” (Patrícia Rebelo)
R No que diz respeito às casas comerciais, a vice-presidente Patrícia Rebelo adianta que as jornadas já contam com um número considerável, tanto de media partners como de patrocinadores gold e silver.
ções de segurança e higiene impostas
Que soluções criativas/inovadoras
em especial os finalistas, é a redução
pelas autoridades de saúde para mini-
foram contempladas com o fim de
de prática clínica que irá culminar nu-
mizar o risco de contágio, não podía-
maximizar a rentabilização do espa-
ma precária preparação para o exercí-
mos deixar de oferecer. Para além disso,
ço (virtual) que será destinado aos
cio profissional. Muitos de nós não sa-
nesta edição pretendemos ser mais in-
expositores da indústria dentária?
bem o que esperar, mas conseguimos
clusivos no que diz respeito à área de
Ana Margarida Sousa - O setor da Me-
perceber que iremos enfrentar vários
higiene oral e prótese dentária, tendo
dicina Dentária, tal como muitas ou-
problemas, quer na procura de empre-
preparado cursos direcionados para ca-
tras indústrias, atravessa várias dificul-
go, quer na segurança necessária para
da uma das áreas de medicina oral.
dades motivadas pelas restrições à
o início de carreira.
atividade económica. Apesar dessa si-
Face ao elevado número de profissio-
Quais são as previsões da comissão
tuação, e fazendo uso daquilo que as
nais de saúde oral a exercer em Portu-
organizadora quanto ao número de
redes sociais e as novas tecnologias
gal e à crise pós-pandémica, o receio
participantes, incluindo os represen-
nos podem oferecer, recorremos à
de qualquer estudante é não conse-
tantes das casas comerciais, tendo
criação de stands virtuais que permi-
guir ingressar devidamente no merca-
em consideração o facto de as próxi-
tem às marcas expor os seus produtos
do de trabalho, que há muito se en-
mas jornadas da FMDUL decorreram
e divulgar o seu trabalho. Ainda, como
contra saturado. Assim, para além da
sob o espectro da pandemia?
privilégio para os nossos patrocinado-
eminente redução das horas de con-
Patrícia Rebelo - O nosso objetivo é
res gold, possibilitamos a divulgação
tacto clínico, surge a necessidade de
servir, naturalmente, todos os estudan-
de vídeos promocionais nos intervalos
equacionarmos, por imposição e não
tes da nossa Faculdade e fazê-los des-
entre palestras.
por opção, a emigração em prol de
pertar o interesse em participar. No en-
melhores oportunidades e condições
tanto, o formato online permite-nos
À margem das Jornadas de Medicina
de vida.
abrir portas e alcançar estudantes de
Oral, quais são as questões que des-
Patrícia Rebelo - Ambas gostaríamos
outras escolas e profissionais de outras
pertam, face à conjuntura de pande-
de deixar uma mensagem de esperan-
regiões, que apenas será possível atra-
mia, especial preocupação entre os
ça aos futuros médicos dentistas, pois
vés de uma forte aposta na divulgação.
estudantes da área de Medicina
acreditamos vigorosamente que so-
No que diz respeito às casas comerciais
Dentária?
mos preparados para ser profissionais
já contamos com um número conside-
Ana Margarida Sousa - Neste mo-
de excelência e que, em qualquer lado
rável, tanto de media partners como de
mento, o que mais preocupa os estu-
do mundo, conseguimos ser bem suce-
patrocinadores gold e silver.
dantes da área de Medicina Dentária,
didos.
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Protagonistas |
Ponto
de vista
Jornadas FMDUP 2021: respeitar a tradição, apostar na inovação
A
s Jornadas da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) são organizadas anualmente pelos estudantes finalistas do Mestrado Integrado em Medi-
cina Dentária (MIMD), em estreita colaboração com o valioso corpo docente da instituição e contando com o indispensável apoio dos seus funcionários. Para a edição deste ano, a Comissão Organizadora a que presido propôs-se a honrar a valiosa reputação das Jornadas da FMDUP, construída de forma sólida ao longo das sucessivas edições, com um desígnio basilar: a inovação constante, alicerçada na tradição de excelência. Encontrámos, portanto, na situação pandémica atual, não um obstáculo limitativo, mas
S Gustavo Cunha e Castro Finalista do Mestrado Integrado em Medicina Dentária. Presidente da Comissão Organizadora das XXXII Jornadas da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto.
um pretexto para cumprirmos o nosso propósito capital. Em consequência disso, é com orgulho que podemos afirmar que os nossos pré-eventos, realizados em formato virtual, foram um verdadeiro êxito, com um relevante número de inscritos. Os temas inovadores que propusemos, os oradores de prestígio que convidámos e o modelo de acesso e transmissão que implementámos de forma independente, foram os ingredientes chave para uma receita de sucesso. Afinal, este é um formato que é pioneiro em Portugal, em eventos deste género e nos contornos em que foi desenvolvido. Foi nesse sentido que, com o intuito de reproduzir esta fórmula triunfante, a Comissão Organizadora deliberou que o ciclo de conferências da trigésima segunda edição das Jornadas FMDUP venha a decorrer num formato integralmente virtual. Acreditamos que esta é a forma de garantir que a notável oferta científica programada, a anunciar em breve, alcança todos os interessados, preservando a segurança dos envolvidos e cumprindo as recomendações da Direção-Geral de Saúde e as diretrizes do Governo de Portugal. De forma sinérgica, o Departamento Científico da Comissão Organizadora e a Comissão Científica construíram e aprovaram um programa de conferências polivalente e variado, assegurado por oradores de referência a nível nacional e internacional. As conferências decorrerão de 25 de maio a 5 de junho, de forma interrupta. Com este modelo pretende-se que a carga horária diária seja equilibrada, para que o participante usufrua da experiência na sua plenitude e se mantenha imerso nas múltiplas palestras, do princípio ao fim. A par do ciclo de conferências, realizar-se-ão os tradicionais concursos de pósteres e de fotografia.
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Encontrámos, portanto, na situação pandémica atual, não um obstáculo limitativo, mas um pretexto para cumprirmos o nosso propósito capital.
Como tem sido prática habitual, no concurso de pósteres, serão admitidos trabalhos do tipo investigação, revisão bibliográfica ou relato de caso clínico. Antecipa-se um número de participantes significativo, justificado pela intrínseca motivação para a investigação científica no meio académico e pelos prémios atrativos. Os vencedores selecionados pelo júri, nomeado pela Comissão Científica, serão premiados, entre outros, com DVDs gentilmente oferecidos pela revista MAXILLARIS Portugal e com a possibilidade de publicação dos trabalhos submetidos. Já no concurso de fotografia, pretende-se que os inscritos façam uso desta valência, tão relevante na atividade clínica médico-dentária, para dar asas à criatividade e apresentar registos artísticos ou puramente clínicos. Os vencedores serão eleitos pelos participantes inscritos nas Jornadas FMDUP, sendo premiados os primeiros lugares das duas categorias. Todos os que estejam interessados em participar nos concursos deverão visitar o sítio eletrónico oficial das Jornadas FMDUP 2021 (www.jornadasfmdup.org) ou as nossas redes so� ciais (Facebook e Instagram), para estarem a par das últimas notícias. Em acréscimo à componente virtual, nesta edição das Jornadas FMDUP queremos desenvolver os cursos hands-on, que costumam constar da oferta formativa das várias edições, em formato presencial. De forma consciente, a Comissão Organizadora apenas promoverá a realização dos cursos se estiverem reunidas as condições sanitárias e de segurança fundamentais. Em adaptação à situação atual, o Departamento Formativo da Comissão Organizadora limitará o número de vagas por curso e implementará um alargado conjunto de medidas de prevenção da infeção e um escrupuloso protocolo de segurança, condizentes com as normas e diretrizes emanadas pelos órgãos de gestão da FMDUP e pela task-force da Universidade do Porto. Nada disto seria possível se não tivéssemos conseguido reunir um conjunto de casas comerciais que, de forma generosa, se juntaram a nós para construir um evento desta natureza, dotando-o da capacidade financeira necessária para elevar a sua qualidade científica, ampliar a sua visibilidade e garantir que decorre nas condições ideais. As Jornadas FMDUP fazem sentido pelas pessoas. Pelas que dão o melhor de si para as organizar e pelas que, reconhecendo a dedicação das primeiras na edificação de um evento ímpar, se inscrevem e participam. Nas XXXII Jornadas FMDUP 2021 queremos que estejam desse lado, mas connosco!
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Atualidade do setor |
Crónica Dia Mundial da Saúde Oral assinalado com debate sobre desafios que setor e profissionais enfrentam
O
Dia Mundial da Saúde Oral foi assinalado, no passado dia
ideias que saíram do debate que reuniu especialistas em Me-
20 de março, com um amplo debate sobre a prestação
dicina Dentária e em políticas de saúde.
dos cuidados nesta área em Portugal, os desafios que o setor e
No primeiro painel, “A pandemia nas políticas de saúde oral e
os profissionais enfrentam e como será o futuro pós-pandemia.
o papel dos profissionais”, António Mano Azul, médico estoma-
“Tenho orgulho na minha boca” foi o mote escolhido pela Fe-
tologista, José Frias Bulhosa, médico dentista e membro do
deração Dentária Internacional (FDI) para comemorar a efemé-
Conselho Deontológico e de Disciplina da OMD, Mónica Perei-
ride deste ano. Para assinalar a data, a Ordem dos Médicos
ra Lourenço, médica dentista e vogal do Conselho Diretivo da
Dentistas debateu o estado da saúde oral em Portugal, num
OMD, e Fátima Duarte, higienista oral e presidente da Associa-
evento organizado em parceria com o jornal Público. A OMD
ção Portuguesa de Higienistas Orais, conversaram sobre o es-
envolveu a classe e a sociedade em geral na discussão da “Saú-
tado do setor e do papel dos médicos dentistas.
de Oral: avaliar a pandemia, projetar o futuro”. Na abertura da
Citando um estudo realizado aos jovens médicos dentistas,
sessão, o bastonário Miguel Pavão deixou claro que “investir
Mónica Pereira Lourenço alertou para o facto de 25% dos mé-
em saúde oral é querer mais e melhor para os portugueses”,
dicos a recibos verdes terem sido “despedidos durante a pan-
não esquecendo que “proteger os médicos dentistas é salva-
demia” e criticou a baixa inserção da classe no Serviço Nacional
guardar a saúde oral dos portugueses”, os cuidados prestados
de Saúde (SNS), que está muito aquém das necessidades.
à população.
José Frias Bulhosa fez notar que, no caso da vacinação da clas-
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, participou também na
se, o processo “está muito aquém do desejado”, assim como a
sessão, na qual revelou existir a “ambição de desenvolver um
comunicação entre as autoridades de saúde no que concerne
novo programa para promover a saúde oral”, aproveitando na-
o encaminhamento dos doentes para o médico dentista. Visão
turalmente as potencialidades do Plano de Recuperação e Re-
corroborada por António Mano Azul, que apontou falhas a to-
siliência. “É este desafio que nos espera, recordando de onde
dos os envolvidos no processo, o que faz com que vários doen-
viemos, o percurso que fizemos, as dificuldades que temos,
tes com problemas associados à saúde oral “nunca cheguem
aquelas que tivemos acrescidas em 2020 e olhar para a frente”,
ao médico dentista”.
afirmou.
Por fim, Fátima Duarte sugeriu a necessidade de se disponibi-
O presidente da FDI aproveitou para falar dos objetivos esta-
lizar mais literacia em saúde oral, uma vez que “se houver pre-
belecidos pelo recém-apresentado relatório “Visão 2030: ofere-
venção e mais organização, é possível fazer muito melhor”.
cendo melhor saúde oral para todos”. Gerhard Seeberger sus-
“A saúde oral perante o Plano de Recuperação e Resiliência” é
tentou que a saúde oral (em todo o mundo desenvolvido) “não
o ponto de partida para a troca de ideias entre Alberto Macha-
surge da multiplicação do número de médicos dentistas, mas
do, deputado à Assembleia da República, Manuel Pizarro, de-
sim do investimento em sistemas de saúde responsivos”, sa-
putado ao Parlamento Europeu, Ana Paula Martins, bastonária
lientado que esta área não pode ser encarada como “um apên-
da Ordem dos Farmacêuticos, e Óscar Gaspar, presidente da
dice, mas sim uma verdadeira prioridade”.
Associação Portuguesa de Hospitalização Privada. Os participantes concordaram que o Plano de Recuperação e
Aposta na proximidade
Resiliência é importante para alocar verba à saúde, mas não
O alargamento da atribuição dos cheques-dentista a mais ca-
resolverá tudo e não pode ser encarado como o único plano.
madas das populações desfavorecidas, a aposta definitiva na
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda
maior proximidade dos profissionais de saúde oral, nomeada-
Sales, encerrou o debate, deixando como contributo a impor-
mente nos centros de saúde, e uma melhor articulação entre
tância de manter a articulação de esforços “entre os setores
os setores público, privado e social. Estas foram algumas das
público, privado e social”.
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Edição online do IV simpósio de estudantes atraiu mais de 200 participantes das sete escolas médico-dentárias
A
Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (ANEMD) pri-
ma pela sua posição e presença no panorama nacional de Medicina Dentária, com o intuito de bem representar e defender os direitos e interesses dos seus estudantes. Neste sentido, organiza o Simpósio Anual de Estudantes de Medicina Dentária (SAEMD), cuja quarta edição decorreu nos dias 19 e 20 do passado mês de março na plataforma TaO Dentistry. A organização do evento contou com es-
SA presidente da comissão organizadora, Margarida Quezada, considera que os objetivos do IV SAEMD foram cumpridos, numa edição marcada pela participação de renomados oradores internacionais.
tudantes das sete escolas médico-dentárias a nível nacional, “no sentido da abran-
ano do Mestrado Integrado da Faculdade
que se encontram a realizar atividades le-
gência do maior número de participantes
de Medicina Dentária da Universidade de
tivas em contexto clínico e hospitalar “de-
e, desse modo, permitir responder ao
Lisboa (FMDUL). O concurso permitiu “es-
ve estar conforme os critérios prioritários
maior número de intereses”, esclarece à
timular o trabalho de equipa e a integra-
estabelecidos para os profissionais de
Maxillaris Margarida Quezada, estudante
ção de conhecimentos teóricos e clínicos
saúde, uma vez que estão sob as mesmas
de Medicina Dentária e presidente da co-
multidisciplinares, em particular na área
condições, assumindo-se muitas vezes
missão organizadora desta edição.
de Medicina Dentária, através da resolu-
como uma mais-valia para assegurar os
Sempre com o intuito de fornecer a me-
ção de casos clínicos reais”, refere Marga-
cuidados de saúde na linha da frente”. E
lhor qualidade formativa, ao longo das
rida Quezada. Neste contexto, a colabora-
acrescenta: “Sabemos que os estudantes
suas edições, a cimeira dos estudantes
ção da Comissão Científica da Ordem dos
de Medicina Dentária estão diariamente
tem sofrido um processo de crescente
Médicos Dentistas (OMD) e de docentes
expostos a uma variedade de agentes in-
maturação científica. “O IV SAEMD refor-
das várias Escolas de Medicina Dentária
fecciosos, incluindo o vírus SARS-CoV-2,
mulou a sua estrutura”, observa Margari-
comprovou-se imprescindível.
que são transportados por aerossóis ge-
da Quezada, acrescentando que, num
De um modo geral, a presidente da co-
rados durante a realização de determina-
ano vinculado à pandemia de Covid-19,
missão organizadora do IV SAEMD con-
dos procedimentos clínicos e que promo-
“a transição da componente presencial
sidera que os objetivos “foram cumpri-
vem um aumento da disseminação de
para o formato online evidenciou-se
dos, numa edição marcada por um
gotículas respiratórias e, por isso, do risco
uma tarefa desafiante”.
painel de oradores de referência que
da infeção cruzada”. Por essa razão, a fe-
Perante este contexto, pela primeira vez
contou com mais de 200 participantes”.
deração estudantil sustenta que todos os
no evento, “o painel de oradores incorpo-
seus representados que se encontram di-
rou nomes internacionais, permitindo a
ANEMD reclama vacinação
retamente envolvidos na prestação de
construção de um programa de elevado
Entretanto, a ANEMD, que representa
cuidados de saúde oral “devem ser incluí-
rigor, completado com nomes irreveren-
mais de 3.500 alunos das sete faculda-
dos nos grupos prioritários de vacinação
tes nacionais da Medicina Dentária”, desta-
des portuguesas com ensino nesta área,
contra a Covid-19”. Considera urgente
ca a presidente da comissão organizadora.
considera que os estudantes inscritos
que, com base na ciência, “se divulguem
O concurso de casos clínicos, que contou
nos quarto e quinto anos do Mestrado
critérios específicos que delineiem as
com o patrocínio desta revista, foi uma
Integrado em Medicina Dentária devem
prioridades” subsequentes das restantes
das novidades no programa deste ano,
ser incluídos na vacinação prioritária
fases do processo em curso.
do qual saíram vencedoras (e foram pre-
contra a Covid-19.
A ANEMD coloca-se à disposição do Mi-
miadas com exemplares da Biblioteca
Em comunicado dirigido à ministra da
nistério da Saúde para agendar uma
Multimédia Maxillaris) Beatriz Soares, Inês
Saúde, Marta Temido, a ANEMD defende
reunião com vista a abordar o assunto e
Pita e Patrícia Rebelo, alunas do quinto
que a inclusão dos estudantes de saúde
obter os esclarecimentos necessários.
53
Atualidade do setor | Crónica
SPPI divulga diretrizes de práticas clínicas definidas pela EFP para o tratamento da periodontite
E
m 2017, a Academia Americana de
o tratamento da periodontite estadios I-III.
Periodontologia (AAP) e a Federação
No presente ano, a Sociedade Portuguesa
Europeia de Periodontologia (EFP, na si-
de Periodontologia e Implantes traduziu o
gla em inglês) organizaram um workshop
artigo para a língua portuguesa tendo si-
intervenções. As terapêuticas descritas
mundial em conjunto, com o propósito
do enviada uma cópia do documento pa-
destinam-se a alterações comporta-
de introduzir uma nova classificação das
ra os respetivos sócios.
mentais, controlo do biofilme supra-
doenças periodontais. Esta nova classifi-
Estas diretrizes foram desenvolvidas
gengival, inflamação gengival e contro-
cação teve como objetivo a incorporação
através de um processo rigoroso que in-
lo dos fatores de risco, assim como
de estadios e graus à doença, facilitando
cluiu a síntese da investigação relevante
define as indicações da instrumentação
assim a conjugação da classificação com
em 15 revisões sistemáticas, avaliação
supra e sub-gengival, com e sem tera-
as abordagens preventivas ou terapêuti-
da qualidade e da força de evidência e
pias adjuvantes. Nesta publicação tam-
cas correspondentes.
formulação de recomendações específi-
bém são discutidas diferentes aborda-
No seguimento da nova classificação das
cas por peritos mundiais. Desta forma,
gens cirúrgicas do foro periodontal.
doenças periodontais, existiu a necessida-
as recomendações do tratamento da
Estas diretrizes permitem um esclareci-
de de emitir orientações clínicas baseadas
periodontite (estadios I, II e III) utiliza
mento mais aprofundado sobre as mo-
na evidência que fornecessem recomen-
uma abordagem gradual pré-estabele-
dalidades disponíveis e mais eficazes no
dações para o tratamento da periodonti-
cida para a terapêutica que, dependen-
tratamento da periodontite e manuten-
te. Em 2020, a EFP publicou um artigo
do do estadio da doença, deve ser incre-
ção de uma dentição saudável, de acor-
com as diretrizes de práticas clínicas para
mental, cada uma incluindo diferentes
do com a evidência hoje disponível.
Programa de saúde oral em escolas reduz cárie dentária em mais de 50 por cento
A
cárie dentária é a doença crónica
gramas de saúde oral nas escolas pode-
mais comum na infância, sendo
ria aumentar o alcance das práticas den-
mais de 530 milhões as crianças afetadas
tárias tradicionais e melhorar a saúde
a nível mundial, segundo dados da Orga-
dentária das crianças, tudo isto enquanto
nização Mundial da Saúde (OMS). Dados
se reduzem as disparidades de saúde e o
que poderiam diminuir até mais de me-
custo dos cuidados neste domínio”, expli-
tade a sua incidência com um programa
ca Richard Niederman, professor e presi-
adequado de prevenção de saúde oral
dente do Departamento de Epidemiolo-
levado a cabo nas escolas. Tal foi de-
gia & Health Promotion do NYU College
não tratadas diminuiu em mais de 50
monstrado por investigadores da Facul-
of Dentistry e autor principal do estudo.
por cento. Num grupo de escolas, as cá-
dade de Medicina Dentária da Universi-
As visitas semestrais que se realizavam
ries reduziram-se de 39 para 18 por cen-
dade de Nova Iorque (EUA) num estudo
às 33 escolas participantes incluíram
to, e num segundo grupo, diminuiram
recentemente publicado no Journal of
exames dentários, seguidos de preven-
de 28 para 10 por cento.
the American Dental Association.
ção e tratamento de cáries. Os estudan-
“Em 2010, o governo dos EUA estabele-
Em concreto, analisou-se a efetividade de
tes também receberam instruções de
ceu a meta de reduzir em 10 por cento
um programa de prevenção da cárie leva-
higiene oral, escovas de dentes e pasta
no prazo dez anos a prevalência da cárie
do a cabo em escolas primárias norte-
dentífrica com flúor para levar para casa.
nas crianças. O nosso estudo mostra que
americanos que reduziram os casos de
Em caso de requererem uma atenção
tal não só é viável, como também um
cáries em más de 50 por cento em quase
mais complexa, os alunos eram remiti-
programa escolar integral pode reduzir
7.000 estudantes do primeiro ciclo.
dos para consultorios dentários locais.
os casos cinco vezes mais que o objetivo
“A implementação generalizada de pro-
Após seis visitas, a prevalência de cáries
inicial”, conclui Richard Niederman.
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SAlém de se submeterem a exames dentários, as crianças receberam instruções de higiene oral, escovas de dentes e pasta dentífrica com flúor.
M a r ç o / A b r i l 2 0 2 1 | no 1 1 6
Mundo A Sorrir apela aos contribuintes para apoiarem causa da saúde oral
“U
m sorriso pode vir de muitos lu-
Com um gesto simples, em 2021, os
gares. Até do IRS” é o mote da
contribuintes podem ajudar a melhorar
campanha anual do imposto sobre o ren-
o acesso a cuidados de saúde e saúde
Basta assinalar no quadro 11 (campo
dimento das pessoas singulares (IRS),
oral, junto das populações mais fragili-
1101) a opção “Instituições particulares
promovida pela organização não gover-
zadas de Portugal e dos países africanos
de solidariedade social ou pessoas cole-
namental Mundo A Sorrir (MAS) e assina-
de língua oficial portuguesa (PALOP),
tivas de utilidade pública” e introduzir o
da pela agência Legendary People + Ideas.
onde a Mundo A Sorrir atua.
NIF da Mundo A Sorrir: 507 399 200.
Em 2020, o mundo deparou-se com
Ao consignar 0,5 por cento do IRS já li-
Essa ajuda pode ser ainda maior, se op-
uma pandemia que está a acentuar as
quidado, sem qualquer custo associado,
tar por prescindir do reembolso dos 15
desigualdades entre a população, tendo
os contribuintes estarão a ajudar a de-
por cento do IVA suportado em faturas
disparado o número de pedidos de aju-
volver oportunidades e a garantir um
de serviços comunicadas à Autoridade
da, ao nível da saúde oral.
futuro mais saudável para as crianças.
Tributária, doando-o à Mundo A Sorrir.
Esclarecimento a propósito da nova pós-graduação da FMDUP
A
propósito da notícia intitulada “Fa-
indicava-se que a nova pós-graduação
Medicina Dentária da Universidade de
culdade de Medicina Dentária da
da FMDUP, que se iniciará no próximo
Lisboa (FMDUL) já existe, desde 2005,
Universidade do Porto anuncia especia-
ano letivo, é a primeira especialidade de
uma pós-graduação de Periodontologia
lização em Periodontologia e Implantes”,
Periodontologia e Implantes com três
(que também envolve a área de Implan-
publicada na edição anterior desta revis-
anos de formação, cumprindo os 180
tologia) com três anos e 180 créditos. Fi-
ta, por lapso (a que a Maxillaris é alheia),
créditos. Acontece que na Faculdade de
ca o esclarecimento aos nossos leitores.
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Atualidade do setor |
CIRURGIA ORAL Cirurgia mucogengival em dentes e implantes
Calendário
A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) agendou para o dia 11 de maio, no âmbito do programa “Noites da SPEMD”, um curso em formato webinar sobre “Cirurgia mucogengival em dentes e implantes”, orientado por Gonçalo Caramês. Os defeitos mucogengivais são uma das condições encontradas com maior prevalência na prática clínica diária, assumindo grande relevância na estética e saúde períodontal e periimplantar. O objetivo desta apresentação é descrever a etiologia, prevalência, indicações das diferentes técnicas cirúrgicas, bem como a importância da abordagem multidisciplinar no tratamento das recessões gengivais. www.spemd.pt
CIRURGIA ORAL
IMPLANTOLOGIA
Cirurgia de terceiros molares e regeneração tecidual guiada
Novas tecnologias em implantologia oral
No próximo mês de maio inicia-se, nas instalações da Liga das Associações Mutualistas do Porto, a primeira edição de um curso de cirurgia oral, subordinado ao tema “Cirurgia de terceiros molares e regeneração tecidual guiada”, que terá como orientadores Tiago Fonseca e Pedro Barroso Moreira. Esta formação é composta por três módulos mensais agendados para as seguintes datas: 22 de maio, 12 de junho e 3 de julho. O objetivo do curso é capacitar médicos dentistas para a prática de extração cirúrgica de terceiros molares e de confeção e aplicação de membrana de L-PRF, entre outras técnicas.
Este curso clínico, organizado pelo Centro de Formação Contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), será ministrado por André Chen, com transmissão online em direto, no dia 12 de julho. O programa abordará a introdução de novas tecnologias no plano de tratamento e diagnóstico (scanner faciais e intraorais) no plano da imagiologia e aquisição de imagem (CBCT e 3D), no plano cirúrgico na introdução de tecnologia digital de guias (cirurgia guiada estática vs cirurgia guiada dinâmica ) e novos materiais cerâmicos de implantes (implantologia cerâmica), no plano prostodôntico irão abordar as novas tecnologias de CAD-CAM e impressão 3D (fluxo digital) entre outras. www.omd.pt/formação
www.cursocirurgiaoral.pt
ORTODONTIA
PRÓTESE DENTÁRIA
Formação em desenho e desenvolvimento de alinhadores
Curso em Barcelona sobre a técnica BOPT
A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, vai realizar de 10 a 12 de junho próximo, em Madrid (Espanha), mais uma edicão do curso “Desenho de alinhadores”, orientado pelo médico dentista espanhol Alberto Cervera. Esta formação complementa o programa “Experto em ortodontia”, também com a chancela da ORTOCERVERA, e tem como finalidade transmitir conhecimentos na área do desenho e desenvolvimento das distintas fases de tratamento com alinhadores. Inclui práticas com simulador de alinhadores. (0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com
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O curso do Centro Borg, com sede em Barcelona, prevê um protocolo de trabalho sobre a técnica BOPT (Biologically Oriented Preparation Technique) com o objetivo de padronizar o seu uso tanto em dente como em implante e tanto entre clínicos como entre técnicos de laboratório. O curso é orientado pelos médicos dentistas espanhóis Xavier Vela Nebot e Xavier Rodríguez Ciurana, que contam também com a participação do técnico Javier Pérez López, responsável do Grupo Oral Design (Lugo, Espanha) para explicar a técnica. Eis as próximas datas desta formação: dias 7 a 9 de junho, 23 a 25 de setembro e 18 a 20 de novembro de 2021. www.sweden-martina.com
Atualidade do setor | Calendário
PRÓTESE DENTÁRIA
VÁRIOS
Coimbra acolhe curso sobre a técnica BOPT
FMDUP prepara jornadas de Medicina Dentária
Nos dias 28 a 30 de outubro próximo, Coimbra acolhe mais uma edição do curso intitulado “Mudança de paradigma”, centrado na técnica BOPT e destinado a clínicos e técnicos de laboratório. Lucas Pedrosa, Filipe Franco de Sousa e João Neto vão aprofundar com os participantes temas como a “Compreensão da biologia associada à técnica BOPT”, “Conhecimentos das vantagens e o motivo da eleição da técnica tanto em dentes como em implantes, “Execução de provisórios com as particularidades requeridas para a correta cicatrização dos tecidos”, “Conhecimentos de diversas técnicas de laboratório para a realização de provisórios” ou “Capacidade de aplicar os conhecimentos adquiridos na sua prática privada”, entre outros.
A XXXII edição das Jornadas da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) está agendada para os próximos dias 25 de maio a 5 junho, em versão online, estando previsto um total de 14 palestras em formato webinars a realizar nos dias 25, 27 e 29 de maio e 1, 3 e 5 de junho. Se as condições (associadas à pandemia de Covid-19) o permitirem, a organização das jornadas pretende realizar ainda uma expodentária presencial num dos fins de semana do congresso. Entretanto, estão também planeados na FMDUP vários cursos hands-on (oito no total). www.jornadasfmdup.org/index
educational@sweden-martina.com
VÁRIOS
VÁRIOS
Jornadas da FMDUL celebram-se em maio
Madrid acolhe em junho Expodental Scientific Congress
Nos dias 10 a 14 do próximo mês de maio está previsto realizar-se a 34ª edição das Jornadas de Medicina Oral da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Estas jornadas científicas, organizadas pelos estudantes da FDMDUL, tendem a ser um momento importante na partilha científica das áreas da Medicina Dentária, higiene oral e prótese dentária. Este ano, devido à atual situação pandémica, a organização das jornadas vê-se na necessidade de inovar e apresentar alternativas, adaptando-se às novas tecnologias com uma edição online que incluirá stands virtuais jornadasmofmdul@gmail.com
O certame Expodental Scientific Congress vai decorrer na feira internacional de Madrid (IFEMA) entre os dias 24 e 26 de junho próximo. Concretamente, este novo evento profissional coorganizado pela IFEMA e Brand Comunicación, e promovido pela Federação Espanhola de Empresas de Tecnologia Sanitária (Fenin) vai ter lugar no Centro de Convenções Norte da feira de Madrid. Este congresso tem um enfoque multidisciplinar e conta com um programa de primeiro nível, posicionando-se como um evento impulsor do conhecimento científico, assim como um marco da atualidade sobre as últimas tecnologias e serviços da indústria. www.ifema.es/expodental
VÁRIOS
VÁRIOS
Reunião anual da SPODF vai decorrer em julho
WCDT Lisboa adiado para maio de 2022
A XXXII reunião científica anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF), que estava prevista para os dias 15 a 17 de abril deste ano, foi adiada para julho próximo (dias 8 a 10) devido aos constrangimentos provocados pela pandemia de COVID-19. O cenário deste congresso mantém-se o Fórum Altice Braga, de acordo com a respetiva comissão organizadora que assegura que tudo fará para assegurar um excelente “cartaz” científico.
O 21º World Congress in Dental Traumatology (WCDT), que tinha realização prevista para junho deste ano, no Centro de Congressos de Lisboa, foi novamente adiado devido à crise de saúde pública mundial provocada pela COVID-19. A sua celebração está agora prevista para os dias 11 a 14 de maio de 2022 no mesmo recinto lisboeta. A organização local deste evento internacional está a cargo da Sociedade Portuguesa de Endodontologia, presidida por Paulo Miller, em parceria com a International Association of Dental Traumatology (IADT) e a European Society of Endodontology (ESE).
www.spodf.pt
www.wcdt2022.com
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M a r ç o / A b r i l 2 0 2 1 | no 1 1 6
VÁRIOS
VÁRIOS
IV Meeting SOPIO realiza-se em maio
Congresso da SPEMD regressa a Coimbra
A Sociedade Portuguesa de Implantologia e Osteointegração (SOPIO) agendou para os dias 17 a 21 de maio o seu IV Meeting, que irá decorrer em formato online. Após ter sido adiada em 2020 devido à conjuntura de pandemia que Portugal e o mundo atravessam, a edição do meeting da SOPIO é retomada este ano sob a presidência da médica dentista Ana Mexia e conta com a participação dos oradores (nacionais e estrangeiros) Liliana Silva, Pedro Moura, Stefano Parma-Benfenati, Ramón Gómez Meda, André Chen, João Mouzinho e Tiago Marques. O programa abordará temas como a implantologia com recurso a tecnologia digital, reabilitação digital, tratamento da periimplantite ou regeneração óssea.
O XL congresso da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) foi adiado, devido à pandemia de COVID-19. O próximo encontro anual da centenária sociedade científica, por sinal a mais antiga do setor dentário na Península Ibérica, deverá celebrar-se no segundo fim de semana de outubro de 2021, em Coimbra. O congresso da SPEMD voltará a reunir no emblemático Convento de São Francisco da cidade dos estudantes cerca de um milhar de participantes, entre oradores e profissionais de todas as áreas da saúde oral, bem como algumas dezenas de representantes da indústria dentária.
www.sopio.pt
www.spemd.pt
VÁRIOS
VÁRIOS
SPDOF realiza em maio o seu quarto congresso
Congresso da APTPD remarcado para maio do próximo ano
No próximo mês de maio, a Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) promoverá a quarta edição do seu congresso, um evento de modalidade mista que decorrerá com conferências online, no decurso de dois sábados, e terá associados workshops presenciais, em Coimbra. Terá como tema as “Guidelines em disfunção temporomandibular e dor orofacial”. Estão confirmados oradores internacionais de renome, como Gilles Lavigne (Canadá), Joanna Zakrzewska (Reino Unido), Javier Hidalgo, Juan Mesa e Pedro Mayoral (Espanha) ou ainda Cibele Dal Fabbro e Sílvia Hitos (Brasil).
A direção da Associação Portuguesa de Técnicos de Prótese Dentária (APTPD) e a comissão de organização do congresso da APTPD informam que, na sequência da atual conjuntura pandémica e considerando que todas as expectativas dos peritos não apontam para um regresso à normalidade antes do verão, foi tomada a decisão de voltar a cancelar a data do congresso e remarcar o evento para 2022. A APTPD lamenta os constrangimentos que esta decisão possa trazer, esperando manter o programa desenhado para este evento na perspetiva de o realizar na primeira quinzena de maio do próximo ano.
www.spdof.pt
www.aptpd.pt
VÁRIOS
VÁRIOS
Congresso da APHO adiado para outubro
Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS
De acordo com os recentes desenvolvimentos no nosso país relacionados com a pandemia de COVID-19, a Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO) foi forçada a adiar novamente a realização do XX Congresso, que estava prevista para o primeiro trimestre deste ano, indo de encontro às recomendações gerais que pautam a atual conjuntura e com o objetivo de assegurar as melhores condições de segurança e a saúde de todos os intervenientes. A cimeira anual da classe dos higienistas orais tem agora data prevista para 22 e 23 de outubro próximo, mantendo-se o local da sua realização (Lisboa) e programa científico. www.apho.pt
A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell, em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS (conceitos básicos e definições), protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algoritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado e “a la carta”. (0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com
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Atualidade do setor |
Implante Prama RF SL
Novidades
A gama de implantes Prama permite aproveitar o powww.prama.sweden-martina.com tencial intramucoso tanto através do implante cilíndrico (Prama) como do implante cónico (Prama RF). Este último apresenta uma morfologia cónica marcada, que o torna adequado no caso de espaços interradiculares reduzidos. A rosca dos implantes Prama RF pode ser escolhida dependendo da necessidade clínica: a rosca standard segue o perfil cónico do implante, ao passo que a rosca larga (SL) tem uma espessura progressiva e oferece uma grande estabilidade primária no caso de osso pouco compacto e nas cirurgias pós-extração. O ápice arredondado torna estes implantes ideais para protocolos de elevação do seio maxilar.
3Shape atualiza software TRIOS Patient Monitoring
Sweden & Martina lança divisão de ortodontia
A 3Shape anunciou, com a recente www.3shape.com/es nova atualização R1.5, a ativação de sua ferramenta de monitoramento de pacientes TRIOS para todos os fluxos de trabalho. Até aqui, essa opção só era possível para trabalhos “Scan Only”. Agora, ao selecionar três etapas muito simples no Dental Desktop, o usuário do scanner intraoral TRIOS poderá incorporar a ferramenta para todos os processos, o que melhora significativamente a sua experiência e a possibilidade de informar o seu paciente sobre a evolução do estado dos seus dentes.
www.sweden-martina.com A Sweden & Martina anuncia o lançamento da sua divisão de ortodontia, um programa amplo e variado de soluções para ortodontia invisível, intercetiva e fixa. O sistema de alinhadores invisíveis F22, já eleito por muitos profissionais na Península Ibérica, representa a última geração de alinhadores ortodônticos que garantem resultados excelentes em prazos reduzidos, sem prejudicar a estética do rosto ou os hábitos dos pacientes. A ortodontia preventiva e intercetiva, com os dispositivos Heatlhy Start e Occlus-O-Guide, prevê tratamentos em idades precoces com o objetivo de corrigir os fatores responsáveis das maloclusões dentárias. O programa de ortodontia fixa é extenso e prevê diferentes tipologias de brackets, tubos, ligaduras, arcos, elásticos e, num contexto mais geral, todas as componentes para permitir aos profissionais realizarem tratamentos de ortodontia fixa de qualidade e com o apoio de uma empresa como a Sweden & Martina.
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Atualidade do setor |
Nobel Biocare realiza evento online inovador
Indústria
A Nobel Biocare realizou, nos passados dias 5 e 6 de março, o inovador evento “A transformar a implantologia como nunca”. Esta iniciativa contou com mais de 600 participantes de todo o mundo. Tratou-se de um encontro online, adaptado à realidade que vivemos, realizado em direto a partir de um estúdio televisivo em Madrid. Esta iniciativa contou com mais de 600 participantes de todo o mundo, incluindo 26 oradores, que partilharam a sua experiência clínica e apresentaram as últimas inovações em implantologia. Traduziu-se numa oportunidade única para transformar a implantologia e, como tal, a respetiva organização deixou uma palavra de agradecimento a todos os que participaram, desde oradores, técnicos de audiovisuais, tradutores, toda a equipa, sem deixar de sublinhar também o seu “muito obrigado” a todos os participantes que se juntaram neste momento único. www.nobelbiocare.pt
Evento “Dentology” lançado com êxito
Diretor da BTI em destaque na Universidade de Stanford
Nos dias 29 e 30 do passado mês de janeiro, o simpósio “Dentology” lançou uma nova Uma seleção de 14 especialistas apresentou era de eventos online em direconteúdos educativos de última geração. to, de natureza educativa e informativa, sobre a digitalização em Medicina Dentária. O primeiro simpósio totalmente virtual da Henry Schein foi uma fonte abundante de conteúdos, ao oferecer informações abrangentes sobre o mundo em rápida evolução da Medicina Dentária digital. Uma seleção de 14 ilustres especialistas apresentou diversos conteúdos educativos de última geração sobre vários temas, tais como o fluxo de trabalho digital, a implantologia/ortodontia digital, e o reconhecimento da patologia digital. As respostas à pergunta “qual a melhor forma de começar a utilizar os recursos digitais?” constituem exemplo do leque e do enfoque dos tópicos discutidos.
O médico dentista Eduardo Anitua, diretor científico da empresa BTI - Biotechnology Institute, lidera a lista dos sete investigadores espanhóis do setor dentário que foram incluídos pela Universidade de Eduardo Anitua, diretor Stanford na classificação dos cientistas científico da empresa BTI. mais relevantes do mundo (Ranking of the world scientists: world’s top 2% scientists), um dos rankings de investigadores mais prestigiados a nível internacional, que reconhece estes investigadores como os mais influentes e citados do mundo, tal como foi dado a conhecer no dia 9 de março. Para Eduardo Anitua, “aparecer entre os investigadores mais citados do mundo pressupõe um importante reconhecimento internacional à qualidade científica dos nossos trabalhos e anima-nos a prosseguir o caminho que iniciámos há mais de 30 anos”.
www.dentology.world
www.bti-biotechnologyinstitute.com
exocad apoia tratamento dentário de crianças
Henry Schein na Fortune pelo 20º ano consecutivo
A exocad anunciou a sua contribui� ção periódica de 2020 à organização sem fins lucrativos Overland for Smile (ONLUS), que tem vindo a apoiar des� de 2018. Estima-se que a doação con- A exocad apoia organização Overland for Smile desde 2018. tribuirá para oferecer tratamento dentário a mais de 160 crianças e adolescentes desfavorecidos na Europa de Leste. Uma parte da doação inclui receitas provenientes da campanha de solidariedade de venda de t-shirts realizada em setembro de 2020 durante o evento “exocad Insights”. A ONLUS gere uma clínica dentária móvel desde 2005. Equipas especializadas, cada uma delas composta por dez médicos dentistas e voluntários de apoio, visitam regularmente distintas zonas da Europa de Leste. Até à data, cerca de 29.000 crianças e adolescentes foram submetidos a exames dentários gratuitos, e mais de 11.000 receberam tratamento dentário.
A Henry Schein foi nomeada para a lista de “Empresas mais conceituadas a nível mundial” da revista Fortune, referente a 2021. Este é o 20º ano consecutivo em que a empresa recebe esse reconhecimento. A Henry Schein também ficou em pri�meiro lugar na categoria “Grossistas: cuidados de saúde”, pelo tercei� ro ano consecutivo. “O nosso mundo mudou drasticamente no ano passado, devido à pandemia de Covid-19. No entanto, o empenho da equipa Henry Schein só se fortaleceu ainda mais”, declarou Stanley M. Bergman, Chairman of the Board e Chief Executive Officer da marca. “Este reconhecimento comprova o trabalho árduo e a dedicação dos 19.000 membros da nossa equipa dispersos por todo o mundo, que continuam a promover o nosso sucesso e a ser a base dos nossos esforços no sentido de ajudar a saúde a acontecer”. A prestigiada revista publicou todas as classificações no seu site.
www.exocad.com
www.henryschein.com
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