MAXILLARIS Portugal Outubro

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Ciência e atualidade do setor dentário - ano XIII crónica Falamos com...

Rui Isidro Falacho, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital

Jorge Perdigão, Professor Catedrático da Universidade de Minnesota

outros perfis

Fernando Messias, músico, intérprete e médico dentista

Até 2020 todos os concelhos terão consultas dentárias nos centros de saúde

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destaques

Ciência e atualidade do setor dentário - ano XIII

Crónica

Congresso mundial da FDI reuniu em Buenos Aires 8.000 profissionais dos quatro cantos do mundo. Falamos com...

Governo prevê que até 2020 todos os concelhos do país terão consultas dentárias nos centros de saúde.

Jorge Perdigão, Professor Catedrático e investigador na Universidade de Minnesota (EUA).

Rui Isidro Falacho, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital.

relatos

outros perfis

Fernando Messias, músico, intérprete e médico dentista. Marta Carvalho Santos Baptista, higienista oral e voluntária da Mundo A Sorrir.

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o Quiz de medicina oral 46 Demonstre os seus conhecimentos no teste elaborado para a Maxillaris por Germán Esparza Gómez.

sumário

o Outros perfis 54 Fernando Messias, músico, intérprete e médico dentista: “A música foi a primeira profissão que tive e provavelmente será a última que vou deixar de praticar”.

o Crónica

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ção

o Objetiva clínica Nova sec 50 A Maxillaris estreia uma nova secção dedicada à fotografia intraoral em Medicina Dentária, da responsabilidade de Bruno Seabra.

Governo prevê que até 2020 todos os concelhos do país terão consultas dentárias nos centros de saúde.

o Relatos 62 Marta Carvalho Santos Baptista, higienista oral e voluntária da Mundo A Sorrir.

Congresso mundial da FDI reuniu em Buenos Aires 8.000 participantes de todos os cantos do mundo.

o Falamos com...

o A indústria a fundo 66 Juan Manuel Quiles, diretor comercial da GMI Portugal.

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Rui Isidro Falacho, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital: “O protagonismo da vertente digital é já hoje em dia incontestável, com tendência a afirmar-se cada vez mais no futuro imediato“. 28 Jorge Perdigão, Professor Catedrático e investigador na Universidade de Minnesota (EUA): “Um bom profissional deve ter espírito crítico e reconhecer que todos os materiais utilizados no ambiente oral sofrem degradação”.

o Calendário 68 Agenda de cursos para os profissionais. o Reuniões 72 Calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais nacionais e estrangeiras.

o Ciência e prática

o Novidades 78 Produtos e equipamentos.

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Sandra Armeiro: “A promoção da saúde oral nos profissionais de saúde do Centro Hospitalar de Lisboa Central”. 42 Márcia Cascão: “Iatrogenias em endodontia: a propósito de um caso clínico”.

o Indústria 81 Notícias de empresas.

A Maxillaris é uma marca registada a nível europeu pelo Departamento de Harmonização do Mercado Interior Europeu de Marcas e Desenhos com o Nº 003098449. Proprietário: Cyan Editores. Coordenador Edição Portuguesa: João Drago. portugal@maxillaris.com Publicidade: Maria João Miranda. comercialportugal@maxillaris.com Colaboradores: Gilberto Ferreira. João dos Santos. Maria Inês de Matos. Nuria Mauleón. Valéria Baptista Ferreira.

Comissão Científica: Jaime Guimarães (diretor científico). Ana Cristina Mano Azul. Francisco Brandão de Brito. Francisco Teixeira Barbosa. Gil Alcoforado. Isabel Poiares Baptista. José Bilhoto. José Pedro Figueiredo. Paulo Ribeiro de Melo. Rui Figueiredo. Susana Noronha. Consultor para a América Latina: Pérsio Mariani. REDAÇÃO: Rua Francisco Sanches, 122, 2O 1170-144 Lisboa • Tel./Fax: 218 874 085.

Edição online: www.maxillaris.com.pt Depósito Legal: M-44.552-2005. Assinatura anual: Portugal 35 € , resto 80 € . ISENTO DE REGISTO AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 DE 9/6 ART. 12o No 1

TIRAGEM: 7.000 exemplares

• Periodicidade mensal. • A Maxillaris não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores. • Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito da Cyan Editores.

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Editorial O Governo deu muito recentemente mais um passo determinante para o grande desígnio – que partilham governantes, profissionais da àrea da Medicina Dentária e utentes do Serviço Nacional de Saúde – em torno da promoção do acesso da população aos cuidados de saúde dentários. Esta renovada ambição nacional foi sublinhada durante o evento “Saúde oral para todos”, promovido pelo Ministério da Saúde, que decorreu no passado dia 18 de setembro, no Centro Cultural de Belém (Lisboa), na presença das mais importantes individualidades ligadas ao setor da saúde e da saúde oral.

Uma nova ambição

Com abertura pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, e encerramento pelo próprio ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, a cerimónia contou com a intervenção da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas; do bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Orlando Monteiro da Silva; da presidente da Federação Dentária Internacional (FDI), Kathryn Kell, e ainda de um vasto leque de autarcas que se aliam ao desafio de melhorar a saúde oral da população. O novo impulso registado nesta matéria traduz-se na assinatura de protocolos de colaboração entre 65 municípios e as cinco administrações regionais de saúde, no âmbito do alargamento do projeto dos médicos dentistas nos cuidados de saúde primários. Na ocasião, recordou-se que o XXI Governo inscreveu como meta, no seu programa para a saúde, a criação de pelo menos um gabinete de saúde oral por agrupamento de centros de saúde até ao final da presente legislatura (2019). Como é sabido, as experiências-piloto avançaram em 2016, em 13 centros de saúde, e foram sendo replicadas noutras regiões, existindo já 63 gabinetes de saúde oral nos cuidados de saúde primários de norte a sul do país. Fruto do sucesso das experiências-piloto, e tendo em conta que a saúde oral é essencial para o bem-estar físico, mental e social das populações, o Ministério da Saúde decidiu ir mais longe e renovou a sua ambição, tendo em vista a promoção da equidade e da proximidade, e o aumento e a melhoria da cobertura dos cuidados de saúde oral ao nível dos cuidados de saúde primários, materializada agora com a assinatura de mais 65 protocolos com os municípios. O objetivo do governo é ter, até ao final do próximo ano, cerca de 60% das autaquias abrangidas pelo ambicioso programa nacional de saúde oral. Cabe aqui recordar o trabalho já realizado e os objetivos propostos nesta área por parte da classe dos médicos dentistas, cujo papel determinante em todo este processo nunca é demais realçar. Esta opinião foi, de resto, respaldada pela presidente da FDI que, durante a sua intervenção, não poupou elogios aos notáveis progressos alcançados por Portugal nos últimos anos no campo da saúde oral. Se é certo que ainda há muito por fazer em prol da Medicina Dentária, é sempre motivador ouvir palavras de estímulo que, em última análise, indiciam que estamos no bom caminho.

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Administradores: - Marisol Martín. marisol.martin@maxillaris.com - José Antonio Moyano. moyano@maxillaris.com

índice

Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com

Algasiv . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

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Coordenadora de projetos: Marta Esquinas marta.esquinas@maxillaris.com

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Henry Schein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Edição online espanhola: www.maxillaris.com

Klockner . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

Comissão Científica (edição espanhola): Javier García Fernández (diretor científico). Armando Badet de Mena. Baoluo Gao. Beatriz Giménez González. Blas Noguerol Rodríguez. Carlos Fernández Villares. Emilio Serena Rincón. Esther Nevado Rodríguez. Francisco Teixeira Barbosa. Germán Esparza Gómez. Héctor Tafalla Pastor. Jaime Jiménez García. Jaume Janer Suñé. Juan López Palafox. Luis Calatrava Larragán. Manuel Cueto Suárez. Marcela Bisheimer Chemez. María Rosa Mourelle Martínez. Rafael Flores Ruiz. Rafael Martín-Granizo López. Rui Figueiredo.

Orisline . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Osteoclass . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Ravagnani Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Roland DG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Sineldent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Sysdentrix . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 VOCO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

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crónica Governo prevê que até 2020 todos os concelhos do país terão consultas de Medicina Dentária nos centros de saúde O despacho do governo sobre o projeto “Saúde oral para todos” foi publicado em setembro no Diário da República. Ao abrigo deste documento, prevê-se que até 2020 todos os concelhos do país disponham de consultas de medicina dentária nos centros de saúde. O documento assinado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, define os objetivos a médio prazo para a promoção da saúde oral nos cuidados de saúde primários. Recorde-se que o Ministério da Saúde assinou recentemente, numa cerimónia realizada em Lisboa, um protocolo com 65 municípios que, através do projeto “Saúde oral para todos”, vão garantir consultas de Medicina Dentária nos seus centros de saúde. A sessão decorreu no passado dia 18 de setembro, no Centro Cultural de Belém. Com abertura pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, e encerramento pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, a cerimónia contou com a intervenção da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas; do bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Orlando Monteiro da Silva; da presidente da Federação Dentária Internacional (FDI), Kathryn Kell, e dos diversos autarcas que se aliam ao desafio de melhorar a saúde oral da população.

O Ministério da Saúde faz um balanço positivo das experiências-piloto já implementadas e revela no despacho que já foram realizadas mais de 85.000 consultas de Medicina Dentária nos cuidados de saúde primários, envolvendo mais de 60 médicos dentistas e estomatologistas, garantindo o acesso a cuidados de saúde oral a mais de 36.000 utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Esforço conjunto No documento, o executivo destaca a articulação entre os vários profissionais envolvidos na saúde oral, como os médicos dentistas, os médicos de saúde pública, os médicos de medicina geral e familiar, os enfermeiros, os higienistas orais, os nutricionistas, os psicólogos, entre outros profissionais de saúde. O documento sublinha ainda que “a ação neste âmbito deve ainda passar pelo reconhecimento das especificidades da prestação de cuidados de medicina dentária, sublinhando-se a importância da criação de uma carreira especial de médico dentista no SNS, como modelo de organização de recursos humanos essencial à qualidade da prestação, centrada nos benefícios relevantes que ela impacta para os cidadãos”.

O ministro da Saúde, Adaberto Campos Fernandes, durante a cerimónia que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

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Mundo A Sorrir acolhe dezenas de novos voluntários No passado dia 3 de setembro decorreu, no Porto e em Lisboa, a sessão de acolhimento de novos voluntários da organização não governamental Mundo A Sorrir. Nesta iniciativa participaram 42 candidatos a voluntários de Portugal e Moçambique.

envolvimento em qualquer dos projetos da associação. Obras de reabilitação em centro de apoio

Durante a sessão os participantes tiveram a oportunidade de conhecer a organização e os seus projetos em contexto nacional e internacional, com o objetivo de perceber em qual dos projetos pretendem colaborar futuramente.

Entretanto, o Centro de Apoio à Saúde Oral (CASO) situado nas instalações do Hospital Conde Ferreira, no Porto, sofreu obras de reabilitação e expansão com o objetivo de melhorar as condições de gestão e funcionamento da clínica. A obra foi iniciada em maio e terminou em setembro passado.

O plano de integração para os novos voluntários da Mundo a Sorrir consiste em dois encontros distintos, nomeadamente a sessão de acolhimento e as jornadas de voluntariado (agendadas para este mês), sendo obrigatórios e indispensáveis antes do seu

Este projeto da Mundo A Sorrir consiste na prestação de serviços de saúde oral e acompanhamento psicossocial a populações em situação de vulnerabilidade socioeconómica, através de uma clínica dentária, tendo em vista contribuir para a sua reinserção social.

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Sessão de acolhimento aos 42 candidatos a voluntários de Portugal e Moçambique.

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Maxillaris crónica

Ministério da Saúde estuda criação de cheque-dentista para reclusos e prestação de cuidados dentários nas prisões O Ministério da Saúde está a estudar a criação de um cheque-dentista específico para reclusos e a prestação de cuidados de medicina dentária em consultórios nas prisões. A solução a aplicar nos estabelecimentos prisionais está a ser estudada pelos gabinetes do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, e da secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente de Matos, e visa apoiar “uma população vulnerável, com necessidades específicas”, adianta o Ministério da Saúde que pretende arrancar com uma experiência-piloto no início do próximo ano. Fazendo um balanço dos dez anos do programa nacional de saúde oral, o Ministério da Saúde adianta que, desde 2008 até ao passado dia 16 de agosto, foram emitidos 5,2 milhões de cheques-dentistas, o que representou um investimento de 132,6 milhões de euros. Segundo os dados do ministério, foram ainda emitidos 20.638 vales no âmbito do Programa de Intervenção Precoce do Cancro Oral, um investimento de 331.190 euros. Acesso a consultas Outro dos objetivos do Governo para garantir uma cobertura mínima em todo o país no acesso a consultas de Medicina Dentária no Serviço Nacional de Saúde é que, até ao final da presente legislatura, haja pelo menos um gabinete de saúde oral em cada agrupamento de centros de saúde, num total de cerca de 90 gabinetes. Atualmente existem 53 médicos dentistas nos cuidados de saúde primários e 59 centros de saúde com gabinetes de saúde oral, 22 dos quais na Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, 25 na ARS Norte, seis da ARS Centro, três na ARS do Alentejo e três na ARS do Algarve.

Desde que foi lançado em 2008, o programa nacional de saúde oral já chegou a 3,3 milhões de portugueses.

Desde setembro de 2016 até 31 de julho foram realizadas 83.077 consultas na área da Medicina Dentária, acrescentam os dados do Ministério da Saúde. Desde que foi lançado em 2008, o programa nacional de saúde oral já chegou a 3,3 mi­lhões de portugueses, abrangendo atualmente crianças e adolescentes até aos 18 anos que frequentam escolas públicas, idosos com complemento solidário, grávidas, portadores de VIH/sida e doentes que necessitem de intervenção precoce devido ao cancro oral.

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Congresso mundial da FDI reuniu em Buenos Aires 8.000 profissionais dos quatro cantos do mundo O congresso mundial da Federação Dentária Internacional (FDI) reuniu nos passados dias 5 a 8 de setembro, em Buenos Aires (Argentina), 8.000 participantes dos quatro cantos do mundo. Organizado em colaboração com a Associção Dentária Argentina, a cimeira anual da maior organização internacional do setor, decorreu no centro de convenções La Rural da capital argentina, onde, para além de um completo programa de conferências protagonizado por um vasto leque de oradores de renome mundial, foi instalada uma ampla exposição comercial com a presença das principais marcas de produtos e serviços da indústria dentária global. “Por acréscimo ao programa científico e à muito concorrida exposição comercial, o congresso ofereceu mais uma vez aos participantes uma grande oportunidade para estabelecerem contactos e amizades com colegas de todos os cantos do planeta, bem como celebrarem o facto de pertencerem à grande família da saúde oral que a FDI representa”, observou a médica dentista norte-americana Kathryn Kell, que atualmente lidera os destinos da federação. Durante a cimeira de Buenos Aires, esteve reunida a Assembleia Geral da FDI, o principal órgão legislativo e corpo dirigente desta organização. Na ocasião, foi formalizada a adesão de novos membros, procedeu-se a eleições de várias estruturas diretivas e foram

adotadas novas resoluções políticas. Com efeito, cinco novas associações dentárias aderiram à FDI, oriundas dos seguintes países: Nicarágua, Peru, Montenegro, Papua Nova Guiné e Rússia. Foram ainda aceites como membros associados as representações do Egito e da Macedónia.

O congresso deste ano decorreu no centro de convenções da capital argentina, com um completo programa de conferências protagonizado por um vasto leque de oradores de renome mundial.

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Na mesma Assembleia Geral foram adotadas novas resoluções políticas, que determinam a posição da FDI em matérias de interesse para a comunidade do setor dentário, após consulta prévia, discussão e obtenção de consenso entre especialistas na matéria de todo o mundo. Eis as áreas abrangidas pelas 10 resoluções: cáries de dentina e cuidados restaurativos, continuidade na educação médico-dentária, abandono progressivo da amálgama dentária, aplicações relacionadas com a saúde oral e a Medicina Dentária, relação entre a Medicina Dentária e as doenças respiratórias associadas ao sono, saúde periodontal global, nanopartículas na prática dentária, cuidados básicos de saúde oral em pessoas discapacitadas, políticas de saúde nacional inclusivas no que respeita a saúde oral, e promoção da saúde oral através de dentífricos com fluor. Portugal representado no Conselho Diretivo da FDI Como habitualmente, Portugal esteve representado na cimeira da FDI por uma delegação da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD). A SPEMD fez-se representar por João Carlos Sampaio Fernandes e Pedro Mesquita, presidente e vice-presidente desta sociedade científica, respetivamente. A delegação da OMD, encabeçada pelo bastonário Orlando Monteiro da Silva, incluiu Pedro Pires, vice-presidente do Conselho Diretivo e coordenador da Expo-Dentária; Eunice Carrilho e Artur Lima, membros do Conselho Diretivo da OMD; António Felino, representante no congresso para a Associação Dentária Lusófona, e Paulo Ribeiro de Melo, presidente da Mesa do Conselho Geral. Durante a Assembleia Geral de Buenos Aires, destacou-se a eleição deste último para um alto cargo diretivo da organização. Depois de ter exercido a função de vice-presidente do Comité de Saúde Pública da FDI, Paulo Ribeiro de Melo foi agora eleito para o Conselho Diretivo desta entidade, para um mandato de três anos. Paulo Ribeiro de Melo passa a ser um dos 10 conselheiros deste órgão, que tem a missão de definir e coordenar a estratégia da FDI. Os novos conselheiros vão juntar-se à equipa composta pela presidente da FDI, Kathryn Kell; o presidente-eleito, Gerhard Seeberger, e o tesoureiro, Jack Cottrell.

A partir da esquerda, Paulo Ribeiro de Melo, recém eleito membro do Conselho Diretivo da FDI, e Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD.

Em 2016, foi também eleito para a direção do Conselho Europeu de Médicos Dentistas (CED), associação europeia sem fins lucrativos, com sede em Bruxelas, que representa mais de 340.000 médicos dentistas na Europa. Paulo Ribeiro de Melo salienta que “é uma honra integrar o Conselho Diretivo da FDI, permitindo dar continuidade e consolidar o trabalho desenvolvido na saúde pública oral e na defesa da profissão, e contribuir para elevar ainda mais a reputação da Medicina Dentária portuguesa a nível mundial”. O novo conselheiro da FDI traça como suas prioridades “implementar programas preventivos e aumentar a literacia em saúde oral em diferentes populações, através da participação ativa, a nível global, na promoção da saúde oral, na prevenção das doenças orais e na consciencialização de todos acerca da importância da saúde oral para a saúde geral”. Paralelamente, pretende “defender a valorização e promoção da profissão de médico dentista em todo o mundo”. O próximo congresso da FDI vai ter lugar nos dias 5 a 8 de setembro de 2019, em São Francisco (Estados Unidos).

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Ordem dos Médicos Dentistas, Ordem dos Médicos e APHP querem reduzir taxas pagas à Entidade Reguladora da Saúde A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e a Ordem dos Médicos – em representação das Ordens da saúde – e a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) apresentaram uma proposta para reduzir para metade o valor das taxas a pagar pelos operadores à Entidade Reguladora da Saúde (ERS).

Representantes dos médicos e dos médicos dentistas propõem revisão das taxas dos prestadores de cuidados de saúde.

Falta de higiene dentária em idosos associada a problemas respiratórios As pessoas idosas com poucos dentes, higiene dentária deficiente e com cáries ingerem constantemente mais microbiota disbiótica, o que poderá ser prejudicial para a sua saúde respiratória, segundo uma nova investigação da Sociedade Americana de Microbiologia e publicada na revista mSphere. “Menos dentes, pior higiene dentária e mais experiência de cáries estão estreitamente relacionadas com a mudança disbiótica na composição da microbiota da língua, que poderá ser prejudicial para a saúde respiratória de adultos idosos com problemas de deglução”, declarou o autor do estudo, Yoshihisa Yamashita, da Faculdade de Ciências Os investigadores descobriram que a densidade bacteDentárias da Universidade de riana total era independente das condições dos dentes Kyushu, com sede em Fukuoka que rodeavam a língua, ao passo que a composição da (Japão). microbiota, especialmente as abundâncias relativas dos comensais predominantes, mostrava uma associação com as condições dentárias. Existem dois grupos de comensais predominantes na microbiota da língua, um dos quais é composto principalmente por Prevotella histicola, Veillonella atypica, Streptococcus salivarius e Streptococcus parasanguinis, que anteriormente se associaram a um maior risco de mortalidade por pneumonia nos frágeis idosos. “Este grupo bacteriano era mais predominante nos idosos com menos dentes”, concluiu Yoshihisa Yamashita.

As Ordens e a APHP consideram excessivas as taxas cobradas pela ERS que, só no ano passado, registou um lucro de 3,8 milhões de euros. As despesas da ERS somaram 4,13 milhões de euros, mas o regulador da saúde, graças à cobrança de taxas, arrecadou uma receita de quase oito milhões de euros. A proposta para reduzir as taxas foi rejeitada pelo Conselho Consultivo da ERS. No entanto, e para sublinhar a sua oposição à forma como é financiado o regulador, as Ordens e a APHP votaram contra o orçamento da ERS para o próximo ano. Numa declaração de voto assinada por Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD, e por André Luís, representante da Ordem dos Médicos, pode ler-se que “o montante das taxas pagas pelos estabelecimentos registados e licenciados pela ERS tem-se revelado sobredimensionado face aos sucessivos orçamentos apresentados pelo Conselho de Administração da ERS. O Orçamento para 2019, tal como aliás o deste ano, justificados pelos respetivos Planos de Atividades, assim o demonstram. As cativações verificadas relativamente ao orçamento aprovado para 2017/2018 com financiamento indireto do Orçamento Geral do Estado, e os valores dos saldos de gerência acumulados ajudam a justificar este voto contra. Está em causa, por consequência a independência da ERS e o cumprimento das suas missões. A afetação das taxas dos prestadores de cuidados de saúde para fins que não estejam previstos, revela-se inaceitável, devendo ser revisto o valor das mesmas. As devidas ilações desta situação deverão ser retiradas por parte do Conselho de Adminis­ tração da ERS”.

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Congresso da SPO debateu no Porto os contornos da ortodontia de excelência O 25o congresso anual da Sociedade Portuguesa de Ortodontia (SPO) reuniu nos passados dias 20 a 22 de setembro, nas instalações da Ordem dos Médicos no Porto, cerca de três centenas de profissionais do setor. Este encontro, cuja organização esteve a cargo da médica dentista Ana Paula Amorim, assumiu um simbolismo especial, uma vez que este ano assinala os 25 anos de presença na ortodontia nacional. O congresso consolidou-se, de resto, como o evento com maior participação da comunidade ortodôntica em Portugal. As comissões organizadora e científica prepararam um completo programa, sob o título “Ortodontia de excelência”, que abordou os temas mais contemporâneos que merecem discussão no contexto desta especialidade. Vários conferencistas nacionais e estrangeiros partilharam a sua visão, apresentando a sua experiência e perspetiva clínica. Programa variado Um dos protagonistas do programa foi Tomás Castellanos, que dirigiu o curso pré-congresso, subordinado ao tema “O poder do sorriso”. Outros conferencistas que asseguraram as sessões científicas foram Cesare Luzi, Giuliano Maino, Ágata Carvalho, Guaracy Fonseca Jr., Beatriz Solano, Enrique Solano, Isabel Flores, Itamar Friedlander, Júlio Fonseca, Júlio Cifuentes, Juan Carlos Rivero Lesmes, Roberto Fernandes e Nuno Gil.

estética extraoral, o impacto da tecnologia 3D no uso de ancoragem esquelética, o tratamento ortodôntico da inclusão dentária, DTM no tratamento ortodôntico, o papel da cirurgia ortognática na ortodontia de excelência, entre muitos outros assuntos que marcam a atualidade neste domínio.

A cimeira da SPO consolidou-se como o evento com maior participação da comunidade ortodôntica em Portugal.

O congresso registou igualmente uma forte participação de representantes da indústria dentária. A galeria comercial reuniu as condições ideais para as mais de duas dezenas de expositores presentes, facilitando o contacto com os congressistas sem prejuízo para as sessões científicas.

Durante a cimeira da SPO, sociedade centífica que atualmente é presidida pelo médico dentista Armando Dias da Silva, docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, foram apresentadas diferentes técnicas e sistemas de tratamento para mostrar o que de melhor se faz na ortodontia atual. Entre os temas abordados incluem-se o efeito da compensação dento-alveolar na O congresso também registou uma forte participação de representantes da indústria.

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Rui Isidro Falacho presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentรกria Digital

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O protagonismo da vertente digital é já hoje em dia incontestável, com tendência a afirmar-se cada vez mais no futuro imediato

A Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital (SPMD2 ou simplesmente D2) foi fundada em maio passado, em Coimbra, com o intuito de contribuir para a educação pontual e contínua do seus associados. Um dos fatores que deixa particularmente orgulhoso o presidente da nova sociedade científica, o médico dentista Rui Isidro Falacho, é ter conseguido juntar colegas de Medicina Dentária e Prótese Dentária em torno da mesma causa. O também professor na Área de Medicina Dentária da Universidade de Coimbra alerta a MAXILLARIS para a crescente importância (e ascensão) da vertente digital no contexto médico-dentário.

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Em 2019 iniciaremos o ciclo de formação da SPMD2 com o plano já definido para um mínimo de 10 cursos teórico-práticos organizados pela sociedade Quais são as principais linhas de orientação da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital? A SPMD2 já saiu do berço e dá agora os seus primeiros passos. Nesta fase inicial o nosso principal intuito será contribuir para a educação pontual e contínua dos nossos associados no que concerne à medicina e prótese dentária digitais. Assim, no último trimestre deste ano e em 2019 centraremos os nossos esforços nos seguintes pontos: realização de reuniões e cursos, descentralização de atividades formativas, promoção de condições para criação de guidelines nas diversas áreas digitais, disponibilização de publicações e trabalhos em plataformas digitais, promoção de medidas para fomentar a compreensão e otimização de workflows digitais, ajudar cada associado a compreender quais são as suas necessidades em termos digitais, aconselhando a melhor forma de entrar ou progredir neste âmbito, promoção da SPMD2 a nível nacional e internacional através de protocolos de cooperação com diferentes entidades. A nova sociedade científica assume-se como inclusiva. A que profissionais se destina e que especialidades pretende mobilizar? De forma categórica, a SPMD2 destina-se a todos os colegas médicos dentistas e colegas técnicos de prótese dentária, independentemente da especialidade ou âmbito de ação. A vertente digital é, hoje em dia, transversal a todas as áreas. Um dos principais bastiões que me deixa particularmente orgulhoso e feliz é termos conseguido juntar na SPMD2 colegas de Medicina Dentária e Prótese

Dentária em torno da mesma causa e com a clara noção de que todos trabalhamos em uníssono. De forma mais específica e nominal, dentro da Medicina Dentária a SPMD2 visa a representação das áreas de cirurgia, endodontia, medicina oral, odontopediatria, ortodontia, periodontologia e reabilitação oral (prostodontia, oclusão e dentisteria), entre outras atualmente emergentes. Muitos são os colegas destas e outras áreas da Medicina Dentária e Prótese Dentária que já podem usufruir enquanto associados das nossas ações, mas cremos que até final do próximo ano estaremos como uma das sociedades científicas portuguesas com maior representação entre os colegas. Assim, para terminar, reforço o apelo a todos os colegas interessados na tecnologia associada à prática clínica ou laboratorial para que se juntem a nós nesta caminhada. Que importância assume a Medicina Dentária Digital e quais são as perspetivas de poder vir a ter maior protagonismo no futuro (a curto ou médio prazo)? Na Prótese Dentária, a vertente digital está em franco crescimento e é já hoje incontornável que o auxílio de meios digitais no desenho e produção de trabalhos protéticos é basilar e uma prática bem disseminada. Em Medicina Dentária, a presença do “digital” é transversal a todas as áreas e colegas. Todos nós recorremos ao auxílio de meios digitais para o dia a dia clínico quer seja numa simples radiografia digital, quer seja na digitalização de uma preparação dentária, entre muitos outros exemplos que poderia dar. Estamos convictos de que num futuro muito próximo a Medicina Dentária e Prótese Dentária digitais serão consideradas como parte integrante e incontornavelmente obrigatória em cada área ou especialidade. Pretendemos ter um papel primordial junto de cada uma dessas especialidades no que concerne a implementação e desenvolvimento dos meios digitais auxiliares. Em suma, o protagonismo da vertente digital é já hoje em dia incontestável, com tendência a afirmar-se cada vez mais no futuro imediato.

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Tanto quanto sei, a formação é uma das prioridades de atuação da nova SPMD2. Que cursos vão ser ministrados aos associados? A lista de prioridades num projeto emergente é vasta e muitas vezes propícia a que se perca o rumo. Queremos começar de forma sistematizada e sólida. Assim, tomámos algumas decisões que nos parecem consistentes e que podem ir de encontro ao que os nossos associados pretendem. No último trimestre deste ano, em que estamos a preparar toda a parte legal e burocrática da sociedade, teremos três eventos de formação contínua distribuídos por Coimbra, Porto e Lisboa. Em 2019 iniciaremos o ciclo de formação da SPMD2 com o plano já definido para um mínimo de 10 cursos teórico-práticos organizados pela sociedade, vários eventos de formação contínua distribuídos pelo país e a criação de study clubs regionais. Creio que é importante salientar que a partir do início oficial do plano formativo de 2019, todos os eventos serão para participação exclusiva dos associados. Somos uma sociedade centrada e constituída pelos sócios e para os sócios. A inovação e a investigação científica na área digital da medicina e prótese dentárias também constam no programa do seu mandato. Como se traduzirá esta aposta? Este é mais um baluarte do nosso plano de ação para o mandato atual. Como referi, pretendemos iniciar pelas necessidades que consideramos mais basilares para os associados, ou seja, a formação e ajuda na decisão sobre o caminho a seguir na área digital. Estando já estes parâmetros em velocidade de cruzeiro, encetaremos um ciclo de apoios mais diferenciados, dos quais destaco a investigação. Pretendemos criar pontes com instituições nacionais e particularmente internacionais que possam servir para fomentar a troca de experiências e promover o intercâmbio de projetos e ideias. Já iniciámos alguns destes contactos e embora ainda não

possamos avançar com informações mais específicas, a recetividade tem superado todas as nossas expectativas. Numa fase de maior solidez da sociedade, pretendemos criar programas próprios de apoio e fomentação de investigação. Está prevista a realização de um congresso (anual ou pontual) da SPMD2? Por decisão unânime da direção, o primeiro evento de grande escala realizar-se-á nos dias seis e sete de março de 2020, em Coimbra, tendo como presidente da Comissão Organizadora eu próprio e os seguintes restantes membros: André Chen, Carlos Falcão, Francisco Basto, Joana Marques, João Fernandes, João Mouzinho, João Pato, Luís Fonseca, um elemento representativo da SOCE (congénere espanhola), um elemento da SBOD (congénere brasileira), um membro da congénere europeia e um membro da DDS (congénere mundial). Este será um evento de cariz internacional e almejamos o início de um marco importante na Medicina Dentária e Prótese Dentária digitais mundiais. A decisão de não ter nenhum congresso em 2019 prende-se com a nossa visão de um crescimento sustentado em que possamos privilegiar as necessidades dos associados e não só da própria sociedade.

Rui Falacho reforça o apelo a todos os colegas interessados na tecnologia associada à prática clínica ou laboratorial “para que se juntem a nós nesta caminhada”.

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Que tipo de sinergias pretende desenvolver com outras entidades e sociedades científicas (nacionais e estrangeiras) do setor dentário? Já existem parcerias neste âmbito? Como a resposta anterior pode deixar antever, um dos nossos propósitos consiste em gerar pontes sólidas e profícuas com as sociedades estrangeiras dedicadas à Medicina Dentária e Prótese Dentária digitais. Desvendando um pouco o véu, neste momento temos um acordo de irmanação com a já referida SOCE, estamos a desenvolver acordos de irmanação e representatividade com as congéneres brasileira, italiana e europeia. Assinámos também um acordo de representação e cooperação com a DDS, ficando a SPMD2 como única representante dessa sociedade internacional em Portugal e estando nós como representantes nacionais no seu seio. Almejamos num futuro próximo firmar um acordo com a Sociedade Portuguesa de Biomecânica e com várias sociedades científicas portuguesas das áreas da Medicina Dentária e Prótese Dentária. Como avalia a Medicina Dentária Digital que se pratica em Portugal? Estamos ao nível do que melhor se faz lá fora? Não tenho dúvidas em afirmar que o nível da Medicina Dentária e Prótese Dentária portuguesas está num patamar equiparado ao que de melhor se faz pelo mundo em algumas áreas digitais, sendo que em outras está claramente aquém. Na Prótese Dentária a área digital tem fronteiras bem balizadas e, apesar de ainda existir um disseminado desconhecimento acerca de alguns dos processos digitais, a massa crítica do nosso país começa a dar bastantes cartas. Na Medicina Dentária a realidade é mais amorfa e por vezes desconhecida, com vários conceitos menos claros, entre os quais está a ideia falaciosa de que “digital” é o CAD-CAM (chavão hodiernamente utilizado para tudo), as impressões 3D e, de forma geral, algo abstrato em que máquinas fazem o trabalho por nós com um simples clique. Estes conceitos não poderiam estar mais longe da realidade. Apesar de tudo, a evolução continua e está cada vez mais presente. Se retrocedermos alguns anos, talvez fosse irrealista sequer imaginar que poderíamos utilizar um “aparelhozinho” que nos informasse de forma precisa onde está o CDC (cemento-dentina-canal) e permitisse ter uma prática endodôntica como a de hoje, porém, atualmente utilizamos localizadores apicais de forma rotineira. O mesmo acontece com a radiologia digital, entre outros exemplos.

No passado dia 27 de maio teve lugar, em Coimbra, a primeira Assembleia Geral da nova sociedade científica. Na ocasião, procedeu-se à eleição e tomada de posse dos primeiros órgãos sociais, à definição dos estatutos e à discussão sobre assuntos vários da gestão e futuro da SPMD2 (também designada por D2).

O nível da Medicina Dentária e Prótese Dentária portuguesas está num patamar equiparado ao que de melhor se faz pelo mundo em algumas áreas digitais, sendo que em outras está claramente aquém

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A partir da esquerda, Luís Fonseca, tesoureiro da SPMD2; Duarte Marques, presidente da Mesa da Assembleia Geral; Rui Isidro Falacho e Carlos Falcão, presidente e vice-presidente da direção, respetivamente.

A tecnologia tornou-se parte integrante da nossa atividade clínica e na mesma medida que utilizamos facilmente os meios referidos, num futuro próximo será também para nós habitual e quase indispensável recorrer a tecnologia de impressão, desenho e fabricação, não só para promover a excelência e precisão do trabalho, mas também para torná-lo mais cómodo para técnicos, clínicos e pacientes. Contudo, creio que o grande desafio que encontramos no nosso país e também na esfera global reside na necessidade de consciencializar que mesmo com os meios tecnológicos mais evoluídos e presentes, o conhecimento e a técnica sempre necessários a cada caso não serão jamais substitutos. É fundamental saber que, dando um exemplo muito específico, encerar um caso digitalmente não é só clicar em meia dúzia de botões, pelo contrário, requere grande perícia e conhecimentos equiparáveis aos necessários para um enceramento manual. “Digital” não é simplificar, mas sim complementar.

Para além dos mitos e da necessidade de formação, um dos maiores obstáculos a uma vulgarização ainda maior de algumas tecnologias digitais é o custo que lhes está subjacente. Tanto médicos dentistas como técnicos de prótese dentária deparam-se com custos muito elevados e dúvidas sobre a utilidade, a eficácia ou o retorno do investimento. É também neste âmbito que a SPMD2 se situa. Tentaremos elucidar e guiar os nossos associados nestas e em outras incursões no mundo digital. Em termos gerais, como comenta o atual panorama da Medicina Dentária portuguesa (à margem da vertente digital)? Após ter percorrido vários países e continentes em atividade formativa durante os últimos três anos, tenho uma visão que pelo menos é bastante ampla sobre a Medicina Dentária e Prótese Dentária mundiais. Neste âmbito, indubitavelmente enquadro a realidade portuguesa entre as mais evoluídas e diferenciadas do panorama mundial. Na Prótese Dentária contamos com alguns dos colegas com trabalho mais reconhecido e reverenciado mundialmente. Na Medicina Dentária, para além de sermos detentores de nomes de referência mundial e colegas cujo palmarés formativo internacional dificilmente tem rival, o dia a dia clínico está revestido de uma qualidade técnica e científica das quais poucos países se podem orgulhar.

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Jorge PerdigĂŁo

Professor CatedrĂĄtico e investigador na Universidade de Minnesota (EUA)

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Um bom profissional deve ter espírito crítico e reconhecer que todos os materiais utilizados no ambiente oral sofrem degradação

O médico dentista e Professor Catedrático Jorge Perdigão é um dos “cabeças de cartaz” do programa da cimeira da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), que se celebra este mês no Centro de Congressos Lagoas Park, em Oeiras (Lisboa). A MAXILARIS aproveitou a ocasião para falar com o prestigiado docente e investigador português, que acumula uma ampla experiência além-fronteiras. Tem estado ligado a instituições de ensino norte-americanas, inicialmente à Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, e mais recentemente à Universidade de Minnesota. É também Professor Catedrático convidado da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.

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Sobre procedimentos clínicos restauradores, além dos honorários serem muito mais elevados que em Portugal, aqui prescrevem-se coroas e pontes fixas com mais frequência, muito provavelmente devido ao fator económico Acumula uma longa experiência de ensino e investigação além-fronteiras, em particular nos Estados Unidos. Que diferenças observa na prática clínica nos dois lados do Atlântico? Observo muitas diferenças. Lembro que trabalho no estado de Minnesota e que nos Estados Unidos cada estado tem as suas próprias políticas de saúde. No que respeita aos estudantes, em primeiro lugar, é importante sublinhar que não existe precaridade de emprego neste país para médicos dentistas, apesar de haver faculdades estatais e privadas. E também seria importante lembrar que os estudantes do curso de Medicina Dentária têm que fazer um curso

Jorge Perdigão licenciou-se em Medicina Dentária pela então designada Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa, em 1985. Em 1992, concluiu o seu mestrado e especialização em Dentisteria Operatória na Universidade de Iowa (EUA) e, em 1995, doutorou-se em Materiais Dentários na Universidade Católica de Leuven (Bélgica).

superior de quatro anos (licenciatura em Biologia, Química, Engenharia Biomédica ou outra área das ciências biológicas) antes de concorrerem para Medicina Dentária. Por este facto, os estudantes mais jovens têm 23 a 25 anos, o que, quanto a mim, faz uma grande diferença em relação à Europa. Os programas de especialização de Ortodontia, Endodontia, Odontopediatria, Cirurgia, Prostodontia e Periodontologia são os mais procurados pelos profissionais recém formados. Quanto aos pacientes, visitam o dentista com mais regularidade, não só quando têm dor. Por norma, os pacientes voltam para o check-up periódico visitando o higienista oral, visto que estes profissionais estão muito mais integrados na equipa de saúde oral. Durante essa visita o médico dentista examina o paciente e decide se necessita de atualizar as radiografias ou de fazer algum outro tratamento. A maioria dos pacientes têm seguro, com frequência relacionado com o emprego. Outros, devido à sua situação económica, têm seguro do estado de Minnesota. Não é muito frequente um paciente pagar as consultas do seu bolso. No plano da prática clínica, os profissionais são obrigados a fazer 50 horas de educação contínua de dois em dois anos para poderem manter a cédula profissional. Entre as 50 horas, é obrigatório o curso de reanimação cardio-respiratória e outras emergências, curso que no nosso caso demora quatro a cinco horas. Esses créditos de educação contínua só podem ser obtidos através de entidades acreditadas pela American Dental Association. Sobre procedimentos clínicos restauradores, além dos honorários serem muito mais elevados que em Portugal, aqui prescrevem-se coroas e pontes fixas com mais frequência, muito provavelmente devido ao fator económico.

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Fale-nos um pouco do tema que dominará a sua intervenção no XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária? Utilizando uma perspetiva de informações baseadas em evidência científica (EBD), vou abordar temas relacionados com a adesão aos tecidos dentários, a adesão a cerâmica de matriz vítrea, a adesão a zircónia e o tratamento de manchas brancas do esmalte. Que tendências observa atualmente no universo dos materiais dentários? Que novidades podemos esperar, a curto ou médio prazo, neste campo? A parte digital está a evoluir seriamente, não só em restaurações produzidas por CAD-CAM, mas também ao nível da prostodontia removível digital e da

O prestigiado académico e investigador português integra a lista de oradores do próximo congresso da SPEMD, agendado para este mês.

ortodontia digital. A impressão 3D também já tem resultados muito interessantes. Assisti recentemente à impressão 3D de coroas e pontes de zircónia com uma qualidade impressionante. A curto prazo vamos ter esta tecnologia disponível. Na sua opinião, que fatores determinarão o futuro neste domínio da Medicina Dentária? A viabilidade comercial é sempre o fator número um. Mas, ao contrário de outros desenvolvimentos na Medicina Dentária nos últimos 50 anos, as novas tecnologias não vão ser acessíveis à maioria dos pacientes, o que pode de alguma forma limitar o I+D e o aperfeiçoamento destas tecnologias. Qual é o ponto da situação (e quais são os principais contornos) da regeneração dentária a partir de células estaminais? A parte da Medicina Dentária regenerativa tem evoluído muito rapidamente, incluindo a regeneração de tecido pulpar e dentina. O esmalte parece ser o grande obstáculo devido à sua origem embriológica distinta e característica mais acelular. A “engenharia dos tecidos” em Medicina Dentária é uma área fascinante. Muito recentemente foi desenvolvido um hidrogel foto-polimerizável (com os fotopolimerizadores convencionais de consultório) que serve de meio de encapsulação de células odontoblásticas (OD21). A ideia é, num futuro não imediato, vir a viabilizar a realização de tratamentos regeneradores pelo clínico no seu consultório, incluindo regeneração do órgão pulpo-dentinário. No plano da investigação, quais são as áreas que atualmente mais despertam o seu interesse no plano da Medicina Dentária? Os estudos clínicos com materiais adesivos, o envelhecimento laboratorial de materiais adesivos e a clarificação do grande mito “efeito das metaloproteinases de matriz (MMPs) dentinárias em adesão”.

A impressão 3D também já tem resultados muito interessantes. Assisti recentemente à impressão 3D de coroas e pontes de zircónia com uma qualidade impressionante. A curto prazo vamos ter esta tecnologia disponível

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Hoje em dia, que matérias deve dominar, de forma contundente, um bom profissional que deseje dedicar-se à estética dentária? Todos os materiais dentários têm contraindicações e limitações. Um bom profissional deve ter espírito crítico e reconhecer que todos os materiais utilizados no ambiente oral sofrem degradação, ao contrário do que a respetiva publicidade informa. O profissional deve conhecer os materiais que utiliza e as suas limitações, em vez de centrar-se somente no nome comercial. O melhor material estético e/ou adesivo raramente é o mais recente. É sempre o que foi introduzido antes do mais recente, e sobre o qual já existe evidencia científica, já que os materiais colocados no mercado para dentisteria estética e adesiva não são testados clinicamente antes de estarem disponíveis. Também queria lembrar todos os colegas que um cirurgião não apresenta em público resultados imediatos das suas intervenções como sendo um sucesso. Se não durar, como pode ser um sucesso?

O Professor Doutor Jorge Perdigão, na foto com professores da Universidade de Valparaíso (Chile), tem um curriculum científico de grande valia, sendo autor de vários livros e capítulos de livros, de mais de 150 artigos publicados em revistas internacionais com factor de impacto e com o número de citações a ultrapassar as 13.000.

Que tipo de relação deve ter o médico dentista com a equipa do laboratório? Permita-me comentar a pergunta: a equipa não é somente do laboratório. Existe, isso sim, uma equipa formada pelo médico dentista e pelo técnico de laboratório. Deve haver comunicação sem ninguém se sentir hierarquicamente superior. Se a impressão do preparo for deficiente, a culpa do insucesso da restauração não é seguramente do técnico de laboratório. De um modo geral, como avalia a evolução da Medicina Dentária em Portugal? Poderia ficar uma hora a falar do assunto. Deixemos de lado a parte estrutural e de organização da Medicina Dentária em Portugal, aproveitando para lembrar que já há muitos médicos dentistas portugueses conhecidos além-fronteiras e investigadores de Medicina Dentária sediados em Portugal com expressão mundial. Contudo, a minha opinião sobre a qualidade do ensino não é muito favorável. O aumento do número de alunos nas faculdades e o número de profissionais formados anualmente parece que, de algum modo, diminuiu a competência clínica dos recém formados em relação há 20 ou 30 anos. Da minha experiência recente como diretor de cursos de pós-graduação clínica em Portugal e em Espanha, senti que os colegas mais jovens

têm deficiências na formação e muitas dificuldades em trabalhar condignamente devido à precaridade de emprego. Tive colegas recém formados como alunos de pós-graduação que nunca tinham feito determinados tratamentos em pacientes, que eu considero fundamentais na formação do estudante. Como escrevi há muitos anos, as faculdades deveriam ponderar mais seriamente a oferta de cursos de aperfeiçoamento clínicos e práticos. Todos gostam de ver apresentações com efeitos especiais lunares, mas depressa passam de moda. O que os jovens recém-formados precisam é de alguém que lhes ensine procedimentos clínicos e lhes permita efetuar esses mesmos tratamentos em pacientes, com sugestões e apoio. Não se aprende Medicina Dentária clínica a ver slides.

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A promoção da saúde oral nos profissionais de saúde do Centro Hospitalar de Lisboa Central Contributo para a vigilância da saúde e bem-estar em contexto ocupacional

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Ciência e prática

Sandra Armeiro Higienista oral. Licenciada em Higiene Oral pelo Instituto Superior do Alto Ave. Mestre em Comunicação em Saúde pela Universidade Aberta de Lisboa. Técnica de Higiene Oral da Área de Saúde Ocupacional do Hospital de São José (ASO-HSJ), Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC). sandra.armeiro@chlc.min-saude.pt Cristina Rodrigues Enfermeira. Mestre em Enfermagem e Especialista em Enfermagem Médico-cirúrgica (vertente Pessoa Idosa) pela Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. Licenciada em Ciências da Educação pela Universidade de Lisboa. Enfermeira do Trabalho da ASO- HSJ, CHLC.

Introdução As doenças orais, pela sua elevada prevalência, constituem um dos principais problemas de saúde pública e de saúde ocupacional. Se forem adequadamente prevenidas e precocemente tratadas terão um impacto significativo na redução de custos económicos, sociais e psicológicos, contribuindo para os ganhos em saúde1.

Daniela Tolentino Médica. Licenciada em Medicina pela Faculdade de Ciências Medicas de Lisboa. Frequência do atual plano transitório-formação para obtenção do título de especialista em Medicina do Trabalho. Médica do Trabalho da ASO-HSJ e Hospital de Santo António dos Capuchos.

A Área de Saúde Ocupacional, através da intervenção da Saúde Oral (SO) no âmbito da vigilância da saúde dos profissionais do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), tem como finalidade promover a saúde oral no local de trabalho e reduzir a incidência e a prevalência das doenças orais, através do envolvimento e da participação ativa, tanto dos indivíduos aos quais se destinam as ações como dos profissionais de saúde que intervêm neste processo.

Maria João Manzano Assistente Graduada Sénior de Medicina do Trabalho. Diretora da ASO-CHLC. Consultora da DGS para a Saúde Ocupacional. Doutorada pela Faculdade de Medicina de Budapeste (Hungria) sobre o papel dos fotorecetores não visuais na regulação dos ritmos circadianos e circanuais. Lisboa.

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MAXILLARIS Ciência e prática

Vigilância da saúde oral (2017) (n=513)

Pedido da enfermagem do trabalho 2% Pedido da medicina do trabalho 2% 38% Pedido do profissional 5% Consumos aditivos Doença crónica 36% Admissão 17% Outros 5% Médicos 5% Técnicos Diag. Terapêutica 11% 21% Assitentes Técnicos Enfermeiros 29% 30% Assitentes operacionais

Consultas 1a vez

47

466

Consultas subsequentes Gráfico 1.

Metodologia Esta intervenção teve o seu início em 1996, no Hospital de São José, sendo reconhecida ao longo destes anos como uma ação inovadora e de importância significativa ao nível da promoção da saúde no que se refere à melhoria da qualidade de vida, saúde e bem-estar dos profissionais no local de trabalho. Atualmente abrange seis polos hospitalares (Hospital de São José, Hospital de Santo António dos Capuchos, Hospital de Santa Marta, Hospital Curry Cabral, Hospital Dona Estefânia e Maternidade Doutor Alfredo da Costa) para um total de 7.827 profissionais.

A intervenção preconiza a caracterização epidemiológica dos fatores de risco das doenças orais e dos hábitos e estilos de vida, o diagnóstico e monitorização periódica, procedimentos preventivos e de tratamento, em parceria com os Serviços de Estomatologia e de Radiologia. A recolha, tratamento e análise de dados efetuou-se através de um questionário de caracterização epidemiológica sobre hábitos e estilos de vida associados à saúde oral, de auto-preenchido, respondido pelos profissionais de saúde na consulta de higiene oral de primeira vez, durante 2017 e através das bases de dados UtilSst e Access. Do total da amostra (n=47) não se consideraram os questionários de caracterização epidemiológica que não se apresentavam devidamente preenchidos (n=9).

Vigilância da saúde oral consultas de 1a vez (n=38)

5%

Outro

5% 5%

Destartarização

1

Gengivite

37% 48%

19 4

Dor Controlo

4 0

<1 Ano

>1 Ano

Nunca

Outro

23 10

20

30

NR

Gráfico 2.

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Resultados Em relação à vigilância da saúde oral, 48 % (n=18) dos profissionais inquiridos refere ter ido a uma consulta de saúde oral > 1 ano e apenas 37% (n=14) dos profissionais foi a uma consulta nos últimos 12 meses. É de salientar que 5% (n=2) nunca foi a uma consulta de saúde oral, não especificando o motivo. A vigilância ou o controlo e a destartarização são os motivos mais referidos para a procura de consulta de saúde oral, correspondendo a 45% (n=23) e 37% (n=19) relativamente ao descrito anteriormente (gráfico 2). No entanto, 70% (n=26) dos indivíduos indica a existência de problemas de saúde oral atuais, nomeadamente, 38% (n=10) refere a cárie dentária, 32% (n=8) sensibilidade dentária e 30% (n=7) gengivite (gráfico 3).

Em 2017, realizaram-se 513 consultas de saúde oral a 349 profissionais de saúde, das quais 47 correspondem a consultas de primeira vez (tabela 1) e 466 subsequentes (gráfico 1). Cerca de 67% dos profissionais são mulheres e com idades compreendidas entre 20 e 49 anos de idade (62%) e mais de 50 anos (38%). Relativamente às categorias profissionais que integraram a vigilância da saúde oral com maior adesão salientam-se: os assistentes operacionais (30%), os enfermeiros (28,5%), os assistentes técnicos (21%) e os técnicos de diagnóstico e terapêutica (10,5%) (tabela 2). Dos profissionais em consultas de primeira vez, 36% (n=17) apresentam doença crónica (hipertensão arterial, diabetes ou doença auto-imune).

A caracterização da amostra (n=47) permitiu-nos identificar a necessidade de tratamento em 40% dos indivíduos e um índice de cárie dentária (CPOD) de 8,4 (gráfico 4).

Existência de problemas de saúde oral consultas de 1a vez (n=38)

70% 32% 30%

38% Cárie dentária

30%

Gengivite Não

Sensibilidade dentária

Sim

Gráfico 3.

CPO´D

40%

8,4

Mulheres (n=35)

8,6

CPO´D

60%

Amostra (n=47)

CPO´D

Necessidade de tratamento dentário (n=47)

7,8

Homens (n=12) 0

Com cáries

5

10

Sem cáries

Gráfico 4.

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MAXILLARIS Ciência e prática

Percepção do risco individual (n=38) 60%

53%

50%

45%

40%

37%

30%

26%

29% 21%

20%

18%

18% 10%

10% 0% Muito alto/alto

Risco de cárie dentária

Moderado

8%

8% 0%

Baixo

0% Nulo

3%

8%

3%

5%

Desconhece

NR

8%

Risco de lesões orais

Risco de doença periodontal

Gráfico 5. Necessidade de tratamento periodontal (n=47)

34% 66%

Com necessidade

Sem necessidade

Gráfico 6.

Sobre a dieta cariogénica, 71% (n=27) refere consumo ocasional, 24% (n=9) consumo diário dos quais 68% (n=6) refere consumo entre as refeições, e apenas 5% (n=2) nunca consome. É de salientar que 60% (n=23) dos profissionais refere não ter hábito de escovagem após a ingestão de alimentos cariogénicos e 5% (n=2) executa apenas uma escovagem diária.

Dos profissionais inquiridos, 5% (n=38) refere a extração e a dor de dentes como principais causas de absentismo ocupacional associado a problemas de saúde oral, representando um período de ausência ao trabalho de pelo menos 20 dias (gráfico 7). Este aspeto sustenta a importância reconhecida do Programa de Promoção de Saúde Oral (gráfico 8) e a necessidade de fomentar e consolidar medidas de promoção e prevenção neste contexto afim de assegurar e estabelecer acompanhamento personalizado de controlo e vigilância, bem como o tratamento precoce.

Relativamente ao risco individual, 26% (n=10) perceciona como muito alto ou alto para a cárie dentária, 29% (n=11) no que se refere à doença periodontal e 21% (n=8) para as lesões orais. Salienta-se que 3% (n=1) desconhece os fatores desencadeantes da cárie dentária e da doença periodontal e 8% (n=3) das lesões orais (gráfico 5). Cerca de 34% dos profissionais observados (n=47) apresenta necessidade de tratamento periodontal (gráfico 6).

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MAXILLARIS Ciência e prática

Absentismo por problemas de saúde oral (n=38)

95%

5%

Causa: Extração Dor Duração: 20 dias

Não

Sim

Gráfico 7. Perceção da importância da prevenção e do programa saúde oral (n=38) 3% 5%

Muito importante/importante Moderadamente 92% NR

Gráfico 8.

Discussão Os resultados obtidos evidenciam a importância do benefício da ação de saúde oral em curso, através da vigilância da saúde em contexto ocupacional e mostram a necessidade de consolidar o desenvolvimento destas ações continuadas sustentadas na promoção e na educação para a saúde2.

Verifica-se que mais de 50% dos profissionais de saúde recorreram a uma consulta de saúde oral há mais de um ano, dos quais 5% refere nunca ter realizado esta consulta. Não obstante, 70% refere a existência de problemas de saúde oral, o que leva à necessidade de aumentar e melhorar a perceção para a prevenção das doenças orais, através de ações de educação para a saúde, induzindo assim a redução dos fatores de risco que condicionam a saúde geral e o impacto na atividade que desenvolvem.

Neste sentido, o nível de participação atual dos profissionais do CHLC no Programa de Promoção de Saúde Oral tem-se demostrado determinante na melhoria contínua da perceção individual e coletiva no que se refere aos hábitos e estilos de vida saudáveis e para a diminuição dos fatores de risco que podem condicionar a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida, constituindo uma forma eficaz de disseminação de boas práticas, potenciando deste modo ganhos em saúde3.

Neste contexto, o controlo efetivo da saúde oral conduz a uma redução das patologias orais e à diminuição dos custos sociais, psicológicos e económicos subjacentes ao tratamento das mesmas3,4, promove o aumento da satisfação e melhoria da qualidade de vida do profissional e fomenta a diminuição do absentismo2.

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Deste modo, a caracterização da amostra (n=47) permitiu-nos identificar a necessidade de tratamento dentário em 40% dos indivíduos, que se revela concordante com os hábitos associados ao consumo diário de alimentos açucarados em 24% dos inquiridos e com a inexistência de hábito de escovagem após a sua ingestão, referido por 60% dos profissionais.

que, apesar de considerarem a existência de um risco elevado, mantêm ainda hábitos desfavoráveis à prevenção das mesmas. A pertinência das intervenções do Programa de Promoção de Saúde Oral em contexto ocupacional justificam desta forma o desenvolvimento e consolidação de uma intervenção mais holística ao nível da vigilância da saúde (admissão, periódico e ocasional) com vista à aquisição de conhecimentos que influenciem a mudança de atitudes e comportamentos que sejam desfavoráveis para a saúde oral5.

Em relação à avaliação que os profissionais fazem sobre a perceção do risco individual para as diferentes patologias orais, verifica-se

Conclusões A disponibilização da vigilância da saúde oral em contexto ocupacional suportada numa rede estruturada de sinergias multidisciplinares tem-se mostrado um recurso importante na melhoria da condição de saúde oral3 dos profissionais do CHLC. Deste modo, o acesso a ações promotoras da saúde oral no local de trabalho proporciona uma avaliação continuada dos hábitos e estilos de vida adotados pelos profissionais com vista à aquisição de uma boa condição de saúde oral com impacto direto na diminuição do tempo despendido e no absentismo2 e no aumento da satisfação e da motivação, e na melhoria do bem-estar, da qualidade de vida e da produtividade de todos os profissionais de saúde. Salienta-se também a necessidade de incentivar ações de mudança, preconizando uma avaliação e monitorização continuada dos hábitos e estilos de vida, dos fatores de risco comum e dos determinantes sociais da saúde.

Bibliografia 1. Ministério da Saúde, Direção Geral da Saúde. Programa Nacional de Nacional de Saúde Oral (2005). Lisboa: DGS.

6. Ministério da Saúde, Direção Geral da Saúde. Programa Nacional de Saúde Oral. Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais (2008). Lisboa: DGS.

2. Lima LS, Chaves SCL, Castro PP. Educational interventions aimed at improving the oral health condition of workers: a critical review (2012). Health,vol.4, nº6, 341-347.

7. Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE - Área de Saúde Ocupacional. Plano de Ação da Área de Saúde Ocupacional. CHLC, EPE, 2015-2017.

3. Ide R, Mizoue T, Ikeda M, Youhimura T. Evaluation of oral health promotion in the workplace: the effets on dental care cost and frequency of dental visits (2001). Community Dentistry and Oral Epidemiology, 29, 213-9.

8. Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE - Área de Saúde Ocupacional. Procedimento Multissectorial, SST 104 – Vigilância da Saúde. CHLC; EPE, 2014.

4. Ichihashi T, Muto T, Shibuya K. Cost-benefit analysis of a worksite oral-health promotion (2007). Industrial Health, 45, 32-36.

9. Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE - Área de Saúde Ocupacional. Procedimento Sectorial, SST 1006 - Promoção da Saúde Oral e Prevenção e Controlo das Doenças Orais. CHLC; EPE, 2014.

5. Frenkel H, Harvey I, Needs K. Oral health care education and its effects on caregivers´ knowledge and attitudes: a randomised controlled trial (2002). Community Dentistry and Oral Epidemiology, 30, 91-100.

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Iatrogenias em endodontia: a propósito de um caso clínico

Márcia Cascão Médica dentista. Mestrado integrado em Medicina Dentária pela Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa (FCS-UFP). Pós-graduação em Competências Clínicas Profissionalizantes em Medicina Dentária pela FCS-UFP. A frequentar a pós-graduação b-learning em Endodontia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Docente do mestrado integrado em Medicina Dentária da FCS-UFP. Prática clínica exclusiva em endodontia. Porto.

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descreve-se como sendo a causa principal para a ocorrência desse tipo de iatrogenias. Recuperar o comprimento de trabalho, sem comprometer o trajeto inicial do canal radicular, torna-se assim um desafio para o endodontista. A utilização de limas de pequenos calibres, pré-curvadas, é fundamental para a recuperação da anatomia original em todo o comprimento de trabalho. Caso clínico Introdução Em muitas situações o insucesso do tratamento endodôntico está diretamente relacionado com erros de procedimento, que poderão pôr em causa o sucesso da desinfeção e consequentemente o selamento apical do sistema de canais radiculares. Um degrau é, por definição, uma plataforma criada num canal radicular, levando à perda de comprimento de trabalho e podendo levar à criação de falsos trajetos e perfurações. O principal problema com os degraus é que os instrumentos invariavelmente serão direcionados para o trajeto do degrau, tornando a instrumentação da porção apical impossível. A utilização de instrumentos rígidos e de calibre elevado em canais mais curvos

Paciente adolescente, reencaminhada para avaliação endodôntica do dente 36. Após a realização dos exames complementares de diagnóstico, verificamos a presença de um tratamento endodôntico prévio, tendo sido diagnosticada uma periodontite apical assintomática associada. Após a remoção do material obturador, deparamo-nos com a presença de um degrau no canal distal assim como um falso trajeto, mas ausência de perfuração. Com recurso a ampliação e limas K10 pré-curvadas foi possível recuperar a anatomia original do canal, tendo-se conseguido a desinfeção e posterior obturação da totalidade do canal radicular.

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Fig. 1. Radiografia inicial.

Fig. 2. Falso trajeto.

Fig. 3. Recuperação da anatomia original.

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Figs. 4 e 5. Radiografia após obturação.

Conclusão A presença de iatrogenias constitui um grande desafio para o endodontista, inviabilizando em situações limite o sucesso do retratamento endodôntico não cirúrgico. O conhecimento da anatomia, o reconhecimento prévio das iatrogenias presentes e o recurso aos instrumentos endodônticos mais adequados parecem ser a chave para a resolução e posterior sucesso do tratamento.

Bibliografia 3. Kapalas A, Lambrianidis T. Factors associated with root canal ledging during instrumentation. Endodontics & Dental Traumatology, 2000.

1. Hendi S et al. Iatrogenic errors during root canal instrumentation performed by dental students. Irian Endodontic Journal, 2018. 2. Jafarzadeh H, Abbott PV. Ledge formation: review of a great challenge in endodontics. Journal of Endodontics, 2007.

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Quiz de Medicina Oral Demonstre os seus conhecimentos no teste da MAXILLARIS Durante mais de treze anos a edição espanhola da MAXILLARIS (e mais recentemente a portuguesa) publicou a secção “Imagens da Medicina Oral”, do médico dentista e professor catedrático espanhol Germán Esparza Gómez. Nela se descreveram uma série de casos clínicos, dando conta assim, de uma maneira simples e prática, das principais patologias desta área. Convencidos de que a prevenção é a principal ferramenta terapêutica e que a Medicina Oral deve continuar a ter o seu peso na MAXILLARIS, criámos uma nova secção que sobressai pela sua grande utilidade. Germán Esparza Gómez proporcionará todos os meses um Quiz (teste) no qual se inclui uma breve descrição de um caso e uma ou duas imagens do mesmo. Com estes dados, se lançará uma pergunta sobre um possível diagnóstico. O resultado desta pergunta publicar-se-á no mês seguinte, explicando tanto a argumentação da opção correta como a das respostas invalidadas. Para responder a esta pergunta e obter a solução correta de forma imediata, basta aceder à seguinte página eletrónica: www.maxillaris.com/quiz–pt. É um processo simples que não leva mais de um minuto. Aos participantes que obtenham os melhores resultados, a MAXILLARIS oferecerá um prémio muito especial.

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de Medicina Oral

Germán Esparza Gómez Médico estomatologista. Doutorado em Medicina e Cirurgia. Professor titular de Medicina Oral no Departamento de Medicina e Cirurgia Bucofacial da Faculdade de Odontologia da Universidade Complutense de Madrid (Espanha). medoral@infomed.es

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Uma jovem de 17 anos apresenta-se na consulta com uma lesão do lábio inferior que se observa na imagem. Refere que a lesão já lhe surgiu em três ocasiões, após morder-se acidentalmente, e posteriormente a ferida esvazia-se.

Responda a esta pregunta em: www.maxillaris.com/quiz

Que diagnóstico lhe parece mais provável? A. Um tumor do tecido conectivo. B. Um mucocele de extravazação.

C. Um tumor de glândulas salivares menores. D. Uma úlcera traumática. A solução publicar-se-á no próximo número e de forma imediata no site.

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Solução do Quiz no 5 (setembro 2018)

A resposta correta é a D:

Candidíase pseudomembranosa aguda.

A candidíase pseudomembranosa aguda caracteriza-se pela aparição sobre a mucosa oral de parches, grumos ou placas de cor esbranquiçada, grisalha ou amarelenta, que podem desprender-se com uma compressa ou raspador deixando uma superfície subjacente eritematosa ou sangrante. Clinicamente, produzem sensação de queimação, ardor ou dor, assim como xerostomia ou sabor desagradável na cavidade oral. No presente caso, seguramente atuaram como fatores favoráveis o tratamento antibiótico prévio e também o hábito de fumar. O diagnóstico diferencial deve incluir todas as lesões brancas da mucosa oral, sobretudo leucoplasia e líquen plano, nas quais nunca se produz o desprendimento das lesões à raspagem.

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Espaço de partilha mas também de reflexão e crítica Hoje em dia a fotografia faz parte da nossa vida e do nosso quotidiano. A revolução digital veio imprimir um salto gigantesco na sua utilização e no acesso de todos a estas câmaras munidas de sensores que permitem de forma imediata ver o resultado do nosso click.

Bruno Seabra

Médico dentista e fotógrafo. Formador na área da fotografia em Medicina Dentária. Diretor do Light Up Studio, com sede no Lumiar (Lisboa).

fotografia@maxillaris.com.

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A fotografia tem sido utilizada de forma transversal nas mais diferentes áreas, como na indústria, na moda, no design, na arquitetura, na comunicação e marketing, na arte e também na ciência como é o caso da Medicina Dentária. Todos os desenvolvimentos tecnológicos na fotografia vieram ainda mais facilitar e melho-

rar a prática clinica diária na Medicina Dentária e revolucionar a forma como registamos os nossos casos, como extraimos dados essenciais para o diagnóstico e planeamento, como comunicamos melhor com os nossos pacientes, ou com colegas e com o laboratório, e como tratamos e terminamos de forma mais previsível os nossos tratamentos. A fotografia tem cada vez mais um papel incontornável e uma importância extrema na nossa área. Apesar disso, muitos dentistas ainda continuam a resistir em introduzir a fotografia, de forma consistente, na sua prática clínica. Existem diferentes razões que explicam esse facto e das quais falaremos mais em pormenor ao longo do tempo.

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MAXILLARIS objetiva clínica

A principal razão será a falta de conhecimentos técnicos e de informação sobre equipamentos por falta de formação básica em fotografia e fotografia aplicada à Medicina Dentária. De forma pessoal posso testemunhar o que tem sido a nossa experiência nesta e referir que após as formações em que temos tido o prazer de participar, todos saem motivados, cientes da importância da fotografia e com conhecimentos suficientes para poderem ser independentes e disfrutarem com prazer do ato de fotografar, alcançando assim resultados imediatos e consistentes. A segunda razão serão os custos envolvidos na aquisição de equipamento adequado. Para realizar boa fotografia clínica, que tem como base o mesmo equipamento utilizado em fotografia macro, será necessário idealmente:

Fig. 1. Fotografia clínica de registo de um caso clínico, com ampliação 1:1,5 (1:2), que permite captar imagem com recorte de canino-canino. Iluminação realizada com Flash Twin com difusores.

- Uma câmara reflex ou mirrorless, que permita mudança de lentes. - Uma lente macro com distância focal adequada, que irá permitir obter uma imagem de melhor qualidade, com ampliação necessária na nossa àrea, que provoque o mínimo de distorção nos dentes, e com uma boa distância de trabalho que nos permita estar suficientemente afastados da boca dos pacientes e diminua a possibilidade de contaminação do material sensivel que utilizamos. - Um flash para fotografia macro, que poderá ser anelar (ring flash) ou bilateral (twin flash) que deve ser escolhido de acordo com o tipo de luz que pretendemos obter para um dos temas mais difíceis de iluminar: a boca. De acordo com a àrea da Medicina Dentária a que nos dedicamos, poderemos optar por um ou outro tipo de iluminação. Uma mais frontal e difusa e outra mais lateral em que conseguimos criar sombras, maior tridimensionalidade e acompanhar melhor todos os pormenores de detalhe estético dos dentes. Existem outros tipos de luz que poderemos usar na fotografia em Medicina Dentária, mas esta é a iluminação básica necessária e recomendada.

Fig. 2. Fotografia clínica com polarização cruzada, de forma a evidenciar pormenores do dente que pode ser usada para comunicação com laboratório.

Para além deste material, existe ainda um conjunto de acessórios, imprescindíveis para a fotografia intraoral em Medicina Dentária, e dos quais saliento os afastadores labiais, oclusais, espelhos intraorais e fundos negros.

Fig. 3. Fotografia clínica com diferente incidência e com utilização de flash circular com difusor de forma a mostrar uma imagem diferente do habitual e evidenciar pormenores ricos da mucosa, gengiva e dentes.

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Fig. 4. Fotografia artística, com iluminação por flash de estúdio, realizada durante um workshop de fotografia em Medicina Dentária, no dia em que a seleção de Portugal jogava, no contexto do Mundial da Rússia, e foi eliminada pela sua congénere do Uruguai.

Make up: Cris González. Modelo: Tita Pereira. Foto e edição: Bruno Seabra.

A terceira razão relaciona-se com uma questão de organização de tempo, considerando que para se registar um caso convenientemente, teremos de ter mais tempo disponível de agenda. E sabemos bem como é dificil organizar uma agenda atempadamente. É importante que toda a equipa que trabalha nesta área, nomeadamente os assistentes dentários, estejam completamente integrados no protocolo fotográfico praticado pelo seu médico e possam, de facto, exercer a ajuda imprescindível que necessitamos nesta área também. É importante que saibam que settings e set-ups utilizamos, como precisamos que coloquem afastadores, espelhos, como soprar e aspirar na altura certa. Na minha opinião, seria perfeito se os assistentes dentários ou mesmo alguém dedicado, como um fotógrafo clínico, pudessem fotografar as imagens que necessitamos. Não seria necessário interromper os tratamentos para fotografar, iriamos ganhar tempo de consulta, seríamos mais produtivos, os pacientes ficariam também menos impacientes e cansados, e em último caso poderíamos até estar a proteger a própria saúde do paciente, principalmente nos procedimentos com maior risco de infeção, por exemplo durante as cirurgias.

Neste espaço iremos procurar transmitir todos os conceitos que consideramos importantes para os profissionais do setor poderem melhorar a sua performance fotográfica. Iremos falar dos princípios de fotografia e a física por trás da câmara e lente, das bases teóricas para poderem escolher o vosso próprio equipamento, de todos os settings e set-ups fotográficos para cada área de especialidade, tentaremos também transmitir-lhes as referências fotográficas e incutir-lhes sentido crítico para poderem avaliar as vossas próprias imagens, para além da simples exposição e ensinar-lhes truques e dicas que podem facilitar o nosso dia a dia. Será um espaço de partilha mas também de reflexão e crítica. Esperamos a participação de todos. Só assim faz sentido – para mim e para a MAXILLARIS – a criação deste espaço e a sua manutenção. Por isso, enviem as vossas dúvidas e partilhem os vossos problemas através do email: fotografia@maxillaris.com. Juntos iremos aprender!

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Fernando Messias músico, intérprete e médico dentista

“A música foi a primeira profissão que tive e provavelmente será a última que vou deixar de praticar” Quando era miúdo, muito antes de ter aprendido a tocar qualquer instrumento, Fernando Messias já acordava, a meio da noite, a sentir ritmos e melodias. Encontrou no piano um primeiro veículo para exteriorizar a sua infinita “veia” musical, mas hoje é a guitarra que encara como um “amor para a vida”. O músico e médico dentista lisboeta – com dois discos editados e um invejável currículo em matéria de palcos internacionais – revela à Maxillaris como conjuga duas profissões que têm mais em comum do que ressalta à primeira vista.

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Quando é que despertou a sua “veia” para a música? É uma vocação tardia ou remonta aos tempos da infância ou da adolescência? Na realidade, a “veia” musical já lá está desde que me lembro. Não foi uma escolha minha, a música é que me escolheu. Recordo que acordava a meio da noite, ainda miúdo, a sentir ritmos e melodias, muito antes de tocar qualquer instrumento. Assim que iniciei as aulas de piano encontrei um primeiro veículo para exteriorizar todas essas melodias. Do piano passei para a guitarra, e foi amor para toda a vida. Definitivamente nasceu comigo, aprendo a cada dia que passa e desenvolvo bastante esta musicalidade de veio comigo na “bagagem”. Qual foi o seu percurso nas lides musicais? O primeiro instrumento que descobri foi a voz. Repetia todas as canções que ouvia, mesmo sem saber inglês, reproduzia todos os sons que ouvia. Mais tarde tive quatro anos de aulas de piano até descobrir as seis cordas. A guitarra fez-me expressar livremente e senti uma grande cumplicidade com este instrumento. Tive vários projetos de garagem e recordo-me de ficar noites a fio num bar a tocar blues em dueto com um amigo até amanhecer. Entre outras bandas e concertos, liderei jam-sessions semanais num clube de jazz no Bairro Alto durante seis anos. Foi uma grande escola para mim. Gravei o primeiro álbum “No more than me” que foi lançado em Nova Iorque (EUA) e Cannes (França). Fiz espetáculos em Kiev (Ucrânia), Horsens (Dinamarca), Cáceres (Espanha) e, em 2017, fui selecionado para representar Portugal no European Blues Challenge, na Dinamarca, com músicos de outros 21 países. Acabei de lançar o segundo álbum em Portugal “Out of trouble”, disco oficial Smooth FM que felizmente tem tido bastante adesão por parte do público. Brevemente serão divulgadas algumas datas de concertos e convido desde já

Fernando Messias teve aulas de piano antes de descobrir a guiutarra. O músico diz sentir uma grande cumplicidade com este instrumento.

todos os leitores para acompanharem o site oficial: www.messiasandthehottones.com. Como surgiu o projeto “Messias and the Hot Tones”? Foi algo natural. Numa noite, no final de um concerto, um senhor inglês com um “look” de quem entendia de jazz e blues, chamou-me à parte, ofereceu-me um “copo” e a primeira coisa que disse foi: “Man, you’re the hot tone...”. Aquilo soou-me bem, e assim nasceram os Hot Tones!

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Quem são os restantes elementos da sua banda? Ao longo dos quase 15 anos de existência, já passaram vários músicos pelos Hot Tones. Todos grandes músicos com quem me orgulho de ter tocado. Alguns acompanham-me há mais de 20 anos e somos grandes amigos. A atual formação é composta pelos músicos André Teixeira, Fausto Ferreira, Vasco Reis e Pedro Castro. Que outros projetos equaciona desenvolver no âmbito musical? O meu propósito na música, tal como qualquer outro artista é criar arte, e neste caso, as minhas canções. Tenho na “gaveta” quase 2.000 músicas originais para gravar. Tenho ideias todos os dias e gravo-as para depois as desenvolver. Confesso que não sei de onde vêm, mas surgem-me com muita naturalidade (e ainda bem). No futuro gostava de convidar colegas músicos com outras linguagens e criar espaço para que cada um se possa expressar. Se disto resultar um disco, ainda melhor...

O meu propósito na música, tal como qualquer outro artista, é criar arte e, neste caso, as minhas canções. Tenho na “gaveta” quase 2.000 músicas originais para gravar

a ti, o que eles têm tu também tens, só tens que o encontrar”. Para citar alguns nomes de autores que me marcaram pelas canções: Ricky Nelson, Muddy Waters, Robert Johnson, Creedence Clearwater Revival, BB King, Eric Clapton, etcétera.

A música que interpreta tem um estilo bem definido ou é o resultado de várias influências? Eu gosto um pouco de tudo desde que seja bem feito e bem tocado. Para mim a música é uma forma de arte e vejo-a como um todo. Sou apaixonado pela evolução musical que se deu nos EUA, que foi criada pelo sentimento humano e pela força de vontade interior: o blues, que hoje já é música do mundo. O que faço respira esta linguagem, mas sou muito exigente com as melodias, e quero que sejam muito especiais. Quais são as referências do panorama musical (nacional e/ou mundial) que o inspiram? Conheço vários, mas tento não ouvir muito para não viciar a mente que tem muita facilidade em assimilar melodias. Não quero copiar ninguém e daí ouvir pouco. Quero ser o mais imparcial e genuíno possível, e dou espaço para que as minhas ideias sejam livres de influências profundas (quero que se mantenham intactas). Abordam-me vários miúdos que querem aprender a tocar guitarra e perguntam: “Quais são os guitarristas que devo ouvir?”. Respondo sempre o mesmo: “Ouve-te

Capa do mais recente trabalho discográfico do músico e médico dentista, intitulado “Out of trouble”.

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O Messias já tem um considerável currículo além-fronteiras, com concertos realizados em vários países. Pretende consolidar, a médio ou longo prazo, uma eventual carreira internacional? As carreiras musicais, tal como em qualquer outra profissão, são construídas por uma amálgama de experiências, de conhecimento e de tempo. É interessante ver as diferentes formas de se ouvir e estar na música noutros países, tanto pelos músicos como pelo próprio público. Considero que Portugal iniciou uma evolução musical muito tarde e hoje temos consequências disso. Felizmente tenho tido espetáculos em vários locais que me fizeram ver com outros olhos e aprender bastante. Aquilo que é a minha carreira musical nacional ou internacional é um comboio que não pára, embora possa ter uma ou duas estações de vez em quando. Tem discos no mercado ou em vias de serem lançados? Sim, em Portugal o último álbum “Out of trouble” está disponível na Fnac e em digi-

tal no Spotify, iTunes, Amazon e no site oficial. O primeiro álbum intitula-se “No more than me” e a venda é exclusiva do site oficial. Estou já a preparar a gravação de mais temas.

Concerto em Cáceres, por ocasião do festival de Blues que se celebra naquela localidade espanhola.

Que feedback tem tido do público em geral, e dos seus colegas de profissão em particular, a esta sua incursão no meio artístico? O público é fantástico, enchem-me de elogios, dão-me todo o apoio e é para eles que são as minhas composições e os meus espetáculos. A música foi a primeira profissão que tive e provavelmente será a última que vou deixar de praticar. No mundo da Medicina Dentária sempre recebi boas reações quando descobriam que tocava. Ser médico dentista é muito importante para mim. Fiz três cursos: Equipamentos Médico-Dentários, na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, trabalhei dois anos na área comercial, fiz Prótese Dentária e logo de seguida completei Medicina Dentária, no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz. Percorri um longo caminho cheio de desafios, mas foi bastante gratificante cumprir estas metas e exercer esta profissão.

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Estão previstos concertos para os próximos meses? Estamos na fase de ensaios do espetáculo do novo álbum. As datas serão reveladas a seu tempo e os convites vão rolar em força! À primeira vista, a atividade de músico e a carreira de médico dentista têm pouco em comum. Consegue estabelecer algum tipo de paralelismo entre as duas vertentes? Sem dúvida. Para mim, o maior paralelismo entre estas duas profissões tem que ver com sensibilidade e precisão. Como guitarrista que sou, desenvolvi – e continuo a desenvolver – a precisão manual que, sem dúvida, é uma mais-valia na Medicina Dentária (e os pacientes agradecem). Depois a sensibilidade para a música, ou qualquer outra arte, completa-nos sensorialmente. Faz-nos ter uma perspicácia especial, é preciso ser-se artista na Medicina Dentária. Pondo agora de parte a sua faceta de músico, como comenta o atual panorama da Medicina Dentária em Portugal? Considero que todas as áreas médicas são a verdadeira ajuda ao próximo, e como tal, de uma nobreza singular. A Medicina Dentária não está mal, mas pode estar muito melhor. A meu ver, há dois grandes tópicos que me preocupam. O primeiro prende-se com o

contínuo débito de profissionais em quantidades industriais para um país como o nosso, que não vai garantir nem bom futuro para os colegas que já exercem nem para os que vão iniciar a sua vida profissional. Ou seja, não garante bom futuro para a profissão. Em segundo lugar surge a nítida dependência dos seguros. Não é viável que se deixe as seguradoras definirem quais são os tratamentos disponíveis para os pacientes e quais os valores que se praticam. É fácil dizer que depende de cada clínica ter ou não seguros, mas a realidade é que a maioria depende destes pacientes. Confesso que não entendo o porquê da falta de regulamentação neste aspeto, até porque não é uma realidade recente. Aqui parece que há falta de artistas...

Fernando Messias estabelece um paralelismo entre as profissões de músico e médico dentista: ambas exigem sensibilidade e precisão.

Quero ser o mais imparcial e genuíno possível, e dou espaço para que as minhas ideias sejam livres de influências profundas (quero que se mantenham intactas)

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Relatos Marta Carvalho Santos Baptista Higienista oral. Exerce a sua prática na clínica privada OralPlan, com sede nas Caldas da Rainha. É voluntária da Mundo A Sorrir desde 2017.

Marta Carvalho Santos Baptista sempre teve vontade e interesse em fazer uma missão de voluntariado internacional. Estreou-se o ano passado em território africano, pela mão da Mundo A Sorrir.

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Os rostos das crianças que conheci ficarão para sempre guardados no meu coração Marta Carvalho Santos Baptista, de 25 anos, teve o primeiro contacto com a Mundo A Sorrir no tempo em que frequentava a licenciatura em Higiene Oral, em Lisboa. A higienista oral, natural de Santa Catarina (Caldas da Rainha), aderiu à organização não governamental em 2017 e estreou-se, no mesmo ano, no voluntariado internacional com uma missão em São Tomé e Príncipe. Percorreu o país de norte a sul, proferindo dezenas de palestras de sensibilização que beneficiaram cerca de 2.000 crianças. Considera que a continuidade deste projeto é fundamental para dar aos adultos do amanhã as ferramentas necessárias para perceberem a importância da saúde oral nas suas vidas.

Ao longo da minha vida fui participando em algumas ações de solidariedade social pontuais porque sempre senti que, enquanto cidadãos, temos a obrigação de contribuir e ajudar a melhorar a sociedade. Quando entendi o que é ser voluntário, percebi a vontade que tinha em contribuir com o meu saber e o meu conhecimento, de forma solidária, prestando serviços em benefício da comunidade, de forma responsável, sustentável e contínua.

continuar a participar nestas ações e, sempre mantive a vontade e interesse em fazer uma missão de voluntariado internacional. Por duas razões: a curiosidade e novidade inerente ao facto de se tratar de um país diferente e, acima de tudo, por poder exercer a profissão que escolhi em prol do bem de quem não tem acesso a cuidados de saúde oral. Em 2017, candidatei-me como voluntária da Mundo A Sorrir e, depois do processo ter sido concluído, surgiu a oportunidade de me deslocar em missão para São Tomé e Príncipe, e não hesitei. Fui sozinha, com alguns receios e expectativas, por ser a minha primeira vez em território africano.

Durante o tempo em que estava a fazer a minha licenciatura, em Lisboa, conheci a organização Mundo A Sorrir e acabei por participar em alguns projetos relacionados com a organização e a faculdade. Fiquei com imensa vontade de

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Durante o período em que estive em missão, percorri 12 escolas do primeiro ciclo dos distritos de Caué e Lembá, no sul e norte do país respetivamente, nas quais fiz 62 palestras de sensibilização sobre a importância da saúde e saúde oral, beneficiando 1.985 crianças. Este trabalho que a Mundo A Sorrir desenvolve desde 2013 em São Tomé e Príncipe é incrível, os resultados têm sido visíveis e claro que a continuidade deste projeto é fundamental para que seja possível incutir e dar às crianças, que são os adultos do ama­ nhã, as ferramentas necessárias para perceberem a importância da saúde oral nas suas vidas. O projeto de implementação de uma clínica dentária, desenvolvido pela Mundo A Sorrir em São Tomé e Príncipe vai permitir que a população tenha acesso a cuidados de saúde oral que de outra forma é impossível aceder. Gostei imenso de ter percorrido cada escola e os rostos das crianças que conheci ficarão para sempre guardados no meu coração. São crianças muito tímidas, muito agradecidas pela escova de dentes e pasta dentífrica que lhes entregava, muito educadas, com um sorriso do tamanho do mundo. Percebi que a população são-tomense precisa acima de tudo, mais do que bens materiais que fazem muita falta, de quem esteja presente para ajudá-los a fazer, a construir, a desenvolver, a capacitar.

É um bocadinho difícil exprimir em palavras tudo aquilo que vivi e experienciei, mas foi, sem dúvida, uma temporada incrível. Foi difícil o regresso a Portugal porque há uma vontade que vai crescendo e que faz querer ficar e continuar a fazer mais. Fica a certeza de que voltarei!

Durante o período em que esteve em missão, a higienista oral percorreu 12 escolas dos distritos de Caué e Lembá, no sul e norte de São Tomé e Príncipe, respetivamente.

A população são-tomense precisa acima de tudo, mais do que bens materiais que fazem muita falta, de quem esteja presente para ajudá-los a fazer, a construir, a desenvolver, a capacitar

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portugal@maxillaris.com Rua Francisco Sanches, 122, 2º. 1170-144 Lisboa. Tel./Fax: 218 874 085

Nota: após receção do artigo, este será enviado à nossa Comissão Científica para aprovação.


A Indústria a fundo Juan Manuel Quiles,

diretor comercial da GMI Portugal

“A GMI quer ser uma referência e protagonista da mudança em implantologia em Portugal” Qual é o ponto de situação da GMI em Portugal? Em quase quatro anos no mercado português, a GMI tem vindo a consolidar-se cada vez mais e a marcar presença no setor dentário em Portugal, com uma vasta gama de produtos, sempre a inovar as estratégias comerciais para satisfazer as necessidades dos nossos clientes. Quais são as principais linhas/gamas de produtos disponíveis no mercado nacional? A principal gama de produtos da GMI são os implantes, existindo quatro conexões; interna, externa, cónica e conexão dupla e também uma linha de regeneração completa em biomateriais. Como fabricantes utilizamos uma série de materiais de alta qualidade na fabricação de todos os nossos produtos, com a certificação CE-0086 do BSI, exigente organismo notificado inglês, assim como a certificação FDA Approved.

Quais são os produtos que têm tido maior recetividade por parte dos profissionais portugueses de Medicina Dentária? Todos os nossos produtos têm uma excelente aceitação no mercado português, nomeadamente os implantes, o instrumental cirúrgico, os componentes protésicos e os biomateriais, mas não podemos deixar de ressaltar que os nossos implantes de conexão interna e externa são os produtos com maior adesão. Estão previstos lançamentos a curto ou médio prazo? Como uma empresa inovadora e diversificada a GMI acaba de lançar o implante estreito de conexão cónica dupla Monolith, também o novo kit de cirurgia guiada 3D que vêm acrescentar maior diversidade para os nossos clientes. A medio prazo está previsto o lançamento do implante Frontier Challenge — o mesmo implante de conexão interna, porém, com

uma cobertura especial — em colaboração com universidades, que melhoram a capacidade de osteointegração dos mesmos.

Os implantes de conexão cónica, como o novo Monolith, têm tido grande aceitação no mercado.

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Quais são as expectativas (para os próximos tempos) no que respeita ao crescimento/expansão da empresa e à diversificação da oferta? A GMI quer ser uma referência e protagonista da mudança em implantologia em Portugal. Que importância atribui a GMI à formação dos seus clientes? Estão previstos cursos, com o apoio da empresa, a curto ou médio prazo? Os cursos são uma componente fundamental. Tentamos investir na formação contínua e exigimos uma alta qualificação aos nossos profissionais. A GMI-Ilerimplant tem um programa de educação continuada destinado a todos os profissionais que trabalham com os seus produtos. Esses programas são sempre ensinados em colaboração com universidades, centros de treinamento e institutos de formação para especialidades dentárias. Nós compreendemos que cooperando com essas instituições, responsáveis pelo treinamento e qualificação de profissionais de saúde, contribuímos com formação e pesquisa neste setor. O próximo evento de formação com a participação da GMI é um curso teórico com cirurgias em direto que irá decorrer entre os

Equipa diretiva: - Josep Gatell Ferre. - António Coso Echevarria. - Juan Manuel Quiles (diretor comercial em Portugal). Principais ofertas de produto no setor dentário: - Implantes de conexão interna, externa e cónica. - Biomateriais. - Instrumental cirúrgico. - Componentes protésicos. Sede: - GMI Espanha (sede central em Barcelona). - Fábrica GMI-Ilerimplant (Lleida, Espanha). - Filiais: Portugal, França, Estados Unidos, Equador, Colômbia, Peru, Chile e (a mais recente) Índia. Distribuidores internacionais: - A GMI está presente em mais de 25 países distribuídos entre os diferentes continentes.

dias 24 a 28 deste mês em Angra do Heroísmo, nos Açores. De um modo geral, como encara a vossa empresa o futuro do setor dos implantes? Como muitos outros, a implantologia em geral é um mercado que está bastante saturado, onde com o tempo apenas quem tem qualidade, preço, tecnologia e inovação terão um lugar de destaque neste amplo mercado. A GMI, com a sua vasta experiência e tecnologia de ponta, está a consolidar uma posição segura em Portugal. Que outras ofertas ou soluções tem a empresa à disposição dos profissionais portugueses? O nosso principal objetivo é explorar a fundo todas as soluções odontológicas e fornecer o produto mais adequado para as necessidades de cada caso em concreto, dado que a finalidade última é aumentar a qualidade de vida dos pacientes. Qual é a principal “imagem de marca” da GMI? Seguimos com o mesmo propósito inicial: compromisso com o cliente, qualidade dos nossos produtos, prioridade de um bom serviço, eficiência das nossas soluções, profissionalidade, trabalho em equipa e inovação tecnológica.

em imagens

A qualidade dos produtos, a eficiência das suas soluções e a inovação tecnológica são alguns dos pontos fortes da marca.

A GMI oferece formação aos profissionais que trabalham com os seus produtos.

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Calendário

ESTÉTICA DENTÁRIA

ESTÉTICA DENTÁRIA

Título de experto em estética dentária

Restaurações diretas e indiretas à base de cerâmica

A CEOdont (Grupo Ceosa) leva a cabo em Madrid (Espanha) uma nova edição do título de experto em estética dentária. Eis os próximos módulos do programa: • 4. Restauração com compósitos I; 16 e 17 de novembro. • 5. Restauração com compósitos II; 17 e 18 de dezembro. • 6. Capas de porcelana I; de 24 a 26 de janeiro de 2019. • 7. Capas de porcelana II; de 21 a 23 de fevereiro de 2019. • 8. Coroas de recobrimento total e inscrustações; 8 e 9 de março de 2019. • 9. Curso teórico-prático em Nova Iorque; de 18 a 22 de junho de 2019.

A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) agendou para o dia 27 deste mês, na sua sede do Conselho Regional Norte (Porto), um curso subordinado ao tema “Restaurações diretas e indiretas à base de cerâmica: do primeiro ao último passo”, que conta com o patrocínio da VOCO. Esta formação será orientada pelo médico dentista Cristiano Alves, que exerce a sua prática exclusiva em Reabilitação Oral e é assistente convidado da disciplina de Prótese Fixa na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Ao abrigo do programa do curso serão apresentados alguns casos clínicos onde se abordarão as restaurações anteriores e posteriores e as técnicas de utilização e otimização de alguns produtos da VOCO.

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

www.spemd.pt

ESTÉTICA DENTÁRIA

IMPLANTOLOGIA

Odontologia multidisciplinar

Residências clínicas com implantes zigoma

Nos dias 26 e 27 deste mês, o médico dentista Rafael Piñeiro voltará a orientar, nas instalações do Centro de Formação da Ivoclar Vivadent (ICDE), em Madrid (Espanha), o seu mais recente curso sobre odontoloRafael Piñeiro. gia multidisciplinar. Ao abrigo deste programa, o formador mostrará a solução de casos complexos de forma detalhada em todos os seus passos, com suporte tanto fotográfico como em vídeo. Mediante o seguimento estrito do protocolo explicado, poderão solucionar-se todos os casos multidisciplinares e complexos de modo simples e com procedimentos minimamente invasivos para, assim, padronizar os tratamentos e poder conseguir resultados previsíveis na clínica quotidiana.

Nos dias 19 e 20 deste mês, as instalações da Malo Clinic em Lisboa voltam a acolher o programa de residência clínica zigoma, que permitirá o acompanhamento detalhado do trabalho diário e o cronograma cirúrgico da equipa Malo Clinic com foco em casos altamente qualificados, bem como a combinação do protocolo cirúrgico All-on-4 com o uso de implantes de zigoma para maxilares severamente atróficos. Os participantes poderão acompanhar vários procedimentos diferentes na sala de operação, assistir a uma cirurgia de zigômio e também ao protocolo All-on-4 Hybrid & Double-Zygoma. Esta formação permitirá aos assistentes adquirir habilidades e know-how para reabilitar maxilas atróficas, com sucesso e em poucas horas, usando o protocolo Malo Clinic.

icde.es@ivoclarvivadent.com

217 247 080 - education@maloclinics.com - www.maloeducation.com

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Maxillaris Calendário

IMPLANTOLOGIA

IMPLANTOLOGIA

Título de experto em cirurgia e prótese sobre implantes

Iniciação ao fluxo digital em implantologia

A CEOdont (Grupo Ceosa) celebrará em 2019 uma nova edição deste curso, orientado por Mariano Sanz Alonso, José de Rábago Vega y Guillermo Pradíes e com a colaboração de Bertil Friberg. O objetivo desta iniciativa é proporcionar ao médico dentista generalista uma série de cursos estruturados no domínio da implantologia. O programa consta dos seguintes módulos: • 1. Diagnóstico e plano de tratamento; de 4 a 6 de abril. • 2. Cirurgia sobre implantes; de 23 a 25 de maio. • 3. Prótese sobre implantes, de 13 a 15 de junho. • 4. Curso de enxerto ósseo e elevação do seio; de 11 a 13 de julho. • 5. As novas tecnologias digitais em implantologia; de 5 a 7 de setembro.

No dia 26 deste mês, a Dentsply Sirona Academy apresenta, em Madrid (Espanha), um workshop de iniciação ao fluxo digital em implantologia, orientado por Nicolás Gutiérrez. Esta formação tem como objetivo descrever em que consiste o fluxo digital em implantologia em todos os seus aspetos para assim ajudar a incorporá-lo na prática diária. Durante o programa estudar-se-á como afeta o nosso fluxo de trabalho do dia a dia e quais são os contributos clínicos, biológicos e económicos desta nova dimensão da implantologia. Nicolás Gutiérrez explicará, entre outros aspetos, como adaptar a clínica dentária ao fluxo digital atual e as vantagens e limitações baseadas na evidência científica. formacion@dentsplysirona.com

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

IMPLANTOLOGIA

IMPLANTOLOGIA Manutenção de implantes

Programa de formação BTI

A Malo Clinic organiza nos dias 15 a 17 de novembro, nas suas instalações lisboetas, um curso sobre “Manutenção de implantes: abordagem prática”. O principal objetivo é proporcionar uma formação abrangente teórica e prática na manutenção de Sede da Malo Clinic, em Lisboa. reabilitações apoiadas em implantes, com um forte foco na consulta clínica. Esta formação inclui uma componente prática importante e significativa com uma abordagem meticulosa de prática clínica, integrando dicas para melhorar o desempenho, juntamente com a integração de ferramentas epidemiológicas para apoiar o processo de decisão clínica.

O Biotechnology Institute (BTI), fiel ao seu compromisso de oferecer formação de máxima qualidade que contribua para melhorar a prática diária dos profissionais, organiza numerosos cursos e jornadas formativas. As jornadas de formação orientadas pelo corpo docente do BTI, liderado pelo médico dentista espanhol Eduardo Anitua, permitem aprofundar os conhecimentos sobre os últimos avanços em implantologia, reabilitação oral e aplicações de terapias regenerativas. O BTI conta desde há um ano com o seu próprio centro de formação online, plataforma através da qual se realizam numerosos cursos e seminários.

217 247 080 – education@maloclinics.com - www.maloeducation.com

www.bti-biotechnologyinstitute.com/es/formacion

MEDICINA ORAL

Consultório dentário Zona periférica de Lisboa. Vendo ou alugo

Lesões mais comuns na cavidade oral com indicação para biópsia A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), no contexto do programa anual do Centro de Formação Contínua, leva a cabo no dia 15 deste mês, num hotel de Tomar, um curso teórico subordinado ao tema “Lesões mais comuns na cavidade oral com indicação para biópsia”, sob a orientação da médica dentista Otília Adelina Pereira Lopes. Formada pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, a oradora deste curso aliou a sua atividade profissional com a atividade no Serviço de Medicina Oral da referida faculdade. É professora convidada nas Unidades Curriculares de Medicina Oral e Biopatologia.

Motivo: reforma por idade. Contacto:

clinicasoares@gmail.com

226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt

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ODONTOPEDIATRIA Curso intensivo de odontopediatria Lecionado pelas médicas dentistas Filipa Maria Roque, Vera Barroso Janeiro e Joana Marinhas, o curso intensivo de odontopediatria (do bébe ao adolescente) aborda vários temas relevantes de forma prática e sistematizada, pretendendo dotar os médicos dentistas das ferramentas necessárias para realizar uma prática clínica de forma simples, segura e eficaz. Esta formação, que conta com o patrocínio da Dentina e da 3M, decorrerá de 16 a 20 deste mês nas instalações da Malo Clinic Education, em Lisboa. A componente teórica pode ser complementada com sessões de hands-on em coroas de aço, restauração de dentes anteriores e sedação consciente, estando estas últimas limitadas a 10 participantes. 217 247 080 - education@maloclinics.com

ORTODONTIA Pós-graduação em ortodontia A Ortocervera (Grupo CEOSA) prepara a 88a edição da pós-graduação em ortodontia funcional, aparatologia fixa e autoligado, orientada por Alberto Cervera. Esta formação tem início agendada para o dia 28 de março do próximo ano, em Madrid (Espa­nha). Esta especialização está estruturada em quatro áreas, designadamente protocolo de diagnóstico e tratamento, estudos de síndromes clí­nicos, práticas em tipodontos com brackets de auto-ligado e práticas clínicas tutorizadas. (0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

ORTODONTIA Título de experto em alinhadores invisíveis A CEOdont (Grupo Ceosa) prepara mais uma edição deste curso, orientado por Andrade Neto. O programa inicia-se no dia 14 de março do próximo ano e consta de dois módulos de três dias cada um. O principal objetivo é que o aluno realize os processos de elaboração de férulas invisíveis com a nossa metodologia avançada para o trabalho, melhorando assim os resultados nos pacientes, planificando clinicamente e desenvolvendo um trabalho com diversas técnicas, sendo capaz de realizar tratamentos sem depender de uma empresa específica. Ao finalizar o curso o aluno disporá de apoio diagnóstico e de laboratório para os seus primeiros casos. (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

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Maxillaris Calendário

VÁRIOS

VÁRIOS Mestrados em ortodontia, oclusão e cirurgia ortognática

Aulas D´Ouro 2018

A Orthoquick, em colaboração com a Universidade à Distância de Madrid (Espanha), tem à disposição de todos os interessados na área da Medicina Dentária um mestrado especializado em ortodontia, oclusão e cirurgia ortognática. Esta formação, agora aberta ao público português, está vocacionada para alunos recém licenciados e outros profissionais, com mais experiência, que precisem de atualizar os seus procedimentos médicos de intervenção.

No seguimento das últimas edições das Aulas D’ouro, realizadas no ano passado, a Douromed continua a apostar na formação dos seus clientes em 2018. A próxima formação destinada aos profissionais do setor dentário, ao abrigo deste programa formativo, está agendada para os dias 9 e 10 de novembro, no Porto. Serão abordadas várias temáticas, nomeadamente as facetas, os biomateriais, a endodontia, a dentisteria estética, a implantologia, a rastreabilidade em esterilização e a sedação consciente, entre outras.

919 839 595 - sferreira@orthoquick.es - www.orthoquick.es

224 152 279 - formacao@douromed.com - www.douromed.com

VÁRIOS

VÁRIOS

Curso especializado em odontologia digital

Formação para assistentes dentários

No próximo dia 23 de novembro, as empresas Ambros&Barrado Formação e Dentsply Sirona Academy apresentam na Clínica Barrado, com sede em Barcelona (Espanha), um programa especializado na área da odontologia digital. O curso intitulado “CEREC Omnicam: do analógico ao digital. Porquê, como e quando” tem como objetivo familiarizar os assistentes com as vantagens do fluxo de trabalho digital comparado com o analógico, e o seu uso em próteses sobre dentes naturais, sobre implantes, ortodontia e cirurgia guiada. Carlos Barrado e Juan Ambrós, ambos com uma vasta experiência neste campo, explicarão todos os passos para adaptar a consulta e os tratamentos ao campo da odontologia digital.

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), ao abrigo do programa do Centro de Formação Contínua, organiza no dia 13 deste mês um curso dirigido a assistentes dentários, que vai decorrer (entre as 9 e as 18 horas) num hotel de Setúbal. Este curso, subordinado ao tema genérico “Ortodontia e implantologia”, será orientado pela médica dentista Ana Roseiro, assistente convidada de Ortodontia da Área de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em parceria com o médico dentista Rui Seone Pereira, assistente convidado em Prótese Fixa do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da mesma universidade.

(0034) 933 230 702 - info@clinicabarrado.com

226 197 690 - www.omd.pt

VÁRIOS Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS A Ortocervera (Grupo Ceosa) organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS, protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algorritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado. (0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

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MAXILLARIS Reuniões

Reuniões

2018 AAP 2018 - American Academy of Periodontology 104th Annual Meeting

outubro

De 27 a 30 de outubro - Vancouver, Canadá American Academy of Periodontology

27a Reunião da SEPES De 11 a 13 de outubro - Valladolid, Espanha Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica

novembro

EAO 2018 - European Association of Osseointegration Congress

AEDE De 1 a 3 de novembro - Málaga, Espanha Associação Espanhola de Endodontia

De 11 a 13 de outubro - Viena, Áustria European Association of Osseointegration

27o Congresso OMD

38o Congresso Anual SPEMD

De 8 a 10 de novembro - Porto Ordem dos Médicos Dentistas

12 e 13 de outubro - Lisboa Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária

XVI Congreso SECIB

Higiene oral em debate

De 15 a 17 de novembro - Palma de Maiorca, Espanha Sociedade Espanhola de Cirurgia Bucal

13 de outubro - Lisboa Associação Portuguesa de Higienistas Orais

Great New York Dental Meeting

ADA 2018 Annual Meeting

De 23 a 28 de novembro - Nova Iorque, EUA

De 18 a 20 de outubro - Honolulu , EUA American Dental Association

dezembro

Atualização em glândulas salivares

27th American Dental Congress

20 de outubro - Porto Clínica de Glândulas Salivares da Casa de Saúde da Boavista

7 e 8 de dezembro - Chicago, EUA Chicago Dental Society

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MAXILLARIS Reuniões

2019 junho 65 Congresso SEDO o

De 5 a 8 de junho - Granada, Espanha Sociedade Espanhola de Ortodontia e Ortopedia Dentofacial

SECOM

fevereiro Reunião de Inverno da APMO

De 13 a 15 de junho - Sevilha, Espanha Sociedade Espanhola de Cirurgia Oral e Maxilofacial

+

1 e 2 de fevereiro - Porto Academia Portuguesa de Medicina Oral

MAXILLARIS Day & SEPES Digital

14 de junho - Madrid, Espanha Maxillaris e Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica e Estética

agosto

4o Congresso Bienal COEM

ICOI World Congress 2019

8 e 9 de fevereiro - Madrid, Espanha Colégio de Odontólogos e Estomatologistas de Madrid (COEM)

De 15 a 17 de agosto - Nova Iorque, EUA The International Congress of Oral Implantologists

março

setembro

38o International Dental Show

World Dental Congress (ADA – FDI)

De 12 a 16 de março - Colónia, Alemanha IDS

+

De 4 a 8 de setembro - São Francisco, EUA American Dental Association e FDI

CED-IADR/NOF

VI Expoorto-Expooral

29 e 30 de março - Madrid, Espanha

abril

De 19 a 21 de setembro - Madrid, Espanha CED-IADR

EAO 2019

De 26 a 28 de setembro - Lisboa European Association of Osseointegration

AAE Annual Meeting

De 10 a 13 de abril - Montreal, Canadá American Associations of Endodontists

outubro

maio 119 American Association of Orthodontists

Reunião Anual SEPES

De 3 a 7 de maio - Los Angeles, EUA

De 10 a 12 de outubro - Barcelona, Espanha Sociedad Espanhola de Prótese Estomatológica e Estética

Expodental Meeting 2019

XVII Congresso SECIB

De 16 a 18 de maio - Rimini, Itália Unione Nazionale Industrie Dentarie Italiane

De 24 a 26 de outubro - Sevilha, Espanha Sociedade Espanhola de Cirurgia Bucal

Congresso SEPA’19

40o Congresso AEDE

De 29 de maio a 1 de junho - Valência, Espanha Sociedade Espanhola de Periodontia e Osteointegração

De 31 de outubro a 2 de novembro - Valência, Espanha Associação Espanhola de Endodontia

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MAXILLARIS Reuniões

APHO dedica jornada anual à hipersensibilidade dentária

SPEMD celebra em Lisboa o seu 38o congresso anual

27o congresso da OMD realiza-se na Exponor

A Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO) vai realizar no dia 13 deste mês a quinta edição da jornada anual “Higiene oral em debate” que, como em anos anteriores, irá decorrer em parceria com a Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) em simultâneo com a realização do seu 38o congresso, no Centro de Congressos Lagoas Park, em Oeiras (Lisboa). Este ano, a APHO irá debater a hipersensibilidade dentária, tema que continua a ser uma das limitações na prática clínica dos higienistas orais e um desafio na procura de soluções através de produtos dentários para o efeito.

A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) agendou para os dias 12 e 13 deste mês a 38a edição do seu congresso anual. O Centro de Congressos Lagoas Park, em Oeiras, voltará a ser o cenário da edição lisboeta do encontro da SPEMD, que obedece a um regime de rotatividade entre a capital e as cidades de Coimbra e Porto. O programa científico contará com dezenas de oradores nacionais e estrangeiros e deverá atrair mais de um milhar de profissionais de todos os quadrantes da saúde oral.

O 27o congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) está agendado para os dias 8 a 10 de novembro próximo. O recinto da Exponor, em Matosinhos, voltará a acolher a edição nortenha da principal cimeira anual da classe dos médicos dentistas. Eis os conferencistas estrangeiros que vão dar corpo ao programa do congresso: Fouad Khoury, Dudu Medeiros, Andrea Ricci, Cheen Loo, Flávio Ferrari, Fernando Goldberg, Anton Sculean, Mauricio Araujo, Juan Blanco Carrión, Víctor Clavijo, Karin Becktor, Marco Ferrari, Carlos Eduardo Francischone, Sérgio Khan, Patricia Gatón, Ophir Fromovich, Jair Carneiro Leão e Jacobo Limeres.

www.spemd.pt

apho.inscricoes@gmail.com

www.omd.pt

Porto acolhe jornada científica sobre glândulas salivares

Jornada BTI Day celebra-se em novembro

Academia Portuguesa de Medicina Oral prepara reunião de inverno

No dia 20 deste mês, a Casa de Saúde da Boavista (Porto) receberá um evento científico subordinado à temática “Atualização em glândulas salivares”, que reunirá diferentes especialidades para sensibilizar os profissionais de saúde para as doenças relacionadas com estes órgãos. A reunião contempla dez apresentações, quatro sobre conceitos basilares (anatomia, fisiologia, semiologia e imagiologia) e seis sobre patologias salivares. Está previsto um curso sobre endoscopia salivar, orientado pelo professor Pasquale Capaccio, da Universidade de Milão (Itália).

O Biotechnology Institute (BTI), empresa especializada em implantologia oral e medicina regenerativa, celebrará mais uma edição do BTI Day nos próximos dias 10 e 24 de novembro, nas cidades espanholas de Vitória e Madrid, respetivamente. Nesta nova edição da jornada científica do BTI, serão apresentadas as últimas novidades desenvolvidas pela equipa de I+D da empresa liderada pelo médico dentista Eduardo Anitua. Durante a jornada, abordar-se-á uma variedade de temas, como os últimos avanços em cirurgia, novas técnicas no ciclo digital em prótese e novidades no diagnóstico e tratamento da apneia.

A Academia Portuguesa de Medicina Oral (APMO) vai realizar a sua reunião de inverno anual nos próximos dias 1 e 2 de fevereiro, na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, com sede no Porto. O programa provisório deste encontro destaca as seguintes disciplinas: medicina e patologia oral, cirurgia oral, periodontologia, reabilitação com implantes, odontogeriatria e doentes medicamente comprometidos. A dor orofacial crónica, a periimplantite, os corticosteróides em medicina oral, o sorriso gengival e a toxina botulínica são alguns dos temas que vão dominar as conferências programadas pela APMO.

bti-biotechnologyinstitute.com

www.apmo.pt

www.csaudeboavista.com/glandulas-salivares

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Maxillaris Reuniões

IDS regressa a Colónia em março do próximo ano

Congresso da SECIB realiza-se em Palma de Maiorca

Tour mySimplant abrange vários pontos da Península Ibérica

O International Dental Show (IDS) regressa a Colónia (Alemanha) no próximo ano, estando agendado para os dias 12 a 16 de março. O programa do maior certame mundial do setor incluirá a implementação de tecnologias digitais na prática dentária e soluções inovadoras relacionadas com a prevenção e o tratamento periodontal. Esperam-se mais de 155.000 visitantes durante a IDS 2019, que reunirá no recinto de feiras de Colónia (Koelnmesse) as principais empresas e marcas da indústria dentária internacional com as últimas novidades em matéria de produtos e serviços.

Nos dias 15 a 17 de novembro vai ter lugar, no Palácio de Congressos de Palma de Maiorca (Espanha), o XVI Congresso da Sociedade Espa­ nhola de Cirurgia Bucal (SECIB). O encontro, presidido pela médica dentista espanhola Catalina Jaume Riera, contempla uma série de conferências sobre cirurgia oral, implantologia, regeneração óssea e medicina. Também está programada uma sessão clínica sobre patologia oral.

A Dentsply Sirona apresenta o “Tour mySimplant”, dirigido a todos os que pretendam iniciar-se no tratamento implantológico guiado por computador. Com o serviço de planificação mySimplant, o clínico não tem que dominar o software de planificação de implantes. O técnico de Simplant prepara a planificação e a única tarefa do médico dentista é rever, editar e aprovar o caso através da plataforma online intuitiva do mySimplant. O tour decorre em diversas cidades da Península Ibérica e com diferentes oradores especialistas em mySimplant.

www.secibonline.com

www.ids-cologne.de

formacion-implants@dentsplysirona.com

BioHorizons realiza este mês encontro Ibérica Summit

Sexta edição da Expoorto-Expooral agendada para março de 2019

Valladolid acolhe reunião anual da SEPES

A BioHorizons Ibérica organiza no dia 27 deste mês, em Madrid (Espanha), o evento Ibérica Summit, programa que encerrará o Global Education Tour 2018, uma iniciativa de formação da companhia, a nível internacional, cujo objetivo é oferecer formação de vanguarda sobre a terapia de implantes em seis países. Esta cimeira consistirá numa jornada intensiva de aprendizagem sobre como superar os desafios anatómicos na implantologia, que terá Craig Misch como protagonista. O programa divide-se em duas partes: abordagem dos desafios através de enxertos e enfoques alternativos com implantes curtos e angulados.

O congresso Expoorto-Expooral celebrará a sua sexta edição nos dias 29 e 30 de março do próximo ano, em Madrid (Espanha). Desta vez, o encontro será presidido por Manuel Míguez Contreras, diretor do Título de Especialista Universitário em Medicina Dentária do Sono e professor do Mestrado de Ortodontia na Universidade Alfonso X el Sabio de Madrid. Expoorto-Expooral inclui diversos fóruns, conferências simultâneas em várias salas e mesas de debate, para além da abertura de uma sala de exposição comercial com mais de 70 stands para empresas especializadas no setor.

A 48a reunião anual da Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica (SEPES) vai ter lugar entre os dias 11 e 13 deste mês, na cidade de Valladolid (Espanha). A organização do evento preparou um programa científico que permita aos participantes atualizar os seus conhecimentos científicos e interagir com a indústria, tendo ainda tempo para cultivar as relações pessoais com os colegas e amigos e desfrutar da oferta cultural da referida cidade. Entre os oradores da reunião contam-se Angelo Putignano, Williams Robins e José Rábago.

www.expoorto.com

www.sepes.org

GET. Biohorizons.com

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MAXILLARIS Reuniões

EFP Perio Master Clinic realiza-se em Hong Kong

Marrocos acolhe em 2019 certame dentário internacional

Dentsply Sirona World Madrid 2019

A European Federation of Periodontology (EFP) vai organizar nos dias 1 e 2 de março de 2019, em Hong Kong (China), mais uma edição do EFP Perio Master Clinic, que atrairá especialistas na área da periodontologia dos quatro cantos do mundo. Este importante encontro centrar-se-á na periimplantite, nomeadamente na prevenção e no tratamento de defeitos dos tecidos moles e duros. Depois das bem-sucedidas edições de França e Malta, a EFP pretende repetir, agora no continente asiático, um programa de alta qualidade e orientado para a vertente clínica.

A próxima edição da exposição dentária internacional africana (IDEA), organizada pela associação da indústria dentária italiana (UNIDI), vai realizar-se na cidade marroquina de Casablanca, de 20 a 22 de junho de 2019. A última edição deste certame, que decorreu em Adis Abeba (Etiópia) em 2017, acolheu 50 empresas internacionais e mais de 3.000 profissionais de Medicina Dentária, bem como médicos e farmacêuticos, oriundos de vários pontos do continente africano. A exposição comercial será acompanhada por um intenso programa científico, que incluirá conferências e sessões práticas sobre os temas que dominam a atualidade do setor.

A Dentsply Sirona levará a cabo nos dias 28 e 29 de junho de 2019, em Madrid (Espanha), um encontro chave para a comunidade da Medicina Dentária da Península Ibérica, que incluirá conferências de primeiro nível, workshops, networking e atividades sociais com um único propósito: promover uma prática profissional mais segura, mais rápida e de maior qualidade. Conferencistas internacionais, líderes nas suas especialidades, participarão no Dentsply Sirona World Madrid para partilharem os avanços que experimentaram na sua prática diária graças à odontologia digital. Durante o encontro também se proporcionarão conferências e sessões formativas com a tecnologia mais inovadora.

www.efp.org

info@idea-africa.com

www.dentsplysirona.com

Cimeira anual da EAO celebra-se na Áustria

Málaga organiza 39o congresso da Associação Espanhola de Endodontia

European Symposium SEPA + SIdP

O próximo congresso anual da European Association of Osseointegration (EAO) vai decorrer entre os dias 11 e 13 deste mês, em Viena (Áustria). O programa do principal encontro europeu dedicado à osteointegração contará com o contributo de especialistas dos quatro cantos do mundo, que farão uma atualização dos temas dominantes nesta área. Como é habitual, os representantes da indústria dentária aproveitarão a cimeira da EAO para exibirem as últimas novidades em matéria de produtos e serviços.

Málaga acolherá entre os dias 1 e 3 de novembro o congresso anual que organiza a Associação Espanhola de Endodontia (AEDE). Está confirmada a presença de personalidades como John McSpadden, Martin Trope, Pierre Matchtou, Arman Gazi, A. Diógenes, Marc Semper, S. Patel e A. Chaniotis, entre outros. Estes renomados profissionais, e outros tantos oradores espanhóis, abordarão os últimos avanços no campo da endodontia. Com o fim de facilitar o acesso a todos os profissionais e estudantes interessados, reduziram-se as cuotas de inscrição. Outra novidade é a inclusão de um curso pré-congresso, que será orientado por Yoshitsugu Terauchi.

O Palácio Euskalduna de Bilbau (Espanha) será, nos dias 23 e 24 de novembro, a sede do European Symposium que organiza a Sociedade Espanhola de Periodontia e Osteointegração (SEPA) junto com a Sociedade Italiana de Periodontia e Implantologia (SIdP). A reunião, que tem como título “Sessões clínicas de cirurgia mucogengival em dentes e implantes”, conta com Ion Zabalegui e Francesco Cairo como coordenadores científicos, enquanto Francisco Vijande e Luca Landi assumem a organização. O programa divide-se em duas jornadas: na primeira terão lugar três sessões teórico-práticas e no segundo dia realiza-se o simpósio, em que serão expostas várias situações clínicas.

www.aede.info

www.sepa.es

www.eao.org

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MAXILLARIS Novidades

Novidades

Irrigador oral portátil Sinusmax

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www.ravagnanidental-portugal.com

A Sinusmax acaba de lançar no mercado um novo modelo de irrigador oral. Trata-se de um equipamento portátil, que se junta ao anterior modelo fixo para uso doméstico. Distingue-se da maioria dos existentes no mercado pelo desenho do seu reservatório que se traduz em maior capacidade, fácil acesso e total abertura, permitindo a sua fácil limpeza. Tem um sistema especial patenteado anti-fuga de água e bateria de lítio recarregável em quatro horas, para uma semana de uso.

A Ravagnani Dental apresenta um kit de estética de Zirconfill único no mercado, composto por 15 seringas de quatro gramas cada, de várias cores, facilmente identificadas pelo profissional. Zirconfill é uma resina composta nano-híbrida, fotopolimerizável, desenvolvida com diatomita, sílica porosa que permite ser utilizada em dentes anteriores e posteriores. Foi pensada para proporcionar as principais características visíveis numa resina composta como a opacidade, a fluorescência e a opalescência. Permite assim efetuar um trabalho na técnica da estratificação, possibilitando ao médico dentista executar as restaurações com efeitos de cores extremamente naturais.

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MAXILLARIS Novidades

Nova edição limitada da lâmpada Bluephase Style

Marko, gestor de marketing digital www.ivoclarvivadent.es

www.marketingmarko.com/pt

A Ivoclar Vivadent anuncia o lançamento de uma edição exclusiva da lâmpada Bluephase Style (Black Edition). Provada e testada durante cinco anos, a lâmpada de fotopolimerização mais fiável e eficiente estará disponível numa edição limitada de 999 unidades, com um elegante acabamento. Com a sua revolucionária tecnologia LED polywave, polimeriza conseguindo um espectro de luz de 385 a 515 nm, sendo ideal para polimerizar todos os foto-iniciadores e materiais usados na indústria dentária sem restrições. O seu uso inalâmbrico e a vantagem de não necessitar ventilador converte-a na lâmpada de fotopolimerização perfeita para qualquer material, indicação e momento.

O Grupo OrisLine, empresa de tecnologias de informação especializada no desenvolvimento de software e serviços para a área dentária, apresenta o seu último produto. Trata-se do gestor de marketing digital Marko, desenvolvido para propor tratamentos e serviços aos pacientes na sala de espera. Através de uma lista de vídeos personalizável apresentada numa televisão/monitor, o Marko pode ajudar a passar o tempo de espera mostrando tratamentos aos pacientes, serviços de alta qualidade e informação valiosa que o dentista gostaria de divulgar junto dos seus pacientes mas que não lhe é possível devido à falta de tempo. O Marko está sempre presente na clínica e pode manter os níveis elevados de eficiência a qualquer hora, nunca se cansa e trabalha de um modo ético e estatístico. Maior eficiência é obtida por interligar o Marko com o Software de Gestão OrisDent evo.

Cerâmica de recobrimento Celtra Ceram www.dentsplysirona.com

Como especialista em materiais, a Dentsply Sirona Lab oferece, entre outras coisas, conceitos completos para a restauração de cerâmica sem metal. Frequentemente, o óxido de zircónio (Cercon) e o dissilicato de lítio reforçado com óxido de zircónio (ZLS, na sua sigla em alemão) Celtra Press prensável complementam-se mutuamente. Agora é possível recobrir com a mesma cerâmica estruturas de ambos os materiais, com o novo produto Celtra Ceram, que assegura um resultado global harmonioso. Em combinação, os materiais de estrutura mencionados formam um sistema de cerâmica sem metal com um amplo leque de indicações e soluções para qualquer nível de exigência. Podem utilizar-se em restaurações monolíticas, na técnica de cutback ou para recobrimentos completos, tudo isto com uma única cerâmica de recobrimento: Celtra Ceram.

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MAXILLARIS Novidades

Novos implantes da Leader Itália

Multi Im, nova solução BTI no campo da reabilitação

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A Leader Itália junta ao seu portfolio três novos implantes (DNA, D22 e D22PX), resultantes de estudos desenvolvidos em parceria com universidades italianas. O novo DNA caracteriza-se por ser totalmente fabricado a laser, o que lhe confere uma superfície altamente porosa, uma enorme capacidade de adesão óssea, que resulta num mais rápido crescimento ósseo dentro das cavidades microperfuradas. Por seu lado, o D22 é um implante anatómico com sistema auto-roscante e auto perfurante, que permite um melhor controlo durante a sua colocação e uma excelente estabilidade primária. De fácil colocação é aconselhado para todo o tipo de procedimento cirúrgico e densidade óssea. O novo implante D22PX está especificado para pós-extrações. Produz grande estabilidade primária graças ao seu desenho anatómico e às suas características altamente otimizadas.

Cada vez mais estudos científicos evidenciam a previsibilidade dos implantes curtos reabilitados mediante carga imediata. É por isso que a necessidade de utilizar implantes com longitude convencional, associada muitas vezes a cirurgias de aumento ósseo, se reduz com este novo protocolo. O desenvolvimento por parte do Biotechnology Institute (BTI) de uma série de conceitos cirúrgico-protésicos materializados em implantes curtos, fresas de corte frontal e transepiteliais Multi Im permite levar a cabo, com melhores resultados, a técnica de carga imediata em restaurações múltiplas, ao conferir as seguintes vantagens: implantação com estabilidade primária sem compressão e selagem biológica e hermética da prótese, com preservação do osso marginal a longo prazo.

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Indústria

Grupo CEOSA presente no congresso da OMD

Henry Schein nomeada para lista da revista Fortune

Nos próximos dias 8 a 10 de novembro, celebra-se a 27a edição do congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas, que terá como cenário o recinto da Exponor, em Matosinhos (Porto). O Grupo CEOSA apresentará, no seu stand comercial, as últimas novi- Stand do Grupo CEOSA no congresso de 2017. dades e promoções especiais em produtos de ortodontia de fabricação própria. Além disso, a empresa aproveitará a ocasião para divulgar o seu programa de formação pós-graduado em ortodontia.

A Henry Schein foi nomeada para a lista “Change the world” da revista Fortune, um quadro de classificação anual das empresas que estão a trabalhar bem em prol da sociedade. A Henry Schein foi reconhecida pelos seus esforços de melhoria da saúde oral e, consequentemente, da saúde em geral, no que se refere às populações necessitadas dispersas por todo o mundo. “O facto de sermos nomeados para a lista da é muito gratificante”, declarou Stanley M. Bergman, presidente do conselho de administração e diretor executivo da Henry Schein, concluindo que este reconhecimento “serve apenas para reforçar o nosso compromisso de melhoria da saúde das pessoas necessitadas, pelo que estamos ansiosos por ‘ajudarmos a saúde a acontecer’ durante muitos anos”.

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

http://fortune.com/change-the-world/

Dentsply Sirona Lab estreia cimeira em Frankfurt

Liderança da Ivoclar Vivadent em fase de transição

A Dentsply Sirona Lab celebrou no passado mês de julho, em Frankfurt (Alemanha), o primeiro encontro da Rede Global de Expertos de Laboratório (GLEN), com o objetivo de oferecer a possibilidade de estabelecer contactos e colaborações entre expertos de laboratório. Cerca de 50 líderes de opinião oriundos de quase 20 países reuniram-se para esta cimeira entre especialistas para discutir, em workshops e sessões interativas, temas atuais e tendências futuras da tecnologia dentária e da Medicina Dentária. Assistentes dos cinco continentes participaram num completo programa de dois dias com sessões gerais e dedicadas a temas concretos, e tiveram a possibilidade de realizar um intercâmbio profissional. Um dos temas principais foi a importância de um trabalho de sucesso em equipa entre o técnico dentário e o médico dentista.

A Ivoclar Vivadent prepara uma mudança na liderança da companhia: Diego Gabathuler, chefe de vendas da zona EMEA (Europa, Médio Oriente, Europa de Leste e África) e América Latina, será nomeado como novo CEO do grupo Ivoclar Vivadent a partir de julho de 2019. Durante os seus 15 anos como CEO, o seu antecessor Robert Ganley contribuiu de maneira significativa para o desenvolvimento da companhia. Em junho passado, foi nomeado membro do Conselho de Supervisão e continuará com essa função após deixar de ser CEO da companhia.

www.dentsplysirona.com

www.ivoclarvivadent.com

A partir da esquerda, Diego Gabathuler e Robert Ganley.

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Maxillaris indústria

Dentsply Sirona Implants tem novo vice-presidente A Dentsply Sirona nomeou Simon Fraser novo vice-presidente do grupo para dirigir a Dentsply Sirona Implants, substituindo no cargo Lars Henrikson que se reformou no passado dia 31 de julho. Simon Fraser desem- Simon Fraser, novo vice-presidente penha as suas funções em Mölndal (Suécia). da Dentsply Sirona Implants. Antes da Dentsply Sirona, este executivo canadiano dirigiu as operações comerciais nos Estados Unidos para a divisão de diagnóstico rápido da Abbott. Foi também presidente da Alere para a América Latina e durante 15 anos exerceu vários cargos na Johnson & Johnson. Na Dentsply Sirona Implants, contribuirá com a sua ampla experiência estratégica e empresarial, e com o profundo conhecimento e compreensão que tem dos mercados da área da saúde. www.dentsplysirona.com

Ivoclar Vivadent continua a somar prémios em 2018 Numerosos produtos da Ivoclar Vivadent receberam o galardão de “Best Products 2018” do instituto de provas Clinicians Report. Todos os anos, este organismo independente norte-americano elabora um guia com recomendações sobre os melhores produtos odontológicos, baseado em avaliações de produtos independente do fabricante dos últimos 12 meses. A equipa científica e os peritos clínicos encarregam-se da avaliação do Clinicians Report. Na classificação deste ano, a Ivoclar Vivadent obteve excelentes resultados: entre as recomendações do Clinicians Report figuram um total de 13 produtos. Entre eles incluem-se tanto clássicos de eficácia demonstrada e melhorados como novos produtos. www.ivoclarvivadent.es/ventas VOCO volta a estar presente no congresso anual da OMD Como habitualmente, a VOCO vai estar presente no congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas, cuja 27a edição está agendada para os próximos dias 8 a 10 de novembro, nas instalações da Exponor, em Matosinhos (Porto). A marca alemã exibirá, no seu stand na Expo-Dentária, um amplo catálogo de produtos, designadamente as últimas novidades que lançou no mercado. A VOCO oferece produtos de marca para a odontologia preventiva, restauradora e protética, usufruindo de grande prestígio, tanto na Alemanha como no resto do mundo, e assumindo-se frequentemente como pioneira, graças às suas soluções inovadoras. www.voco.com

Adesivo fotopolimerizável BrackFix, um dos mais recentes produtos da VOCO.

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