Outubro 2016

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Publicidade

Crónica Cerca de 14.000 profissionais assistiram na Polónia ao congresso anual da FDI

Outros perfis Sérgio Caniço, médico dentista e jogador profissional de andebol

Falamos com... Filipe Freitas e António Mano Azul, da Academia Portuguesa de Medicina Oral Miguel Pavão, presidente da organização não governamental Mundo a Sorrir


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Sumario oct PT_Maquetación 1 03/10/16 16:26 Página 3

Destaques

outubro 2016

Crónica

Ciência e prática

Reunião anual da SPO atraiu a Peniche mais de 150 congressistas.

Cátia Ferreira da Silva

SPED reuniu em Espinho mais de 300 congressistas centrados nos últimos avanços da estética dentária.

Abordagem clínica do paciente a tomar bifosfonatos orais.

Falamos com...

Tony Rolo Cirurgia de alongamento coronário. Série de casos clínicos.

Filipe Freitas e António Mano Azul,

Miguel Pavão,

presidente da Reunião de Inverno da Academia Portuguesa de Medicina Oral e presidente da sociedade científica, respetivamente.

presidente da organização não governamental Mundo a Sorrir.

Outros perfis Sérgio Caniço, médico dentista e jogador profissional de andebol.

Imagens da medicina oral

Ponto de vista Maria Carlos Quaresma, presidente da Comissão Organizadora do segundo congresso SPED Rookies.

Germán Esparza Gómez Granuloma piogénico.


Sumário

Sumario oct PT_Maquetación 1 03/10/16 16:26 Página 4

Crónica 10

SPED reuniu em Espinho mais de 300 congressistas centrados nos últimos avanços da estética dentária.

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Reunião anual da SPO atraiu a Peniche mais de 150 congressistas.

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Cerca de 14.000 profissionais assistiram na Polónia ao congresso anual da FDI.

Imagens da medicina oral 63

Falamos com… 20

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Outros perfis

Miguel Pavão, presidente da organização não governamental Mundo a Sorrir: “Há ainda um tremendo trabalho para ser feito relativamente à sensibilização, à educação e à literacia para a saúde oral e geral”. Filipe Freitas e António Mano Azul, presidente da Reunião de Inverno da Academia Portuguesa de Medicina Oral (APMO) e presidente desta sociedade científica, respetivamente: “Estamos a preparar um evento científico bastante ambicioso”.

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Agenda de cursos para os profissionais.

Congressos e reuniões

Maria Carlos Quaresma, presidente da Comissão Organizadora do segundo congresso SPED Rookies: “Um congresso inovador marcado pela atualidade e pelo rigor do conteúdo científico”.

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Calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais nacionais e estrangeiras.

Novidades da indústria

Ciência e prática 38

Cátia Ferreira da Silva: “Abordagem clínica do paciente a tomar bifosfonatos orais”.

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Tony Rolo: “Cirurgia de alongamento coronário. Série de casos clínicos”.

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Produtos e equipamentos.

Página empresarial

Proprietário: Cyan Editores. Coordenador Edição Portuguesa: João Drago. portugal@maxillaris.com Publicidade: Maria João Miranda. comercialportugal@maxillaris.com Colaboradores: Gilberto Ferreira. João dos Santos. Maria Inês de Matos. Nuria Mauleón. Valéria Baptista Ferreira.

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Sérgio Caniço, médico dentista e jogador profissional de andebol: “Utilizo na minha rotina profissional muito daquilo que aprendi no desporto”.

Calendário de cursos

Ponto de vista 36

Germán Esparza Gómez: “Granuloma piogénico”.

MAXILLARIS OUTUBRO 2016

Comissão Científica: Jaime Guimarães (diretor científico). Ana Cristina Mano Azul. Francisco Brandão de Brito. Gil Alcoforado. Isabel Poiares Baptista. José Bilhoto. José Pedro Figueiredo. Paulo Ribeiro de Melo. Susana Noronha.

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Notícias de empresas.

Edição online: www.maxillaris.com.pt Depósito Legal: M-44.552-2005. Assinatura anual: Portugal 35 €, resto 80 €. ISENTO DE REGISTO AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 de 9/6 art 12º nº 1ª

Tiragem: 6.100 exemplares

Consultor para a América Latina: Pérsio Mariani. REDAÇÃO: Rua Francisco Sanches, 122, 2º 1170-144 Lisboa. Tel./Fax: 218 874 085.

• Periodicidade mensal. • MAXILLARIS não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores. • Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito de CYAN EDITORES.


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EDITORIAL

Editorial

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MAXILLARIS OUTUBRO 2016

Projeto em marcha Estava previsto para julho, mas a necessidade de adaptar instalações físicas e apetrechá-as com novos equipamentos, entre outras tarefas, acabou por remeter para setembro o arranque do projeto-piloto que assinala a inclusão da Medicina Dentária no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente através da presença de médicos dentistas, de higienistas e de assistentes orais em centros de saúde e unidades de saúde familiar. Numa fase em que a profissão se depara com grandes desafios, como o de travar o excesso de vagas nas faculdades, o de combater o trabalho precário e o de inverter o crescente número de emigrantes, a “entrada em cena” dos médicos dentistas no SNS representa uma “lufada de ar fresco” nos desígnios da Medicina Dentária nacional, na medida em que se trata de uma nova oportunidade para a classe e para a própria população portuguesa, de acesso ao mercado de trabalho (no primeiro caso) e aos cuidados de saúde oral comportáveis (no segundo). As estatísticas indicam, de resto, que cerca da metade dos portugueses não tem condições financeiras para fazer face às faturas das consultas (do foro dentário) no setor privado. Para já, é na região de Lisboa e no Alentejo (num total de 11 unidades do SNS) que incide esta fase experimental, destinada exclusivamente aos utentes com problemas de saúde, tais como diabetes, cancro, insuficiência renal, problemas respiratórios ou cardíacos, ou pacientes sujeitos a transplantes e a sessões de hemodiálise. Cada centro de saúde abrangido pelo projeto-piloto passa a contar com um médico dentista, um higienista oral e um assistente para assegurar os devidos tratamentos em matéria de saúde oral. Espera-se que os resultados da experiência agora lançada (no terreno), que estarão sujeitos ao escrutínio dos gabinetes sob a tutela do Ministério da Saúde, possam dar lugar, já no ínício do próximo ano, ao desejado alargamento deste tipo de cuidados à população saudável das regiões envolvidas neste período experimental. Em última instância, espera-se também (e sobretudo) que este primeiro passo permita, a seu tempo, integrar definitivamente a Medicina Dentária na rede de cuidados de saúde primários do SNS em todo o país. A MAXILLARIS partilha o sentimento de esperança, de expectativa e de motivação que esta nova parceria, ainda que em fase experimental, certamente representa para toda a classe médico-dentária: das organizações e sociedades científicas do setor às faculdades que ministram a licenciatura em Medicina Dentária, passando pelos profissionais em excercício de funções e pelos representantes da indústria.


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Índice de anunciantes

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BTI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 CEOdont. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Coltene. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Administradores: - Marisol Martín. marisol.martin@maxillaris.com - José Antonio Moyano. moyano@maxillaris.com Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com

Dental Power . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Dentsply Sirona . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Eckermann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 e 77 Euro Technew. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Exceldent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Exocad . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Exomed . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

Subdiretor: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com Diretora Comercial: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com Chefe Divisão Multimédia: Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com Coordenadora de projetos: Marta Esquinas marta.esquinas@maxillaris.com

Instituto Casan. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Ivoclar Vivadent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 e 84 KLOCKNER . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 OMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Oral-B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 e 73 Procoven . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Ravagnani Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Roland . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Zhermack . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Encartes:

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MAXILLARIS OUTUBRO 2016

O HSS Portugal

Redatores: María Santos e Diego Ibáñez. redaccion@maxillaris.com Serviços Administrativos: Inmaculada Barrio. administracion@maxillaris.com REDAÇÃO ESPANHA: C/ Clara del Rey, 30, bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 25 52 45 Fax: (0034) 917 25 01 80 Edição online espanhola: www.maxillaris.com Comissão Científica (edição espanhola): Javier García Fernández (diretor científico). Armando Badet de Mena. Blas Noguerol Rodríguez. Emilio Serena Rincón. Germán Esparza Gómez. Héctor Tafalla Pastor. Jaime Jiménez García. Jaume Janer Suñé. Juan López Palafox. Luis Calatrava Larragán. Manuel Cueto Suárez. Marcela Bisheimer Chémez. Rafael Martín-Granizo López.


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Crónica

Cronica oct PT_Maquetación 1 04/10/16 15:25 Página 10

SPED reuniu em Espinho mais de 300 congressistas centrados nos últimos avanços da estética dentária A nona edição do congresso da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária (SPED) reuniu numa unidade hoteleira de Espinho, nos passados dias 9 e 10 de setembro, mais de 300 profissionais da área da Medicina Dentária, em particular médicos dentistas e técnicos de prótese. O formato deste evento anual, centrado na estética dentária, revela duas características próprias: o destaque que dá aos oradores nacionais (num total de 13) e o facto de privilegiar a interação com o universo da prótese dentária. A prová-lo estão os dois técnicos portugueses (Luís Fonseca e João Neto) que integraram o programa científico, bem como o “cabeça de cartaz” da edição deste ano – o norte-americano Edward McLaren –, que, para além de ser médico dentista, é também técnico de prótese e especialista no domínio da cerâmica. Entre os temas que foram debatidos na reunião, destacaram-se os últimos avanços em matéria de estética, cerâmica, aderência e dentisteria digital. De acordo com o médico dentista Jorge André Cardoso, presidente da Comissão Organizadora, o objetivo da Jorge André Cardoso, presidente da Comissão SPED “não é fazer concorrência quantitativa com os grandes congressos do setor, mas Organizadora da nona edição do congresso da SPED. antes diferenciar-se na área da estética que, por si só, é interdisciplinar dentro da própria Medicina Dentária”. A título de exemplo, entre os oradores desta edição contavam-se especialistas em periodontologia, implantologia ou cirurgia maxilofacial, tais como Helena Francisco, Manuel Neves, Jaime Guimarães e António Matos da Fonseca, entre outros. “São muitas as vertentes envolvidas neste congresso, mas o mais importante é que o congressista sabe que vai ter oportunidade de ouvir oradores excecionais e que, durante dois dias, vai estar focado na estética dentária”, acentua Jorge André Cardoso. O também membro (tesoureiro) da direção da SPED reconhece que nem sempre foi fácil levar a cabo este evento, recordando que as primeiras edições “eram organizadas de uma forma completamente amadora, numa altura em que pouco se ouvia falar de estética dentária”. Atualmente, constata que o encontro da SPED “atingiu a sua maturidade e tem hoje um lugar indiscutível em Portugal”, associando este sucesso “ao facto de sermos aglutinadores e de estarmos sempre abertos à participação de todos os quadrantes da profissão”. Destaca igualmente o incansável apoio das casas comerciais, “sem o qual seria impossível fazer um congresso desta dimensão”, acrescentando, a propósito, que os representantes da indústria “sabem que os congressistas da SPED são profissionais bem informados, com uma maturidade técnica acima da média, que procuram produtos de alta qualidade”. Em suma, Jorge André Cardoso faz “um balanço excelente” desta nona edição, quer em termos de adesão do público como de conteúdo científico, manifestando o seu particular agrado pelo facto de ter decorrido na cidade de Espinho, onde reside e exerce a sua atividade profissional. “Este trabalho foi muito gratificante, tanto a nível pessoal como no plano organizativo, e deixa-nos uma clara sensação de dever cumprido”.

A reunião anual da SPED atraiu centenas de profissionais do setor, em particular médicos dentistas e técnicos de prótese.

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Entretanto, a direção da SPED antecipa à MAXILLARIS que está na altura de passar o testemunho. As eleições para os novos corpos diretivos, ainda sem data definida, deverão ocorrer no final deste ano ou no início de 2017. Neste contexto, Jorge André Cardoso considera importante “dar lugar a outras pessoas, que possam introduzir ideias novas na SPED”, acentuando a sua convicção de que “não faltarão interessados em dar continuidade a um projeto que já tem o seu lugar na história da Medicina Dentária portuguesa”. O mesmo dirigente enaltece, de resto, a estrutura consolidada e o bom equilíbrio financeiro que caracterizam o atual momento que a sociedade científica atravessa, concluindo que a direção cessante “vai deixar um bom legado”.


Crónica

Cronica oct PT_Maquetación 1 04/10/16 15:25 Página 11

Taxa reduzida do IVA abrange próteses dentárias e os respetivos componentes De acordo com um despacho emitido no passado dia 12 de setembro, assinado pelo subdiretor-geral da Área de Gestão Tributária do IVA e remetido pela Autoridade Tributária Aduaneira à Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), os implantes dentários, os pilares de fixação e as coroas dentárias, ainda que transacionados separadamente, são subsumíveis à verba 2.6 da lista I do Código do IVA relativa a dispositivos médicos destinados a substituir qualquer membro ou órgão do corpo humano, ficando, como tal, sujeitos à taxa reduzida do IVA, fixada atualmente em 6%. O mesmo despacho acrescenta ainda que “na medida em que não possam ter outra utilização além de integrarem o implante dentário, os bens em causa estão

Autoridade Tributária confirma que os implantes dentários, os pilares de fixação e as coroas dentárias estão sujeitos à taxa reduzida do IVA, fixada em 6%.

aptos a cumprir o fim de substituir um órgão do corpo humano ou parte deste, que comporta uma deficiência”. A Autoridade Tributária refere também que a prestação de serviços relacionados com a aplicação de implantes dentários – constituídos por implante ou parafuso de titânio, pilar e coroa – encontra-se isenta de IVA. O despacho surge como resposta à posição formal da OMD, emitida a 6 de agosto de 2014, nos termos do qual se solicitou à Autoridade Tributária a alteração da interpretação praticada relativamente à aplicação do IVA no âmbito dos implantes dentários. Recorde-se que, com base num parecer vinculativo de 2011, a Autoridade Tributária vinha a sujeitar os implantes dentários e próteses dentárias a diferentes taxas de IVA, consoante fossem adquiridos e aplicados completos ou em partes. Sustentava a Autoridade Tributária e Aduaneira que somente devia ser aplicada a taxa de IVA reduzida quando os implantes, os pilares e os dentes fossem faturados em conjunto e não em separado, sendo aplicada a taxa reduzida de IVA às próteses constituídas por uma "unidade única de implante”. Porém, com o despacho do passado dia 12 de setembro, que determina a aplicação da taxa reduzida de IVA aos implantes e respetivos componentes, a Autoridade Tributária dissipou as dúvidas existentes sobre esta matéria.

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Crónica

Cronica oct PT_Maquetación 1 05/10/16 15:28 Página 12

Reunião anual da SPO atraiu a Peniche mais de 150 congressistas O encontro anual da Sociedade Portuguesa de Ortodontia (SPO) reuniu num hotel de Peniche, entre os passados dias 29 de setembro e 1 do corrente mês, mais de 150 congressistas e duas dezenas de conferencistas nacionais e estrangeiros, permitindo a divulgação de experiências nas mais diversas técnicas e conceitos ortodônticos, sob o lema “Desafiando o futuro na ortodontia do presente”. A 23ª reunião da SPO, que decorreu num cenário invulgar em congressos do setor – já que a cidade de Peniche é conhecida como a “capital do surf” em Portugal –, abordou não só os temas que marcam a atualidade na área da ortodontia como também, numa visão mais abrangente, a periodontia, a cirurgia, a articulação temporomandibular, a apneia obstrutiva do sono, a criopreservação de células estaminais da polpa dentária, a terapia da fala ou a fisioterapia.

Filomena Almeida e Jorge João, presidentes da Comissão Organizadora do 23º congresso da SPO, sendo este último também presidente da sociedade científica.

No que respeita à ortodontia propriamente dita, as conferências incidiram sobre temas como os novos horizontes terapêuticos da técnica auto-ligável em casos complexos, o tratamento ortodôntico na dentição mista com recurso a aparelhos auto-ligáveis, a filosofia do tratamento ortodôntico nas desarmonias craniofaciais, as atuais metodologias do tratamento ortodôntico-cirúrgico, entre muitas outras abordagens. Filomena Almeida, presidente da Comissão Organizadora conjuntamente com Jorge João, sendo este último também presidente da sociedade cientifica, destacou à MAXILLARIS “o reforço da componente científica” que caracterizou esta edição do congresso, bem como “a visão multidisciplinar refletida no programa”. Na sua opinião, outra mais-valia do encontro da SPO “prende-se com o variado leque de palestrantes nacionais e estrangeiros, que permitiu aos congressistas atualizarem os seus conhecimentos sobre o que de mais interessante e inovador se tem desenvolvido em todos os domínios da ortodontia e não só”. Jorge João assinalou igualmente a importância do painel de palestrantes, salientando “o elevado nível dos oradores nacionais e estrangeiros”, observando que a SPO prima por organizar “um congresso abrangente, com um horizonte alargado que permita o acesso à informação do que melhor se faz em Portugal e no mundo no campo da ortodontia”. Filomena Almeida revelou, por outro lado, que a edição de 2016 foi a que registou a maior participação de sempre de casas comerciais (em número próximo das três dezenas). “Constatamos que a adesão das empresas patrocinadoras superou largamente as nossas expectativas”, adiantou a presidente da Comissão Organizadora, aproveitando a ocasião para agradecer aos representantes da indústria o seu reiterado apoio a esta iniciativa. Durante o encontro de Peniche, e na sequência da assembleia geral da sociedade científica, Jorge João foi reconduzido como presidente da SPO para um novo mandato de dois anos, adiantando à MAXILLARIS que uma das prioridades que traçou para os próximos tempos “consiste numa forte aposta na formação contínua dos associados, em especial os jovens recém-licenciados, tendo em mente que a ortodontia é uma especialidade dinâmica e em constante atualização”. O mesmo dirigente assegurou que o seu lema vai continuar a ser “contribuir para uma formação séria, honesta e credível”. A reunião anual permitiu a divulgação de experiências nas mais diversas técnicas e conceitos ortodônticos.

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Quanto ao próximo congresso, Jorge João antecipa que vai ter lugar em setembro de 2017 “certamente na zona norte do país”.


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Crónica

Cronica oct PT_Maquetación 1 04/10/16 15:25 Página 14

Mundo a Sorrir inicia em Moçambique nova missão em prol da saúde oral e pública A organização não governamental Mundo A Sorrir iniciou, no passado mês de setembro, o projeto “Saúde a sorrir” para as crianças das escolas do primeiro ciclo no distrito Bilene-Macia, em Moçambique. Aliado às ações de prevenção e tratamento na saúde oral e geral, o novo projeto procura também reforçar a importância do acesso a água potável. A falta de acesso a água potável contribui para o aumento dos problemas de saúde oral e pública. Segundo dados da UNICEF, em Moçambique, apenas 40% das escolas rurais têm instalações de unidades sanitárias e mais de metade da população continua a consumir água em fontes com poucas condições higiénico-sanitárias. Numa primeira fase, o grupo de voluntários do projeto “Saúde a sorrir” O novo projeto procura reforçar a importância do acesso a água potável. recolherá dados sobre as condições de acesso e de qualidade da água, nomeadamente nos locais onde há água e as condições de higiene e saneamento nas escolas. Posteriormente, e em conjunto com as Águas do Porto (organização da Câmara Municipal do Porto), prevê-se a melhoria do acesso e da qualidade da água nas zonas mais carenciadas. Em parceria com o Centro de Saúde da Macia, esta nova missão internacional da Mundo a Sorrir visa ainda melhorar as condições de saúde pública e oral das populações, através da educação e da prevenção das crianças, dos professores e das mães sobre os cuidados de saúde, de higiene e da alimentação saudável. Em Moçambique, a organização realizará várias atividades junto das comunidades, como formações para a saúde pública e oral dos professores, das crianças e das mães, rastreios dentários com aplicação bianual de flúor, oferta de escovas e pastas dentífricas e o atendimento no Centro de Saúde da Macia. Esta missão conta com o apoio de três médicas dentistas voluntárias.

Luís Jardim reconduzido para novo mandato no Colégio da Especialidade de Ortodontia O médico dentista Luís Jardim foi reconduzido presidente da direção do Colégio da Especialidade de Ortodontia, após eleições, com lista única, realizadas no passado mês de abril. A tomada de posse realizou-se no passado dia 19 de setembro, nas instalações da Ordem dos Médicos Dentistas, em Lisboa. Para além de Luís Jardim, a direção do colégio é composta pelos secretários Jorge Dias Lopes, Armandino Alves, Nuno Montezuma de Carvalho e Francisco Fernandes do Vale. A posse foi conferida pelo bastonário Orlando Monteiro da Silva, que realçou a mais-valia da liderança do colégio no mandato anterior, bem como as atividades desenvolvidas por parte do presidente e da sua equipa, tendo contextualizado o projeto das especialidades da OMD. De acordo com Luís Jardim, o novo mandato inicia-se num período em que a ortodontia, em Portugal, “atingiu a maturidade plena enquanto especialidade médico-dentária. Temos um colégio de especialidade dinâmico e funcional, os cursos universitários de pós-graduação em ortodontia reconhecidos pela OMD têm qualidade e possuem um corpo docente qualificado, o acesso à especialidade faz-se segundo padrões internacionalmente aceites e o título de especialista em Ortodontia está devidamente reconhecido a nível da União Europeia”. Luís Jardim observou, na mesma ocasião, que “tudo isto se consubstancia num conjunto de profissionais com um elevado grau de competência clínica e científica”.

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Crónica

Assembleia Geral da organização aprovou uma nova definição de saúde oral vinculada à saúde geral e ao bem-estar

Cerca de 14.000 profissionais assistiram na Polónia ao congresso anual da FDI O último congresso da Federação Dentária Internacional (FDI), que se realizou de 7 a 11 do passado mês de setembro, reuniu na cidade de Poznan (Polónia) cerca de 14.000 participantes de 90 países. Na reunião aprovou-se uma nova definição de saúde oral e assinaram-se acordos para a promoção da mesma.

A 104ª edição do principal encontro mundial dos profissionais de Medicina Dentária, cuja organização local esteve a cargo da Associação Polaca de Dentistas e do Supremo Conselho Médico da Polónia, incluiu sesões científicas e cursos orientados por 141 especialistas de 30 nacionalidades, para além de 800 comunicações orais e em formato póster. Por outro lado, mais de 350 expositores apresentaram uma vasta gama de produtos, materiais, equipamento tecnológico e serviços de valor acrescentado no centro de congressos da referida cidade polaca, que dedicou aos representantes da indústria uma área de exposição superior aos 5.000 metros quadrados. Além das conferências e dos cursos, o congresso de Poznan também suscitou o debate sobre temas de grande atualidade, tais como a saúde oral nas populações mais envelhecidas, a estratégia global e o trabajo em equipa para a saúde periodontal ou a adaptação à Convenção de Minamata, bem como a resposta ao desafio da resistência aos antimicrobianos e o caminho a seguir em temas como os standards para os implantes dentários. Durante o encontro também se celebrou a Assembleia Geral da FDI, na qual participaram cerca de 300 delegados das associações e sociedades científicas nacionais que incorporam a federação. Este órgão legislativo é responsável pela definição e a monitorização das políticas da FDI

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A principal reunião dos profissionais do setor dentário celebrou-se este ano no centro de congressos de Poznan (Polónia).

Nesta reunião, aprovou-se o lançamento da nova definição de saúde oral, que se posiciona como uma parte integrante da saúde geral e do bem-estar. Este novo conceito foi adotado por mais de 200 membros da FDI e grupos especializados e, a partir de agora, aplicar-se-á de um modo global à comunidade da saúde oral. A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) foi uma das organizações dentárias que marcou presença em Poznan e decidiu adotar a nova (e mais contemporânea) definição de saúde oral. Liderada pelo bastonário Orlando Monteiro da Silva, a delegação portuguesa incluiu ainda Paulo Ribeiro de Melo e Pedro Ferreira Trancoso, presidentes do Conselho Geral e da Comissão Organizadora do próximo congresso da OMD, respetivamente. Paulo Ribeiro de Melo, que exerce o cargo de vice-presidente do Comité de Saúde Pública da FDI, considera que o novo conceito “é multidimensional e permitirá desenvolver instrumentos de medição das doenças que, certamente, serão extremamente úteis em termos de planificação de intervenções de saúde pública e de sensibilização junto dos decisores políticos”.


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Outro tema destacado na assembleia foi a criação do Oral Health Observatory (OHO), que, mediante uma inovadora aplicação móvel, permitirá analisar e comparar o estado da saúde oral e os cuidados dentários em dez países. Esta experiência será um passo importante para obter informação e determinar no futuro as diretrizes mais eficazes no contexto das políticas deste setor.

Crónica

Na mesma Assembleia Geral apresentou-se o livro branco sobre A prevenção e gestão da cárie dentária, no âmbito da colaboração entre a FDI e a empresa Colgate. O novo documento traça as estratégias para a prevenção e a gestão da cárie dentária através de uma ação concertada entre os profissionais de saúde oral, os responsáveis políticos e o público em geral.

O presidente da FDI, Patrick Hescot, fez um balanço extremamente positivo desta edição, destacando a perfeita organização e logística e os resultados obtidos, tais como “estabelecer um consenso internacional sobre a definição de saúde oral, que tem importantes repercussões na visão da FDI no sentido de encaminhar o mundo para uma saúde oral de excelência”.

A partir da esquerda, Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD; Pedro Ferreira Trancoso, presidente da Comissão Organizadora do próximo congresso da Ordem, e Paulo Ribeiro de Melo, presidente do Conselho Geral da OMD e vice-presidente do Comité de Saúde Pública da FDI.

Madrid será a cidade anfitriã do próximo congresso da FDI, que se celebrará entre os dias 29 de agosto e 1 de setembro de 2017, sob a organização do Consejo General de Dentistas da vizinha Espanha.

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Crónica

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Federação Europeia de Periodontologia esclarece a sua posição sobre o uso do fio dentário A Federação Europeia de Periodontologia (EFP) emitiu um comunicado a propósito de recentes notícias divulgadas nos meios internacionais que questionam a eficácia do uso do fio dentário na prevenção de patologias do foro gengival. A EFP considera que essa informação foi veiculada de forma errónea ao público e aos pacientes, já que se centrou no sensacionalismo e se baseou nas opiniões de vários autodenominados especialistas (com distintos níveis de conhecimentos e de especialização), o que pressupôs uma certa confusão para os pacientes e até para alguns membros da profissão. A Federação recorda que em novembro de 2014 realizou um workshop internacional em Espanha em que cerca de 90 especialistas de todo o mundo consideraram a limpeza interdentária como um facto assente numa revisão sistemática integral, que representa o nível mais elevado de prova no âmbito dos testes aleatórios controlados. Muitos estudos que mediram a eficácia da remoção da placa não conseguiram demonstrar que o fio dentário seja eficiente neste processo e na redução da inflamação gengival. Isto acontece em grande medida porque os pacientes têm dificuldade em usar o fio dentário e frequentemente uti-

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lizam-no de forma incorreta. No entanto, tal não significa que os indivíduos que utilizam corretamente o fio dentário não beneficiem disso. Além disso, a Federação Europeia de Periodontologia recorda que o debate científico sobre o melhor método de limpeza interdentária para a redução da gingivite e dos níveis de placa gerou um consenso: nos casos em que os espaços entre os dentes são demasiado estreitos para as escovas interdentárias, a recomendação profissional é o uso do fio dentário. A EFP conclui que para todos os métodos de limpeza interdentária é essencial que as instruções profissionais se transmitam de forma clara para obter uma ótima eficácia, de modo a evitar traumas.


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FALamos coM... Miguel Pavão, médico dentista e presidente da organização não governamental Mundo a Sorrir

Há ainda um tremendo trabalho para ser feito relativamente à sensibilização, à educação e à literacia para a saúde oral e geral

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Falamos com... Quando fundou a organização, em 2005, o médico dentista Miguel Pavão estava longe de imaginar a dimensão que a Mundo a Sorrir (MAS) iria alcançar, uma década depois, no universo do voluntariado dentro e fora do país. Atualmente, a associação desdobra-se em projetos nacionais de saúde oral e inclusão social e tem missões regulares em quatro países de língua oficial portuguesa (Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Moçambique), antecipando desde já o alargamento da sua atuação a Angola. Apesar da obra feita – cujo mérito é sobejamente (re)conhecido e até já foi premiado por instâncias como a Presidência da República –, o presidente da associação tem a sensação de que, no terreno, o desafio é cada vez maior. E apela a uma maior mobilização da classe e das universidades para a causa do voluntariado.

Desde que foi fundada, em 2005, a ONG Mundo a Sorrir tem vindo a desdobrar-se em múltiplos projetos, dentro e fora do país, alguns dos quais devidamente reconhecidos com prémios e distinções. A própria Presidência da República tem acompanhado de perto e acarinhado as iniciativas da MAS, e até já lhe atribuiu (em 2015) a Ordem de Mérito Civil. Como justifica o incontestável sucesso desta organização? O sucesso deriva única e exclusivamente do mérito, do trabalho e do espírito de missão e de dedicação da organização Mundo a Sorrir. Além disso, prende-se também com o facto de se ter constituído uma equipa de colaboradores dedicados e de voluntários que integram, não de uma forma pontual mas constante e permanente, a missão e os projetos da associação. Sem eles nada seria possível. Que balanço global faz da atividade desenvolvida na última década pela MAS, nomeadamente no que respeita ao contributo para a sensibilização dos portugueses no âmbito da saúde oral? O balanço é extremamente positivo porque em 10 anos conseguimos muito mais do que alguma vez imaginaríamos. No entanto, quando estamos no terreno, a trabalhar, ficamos sempre com a sensação que ainda está tudo por fazer e que o nosso desafio é cada vez maior. Há ainda um tremendo trabalho para ser feito relativamente à sensibilização, à educação e à literacia para a saúde oral e geral, bem como na parte do relacionamento da saúde oral com a saúde em geral. Além disso, procuramos combater as desigualdades sociais através da inclusão social. Aí a Mundo a Sorrir é pioneira, destacando-se projetos como o Centro de Apoio à Saúde Oral (CASO) e, mais recentemente, na área dos diabetes e dos estilos de vida saudáveis.

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Falamos com... Em Portugal, ao contrário do que acontece por exemplo na vizinha Espanha, são raros os movimentos de voluntariado na área da saúde oral. Vê necessidade de inverter esta tendência, isto é, de um reforço da presença de organizações sem fins lucrativos neste campo? Totalmente. Portugal está na cauda da Europa em termos de voluntariado, de exemplos de boa cidadania e de integração de organizações não governamentais. Há muito trabalho para ser feito em áreas específicas, como é o caso da Medicina Dentária e da saúde. E esse trabalho tem de ser realizado dentro das ordens e associações profissionais, bem como nas universidades, começando a ser valorizado, desde essa idade, e a ser dado mérito nos programas curriculares. Esta é talvez uma forma de inverter esta tendência, bem como de começar a atribuir uma diferenciação a quem integra estes projetos. Por norma, as pessoas que fazem parte destes projetos de voluntariado acabam por ter maiores capacidades e desenvoltura no exercício da profissão, na vida clínica, e também social. Qual é o ponto da situação da cooperação com África? Que países estão abrangidos pelo voluntariado da Mundo a Sorrir e quais são as expectativas de alargamento a outras coordenadas geográficas? Os países que nós abrangemos são os Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) com uma estratégia de intervenção a média/longa duração, nomeadamente Cabo-Verde (2005), Guiné-Bissau (2005) e São Tomé e Príncipe (2013) e um projeto piloto mais reduzido, mas com outras áreas de intervenção associadas à saúde oral, como é o caso do acesso à água potável, na região da Macia, em Moçambique (2015). A situação de cooperação com estes países é distinta; cada um à sua escala e à sua maneira porque têm uma história própria, diferentes índices de desenvolvimento social e uma situação política social e militar distintas. A Mundo a Sorrir vai acompanhando e marcando presença com cada projeto adaptando-se às realidades locais. Relativamente à possibilidade de alargar a atuação para outros países, os convites têm sido muitos. Por agora, estamos a tentar abranger um novo país, Angola, de forma gradual, sendo que será também uma intervenção com uma dimensão reduzida, uma vez que temos apoiado já muitos países. Neste momento, a Mundo a Sorrir não tem capacidade de abranger, para já, mais áreas de intervenção a nível internacional. Quantos voluntários estão no terreno?. Há perspetivas de reforçar esse contigente a curto ou médio prazo? Desde o início de 2016, participaram 22 voluntários nas mis sões internacionais. Desse total, seis estiveram em Cabo-Verde, quatro na Guiné-Bissau, 11 em São Tomé e Príncipe e um em Moçambique. Ainda este ano, estão previstas novas missões, nomeadamente o envio de três médicas dentistas voluntárias para Moçambique, cinco para a Guiné-Bissau e nove para São Tomé e Príncipe.

É claro que queremos reforçar esse contingente a médio prazo. Mas pretendemos apostar mais no acolhimento e na formação dos voluntários porque precisam, principalmente a nível internacional, de ser bem formados e orientados para que a sua experiência não seja meramente lúdica ou de aventura, mas sim uma intervenção baseada nos valores e nos princípios de atuação internacionais da Mundo a Sorrir. Que projetos em curso nesses países merecem especial destaque? Destacaria três projetos: o projeto de São Tomé e Príncipe que começou com uma intervenção e mapeamento sobre a situação de saúde oral e medição do índice de CPO (dentes cariados, perdidos ou obturados) de todos os distritos do país. Volvidos três anos, fizemos um novo levantamento em que verificámos uma redução em todos os distritos sobre os problemas e doenças orais, principalmente nas crianças e nos jovens, o que muito nos satisfaz. O segundo país a destacar é a Guiné-Bissau, onde estamos há 11 anos. Apesar de ter enfrentado conjunturas de instabilidade política e militar, a Mundo a Sorrir nunca abandonou o país, mesmo quando esteve sem governo. Hoje, o projeto atingiu grandes dimensões, ao envolver outras áreas médicas, nomeadamente a saúde, a enfermagem e as questões nutricionais em várias regiões, como as ilhas do Arquipélago dos Bijagós (Uno, Formosa, Unhoconzinho e Nago). Por último, destaco o nosso projeto em Moçambique onde, com um amadurecimento da nossa intervenção ao longo dos anos, conseguimos ter uma atuação mais preparada e fundamentada e que está circunscrita à região da Macia, uma vez que Moçambique é um país muito extenso. Tem cerca de 250 colegas profissionais na área da Medicina Dentária e nós queremos respeitar e colaborar com esses colegas e, por isso, decidimos começar a nossa atuação nesta região para depois podermos aumentar o projeto. Em Moçambique temos uma nova intervenção que diz respeito ao acesso à água potável e na relação que ela tem com a saúde e a saúde oral.

Por norma, as pessoas que fazem parte destes projetos de voluntariado acabam por ter maiores capacidades e desenvoltura no exercício da profissão, na vida clínica e também social

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Falamos com... No plano nacional, qual é o ponto da situação do projeto CASO? Quem são os principais beneficiários e que cidades estão abrangidas (ou em vias de o ser)? Trata-se de um projeto de referência da inovação social em Portugal e tal tem sido demonstrado pelos reconhecimentos que recebeu, como através do prémio INSEAD de empreendedorismo social, que demonstra que tem grande impacto social. Este projeto nasceu em 2009, com dificuldades para a Mundo a Sorrir, mas na altura acreditámos verdadeiramente nele. Neste momento, para além do Porto, está a funcionar em Braga – um projeto de excelência e único no país – e com a possibilidade de vir a ser reforçado no Porto e alargado a Portalegre e Lisboa, existindo ainda outros municípios e regiões do país que querem desenvolver esta iniciativa. Que importância atribui ao trabalho desenvolvido pelo Centro de Estudos da Mundo a Sorrir (CEMAS)? O CEMAS foi criado com o propósito de validar com base científica a intervenção dos projetos da Mundo a Sorrir e do seu impacto social. Através deste projeto, pretendemos reforçar, adequar e orientar a nossa performance e o nosso desempenho como uma ONG que apresenta soluções para problemas que existem nas comunidades e pessoas. Não chega ter vontade em fazer ou somente o espírito solidário e altruísta; deve assumir-se como único para acrescentar valor social, devemos ter uma preocupação científica e mostrar que as nossas intervenções fazem um sentido com validação científica. Este tema é ainda pouco comum para as ONG’s ou organizações sociais, pois são as universidades ou centros de investigação que normalmente se preocupam mais com a dimensão científica. No entanto, os exemplos de boas práticas de outros países demonstram que existe uma forte intervenção conjunta entre estes dois atores que, no final da sua missão, pretendem contribuir para o avanço da comunidade e da sociedade. Com esse propósito o CEMAS lançou o prémio “Mexia de Almeida”, que pretende despoletar e reconhecer boas práticas no campo da saúde pública oral.

Entre as múltiplas iniciativas da Mundo a Sorrir, Miguel Pavão destaca o Centro de Apoio à Saúde Oral (CASO), um projeto de referência da inovação social em Portugal.

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Este ano não foi atribuído o prémio Mexia de Almeida. Esta iniciativa anual vai ter continuidade nos próximos anos? É verdade, mas a sua não atribuição não significa que o prémio não tenha existido. Ele existiu, esteve em concurso, porém o júri independente do prémio considerou que a qualidade dos trabalhos não era suficiente para aquele que é já um prémio de reconhecido valor na área da saúde oral, comunitária e pública. Quer o júri quer o patrocinador do prémio – os laboratórios Inibsa – consideram que devem ser estimulados os colegas e a classe médico-dentária profissional para trabalharem mais em projetos de grande valor.


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Falamos com... A iniciativa vai ter continuidade nos próximos anos, com inovações no projeto que serão apresentadas brevemente, garantindo a possibilidade de virem a ser distribuídos, no próximo ano, a trabalhos inovadores nesta área. Que outros projetos de particular relevância estão em marcha (em Portugal) sob a égide da Mundo a Sorrir? Os principais projetos que têm crescido na Mundo a Sorrir, além do projeto CASO, são os de intervenção comunitária com uma visão de prevenção e de promoção da saúde, nomeadamente o projeto “Aprender a ser saudável”, que fomentam estilos de vida saudáveis e que demonstram que a saúde oral está em plena articulação com outras áreas que favorecem a saúde, e que contribuem para o combate às desigualdades sociais. Uma outra iniciativa que está a ser desenvolvida na lógica dos estilos de vida saudáveis é um projeto pioneiro entre a saúde oral e a diabetes em parceria com a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP). Está satisfeito com a adesão dos profissionais de Medicina Dentária e das casas comerciais às diversas “causas” da organização a que preside? Estou satisfeito, mas não completamente preenchido, pois acredito que há espaço para mais. A organização cresceu muito porque os nossos colegas, as casas comerciais e a indústria relacionada com a área da saúde e da saúde oral têm visto e reconhecido o trabalho que temos feito.

A organização cresceu muito porque os nossos colegas, as casas comerciais e a indústria relacionada com a área da saúde e da saúde oral têm visto e reconhecido o trabalho que temos feito

No entanto, sabemos que a classe da Medicina Dentária tem crescido drasticamente e rapidamente, pelo que poderíamos esperar que o interesse pela nossa organização também crescesse na mesma velocidade e proporção. Em todo o caso, não pretendemos crescer só porque há um aumento quantitativo, mas numa lógica de interesse de qualidade e de que as pessoas acreditem verdadeiramente naquilo que estão a trabalhar porque o objetivo da Mundo a Sorrir não é mais do que dignificar o trabalho da saúde oral.

Perfil MIGUEL PAVÃO exerce o cargo de médico dentista no Porto, tendo-se licenciado em Medicina Dentária pela Universidade Fernando Pessoa, em 2004. É especialista em implantoprótesis pela Universidade Complutense de Madrid (Espanha) e, desde 2009, mestre de Estética Dentária pela também espanhola Universidade Internacional da Catalunha, com sede em Barcelona, onde colabora como professor convidado. Em 2005, fundou a organização não governamental Mundo A Sorrir, sendo, desde então, o presidente da direção. Ao longo dos anos, recebeu vários prémios e distinções na área do empreendedorismo e responsabilidade social, nomeadamente a Ordem de Mérito (2015), atribuída pelo antigo Presidente da República, Cavaco Silva, bem como os prémios “Os nossos heróis” (2013) e “Social Entrepreneur INSEAD” (2014). É fellow da International Youth Foundation e da Ariane de Rothschild Foundation.

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Falamos com...

Miguel Pavão considera que chegou a fase de passar o testemunho, mas assegura que, mesmo depois de deixar a direção da Mundo a Sorrir, nunca deixará de ser um dedicado voluntário.

Que desafios/prioridades se colocam à ONG nos tempos mais próximos? Os desafios da organização mantêm-se desde o seu início: promover a saúde e a saúde oral como um direito universal, sendo que a nossa responsabilidade é cada vez maior. Tornámo-nos de uma organização amadora, pequena, numa organização com impacto, cada vez mais profissional, que verdadeiramente já mostrou que é capaz por si só de criar a mudança. Isso coloca-nos e posiciona-nos num papel de responsabilidade na área da saúde oral e na promoção dos estilos de vida saudáveis, de uma maneira muito original que é relacionar a saúde com a saúde geral e com as desigualdades sociais. A título pessoal, qual é a sua disponibilidade para continuar ao “leme” de uma organização que exige tanta entrega? Como consegue compatibilizar esta intensa atividade com a sua carreira de médico dentista? É uma excelente pergunta e acho que é a primeira vez que a fazem. A compatibilidade entre a minha carreira privada, como médico dentista, e dirigir a organização Mundo a Sorrir é feita através de poucas horas de sono. O facto de começar a ter mais cabelos brancos é um sinal de que, se calhar, não vou continuar durante muito mais tempo à frente da organização. Será uma altura em que já decidi com a minha equipa que entrámos na fase de passar o meu testemunho, pois sei que a organização está madura o suficiente para rolar sobre as suas próprias rodas. Mas, mesmo depois de sair, nunca deixarei de ser um eterno e dedicado voluntário.

Quando acreditamos que o esforço e a dedicação que nós entregamos à organização fazem a diferença, todo o trabalho torna-se em prazer e paixão por aquilo que fazemos, por isso não é um sacrifício, mas acaba por ser uma verdadeira entrega permanente. Ao longo destes anos, tive adversidades e dificuldades que muitas vezes atingiram o foro pessoal, mas quando olhamos para trás, de consciência limpa, vemos que valeu a pena o esforço e o empenho nesta causa. À margem das questões relacionadas com o voluntariado, que comentário lhe merece a atual conjuntura nacional da Medicina Dentária? Isto é uma pergunta cuja resposta necessitava, talvez, de uma edição especial da revista MAXILLARIS [risos]. Perante o cenário que vivemos na atualidade, nomeadamente da conjuntura económica, social e política que afeta também a Medicina Dentária, eu diria que esta área precisa de boas decisões, de líderes fortes, jovens e com motivação reforçada e que verdadeiramente se encontrem soluções transversais que não dizem só respeito à saúde oral mas às outras áreas da saúde e no domínio social. Estas podem, verdadeiramente, ser as únicas soluções para os problemas que continuam a existir na área da saúde oral da população portuguesa, mas também dos problemas e interesses instalados nos profissionais do setor e que envolve a área da formação. Diria, numa palavra, que o meu comentário se traduz em apenas preocupação! Preocupação perante a conjuntura da Medicina Dentária em Portugal.

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FALamos coM... F ilipe F reita s e António Mano Azul,

presidente da Reunião de Inverno da Academia Portuguesa de Medicina Oral (APMO) e presidente desta sociedade, respetivamente

Estamos a preparar um evento científico bastante ambicioso

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Falamos com... A próxima reunião de inverno da Academia Portuguesa de Medicina Oral (APMO) vai realizar-se nos dias 3 e 4 de fevereiro de 2017, em Lisboa. Este encontro anual, aberto a todos os profissionais e estudantes do setor da saúde, abordará essencialmente as áreas da medicina, da patologia e da cirurgia, sem no entanto deixar de suscitar o debate em torno de temas habitualmente votados ao esquecimento, como o doente medicamente comprometido ou as patologias do envelhecimento. Em entrevista à MAXILLARIS, Filipe Freitas, presidente da Comissão Organizadora, e António Mano Azul, presidente da APMO, antecipam o “elenco” do programa científico da reunião, que assume desta vez uma dimensão ibérica, tendo em vista a (já confirmada) presença de professores e alunos de duas universidades espanholas.

Quais são os principais “fundamentos” da reunião de inverno da Academia Portuguesa de Medicina Oral? António Mano Azul. A reunião de inverno é para a APMO o seu congresso anual, estatutário e que integra também a Assembleia Geral Ordinária da sociedade. Nestes primeiros dois anos pósrefundação, tem sido o nosso principal fórum de contacto com os médicos dentistas, com outras especialidades médicas e com outros profissionais de saúde oral particularmente os higienistas orais. Importa referir que no ano passado iniciámos já as reuniões científicas regionais com um dia de formação contínua, em medicina oral, para jovens médicos, realizada na zona sul, no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, e que pensamos ter sido muito produtiva. Espero que muito rapidamente a APMO desenvolva outros projetos científicos e de divulgação para lá do congresso anual. A reunião de inverno continuará, no entanto, a ser o local por excelência para a discussão e troca de conhecimentos em medicina oral e em doentes medicamente comprometidos do nosso país. Este ano, o encontro é também ibérico com a participação em bloco das pós-graduações em Medicina e Cirurgia Orais da Universidade de Santiago de Compostela e de Barcelona.

A partir da esquerda, Filipe Freitas, presidente da Comissão Organizadora da próxima reunião de inverno da APMO, e António Mano Azul, presidente da sociedade científica.

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Que temáticas vão dominar o programa científico? Filipe Freitas. Este evento, aberto a todos os profissionais e estudantes de saúde, abordará, essencialmente, a medicina, a patologia e a cirurgia, três áreas bastante abrangentes.


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Falamos com... António Mano Azul: Este ano, o encontro é também ibérico com a participação em bloco das pós-graduações em Medicina e Cirurgia Orais da Universidade de Santiago de Compostela e de Barcelona

Faremos uma atualização em relação à oncologia oral e iremos promover uma mesa redonda para discussão do Projeto de Intervenção Precoce de Cancro Oral (PIPCO). Destacamos ainda duas sessões: uma sobre as patologias associadas aos implantes dentários e outra que abordará as doenças mais prevalentes em medicina oral através de casos clínicos. A APMO privilegia a abordagem a temas em relação aos quais continuam a existir lacunas de formação e conhecimento. Em que medida esta preocupação se refletirá no “cartaz” definido pelas comissões científica e organizadora? Filipe Freitas. Essa é, de facto, uma preocupação nossa. Prova disso são as conferências relacionadas com o doente medicamente comprometido, o doente geriátrico e as patologias do envelhecimento, temas permanentemente esquecidos. Relembro que, fruto das alterações demográficas, a nossa população está envelhecida e que, portanto, vemos cada vez mais doentes idosos, polimedicados e com múltiplas patologias diagnosticadas. Quais são os oradores nacionais e estrangeiros que já confirmaram a sua participação no encontro que vai decorrer em Lisboa? Filipe Freitas. Temos o privilégio de poder contar com a presença de muitos colegas provenientes de várias faculdades ou hospitais, nacionais e estrangeiros da área da medicina oral, a maioria dos quais são membros da APMO. Entre os colegas das outras áreas próximas, teremos os professores Ricardo Faria de Almeida, António Mata, Carlos Zagalo, Paulo Mascarenhas e Helena Rebelo. Uma referência especial para o professor Stephen Flint, da Universidade de Dublin (Irlanda), coautor do livro Oral and Maxilofacial Diseases, e que fará uma conferência sobre urgências no consultório dentário, e para a doutora Carolina Venda Nova que é a responsável pela consulta de dor no Eastman Dental Hospital em Londres (Reino Unido).

Que pormenores está em condições de adiantar relativamente à vertente prática, destinada aos colegas generalistas? Filipe Freitas. Para além do programa principal, teremos sessões paralelas e quatro cursos práticos: L-PRF em cirurgia e medicina oral, fillers em patologia perioral do envelhecimento, laser em Medicina Dentária e assistência em cirurgia e reabilitação protética com implantes. Teremos ainda em pen drive USB protocolos de atuação no consultório dentário, bem como os resumos das conferências e apresentações científicas (comunicações e pósteres), para todos os congressistas levarem para casa e partilharem com os colegas que não estiveram presentes na nossa reunião. Que outras novidades merecem destaque ao abrigo do programa da reunião de inverno de 2017? Filipe Freitas. Voltaremos a ter uma reunião com a duração de dois dias, com um programa altamente diversificado e inclusivo. Teremos ainda sessões de apresentação de pósteres e comunicações livres, de casos clínicos ou investigação científica. Procuraremos que este seja um espaço inspirador de intercâmbio de conhecimentos onde, da troca de experiências e saberes, se reforcem competências de todos quantos nos privilegiem com a sua presença. A participação dos professores e alunos das pós-graduações de Santiago de Compostela e de Barcelona permitirá que os profissionais portugueses interessados nestas áreas partilhem projetos científicos e, quem sabe, intercâmbios de formação clínica.

António Mano Azul considera que as outras especialidades médicas têm que perceber que ninguém conhece melhor as doenças orais, o seu tratamento e as suas consequências do que os médicos dentistas.

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Falamos com... Quero protocolos de atuação ou guidelines – como quiserem chamar – feitas a pensar em quem todos os dias vê doentes medicamente comprometidos com o receio de ter que lidar com uma urgência médica no consultório. Nesta direcção (alargada ao conjunto dos corpos sociais), juntamente com os colegas mais novos que têm colaborado connosco, queremos muito mais do que já foi feito. Daí o meu “médio” que sei que eles partilham. E queremos voltar a ter o Congresso Europeu de Medicina Oral em Portugal, como tivemos em 2002.

Filipe Freitas espera poder contar com a presença de cerca de 250 participantes na Escola Superior das Tecnologias da Saúde, em Lisboa.

Quais são as expectativas da organização quanto ao número de inscrições e à adesão de casas comerciais? Filipe Freitas. Estamos a preparar um evento científico bastante ambicioso, pelo que esperamos poder contar com a presença de cerca de 250 participantes, das várias categorias profissionais relacionadas com a saúde. Atendendo aos baixos custos de inscrição, este evento só poderá ser viabilizado financeiramente com o apoio comercial proveniente de várias empresas. Para já, agradecemos a colaboração dos nossos cinco patrocinadores premium: Straumann, Bial, Pierre-Fabre, Meda e Isdin. Trabalharemos agora no sentido de poder contar com a presença de alguns expositores. Que balanço faz da atividade da APMO desde que foi relançada no final de 2014? António Mano Azul. O balanço real do impacto da APMO na área da formação em medicina oral deve ser feito pelos colegas a quem esta formação se destina. Se fosse eu a fazer esse balanço, diria que foi “suficiente mais”. Nós queremos sempre mais e podemos fazer muito mais. Eu, pessoalmente, quero sempre um congresso de dois dias com um programa a abarrotar de interesse. Quero iniciativas diretas de formação úteis no dia a dia dos colegas no consultório, porque essa informação vai melhorar a saúde oral dos doentes.

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Hoje em dia, o tratamento multidisciplinar assume um papel preponderante no exercício da profissão. Que importância atribui a APMO a este fator? António Mano Azul. Há dois níveis de tratamento multidisciplinar, ambos importantes. Em primeiro lugar, a reabilitação oral multidisciplinar praticamente desconhecida há 30 anos em Portugal e que agora se tornou uma realidade de muitos consultórios e que será potenciada com a criação das novas especialidades da Medicina Dentária como a cirurgia oral, a periodontologia, a odontopediatria, a endodontia, etcétera, onde praticamente só existia, de facto, a ortodontia. Só este tratamento multidisciplinar permite darmos aos nossos doentes o tratamento A que a Medicina Dentária portuguesa é capaz. Toda a população precisa do tratamento A? Não. A maioria da população precisa dos excelentes dentistas generalistas que as faculdades formaram nos últimos 30 anos e que conseguem, com uma qualidade ímpar na Europa, fazer um excelente trabalho, assim haja condições económicas da população para aceder a estes tratamentos ou assim o Estado comparticipe estes tratamentos para a população mais desfavorecida.

Filipe Freitas: Procuraremos que este seja um espaço inspirador de intercâmbio de conhecimentos onde, da troca de experiências e saberes, se reforcem competências de todos quantos nos privilegiem com a sua presença


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Falamos com... Em segundo lugar – como já referiu o Filipe Freitas –, há depois uma faixa enorme da população que tem problemas médicos, que é idosa e que é polimedicada. Aqui temos outro nível de tratamento multidisciplinar que é indispensável e que obriga a um contacto saudável com as outras especialidades médicas. Este contacto é sempre positivo e a colocar o doente em primeiro plano? Penso que não. Cabe a ambas as partes conhecerem-se melhor. As outras especialidades médicas têm que perceber que ninguém conhece melhor as doenças orais, o seu tratamento e as suas consequências do que os médicos dentistas. A estes cabe ir lá às outras especialidades dizer isso mesmo. Quantas vezes é que nós vamos aos congressos das outras especialidades apresentar aquilo que fazemos? Com exceção da Ordem dos Médicos Dentistas, que participa sempre nas reuniões de medicina geral e familiar, muito poucas! Penso que neste sentido a APMO e a medicina oral em geral estão no local privilegiado de intersecção para promover este diálogo. A APMO assume-se como a organização de saúde oral com mais potencial para fazer a ponte com as restantes especialidades da medicina. Na prática, como tem vindo a ser desempenhado esse papel? Já há resultados práticos? António Mano Azul. Para além do que já foi referido na resposta anterior, existe na APMO a preocupação em trazer colegas das outras especialidades médicas sempre que é necessário para abordar os temas de intersecção. Já o fazemos desde 2014 nas áreas das doenças oncológicas, da cardiologia, da infeciologia, da dor, da cirurgia plástica e da histologia. A nova geração de alunos das pós-graduações de Medicina e Cirurgia Oral virão a trazer massa crítica que permitirá

Filipe Freitas: Este evento, aberto a todos os profissionais e estudantes de saúde, abordará, essencialmente, a medicina, a patologia e a cirurgia, três áreas bastante abrangentes

à APMO ter membros efetivos para começar a aparecer nos congressos das outras especialidades e a publicar nas revistas das outras sociedades científicas médicas, bem como concretizar outros projetos de colaboração que eu não quero ainda divulgar. Que outras prioridades estão atualmente definidas pela direção da APMO? António Mano Azul. Por um lado, promover mais ensino pós-graduado na área da medicina oral e dos doentes medicamente comprometidos. Colaborar ativamente e de forma desinteressada com as faculdades que estão a desenvolver ou que já têm programas universitários de pós-graduação nesta área e tentar sensibilizar as restantes para a importância destes programas, que para além disso, tenho a certeza, serão um êxito no número de interessados.

Perfil FILIPE FREITAS é licenciado (desde 2007) e mestre (2008) em Medicina Dentária, pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), tendo iniciado o doutoramento em Medicina Dentária, na mesma faculdade, em 2011, ano em que se estreou como assistente convidado do departamento de Cirurgia e Medicina Oral da FMDUL. Concluiu este ano a pós-graduação e especialização em Implantologia na referida universidade lisboeta. O atual vice-presidente da Academia Portuguesa de Medicina Oral é também pós-graduado em Patologia Oral e Maxilofacial, pela Universidade Católica Portuguesa (2013/14), e em Periodontologia, pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz (2014/15). Exerce a sua prática clínica privada exclusiva no Instituto de Implantologia, com sede em Lisboa, dedicado à cirurgia, medicina e reabilitação orais.

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Falamos com... Por outro lado, consolidar a telemedicina como forma de “orientar” os colegas que geograficamente têm mais dificuldades em enviar os seus doentes com lesões orais para os centros universitários ou hospitalares com esta valência, na abordagem a estes doentes e estas doenças. Isto é crucial num país que tem uma cobertura quase total em Medicina Dentária, mas não em colegas dedicados à medicina oral. Outra prioridade é criar esta rede nacional de referência em medicina oral. A medicina oral está bem e recomenda-se? Ou considera que é necessário promover um novo rumo neste campo? António Mano Azul. A medicina oral como área individualizada recente da Medicina Dentária está muito bem e recomenda-se! Está melhor em Portugal do que na maioria dos países europeus onde a formação é muito mais deficiente; com a exceção do Reino Unido e da Irlanda, dos países nórdicos e da Holanda, onde a medicina oral é uma especialidade há muitos anos e onde os hospitais dentários têm uma enorme capacidade de receber os doentes que são referidos pela generalidade dos dentistas generalistas. E também com exceção de Espanha e Itália, onde finalmente nos últimos 15 anos talvez, as faculdades começaram a produzir material científico de qualidade e em quantidade, embora infelizmente isso não se venha ainda a traduzir numa melhor cobertura da população porque o dentista espanhol quer ser sempre generalista. Mas esta conversa dava “pano para mangas”... O que é necessário em Portugal é continuar este caminho que tem sido percorrido por umas dezenas de interessados nesta área e que tem produzido uma nova geração de médicos dentistas e de higienistas orais capazes de olhar para lá dos dentes e diagnosticar lesões intraósseas ou da mucosa, e efetuar o seu tratamento ou orientar os doentes para esse efeito.

Eu costumo lembrar, nas conferências sobre este tema, que há tão perto como 15/20 anos os colegas mandavam-me os doentes com uma carta que dizia: “vê-me lá o que é que este doente tem…”. Agora, é raro não receber uma carta de envio que diz: “observa-se a lesão (ou as lesões) assim e assim, com estas queixas e para mim isto é compatível com o diagnóstico tal, pelo que agradeço a orientação terapêutica do doente…”. Começa a haver muitos colegas generalistas capazes de fazer diagnósticos corretos por todo o país. Se a APMO for responsável por uma parte desta mudança de olhar para a medicina da cavidade oral, ficamos todos muito contentes.

António Mano Azul: A medicina oral como área individualizada recente da Medicina Dentária está melhor em Portugal do que na maioria dos países europeus onde a formação é muito mais deficiente

Perfil ANTÓNIO MANO AZUL é médico especialista em estomatologia e dedica-se exclusivamente à medicina e cirurgia orais. É professor associado do Instituto Europeu de Oncologia, onde leciona estas duas disciplinas. Tem, de resto, um vasto percurso ligado à docência em Portugal: desde a Faculdade de Medicina de Lisboa (microbiologia) ao Instituto Superior de Ciência das Saúde Egas Moniz (terapêutica especial e diretor do curso), passando pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (cirurgia oral) e pelo ISAVE (patologia e oncologia orais). E no estrangeiro, como professor visitante de países como Espanha, Suécia, Estados Unidos ou Grã-Bretanha, entre outros, ou como professor associado da European Faculty of Oral Health Sciences e do Mestrado Europeu de Medicina e Cirurgia Oral em Toulouse (França). É membro fundador e foi presidente da European Association of Oral Medicine. O presidente da Academia Portuguesa de Medicina Oral é também consultor da Ordem dos Médicos Dentistas e da Direção Geral de Saúde para o cancro oral (Projeto PIPCO - 2014 a 2017).

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Ponto de vista

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Maria Carlos Quaresma Médica dentista. Presidente da Comissão Organizadora do segundo congresso SPED Rookies Lisboa.

SPED Rookies, um congresso inovador marcado pela atualidade e pelo rigor do conteúdo científico No dia 22 deste mês, a Sociedade Portuguesa de Estética Dentária (SPED) irá organizar o seu segundo congresso SPED Rookies. A edição deste ano decorrerá na Fundação Oriente, em Lisboa, e contará com a presença de um vasto leque de conferencistas nacionais. Entre estes encontraremos médicos dentistas e técnicos de prótese dentária. Com o espírito empreendedor que caracteriza a SPED, surgiu no seio desta sociedade a necessidade de criar um espaço de divulgação de novos talentos emergentes no que concerne ao trabalho científico, clínico e laboratorial no campo da estética dentária. Neste contexto, surge o congresso SPED Rookies, impulsionado pelo crescente interesse na área da estética dentária. Médicos dentistas e técnicos de prótese dentária são, assim, convidados a divulgar o seu trabalho, numa clara afirmação no panorama científico nacional. O SPED Rookies afirma-se como um encontro inovador marcado pela atualidade e pelo rigor do conteúdo científico. O programa científico deste ano contará não só com a presença de nomes emergentes na área da estética dentária, como também com a participação de um conjunto de oradores de outras áreas, enfatizando a importância da abordagem multidisciplinar para a obtenção de resultados previsíveis. A manhã do próximo dia 22 será marcada por uma incursão na periodontologia, sob orientação do colega Gonçalo Assis. As sessões científicas prosseguem com a reabilitação do setor anterior com restaurações indiretas e os desafios da reabilitação para o técnico de prótese dentária, abordados por Rosana Men des e Bruno Pinheiro, respetivamente.

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O período da manhã terminará com uma incursão na fotografia dentária, por Diogo Viegas, e uma apresentação sobre a otimização da estética rosa, por Paulo Carvalho. À tarde, o programa será retomado com uma abordagem do desgaste dentário, por Lucas Pedrosa, e prosseguirá com a importância da periodontologia na estética dentária, por Hélder Oliveira, e a importância do planeamento na previsibilidade dos resultados, por Ana Braguês e Joana Oliveira. Os contornos da implantologia ficarão, de seguida, a cargo de João Mouzinho. Também vão estar em destaque as reabilitações funcionais e estéticas, por João Malta Barbosa, e a abordagem diferenciadora pelo técnico de prótese dentária, por Sara Martins. A jornada finalizará com as intervenções de Filipa Martins, a propósito da reabilitação de casos com perda de dimensão vertical de oclusão, e Hélder Moura, sobre a utilização de restaurações cerâmicas no setor anterior. Haverá um momento de discussão (no final dos períodos da manhã e da tarde) moderado por nomes reconhecidos do panorama nacional, dando lugar ao crescimento e estreitamento da relação entre todos os apaixonados desta área. Esta iniciativa da SPED reúne, assim, um conjunto de oradores jovens e dinâmicos, que se afirmam como novos valores da Medicina Dentária a nível nacional. A Comissão Organizadora e Científica da segunda edição do SPED Rookies procurou elaborar um programa abrangente e multidisciplinar, que não ficará completo sem a participação de todos os colegas. No dia 22 deste mês, esperamos por si na sede da Fundação Oriente, em Lisboa!


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Ciência e prática

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Abordagem clínica do paciente a tomar bifosfonatos orais

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Ciência e prática Cátia Ferreira da Silva Médica dentista. Aluna do curso de Especialização em Periodontologia e Implantes da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). ferreiradasilvacatia@gmail.com Ana Ribeiro Soares Médica dentista. Aluna do curso de Especialização em Periodontologia e Implantes da FMDUL. Catarina Martinho Médica dentista. Aluna do curso de Especialização em Periodontologia e Implantes da FMDUL. João Gomes Médico dentista. Aluno do curso de Especialização em Periodontologia e Implantes da FMDUL. João Branco Médico dentista. Docente do curso de Especialização em Periodontologia e Implantes da FMDUL. Lisboa.

Cátia Ferreira da Silva

O que são os bifosfonatos? Os bifosfonatos (Bfs) são uma classe de compostos, análogos sintéticos do pirofosfato inorgânico, utilizados para o tratamento de diferentes doenças. Apresentam alta seletividade para o osso com elevada remodelação em detrimento dos restantes tecidos impedindo principalmente a formação, o recrutamento e a função dos osteoclastos, reduzindo por isso a reabsorção óssea1,2. Para além desse efeito, possuem também capacidade anti-invasiva, anti-angiogénica e anti-proliferativa. Como os Bfs não são metabolizados, o fármaco apresenta uma baixa taxa de libertação e por isso as suas concentrações mantêm-se

estáveis por longos períodos de tempo, podendo ficar retidos no osso até 10 anos3,4,5.

Quais são as suas principais indicações? Os Bfs aplicam-se principalmente no tratamento da osteoporose e da osteopenia. No entanto, também se utilizam em muitas outras condições malignas e não malignas1: doença de Paget, osteogénese imperfeita, pacientes oncológicos com hipercalcemia maligna, complicações ósseas como metástases ósseas nos tumores sólidos (cancro de mama, cancro de próstata e cancro do pulmão) e em lesões líticas, como o mieloma múltiplo6,7.

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Ciência e prática

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Que tipos existem? Atualmente existem nove tipos de Bfs aprovados para o uso clínico pela Food and Drug Administration (FDA, 2014), que podem administrar-se por via oral ou intravenosa. Porém, a comparação entre estes é difícil devido às distintas características físico-químicas e biológicas8.

Efeitos adversos e fisiopatologia A segurança desta classe de fármacos considera-se relativamente elevada, ainda assim, tem sido alvo de debate na comunidade científica2,3. De facto, os Bfs podem ter um efeito significativamente positivo em pacientes com doenças metabólicas do tecido ósseo com elevada reabsorção óssea ou no tratamento de complicações associadas, tais como fraturas ósseas e dor. Porém, pelo facto de se acumularem em locais de remodelação óssea, podem levar a efeitos secundários, nomeadamente à osteonecrose da mandíbula ou maxila (MRONJ). A MRONJ caracteriza-se pela existência de osso necrótico exposto em pacientes que tomaram ou estão a tomar Bfs. As lesões tendem a aparecer com mais frequência na mandíbula do que na maxila (relação 2:1)9 e em áreas de mucosa fina sobre proeminências ósseas como exostoses, tórus ou linha milohioideia10,11. A morbilidade associada a esta complicação é significativa, sendo que 40% dos pacientes não apresenta recuperação completa9. Embora os primeiros casos de MRONJ tenham sido relatados por Marx em 2003, acredita-se que já existissem casos anteriores mas que não foram reconhecidos como tal12. Apesar da primeira descrição se ter dado em 2003, a sua fisiopatologia

ainda não é totalmente compreendida. Existem diversas hipóteses explicativas da localização única da MRONJ nos maxilares, entre as quais a remodelação óssea alterada ou a supressão excessiva da reabsorção óssea7,13,8,14,16, inibição da angiogénese1,17,13,8,14, microtrauma constante, disfunção do sistema imune inato ou adquirido13,8,16, deficiência de vitamina D, toxicidade nos tecidos moles e a inflamação ou infeção18,19,20,14,21,22. A sua apresentação clínica é variada, sendo o seu diagnóstico baseado na história médica e dentária e pela análise de sinais e sintomas10,23.

Qual é a prevalência da MRONJ? Benlidayi e Guzel (2013) realizaram uma revisão da literatura na qual verificaram que a prevalência mundial de necrose óssea dos maxilares, associada ao uso de longo prazo de Bfs, varia de 0,01% a 0,06%. No entanto, devido ao facto de alguns casos leves e moderados se resolverem por si só e não serem reconhecidos, a incidência e prevalência desta patologia torna-se bastante difícil de determinar24. A sua prevalência também varia de acordo com a forma de administração: oral ou intravenosa. Segundo Abela et al., 2012, a incidência de osteonecrose em pacientes tratados com Bfs orais, nomeadamente alendronato, é muito baixa, com uma estimativa 0-0,04%, ou 0,7 casos/100.000 pessoas/ano de exposição25. Mariotti, 2008, encontrou dados semelhantes afirmando que quando os Bfs se administram por via oral para o tratamento da osteoporose ou da doença de Paget, a ocorrência continua a ser insignificante (0,004%)26.

Nome genérico

Nome comercial

Via de administração

Alendronato de sódio

Fosamax®

oral

Alendronato de sódio

Fosamax Plus D

oral

Etidronato de sódio

Didronel®

oral

Risedronato de sódio

Actonel®

Risedronato de sódio

Actonel com Cálcio

®

+ vitamina D

oral ®

oral

+ carbonato de cálcio Tiludronato de sódio

Skelid®

oral

Ácido zoledrónico

Zometa®

intravenoso

Ibandronato de sódio

Boniva®

oral/intravenoso

Pamidronato de sódio

Aredia®

intravenoso

Tabela 1. Bfs aprovados para o uso clínico pela Food and Drug Administration (FDA, 2014), que podem administrar-se por via oral ou intravenosa (Adaptado de Sarin et al., 2008).

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Ciência e prática

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Num doente a realizar terapia com Bfs, por cada década de vida dá-se um aumento de 10% do risco de desenvolver MRONJ27 e por isso o natural envelhecimento da população mundial e o aumento do risco de MRONJ com a idade (aparecimento frequente 58-83 anos) constitui uma preocupação acrescida12,28,29. Para além disso, os Bfs são um dos fármacos mais prescritos em todo o mundo. Segundo Knight et al., em 2010 foram emitidas mais de 24 milhões de prescrições nos Estados Unidos e mais de 190 milhões mundialmente28.

Quais são os potenciais fatores de risco para o desenvolvimento de MRONJ associada à toma de Bfs orais? Fatores de risco locais ou sistémicos Apesar de existir a possibilidade da MRONJ ocorrer espontaneamente, a maior parte dos casos são precedidos por procedimentos cirúrgicos dento-alveolares, como extrações dentárias8,30, seguidos pela cirurgia de implantes31,32. Diversos autores identificaram alguns dos fatores de risco sistémicos e orais para o desenvolvimento de MRONJ (ver Tabela 2).

2014, no IPO de Coimbra, existe uma forte correlação com o tempo de exposição ao ácido zoledrónico endovenoso, sendo que o risco cumulativo após os 24 meses aumenta (aos 48 meses o risco aumenta de 5% para 34%)9. Segundo a American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons (AAOMS, 2014), os pacientes que se encontram a realizar terapia com Bfs orais para a osteoporose também têm o risco de vir a desenvolver MRONJ, todavia, num nível mais baixo do que aqueles tratados com Bfs IV16. Segundo Bamias et al., 2005, mais de 90% dos casos de osteonecrose maxilar verificaram-se em doentes com cancro que receberam bifosfonatos por via endovenosa37. Sarin et al., 2008, afirmaram que esta diferença se deve ao facto da medicação IV levar a uma maior biodisponibilidade relativamente à medicação oral8. Outros autores afirmaram que esta diferença se deve à baixa solubilidade lipídica dos Bfs orais, resultando na absorção intestinal inferior, de apenas 0,63% do fármaco12. A extensa e prolongada retenção óssea destes fármacos, aliada a uma administração de longo prazo, pode levar à acentuada acumulação nos maxilares, aumentando o risco de MRONJ mesmo através da via de administração oral38.

Os diferentes tipos de Bfs conferem um risco distinto para a ocorrência de osteonecrose, o qual também está dependente do tempo de toma34,16.

De acordo com alguns estudos, é necessária uma utilização semanal de Bfs orais durante três anos (156 doses) para o desenvolvimento da MRONJ, sendo que o risco aumenta por cada ano adicional (incremento de 10% do risco por cada década)39. Já a AAOMS, em 2014, afirmou que o risco de desenvolver MRONJ aumenta após quatro anos de terapia16.

A medicação IV parece apresentar um risco acrescido comparativamente à medicação por via oral, sendo que procedimentos dentários invasivos nestes pacientes estão normalmente contraindicados devido à elevada probabilidade de complicações35,36. Segundo o estudo realizado por Gonçalves B. et al.,

Segundo Gaudin et al., 2015, quando os Bfs se administram por via oral por um período inferior a três anos o risco de desenvolver MRONJ é de 1/100.000. Quando o tratamento é realizado há mais de três anos o risco de desenvolver MRONJ é de 1 / 10.00011.

Fatores de risco medicamentosos

Fatores de risco orais

Fatores de risco sistémicos

Procedimentos cirúrgicos. (extração dentária, cirurgia oral)16,1,33.

Fármaco (tipo, quantidade, potência e duração)16,33,6.

Prótese mal adaptada16,33.

Terapêutica com glicocorticóides16,33,1.

Trauma da mucosa oral

.

Cancro e terapêuticas anticancerígenas16,33.

16,33,1

Doença periodontal/dentária pré-existente16,1.

Doença infeciosa33.

Infeção oral .

Sistema imune comprometido33,1.

16,33

Má higiene oral33.

Idade avançada33,1.

Espessura de tecidos moles insuficiente . 1

Doença crónica33. Elevado consumo de álcool e /ou tabaco33,1.

Tabela 2. Fatores de risco sistémicos e orais para o desenvolvimento de MRONJ.

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Ciência e prática

CC Silva_Maquetación 1 04/10/16 16:55 Página 43

Quais são os cuidados a ter na abordagem de pacientes a tomar Bfs Orais? Existem poucas recomendações clínicas para os pacientes a tomar Bfs orais pois ainda não existem guidelines concretas sobre a abordagem mais adequada nestes pacientes, tendo em conta a evidência científica atualmente disponível16. Numa fase inicial, é fundamental saber se o paciente já se encontra a tomar Bfs ou se ainda vai iniciar; no caso de já ter iniciado, há quanto tempo faz o tratamento. Assim, a intervenção clínica poderá ter principalmente duas abordagens: uma mais preventiva e outra mais terapêutica16. Pacientes que irão iniciar o tratamento com Bfs orais O objetivo é minimizar o risco de desenvolvimento de MRONJ. Os pacientes devem realizar um exame clinico e radiográfico da cavidade oral17,40 de forma a identificar situações de infeção aguda ou local, determinar a necessidade de tratamento periodontal, de tratamento de lesões de cárie e eventuais tratamentos restauradores. Dentes não restauráveis ou com mau prognóstico devem extrair-se e outras cirurgias necessárias devem também ser concluídas neste momento. Tudo isto de forma a restabelecer a saúde oral e prevenir eventuais sequelas que poderão ser exacerbadas após o início do tratamento com Bfs (especialmente na terapia IV)33,41,12,18,42. O paciente deverá também ser motivado para uma correta higiene oral e deverá receber informação sobre a osteonecrose, ficar consciente dos primeiros sinais e sintomas e ser capaz de reconhecer a importância das consultas de controlo na prevenção precoce da doença17,43. Pacientes já medicados com Bfs orais A sua interrupção ou mesmo a cessação aquando da realização de procedimentos dentários invasivos, continua a ser um tema de grande debate entre diferentes autores, não havendo ainda consenso2. Embora alguns autores considerem que não existem contraindicações, outros defendem que a interrupção deverá ser feita quando se realizam procedimentos cirúrgicos invasivos. Segundo alguns autores, esta interrupção é influenciada pela duração do uso oral de Bfs (com ou sem fatores de risco médicos, clínicos ou radiográficos); outros porém, afirmam que a sua suspensão deverá ser feita em função do tempo de cicatrização do procedimento realizado (epitelização e cicatrização óssea) com períodos de espera que variam entre os 14 dias até aos seis meses antes e após o tratamento dentário16,42.

Segundo as recomendações mais recentes da American Dental Association (ADA) e da AAOMS, de 2014, não existem evidências suficientes a nível da fisiologia da remodelação óssea, para que a interrupção da toma dos Bfs orais altere o risco de ocorrência da osteonecrose nos pacientes submetidos a cirurgia invasiva16,42. Ainda assim, destacam o único estudo existente na literatura baseado na fisiologia do tecido ósseo e na farmacocinética dos medicamentos anti-reabsortivos o qual poderá ser um importante ponto de partida para futuras guidelines44. Neste, são propostas várias alternativas para a interrupção do fármaco em pacientes expostos a Bfs que necessitem de tratamento dentário invasivo. Os autores observam que, uma vez que 50% dos Bfs no soro sofre excreção renal, o principal reservatório de Bfs é o osteoclasto, cuja vida útil é de duas semanas. Assim, a concentração de Bfs livres no soro seria extremamente baixa após dois meses da última administração de Bfs orais e, por isso, estes autores acreditam que se deve proceder à interrupção da toma de Bfs dois meses antes de um procedimento dentário invasivo44. Em pacientes que tomam Bfs orais há menos de quatro anos e tomaram corticosteroides ou anti-agiogénicos concomitantemente, o médico prescritor deverá ser contactado de forma a considerar a eventual descontinuação dos Bfs orais por um período de dois meses prévios à cirurgia, caso as condições sistémicas assim o permitam, sendo novamente iniciados após a cicatrização óssea. Estes dados baseiam-se nas evidências de que os corticosteroides associados a agentes anti-angiogénicos, em combinação com a terapia de Bfs, aumentam o risco de desenvolvimento de MRONJ, sendo que a interrupção diminui esse risco. No entanto, mais estudos são necessários de forma a comprovar a real eficácia da interrupção na prevenção da MRONJ16. A AAOMS (2014) reconheceu que existem poucos dados que suportem ou rejeitem os benefícios da interrupção do fármaco. Esta considera a estratégia da interrupção modificada do fármaco, conforme descrito por Damm e Jones em 2013, uma abordagem prudente em pacientes de risco16. Colocação de implantes e Bfs orais O efeito dos Bfs na osteointegração de implantes dentários ainda não é claro31. Apesar da MRONJ associada a implantes dentários ser rara, ainda continua a ser uma complicação relatada45. Por isso, a colocação de implantes dentários em pacientes a tomar Bfs obriga a uma avaliação cuidada, uma vez que a colocação de um implante requer a preparação do local com osteotomia e por vezes a regeneração óssea guiada (ROG) de forma a aumentar o rebordo alveolar deficiente46.

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Além disso, o tecido ósseo ao redor de um implante dentário já osteointegrado poderá igualmente vir a desenvolver MRONJ após a administração dos Bfs. Por isso, em caso de colocação de implantes dentários deverá realizar-se um consentimento informado sobre o potencial risco de falha do implante a longo prazo e o baixo risco de desenvolver MRONJ pela continuação da toma dos Bfs. É fundamental um acompanhamento regular do paciente e o contacto com o médico assistente prescritor45.

dos riscos de MRONJ e esta deverá ser o mais atraumática possível com encerramento primário sendo que o alvéolo deverá ser vigiado posteriormente47,48. Indica-se a colocação de membranas se o encerramento primário não for possível. Relativamente à medicação pós-extração, não existem evidências de que os antibióticos profiláticos previnam o risco de MRONJ, por isso deverão realizar-se os procedimentos normais de forma a evitar o risco de infeção no local47.

Segundo a evidência científica atual, em pacientes a fazer terapêutica com Bfs há menos de quatro anos e que não apresentam fatores de risco clínicos, não é necessário qualquer alteração ou atraso no planeamento cirúrgico ou de qualquer outro tipo de tratamento16, 46.

Tratamento endodôntico de Bfs orais

Atualmente, a terapia com Bfs não parece ser uma contraindicação para a colocação de implantes dentários, no entanto, são necessários mais estudos e de longo prazo47.

Recomenda-se o tratamento endodôntico convencional, sendo que a obturação e selamento coronário são importantes na manutenção do dente. A cirurgia periapical deverá evitar-se. Em algumas situações, dependendo do risco, pode-se fazer a endodontia de dentes não restauráveis após a remoção da coroa clínica, permitindo a esfoliação passiva da ponta da raiz16.

Doença periodontal e Bfs orais

Relativamente a outros procedimentos:

Não se recomendam alterações na abordagem preconizada para o tratamento periodontal42,47. Se a ROG e/ou regeneração tecidular guiada (RTG) for necessária, a sua real necessidade deverá ser rigorosamente avaliada, tendo em conta que os Bfs diminuem a vascularização dos tecidos47.

• Próteses removíveis: devem estar bem adaptadas de forma a evitar ulcerações na mucosa e a possível exposição óssea49,50. • Dentisteria conservadora: podem-se realizar todos os procedimentos49,50.

Extrações dentárias e Bfs orais As extrações dentárias não estão contraindicadas. No entanto, no caso de ser possível, é preferível o tratamento endodôntico. Se a extração for necessária, o paciente deverá ser informado

• Ortodontia: não existem estudos publicados capazes de explicar os efeitos do tratamento ortodôntico. Os pacientes devem ser avisados das potenciais complicações que possam surgir51,42.

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h

Fig. 1, a-h. Casos clínicos de osteonecrose cedidos pelo médico dentista António Mano Azul. Na fig. 1g, observam-se os dentes 45 e 46 após a exodontia com parte do osso necrótico envolvente.

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Fig. 2. Imagens clínicas de osteonecrose seis meses após o início do aparecimento da lesão. O paciente fez tratamento oncológico com toma de Bfs para tratar a leucemia. Utilização de prótese removível mal adaptada e aparecimento da lesão um ano após o término do tratamento.

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Fig. 3, a-n. Imagens radiográficas obtidas por tomografia computorizada (TC) mandibular correspondentes às imagens clínicas (figs. 3i a 3l) e compatíveis com a extensa osteonecrose do terceiro quadrante.

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Conclusões • Os bifosfonatos são um dos fármacos mais prescritos em todo o mundo. • Embora a osteonecrose seja uma condição rara, o seu potencial risco não deve ser negligenciado. • A relação entre a terapia com Bfs e a osteonecrose da maxila e/ou mandíbula ainda não se encontra totalmente entendida. O seu aparecimento parece ser superior após procedimentos dentários cirúrgicos invasivos, especialmente exodontias. • Ainda não existem recomendações claras sobre o melhor modo de atuação em pacientes a tomar Bfs. Existem apenas recomendações e linhas orientadoras que podem ser úteis na abordagem do doente. • Segundo a evidência científica mais atual, as recomendações relativamente à interrupção ou paragem dos Bfs continua incerta. No entanto, tendo em conta as indicações da AAOMS, 2014, deverá realizar-se uma interrupção prévia de dois meses antes de qualquer procedimento cirúrgico invasivo. • Pacientes a tomar Bfs deverão ter consultas de controlo com intervalos de tempo curtos e deverão ser informados de quais os sinais e sintomas iniciais de osteonecrose. A comunicação e coordenação entre o médico e o médico dentista é fundamental no estabelecimento de medidas direcionadas para a prevenção do desenvolvimento da MRONJ.

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Ciência e prática

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Ciência e prática

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Cirurgia de alongamento coronário. Série de casos clínicos (Premiado como melhor póster científico da terceira edição da Reunião SPPI Jovem, com o patrocínio da MAXILLARIS)

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Ciência e prática Tony Rolo Médico dentista. Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC). Assistente convidado de Periodontologia da Área de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (AMD-FMUC). Aluno de Doutoramento da FMUC. tonyrolo@sapo.pt Daniela Santos Silva Médica dentista. Mestrado Integrado em Medicina Dentária pela FMUC. Assistente voluntária de Periodontologia da AMD-FMUC. Aluna de Doutoramento da FMUC. Elsa Domingues Médica dentista. Licenciada pela FMUC. Curso de Especialização em Periodontologia e Implantes pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Assistente convidada de Periodontologia da AMD-FMUC. Orlando Martins Médico dentista. Licenciado pela FMUC. Doutoramento pela FMUC. Assistente convidado de Periodontologia da AMD-FMUC. Isabel Poiares Baptista Médica dentista. Licenciada pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Professora auxiliar de Periodontologia da AMD-FMUC. Coimbra.

Tony Rolo

Introdução Hoje em dia, um sorriso estético não se baseia apenas em fatores dentários relacionados com a cor, a forma ou o alinhamento dos dentes nas arcadas, mas implica também a presença de tecidos periodontais saudáveis e com um contorno gengival

harmonioso. A criação deste equilíbrio entre as estéticas rosa e branca revela-se de particular importância na abordagem de pacientes com sorriso gengival e outras assimetrias gengivais, ou na execução de restaurações estéticas, funcionais e com boa integração biológica.

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Ciência e prática

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JAC – crista óssea

Gengiva aderente

Técnica cirúrgica

≥ 2 mm

Alta

Gengivectomia

≥ 2 mm

Mínima

Retalho reposicionamento apical (incisão intrasulcular)

< 2 mm

Alta

Retalho reposicionamento apical (incisão paramarginal) + osteotomia

< 2 mm

Mínima

Retalho reposicionamento apical (incisão intrasulcular) + osteotomia

Alongamento coronário

Osteotomia

Sem procedimentos restauradores

2 mm

Com procedimentos restauradores

3 a 4 mm

Tabela 1. Vários tipos de biomateriais utilizados na preservação do alvéolo pós-extração. Adaptado de Jambhekar e cols., 2015.

Objetivo Recorrendo a uma série de casos clínicos, este trabalho pretende rever as principais técnicas cirúrgicas de alongamento coronário, focando os critérios utilizados na seleção da técnica mais adequada, segundo uma perspetiva estética, periodontal e restauradora.

sobre a tangente incisivo-canino; d) os zénites dos incisivos laterais superiores contra-laterais estão numa situação idêntica à anterior, mas a tangente incisivo-canino apresenta inclinações diferentes1.

Cirurgia de alongamento coronário Variantes estéticas da linha gengival cervical A exposição de 3 mm de gengiva para além dos limites cervicais dos dentes é aceitável sob o ponto de vista estético, pelo que um sorriso é tido como gengival sempre que a exposição gengival ultrapasse o referido valor num sorriso moderado. Por sua vez, a linha gengival cervical pode apresentar quatro tipos de contorno gengival estético. Todas estas variantes pressupõem a simetria do nível dos zénites dos incisivos centrais superiores, aceitando contudo ligeiras assimetrias nos zénites dos incisivos laterais e caninos superiores: a) os zénites dos incisivos laterais superiores estão simetricamente localizados para coronal (1 a 2 mm) da linha tangente que une os zénites dos incisivos centrais e dos caninos; b) os zénites dos incisivos laterais superiores estão simetricamente localizados sobre a linha tangente incisivo-canino; c) os zénites dos incisivos laterais superiores contra-laterais localizam-se simultaneamente para coronal e

A cirurgia de alongamento coronário apresenta indicações funcionais (associadas a procedimentos de cariz restaurador) e indicações estéticas (correção de situações de sorriso gengival e outras assimetrias gengivais). A escolha da técnica cirúrgica deve basear-se numa análise prévia da estética facial e do sorriso, aliada a uma avaliação periodontal e restauradora (quando indicada). Periodontalmente, importa realçar a necessidade de avaliar, sob anestesia, a profundidade do sulco gengival, a localização da crista óssea e a sua relação com a junção amelocementária (JAC), em todas as faces do(s) dente(s) que irão ser sujeitos ao procedimento de alongamento coronário, bem como a quantidade de gengiva aderente presente. Estes fatores são determinantes para a escolha da técnica cirúrgica a utilizar, para a confeção de guias cirúrgicas e para a possível execução de osteotomia, conforme a seguinte tabela de decisão terapêutica (tabela 1)2,3,4,5.

Casos clínicos Sete casos clínicos envolvendo situações de desarmonia do contorno gengival (com e sem tratamento restaurador) e sorriso gengival foram tratados com recurso a gengivectomia ou a cirurgia de reposicionamento apical, associada ou não a cirurgia óssea e com uma avaliação pós-operatória de seis a 52 meses.

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Ciência e prática

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Caso nº 1 Correção de assimetria do contorno gengival do dente 11 através de gengivectomia com Laser Er:YAG. Paciente do sexo feminino, 23 anos, saudável, não fumadora. Follow-up: 24 meses.

Fig. 1. Sorriso inicial.

Fig. 2. Assimetria inicial dos zénites dos dentes 11 e 21.

Figs. 3 e 4. Sondagem da crista óssea sob anestesia e marcação do novo zénite do dente 11.

Fig. 5. Pós-operatório imediato.

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Fig. 6. Controlo aos 24 meses.


Ciência e prática

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Fig. 7. Sorriso aos 24 meses.

Caso nº 2 Alongamento coronário pré-protético do dente 23 através de cirurgia de reposicionamento apical e osteotomia. Paciente do sexo feminino, 41 anos, saudável, não fumadora. Follow-up: 52 meses.

Fig. 8. Desarmonia inicial entre as coroas clínicas dos dentes 13 e 23.

Figs. 9 e 10. Marcação do novo ponto zénite do 23 e avaliação da quantidade de gengiva aderente remanescente.

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Fig. 11. Pós-operatório imediato.

Fig. 12. Cicatrização aos dois meses com coroa provisória inicial.

Fig. 13. Controlo aos 52 meses com coroa cerâmica.

Fig. 14. Controlo aos 52 meses (vista frontal).

Caso nº 3 Correção de assimetria do contorno gengival por erupção passiva alterada através de cirurgia de reposicionamento apical e osteotomia. Paciente do sexo feminino, 30 anos, saudável, não fumadora. Follow-up: seis meses.

Fig. 15. Sorriso inicial.

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Fig. 16. Assimetria inicial do contorno gengival de 13 a 23.


Ciência e prática

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Fig. 17. Incisão paramarginal.

Fig. 18. Retalho de espessura total e exposição da crista óssea.

Fig. 19. Osteotomia.

Fig. 20. Pós-operatório imediato.

Fig. 21. Controlo aos seis meses.

Fig. 22. Sorriso aos seis meses.

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Ciência e prática

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Caso nº 4 Correção de sorriso gengival com erupção passiva alterada através de cirurgia de reposicionamento apical e osteotomia. Paciente do sexo feminino, 27 anos, saudável, não fumadora. Follow-up: seis meses.

Fig. 23. Sorriso inicial. Presença de excesso maxilar vertical.

Fig. 24. Situação inicial.

Fig. 25. Pós-operatório imediato.

Fig. 26. Controlo aos seis meses.

Fig. 27. Sorriso aos seis meses.

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Publique o seu artigo na MAXILLARIS

Regras de publicação dos artigos científicos: • Os artigos não podem ter sido editados em outra publicação. • O texto deve ser enviado em formato word (CD ou correio eletrónico). • O conteúdo não deve ser publicitário (não admitimos comparações entre produtos nem trabalhos destinados a exaltar as características de marcas comerciais), ainda que possam constar nomes de produtos ou aparelhos utilizados no decorrer do trabalho. • O artigo deve estar estruturado, no mínimo, em: introdução, desenvolvimento, conclusões e bibliografia. • A bibliografia deverá ser organizada respeitando a ordem em que for apresentada no texto (quando a ela se faça referência) ou por ordem alfabética, e indicada da seguinte maneira: Silverman E, Cohen M. The Twenty minute full strip up. J Clin Orthod. 1976; 10: 764. • Fotografias em formato jpg ou tif, escaneadas a 250/300 pixéis por polegada, com dimensões mínimas de 9 cm de largura. Caso não seja possível, poderão enviar-se os originais para ser escaneados na nossa redação. • Foto do primeiro autor (meio corpo ou corpo inteiro, de modo a poder ser recortada). • Nome, apelidos e titulação de todos os autores. • Correio eletrónico do autor, ao qual enviaremos a maqueta para revisão antes da publicação.

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Nota: após receção do artigo, este será enviado à nossa Comissão Científica para aprovação.


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Caso nº 5 Correção de sorriso gengival com erupção passiva alterada através de cirurgia de reposicionamento apical e osteotomia. Paciente do sexo feminino, 27 anos, saudável, não fumadora. Follow-up: seis meses.

Fig. 28. Sorriso inicial.

Fig. 29. Situação inicial.

Fig. 30. Pós-operatório imediato.

Fig. 31. Controlo aos seis meses.

Fig. 32. Sorriso aos seis meses.

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Caso nº 6 Correção de sorriso gengival com erupção passiva alterada através de cirurgia de reposicionamento apical e osteotomia. Respiradora bucal. Paciente do sexo feminino, 46 anos, saudável, não fumadora. Follow-up: 31 meses.

Fig. 33. Sorriso inicial.

Fig. 34. Situação inicial. Mordida topo-a-topo anterior e cruzada posterior direita. Caso enviado por colega ortodontista por ausência de condições para tratamento ortodôntico-cirúrgico.

Fig. 35. Ensaio da guia cirúrgica para avaliação prévia da estética final.

Fig. 36. Incisão paramarginal e remoção do colar de tecido gengival.

Figs. 37 e 38. Osteotomia de 13 a 23.

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Fig. 39. Pós-operatório imediato.

Fig. 40. Controlo aos 31 meses.

Fig. 41. Sorriso aos 31 meses.

Caso nº 7 Correção de sorriso gengival com erupção passiva alterada através de cirurgia de reposicionamento apical e osteotomia. Paciente do sexo feminino, 32 anos, saudável, fumadora (cinco cigarros/dia). Follow-up: seis meses.

Fig. 42. Sorriso inicial.

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Fig. 43. Situação inicial.


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Fig. 44. Ensaio da guia cirúrgica para avaliação prévia da estética final.

Fig. 45. Pós-operatório imediato.

Fig. 46. Controlo aos seis meses.

Fig. 47. Sorriso aos seis meses.

Conclusão A criação de um sorriso harmonioso requer a sua integração no contexto facial, labial, dentário e periodontal. Neste sentido, a seleção da técnica adequada de alongamento coronário deve basear-se em critérios estéticos, periodontais e/ou restauradores, respeitando a individualidade do conceito de espaço biológico.

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Imagens da medicina oral Caso clínico Germán Esparza Gómez Médico estomatologista. Doutorado em Medicina e Cirurgia. Professor titular de Medicina Oral. Departamento de Medicina e Cirurgia Orofacial da Faculdade de Odontologia da Universidad Complutense de Madrid (Espanha). Conferencista patrocinado pela MAXILLARIS no 25º Congresso Anual da OMD. medoral@infomed.es

Descrição do caso Uma mulher de 83 anos refere que desde há aproximadamente seis meses tem uma lesão na gengiva. Não provoca dor, mas sangra ao mínimo contacto. A paciente não a relaciona com nada em particular. Indica que está em tratamento para a sua hipertensão arterial (Ameride® e Atacand® Plus) e toma Orfidal® para dormir. Não fuma e carece de outros antecedentes de interesse. A paciente utiliza uma prótese fixa sobre os dentes 12, 11, 21 e 22. Sobre o 22 (pôntico) observa-se uma lesão exofítica, de forma arredondada, de cerca de 8 mm de diâmetro, com áreas hemorrágicas na sua superfície e que sangra profusamente ao mínimo contacto, o que dificulta a exploração. A lesão extende-se com as mesmas características no lado palatino. O resto da pesquisa está dentro da normalidade. Procedeu-se a uma biopsia excisional e a mostra foi remetida para estudo histopatológico.

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Imagens da medicina oral

Diagnóstico anatomopatológico: Granuloma piogénico Granuloma piogénico (I) - etiologia - clínica

Comentários O granuloma piogénico é uma lesão exofítica muito comum da mucosa oral. Tradicionalmente, considera-se uma forma de reação exagerada dos tecidos perante alguma irritação continuada local ou traumática (presença de placa e cálculo, má posição dentária, etc.). Presume-se que uma má higiene oral, que produz irritação e inflamação gengival, atua como detonante na maioria dos casos. Entende-se como uma lesão de natureza reativa e não neoplásica. Também se associa à sua possível origem a ingestão de fármacos, tais como antidiabéticos, anticoncetivos orais ou corticóides. Ao longo dos anos, recebeu diferentes denominações (botriomicoma, granuloma telangiectásico, hemangioma capilar, etc.), mas a designação atual é a que permanece fortemente assente na literatura (em todos os idiomas), embora descritivamente não seja a mais assertiva: não é um verdadeiro granuloma sob o ponto de vista histopatológico e também não é de origem infeciosa nem produz pus. Pode aparecer a qualquer idade, mas é mais frequente entre a segunda e a quinta década de vida. Além disso, tem uma frequência redobrada nas mulheres, possivelmente devido aos efeitos vasculares das hormonas femininas; em numerosas ocasiões aparece em mulheres grávidas, com a denominação de granuloma gravídico ou tumor da gravidez. Clinicamente, apresenta-se como uma massa exofítica sobre o resto da mucosa, que pode ser pediculada ou séssil, leve ao tato e com uma superfície lisa ou lobulada. Habitualmente apresenta uma cor avermelhada e uma aparência muito vascularizada, ainda que quando tem muito tempo de evolução o aspeto seja rosado e mais fibroso. Por vezes, podem surgir ulcerados na superfície. O tamanho pode oscilar entre alguns milímetros, no caso das lesões mais pequenas, até vários centímetros, nas mais volumosas. Normalmente, é assintomático e não provoca dor, no entanto, devido à sua grande vascularização e ao fino epitélio que o cobre, sangra com facilidade perante traumatismos mínimos (escovagem, mastigação, etc.). Os granulomas piogénicos podem alarmar, tanto o paciente como o profissional, devido ao seu rápido crescimento, que pode levar a pensar num processo maligno, mas o seu potencial de desenvolvimento é limitado: a partir de um determinado ponto, deixam de crescer. Relativamente à sua localização, situam-se preferencialmente na gengiva (quase 80% dos casos), sobretudo no maxilar superior e em zonas anteriores, seguindo-se na língua, nos lábios e nas mucosas jugais. São mais habituais na vertente vestibular, embora frequentemente se extendam pelo lado lingual ou palatino através do espaço interdentário.

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P O R T U G A L

Patrocinador científico do XXV Congresso Anual da Ordem dos Médicos Dentistas com a conferência do Prof. Dr. Germán Esparza Gómez

Exponor (Porto)

10 de novembro, 09:30 horas, Auditório B

"Atitude do médico dentista perante o pré-cancro e o cancro oral precoce”

Resumo da apresentação:

Prof. Dr. Germán Esparza Gómez

Médico especialista em Estomatologia, doutorado em Medicina e Cirurgia pela Universidade Complutense de Madrid (UCM). Professor Titular de Medicina Bucal. Departamento de Medicina e Cirugía Bucofacial da UCM.

O cancro oral, em geral, é o décimo primeiro cancro mais frequente no mundo, e na Comunidade Europeia é a sexta localização com mais incidência. Geralmente considera-se que representa 5% de todos os cancros do organismo. Estima-se que cada ano apresentam-se 300.000 novos casos e registam-se cerca de 145.000 mortes. Apesar de existirem grandes variações regionais segundo as diferentes partes do mundo, dois terços da incidência global de cancro verificam-se em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos.

A sobrevivência no cancro oral está diretamente relacionada com o estado do paciente no momento do diagnóstico. Quase metade dos cancros orais são diagnosticados em estados avançados (estados III e IV), de resto, metade desses casos não sobreviverão em cinco anos devido, principalmente, ao atraso no diagnóstico. O papel do médico dentista geral é vital na prevenção e no diagnóstico precoce do cancro oral. A probabilidade de que um médico dentista encontre um cancro oral é baixa, mas é muito mais alta do que ao longo do seu exercicio profissional se depare com uma desordem potencialmente maligna.

Na conferência, realiza-se uma revisão das principais desordens potencialmente malignas, mais frequentes no nosso meio (leucoplasia, eritroplasia, eritroleucoplasia, líquen plano, queilite actínica), os seus modos de apresentação, assim como o cancro oral nas suas fases mais precoces enfatizando o papel do médico dentista no seu diagnóstico e na forma de lidar com estes pacientes.

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outros PERFIS Sérgio Caniço médico dentista e jogador profissional de andebol

Utilizo na minha rotina profissional muito daquilo que aprendi no desporto

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Outros perfis Sérgio Caniço iniciou-se no andebol em 2004, quando somava 11 anos de idade. Desde então, o jovem bracarense, licenciado em Medicina Dentária pela Universidade do Porto, tem vindo a acumular um invejável currículo em todos os escalões da modalidade: foi campeão nacional na categoria de infantis, tricampeão nacional em juvenis e participou no Campeonato da Europa de Sub-18, em 2010, entre outros torneios de relevo. Os primeiros passos nos clubes da primeira divisão foram dados no ABC de Braga e nos últimos três anos esteve ao serviço do Instituto Universitário da Maia (ISMAI). No início desta temporada, ingressou no novo clube da sua cidade natal – o Arsenal da Devesa –, onde espera fazer um bom campeonato. À margem dos recintos desportivos, a Medicina Dentária sempre despertou a atenção do atleta, pelo vínculo à saúde e por ser uma área com uma enorme componente prática. À MAXILLARIS, Sérgio Caniço admite que conciliar ambas as vertentes é um intenso desafio, mas com resultados muito gratificantes.

Como e quando é que se iniciou nas lides do andebol? Comecei a jogar andebol com 11 anos. O meu pai tinha um restaurante e havia um cliente, que é treinador dos infantis da equipa ABC, que andava sempre a chatear o meu pai para me levar para o andebol. Dizia que era um bom desporto para mim porque já era um miúdo muito grande e forte para a minha idade. Eu, na altura, nem sabia o que era o andebol, nem quais eram as regras, nem como se jogava. No entanto, houve um dia, durante as férias, que fui treinar e gostei imenso. Foi aí que começou uma nova paixão na minha vida. Esta modalidade foi a sua primeira escolha ou já tinha experimentado outras atividades desportivas? Já tinha praticado outros desportos, como o futebol, a natação e o taekwondo. Os meus pais sempre tiveram a preocupação de me colocarem a praticar um desporto. Eram cientes de que o desporto era muito positivo para o meu crescimento, tanto social como para a nível da saúde. Sou uma pessoa que gosta muito de comer [risos] e todos os pais querem os seus filhos saudáveis. Num país onde o futebol é (cada vez mais) o desporto-rei, como justifica a sua paixão pelo andebol? Primeiro, tive a sorte de ir para um clube com muita tradição e envolvência e que tem uma grande preocupação com a formação de atletas: o ABC de Braga. Neste clube aprendemos desde muito novos os valores do respeito, da humildade, do trabalho, do sacrifício, e claro, o valor das vitórias. É considerada a melhor escola de formação do país, é um clube que ganha muitas vezes e que tem como lema “primeiro formar Homens, só depois atletas”. Os resultados estão à vista… Depois, este desporto joga-se com muita intensidade, muita luta, muita estratégia e proporciona espetáculo e emoção aos adeptos, parâmetros com os quais sempre me identifiquei e que rapidamente me cativaram imenso para a prática deste desporto.

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Outros perfis Deveria haver mais apoios e divulgação de todas as modalidades desportivas, em particular no andebol, pois esta é a segunda modalidade mais praticada em Portugal

Em traços gerais, qual foi o seu percurso até chegar à primeira divisão desta modalidade, incluindo a sua passagem pela seleção nacional? Fui um atleta que percorreu todos os escalões de formação do ABC, desde os infantis até chegar aos séniores. Desde muito cedo, comecei a jogar em dois escalões de formação ao mesmo tempo, o que me permitiu trabalhar e evoluir com atletas mais velhos, que muitas vezes eram referências e ídolos para mim. Isso foi fundamental para conseguir integrar, aos 17 anos, o plantel sénior e poder começar a dar os primeiros passos na primeira divisão.

Como jogava por dois escalões de formação, fui chamado à seleção nacional no primeiro estágio da nossa geração, com 14 anos. Desde então, percorri todos os escalões de formação pela seleção nacional; tive o privilégio de representar o nosso país em torneios e campeonatos europeus. Já na primeira divisão sénior, joguei no ABC até aos 21 anos e depois tive a necessidade de mudar para o clube ISMAI, na Maia, para conseguir conciliar melhor a minha atividade desportiva com a faculdade. Após três épocas no ISMAI, e depois de ter terminado o curso de Medicina Dentária, ingressei agora num clube novo em Braga, o Arsenal da Devesa. Como comenta o atual panorama da modalidade desportiva que pratica? Acha que devia haver mais divulgação e/ou mais apoios institucionais? O andebol, como a maior parte do desporto em Portugal, não vive a situação mais desejada. Isto porque o país não se encontra na melhor situação económica, as empresas não apoiam os clubes, e estes não conseguem proporcionar as condições mais desejadas aos atletas. Em Portugal só se dá valor ao futebol, quer nos apoios como na sua divulgação. Ainda o ano passado o ABC jogou uma final europeia e não houve qualquer transmissão televisiva. É uma situação lamentável. Neste país não existe cultura desportiva. Deveria haver mais apoios e divulgação de todas as modalidades desportivas, em particular no andebol, pois esta é a segunda modalidade mais praticada em Portugal.

Sérgio Caniço (terceiro a partir da direita na fila em pé) estreou-se esta temporada no novo clube bracarense Arsenal da Devesa.

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Outros perfis Quais são as suas aspirações/metas para a temporada de 2016-2017 (e já agora para os próximos anos)? Este vai ser um ano de mudança em todos os aspetos. Terminei recentemente o meu curso de Medicina Dentária e, de forma a poder iniciar a minha atividade profissional o mais rapidamente possível e com as melhores condições, optei por voltar para a minha cidade, Braga, e aceitar o desafio de jogar no recém-primodiviosionário Arsenal da Devesa. Este é um clube que fazia todo o sentido existir em Braga. Foi formado há três anos e já se encontra no patamar mais alto do andebol português. Vou voltar a jogar com amigos e colegas que partilharam comigo a formação no ABC, sendo que temos o grande desafio de conseguir manter este clube na primeira divisão e justificar que vale a pena ter dois clubes numa cidade que sente e aprecia o andebol. Em termos individuais, quero fazer um bom e regular campeonato, de modo a poder continuar a evoluir e manter as aspirações de poder jogar num clube com objetivos de lutar por títulos. Como qualquer desportista, o que ambiciono é ganhar títulos. Que momento(s) mais marcante(s) guarda na memória, até à data, da sua carreira no andebol? Os momentos mais marcantes são sempre as finais, os títulos e as estreias. Nesse sentido, poder ter representado o meu país num europeu foi algo que me marcou imenso. Num momento em que Portugal tem vindo a destacar-se a nível internacional em diversas modalidades – como o futebol e o hóquei em patins –, acha que também podemos esperar um futuro promissor no andebol? Penso que sim. Em termos de clubes, o andebol tem conseguido atingir resultados muitíssimo bons. O ano passado tivemos uma final europeia portuguesa, em que o ABC ganhou ao Benfica, e nos últimos anos o campeão português tem conseguido a presença na prova máxima de clubes, a liga dos campeões. No entanto, a seleção de Portugal há muito que espreita um lugar nos europeus e mundiais da modalidade. Acho que estamos cada vez mais perto, ainda que a última qualificação tenha sido um fracasso. Ou seja, neste momento Portugal tem um grupo de gerações muito boas, que começa a colocar atletas a jogar nos melhores campeonatos europeus, podendo adquirir a experiência e a qualidade necessárias para colocar o andebol português nas grandes competições internacionais.

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O jovem médico dentista, natural de Braga, sempre deu imenso valor ao sorriso e aos dentes, por tudo aquilo que transmitem: felicidade, simpatia, bom humor, etc.

Em term do Arse


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Outros perfis Paralelamente à carreira desportiva, optou pela área da Medicina Dentária. Como justifica esta escolha e o que mais o atrai nesta profissão? Hoje em dia, e com a atual conjutura económico-desportiva do país, existe (ou deveria de existir) cada vez menos o chamado “atleta profissional”, ou seja, os mais jovens sentem cada vez mais a necessidade de conjugar o desporto de alto nível com uma carreira escolar de sucesso, preservando o seu futuro profissional. Nesse sentido, a Medicina Dentária sempre me chamou particular atenção. Além de estar relacionada com a saúde, é uma área com uma enorme componente prática e com a qual me identifico. Por outro lado, sempre dei imenso valor ao sorriso e aos dentes, por tudo aquilo que transmitem: felicidade, simpatia, bom humor, etcétera. Além disso, ambas as vertentes podem conjugar-se, como por exemplo através do uso dos protetores bucais pelos atletas do desporto de contacto. Este ano tive o privilégio de efetuar uma monografia de investigação em conjunto com o laboratório Ortolab, que permitiu concluir a necessidade de promoção e divulgação dos benefícios do uso deste dispositivo. Nesse sentido, e como também uso o protetor bucal, irei promover o seu uso, já que faz todo o sentido na prevenção de traumatismos orofaciais.

Em termos individuais, Sérgio Caniço espera fazer um bom campeonato ao serviço do Arsenal da Devesa.

A Medicina Dentária e o desporto são áreas muito diferentes, mas com princípios semelhantes. Temos que saber trabalhar em equipa, ter objetivos, método, dedicação e saber lidar com a pressão

É difícil conjugar a sua atividade desportiva com a rotina diária profissional? Sem dúvida que conciliar ambas as vertentes é um desafio, no entanto, é muito gratificante. A Medicina Dentária e o desporto são áreas muito diferentes, mas com princípios semelhantes. Temos que saber trabalhar em equipa, ter objetivos, método, dedicação e saber lidar com a pressão. Julgo que com uma vontade muito grande e uma boa organização, tudo é possível. No fundo, acredito que o desporto nos prepara melhor para os desafios da vida. Por isso, durante o curso e agora na minha rotina profissional utilizo muito daquilo que aprendi no desporto. Também considero que as pessoas devem ter um escape à sua vida profissional e familiar. Nesse sentido, acho que o desporto é fantástico, ainda para mais quando é algo de que gostamos imenso. Tem preferência por alguma especialidade da Medicina Dentária? A especialidade da Medicina Dentária com a qual mais me identifico é a área da reabilitação oral. Durante o curso, tive a oportunidade de realizar alguns trabalhos de alguma complexidade e dificuldade nesta área, com o acompanhamento de professores de enorme qualidade e conhecimento, que me despertaram imenso interesse neste domínio. Esta vai ser certamente uma área em que eu vou querer investir e praticar, por toda a sua complexidade, por toda a transformação que proporciona na vida do paciente e pelo facto de haver a necessidade de ter imensos conhecimentos e prática em diversas áreas, como a cirurgia oral, a prótese fixa e removível ou mesmo a periodontologia.

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Outros perfis

O atleta marcou o primeiro golo no escalão sénior pelo ABC de Braga, um clube com grande tradição na modalidade.

Na sua opinião, quais são as principais dificuldades que enfrentam os médicos dentistas em fase inicial de carreira? A principal dificuldade, como toda a gente sabe, é iniciar precisamente essa carreira. Em Portugal existem médicos dentistas a mais, concentrados em demasia nas grandes cidades, o que torna difícil dar oportunidades aos recém-licenciados. É um panorama extremamente frustrante para os jovens médicos dentistas que, face a este cenário, tomam cada vez mais a iniciativa de emigrar. Por outro lado, os jovens médicos dentistas sentem que, cada vez mais, há a necessidade de ter uma formação melhorada, para assim poderem ter mais oportunidades e proporcionarem tratamentos de confiança e qualidade. Que opinião tem da oferta existente em termos de formação continuada/pós-graduada? Neste capítulo, penso que temos uma boa oferta e de grande qualidade. No entanto, a dificuldade maior é em termos orçamentais. Como sabemos, a maior parte destas formações são privadas e com orçamentos exurbitantes. Perante a atual dificuldade profissional dos mais jovens, tornam-se praticamente impossíveis de frequentar. Por vezes, fazem-se formações em Portugal seme lhantes em termos de programa e qualidade às formações estrangeiras, mas mais caras. Na minha opinião,

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Sérgio Caniço (segundo a partir da esquerda) cantando o hino nacional com os companheiros da seleção Sub-18.

isto não faz sentido. Também considero que as formações nacionais deveriam privilegiar mais a componente prática em pacientes, algo que é fundamental na nossa profissão, sem descurar naturalmente a parte teórica. Apesar da sua forte ligação ao andebol, já equacionou a possibilidade de procurar outras paragens (além-fronteiras) em termos profissionais? Claramente que sim, principalmente em termos de formação. Como referi anteriormente, os jovens médicos dentistas têm imensa dificuldade em iniciar a carreira e, por vezes, iniciam-na com condições pouco cativantes. Perante este cenário, claro que equaciono a possibilidade de procurar uma melhor situação profissional. No entanto, tudo farei para conseguir crescer e exercer no meu país, lutando por conseguir ter o meu espaço e o devido reconhecimento. Em termos globais, quais são as suas expectativas relativamente ao futuro da Medicina Dentária nacional? Acho que o futuro da Medicina Dentária nacional está bem entregue. Sinto que estas novas gerações têm muita necessidade de afirmação, que procuram formar-se e praticar uma Medicina Dentária de qualidade e com impacto. Sou uma presença assídua em muitos congressos portugueses e fico maravilhado com os casos clínicos apresentados. Penso que, com o acompanhar da tecnología e materiais, iremos praticar uma Medicina Dentária com relevo, sendo os nossos pacientes os mais beneficiados.


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A nova escova incorpora a função de controlo de posição para que o utilizador veja em direto como evolui a sua escovagem

Oral-B Genius, mais eficiência, mais profissionalismo e mais tecnologia

A Oral-B deu mais um passo na sua caminhada em direção à escova de dentes eletrónica ideal. No passado dia 16 de setembro apresentou em Madrid o modelo Genius, a primeira escova inteligente que ajuda a realizar escovagens tal e como recomendam os profissionais da área da Medicina Dentária.

Mediante a app 4.1.1 da Oral-B a escova conecta-se com o smartphone do utilizador e reconhece o seu rosto.

Illán Puerto, product manager da Oral-B, descreveu aos assistentes todas as prestações técnicas da nova escova.

Este novo produto tem como principal característica a inovadora tecnologia de deteção de posição que, graças à app 4.1 da Oral-B, permite registar nos smartphones dos utilizadores as áreas que foram escovadas para assegurar que não resta nenhuma zona sem escovar. O utilizador só necesita conetar a escova com o telefone móvel e, após uns passos simples, pode ver como evolui a escovagem em cada um dos sextantes da boca. Durante a apresentação do modelo Genius, que decorreu em Madrid (Espanha), os assistentes puderam comprovar in loco a simplicidade deste processo, que vincula diretamente a tecnologia com a higiene oral. “O paciente só tem que colocar o telefone à sua frente para o reconhecimento facial – aplica-se um suporte para o fixar ao espelho da casa de banho – e a partir de aí comprova como vai evoluindo a sua escovagem, passando os sextantes de azul a branco quando já se efetuaram 20 segundos de escovagem adequada”, descreveu o doutor Ángel Alcaide, manager de Relações Institucionais e Académicas da Oral-B. Desta forma, o utilizador conhece exatamente o tempo de escovagem empregue em cada sextante e, se por qualquer motivo interrompe a escovagem, pode depois retomá-la para a completar adequadamente. O novo Genius comercializa-se com uma caixa de viagem na qual, além do carregador, também se pode conectar o smartphone do utilizador. Graças a esta escova inteligente, o profissional também pode prescrever ao seu paciente uma rotina de higiene personalizada, aumentando o tempo de escovagem onde for necessário. Assim, o paciente pode registar os dados da clínica e do seu profissional, bem como as consultas que tenha programadas.

O doutor Héctor Rodríguez, patrono da Fundação da Sociedade Espanhola de Periodontia e Osteointegração e colaborador da Oral-B neste projeto, participou também na apresentação, para assinalar que o novo lançamento da marca foi capaz de oferecer não só uma ferramenta útil para manter a higiene, como também um dispositivo com o qual um hábito rotinário ganha um aspeto lúdico e motivador.

Os assistentes puderam experimentar em direto as novas funções do modelo Genius.

Cerca de 150 pessoas (profissionais e membros da imprensa) compareceram à apresentação em Madrid (Espanha), no passado dia 16 de setembro.

Além do doutor Héctor Rodríguez, participaram na apresentação outros ilustres profissionais do país vizinho, como os doutores Mariano Sanz e David Herrera, que trataram com os seus respetivos pontos de vista o papel da prevenção como a chave para o êxito em saúde oral e geral. No ato interviram Illán Puerto, product manager da Oral-B, e Rodrigo Miranda, que levou a cabo a conferência intitulada “Internet das pessoas e a saúde no mundo digital de hoje”. A escova inteligente Genius incorpora, além do controlo de posição, a tecnologia oscilante-rotacional-pulsátil, com até 45.000 pulsações e 10.500 oscilações por minuto; um temporizador profissional e triplo controlo de pressão, com redução da velocidade de rotação, interrupção das pulsações e indicador luminoso quando se exerce uma pressão excessiva.

PUBLIRREPORTAGEM


Calendário de cursos

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ESTÉTICA

CIRURGIA ORAL

Pós-graduação em cirurgia oral

Facetas com IPS Style

A B. Braun Dental Care prossegue a sua aposta na formação dos profissionais de Medicina Dentária, através do seu apoio à primeira pós-graduação em cirurgia oral do Instituto de Ciências da Saúde do Centro Regional de Viseu da Universidade Católica Portuguesa (UCP). Esta formação, que conta com a colaboração de mais de uma dezena de professores residentes e convidados, centrar-se-á em temas como a prática clínica em pacientes, a patologia oral, quistos e tumores dos maxillares, cirurgia regenerativa em implantologia e infeções odontogenéticas, entre outros.

A Medicina Dentária estética atual exige ao técnico soluções cada vez mais próximas da natureza, e uma das que mais ajudarão o profissional do setor a consegui-lo é a técnica de ceLuís Fonseca. râmica sobre refratário. Para a aperfeiçoar o técnico Luís Fonseca dirige um completo curso, composto por dois módulos que se realizarão nos dias 7 e 8 deste mês (primeiro módulo) e 14 e 15 de novembro (segundo módulo) no Centro de Formação da Dental Artistry, em Lisboa. Durante esta ação formativa, utilizar-se-á a nova cerâmica sobre metal IPS Style assim como o sistema de maquilhagens universais IPS Ivocolor.

UCP. 232 419 500 - www.viseu.ucp.pt

Ivoclar Vivadent. icde.es@ivoclarvivadent.com - www.ivoclarvivadent.com

ESTÉTICA

ESTÉTICA

Título de especialista em estética dentária

Cursos hands-on na Expo-Dentária

A CEOdont (Grupo Ceosa) organiza uma nova edição desta formação especializada, que se celebra em Madrid (Espanha). Eis os próximos módulos do curso: • 4. Restauração com compósito I; 14 e 15 deste mês. • 5. Restauração com compósito II; 25 e 26 de novembro. • 6. Capas de porcelana I; de 26 a 28 de janeiro de 2017. • 7. Capas de porcelana II; de 23 a 25 de fevereiro de 2017. • 8. Coroas de recobrimento total; 24 e 25 de março de 2017. • 9. Curso na Universidade de Nova Iorque; de 20 a 24 de junho de 2017.

No âmbito do próximo congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, que se celebra em novembro, no Porto, a Voco agendou uma série de cursos hands-on, orientados pelo médico dentista Cristiano Alves, que vão decorrer no stand que a marca exibirá na Expo-Dentária. Eis o calendário das sessões: • Estratificação com Amaris (a partir das 14 horas) e Restaurações com Admira Fusion (17 horas), 10 de novembro. • Restaurações com Admira Fusion (11 horas) e Estratificação com Amaris (15 horas), 11 de novembro. • Estratificação com Amaris (11 horas) e Restaurações com Admira Fusion (15 horas), 12 de novembro.

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

Voco. 937 083 146 (Pedro Vilela) - p.vilela@voco.com

IMPLANTOLOGIA

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ODONTOPEDIATRIA

Cursos intensivos de implantologia

Título de especialista em odontopediatria

A AB Implantes, em parceria com a Oralklass, prossegue a sua aposta na transmissão dos conceitos teórico-práticos necessários à implantologia, que têm suscitado cada vez mais interesse por parte dos clínicos. No curso agendado para o próximo mês de dezembro ainda existem lugares disponíveis para médicos dentistas que queiram iniciar esta prática clínica. A AB Implantes garante que todos os inscritos irão adquirir, ao longo de seis dias intensos, os conhecimentos fundamentais nesta área.

CEOdont organiza no próximo ano este curso modular com o objetivo de responder à necessidade de formação no conhecimento da Medicina Dentária centrada no paciente em crescimento. O programa é composto pelos seguintes módulos: • 1. O êxito no controlo do comportamento na criança; 20 e 21 de janeiro. • 2. Desafios da prevenção e odontologia conservadora nas crianças; 17 e 18 de fevereiro. • 3. Traumatismos e patologia pulpar na dentição temporária e permanente jovem; 10 e 11 de março. • 4. Patologia médico-cirúrgica infantil; 28 e 29 abril.

Implantes AB Portugal. 220 927 540 / 220 927 410 - geral@abimplantes.com

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

MAXILLARIS OUTUBRO 2016


ORTODONTIA

ORTODONTIA

Curso sobre o sistema ortodôntico AdvanSync 2

Sessões formativas sobre o sistema CCC

A Ormco realiza no dia 22 de este mês, num hotel do Porto, um curso dedicado ao sistema ortodôntico AdvanSync 2 Class II Molar to Molar. Esta formação, que conta com a colaboração do laboratório de ortodontia Madrident (Espanha), será ministrada pelo médico dentista norte-americano Bill Dischinger, especializado em ortodontia e professor adjunto da University of Pacific School of Dentistry Department of Orthodontics, em São Francisco (Estados Unidos).

Nos próximos dias 29 deste mês e 5 de novembro, realiza-se no Porto e em Lisboa, respetivamente, uma sessão formativa (Study Club) sobre o sistema CCO (Complete Clinical Orthodontics), fabricado pela Dentsply Sirona. O principal objetivo desta formação, orientada por Armando Dias Silva e Álvaro Larriu, é demonstrar o motivo pelo qual o sistema CCO (auto-ligável interativo) permite obter o máximo controle rotacional e de expressão de torque. O curso contempla o seguinte programa: introdução à técnica auto-ligável, sistema CCO, porque se trata de um sistema interativo, as vantagens ilustradas em casos clínicos, e o futuro.

Ormco. 936 867 195 / 935 087 118 - elisabete.martinho@ormco.com - louis.patel@ormco.com

Dentsply Sirona. ccoiberia@gmail.com

ORTODONTIA

ORTODONTIA

Pós-graduação em técnicas ortodônticas avançadas

Título de especialista em alinhadores invisíveis

A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) inicia este mês o primeiro curso de pós-graduação em técnicas ortodônticas avançadas, que se desenvolverá por um período de 24 meses, até outubro de 2018. Este curso, inovador em Portugal, tem como principal objetivo contribuir para a formação pós-graduada em técnicas avançadas e diferenciadas em ortodontia como o sistema Invisalign e as técnicas auto-ligáveis. Serão abertas 12 vagas, estando previsto o tratamento de pacientes ao longo do curso, que terá como coordenadora Eva Mayo, com uma larga experiência e formação neste domínio.

A CEOdont (Grupo Ceosa) organiza nos dias 27 a 30 deste mês um curso de especialista em alinhadores invisíveis, orientado por Andrade Neto. Esta formação é dirigida a todos os pós-graduados que queiram iniciar-se ou aperfeiçoar-se nesta área. Serão abordadas várias técnicas, desde os sistemas que realizam set-up de laboratório aos que utilizam alicates ou elásticos e botões, facilitando ao profissional um amplo conteúdo para a sua prática diária com alinhadores invisíveis. Ao concluir o curso, os alunos contarão com apoio diagnóstico e de laboratório para os seus primeiros casos.

FMUP. congressoortodontiafmup@gmail.com

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

ORTODONTIA

Calendário de cursos

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PERIODONTIA

Pós-graduação em ortodontia

Cursos práticos de periodontia

A Ortocervera (Grupo CEOSA) já prepara a 84ª edição da pós-graduação em ortodontia funcional, aparatologia fixa e autoligado, orientada por Alberto Cervera. O início do novo curso está agendado para o dia 23 de março do próximo ano, em Madrid (Espanha). Esta especialização está estruturada em quatro áreas formativas: protocolo de diagnóstico e tratamento, estudos de síndromes clínicos, práticas em tipodontos com brackets de autoligado e práticas clínicas tutorizadas.

O Instituto Casan tem programado um novo ciclo de cursos práticos de periodontia, que decorre na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Ciências Médicas de Villa Clara, em Cuba, sob a orientação da médica dentista Mitdray Corrales Álvarez, chefe do Serviço de Periodontia da referida faculdade cubana. Os participantes poderão realizar cirurgias periodontais ressectivas e regenerativas para o tratamento de bolsas periodontais, vestibuloplastias, usar biomateriais em periodontia e proceder a alongamentos coronários, etc.

Ortocervera (Grupo CEOSA). (0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

Instituto Casan. (0034) 918 586 594 - info@institutocasan.net

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Calendário de cursos

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PRÓTESE

VÁRIOS

Curso intensivo de prótese dentária

Formação sobre ética e deontologia

O Centro de Estudos do Amial, com sede no Porto, inicia no dia 13 deste mês um curso intensivo de prótese dentária para médicos dentistas que procuram o desenvolvimento e a atualização das suas competências clínicas neste domínio. Com este enquadramento, o curso, que decorrerá nas instalações do referido centro de estudos e da Clínica de Medicina Dentária Dr. Manuel Neves, foi estruturado em quatro módulos que contemplam sessões teóricas e pré-clínicas, transmissões de atos clínicos em direto e trabalhos em pacientes nos vários consultórios da clínica disponíveis para o efeito.

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) leva a cabo no dia 14 deste mês, em Beja, mais uma ação formativa sobre ética e deontologia, com discussão de casos reais, destinada exclusivamente a médicos dentistas. O Conselho Deontológico e de Disciplina da OMD aproveita estas sessões para, de uma forma pedagógica, dar a conhecer os princípios básicos e fundamentais que regulam o exercício da Medicina Dentária, através da apresentação e discussão de casos tipo, criando desta forma uma maior interatividade com os médicos dentistas.

Centro de Estudos do Amial. 228 347 766 - anacristina@manuelneves.com

OMD. 226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt

VÁRIOS

VÁRIOS

Curso teórico-prático de dentisteria e prótese fixa

Novos conceitos em endodontia, odontologia restauradora e estética

A Malo Clinic Education organiza, nos dias 2 e 3 de dezembro, uma formação teórico-prática com David Gerdolle, subordinada aos temas “Secrets of isolation” e “Bio-emulated indirect posterior restorations: the daily work flow”. Este curso é uma mais-valia para os profissionais que se dedicam à dentisteria e à prótese fixa. No âmbito do primeiro tema, o orador falará sobre materiais, estratégias, sequência operatória e obstáculos, entre outros. Apresentará ainda os princípios do conceito bio-emulated, abordando em detalhe o IDS (Immediate Dentin Sealing), o Deep Margin Elevation, a seleção de cor e as técnicas de cimentação adesiva.

A Dentsply Sirona prepara um curso modular subordinado à temática “Novos conceitos em endodontia, odontologia restauradora e estética”, que se iniciará em novembro, em Barcelona (Espanha). Esta formação teórico-prática tem por objetivo solucionar problemas na rotina diária da clínica dentária. O programa divide-se nos seguintes módulos: • 1. Atualização em endodontia; 18 e 19 de novembro. • 2. Atualização em odontologia restauradora no setor posterior (restauração do dente endodonciado); 16 e 17 de dezembro. • 3. Atualização em odontologia restauradora estética no setor anterior (capas de compósito e capas de porcelana); 20 e 21 de janeiro de 2017.

Malo Clinic Education. 217 247 080 - education@maloclinics.com

Dentsply Sirona. formacion@dentsplysirona.com

VÁRIOS

Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS A Ortocervera (Grupo CEOSA) organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS, protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algorritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado. Ortocervera (Grupo CEOSA). (0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com www.ortocervera.com

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Congressos e reuniões

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APMO prepara reunião de inverno

Lisboa acolhe segunda edição do congresso SPED Rookies

Encontro anual da SPPI realiza-se em fevereiro

A próxima reunião de inverno da Academia Portuguesa de Medicina Oral (APMO) vai ter lugar nos dias 3 e 4 do de fevereiro de 2017, em Lisboa. Este encontro científico, aberto a todos os profissionais e estudantes da área da saúde, tratará as áreas da medicina, da patologia e cirurgia orais, os doentes medicamente comprometidos e os idosos, bem como temáticas em relação às quais continuam a existir lacunas de formação e conhecimento. Durante a reunião vão realizar-se diversos cursos práticos dirigidos a várias categorias profissionais.

A Sociedade Portuguesa de Estética Dentária (SPED) organiza no dia 22 deste mês, nas instalações da Fundação Oriente, em Lisboa, a segunda edição do congresso SPED Rookies, impulsionado pelo crescente interesse na área da estética dentária e pelo sucesso que este evento obteve aquando da sua estreia, em 2015. Médicos dentistas e técnicos de prótese dentária voltam, assim, a mostrar o que de melhor se produz em Portugal no âmbito da estética dentária. O SPED Rookies afirma-se como um evento inovador marcado pela atualidade e o rigor do conteúdo científico. Em suma, o congresso apresenta um conjunto de oradores jovens e dinâmicos, que se afirmam como novos valores da Medicina Dentária a nível nacional.

A próxima reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI) já tem data e local marcados: vai decorrer no dia 18 de fevereiro de 2017 num hotel do Parque das Nações, em Lisboa. Destaca-se a presença do conferencista Pierpaolo Cortellini, cuja intervenção preencherá todo o período da manhã com uma abordagem ao tema “Tratamento microcirúrgico periodontal regenerativo: o estado da arte”. Também está prevista a participação de um vasto leque de oradores nacionais, nomeadamente Patrícia Almeida Santos, Célia Alves, Ana Ferro, Paulo Mascarenhas, Helena Francisco, Orlando Martins, Gil Alcoforado, Susana Noronha, Rui Pereira da Costa e André Chen.

www.apmo.pt

sppi2017@gmail.com www.spedrookies.pt

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Congresso anual da OMD regressa à Exponor

SPDOF estreia em março meeting internacional

KLOCKNER celebra congresso no Porto

A 25ª edição do congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) vai ter lugar entre os dias 10 e 12 de novembro, na Exponor (Porto). O encontro da OMD caracteriza-se pela qualidade científica dos seus programas. Entre os conferencistas que já confirmaram a sua presença no congresso deste ano, destacam-se os brasileiros Christian Coachman e Wal demar Polido, os britânicos Nigel Pitts e Nicola West, os espanhóis Germán Esparza Gómez, Javier Gil Mur e Eva Berroeta, o italiano Federico Ferraris e o japonês Mitsuhiro Tsukiboshi.

A Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandi bular e Dor Orofacial (SPDOF) vai realizar o seu primeiro meeting internacional no dia 25 de março do próximo ano, na cidade do Porto. Este encontro científico, que reunirá oradores de renome internacional de diferentes áreas da saúde, tem por objetivo principal divulgar e debater a informação mais significativa no domínio da dor orofacial e da disfunção temporomandibular, sem descurar a atualidade em outras vertentes da medicina e da saúde oral.

A KLOCKNER celebra um congresso no dia 28 deste mês, no Porto, com o objetivo de apresentar as vantagens e os avanços técnicos da nova superfície para implantes ContacTi. Este encontro, que também se realizou no passado mês de setembro em várias cidades espanholas, contará com a participação de oradores de Portugal e Espanha, dirigentes da KLOCKNER e membros da comissão científica que liderou as investigações e desenvolveu a superfície ContacTi.

www.omd.pt

www.spdof.pt

www.klockner.es

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ND Congresos out PT_Maquetación 1 04/10/16 12:51 Página 79

Congressos e reuniões Madrid organizará em 2017 o congresso mundial da FDI

37ª edição da IDS celebra-se em março do próximo ano

Espanha é o país anfitrião do próximo congresso mundial da Federação Dentária Internacional (FDI), que terá lugar entre os dias 29 de agosto e 1 de setembro de 2017. Concretamente, o certame vai decorrer na Feira de Madrid (Ifema), sob a organização do Consejo General de Dentistas do país vizinho. Espera-se que este congresso atraia mais de 10.000 profissionais de cerca de 150 países. O objetivo de todos eles será conhecer, em primeira mão, as novidades científicas e as últimas técnicas apresentadas por especialistas de prestígio internacional. De acordo com Óscar Castro, presidente do Consejo General de Dentistas, “a nossa organização está muito satisfeita pelo facto de Espanha ter sido elegida e, sinceramente, pensamos que foi uma decisão muito acertada”.

O próximo salão dentário internacional (IDS) de Colónia (Alemanha) vai realizar-se entre os dias 21 e 25 de março de 2017. O principal encontro mundial do mercado dentário voltará a mobilizar o setor e apresentará, uma vez mais, uma vasta gama de produtos e serviços: desde o âmbito da Medicina Dentária e da tecnologia dentária, passando pelo controlo de infeções e a prevenção, até aos sistemas de serviços, informação e comunicação, assim como os recursos organizativos. Mais de 1.400 empresas de 50 países já confirmaram a sua participação na IDS, que ocupará uma superfície bruta de exposição de 157.000 metros quadrados. info@koelnmesse.de - www.koelnmesse.de

www.fdiworldental.org

DENTSPLY Implants World Summit Tour

Nova Iorque celebra em novembro a sua reunião dentária anual

O DENTSPLY Implants World Summit Tour, que se realiza ao longo deste ano e de 2017, vai decorrer na China, no Japão, nos Estados Unidos e na Europa. O encontro deverá mobilizar 5.000 profissionais do setor dentário de todo o mundo. O programa conta com a colaboração conjunta de cientistas e investigadores conhecidos mundialmente, e consistirá em palestras de oradores internacionais, bem como de conferencistas conhecidos a nível regional. Além disso, o World Summit Tour será uma boa oportunidade para os clientes e potenciais clientes da DENTSPLY Implants descobrirem o seu leque de soluções.

O principal encontro anual do setor dentário norte-americano está agendado entre os dias 25 e 30 de novembro, em Nova Iorque (Estados Unidos). A 92ª edição do Greater New York Dental Meeting fará uma atualização dos vários quadrantes da Medicina Dentária, com o contributo de renomados conferencistas internacionais, e exibirá as últimas novidades de produtos, tecnologia e serviços do foro dentário. Esperam-se mais de 54.000 visitantes no encontro de Nova Iorque. www.gnydm.com

www.dentsplyimplants.es

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Novidades da indústria

Novidades oct PT_Maquetación 1 03/10/16 15:11 Página 80

Fotopolimerizador CO2 LED 224 152 279 / 280 - encomendas@douromed.com

Novas cerâmicas BEGO Zirkon www.bego.com

Chegou o novo fotopolimerizador comercializado pela Douromed, que já encantou centenas de clientes. A intensidade energética entre 1400-1600 mw/2 cm e o ângulo de 90° para facilitar o acesso às zonas de espaço limitado, são apenas duas das várias vantagens deste instrumento. O seu design ergonómico e leve minimiza o cansaço e maximiza o conforto. Com a bateria completamente carregada, o novo fotopolimerizador pode ser utilizado mais de uma centena de vezes, quando ajustado o tempo de trabalho para 20 segundos. O CO2 LED possui seis modos de tempo e três modos de trabalho. Está disponível em cinco cores.

A BEGO Medical tem à disposição coroas, pontes e pilares produzidos com duas novas cerâmicas. Trata-se dos materiais BEGO Zirkon HT e BEGO Zirkon LT que substituem os produtos da gama BeCe CAD Zirkon. As duas novas opções oferecem um nível mais elevado de fiabilidade e reprodutibilidade em matéria de tons para tratamentos restauradores. Com as novas linhas cerâmicas, a BEGO oferece aos profissionais do setor o máximo de diversidade em materiais e indicações ainda mais precisas. As cores especialmente desenvolvidas para estes produtos proporcionam ao utilizador um vasto campo de aplicações para a obtenção de dentaduras altamente estéticas. Os materiais da gama BEGO Zirkon HT estão disponível em sete tons, ao passo que as restaurações com BEGO Zirkon LT têm à disposição cinco tonalidades.

IPS e.max Ceram Selection incorpora os novos materiais Enamel e Effect (0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.com

Ivoclar Vivadent deu a conhecer a nova cerâmica IPS e.max Ceram Selection, composta por massas especiais Enamel e Effect que se caracterizam por cores vibrantes e propriedades de luz ótica. Com estes materiais, que se podem usar em combinação com os já existentes de IPS e.max Ceram, é possível criar caracterizações individuais de forma rápida e simples e restaurações de alta estética e naturalidade. Os novos materiais Enamel e Effect estão disponíveis em 12 cores, divididos em três grupos. Existem seis materiais sob a etiqueta Special Enamel, com uma translucidez semelhante à do esmalte natural, que se usam para ajustar a saturação e a cor da restauração. Por outro lado, entre os materiais Effect, os três etiquetados como Light Reflector refletem a luz, ao passo que os Light Absorber absorvem-na. Estas cores especiais e as suas correspondentes aplicações foram desenvolvidas com base na experiência a longo prazo no uso de IPS e.max Ceram, além de contarem na sua criação com a ajuda de reconhecidos es pecialistas e técnicos dentários europeus.

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Ueda Europa S.A. Empresa do setor dentário seleciona delegado técnico e comercial para a sua delegação de Portugal (Lisboa)

Requere-se: conhecimentos em mecânica, informática, bases de dados e eletrónica, inglês fluído, aptidões comerciais e disponibilidade para viajar. Valoriza-se experiência no setor dentário. Oferece-se: carteira de clientes, fazer parte de uma empresa com mais de 30 anos no setor, salário fixo + comissões + incentivos. Os interessados devem enviar CV para: cristina.uralde@ueda.es


Novidades da indústria

Novidades oct PT_Maquetación 1 03/10/16 15:12 Página 81

Dispositivo auto-ajustável AquaSplint Classic

ContacTi, nova superfície osteointegradora 222 026 087 - portugal@klockner.pt

223 753 879 - www.manuel-amaro.com

Após 15 anos de investigação, a KLOCKNER põe à disposição do mercado dentário a superfície ContacTi, que acelera a estabilidade biológica, assegurando a permanência do implante. ContacTi garante uma osteointegracão mais rápida, permitindo a carga definitiva do implante às quatro semanas. O tratamento termoquímico para a obtenção de ContacTi cria titanato sódico que, ao entrar em contacto com o sangue, gera uma capa de hidroxiapatite de forma espontânea, e sem a necessidade da atividade osteoblástica. A neoformação óssea mais rápida conduz a uma maior estabilidade biológica e uma osteointegração mais previsível. ContacTi está especialmente indicado para casos de carga imediata e carga precoce, proporcionando confiança em casos críticos como pacientes de risco e diminuindo as limitações da implantologia atual. ContacTi está disponível em toda a gama de implantes Vega da KLOCKNER Implant System.

O AquaSplint Classic é o único dispositivo auto-ajustável e individualizável pré-fabricado, para o tratamento da disfunção temporomandibular (DTM), que pode ser inserido de imediato na boca, sem nenhum tipo de preparação, impressão ou inscrição. O dispositivo consiste de duas almofadas de água ligadas por um tubo (aquabalance hidrostático). As almofadas de água são fornecidas com uma sela acrílica que pode ser revestida com um silicone macio especial a longo prazo. Essa individualização permite uma ótima estabilidade imediata e um grande conforto, ao contrário das talas de mordida rígidas convencionais.

Biblioteca Multimédia

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Faça o seu pedido através do tel.: 218 874 085 ou no nosso site: www.maxillaris.com.pt

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Em l espanho


Página empresarial

Empresa oct PT_Maquetación 1 03/10/16 15:06 Página 82

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BTI participa na oitava edição da Biospain

Biotech Dental associa-se ao congresso anual da SPED

O Biotechnology Institute (BTI) participou na oitava edição da exposição Biospain, que decorreu recentemente em Bilbau (Espanha), onde apresentou as últimas novidades e os avanços científicos desenvolvidos pela companhia. O referido certame constitui um fórum para a troca de conhecimento, de ideias e de experiências entre todos os agentes do setor biotecnológico. O BTI, que foi reconhecido em Espanha como a empresa biotecnológica com maior produção científica (ao abrigo do relatório ASEBIO 2015), é uma das empresas líderes em inovação e desenvolvimento em implantologia e reabilitação oral, assim como uma referência científica internacional na investigação e aplicação de terapias regenerativas com plasma rico em fatores de crescimento.

A Biotech Portugal esteve presente na última edição do congresso anual da Sociedade Portuguesa de Estética Dentária (SPED), que se realizou nos dias 9 e 10 do passado mês de setembro, em Espinho. A marca aproveitou esta oportunidade para apresentar a sua linha de produA equipa da Biotech Portugal que marcou presença tos e divulgar a formação que programou no nono congresso da SPED. para o final deste ano e para 2017. A nona edição do congresso da SPED ficou marcada pelo lançamento oficial no mercado português do scanner intraoral Condor.

bti.portugal@bticomercial.com - www.bti-biotechnologyinstitute.pt

211 913 657 - geral@biotech-implants.pt - www.biotech-dental.com

Sinusmax oferece formação na Expo-Dentária

Bien-Air apresenta promoções para o último trimestre do ano

A Sinusmax volta a marcar presença no congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas, que se realiza nos próximos dias 10 a 12 de novembro, na Exponor (Porto). A empresa adianta que, durante a Expo-Dentária, oferecerá aos seus clientes e visitantes formação na área da "Anestesia controlada Sinusmax promove cursos de anestesia eletronicamente" e sobre o "Uso do laser em Mee utilização de laser, na Expo-Dentária. dicina Dentária". Os interessados deverão proceder à sua inscrição o mais cedo possível, uma vez que o número de inscrições é limitado.

A Bien-Air tem em marcha novas promoções para os últimos meses deste ano, com preços muito interessantes e condições especiais, entre as quais se destaca o programa de testes Try for Free da nova turbina Tornado e os contra-ângulos Evo 15. Graças a esta promoção, os profissionais do setor poderão experimentar estes produtos durante sete dias, sem qualquer custo e com condições especiais de compra. Os interessados em participar neste programa devem entrar em contacto com o departamento comercial da empresa.

229 377 749 - sinusmax@sinusmax.com

(0034) 934 253 040 - comercial@bienair.com

Grupo Orisline tem nova página eletrónica

BTI marca presença em congresso espanhol

O Grupo Orisline, especializado em soluções informáticas, lançou uma nova versão do seu portal na internet. O objetivo principal é oferecer aos utilizadores uma visão completa e exaustiva da identidade da empresa e dos produtos disponíveis, facilitando aos clientes uma ferramenta otimizada para a gestão das suas licenças de software e serviços ativos, através de um grafismo atualizado e intuitivo que facilita o seu uso em diversas línguas, incluindo o português. O novo portal apresenta, entre outras opções, uma área de clientes, acessível a partir da página principal protegida por login de autenticação, que inclui uma série de serviços úteis e inovadores. Disponibiliza uma área de distribuidores, com suporte rápido e prático para inserir os pedidos e supervisionar o processo de tramitação, bem como uma secção de notícias e ligação direta às principais redes sociais.

O Biotechnology Institute (BTI) estará presente como patrocinador na próxima edição do congresso da Sociedade Espanhola de Prótese Estomatológica e Estética (SEPES), que se celebra de 13 a 15 deste mês, no Palacio Euskalduna de Bilbau (stand 1), em Espanha. O médico dentista Eduardo Anitua, presidente e diretor científico do BTI, tem prevista uma conferência (dia 14) subordinada ao tema “Um enfoque cirúrgico e protésico dos maxilares atróficos”. A participação do BTI no congresso da SEPES completa-se com um workshop ministrado por Joaquín Durán Cantolla, intitulado “A apneia do sono e a roncopatia: uma oportunidade para os dentistas e os estomatologistas”.

www.orisline.com

www.sepesbilbao2016.sepes.org

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