REVISTA MAXILLARIS OUTUBRO 2019

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Ciência e atualidade do setor dentário - ano XIV

Falamos com...

Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital

14 DE FEVEREIRO DE 2020 NA FMDUL

www.maxillaris.com/mxdaypt

António Ginjeira, presidente da Sociedade Portuguesa de Endodontologia

CRÓNICA

Tom Pitts, médico dentista especializado em Ortodontia 28a reunião científica da EAO envolveu mais de 4.500 pessoas publicidade

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outubro 2019 no 103 P

Ciência e atualidade do setor dentário - ano XIV

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destaques Crónica 28a reunião científica da EAO envolveu mais de 4.500 pessoas.

Maxillaris formaliza processo de integração no Grupo Asís Biomedia.

Falamos com...

Objetiva clínica

Nesta edição, Bruno Seabra dá-nos dicas para a escolha de uma câmara fotográfica.

António Ginjeira, presidente da Sociedade Portuguesa de Endodontologia.

Relatos Tom Pitts, médico dentista especializado em Ortodontia.

Leonor Assunção Marinho, médica dentista e voluntária da Mundo A Sorrir.

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em: Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital

day

workshops

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11:30 13:00

11:00 - 11:30 João Fonseca Introdução ao uso e ferramentas de desenho CAD utilizando software opensource

Filipe Aguilar O valor da 3ª dimensão no diagnóstico em endodontia: CBCT, seeing is believing

Pausa

13:00 - 14:00

Almoço (livre)

Palestras

14:00 Inauguração 14:15 14:45

Jaime Guimarães diretor científico da MAXILLARIS Portugal Rui Falacho presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital João Fonseca Digitalização facial 3D: como fazer, suas aplicações e potencial no diagnóstico e tratamento

15:00 15:30

Elena Cervino Influência da tecnologia digital na ortodontia

Patrocínio das empresas:

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14 fevereiro 2020 # MXdayDIGITAL PROGR A M A Esteban Xam-mar A passagem a digital, um salto no vazio?

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Filipe Aguilar O valor da 3ª dimensão no diagnóstico em endodontia: CBCT, seeing is believing

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Rafael Jaén Gutiérrez Fluxo digital entre a clínica e o laboratório com a tecnologia DGSHAPE de fresagem por via húmida (Conferência em inglês)

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Pedro Brito Precisão do fluxo digital CAD-CAM

17:15 - 17:45 Coffee-break

18:30 19:00

com o apoio da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

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Diogo Viegas O poder da Medicina Dentária digital - prática diária

Inscreva-se em: maxillaris.com/mxdaypt ou através do tel.: 218 874 085 ou e-mail: portugal@maxillaris.com 28/8/19 12:20


sumário

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Cláudia Pereira: “A importância da vigilância regular e precoce na prevenção da cárie dentária".

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Caleb Shitsuka: “Técnica de mock-up para reabilitação estética anterior no paciente odontopediátrico. Relato de um caso".

o Objetiva clínica

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o Crónica

14 28a reunião científica da EAO envolveu 15

mais de 4.500 pessoas.

Nesta edição, Bruno Seabra dá-nos as dicas para a escolha de uma câmara fotográfica.

o Quiz de medicina oral

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Maxillaris formaliza processo de integração no Grupo Asís Biomedia.

Demonstre os seus conhecimentos no teste elaborado para a Maxillaris por Germán Esparza Gómez.

o Falamos com...

o Relatos

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António Ginjeira, presidente da Sociedade Portuguesa de Endodontologia: "A grande prioridade é continuar o esforço de modernização e também de afirmação da SPE na comunidade científica e profissional”.

Leonor Assunção Marinho, médica dentista e voluntária. da Mundo A Sorrir.

o Calendário

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Tom Pitts, médico dentista especializado em Ortodontia: "Os sistemas CAD-CAM e a inteligência artificial vão continuar a melhorar o desenho do tratamento e a própria forma processual de tratar o paciente".

Agenda de cursos para os profissionais e calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais.

o Novidades

o Ciência e prática

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o Indústria

Pedro Rocha: “Elevação de seio maxilar através da preparação do leito implantar com osseodensificação".

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Produtos e equipamentos. Notícias de empresas.

A Maxillaris é uma marca registada a nível europeu pelo Departamento de Harmonização do Mercado Interior Europeu de Marcas e Desenhos com o Nº 003098449. Proprietário: Grupo Asís Biomedia. Coordenador Edição Portuguesa: João Drago. portugal@maxillaris.com Publicidade: Maria João Miranda. comercialportugal@maxillaris.com Colaboradores: Gilberto Ferreira. João dos Santos. Maria Inês de Matos. Nuria Mauleón. Valéria Baptista Ferreira.

Comissão Científica: Jaime Guimarães (diretor científico). Ana Cristina Mano Azul. Francisco Brandão de Brito. Francisco Teixeira Barbosa. Gil Alcoforado. Isabel Poiares Baptista. José Bilhoto. José Pedro Figueiredo. Paulo Ribeiro de Melo. Rui Figueiredo. Susana Noronha. Consultor para a América Latina: Pérsio Mariani. REDAÇÃO: Rua Francisco Sanches, 122, 2O 1170-144 Lisboa • Tel./Fax: 218 874 085.

Edição online: www.maxillaris.com.pt Depósito Legal: M-44.552-2005. Assinatura anual: Portugal 35 €, resto 80 € . ISENTO DE REGISTO AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 DE 9/6 ART. 12o No 1

7.000 assinantes

• Periodicidade mensal. • A Maxillaris não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores. • Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito do Grupo Asís Biomedia.

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Editorial

Portugal acolheu na última semana do passado mês de setembro, pela primeira vez, a reunião científica anual da European Association of Osseointegration (EAO), que envolveu mais de 4.500 participantes, entre congressistas, representantes da indústria e elementos da organização. Durante três dias, circularam pelo Centro de Congressos de Lisboa profissionais do setor de cerca de 90 nacionalidades e dezenas de casas comerciais de renome mundial exibiram os seus produtos e as suas últimas inovações.

Portugal no mapa da odontologia mundial

O congresso foi um rotundo sucesso, e a prová-lo está o próprio reconhecimento da presidência da EAO ao atribuir, na sessão de encerramento da reunião lisboeta, a medalha de prata aos líderes da equipa portuguesa que organizou o encontro: os médicos dentistas e professores catedráticos Gil Alcoforado e Susana Noronha, presidente e vice-presidente da 28a cimeira da EAO, respetivamente. Aos dois prestigiados membros da classe (nacional) dos médicos dentistas – que, por sinal, fazem parte da comissão científica desta revista – a Maxillaris apresenta votos de parabéns pela forma como decorreu este importante evento da Medicina Dentária, à escala global, ao qual tivemos o prazer de nos associar com o estatuto de media partner. No rescaldo desta bem sucedida organização made in Portugal, já se anunciam para o próximo ano outros destacados encontros em território nacional, que demonstram bem que o nosso país entrou definitivamente no calendário da odontologia internacional. Exemplo disso são os congressos mundiais nas áreas da endodontia (com a chancela da Sociedade Portuguesa de Endodontologia) e da medicina oral (sob a organização da Academia Portuguesa de Medicina Oral), que vão decorrer ambos em Lisboa, e a reunião anual do International College of Dentists (European Section), que vai ter como cenário a cidade do Porto. A Maxillaris acompanhará de perto todos estes encontros com dimensão global, sem descurar os habituais congressos nacionais do setor. Nas próximas edições, esta revista dará a conhecer os contornos e detalhes das cimeiras que nos esperam em 2020.

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Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com Subdiretor: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com

índice

Diretora Comercial: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com Chefe Divisão Multimédia: Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com

Acteon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

Coordenadora de projetos: Marta Esquinas marta.esquinas@maxillaris.com

Algasiv . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Anthogyr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

Redatores: María Santos e Diego Ibáñez. redaccion@maxillaris.com

BTI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

Serviços Administrativos: Inmaculada Barrio. administracion@maxillaris.com

Carestream . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

REDAÇÃO ESPANHA: C/ Clara del Rey, 30, bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 25 52 45

Ceodont . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Clínica Dentária Santa Madalena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

Edição online espanhola: www.maxillaris.com

Colgate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 e 71

Comissão Científica (edição espanhola): Javier García Fernández (diretor científico). Armando Badet de Mena. Baoluo Gao. Beatriz Giménez González. Blas Noguerol Rodríguez. Carlos Fernández Villares. Emilio Serena Rincón. Esther Nevado Rodríguez. Francisco Teixeira Barbosa. Germán Esparza Gómez. Héctor Tafalla Pastor. Jaime Jiménez García. Jaume Janer Suñé. Juan López Palafox. Luis Calatrava Larragán. Manuel Cueto Suárez. Marcela Bisheimer Chemez. María Rosa Mourelle Martínez. Rafael Flores Ruiz. Rafael Martín-Granizo López. Rui Figueiredo.

Curaprox Portugal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Curso de Fotografia Light Up Studio . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 EMS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 GMI Portugal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 e 23 Henry Schein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Infomed . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Instituto Casan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 MX Day Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 e 5 OMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 Ravagnani Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Roland DG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Sinusmax . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Systhex . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

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crónica

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crónica 28a reunião científica da EAO envolveu mais de 4.500 pessoas Mais de 4.500 pessoas – entre congressistas, representantes da indústria dentária e membros da organização –, oriundos de 88 países, participaram na reunião científica anual da European Association for Osseointegration (EAO), que se celebrou pela primeira vez em Portugal, nos passados dias 26 a 28 de setembro. Esta edição, que teve como cenário o Centro de Congressos de Lisboa, adotou como lema “A ponte para o futuro”, foi presidida pelos médicos dentistas e professores catedráticos Gil Alcoforado (presidente) e Susana Noronha (vice-presidente). O programa científico do maior encontro europeu centrado na temática da osteointegração contou com o contributo de dezenas de prestigiados oradores dos quatro cantos do mundo, e teve o Brasil como país convidado. A EAO aproveitou a ocasião para lançar o estudo “Delphi study Horizon 2030: identifying and predicting trends in implant dentistry in Europe”. Um total de 138 expertos foram convidados a participar nesta publicação, que envolveu o preenchimento de um questionário com 60 questões em aberto. As suas conclusões estão reunidas neste relatório e ajudarão a prever as futuras tendências da implantologia em Medicina Dentária. O EAO Channel foi uma das novidades na edição deste ano: mais de 10 horas de filmagens foram transmitidas ao vivo e, uma vez terminado o encontro de Lisboa, os membros da EAO têm à sua disposição imagens de outras 30 sessões através da Online Library. Algumas sociedades científicas portuguesas aproveitaram o encontro da EAO para organizarem em paralelo as suas reuniões científicas anuais. Foi o caso da Sociedade Portuguesa de Periodontologia

e Implantes (SPPI), que convidou os conferencistas Ricardo Faria e Almeida e Adriano Sousa para darem corpo ao seu próprio programa científico, que reuniu cerca de 150 participantes. A SPPI lançou ainda, numa parceria com a empresa GSK e a Sociedade Espanhola de Periodontologia e Osteointegração (SEPA), a revista “Cuida das tuas gengivas”, destinada aos pacientes dos consultórios dentários. A MAXILLARIS marcou presença no congresso com stand próprio, na qualidade de media sponsor, aproveitando para dar a conhecer os novos títulos (com a chancela do Grupo Edra) que tem à disposição do setor (em língua inglesa e italiana), bem como para promover a jornada MX Day Digital, que vai ter lugar no dia 14 de fevereiro de 2020, em Lisboa.

A edição lisboeta do encontro anual da EAO reuniu participantes de 88 países.

Organização premiada Na sessão de encerramento do congresso foram atribuidos vários prémios e medalhas com a chancela da EAO. Gil Alcoforado e Susana Noronha receberam medalhas de prata em reconhecimento pelo seu trabalho de excelência na organização da cimeira deste ano. Por seu lado, Mariano Sanz, membro da comissão científica da EAO (a quem também já coube a tarefa de organizar a edição espanhola do congresso), foi galardoado com a medalha de ouro pela sua excecional folha de serviço em prol da EAO. Friedrich Neukam, antigo presidente desta organização e ex-presidente do congresso, foi distinguido como membro honorário. A 29a reunião científica da EAO vai ter lugar em Berlim (Alemanha), de 8 a 10 de outubro de 2020.

A indústria dentária esteve representada na reunião científica por dezenas de marcas mundiais, que exibiram os seus últimos produtos e inovações.

A SPPI associou-se à EAO, aproveitando a ocasião para realizar em paralelo a sua reunião científica anual. Na imagem figuram membros da comissão organizadora e da GSK, empresa com a qual a SPPI partilhou stand no Centro de Congressos de Lisboa.

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MAXILLARIS formaliza processo de integração no Grupo Asís Biomedia Desde o passado dia 1 de outubro que a revista MAXILLARIS passou a estar integrada definitivamente no Grupo Asís Biomedia, agência internacional de Marketing Editorial especializada no âmbito médico-sanitário. Este importante passo pressupõe um incremento considerável da oferta de serviços ao setor da Medicina Dentária: publicações periódicas, livros especializados, e-learning e agência de comunicação e eventos, entre outros. Sobre esta alteração na titularidade desta publicação se informará devidamente os clientes, distribuidores, colaboradores e demais agentes que estão vinculados à empresa, para que modifiquem os seus registos.

A todos eles agradecemos a confiança depositada nesta revista durante os seus mais de 20 anos de trajetória em Espanha e 15 anos (que se cumprem já no próximo mês de novembro) ao serviço da comunidade da Medicina Dentária em Portugal, expressando desde já o nosso desejo de prosseguir a colaboração com todos os quadrantes do setor por muitos anos mais.

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OMD já tem mais de 10.000 membros com inscrição ativa A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) registava, no final do ano passado, 10.653 membros com inscrição ativa, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 10.000. As conclusões do estudo “Os Números da Ordem” mostram que há 1.509 médicos dentistas a exercer, exclusivamente, no estrangeiro e estimam que a exercer em Portugal sejam 9.385. Há ainda 327 médicos dentistas que trabalham em simultâneo em Portugal e no estrangeiro e 847 inscritos que não exercem a profissão. O estudo, publicado anualmente, traça o perfil da profissão em Portugal. A edição deste ano sofreu alterações de metodologia para acomodar a realidade da profissão. O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, explica que “em anos recentes constatámos que um número estatisticamente relevante de médicos dentistas optou por manter a sua inscrição ativa na OMD ainda que a trabalhar no estrangeiro. Assim, e a partir desta edição, e com dados referentes a dezembro de 2018, passa a ser contabilizado o número de cédulas atribuído até ao final de cada ano e distinguindo o conceito de médico dentista com inscrição ativa na OMD, do de médico dentista a exercer a profissão em Portugal”. No entanto, para melhor entender o que significam estes números para a realidade portuguesa, importa calcular o rácio de médicos dentistas que exercem em Portugal por número de habitantes. A Organização Mundial de Saúde recomenda, para os países ocidentais, um rácio de um médico dentista por 1.500 a 2.000 habitantes. No final do ano passado, no nosso país, havia um médico dentista a exercer a profissão para 1.058 habitantes. A compilação dos dados mostra que, no ano passado, inscreveram-se na Ordem 686 médicos dentistas. Do total de membros da OMD, 60,2% são mulheres e a média de idades dos médicos dentistas com inscrição ativa em Portugal é de 39 anos, sendo de referir que 74% dos membros com inscrição ativa têm até 45 anos. A OMD tem membros com inscrição ativa de 46 nacionalidades, no entanto, os médicos dentistas

A OMD tem membros com inscrição ativa de 46 nacionalidades, no entanto, os médicos dentistas ativos de nacionalidade portuguesa representam 90,2% do universo total.

ativos de nacionalidade portuguesa representam 90,2% do universo total. O bastonário da OMD salienta que “embora o número de estudantes portugueses tenha decrescido face ao último ano, verifica-se que o número de estudantes de Medicina Dentária, no geral, aumentou 5,5%. Este número sustenta-se no forte aumento do número de estudantes estrangeiros, na casa dos 37,5%, demonstrantes de uma mudança de paradigma nas universidades. Orlando Monteiro da Silva destaca a assinatura recente de um documento estratégico de ação entre a OMD e as sete faculdades de Medicina Dentária do país. “É um documento que contempla questões como a reestruturação curricular dos mestrados integrados, as saídas profissionais e a formação pós-graduada, que vai permitir considerar parâmetros de oferta e de procura de formação no que respeita à empregabilidade, particularmente, as especificidades da dinâmica do mercado português”.

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Mundo A Sorrir inaugura clínica médico-dentária social em São Tomé e Príncipe No passado dia 8 de setembro, celebrou-se a inauguração de uma clínica médico-dentária social em Lembá (São Tomé e Príncipe), numa parceria entre a organização não governamental Mundo A Sorrir, o Ministério da Saúde daquele país africano de língua oficial portuguesa, o Projeto para o Desenvolvimento Integrado (PDIL) de Lembá das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição e o projeto Abraçar A Missão. A clínica social, que vai funcionar nas instalações do Projeto Integrado de Lembá, é uma iniciativa única em São Tomé e Príncipe, que tem como principal objetivo disponibilizar cuidados médico-dentários de qualidade a toda a população que reside no distrito de Lembá. Desde janeiro deste ano, a Mundo A Sorrir já rastreou 1.973 crianças das escolas primárias do distrito de Lembá, identificando 3.249 casos de cáries dentárias.

Até ao momento realizaram-se 215 tratamentos e as restantes crianças com necessidade de tratamento serão reencaminhadas para a clínica. As consultas têm um custo entre 50 a 75 dobras (dois a três euros) para a população, sendo gratuitas para a população infantil. O Ministério da Saúde irá apoiar o projeto através do envio de um enfermeiro e uma médica dentista que estarão permanentemente na clínica médico-dentária social a prestar cuidados de saúde à população. No âmbito da parceria com o projeto Abraçar a Missão, a organização portuguesa de voluntariado na área da saúde oral apoiará o desenvolvimento da clínica mediante o envio de médicos dentistas para realizarem assistência dentária e capacitação dos profissionais locais, bem como na doação de materiais dentários.

A nova clínica tem como principal objetivo disponibilizar cuidados médico-dentários de qualidade a toda a população que reside no distrito de Lembá (São Tomé e Príncipe).

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Lisboa vai acolher em 2020 congresso internacional na área da endodontia Depois do recente congresso da European Association for Osseointegration (EAO), Lisboa vai voltar a ser o cenário de um grande encontro mundial de uma especialidade da Medicina Dentária. Nos dias 17 a 20 do próximo mês de junho, o Centro de Congressos de Lisboa acolherá o 21o World Congress in Dental Traumatology (WCDT), que se realiza de dois em dois anos. A edição de 2020 é organizada em parceria pela Sociedade Portuguesa de Endodontologia (SPE), a International Association of Dental Traumatology (IADT) e a European Society of Endodontology (ESE). O presidente da SPE, António Ginjeira, antecipa um programa excelente, com grandes nomes da endodontia e da traumatologia mundiais, com diversos cursos práticos pré-congresso e um programa social atrativo.

O 21O World Congress in Dental Traumatology vai trazer a Lisboa grandes nomes da endodontia e da traumatologia mundiais.

Entretanto, o 19o congresso bienal da ESE realizou-se nos passados dias 12 a 14 de setembro, em Viena (Áustria). A ESE é uma organização federal que representa empresas de endodontia e Medicina Dentária de toda a Europa, com 36 empresas associadas de 33 países europeus. Representa mais de 7.500 associados ordinários e mais de 500 associados especialistas, certificados, convidados e pós-graduados.

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Congresso anual da FDI reuniu em São Francisco mais de 30.000 profissionais de Medicina Dentária O congresso anual da Federação Dentária Internacional (FDI) decorreu nos passados dias 4 a 8 de setembro, em parceria com a Associação Dentária Americana (ADA). Esta edição do congresso teve como cenário a emblemática cidade de São Francisco (Estados Unidos). Participaram mais de 30.000 pessoas tendo contado o habitual certame da indústria dentária, que se celebra paralelamente ao congresso, com a presença de numerosos expositores provenientes de todo o mundo. Integrado no programa do congresso teve lugar o Fórum Mundial de Saúde Oral que contou com a participação do bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Orlando Monteiro da Silva, que abordou o tema “Integrar o médico dentista nos cuidados de saúde primários - o exemplo portugués”. Oito novas declarações No contexto do congresso de São Francisco, decorreu também, entre os dias 3 e 7 de setembro, a Assembleia Geral da FDI, durante a qual foram votadas oito novas declarações relacionadas com temas como o acesso à saúde oral entre as populações vulneráveis e desfavorecidas, administração de antibióticos em Medicina Dentária, recrutamento internacional ético de

profissionais de saúde oral, prevenção e controlo de infeções na prática clínica, entre outros.

A cimeira da FDI atrai todos os anos largos milhares de profissionais do setor, oriundos dos quatro cantos do mundo.

Os documentos agora aprovados refletem a visão estratégica e as políticas defendidas pela principal organização mundial do setor dentário sobre as matérias versadas. Portugal esteve representado na Assembleia Geral da FDI pela Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) e pela OMD. O próximo congresso anual da FDI vai ter lugar em Xangai (China), entre os dias 1 e 4 de setembro de 2020. Desta vez, a principal cimeira mundial dos profissionais de Medicina Dentária será organizada em conjunto com a Associação Chinesa de Estomatologia.

O próximo congresso anual da FDI vai ter lugar em Xangai (China), entre os dias 1 e 4 de setembro de 2020.

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Investigação desenvolvida em laboratório na FMDUL distinguida em congresso internacional A investigação desenvolvida no laboratório de cultura celular do Grupo de Investigação em Biologia e Bioquímica Oral (GIBBO), da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), foi recentemente distinguida internacionalmente no Congresso Anual da Divisão Europeia (CED) da International Association for Dental Research (IADR), que decorreu entre os dias 19 e 21 do passado mês de setembro, em Madrid (Espanha). O trabalho de investigação premiado, intitulado “The influence of a laser modified zirconia implant surface on human osteoblasts in vitro behaviour” e apresentado pela médica dentista Beatriz Fernandes, recebeu o primeiro lugar do Junior Robert Frank Award 2019. Este prémio visa distinguir jovens investigadores a nível europeu que realizam investigação nas ciências básicas e clínicas de Medicina Dentária. Projeto multicêntrico A investigação desenvolvida enquadra-se num projeto multicêntrico financiado pela Fundação de Ciência e Tecnologia, desenvolvido na FMDUL sob a coordenação dos professores António Mata e João Caramês, em colaboração com a Universi-

O trabalho de investigação, apresentado pela médica dentista Beatriz Fernandes, recebeu o primeiro lugar do Junior Robert Frank Award 2019.

dade do Minho (equipa liderada pelo professor Filipe Silva), e tem como objetivo o desenvolvimento e estudo de novas superfícies de implantes dentários. O trabalho apresentado no encontro de Madrid contou ainda com a participação dos investigadores Mariana Cruz, Óscar Carvalho, Sara Madeira e Joana Marques.

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presidente da Sociedade Portuguesa de Endodontologia (SPE)

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“A grande prioridade é continuar o esforço de modernização e também de afirmação da SPE na comunidade científica e profissional”

A Sociedade Portuguesa de Endodontologia (SPE) tem em mãos um ambicioso desafio: coorganizar – em parceria com a International Association of Dental Traumatology (IADT) e a European Society of Endodontology (ESE) – o 21o World Congress in Dental Traumatology, que se realizará em junho de 2020, em Lisboa. António Ginjeira, presidente da sociedade científica e professor associado e dirigente da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), antecipa à Maxillaris os contornos deste encontro inédito em Portugal e adianta, por outro lado, as atuais linhas de orientação que traçou para o seu terceiro mandato (desde 2002) não consecutivo à frente dos destinos da SPE, entre as quais se enquadra a visibilidade e influência desta entidade no contexto da Medicina Dentária portuguesa e também além-fronteiras.

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Dental Traumatology (IADT) e a European Society of Endodontology (ESE). O programa é excelente, com grandes nomes da endodontia e da traumatologia mundiais, com diversos cursos práticos pré-congresso e um programa social atrativo.

A SPE tem em mãos a coorganização do 21o World Congress in Dental Traumatology, que está agendado para os dias 17 a 20 de junho do próximo ano, em Lisboa.

Que balanço faz do recente congresso da Sociedade Portuguesa de Endodontologia, que se realizou na Universidade de Coimbra? O balanço final é muito positivo. Tivemos uma afluência muito significativa, cerca de 300 pessoas em todo o evento, quer nas sessões plenárias quer nos cursos e workshops pré-congresso, com os dois dias muito preenchidos. Todos os oradores, nacionais e estrangeiros, fizeram apresentações de grande qualidade, em todos os aspetos. O facto de termos podido contar com vários colegas portugueses a trabalhar em diferentes universidades europeias foi muito positivo, bem como a presença do Aníbal Diógenes, partilhando informações do que se faz e investiga em San Antonio, Texas (EUA), e do José Aranguren, da Universidade Europeia de Madrid (Espanha). Conseguimos ter um congresso muito equilibrado nos temas abordados, e em todas as palestras foi realçada a componente clínica e a aplicação prática dos conceitos apresentados. Que outros eventos ou encontros estão previstos, a curto ou médio prazo, com a chancela da SPE? Em breve teremos o congresso da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD). A Sociedade Portuguesa de Endodontologia (SPE) colaborou na elaboração do programa científico e apoia o congresso do centenário desta prestigiosa sociedade portuguesa. Em junho do próximo ano (dias 17 a 20) vamos ter um grande congresso em Lisboa, o 21o World Congress in Dental Traumatology (WCDT), que se realiza de dois em dois anos. Esta edição é organizada em parceria pela SPE, a International Association of

Em termos gerais, quais são as principais linhas de orientação da direção da SPE? Uma das prioridades passa por modernizar a sociedade. Nesse sentido, criámos um site onde é possível ter informações sobre os diversos acontecimentos organizados pela SPE e não só tratar de quotas e inscrições em eventos, etcétera. O nosso objetivo foi melhorar a comunicação entre o associado e a sociedade científica. Outro objetivo é aumentar a visibilidade e influência da SPE na Medicina Dentária portuguesa, e desse modo apoiar os colegas que trabalham todos os dias com doentes, com uma grande prevalência de problemas endodônticos. Neste contexto, mudámos o nome do nosso encontro anual para congresso, com um grande esforço para ter um programa científico independente, forte e atrativo, sempre com uma grande ligação à atividade clínica. Foi uma aposta bem sucedida, pois mais do que triplicámos o número de participantes. Na mesma linha de orientação, conseguimos duplicar o número de associados da SPE, que são agora cerca de 200. Esta direção pretende ainda fortalecer as relações internacionais da SPE e a sua influência no panorama mundial. Para isso fez-se um trabalho que culminou na escolha de Lisboa como destino do WCDT, sendo a SPE parceira na sua organização. A presença em todas as assembleias gerais da ESE e também da International Federation of Endodontic Associations (IFEA) foi também um objetivo atingido. Marcámos ainda presença nos congressos da AEDE, a nossa congénere espanhola, e recebemos a representação desta sociedade nos nossos eventos. Se tivesse de eleger, presentemente qual seria a grande prioridade de atuação? Continuar o esforço de modernização e também de afirmação da SPE na comunidade científica e profissional nacional e internacional. Quem são os profissionais abrangidos por esta sociedade científica? A SPE dirige-se a todos os que têm um especial interesse pela Endodontia, nas suas diferentes vertentes, clínica ou ciências básicas. A SPE tem ainda uma categoria especial para estudantes e outra para associados estrangeiros.

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À margem da presidência da SPE António Ginjeira exerce na FMDUL os cargos de professor associado com agregação de Endodontia, diretor do Departamento de Endodontia e diretor do Gabinete de Relações Internacionais da faculdade lisboeta.

Que importância atribui a direção da SPE aos desígnios da formação? A formação é uma área chave da atuação da SPE, estando bem evidenciada através dos nossos congressos e cursos práticos. Acha que há suficientes profissionais com formação adequada em Endodontia? Já temos em Portugal um número significativo de colegas com formação em Endodontia. Não será ao nível de especialista, uma vez que não saíram muitos dos programas de pós-graduação da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) nem das outras faculdades. Mas há colegas com formação pós-graduada em universidades estrangeiras, e há muitos colegas que fizeram alguns cursos modulares na área da Endodontia. Estes últimos beneficiariam muitíssimo se entrassem num programa de pós-graduação que os ajudasse noutras vertentes da Endodontia. Dito isto, penso que ainda faltam médicos dentistas com formação pós-graduada em Endodontia, a julgar pela procura que existe de colegas para esta área específica nos diversos fóruns de emprego. Em que momento se encontra a Endodontia sob o ponto de vista científico e terapêutico? A Endodontia é uma disciplina muito bem fundamentada cientificamente, conseguindo incentivar e produzir muita investigação sobre aspetos básicos, como por exemplo mecanismos fisiopatológicos, anatomia, etcétera, mas também sobre aspetos clínicos como instrumentação e irrigação, novos materiais de obturação, evolução na metalurgia dos instrumentos e nos meios de diagnóstico.

Toda a pesquisa sobre terapêuticas regeneradoras deixa antever um futuro cheio de novas opções de tratamentos para os nossos doentes, numa perspetiva sempre mais conservadora. No início dos anos noventa do século passado, assistimos à introdução do microscópio no quotidiano da Endodontia, bem como à utilização habitual da instrumentação mecanizada com instrumentos de NiTi. Fui parte ativa da sua introdução em Portugal e na sua divulgação entre os colegas. Na primeira década deste milénio, assistimos ao desenvolvimento e posterior generalização do CBCT na Endodontia. Estamos agora a assistir (e a participar) nas aplicações de CAD-CAM na nossa área. Penso que a posição da Endodontia na vanguarda da Medicina Dentária é evidente, tanto na investigação científica como nas novas tecnologias aplicadas à clínica.

Ainda faltam médicos dentistas com formação pós-graduada em Endodontia, a julgar pela procura que existe de colegas para esta área específica nos diversos fóruns de emprego

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Em que áreas da Endodontia pensa que se produzirão avanços (a curto ou médio prazo) e quais desses progressos poderão ser os mais determinantes? Na sequência do que observei na resposta à pergunta anterior, creio que iremos assistir ao nascimento de técnicas de regeneração pulpar, talvez com o contributo de células estaminais de diversas origens possíveis, e ao desenvolvimento das técnicas já existentes. A eliminação do biofilme está também na linha da frente dos objetivos da investigação clínica. Talvez algumas novidades apareçam em breve. De uma maneira geral, como comenta a presente conjuntura da Medicina Dentária em Portugal? Há uma plétora de médicos dentistas e estomatologistas em Portugal e o resultado disso não é um aumento da qualidade dos serviços prestados aos pacientes, mas pelo contrário traduz-se numa desmotivação dos médicos dentistas generalistas, principalmente dos recém-formados, que lutam e desesperam por um posto de trabalho com uma remuneração digna, tendo muitas vezes como única saída a emigração. Tendo em consideração o atual panorama, a opção parece ser a diferenciação e especialização numa área mais necessitada.

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Há uma plétora de médicos dentistas e estomatologistas em Portugal e o resultado disso não é um aumento da qualidade dos serviços prestados aos pacientes, mas pelo contrário traduz-se numa desmotivação Na sua qualidade de responsável por este pelouro, qual é o ponto da situação das relações da FMDUL com o exterior? A FMDUL tem protocolos Erasmus estabelecidos com várias faculdades europeias, recebendo e enviando alunos e docentes em intercâmbio. Tem também relações próximas com outras faculdades ainda sem acordo Erasmus. Tem ainda acordos de colaboração em curso com diversas instituições de ensino nacionais, para desenvolvimento de projetos de investigação.

O presidente da SPE antecipa avanços na Endodontia, vaticinando que iremos assistir ao nascimento de técnicas de regeneração pulpar, à provável eliminação do biofilme, entre outros progressos nesta área da Medicina Dentária.

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médico dentista especializado em Ortodontia, criador do sistema de auto-ligado Pitts 21 e das técnicas “Active Early”

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“Os sistemas CAD-CAM e a inteligência artificial vão continuar a melhorar o desenho do tratamento e a própria forma processual de tratar o paciente”

Tom Pitts dispensa apresentações, à escala internacional, no plano formativo e da inovação em Ortodontia. O médico dentista norte-americano, que é também professor associado da University of the Pacific, com sede em São Francisco (EUA), é o criador do sistema de auto-ligado Pitts 21 e das técnicas “Active Early”, ambos inovadores e com provas dadas em matéria de eficácia e redução de tempo nos tratamentos ortodônticos. O especialista, que esteve em Portugal no primeiro semestre deste ano na sua habitual condição de “conferencista de renome”, explicou à Maxillaris em que consistem os seus revolucionários métodos e protocolos – com recurso às novas tecnologias – no universo da ortodontia.

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Os ortodontistas, tal como outros profissionais de saúde, contam com a cooperação dos seus pacientes para conseguir resultados bem sucedidos. Que tática considera essencial para alcançar a satisfação do paciente? No meu tratamento com o sistema de auto-ligado Pitts 21, os elásticos leves usados a tempo inteiro são decisivos para o sucesso e a duração do tratamento. Tenho o hábito de sublinhar aos meus pacientes – e aos meus familiares também – que é essencial usar o elástico desde o primeiro dia em que o aparelho é colocado. Costumo dizer-lhes que os elásticos “não são parte do tratamento, são o próprio tratamento”. Os elásticos leves, se forem usados a tempo inteiro, podem recortar em mais de 12 meses a duração do tratamento. Ajuda que não haja desconforto, que a força destes elásticos leves não “magoe” o dente. Deste modo, a satisfação do paciente consegue-se mais facilmente. Pode explicar-nos os principais contornos do seu protocolo de extração e não extração para resultados estéticos? O meu protocolo para efeitos estéticos, em primeiro lugar, gira em torno do posicionamento dos dentes superiores e do lábio superior. Procuro o sorriso e a postura labial mais estéticos possível, de acordo com a anatomia do paciente. Busco a plenitude dos dentes e lábios. E quero também uma linha de sorriso incisal a cem por cento e um bom arco do sorriso (linha curva do sorriso dos incisivos superiores). Posiciono os brackets nos dentes anteriores de um modo mais gengival do que tradicionalmente acontece na maioria dos casos. Pretendo conseguir corredores bucais estreitos nos amplos molares e uma forma estética de arco. É aquilo que designo por “desenvolver o sorriso dos 12 dentes”. Criei uma forma de arco ampliada que é estética. Procuro que os incisivos superiores se posicionem numa inclinação ereta. Muitos casos concluídos de tratamento ortodôntico resultam na exaltação dos

Os elásticos leves, se forem usados a tempo inteiro, podem recortar em mais de 12 meses a duração do tratamento

dentes anteriores superiores. Isto não é estético e os pacientes não gostam de nenhum tipo de vestibularização dos incisivos superiores. Naturalmente, procuro o mesmo critério para os casos de extração como para os de não extração. Muitos casos terminados de ortodontia revelam uma exessiva retração dos incisivos superiores. Eu continuo a gostar de posicionar o paciente numa relação cêntrica. Depois da estética, os meus protocolos têm um grande impacto na duração do tratamento. Conseguimos ter um controlo muito maior do sistema 3D com o dispositivo Pitts 21, e portanto reduzir o tempo de duração de muitos tratamentos. Como funcionam e que vantagens apresentam as técnicas “Active Early”? “Active Early” é o termo que uso para descrever a gestão e a sequência do tratamento para poupar tempo e usar forças mais leves. A maioria dos meus mecanismos começa logo no início do tratamento. Eis os fatores importantes para conseguir encerrar casos mais cedo: - Desarticulação e elásticos leves imediatos permitem iniciar movimentos verticais. - A ausência de interferências oclusais também permite alargar os arcos logo desde o início. - A colocação do bracket permite uma precoce exposição incisal e o arco do sorriso altera-se logo desde o início do tratamento. - Protetores linguais para mordida aberta permitem que a língua possa iniciar a sua postura. - O início imediato do encerramento de espaço pós-extração representa uma poupança de tempo. Que pormenores pode adiantar sobre o sistema de bracketing Smile Arc Protection e do revolucionário Pitts 21? Existe algum prós e/ou contra em particular? O Pitts 21 é um revolucionário “separador de águas”! É o único sistema acabado de arame retangular labial existente no mercado. Permite uma força mais leve, um sistema de quatro arames com verdadeiro controlo 3D do movimento dos dentes. 20 x 20 arame retangular tem menos força que 19 x 25, que neste último caso nem sequer preenche o encaixe retangular. Inclui um verdadeiro controlo 3D e requer menos ajustes na fase de pormenor. Ainda não ouvi nenhum comentário desfavorável a este bracket e sistema de alinhador. O arco do sorriso e a exposição incisal são melhorados pelo posicionamento do meu SAP bracket (Smile Arc Protection). Isto transforma um sorriso mediocre em “deslumbrante”, se tudo for feito de forma adequada.

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Tom Pitts constata, com particular interesse, que alguns dos mais excelentes casos multidisciplinares estão a ser bem sucedidos e com uma intervenção ortodôntica mais eficiente.

Como encara o futuro da ortodontia em termos de novas tecnologias? Os sistemas CAD-CAM e a inteligência artificial vão continuar a melhorar o desenho do tratamento e a própria forma processual de tratar o paciente. Isso já acontece e ainda será mais importante no futuro. Um exemplo é o novo sistema de alinhadores internos que está a ser desenvolvido nos Estados Unidos, que oferece a possibilidade de melhorar, simplificar e acelerar o tratamento neste domínio. Estou muito interessado numa combinação de tratamentos, começando com o Pitts 21 durante alguns meses, seguido por alinhadores internos. Concorda que no presente, e sem dúvida no futuro, uma das palavras-chave da Medicina Dentária será a multidisciplinaridade? Cada vez mais tratamentos multidisciplinares envolvem profissionais de ortodontia. Começa a ser a principal percentagem da prática ortodôntica em todo o mundo. Esta realidade é particularmente acentuada no contexto da estética. É interessante verificar que alguns dos mais excelentes casos multidisciplinares estão a ser bem sucedidos e com uma intervenção ortodôntica mais eficiente. Com os novos conceitos e a tecnologia disponível, estes casos apresentam-se muito estéticos e naturais. Tem no seu currículo um vasto leque de cursos e conferências sobre ortodontia clínica, ministrados nos quatro cantos do mundo. Nota alguma diferença entre a prática profissional nos Estados Unidos e na Europa? A prática dentária e ortodôntica na Europa é muito comparável à da América do Norte. Uma grande

diferença é a dimensão das práticas e dos consultórios. Nos Estados Unidos, costumo vivenciar práticas a maior escala com múltiplos higienistas. Na Europa, um maior número de ortodontistas vê-se obrigado a dedicar-se à prática generalista a par da ortodontia. Em alguns países europeus, os preços dos serviços de ortodontia são muito controlados pelo governo o que torna difícil aos profissionais a aquisição de algumas das novas tecnologias. Esteve em Lisboa, no primeiro semestre deste ano, no âmbito do congresso anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dentofacial (SPODF). Qual é a sua impressão dos profissionais portugueses e já agora também da Medicina Dentária que se pratica em Portugal? Gostei muito de fazer a minha apresentação em Lisboa. É uma satisfação constatar a abertura que existe da parte dos jovens ortodontistas a pensamentos e técnicas mais progressistas. A doutora Nimet Guiga é um grande exemplo de uma ortodontista que também é extraordinária na área estética, e tem apresentado recentes e importantes mudanças. Portugal, tal como a América do Norte, ainda tem aquela percentagem de ortodontista que têm receio da mudança. Há pouco tempo li em algum lado que, hoje em dia, o foco da “gestão da mudança” deve ser virado para o “domínio da mudança”. Em suma, os desígnios da ortodontia estão a mudar de um modo positivo, que permite oferecer aos pacientes resultados muito mais estéticos, em menos tempo, e sem deixar de assegurar uma função ótima.

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Elevação de seio maxilar através da preparação do leito implantar com osseodensificação

Pedro Rocha Médico dentista. Aluno da Pós-graduação de Especialização em Periodontologia e Implantes da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Tiago Rodrigues Médico dentista. Aluno da Pós-graduação de Especialização em Periodontologia e Implantes da FMDUL. Susana Noronha Médica dentista. Docente da Pós-graduação de Especialização em Periodontologia e Implantes da FMDUL. João Branco Médico dentista. Docente da Pós-graduação de Especialização em Periodontologia e Implantes da FMDUL. Francisco Brandão de Brito Médico dentista. Docente da Pós-graduação de Especialização em Periodontologia e Implantes da FMDUL. Lisboa.

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A perda de dentes nesta região pode induzir ainda a expansão do seio maxilar causada por pneumatização (pressão positiva do ar produzida durante a respiração).

Resumo Desde os anos 60, descreveram-se várias abordagens cirúrgicas, com diferentes níveis de morbilidade para o paciente, com o objetivo de reabilitar as regiões posteriores da maxila com reduzida altura óssea residual. Recentemente, descreveu-se a técnica de osseodensificação, com recurso a brocas Densah®, uma técnica previsível e com baixa morbilidade para o paciente. Introdução A perda de dentes resulta na reabsorção do processo alveolar e, consequentemente, na redução da disponibilidade óssea para a colocação de implantes dentários (Pietrokovski & Massler, 1967).

No passado, propôs-se diversas abordagens cirúrgicas, visando aumentar a altura óssea na maxila posterior, para a inserção e integração de implantes dentários: • Implantes curtos (opção mais conservadora): necessidade de, pelo menos, 6 mm de altura óssea residual. • Elevação de seio maxilar: - Técnica transalveolar, com recurso a osteótomos. - Técnica da janela lateral. • Implantes inclinados. • Implantes zigomáticos. • Conceito de arcada dentária encurtada (Lindhe & Lang, 2015). Recentemente, inserido nas técnicas de elevação do pavimento do seio maxilar, Huwais (2014) descreveu a técnica de osseodensificação, com recurso a brocas Densah®. A técnica de osseodensificação tem como indicações: a preparação do leito implantar em osso de maior ou menor densidade na maxila ou na mandíbula, expansão lateral da crista e, por fim, elevação transcrestal do pavimento da membrana do seio maxilar.

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Objetivo O objetivo desta publicação consiste na apresentação de três casos clínicos, com indicação para reabilitação com implantes dentários na região posterior da maxila, com uma altura óssea residual reduzida (<7 mm). Com o objetivo de se proceder à elevação

da membrana do seio maxilar, os leitos implantares foram preparados com o auxílio de brocas Densah® (técnica de osseodensificação). No final da preparação dos leitos implantares, compactou-se o biomaterial de origem xenogénica (Bio-Oss®, Geistlich).

Casos clínicos

Caso clínico 1

Paciente, com ausência dos dentes 2.5 e 2.6 e com indicação para reabilitação implanto-suportada dos mesmos.

Caso clínico 1 Implantes A-C: 14 mm

Região do dente 2.5

V-P: 9 mm

Altura óssea residual

A-C: 4 mm

Região do dente 2.6

V-P: 10 mm

Ø 3,75 x 10 mm Ø 3,75 x 8,5 mm

Tabela 1. Descrição da altura óssea residual inicial na região dos dentes 2.5 e 2.6 e dimensões dos implantes utilizados.

Sequência de preparação do leito implantar (fig. 1): 1. Broca piloto Ø 1,7 mm (velocidade 1.000 rpm com irrigação abundante, sentido horário) - profundidade de preparação: 1 mm abaixo do pavimento do seio maxilar. 2. Broca Densah® Ø 2,3 mm (velocidade 800 rpm com irrigação abundante, sentido anti-horário) - preparação até ao pavimento do seio maxilar. 3. Broca Densah® Ø 3,3 mm (velocidade 800 rpm com irrigação abundante, sentido anti-horário) - preparação, no máximo de 3 mm, para além do pavimento do seio maxilar. 4. Adição de biomaterial de origem xenogénica (Bio-oss®) e compactação com broca Densah® Ø 3,3 mm (profundidade máxima de 2 mm para além do pavimento do seio maxilar, velocidade 200 rpm, sem irrigação, sentido anti-horário). O procedimento repetiu-se até se alcançar a elevação vertical desejada da membrana.

Fig. 1. Sequência de preparação do leito implantar.

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Fig. 2. Radiografia periapical inicial.

Caso clínico 2

Fig. 3. Radiografia periapical - avaliação do paralelismo e profundidade de preparação (paralelizador, na região do dente 2.5; broca Densah® Ø 2,3 mm, na região do dente 2.6).

Fig. 4. Radiografia periapical final.

Paciente, com ausência do dente 2.6 e indicação para reabilitação implanto-suportada.

Caso clínico 2 Implantes Altura óssea residual

A-C: 6,5 mm

Região do dente 2.6

V-P: 12,5 mm

Ø 5 x 8,5 mm

Tabela 2. Descrição da altura óssea residual inicial na região dos dentes 2.6 e dimensão do implante utilizado.

A sequência de preparação do leito implantar foi similar à do caso clínico 1. No entanto, utilizou-se uma broca adicional, com Ø 4,3 mm (fig. 5).

Fig. 5. Sequência de preparação do leito implantar.

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Fig. 6. Radiografia periapical inicial.

Fig. 7. Radiografia periapical. Broca piloto Ø 1,7 mm, 1 mm abaixo do pavimento do seio maxilar.

Fig. 8. Radiografia periapical. Broca Ø 2,3 mm, profundidade de preparação correspondente à altura do pavimento do seio maxilar.

Fig. 9. Radiografia periapical. Broca Ø 3,3 mm, 3 mm acima do pavimento do seio maxilar.

Fig. 10. Radiografia periapical. Broca Ø 4,3 mm, 3 mm acima do pavimento do seio maxilar.

Fig. 11. Radiografia periapical final. Implante Ø 5 x 8,5 mm.

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Caso clínico 3

Paciente, com ausência do dente 1.6 e indicação para reabilitação implanto-suportada do mesmo.

Caso clínico 3 Implantes Altura óssea residual

A-C: 3,75 mm

Região do dente 1.6

V-P: 9 mm

Ø 5 x 8,5 mm

Tabela 3. Descrição da altura óssea residual inicial na região do dente 1.6 e dimensão do implante utilizado.

A sequência de preparação do leito implantar foi igual à utilizada no caso clínico 1 (fig. 1).

Fig. 12. Radiografia periapical inicial.

Fig. 13. Radiografia periapical. Broca piloto Ø 1,7 mm, 1 mm abaixo do pavimento do seio maxilar.

Fig. 15. Radiografia periapical. Broca Ø 3,3 mm, 3 mm acima do pavimento do seio maxilar.

Fig. 14. Radiografia periapical. Broca Ø 2,3 mm, profundidade de preparação correspondente à altura do pavimento do seio maxilar.

Fig. 16. Radiografia periapical final. Implante Ø 5 x 8,5 mm.

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Discussão A insuficiente disponibilidade óssea residual para a reabilitação com implantes dentários na maxila posterior pode ser ultrapassada através do uso de diversas técnicas que, dependendo da mesma, possibilitará a colocação de implantes curtos ou standard. Com o surgimento de implantes curtos, realizaram-se diversos estudos com o objetivo de comparar a eficácia do uso de implantes curtos versus implantes standard (mais longos). Os implantes curtos associam-se a menores taxas de complicações, em comparação com as técnicas de aumento vertical da crista (Esposito et al., 2010; Monje et al., 2013) apresentam níveis ósseos marginais e taxas de sobrevivência similares a implantes com comprimento ≥ 10 mm (Monje et al., 2014), associam-se a menor tempo de tratamento (em média quatro meses) e à preferência por parte do paciente, em comparação a procedimentos com enxertos (Nisand, Picard & Rocchietta, 2015; Pistilli et al., 2013). No entanto, implantes curtos (≤ 6 mm) apresentam maior variabilidade e menor previsibilidade nas taxas de sobrevivência em comparação com implantes mais longos (> 6 mm), após períodos de um a cinco anos de funcionamento (Papaspyridakos et al., 2018), com uma razão de risco de 1.29 para falha de um implante curto, em comparação com implantes standard. Apesar das diversas técnicas existentes para reabilitação da maxila posterior atrófica, as taxas de sobrevivência dos implantes colocados são semelhantes: implantes curtos: 86,7% - 100% (Papaspyridakos et al., 2018); implantes angulados: 98% (Chrcanovic, Albrektsson & Wennerberg, 2014); elevação de seio maxilar com recurso a osteótomos: 92,8% (Tan et al., 2008); elevação de seio maxilar com recurso à técnica de janela lateral: 90,1% (Pjetursson et al., 2008); elevação de seio maxilar com recurso à técnica de osseodensificação: 96,9% (Gaspar et al., 2018) ou 97% (Huwais et al., 2018). A técnica de osseodensificação é uma técnica de preparação do leito implantar relativamente recente, que permite, através de brocas próprias usadas em sentido anti-horário, a colocação simultânea de implantes de comprimento padrão com procedimentos de aumento vertical da crista, a obtenção de uma elevada estabilidade primária, elevada densidade óssea mineral e maior percentagem de osso na superfície implantar, comparativamente à técnica convencional de preparação do leito implantar. Ao preservar o volume ósseo, melhora-se o processo de cicatrização, devido à matriz óssea e células que se mantêm no local e ao auto-enxerto, produzido ao longo da superfície da osteotomia implantar (Huwais & Meyer, 2017). Até à data, existe uma escassa literatura acerca dos limites que possibilitam a utilização desta técnica. Gaspar et al. (2018) reportaram, num estudo em humanos, a colocação de 97 implantes na maxila posterior, com recurso à técnica de osseodensificação. Dos 97 implantes avaliados, 15 implantes colocaram-se com concomitante elevação do pavimento do seio maxilar, com uma disponibilidade óssea inicial entre 2,9-6,1 mm. O ganho médio de altura óssea foi de 5,8 mm (variou entre 4,2-6,3 mm). Huwais et al. (2018) reportaram a colocação de 261 implantes em 222 pacientes, com uma altura óssea residual média de 5,4 mm. 49 implantes colocaram-se em cristas com uma altura óssea residual inicial entre 2 a 3 mm. Por sua vez, nesta série de casos, a disponibilidade óssea inicial variou entre 3,75 e 6 mm, tendo possibilitado a colocação de implantes standard com comprimento mínimo de 8,5 mm. Quando a técnica de osseodensificação se utiliza no aumento vertical da crista, de acordo com o protocolo da marca (www.versah.com), existe uma variação no procedimento de preparação do leito implantar, consoante a altura óssea residual inicial: • Altura óssea residual superior ou igual a 7 mm: pode efetuar-se uma elevação máxima da membrana do seio de 3 mm, recorrendo-se à preparação do leito implantar apenas com recurso à utilização das brocas Densah®. • Altura óssea residual inferior a 7 mm e, desejavelmente, uma elevação adicional da membrana do seio (superior a 3 mm): procede-se à preparação do leito implantar com recurso à utilização das brocas Densah® e compactação de material de enxerto com a broca de maior diâmetro.

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Ciência e prática

No presente trabalho, à exceção de um implante no caso clínico 1 (implante 2.5), todos os outros espaços edêntulos, por apresentarem disponibilidade óssea inicial apico-coronal inferior a 7 mm, foram preparados com brocas Densah®, e posteriormente adicionado biomaterial de origem xenogénica (Bio-oss®). Os pacientes reportados trataram-se com sucesso, com recurso a procedimentos de osseodensificação, tendo sido possível a colocação concomitante de implantes de dimensão standard, sem perfuração da membrana de Schneider e sem efeitos adversos.

Conclusões A técnica de osseodensificação é válida para a elevação do pavimento do seio maxilar, que permite a colocação concomitante de implantes dentários, com elevada estabilidade primária e com baixa morbilidade para o paciente.

Bibliografia 8. Nisand D, Picard N, Rocchietta I. Short implants compared to implants in vertically augmented bone: a systematic review (EAO). Clin. Oral Impl. Res. 26 (Suppl. 11), 2015, 170-179.

1. Chrcanovic BR et al. Tilted versus axially placed dental implants: A meta-analysis. Journal of Dentistry (2014). 2. Esposito M, Grusovin M, Rees J et al. Effectiveness of sinus lift procedures for dental implant rehabilitation: A Cochrane systematic review. Eur J Oral Implantol 2010; 3:7-26.

9. Papaspyridakos P, De Souza A, Vazouras K, Gholami H, Pagni S, Weber HP. Survival rates of short dental implants (≤6 mm) compared with implants longer than 6 mm in posterior jaw areas: A meta-analysis. Clin Oral Impl Res. 2018; 29 (Suppl. 16): 8-20.

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A importância da vigilância regular e precoce na prevenção da cárie dentária

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Enquadramento A Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso (FNSBS) dedica-se a fins de saúde e desenvolvimento humano desde 1951.

Cláudia Pereira Higienista oral. Licenciada em Higiene Oral, pela Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa. Higienista oral da Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso (FNSBS), em Lisboa, desde 2002, sendo responsável pela realização de rastreios do programa de saúde oral e de educação, tanto na instituição como na comunidade. Mafalda Lourenço Assistente social. Licenciada em Política Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa. Integra a equipa da FNSBS desde 1998, sendo a coordenadora do gabinete de desenvolvimento social, desde 2012. António Hall Médico dentista. Licenciado em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Integra o Programa de Saúde Oral da FNSBS desde 1988, sendo coordenador desde 1991. Lisboa.

O Programa de Saúde Oral da FNSBS (em funcionamento desde 1975) tem como objetivos: diminuir o índice de dentes cariados, perdidos e obturados, promover a higiene oral e a adoção de hábitos alimentares saudáveis. Este programa materializa-se em: consultas de higiene oral, onde se realizam e aconselham várias medidas de prevenção; quando se deteta alguma alteração, esta trata-se nas consultas de dentisteria, ortodontia e cirurgia oral também na Fundação. Preconiza-se a vigilância semestral desde os três anos e promovemos o acesso universal. Introdução A cárie dentária é das doenças com maior prevalência que afeta crianças e jovens em Portugal e que tem impacto na saúde geral, na autoestima, no bem-estar, assim como na integração social de cada indivíduo. A sua etiologia é multifatorial sendo que estão definidos os fatores primários: colonização bacteriana, composição da saliva e formação do esmalte dentário. Como fatores secundários temos os cuidados de higiene oral, o estado de saúde geral e fatores socioeconómicos, podendo estes influenciar o acesso aos cuidados de saúde oral.

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Até 2012 a população que fazia vigilância em saúde oral iniciava as consultas aos 3/4 anos e as crianças já eram acompanhadas no Programa de Saúde Infantil (neste programa, a equipa de enfermagem aconselha medidas de prevenção em saúde oral aos cuidadores, desde o nascimento de cada criança). Apesar de ser esta a prática que aconselhamos, a partir de 2013 passámos a acolher todas as crianças e jovens que procuram os nossos serviços, mesmo que iniciem a sua vigilância mais tardiamente. Com a introdução destas alterações no acesso ao Programa de Saúde Oral, fomos constatando que, anualmente, a percentagem de crianças livres de cárie e os índices de CPOD (dentes cariados, perdidos e obturados) apresentavam valores bastante diferentes dos registados até então. Percebemos que estávamos perante dois tipos de população: • A que iniciou os rastreios de forma regular aos 3/4 anos e que já era acompanhada no Programa de Saúde Infantil da Fundação. • A que não fazendo vigilância regular, a iniciou em idades mais tardias ou iniciou a vigilância de saúde oral aos 3/4 anos mas sem acompanhamento prévio em saúde infantil. Objetivo Demonstrar a importância da vigilância regular e precoce na prevenção das doenças orais, principalmente da cárie dentária, utilizando dois indicadores (inter)nacionais:

• Índice de dentes cariados, perdidos e obturados, tanto na dentição decidual como na definitiva. • Percentagem de crianças/jovens livres de cáries. Metodologia As 1.025 crianças e jovens que se observaram no Programa de Saúde Oral da Fundação, em 2018, num total de 1.630 consultas de higiene oral, dividiram-se em dois grupos, por forma a permitir comparar o seu desempenho nos referidos indicadores: • Grupo Vigilância - com 702 crianças e jovens que fazem a vigilância desde os 3/4 anos e que foram acompanhados no Programa de Saúde Infantil anteriormente. • Grupo Tardia - com 323 crianças e jovens que iniciaram a sua vigilância regular no Programa de Saúde Oral, entre 2015 e 2018, em idades mais tardias ou não foram previamente acompanhados no Programa de Saúde Infantil. Resultados Em todas as idades, o grupo Vigilância apresenta percentagens mais elevadas de crianças e jovens livres de cáries (gráfico 1). Das crianças que fazem a vigilância desde os três anos, 80,4% estão livres de cáries com seis anos. Estes dados comparam com 56,3% das crianças que estão livres de cáries no grupo Tardia assim como podem ser comparados com os 54% do mesmo grupo etário, segundo os dados da Direção Geral da Saúde, para a população em geral.

Gráfico 1. Percentagem de crianças e jovens livres de cáries nos 2 grupos.

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Importa referir que o grupo Vigilância apresenta valores preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabeleceu como metas para 2020, na região europeia: “pelo menos 80% das crianças de seis anos livres de cáries”. Também em relação ao índice de dentes cariados, perdidos e obturados de ambas as dentições, registam-se diferenças entre os dois grupos em estudo. Na dentição de leite, o grupo Vigilância apresenta nas várias faixas etárias um valor de índice CPOD mais baixo comparando com as mesmas idades do grupo Tardia (gráfico 2).

O mesmo se verifica na dentição definitiva em relação aos valores de índice CPOD, quando confrontamos os dois grupos (gráfico 3). No grupo Vigilância, os jovens que em 2018 têm 12 anos, apresentam um índice CPOD de 1,02, em contraste com os jovens do grupo Tardia cujo índice CPOD é de 2,25. Estes dados comparam também com o valor de referência preconizado pela OMS como meta para 2020 na mesma idade e cujo valor é de 1,5.

Gráfico 2. Índice CPOD de ambos os grupos.

Gráfico 3. Índice CPOD de ambos os grupos.

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A vigilância regular também determina a severidade da cárie dentária. Sabemos que a lesão detetada e tratada numa fase inicial implica procedimentos mais simples, que não comprometem a viabilidade do dente e que são menos dispendiosos, ao contrário de uma lesão detetada numa fase mais avançada.

Ciência e prática

Numa população cuja vigilância se inicia mais cedo a deteção da cárie dentária e o seu tratamento não implica a perda do dente, por essa razão o grupo Vigilância apresenta seis dentes perdidos comparando com o grupo Tardia onde o valor é de 16 dentes perdidos.

Na comparação destes dois grupos esta constatação é visível (gráfico 4).

Gráfico 4. Número de dentes que contribuem para o índice CPOD de ambos os grupos.

Conclusão Podemos concluir através desta amostra que a vigilância regular e precoce é uma das principais medidas de prevenção da cárie dentária. As crianças e jovens que iniciam a vigilância aos 3/4 anos apresentam melhores indicadores de saúde oral quando se comparam com os que não fazem vigilância ou a iniciam mais tarde.

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Técnica de mock-up para reabilitação estética anterior no paciente odontopediátrico. Relato de um caso

Caleb Shitsuka Médico dentista. Doutorado em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP), Brasil. Professor de Cariologia na Universidade Brasil e de Odontopediatria na instituição de ensino Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), São Paulo. Hatsuo Kubo Médico dentista. Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Paulista (UNIP). Professor de Ortodontia na Universidade Brasil. Coordenador do curso de especialização em Ortodontia na Universidade Brasil. Tais Pereira Leal Médica dentista. Doutora em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da UNIP. Professora de Ortodontia na Universidade Brasil. Irineu Gregnanin Pedron Médico dentista. Professor de Periodontologia e Laser na Odontologia na Universidade Brasil, São Paulo. João Marcelo Ferreira de Medeiros Médico dentista. Doutor em Endodontia pela FOUSP. Professor de Endodontia na Universidade Brasil e na Universidade de Taubaté, São Paulo. Maria Naira Pereira Friggi Médica dentista. Doutora em Odontopediatria pela FOUSP. Professora de Odontopediatria nas FMU, São Paulo. São Paulo (Brasil).

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CiÊncia e prática

Introdução As lesões traumáticas em dentes anteriores consideram-se um importante problema para o odontopediatra, devido aos seus impactos estéticos e funcionais. O trauma dental pode causar dor, perda da função mastigatória e impacto negativo na qualidade de vida1.

Resumo Um dos principais problemas bucais que se verificam na infância são as lesões traumáticas dos dentes, sendo um desafio para o odontopediatra, devido às dificuldades técnicas da reabilitação estética e do manejo comportamental do paciente. Este trabalho apresenta um relato de um caso clínico de um paciente de 10 anos de idade, atendido na clínica de odontopediatria de uma instituição privada de ensino odontológico. Diagnosticou-se fratura de esmalte nos incisivos centrais superiores devido a trauma dental. A paciente apresentava mordida aberta anterior e relatava sofrer bullying na escola devido à sua condição bucal. Utilizou-se para reabilitação estética anterior a técnica da muralha de silicone, pois a mesma diminui o tempo de trabalho, é de fácil utilização, baixo custo, além de reproduzir fielmente as estruturas dentais perdidas no trauma. É importante que o médico dentista tenha conhecimento sobre o traumatismo dental na infância e as técnicas de tratamento. Palavras-chave: dentística operatória, odontopediatria, estética, resina composta.

O comprometimento estético faz com que o bullying se torne um fator problemático em crianças e adolescentes, afetando-as emocionalmente. Um dos principais motivos que levam a essa situação são as fraturas dentárias com envolvimento estético, apinhamentos dentais, cáries extensas e maloclusões2. Além das dificuldades técnicas relacionadas com a reabilitação estética do paciente odontopediátrico, somam-se os problemas inerentes ao controle da conduta, o que traz a necessidade de um maior conhecimento de técnicas de manejo comportamental e habilidade por parte do profissional, visando o bem-estar de ambos nessas circunstâncias. Diversas estratégias têm sido propostas para a reabilitação oral, a escolha da terapia deve ser individualizada e baseada na aceitabilidade para cada paciente e sua família3. Na odontologia contemporânea, a preocupação com a estética vem sendo cada vez maior, surgindo a necessidade de contínuos avanços em técnicas que proporcionem ao paciente alcançar as suas expectativas. O tratamento estético caracteriza-se por levar em consideração o equilíbrio entre a cor, a forma e as características individuais de cada paciente, tendo como resultado uma harmonia entre os dentes, lábios e gengivas4.

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O planeamento estético pode efetuar-se a partir do enceramento diagnóstico realizado sob o modelo de gesso, que serve como base para a confeção de uma guia de silicone. Esta técnica também pode nomear-se como mock-up ou técnica da muralha de silicone, consistindo na confeção de uma guia com silicone pesado, que reproduz a face lingual de um ou mais dentes anteriores, assim como as suas dimensões (altura e largura) e os bordos incisais2. Desta forma, o presente estudo tem por finalidade descrever o relato do caso clínico de um paciente odontopediátrico que sofreu um traumatismo dental com implicações estéticas. Fez-se a reabilitação utilizando a técnica da muralha de silicone. Relato de caso Paciente E.A.M., do género feminino, leucoderma, de 10 anos de idade, acompanhado do seu responsável, compareceu na clínica de odontopediatria do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (São Paulo, Brasil) procurando tratamento odontológico. Durante a anamnese, verificou-se que a paciente apresentava mordida aberta anterior devido ao hábito de sucção digital e apresentava uma fratura oblíqua das coroas dos elementos 11 e 21 decorrente de um traumatismo ocorrido há quatro dias (fig. 1). Ao exame clínico constatou-se uma fratura no esmalte e dentina coronária sem exposição pulpar. Realizou-se uma radiografia periapical da região anterior para avaliar se havia o envolvimento das demais estruturais dentais e ósseas, e nada se constatou.

A paciente relatou sofrer bullying na escola devido ao comprometimento estético. Com base nos registros da anamnese, exame clínico, radiográfico e levando-se em consideração a idade da paciente, estabeleceu-se o plano de tratamento onde a conduta proposta foi a reabilitação estética anterior utilizando a técnica da muralha de silicone. Na sessão seguinte a paciente teve a sua arcada superior moldada com hidrocoloíde irreversível, e o molde vazado com gesso especial Tipo IV em toda a parte oclusal e de gesso pedra Tipo III para complemento. Após a confeção do modelo, realizou-se a reconstrução das incisais através do enceramento diagnóstico em cera branca (fig. 2) e a confeção da muralha utilizando silicone de condensação para reconstrução da face palatina. A sequência clínica foi dada pelo teste da muralha de silicone em boca para avaliar a largura e comprimento das restaurações, feito isso, reservou-se a matriz e realizou-se então profilaxia dos elementos com taça de borracha e pasta profilática, lavagem e secagem com jato de ar, seguido pelo teste dos grampos para posterior instalação do isolamento absoluto do campo operatório (fig. 3) de primeiro molar a primeiro molar (54-64), pois devido à erupção dos caninos a coroa não realizava retenção do grampo. Após este procedimento realizou-se bisel nos elementos que iriam receber as restaurações, com broca cilíndrica posicionada paralela a 45º em relação ao longo eixo dos dentes.

Fig. 1. Vista inicial das fraturas dentárias.

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Fig. 2. Enceramento dos dentes fraturados.

Fig. 3. Isolamento absoluto do campo operatório.

De posse do preparo, para hibridização utilizou-se condicionamento com ácido fosfórico (37%) por 30 segundos em esmalte e 15 segundos em dentina, seguido por lavagem abundante com jato de ar/água e secagem com jato de ar e bolinha de algodão. Aplicou-se o sistema adesivo Primer & Bond por 15 segundos na estrutura com auxílio de um pincel microbrush, após cinco segundos um leve jato de ar para evaporação do solvente e fotopolimerização por 20 segundos. Adaptou-se a muralha de silicone nos elementos seguida pela aplicação de incrementos de resina composta cor A2 (3M Espe)

seguida de fotopolimerização por 30 segundos até à reconstrução da face palatina e incisal (fig. 4) com posterior aplicação de um incremento de resina B1 (3M Espe) para composição da camada de esmalte, seguindo-se a fotopolimerização (fig. 5). O passo final deu-se através da remoção do isolamento absoluto, avaliação da integridade da restauração com uso de explorador nº 5, seguido de acabamento com pontas diamantadas de granulação fina e extrafina, polimento (fig. 6) com discos Sof-Lex (3M Espe), avaliação da oclusão e, após hidratação dos demais dentes, nota-se a integração do dente-restauração e da harmonia no sorriso (fig. 7).

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Fig. 4. Reprodução da face palatina.

Fig. 5. Reconstrução da face vestibular.

Fig. 6. Acabamento e polimento.

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Discussão Atualmente a odontologia deve basear-se na filosofia de tratamentos minimamente invasivos. O uso da matriz de silicone, a partir de modelo de estudo é indicado para casos de restaurações classe IV e recontornamento estético5.

Fig. 7. Resultado final da reabilitação estética.

O planeamento deve efetuar-se através de dados obtidos através da anamnese, exame clínico, radiográfico, modelos de estudo e deve ser avaliado o grau de expectativa do paciente, para que se possa definir um plano de tratamento individualizado3. O enceramento diagnóstico realizado sob o modelo de gesso serve como ferramenta indispensável para a reconstrução do sorriso, pois através do uso de cera no modelo pode-se reconstruir a área lesionada seguindo o padrão dental do paciente, facilitando a visualização da restauração final, assim como, modificações que podem realizar-se no sorriso a fim de se chegar ao melhor resultado ao término do tratamento, além de servir como base para a confeção de uma matriz de silicona2-7. A técnica da muralha de silicone oferece uma cópia ideal da estrutura palatina e das bordas incisais, determinando as dimensões do dente, diminuindo a necessidade de desgastes, bem como possibilitando a estratificação da restauração de maneira incremental em camadas de compósitos, reduzindo o tempo de cadeira do paciente odontopediátrico2,8. Os elementos 11 e 21 receberam a preparação de um bisel ao longo da superfície dentária, realizado com broca cilíndrica a 45º em relação ao longo eixo dos dentes com a finalidade estética de se ocultar a transição entre o dente e o material restaurador, sendo este essencial para a obtenção de restaurações bem sucedidas e impercetíveis9,10. Elegeu-se o tratamento com resina composta por apresentar uma alternativa de baixo custo para o restabelecimento estético, tratando-se de um material de fácil acesso e menor complexidade.

Vale a pena também ressaltar que existem outros tipos de tratamentos como os indiretos, as restaurações em porcelana, metal-porcelana e as resinas indiretas que apresentam um alto índice de sucesso, porém, estes implicam maior tempo de trabalho, número de consultas e exigem um laboratório especializado, aumentando o seu custo11,12. Utilizou-se resina composta micro-hibrida (3M Filtek Z250), pois os compósitos translúcidos do tipo micro-híbrido ou micro-particulado servem como um esmalte para a reconstrução da face vestibular por permitirem melhor polimento enquanto os compósitos opacos simulam o tecido dentinário, conferindo maior resistência à fratura e menor translucidez13. A incidência de traumatismos dentários associa-se a fatores clínicos como maloclusão, overjet acentuado (acima de 3 mm) e lábios curtos com inadequado selamento labial, apresentando maior frequência em indivíduos do sexo masculino14-19. Confirmam-se assim os achados clínicos em que a paciente apresentava mordida aberta anterior, sendo fatores predisponentes para a ocorrência de traumatismo dental. A prevalência de traumas dá-se frequentemente entre os oito e 12 anos de idade e os dentes mais afetados são os incisivos centrais superiores20,21 por estarem diretamente relacionados à estética, injúrias nestes elementos acarretam danos psicológicos (insegurança, timidez e clausura social) e a personalidade do paciente, tendo em vista que estas manifestações acontecem na fase adolescente onde estão mais preocupados com a sua estética e harmonia facial22,23.

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Conclusão A ocorrência de traumatismo dentário nos incisivos centrais está associada a fatores clínicos como maloclusão, overjet acentuado e lábios curtos com inadequado selamento labial. A odontologia estética de mínima intervenção vem evoluindo no últimos anos, novas técnicas vêm surgindo e é necessário que o médico dentista se atualize nessa nova realidade. Principalmente no atendimento do paciente odontopediátrico, é fundamental que o profissional tenha o conhecimento teórico, anatómico, funcional e comportamental, realizando o diagnóstico correto e o plano de tratamento adequado, com diminuição do tempo de trabalho para obter resultados favoráveis. Bibliografia 1. Abanto J, Paiva SM, Raggio DP, Celiberti P, Aldrigui JM, Bönec-

13. Felippe LA, Baratieri LN, Junior SM, Andrada MAC. Restau-

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Que câmara escolher? Como já vimos, a fotografia em Medicina Dentária requer equipamento especial e conhecimento técnico que nos permita produzir as melhores imagens possíveis e obter toda a informação necessária à documentação dos casos clínicos. Que parâmetros tenho de saber controlar para tirar fotografias perfeitas? Para obter essas imagens de alta qualidade, temos à partida de conhecer e perceber determinados parâmetros técnicos que irão influenciar a nossa imagem final e que dependem em grande parte do equipamento que utilizamos:

Bruno Seabra

Médico dentista e fotógrafo. Formador na área da fotografia em Medicina Dentária. Diretor do Light Up Studio, com sede no Lumiar (Lisboa). fotografia@maxillaris.com

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• Exposição: quantidade de luz utilizada para criar a nossa imagem. • Profundidade de campo: extensão de área nítida numa imagem, para cá e para lá do plano de focagem. • Distância de trabalho: distância a que estamos a fotografar relativamente ao nosso objeto.

• Distorção de imagem: deformação provocada na imagem que pode alterar bastante a perceção do objeto. • Equilíbrio de brancos: permite assegurar que as cores captadas pela câmara não sejam afetadas pela fonte de luz utilizada (temperatura da cor). • Nitidez: riqueza de detalhes, melhores contornos e ausência de ruído na imagem. Que equipamento vou necessitar? Entre o equipamento de que necessitamos para este controlo falamos sempre de três componentes essenciais: câmara (corpo), lente (objetiva) e flash. Começamos por falar da câmara que, apesar de ser aquele equipamento a que damos maior relevo, é sem dúvida o menos importante, comparando diretamente a importância da lente na garantia da qualidade da imagem e, por outro lado, o flash no controlo de uma correta iluminação do nosso modelo, seja ele dentes, lábios, retratos ou até na fotografia dos produtos que utilizamos.

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Que marca de câmara devo comprar para fotografar os meus casos clínicos? Esta é uma das questões mais frequentes que me colocam. Existe uma variedade de marcas disponíveis: Nikon, Canon, Sony, Olympus, Leica, Pentax, Fujifilm, Panasonic, etc. Qualquer uma delas poderia responder às nossas necessidades, no entanto, as marcas mais conhecidas são a Canon e a Nikon e por isso existem mais colegas a utilizar ambas as marcas. Por serem também as mais vendidas no mercado em geral, existem mais alternativas de produtos de marca branca disponíveis e compatíveis com estas duas marcas, nomeadamente flashes e lentes, o que pode diminuir bastante o investimento, no caso de termos um orçamento limitado. Na escolha da compra entre estas duas marcas, se estão a começar, recomendo sempre comprarem da mesma marca de outro colega que vos possa apoiar e ajudar se tiverem alguma dúvida. Por outro lado, no caso de alguma coisa não estar a funcionar, podem até usar o flash, lente e, em último caso, até a bateria da câmara do colega. Tudo isto já me aconteceu várias vezes e resolveu-me o problema!

Fig.1. Marketplace português KuantoKusta (www.kuantokusta.pt) que possibilita a pesquisa de qualquer item, indicando a variação do preço e as lojas onde se vendem.

E que modelo devo selecionar? Na realidade, o mercado está em permanente atualização e praticamente todos os anos sai um ou dois modelos novos de câmaras. Por essa razão, é muito fácil comprarmos um modelo que após uns meses poderá já não ser o mais atualizado. Por outro lado, os modelos anteriores – agora descontinuados – surgem com grandes descontos e poderemos encontrar uma ótima oportunidade de compra, pois a sua qualidade é sempre garantida. Hoje em dia, após a escolha do modelo – e antes de qualquer compra – recomendo a passagem por Marketplaces (ex: www.kuntokusta.pt ou www.amazon.com) que nos indicam a loja online com melhor preço. Muitas dessas lojas, não dispondo de lojas físicas com os encargos associados, conseguem ter produtos a valores mais atrativos.

Fig. 2. Imagem transparente de uma câmara DSLR com percurso do feixe de luz neste tipo de câmaras. DSLR permite troca de objetivas e a possibilidade de visualizar pelo visor a mesma imagem que é registada.

O modelo que devemos selecionar será aquele que irá dar resposta à nossas necessidades. O problema é que a maior parte das vezes, por falta de conhecimento, não conseguimos decidir, porque também não sabemos o que precisamos. Claro que podemos comprar uma câmara profissional, com tudo e mais alguma coisa, mas a maior parte das funções e características poderão ser supérfluas para a utilização que a maioria de nós dá às imagens registadas na prática clínica. A não ser que necessitemos de imagens com muita qualidade, por exemplo para projetar em congressos, imprimir quadros, não faz sentido realizar um investimento numa câmara com capacidades que provavelmente nunca iremos usar. Entre os modelos de duas câmaras profissionais e de duas câmaras de entrada de gama da Canon e Nikon existem várias opções com grande variação de preços.

Fig. 3. Ampliação de detalhes de cor, forma e textura dos tecidos duros e moles, pela utilização de lente macro numa DSLR.

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quada profundidade de campo para que todos os dentes apareçam nítidos quando registamos arcadas inteiras. Outro fator importante na qualidade é, sem dúvida, o tamanho do sensor que é maior nas DSLR e por isso a imagem também tem menos ruído e apresenta muito mais detalhe.

Fig. 4. Esquema para comparação entre câmaras DLS e mirrorless, relativamente ao seu tamanho e peso, e à forma como é feita a receção da luz e a sua observação no visor.

As câmaras compactas, por outro lado, não permitem mudar de lente para obtenção de fotografias macro de qualidade. Além disso, não tendo espelho, podem ter até um visor mas que se encontra desviado da imagem que pretendemos fotografar, o que pode dar um erro de paralaxe, ou seja, vermos uma imagem parecida mas desviada do nosso objetivo.

Para que precisamos de uma câmara que regista 10 fotografias por segundo, se nunca vamos necessitar disso na clinica? Por outro lado, podemos ver vantagem numa câmara que tenha selamento para salpicos e poeiras considerando o ambiente do consultório. Podemos considerar comprar uma câmara que nos permita realizar filmes 4K e registar todo o diagnóstico em vídeo. Podemos achar útil a existência de wifi para não estarmos sempre a pôr e tirar cartão de memória e ser simples, direto e rápido o processo de transferência e de armazenamento das imagens no computador. Podemos dar importância ao bluetooth que pode permitir visualizar fotos de forma imediata no nosso telemóvel e até fazermos a sua partilha com o próprio paciente ou colegas, ou mesmo controlar os settings e o disparo à distância. Podemos considerar até adquirir uma câmara com controlo wireless de flash para disparo sem termos de adquirir um emissor/recetor (transceiver). Não sendo, portanto, o corpo da câmara o mais importante e ficando este desatualizado tão rapidamente, faz mais sentido investir numa boa objetiva e num bom sistema de iluminação. Se o corpo necessitar de atualização para outro novo, continuaremos a usar a mesma objetiva e flash. Recentemente estive com um colega e amigo ortodontista que partilhou comigo, com alguma emoção, que a lente macro da Nikon que tinha o acompanhava há 20 anos... bem estimadinha! Diferença entre câmaras compactas e DSLR As DSLR (Digital Single Lens Reflex) são câmaras que têm um sistema de espelhos que permitem visualizar, por um visor, exatamente a imagem real que vamos fotografar. Além disso, possibilitam a mudança de objetivas e, como tal, trabalhar com lentes indicadas para o propósito da fotografia. No nosso caso, necessitamos de utilizar uma objetiva macro com grande qualidade de vidros e que permita fotografar mais próximo do objeto e obter ampliações 1:1 sem distorção. Estas câmaras possibilitam o controlo em modo manual e de todos os settings, o que garante também uma imagem final bem exposta, com equilíbrio dos brancos correto e uma ade-

Outra diferença importante é o facto de não existirem sistemas adequados de iluminação intraoral com flash para fotografia macro que se adaptem a estas câmaras compactas e por isso a iluminação pode ficar comprometida. As DSLR são de facto as câmaras indicadas para serem usadas na nossa área. E o que são as câmaras mirrorless? Numa câmara DSLR a luz que entra pela objetiva é refletida para um visor ótico por onde enquadramos a fotografia. Quando realizamos o disparo, o espelho levanta-se e a luz passa para o sensor que regista a imagem. Já as câmaras mirrorless ou também chamadas DSLM (Digital Single Lens Mirrorless), como o próprio nome sugere, não apresentam espelho e por isso também não têm visor ótico. Nas câmaras mirrorless a luz passa pela objetiva e vai diretamente para o sensor. O enquadramento e confirmação da focagem podem ser feitos tanto pelo visor eletrónico como pelo ecran LCD. Por estas razões, estas câmaras são mais simples mecanicamente e também mais pequenas e mais leves. Estes fatores podem trazer vantagens na área da fotografia em Medicina Dentária, considerando todo o peso do conjunto câmara-objetiva-flash. No entanto, o facto da forma de visualização ser estritamente digital, pode dificultar a adaptação. Por outro lado, o facto das câmaras serem menores pode tornar-se menos confortável e estável em mãos maiores. Além disso, o número de disparos com a mesma bateria diminuiu por estas terem menor capacidade por serem mais pequenas e usarem-se mais, por necessitarmos de écrans ou visores digitais permanentemente ligados quando estamos a fotografar. Neste caso, pode resolver a situação a simples utilização de um grip (pega que se acrescenta à câmara e que lhe dá volume e maior estabilidade). Na próxima edição de Objetiva clínica iremos abordar ainda algumas questões relacionadas com as câmaras, nomeadamente tipos de sensores, os seus tamanhos e a quantidade de megapixéis, a sua qualidade e outras características que suscitam ainda muitas dúvidas. Ficamos a aguardar todos os vossos comentários e sugestões para podermos continuar juntos a fazer chegar a fotografia em Medicina Dentária a todos os colegas.

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Quiz de Medicina Oral Demonstre os seus conhecimentos no teste da MAXILLARIS Durante mais de treze anos a edição espanhola da MAXILLARIS (e mais recentemente a portuguesa) publicou a secção “Imagens da Medicina Oral”, do médico dentista e professor catedrático espanhol Germán Esparza Gómez. Nela se descreveram uma série de casos clínicos, dando conta assim, de uma maneira simples e prática, das principais patologias desta área. Convencidos de que a prevenção é a principal ferramenta terapêutica e que a Medicina Oral deve continuar a ter o seu peso na MAXILLARIS, criámos uma nova secção que sobressai pela sua grande utilidade. Germán Esparza Gómez proporcionará todos os meses um Quiz (teste) no qual se inclui uma breve descrição de um caso e uma ou duas imagens do mesmo. Com estes dados, se lançará uma pergunta sobre um possível diagnóstico. O resultado desta pergunta publicar-se-á no mês seguinte, explicando tanto a argumentação da opção correta como a das respostas invalidadas. Para responder a esta pergunta e obter a solução correta de forma imediata, basta aceder à seguinte página eletrónica: www.maxillaris.com/quiz–pt. É um processo simples que não leva mais de um minuto. Aos participantes que obtenham os melhores resultados, a MAXILLARIS oferece um prémio especial.

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Germán Esparza Gómez Médico estomatologista. Doutorado em Medicina e Cirurgia. Professor titular de Medicina Oral. Departamento de Medicina e Cirurgia Bucofacial. Faculdade de Odontologia, Universidade Complutense de Madrid (Espanha). medoral@infomed.es

Responda a esta pergunta em: www.maxillaris.com/quiz

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A descoberta casual durante uma exploração da lesão – não removível – na imagem, numa mulher de 56 anos sem antecedentes de interesse e que não tinha detetado nenhum desconforto, deixa antever qual dos seguintes diagnósticos clínicos: A. Lupus eritematoso.

B. Leucoplasia homogénea.

C. Candidíase pseudomembranosa. A solução publicar-se-á de forma imediata no site e em formato impresso no próximo número.

D. Líquen plano.

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Solução do Quiz no 10 (setembro 2019)

A resposta correta é a D:

Nada. Simplesmente informar o paciente.

A lesão observada é uma linha branca. É uma alteração muito frequente que aparece nas mucosas jugais por fenómenos de pressãofricção ou tiques de sucção das referidas mucosas contra as superfícies vestibulares dos dentes de ambas as arcadas. Não implica nenhum tratamento e não costuma envolver complicações. Simplesmente deve-se informar o paciente.

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Leonor Assunção Marinho Licenciatura em Medicina Dentária. Prática clínica na Clínica FaceArt (Lisboa). É voluntária da Mundo A Sorrir, com experiência em outros projetos de voluntariado.

Desde muito jovem que participo em projetos de voluntariado. Na faculdade fiz parte da “Missão País”, um projeto de voluntariado para universitários, ligado à Igreja Católica. Durante uma semana mudámo-nos para uma localidade em Portugal, onde desenvolvemos várias atividades com a comunidade, como por exemplo palestras em escolas ou trabalho em lares de idosos e de pessoas com deficiências.

Entretanto, terminei o curso e, com isso, adquiri uma nova ferramenta para pôr ao serviço. Infelizmente, a saúde oral e a Medicina Dentária são ainda muito negligenciadas. Ainda existem muitas carências ao nível dos cuidados de saúde oral e pouco foco na prevenção destas doenças. A cárie continua a ser uma das doenças mais prevalentes no mundo, afetando a qualidade de vida de milhões de pessoas e contribuindo para uma vasta série de outras morbilidades.

Depois, no último ano de faculdade, fiz o meu primeiro voluntariado internacional em Moçambique, com a associação Apoiar. Estive naquele país em dois verões, um mês de cada vez, e esses dois meses abriram-me os olhos para uma realidade completamente diferente e incrivelmente apaixonante.

Quando terminei o curso sabia que queria fazer voluntariado na minha área de formação. Por isso, comecei a pesquisar e encontrei a Mundo A Sorrir. Decidi ir a uma sessão de acolhimento para conhecer melhor o projeto e percebi que o

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Existem sempre algumas dificuldades, mas são situações que se superam e que fazem a experiência valer ainda mais a pena Leonor Assunção Marinho, de 24 anos, colabora em projetos de voluntariado desde muito jovem. Nos tempos de faculdade integrou a Missão País, organização vocacionada para universitários e ligada à Igreja Católica, e fez o primeiro voluntariado internacional em Moçambique, com a associação Apoiar. A Mundo A Sorrir surgiu mais tarde, quando terminou o curso de Medicina Dentária. Decidiu assistir a uma sessão de acolhimento para conhecer melhor o projeto, e logo concluiu que o seu caminho passaria por aquela que é a principal organização não governamental da área da saúde oral. Desde então, a jovem voluntária já percorreu as estradas mais remotas de São Tomé e Príncipe, numa experiência – muito recompensadora – que define como “seis meses cheios de vida e muito, muito trabalho”.

meu caminho passaria por aqui. Depois de fazer uma formação com esta organização, e passados seis meses, estava a caminho de São Tomé e Príncipe. O que mais me motivou a fazer voluntariado num país africano de língua oficial portuguesa (PALOP) foi o facto de sentir que lá seria útil e tinha capacidade de responder a algumas das necessidades do país, passando pela curiosidade de conhecer a vida e a cultura locais. O meu avô paterno viveu muitos anos em Moçambique e o meu pai nasceu lá. Desde pequena que ouvia fascinada as aventuras do meu avô e talvez tenha ficado o “bichinho”. Há também o facto dos PALOP tornarem sempre mais fácil a interação com as pessoas e a integração na comunidade.

Seis meses após ter feito uma formação com a Mundo A Sorrir, Leonor Assunção Marinho iniciou uma missão de voluntariado em São Tomé e Príncipe.

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Acho que são países mais próximos de nós, portugueses. Afinal, houve tempos que pertencíamos todos ao mesmo país e por isso há um sentido de fraternidade entre estes povos. Fui muito bem acolhida por todos os parceiros da Mundo A Sorrir, tanto de alojamento como de transporte. Também pelos delegados de saúde e diretores das escolas. Mas, principalmente, pelas crianças das escolas e pelos pais que as levavam aos tratamentos. Depois da primeira semana numa localidade, já todos sabiam quem nós éramos e havia muitas pessoas que vinham ter connosco e pedir tratamentos. Tenho histórias muito engraçadas em Caué (um dos distritos da ilha de São Tomé). Houve claramente uma mudança na maneira como as crianças nos interpelavam durante esse mês. Na primeira semana, éramos apenas mais umas turistas que por ali passavam e, por isso, pediam-nos sempre doces. Com o passar do tempo, e à medida que íamos fazendo as ações de capacitação nas escolas e os tratamentos no hospital, as crianças começaram a pedir-nos escovas de dentes ou mesmo para lhes “arrancarmos” dentes. Acho que é um país abençoado. Tem um clima fantástico – embora por vezes o calor apresentasse os seus desafios – e paisagens lindas em todo o lado. As pessoas são amáveis e têm um sorriso fácil. A gastronomia é excelente: muito peixe e frutos deliciosos. Senti-me sempre bastante segura. Apesar de tudo isto é um país muito desafiante. As estradas estão em muito más condições, o que dificultava imenso as nossas idas às escolas e ainda mais o transporte dos nossos pacientes até aos centros de saúde. As crianças são-tomenses estão muito acostumadas a receberem ofertas dos turistas, por isso estão sempre à espera disso. Em relação à saúde oral há imensas carências: muito pouca informação e uma escassa quantidade de profissionais de saúde oral. O consumo de doces é complemente descontrolado e a informação nutricional é praticamente inexistente. A maior parte da população sofre de perda precoce de peças dentárias e/ou doença periodontal. Há muitas crianças com cárie dentária e gengivite. Outras faltam às aulas por

A voluntária observou, em São Tomé e Príncipe, que muitas crianças faltam às aulas por causa da dor de dentes, o que dificulta os seus estudos e a progressão na escola.

causa da dor de dentes, o que dificulta os seus estudos e a progressão na escola. Em São Tomé e Príncipe trabalhei principalmente com crianças. Desenvolvemos atividades de prevenção, que abordam temas de saúde geral, oral, higiene e nutrição. Todas as crianças que estavam abrangidas pelo projeto recebiam o kit da Mundo A Sorrir, composto por uma escova e uma pasta de dentes, que ensinávamos a usar.

Com o passar do tempo, e à medida que íamos fazendo as ações de capacitação nas escolas e os tratamentos no hospital, as crianças começaram a pedir-nos escovas de dentes ou mesmo para lhes “arrancarmos” dentes

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No fim de cada intervenção realizava-se um rastreio, que nos permitiu saber algumas informações sobre os hábitos das crianças do país e também identificar os casos mais urgentes para tratamento. Posteriormente, entregávamos uma lista com o nome das crianças identificadas ao professor responsável pela turma. Esses alunos deveriam passar no centro de saúde com os pais, num dia estipulado por nós, em coordenação com a delegada de saúde do distrito. Acho que é importante referir – embora eu não tenha participado nestas atividades – que a Mundo A Sorrir também desenvolve trabalho com os profissionais de saúde locais e professores, fundamentalmente na área da formação. Foram seis meses cheios de vida e muito, muito trabalho. Por isso trago imensas recordações que guardo com muito carinho e me deixam cheia de saudades. Conheci pessoas fantásticas. Ganhei uma casa nas Irmãs Franciscanas de Neves, onde a Mundo A Sorrir vai abrir a clínica ainda este ano! Experimentei frutos novos, como a jaca, o sape-sape ou a cajamanga. Aprendi jogos com as crianças e agora posso dizer que já sei pescar com linha, graças a uma rapariga chamada Marisa. Neste país percebi bem a importância da organização do território. Existem muitas estradas que ainda não estão alcatroadas e das que estão, a maioria tem buracos enormes. Há comunidades que se encontram a cerca de 20 quilómetros da

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estrada principal e demora-se aproximadamente uma hora e meia a percorrer aquele caminho. Imaginar uma situação de emergência médica ali é angustiante. Reconheci o valor da educação e da formação oferecidas pelo meu país. Também nesta área há muitas carências em São Tomé e Príncipe. Por exemplo, não há faculdades de Medicina ou de Medicina Dentária. Quem se quiser formar nestas áreas têm obrigatoriamente que emigrar, mas os recursos para bolsas de estudo são limitados. Apesar da escassez de médicos, cada distrito tem um centro de saúde com capacidade para internamento e pequenos postos comunitários dispersos. Os profissionais estão destacados por turnos para que todas as comunidades locais possam ter acesso a cuidados médicos e de enfermagem, apesar de todas as limitações. Aprendi muito sobre responsabilidade e sobre o que é ter pessoas que dependem de nós e com quem não podemos falhar. Também aprendi que é bom ter alguma capacidade de improviso, porque nestes contextos existem sempre imprevistos e é necessário que haja alguma capacidade de adaptação para que o trabalho não saia prejudicado. Durante a minha missão não tive uma recompensa principal, mas seis meses com muitas recompensas. Existem sempre algumas dificuldades, mas são situações que se superam e que fazem a experiência valer ainda mais a pena.

Leonor Assunção Marinho percorreu os caminhos longos de São Tomé para oferecer cuidados de saúde oral às populações mais remotas: há comunidades que se encontram a cerca de 20 quilómetros da estrada principal.

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ENDODONTIA

ENDODONTIA Atualizações em endodontia

Como simplificar as endodontias

Associado ao congresso anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), realiza-se no dia 17 deste mês, no Seminário de Vilar (Porto), um curso subordinado ao tema “Atualizações em endodontia mecanizada: instrumentação e obturação em 3D”. Esta formação será orientada pela médica dentista Mariana Alves, assistente convidada na pós-graduação de Endodontia na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). O objetivo deste curso é familiarizar os dentistas com o sistema XP, uma solução inovadora que permite abordar o sistema canalar em todas as suas dimensões com uma preparação minimamente invasiva.

Depois de Viseu e Aveiro, chegou a vez de Évora acolher, no dia 11 deste mês, o curso “Saiba como simplificar as endodontias na sua prática clínica”, organizado pela Dentina em colaboração com a VDW, sob a orientação de Carlos Franco. A temática desta formação incidirá essencialmente sobre o sistema reciprocante (Reciproc e Reciproc Blue), R-Pilot, bem como em motores de endodontia e diagnóstico. Além disso, os participantes terão acesso a uma sessão de hands-on, no decorrer do curso, para colocarem em prática todos os conhecimentos adquiridos. 210 317 700 / 228 303 844 - dentina@dentina.pt

secretariado@spemd.pt

ESTÉTICA DENTÁRIA

IMPLANTOLOGIA

Título de experto em estética dentária

Título de experto em cirurgia e prótese sobre implantes

A CEOdont celebrará em 2020 uma nova edição deste curso. O programa modular (existe a opção de fazer módulos soltos) obedece ao seguinte calendário: • 1. Capas de porcelana I; de 23 a 25 de janeiro. • 2. Capas de porcelana II; de 13 a 15 de fevereiro. • 3. Coroas de recobrimento total e incrustações; 6 e 7 de março. • 4. Periodontia clínica na prática geral; 5 e 6 de junho. • 5. Cirurgia periodontal estética I; 3 e 4 de julho. • 6. Cirurgia periodontal estética II; 10 e 11 de setembro. • 7. Restauração com compósitos I; de 15 a 17 de outubro. • 8. Restauração com compósitos II; de 19 a 21 de novembro. • 9. Curso teórico-prático na Universidade de Nova Iorque; de 15 a 19 de junho.

A CEOdont (Grupo Ceosa) agendou para o segundo semestre de 2020 o início de mais uma edição do curso orientado por Mariano Sanz Alonso, José de Rábago Vega e Guillermo Pradíes. Existe a possibilidade de fazer módulos soltos. Os módulos do programa são: • 1. Diagnóstico e plano de tratamento; de 24 a 26 de setembro. • 2. Cirurgia sobre implantes; de 5 a 7 de novembro. • 3. Prótese sobre implantes; de 26 a 28 de novembro. • 4. Curso de enxerto ósseo e elevação de seio; de 14 a 16 de janeiro de 2021. • 5. As novas tecnologias digitais em implantologia; de 18 a 20 de fevereiro de 2021.

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

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ORTODONTIA

IMPLANTOLOGIA Como simplificar as cirurgias de implantes

Desenho e desenvolvimento de alinhadores

A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) organiza no dia 17 deste mês, no Seminário de Vilar (Porto), um curso subordinado ao tema “Como simplificar as cirurgias de implantes: novos sistemas e materiais”, dirigido pelo médico dentista Paulo Maia, regente de Cirurgia Oral no Instituto Universitário Egas Moniz (Lisboa). Neste curso apresenta-se o sistema Vega e Vega Contacti com uma superfície inovadora e um desenho que respeita tecidos duros e tecidos moles. Exibe-se ainda uma gama de biomateriais, dando indicações de utilização do biomaterial mais indicado para cada situação clinica.

A ORTOCERVERA agendou para os dias 30 e 31 de janeiro e 1 de fevereiro de 2020, em Madrid (Espanha), o curso intitulado “Desenho e desenvolvimento de alinhadores”, dirigido pelo médico dentista espanhol Alberto Cervera. Este curso complementa o programa de experto em ortodontia, também com a chancela da ORTOCERVERA, e tem como finalidade proporcionar ao aluno os conhecimentos para o desenho e desenvolvimento das distintas fases de tratamento com alinhadores. Inclui práticas com simulador de alinhadores.

secretariado@spemd.pt

(0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

ORTODONTIA

ORTODONTIA Título de experto em alinhadores invisíveis

Pós-graduação de ortodontia

A CEOdont prepara mais uma edição deste curso, orientado por Andrade Neto. O programa iniciar-se-á no dia 6 de fevereiro de 2020 e consta de dois módulos de três dias cada um. O objetivo é que o aluno realize os processos de elaboração de férulas invisíveis com a metodologia avançada para o trabalho, melhorando os resultados nos pacientes, planificando clinicamente e desenvolvendo um trabalho com diversas técnicas, sendo capaz de realizar tratamentos sem depender de uma empresa específica. Ao finalizar o curso o aluno terá apoio diagnóstico e de laboratório para os primeiros casos.

A ORTOCERVERA já prepara a 90a edição da pós-graduação intitulada “Experto em ortodontia funcional, aparatologia fixa estética e alinhadores”, orientada por Alberto Cervera. Este curso, dividido em oito módulos, tem início marcado para 26 de março de 2020. O programa abrange a tecnologia de alinhadores como alternativa ao tratamento para todo o tipo de más oclusões, avaliação estética do caso e confeção de aparelhos de ortodontia. A pós-graduação centra-se nas seguintes áreas: protocolo de diagnóstico e tratamento, estudos de síndromas clínicos, práticas em tipodontos com brackets metálicos, estéticos e alinhadores e práticas clínicas tutorizadas.

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial Fundação Bissaya Barreto (Coimbra) www.spdof.pt

A quarta edição do congresso da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) já tem data e local definidos. O encontro terá Coimbra como cidade anfitriã e está marcado para os dias 14 a 16 de maio do próximo ano. A Fundação Bissaya Barreto será o cenário do congresso desta associação científica, sem fins lucrativos, fundada em 2014 e atualmente presidida pelo médico dentista Júlio Fonseca. Esta iniciativa enquadra-se no propósito da SPDOF de promover o desenvolvimento do conhecimento nas áreas da disfunção temporomandibular e da dor orofacial, estimular a investigação, estreitar relações científicas entre os médicos e outros profissionais de saúde que se dedicam particularmente a este setor da saúde e cooperar na organização de atividades relacionadas com estes objetivos.

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IV congresso da SPODF celebra-se em Coimbra

(0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

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Lisboa acolhe congresso mundial em junho de 2020

Em junho do próximo ano (dias 17 a 20), Portugal volta a acolher um dos grandes encontros mundiais da área da Medicina Dentária. Trata-se do 21o World Congress in Dental Traumatology (WCDT), que se realiza de dois em dois anos. A edição de 2020 terá como cenário o Centro de Congressos de Lisboa. A organização local deste evento internacional está a cargo da Sociedade Portuguesa de Endodontologia, presidida por António Ginjeira, professor associado e dirigente da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, em parceria com a International Association of Dental Traumatology (IADT) e a European Society of Endodontology (ESE). O programa inclui grandes nomes da endodontia e da traumatologia, com diversos cursos práticos pré-congresso.

WCDT 2020 Centro de Congressos de Lisboa www.wcdt2020.com

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VÁRIOS

Curso de sedação consciente

Jornadas de saúde oral no Hospital de Beja

Agendada para os dias 11 e 12 deste mês, a 24a edição do curso de sedação consciente realiza-se em Lisboa, nas instalações da Malo Clinic Education. Destinada a médicos dentistas, esta formação permite ainda a inscrição de assistentes dentários numa perspetiva de formação de equipa. Serão abordados temas como indicações e contraindicações, técnicas de administração clínica, entre outros. A formação contempla ainda uma sessão prática e um tratamento em direto com sedação consciente.

A segunda edição das jornadas de saúde oral organizadas pela Unidade de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) vão decorrer nos dias 29 e 30 de maio de 2020, em Beja, e serão integradas nas comemorações do cinquentenário do Hospital José Joaquim Fernandes. Os temas a tratar, por um painel de oradores de excelência, são as doenças sistémicas e crónicas transversais à saúde da cavidade oral. O público alvo das jornadas são: médicos, médicos dentistas, enfermeiros, professores, higienistas orais e outros profissionais de saúde. www.ulsba.min-saude.pt

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VÁRIOS 28o congresso da OMD vai ter lugar em Lisboa

SPEMD realiza no Porto congresso do centenário

O congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) realiza-se nos dias 14 a 16 de novembro, em Lisboa. Eis os conferencistas estrangeiros que participam no programa: Antonis Chaniotis, David Herrera, Dudu Medeiros, Fernando B. Araújo, Filippo Graziani, Frank Kaiser, Gabor Tepper, Giovanni Lodi, Gustavo G. Klein, Hande Sancakli, Homa H. Zadeh, Hugo A. Albera, José María Suárez, Juan Carlos Pérez Varela, Juliana Ramacciato, Lars Bjorndal, Leonardo Trombelli, Luca Cordaro, Mariano Sanz, Nuria Prieto Jiménez, Oswaldo Scopin, Panos Papapanou, Pasquale Venuti, Paulo F. Carvalho e Pedro Barrio Fernández.

A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) vai celebrar no Porto, nos dias 18 e 19 deste mês, o seu 39o congresso anual, que coincide com as celebrações do centenário da sociedade científica, deixando antever um programa especial. Esta edição vai decorrer no Seminário de Vilar, o que representa um regresso a uma casa que a SPEMD tão bem conhece, pois organizou nesse local vários congressos na década de 90 e no início do novo milénio. www.spemd.pt

www.omd.pt

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VÁRIOS Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS

Patologia salivar e medicina geral e familiar

A ORTOCERVERA organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS (conceitos básicos e definições), protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algorritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado e “a la carta”.

A patologia das glândulas salivares é vasta. Mas, como em qualquer área da medicina, existem entidades nosológicas mais frequentes ou graves das quais é importante conhecerem-se as suas manifestações clínicas. O encontro sobre patologia salivar e medicina geral e familiar, agendado para o dia 19 deste mês, na Casa de Saúde da Boavista (Porto) pretende, primeiro, sumarizar as doenças comuns das glândulas salivares e demonstrar uma metodologia diagnóstica prática e, depois, convidar colegas de medicina geral e familiar a apresentar casos clínicos de patologia salivar.

(0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

www.csaudeboavista.com/patologia-salivar

#MXDayDigital celebra-se em Lisboa em fevereiro de 2020

MAXILLARIS - D2 Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa www.maxillaris.com/mxdaypt

A jornada #MXDayDigital, que a MAXILLARIS organiza em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital (D2), vai realizar-se a 14 de fevereiro de 2020 nas instalações da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Trata-se de uma jornada dedicada à integração digital na clínica, que tem assegurados os seguintes oradores: Rafael Jaén Gutiérrez, Elena Cervino, Diogo Viegas, Esteban Xam-mar, João Fonseca, Filipe Aguilar e Pedro Brito. Nesta jornada inédita, os participantes vão ter a oportunidade de conhecer as inovações mais marcantes e as experiências dos especialistas do setor. Além disso, poderão realizar interessantes práticas, já que o programa prevê a realização de dois workshops (a cargo dos oradores João Fonseca e Filipe Aguilar) no período da manhã, ao passo que durante a tarde realizar-se-ão sete palestras sobre diversos focos da área digital.

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Calendário

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TOP

novembro

outubro Congresso Mundial de Estética Dentária IFED-SEPES Palácio de Congressos de Catalunha (Barcelona) www.sepes-ifed2019.sepes.org

10 12

II Annual Conference on Oral Care and Dentistry Istambul (Turquia) dentalcare@memeetings.com

14

Dental Showcase British Dental Industry Association Birmingham (Reino Unido) www.dentalshowcase.com

17 19

28o Congresso OMD Ordem dos Médicos Dentistas Lisboa www.omd.pt

14

XXXIX Congresso SPEMD Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária Porto www.spemd.pt

18 19

Congresso ADF 2019 Association Dentaire Française Paris (França) www.adfcongres.com

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40o Congresso AEDE Associação Espanhola de Endodontia Valência (Espanha) www.aede.info

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III Congresso Nacional de Estomatologia Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses Luso www.diventos.com

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março

dezembro Greater New York Dental Meeting New York County and Second District Dental Societies Nova Iorque (EUA) www.gnydm.com

1 4

Global Oral Hygiene and Dental Health Summit Dubai (Emiratos Árabes Unidos) www.oralhygeine.pulsusconference.com

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Expodental 2020 Ifema e Fenin Madrid (Espanha) www.ifema.es

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maio II Jornadas de Saúde Oral Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo Hospital de Beja www.ulsba.min-saude.pt

2020 fevereiro MXDay Digital MAXILLARIS em parceria com a Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital FMDUL - Lisboa www.maxillaris.com/mxdaypt

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junho World Congress of Dental Traumatology International Association for Dental Traumatology e Sociedade Portuguesa de Endodontologia Centro de Congressos de Lisboa www.iadt-dentaltrauma.org

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A integração digital espera por si day

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Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária Digital Patrocínio das empresas:

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Novidades

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MAXILLARIS

Novidades

Torniquete TORK70, com escala predefinida

Nova e exclusiva autoclave PRIMA www.ravagnanidental.com

www.ziacom.es

O departamento de pesquisa e desenvolvimento da fábrica Galbiati (100% italiano) lançou a autoclave PRIMA, de classe B, com tecnologia e desenho exclusivos, capaz de transmitir o sentido estético compatível com a biossegurança, e cuja comercialização na Península Ibérica está a cargo da Ravagnani Dental. A nova autoclave destaca-se pelas seguintes características: contém áciclos rápidos (26 minutos - 134° C), consumo económico de água e energia externa automática, 100% aço inoxidável e controlo electrónico da qualidade da água, sistema operacional intuitivo, impressora integrada e registo de dados USB, e inclui dois anos de garantia. Todos estes recursos estão disponíveis nas versões de 18 e 23 litros.

A ZIACOM incorporou à sua gama de produtos o TORK70, um torniquete dinamométrico com uma escala predefinida de 10 a 70 Ncm. Este instrumento apresenta um corpo de titânio leve e resistente, o que o torna mais fácil e cómodo de manipular no momento de realizar uma intervenção cirúrgica. Apresenta um desenho de fácil desmontagem para a sua limpeza e correta esterilização, já que não possui furos cegos. O torniquete dinamométrico TORK70 inclui-se na caixa cirúrgica dos implantes de conexão cónica Galaxy-ZV2, mas também se pode adquirir por separado.

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Novidades

MAXILLARIS

Novo colutório Curaprox PERIOPLUS+ Regenerate

Novas bandas matrizes Composi-Tight 3D Fusion Firm www.garrisondental.com

www.curaprox.com

A Garrison Dental Solutions anuncia uma novidade no sistema de matrizes seccionais Composi-Tight 3D Fusion: as bandas matrizes Fusion Firm, com tecnologia eZ-Place. Esta tecnologia incorpora aço inoxidável especialmente processado junto com um procedimento de elaboração das matrizes patentado para produzir bandas seccionais que resistem à deformação quase 70% melhor que as bandas típicas. As bandas Fusion Firm podem colocar-se em situações que com outras bandas matrizes não seria possível. As preparações cavitárias conservadoras com um contacto remanescente, assim como outros inconvenientes como as margens da preparação, não serão um problema. Estão disponíveis em pacotes de reposições individuais, kits vários e selecionados do sistema de matriz seccional da Garrison Dental Solutions. O novo prolongador incorpora conexão universal e pode usar-se com todos os sistemas de implantes ZIACOM (conexão interna e externa).

Entre os produtos da nova gama PERIOPLUS+ para o cuidado oral, que a Curaprox lançou recentemente em Portugal com uma fórmula melhorada pela natureza, inclui-se o colutório Curaprox PERIOPLUS+ Regenerate (0,09% clorohexidina + ácido hialurónico). Este produto, disponível em embalagens de 200 ml, proporciona um cuidado intensivo após cada cirurgia oral. Além disso, combina a clorohexidina com o ácido hialurónico, promovendo assim uma regeneração eficaz dos tecidos orais, para melhores resultados pós-cirúrgicos. Ajuda ainda a diminuir o período de recuperação do paciente.

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Novidades

MAXILLARIS

Gel gengival Curaprox PERIOPLUS+ Focus

Pack para reabilitações com divergência de até 44º www.ziacom.es

www.curaprox.com

A ZIACOM põe à disposição dos profissionais um pack de processamento indicado para reabilitações de sobredentaduras em situações clínicas nas quais os implantes colocados apresentem uma divergência de até 44°. Este pack é composto por uma cuba metálica de titânio nitrurado, com um sistema de rótula, uma cofia retentiva negra para uso no laboratório e três cofias retentivas em diferentes cores. As cores das cofias de plástico identificam os graus de retenção que oferecem à reabilitação protésica. Adicionalmente, este pack inclui um espaçador que permite proteger os tecidos leves durante o processamento da prótese em gabinete dentário.

O novo gel gengival Curaprox PERIOPLUS+ Focus (0,50% clorohexidina + ácido hialurónico) foi concebido para proporcionar um cuidado intensivo e localizado. O gel Curaprox PERIOPLUS+ Focus, disponível em embalagens de 10 ml, é fácil de aplicar e reduz a acumulação de placa bacteriana, o que permite minimizar o risco de inflamação e infeção. Dado que contém ácido hialurónico, este gel também promove a eficaz regeneração de tecidos após cirurgia oral.

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P O R T U G A L

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ANIVERSÁRIO

Por ocasião do seu 15o aniversário, que se comemora já no próximo mês de novembro, a MAXILLARIS Portugal, com a colaboração da EMS, vai realizar, durante o 28o congresso anual da OMD, um grande sorteio que tem como principal prémio uma aeropolidora AIRFLOW® HANDY 3.0 Premium, para todos os tratamentos sub e supragengivais em dentes naturais e implantes.

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DESTAQUE

Indústria

Schmid Dental Solutions com novidades na Expodentária

BTI volta a destacar-se pela sua produção científica

A Schmidt Dental Solutions Portugal marca presença em mais uma edição da Expodentária, por ocasião do 28o congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), que vai decorrer nos dias 14 a 16 de novembro, nas instalações da Feira Internacional de Lisboa. O grande foco deste ano passa pela apresentação da nova imagem e o lançamento de produtos que serão revelados durante a exposição comercial. A empresa vai disponibilizar a todos os visitantes aquilo que considera serem as melhores soluções digitais, tanto para clínica como laboratório, bem como os habituais equipamentos da Castellini, marca do grupo CEFLA. Contará também com um speakers’ corner de laboratório e um espaço de consumíveis onde os visitantes poderão obter informações sobre os descontos especiais em vigor.

O Biotechnology Institute (BTI) voltou a sobressair no relatório anual da Associação Espanhola de Bioempresas (ASEBIO) como a empresa espanhola com maior número de publicações em revistas científicas de impacto (26 no total). Este dado consolida a firma como uma das empresas do país vizinho que mais se dedicam e se envolvem com a I+D, já que 2019 é o quarto ano consecutivo em que o BTI ocupa esta posição nos relatórios da ASEBIO. Este feito coincide com o vigésimo aniversário da marca liderada pelo médico dentista Eduardo Anitua, com vasta experiência clínica, efeméride que será celebrada de forma especial nas jornadas científicas BTI Day que vão decorrer em novembro, nas cidades espanholas de Vitoria e Madrid.

800 201 192 - www.casa-schmidt.pt - geral@casa-schmidt.pt

bti-biotechnologyinstitute.com

Nobel Biocare marcou presença no congresso da EAO

www.nobelbiocare.com/n1

A Nobel Biocare participou ativamente no recente congresso anual da European Association of Osseointegration (EAO) que reuniu em Lisboa, nos passados dias 26 a 28 de setembro, cerca de 3.000 congressistas de mais de 80 nacionalidades. Profissionais de Medicina Dentária dos quatro cantos do mundo participaram nesta inédita reunião que decorreu no Centro de Congressos de Lisboa, onde a prestigiada marca da área da implantologia exibiu, num amplo stand instalado na zona comercial do recinto, as suas últimas novidades, em particular o sistema de implantes Nobel Biocare N1. Na segunda jornada do congresso (dia 27), a empresa convocou os implantologistas de renome europeus Tristan Staas e Gabor Tepper para uma esclarecedora sessão teórico-prática sobre o revolucionário sistema que os profissionais da área da implantologia têm O sistema N1 foi criado com o objetivo de agilizar os tratamentos. agora à sua disposição.

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Indústria

MAXILLARIS

Phibo adquire Sineldent ao abrigo de um ambicioso plano de expansão A Phibo, companhia multinacional especializada na produção CAD-CAM de próteses dentárias, adquiriu a Sineldent, uma dinâmica e emergente empresa galega do setor. A operação, que se enquadra num ambicioso plano de crescimento e expansão para os próximos anos, aumenta a competitividade da Phibo e permite ampliar o seu segmento de mercado. A Phibo e a Sineldent possuem uma faturação conjunta de cerca de 40 milhões de euros, mais de 320 trabalhadores, quatro plantas de produção em Barcelona, Ourense, Madrid (Espanha) e Bogotá (Colômbia). O volume da produção anual conjunto supera um milhão de unidades. A Phibo também fabrica mais de 350.000 implantes dentários por ano e comercializa os seus produtos em 20 países. www.phibo.com

Grupo CEOSA presente no congresso da OMD

Regras de publicação dos artigos científicos: • Os artigos não podem ter sido editados em outra publicação (nesse caso, precisamos de autorização expressa dessa publicação). • O texto deve ser enviado em formato word. • O conteúdo não deve ser publicitário (não admitimos comparações entre produtos nem trabalhos destinados a exaltar as características de marcas comerciais), ainda que possam constar nomes de produtos ou aparelhos utilizados no decorrer do trabalho. • O artigo deve estar estruturado, no mínimo, em: introdução, desenvolvimento, conclusões e bibliografia. • A bibliografia deverá ser organizada respeitando a ordem em que for apresentada no texto (quando a ela se faça referência) ou por ordem alfabética, e indicada da seguinte maneira: Silverman E, Cohen M. The Twenty minute full strip up. J Clin Orthod. 1976; 10: 764. • Fotografias em formato jpg ou tif, escaneadas a 300 pixéis por polegada, com dimensões mínimas de 9 cm de largura. Pelo menos uma das imagens do artigo (página de introdução) deve ter um tamanho mínimo de 20 x 26 cm. • Foto do primeiro autor (meio corpo). • Nome, apelidos e titulação de todos os autores, assim como um breve currículo de todos eles (formação principal e prática habitual). • E-mail do autor, ao qual enviaremos pdf com o resultado final para revisão antes da publicação. Nota: após receção do artigo, este será enviado à nossa Comissão Científica para aprovação.

Nos próximos dias 14 a 16 de novembro celebra-se, em Lisboa, o 28o congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas. Como é habitual, o Grupo CEOSA apresentará, no seu stand comercial, as últimas novidades e promoções especiais em produtos de ortodontia de fabricação própria. Além disso, o staff da marca que estará ao dispor dos visitantes da Expodentária prestará informações sobre o programa de formação pós-graduada em ortodontia.

Stand do Grupo CEOSA numa edição anterior da Expodentária.

(0034) 91 554 10 29 - www.ortocervera.com

ZIACOM mostra soluções no congresso da SECIB A ZIACOM estará presente no XVII congresso anual da Sociedade Espanhola de Cirurgia Oral (SECIB), que terá lugar nos dias 24 a 26 deste mês, em Sevilha (Espanha). Com um programa científico de alto nível e destacados oradores, o encontro abordará as inovações em cirugia oral e oferecerá uma atualização em diversas áreas desta especialidade. A empresa contará com um espaço na exposição comercial, onde mostrará os principais produtos do seu portefólio, tais como os seus sistemas de implantes de conexão cónica e interna, a gama de biomateriais e a oferta em fluxo digital, bem como os motores cirúrgicos ZIACOR. Também apresentará a sua oferta no campo da tecnologia CAD-CAM. www.ziacom.es

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