MAXILLARIS fevereiro 2016

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Publicidade

Crónica Portugal será o país convidado da Expodental 2016 de Madrid

Perspetivas Saúde oral no espaço lusófono

Falamos com… Maxim Belograd, médico dentista e especialista em microscopia avançada Renato Valente, presidente do 57 o encontro e 11 o congresso europeus das associações de estudantes de Medicina Dentária


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Destaques

fevereiro 2016

Crónica

Falamos com... Orlando Monteiro da Silva inicia sexto mandato com alerta para o papel “insubstituível” das ordens profissionais.

Pedro Mesquita renova mandato na SPEMD sob o lema da consolidação e do crescimento

Maxim Belograd, médico dentista e especialista em microscopia avançada aplicada à Medicina Dentária.

Perspetivas

Saúde oral no espaço lusófono.

Renato Valente, presidente da Comissão Organizadora do 57º encontro e 11º congresso europeus das associações de estudantes de Medicina Dentária e do terceiro congresso da Young Dentists Portugal.

Ciência e prática

Ponto de vista

Armando Dias da Silva, Márcia Cascão

André Lima Roque

Tratamento endodôntico de canais em forma de “C”. A propósito de um caso clínico.

Encerramentro de diastemas com facetas cerâmicas (caso clínico).

Presidente da Comissão Organizadora da primeira reunião sobre a técnica auto-ligável da FMUP.


Sumário

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Crónica 12

Orlando Monteiro da Silva inicia sexto mandato com alerta para o papel “insubstituível” das ordens profissionais.

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Pedro Mesquita renova mandato na SPEMD sob o lema da consolidação e do crescimento.

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Portugal será o país convidado da Expodental 2016 de Madrid.

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Falamos com…

Ponto de vista

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Maxim Belograd, médico dentista e especialista em microscopia avançada aplicada à Medicina Dentária: “Mais cedo ou mais tarde, vamos entrar numa autêntica «era da microdentisteria»”.

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Renato Valente, presidente da Comissão Organizadora do 57º encontro e 11º congresso europeus das associações de estudantes de Medicina Dentária e do terceiro congresso da Young Dentists Portugal: “Espera-se que cada participante saia enriquecido desta experiência, que certamente não se repetirá tão cedo em Portugal”.

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Publicidade: Maria João Miranda. comercialportugal@maxillaris.com Colaboradores: Gilberto Ferreira. João dos Santos. Maria Inês de Matos. Nuria Mauleón. Valéria Baptista Ferreira.

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MAXILLARIS FEVEREIRO 2016

Notícias de empresas.

Novidades da indústria

Márcia Cascão: “Tratamento endodôntico de canais em forma de ‘C’. A propósito de um caso clínico”.

Coordenador Edição Portuguesa: João Drago. portugal@maxillaris.com

Calendário de congressos, simpósios, jornadas, encontros e exposições industriais nacionais e estrangeiras.

Página empresarial

Saúde oral no espaço lusófono.

Proprietário: Cyan Editores.

Agenda de cursos para os profissionais.

Congressos e reuniões

Ciência e prática 44

Armando Dias da Silva, presidente da Comissão Organizadora da primeira reunião sobre a técnica auto-ligável da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Calendário de cursos

Perspetivas 32

André Lima Roque: “Encerramento de diastemas com facetas cerâmicas (caso clínico)”.

Comissão Científica: Jaime Guimarães (diretor científico). Ana Cristina Mano Azul. Francisco Brandão de Brito. Gil Alcoforado. Isabel Poiares Baptista. José Bilhoto. José Pedro Figueiredo. Paulo Ribeiro de Melo. Susana Noronha.

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Produtos e equipamentos.

Edição online: www.maxillaris.com.pt Depósito Legal: M-44.552-2005. Assinatura anual: Portugal 35 €, resto 80 €. ISENTO DE REGISTO AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 de 9/6 art 12º nº 1ª

Tiragem: 6.100 exemplares

Consultor para a América Latina: Pérsio Mariani. REDAÇÃO (nova morada): Rua Francisco Sanches, 122, 2º 1170-144 Lisboa. Tel./Fax: 218 874 085.

• Periodicidade mensal. • MAXILLARIS não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas pelos seus colaboradores. • Proibida a sua reprodução total ou parcial em outras publicações sem a autorização expressa e por escrito de CYAN EDITORES.


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EDITORIAL

Editorial

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Bons auspícios O novo ano inicia-se com a confirmada reeleição dos órgãos sociais das organizações mais representativas do setor dentário nacional – a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e a Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD). O denominador comum das eleições realizadas nos dias 5 (SPEMD) e 19 (OMD) do passado mês de dezembro foi a apresentação de uma única lista a (cada) sufrágio, o que deixa transparecer uma alegada unanimidade da “classe” dos médicos dentistas em torno dos desígnios traçados pelo seus principais dirigentes e um manifesto desejo de uma “evolução na continuidade”, sem sobressaltos no rumo que a profissão tem vindo a desbravar. Na cerimónia de tomada de posse que o reconduziu, pela sexta vez consecutiva, ao cargo de bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva apresentou como eixos prioritários para o novo mandato o compromisso de pugnar pelo acesso de toda a população aos cuidados de saúde oral, a aposta na formação e qualificação dos médicos dentistas, a defesa da formação em Medicina Dentária adequada às necessidades reais do país e ao nível da organização da OMD, bem como a implementação do novo Estatuto da Ordem. Por seu lado, Pedro Mesquita assegurou, no rescaldo a sua segunda eleição como presidente da SPEMD, que a sociedade científica continuará a desempenhar um importante papel nas áreas da formação e da promoção da investigação científica, entre outros objetivos que possam dignificar o percurso que tem sido traçado ao longo dos anos. Entretanto, a Associação Dentária Lusófona, que congrega mais de 230.000 profissionais de língua oficial portuguesa – e à qual a MAXILLARIS dá especial destaque nesta edição –, deixa antever a estreia, provavelmente ainda este ano, de um novo congresso que virá reforçar o debate em torno dos desígnios da saúde oral, entre Portugal e os restantes países e territórios que integram esta abrangente organização, que soma representantes do setor dos “quatro cantos do mundo”. Resta acrescentar que Portugal é o país convidado da Expodental que se celebra no próximo mês de março, em Madrid (Espanha). Esta importante “montra” europeia da indústria dentária constitui uma excelente oportunidade para divulgar os recursos da Medicina Dentária nacional nos seus mais diversos quadrantes, de resto, com o contributo desta revista que, entre outras iniciativas, irá promover (no dia 10 de março) um encontro luso-espanhol dedicado aos jovens médicos dentistas, com a participação dos máximos representantes da nova geração de profissionais e de prestigiados académicos dos dois países ibéricos. Não será demais, portanto, afirmar que o setor dentário nacional “entrou com o pé direito” nesta promissora temporada de 2016.

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Índice de anunciantes

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Bien-Air . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 e 66 BTI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Casa Schmidt. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Administradores: - Marisol Martín. marisol.martin@maxillaris.com - José Antonio Moyano. moyano@maxillaris.com Diretor: Miguel Ángel Cañizares. canizares@maxillaris.com

CEOdont. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 COE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Coltene. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Dental Lab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 e 43 Expodental Madrid 2016 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 GSK . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Instituto Casan. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Ivoclar Vivadent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Ledosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

Diretora Comercial: Verónica Chichón. publicidad@maxillaris.com Chefe Divisão Multimédia: Roberto San Miguel. webmaster@maxillaris.com Chefe Departamento Gráfico: M. Ángeles Barrero. maquetacion@maxillaris.com Redatores: María Santos e Diego Ibáñez. redaccion@maxillaris.com Serviços Administrativos: Marta Esquinas e Inmaculada Barrio. administracion@maxillaris.com

Oral-B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

REDAÇÃO ESPANHA: C/ Clara del Rey, 30, bajo. E-28002 Madrid Tel.: (0034) 917 25 52 45 Fax: (0034) 917 25 01 80

Osteocare . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Edição online espanhola: www.maxillaris.com

Medical 10. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Procoven . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Ravagnani Dental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Sinusmax . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 SPEMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

Encartes:

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Subdiretor: Julián Delgado. julian.delgado@maxillaris.com

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O HSS Portugal

Comissão Científica (edição espanhola): Javier García Fernández (diretor científico). Armando Badet de Mena. Blas Noguerol Rodríguez. Emilio Serena Rincón. Germán Esparza Gómez. Héctor Tafalla Pastor. Jaime Jiménez García. Jaume Janer Suñé. Juan López Palafox. Luis Calatrava Larragán. Manuel Cueto Suárez. Marcela Bisheimer Chémez. Rafael Martín-Granizo López.


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Maxillaris expodental_Maquetación 1 02/02/16 17:28 Página 2

“Encontro Ibéri co d Fórum de Formação. Pavilhão 3 do recinto IFEMA (Madrid) Dia 10 de março, das 17 às 18 horas • Avaliação do grau de formação. • Como escolher a pós-graduação mais adequada. • Como e quando dar o salto para o mundo laboral.

Vantagens especiais para os nossos leitores na Expodental: • Acceso a Wi-Fi gratuito em determinadas zonas da feira. • Senhas de guarda-roupa para visitantes portugueses. • Transporte para estudantes portugueses (autocarros gratuitos disponibilizados pela Expodental a partir das principais universidades portuguesas, em função da procura). Inscrições até dia 1 de março através do e-mail: youngdentistsportugal@gmail.com.

VIS

• Distribuição da revista.

I ST TE O AN D N o NOSS 5A O 05

Media partner da Expodental em Portugal P O R T U G A L


Maxillaris expodental_Maquetación 1 03/02/16 17:25 Página 3

organiza na

o de jovens dentistas” Moderador:

Dr. Héctor Tafalla, ex-presidente da ANEO (Federación Española de Estudiantes de Odontología), presidente da ANDA (Asociación Nacional de Dentistas Autónomos) e conselheiro de honra do Consejo General de Dentistas de Espanha.

Oradores:

PORTUGAL

João Pires,

Dra. Susana Noronha,

presidente da associação Young Dentists Portugal.

professora da Especialização de Periodontologia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.

ESPANHA

Álvaro Negrillo,

Dr. Jaime Jiménez,

presidente da ANEO.

diretor do Mestrado Universitário em Implantologia Oral Avançada da Universidade Europeia de Madrid.

Portugal, país convidado A Expodental facilita a chegada de visitantes portugueses: • Acesso gratuito ao recinto, sem pré-inscrição. • Descontos em transportes. • Ofertas em hotéis colaboradores.


Crónica

Cronica fev PT_Maquetación 1 02/02/16 16:45 Página 12

Orlando Monteiro da Silva inicia sexto mandato com alerta para o papel “insubstituível” das ordens profissionais Os órgãos sociais da Ordem dos Médicos Dentistas, que resultaram do recente ato eleitoral de dezembro, tomaram posse no passado dia 9 de janeiro, numa concorrida cerimónia que contou com a presença de mais de uma centena de representantes da classe e de outras ordens profissionais, académicos, responsáveis associativos e políticos, tais como o presidente do Partido Socialista e líder da respetiva bancada parlamentar, Carlos César, o ex-ministro da Saúde Correia de Campos, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, e o atual secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Araújo. Orlando Monteiro da Silva, que inicia o seu sexto mandato consecutivo no cargo de bastonário da OMD, aproveitou a ocasião para sublinhar que as ordens profissionais “têm uma enorme importância para Portugal e para a sociedade portuguesa”, considerando que o seu papel “é insubstituível e tem sido um exemplo de sucesso na regulação das respetivas profissões”. Segundo o bastonário, “ninguém imaginaria, hoje em dia, um departamento governamental ou algo parecido, a ter a capacidade de efetuar as importantes missões que as ordens profissionais efetuam, por delegação do Estado, sem custos para a sociedade, a cargo dos regulados”.

A implementação do novo Estatuto da OMD é uma das prioridades de Orlando Monteiro da Silva para o sexto mandato como bastonário.

A nova direção apresentou como eixos prioritários para o novo mandato o compromisso de pugnar pelo acesso de toda a população aos cuidados de saúde oral, a aposta na formação e qualificação dos médicos dentistas, a defesa da formação em Medicina Dentária adequada às necessidades reais do país e ao nível da organização da OMD. A criação de novas estruturas que defendam e promovam a saúde oral e os seus profissionais, bem como a implementação do novo Estatuto da Ordem “são outras das prioridades para os próximos quatro anos”, adiantou Orlando Monteiro da Silva. Na sua intervenção na mesma cerimónia, o secretário de Estado Adjunto da Saúde referiu que "é necessário apostar na prevenção da doença e na promoção de hábitos de vida saudáveis”, salientando que a OMD “tem sido um parceiro de primeira linha". Recorde-se que Fernando Araújo anunciou recentemente a intenção do Ministério da Saúde de integrar os médicos dentistas nas unidades de saúde familiares e nos centros de saúde, através da elaboração de um projeto-piloto em parceria com a Ordem dos Médicos Dentistas (ver notícia na página 16 desta edição). Orlando Monteiro da Silva recandidatou-se ao cargo de bastonário com a lista A e foi reeleito a 19 de dezembro do ano passado. As eleições decorreram ao abrigo do novo Estatuto da Ordem e foram igualmente eleitos os membros da Assembleia Geral, Conselho Geral, Conselho Diretivo e Conselho Fiscal, bem como uma lista independente, única, para o Conselho Deontológico e de Disciplina.

A cerimónia de tomada de posse contou com a presença de mais de uma centena de representantes da “classe” e de outras ordens profissionais, bem como de académicos e de responsáveis associativos e políticos.

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Crónica

Pedro Mesquita renova mandato na SPEMD sob o lema da consolidação e do crescimento Decorreu no passado dia 5 de dezembro, em Lisboa, a eleição dos órgãos sociais da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) para o biénio 2016/2017, que resultou na reeleição da equipa liderada pelo médico dentista Pedro Mesquita. Com 168 votos a favor e dois votos em branco, a atual direção, integrada na única lista (A) que se apresentou a sufrágio, assegurou o seu segundo mandato de dois anos. Os corpos sociais agora eleitos tomarão posse e iniciarão funções no próximo mês de março, em Assembleia Geral. Para o segundo mandato, e no seguimento do mote adotado no primeiro – “A consolidação de uma sociedade científica” –, a direção reeleita, que é constituída pelos mesmos elementos que integravam a anterior, escolheu como lema “Consolidar e promover o crescimento da SPEMD”. Em declarações à MAXILLARIS, Pedro Mesquita referiu que a SPEMD é, hoje, “uma sociedade científica de referência, moderna e dinâmica, desempenhando um papel relevante, de importância crescente, na sociedade portuguesa. De acordo com o presidente reeleito, “é fundamental que o processo de afirmação da SPEMD continue para bem da Medicina Dentária e da Estomatologia portuguesas, dos colegas e da população em geral”. Assegurou ainda que a sua equipa continuará a desempenhar “um importante papel nas áreas da formação e da promoção da investigação científica, organizando e apoiando diversas atividades que dignificam a história da SPEMD e a memória dos que nos antecederam”. A Assembleia Geral da SPEMD é composta por Mário Bernardo (presidente), Ana Mano Azul e Helena Figueiral (secretárias), ao passo que a direção conta com Pedro Mesquita, de novo como presidente, e André Correia, Bruno Seabra e Pedro Pestana na qualidade de vice-presidentes. Os vogais da direção são Adriano Sousa, Francisco Coelho Gil, Jaime Portugal, João Carlos Sampaio Fernandes e Sónia Mendes. O conselho fiscal é presidido por José Pedro Figueiredo e integra ainda Luís Pires Lopes e Ferreira da Costa como vicepresidente e vogal, respetivamente. O Conselho Regional Norte é formado por André Correia (presidente) e os vogais Andreia Fonseca, João Bravo, Helena Salgado, Rui Canelas e Renato Pereira, ao passo que o Conselho Regional Centro é liderado por Pedro Pestana, que tem a seu lado os vogais Diana Rebelo, João Paulo Tondela, Marco António Loureiro, Paulo Gomes Ferreira e Siri Paulo. Finalmente, o Conselho Regional Sul é presidido por Bruno Seabra e soma o seguinte leque de vogais: Abílio Martins, BerPedro Mesquita vai prosseguir a sua aposta nas áreas da formação e da promoção nardo Melo Neves, Gonçalo Barragán, Maria da investigação científica. Cristina Bettencourt Neves e Sofia Ambrósio.

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Crónica

Cronica fev PT_Maquetación 1 02/02/16 15:09 Página 14

APMO dedica reunião sobre medicina e patologia orais a estudantes do setor e jovens médicos dentistas A Academia Portuguesa de Medicina Oral (APMO) organizou, no passado dia 12 de dezembro, o evento “A medicina oral para jovens médicos dentistas”, no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, no Monte da Caparica (Lisboa). Esta reunião, integrada no programa de formação contínua da Secção Regional do Sul da APMO, contou com a presença de cerca de uma centena de estudantes de Medicina Dentária e de jovens médicos dentistas, interessados nas temáticas da medicina e patologia orais. António Mano Azul, presidente da APMO, sublinhou o sucesso da reunião que serviu para “discutirmos em colectivo temas da Medicina Oral que é sabido não serem os mais atrativos do ponto de vista ‘económico’, numa consulta. São, porém, os temas que mais servem de ponte entre a Medicina Dentária e as outras especialidades da medicina”. A referida academia, que foi relançada em 2015, “não quer ser mais uma sociedade científica cuja atividade culmina num congresso anual”, esclareceu António Mano Azul, que considerou ser mais importante “estarmos junto dos colegas que estão isolados nos seus consultórios e que sentem as dificuldades diárias de diagnosticarem e tratarem doenças ou patologias que não fazem parte dos grandes blocos de ensino do curso de Medicina Dentária, como a dentisteria, a endodontia, a prótese, etcétera”.

A iniciativa da APMO reuniu cerca de uma centena de participantes nas instalações do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz.

Assim, a APMO irá privilegiar um contacto mais informal em reuniões de formação continua, em textos de apoio, usando as redes sociais, “para tentar orientar os colegas que sintam dificuldades na forma como abordar situações que saem das rotinas de um médico dentista”.

“É importante não esquecermos de que, com os avanços da medicina e com o aumento da esperança média de vida, cada vez mais iremos encontrar nos nossos consultórios doentes muito idosos, doentes polimedicados, doentes que fazem ou fizeram tratamentos médicos e cirúrgicos agressivos para doenças que até aqui eram fatais”, acrescentou o presidente da academia, para quem estes doentes precisam de cuidados especiais e apresentam doenças orais específicas da sua situação. “Os jovens médicos dentistas sabem isto, e esta é uma das grandes áreas de atuação da medicina oral”. A academia conta com um grupo de profissionais “muito bem preparados” para organizarem e partilharem os seus conhecimentos nesta área, “com uma vantagem em relação aos grandes congressos, que é o facto de não cobrarem à organização o seu tempo e as suas excelentes conferências, dando o seu tempo de forma desinteressada à formação dos colegas mais jovens”, concluiu António Mano Azul. 14

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Crónica

Cronica fev PT_Maquetación 1 02/02/16 16:24 Página 16

OMD prepara projeto-piloto para integrar médicos dentistas nos centros de saúde A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) saúda a intenção manifestada recentemente pelo novo governo no sentido de integrar médicos dentistas nas unidades de saúde familiares e nos centros de saúde. Neste âmbito, a OMD revela que vai elaborar um projeto-piloto a ser apresentado o mais breve possível ao Ministério da Saúde, sendo que as duas entidades pretendem assinar, até ao final do corrente mês, um memorando de acordo. O projeto-piloto deverá elencar e avaliar fatores como as regiões preferenciais, a carteira de tratamentos básicos, a cedência de instalações, o fornecimento de equipamentos e os mecanismos de controlo. Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD, recordou a propósito que “há muito que denunciamos a ausência de cuidados de saúde oral no Serviço Nacional de Saúde (SNS). É uma lacuna que dura desde que foi criado em 1979 e que até aqui nunca foi suprimida”. Na opinião do bastonário, existe ainda em Portugal “uma visão, profundamente errada, que separa a saúde oral da saúde no seu todo e acarreta enormes custos para as pessoas, mas também para o Estado”. Por isso, a OMD aplaude esta iniciativa, da autoria do ministro Adalberto Campos Fernandes e da sua equipa, que, a concretizar-se, “será um marco fundamental para a Medicina Dentária portuguesa e a saúde oral dos portugueses”.

Esta iniciativa será um marco fundamental para a Medicina Dentária nacional e a saúde oral dos portugueses.

O projeto-piloto que a OMD vai elaborar inclui um plano de ação que terá de ir de encontro ao conceito definido pelo Ministério da Saúde que propõe uma noção de saúde pública que assegure a promoção da saúde oral. Orlando Monteiro da Silva mostrou-se satisfeito com a continuação do Programa Nacional de Saúde Oral, cujos resultados efetivos considerou “muito positivos, sobretudo entre as crianças, e que tem permitido colmatar as necessidades de alguns grupos específicos, nomeadamente populações mais carenciadas, mas que é necessário alargar para dar resposta a toda a população”.

Marco Landi é o novo presidente do CED O médico dentista italiano Marco Landi assumiu, no passado mês de novembro, a presidência do Conselho Europeu de Dentistas (CED), substituindo no cargo o seu colega austríaco Wolfgang Doneus. A passagem de testemunho teve lugar durante a última sessão plenária desta organização, que decorreu em Bruxelas (Bélgica).

O médico dentista italiano Marco Landi assume a presidência do CED.

Marco Landi, que até aqui ocupava o lugar de vice-presidente do CED, é acompanhado no mandato (de três anos) que tem pela frente por uma equipa de profissionais de vários países, designadamente Hans Schrangl (Áustria), Piret Väli (Estónia), Alexander Tolmeijer (Holanda), Pirkko Grönroos (Finlândia), Ro land L'Herron (França), Peter Engel (Alemanha) e Susie Sanderson (Reino Unido).

O CED é uma associação europeia sem fins lucrativos que representa mais de 340.000 médicos dentistas de 30 países. Os seus principais objetivos passam por promover elevados padrões em matéria de cuidados de saúde oral, assegurar uma efetiva prática profissional segura em toda a Europa e, neste contexto, manter contactos regulares com outras organiza ções e instituições europeias.

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Crónica

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Portugal será o país convidado da Expodental 2016 de Madrid Portugal será o país convidado da próxima edição da Expodental 2016, salão internacional de equipamentos, produtos e serviços dentários, que se realizará, entre os dias 10 e 12 de março, nos pavilhões da Feira de Madrid (Espanha). A proximidade de ambos os mercados, assim como as condições especiais que oferece a entidade que gere o recinto de feiras madrileno (Ifema) através da figura do país convidado, estão na origem desta iniciativa orientada para potenciar a participação dos profissionais portugueses no certame espanhol. De resto, a presença portuguesa representou na passada edição (celebrada em 2014) 45% dos visitantes internacionais que registou o salão dentário. A MAXILLARIS também tem assegurada uma participação ativa na próxima edição da Expodental, na sua condição de media partner. Para além do habitual stand onde serão distribuídos exemplares da revista, esta publicação organizará no recinto de feiras da capital espanhola, no dia 10 de março (das 17 às 18 horas), um encontro ibérico de jovens dentistas, que contará com a participação de João Pires, presidente da Young Dentists Portugal; Susana Noronha, professora do Mestrado de Periodontia da Faculdade de A MAXILLARIS, na sua qualidade de media partner, terá uma participação particularmente ativa nesta edição da Expodental. Medicina Dentária da Universidade de Lisboa; Álvaro Negrillo, presidente da associação de estudantes de Medicina Dentária do país vizinho (ANEO), e Jaime Jiménez, diretor do Mestrado Universitário em Implantologia Oral Avançada da Universidade Europeia de Madrid. O debate será moderado pelo médico dentista espanhol Héctor Tafalla, ex-presidente da ANEO. O estatuto de Portugal nesta edição do certame traduz-se numa série de vantagens para os visitantes portugueses, tais como o acesso a rede Wi-Fi gratuita em determinadas zonas do certame, oferta de senhas de guarda-roupa e ainda o transporte para estudantes. Neste âmbito, a Expodental disponibilizará autocarros a partir das principais universidades portuguesas (em função da procura). Também estão garantidos o acesso gratuito ao recinto, sem pré-inscrição, e descontos em hóteis que colaboram com a organização da exposição. A Expodental celebrará este ano a maior e mais completa edição de sempre, com a participação de cerca de 300 empresas expositoras e uma ampla oferta que, pela primeira vez, ocupará três pavilhões (3, 5 e 7) do recinto da Ifema. Entre as novidades desta edição, conta-se a área formativa, que concentrará toda a oferta do setor dentário no que respeita às etapas académicas de pós-graduação e às especialidades e à formação contínua das empresas, proporcionando informação de grande interesse. O programa prevê também a realização do Dia do Estudante (10 de março), dedicado aos futuros profissionais do setor. Além disso, a organização da Expodental levará a cabo, de forma paralela à exibição comercial, o programa de apresentações Speakers Corner, que abordará os últimos tratamentos e avanços tecnológicos de uma indústria que se caracteriza pelo seu permanente estado de evolução.

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Mais cedo ou mais tarde, vamos entrar numa autêntica ‘era da microdentisteria’

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Falamos com... Maxim Belograd, especialista em microscopia avançada aplicada à Medicina Dentária, foi um dos oradores mais destacados do último congresso da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), que se realizou no passado mês de outubro, em Lisboa. Em entrevista à MAXILLARIS, o médico dentista ucraniano, que concentra a sua prática clínica nas áreas da endodontia, da restauração e da estética dentária, revela as vantagens do inovador conceito de microdentisteria, que se antevê como uma importante mais-valia na rotina diária dos médicos dentistas. Na sua opinião, o uso do microscópio assumirá, num futuro próximo, um papel preponderante nos consultórios dentários.

Na sua condição de especialista em microscopia avançada aplicada à Medicina Dentária, pode indicar-nos as principais vantagens neste campo para os profissionais do setor? Em primeiro lugar, quero agradecer esta entrevista e as oportunas questões que me são colocadas sobre a temática da microdentisteria. Apesar de sermos médicos dentistas do século vinte e um, com toda a tecnologia moderna e os materiais e equipamentos que temos ao nosso dispor, ainda estamos longe do etalon, o substrato natural dos dentes. Compreender isto, assim como preservar as estruturas naturais e praticar as técnicas minimamente invasivas, são conceitos que têm um papel fundamental na dentisteria operacional de sucesso a longo prazo. Portanto, a questão que se coloca é: como ser realmente conservador? A resposta é clara: só o poderemos ser quando conseguirmos controlar todos os procedimentos, utilizando os nossos conhecimentos, as nossas habilidades e naturalmente a nossa capacidade de visão. Ora, este último ponto está completamente dependente dos sistemas de ampliação e iluminação. Isto, numa perspetiva biológica, mas também há outros benefícios e caminhos a considerar neste processo. Por exemplo, a documentação. Não se pode imaginar quão fácil e previsível é a nossa capacidade de documentar o processo clínico, desde as fotografias de alta qualidade aos vídeos de alta definição, sem qualquer interrupção e a qualquer momento. Além disso, podemos motivar os nossos pacientes apresentando-nos como dentistas modernos e realmente pouco invasivos através do uso do microscópio como a ferramenta que nos permite controlar todo o processo clínico. É interessante constatar que cada vez mais pacientes, que obtêm informação nos media e na internet, começam a procurar consultórios onde os clínicos usam microscópios porque têm consciência do valor da saúde oral. E nós, os profissionais, também devemos estar conscientes do valor da nossa saúde. Repare na nossa postura habitual durante o trabalho: é absolutamente inaceitável. Não conheço nenhum médico dentista que não tenha algum problema, por mais pequeno que seja, no pescoço ou nas costas. Isso deve-se à posição, pouco ou nada ergonómica, que mantém na sua prática diária. Este problema pode ser resolvido, a cem por cento, com o uso do microscópio.

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Falamos com... Não conheço nenhum médico dentista que não tenha algum problema, por mais pequeno que seja, no pescoço ou nas costas. Isso deve-se à posição, pouco ou nada ergonómica, que mantém na prática diária. Este problema pode ser resolvido, a cem por cento, com o uso do microscópio.

Que evolução ou que novas técnicas se antecipam neste domínio? Acha que a microdentisteria atingirá um lugar de destaque na prática dentária? O futuro é hoje. E hoje, ao viajar por todo o mundo, noto um grande interesse nesta área entre os meus colegas de profissão. Cada vez são mais os profissionais que aderem aos sistemas de ampliação na sua prática diária, pelo que estou convencido que, mais cedo ou mais tarde, vamos entrar numa autêntica “era da microdentisteria”.

tratamento, estão realmente a melhorar. No entanto, ainda estamos muito concentrados em como resolver os problemas – em termos de restauros e de tratamentos do canal radicular – em vez de nos focarmos na forma de evitar o problema. Sob o ponto de vista científico, que progressos antevê neste campo a curto ou médio prazo? É uma questão difícil de responder. Certamente que continuaremos a gerar uma melhor prática: do diagnóstico e no plano de tratamento baseados nos progressos da era digital (com a integração da tomografia computadorizada de feixe cónico e do desenho digital de reabilitação estética) à realização do processo de tratamento (com a impressão em 3D e os tratamentos conduzidos digitalmente). Também se esperam mudanças no sentido de uma maior aposta na profilaxia. Partilha da opinião daqueles que consideram que os endodontistas têm sido afetados pelo “boom” da implantologia nos anos mais recentes? Em termos gerais, concordo; no campo da especialização, não. Em todo o caso, trata-se apenas de um período de ajustamento. A próxima fase será em torno da solução dos problemas resultantes desse “boom” da implantologia e passará pelo regresso à preservação dos dentes. Julgo que, então, haverá um equilíbrio.

Existem alguns limites ou regras para o uso da técnica microscópica na Medicina Dentária? Que critérios ou conselhos recomendaria aos seus colegas de profissão? O limite é apenas o modo limitado de Maxim Belograd foi um dos oradores que marcaram a última edição do congresso pensar. A melhor maneira de encarar este da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária, realizada em Lisboa. processo passa por compreender profundamente o papel da visualização no processo clínico. Mas para podermos manifestar uma opinião fundamentada é necessário experimentar este sistema pelo menos uma vez. Muitos declaram que são bem sucedidos e obtêm bons resultados sem recurso a estes sistemas de visualização; se experimentarem trabalhar com o microscópio, penso que irão rever a sua opinião sobre este ponto. É também um profundo conhecedor das áreas da endodontia e da restauração. Como comenta o atual panorama neste contexto? Estamos a progredir. Os materiais e os instrumentos, bem como os planos de

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Falamos com... Na sua perspetiva, quais são os principais “ingredientes” para assegurar um correto tratamento endodôntico? Acima de tudo, um bom conhecimento e as devidas habilitações, sempre com base num pensamento criativo.

Atualmente é impossível exercer uma endodontia moderna de mãos vazias. Esta prática exige o recurso a instrumentos e materiais modernos. Mas também devemos saber claramente como usá-los da forma mais apropriada.

Considera que as novas tecnologias são hoje um fator chave para um endodontista ser bem sucedido? Muito honestamente, não me considero um especialista neste campo, apesar de, durante algum tempo, ter praticado exclusivamente este tipo de tratamento. De qualquer modo, julgo que atualmente é impossível exercer uma endodontia moderna de mãos vazias. Esta prática exige o recurso a instrumentos e materiais modernos. Mas também devemos saber claramente como usá-los da forma mais apropriada.

Tendo em consideração a sua experiência pessoal, que importância atribui ao conceito de “multidisciplinariedade” na prática dentária? Acha que é fundamental para assegurar uma visão global e uma abordagem comum aos problemas dos pacientes? Sem dúvida. A resposta está dada na própria pergunta. Mesmo para quem é um especialista unidirecional, é importante compreender o que os seus parceiros fazem e quais são as suas responsabilidades. Só assim poderemos ser bem sucedidos; só assim se evitarão os excessos

e o aparecimento de eventuais “herodontics”, e teremos autênticos tratamentos em vez de meros procedimentos. Neste sentido, que tipo de relação ou cooperação deve ser mantida entre os médicos dentistas e os técnicos de laboratório com vista a melhorar os resultados dos tratamentos dentários? Todos temos de adotar a “mesma linguagem”. Isto significa que temos de ter acesso aos mesmos dados para efeitos de análise. A melhor solução continua a ser, evidentemente, o contacto direto entre o laboratório, o paciente e o clínico. No entanto, hoje em dia o trabalho à distância já não é propriamente um entrave, uma vez que temos à nossa disposição grandes instrumentos digitais de comunicação: a fotografia dentária, o vídeo, o scanner digital, etcétera. Basta saber como se utilizam todos estes instrumentos na prática dentária. De resto, a profissão está bem encaminhada nessa direção.

Perfil MAXIM BELOGRAD é licenciado (desde 2004) em Medicina Dentária pela Ukrainian Medical Dental Academy. A partir de 2009, especializou-se no inovador campo da microscopia avançada aplicada à Medicina Dentária, exercendo a sua prática privada na Ucrânia, o seu país de origem. Dedica-se em particular às areas da endodontia, da restauração e da estética dentária. O medico dentista ucraniano é hoje um destacado orador com uma presença regular nos principais congressos mundiais do setor, onde partilha as suas ideias sobre o visionário conceito de microdentisteria. É proprietário do Belograd Study Club e coorganizador do grupo MicroVision, bem como formador oficial da Zeiss Dental Academy, entre outros cargos de relevo em grupos ou organismos dentários de vários países.

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FALamos coM... Renato Valente,

presidente da Comissão Organizadora do 57º- encontro e 11º- congresso europeus das associações de estudantes de Medicina Dentária e do terceiro congresso da Young Dentists Portugal

Espera-se que cada participante saia enriquecido desta experiência, que certamente não se repetirá tão cedo em Portugal

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Falamos com... Coimbra vai acolher, a partir do dia 28 deste mês e até 6 de março, o congresso da Young Dentists Portugal e a “cimeira” europeia dos estudantes de Medicina Dentária, que prometem um programa científico “o mais completo e abrangente possível”. Quem o afirma é Renato Valente, na qualidade de presidente da Comissão Organizadora do 57º encontro e 11º congresso europeus das associações de estudantes do setor dentário e do terceiro congresso da Young Dentists Portugal. Um dos objetivos deste evento internacional é dar especial destaque aos mais jovens e “mostrar alguns dos talentos que emergem no panorama europeu”, adianta, em entrevista à MAXILLARIS, o estudante e dirigente académico da Área de Medicina Dentária da Universidade de Coimbra.

Como encara a Young Dentists Portugal e o Núcleo de Estudantes de Medicina Dentária de Coimbra o desafio de organizar a “cimeira” europeia das associações de estudantes de Medicina Dentária? É com grande satisfação e ao mesmo tempo com sentido de responsabilidade acrescido que temos em mãos a organização de um evento internacional tão importante no seio dos estudantes de Medicina Dentária e jovens médicos dentistas. Esta aventura, que começou em 2014, quando Portugal ganhou a votação em Riga (Letónia), tem inspirado positivamente todos os envolvidos na organização, criando-se ligações de trabalho e naturalmente de amizade com colegas dos mais variados países da Europa. Têm surgido muitas expetativas relativamente ao nosso encontro e congresso em Portugal, principalmente após as apresentações da delegação portuguesa da associação europeia de estudantes do setor dentário (EDSA, na sigla em inglês) em Istambul (Turquia) e Szeged (Hungria) em abril e agosto do ano passado, respetivamente. Quais são os principais contornos do programa que está a ser delineado para os três eventos – 57º encontro europeu, 11º congresso europeu e terceiro congresso nacional – que vão decorrer em Coimbra? O programa tem a duração de uma semana e começa com a receção dos colegas europeus da EDSA no dia 28 deste mês. Nos três dias seguintes vai decorrer a Assembleia Geral da EDSA, no Auditório da Unidade Central da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), e está previsto um programa social para todas as noites. Na quinta-feira, dia 3 de março, realizam-se os cursos pré-congresso na Área de Medicina Dentária da FMUC, bem como um programa paralelo de visita às instalações do Pólo Primeiro da Universidade de Coimbra, dedicado aos colegas estrangeiros. Finalmente, na sexta-feira e no sábado, celebra-se o décimo primeiro congresso da EDSA e o terceiro congresso anual da Young Dentists Portugal, no Centro de Congressos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

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Falamos com... Estarão presentes o Conselho Europeu de Dentistas e a Association for Dental Education in Europe. Está em cima da mesa o planeamento de uma parceria direta entre a Young Dentists Portugal e estas duas organizações

Que temáticas vão dominar as sessões do programa científico e formativo? O nosso objectivo primordial é a criação de um programa científico que envolva as várias áreas da Medicina Dentária, de modo a assegurar o congresso mais completo e abrangente possível. Queremos dar especial destaque aos mais jovens e mostrar alguns dos talentos que emergem no panorama europeu. Daremos também lugar a um programa de temas sócio-profissionais, que ocorrerá em paralelo com as conferências do auditorio principal. Quem são os oradores nacionais e internacionais que vão dar corpo às conferências? A Young Dentists Portugal tem como um dos seus objetivos principais a valorização da Medicina Dentária jovem portuguesa. Por esta razão, fazemos questão de assegurar a presença nos nossos congressos de conferencistas maioritariamente jovens e de grande qualidade. Este ano não será uma exceção. Temos algumas surpresas guardadas, como a vinda de um médico dentista internacional pela primeira vez a Portugal, bem como a estreia em absoluto enquanto conferencista de um colega português. Respondendo à sua questão, podemos desde já confirmar a presença dos médicos nacionais Raquel Zita e Gonçalo Assis, bem como do endodontista espanhol Sebastián Ortolani. Quais são as expetativas da organização quanto ao número de congressistas portugueses e estrangeiros? Espera-se um número de congressistas nacionais igual ou superior ao das edições anteriores do Congresso Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (CNEMD) e

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A Comissão Organizadora, presidida por Renato Valente, está confiante que irá superar a barreira dos 500 participantes.

do congresso anual da Young Dentists Portugal, para além de mais de uma centena e meia de estudantes e de jovens médicos dentistas estrangeiros. Como tal, estamos confiantes que iremos superar, facilmente, a barreira dos 500 participantes. Espera-se uma boa adesão por parte das casas comerciais? Desde o início da criação do CNEMD e do congresso anual da Young Dentists Portugal que as casas comerciais têm vindo a aumentar o seu interesse pela Medicina Dentária jovem, uma vez que temos tido sempre um crescimento significativo do número de inscritos. É natural e evidente que nem todas as casas veem em nós, estudantes e jovens médicos dentistas, uma massa comercial atrativa para investir em publicidade. No entanto, tem-se verificado de ano para ano uma evolução no sentido da reversão deste paradigma. Neste momento, temos um bom apoio das casas comerciais para que o nosso meeting e congresso sejam um sucesso.


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Falamos com... O problema do desemprego e da emigração, bem como as questões do ensino da Medicina Dentária, são os temas que estão a ter particular relevância para a EDSA e para os estudantes portugueses

Durante o encontro estão previstas assinaturas de protocolos, ou outro tipo de parcerias, com entidades ou associações do setor dentário? Para além da presença das várias associações de estudantes europeias, estarão presentes o Conselho Europeu de Dentistas e a Association for Dental Education in Europe. Está em cima da mesa o planeamento de uma parceria direta entre a Young Dentists Portugal e estas duas organizações. Sem dúvida que isso irá permitir representar os estudantes e os jovens médicos dentistas portugueses de uma forma mais dinâmica e informada. Na sua qualidade de presidente da comissão organizadora, que objetivos globais espera ter atingido no final deste encontro europeu? Este será um momento de partilha e uma boa oportunidade para os estudantes e jovens médicos dentistas vindos de toda a Europa visitarem a “cidade berço do conhecimento” em Portugal e uma das universidades mais

antigas da Europa, com 725 anos de história, que é considerada Património da Humanidade pela UNESCO. Será também uma excelente ocasião para os estudantes de Medicina Dentária e os jovens médicos dentistas portugueses contactarem com os colegas de vários países da Europa e assimilarem os seus usos e costumes. Este evento promete ainda divulgar o que de melhor se faz na área atualmente. Dar-se-á uma partilha de conhecimentos com dimensão internacional. No final do encontro, espera-se que cada participante saia enriquecido desta experiência, que certamente não se repetirá tão cedo em Portugal. Quais são as atuais prioridades dos estudantes portugueses de Medicina Dentária e que tipo de objetivos partilham com os colegas europeus? A EDSA defende um ensino de qualidade nas faculdades e que todos tenham acesso a uma prática clínica que prepare cada estudante para a vida profissional. Infelizmente, esta situação não é uniforme em todos os países da Europa. Na Roménia, por exemplo, os nossos colegas não praticam em ambiente de clínica, ao contrário do que é normal acontecer no nosso país, sobretudo em Coimbra onde temos acesso a um leque variado de doentes e às suas patologias que faz com que a nossa faculdade seja altamente apetecida para programas de mobilidade. Neste momento, o principal problema em Portugal prende-se com o número excessivo de médicos dentistas que se formam ano após ano. Esta é uma situação partilhada com Espanha, a título de exemplo. Muitos de nós somos obrigados a trabalhar noutros países por não termos oportunidade de emprego estável em Portugal. O problema do desemprego e da emigração, bem como as questões do ensino da Medicina Dentária, são os temas que estão a ter particular relevância para a EDSA e para os estudantes portugueses.

Perfil RENATO VIEIRA VALENTE é estudante do quinto ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC). Tem a seu cargo a presidência da direção do Núcleo de Estudantes de Medicina Dentária da Associação Académica de Coimbra, desde 2014, e é delegado de Portugal da European Dental Students Association (EDSA). Acumula ainda as funções de coordenador do Gabinete Científico da Associação Young Dentists Portugal e de vice-presidente do Conselho Fiscal. É também membro do Conselho Pedagógico da FMUC.

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FOTO: MIGUEL TEIXEIRA (GENTILMENTE CEDIDA PELA CPLP)

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Criada há 10 anos, por iniciativa de Portugal e do Brasil, a Associação Dentária Lusófona (ADL) representa hoje mais de 230.000 profissionais de Medicina Dentária de todos os países e territórios de língua oficial portuguesa, nomeadamente Portugal, Brasil, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau. A organização propõe-se, entre outros desígnios, aumentar a cooperação e o intercâmbio entre os profissionais do setor dos vários países membros e consolidar a qualificação profissional. Para reforçar esta missão, na última “cimeira” da ADL – que teve lugar em Lisboa – foi sugerida a realização de um congresso conjunto, que poderá estrear-se ainda este ano. A MAXILLARIS recolheu os pontos de vista de cinco representantes desta “liga” de médicos dentistas do universo lusófono.

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Saúde oral no espaço lusófono


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Perspetivas A Associação Dentária Lusófona (ADL) foi criada há cerca de dez anos pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) do Brasil. O principal objetivo que esteve na origem desta iniciativa conjunta luso-brasileira – entretanto alargada a todo o espaço da Lusofonia – era aproximar e agregar as associações dentárias dos diferentes países membros, bem como os respetivos profissionais do setor, para trabalharem em conjunto em prol da saúde oral. Atualmente, a associação representa cerca de 230 mil médicos dentistas de todos os países e territórios de língua oficial portuguesa, nomeadamente Portugal, Brasil, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau. Apesar de todos terem em comum a mesma língua, só o Brasil e Portugal tinham a profissão devidamente estruturada. Os restantes países ainda registavam, na primeira década do novo século, muitas lacunas, debilidades e insuficiências no que respeita ao normal funcionamento da profissão de médico dentista. Resolveu-se então criar a ADL com o fim de fomentar o diálogo, tentar resolver muitos problemas comuns e ao mesmo tempo ajudar a lançar as associações profissionais locais dos países africanos. “Nessa altura, quase tudo estava por fazer nesses países e também em Macau. As faculdades locais estavam a dar os primeiros passos e eram poucos os licenciados ou mestrados a trabalhar. Havia alguns dentistas portugueses e brasileiros a exercer funções nos nossos parceiros de África, mas as carências eram enormes”, recorda Pedro Pires, atual vice-presidente da organização lusófona, cargo que acumula com a vice-presidência do Conselho Diretivo da OMD. Neste contexto, o também responsável pela organização da Expo-Dentária lembra a importância que assumiram os congressos e as reuniões científicas que, desde então, se realizaram em conjunto. A título de exemplo: as Jornadas Atlânticas na Ilha do Sal (Cabo Verde), o Congresso Luso-An golano em Luanda (Angola) e as Jornadas Sino-Portuguesas em Macau (China). Noutro âmbito, “houve colegas portugueses e brasileiros que foram dar algumas aulas em universidades africanas. Há também organizações não-governamentais a trabalhar no terreno e a contribuir para combater as carências locais”, adianta Pedro Pires, acrescentando que a ADL pretende, a médio prazo, “agregar e potenciar todas estas iniciativas e torná-las ainda mais eficazes”.

Portugal.

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Pedro Pires, vice-presidente da Associação Dentária Lusófona e do Conselho Diretivo da Ordem dos Médicos Dentistas O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, aquando da sua presidência da Federação Dentária Internacional (FDI), deu também uma enorme ajuda na formação das associações profissionais de alguns países africanos e na sua posterior adesão à FDI, como membros de pleno direito. “Muito importante tem sido também a participação de tantos colegas dos diferentes países de língua oficial portuguesa nos congressos da OMD”, constata o vice-presidente da ADL, para quem esta presença “tem contribuído para nos conhecermos melhor, falarmos dos nossos problemas e lançarmos ideias para novas iniciativas”. No encontro anual de 2015, que se realizou em novembro passado no pavilhão Meo Arena (Lisboa), foi sugerida, de resto, a realização de um congresso da Associação Dentária Lusófona. “Ainda não há nada de muito concreto, mas já foi criado, no âmbito do Conselho Diretivo da OMD, um grupo de colegas para dar seguimento ao projeto e trabalhar em conjunto com os representantes dos outros países membros”, revela Pedro Pires, adiantando que a ideia é avançar com esta inédita iniciativa já no decurso deste ano. “Vamos ver se isso será viável, se conseguimos reunir as condições para fazermos um bom congresso”.

Pedro Pires: Houve colegas portugueses e brasileiros que foram dar algumas aulas em universidades africanas. Há também organizações não-governamentais a trabalhar no terreno e a contribuir para combater as carências locais


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Perspetivas Foi também apresentado no último encontro anual da OMD, em conjunto pelo Brasil e Portugal, um projeto para os países africanos de formação de assistentes e de auxiliares de consultórios. Esta é outra área em que existem muitas carências em alguns países. “Há portanto ideias novas e muita vontade de trabalhar em conjunto para que a saúde oral vá melhorando em todo o espaço lusófono”, sublinha o dirigente da OMD.

Sílvio Jorge Cecchetto: É importante congregar em torno da ADL não só as entidades odontológicas mas também o mundo académico e estimular a indústria de equipamentos odontológicos a fazer parte ativa desse grupo

Na sua opinião, o reforço do papel da ADL passa pelo envolvimento do poder político dos diferentes países, isto é, “por conseguir sensibilizá-los para a importância da saúde oral na saúde geral. Assim, conseguiremos alcançar, de uma forma mais eficaz, os resultados que todos pretendemos”. Esta opinião é partilhada por Sílvio Jorge Cecchetto, presidente da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas, que defende a necessidade de “envolver mais entidades dos países de língua portuguesa para não só conhecer as diversas realidades, como também traçar o melhor caminho que deveremos seguir para tornar a ADL realmente uma entidade forte e representativa, com capacidade de estreitar laços que nos levem ao desenvolvimento da Medicina Dentária”. O representante do Brasil na ADL, que marcou presença no último congresso anual da OMD, considera importante mobilizar em torno da ADL “não só as entidades odontológicas mas também o mundo académico – as universidades e os investigadores – e estimular a indústria de equipamentos odontológicos a fazer parte ativa desse grupo, abrindo o mercado para o novo cenário que a ADL idealiza”. Do seu ponto de vista, “este é o grande desafio que teremos de vencer, e sabemos que somente unidos seremos mais fortes”.

Sílvio Jorge Cecchetto, presidente da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas (ABCD) Por seu lado, Niucha Vasconcelos, coordenadora do Conselho Nacional de Medicina Dentária da Ordem dos Médicos de Moçambique, destaca que a ADL “tem uma missão muito nobre ao unir profissionais de Medicina Dentária dos países lusófonos, e por isso deve ter um destaque maior e fazer-se sentir mais”. A médica dentista moçambicana aponta como exemplos do que considera ser fundamental assegurar – através desta “liga dentária” dos países de língua oficial portuguesa – “o incentivo à realização de protocolos de cooperação entre instituições de ensino superior para fins de formação, estágios e intercâmbio de alunos e/ou docentes; constituir uma plataforma científica e assinar memorandos ou acordos que visem a partilha de estudos científicos e abrindo portas a profissionais para a realização de estudos nos vários países lusófonos; incentivar a formação académica e especializada em módulos similares, de modo a facilitar o reconhecimento e equivalência dos cursos entre os países de língua portuguesa”.

Brasil.

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Perspetivas A representante de Moçambique recorda que na última “cimeira” da ADL, realizada no passado mês de novembro em Lisboa, falou-se na importância de se organizarem encontros anuais abertos a toda a comunidade de médicos dentistas, bem como workshops, que poderão vir a realizar-se em vários países de forma rotativa. “Penso que esses encontros são fundamentais, uma vez que – pelo menos em Moçambique – a associação é conhecida por um número muito pequeno e privilegiado de colegas”. Revela, a propósito, que no seu país “tudo é recente nesta área”, designadamente a existência da Associação Moçambicana de Médicos Dentistas e a criação do Conselho Nacional de Medicina Dentária a nível da Ordem dos Médicos. “Mas creio que os pilares estão montados; há muito que se possa fazer e há vontade de ambas as partes de trabalhar em conjunto, pelo que considero que as perspetivas são bastante animadoras”. Carmelinda Gonçalves, presidente da Associação Caboverdiana de Médicos Dentistas, também “vê com bons olhos” o papel que a ADL pode desempenhar para a melhoria do exercício da profissão no seu pais. “Creio que a cooperação deve incidir no e-learning e no coaching, algo que poder ser perfeitamente exequível entre os parceiros da associação”, sugere a médica dentista caboverdiana, acrescentando, por outro lado, que este ano a associação que preside está a programar a continuação das Jornadas Atlânticas, “o que será muito benéfico para os médicos dentistas caboverdianos, tanto para se atualizarem como para criarem vínculos com outros colegas, de modo a estabelecerem parcerias estratégicas”. Cristina António, presidente da Associação Dentária de Macau, reconhece igualmente os benefícios que resultam da estreita ligação do antigo território sob administração portuguesa – e atual região administrativa especial da China – com os países de expressão portuguesa. “As reuniões com a ADL têm sido importantes para promover a troca e a partilha de experiências sobre as diferentes maneiras de superar os problemas na nossa área”, observa a também vice-presidente da Federação Dentária da Ásia-Pacífico, para quem estes contactos “são essenciais para acompanhar o desenvolvimento nas áreas científica, económica, social e política a adotar”. Cristina António manifesta o seu desejo de “tentar trabalhar mais, no contexto da ADL, na organização de cursos e congressos de formação de diferentes especialidades, tendo em consideração que muito em breve Macau irá adotar, como acontece em muitos países, o sistema de créditos de formação para a renovação da carteira profissional”. Aproveita a ocasião para agradecer aos representantes dos países membros da ADL “o apoio e a disponibilidade que têm dado à nossa associação local”.

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Niucha Vasconcelos, coordenadora do Conselho Nacional de Medicina Dentária da Ordem dos Médicos de Moçambique

A médica dentista macaense lança ainda uma sugestão aos seus parceiros lusófonos, que passa por “aproveitar a vantagem de Macau ser um região bilingue – onde as línguas portuguesa e chinesa são oficiais – e um lugar multicultural com uma localização geográfica estratégica, bem como as ótimas condições que oferece para a realização de congressos científicos”. Na sua ótica, este pequeno enclave chinês “poderá servir não apenas como ‘ponte de ligação’ entre a China e os países de língua oficial portuguesa como também no contexto da região da Ásia-Pacifico, quer em termos científicos quer ao nível do setor público”.

O estado da “classe” nos países membros Embora partilhem algumas preocupações e enfrentem desafios comuns, os países membros da ADL têm realidades muito distintas no que respeita ao panorama da Medicina Dentária, o que, por sinal, se reflete nas diferentes prioridades que se manifestam em cada coordenada geográfica.

Moçambique.


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Perspetivas No caso português, a conjuntura dos médicos denNiucha Vasconcelos: tistas é, neste momento, “muito mais cinzenta do A ADL tem uma missão que foi no passado”, constata Pedro Pires. “A meu ver, temos um enorme problema e muitas muito nobre, ao unir profissionais outras questões mais secundárias. O enorme de Medicina Dentária dos países lusófonos, problema é o número de licenciados/mestrados que continuam a sair, todos os anos, das e por isso deve ter um destaque nossas faculdades. E se a quantidade é manifestamente exagerada, a qualidade também preocumaior e fazer-se sentir mais pa”, diz Pedro Pires, vice-presidente do Conselho Diretivo da OMD, considerando que “o afastamento das faculdades de medicina na formação dos três primeiros anos do curso e a redução do curso de seis para cinco anos, tiveram um efeito nefasto da qualidade da formação que hoje existe nas nossas pré-graduações”. Este é, a seu ver, “o enorme problema que a classe dos médicos dentistas tem pela frente. Temos que conseguir reduzir a quantidade de alunos nas nossas faculdades e aumentar a qualidade da sua formação”. O Brasil tem praticamente um quarto dos médicos dentistas do mundo, ou seja, estão em atividade perto de 280.000 profissioMas nem tudo é preocupante no panorama da “classe” em Portunais, de acordo com dados estatísticos do Conselho Federal de gal. Para Pedro Pires, “muito foi feito nestes anos desde a formaOdontologia daquele país. A este contingente somam-se 22.000 ção das escolas superiores de Medicina Dentária, onde foram fortécnicos de prótese, 112.000 assistentes dentários e outros 22.000 mados os primeiros médicos dentistas portugueses. Continuamos técnicos de saúde oral. “A quantidade de profissionais ao serviço a ter excelentes profissionais”. Na sua opinião, houve neste setor do setor implica sérios desafios”, reconhece Sílvio Jorge Cecchet“uma evolução significativa nos últimos 30 ou 40 anos, e todos os to, presidente da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas, “a índices que medem a qualidade da saúde oral em Portugal melhocomeçar pela própria dimensão continental do território, com uma raram muitíssimo. Temos uma rede de clínicas e de consultórios população de mais de 204 milhões de pessoas, que apresenta uma privados que cobrem todo o país”. enorme disparidade populacional: o Estado de São Paulo, na região sudeste, tem 45 milhões de habitantes; já o Estado de RoraiNo entanto, ressalva, “falta chegarmos aos portugueses mais desma, na região norte, regista cerca de 500.000 pessoas”. Outro fator favorecidos; os que não podem usufruir dessa rede privada e que de difícil solução é que os médicos dentistas, como de resto todos têm direito a cuidados de saúde oral no serviço público. Pode ser os profissionais de saúde, “concentram-se nos centros mais popuque essa porta comece finalmente a ser agora aberta. É essa a noslosos e desenvolvidos e não há, ainda, uma política firme por parsa esperança”. É também por esse projeto e para dar resposta a te das autoridades que interiorize adequadamente os profissionais essa exigência, que os novos órgãos sociais da OMD –que tomapara os cuidados com a saúde bucal em áreas distantes dos granram posse no passado dia 9 de janeiro – “se vão bater”, assegura. des centros”, repara. No que respeita ao ensino, o Brasil tem hoje 220 faculdades de Medicina Dentária (28 federais, 19 estaduais, oito municipais e 165 particulares) que formam mais de 12.000 dentistas por ano. “É reconhecido que os grandes centros de formação são os públicos, que estão localizados também em maior incidência nas regiões sul e sudeste, mas esta é uma tendência que tem vindo a modificar-se com bom ritmo”, diz o médico dentista brasileiro, constatando que atualmente “há também ótimas universidades e cursos de Medicina Dentária nas regiões norte e nordeste brasileiras, ou seja, a excelência da formação está-se a expandir gradualmente em todo o território brasileiro, também com oferta abundante de cursos de pós-graduação”.

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Perspetivas Por outro lado, o projeto “Brasil sorridente”, nome que foi atribuído à política nacional de saúde oral do governo federal, imprimiu grande impulso à atenção primária da saúde oral nos últimos 11 anos. Nesse período, o país sul-americano deu um salto qualitativo nesta área. “Criaram-se equipas de saúde oral para trabalhar junto às equipas de saúde da família, instalaram-se laboratórios de próteses e centros de especialidades odontológicas em todas as regiões do Brasil, embora, pelas mesmas razões já citadas, como a concentração de renda e de profissionais e as dimensões do país, ainda falte muito para se alcançar o ideal”. Pouco mais de 40% das crianças aos 12 anos estão livres de cárie. Como se vê, “ainda temos muito a caminhar na direção de uma saúde oral ideal”. Apesar destes avanços e da mobilização da “classe”, a política nacional de saúde oral “ainda não é política de Estado como deveria ser, mas apenas de governo, o que traz instabilidade a todo o programa”, enfatiza Sílvio Jorge Cecchetto. Em Moçambique existem cerca de 250 médicos dentistas entre os setores público e privado. Estes profissionais estão inseridos na Ordem dos Médicos, entidade que regula o exercício da medicina e da Medicina Dentária naquele país africano. Paralelamente, exerce a sua atividade a Associação Moçambicana de Médicos Dentistas, com apenas quatro anos de existência, que tem vindo a promover e incentivar a formação contínua através da realização de cursos de atualização e capacitação, bem como de congressos do setor dentário.

“O número de profissionais ainda está muito aquém do desejado para fazer face à necessidade do país”, sublinha Niucha Vasconcelos, coordenadora do Conselho Nacional de Medicina Dentária da Ordem dos Médicos de Moçambique, salientando que o rácio população/médico dentista está em torno de 1:100.000; existem menos de 20 técnicos de prótese em todo o país; não existe formação de higienistas nem de assistentes dentários, “e estas duas últimas categorias profissionais ainda não estão enquadradas na função pública”. Presentemente, existem quatro faculdades de Medicina Dentária em Moçambique, distribuídas nas regiões sul, centro e norte do país, “o que é algo positivo a nosso ver. Já a pósgraduação ocorre unicamente em Maputo, capital do pais, e o único curso disponível, de momento, é o de cirurgia oral e maxilofacial”. Instada a pronunciar-se sobre a qualidade da formação, a dirigente moçambicana admite que existem algumas lacunas, pelo que a Ordem dos Médicos de Moçambique “está a criar um instrumento de acreditação para os cursos de graduação, que vai servir, ao mesmo tempo, para fazer um diagnóstico da real situação da formação académica”. A falta de legislação específica para a Medicina Dentária “é, sem dúvida, a maior lacuna em Moçambique, bem como a carência de estudos, principalmente epidemiológicos, que possam mensurar a prevalência de doenças orais”. Niucha Vasconcelos espera que este panorama se possa inverter nos próximos anos, adiantando, por último, que existe uma grande preocupação por parte do Ministério da Saúde em realizar ações de promoção de saúde oral. “A Medicina Dentária está inserida no Serviço Nacional de Saúde, e há consciência de que é melhor prevenir do que tratar. O Dia Mundial da Saúde Oral celebra-se em todas as províncias, existem campanhas escolares, e a saúde oral está sempre incluída nas feiras de saúde e nos eventos organizados pelo Ministério da Saúde”.

A ADL está a tentar reunir as condições para organizar este ano o seu primeiro congresso coletivo.

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Perspetivas Por outro lado, o projeto “Brasil sorridente”, nome que foi atribuído à política nacional de saúde oral do governo federal, imprimiu grande impulso à atenção primária da saúde oral nos últimos 11 anos. Nesse período, o país sul-americano deu um salto qualitativo nesta área. “Criaram-se equipas de saúde oral para trabalhar junto às equipas de saúde da família, instalaram-se laboratórios de próteses e centros de especialidades odontológicas em todas as regiões do Brasil, embora, pelas mesmas razões já citadas, como a concentração de renda e de profissionais e as dimensões do país, ainda falte muito para se alcançar o ideal”. Pouco mais de 40% das crianças aos 12 anos estão livres de cárie. Como se vê, “ainda temos muito a caminhar na direção de uma saúde oral ideal”. Apesar destes avanços e da mobilização da “classe”, a política nacional de saúde oral “ainda não é política de Estado como deveria ser, mas apenas de governo, o que traz instabilidade a todo o programa”, enfatiza Sílvio Jorge Cecchetto. Em Moçambique existem cerca de 250 médicos dentistas entre os setores público e privado. Estes profissionais estão inseridos na Ordem dos Médicos, entidade que regula o exercício da medicina e da Medicina Dentária naquele país africano. Paralelamente, exerce a sua atividade a Associação Moçambicana de Médicos Dentistas, com apenas quatro anos de existência, que tem vindo a promover e incentivar a formação contínua através da realização de cursos de atualização e capacitação, bem como de congressos do setor dentário.

“O número de profissionais ainda está muito aquém do desejado para fazer face à necessidade do país”, sublinha Niucha Vasconcelos, coordenadora do Conselho Nacional de Medicina Dentária da Ordem dos Médicos de Moçambique, salientando que o rácio população/médico dentista está em torno de 1:100.000; existem menos de 20 técnicos de prótese em todo o país; não existe formação de higienistas nem de assistentes dentários, “e estas duas últimas categorias profissionais ainda não estão enquadradas na função pública”. Presentemente, existem quatro faculdades de Medicina Dentária em Moçambique, distribuídas nas regiões sul, centro e norte do país, “o que é algo positivo a nosso ver. Já a pós-graduação ocorre unicamente em Maputo, capital do pais, e o único curso disponível, de momento, é o de cirurgia oral e maxilofacial”. Instada a pronunciar-se sobre a qualidade da formação, a dirigente moçambicana admite que existem algumas lacunas, pelo que a Ordem dos Médicos de Moçambique “está a criar um instrumento de acreditação para os cursos de graduação, que vai servir, ao mesmo tempo, para fazer um diagnóstico da real situação da formação académica”. A falta de legislação específica para a Medicina Dentária “é, sem dúvida, a maior lacuna em Moçambique, bem como a carência de estudos, principalmente epidemiológicos, que possam mensurar a prevalência de doenças orais”. Niucha Vasconcelos espera que este panorama se possa inverter nos próximos anos, adiantando, por último, que existe uma grande preocupação por parte do Ministério da Saúde em realizar ações de promoção de saúde oral. “A Medicina Dentária está inserida no Serviço Nacional de Saúde, e há consciência de que é melhor prevenir do que tratar. O Dia Mundial da Saúde Oral celebra-se em todas as províncias, existem campanhas escolares, e a saúde oral está sempre incluída nas feiras de saúde e nos eventos organizados pelo Ministério da Saúde”.

A ADL está a tentar reunir as condições para organizar este ano o seu primeiro congresso coletivo.

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Perspetivas Carmelinda Gonçalves: Creio que a cooperação deve incidir no e-learning e no coaching, algo que pode ser perfeitamente exequível entre os parceiros da associação Carmelinda Gonçalves, presidente da Associação Caboverdiana de Médicos Dentistas

Também em Cabo Verde são evidentes as limitações no setor dentário. Existem duas associações, uma em São Vicente e outra na cidade da Praia – a capital do país –, que dentro das suas possibilidades “têm dado pequenos passos no sentido de proporcionar a coesão e a visibilidade da ‘classe’. O maior desafio é a insularidade que dispersa fisicamente as pessoas e com isso cria barreiras que tornam difícil uma participação ativa mais enérgica”, esclarece Carmelinda Gonçalves, presidente da Associação Caboverdiana de Médicos Dentistas. Existem nove ilhas habitadas e a concentração de médicos dentistas restringe-se principalmente às ilhas de São Vicente e Santiago. “Isso quer dizer que existem populações que estão com grande défice no atendimento em matéria de saúde oral”, observa, lamentando que haja ilhas com um dentista para 6.000 pessoas e que outras ilhas “estejam completamente sem cobertura na área da saúde oral, a tempo integral, e na dependência de médicos dentistas que fazem deslocações esporádicas para atender a população”.

Cabo Verde.

A representante de Cabo Verde na ADL admite que há carências em todas as áreas. “Se tomarmos como referência as ilhas com maior rácio população/médico dentista, ainda assim verificamos uma enorme lacuna nas áreas de suporte, de técnicos de prótese com laboratórios equipados para dar vazão às novas demandas, de higienistas e assistentes com formação especializada na área, bem como de técnicos que possam dar a devida assistência aos equipamentos”. Por outro lado, há poucos especialistas nas diversas áreas da Medicina Dentária e a pós-graduação não é uma aposta muito generalizada, “talvez devido aos custos onerosos, uma vez que não existem em Cabo Verde universidades a lecionar cursos desta área nem protocolos de parcerias de educação continuada com nenhuma entidade fora do país”, explica Carmelinda Gonçalves. Do seu ponto de vista, Cabo Verde “precisa de ‘dar um pulo’ por forma a possibilitar o crescimento da classe médica que está no setor privado, gerar mais postos de trabalho e proporcionar um maior leque de tratamentos com qualidade e em quantidade”. No capítulo da promoção dos cuidados de saúde oral, a médica dentista caboverdiana adianta que o Ministério da Saúde “manifesta interesse em promover a saúde escolar, mas os passos para a globalização nacional desses cuidados nas escolas ainda são diminutos”. Por isso, aponta a necessidade de se investir nas delegacias (centros) de saúde, “tanto a nível de equipamentos como de profissionais de saúde que possam dar o seu contributo às pessoas menos favorecidas”. Considera ainda urgente abordar as questões da saúde oral nas escolas e nos órgãos de comunicação social. “Precisamos de ter pedagogia e agir na prevenção, que se inicia na consciência de se cuidar da saúde enquanto a temos”.

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Perspetivas Atualmente, os profissionais do setor dentário que exercem a sua atividade na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) estão basicamente divididos em dois grupos: um grupo que só exerce no setor privado e outro, mais reduzido, que está limitado ao setor público (centros de saúde e hospital). Cristina António, presidente da Associação Dentária de Macau, indica que a saúde oral da população está assegurada por três “classes”: médicos dentistas, odontologistas e estomatologistas. O número de médicos dentistas que exercem a sua prática na clínica privada é de cerca de 164, apenas 15 estão ao serviço do setor público, ao passo que os odontologistas são pouco mais de 50 e os estomatologistas são Macau. quatro no total, estando a maioria vinculada ao hospital público. Como em Macau a população anda próxima dos 600.000 habitantes, as necessidades básicas dos cuidados de saúde oral estão asseguradas pelo setor privado, nomeadamente os tratamentos mais específicos, do foro ortodôntico, protésico, implantológico ou periodontal. O setor público oferece os tratamentos primários, designadamente restaurações, destartarizações, extrações e programas de prevenção e instrução sobre higiene oral. “Os tratamentos complexos que requerem atos cirúrgicos mais invasivos, tais como o cancro oral, são encaminhados para o hospital, e é nesta área que, neste momento, sentimos mais carências em Macau”, realça Cristina António.

Cristina António: As reuniões com a ADL têm sido muito importantes para promover a troca e a partilha de experiências sobre as diferentes maneiras de superar os problemas na nossa área profissional

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Cristina António, presidente da Associação Dentária de Macau e vice-presidente da Federação Dentária da Ásia-Pacífico

Uma vez que no antigo território sob administração portuguesa não existe uma faculdade de Medicina Dentária, os profissionais locais são formados em países como Portugal, Filipinas, Canadá, China ou Taiwan e na vizinha região administrativa especial chinesa de Hong Kong. “Daí que os colegas que queiram tirar a especialidade terão necessariamente de ir ao estrangeiro para frequentar o curso de pós-graduação”, clarifica Cristina António, ela própria licenciada pela Universidade de Coimbra. A Associação Dentária de Macau organiza anualmente cursos de formação contínua, convidando profissionais da região e também de Portugal, “tendo em vista que Macau, politicamente, representa também uma ‘ponte de ligação’ da China com os países de língua oficial portuguesa”. A única legislação existente relacionada com a área da saúde oral são uns reduzidos artigos (datados dos anos noventa do século passado) sobre os requisitos de licenciamento para exercer na clínica privada, pelo que “faz falta uma legislação mais elaborada e atualizada no âmbito do desenvolvimento de uma carreira profissional de Medicina Dentária, adaptando a situação única da RAEM quer ao nível dos profissionais privados quer dos públicos”. Os desafios que se colocam nos diversos quadrantes do “mundo que fala português” espelham bem o sentido de oportunidade do reforço de laços entre os membros da Associação Dentária Lusófona. Esta missão promete novos desenvolvimentos em 2016.


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Pensava que reduzir em mais de 50% a fatura de laboratório podia influir na qualidade do produto. Estava enganada Dra. Sara Peña Ureña Lic. em Medicina Dentária e Mestrado de Prótese pela Universidade Internacional da Catalunha

O meu compromisso como médica dentista especialista em prótese é oferecer aos meus pacientes tratamentos da mais alta qualidade com os quais possa garantir um resultado profissional excelente que perdure no tempo; tenho consciência que uma parte importante desse compromisso de qualidade é garantido pelo meu laboratório de prótese. No entanto, e como todos sabemos, a qualidade tem um preço e, na conjuntura atual, muitos pacientes tiveram que renunciar aos seus tratamentos bucais por falta de dinheiro. Graças às indicações do nosso colega Dr. Filipo Valentín, descobri Dental Lab, o meu novo laboratório de prótese dentária. Uma equipa de profissionais altamente preparados que, para além de oferecer a excelência em qualidade e serviço, permitiu-me reduzir a minha fatura de Laboratório em mais de 50%. Qual foi a melhor recompensa? Poder levar aos meus pacientes os tratamentos que necessitavam a preços competitivos, sem desgastar as minhas margens. Foi uma grande descoberta para a saúde dos meus pacientes e o meu negócio. Recomendo-vos que os consultem para entender que há outra forma de fazer as coisas.

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Ciência e prática

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Tratamento endodôntico de canais em forma de “C” A propósito de um caso clínico

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Ciência e prática Márcia Cascão marciafilipacarcaucascao@gmail.com Médica dentista. Docente no Mestrado Integrado em Medicina Dentária (disciplina de Instrumental Clínico em Medicina Dentária) da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa (UFP), com sede no Porto. Assistente nas discplinas clínicas de Dentística III, Endodontia II e Medicina Dentária Conservadora da Faculdade de Ciências da Saúde da UFP. Prática clínica nas Clínicas Pedagógicas de Medicina Dentária da Faculdade de Ciências da Saúde da UFP e na Clínica de Medicina Dentária dos Carvalhos (Endodontia, com recurso a microscópio). Fernando Almeida Médico dentista. PhD pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto. Diretor do Centro de Formação FA. Administrador da Clínica Dentária Infante Sagres, da Clínica de Medicina Dentária dos Carvalhos e do Laboratório de Prótese Dentária (Labdent). Porto.

Márcia Cascão

Introdução O conhecimento do espaço pulpar, seja nas configurações mais frequentes seja nas menos comuns e, ainda, nas possíveis variações, é crucial para o sucesso em endodontia. O êxito do tratamento endodôntico não-cirúrgico influencia-se, entre outros fatores, pelo conhecimento e respeito pela anatomia do sistema de canais radiculares, bem como pela profícua execução dos procedimentos meticulosos de preparação e obturação incluídos nesta opção terapêutica.

A anatomia do sistema de canais radiculares, embora obedeça a um determinado padrão, de acordo com a peça dentária, pode sofrer algumas alterações, entre as quais, o número de raízes ou a forma canalar. O significado clínico deste facto é que a sua consciencialização pré-operatória pode facilitar uma gestão mais eficaz destes casos.

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Ciência e prática

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Os segundos molares mandibulares tendem a apresentar uma forma variável, comparativamente aos outros dentes da mesma arcada. Uma dessas variações anatómicas mais importantes é, precisamente, a configuração em "C”, embora também possa encontrar-se em primeiros molares inferiores, molares superiores, pré-molares inferiores e incisivos laterais superiores. Cooke e Cox (1979) descreveram, em primeiro lugar, a configuração em “C”, a fim de catalogar a morfologia da secção transversal do canal da raiz e da própria raiz. Uma vez reconhecido, este tipo de canal constitui um desafio em relação à preparação e à obturação, especialmente porque não está claro se o orifício em forma de “C” encontrado no solo da câmara pulpar, na verdade, continua até ao terço apical da raiz. Por causa dos grandes desafios relacionados com a gestão da configuração "C", etiologia, classificação, diagnóstico e tratamento de essa variação discutem-se juntamente com um caso que mostra um canal em forma de “C” num segundo molar inferior.

Caso clínico Paciente do sexo feminino, de 45 anos, foi reencaminhada para a consulta de endodontia, a fim de tratar o dente 37, com o diagnóstico pulpar de pulpite irreversível.

Fig. 2. Imagem ampliada da cavidade de acesso, demonstrando a forma canal em “C” no sentido mesio-distal.

Após avaliação radiográfica, técnica ortogonal e angulada, verificou-se a existência de apenas uma raiz e, provavelmente, um canal em “C”, facto que se viria a comprovar posteriormente, aquando da abertura da cavidade de acesso e exploração do sistema de canais, com auxílio de um localizador eletrónico de ápices e ampliação com recurso a microscópio ótico. A instrumentação executou-se com recurso a limas K manuais 2% e ao sistema Protaper Universal® (Sx, S1, S2, F1 e F2), e irrigação ativada com pontas de ultrassons, com solução de hipoclorito de sódio a 5,25%. Devido à hemorragia abundante, optou-se por colocar medicação intracanalar (pasta de hidróxido de cálcio). Volvidos sete dias, procedeu-se à remoção da medicação intracanalar, seguida do protocolo final de irrigação, hipoclorito de sódio (NaOC l) a 5,25% e álcool a 97%. Após secagem do sistema de canais radiculares com cones de papel esterilizados, iniciou-se a obturação com técnica híbrida de Tagger, com recurso a um cone principal F2 (sistema Protaper Universal®), cones acessórios B e termocompactadores de calibre 50.

Discussão

Fig. 1. Raio-X inicial, presença de restaurações antigas com sinal de infiltração.

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A configuração canalar em "C" é frequente, principalmente em segundos molares inferiores, mas a sua prevalência é muito reduzida na população caucasiana. Tem sido relatada como sendo 2,7% na população americana, 10% na população thai e 31,5% na população chinesa. Quando presente, mais de 70% dos indivíduos têm esta configuração canal-mandibular bilateralmente. Parece ser geneticamente determinado e pode utilizar-se na deteção da origem étnica do sujeito.


Ciência e prática

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No que se refere à etiologia, a falha da fusão da baínha epitelial de Hertwig com a superfície radicular vestibular ou lingual é a principal causa para a ocorrência de raízes em forma de “C” que, por norma, contêm um canal também em forma de “C” ou um sistema de canais separados por istmos. No entanto, numa raiz em forma de “C” podem formar-se coalescências por causa da deposição de cemento com o tempo. É complicado diagnosticar um canal em forma de “C” a partir da radiografia pré-operatória (que mostra, geralmente, raízes fundidas individuais ou imagens de duas raízes distintas). Portanto, o reconhecimento clínico de canal em forma de “C” ocorre, repetidamente, somente na fase da execução da cavidade de acesso (CA), em que se identifica uma câmara pulpar com uma dimensão ocluso-apical grande e um sulco longitudinal lingual na linha de fusão entre as raízes mesial e distal.

Fig. 3. Exploração do sistema de canais radiculares, comprovando apenas a presença de uma única raiz e um único canal.

Por outro lado, o recurso a sistemas de ampliação facilita a sua identificação, assim como uma conformação e uma desinfeção apuradas. A abordagem dos possíveis istmos entre canais, por norma muito estreitos, deve efetuar-se com precaução, a fim de evitar a ocorrência indesejável de perfuração radicular. Assim sendo, a irrigação ganha especial importância. Nos últimos anos, têm surgido novos sistemas que auxiliam a etapa da preparação química, tentando alcançar a globalidade do espaço canalar e, desta forma, remover toda a smear layer remanescente. Entre estes sistemas, destacam-se produtos como: Endovac®, SAF® ou CanalBrush®, entre outros.

Fig. 4. Raio-X após a obturação canalar.

Conclusão Embora de baixa prevalência na Europa, os casos clínicos de raiz em forma de “C” têm prognóstico de sobrevivência, a longo prazo, pós-tratamento endodôntico, semelhante ao de outros molares, desde que as diretrizes de preparação químico-mecânica e obturação sejam respeitadas.

Bibliografia 1. Chauhan R, Singh S, Chandra A. A rare occurrence of bilateral C-shaped roots in mandibular first and second premolars diagnosed with the aid of spiral computed tomography. Journal of Clinical and Experimental Dentistry; 2014;6:440-443. 2. Raisingani D, Gupta S, Mital P, Khullar P. Anatomic and diagnostic challenges of C-shaped root canal system. International Journal of Clinical Pediatric Dentistry; 2014; 7(1):35-39.

3. Rhimi S, Shali S, Loft M et al. Root canal configuration and the prevalence of C-shaped canalsin mandibular second molars in iranian population. Journal og Oral Science;2008; 50: 9-13. 4. Wang Y, Guo J, Yang H, Han X et al. Incidence of C-shaped root canal systems in mandibular second molars in the native chinese population by analysis of clinical methods. International Journal of Oral Science;2012; 4: 161–165. 5. Woelber J, Bruder M, Tennert C et al. Assessment of endodontic treatment of C-shaped root canals. Swiss Dental Journal; 2014; 124:11-15.

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Ciência e prática

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Encerramento de diastemas com facetas cerâmicas (caso clínico)

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Ciência e prática

André Lima Roque Médico dentista. Licenciado em Medicina Dentária pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte. Especializado nas áreas de implantologia e reabilitação oral. Docente no Instituto Superior da Maia e no Centro de Formação FA. Rosana Mendes Médica dentista. Aluna do doutoramento em Medicina Dentária da Universidade do Porto. Frequência de cursos de estratificação e restaurações estéticas. Prática clínica generalista na Clínica de Medicina Dentária dos Carvalhos. Fernando Almeida Médico dentista. Doutorado pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto. Administrador da Clínica Dentária Infante Sagres, da Clínica de Medicina Dentária dos Carvalhos, do Laboratório de Prótese Dentária (Labdent) e do Centro de Formação FA. Porto.

André Lima Roque

Na Medicina Dentária atual os resultados estéticos são tão importantes e valorizados como os funcionais; durante décadas restaurações dentárias de cobertura coronária total foram o tratamento de eleição, com resultados previsíveis, mas obrigando a uma maior destruição de tecido dentário são. As facetas em cerâmica vieram mudar o paradigma, permitindo atingir ótimos resultados estéticos e funcionais acrescentando a estes biocompatibilidade e biomimetismo através de uma dentisteria minimamente invasiva.

Estudos mostram taxas de sobrevivência deste tipo de restaurações cerâmicas laminadas de cerca de 95% a dez anos e com taxas de fratura semelhantes a dentes intactos. Assim sendo, pode utilizar-se numa vasta gama de situações clínicas, nomeadamente dentes com restaurações extensas ou fraturados, alterações de forma e cor ou encerramento de diastemas.

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O sucesso deste tipo de reabilitação depende de inúmeros fatores, passando não só pelo preparo dentário e manutenção dos tecidos periodontais como também por um rigoroso protocolo de cimentação. Quanto à preparação dentária, esta deve ser minimamente invasiva, com desgastes axiais próximos dos 0,5-0,7 mm com o objetivo, sempre que possível, da manutenção do preparo em esmalte para uma melhor adesão e menores riscos de sensibilidade dentária pós-operatória. A linha de acabamento deve ser justagengival, evitando a possível invasão do espaço biológico. A realização de um enceramento diagnóstico é crucial. Permite ao paciente, através da realização de um mock-up, visualizar as alterações propostas, tornando reais as suas expetativas como também permite criar guias de redução que irão guiar o preparo necessário à confeção das facetas. Na cimentação adesiva deve utilizar-se um protocolo adequado ao material usado e rigoroso. Por norma, utilizam-se cimentos resinosos fotopolimerizáveis (exceto quando as facetas têm grandes espessuras (≥ 2 mm)) que são fáceis de manipular, possuem consistência ideal e estabilidade de cor.

Facetas cerâmicas mostram ser um ótimo tratamento estético graças à não pigmentação da cerâmica e manutenção de brilho, acrescentando vantagens a nível de dureza semelhante ao esmalte, bem como boa saúde periodontal e vitalidade pulpar.

Caso clínico Paciente do sexo masculino, de 25 anos de idade, procurou tratamento na Clínica de Medicina Dentária dos Carvalhos (CMDC) com o objetivo de mudar o seu sorriso, mostrando-se descontente com os diastemas e inclinação dos dentes anteriores (fig.1). O exame clínico mostrou-nos diastemas interincisivos, bem como mau posicionamento dentário e pequenas fraturas no esmalte. O seu histórico médico não revelou quaisquer sintomas ou queixas relacionadas com a oclusão ou disfunção temporomandibular. O início do estudo passou pelo enceramento de diagnóstico, onde se verificou a necessidade de efetuar preparos mais invasivos, devido à má posição dentária. Por este motivo, propõs-se um tratamento ortodôntico, para o alinhamento, o perfeito posicionamento e a oclusão de ambas as arcadas e a posterior colocação de facetas cerâmicas, uma vez que no estudo ortodôntico e análise clínica concluiu-se que o espaço intercanino não devia ser totalmente encerrado (figs. 2 e 3).

Fig. 1. Foto inicial.

Figs. 2 e 3. Fotos laterais no final do tratamento ortodôntico.

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Realizado o tratamento ortodôntico (fig. 4), procedeu-se a um novo enceramento, onde foram incluídos os quatro incisivos. Numa segunda consulta, efetuou-se um mock-up, a partir do enceramento, o que permitiu prever o resultado final do tratamento (figs. 5 a 8). Fez-se um guia de silicone a partir do enceramento. Este guia recortou-se de forma a haver um controlo mais rigoroso do desgaste, uniforme em toda a superfície dentária, de aproximadamente 0,5 mm. Iniciou-se o desgaste sobre o mock-up, com dois sulcos horizontais (fig. 9), com uma broca esférica, sendo estes o guia para a redução vestibular, marcando o fundo dos mesmos com um lápis de forma a auxiliar no controlo da redução. Seguidamente, iniciou-se a redução vestibular, com uma broca tronco-cónica, controlando sempre a profundidade dos sulcos com a chave de silicone com o intuito de criar um espaço uniforme de 0,5-0,7 mm. O espaço necessário para o bordo incisal é de 1,5 mm, sendo que neste caso não foi necessário efetuar tamanho desgaste, uma vez que se ia aumentar o comprimento dos dentes. O controlo da redução incisal também se fez com a chave de silicone.

Ciência e prática

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No acabamento é importante que as preparações não apresentem ângulos agudos, procedendo ao polimento dos preparos com discos flexíveis. O desgaste dos dentes foi o mínimo possível para podermos trabalhar sempre sobre o esmalte, e a nível interproximal o desgaste fez-se para além do ponto de contacto entre os dentes, de forma a permitir o encerramento dos diastemas com as facetas cerâmicas (fig. 10). Com a muralha feita a partir do enceramento efetuou-se o provisório, colocando o material provisório no interior da mesma e levando-a à boca, sobre os dentes preparados, onde previamente tinha sido feito ácido de forma a reter a restauração provisória. Depois do material estar endurecido, removeram-se os excessos (figs. 11 e 12). No dia da colocação das facetas em dissilicato de lítio, material que nos pareceu válido com base na sua resistência e boas propriedades estéticas, procedeu-se à cimentação (figs. 13 e 14). Verificámos o assentamento e a adaptação marginal das facetas e procurámos a aprovação por parte do paciente. Procedeu-se então ao isolamento absoluto de 13 a 23, seguindo-se o protocolo de cimentação de acordo com a tabela 1.

Fig. 4. Foto frontal no final do tratamento ortodôntico.

Figs. 5 e 6. Enceramento e mock-up.

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Ciência e prática

Tabela 1 Protocolo de cimentação • Sequência de procedimentos de preparação da superfície de dissilicato de lítio

• Sequência de procedimento para preparação do dente 1. Limpeza da superfície dentária. 2. Aplicar ácido ortofosfórico 37% durante 30 segundos. 3. Lavar abundantemente com água durante 20 segundos e secar.

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

4. Aplicar resina hidrofóbica (Excite®). Não fotopolimerizar.

Aplicar ácido fluorídrico 5% durante 20 segundos. Lavar abundantemente durante 20 segundos. Aplicar ácido ortofosfórico 37% durante 15 segundos. Lavar abundantemente durante 20 segundos e secar. Aplicar álcool etílico a 95% e secar. Colocar facetas em banho de ultrassons com água destilada cinco minutos e secar. Aplicar gota de silano. Aplicar ar quente de secador durante um minuto. Aplicar resina hidrofóbica (Excite®). Não fotopolimerizar. Misturar cimento e aplicar na face interna da faceta.

• Aplicação da faceta sobre o dente fazendo pressão, provocando extravasamentos de excessos. • Fotopolimerização durante três segundos e remoção de excessos. • Colocação de gel de glicerina e fotopolimerização um minuto em cada face.

Figs. 7 e 8. Mock-up e sulcos de orientação para o desgaste.

Fig. 9. Pormenor dos sulcos de orientação.

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Fig. 10. Preparos dentários.


Ciência e prática

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Figs. 11 e 12. Spotech-etch e provisórios.

Figs. 13 e 14. Facetas em dissilicato de lítio.

Figs. 15 e 16. Fotos finais.

Conclusão As facetas cerâmicas apresentam uma crescente aplicabilidade na Medicina Dentária devido aos excelentes resultados estáticos que conseguem alcançar, associados a uma elevada longevidade clínica, alta resistência e boa manutenção dos tecidos periodontais. É importante a realização de um estudo prévio do caso, para que se possa obter o sucesso pretendido, pois muitas vezes são necessários tratamentos adjuvantes, como é o caso dos tratamentos ortodônticos e/ou periodontais. Na correção de diastemas e microdontia, as facetas cerâmicas apresentam uma alternativa terapêutica durável, com a remoção mínima da estrutura dentária saudável, que neste caso se mostrou uma abordagem de sucesso.

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Ponto de vista

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Armando Dias da Silva Médico dentista (especialista em Ortodontia). Assistente Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). Presidente da Comissão Organizadora da primeira reunião sobre a técnica auto-ligável da FMUP. Porto.

Primeira reunião sobre a técnica auto-ligável da FMUP: um encontro inovador a todos os títulos A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) está no topo dos rankings nacionais em pesquisa, desenvolvimento e investigação científica, assim como no que concerne aos índices de publicações internacionais em revistas indexadas.

conhecimento nesta técnica, revelando os seus pontos mais fortes, não descurando aqueles que carecem ainda de evolução e ilustrando as suas apresentações com diversos casos clínicos.

Este facto decorre de uma aposta séria e criteriosa na formação Contamos com o prestigiado apoio científico da Sociedade pós-graduada, dotando a mesma de condições humanas e esPortuguesa de Ortodontia, da Sociedade Portuguesa de Estotruturais que permitem aos docentes ministrar formações sobre matologia e Medicina Dentária e da Sociedade Portuguesa de as técnicas mais contemporâneas e credíveis cientificamente Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial, organizações nos aspetos de diagnóstico, de prevenção e que partilham os nossos ideais de acomÉ crucial que, havendo um claro de tratamento das mais diversas patologias panhamento descomplexado da evolução excesso de médicos dentistas que nos afetam. Neste contexto, a formação do conhecimento. e um evidente défice de oferta pós-graduada em ortodontia tem merecido universitária de formação uma particular atenção nos últimos anos No sentido de atendermos às necessidades pós-graduada em ortodontia, por parte da FMUP, estando na vanguarda dos colegas mais jovens, adaptámos os vase realizem eventos onde do conhecimento e da divulgação dos mais lores de inscrição para que ninguém deixe recentes avanços tecnológicos. as técnicas mais contemporâneas de poder comparecer; é crucial que, havendo um claro excesso de médicos dentistas e tenham o espaço que lhes é Cientes desta responsabilidade, procuramos um evidente défice de oferta universitária de merecido, num contexto divulgar as novas tecnologias de uma forma formação pós-graduada em ortodontia, se académico de destaque séria, imparcial e crítica, motivando o debate realizem eventos onde as técnicas mais instrutivo. É este motivo que está na base de mais um congrescontemporâneas tenham o espaço que lhes é merecido, num so que é, a todos os títulos, inovador no tema que o sustenta: as contexto académico de destaque. técnicas auto-ligáveis em ortodontia. Estas terapêuticas, que constituem uma parte substancial das técnicas ministradas pela Sublinho também a entrega do terceiro Prémio Professor DouFMUP, têm sofrido importantes evoluções nos últimos anos, tor Campos Neves, atribuído à melhor apresentação científica sendo este o momento ideal para que mereçam um congresso sob a forma de comunicação oral e póster, homenageando mais que lhes é exclusivamente dedicado. Neste sentido, os colegas uma vez alguém a quem a ortodontia nacional tanto deve, honAdrián Carbajosa Fernández, Alexandra Vinagre, Carlos Mota, rando as nossas formações com a sua presença. David Zamora, Dimitris Mavreas, Enrico Pasin, Joan Rossel, Nimet Guiga, Teresa Alonso e Teresa Pinho estão motivados e Valorize o seu conhecimento e participe! Vemo-nos nos dias 19 entusiasmados com esta oportunidade e com a partilha do seu e 20 deste mês no Centro de Investigação Médica da FMUP.

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Normas Artigo Nuevo Tamaño _Maquetación 1 30/09/15 18:20 Página 1

A nossa secção de “Ciência e Prática” está à disposição dos profissionais do setor…

Ciência e prática

caso clínico

Ciência e prática

Otimização do branqueamento dentário não vital

Ciência e prática

Ciência e prática

Reabilitação oral em doentes oncológicos

AUTORES: Nuno Braz de Oliveira Médico Dentista. Pós-graduado em Ortodontia pela Universidade de Nova Iorque (NYU). Residência de dois anos em Cirurgia Oral na NYU. Prática exclusiva em Ortodontia e Cirurgia Oral. Diretor clínico da Clínica Dental Face em Lisboa.

AUTORES: Benjamín Martín Biedma Médico estomatologista. Professor titular de Patologia e Terapêutica Dentária e coordenador do mestrado de Endodontia Avançada da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha).

José Nuno Ramos Licenciatura em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa. Especialista em Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética C.H.L.O. Guilherme Guerra Médico Dentista. Bacharelato em Prótese Dentária. Prática exclusiva em Prostodontia e Oclusão. Clínica Dental Face em Lisboa.

Natália Barciela Castro Médica estomatologista. Professora do mestrado de Endodontia Avançada da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha).

Duarte Braz de Oliveira Médico Dentista. Clínica Dental Face em Lisboa.

José Amengual Lorenzo Professor associado de Patologia e Terapêutica Dental, codiretor do Diploma em Técnicas de Branqueamento Dentário e professor do mestrado de Endodontia da Universidade de Valência (Espanha).

Francisco Brandão de Brito Médico Dentista. Especialização em Periodontologia pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Mestrado em Periodontologia pela FMDUL. Docente da Especialização em Periodontologia da FMDUL. Tesoureiro da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI). Prática exclusiva em Periodontologia e Implantes. Clínica Dental Face em Lisboa.

Liliana Castro Professora associada de Endodontia e da pós-graduação em Endodontia do ISCS-Norte (Porto). Rui Madureira Professor titular de Endodontia e coordenador científico e pedagógico da pós-graduação em Endodontia do ISCS-Norte (Porto).

Lisboa.

Nuno Braz de Oliveira

Benjamín Martín Biedma

Introdução O cancro oral refere-se ao conjunto de tumores localizados na região dos lábios, cavidade oral e/ou orofaringe, sendo o quinto tumor mais comum do mundo e com valores de incidência que rondam os 500.000/ano2. Durante as cinco últimas décadas, a taxa de sobrevivência a cinco anos não tem sofrido alterações, verificando-se que aproximadamen-

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te 47% dos pacientes com carcinoma na cavidade oral ou faringe e 44% na laringe morrem cinco anos após terem sido diagnosticados1.

Resumo: Os dentes não vitais, quando são submetidos ao tratamento endodôntico, podem apresentar diversos tipos de alterações de cor. Neste artigo clínico apresentam-se duas modalidades de branqueamento não vital indicadas na resolução deste tipo de situações. Também se analisam as suas características e particularida-

95% dos cancros orais são detetados em pacientes com mais de 40 anos, apresentando uma média de 65 anos na

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ENVIE JÁ O SEU ARTIGO CIENTÍFICO

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des, os seus inconvenientes e a sua capacidade de produzir resultados. Palavras chave: Branqueamento dentário não vital, perborato de sódio, peróxido de hidrogénio.

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para

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Calendário de cursos

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ENDODONTIA

Título de especialista em endodontia

Restaurações posteriores

A CEOdont (Grupo Ceosa) prepara mais uma edição deste curso, orientado pelo médico dentista Juan Manuel Liñares Sixto. Composto por quatro módulos, o programa inicia-se em abril, em Madrid (Espanha), de acordo com o seguinte calendário: • 1. Abertura de câmara e preparação de condutos; de 7 a 9 de abril. • 2. Instrumentação mecânica; de 5 a 7 de maio. • 3. Obturação de condutos radiculares; de 9 a 11 de junho. • 4. Restauração após a endodontia; de 21 a 23 de julho.

Jon Gurrea desloca-se este mês, pela primeira vez, às instalações do Centro Internacional de Educação Dentária da Ivoclar Vivadent, em Madrid (Espanha), para partilhar o seu Jon Gurrea. know-how em matéria de restaurações na região posterior. Os assistentes poderão conhecer, tanto em termos teóricos como práticos, as chaves de um isolamento efetivo, uma adesão duradoura, a anatomia e a escultura dos dentes posteriores, bem como o manejo de compósitos de baixa contração, tipo Bulk Fill.

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

ESTÉTICA

Ivoclar Vivadent. icde.es@ivoclarvivadent.com - www.ivoclarvivadent.com

ESTÉTICA

Equilíbrio estético na reabilitação oral

Curso de pós-graduação em estética dentária integrada

O técnico Luís Fonseca realiza nos dias 4 e 5 de março, no seu laboratório Dental Artistry (Lisboa), um curso centrado nos princípios básicos para conseguir um equilíbrio estético entre o dente e a gengiva. Partindo de uma estrutura de zircónio Zenostar, os participantes terão a oportuLuís Fonseca. nidade de conhecer as técnicas de estratificação da cerâmica “branca e rosa”. Além disso, terão a possibilidade de manejar os novos maquilhadores da IPS Ivocolor, com os quais poderão conseguir efeitos intrínsecos e extrínsecos.

A Universidade do País Vasco (UPV), com sede na cidade espanhola de Bilbau, prepara um curso de pós-graduação na área da estética dentária integrada, dirigido pelo médico dentista Manuel Gómez. Esta formação inicia-se no próximo mês de setembro e termina em junho de 2017. Conta com a colaboração de reconhecidos especialistas em estética dentária integrada, designadamente Sydney Kina, Paulo F. M. Carvalho, Victor Clavijo, Cláudio Pinho e Murilo Calgaro, entre outros. Cada módulo será lecionado para um máximo de 12 alunos.

Ivoclar Vivadent. icde.es@ivoclarvivadent.com - www.ivoclarvivadent.com

ESTÉTICA

UPV. (0034) 946 012 917 - cristina.garcia@ehu.es - www.ehu.es/esteticadental

ESTÉTICA

Título de especialista em estética dentária

Formação em restaurações com cerâmica aderida

A CEOdont (Grupo Ceosa) prepara em Madrid (Espanha) uma nova edição deste curso. Eis o programa: • 1. Periodontia clínica na prática geral; 3 e 4 de junho. • 2. Cirurgia plástica periodontal; 8 e 9 de julho. • 3. Cirurgia mucogengival e estética; 16 e 17 de setembro. • 4. Restauração com compósito I; 14 e 15 de outubro. • 5. Restauração com compósito II; 25 e 26 de novembro. • 6. Capas de porcelana I; de 26 a 28 de janeiro de 2017. • 7. Capas de porcelana II; de 23 a 25 de fevereiro de 2017. • 8. Coroas de recobrimento total; 24 e 25 de março. • 9. Curso na Universidade de Nova Iorque; de 20 a 24 de junho de 2017.

Nos próximos dias 8 e 9 de março realiza-se, em Vigo (Espanha), um curso sobre restaurações de cerâmica aderida, orientado por Rafael Piñeiro. Rafael Piñeiro. A grande vantagem que apresenta este curso prende-se com a sua alta carga prática (que é de 80%) ao longo dos dois dias de formação, durante os quais os participantes terão a oportunidade de experimentar a técnica de talhado de coroas, capas, microcapas, inlays e onlays, assim como a impressão, os provisórios e o cimentado das restaurações.

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

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ESTÉTICA

MAXILLARIS FEVEREIRO 2016

Ivoclar Vivadent. icde.es@ivoclarvivadent.com - www.ivoclarvivadent.com


IMPLANTOLOGIA

IMPLANTOLOGIA

Curso básico de implantologia oral

Curso prático de regeneração óssea

A Radhex leva a cabo, em Madrid e Barcelona (Espanha), um novo ciclo formativo na área da implantologia. Trata-se de um ciclo eminentemente personalizado, dirigido especialmente a profissionais que se iniciam neste domínio da Medicina Dentária. Ao longo dos diferentes módulos prevê-se formação teórica e prática, exposição de vídeos de casos clínicos, cirurgias em direto e práticas com pacientes. A direção do curso está a cargo dos coordenadores Ignacio Cermeño e José Manuel Pérez, em Madrid, e Alex del Cerro, em Barcelona.

No próximo dia 12 de março celebra-se, no Porto, um curso prático de regeneração óssea, orientado pelas médicas dentistas Patrícia Almeida Santos e Cristina Lima. Este curso, que se realiza ao abrigo do programa de formação contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), fornecerá uma visão geral das tendências atuais em regeneração óssea com o objetivo de melhorar a previsibilidade dos tratamentos com implantes dentários e o seu prognóstico a médio e longo prazo.

Radhex Implants. 915 205 087 - www.radhex.es

OMD. 226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt

IMPLANTOLOGIA

IMPLANTOLOGIA

Título de especialista em cirurgia e prótese sobre implantes

Reabilitação de maxilares edêntulos e atróficos

A CEOdont (Grupo Ceosa) prepara em Madrid (Espanha) uma nova edição deste curso, sob a orientação de Mariano Sanz Alonso e José de Rábago Vega, e com a colaboração de Bertil Friberg. O programa é composto pelos seguintes módulos: • 1. Diagnóstico e plano de tratamento; de 14 a 16 de abril. • 2. Cirurgia sobre implantes; de 19 a 21 de maio. • 3. Prótese sobre implantes; de 16 a 18 de junho. • 4. Curso de enxerto ósseo e elevação de seio; de 14 a 16 de julho. • 5. Curso clínico-prático com pacientes (opcional); data a combinar.

No próximo mês de abril realiza-se, na Clínica Dental de Fafe (Braga), um curso prático de três dias dedicado à temática da reabilitação de maxilares edêntulos e atróficos com conceito All-on-4 (função imediata). Paulo Monteiro. Organizado com o apoio da Cortex e do laboratório de prótese dentária Infinidente, este curso é dirigido e orientado pelo médico dentista Paulo Monteiro. Cada participante (num total de seis) realizará uma reabilitação total (cirurgia + reabilitação protética). Cortex Dental. 223 200 661 / 914 102 382

CEOdont (Grupo Ceosa). (0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

IMPLANTOLOGIA

Calendário de cursos

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IMPLANTOLOGIA

Prótese fixa sobre dentes e implantes

Programa formativo BTI 2016

O próximo curso de fim de dia, ao abrigo do calendário anual de formação contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), está programado para o dia 7 de março, em Braga. Esta formação, orientada pelo médico dentista Pedro Couto Viana, centrar-se-á na temática “Prótese fixa sobre dentes e implantes: o setor anterior”. Licenciado pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, Pedro Couto Viana é diretor do curso integral de Prótese Fixa ITI do Centro de Estudos de Medicina Dentária do Amial (Porto).

O Biotechnology Institute (BTI) apresenta a sua nova oferta formativa para este ano, em Espanha. Trata-se de um programa multidisciplinar cujo objetivo é reforçar e atualizar os conhecimentos dos profissionais nas áreas da implantologia oral e da medicina regenerativa. Os cursos destinam-se a todos os profissionais que procuram atualizar e intercambiar conhecimentos, não só através de conferências e sessões teóricas como também mediante a interatuação. Assim, através de cursos teórico-práticos, cirurgias em direto, etc., a empresa divulga as novas tendências, bem como as técnicas e os produtos que aumentam a previsibilidade na prática clínica.

OMD. 226 197 690 - formacao@omd.pt - www.omd.pt

BTI. www.bti-biotechnologyinstitute.com/es/formacion/

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Calendário de cursos

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ODONTOPEDIATRIA

Sexta edição do curso de odontopediatria

Pós-graduação em ortodontia

O Centro de Estudos de Medicina Dentária do Amial, com sede no Porto, inicia no dia 25 deste mês a sexta edição do curso teórico e prático-clínico de odontopediatria, que será ministrado, como habitualmente, por Elena Barbería, professora catedrática da Universidade Complutense de Madrid (Espanha), e coordenado por Cristina Silva. O programa desta formação prevê a realização de atividades pré-clínicas em fantomas, manipulação e utilização clínica de novos materiais, sedação consciente com protóxido de azoto e prática clínica supervisionada em pacientes odontopediátricos.

A Ortocervera inicia em março, em Madrid (Espanha), uma edição da pós-graduação em ortodontia, orientada por Alberto J. Cervera. Os módulos desta formação são os seguintes: • 1. Cefalometria e diagnóstico; de 17 a 19 de março. • 2. Estudo da classe I; de 21 a 23 de abril. • 3. Cimentado e biomecânica; de 19 a 21 de maio. • 4. Estudo da classe II; de 9 a 11 de junho. • 5. Estudo da classe III; de 7 a 9 de julho. • 6. Diagnóstico multidisciplinar e introdução ao autoligado estético; de 8 a 10 de setembro. • 7. Biomecânica avançada multidisciplinar; de 6 a 8 de outubro. • 8. Ortodontia multidisciplinar; de 3 a 5 de novembro.

Centro de Estudos do Amial. 228 347 760 - www.manuelneves.com

Ortocervera. (0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

PERIODONTIA

VÁRIOS

Cursos práticos de periodontia

Curso sobre o sistema de ancoragem Muchor

O Instituto Casan leva a cabo um novo ciclo de cursos práticos de periodontia, que decorre na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Ciências Médicas de Villa Clara, em Cuba, sob a orientação de Mitdray Corrales Álvarez, chefe do Serviço de Periodontia da referida faculdade cubana. Os participantes poderão realizar cirurgias periodontais ressectivas e regenerativas para o tratamento de bolsas periodontais, vestibuloplastias, usar biomateriais em periodontia e proceder a alongamentos coronários, etc.

No dia 20 deste mês celebra-se, em Madrid (Espanha), um curso da empresa Dyna Espanha, aberto aos associados do Círculo de Odontólogos e Estomatologistas (COE) do país vizinho. Esta ação formativa apresentará o sistema Muchor da referida empresa, o conceito avançado em ancoragens intramucosas baseado na utilização da gengiva aderida como matriz de fixação natural para a prótese. Estes implantes intramucosos utilizam-se em pacientes aos quais não se pode colocar implantes convencionais ou como alternativa entre a prótese mucosuportada e os implantes. Trata-se de uma solução rápida, simples e rentável para o profissional e o paciente.

Instituto Casan. (0034) 918 586 594 - info@institutocasan.net

COE. (0034) 914 119 759 - www.circulodeodontologosyestomatologos.es

VÁRIOS

VÁRIOS

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ORTODONTIA

Tecnologias inovadoras em Medicina Dentária

Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS

A GSK e a Canon organizam no dia 13 deste mês, em Lisboa, uma ação de formação para médicos dentistas e estomatologistas, subordinada ao tema “Tecnologias inovadoras ao serviço da Medicina Dentária”. Durante a sessão, serão abordados temas como “O futuro da imagem (by Canon)”, “Fotografia em Medicina Dentária de A a Z”, “A nova tecnolologia GSK na resposta à hipersensibilidade dentinária” e “Hands-on com equipamentos fotográficos, fotografia de produto e de estúdio”. O evento será gratuito e unicamente acessível por convite pessoal entregue pela GSK.

A Ortocervera organiza este curso, ministrado por Mónica Simón Pardell em Madrid (Espanha), que transmite formação personalizada para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS, protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algorritmo do tratamento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado.

GSK. ch.apoio-profisssional@gsk.com

Ortocervera. (0034) 915 541 029 - cursos@ortoceosa.com - www.ortocervera.com

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Congressos e reuniões

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Jornadas de Medicina Dentária na Universidade do Porto

Congresso da SPEMD regressa ao Porto em 2016

25º congresso anual da OMD realiza-se no Porto

A 27ª edição das jornadas da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) vai realizar-se nos próximos dias 15 e 16 de abril, nas instalações deste estabelecimento de ensino superior, num ambiente académico que irá permitir contextualizar novos alunos, fidelizar futuros médicos dentistas e fortalecer a relação com atuais profissionais do setor dentário. A organização deste evento é da responsabilidade dos alunos finalistas do Mestrado Integrado de Medicina Dentária, em parceria com a associação de estudantes da FMDUP e sob a coordenação científica do médico dentista e docente universitário Paulo Melo.

O próximo congresso da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) vai realizar-se no Porto. A 36ª edição desta reunião científica médicodentária está agendada para os dias 7 e 8 de outubro, na Fundação António Cupertino de Miranda. O programa científico da SPEMD, que se encontra em fase de elaboração, promete, de acordo com a organização, mobilizar uma vez mais largas centenas de profissionais de todos os quadrantes da Medicina Dentária, bem como dezenas de representantes da indústria do setor.

A 25ª edição do congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) vai ter lugar entre os dias 10 e 12 do próximo mês de novembro, no Porto. O principal encontro da Medicina Dentária nacional caracteriza-se pela qualidade científica dos seus programas. Entre os conferencistas que já confirmaram a sua presença no congresso de 2016, destacam-se os brasileiros Christian Coachman e Waldemar Polido, os britânicos Nigel Pitts e Nicola West, os espanhóis Javier Gil Mur e Eva Berroeta, o italiano Federico Ferraris e o japonês Mitsuhiro Tsukiboshi.

www.spemd.pt

www.omd.pt

www.fmd.up.pt

Congresso ibérico sobre cirurgia ortognática e ortodontia

28ª reunião anual da SPODF celebra-se em Lisboa

Peniche recebe em setembro congresso anual da SPO

Nos dias 12 e 13 deste mês celebra-se, em Coimbra, a primeira edição do congresso luso-espanhol de cirurgia ortognática e ortodontia. A comissão organizadora deste evento, presidida pelo cirurgião maxilofacial David Sanz López, antecipa um programa de excelência científica com conferencistas de renome internacional na área das dismorfoses dentofaciais (DDF). Neste inédito encontro, especialistas portugueses e es panhóis abordarão diversos temas em oito mesas-redondas, nomeadamente o tratamento das classes II e III, a mordida aberta, a assimetria facial, a fenda lábio-palatina, a apneia do sono e a cirurgia ortognática prévia ao tratamento ortodôntico.

A próxima reunião científica anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) realiza-se de 14 a 16 de abril no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. A 28ª edição deste encontro, presidido pela médica dentista Inês Anselmo Assunção, será dedicada ao “Tratamento ortodôntico integrado: estratégias e conceitos clínicos”. O programa científico da reunião tem já confirmado como principal conferencista Richard Roblee, cuja intervenção se centrará no papel da ortodontia na gestão interdisciplinar dos dilemas estéticos.

O XXIII Congresso da Sociedade Portuguesa de Orto dontia (SPO) vai realizar-se de 29 de setembro a 1 de outubro, em Peniche. Os profissionais da área terão a oportunidade de atualizar os seus conhecimentos num cenário invulgar em congressos do setor, já que se trata da “capital do surf” em Portugal. Peniche foi, de resto, recentemente distinguida como uma das melhores praias europeias. Sob o lema “Ortodontia: ciência e paixão”, o congresso abordará os temas mais atuais desta especialidade e permitirá que conferencistas nacionais e estrangeiros divulguem as suas experiências nas mais diversas técnicas.

info@meetingortognatica.com

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www.spodf.pt

www.sportodontia.pt


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Congressos e reuniões Faculdade do Porto organiza reunião sobre a técnica auto-ligável

Coimbra acolhe encontro europeu de estudantes de Medicina Dentária

A primeira reunião sobre a técnica auto-ligável da Fa culdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), subordinada ao tema “Novas tecnologias no tratamento da Classe II”, está agendada para os dias 19 e 20 deste mês. Este encontro conta com a participação de um leque de conferencistas nacionais e estrangeiros com vasta experiência neste tipo de tratamento, nomeadamente Adrián Carbajosa Fernández, Armando Dias da Silva, Carlos Mota, David Zamora, Dimitris Mavreas, Enrico Pasin, Joan Rosell, Nímet Guiga, Teresa Alonso e Teresa Pinho. A reunião da FMUP, que conta com o apoio científico da Sociedade Portuguesa de Ortodontia, destina-se a médicos, médicos dentistas e estudantes de ambas as áreas.

A associação Young Dentists Portugal celebra em Coimbra, entre os dias 28 deste mês e 6 de março, o seu terceiro congresso anual. Na mesma ocasião, realizar-se-á, pela primeira vez em Portugal, o 57º encontro e o 11º congresso europeus das associações de estudantes de Medicina Dentária. Organizados pela Young Dentists Portugal e pelo Núcleo de Estudantes de Medicina Dentária de Coimbra, estes encontros vão decorrer nas instalações do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra. Esperam-se cerca de 500 participantes nacionais e duas centenas de congressistas estrangeiros. youngdentistsportugal@gmail.com

www.med.up.pt

ISCSEM organiza jornadas internacionais de Medicina Dentária

Reunião anual da SPPI vai ter lugar em março

A 24ª edição das Jornadas Internacionais de Medicina Dentária do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz (ISCSEM) realiza-se nos próximos dias 4 e 5 de março, nas instalações desta instituição de ensino superior, com sede no Monte da Caparica (Lisboa). Esta edição contará com a presença de Júlio César Joly, Bruno Baracco, Asunción Mendoza, André Mariz Almeida, Júlio Fonseca e João Rua, entre outros oradores de renome, que abordarão temas relacionados com a periodontologia, a reabilitação oral, a oclusão, a dentisteria e a odontopediatria. A organização espera reunir mais de 500 congressistas nas jornadas internacionais deste ano.

A próxima reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI) vai decorrer nos dias 11 e 12 de março, em Coimbra. O Centro de Convenções e Espaço Cultural do Convento de São Francisco foi o local escolhido pela SPPI para debater os últimos avanços nas áreas da periodontologia e da implantologia. Espera-se a participação de vários oradores de renome em ambas as vertentes da Medicina Dentária, bem como a habitual presença de representantes da indústria dentária, que exibirão as últimas novidades em matéria de produtos e serviços do setor. www.facebook.com/sppi.pt

xxivjornadasmd@gmail.com

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Congressos e reuniões

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Segundo congresso da SPDOF agendado para março

Osteology Foundation organiza simpósio internacional no Mónaco

Madrid acolhe simpósio da Ivoclar Vivadent

O segundo congresso da Sociedade Portuguesa de Dis função Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) vai ter lugar nos dias 18 e 19 do próximo mês de março, nas instalações do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz (ISCSEM), no Monte da Caparica (Lisboa). Depois da bem sucedida estreia em Coimbra, a SPDOF espera que o congresso deste ano possa atrair ao Campus Universitário do ISCSEM centenas de profissionais de diferentes quadrantes da saúde, que terão a oportunidade de atualizar os seus conhecimentos numa área que desperta particular interesse no contexto médico global.

A Osteology Foundation celebra nos próximos dias 21 a 23 de abril, no Mónaco, um simpósio internacional durante o qual se abordarão os últimos desenvolvimentos na área da osteologia. O programa científico conta com a participação de dezenas de especialistas de países tão diversos como Itália, Estados Unidos, Brasil ou Coreia do Sul. À margem das sessões científicas, a organização deste encontro antecipa ainda a realização de um serão (“Osteology night”) subordinado à temática dos glamorosos anos 20 do século XX.

www.spdof.pt

www.osteology.org

A Ivoclar Vivadent organiza no próximo dia 11 de junho, em Madrid (Espanha), o seu terceiro simpósio internacional de especialistas. Oradores de renome internacional partilharão a sua experiência nos tratamentos diretos e indiretos mais inovadores. As sessões terão como base as últimas evidências e investigações técnicas. O programa inclui conferências de 13 oradores que apresentarão os seus trabalhos, integrando-os com conceitos aplicados na clínica e no laboratório, nas restaurações estéticas e nos resultados dos últimos estudos clínicos. As apresentações do simpósio internacional centrar-se-ão especialmente nos desenvolvimentos atuais mais relevantes. www.ivoclarvivadent.com/ies2016/

DENTSPLY Implants World Summit Tour

Congresso mundial da Camlog vai decorrer na Polónia

IDEM Singapura celebra-se em abril

A próxima edição do DENTSPLY Implants World Summit Tour, que se realizará ao longo deste ano e de 2017, vai realizar-se na China, no Japão, nos Estados Unidos e na Europa. O encontro deverá mobilizar 5.000 profissionais do setor dentário de todo o mundo. O programa contará com a colaboração conjunta de cientistas e investigadores conhecidos mundialmente, e consistirá em conferências de oradores internacionais, bem como de conferencistas conhecidos a nível regional. Além disso, o World Summit Tour será uma boa oportunidade para os clientes e potenciais clientes da DENTSPLY Implants descobrirem o seu leque de soluções.

A sexta edição do congresso internacional da Camlog vai ter lugar de 9 a 11 do próximo mês de junho, em Cracóvia (Polónia). De acordo com a organização do encontro, trata-se de uma bela cidade com muitas atrações para o visitante e um destino ainda por explorar na Europa. A Camlog celebrou em 2015 o seu quinto congresso internacional no emblemático Palau de las Arts, em Valência (Espanha), que contou, segundo a organização, com cerca de 1.500 congressistas de 23 países e 66 conferencistas de renome de 12 nacionalidades.

O próximo salão internacional dentário IDEM Singapura está marcado para os dias 8 a 10 de abril, no Centro de Convenções e Exposições Suntec da cidade-Estado do sudeste asiático, subordinado ao tema genérico “Em busca da excelência clínica”. Esperam-se cerca de 500 representantes da indústria dentária mundial no IDEM 2016, cujo programa científico será preenchido com as intervenções de oradores internacionais especializados nas mais diversas áreas da Medicina Dentária. www.idem-singapore.com

www.implantescamlog.es www.dentsplyimplants.es

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Página empresarial

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Bien-Air estará presente na Expodental 2016

BTI celebra protocolo com o atleta Iván Fernández

A Bien-Air volta a participar no salão de produtos e equipamentos dentários (Expodental) que se celebrará entre os dias 10 e 12 de março próximo, em Madrid (Espanha). A empresa vai estar presente no recinto de feiras da capital espanhola (stand 3C08, pavilhão 3) com as suas últimas novidades, nomeadamente a turbina Tornado e os contra-ângulos Evo 15 e Optima. Estão previstas promoções especiais para este evento que serão de grande interesse para os atuais e futuros clientes da Bien-Air. A marca convida os profissionais do setor a deslocarem-se ao referido stand para conhecerem e experimentarem a tecnologia e inovação suíças.

O Biotechnology Institute (BTI) estabeleceu um acordo de colaboração com o atleta espanhol Iván Fernández para apoiar a sua carreira desportiva internacional e o seu desafio mais ambicioso: a presença nos Jogos Eduardo Anitua (à esquerda), diretor do BTI, Olímpicos do Rio de Janeiro (Brasil), que se apoia a carreira desportiva de Iván Fernández.. realizam no próximo verão. A empresa e o desportista, que são ambos naturais da cidade espanhola de Victoria, têm em comum uma boa projeção internacional e, especialmente, a base sobre a qual se fundamentou este acordo: a coincidência no respeito e na promoção dos valores humanos.

(0034) 934 253 040 – ba-e@bienair.com - www.bienair.com

www.bti-biotechnologyinstitute.com

Sistemas Zenotec com novas indicações

etk y Lyra participam na Expodental 2016

A Wieland Dental, marca do grupo Ivoclar Vivadent, ampliou as indicações dos sistemas Zenotec Select, Zenotec Select Hybrid e Zenotec Mini. Assim, além de processarem as cerâmicas de disilicato de lítio IPS e.max e o óxido de zircónio da Zenostar, os referidos sistemas também passam a estar preparados para trabalhar com o cromo cobalto Zenotec NP e os blocos de IPS Empress CAD para Zenotec, assim como uma vasta gama de outros materiais. Para isso, os softwares CAM e CNC terão de estar atualizados nas versões 3.4.029 e 6.09.05 (ou superiores), respetivamente. Para fresar blocos de outros fabricantes, os utilizadores deverão adquirir o IPS e.matrix, o IPS e.matrix para Zenotec/Adapter e as etiquetas RFID correspondentes. Para fresagens de cromo cobalto Zenotec NP, é necessário obter as fresas específicas para este processo.

A etk volta a participar no salão internacional Expodental, cuja décima quarta edição se celebra de 10 a 12 de março, no recinto de feiras de Madrid (Espanha). Este ano, Portugal será o país convidado na feira e a empresa, presente no mercado espanhol e português, terá todo o gosto em receber os profissionais do setor dentário de ambos os países. A etk convida os participantes a visitarem o seu stand (5C06, pavilhão 5) onde poderão conhecer em primeira mão as mais recentes novidades em matéria de implantes. Os profissionais interessados pela tecnologia digital poderão encontrar no mesmo stand as últimas inovações da Lyra Ibéria, que partilha com a etk a área de exposição no certame madrileno.

(0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.es

(0034) 900 504 219 - www.etk.dental/es

Casa Schmidt reforça equipa de assistência técnica

Dentaleader colabora com associação Ajuda de Berço

A Casa Schmidt reforçou a sua equipa de assistência técnica com a contratação de dois novos técnicos, Carlos Matias e Mário Gomes. Ambos com uma vasta experiência no mercado, os referidos técnicos são duas fortes contratações para a empresa que procura oferecer o melhor aos seus clientes e ganhar a confiança dos mesmos através de respostas rápidas e da excelência nos serviços prestados. Mário Gomes passa a dar cobertura à zona norte do país e Carlos Matias reforça a zona centro e sul, juntamente com o responsável técnico Tiago Rodrigues.

A Dentaleader, juntamente com a etk Iberia, colaborou recentemente com a Ajuda de Berço, uma associação de solidariedade social que desde 1998 dá vida a um projeto de ajuda a bebés em situação de desamparo. A Dentaleader colaborou com a causa mediante a doação de material odontológico para os seus centros, que será utilizado na prevenção e promoção da saúde oral. A empresa reforça desta maneira o seu compromisso para com as comunidades mais vulneráveis, tentando apoiar vários projetos destinados a combater os cuidados precários, o abastecimento limitado e a escassez de meios no âmbito da assistência médica dentária.

800 201 192 - www.casa-schmidt.pt - geral@casa-schmidt.pt

800 203 976 - www.dentaleader.com

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Página empresarial

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COE regulariza sites dos seus associados

Mais de 750 equipas inscritas no IPS e.max Smile Award O concurso IPS e.max Smile Award 2016 já conta com mais de 750 equipas inscritas, oriundas dos cinco continentes. Lançado em outubro passado, o concurso chega agora a uma fase decisiva, uma vez que todos os participantes devem enviar a documentação dos casos antes do dia 28 deste mês. Os prémios serão divulgados em junho, durante Os concorrentes devem ter em conta que só as equipas foro simpósio internacional da Ivoclar Vivadent. madas por um médico dentista e um técnico poderão participar, a restauração deve incluir pelo menos seis unidades e o caso deve estar documentado desde o início até ao fim com fotos e vídeos. Os prémios serão divulgados no próximo dia 10 de junho, em Madrid (Espanha), coincidindo com o simpósio internacional da Ivoclar Vivadent.

Devido à enorme difusão que estão a ter as clínicas associadas ao Círculo de Odontólogos e Estomatologistas (COE) do país vizinho, este organismo vê-se na obrigação de rever os sites dos associados que constam no seu motor de buscas de clínicas. Estes devem obedecer aos seguintes requisitos: a existência de “aviso legal” e conteúdo ajustado aos requerimentos legais atuais, de “política de privacidade” e procedimento de aceitação pelo utilizador, a utilização de cookies e, em caso afirmativo, a existência de “aviso a utilizadores” e textos informativos obrigatórios, bem como a menção aos obrigatórios ficheiros inscritos na Agência Espanhola de Proteção de Dados e a documentação obrigatória. Esta revisão é um serviço que o COE oferece gratuitamente aos seus asociados através da empresa Lock4Data Consultores.

www.ipsemax.com/es/smile-award

www.circulodeodontologosyestomatologos.es

Bien-Air faz balanço positivo do processo de stock centralizado

BTI apresenta novidades na Expodental 2016

Como distribuidor de instrumental dentário, a Bien-Air aposta em otimizar os seus serviços e a sua logística, com o fim de adaptar-se melhor às necessidades dos seus clientes. Neste sentido, a empresa tomou a decisão de constituir um armazém centralizado na Suíça, a partir do qual iniciou, no passado mês de junho, o envio de pedidos para os seus clientes de Portugal e Espanha. Este passo representa uma melhor disponibilidade dos produtos e o envio direto, a partir daquele país, para a morada dos clientes. Seis meses depois de ter implementado o processo de stock centralizado, a Bien-Air considera que esta medida registou resultados muito satisfatórios e tem potencial para melhorar ainda mais nos próximos tempos.

O Biotechnology Institute (BTI) estará presente nos principais eventos do foro dentário que vão ter lugar ao longo do ano, contribuindo assim para o desenvolvimento do setor e apoiando o impulso científico do mesmo. Neste contexto, a empresa participará na próxima edição da Expodental que se celebrará de 10 a 12 de março, em Madrid (Espanha). A companhia exibirá no pavilhão 5 (stand D01) do recinto de feiras da capital espanhola todos os avanços e as novidades em matéria de produtos e serviços. Durante o certame, realizará diversas ações promocionais em que estarão muito presentes as últimas tendências tecnológicas.

(0034) 934 253 040 - ba-e@bienair.com - www.bienair.com

www.bti-biotechnologyinstitute.com

Clínica dentária em Vila Franca de Xira

Euroteknika tem nova imagem de marca A Euroteknika Ibéria simplificou a sua designação, convertendo-se em etk. A nova imagem de marca coincide com o objetivo claro da empresa no sentido de desenvolver uma relação “implantoativa” com os profissionais do setor dentário, em particular no âmbito da implantologia. Neste contexto, a etk lançou recentemente um novo site em conformidade com a sua nova designação corporativa.

(0034) 900 504 219 – www.etk.dental/es

cede quota

Clínica dentária cumprindo as exigências da ERS, fundada em 1960, em Vila Franca de Xira, cede quota por motivo de reforma do diretor clínico e sócio fundador. Contacto: clinicasoares@gmail.com

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Novidades da indústria

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Novo sistema IPS Ivocolor

Sistema de matrizes seccionais Palodent V3 (0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.com

210 317 700 - www.dentina.pt

IPS Ivocolor é um sistema de massas de maquilhagem e cobertura para as cerâmicas de injeção, CAD e de estratificação da Ivoclar Vivadent e os zircónios Zenostar da Wieland Dental. Agora, os técnicos dentários só precisam de um kit para personalizar as suas restaurações. Isto permite-lhes trabalhar de forma mais eficiente, melhorar a rentabilidade do laboratório e conseguir resultados de elevada qualidade. Entre as vantagens do IPS Ivocolor destacam-se o manejo eficiente graças à nova formulação da pasta, o alto brilho que se obtém a temperaturas de cocção tão baixas como 710°C, e o brilho impoluto, sem descolorações cinzentas ou brancas. Este produto está indicado tanto para cerâmicas IPS de alta como de baixa fusão.

Palodent V3 da DENTSPLY, distribuido pela empresa Dentina, é um sistema de matrizes seccionais de fácil utilização, que permite a adaptação aos mais diversos contornos dentários e uma restauração adequada do ponto de contacto de forma previsível e sem complicações, em restaurações da classe II. Seis elementos cuidadosamente desenvolvidos formam um sistema de alta performance para restaurações da classe II: anéis de retenção Ni-Ti (molar e pré-molar), matrizes seccionais pré-formadas, cunhas anatómicas, cunhas WedgeGuard, alicate e pinça. Palodent V3 é um dos sistemas de matrizes seccionais mais preciso e versátil do mercado.

Cerâmica IPS Style (0034) 913 757 820 - www.ivoclarvivadent.com

A cerâmica IPS Style tem como principal (e inovadora) característica o facto de conter oxiapatite. Este componente, presente no tecido ósseo humano e no esmalte, confere à cerâmica uma vitalidade, luminosidade e sensação de profundidade nunca antes vistas. A IPS Style combina de forma efetiva três tipos de cristais numa única fórmula: leucite, fluorapatite e oxiapatite. Estes cristais são responsáveis pelas excelentes características de manejo e as propriedades óticas desta cerâmica de vidro de baixa fusão. A otimizada contração da IPS Style permite aos técnicos alcançarem os resultados desejados de maneira rápida e eficiente. Toda a experiência – de mais de 40 anos – das cerâmicas da Ivoclar Vivadent foi empregue no desenvolvimento deste produto, dotado de propriedades de manejo que dão resposta às aspirações do mercado atual, ou seja, simplicidade e eficiência.

Para mais informação: +34 934 25 30 40 comercial@bienair.com www.bienair.com

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