Bananas podres

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A PompĂŠia, Malu e Roberto Viana, queridos amigos. F.G.



Bananas

po

dres ferreira gullar


Algumas palavras


Quem primeiro imaginou publicar estes poemas num álbum ilustrado foi Cláudia Ahimsa. Os poemas seriam acompanhados de pinturas minhas com o tema das bananas podres e de outros pintores. Mas o tempo passou mas finalmente se concretizou, quando eu, brincando com recortes de papel colorido, lembrei-me do projeto de Cláudia e decidi levá-lo adiante, só que agora o álbum seria ilustrado com minhas colagens. Durante esse tempo, havia escrito mais alguns poemas sobre o tema, mas o fator decisivo foi ter percebido que as folhas de jornal, que uso para limpar o pincel, lembravam, com suas manchas escuras, a cor das bananas quando começam a apodrecer. De início, apenas as recortei e colei, sem associá-las aos poemas. Como a lembrança de bananas apodrecendo na quitanda de meu pai me volta de vez em quando à memória, terminei por juntar as colagens e os poemas, como um modo novo de responder a esse apelo do passado. Foi como vivê-lo de novo, com alegria. F.G.





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Ferreira Gullar


nasceu José de Ribamar Ferreira em 10 de setembro de 1930 em São Luís do Maranhão. Publicou seu primeiro livro de poesia, Um pouco acima do chão, aos 19 anos. Dois anos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, cidade onde vive até hoje. Poeta, crítico de arte, tradutor e ensaísta, colaborou em diversos jornais e revistas. Em 1954 publicou o livro A luta corporal, obra que o aproximaria do movimento da poesia concreta do qual participou, se afastando algum tempo depois para criar o movimento Neoconcreto, lançado em 1959 com um manifesto de sua autoria. No começo dos anos de 1960, engaja-se nos movimentos populares, integrado ao Centro Popular de Cultura (COC) da UNE. Na mesma década, dedicou-se também à dramaturgia. Entre 1971 e 1977, durante a ditadura militar, viveu no exílio. Nessa temporada, escreveu, em Buenos Aires, o Poema sujo, considerado um dos pontos mais altos da literatura brasileira. Também publicou outros importantes livros de poesia, como Dentro da noite veloz, Na vertigem do dia, Barulhos, Muitas vozes e o livro de memórias Rabo de foguete. Entre seus ensaios mais conhecidos estão Vanguarda e subdesenvolvimento e Argumentação contra a morte da arte. Recebeu em 2010 o Prêmio Camões, o mais xxx da língua portuguesa, pelo conjunto de sua obra. Em 2011, seu livro Zoologia bizarra (Casa da Palavra) recebeu da Academia brasileira de Letras o prêmio de melhor livro infanto-juvenil do ano, e Em alguma parte alguma (José Olympio), o prêmio Jabuti na categoria poesia.


isbn 978-85-7734-224-2


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