Indicaã§ãµes para o uso de ibps v2

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Inibidores da Bomba de protões: indicações para prescrição; alternativas terapêuticas; efeitos adversos UNIDADE DE SAÚDE DA ILHA TERCEIRA - CENTRO DE SAÚDE DE ANGRA DO HEROÍSMO

Eva Silva | Lisa Aguiar 4º ano IMMGF

Angra do Heroísmo, 24 de Maio de 2016


Objetivos 2

 Rever as indicações para a utilização crónica do uso de Inibidores da

bomba de protões (IBP).

 Alertar para os riscos do uso indevido destes fármacos.


Introdução 3

 Os

IBP

são

fármacos

utilizados

no

tratamento

de

patologias

gastrointestinais cujo objetivo passa pela inibição da secreção gástrica;  Grande aumento do seu uso nos últimos anos, principalmente nos idosos;

 40-60% de todas as prescrições de IBPs são inapropriadas.


O que são os IBP? 4

• Inibem irreversivelmente as bombas de protões ativas nas células parietais; • Podem levar mais de 24h a reduzir a secreção ácida e a aliviar os sintomas • Não têm indicação em SOS • A máxima supressão ácida ocorre ao fim de 5 dias de tratamento • Nem todas as bombas de protões estão ativas em simultâneo


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 Fármacos que alteram a secreção ácida: 

Antiácidos

Antagonistas dos recetores H2

IBP

 As 3 principais causas de sintomas dispépticos em que se usam

os fármacos de supressão ácida são: 

Doença de refluxo Gastroesofágico (DRGE);

Úlcera péptica;

Dispepsia funcional sem úlcera.


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 Os IBP são usados como terapêutica crónica: 

DRGE com esofagite;

DRGE sem esofagite mas com sintomas persistentes;

Esófago de Barrett;

Úlcera péptica com episódios recorrentes;

S. Zollinger-Ellison

 Restantes situações dispépticas: 

Reavaliação 4 a 8 semanas após início de IBP

Redução gradual até suspensão


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 DRGE sem esofagite: 

IBP - 1ª linha

Se ausência de sintomas após 4 semanas de tratamento, tentar redução gradual da dose e eventual controlo ocasional das queixas com antiácidos ou antagonistas dos recetores H2.

 DRGE com esofagite: 

IBP durante as primeiras 4-8 semanas numa dose mais alta que a de manutenção;

Uso crónico: dose de manutenção ou a dose mais baixa que controle os sintomas.


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 Sintomas dispépticos não provocados por DRGE  ≤ 55 anos  Sem sinais de alarme ou causas secundárias de dispepsia

1ª Linha: IBP Testar, tratar e erradicar H. pylori Se H. pylori positivo  Endoscopia Dispepsia funcional sem úlcera: antagonistas H2 são alternativa


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 Sintomas dispépticos não provocados por DRGE  > 55 anos  Sinais de alarme para neoplasia, estenose e ulceração grave

Endoscopia Digestiva Alta (EDA) Antes de Iniciar IBP


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 Sintomas dispépticos esporádicos 

Antiácidos em SOS ou antagonistas dos recetores H2; Ação mais rápida comparativamente aos IBP


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 Escolha de um IBP: 

custo;

Sem evidência de superioridade entre os IBP em doses equivalentes.


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Abordagem do doente com queixas dispépticas  Fármacos que poderão causar sintomas dispépticos:

AAS

Teofilina

AINEs

Anticolinérgicos

Corticosteroides

Dopaminérgicos

Bifosfonatos orais

Bloqueadores dos canais de cálcio


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Abordagem do doente com queixas dispépticas  Causas graves não gastrointestinais de sintomas dispépticos:

Doença coronária

Pericardite

Aneurisma dissecante da aorta

Tromboembolismo pulmonar


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Abordagem do doente com queixas dispépticas  Sinais de alerta? 

sinais e sintomas que possam sugerir cancro, estenose ou ulceração grave

Disfagia; Hematemese; Hemorragia do aparelho gastrointestinal inferior; Mudança dos hábitos intestinais; Odinofagia; História prévia de neoplasia gastrointestinal ou ulcera; Vómitos recorrentes; Perda de peso inexplicável;

Anemia; Icterícia; Anorexia; Enfartamento; Massa abdominal; Hepatomegalia: Linfadenopatia.


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Abordagem do doente com queixas dispépticas  Sinais de alerta? 

sinais e sintomas que possam sugerir cancro, estenose ou ulceração grave

Disfagia; Anemia; Hematemese; Icterícia; Hemorragia do aparelho gastrointestinal inferior; a ivAnorexia; t s e g i Mudança dos hábitos intestinais; p ia d c o Enfartamento; s o d n Odinofagia; e rer e Massa abdominal; u q e R História prévia de neoplasia gastrointestinal ou ulcera; Hepatomegalia: Vómitos recorrentes; Linfadenopatia. Perda de peso inexplicável;


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Abordagem do doente com queixas dispépticas  Quando testar infeção por H. pylori? 

Úlcera gástrica/ duodenal ativa

História de úlcera gástrica/ duodenal ainda não tratada contra H. pylori;

Sintomas dispépticos de novo em adultos ≤ 55 anos sem DRGE óbvia e sem sinais de alarme;

Doentes que não respondem ao tratamento.


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Abordagem do doente com queixas dispépticas  Como testar infeção por H. pylori?

Teste da urease (teste respiratório)

Teste de antigénio nas fezes

Teste de anticorpos ELISA (sorologia dos AC no soro) – comparticipado mas menor sensibilidade/ especificidade

Se o doente fizer EDA, a biópsia é o teste preferencial


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Abordagem do doente com queixas dispépticas  Como tratar infeção por H. pylori?

Se o teste for positivo  prescrever terapêutica tripla 10 a 14 dias

* Se alergia à penicilina: Metronidazol 500 mg bid

Amoxicilina 1g bid * Claritromicina 500 mg bid


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Abordagem do doente com queixas dispépticas  Medidas que podem ser eficazes na supressão ácida e redução

dos sintomas: 

Evitar alimentação ácida (citrinos, cebola, tomate);

Evitar produtos que aumentam a produção de ácido ou danificam as defesas da mucosa: 

Bebidas carbonadas

AINEs

Álcool

Tabaco

Cafeina


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Abordagem do doente com queixas dispépticas  Mudanças de estilo de vida que podem ajudar a diminuir o

refluxo e os sintomas: 

Perder peso;

Elevar a cabeceira da cama;

Evitar grandes refeições antes de dormir;

Evitar roupa apertada ao redor do abdómen;

Evitar reclinar ou deitar 2 a 3h após uma refeição;

Evitar substâncias que reduzem o tónus do esfíncter esofágico inferior: cafeina, álcool, tabaco, mentol, chocolate, alimentos gordos ou fritos.


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Abordagem do doente com queixas dispépticas  Quando planear a redução gradual e suspensão dos IBP?

DRGE sem esofagite, assintomática após 4 semanas de tratamento

Ulcera péptica, assintomática após 4-8 semanas de tratamento e erradicação do H. pylori

Dispepsia funcional sem ulcera, assintomática após 4-8 semanas de tratamento


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Abordagem do doente com queixas dispépticas  Como fazer a redução gradual até à suspensão dos IBP?


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IBP têm mais efeitos adversos do que os antagonistas dos recetores H2 Cefaleias

IBP têm risco de efeitos adversos mais graves Infeção por Clostridium difficile; Fraturas Nefrite Intersticial

Diarreia Pneumonia Diminui eficácia do clopidogrel Dor abdominal

Efeito rebound na secreção ácida


Efeitos adversos dos IBP 29

 Publicações recentes…


Efeitos adversos dos IBP 30


Efeitos adversos dos IBP 31

irida u q d a onia m u e n o de P c s i r o ento d m u a IBP e e d a tom a e r t n ação e i c o s ltos; s d u a • A tica. m u e ê p e a d r a d e te unid ê s o m c m a o n rimeir p o n risco r o i a • M


Efeitos adversos dos IBP 32


Efeitos adversos dos IBP 33

s peria m o n i c r a ento de c m i v l o v n e e o des P B I s o a o exposiçã a e r t n e o • Relaçã ; ampolares endente; p e d e s o ção é d risco. • Esta rela o a t n e m u de IBP a d o a g n o l o • Uso pr


Efeitos adversos dos IBP 34


Efeitos adversos dos IBP 35


Efeitos adversos dos IBP 36


Efeitos adversos dos IBP 37


Efeitos adversos dos IBP 38


Conclusão 39

 Nos doentes com sintomas relacionados com acidez deve-se: 

Verificar existência de medicação responsável ou sinais de alerta;

Excluir causas sérias não gastrointestinais;

Testar para H. pylori: 

Doentes com história de úlcera, ou

Idade <55 anos com sintomas pela primeira vez e sem DRG obvia.

Teste H. pylori positivo: erradicar com terapêutica tripla (10 a 14 dias);

Induzir mudanças dos hábitos de vida pode ajudar no controlo sintomático;

Prescrever fármacos se os sintomas persistirem: 

IBP são muito eficazes, mas podem não ser necessários em todos os casos;

Alternativa: antiácidos e antagonistas dos recetores H2.


Conclusão 40

 Os IBP não são inócuos;  Ponderar outras opções terapêuticas;  Prescrever IBP com critério e respeitando as indicações da Norma da

DGS: 

Apesar de ainda não haver evidência robusta em relação aos efeitos adversos apontados nos artigos mais recentes;

São necessários mais estudos.


Obrigada pela atenção  41


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