"O Problema é a solução"

RAFAEL IGLESIA. R RO OS SA AR R II O O -A AR RG G EE N NT T II N NA A -1 19 95 52 2 -- 2 20 01 15 5 ..

Quinchos

Casa en la Barraca 1999. Arroyo

2002. Rosario - Argentina

Seco, Sta Fe - Argentina

“O “O PROBLEMA PROBLEMA ÉÉ A A SOLUÇÃO”.

SOLUÇÃO”.

A A GRAVIDADE GRAVIDADE COMO COMO FERRAMENTA FERRAMENTA PARA PARA PENSAR PENSAR A A ARQUITECTURA. ARQUITECTURA.

A AS S FFO OR RÇ ÇA AS S,, A AS S AVA AVALLA AN NC CA AS S.. TTR RA AÇ ÇÃ ÃO O EE C CO OM MP PR REEÇ ÇÃ ÃO O..

O O P PEES SO O DA DA EEST STR RU UT TU UR RA A C CO OM MO O S SO OLU LUÇ ÇÃ ÃO O D DEE EEQ QU UIILLIIB BR RIO. IO.

Escalera del Grande

O O CAMINHO CAMINHO DAS DAS CARGAS CARGAS COMO COMO LINGUAGEM. LINGUAGEM.

2002. Rosario - Argentina

Edificio Altamira

2001. Rosario - Argentina

Pabellones Pque Independencia 1999.

R o s a r i o

-

A r g e n t i n a

RAFAEL RAFAEL IGLESIA IGLESIA

Rosario, Rosario, Argentina.

Argentina. 1952 1952 -2015 -2015

"Si "Si uno uno hace hace arquitectura arquitectura con con pasión, pasión, siempre siemprete teregala regalaalgo. algo.Me Medivierto diviertocon conmis mis obras, obras,la lavida vidaimplica implicapasarla pasarlabien” bien”

MARIANO FABIAN MARTINS Hh806 - HISTORIA DA ARQUITETURA E URBANISMO CONTEMPORANEO.

Imagem 3 e 4 – Edificio Altamira (Estrutura)

Imagem 7 e 8 – Casa na Barraca

Imagem 11, 12 e 13 - Escada Casa Do Grande

Referençias Referencias de de Obras.

Obras.

Rafael Rafael Iglesia.

Iglesia.

Imagem 1 – pavilhão expo Batimat 2014

Imagem 5 e 6 – Edificio Altamira.

Imagem 9 e 10 – Quincho

Imagem 2 – Clinica ProAr

Imagem 14 - Parque Independencia

Rafael Iglesia Biografia Nascido na Cidade de Rosário (Santa Fe, Argentina) em 1952, Rafael Iglesia é uma figura chave no desenvolvimento teórico da arquitetura Latino-americana.

Formado na Faculdade de Arquitetura, Planejamento e Desenho (Universidade Nacional de Rosário) no ano 1981, onde recebeu o diploma de arquiteto. Durante sua vida profissional fez numerosos cursos, convenções, conferências e exposições tanto nacionais como internacionais.

Em muitas obteve grandes prêmios, reconhecimento, foi dissertante e desempenhou-se como jurado. Também realizou publicações nacionais e internacionais. Outras atividades que ele desenvolveu: -Professor permanente Escola da Cidade. São Paulo, Brasil. Ano 2003.

-Professor Convidado de Pós-graduação no Centro de Arquitetura Contemporânea do Instituto Torcuato Di Tella, Buenos Aires. Ano 2003 -Membro Fundador do Grupo R, e integrante do mesmo desde 1991.

Consultor Acadêmico no Comitê executivo do Congresso Internacional de Arquitetura

A

construção do pensamento , Rosário. Ano 1991

Arquitetura e Risco.

Arquitetura.

A arquitetura produzida num período dado depende em grande parte da relação entre duas esferas diferenciadas (e ao mesmo tempo intimamente entrelaçadas) dentro do campo disciplinar: A arquitetura de Produção e a arquitetura de Proposição.

Os territórios onde se desenvolve a teoria arquitetônica não sempre devem ter como fim entrar na categoria de aspiração modelica ou formal, isto se comprova na obra de Iglesia onde o formal fica de lado e o que se pondera são as palavras que representam o seu fazer projetual, deixando assim uma influência na comunidade arquitetônica e de outra maneira, mas duradora ser uma referencia na atividade mais

profissionalizada , que torna repetitivos certos processos e os

padroniza ou mecaniza.

Entendida assim a arquitetura de produção é a que constitui a massa edificada urbana e sua qualidade depende em grande parte da relação e entendimento com a arquitetura de proposição,

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sendo assim ambas as esferas disciplinares complementares e com um papel claro no processo social de construção das cidades.

Risco.

Não há superação sem risco, e em este campo propositivo encontramos a arquitetura de Rafael Iglesia exercendo a disciplina desde a pesquisa do excepcional, com tempos particulares, e assumindo riscos desde a reflexão e desde as palavras. A arquitetura de proposição e Iglesia assumem uma postura

pujante

dentro da disciplina, onde

interessa o que não há

e

transcendendo desde a influenza na comunidade arquitetônica, produzindo debates como êxito momentâneo e inspirando uma produção mais qualificada da arquitetura das cidades.

Pensar além da norma.

Não existem muitos arquitetos que consigam traduzir em suas obras o que representa sua filosofia de pensamento.

Iglesia construiu o seu pensar desde uma postura positivista em que antes de tudo ele da por certo que

O problema é a solução . Este jogo de palavras a maneira de uma construção

conceitual (a construção conceitual que definem Deluzze e Gutari) terá uma linearidade em todas as suas obras e será sempre seu argumento projetual. se o problema da arquitetura sempre foi sustentar o peso... Rafael Iglesia propõe desde a sua ideologia que o peso é a solução e não um problema, isto é ponto de partida para trabalhar com o equilíbrio e a gravidade como ferramentas de projeto relembrando a definição forte de Alberti: A arquitetura é um mover de pesos .

O artefato que construiremos na praça põe aos meios no meio. O quarto poder contém o programa necessário e mais importante que isso, é o ponto de apoio para sua real complexidade.

Uma complexidade que pode expressar-se em pares antinômicos: estabilidade – desestabilidade, espaço – infinito, solidez – leveza. Em meio dos meios, balançando-se sobre estes pares, abrimos um âmbito para que cada visitante possa fazer sua própria experiência Rafael Iglesia sobre o pavilhão Expo – Batimat 2014

- (Imagem 1 – pavilhão expo Batimat 2014 )

As questões formais ficam de lado, na sua obra, para dar lugar à revisão programática (imaginativa) entendida na ponderação dos verbos e ações por sobre os substantivos.

Em este trabalho interessa-me falar sobre o contato do privado com o urbano. O ingresso surge quando um modulo da frente empurra-se para trás para abrir um vão que permite entrar ou sair. É descer o Verbo, entrar, sair, fechar, abrir, e não o substantivo porta. (imagem 2 – Clinia ProAr)

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Romper a arquitetura desde dentro.

Desde a filosofia.

De pensamento crítico e controverso, Rafael Iglesia sempre expressou um desgosto pela arquitetura atual, à qual considera não transcendente já que, segundo ele afirma, está longe de considerar os horizonteis disciplinares e sociais. é que não mudamos nada. Foi transcendente no século XX quando cumpriu um rol social, mas na Era Medieval era como ser um pintor, o pintor da foto, como a prostituta da corte. E acho que vamos para lá, para satisfazer um cliente. Não a criar problemas.

Desde o Intuitivo.

O trabalho de Rafael Iglesia é uma oportunidade para lembrar o suficiente (como o necessário) e por outra parte a potência da determinação (com seus riscos implícitos). Sua obra apoia-se mais na construção (...ou experiência construtiva) que na imagem.

Há na verdade uma grande veracidade construtiva que traz consigo questões formais propostas com uma maneira radical, onde se quebra a questão estrutural que estamos acostumados para dar lugar à presença de elementos subjetivados cujo papel entende-se segundo o momento no que atuam, e como efeito duplo são o sustento do peso.

A linguagem é a estrutura? (imagens 3 e 4 – Edifício Altamira).

Universalidade e rigor são ao parecer um objetivo do trabalho de Iglesia, uma vontade de construir conhecimento (desde o fazer teórico-prático) uma vontade na que compreender e criar são sinônimos e onde capacidade perceptiva e faculdade artística se dão em simultâneo.

Suas obras. O rico da gravidade Edificio Altamira. Rosario, Argentina – 2001 (Premio Mies Crown Hall Americas Prize – MCHAP) Memoria do Autor: Neste projeto interessa-me destacar dois aspectos, em primeiro lugar um questionamento ao que é um apartamento para moradia e seu funcionamento. É dizer: o programa. Em segundo lugar a resolução estrutural. Pretendendo que a linguagem do edifício seja só sua forma de sustentação. A forma na que as cargas chegam ao chão. Esta é uma discussão que mantenho com a rotineira gravidade.

O programa: O movimento moderno não só nos deu uma estética mas sim uma ética; quer dizer numa casa a especificidade das funções nos indicava que havia uma habitação para os pais (para a procriação) outra para os filhos – dois si forem de distinto sexo – Em meu edifício o que esta

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em questão é essa especificidade de funções porque o núcleo familiar já não é o que era – mudança que também poderia rastrear-se na ética, rastro que não podemos seguir aqui.

Estrutura: Deluzze apresenta uma descrição de dois jogos que em seu funcionamento opõem-se.

Trata-se do xadrez e do Go. É uma descrição que pode ilustrar duas maneiras de fazer arquitetura. Numa arquitetura codificada todas as suas peças funcionam como As peças do xadrez. Tem uma natureza interna e propriedades intrínsecas que as fazem ser assim. É dizer uma janela é sempre uma janela, uma porta é uma porta, uma viga é uma viga e isto corresponde para todos os componentes. Tem papeis e movimentos definidos. Cada um deles é um sujeito de enunciado dotado de um significado relativo: os significados relativos se combinam num sujeito de enunciação.

Em meu prédio procuro que aconteça o oposto. O que tento é por em jogo só as vigas tratadas como simples unidades cuja função é anônima, coletiva e de terceira pessoa – como as peças do Go. As vigas aqui são elementos não subjetivados que não tem propriedades intrínsecas mas sim de situação: podem ser muro, janela, porta, eventualmente

atuaram

trabalhando como

sustentação e seus papeis dependem do lugar que ocupem no espaço. A insistente viga move-se construindo, destruindo, bordeando, subindo, baixando, suportando, detendo-se, ausentando-se, desaparecendo quando menos se espera, sem alterar a unidade. Na obra a viga pode ser o herói ou o criado, aparecendo e desaparecendo só quando é preciso para que o destino cumprase. (imagens 5 e 6 – Edifício Altamira)

Casa na barraca. Arroyo Seco, Argentina – 1999.

Aqui a historia é breve e o espaço imenso, somos mais geográficos que históricos. A vastidão é nosso meio. A paisagem é o que nos faz paisanos, a pampa, a amplitude do horizonte, essa linha reta que exibe a natureza para separar o terrenal do divino. Sobre o Paraná o horizonte esta delineado por um traz grosso a mão livre. O navegante que atravessa o rio é um ponto fixo nesta pampa líquida. O projeto desenvolve-se em quatro níveis: o acesso em contato com a rua; um espaço verde que não deixe ver o que acontece uns metros mais baixo; a piscina e o teto da casa constituindo o maior espaço de uso embaixo deste, a casa e logo o píer sobre o nível do rio.

O pátio entre a parede da piscina e a casa organiza o projeto. Desde aí sigue-se vendo o rio através das paredes de vidro, uma janela com a largura do espaço habitável que alberga. Este lugar é um resguardo. Na cascata que define uns de seus lados, a agua desenvolve seu potencial sobre os sentidos. Não só pode-se ver-la, ouve-se o som que provoca sua queda, é cheirado o sereno sobre a grama e fundamentalmente sente-se a mudança de temperatura. O edifício é a estrutura e nada mais que a estrutura.

Procuro como em meus últimos trabalhos, fazer mais

complexas, as descargas de forças, tento de dificultar o caminho da gravidade, essa linha imaginaria que une as coisas ao chão pelo trecho mais curto. As vigas movem-se já seja

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invertendo-se para obter um determinado enquadramento da paisagem, fazendo-se presentes para proteger o lugar do sol do oeste ou intervindo na escala do ambiente.

As vigas defasadas desde o interior complexam a leitura de sua estabilidade, e no exterior estão paralelas ao horizonte. A edificação não tem mais linguagem que o que a sustenta, é como são nossos povos na imensidade do território: aerólito caído do céu, uma pedra jogada no campo. (imagem 7 e 8 – Casa na Barraca)

Quincho. Rosario, Argentina -2002 Na Argentina, quincho é um lugar para comer um churrasco (asado). E neste caso, isto é o que é. Uma parede feita com dormentes de quebracho vermelho

e uma laje de concreto que

imprime-lhes compressão. Um chão feito com varetas. Em seu interior uma mesa. Não existe aqui a tradicional churrasqueira (parrilla): há estacas e um forno de barro, assinado pelo seu autor. A mesa é uma máquina simples: uma alavanca que está trabalhando –certamente- para sustentar os quatrocentos quilos dos dormentes. Trata-se simplesmente de um sistema de forças que atuam por contato e carga, não há nem tensores, nem pregos, nem outro elemento mais que madeira; completam o sistema umas quantas cunhas, as claves. Como tronco nasceram-me algumas perguntas. Isto que a simples vista pode parecer um gesto figurativo, não é tal. Não é uma cariátide arbórea, é uma coluna disposta a empezar de novo... é natural, é a primeira coluna sem se quer, a mais elemental, a mais arcaica. O dormente mediante a sua geometria, é racionalizado, normalizado e ao ter mão de obra incorpora o valor agregado que da o trabalho e seu processo de produção.

O lugar, nas horas da tarde, volta-se estéril. Já não protege, o oeste travessa-lo e inutiliza-lo. Suas formas e sua cor já não servem. O objeto perde seu sentido, sua razão. Nesta momentânea inutilidade encontra sua essência. Deixa de servir para ser. A parede não ampara, a coberta já não cobre, esta só recolhe o reflexo da agua e seu movimento. O líquido, ao reflexar-se na laje, transforma-se na ondeante folhagem do cadavérico tronco, que se move quando corre alguma gota de vento. O espelho opaco não duplica – para a tranquilidade de Borges - sino que sugere uma realidade ausente. Vespertinamente, o tronco recupera sua memória de árvore, faz memória, produz desde uma lembrança passada. (imagens 9 e 10 – Quincho)

Escada Casa do Grande. Rosario, Argentina – 2002 A escada foi proposta no lugar, sim nenhuma documentação gráfica. É um objeto logico e não racional... ¿qual é a mínima expressão de uma escada? O plano inclinado. Um sistema de avalanças cujos pontos de encontro estão vinculados só pelo contato e a pressão que as cunhas imprimem ao sistema. A gravidade baixa pela escada, até o chão e os dormentes aprisionam os degraus da mesma maneira que um pescador toma a canha. (imagem 11, 12 e 13 – Escada)

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Pavilhões Parque independência. Rosário, Argentina -1999 Banheiros Públicos: O primeiro pavilhão foi implantado no acesso ao parque, sua localização na entrada não é só um jeito de marcar o acesso se não que expressa nossa intenção de que trabalhe como lanterna. Trata-se de uma estrutura de concreto fechado com vidro cuja linguagem não e mais que a própria estrutura. Assim foi feita uma operação com os banheiros: tirar à luz ambientes que permanecem ocultos assinando-lhes novos lugares...

Espaço para festas e eventos: O projeto propõe uma laje que sustenta-se sobre (equilíbrio) uns troncos de quebracho vermelho colocados no perímetro. A laje simplesmente está apoiada e ancorada com um tabique em um de seus extremos. Em esta estrutura os blocos divisórios penduram do teto para outorgar-lhe mais peso e dar-lhe a esta maior estabilidade. No interior nada chega no chão: inclusive o dreno das pias detém-se uns centímetros antes de chegar ao chão para que a agua passe livremente. Mesadas e barras estão acunhadas nestes elementos.

Estamos em presença do que chamamos comumente planta livre .

O prédio desaparece, os troncos confundem-se com os do arvoredo e só manifesta-se a línha reta da laje gravitando no arvoredo como única intervenção do homem. A árvore não tapa o bosque. (Imagem 14 – Pavilhao Pque Independencia)

Reflexões.

Encontramos na obra de Rafael Iglesia uma arquitetura reflexiva que muito podemos associar ao sentido comum, ponderando a potencia material e construtiva, e que tem a capacidade de voltar a questões e questionamentos primitivos, tendo ao peso e a gravidade como pontos de partida em suas reflexões. A imaginação sempre esta influenciada por o que bordeia a arquitetura com J.L. Borges como seu melhor arquiteto ponderando-lhe no momento que o escritor argentina da lugar para imaginar e na arquitetura sempre é saudável ter referentes que saiam da categoria de aspiração modelica para os estudantes e deixem algo mais profundo e duradoiro: reflexões primitivas.

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Bibliografia: Revista Summa+ nº50 – articulo Encuentro com el paisaje Rafael Iglesia.

Revista Summa+ nº 58 – articulo Arquitectura y Peligro Fernando Diez.

Revista Summa+ nº “0 – articulo Mas alla de la Norma Fernando Diez, Rafael Iglesia.

Revista Summa+ nº ”1 –articulo Pabellones en el Parque Rafael Iglesia.

Material y Experiencias recolectados de sus presencias en los siguientes WorkShop y Bienales: AmericaNo del Sud - Gira 2013.

Bienal Internacional de Arquitectura Rosario 2014. (para entender desde otro lado) Jorge Luis Borges – Funes el Memorioso – 1944 – Ediciones Sur Bs. As.

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