MECAJournal # 01 – Julho/16

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o sucesso por trás de bares como negroni e barouche — pág. 04

sem sacanagem: bordéis do centro viram cenário para festas — pág. 06

playlists: giuliana viscardi e chico cornejo — pág. 09

the biggest smallest cultural platform

MECAJournal Distribuição g ratuita

Número 001 — Julho de 2016

family & friends Michi Provensi (foto), Apolinário, Bruno Bocchese e Carla Lamarca revelam seus prazeres ocultos e peculiaridades pág. 14

hallo, berlin BAR — Novo endereço em Santa Cecília, o Kraut é inspirado em casas berlinenses, serve chopes artesanais e receitas como o schnitzel — pág. 04

sem pedir licença — Eles são “pretos, gays e trans” e estão chamando atenção ao desafiar padrões cantando suas realidades pág. 10

cafés e cigarros LISTA — Uma seleção de lugares onde é permitido fumar sem incomodar ou ser incomodado — pág. 07

07 novidades para curtir o verão de Nova York pág. 08

meca.love

perfil: wolf menke around town de bike: barra funda around the world


MECAGROUP

MECAHouse

MECAPark

MECATown MECAFestival

MECAGames

MECAInhotim

MECAFuture Cidade Planejada, Espaços Públicos & Members Club

MECABanding

MECAManagement

MECARecords

MECAWeek

MECAEvents

MECAMusic

Arte, Conhecimento, Cinema, Esportes, Gastronomia, Moda & Música

Artistas, Indústria, Negócios & Selo de Música

MECAPlatform

MECAMedia

MECAWorks

Audiência Proprietária, Canais de Mídia, Geração de Conteúdo & Informação

Booking, Design, Envolvimento, Pesquisa, Planejamento, Produção de Conteúdo & Vídeos

MECABooks

MECAJournal

BEAT

MECASpot Café, Coworking, Estúdio, Eventos, Locação de Espaço & Loja

DATA

MECAPaper

MECASite

MECASocial

MECATrends

FILM MECACafé

IDEA

MECARoom

MECAShop

MECAStudio

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LINK

LOGO

TYPE


WELCOME

MECAGoods

Caneca

Incenso

Isqueiro

Caderno

Cristal

Sacola

— Editorial Quando escrevemos o manifesto do MECA (publicado na última página deste jornal), tínhamos o desafio de passar por um grande teste: ele precisaria ser entendido por uma criança. Super difícil, mas muito simples. Tenta explicar pra uma criança que você trabalha numa empresa que você não admira. Ou que você vende um produto que não compraria. Ou então que você convive com pessoas que não gosta. Ela vai olhar pra você com a mesma cara com que você olharia pra um louco. Pode parecer romântico ou utópico, e quase impossível de colocar em prática, mas é nisso que a gente acredita e investe todas as nossas energias. E foi assim que o MECA nasceu, sete anos atrás, como um evento que a gente gostaria de ir, uma experiência que a gente se orgulharia de produzir, um festival como a gente sempre sonhou. De lá para cá, foram 7 cidades, 20 eventos, 115 artistas e mais de 55 mil pessoas, construindo o maior menor festival de música do mundo. Mas chegou a hora de dar mais um passo, continuar crescendo e sonhar ainda mais alto. Ir além da música, se tornar uma referência e, quem sabe um dia, influenciar o futuro de uma nova geração. Por isso, estamos transformando o maior menor festival de música na maior menor plataforma de cultura do mundo. The biggest smallest cultural platform. Com a cabeça no céu e os pés no chão. E o primeiro passo desta nova fase está nas suas mãos, literalmente. O MECAJournal é um periódico mensal, gratuito, em que vamos mostrar o que e quem nos inspira, e tudo o que está rolando de mais legal por aí. Além dele, também acabamos de reformular nosso site (www.meca.love), com atualizações diárias, e abrimos as portas do MECASpot, um espaço físico onde a gente trabalha, encontra amigos pra tomar café, vende os produtos que a gente mais gosta e organiza eventos pra gente mesmo se divertir. Vem nos visitar? Esse é só o começo de uma história que a gente quer construir junto com você. Seja super bem-vindo. — Rodrigo Santanna

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— onde estamos Porto Alegre São Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Nova York

— MECACrew

— MECASpot

Ana de Souza Dantas, Brett Kincaid, Catharina Nogueira, Chico Cornejo, Diogo Narita, Igor Cavalera, Juli Baldi, Kiko Hein, Laima Leyton, Luisa Bettio, Maíra Miranda, Manuela Rahal, Marcela Zanon, Matthew Rowean, Max Pollack, Natália Albertoni, Peèle Lemos, Piti Vieira, Ricardo Moreno, Rodrigo Santanna, Seth Kallen, Yentl Delanhesi

Rua Artur de Azevedo, 499 – Pinheiros São Paulo – Brasil, CEP 05404-011 contato@mecalove.com

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AROUND TOWN

Paula Perissinotto,

idealizadora do File, festival de linguagem eletrônica que ocorre de 11 de julho a 28 de agosto, na Fiesp.

Festas, shows, peças, exposições e novos endereços aonde a gente gostaria de ir para curtir o mês de julho em São Paulo Berlim, São Paulo BAR – Kraut

nasce inspirado em casas alemãs O novo endereço em Santa Cecília investe em receitas típicas da Alemanha, a exemplo do sanduíche de schnitzel, com cinco mostardas caseiras, ou os drinks que têm como base o steinhaeger, quase um gim alemão.

Amor em debate

MODA – Evento

incentiva a troca de peças

PAPO – Creative Mornings com Gustavo Gitti

Criado por amigas que queriam dar uma sacudida no guarda-roupa, o Trocaderia tem uma nova edição. No dia 16 de julho, no Alberta #3, itens masculinos também poderão ser trocados. Leve 15 peças e R$ 15 para entrar. Av. São Luís, 272. trocaderia.com

O dia começa com um café da manhã. E as conversas, que ocorrem em 140 cidades pelo mundo ao mesmo tempo todos os meses, sempre têm um tema em comum. No dia 8 de julho o tema será o amor. R. dos Macunis, 455. creative mornings.com

Quais são as novidades? Será possível experimentar novas interfaces tecnológicas, a exemplo do uso de robôs na confecção de esculturas. E que obra melhor sintetiza a mistura de inovação e arte hoje? Há muitas. Uma delas é a “Tape São Paulo”, do grupo Numen. Funde escultura com arquitetura, e surgiu de um conceito criado para uma apresentação em que dançarinos esticavam uma fita adesiva enquanto se movimentavam no palco de modo que ela registrasse toda a coreografia. file.org.br

Há opções vegetarianas, como o brezel, minipretzels com creme de queijo azedo. Sem cardápio fixo, a casa também aposta em chopes artesanais distribuídos em cinco torneiras. Se acabar um sabor, outro é colocado no lugar. Quem passa por lá pode sentar nas mesinhas laterais que se espalham até a entrada ao ar livre, ou dividir um cantinho no balcão. R. Barão de Tatuí, 405

Fim do riso

TEATRO – BijaRi e Academia de Palhaços juntos em peça no CCSP Velhos, impacientes e escaldados depois de uma vida inteira dedicada ao picadeiro, três palhaços aposentados ainda terão de extrair alguma graça do fundo da alma se não quiserem viver de esmolas. Este é o desafio em que se encontram na sala de espera de uma agência de empregos – e a crueldade é que eles sabem que somente um será contratado. Adaptado pelo diretor José Roberto Jardim de

um original do dramaturgo romeno Matei Visniec, “Adeus, Palhaços Mortos”, em cartaz a partir de 15 julho no Centro Cultural São Paulo, é uma comovente radiografia da carreira do artista popular, com suas memórias, segredos de bastidores e pequenas vilanias. Com os atores Laíza Dantas, Paula Hemsi e Rodrigo Pocidônio. R. Vergueiro, 1000.

Show de diversidade MÚSICA – Jaloo

fecha mostra no Itaú Cultural

Cidade hackeada

FESTIVAL – BIG chega à sua quarta edição São Paulo pode se tornar um ambiente mais interativo e divertido. Esta é a

premissa do BIG Playable City, que no dia 1º de julho propõe um painel aberto e gratuito para discutir como a arte pode transformar o espaço urbano. A mesa conta com a presença de Mark Leaver (Playable

City), Giselle Beiguelman (FAUUSP), Sérgio Miletto (Agência São Paulo de Desenvolvimento), Guto Requena (Estúdio Guto Requena) e Carla Costa (Porto Digital). A intenção é encontrar novas formas de se pensar o espaço público. O Playable City integra a programação do evento de jogos independentes BIG Festival. R. Vergueiro, 1000. bigfestival.com.br

Prestes a lançar seu primeiro álbum autoral, “#1”, o cantor paraense Jaloo, um dos artistas do selo de música da Skol, encerra a programação da mostra Todos os Gêneros, no Itaú Cultural, nos dias 2 e 3 de julho. O evento gratuito ainda inclui teatro, cinema e workshops para promover a reflexão sobre o que é gênero e como ele se constrói na nossa sociedade. Av. Paulista, 149. itaucultural. org.br

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turn the music on

by Giuliana Viscardi — A DJ, que também é publicitária, criou a festa Soul Sorry com Renata Chebel.

NÃO VOU FICAR – Roberto Carlos

“A minha amizade e parceria soul com a Chebel surgiram ao som dessa música.”

SOLITUDE IS BLISS – Tame Impala

“Tenho um pedaço dessa música tatuado no meu corpo.”

DAMAGED GOODS – Gang of Four “Foi a música que me fez começar a gostar de rock.”

LOVELY DAY – Bill Withers

“A minha música oficial de manhãs sem despertador.”

UNFINISHED SYMPATHY – Massive Attack “Meus 20 e poucos anos <3”

FOTOS: DIVULGAÇÃO; [a] ANDRÉ SEITI/ITAÚ CULTURAL; [b] LIGIA SKOWRONSKI

Consumo consciente


AROUND TOWN

Negócios em família

Barouche

GASTRONOMIA — Paulo Souza e Priscila Passos se conheceram

quando os dois trabalhavam no restaurante Ritz, quase uma década atrás. Hoje, o casal é dono, com outros sócios, de quatro negócios de sucesso na cidade

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Quando cuidava do salão do restaurante Ritz, local onde trabalhou por 11 anos, Paulo Souza completava a renda do mês apitando jogos de futebol. Sua então colega de trabalho, Priscila Passos, cursava moda no Centro Universário Belas Artes. Começaram a namorar em 2005. Os anos passaram e, em 2008, já fora do Ritz, Paulo abriu seu primeiro empreendimento, o restaurante Nou, no Baixo Pinheiros. E o que viria a seguir era um casamento completo – no amor e nos negócios. O investimento mais recente do casal, que conta com outros sócios para cada um dos empreendimentos que toca, é o Negroni, localizado na quadra de cima ao Nou e a poucos passos do apartamento deles. “Nossas sociedades variam. Algumas são oficiais, outras não. Mas somos parceiros em tudo que fazemos na vida”, diz Paulo. Inaugurado em janeiro, o Barouche deu nova vida ao largo do Arouche. “Eu queria criar algo pequeno, autoral, mas que pudesse fazer diferença e influenciar o Centro da cidade”, diz Priscila, que ainda divide seu tempo entre a loja de roupas feminina Piê e o Clube do Alicate, um salão de beleza recém-aberto no segundo andar do mesmo imóvel que é vizinho ao Nou.

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Se do lado de dentro do pequeno imóvel de 35 m2 as pessoas se espremem nas quatro mesinhas, é na calçada ampla, em frente ao largo do Arouche, no Centro, que reside o sucesso do Barouche. Aberto no fim de janeiro, virou ponto de parada para quem quer tomar um drink e matar a fome no começo da noite. E tem lotado de terça a sábado. O cardápio enxuto e certeiro traz petiscos como a tábua de frios, com queijo brie e salame comprado no Mercadão, ou o

vinagrete de lula com pãozinho francês fresco feito na padaria ao lado. Para beber, prove os “drinques do Arouche”, criações exclusivas do mixologista Marco De la Roche. Um deles, o Sbrodaccio, é feito com gim, Amaro Lucano, limão-siciliano e citrus. Por estar localizado no piso térreo de um edifício comercial, o Barouche fecha à meia-noite. Portanto, se quiser uma mesa na rua é bom chegar cedo. Largo do Arouche, 103. barouche.com.br

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Nou

Primeira aposta de Paulo, o Nou abriu no fim de 2008, numa época em que o Baixo Pinheiros ainda reunia poucos restaurantes e bares – e sequer tinha o “Baixo” antes do nome. Estrela do cardápio, o filé à milanesa com risoto de limão-siciliano está entre os melhores da cidade. De segunda a sexta, o menu executivo custa R$ 39,90. R. Ferreira de Araújo, 419. nou.com.br

Negroni

Sucesso desde o dia em que abriu, em meados de maio, o Negroni faz jus ao nome: ostenta uma carta com 30 variações do clássico coquetel italiano. São receitas para todos os gostos — dá, inclusive, para criar a sua própria versão escolhendo a marca do gim, do vermute e selecionando entre Campari ou Martini bitter. Custa a partir de R$ 27. Com projeto

arquitetônico assinado pelo escritório Sub Estúdio, o restaurante serve pizzas napolitanas individuais feitas com massa de fermentação natural. Saídas de um forno a lenha, custam entre R$ 28 e R$ 34. A bebida amarga não lhe apetece? Tudo bem, dá para ir de outros clássicos como caipirinha e dry martini. R. Padre Carvalho, 30

Mano

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“Uma lanchonete pra família”, como eles gostam de dizer. Localizado a poucos metros do Nou, serve sete opções de sandubas em três tipo de pão, como o de salmão

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defumado com limão-siciliano, dill e coalhada (R$ 20). Para acompanhar, fritas, porção de bolinhos de arroz ou de cebola crocante (R$ 8). R. Ferreira de Araújo, 381


AROUND TOWN

O inferno são os outros

Check-in

NOITE — Antigos bordéis no centro de São Paulo mudam

L’Amour

de público e passam a funcionar também como cenário para festas, aniversários e até eventos corporativos. Natália Albertoni foi entender a que se deve essa renovação

Sob a luz vermelha, agora, são “mulheres, gays e até artistas”, que dançam madrugada adentro, segundo o dono da casa, Joaquim José de Souza. A pista democrática virou até residência de festas como A Tenda. Dias 2 e 23 de julho dá pra dançar ao som de novinhos da música eletrônica, como Shamir. R. Bento Freitas, 366.

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Executivo Club

1 “Esse negócio de putaria não me interessa mais”, diz Joaquim José de Souza. Com 62 anos, dez deles à frente do L’Amour, o empresário quer outro tipo de diversão no seu antigo cabaré, na rua Bento Freitas, na República. Há dois anos, o espaço não tem dançarinas. Hoje, a plataforma onde moças faziam performances virou palco para aniversariantes. Já a pista foi usada até para festa de encerramento de um workshop sobre tabu e sexo, planejado pela consultoria criativa Mesa & Cadeira. A Love Story recebeu edições da galinhada do Alex Atala. E o Executivo Club e a Skorpios têm funcionado também como palco para baladas de hip-hop. A mudança está dando lucro – e menos trabalho. A L’Amour, que abria de segunda a sábado, agora funciona de dez a doze noites por mês. “Antes eu precisava pagar as meninas. Tinha até prejuízo”, conta Joaquim. Hoje, numa noitada boa, com 500 pessoas, ele fatura R$ 12 mil. A procura por endereços como esse tem se tornado mais comum entre produtores de eventos e gente que adora uma festa. Após praticamente esgotar as opções de diversão noturna da rua Augusta na última década, a noite paulistana mira seu capital em outro ponto da cidade: o Centrão. O movimento tem atraído um público com mais dinheiro (ou cartões) no bolso do que os habituais frequentadores da região. A redução de espaços para quem vive da noite não parece incomodar Natiele Caroline, autora do canal do YouTube Nati Carol Garota de Programa. Ela nunca gostou desse tipo de boate para exercer seu ofício. “As pessoas vão lá para beber, ficar passando a mão, e não pagam nada”, conta. Nati prefere a rua. O ambiente livre também favorece situações menos comuns. Na festa Extravaganza SP, realizada no Skorpios no último ano, valia de tudo: drags vomitando líquidos coloridos e gente pelada na pista. “Pesquisamos lugares onde a nudez e a sexualidade não seriam um problema”, con-

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MAIS DINHEIRO E MENOS ESTRESSE: OS DONOS ESTÃO FELIZES COM A MUDANÇA

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c b

Ícone no segmento de casas com dançarinas nos anos 1970 e 1980, o endereço tem passado por uma reformulação desde 2002, quando Elton Rodrigues assumiu o comando. “Aprimoramos o clube para dar um efeito mais de danceteria e tirar a visão de boate de garotas”, diz. R. Sete de Abril, 425. facebook.com/ executivoclub. republica

Skorpios

O escurinho desta casa próxima à praça Roosevelt favorece o clima de libertinagem de festas como a Extravaganza SP, que atraiu adeptos da montação – e de stripteases casuais – para o local em 2015. A house music é vedete nas pick-ups e o look underground, incentivado. R. Nestor Pestana, 231. facebook.com/ SkorpiosBar

ta Vitor Reis, um dos organizadores. As casas, no início precárias e sem movimento, saíam ganhando. Os dias de festa atraíam mais público e mais dinheiro. A infraestrutura semelhante à de uma casa noturna, com cabine para DJ, sistema de luz e bar, também é atrativa. Para Guilherme Falcão, que idealizou a festa A Tenda com o sócio Tiago Guiness em 2014, esses lugares têm tudo para quem quer fazer uma festa do zero. Originalmente itinerante, a festa deles era realizada na rua. Questões como ter banheiro levaram a dupla a ocupar a L’Amour. “Existe uma fetichização do puteiro. Desse lugar ligado ao sexo e à criminalidade”, reflete. A escolha veio do fato de a L’Amour ter cara de boate antiga, e não de clube feito para receber DJ gringo. “É surreal falar isso, mas o clima é familiar.”

Love Story

5 1 – A pista da L’Amour lotada na festa do Mesa & Cadeira 2 – Fila na entrada do Executivo 3 – O clássico neon na porta da L’Amour 4 e 5 – Skorpios, palco da Extravanga SP, e frequentador da festa

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Conhecido por servir de pista pra formadores de opinião, colunáveis e garotas de programa, o endereço recebeu o pósbalada do Camarote Brahma neste ano. O espaço também funciona de cenário para festejos de famosos e até para a famosa galinhada do chef Alex Atala. R. Araújo, 232. facebook.com/ danceteria. lovestory


AROUND TOWN

Arte multimídia EXPO – Inglês

premiado ganha individual Um trabalho interdisciplinar que compreende artes visuais, som e intervenções

arquitetônicas rendeu ao artista britânico Haroon Mirza o Leão de Prata na Bienal de Veneza de 2011. Pela primeira vez no Brasil, ele apresenta a instalação “Emerging Paradigm” (Paradigma Emergente), no Pivô Cultural,

a partir do dia 5 de julho. O aparelho funciona como um player que emite, ao mesmo tempo, quatro vídeos e oito canais de sinais eletrônicos sincronizados, abastecidos com imagens e sons captados por Mirza em São Paulo. A obra, fruto de

uma residência do artista no espaço que recebe a mostra individual, localizada no piso terréo do Edifício Copan, traz uma reflexão sobre a situação política atual do país e a cultura musical local. Entrada gratuita. Av. Ipiranga, 200. pivo.org.br

Alma catalã

COMIDA – Novo

restaurante alimenta onda mediterrânea Aberto em maio, o Tanit serve receitas típicas espanholas interpretadas pelo chef catalão Oscar Bosch. O leitãozinho crocante (R$ 62) é servido sb uma camada de pururuca, com cenoura assada e chutney de repolho roxo e maçã. A novidade faz crescer a lista de casas de acento mediterrâneo em São Paulo, como a Adeguinha Santiago. R. Oscar Freire, 145. facebook. com/restaurante tanit

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Diva em pauta

Festival ao ar livre

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ARTE – Evento em Bragança começa dia 9

MÚSICA – Jesuton

FOTOS: DIVULGAÇÃO; [a] GUSTAVO ELSAS/MESA & CADEIRA; [b] PAULO PEIXOTO/DIVULGAÇÃO/EXTRAVAGANZA; [c] REPRODUÇÃO/CHICKEN OR PASTA; [d] PACO GÓMEZ; [e] ALINE CARVALHO

canta hits de Nina Simone

Autora de músicas como “Mississippi Goddam”, inspirada pelo assassinato de estudantes negras dentro de uma igreja, Nina Simone carregou a bandeira contra o racismo até a morte, em 2003. De volta à pauta cultural após o lançamento do documentário “What Happened, Miss Simone?”, na

“Uma Só Tribo” é o tema do Festival Arte Serrinha 2016, realizado em Netflix, a cantora americana ganha homenagem no Cine Joia, no dia 1º de julho. O Tributo a Nina Simone tem participação da britânica Jesuton e da banda carioca Afrojazz. O show faz parte do Leblon Jazz, realizado no

Bragança Paulista. Não à tôa, um dos destaques é uma oca construída pelo artista Bené Fonteles com índios do Alto Xingu. Chico César e Zélia Duncan estão na agenda musical. arteserrinha. com.br

Rio, e é incrementado com projeções que irão mostrar os momentos-chave da trajetória da artista. Os ingressos custam de R$ 60 a R$ 120. Pça. Carlos Gomes, 82. cinejoia.tv

A sala 3 do Caixa Belas Artes virou mix de bar e cinema, com direito a trailer de comidas do Riviera. E se neste Drive-in carro não entra, as poltronas são de antigos bólidos. R. da Consolação, 2.423.

Noname

Pra quem gosta de ficar na calçada ou nas mesinhas da varanda tomando uma cerveja e jogando papo fora. E o melhor: ninguém reclama da fumaça alheia. R. dos Pinheiros, 585.

Pitico

Uma praia particular no Baixo Pinheiros. No lugar de mesas, paletes e cadeiras de nylon dobráveis. E por ser aberto, o tabaco é liberado. R. Guaicuí, 61

Jamón Jamón

Se do lado de dentro há um pequeno balcão, é na calçada que as mesinhas lotam. E como todo bar espanhol, o cigarro é companhia inseparável. Av. Pedroso de Morais, 267

como Geraldão ganha mostra

CINEMA – Sala do Belas Artes é reformada

Quatro bares e um café que a gente frequenta e onde fumantes e não fumantes convivem bem.

Nos fins de semana há eventos especiais, como shows e exibição de filmes que lotam sua escadaria. E ali o cigarro nunca é malvisto. R. Carlos Comenale, s/nº

EXPO – Criador de personagens

Quase um carro

É permitido fumar!

Mirante 9 de Julho

Humor ácido em tiras A partir de 9 de julho a Ocupação Glauco mergulha na vida, na obra e no processo criativo do cartunista assassinado em 2010. Além de peças feitas do próprio punho de

LISTICLES

Glauco Villas Boas, estão previstas instalações audiovisuais e um espaço dedicado à igreja daimista Céu de Maria, fundada por ele em 1993. Av. Paulista, 149. itaucultural.org.br

Coffee Lab

Trabalho dos sonhos

sional? A The School of Life avisa de antemão: não temos respostas para cada um de vocês. Quem se inscrever na aula Como encontrar um trabalho que você ame para

INSPIRAÇÃO –

Curso instiga novos rumos O que você quer da sua vida profis-

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jovens adultos só vai ter uma mãozinha para pensar em possíveis rumos. O curso relâmpago é ministrado na Casa Neo10 pela consultora Mônica Barroso, PhD em

políticas sociais pela London School of Economics, e é direcionado a quem tem de 15 a 19 anos. R. Medeiros de Albuquerque, 60. theschoolof life.com/saopaulo

O charmoso e decadente sobrado na Vila Madalena é ponto de encontro dos que têm o café como religião. E é na área externa da casa que acontece a combinação perfeita: um café e um cigarro. R. Fradique Coutinho, 1340


AROUND THE WORLD

Realismo mágico

EXPO – David

Hockney ganha individual na Royal Academy O estúdio onde o artista britânico mora nas colinas de Hollywood serviu como única locação para esta mostra que ele abre no dia 2 de julho, em Londres. Compõem a exposição 82 retratos pintados num período exato de três dias, todos na mesma cadeira, diante do mesmo vibrante fundo azul e com o mesmo tamanho. Entre os personagens retratados está o comediante Barry Humphries (foto). royalacademy. org.uk

De Londres a Nova York (via Júpiter), o que rola no mundo da música, das artes, do esporte, da literatura e até da astronomia O curso do amor

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ESPORTE – Vans US Open nas águas da Califa

LIVRO – Alain de Botton lança novo romance

A mais importante etapa do campeonato de surf nos EUA ocorre entre 23 e 31 de julho, em Huntington Beach, na Califórnia. Shows, festas e exposições permeiam o evento. vansusopenof surfing.com

Mais de duas décadas depois de lançar seu primeiro romance, o filósofo suíço Alain de Botton volta ao gênero com “The Course of Love”, ainda sem previsão de tradução para o português. A partir de uma pergunta (“E o que vem

depois do amor?”) ele conta a história de um casal – do primeiro encontro ao passar dos anos de uma vida em comum. Uma história sobre as relações modernas, suas delícias e angústias.

EXPO – Fotógrafa americana ocupa o MoMA

Júpiter, chegamos!

ASTRONOMIA – Sonda alcança o maior planeta do Sistema Solar Não adianta olhar para o céu. Mas no dia 4 de julho algo de novo — e histórico — vai acontecer sobre nossas cabeças a uma distância que pode variar entre 628 milhões e 928 milhões de quilômetros. Lançada em 2011, a sonda Juno da Nasa está prevista para entrar na órbita de Júpiter

lada The Ballad of Sexual Dependency, a mostra traz personagens anônimos e a própria artista em momentos de risível intimidade, como fazendo sexo ou usando drogas. moma.org

agora, 30 anos depois, sua série com quase 700 registros da época ganha uma exposição que ocupa todo o segundo andar do Museu de Arte Moderna de Nova York. Intitu-

Fantasmas do passado

MÚSICA – Bat for Lashes apresenta No dia 1º de julho chega às lojas físicas e digitais — além de serviços como Spotify e Apple Music — o novo álbum da banda de Natasha Khan: “The Bride” é o sucessor do lindo “The Haunted Man”, de 2012. O disco foi inspirado no curta-metragem “I Do”, escrito e dirigido por ela e

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O Warm Up do MoMA PS1 é muito legal. Estou animado para ver a apresentação do Theo Parrish, no dia 2 de julho. momaps1.org/ warmup A exposição Unfinished: Thoughts Left Visible, no novo The Met Breuer, na Madison Ave., é sublime. Os Turner são lindos. Já fui duas vezes. metmuseum.org

O Metrograph é um cinema de arte novo com um bar e restaurante superlegais no andar de cima. metrograph.com

seu novo disco, “The Bride”

nessa data, a mesma em que se comemora a Independência dos EUA. Durante os próximos dois anos, antes de mergulhar na densa atmosfera do planeta e se despedaçar, ela vai coletar informações que podem nos ajudar a entender a real possibilidade de haver vida por ali. nasa.gov

Radicado no Brooklyn, o fotógrafo brasileiro Marcelo Gomes dá sete dicas do que fazer no verão na cidade.

O Café Altro Paradiso vai abrir mesas do lado de fora em breve. altro paradiso.com

A balada de Nan Goldin A realidade suja, drogada e muito interessante dos anos 1980 em cidades como Nova York e Berlim foi traduzida e capturada de maneira excepcional por Nan Goldin. Eis que

Dicas de verão em Nova York

exibido no badalado Tribeca Film Festival, em Nova York, em abril. O filme trata do retorno de fantasmas de relações amorosas do passado. E se você estiver em Londres, a artista realiza uma performance do disco na loja Rough Trade East, dia 4 de julho, às 19h.

A exibição do Robert Ryman no Dia:Chelsea é linda, linda. mágico. diaart.org O Mimi é um restaurante novo perfeito pra tomar um drink depois do jantar. miminyc.com O GoodRoom, em Greenpoint, tem sempre música incrível. Uma vez fui ver o DJ Joakim tocar e foi inesquecível. goodroom bk.com

FOTOS: DIVULGAÇÃO; [a] MICHAEL LALLANDE

A elite do surf

INSIDER TIPS


FOTO: DIOGO NARITA

COOL PEOPLE BEHIND COOL PROJECTS

não compre, empreste

O empreendedor Wolfgang Menke conta a Ricardo Moreno como construiu um negócio inovador em que o compartilhamento vale mais do que a posse Seu salário vale mais do que o seu sonho? Quanto vale o seu tempo? Essas foram algumas das perguntas que Wolfgang Menke, hoje com 35 anos, fez pra si mesmo antes de juntar todas as economias e investir, sozinho, R$ 120 mil na criação de um espaço de coworking em Pinheiros, em 2013. Batizado de House of Working, o sobrado, no entanto, tinha aspirações mais ousadas do que ser

apenas um escritório compartilhado. Wolf estava colocando o primeiro tijolo numa estrutura que acredita ser um novo de estilo de vida, em que a posse tem menos importância que a experência. “Sou um outcast. Nunca me formei em porra nenhuma, mas sei aonde quero e posso chegar”, diz ele, que perdeu o pai aos 9 anos e aos 13 já trabalhava de chapeiro no McDonald’s. “A lanchonete foi

uma das melhores escolas que tive. Aprendi padrões e processos que aplico na minha vida até hoje”, lembra. Em pouco tempo, Menke alugou outra casa na mesma quadra, e depois a outra, e mais uma... Vieram, na sequência, a House of Food, House of Learning e House of Bubbles. A primeira funciona como uma cozinha em que qualquer pessoa aluga o espaço para vender sua pró-

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pria comida. A House of Learning é um local de aprendizado compartilhado. Seu funcionamento segue conceito semelhante: interessados alugam o espaço para dar aulas, palestras e workshops. Inovadora, a House of Bubble, além de funcionar como lavanderia comunitária, também oferece assinatura de roupas. Paga-se uma mensalidade que varia entre R$ 100 e R$ 300 para pegar emprestados roupas, sapatos e acessórios, que vão de chapéus a Apple Watch, por um tempo determinado. Marcas como Red Bull, Brastemp, HP, Diageo e Reserva já entenderam que o negócio tem futuro e se associaram a Menke. “As pessoas estão entendendo que dividir é muito mais legal. E é por aí que eu vou”.


REFRESH YOUR MIND

ELES TOMBAM?

“TOMBAR É OUSAR SEM PEDIR LICENÇA” — Rico Dalasam

FOTOS: DIVULGAÇÃO; [a] LEILA PENTEADO; [b]LARISSA ISIS

De brincos longos e batom vermelho ressaltado por um bigode em linha ou ostentando tranças grossas coloridas que evidenciam o cabelo black power, eles cantam contra a opressão. Suas composições tratam das suas origens periféricas, “damas de paus”, “enviadescer” ou do direito de amar quem quiserem. Colocando para fora a sua natureza mais íntima, uma geração de músicos formada por minorias tem revolucionado os costumes. “Existe uma liberdade comportamental que se coloca como princípio na música de Tássia Reis, Liniker, MC Linn da Quebrada, Rico Dalasam e da nossa”, diz Assucena Assucena, uma das vocalistas da banda As Bahias e a Cozinha Mineira. Para a cantora, trans como sua dupla de palco Raquel Virgínia, esta condição os une e também se contrapõe a um conjunto de conceitos que busca enclausurá-los. Aos 20 e poucos anos, esses artistas vêm da periferia, carregam referências como jazz, soul, MPB e hip-hop e fazem música com dinheiro do próprio bolso, de financiamentos coletivos ou apoio de pequenos selos. E têm chamado atenção com milhares de visualizações no YouTube, shows com ingressos esgotados e escalações em festivais. A rapper Tássia Reis reforça que, apesar disso, eles não conseguem falar sobre as próprias produções. São acionados para discursar sobre o que defendem. “Tenho a impressão de que quando a gente,— minoria, pretas, gays e trans —consegue algum destaque, ele precisa de alguma justificativa”, diz. Vem dessa premissa o olhar desconfiado para o termo “geração tombamento”, usado para identificá-los recentemente pela mídia especializada. A jornalista Erika Palomino, que usa a expressão “tombar” desde os tempos de colunista de moda na Folha de S.Paulo, notou-a pela primeira vez no início dos anos 1990, nos primórdios da cena clubber. “Tombei”, abreviação para “tombei com a sua cara”, queria dizer “não só arrasei, mas fui superior” — e, em geral, vinha acompanhada de uma sobrancelha levantada ou um carão. “Claro que tinha a ver com a cena gay, que naquele tempo andava muito misturada à cena eletrônica. Mas o substantivo era ‘tombação’, e não ‘tombamento’”, lembra. A semente da discórdia talvez tenha

FOTO: DIOGO NARITA

Uma geração de músicos formada por “pretas, gays e trans” tem ganhado visibilidade ao desafiar padrões e cantar suas realidades usando referências musicais distintas. Natália Albertoni conversou com os artistas para entender o movimento

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1 – O rapper Rico Dalasam ficou conhecido por falar sobre aceitação no rap nacional 2 – Raquel e Assucena, de As Bahias e a Cozinha Mineira, são influenciadas por movimentos como o Tropicalismo 3 – Do alto de suas plataformas, Liniker já foi apontado como a nova voz do soul nacional 4 – Tássia Reis, que criou seu rap jazz, usa o cabelo como forma de se expressar

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2 surgido do hit da rapper Karol Conka, “Tombei” (“Baguncei a divisão, esparramei/ Peguei sua opinião, um, dois, pisei/ Já que é pra tombar/ Tombei”). Negra, ela carrega uma fala feminista para o palco. “Aí, uma menina branca, hétero, que não faz ideia do que é a nossa existência nos rotulou”, diz Rico Dalasam, sem querer citar nomes. Ele esclarece o aborrecimento: “Existe uma política de existência na nossa narrativa. Venho da periferia. Sou jovem, negro, gay. Faço música sobre o que eu vivo, como eu me vejo e amo. É inevitável a minha natureza estar dentro do que eu canto. Mas podia cantar outra coisa”. Para Assucena Assucena, das Bahias, tombamento é mais uma gíria do que um

conceito para justificar as interseccionalidades entre os personagens deste grupo. Ou talvez um jeito de autoafirmar a própria identidade. “Mas a minha arte não é só sobre a minha identidade. Antes de ser travesti eu sou artista. Não renego esse termo. A questão é usá-lo como um invólucro para delimitar o que eu faço”, explica. Até porque, no que diz respeito a sair na rua, não estar nem aí para o que as pessoas pensam e viver a sua liberdade, ela assina embaixo. O produtor musical Carlos Eduardo Miranda acha que agrupar todos esses músicos do ponto de vista artístico é um equívoco. “Eles não têm nada a ver um com o outro musicalmente. Isso se trata de algo comportamental. Eles represen-

tam o que são, o que vivem. O papel do artista é ter a cara do seu tempo. E eles têm a cara do nosso tempo”, afirma. Para compor essa “cara”, há uma questão estética levada muito a sério e que, a vista grossa, pode parecer superficial. Mas por trás dos looks quase sempre chamativos, que incluem brilhos e saias para os meninos, impõe-se um desafio de convenções, por exemplo. Cabeleireiro aos 14 anos, Rico usava as madeixas crespas para se expressar quando ainda não tinha coragem de musicar seus pensamentos. “Quando você não tem lugar de fala, encontra outro jeito de se comunicar”, explica. “Sempre andei na rua desse jeito (no dia da entrevista, ele vestia saia, tênis de cano alto e moletom). Lá no Taboão da Serra você é um ET. Quando chega na zona oeste, é informação de moda. Só que depois, ao voltar pro Taboão, isso se torna mais profundo. Porque você sabe que em Pinheiros é pose. Lá, é resistência”, continua. Para Palomino, esses artistas conjugam denominadores comuns como derrubar barreiras de gêneros, provocar a subversão e instigar mudanças. “Nem sei se chegam a formar ​um ‘grupo’. Mas ​estão fazendo a mídia falar de tudo isso e​ mostrando que outras formas de viver e amar são não apenas possíveis, mas comerciais também.” Liniker tem vídeos no YouTube com mais de 3 milhões de visualizações. Já Karol Conka é VIP nos eventos mais concorridos e fez um show disputado no Lollapalooza deste ano num horário fraco, o início da tarde. “Este ​‘grupo’ está abrindo caminho para mais gente legal contar sua história por aí ou ser aceita de forma mais generosa e tolerante”, finaliza Palomino.

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O canto da cidade é deles Com disco de estreia recém-lançado ou a caminho, os músicos cantam o que vivem e são a cara do seu tempo Rico Dalasam

Disco de estreia do rapper, “Orgunga” foi lançado em maio, tem nove faixas autorais e fala de amor.

As Bahias e a Cozinha Mineira

Gal Costa é referência para o álbum que traz letras provocativas sobre sexualidade.

Tássia Reis

Para falar de racismo e suas origens no EP que leva seu nome, a rapper mistura beats com jazz, soul e R&B.

Liniker e os Caramelows

Com apenas três canções, o EP “Cru” colocou Liniker e sua voz sedutora no mapa.

MC Linn da Quebrada

“Enviadescer” e outros funks com temática LGBTsão o foco da MC.

Karol Conka

A rapper já dividia o palco com nomes como Racionais MC’s. Mas foi com “Tombei” que ela ganhou a pista.


CHASING FESTIVALS

SKOL

Agenda 1. TOMORROWLAND

MAIS DE 100 FESTIVAIS ESTÃO AGENDADOS PARA O VERÃO EUROPEU

Line-up Tiësto, Adam Beyer, Afrojack, A-trak, Steve Aoki, Busy P e mais de 100 DJs. Onde Boom, Bélgica. Quando 22 a 24 de julho. tomorrowland. com 2. NOS ALIVE

Line-up Radiohead, Arcade Fire, Tame Impala, Two Door Cinema Club, Grimes e outros. Onde Lisboa, Portugal. Quando 7 a 9 de julho nosalive.com 3. SUPER BOCK SUPER ROCK

areia na pista

turn the music on

O Calvi on the Rocks ocorre na ilha da Córsega entre os dias 8 e 13 julho. Piti Vieira conta porque o festival é um dos preferidos de James Murphy “Já estive em lugares incríveis, mas há algo a mais nesse pedaço do planeta. As montanhas muito perto do mar, a água cristalina. É realmente mágico”, contou James Murphy ao jornal The New York Times numa reportagem sobre a Córsega, quarta maior ilha do Mediterrâneo. “Calvi é um dos locais mais lindos do mundo, e a vibe do festival é das melhores. Desde que fomos convidados para tocar lá, em 2005, volto todo ano.” O líder do grupo nova-iorquino LCD Soundsystem se refere à cidadela medieval no topo de uma colina no noroeste da ilha — que fica entre a França e a Itália, a seis horas de ferry de Nice, na França — e ao festival Calvi on the Rocks, realizado há 13 anos em Calvi.

Não é apenas por ser menor e mais intimista que o Calvi on the Rocks se diferencia das dezenas de festivais que acontecem na Europa nessa época do ano. O festival propõe um cruzamento entre as artes, a música eletrônica e o indie, somados ao estilo de vida local. Ou seja: intervenções artísticas durante os seis dias de festa, que ocorrem durante o dia todo em praias paradisíacas com mar azul-turquesa e à noite num anfiteatro a céu aberto no porto. É muito comum cruzar com os artistas convidados, que também aproveitam os dias curtindo, tomando drinks nas espreguiçadeiras espalhadas pela areia ou assistindo aos DJs sets e às bandas que se apresentam em

três palcos diferentes espalhados pela praia principal ou na praia secreta, onde só se chega a pé ou de barco. À medida que o dia passa, a música se move na direção da cidade, onde, de cima das falésias, é possível ver o sol se pôr. A partir das 22h começam as apresentações no Théâtre de Verdure, o palco noturno. Este ano, apresentam-se por lá Soulwax, Agoria, Breakbot, !!!, Mark Ronson, os brasileiros do Fatnotronic, John Talabot e Michael Mayer, entre outros. Os shows se encerram às 2h30 da madrugada, mas a festa se arrasta até o amanhecer pelas after parties até que você decida ir para a cama — que não necessariamente precisa ser a sua. calviontherocks.com

by Chico Cornejo

— Confira no Spotify nossa seleção de músicas que estarão presentes no Festival. 1. Onda

Fatnotronic

2. Depak Ine

John Talabot 3. Californiyeah!

!!!

4. Wenu Wenu

Omar Souleyman

5. Subzero

Ben Block

Line-up Iggy Pop, Jamie XX, Kendrick Lamar, Disclosure, De La Soul, Mac DeMarco, The National e outros. Onde Lisboa, Portugal. Quando 14 a 16 de julho. superbocksuper rock.pt 4. FESTIVAL INTERNACIONAL DE BENICÀSSIM

Line-up Major Lazer, The Chemical Brothers, The Vaccines, Bloc Party e Breakbot, entre outras atrações. Onde Benicàssim, Espanha. Quando 14 a 17 de julho. fiberfib.com 5. SECRET GARDEN

Line-up Caribou, Air, Primal Scream, DJ Shadow e mais de 100 outras atrações. Onde Huntingdon, Reino Unido. Quando 21 a 24 de julho. secretgarden party.com

Lalai Person,

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criadora do site de viagem Chicken or Pasta, está fazendo o que muita gente sonha: viajar o mundo em busca

dos melhores festivais de música. Da Suécia, onde está para acompanhar o Way Out West, ela conversou com a gente.

Nos conte sobre esse projeto... Larguei a maioria das coisas, fechei uma parceria com a KLM e arrumei as malas.

Qual festival mais te surpreendeu? O AfrikaBurn me fez estremecer na base. Todo mundo participa e faz com que ele aconteça.

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Defina um evento perfeito. Line-up com apostas e nomes conhecidos, boa locação, estrutura e público.

E também gosto quando marcas fazem ativações que melhoram nossa experiência, e não apenas nos entretêm.

Line-up Black Madonna, Four Tet, Jamie Principle e John Talabot, entre outros. Onde Rättvik, Suécia. Quando 28 a 30 de julho. intothevalley.se

FOTOS: DIVULGAÇÃO; [a] OLA PERSON

6. INTO THE VALLEY


FOTO: DIOGO NARITA

ESSENTIALS

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Petula Silveira Designer —

Proprietária da PP Acessórios, cujos produtos são feitos com sobras de couro da indústria de calçados, a designer gaúcha nos conta o que ela não vive sem

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1. DVD Labirinto. “É o filme da minha vida!” 2. Pomada Osis Dust It. “Truque para deixar o cabelo com volume” 3. Tomate-cereja. “Não existe refeição sem ele” 4. Porta-ovo. “Ovo mole no café da manhã me faz acordar feliz” 5. iPhone 6. “E quem vive sem?” 6. Livro de colorir. “Melhor momento do dia: desenhar com a minha filha, Mia” 7. Caneca. “Café em doses absurdas. Diariamente” 8. Elástico de cabelo. “Necessidade básica de qualquer mulher” 9. Ketchup Strumpf. “Meu novo vício” 10. Sal grosso Beija-Flor. “Para descarregar as energias” 11. Vela PF Candle Co. “Cheiro e luz que me fazem dormir bem” 12. Creme Aesop. “Como fumante, preciso de um bom creme de mão” 13. Panela Le Creuset. “Meu maior dom, minha maior terapia” 14. Escova Curaprox. “Rotina com design” 15. Lucky Strike. “Fazer o quê, né?” 16. Rímel Lancôme. “Tipo escovar os dentes, sabe? Necessário” 17. Desodorante Aesop. “Passo até no cabelo de tão bom” 18. Mochila PP Acessórios. “Dourado para mim é básico!”

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FAMILY & FRIENDS 1

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OUTRAS PALAVRAS 1. Michi Provensi, modelo e escritora — “Sou mística ao quadrado. Não vou ao médico, só ao astrólogo. Quem paga plano de saúde quer ficar doente.”

2. Apolinário, artista

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3. Bruno Bocchese, empresário

— “Gosto de andar de madrugada sozinho. Dá um pouco de medo e ao mesmo tempo é libertador. Não depender de transporte, fazer o caminho que eu quiser, andar na contramão.”

4. Carla Lamarca , apresentadora

— “Eu entro em contato com a natureza quando preciso relembrar da real importância das coisas e me sentir bem pequeninha diante do mundo.”

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FOTOS: (a) GIL INOUE; (b) HICK DUARTE; (c) DIOGO NARITA; (d) FRANCO AMÊNDOLA

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— “Sou mega cozinheiro. Lembro de ter uns 6 ou 7 anos e estar cortando cebola e cheiro-verde com a minha avó. Aprendi de tudo, mas a feijoada é o meu lance mestre.”


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Um roteiro que pode ser feito de bike pelo centenário bairro Barra Funda, que mistura o presente e o passado BRECHÓ MINHA AVÓ TINHA Há quase 25 anos na ativa, a loja de produtos de segunda mão conta com um acervo de mais de 10 mil itens. Uma seleção especial fica à disposição apenas para aluguel. facebook.com/minhavotinha

MINHOCÃO Haddad sancionou recentemente o projeto de lei que denomina Parque Minhocão o Elevado Costa e Silva quando estiver fechado para carros: seg. a sex., das 21h30 às 6h30; sáb., a partir das 15h; e dom. o dia todo.

DUESIE Com nome que faz referência à marca de carros Duesenberg, serve burgers artesanais e cervejas especiais, possui clima de pub, além de um terraço com vista para os trilhos de trem da Barra Funda. facebook.com/duesie

THEATRO SÃO PEDRO Inaugurado em 1917, trata-se do segundo mais antigo de São Paulo — o primeiro é o Municipal, de 1911. Importante na cena lírica paulistana, é palco de concertos e óperas ao longo do ano. theatrosaopedro.org.br

PARQUE DA ÁGUA BRANCA Preparese para cruzar com galinhas, patos, pavões e outros bichos pelo caminho. Uma feira de produtos orgânicos, com direito a café da manhã, ocorre às terças, aos sábados e domingos, das 7h ao meio-dia. parqueaguabranca.sp.gov.br

OFICINA CULTURAL A casa onde viveu o escritor Mário de Andrade (1893-1945) abriga hoje a Oficina Cultural Casa Mário de Andrade, especializada em literatura, com atividades de texto, estudo de gêneros literários, jornalismo e redação. oficinasculturais.org.br

DOCERIA DULCA Uma das docerias mais tradicionais da cidade, a Dulca tem sua sede e fábrica instaladas no bairro. Aqui oferece 10% de desconto em todos os produtos, além da possibilidade de conhecer um pouco mais sobre a história da família italiana. dulca.com.br

FEIRINHA GASTRONÔMICA Iniciativa da chef Daniela Narciso e do produtor cultural Maurício Schuartz, o evento, que ocupa um espaço aberto de 4 mil m2 com muita área verde, acontece aos sábados e domingos das 12h às 20h. feirinhagastronomica.com.br

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Produzimos os eventos que a gente gostaria de ir. Geramos o conteĂşdo que a gente gostaria de consumir. ConstruĂ­mos os lugares que a gente gostaria de frequentar. Criamos os produtos que a gente gostaria de comprar. Investimos nos negĂłcios que a gente gostaria de participar. Aproximamos as pessoas com quem a gente gostaria de conviver. Conectamos as marcas que a gente gostaria de trabalhar. Simples assim. www.meca.love


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