os objetos prediletos da diretora criativa karina mota — pág. 17
winnin, a plataforma de batalhas de vídeos que é um sucesso — pág. 13
caio braz revela seus programas favoritos no rio — pág. 07
the biggest smallest cultural platform
mecajournal Distribuição g ratuita
Número 005 — Novembro de 2016
Poderoso Chefão
Convidado de honra do MECAInhotim, André Midani conta em entrevista por que o futuro da música brasileira está nas mãos das mulheres compositoras pág. 14
bud mecachallenge música — Mais de 200 mil votos mobilizaram o desafio em que o público escolheu a última atração do MECAInhotim, a banda Senhor do Bonfim — pág. 16
taste the city — Sugestões culturais para curtir São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte pág. 04
superpoderosas comportamento — Projetos fotográficos feitos por mulheres transformam elementos singulares do sexo feminino em símbolos de força — pág. 05
08 endereços onde a arte de rua é destaque pág. 19
meca.love
family & friends joias masculinas insider tips: l.a. serge erege
mECAgroup
MECAFestival
MECABanding
MECAGames
MECAHouse
MECAInhotim
MECAManagement
MiniMECAMarkets
MECAPark
MiniMECAPockets
MECARecords
MiniMECATalks
MECATown
MECAEvents
MECAFuture
Arte, Conhecimento, Cinema, Esportes, Gastronomia, Moda & Música
Cidade Planejada, Espaços Públicos, Members Club, Artistas, Indústria, Negócios, Selo de Música
MECAPlatform the biggest smallest cultural platform
MECAMedia
MECAWorks
Audiência Proprietária, Canais de Mídia, Geração de Conteúdo & Informação
Booking, Design, Envolvimento, Pesquisa, Planejamento, Produção de Conteúdo & Vídeos
MECAJournal
MECALive
MECAPaper
MECASite
MECASocial
MECASpot Café, Coworking, Estúdio, Eventos, Locação de Espaço & Loja
BEAT
DATA
FILM
MECACafé
MECARoom
IDEA
LINK
MECAShop
MECAStudio
TYPE
foto: [capa] gilda midani
MECACities
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welcome
MECAInhotim
MECAGoods
Um fim de semana (5 e 6 de novembro) imerso no museu de arte contemporânea a céu aberto mais incrível do mundo, em Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte. Abaixo, os nossos destaques da programação de shows, palestras e workshops. Acompanhe as informações sobre vendas, line-up e notícias em nosso site: www.meca.love
Inhotim
Dônica
Mahmundi
Bernardo Paz
Caetano Veloso
Incenso
Isqueiro
Caderno
Cristal
Sacola
Vela
Card
Liniker
Jaloo
Marko Brajovic
Valentine Giraud-Robben
FLAGCX
Mesa& Cadeira
Perestroika
Vicent Moon
Mostra de filmes
OOP Café
House of Food
Camping
Pavilhões
Jardim Botânico
Obras de Arte
Caneca
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— onde estamos
E muito +!
Porto Alegre São Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Nova York
MECACrew
MECASpot
Ana de Souza Dantas, Brett Kincaid, Bruna Laruccia, Camila Mazzini, Carol Althaller , Catharina Nogueira, Chico Cornejo, Diogo Narita, Eduardo Aga, Fernanda Grahl, Gabriela Valdanha, Guil Salles, Igor Cavalera, Juli Baldi, Kiko Hein, Laima Leyton, Leandro Guima, Luisa Bettio, Luisa Martini, Maíra Miranda, Manuela Rahal, Marcela Zanon, Mariana Caldas, Matheus Barros, Matthew Rowean, Max Pollack, Natália Albertoni, Paula Englert, Peèle Lemos, Ricardo Moreno, Roberto Martini, Rodrigo Santanna, Rony Rodrigues, Seth Kallen, Taty Oliveira, Thiago Bordi, Yentl Delanhesi
Rua Artur de Azevedo, 499 – Pinheiros São Paulo – Brasil, CEP 05404-011 contato@meca.love
3
taste the city (são paulo)
mixed O drink preferido de Dani Swidrak
Meu drink é gimtônica. Gosto da combinação amarga e cítrica [A] com o limãosiciliano. Zimbro e um raminho de alecrim adicionam um toque especial.
BAR – Empório
aposta em tábua de frios
Festas, espetáculos, mostras e endereços aonde a gente gostaria de ir em novembro, quando não estivermos no MECAInhotim
O Lira é bar, para ficar, beber e comer. E é empório, para comprar e levar. Lá tem 25 tipos de queijo e embutidos oferecidos em porções. A graça é montar a própria tábua de frios e levar para a mesa coletiva, que abriga 14 pessoas. R. Marquês de Itu, 1.039.
Receita • 50 ml de Tanqueray London Dry • 150 ml de água tônica • zimbro a gosto • um ramo de alecrim • rodelas de limão-siciliano • gelo
Clube do coração Vincent Moon,
cineasta e palestrante convidado do MECAInhotim, faz uma performance do seu novo projeto na Red Bull Station, no dia 10/11.
O que é “Híbridos”? É um projeto multimídia meu e da Priscila Telmon sobre cultos religiosos no Brasil. Resultará em um documentário, álbuns musicais, um livro de fotos e uma instalação numa tentativa de abrir um híbrido entre o cinema e a música. De onde vem o interesse por religião? Pesquiso cerimônias ao redor do mundo há sete anos. É a espiritualidade que me interessa. E a brasileira me parece a mais diversa. Vivemos um momento difícil. O contato com rituais pode abrir as portas da mente de algumas pessoas.
Preparo 1. Em uma taça coloque o gelo, as rodelas de limão e o alecrim 2. Despeje Tanqueray e complete com tônica 3. Salpique zimbro, mexa e sirva
NOITE – Casa
resgata clima dos anos 1990 Ser um clubinho com alma dos anos 1990 é a proposta do recém-aberto Jerome. Na pista da balada toca-se house, disco, techno e, por que não, jazz. Nos fundos, mesinhas se esparramam pelo curto salão. R. Mato Grosso, 398.
Máquina de básicos
MODA – Marca de roupas cria
engenhoca para vender camisetas
TEATRO – Peça narra romance entre escultores
Parece uma máquina de refri. Basta você inserir o cartão de crédito, digitar no teclado o número correspondente ao pedido, depois a senha do cartão e pronto: uma embalagem contendo uma camiseta 100% algodão pima chega às suas mãos. A engenhoca da
“Camille e Rodin” resgata o conturbado relacionamento entre Auguste Rodin (1840-1917) e Camille Claudel (1864-1943), vividos no palco por Leopoldo Pacheco e Melissa Vettore. Peças de argila são feitas em cena. Av. Paulista, 1.758.
Básico, nossa loja de básicos preferida, está instalada no Mirante 9 de Julho por tempo indeterminado. São três modelos disponíveis por R$ 93: gola C branca masculina, gola V preta feminina e gola U branca feminina. R. Carlos Comenale, s/n.
Em quadros
turn the music on
ARTE – Evento
by Serge Erege
no MIS festeja as tirinhas De 13 a 15/11, um evento com enfoque nas publicações e registros que primam pela experimentação na área dos gráficovisuais será realizado no MIS. Na Des.Gráfica estão programados um bate-papo sobre o mercado editorial dos
quadrinhos, uma palestra com o artista Ilan Manouach, uma feira de publicações independentes e até um video mapping de animação experimental. Av. Europa, 158.
Balaclava Fest #4
MÚSICA – Clash
Club recebe evento de selo
Carne em evidência
COMIDA – Casas criam receitas para festival Na nona edição do Burguer Fest, entre os dias 11 e 27/11, casas como o
No dia 14/11, o selo e produtora cultural Balaclava realiza a quarta edição do seu festival, que desde a estreia, em 2015, trouxe Mac McCaughan, Mac DeMarco e Swervedriver ao Brasil. Desta vez, os destaques gringos do Balaclava Fest ficam por conta das bandas Yuck, do Reino Unido, e Mild High Club, da Califórnia. Os cariocas Ventre e Bilhão também estão no line-up, e o ingresso custa R$ 80. R. Barra Funda, 969.
Capim Santo e o árabe Farabbud preparam receitas exclusivas de hamburguer. O Kød Steakhouse aposta em um blend de carnes com tutano chamado Hurricane Dylan (R$ 30). burgerfest.uol. com.br
4
Louco amor
— Synth-pop, estética lo-fi e vibe oitentista guiam o músico escalado para o MECAInhotim.
Nada Por Mim – Marina Lima
“Marcou muito a minha infância.”
Jabitacá – Gal Costa
“Amo esse arranjo meio blues, meio rock psicodélico, meio nada disso.”
Stonemilker – Björk
“É como sentir a dor de um amigo e saber o que ele sente, mas não poder fazer nada.”
I Know We Could Be So Happy Baby – Jeff Buckley
“Essa voz que rasga peitos e já cura em seguida com doçura.”
Scatterbrain – Radiohead
“Essa música me derrete, me sacode e mistura todo.”
fotos: divulgação fotos
Para ficar ou levar
taste the city (são paulo)
Meninas superpoderosas
Check-in
comportamento — Projetos fotográficos feitos por
Coletivo Amapoa
mulheres exploram elementos singulares que diferenciam o sexo feminino do masculino de maneira a transformá-los em símbolos potentes. Fomos investigar as intenções de cada um, e as contamos aqui
Esparramada num jogo de lençol branco, uma garota veste camisola curtinha com detalhes em renda na barra. Entre as suas pernas uma mancha vermelha tinge uma pequena porção do tecido tomando forma do que parece um coração. “Em vez de asco, a gente queria que as pessoas sentissem conforto ao olhar uma imagem de algo natural como a menstruação”, diz Fernanda Lensky, 23. Com filtro retrô e um olhar delicado, ela e a amiga Mayara Rios, 19, produzem desde o início do ano uma série de ensaios fotográficos que mostra um cotidiano feminino distante das revistas ou propagandas focadas nesse público. O trabalho é exemplo de uma onda de projetos encabeçados por mulheres que nos últimos anos têm explorado características que distinguem fundamentalmente o sexo feminino do masculino. A diferença é que, no lugar de usar esses elementos como um fardo ou uma fragilidade, eles se tornam símbolo dessas singularidades — ou até mesmo de força. Para a especialista de tendências da WGSN Sofia Martellini, as ações fazem parte da quarta onda do feminismo, iniciada em 2014, quando discussões sobre desigualdade de gênero, representatividade da mulher e machismo começaram a emergir, principalmente, em mídias sociais. “Projetos e negócios feitos por e para mulheres nasceram em uma tentativa de incentivarmos umas às outras. Entendemos que sem o apoio mútuo não conseguiremos acabar com a desigualdade”, diz. Camila Cornelsen, 33, autora do projeto “X Real”, faz nus com direito a cicatrizes e outras imperfeições. “Embora os homens ainda predominem atrás das lentes, houve um aumento tanto no número de iniciativas desse tipo quanto no de pessoas querendo ser clicadas”, diz. Um intento comum é empoderar a mulher do próprio corpo. Com “Sheniká”, Mariana Caldas, 27, que também é jornalista e fotógrafa aqui no MECA, lida com uma sensualidade pouco relacionada
à nudez para evidenciar uma força selvagem, que para ela é natural à mulher. A ideia parte de um questionamento sobre a representatividade da face feminina de um Deus que, para a cultura ocidental, é homem. “A gente vive um paradigma de que o Criador é um ser masculino, quando quem é capaz de fazer a vida florescer é a mulher. Onde fica a divindade da mulher, dona desse poder que assusta?”
1
Há três meses, Camila Svenson, 27, e Pétala Lopes, 26, do coletivo de fotografia documental Amapoa, passaram a registrar o cotidiano de lésbicas em SP. “A gente quer desconstruir a objetificação dessa mulher e mostrar quem ela é, o que ela faz e como ela cria suas relações”, conta Pétala. @camilasvenson e @petalalopes
Sagrado Feminino
Criação de Fernanda Lensky e Mayara Rios, trata-se de uma série de ensaios sobre o dia a dia da mulher que não está nas revistas ou em propagandas convencionais. “O objetivo é naturalizar temas tabu, como a menstruação,”, diz Fernanda. @fernandalensky e @mayararios
Self Photography Project
2 1 — O coletivo Amapoa retrata o dia a dia de mulheres lésbicas em São Paulo 2 — Mariana Caldas, por trás do “Sheniká”, revela a força selvagem de suas modelos 3 — Catharina Bellini assume personagens diversos em seu projeto de autorretrato 4 — As amigas Fernanda Lensky e Mayara Rios querem naturalizar temas como a menstruação em seus ensaios 5 — Fotografar mulheres reais é a proposta do “X-Real”, de Camila Cornelsen
3
A modelo Catharina Bellini, 25, quer mostrar as mil faces de uma mulher. Para isso, produz cenário e figurino para seus autorretratos. “É um jeito de expressar o meu lado criativo, mas também um convite às mulheres a se aceitarem como são”, conta. selfphotographyproject.tumblr.com
Sheniká
desobjetifcar o corpo da mulher é apenas uma das metas em comum dessas iniciativas
“A gente vive um paradigma de que o Criador é um ser masculino, quando quem é capaz de fazer a vida florescer é a mulher”, diz Mariana Caldas. Para revelar essa força, nossa fotógrafa evoca a mulher selvagem (e ultra sexy) que vive em suas modelos. @maricaldas2
X Real
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Com playlist, minientrevistas e vídeos curtos, o projeto de Camila Cornelsen, 33, é quase uma fotorrevista online de ensaios sensuais com mulheres reais. “A ideia é empoderar a mulher do seu próprio corpo.” @x.real
taste the city (são paulo)
FESTIVAL – Evento ocupa espaço
público com arte digital
Ares franceses
MÚSICA – Air se apresenta no dia 15/11
Prestes a completar 20 anos de carreira, o duo de dream-poppsicodélico por trás do aclamado álbum “Moon Safari” e de trilhas sonoras de filmes cult como “As Virgens Suicidas” faz show no Audio Club. O ingresso é R$ 240. Av. Francisco Matarazzo, 694.
A última etapa do SP_Urban Digital Festival, que começou em setembro, é realizada na av. Paulista, onde o projeto nasceu, em 2012. De 25/11 a 9/12, a partir das 20h, quando começa a anoitecer, obras visuais e interativas produzidas com
técnicas de time lapse ou video mapping, por exemplo, serão exibidas na Galeria de Arte Digital Sesi-SP. A ideia é expandir o conceito de arte estabelecendo canais de tecnologia digital como partes integrantes da cidade. Tudo free. Av. Paulista, 1.313.
A bala da Vila Mada
Listicles Dobradinha artística
ARTE – Novo
endereço é mix de estúdio e espaço cultural
Quatro artistas presentes em Inhotim que também têm suas obras expostas em São Paulo.
Inaugurado em outubro, na Vila Madalena, o Estúdio Bala é um coletivo de fotógrafos e também um ponto de encontro das artes visuais. Por ali, seus idealizadores (Alberto Prado, Dani Botelho, Denis Ono, Julieta Benoit e Marília Vasconcelos) preveem workshops e palestras de olho na pluralidade. Tudo reflexo do trabalho dos próprios donos, que cultivam
Tunga
Até 12/11, na Millan, é possível ver a mostra “Pálpebras”, que estava sendo desenhada pelo perbambucano antes da sua morte precoce, aos 64 anos, em junho passado. projetos fotográficos a destacar a força da figura feminina, a sexualidade e o transgênero. R. Patizal, 61.
Jorge Macchi É do argentino a caderneta de endereço com índice alfabético que também é uma piscina no Inhotim. Por aqui, o artista participa da coletiva “Homo Ludens”, na galeria Luisa Strina, até 5/11.
[a]
Hot dog de chef
COMIDA – Roberta Sudbrack traz seu pop-up bar de cachorro-quente O cachorro-quente mais famoso do Rio agora pode ser consumido aqui. Em parceria com a loja Uma, a chef Roberta Sudbrack trouxe para a Vila Madalena o SudDog. Mas atenção, a princípio ele funcionará apenas até dezembro. As receitas privile-
giam ingredientes sem conservantes ou aditivos químicos. A notícia também é boa para os vegetarianos. Uma das opções leva brioche, cenouras assadas, harissa, queijo pernambucano e caponata (R$ 24). R. Girassol, 273.
Hélio Oiticica
Básico com bossa MODA – Marca
lança coleção com festinha
Sem propaganda enganosa, a marca de jeanswear nacional Yes I Am tem ganhado o coração da mulherada com peças de cintura
alta, boa modelagem e caimento perfeito. As calças, forte da casa, são mantidas em todas as coleções, porém renovadas com
Arquiteto orgânico
Olha ela(s)
ARTE – Gaudí ganha mostra no dia 19/11
“Gaudí, Barcelona 1900”, que será exibida no Instituto Tomie Ohtake, reúne mais de 70 obras do mestre catalão responsável por mudar a estética da cidade que empresta o nome à mostra. Criações em escala monumental estarão presentes. R. Coropés, 88.
cores, lavagens e materiais diferentes. A ideia é que a cliente possa investir em peças básicas para a vida toda. No dia 17/11,
as sócias Fernanda Veríssimo e Raquel Ferraz fazem uma festinha no quintal da loja-ateliê, na Vila Madalena. Elas mostram novos produtos enquanto oferecem cerveja gelada com show de Mahmundi. R. Fidalga, 996.
Os estandartesvestidos batizados Parangolés são o foco de “Barracão”, que traz criações do artista em parceria com Antonio Manuel, Neville D’Almeida e Lee Jaffe. Em cartaz na galeria Nara Roesler até 5/11.
NOITE – Secreto
é pista de festa para meninas Uma vibe underground chic, com muito preto e brilhos, determina o clima da festa Girls, que tem o bar Secreto como pista. Lá, como sugere o nome, as mulheres são maioria. Os DJs residentes, Rico Luiz e Jana Duarte, apresentam um mix de rock e pop,
[b]
6
[b]
Adriana Varejão
[c]
com hits que vão de Grimes a Tame Imapa. O próximo encontro, no dia 19/11, será batizado de Vênus. O ingresso custa entre R$ 40 e R$ 120. R. Álvaro Anes, 97.
[c]
Na Fortes Vilaça está a série “Polvo”, conjunto de tintas criado para representar as cores de pele dos brasileiros e a maneira ambivalente como se define raça no Brasil.
fotos: divulgação; [a] fernanda valdivia; [b] reprodução; [c] Gustavo Elsas/divulgação; [d] manuel martins/divulgação; [e] Emiliano Capozoli/divulgação
A rua é high-tech
fantastic man
axe
Amuletos urbanos
David Mechiasu
acessórios — Apesar da era genderless em que anéis, colares
e pulseiras não são, obrigatoriamente, itens masculinos ou femininos, algumas marcas e profissionais se destacam por criar peças exclusivas para o universo dos homens Os atuais acessórios masculinos, mais do que nunca, desvinculam a ideia atrasada de que homens não podem — ou devem — se produzir. Pelo contrário. Vintage ou prezando pela imperfeição dos materiais; com pedras preciosas, em latão ou ouro; remetendo ao universo western norte-americano ou com pegada mais cosmopolita e urbana; custando pouco ou muito, anéis, pulseiras e colares nunca estiveram tão em voga. Claro, desde a Pré-história a gente já saía por aí com ossos, dentes de animais e sementes em torno do pescoço. Mas, atualmente, mais do que aquelas peças tradicionais e replicadas à exaustão em feiras de fim de semana, um time de designers afiados e antenados começa a oferecer desenhos exclusivos e repletos de referências. Eis o que garimpamos.
Central de Designers
Localizada na al. Lorena, é uma espécie de galeria de arte com joias autorais de cerca de 70 designers. Entre os principais nomes que produ-
zem peças masculinas está Carlos Godoy, que cria itens em Mokumégane, uma técnica japonesa que consiste em misturar diferentes metais. centralde designers.com.br
Arquiteto de formação, é um dos coordenadores do antiquário Cardeal
[d]
Jun Matsui
tém sua marca, a Life Under Zen, na Galeria do Rock. Suas criações costumam vir acompanhadas de elementos místicos ou supersticiosos, servindo também como amuletos. junmatsui.com
Liberty Art Brothers
mais recente de joias busca inspiração nos símbolos militares norteamericanos. Os anéis em prata ou latão com imagens de âncoras, ferraduras ou com pedra de quartzo são um must-have. lab-store.com
“Trabalhar com outros tipos de adorno como roupas e joias é, de certo modo, uma continuidade do que eu já faço como tatuador”, diz Jun Matsui, que desde 2014 man-
Criada no fim de 2012, a marca de acessórios atualmente ocupa um sobrado na rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, em Pinheiros. Os irmãos Alexandre e Rafael Lazzini estão por trás da loja, que investe em bandanas, capacetes, bonés, carteiras, anéis, colares e pulseiras com pegada vintage e western. Batizada de Last Frontier, a coleção
André Lasmar
Além de ouro, prata e pedras, André utiliza em suas joias “tudo o que seduzir pela cor, textura ou história”. Avesso à perfeição, acredita que o diferencial do seu trabalho é o toque
Os homens estão mais abertos ao uso de acessórios hoje em dia? Aos poucos estão se libertando de dogmas e restrições. E isso é maravilhoso. Não acredito em certo e errado quando o assunto é moda. Acredito em identidades.
Lucas Shirts
Iracema
Além de produzir anéis, pulseiras e colares, o designer Lucas Shirts também dá aulas de ourivesaria em seu ateliê na Vila Madalena. O mais inusitado de lá é que os casais podem criar suas alianças para marcar uma data importante. atelierlucas shirts.com
Mariana Gouveia desenvolve acessórios masculinos por encomenda ou faz adaptações de peças femininas para homens. Prata e pedras são as principais matérias-primas da artista, que só atende com hora marcada. estudio iracema.com
MECARadar — Bandas para você ficar de olho girli (Reino Unido) Com 18 anos e cabelo rosa, Girli é uma Lily Allen que chutou o balde, apostou no rap + hyperpop e ficou superdivertido! Como já diz uma de suas músicas: “Girls Get Angry Too!”
autoral. “Não sigo tendências”, diz. Em São Paulo, suas peças podem ser encontradas na loja Choix; no Rio de Janeiro, na Dona Coisa; e em Porto Alegre, na Galeria Alice Floriano. andrelasmar.com
Você é um cara muito vaidoso. Qual a importância de estar sempre bemvestido? O meu estilo reflete exatamente o que sou. As influências da minha origem também sempre estiveram presentes. Faz parte de um processo de identificação, valorização e fortalecimento do homem preto que sou.
Há muitas maneiras de ser homem hoje em dia. E a AXE procura entender todas. É por isso que, juntos, criamos esta página, com o objetivo de trazer novidades desse universo: de novas tendências de grooming a moda, consumo, comportamento e música.
por Bananas Music Branding
Jain (França) A vivência da artista francesa em países como Congo, Dubai e Abu Dhabi a influenciou de maneira positiva. Jain combina techno francês, percussão árabe e ritmos africanos.
lay (Brasil) Uma aula de feminismo que foi traduzida da melhor forma, num mix de hip-hop, R&B e ragga. O álbum “129129” traz a essência do empoderamento da mulher negra. Girl power brasileiro!
7
rieg (Brasil) Letras em inglês, alemão e português. O trio paraibano faz um neo-soul trip-hop totalmente experimental que vale a pena ser conferido. Comece pela faixa “Leave It To Me”.
taste the city (rio de janeiro)
Em família NOITE –
Baladinha na Cinelândia Irmão caçula do octogenário Teatro Rival, o Rivalzinho foi inaugurado em fevereiro no mesmo local onde antes funcionava o Café Rival. Por trás do
empreendimento estão Kátia e Bianca Barbosa, do Aconchego Carioca, mais a atriz Leandra Leal. A proposta é ser um esquenta, ideal para um começo de noite ou happy hour descontraído. Servidos ali mesmo na calçada, para acompanhar um chope ou uma cerveja
Hippiefolk-indie
gelada, os petiscos são um sucesso: tem croquete, pastel e bolinho de feijoada. E a música rola solta, com DJs se revezando na portinha que dá para a rua. Em novembro, o percussionista Marcelinho da Lua põe um som nos dias 10, 17 e 24. R. Álvaro Alvim, 37.
SHOWS –
Noite dupla no Circo Voador Um dia depois de tocarem em São Paulo a banda californiana Edward Sharpe & The Magnetic Zeros e a australiana Courtney Barnett se apresentam no Rio dia 17/11. Capitaneado por Alex Ebert, o grupo de hippie-folk apresenta os temas de seu quarto disco, “PersonA”. Já Barnett, expoente da cena indie, marca pelas letras sobre assuntos cotidianos e pelo jeito despreocupado de cantar. Ingressos custam R$ 100 (meia) e R$ 200. R. dos Arcos, s/nº.
[a]
INSIDEr TIPs —Caio Braz Sucesso na internet, na TV e em sua própria marca de roupa, o apresentador revela seus locais prediletos no RJ.
[d]
O Rio também vive o boom das barbearias, e a minha predileta é a Del Rey, em um sobrado centenário na Lapa. Além de a galera ser ótima, é superbarato: o corte custa R$ 20. R. do Senado 45.
Em pequena escala Aqui o público têm a chance de comprar de produtores locais, rurais e urbanos. A curadoria privilegia o que é artesanal e feito em pequena escala. A variedade de produtos é grande: há cachaça, cerveja, massa, molho,
Bê-a-bá musical FESTIVAL –
Oficinas e shows infantis O nome é autoexplicativo: Meu Primeiro Festival tem como objetivo ser uma experiência introdutória para as crianças no universo da música. Durante três dias (12, 13 e 15/11), na Praça do Passeio, a garotada terá à disposição oficinas, shows e comidinhas. No dia 12/11, o Little Be, bloco do Sargento Pimenta para crianças, conduz oficina de percussão e faz show. Um dos destaques do último dia de programação, a Orquestra Voadora apresenta “O Magnífico Voo do Homem-Pássaro”, primeiro espetáculo do grupo destinado aos pequenos. R. do Passeio, 290.
café, biscoito, queijo, granola, hambúrguer vegano, frutas e por aí vai... O calendário das feiras é atualizado online. Neste mês, elas ocorrem no dia 6 na rua do Rosário e no dia 27 na Comuna. juntalocal.com [c]
[b]
Novidade híbrida
ARTE – Galeria e residência no Cosme Velho
Misto de centro cultural, galeria, museu e residência artística, a Z42 Arte abriu as portas no mês passado, em um casarão no
Cosme Velho. Lá, sete artistas mantêm seus ateliês, que ficam abertos à visitação. A exposição “A Máquina do Mundo” é uma in-
vestigação sobre o tempo e conta com esculturas, fotos, pinturas e instalações. R. Filinto de Almeida, 42.
Pequenas experiências
TEATRO – Minipeças para plateias minis em casarão do Flamengo Cinco peças de até 15 minutos para uma plateia de 15 espectadores em diferentes espaços: no banheiro, na cozinha, no quarto. Essa é a proposta do Microteatro RJ,
Formação original
cuja segunda edição ocorre às sextas e aos sábados, entre 4 e 26/11, a partir das 19h. O tema gira em torno do conceito de família. Praia do Flamengo, 158.
SHOW – Guns
N’ Roses tocam no Engenhão Vinte e três anos depois, Slash, Duff McKagan e Axl Rose, que agora também é vocalista
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do AC/DC, se apresentam juntos novamente, no dia 15/11, no Estádio Nilton Santos, o Engenhão. A turnê começou em junho deste ano, meses depois deles se apresentarem no Coachella. Com patrocínio da Budweiser, também estão agendadas apresentações em Porto Alegre (8/11), São Paulo (11 e 12/11), Curitiba (17/11) e Brasília (20/11). A partir de R$ 180. R. José dos Reis, 425.
Compras, bebidas, comidas, paqueras. Acontece de tudo na VOID Botafogo. Está sempre cheia de gente legal e astral. Botafogo, aliás, está bombando. R. Voluntários da Pátria, 31. Clássico dos domingos, o Braseiro da Gávea é o lugar para curar a ressaca do dia anterior — ou começar uma nova. Praça Santos Dumont, 116. O Instituto Moreira Salles tem sala de cinema incrível, arquitetura maravilhosa, exposições e um restaurante mara. Bom para dates. R. Marquês de São Vicente, 476. Fervo garantido na sexta, o Rivalzinho tem DJs tocando música brasileira. Na rua. De graça. R. Álvaro Alvim, 37.
fotos: divulgação; [a] joca vidal/divulgação; [b] reprodução; [c] samuel antonini/divulgação; [d] chico cerchiaro; [e] jonas tucci/divulgação; [f] rodrigo marques/divulgação
FEIRA – Produtos artesanais em nova edição da Junta Local
taste the city (porto alegre)
Lamba os dedos
As pérolas de Rubel
BAR – Petiscos dispensam talheres
SHOW – Cantor
despede-se de seu 1ª disco
O ambiente é informal, com azulejos e tijolos à
Rubel faz show de despedida de seu disco de estreia, “Pearl” (2013), no dia 12/11, no Theatro São Pedro. Além de temas próprios, caso de “Quando Bate Aquela Saudade”, que estourou no ano passado, o músico carioca dá nova roupagem para temas de Gilberto Gil. R$ 60 R$ 70. Pça. Marechal Deodoro, s/nº.
vista. Exatamente como a refeição no Kamão pretende ser: sem garfo ou faca (mas se você insistir em usar, eles estão disponíveis). Da cozinha saem inventivos petiscos, caso do cone de falafel, e
sandubas portentosos, como o hambúrguer que mescla carne de porco e queijo colonial. Para beber, vá de moscow mule, com vodca, ginger ale e limão. R. João Alfredo, 457.
Opinião no Opinião SHOW – Karol
Conka tomba em PoA
Economia criativa
FEIRA – DEMO foca em design e moda De 4 a 6/11, a feira DEMO (Design & Moda) reúne desfile, lançamento de livro, sessões de filmes, exposições e conversas no Instituto
Ling. Espécie de vitrine, a Mostra Comercial é um dos destaques, e conta com marcas que ajudam a impulsionar a economia criativa brasileira. O evento é gratuito, mas é necessário retirar ingressos para algumas atrações. demo.barbante. cc/programacao
No dia 30/11, sobe ao palco do Opinião a curitibana Karol Conka, dona do hit “Tombei”, que acumula mais de 5,5 milhões de visualizações no YouTube. Espécie de musa da geração tombamento, a rapper interpreta as músicas de seu segundo e mais recente disco, “Batuk Freak”, lançado em 2013. Também reserva espaço para faixas mais recentes. É o caso de “Maracutaia”, lançada no mês passado. R$ 45 a R$ 140. opiniao.com.br
Vegans temáticos
FEIRA – Evento realiza edição de Halloween Para celebrar os dias das Bruxas e do Saci, a Feira Vegana de Porto Alegre se transforma em Vegoween na noite de 5/11, no Studio Q. Há de burgers e cervejas a brechó cruelty free. Fantasiados concorrem a cesta de produtos. R. Dr. Timóteo, 395.
[f]
Santa de casa
EXPO – Os 60 anos de arte de Zoravia Bettiol
[b]
Produção nacional
CINEMA – Mostra
reúne 44 filmes brasileiros De 3 a 10/11, a Cinemateca Capitólio, o Goethe-Institut e o Instituto Ling rece-
bem filmes e instalações que integram o Cine Esquema Novo — Arte Audiovisual Brasileira. Um dos destaques é o documentário “Cinema Novo” (foto), dirigido por Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha, sobre o movimento
cinematográfico no Brasil dos anos 1960, e premiado em Cannes. Também fazem parte a mostra Resistência em Película e a de cinema universitário gaúcho. cineesquema novo.org
que ganha mostra “Caderno de Roupas, Memórias e Croquis”, no dia 9/11, na Casa de Cultura Mario Quintana ccmq.com.br
Sobre o que é a exposição? É uma mostra sobre registro gráfico. Em uma época em que os estilistas não precisam saber desenhar, vemos um crescente interesse do público nos processos criativos manuais.
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Ronaldo Fraga, estilista
Em cartaz até 11/12, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul recebe uma retrospectiva sobre a multiartista porto-alegrense, que comemora 80 anos de vida e 60 de carreira. Num total de 150 obras, há pinturas, gravuras, arte têxtil, joias e xilogravuras (como as duas ao lado, feitas nas décadas de 60 e 70, sobre deuses olímpicos e o circo) produzidas entre
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1956 e 2016. Outra de suas séries, “Sentar, Sentir, Ser”, mostra a própria artista em posições inusitadas para refletir sobre o tempo em que ficamos sentados. Pça. da Alfândega s/nº.
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Quais são os destaques? Não existem. Tudo faz parte do meu universo criativo, que eu chamo de playground de criação. Estão lá as coleções que tiveram como ponto de partida a literatura, pesquisas etnográficas e biografias. É uma forma de pensar a moda além da roupa. Seus desfiles costumam provocar debates. Qual é o seu papel como estilista? Acredito que o compromisso do designer é criar links entre os diferentes “Brasis”: entre a arte popular e a contemporânea, por exemplo. Essa é uma costura que eu procuro fazer. Qual foi a sua intenção ao colocar modelos trans na SPFW? Um gesto de amor e resistência, e, antes de tudo, um manifesto político. Lançar luz sobre grupos invisíveis aos olhos da sociedade é algo que me move.
taste the city (belo horizonte)
Fera solta
INSIDEr TIPs —Bernardo Biagioni
show –
Existência no mundo é tema de álbum
PréCarnaval
jazz, o soul e a MPB para abordar temas como o “estar no mundo”. O show do novo trabalho no Sesc Palladium, no
dia 24/11, é feito após o lançamento online do mesmo, no fim de outubro. Av. Augusto de Lima, 420.
Dançando no escuro
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dança – Coreografia no CCBB é
protagonizada por bailarino cego
No espetáculo de dança “E a Cor a Gente Imagina” é a sintonia entre dois corpos — mais do que a sincronia — que guia a apresentação. Com direção do bailarino Victor Alves e dramaturgia
do ator Oscar Capucho, que é cego, a proposta é colocar em questão a forma como o deficiente visual se relaciona com o mundo. A partir do dia 17/11, no CCBB, a coreografia terá
sessões com audiodescrição. Pça. da Liberdade, 450.
festa – Blocos fazem show no Granfinos Os blocos Corte Devassa e Garotas Solteiras, que defendem uma sociedade livre de preconceitos, protagonizam um Carnaval antecipado no Granfinos, no dia 12/11. A festa, que vai do funk ao pop, marca o início do circuito PulaBH, do Pré-Carnaval 2017. Os ingressos custam a partir de R$ 25. Av. Brasil, 326.
De grão em grão
gastronomia – Na Floresta, casa
é misto de fábrica, loja e café
O Café Américo, inaugurado em abril, é vários em um. De segunda à quarta funciona como loja; às quintas e sextas, também faz as vezes de cafeteria. Lá, os grãos utilizados, do tipo arábia, são produzidos no sul de Minas
Gerais. Para acompanhar a bebida, são servidos alguns “beliscos”. Há queijo da Serra do Salitre com geleia, além de cookies e bolos — com a promessa de um sabor diferente por semana. Para levar pra casa, a pedida é o Cold Brew: concentrado
de café extraído à frio que funciona como energético e ainda vai bem com bebidas alcoólicas. R. Silva Jardim, 389.
Sarará crioulo festival –
Ney, Tulipa, Liniker e MC Carol juntos Nascido em 2014 para celebrar o Dia da Consciência Negra, o Festival Sarará reúne, neste ano, Ney Matogrosso, Tulipa Ruiz, Liniker e MC Carol (fotos, em sentido horário) mais Gabriel, o Pensador e MC Marechal. Com o tema [In]Tolerância, o evento ocorre dia 19/11, no Parque Municipal. Shows a partir das 19h. Entrada entre R$ 70 a R$ 90. Av. Afonso Pena, 1.377.
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Mistery spot
festa – Evento
ativa espaços incomuns
Cria do coletivo de música eletrônica Masterp l a n o (assim, separadinho mesmo), a festa Maus Lençóis, marcada para o dia 19/11, terá duas pistas e sets de live de Teto Preto, Eremita e Lis. O endereço do agito,
no entanto, ainda é um mistério. Isso porque a exemplo de algumas festas paulistanas, como a ODD, o local do encontro só será divulgado na data do evento pelo Facebook. A ideia é ativar espaços não convencionais. Na edição de um ano, por exemplo, o grupo ocupou um estacionamento no centro da cidade. Resta esperar. facebook.com/ masterplanobh
Novo panorama
feira – Feira gráfica ocorre dia 19/11
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Realizado no terceiro sábado do mês, das 11h às 17h, o Faísca Mercado Gráfico estreou em 2015 com o objetivo de fomentar o mer-
cado editorial mineiro independente. No dia 19/11, o evento reúne 45 expositores que apresentam zines, revistas, livros, quadrinhos, fotografia, desenhos e colagens. A curadoria é feita a partir de projetos enviados pela internet em chamadas mensais para misturar bancas inéditas às tradicionais. R. da Bahia, 1.600.
Canuto Cycle Melhor quebrada de BH, Canuto é oficina, loja, bar, cinema e balada ocasional. Fica quase debaixo da ponte, mas tem uma vista imperdível. Av. Francisco Sales, 480. Bar do Zé Já que não cabe todo mundo no Zona Last, o Bar do Zé, ali do lado, tem virado alternativa certa. Além de cerveja e da comida de boteco, tem jukebox e sinuca a preços camaradas. R.Pouso Alegre, 2.905.
Rua Niquelina A rua é estreita e por ali quase não existe calçada. Ainda assim a Niquelina tem assumido uma vocação forte para arte urbana. Estão reunidos ali artistas como Thiago Alvim, Priscila Amoni e Magrela. R. Niquelina. Inventiva Faz calor no mundo. Pensando nisso — e nos sabores especiais da vida — a incrível sorveteria Inventiva oferece opções sem lactose, feitas em casa, com amor. R. Grão Pará, 553.
FOTOS: divulgação; [a] fernanda abdo; [b] fernando schlaepfer
A guitarra, o baixo e a bateria são os instrumentos base do disco “Bicho Branco Polse”, o primeiro solo de Fernanda Branco Polse. No álbum de canções autorais, ela transita entre o dub, o eletrônico, o
O idealizador da Galeria quartoamado indica seu locais preferidos em Belo Horizonte.
update or die!
conversas de bar
Listicles
A história de Elis Regina repassada no cinema, um capacete de Playmobil e uma playlist para marcar o Dia dos Mortos estão entre os assuntos que o UoD! escolheu para você neste mês
Cara estranho
turn the music on
cinema – HQ da Marvel vira filme
by Gustavo Giglio — Em várias partes do mundo, o Dia dos Mortos é comemorado no dia 2/11. E cada região e religião tem a sua maneira de homenagear aqueles que já partiram. Aqui, a gente fez uma seleção de músicas que trazem a palavra “die” no título.
“Born to Die” – Lana Del Rey “Die Dead Enough” – Megadeth “Live and Let Die” – Paul McCartney “Too Dumb To Die” – Green Day “Kings Never Die” – Eminem (feat. Gwen Stefani) “We Die Young” – Alice in Chains “Die Monster Die” – Misfits
Crimes na web
publicidade –
Campanha foca nas crianças Crimes cibernéticos, infelizmente, tornam-se mais comuns à medida que o anonimato digital ganha espaço. E as crianças, muitas vezes, são as suas principais vítimas. Com a intenção de destacar a importância de proteger quem está online, a agência grega Bold Ogilvy & Mather, de Atenas, criou uma campanha impressa para a divisão de crimes cibernéticos do país destacando os perigos anônimos escondidos em perfis, aparentemente, inocentes. Mais fotos em updateordie. com.br
Seis dicas de HQs O quadrinista Gustavo Duarte já publicou em editoras como DC Comics e Marvel. Para nós, ele fez uma lista com as HQs que mais ama.
Vicente Martins,
game designer e autor dos livros “Game Design e Game Cultura”
O famoso neurocirurgião Doutor Stephen Strange, cuja vida muda para sempre após um acidente de carro impedir que ele possa continuar utilizando as mãos, virou filme. HQ criada por Stan Lee e Steve Ditko nos anos 1960, “Doutor Estranho” estreia agora em carne, osso e superpoderes no dia 3/11. Benedict Cumberbatch interpreta o personagem-título.
Capacete lúdico design –
Playmobil foi a inspiração Preocupados com a segurança e também com a aparência das crianças ao pedalar, Simon Higby e Clara Prioi, funcionários, respectivamente, da agência DDB de Estocolmo e Copenhague, tiveram a ideia de desenvolver um
capacete inspirado nos icônicos cabelos do Playmobil. Agora, em parceria com a agência dinamarquesa de inovação e design Moef, eles colocaram a ideia em prática. O objetivo é fazer com que a garotada que não usa capacete ao andar de bicicleta sinta-se entusiasmada a optar pelo acessório. Ainda não há previsão para comercialização do objeto.
Elis eletrizante
save the date
Fique atento para o que acontece no começo de novembro
cinema – Uma cinebiografia da cantora
Arthur Adams na CCXP Um dos mais populares (e imitados) quadrinistas da atualidade, o americano Arthur Adams é um dos convidados da 3ª edição da CCXP — Comic Con Experience, que ocorre de 1º a 4/12, na São Paulo Expo. www.ccxp. com.br
Vencedora do Kikito de Melhor Atriz, Andréia Horta transborda emoção no papel da cantora na cinebiografia “Elis”. Com estreia prevista para 24/11, aborda a história da Pimentinha desde a sua chegada ao RJ, aos 19 anos, até sua morte precoce, em janeiro de 1982. Com direção de Hugo Prata, o filme ainda levou os prêmios de Melhor Montagem e Melhor Filme Júri Popular, em Gramado.
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Qual foi a melhor campanha publicitária de outubro na sua opinião? A dos lugares apertados da Gol Linhas Aéreas. Direção de arte legal e passa a mensagem de maneira visual e all type.
Contando calorias
app – O quanto você come na tela do celular “Lose it” é um aplicativo gratuito de análise nutricional, feita a partir de uma foto de qualquer alimento. Facilitando a vida de quem está de olho na alimentação e buscando uma dieta menos calórica, o app te conta se a sua próxima mordida é uma boa ideia.
“Piada Mortal”, de Alan Moore e Brian Bolland. O Coringa é um dos meus personagens prediletos. E essa é a melhor história já contada. “Três Sombras”, de Cyril Pedrosa. Uma história emocionante contada com um desenho e uma narrativa incríveis. “Asterios Polyp”, de David Mazzucchelli. Narrativa, desenhos e design gráfico trabalhando juntos, para contar a história.
“Calvin e Haroldo”, de Bill Watterson. Durou apenas dez anos e foi uma das melhores tiras já produzidas. “Piratas do Tietê”, de Laerte. Melhor HQ já feita no Brasil. Humor, ação e aventura. Laerte na sua melhor fase. O Update or Die! é dos vetores mais afiados do mercado digital brasileiro quando o assunto é apresentar novas tendências culturais, tecnológicas e de publicidade no Brasil e no mundo. Nada mais natural, portanto, do que termos essa parceria de conteúdo com eles!
around the world
chilli beans INSIDEr TIPs —Renata Amaral, Los Angeles Fundadora do estúdio criativo Eat e apaixonada pela cidade que a acolheu há 11 anos, ela revela os seus endereços favoritos.
Comida – Casa de café chega a Vancouver A respeitada marca de café Bows X Arrows, de Victoria, abriu sua
primeira loja em Vancouver, um charmoso espaço na Fraser Street. O café ainda é o principal atrativo, mas lá também dá para encontrar cervejas, vinhos canadenses e outros drinques. Os pães são feitos na
casa e as carnes curadas ali mesmo. Selecionados em diferentes cantos pelo mundo, os grãos também estão por toda parte e podem ser encontrados em Seattle, na Florida, Nova York e L.A. 4.194 Fraser St.
Profundezas da mente
aRte – Artista transforma obra de David Lynch em instalação
Joan Thiele
A cantora italiana é a nova sensação do pop. Lançado em junho, seu primeiro EP já teve mais de 600 mil streamings.
Romance alienígena
musical – Peça de Bowie em nova versão O musical “Lazarus”, criado por Enda Walsh e David
Bowie, acaba de chegar a Londres, no King’s Cross Theatre. O espetáculo, que estreou em Nova York em 2015, tem direção de Ivo Van Hove e foi inspirado na ficção científica “O Homem que
Caiu na Terra”, de Walter Trevis. Na trama, Thomas Newton é um alienígena preso na terra, incapaz de morrer e perturbado por um amor interrompido. lazarusmusical. com
Aroma futurista
loja – Nova loja de Frederic Malle em Paris O Marais foi escolhido para sediar a quarta loja dos indescritíveis perfumes de Frederic Malle. O design interior de Brendan MacFarlane e Dominique Jakob, que inclui prateleiras angulosas em madeira, dá o tom futurista. fredericmalle.com
Masataka Hosoo utilizou sua principal habilidade, a tapeçaria, para transformar a obra “Espiral”, de David Lynch, em uma grande
instalação na galeria Eye of Gyre, em Tóquio. O tecido hipnotizante, uma seda de 9.000 fios coloridos, está suspenso no teto. A ideia, segundo ele,
Para ir a praia, gosto da Marina Del Rey, na saída da Driftwood St. Fica perto do píer de Venice, mas com menos gente e muito mais legal!
é que o trabalho remeta às profundezas da mente humana conforme os visitantes adentram o caminho. A espiral de Lynch pode ser vista no centro, mas também nas paredes da galeria. 5-10-1 Jingumae, Shibuya.
Dá pra se perder dentro do The Broad Museum. Vá numa quinta à noite, quando o museu fica aberto ate às 20h e não há fila. thebroad.org Abbot Kinney é uma rua charmosa de Venice onde se encontra suco verde, lojinhas e restaurantes gostosos.
Você esperava um reconhecimento tão imediato? Na verdade eu não criei muita expectativa. Fiquei surpresa, claro! Eu adoro o Spotify, tão democrático.
Oásis escondido na cidade, o Lake Shrine Temple é um lugar para meditar, caminhar e apreciar a paisagem. lakeshrine.org
Que outro artista italiano a gente deve prestar atenção? Fiquem de olho no Christaux. Em breve vocês vão ouvir falar muito nele. Quando sai seu primeiro disco? Em março do ano que vem. Será bem tropical. Estou misturando minhas raízes suíça e colombiana com meu estilo italiano e algumas batidas eletrônicas.
Barba conceito grooming –
Espaço foca no mundo masculino 12
A Harry’s, que detêm a própria fábrica lâminas de barbear na Alemanha, é também uma barbearia conceito que vale a visita em
Nova York. O espaço tem serviços e produtos funcionais com preços camaradas. Um kit com lâminas e uma espuma de barbear custa a partir de US$ 15 (os itens também podem ser adquiridos online). Já o corte e a barba saem por US$ 75. Além disso, para além do grooming, a loja oferece itens que podem ser úteis no dia a dia, como caixa de ferramentas e capacetes. www.harrys.com
A The Last Bookstore tem obras de todo o tipo. Vá ao labirinto de livros no segundo andar. lastbookstore la.com
Jamais cair na rotina. Esse é um dos valores da Chilli Beans, presente em mil cidades no Brasil e em outros nove países. A gente concorda. Tanto que nos unimos a eles para produzir esta página com as dicas mais bacanas do que acontece no mundo agora!
fotos: divulgação; [a] acervo pessoal
Uma instalação inspirada em David Lynch em Tóquio e uma casa de café em Vancouver estão entre as nossas escolhas do mês
But first, coffee
cool people behind cool projects
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fábrica de entretenimento
Gian Martinez conta como transformou um site de batalha de vídeos em um precioso banco de dados para marcas criarem iniciativas com sucesso garantido Quando Gian Martinez, 32, decidiu que ia sair da direção criativa da Coca-Cola para fazer um site de batalha de vídeos, alertaram: “Você é um maluco”. Dois anos e meio e 1 milhão de usuários mensais depois, os céticos entenderam o que o empresário estava vendo. A criação da Winnin, curadoria coletiva de vídeos, surgiu em 2013 sob demanda da própria Coca, que buscava uma solução que tivesse apelo global e um produto do qual a empresa, além de investidora, pudesse se tornar cliente. A plataforma funciona assim: o usuá-
rio entra no site (winnin.com), define um tema para a competição, insere links dos vídeos que devem entrar na disputa e voilá. A votação fica aberta durante sete dias. Ao final, há uma lista rankeada por centenas de milhares de pessoas. Um dos exemplos mais recentes é o Bud MECAChallenge, promovido em parceria com o MECA. A batalha de clipes de bandas que terminou no último dia 27 culminou na escolha da atração (Senhor do Bonfim), que completa o line-up musical do MECAInhotim a ser realizado nos dias 5 e 6 de novembro.
A princípio, a proposta parece inofensiva. A ideia surgiu da constatação de que havia uma proliferação de conteúdo em canais como YouTube, Vimeo e Vevo, mas uma falta de uma direção sobre o que assistir. “O mundo de vídeos online é desafiador para marcas. A Winnin nos permite criar um banco de dados para entender o que o público quer ver para que, futuramente, seja possível desenvolver propriedade de entretenimento assertiva”, explica Gian. É um pouco o que a Netflix faz, ao usar informações dos usuários para criar
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séries de sucesso instantâneo como “Stranger Things”. O primeiro “House of Cards” da Winnin foi o Zuei Vlw Flw, criado para a Kuat. Movimentou 6 milhões e 700 mil votos e elegeu o Caracol Raivoso o youtuber brasileiro mais talentoso da nova geração. Durante o mês em que o embate ficou no ar, o canal foi um dos cinco que mais cresceu no mundo todo. Pulou de 210 mil para 1,1 milhão de inscritos, ficando atrás apenas de Adele e de Justin Bieber, segundo o site Socialblade.com. Em curto prazo, Gian garante que a empresa manterá o foco em reality games. “Tem muito o que criar ainda”, reflete. Mas a meta é ousada. “Devemos explorar outros formatos em alguns anos. O meu sonho é fazer a Pixar da internet, uma fábrica de entretenimento que só acerta”, conta. “Mas deixa isso mais para a frente.” Aguardamos.
entrevista: andré midani
em busca do uau! Convidado de honra do MECAInhotim, o poderoso chefão da música brasileira André Midani fala sobre machismo, renovação, letras surpreendentes e sua tese de que o futuro da MPB está na sensibilidade e na visão de mundo das mulheres compositoras. E revela o que ainda falta para isso acontecer
No fim dos anos 1950, quando Chuck Berry, Elvis Presley, Nina Simone e Thelonious Monk, entre tantos outros, dominavam o dial das rádios americanas com o rock e o jazz, o sírio André Midani começava a fazer história no Brasil. Não só a dele, que viria a se tornar um dos mais poderosos executivos da indústria fonográfica pelas próximas quatro décadas, mas também de toda uma geração de artistas nacionais — de
João Gilberto e o nascimento da bossa nova ao rock nacional dos anos 1980, com o surgimento de bandas como os Titãs, passando pelo tropicalismo de Caetano e Gil. Boa parte dessa brilhante trajetória foi registrada na polêmica e bem-sucedida autobiografia “Música, Ídolos e Poder: do Vinil ao Download”, lançada em 2008. No começo deste ano, a obra virou documentário dividido em cinco episódios no canal GNT.
Aos 83 anos, ele é o convidado de honra do MECAInhotim, nos dias 5 e 6 de novembro. Conduzirá um bate-papo para discutir a falta de surpresa na música brasileira atual. Com a participação especial de Maria Luiza Jobim, filha do grande maestro Tom Jobim, vai tentar encontrar o “uau!” nas letras dos novos artistas. O fator “uau!” é aquele capaz de causar surpresa, de emocionar e, consequentemente, elevar o artista a um novo nível de
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popularidade e importância, assim como aconteceu com, por exemplo, Gal Costa, Maria Bethânia, Chico Buarque, Elis Regina, Rita Lee e Jorge Ben (ainda sem o Jor), todos eles descobertos ou lapidados pelas mãos e ouvidos de Midani. Ele também vai expor sua tese de que o futuro da música popular brasileira está na sensibilidade e na visão de mundo das mulheres compositoras. E revelar o que ainda falta para isso acontecer. Uau!
fotos: acervo pessoal; [a] gilda midani; [b] Dan Behr/reprodução gnt. agradecimento especial: mini kerti/conspiração filmes
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Midani, obrigado por aceitar o nosso convite para participar do MECAInhotim. Estamos superfelizes. E a nossa primeira pergunta é: que fator surpresa é esse que você tanto diz sentir falta? Precisamos encontrar um novo grande letrista, alguém capaz de nos surpreender. A última grande compositora brasileira que poderia ter gerado um montão de filhotes foi a Cássia Eller. Chegou a hora de criar um ambiente favorável para que haja um novo movimento, assim como foi a bossa nova, o tropicalismo e o rock nacional dos anos 1980. Não apenas uma cantora, autora ou poetisa: mas várias, como foi a MPB como um todo. Isso não é um pouco cíclico? Hoje vivemos num universo mais “snackable”, superficial, e talvez esse cenário que você aponta seja o reflexo do momento em que estamos vivendo. Você tem razão, mas o meu problema não é com a falta de profundidade, e sim com a falta de surpresas. Concordo que a moçada consome conteúdo e músicas de uma maneira mais superficial, mas não é por isso que ela não possa surpreender. E isso não acontece só com a música, mas com as artes plásticas, com o teatro, com a televisão… E para onde vai a música brasileira, então? O futuro da música brasileira está na mulher. Não tenho a menor dúvida disso. Os meninos — não falo de homens, mas de meninos de 20 e poucos anos — não encontram mais espaço horizontal para o discurso deles. São as mulheres, portanto, que vão florescer.
Pelo contrário, se há tecnologia para ampliar os conhecimentos e as possibilidades antes restritos apenas a alguns sortudos, por que isso ainda não aconteceu? Hoje todo mundo é sua própria gravadora, todo mundo é crítico de música e todo mundo é o seu próprio veículo de comunicação... Exatamente. Então isso tem que ter um lado muito bom. Não podemos dizer que “é demais”, porque nunca é demais. Temos que ser positivos e resolver os problemas que foram criados pelo tempo que passa; temos que produzir coisas novas. Se não tomarmos cuidado, a tecnologia vai piorar o homem, em vez de nos melhorar. De que maneira você ouve música hoje em dia? De vez em quando eu ligo o Spotify. E ainda recebo disco de muita gente. Bem, mas isso é para o meu consumo pessoal, já que não participo muito das coisas que se faz hoje em dia.
E sem filtros… Exatamente. Por outro lado, essas meninas, de vez em quando, também poderiam falar de maneira mais profunda ou diversa. A mensagem é curta, grossa, eficaz e agressiva. Eu adoro. Mas, repito, falta o fator “uau!”. É disso que quero falar no MECAInhotim: da necessidade de deixar as pessoas em suspense. A palavra é “surpresa” — essa é a grande palavra deixada de lado na música brasileira atual.
portante, não. Até porque os artistas já tinham os seus talentos e eventualmente fariam sucesso comigo ou sem mim. Teria acontecido de outro jeito, talvez mais forte ou sei lá o quê, mas teria acontecido de qualquer maneira. Mas saber que um grupo de pensadores, jornalistas e entusiastas tem por mim algum carinho é gratificante, mas eu não quero ser visto como o grande salvador. Sou uma pessoa muito normal.
E como você se sente sendo convidado para falar em um festival independente e repleto de jovens que te têm como um ídolo? Um exagero. Falando francamente, não acho que eu deva ser mencionado como um personagem anormalmente im-
Qual a sua opinião sobre o MECAInhotim? Vocês são os representantes do futuro. É muito respeitável o crescimento do MECA, que começou pequeno e vem crescendo de forma orgânica e constante. Não é nada menos do que fantástico!
Não acha que no subúrbio, onde muitas jovens mulheres cantam versos sobre o estupro, o machismo e a dificuldade que é ser negra e pobre, pode surgir essa nova letrista capaz de nos surpreender? Lá tudo choca porque é tudo cru. É tudo preto no branco: “Eu quero foder”, elas dizem. E a gente acha que não pode falar assim, que é feio. O contexto é mais ou menos esse: o branco classe média vê a “ignorância” da favela, enquanto deveria se contentar que pelo menos tem alguém pensando, senão com a cabeça, pelo menos com o que tem no meio das pernas.
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Por quê? A mulher tem a chance de mostrar o seu ponto de vista sobre questões que foram abordadas durante anos pelos homens. A arte feminina pode ainda jogar luz sobre assuntos nunca antes trabalhados, mas que são de extrema importância para esse universo, como é o caso do estupro e da violência. Você também tem o erótico, o poema erótico, que não podem ficar somente nas mãos dos homens, porque o que o homem toca, nesse sentido, descamba para o pornográfico. A mulher tem uma sensibilidade diferente. Como homem do mercado musical tradicional, como você vê as mudanças nas questões de vendagem, formato e opções de entrega da música? Acha que ainda existe espaço para um executivo como você foi nas décadas passadas? Espaço sempre tem, até porque mudou tudo e não mudou nada. O que não mudou foi a importância artística da qual falávamos. O que mudou foi que, em vez de ter uma estação de rádio, um canal, uma revista e um crítico de música, hoje você tem milhões de meios diferentes para divulgar o seu produto. Talvez você não tenha um Midani para operar, mas você tem 50 mil meios independentes e abertos para o público escolher. Agora, evidentemente o sistema está em trânsito. O fato é que hoje você pode brincar na sua casa com o AutoTune, por exemplo, onde grava e faz tudo sozinho. Assim, a minha queixa é de não ter surpresas, sobretudo quando o acesso a informações e ferramentas se multiplicou para tanta gente. Não é para ser uma macaquice, um jogo de imitação.
“meu problema não é com a falta de profundidade, e sim com a falta de surpresas na música”
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4 1 – Com os Titãs, na ocasião da assinatura do contrato do primeiro disco da banda 2 – Com Muhammad Ali, de camisa preta 3 – Acompanhado de Elis Regina, com quem trabalharia até 1982, ano de sua morte 4 – Estilo navy, no verão do Rio de Janeiro 5 – Jantando em sua casa, na companhia de Gilberto Gil e Caetano Veloso, durante gravação do seu documentário para o GNT
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True Characters
Budweiser
and the winner is...
Rodrigo Bueno,
Mais de 200 mil votos mobilizaram o desafio Bud MECAChallenge, em que o público escolheu a última atração do line-up do MECAInhotim, a banda Senhor do Bonfim perfil –
“Estamos esperando o resultado há sete dias, desde que a competição começou”, diz Gustavo Álvares, da banda mineira Senhor do Bonfim. “Mas nas últimas horas ficamos grudados no computador atualizando a página da [plataforma] Winnin”, conta, rindo, o compositor. Ele falou com a gente pelo telefone no dia 27/10, minutos depois do encerramento do Bud MECAChallenge. A batalha de vídeos online definiu a última atração musical do MECAInhotim, a ser realizado nos dias 5 e 6 de novembro. Foram mais de 150 mil votos durante os sete dias de competição. Além de Gustavo, o grupo de Belo Horizonte é formado por Carlos Ferreira, Felipe Jawa, Gabriel Machado, Guilherme Gontijo, Sara Bittencourt Marcucci e Sidarta Riani Goulart. Eles abrem a programação de shows do domingo, às 14h15, com uma mistura que é reflexo das influências de cada um. Ou seja, da música clássica ao folk americano, passando por referências nacionais como Clube da Esquina. Além de tocar no palco principal, a banda recebeu um prêmio de R$ 5 mil para viabilizar a viagem, cervejas Bud para os ensaios durante um ano e uma diária de gravação em uma das maiores produtoras do país, A Voz do Brasil (leia abaixo). “A maior recompensa é tocar no mesmo evento que o Caetano”, diz Gustavo. “E o Inhotim é um lugar maravilhoso. Há uma integração entre a arte e o espaço que deixa a gente em outro estado de espírito. Estamos muito felizes.”
fotógrafo de moda, esteve em cartaz no Shopping Iguatemi com a mostra de retratos “Essência”, durante o SPFW.
Você começou fotografando bandas. Isso influencia o seu trabalho hoje? Sim. Direção de arte e iluminação de shows são sempre incríveis. Até hoje reparo nisso. Sempre pode acrescentar no meu trabalho. Um dos últimos que assisti e me impressionou bastante foi o do Arctic Monkeys.
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inteligência sonora
Produtora de áudio A Voz do Brasil se aproxima do universo artístico para se modernizar CULTURA –
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A Voz do Brasil está somando competências à sua vocação original. Requisitada por agências de publicidade para criar jingles e spots, especialmente nos anos 1990, a produtora de áudio têm se enveredado pelo mundo das artes desde julho. Neste período, o endereço foi cenário para um coquetel da Mostra Internacional de Cinema e de um evento para influenciadores (foto) da Budweiser antes do show do Aerosmith, por exemplo. A data coincide com a chegada de Alessandra Terpins à equipe. Responsável pela área de inovação e novos negócios, ela é filha de Tico Terpins (19521998), que ao lado de Zé Rodrix (19472009), ambos da banda Joelho de Porco, fundou o negócio em 1979. A moça trabalhou em galerias renomadas de São Paulo, como Fortes Vilaça, Nara Roesler e Luisa Strina, e, agora, quer modernizar a empresa da família. “Hoje, qualquer um produz áudio em um quarto de casa. Mas nós temos um know-how de inteligência sonora para trabalhar com tudo o que envolve áudio, de sound art a trilha sonora feita ao vivo”, diz. Fique de olho.
O que fotografa quando está off duty? Ao longo do dia observo a luz natural em situações diferentes, principalmente em casa ou em lugares a que vou sempre. Gosto desses momentos em que existe alguns minutos de uma luz “especial”.
Assim como a cerveja, que há mais de um século tem sua receita inalterada, a Bud acredita em pessoas autênticas, genuínas e que fazem as coisas do seu próprio jeito. Alguns desses exemplos estão nesta página!
fotos: divulgação; [a] mari caldas; [b] studiohoccus; [c] DIOGO NARITA
disputa acirrada na plataforma winnin definiu o vencedor nos minutos finais
Qual a diferença entre o backstage musical e o da moda? Na cena musical eu fotografava mais apresentações. Estava tudo pronto. Só entrava para registrar. Na área da moda é algo totalmente controlado. Tenho de pensar na luz que vou fazer, na direção da modelo e como uma foto vai se comportar do lado da outra.
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Karina Mota Diretora criativa —
Sócia-fundadora do grupo Chez e comunicadora das marcas Aesop, Basico.com, Chez Oscar, Chez Astro e Bar Secreto, Karina revela os itens que a fazem ser quem ela é!
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1. Cristal. “Meu lado telúrica!” 2. Camiseta branca ideal. “Da basico.com. Vale por um abraço.” 3. Conchas. “Pedaços de mar que deixo pela nossas casas em Paraty,
na Córsega...” 4. Mão articulada de madeira. “Exercício de observação para o meu projeto secreto de escultura.” 5. Lâmpadas. “Sempre quente e
amarela, nunca fria e branca. Para iluminar minhas noites”. 6. Coleção de fotos analógicas. “Uma maneira de ter meus amigos e família sempre me acompanhando.”
7. Passaporte. “Navegar é preciso.” 8. Produtos da Aesop. “Refrescantes.” 9. Bandeja Marimekko. “Enorme. Pra receber todo
mundo em casa.” 10. Frutas. “Nossas prediletas: maçã para o Seba; manga para mim.” 11. Escultura de formiga em madeira. “Achado em nossa última ida a Milagres, para
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reverenciar a arte brasileira.” 12. Água e leitura. “Para hidratar e alimentar corpo e mente.” 13. Tabi shoes Maison Martin Margiela. “Peça de arquivo de 1999.
Foi um presente da equipe de estilo da época em que trabalhei lá. Boas recordações!” 14. Weekend bag Centenary 21 da Globe-Trotter. “Para não parar em um só lugar.”
15. Tattoo de coração. “My hands and my heart will never be appart.” 16. Plantas Tropicais. “São do meu jardim. Prova de amor do Seba, que as planta pelo Brasil.”
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OUTRAS PALAVRAS 1. Raquel Wymann,
estilista e empresária — “Não tenho arrependimentos. Considero o cosmo perfeito. E mesmo que aconteçam coisas chatas, no futuro eu vou entender as razões.”
2. Pedro Valério,
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3. Felipe Solari, ator e apresentador — “Acredito que a felicidade esteja no retrocesso. Em uma vida sem redes sociais, convivendo e entendendo a natureza e o próximo.”
4. Malu Bortolini, modelo
— “Sou obcecada por novas experiências. No momento em que sinto a minha vida estável preciso bagunçar tudo para ver onde é que vai dar.”
fotos: ACERVO PESSOAL; [a] mari caldas
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empresário e DJ — “Converso, conecto, sonho e realizo. Carrego a bandeira do otimismo abusando da energia... enquanto a hérnia de disco permitir. ”
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Berlim é aqui. Revitalizando espaços de passagem, a arte de rua tem deixado a cidade mais cool e bonita. Eis nosso top 8 cruzeiro do sul – Nas colunas ao longo da avenida se destacam as criações de nomes como Ciro, Speto, Highgraff, Boleta e Minhau. Iniciado em 2011, o projeto Museu Aberto de Arte vai da estação Santana à Carandiru do metrô e, agora, ostenta gramado e ciclofaixas.
Túnel noite ilustrada – A ligação entre as avenidas Rebouças e Dr. Arnaldo foi revitalizada no encerramento do Mês da Cultura Independente deste ano. Setenta artistas, entre eles Bárbara Goy, Chivitz e Cranio, renovaram o mural de um quilômetro e meio de largura.
Hélio pellegrino x clodomiro amazonas – Finalizado em outubro, o mural do artista plástico João Velasco fica próximo à loja Ciclo Urbano. São 75 m² de estêncil e látex. “O trabalho mostra a dificuldade das pessoas em enxergar o outro”, diz.
vila mariana – Mag Magrela leva suas percepções sobre o feminino para o Sesc Vila Mariana, na 4ª edição do Latitudes. Uma reflexão sobre os sentimentos reprimidos, representados pelas águas que moram dentro dos cactos, estampa um mural até março de 2017.
minhocão – Um indivíduo “mumificado” por ruas é um dos grafites que mais chama atenção de quem passa tanto a pé quanto de carro pelo Minhocão. Com 64 m de altura e 25 m de largura, a obra é do argentino Tec, que vendeu o próprio carro para bancar a obra.
beco do batman – Já virou clichê, mas é difícil falar de arte de rua sem mencionar o espaço na Vila Madalena. Em 2016, o local que recebe intervenções desde os anos 1980 foi fechado para carros e teve a iluminação reforçada. Lá se encontram obras de Muretz e Prozak.
parque do ibirapuera – Cenas com traços realistas fundidos a figuras geométricas, marca registrada de Eduardo Kobra, retratam um casal de idosos, uma criança e um beijo apaixonado na marquise do parque. Os grafites são um presente para os 60 anos do espaço.
23 de maio – Em 2015 foi finalizada o que pode ser considerada uma gigantesca galeria de grafite a céu aberto na avenida. Os traços de artistas como Mundano e Ozi ocupam 70 muros entre a passarela Ciccilo Matarazzo e os arcos da praça dos Artesões Calabreses.
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Produzimos os eventos que a gente gostaria de ir. Geramos o conteĂşdo que a gente gostaria de consumir. ConstruĂmos os lugares que a gente gostaria de frequentar. Criamos os produtos que a gente gostaria de comprar. Investimos nos negĂłcios que a gente gostaria de participar. Aproximamos as pessoas com quem a gente gostaria de conviver. Conectamos as marcas que a gente gostaria de trabalhar. Simples assim. www.meca.love