TFG - CENTRO DE LAZER ITAQUERA by Leticia Medeiros

Universidade São Judas Tadeu Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação I

CENTRO DE LAZER ITAQUERA Cultura acessível na periferia da cidade de São Paulo

Orientanda: Letícia Medeiros Orientador: Eduardo Pizarro São Paulo | 2020

“[...] Comer, sentar, falar, andar, ficar sentado tomando um pouquinho de sol...A arquitetura não é somente uma utopia, mas um meio para alcançar certos resultados coletivos. Vejo a cultura como convívio, livre escolha, liberdade de encontros e reuniões. Gente de todas as idades, velhos, crianças, se dando bem. Todos juntos. [...]” - Lina Bo Bardi (apud OLIVEIRA, 2007, p.129)

1.INTRODUÇÃO ..................................................................................... 5 1.1 - Contexto ............................................................................................6 1.2 - Problemática e área de Intervenção ................................................ 10 1.3 - Objeto ................................................................................................12 1.4 - Objetivo ............................................................................................. 13 1.5 - Método...............................................................................................14

SUMÁRIO

2. EMBASAMENTO ................................................................................ 15 2.1 - O centro de lazer................................................................................16 2.2 - Distribuição dos equipamentos culturais......................................... 17 2.3 - A cultura e a segurança pública........................................................18 3. LEITURA TERRITORIAL ....................................................................... 21 3.1 - Evolução urbana ............................................................................... 24 3.2 - Topografia e hidrografia ................................................................... 27 3.3 - Hierarquia viária.................................................................................28 3.4 - Mobilidade urbana..............................................................................29 3.5 - Zoneamento ......................................................................................30 3.6 - Uso predominante do solo ................................................................31 3.7 - Densidade e vulnerabilidade............................................................. 32 3.8 - Cheios e vazios.................................................................................. 33 3.9 - Equipamentos ...................................................................................34 3.10 - Cadastro de áreas públicas ............................................................35 3.11 - Síntese ............................................................................................ 36 4. REFERÊNCIAS DE PROJETO ............................................................... 39 4.1 - Centro Cultural São Paulo................................................................. 40 4.2 - SESC 24 de Maio ...............................................................................44 4.3 - Centro de Lazer SESC Fábrica da Pompeia.........................................48 5. PROGRAMA ....................................................................................... 52 6. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS............................................................... 57 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 64

1. INTRODUÇÃO O

principal objetivo desse trabalho é salientar a importância

do equipamento público de cultura e lazer e seu papel para o desenvolvimento do indivíduo e do local onde está inserido. Esta ideia partiu de uma angústia pessoal, pois os anos em que estive imersa nos assuntos que o curso de Arquitetura e Urbanismo discutem, de fato transformaram a maneira como enxergo a cidade, principalmente os lugares que mais frequento e convivo. Diariamente me deparo com uma região que possui infraestrutura e considerável fluxo de pessoas, que em contraponto, possui poucas oportunidades para realização de atividades voltadas para cultura e lazer. Esta carência é uma realidade de diversos bairros periféricos da cidade de São Paulo, pois a maioria dos equipamentos ficam localizados na região central, logo, no presente trabalho, a problemática será abordada de maneira mais abrangente na escala da cidade, mas com enfoque voltado para o distrito de Itaquera. A proposta trata-se da inserção de um equipamento público voltado para a cultura e lazer no distrito de Itaquera localizado em um terreno próximo à estação de metrô e CPTM Corinthians-Itaquera. Atualmente o local possui uso voltado para estacionamento, tornando-o um espaço praticamente ocioso em uma região infraestruturada e de fácil acesso. Em relação à atualidade, em que a pandemia ocasionada pela disseminação da COVID-19 força o isolamento social em escala mundial, se torna mais evidente a importância e a falta que faz os espaços de convivência na cidade.

1.1 Contexto De acordo com o censo do IBGE (2010), a zona leste destaca-se como a região mais populosa da cidade de São Paulo contando com 4 milhões de habitantes, o equivalente a 35% da população da capital. O distrito de Itaquera é o décimo mais populoso da região, sendo habitado por 220.292 pessoas e delimitado pela subprefeitura de Itaquera, está localizado praticamente ao centro da zona leste.

Cidade de São Paulo Zona Leste

Zona Leste

Subprefeitura Itaquera

Subprefeitura Itaquera Distrito Itaquera

Distrito Itaquera

Ainda sobre a pesquisa de Origem e Destino (2017), aponta a predominância de uso do modo de transporte O distrito de Itaquera teve seu processo histórico marcado pela instalação das linhas férreas no século XIX, em parte de seu território foi instalada a chamada Estrada de Ferro Central do Brasil que estabelecia ligação entre São Paulo, Vale do Paraíba e Rio de Janeiro e, tal implantação estimulou o desenvolvimento urbano próximo à parada ferroviária. Em meados do século XX identificou-se atividades agrícolas, de pedreiras e olarias, entretanto não houve significativa atração de indústrias, o que caracterizou a região como bairro dormitório, pois abrigava a população operária empregada em outras áreas da cidade. (RAMALHOSO, 2013)

pelos meios de transporte, visto que, em sua maioria, realizam um deslocamento diário em direção ao centro da cidade, pois este, de acordo com a Pesquisa Origem e Destino (2017), dispõe de considerável de

oportunidades

empregatícias.

Além da oferta de empregos, o centro de São Paulo também abriga maior concentração de equipamentos, notadamente aqueles voltados para desenvolvimento cultural.

Região Metropolitana de São Paulo e ressalta sobre o peso do Município de São Paulo para o percentual. A pesquisa também apresenta para o período entre 2007 e 2017 o crescimento em 53% do uso de metrô e trem, devido aos investimentos realizados na rede que possibilitaram novas relações com os demais modais, portanto, as áreas próximas às as estações possuem significativo potencial de desenvolvimento. No distrito de Itaquera, há uma centralidade no principal eixo de transporte da região, é cortado pela Radial Leste que liga a zona leste ao centro, abriga a estação CPTM e estação terminal do metrô

Atualmente, os moradores permanecem atraídos

concentração

coletivo (54,1%) em relação ao individual (45,9%) na

Corinthians-Itaquera, que possui acesso integrado ao terminal urbano, Poupatempo e ao Shopping Metrô Itaquera. Ainda nas proximidades, há os centros estudantis ETEC e Fatec, além da Arena Corinthians, inaugurada em 2014, e que sediou no mesmo ano a abertura da Copa do Mundo, gerando expectativa de valorização e crescimento para a região. De acordo com o Caderno de Propostas dos Planos Regionais das Subprefeituras (Prefeitura de São Paulo, 2016), este território que apresenta centralidade em relação a disposição de equipamentos urbanos e serviços é de alta atratividade populacional e atende a zona leste e a Região Metropolitana de São Paulo como um todo.

Área de Intervenção

Fonte: Ronaldo Santos, 2019

1.2. Problemática e área de intervenção Em

contrapartida à infraestrutura existente no entorno da

estação de metrô e CPTM Corinthians-Itaquera, verifica-se a escassez de espaços voltados para cultura, lazer e convivência. O Sesc Itaquera e o Parque do Carmo, que são de grande potencial para desenvolvimento de tais atividades, ficam localizados a 7 quilômetros e 5 quilômetros, respectivamente, em relação ao eixo de transporte por trilhos, o que dificulta o acesso para quem utiliza primordialmente este meio de locomoção.

Metropolitanos (STM) no ano de 2017, o fluxo médio diário na estação Corinthians-Itaquera foi de 102.900 usuários para embarque e transferência no metrô e 39.668 apenas para embarque na CPTM, ocupando assim a oitava e décima posições respectivamente, em relação ao fluxo mais intenso na região metropolitana de São Paulo. Além do intenso fluxo de passagem motivado pelo eixo de transporte, equipamentos e serviços, identifica-se também um público que se instala aos arredores de maneira informal, moradores de rua, pedintes, ambulantes, usuários de drogas havendo

dentre

estes,

considerável

número

crianças e jovens. Portanto, a proposta deste trabalho baseiase na

instalação de um equipamento público voltado ao

desenvolvimento cultural para oferecer apoio as milhares de pessoas que circulam na estação diariamente, as que encontramse em estado de vulnerabilidade social nas proximidades e as que habitam no entorno.

terreno para proposta de intervenção que está classificado pelo Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo (2014) como ZEU (Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana),

tal

classificação

zona

visa

incentivar maior aproveitamento do solo nas áreas próximas a rede de transporte coletivo, bem como o adensamento construtivo, para oferta de habitação e equipamentos urbanos, como alternativa de estreitar as distâncias entre infraestrutura de serviços, empregos e moradia.

A área do terreno é cadastrada

como pública, cedida para expansão do

De acordo com dados divulgados da Secretaria dos Transportes

ilícitas,

Dentro deste contexto, foi selecionado um

estacionamento da Arena Corinthians, não há construções e estruturas fixas, configura-se como uso subutilizado em um território com considerável infraestrutura urbana, para casos como este, o PDE estabelece instrumentos em relação a função social da propriedade de maneira a combater a ociosidade dos imóveis. Em

2012,

Desenvolvimento

Secretaria Urbano

Municipal de

São

Paulo

(SMDU) disponibilizou o material referente ao

planejamento

urbanístico

denominado

“Polo Institucional Itaquera” com o objetivo de fomentar o desenvolvimento econômico e cultural da região. No terreno selecionado para a proposta de intervenção haviam sido previstos um Centro de Convenções e Eventos e um Fórum, que permaneceram apenas nos estudos preliminares.

Entre os diversos equipamentos previstos, foram

O Caderno de Propostas dos Planos

executados apenas a Arena Corinthians e as unidades

Regionais das Subprefeituras (Prefeitura

estudantis Fatec e Etec.

São

Paulo,

2016),

estabelece

objetivos para o Polo Institucional O portal de notícias Desenvolve Itaquera publicou em

da Subprefeitura de Itaquera, dentre

junho de 2019 a resposta da SMDU em relação ao

eles estão a melhoria da segurança

projeto, na qual informam que estão estudando as

pública, atendimento à demanda de

ações necessárias para o desenvolvimento econômico

equipamentos públicos voltado à cultura

de cada região do município e que os parques

e de espaços livres públicos, de lazer e

tecnológicos serão equipamentos analisados para o

de esporte.

desenvolvimento local.

Proposta para o Polo Instituicional e Tecnológico de Itaquera - Fonte: SMDU, 2020

1.3 Objeto O objeto de projeto é um equipamento público de uso cultural e esportivo inserido no distrito de Itaquera em terreno localizado próximo à estação de trem e metrô Corinthians-Itaquera. Este terreno não atende à função social da propriedade de acordo com o Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo (2014), tal situação ocorre também em outros territórios periféricos da cidade de São Paulo, que apresentam carências e potencialidades infraestruturais. Como maneira de potencializar o aproveitamento do terreno sem prejudicar o atual uso, é considerado no programa um estacionamento voltado para a Arena Corinthians.

1.4 Objetivo O objetivo é atribuir um uso efetivo para o terreno proposto de acordo

com a Função Social da Propriedade (PDE, 2014),

levando em consideração as necessidades das pessoas que residem e circulam no entorno. A proposta baseia-se na inserção de um equipamento público que atenda atividades culturais, de esporte e lazer, a partir de uma programação abrangente e inclusiva. Desta forma, trata-se da intenção de redesenho do espaço para promover o uso de maneira leve e espontânea, possibilitar encontros e a convivência sem discriminações, para pessoas de diversas faixas etárias e classes sociais.

1.5 Método O desenvolvimento deste trabalho é fundamentado a partir de referências teóricas relacionadas ao tema e nos levantamentos de dados e bases que demostram a problemática existente no território urbano selecionado. Tendo

vista

entendimento

das

fragilidades

potencialidades do local, será desenvolvido o programa arquitetônico a partir da análise de referências projetuais, levando também em consideração a maneira em que cada projeto enfrenta seu contexto local. A partir do discurso analítico relacionado a imagens e diagramas, teremos o embasamento necessário para estabelecimento de premissas, diretrizes e estratégias que conduzirão ao desenvolvimento do projeto ao longo do TFG II.

2. Embasamento

2.1 O centro de lazer Os

equipamentos

culturais

são

espaços

estruturadores do meio urbano, pois possuem a capacidade de promover o desenvolvimento social onde estão inseridos, através de atividades voltadas à cultura e à arte. Estes espaços edificados proporcionam encontros entre artistas, públicos e obras, que além de desenvolverem diferentes atividades artísticas, colaboram para a expressão, podendo ser de caráter identitário pessoal e territorial:

entre artistas, técnicos do espetáculo e gestores; entre artistas e artistas; entre artistas e pensadores; entre artistas e público; entre público e obra e, finalmente, entre todos estes e a cidade em si. [...] Na perspectiva do público, oferecem oportunidades de fruição, aprendizado de práticas artísticas e, em alguns casos, espaço para expressões identitárias, sensibilidades

podem propiciar um espaço gerador de reflexões pessoais e coletivas, que de certo modo, impactam nas relações interpessoais, na comunicação e no convívio na cidade. A proposta de intervenção deste trabalho trata-se de

“O equipamento cultural é um ponto de encontro

mobilizando

A partir destes encontros e práticas, os equipamentos

promovendo

experiências relacionadas à dimensão simbólica e estética.” (SANTOS; DAVEL, 2017, p. 5)

um equipamento público que incentive as atividades descritas, mas como articulado pela Lina Bo Bardi para o programa do Sesc Pompeia, na substituição do título de “Centro Cultural e Desportivo” para “Centro de Lazer”, pois o termo cultural implica no peso da produção de cultura por decreto, podendo inibir a expressividade, e enquanto ao termo desportivo, provém de um significado de disputa e competição. (FERRAZ, 2008). Desta forma, a proposta do Centro de Lazer Itaquera é pautada neste embasamento, como modo de promover o desenvolvimento cultural sem predeterminações, mas de uma forma mais leve, divertida e espontânea.

2.2 Distribuição de equipamentos culturais A distribuição dos equipamentos culturais públicos e privados na cidade de São Paulo, não acompanha o crescimento urbano, pois há uma concentração no centro da metrópole. (BOTELHO, 2003). É possível estabelecer também uma relação da distribuição dos equipamentos no território com a faixa de renda: “No Município de São Paulo, há uma grande concentração dos equipamentos culturais no centro da cidade e nos distritos onde reside a população de alta e média rendas (com recursos suficientes para alimentar o mercado cultural). Os distritos onde a maioria dos residentes é de baixa renda são desprovidos de equipamentos culturais, ou os têm em proporção muito reduzida.” (CAIADO, 2001, p.65).

A Prefeitura de São Paulo em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) e a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) realizaram uma consultoria em 2016 para verificação das condicionantes do déficit de equipamentos culturais na cidades e estabeleceram diretrizes para atendimento da demanda, além disto, foi levado em consideração a articulação de gestão compartilhada, como modo de

Distribuição dos equipamentos culturais públicos (Número total de equipamentos culturais públicos / População total *100000) Fonte: Indicativo da Rede Nossa São Paulo, 2017.

viabilização em relação aos custos.

2.3 A cultura e a segurança pública A passarela que estabelece ligação entre a estação de metrô e CPTM Corinthians-Itaquera e a região sul de seu entorno tem potencial para permitir travessia mais segura sobre a Avenida Radial Leste, mas atualmente enfrenta alguns conflitos, pois nos períodos de fluxo baixo as escadas ou até mesmo o acesso principal da passarela permanecem fechados. O Portal Desenvolve Itaquera publicou em março de 2018 nota sobre os elevadores que foram instalados na passarela no mesmo período da obra de ampliação do Terminal Urbano Itaquera, realizado previamente a Copa do Mundo de 2014, e que foram desativados poucos meses após o fim do campeonato

Escada anexa a passarela com acesso fechado Fonte: Portal Desenvolve Itaquera, 2018

mundial. Os elevadores foram alvos de vandalismo e encontramse deteriorados, restando apenas a estrutura. É apontado que o reparo será realizado pela SPObras após a finalização da ampliação do terminal que está previsto para 2021. Fato é que nos dias de jogos na Arena Corinthians há um impacto considerável de fluxos na estação e seu entorno, mas em dias em que não há estes eventos, o fluxo de pedestres para atravessar a passarela em direção a Fatec e a Arena é menos intenso, devido a isto, é notável a apropriação do espaço por moradores de rua e usuários de drogas. O Portal Notícias de Itaquera informaem maio de 2018 que o fechamento da passarela em horários específicos faz parte das medidas da operação de combate a falta de segurança e consumo de drogas na passarela.

Elevador anexo a passarela deteriorado Fonte: Vivian Reis | Portal G1, 2018

O Portal G1 publicou em junho de 2018 um artigo sobre o impacto da Arena Corinthians no território em que foi

Espaço no estacionamento da Arena Corinthians sendo utilizado como mirante pelos jovens da região Fonte: Vivian Reis | Portal G1, 2018

inserida, o qual destaca que o mercado imobiliário foi valorizado e o leito carroçável melhorado a partir da criação de novas vias e conexões, mas em relação segurança e a aridez do bairro pouco foi modificado. De acordo com dados levantados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), no mesmo período, a vigilância e a movimentação policial aumentaram as vésperas da Copa do Mundo, no entanto tornaram a diminuir após o evento. Além disto, as

Diante deste contexto, parte do estacionamento da Arena, da qual este trabalho trata como área de intervenção, é atualmente utilizado por Jovens e moradores da região como mirante e para prática de outras atividades como crianças que andam de patins e bicicleta no local.

exigências da FIFA para os estacionamentos agravaram a aridez do local, com os extensos estacionamentos somado à escassez de praças e trajetos para os pedestres.

A cultura pode ser utilizada em combate a violência, pois contribui para a redução da criminalidade por meio do engajamento social no direcionamento de crianças e jovens, afastando-os da ociosidade e aproximandoos de novas perspectivas, para que não entrem no caminho da criminalidade e das drogas, além disto, para aqueles que já tenham praticado, atua como forma de ressocialização e reintegração na sociedade. A inserção do equipamento cultural na área de intervenção proposta, dispõe de potencial para aumentar a segurança pública do entorno através da ativação da passarela, motivando o fluxo de pedestres em direção ao equipamento e no desenvolvimento cultural que impacta na construção do indivíduo, influencia na conduta e nas relações sociais. Além disto, propõe a potencialização do uso que já praticado pelos moradores da região, perante atividades voltadas para o entretenimento e lazer.

3. LEITURA TERRITORIAL

Este capítulo compreende a separação e sobreposição de dados, camadas, bases e mapas, para leitura da área de intervenção e seu entorno. As temáticas são: evolução urbana, topografia e

hidrografia,

hierarquia

viária,

mobilidade

urbana,

uso

predominante do solo, densidade demógrafia e vulerabilidade social, cheios e vazios, identificação dos equipamentos do entorno e das áreas cadastradas como públicas.

Distrito Itaquera

Recorte de análise

Área de intervenção

500m

3.1 Evolução Urbana

Estacionamento 500m

Leito ferroviário Estrada de Ferro Central do Brasil Sara Brasil, 1930

500m

Fonte: Geosampa

Estacionamento 500m

Antiga Pedreira Empreendimento Privado Vegetação, 1988

Fonte: Geosampa

500m

Estacionamento

Poupatempo Estação Metrô/CPTM Corinthians-Itaquera

500m

Pátio do Metro 500m

500m

Mapa aéreo, 2004 Fonte: Google Earth

Av. Nova Radial Leste Shopping Metro Itaquera

Estacionamento

Glebas Públicas PMSP/COHAB

500m

Gleba PMSP cedida para E. C. Corinthians 500m

Mapa aéreo, 2009

500m 500 m

Fonte: Google Earth

Legenda Legenda Mapa aéreo, 2019 | Fonte: Google earth Legenda Arena Corinthians Av. Legenda Nova Mapa aéreo,Radial 2019 |Leste Fonte: Google earth Shopping Metrô PMSP/COHAB Topografia (Curvas de NívelGleba - 1m)pública Arena Corinthians Av. Nova Radial Itaquera Leste Poupatempo LinearPMSP/COHAB Rio Verde Corpos d’água aflorados Parque Shopping Metrô Itaquera Gleba pública Estação Metrô/CPTM Corpos d’água tamponados FATEC Poupatempo Parque Linear Rio Verde Área de intervenção Pátio do Metrô Estação Metrô/CPTM

Pátio do Metrô

Empreendimento privado FATEC Área de intervenção Empreendimento privado Área de intervenção

3.2 Topografia e hidrografia

Legenda LegendaLegenda Legenda Topografia (Curvas de Nível - 1m) Legenda Legenda Corpos d’água aflorados (Curvas Topografia (Curvas de de Nível Nível -- 1m) 1m) Corpos Topografia d’água tamponados d’água Corpos d’água aflorados aflorados Área deCorpos intervenção Corpos Corpos d’água d’água tamponados tamponados Área Área de de intervenção intervenção

3.4 Hierarquia viária

LegendaLegenda Legenda Estacionamento Estacionamento ViaLegenda arterial Topografia (Curvas de Nível - 1m) Via arterial Via coletora d’água aflorados Via coletora Área deCorpos intervenção Corpos tamponados Área d’água de intervenção Área de intervenção

3.3 Mobilidade urbana

Trilho

M Trilho da

da CPT

CPTM

etrô

Trilho

M trô lho do do Me Tri

do Pátio

Metrô Pátio

etrô

do M

Legenda LegendaLegenda Estação Metrô/CPTM Nova Radial Leste Estação Metrô/CPTM Nova Radial Leste Terminal Urbano Antiga Radial Leste Legenda Terminal Urbano Antiga Radial Leste Ponto de ônibus Topografia - 1m)Ciclofaixa Ponto de ônibus (Curvas de Nível Ciclofaixa Área de intervenção Corpos d’água aflorados Área de intervenção Corpos d’água tamponados Área de intervenção

3.5 Zoneamento

LegendaLegenda Legenda ZOE ZC ZOE ZC ZEULegenda ZEIS - 1 ZEU ZEIS - 1 ZEUP Topografia (Curvas ZEIS de - 3Nível - 1m) ZEUP ZEIS - 3 Corpos d’água ZEIS aflorados ZM -5 ZM ZEIS - 5 Corpos d’água Área tamponados Áreas verdes de intervenção Áreas verdes Área de intervenção Área de intervenção

3.6 Uso predominante do solo

LegendaLegenda Legenda Residencial horizontal horizontal Residencial

Resid. Resid.eecomér./serviços comér./serviços

Legenda vertical Residencial vertical Resid. Residencial Resid.eeindúst./armazéns indúst./armazéns Topografia (Curvas de Nível 1m) Comércio e e serviços serviços Sem Comércio Sempredominâncias predominâncias Corpos d’água afloradosÁrea Equipamentos públicos Áreade deintervenção intervenção Equipamentos públicos Corpos d’água tamponados Área de intervenção

3.7 Densidade e vulnerabilidade

LegendaLegenda Legenda Censo demográfico Índice Paulista Vulnerabilidade Social Social Censo demográfico Índice de Paulista de Vulnerabilidade IBGE - 2010 (hab/ha) IPVS - 2010 IBGE - 2010 (hab/ha) IPVS - 2010 Legenda Até 92 Até 92 Vulnerabilidade alta | Favela Vulnerabilidade alta | Favela Topografia (Curvas de Nível - 1m) 92 - 146 92 - 146 Vulnerabilidade média Corpos d’água aflorados Vulnerabilidade média 146 - 207146 - 207 Área de intervenção Área de intervenção Corpos d’água tamponados 207 - 351207 - 351 Área de intervenção 351 - 30246 351 - 30246

3.8 Cheios e vazios

LegendaLegenda Construções Legenda Legenda Área de intervenção Construções Topografia (Curvas de Nível - 1m) Área de intervenção Corpos d’água aflorados Corpos d’água tamponados Área de intervenção

3.9 Equipamentos

LegendaLegenda Legenda Cultura Cultura Legenda Educação Educação EsporteTopografia (Curvas de Nível - 1m) Esporte Saúde Corpos d’água aflorados Saúde d’água tamponados Área deCorpos intervenção Área de intervenção Área de intervenção

3.10 Cadastro de áreas públicas

LegendaLegenda Legenda Área pública com cadastro ativo Área pública com cadastro ativo Legenda Área pública cedida

(Curvas de Nível - 1m) Área pública cedida Área deTopografia intervenção Áread’água de intervenção Corpos aflorados

Corpos d’água tamponados Área de intervenção

3.11 Síntese A análise territorial deste capítulo foi realizada com base

Devido à topografia acentuada, a área central do

nas imagens de satélite do Google Earth e dos mapas e

recorte foi a última a ser ocupada, sendo nesta

camadas disponibilizados no Geosampa, a sobreposição

onde estão dispostos os principais equipamentos

de camadas permitiu a leitura de diferentes temas e

de serviço. Entretanto, no levantamento de cheios

assuntos, desta forma, possibilitou a compreensão das

e vazios, verifica-se que apesar da infraestrutura

fragilidades e potencialidades do recorte selecionado,

existente, ainda há uma extensa área vazia, que em

para em seguida tratar das definições do programa, das

suma, é ocupada por estacionamentos térreos e

diretrizes e estratégias de projeto.

descobertos.

A leitura iniciada pela evolução urbana, em 1930, já

O córrego do Rio Verde ao longo de seu percurso é

havia sido instalada a Estrada de Ferro Central do Brasil,

totalmente exposto, apenas seus afluentes foram

e nas proximidades, havia uma singela malha viária.

tamponados. Em parte do trecho do córrego está

Em comparativo ao mapa de 1988, percebe-se que o

o Parque Linear do Rio Verde, no trecho restante,

adensamento populacional foi intensificado no entorno

a Favela da Paz acompanha o curso do córrego,

da linha férrea e a presença da pedreira representa um

instalada em área de risco de alagamento.

dos principais meios de produção da região. Tal território

apresentava também produção agrícola, entretanto,

Em relação ao eixo de transporte, o entorno da área

esta não atraiu significativos polos industriais, o que

de intervenção é contemplado pela estação de metrô

contribuiu para que atualmenteo bairro seja caracterizado

e CPTM Corinthians-Itaquera, pelo Terminal Urbano

como dormitório, visto que a maioria dos moradores

Itaquera e onde antes estava instalada a linha férrea

precisam se deslocar em direção ao centro, pois é onde

da Estrada de Ferro Central do Brasil, agora abriga

estão concentrados as oportunidades de emprego e

a avenida Nova Radial leste, que liga a zona leste ao

equipamentos voltados para atividades de cultura e lazer.

centro da cidade.

Na verificação da classificação de zoneamento para

No entorno da área de intervenção há a predominância

a região estabelecido pelo PDE (2014), fica evidente

de equipamentos voltados à educação, tal fato

a predominância de duas classificações, a ZEU (Zona

somado a escassez de áreas públicas e de lazer, torna

Eixo de Estruturação Urbana) que visa incentivar maior

clara a necessidade da inserção de equipamento

aproveitamento das áreas que estão próximas aos eixos

cultural associado às áreas livres. Para tanto, foi

de transporte coletivo e a ZM (Zona Mista), que tem como

selecionado um terreno que tem cadastro público

principal finalidade proporcionar a diversificação dos

ativo, cedido para a Arena Corinthians que o utiliza

usos. O território analisado tem uso predominantemente

como estacionamento. O terreno ao lado que dispõe

residencial, tornando clara a importância de estratégias

da mesma condição de cadastro público ativo não

que visam o desenvolvimento econômico, e atração de

foi selecionado, pois é uma área cedida para o SESI/

polos de empregos e de serviços para atender a população

SENAI que está associado ao parque tecnológico da

residente.

zona leste.

Diante desta densa ocupação habitacional e da alta

O corte transversal abaixo, da esquerda para a direita,

densidade demográfica, há consideráveis perímetros

corta o pátio do metrô, o terreno, e por último a estação

classificados como média e alta vulnerabilidade social

de trem e CPTM corinthians Itaquera e o Terminal de

de acordo com o IPVS (Índice Paulista de Vulnerabilidade

ônibus Itaquera, localizado a baixo das plataformas de

Social), o indicativo relaciona as dimensões demográficas

embarque das linhas férreas. Em relação inclinação da

e socioeconômicas,

levando em consideração as

área de intervenção, entre o terreno e a praça existente

condições de vida da população, tratando de dados como

são 18 metrôs de desnível, e entre esta última e a

renda, inserção no mercado de trabalho, escolaridade,

Avenida radial leste são 8 metrôs de desnível. Torna

saúde, acesso aos serviços prestados pelo Estado e

evidente a problemática existente para transpor a

oportunidades na mobilidade social.

quadra, visto que é composta por dois grandes taludes

Legenda Área de intervenção, incluindo a praça existente - 58.340,69m² Terreno ocupado pelo estacionamento da Arena Corinthians - 40.983,78m²

4. REFERÊNCIAS DE PROJETO

4.1 Centro Cultural São Paulo

Ilustração Daniloz [Arkitektur Museum der TUM]

Ficha Técnica

A volumetria do edifício evita a monumentalidade e integra-se ao entorno de maneira análoga, pois o

Local: Paraíso - SP

gabarito é baixo, os quatro pavimentos são encaixados

Ano do projeto: 1979

no desnível de 11 metros que se dá de uma rua a

Área do terreno: 21.000m²

outra, além disto, os materiais como o concreto, o aço

Área construída: 46.500m²

e o vidro misturam-se com a paisagem verde.

Escritório: Eurico Prado Lopes e Luiz Telles A princípio, a intenção era criar uma unidade de extensão da biblioteca Mário de Andrade, mas o programa foi adaptado para abrigar também salas de espetáculo, cinema, espaços expositivos, áreas livres e de estudo. Portando, o programa dispõe de espaços em que parte das atividades são determinadas pela instituição, e a outra parte, bem como os voltados para convivência, as generosas circulações e os jardins, são de livre apropriação do público. (CENNI, 1991) O eixo de circulação é horizontal, linear e centralizado na volumetria do edifício. No total são seis acessos para pedestres, sendo um voltado para estação do metrô, outro para a Avenida Vinte e Três de maio, e Av. 23 de Maio

R. Vergueiro

Diagrama de implantação do CCSP Fonte: Google Earth, 2019. Editado pela autora.

quatro acessos direcionados à Rua Vergueiro. Estes acessos se conectam de maneira fluída, permitindo que o meio urbano se estenda para o interior do edifício, como uma “rua interna” e abriga atividades desenvolvidas em calçadas, ruas e praças. Tendo como ponto de partida o acesso principal

O Centro Cultural São Paulo (CCSP) fica localizado em

próximo ao metrô, o trajeto interno é guiado até as

um ponto estratégico da cidade, pois está próximo

rampas que ligam os andares, optando pelo acesso

à estação de metrô Vergueiro e entre duas vias

rampado direcionado para a cota abaixo, é a escolha

principais, a Avenida Vinte e Três de Maio e a Rua

de um mergulho gradativo no silêncio da biblioteca,

Vergueiro. O equipamento foi inserido em território

optando acesso rampado em direção ao pavimento

público, no vazio urbano deixado pelas obras da linha

acima depara-se com a área de exposições que se

azul do metrô.

mistura com a paisagem verde ao fundo.

Corte esquemático

No CCSP, a permeabilidade somada a flexibilidade dos usos torna o espaço democrático, diversas atividades acontecem mutuamente, os vazios e espaços livres

Rua Vergueiro

Avenida 23 de maio

permitem que as pessoas se apropriem do espaço de maneira espontânea, desta forma, o espaço pode ser entendido em contínua transformação, pois a obra inacabada é completada pelas necessidades existentes no instante presente. **Diagramas produzidos pela autora com base na Cartografia de Usos organizada pelo SIAA para a 11ª Bienal de Arquitetura.

Acessos

Programa

rua interna Rua Vergueiro

rampas 00

acessos

01SS

Avenida 23 de maio

02SS

rua interna

jardim

biblioteca

rampas

salas

oficina

acessos

convivência

acervo

exposição

admnistração

4.2 SESC 24 de Maio

Ilustração Daniloz [Arkitektur Museum der TUM]

Ficha Técnica

A proposta de projeto parte da ocupação do edifício sede da antiga Mesbla, então reformada para

Local: República - SP

abrigar o novo programa. A volumetria do edifício

Ano do projeto: 2017

é verticalizada, assim como no entorno, mas a nova

Área do terreno: 2.203m²

tecnologia dos materiais atribuída a fachada contrasta

Área construída: 27.865m²

com a materialidade dos edifícios do entorno. Em

Escritório: Paulo Mendes da Rocha e MMBB

contraponto, a “pele” de vidro também cria uma relação de proximidade com o entorno existente, do ponto de vista externo, espelha o centro histórico, e do ponto de vista interno, o fechamento é translúcido, permitindo a percepção e observação das proximidades.

O programa é dividido em quatro setores: piscina, M

esportivo,

cultural

convivência.

térreo

convidativo, nomeado como “Praça do Sesc”, permite que os pedestres o cruzem de uma rua a outra. É uma área livre para circulação com mobiliários que também

é os

s rro

.J .D

permitem a permanência. É atribuído ao restaurante um caráter público, desta forma, foi posicionado mais próximo ao térreo para facilitar o acesso. Acima do restaurante está a Praça de convivência, o uso é livre, não há divisórias, as

Diagrama de implantação do Sesc 24 de Maio Fonte: Google Earth, 2019. Editado pela autora.

atividades acontecem mutuamente, permite que pessoas estudem, dancem ou apenas participem dos shows e contações de histórias, tudo ao mesmo tempo e no mesmo espaço.

O Sesc 24 de Maio está inserido no centro histórico

O jardim da piscina no décimo primeiro pavimento

da cidade de São Paulo, localizado a 700m da estação

abriga um café e espelho d´água. E, este andar

do metrô República e entre as ruas Vinte quatro de

permite a contemplação da cidade, o que também é

Maio e Dom José de Barros, sendo a segunda, uma

possível no mirante da cobertura. No jardim da piscina

via pedestrializada. O entorno é movimentado devido

e na Praça de Convivência a vedação da fachada é

a concentração de atividades voltadas para o serviço

interrompida, desta forma, funcionam como jardins

e comércio.

suspensos e/ou praças cobertas.

Pavimentos de uso coletivo

Em relação à circulação, os andares podem ser acessados através dos elevadores, escadas de emergência ou pelas rampas, a última alternativa mencionada, permite a visualização e observação das atividades que estão ocorrendo no edifício, pode ser considerada como uma área de encontro e de

Jardim da piscina

convivência, pois estabelece uma ligação fluída dos pavimentos no eixo vertical. **Os desenhos editado e as informações desta seção, foram extraídos do site do escritório MMBB Arquitetos.

Acessos

Convivência

rampas elevadores Restaurante

Programa

Térreo

4.2 Centro de Lazer SESC Fábrica da Pompeia

Ilustração Daniloz [Arkitektur Museum der TUM]

Ficha Técnica

A partir da adequação da antiga fábrica de tambores para abrigar o novo programa, o projeto ressignifica

Local: Água Branca - SP

o lugar, conservando a memória e a preexistência.

Ano do projeto: 1986

Antes mesmo da obra, O SESC já organizava atividades

Área do terreno: 16.573m²

relacionadas a cultura e ao lazer nos galpões da antiga

Área construída: 23.571m²

fábrica, logo, a intenção do programa foi amplificar as

Escritório: Lina Bo Bardi

atividades que já ocorriam no local. (FERRAZ, 2008) A volumetria do Centro de Lazer é composta pelos galpões adaptados e pelas três torres que foram adicionadas, sendo estas, dois blocos esportivos e a caixa d’água. A torre maior, em relação à largura, é composta por cinco pavimentos com pé direito

om Av .P

Rua Clélia

pe ia

duplo, pois abriga as quadras e piscinas. A torre menor em largura, mas um pouco maior em sua altura final, por sua vez, dispõe de onze pavimentos, onde estão ditribuídos os vestiários, as salas de ginástica, salas de dança e o núcleo de circulação vertical, ou seja, oferece apoio a torre maior. As duas torres são conectadas através de passarelas. Os galpões abrigam a área de convivência, o teatro, os ateliês e a área de atendimento, são conectados Diagrama de implantação do Sesc 24 de Maio Fonte: Google Earth, 2019. Editado pela autora.

através de um eixo central de circulação, partindo da calçada, adentra o equipamento como uma “rua interna”, que segue para a área livre do deck, e em seguida até as torres do bloco esportivo.

O Centro de Lazer SESC Fábrica da Pompeia, conhecido

A área de convivência une as exposições, as atividades

popularmente como SESC Pompeia está situado entre

recreativas para crianças, a biblioteca, a lareira e o

a Rua Clélia e a Avenida Pompeia, na zona oeste de

espelho d’água, em um único e amplo espaço, logo

São Paulo, a cerca de 2 quilômetros de distância da

em frente está

estação do metrô e CPTM Palmeiras-Barra Funda.

funciona como choperia, onde ocorrem os shows.

o restaurante, que durante a noite

A área do Deck é como uma praça interna entre os galpões e as novas torres do bloco esportivo.

Acessos

A relação entre projeto e programa tem caráter popular, ou seja, visa ser acessível e atender os mais diversos públicos através do prolongamento do meio urbano, como a rua e a praça. A obra também instiga o desenvolvimento cultural de maneira coletiva e espontânea, quando por exemplo, são unidos diversos usos em um único espaço de convivência. Deck Rua interna

**Diagrama da distribuição do programa divulgado pelo Conselho Técnico da Escola da Cidade, 2017.

Uso coletivo

Programa

5. PROGRAMA

Programa SESC Itaquera Para definição do programa do Centro de Lazer

CULTURA

proposto

Área de Convivência

necessidade de compreensão do programa do SESC

presente

trabalho,

entende-se

Sala de convenções

Itaquera, visto que esta localizado a 7 quilômetros

Praça de eventos

de distância do terreno selecionado. O SESC Itaquera ocupa um terreno de 350.000m² e área construída de

SAÚDE

100.331m², em que o programa está distribuído nos

Espaço médico

seguintes setores:

Carreta odontológica

ESPORTE

ALIMENTAÇÃO

Ginásio de esportes

Café Aricanduva

Campos de futebol soçaite

Restaurante Cozinha São Mateus

Quadra multiesportiva

Quiosques (espaços de convivência com churrasquei-

Quadras externas

ra)

Quadras de Tênis Quadras de areia

SERVIÇOS

Espaço de ginástica multifuncional

Administração

Pista de Skate

Vestiário/Sanitário

Ciclorota

Estacionamento – 1.111 vagas

PARQUES

A partir da leitura do programa, verifica-se que o

Parque aquático

SESC Itaquera é mais voltado para desenvolvimento

Parque Lúdico Bichos da Mata

esportivo e sensorial através das quadras, parques e

Parque Lúdico Espaços de Aventuras

ligação direta com a natureza existente. Em relação

Parque Lúdico Orquestra Mágica

a circulação, o equipamento é contornado por

Lago

vias destinadas para automóveis, o passeio para

Pomar

pedestres, há uma ciclorota interna que contorna o

Horta

lago e parte das quadras, e o passeio de pedestre em

Viveiro de Plantas

alguns momentos livre e em outros segue um caminho orgânico. *Informações do programa extraídas do site do SESC Itaquera

a Proposta Parque Lúdico Bichos da Mata Portaria Principal t $FOUSBM EF "UFOEJNFOUP

Quiosque do Bichos da Mata

Área de acesso t $BJYBT FTUBDJPOBNFOUP

Área de Convivência

t $FOUSBM EF "UFOEJNFOUP t 4BMB EF $POWFOÎÜFT t &TQBÎP EF TFDOPMPHJBT F "SUFT t +BrEJN EF *OWFrno t $BGÏ "SJDBOEVWB

Quiosques de 12 a 55

Quiosque do Sorvete

Jardim dos Quiosques

Lanchonete Principal

(lanches)

(salgados)

Loja Sesc

Quiosques de 4 a 11

t -PKB 4FTD

Trajes de Banho

Horta

Parque Aquático

Ateliê da Praça

Estacionamento de Moto

Bosque dos Quiosques

Vestiário

Ginásio de Esportes

"DFTTP 'FNJOJOP do ParRVF "RVÈUJDP

Espaço médico Achados e perdidos

Viveiro de Plantas

t 1POUP EF FODPOUro

t "VEJUØSJP t -BODIPOFUF EBT 2VBESBT t 2VBESBT F t 4BMB EF .ÞMUJQMP 6TP F t #BMDÍP EF *OGPSNBÎÜFT (empréstimo de materiais esportivo)

Vestiário

"DFTTP NBTDVMJOP

Benfeitores da Natureza

do ParRVF "RVÈUJDP

Ciclorrota

Palco da Orquestra Mágica Parque Lúdico Orquestra Mágica

Quadras de Tênis

Campos de Futebol Soçaite

Praça de Eventos

Ciclorrota Carreta Odontológica Quiosque da Praça

Espaço de Areia Mirante do Lago

Pista de Skate

Quadras Externas Banheiros

Lago

Vestiários com banheiro Pagamento de Exame Médico

Quadra Multiesportiva

*Pomar

Parque Lúdico Espaço de Aventuras

Margaridas do Lago

(em manutenção)

Portaria Aricanduva t $BJYBT FTUBDJPOBNFOUP

Restaurante Cozinha São Mateus (refeição)

Espaço de Ginástica Multifuncional

Infográfico por Rodrigo Losano de Camargo Fonte: behance

Programa Centro de Lazer Itaquera O Centro de Lazer Itaquera tem por obejtivo programático

desenvolvimento

atividades

culturais e esportivas, de forma leve, espontânea e divertida, que possam ser consideradas recreativas e de lazer, visa também, atrair diversos públicos, para construções coletivas e democráticas. Sendo assim, o programa e as respectivas áreas foram estipulados através do estudo das referências de projeto análisadas no presente trabalho, o CCSP, o SESC 24 de Maio e o SESC Pompeia, pois estes, através das dimensões e distribuição do programa, e entre outras estratégias de projeto, efetivamente ampliam a dimensão do ambiente urbano público para dentro do equipamento, e abrigam espaços de usos livres, democráticos, que são apropriados por diversos públicos. O SESC Itaquera é o centro cultural desportivo mais próximo da área de intervenção proposta, e o estudo do programa, foi importante para a definição de espaços que complementem os usos existentes, para atender

melhor as necessidades do distrito como

um todo, em relação, às problemáticas levantadas no presente trabalho. Logo, áreas como, por exemplo, a biblioteca, que não tem não SESC Itaquera, foi incluído no programa do Centro de Lazer. Para

estacionamento,

foram

consideradas

quantidade de vagas que atualmente atendem à demanda da Arena Corinthias.

Administração 400m² Central de atendimento 200m² Oficinas 940m² Teatro 800m² Salas multiuso 640m² Exposições 600m² Restaurante 900m² Café 300m² Convivência 1340m² Ginástica e dança 1540m² Quadras poliesportivas 3000m² Áreas técnicas 600m² Biblioteca 600m² Sanitários e vestiários 700m² Estacionamento 846 vagas

5. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS DE PROJETO

- Requalificar/ressignificar o terreno utilizado atualmente para estacionamento da arena Corinthians, a partir da inserção de um equipamento público com programa voltado para atividades culturais e esportivas, e da definição de novos espaços livres e de lazer integrados ao edifício proposto. - Promover e/ou requalificar a passarela para estabelecer conexão entre o Centro de Lazer proposto, a Arena Corinthians e a Fatec, - Caminhabilidade clara contemplada por fruição para transposição do terreno , conexão com a Arena e com a Fatec, garantindo que não haja conflitos entre os fluxos. - Tendo em vista o uso espontâneo do estacionamento como mirante, garantir espaço com tal funcionalidade, em altura adequada e sem obstruções visuais. - A partir do incentivo de fluxos e do desenvolvimento cultural, melhorar a segurança do entorno próximo. - Resenhar e integrar a praça existente com o equipamento e a passarela. - Manutenção do número de vagas do estacionamento voltado para a Arena, espaço que poderá ser aproveitado pelo Centro de Lazer quando não for ocupado pelas atividades da Arena.

Intensificar o uso da passarela que conecta a estação com o terreno, a Arena Corinthians e a Fatec. Facilitar o acesso de pedestres em relação a região sul das proximidades da estação, através de uma fruição pública.

Resenho da praça existente de modo a garantir relação clara com o novo edifício, mantendo na cota mais alta o “mirante” já utilizado pelos jovens da região.

Criação da volumetria a partir da soma dos eixos predominantes do entorno, resultando em uma volumetria que acolhe uma praça interna.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- BOTELHO, Isaura. Os equipamentos culturais na cidade de São Paulo: um desafio para a gestão pública. São Paulo, 2003. - CAIADO, Aurílio Sérgio Costa. O espaço da cultura: guia cultural do Estado de São Paulo. São Paulo, 2001. - CENNI, Roberto. Três centros culturais na cidade de São Paulo. Dissertação de Mestrado - ECAUSP. São Paulo, 1991. - FERRAZ, Marcelo Carvalho. Numa velha fábrica de tambores. Sesc Pompeia comemora 25 anos. Minha Cidade, São Paulo, ano 08, n. 093.01, Vitruvius, abr. 2008. Disponível em: <https://www.vitruvius.com.br/ revistas/read/minhacidade/08.093/1897>. Acessado em abril de 2020. - NEVES, Renata Ribeiro. Centro Cultural: a Cultura à promoção da Arquitetura. Goiania, 2013. - OLIVEIRA, Liana Paula Perez de. A capacidade de dizer não: Lina Bo Bardi e a fábrica da Pompéia. 2007. Dissertação de Mestrado - Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo, 2007. - SANTOS, Fabiana Pimentel; DAVEL, Eduardo Paes Barreto. Gestão de Equipamentos Culturais e Identidade Territorial: potencialidade e desafios. São Paulo, 2017. - SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO. Caderno de Propostas dos Planos Regionais das Subprefeituras, Itaquera. São Paulo, 2016. Indicativo da REDE SOCIAL BRASILEIRA POR CIDADES JUSTAS E SUSTENTÁVEIS < https://www.redesocialdecidades.org.br/br/SP/sao-paulo/regiao/guaianases/ equipamentos-culturais-publicos > Acessado em março de 2020.

LAZER ESPORTE CULTURA

CENTRO DE LAZER ITAQUERA Leticia Medeiros Alves Serio Orientador: Eduardo Pizarro

CONTEXTO

O objeto de projeto trata-se um equipamento público de uso cultural e esportivo inserido no distrito de Itaquera em terreno localizado próximo à estação de trem e metrô Corinthians-Itaquera. Este terreno não atende à função social da propriedade de acordo com o Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo (2014), tal situação ocorre também em outros territórios periféricos da cidade de São Paulo, que apresentam carências de equipamentos voltados a cultura. Como maneira de potencializar o aproveitamento do terreno sem prejudicar o atual uso, é considerado no programa um estacionamento voltado para a Arena Corinthians.

Espaço no estacionamento da Arena Corinthians sendo utilizado como mirante pelos jovens da região Fonte: Vivian Reis | Portal G1, 2018

Distribuição dos equipamentos culturais públicos (Número total de equipamentos culturais públicos / População total *100000) Fonte: Indicativo da Rede Nossa São Paulo, 2017.

Área de Intervenção

Foto Ronaldo Santos, 2019

Cidade de São Paulo Zona Leste

Zona Leste

Subprefeitura Itaquera

Subprefeitura Itaquera Distrito Itaquera

Distrito Itaquera

A proposta de intervenção deste trabalho trata-se de um equipamento público que incentive as atividades culturais e esportivas, mas como articulado pela Lina Bo Bardi para o programa do Sesc Pompeia, na substituição do título de “Centro Cultural e Desportivo” para “Centro de Lazer”, pois o termo cultural implica no peso da produção de cultura por decreto, podendo inibir a expressividade, e enquanto ao termo desportivo, provém de um significado de disputa e competição. (FERRAZ, 2008). Desta forma, a proposta do Centro de Lazer Itaquera é pautada neste embasamento, como modo de promover o desenvolvimento cultural sem predeterminações, mas de uma forma mais leve, divertida e espontânea.

Recorte de análise

Área de intervenção

De acordo com o censo do IBGE (2010), a zona leste destaca-se como a mais populosa da cidade de São Paulo contando com 4 milhões de habitantes, equivalente a 35% da população da capital. O distrito de Itaquera é o décimo mais populoso da região, sendo 220.292 habitantes, delimitado pela subprefeitura de Itaquera e localizado praticamente ao centro da zona leste.

500m

2/10

PARTIDO E CONCEITO

sto

a ad

c Fis

re eÁ

lic

b Pú

Conexão entre o metrô e a área de intervenção. Considerando inserção de equipamento e redesenho dos espaços livres

Programa Administração Central de Atendimento Apoio Oficinas Auditório Salas Multiuso Exposições Restaurante Café Ginástica Quadras Poiliesportivas Áreas Técnicas Sanitárias e Vestiários Biblioteca

550m² 200m² 330m² 700m² 740m² 770m² 340m² 670m² 300m² 870m² 5000m² 600m² 470m² 950m²

NOMENCLATURA DOS LAYERS - ASBEA ANO_ACB acabamentos ANO_ANO anotações ANO_ARE áreas ANO_CTA cotas ANO_DIM outras dimensões ANO_EXO eixos ANO_FLH folha ANO_HTC hatches (preenchimentos) ANO_IDE identificações (portas, janelas, quadros de força, pilares, etc.) ANO_ISO isométrico ANO_LEG legendas ANO_RVS revisões e anotações ANO_SLC solicitações e requisições ANO_SMB símbolos gerais, indicações de detalhes, nomes de desenhos, etc. ANO_TAB tabelas ANO_TMP linhas de construção, ensaios ANO_TXT textos ANO_UNF unifilar (elétrica) ARQ_ALV CORTE alvenaria alta ARQ_ALV VISTA alvenaria baixa ARQ_COB cobertura ARQ_COR corrimão ARQ_CPT contrapiso ARQ_CVI comunicação visual ARQ_CXO caixilho (janelas) ARQ_DIV divisórias ARQ_ECH enchimentos ARQ_EDF edificações, perímetros ARQ_EQP equipamentos ARQ_ESC escadas ARQ_FOR forros ARQ_MOB mobília ARQ_PAN paineis ARQ_PIG pingadeiras ARQ_PIS pisos ARQ_POR portas ARQ_PRJ projeções ARQ_REV revestimentos ARQ_RMP rampas ARQ_SAN sanitários ARQ_SOL soleiras ARQ_TPV transporte vertical, elevadores ARQ_VEG vegetação EST_BLO bloco autoportante EST_LAJ laje EST_PIL pilar EST_VIG viga

ios

e Ch

az eV

Legenda Área pública com cadastro ativo Área pública cedida Área de intervenção

Recorte para resignificar o talude e permitir a transposição de pedestres.

id bil

ba Ur

Movimentação de terra tendo como premissa volume baixo de remanejamento de terra e encaixe da volumetria do equipamento

Legenda Construções Área de intervenção

Oficinas

fia gra

a rafi g o idr

Legenda

p To

Estação Metrô/CPTM

Nova Radial Leste

Terminal Urbano

Antiga Radial Leste

Estacionamento

Ciclofaixa

Volumetria do equipamento com distribuiçlão do programa considerando bloco esportivo mais próximo a Arena Corinthians e o cultural mais próximo a FATEC Itaquera.

Auditório

Multiuso

Ginástica

Quadras poliesportivas

Articulador

Adm

Área de intervenção

Silêncio

Legenda

Ruído

Circulações principais com acabamento em vermelho para garantir que o pedestre entenda a dinâmica dos fluxos antes mesmo de adentrar o edifício. Criação de terraços jardins para valorizar as visuais e promover espaços de convivência.

Topografia (Curvas de Nível - 1m) Corpos d’água aflorados Corpos d’água tamponados Área de intervenção

3/10

Nv. 770 1 2

Central de Atendimento Exposições

1 2

10m Escala 1:500

4/10

Nv. 776.5 1 2 3

Administração Apoio Camarins / Auditório

10m Escala 1:500

5/10

Nv. 781.5 1 2 3 4 5 6

Auditório Café Biblioteca Exposilções Restaurante Área Técnica

10m Escala 1:500

6/10

Nv. 788 1 2 3 4 5 6

Espelho D’água Deck de madeira Clareira Estacionamento Loja / Livraria Doca 4

7 7

10m

Escala 1:750

7/10

Nv. 804.5 1 2

Ginástica Quadras poliesportivas

10m Escala 1:500

8/10

Nv. 794.5 1 2

Salas Multiuso

Quadras poliesportivas

1 1

Nv. 799.5

Nv. 809.5 1

Oficinas

Quadras Vestiário

Terraço jardim

10m

Escala 1:750

9/10

10/10

CORTES

Brises Metálicos apoiados em estrutura de aço treliçada.

811.5 809.5

804.5

Conexão dos Pavimentos Superiores

804.5

799.5 797.5 794.5 790 788

788

Térreo Livre

788

781.5

Pavimento Articulador

776.5

2m C

10m Escala 1:500

Auditório

Bloco Cultural / Multiuso

Bloco Esportivo

Pavimento articulador

Vista da Passarela para o Centro de Lazer O equipamento tem unidade com a identidade visual dos equipamentos no entorno e mantém legibilidade de circulação. O vermelho cria uma continuidade da passarela até o equipamento, e entre os pavimentos. Vista posterior

20m

Escala 1:1000

Arena Corinthians

Passarela de Acesso ao Metrô/CPTM

Estação Metrô/CPTM Itaquera

TFG - CENTRO DE LAZER ITAQUERA

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

3.7 - Densidade e vulnerabilidade

3.11 - Síntese

4.3 - Centro de Lazer SESC Fábrica da Pompeia

3.6 - Uso predominante do solo

3.8 - Cheios e vazios

3.2 - Topografia e hidrografia

2.3 - A cultura e a segurança pública

1.3 - Objeto

2.2 - Distribuição dos equipamentos culturais

1.5 - Método

1.2 - Problemática e área de Intervenção

2.1 - O centro de lazer

1.INTRODUÇÃO

1.4 - Objetivo

1.1 - Contexto