Jornal de Abrantes -abril 2023

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JOÃO ANDRÉ MORGADO, O JOVEM EMPREENDEDOR QUE QUER DAR CARTAS NO FUTEBOL Pág. 3

MAÇÃO

POPULAÇÃO DE CHÃO DE LOPES VIVEU EXERCÍCIO DA ALDEIA SEGURA

/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas

ABRIL 2023 / Edição n.º 5626

Pág. 21 /

Mensal / ANO 122 / DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

VILA DE REI UTENTES DE GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E NEONATOLOGIA FICAM

“DE FORA” DO CHMT Pág. 8

José Bioucas

Dias dá nome a laboratório no Instituto Superior Técnico

//SEMANA SANTA E PÁSCOA

Fé, Flores e Festa unem-se em Sardoal e Constância

Págs. 13 a 20

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza.

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ENTREVISTA
JORNAL DE ABRANTES j

EDITORIAL / FOTO OBSERVADOR /

“As nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam.”

Sou uma otimista por natureza. No entanto, confesso que começo a ter algum receio do futuro próximo e a ter dúvidas se é neste mundo que quero andar. Mas como a opção de “outro mundo” ainda não me convém, cá terei que andar neste até que chegue o tal dia. E o que me leva a questionar: “Anda tudo louco? Que mundo é este e que futuro pretendem deixar aos vossos lhos?”

E não, nem estou a falar de guerras nem de alterações climáticas. O assunto é outro e, permitam-me, de igual gravidade.

A falta de cultura e conhecimento é gritante. A falta de noção é ainda pior.

A estátua de David do Michelangelo é pornográ ca? “Os Cinco”, da Enid Blyton, os livros de Agatha Christie, os de Roald Dahl e até a saga que tem como protagonista o agente secreto mais famoso do cinema, James Bond, vão ser reescritos e reeditados?

Fico estupefacta perante tamanha estupidez. É que não há outro termo. Ou melhor, há. Mas não era correto escrevê-los aqui.

Li quase todos desta pequena lista e não consta que me tenha tornado racista, nem xenófoba, nem outra palavra difícil qualquer das que agora estão na moda.

É que é necessário conhecer o passado para entender o presente. Mas dá trabalho sentar-se ao lado das crianças e explicar-lhes o que estão a ler e como se pensava na época em que as palavras foram escritas, não é? É muito triste assistir ao rumo que as coisas estão a tomar mas, mais triste ainda, é perceber que quem discorda não levanta a voz.

A Semana Santa e a Páscoa estão aí e nesta edição contamos-lhe tudo o que se vai passar por estes dias em Sardoal e em Constância. Fé, religiosidade, atividades desportivas e festa. Há de tudo. É só espreitar.

Por aqui, cámos mais pobres. O nosso cronista Francisco Armando Fernandes faleceu no passado dia 8 de março. Colaborador, desde sempre, em vários órgãos de comunicação social nacionais e também regionais, assinava na Antena Livre uma crónica de opinião às quartas-feiras, desde 2005. Todos os meses, no Jornal de Abrantes, publicava uma crónica de opinião desde 2021. Foi um privilégio tê-lo tido connosco todos estes anos. Nota ainda para a homenagem que o Instituto Superior Técnico fez a José Bioucas Dias. Um abrantino que foi considerado várias vezes como uma das "Mentes Cientí cas mais in uentes do mundo" e o primeira na lista dos melhores Cientistas de Informática de Portugal. Uma homenagem em Lisboa. E em Abrantes? Tudo como dantes.

PERFIL /

/ Naturalidade / Residência: Portela (Santa Margarida da Coutada)

/ Naturalidade / Residência: Nasci em Abrantes, vivi no Rossio ao Sul do Tejo e, atualmente sou residente em Tramagal

/ Qual é o seu maior medo?

A incerteza do amanhã e a morte.

/ Qual é a pessoa que mais admira?

/ O que mais valoriza nos seus amigos?

A sinceridade e a cumplicidade. Não é necessário estar sempre presente… tenho alguns que não vejo há muito, mas parece que o tempo não passa..

/ Qual é a caraterística que mais detesta nos outros? Não suporto a hipocrisia e a falta de educação

/ Em que ocasiões mente? Posso omitir, piedosamente, por vezes.

21 de março é o Dia Mundial da Árvore, Dia Mundial da Poesia, Dia Mundial, Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, Dia da Síndrome de Down e este ano 2023, foi também o Dia Mundial do Serviço Social. Abrantes tem nas suas mais diversas instituições, entre Município, instituições de Saúde, da Segurança Social e Instituições Particulares de Solidariedade Social 45 assistentes sociais que foram chamadas a vir assinalar este dia à Praça Raimundo Soares, em

A ideia foi muito simples, assinalar este dia com um cordão humano e com a presença da cor verde garrafa, a cor do curso

particularmente.

/ Quem são os seus heróis da vida real?

Os meus lhos Miguel e Afonso de 20 e 2 anos. Personalidades absolutamente distintas…

/ Qual o seu destino ideal de férias? Porquê?

Sesimbra! Se e enquanto puder, não troco. Adoro o mar calmo de Sesimbra, o tempo quase sempre favorável e o aconchego de uma vila, de trato familiar.

Vidal Almeida

Augusto, 45 anos

/ Técnica Superior de Recursos Humanos – CM Constância

Admiro várias… na família, no trabalho, no panorama político, social, desportivo e cultural… Admiro pessoas coerentes, resilientes, humildes qb., capazes de ouvir, que saibam ser e estar com todos em todo o lugar.

/ Onde e quando foi mais feliz? Por duas vezes, ao ver os meus lhos pela 1.ª vez…

/ Se pudesse mudar uma característica em si, qual seria? Mudava a altura e o metabolismo.

/ Se morresse e voltasse, que pessoa ou coisa seria? Voltava a ser eu. Mas uma versão melhorada de mim.

/ Quem são os seus artistas favoritos? Queen, sem dúvida. Freddie Mercury é O Artista!

/ Quem é o seu herói da cção? Nunca fui muito de heróis… pre ro as pessoas reais, com virtudes e defeitos… Há muitos anos, seria o McGyver. Ultimamente o Dr. House, porque são personagens que se focam nas soluções, a todo o tempo.

/ Com que gura histórica mais se identi ca?

História é com o meu lho mais velho. Admiro a coragem de algumas pessoas que caram na história. Não tenho um em especial com que me identi que

/ Se fosse presidente de Câmara do seu concelho, o que faria?

Se fosse Presidente… podia dizer que era a ponte há tanto prometida, mas sei que não depende do Presidente.

Assim, prosseguia a política de proximidade e descentralização dos últimos tempos.

Tentaria, de qualquer forma, potenciar a coesão territorial, o sentimento de pertença ao Concelho como um todo.

Penso que esta é uma das pedras basilares que está mais de citária, e que compromete o sucesso de um Concelho vasto territorialmente, como é o de Abrantes. Precisamos de nos sentir Abrantinos, não descurando as particularidades de cada uma das Freguesias.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Colaboradores: CMHT, Paula Gil, Paulo Delgado, Teresa Aparício. Cronistas: Alves Jana; Armando Fernandes e Nuno Alves. Departamento Comercial comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo

109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias

Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em jornaldeabrantes.sapo.pt RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

DE ABRANTES / Abril 2023

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ENTREVISTA /

O jovem empreendedor que quer dar cartas no futebol

// Tem 21 anos, é natural de Alferrarede, e nutre uma enorme paixão pelo futebol, mas não apenas os golos. João André Morgado gosta de olhar para os sistemas táticos, ou as movimentações dos jogadores. Adepto confesso do Benfica sonhou desenvolver um negócio com a venda de camisolas de jogadores, mas a veia empreendedora levou-o até à Covilhã estudar marketing. Nunca deixou de lado o seu “eu” empreendedor e tem em funcionamento uma empresa que trabalha na área da formação, já a registou em Espanha, e começa a ter acordos com vários clubes, incluindo da primeira liga.

// por Jerónimo Belo Jorge

Jogaste futebol em Abrantes e Sardoal, mas desde cedo começaste a olhar para o futebol, de outra forma. Para a formação, as academias. Como é que gerias esta forma de estar com os teus amigos que queriam era jogar futebol?

Era igual. Este fascínio pela academia era um bocadinho escondido, até porque eu não era um grande jogador, e sabia. Fiz muitas posições, mas fui lateral esquerdo. E até nem sou esquerdino. Eu era uma espécie de André Almeida. Quando o treinador falava tentava perceber o que é que o treinador queria dizer com o discurso, não apenas ouvir por ouvir. Mesmo quando estava no banco tentava perceber a tática, mesmo percebendo que não tínhamos pés para a aplicar. Eu tenho dificuldade em separar o adepto do analista.

Esse teu olhar de análise, olhando para o Benfica esta época, para a forma como a equipa joga, tentas perceber porque é que o João Mário é, este ano, um goleador?

Este ano com as dinâmicas que o treinador impõe dá para ser adepto da tática. Porque vês movimentações, gestos técnico, passe que ficas fascinado. Há ali muito trabalho e não é só o treinador. Há uma equipa técnica

atrás dele. Ainda há dias li uma crítica ao Ruben Amorim por ter um treinador de bolas paradas, mas o futebol tem vindo a evoluir muito. Mas é preciso vermos que atrás o treinador há uma equipa, há pessoas que vêm a tática de várias formas. Mas o foco tem de ser o mesmo.

O João André Morgado de hoje, com 21 anos, aspira a ser treinador de futebol?

Sim. Sou muito jovem e gostava de experimentar muita coisa. Não quero decidir já. Um dia de cada vez. Primeiro teria de experimentar uma, duas épocas a ver se gostava. O meu sonho, de pequenino, era ser agente. Este ano juntei-me a uma empresa da área e experimentei. Se me perguntares agora “queres ser agente?” Não. Era o meu sonho? Sim. Mas gostava, quem sabe, daqui a 15 anos, poder começar a ser treinador.

O sonho de criança de venderes camisolas de jogadores, como negócio, levou-te à escolha do curso de Marketing?

Foi a mentalidade empreendedora. Desde o 7.º ano que sempre me via a fazer coisas e a estar em gestão. Nunca pensei em ser médico ou professor. Eu sempre olhei para as coisas desta forma: fazer melhor com menos. Escolhi marketing por ser parecido com gestão, e fugi da gestão muito por causa da matemática.

E como é que nasce a Improve Sports?

A Improve Sports nasce entre Abrantes e a Covilhã. Foi durante a pandemia e estava em Abrantes. No secundário já tinha tentado e tinha falhado. Sempre disse que na faculdade queria criar alguma coisa. Um empreendedor tem que falhar. Fiz duas formações, a primeira com 20 inscritos, de análise da equipa adversária. A segunda foi muito fraquinha e depois decidi parar.

Aos 18/19 anos tiveste receio que te encarassem como um miúdo?

Claro. E depois foi a faculdade e comecei a dedicar-me ao scouting. Depois voltamos ao offline até chegar a segunda vaga da pandemia.

Depois chega a Improve, versão 2.0?

Pensei “tu estás errado”. Isto (online) vai continuar, a pandemia pôs o Zoom cá em cima. Após ter sido incentivado por colegas falei com o João Lopes, um colega que está comigo desde o início, e resolvemos avançar. Vamos criar um logo novo e vamos ver no que é que isto dá. O meu problema era sempre o mesmo, dava 100 ou 200 por cento, mas depois cansava-me. Perdia a motivação. Com a Improve não foi assim. Deixei andar. E no dia 25 de abril de 2022 lancei a Improve Sports, no Instagram. Não tenho despesas fixas, vamos ver no que dá.

Em julho de 2022, após acabar o

ano letivo, lançamos a primeira formação de Marketing Desportivo e tivemos 35 inscritos. Só para teres a noção, quando me reuni a primeira vez com o diretor de comunicação do Paços de Ferreira, o Rui Abreu, estava tão nervoso que nem consigo explicar. Hoje, poucos meses depois, parece tudo mais fácil. Liguei ao Tiago Fonseca, analista do Famalicão, e perguntei se queria ser formador. Ele, na altura não quis, mas deu-me logo uma série de contactos...

... ou seja, a Improve Sports começou a fazer ações de formação com “gente” de clubes da primeira liga, Paços, Guimarães, Famalicão e até do Créteil Lusitanos ... ... Sim. Mas deixa-me dizer que o que nos fez vir mesmo para cima foi o nosso primeiro curso de scouting, nível I, com o Farense. Na altura liguei ao Carlos Silva, na altura Chief Scout do Farense (hoje no Benfica), com algum receio, falámos em valores e depois ele abriu-me portas para estágios. Fiz uns cálculos e pensei que poderia puxar muito mais gente. O Carlos pediu-me um valor que, sou sincero, não tinha, mas avançámos.

João, falamos numa empresa que mexe com dinheiro. Ou seja, há um custo pelas formações, e os formadores são pagos?

Sim. Posso dizer quanto é que faturámos desde julho, pode não parecer muito, mas para nós é mui-

to bom. Temos uma faturação de mais de 10 mil euros. Tenho quatro pessoas a trabalhar comigo e aspiro a um dia chegar à contabilidade e dizer: “olha, estas pessoas passam a estar a trabalhar a full time.”

Está a passar um ano da criação da Improve. O que é que pode ser a Improve daqui a um ano?

Eu ambiciono muito. Eu fui a Espanha e pensei que Espanha tem um potencial enorme e criei a Improve Sports Espanha. Tive um primeiro contacto com o diretor de Marketing do Boca Juniores, que estava no Catar, e conseguimos agendar uma ação, mas que depois acabou por não se concretizar. Não acabou, está em stand by. Mas por cá queremos apostar muito em formação em marketing e scouting. A liga 2 e 3 começa a olhar agora para esta área e é por aí que queremos ir. Gostava daqui a um ano de ter vários formandos nossos a trabalhar nestes clubes.

A Improve é uma empresa outsider na área da formação, direcionada para o desporto?

Eu não tenho problema em dar valor à concorrência. Eu próprio já fui à concorrência. Neste momento somos três empresas do mesmo nível. Uma delas está a apostar mais em congressos. Depois há uma empresa que é top, a Quest, mas, por exemplo um curso de scouting, nível I, custa 500 euros. Pode ser limitativo para quem quer fazer o curso. O jovem pode sonhar ser jogador profissional, mas o jovem adulto pode querer entrar noutras áreas do futebol, de equipas técnicas ou de marketing.

Já tivemos 137 inscritos numa formação que tinha duas vagas de estágio no Farense.

E há mais parcerias em vista?

Sim, temos duas pessoas no Farense, uma no Varzim e há outra que vai entrar no Casa Pia. É primeira liga. E valorizo as opiniões e os formandos poderem dizer “venho da Improve ou estive na Improve”

O João quer apostar mais numa carreira de treinador, de scouting ou de empresário?

De empresário. A Improve, decididamente. Estamos a pensar numa Improve como consultoria desportiva, com marketing e com scouting.

3 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES

EDUCAÇÃO / Abrantes

Projeto Educativo Municipal afina estratégias até 2025

// Em 2015 foi implementado, em Abrantes, o Projeto Educativo Municipal (PEM). Trata-se de um instrumento estratégico de intervenção na área da educação. Este primeiro documento teve em 2021 o relatório de avaliação e em 2022 começou a sua revisão.

A 11 janeiro, numa reunião do Conselho Municipal de Educação foi apresentada a proposta de Revisão do Projeto Educativo Municipal, num trabalho da Universidade Católica do Porto coordenado por José Matias Alves.

Este PEM foi desenhado, mas depois teve, pelo menos, 23 contributos dos parceiros que foram ouvidos, incluindo propostas dos alunos.

Na quarta-feira, 22 de março, foi a apresentação do documento final durante o Conselho Municipal de Educação que esteve aberto ao público.

Na sessão de abertura do encontro, precedido de atividades no exterior da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, Manuel Jorge Valamatos, Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, começou por explicar que “após 6 anos de implementação do Projeto Educativo Municipal, chegou o momento de apresentarmos a revisão deste documento estratégico, procurando dar respostas atualizadas às novas realidades educativas, familiares e sociais, muito alteradas em função do histórico contexto de pandemia e dos novos desafios mundiais”.

O autarca vincou depois que este é “um projeto educativo para o nosso futuro coletivo e que dá continuidade à construção de um concelho multicultural, inclusivo, inovador, formativo e promotor dos mesmos direitos, deveres e oportunidades para todos e todas”.

“O Projeto Educativo Municipal que hoje apresentamos contêm as linhas de intervenção estratégica e os projetos âncora que nos permitem olhar para o futuro com otimismo” e com um olhar para aportar melhorias nesta área sensível ao desenvolvimento do concelho e da região.

O PEM é um instrumento de gestão educativa, aponta as linhas de intervenção estratégica para os próximos anos e assenta na "Visão de Abrantes como um concelho com educação de excelência".

Mais inovação, mais compromisso com a comunidade, mais sinergias entre agentes educativos, mais equidade e igualdade, mais gestão estratégica mais oportunidades de formação, mais sustentabilidade e mais interculturalidade constituem as linhas mestras de cada um dos seis eixos.

E depois um destes eixos de ação terá ações concretas e proje-

tos-âncora. Um dos exemplos é a realização do Festival das Juventudes, que este ano se irá realizar nos dias 4, 5 e 6 de maio, onde se pretendem divulgar as várias ofertas formativas para os jovens, ou o GIRE – Gestão Integrada dos Recursos Educativos que permitirá uma gestão integrada de proximidade dos equipamentos, refeições e transportes escolares. Este evento é o projeto âncora do eixo 2 “Qualificação profissional e emprego.”

Este documento deverá ser aprovado pelo Conselho Municipal de Educação, mas primeiro deverá ser apreciado pelos órgãos decisores e deliberativos das entidades parceiras, ou seja, autarquia, escolas e serviço de emprego.

É expectável que este projeto de Abrantes dê o seu contributo, sem substituir ninguém indicou José Matias Alves, professor da Universidade Católica do Porto, que coordenou a elaboração do PEM.

// EIXOS DO PROJETO EDUCATIVO MUNICIPAL

• Eixo 1: Equidade e igualdade de oportunidades no acesso e sucesso educativos

• Eixo 2: Quali cação pro ssional e emprego

• Eixo 3: Promoção do conhecimento e aprendizagem ao longo da vida

• Eixo 4: Articulação e cooperação institucional

• Eixo 5: Valorização dos recursos educativos

• Eixo 6: Investigação em educação e formação

E foi no sentido de vincular ainda mais a comunidade a este projeto que foi apresentado o Pacto Educativo Local. José Matias Alves apresentou este “documento” que pode ser subscrito por qualquer pessoa ou entidade, como “um instrumento para a criação de um espaço público para a educação” para “gerar sintonia e compreensão mútua”, salientando que este documento encerra em si vários compromissos como colocar a pessoa no centro do processo educativo; ouvir as gerações mais novas; favorecer a participação das crianças e adolescentes nos processos educativos; considerar a família como fundamental no processo educativo; educar para o acolhimento aos excluídos e marginalizados e criar melhores oportunidades e condições para melhorar a vida pessoal, social, cultural e económica da comunidade abrantina. E à pergunta Pacto para quê José Matias Alves deu a resposta. Para construir comunidade, para gerar sintonia, para gerar maior compreensão mútua, para gerar humanidade, para sermos (e crescermos) uns com os outros. E só se pode crescer em grupo, independentemente, do crescimento individual.

O Fórum do Conhecimento, evento criado para a apresentação destes documentos, contou ainda com um momento de atividades ao vivo e a cores com a venda de produtos da terra pelos alunos da EPDRA – Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, com a atuação dos alunos do Curso de Artes do Espetáculo da Escola Básica e Secundária Dr. Manuel Fernandes e uma exposição de trabalhos dos alunos do Curso de Artes da Escola Básica e Secundária Dr. Solano de Abreu.

A abertura contou com a atuação do Grupo Coral “Primeira Voz”,

do Agrupamento de Escolas n.º 1 de Abrantes, enquanto que o encerramento esteve a cargo de duas alunas do Curso de Música da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes.

À margem desta apresentação a vereadora com o pelouro da Educação do Município, Celeste Simão, explicou a necessidade desta revisão do Projeto Educativo Municipal.

O documento tem um desenho temporal e necessita de atualizações, à medida que os desafios se vão colocando, pois, há um objetivo que o PEM ajude a comunidade escolar e não seja um mero documento só para dizer que existe.

Celeste Simão referiu o envolvimento de todos os parceiros na sua elaboração, até porque muitas sugestões apresentadas foram consideradas pertinentes e incluídas no documento final. Aliás, José Matias Alves, o coordenador, foi claro. Foram incluídas 23 sugestões que foram apresentadas no dia 11 de janeiro deste ano, quando foi dada a conhecer a proposta do PEM. E entre as sugestões incluídas no documento estão as dos alunos que também foram ouvidos. Aliás, o documento visa isso mesmo, melhorar a qualidade do ensino, das escolas, por isso do destinatário final que são os alunos.

A vereadora, questionada sobre a entrada nas escolas do concelho de muitos alunos com outras nacionalidades confirmou que esse é um facto. Foi necessário abrir mais uma sala de Jardim de Infância por causa da crescente chegada de estrangeiros ao concelho.

Neste momento as escolas de Abrantes têm alunos de 20 nacionalidades e, nalguns casos, isso representa um desafio às direções que estão a correr bem.

É que, se um aluno de nacionalidade brasileira pode ter uma integração facilitada pela língua e pela cultura, já os oriundos de outros pontos do globo e com outras culturas e religiões podem acrescentar esse desafio de um acompanhamento mais presente. Ou, porque precisam de adaptações das refeições ou, noutros casos, de sinalização por causa do apoio escolar, para fazerem as refeições. É que há casos que se os mesmos não forem sinalizados não têm condições para fazer uma refeição.

E se as escolas aportam a qualidade do ensino às questões pedagógicas e programáticas, há, hoje, outras questões que têm de ser olhadas com atenção.

O Projeto Educativo Municipal vai ser avaliado por todos os parceiros e depois aprovado e colocado em prática através do Conselho Municipal da Educação.

Jerónimo Belo Jorge

4 JORNAL DE ABRANTES / Abril 2023

José Bioucas Dias dá nome a laboratório no Instituto Superior Técnico

// Foi inaugurado, no dia 15 de março, o "Laboratório José Bioucas-Dias", no Instituto de Telecomunicações no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. Numa sessão evocativa, de partilha e muitas histórias, recordou-se José Bioucas Dias, abrantino, e várias vezes seguidas considerado pela Clarivate Analytics, uma das "Mentes Científicas mais influentes do mundo".

A sala tornou-se pequena. Pequena para acolher todos os que fizeram questão de estar presentes, pequena para acolher todas as histórias que pairavam nas mentes dos presentes e pequena para acolher a memória daquele que foi maior. Maior no que fez, maior no que deu. À ciência, ao país, ao mundo, à família e aos amigos.

José Bioucas Dias é o nome daquele que foi maior em tudo.

Foi tudo isto que foi lembrado e referido no dia 15 de março, numa sessão evocativa em memória de José Bioucas Dias, abrantino, professor e o melhor Cientista de Informática de Portugal, segundo o o ranking atualizado do Research.com.

Falecido a 1 de setembro de 2020, José Bioucas Dias deixou marca em todos os que tiveram o privilégio de privar com ele.

Na cerimónia realizada no Instituto de Telecomunicações, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa,

contaram-se histórias, lembraram-se momentos mas, acima de tudo, honrou-se a memória do homem que foi José Bioucas Dias.

“A busca pela perfeição levou-o a ter uma carreira notável, com contributos notáveis e reconhecidos

mundialmente. Recordo sempre o entusiasmo e a enorme paixão de quando discutia temas científicos ou problemas que o preocupavam. Acho que foi isso que fez parte da força de conseguir levar tão longe os seus contributos”, referiu José

Santos-Victor, presidente do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, do Instituto Superior Técnico.

A humildade e o “famoso lápis atrás da orelha” não foram esquecidos quando se apontavam as características de José Bioucas Dias. “Eu acho que era para não deixar escapar nenhuma boa ideia. Assim que ela surgisse, rapidamente a passava para o papel para podermos desfrutar dela nos anos seguintes”, assumiu José Santos-Victor.

A trajetória e contribuições académicas de José Bioucas Dias foram depois retratadas por Mário Figueiredo, professor no Instituto de Telecomunicações e colega e companheiro de José Bioucas.

Rogério Colaço, presidente do Instituto Superior Técnico, também fez questão de marcar presença na cerimónia de homenagem. “Das primeiras coisas que fiz enquanto presidente do Técnico, foi em final de fevereiro de 2020, era presidente do Técnico há um mês ou dois e isto antes da pandemia se abater sobre o país... ia a sair do Técnico e vi o Mário Figueiredo na rua. Fui ter com ele e disse-lhe: Temos que preparar a candidatura do Zé Bioucas ao Prémio da Universidade de Lisboa. Mas já não foi possível”, contou Rogério Colaço, emocionado.

O presidente do Instituto Superior Técnico referiu ainda que

“a razão pela qual estamos aqui a celebrar, isto é uma celebração da vida do Zé Bioucas, é, também mas não só, pelo facto de ele ter sido um académico de excelência, uma referência para todos e que vai continuar para os nossos alunos, mas é porque o Zé Bioucas era um homem bom”.

Curiosamente, no dia em que se celebrou a vida e obra de José Bioucas Dias, o ranking atualizado do Research.com, em diferentes áreas para 2023, colocou-o no topo da lista dos melhores Cientistas de Informática de Portugal, seguido de Mário Figueiredo, ambos do Instituto de Telecomunicações e do Instituto Superior Técnico.

Após a cerimónia, foi inaugurado o Laboratório LT1 que passou a ter o nome de "Laboratório José Bioucas Dias".

Nas redes sociais do IT pode ler-se que “esta homenagem surge do fato de que este laboratório faz parte do seu legado. Um laboratório que ele ajudou a criar e onde treinou e inspirou inúmeras gerações de estudantes”.

José Bioucas Dias foi considerado pela Clarivate Analytics, várias vezes seguidas, uma das "Mentes Científicas mais influentes do mundo":

Dizem que os génios vivem para sempre. Assim será, no Instituto de Telecomunicações no Instituto Superior Técnico.

5 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES PUBLICIDADE
SOCIEDADE /
Patrícia Seixas

REGIÃO / Abrantes

Lançado o Abrantes Digital com abertura ao mundo do repositório documental

// Um arquivo pode ser uma sala ou um recipiente em que se fecha qualquer coisa, como documentos. Mas um arquivo é muito mais do que isso e pode ser uma fonte de promoção e divulgação de uma instituição ou território. Terá sido esse o ponto de partida para uma transição digital em Abrantes, muito antes dessas duas palavras começarem a entrar pelas nossas vidas dentro.

Foi na manhã de segunda-feira, 13 de março de 2023, nos 40 nos do Arquivo Municipal de Abrantes que foi apresentado o Abrantes Digital com abertura do repositório do acervo municipal.

Este projeto Abrantes Digital tem vários segmentos, mas tem um fim muito simples, abrir portas do Município a qualquer cidadão em qualquer lado. Trata-se de juntar a plataforma da Câmara Municipal, a Abrantes 360, num portal mais completo. E pretende também chegar a todos os cantos do concelho.

Mesmo nos locais onde a rede de internet possa ser mais fraca o Município está a instalar pontos de internet gratuitos para permitir que qualquer cidadão possa aceder à rede, ao portal e tratar dos seus assuntos.

Já o repositório é a entrada num outro campeonato. Trata-se de disponibilizar informação online que permite a qualquer pessoa aceder a documentos que até aqui apenas poderia fazer de forma presencial.

Esta digitalização do arquivo permite, por exemplo, a qualquer investigador, poder aceder a este enorme banco de dados de Abrantes. Desde documentação da história, até outros “papéis” dos serviços municipais.

Paulo Rêgo, Diretor da Divisão de Sistemas de Informação apresentou este novo conjunto de serviços com uma frase que resume tudo: “precisamos de um território inteligente.” E, porque um território tem de ter a tecnologia como um meio e não como um fim. Por isso esse grande desafio que é de Portugal, da Europa e do mundo que é “é a transição digital.”

De acordo com o quadro superior do Município esta “Abrantes digital começou em 2011, em 2015 foi lançada a plataforma Abrantes 360, em 2019 a carrinha do cidadão passou a levar a plataforma a todas as pessoas e 2020 aproximamos nos à Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, naquilo que é um projeto de inteligência virtual para a Rede de Museus de Abrantes, mais propriamente a criação de um sistema virtual inclusivo.”

E adiantou ainda que foi em 2021 que “fomos ter com as juntas de freguesia” porque, de acordo com o responsável pela área digital do Município de Abrantes “a transição digital não é opcional.”

// Cronologia

1983: Criação do Arquivo Municipal de Abrantes

1984: Transferência do arquivo para o arquivo não municipal

1993: Arquivo passa a ocupar o lugar deixado vago pela antiga biblioteca

2009: Inaugurado o novo edifício passando a designar-se por Arquivo Municipal Eduardo Campos

2020: Passa a integrar a Divisão de Sistemas de Informação

2023: 40 anos depois expande-se de Abrantes para o mundo com o repositório aberto

a nota que a estratégia para 2030 aponta a um território inteligente, de proximidade, de sustentabilidade e de coesão. Tal como a ideia que Abrantes teve na apresentação deste Abrantes Digital.

/ A secretária de Estado vincou a importância do email que é tão importante como o cartão de cidadão

A plataforma Abrantes 360 permite o acesso simplificado a todos os cidadãos. Paulo Rêgo de um exemplo dessa simplificação digital. Não interessa quem tem a tutela do registo de animais, se a câmara ou a junta de freguesia para lá ir, de forma presencial. O que Interessa é ir a um local e tratar do assunto.

Depois deixou o desafio, ao olhar para a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, na primeira fila da plateia, que é “ligar os serviços locais aos serviços nacionais.”

Já do que diz respeito ao acervo municipal deixou a novidade, de que o repositório aberto passou a estar aberto. E deixou a grande ideia “temos de nos abrir para ir para o mundo. Queremos um portal disponível para todos.”

O chefe de Divisão de Sistemas de Informação deixou depois o desafio às instituições do concelho para que possam depositar os seus arquivos no Arquivo Municipal.

Isabel Ferreira, secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, veio a Abrantes, acima de tudo, conhecer este projeto que é, de certo modo, inovador. Trata-se de uma aposta municipal que começou muito antes de o próprio governo começar a falar na transição digital.

A secretária de estado deixou

A secretária de Estado visitou o Arquivo e cou a conhecer os procedimentos e o que está guardado no edifício. E entre arquivo municipal há ainda a sala do arquivo histórico com documentos preciosos. Um deles é uma réplica do Foral de D. Manuel I, de 1518. Foram ainda mostrados à governante um livro de registos recuperado, “o livro n.º 1, registo da correspondência recebida (1591 – 1603), róis de

bens, tombos, inventários e testamentos.”

O documento mais antigo, datado de 1248, e que é uma carta de venda referente a “uma herdade situada no Salão do Rio Torto” ao Padre João Martins, um clérigo da Igreja de São João Baptista. Outro documento é a “Carta de Sangria” concedida a Manoel Constâncio pelo cirurgião-mor António da Costa Falcão, a 16 de julho de 1754.

Isabel Ferreira vincou que “a ideia de Abrantes é a ideia do país e que o próximo quadro de apoios financeiros tem uma aposta nesta área.” E deixou o repto para as múltiplas possibilidades de financiamento que poderão vir a existir.

Em declarações ao jornal de Abrantes Paulo Rêgo explicou que o Abrantes 360 já corresponde a 90% de todos os serviços do Município e que até ao final de março possa chegar até algumas freguesias. O objetivo é não deixar ninguém para trás, daí que esta plataforma de acesso nas juntas de freguesia é fundamental.

Este é um processo complexo e de transformação, mas com pessoas, pelo que é preciso fazer a formação para que possam ajudar os munícipes.

Paulo Rêgo mostrou-se ainda satisfeito pela disponibilização do repositório de Abrantes e repetiu o pedido, que tinha feito na sessão, para que as associações ou empresas possam depositar as suas memórias no arquivo, para além da preservação de documentos.

O chefe da Divisão Sistemas de Informação Município vincou que cerca de 70% do acervo municipal já está desmaterializado.

O Repositório Aberto do Concelho de Abrantes disponibiliza texto, fotografias áudio e vídeo.

Jerónimo Belo Jorge

6 JORNAL DE ABRANTES / Abril 2023

Governo destaca importância da construção da barragem do Alvito

// O ministro do Ambiente e da Ação Climática afirmou que a construção da barragem do Alvito e a reutilização de águas tratadas para a agricultura são duas soluções importantes para o reforço da resiliência hidrográfica do Tejo.

“Parece-nos muito importante uma nova barragem [Alvito]. Dis cutiremos então, provavelmente, a dimensão da mesma. Aquilo que fizemos foi recuperar um projeto que já tinha um estudo de impacto ambiental [favorável]. Partimos de um projeto já existente e é mais fácil introduzir esta proposta”, afir mou Duarte Cordeiro no dia 7 de março.

O governante falava durante a sessão pública de apresentação das soluções para o reforço da resiliên cia hídrica do Tejo, que decorreu em Proença-a-Nova.

“O Alvito parece-nos, até pelo seu posicionamento geográfico, bastante importante e também me parece particularmente importante a reutilização das águas tratadas para serem aproveitadas para a rega”, sublinhou.

Em cima da mesa para ser analisado e discutido pelas Comunidades Intermunicipais (CIM) e pelos municípios estão a construção de uma nova barragem, do Alvito no rio Ocreza, e um túnel que ligue o rio Zêzere ao Tejo, também com o mesmo objetivo de reforçar o caudal ecológico do Tejo, mais a norte.

A possibilidade de criar uma infraestrutura para trazer as águas tratadas da Área Metropolitana de Lisboa, para reutilização para a Lezíria do Tejo, respondendo às necessidades de rega do território, do ponto de vista da agricultura, é outro dos pontos colocados a discussão.

“É um trabalho profundo em que foram apresentadas várias soluções robustas para reforçar a resiliência da bacia hidrográfica do Tejo e das ribeiras do Oeste. Estamos a falar no contexto daquilo que é a nova gestão da barragem do Cabril, a possibilidade de desenvolvermos novos investimentos

ideias em concreto”, salientou o ministro.

O governante disse ainda que estes são projetos de alguma dimensão que exigem agora que o território se pronuncie, as CIM e os municípios.

“Queremos tomar decisões muito em breve. A decisão já tomada é a passagem da barragem do Cabril para fins múltiplos, o que permite não só aumentar o caudal quando necessitamos, como reservar água quando podemos. Essa decisão está tomada e corresponde a uma expectativa do território”, concluiu.

As reações dos autarcas ribeirinhos foram de satisfação e apoio a

este projeto.

Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, considerou que a apresentação das soluções constituíram uma notícia extraordinária. Trata-se de uma

barragem ambiental que vai permitir introduzir água no Tejo por forma a regularizar os caudais. “Houve uma abordagem sobre o açude de Abrantes (...) e há intenção de poder otimizar esta estrutura, no-

meadamente com a requalificação da escada passa-peixe.”

Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, destacou o facto de o governo querer vir ao terreno explicar as ideias e ouvir os municípios para que possa “ser tomada a melhor solução possível.”

Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Constância, disse ter ficado com a ideia que o Governo está mobilizado para este problema e foi apresentada a barragem do Alvito como solução. “A partir do momento que são feitos os estudos e nos apresentam como sendo a melhor solução (...) Constância acompanha esse pensamento de concordância.”

Já Fernando Freira, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, ouviu com muita atenção as intervenções e destacou a importância de uma barragem que se fala há muitas décadas. O autarca vincou que “se temos possibilidade de construir e reforçar a rede hídrica da nossa bacia faz todo o sentido construir esta barragem. Já era para ontem.”

Estas são posições individuais dos autarcas, já as oficiais vão ser enviadas à Agência Portuguesa do Ambiente até ao final de Abril.

Contra este projeto ou esta ideia, para já, apresenta-se o movimento proTEJO. Paulo Constantino, porta-voz deste movimento, disse haver outras soluções, muito menos onerosas, para regularizar os caudais do Tejo e com efeitos mais significativos. Uma delas seria distribuir os caudais acordados pela Convenção de Albufeira por forma a garantir a regularidade dos mesmos com, pelo menos, 45 metros cúbicos no verão.

C/ Lusa

7 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES REGIÃO /
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Utentes de Ginecologia, Obstetrícia e Neonatologia do concelho ficam “de fora” do CHMT

// No âmbito da discussão pública da ‘Rede de Referenciação Hospitalar em Obstetrícia Ginecologia e Neonatologia’, ficou a saber-se que a proposta não integra na área de abrangência do Centro Hospitalar do Médio Tejo, o concelho de Vila de Rei, bem como os concelhos de Ourém, Gavião e Ponte de Sor.

O tema foi discutido na reunião do Executivo Municipal vilarregense com o presidente Ricardo Aires a explicar aos jornalistas que teve conhecimento da situação através de uma comunicação do presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), Casimiro Ramos.

Historicamente, Vila de Rei tem tido lutas antigas na área da saúde mas que, há uns anos a esta parte, estão sanadas. Já no final do ano passado, o presidente da concelhia do PSD de Vila de Rei, Paulo César Luís, tinha explicado que “temos hoje uma exceção na lei que permite que os utentes de Vila de Rei obtenham cuidados de saúde primários na Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco, onde estão inseridos, mas também no Centro Hospitalar do Médio Tejo, que é francamente mais perto do que Castelo Branco. Os vilarregenses lutaram por esse regime de exceção durante muitos anos porque cada vez que mudava o Governo, fosse PS ou PSD, havia um problema de assunção dos utentes de Vila de Rei no Centro Hospitalar do Médio Tejo. Isto envolve verbas, envolve rácios, envolve muita coisa”.

Até que, “ao fim de muitos anos e muita luta, essa exceção viu-se consagrada num despacho da ministra Ana Jorge”. Paulo César Luís espera “não ter que voltar a este assunto novamente” mas esta luta ganha agora novos contornos, como afirmou.

Desde setembro de 2013 que há uma Proposta de Resolução para a Referenciação Hospitalar dos Utentes do Concelho de Vila de Rei homologada pelo secretário de Estado da Saúde na altura, Manuel Teixeira, e assinada pelo presidente do Conselho Diretivo ARSLVT, Luís Cunha Ribeiro, e pelo presidente do Conselho Diretivo da A.R.S. Centro, José Manuel Azenha Tereso, a dar conta que os munícipes vilarregenses teriam acesso à consulta hospitalar e serviços de urgência no CHMT, à exceção de casos de especialidade de referenciação inexistente no CHMT em que seriam referenciados para a ARS Centro. Contudo, esta situação, como disse o presidente da Câmara, “o decidido é falado, não há nada preto no branco”. Ricardo Aires revelou que Vila de Rei “ainda não tem aquela norma legislativa que o Governo de Portugal disse que iria fazer. Estamos à espera”.

/ Serviço de Neonatologia do Hospital Abrantes poderá deixar de receber bebés vilarregenses

Os utentes de Vila de Rei têm, nos últimos anos, podido ter acesso a cuidados de saúde no CHMT mas, segundo a atual ‘Rede de Referenciação Hospitalar em Obstetrícia, Ginecologia e Neonatologia’, as mulheres e recém nascidos vão ter que se deslocar para Castelo Branco. Ora, Vila de Rei encontra-se a 25 km de distância do Hospital de Abrantes e a 90 km do de Castelo Branco.

Neste sentido, foi o presidente Conselho de Administração do CHMT, Casimiro Ramos, a alertar a Autarquia para este facto e a dizer que se podiam pronunciar na Consulta Pública que terminou em 22 de fevereiro.

Em relação às autoridades de Saúde da região, todas tomaram posição a favor da saúde das mulheres e recém-nascidos vilarregenses continuar a ser prestada no CHMT.

Chegam mesmo a demonstrar “descontentamento, insatisfação” e principalmente “preocupação” pelo teor da atual proposta de deixar de fora do acesso ao CHMT os vilarregenses que necessitem dos cuidados nas especialidades de Obstetrícia, Ginecologia e Neonatologia.

A proposta, segundo afirmam,

“coloca em risco a saúde da mulher e do recém-nascido pela deslocação que terá de realizar para receber os cuidados de saúde que necessita de acordo com a sua situação clínica”.

Alerta-se ainda para o facto de “uma família que tenha desejo de se fixar em meio rural, analisando as condições oferecidas para o acompanhamento de saúde do seu agregado familiar, observando a extensa distância a percorrer para usufruir de cuidados de saúde, em nada contribuirá para que a mesma decida fixar-se no interior do país”. Também a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo se pronunciou sobre este facto, tendo o Conselho Intermunicipal da CIM

analisado a proposta e decidido “corroborar a posição do Município de Vila de Rei”, afirmando ser “fundamental neste processo, por uma maior facilidade rodoviária, os utentes possam ter acesso às unidades do CHMT”.

Ricardo Aires já pediu uma reunião com o ministro da Saúde e contou que, aquando da iniciativa ‘Governo Mais Próximo’, em Castelo Branco, foi o próprio Manuel Pizarro que se dirigiu ao autarca a confirmar a receção do pedido de audiência, acrescentando que “se fosse pela questão do Centro Hospitalar do Médio Tejo, que ficasse descansado”.

O presidente da Câmara confirmou que foi feita uma reclamação na plataforma disponível durante a Consulta Pública “a dizer que somos contra e que não tem lógica nenhuma estarmos a privar destas três especialidades quando temos um hospital a 24 km e o outro, na ULS Castelo Branco, está a 88 km”.

Ricardo Aires espera “que seja só uma coincidência infeliz”, referindo-se à questão das NUT, em que Vila de Rei foi “forçada” a mudar de Comunidade Intermunicipal, deixando o Médio Tejo em troca com a Beira Baixa. O autarca espera ainda que esta decisão “seja

revertida”, visto “as pessoas que fizeram isto, que devem ser as que estão em gabinetes em Lisboa, não saberem quantos quilómetros fica Vila de Rei de Abrantes ou de Castelo Branco”.

Ricardo Aires mostrou-se confiante que “este Governo seja sensível” a esta questão e que Vila de Rei não tenha que regressar a uma luta pelo direito aos cuidados de saúde no CHMT. Se assim acontecer, e não houver uma alteração ao que está estipulado para já, “nós não vamos ficar quietos. Nem a população de Vila de Rei vai ficar quieta, tenho a certeza absoluta”.

Na reunião de Câmara, o vereador socialista, Luís Santos, mostrou-se esperançoso que “a posição tomada pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo dê alguma força” e consigam interceder para o revertimento desta decisão. “Não faz sentido”, declarou o vereador. Já o vice-presidente da Câmara, Paulo César Luís, disse que “vivemos hoje o descalabro total da saúde no nosso país, com urgências a ultrapassar as 24 horas de espera”, o que disse ser “uma vergonha e um atentado à saúde pública”. Acrescentou que “vivemos num país onde há hora para nascer, com escalas de hospitais”, o que obriga as grávidas a andar de um lado para o outro.

Quanto ao que se passa com Vila de Rei, “ao ser sonegado” o direito “à drenagem para o serviço mais próximo que é Abrantes”, considerou haver “uma injustiça”. Justificou que até o próprio CHMT “nos incitou a colocarmos as nossa dúvidas, questões e ansiedades”, no período de Consulta Pública.

Para Paulo César Luís, “o grande responsável pelo estado da Saúde no nosso país é quem nos governa”, devido a “ter facilitado durante demasiado tempo a opiniões extremistas nesta matéria, (...) a comunistas e bloquistas”.

Para já, mulheres e recém-nascidos de Vila de Rei ficam sem acesso às especialidades de Obstetrícia, Ginecologia e Neonatologia no Centro Hospitalar do Médio Tejo, tendo que se deslocar à ULS de Castelo Branco.

Pedida está já uma reunião do presidente da Câmara de Vila de Rei com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, mas ainda sem data definida.

8 JORNAL DE ABRANTES / Abril 2023 REGIÃO / Vila de Rei
“O decidido é falado, não há nada preto no branco”Ricardo Aires

Casa Xavier regressa à posse do Município

// Em novembro de 2019, a Fundação João e Fernanda Garcia solicitou ao Município de Vila de Rei a doação do imóvel “Casa Xavier”, na freguesia da Fundada, para criar uma nova valência social. O pedido foi discutido e aprovado por unanimidade depois de se ter percebido que o contrato estava blindado, ou seja, que em caso de incumprimento por parte da IPSS, o imóvel voltaria à posse do Município. Foi o que aconteceu.

Em 2019, o Município de Vila de Rei doou a Casa Xavier, na freguesia da Fundada, à Fundação Fundação João e Fernanda Garcia. Na altura, a doação do imóvel tinha como objetivo criar uma nova valência social, nomeadamente para acolhimento de migrantes. Na última reunião do Executivo, o presidente Ricardo Aires deu conta de que o imóvel voltaria novamente à posse do Município, por incapacidade da Fundação de levar o projeto avante.

Aos jornalistas, Ricardo Aires explicou que a Fundação João e Fernanda Garcia informou o Município que iria reverter a doação, “visto o contrato que tínhamos com eles implicava a efetivação do projeto” de uma nova valência social. A Fundação justificou a reversão pois “neste momento, vão abrir a Casa de Abrigo e o projeto anterior é um pouco avultado. A situação financeira da Fundação não permite, para já, avançar” com os dois projetos ao mesmo tempo.

Assim sendo, referiu Ricardo

Aires, “a Casa Xavier volta para a Câmara, tal como estava definido no protocolo” assinado em 2019.

As Casas de Abrigo são espaços seguros de acolhimento temporário a mulheres e crianças sobreviventes de violência doméstica. Segundo o autarca, trata-se de uma nova valência que “ao que sei, só existe uma

no distrito de Castelo Branco e creio que duas no Médio Tejo (....) sendo, portanto, de grande utilidade para a região”.

Relativamente à Casa Xavier, “vamos verificar que tipo de obras a Fundação João e Fernanda Garcia fez no local, pois foram feitas algumas obras como pequenas re-

parações, e vamos ter que analisar. Depois de falarmos entre todos, em breve irá haver branco”.

A Casa Xavier, propriedade do Município, vai então continuar fechada, para já, até porque, neste momento, o objetivo de a vir a transformar para efeitos turísticos está afastado devido à impossibilidade de os municípios poderem efetuar candidaturas para esse fim. Contudo, a Câmara Municipal de Vila de Rei tem um projeto turístico para a Casa Xavier “já com alguns anitos”. Agora, o Município vai tentar perceber se existem privados que possam estar interessados na exploração do imóvel porque não é intenção da Autarquia deixar a Casa fechada, “até porque o edifício tem história e vamos tentar tudo para que este património não seja devoluto”. No PRR há cabimento em estratégias como alojamento temporário ou arrendamento acessível, mas “vamos ter que analisar e ver o que é melhor para o Município e para o concelho”.

Estão então em análise várias hipóteses para aproveitamento do imóvel situado na localidade de Silveira, freguesia de Fundada, a habitação onde viveu D. Mateus de Oliveira Xavier, Arcebispo Primaz de Goa, Bispo de Cochim e Patriarca das Índias Orientais.

A casa da família Xavier é uma casa rural de uma família de proprietários também rurais, que iniciou construção em meados dos anos setecentos. Apresenta em maior escala traços de arquitetura erudita de finais do século XIX e inícios do século XX, indícios estes mais evidentes na proporção e desenhos dos vãos, nos pés direitos, no desenvolvimento da compartimentação com corredor central, nos tetos estucados e seus desenhos, nas paredes acabadas e pintadas a imitar cantaria; nas carpintarias pintadas a imitar madeiras nobres, nas bandeiras da porta com vidro colorido, nos desenhos das serralharias, entre outros elementos.

Patrícia Seixas

9 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES REGIÃO / Vila de Rei PUBLICIDADE AF_Imprensa_Abrantes_CampD_I_257x140.indd 1 1/18/23 18:05
/ Casa Xavier, onde viveu D. Mateus de Oliveira Xavier

Caima avança com investimento em caldeira de biomassa e na autonomia energética

// A Caima, fábrica do grupo Altri, localizada em Constância, vai, a partir de outubro, ter autonomia total nos consumos de eletricidade e ainda vai vender para a rede pública.

A empresa tem em curso o projeto “Caima Go Green”, financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência, deverá estar concluído em outubro, e aponta à construção de uma central a biomassa para queima de resíduos florestais. Represente um investimento superior a 40 milhões de euros do Grupo Altri, e é, de acordo com a empresa, um dos maiores no interior do País. O primeiro-ministro, António Costa, visitou no dia 17 de março os trabalhos em curso de construção desta central a biomassa para queima de resíduos florestais, para produção de energia e vapor. Este investimento vai posicionar a Caima como “a primeira fábrica de fibras celulósicas na Península Ibérica a funcionar sem recurso a combustíveis fósseis”.

Na visita ao ‘Caima Go Green’, projeto de investimento na ordem dos 130 ME e que conta com um financiamento substancial do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), cabendo à Caima uma fatia de 44.4 ME, José Soares de Pina, CEO da Altri, disse que a nova caldeira deverá estar concluída em outubro o que esta “vai ser a primeira fábrica de fibras celulósicas na Península Ibérica, e uma das primeiras na Europa, a funcionar sem recurso a combustíveis fósseis”.

/ António Costa quis conhecer o projeto de autonomia energética da Caima

Segundo o gestor, a nova caldeira de biomassa vai aumentar a capacidade de produção de energia elétrica da Caima, permitindo responder à totalidade das necessidades de energia térmica da fábrica.

Além disso, notou, a produção excedentária, de 10 MHW, refor

O primeiro-ministro esteve na manhã do dia 17 de mar na apresentação do ‘Caima Go Green’, na fábrica do Grupo Altri, instalada em Constância, e que incluiu a visita aos trabalhos em curso de construção de uma nova central a biomassa a partir de resíduos florestais, para produção de energia e vapor, e que vai posicionar a Caima como “a primeira fábrica de fibras celulósicas na Península Ibérica a funcionar sem recurso a combustíveis fósseis”.

Presente nesta sessão esteve naturalmente, o presidente da Câmara Municipal de Constância, Sérgio Oliveira. O autarca destacou a importância social e económica de uma fábrica que emprega cerca de 180 pessoas e agradeceu à empresa o tratamento dos esgotos da vila.

É que as águas residuais de Constância são enviadas para a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Caima, num processo que não tem custos para a autarquia.

çará a injeção de energia verde na rede energética nacional.

O administrador explicou que vai disponibilizar vapor e eletricidade para novos projetos no âmbito desta agenda que é a produção, através da valorização, de dois produtos que hoje em dia fazem parte dos resíduos industriais. José Soares Pina falava no ácido acético e o

2011, com as limitações do tabuleiro rodoviário, o tráfego faz-se um sentido de cada vez e a circulação está proibida a pesados.

Sérgio Oliveira apelou a António Costa para que ajude a encontrar uma solução para um problema de acessibilidades há muito identificado na região, nomeadamente uma travessia sobre o Tejo que permita a fluidez rodoviária e uma ligação rápida à A23.

ácido furfural. São produtos para a indústria cosmética e alimentar que vão ser produzidos por tecnologia única em Constância. Este é um projeto subsequente à biomassa porque sem a caldeira este não poderia avançar.

A Caima produz pasta de celulose solúvel que é destinada à indústria têxtil para fabricação de fibras. Trata-se da utilização destas pastas na viscose, um substituto do poliéster. E a produção destas fibras têxteis fazem parte dos planos futuros da empresa.

Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Constância, vincou, no seu discurso, a importância desta empresa para o seu Município. É um dos maiores empregadores e tem assumido sempre um papel de relevo naquilo que hoje se designa como responsabilidade social junto da comunidade, associações e outras instituições locais.

E Sérgio Oliveira não esqueceu o agradecimento pela colaboração de vários anos com a autarquia. É que 80% das águas residuais de Constância são tratados na ETAR da empresa sem custos para o Município.

Por outro lado, o autarca destacou a importância deste investimento na descarbonização do país.

A queima de biomassa na Caima vai começar, se os prazos forem cumpridos, em outubro deste ano. A empresa passa a ter autonomia no que diz respeito à energia elétrica e pode avançar na produção de outros produtos, como ácido acético e o ácido furfural.

A Caima tem cerca de 180 trabalhadores e produz atualmente pasta de celulose solúvel destinada à indústria têxtil.

Jerónimo Belo Jorge

quele “estrangulamento” iria gerar emprego e ajudar a fixar população.

Já o CEO da Caima diz que este é um problema que condiciona a capacidade operacional e acrescentou que têm sido encontradas soluções que têm permitido desenvolver a atividade. José Soares de Pina adianto que a resolução deste constrangimento seria uma oportunidade para em Constância se criarem as infraestruturas de futuro.

Mas para além da importância da Caima para o seu Município, Sérgio Oliveira aproveitou a presença do primeiro-ministro para falar de um problema que é um estrangulamento para a empresa, concelho e região e que tem a ver com a travessia sobre o rio Tejo. É que desde

“Permita-me que peça a sua ajuda para um problema que nos assola e que está diretamente relacionado com o desenvolvimento económico e com a coesão territorial (…) mais concretamente a travessia sobre o rio Tejo, uma estrutura adaptada da ferrovia para a rodovia em 1986 como sendo uma solução provisória e que, passados estes anos todos, não só continua como solução provisória como tem a agravante de, desde 2011, estar interdita ao trânsito pesado”, referiu o autarca, tendo feito notar que a resolução da-

Sobre a travessia acrescentou que esse é um processo que está com a Câmara e com o governo.

Atualmente, em termos de trânsito rodoviário, na ponte da Praia do Ribatejo, que liga Constância Sul a Vila Nova da Barquinha, situada mesmo ao lado da fábrica da Caima, apenas circulam, de forma alternada e regulada por semáforos, veículos com um máximo de 3,5 toneladas de peso, havendo registos de uma média diária de 3.400 viaturas.

Jerónimo Belo Jorge

10 JORNAL DE ABRANTES / Abril 2023 REGIÃO / Constância
Sérgio Oliveira pediu ajuda a Costa para uma solução na travessia do Tejo
/ Sérgio Oliveira pediu ajuda ao primeiro-ministro

Autarca contra novas regras da Cota 35 e pede para que “não se sacrifiquem as populações”

// O presidente da Câmara de Abrantes alertou as entidades competentes para que as novas normas não sejam ainda mais limitadoras na questão urbanística das zonas ribeirinhas no que diz respeito á Cota 35. Às normas existentes, vêm agora novas normas que podem travar o desenvolvimento das freguesias. Manuel Jorge Valamatos pediu para se ter uma maior atenção a estes territórios que, em muitos casos, leva ao abandono dos imóveis por parte dos proprietários e não permitem o desenvolvimento do território.

Está neste momento em discussão pública o Plano de Gestão de Risco de Inundações (PGRI) que define um conjunto de regras urbanísticas.

O presidente da Câmara de Abrantes reuniu esta semana com a APA - Agência Portuguesa do Ambiente e a ARH - Administração de Região Hidrográfica, para sensibilizar as entidades acerca dos constrangimentos urbanísticos que a dita Cota 35 impõe a freguesias como Rossio ao Sul do Tejo, Alvega e Rio de Moinhos.

Manuel Jorge Valamatos, em declarações aos jornalistas, explicou que “há muitos anos que Rossio ao Sul do Tejo, Alvega e Rio de Moinhos - principalmente Rossio ao Sul do Tejo e em parte de Rio de Moinhos - têm tido grandes condicionalismos relativamente às questões urbanísticas e isso explica algum abandono urbano dessas mesmas zonas. Particularmente o Rossio tem sofrido nos últimos anos grandes restrições urbanísticas por causa da Cota 35”.

Estando o PGRI em discussão pública, “e nós não temos nada contra esse plano, até porque é um plano técnico que identifica as zonas de maior probabilidade de inundação perante uma situação de cheia, mas sim [contra] as regras e os condicionalismos que são criados no seguimento desse plano. Se até agora havia muitos condicionalismos, as regras que estão subjacentes a esse plano, são agora ainda maiores., o

que afeta de forma mais grave toda a expansão e requalificação urbanística de Rossio ao Sul do Tejo e em alguns locais de Rio de Moinhos”.

Manuel Jorge Valamatos disse que “temos vindo a manifestar-nos completamente contra essas regras e essas normas” e na reunião com o vice-presidente da APA, Pimenta Machado e a sua equipa e a equipa da ARH, “demonstrámos o nosso desencontro e, fundamentalmente as nossas preocupações, na esperança de que “haja uma correção dessas regras e dessas normas para que as pessoas em Rossio ao Sul do Tejo, em Rio de Moinhos e um pequeno aglomerado em Alvega, possam reabilitar e ampliar as suas habitações, que possam haver novas edificações, quer do ponto de vista da habitação normal, quer do ponto de vista até do desenvolvimento económico e instalação de empresas. É isso que queremos”.

Em particular, Rossio ao Sul do Tejo tem sido severamente afetado por estas regras e, como relatou o presidente da Câmara, “muitas vezes o cidadão não percebe o que faz condicionar algum desenvolvimento. As atuais regras são altamente castradoras, mas as que estão preparadas para vir ainda são mais penalizadoras. É isso que estamos a tentar evitar a todo o custo”.

Manuel Jorge Valamatos quer “acreditar que, do ponto de vista político e do ponto de vista técnico, se

encontre aqui um equilíbrio e bom senso”. O presidente da Câmara de Abrantes revelou que as sugestões foram bem acolhidas pois “há sensibilidade bastante para se poder olhar com tempo e se criarem melhores condições para que estas zonas possam ter crescimento, sem condicionalismos”.

A intenção do autarca é “mexer nas normas que aí vêm, bem como nas já existentes, por forma a criarmos uma zona onde terá de se ter cuidado”, dando como exemplos que não se poderá construir uma habitação “em cima dos Mourões” mas questionando qual a dificuldade de se “construir junto ao Kartódromo, no Fojo, na Arrifana ou no Cabrito”, zonas que atualmente têm “limitações imensas”. Reconhecendo que apesar de estarem “longe do rio, têm influências das ribeiras” mas “é um exagero”.

Questionado se a questão da Cota 35 tem condicionado o avanço da ARU - Área de Regeneração Urbana em Rossio ao Sul do Tejo, Manuel Jorge Valamatos avançou que a ARU foi implementada “precisamente para estimular as pessoas a fazerem a manutenção e requalificação e, porventura, ampliações no edificado”. Acontece que, perante esses projetos, as pessoas são confrontadas “com montes de condicionalismos e regras e leis. Obviamente que desistem de fazer seja o que for, mesmo até de construção de raiz.

/ Zona ribeirinha de Rossio ao Sul do Tejo é uma das mais afetadas pelas normas em vigor

São condicionalismos perfeitamente desajustados”.

Lembrando que Rossio ao Sul do Tejo e Rio de Moinhos, durante muitos anos, sofreram com as cheias e que “nesse tempo faria sentido ter um conjunto de regras que limitavam o crescimento urbano”, Manuel Jorge Valamatos referiu que “há mais de 30 anos que não há cheias e não se prevê que voltem a haver tão cedo. Tanto pode acontecer uma cheia como um terramoto”.

Por outro lado, “as barragens são hoje geridas de maneira diferente do que eram há 30 ou 40 anos e já não chove tanto como chovia antigamente”. Mencionou ainda que “nós, abrantinos, se olharmos para o Tejo quando o açude está desinsuflado, mesmo num inverno que chova muito, o Tejo é uma ribeira. O rio tem um comportamento completamente diferente”.

Manuel Jorge Valamatos considera que “temos que olhar para o que é hoje a nossa realidade. E se já temos problemas com o caudal diminuto do Tejo e com o facto da qualidade da água nem sempre ser

a melhor, por favor, não sacrifiquem as populações, sobretudo na valorização e na requalificação do seu património. É isso que pretendemos e é por isso que vamos lutar até ao fim”, declarou.

Segundo as regras atuais, em Rossio ao Sul do Tejo, nas novas edificações, as cotas dos pisos de habitação, terão que ter uma cota superior ou igual a 35 metros. Nos pisos a cota inferior, os mesmos não deverão ter uso habitacional.

Nas áreas em zonas ameaçadas pelas cheias, não são permitidas garagens abaixo da cota do terreno, nem construção de caves.

Na página da internet da APA pode ler-se que “os Planos de Gestão dos Riscos de Inundações (PGRI) abrangem todos os aspetos da gestão dos riscos de cheias e inundações, têm como objetivo reduzir o risco nas áreas de possível inundação, através da implementação de medidas que minimizem as consequências prejudicais para a saúde humana, as atividades económicas, o património cultural e o ambiente”. Patrícia Seixas

11 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES REGIÃO / Abrantes PUBLICIDADE

TRIAL regressa como Eco Evento e com parceria com o CRIA

// São três quilómetros de um percurso renovado e com novidades, 10 zonas de obstáculos, duas a atravessar linhas de água, e há a previsão de 30 equipas participantes. É assim a apresentação da edição 2023 do TRIAL 4x4 de Mação.

Esta vai ser a segunda prova do campeonato nacional da modalidade num renovado circuito de cerca de 3 quilómetros e a realizar nos dias 15 e 16 de abril. E começa por aqui, pela data, uma das alterações, já que a organização espera entre 2 a 3 mil expetadores depois de no ano passado as coisas não terem corrido como seria de esperar. “Em julho estavam 44 graus e isso afastou muitas pessoas, por isso este ano a data cria a perspetiva de termos muitas pessoas a virem até Mação”, indicou Sérgio Santos, vice-presidente do MAC TT, Clube TT de Mação.

A 2.ª Prova do Campeonato Portugal Trial 4x4 tem uma organização da Associação MAC TT – Clube TT de Mação, sob a égide da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, e conta com o apoio da Câmara Municipal de Mação.

Vai, mais uma vez, realizar-se no local habitual, junto à Escola Fixa de Trânsito, na entrada sul de Mação, em espaço disponibilizado

JORNAIS CENTENÁRIOS DE PORTUGAL E BRASIL

ATÉ 30 DE ABRIL

Em Alcáçovas (Viana do Alentejo - Évora)

PAÇO DOS HENRIQUES

O LUGAR ONDE O MUNDO COMEÇOU A SER DESCOBERTO ALCÁÇOVAS (VIANA DO ALENTEJO)

UMA EXPOSIÇÃO COM OS 58 JORNAIS PORTUGUESES E BRASILEIROS QUE SE PUBLICAM ININTERRUPTAMENTE HÁ MAIS DE CEM ANOS.

DO DESERTO DE NOTÍCIAS*

UMA VIAGEM ATRAVÉS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL

E DO BRASIL

Acompanhada por retratos fotográficos de Mestre Homem Cardoso

MAIS INFORMAÇÕES maria.joao@apimprensa.pt joana.galvao@cm-vianadoalentejo.pt apimprensa

pela autarquia para a prova.

E desde logo, no lançamento da prova deste ano, Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, expressou o apoio dado a um dos maiores eventos do concelho de Mação. Mas, realçou, que esta prova só consegue realizar-se com a organização e o empenho do clube MACTT que “consegue envolver muitas pessoas na organização assim como outros clubes.”

A Câmara tem apoiado esta iniciativa, tal como outras, mas há aqui uma componente que tem a ver com o facto de ser uma prova de âmbito nacional.

Além das alterações e adaptações do circuito, o MAC TT de 2023 tem uma vez mais especial preocupação com a segurança da prova e do público, aumentando as zonas de restauração cobertas e aumentando os locais para o público assistir à prova em segurança. De notar que de acordo com a organização, todas as zonas de espetáculo estarão devidamente identificadas, pelo que não haverá dificuldades em chegar aos pontos mais procurados pelos adeptos desta modalidade.

Este ano haverá ainda uma terceira tenda de onde será possível assistir de zona privilegiada ao espetáculo dos triais: 7 (subida de rocha), 8 (cruzamento de eixos) e 9 (subida de pedras).

De notar que os bilhetes para a prova estarão em pré-venda exclusivamente online entre os dias 5 e 10 de abril no site www.mactt. pt, com um valor de 6. Os bilhetes também podem ser adquiridos no próprio dia por 8 €.

Este ano a organização promo-

O MAC TT celebrou também, este ano, um acordo de colaboração com a VALNOR, empresa que gere os resíduos sólidos urbanos do concelho, com o objetivo de tornar a 2ª Etapa do Campeonato Portugal Trial 4x4 um Eco Evento. O acordo foi formalizado entre Sandra Pedrogam, da Valnor, e Rui Marques, presidente do MAC TT.

E como Eco Evento a prova de Mação terá incentivo à utilização de copos de plástico reutilizáveis por um valor simbólico de 1 euro. Mas para lá da componente ambiental de redução de desperdícios (plásticos) esta verba será posteriormente canalizada para a compra de 1 árvore.

Sérgio Santos explicou que no final do evento e após a contabilização da totalidade dos copos vendidos, o patrocinador FORESMAD – GESTÃO FLORESTAL, irá oferecer igual número de árvores para plantar, ou seja, serão plantadas o dobro de árvores em relação ao número de copos vendidos durante o 8.º TRIAL de Mação.

ve ainda a entrada livre e gratuita para todas as pessoas com mobilidade reduzida e/ou portadoras de deficiência.

Este ano a prova de Mação tem uma outra componente, social. Foi feita uma parceria com o Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) unidade de Mação e que aponta a uma preocupação crescente relativamente à inclusão social.

A ideia é envolver os utentes da instituição na organização, tornando-a, desta forma, acessível a todos. E aquilo que se perspetiva é que no dia 15 haja um codriver nas viaturas de competição para os utentes do CRIA. Ou seja os utentes vão estar sentados ao lado dos pilotos entre o local das verificações técnicas e o parque fechado das viaturas.

Haverá ainda a criação de um local reservado para que pessoas com mobilidade reduzida possam assistir à prova. E estas pessoas terão ainda direito a uma T-Shirt da prova.

Vítor Moura, presidente da direção do CRIA deixou a primeira nota que a instituição está, fisicamente, há um ano e meio e “haverá orgulho em ter cá (Mação) a instituição.” Depois acrescentou que “os meninos do CRIA estão a tratar da capacitação e inclusão na sociedade”, daí que estas parcerias sejam muito importantes, tal como outras que existem com a autarquia e com a Misericórdia de Mação.

E nesta prova os utentes vão ter oportunidade de participar numa outra área, como seja o desporto motorizado.

Já o material reciclado recolhido durante a prova será entregue à VALNOR, que irá entregar o valor monetário correspondente ao organizador do evento. E ficou já anunciado pelo MAC TT que esse montante será doado ao CRIA, para aquisição de material didático para os utentes da instituição. Sandra Pedrogam, da Valnor, revelou que haverá a aposta da promoção da aquisição dos copos reutilizáveis. O objetivo é diminuir a quantidade de resíduos produzidos.

Depois apontou outras medidas. Todo o recinto terá ecopontos de 120 litros para separação do papel plástico e vidro. “Mesmo sabendo que haverá pouco vidro, à exceção do bar, vamos colocar os ecopontos por todo o recinto.” Indicou ainda que no dia da prova, 16 de abril, “teremos grupos de promotoras para sensibilização para a redução dos resíduos e estamos disponíveis para fazer ações de formação ou ações de sensibilização quer junto dos voluntários, quer junto de outras associações.”

De notar que a prova tem a organização do MAC TT com a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting. A Câmara Municipal de Mação, reconhecendo o grande dinamismo da Associação MAC TT – Clube TT de Mação associa-se a esta iniciativa, disponibilizando não só recursos humanos, como apoio monetário e logístico.

E nos dias 15 e 16 de abril são esperadas 2 a 3 mil espetadores e cerca de três dezenas de equipas com as viaturas preparadas para todos os desafios, alguns só ultrapassados com guinchos e cabos de aço, para além de provocarem muita adrenalina.

Jerónimo Belo Jorge

12 JORNAL DE ABRANTES / Abril 2023
DESPORTO / Mação
/ O MAC TT tem o apoio da autarquia e parcerias com o CRIA e com a Valnor
*Estudo da Universidade da Beira Interior/AMCC sobre os jornais que desapareceram em Portugal. **Exposição das 1. páginas dos n. de cada um dos jornais centenários portugueses
brasileiros.
UM LEGADO CULTURAL NOS 200 ANOS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
e
À FLORESTA DA MEMÓRIA**
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“Todas as zonas de espetáculo estarão devidamente identificadas”

ESPECIAL / Semana Santa

Programa Religioso - Semana Santa 2023

Março

Dia 25

A partir das 10h30m | Reconciliação 12 horas | Celebração da Eucaristia (Ofício pelos Defuntos) | Igreja Matriz

Dia 26 16 horas | Celebração da Eucaristia | Procissão dos Passos do Senhor (A cargo da Irmandade da Vera Cruz – Sermão do Encontro e Sermão do Calvário) | Saída da Igreja Matriz

Abril

Dia 2 09 horas | Bênção e Procissão dos Ramos

Saída da Capela do Espírito Santo Celebração da Eucaristia | Leitura da Paixão | Igreja Matriz

Dia 6 – Quinta-feira Santa 19h30m | Celebração da Missa Vespertina da Ceia do Senhor Cerimónia do Lava-pés e Trasladação do Santíssimo Sacramento

Adoração com a participação dos Irmãos da Irmandade do Santíssimo Sacramento

Igreja Matriz 21h30m | Procissão do Senhor da Misericórdia (ou Fogaréus) Sermão do Mandato (A cargo da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia, na Igreja do Convento)

Esta Procissão, que sai da Igreja da Misericórdia, é feita à luz de velas, archotes e candeeiros, com a eletricidade da rede pública desligada

Dia 7 – Sexta-feira Santa 17h30m | Celebração da Paixão do Senhor Adoração da Cruz | Igreja Matriz

19h00m | Procissão do Enterro do Senhor

Sermão da Soledade (Enterro) | A cargo da Irmandade da Vera Cruz e Santíssimo Sacramento

Saída da Igreja Matriz

Dia 8 – Sábado Santo 20 horas | Celebração da Vigília

Pascal, Bênção do Lume Novo, Liturgia da Palavra, Liturgia Batismal (Bênção da Água, Renovação das Promessas do Batismo) (A cargo da Irmandade do Santíssimo Sacramento) | Igreja Matriz

Dia 9 – Domingo de Páscoa 9h30m | Procissão | Anúncio Solene da Ressurreição do Senhor (A cargo da Irmandade do Santíssimo Sacramento) | Saída da Igreja Matriz

Celebração da Eucaristia | Dia da Ressurreição do Senhor

Dia 16

CABEÇA DAS MÓS Festividades do Senhor Jesus da Boa Morte 16.00 horas | Domingo da Misericórdia | Celebração da Eucaristia | Procissão

Dia 23

SARDOAL Festividades do Senhor dos Remédios 15 horas | Celebração da Eucaristia no Convento de Santa Maria da Caridade

|Procissão

Organização: Paróquia de São Tiago e São Mateus, Sardoal | Santa Casa da Misericórdia e Irmandades

Junho

Dia 8

SARDOAL | 9 horas | Corpo de Deus | Eucaristia e Procissão

Horário de abertura da Igreja Matriz Quinta-feira dia 6 a sábado dia 8 de abril - das 15 às 19 horas

Domingo, 9 de abril - das 15 às 17 horas

PROGRAMA COMPLEMENTAR - Semana Santa 2023

EXPOSIÇÕES

“Paixão e Luz”

Fotografia de Paulo Jorge de Sousa Centro Cultural Gil Vicente 24 de março a 27 de maio 2023

Horário da Exposição na Semana Santa:

Domingos, 26 de março e 2 de abril - das 15 às 19 horas

Quinta-feira Santa, 6 de abril - das 15h às 21h30m

Sexta-feira Santa, 7 de abril - das 15 às 20 horas

Sábado Santo, 8 e Domingo de Páscoa, 9 de abril - das 15 às 19 horas

Horário normal: De terça-feira a sábado - das 15 às 18 horas

Encerra ao domingo, segunda-feira e feriados

Trabalhos Projeto Capela

Espaço “Cá da Terra”

24 de março a 27 de maio de 2023

Com a participação do Agrupamento de Escolas de Sardoal

WORKSHOP de Velas

Sábado, 1 de abril - 15 horas Espaço “Cá da Terra” Feitas à mão com cera de abelha natural (necessária inscrição )

CINEMA

Vídeos da Candidatura da Semana

Santa de Sardoal a Património Cultural Imaterial

Sábado, 1 de abril - 18h30m

Centro Cultural Gil Vicente

OFICINA Tapetes de Flores

Quarta-feira, 5 de abril - 9h30m Espaço “Cá da Terra” Integrado no programa Férias Desportivas.

PASSEIO PEDESTRE Caminhos da Fé Sexta-feira Santa, 7 de abril - 9 horas

Praça da República (necessária inscrição) PAIXÃO DE CRISTO

Teatro de Rua - GETAS

Sábado Santo, 8 de abril - a partir das 15 horas

Praça da República

DOCE QUIOSQUE com venda de amêndoas Posto de Turismo

Dias 26 de março, 2, 6, 7 e 8 de abril

Preservação de uma antiga tradição local que remonta aos tempos em que o comércio local tinha horário livre, permanecendo aberto após terminarem as celebrações religiosas. Nessa ocasião, os casais ou pares de namorados aproveitavam para oferecerem amêndoas à pessoa amada. Esta iniciativa é efetuada há 21 anos e, em cada ano, é convidado um agente comercial do concelho para o respetivo fornecimento.

MÚSICA Concerto de Páscoa

Filarmónica União Sardoalense

Sábado, 22 de abril - 21h30m

Igreja Matriz de Sardoal

CAPELAS E IGREJAS COM TAPETES à base de pétalas de flores naturais

6 a 9 de abril

Durante a Semana Santa, as Igrejas e Capelas, não apenas da Vila, mas também das aldeias do Concelho, estão decoradas com tapetes feitos à base de pétalas de flores e verduras naturais, com desenhos alusivos à época. Os tapetes de flores são feitos na quarta-feira, prolongando-se os trabalhos pela noite dentro, envolvendo toda a comunidade.

Trata-se de uma tradição que se julga ser única no país, sabendo-se que já existia com grande esplendor no século XIX. Os tradicionais tapetes de flores são uma das iniciativas mais emblemáticas das Celebrações da Semana Santa e

Páscoa em Sardoal, atraindo milhares de visitantes.

Capelas e Igrejas enfeitadas na Vila Igreja de Santa Maria da Caridade (Convento)

Capela do Senhor dos Remédios

Capela de Sant’Ana

Capela de Santa Catarina

Capela de Nossa Senhora do Carmo Capela do Espírito Santo Igreja da Misericórdia

Capela de S. Sebastião

Horário de abertura

Quinta-feira Santa, 6 de abril - das 14 às 24 horas Sexta-feira, 7 e sábado, 8 de abril - das 10 às 21h30m

Domingo, 9 de abril - das 10 às 19 horas

Horário de abertura da Igreja Matriz

De quinta-feira, 6 de abril, a sábado, 8 de abril - das 15 às 19 horas

Domingo, 9 de abril - das 15 às 17 horas

Capelas e Igrejas enfeitadas fora da Vila

Andreus

Entrevinhas

Mivaqueiro

Panascos

Presa

Santiago de Montalegre (Igreja antiga junto ao cemitério)

São Simão

Vale de Onegas

Valhascos - Igreja

Valhascos - São Bartolomeu

Venda Nova

Horário de abertura

Sábado, 8 de abril - das 14h30m às 18 horas

O Município de Sardoal disponibiliza transporte para a visita a estas Capelas e Igrejas

Sábado, 8 de abril - 10 horas - Partida junto do Centro Cultural Gil Vicente

/ Fotos do Especial: Paulo Sousa

Centro de Interpretação da Semana Santa é ponto de partida para conhecer todo o património religioso

// Inaugurado no dia 22 de setembro de 2022, o Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património Religioso é “a joia da coroa” em Sardoal. É o ponto de partida para poder, durante todo ano, compreender as manifestações religiosas da Semana Santa e descobrir todo património que Sardoal possui no âmbito do turismo religioso.

Cheira a flores... Lembra os tapetes que durante a Semana Santa cobrem o chão das igrejas e capelas de Sardoal.

É esta a primeira impressão que durante todo o ano pode ser sentida no Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património Religioso. Ao entrarmos, invade-nos o cheiro que nos remete para esta época especial.

Mas o Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património é apenas o primeiro passo. O lugar onde a visitação tem início e que, para além disso, “é um espaço muito bonito e que tem tido reconhecimento como ponto de partida para o que é a visitação ao nosso património no âmbito da fé e da religiosidade”. Quem o afirma é o presidente da Câmara Municipal de Sardoal que informa que “estamos também a aguardar a decisão da nossa candidatura da Semana Santa a Património Imaterial Nacional”.

Miguel Borges chama ainda a atenção para o facto de “o Centro de Interpretação não ser só a Capela de Nossa Senhora do Carmo,

mas todos os percursos que criámos, a identificação de todas as capelas através da leitura de um QR Code onde as pessoas podem entrar e ter explicação de tudo e de todos os pormenores”. É que, “mais do que o equipamento, o Centro de Interpretação é um conceito”.

O Centro de Interpretação da Semana e do Património Reli -

gioso dá a conhecer o imenso e valioso património material religioso atualmente encerrado nas seis capelas e três igrejas da vila, convidando à sua visitação. Como revela o autarca, depois da requalificação da única capela que era pertença da Câmara, “falta-nos podermos articular com os restantes proprietários do património, como é o caso da Igreja

Matriz e da Misericórdia, para que possamos fazer as visitas de uma outra forma. É claro que no caso de visita guiada e programada, os serviços da Câmara articulam os horários e, independentemente do número de pessoas, todos podem visitar. Temos dois técnicos que acompanham as visitas e explicam muito bem todo este património fantástico, tal como é feito na Quinta-feira Santa. Mas queríamos que quem chegasse ao Sardoal, por exemplo a um sábado de manhã, que houvesse uma forma das pessoas poderem visitar as nossas capelas e as nossas igrejas”. Este será um assunto que estará em agenda na primeira reunião do Conselho Municipal do Turismo, que será constituído muito em breve.

Inaugurado a 22 de setembro de 2022, o Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património Religioso é uma obra que “durou tempo de mais”. Miguel Borges fala da ideia que o Executivo sempre teve para aquele espaço mas “todas as aprovações, os avisos de candidatura... foi tempo demais”. Agora que está aberto ao público, é um espaço devidamente adaptado na Capela de Nossa Senhora do Carmo, provido de equipamentos de animação turística com conteúdos e material documental.

Trata-se de um sistema integrado de informação, gestão e difusão sobre os diversos patrimónios do Sardoal, com particular destaque das manifestações religiosas e artísticas, de forma pedagógica e interativa, que cria dinamismo e potencia novas experiências aos turistas e visitantes.

Quanto ao número de visitantes que já passaram pelo Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património Religioso nestes primeiros seis meses, ainda não há um registo. “Vamos esperar que passe o primeiro ano”, diz Miguel Borges. Contudo, assegura, “temos números do que é a visita geral ao Sardoal”. É claro que quem visita e vem através do Posto de Turismo, “obrigatoriamente visita o Centro de Interpretação da Semana Santa. Pode não ir a uma ou outra capela, mas certamente que são levados à nossa «joia da coroa»”.

Esta será a primeira vez que o Centro de Interpretação da Semana Santa vai estar aberto nesta altura do ano e as expetativas são altas quanto ao número de visitantes aos quais será aguçado o desejo de visitar o restante património.

Certo é que o Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património Religioso de Sardoal vai sendo atualizado “à medida que vão surgindo oportunidades ao nível das novas tecnologias”. E Miguel Borges tem um desejo que ainda espera ver realizado: “Gostava que alguém, no mês de agosto, por exemplo, chegasse ao Centro de Interpretação e colocasse um daqueles óculos interativos e pudesse fazer a Procissão dos Fogaréus ou outra”.

Como curiosidade, o visitante que descarrega o QR Code existente em cada igreja e capela, ouve a explicação do que está a ver através de uma voz bem conhecida. Nem mais, nem menos que o senhor da rádio, António Sala.

Patrícia Seixas

14 JORNAL DE ABRANTES / Abril 2023 ESPECIAL / Semana Santa do Sardoal
ANDREUS ENTREVINHAS ESPÍRITO SANTO PANASCOS S. SIMÃO S. SEBASTIÃO S. BARTOLOMEU - VALHASCOS PRESA SANTANA / Espaço devidamente adaptado na Capela de Nossa Senhora do Carmo

Cada foto é um olhar de “Paixão e Luz”

A Procissão dos Fogaréus em Sardoal, na Quinta-feira Santa, apresenta umas características muito próprias, intimistas e que convidam à introspeção. A música marca um ritmo pausado, a iluminação apenas de velas e candeias criam sombras nos corpos e rostos dos crentes que acompanham o Senhor da Misericórdia pelas ruas escuras da vila.

E foi este cenário, único, que levou o jovem fotógrafo de Sardoal, Paulo Sousa, a encetar um desafio grande. Estamos na década de 80, muito antes de máquinas digitais ou de telemóveis que fazem quase tudo o que queremos. Com a sua máquina e com rolos adequados, quando em vez dos ISO ainda se falava em ASA, Paulo Sousa usava os de 800 ou mil ASA para as experiências. É que, em 1986, fotografar à noite, sem flash e com apenas meia dúzia de velas na procissão, era de uma dificuldade extrema. Para lá dos rolos, abertura de lente e tempos de revelação das películas mais longos, o Paulo foi fazendo as experiências e guardando, ano após ano, os registos destas procissões.

Os anos foram passando, as tecnologias evoluíram e hoje podemos fotografar a Procissão dos Fogaréus com ISO’s de 24.000 e com outra luminosidade porque há cada vez mais pessoas a levar as velas e até as janelas, sacadas ou muros da vila têm as luzes trémulas para a passagem do Senhor.

Veio a pandemia e o Paulo foi às caixas de memórias e começou a passar para o digital as fotografias de papel, a preto e branco, de anos de procissão. E de começou com experiências, a técnica apurou o sentido aguçado do olhar do Paulo Sousa. E se a Procissão dos Fogaréus repete todos os anos o mesmo cerimonial, o fotógrafo continuam, igualmente, a percorrer as ruas em busca desses pormenores, rostos, pessoas para registar aquele momento.

E é este trabalho que pode ser apreciado no Centro Cultural Gil Vicente, até 27 de maio, numa exposição intitulada “Paixão e Luz”.

Ao Jornal de Abrantes Paulo

Sousa disse que no início não tinha as preocupações documentais que tem hoje, quando começa a Procissão. Eram experiências. E as fotografias a preto e branco são uma ínfima parte do espólio que tem nos seus arquivos. Muitas de pessoas que já não estão entre nós. Mas todas a mostrar um cenário de Fé e Tradição que, ainda hoje, se mantêm.

Nestes novos tempos a tecnologia facilita a documentação fotográfica, a tecnologia permite passar da cor para o preto e branco num estalar de dedos. Mas olhar aguçado continua o mesmo e o próprio Paulo diz que há sempre, a cada ano que passa, um qualquer pormenor que não foi visto noutras procissões.

E questionado sobre a possibilidade de lançar um livro indo ao “baú” cheio de “documentos” desde 1986, Paulo Sousa responde: “Um? Não. Dava para vários.”

Jerónimo Belo Jorge

Centro de Cycling disponível para adeptos do ciclismo

de maio o Centro de Cycling de Sardoal.

percursos cicláveis do Turismo de Portugal e, em Sardoal, é a porta de entrada para uma rede de seis percursos de terra XTO e seis percursos de estrada que partem exatamente deste ponto. Os percursos são homologados pela Federação Portuguesa de Ciclismo.

vai ficar instalado na zona despor tiva da vila e trata-se de uma “esta ção de serviço”. Foi o tirar partido da recente recuperação da piscina descoberta e do facto de, mesmo ao lado, ficarem os balneários e as casas de banho públicas. Foi implementado um sistema de domótica que permite o livre acesso, dentro das 13 horas diárias definidas, para uso do Centro.

O atleta, visitante ou simples adepto de ciclismo pode então chegar ao Centro de Cycling e ter acesso às instalações, bastando descarregar o QR Code que dá acesso a uma plataforma onde se regista e recebe um código que lhe permite abrir o portão.

Se acontecer estar com problemas na bicicleta, tem também disponível nesse espaço uma «bike station». A dita «estação de serviço» dispõe de um ponto de água, um ponto de ar e de várias chaves-tipo para fazer a manutenção.

Promover a rede de percursos cicláveis através do contacto com a natureza nos trilhos do concelho e ser uma porta de entrada para o turismo são dois dos objetivos do Centro de Cycling de Sardoal. É que o painel de início terá informações e ligações aos sites de turismo e da Câmara Municipal, o que permite que, quem vem, possa programar mais atividades no Sardoal, como almoçar ou visitar o concelho.

O Centro de Cycling de Sardoal é então um ponto de entrada para 12 percursos cicláveis e que fica na antiga Estrada Nacional 2. Vai estar disponível a partir de maio.

15 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES
SRA. DO CARMO SRA. DOS REMÉDIOS STA. CATARINA STG. MONTALEGRE
VALHASCOS STA. MARIA DA CARIDADE MIVAQUEIRO MISERICÓRDIA
ESPECIAL / Semana Santa do Sardoal
VENDA NOVA Patrícia Seixas

ESPECIAL / Semana Santa do Sardoal

Pode ler a entrevista na íntegra em www.jornaldeabrantes.sapo.pt

“Uma coisa é a nossa fé e outra é a postura de homens que a apregoam”

// Eis que regressa a Sardoal o momento em que o silêncio “se faz ouvir”. A Semana Santa é vivida intensamente e o Turismo Religioso é, cada vez mais, uma aposta do Município. Miguel Borges, presidente da Câmara de Sardoal, fala destes e de outros temas de importância para o concelho.

por Patrícia

O Turismo Religioso está a implementar-se cada vez mais em Portugal. Como é que Sardoal se está a posicionar neste segmento?

Melhor do que nós, são aqueles que falam por nós e que nos reconhecem algum mérito no âmbito do Turismo Religioso. Recordo a distinção pelo IPDT - Turismo que coloca Sardoal num dos quatro melhores destinos turísticos entre os vários municípios do país. Não que tenhamos já implementado ou definido, ou mesmo executado, uma estratégia final de turismo, mas pelos passos que temos vindo a dar e pelo potencial que o Sardoal tem no âmbito do turismo. Nós temos um Plano Estratégico para o Desenvolvimento Turístico no âmbito da fé e da religiosidade e é esse plano que temos vindo a desenvolver. Quando revisitamos esse mesmo plano, percebemos que muitas das ações que nos tínhamos proposto fazer, estão concluídas ou em fase de conclusão. Dou o exemplo do Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património, um espaço muito bonito e que tem tido reconhecimento como ponto de partida para o que é a visitação ao nosso património no âmbito da fé e da religiosidade.

Para este ano, os moldes são os habituais da Semana Santa, com todas as igrejas e capelas da vila enfeitadas com tapetes de flores?

Sim, até porque não há muito a alterar. As procissões e as cerimónias religiosas têm um calendário definido. Contudo, estamos a falar de uma tradição e de um património que convém preservar, o que não quer dizer que não se possa inovar. Mas, fundamentalmente, a estrutura desta Semana Santa é igual todos os anos com as capelas enfeitadas com tapetes de flores, não só na vila mas em todo o concelho. Depois temos o circuito da visita por todos estes locais em que disponibilizamos o autocarro.

Crê que a polémica que envolve a Igreja Católica poderá afetar as manifestações religiosas e afastar as pessoas?

Não, temos que separar o trigo do joio. A Igreja Católica, toda esta fé e religiosidade e todas estas manifestações são muito mais importantes do que os homens que as fazem. Sendo certo que, segundo se

tem revelado, são homens, alguns deles, criminosos. Estamos a falar de crimes completamente repugnantes e temos que separar as coisas. Não é por um médico cometer um crime que nós vamos deixar de acreditar na medicina. São cosas completamente diferentes. É claro que a dimensão é muito grande mas uma coisa é a fé que cada um de nós tem e outra é a postura de homens que apregoam essa mesma fé e vão contra os princípios da própria fé. Aqui estamos a falar do âmbito criminal e não do âmbito religioso. É um golpe rude numa instituição que terá também alguma culpa e é claro que haverá algum descontentamento, algum desconforto e algum desagrado coletivo mas, de forma nenhuma, poderá influenciar aquilo que é a nossa postura em relação à fé e religiosidade.

No início do ano, disse que “o 2023 vai ser muito difícil” e ser “muito importante que as Câmaras estejam atentas no apoio aos mais necessitados e àqueles que momentaneamente possam ter necessidades”. Em Sardoal, notou-se o aumento desses apoios?

A Câmara aceitou desde o primeiro momento a delegação de competências na área social e isso leva a que, neste momento, tenhamos um aumento de trabalho. Há

uma grande preocupação que nos leva a ter uma estreita interligação com os nossos parceiros, as IPSS que estão a passar por uma crise grave. Na verdade, há um conjunto de custos fixos que tem vindo a aumentar brutalmente. Os utentes destas IPSS são pessoas que já estão no limite daquilo que são as suas capacidades financeiras. O Governo não tem acompanhado financeiramente este aumento que as IPSS têm estado a ter e há um outro aspeto importante que nos obriga a uma articulação estreita, que é a escola. A escola é o local onde, muitas vezes, se nota que começam a haver problemas sociais de onde menos se espera. É claro que as classes mais desfavorecidas da nossa população sempre nos mereceram uma grande atenção e sempre demos apoio a

essas classes desfavorecidas. Nestes momentos de crise, a nossa atenção tem que ser direcionada também para aquela classe média, ou do que resta dessa classe média - aquele conjunto de pessoas que normalmente não está neste grupo que pede apoios - mas onde se revela uma vergonha num momento de crise. Pessoas que ao longo dos tempos nunca pediram ajuda, nunca precisaram, e agora são dos primeiros a necessitar. É preciso termos uma atenção redobrada para estas pessoas e dizer-lhes que estamos disponíveis.

Falou também de outro tipo de intervenções importantes para a população, como a requalificação do edifício da Tapada da Torre e outros edifícios. Como estão esses projetos?

Nós temos uma Estratégia Local de Habitação (ELH) onde temos todos esses edifícios, nomeadamente os da Tapada da Torre onde estamos a terminar a fase de concurso. Esta obra está incluída na ELH, num valor superior a um milhão de euros.

Estamos também a terminar a candidatura específica para começarmos a fazer obra porque tudo isto tem que estar acabado antes de 2026. Temos um total de 4 milhões e 145 mil euros na nossa ELH. Há também outros prédios que são pertença

da Câmara Municipal e que estão devolutos e onde incluímos a sua recuperação e entrega a famílias que se enquadrem dentro dos valores da ELH. Por outro lado, há um conjunto de particulares, cerca de 15 beneficiários diretos, que se enquadravam nesta Estratégia, considerando a sua situação económica. Estamos num processo de articulação, com o apoio dos nossos serviços de arquitetura e engenharia, para aconselharmos as pessoas no sentido do que será melhor para a recuperação das habitações. Ainda na nossa Estratégia Local de Habitação, pensámos que podíamos ir mais longe e não faz sentido não termos um espaço onde podemos vir a construir um conjunto de fogos novos, direcionados para o arrendamento a custos controlados e a casais jovens que se queiram fixar no Sardoal.

Um dos temas pelo qual se tem batido é a recuperação das igrejas, principalmente da Igreja Matriz. Há alguma luz ao fundo do túnel?

Pode haver. Recordo que ando com esta insistência desde 2009. Lamentavelmente, a nossa CCDR só incluiu para financiamentos aquilo que é Património Nacional, do Estado. Nós, Câmara, temos a nossa ação relativamente minimizada porque estamos a falar de obras num valor, eventualmente, superior a um milhão de euros mas que não é património nosso. Podemos apoiar e sempre dissemos que estamos na primeira linha para ajudar, até financeiramente, para levar esta recuperação a bom porto. Só que não foi este o entendimento. Não há muito tempo, tivemos uma reunião sobre este Quadro Comunitário 2030, com a senhora diretora regional de Cultura do Centro, que é quem interage com a nossa CCDR em termos de quadros comunitários, e tem o mesmo entendimento que nós. Já conseguiu fazer um mapeamento daquilo que são as necessidades de intervenção urgentes para incluir no próximo QCA. Nesse mapeamento vem a nossa Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia e vem a Capela da Lapa. São três monumentos que vêm lá incluídos como sinalizados pela Direção de Cultura do Centro com alguma urgência de intervenção e para a qual necessitam de fundos comunitários.

16 JORNAL DE ABRANTES / Abril 2023
“Nós temos um Plano Estratégico para o Desenvolvimento Turístico no âmbito da fé e da religiosidade
/ Requali cação da Tapada da Torre está incluída na ELH, num valor superior a 1 milhão de euros

ESPECIAL / Festas do Concelho de Constância

Programa

7 abril // sexta-feira

14h00 > 19h00 [Zona Ribeirinha –junto ao Anfiteatro dos Rios]

> Espaço infantil com insufláveis e animação

15h00 > 23h00 Mostra Nacional de Artesanato e Mostra de Doces

Sabores

16h00 [Palco Pelourinho]

> Espetáculo Infantil «O Recreio da Anita»

18h00 [Largo Cabral Moncada]

> Inauguração Oficial das Festas

> Passa-calles com a Tuna Templária de Tomar

22h00 [Palco Camões]

> Concerto: David Antunes & The

Midnight Band

23h30 [Palco Pelourinho]

> DJ White

8 abril // sábado

9h30 [Avenida das Forças Armadas]

> 33.º Grande Prémio da Páscoa em Atletismo de Constância

14h00 > 19h00 [Zona Ribeirinha –junto ao Anfiteatro dos Rios]

> Espaço infantil com insufláveis e animação

15h00 > 16h00 / 17h00>18h00

[junto às Mostras]

> Projeto «A(MÁ-LA) com História»

– Biblioteca Municipal Alexandre

O’Neill

15h00 > 23h00 Mostra Nacional de Artesanato e Mostra de Doces

Sabores

16h30 [Praça Alexandre Herculano]

> Demonstração de Karaté – ANAM

Karaté

17h00 [Palco Pelourinho]

Música à Tarde

> Banda da Associação Filarmónica

Montalvense 24 de Janeiro

> PVGNA TAGI – Grupo de Música

Tradicional da CICO

> Grupo de Cantares da Casa do Povo de Montalvo

22h00 [Palco Camões]

> Concerto: David Carreira

23h15 [Palco Pelourinho]

> Concerto: Smells Like 90’s 00h55 [Palco Pelourinho]

> DJ Francesco

9 abril // domingo

14h00 > 19h00 [Zona Ribeirinha –junto ao Anfiteatro dos Rios]

> Espaço Infantil com Insufláveis e Animação

15h00 > 23h00 Mostra Nacional de Artesanato e Mostra de Doces

Sabores

16h30 [Palco Camões]

Tarde de Folclore

> Rancho Folclórico "Os Camponeses" de Malpique –

Constância

> Rancho Folclórico de Vila Nova da Erra – Coruche

> Rancho Folclórico da Casa do Povo do Pego - Abrantes

22h00 [Palco Pelourinho]

> Concerto: Jorge Guerreiro 23h45 [Palco Pelourinho]

> DJ PP

10 abril // segunda-feira - feriado municipal

11h00 [Paços do Concelho]

> Içar das Bandeiras

> Guarda de Honra prestada pelos Bombeiros Voluntários de Constância e a presença da Banda da Associação Filarmónica Montalvense 24 de Janeiro

11H15 [Salão Nobre dos Paços do Concelho]

> Sessão Solene evocativa do feriado municipal

> Cerimónia de Distinção dos Funcionários do Município com 10, 20 e 30 de serviço

13h00 [Cais de constância]

> Chegada das embarcações engalanadas, com a presença da Banda da Associação Filarmónica

Montalvense 24 de Janeiro

15h00 > 23h00 Mostra Nacional de Artesanato e Mostra de Doces Sabores

15h30 Cerimónias Religiosas

> Eucaristia Solene em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem

> Procissão em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem

> Bênção dos barcos nos rios Tejo e Zêzere e das viaturas na Praça Alexandre Herculano

22h00 [Palco Camões]

> Concerto: Bárbara Bandeira

15 minutos após o término do Concerto [Margem ribeirinha]

> Espetáculo de Fogo de Artifício / Encerramento das Festas

RUAS FLORIDAS

TASQUINHAS

32.ª MOSTRA NACIONAL DE ARTESANATO

15.ª MOSTRA DE DOCES SABORES Parque de Merendas

ESPAÇO JOVEM [Zona Ribeirinha] dinamizado por coletividades

> 7, 8 e 9 ABRIL // 15H00 > 04H00

> 10 ABRIL // 15H00 > 02H00

MUSEU DOS RIOS E DAS ARTES MARÍTIMAS [Estrada Nacional 3 – junto aos Paços do Concelho]

> 7 abril // Sexta-feira – 14h00 > 18h00

> 8 abril //Sábado – 14h00 > 16h00

> 9 abril // Domingo – 14h00 > 18h00

> 10 abril // Segunda Feira - 10h00 > 13h00 e 14h00 > 18h00

17 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES

ESPECIAL / Festas do Concelho de Constância

Há uma Constância antes e outra depois da Praia Fluvial

// As Festas mantêm a matriz religiosa a que se junta o artesanato e as tasquinhas, mas a grande mudança é a aposta num cartaz musical mais comercial nos quatro dias e a abertura oficial na sexta-feira. Com um centro histórico cada vez mais de cara lavada, a vila prepara a praia fluvial para o verão e a Ribeira do Carvalho para mostrar, em outubro, num Trail que promete ter centenas de participantes. Só falta mesmo ter a ponte sobre o Tejo com trânsito nos dois sentidos, mas o presidente da Câmara, Sérgio Oliveira, fez o pedido ao primeiro-ministro.

Neste regresso das Festas da nossa Senhora da Boa Viagem à normalidade, sem restrições da pandemia, o que é que vai ser este ano?

Estas Festas têm sempre uma matriz estática: a Procissão; as Bênçãos; o atletismo; a mostra de artesanato e doçaria; a tarde de folclore. Estas são as chaves da nossa Festa. Para além disto o que se altera são os cabeças de cartaz, que voltamos a fazer uma aposta num programa muito comercial para voltar a encher as Festas.

Alterámos a abertura oficial de sábado para Sexta-feira Santa. Sabemos que é um dia muito especial para os católicos, mas a abertura das Festas foi decidida em comum acordo com a Paróquia para não haver sobreposição de atividades ou qualquer atrito.

Esta ligação entre o Município e a Paróquia é fundamental ...

... sim. Só é possível por esta Festa de pé porque a Câmara dá “a cara”, mas, porque temos as associações, a Paróquia, alguns moradores que participam e que fazem com que seja uma Festa de todo o concelho.

Os barcos enfeitados vão voltar a subir o rio?

Já fizemos o pedido para libertação de água nesse dia. Penso que não teremos o problema do ano passado que, face à pouca água, os barcos não conseguiram subir o rio da forma mais célere. Temos essa promessa.

As Festas têm a componente de pôr os visitantes a deambular pelo centro histórico. Um centro que está este de cara renovada com a requalificação da Avenida das Forças Armadas? Assim como uma taxa elevada de requalificação de Imóveis?

Sim, vamos ter umas Festas com a avenida das Forças Armadas e o Largo Heitor da Silveira renovados, a zona ribeirinha já tinha sido renovada. E junta-se a requalificação de muitos imóveis no centro histórico. Tirando uma ou duas situações o centro começa a deixar de ser uma preocupação. Mas não é só aqui. Na zona alta também temos loteamentos que começam a ser desbloqueados e começam a mexer com o mercado

/ “O que pedi ao primeiro-ministro serve o concelho, as populações, a Caima, o Campo Militar e a região”

da habitação. Falo do loteamento do Frei Miguel, o loteamento da Quinta de Santa Bárbara e o loteamento do Pinhal D’El Rei. Em Santa Margarida também temos um loteamento pronto para venda e em Montalvo também há movimentações no mercado.

Isto quer dizer que Constância tem oferta de habitação?

Começamos a ter mais oferta. Em Santa Margarida temos casais que viviam na zona de Lisboa e optaram por comprar casas antigas pare recuperar. Mas continuamos a ter disponibilidade de lotes e casas. Nota-se o aumento da procura. No loteamento Frei S. Miguel em meio ano foram vendidas várias frações, tanto mais que a empresa já pondera avançar para a construção de outro bloco.

A Praia Fluvial, que foi um sucesso no ano passado, vai abrir na normalidade na época balnear?

Vai abrir. Vamos repor a areia que o rio levou no inverno. Não posso garantir que consigamos fazer o acesso para pessoas de mobilidade reduzida, mas iremos fazer a requalificação paisagística dos taludes. A praia o ano passado teve muita gente. Eu esperava muita gente, mas não tanta como teve. Sou sincero, também não esperava que tivesse a projeção que teve. Fomos notícia em todos os órgãos

de comunicação social de âmbito nacional e nalguns internacionais. Tivemos fins de semana de muita gente. Ainda há dias falava com alguns comerciantes que me diziam, o que eu pensava, e digo-o com humildade, que há uma Constância antes da praia e outra depois da praia...

...pode dizer-se que há uma Constância (centro histórico e zona ribeirinha) de semana e outra ao fim de semana?

Sim. Mas mesmo durante a semana já se vê muitos grupos a visitar a vila. Mas aos fins de semana é outra Constância.

Não tem a ver com a praia, nem com o Zêzere, mas há uma obra que tem a ver com a qualidade das águas do Tejo. Está concluído o novo emissário das águas residuais da vila para a ETAR da Caima?

Confesso que, para mim enquanto presidente de Câmara, foi um grande descanso. A solução adotada no tempo do presidente António Mendes foi uma solução assente em estacaria, com uma margem de vida de 15 anos. Já em 2007 já tinha tido uma reparação. Depois no mandato da presidente Júlia (Amorim) foi construído um novo emissário assente em estacaria. A verdade é que passado pouco tempo o tubo rebentou e aplicamos

um paliativo. Mas os esgotos não tiveram nem um mês a correr a céu aberto para o rio. Depois de um ano com caudais elevados no Tejo o tubo voltou a rebentar e como abriu uma linha de financiamento para reparar prejuízos causados pelas cheias aproveitámos. Foram 50 mil euros do estado, mais 80 mil euros da Caima e o restante com receitas do município. E o que foi feito foi uma perfuração do rio e colocar as tubagens por baixo do rio, a uma profundidade de 18 a 20 metros, numa zona de rocha, e conto que a solução dure, pelo menos, 50 anos.

O primeiro-ministro veio, no início de março, ver as obras da caldeira de biomassa da Caima. O presidente da Câmara fez um pedido muito direto para o Governo ajudar a resolver o problema da ponte sobre o Tejo, ou seja, abertura a pesados e alargamento do tabuleiro para dois sentidos. No discurso António Costa não deu nenhuma resposta. E em privado, repetiu estes pedidos?

Falámos em privado, mas como foi uma conversa privada entre o presidente da Câmara e o primeiro-ministro entendo que não devo revelar o teor dessa conversa. Posso apenas dizer que repeti o que disse o discurso que é uma solução ao alcance do país, que não é nenhum investimento faraónico. O que digo

agora é que o que pedi ao primeiro-ministro serve o concelho, as populações, a Caima, o Campo Militar de Santa Margarida e até da região. Tirando viaturas militares, transportes escolares ou uma, ou outra viatura dos Municípios de Constância ou Barquinha não há autorização para outro trânsito pesado, apesar de termos alguns pedidos a chegar aos serviços.

E como é que está o processo das barreiras sonoras, na Capareira, à beira da A23? A Infraestruturas de Portugal (IP) continua a recusar a sua instalação?

Este é um processo que o próprio presidente de Câmara tem dificuldade em entender. Foram colocadas barreiras a montante e jusante, e Constância ficou uma ilha, sem barreiras. A IP diz que fez um estudo de ruído e que não é necessário colocar barreiras. Não vamos deixar cair este assunto e iremos voltar a trazê-lo para cima da mesa. A autarquia plantou lá uma barreira de árvores para minimizar o ruído, mas que nunca foi uma solução definitiva. Até vou dizer uma coisa, apenas da boca para fora, mas o que me dava vontade era cortar todas as árvores e depois pedir o estudo de ruído. Obviamente, não vou fazer isto. Este processo não foi correto por parte da IP. Acho que houve aqui uma embirrice que ainda não percebi porquê. Até pode ser a Câmara a pedir um novo estudo de ruído.

Duas perguntas sobre turismo. As obras o Hotel, à entrada da vila, ainda estão paradas. O processo está no Turismo de Portugal, à espera de investidores. Há novidades?

O Turismo de Portugal continua com esse objetivo porque o hotel é importante para Constância e para a região. Vamos continuar a acompanhar o processo.

O Confluência Trail, a estrear em outubro, pretende promover uma outra zona de Constância, de muita natureza?

Sim, temos ali uma zona muito bonita, que é o Ribeiro do Carvalho, no norte do concelho, na fronteira com o concelho de Abrantes, à beira Zêzere. Esperamos muitos participantes nas várias provas por forma a promover esta zona. É uma aposta forte do Município.

18 JORNAL DE ABRANTES / Abril 2023
// por Jerónimo Belo Jorge

Investimento privado e público requalifica centro histórico

Na década de 90 era usual visitar as Festas do Concelho de Constância e percorrer as muitas tasquinhas (chegaram a ser mais de 20) que pululavam pelas ruas e ruelas. Era, à época, uma forma de “ocupar” garagens, edifícios degradados, casas abandonadas. Qualquer pessoa podia candidatar-se a vender umas bebidas e uns petiscos, desde que tivesse um qualquer canto.

Depois as coisas foram mudando, até chegar a uma altura em que as tasquinhas passaram a ser apenas numa tenda e promovidas pelas associações do concelho.

A vila, as ruas e os edifícios estão hoje diferentes. A vila aparece de “cara lavada” e aos investimentos públicos na requalificação de ruas e praças, os mais recentes foram o Largo Cabral Moncada, a avenida das Forças Armadas e o Largo Heitor da Silveira, junta-se a recuperação de edifícios e imóveis privados. Cresce o alojamento local e alguns destes edifícios podem albergar espaços comerciais.

Sérgio Oliveira, presidente da Câmara de Constância, indica haver apenas um ou dois casos de imóveis no centro histórico a necessitar de intervenção, mas sem apresentar um diagnóstico de alto grau de gravidade. Mas a juntar ao esforço público houve um abrir de portas do setor

privado que, “de pantufas” e sem grandes alaridos foi caminhando, foi alargado os seus braços. O centro histórico começou com esta recuperação há já alguns anos. Sérgio Oliveira faz questão de dizer o nome das duas pessoas que alavancaram este trabalho no setor privado. Um foi Paulo Andrade.

A Praia Fluvial foi a atração turística do verão

Foi no mês de maio de 2022 que, oficialmente, foi criada a Praia Fluvial de Constância, depois de três anos consecutivos de análises às águas do rio Zêzere, na sua foz, a poucos metros de “entroncar” no Tejo.

Este era um local, aliás, que sempre foi procurado por muita gente para uns banhos nas águas límpidas e frescas do Zêzere. Não havia praia, apenas o rio.

Agora o rio continua ali, mas foram criadas as condições para se poder fazer praia, desde logo com a colocação de areia numa área de 3.500 m², com a instalação de uns chapéus de sol para embelezar a margem e dar um ar mais “tropical”, e com a colocação do equipamento para os nadadores-salvadores, obrigatórios nas zonas balneares.

E se o rio já era procurado, a partir de 10 julho [data da inauguração da Praia Fluvial], a promoção feita em torno do espaço ganhou imediatamente espaço na agenda dos turistas e da população da região. Houve muito mais “gente em

Constância, para a praia” do que as perspetivas iniciais confidenciou ao Jornal de Abrantes o presidente da Câmara Municipal de Constância, Sérgio Oliveira.

Ciente que esta era um equipamento que fazia falta à vila, com zonas ribeirinhas no Tejo e Zêzere, o

Começou por recuperar um imóvel por baixo dos CTT, depois foi comprando um edifício a seguir ao outro e recuperou-os. Sempre numa linha de alojamento local e habitação própria, quando está na vila.

Mas o grande “boom” da recuperação de imóveis em Constância foi dado com o arquiteto Raul Reis que começou, com um conjunto de investidores de Cascais/Estoril, a comprar imóveis e a reabilitá-los com vista a alojamento e “a partir daí começou a bola de neve. Veio mais um, mais outro”, revela o autarca que diz notar uma grande vivacidade no centro histórico.

Depois, Sérgio Oliveira, diz que o Município tem estado alinhado com várias intervenções de requalificação, desde a zona ribeirinha e praia fluvial, passando pelas ruas e praças. “Às vezes já nem nos lembramos como era o Largo Cabral Moncada”, diz Sérgio Oliveira recordando que o espaço aberto que ali está era, há três ou quatro anos, um espaço de ruínas.

processo formal demora três anos, mas depois o resultado foi extremamente positivo. E quando surge a questão da dimensão ser reduzida, face à possibilidade de haver uma praia mais extensa, a resposta é simples. Esta, tal como está, tem capacidade para 350 pessoas e se fosse maior havia a necessidade de ter mais nadadores-salvadores.

Este segundo ano de “Praia Fluvial” terá a época balnear entre 1 de julho e 15 de setembro e, tal como no ano passado, vai poder ter algumas atividades a ser desenvolvidas neste período. Sérgio Oliveira tem a noção clara que assim que for colocada a areia, haja sol e calor, e as pessoas vão começar a utilizar o espaço. Mas de forma efetiva só está “aberta” a partir de 1 de julho. E quando se fala em colocar areia, é um processo natural resultante de um inverno que teve muita água e em que houve descargas das barragens, nomeadamente do Castelo de Bode. Este, já se sabia, era um constrangimento conhecido e assumido quando foi criada a zona balnear Outro objetivo do Município era resolver o acesso à praia para pessoas com mobilidade reduzida. Neste ponto, o autarca de Constância, não assume a certeza de conseguir ter essa adaptação concluída para o arranque da época balnear, devido à exigência financeira deste 2023. E este aumento da despesa corrente,

E agora começam a entrar comércio e serviços. Por exemplo, um centro de explicações na rua Luís de Camões, num espaço municipal e com uma renda residual, abriu uma imobiliária, uma barbearia, agora há um gabinete de contabilidade, em abril vai abrir outro café, e depois um restaurante. “Só assim podemos dar mais vida ao centro histórico.”

A requalificação de que está a ser alvo o Centro Histórico de Constância, está a deixar a vila sem capacidade energética. A existência de cabos que estarão a atravessar a avenida das Forças Armadas foi levantada em reunião do executivo e a explicação veio do presidente da Câmara Municipal. Sérgio Oliveira que revelou que os cabos terão que ficar para que seja possível a realização das Festas do Concelho.

Depois, o autarca explicou a reabilitação de edifícios, destinados ao alojamento local, que provocou esta falta de capacidade energética. A solução passará pela instalação de um novo PT para reforçar a capacidade energética que está a ficar saturada.

E o autarca nem entra pelas limitações da chamada cota 35, sobre obras nas zonas consideradas de leito de cheia. É uma legislação que impede certos tipos de intervenções nas zonas que estão nos leitos de cheia.

muito por via do aumento do preço da eletricidade, vem reduzir a capacidade de a autarquia em fazer algumas intervenções. Há é a garantia do autarca de que a 1 de julho o areal estará pronto assim como o arranjo paisagístico do talude.

Houve sugestões dos turistas, que a autarquia quer resolver este ano, como a colocação de cinzeiros ou de lava-pés.

A praia fluvial de Constância, fica localizada na margem esquerda do rio Zêzere, “cumpre todos os requisitos respeitantes à qualidade das águas balneares e à assistência a banhistas”, tem dois nadadores-salvadores em permanência e uma área de areal de 3.500 m² que permite uma ocupação máxima de 350 pessoas. São 100 metros de frente ribeirinha.

O espaço de lazer possui vários equipamentos de apoio localizados nas suas imediações, designadamente estacionamento, zonas verdes, áreas de lazer, parque de merendas, estabelecimentos de restauração e bebidas, parque de campismo e instalações sanitárias, num local central da vila e com facilidade de acessos a outras infraestruturas.

De acordo o autarca, o Município fez um investimento global de 60 mil euros para a abertura da praia.

Jerónimo Belo Jorge

19 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES ESPECIAL / Festas
de Constância
do Concelho
Jerónimo Belo Jorge / A época balnear deste ano arranca a 1 de julho / O alojamento local tem sido a âncora para a requali cação de edifícios
A praia tem 100 metros de frente e capacidade para 350 pessoas

ESPECIAL / Festas do Concelho de Constância

Loja do Cidadão é investimento de 1,6 ME

// É o projeto de um mandato de uma autarquia. A Loja do Cidadão de Constância vai ser uma realidade. Já tem financiamento e deverá começar ainda este ano.

Há aqui, para além do projeto, um conjunto de passos administrativos que têm de ser dados e que é “um velho problema de qualquer obra pública”, de acordo com Sérgio Oliveira. É preciso a validação do projeto por parte da DGPC (Direção-Geral do Património Cultural) e depois a aprovação por parte da AMA (Agência para a Modernização Administrativa). E depois do parecer final da AMA tem de ir a reunião do executivo Municipal para aprovação. Depois vem o lançamento do concurso público e a seguir à adjudicação ainda é necessário o visto do Tribunal de Contas. No meio desta teia burocrática Sérgio Oliveira diz querer “acreditar para lançar a obra ainda este ano 2023.”

O edifício é propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Constância, com quem o Municí -

pio tem um contrato de arrendamento, e tem de ser formalizado o processo de aquisição do mesmo. “É um processo que pode correr em paralelo a todos os passos burocráticos.”

Há ainda, ao “lado” da construção um outro processo que tem de ser tido em conta porque a locali-

zação obriga à realização de sondagens arqueológicas. Este trabalho deverá ser feito naquele que era o quintal do edifício porque no rés do chão o objetivo será a manutenção do piso que é em lajes de calcário grandes, naturalmente com tratamento adequando. A Loja do Cidadão de Constância

já se sabe vai acolher quatro serviços: Autoridade Tributária e Aduaneira, Conservatória, Segurança Social e Espaço do Cidadão. Não está previsto, para já, a entrada de outros serviços. “E as necessidades das Finanças e da Conservatória obrigou a um trabalho de régua e esquadro para gerir o espaço dis-

ponível”, indicou o presidente da Câmara Municipal de Constância.

Já que é uma obra com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) todos os processos têm de percorrer os prazos para que a obra não resvale no tempo.

Financeiramente é um projeto de 1 milhão e 600 mil euros de investimento, sendo a comparticipação do PRR de 900 mil euros. O orçamento já foi adaptado, porque inicialmente, outubro de 2022, a previsão era 1 milhão e 200 mil euros e a atualização foi para 1 milhão 592 (mil) euros.

Sérgio Oliveira revelou ter ainda alguma esperança que o PRR possa ter ainda outras linhas de reforço de apoio porque é uma intervenção que obrigará a um esforço grande do Município. Ou seja, 100 mil euros vão entrar de fundos próprios da autarquia, mas os restantes 500 mil têm de vir da banca. Nessa área o autarca referiu que o Município tem disponibilidade elevava na capacidade de endividamento. Ou seja, a Câmara poderia ir à banca buscar um valor superior a 1,2 milhões de euros.

Jerónimo Belo Jorge

Práticas Tradicionais do Uso das Plantas no Concelho de Constância» é o título do livro que ambos assinam, que foi editado pela Câmara Municipal de Constância e que está agora disponível.

// «Gentes & Plantas – Saberes e Práticas Tradicionais do Uso das Plantas no Concelho de Constância» é o resultado de 20 anos de recolha de conhecimento junto de quem ainda possui o conhecimento do uso das plantas. Anabela Cardoso e Tiago Lopes compilaram parte dessa informação num livro que o pode deixar surpreendido.

Um livro nunca é demais. Acrescenta sempre qualquer coisa. Mas este livro acrescenta muito. É um reviver de histórias que há muito não ouvíamos. E conhecimento, tanto conhecimento.

Anabela Cardoso e Tiago Lopes conheceram-se há 20 anos em contexto profissional e, durante estas duas décadas, o interesse pelas histórias e pelo uso que as pessoas davam às plantas foi sendo devidamente apontado. “Salvaguardar os saberes e as práticas tradicionais do uso das plantas no concelho de Constância” foi o objetivo primordial deste projeto. A obra pretende também “prestar homenagem às pessoas deste território, guardiãs do conhecimento e da cultura local, que, carinhosamente e de forma generosa, transmitem esta herança, através das suas vivências, das suas memórias, dos seus testemunhos e das suas histórias de vida”.

«Gentes & Plantas – Saberes e

Anabela Cardoso está à frente do Museu dos Rios e das Artes Marítimas e Tiago Lopes, engenheiro de recursos naturais, responde pelo Parque Ambiental de Santa Margarida. Ela, ligada à história e às pessoas, ele, ligado à natureza, não poderia ter tido outro nome: «Gentes & Plantas».

“Fizemos recolhas, falámos com as pessoas que detêm este conhecimento - uma, duas, três, as vezes que nos abrissem a porta - e ainda há muita gente que sabe”, refere Anabela Cardoso. Por seu lado, Tiago Lopes assinala que “à partida, podemos pensar que muitas destas práticas foram abandonadas e não foram”. É que, se muito deste conhecimento tem tendência a desaparecer, visto a informação estar na posse das pessoas mais velhas, Anabela Cardoso assegura que “muita gente jovem ainda tem

na sua despensa frasquinhos com chás, com ervas, e há gente que, ainda que não saibam fazer defumadouros para afastar coisas ruins, para purificar a casa, sabem quem faz e pedem esse trabalho”.

Um outro exemplo de que ainda se recorre às “mezinhas” e conhecimentos ancestrais é o caso do cobrão [zona]. “Às vezes, são mesmo os médicos que dizem aos pacientes para ir procurar quem saiba e tente”, diz Anabela Cardoso. No entanto, não são apenas as plantas a «influenciar» os resultados. Anabela explica que todas estas manifestações “envolvem orações, gestos, uma cruz, objetos utilizados de determinada maneira... mas sempre com o imaterial. E as orações nem sempre são iguais. Num território pequenino como é o concelho de Constância, com três freguesias, vemos diferenças de umas para outras. E isso tem a ver com o sítio de onde vieram. O sul nota-se mais ligado ao Alentejo e a norte, Constância e Montalvo, mais ligado às Beiras”.

Tudo isto e muito mais no livro «Gentes & Plantas – Saberes e Práticas Tradicionais do Uso das Plantas no Concelho de Constância» onde são os verdadeiros guardiões das memórias deste património que o partilham agora com o público.

20 JORNAL DE ABRANTES / Abril 2023
/ Projeto 3D da futura Loja do Cidadão de Constância
Uso das plantas do concelho em livro de histórias e saberes
Patrícia Seixas / Anabela Cardoso e Tiago Lopes, autores do livro «Gentes & Plantas»

Chão de Lopes viveu exercício da Aldeia Segura

// Foi um exercício. Se fosse a realidade a aldeia não estaria em peso na antiga escola primária. Os mais novos ou capazes andariam perto dos bombeiros, próximos das linhas de fogo a tentar ajudar e a proteger as suas casas e terras.E ali, na antiga escola primária de Chão de Lopes, estariam as pessoas mais velhas ou de mobilidade mais reduzida. E é precisamente para este ponto que apontam estes exercícios da “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”.

O que a população

não viu

No terreno estiveram os Bombeiros Voluntários de Mação, da Proteção Civil Municipal, a GNR, o presidente da Junta de Freguesia e o Oficial de Segurança de Chão de Lopes.

O cenário criado indicava que à volta de Chão de Lopes evoluía um incêndio de grandes dimensões e que ameaçava a aldeia, pelo que o comandante dos Bombeiros Voluntários de Mação, Pedro Jana, tinha decidido iniciar os procedimentos de evacuação da aldeia.

Essa informação foi passada ao presidente da Junta de Freguesia de Amêndoa, Luís Lopes, à qual pertence a aldeia de Chão de Lopes.

No cenário criado Pedro Jana, comandante dos Bombeiros de Mação, explica a decisão tomada e em que moldes

Momentos depois chega ao posto de comando o presidente da Junta de Freguesia, Luís Lopes, e o oficial de Segurança de Chão de Lopes, António Alberto, que foi tocar o sino da igreja em sinal de chamar as pessoas para o abrigo. De megafone na mão passou por todas as ruas da aldeia a informar os habitantes da necessidade de evacuar.

Oficial de segurança de Chão de Lopes comunica necessidade de evacução de habitantes

O que os habitantes puderam ver

Posto isto, António Alberto chegou ao posto de comando e informou o comandante da necessidade de transporte para evacuar um casal de mobilidade reduzida e um outro que se recusava deixar a sua casa.

Pedro Jana aciona a GNR e uma ambulância da corporação para ir buscar os dois casais para o abrigo, para a antiga escola primária.

E esse transporte aconteceu já a noite estava instalada em Chão de Lopes. Assim que terminou esta evacuação o comandante dos Bombeiros, Pedro Jana, deu a acção como terminada em comunicação para o Comando Sub-regional do Médio Tejo da Proteção Civil.

“Aldeia Segura, Pessoas Seguras”

Este foi um exercício que todos esperam que não seja necessário aplicar numa realidade que pode acontecer e que não se aplica apenas a incêndios. Pode aplicar-se a sismos ou tempestades com grande índice de destruição.

No final do exercício, na antiga escola primaria de Chão de Lopes, Vasco Estrela manifestou o desejo que não se repitam incêndios como aqueles que já assolaram o concelho. O último que chegou perto de Chão de Lopes foi em 2017.

Mas o autarca de Mação fez um pedido claro aos habitantes, mas que em caso de uma qualquer situação de catástrofe possam ouvir e seguir as indicações dos bombeiros, proteção civil ou GNR. Vasco Estrela indicou que podem parecer não ser as melhores indicações, por vezes, mas que as pessoas devem acreditar nas autoridades e seguir as suas indicações.

O comandante sub-regional do Médio Tejo ficou surpreendido com a adesão elevada dos habitantes. A ideia era saírem para a escola quando o oficial de segurança fosse dar o alarme, ao tocar o sino da igreja, mas até foram mais cedo para perceber aquilo que lhes tinham para dizer. E este facto deitou David Lobato surpreendido, pela positiva, e satisfeito. É com estas ações que se vão formando as pessoas para poderem agir de forma correta sempre que seja necessário. E o que se espera é o contrário, que nunca seja preciso aplicar na prática estas informações.

O exercício foi repetido no dia 27 na aldeia do Pereiro. O mês da Proteção Civil aconteceu durante o mês de março com atividades nos Municípios do Médio Tejo até ao final do mês.

21 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES SOCIEDADE / Mação Rua de Angola, nº 35 - 2205-674 Tramagal - Abrantes Tel. 241 890 330 - Fax: 241 890 333 - Tm: 91 499 27 19 geral@abrancop.pt - www.abrancop.pt A ABRANCOP está a recrutar trabalhadores na área da construçao civil Precisa de trabalho? Consulte-nos: 914 992 719
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Jerónimo Belo Jorge / António Alberto (à esq.) é o o cial de Segurança / Depois do simulacro, a população juntou-se no abrigo da aldeia
Estes exercícios não são só para incêndios

Auditório debateu cooperação e estratégia para o Ribatejo Norte

// A ADIRN – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte está a preparar o seu plano para integrar Estratégia de Desenvolvimento Local 2030.

Deste modo organizou em Vila Nova da Barquinha uma conferência na qual foram discutidas e preparadas algumas ideias, de abordagem territorial. investimento territorial alargado. É um assunto a ser abordado em breve no âmbito da Comunidade Intermunicipal “para evitar que o mapa fique inclinado apenas para a zona litoral do país.”

A sessão de abertura contou com a presença de Fernando Freire, autarca anfitrião, que deixou a nota daquilo que mais é preciso nestes territórios, empresas e criação de emprego. E o presidente da autarquia ribeirinha destacou a importância destes debates sobre cooperação que se constituem como peças fundamentais para o desenvolvimento.

“Sem empresas, sem pessoas motivadas não há riqueza”, frisou Fernando Freire, acrescentando logo de seguida “tudo temos feito para que ela aconteça.”

Este é um trabalho que não é fácil, mas fazemos o esforço no dia a dia para apoiar e ajudar as pessoas e os empresários. E indicou um valor que é simpático, um aumento de 338% de exportações, dados de 2022, e sem entrar com os novos investimentos que estão a ser criados “neste nosso território.”

E Fernando Freire vincou a importância destes debates, destas ações que podem trazer oportunidades de investimentos. E há muitas. Logo a seguir o autarca disse, em público, que com a sua vice-presidente, Marina Honório, já está a pensar no alargamento da zona industrial no âmbito do

Pedro Ferreira, presidente da ADIRN e da Câmara de Torres Novas, deixou bem vincada a importância da ADIRN e dos Grupos de Ação Local (ADINR, TAGUS ou Pinhal Maio) no desenvolvimento dos territórios.

O Ribatejo Norte tem uma diversidade tal que torna o território muito mais rico e que nem sempre é valorizado.

“Estamos a lutar pelo território, que sem sempre é falada, mas que é uma guerra nossa. Estamos a lutar por um novo aeroporto em Santarém, na nossa região. E que alguém tenha a visão de conciliar esta ideia que o país não é só Lisboa ou Porto. Portugal é muito mais do que paisagem”, disse o autarca destacando depois o papel da ADIRN. E esse papel é mais para “vos ajudar”, para criar desafios e para abrir portas às vossas ideias, disse dirigindo-se aos empresários e empreendedores presentes no auditório.

Esta ação contou com diversas intervenções sobre cooperação,

como por exemplo, do Instituto Camões, ou as abordagens das missões empresariais da Nersant, Associação Empresarial da Região de Santarém.

Jorge Rodrigues, coordenador da ADIRN, notou que as estas iniciativas acrescentam valor os debates e troca de ideias e trazem “experiências inspiradoras” para o

caminho que se quer, Estratégia de Desenvolvimento Local 2030, e que está a começar a ser preparada. Há, apesar de tudo, e de acordo com Jorge Rodrigues algumas dúvidas sobre o novo quadro de Estratégia de Desenvolvimento Local. Para já há um trabalho a ser desenvolvido no âmbito da definição e levantamento de ideias

ao nível local. O território de intervenção da ADIRN, é denominado por RIBATEJO NORTE, com uma Área de Intervenção tem cerca de 1418 km2 e 173.341 habitantes em que abrange os concelhos de Alcanena, Ferreira do Zêzere, Ourém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. Jerónimo Belo Jorge

Executivo aprova nova urbanização de 30 moradias

A falta de habitação, tanto seja para aquisição ou arrendamento, é um dos problemas do país, da região, e Vila Nova da Barquinha não fica de lado. Por isso a provação de um estudo prévio para uma nova urbanização foi, para o executivo municipal, uma boa notícia. Há um empresário de Vila Nova da Barquinha que pretende avançar com um projeto para uma nova urbanização que irá disponibilizar 30 moradias. De acordo com o pedido prévio, aprovado por unanimidade pelo executivo Municipal de Vila Nova da Barquinha, este empresário pretende infraestruturar um terreno que terá um espaço de domínio público e 30 lotes para construir outras tantas moradias.

Este pedido prévio foi aprovado e todo o executivo manifestou satisfação com o promotor.

Fernando Freire disse ao Jornal

de Abrantes que, neste momento, a procura de casas para arrendar ou comprar supera de longe a oferta. É um problema que não é exclusivo ao território da Barquinha, que é transversal aos territórios vizinhos.

O autarca recordou que em 2016 houve uma tentativa de resolução desta “falta” com o programa de regeneração urbana, com incentivos fiscais, nomeadamente no IVA e na diminuição do IMI. “Conseguimos recuperar muita da área urbana da baixa ribeirinha, mas construção nova não existe”, disse Fernando Freire que acrescentou que é vontade do município que se valorize toda a área com infraestruturas, com saneamento, águas, luz e gás porque todas estas construções novas previstas estão nas zonas com estas infraestruturas. Quer isto dizer que “não implicam gastos acrescidos para o município

ou par ao promotor.”

O mesmo promotor desta nova urbanização apresentou também mais de uma dúzia de pedidos prévios para construção noutros lotes de terreno numa outra urbanização, todos de moradia de rés-do-chão e primeiro andar. Fernando Freire disse que pretende densificar o território, mas sem perder a qualidade de vida que neste momento existe e é reconhecida em Vila Nova da Barquinha.

Mas a realidade é simples: “de facto a procura tem sido muita e não temos capacidade de resposta. Esta é a realidade.”

Fernando Freire notou que o papel dos municípios é ajudar os promotores e ser célere nos processos e acrescentou que é isso que espera com esta nova urbanização.

22 JORNAL DE ABRANTES / Abril 2023
REGIÃO / Vila Nova da Barquinha
/ Jorge Rodrigues, Fernando Freire e Pedro Ferreira
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Jerónimo Belo Jorge
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SOCIEDADE / Sardoal

Criada associação para defender os direitos dos

animais e do ambiente

// Sardoal tem desde o dia 24 de março uma Associação de defesa dos animais. A primeira assembleia-geral da Associação dos Amigos dos Animais do Sardoal reuniu 34 associados que, desta forma, ficam ligados à fundação de uma associação que tem como objetivo da defesa dos animais e da natureza.

Foi no Centro Cultural Gil Vicente que se realizou a primeira Assembleia Geral em que a comissão instaladora apresentou os pressupostos da associação, havendo lugar, depois, à eleição dos primeiros corpos sociais.

Trata-se de uma nova Associação que surgiu da necessidade que algumas pessoas de Sardoal sentiram para poderem fazer a diferença no tratamento de animais errantes, colónias de gatos e outro tipo de ações, que passará em muito pela sensibilização das pessoas.

Patrícia Rei, vereadora da autarquia sardoalense, que detém o pelouro do bem-estar animal, foi uma das impulsionadoras desta associação.

A vereadora referiu que o Município tem trabalhado esta matéria com o Canil Intermunicipal por isso, sentiu a necessidade de envolver a sociedade civil.

Miguel Alves, presidente da junta de freguesia de Sardoal, disse que gostava de ter sido veterinário, mas a vida levou-o a outros caminhos.

Este caminho da associação terá obstáculos e entraves, mas é um caminho que tem de ser percorrido. A criação de um abrigo é um passo importante para o Sardoal.

Miguel Borges, presidente da Câmara de Sardoal, reiterou os primeiros passos dados na criação desta associação que teve na vereadora Patrícia Rei a grande impulsionadora.

Miguel Borges referiu a neces -

sidade de bom senso nestas ma térias, mas deixou a nota sobre a importância da existência de uma associação de defesa dos direitos dos animais.

Joana Barbosa Barroqueiro é a primeira presidente da direção da AAASARD - Associação dos Ami gos dos Animais do Sardoal e à Antena Livre explicou os passos a dar e os grandes objetivos da Associação. A criação de um abri go para animais é uma das prio ridades de uma associação que pretende ter um papel muito forte na sensibilização da população.

A presidente da direção eleita esclareceu que o que levou à criação desta associação foi uma necessidade porque “sabemos que há falhas, sabemos que há um longo caminho a percorrer pela melhoria das condições de vida dos animais do nosso concelho.”

A dirigente vincou que todo o grupo está bastante motivado para seguir com a causa para a frente e para trabalhar em colaboração com a comunidade.

Esta associação tem uns estatutos abrangentes que vão os animais, à natureza e ao ambiente.

DIREÇÃO

Barroqueiro

Joana Barbosa Barroqueiro notou que é uma área muito ampla, mas há questões mais urgentes. Por exemplo, um animal errante que ande na via pública e que esteja em risco. “Temos que ter forma se o salvaguardar.”

Outra das questões tem a ver com as colónias de gatos, nomeadamente a esterilização dos animais para controlo destas, e a necessidade de criar um abrigo temporário que possa acolher animais em Sardoal, antes de serem transferidos para o Canil Intermunicipal, situado na zona industrial de Abrantes.

Agora são 34, os sócios fundadores, mas para a frente a presidente da direção quer fazer trabalho, ter o mesmo espírito e chamar mais sardoalenses para a causa.

A Associação dos Amigos dos Animais do Sardoal está criada e elegeu os primeiros sociais que vão ficar na sua história.

Deste o primeiro momento que a AAASARD disponibilizou fichas para os interessados se poderem inscrever. E há duas possibilidades: sócio ou voluntário. De referir ainda que, amigosanimaissardoal@gmail.com é o endereço de correio eletrónico disponível para quem quiser entrar em contacto com a associação, fazer denúncias ou pedir qualquer esclarecimento. Jerónimo Belo Jorge

Município prepara candidatura para obras no Centro de Meios Aéreos

O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Brigadeiro-general Duarte Costa, visitou o concelho de Sardoal em meados de março. Este encontro foi pedido pelo presidente da Câmara Municipal de Sardoal, Miguel Borges, com o intuito de avaliar um conjunto de situações relacionadas com a Proteção Civil.

E o Jornal de Abrantes soube que as instalações para a equipa do Centro de Meios Aéreos de Sardoal

esteve em cima da mesa. O Centro é um dos que funciona todo o ano, ou seja, o helicóptero de primeira intervenção da Proteção Civil e a equipa a UEPS (Unidade de Emergência, Proteção e Socorro) da GNR estão em permanência em Sardoal. E estão instalados numa ala do quartel dos Bombeiros Municipais e em contentores que ali foram colocados para os acolher.

E esta reunião teve como objeti vo acordar o teor de um protocolo,

cujo texto estará praticamente concluído, a celebrar entre a ANEPC e o Município de Sardoal.

Ou seja, a ideia é a ANEPC suportar uma candidatura que o Município de Sardoal quer fazer a fundos do PRR, para a requalificação deste Centro de Meios Aéreos. E o que estará em causa é o Município de Sardoal garantir que terá cobertura orçamental para suportar os 15% da candidatura que corresponderá à comparticipação nacional do

investimento, que será da ordem dos 400 mil euros.

Miguel Borges confirmou este princípio de acordo e manifestou a vontade de ter um centro de meios aéreos em condições para ter os operacionais o ano todo no Quartel dos Bombeiros de Sardoal.

E para poder apresentar a candidatura aos investimentos territoriais integrados tem de haver concordância por parte da Proteção Civil.

Jerónimo Belo Jorge

24 JORNAL DE ABRANTES / Abril 2023
ASSEMBLEIA GERAL › Presidente - Cristina Curado Vice-presidente - Susana Afonso Secretário - Vanda Rosado › Presidente - Joana Barbosa › Secretário - Sara Gaspar › Tesoureiro - Patrícia Mourão CONSELHO FISCAL › Presidente - Paula Bouça › Secretário - Ana Paula Vilelas › Redator - David Mendes / A primeira direção da AAASARD quer angariar mais sócios e voluntários para a nova associação / Joana Barbosa, presidente AAASARD / Instalações atuais do Centro de Meios Aéreos

FinAbrantes apoia 78 associações com 850

mil euros

// A Casa do Povo de Rio de Moinhos juntou na terça-feira, dia 28 de março, grande parte das associações do concelho de Abrantes para a cerimónia de assinatura dos protocolos do programa FinAbrantes. Trata-se do programa de financiamento municipal à atividade e eventos das associações do concelho.

Dividido por seis medidas [desporto, eventos, investimento, social, cultura e juventude] as associações fizeram as candidaturas através da plataforma Abrantes 360, sendo que depois as mesmas foram analisadas pelos serviços da autarquia. Só depois de avaliados todos os projetos foram validados 175 de 78 associações.

Quer isto dizer que este ano de 2023, se todas as propostas forem executadas, há um financiamento do Município de 850 mil euros.

O que quer dizer que no global o movimento associativo do concelho de Abrantes vai movimentar muito mais do que 1 milhão de euros nas mais diversas vertentes.

De notar que foram 78 associações a celebrar os protocolos com o município.

Desde logo há a nota que o FinAbrantes contempla, novamente, a medida investimento que foi introduzida em 2022 com a verba do Orçamento Participativo Municipal (OPM) que foi suspenso, até ser definido um novo regulamento e um novo enquadramento. Ou seja, os 300 mil euros desse OPM permitem às associações poder apresentar candidaturas para renovar, requalificar o património

6 medidas

78 associações

175 projetos

850 mil euros

ou as viaturas que muitas utilizam nas suas atividades.

Manuel Jorge Valamatos deixou uma ideia, um quase anúncio, que esta medida investimento deverá continuar no FinAbrantes mesmo quando o OPM regressar, num novo modelo.

O autarca de Abrantes destacou ao Jornal de Abrantes o valor investido nas associações do concelho desde o início do programa FinAbrantes, nos moldes que tem atualmente. E em 9 anos o valor transferido para as associações foi de 5,3 milhões de euros. E Manuel Jorge Valamatos destacou este valor como “o elemento chave para se perceber o respeito que

temos pelas nossas associações”, ao mesmo tempo que notou que o tecido associativo mostra o seu dinamismo, num concelho enorme como é o concelho de Abrantes.

O autarca vincou ainda que “precisamos de ter as nossas associações dinâmicas, ativas, sobretudo motivadas para continuar a trabalhar para uma comunidade que queremos melhor.”

Manuel Jorge Valamatos fez questão de reforçar o papel que a medida investimento tem para a vida das associações. É que nas décadas de 70 e 80 muitas construíras sedes e outras infraestruturas que começam agora a precisar de intervenções. E em muitos casos estas associações não têm capacidade para fazer essas intervenções. É neste campo que esta medida é fundamental para que as associações possam programar essas intervenções que podem, financeiramente, ser mais pesadas.

Este programa vem, por outro lado, “obrigar” as associações a fazer um trabalho de planeamento que, possivelmente, poderia não ser feito de forma tão apurada se não existissem as candidaturas ao programa.

Jerónimo Belo Jorge

A nova China

Depois de criar expectativas em torno de um plano para a paz na Ucrânia, plano esse que não poderia estar mais longe de qualquer possibilidade de paz, a China surpreendeu o mundo ao anunciar a mediação, com sucesso, de um acordo entre a Arábia Saudita e o Irão. Este acordo permitirá restabelecer as relações diplomáticas e os canais de diálogo entre os dois países, depois de, em 2016, a Arábia Saudita ter batido com a porta. O impacto deste acordo é enorme para a região, mas também para o mundo. Teerão e Riade passaram as últimas décadas num estado de rivalidade tensa e de quase “Guerra Fria” entre si devido à disputa pelas esferas de influência na região. Esta confrontação indireta tornou-se particularmente cerrada nas guerras civis do Iémen e da Síria, onde ambos os países intervieram direta ou indiretamente nos conflitos, mas também no apoio iraniano ao Hezbollah, no Líbano. Este acordo não quer dizer necessariamente que a região se tornará, provavelmente, mais pacífica, especialmente porque existem outros focos de tensão no Médio Oriente, que apenas deslocarão o risco de confronto para outras partes da geografia regional. Ainda assim, os mercados do petróleo reagiram quase imediatamente de forma positiva. Contudo, a grande vencedora é, sem dúvida, a China. Este acordo simboliza o renascer de uma nova China: uma China que, até então e à exceção das questões relacionadas com o reconhecimento diplomático de Taiwan por outros países, não se envolvia em questões de política internacional ou na política externa de outros países. A China que conhecíamos limitava-se à esfera económica, procurando influenciar ativamente a economia internacional a seu favor. Contudo, esta nova China, que há anos apregoa a sua “ascensão pacífica” e a ideia de uma prosperidade

OPINIÃO /

partilhada, viu neste acordo uma oportunidade de ouro para reforçar a sua imagem internacional de uma grande potência interessada na promoção da paz mundial sem pré-condições definidas. A China está suavemente a entrar num campo da esfera política que permitiu o domínio global americano durante décadas: o chamado “soft power”, ou a capacidade de conseguir persuadir outros, por meios pacíficos, a agir de acordo com o interesse nacional da potência dominante. É claro que no “soft power” existe a partilha de benefícios. Por isso, apesar de o “soft power” ser uma ferramenta de política externa lenta e cara para criar, é bastante eficaz em política externa. No final da Guerra Fria, a ausência de alternativa ao domínio americano no mundo levou Washington a sentir-se no direito de impor contrapartidas políticas a outros países pelo benefício e privilégio do apoio americano. A ascensão da China, contudo, rompeu com esse domínio e permitiu a criação de uma alternativa à liderança americana que não levanta questões quanto à natureza política dos regimes com quem estabelece parcerias. Esta nova China de Xi Jinping já não quer ser apenas a fábrica do mundo; quer ser o novo centro do mundo.

25 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES REGIÃO / Abrantes
/ Nuno Alves / MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS / nmalves@sapo.pt

Concurso procura ideias junto dos jovens para inovar o artesanato

// A TAGUS lança, em parceria com os municípios de Abrantes, Constância e Sardoal, um desafio a jovens dos 15 aos 22 anos, para recriarem o artesanato tradicional do Ribatejo Interior num concurso de ideias, até 28 de abril.

No âmbito do projeto AO.RI –Artes e Ofícios do Ribatejo Interior, a TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior tem disponível o concurso de ideias “Do Artesanato Tradicional à Inovação”, destinado a jovens que podem participar a título individual ou coletivo.

Os jovens artistas interessados devem apresentar projetos artísticos em 2D ou 3D, inspirados nas peças de artesanato tradicional: cerâmica de tijolo burro artesanal, registos, seiras e capachos de Abrantes, bonecas de perna de

cana e mobiliário em madeira e atabua de Constância, leques de palha e malas de Flandres de Sardoal.

Os projetos têm de ser submetidos até 28 de abril de 2023 e estarem acompanhados de uma memória descritiva com os tipos de materiais utilizados, as técnicas de elaboração, o prazo e custo estimados de execução da obra e o tamanho final.

Os prémios para as melhores peças são estadias em estabelecimentos de alojamento, refeições em restaurantes, cabazes de produtos locais, entradas gratuitas

Torna-se público, nos termos do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 46/2019 de 10 de abril, conjugado com o estabelecido no artigo 3.º da Portaria n.º 114/2019, de 15 de abril, que se encontra aberto pelo período de 10 (dez) dias úteis, contados da data de publicação do presente aviso no site oficial do Município de Abrantes, o procedimento de recrutamento e seleção de estagiário(s), no âmbito da 6.ª edição – 2.ª fase do Programa de Estágios Profissionais na Administração Local (PEPAL), nos seguintes termos:

Ref.ª B - Nível de qualificação 6 – 1 estágio para licenciados em Solicitadoria ou Direito

ESTAGIOS PEPAL – 6ª EDIÇÃO 2 ª FASE

Ref.ª F – Nível de Qualificação 4 –1 estágio para detentores do Curso Tecnológico de nível secundário de Mecânica Auto

Ref.ª G – Nível de Qualificação 4 – 1 estágio para detentores do Curso Tecnológico de nível secundário de Serralharia Civil

OPINIÃO /

em equipamentos culturais, entre outras ofertas. Os três melhores trabalhos de cada categoria serão também submetidos a votação pública na página da rede social Facebook AO.RI Artes e Ofícios do Ribatejo Interior. A entrega de prémios está marcada para 17 de junho de 2023.

Com esta iniciativa, a TAGUS e os municípios envolvidos pretendem preservar o saber-fazer, a utilização das técnicas e materiais tradicionais, e, ainda, estimular a inovação através da transformação criativa do artesanato, numa ótica de diferenciação adaptada às vivências atuais, e onde a criação, face à interseção de diferentes artes, possibilitará o surgimento de novas áreas de expressão cultural e artística.

O povo é estúpido?

Eu faço parte do povo. Que sei eu sobre o sistema nanceiro internacional?

E sobre o sistema scal português? E sobre economia? E sobre geoestratégia? E quanto às cadeias de abastecimento alimentar e de materiais para a indústria? E sobre a economia e a gestão da saúde? Ou mesmo do ensino? Pouco ou nada. No entanto, sou chamado a eleger o governo e a ir tendo opinião sobre as suas decisões nestas matérias.

Que conheço eu sobre o sistema judicial português e as implicações jurídicas nas formas de vida e nas múltiplas dimensões da vida das organizações? Que sei eu do nosso sistema de inovação e do posicionamento europeu em matéria de criação do futuro? Que conhecimentos tenho sobre os desa os que o novo mundo digital vai colocar à nossa organização económica e social e sobretudo sobre o que está a ser feito nesse sentido? Nada ou muito pouco. E, no entanto, sou chamado a participar na de nição dos caminhos a seguir e a ter opinião sobre o que o governo – e a oposição – está a fazer.

estupidez ao quadrado!

Como é que sobre tão vasta ignorância e alguma estupidez se pode erguer a necessária competência da governação de um país? Não pode. Nenhum de nós sabe como é que o país deve ser governado, logo qual a avaliação do modo como está a ser governado. Como pode o povo decidir bem, se não sabe como? Não pode. Não pode, no sentido que aqui se subentende. Mas não é neste sentido – no sentido da competência sobre o que deve e está a ser feito –que o povo decide. O “segredo” da democracia é outro ou está noutro lugar.

Ref.ª H – Nível de Qualificação 4 – 1 estágio para detentores do Curso tecnológico de nível secundário de Construção Civil

ESTAGIOS PEPAL – 6ª EDIÇÃO 2 ª FASE

Torna-se público, nos termos do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 46/2019 de 10 de abril, conjugado com o estabelecido no artigo 3.º da Portaria n.º 114/2019, de 15 de abril, que se encontra aberto pelo período de 10 (dez) dias úteis, contados da data de publicação do presente aviso no site oficial do Município de Abrantes, o procedimento de recrutamento e seleção de estagiário(s), no âmbito da 6.ª edição – 2.ª fase do Programa de Estágios Profissionais na Administração Local (PEPAL), nos seguintes termos:

Para mais informações deverão os interessados, dirigir-se ao Serviço de Atendimento, dentro do horário normal de expediente.

Ref.ª B - Nível de qualificação 6 – 1 estágio para licenciados em Solicitadoria ou Direito

A TAGUS aconselha a consulta do regulamento completo disponibilizado no seu sítio na Internet (tagus-ri.pt). Para esclarecimento de dúvidas deve utilizar o email tagus@tagus-ri.pt.

Cada cidadão percebe pouco ou nada do que se está a passar no país, mas percebe muito bem – pois o sente na carne – o impacto sobre a sua vida daquilo que se passa. Sobre isso ninguém sabe mais ou melhor que cada um de nós. O “segredo” da democracia está em integrar esta avaliação no sistema de decisão e dar poder a esta avaliação sobre o sistema político local, nacional e mesmo internacional. Nenhum de nós tem poder para decidir a vida coletiva – felizmente – mas todos nós contribuímos para dar forma à decisão dessa vida. Por isso é errada a decisão de se ausentar de participar nos processos eleitorais em que a posição de cada um se torna decisão colectiva.

Ref.ª F – Nível de Qualificação 4 –1 estágio para detentores do Curso Tecnológico de nível secundário de Mecânica Auto

A publicação integral do presente aviso será feita no site da Câmara Municipal de Abrantes em www.cmabrantes.pt e no Portal Autárquico da DGAL.

Ref.ª G – Nível de Qualificação 4 – 1 estágio para detentores do Curso Tecnológico de nível secundário de Serralharia Civil

Torna-se público, nos termos do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 46/2019 de 10 de abril, conjugado com o estabelecido no artigo 3.º da Portaria n.º 114/2019, de 15 de abril, que se encontra aberto , pelo período de 10 (dez) dias úteis, contados da data de publicação do presente aviso no site oficial do Município de Abrantes, o procedimento de recrutamento e seleção de estagiário(s), no âmbito da 6.ª edição – 2.ª fase do Programa de Estágios Profissionais na Administração Local (PEPAL), nos seguintes termos:

Abrantes, 28 de março 2023

Ref.ª B - Nível de qualificação 6 – 1 estágio para licenciados em Solicitadoria ou Direito

Ref.ª H – Nível de Qualificação 4 – 1 estágio para detentores do Curso tecnológico de nível secundário de Construção Civil

Presidente da Câmara Municipal

Ref.ª F – Nível de Qualificação 4 –1 estágio para detentores do Curso Tecnológico de nível secundário de Mecânica Auto

Manuel Jorge Valamatos

Ref.ª G – Nível de Qualificação 4 – 1 estágio para detentores do Curso Tecnológico de nível secundário de Serralharia Civil

Para mais informações deverão os interessados, dirigir-se ao Serviço de Atendimento, dentro do horário normal de expediente.

Ref.ª H – Nível de Qualificação 4 – 1 estágio para detentores do Curso tecnológico de nível secundário de Construção Civil

A publicação integral do presente aviso será feita no site da Câmara Municipal de Abrantes em www.cmabrantes.pt e no Portal Autárquico da DGAL.

Para mais informações deverão os interessados, dirigir-se ao Serviço de Atendimento, dentro do horário normal de expediente.

Abrantes, 28 de março 2023

Presidente da Câmara Municipal

A publicação integral do presente aviso será feita no site da Câmara Municipal de Abrantes em www.cmabrantes.pt e no Portal Autárquico da DGAL.

Manuel Jorge Valamatos

O concurso de ideias “Do Artesanato Tradicional à Inovação” está integrado no AO.RI – Artes e Ofícios do Ribatejo Interior, apoiado no âmbito do Programa Operacional do Centro (Centro 2020), do Portugal 2020, e cofinanciado pelo FEDER - Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional. A iniciativa insere-se na atividade 3, deste projeto de valorização das artes e dos ofícios tradicionais de Abrantes, Constância e Sardoal e de complemento da oferta dos produtos turísticos do Médio Tejo, que tem também prevista a dinamização de oficinas experimentais de conceção de produtos, que serão realizadas em breve.

Se eu for honesto, reconheço que o meu estado sobre todos estes assuntos e quase todos os outros é sobretudo de uma perigosa ignorância para quem tem de decidir. E eu tenho formação superior e uma longa história de estudos e leituras várias. Os concidadãos que comigo são responsáveis pela escolha e avaliação do Governo do nosso país não são mais quali cados que eu no vasto leque de matérias decisivas. Quando muito, um ou outro sabe muito mais que eu, mas sobre um ou outro assunto especí co. Tenho de concluir que o povo que escolhe e decide e avalia o estado e o caminho do nosso país é sobretudo ignorante em matéria de tanta responsabilidade. É isto a democracia.

- Mas ignorância não é o mesmo que estupidez! Certo?

Certo, mas supor inteligência das coisas onde há sobretudo ignorância é estupidez. E, por vezes, a arrogância nos juízos que por aí se ouvem é

Este é um mecanismo que as ditaduras eliminam e, por isso, não podem introduzir no sistema de decisão os efeitos sentidos na vida das pessoas. Foi assim que o Estado Novo caiu de velho. Mas não devemos car sossegados: se a democracia não souber traduzir bem a avaliação de cada um de nós em boa decisão, pode também cair por dentro.

26 JORNAL DE ABRANTES / Abril 2023 REGIÃO /
Cada cidadão percebe pouco ou nada do que se está a passar no país, mas…
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MIAA com novas exposições da Coleção

Figueiredo Ribeiro e Fundação Serralves

// O Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes vai ter uma campanha promocional em todo o país com o mote “Um Museu que faz história”. Em março inaugurou duas exposições de arte contemporânea. Uma apresenta 41 obras da coleção Figueiredo Ribeiro. A outra apresenta 24 obras da coleção de Serralves.

São 41 obras de 24 artistas que integram a Coleção de Arte Contemporânea Figueiredo Ribeiro que podem ser apreciadas até 19 de novembro. É uma exposição com curadoria de João Silvério que entrou na coleção de arte de Fernando Figueiredo Ribeiro e escolheu as que estão disponíveis nas duas salas do primeiro piso do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIAA).

Fernando Figueiredo Ribeiro, é um economista ligado ao mundo da alta finança e tem duas paixões a arte e o Benfica. Começou a colecionar trabalhos em pintura, desenho, escultura e fotografia cujas escolhas, segundo o próprio obedece a 3 pilares: o gosto, as dimensões [têm de ser obras com as quais poderia viver] e as técnicas.

A 4 de junho de 2016 assinou um contrato com o Município de Abrantes no qual disponibiliza cerca de duas mil obras para exposições na cidade. Trata-se de um vínculo de dez anos que poderá ser renovado.

Fernando Figueiredo Ribeiro esteve na inauguração desta exposição e à Antena Livre disse que “o colecionador junta das peças” e acrescentou que o mostrar as pe-

que cada a cada curador. E a cada nova exposição “é sempre uma alegria e um prazer ver as peças, que são todas de artistas que eu gosto.”

Fernando Figueiredo Ribeiro revelou que a cada nova exposição encontra uma maneira diferente de ver as peças que conhece, pois, as escolhas, as ligações entre elas são sempre diferentes, de acordo com o curador.

O colecionar explica que quando há uma nova exposição sabe quais são as peças escolhidas e só vê a exposição quando esta está toda montada. Mas tem o privilégio de as ver antes do dia da abertura ao público porque “durante a montagem da exposição não tenho qualquer participação. Isto (exposição) obedece a uma lógica que é a lógica deles (curadores) e para mim, é sempre uma novidade.”

Já os claustros e as duas salas de exposições temporárias, no piso 1, apresenta 24 trabalhos de 20 artistas da coleção de Serralves. É uma exposição patente até 24 de setembro e tem a curadoria de Joana Valsassina. Com o título “Espaço para o corpo” é uma exposição de artistas portugueses e internacionais que problematizam o corpo enquanto

agente criativo e percetivo. E uma das particularidades assenta no facto de duas destas peças, uma delas uma obra imaterial, estão localizas nos claustros do Convento de S. Domingos.

A inauguração desta exposição contou com a presença de Ana Pinho, presidente do conselho de Administração da Fundação Serralves.

Entretanto, o Município de Abrantes lançou uma campanha nacional para promover o MIAA - Museu Ibérico de Arqueologia e Arte. Com o mote “Um Museu que faz história”, a campanha foi criada para dar a conhecer este “museu único e com um conceito diferenciador”. Um conceito “que descreve a natureza do museu, que afirma a sua diferença, prometendo algo inédito e que desperta a curiosidade”. O MIAA faz história, porque “é o primeiro e único museu do género em Portugal que reconstrói e conta a História da Arte através da Arqueologia, desde a pré-História à época contemporânea”.

A partir do início de maio, será lançada a segunda fase da campanha de promoção do espaço cultural, com particular incidência

Obrigada!

Sei que é uma insensatez da minha parte ocupar esta coluna que, desde maio de 2021, foi da responsabilidade de Francisco Armando Fernandes.

Francisco Armando Fernandes faleceu no dia 8 de março.

Para além do vazio que vai deixar neste espaço de opinião que era seu, ca também o vazio nas manhãs de terça-feira, quando lhe ligávamos para gravar a crónica do dia seguinte para a Antena Livre. Durante muitos anos, Armando Fernandes apenas “falhou” quando esteve hospitalizado. Mesmo quando tirou um período de férias um pouco mais prolongado para ir aos Estados Unidos para estar junto de familiares, não quis que as pessoas “se esquecessem” dele. Como se isso fosse possível... Deixou tudo gravado.

Francisco Armando Fernandes era daquelas personalidades que “ou se ama, ou se odeia”. Mas quer gostassem ou não, temos deste lado a certeza que era o nosso cronista mais ouvido e lido. Não era um homem de consensos mas creio que nunca o quis ser.

Quem o “adorava”, ouvia-o religiosamente e muitos davam-lhe conta disso.

Quem o “odiava”, mais religiosamente o ouvia.

Todos queriam saber em quem é que o Armando Fernandes “ia bater” esta semana.

Muitas vezes discordámos, principalmente quando o assunto eram as mulheres. Ironicamente (e creio que deve ter apreciado essa ironia), faleceu no Dia Internacional da Mulher. Contudo, mesmo nos temas

em que não estávamos de acordo, invariavelmente, a conversa terminava com uma gargalhada.

Obrigada por tudo. Pela sua presença na Rádio Antena Livre, no Jornal de Abrantes e sempre que lhe pedíamos alguma coisa.

Obrigada por, semanalmente, perguntar pelos meus pais e por nunca se esquecer de lhes enviar os seus cumprimentos.

Obrigada por todos os momentos em que tive o privilégio de privar consigo, por todas as gargalhadas que me arrancou e pelos sorrisos que colocou na minha face mas, acima de tudo, obrigada pela amizade que fez o favor de me conceder.

Até um dia, doutor.

27 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES CULTURA / Fisabrantes Centro de Fisioterapia Unipessoal, Lda. Médico Fisiatra Dr. Jorge Manuel B. Monteiro Fisioterapeuta Teresinha M. M. Gueifão Terapia da Fala Dr.ª Sara Pereira Psicóloga Clínica Aconselhamento Ana Lúcia Silvério Audiologia / aparelhos auditivos Dr.ª Helena Inocêncio Acordos: C.G.D., SAMS, PSP, SEGUROS, PT - Consultas pela ADSE - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -Telef./Fax 241 372 082 Praceta Arq. Raul Lino, Sala 6, Piso 1 - 2200 ABRANTES PUBLICIDADE
/ Patrícia Seixas
OPINIÃO /
/ Manuel Jorge Valamatos e Fernando Figueiredo Ribeiro

CARTÓRIO NOTARIAL DE GOLEGÃ

EXTRACTO

Rui Pedro Rodrigues Salomé, Notário, certifico, narrativamente, para efeitos de publicação, que no Cartório Notarial de Golegã, no Largo Dom Manuel I, no livro de notas para escrituras diversas número Nove - S, a folhas cento e doze e seguintes, foi lavrada uma escritura de justificação notarial, pela qual:

----------- MANUEL JOAQUIM RODRIGUES CHAMBEL, NIF 119.248.069, e mulher MARIA DOS ANJOS CABELEIRA DE SOUSA CHAMBEL, NIF 119.248.476, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Mouriscas, concelho de Abrantes, ela, da freguesia de Assentiz, concelho de Torres Novas, residentes na Rua Calouste Gulbenkian, nº 17, freguesia de Nossa Senhora de Fátima, concelho de Entroncamento, declaram que o marido é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, dos seguintes bens imóveis:

-------- RÚSTICO, com a área total de mil novecentos e sessenta metros quadrados, composto por oliveiras, pomar de citrinos, horta, solo subjacente a cultura arvense em olival e dependência agrícola, sito no lugar de Surdo, freguesia de Mouriscas, concelho de Abrantes;

-------- inscrito na matriz rústica sob o artigo 189, da secção AG, com o valor patrimonial tributário de 255,42€, ao qual atribuem o valor de mil euros, para efeitos deste acto;

---------- não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes; ---------- Que o primeiro outorgante marido, ora justificante, não é detentor de qualquer título formal que legitime o domínio deste prédio, o qual veio à sua posse por sucessão na posse à posse exercida por Virtuoso Lopes Chambel e mulher Maria Lopes Chambel, presentemente já falecidos, ela em vinte e seis de Janeiro de dois mil e cinco, na freguesia de Mouriscas, concelho de Abrantes, de onde era natural e onde teve a última residência habitual no lugar de Casal do Surdo, no estado de casada com Virtuoso Lopes Chambel, sob o regime da comunhão geral de bens, em primeiras núpcias dela e segundas núpcias dele, havendo deixado, como único herdeiro, nos termos da escritura de Habilitação de Herdeiros, lavrada a folhas vinte e oito e seguintes, do Livro de notas para escrituras diversas número Vinte e Um – A, do Cartório Notarial de Abrantes, a cargo da Notária Sónia Onofre – de que me foi exibida certidão ali emitida em três de Fevereiro de dois mil e vinte e dois, o seu indicado marido, havendo ele falecido em catorze de Agosto de dois mil e dezassete, na freguesia de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, concelho de Abrantes, que era natural da dita freguesia de Mouriscas, e que teve a sua última residência habitual na Rua Maria Serrana, números 13 e 15, freguesia de Nossa Senhora de Fátima, concelho de Entroncamento, no estado de viúvo de Maria Lopes Chambel, e havendo deixado, como único herdeiro, somente um filho, ora primeiro outorgante marido – nos termos da escritura de Habilitação de Herdeiros, lavrada em vinte e um de Dezembro de dois mil e vinte e um, exarada a folhas cento e quarenta e seis e seguintes, do Livro de notas para escrituras diversas número Cinco – S, deste Cartório, que o haviam adquirido por doação feita, pela forma meramente verbal, pelos pais da mulher e sogros do marido, Custódio Rodrigues e mulher Carolina de Matos, casados que foram sob o regime da comunhão geral e residentes na dita freguesia de Mouriscas, por volta do ano de mil novecentos e trinta e nove, sem nunca haverem outorgado a competente escritura nem nunca se terem disponibilizado para o fazer.

--------- Que, dado o modo de aquisição, não tem o justificante possibilidades de comprovar

CARTÓRIO NOTARIAL DE GOLEGÃ

Mestre Rui Pedro Rodrigues Salomé

Largo Dom Manuel I, 2150-128 Golegã

EXTRACTO

Rui Pedro Rodrigues Salomé, Notário, certifico, narrativamente, para efeitos de publicação, que no Cartório Notarial de Golegã, no Largo Dom Manuel I, no livro de notas para escrituras diversas número Nove - S, a folhas cento e quinze e seguintes, foi lavrada uma escritura de justificação notarial, pela qual:

----------- MANUEL JOAQUIM RODRIGUES CHAMBEL, NIF 119.248.069, e mulher MARIA DOS ANJOS CABELEIRA DE SOUSA CHAMBEL, NIF 119.248.476, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Mouriscas, concelho de Abrantes, ela, da freguesia de Assentiz, concelho de Torres Novas, residentes na Rua Calouste Gulbenkian, nº 17, freguesia de Nossa Senhora de Fátima, concelho de Entroncamento, declararam:

---------- Que, em vinte e cinco de Setembro de mil novecentos e noventa e sete, foi outorgada uma escritura de justificação de posse por usucapião, a folhas setenta e quatro verso e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas Quatrocentos e Setenta e Um – B, do extinto Cartório Notarial de Abrantes – de que me foi exibida certidão emitida pelo Cartório Notarial de Abrantes, a cargo da Notária Sónia Onofre, em três de Fevereiro de dois mil e vinte e dois, por Virtuoso Lopes Chambel e mulher Maria Lopes Chambel, presentemente já falecidos, ela em vinte e seis de Janeiro de dois mil e cinco, na freguesia de Mouriscas, concelho de Abrantes, de onde era natural e onde teve a última residência habitual no lugar de Casal do Surdo, no estado de casada com Virtuoso Lopes Chambel, sob o regime da comunhão geral de bens, em primeiras núpcias dela e segundas núpcias dele, havendo deixado, como único herdeiro, o seu indicado marido, havendo ele falecido em catorze de Agosto de dois mil e dezassete, na freguesia de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, concelho de Abrantes, que era natural da dita freguesia de Mouriscas, e que teve a sua última residência habitual na Rua Maria Serrana, números 13 e 15, freguesia de Nossa Senhora de Fátima, concelho de Entroncamento, no estado de viúvo de Maria Lopes Chambel, e havendo deixado, como único herdeiro, somente um filho, ora primeiro outorgante marido, na qual se arrogaram donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do bem imóvel a seguir identificado:

PRÉDIO URBANO, composto de casa de rés-do-chão, com quatro divisões e três vãos, com a superfície coberta de cinquenta metros quadrados, sito no lugar de Surdo, freguesia de Mouriscas, concelho de Abrantes; ao tempo inscrito na matriz urbana sob o artigo 153, e presentemente inscrito sob o artigo 3018, que do anterior provém; ao tempo não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, e presentemente descrito na mesma Conservatória sob o número TRÊS MIL E TRINTA E SEIS, da freguesia de Mouriscas, onde se encontra registada a aquisição, a favor dos decessos Virtuoso Lopes Chambel e mulher Maria Lopes Chambel, pela inscrição resultante da apresentação dezassete, de vinte e oito de Novembro de mil novecentos e noventa e sete;

Que na referida escritura foi erradamente declarado que o mencionado prédio tinha a área referida, área na qual, após novas medições efectuadas por técnico qualificado, verificaram haver erro de medição, procedendo assim à rectificação da área do referido prédio, sobre o qual os justificantes sempre exerceram posse, a qual continuou a ser exercida pelo único herdeiro sobrevivo, ora primeiro outorgante marido, pelo que, neste acto, rectifica aquela escritura no sentido de nela ficar a constar que o citado prédio tem a área total de duzentos e trinta e um metros quadrados, composto por casa de habitação de rés-do-chão com cinco divisões, com a superfície coberta de cento e trinta e dois vírgula trinta metros quadrados, presentemente sito na Rua do Surdo, número 316, dita freguesia de Mouriscas, área que sempre teve, não tendo o prédio sofrido qualquer alteração, na sua composição ou configuração, ou havido qualquer anexação de outros prédios.

ESTÁ CONFORME O ORIGINAL. Golegã, quinze Março de dois mil e vinte e três.

O Notário, Rui Pedro Rodrigues Salomé

CARTÓRIO NOTARIAL DE MARIA DA CONCEIÇÃO RIBEIRO

Rua Dr. Eduardo de Castro, n.º19, r/c, 6110-218 Vila de Rei Telf: 274.898.162 Tlm: 927.735.540

EXTRATO DE JUSTIFICAÇÃO

Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura outorgada em vinte e quatro de março de dois mil e vinte e três, exarada a folhas cento e vinte e nove e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número VINTE E UM – A, FERNANDO CONSTANTINO MOLEIRINHO, NIF 106.438.956 e mulher MARIA DE FÁTIMA CONDE FALCÃO CONSTANTINO MOLEIRINHO, NIF 106.438.948, casados sob o regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia e concelho de Sardoal, residentes habitualmente na Rua Lúcio Serras Pereira, número 31, freguesia e concelho de Sardoal, declararam que são donos e legítimos proprietários, com exclusão de outrem, do seguinte imóvel:_____

Um quarto indiviso do prédio rústico, composto de pinhal, eucaliptal, construção rural e cultura arvense, denominado Vale da Cabrita, sito em Sardoal, freguesia e concelho de Sardoal, com a área total de trinta mil novecentos e vinte metros quadrados, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sardoal sob o número quatro mil seiscentos e sete, da mencionada freguesia de Sardoal, com registo de aquisição, na proporção de três quartos indivisos, a favor de António Manuel Conde Falcão e mulher Maria de Lurdes Falcão Belga de Oliveira Conde Falcão, pela apresentação mil oitocentos e cinquenta e oito, de catorze de janeiro de dois mil e dezasseis e sem qualquer registo de aquisição da restante quota-parte que ora se justifica, inscrito na matriz na proporção de três quartos indivisos em nome de António Manuel Conde Falcão e na proporção de um quarto indiviso em nome do justificante marido, sob o artigo 4, secção M, com o valor patrimonial tributário referente à quota-parte de 532,32 euros.______ Que a referida quota parte de um quarto indiviso, no imóvel acima identificado, lhes pertence por doação meramente verbal que lhes foi feita, pelos pais da justificante mulher, Manuel Nascimento Falcão e Maria Eugénia Conde Falcão, já falecidos, casados que foram sob o regime da comunhão geral, residentes que foram no lugar, freguesia e concelho de Sardoal, feita em data que não sabem precisar, mas que situam no ano de mil novecentos e setenta e oito e, portanto, há mais de vinte anos, ao tempo os justificantes já no estado de casados entre si no indicado regime de bens.

Que desde que a mesma foi efetuada até esta data, sempre eles justificantes usufruíram da quota-parte do citado imóvel, ininterruptamente à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, com a consciência de utilizarem e fruírem coisa exclusivamente sua, adquirida de anteriores proprietários, cultivando-o, limpando-lhe o mato e dele retirando os seus normais frutos, produtos e utilidades e pagando as respetivas contribuições.

Que em consequência de tal posse, em nome próprio, pacífica, pública e contínua, adquiriram sobre a referida quota-parte do imóvel o direito de propriedade por usucapião, não tendo em face do modo de aquisição, documento que lhes permita comprovar o seu direito de propriedade perfeita.

Está conforme.

Cartório Notarial de Vila de Rei, a cargo da Notária Maria da Conceição Fernandes Ribeiro, vinte e quatro de março de dois mil e vinte e três.

A Notária, Maria da Conceição Fernandes Ribeiro

CARTÓRIO NOTARIAL DE MARIA DA CONCEIÇÃO RIBEIRO

Rua Dr. Eduardo de Castro, n.º19, r/c, 6110-218 Vila de Rei

Telf: 274.898.162 Tlm: 927.735.540

EXTRATO DE JUSTIFICAÇÃO

Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura outorgada em dois de março de dois mil e vinte e três, exarada a folhas SESSENTA e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número VINTE E UM – A, ANTÓNIO CANDIDO, NIF 178.193.429 e mulher MARIA DE LOURDES DUQUE CONDE CÂNDIDO, NIF 193.291.991, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia e concelho de Sardoal, ela da freguesia de Santiago de Montalegre, concelho de Sardoal, residentes habitualmente na Rua do Sobreiro, número 3, Mogão Fundeiro, freguesia de Santiago de Montalegre, concelho de Sardoal, declararam que são donos e legítimos proprietários, com exclusão de outrem, do seguinte imóvel: Prédio urbano, composto de casa de habitação de rés-do-chão e primeiro andar e logradouro, sito em Mogão Fundeiro, freguesia de Santiago de Montalegre, concelho de Sardoal, com a área total de novecentos e sete metros quadrados, sendo superfície coberta com cento e sete metros quadrados e área descoberta de oitocentos metros quadrados, a confrontar do norte com Caminho Público, do sul e do nascente com David Baptista Conde e do poente com José dos Santos, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na matriz em nome do justificante, sob o artigo 592, com o valor patrimonial tributário de 34.672,40 euros. Que imóvel acima identificado lhes pertence por doação meramente verbal que lhes foi feita, pelos pais da justificante mulher, David Batista Conde e mulher Helena Duque, já falecidos, casados que foram sob o regime da comunhão geral, residentes que foram no lugar de Mogão Fundeiro, freguesia de Santiago de Montalegre, concelho de Sardoal, feita em data que não sabem precisar, mas que situam no ano de mil novecentos e setenta e sete, e, portanto, há mais de vinte anos, ao tempo os justificantes já no estado de casados entre si no indicado regime de bens. Que desde que a mesma doação foi efetuada até esta data, sempre os ora justificantes usufruíram do citado imóvel, ininterruptamente à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, com a consciência de utilizarem e fruírem coisa exclusivamente sua, adquirida de anteriores proprietários, utilizando-o, habitando-o e procedendo às obras necessárias à manutenção e conservação do mesmo e pagando as respetivas contribuições. Que em consequência de tal posse, em nome próprio, pacífica, pública e contínua, adquiriram sobre o dito imóvel o direito de propriedade por usucapião, não tendo em face do modo de aquisição, documento que lhes permita comprovar o seu direito de propriedade perfeita.

Está conforme.

Cartório Notarial de Vila de Rei, a cargo da Notária Maria da Conceição Fernandes Ribeiro, dois de março de dois mil e vinte e três.

A Notária, Maria da Conceição Fernandes Ribeiro

Cartório Notarial de Porto de Mós a cargo de Vânia Sofia Lisboa Santos – Notária em substituição Rua Francisco Serra Frazão Bloco B n.º 4 R/C Dto. 2480-337 Porto de Mós Telefone 244 401 344/5 Fax: 244 401 385 NIF 261 335 661 Email: vanialisboanotaria@gmail.com

EXTRACTO DE JUSTIFICAÇÃO

--- CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por escritura de oito de março de dois mil e vinte e três, iniciada a folhas sessenta e cinco do Livro de Notas para Escrituras número Seis – V, deste Cartório:

--- ORLANDO TANOEIRO VIANA BARREIRO e mulher MARIA ALICE ASCENSO, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais da freguesia de Juncal, concelho de Porto de Mós, residentes na Estrada Principal, n.º 10, Chão Pardo, Juncal, Porto de Mós-

--- Declararam, que são donos e legítimos possuidores do seguinte bem:

--- Metade do Prédio Rústico sito em Vale de Fontes, freguesia de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, concelho de Abrantes, composto de pinhal e olival, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número quatro mil cento e noventa e três / Abrantes (São Vicente), onde se encontra registada esta quota parte a favor de Henrique da Silva Santos e mulher Maria José da Trindade Ascenso Santos, casados sob o regime de comunhão geral de bens e a restante quota parte a favor dos ora justificantes pela apresentação três de quinze de setembro de mil novecentos e setenta e cinco, inscrito na matriz sob o artigo 14.º, secção 1AA, da referida freguesia, com o valor patrimonial e atribuído correspondente à fração de 6.723,16 €.

--- Que essa metade do bem veio à sua posse, por volta do ano de mil novecentos e oitenta e dois, por compra verbal feita, aos comproprietários acima mencionados Henrique da Silva Santos e mulher Maria José da Trindade Ascenso Santos residentes na Rua Principal, n.º 9, Jardoeira, 2440-366 Batalha, compra essa que não lhes foi nem é agora possível fazer por escritura pública.

--- Que, deste modo, não têm os justificantes título formal de aquisição da mencionada fração do bem. Certo é porém, e do conhecimento geral, que o vem possuindo desde há mais de vinte anos, sem interrupção, ostensivamente e sem oposição de ninguém, na convicção, que sempre tem sido também a das outras pessoas, de serem eles os seus únicos e verdadeiros donos. Na verdade, foram os justificantes e mais ninguém que durante todo este tempo têm desfrutado do dito bem e tem praticado nele os atos normais de conservação e de defesa da propriedade, nomeadamente cultivando e limpando o terreno e pagando os impostos.

--- Que assim, na falta de título, os justificantes adquiriram a identificada fração desse bem por usucapião, que aqui invocam por não lhes ser possível provar a sua aquisição pelos meios extrajudiciais normais.

--- Porto de Mós, oito de março de dois mil e vinte e três.

A Notária

Vânia Sofia Lisboa Santos

INFORMAÇÃO /
O seu jornal há 122 anos

É ainda hoje o espaço verde mais emblemático do nosso centro histórico e foi durante muito tempo um lugar de divertimento e convívio para os abrantinos.

Em 1863, por deliberação da Câmara, passou a denominar-se Largo do Príncipe Real, D. Carlos Fernando e logo a seguir à implantação da República, em 17 de Outubro de 1910, o município atribuiu-lhe a actual designação.

Era neste lugar, que também foi denominado Rossio de Abrantes, que se corriam touros em ocasiões festivas, antes de ser construída em 1900 a praça para esse fim, se jogava à bola e ocorriam outras manifestações de carácter popular. Foi aqui e nas imediações que, durante vários séculos, se realizou a nossa feira anual, razão pela qual era também conhecido por Terrado da Feira. Integrado nesta, em 1907, aqui se instalou o animatógrafo, com sessões de cinema numa altura em que este dava ainda os primeiros passos. Em 1908, a empresa Martins & Ribas construiu, no mesmo sítio, uma barraca com condições para lá poder funcionar, durante todo o ano, o animatógrafo e por ali se manteve até 1922, saindo apenas porque a Câmara lhe subiu o preço do terrado. O centro deste jardim é hoje ocupado por um imponente monumento dedicado aos mortos da Grande Guerra (1914 – 1918), da autoria do escultor Rui Roque Gameiro e dos arquitectos Francisco Nogueira e E. Korrodi e que, como acontece frequentemente em Abrantes, teve um historial complicado.

Em 1924, já na cidade e arredores eram pedidos donativos e os militares faziam grandes festejos para angariar fundos destinados à construção deste monumento que era então para ser erigido no Outeiro de S. Pedro. Em 1928, a encomenda estava feita e veio mesmo a Abrantes um dos arquitectos, Francisco Nogueira, para visitar o local e ver se este se adequava ao monumento projectado, tendo sido o seu parecer positivo. Em 1930, noticiava-se que as esculturas iriam chegar em breve a Abrantes. Com muitas polémicas e impasses pelo meio, a escultura chegou mas ficou num dos quartéis

da cidade, à guarda dos militares. O tempo foi passando e, em Junho de 1939, ainda continuava no quartel, pelo que o comandante militar de então, coronel José Garcia Marques Godinho, já cansado de tanta polémica, resolveu entregá-la à Câmara. Perante esta situação, a resolução agora foi rápida. Logo no mês seguinte, foi deliberada a construção do monumento, não no Outeiro de S. Pedro, por ser bastante periférico, mas no local onde agora se encontra, tendo sido finalmente inaugurado em 4 de Junho de 1940.

Para lhe dar dignidade, projectou-se um jardim para o enquadrar e a feira foi dali retirada e deslocada para o chamado então Largo do Ramal, hoje 1ª de Maio, onde se manteve por várias décadas.

Com o jardim concluído e inaugurado em 1943, este local tornou-se num agradável centro de convívio, sobretudo nas noites amenas de Verão. O Regimento de Infantaria 2 estava então instalado no Convento de S. Domingos e à noite os milita -

res, na hora do recolher, desfilavam ao som da banda militar na rua anexa, o que constituía um polo de atracção para as crianças e raparigas casadoiras. Estas vinham para ali depois do jantar e passeavam em grupos, para trás e para a frente, nessa mesma rua que chegava a fechar ao trânsito, tal era o movimento, e as mães (as raparigas nessa altura não saíam sozinhas à noite) conversavam sentadas nos bancos do jardim. Enquanto isso, as miúdas mais pequenas faziam bailes de roda e cantavam: Fui ao jardim da Celeste, Ai ai minha machadinha, A borboleta branca … etc. Por volta das 23.30 voltavam para casa e tudo ficava em sossego. Em 1955, o quartel deslocou-se para as novas instalações, perto de S. Lourenço e com ele levou grande parte da vida e animação deste jardim.

Já há bastantes anos que foi nele instalado um parque infantil e até há pouco funcionou ali um quiosque de comes e bebes, com uma agradável esplanada à sombra das árvores, que levava gente a este local. Há pouco, não sei porquê, fechou, mas não há dúvida que faz falta para o jardim voltar a ser um espaço de convívio e não um simples lugar de passagem.

Consultas:

- Campos, Eduardo, Toponímia Abrantina, C.M.A. 1989

- Jornais da época

29 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES
NOMES COM HISTÓRIA / Jardim da República, antigo Terrado da Feira PUBLICIDADE Grupo uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt Regularize o pagamento dos portes de envio do seu jornal através da nossa redação ou por transferência bancária: NIB 0036 0059 99100093265 67 PATRIMÓNIO /
/ Teresa Aparício

Entender a Triagem nas Urgências dos Hospitais

ções privadas do nosso país adotaram a “Triagem de Manchester”.

Nesta edição da rúbrica “Saber Saúde”, vamos explicar-lhe o funcionamento de um dos mais importantes momentos do serviço de urgência: a triagem.

Na medicina de emergência, a triagem é o processo pelo qual se determina a prioridade do tratamento dos doentes, com o objetivo de otimizar os recursos disponíveis e prestar os melhores cuidados possíveis a quem deles precisa.

A palavra triagem tem a sua origem no verbo francês “trier”, que significa “separar”.

Já imaginou o que seria chegar a uma urgência hospitalar e os doentes serem atendidos pela ordem de chegada? Ou por quem gritava mais alto, garantindo que estava mais doente que o vizinho do lado? Não podia ser assim...

É por isso que a triagem é fundamental.

Existem a nível mundial vários sistemas de triagem, mas os hospitais do Serviço Nacional de Saúde e a grande maioria das institui -

Trata-se de um protocolo adotado um pouco por todo mundo todo e que reúne grande consenso na comunidade científica – foi aplicado pela primeira vez na cidade de Manchester, em Inglaterra, em 1997 (daí o seu nome), que chegou, em 2000, a Portugal.

De acordo com esta metodologia, quando um utente chega ao Serviço de Urgência, após a sua inscrição na Admissão de Doentes, o passo seguinte é o Gabinete de Triagem.

Este procedimento é executado por um enfermeiro ou enfermeira, que fazem um conjunto de perguntas ao doente e a observação e medição de vários parâmetros de saúde, previamente definidos no fluxograma do Protocolo de Triagem, como a temperatura, tensão arterial, entre outros.

No fim desse questionário, é atribuído automaticamente pelo algoritmo uma prioridade no atendimento médico posterior do paciente.

O protocolo de Manchester funciona a partir de um código de cinco a seis cores, anexadas às pulseiras de identificação dos pacientes. Desta forma, os profissionais de saúde sabem de uma forma quase automática, pela cor, quais são os casos que precisam

Tuberculose

evitar a propagação da doença, como cobrir a boca ao tossir e espirrar, evitar contacto próximo com outras pessoas e isolamento quando indicado. A deteção precoce e o tratamento adequado dos casos de tuberculose são essenciais para a cura e para evitar a propagação da doença.

de prioridade sobre todos os outros.

O nível um, codificado com a cor vermelha, representa os casos de “emergência máxima”, de atendimento imediato, porque

existe risco de morte associado. Geralmente, é atribuído em situações como acidentes, com feridos graves.

A atribuição da “pulseira” laranja determina casos “muito

graves”, cuja espera de atendimento não deverá ser superior a dez minutos.

No nível 3 da triagem de Manchester, o da “pulseira” amarela, está em causa um paciente urgente, que necessita de avaliação médica num máximo de 60 minutos.

O doente codificado com cor verde é considerado pela Triagem de Manchester como “pouco urgente”, e o tempo de espera para atendimento médico pode ascender até aos 120 minutos.

Já no nível 5, falamos das “pulseiras” azuis, casos “não-urgentes”, que podem ser alvo de avaliação médica até 240 minutos.

Em Portugal existe ainda a codificação pela cor branca, sem um limite temporal atribuído para atendimento, que é atribuído a pacientes que estão fora da categoria de urgência hospitalar.

O Protocolo Manchester proporciona às instituições de saúde um atendimento muito mais eficaz, considerando que o tempo pode ser crucial para salvar vidas.

Esperamos, também, que uma maior consciencialização e literacia dos nossos utentes sobre o protocolo de Manchester contribua para o encaminhamento de casos de menor gravidade para os cuidados de saúde primários, onde os tempos de espera poderão ser mais reduzidos do que no hospital.

A tuberculose é uma doença infeciosa causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis. Afeta principalmente os pulmões, mas também pode afetar outros órgãos. É importante que as pessoas que apresentem sintomas da doença, como a presença de tosse persistente, febre, suores noturnos e perda de peso, procurem consulta médica. Devem também tomar medidas para

De acordo com a Organização mundial de Saúde (OMS), em 2020 houve aproximadamente 10 milhões de casos novos de tuberculose no mundo e cerca de 1,4 milhão de mortes relacionadas com a doença, mantendo-se como uma das principais causas de morte por doença infeciosa no mundo.

A tuberculose tem vindo a diminuir progressivamente ao longo dos anos, mas ainda é considerada um problema de saúde pública e Portugal continua a ser o país da Europa Ocidental com taxas de incidência mais elevadas. Em 2020 foram notificados 1465 casos de Tuberculose em Portugal, a taxa de incidência (número de novos

casos) acompanhou a tendência decrescente, sendo em 2020 de 13,2 por 100 mil habitantes. É uma doença curável, mas o tratamento exige o uso de medicamentos por um longo período de tempo. A abordagem da tuberculose deve ser sempre dirigida em benefício individual do doente (diagnóstico rápido,

tratamento adequado evitando o surgimento de resistências e reduzindo o risco de mortalidade) e em benefício coletivo (redução do risco de transmissão e identificação da população de maior risco de exposição instituindo tratamento preventivo).

O dia Mundial de luta contra a tuberculose é celebrado

anualmente no dia 24 de março. Tem como objetivo consciencializar a população sobre a importância da prevenção, deteção precoce e tratamento adequado da doença.

Este ano com o tema Sim! Podemos acabar com a tuberculose, que chama a atenção para o poder que temos todos juntos para acabar com a doença.

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31 Abril 2023 / JORNAL DE ABRANTES PUBLICIDADE /
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