Jornal de Abrantes - fevereiro 2023

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¶ 122 ANOS

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/ Abrantes / Constância

/ Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas

FEVEREIRO 2023 / Edição n.º 5624

Mensal / ANO 122 / DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

ENTREVISTA FRANCISCO LOPES E A PAIXÃO PELAS ÁRVORES E PELA OLIVEIRA DO MOUCHÃO

Pág. 3

REGIÃO BRUXELAS APROVOU A NOVA NUT II DO OESTE E VALE DO TEJO

Pág. 15

REGIÃO MUNICÍPIOS DA VALNOR EM TOTAL DESACORDO COM AUMENTOS NOS RESÍDUOS

Pág. 9

PROMOÇÕES DE -20% A -50% Proteja-se do frio Térmicas

(de 1 de jane ro a 28 de fevereiro)

SOCIEDADE Ismael

Margarido e a aventura solitária pela Route 66

Págs. 20 e 21

O património cultural imaterial representa uma grande fatia do nosso território

Identi car, proteger e valorizar as artes e ofícios tradicionais dos municípios de Abrantes, Constância e Sardoal é o objetivo da Tagus - Associação do

RibatejoInterior, que no dia 13 de janeiro apresentou o resultado do levantamento histórico do “saber fazer” efetuado pelo antropólogo Paulo Lima.

Págs. 16 a 17

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza.

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JORNAL DE ABRANTES j

EDITORIAL / FOTO OBSERVADOR /

JÁ HÁ PROTEÇÕES NAS BARREIRAS EM ABRANTES

O Município de Abrantes está a realizar, numa primeira fase, diversas intervenções de proteção de passeios e arruamentos contra a erosão de taludes.

Os tempos não estão fáceis. Toda a gente se apercebe que o mundo está em mudança mas de forma mais rápida do que habitualmente nos damos conta. Para além da guerra “à porta” da Europa, coisa da qual a Ucrânia avisou em finais do ano de 2021 mas que o mundo não acreditou que acontecesse, temos agora novo aviso.

Um general da Força Aérea dos Estados Unidos pediu aos oficiais norte-americanos que estejam preparados para uma guerra contra a China, a partir de 2025, tendo mesmo enviado um memorando às tropas para que se preparem.

Taiwan e as eleições presidenciais de 2024 podem vir a despoletar uma crescente tensão naquela zona do globo mas será que uma guerra Estados Unidos - China se vai manter apenas na zona do Pacífico? E vamos assobiar para o lado outra vez? Não vai o mundo olhar com apreensão para esta “ameaça global”?

Entretanto, temos que olhar para mais perto. É que por cá também foi deixado um alerta que nos remete para uma outra realidade. A nossa.

Helena Freitas, representante do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e cátedra da UNESCO, esteve presente no seminário do projeto

AO.RI – Artes e Ofícios do Ribatejo Interior, que se realizou em Sardoal e do qual lhe damos conta nesta edição. A especialista lembrou-nos que o legado dos territórios, as artes e ofícios, são fundamentais para pensar o desenvolvimento e que há hoje “um processo acelerado para a urbanização da sociedade”.

Pois é... e se, de facto, olhássemos para dentro e percebêssemos que o nosso “interior” tem muito mais qualidade de vida do que a cidade, onde a humanidade escolheu viver preferencialmente? Agora há que perceber como cuidar do nosso território e como trazer para o meio rural os serviços de forma a equilibrar a atratividade. Trabalho para pensar mas, acima de tudo, para efetivar.

E é fevereiro... o que significa que temos de volta a Feira de S. Matias, em Abrantes. Se olhar a página 6 ou mesmo a última página do seu Jornal, vai perceber que este anos há novidades. Para além de uma Mostra de Atividades Económicas, a Feira vai ter animação musical. E se o Avô Cantigas vem animar os mais pequenos, Quim Barreiros anima toda a gente. E os sons de cá, dos nossos, também se vão fazer ouvir.

Para lá da música, as barraquinhas de quinquilharia, os carroceis, as tasquinhas e toda a animação de que gostamos nesta altura.

Vamos olhando para o futuro, claro, mas não nos podemos esquecer de aproveitar o presente pois esse é a única certeza que temos.

Cuide-se e até março.

“Melhorar a segurança de peões e veículos”, é um dos principais objetivos destas intervenções nos taludes da Rua General Humberto Delgado e Avenida Francisco Sá

Os trabalhos consistiram na limpeza da base do talude, removendo as terras e material solto que aí se encontrava, na sequência de pequenos escorregamentos de terras e pedras, sendo posteriormente colocada vedação em chapa metálica opaca e respetivos prumos, com 2,0 metros de altura.

O Município informou ainda que, em breve, será iniciada a intervenção na Calçada de S. José, numa extensão aproximada de 40

Numa segunda fase, preconiza-se a execução de trabalhos de consolidação e proteção contra a erosão dos referidos taludes, após articulação com os proprietários dos terrenos confinantes.

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/ Naturalidade / Residência: Nasci em Coimbra e vivo em Fátima.

/ Qual é o seu maior medo?

Tenho medo que aconteça “algo de mau” e grave à minha lha. No geral, os meus medos relacionamse com a saúde e segurança das pessoas que amo.

/ Qual é a pessoa que mais admira?

A minha mãe, pela força e determinação com que enfrentou as di culdades, principalmente na infância/juventude.

/ Onde e quando foi mais feliz?

O turbilhão de emoções, as dores físicas e o cansaço não me permitiram perceber logo, mas à medida que o tempo passou, já com a devida distância temporal e emocional, não tive dúvidas que aquele tinha sido o dia mais feliz da minha vida… Nunca criei expectativas sobre a maternidade, muito menos relativamente ao parto. Estive apenas quatro horas na sala de parto, ela nasceu às 8h00, do dia 8 de julho de 2014 e eu também! Naquele momento, em que olhei para ela, não consegui perceber logo que estava a viver o momento mais feliz da minha vida, mas a perceção de que tinha acabado de nascer um “novo eu” foi instantânea.

A felicidade cou para sempre guardada naquele momento, que vou conseguir descrever com todos os pormenores, nem que viva 1000 anos!

/ Se pudesse mudar uma característica em si, qual seria?

Conseguir dizer “Não” mais vezes. Tenho vindo a trabalhar muito nisso!

/ Se morresse e voltasse, que pessoa ou coisa seria?

Uma grande atriz de cinema!

/ O que mais valoriza nos seus amigos?

Gosto de pessoas que: não julgam, sem tabus, humildes, verdadeiras e que seguem o seu caminho sem preconceitos, com con ança – livres e felizes!

/ Qual é a caraterística que mais detesta nos outros?

Arrogância e falsa modéstia. Sinto pena de pessoas que não conseguem controlar o ego.

/ Em que ocasiões mente?

Apenas quando digo à minha lha que o Pai Natal existe!

/ Quem são os seus artistas favoritos?

António Variações. Morreu em 1984, ano em que eu nasci. Já não nos cruzámos neste mundo, infelizmente, mas sempre que o ouço sinto uma proximidade

e uma a nidade enorme com a pessoa que ele foi e com o que representou para a nossa cultura e sociedade. Teríamos sido bons amigos se nos tivéssemos conhecido, tenho a certeza!!!

/ Quem é o seu herói da cção?

Uma heroína – Princesa Mérida do lme Brave – por se tratar de uma princesa que foge aos cânones da “bela princesa, frágil, doce e educada, que é salva por um príncipe, com quem se casa e vive feliz para sempre”. Mérida é dona de uma personalidade rebelde, assim como os seus cabelos ruivos, adoro!

/ Com que gura história mais se identi ca?

Nenhuma em particular, mas no geral todas as mulheres que marcaram a história através da sua luta pela igualdade e pelos direitos humanos.

/ Quem são os seus heróis da vida real?

Os meus pais.

/ Qual o seu destino ideal de férias? Porquê?

Moçambique. Porque quero muito conhecer o país onde o meu pai nasceu e cresceu.

/ Se fosse presidente de Câmara do seu concelho, o que faria? Investia mais na cultura.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Colaboradores: CMHT, Paula Gil, Paulo Delgado, Teresa Aparício. Cronistas: Alves Jana; Armando Fernandes e Nuno Alves. Departamento Comercial comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo

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JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023

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A ABRIR /
/ Rita Alexandra Matias Pimentel, 38 / Jornalista e editora de conteúdos.

ENTREVISTA /

A paixão pelas árvores e pela Oliveira do Mouchão

// Francisco Lopes tem várias paixões. Os livros e a escrita sempre fizeram parte daquele que dirigiu a Biblioteca Municipal António Botto durante muitos anos. Mas o “pegacho” tem uma outra paixão, as árvores. E, enquanto jovem, ia do Pego para as Mouriscas com os pais, para a agricultura. E é nas Mouriscas que está a Oliveira do Mouchão, que conta hoje com mais de 3.350 anos. Muito antes das Mouriscas, de Abrantes ou de Portugal. Uma paixão que passou dele para o papel com ilustrações de Paulo Alves. E do livro saiu uma exposição “Oliveira do Mouchão, monumento vivo” que pode ser contemplada ate 1 de abril na “casa dos livros” de Abrantes, na Biblioteca António Botto.

Dentro do livro “Oliveira do Mouchão, monumento vivo” há literatura, há história, mas há também um gosto especial por árvores?

Sim, há uma paixão assolapada. É a minha grande paixão de vida, talvez. Eu planto árvores para cá ficarem quando eu não estiver, absolutamente para mais nada. Às vezes até tenho uns vizinhos que dizem “para que é que queres isso. Isso não dá nada”. E eu respondo: dá sombra, dá cores maravilhosas no outono. Há um sentido utilitário que as pessoas vêm nas coisas, daí eu procurar plantar árvores que não tenha m, forçosamente, que dar um fruto ou retirar delas qualquer coisa que possa ser vendida. Não é isso que me interessa...

... isso provoca um olhar diferente para esta Oliveira (do Mouchão) que não apenas olhar para a sua história, ou o azeite...

... eu acho que isso é importante, o azeite é uma componente muito significativa da nossa identidade no concelho. Não retiro importância a isso. Mas há mais para além disso. Antes de tudo há vida. Eu tenho uma grande relação afetiva com as árvores. Há um grande cien -

tista italiano de biologia botânica que trabalha com a NASA há muitos anos e que criou um ramo de ciência “neurobiologia vegetal” e é assustador só de pensar nisso. Ele diz “nós precisamos de encarar o mundo muito mais numa perspetiva vegetal do que numa perspetiva animal”, porque na realidade (dados que ele cita) o peso de todos os seres vivos animais que existem à face da terra é apenas de 0,33% da biomassa total do planeta. As árvores é do que nós, seres humanos, mais necessitamos para sobreviver. Só as árvores nos podem salvar das alterações climáticas. E isto só aumenta a minha paixão por árvores.

Ainda se lembra da primeira vez que observou a Oliveira do Mouchão?

Já a conhecia antes de ser catalogada. Senti um espanto extraordinário quando percebi estar perante um ser absolutamente incrível. Quando o método científico credível, à luz do conhecimento atual, nos diz que estamos perante um ser vivo com três mil trezentos e não sei quantos anos é o que diz ali o José Luís Peixoto e que algo que nos ultrapassa e que nos faz sentir insignificantes. Uma árvore

com 100 anos, regra geral, acabou a adolescência, está perto da idade adulta. É outra escala que temos de nos habituar a pensar. Há pessoas que dizem “ah! mas é muito tempo para dar fruto”, por isso é que digo “plante já.” Hoje há um outro problema associado que tem a ver com os incêndios florestais, há uma componente política das medidas preventivas que estão a ser tomadas que são absolutamente assassinas e que criam a ideia que precisamos de menos florestas. E isso não é verdade. Claro que precisamos de ordenamento. Mas não precisamos

folhas, das árvores

ao Egito, à Grécia, aos Fenícios, à Mesopotâmia que já fica mais afastada. É aí que encontramos essas grandes civilizações e no Museu ali ao lado (Museu Ibérico de Arqueologia e Arte) também nos mostra isso, porque nos mostra o tal mundo a duas velocidades que nos mostra as peças encontradas no nosso território, incluído algumas encontradas ali perto da Oliveira do Mouchão, a Anta do Rio Frio. E o que nós encontramos é cerâmica dos primeiros povos comerciais do mundo, do Mediterrâneo, e que é uma história de um mundo mais desenvolvido. E a Oliveira do Mouchão estava lá antes disso tudo.

A Oliveira do Mouchão é um marco e pode ser visitada em Mouriscas ou aqui na ex-posição. Mas que outras árvores imponentes é que podemos encontrar aqui em Abrantes?

de menos árvores. Precisamos de muito mais árvores. Todo o planeta deveria estar a plantar árvores. Elas podem fazer regredir os desertos.

A ligação à história é também difícil de catalogar. Não podemos dizer é das “Invasões Francesas”, ou do “Tempo de D. Afonso Henriques” ou do tempo de “D. Dinis”?

Sim, aqui (há 3.350 anos) estávamos na Idade do Ferro. Por isso para ir buscar as grandes civilizações de referência temos de ir buscar exemplos, ao Médio Oriente,

Duas aqui à frente de nós, no Jardim da República. Dois cedros-do-atlas fantásticos que estão agora, de facto, a chegar à pujança da idade adulta, têm 100 anos. A araucária que está além, perto da Igreja de S. Vicente que é um ícone de Abrantes. Há outras, um Freixo no Tramagal, por exemplo, que está classificado. E há muitos outros. Mas o património de Abrantes tem uma relação com as árvores que passa para além disso. Dos primeiros sítios onde, provavelmente, se plantaram Eucaliptos em Portugal foi no concelho de Abrantes. Por isso temos topónimos, ali para o lado da Bemposta, como Nova Austrália, Nova Tasmânia. Porquê? Porque veio um inglês para Portugal, no século XIX, para plantar eucaliptal. Não era para pasta de papel, era para aquelas pomadas que se põem no peito para quem tem problemas respiratórios. Mas há outros exemplos, a Real Fábrica da Seda do Marquês de Pombal que plantou milhares de amoreiras em Abrantes e que criou uma significativa artesanal de tecidos de seda. Mas há as oliveiras e sobreiros muito significativos.

3 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES
Entrevista por Jerónimo Belo Jorge
“Senti um espanto extraordinário quando percebi estar perante um ser absolutamente incrível”
/ Durante anos conhecíamos o Francisco pelos livros, agora mostra outras

Serviços Municipalizados apresentam Campanha de recolha seletiva de biorresíduos

// Os Serviços Municipalizados de Abrantes (SMA) lançaram uma campanha de Recolha Seletiva dos Biorresíduos: "Ser Smart é colocar os Biorresíduos no Contentor Castanho. Mudar é Preciso. Dê o exemplo."

A apresentação da campanha decorreu nas instalações dos SMA, no dia 27 de janeiro, onde foi apresentado o novo contentor castanho de biorresíduos que vai passar a integrar o sistema municipal de recolha de resíduos urbanos. Nesta fase inicial, este será ainda um projeto piloto a implementar na União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede, Freguesia do Pego e Freguesia do Tramagal. Os novos contentores castanhos para a recolha dos biorresíduos, cerca de 700, vão ser colocados, sempre que possível, junto dos já conhecidos contentores verdes.

Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal e do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Abrantes, falou de “um dia extraordinário” e lembrou que “há 25 anos, não foi assim há tanto tempo, encerrámos a lixeira a céu aberto, com um descontrolo total na forma como tratávamos o lixo”.

Essa é também uma das explicações do porquê do lixo hoje em dia “ser caro”. “É que dantes também não havia nada ou muito pouco para pagar. Os camiões recolhiam o lixo, chegavam à lixeira e despejavam para o chão. Deitava-se lume àquilo e estava feito”, disse.

Manuel Jorge Valamatos explicou que “os camiões fazem hoje em dia uma recolha mais regular, vão para a zona de transferência, ou seja, o aterro em Barrada, e depois vem alguém de Avis com semi-reboques, pegar no lixo e levá-lo para a Valnor. É evidente que isto tem custos enormes mas o ambiente agradece”.

Voltando aos biorresíduos, uma das novidades também deste projeto piloto são os baldes castanhos domésticos, com capacidade para 7 litros, que serão distribuídos gratuitamente, pelas habitações das freguesias que integram o projeto nesta fase inicial (Abrantes e Alferrarede, Pego e Tramagal). O conteúdo do balde pequeno, depois de cheio, deve ser colocado no contentor castanho mais próximo de cada residência.

Ricardo Aparício, diretor-delegado dos Serviços Municipalizados de Abrantes, explicou como se vai processar toda esta operação, desde a entrega de baldes nas residências aos contentores em locais que produzem mais refeições. Começou, no

/ Campanha já arrancou em três freguesias do concelho

entanto, por apresentar a equipa que vai estar afeta à recolha dos biorresíduos e que é composta pelo Manuel Esteves, Bruno Marques e José Fontinha. “Eles vão ser as pessoas que vão andar com o camião e fazer a recolha diariamente. Esta é a equipa que vai ficar dedicada a todo o processo de recolha que vamos iniciar”.

A distribuição porta-a-porta dos baldes castanhos de 7 litros, realizada pelos SMA, iniciou-se no dia 30 de janeiro, na Freguesia do Pego. Segue-se a Freguesia de Tramagal e, por fim, a Freguesia de Abrantes e Alferrarede já durante o mês de abril. A escolha destas três freguesias para o início deste projeto “não foi nossa”, está relacionada com o estudo prévio para a implementação da recolha seletiva em Portugal Continental, incidindo em especial no fluxo dos biorresíduos, realizado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e que suporta o mapeamento dos locais com potencial técnico e económico de implementação desse tipo de recolha.

Esta campanha está a ser desenvolvida pelos Serviços Municipalizados de Abrantes com o apoio do POSEUR e do Fundo Ambiental, num investimento total de cerca de 550 mil euros “que são para pagar o

e retalho e os resíduos similares das unidades de transformação de alimentos".

O que pode ir para os contentores castanhos De uma forma mais detalhada, apresentamos o que deve colocar no contentor castanho: restos de pão e bolos; aparas de carne e de peixe; guardanapos e toalhas de papel usadas; cascas de fruta, legumes e ovos; borras de café e saquetas de chá; restos de comida (crus ou cozinhados); produtos alimentares fora do prazo de validade.

O que não deve ir para os contentores castanhos

Por outro lado, não deve colocar neste contentor resíduos como: ossos; caroços; óleo de cozinha; cascas de marisco e bivalves; beatas de cigarros; dejetos de animais; produtos líquidos e semilíquidos (leite e derivados, sopa, mel, compotas); embalagens de plástico, metal, vidro, papel ou cartão, têxteis, lâmpadas, louças e outros resíduos não biodegradáveis; fraldas.

• 3 freguesias nesta fase inicial

• 3 trabalhadores a trabalhar diariamente nesta recolha

• 1 viatura nova de recolha com sistema de lavagem

• 700 contentores castanhos de rua a colocar nas 3 freguesias

• 14 mil baldes de 7 litros a distribuir gratuitamente

• 100 baldes de 120 litros a distribuir gratuitamente nos restaurantes, refeitórios, IPSS

• 550 mil euros de investimento

// CAMPANHA EM NÚMEROS: camião de recolha com lavagem – é nosso intuito fazer a lavagem dos contentores castanhos assim que fizermos o despejo -, 100 baldes de 120 litros para distribuir pelos restaurantes, refeitórios, IPSS’s… locais onde se cozinha para mais gente, 14 mil baldes de distribuição gratuita, que vai ser operacionalizada pela Médio Tejo 21, a agência de Ambiente que nos vai ajudar. Não vai ser apenas uma distribuição, vamos deixar um folheto e as pessoas que vão andar porta a porta vão explicar todo o processo às pessoas”.

Como a equipa vai estar no terreno durante a semana, “nem toda a gente vai estar em casa”. Ricardo Aparício explicou que vai ser deixado um folheto, com indicações de como poderão levantar gratuitamente estes baldes.

Mas, a nal, o que são biorresíduos?

De acordo com a definição dada pelo Decreto-Lei n.º 102-D/2020, de 10 de dezembro, entende-se por Biorresíduos “os resíduos biodegradáveis de jardins e parques, os resíduos alimentares e de cozinha das habitações, dos escritórios, dos restaurantes, dos grossistas, das cantinas, das unidades de catering

Uma questão de valorização

Manuel Jorge Valamatos, explicou também que “se a separação dos restos de comida não for feita, estes vão diretamente para o aterro sanitário. Sem separação não há valorização e consequente recuperação do valor destes resíduos, tornando o sistema de tratamento mais dispendioso. Por outro lado, não será possível alcançar as metas para a reciclagem do país, acordadas com a União Europeia. Quase metade dos resíduos que produzimos correspondem a restos alimentares com nutrientes e energia que podem e devem ser aproveitados, com a sua ajuda”.

“Mudar é preciso. Dê o exemplo”, continua a ser o apelo dos SMA que, ao longo dos últimos anos, tem vindo a sensibilizar para a correta utilização dos caixotes do lixo. Com a chegada do contentor castanho, a separação dos biorresíduos é agora possível.

Os SMA lembram ainda que “esta ação em conjunto com as mais diversas campanhas de separação do lixo e respetiva reciclagem, ajuda a tornar o tratamento mais económico tanto para o consumidor como para os SMA”.

4 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023 SOCIEDADE / Abrantes

REGIÃO / Abrantes

CGD encerra caixa multibanco em Rossio ao Sul do Tejo

// A Caixa Geral de Depósitos retirou a caixa multibanco que tinha a funcionar em Rossio ao Sul do Tejo. Após o encerramento da agência no dia 21 de março de 2016, depois de ali ter funcionado e servido as populações da zona sul do concelho durante cerca de 30 anos, a caixa automática manteve-se em funcionamento até ao dia 19 de janeiro.

Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, explicou ao Jornal de Abrantes que a retirada da caixa multibanco da antiga agência da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em Rossio ao Sul do Tejo “é uma matéria que temos vindo a acompanhar há já uns bons meses, diria mesmo há mais de um ano”. Esta situação fica a dever-se ao facto do imóvel estar para venda “e da CGD não querer que a venda tivesse um ónus associado”.

“Há muito tempo que procuramos encontrar uma estratégia para resolver a situação, não o conseguimos com a Caixa Geral de Depósitos de forma atempada”, disse.

A situação pode mesmo vir a tornar-se num problema ainda mais grave, caso se confirme que o Banco Santader proceda da mesma forma com a caixa automática que tem a funcionar em Rossio ao Sul do Tejo. Manuel Jorge Va -

lamatos confirmou “ter reuniões marcadas com essa entidade bancária e com o presidente da Junta de Freguesia e tudo faremos, ao exemplo do que aconteceu em Alvega ou em Martinchel, com a

participação muito ativa das próprias Juntas de Freguesia, segurar as caixas multibanco”. É que, esclareceu, a caixa multibanco “é uma estrutura muito importante para a vida das nossas comuni -

dades, sobretudo para as pessoas que não têm transporte próprio ou mesmo transportes públicos para resolver certas situações”.

O presidente da Câmara voltou a referir que “tudo faremos para que haja uma caixa multibanco em cada uma das nossas freguesias e é isso que faremos no Rossio ao Sul do Tejo, naturalmente”.

Questionado se a solução poderá passar pela instalação de uma caixa automática na sede da Junta de Freguesia, Manuel Jorge Valamatos não descartou essa hipótese mas acrescentou que “irão surgir várias soluções” e o que importa “é sabermos encontrar as melhores soluções, fazendo com que, quer o Município, quer as Juntas de Freguesia, não tenham que despender muito dos seus orçamentos para responder a estas necessidades e, seguramente, responsabilizar as próprias instituições bancárias que também têm que servir e ter uma inter -

venção de serviço público. Com a Caixa Geral de Depósitos isso não aconteceu, de todo. Respeitamos a decisão, e estou a falar da CGD em Lisboa, não dos técnicos e das pessoas que aqui trabalham, mas foi uma decisão dos serviços centrais da Caixa Geral de Depósitos que retirou a caixa multibanco para que o imóvel pudesse estar disponível para venda”.

Manuel Jorge Valamatos insistiu que “connosco, não foi possível chegar a um entendimento para encontrarmos uma solução que não penalizasse financeiramente nem a Câmara nem a Junta de Freguesia. Isso não veio a acontecer”.

O presidente da Câmara disse-se, no entanto “esperançado que consigamos encontrar, com outras instituições, uma solução que responsabilize estas instituições bancárias enquanto prestadores de serviços públicos”.

5 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES PUBLICIDADE
/ Agência encerrou em 2016 mas caixa multibanco manteve-se em funcionamento até meados de janeiro

REGIÃO / Abrantes

Obras do Cineteatro já arrancaram, Escola de Tramagal ainda não tem autorização do TC

Uma intervenção “desejada de que já venho a falar há imenso tempo”. Foi assim que Manuel Jorge Valamatos deu conta do arranque das obras de restauro, reabilitação, remodelação e ampliação do edifício do Cineteatro São Pedro em Abrantes.

Previstas começarem em setembro e depois em novembro do ano passado, a empreitada atrasou devido a um pedido de esclarecimento sobre alguns pontos deste processo por parte do Tribunal de Contas (TC).

O presidente da Câmara de Abrantes relembrou que, neste processo, “houve uma primeira fase de negociação com a Associação Iniciativas de Abrantes, conseguimos chegar a bom entendimento com a colaboração dos seus dirigentes e passámos depois para uma segunda fase, de construção do projeto”. O autarca falou de uma projeto de reabilitação mas também “de uma parte que vai ser ampliada”. Para isso, “foi preciso negociar com a Paróquia alguns terrenos anexos ao Cineteatro S. Pedro”. Depois de chegar a entendimento, “temos um projeto muito arrojado do ponto de vista da sua requalificação e ampliação”.

Passou-se depois para “uma fase processual que teve a ver com o lançamento da empreitada” e “simultaneamente, junto com a CCDR Centro, estamos à procura de financiamento para o Cineteatro S. Pedro”.

Manuel Jorge Valamatos afir mou que “as coisas estão a andar com normalidade mas, na verdade, a obra em si já arrancou”. Agora, “há o trabalho de acompanhamento da obra e de capacidade de conseguir financiamentos europeus nos Quadros de Apoio, capazes de dar suporte a esta grande intervenção que vai ultrapassar os três milhões de euros”.

Tribunal de Contas ainda não deu luz verde à obra da Escola de Tramagal

“Infelizmente, nem tudo depende da nossa determinação e da nossa boa vontade”, justificou Manuel Jorge Valamatos para o facto da empreitada na Escola Dr. Octávio Duarte Ferreira, em Tra -

// A centenária Feira de São Matias vai voltar a realizar-se no Aquapolis sul, em Rossio ao Sul do Tejo, de 17 de fevereiro a 5 de março, dando início ao calendário nacional das feiras tradicionais.

O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, confirmou que já foram tomados todos os procedimentos e que os lugares foram todos preenchidos pois “houve muitas manifestações de interesse para ocupação dos espaços”, estando “a Feira completamente cheia”.

Segundo o autarca, “vamos voltar a ter uma dinâmica muito semelhante à do ano passado”, ficando a certeza de “voltar a ter a Roda Gigante”. No entanto, a Feira de

magal, ainda não ter começado. “A Câmara fez um projeto pois há muitos anos que a Escola de Tramagal precisava de uma intervenção e isso nunca foi feito. Mas desta vez nós fizemos o projeto, lançámos o concurso para a empreitada, temos uma empresa a quem está adjudicada a obra mas o Tribunal de Contas não nos permitiu que avançássemos com a obra sem que houvesse a aprovação por parte da CCDR dos fundos comunitários”, explicou o presidente da Câmara de Abrantes.

Para já, é apenas “disso” que a Câmara está à espera. “Dependemos de outras entidades, neste caso, da aprovação da CCDR e, posteriormente, da aprovação do Tribunal de Contas”, disse.

Contudo, Manuel Jorge Valamatos fez questão de realçar que “na Escola, enquanto esteve sob a égide do Ministério da Educação, nunca ninguém fez nada. Já fomos nós, Câmara Municipal, que fizemos um projeto para a sua reabilitação, lançámos a empreitada, temos a obra entregue há mais de um ano e não conseguimos entrar em obra porque o Tribunal de Contas não nos permitiu e, entretanto, a CCDR não teve a sua aprovação em tempo oportuno”.

No fundo, “é a Câmara Municipal de Abrantes que vai substituir o próprio Governo a fazer uma intervenção que deveria ter sido o Estado a fazê-la. É que esta Escola está hoje e desde há um ano sob a égide da Câmara Municipal

no âmbito da transferência de competências mas durante toda a sua vida foi do Ministério da Educação que não fez essas obras. Quem criou todas as condições para fazer as obras foi o Município de Abrantes e é por isso que continuamos a lutar porque o que queremos é uma escola requalificada, para bem dos nossos alunos, dos nossos professores e de toda a comunidade educativa”.

Manuel Jorge Valamatos garantiu que “não largaremos este assunto e estaremos empenhados a 100% para o resolver o mais depressa possível desde que as instâncias superiores das quais dependemos também nos ajudem a que este processo possa ser resolvido”.

parceiros nas diferentes áreas e domínios”. Para Manuel Jorge Valamatos “as instituições são todas muito importantes e todos juntos faremos sempre melhor”. Declarou também que “é isso que faz sentido e o que vamos fazer”.

O presidente da Câmara Municipal de Abrantes revelou ainda que “este ano, queremos dar à Feira um impulso de maior dinamismo económico e gerar maior capacidade de atratividade entre o dia 17 de fevereiro e o dia 5 de março”.

São Matias vai ainda contar com uma outra novidade este ano. Manuel Jorge Valamatos falou de “uma tenda gigante para as atividades comerciais do nosso concelho e para a valorização dos nossos produtos”.

Esta tenda vai contar com as parcerias “das entidades que se relacionam com estas matérias” pois, como afirmou o autarca, “não faz nenhum sentido o Município de Abrantes não estar ao lado dos

“Vamos ter três fins de semana cheios de dinamismo, e também durante a semana, naturalmente, mas queremos criar todas as condições para ter uma Feira cada vez mais convidativa, cada vez com mais pessoas e mais participação. E é isso que estamos a preparar”, disse Manuel Jorge Valamatos.

6 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023
/ Requali cação do Cineteatro S. Pedro ascende a mais de três milhões de euros
Feira de São Matias regressa com roda gigante e tenda de produtos do concelho
/ Roda gigante vai voltar à Feira de São Matias / Escola Dr. Octávio Duarte Ferreira, em Tramagal, ainda aguarda autorização do TC

Governo e Município pretendem reabilitar Pousada da Juventude

// O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, visitou a Pousada da Juventude de Abrantes no dia 11 de janeiro. A Pousada foi inaugurada em 14 de julho de 2000, apresenta alguns problemas ao nível da estrutura e tem atualmente 25 quartos encerrados por não apresentarem condições.

A visita inseriu-se num roteiro que visa “reforçar o relacionamento entre o Governo e o movimento associativo jovem e desportivo, identificar oportunidades de melhoria e prioridades de ação, impulsionar a colaboração entre instituições, bem como contactar com os trabalhadores do IPDJ”.

Em Abrantes, João Paulo Correia ouviu o presidente da Câmara de Abrantes alertar “para um edifício que há muito manifesta alguma fragilidade estrutural”.

Manuel Jorge Valamatos demonstrou que a Câmara Municipal “quer fazer parte de um processo de solução para que esta Pousada possa estar a funcionar em pleno e possa ser mais rentável e eficaz e cumprir a sua missão perante a nossa região”.

O autarca lembrou que a Pousada da Juventude de Abrantes “não serve exclusivamente Abrantes mas toda a região”. Ter uma Posada “competitiva e atrativa” é o desejo do presidente da Câmara que se disponibilizou a encontrar uma solução junto do Governo e da Movijovem.

Manuel Jorge Valamatos desafiou ainda o Secretário de Estado a olhar para o tema do alojamento estudantil, onde a Pousada da Juventude pode ter um papel importante e “estratégico para a solução”. “Entendemos que a Pousada da Juventude pode servir, durante o ano letivo, para o alojamento dos nossos estudantes e essa será uma possibilidade de protocolar por forma de tentarmos também contribuir para a solução. Queremos que a Pousada seja vivida e seja dinâmica para que justifique o investimento e a sua ação”, afirmou.

Secretário de Estado agradeceu apoio do Município

João Paulo Correia explicou que a razão da sua visita a Abrantes, que se integrou num roteiro pela região de Lisboa e Vale do Tejo, pretende “conhecer de perto não só aquilo que são os serviços do IPDJ como também da Movijovem, a cooperati va pública que gere a rede nacional das 42 Pousadas da Juventude”. Em Abrantes, o governante quis saber “das necessidades” da Pousada e “conversar com a Câmara Municipal, pois é um parceiro essencial”. Agradeceu à Autarquia “todo o apoio que tem dado, quer ao IPDJ, quer à Pousada da Juventude” e afirmou que, na conversa com o presidente da Câmara de Abrantes, percebeu que “partilhamos a mesma vontade de investir nesta Pousada para manter a sua oferta, manter a dinâmica da comunidade e do Município nas atividades que promovo, como

/ Pousada tem problemas estruturais e tem 25 quartos encerrados por falta de condições

é exemplo a área do desporto, como também responder a uma necessidade de alojamento estudantil. Julgo que é aquilo que faremos, preparar as linhas que vão conduzir a uma reabilitação da parte da Pousada que se encontra encerrada por estar em más condições”.

confirmou a realização de obras na Pousada da Juventude, disse que “é uma resposta que, provavelmente, só poderemos dar daqui a alguns meses porque essa avaliação tem que ser muito ponderada”.

João Paulo Correia referiu que “em nove meses de mandato, conseguimos decidir a reabertura de três Pousadas em capitais de distrito que estavam encerradas há mais de uma década”, referindo-se a Guarda, Vila Real e Portalegre, “onde a pretensão local também era muito forte, com muita pressão por causa do alojamento estudantil”. Outra decisão tomada foi a de reabrir 30% “de uma das maiores Pousadas que temos que é a do Parque das Nações, em Lisboa”.

Para já são estes os “investimentos priorizados”, também com o apoio dos respetivos Municípios.

“A rede das 42 Pousadas responde com uma percentagem reduzida ao alojamento estudantil, com a reabertura destas Pousadas pretendemos contribuir para o aumento dessa percentagem”, frisou.

Além da sua vertente de turismo direcionado para os jovens, as Pousadas de Juventude disponibilizam alojamento a estudantes do ensino superior, no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior que procura colmatar a problemática do alojamento estudantil.

Segundo informação disponibilizada pelo ‘site’ oficial das Pousadas de Juventude, esta oferta para estudantes é atualmente extensível a 18 unidades de alojamento, onde se inclui a de Abrantes.

do que são 42 Pousadas, seis delas estão concessionadas, estando 36 nas mãos da Movijovem. Reconheceu que a maioria desses edifícios “não recebe investimento há décadas mas não há possibilidade de investir ao mesmo tempo em todas, temos que priorizar mas, em todo o caso, também depende muito da disponibilidade da colaboração das Câmaras Municipais”.

Para Abrantes, definiu que “o primeiro passo para que algo de positivo aconteça nesta Pousada é haver vontade das três partes”. E isso foi garantido na conversa entre Governo, Movijovem e Câmara Municipal.

Associações juvenis e desportivas, serviços regionais do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e Pousadas de Juventude da região de Lisboa e Vale do Tejo, foram os locais visitados pelo Secretário de Estado da Juventude e do Desporto que passou por Abrantes e também pelas instalações da União Desportiva Atalaiense, no concelho de Vila Nova da Barquinha, neste que foi o último dos cinco roteiros regionais.

“Temos um ambiente muito familiar”

Jessica Martins é há seis meses rececionista na Pousada da Juventude de Abrantes. Disse que a Pousada está com uma ocupação “bastante boa” e prevê-se que se mantenha. A Pousada acolhe, para além de trabalhadores deslocados de várias empresas, alguns estudantes de países estrangeiros, como é o caso do Gana, que estavam a estudar na Ucrânia e que vieram para Portugal como refugiados de guerra.

Contudo, “vai começar a peregrinação a Fátima e também o roteiro da Estrada Nacional 2, onde muitos viajantes procuram a Pousada pois também temos um desconto para quem faz a Rota”.

Obras

só numa segunda fase de investimento

No entanto, o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto não

O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto disse ainda que “o Governo está determinado a reinvestir na rede nacional das Pousadas da Juventude”, lembran-

Quanto ao relacionamento com os estudantes estrangeiros, Jessica Martins disse estar a ser “muito bom pois aprendemos algumas coisas com eles e eles aprendem connosco. Temos um ambiente muito familiar na Pousada e todos os nossos hóspedes adoram”.

7 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES REGIÃO / Abrantes
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/ Vontade de fazer obras foi garantida na conversa entre Governo, Movijovem e Câmara Municipal

Requalificação da ribeira de Rio de Moinhos avança por 2,6 milhões de euros

A Câmara Municipal de Abrantes aprovou na reunião do executivo municipal de dia 10 janeiro, a despesa referente à empreitada da requalificação e reabilitação da Rede Hidrográfica da Ribeira de Rio de Moinhos. Recorde-se que esta ribeira foi afetada pela tempestade Elsa, em 2019, e só agora avança para obra para regularizar o caudal da linha de água que passa pelas freguesias de Aldeia do Mato / Souto e Rio de Moinhos.

De acordo com a informação oficial avançada pelo Município, a empreitada tem um preço base fixado em 2 milhões 692 mil euros (acrescido de IVA), tendo já sido garantido apoio financeiro através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (Compete 2020).

Ainda de acordo com o Município, a empreitada visa a requalificação ambiental e ecológica de um troço da Ribeira de Rio de Moinhos em Abrantes, junto dos aglomerados populacionais da Pucariça, Arco, Aldeinha e Rio de Moinhos no concelho de Abrantes, “com soluções de engenharia natural tendo por objetivo repor as condições de serviço das infraestruturas danificadas pela passagem do fenómeno meteorológico “Elsa”, que afetou

Portugal continental entre os dias 16 e 20 de dezembro de 2019.” Ainda de acordo com as explicações técnicas, as soluções apontam a criação e regularização de “pequenos açudes de rega, diversas passagens hidráulicas e pontões.”

A empreitada implica intervenções de desobstrução, regularização dos cursos de água e controlo de cheias, “incluindo a recuperação da qualidade das massas de água, a proteção dos ecossistemas, a promoção da biodiversidade e a

promoção da defesa contra cheias de pessoas e bens, segundo as boas práticas de reabilitação de cursos de água com recurso à aplicação de técnicas de engenharia natural e de renaturalização do ecossistema ribeirinho.”

O presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, salientou que “o concurso foi lançado a 27 de dezembro e queremos receber as propostas até dia 5 de fevereiro para podermos entrar rapidamente em obra

e dar robustez àquela ribeira, num traçado de mais de 5 kms”.

Em declarações à Antena Livre o presidente da Câmara de Abrantes vincou a importância desta intervenção para as populações residentes na sua proximidade, afirmando que “esta é uma intervenção há muito desejada por toda a comunidade naquela linha de água entre Aldeia do Mato e Rio de Moinhos, particularmente a zona de Pucariça, Aldeinha, Rio de Moinhos...”

Manuel Jorge Valamatos revelou que “há muito que temos vindo, com o Ministério do Ambiente, a dar conta das dificuldades que aquela linha de água apresentava. Depois houve a depressão Elsa que foi, um acontecimento meteorológico que aqui no concelho deixou grandes vestígios de destruição e que importava, e importa, recuperar e reagir”.

Colocar a ribeira no seu leito natural, “porque há um conjunto de desvios que a ribeira foi tendo” e criar condições para que a linha de água se consolide são os objetivos da Autarquia para que, no seu curso até ao rio Tejo, e em condições meteorológicas mais agressivas, “a ribeira consiga responder estruturalmente e que tenha condições

que permitam que não haja inundações de habitações e propriedades”. Para isso, “as infraestruturas anexas têm que ter a sustentabilidade e o suporte necessário”.

Quanto ao investimento “muito grande”, mais de três milhões de euros, visto a adjudicação ser de mais de 2,6 milhões de euros, sem IVA, o que leva, com IVA, a um valor superior a três milhões de euros, Manuel Jorge Valamatos adiantou que “há um financiamento já garantido de cerca de dois milhões de euros por parte do Ministério do Ambiente”. O restante, “será um esforço da Autarquia que vamos fazer com empenhamento, com dedicação, procurando outras janelas de oportunidade para financiamento desta grande operação que desejamos ver iniciada, em termos de obra, o mais rápido possível”.

O prazo previsto para a execução da obra será de 270 dias.

A referida empreitada tem financiamento do programa COMPETE 2020 através da candidatura apresentada pelo Município ao “Apoio à Transição Climática, Reabilitação da Rede Hidrográfica, Eixo VII-REACT-EU FEDER”. E tem já garantido um financiamento de 2 milhões de euros.

Município alarga apoio às famílias

Na reunião de Câmara de dia 23 de janeiro, foram aprovados por unanimidade os relatórios anuais referentes aos programas de apoio social “Alimentos para tod@s” e Fundo de Apoio e Emergência Social do ano de 2022.

No âmbito do programa “Alimentos para tod@s”, foram entregues, durante o ano de 2022, um total de 296 cabazes alimentares, que apoiaram um total de 707 indivíduos.

“Alimentos para tod@s” foi uma medida extraordinária de apoio criada no âmbito do impacto causado pela pandemia da Covid-19, para apoiar as famílias com crianças em idade escolar ou outras que necessitassem de apoio alimentar e não tinham possibilidade de fazer face a esta carência, tendo a Câmara Municipal de Abrantes alargado esta medida às famílias que comprovadamente estivessem com necessidade económica.

Por sua vez, no âmbito do Fundo de Apoio e Emergência Social, du-

rante o ano de 2022, foram solicitados sete apoios por parte das Juntas de Freguesia, com caráter urgente, tendo após validação e análise técnica sido prestados cinco apoios de ajuda alimentar urgente; um apoio de medicação urgente e um apoio de pagamento de eletricidade.

Recorde-se que o Fundo de Apoio e Emergência Social é uma medida criada em dezembro de 2020, na sequência da pandemia, para prestar apoio a grupos de vulnerabilidade social nomeadamente para despesas de aquisição de alimentos e produtos de higiene de primeira necessidade, bem como para medicação com receita médica ou considerada urgente, transportes (quando considerado urgente e inadiável) e prestar atenção e apoio psicossocial, em parceria com as Juntas de Freguesia.

De salientar que este apoio é cedido após esgotadas todas as outras respostas sociais, “sendo que muitas situações foram encaminhadas para outras medidas sociais mais

adequadas”.

A vereadora Raquel Olhicas esclareceu que “com a descentralização de competências e com a assunção dos Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS), desde o dia 1 de janeiro de 2023, a Autarquia passa a ser a porta de entrada de todos estes processos e está a ser feita uma triangulação minuciosa ao nível destes apoios. Estamos em contacto permanente com o CRIA, com o Banco Alimentar e com a Cruz Vermelha Portuguesa para que haja uma concertação de apoios e recursos e para que assim se evite o desperdício alimentar”.

O presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, esclareceu que “tem havido articulação entre as diferentes instituições para que tudo funcione bem” e acrescentou que “as transferências de competências estão relacionadas com esta maior proximidade e para que tudo possa funcionar melhor ao serviço das pessoas”.

8 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023 REGIÃO / Abrantes
/ Ribeira de Rio de Moinhos vai ser alvo de intervenção superior a 3 ME
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Patrícia Seixas
/ CMA

Municípios da Valnor em total desacordo com aumentos nos resíduos

// Os aumentos nos tarifários de valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos que a ERSAR está a impor aos Sistemas, está a receber manifestações de desagrado por parte dos municípios. Os 25 que integram o Sistema da Valnor também já assumiram estar em total desacordo.

Os municípios que integram o Sistema da Valnor estão preocupados com o aumento das tarifas de recolha e tratamento de resíduos.

A decisão da ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos sobre as tarifas reguladas para o tratamento de resíduos sólidos urbanos (RSU) em 2023 e 2024, está a deixar os autarcas «à beira de um ataque de nervos». Nesse sentido, o presidente da Câmara de Abrantes, que é também presidente da Mesa da Assembleia Geral da Valnor, enviou para os restantes municípios um documento “que manifesta a unanimidade de todas as autarquias que estão no seio da Valnor”.

Manuel Jorge Valamatos lembrou que a Valnor “é a entidade que faz a gestão dos resíduos sólidos urbanos em alta. É, digamos, a zona de aterro e de preparação de todos os resíduos sólidos urbanos e é o Sistema que Abrantes integra”.

O referido documento, segundo

/ Instalações da Valnor em Alter do Chão

o autarca, “é uma manifestação muito evidente do desagrado que todos manifestamos relativamente àquilo que são os valores que a ERSAR propõe para o ano 2023 relativamente à tonelada dos resíduos sólidos urbanos”.

Manuel Jorge Valamatos esclareceu que os valores em causa “vêm aumentar quase para o dobro” o preço da tonelada de resíduos o que “é muito acima daquilo que é o crescimento da inflação, muito acima dos 10%, o que já seria

um valor muito elevado”. Contudo, os “valores apontam para subidas na ordem dos 50%, o que penaliza brutalmente o valor da tonelada e, consequentemente, faz aumentar as tarifas aos nossos cidadãos”.

Esta posição está a ser acompanhada por todos os 25 municípios que integram o Sistema da Valnor e que são Abrantes, Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo Branco, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião, Idanha-a-Nova, Mação, Marvão, Monforte, Nisa, Oleiros, Ponte de Sôr, Portalegre,

Proença-a-Nova, Sardoal, Sertã, Sousel, Vila de Rei e Vila Velha de Rodão. Manuel Jorge Valamatos esclareceu que “também nos outros Sistemas os municípios estão a ter esta manifestação de desagrado por verem a tonelada dos resíduos sólidos urbanos subir muito quando vai para aterro. Claro que isto vai penalizar muito os cidadãos na sua fatura da água”.

O presidente da Câmara de Abrantes confirmou que “estamos totalmente em desacordo com esta posição da ERSAR” e que “vamos tentar perceber qual é a posicionamento da ERSAR e esperar que o Governo, neste caso, que o Ministério do Ambiente também se venha a manifestar sobre estas matérias”. Referiu que a resposta do Governo será importante “numa altura em que as famílias, as empresas, no fundo, a economia, passam por situações de grande fragilidade”.

Patrícia Seixas

9 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES
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Os valores em causa “vêm aumentar quase para o dobro” o preço da tonelada de resíduos

Prémio Defesa Nacional e Ambiente entregue ao Campo Militar de Santa Margarida

// O Prémio Defesa Nacional e Ambiente, criado em 1993, teve este ano como projeto vencedor o ‘Contributo da BrigMec para o Desenvolvimento Sustentável’ que consiste num sistema integrado de gestão ambiental, energético e agroflorestal.

A entrega do diploma aconte ceu no Regimento de Artilharia, Campo Militar de Santa Margari da, e contou com a presença dos ministros: da Defesa Nacional, Helena Carreiras, e do Ambiente, Duarte Cordeiro.

Na sua intervenção, a minis tra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, começou por indicar os contributos das instituições da Defesa Nacional para o Ambiente e eficiência energética. Explicou que em 2022 foram apresenta das 9 candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência (5 da Força Aérea, 3 da Marinha e 1 da Arsenal do Alfeite) com vista a financiar projetos de eficiência energética. Por outro lado, no âmbito do Fundo de Reabilitação e Conservação Patrimonial foram já aprovadas outras 3 candidatu ras para remoção de amianto em edifícios afetos à Defesa.

A titular da pasta da Defesa Nacional explicou ainda que “de corridos quase três anos desde a aprovação da última Diretiva Am biental para a Defesa Nacional, o 5 objetivo então traçado para o trabalho na Defesa e pela Defesa segue válido: “Uma Defesa Nacional empenhada num amanhã sustentável e preparada para os desafios futuros”. Esta permanece a linha de ação seguida pelo Ministério da Defesa Nacional, e em particular pela Direção-geral de Recursos da Defesa Nacional, cujo papel de coordenação, monitorização e de promoção de boas práticas neste âmbito importa aqui realçar.”

Helena Carreiras, nesta sua intervenção não esqueceu que “as Forças Armadas, têm também várias responsabilidades ao nível do apoio na vigilância, no controlo e no combate a incêndios rurais. Como é sabido, o risco associado a estas responsabilidades, quer para as populações, quer para os militares que as protegem, aumenta em proporção da intensidade dos efeitos das alterações climáticas. É por isso que está a decorrer um processo de aquisição de meios aéreos próprios de combate a incêndios, nomeadamente, nove helicópteros médios e dois helicópteros ligeiros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, e dois aviões pesados através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil (RescEU).”

/ A entrega do diploma aconteceu no Campo Militar de Santa Margarida e contou com a presença dos ministros da Defesa Nacional, Helena Carreiras, e do Ambiente, Duarte Cordeiro

O Prémio Defesa Nacional e Ambiente

O Campo Militar de Santa Margarida tem 6.400 hectares (ha) de área total ocupada, sendo 350 ha de área da zona de aquartelamentos e dois bairros residênciais. Nas suas várias unidades tem uma população residente de 1.000 a 1.500 pessoas, entre militares e civis, embora já tenham sido mais de cinco mil nos anos 80.

É a primeira grande unidade do exército com o sistema de gestão ambiental certificado pela norma ISO 14001 desde 2004.

Depois aponta ainda ao compromisso 3G com os três pilares da sustentabilidade: gestão ambienta, económica e humana.

Esta candidatura assenta num compromisso de proteção e preservação do ambiente, a utilização eficiente dos recursos, na gestão dos resíduos, na inovação e sensibilização ambientais. E as ações inscritas nesta candidatura a este prémio são a melhoria de gestão de resíduos através de novas sinaléticas e ilhas de separação, criação de um ecocentro único, separação seletiva de resíduos nos ecopontos e ecobags nas camaratas e bairros residências. Acrescenta-se ainda a separação de resíduos elétricos e eletrónicos e a economia circular com o fardamento militar com projetos de transformação em materiais têxteis.

Ao nível dos recursos há um reforço do consumo de água da rede por isso, uma redução no consumo de água engarrafada. Em 2021 houve a renovação da certificação ambiental sem qualquer inconformidade na auditoria e continuam a ser desenvolvidas uma série de ações de sensibilização ambiental na comunidade militar e também em relação aos alunos das escolas da região que visitam o Campo Militar.

Houve ainda uma preocupação com a eficiência energética, nomeadamente na substituição para as lâmpadas LED e promoção da eficiência nos sistemas de banhos com águas quentes onde foram

substituídos os equipamentos antigos por bombas de calor de alta eficiência. De notar ainda a preocupação com a eficiência hídrica com a colocação de redutores de caudal nos chuveiros.

E naturalmente que continua a preocupação com a proteção da fauna e flora do Campo Militar com recuperação de habitats e controlo de espécies infestantes.

Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente vincou que “o prémio que hoje aqui entregamos à Brigada Mecanizada, pelo seu projeto “Contributo da BrigMec para o Desenvolvimento Sustentável”, é uma espécie de síntese de ações concretas para o cumprimento desse objetivo, totalmente em linha com as políticas nacionais.” O governante elencou as áreas do prémio atribuído: “melhoria da gestão dos resíduos com orientação clara para a economia circular; proteção e monitorização de ar, água e solos com recurso ao tratamento das águas residuais e da chuva; encaminhamento de hidrocarbonetos para separadores; preocupações relativas à fauna e flora locais; preservação de charcos temporários; proteção de habitats de aves migratórias; e minimização dos riscos de

O júri do concurso, aberto a todos os ramos das Forças Armadas e a que concorreram três projetos, todos do Exército, atribuiu ainda uma Menção Honrosa à candidatura do Instituto dos Pupilos do Exército (IPE) denominada “Uma Tiny Forest no IPE”.

Um prémio também saudado pelo titular da pasta do Ambiente Duarte Cordeiro que relembrou que tipo de floresta, a “Tiny Forest” é um conceito pioneiro para uma floresta autóctone, densa e de rápido crescimento, baseando-se no método que o botânico japonês Akira Miyawaki desenvolveu nos anos 70.”

O Prémio Defesa Nacional e Ambiente, criado em 1993, distingue anualmente a unidade que melhor contributo preste para a qualidade do ambiente, numa perspetiva de desenvolvimento sustentável, através da utilização eficiente dos recursos naturais, da promoção de boas práticas de gestão de ordenamento do território, da proteção e valorização do património natural e paisagístico e da biodiversidade.

10 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023 CONSTÂNCIA / Ambiente

Contrato de comodato permite à Portela ter um Parque Infantil requalificado

// Parque Infantil da Portela tem projeto de requalificação. Autarquia vai poder intervir devido a um contrato de comodato de 25 anos, celebrado entre a Sociedade Recreativa Portelense e a Câmara Municipal de Constância.

Manuela Arsénio, vereadora da CDU no Executivo Municipal de Constância, questionou a maioria socialista acerca da situação em que se encontra o Parque Infantil da Portela, na freguesia de Santa Margarida da Coutada.

Na reunião de dia 18 de janeiro, o presidente da Câmara de Constância lembrou que “o Parque está instalado há 20 anos num terreno que não é propriedade da Câmara e não há nenhum documento jurídico na Câmara Municipal que habilite a Câmara a fazer qualquer intervenção naquele espaço”.

O Parque Infantil situa-se num terreno que é propriedade da Sociedade Recreativa Portelense à qual foi feita uma proposta de destaque de parcela e posterior doação à Autarquia. Em Assembleia Geral da associação, a proposta foi recusada pela maioria dos associados.

Sérgio Oliveira explicou que a proposta apresentada à Sociedade Recreativa Portelense “era a que melhor servia os interesses da Câmara mas os associados entenderam que não deviam dar definitivamente aquele terreno, que tem

cerca de dois mil metros quadrados e que no PDM está classificado como terreno urbano. Entenderam que não o deviam ceder e foi por larga maioria. Creio que ao lado da cedência definitiva à Câmara votaram três ou quatro associados

e a Câmara respeita essa decisão com naturalidade”.

O autarca informou que esteve presente na reunião da Assembleia Geral, “onde expliquei o que pretendia”. Contudo, fez questão de ressalvar que “não participei na votação, apesar de ser sócio da associação, porque havia um conflito de interesses”. Também o vereador Alexandre Marques se absteve de votar ainda que seja o presidente da Mesa da Assembleia Geral da Sociedade Recreativa Portelense.

Sérgio Oliveira adiantou depois que os sócios apresentaram uma outra proposta que passa por um contrato de comodato por 25 anos, celebrado entre a Sociedade Recreativa Portelense e a Câmara Municipal de Constância. “O que nos preocupava era que não houvesse uma solução, mas há”. Uma cedência temporária do terreno com vista a que a Câmara, efetivamente,

consiga intervencionar o espaço”, explicou o presidente da Câmara que disse ainda que “a minuta do contrato já está feita e enviada à Direção da Sociedade Recreativa Portelense e estamos a aguardar que a Direção se pronuncie se aceita e passarmos à assinatura”.

Sérgio Oliveira deu conta que, ao mesmo tempo que este processo se desenrola, “a Divisão de Serviços Técnicos tem tudo preparado”.

Para já, a Câmara de Constância fica responsável pelo parque Infantil da Portela por 25 anos “e daqui a 25 anos, tenho a certeza, seja quem for que esteja na Câmara Municipal e quem quer que sejam os sócios da Sociedade Recreativa Portelense, vão renovar o contrato por mais 25 anos. Se bem que pelo meio dos 25 anos, o Parque Infantil vai precisar de ser requalificado novamente”, lembrou o presidente da Câmara. Para a requalificação a ser feita em breve, o que está previsto “é arrancar os equipamentos que estão lá, pois estão muito degradados, substituir o pavimento por pavimento de segurança in-situ e colocar equipamentos diferentes. Não só diferentes dos que estão lá, mas também diferentes dos que temos no resto do concelho para criar ali um espaço diferenciador”, concluiu Sérgio Oliveira.

11 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES REGIÃO / Constância PUBLICIDADE
Patrícia Seixas / Parque Infantil da Portela vai ser “espaço diferenciador” / CM Constância

/ Vila Nova da Barquinha

Cheias de dezembro destruíram cais de Almourol

// O mau tempo que em dezembro passado causou prejuízos um pouco por todo Portugal continental, também não poupou o cais do Castelo de Almourol, no concelho de Vila Nova da Barquinha. O prejuízo é da ordem dos 100 mil euros e a Autarquia vai enviar despesa ao Governo para beneficiar de algum apoio que possa existir.

Fernando Freire, presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, deu conta que, com a ajuda do Regimento de Engenharia N. º 1, foi possível intervir no cais, em pleno leito do rio Tejo.

O autarca informou que a Autarquia continua a monitorizar os metros cúbicos do rio para prevenir futuros danos que possam ocorrer em cenário de cheias.

Para já, Fernando Freire assumiu que iria enviar um ofício ao Governo, visto “outros municípios atingidos estarem a fazer chegar ao Governo algumas despesas que foram relevantes”.

No concelho de Vila Nova da Barquinha, os estragos “foram alguns”, verificaram-se “sobretudo junto da zona ribeirinha, nomeadamente no cais de Tancos e no cais de Almourol, com o arrancamento de algumas placas de sinalização turística. Com mais dor, foi o cais sul de Almourol que ficou completamente danificado, empenado, destruído e é o prejuízo mais relevante”.

Fernando Freire falou “num valor muito perto dos 100 mil euros” referente à aquisição do cais sul de

acesso ao Castelo. O cais “tem 10 anos mas devido, essencialmente, à questão das instabilidades do leito do rio e também porque a estrutura era muito em aço”, a destruição foi maior. O mesmo não aconteceu com o cais norte “que tinha sido reparado dois meses antes e onde tinham sido colocados flutuadores”.

O problema, já colocado pelo

Câmara Municipal cria rede de oleões no concelho

// O Município de Vila Nova da Barquinha procedeu à colocação de oleões para a recolha de óleos alimentares usados, em todas as freguesias do concelho, no dia 11 de janeiro.

A reciclagem de óleos oferece diferentes vantagens para o ambiente entre as quais se destaca a redução da carga poluente nas Estações de Tratamento de Águas Residuais e a redução da emissão de GEE (Gases de Efeito de Estufa) para a atmosfera.

O óleo alimentar tem propriedades aderentes que tornam a diluição extremamente difícil. Um litro de óleo pode contaminar um milhão de litros de água. Quando despejado para as condutas, solidifica nas paredes das tubagens, dificultando o escoamento.

Atenta a esta situação, a Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha disponibiliza uma rede de 12 “oleões”, situados em todas as freguesias do concelho. Estes recipientes têm sensores que detetam o estado de enchimento; a

// Localização dos oleões:

• Praia do Ribatejo: Rua do Mercado

• Madeiras: Rua N.ª Sr.ª de Fátima

• Limeiras: Rua Humberto Delgado

• Tancos: Rua 25 de Abril

• VN Barquinha: Rua do Lagarito

• VN Barquinha: Tv. dos

Descobrimentos

• VN Barquinha: Rua Dr. Joaquim Vitor Arnaut Pombeiro (Alto da Fonte)

• Moita do Norte: Rua 1.º

Dezembro

• Moita do Norte: Rua da Torrinha

• Cardal: Rua Miguel Torga

• Atalaia: Rua Mouzinho de Abuquerque (junto ao parque Dr. Eustáquio Picciochi)

Município à Agência Portuguesa do Ambiente, “é a variação significativa do caudal”. O presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha explicou que “de repente, temos dois metros acima do leito normal do rio e, logo de seguida, temos o leito dois metros abaixo. Isto deve-se a descargas completamente aleatórias por parte das barragens,

recolha é depois feita por uma entidade licenciada contratada pela Câmara Municipal, a Hard Level.

Os oleões estão equipados com tecnologia IoT – Internet of Things; por um lado um sistema de sensorização que permite saber em tempo real o estado de enchimento dos equipamentos, por outro, interagir através de uma App com o munícipe permitindo-lhe assim contabilizar os seus depósitos de Óleo Alimentar Usado e habilitar-se a prémios no decurso das campanhas e sorteios a realizar em breve.

Existem algumas regras para que os óleos sejam depositados nos recipientes. A principal é que só se deposite óleo alimentar usado e azeite. O óleo alimentar usado, depois de arrefecer, deve ser colocado num recipiente de plástico limpo. Quando este estiver cheio deve ser bem fechado e depositado dentro do oleão. Produtos como manteiga, óleo lubrificante (motores), ou outros tipos de resíduos não devem ser colocados.

• Atalaia: Rua Patriarca D. José (junto à creche/centro de dia) /

que por sua vez, tem a ver com a produção de energia”.

Neste caso em concreto, foi “a violência das correntes que se fizeram sentir”. Da parte das boas notícias esteve o cais de Tancos, “que também é novo, foi comprado o ano passado e que resistiu a esta intempérie”.

Nos Trilhos Panorâmicos do Tejo

“foram situações pontuais, nomeadamente na zona da margem direita do rio Zêzere uma parte do passadiço ficou alagado mas não sofreu danos, até porque a força maior da água vinha no sentido do Tejo. O que temos a fazer ali é uma questão de limpeza, retirar algumas pedras e obstrução dos trilhos mas são coisas sem valor significativo”.

O valor mais significativo, na ordem dos 100 mil euros, tem a ver com o cais de Almourol, “valores de 2021, quando fizemos a aquisição do cais de Tancos”.

Fernando Freire confirmou estar a ponderar o envio do montante dos prejuízos ao Governo pois, tal como em situações anteriores, “está-se a trabalhar no inventário dos prejuízos no Porto, em Lisboa e também no Alto Alentejo. Pela nossa parte

também fazemos o nosso papel e vamos remeter à Administração central. Se houver fundos comunitários ou alguma gaveta do Orçamento Geral do Estado que possa comparticipar, para um concelho como Vila Nova da Barquinha, é sempre relevante”.

Questionado se poderia juntar-se a outros municípios ribeirinhos que tiveram estragos consideráveis devido à mesma situação de cheias, nomeadamente Mação, com a destruição parcial dos passadiços de Ortiga, Fernando Freire confirmou que é um assunto que irá levar à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Afirmou ainda já ter falado com o presidente Vasco Estrela, da Câmara de Mação, “para que possamos discutir todos, no âmbito da Comunidade Intermunicipal, e fazermos um inventário das respetivas despesas para remetermos para a tutela sobre estas situações”.

“Acho que uma ação concertada terá muito mais peso do que um ato isolado”, assumiu o presidente da câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha.

12 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023
REGIÃO
Patrícia Seixas / Cais sul de Almourol foi completamente destruído pela força das correntes do Tejo / Pérsio Basso

CIEC assinalou 10 anos de promoção da ciência junto dos mais novos

São dez anos de trabalho na promoção das ciências junto dos mais novos. E passados 10 anos, o CIEC - Centro Integrado de Educação em Ciências promoveu as ciências de tal forma que os alunos que passaram pelo secundário e hoje já são universitários melhoraram as suas performances nas disciplinas ligadas às ciências.

Este centro começou a ser desenhado antes de 2013 e antes até de 2010 quando houve a possibilidade de se criar uma parceria entre a Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, a comunidade escolar do concelho e a Universidade de Aveiro para a criação desta “Escola Ciência Viva”. Aliás, o CIEC tem como parceiros outros dois centros de ciência viva vizinhos, o Alviela e o Parque de Astronomia de Constância.

O CIEC foi inaugurado em 2013 com um laboratório para ensino experimental de ciências, um centro interativo de ciência alicerçado em temas locais e aberto à comunidade, formação contínua de professores e investigação nas suas áreas.

O CIEC tem uma relação com a escola em contexto formal o que leva a que as crianças da educação pré-escolar e os alunos do primeiro ciclo tenham atividades regulares e formais nos laboratórios. Os jardins de infância têm visitas todos os meses para além de poderem ter atividades interligadas com o centro. Mas depois há um contexto não formal na relação entre o CIEC e as crianças de Vila Nova da Barquinha. São 12 oficinas que são disponibilizadas para as crianças, consoante as suas idades.

Paralelamente às áreas científicas e educacionais há depois um conjunto de ofertas e conhecimento para a sociedade, como a exploração do Castelo, ou a Barquinha, ou o Tejo, ou o voo.

Tudo em prol de um melhor desenvolvimento das crianças e por forma a aumentar o gosto pelas ciências, até porque há na exposição permanente jogos e atividades sensoriais.

Por exemplo, um desses jogos permite às crianças simular o controlo de caudais do rio Tejo para inundar ou não inundar Vila Nova da Barquinha.

As crianças são convidadas a “fazer” chover e consoante os volumes de chuva terão de gerir descargas de barragens. Para evitar a inundação de Vila Nova da Barquinha po-

dem construir muros de proteção. E depois é gerir os três parâmetros num monitor. Caso Vila Nova da Barquinha fique inundada, no final do jogo aparece o presidente da Câmara com uma boia. É um jogo, mas no qual as crianças podem gerir duas variáveis (chuva e barragens) e têm ainda uma terceira (colocação de muros) para evitar um desastre.

Paula Pontes, vereadora com o pelouro da Educação do Município foi a anfitriã do 10.º aniversário do CIEC, “um espaço único focado no ensino experimental da ciência com vários projetos.” E, adiantou Paula Pontes, “há provas de que este trabalho tem resultados no aproveitamento escolar dos alunos.”

O CIEC tem um conjunto de financiamentos do PEDIME (Plano Estratégico de Desenvolvimento Intermunicipal da Educação no Médio Tejo) sendo o mais recente o projeto “Cultivar-te” que tem uma Horta Pedagógica na escola para unir gerações.

O aniversário do CIEC, 10 anos, mistura-se com a criação da Universidade de Aveiro. Foi em 1973 que o então ministro da Educação Veiga Simão fundou a universidade Aveiro no mesmo dia que foi criado o CIEC.

Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro, esteve presente nesta cerimónia na qual mos-

trou orgulho no trabalho profícuo de 10 anos em prol da educação.

Paulo Jorge Ferreira vincou que a “educação afeta aquela geração e a que se segue.”

Ana Rodrigues, investigadora da Universidade de Aveiro é considerada a “mãe” do CIEC, pois foi a sua tese de doutoramento que acabou por dar origem a este centro. A investigadora vincou o início do CIEC e o trabalho em equipa na altura com o presidente da Câmara Miguel Pombeiro.

Deixou uma nota clara, “que não se esqueçam dos princípios

fundamentais, educação formal e informal e com atividades com a envolvência da população.”

E sublinhou o trabalho da Escola Ciência Viva de Barquinha que “é um bom exemplo de como poderemos educar as nossas crianças.”

Ana Rodrigues virou-se depois para o seu reitor para outro agradecimento: “obrigado à Universidade de Aveiro por acreditar nos seus investigadores.”

Miguel Pombeiro era, à altura, o presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha. Hoje, o secretário executivo da Comunidade

Intermunicipal do Médio Tejo, salientou a importância deste projeto. E depois, Miguel Pombeiro, revelou que o Plano de Recuperação e Resiliência prevê “apoiar projetos deste género e estamos em 2023. Este projeto [em Vila Nova da Barquinha] surgiu em 2013.” E acrescentou que a ”escola pública pode ter tanta qualidade como o privado.”

Fernando Freire, presidente da Câmara da Vila Nova da Barquinha está ligado ao CIEC, primeiro como vereador com o pelouro da Educação e Cultura, depois como presidente do Município.

Foi, precisamente, em 2009 que começou a ser desenhado este projeto. “Era eu vereador da Educação”, disse ao mesmo tempo que acrescentou que “o difícil não é fazer nascer o projeto, é manter o seu funcionamento.”

O autarca de Vila Nova da Barquinha explicou o início, mas também o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido e que tem já reflexos no aproveitamento escolar dos alunos que tiveram na sua formação a passagem pelo CIEC.

Recordou Fernando Freire que, na altura, como estava a ser desenvolvido o projeto da nova Escola foi feita a integração do CIEC na Escola, neste envolvimento com a comunidade escolar.

Entre o bolo de aniversário, uma visita ao final de uma aula com a presença de uma turma em laboratório os convidados para o 10.º aniversário do CIEC foram brindados com a presença da “Barquinha Saudosa” que cantou os “Reis” ou as “Janeiras” em diversas instituições de Vila Nova da Barquinha.

Quando ao Centro Integrado de Educação em Ciências de Vila Nova da Barquinha vai continuar a promover o gosto pela ciência nos mais novos, por forma a apurar vocações e a melhorar o aproveitamento escolar porque como diz do ditado “é de pequenino que se torce o pepino”.

Jerónimo Belo Jorge

13 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES REGIÃO / Vila Nova da Barquinha
Tudo em prol de um melhor desenvolvimento das crianças e por forma a aumentar o gosto pelas ciências
/ Fernando Freire, Paula Pontes e Ana Rodrigues sopraram as velas dos 10 anos do CIEC / São 12 as o cinas disponibilizadas às crianças, consoante as suas idades

Operacionalização do Portugal 2030 na CIM Médio Tejo

// O município de Vila de Rei decidiu que a operacionalização dos fundos do Portugal 2030 vai ser realizada na Comunidade Intermunicipal Médio Tejo, no âmbito da mudança deste município para a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa.

O Município de Vila de Rei deu conta que “em face daquilo que foi a passagem do concelho de Vila de Rei para a NUT III da Beira Baixa, sem que tal decisão tivesse qualquer participação de qualquer órgão eleito do Município, cabendo a mesma, única e exclusivamente ao Governo, procedeu-se a uma reunião entre o Ministério da Coesão, liderado pela Exma. Sra. Ministra Ana Abrunhosa e o Município de Vila de Rei, no passado dia 9 de janeiro de 2023”.

Nesta reunião, foi o Município informado da passagem administrativa imediata da NUT III Médio Tejo para a NUT III Beira Baixa, e consequentemente, de Comunidade Intermunicipal.

Foi, no entanto, no decurso daquilo que fora assumido pela ministra Ana Abrunhosa na discussão deste assunto na Assembleia da República, “disponibilizada ao Município de Vila de Rei uma escolha na forma como seria a abordagem perante esta transi-

ção e a sua consequência em face daquilo que seria a operacionalização dos fundos do Portugal 2030, podendo o Município optar que a mesma fosse operacionalizada via CIM Médio Tejo ou CIM Beira Baixa, reafirmando que a decisão do Município seria assegurada sob a forma legal ou regulamentar”.

Perante a necessidade de se processar a uma decisão célere sobre esta matéria, convocou o presidente do Município de Vila de Rei, Ricardo Aires, uma reunião com o presidente da Assembleia Municipal e representantes dos partidos com assento naquele órgão (representados pelos presidentes do PSD e PS) e ainda o vereador do Partido Socialista, reunião essa que ocorreu no passado dia 11 de janeiro.

Na reunião, foram apresentados os caminhos e as abordagens que o Município poderia tomar em face da escolha que teria de ser realizada, tendo sido aprovado por unanimidade que a operacio-

nalização dos fundos do Portugal 2030 fosse realizada via CIM Médio Tejo, comunidade onde foi delineada a estratégia comum de desenvolvimento, conferindo também ao Município o desejável período de transição para a com-

Município avança para a construção de mais seis fogos para habitação

Foi publicado em Diário da República, a 27 de dezembro de 2022 (n.º 248 com anúncio de procedimento 17102/2022), o Concurso Público do Município de Vila de Rei para a “Construção de Seis Fogos” destinados a habitação.

A empreitada apresenta um preço base de 544.000,00€, com um prazo de execução de 15 meses, e prevê a construção de seis fogos, no lote 20 do aldeamento do Vale Galego, com a edificação de um edifício constituído por três pisos com a seguinte ocupação: pisos 0, 1 e 2 destinados a duas habitações unifamiliares cada (um T2 e um T3); piso 3 destinado a arrumos.

Estes trabalhos surgem após aprovação da candidatura submetida ao Plano de Recuperação e Resiliência.

Os interessados devem submeter a sua proposta para o concurso através da plataforma disponível em www.acingov.pt, num prazo de 20 dias a contar do

lançamento do Concurso.

O presidente da Autarquia vilarregense, Ricardo Aires, afirma que “face à constante procura e ao aumento de famílias interessadas em mudar a sua residência para o nosso concelho, torna-se imperativo reforçar a disponi -

bilidade de alojamento em Vila de Rei. Com esta obra, estamos assim a dotar o concelho com novas casas com boas condições de habitabilidade, a preços mais reduzidos, numa medida que permite ainda combater o despovoamento do interior”.

pleta integração na Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa.

Da leitura da ata pode ler-se:

“finalizaram sublinhando, por um lado, que a presente situação não decorre de uma vontade do Município de Vila de Rei (uma vez que

previamente à entrada em vigor da Lei n.o 24-A/2022 o Município não foi sequer ouvido) mas sim de uma imposição legislativa cuja operacionalização importa clarificar de forma objetiva e, por outro lado, foi sublinhada a importância de haver um período de transição (enquanto estiver em vigor o Portugal 2030) entre a passagem da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo para a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, suportado também no facto de Vila de Rei ter alinhado a sua estratégia de desenvolvimento com a estratégia da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo para o novo quadro comunitário”. Segundo a Lei n.º 24-A/2022, de 23 de dezembro, a Comunidade do Médio Tejo passa a ser constituída pelos municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha e Mação, passando Sertã e Vila de Rei a integrar a Comunidade da Beira Baixa.

Centro de Saúde com serviço gratuito de Saúde Oral

O Centro de Saúde de Vila de Rei passou a dispor de um novo serviço de Saúde Oral, com consultas e tratamentos gratuitos à população do concelho inscrita nesta unidade de Saúde, fruto de um protocolo celebrado entre a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, E.P.E. e o Município de Vila de Rei.

Um médico dentista e uma assistente estarão assim no Centro de Saúde de Vila de Rei às quintas e sextas-feiras, realizando consul tas de especialidade, para vigilân cia e/ou tratamentos.

O Município de Vila de Rei procedeu à aquisição de diversos equipamentos para a concretiza ção do Gabinete de Saúde Oral, num investimento de 21.711,76€ + IVA.

Todos os interessados poderão solicitar informações adicionais ou realizar as suas marcações na secretaria do Centro de Saúde ou através do endereço de correio eletrónico csvr@ulscb.min-sau de.pt.

O presidente do Município vi

larregense, Ricardo Aires, refere que “a implementação do serviço de Saúde Oral no Centro de Saúde de Vila de Rei vem oferecer a possibilidade dos vilarregenses terem acesso, de forma gratuita, a consultas de especialidade de medicina dentária, que se pode traduzir numa poupança considerável no orçamento das famílias do nosso concelho”.

14 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023 REGIÃO / Vila de Rei
/ Município de Vila de Rei passa para a Beira Baixa, mas operacionalização dos fundos vai ser no Médio Tejo

Bruxelas aprovou a nova NUT II do Oeste e Vale do Tejo

// O presidente da Câmara Municipal de Abrantes anunciou, na reunião do Executivo de dia 23 de janeiro, que “a nova NUT II do Vale do Tejo (Lezíria do Tejo e Médio Tejo) e Oeste, já foi aprovada em Bruxelas”.

Para Manuel Jorge Valamatos esta é “uma notícia muito relevan te” e que “vai mudar a história da nossa região nos próximos anos”. O autarca referiu a questão “de fazermos parte de uma CCDR e termos fundos comunitários nou tra é um desconforto muito gran de, quer para a Lezíria, quer para o Médio Tejo e esta é uma das razões da importância desta nova região formada pelos municípios do Oeste, da Lezíria e do Médio Tejo”.

Em declarações ao Jornal de Abrantes, Manuel Jorge Valama tos explicou que esta aprovação por Bruxelas “corresponde a dizer que vamos ter uma nova região com o Médio Tejo, a Lezíria e o Oeste e esta nova região, no fundo, vai ao encontro das aspirações e da vontade dos autarcas e das co munidades que representam para termos uma região mais coesa, mais competitiva, capaz de ser mais atrativa e mobilizadora da economia”.

O presidente da Câmara Municipal de Abrantes afirmou que “depositamos todos uma grande esperança numa nova região” sem, contudo, esquecer que este “é um processo que irá demorar o seu tempo” pois existe “um conjunto de procedimentos e ações técnicas e administrativas que terão que acontecer nos próximos anos”.

“Uma maior afirmação” para esta nova região é o que se pretende “e será bom para a região do Médio Tejo, da Lezíria e do Oeste”.

O acesso aos fundos comunitários é outra das grandes razões da criação desta nova NUT - Nomenclaturas de Unidade Territorial.

O autarca de Abrantes confirmou que a nova região vem “facilitar e enquadrar de forma mais objetiva e mais clara toda esta situação”. Manuel Jorge Valamatos lembrou que o Médio Tejo pertence à CCDR de Lisboa e Vale do Tejo “mas fazemos as candidaturas aos quadros comunitários na CCDR Centro”.

A mesma situação acontece com os municípios da Lezíria que pertencem à CCDR LVT e “fazem as candidaturas na CCDR Alentejo”.

O autarca falou em “disfuncionalidade”, no entanto, explicou que “não temos nada contra a CCDR Centro, bem pelo contrário, fomos sempre bem tratados e as coisas têm corrido bem e temos

conseguido muitos milhões de financiamento ao longo dos últimos anos para o nosso concelho e para a nossa região”. Contudo, “queremos fazer parte integrante de um processo, de início ao fim”.

Para Manuel Jorge Valamatos, a nova NUT II “vem regular e pôr as coisas nos sítios certos”.

A nova NUT – Nomenclaturas de Unidade Territorial “foi aprovada em Bruxelas e, consequentemente, dar-se-à início a um conjunto de procedimentos tendo em vista esta nova região e a constituição desta nova região”.

De relembrar que o parlamento aprovou a 22 de dezembro de 2022, em votação final global, o diploma do Governo para que três CIM se constituam como Nomenclaturas de Unidade Territorial (NUT) II.

A nova lei foi aprovada com os votos a favor de PS, PCP, BE e Livre e com as abstenções de PSD, Chega, Iniciativa Liberal e PAN, assim como dos deputados socialistas Pedro do Carmo, Norberto Patinho e Capoulas Santos.

Governo e CIM’s

Dois dias depois, a 25 de janeiro, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, confirmou que as propostas de criação de duas novas NUT II estão aprovadas por Bruxelas e aguardam pu-

blicação no jornal oficial da União Europeia.

“Confirmo que estão [a da Península de Setúbal e a do Oeste e Vale do Tejo] para publicação no jornal oficial das Comunidades e, portanto, estão aprovadas”, afirmou Ana Abrunhosa.

A ministra da Coesão Territorial salientou que, “na mudança, a Sertã e Vila de Rei passarão para a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa.

“Portanto, diria que é consolidar um território aqui da Beira Baixa mais próximo com a figura do distrito. É algo que vejo como muito positivo”, referiu.

Ana Abrunhosa realçou, contudo, que estes dois municípios que integravam a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, “por lei vão manter os contratos com o Médio Tejo".

“A Sertã decidiu, no Portugal 2030, passar já para a Beira Baixa e Vila de Rei comunicou-nos que gostaria de se manter no Médio Tejo e, portanto, adotaremos os instrumentos legais que permitam estas situações”, sustentou.

A presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo saudou o “passo gigante” dado com a autorização de Bruxelas.

Anabela Freitas salientou, em declarações à Lusa, que a criação de uma região que junta as atuais

sub-regiões do Médio Tejo, da Lezíria do Tejo e do Oeste, que vai agora entrar numa fase de transição, “é uma aspiração já com décadas”.

Sublinhando que a criação da região só se concretizará no final do atual quadro comunitário de apoio, a presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) afirmou que, até lá, haverá uma fase de transição, sendo que alguns fundos comunitários, no âmbito do Portugal 2030, “vão ser alocados especificamente a projetos desta nova região”.

A também presidente da Câmara Municipal de Tomar adiantou que, a par dos financiamentos “normais” que serão alvo de negociação, “haverá uma linha de apoio especificamente para estes três territórios”, que irá permitindo fazer “a transição para quando a região estiver em pleno”, adequando “todos os organismos ao território”.

Questionada sobre a dotação dessa linha, Anabela Freitas afirmou que as três comunidades intermunicipais já apresentaram uma proposta ao Governo para projetos específicos em três áreas, que envolverão, nuns casos, todos os municípios abrangidos e, noutros, vários, salientando que apenas em fevereiro se iniciarão as negociações, com todas as Co-

missões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), para a aplicação e a operacionalização do Portugal 2030.

Também o presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, Pedro Ribeiro, se congratulou com a aprovação da criação da NUTS II Oeste e Vale do Tejo, considerando que vai permitir uma maior homogeneização do terriA criação da NUTS II Oeste e Vale do Tejo “é uma reorganização territorial que nos vai permitir passar a ter estratégias comuns”, numa única Comissão de Coordenação e Desenvolvimento (CCDR), disse à agência Lusa o presidente da Lezíria do Tejo, que também preside à Câmara Municipal de Além disso, acrescentou, “os próximos fundos comunitários, que não os 2030, já terão isso em consideração”.

Já o presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim), Pedro Folgado, disse que a aprovação da criação da NUTS II Oeste e Vale do Tejo “faz todo o sentido”, considerando estar na altura de criar uma “região una”.

A criação da NUTS II Oeste e Vale do Tejo “faz todo o sentido”, considerando estar na altura de os municípios que a irão integrar terem “uma região una e que versasse para uma única CCDR”.

Para o presidente da OesteCim, este é o “culminar de um trabalho desenvolvido há muito tempo” pelos municípios, que consideram não fazer sentido “o Oeste estar em dois programas operacionais ou pelo menos em duas CCDR”.

Na atual divisão administrativa, a região do Oeste depende da CCDR Lisboa e Vale do Tejo em termos de território e da CCDR Centro no que toca a fundos comunitários.

“Estava na altura de termos uma região una”, defendeu Folgado, lembrando que quer os concelhos do Oeste quer os do Médio Tejo e da Lezíria do Tejo têm “diferenças em relação aos municípios que pertencem à grande região de Lisboa”.

Por isso, recebeu com “grande satisfação” a confirmação de que a nova divisão administrativa, solicitada pelos municípios “há muitos anos”, foi finalmente aprovada.

15 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES REGIÃO /
/ Assinatura do memorando de entendimento das três comunidades intermunicipais / CIMLT

O património cultural imaterial representa uma grande fatia do nosso território

// Identificar, proteger e valorizar as artes e ofícios tradicionais dos municípios de Abrantes, Constância e Sardoal é o objetivo da Tagus - Associação do Ribatejo Interior, que na sexta-feira, dia 13 de janeiro, apresentou o resultado do levantamento histórico do “saber fazer” efetuado pelo antropólogo Paulo Lima.

O antropólogo que iniciou a sua intervenção com uma espécie de provocação, quando afirmou que “cada vez desconfio mais do património imaterial, que devemos é caminhar mais para a paisagem. A dimensão humana que transforma o território e paisagem.”

Depois avançou com a explicação do inventário que fez ao longo de vários meses e que serve para preparar o presente e o futuro. E a primeira grande conclusão é que “o território mostrou que há um dinamismo de continuar a saber fazer e até trazer continuidade e modernidade.”

A metodologia foi começar com a criação de uma base de dados sobre esta região, sobre os três concelhos.

Paulo Lima vincou que teve grande interesse em perceber o percurso biográfico das pessoas, porque continuam a fazer e a saber fazer (artesanato) ou, porque é que quebraram essa continuidade. E deu vários exemplos deste seu trabalho. Por exemplo, do

Sérgio silva, barqueiro e calafate de Constância que, se nada for feito, o “saber construir barcos vai acabar aqui.” Paulo Lima disse ter feito “o inventário de todas as artes artesanais que existiram e existem nos três concelhos” e foi dando exemplos, como a dona “Mariazinha” sendo a única que faz as bonequinhas de pernas de cana, em Constância.

O antropólogo recuou no tempo, para deixar a nota que há 50 ou 70 anos, as tecelãs eram uma presença forte em todas as freguesias dos três concelhos. Hoje é uma presença magra. E deixou novo exemplo de uma tecelã de Sardoal que faz parte da cooperativa Artelinho que mantém a atividade e a continuidade do saber fazer.

Paulo Lima disse também que “há artes que acabaram, porque acabaram. Por exemplo, alfaiates.” E registou um outro tipo de arte “que chamo de arte ingénua” que é arte, mas não é artesanato. Usam matérias-primas e constroem peças, mas que não são

artesanato e que não há saber fazer para as gerações futuras. Depois há outros níveis em que o artesanato se mistura com outras formas de arte. E já existe atividade em que até se faz fazem modelagem em AutoCAD ou impressão em 3D.

Paulo Lima não esqueceu as Instituições Particulares de So -

lidariedade Social (IPSS) e Misericórdias que mantêm atividade com os idosos a fazer muitos produtos como faziam antigamente.

Neste inventário ou base de dados não foram esquecidas as pequenas indústrias como a cerâmica Tejo e a Sifameca, ambas em Mouriscas, que continuam a laborar e a fabricar peças que, em grande parte, já se podem considerar peças de artesanato. E no caso da Sifameca, Paulo Lima, disse “ter ficado apaixonado” pela maquinaria “manual” que usam para fazer as ceiras. “Temos um trabalho de perceber como é que se enquadram estas artes e este saber fazer.”

Conceição Pereira, a coordenadora da Tagus, um Grupo de Ação Local que está a caminho de fazer a festa dos 30 anos, a 26 novembro, apresentou o AO.RI.

Esta candidatura é um projeto de três municípios que se unem com um projeto comum e que tem a designação de “Artes e Ofícios” do Ribatejo interior, com a intenção clara de valorizar o

Património Imaterial Cultural. Há também a dimensão de alavancar a oferta turística e atração de visitantes.

A coordenadora da Tagus apresentou este programa AO.RI que tem cinco atividade para um ano de projeto.

Há a intenção de fazer o levantamento histórico de artes e ofícios, e identificação do saber fazer dos artesãos e entidades; organizar oficinas de formação e capacitação (com aposta numa ligação mestre-aprendiz e dinamização de workshops); promover oficinas criativas do artesanato à inovação (concurso de ideias do artesanato tradicional à inovação) em fevereiro de 2023, com o envolvimento de escolas; criação de um percurso turístico com integração no saber fazer, com experimentação e ações de charme junto dos influenciadores; e a promoção e divulgação com a produção de um catálogo com artigos.

E neste nível Conceição Pereira revelou que a Tagus tem uma

16 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023 DESTAQUE /
Há intenção de fazer o levantamento histórico de artes e ofícios e identificação do saber fazer dos artesãos e entidades

plataforma onde já é possível adquirir algumas peças de artesanato com o Cá da Terra em www. praca.ri.pt e que pode ter uma dinamização ainda maior na área do artesanato.

Na sessão de abertura deste seminário, Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal de Sardoal, começou por evocar o trabalho da Tagus, como Grupo de Ação Local que está próximo da comunidade e é uma estrutura próxima, igualmente, de “quem sabe fazer ou de quem tem capacidade para fazer.”

O autarca utilizou uma expressão que já utilizou noutros eventos (como no projeto Caminhos Literários) quando referiu que “estamos a fazer passadiços entre os três municípios. Artes. Património. E as artes e ofícios, como é o caso.” Logo de seguida Miguel Borges voltou a repetir uma outra ideia que tem feito parte da sua narrativa quando promove o seu território: “muitas vezes falamos do interior como território deprimido, mas o interior é tão bom que Sardoal até está perto do mar e até tem um aeroporto”, fazendo notar que a distância entre aeroportos internacionais e a capital

// Governo desmente fusão dos GAL

Os grupos de Ação Local, entidades como a Tagus, Pinhal Maior ou Associação de Desenvolvimento do Ribatejo Norte que gerem fundos europeus para o mundo rural não vão ter de se fundir em estruturas territoriais semelhantes às comunidades intermunicipais.

de certos países é igual aquela que fica entre o seu concelho e o aeroporto internacional de Lisboa. Depois vincou: “temos acessibilidades, temos equipamentos desportivos, temos equipamentos de saúde, temos as carências que os grandes centros têm, mas temos uma preciosidade que os grandes territórios não têm. Nós temos ‘Tempo’ para usar, para usufruir disto tudo que é coisa que os grandes centros não têm. Estamos aqui e daqui a dez minutos vamos buscar os filhos à escola e mais dez minutos estamos em casa.”

Dinamizado pela Tagus – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, e pelos três municípios da sua área de ação, o projeto AO.RI – Artes e Ofícios do Ribatejo Interior visa a valorização do património identitário dos territórios no âmbito do desenvolvimento local de base comunitário, representando um investimento na ordem dos 72.500 euros, sendo financiado a 85% no âmbito do Programa Operacional do Centro do Portugal 2020 e pelo FEDER - Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional.

Jerónimo Belo Jorge

A garantia foi deixada pelo secretário de Estado da Administração Local no Sardoal na sexta-feira da semana passada, 13 de janeiro, onde esteve no encerramento do seminário Artes e Ofícios do Ribatejo Interior. Durante um dia a Tagus debateu as questões ligadas ao património imaterial de Abrantes, Constância e Sardoal e o governante, no encerramento, garantiu que estas associações vão continuar a ser financiadas no Portugal 2030 pelo FEADER, mas podem agrupar-se e concorrer a outras linhas das comunidades intermunicipais ou

das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

Em declarações em exclusivo à Antena Livre o governante deixou esta garantia.

Antes, na sessão de encerramento do seminário sobre as Artes e Ofícios, o governante começou por dizer que o melhor que tinha a fazer nesta função “era sair do gabinete e ir aos sítios ouvir aquilo que as pessoas fazem.”

E em Sardoal o secretário de Estado do Ministério da Coesão Territorial assistiu à apresentação do projeto de salvaguarda do Património Imaterial Cultural (PIC) de Abrantes, Constância e Sardoal e de outros projetos de valorização de Vila de Conde, Odemira, Estremoz e Algarve.

Carlos Miguel destacou ainda que o artesanato e a arte “são linhas que se aproximam ao longo do tempo. Os saberes ancestrais, devido à sua

raridade, preciosidade, passaram a ser arte. E é bom que estas linhas se alterem.”

O governante abordou ainda a importância da certificação, essencial em tudo até mesmo no artesanato. Mas depois apontou a inovação como área “fundamental para chegar a um valor acrescentado.”

Carlos Miguel deixou ainda a nota para os mercados, pois se o artesanato é fundamental nos territórios, mas é determinante a aposta nos mercados e na área da comercialização.

O secretário de Estado que já foi autarca em Torres Vedras deixou depois a ideias que “os territórios definem-se e caracterizam-se pela sua cultura. Cada vez o território é mais próximo nas infraestruturas e é a cultura que os separa” nas particularidades de cada um.

17 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES
DESTAQUE /

TURISMO /

Seminário Artes e Ofícios: Turismo do Centro prepara novo quadro de apoios comunitários

As Artes e Ofícios enquanto produtos turísticos foi o tema proposto a Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal, para, em Sardoal (a 13 de janeiro), poder explanar o trabalho que está a ser desenvolvido nesta região.

E desde logo Pedro Machado garantiu que as artes e ofícios, ou o artesanato, ou ainda o património cultural imaterial vão integrar a presença da Turismo do Centro na Bolsa de Turismo de Lisboa [FIL 1 a 5 março]. E a importância assume um patamar mais elevado porquanto a Turismo do Centro é, este ano, a região em destaque no maior evento de promoção turística do país. Algo que, segundo Pedro Machado, “há uns anos só era possível nas zonas mais turísticas, Algarve ou Madeira, e este ano é o Centro a marcar presença.”

Mas o presidente da Turismo Centro de Portugal começou por frisar o trabalho em parceria que existe com um conjunto de entidades que estiveram presente no seminário promovido pela Tagus. Quer seja com o Centro de Formação Profissional do Artesanato (CEARTE), com as direções gerais e regionais da Cultura e do Património, ou com as autarquias. E neste setor vincou que são 100 os municípios que integram esta região turística.

Pedro Machado revelou que foi feito um questionário nacional para organizar uma agenda para o turismo para 2023 em cinco áreas: ambiente, economia, cultura social e político. E são respostas que apontam o caminho para o mercado interno e também para os 25 mercados internacionais com quem trabalhamos.

E as respostas foram diversificadas, mas dão conta daquilo que são as preocupações do setor. E top 5 das respostas apontaram o seguinte caminho: 16% respondeu que deverá ser feita uma aposta clara na diversidade cultural do país e respeito pela identidade social; 12% adequar a oferta à procura e à diversificação; 12% à desconcentração dos grandes eventos e aposta na qualidade e evitar a generalização; 8% investir na recuperação do património para fins turísticos; e 8% na preservação e valorização do património histórico cultural.

Pedro Machado indicou ainda que Portugal tem nos 22 produtos turísticos que fazemos a promoção internacional. E entre o património e cultura, e a natureza e o mar

tem dois dos seus produtos mais maduros.

47% viajam com a expetativa de termos um “turismo cultural rico e diversificado”. E acrescentou que hoje, Portugal deixou de ser aquele destino maioritário com dois destinos turísticos que são sol e praia, e depois golfe.

Pedro Machado disse que esta promoção tirava da equação outros produtos, como o vinho, o património e o ativo sendo que com essas apostas havia uma aposta, natural, para uma época do ano o “que aumentava a nossa sazonalidade.”

E essa aposta tirava dos mercados alguns destinos que integram hoje esses 22 produtos turísticos.

E nesta multiplicidade Pedro Machado vincou a necessidade de serem criadas políticas públicas regionais e locais que façam a promoção do artesanato e que estimulem os mercados.

E o presidente da Turismo do Centro trouxe para a sua intervenção uma definição de turismo do professor Augusto Mateus: o turismo é vender o quê, vender a quem, vender onde e vender por quanto. E

depois deixou a informação que “se fizer a minha parte coloco por ano 27 milhões de pessoas disponíveis para comprar.” E deixou mais uma nota que em 2022, ano de recuperação, “o turismo deixou em Portugal, em receitas diretas, indiretas e induzidas, 20.8 mil milhões de euros. Numa linguagem mais local implica um PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] por ano”. E se calhar, notou, o que faz mesmo falta são essas políticas públicas.

Pedro Machado veio para uma intervenção com muitos números, para acrescentar que o mercado cresce ainda mais se aos 27 milhões de turistas acrescentarmos os 10 milhões de portugueses, passamos para 37 ou 38 milhões de consumidor. E foi mais longe: “se percebermos que estamos num espaço confinado com o nosso primeiro mercado externo que é Espanha, com quem temos boas relações e trabalhamos em parceria, somamos mais 50 milhões de consumidores espanhóis e mais 87 milhões de estrangeiros que entraram em Espanha.” E isto significa, de acordo com o gestor, que este território

contíguo, com afinidades, “temos 130 milhões de consumidores neste território.”

O presidente da Turismo do Centro acrescentou que a transformação dos recursos em produtos é a base da cadeia do turismo, que depois soma a dinâmica das instituições públicas, depois numa terceira camada coloca a iniciativa privada (o turismo é por definição uma atividade do setor provado), que junta a quarta camada que são os acessos aos mercados (nacional e internacionais), e a quinta camada que é o saber fazer, que é a formação, a capacitação, as pessoas. “Esta é a roda turismo. E é muito simples.”

Somos um país com três grandes dimensões muito importantes no mercado internacional. Em primeiro lugar é um país seguro, o quarto país mais seguro do mundo para a atividade turística (depois da Islândia, Nova Zelândia e Dinamarca), temos a segunda condição que é a saúde, independentemente das questões internas, que induz com a segurança uma mais-valia para onde é se -

guro viajar. Depois as duas juntas induzem, de acordo com Pedro Machado, uma característica que é termos coisas fantásticas, mas a hospitalidade portuguesa é um ativo fortíssimo para os mercados internacionais.

O turismo tem dez ativos estratégicos nos quais a Turismo do Centro se posiciona e nos quais se incluem as artes e ofícios. Há cinco ativos endógenos, como o clima e a luz, a natureza e a biodiversidade, a água e o mar, a história e a cultura. Tem depois dois ativos qualificadores: gastronomia e vinhos. E depois as chamadas manifestações artístico-culturais, além dos ativos diferenciadores Portugal quer colocar-se também com estes ativos qualificadores.

E concluiu a dizer que o Turismo pode funcionar como um reposicionamento das artes e ofícios.

A Turismo do Centro abarca uma centena de municípios desde a Ria de Aveiro, passado por Viseu Dão Lafões, Região de Coimbra, Serra da Estrela, Região de Leiria, Médio Tejo, Oeste e Beira Baixa. Jerónimo Belo Jorge

18 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023

Segurança Social pede Comissão de gestão para Centro Social São João Baptista

// O Centro Social São João Baptista, em Carvoeiro, está sem Órgãos Sociais e em plena crise diretiva. Uma inspeção da Segurança Social detetou alguns erros na gestão da instituição e levou à destituição dos Corpos Sociais. Aguarda-se que o Ministério Público autorize a constituição de uma Comissão de gestão.

Foi na comunicação da correspondência recebida que o presidente da Câmara Municipal de Mação deu conta da missiva do diretor do Centro Distrital da Segurança Social, Renato Bento.

A carta dizia respeito “à situação que se está a viver no Centro Social São João Baptista”, em Carvoeiro, e “à carta que foi remetida para a senhora procuradora do Ministério Público no sentido de ser nomeada uma Comissão para gerir aquele Centro Social até que os sócios possam eleger os respetivos Corpos Sociais”.

À margem da reunião do Executivo, que se realizou no dia 25 de janeiro, Vasco Estrela explicou aos jornalistas que “neste momento, a instituição Centro Social São João Baptista não tem Órgãos Sociais”. Segundo disse o autarca, “penso que houve uma ação inspetiva por parte da Segurança Social, algumas questões foram levantadas e a Segurança Social comunicou algumas situações ao Ministério Público, das quais não tenho conhecimento pormenorizado. Na sequência de várias diligências que foram feitas, houve a destituição dos Órgãos Sociais, também por iniciativa dos próprios mas em consequência dessa ação inspetiva”.

Vasco Estrela adiantou que “em dezembro houve uma Assembleia Geral onde não apareceram listas concorrentes. Havendo um vazio diretivo e tendo em consideração a intervenção que o Ministério Público teve e está a ter no processo, o diretor da Segurança Social solicitou à Procuradoria Geral da República, ao Ministério público, para que pudesse ser nomeada uma Comissão de acompanhamento e gestão da instituição para que possa gerir os destinos da mesma até que os associados tenham uma Assembleia Geral e onde os próprios respon -

sáveis pela instituição - os sócios - possam chegar a entendimento sobre o destino do Centro Social do Carvoeiro”.

A destituição dos Corpos Sociais ocorreu “há alguns meses” mas este é um processo que se arrasta “há coisa de um ano”. Até “julho ou agosto” ainda havia quem gerisse o Centro Social, “talvez à distância e com menos permanência no local”, mas existia quem o fizesse. Neste momento, “a situação está um pouco mais complicada, uma vez que não há ali ninguém e há uma necessidade de haver maior presença”. É esta a razão que levou o diretor do Centro Distrital da Segurança Social a pedir que fosse nomeada uma Comissão, coisa que só poderá acontecer “se o Ministério Público assim o entender”.

Relativamente às questões que levaram à intervenção da Segurança Social e, consequentemente, do Ministério Público, Vasco Estrela disse “não ter nada a comentar, uma vez que não são do meu conhecimento

pessoal e o presidente da Câmara não se deve imiscuir em questões que não são relacionadas com ele”. Contudo, falou de “coisas que estão noutros âmbitos, muito longe dos âmbitos políticos e o assunto é, obviamente sensível, e eu não quero entrar em pormenores porque também não os tenho”.

Não entrando, igualmente, em pormenores sobre a situação que se vive no Centro Social de São Baptista, no Carvoeiro, na reunião de Câmara o vice-presidente António Louro disse ser “com grande preocupação que tenho assistido a toda essa tragédia que está a acontecer à instituição, pela forma como todo o processo se está a desenvolver, também pela falta de informação que parece grassar na opinião pública e junto da população do Carvoeiro”.

António Louro referiu que se vivem “tempos muito difíceis para todos os que desempenham cargos e funções públicas” e, pela informação que disse ter disponível, “não há nenhum dado que permita per-

ceber que tenha existido, por parte de nenhum membro dos Corpos So ciais, aproveitamento dos recursos da instituição para uso e benefício próprio”.

Considerando que “houve, efetivamente, problemas e incorreções na gestão da instituição, pelo que consta”, para o vice-presidente da Câmara de Mação foram erros “executados na procura de servir a instituição e fazer com que esta sobrevivesse a períodos difíceis”.

“Temos que aprender a diferenciar, não generalizar e meter tudo no mesmo saco”, pois, como afirmou António Louro, “uma coisa é alguém que faz a utilização de um cargo público ou à frente de uma instituição destas e que toma decisões de gestão para seu benefício pessoal, dos seus familiares, para ter vantagens patrimoniais e outra coisa é alguém que toma decisões que não são as mais corretas mas que entende serem as mais ajustadas àquele momento de dificuldade, em prol da instituição que dirige, em prol das pessoas que procura servir e eu acho que não devemos sancionar da mesma forma tudo e todos. São situações muito diferentes e temos todos a obrigação de colaborar para que sejam tratadas de modo diferenciado”.

António Louco acrescentou ainda que “é com algum pesar que vejo a forma como têm vindo a ser tratados publicamente os Corpos Sociais desta instituição” porque, afirmou, “antevejo que qualquer associado que neste momento se proponha candidatar a um destes lugares diretivos, que não é remunerado e onde as pessoas desempenham aquelas funções ao serviço da sua comunidade, se vejam tratados desta forma, enxovalhados publicamente”.

Galeria expõe “Carlos Saramago - Artista Maçaense (do) Fantástico

Mação recebe durante o mês de fevereiro uma nova Exposição de Carlos Saramago.

A Exposição "Carlos SaramagoArtista Maçaense (do) Fantástico" será uma mostra e a apresentação pública das obras adquiridas pela Câmara Municipal de Mação a Carlos Saramago ao longo dos anos. São vários estilos, vários tipos de pintura, algumas de paisagens e locais maçaenses e, muitas, surrealistas.

Carlos Saramago é um pintor surrealista, de Mação, autodidata, tendo começado a pintar desde muito cedo, com reconhecimento nacional e internacional. Tem obras expostas um pouco por todo o mundo, privadas e públicas, e é agora hora de apresentar a obra adquirida pelo Município a um maçaense que tanto tem elevado o nome de Mação, quer a nível nacional quer internacional. Descrito por muitos como "fantástico", é esta também a designação da sua arte, que vai além do realismo numa interpretação única de momentos, pessoas, da sociedade e da vida do próprio artista.

A Exposição ficará patente todo o mês de fevereiro. Pode ser visitada nos dias úteis das 9h às 17h30 e, ao sábado, das 14h às 17h30.

19 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES REGIÃO / Mação
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/ Inspeção do Ministério Público deixa Centro Social do Carvoeiro sem Órgãos Sociais

Ismael Margarido: Uma aventura solitária pelos 4 mil kms da Route 66

// Foi em 2018 que embarcou numa primavera diferente, numa viagem solitária pela americana Route 66. Ou seja, sozinho, montado numa Harley-Davidson, como manda a tradição, percorreu durante três semanas os 4 mil kms da Route 66 entre Chicago e Santa Mónica, nos Estados Unidos. O caderno da viagem de Ismael Margarido, em 2018, está agora “plasmado” num livro editado pelo aventureiro.

Uns dias antes do Natal de 2022 a Junta de Freguesia do Pego recebeu uma apresentação de um livro, numa colaboração da Junta de Freguesia, do Clube Desportos e Motorizado do Pego e do próprio autor. Tudo porque o piloto abrantino Ismael Margarido, que umas semanas antes tinha brilhado nas 24 horas de Fronteira num todo-o-terreno construído a 100% na Barrada, concelho de Abrantes, ia apresentar o seu livro. O livro que representa “um diário” de uma viagem feita em 2018, mas que a pandemia “obrigou” a reagendar até 2022.

E o livro surgiu depois da leitura dos vários apontamentos que o piloto foi fazendo ao longo de três semanas em que, sozinho, rumo à aventura se lançou na Route 66, nos Estados Unidos. Um livro que não foi pensado antes da viagem, senão haveria mais conteúdo gráfico. Mesmo assim os registos da viagem foram escritos e depois editados para o manuscrito.

E mais do que a viagem de 4 mil quilómetros ao longo de três intensas semanas, as aventuras e pequenas histórias foram ficando registadas no diário que Ismael levou nesta demanda. Porque fazer uma aventura destas, sozinho, e fora do espaço habitual e noutro continente é mesmo uma demanda que teve de ser preparada cuidadosamente ao longo de vários meses. Desde logo pela dificuldade da moto. Em vez de levar a moto de Portugal para os Estados Unidos seria mais fácil alugar uma do lado de lá do Atlântico. E mais do que alugar, o levantamento e a entrega da moto também era um desafio, porque há todo um continente entre o ponto de partida e de chegada. “Felizmente que o meu amigo nos EUA ajudou e encontrámos uma empresa em que podia recolher a moto em Chicago e entrega-la, na outra ponta, perto de Los Angeles”, explicou o piloto abrantino. Depois de encontrada a empresa o outro desafio. A moto escolhida foi uma Harley-Davidson. E há duas dimensões, a de fazer toda a Route numa Harley, que é mítica, mas “para mim uma moto muito mais pesada e com a qual tive algumas dificuldades de adaptação. No início da viagem se parasse e a deixasse tombar para o lado era

queda certa”, conta entre sorrisos de quem teve as dificuldades, mas que foram ultrapassadas ao logo do percurso.

Três semanas sozinho em cima de uma Harley em território nunca antes visto teve de ter uma logística meticulosa. Uma mochila com o essencial, mas com nova dificuldade. Uma partida do Leste, de Chicago com chuva e zero graus e uma chegada a Santa Mónica com sol intenso e 35 graus. E este essencial tinha de contar com o espaço para guardar a roupa à medida que o tempo ia aligeirando. Depois perceber os locais para pernoitar, locais de abastecimento de combustível ou os sítios fora da Route para visitar. ”Aqueles que são imperdíveis.”

E destes, Ismael conta que fez dois desvios. Um para o Grand Canyon e sobre o qual diz que é ainda mais impressionante do

que aquilo que vemos na televisão. Outro desvio Las Vegas. “Tinha de ser. Aquilo é hotéis casino que funcionam 24 horas sobre 24 horas. Sais de um e já estás no outro. Depois têm todas as novidades nos “néons”, ou seja, nos placares luminosos e coloridos. Têm as novidades, nem que mudem todos os meses. Depois depositam num grande depósito no deserto. São quilómetros e quilómetros com estruturas retiradas dos casinos. Assim como o cemitério de aviões. São muitos quilómetros de aviões a apodrecer com o passar do tempo”, conta o aventureiro.

Nesta viagem solitária, dos dias mais monótonos há o registo dos desertos de 50 quilómetros de reta, estradas a perder de vista “como nos filmes. Parece que estamos parados.”

Mas há muitos outros porme -

nores que podem ser lidos no livro e outros ainda que só em conversa com o piloto, que entre risos vai desfolhando episódios e pequenas histórias. “Num dos dias chovia bastante e parei num edifício abandonado à beira da Route para me abrigar. Tinha fechado e quando os donos saíram, saíram. Pelo chão deixaram papelada, registos de hóspedes e por aí for”, conta Ismael

Três semanas

Margarido que acrescenta logo que nas bombas de gasolina ninguém pergunta quanto quer abastecer, ou seja, “é sempre para atestar”. Há museus de todos os tipos, por exemplo, um deles mostra todas as garrafas de bebida, em vidro, dos Estados Unidos. “Parecem árvores com todas as garrafas enfiadas nos paus. Estão lá todas de todo o tipo de bebidas”, diz ao mesmo que tempo de coça a cabeça e releva a vila em que ainda se fazem os duelos dos “Cowboys” como nos western’s do Oeste Americano. Até porque esta foi a rota que os colonos fizeram para desbravar o continente em busca do Oeste, do pacífico. Outra nota é o facto de as linhas ferroviárias acompanharem a estrada. Uma ferrovia muito utilizada em mercadorias. “Cada comboio é enorme, duas locomotivas à frente e outras duas atrás e pelo meio 100

20 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023
SOCIEDADE /
sozinho em cima de uma Harley, em território nunca antes visto, teve de ter uma logística meticulosa

corda uma pequena vila cheia de burros, que circulam soltos e sem dono, a outra, Cadillac Ranch, em que estão seis carros enterrados e que os grafitter’s acabaram por decorar, o ponto central da Route, a ponte Chain of Rock Bridges, muito vista em filmes americanos, ou a Calico Ghost Town, a tal cidade do velho Oeste americano.

Ismael Margarido nunca pensou em desistir, pois, este era um dos seus objetivos, após ter feito a mítica Estrada Nacional 2, em Portugal, com os seus 739 quilómetros de liga Chaves a Faro.

Esta via foi construída, na década 30 do século passado, quando os EUA tinham um plano nacional de autoestradas. Inaugurada em 1938, ela tinha cerca de 4 mil quilómetros de extensão, cruzando

A Route 66 começa em Chicago, no Estado de Illinois, e vai até Los Angeles, na Califórnia. Cruza os estados do Missouri, Kansas, Oklahoma, Novo México e Arizona. Também chamada de Rua Principal da América, em 1950 ela perdeu importância quando foi perdendo espaço para as novas autoestradas interestaduais.

Foi desativada em 1984, passando a ser chamada de “Histórica Rota 66” e ainda proporciona a nostalgia para os que desejam uma viagem ao passado. É a mítica Route 66 muito associada a motards. É uma das maiores do mundo. Mas para além da Route 66 e da Nacional 2 Portuguesa ainda existe a Ruta 40 nos planos do abrantino.

Ismael Margarido contou ao Jornal de Abrantes que é uma via-

gem, para a América do Sul, que já está em preparação, embora com um pequeno entrave por causo dos tumultos do Perú. Mesmo assim há possibilidade de poder entre 2023 e 2024 lançar-se numa nova aventura, desta vez com uma particularidade para além de uma extensão de 5.224 quilómetros. É a cordilheira dos Andes, pois há locais em que a Ruta 40 atinge uma altitude de quase 4.900 metros. Muito mais que os dois mil da “nossa” Serra da Estrela.

A Ruta 40, a Argentina, percorre 5224 quilómetros começando ao nível do mar, atravessa 20 parques nacionais, 18 importantes rios, liga 27 pontos de montanha na cordilheira andina e sobe aos 4.895 metros de altitude ponto de montanha denominado Abra del Acay, na província de Salta.

Jerónimo Belo Jorge

21 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES SOCIEDADE /

FC2TEC inaugura nova fábrica e aposta na internacionalização

A empresa foi criada em Tra magal em 2016, mas a 2 de julho de 2020, em plena pandemia, os empresários Paulo Costa e Antó nio Ferreira lançaram a primeira pedra do complexo industrial da FC2TEC - Manutenção Industrial num lote de terreno no parque industrial de Abrantes, zona norte.

Na altura, com 14 postos de tra balho, os empresários apostavam num investimento forte, mesmo em tempos de pandemia, tendo em vista a rentabilização do negó cio assim como a instalação, por exemplo, de uma máquina de corte de placas de ferro e assim diminuir os custos da aquisição das peças já cortadas noutras unidades indus triais. E, acima de tudo, com uma nave industrial a FC2TEC poderia ganhar escala e abraçar novos de safios, novos projetos.

Dois anos e meio depois desse ato de descerramento da placa de início da construção, a 20 de ja neiro, foi inaugurada esta unidade que representou um investimento de 1 milhão e 200 mil euros.

Hoje a FC2TEC cresceu no es paço físico e já adquiriu um se gundo lote contíguo aquele em que está a nave industrial, trabalha para Portugal e para lá das fronteiras e aposta no conceito solução chave na mão para problemas industriais. “Queremos que nos apresentem o problema para podermos apresentar a solução. É isso que fazemos, apresentamos soluções aos problemas dos nossos clientes” explica Paulo Costa.

Paulo Costa revela que está apreensivo para os próximos tempos, com os preços dos combustíveis e da matéria-prima, “mas temos compromissos com clientes multinacionais com os quais iremos sempre honrar os nossos compromissos.”

O empresário deu um exemplo simples para se perceber o estado do mundo empresarial: “na

Burger King abre loja 173 em

Abrantes

/ Os empresários Paulo Costa e António Ferreira com Manuel Jorge Valamatos na inauguração da FC2TEC pandemia, quando começamos a construir o pavilhão tínhamos o aço a 500 euros a tonelada e agora está a 900, quase a mil euros... não é fácil.”

António Ferreira “agarra” na deixa do sócio e salienta que na altura, 2020, pensavam que as coisas iam melhorar. “A pandemia trouxe problemas que foram ultrapassados com outro tipo de produtos. Chegámos a fabricar lavatórios ou grelhadores. Fizemos uma adaptação. E até 2023 temos andado numa adaptação constante.” E ainda na linha da subida dos preços explicou que fez um trabalho em 2017 e que repetiu já este ano (2023) e teve um aumento de 70%.

A abertura desde novo pavilhão permite crescer e é uma “honra

O restaurante abriu as portas ao público a 28 de dezembro de 2022, mas foi inaugurado a 25 de janeiro numa cerimónia que contou com a presença de António Marques, diretor-geral da insígnia, e Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes.

O Burger King fica localizado na expansão do Retail Park de Abrantes, junto à rotunda do Olival, e foi implantado numa área de 300 metros quadrados. Com a linha

para nós porque isto foi tudo fabricado e montado por nós nas antigas instalações. Mesmo o projeto foi feito por nós os dois.” António Ferreira aponta depois para “as traseiras” da nave e revela ter o segundo lote de terreno já cheio de material.

Nesta altura a FC2TEC conta com vários clientes multinacionais como a “Hitachi, em Abrantes, a Mitsubishi, no Tramagal, a Hutchinson Rubber, em Campo Maior, que são empresas que vão sempre precisando dos nossos serviços. E posso acrescentar que, brevemente, vamos começar a trabalhar com a Fonte Salem, em Santarém, e em Itália fizemos a montagem de uma linha de fabricação de sapatos para marcas como a Louis Vuitton,

arquitetónica da marca norte-a mericana, o restaurante conta com sofás, mesas altas comunitárias, mesas individuais com 82 lugares no interior e 123 na esplanada. Dis ponibiliza ainda um espaço play king para os mais novos, o drive thru e, brevemente, o serviço home delivery.

O restaurante de Abrantes é o 173.º do país e o 9.º do distrito de Santarém, sucedendo à abertura de Ourém.

ainda que “se nos apresentarem um desenho técnico, nós montamos. E somos muito fortes na manutenção.”

O investimento foi de 1,2 milhões de euros, apesar de muitos componentes terem sido construídos pelos próprios com apoios do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional para reforço da competitividade de pequenas e médias empresas e dos Fundos Europeus Estruturais e de Inves-

A maior dor de crescimento da empresa está a ser nos recursos humanos. António Ferreira explica que têm 22 empregados e que muitas vezes têm de contratar serviços pela dificuldade em encontrar mão de obra qualificada. “A oferta é muito reduzida. É um problema. Deveria repensar-se o regresso das escolas industriais ou então criar núcleos de formação dentro das próprias empresas.” E Paulo Costa vai mais longe, “nós estamos abertos a isso a criar um polo de formação em soldadura ou eletricidade industrial, o que seja necessário para colmatar as nossas dificuldades, que são muitas.”

a Dior, a Balenciaga ou a Hermés. E isto acontece porque o empresário italiano gostou tanto do nosso trabalho que em abril e em agosto estamos lá outra vez.”

É por isso que afirmam que é “o nosso cartão de visita em Itália”, explicam os empresários que desde 2020 também aumentaram o número de trabalhadores.

Paulo Costa explica que a FC2TEC não tem um produto definido, “temos a capacidade de ir de encontro às necessidades do cliente. E isso para nós é a maior valia.”

E depois, em jeito de brincadeira, mas a falar a sério vinca: “problemas. Eu gosto é de problemas. A ideia é resolver problemas.”

António Ferreira acrescenta

António Ferreira, salienta que, como o problema já tem anos, “criamos uma sala de reuniões com capacidade para formação e temos um canto na empresa que permite as aulas práticas.” Mas diz que se sentem sozinhos e que deveria haver alguma entidade que ajudasse as empresas a criar esses postos, pois por conta apenas das empresas fica dispendioso, até porque o aproveitamento dos formandos que entram destas ações “se calhar em dez aproveitam-se dois.”

A FC2TEC – Manutenção Industrial, é uma sociedade constituída em 2016 e tem sede no Tramagal. Este lote do Parque Industrial de Abrantes recebeu uma nave de mil metros quadrados. A empresa atua desde a manutenção industrial passando pela produção e instalação de estruturas metálicas, eletricidade industrial, serralharia em inox, serralharia mecânica, corte e quinagem, corte a plasma CNC, calandragem de chapa, soldadura, tubagem e pinturas.

António Marques, diretor-geral do Burger King espera que o mercado corresponda aquilo que são as perspetivas da empresa que continua com os planos de expansão para o interior do país, prevendo a abertura de, pelo menos, mais 30 espaços por ano.

O Burger King de Abrantes tem, nesta altura, um total de 25 empregados e, em breve, vai acrescentar mais alguns postos de trabalho quando iniciar o serviço home delivery.

22 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023
ECONOMIA /
Jerónimo Belo Jorge

Paulo Maia

Natural de Abrantes a fotografia é um passatempo de quem passeia e encon-tra motivos para mais tarde recordar. Fotos urbanas ou naturais, a cor ou preto e branco.

"Desde cedo que fotografar faz-me contemplar o mundo de outra forma... através da máquina fotográfica consigo ver belezas por vezes escondidas."

23
Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES
/
GALERIA

REGIÃO / Abrantes

Câmara estabelece protocolo com o CRIA para acompanhamento de beneficiários do RSI

// O protocolo implica uma comparticipação financeira do Município ao CRIA no valor de 105.093,00€ para a celebração e acompanhamento dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) no concelho de Abrantes.

Na reunião de Câmara realizada no dia 10 de janeiro, o Executivo Municipal aprovou o despacho do vereador e vice-presidente, João Gomes, referente ao protocolo específico a celebrar entre o Município de Abrantes e o CRIA – Centro de Recuperação e Integração de Abrantes, no domínio da área social, designadamente, no acompanhamento dos beneficiários do rendimento social de inserção (RSI), no concelho de Abrantes, com o objetivo de promover a sua autonomia e inserção social e profissional.

No âmbito deste protocolo, o Município transferirá para o CRIA uma verba de 105.093,00€, repartido por tranches mensais de igual montante.

Este protocolo decorre da transferência de competências na área social que o Município de Abrantes assumiu a 1 de janeiro de 2023, sendo que o exercício desta competência pode ser contratualizado com instituições particulares de solidariedade social ou equiparadas. O CRIA, desde 2005, é a entidade executora do RSI no concelho de Abrantes, através de protocolo com o Instituto da Segurança Social (ISS), acompanhando cerca de 150 agregados familiares, tendo demonstrado interesse em manter o acompanhamento do programa e a celebrar protocolo agora com o Município.

Este protocolo, que abrange 400 agregados familiares, terá a duração de um ano, renovando-se automaticamente, por iguais períodos se as partes envolvidas nada disserem em contrário.

Para o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, “este é um trabalho importante de articulação entre as instituições para fazer a gestão no âmbito da transferência de competências na área social”.

Vítor Moura, presidente da Direção do CRIA, lembrou que os processos de RSI em Abrantes “já era trabalho executado pelo CRIA desde 2005” sendo que a instituição “já tem o know how [saber como fazer] e uma tradição nessa matéria que penso sempre satisfez as necessidades” do concelho.

No entanto, frisou, “a descentralização de competências que o atual Governo colocou em execu -

ção, prevê que a competência de RSI deixaria de estar na Secretaria de Estado da Segurança Social e passaria para os municípios, numa prática de proximidade

/ Protocolo foi assinado no dia 11 de janeiro no Salão Nobre dos Paços do Concelho

que é sempre de louvar. Portanto, deixar nas mãos dos municípios, melhor conhecedores da realidade local e até das pessoas individualmente em muitos casos, leva a que possa ser prestado um trabalho com melhoria”.

Percebendo que em muitos municípios já eram IPSS’s que tratavam desses processos, esta descentralização de competências “permitiu que os municípios continuassem a fazer o que a Segurança Social já fazia, que é deixar esse trabalho nas IPSS’s”.

Vítor Moura acrescentou, contudo, que “o CRIA nem sequer podia abdicar da prestação desse trabalho, porque tínhamos alocados ao mesmo seis funcionárias e uma viatura”. É que a descentralização de competências “não previa a passagem dessas pessoas

Utentes do CRIA produzem jornal de parede todos os meses

O Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI) do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) começou a dinamizar o jornal de parede da instituição. Trata-se de um projeto dinamizado por Mariana Casimiro, psicomotricista, da instituição com a colaboração ativa de seis utentes.

O “jornal é mensal” e conta com diversas secções. Sendo que neste de dezembro, mostrado agora em janeiro, há notícias de dezembro, como por exemplo a Festa de Natal do CRIA, os ensaios para a peça de Natal ou visitas de alunos do curso de auxiliar de saúde da escola de Gavião.

Tem ainda as atualidades do mundo com o destaque para o campeonato do Mundo do Catar e com a Argentina campeã do mundo.

No trabalho apresentado há um cantinho para as atualidades do mês de janeiro, nomeadamente os dias comemorativos, como por exemplo o Dia Mundial do Braille (6 janeiro), o dia do Riso (18 janeiro) ou o dia do Mágico (31 janeiro).

E há a secção social com os aniversários dos utentes, uma informação atualizada todos os meses.

De referir que o jornal tem uma

interligação com a “Rádio CRIA” que funciona todas as segundas, quartas e sextas entre as 13:15 e as 14 horas, numa iniciativa liderada pelo Bruno Godinho.

Aliás, o Bruno juntamente com o Sérgio Esteves, a Cátia Meneses, o Hugo Caldeira e o Ricardo Pedro constituem a equipa do CACI responsável pela produção do Jornal de Parede, com a coordenação da psicomotricista Mariana Casimiro.

E nada melhor do que a equipa apresentar, pelas próprias vozes, o jornal a toda a comunidade do Cen-

tro de Atividades e Capacitação para a Inclusão, num “evento” interno ao qual não faltou bolo e confetis.

À Antena Livre o Bruno contou que a rádio CRIA passa música escolhida por ele, mas também há discos pedidos. E a música mais pedida é a Floribela.

O Ricardo diz que é o responsável pelos aniversários, mantém essa atualização de quem faz anos na instituição.

O Hugo tem a componente desportiva e em ligação com o Sérgio, que olha para o mundo, escolhe -

para o quadro da Câmara Municipal”, o que significaria “que ficariam de sobra no CRIA”. Para Vítor Moura, nesta situação, “o CRIA era praticamente obrigado a ficar com esse programa entre portas para não deixar no desemprego seis pessoas com muitos anos de casa, pelo que essa situação nem se colocaria pela nossa parte”.

“Foi sempre entendimento comum do CRIA e da Câmara Municipal” que o RSI ficaria na instituição, declarou Vítor Moura.

A descentralização desta competência “está efetivada desde o dia 2 de janeiro e avida do RSI e dos seus beneficiários no concelho de Abrantes não terá qualquer percalço com esta transferência de competências”.

ram para esta edição como destaque tem o campeonato do mundo. O Sérgio, diz a Mariana Casimiro, está em pesquisa permanente porque houve sempre muita rádio e sabe as novidades todas. E no dia do lançamento do jornal, quarta-feira, dia 18 de janeiro, era o frio e a neve em destaque no país.

E depois há a Cátia que escolhe o calendário de cada mês para os dias comemorativos. E como na quarta-feira era o Dia do Riso, no CRIA foram muitos os sorrisos com a iniciativa e com o bolo que comeram depois de terem conhecido o jornal.

Os utentes do CRIA já estão a organizar o próximo jornal com as notícias, atividades e datas de fevereiro com horários bem definidos. Ao longo dos dias vão fazendo as pesquisas para à sexta-feira, entre eles (equipa) poderem conversar e às terças poderem apresentar as ideias à coordenadora do projeto.

Esta é uma das muitas atividades desenvolvidas pelo Centro de Recuperação e Integração de Abrantes.

De notar ainda que este grupo do jornal de parede tem uma cobertura territorial grande, pois os utentes são naturais de Fontes, Paul, Alcaravela, Vale de Horta e Tramagal. Estas atividades acrescentam estímulo aos “colaboradores” do jornal, um trabalho que fica visível para toda a instituição e que todos os meses é atualizado.

Jerónimo Belo Jorge

24 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023
/ CMA

Governo apresentou reforço para programa de voluntariado jovem

// O Governo anunciou um reforço de 1,5 milhões de euros por ano para o Programa de Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas que desde 2017 já envolveu 800 entidades e 10 mil jovens.

“Este programa é essencial na prevenção dos fogos florestais. Hoje anunciamos um reforço financeiro. Já não é só do Instituto Português do Desporto e Juventude, mas também do Ministério do Ambiente e do Ministério da Administração Interna”, afirmou a ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, em Vila de Rei, numa cerimónia que aconteceu ao final da tarde de dia 26 de janeiro.

“O programa tem um reforço de 1,5 milhões de euros/ano para permitir que mais jovens participem. Desde 2017 até hoje já foram desenvolvidos 2.400 projetos, envolvidas 800 entidades e participaram 10 mil jovens voluntários”, disse a governante.

Ana Catarina Mendes deixou ainda a nota que GNR escolheu Vila de rei para o primeiro curso de extinção de fogos florestais e que este programa “é um reflexo do que queremos que seja a nossa sociedade, mais inclusa e mais coesa.”

Este anúncio decorreu no âmbito do programa “Governo Mais Próximo”, no distrito de Castelo Branco, com mais de 40 iniciativas que contaram com a presença de membros do executivo.

Na apresentação do programa dois jovens deixaram o testemunho de jornadas do ano passado no distrito de Castelo Branco

Sara Santos explicou o trabalho feito pelos Voluntários da cáritas diocesana de Castelo Branco

O longo braço do Hezbollah

Já Umaro Fal explicou o que é que fizeram, nomeadamente as ações de sensibilização, muitas ações com crianças na área do ambiente, na forma de lidar com o lixo, para além da preservação da floresta.

A ministra Ana Catarina Mendes sublinhou que o objetivo do Governo é “aumentar a participação de jovens no projeto”.

Já o presidente da Câmara de Vila de Rei, Ricardo Aires, realçou a importância deste programa para a vigilância da floresta e prevenção de fogos florestais. O autarca disse mesmo que se trata de um meio auxiliar de vigilância em zonas sombra da floresta. Por isso enalteceu o Instituto Português do Desporto e Juventude pois este programa permite a disponibilidade de meios auxiliares nas zonas sombra, aquelas que não têm videovigilância ou das torres. “Devemos prevenir e antecipar a tragédia.”

Nesta ação, além da ministra da Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, estiveram presentes o ministros do Ambiente e da Ação Climática, o ministro da Administração Interna e o secretário de Estado do Desporto e Juventude.

José Luís Carneiro começou por dizer que aos 15 anos participou num programa de voluntariado do Instituto Português da Juventude na floresta que lhe permitiu conhecer a floresta e o bem comum.

José Luís Carneiro notou que “estamos a comemorar a coopera-

ção e da sustentabilidade. Só com a cooperação é que conseguimos avançar para a defesa e prevenção da floresta, naquilo que são as alterações climáticas.”

Ainda, de acordo com o MAI, até mesmo a União Europeia chamou os governos para falar sobre este novo paradigma de alterações climáticas com definições claras de pré posicionamento de meios. E foi uma decisão para já, por forma a não esperar mais alguns anos.

O MAI deixou a nota que continuamos a ter 55 % dos incêndios provocados pelo uso negligente de fogo e que 27 % ocorrem por incendiarismo.

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, voltou a fazer referência às alteraões climáticas que são uma realidade e que por isso é preciso atingir a neutralidade carbónica. É preciso reduzir as emissões, mas, acima de tudo, também é preciso aumentar a captação de carbono e isso faz-se com as nossas florestas.

Duarte Cordeiro fez as referências ao Programa de Modificação das Paisagem, financiando pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para além dos trabalhos desenvolvidos pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

E depois deixou ainda outro indicador, que pode ser controverso: “O país é cada vez mais eficaz no combate.”

Jerónimo Belo Jorge

Nos últimos anos assistiu-se a uma alteração substancial no comportamento dos grupos terroristas e do crime organizado. Comportamse como verdadeiras empresas transnacionais, aproveitando a fragilidade política de muitos Estados e a sua incapacidade de controlo do seu território, para se estabelecerem e controlarem atividades que lhes providenciem uma fonte de rendimento para manterem as suas operações nos países de origem. Vimos isso com o Estado Islâmico, que se apoderou dos poços de petróleo no norte do Iraque para financiar a sua atividade. Desta vez, é o Hezbollah, uma organização muçulmana xiita e que tem sido nos últimos anos a testa de ferro do regime iraniano na sua rivalidade contra Israel e a Arábia Saudita.

É um grupo considerado terrorista por muitos países, mas isso não o tem impedido de expandir a sua influência e poder pelo Médio Oriente e além. A CIA manifesta-se agora particularmente preocupada com a recém conhecida expansão e consolidação da presença do Hezbollah na América do Sul. Em particular, existem três regiões onde esta presença é cada vez mais notória e ameaçadora. O triângulo da Foz do Iguaçu, onde as fronteiras do Brasil, Argentina e Paraguai se cruzam é particularmente conhecido por ser uma região onde operam máfias e grupos armados que ganham milhões com o contrabando e tráfico de droga e armas. De acordo com informações divulgadas pelos EUA, a presença do Hezbollah nesta região é a cada vez mais percetível. Devido ao crescente aumento da produção de cocaína na Bolívia e ao reforço do poder dos gangues armados brasileiros, que fazem a distribuição em território brasileiro, o Hezbollah tem reforçado o seu poder e presença na região, assim como as receitas provenientes dos diversos tráficos.

Esta presença do grupo libanês é também bastante forte mais a norte, na Venezuela, onde mais uma vez o Hezbollah tem uma presença cada vez mais forte no tráfico de droga. Esta liberdade de atuação tem sido possível graças aos avultados subornos pagos ao governo de Nicolas Maduro, que consegue desta maneira uma fonte de financiamento que lhe permite, em parte, contornar as sanções económicas internacionais. Ao lado, na Colômbia, está o prémio mais apetecido. A Colômbia é, de longe, o maior produtor de cocaína da América Latina e a produção continua a crescer. As relações entre as FARC e o Hezbollah permitiram ao grupo islâmico estabelecer-se no tráfico de droga dentro do país e também para destinos na Europa e América do norte.

No fundo, a fragilidade dos Estados são oportunidades de ouro para que estes grupos armados radicais encontrem formas de conseguir financiar e perpetuar a sua atividade com maior poder e violência.

25 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES REGIÃO / Vila de Rei
/ Nuno Alves / MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS / nmalves@sapo.pt
OPINIÃO /

1ª Mostra

QUARTEL com exposição de mais de 150 peças

Chama-se “Pedro Gouveia e os Outros” e é uma exposição que pode ser visitada até ao dia 27 de maio na QUARTEL, Galeria de Arte de Abrantes, no antigo quartel dos Bombeiros.

Trata-se de uma exposição de Pedro Gouveia e dos seus trabalhos. E “os Outros” juntam-se a Pedro Gouveia porque são trabalhos, quadros na maior parte, que fazem parte da coleção do artista. Trabalhos que foi adquirindo ao longo da vida e que guarda pelo prazer de criar e contemplar arte. E o artista, entre um sorriso aberto, explica que o que faz ou compra é para ele. Não vende nem oferece. Um dia, quando já cá não estiver, alguém tomará a iniciativa de fazer com esta coleção o que entender.

Para já, e até maio, tem grande parte do seu espólio na Galeria de Arte de Abrantes. E quando questionado sobre o número de peças distribuídas pelos espaços da QUARTEL olha à volta e atira “150, devem ser uma 150 trabalhos.”

Pedro Gouveia é um abrantino, mas não natural de Abrantes. Nasceu em 1954 em Angola onde viveu até aos 21 anos. Corria o ano de 1975 deixou Angola e radicou-se

na cidade florida. Foi professor do 1.º ciclo e do ensino especial.

O gosto pela pintura começou desde criança. Ainda em Angola tinha uma casa com muitos jardins e começou a pintar o que via. O “dom” herdou-o da mãe, também ela tinha um traço fantástico. Mas diz que foi o pai que mais o incentivou quando via as folhas com as pinturas e lhe dizia “sais mesmo à tua mãe.”

Pedro Gouveia diz que pinta quando quer e lhe apetece e são trabalhos que saem a qualquer hora. E por onde passa gosta de deixar marca na comunidade, nem que seja nas visitas que fazia com os seus alunos a exposições e galerias.

Nesta exposição, começa com um retrato desenhado da sua mãe, a dona Mécia e tem também vários autorretratos. O mais recente pretende mostrar no seu “interior humano” a angústia que vive por estes dias.

Há depois um cantinho com diversas esculturas africanas que hoje, afirma, muitos dizem ser arte africana, mas que representa uma parte da sua vida, da meninice e juventude.

nal de Abrantes que este é um gosto que teve e tem e que, mesmo nos dias de hoje, pode acordar e ir para o cavalete de pincel em punho para explanar na tela um qualquer “sonho que sonhou.”

E deu um outro exemplo do que pode ser a arte. Uma vez deixou em casa uma tela toda pintada a vermelho e umas semanas depois, quando regressou a casa aplicou no vermelho da tela a criatividade para criar um quadro.

“As obras de arte transportam-me para os lugares e momentos vividos e sonhados”, revela o artista e colecionador.

Esta exposição pretende mostrar os quadros que pintou e adquiriu por influência do seu trabalho, professor, que o levou de norte a sul de Portugal e à ilha da Madeira.

“Criar arte é tomar consciência deste mundo físico/social/cultural que, construindo mentalidades evolutivas nas sociedades, nela nos insere quase que mecanicamente.”

A exposição “Pedro Gouveia e os Outros” pode ser visitada na galeria QUARTEL até 27 de maio de terça a sábado das 14 às 17:30.

Jerónimo Belo Jorge

ecorreu, em Abrantes, a 1ª Mostra Internacional de Cinema Documental do Ensino Superior. Foi uma iniciativa da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), através do seu curso de licenciatura em Cinema Documental. A 5 e 6 de janeiro, foram apresentados, na Biblioteca António Botto, documentários produzidos por anteriores e atuais alunos deste curso. A 1ª edição, diremos que em modo de aprendizagem, ficou reservada ao material da casa, mas a 2ª edição vem já prometida como de alcance mais vasto. Ou seja, a Mostra afirma-se, embora ainda só no nome, como internacional.

Quer isto dizer que estamos a assistir a uma dinâmica que, embora ainda em gestação, já promete tornar-se um caso sério. E sério em várias dimensões. Por um lado, oferece aos estudantes deste curso e desta Escola o encontro com produtos de origens e escolas diversas, em linguagens diferentes, ocasião propícia para aprendizagens que seriam mais ou menos impossíveis de outro modo. E se, além dos filmes, vierem também os realizadores, a aprendizagem terá um alcance mais vasto. Será, sem dúvida, uma forma de afirmação da ESTA e da cidade em geografias onde agora são ainda ignoradas. Mas a Mostra é também, de modo inevitável, a produção de um evento. E também nessa produção os alunos fazem aprendizagens de outro tipo, obtêm competências que a vida verá a apreciar mais tarde e que não são fáceis de obter no tipo de ensino centrado na sala de aulas. Aliás, os alunos que produziram esta 1ª Mostra disseram isso mesmo: “Aprendemos muito”. Há ainda um aspeto de particular interesse para a cidade,

ou seja, para a sociedade local em que a ESTA se insere. Embora de forma despercebida, quase clandestina, na ESTA há uma série de jovens artistas a desenvolverem as suas competências de realizadores de cinema – cinema documental. Sob o lema «Pensar Cinema. Olhar o Mundo. Fazer Cinema.», temos ali um centro de produção cultural: pensamento, filmes, inov-ação. Só ao fim de 13 anos esta licenciatura dá sinais maiores de vida na cidade, com a Mostra, mas nunca é tarde para começar. E não é grande atrevimento dizer que todos, cidade e escola, ganhamos se forem desenvolvidos processos de interação entre este curso e a cidade.

Pois bem, a Mostra aí está, com promessa de futuro. Como primeira que foi, “mostrou” que tem ainda que aprender, mas é isso mesmo a vida. Por exemplo, a divulgação não foi eficiente. Não se compreende que o subscritor destas linhas tenha recebido a informação na véspera à tarde e anunciando apenas o primeiro dia dos dois que a mesma iria ter. Foi bom e saudável a informalidade com que tudo decorreu, mas isso não pode diminuir o rigor com que as coisas devem decorrer (por exemplo, no que respeita aos horários, que são para cumprir, ou na segurança do discurso verbal). Não é só no documentário que há técnica e estilo, também num evento. Mas é claro que numa primeira edição as lições não estão ainda todas aprendidas. “O caminho faz-se caminhando” (A. Machado).

Falta dizer que esta é uma das poucas coisas que neste nosso território se apresentam com ambição cultural. E, sobretudo, que este curso e a Mostra ordem ser um foco de cultura cinematográfica de que todos poderemos beneficiar. Parabéns. Mãos à obra!

26 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023 CULTURA /
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OPINIÃO /

Deputados do PS questionam governo por atraso das obras nas urgências de Abrantes

// Os deputados do Partido Socialista (PS) eleitos por Santarém, questionaram o governo sobre as obras nas urgências do Hospital de Abrantes do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), procedimento adjudicado em outubro de 2021, mas nunca iniciado.

Os eleitos socialistas anuncia ram ter questionado o governo, através do Ministério da Saúde, sobre o “ponto de situação de uma intervenção que já está adjudica da, mas que ainda não foi iniciada”, dando conta da informação recolhida junto do Conselho de Administração do CHMT, com quem se reuniram no mês de janeiro. No requerimento, os deputados perguntam se “tem o Ministério [da Saúde] conhecimento desta situação”, questionam pelo “atual ponto de situação” e “em que data está prevista a resolução” de um processo que remonta a outubro de 2021, momento em que foi adjudicada a obra.

“As obras de requalificação e expansão das urgências médico-cirúrgicas no Hospital de Abrantes, com um custo de 2,9 milhões de euros, são centrais para um melhor serviço aos cidadãos, mas igualmente para dotar os profissionais de melhores condições de trabalho”, argumentam os cinco

deputados - Hugo Costa, Alexandra Leitão, Mara Lagriminha, Manuel Afonso e Francisco Dinis – tendo feito notar que este é um “centro hospitalar crucial para um vasto território”.

Em novembro de 2022, a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) já havia considerado “lamentável” que as obras de requalificação da Urgência do Hospital de Abrantes não avancem apenas por falta de uma assinatura.

Segundo o dirigente da CUSMT, Manuel José Soares, as obras na Urgência do Hospital de Abrantes, “prometidas e necessárias há anos e anos”, têm projeto, financiamento, concurso feito e empresa escolhida para fazer a

João Morgado candidata-se à liderança da JSD

As eleições para a Comissão Política de Secção da JSD de Abrantes vão realizar-se no próximo dia 11 de fevereiro, na sede do PSD de Abrantes.

Em comunicado, João Morgado lembra que nos últimos 5 anos esta estrutura esteve desativada, “algo que não poderia nunca ter acontecido num município com a dimensão de Abrantes”. Desta feita, “após reunir a equipa certa, com jovens de várias faixas etárias, varias áreas de formação e com o mesmo interesse e empenho, o de trazer uma nova esperança a Abrantes, decidi ser candidato à liderança da JSD de Abrantes”.

João Morgado tem 22 anos, nasceu e cresceu em Rossio ao

No poupar...

OPINIÃO /

Sul do Tejo, tendo vivido três anos na Covilhã, onde se licenciou em Ciência Política e Relações Internacionais, com um Erasmus em Madrid e um ano em Coimbra, para iniciar o Mestrado em Administração Público-Privada. Presentemente, é rececionista no Luna Hotel Turismo de Abrantes. Em representação do PSD e da JSD, é membro da Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo, concelheiro nacional da JSD e vice-presidente da JSD Distrital de Santarém, bem como membro da Assembleia Distrital de Santarém do PSD, em representação de Abrantes.

O mote da candidatura é "Tra-

obra, mas apenas falta a assinatura de um membro do Governo numa portaria de extensão para que se concretize a adjudicação e o consequente início das obras”.

A administração do CHMT, presidida por Casimiro Ramos, confirmou que se “aguarda a publicação da portaria de extensão de encargos pelo Ministério das Finanças”, escusando-se a adiantar mais pormenores sobre a situação.

A requalificação e expansão das Urgências Médico-Cirúrgicas no Hospital de Abrantes vai custar 2,9 milhões de euros e a empreitada “já entrou em concurso público”, indicou a administração em setembro de 2021.

C/ Lusa

zer uma nova esperança" e João Morgado assume que “a nossa linha de ação será primeiro escutar os jovens, depois projetar um programa com base na nossa visão para o Município que servirá de suplemento ao programa do PSD e depois executar esse programa. Queremos também ter jovens militantes em todas as freguesias para podermos auxiliar o PSD a estar mais presente no território. Tentaremos dinamizar debates, colóquios e conversas informais com autarcas e ex-autarcas, e políticos de âmbito local e nacional, muito focados na formação política dos jovens”. O candidato à Juventude Social Democrata de Abrantes afirma ainda que “não iremos esquecer a parte lúdica, algo que também marca a génese da JSD”.

O candidato a vice-presidente é João Mira e o candidato a presidente do Plenário é Pedro Coelho.

No poupar está o ganho adverte o rifão. O rifão é sábio porque é muito velho, no entanto, as desgraças humanas provam a enorme falência dos seus sentenciosos avisos pois somos um povo sem emenda, não valendo a pena enumerar antepassados, cujos escritos foram ignorados no seu temo, apesar da clarividência a clamar contra a preguiça mental dos portugueses em travarem a insensata corrida para o precipício. Basta pensarmos no desastre fratricida de Alfarrobeira.

Os fumos da Índia, criaram uma atractiva indolência a recorrer aos emigrantes para desempenharem as tarefas mais desagradáveis, mais pesadas, prática em uso desde há séculos na perspectiva do: nunca peças a quem pediu, nunca sirvas a quem serviu.

O governo enfuna a vela pregoeira das contas certas, enquanto embolsa milhões e milhões de euros à conta da inflação, das greves, do forçado gasto das economias fruto das poupanças dos prudentes. Dos relapsos a seguirem os trinados das cigarras especialistas no sugar da teta do orçamento, da obtenção de prebendas das mais desvairadas origens e, no tocante às tais contas certas muitos não esquecem as palavras de Nuno Santos: não pagamos, não pagamos, ficando os banqueiros alemães com as pernas bambas a tremer medrosamente.

O ora deputado nessa arenga

deve-se ter lembrado do nosso, quase milenar, calote à Santa Sé, certamente, na lista do crédito mal parado, os chamados inquebráveis. Os tempos são outros, os banqueiros não tremem. Vão à falência. O mexilhão é que bata com os costados na rocha. O mexilhão significa os portugueses enfermos de chorudas prebendas vindas dos cofres estatais ou das Arábias. Poupemos! Poupemos!

27 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES POLÍTICA / Fisabrantes Centro de Fisioterapia Unipessoal, Lda. Médico Fisiatra Dr. Jorge Manuel B. Monteiro Fisioterapeuta Teresinha M. M. Gueifão Terapia da Fala Dr.ª Sara Pereira Psicóloga Clínica Aconselhamento Ana Lúcia Silvério Audiologia / aparelhos auditivos Dr.ª Helena Inocêncio Acordos: C.G.D., SAMS, PSP, SEGUROS, PT - Consultas pela ADSE - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -Telef./Fax 241 372 082 Praceta Arq. Raul Lino, Sala 6, Piso 1 - 2200 ABRANTES PUBLICIDADE
/ Armando Fernandes / Apresentação da nova Urgência em março de 2021

Empresa de investigação quer instalar-se no Parque Industrial

// A Canguru Foods Lda quer instalar-se em Abrantes, na zona industrial sul, no sentido de construir um edifício destinado à criação de uma unidade industrial para a produção e investigação na área da canábis medicinal.

Esta informação foi conhecida na reunião de Câmara realizada no dia 10 de janeiro de 2023 na qual foi aprovada a candidatura para aquisição de parcela com a área de 6.241,81 m2 no Parque Industrial de Abrantes. Esta empresa, uma sociedade comercial por quotas, com sede na Rua Cidade Nova de Lisboa, quer implantar-se neste segmento com a aposta no setor médico da canábis a crescer, reduzindo os riscos e os custos do cultivo comercial. De acordo com a mesma informação a empresa pretende criar 25 a 30 postos de trabalho até 2028. De acordo com a informação avançada pelo Município, a empresa “propõe instalar a sua atividade em Abrantes para o desenvolvimen-

to do projeto Bios MCN (Medical Cannabis Nurseries), um fornecedor business-to-business (B2B) de clones de canábis e, para o qual, pretende a aquisição da parcela de zona industrial para posterior construção da sua unidade produtiva e laboratorial.” A mesma nota revela uma intenção de investimento de cerca de 3 milhões de euros.

O Município de Abrantes indica que a empresa tem em “aprovação, junto do INFARMED, o processo de autorização para cultivo da planta da canábis para fins medicinais” e que assim que esteja concluído, “a empresa irá dar início aos trabalhos de preparação do lote e construção do edifício na zona industrial de Abrantes.”

CARTÓRIO NOTARIAL EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA ANDREIA SORAIA MARTINS SILVA Extrato Notarial de Escritura Pública de “Justificação”

_____ Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada na presente data a folhas duas e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número quarenta e cinco, do Cartório Notarial em Abrantes, sito na Avenida 25 de Abril, número duzentos e quarenta e oito, freguesia de União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, da Notária, Andreia Soraia Martins Silva: ANTÓNIO ÁLVARO DOS SANTOS, NIF 101.154.780, natural da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, solteiro, maior, residente na Rua do Vale da Carreira, 118, 2230-862 Carvalhal, freguesia de Carvalhal, concelho de Abrantes.---------------

DECLAROU O OUTORGANTE SOB SUA INTEIRA RESPONSABILIDADE: ---------------

---------- Que, é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do seguinte imóvel, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes; ---------------

---------- Prédio urbano, composto de casa de rés do chão e primeiro andar com três divisões, e logradouro, situado na Rua Principal, número 255, Maxieira, Souto, freguesia de União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, concelho de Abrantes, com a área total de oitocentos e setenta metros quadrados, superfície coberta de cinquenta e oito metros quadrados e área descoberta de oitocentos e doze metros quadrados, a confrontar de norte com Ribeiro, Rua da Maxieira e Rua Principal, de sul com Vasco da Conceição Santos e João Conceição Manuel e Outra, de nascente com Ribeiro e Linha de Água, e de poente com José Rosa Soares e Rua Principal, inscrito na matriz predial urbana da freguesia de União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, sob o artigo 2040, com o valor patrimonial correspondente de 10.620,00€, a que atribui igual valor. ---

--------- Que desconhece outros artigos anteriores a este imóvel, nomeadamente, o artigo rústico onde foi implantado o urbano bem como, os que vigoraram na antiga matriz. --------------------

---------- Que o prédio ora justificado foi construído em data anterior a catorze de janeiro de mil novecentos e sessenta e nove, data a partir da qual se aplicou o RGEU no município de Abrantes, e que o referido prédio, não sofreu quaisquer obras de reconstrução, ampliação ou alteração ou das quais resultem modificações importantes das características do edifício, que exigissem qualquer tipo de licenciamento, o que declara sob sua inteira responsabilidade.-----------------------------------------------

MAIS DECLAROU O OUTORGANTE SOB SUA INTEIRA RESPONSABILIDADE: --------------------

Que, o prédio ora justificado veio à posse dele justificante, em dia e mês que não pode precisar, mas no ano de mil novecentos e noventa, data em que entrou na posse do mesmo, por doação meramente verbal, de seus pais, Maria da Conceição e marido Arlindo Pedro dos Santos casados que foram entre si sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram na Rua Principal, em Maxieira, Souto, concelho de Abrantes, os quais por sua vez o haviam adquirido, por doação meramente verbal a José Álvaro dos Santos e mulher Beatriz da Conceição, casados entre si sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na Rua Principal, Maxieira, Souto, concelho de Abrantes.---------------------

-------- Que desde esse ano, ou seja, há mais de vinte anos, entrou ele na posse do mencionado bem, e de imediato o ocupou e passou a usufruí-lo, ligando-o às redes públicas de eletricidade e água, tratando da sua limpeza, fazendo obras de manutenção, guardando nele os seus pertences, haveres e utensílios, suportando todas as contribuições autárquicas e quaisquer impostos, isto é, gozando de todas as suas utilidades, direitos, e benefícios por ele proporcionadas.----------------------------

--------- Que sempre administrou o mencionado imóvel, sem qualquer interrupção, com o conhecimento de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, e com o ânimo de quem exerce direito próprio, ou seja, exercendo essa mesma posse de forma contínua, pública, pacífica, e de boa-fé.--------

POR FIM DECLAROU: ----

------------- Que dadas as características de tal posse, invoca a aquisição desse imóvel por usucapião, justificando o seu direito de propriedade, para efeitos de inscrição na "Conservatória do Registo Predial", dado que esta forma de aquisição não pode ser comprovada por qualquer outro título formal extrajudicial._____ Está conforme o original.

_____Abrantes, 24 de janeiro de 2023

_____A Notária, Andreia Soraia Martins Silva

Para o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, “é com grande agrado que vemos a instalação deste laboratório na nossa zona industrial, junto ao Parque de Ciência e Tecnologia”.

A Canguru Foods, de acordo com

Ainda de acordo com o Município, a “a empresa prevê também a sua expansão na área da investigação que, pela sua proximidade com o Tagusvalley – Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes, irá criar uma sinergia para inovações tecnológicas”.

Na sequência desta notícia, o Jornal de Abrantes questionou o presidente da Câmara de Abrantes acerca da instalação de uma empresa, no ramo da canábis medicinal, nas antigas instalações da RPP Solar, na freguesia de Concavada. Em outubro de 2021, foi colocada uma placa de uma nova empresa junto àquelas instalações.

a informação avançada pelo Município, tem como sócio gerente Michael Graham Parkes, um cientista de sistemas com mais de 15 anos de experiência em grandes organizações complexas nos setores da alimentação, telecomunicações e energia.

Manuel Jorge Valamatos explicou que se trata de dois projetos distintos porque enquanto em Alferrarede se vai instalar uma empresa “virada para a investigação e questões laboratoriais, no Pego estamos a falar de uma fábrica de produção de canábis indoor, diria que em sistemas semelhantes a estufas”. No entanto, acrescentou que, em relação à Canguru Foods e à empresa do grupo Grow, os processos continuam a decorrer “e como eu tenho dito muitas vezes, quando as coisas estiverem consolidadas, estaremos prontos para divulgar e apresentar publicamente os projetos”.

Câmara

identificou 100

beneficiários diretos para apoios na habitação

// Durante o ano de 2022, o Gabinete de Estratégia Local de Habitação da Câmara de Abrantes realizou 19 sessões de esclarecimento e identificou 100 beneficiários diretos a este apoio.

Na reunião de Câmara realizada no dia 23 de janeiro de 2023, foi aprovado o relatório anual sobre a implementação da Estratégia Local de Habitação no Município de Abrantes.

Criada em 2022, a equipa do Gabinete de Estratégia Local de Habitação realizou, no decorrer do ano passado, reuniões com os presidentes de Junta de Freguesia, com o objetivo de explicar a elegibilidade das famílias para o programa de apoio à habitação, seguindo-se as sessões de esclarecimento para a população nas freguesias do concelho.

Após as sessões, a equipa do Gabinete da Estratégia Local de Habitação realizou cerca de 163 atendimentos presenciais e 153 atendimentos telefónicos a munícipes no esclarecimento do programa de apoio, assim como na recolha de informação da habitação e respetivo agregado. No total, foram realizados 316 atendimentos.

Foram efetuadas 68 visitas a habitações com o objetivo de avaliar as condições de habitabilidade, salubridade, segurança e/ ou sobrelotação, para eventuais

obras de reabilitação, sendo que, após as referidas visitas, serão realizados relatórios onde são identificadas as principais correções de patologias para conferir à habitação condições dignas de habitabilidade. Nos referidos relatórios também é dada a indicação da necessidade de melhoria de, pelo menos 10%, nas condições de aquecimento ou de arrefecimento da edificação, dar cumprimento ao requisito energético mínimo do programa de apoio à habitação, de acordo com as indicações indicadas no investimento RE-CO2-i01, do PRR. Neste âmbito, foram realizados 53 relatórios. A equipa realizou ainda visitas às habitações municipais localizadas em Abrantes, Rossio ao Sul do Tejo, Bemposta e São Miguel do Rio Torto para verificar as condições de habitabilidade para serem integradas nas candidaturas ao programa 1º Direito, com financiamento do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência e pelos Fundos Europeus Next Generation EU.

De acordo com a Estratégia Local de Habitação de Abrantes, uma das medidas é a aquisição de habi-

tações para habitação municipal e, para o efeito, a autarquia consultou imobiliárias para a aquisição de imóveis.

Ao longo de 2022, foram ainda desenvolvidos projetos de arquitetura e especialidades, para cinco habitações municipais, sendo uma delas localizada na Rua D. João IV, três no Bairro Municipal, em Abrantes e uma na Rua de Valongo, em S. Miguel do Rio Torto. Das habitações indicadas, foram efetuadas três candidaturas, junto do IHRU, correspondentes a quatro destas habitações.

De salientar que, ainda em dezembro de 2022, foi concretizado o auto de consignação dos trabalhos da empreitada de Reabilitação da Habitação, na Rua D João IV, cujo início de obra foi efetuado a 6 de janeiro, do presente ano.

A Estratégia Local de Habitação no concelho de Abrantes, “onde a reabilitação é a palavra de ordem”, tem previsto um investimento de 11 milhões de euros para o apoio a particulares nas obras nas suas habitações, na reabilitação de imóveis municipais e aquisição de imóveis para renda apoiada.

28 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023 REGIÃO / Abrantes
/ A Canguru Foods pretende instalar-se junto ao Tagusvalley

Abrantes

Sabe-se que por este território hoje ocupado pela nossa cidade, já passaram muitos e variados povos que foram deixando a sua marca, salientando-se entre eles os romanos e muçulmanos que por aqui estiveram mais tempo.

Curiosamente e nos conhecimentos que temos até agora, só após a Reconquista Cristã, no ano de 1153, surge pela primeira vez o topónimo, com uma gra a imprecisa (Alantes? Ablantes?), num documento referente a uma venda feita em 1153, ao prior do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Antes disso nada aparece de credível. Na escassa documentação mourisca, não consta qualquer referência ao nome que esta localidade então teria; quanto ao período romano o problema é mais complicado.

Após o Renascimento, a cultura greco-romana começou a estar em voga e a ser estudada com mais profundidade. Assim a partir de alguns estudos, por volta do século XVI surge a identi cação de Abrantes com Tubucci, povoação romana referida no Itinerário de Antonino Pio. Só que a documentação encontrada e analisada não foi considerada credível e os vestígios arqueológicos existentes até agora não são compatíveis com a localização aqui de uma povoação como Tubucci. O próprio Prof. Jorge Alarcão, conceituado estudioso do período romano, refere num dos seus últimos trabalhos: A identi cação de Abrantes com aquela povoação romana, não pode ser sustentada, apesar da tradição literária nesse sentido. A discussão relativa à localização de Tubucci continua em aberto, não se chegando até hoje a qualquer conclusão válida.

É só após a Reconquista, que nos documentos agora já mais abundantes começa a aparecer, com gra as diversas, o topónimo que depois se xou em Abrantes. Assim sob a forma Ablantes surge entre outros:

- Em 1173 (2 vezes), na doação do seu Castelo à Ordem de Santiago.

- Em 1179 (9 vezes), no foral que lhe foi concedido por D. Afonso Henriques.

- Em 1194, na doação das terras de

Guidintesta (Belver) à Ordem do Hospital.

- Em 1211, na cópia de uma contenda entre D. Afonso II e suas irmãs.

Sob a forma Aulantes surge em 1179 no testamento de D. Afonso Henriques.

Como Aurantes aparece numa escritura do ano de 1217.

Como Avurantes, em 1226, na doação de Lardosa à Ordem do Templo. Finalmente como Abrantes consta, em 1211, na doação da vila de Avis feita por D. Afonso II aos frades da mesma Ordem.

Como se pode ver por esta amostragem, de início a forma Ablantes é a que aparece mais vezes e num número maior de documentos.

Se as gra as são várias, as tentativas de explicação do topónimo são muitas mais, mas nenhuma delas reuniu até agora consenso por parte dos especialistas. A mais aceite, embora ainda com muitas reservas, seria a de que o topónimo derivaria de aurum (ouro), metal então abundante nas areias do Tejo. Daí viria o nome Aurantes que depois evoluiria para Abrantes. Mas aquela gra a não é como se viu a mais antiga nem a mais comum.

Não havendo para o topónimo qualquer explicação óbvia, a imaginação sempre fértil do povo tentou explicar, através de uma lenda a origem do mesmo, como aconteceu de resto com muitas outras localidades do país. A lenda é conhecida mas convém sempre lembrar que é apenas uma lenda, sem qualquer fundamento histórico. A primeira versão surge nos escritos do bispo Frei João da Piedade, falecido em 1628 e que na sua juventude teria passado por Abrantes, onde a ouviu da boca dos seus habitantes.

A lenda reza assim, de forma bastante resumida:

Quando Abrantes foi conquistada aos Mouros, por volta de 1148, era alcaide do Castelo o velho mouro Abraham Zaid (há até quem defenda que o topónimo Abrantes derivaria do nome deste lendário alcaide), que tinha uma lha legítima, a bela Zahara, e um lho ilegítimo, Samuel, que tivera de uma moura cativa em Soure. Como não sabiam que eram irmãos, apaixonaram-se um pelo outro, sem que o pai disso se apercebesse.

Após a tomada do Castelo, o cavaleiro Machado que tivera aí um papel importante, ao ver a bela moura apaixonou-se também por ela, o que deixou Samuel louco de ciúmes. Zahara contou ao pai o que se passava, mas este ao contrário do que ela esperava, pareceu até car aliviado, pois começara a aperceber-se do sentimento que unia os dois irmãos.

A moura, um pouco preocupada, perguntou ao pai que se o cavaleiro Machado o viesse procurar e ele não se encontrasse em casa, se devia ou não abrir a porta, ao que o pai respondeu:

- Tenho toda a con ança em ti minha lha e também na honradez do cavaleiro Machado. Abre antes a porta! Samuel, louco de ciúmes, ao ouvir estas palavras, saiu correndo a gritar: Abre antes! Abre antes! E assim teria nascido o nome desta bonita localidade ribatejana!

A lenda conclui que Zahara acabou por casar com o cavaleiro Machado, foram felizes e educaram os lhos na fé cristã.

Consultas:

- Campos, Eduardo e Candeias Silva, Joaquim, Dicionário Toponímico e Etimológico do Concelho de Abrantes, C.M.A., 1987

- Candeias Silva, Joaquim, História Cronológica do Concelho de Abrantes, C.M.A., 2016

- Morato, Manuel António e João V. da Fonseca Mota, Memória Histórica da Notável Vila de Abrantes, C.M.A., 1981

- Lendas Portuguesas, investigação recolha e texto de Fernanda Frazão, Lisboa, 1988

29 Fevereiro 2023 / JORNAL DE ABRANTES
NOMES COM HISTÓRIA /
/ Teresa Aparício
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Funcionamento da Maternidade de Abrantes até ao final de Março

do Oeste (CHO), nas Caldas da Rainha, e Hospital Distrital de Santarém (HDS) vão partilhar recursos e funcionarão em alternância aos fins-de-semana.

Os bebés não escolhem a hora para nascer e, por isso, é normal que o encerramento rotativo dos blocos de partos aos fins de semana possa causar ansiedade nas grávidas e nos seus maridos ou parceiros, num momento tão especial das suas vidas.

Nesta rúbrica, vamos desmistificar alguns receios associados a este modo provisório de funcionamento das maternidades de Lisboa e Vale do Tejo, e transmitir os leitores e as leitoras uma mensagem de serenidade, explicando de forma muito simples como estão a operar as instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) da nossa região.

Até ao final de março de 2023, por deliberação da Direção Executiva do SNS, os Serviços de Ginecologia-Obstetrícia do CHMT, em Abrantes, do Centro Hospitalar

Quando o Serviço de Urgência de Ginecologia-Obstetrícia e a Maternidade do CHMT, em Abrantes, e o Serviço de Urgência de Ginecologia-Obstetrícia e Maternidade do CHO, nas Caldas da Rainha, estão encerrados, estará o Hospital Distrital de Santarém de portas abertas a dar assistência às grávidas da região. Nesses fins de semana, as grávidas e utentes com problemas ginecológicos urgentes contam também com a assistência do Centro Hospitalar de Leiria.

No fim de semana seguinte, o Hospital Distrital de Santarém ficará em contingência, encerrado ao exterior. De acordo com este esquema de rotatividade, as Maternidades e Serviços de Urgência de Ginecologia-Obstetrícia do CHMT e CHO estarão em pleno funcionamento a dar resposta às utentes grávidas e com problemas ginecológicos emergentes.

Informamos que o Bloco de Partos e o Serviço de Urgência de Ginecologia da Unidade de Abrantes do CHMT vai estar condicionada nos fins-de-semana 10, 11 e 12 de fevereiro; 24, 25 e 26 de fevereiro; 10, 11 e 12 de março e 24, 25 e 26 de março.

Durante estes períodos, as equipas médica e de enfermagem do CHMT que se encontram em serviço na instituição, estão a garantir a assistência às grávidas e puérperas que já se encontram admitidas no hospital. Estão, também, capacitadas para acorrer a possíveis situações excecionais de risco de vida iminente da grávida ou do recém-nascido que possam surgir.

Se está grávida ou se tem um problema urgente do foro ginecológico, contacte o SNS 24 antes de se deslocar a qualquer unidade de saúde. Independentemente de ser ou não fim de semana, deve sempre contactar previamente o SNS 24 (808 24 24 24).

Em situações de emergência, o contacto deverá ser realizado diretamente para o 112. É através destas linhas dedicadas que poderão dar-lhe todo o apoio especializado e encaminhamento para a unidade mais apropriada, acionando, se necessário, o transporte em viatura médica até à unidade hospitalar mais próxima.

PREVENÇÃO E REDUÇÃO DOS RISCOS – uma forma de combate!

Os estudos sugerem que o consumo do tabaco, o consumo do álcool, o excesso de peso e a obesidade, o sedentarismo, a dieta inadequada e a elevada exposição a radiação ultravioleta são os principais fatores de risco modi cáveis, que contribuem para o desenvolvimento do cancro. Sabemos que mais de 40% dos casos dos cancros, podem ser evitados e muitos outros curados, se detetados precocemente. Se nas escolhas individuais, optar por estilos de vida saudáveis, redução dos fatores de risco e participação em programas de vigilância e rastreio, está a contribuir para a carga global desta doença. Em Portugal, temos ao nosso dispor outra medida preventiva gratuita, a vacinação. A vacinação contra a hepatite B é uma forma efetiva de prevenção do cancro do fígado. Também a vacina contra o pa -

piloma vírus humano (HPV), contribui para a prevenção de lesões pré-cancerosas (antes do aparecimento do cancro), do colo do útero entre outros.

Participar em programas de rastreio e diagnostico precoce é permitir-se a uma identi cação precoce de lesões pré-malignas e ao tratamento das mesmas,

impedindo a sua evolução para cancro, é permitir-se ao tratamento da doença, com uma taxa de cura elevada ou a uma melhoria da qualidade de vida ao longo dos anos. Estão implementados em Portugal e nos concelhos do Médio Tejo de forma gratuita, em idades chave, o rastreio do cancro da mama, do intestino (colón e reto) e do colo do útero.

Porque nos devemos envolver por esta causa?

O cancro é em Portugal e no mundo, um problema de saúde pública, com um aumento no número de casos em cada ano. Constituem a segunda causa de morte, depois das doenças cardiovasculares, para o total da população.

Em 4 fevereiro é comemorado anualmente o Dia Mundial do Cancro. Criado no ano 2000, esta é uma iniciativa da UICC (União Internacional para Con-

trolo do Cancro) com o objetivo de consciencializar a população mundial sobre esta problemática para que, num movimento conjunto e positivo, se mobilizem de forma individual ou coletiva, em medidas preventivas, mas também por um acesso equitativo a cuidados de saúde de qualidade, capazes de salvar vidas. “Por cuidados mais justos” é o tema da campanha deste ano e todos podemos ter um papel, grande ou pequeno, mas juntos teremos mais impacto. Espalhe a palavra! Dedique bastante atenção à prevenção. Acredite no poder das ações individuais, mas não desperdice as ações coletivas pelo abrangente impacto. Vamos salvar vidas!

30 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2023 SAÚDE /
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// Dia Mundial do Cancro - 4 fevereiro – “Por Cuidados Mais Justos” / Gil Enfermeira, Unidade Saúde Pública do ACES Médio Tejo

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