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Serviços Municipalizados apresentam Campanha de recolha seletiva de biorresíduos
// Os Serviços Municipalizados de Abrantes (SMA) lançaram uma campanha de Recolha Seletiva dos Biorresíduos: "Ser Smart é colocar os Biorresíduos no Contentor Castanho. Mudar é Preciso. Dê o exemplo."
A apresentação da campanha decorreu nas instalações dos SMA, no dia 27 de janeiro, onde foi apresentado o novo contentor castanho de biorresíduos que vai passar a integrar o sistema municipal de recolha de resíduos urbanos. Nesta fase inicial, este será ainda um projeto piloto a implementar na União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede, Freguesia do Pego e Freguesia do Tramagal. Os novos contentores castanhos para a recolha dos biorresíduos, cerca de 700, vão ser colocados, sempre que possível, junto dos já conhecidos contentores verdes.
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Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal e do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Abrantes, falou de “um dia extraordinário” e lembrou que “há 25 anos, não foi assim há tanto tempo, encerrámos a lixeira a céu aberto, com um descontrolo total na forma como tratávamos o lixo”.
Essa é também uma das explicações do porquê do lixo hoje em dia “ser caro”. “É que dantes também não havia nada ou muito pouco para pagar. Os camiões recolhiam o lixo, chegavam à lixeira e despejavam para o chão. Deitava-se lume àquilo e estava feito”, disse.
Manuel Jorge Valamatos explicou que “os camiões fazem hoje em dia uma recolha mais regular, vão para a zona de transferência, ou seja, o aterro em Barrada, e depois vem alguém de Avis com semi-reboques, pegar no lixo e levá-lo para a Valnor. É evidente que isto tem custos enormes mas o ambiente agradece”.
Voltando aos biorresíduos, uma das novidades também deste projeto piloto são os baldes castanhos domésticos, com capacidade para 7 litros, que serão distribuídos gratuitamente, pelas habitações das freguesias que integram o projeto nesta fase inicial (Abrantes e Alferrarede, Pego e Tramagal). O conteúdo do balde pequeno, depois de cheio, deve ser colocado no contentor castanho mais próximo de cada residência.
Ricardo Aparício, diretor-delegado dos Serviços Municipalizados de Abrantes, explicou como se vai processar toda esta operação, desde a entrega de baldes nas residências aos contentores em locais que produzem mais refeições. Começou, no
/ Campanha já arrancou em três freguesias do concelho entanto, por apresentar a equipa que vai estar afeta à recolha dos biorresíduos e que é composta pelo Manuel Esteves, Bruno Marques e José Fontinha. “Eles vão ser as pessoas que vão andar com o camião e fazer a recolha diariamente. Esta é a equipa que vai ficar dedicada a todo o processo de recolha que vamos iniciar”.
A distribuição porta-a-porta dos baldes castanhos de 7 litros, realizada pelos SMA, iniciou-se no dia 30 de janeiro, na Freguesia do Pego. Segue-se a Freguesia de Tramagal e, por fim, a Freguesia de Abrantes e Alferrarede já durante o mês de abril. A escolha destas três freguesias para o início deste projeto “não foi nossa”, está relacionada com o estudo prévio para a implementação da recolha seletiva em Portugal Continental, incidindo em especial no fluxo dos biorresíduos, realizado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e que suporta o mapeamento dos locais com potencial técnico e económico de implementação desse tipo de recolha.
Esta campanha está a ser desenvolvida pelos Serviços Municipalizados de Abrantes com o apoio do POSEUR e do Fundo Ambiental, num investimento total de cerca de 550 mil euros “que são para pagar o e retalho e os resíduos similares das unidades de transformação de alimentos".
O que pode ir para os contentores castanhos De uma forma mais detalhada, apresentamos o que deve colocar no contentor castanho: restos de pão e bolos; aparas de carne e de peixe; guardanapos e toalhas de papel usadas; cascas de fruta, legumes e ovos; borras de café e saquetas de chá; restos de comida (crus ou cozinhados); produtos alimentares fora do prazo de validade.
O que não deve ir para os contentores castanhos
Por outro lado, não deve colocar neste contentor resíduos como: ossos; caroços; óleo de cozinha; cascas de marisco e bivalves; beatas de cigarros; dejetos de animais; produtos líquidos e semilíquidos (leite e derivados, sopa, mel, compotas); embalagens de plástico, metal, vidro, papel ou cartão, têxteis, lâmpadas, louças e outros resíduos não biodegradáveis; fraldas.
• 3 freguesias nesta fase inicial
• 3 trabalhadores a trabalhar diariamente nesta recolha
• 1 viatura nova de recolha com sistema de lavagem
• 700 contentores castanhos de rua a colocar nas 3 freguesias
• 14 mil baldes de 7 litros a distribuir gratuitamente
• 100 baldes de 120 litros a distribuir gratuitamente nos restaurantes, refeitórios, IPSS
• 550 mil euros de investimento
// CAMPANHA EM NÚMEROS: camião de recolha com lavagem – é nosso intuito fazer a lavagem dos contentores castanhos assim que fizermos o despejo -, 100 baldes de 120 litros para distribuir pelos restaurantes, refeitórios, IPSS’s… locais onde se cozinha para mais gente, 14 mil baldes de distribuição gratuita, que vai ser operacionalizada pela Médio Tejo 21, a agência de Ambiente que nos vai ajudar. Não vai ser apenas uma distribuição, vamos deixar um folheto e as pessoas que vão andar porta a porta vão explicar todo o processo às pessoas”.
Como a equipa vai estar no terreno durante a semana, “nem toda a gente vai estar em casa”. Ricardo Aparício explicou que vai ser deixado um folheto, com indicações de como poderão levantar gratuitamente estes baldes.
Mas, a nal, o que são biorresíduos?
De acordo com a definição dada pelo Decreto-Lei n.º 102-D/2020, de 10 de dezembro, entende-se por Biorresíduos “os resíduos biodegradáveis de jardins e parques, os resíduos alimentares e de cozinha das habitações, dos escritórios, dos restaurantes, dos grossistas, das cantinas, das unidades de catering
Uma questão de valorização
Manuel Jorge Valamatos, explicou também que “se a separação dos restos de comida não for feita, estes vão diretamente para o aterro sanitário. Sem separação não há valorização e consequente recuperação do valor destes resíduos, tornando o sistema de tratamento mais dispendioso. Por outro lado, não será possível alcançar as metas para a reciclagem do país, acordadas com a União Europeia. Quase metade dos resíduos que produzimos correspondem a restos alimentares com nutrientes e energia que podem e devem ser aproveitados, com a sua ajuda”.
“Mudar é preciso. Dê o exemplo”, continua a ser o apelo dos SMA que, ao longo dos últimos anos, tem vindo a sensibilizar para a correta utilização dos caixotes do lixo. Com a chegada do contentor castanho, a separação dos biorresíduos é agora possível.
Os SMA lembram ainda que “esta ação em conjunto com as mais diversas campanhas de separação do lixo e respetiva reciclagem, ajuda a tornar o tratamento mais económico tanto para o consumidor como para os SMA”.