Vila de Rei e Mação já “guerreiam” há mais de um século sobre a propriedade do Castro de S. Miguel, um povoado da Idade do Ferro com ocupação romana e medieval, que se situa num cabeço da Serra Ladeira ou de São Miguel, na freguesia de Amêndoa, no concelho de Mação. Ou não será assim? Págs. 14 e 15
A QUEM PERTENCE O CASTRO DE S. MIGUEL?
EDITORIAL / FOTO OBSERVADOR /
Começa a ser difícil mantermos o espírito otimista quando fazemos o exercício de tentar descortinar o futuro deste país. Não está fácil…
Enquanto ainda se discute – e vai continuar a discutir – a localização de um novo aeroporto que sirva a região de Lisboa, assistimos a uma novela em redor da TAP. Na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP, “cada cavadela, sua minhoca”. É muito preocupante para uma democracia que ainda não tem 50 anos, perceber que tudo pode ser colocado em causa. E mais preocupante é se nos perguntarmos sobre o que é que terá sido feito antes de toda esta trama se começar a desenrolar.
Por outro lado, creio que já caiu definitivamente por terra a ideia de que a humanidade iria ficar melhor depois da pandemia. Não melhorou, pelo contrário. Já não se pode ter uma simples opinião acerca de algo. As posições extremaram-se e não há lugar para as cores. Tudo tem de ser preto ou branco.
Há os que nos querem impor novas formas de nos alimentarmos, há os que nos impõem regras para cuidarmos dos nossos animais, há quem nos imponha novos termos no nosso vocabulário. Até querem decidir o que eu posso ou não posso ler e como o devo fazer.
Há bullying entre os jovens, coisa assustadora que sempre aconteceu, mas que agora assume uma notoriedade maior devido às redes sociais. Impõem-se roupas, maneiras de vestir, enfim… modas. Como sabemos, estas passam. Agora, quererem impor-nos o que pensar, o que escrever, como agir… Está nas nossas mãos deixarmo-nos “guiar” ou seguirmos o caminho que definimos para nós como o mais correto e, acima de tudo, mais empático. Empatia precisa-se, por favor!
É que também por aqui “sofremos” com o que alguns acham que devemos fazer ou deixar de fazer. Recebemos emails de algumas associações quando o termo utilizado numa notícia não é bem aquele que gostavam de ver ou porque, simplesmente, as coisas agora apelidam-se de outra forma. Há quem considere que a linha editorial do grupo Media On tenha que mudar, só porque sim ou só porque seria mais “conveniente”.
Ora, ainda nem celebrámos 50 anos, lembram-se?! E tudo pode mudar num ápice.
Como gostam de dizer por aí que os portugueses não se importam com nada, apenas com fado, futebol e Fátima… pois bem, que venha um final de campeonato emocionante e que as peregrinações do 13 de maio batam recordes pois fado, do bom, vamos conseguindo encontrar por aí. É que não há mesmo paciência para tudo o resto.
Cuidem-se e mantenham-se críticos. Dá trabalho colocar o cérebro a funcionar, mas é saudável e muito mais promissor para que haja efetivamente um futuro.
PERFIL /
/ Naturalidade / Residência: Moita / Abrantes
/ Qual é o seu maior medo? Penso que seja o comum a muita gente, perder os que mais amo.
/ Qual é a pessoa que mais admira?
Admiro pessoas que lutam pelo que conquistam, que dão o seu melhor em tudo o que fazem. Os meus pais sempre me deram esse exemplo, e é o que tento seguir.
/ Se pudesse mudar uma característica em si, qual seria? Seria menos pessimista, tenho sempre de fazer o exercício de me convencer que vai ficar tudo bem.
/ Se morresse e voltasse, que pessoa ou coisa seria?
Seria uma espreguiçadeira. Estaria sempre em repouso e à beira-mar, parece-me uma boa vida! (risos)
/ O que mais valoriza nos seus amigos?
Companheirismo. É importante estar presente nos bons momentos, mas também nos maus. A rede de apoio
Um grupo de utentes do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA), Unidade de Mação, estiveram a visitar os estúdios da Antena Livre. Os utentes, e monitores, estão a preparar uma peça de teatro que simula uma emissão de rádio e vieram conhecer como funciona uma estação de rádio para melhor poderem fazer a sua performance. A visita aconteceu na tarde de 29 de abril. Fica o registo de uma tarde diferente para estes utentes do CRIA de Mação.
que criamos com os nossos amigos é essencial para superar problemas e saborear conquistas.
/ Qual é a caraterística que mais detesta nos outros? Arrogância. Gosto que ser tratada e de tratar os outros com respeito.
/ Em que ocasiões mente? Quando é necessário, sem causar grandes danos.
/ Quem são os seus artistas favoritos?
Adoro todo o mundo artístico criado pela e à volta da Frida Kahlo. A magia vai desde a sua história mirabolante, passa pela arte que criou e termina, sem nunca terminar verdadeiramente, no movimento que criou, e que nos chega, intacto, até hoje.
/ Quem é o seu herói da ficção? Harry Potter, sou uma verdadeira potterhead.
/ Com que figura história mais se identifica?
Não que me identifique, mas admiro muito a história e o trabalho de Andy Warhol. Deixou um legado incrível.
/ Quem são os seus heróis da vida real?
Os meus pais. Por tudo o que me ensinaram, pelo exemplo que me deram a lidar com a adversidade, por não a esconderem e, ainda assim, mostrarem que tudo é superável.
/ Qual o seu destino ideal de férias?
Para crescer culturalmente gosto de visitar novos sítios e conhecer novas culturas, cidades europeias têm sido as eleitas. Mas um destino de praia é essencial para descansar e repor baterias. Destaco o Oeste, sei que não é o nosso melhor amigo no que toca ao clima, por ser muito instável, mas tenho um carinho especial pelas praias da Foz do Arelho, Baleal e Bom Sucesso.
/ Se fosse presidente de Câmara do seu concelho, o que faria? Preocupar-me-ia essencialmente com os meus munícipes. O concelho deve viver para si mesmo, para os que vivem nele. Se nos orgulharmos do nosso território e de tudo o que construirmos nele, seja uma família, um negócio, um projeto diferente, iremos sempre querer protegê-lo e levar o ser nome o mais longe possível.
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DE ABRANTES / Maio 2023
É urgente a mudança do mundo rural
// Luís Damas foi reeleito por mais três anos para liderar a Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, mas que trabalha já noutros concelhos como Vila Nova da Barquinha, Ponte de Sor com os sapadores ou em Oleiros, como entidade gestora de uma Área Integrada de Gestão da Paisagem. A agricultura nesta região varia entre o minifúndio, a norte, as culturas de regadio ou aluvião, junto ao Tejo, e a propriedade de grande dimensão de sobro ou pecuária a sul. É uma espécie de miniatura do país. Apoiante confesso da construção de uma nova barragem no Ocreza, Luís Damas olha para a floresta como fonte de rendimento e fonte de oxigénio num mundo cada vez mais influenciado pelas alterações climáticas.
// por Jerónimo Belo JorgeJá são seis anos à frente da Associação de Agricultores. Quais foram os objetivos para a candidatura a este terceiro mandato?
Esta nova direção, que tem sido a mesma porque temos o lema “em equipa que ganha não se mexe”, tem como objetivo consolidar os projetos que começaram há dois ou três anos. O reequipamento da associação e aumentar o número de equipas de sapadores no território. O problema da água no Tejo é um problema que nos preocupa e conseguimos por o governo a olhar para este problema, com a vossa ajuda (comunicação social), conseguimos ter a atenção para este problema dos caudais irregulares. Na agricultura estamos numa reforma do quadro comunitário e é este o grande desafio para os próximos anos. Estamos na Europa, com regras próprias, mas queremos olhar para a nossa região onde ainda há algumas indefinições. Sendo a ministra da Agricultura (Maria do Céu Antunes) da nossa terra a Associação tem tentado sensibilizar a ministra para apontar a outros caminhos em relação a decisões tomadas pela tutela. Depois não queremos perder a agricultura, pois onde não há agricultura não há paisagem. Onde não há agricultura estamos a perder para os incêndios. Estes objetivos nunca chegam ao fim, mas queremos reforçar a posição do agricultor, do homem do campo, e que não olhem para nós apenas aqueles que pedem subsídios...
...ainda há muito essa ideia?
Ainda. Com a pandemia chegaram algumas mudanças. As pessoas saudáveis vão de vez em quando ao médico. Mas da agricultura precisam todos os dias. E há outras coisas que ainda não são contabilizadas, como a retenção do carbono, a qualidade da água. O oxigénio que respiramos vem da agricultura, da floresta e do mundo rural e são esses bens que queremos que a sociedade entenda. Que não olhem apenas para o que pomos na mesa.
A retenção do carbono e os pagamentos associados a essa “retenção” estão a começar agora a
ganhar forma. Por exemplo, as companhias aéreas fazem esse pagamento por forma a diminuir a pegada ecológica. Estamos a trilhar esse caminho, também em Portugal?
A retenção do carbono já existe ao nível de países, ao nível de licenças. Cá (Portugal) a Associação de Agricultores trabalhou muito com um grupo parlamentar para que seja regulamentado o carbono ao nível de todas as explorações. Por exemplo, ouvimos falar muito disso agora nestas medidas de apoio à redução do preço dos combustíveis. O dinheiro dessas taxas para a retenção do carbono é que tem de ser canalizado para que as florestas autóctones e de crescimento lento tenham essa majoração de quem polui. E que essas florestas que não são de produção como o pinheiro, eucalipto ou sobreiro recebam esse dinheiro da sociedade.
Ou seja, quem polui deve contribuir financeiramente para a
manutenção dessa “floresta natural”?
Para esses agricultores e esses parques naturais onde não há produção florestal, onde há a manutenção dos habitats, das espécies cinegéticas, da qualidade das linhas de água. Tem de haver harmonia no ambiente, mas isso tem de ser compensado por quem polui.
A transição climática não é algo abstrato. Caminhamos a passos largos para essa realidade necessária?
Não sei se têm a noção, mas esta semana saíram umas noticias que os glaciares na Europa tiveram um degelo muito rápido, os rios tiveram níveis muito baixos. Hoje tive um convite para apresentação de uma máquina florestal e apareceu, imagine-se, um kit de uma máquina finlandesa de grande dimensão para combater incêndios. Na Finlândia já estão a preparar-se para grandes incêndios. Isto era impensável à meia dúzia de anos.
Temos de olhar para o mundo rural de outra forma e se não mudarmos a rota de agressão ao planeta temos problemas grandes.
Que agricultura é que temos na área da Associação de Agricultores?
Estamos na zona em que temos o exemplo do país agrícola e florestal, menos as ilhas, claro. Temos o norte com minifúndio e floresta. Depois temos todas as margens do Tejo, o aluvião onde temos agricultura empresarial, como solos de boa qualidade e profundos. E aqui temos evoluções. Antes era a produção de hortícolas e milho. Agora, se olharmos, percebemos que estão a entrar culturas permanentes como o olival, as amendoeiras, macieiras e também temos a vinha, que nos tem dado algumas alegrias. Temos, não grandes produtores, mas produtores de qualidade. Depois temos o sul, a média e grande propriedade voltadas para a floresta de produção, montado de
sobro e pastagem. Temos aqui um espelho do país.
Quem é que é associado? Os grandes agricultores, empresariais, ou o pequeno agricultor?
Temos tudo. Tempos os grandes empresários porque hoje a agricultura baseia-se nas regras da Europa. E nestas, há uma candidatura que todos os anos têm de fazer. Trata-se do PEPAC (Plano Estratégico da Política Agrícola Comum) e que agora está a ter problemas graves por causa da mudança para um sistema informático novo. E não vamos conseguir cumprir esses prazos...
...é preciso que o Ministério da Agricultura alargue o prazo?
Sim, ou mexa no programa. Aquilo é uma plataforma onde tem todas as parcelas, titularidades, culturas. E não está a andar, o programa está lento e não estamos a conseguir carregar.
Voltamos aos associados... ... sim, temos pequenos, médios e grandes agricultores. A Associação tem cinco níveis de associados. Os grandes agricultores sabem que serviços disponibilizamos e têm formação. Mais recentemente temos tentado captar os pequenos agricultores, porque há muita área elegível e não estava no sistema. E para mantermos o mosaico como está não podemos perder agricultores. E nos últimos anos houve alterações nos apoios à pequena agricultura. Se tiver uma determinada dimensão é logo concedido um apoio para que as terras não fiquem ao abandono, porque isso depois tem consequências para o território. Depois há ainda um outro problema que são os terrenos de heranças indivisas. São terras herdadas com muitos proprietários e que não são de ninguém. O governo está a olhar para este problema.
O número de associados tem aumentado?
Sim. O ano passado entraram mais 20. No ano anterior (2021) foram 15. Infelizmente também morrem associados. Temos 250 a 300 associados. E a área de influência é mais abrangente. Nós fazemos toda a candidatura do Exército português. Porque tem Santa Margarida, mas tem Mafra, Beja e por aí fora. E somos nós, em Abrantes, que fazemos toda essa gestão. E temos outros projetos para os quais somos convidados porque temos uma grande equipa técnica. Por exemplo, fomos convidados para fazer o projeto da AIGP de Oleiros, no Caniçal, já somos entidade gestora da AIGP de Sardoal, através da Câmara de
Sardoal. Estamos a fazer Condomínios de Aldeia em Abrantes norte, Sardoal e Oleiros.
Pode haver alargamento da Associação?
Esta é uma resposta às necessidades. Há associações que nos pactos sociais têm os concelhos definidos e depois colocam o limítrofe que pode ir ao país todo. Nós não. Temos estes quatro concelhos (Abrantes, Constância, Sardoal e Mação) e depois temos uma equipa de sapadores em Vila Nova da Barquinha e outra em Longomel, freguesia do concelho de Ponte de Sor. Já temos sete equipas de sapadores: quatro em Abrantes, uma em Sardoal, uma em Vila Nova da Barquinha e uma em Ponte de Sor.
Sete equipas já implica ter uma estrutura de planeamento e até de coordenação?
Até em nível de quadros da associação temos mais de 40 profissionais. Temos uma folha salarial elevada.
Qual o orçamento anual?
Estamos a falar de cerca de 800 mil euros. Cerca de 45% deste valor advém de subsídios à exploração. Ou seja, são acordos que temos com autarquias e com o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF). Mas estes acordos implicam a execução de uma série de trabalhos, principalmente na área da gestão das faixas de combustível. E temos de fazer o trabalho. Se não fizermos a área prevista, não recebemos. É simples. Também fazemos trabalho para os associados, com os sapadores. E sentimos que há cada vez mais dificuldade em captar
pessoas para as equipas de sapadores. Há também muito trabalho que não temos capacidade para o fazer.
Mas têm sido projetados, no verão, para trabalhar no combate a incêndios para outras zonas do país, como Serra da Estrela ou Gerês?
No nosso território a mais-valia das equipas de sapadores é conhecerem bem as propriedades, porque no inverno, trabalham dentro da floresta, e isso dá-lhes um conhecimento da floresta ímpar. Depois há o trabalho de sapador, em que os operacionais trabalham apenas com recurso a ferramentas manuais, como moto-serras, abafadores ou pás, sem capacidade de ter acesso a viaturas com água como os bombeiros. E foi nesses trabalhos que fomos projetados para esses incêndios, em zonas inacessíveis a viaturas.
Já que falamos em incêndios, se Temos de reduzir os riscos dos incêndios
não mudarmos mesmo a paisagem, os mosaicos de exploração do solo, não há meios de combate para apagar os fogos de verão? Sim, isto mudou. E basta dizer que dantes havia roubo de mato, até mais ou menos 1980. As populações consumiam todos os recursos à volta das aldeias. Todos os recursos da floresta eram aproveitados. Hoje os condomínios da aldeia vão ser fundamentais. E fazer quase como se fazia antigamente. À volta de qualquer povoação havia cultivo de terras, antes da floresta. É uma maneira de aliviar a pressão que existe para que os proprietários tenham que limpar 100 metros. E o Estado vem dizer, através de apoios do Fundo Ambiental, é “vocês, para todos anos não irem limpar um terreno, arranquem as árvores e ponham vinha, ponham pastagens, ponham medronheiros...” é voltar a afastar a floresta das casas, das zonas mais urbanas, e para ser um tampão de resistência ao fogo. E tem de ser visto desta forma. Todos os anos as limpezas têm de ser feitas e isso tem custos, nalguns casos elevados. Com estas alterações muda-se a paisagem, previnem-se incêndios.
O tempo não é como era. Tempos neste final de abril temperaturas de verão. Isto afeta a agricultura?
Sim. O clima está-nos a castigar. O clima está tão alterado que é difícil fazer previsões. À data de hoje (20 abril) já não temos comida para o gado. Há culturas de sequeiro de inverno e de primavera que se perderam. A nível agrícola estamos já num ano muito mau. A primavera não teve chuva. Não há humidade para crescer e essas culturas estão a secar.
E em relação aos incêndios?
Vamos ter um ano difícil. Já ouvi o ministro da Administração Interna dizer isto muitas vezes. Mas o caminho tem de ser reduzir as ignições. Um país tão pequeno tinha mais ignições que Espanha. Portanto, é o caminho que temos de fazer. Temos de reduzir os riscos. Depois há outros fenómenos, que tem a ver com o incendiarismo que ainda é um problema. A ação humana representa 90% dos incêndios, e não falo só de fogo posto. Há descuidos humanos, o corte de matos e ervas e por aí fora. Experimentem a ir de noite gradar um terreno para perceberem a quantidade de faíscas que de lá saem.
E com o abandono da floresta ela é ocupada por espécies cinegéticas, como javalis e veados, que chegando perto das povoações podem representar prejuízo para os agricultores. Há cada vez mais javalis mais próximos das povoações?
Há espécies que estão a vir, como esquilos. S. Lourenço, estra-
da de Carvalhal vêm-se muitos. E em S. Lourenço basta olhar paras pinhas todas comidas. Depois há cervídeos. Nesta família temos o veado, o gamo e o corso. O corso é o mais pequeno, parecido com a cabra, é mais fugidio e já se está a ver. Ou seja, temos veados, gamos corsos e javalis. Temos um problema com as produções, principalmente, com o milho. E depois há a vertente da saúde pública. Há um mês uma equipa nossa numa limpeza de um terreno por baixo da escola Solano de Abreu viu um javali que não fugia. Quando verificamos era uma fêmea que tinha as crias no “ninho” portanto, não saía dali. E, naturalmente, como qualquer mãe, se sentisse ameaças não teria problemas nenhuns em atacar para defender as crias. É um problema que o Instituto para a Conservação das Natureza e das Florestas (ICNF) tem em mão e que é preciso resolver, com a regularização da densidade da população.
E a água? Estamos com problemas na agricultura. E o armazenamento?
Para as barragens, na nossa zona, o inverno foi generoso. Muitas barragens particulares encheram. Nas culturas, os solos estão secos. No rio Tejo e Zêzere temos sempre um problema. De Alvega até Constância estamos sempre dependentes de Espanha. A barragem no Ocreza é fundamental. E que não tenha outra função que não seja a regularização do Tejo. Espanha manda a água, mas de forma irregular. Esta barragem é necessária para a agricultura, mas também para a ecologia do rio. Só queremos um caudal regular, porque o que temos tido é dias em que as estações de bombagem dos agricultores estão a seco, nuns dias, e debaixo de água, noutros.
Um dos grandes problemas nas alterações climáticas é a retenção da água. Temos de investir nisso. Este é um bem que a sociedade precisa. E repare-se que os espanhóis dizem: “nós mandamos e vocês não aproveitam.”
Imagine-se o que seria o sul do país de não fosse o Alqueva. Podemos falar das culturas intensivas, mas há verde, há água e há retenção de carbono.
Temos de reduzir os riscos dos incêndios
(No Tejo) De Alvega até Constância estamos sempre dependentes de Espanha
As pessoas saudáveis vão de vez em quando ao médico. Mas da agricultura precisam todos os dias.
Temos de olhar para o mundo rural de outra forma e se não mudarmos a rota de agressão ao planeta temos problemas grandes.
(No Tejo) De Alvega até Constância estamos sempre dependentes de Espanha/ As pessoas saudáveis vão de vez em quando ao médico. Mas da agricultura precisam todos os dias.
REGIÃO / Abrantes
Abrantes vê aprovado investimento de 1 ME para requalificar escola no Tramagal
A Câmara de Abrantes anunciou no dia 21 de abril a aprovação da candidatura para a requalificação da Escola Básica e Secundária de Tramagal, cujas obras deverão arrancar no final deste ano letivo, num investimento de cerca de um milhão de euros.
“Há muito que desejávamos que este processo pudesse estar concluído em termos de aprovação de financiamento e que o Tribunal de Contas exigia para que se pudesse avançar com a obra”, disse hoje à Lusa o presidente do município de Abrantes, tendo feito notar que, “agora, com a aprovação por parte da CCDRC [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro] estão reunidas todas as condições para avançar” com a empreitada.
Manuel Jorge Valamatos disse ainda estar “a articular” com o empreiteiro para que, “logo que termine o ano letivo, se possam iniciar os trabalhos”, tendo destacado uma requalificação “necessária” e “há muito desejada pela comunidade educativa e pela comunidade em geral”.
E como há um trabalho de base, que é retirar todo o fibrocimento, essa operação só poderá ser efetuada com a escola fechada. Quer isto dizer que deverá avançar no mês de junho.
Com um investimento total de 955.590,86 euros, acrescido de IVA, a empreitada de requalificação da Escola Básica e Secundária de Tra-
magal terá apoio comunitário de 85%, correspondente a um valor de 633.842,77 euros, no âmbito do Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional (FEDER), no seguimento da candidatura aprovada, cabendo ao município de Abrantes um investimento que ascende a 300 mil euros.
Com um prazo de execução de
180 dias, a empreitada de requalificação e modernização da Escola Secundária de Tramagal prevê a requalificação de 11 salas de aula, 16 salas de atividades, três laboratórios, um auditório, uma sala de professores, a biblioteca, copa, duas cozinhas e dois refeitórios.
Em comunicado, o município refere ainda que a intervenção na escola prevê “trabalhos nos quatro blocos” do estabelecimento, estruturas que apresentam, na generalidade, “sinais de degradação física e diversas anomalias construtivas ao nível das platibandas, pavimentos, caixilharias e pinturas, bem como as coberturas com fibras de amianto, infraestruturas degradadas, desadequadas, insuficientes e inexistentes”.
A empreitada prevê ainda resposta às atuais “condições de acessibilidade insuficientes e adequadas para pessoas com mobilidade condicionada”, e que “obrigam a trabalhos de reabilitação de modo a melhorar os níveis de qualidade, conforto e segurança para os seus utilizadores”.
A empreitada foi adjudicada já em 2022 à empresa Mothause, Unipessoal, Lda, através de concurso público, encontrando-se o contrato a aguardar o visto do Tribunal de Contas.
E a explicação para a demora no visto tem a ver com a demora na decisão superior de alocar os fundos de apoio comunitário. Ou seja, sem a decisão formal de apoio financeiro por parte da CCDR Centro, neste caso, não havia visto do Tribunal de Contas, uma vez que tem de haver certeza nas verbas em causa.
A Escola Básica e Secundária Octávio Duarte Ferreira, com cerca de 220 alunos, pertencente ao Agrupamento de Escolas Nº 2 de Abrantes, tem atualmente, além do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, o ensino secundário, com oferta formativa de cursos profissionais que possibilitam o prosseguimento de estudos no ensino superior ou em cursos de especialização tecnológica.
Jerónimo Belo Jorge c/ Lusa
Médio Tejo vai ter Unidade Local de Saúde
// As regiões Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo vão ter mais sete novas Unidades Locais de Saúde, passando a totalizar 27 no país, que assegurarão respostas em saúde a mais de metade da população, anunciou na última semana de abril a Direção Executiva.
A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) adianta, em comunicado, que foram iniciados os trabalhos para “a elaboração dos planos de negócios para sete novas Unidades Locais de Saúde (ULS)”, salientando que o Centro Hospitalar Universitário de São João, em conjunto com os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do Porto Oriental e o Maia/Valongo, irão constituir a primeira ULS que integra um Centro Hospitalar Universitário.
Já na região de Lisboa e Vale do Tejo irão ser criadas as Unidade Locais de Saúde do Estuário do Tejo (Vila Franca de Xira) e do Médio Tejo.
No que diz respeito ao Médio Tejo a Antena Livre tentou perceber o ponto de situação, sendo que dos autarcas contactados há ainda a expetativa de perceber qual o desenho desta ULS. É que o Médio Tejo, território da Comunidade Intermunicipal, é diferente da área de influência do Centro Hospitalar. Por exemplo Ourém, transita para Leiria ou manter-se-á no Médio Tejo. E o acesso de Vila de Rei, ACES do Pinhal Interior, ou Gavião e Ponte de Sor, ACES Alentejo, ficam nesta ULS por via dos cuidados diferenciados ou não.
São todas estas perguntas que terão resposta nas próximas semanas, em que está a ser construído ou desenhado o plano de negócios da Unidade Saúde Local do Médio Tejo.
O Jornal de Abrantes contactou o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) que confirmou a decisão da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde. “O Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) informa ter recebido a indicação, por parte da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), de que a Instituição entra no segundo grupo de entidades a criarem Unidades Locais de Saúde (ULS).”
Nesta nota explicativa, enviada à nossa redação, a estrutura liderada por Casimiro Ramos, explicou que as ULS são “modelos organizativos que integram numa mesma organização, com órgãos de gestão e administração conjunta, os cuidados de saúde primários e os cuidados de saúde hospitalares.”
Ainda de acordo com a administração do CHMT “esta constituição de uma ULS representa um enorme desafio para a Instituição, para os
seus profissionais e para a região, perspetivando-se uma lógica de cuidados de saúde efetivamente integrados e coordenados, centrados no utente, e com naturais ganhos ao nível da eficácia, eficiência e acesso.”
Assim, nos próximos meses, perspetiva-se a realização de um conjunto de trabalhos de preparação, entre o Centro Hospitalar juntamente com o Agrupamento de Centros de Saúde e as autarquias do Médio Tejo, com vista à elaboração de todos os normativos e estudos necessários para esta reforma organizacional.
Ao que é do conhecimento, o calendário da criação da ULS decorre durante as próximas dez semanas, conforme definido pela DE-SNS, cabendo ao CA do CHMT e ao ACES dar-lhe cumprimento, em articulação e com o contributo de todos os intervenientes e parceiros.
O Jornal de Abrantes sabe que já começaram a realizar-se reuniões internas e com as autarquias da área de influência do CHMT e dos ACES, para dar conta da decisão da DE-SNS.
Sobre o futuro, o Conselho de Administração do CHMT encara a criação desta ULS como um grande
desafio. Por outro lado, encara a nova estrutura “como o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos seus profissionais da organização, que têm sabido ultrapassar todo o tipo de constrangimentos, assumindo o compromisso de trabalhar sempre em rede e em parceria, no sentido de obter ganhos em saúde para a população do Médio Tejo.”
A Direção Executiva do SNS, liderada por Fernando Araújo, recorda que estão em fase adiantada de elaboração os planos de negócios de 12 Unidades Locais de Saúde.
As restantes oito que se encontram a terminar os processos, até ao final do mês de abril, são as unidades do Alentejo Central, da Arrábida, de Almada-Seixal, da Lezíria, do Arco Ribeirinho, da Póvoa de Varzim/Vila do Conde, do Médio Ave e de Braga.
O SNS passará a dispor, assim, de 27 Unidades Locais de Saúde, que irão assegurar respostas em saúde a mais de 50% da população portuguesa, o que, segundo a DE-SNS, representa “uma dimensão profunda na construção de instrumentos de planeamento e organização do SNS, com relevantes ganhos em saúde, através da otimização e
integração de cuidados, da proximidade assistencial, da autonomia de gestão, do reforço dos cuidados de saúde primários, sempre com o foco nos utentes”, sublinhando que “a articulação com as autarquias e o papel do poder local vai ser reforçado com esta estratégia”.
A direção executiva considera ainda ser “fundamental” para “promover a integração, com maior proximidade das instituições, numa mesma área geográfica, melhorando a participação dos cidadãos, das comunidades, dos profissionais e das autarquias na definição, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, maximizando o acesso e a eficiência do SNS”.
O plano de negócios irá incluir a análise dos impactos clínicos e financeiros desta forma de organização, assegurando os ganhos em saúde gerados pela integração de cuidados, pela proximidade das decisões, pelo incremento da autonomia das novas instituições, promovendo os cuidados de saúde primários como a base do sistema, fornecendo os meios e os recursos necessários para a sua missão, acrescenta.
Santarém mantém-se na “corrida” para novo aeroporto
// A comissão técnica que está a estudar a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa anunciou em 27 de abril nove opções possíveis para o novo aeroporto, que incluem as cinco definidas pelo Governo. Os promotores do Magellan 500, projeto que prevê um aeroporto internacional em Santarém, congratularam-se com a decisão da Comissão Técnica Independente (CTI) em escolher esta localização para análise final.
A lista de opções que passam às fases seguintes foi anunciada pela coordenadora-geral da Comissão Técnica Independente, Rosário Partidário, numa apresentação sobre os resultados das atividades desenvolvidas na primeira fase da Avaliação Ambiental Estratégica sobre o aumento da capacidade aeroportuária para a região de Lisboa.
Rosário Partidário explicou que às cinco opções avançadas pelo Governo - Portela+Montijo; Montijo+Portela; Alcochete; Portela +Santarém; Santarém - foram adicionadas as opções: Portela+Alcochete; Pegões; Portela+Pegões; e Rio Frio+Poceirão, totalizando sete localizações e nove opções estratégicas.
Em comunicado, “os promotores do Magellan 500 congratulam-se com a decisão da Comissão Técnica Independente de acolher para análise final o projeto de construção de um aeroporto internacional na região de Santarém, no âmbito do aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa”.
Segundo os promotores, o projeto Magellan 500, “desenvolvido por promotores privados, entre os quais o Grupo Barraqueiro e o grupo de fundadores liderado por Carlos Brazão, foi desenhado com a colaboração de parceiros nacionais e internacionais de referência, ao longo de três anos, e assenta num conceito de sustentabilidade ambiental e flexibilidade no topo das suas prioridades”.
Destacaram ainda que, “uma vez que se trata de um projeto de iniciativa privada”, o facto de o Magellan 500 ser “concebido como um projeto favorável para o contribuinte”.
Este projeto “prevê a construção de um aeroporto de raiz, a norte de Santarém, concebido por fases e escalável, aproveitando as acessibilidades rodoferroviárias já existentes (A1 e Linha do Norte), a apenas 30 minutos da capital”, garantindo que
“promove a coesão territorial”, servindo “uma população a rondar os seis milhões, e permite reforçar o atual ‘hub’ aeronáutico de Lisboa”.
A avaliação final das opções estratégicas da Comissão Técnica Independente, a terceira fase, vai agora iniciar-se em maio, anunciou Rosário.
Recordar que o projeto Magellan 500 mereceu o apoio da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. A presidente Anabela Freitas disse que “há aqui algo que une os 11 presidentes de câmara da comunidade intermunicipal do Médio Tejo: trata-se de um investimento privado”, apontou, questionando “porquê aplicar dinheiros públicos quando há um investimento privado”.
Autarcas de Abrantes apoiam aeroporto em Santarém
Também o executivo municipal de Abrantes declarou, na reunião de dia 18 de abril, o apoio unânime das três forças políticas que compõem o
executivo à construção do aeroporto Magellan 500 na zona de S. Vicente do Paul.
A apresentação pública do projeto aconteceu no dia 11 de abril, sendo que os Municípios de Torres Novas, Golegã, Alcanena e Santarém assinaram acordo para gestão do território por forma a garantir condições de aprovação da infraestrutura, já que vai mexer com o Plano Diretor Municipal de cada um dos municípios.
O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, esteve presente na apresentação do Magellan 500 e na reunião do executivo municipal deixou de lado as questões técnicas para vincar a importância para toda esta região. Começando pela sua localização, próximo das autoestradas 1, 15 e 23 e com a ferrovia ao lado, que garantem a proximidade de Lisboa, mas de toda uma área do interior do país que ganharia muito, no que diz respeito ao desenvolvimento.
O autarca notou que há um investimento que é privado em jogo, mas
que pode ser de vital importância para mudar o rumo do despovoamento desta zona do interior do país.
“As questões da acessibilidade são, aqui, uma questão central. Não parece que nenhuma das outras alternativas não obrigue a grande investimento público nas acessibilidades”, frisou o autarca de Abrantes, referindo que qualquer solução a sul do Tejo obriga sempre a uma nova travessia sobre o Tejo.
Depois indicou uma outra razão para a defesa desta solução, que é mais política e que tem a ver com a coesão territorial. “Ficou bem evidenciado, pelos estudos apresentados, que o despovoamento é uma realidade. A coesão territorial com uma nova dinâmica social e económica para esta região, também é importante. Por último, parece-nos que há aqui um investimento privado e tira de cima dos cidadãos custos enormes de qualquer outra solução em estudo.”
Manuel Jorge Valamatos afirmou estar muito otimista em relação ao projeto apresentado.
Diogo Valentim, vereador eleito pelo PSD e que substituiu Vítor Moura nesta sessão, deixou a posição do PSD de Abrantes de apoio e reconhecimento deste projeto. Na altura destacou o impacto que este projeto pode vir a ter em termos económicos, sociais e urbanísticos para o concelho de Abrantes.
Depois reforçou a ideia de que este é um investimento privado, que pode não sobrecarregar a despesa pública, e deixou o apelo para que a população se possa envolver no apoio a esta decisão.
“A Câmara também tem um papel de tentar promover, junto da comunidade, algumas sessões de esclarecimento, porque estamos a falar de um projeto de que irá transformar o nosso território”, afirmou Diogo Valentim.
Diogo Valentim questionou ainda o presidente da Câmara de Abrantes se já começou a preparar algum estudo económico, social ou urbanístico. “É uma obrigação do executivo pensar mais à frente e preparar o futuro tendo em conta a importância deste projeto.”
Também o vereador eleito pelo movimento ALTERNATIVAcom, Vasco Damas, manifestou o seu apoio a este projeto. Disse o vereador que “em coerência com tudo o que já dissemos anteriormente, e como temos dito, nestas matérias estaremos sempre juntos.” O vereador vincou acreditar que são estes “projetos que nos colocam no caminho do desenvolvimento.”
Previsto está que este projeto permita a criação de 820 empregos diretos na nova infraestrutura aeroportuária, que poderá gerar um milhão de passageiros.
Quanto ao investimento, será inicialmente entre 1.000 e 1.200 milhões de euros, financiado por privados.
Redação c/ Lusa
Ampliação do cemitério à espera de parecer da DGPC
Há um processo em Constância que anda há mais de duas décadas para ser resolvido e que, pode agora, ter a resolução definitiva. Trata-se da zona especial de proteção da Igreja Matriz da Vila.
Isto tudo porque a Igreja de Constância é património e como tal tem um perímetro em que não é possível haver edificações, como proteção ao imóvel. Só que houve a construção de um muro na Escola Primária assim como a ampliação do cemitério, em 1990, que “entraram” nesta zona onde não é permitido fazer construções.
Agora a Câmara Municipal definiu uma zona não edificante, retificando as construções que já estão feitas, para que a autarquia possa avançar com obras naquela zona.
Sérgio Oliveira, presidente da Câmara de Constância, explicou que desde final do ano passado que o processo está concluído. O autarca indicou ainda que foi pedido pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) que o processo fosse enviado, ainda de forma informal, para perceber se estaria bem instruído. E o
certo é que já estamos no final de abril e não houve resposta da DGPC ou nenhuma outra indicação para indicar eventuais correções. “O processo foi enviado em finais de janeiro ou início de fevereiro, estamos em finais de abril e essa nota informal ainda nunca chegou. Depois de duas ou três insistências junto da DGPC o que disse aos serviços foi para avançarmos, para não perdermos mais tempo. O que é certo é que perdemos dois ou três meses desnecessariamente, porque até à data não nos foi dito para alterar isto ou aquilo. Portanto vamos submeter e se depois for preciso alterar alguma coisa alteraremos”, explicou o autarca.
Manuela Arsénio, vereadora eleita pela CDU, frisou que mesmo que venha a reposta informal enquanto se aguarda a análise do processo formal também se pode dar andamento. “O que aqui se propõe não vem provocar grandes alterações em relação do que é a zona não edificante junto à Igreja Matriz. Portanto essa área é convertida num espaço que é da paróquia e que não vem criar limitações aquilo que é a intervenção de
urbanismo na zona?”, questionou a vereadora.
Sérgio Oliveira explicou que não. Esta alteração permite criar uma zona onde será proibido operações urbanísticas que pertence à paróquia, que concordou com esta proposta. Tanto mais, acrescentou o presidente da Câmara, esta zona é um terreno que fica entre a Igreja Matriz e a Igreja de Santa Ana.
Ao Jornal de Abrantes o presi-
dente da Câmara de Constância explicou que a Igreja Matriz da vila tem uma zona de proteção à sua volta criada através de uma portaria datada da década de 50 do século passado. E como é um imóvel classificado todas as construções que haja nesse perímetro tem de ter parecer da DGPC. “O que acontece é que enviamos o projeto de alargamento do cemitério e arranjo do largo exterior para DGPC
e a Direção-Geral disse-nos que primeiro teríamos de regularizar dois processos passados. Um tem a ver com uma parte do muro da escola primária que lá existe e que entrou nessa zona não edificante e com a ampliação do cemitério feita em 1990 que nem teve parecer.”
Sérgio Oliveira disse que o que disseram foi: “Primeiro têm de fazer um pedido de regularização do que está para trás e a indicação do que querem fazer agora. E o melhor era arranjarem um espaço que compensasse a saída desta área da zona não edificante.”
Sérgio Oliveira explicou que houve acordo com a paróquia para afetar o terreno entre as duas igrejas como não edificante e que agora é esperar pelo parecer positivo da DGPC para que possa avançar, finalmente, a obra de ampliação do cemitério da vila e o arranjo do largo exterior. Só com esse parecer é possível avançar com a obra.
Quanto ao terreno que vai incluir essa zona não edificante, fica vedado a qualquer construção “incluindo um simples muro.”
Jerónimo Belo Jorge
cações para o momento em que tenha informação oficial d gabinete do ministro João Galamba.
A nova ponte sobre o Tejo poderá ser construída no concelho de Constância. Esta foi uma informação que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, referiu numa reunião da Comissão Parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação em meados de março. O ministro respondia a perguntas feitas pelos deputados João Moura (PSD) e Hugo Costa (PS). Adiantou que estava à espera de um estudo da Infraestruturas de Portugal sobre esta travessia, mas que poderia ser em Constância.
Na reunião do executivo municipal de Constância a vereadora Manuela Arsénio quis saber se há ais alguma informação sobre esta afirmação do ministro.
Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Constância, referiu que na sequência da visita de António Costa à Caima enviou um ofício ao gabinete do primeiro-ministro sobre a travessia do Tejo. Sérgio
Oliveira aguarda a resposta a esse ofício.
Apesar de tudo adiantou que sabe que o que está em cima da mesa, “o que me transmitiram informalmente, e que é o estudo que espero que a Infraestruturas de Portugal já estejam a desenvolver, era no sentido da ponte se localizar do lado sul, ali pela estação ferroviária de Santa Margarida com ligação a um dos nós da A23.”
O autarca adiantou ainda que a ligação poderia ser do nó da A23 de Constância ou do nó de Montalvo. “Era isso que estava perspetivado com a criação de uma variante à Estrada Nacional 118 que permitisse o acesso a essa ponte quer do Ecoparque do Relvão (Chamusca) quer da parte da zona industrial de Tramagal. É entendimento que, com esta solução ficariam resolvidos grande parte dos problemas desta região.”
Sérgio Oliveira reforçou que esta foi uma informação informal e portanto não é oficial. E remeteu mais expli-
Sérgio Oliveira deixou ainda a nota sobre este processo que tem tido muitas promessas de muito governos, pelo que disse não querer “embandeirar em arco para não apanhar nenhuma desilusão.”
Recorde-se que o problema da travessia sobre o Tejo tem atravessado os governos desde a década de 90. Não têm sido encontradas soluções para os problemas que existem na travessia sobre o Tejo nos concelhos de Chamusca, Constância e Abrantes.
Em 2019 o gabinete de arquitetura MODO, de Sardoal, apresentou um anteprojeto para uma travessia sobre o Tejo que apontava já, como se pode ver na fotografia, a zona do nó a A23 em Montalvo, como o local para construir a nova passagem sobre o Tejo.
Resta aguardar pelos estudos da Infraestruturas de Portugal, na palavras do Ministro, que estará a desenhar a solução necessária a este região.
Jerónimo Belo Jorge
A nova ponte sobre o Tejo pode ser em Constância
Ambulância fora de serviço vai ser transformada para transporte de animais
// Uma ambulância que chegou ao fim de vida, no que diz respeito ao seu uso para transporte de doentes vai ser reaproveitada para outras funções.
Vai servir para captura e transporte de animais, depois das modificações necessárias e das respetivas autorizações.
A história é muito simples. Na última reunião do executivo municipal de Abrantes foi aprovado por unanimidade a restituição de uma ambulância de socorro, que havia sido cedida à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes (AHBVA) em 2013, no âmbito de um protocolo celebrado na altura entre as duas entidades.
Mas na mesma deliberação consta a nova função desta viatura: ”...para que seja transformada para o socorro e transporte de animais doentes ou maltratados.”
No final da reunião do executivo municipal a vereadora Celeste Simão explicou, com mais pormenor, este processo. Do ponto de vista administrativo a viatura vai agora para o estaleiro municipal onde será alvo de transformação das suas funções para as novas. E não se pende apenas com o transporte de animais feridos. Trata-se
/ Esta ambulância vai ser remodelada para o serviço de recolha de animais feridos
de uma viatura que será depois entregue ao Canil/Gatil de Abrantes, Constância e Sardoal para poder ser utilizada no transporte
de animais. E não se trata apenas de recolha de animais feridos ou doentes porque essa responsabilidade é, em primeira instância,
das forças de segurança, ou seja, PSP e GNR.
Depois de o processo de transformação a viatura ser caracterizada para as novas funções e poderá entrar em funcionamento apenas depois do IMT (instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres) emitir a respetiva licença.
Aos jornalistas a vereadora Celeste Simão referiu que atualmente está uma carrinha afeta ao Centro de Recolha Oficial Intermunicipal de Abrantes, Constância e Sardoal (CRO) e com uma carga de trabalho muito grande pelo que não é possível acorrer a todas as solicitações. Por outro lado, muitas vezes também há necessidade de recolha de animais para esterilização, pelo que esta “ambulância” torna-se muito importante. E vem acrescentar outro tipo de serviços, por exemplo “quando nos ligam a dizer que houve animais atropelados e
que precisam de ser recolhidos.”
A vereadora quis deixar claro que nesta matéria há competências das forças de segurança (PSP e GNR), mas é preciso olhar para os três concelhos e perceber que muitas vezes tem de haver entreajuda entre os vários parceiros.
A vereadora referiu ainda que a informação que tem do CRO é que quase todos os dias há animais a ser recolhidos. “Todos os dias há sinalização de animais para recolha”, notou a autarca, realçando que a viatura que existe não chega para as ocorrências.
Com esta deliberação, a viatura que até aqui era uma ambulância pode ser recolhida para prepara as modificações. Será tempo de a equipar com instrumentos necessários à nova função e criar o novo design. E depois esperar pela autorização de circulação do IMT.
O futuro da ponte de Mouriscas-Alvega em análise
// A ponte rodo-ferroviária de Mouriscas-Alvega foi construída no âmbito da instalação da Central Termoelétrica do Pego, nomeadamente, para permitir a travessia do Tejo dos comboios que entre 1992 e 2022 fizeram o transporte de carvão do porto de Sines para a “fábrica de eletricidade”.
A ponte sobre o Tejo tem tido, nestes 30 anos, a responsabilidade de manutenção da Tejo Energia, empresa proprietária da central a carvão, sendo que a manutenção do tabuleiro rodoviário está sob alçada da Câmara de Abrantes.
Com o encerramento da central a carvão a Tejo Energia já contactou a autarquia no sentido da transferência da responsabilidade da ponte, já que o ramal ferroviário deixou de ser utilizado.
E agora? É esta a pergunta que o presidente da Câmara da Abrantes quer fazer ao secretário de Estado das Infraestruturas. Houve uma reunião agendada para meados de abril, mas foi alterada pelo governante. À hora de fecho desta edição, o atraca de Abrantes não tinha ainda data para ser recebido pelo secretário de Estado, estando, por isso, a aguardar o agendamento da mesma. Sendo certo que um Município não terá condições financeiras ou até técnicas para assumir, só por si, este encargo, o autarca vai reunir com o governo e com a tutela das Infraestruturas de Portugal para decidir o futuro.
Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, explicou que este é um processo que tem de ser iniciado, porque a empresa já fez essa solicitação. E há, por outro lado, uma questão de estratégia para o Município de Abrantes. Trata-se do ramal ferroviário que existe na linha da Beira Baixa, entre Mouriscas e a unidade industrial do Pego e que está já sem qualquer utilização. Ora, para a zona industrial do Pego esta pode ser uma mais-valia para a instalação de empresas na zona industrial do Pego que necessitem de transporte ferroviário.
O autarca diz esperar que no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ou do Portugal
2030 possa haver investimentos naquela zona industrial, principalmente na área da energia verde. São estas questões que o presidente da Câmara de Abrantes vai levar ao secretário de Estado das Infraestruturas, sendo que a propriedade e manutenção da ponte sobre o Tejo carece de decisões para acautelar o futuro.
Recorde-se que o vereador Vítor Moura, eleito pelo PSD tem insistido no aproveitamento do ramal ferroviário que pode alavancar a instalação de empresas no Parque Industrial do Pego. O social-democrata tem defendido que poucos concelhos têm uma infraestrutura como esta e que precisa de ser aproveitada.
Jerónimo Belo Jorge
A ponte rodo-ferroviária sobre o rio Tejo foi projetada pela EDP quando foi construída a Central do Pego. Inicialmente poderia ser apenas uma ponte ferroviária, para transporte do carvão para o Pego, mas entre 1985, quando se começou a falar da construção da Central a Carvão, e dezembro de 1987, quando começaram os trabalhos, foi assumido pela EDP que a ponte teria também um tabuleiro rodoviário para ligar a EN 118, entre Concavada e Alvega e o Caminho Municipal 1221, em Mouriscas. Ainda muito antes de haver uma variante a ligar o nó de Mouriscas da A23 à margem sul do Tejo.
1992 foi o ano grande da construção da ponte, com os dois tabuleiros de 501 metros de comprimento, tendo a mesma ficado concluída em junho desse ano.
Esta ponte teve como primeiro ato a passagem do primeiro comboio que transportou carvão para a Central do Pego. Foi a 12 de julho de 1992, um domingo.
Nesta altura faltavam os acessos de ligação da ponte à rede viária.
A inauguração da ponte aconteceu a 13 de março de 1993, na altura com as presenças do presidente da Câmara de Abrantes, Humberto Lopes, e do presidente do Conselho de Administra-
ção da EDP, Eng. Silva Correia. Ou seja, a ponte e o ramal ferroviário ficaram sob a égide da Central do Pego, à época da EDP que garantiu a sua construção. Já a contrapartida para o município, o tabuleiro rodoviário, ficou sob responsabilidade da Câmara Municipal de Abrantes.
De notar que, em relação ao projeto da Central do Pego, o despacho a autorizar a sua construção foi assinado pelo secretário de Estado do Ambiente e Energia, Carlos Pimenta; a primeira árvore para a sua construção foi arrancada a 9 de dezembro de 1987; e o inicio de produção de eletricidade foi a 29 de março de 1993.
/ Humberto Lopes e Silva Correia inauguram a ponte Mouriscas-Alvega, em 1993 (à esq) e passagem do primeiro comboio carregado de carvão (à dir) em 1992
A Câmara só tem responsabilidade sobre o tabuleiro rodoviário da ponte de Mouriscas
// Uma ponte com 30 anos
REGIÃO / Vila Nova da Barquinha
// A funcionar desde o dia 1 de janeiro de 2023, o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Médio Tejo, está a funcionar em Praia do Ribatejo, no concelho de Vila Nova da Barquinha. Sob o comando de David Lobato e tendo como segundo comandante sub-regional João Pitacas, o Comando Sub-Regional está instalado numa parte da Escola de Praia do Ribatejo que sofreu obras de adaptação para adequar os espaços às necessidades operacionais de uma estrutura da Proteção Civil.
No dia 6 de abril, as novas instalações receberam a visita da secretária de Estado da Proteção Civil. Patrícia Gaspar gostou do que viu e não poupou elogios quer aos operacionais, quer ao Município de Vila Nova da Barquinha, bem como à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT).
A cerimónia teve início com a presidente da CIMT, Anabela Freitas, a explicar que a instalação do Comando Sub-Regional do Médio Tejo partiu do desafio do presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, em 2019, ao disponibilizar as instalações e do desejo de ver ali estabelecido “algo relacionado com
a Proteção Civil”.
Anabela Freitas agradeceu ainda a “todos os operacionais que, desde o dia 1 de janeiro, prestaram trabalho aqui, no Comando Sub-Regional”, ainda sem as condições que o edifício hoje apresenta, pois, como reconheceu, “ainda não era com as condições ideais, mas as condições ideais nunca as teremos porque procuramos sempre mais”. Destacou assim “o trabalho, o profissionalismo e a disponibilidade” de todos os que ali trabalharam porque, “apesar das condições que tinham, a parte operacional nunca falhou”.
Agradeceu ainda ao comandan-
te David Lobato e ao 2.º comandante João Pitacas “que têm sido excecionais, não só a apoiar aquilo que tem sido o trabalho feito, mas também – e eu acho muito importante em matéria de Proteção Civil – a planear o futuro”. Seguiu-se mais um momento de agradecimento. Anabela Freitas comunicou que, “por proposta do senhor comandante Sub-Regional, foi aprovado na Comunidade Intermunicipal, um Voto de Louvor à equipa que integrou a FOCON Chile 2023”. Trata-se dos seis elementos do Médio Tejo que estiveram na Força Operacional Conjunta Nacional (FOCON) que, em fevereiro,
se deslocou ao Chile para ajudar a combater os fogos florestais que assolaram aquele país da América do Sul. A FOCON Chile contou com um contingente de 144 operacionais, entre bombeiros, militares da GNR e pessoal médico.
“Foram bombeiros nossos, que se disponibilizaram a ir para o Chile, em nome de Portugal, e a quem queremos fazer um Voto de Louvor público, agradecendo a sua disponibilidade”, referiu a presidente da CIMT.
Foram assim distinguidos Nuno Morgado, comandante dos Bombeiros Municipais de Sardoal e que comandou a equipa do Médio Tejo,
Custódio Marques de Oliveira, dos Bombeiros Voluntários de Ourém, Rui Alexandre, sapador bombeiro dos Municipais de Sardoal, Fernando Massa, sapador bombeiro dos Municipais de Alcanena, Luís da Silva, bombeiros dos Voluntários de Caxarias e Rui Ferreira, sapador bombeiro dos Municipais de Tomar.
Anabela Freitas lembrou que nos estamos a aproximar de mais uma época DECIR (Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais) e desejou a todos “que consigamos fazer o melhor, não só na prevenção, mas também no combate. Quanto mais fizermos na
Patrícia Gaspar visitou Comando Sub-Regional e garantiu que estão a ser ultimados os preparativos para um verão “com potencial de risco elevado”
REGIÃO / Vila Nova da Barquinha
prevenção, menos faremos no combate”. A presidente da Comunidade Intermunicipal deixou ainda a garantia de que a Proteção Civil pode contar com o Médio Tejo, “não só para a nossa região, mas para o nosso país e além-fronteiras se for necessário”.
Falou depois o presidente da Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Duarte Costa, que começou por informar a sua ligação pessoal a Vila Nova da Barquinha pois foi, durante muitos anos, “desde 1994”, a sua segunda casa, “ou a primeira casa pois passava mais tempo aqui do que em casa”, quando se encontrava ao serviço do Regimento de Paraquedistas e da Brigada de Reação Rápida, em Tancos.
Dada a sua proximidade, confessou que a instalação do Comando Sub-Regional do Médio Tejo em Vila Nova da Barquinha é “o resultado de um sonho” mas assegurou que se tratava de um sonho “que eu não poderia assumir com muita veleidade, até porque estou sujeito àquilo que são as minhas responsabilidades de tratar toda a gente como igual, e lembro-me que quando começámos a falar de onde é que seria o Comando do Médio Tejo, mantive-me sempre calado e voltado para a frente. Mas fiquei muito contente quando, finalmente, chegámos aqui a Vila Nova da Barquinha”.
Evidenciou a obra feita em três meses quando só havia “uma estrutura de tetos, janelas e colunas de cimento para ter, verdadeiramente, aquilo que eu considero um dos melhores Comandos Sub-Regionais que o país tem”. Reconheceu “o esforço imenso” feito pela Autarquia, pela empresa responsável pela obra, pelo comandante David Lobato: “quem te viu e quem te vê, agora até obras fazes” e pelo Corpo de Bombeiros de Vila Nova da Barquinha. “Isto só prova que juntos somos mais fortes”, declarou.
O presidente da ANEPC relevou ainda “o importantíssimo papel das autarquias neste processo de edificação de capacidades”. Assegurou que não é possível haver Proteção Civil sem as autarquias e que a ANEPC “acarinha tudo o que as câmaras têm feito em prol da Proteção Civil”. Duarte Costa considerou “fundamental o papel das autarquias” pois, como afirmou, “promove o alinhamento dos cidadãos”.
Deixou ainda uma palavra de reconhecimento pelo “papel preponderante de portugueses que representaram Portugal numa situação difícil, numa situação extrema”, referindo-se aos operacionais que integraram a FOCON Chile.
Verão 2023 “não se afigura fácil”
O brigadeiro-general lembrou
ainda que “temos à frente uma campanha que é capaz de não se afigurar fácil”. Deu o exemplo do que já está a acontecer em Espanha com os fogos florestais, uma situação “à qual não podemos deixar de tomar atenção aos indicadores que temos para as questões que têm a ver com o risco de incêndio”.
Dos últimos 10 anos, 2023 é já o “segundo ano com o número mais elevado de ignições, o segundo ano mais elevado de área ardida”. Duarte Costa afirmou que “isto não quer dizer que siga sempre esta rota, mas há uma coisa de que temos que ter a certeza: temos que estar alinhados, profundamente preparados, coordenados e responsivos para tudo aquilo que são as necessidades que têm a ver com os incêndios”.
A Proteção Civil não são só os incêndios, realçou, “mas nesta época temos que estar focados nos incêndios”. O Centro de Comando Sub-Regional representa “uma
mas sempre, tiveram uma atuação caraterizada pela abnegação e pela notável solidariedade para com o semelhante”.
“Numa comunidade e numa cultura onde a generosidade humana e a grandeza indulgente do homem, e das Instituições, nem sempre obtêm a gratidão devida quero aqui deixar público, e merecido, agradecimento a todos, com um especial carinho - e vão-me perdoar - para o “meu” corpo de Bombeiros”, afirmou.
Referindo-se ao Comando Sub-Regional, Fernando Freire referiu que “nada nasce do acaso, tudo nasce da visão e do sonho, da capacidade de antever, de interligar esse sonho com a visão estratégica e com o conseguir de meios para a sua concretização. Ontem foi o sonho, hoje e aqui nasce a obra. Uma obra de e para a região do Médio Tejo”.
No quadro de investimentos intermunicipais e municipais “estamos a preparar uma resposta integrada aos riscos naturais e antropogénicos ou causados pela atividade humana. Uma solução intermunicipal consensual. Assim como o será a aquisição meios materiais para os nossos corpos de bombeiros municipais e voluntários”, atestou o presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha.
explicou que esta mudança de sistema se deve ao facto de “estarmos a viver um período de mudança que é mais global e que é muito importante” e que visa dois objetivos: um nacional, “que é estarmos mais próximos das populações que servimos, estarmos mais próximos dos agentes de Proteção Civil que têm um papel absolutamente crítico neste sistema”, e, numa escala mais estratégica, “alinharmos com aquelas que são as políticas internacionais, europeias, no âmbito da redução do risco de catástrofe”.
A secretária de Estado da Proteção Civil teve também uma palavra de agradecimento e relevou “o esforço” das autarquias, “que é quem está próximo dos territórios, quem conhece de forma muito próxima e muito clara, as comunidades e populações que servimos”. São, nas palavras da governante, “quem nos permite estarmos hoje numa situação e num patamar muito melhor do que aquele que tínhamos há 10 ou há 20 anos”.
maior proximidade com a região, uma maior proximidade com as pessoas”. Duarte Costa disse que “estamos no caminho certo para um sistema de que todos fazemos parte, de Proteção Civil mais alinhado com aquilo que os portugueses precisam. Porque no fim da linha, voluntários ou não, quem nos alimenta, quem nos paga, são os cidadãos. Estejamos nós à altura da aposta que os cidadãos todos fazem em nós, em todos os graus e qualidades”.
“O momento é intenso. O momento é forte. Assim o sinto. Assim o comunico”. Foram estas as primeiras palavras de Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha. E foi, efetivamente. Sem conseguir esconder a emoção, o autarca lembrou a distinção que lhe foi atribuída no 16.º aniversário da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. Disse entender que a medalha recebida “e que muito me honrou”, também é “contributo dos diferentes órgãos autárquicos municipais e de freguesia, com especial destaque para dirigentes, comando e bombeiros da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha que na pandemia Covid19, nos incêndios, no socorro a naufrágios, nos acidentes rodoviários e ferroviários, no transporte de doentes, no auxilio a pessoas idosas, sempre,
Fernando Freire revelou ainda que “sonhamos com a futura Base de Apoio Logístico, e o caminho faz-se caminhando, porque não há caminho, porque este só se faz ao andar. Com generosidade e com sentido de responsabilidade, temos o dever de nos preocuparmos com o futuro”.
O autarca terminou dizendo que “a viagem do Comando Sub-Regional do Médio Tejo na nossa região começou com um passo. Está dado. Agora, juntos, vamos continuar a caminhar”.
Verão “com um potencial de risco elevado”
Foi depois a vez da secretária de Estado da Proteção Civil se dirigir aos presentes.
Patrícia Gaspar começou por falar de “um dia feliz”, para Vila Nova da Barquinha, para os 11 Municípios que compõem a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, para os 14 corpos de Bombeiros da região, para a ANEPC e “um dia muito feliz para o sistema de Proteção Civil”.
A governante relembrou que uma das maiores mudanças do sistema de Proteção Civil aconteceu este ano, com o fim dos 18 comandos distritais de operações e socorro (CDOS) e a serem substituídos por 24 comandos sub-regionais.
“Esta rede nasceu com partos muito difíceis, num processo muito árduo e que envolveu a todos”, referiu a governante. Patrícia Gaspar
Patrícia Gaspar associou-se também aos votos de louvor e ao reconhecimento feito aos elementos que estiveram no Chile a quem deu os parabéns e agradeceu a “disponibilidade”. Disse que “cada vez que Portugal envia uma Força para ajudar um país amigo (…) estamos a cumprir um objetivo fundamental como o da solidariedade internacional, porque todos nós sabemos que vai haver um momento em que qualquer país pode ver-se na iminência de não conseguir resolver com os seus próprios meios a situação que tem em mãos”. Dirigindo-se aos seis elementos que integraram a FOCON Chile, Patrícia Gaspar apelidou-os de “embaixadores da boa forma de trabalhar do nosso país”.
Mas “estamos também a cumprir um outro objetivo tão ou mais importante: o de melhorar as nossas competências, melhorar a nossa capacitação, para responder depois cá dentro”.
Patrícia Gaspar garantiu ainda que estão a ser ultimados os preparativos para enfrentar um verão que se adivinha, “para já, com um potencial de risco elevado”. A secretária de Estado salientou que “todos os indicadores que temos, quer nacionais, quer europeus, apontam para a probabilidade de um verão quente, de um verão seco e de um verão onde poderemos ter que enfrentar, novamente, importantes desafios”.
Patrícia Gaspar assumiu que “o problema” dos incêndios florestais “não está resolvido” e “se calhar, nunca vai estar resolvido. O trabalho de “preparar, capacitar, prevenir, organizar o território, limpar as nossas florestas” tem que ser feito todos os anos e “envolve a todos”.
Patrícia Seixas“Foram bombeiros nossos, que se disponibilizaram a ir para o Chile, em nome de Portugal”Anabela Freitas
REGIÃO / Vila de Rei
MUNICÍPIO PODERÁ EXECUTAR SENTENÇA PARA “REAVER” CASTRO DE
S. MIGUEL
// Vila de Rei e Mação já “guerreiam” há mais de um século sobre a propriedade do Castro de S. Miguel, um povoado da Idade do Ferro com ocupação romana e medieval, que se situa num cabeço da Serra Ladeira ou de São Miguel, na freguesia de Amêndoa, no concelho de Mação. Ou não será assim? A discussão já passou por tribunais e ambos os municípios já viram decisões judiciais serem tomadas. Mas há uma sentença, de há cerca de 130 anos, que dá razão a Vila de Rei e a Assembleia Municipal terá agora, em 2023, de decidir se a executa ou não. A pergunta que se impõe é uma só: Na atual configuração dos PDM’s, onde é que fica o Castro de S. Miguel?
Esta é uma questão que já tem mais tempo que a Guerra dos 100 anos (1337 – 1453). O conflito sobre os limites do concelho de Vila de Rei com Mação vem do Século XVIII, tendo-se agudizado nos finais do Século XIX. A questão voltou a estar em cima da mesa com a revisão do PDM - Plano Diretor Municipal dos respetivos municípios. Na Assembleia Municipal de Vila de Rei, realizada a 11 de abril, Carlos Nunes, membro designado da Assembleia Municipal para o acompanhamento da Revisão do PDM, começou por fazer o enquadramento histórico desta questão que remonta ao século XVIII.
Em discussão, duas questões. “A primeira consiste em saber se o Castro de São Miguel está ou não
dentro da circunscrição territorial do concelho de Vila de Rei (total ou parcialmente). A segunda, maior e mais complexa do que esta, é a de fazer cumprir, ou não, os limites originais do concelho de Vila de Rei, situação essa que redundaria na inclusão do Castro em Vila de Rei mas, também, uma parcela significativa da Amêndoa, enquanto freguesia bem como localidade”.
Segundo o deputado municipal, a “questão” com os limites do concelho de Vila de Rei “tem quase a mesma data de Olivença, aliás, é mais velha do que Olivença”. No início do século XVIII, um “levantamento popular, instigado pelo pároco de Amêndoa, retirou cerca de 15 marcos referentes à divisão administrativa, sendo o mais rele-
vante aquele que se encontrava no muro da Igreja da Amêndoa”.
Com a perda desses marcos, o concelho de Vila de Rei “viu-se diminuído de forma significativa, tendo recorrido aos Tribunais, chegando então a questão ao então Supremo Tribunal Administrativo”.
Mas como são fixados os limites territoriais? Carlos Nunes, advogado e professor universitário, explicou que “os limites são fixados por lei. E esta, no fundo, é a posição de Mação”. É que, em 1967 e 1984, “como foram aceites os limites, por lei, relativamente às fronteiras entre Mação e Vila de Rei, a questão teria ficado resolvida. Não obstante, o que é que se verifica?
A Câmara de Vila de Rei tem um documento certificado da Torre do
Tombo com o Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo” porque um dos governantes vilarregenses da altura, “colocou o Governo e o Município de Mação em Tribunal. E Vila de Rei ganhou”.
Segundo Carlos Nunes, “ficou provado que os tais marcos tinham sido retirados, ficou provado quem tinham sido os autores e ficou condenado o Governo do Rei a restabelecer os limites tal como estavam”.
O Acórdão deu então razão ao Município de Vila de Rei, determinando a reposição dos marcos que delimitam a circunscrição entre os dois concelhos. Na sequência desse Acórdão, e para que tivesse força executiva, “o Rei D. Carlos homologou o mesmo, tornando-o vinculativo para as partes envol -
vidas e para o Governo do Reino”. No entanto, nada foi feito.
A posição de Vila de Rei relativamente a esta matéria, que já “foi discutida várias vezes, tanto com o Ministério Público como com o Município de Mação, foi a de que a melhor opção seria fazer um acordo. Ou seja, recorrer aos art. 205.º da Constituição”. O referido artigo refere que “1. As decisões dos tribunais que não sejam de mero expediente são fundamentadas na forma prevista na lei; 2. As decisões dos tribunais são obrigatórias para todas as entidades públicas e privadas e prevalecem sobre as de quaisquer outras autoridades;
3. A lei regula os termos da execução das decisões dos tribunais relativamente a qualquer autoridade e
REGIÃO / Vila de Rei
determina as sanções a aplicar aos responsáveis pela sua inexecução”.
Assim sendo, “o Município de Vila de Rei, a Junta de Freguesia de Vila de Rei, O Município de Mação e a Junta de Freguesia de Amêndoa fariam uma proposta à Assembleia da República - neste caso, primeiro ao ministro e depois, através dele, à Assembleia da República - com vista a fazer uma nova delimitação que terminasse com esta incerteza”.
O facto da decisão do Tribunal ser “do tempo dos reis”, não levanta qualquer problema “por causa de uma coisa que se chama Princípio da Continuidade Constitucional”. No entanto, tudo isto “tem ficado em águas de bacalhau”.
Porque, desde 1998, “por razões políticas, à data, ficaram por resolver uma série de questões procedimentais, nomeadamente junto do Ministério Público de Coimbra, sobre quem teria ou não legitimidade”. E a posição do Município de Vila de Rei “tem, de algum modo, sido pautada por prudência e por uma boa vizinhança, ficando o foco na questão do Castro, à míngua de pontos de interesse para nos visitarem e aqui ficarem, não querendo abranger a questão mais antiga dos marcos”.
O que fazer? Dividir a freguesia de Amêndoa?
No PDM atual de Vila de Rei, de 1995, “o Castro é dividido ao meio”, o que “está em conflito direto com o PDM de Mação (...) onde o Castro de S. Miguel fica inteiramente” no seu território.
“Se nós recolocarmos os marcos”, avança Carlos Nunes, “metade da povoação da Amêndoa passa para o lado de Vila de Rei”. Isto porque “o pilar principal da divisão de circunscrição está enfiado dentro das obras da Igreja. Ainda está lá. O muro da Igreja foi feito por cima do pilar”.
Questiona então Carlos Nunes, afirmando que a “a política foi feita para isto”, se “há forma de chegar a um acordo com o Município de Mação?”
É que, se a decisão for executada em Tribunal, não vai ser executado apenas para o Castro. “Sendo executada a sentença, que tem toda a possibilidade de ser executada visto estar transitada em julgado há mais de 100 anos, não é uma questão do Castro de S. Miguel. É uma questão de reconfiguração quase total da freguesia de Amêndoa e um aumento substancial do território do concelho de Vila de Rei”.
Cabe agora à Assembleia Municipal de Vila de Rei decidir que posição tomar pois, “se for aprovado o PDM de Mação, tal como está, (...) o Castro de S. Miguel vai embora definitivamente”. Por outro lado, “por causa do Castro de S. Miguel
vamos fazer a execução que vai ter uma consequência muito mais gravosa”?, questionou Carlos Nunes. No documento mostrado aos deputados municipais, pôde ainda ler-se que “não foi possível, debalde várias reuniões havidas, conseguir um consenso, que seria mais útil e que passaria pela partilha do Castro, com eventuais projetos comuns e, por isso, de valor reforçado”.
As posições dos deputados municipais Foi depois a vez da Assembleia Municipal se manifestar mas, antes, o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Aires, admitiu que “este tema é muito caro a todos nós” mas lembrou que “já estamos na reta final do nosso PDM, tal como o PDM de Mação”. Para Ricardo Aires também só há duas soluções: “ou deixamos passar isto ou temos que decidir algo na Assembleia Municipal e na Junta de Freguesia de Vila de Rei”.
O autarca sugeriu a existência de “uma Comissão”, proposta pelos partidos representados na Assembleia Municipal, PSD e PS, “onde o Carlos Nunes tem que estar e haver uma discussão muito rápida para que em junho - e espero que já não seja tarde - possa haver uma decisão” por parte do órgão deliberativo.
Questionado por Miguel Jerónimo, deputado municipal eleito pelo PS, sobre a possibilidade de se conseguir chegar a um acordo de compromisso com Mação, Ricardo Aires disse haver “um acordo de cavalheiros” entre os dois presidentes de Câmara “sobre uma candidatura que houve para o Castro de S. Miguel, em que os dois municípios ficariam titulares do Castro. Mas essa candidatura caiu”. O autarca reforçou que esta questão surge novamente devido à revisão dos PDM mas insistiu que “existe um acordo verbal entre o presidente da Câmara de Vila de Rei e o presidente da Câmara de Mação para o Castro ser dos dois”.
Miguel Jerónimo, que já foi vereador do Executivo vilarregense, disse depois que a sua posição era a mesma que tinha assumido há oito anos, “até em desacordo com aquilo que foi a decisão dos restantes membros do partido Socialista”.
O membro da Assembleia Municipal referiu haver “dois cenários” nesta situação: “uma coisa é haver uma solução de compromisso, ou seja, haver uma partilha do Castro de S. Miguel. Acho que isso é plausível e seria o melhor, para bem de todos. Agora, num cenário em que não há solução de compromisso, ou nós executamos a ação que transitou em julgado, ou não. Mas aqui coloco uma questão: nós somos representantes do povo e eleitos pelo povo. Logo, temos que ter em conta
// Mas o que é o Castro de S. Miguel?
Segundo a informação disponibilizada na página da internet da Direção-Geral do Património Cultural, trata-se de um “recinto fortificado, de traçado quadrangular irregular, cujo perímetro muralhado se apresenta quase contínuo no que se refere ao arranque dos muros, em alvenaria e granito sem argamassa, sendo de destacar o troço Sudoeste com cerca de 1,80m de espessura e cerca de 80m de comprimento. Integra, no lado Noroeste, compartimento de planta rectangular, ligado ao troço Noroeste da muralha, com cerca de 1,50m de espessura, correspondendo talvez a possível cidadela. Apresenta construções domésticas de planta quadrada
e rectangular, estes dotados de dois ou três compartimentos, em alvenaria com argamassa, concentrando-se preferencialmente no lado Sul, correspondendo a cerca de 50 casas, 10 das quais escavadas, registando-se 7 unidades intramuros e três extramuros.
Foi identificada uma viela íngreme e de largura irregular, oscilando entre os 0,90m e os 0,6 m”.
Lê-se ainda que “parte da estrutura confina com o concelho de Vila de Rei, em Castelo Branco” e que “a área tem como centro o alto do monte onde se encontrava o marco geodésico e estende-se a 80m para Norte, Nascente e Poente e 100m para Sul, abrangendo já o concelho de Vila de Rei”.
a sentença” pois, como concluiu, “podemos ser pequeninos mas não temos que ser parvos”.
Ricardo Aires interveio e esclareceu que, “para não dividir a aldeia”, a área que Vila de Rei reivindica “era até ao cemitério”.
Uma questão pertinente foi depois levantada pelo deputado municipal socialista. Miguel Jerónimo lembrou que soluções radicais “não fazem sentido e não têm lugar no séc. XXI” pois hoje “estamos a pagar à pele” por questões territoriais que estão na origem de muitos conflitos geo-políticos no mundo e estamos a pagar com uma guerra na Europa”.
“Há dois concelhos, obviamente, mas também somos todos portugueses e não vejo qual é a vantagem - até porque não temos garantia de sucesso - de avançar com uma solução radical de algo que foi decidido, do ponto de vista legislativo, há 130 anos atrás. Não acho que isso faça hoje sentido nenhum. (...) Às vezes na vida temos que perder e aceitar a derrota. É o que é. Porque, por vezes, a derrota é o que cria menos danos na sociedade”, concluiu.
Carlos Nunes aproveitou depois para esclarecer que Vila de Rei, se vencer em tribunal, terá opção de exercer ou não a decisão tomada.
aquilo que é o povo. Executar essa decisão hoje, passados mais de 100 anos, quase 130 anos, implica dividir uma povoação ao meio. Alguém foi perguntar às pessoas que vivem nessa povoação se elas querem mudar de concelho? Elas são as mais interessadas nisto. Os primeiros a ser ouvidos devem ser os populares e fregueses da Amêndoa. Saber o que acham, independentemente do ponto de vista legal”.
Já Hélder Antunes, deputado municipal eleito pelo PSD, não “discursou totalmente” da exposição de Miguel Jerónimo, “até porque nunca foi intenção do Município de Vila de Rei dividir a população da Amêndoa ao meio”. A questão, disse, “cinge-se ao Castro de S. Miguel”.
Para o social-democrata, “o mais benéfico para todos” e como solução final, “com a aceitação de ambos os município”, seria “nós ficamos com o bocado de território e com o Castro de S. Miguel e eles ficam com a população”.
Quanto a questionar a população de Amêndoa sobre a qual dos concelhos deseja pertencer, Hélder Antunes assumiu que “não temos competência legal para convocar um referendo numa fregue-
sia que não pertence ao nosso concelho”. No entanto, lembrou que a população de Amêndoa, ao longo dos anos, “sempre beneficiou mais dos serviços em Vila de Rei do que propriamente em Mação”, dando como exemplo a frequência nas escolas.
Contudo, o deputado municipal colocou a questão: “devemos deixar de lutar pelo que é nosso, ainda que seja só um bocado pequeno?” Na resposta, lembrou que são representantes da população que os elegeu e que a sua missão é “lutar por algo que é nosso”. Devido à complexidade de equilíbrio da decisão, “porque há sempre várias posições e vários pontos de vista”, Hélder Antunes sugere que se tente “o acordo com o Município de Mação” para que Vila de Rei possa reivindicar a área que diz pertencer-lhe “não dividindo a população”. Propôs então que se “fizesse um ultimato” a Mação. “Ou chegamos a um acordo sobre o Castro de S. Miguel ou executamos a sentença, com todas as consequências que daí advêm”, disse.
Hélder Antunes assegurou depois que, na sua opinião, “em último caso”, seria de “executar
Paulo Brito, presidente da Assembleia Municipal deixou as opções que saíram da reunião, deixando a informação que o tema será trazido na próxima Assembleia para ser votado. Em cima da mesa estão então as opções de “executar e de não executar e calarmo-nos para sempre”. Ficou ainda o pedido para que o presidente da Câmara de Vila de Rei consiga, neste espaço curto de tempo, “de encetar um diálogo com o presidente da Câmara de Mação para criar uma situação de compromisso”.
A Assembleia Municipal de Vila de Rei tomará uma decisão na sessão do mês de junho.
O que diz a Câmara de Mação?
Acerca desta discussão, o Jornal de Abrantes contactou o presidente da Câmara Municipal de Mação, que confirmou que o Município está a rever o PDM.
Contudo, Vasco Estrela disse que “não tem conhecimento” do que foi discutido em Vila de Rei e que, à data, não teve ainda nenhum contacto do presidente Ricardo Aires.
O presidente da Câmara de Mação disse-se “concentrado no trabalho que tenho que desenvolver em prol do desenvolvimento do concelho e da população de Mação”, não querendo acrescentar mais nada sobre o tema Castro de S. Miguel.
Patrícia SeixasESPECIAL CHAMUSCA / Semana da Ascensão’23
“Visitar a Chamusca é sentir o Coração do Ribatejo”
// A maior feira do concelho da Chamusca está a chegar. A Semana da Ascensão’23 decorre este ano de 13 a 21 de maio e reúne como sempre grandes concertos e espetáculos que prometem animar as nove noites da maior semana do concelho da Chamusca. Paulo Queimado, presidente da Câmara Municipal, fala da semana maior do concelho que agrega todas as paixões culturais e gastronómicas da região.
A Semana da Ascensão celebra-se este ano de 13 a 21 de maio. Em que consiste esta feira?
A Semana da Ascensão é o evento cultural, recreativo e empresarial mais importante do nosso concelho. Envolve todas as freguesias, associações ou instituições e atinge o seu auge na quinta-feira de Ascensão, 18 de maio, feriado municipal. São nove dias de partilha, de reencontros de família, amigos e dos nossos emigrantes, que muitas vezes planeiam as suas férias para esta altura, para marcarem presença na maior semana do seu concelho. Quem nos visita por estes dias pode saborear o que melhor se faz em termos gastronómicos no nosso território, assistir a grandes espetáculos musicais, desfrutar das tradicionais mostras de produtos regionais, artesanato, tasquinhas, fado, festa brava, desporto, cultura e especialmente tradição. A Ascensão é também sinónimo de muitas atividades desportivas e de lazer, realizadas um pouco por todo o concelho. A nossa semana maior tem como objetivo a promoção do nosso território a nível social, cultural e empresarial, na qual procuramos mostrar o melhor que temos e o melhor que fazemos no nosso território. É o ponto alto de afirmação da identidade do nosso concelho e das nossas gentes. Nesta semana somos ainda mais o Coração do Ribatejo.
O que é que os visitantes podem esperar da edição deste ano?
Com entrada livre e gratuita a semana maior do concelho da Chamusca agrega todas as paixões culturais e gastronómicas da região e reúne anualmente milhares de visitantes. Em 2022, a vila da Chamusca recebeu, ao longo da Semana da Ascensão, mais de 100 mil visitantes. A expectativa é que, este ano, seja possível manter ou até mesmo superar o número de visitantes do ano passado. Para além de cultura e tradição, a maior semana do nosso concelho da Chamusca representa a promoção do tecido empresarial da região e uma das mostras empresariais mais importantes do território, assim como a promoção do empreendedorismo, como motor sustentável,
através da divulgação de atividades e oportunidades de negócio, aproveitando toda a potencialidade da nossa região, para a atração de investimento e dinamização do nosso tecido empresarial. A maior semana do nosso concelho promete muita diversão com espetáculos de música e de teatro, folclore ou provas desportivas. No programa não vão faltar grandes concertos e espetáculos, atividades equestres e taurinas, com passeios a cavalo e claro a nossa tradicional entrada e corrida toiros na quinta-feira de Ascensão.
A entrada de toiros, na quinta-feira de Ascensão, é um dos momentos mais importantes desta festa…
A Entrada dos Toiros é uma tradição antiga na Chamusca e é o momento alto da Semana da Ascensão, no qual os toiros percorrem a artéria principal da vila desde a antiga cooperativa da Chamusca até à praça de toiros. Só quem já vivenciou este momento pode testemunhar a sensação única que é ver os toiros a correrem pela rua, conduzidos pelos campinos montados nos seus cavalos, cujos soar dos cascos a baterem no solo cau-
“Não vão faltar grandes concertos e espetáculos, tividades equestres e taurinas, com passeios a cavalo e a nossa tradicional entrada e corrida de toiros”
sam uma das melhores sensações que se pode ter. É neste dia que a vila da Chamusca recebe milhares de aficionados, que vêm em busca da emoção de ver passar os toiros e vivenciar um espetáculo verdadeiramente mágico e único, numa onda de entusiasmo e de emoção.
A entrada de toiros em quinta-feira de espiga é uma recriação de outros tempos, numa época em que a população esperava a chegada dos toiros bravos, que eram trazidos da charneca e das ganadarias do concelho para a vila, para a tradicional corrida de toiros em quinta-feira de Ascensão e para trabalharem nas lides do campo. Nessa altura eram estes animais que puxavam as charruas para lavrar as terras. O dia em que este animais chegavam era sempre um momento alto e emocionante no concelho. A Chamusca tem desde há muitos anos uma grande tradição ligada à tauromaquia, sendo que os primeiros registos que existem remontam ao séc XVII. Neste dia, festejam-se também os dons da terra, com a Tradicional Apanha da Espiga, nos campos da região. A tarde é marcada pela tradicional corrida de toiros na centenária Praça de Toiros da Chamusca. O cartel des-
te ano promete uma corrida de toiros mista com um cartaz único. Em praça vão estar os cavaleiros António Telles e João Moura JR e o matador Manuel Dias Gomes. A pegar estão os dois grupos da terra, o Grupo de Forcados Amadores da Chamusca e o Aposento da Chamusca. Durante a corrida serão lidados seis toiros da Ganadaria de Manuel Veiga. Serão ainda atribuídos o Troféu Engenheiro Jorge Duque para a melhor pega e o Troféu Dr. João Duque para a Melhor Lide a Cavalo.
Em termos turísticos e gastronómicos o que se pode encontrar no concelho da Chamusca?
Visitar a Chamusca é sentir o Coração do Ribatejo, terra de encantos e tradições que num só território, reúne Charneca, Campina e Lezíria. A diversidade de paisagens com grande valor natural, aliado a um rico património edificado e às tradições, constituem a identidade cultural da nossa região que vale a pena visitar. O clima quente e o estilo de vida tranquilo cercado pela natureza são o cartão de visita do nosso território. Por aqui pode descansar nos jardins, passear nos caminhos à beira-rio e partir à descoberta das tradições ancestrais que os chamusquenses ainda preservam.
Pode ainda descobrir os circuitos turísticos (circuito da Charneca Ribatejana, da Lezíria ao Coração da Charneca, Circuito Borda D’Água, pelas margens do rio Tejo e o Circuito Pedonal Terra Branca), que são uma agradável forma de conhecer o que de melhor a Chamusca tem para oferecer. No nosso concelho a mesa é farta e deliciosa. Ao longo do ano, o território do concelho da Chamusca é palco de diversos eventos relacionados com a gastronomia, assentes nos produtos e nas tradições locais, como por exemplo, o Festival do Cogumelo da Parreira e o Festival das Sopas Ribatejanas de Vale de Cavalos (março), o Festival “Já te dou o arroz” em Ulme (setembro) e o Festival do Frango em Vale de Cavalos (julho). Há muitos e saborosos motivos para nos visitar, seja durante os eventos, seja em qualquer altura do ano e provar a nossa gastronomia.
“Ao longo do ano, o território do concelho da Chamusca é palco de diversos eventos relacionados com a gastronomia”
Passadiços de Ortiga vão ser recuperados mas com nova configuração
// A Câmara de Mação vai retirar de Ortiga algum do material dos passadiços que ficou danificado após a subida das águas do Tejo, em dezembro do ano passado, e já efetuou uma candidatura para que a zona possa continuar acessível a quem a queira visitar.
Inaugurados em fevereiro de 2022, os passadiços de Ortiga passaram a ser atração para quem gosta de caminhar à beira rio e apreciar as paisagens. Em dezembro, devido às chuvas fortes, foram também local procurado por quem quis observar o caudal mais elevado do rio ou até para observar ao longe as descargas da Barragem de Belver.
Só que as descargas elevadas da Barragem de Belver de dia 13 de dezembro, acabaram por “levar” uma parte destes passadiços. Algumas pessoas que estavam por perto da margem assistiram ao momento em que a força das águas levantou as plataformas. Desde aí, os passadiços têm estado “fora” das atrações do concelho, não sendo anunciados pela Autarquia devido ao perigo que pode representar o material danificado.
Agora, o presidente da Câmara de Mação afirmou que está em curso um processo de contratação “para retirar do local o material danificado e fazer a avaliação, em estaleiro, das condições do mesmo”. Por outro lado, “ao mesmo tempo, fizemos uma candidatura ao Fundo de Emergência Municipal” da qual se aguarda resultado.
No entanto, “independentemente disso, é nossa intenção que os passadiços, seguramente com outra configuração e outra localização, possam ficar perto daquele local”.
Vasco Estrela reconheceu ser esse o objetivo, “fazer ali algo que possa potenciar aquele local de enorme valor”, mas “tendo em consideração aquilo que ocorreu
e a lição que a natureza nos deu”.
O autarca admitiu que o novo percurso poderá não passar tão junto das pesqueiras, “o que perde muito o interesse”, e será mais “em pé posto, ou seja, que não implique em altura”. Todas estas circunstâncias “terão de ser devidamente acauteladas”.
Decisões só “depois de confir -
mar o estado” do material que for retirado, saber o que pode ser ou não reaproveitado e o que tem de ser novo e depois, “com muita calma e ponderação, tomaremos decisões sem precipitações”.
Independentemente de haver ou não apoios, “é nossa intenção refazer aquilo que foi destruído, provavelmente de uma forma
mais modesta mas, pelo menos, sublinhando a importância daquele local”.
Facto é que as pessoas não abandonaram a zona e ainda se vê muita gente a passear por aquele espaço, sendo que as Rotas de Mação mantêm o Pr4 que passa no local. Vasco Estrela referiu ser também por esse motivo que a Câmara “tem alguma urgência em retirar o material do local”. Não foi feito antes “porque não sabíamos como iriam ser os meses de março e abril em termos de chuvas”. O tempo parece ter estabilizado “e é a altura de tentarmos lá ir fazer o que tem de ser feito, com alguma rapidez porque também está a crescer vegetação” que depois vai aumentar a dificuldade da retirada do material.
Quanto ao facto de as Rotas de Mação manterem o PR4 acessível, o presidente da Câmara explicou que o Município não está a publicitar o circuito nas Rotas do Médio Tejo “de forma propositada, para não mandarmos as pessoas ao engano, para uma estrutura que não está no local e que era o grande ícone daquele PR”. Vasco Estrela comentou que “até houve alguma incompreensão” para essa situação mas lembrou que as Rotas “andaram a sinalizar os passadiços destruídos” pelo que “as pessoas podem continuar a fazer o PR com total segurança”, visitando as pesqueiras e o miradouro.
/ Passadiços de Ortiga aquando da inauguração a 25 de fevereiro de 2022
/ Descargas da Barragem de Belver destroem passadiços a 13 de dezembro de 2022
Os passadiços de Ortiga vão então ser recuperados mas preveem-se algumas alterações para que as intempéries não voltem a danificar o material.
Patrícia SeixasIncentivos à Fixação de Médicos com boas perspetivas de sucesso
// Concurso público para preencher vagas de médicos poderá ter algum sucesso em Mação. Câmara aprovou o Projeto de Regulamento para Atribuição Excecional de Incentivos à Fixação de Médicos na Unidade de Saúde do concelho.
Terminou em 19 de abril o prazo de consulta pública para recolha de sugestões, do «Projeto de Regulamento para Atribuição Excecional de Incentivos à Fixação de Médicos na Unidade de Saúde de Mação», sem que o Município tivesse recebido qualquer “sugestão ou alteração” à proposta apresentada. No entanto, na reunião do Executivo de dia 20 de abril, foram adicionadas ainda algumas sugestões deixadas pelo vereador Nuno Barrreta, do PS, aceites pela maioria social-democrata.
O vereador alertou que “o subsídio refere-se a quem venha trabalhar para a USP - Unidade de Saúde Pública de Mação, o que é redutor e limitador. Se vier a ser criada
uma USF - Unidade de Saúde Familiar, o médico não vai receber o subsídio”. O presidente da Câmara, Vasco Estrela, sugeriu depois, para salvaguardar essa situação, que fosse criada uma norma que diga que “qualquer alteração à circunstância atual da configuração jurídica da Unidade de Mação, poderá levar à reavaliação deste incentivo”.
O vereador socialista pediu ainda que se incluísse na informação uma apresentação demográfica do concelho “para uma melhor perceção das necessidades” que levaram à atribuição dos incentivos.
No Regulamento aprovado pode ler-se que “podem candidatar-se aos incentivos previstos no presente Regulamento os médicos de me-
dicina geral e familiar que tenham disponibilidade para um horário de trabalho a tempo inteiro ou a tempo parcial e vínculo laboral de função pública estabelecido com o ACES Médio Tejo, integrada este na ARS Lisboa e Vale do Tejo, laborando na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Mação”.
O incentivo a conceder nos termos previstos no Regulamento “possui um caráter transitório, podendo o seu valor ser alterado ou cessado, se o candidato deixar de reunir as condições previstas no artigo anterior” e “é atribuído ao médico de medicina geral e familiar pelo prazo máximo de três anos, podendo ser renovado por igual período”.
Quanto ao valor em causa, “o
incentivo a conceder, mensalmente, por médico de medicina geral e familiar, será, no máximo, de 2.500 euros”. Adianta ainda o Regulamento que “no caso de prestação de serviço a tempo parcial, o incentivo a conceder será proporcional àquele tempo, tendo como referência para o efeito o valor máximo previsto”.
À margem da reunião de Câmara, o presidente Vasco Estrela, disse que já houve alguns “contactos formais”, mais concretamente “com dois clínicos”, adiantando que poderá ser “muito provável que qualquer um dos dois possa vir a trabalhar no nosso Centro de Saúde”.
O próximo passo depende “das vagas que abrirem e das pessoas
concorrerem”, sendo que “uma das pessoas que concorreram foi uma médica que terminou agora a especialidade e também um outro médico que poderá vir por mobilidade se for aceite. É muito provável que isso aconteça”.
O autarca lembrou que “foi anunciado pelo senhor ministro da Saúde que vão abrir 900 vagas, espero que estejam lá contempladas as vagas de Mação, uma vez que o senhor ministro disse que estavam identificadas todas as vagas e que essas vagas iriam todas ter abertura de concursos. Sabemos que abriram cerca de 900, que há 300 potenciais candidatos... resolvemos o problema de um terço do país”.
Patrícia SeixasDia do Combatente juntou ex-combatentes e estudantes
// A celebração acontece todos os anos a 9 de abril, mas em Sardoal o Dia do Combatente, celebrado na data dada Batalha de La Lys, foi assinalado junto ao Monumento de Homenagem aos Combatentes do Concelho de Sardoal, no Jardim da Tapada da Torre, a 18 de abril.
O Dia do Combatente é celebrado todos os anos, a 9 de abril, data em que se assinala o aniversário da Batalha de La Lys, para que os Combatentes sejam relembrados e homenageados pelo seu esforço prestado no cumprimento do serviço militar.
A cerimónia, como sempre, tem a organização do núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes. Em Sardoal esta cerimónia contou com a presença de convidados, ex-combatentes que orgulhosamente envergavam as boinas das suas armas e crianças e jovens do Agrupamento de Escolas de Sardoal. Aliás, a proximidade entre o monumento e a escola permite que não caia no esquecimento esse momento da história portuguesa. O monumento foi construído para homenagear todos os combatentes do concelho de Sardoal que ao longo da história combateram por Portugal nos diversos teatros de operações.
Miguel Borges, presidente da Câmara de Sardoal, e Ricardo
Lourenço, Tenente-Coronel de Cavalaria em representação do comandante do Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME) de Abrantes, colocaram uma coroa de flores junto ao monumento. Seguiu-se a homenagem a um sócio da Liga dos Combatentes, natural de Sardoal. António da Con-
ceição Pedro recebeu a medalha comemorativa das Campanhas das Forças Armadas, teatro de Angola. O presidente do Núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes, Coronel Fernando Lourenço, evocou todos os combatentes, mas vincou todos os que tombaram sob a bandeira da Pátria, principalmen-
Município apoia projetos de OTL
O Município de Sardoal, no âmbito do Programa de Ocupação de Tempos Livres (OTL), promovido pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), volta a estar disponível para participar como entidade parceira para projetos apresentados nas modalidades de Curta e Longa Duração.
Através deste programa, a Autarquia sardoalense poderá ser parceira de projetos de curta e longa duração que possam vir a ser apresentados por jovens nas diversas áreas de intervenção. As áreas disponíveis podem ser consultadas em https:// programasjuventude.ipdj. gov.pt/otl .
As candidaturas para os projetos na modalidade de curta duração decorrem até 10 de maio e têm uma duração mínima de cinco dias e máxima de 10. Para os projetos de longa duração as candidaturas decorrem até 30 de novembro. Em ambos os casos, as candidaturas devem ser apresentadas por jovens dinamizadores com
idades compreendidas entre os 18 e 30 anos.
Através deste apoio, o Município de Sardoal visa “promover o empreendedorismo, incentivando os jovens a desenvolver e a executar o seu próprio projeto, ganhando experiência em contexto de trabalho, melhorando a sua capacidade de inserção profissional, as
suas competências profissionais, pessoais e relacionais”.
Os jovens interessados poderão obter mais infor mações referentes ao pro grama no Portal do Municí pio (www.cm-sardoal.pt), no Ponto JA (Loja do Cidadão), através do email desporto@ cm-sardoal.pt ou do telemó vel 925 993 412.
te no ultramar. Depois vincou que a cerimónia foi simples, mas com uma carga moral enorme.
De seguida referiu que a Liga dos Combatentes está a assinalar o centenário da sua criação e que o Núcleo de Abrantes atinge também, a 29 de setembro, esta bonita data. Sublinhou que a efeméride
CA SOLUÇÕES DE CRÉDITO HABITAÇÃO
tem de ser assinalada, mas dentro das possibilidades do Núcleo, o que irá condicionar a festa. Mas não deixará se permitir evocar o lema de sempre: “Honrar os mortos, mas evocar os combatentes vivos.
Já o autarca de Sardoal, Miguel Borges, dirigiu-se aos jovens frisando uma memória de infância, em Lisboa, junto ao rio Tejo “onde esperava pelo navio Vera Cruz que trazia o meu pai que tinha estado a combater em Moçambique. E essa memória ficou gravada para sempre.”
Miguel Borges notou depois que se assinala também a Batalha de La Lys onde morreram muitos portugueses que não sabiam ao que iam. Mas, sublinhou, “é também por eles que aqui estamos hoje.”
Com esta iniciativa, o Município pretendeu colaborar para a perpetuar a memória daqueles que lutaram pela sua Pátria, e de forma particular, os que entregaram o seu maior bem ao serviço de Portugal. Jerónimo Belo Jorge
Do Crédito Agrícola à tua nova casa são só 5 passos
REGIÃO / Vila Nova da Barquinha
Empresários aceitam convite e juntam-se à preparação do Centenário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários
// A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha organizou um encontro entre a corporação e empresários do concelho. Com vista às comemorações do Centenário da instituição, a acontecer em 2025, a Direção e o Corpo de Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha promoveram a visita dos empresários do concelho ao quartel dos Bombeiros.
No encontro realizado no dia 22 de abril, os empresários aceitaram o convite da Associação Humanitária e os elementos da corporação puderam apresentar-se pessoalmente, mostraram os meios e capacidades instaladas, explicaram a atividade desenvolvida e falaram dos projetos futuros no âmbito do centenário da Associação.
António Augusto Ribeiro, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros da Barquinha, explicou ao Jornal de Abrantes que esta iniciativa foi “pensada para os empresários do concelho” com o objetivo de os unir - “alguns nem têm uma relação próxima” - através dos Bombeiros. “Para que conheçam os bombeiros e percebam o que fazemos aqui”.
A cerimónia pública de instalação da Comissão Executiva que vai ter a missão de planear, programar e preparar as atividades do Centenário de vida e serviço à comunidade teve lugar no dia 30 de abril do ano passado e a estratégia já está delineada: “identificámos um conjunto de ideias que nos levarão até 2025”, disse António Ribeiro. E entre as várias ideias “estão a melhoria das instalações e dos meios, a construção de uma obra de arte que, em princípio, ficará na rotunda próxima do quartel, a publicação de um livro dos 100 anos da Associação, a publicação de um livro de fotografias e um vídeo sobre os 100 da Associação e está também algo que achamos muito importante, que é a forma de ter condições e angariar meios para poder suportar todas estas ideias”.
Segundo o presidente Associação Humanitária dos Bombeiros da Barquinha, o encontro com os empresários “surge nesta sequência”.
Se os Bombeiros já ajudam as empresas, “queremos apresentar-nos, mostrar quais são as competências e capacidades e saber o que podemos partilhar para uma boa gestão de riscos”.
A corporação dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha conta com 47 operacionais, “o que não é uma realidade e um contexto muito diferente da maior
parte das Associações”, dando como exemplo os corpos de bombeiros do Médio Tejo. “A realidade é esta, ou seja, lutamos com uma enorme dificuldade de voluntários e, hoje em dia, só é possível ter um corpo de bombeiros com voluntários”. António Ribeiro admite que “sem o esforço de toda esta gente” era uma missão quase impossível. Mas dos 47, “só 20 são funcionários. Depois das 40 horas de trabalho, fazem as noites”. Isto
significa que se torna “muito difícil fazer escalas 365 dias por ano, a toda a hora... para além da carga, da exigência e da fadiga que se apodera deles”.
O presidente Associação Humanitária dos Bombeiros da Barquinha termina com um elogio aos “seus” homens e mulheres a quem apelida de “extraordinários” e para quem não encontra mais palavras.
Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da
Barquinha e presente no evento, falou da ajuda prestada pelo Município, “que é a possível”, e destacou o trabalho da Corporação. “Esta Associação é a mais importante que temos no nosso concelho”, disse o autarca, justificando que “é dela que emana a segurança de pessoas, bens, património”, bem como o socorro em “acidentes rodoviários e ferroviários, cheias, incêndios, em perigos eminentes, nomeadamente condutas de gás nacionais que passam no território...” Para Fernando Freire, “temos, de facto, que nos valer de uma instituição com este quilate e com esta qualificação técnica”.
A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha “tem um protocolo anual” com a Associação Humanitária “por entendermos que é a maneira de tentar superar todos estes encargos que são cada vez mais. Também se exige mais formação e mais entrega de veículos e outros bens”. O autarca considera que esta tem sido “uma parceria excelente, entre a Associação e a Câmara Municipal, no sentido de acudir a esta Associação que é de todos nós”.
Para o futuro, “olho com espe-
rança”, confessou Fernando Freire para quem “nada acontece por acaso”.
A obra de arte “será a pensar na instituição”
Questionámos o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros da Barquinha sobre a obra de arte que pretendem instalar por altura do Centenário. António Ribeiro adiantou que “tínhamos duas hipóteses: ou fazíamos uma obra de arte a pensar no artista ou fazíamos uma obra de arte a pensar na instituição. Vamos fazer uma obra de arte a pensar na instituição”. Explicou depois que “os custos da obra de arte seriam enormes e nós, no planeamento que fizemos, cada ideia foi sustentada em várias premissas e variáveis: custos, tempo para pensar e implementar a ideia, tempo de execução, o que vai trazer de importante e de mais valia para a Associação. As ideias foram pensadas e votadas por várias pessoas, não foi só pela Direção”. Assim sendo, a obra de arte “não vai ser uma obra de um artista, vai ser uma obra da Associação. Já sabemos como vai ser, está pensada, está a ser desenhada, já temos a ideia de onde vai ficar e estamos neste momento a identificar custos. As coisas estão a andar”, assumiu.
Contudo, António Ribeiro lá adiantou que é “uma obra de artista mas não no sentido de um artista de renome” pois “isso duplica ou triplica o valor da obra” e, “não querendo tirar valor às artes, muitas vezes a população nem percebe a obra de arte”.
“Aqui, vai perceber o que é a obra de arte e qual é a finalidade da mesma”, garantiu.
A semente foi então lançada. Este encontro com empresários permitiu assim a apresentação interpessoal, entre as empresas e com os membros da Associação, numa demonstração da vontade de todos fazerem jus à máxima “todos juntos, é mais fácil gerir riscos e oportunidades e somos mais fortes”.
Ficou agendado um segundo encontro de empresas para novembro deste ano.
Patrícia SeixasMédio Tejo e Beira Baixa querem mais capacidade na barragem do Alvito
// "Parece-nos muito importante uma nova barragem [Alvito]. Discutiremos então, provavelmente, a dimensão da mesma. Aquilo que fizemos foi recuperar um projeto que já tinha um estudo de impacto ambiental [favorável]. Partimos de um projeto já existente e é mais fácil introduzir esta proposta.”
Esta foi a declaração do Ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, a 7 de março deste ano em Proença-a-Nova, quando apresentou as soluções possíveis para a resiliência do rio Tejo. Na altura o governo anunciou um período de consulta pública às autarquias, no sentido de ter receber contributos antes de uma decisão final.
Neste sentido, os autarcas do Médio Tejo, Lezíria do Tejo e Beira Baixa querem a construção da barragem do Alvito, mas com maior capacidade daquela que está nas previsões do Governo. Por outro lado, os mesmos autarcas não compreendem a proposta de um túnel de ligação Zêzere-Tejo.
Os autarcas consideram “manifestamente insuficiente” a dimensão proposta no plano do Governo, “cerca de metade da dimensão da barragem do Cabril, por exemplo”, defendendo que só com uma capacidade entre 1.000 e 2.000 hectómetros cúbicos “se constituirá como reserva estratégica nacional com capacidade de caudal na gestão do Tejo”.
Por outro lado, afirmam não se conseguir “avaliar a racionalidade, nem tão pouco percecionar o que está subjacente à proposta de túnel de ligação Zêzere-Tejo, considerando que o seu investimento poderá ser desproporcional face ao proveito que se venha a ter, uma vez que só resolve/regulariza parte do leito, quando o problema se verifica igualmente a montante deste”.
Os autarcas defendem a construção da barragem a jusante da ribeira do Alvito (Ocreza), com a possibilidade de vir a incluir a eventual reversibilidade com a de Pracana.
Na tomada de posição as três CIM
salientam que só com a dimensão que propõem será possível garantir “um caudal mínimo ambientalmente sustentável”, ou seja, “o dobro do que se constata atualmente”, e reforçar e garantir água a sul do Tejo, Beira e Alto Alentejo, de forma a “equilibrar e desenvolver o território”.
Os autarcas recordam que o investimento nesta barragem, que não é “muito vultuoso”, tem sido “adiado há várias décadas”, tendo o projeto tido Avaliação de Impacto Ambiental condicionada favorável em 2011 e estudos prometidos pelo Governo desde abril de 2019.
O documento salienta “a urgência de concretização desta obra, para atenuar o efeito das alterações climáticas, cada vez mais evidentes”, lembrando que a bacia do Tejo “é a ‘espinha dorsal’ do sistema hídrico e da organização do território nacional”. Por isso, acrescenta, a
construção da barragem do Alvito, com fins múltiplos, é um “desígnio nacional e investimento prioritário”.
Na sua tomada de posição, os autarcas afirmam que a bacia do Tejo “integra as áreas de regadio mais importantes” do país, “com forte impacto nas exportações e no equilíbrio da balança comercial”.
Acrescentam que “os caudais lançados pela barragem de Alcântara (em Espanha) em direção a Portugal durante o período crítico de estiagem são extremamente irregulares” e que “a capacidade de regularização no leito do rio Tejo é praticamente nula, pois as barragens do Fratel e de Belver são fios de água”.
As propostas incluem ainda a reabilitação da passagem para peixes do açude de Abrantes, a elaboração de um plano específico para a gestão de sedimentos no rio Tejo, a promoção do uso de água residual tratada na
região hidrográfica do Tejo e ribeiras do Oeste, e a elaboração do Pacto Regional para a Água, de forma a assegurar a resiliência hídrica na bacia hidrográfica.
Quem também tem posição favorável, sem que tenha sido auscultada, é a Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação. De acordo o presidente Luís Damas, apesar de perceber todos os argumentos dos ambientalistas, há uma necessidade urgente de criar uma reserva estratégica que regule os caudais entre Alvega e Constância, sob pena de se estar a por em risco toda a produção agrícola desta região.
Ambientalistas contra construção da barragem
A associação ambientalista Zero criticou as soluções apresentadas para o reforço da resiliência hídrica
do rio Tejo, questionando a fundamentação técnica e considerando que são “um caminho para viabilizar” a prática “insustentável” do regadio.
A construção da barragem do Alvito (distrito de Castelo Branco), no rio Ocreza, a alteração da classificação da albufeira do Cabril e a possibilidade de interligação do sistema Zêzere-Tejo, através de um túnel, para lançamento dos caudais reservados são algumas das propostas que constam no documento que esteve em discussão pública até domingo.
Insistindo que existe uma “ausência de fundamentação técnica”, a Zero conclui que aquilo que foi colocado à discussão pública “não serão mais do que meras vontades políticas que têm como aparente objetivo satisfazer os interesses de um setor que é o maior consumidor de água a nível nacional”, dando como exemplo a construção da barragem do Alvito.
Já o movimento pelo Tejo – proTEJO, criticou diz que a opção da barragem no Ocreza é uma “solução onerosa e inócua” que “vai agravar o já precário estado ecológico” do rio Tejo.
O proTEJO considerou “lamentável a ausência de informação devidamente fundamentada” e “a falta de transparência e profissionalismo com que as soluções para o reforço da resiliência hídrica do Tejo foram apresentadas à consulta pública.”
Os ambientalistas sustentam que, qualquer que seja a decisão tomada, importa que seja realizada uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) pelo Ministério do Ambiente que integre o desenvolvimento de estudos de projetos alternativos com base nas metas da estratégia para a Biodiversidade 2030 e das Diretivas Quadro da Água, Aves e Habitats, tendo em conta todos os contextos, ecológicos, financeiros e tecnologicamente mais eficazes.
“O que mudou para se optar pela construção da barragem do Alvito que tinha ficado suspensa para encontrar soluções de otimização por não ser considerada rentável pela EDP”, questionam.
Jerónimo Belo Jorge (c/Lusa)
Bastonário da Ordem dos Médicos diz que “Saúde para todos” não podem ser apenas palavras
// No dia em que se celebrou o Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, a Ordem dos Médicos fez questão de, por iniciativa e através do seu bastonário, Carlos Cortes, celebrar esta efeméride junto de médicos e utentes idosos, marcando assim uma posição clara de que “saúde para todos”, mote definido este ano pela OMS, deve ter em conta todas as faixas etárias e não deve ser “apenas palavras”.
Numa visita a Abrantes, Carlos Cortes realçou a importância da hospitalização domiciliária e o seu enorme “serviço à comunidade”, enaltecendo o trabalho dedicado prestado por essa unidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo onde, na manhã de dia 7 de abril, conversou com colegas de vários serviços.
A hospitalização domiciliária proporciona cuidados de proximidade, reduz a pressão no internamento hospitalar, reduz o risco de infeção e da perda de autonomia dos doentes, além de proporcionar um acompanhamento especializado com maior conforto para doente e família, sendo, portanto, uma resposta em saúde na qual se deve investir.
Carlos Cortes manifestou o seu regozijo por, na altura, estar a ser firmado um protocolo entre o Hospital Doutor Manoel Constâncio e o Lar da Santa Casa da Misericórdia, ambos de Abrantes, que irá proporcionar aos utentes do lar esses cuidados sem terem que se deslocar ao hospital. “Esta é uma notícia muito positiva pois, neste dia em que se celebra ‘saúde para todos’, não queremos que algumas faixas etárias sejam esquecidas”.
Para a visita ao Lar da Santa Casa da Misericórdia o bastonário convidou os médicos João Gorjão Clara e Pedro Madeira Marques, respetivamente presidente e vice-presidente da AMIDI - Associação dos Médicos dos Idosos Institucionalizados, organização que tem como objetivo ajudar a promover a melhoria da resposta que é dada a esses utentes, em todas as suas vertentes (médica, nutricional, social, cultural, etc.). Os representantes da AMIDI e o bastonário da Ordem dos Médicos realçaram neste dia o dever da sociedade cuidar dos seus idosos.
Carlos Cortes alertou ainda para o dever do Ministério da Saúde assegurar que a resposta às necessidades das faixas etárias mais avançadas é devidamente qualificada. É preciso planear e investir, exigiu: “Os cuidados de saúde têm que estar direcionados para cuidar de pessoas de todas as idades. Mas há faixas etárias menos apoiadas e menos valorizados: refiro-me aos idosos. O país tem que começar a dar mais atenção a estas pessoas. 86% dos utentes dos lares têm mais
de 75 anos e muitos deles têm não uma mas muitas patologias, facto que gera crescente necessidade de cuidados médicos. A avaliação que a OM tem feito é que a resposta nos lares tem que melhorar. Os profissionais são pessoas muito dedicadas mas é preciso mais formação. E temos que ter médicos nos lares. Não pode ser uma opção.”
Só com “cuidados diferenciados, com médicos em todos os lares” é que é possível “evitar que muitos desses idosos deem entrada nas urgências” por situações de agudização de doença que eram evitáveis se houvesse o devido acompanhamento clínico.
Neste contexto, o bastonário da Ordem dos Médicos exorta o Ministério da Saúde a “melhorar a resposta urgente, reforçar a evolução positiva da hospitalização domiciliária e melhorar a resposta à população mais envelhecida”.
E porque “nenhum sistema sobrevive centralizado na urgência como se vive atualmente”, estas mudanças de paradigma seriam sinais positivos de que o Ministério “quer de facto melhorar a saúde dos portugueses, além de palavras e promessas”.
“Pela proteção e segurança dos doentes, pela recuperação do serviço público mais acarinhado de sempre pelos portugueses, e pela própria sustentabilidade do SNS, podem contar com os médicos. Mas instamos o Ministério da Saúde a dar sinais de esperança na reforma que tem sido anunciada. O SNS precisa de muito mais do que boas intenções teóricas. Os profissionais, nomeadamente os médicos, precisam de sentir que vale a pena o seu empenho e dedicação”, frisou Carlos Cortes.
“Queremos investimento, mas, acima de tudo, queremos planeamento”, concluiu.
Centro Hospitalar alarga hospitalização domiciliária a utentes de lar de Abrantes
O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) alargou o serviço de hospitalização domiciliária ao Lar da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes, uma medida que visa prestar cuidados de saúde no local, evitando deslocações às urgências.
No âmbito deste protocolo, sempre que um utente idoso do Lar da
/ O bastonário congratulou-se com protocolo para serviço de hospitalização domiciliária ao Lar da Santa Casa da Misericórdia pré-hospitalar”, lê-se na mesma informação.
Misericórdia de Abrantes tiver uma alteração do seu estado de saúde, a equipa da Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD) do CHMT "vai ser a primeira linha de resposta de cuidados de saúde e não o Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica de Abrantes”, refere a instituição hospitalar, em comunicado.
“Se estiver em causa doença aguda ou risco de vida iminente, mantém-se a referenciação para o atendimento do Serviço de Urgência através da rede de emergência
Segundo assegura a administração do CHMT, presidida por Casimiro Ramos, através da articulação entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o setor social, “a qualidade de resposta e de acesso dos cuidados de saúde prestados à população idosa é potenciada”, com a referenciação dos utentes do lar a ser realizada através de “cooperação e canais de comunicação abertos” entre as instituições.
“A grande mais-valia deste modelo é a prestação dos cuidados de saúde personalizados aos idosos que residem nos lares, sem expor os utentes aos diversos riscos associados ao seu internamento hospitalar”, realça Casimiro Ramos.
Por outro, acrescenta, a hospitalização domiciliária destes utentes “liberta a pressão assistencial dos serviços de urgência e do internamento hospitalar da instituição, otimizando recursos para poder aumentar a atividade cirúrgica”.
O protocolo de cooperação no âmbito da hospitalização domiciliária, assinado a 17 de abril, “vai permitir levar este modelo alternativo de hospitalização, com assistência médica e cuidados de saúde diferenciados e de proximidade, aos 105 utentes do Lar da Misericórdia de Abrantes”, numa primeira fase, tendo o CHMT o objetivo de alargar a rede de serviço.
“O projeto vai ser alargado a mais concelhos do Médio Tejo”, refere o CHMT em comunicado, dando ainda conta que o mesmo foi apresentado às Misericórdias de Mação e Sardoal e às administrações de nove lares privados de Abrantes.
C/ Lusa
Senhor Manel e Dona Cila despediram-se dos clientes mas “Tonho Paulos” continua de portas abertas
// Entrou na Cervejaria Bilhar como empregado corria o ano de 1968. Uma década de interregno noutro estabelecimento da cidade, o Café Pelicano, e o cumprimento do serviço militar foram as ausências verificadas atrás do balcão. A 22 de abril de 2023, o senhor Manel e a dona Cila deixaram de estar à frente da Cervejaria Bilhar. A casa abrantina que todos conhecem como “Tonho Paulos” faz parte da história da cidade e dos abrantinos.
Manuel Lopes tinha 13 anos quando começou a trabalhar no “Tonho Paulos”. Há 34 anos que está, por conta própria, a gerir a casa. O senhor Manel e a dona Cila viram passar gerações e há clientes que “conheci os avós, os pais, depois com os filhos, agora os netos e alguns já com bisnetos”. Falámos em clientes mas, ao fim de todos estes anos, é de família que se trata. “Família mesmo, esta que tivemos durante estes anos todos”, refere Manuel Lopes que nos confessa que se não vir uma pessoa durante uns dois dias, tem que perguntar se se passa alguma coisa e se está tudo bem. “Tenho esta preocupação, são pessoas que vejo todos os dias. Se não vierem dois dias seguidos, fico mesmo preocupado”.
Com a voz embargada e o coração a querer saltar do peito, Manel e Cila lá nos foram respondendo, sem conseguirem conter a emoção que os invadia. A onda de amizade que se tem gerado nas últimas horas, a hora da despedia, “aquece-nos muito o coração, deixa-me comovido e custa-me muito deixar isto”.
“É uma amizade imensa. Vimos crescer as pessoas e o carinho que temos pelas pessoas, percebemos que também têm por nós”, acrescenta dona Cila que ainda diz que “recebemos mais do que demos e é isso que me faz chorar”.
O agradecimento, esse deixaram-no aos microfones da Antena Livre. “Agradecemos a todos, a todos mesmo, pelo que nos ajudaram durante todos estes anos. Pequeninos, grandes, de classe média, de classe baixa... para nós não há diferença”.
As histórias de quem esteve mais de 50 anos atrás do balcão, levam-nas a todos. “Em tantos anos, há histórias boas e outras menos boas mas guardamos tudo. São lembranças maravilhosas”.
Manel e Cila viram agora chegar a hora do merecido descanso, de ter “mais tempo para a família e até ter tempo um para o outro”, como nos revela a dona Cila que também vai aproveitar para ir mais à missa. “Às vezes conseguia ir ao domingo”.
O facto da Cervejaria Bilhar não encerrar portas também lhes transmite um sentimento que não conseguiram descrever. O novo proprietário foi escolhido “de alma e coração”, após “uma conversa ao balcão”. Dona Cila conta que o novo
proprietário “é um cliente de há muitos anos, muito carinhoso e sempre muito educado. Eu escolhi-o e o meu marido concordou”.
Os segredos da cozinha e dos
famosos petiscos, esses estão salvaguardados. Dona Cila já passou toda a informação para que pouco ou nada mude neste departamento.
“Nós vamos ajudar no que preci -
frequentam o espaço, deixam Manel e Cila enternecidos.
“Uma coisa que eu não estava à espera é que toda a gente grita «Ó Cilinha, eu quero-a cá a tomar café connosco». Eu não estava à espera que fosse assim”. Já Manuel Lopes reconhece que as últimas horas atrás do balcão “estão a ser difíceis”. Apesar de não ser uma despedida efetiva, “já não vai ser a mesma coisa”, confessa. O novo proprietário promete manter as características que fizeram do “Tonho Paulos” um sucesso
Ao balcão, à conversa, estava o novo proprietário do estabelecimento. Júlio Afonso, que todos conhecem como “simplesmente Afonso”, lá acedeu a falar connosco.
Confirmou que a ideia de ficar à frente do espaço “partiu de uma simples conversa aqui, ao balcão. Na altura, eu mostrei-me interessado que, um dia, isto podia acontecer”, referindo-se à aposentação do casal. “Ao acontecer, eu tomava a liberdade e assumia a disponibilidade de dar continuidade a este negócio”.
Afonso frequenta a casa “há já muitos anos” e revela “que ganhei uma empatia pelas pessoas, pela casa, pelos amigos que encontramos aqui diariamente. Foi esse conceito que me levou a arriscar. Cá estarei para dar continuidade ao que a dona Cila e o senhor Manel foram conquistando”.
O serviço vai manter-se, acrescentando “algumas coisas mais à frente” mas, para já, “é dar continuidade àquilo que os abrantinos se habituaram e gostam”.
Quanto ao facto de ter sido “escolhido” para ficar à frente da Cervejaria Bilhar, num ato de “amizade e confiança”, Afonso reconhece que é “uma grande responsabilidade”. Contudo, “uma boa educação e empatia com as pessoas faz com que isto aconteça com bastante naturalidade. Essa foi e será sempre a minha postura e sei que vou ter sucesso”.
A Cervejaria Bilhar/ Tonho Paulos abriu com nova gerência no dia 1 de maio.
sarem. Estaremos cá sempre que nos peçam”.
Quer o novo proprietário, que já requisitou a presença do casal como clientes, quer os clientes que
Por parte da equipa do Jornal de Abrantes, um enorme obrigado ao senhor Manel e à dona Cila por todos estes anos de simpatia, ao Afonso votos de sucesso.
Patrícia SeixasCascata renova restaurante e mantém gastronomia como o maior património
“Mudou o visual todo. Foi todo reestruturado. Acho que evoluiu no tempo.” É desta forma, simples, que Fernanda Martins, com um sorriso a rasgar a face, explica o que é que estava prestes a acontecer.
Foi sexta-feira, dia 14 de abril, à tarde que o Restaurante Típico “A Cascata” escolheu como momento certo para mostrar a um núcleo restrito de convidados, entre entidades locais, fornecedores e amigos, a reestruturada sala do primeiro andar do restaurante que estavam em obras.
“Sentimos a necessidade de transformar esta sala. Era para ser há 4 anos, mas a pandemia veio mudar essa intenção. Era o meu sonho... e da filha, e do marido. Foi muito bom chegar aqui”, explicava Fernanda Martins que entre a conversa com os jornalistas e a chegada dos convidados ainda teve tempo para uma sessão de fotografias “para mais tarde recordar” e para corrigir aqui e ali o posicionamento deste ou daquele prato. Afinal de contas o dia era de festa e a anfitriã queria mostrar que mudou a sala, mas não mudou o grande mote que é a Gastronomia em primeiro lugar.
Fernanda Martins dividia-se em sorrisos e agradecimentos pelas felicitações a quem entrava na sala e a ia cumprimentar. “É um mo -
mento de festa. Estão cá os fornecedores. Todos. E os amigos mais chegados.”
E para reforçar a importância há quatro fatores que aplica nesta nova sala. A principal é, sempre, a gastronomia. E na arte de bem servir ou de bem comer, depende da perspetiva, Fernanda Martins diz que continua a ir à cozinha e meter a mão na massa: “Gosto de cozinhar.” A segunda continua a apontar à gastronomia com a presença, à entrada da sala, do traje da Confraria Gastronómica do Ribatejo, à qual pertence desde 2006.
Depois, há um pilar no restaurante que tem o resumo da história de vida deste casal que se mistura com a história de vida da Cascata. E o quarto fator é a decoração que o espaço teve, depois da remodelação. De acordo com Fernanda Martins, a decoradora que preparou a proposta foi ao encontro das ideias que a proprietária tinha.
Apesar de o espaço interior não estar com o desenho habitual de um dia a servir refeições, para ver o ar refrescado. Se lhes juntarmos a decoração das mesas com as entradas, doces ou fruta, então aí temos a produto final desta intervenção.
Fernanda Martins foi explicando que sentiam a necessidade de
mudar. E até poder casar a expressão de mudar com expandir. “Para mim o dinheiro não conta”, diz Fernanda Martins, “não é tão importante como a evolução das coisas.”
Ao longo dos meses da intervenção, que começou em janeiro, Fernanda confessa que quase todos os dias acompanhou as obras do primeiro andar.
Agora que abriu portas, no domingo, dia 16, Fernanda Martins explicou que o conceito vai manter-se o mesmo, como sala “à carta” ou
para grupos. As diárias mantêm-se no rés do chão.
Também nas ementas não há alterações. A responsável explica que pode mudar um prato ou outro, mas sem grandes mexidas.
Atualmente a Cascata pode trabalhar com cinco espaços, os quatro em Chainça, rés do chão e esta sala que se juntam a mezzanine e o Salão Jardins da Cascata. E depois junta-se ainda o espaço Sabores da Cascata, em Abrantes. O restaurante tem uma capacidade para 120 pessoas.
“Gostava que as pessoas dissessem está uma sala bonita. E gostava que viessem mais pessoas de fora”, revela Fernanda Martins.
E vamos ao que interessa. A pergunta foi simples e a resposta imediata. Que sugestões faz para uma refeição? “O nosso cabrito que é muito bom. A nossa miolada que mais ninguém faz. Os nossos maranhos e bucho. O nosso peixe, com a maionese de tamboril ou o ensopado da garoupa. Temos o bacalhau com crosta de broa e as nossas migas. As migas da minha mãe, que já muita gente passou por aqui e levaram a receita. Faço migas com bacalhau ou com carne grelhada.” E doces? “Temos a nossa charlotte de chocolate, o pudim de gemas (o abade de priscos), o cheesecake, a Palha de Abrantes e as tigeladas da Artelinho.”
Fernanda Martins faz parte da Confraria Gastronómica do Ribatejo. Sobre a presença do traje de confrade, à entrada desta sala, explica, com alguma mágoa, que Abrantes “se esqueceu disto. Por isso quero avivar a memória. Fui eleita em 2006 e depois esqueceu-se isso. Elisete Jardim é que me fez o convite e eu aceitei, com muito gosto”, diz a confrade. Depois da pandemia, aguarda-se que confraria possa voltar às atividades normais.
E o pós-pandemia, se é que já podemos dizer isto, está, diz a empresária, a correr muito bem ao nível de grupos e de serviços.
A reabertura da sala da Cascata contou com um único discurso. Carolina Cardoso. Neta de Fernanda Martins, ou a terceira geração da Cascata, uma vez que a filha, Carla Martins, assumiu em 2000 a gestão da empresa.
E foi um discurso simples, direto e com os agradecimentos que entenderam terem de ser feitos, como à arquiteta Ana Barral, autora do projeto, ou a decoradora Teresa Matos, sem esquecer os colaboradores (cerca de 30) e, naturalmente, a família, como pilar base e histórico da empresa.
São 40 anos. 40 anos é uma vida.
E à saída pode levar a última mensagem da Cascata: “Nesta casa reconhecemos a gastronomia como um dos nossos mais valiosos patrimónios.”
Jerónimo Belo Jorge
Eu cá não sou muito de modernices.
Gosto da cozinha tradicional toda/ Fernanda Martins integra a Confraria Gastronómica do Ribatejo
MUSP exige requalificação do largo da estação do Rossio
// O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) do Distrito de Santarém organizou na semana de 10 a 14 de abril uma série de ações em defesa de “melhores acessibilidades e transportes/mobilidade” na região.
Na base deste protesto, e de acordo com os dirigentes do MUSP, estão “inúmeros problemas com que os utentes se confrontam”, nomeadamente nas estradas nacionais 118, 119, 3, 114, 357 e 238, no Itinerário Complementar 2 e em estradas municipais em cada um dos concelhos deste território, afirma o MUSP do distrito de Santarém em comunicado.
O movimento aponta falhas nos transportes rodoviários de passageiros, com “insuficiência da rede de carreiras que garanta a cobertura eficaz do território”, seja na ligação entre as cidades e as zonas rurais, seja entre o transporte rodoviário e o transporte ferroviário ou ainda “no funcionamento dos transportes urbanos, em todos os dias da semana e em todo o ano”.
E foi em relação a esta ligação da ferrovia aos transportes rodoviários que um grupo do MUSP esteve na tarde do dia 12 de abil, no largo da Estação do Rossio a distribuir panfletos aos passageiros que entravam e saíam da estação. O MUSP defende, neste local, a requalificação “dos espaços anexos à estação; a modernização da linha do Leste que liga a linha da Beira Baixa, de Abrantes, a Badajoz; o funcionamento de todas as esta -
ções e apeadeiros com a promoção do transporte ferroviário; e a articulação dos horários dos transportes ferroviários e rodoviários.”
Luís Alves, membro do MUSP e ex-presidente da Junta da União de Freguesias de S. Miguel e Rossio, disse à Antena Livre que Abrantes merece mais do que tem. “Esta é a grande porta de entrada de Abrantes pela ferrovia. As pessoas utilizam o comboio como meio de transporte e depois chegam aqui e têm esta zona completamente degradada e indigna nos dias de hoje. Não podemos aceitar que a estação tenha sido recuperada no interior e no exterior, cuja responsabilidade é da Infraestruturas de Portugal (IP), esteja neste estado”, explicou Luís Alves.
Estas questões que foram levantadas pelos ativistas numa reunião com a vereadora da autarquia abrantina. Raquel Olhicas ouviu as preocupações do movimento e segundo Manuel Soares, porta-voz do MUSP, “iria saber junto da IP em que ponto está a questão do estudo e da eventual adoção por parte da IP desse estudo.”
Manuel Soares lembrou que ainda antes de haver um movimento de utentes de serviços públicos já esta reparação ou requalificação do
largo da estação do Rossio andou na “baila”.
De referir que a requalificação do largo da estação do Rossio, da responsabilidade da IP, anda a ser falado há quase dez anos.
Na terça-feira, dia 11 de abril, e à margem da reunião do Executivo Municipal de Abrantes, o presidente Manuel Jorge Valamatos, revelou que há processos com a IP que têm de avançar. Um é o troço da Nacional 2, entre as rotundas de Olho-de-Boi e Barreiras do Tejo e outro é este largo da estação. De acordo com o autarca “tínhamos chegado a acordo [com a IP] que eles avançavam com o projeto e, eventualmente, o Município poderia ser o dono da obra.”
Mas os protestos do MUSP não se ficaram pelo largo da estação, em Rossio ao Sul do Tejo. Manuel Soares destacou os maiores problemas que o movimento quer ver resolvidos para além daquele que tem tido mais visibilidade, a extinção de portagens na A23.
O acesso de veículos pesados das zonas industriais à A23, o problema da circulação de pesados dentro das zonas urbanas ou a necessidade, urgente, de novas travessias sobre o Tejo são outras preocupações do movimento.
Jerónimo Belo Jorge
O centro?
Há dez anos (2013), a Câmara apresentou ao público a estratégia para a requalificar o centro histórico de Abrantes. Era então evidente uma degradação preocupante. Passada uma década, a preocupação mantém-se. As coisas não vão bem.
A aposta era nos 3 C’s: tornar o centro da cidade um “centro comercial”, um “centro cultural” e um “centro residencial”.
A estratégia envolvia: novo modelo de estacionamento, urbanização da tapada da Fontinha, antiga garagem rodoviária para a saúde e ação social (depois também as Finanças), novo mobiliário urbano, residência de estudantes no antigo centro de emprego, galeria de arte no antigo quartel de bombeiros, restauro do Convento de S. Domingos para o MIAA, recuperação das igrejas da Misericórdia, de S. Vicente e de S. João, beneficiação do Jardim da República e apoio a novos projetos comerciais. Tudo isto foi feito, salvo a recuperação da Igreja de S. João, ainda em lista de espera. E tudo correu, no geral, bem, salvo o modelo de estacionamento, um erro que foi reconhecido, mas devemos juntar aqui o Abusa. A este puzzle veio depois juntar-se a recuperação da Casa Carneiro para mais um museu. O cine-teatro de S. Pedro foi uma pedra negra imprevista no projeto, mas também já está a mudar de cor.
Contudo, é preciso dizê-lo, os efeitos desejados não se verificam. Podemos concluir que a estratégia falhou? Sim, é muito difícil dizer que teve êxito (mesmo tendo em conta que o MIAA só tem um ano, insuficiente para resultados de monta).
Quer dizer que a estratégia estava errada? Bem, Augusto Mateus, que assinou o apoio técnico à Câmara nesta estratégia, foi bem claro (cito de memória): “Ou a Câmara trabalha com as pessoas ou nada disto resulta”.
Ora bem, a Câmara não trabalhou “com” as pessoas, ou, se trabalhou, foi pouco e mal. Trabalhou “para”, que é outra coisa, outra filosofia. O gabinete de Augusto Mateus chamou
/ José Alves Jana / FILÓSOFOas pessoas para o diagnóstico e para a construção de soluções. A Câmara voltou a chamar alguém?
No que respeita ao edificado, a Câmara detém talvez metade do que envergonha o centro da cidade. Se tivesse recuperado e dado uso a esses imóveis, por exemplo para casais jovens, talvez tivesse ajudado a dar a volta ao texto urbano.
Os parcómetros passaram a gratuitos (e bem) para recuperar do vírus, mas mantêm-se assim (mal!), apesar de o estacionamento estar sempre (?) esgotado. E nem os comerciantes se interessam, como se não tivessem falta de clientes.
Dez anos não é muito tempo, mas é tempo suficiente para se ver que não está a resultar. A Câmara insiste em ignorar a participação ativa dos cidadãos e das organizações no que poderia ser um trabalho de parceria para objectivos de interesse comum. Só um pequeno exemplo. Na apresentação do “centro comercial ao ar livre, o convidado vindo de Santiago de Compostela foi claro (cito de memória): “Só resulta se for feito um trabalho intenso com os comerciantes”. Repito: “com”. Não é por falta de aviso. Mas a Câmara fechou-se numa associação reservada a ela própria e à Associação Comercial e tenho dúvidas do trabalho que terá sido feito “com” a Associação, quanto mais “com” os comerciantes. A Câmara prefere trabalhar sozinha, talvez um dia explique porquê. Mas a razão principal deve ser não ouvir quem lhe dá assessoria nem ver os resultados: o centro é cada vez mais periferia. Está na hora de recomeçar o processo. Ou não?
um “centro comercial”, um “centro cultural” e um “centro residencial”
Rotary distingue Nuno Falcão Rodrigues como Profissional do Ano
Todos os anos o Rotary Clube de Abrantes abre os olhos para a sociedade da região de Abrantes para escolher um cidadão que será alvo de uma homenagem. Trata-se da Homenagem ao Profissional do Ano. E as áreas dos homenageados são as mais variadas. Por exemplo, já receberam o galardão personalidades como Silvino Alcaravela, Joaquim Candeias Silva, Mário Pissarra e, no ano passado, José Alves Jana.
Este ano a escolha recaiu no enólogo e empresário tramagalense Nuno Falcão Rodrigues um “abrantino e com uma enorme paixão pelos vinhos.”
O salão de festas do Luna Hotel de Turismo de Abrantes acolheu cerca de 120 pessoas, entre os elementos do clube, convidados do clube e do homenageado. Afinal de contas o Nuno tem amigos e os amigos quiseram estar presentes para assistir à homenagem e brindar ao empresário, naturalmente com um Casal da Coelheira. Claro que não poderia ser de outra forma.
Entre os convidados a ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, os presidentes das Câmaras de Abrantes e Mação ou o vice-presidente da Câmara de Sardoal, o presidente da Junta de Freguesia de Tra -
magal, António José Carvalho, o presidente da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, Luís Damas, ou o padre de Tramagal, Adelino Cardoso.
E entre os muitos cumprimentos, há rituais que o Rotary mantém sempre nas suas iniciativas. O Cumprimento às Bandeiras é um dos momentos e o outro a apresentação dos membros do clube profissional.
Depois coube ao presidente da direção, que já se sabe está de saída e vai ser substituído por António Belém Coelho, apresentar os motivos que levaram à escolha de Nuno Miguel Falcão Sousa Falcão Freire Rodrigues como profissional do ano.
O presidente vincou a determinação do homenageado na busca da inovação e de não ficar parado à sombra das conquistas do pai que iniciou o percurso da quinta Casal da Coelheira.
“O Nuno carrega o seu saber, a sua qualidade e os seus vinhos por esse mundo fora levando com ele o Tramagal, Casal da Coelheira, Tejo e Abrantes”, explicou José Luís Silva para logo de seguida dizer que este trabalho é reconhecido pelo número de prémios que tem conquistado ao longo dos anos e por esse mundo fora.
E depois salientou a continuação do trabalho iniciado pelo pai, ou seja, a continuação pela geração seguinte.
Manuel Jorge Valatamos, o presidente da Câmara de Abrantes, referiu-se à importância que a marca Casal da Coelheira tem a nível local, regional e nacional. E depois agradeceu ao empresário o trabalho que leva o nome de Abrantes aos quatro cantos do país e do mundo.
Maria do Céu Antunes, ex-presidente da Câmara de Abrantes
e, atualmente, ministra da Agricultura e Alimentação, marcou presença nesta homenagem e foi também um regresso aos convívios rotários.
Mas a governante começou por fazer a referência ao patriarca, ao pai José Rodrigues, porque “é um grande homem. Faz uma casa, uma marca, mas sabe sair. Sabe deixá-lo para que a geração seguinte possa entrar com a inovação e tecnologia”, disse Maria do Céu, vincando muito este facto de José Rodrigues ter “passado a pasta ao filho” de forma muito natural e sem grandes mudanças naquilo que tem sido a vida da empresa.
Logo de seguida, Maria do Céu Antunes, virou-se para o homenageado a dizer que o conhece “há, precisamente, 40 anos, quando
engenharia agroindustrial e, mais tarde [2014/2015] fez um mestrado em Viticultura e Enologia na Universidade Técnica de Lisboa.
estavam no secundário, em agropecuária.” E depois disse que não lhe passou, pela cabeça, que alguma vez iria ter alguma coisa a ver com agricultura, “mas o Nuno, e outros, o iriam fazer. Fizeram e fizeram muito bem.”
E não esqueceu o melhor “rosé” do mundo de 2010, que foi o Casal da Coelheira.
E referiu ainda o empresário, ligado à agricultura, que muitas vezes liga à ministra, não para fazer queixas ou pedidos, mas a dar conta de certas situações que podem ser importantes para decisões para o setor.
Nuno Falcão Rodrigues e os agradecimentos
O homenageado dividiu a sua intervenção em três partes: Rotary; pai; e mulher, e filhos.
Começou pelo Rotary, a agradecer a distinção revelando que tem uma grande admiração pelo trabalho dos rotários porque o seu pai também é membro deste clube profissional.
Destacou também o trabalho dos grupos jovens, “muito por culpa da minha filha”, dos rotários permitindo disseminar a cultura e os princípios de ser Rotary, assim como o curso de liderança que é feito todos os anos e que, de acordo com o empresário, é um caso-estudo.
Depois, voltando à homenagem, disse ter sido com surpresa que recebeu a notícia, não perdendo a consciência do seu percurso. Mas reconheceu que é uma maratona que não está a ser corrida só por ele. Olhou para o pai. José Rodrigues, sentado ao lado dos netos olhava fixamente para filho e ouviu-o dizer que foi dos pais que teve a formação humana e permanentes motivadores “não permitindo que a minha timidez fosse uma barreira.”
Nuno Falcão Rodrigues frisou que “nunca foram pais de filho único. Eu é que fui filho de pais únicos.”
E depois, em modo de agradecimento, referiu que foram eles que permitiram que fizesse o seu caminho naquilo que gosta.
Nuno Falcão Rodrigues nasceu em 17 de setembro de 1970. Casado com Margarida Falcão Rodrigues, tem dois filhos, a Leonor e o Diogo, e estudou até ao 12.º ano em Abrantes. Depois fez o bacharelato em Produção Agrícola em Castelo Branco e viajou para França, em 1991/1992, onde realizou um estágio na Station Expérimentale de Pech-Rouge, em Narbonne. Voltou a Portugal e licenciou-se em
Pelo caminho, em 1992, instalou-se como jovem-agricultor, produtor e engarrafador, como empresário em nome individual e, posteriormente, como sócio-gerente da Casal da Coelheira onde tinha também as funções de enólogo.
Em 2011 foi nomeado enólogo do ano pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo.
Acumula mais de uma centena de medalhas de outro e prata, e distinções em dezenas de concursos nacionais e internacionais onde se apresenta. Tem no registo de 2010 aquele sendo considerado “o melhor vinho rosé do mundo.”
Mas a vida de empresário, e enólogo, não é fácil, pelo que Nuno Falcão Rodrigues virou-se depois para o presente e agradeceu à mulher, Margarida, e aos filhos, Leonor e Diogo, o caminho que tem vindo a percorrer.
“Hoje, é a Margarida que atura os meus amuos e frustrações. Hoje a minha colega de trabalho, faz também parte dos sucessos”, disse o enólogo não esquecendo os filhos. “Eles sabem que não há qualquer pressão para continuarem o nosso projeto. Quero que sejam felizes. Se passar pelo Casal da Coelheira, o destino o dirá.”
Jerónimo Belo Jorge
Sudão, mais do que um conflito interno
Bebé
nasceu na ambulância ao km 8 da A23 a caminho da maternidade de Santarém
// O que seria um transporte normal de uma parturiente para o Hospital de Santarém acabou por ser uma experiência de vida para os bombeiros tripulantes da ambulância acionada para esse transporte. Aliás, para eles e para a equipa da VMER que acompanhou o parto em plena autoestrada.
Seria uma saída normal para os tripulantes da ambulância 07 dos Bombeiros Voluntários de Abrantes. Saída por volta das 07:00 horas de sábado, dia 22 de abril, para Rossio ao Sul do Tejo, para transportar uma mulher grávida para o Hospital de Santarém. No fim de semana, 22 e 23 de abril, o bloco de partos do Hospital de Abrantes estava fechado por via da rotatividade dos serviços de urgência obstétrica e bloco de partos em vigor.
Ou seja, Paulo Garcia, condutor, e Miguel Borges, socorrista, saíram para uma missão de transporte normal.
Quando chegaram a Rossio ao Sul do Tejo a parturiente estava já acompanhada pela Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Centro Hospitalar do Médio Tejo. A mulher, grávida pela terceira vez, estava com contrações, pelo que teria de seguir imediatamente para Santarém. E nesta viagem, foi pedida alguma urgência, porque o parto estaria eminente.
A ambulância saiu de Abrantes com os seus tripulantes e com a médica do INEM a acompanhar a parturiente. Atrás seguiria a VMER, conduzida pelo enfermeiro da equipa.
Só que, mesmo com a “pressa” com que saíram de Abrantes o bebé Danilo não quis esperar mais 20 minutos e decidiu que seria ali mesmo à beira da A23 que vivia a ver a luz do dia.
Miguel Borges conta que a médica do INEM, ao perceber que o parto iria acontecer de forma natural e normal mandou parar e meteram mãos à obra para receber o bebé.
Paulo Garcia explica que foi tudo muito rápido e que para ele, socorrista ainda com pouco tempo de serviço, é uma experiência de vida. Porque nem todos os socorristas têm esta experiência de receber “nos braços” uma vida nova. “Os próximos, se os houver, já serão diferentes. Este foi o primeiro”, diz com o sorriso meio envergonhado, porque admite que quando percebeu que o parto iria acontecer ali “fiquei com um
nervoso miudinho”. Uma opinião secundada por Paulo Garcia que conta ir com a máxima velocidade possível, dentro da segurança para os ocupantes. E quando a médica mandou parar “percebi que o bebé iria nascer ali.” Paulo conta, com orgulho, que foi a terceira pessoa “a pegar no bebé Danilo. Tão pequenino.”
Os dois bombeiros estão satisfeitos com a sua colaboração e, porque, afinal de contas, correu tudo bem. Depois do bebé nascer, a viagem foi tranquila até ao hospital de Santarém, onde mãe e filho ficaram para os cuidados normais pós-parto.
Dois dias depois, estavam novamente de serviço. Numa manhã calma e sem ocorrências. Não voltaram a ver o bebé Danilo, mas estavam a preparar uma visita à mãe e ao filho “até já decidimos que vamos comprar uma prenda para lhe levar.”
Miguel Borges diz que daqui a uns anos o Danilo vai ter uma história para contar: “Nasceu na autoestrada 23.”
E há sempre um final feliz quando tudo acaba bem. Felicidades ao bebé Danilo e aos seus pais.
Jerónimo Belo Jorge
OSudão voltou a repetir a sua história trágica: quatro anos após a deposição do regime de Omar al-Bashir o país voltou novamente a sucumbir à violência entre fações rivais. Desta vez, ao confrontos deram-se entre dois generais, outrora aliados na deposição do regime de Omar al-Bashir: o comandante das Forças Armadas Sudanesas, general alBurhan e o comandante das Forças de Apoio Rápido, general Mohamed Hamdan Dagalo, que controla a minas de ouro do país e conseguiu toar a capital de assalto. Apesar do conflito entre os dois estar associado à disputa pelo controlo das futuras forças armadas sudanesas, a teia de interesses regionais e até mesmo internacionais envolvidos na questão sudanesa faz com que este conflito não se trate apenas de mais uma guerra interna, entre tantas que já flagelaram o país. A norte, o Egito é um país tradicionalmente com interesses securitários no Sudão. E isso é bem visível pela presença de aviões de combate egípcios na capital sudanesa. As preocupações egípcias adensam-se neste conflito considerando que o general Dagalo, que comanda a forças rebeldes, possuí fortes laços com a Etiópia, um país com quem o Egito está em rota de colisão devido à construção da barragem na Etiópia, que irá controlar os caudais do rio Nilo. Os Emirados Árabes Unidos são também outro ator regional importante, já que é o principal comprador das exportações de ouro sudanês. E com a produção de ouro controlada pelo exército rebelde, os Emirados
arriscam-se a continuar a financiar um conflito que se afigura devastador. A Arábia Saudita também tem um papel importante a desempenhar. A Arábia Saudita já mediou a paz em conflitos anteriores no país e, mais recentemente, incorporou dezenas de milhares de soldados sudaneses, das forças paramilitares rebeldes, na coligação regional que liderou no combate aos rebeldes Houthi, no Yémen. Israel, por sua vez, regularizou as relações diplomáticas com o Sudão em 2020 e, portanto, fica a dúvida quanto à evolução desta normalização das relações políticas num cenário de alteração do status político interno no Sudão. Por fim, temos a Rússia, com a ambição de estabelecer uma base naval militar na costa norte sudanesa do Mar Vermelho, o que daria aos meios militares russos acesso direto ao Canal do Suez e a uma das rotas marítimas mais importantes do mundo. Além disso, temos o grupo Wagner, um exército privado russo de mercenários que, para além do destaque que tem tido na guerra com a Ucrânia, está ativamente presente no Sudão. Sabe-se que este grupo recebeu recentemente autorizações para explorar algumas minas de ouro no Sudão e que poderá ser contratado pelo governo para combater os rebeldes. Contudo, suspeita-se que o grupo Wagner está, secretamente, a armar os rebeldes com armas russas. E, considerando que o grupo Wagner tem ligações diretas a Vladimir Putin, é possível que Moscovo esteja fortemente associada ao desenrolar dos acontecimentos no Sudão.
“Fui o terceiro a pegar no bebé. Tão pequenino”
Alunos do IPT de Tomar levam a cabo “FRAMEWEEK”
A "FrameWeek" é uma iniciativa voluntária dos alunos da licenciatura em fotografia do Instituto Politécnico de Tomar, que trata de diferentes abordagens da área da fotografia e cujo objetivo é o de partilhar conhecimentos através das perspetivas pessoais de cada um dos seus intervenientes.
O evento decorre de 2 a 4 de maio e conta com palestras, workshops e convívios fotográficos.
A iniciativa, que tem lugar no auditório principal do IPT (Auditório Dr. José Pacheco de Amorim Bloco A), é aberta ao público em geral e conta com a participação de diversos nomes com reconhecimento no panorama da fotografia nacional e internacional.
DIA 2 DE MAIO (TERÇA-FEIRA):
09:30 - Lanche da manhã
10:00 - Sessão de Abertura
10:15 - André Boto
11:30 - Desphoco - Rosalinda Chaves
12:00 - Encontros Da Imagem
13:00 - Almoço
14:30 - Rita Carmo
16:00 - Coffee Break
16:30 - Rui Caria
DIA 3 DE MAIO (QUARTA-FEIRA):
09:30 - Lanche da manhã
10:00 - Sessão de abertura
10:05 - Tiago Cacheiro
11:05 - MANAAMANA (Joanna Correia e Ana Ladislau)
11:50 - Cláudio Melo
13:00 - Almoço
14:30 - Workshops (Departamento de fotografia G; B126; B128; B130)
- Workshop de Fluxo de Trabalho e Métodos em Adobe Bridge
- Workshop de Revelação de Diapositivos Cor
- Workshop de Fotografia "A la Minute"
- Workshop de de Cianotipia, com a produção de uma fotografia gigante sobre tecido
DIA 4 DE MAIO (QUINTA-FEIRA):
10:00 - Lanche da manhã
10:30 - Sessão de abertura
10:35 - Festival Analógica – Isabel Dantas Dos
Reis
11:05 - José Soudo
13:00 - Almoço
14:30 - Diogo Simões
15:15 - João Paulo Serafim
16:00 - Coffee Break
16:30 - Rodrigo Peixoto
17:30 - Sessão De Encerramento
CARPE VITAE é o novo blend Casal da Coelheira com edição limitada
// São apenas 1.490 garrafas. Estão todas numeradas, sendo que a número 1, fica “em casa, no arquivo” Casal da Coelheira. Este vinho foi produzido a partir da colheita de 2019.
Esse ano, 2019, teve grande qualidade nos vinhos. Os solos arenosos onde estão plantadas as vinhas, em Tramagal, aliados ao clima puderam fazer “sofrer” as videiras que brindaram com uvas que permitiram ter um ano muito bom. E foi desse ano que Nuno Falcão Rodrigues, o enólogo [e administrador] da Casal da Coelheira juntou castas todas portuguesas para criar um novo blend Casal da Coelheira. E o resultado foi um Carpe Viatae já catalogado pelos especialistas como um vinho de muita qualidade. Estas apreciações aconteceram, de acordo com Nuno Falcão Rodrigues, em eventos vitivinícolas de França, Itália e Alemanha. “Falta agora a avaliação final. Essa é feita pelo consumidor que compra a garrafa”, diz o enólogo referindo que o objetivo foi criar um vinho com características próprias, de qualidade e, em simultâneo, que deixe liberdade ao enólogo para outros anos. Ou seja, que não tenha uma tabela fixa e que permita a criação a que “fabrica” ou “imagina” os vinhos.
Um outro pormenor que salta à vista, e que Nuno Falcão Rodrigues destaca como reforço desta ideia é o segredo das castas utilizadas. Não um segredo especial, mas para permitir ao vinho ganhar o estatuto
só por si. O enólogo deixa apenas uma informação sobre as castas: “são todas portuguesas.”
Sobre eventuais produções futuras diz que “queremos manter as suas características, que seja um vinho genuíno, com uma intervenção minimalista por parte dos enólogos, ou seja, que a manipulação técnica seja reduzida ao mínimo para conseguirmos ter tudo aquilo que a terra e as videiras nos dão.”
O Carpe Vitae é um vinho com “poder, estrutura e concentração, mas, ao mesmo tempo elegância e alguma frescura. São situações que não é muito fácil conseguir juntar num vinho. Penso que este acaba por se tornar equilibrado por se tornar um
vinho poderoso e, em simultâneo, elegante.” Nuno Falcão Rodrigues reforçou o controlo que existe na qualidade da produção de um vinho, embora tenha acrescentado que “há fatores externos que vão influenciar, o perfil e a qualidade dos vinhos. Falo essencialmente do clima. É natural que um Carpe Viatae de uma colheita futura possa ter um perfil diferente deste. Mas queremos manter a sua filosofia.”
O vinho está já disponível na loja online Casal da Coelheira e na própria adega, mas o certo é que só há 1.489 garrafas, sendo que a n.º1 está guardada nos “arquivos da adega Casal da Coelheira.”
Quando ao nome Carpe Vitae é latim e significa viver a vida, aproveitar a vida e “é esse o nosso desafio, que possamos aproveitar a vida. E esperamos que este seja um vinho que possa dar prazer a muita gente, porque é para isso que nós trabalhamos." Nuno Falcão Rodrigues conclui a dizer que foi um desafio porque “procuramos fazer um vinho que transmitisse a realidade do ecossistema, do ambiente que se vive no Casal da Coelheira mostrando a secura e a dureza dos solos. Arenosos e muito pobres e com clima quente.”
Esta blend foi criado a partir da produção de 2019 e ainda não se sabe quando é que há, novamente, as condições genuínas para um novo Carpe Vitae. Para já fica este, de 2019.
É uma das igrejas mais antigas de Abrantes, presume-se que date do tempo do rei D. Afonso II, mas não há certeza alguma a esse respeito.
Uns alegam que foi construída sobre uma antiga mesquita, outros aventam que já teria existido no local um templo romano, mas deste período, apenas foi ali encontrada, por baixo da capela-mor, uma estátua representando uma figura feminina acéfala. Os locais sagrados costumam sobrepor-se, mesmo que as religiões mudem ao longo do tempo, mas por agora nada de significativo foi ali descoberto que comprove esta suposição.
É um pequeno templo com uma única nave e capela-mor, ambas de forma rectangular e com cobertura de madeira. A porta principal e outra lateral são em estilo gótico.
A sua configuração actual resulta de uma reconstrução feita em meados do século XV, por D. Diogo de Almeida, na altura alcaide-mor do castelo e, a partir daí, ele e vários membros da sua família quiseram ficar ali sepultados, passando o espaço a ser conhecido por Panteão dos Almeidas.
O túmulo parietal do lado direito quando nos encontramos virados para a capela-mor, construído em estilo gótico flamejante, é o de D. Diogo e em frente deste, do lado esquerdo, está o túmulo de seu filho, D. Lopo de Almeida, que foi o primeiro conde de Abrantes. Tem semelhanças acentuadas com o do pai e no seu longo epitáfio aparece referido o ano da sua morte -1486. O segundo do lado direito é o túmulo de D. João de Almeida, 2º conde de Abrantes. É do início do século XVI, pelo que na decoração já apresenta toques do estilo manuelino e faz lembrar o portal da igreja de S. João Batista de Tomar. A arca tumular está coberta por uma colcha em pedra lavrada com bordados e franjas e o epitáfio refere também a data da sua morte – 1512. Estes três túmulos são muito ricos em heráldica e simbologias várias, relacionadas com a biografia dos sepultados.
Também do lado esquerdo, encontram-se outros dois túmulos parietais, mais recentes alguns anos, o que deu origem a uma mudança completa no seu estilo. A cantaria é clássica, de linhas sóbrias próprias já do Renascimento e reproduzem os modelos
maneiristas do panteão real da capela-mor do Mosteiro dos Jerónimos. São da segunda parte do século XVI e num deles estão sepultados D. António de Almeida, falecido em 1556 e sua segunda esposa, D. Joana de Meneses. A seguir está o do seu filho, D. João de Almeida, que foi um dos nobres que acompanhou D. Sebastião a Alcácer Quibir, onde foi preso e depois resgatado. Mais tarde, foi um dos apoiantes de Filipe II de Espanha, que chegou a receber no seu palácio.
Além do Panteão dos Almeidas, outros motivos de interesse podemos encontrar nesta igreja, sendo um deles a própria imagem de Santa Maria do Castelo. Atribuem-na ao último quartel do século XV e, muito possivelmente, foi trazida para ali por algum membro da família dos Almeidas para guardiã dos seus túmulos. Feita de pedra de Ançã dourada e policromada, de que hoje apenas se vislumbram alguns vestígios, encontra-se sobre uma peanha, no nicho central de uma armação em madeira entalhada que é o que resta de um antigo retábulo gótico. Por trás, na parede e dos dois lados da entrada da capela-mor, podemos descortinar, com alguma dificuldade, restos de frescos, datando os mais antigos da segunda metade do século XV.
Também é digna de nota, uma bela colecção de azulejos hispano-árabes, encomendados em 1503 a uma oficina de Sevilha, pelo bispo D. Jorge de Almeida. É constituída por dezasseis variedades distintas, com motivos geométricos, como é próprio do estilo árabe e forram quase por completo
a capela-mor, excepto o sítio onde estaria o antigo retábulo. Dada a sua diversidade é um dos conjuntos mais interessantes do país, na técnica azulejar denominada de corda seca. O período áureo desta igreja decorreu, como se viu, nos séculos XV e XVI, altura em que foi um dos símbolos do prestígio dos Almeidas, depois foi entrando em decadência. A paróquia foi extinta em 1834 e anexada à igreja de S. Vicente. No século XIX, quando esteve sob o domínio de uma unidade militar então sitiada no Castelo, chegou a servir de depósito de munições. Em 1910, foi classificada como monumento nacional e em 1921 foi transformada em museu regional, em grande parte devido ao interesse e influência de Diogo Oleiro. Recentemente foi objeto de melhoramentos e o espaço requalificado e musealizado de forma diferente foi integrado na Rede de Museus de Abrantes, agora com o nome oficial de Panteão dos Almeidas. A qualidade desta intervenção é reconhecida a nível nacional e internacional, tendo já sido distinguida com alguns prémios, entre os quais com o Prémio Ouro nos Muse Design Awards 2022, concurso que decorreu nos Estados Unidos.
Consultas:
CARDOSO, Ana Paredes, O azulejo hispano - mourisco em Abrantes, revista Zahara nº 7, Junho de 2006 MORATO, Manuel António e MOTA, João da Fonseca, Memória histórica da notável vila de Abrantes, com notas de Eduardo Campos, edição da C. M. de Abrantes, 2002
A Hospitalização Domiciliária do Médio Tejo tem a sua “casa” em Abrantes
Imagine que tem um problema de saúde que o obriga a ser hospitalizado. Apesar de a fase aguda dessa doença estar controlada, não é possível ter alta do internamento, porque é necessário continuar a assegurar cuidados de enfermagem e monitorização médica diária.
O desconforto de estar na cama, os horários rígidos das visitas, os roncos e as conversas dos pacientes das camas do lado e a falta de privacidade são alguns dos desconfortos dos internamentos hospitalares. Depois vêm as saudades de casa. Nos utentes mais idosos, acrescenta-se a desorientação, os riscos de infeções e de quedas.
É nestes casos que a Hospitalização Domiciliária – ou seja, estar internado a partir da sua própria
casa – faz todo o sentido. O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) disponibiliza esta alternativa à população dos 15 concelhos da sua área de influência desde 2018, a partir da sua unidade Hospitalar de Abrantes. Neste texto, queremos explicar-lhe como funciona esta modelo de hospitalização e as suas mais-valias.
A Hospitalização Domiciliária nasceu nos EUA em 1947, com o objetivo de descongestionar os hospitais e criar um ambiente psicológico favorável para os doentes. A primeira unidade a operar na Europa neste modelo chegou em 1957 a um hospital francês. Em Portugal, tivemos de esperar até ao século XXI, em 2005.
A Unidade de Hospitalização
Domiciliária (UHD) do CHMT tem praticamente quatro anos e meio, dos quais três foram vividos em contexto de pandemia. Esta unidade já mudou a vida e a experiência de internamento hospitalar de praticamente de 700 doentes.
As manhãs começam cedo na UHD, localizada no sétimo piso da Unidade Hospitalar de Abrantes.
Dia Mundial da Saúde 2023Saúde para todos
A equipa de retaguarda desta unidade, que leva o Hospital à casa dos utentes, é essencial no planeamento e monitorização da saúde destes doentes que estão fora das quatro paredes do hospital.
A farmácia prepara a medicação, a patologia clínica disponibiliza os resultados das colheitas feitas pela equipa, aos utentes a partir de casa, e o serviço social acautela, se necessário, todas as
respostas para adaptar uma casa para a prestação dos cuidados de saúde. Numa região vasta como a do Médio Tejo, prepara-se de véspera o itinerário da viagem. São centenas de quilómetros percorridos diariamente.
A equipa médica e de enfermagem acertam em conferência os últimos detalhes antes de partirem para a estrada: revêem-se processos e cumprem-se algumas
melhorando a saúde infantil, materna e reprodutiva e reduzindo os casos de um conjunto específico de doenças de notificação obrigatória, bem como as mortes por doenças não transmissíveis e os comportamentos relacionados com consumos abusivos de substâncias.
formalidades burocráticas, como baixas médicas, ou notas de alta. Se há uma admissão de um novo doente, prepara-se o caso.
Na hospitalização domiciliária o trabalho de equipa ganha uma outra dimensão – durante horas partilha-se o habitáculo de uma carrinha por autoestradas ou caminhos rurais, e entra-se pelas salas ou quartos dos doentes. Conhecem-se esposos, filhos e animais domésticos. Criam-se laços profundos com os doentes na prestação de cuidados personalizados.
São inequívocos os ganhos em saúde da implementação deste modelo. A hospitalização domiciliária reforça a segurança dos doentes, minimiza as infeções hospitalares e promove ainda a satisfação do utente, da família ou cuidador. Ao mesmo tempo, é garantida a qualidade dos cuidados de saúde.
O CHMT vai alargar a hospitalização domiciliária ao lar da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes e apresentou também este projeto a nove lares de gestão privada da cidade. A ideia é evitar o internamento dos idosos no hospital e prestar os cuidados de saúde que estes necessitam diretamente no lar, com o apoio das equipas das estruturas de residência da terceira idade.
fatores de integração e coesão sociais, mas também de geração de riqueza e bem-estar.
O Dia Mundial da Saúde, celebrado todos os anos a 7 de abril, marca o aniversário da fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948 e em cada ano foca-se numa preocupação específica de saúde pública.
Em 1948, vários países do mundo uniram-se e fundaram a OMS, com o objetivo de promover a saúde, manter a segurança e apoiar os mais vulneráveis – para que todos, em todos os lugares, possam atingir o mais alto nível de saúde e bem-estar. Este ano em que é celebrado o 75º aniversário da OMS é uma oportunidade de relembrar os sucessos da saúde pública que melhoraram a qualidade de vida durante as últimas sete décadas. É também uma oportunidade para motivar ações para enfrentar os desafios de saúde de hoje e de amanhã.
O principal objetivo visa garantir a melhoria da saúde para todos,
A condição necessária para atingir estes objetivos é a cobertura universal do sistema de saúde, aspeto que se encontra consagrado em Portugal desde a criação do Sistema Nacional de Saúde em 1979. As conquistas do nível de saúde da população portuguesa foram em grande medida resultado de intervenções de Saúde Pública como a habitação, o acesso a água potável, o saneamento e a melhor nível educacional, a vacinação, a oferta de rastreios em diferentes áreas ou o controlo de transmissão de doenças, como o VIH/ SIDA, as hepatites e a tuberculose. A saúde é um dos mais poderosos
Os indicadores demográficos mostramnos que Portugal segue a tendência dos países ditos desenvolvidos. Ou seja, os portugueses vivem cada vez mais anos. Uma realidade que revela uma melhoria geral das condições de vida, mas também o acesso aos avanços da medicina e da tecnologia, com terapêuticas e medicamentos mais inovadores e eficazes.
Hoje, somos uma população envelhecida, com um baixo índice de fecundidade, que se depara com novos problemas de saúde, assumindo as doenças crónicas um peso crescente. Não menos relevantes são os atuais estilos de vida que revelam dinâmicas comportamentais associadas a fatores de risco determinantes para o estado de saúde dos portugueses.
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