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ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 3
EDITORAL A FORÇA DO TURISMO De longe, o Turismo é um dos setores que mais têm potencial para ajudar a alavancar a economia do Brasil. Vemos países como Portugal, Espanha, México e até mesmo os Estados Unidos que elegeram a atividade como estratégica na sua economia. Esta, no entanto, foi uma decisão de estado, que por aqui ainda não foi tomada. O período eleitoral sempre é importante para discutir as questões essenciais ao país. No entanto, os temas levantados para este pleito não chegam nem perto de uma valorização do Turismo. Falta ainda força política para fazer valer os interesses do setor. Para aprovar medidas que ajudem a atividade a gerar mais renda e emprego. Seja nos destinos, nas empresas do setor e até os indiretos. Vemos setores que geram muito menos empre gos ga n h a ndo benefícios e incentivos pelo motivo de tem uma bancada ou um lobby maior. Não que o Turismo precise de favores governamentais, até porque até andou muito bem com a força e empreendedorismo dos empresários e profissionais que fazem o setor
acontecer todos os dias. Não é clichê dizer que o Turismo é um gigante adormecido no Brasil. Nesta edição, você poderá conferir uma matéria especial que aponta gargalos e mostra caminhos para o crescimento do setor. Há também um minucioso d i a g nó s t ic o d o s pr i nc ip a i s setores que movem a roda do Turismo, bem como a opinião de i mpor ta ntes players. Um trabalho da redação do Mercado & Eventos para que você, leitor, entenda claramente o momento que vivemos neste mercado. Há ainda uma retrospectiva com os principais fatos do ano. Se no debate eleitoral não há espaço para discutir o Turismo, a Abav Expo é o palco ideal. É aqui que os principais profissionais do setor se encontram durante três dias de reuniões, networking, capacitação e muitos negócios. A Vila do Saber trará, mais uma vez, um conteúdo realmente pensado para passar o setor a limpo e apontar caminhos. Que o setor saia fortalecido para enfrentar os novos desafios deste novo Brasil.
Presidente Roy Taylor Vice-Presidente Rosa Masgrau (rosamasgrau@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 31232222 - (55-21) 3215-1827 Editor-chefe Anderson Masetto (anderson.masetto@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 3123-2236 Web-Editor Pedro Menezes (pedro.menezes@mercadoeeventos.com.br) - (55-21) 3215-1844 Diretora de Vendas Mari Masgrau (mari.masgrau@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 3123-2249 Diretora Administrativa e Financeira Juliana Barbosa (juliana.barbosa@mercadoeeventos.com.br) - (55-21) 3215-1846 Assistente de Marketing Roberta Saavedra (roberta.saavedra@mercadoeeventos.com.br) - (55-21) 3215-1836 Operacional Andreia Boccalini (andreia.boccalini@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 3123-2222 Fotografia Eric Ribeiro | Designer Patrick Peixoto Reportagem SP (55-11) 3123-2239/2240 | Reportagem RJ (55-21) 3215-1844 André Montanaro (andre.montanaro@mercadoeeventos. com.br) Igor Regis (igor.regis@mercadoeeventos.com.br) Lisia Minelli (lisia.minelli@mercadoeeventos.com.br) Eduardo Ribeiro (eduardo.ribeiro@mercadoeeventos. com.br) Atendimento ao leitor (55-11) 3123-2222 Gestão de Infraestrutura de TI WorkNet Tecnologia (fernando.carilo@worknetecnologia.com.br) Gerência de Internet GRM Internet e Serviços (55-21) 3993-8492 Departamento Comercial São Paulo (55-11) 3123-2222 | Rio de Janeiro (55-21) 3215-1836 São Paulo Rua Barão de Itapetininga, 151 - Térreo Centro - CEP 01042-001 Telefone (55-11) 3123-2222 Rio de Janeiro Avenida das Américas, 14.591 - Grupo 403 - CEP 27907-01 Telefone (55-21) 3215-1836 Representante América do Norte Claudio Dasilva +1 (954) 647-6464 (Claudio@BrazilTM.com)
Uma publicação da
Editora Mercado e Eventos Ltda Os artigos e opiniões de terceiros publicados na edição não necessariamente refletem a posição do jornal.
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ÍNDICE
8
Especial
12 Bahia 16 Agências e Operadoras 52 Cruzeiros 60 Locadoras 64 Assistência ao Viajante 70 Mice 76 Internacional 90 Parques 84 Visit Florida
3
Geraldo Rocha
32
Aviação
42
Hotelaria
96
Política
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ENTREVISTA
Retração do mercado não inibe crescimento da Abav Expo Anderson Masetto
Geraldo Rocha assumiu a presidência da Abav Nacional em junho com o desafio de viabilizar a Abav Expo 2018. E o evento chega com uma série de novidades. Entre elas, parcerias com outras entidades do setor. A Ilha Abracorp, por exemplo, terá 16 associados e ainda o Fórum de Gestores de Viagens; já AirTkt levará seus 10 associados em um espaço exclusivo; a Clia Brasil, por sua vez, terá seus 14 associados; a Ampro levará 200 agências de incentivo ao Fórum Incentive Meeting, participará de uma rodada exclusiva com esses agentes, e ainda terá o espaço Ampro Conecta Mice; a Travelport terá o Conecta Big Data; e a OAB promoverá o Congresso de Direito Aplicado à Hotelaria e ao Turismo. MERCADO & EVENTOS - Quais inovações o agente de viagens e o mercado podem esperar nesta edição da Abav? Geraldo Rocha - A principal inovação vem do próprio conceito da campanha da edição deste ano, que é o ABAV Conecta – ou seja, reunir em um único espaço a maior e mais diversificada gama de segmentos, não apenas os que compõem o setor de turismo, mas também e principalmente (como diferencial este ano), os que impactam ou são impactados por ele. Estamos trabalhando nessa proposta para oferecer ao nosso público – expositores e visitantes – possibilidades inéditas de negócios. M&E - Que assuntos, neste ano, estarão em destaque na Vila do Saber? Geraldo Rocha - Teremos este ano 24 apresentações acontecendo simultaneamente na Vila do Saber. Serão seis arenas, cada uma com quatro apresentações diárias. A configuração será muito semelhante à do ano anterior, e de mudança mesmo só alteramos a nomenclatura de três das arenas: Inovação virou transformação; Produtos e Destinos agora será Conexão; e a arena dedicada às mesas redondas agora vai abrigar Painéis. M&E - Quais foram os maiores desafios para organização da feira neste ano? Geraldo Rocha - Nosso maior desafio foi superar o período de quase estagnação que tivemos (melhor nem voltar ao tema, mas todos conhecem bem o histórico) e chegar a essa altura, a pouco mais de dois meses do evento, com 92% do espaço comercializado e projetos muito bem encaminhados. Claro que nesse percurso tivemos que postergar algumas ações que planejávamos já para este ano, mas diante dos fatos, os resultados até aqui não poderiam ser mais positivos. M&E – Nos últimos dois anos, a feira deu início a um sistema de agendamento de reuniões. Isso será aperfeiçoado neste ano? Geraldo Rocha - Sim, estamos mantendo essa funcionalidade no sistema, embora na prática ainda não tenhamos alcançado o objetivo. O agendamento em feiras é uma questão cultural que o brasileiro, infelizmente, ainda não assimilou. Os compradores internacionais – experientes nessa prática – não entendem essa dificuldade. Mas como
Geraldo Rocha
medida paliativa, vamos manter a solução apresentada no ano passado promovendo rodadas de negócios. Só não temos ainda os detalhes nem a formatação, mas elas vão acontecer. M&E - Como incentivar os visitantes a fazer estes agendamentos? Geraldo Rocha - Com muita comunicação dirigida, difundindo as vantagens dessa organização como forma de otimizar o tempo do expositor e do visitante. Vocês mesmo, da imprensa, podem nos ajudar muito com isso, ressaltando essa facilidade. M&E - Vocês projetam um crescimento de público para este ano? Geraldo Rocha - Projetamos um aumento de 20%, mas o objetivo mesmo é manter a qualificação do visitante, atrair um público diretamente envolvido no processo de compra em suas empresas e com poder de decisão. M&E - A partir do próximo ano, com o planejamento do evento sendo feito por você desde o início, o mercado pode esperar por mudanças mais profundas? Geraldo Rocha - Estamos planejando fazer um lançamento prévio da próxima edição já durante a ABAV Expo, e aí já antecipar algumas novidades.
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CCB
ENQUETE AGÊNCIA E OPERADORAS
O Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reúne cerca de 30 associações que trabalham para fortalecer o setor. Veja algumas iniciativas. Revisão da Lei Geral do Turismo com o poder público. Atuação pela dispensa de vistos para países estratégicos e implementação do visto eletrônico. Ação conjunta pela regulamentação das plataformas baseadas na economia colaborativa. Incentivo ao debate nacional pela legalização dos cassinos, segmento de grande potencial econômico.
Saiba mais em www.cnc.org.br/turismo.
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ESPECIAL
UM PAÍS COM POTENCIAL TURÍSTICO REPRESADO Brasil adotou uma série de medidas para potencializar o fluxo turístico, mas ainda carece de um melhor ambiente de negócios e infraestrutura
Igor Regis
Visto eletrônico, Céus Abertos e ampliação do visto para trabalhadores de cruzeiros. É inegável que no último ano o setor de Turismo acumulou vitórias fundamentais para que o Brasil saia do patamar de 6 milhões de turistas estrangeiros, no qual se encontra estagnado há quatro anos. Apesar de passos importantes, as medidas são apenas peças de um quebra cabeça de ações fundamentais para alavancar um setor que ainda ocupa pouco espaço na agenda política nacional e alcançar a meta de 12 milhões de turistas estrangeiros por ano até 2022. Este projeto é compartilhado por toda cadeia produtiva do Turismo, que vem adotando medidas para modificar o cenário. Nos últimos meses entidades representativas do setor vem unindo esforços por mais espaço na próxima gestão, reivindicação que se converteu em um documento assinado por 25 entidades e entregue a cada um dos candidatos à presidência. Este coro por maior representatividade ganhou um aliado importante em abril, com a ascensão de Vinicius Lummertz ao cargo de ministro do Turismo. O agora titular da pasta destaca que questões como trabalho intermitente, previsto na Reforma Trabalhista, e acordo de Céus Abertos, apesar de fundamentais, devem ser tratados apenas como passos iniciais para trazer o Turismo ao centro das discussões. “Para chegar a um futuro próspero vamos precisar de novas abordagens, passando as reformas que estão no Congresso e apresentando outras tantas. Com isso ampliaremos as condições de investimento público e privado, mudaremos o ambiente de negócios e vamos ter outros resultados. Nosso objetivo é tirar o Turismo da periferia da política e passar para o centro da política. Isso é um trabalho difícil que vai precisar do esforço de todos”, destaca o ministro, que ainda aponta países como França, Espanha, Estados Unidos e Japão, como países em que o Turismo é tratado como prioridade. A mudança do ambiente de negócios, como citado por Lummertz, é justamente um dos fatores que afastam investimentos no setor. O “Relatório de Competitividade de Viagens & Turismo 2017”, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF – da sigla em inglês) coloca o Brasil na 129º posição em um total de 136 países quando o assunto é ambiente de negócios, a posição também é desfavorável 8 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
no quesito segurança (106º), mercado de trabalho (93º), infraestrutura portuária (112º) e priorização do turismo (106º). Neste último item o Brasil fica atrás de todas as grandes economias como Espanha (5º), Japão (18º), EUA (20º), França (27º), Reino Unido (38º), China (50º), Alemanha (52º), Rússia (95º) e Índia (104º). Considerando somente América Latina, o país só fica a frente de Bolívia e Venezuela no quesito. Em contrapartida, o relatório nos coloca como 1º quando o assunto é recursos naturais, além de apontar boas posições em “cultura e viagens de negócios” (8º), “infraestrutura de serviços turísticos” (39º) e “infraestrutura aeroportuária” (40º). No balanço geral o Brasil ocupa a 27º posição. “Nós precisamos melhorar o ambiente de negócios e a segurança jurídica para permitir que se mude o patamar de infraestrutura e com isso melhore o investimento privado. No ano passado, um a cada cinco postos de trabalho no mundo foi gerado pelo Turismo, de forma direta ou indireta. Em um país que tem o maior potencial natural do mundo é inaceitável que o Turismo não esteja em uma posição central”, salienta Lummertz. PRIMEIROS PASSOS Prodetur - Para melhorar o ambiente de negócios e atrair investidores pensando em um reforma da infraestrutura turística do país, o Ministério do Turismo lançou este ano, ainda na gestão Marx Beltrão, o Programa de Desenvolvimento e Estruturação do Turismo (Prodetur + Turismo), que visa ampliar a oferta de recursos para a realização de projetos de desenvolvimento do turismo no país. A iniciativa abriu uma linha de crédito de R$ 5 bilhões para financiar projetos das 328 regiões turísticas do país, que integram o Mapa do Turismo Brasileiro. As propostas para obtenção de financiamento deverão contemplar principalmente projetos na área de infraestrutura turística, saneamento básico, gestão e avaliação ambiental, transporte e mobilidade urbana. As diretrizes estratégicas do programa priorizam também ações de qualificação, promoção, apoio à comercialização, pesquisa e inovação, empreendedorismo e parcerias público-privadas. “Estamos mudando a forma de trabalhar, trabalhando em
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ESPECIAL conjunto por meio do Prodetur + Turismo para não depender mais de bancos internacionais, o que é muito complexo e difícil, mas depender do nosso BNDES. Aprendemos que funciona muito. Agora é transformar isso em uma escala nacional”, explica o ministro. Os projetos e ações aptos a serem beneficiados pelo Prodetur + Turismo serão identificados com o Selo + Turismo, indicativo de alinhamento da proposta com a Política Nacional de Turismo, com o Plano Nacional de Turismo 2018 - 2022 e com as diretrizes do programa. Até o momento o programa já beneficiou cidades no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Céus Abertos – Uma das principais medidas aprovadas neste ano foi o acordo de Céus Abertos com os Estados Unidos, aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Michel Temer em junho. O acordo prevê a operação ilimitada de voos entre os dois países. Até então o limite de voos era de 301 frequências semanais. Além dos EUA, a Agência Nacional de Aviação Civil também firmou acordo semelhante com Reino Unido, Holanda e Luxemburgo. No entanto, para estes países ainda é necessário a assinatura do acordo e a aprovação pelo Congresso. Para se ter uma ideia, o acordo Brasil/EUA foi firmado em 2011, na época por Barack Obama e Dilma Rousseff. Atualmente a Holanda ultrapassou o limite de 14 frequências semanais por meio de uma autorização provisória da Anac para a operação da rota Amsterdã-Fortaleza da KLM. Já Reino Unido e Luxemburgo contam com 35 e sete frequências, respectivamente. Visto Eletrônico – A medida que entrou em vigor no fim de 2017 facilitou o processo de autorização de entrada no país para turistas de EUA, Japão, Austrália e Canadá e teve grande impacto no aumento do fluxo de turistas. “De janeiro a julho, obtivemos um acréscimo de 48% da emissão de vistos, o que está diretamente relacionado ao lançamento do visto eletrônico. O que tem acontecido também é um aumento da receita cambial dos gastos de estrangeiros no Brasil. Acréscimo de 4,8% no mesmo período”, relata a presidente da Embratur, Teté Bezerra. O visto eletrônico ultrapassou, em agosto, a marca de 100 mil documentos processados. Os EUA lideram no número de pedidos, com 70.793, seguidos pela Austrália (13.975), Canadá (9.315) e Japão (7.233). Conectividade – Um dos pontos de maior impacto nesse projeto turístico é o aumento das ligações aéreas no país. Um dos principais incrementos foi da Air France/KLM que passou a operar voos para Fortaleza em maio e já anunciou o inícios de operações diárias. Outros conglomerados como Emirates e Lufhtansa aumentaram sua oferta com aeronaves maiores, enquanto aéreas nacionais tiveram um incremento de voos para EUA e países sul-americanos. No caso da Latam foram adicionadas rotas para Israel e Lisboa. Soma-se a isso, a autorização da Anac para o início das atividades da Norwegian, primeira low cost a operar no Brasil. Além dela outras empresas de baixo custo devem passar a voar por aqui. Visto de trabalho para cruzeiros – Um decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) no início de setembro ampliou de 90 para 180 dias a validade do visto de profissionais que trabalham nos navios em viagem de longo curso. A medida já será válida para a próxima temporada de cruzeiros e afasta o risco de o Brasil ter uma temporada reduzida de 120 para 90 dias em 2018/2019, o que representaria, de acordo com a Clia Brasil, a perda de 7 mil empregos e R$ 450 milhões em impacto econômico. Além disso, a nova regra abre a possibilidade para uma temporada maior no país.
Vinicius Lummertz, ministro do Turismo
PRÓXIMAS ETAPAS Se as medidas que entraram em vigor podem fazer com que o setor tenha grandes avanços em público e impacto econômico, os próximos passos podem trazer ganhos ainda maiores. Um das principais pautas é a transformação da Embratur em agência de promoção, em um modelo semelhante ao adotado pela Apex e o Sebrae. Com este formato, a Embratur ganharia autonomia financeira e administrativa com capacidade para celebrar convênios e promover ações integradas com outros órgãos governamentais e iniciativa privada, além de buscar recursos em outras fontes além do orçamento da União. O modelo já é adotado em diversos países e impacta diretamente nos investimentos em promoção turística. Enquanto o Brasil investiu US$17 milhões de dólares em 2017, outros países que já contam com o modelo superaram em muito este valor, como México (US$ 490 milhões), Colômbia (US$ 100 milhões) e Argentina (R$ 60 milhões). O processo de transformação em agência de promoção ainda depende de aprovação do Congresso e no momento tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados. O projeto foi apensado (união de projetos em tramitação conjunta) a outros dois considerados de vital importância: que permite a ampliação da participação de capital estrangeiro nas companhias aéreas brasileiras e também o que moderniza a Lei Geral de Turismo (PL 2724/2015). Os projetos integram o “Brasil + Turismo”, um pacote de medidas para fortalecer o setor no país. Essas e outras medidas foram incluídas na Agenda Estratégica em prol do turismo brasileiro, um encarte de 24 páginas, produzido pelo Ministério do Turismo, composto pelas principais iniciativas da gestão turística para alavancar o setor e garantir mais investimentos. Dentre os principais temas retratados no encarte estão turismo náutico, turismo em cidades históricas, parques temáticos, facilitação de vistos eletrônicos, parques naturais, abertura do tráfego aéreo a empresas internacionais, turismo de eventos, investimento em resorts e modernização da Embratur. A expectativa é de que o conjunto de medidas possa ser colocado na pauta no próximo governo, que tem início em janeiro, para que os avanços não sejam suspensos em virtude do abandono desta agenda.
Foto: Rita Barreto
BAHIA UM DESTINO COMPLETO
O
BAÍA DE TODOS-OS-SANTOS
estado da Bahia é um dos principais destinos turísticos do Brasil. Uma de suas principais características a diversidade. Por estar localizado na região Nordeste, claro que o fator Sol & Praia chama muito a atenção. E não por acaso, são praias belíssimas em todo o estado, incluindo a capital Salvador. No entanto, a Bahia oferece muito mais do que isso: uma cultura riquíssima, parte importante da história do país e atrativos como cânions, lagos e chapada. Tudo isso, faz da Bahia um destino completo e que agrada a todos os gostos.
Águas mornas, calmas e cristalinas surpreendem os visitantes durante passeios de escuna pela Baía de Todos-os-Santos, a maior do país, e segunda maior do mundo. Descoberta em 1º de novembro de 1501, a baía oferece excelentes condições para navegação e paisagens paradisíacas, próprias para a prática de esportes náuticos, como o mergulho. Os passeios partem do Terminal Náutico da Bahia, no Comércio, Cidade Baixa. Os roteiros costumam incluir paradas na Ilha dos Frades e Ilha de Itaparica. As escunas contornam a Ilha de Maré, Madre de Deus, e a Ilha do Medo. A baía compõe um dos mais belos cenários litorâneos do País, envolto por áurea histórica secular e pela Mata Atlântica em contraste com os vastos manguezais, restingas e recifes de corais. Atrai turistas de todas as partes do mundo com encantos e magia, nesta terra da alegria, onde a natureza faz seu reinado, assegurando um banho de mar tranquilo e gastronomia incomparável. Além do sol e praia, há roteiros que oferecem história, cultura e turismo étnico, dentre outras opções. O Aeroporto Internacional de Salvador atende à região, assim como o terminal rodoviário. Os serviços incluem um parque hoteleiro bem consolidado, com oferta de resorts, hotéis, pousadas e flats.
Foto: Eric Ribeiro
SALVADOR Berço da arte e da cultura tipicamente brasileiras, a capital baiana é mundialmente conhecida, o que a torna o principal polo turístico do Estado. Sua multiplicidade cultural - originária da fusão de raças e costumes europeus, indígenas e africanos - atrai e encanta os visitantes de todos os cantos do planeta. Está evidente no sincretismo religioso, na musicalidade e história da cidade. De 1549 a 1763 Salvador foi a primeira capital do Brasil. O Centro Histórico abriga um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos coloniais do País – o Pelourinho – tombado pela Unesco, como Patrimônio Cultural da Humanidade. O Litoral oferece 50 quilômetros de praias com areias brancas e águas mornas. Durante o verão, a cidade é palco para mistura de gente e de ritmos: é assim que se traduz o Carnaval de Salvador. Em três circuitos da capital da Bahia, milhares de turistas se misturam aos baianos para conhecer a maior festa de rua do planeta. Bandas tocam sucessos do alto dos
trios elétricos, conduzindo uma multidão que dança ao som dos mais variados estilos musicais. A capital baiana tem muito sol e praia, gastronomia, história, cultura e turismo étnico. O Aeroporto Internacional de Salvador passa por requalificação sob a nova administração da Vinci Airports, concessionária que fará entrega da primeira etapa das obras em outubro de 2019, assegurando maior conforto aos usuários. A cidade possui parque hoteleiro excelente, com oferta de resorts, hotéis, pousadas e flats.
A paisagem singular e deslumbrante do Litoral Norte baiano, aliada ao conforto oferecido por infraestrutura e serviços de um parque hoteleiro que reúne resorts, hotéis e pousadas, fazem da Costa dos Coqueiros um dos destinos mais procurados por turistas brasileiros e estrangeiros no Brasil. A Praia do Forte, Costa do Sauípe, Imbassaí e Arembepe são alguns dos destinos mais badalados. Na Praia do Forte, por exemplo, o Castelo Garcia D’Ávila é um dos mais importantes e significativos monumentos do patrimônio histórico e cultural brasileiro. É a primeira grande edificação portuguesa de arquitetura residencial militar no Brasil, com característica de castelo medieval. As ruínas do castelo foram tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan. Com aproximadamente 190 quiômetros de extensão, a Costa dos Coqueiros tem início na Praia de Ipitanga, município de Lauro de Freitas, e prossegue até Mangue
Seco, em Jandaíra, na divisa com Sergipe. São praias belíssimas, dunas, restingas, recifes de corais, lagoas, rios, extensos coqueirais e remanescentes da Mata Atlântica, além de localidades pitorescas que guardam história, tradição e cultura.
COSTA DO DENDÊ
COSTA DO CACAU
Foto: Eric Ribeiro
O litoral de águas claras e quentes - com formações variadas de recifes de coral e emolduradas por vastos coqueirais – abriga praias que estão classificadas entre as melhores do país nos principais guias do gênero. O arquipélago fluvial do Rio Una abriga uma variedade de ilhas paradisíacas – Tinharé, Boipeba, Cairu. A exclusiva Baía de Camamu abre-se em dez ilhas inexploradas, com vegetação primitiva e coqueirais. A extensa contracosta de águas plácidas é ideal para navegação, vela, mergulho e pesca. Uma unidade de conservação preserva a rica fauna e flora. As abundantes árvores de dendê, tempero que dá o gosto peculiar à culinária baiana, dão o toque final ao cenário local. A natureza neste paraíso de grande diversidade ecológica divide a paisagem com um rico acervo histórico, herança do Brasil Colônia. Os povoados primitivos preservam características culturais tradicionais. Aqui tem sol e praia, cultura, esporte e aventura, ecoturismo, turismo étnico, esportes náuticos e culinária à base de frutos do mar.
Foto: Márcio Filho - MTur
Entre a foz do Rio Jaguaripe e a Baía de Camamu, a Costa do Dendê é um magnífico mosaico de praias, baías, manguezais, costa rochosa, restingas, nascentes, lagoas, rios, cachoeiras e estuários. São 115 quilômetros de litoral que inclui as localidades de Valença, Morro de São Paulo, Boipeba, Igrapiúna, Cairu, Camamu, Taperoá, Ituberá e Maraú.
Foto: Tatiana Azeviche- SETUR
Foto: Gleidson Santos- MTur
COSTA DOS COQUEIROS
Numa extensão de 180 quilômetros, entre os municípios de Itacaré e Canavieiras, está situada a Costa do Cacau. Reduto de belezas naturais, rios margeados por fazendas de cacau, praias preservadas, de vastos coqueirais, em meio à Mata Atlântica, e densos manguezais. A região encanta pelas paisagens e registros dos anos áureos da produção de cacau. A arquitetura preserva o casario colonial dos séculos XVIII e XIX, em ruas calçadas de pedras, igrejas e casarões antigos, reduto de parte importante da História Nacional e que remonta ao período em que a produção e exportação cacaueira eram a atividade primordial da economia brasileira. Cenário de filmes, novelas e romances, grande parte da obra do escritor Jorge Amado é ambientada em Ilhéus. A região é destino certo para quem procura diversão e contato com a natureza.
Canavieiras, Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Santa Luzia, Una e Uruçuca oferecem opções variadas aos visitantes. Os roteiros incluem praias para a prática de surfe e pontos de pesca – em especial do robalo, em Canavieiras – a águas calmas e verdadeiros paraísos desertos. Cachoeiras radicais – como a do Cleandro, em Itacaré –, rios e corredeiras são um convite à prática de esportes de adrenalina e aventura, como rafting, rapel e canoagem. Os visitantes encontram sol e praia, história, cultura, gastronomia, aventura e pesca na Costa do Cacau. Resorts, hotéis, pousadas, restaurantes regionais e internacionais, aeroporto, porto, shopping center e centro de convenções asseguram boa infraestrutura e serviços.
COSTA DAS BALEIAS
VALE DO SÃO FRANCISCO Foto: Tatiana Azeviche- SETUR
No Extremo Sul da Bahia, a Costa das Baleias é um verdadeiro paraíso natural. Um mar de um azul sem fim, com águas transparentes, reduto do maior e mais diversificado conjunto de recifes de corais do Atlântico Sul – um total de 17 espécies no Parque Nacional Marinho de Abrolhos -, abrigo de uma vasta fauna e flora, ilhas vulcânicas, manguezais e canais de maré. Paisagem de uma beleza deslumbrante. O clima tropical e o sol, que reina absoluto o ano inteiro, são um convite irresistível aos amantes da natureza. A culinária é farta em peixes e frutos do mar ao tempero apimentado do dendê. Entre rios, cachoeiras, praias de águas doces e salgadas, ilhas, mangues e coqueirais, o maior destaque fica por conta dos mergulhos em águas mornas e tranquilas visitadas, regularmente, por baleias jubartes, alheias aos olhares curiosos do público.
A zona turística do Vale do São Francisco é formada pelos municípios de Juazeiro, Casa Nova, Curaçá, Remanso e Sobradinho. Principal ponto de divisa entre os estados da Bahia e Pernambuco, Juazeiro mantém-se com um próspero comércio às margens do Rio São Francisco e um moderno polo agroindustrial exportador. A cidade guarda alguns monumentos da arquitetura civil do século passado, tendo se modernizado com a urbanização da orla fluvial e a reforma dos arcos da ponte Eurico Gaspar Dutra, agora ocupados por pequenos bares e restaurantes. No município de Casa Nova, a vinícola Terranova, do Grupo Miolo, produz anualmente dois milhões de litros de premiados vinhos e espumantes e figura com destaque no roteiro do enoturismo do Vale do São Francisco. Cerca de dois mil turistas visitam a fazenda por mês. Cultura, gastronomia, enoturismo, ecoturismo, e turismo náutico estão integrados. Hotéis, pousadas, locadoras de barco e aeroporto completam a oferta de serviços. Foto: Divulgação
Nas aldeias e povoados, a comunidade local conserva viva a cultura tradicional. Reino da calmaria envolta pela natureza em seu esplendor, a Costa das Baleias é roteiro certo para quem busca relaxar à beira-mar e desfrutar do que a vida tem de melhor. Oferece sol e praia, história, cultura, gastronomia, esporte e ecoturismo. Parque hoteleiro composto por resorts, hotéis e pousadas. Foto: Divulgação
COSTA DO DESCOBRIMENTO Berço da história e da cultura do Brasil, a Costa do Descobrimento foi tombada como Patrimônio Natural Mundial pela Unesco, em 1999. Ela é cercada por atrativos naturais como praias, baías, enseadas, falésias, recifes de corais, manguezais e rios navegáveis. Possui ótimas condições para a prática do turismo de aventura e ecoturismo. As praias paradisíacas da região estão entre as mais visitadas do país. Em Porto Seguro, destacam-se Tacimirim, Taperapuã e Mundaí; em Cabrália, Coroa Vermelha, Mutary e Arakakaí; em Arraial d’Ajuda, as praias do Delegado, Mucugê e Parracho atraem grande fluxo de turistas. Quem visita Caraíva não pode deixar de conhecer a praia do Espelho - localizada no meio de uma falésia -, está entre as dez melhores do Brasil; na Costa do Descobrimento encontram-se, ainda, as praias de Santo André, das Tartarugas e de Santo Antônio, também muito procuradas.
que os realizados à noite, na Costa do Descobrimento o lazer noturno também é ponto de destaque. Os horários são tão atípicos que, em muitas cidades da região, o comércio de roupa e artesanato funciona durante a madrugada.
A região tem uma vida noturna bem diferenciada. Ao contrário do que acontece na maioria das áreas litorâneas, onde os programas realizados de dia são mais atrativos do
A Costa do Descobrimento é excelente opção para quem procura sol e praia, história, cultura, gastronomia, esporte, ecoturismo e turismo étnico.
Foto: Ana Paula Bispo
CHAPADA DIAMANTINA
A Chapada Diamantina é um lugar perfeito para quem gosta de relaxar contemplando a natureza. Entre os atrativos da região localizada no centro da Bahia estão poços, cachoeiras e morros rodeados por ricas fauna e flora. Lençóis e Mucugê estão entre as cidades onde se pode aproveitar o clima bucólico para desacelerar do ritmo das grandes cidades, descansar e conhecer um pouco da história do garimpo e colonização do Brasil. As aventuras proporcionadas pelo ecoturismo também estão garantidas para quem gosta de fazer trilhas, tomar banho de cachoeira ou fazer rafting. Subir o lendário Morro do Pai Inácio, em Lençóis, e fazer a caminhada até a Cachoeira da Fumaça (queda d’água com 360 metros), no Vale do Capão, são algumas das experiências mais marcantes para quem quer se aventurar. A região oferece ecoturismo, história, gastronomia, esporte e aventura. Seu parque hoteleiro garante conforto aos visitantes, restaurantes regionais e internacionais, aeroporto e terminal rodoviário.
LAGOS E CÂNIONS DO SÃO FRANCISCO É preciso visitar o Rio São Francisco para entender por que tantos autores o reverenciam. Em diversas cidades baianas é possível sentir um pouco da inspiração que serviu às artes e em cada uma delas são inúmeros os roteiros de lazer, desde os famosos bungee jump, do alto de pontes, e variados esportes radicais, até as reuniões em barzinhos e restaurantes para contemplar o pôr do sol.
Foto: João Ramos
A gastronomia da região é rica, e o visitante ainda tem oportunidade de conhecer mais sobre turismo religioso e étnico. Hotéis, pousadas, locadoras de barcos e restaurantes regionais oferecem bons serviços.
A zona turística Caminhos do Sertão começa em Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia. Saindo de Feira, em boas estradas, vai-se até Canudos. Muito sol e pouca chuva. Das adversidades desta terra, nasceu a história de um povo forte e lutador. Deste chão de barro, a caatinga brota, resiste, fascina e traduz a força do sertanejo. A região abrange Araci, Cipó, Euclides da Cunha, Itapicuru, e Tucano, dentre outros municípios. As águas termais de Jorro e o grande morro que está instalado em Monte Santo, ponto com clima diferenciado das outras localidades, são muito procurados por turistas, que buscam as bênçãos da natureza no meio do sertão. Os pés de xiquexique, flor de jurema, umburana, juazeiro, mandacaru e macambira marcam a paisagem, onde são relevantes as manifestações religiosas, o turismo de saúde, étnico e técnico-científico. A infraestrutura e serviços incluem mais de cinco mil leitos em hotéis e pousadas e restaurantes regionais. Foto: Rita Barreto
Paulo Afonso é uma das cidades que mais se destacam. Ela desponta, no cenário turístico, como um dos principais portões de entrada para a Região dos Lagos e tem como principal atrativo a exploração do turismo de aventura e o ecoturismo. Lá, o visitante encontra opções que exploram a prática de esportes radicais, trilhas na caatinga, passeios no cânion do Rio São Francisco e visitas aos polos de piscicultura e instalações da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).
CAMINHOS DO SERTÃO
AGÊNCIAS E OPERADORAS
BRASIL CAMINHA PARA RETOMADA DO TURISMO Em 2017 o setor apresentou melhoras em relação ao ano anterior; ambiente de negócios apresenta-se mais favorável para 2018
Lisia Minelli
Segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), 1,32 bilhão de pessoas estavam viajando em 2017. O turismo vem se transformando cada vez mais em um objeto de desejo para milhões de pessoas, inclusive dos brasileiros. Esta é uma tendência global que mostra que o potencial do setor é muito grande e que ainda há muito espaço para trabalhar e gerar empregos e divisas para o país. Passado o pior momento da crise econômica, o ensaio da retomada trouxe nova dinâmica no mercado brasileiro. Enquanto em 2016 houve maior preponderância do crescimento do faturamento de receitas comercializadas para destinos internos, em 2017 o crescimento decorreu de receita para destinos estrangeiros. De acordo com o Anuário Braztoa, em 2017 o faturamento das operadoras associadas da Braztoa foi de R$ 12,2 bilhões, crescimento de 8% em comparação com o ano anterior e superior a alta de 2,9% observada em 2016. Esse crescimento pode ser atribuído à menor, ao efeito riqueza gerado pela alta no mercado de ações e pela recuperação, ainda que lenta, do mercado de trabalho. Além disso, o maior número de feriados em comparação ao ano anterior pode ter ajudado a maior demanda por produtos e serviços relacionados ao turismo. Já em relação aos embarques, os números de 2017 são 7,8% maiores do que os registrados no ano anterior, totalizando 5,5 milhões, em 2016 essa alta foi de apenas 1%. O número de passageiros embarcados aumentou em 406 mil pessoas em 2017. Contudo, a crise de 2015 fez com que o número de passageiros embarcados recuasse em 940 mil. Assim, há um caminho a percorrer para recuperar o número de passageiros embarcados em 2014, o recorde até o momento, quando embarcaram 6 milhões. Nacional – O turismo doméstico movimentou cerca de 4,3 milhões de turistas em 2017, incluindo trechos internos feito por estrangeiros, contra 4,1 milhões em 2016. O setor cresceu 4% em embarques e 2% em faturamento. A região brasileira que mais concentrou embarque foi o Nordeste, com 2,7 milhões de passageiros embarcados, seguido pela Região Sudeste (652 mil); Sul (650 mil); Norte + Centro Oeste (318 mil). Considerando todos os gastos com as viagens no período, 16 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
pouco mais de R$ 10,8 bilhões foram movimentados na economia brasileira. Houve ainda uma queda de 2,9% dos gastos médios diários (R$ 211 para atuais R$ 205) e aumento do total de turistas, que compensou a queda do ticket médio dos gastos não incluídos no “pacote”, aumentando de 4,1 milhões para 4,3 milhões. Internacional – Outro destaque do Anuário é a demanda de embarques de passageiros para o exterior. Após dois anos seguidos de queda, o setor comemora crescimento de embarques (26%) e de faturamento (18%) no segmento. No total, 1,2 milhão de brasileiros embarcaram para o exterior em 2017, contra 954 mil em 2016. A região que mais con-
TOTAL DO IMPACTO DA BRAZTOA EM 2017 NA CADEIA PRODUTIVA POR REGIÃO (%)
ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 17
AGÊNCIAS E OPERADORAS centrou embarque de brasileiros em 2017 foi a Europa, com 345 mil de passageiros embarcados, seguida por América do Sul (311 mil); América do Norte (273 mil); América Central + Caribe (229 mil); e Ásia+África+Oceania (47 mil). PERSPECTIVAS PARA 2018 Brasil – Para o Brasil, a retomada da confiança, com recuperação do consumo e dos investimentos e melhorias institucionais, o ambiente de negócios apresenta-se bastante mais favorável em 2018, tornando as perspectivas para o turismo no país mais proeminentes, tanto para viagens domésticas quanto na recepção de turistas internacionais. Os principais destinos do Nordeste (cerca de 67% do faturamento com turismo, de acordo com os dados do Datatur/Braztoa) já esboçam números positivos em sua tendência, aferida pela variação anual. No caso do Rio de Janeiro, um dos principais destinos turísticos do país, a
FATURAMENTO E PASSAGEIROS TRANSPORTADOS
PASSAGEIROS TRANSPORTADOSDOMÉSTICO
FATURAMENTO INTERNACIONAL
PASSAGEIROS TRANSPORTADOS EMISSIVO INTENACIONAL (MILHARES)
18 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
expressiva redução nas atividades turísticas reflete efeitos da redução dos gastos governamentais e aumento da violência. A expectativa ainda é incerta para a demanda por serviços locais ligados ao turismo. Contudo, alguns fatores podem ser vistos como positivos para expansão das atividades locais. Internacional – Com relação ao turismo mundial, as expectativas positivas para o crescimento da economia sugerem que a indústria do turismo apresentará mais um ano de expansão. A OMT prevê que o fluxo de turistas internacionais cresça entre 4% e 5% em 2018 em todo o mundo. Essa projeção reflete o crescimento contínuo de um mercado de turismo global cada vez mais diversificado. Para as Américas, espera-se que o fluxo de turistas internacionais aumente 4,5% em 2018. Os eventos esportivos de 2018, como as Olimpíadas de Inverno na Coréia do Sul e a Copa do Mundo na Rússia, adicionam elementos positivos para se esperar crescimento no fluxo mundial de turistas.
FATURAMENTO POR CATEGORIA
FATURAMENTO DOMÉSTICO
VARIAÇÃO FLUXO INTERNACIONAL TURISTAS (%)
R$ 60 MILHÕES PARA NOSSA REGIÃO. 22 MIL PARTICIPANTES DE EVENTOS.
Parque das Aves
De janeiro a junho de 2018.
Aqui tem ação do Visit Iguassu. O Visit Iguassu participa ativamente do desenvolvimento do turismo na região trinacional. Só no primeiro semestre deste ano foram realizados 38 eventos, captados e apoiados pela entidade, que levaram para o Destino Iguassu 22 mil participantes e geraram mais de R$ 60 milhões para a comunidade. Foz do Iguaçu é a terceira cidade do Brasil que mais recebe eventos internacionais. Visit Iguassu. Seja no turismo de lazer ou de eventos, até no nome a gente promove o nosso Destino.
O IGUASSU CVB AGORA É ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 19
RETROSPECTIVA AGÊNCIAS E OPERADORAS
JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
A Tui está presente no Brasil desde 2012, quando adquiriu a startup Mala Pronta. Desde então, atua no país de uma forma bem mais tímida do que no resto do mundo. Em maio de 2017, no entanto, entrou em funcionamento o Tui Smart Booking (tui.com.br) – site voltado aos agentes de viagens e uma versão inicial da sua plataforma. Agora, a missão é conquistar o Brasil e atingir 70 milhões de euros em vendas em 2018; e 350 milhões de euros até 2022.
O Grupo Flytour anunciou a fusão entre as duas operadoras do grupo formando a Flytour MMT, que juntas passam a ser a segunda maior operadora do país. Michel Barkoczy é o presidente. Embora sejam uma só empresa, suas características foram mantidas devido ao sucesso que cada uma possui com os agentes de viagens. A Flytour MMT Viagens chegou com a expectativa de fechar 2018 com cerca de R$ 700 milhões em vendas.
Durante a abertura do 49º Encontro Comercial Braztoa, a presidente da entidade, Magda Nassar, revelou que dados do Anuário Braztoa mostram que as operadoras associadas registraram um faturamento de R$ 12,2 bilhões no ano passado, um crescimento de 8,8% em relação ao ano anterior, quando o resultado foi de R$ 11,3 bilhões. Para ela, o resultado é o esforço e o investimento em novos produtos e treinamento para fidelizar o cliente.
ABRIL
MAIO
JUNHO
A história de Arnaldo Franken no turismo é bem conhecida. Até pouco tempo, ele figurava como sócio da MMT Gapnet, e uma nova história passou a ser escrita em maio com a Diversa Turismo. A operadora adota como slogan a frase: “Um novo Olhar”. O que significa, segundo ele, uma forma inédita de fazer negócios no Turismo. A ideia é apresentar aos agentes de viagens os produtos com o preço neto para que eles mesmos possam aplicar o seu markup.
Após muitos impasses, idas e vindas, impugnações e processos, a Abav Nacional anunciou um novo presidente em junho. Com todos estes problemas relacionados às eleições, Carlos Palmeira se negou a disputar pela terceira vez após duas vitórias quase unânimes. Em nova eleição, Geraldo Rocha, da GR Turismo e Viagens, vice-presidente Financeiro na chapa anterior, agora é o novo presidente da entidade pelo biênio 2017/2019.
Em 2014, quando o Governo Federal estipulou em 6,38% a alíquota do IRRF para o pagamento de fornecedores do turismo no exterior, as entidades que encabeçaram o pleito fizeram também uma consulta à Receita Federal sobre a questão da bitributação, que foi respondida, em abril, em um parecer favorável. Este documento dá segurança jurídica às operadoras para não pagar o IRRF no caso de remessas a estes países.
20 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
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ENQUETE AGÊNCIAS E OPERADORAS
Em tempos de volatilidade do câmbio e compras diretas, como adequar os produtos a este novo ctenário? Mariana Garcia
Gerente de vendas da Expedia TAAP
Como uma Online Travel Agency (OTA), estamos nos adequando ao novo cenário focando mais nos destinos nacionais, visto que com a oscilação e aumento do câmbio, o consumidor brasileiro tem repensado sobre fazer grandes viagens internacionais. Outra proposta que também temos adotado é divulgar o vasto inventário de hotéis que temos, para que dentro da realidade de cada consumidor o agente de viagem consiga oferecer a melhor opção de hotel. Outra preocupação que tivemos foi de oferecer o parcelamento em até 12 vezes sem juros, sendo que este pagamento pode ser feito no cartão do viajante ou da agência de viagens. A Expedia Taap continua com a preocupação de fazer negociações globais com os hotéis e com isso oferecer tarifas bem competitivas e atrativas para seus clientes. Além de oferecer um modelo de comissão que otimiza a venda das agências, podendo escolher a mais lucrativa.
Federico Helman
Diretor executivo da Latam Travel
A Latam Travel consolidou o processo de unificação da sua gestão, e agora temos uma única diretoria global para todos os mercados em que atua. Assim, hoje, a rede Latam Travel está mais estruturada, com equipes integradas e uma prateleira de produtos mais bem definida para o cliente final. Também temos planejado estrategicamente e com muito cuidado cada uma de nossas ações de marketing e vendas. Neste momento, estamos muito atentos às mudanças de comportamento do consumidor e utilizando ferramentas de inteligência de mercado para oferecer ao viajante o produto mais adequado às suas necessidades. Em conjunto, todas estas medidas são importantes para lidar com os efeitos do desaquecimento do mercado brasileiro verificado após a greve dos caminhoneiros e a partir do aumento dos custos com o petróleo e com a volatilidade do câmbio.
Aroldo Schultz
Presidente da Schultz
O aumento do câmbio dificulta o turismo internacional, mas favorece o turismo interno. O que atrapalha a venda é a volatilidade do câmbio, da política e também do judiciário. As vendas online só ajudam a nossa empresa a vender mais. Somos uma das poucas operadoras com tecnologia de ponta que permite o cliente entrar no site e fazer a compra, com a diferença que sempre jogamos a venda/Leads, para uma das milhares de agências parceiras. Nossa linha comercial é a do ganha a ganha: “A agência nos vende mais e nós a apoiamos mais”. Nossa tecnologia está à disposição de agências e até de outros operadores. Em 2017, crescemos 11%. Este ano nossa meta é chegar aos 30%. Com a estabilização do câmbio, ofertas que atendam a todos os bolsos, tecnologia para facilitar a venda online por meio das agências, capacitações e alguma estabilidade política e econômica, superaremos qualquer cenário.
22 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
ENQUETE AGÊNCIAS E OPERADORAS
Ronnie Corrêa
Diretor geral da Abreu Brasil
É necessário estar sempre atualizado sobre as tendências do turismo e entender o perfil dos novos clientes. Sabemos que, mesmo com o dólar e o euro supervalorizados, as pessoas não deixam de viajar. E, por isso, investimos cada vez mais em ações para fortalecer nossa marca e nos manter em evidência, unindo o conhecimento do setor e a experiência de mais de 170 anos da Abreu. Em 2018, realizamos diversas campanhas visando maior competitividade para a compra de pacotes internacionais, além de trabalhar roteiros exclusivos em destinos exóticos, como Marrocos, por exemplo, e remodelar o nosso site. Para estreitar o relacionamento com nossos agentes de viagem parceiros, realizamos roadshows por importantes mercados para a Abreu e famtrips com profissionais de diversas partes do Brasil. Também estamos com a campanha de incentivo “Viagens Preciosas” que irá premiar até 40 agentes de viagem que se destacarem em vendas neste ano.
Michael Barkoczy
Presidente da Flytour MMT Viagens
Para adequarmos nossos produtos ao novo cenário, buscamos centralizar nossas compras em fornecedores parceiros, assim temos melhores resultados na compra do produto. Comprar bem é sempre importante. A adequação de produtos significa estudar profundamente quais são as expectativas do público final. Roteiros mais curtos e bem negociados em momentos de volatilidade do câmbio sempre funcionam. Outro ponto de suma importância é ter bastante foco no doméstico que sempre é o divisor de águas em momentos como o que estamos vivendo, já que o internacional sobre com a oscilação do câmbio. As campanhas também ajudam a impulsionar as vendas. Preços melhores vendem mais. Preparar produtos pensando nos clientes que querem programar suas viagens e aproveitarem melhores tarifas também é importante para incrementar o volume das vendas.
Flávio Louro
Diretor geral da E-HTL Viagens Online
Quando falamos de compra é importante entender as necessidades de cada viajante e agente para depois potencializar a ação. É necessário saber as necessidades e entender quais dificuldades (barreiras ou facilitadores) que nos fazem chegar à conclusão da venda. É importantíssimo saber se adequar às novas eras e oferecer o que os clientes procuram como produtos inéditos ou exclusivos (na E-HTL, por exemplo, oferecemos Cerro Bayo) e novas oportunidades online e offline (como promoções e ações diferenciadas). Outro ponto a ser estudado e incentivado é a força de vendas, que é um fator essencial para o sucesso de qualquer negócio. Encontrar oportunidades de mercado e agregar valor ao produto ou serviço oferecido são diferenciais que podem facilitar a venda. Nossa força de vendas é um time de pessoas comprometidas à missão da organização, com postura proativa e que amam o que fazem; essa predileção se reflete em nossa produtividade.
24 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
ENQUETE AGÊNCIAS E OPERADORAS
Júnior Lins
Diretor executivo da Bancorbrás
Atualmente, a volatilidade do câmbio no Brasil é enorme, o que aumenta as chances de altas e baixas fora do previsto. Com isso, as cotações de pacotes de viagem e outros serviços turísticos têm praticamente a mesma probabilidade de cair ou subir em curto período. Pensando nisso, procuramos selecionar ofertas de destinos alternativos, em que o custo x benefício da viagem seja menor. Exemplos disso são as opções de hotéis mais econômicos ou com sistema de alimentação all-inclusive, e as ofertas de passagens aéreas promocionais. Essa adequação só é possível graças aos recursos tecnológicos utilizados pela empresa, com vistas a dar todo o suporte aos nossos clientes antes, durante e após a viagem. Além disso, em tempos de fácil acesso à informação, é natural que os clientes busquem suas viagens por conta própria. Porém, a Bancorbrás oferece aos turistas: segurança e qualidade no atendimento. Nossa equipe de consultores é treinada para proporcionar experiências inesquecíveis.
Arnaldo Franken
Fundador da Diversa Turismo
Na Diversa Turismo enfrentamos bem a volatilidade cambial, isso por que temos uma prática de gestão, antecipando diariamente as compras em moedas estrangeiras, o que nos dá mais segurança. As compras diretas, por outro lado, nos movem a negociar todo momento melhores condições de compra com nossos fornecedores. Isso forma uma dinâmica positiva, que melhora a nossa performance em todos os nossos segmentos de negócios. A Diversa Turismo é uma operadora nova, com uma proposta diferente. Nossa vocação é criar para os agentes de viagem produtos sob medida. Nossa precificação é transparente, com custo financeiro separado do custo do produto. E, para entregar produtos de alto nível, temos relacionamento sólido com os melhores fornecedores do mercado, todos acessíveis pela nossa plataforma online.
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ENQUETE AGÊNCIA E OPERADORAS
Afonso Louro
Rogério Mendes
Diretor da Visual Turismo
Ao longo destes mais de 32 anos, não é a primeira vez que nos deparamos com esta situação no mercado, embora a causa agora seja singular, muito mais de ordem política. Para estimular o segmento internacional em tais circunstâncias de volatilidade do câmbio, recorrer à política de câmbio congelado ou reduzido é uma das alternativas. Além, é claro, de mobilizar a cadeia de prestadores de serviços turísticos para obtenção de preços promocionais. Para fazer frente às compras diretas, numa ponta investimos no relacionamento com o agente de viagens, nosso único canal de vendas, seja através de capacitações, famtrips, roadshows e eventos para assim melhor qualificá-lo, bem como desenvolvemos campanhas de incentivo para fidealizá-lo. Na outra ponta, investimos em tecnologia para poder oferecer ao agente de viagens ferramentas que o tornem mais competitivo com o mercado da venda direta, feita tanto via OTAs quanto pelos nossos próprios fornecedores da cadeia de serviços. Diretor do Canal Multimarca da CVC
A experiência de mais de 46 anos no setor de turismo mostra que o passageiro, mesmo em tempos de volatilidade cambial não deixa de viajar, mas faz ajustes para que os gastos com a viagem caibam no orçamento. Diante da alta do dólar, o passageiro fica mais suscetível as promoções e facilidades nas formas de pagamento. Desta forma, a CVC, diariamente, inclui em seu sistema de vendas inúmeras promoções, incentivando a compra com antecedência. Ações como dólar reduzido, parcelamento estendido, promoções com 2° passageiro grátis, entre outras, tem como objetivo oferecer diferenciais de vendas aos agentes multimarcas, já que visam mitigar o impacto da alta do dólar. Além disso, um dos principais diferenciais da operadora é a viagem como assistência, para garantir a resolução de incidentes em situações como apoio em casos de voos cancelados, perda de documentos, incidentes relacionados à saúde, entre outros, trazendo, assim, uma segurança a mais ao cliente e ao agente parceiro.
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ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 27
ENQUETE AGÊNCIAS E OPERADORAS
Luis Paulo Luppa
Diretor da Unidade de Negócios Grupo Trend
Para começar, é preciso entender que, assim como as companhias e produtos, os clientes se adaptam. As pessoas não deixam de viajar, elas planejam com mais antecedência, compram dólar mensalmente, optam por viagens mais curtas ou destinos nacionais e por aí vai. A Trend por sua vez está empenhada em oferecer as melhores opções e facilidades de compras. Em todo negócio é preciso ter paixão, energia e talento para vislumbrar o futuro. Sobre este último ponto, temos o apoio dos estudos de mercado, que nos apontam direções certeiras no setor, mas o contato próximo e diário com nossos clientes e fornecedores são os melhores indicadores de tendências que poderíamos ter ao nosso lado. Ainda é preciso enxergar as oportunidades e ser excelente em se adaptar. Tirar o melhor de canais alternativos, como a internet, e aproveitar suas vantagens. Esse é o diferencial que nos mantêm no jogo e faz com que driblemos as adversidades.
Luciano Guimarães
Diretor geral da RexturAdvance
A moeda americana já tem um histórico de oscilação frente ao real de longa data, que exige das empresas maior dinamicidade na oferta de produtos e entendimento de seu público. Pela expertise de mais de 30 anos da RexturAdvance, nossos clientes têm uma série de ferramentas à disposição que possibilitam encontrar tarifas de acordo com suas necessidades. Através do Reserva Fácil oferecemos uma extensa gama de produtos e faixas de preço. É por isso que, constantemente, nossas equipes estão criando e oferecendo novos produtos, que podem ser alternativas importantes para otimizar as despesas de viagens ou como opções de complemento à viagem. Além da diversificação de produtos também investimos fortemente no atendimento aos nossos clientes, com equipes que atuam de forma consultiva para indicar aos agentes as tarifas mais atrativas e competitivas. Esse tipo de atendimento, mais consultivo e próximo do agente, é uma das nossas fortalezas na conquista da confiança e fidelização.
Adonai Arruda Filho
Dritetor da BWT Operadora
Tivemos um primeiro semestre bem singular: a Copa do Mundo, a instabilidade econômica e a greve dos caminhoneiros, sem dúvida, afetaram diferentes setores econômicos no Brasil. Naquilo que já tínhamos uma programação, como a Copa do Mundo, conseguimos nos diferenciar porque trabalhamos previamente para, de um lado, atuar com foco no mundial e, de outro, atender o viajante que escolheu outro destino – nacional ou internacionalmente. Com isso, somente para a Rússia, tivemos vendas de grupos que somaram quase R$ 3 milhões. Foram centenas de pacotes que se confirmaram mesmo com a oscilação do câmbio. Além disso, alguns turistas trocaram viagens internacionais por nacionais, em resorts brasileiros com destaque para destinos de praia e para empreendimentos que oferecem uma experiência diferenciada. Nosso foco é trabalhar lado a lado com nossos parceiros e desenvolver a melhor estratégia comercial, com adequação de produto, roteiro, destino, serviço e, claro, preço.
28 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
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ENQUETE AGÊNCIAS E OPERADORAS
Marcelo Bento
Diretor da Azul Viagens
A alta do dólar, variação do câmbio e o avanço das tecnologias que permitem aos clientes realizarem compras sem o intermédio das agências nos exigem criatividade e inovação. Por isso, produtos que contenham muitos serviços que possam ser pré-pagos em Real ganham apelo. É cada vez mais popular o pagamento em boleto bancário parcelado em mais vezes, permitindo mensalidades menores ou a compra de mais serviços antecipadamente. O impacto do dólar também favorece a escolha de destinos nacionais. Explorar esses mercados é uma ótima forma de atrair clientes que querem viajar, mas se sentem desencorajados de embarcar para o exterior por causa do câmbio. Do mesmo modo, esse cenário abre espaço para que estrangeiros escolham o Brasil como seu destino de viagem, já que os preços aqui ficam mais atrativos. O mesmo avanço tecnológico que permite os clientes realizarem compras diretas também serve para que os agentes possam ter mais informações e recursos de venda.
Juarez Cintra Neto
Presidente da Ancoradouro
Adequamos nossos produtos sempre com muito trabalho em diferentes frentes de atuação. A volatilidade do câmbio sempre foi e continua sendo um fator ruim para o mercado e, principalmente, para as operadoras. A rapidez em ofertar produtos com valores interessantes, como os pacotes, por exemplo, usando tarifas em promoção e a também rápida negociação com fornecedores de hotelaria, serviços, locação, etc, são de vital importância para nosso segmento. Aliado a isso, também é indispensável mantermos linhas de comunicação eficientes com nossos clientes, no caso da Ancoradouro exclusivamente as agências de viagens, para que as vendas não sejam tão afetadas. Recentemente, o Grupo passou por um reposicionamento para criar uma identidade própria para a operadora, que agora chama Mondiale, e com isso, desenvolveu novos produtos que já estão dando resultados.
Roberto Sanches
Diretor Operacional & Comercial Orinter
Em meio a volatilidade cambial e compras diretas a aposta deve estar na especialização e atendimento a mercados de nicho, fazendo com que seu produto não seja comparado a commodities e o cliente possa ter a real percepção de valor agregado. É importante também tem bom relacionamento com fornecedores da cadeia de prestação de serviço para aprimorar as negociações e reverter benefícios ao consumidor final. Vale lembrar também que todas as relações de mercado são regidas por oferta e demanda, portanto, sempre em uma possível baixa, faz necessário ficar antenado a oportunidades e promoções. Com o novo portal para o agente, será possível montar pacotes dinâmicos e obter orçamentos e opção de pagamento online, tudo para facilitar ainda mais a venda do agente. Em 2017, a Orinter obteve um crescimento de 67% no faturamento e 69% na receita, comparado ao ano de 2016. Para este ano, a expectativa é que esse crescimento chegue a mais 12%.
Miguel Andrade
Diretor da Transmundi
Nós que militamos no Turismo, sem dúvida vivemos tempos de incerteza e expectativa, por conta não só do momento político que atravessamos e suas consequências, mas também pelas próprias mudanças do setor. O Turismo é um negócio dinâmico que exige uma constante reinvenção de todos, oferecendo ao mercado novos destinos e produtos, não só atrativos, mas também valores competitivos, capazes de atender a um número de viajantes que cresce rapidamente. Segundo dados da OMT, o crescimento do setor ao longo de 2017 superou os 7% e surgiram mais de 70 milhões de novos viajantes. Tais dados nos trazem a certeza de que com dedicação, empenho e criatividade, é sim possível superar a crise. Os viajantes existem aos milhões, ávidos por viajar, a economia mundial cresce em torno de 4% ao ano enquanto que o turismo cresce mais de 7%. Portanto, mãos à obra, e cresceremos juntos. 30 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
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AVIAÇÃO
BRASIL GANHA MATURIDADE E RETOMA CRESCIMENTO Acordo de Céus Abertos e a perspectiva da chegada de novos competidores amplia expectativas do setor a longo prazo
Pedro Menezes
Duas excelentes notícias mergulharam o turismo brasileiro num mar de otimismo em 2018. Apesar de todos os problemas políticos e econômicos no qual o País vem passando nos últimos anos, o setor se desdobra em busca daquele crescimento sustentável visto entre 2009 e 2013, considerado por muitos na época como os anos de ouro do turismo brasileiro. É o caso do lançamento do visto eletrônico para turistas de Japão, Austrália, Estados Unidos e Canadá, entre o fim de 2017 e o começo de 2018, que já traz resultados extremamente satisfatórios e facilita a vinda de turistas estrangeiros ao Brasil (até fevereiro, o número de vistos brasileiros concedidos a cidadãos dos quatro países tinha crescido 76%, em relação ao mesmo mês do ano passado) e a entrada em vigor do tão esperado acordo de Céus Abertos entre Brasil e Estados Unidos, que pôs fim ao limite de 301 frequências semanais entre os países. A partir de agora, a tendência é que haja um aumento do número de viagens, o crescimento do comércio internacional, um maior crescimento econômico e uma oferta de passagens mais em conta por parte das companhias aéreas, que devem prezar ainda mais pela conveniência do passageiro e eficiência de suas operações. De acordo com pesquisas elaboradas pelos próprios países que já assinaram o acordo e divulgada pelo Movimento Brasileiro Pelos Céus Abertos, os países que assinam o Open Skies Agreement observam um crescimento do tráfego aéreo de cerca de 15,5% e 32 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
um aumento de 75% na oferta de voos entre países. Em razão da maior competição e maior investimento no mercado, acordos de Céus Abertos também impactaram de maneira positiva o número de postos de trabalho disponíveis nas indústrias de aviação e turismo. O Open Skies acabou se tornando uma oportunidade para as companhias aéreas brasileiras. Além de poder concorrer diretamente com as aéreas norte-americanas, que atualmente dominam o número de assentos entre Brasil e EUA, o acordo irá aumentar também o mercado doméstico e promover um crescimento econômico que envolve até 52 setores ligados ao turismo. Atualmente os brasileiros têm cerca de 1,8% de viagens de avião por pessoa, menos da metade da porcentagem de outros países que já assinaram o acordo, como o Chile (3,5%), Peru (3,1%) e Colômbia (4,3%). No Brasil a média de viagens feitas aos Estados Unidos anualmente é de 26 a cada mil habitantes. Em outros países onde o acordo já foi implementado esse número é de cerca de 53 viagens. São números que mostram as vantagens do acordo e o rápido desenvolvimento no qual o Brasil poderá passar a sentir. Outro passo considerado extremamente importante tem a ver com a entrada de companhias de baixo custo no mercado brasileiro. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou agora no mês de agosto operações inéditas e internacionais da Norwegian Air entre Europa e Brasil, o primeiro passo para o Brasil mergulhar nesta tendências de passagens extremamente baratas e serviços cobrados de acordo com a necessidade de cada passageiro. O segundo passo pode ser dado oficialmente num futuro não tão breve, embora o Ministério do Turismo já tenha anunciado as intenções da própria Norwegian de operar voos domésticos dentro do mercado brasileiro. É claro que este é um processo que depende de uma série de decisões burocráticas, visto que a Norwegian precisaria obrigatoriamente criar uma subsidiária brasileira e ter o tão sonhado Certificado de Operador de Serviços Aéreos (AOC, em inglês) no Brasil. Uma vez conquistado, a Norwegian poderia ser mais uma a movimentar um mercado que tem um enorme potencial de crescimento dado os mais de 207 milhões de cidadãos por todo o país, de acordo com pesquisa realizada pelo IBGE em 2017. As aéreas brasileiras, por exemplo, transportaram 98,9 milhões de passageiros pagos em 2017. O número representou uma elevação de 2,93% em relação aos 96.162.612 passageiros pagos que usaram o transporte aéreo em 2016. No ano, a demanda por voos domésticos acumulou alta de 3,2% e a oferta, um crescimento acumulado de 1,4%, ante
AVIAÇÃO retrações de 5,7% e 5,9%, respectivamente, verificadas no ano anterior. E quem comandou a participação doméstica foi a Gol, com 36,2% de marketshare. Já a Latam obteve 32,6%, enquanto a Azul alcançou participação de 17,8% e a Avianca respondeu por 12,9% da demanda doméstica. E o ano de 2018 começou mais animado ainda. No acumulado até julho, 53,3 milhões de passageiros pagos foram devidamente transportados pelas associadas da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) - Azul, Avianca, Gol e Latam, que respondem por 99% do movimento aéreo comercial brasileiro, 3,8% a mais que nos sete primeiros meses de 2017. O incremento de 4,81% na oferta e de 4,79% na demanda. 4,1 BILHÕES DE PASSAGEIROS E não é só no Brasil que os números seguem em crescimento. A aviação mundial, por exemplo, estabeleceu em 2017 um novo recorde com 4,1 bilhões de passageiros transportados em voos regulares, o que representa um incremento de 7,1% comparado a 2016. As informações são da International Civil Aviation Organization (Icao). Em RPK, que pondera o número de passageiros pelas distâncias voadas, a aviação mundial cresceu 7,6%, para 7,7 bilhões, um crescimento que representa uma ligeira melhoria face a 2016, em que o crescimento em RPK foi de 7,4%. O número de decolagens, por sua vez, aumentou para 37 milhões. Mais da metade dos 1,2 bilhão de turistas que atravessaram fronteiras internacionais no ano passado optaram por via aérea. O aumento na procura pelo transporte aéreo de passageiros ganhou um impulso sólido derivado da melhoria das condições econômicas a nível global ao longo do ano. Embora num nível mais moderado que em 2016, o aumento do tráfego aéreo também foi estimulado pela existência de tarifas mais baixas, justificadas pela quebra do preço do combustível. PARA IATA, BRASIL RETOMOU CAMINHO DO CRESCIMENTO EM 2017 Quando o assunto é o nosso mercado doméstico de passageiros comerciais, a Iata registra um crescimento de 3,5% na demanda, após uma queda de 5,5% registrada em 2016. Em nota, a empresa informa que o Brasil enfim voltou a crescer, tanto é que a capacidade teve aumento de 1,7% e a taxa de ocupação média dos voos chegou a 81,5%, aumento de 1,4 pontos percentuais se comparado aos 12 meses de 2016. Só a América Latina representou 5,2% de todo o mercado de passageiros em 2017. A demanda obteve um crescimento de 7%, enquanto a capacidade cresceu 5,5%. O resultado desta equação é uma taxa de ocupação saudável de 81,8% para o período, aumento de 1,2% se comparado aos 12 meses de 2016. Com relação somente aos passageiros internacionais, o crescimento de tráfego foi de 7,9%. A capacidade cresceu 6,4% e a taxa de ocupação média subiu 1,1 pontos percentuais, atingindo os 80,6%. Quando o assunto é somente passageiros internacionais, o crescimento chega a 9,3% em 2017, o maior desde 2011. A capacidade cresceu 8% e a taxa de ocupação média chegou aos 82,1% (+1%), a segunda maior entre as regiões. A IATA informa que todas as regiões registraram crescimento de demanda em 2017, lideradas pela Ásia-Pacífico e América Latina. HUB DO NORDESTE No dia 03 de maio de 2018, Air France, KLM e Gol inauguraram o tão esperado hub do Nordeste no Ceará, considerado um capítulo histórico neste desenvolvimento da aviação comercial internacional fora do eixo Rio-São Paulo. O Aeroporto Internacional de Fortaleza, desde então, passou a receber voos diretos de Paris e Amsterdã, além de um aumento de 35% na oferta de
assentos domésticos por parte da Gol, com objetivo de capilarizar as operações das companhias francesas e holandesas pelo País, além de servir como uma companhia alimentadora destes voos que partem do Ceará, principalmente, a partir de estado vizinhos do Norte e Nordeste. A escolha pelo Ceará e o anúncio oficial desta investida milionária foram realizados em junho de 2017. Na época, o diretor da Air France-KLM para a América do Sul, Jean-Marc Pouchol, afirmou que a escolha por Fortaleza levou em consideração sua localização, não só pela proximidade com a Europa, mas também por estar estrategicamente posicionada na região perto de demais cidades do Norte e Nordeste. ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 33
RETROSPECTIVA AVIAÇÃO
JANEIRO
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No primeiro mês do ano, a Gol anunciava voos inéditos para Miami e Orlando a partir de Brasília e Fortaleza, cidades escolhidas por suas localizações privilegiadas e oportunidade de conexões com os demais destinos da companhia. Serão quatro frequências semanais entre o Brasil e a Flórida a partir do dia 04 de novembro de 2018. Enquanto isso, a expansão de voos internacionais no Ceará continuava. No mesmo mês, mais três operações internacionais para Lisboa, Paris e Milão via Ilha do Sal eram anunciadas pela Cabo Verde Airlines (TACV).
No segundo mês de 2018, a Latam Airlines Brasil anunciou o encerramento de suas operações de Fortaleza, Recife e Salvador para o Rio de Janeiro (RIOgaleão). Os últimos voos diretos entre as cidades aconteceram no dia 25 de março. Outro destaque ficou por conta da chegada do B737 MAX 8 da Aerolíneas Argentinas ao Brasil. A aeronave pousou pela primeira vez em São Paulo, proveniente de Buenos Aires, e marcou a estreia da aeronave em rotas internacionais
A grande notícia de março foi a aprovação do Acordo de Céus Abertos Brasil-Estados Unidos pelo Senado Federal. Até então, o acordo precisaria apenas ser ratificado pelo presidente da República, Michel Temer, para entrar em vigor. Os Céus Abertos Brasil-Estados Unidos receberam a aprovação final do Congresso Nacional quase sete anos depois de o acordo ter sido assinado pelos governos brasileiro e norte-americano.
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Logo no começo do mês, a Latam Brasil confirmava o lançamento de seu novo voo direto entre São Paulo e Tel Aviv. O voo será operado três vezes por semana, a partir de 12 de dezembro. No mesmo mês, a TAP, de olho na alta temporada de férias, ampliou seu acordo de compartilhamento de voos logo com três companhias brasileiras: Avianca Brasil, Azul e Gol. Foram mais de 40 rotas em codeshare ligando importantes capitais que contam com operações da TAP entre abril e junho
Air France-KLM e Gol inauguraram seu hub histórico no Ceará. Na ocasião, dois voos semanais operados pela Air France/Joon! para Paris e outros três voos semanais operados pela KLM para Amsterdã passaram a ser realizados. Por outro lado, a Latam Brasil e o Governo do Ceará anunciaram uma parceria de longo prazo que vai retomar, ampliar e criar novos voos nacionais e internacionais a partir de Fortaleza. O destaque fica por conta do anúncio de voos diretos entre Fortaleza e Orlando e da terceira frequência semanal entre a capital cearense e Miami.
Uma entrevista exclusiva ao M&E concedida pelo presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, revelou que a companhia vai reconfigurar as cabines dos seus Airbus A320, que operam nas rotas domésticas, a partir de 2019. O objetivo é aumentar o conforto para voltar a ter a preferência do público corporativo. Além disso, a Latam anunciou operações inéditas para Munique e iniciou as vendas de passagens para Lisboa, que começou a receber voos da Latam no dia 02 de setembro.
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ENQUETE AVIAÇÃO NACIONAL
Qual potencial de mudança e de crescimento do mercado com a abertura de novos portões de entrada e saída para o exterior fora do eixo Rio-SP? Frederico Pedreira
Presidente da Avianca Brasil
Acredito que a liberdade tarifária é essencial para o desenvolvimento do setor. Está demonstrado que seu principal beneficiário é o passageiro: desde que as tarifas das passagens áreas deixaram de ser reguladas no Brasil, seu valor médio caiu 50%. Podemos observar também a flexibilização da oferta que ocorreu com a desregulamentação internacional. Levando em consideração que o combustível brasileiro é o mais caro do mundo, entendo que a cobrança por determinados serviços pode minimizar o repasse da alta do diesel para os passageiros. A liberalização da cobrança de bagagem em 2017, por exemplo, trouxe a volta do crescimento ao setor – no primeiro semestre de 2018, foram 2 milhões de passageiros a mais voando por terem acesso a uma oferta de tarifas mais ampla. É claro que há muita conta por trás de todas as tarifas e que precisamos estar sempre atentos às reivindicações dos nossos passageiros para tomar as decisões que façam mais sentido para seguirmos voando e crescendo juntos.
John Rodgerson
Presidente da Azul
Nós precisamos diminuir a carga tributária sobre a indústria aérea. Os custos operacionais para voar dentro do Brasil são muito mais altos do que em outros países. O preço que pagamos pelo combustível e pelo ICMS elevam consideravelmente nossas despesas. Para se ter uma ideia, pagamos 25% de ICMS para operar um voo entre São Paulo e Recife, enquanto esse imposto não incide em uma frequência de São Paulo para Orlando. Isso quer dizer que voar para o exterior, sob esse ponto de vista, é mais vantajoso do que cumprir o trajeto doméstico. Outra questão desafiadora é a infraestrutura, ou a falta dela, em diversos aeroportos brasileiros. A Azul é a única no País a desenvolver a aviação regional e a operar em cem bases domésticas. O nosso desejo é expandir a malha aérea, mas, muitas vezes, esbarramos em estruturas deficientes nos aeródromos das cidades. Voar no Brasil é um desafio, mas nós acreditamos que as medidas de desoneração do setor contribuirão para impulsionar o crescimento do setor e do país.
Eduardo Bernardes
Vice-Presidente de Vendas e Marketing da Gol
Acredito que seja positivo, desde que sejam estabelecidas regras justas para todos. O passageiro tem buscado no transporte aéreo soluções que lhe permitam encurtar cada vez mais seu tempo de viagem, e a Gol tem procurado conhecer exatamente as expectativas de quem viaja. Nosso hub de Fotaleza dará um novo impulso aos estados do Norte e Nordeste. Para se ter uma ideia de crescimento de oferta, são 11 destinos nacionais nesta região. Nas próximas duas décadas, o fluxo de viagens pelo País deve dobrar. Para isso, estamos investindo cada vez mais, principalmente em mobilidade. Criamos uma série de medidas que incluem novos e modernos equipamentos, além da ampliação do acordo de codeshare com Delta e Air France-KLM .
Jerome Cadier
Presidente da Latam Brasil
A concorrência entre as empresas é a palavra-chave para tornar o setor mais competitivo no país. Para isso, no entanto, é preciso que todas as companhias que operam no Brasil sigam as mesmas regras e parâmetros, sem protecionismo e sob a chancela das melhores práticas mundiais para modernizar a indústria, refletindo em benefícios para todos os passageiros e também para a economia do país. Conjunturalmente, também é preciso avanços na retomada da atividade econômica, uma revisão da política de preços de querosene de aviação, uma vez que o combustível representa cerca de 40% dos custos da companhia - além de 60% dos seus custos totais são calculados em dólar -, investimento em infraestrutura e uma nova regulamentação de tempo e quantidade de tripulação por cada voo. ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 35
ENQUETE AVIAÇÃO INTERNACIONAL Crédito: Gladstone Campos
Dilson Verçosa
Diretor de Vendas da American Airlines no Brasil
Esse movimento não é algo novo no Brasil e já vem acontecendo há 10 anos para voos entre o Brasil e o Estados Unidos, mas a situação econômica do país nos últimos anos fez com que as companhias áreas tivessem que reavaliar voar por outros eixos. Por exemplo, no momento, poucas companhias voam fora de São Paulo e Rio de Janeiro para os Estados Unidos. Acredito que com a aprovação do acordo de Céus Abertos entre o Brasil e os Estados Unidos e a Joint Business com a Latam, as oportunidades podem aparecer a partir do momento que os acordos forem devidamente efetivados. Outro fator que vai influenciar a decisão de reabrir novos portões de entrada e saída fora do eixo Rio-São Paulo é a situação do mercado com um cenário político mais claro e uma economia mais consistente.
Emerson Sanglard
Gerente geral da Copa Airlines no Brasil
O Brasil é um mercado grande, com extensa distância territorial e ainda possui excelente potencial de crescimento a médio e longo prazo, haja vista os novos polos de negócios e turismo em todas as regiões do país. A economia tem se diversificado em diferentes segmentos de negócios e está se expandindo para além do eixo Rio-São Paulo. Precisamos atender a esta demanda. Apostar em novas rotas fora deste eixo proporciona aos nossos passageiros a possibilidade de alcançar novos destinos com mais facilidade, menos tempo de viagem, com mais opções de conexão, e, para as companhias aéreas, permite aumentar a sua capilaridade e competitividade. Em julho desse ano, a Copa Airlines apresentou duas novas rotas no Nordeste – Salvador e Fortaleza – muito em linha com a necessidade de oferecer aos brasileiros mais opções de viagens. O mercado ainda tem potencial para crescer, existe uma demanda que precisa ser atendida, principalmente em lugares mais distantes do eixo Rio – São Paulo, e a Copa Airlines acompanha de perto esse movimento para sempre oferecer as melhores opções para os passageiros de todo o Brasil.
Raphael Lucca
Gerente de Vendas da Ethiopian Airlines no Brasil
As alternativas de voos criadas fora do eixo Rio-São Paulo foram uma tendência natural das companhias aéreas, que reconheceram o potencial dos chamados mercados secundários, e, após se estabelecerem nestes dois principais mercados, expandiram as atividades. No caso da Ethiopian, que opera em São Paulo e ainda não tem previsão de abrir outros portões de entrada e saída no Brasil, esta expansão ocorreu por meio das parcerias que estabelecemos com companhias aéreas que operam os voos internos, como o acordo Add On com a Latam e o de codeshare com a Gol, Avianca e Azul. Estas parcerias facilitaram nossa relação com o mercado interno e, simultanemente, nos trouxeram mais demanda de trabalho junto aos operadores e agências, que passaram a ter mais interesse por destinos como os nossos, especialmente África, Oriente Médio e Ásia. Desta forma, para a Ethiopian, a facilitação em oferecer estas parcerias faz com que o mercado brasileiro fique cada vez mais dinâmico e faz com que o cliente deseje viajar cada vez mais e especialmente para destinos considerados fora do tradicional.
Annette Taeuber
Diretora da Lufthansa e da SWISS para o Brasil
Todas as iniciativas para a abertura de novos portões de entrada para o Brasil são muito boas para o mercado como um todo, assim como a melhoria da infraestrutura aeroportuária de maneira geral. Hoje, o Grupo Lufthansa opera no Brasil com três companhias aéreas - Lufthansa, SWISS e Edelweiss - a partir de dois aeroportos - Guarulhos e Galeão, mas estamos constantemente analisando novas oportunidades. E a chegada de novas aeronaves só reforça nossa preocupação em manter uma frota muito jovem, com qualidade, além de todo um cuidado com o meio ambiente. Por outro lado, a chegada do B777 da SWISS ao Brasil neste início de ano já registra uma ocupação excelente, acima do que esperávamos na verdade. A quantidade de brasileiros que está conhecendo a aeronave totalmente renovada é espetacular. Estamos vendendo acima da capacidade adicional, uma demanda que pode trazer novos voos ao Brasil. 36 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
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ENQUETE AVIAÇÃO INTERNACIONAL
Altamiro Medici
Country Manager da South African no Brasil
Tudo depende diretamente de condições favoráveis de demanda que podem variar em curto espaço de tempo. O desempenho da economia é o que vai determinar a demanda e consequentemente movimentos das companhias áereas no tocante ao aumento de capacidade num determinado mercado ou mesmo decisão de operar novos voos a partir de aeroportos antes não atendidos. A crise econômica pela qual ainda passamos, fez com que a demanda diminuisse, mesmo em mercados mais consolidados como São Paulo e Rio. Novas ofertas de voos podem surgir em mercados específicos em função de condições de demanda locais. Aumento global e consistente de demanda ainda deve demorar um pouco mais.
Mário Carvalho
Diretor da TAP no Brasil
Na verdade foi a TAP quem iniciou esse processo de internacionalização do Brasil de Norte a Sul do País. Já há alguns anos decidimos apostar em regiões fora do eixo Rio-São Paulo e, hoje, mais do que nunca, podemos comemorar a estratégia acertada. Enquanto o mercado brasileiro começa agora a verificar algumas iniciativas em uma região ou outra, muitas exigindo conexões, a TAP já oferece voos diretos para a Europa de cidades como Belém, Natal, Recife, Fortaleza, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre há muitos anos. Sendo que, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, isso representou ganhos enormes para a população local, tanto em tempo de locomoção, como no incentivo ao turismo. A TAP abriu as portas desses mercados para os europeus. Eu só posso lamentar que tenha demorado tanto tempo para isso acontecer. Essa onda beneficia o Brasil e, principalmente, os mercados.
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Jean Marc Pouchol
Diretor-Geral do Grupo Air France-KLM para a América do Sul
Em maio de 2018, inauguramos o nosso terceiro centro de operações no Brasil, em Fortaleza, o primeiro que engloba tanto a Air France quanto a KLM fora do eixo Rio-São Paulo. Esse foi um projeto que começou a ser desenhado no início de 2017, pois o Grupo apostou na recuperação do mercado brasileiro e sabe do potencial enorme do estado do Ceará para turismo e negócios Já constatamos provas concretas da efetividade desse investimento. Hoje contamos com mais de 20% de passageiros provenientes das cidades offline – que acessam o hub em Fortaleza por meio das conexões otimizadas da Gol – e contamos com uma taxa de ocupação nos voos entre Brasil e Europa acima dos 85%. Neste ano, passamos a liderar a ampliação de presença no Brasil entre as companhias aéreas internacionais e, com isso, atingiremos em outubro, a maior operação de nossa história no país, com 44 frequências semanais e mais de 1,3 milhão de assentos disponíveis.
Fábio Camargo
Diretor da Delta para o Brasil
Entre 24 de maio e 03 de setembro, a Delta transportou quase 60 milhões de passageiros, novo recorde da companhia. Nove dos 10 dias com mais clientes transportados pela Delta aconteceram durante o verão boreal (do hemisfério norte) e a companhia aérea teve em média mais 80 embarques em dias de pico em comparação com o mesmo período do ano passado. “A Delta Air Lines avalia, continuamente, as necessidades do mercado em que atua e se adapta a elas. Seguiremos analisando as demandas locais e adequando nossas ofertas para tal.”
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HOTELARIA
A RETOMADA DOS NÚMEROS O ano de 2017 não marcou o começo do baixo crescimento da oferta hoteleira, mas sim o início da melhora de um período de crise na economia brasileira André Montanaro De acordo com a pesquisa anual “Perspectivas de Desempenho da Hotelaria” realizada pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, enquanto nos resultados do primeiro semestre de 2017 houve queda nos três indicadores (taxa de ocupação, diária média e RevPAR), para esse ano, a perspectiva é de retomada no cenário, com crescimento em todos os indicadores de todos os municípios analisados no estudo. As projeções foram reforçadas pela estimativa do Banco Central de crescimento de 2,43% no Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2018. A evolução da oferta de unidades habitacionais impactam diretamente no desempenho projetado nas praças analisadas no estudo. Os municípios com as maiores taxas de crescimento no comparativo 2016-2018 são: Goiânia (+104%), Natal (+58%) e Campinas (+55%). De acordo com o Boletim Focus (Banco Central), de outubro de 2017, para 2018 a estimativa de variação é de 2,43%, número 3,86% superior ao estimado em janeiro de 2017. O aumento nas projeções do Produto Interno Bruto (PIB) é decorrente do aumento do consumo das famílias no segundo trimestre de 2017. Diante deste cenário, o Banco Central elevou a estimativa de avanço da economia de 0,5% para 0,7% e, em 2018, a aposta de crescimento é maior ainda, de 2,2%. Para a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Nacional, os números Brasil afora do setor vem mostrando recuperação com a ocupação subindo no primeiro semestre do ano e com tendência de crescimento até o final de 2018. As estatísticas apontam uma melhora no quadro geral da indústria hoteleira que vinha, desde 2013, sofrendo com quedas sucessivas. Para continuar nessa rota de crescimento, a ABIH Nacional vem colocando em debate diversas questões para que elas sejam encaminhadas junto aos governos, em diversos níveis. Entre as principais questões estão a reformulação da Lei Geral do Turismo, a regulamentação em nível federal e municipal das plataformas de vendas de room nights em unidades imobiliárias 42 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
residenciais, e do comissionamento das Agências de Vendas Online (OTA). Além de estabelecer o fim da cobrança de Ecad nas áreas comuns e nos apartamentos dos empreendimentos hoteleiros e da transformação da Embratur em Agência, nos moldes da Apex-Brasil. Destacado também a necessidade do fortalecimento do caixa das agências oficiais de divulgação no Brasil, com recursos oriundos da tributação das plataformas internacionais de vendas de room nights em unidades residenciais. Analisando o período de janeiro a julho de 2018, o InFOHB considera para o estudo 424 hotéis das redes associadas, responsáveis por 66.852 unidades habitacionais (UHs). Nos resultados consolidados, em comparação com 2017, houve incremento nos três indicadores: 5,6% na taxa de ocupação; 1,5% na diária média; e 7,3% no RevPAR. Quanto à análise por região, a taxa de ocupação registrou acréscimos em todas as regiões, variando entre 3,7% no Sul e 22,1% no Norte. Para a diária média, somente a região Norte expressou variação negativa, com queda de -3,9% em relação a 2017. As demais regiões oscilaram positivamente entre
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HOTELARIA 0,9% no Sul e 4,6% no Nordeste. Já no RevPAR, variações positivas em todas as regiões: 4,6% no Sul; 6,7% no Sudeste; 9,2% no Centro-Oeste; 11,2% no Nordeste; e 17,3% no Norte. Na análise de desempenho por categoria hoteleira, resultados positivos em todas as categorias. Na taxa de ocupação, aumentos de 4,2% no Econômico, 7,6% no Midscale e 4,9% no Upscale. Na diária média, acréscimos de 1,4% no Econômico, 0,6% no Midscale e 3,1% no Upscale. No RevPAR, incrementos de 5,7% no Econômico, 8,3% no Midscale e 8,1% no Upscale.
RESORTS - A taxa de ocupação geral dos resorts brasileiros refletiu de forma mais consistente a recuperação geral dos índices hoteleiros. O índice do trimestre foi de 74,4%, com uma elevação de 17,3% em relação ao mesmo período de 2017. A simplificação de emissão de vistos eletrônicos para turistas dos Estados Unidos, Japão, Canadá e Austrália funcionou como fator facilitador. Paralelamente, a atividade de eventos corporativos também vem retomando seu ritmo e deve voltar a ser um segmento de significância para os resorts.
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RETROSPECTIVA HOTELARIA
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A Nobile Hotéis completou uma década de operação. Com unidades em todas as regiões do país e em 16 estados, além do Paraguai, a Nobile conta em seu portfólio com mais de 50 empreendimentos sob sua administração, dentre eles: hotéis, apart hotéis, condo-hotéis e long stays. Somente em 2017, a companhia obteve um faturamento de R$ 264 milhões e incorporou 22 novos hotéis ao seu portfólio em diversas regiões do Brasil.
A AccorHotels divulgou a assinatura dos acordos com grupos de investidores internacionais pela venda da participação majoritária no capital da AccorInvest. Segundo o anúncio, a companhia pretende vender 55% de sua filial para Fundos Soberanos e Investidores Institucionais, que resultaria em lucro de 4,4 bilhões de euros. Atualmente, a AccorInvest possui um portfólio de 891 hotéis e operações em 27 países.
O Fohb elegeu sua nova diretoria de 2018 até 2021. O Presidente do Conselho de Administração será Alexandre Gehlen, da rede Intercity e a vice-presidência administrativa e financeira estará a cargo de Manuel Gama, da rede Travel Inn. Compondo o time estão o CEO da Atlantica Hotels, Eduardo Giestas, juntamente com Patrick Mendes, da Accor Hotels; Cesar Nunes, da Atrio; Jayme Canet Nteto, da Deville Hoteis; e Alexandre Solleiro, da BHG.
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Dona de um portfólio de 40 hotéis, a rede hoteleira ICH iniciou um processo de expansão que lhe garantirá lugar entre as quatro maiores players do segmento do país. O plano prevê a inauguração 11 novas unidades nos próximos dois anos, totalizando 50. A expansão vem em um momento de recuperação da rede, que teve um crescimento de 17% no mês de janeiro e tem uma meta de crescer 8% no acumulado deste ano.
ORoyal Palm Hall chega para ser o centro de exposições e convenções mais completo da América Latina. Projetado para atender a crescente demanda por grandes espaços o Royal Palm Hall é uma ampliação do Royal Palm Plaza, que já recebe muitos eventos por ano. As vantagens do complexo incluem serviço de qualidade Royal Palm Hotels & Resort e todas as facilidades de estar próximo ao aeroporto de Viracopos e as principais rodovias de SP.
A Hilton e a Hotelaria Brasil firmaram um acordo para iniciar o desenvolvimento de cinco hotéis da franquia Hampton by Hilton no Brasil, marcando a estreia da marca no país. O primeiro hotel deve ser inaugurado em 2019, no aeroporto de Guarulhos em São Paulo. O Hampton by Hilton Guarulhos Airport terá 160 quartos localizados a menos de quatro quilômetros do aeroporto.
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ENQUETE HOTELARIA
Como a chegada de novas marcas, com conceitos diferentes, e a difusão de novas formas de hospedagem impactaram no setor? Luigi Rotunno
Diretor geral do La Torre Resort
A hotelaria está passando por uma profunda reestruturação que compreende mudanças muito além da estética. O segmento está redesenhando sua própria “proposta de valor”, transformando o conceito de “serviços” em “experiência” e, isso está se tornando, cada vez mais, um diferencial crucial para gerar receita. A chegada de novas marcas e meios de hospedagem concorrentes da hotelaria tem um impacto negativo nos números de uma determinada faixa de empreendimentos. Por outro lado, serviu de estímulo para os hotéis que estavam em zona de conforto e sem se preocupar em inovar. Esse, eu diria que é o principal benefício gerado pela concorrência. Acredito que a hotelaria enxergou a necessidade de trabalhar de forma diferente, personalizada, com mais tecnologia e valorizando sua capacidade de hospitalidade como um diferencial competitivo.
Jeferson Munhoz
Diretor de Vendas Mabu Thermas Grand Resort
A hotelaria mundial sofre o impactado das novas tecnologias que estimulam novos hábitos nos consumidores, criando novas segmentações. Os gestores empresariais estão com dificuldade de acompanhar o ritmo destas mudanças e por consequência a adequação e a criação de novos produtos. Outro problema relevante criado por este cenário é relacionar-se de forma eficiente com estes clientes que saíram on para o offline. Na hotelaria, começamos a observar as grandes redes internacionais se movimentando e explorando novas segmentações. Na minha opinião esta evolução é produtiva e benéfica para o mercado em médio e longo prazo. Ela está empurrando a modernização do parque hoteleiro e concretizando a democratização da hotelaria. Por consequência teremos uma maior demanda de clientes, melhorando os indicadores de rentabilidade. Viva a evolução! Crédito: Cristiano Sant’Anna
Marcelo Marinho
Diretor executivo da ICH Administração de Hotéis
O aumento do câmbio dificulta o turismo internacional, mas favorece o turismo interno. O que atrapalha a venda é a volatilidade do câmbio, da política e também do judiciário. As vendas online só ajudam a nossa empresa a vender mais. Somos uma das poucas operadoras com tecnologia de ponta que permite o cliente entrar no site e fazer a compra, com a diferença que sempre jogamos a venda/Leads, para uma das milhares de agências parceiras. Nossa linha comercial é a do ganha a ganha: “A agência nos vende mais e nós a apoiamos mais”. Nossa tecnologia está à disposição de agências e até de outros operadores. Em 2017, crescemos 11%. Este ano nossa meta é chegar aos 30%. Com a estabilização do câmbio, ofertas que atendam a todos os bolsos, tecnologia para facilitar a venda online por meio das agências, capacitações e alguma estabilidade política e econômica, superaremos qualquer cenário.
Eduardo Giestas
Presidente da Atlantica Hotels
Sites como o Airbnb, por definição, não atendem àquele que representa a maior fatia do negócio das redes hoteleiras: o hóspede corporativo. Logo, o impacto é bastante restrito a uma parcela do público de lazer. Hóspedes corporativos, viajando a trabalho, necessitam de serviços agregados que vão muito além de lugar para dormir. Precisam contar com um bom chuveiro, serviço de quarto, café da manhã, um ambiente seguro, programas de fidelidade, etc. Hóspedes do Airbnb, via de regra, estão buscando experiências muito mais locais e estão, por vezes, dispostos a abrir mão do conforto que os bons hotéis trazem em nome de uma vivência mais local ou de um custo menor. Uma das novidades da rede é que todos os 120 hotéis administrados no Brasil passaram a utilizar a solução de automação de vendas da Salesforce, que os auxiliará na gestão de relacionamento com clientes. Por meio do programa, as equipes de vendas dos hotéis poderão gerar mais leads, conquistar novos clientes, fechar negócios mais rápidos e ter abordagens de vendas, serviços e marketing mais inteligentes. 48 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
Orlando Giglio
Diretor geral do Iberostar no Brasil
O hábito de viajar se tornou importante no orçamento das pessoas. E com as plataformas online de reservas de passagem e hospedagem, o público tem se mostrado mais interessado em planejar suas próprias viagens. Elas reúnem uma grande variedade de empreendimentos em um único ambiente, com custos mais interessantes e uma estrutura de atendimento mais moderna. Além da praticidade e comodidade de reservar todos os serviços de uma viagem do computador de casa ou até mesmo do celular. A Iberostar já sente os efeitos positivos da venda online, que vem se tornando um forte canal de venda. Por exemplo, no primeiro semestre de 2018, registramos um crescimento de 31% nas vendas pelas OTA e de 45% pelo site oficial da Iberostar. A diversificação das plataformas online permite que os consumidores personalizem cada item da viagem a sua realidade financeira e isso colabora para que mais pessoas viajem. As novas ferramentas ajudaram a tornar o sonho de viajar mais acessível e o setor, claramente, se beneficia com isso.
Guilherme Paulus
Chairman do Grupo GJP Hotels & Resorts
A GJP comemorou um excelente ano em 2017 e já estamos celebrando os bons resultados do primeiro semestre de 2018, com crescimento em receita e em ocupação. A ocupação média aumentou, ficando em 67%, o que significa 8,5% de aumento em relação a 2017. Isso é um número excepcional com o cenário político/econômico atual. Atribuímos os bons ventos aos investimentos em retrofit em unidades próprias. Ainda temos produtos a serem inaugurados nos próximos dois anos, que deve aumentar ainda mais a nossa oferta de apartamentos. Como a chegada de novas marcas e conceitos, costumo dizer que há espaço para todos quando o assunto é hospedagem, mas hospitalidade/serviço de excelência é um diferencial. Hoje falamos de experiência, de diferenciais que conquistam e fidelizam o hóspede. O hóspede do futuro preza por itens que cativem, facilitem, e que tragam excelentes lembranças, seja para uma viagem a lazer ou a negócios. Surpreender é a palavra.
Orlando de Souza
Presidente executivo do Fohb
Uma tendência que deve se mostrar cada vez mais forte ao longo do tempo é a consolidação de redes hoteleiras e também o movimento de entrada de parte dos hotéis independentes a serem administrados por redes. Isso se dará por vários motivos tais como necessidade de investimentos em renovação do produto, modernização do conceito de hospitalidade, produtos que proporcionem experiência, mais do que somente a hospedagem, investimento em tecnologia, marcas fortes e conhecidas, entre outras razões e principalmente pela necessidade, cada vez mais fundamental, de distribuição da oferta não mais em termos locais ou regionais, mas sim em dimensão nacional e global. A entrada de novos formatos de hospedagens pode sim ser vista como uma maneira importante no desenvolvimento da oferta ressalvando, entretanto, a necessidade de regulamentação e legislação adequadas.
Alberto Cestrone
Presidente da Associação Brasileira de Resorts
A chegada de novas redes e novos conceitos de hospedagem no país faz parte da expansão do mercado e é um estímulo para mantermos a competitividade do setor. Quando falamos sobre novos conceitos de hospedagem, pensamos no primeiro momento em plataformas de economia colaborativa. Há alguns anos debatemos essa questão: a hotelaria não é contra a permanência dessas empresas no Brasil, o que se demanda é a regulamentação deste tipo de serviço. Em termos de resultados, os resorts, especificamente, não sentiram que as plataformas colaborativas afetaram na ocupação ou receita. Estamos em um momento muito bom e com grandes perspectivas de crescimento para os próximos anos. A hotelaria tradicional, por sua vez, deixa de contar com um público importante. Penso que este é um caminho que faz parte da evolução natural do mercado, os hotéis que estiverem atentos às demandas e exigências de seus hóspedes acompanharão este movimento e se manterão fortes e relevantes diante da concorrência cada vez mais plural. ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 49
ENQUETE HOTELARIA
Tomás Ramos
Diretor de Vendas e Marketing da BHG
Após um ano de 2017 complicado para a economia brasileira, nada abala os planos e metas da BHG para 2018. Através de ações de marketing a cadeia hoteleira segue criando tendências e colhendo frutos. São parcerias, ações online, oportunidade para agentes de viagens e vantagens para os hóspedes. O novo conceito Golden Tulip não poderia surgir em melhor momento. Estamos atualizando toda nossa abordagem de comunicação com foco nos millenials, em que não existe mais essa separação de viagem a trabalho e lazer. Estamos renovando nossos serviços e produtos para que nossos hóspedes vivam a nova proposta da rede Golden Tulip - Playtime Anytime. Aliado a toda essa renovação, temos uma estratégia agressiva de ações online com foco na venda direta, através do O Bom de Viajar, que nos fizeram obter um crescimento superior a 30%.
Paulo Michel
Diretor de Hotelaria da Rede de Hotéis Othon
As redes e as novas bandeiras sempre buscam inovar pelo conceito, optando por uma segmentação mais precisa, especificando bem o perfil do público que quer atingir. Com essa estratégia, quem sai ganhando é o hóspede que, ao escolher entre um hotel e outro, já conhecendo o conceito daquela marca e da respectiva bandeira, terá suas expectativas atendidas. A rede hoteleira, por sua vez, passa a conhecer melhor o seu hóspede, suas expectativas, o quanto esse consumidor está disposto a pagar, qual o serviço que ele espera receber e, com todas essas informações, desenvolve uma comunicação mais assertiva. A evolução tecnológica as torna mais acessíveis para uma determinada fatia da população, que antes não viajava, e agora tem mais possibilidade, e também para determinados segmentos de mercado que acabam optando por esses meios de hospedagem alternativos. De uma forma geral, a indústria do turismo só tem a ganhar com a diversidade, a segmentação e a revolução tecnológica que acontecem na distribuição e oferta de meios de hospedagem e serviços.
Adriana Cardoso
Diretora de Marketing e Produto da Bourbon Hotéis & Resorts
Este ano a rede Bourbon comemora 55 anos de existência e nós estamos sempre trabalhando para entender as necessidades dos nossos clientes. Neste meio século de história, criamos duas novas marcas: Rio Hotel by Bourbon e Be. Isso faz com que nosso portfólio atual seja muito mais completo e atenda as necessidades de cada cliente em cada viagem. Os novos conceitos e marcas de hospedagem que entraram no mercado latino americano ampliaram ainda mais o alcance dos meios de hospedagem em vários perfis de público, o que nos estimula a inovar sempre. A partir do dia 1º de dezembro, a Rede Bourbon acrescentará mais um hotel para seu portfólio. Desta vez o destino é Santos-SP. São duas torres conectadas ao lado do Miramar Shopping e um complexo empresarial.
Patrick Mendes
CEO da AccorHotels na América do Sul
Novas marcas e novos conceitos são essenciais para o desenvolvimento do setor e vivemos em uma época em que tudo passa por grandes transformações. Nos esforçamos todos os dias para estar à frente dos movimentos disruptivos, para interpretar o que os hóspedes desejam e ir além para surpreendê-los. Cito, como exemplo, o #360ROOM. É um quarto recém-inaugurado no Pullman SP Vila Olímpia que coloca o hóspede no centro da experiência. Com diversos recursos tecnológicos, ele permite que o hóspede comande quase todos os aparelhos do quarto com um tablet. Ele pode, por exemplo, ser despertado com a luz do sol ao programar a cama para girar em direção à janela entre outros diversos recursos que permitem ao hóspede usar o quarto da forma como for mais conveniente. A AccorHotels está desenvolvendo diversos outros projetos com o uso da tecnologia e diversos outros projetos que promovem cada vez mais a experiência dos clientes. Então, posso dizer que a chegada de marcas e ideias diferentes nos incentiva a buscar cada vez mais satisfazer os desejos dos clientes e colocá-los no centro de uma experiência que seja inesquecível e prazerosa. 50 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
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ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 51
CRUZEIROS
NAVEGANDO PELO GARGALO Setor de cruzeiros supera dificuldades e volta a crescer no Brasil, após seguidas temporadas em queda Igor Regis Falta de infraestrutura, altas taxas de operação e pouca segurança jurídica. Os entraves para investimentos no setor de cruzeiros no Brasil são muitos, o que explica o fato de apenas três armadoras operarem no País em um universo de dezenas. Soma-se a estes fatores a imprevisibilidade do mercado brasileiro, o que pesa no envio de navios ao país, tendo em vista que as decisões da indústria são tomadas com uma antecedência e de dois anos, em média. “Precisamos melhorar a competitividade do setor e resolver gargalos como o alto custo operacional no País, a carga tributária, a regulamentação e a questão de infraestrutura portuária, que torna a operação mais cara, complexa e impede o desenvolvimento de novas escalas”, destaca Marco Ferraz, presidente-executivo da Clia Brasil. Não à toa, a baixa quantidade de navios na temporada 20162017, que teve sete embarcações operando, levou o país ao pior resultado dos últimos dez anos em termos de cruzeiristas embarcados. Porém, a última temporada (2017-2018) mostrou que o setor vem tentando enfrentar as dificuldades, mesmo em meio à instabilidade da economia, o que fica comprovado pelo crescimento na oferta e demanda, sem aumento no número de navios. Foram 418.504 cruzeiristas embarcados nos sete navios que contaram com paradas nos portos do País. O número representa um crescimento de 16,8% em relação à temporada 2016-2017, quando o número de passageiros chegou a 358.024. O número de cruzeiristas por navio também cresceu passando de 51.146 para 59.786, fator que pode ser explicado pela maior eficiência dos roteiros e capacidade dos navios. Na temporada 2017-2018 três armadoras atuaram no Brasil, sendo a MSC a registrar maior presença, com quatro navios (Preziosa, Musica, Poesia e Magnifica), seguida por Costa com dois (Fascinosa e Favolosa) e a Pullmantur com o Sovereign, totalizando uma oferta de 24.347 leitos. Os navios operaram na costa brasileira entre 7 de novembro de 2017 e 17 de abril de 2018. Ao todo, foram 124 cruzeiros realizados, o que garantiu uma oferta de 439.700 leitos. Para a próxima temporada, a oferta será ainda maior. Serão oferecidos 496 mil leitos entre novembro de 2018 e abril de 2019, o que representa um incremento de 13%. As embarcações passarão por 14 cidades brasileiras (Santos, Rio de Janeiro, Búzios, Salvador, Ilha Grande, Ilhabela, Ilhéus, Recife, Maceió, Angra dos Reis, Porto Belo, Cabo Frio, Fortaleza e Balneário Camboriú), e outras três na América do Sul: Argentina (Buenos Aires); e Uruguai (Montevidéu e Punta del Este). Há ainda a possibilidade de escalas de teste, como aconteceu em 52 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
MSC Seaview será o grande responsável pelo aumento da oferta na temporada
Florianópolis e Ubatuba no início deste ano. Grande parte deste aumento de oferta se deve ao MSC Seaview, navio recém-inaugurado que será o grande destaque da temporada, com uma oferta de 5,1 mil hóspedes e roteiros por Balneário Camboriú, Ilha Grande, Angra dos Reis, Salvador, Copacabana e Porto Belo, tendo como base o Porto de Santos. Além disso, a armadora também estará no país com o MSC Fantasia, primeiro navio da classe Fantasia (mesma do Preziosa, com capacidade para 4,3 mil passageiros) a contar com saídas do Rio de Janeiro. “Queremos continuar investindo e empregando no Brasil. Precisamos unir maneiras de desatar o nó em que o País se transformou. Temos muitas dificuldades, os terminais têm dificuldade, os destinos tem burocracias enormes. É uma obrigação nossa não travar o desenvolvimento natural do segmento de cruzeiros no Brasil“, afirma o diretor geral da MSC Cruzeiros no Brasil, Adrian Ursilli. Este aumento de oferta e os resultados da última temporada mostram mais que uma leve recuperação do setor no país,
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CRUZEIROS mas também a oportunidade para o mercado nacional, caso tenhamos melhorias na regulação do setor, na infraestrutura e no desenvolvimento de novos destinos. Até 2026 as grandes companhias marítimas inaugurarão mais de 30 navios, o que representa um incremento de mais de 150 mil leitos, tudo isso para atender uma demanda mundial, que somente este ano deve chegar a 28 milhões de cruzeiristas. Grande parte desta demanda fica entre Europa, Caribe e o mercado asiático, que vem apresentando grande crescimento nos últimos anos. A temporada brasileira, porém, representa menos de 2% deste total. “O Brasil não percebe que a competição é internacional e não doméstica. Todo o consumo a bordo é tributado, sem falar no imposto de renda. Temos 56 nacionalidades a bordo nos navios, e ainda recebemos ações trabalhistas para pagar a CLT. O custo grande inibe a competição e faz com as empresas saiam daqui. É preciso deixar que os navios no Brasil concorram com outros destinos mundo a fora”, afirma o diretor da Royal Caribbean no Brasil, Mário Franco. Para o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz o cenário
NÚMERO DE NAVIOS
NÚMERO DE CRUZEIRISTAS EMBARCADOS
só será alterado com quebra de padrões e com o que ele chama de ‘surto de investimentos’. “Não vamos a lugar nenhum sem investimentos. Todos querem o Brasil, querem investir aqui, mas criamos um mega conservadorismo em que todos falam de mudança, mas desde que não mexam no ‘meu queijo’. Além disso, ainda temos um modelo de crescente gasto público e de custo financeiro alto, o que evidentemente esterilizou a capacidade do país de acumular e crescer. A pergunta é: qual é o nosso papel? Temos que ter uma agenda nacional de investimentos, precisamos de um surto de investimentos por aqui”, considera. Na última temporada os cruzeiros geraram um impacto econômico de R$ 1,79 bilhão no país. Em valores absolutos a movimentação foi de R$ 185 milhões a mais que na temporada anterior. Do valor total, R$ 827 milhões foram referentes aos gastos das armadoras e R$ 965 milhões de gastos de passageiros e tripulantes. O montante já chegou a ser de R$ 2,3 bilhões na temporada 2013-2014. Para se ter uma ideia no valor, na Europa os cruzeiros movimentaram 47 bilhões de euros em 2017 (aproximadamente R$ 227 bilhões).
IMPACTO ECONÔMICO TOTAL Evolução em números
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ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 55
RETROSPECTIVA CRUZEIROS
JANEIRO
MARÇO
MARÇO
Com uma expectativa de bater 28 milhões de cruzeiristas em 2018, a indústria de cruzeiros começou o ano com uma grande expectativa para inaugurações. Os números expressivos apresentados pelo segmento mostram crescimento na produção de novos navios e ofertas de embarque, totalizando um investimento de US$ 8,5 bilhões somente este ano . O setor espera a construção de 16 novas embarcações, com 34 mil novos leitos. A expectativa é de que sejam construídas até 90 novos navios até 2023, com um investimento de mais de US$ 55 bilhões.
A Royal Caribbean inaugurou em março o Symphony of the Seas, 25º navio de sua frota. Com capacidade para 8.970 pessoas, sendo 6.780 hóspedes e 2.200 funcionários de mais de 77 nacionalidades, a embarcação assumiu o título de maior navio de cruzeiros do mundo. O navio se destaca pelas opções de lazer, atividades radicais, vasta gastronomia e algumas curiosidades como obras de arte que o Louvre, 40 tipos de cerveja e 340 de vinho. A partir de 10 de novembro, Miami vai se tornar a residência oficial do Symphony of the Seas durante o ano todo.
Florianópolis foi a grande novidade da temporada brasileira de cruzeiros. A MSC Cruzeiros realizou uma escala teste no destino em operação realizada pelo MSC Preziosa, maior navio da temporada. A escala teste foi feita no Trapiche de Canasvieiras. Com a finalização desta operação e, após a análise da armadora e das autoridades competentes, o destino poderá se tornar mais uma escala oficial e inédita da MSC Cruzeiros nas próximas temporadas.
MAIO
JUNHO
AGOSTO
Depois de 18 de meses de construção, o Norwegian Bliss foi inaugurado no início de maio em Nova York. O navio iniciou sua navegação do Caribe para Miami e, na temporada de outono/ inverno de 2019, passará de Nova York à Flórida, às Bahamas e ao Caribe. O Norwegian Bliss é o terceiro navio da classe Breakaway Plus, a mais bem-sucedida da história da empresa; e o primeiro navio de cruzeiro especificamente projetado com recursos e comodidades para a melhor experiência de cruzeiro no Alasca.
A armadora inaugurou oficialmente o MSC Seaview, segundo da classe Seaside e o terceiro a ser inaugurado no período de pouco mais de um ano. Projetado para o calor, o navio tem como público alvo o Mediterrâneo e o Brasil, onde será a grande estrela da temporada a partir de dezembro. Com capacidade para 5.331 hóspedes, o navio conta com dez restaurantes exclusivos, 20 bares, dois buffes, seis restaurantes de especialidades além de uma tirolesa de 105 metros, duas pistas profissionais de boliche, cinema XD e toboáguas com 160m de comprimento.
Em agosto a Clia divulgou os números do estudo de impacto econômico da temporada 2017-2018. Ao todo foram 418.504 cruzeiristas, embarcados nos sete navios que contaram com paradas nos portos do País. O número representa um crescimento de 16,8% em relação à temporada 2016/2017, quando o número de passageiros chegou a 358.024, pior número dos últimos dez anos. O impacto econômico da temporada foi outro dado a apresentar evolução, chegando a R$ 1,79 bilhão, um crescimento de 11,5%
56 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
ENQUETE CRUZEIROS
Com a oferta de navios cada vez maior no exterior e em retomada no Brasil, qual a estratégia para atrair novos públicos para este mercado?
Marco Ferraz
Presidente executivo da Clia Brasil
Precisamos melhorar a competitividade do setor e resolver gargalos como o alto custo operacional no País, a carga tributária, a regulamentação e a questão de infraestrutura portuária, que torna a operação mais cara, complexa e impede o desenvolvimento de novas escalas. Também estamos trabalhando em novos destinos e a ideia é que tenhamos um novo a cada ano. Além disso, a capacitação dos agentes de viagens é essencial. É importante salientar que o agente de viagens é o mais importante canal de vendas das Companhias de Navios de Cruzeiros. Cerca de 70% dos cruzeiros marítimos no mundo são reservados via agências de viagens. Agentes capacitados geram mais vendas. Seguimos com um perfil bem variado e equilibrado de cruzeiristas e todos têm potencial para crescer. De qualquer maneira, acredito que os cruzeiros corporativos podem ser mais explorados. São muitas as vantagens desse tipo de viagem e as empresas de cruzeiros que oferecem pacotes corporativos disponibilizam todo o equipamento necessário para a realização do evento. Em um evento a bordo, as empresas têm disponível em um só lugar tudo o que precisam, desde os espaços para os eventos, até as acomodações e serviços de hóspedes, diminuindo, assim, os custos.
Orlando Palhares
Gerente de Produtos Marítimos da CVC
Os cruzeiros já caíram no gosto do brasileiro que, inclusive, está se planejando e adquirindo pacotes de cruzeiros com antecedência. A grande estratégia para atrair novos público é a diversificação de roteiros, de curta e de longa duração, além, é claro, de incluir novos trajetos na rota dos navios. Prova de que as armadoras estão investindo no mercado brasileiro, trazendo novidades para esse público, é o novo navio da MSC, o Seaview. Recém-lançado na Europa, o Seaview estreia em mares brasileiros já no início de dezembro, sendo o maior navio da temporada em número de leitos. Em minha opinião os cruzeiros são um estilo de viagem ideal para todo o tipo de cliente: família com crianças (ou sem), casais, idosos, enfim, acredito que esse mercado é bem amplo e tem atendido muito bem a todos os tipos de viajante. Dados divulgados recentemente pela operadora mostram crescimento de cerca de 30% nas vendas de cruzeiros marítimos neste 1º semestre de 2018, na comparação com o mesmo período do ano passado. Cerca de 132 mil passageiros viajaram em cruzeiros no Brasil com a CVC no ano passado.
ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 57
ENQUETE CRUZEIROS
Renê Hermann
Diretor geral da Costa Cruzeiros no Brasil
O foco do setor de cruzeiros, em geral, é expandir o número total de turistas que escolhem aproveitar as férias a bordo de um navio de cruzeiro. Hoje, o segmento de cruzeiros ainda é um nicho turístico muito pequeno dentro da indústria global de turismo. Portanto, o trabalho principal deve ser a geração de novos apreciadores de cruzeiros. Cada empresa deve desenvolver o seu próprio estilo e ofertas customizadas visando este objetivo. Para a América do Sul, em particular, buscamos implantar atrações diferenciadas e que façam a experiência a bordo ser memorável. Além disso, observamos que o turista brasileiro está mais ciente sobre valor agregado (custo/benefício) que os cruzeiros marítimos oferecem. Os navios de cruzeiro são, cada vez mais, verdadeiros destinos, englobando em um único ambiente uma estrutura de hotelaria cinco estrelas com uma gastronomia e entretenimento diversificado. Temos também muitas empresas que escolhem nossa frota para suas viagens de incentivo, onde o colaborador pode levar toda a família, uma vez que haverá atividades e diversão para todas a faixas etárias. Os cruzeiros marítimos têm condições para atender ao segmento corporativo com serviços diferenciados e por isso congressos e convenções a bordo de navios já se tornaram uma realidade para as empresas brasileiras, especialmente quando pensamos nos minicruzeiros.
RESERVE HOTÉIS E SERVIÇOS NOS PRINCIPAIS DESTINOS NO BRASIL E NO MUNDO
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ENQUETE CRUZEIROS
Estela Farina
Diretora geral da Norwegian Cruise Line no Brasil
Temos de continuamente divulgar o conforto, segurança, diversão, excelência de navegar em alto mar, boa gastronomia, enfim, itens que estão presentes em toda a experiência em cruzeiros. E no caso de Norwegian, vale sempre destacar os pontos que são muito atraentes ao perfil do brasileiro: flexibilidade, variedade gastronômica, entretenimento de qualidade, diversão dia e noite, e novos navios trazendo experiências inusitadas, como kart a bordo, para citar um exemplo. O mercado de cruzeiro tem um imenso potencial de crescimento no Brasil. O numero total de pessoas que faz uma viagem internacional comparado ao número de pessoas que faz um cruzeiro internacional é muito grande ainda. Penso que o perfil do cruzeirista é bem variado e a motivação da viagem também tem diversos fatores: há os românticos, os que querem casar a bordo, o que busca aventura, o que busca relaxar, aqueles que buscam um ótimo destino que agrada a família toda. Há os que querem viajar sozinhos com segurança, enfim, penso que
Adrian Ursilli
Diretor geral da MSC no Brasil
Acredito que a chave para a atração de novos viajantes e a manutenção de um grande número de clientes fiéis é não só a nossa preocupação constante com a inovação e com a oferta de férias completas, em navios ultramodernos com serviços de alta qualidade, mas, também a nossa política comercial, extremamente atraente e acessível. Em geral a penetração dos cruzeiros no mercado brasileiro é muito baixa ainda, havendo grande potencial de crescimento devido a excelente relação custo-benefício que os cruzeiros da MSC oferecem, como destinos de férias para o brasileiro. Esse valor agregado fica ainda mais visível se considerarmos as opções de lazer, entretenimento, gastronomia e acomodações já incluídas na tarifa, além da possibilidade de visitar diversos destinos turísticos em uma só viagem. Tanto as famílias, bem como casais e grupos de amigos obtém diversas vantagens, facilidades e redução no orçamento das férias quando optam por este tipo de viagem. Outro público que vem crescendo e que tem muito potencial para crescer ainda mais é o segmento de eventos, incentivos, cerimonias e convenções, ou seja, tanto grupos de pessoas ou empresas que desejam realizar eventos de maneira original, flexível e personalizada e optam por realizá-los em alto mar.
Ricardo Amaral
CEO da R11
Acho que tem que ser adotadas estratégias e ações para que as pessoas saibam o que vão esperar a bordo, hoje os navios tem muito mais valor agregado e são uma atração completa para que opta por este tipo de viagem. Nossas marcas, tanto a Royal Caribbean, quanto a Celebrity e a Azamara são muito inovadoras e estão apresentando atributos para esses novos navios que são tão relevantes que a mensagem se espalha. E isso atrai o mercado, pois as novidades chamam tanto atenção de que já viaja de cruzeiro como também de quem nunca viajou. Eles querem saber como são esses novos navios. Então essa propagação de mensagem atinge cruzeiristas que não estão atentos. Do ponto de vista do trade a estratégia é a capacitação para ter gente muito bem treinada para espalhar as novidades que trazemos para indústria de cruzeiros, até porque a grande maioria deste mercado de clientes de cruzeiros chega por meio do agente de viagem. Quando você tem um produto diferente tem que se esforçar para que todos saibam tudo que ele pode proporcionar.
ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 59
LOCADORAS
INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA GUIA CRESCIMENTO DO SETOR Locadoras investem para tornar serviço mais completo e atrair público que já está crescendo
Eduardo Ribeiro
Em todas as empresas, não importa o ramo, é preciso se atualizar junto com o mercado, que nunca para de sofrer mudanças e indicar que os clientes precisam ser atendidos de novas formas, receber novos produtos e, cada vez mais, confiar nessas empresas. No ramo de locadoras, isso não podia ser diferente. Nos dias atuais, oferecer “apenas” um carro, em um serviço simples e que não gere a sensação de que a empresa está ligada nas evoluções tecnológicas, pode não ser suficiente e fazer com que o cliente procure por outras opções. Por conta disso, as principais marcas do setor buscam novas formas de impactar sua área e o resultado vem sendo positivo. Apesar de ser considerado “imaturo” no país, o setor tem muito espaço para crescer e isso já vem acontecendo no presente. Caminhar ao lado das inovações tecnológicas parece ser o melhor caminho. Como o próprio presidente da Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), Paulo Miguel Júnior, afirmou no anuário da associação, “são cada vez mais clientes com olhar atento para a gama de novidades que não cansam de surgir na chamada nova era do compartilhamento”. A busca pela modernização e novas opções de serviços estão encaminhando o crescimento do setor. Entre as principais empresas, a noção de que a evolução é necessária para a sobrevivência já existe há algum tempo. Em vez da burocracia, os consumidores, cada vez mais, buscam serviços que possibilitem fechar um aluguel por um aplicativo no celular, por exemplo, sem nenhum tipo de preocupação. “Os impactos da tecnologia são positivos. Trabalhamos para que a experiência do cliente ao usar a locação de veículos com a Localiza seja a melhor possível, ágil e surpreendente. Para isso, a tecnologia é fundamental”, admitiu Paulo Henrique Pires, diretor de vendas da Localiza. Talvez, ainda não se possa dizer que o brasileiro compreende e reconhece a locação de veículos como algo “comum”. Mas, nos últimos anos, a área observou a entrada de novos perfis de consumidores e a evolução nas vendas para um público mais amplo. Em 2017, por exemplo, muitas pequenas e médias empresas passaram a abrir mão de seus próprios carros para passar a utilizar a locação, uma vez que, se comparado aos gastos para manter um veículo comprado, as despesas de locação saem mais baratas. Além das empresas, o público interessado em planos de aluguel anual também aumentou. Ao invés de comprarem um automóvel, os interessados alugam um carro por até mais de um ano e pagam, 60 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
além do aluguel, apenas gasolina e multas, se cometidas. Para muitas pessoas, a forma de enxergar o carro como um serviço, e não uma propriedade está cada vez maior. E o investimento em novas tecnologias por parte das empresas do ramo deve atrair um público cada vez maior. SETOR CONTINUA CRESCENDO De acordo com dados do anuário da Abla, em 31 de dezembro de 2017, foram identificadas 11.482 empresas de locação de veículos com CNPJ ativo e registradas em todos os órgãos responsáveis pelo setor. Cerca de 709 mil automóveis e comerciais leves estão disponíveis para serem alugados, mostrando um aumento sobre os 632 mil automóveis que estavam disponíveis no fim de 2016. A prova de que o setor vem crescendo se mostra no número de consumidores, que era de 23,2 milhões em 2016, subiu para 27,2 milhões em 2017 e segue dando mostras de que fechará 2018 com um número maior. A mesma coisa acontece com o número de empregados no setor: eram 76.598 no fim de 2016 e 80.378 no fim do ano passado e início do atual.
NÚMEROS DO SETOR
ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 61
RETROSPECTIVA LOCADORAS
MARÇO
ABRIL
ABRIL
De acordo com levantamento da Abla, o faturamento bruto do setor atingiu um montante de R$15,5 bilhões, 12,3% a mais que no ano anterior. O líquido, por sua vez, cresceu de R$12,1 milhões para R$13,5 milhões. Apesar de manter a mesma participação no mercado (42%), o setor de turismo cresceu 16% no período, passando de 9,7 milhões para 11,3 milhões de usuários.
A Shift está finalizando seu sistema online, a ser lançado em breve, que atenderá 5 mil municípios brasileiros. O investimento em tecnologia faz parte de algumas das novidades que a Shift apresentou na WTM-LA. Segundo Alexandre Pinto, diretor da Shift, a equipe foi reestruturada e treinada para prestar um melhor atendimento e foi feito um grande investimento em frota.
A Localiza pretende se tornar autossustentável no consumo de energia em suas agências de aluguel de carros e seminovos até 2019. A ideia é utilizar a mais alta tecnologia para um consumo ecologicamente responsável. Para isso, em parceria com a Axis Renováveis, a empresa anuncia que já estão em funcionamento quatro usinas de geração de energia solar.
MAIO
JULHO
AGOSTO
As empresas de aluguel de veículos empregam atualmente 80.378 pessoas no país, conforme o mais recente levantamento feito pela Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla). O número representa um crescimento de 4,93% em relação ao total de 76.598 empregos diretos registrados pelo setor ao final de 2016.
A Localiza alcançou a marca de 208.552 veículos na frota. A divisão de aluguel de carros cresceu mais uma vez, com aumento de 47,9% no volume de diárias. A divisão de frotas, por sua vez, obteve aumento de volume de 21,4% em relação ao 1º trimestre de 2017. A rede Localiza chega ao final do 1º semestre com 589 agências, sendo 522 no Brasil e 67 em outros países.
A Movida assinou uma carta de intenções com o Avis Budget Group para uma aliança estratégica de dez anos. Desta forma, a Movida fará a aquisição de ativos de 4,4 mil carros, sendo 3,5 mil em rent a car e 900 em gestão e terceirização de frotas. A Movida incluirá as marcas Avis e Budget em seus pontos de atendimento no Brasil e vice-versa.
62 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
ENQUETE LOCADORAS
Como os investimentos em tecnologia impactam no setor? Paulo Henrique Pires
Diretor de Vendas da Localiza Hertz
Os impactos são extremamente positivos. Mais que oferecer um produto digital, na Localiza Hertz, os clientes contam hoje com uma experiência 100% digital em todo o ciclo da locação: reserva pelo aplicativo, abertura do contrato e do carro (Localiza Fast) também pelo app, devolução e faturamento eletrônico. Tudo na palma da mão por meio do nosso aplicativo. A experiência digital traz muitos ganhos para o cliente como agilidade e praticidade. Estamos sempre aprimorando nossos processos a partir das necessidades dos clientes e do que eles têm vivenciado para que possamos melhor servi-los. Trabalhamos para que a experiência do cliente ao usar a locação de veículos com a Localiza seja a melhor possível, ágil e surpreendente. Para isso, a tecnologia é fundamental e nisso, a Localiza Hertz tem sido protagonista no Brasil.
Charles Sperandio
CMO da Movida Aluguel de Carros
A Movida, desde sempre, foca nas necessidades e expectativas de seus clientes, buscando oferecer a melhor experiência em locação. Os investimentos em tecnologia têm contribuído muito para isso, desde o momento da reserva até a entrega do veículo. Além do site 100% responsivo, que se adequa a qualquer tamanho de tela, as operações são rápidas e simples. O cliente ainda pode escolher entre diversas opções de acessórios, como Wi-Fi no carro, cabos de conexão, envelopamento de mala, entre outros. E como a jornada digital é muito importante para nós, a Movida companha seus clientes com um CRM avançado e conectado na nuvem.
Alexandre Pinto
Sócio-fundador da Shift Mobilidade Corporativa
Vemos poucas empresas do nosso segmento investindo em tecnologia. Nós da Shift lançamos há alguns anos o portal do cliente, que permite ao cliente acompanhar em tempo real o percurso dos veículos contratados e outras informações. A disponibilidade destes dados só é possível porque temos um aplicativo próprio, o Shift Drive, onde todos os motoristas recebem informações do serviço que irão executar. Outros aplicativos que serão lançados são o de coordenação e recepção, que permite o contato e monitoramento em tempo real dos profissionais que organizam toda a parte logística de um evento, e um sistema de reserva online. Entendemos que o ativo, seja um sedan, minivan, van, micro ou ônibus, qualquer empresa pode comprar, da mesma marca e modelo. O que vai nos diferenciar é justamente os serviços únicos agregados que ofereceremos aos nossos clientes, através dos investimentos feitos em sistemas e treinamento e capacitação de toda a equipe.
ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 63
ASSISTÊNCIA AO VIAJANTE
SEGURADORAS CRESCEM E PROJETAM FUTURO AINDA MELHOR Com estratégias bem definidas, empresas de seguro viagem observam crescimento no faturamento
Eduardo Ribeiro
Atualmente, já é possível dizer que a maioria das pessoas que possuem contato com viagens e turismo se acostumaram com a “efetivação” dos seguros de viagem. Por mais que as empresas do setor ainda queiram que o tema seja melhor compreendido e trabalhem muito a questão da capacitação de agentes de viagens, para que eles entendam o que estão vendendo, o serviço já apresenta um crescimento nas vendas e já não é um tema desconhecido para grande parte do segmento. Muitas das empresas de seguro viagem estão comemorando o bom momento e atingindo recordes de vendas. A Assist Card, por exemplo, bateu todas as suas marcas no primeiro semestre de 2018, observou as emissões de apólice crescerem 16% e as vendas fecharem 6,5 milhões acima do que o mesmo período em 2017. A Travel Ace foi outra empresa que terminou 2017 com bom crescimento e continuou com o momento positivo neste ano. O crescimento nas vendas parece ter ocorrido não só entre viajantes como também no setor corporativo. De acordo com a Abracorp, houve um crescimento acentuado no número de contratações de seguro para viagens domésticas, o que, de acordo com executivos do setor, pode ser explicado pela alta do dólar e a preferência da área corporativa por viagens nos próprio país. De março de 2016, época que as assistências de viagem se tornaram seguros “reais”, até aqui, muita coisa mudou. As empresas do ramo já se acostumaram ainda mais com o que precisam oferecer, mas o trabalho de conscientização e apresentação dos serviços para os clientes continua com a mesma intensidade, mesmo com o aumento das vendas. Por conta disso, as empresas continuam investindo fortemente em ações para aproximar o produto do público e eventos de capacitação para os agentes. A Global Travel Assistance (GTA) fechou o primeiro semestre do ano com 5 mil agentes treinados e pretende acabar 2018 com 9.500 profissionais capacitados. “Compartilhar conhecimento sobre a importância do seguro viagem faz com que o agente tenha as informações necessárias para passar ao cliente, que na maioria das vezes, não tem uma opinião formada sobre o custo-benefício do produto”, afirma Celso Guelfi, presidente da GTA. 64 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
A April Brasil Seguro Viagem também se esforça para continuar aumentando a intensidade deste tipo de iniciativa. “Conhecer o produto que está sendo comercializado é fundamental. O agente de viagem deve estar sempre a par dos produtos que vende, além de manter uma relação de confiança com seus clientes. Desta forma, será possível conhecer suas reais necessidades e indicar produtos que sejam adequados para aquele estilo de viagem, sempre visando segurança e bem-estar no momento que ele mais precisar”, aponta Cláudia Brito, diretora comercial da empresa. Com o momento positivo, as estratégias para seguir crescendo parecem sólidas e as perspectivas para o futuro do setor são positivas. “Existe um enorme potencial de crescimento neste mercado. Detectamos que, mesmo durante a instabilidade na economia brasileira no último ano, pudemos alcançar excelentes resultados. Fechamos 2017 com um aumento de 12% com relação ao ano anterior. Já em 2018, até o momento, estamos mantendo uma média mensal de 15% de incremento”, informou Cláudia Brito. O setor passou por mudanças nos últimos anos e as empresas estão sabendo lidar com essa reformulação, conseguindo aumentar a divulgação dos serviços para os agentes e tornar o produto mais conhecido. Todos os fatores explicam o crescimento, que pode ser ainda maior no futuro.
RETROSPECTIVA ASSISTÊNCIA AO VIAJANTE
MARÇO
MARÇO
JUNHO
Agnaldo Abrahão assume como CEO as operações do International Travel Assistance – ITA Seguro Viagem, companhia com presença na Europa e Estados Unidos, além do Brasil. Com mais de 30 anos de experiência no mercado de viagens e turismo, o executivo tem passagens pela diretoria de empresas como Iberia, Hertz, Aerolineas Argentinas e April Seguro Viagem.
O Zurich Insurance Group acelerou o crescimento do seu negócio especializado de seguros de viagens e firmou acordos para adquirir a Travel Ace e a Universal Assistance. As marcas combinadas possuem a posição de mercado líder na Argentina e a segunda posição de mercado no Brasil. A transação abrange operações em toda a América Latina.
A April Brasil Seguro Viagem anunciou Luiz Gustavo da Costa como novo CEO exclusivo para o mercado brasileiro. Ele assume o cargo no lugar de Philip Namiech, CEO para as Américas. Luiz Gustavo já atuava como diretor de Marketing e Produtos da April desde janeiro do ano passado. De acordo com o novo CEO, a April hoje esta hoje entre as três principais empresas de seguro viagem do país.
JULHO
AGOSTO
AGOSTO
As emissões de apólices de seguro-viagem na Assist Card cresceram 16% e as vendas fecharam R$ 6,5 milhões acima, se comparado com o mesmo período de 2017. O resultado comercial do semestre, além de ser histórico, representa 100% de crescimento quando comparado a 2012. Os resultados apontam que a empresa dobrou seu tamanho em seis anos.
Com mais de 5.800 agentes cadastrados, a campanha Seguro Premiado trouxe um impacto positivo para as vendas da GTA. Somente no mês de julho, a empresa de assistência e seguro viagem obteve a marca de 63 mil seguros emitidos. No primeiro semestre o crescimento foi de 18%, superando as expectativas.
A Affinity Seguro Viagem decidiu manter sua aposta no B2B e valorizar o agente de viagens, registrando crescimento de 30% no primeiro semestre de 2018. “A Affinity cresceu 43% em 2017 e vamos chegar aos 40% ao final deste ano”, garante José Carlos Menzes, diretor geral da Affinity. A partir do segundo semestre, novos produtos serão lançados.
66 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
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ENQUETE ASSISTÊNCIA AO VIAJANTE
Há um grande crescimento de seguros para as viagens domésticas. Isso significa que o brasileiro já aprendeu a importância deste serviço? Claudia Brito
Diretora comercial da April Brasil Seguro Viagem
Não podemos relacionar dados do segmento corporativo com a cultura do brasileiro que viaja a lazer. No setor corporativo não é o cliente final que faz a compra, mas sim a empresa. Por isso, podemos dizer que o crescimento na contratação de seguros para viagens domésticas apontado pela Abracorp está associado ao cenário econômico. Com a alta do dólar e do euro, o setor corporativo optou pelas viagens em território nacional, evitando eventos no exterior. Já no segmento de lazer, gradativamente, o seguro viagem vem se integrando à cultura do brasileiro. No entanto, há barreiras que estamos trabalhando para transpor, como fomentar ações educacionais e auxiliar os agentes com informações qualificadas. O mais importante é mantermos o foco em continuar o trabalho de conscientização, cultura e informação a respeito da importância do seguro viagem, buscando mudanças mais profundas no comportamento dos consumidores.
Celso Guelfi
Presidente da GTA
O número de pessoas viajando pelo Brasil protegidos por um seguro viagem aumentou consideravelmente. Ao longo de dez anos, essas emissões mais que dobraram. Podemos afirmar que o seguro doméstico corresponde a 40% das nossas vendas. As pessoas começaram a perceber a importância de ter um seguro também para viagens nacionais, tendo mais tranquilidade ao passear pelo seu próprio estado ou visitar outros. Temos como um dos nossos alicerces estratégicos a capacitação dos agentes de viagem. Para este ano, temos o objetivo de treinar 9.500 profissionais e já fechamos o primeiro semestre com quase 5 mil capacitados, 5% acima da meta estipulada. Compartilhar conhecimento sobre a importância do seguro viagem faz com que o agente tenha todas as informações necessárias para passar ao cliente, que na maioria das vezes, não tem uma opinião formada sobre o custo-benefício do produto.
Roberto Roman
Vice-presidente da Travel Ace
Isso significa que as empresas não querem assumir o risco de seus executivos viajarem desprotegidos, pois caso aconteça algum sinistro, os valores serão bem mais expressivos se comparados ao valor da emissão da apólice e, significa também, que o mercado de viagens corporativas percebeu o valor agregado que o produto oferece e está colocando força comercial para ampliar a demanda. As principais estratégias para ampliar a base de viajantes são ampliar o conhecimento dos agentes de viagens e das corporações, dos benefícios que o produto oferece e os riscos da viagem desprotegida.
68 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
ENQUETE ASSISTÊNCIA AO VIAJANTE
Agnaldo Abrahão
CEO da ITA Seguro Viagem
Sim há um crescimento considerável na contratação de seguro viagem doméstico, onde temos que levar em conta o fator que, devido à crise no país, muitos optaram por terem planos de saúde regionalizados por uma questão de custo. Dos usuários, apenas 10,9% tem seguro com abrangência nacional, o que torna a contratação do seguro mais atrativo do que optar por planos específicos que irão atender suas necessidades em outros estados de forma pontual. A estratégia para ampliar a base de viajantes, se dá quando da conscientização e da importância considerando o custo e benefício.
Rafael Turra
Diretor operacional e de Produtos da Vital Card
Acredito que é um mix de alguns fatores. Certamente, a conscientização dos passageiros contribuiu muito, mas podemos citar também a alta do dólar que fez com que o turismo doméstico fosse bastante expressivo. Outro fator, já falando em corporativo, é que durante e após a crise, muitas empresas decidiram migrar de planos de saúde de âmbito nacional, para aqueles regionais. E para suprir a necessidade daqueles que viajam, passaram a emitir um seguro viagem apenas para os períodos em que estivesse fora. Seguindo nessa linha, para viagens a lazer, muitos passageiros possuem planos de saúde regionais que não vão atender emergências no destino. Por isso a importância das agências salientarem esse ponto no momento da venda. Levando em conta esses dois pontos, seja para viagens a lazer ou corporativa, as agências poderão ter bons argumentos para fechar novas vendas.
Alexandre Camargo
Country Manager da Assist Card Brasil
Desde 2016, a Assist Card vem adotando uma estratégia de aproximação com as áreas de Recursos Humanos das empresas. O objetivo é mostrar que o nosso plano anual de múltiplas viagens, conhecido como Multitrip, além de toda a proteção que oferece para um funcionário em viagem de negócios, ainda pode gerar economia com planos de saúde. O mercado corporativo vem entendendo muito bem esta proposta, tanto que o produto anual de múltiplas viagens já responde por mais de 15% do share de vendas. Este produto se encaixou sob medida para as viagens corporativas. Além de oferecer proteções de até US$ 250 mil em coberturas médicas este plano oferece economia substancial para as empresas, já que o custo inicial é em torno de US$ 0,50 por dia de viagem.
ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 69
MICE
BRASIL MANTÉM LIDERANÇA DO RANKING ICCA NA AMÉRICA DO SUL Quanto mais MICE, mais cresce: setor já movimenta US$ 280 bilhões por ano Pedro Menezes
Uma indústria capaz de movimentar anualmente mais de US$ 280 bilhões em todo o mundo. Um segmento capaz de reunir mais de 400 mil conferências, eventos de incentivo e exposições ao redor do planeta a cada 12 meses. Um setor que gera cerca de R$ 65 bilhões em todo o Brasil mesmo com nossos imbróglios políticos, econômicos e infraestruturais. Estamos falando do MICE (Meetings, Incentives, Conferences, and Exhibitions), segmento turístico que engloba reuniões, incentivos, congressos e exposições e que não para de crescer. A sigla MICE é usada em referência a um tipo específico de turismo em que grandes grupos, geralmente planejados com antecedência, se reúnem para um propósito particular. E neste quesito, o Brasil com suas dimensões continentais, lidera o ranking da ICCA na América do Sul como o país que mais recebe eventos e congressos internacionais dentro do padrão da Associação Internacional de Congressos e Eventos (ICCA, em inglês). Em 2017, não foi diferente, embora no ranking dividido por cidades a capital da Argentina, Buenos Aires, apareça na primeira colocação de toda a América do Sul, atualmente em 11° lugar do ranking geral. E embora tenhamos motivos para comemorar, os últimos anos não vem trazendo boas notícias para o setor de MICE no Brasil. Em 2016, por exemplo, o País caiu quatro posições e se colocou como o 15º país do mundo com mais eventos e congressos internacionais. Em 2017, no ranking mais recente divulgado pela ICCA, caímos para o 16° lugar após sermos ultrapassados pela Austrália. Para se ter uma noção, em 2015 o Brasil era o 11º que mais realizava eventos e congressos internacionais no mundo. Ou seja, caímos cinco posições num intervalo de dois anos. Na parte da frente desta tabela, o pódio segue inalterado. Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido lideram o ranking dos países que mais recebem eventos e congressos internacionais. No caso das cidades, Barcelona saiu de um terceiro lugar em 2016 para a liderança no ano passado, enquanto Paris passou para a segunda colocação, seguida de Viena, Berlim e Londres. No ano passado, a ICCA registrou um número recorde de 12.558 reuniões rotativas de associações internacionais, com 346 a mais do que no ano anterior. A ICCA ainda identificou uma tendência de 50 anos de crescimento exponencial no número de reuniões de associações internacionais, visto que o número dessas reuniões dobra a cada dez anos. 70 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
NO BRASIL, SÃO PAULO LIDERA A cidade de São Paulo se mantém na liderança como o principal destino para eventos internacionais associativos no Brasil. Com 55 eventos realizados em 2017, a capital paulista lidera a lista da ICCA no Brasil. O Rio de Janeiro aparece na segunda colocação, com 48 eventos, e Florianópolis e Foz do Iguaçu chegam empatados na terceira colocação com 15 eventos cada. Para se ter uma noção da força de São Paulo, a cidade está a frente de diversos destinos mundiais também consolidados, como Nova York e Montevidéu, por exemplo. Entre os principais destinos da América Latina que aparecem no ranking, 13 são brasileiros e associados à Unedestinos - União Nacional de CVBs e Entidades de Destinos, somando 190 eventos. São eles: São Paulo (55), Rio de Janeiro (48), Florianópolis (15), Foz do Iguaçu (15), Brasília (13), Campinas (8), Salvador (7), Curitiba (6), Porto Alegre (6), Natal (5), Recife (5), Fortaleza (4) e Belo Horizonte (3). Em 2003, quando foi iniciado o trabalho de pesquisa, São Paulo figurava na 80ª posição com 11 eventos. Hoje, com o desenvolvimento das técnicas e ferramentas de busca, a capital está em 43ª posição mundial, com um aumento de 500% em número de cadastros. INFRAESTRUTURA A CAMINHO O ano de 2018 reservou grandes novidades para aqueles que desejam aproveitar o desenvolvimento do segmento MICE no Brasil. Logo de cara, duas grandes notícias criaram uma onda de otimismo para destinos que atualmente vivem em sua maioria do segmento de Lazer. A primeira delas é referente ao Centro de Convenções de Salvador. No último dia 05 de setembro, enfim, tiveram início as obras do novo equipamento da cidade que terá capacidade para receber até 14 mil pessoas de forma simultânea. A entrega do Centro de Convenções está marcada para setembro de 2019. E marcado para dezembro este ano está a entrega do Centro de Eventos de Balneário Camboriú (SC), que terá uma área de 33 mil metros quadrados e capacidade para 60 mil pessoas. Ligado a iniciativa privada, o Brasil também ganhou este ano o Royal Palm Hall. Aberto desde junho, o empreendimento conta com 44 mil metros quadrados de área construída e 51 espaços de eventos. O investimento supera os R$ 250 milhões e coloca a infraestrutura para congressos e eventos como um dos centros de eventos mais avançados da América Latina.
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RETROSPECTIVA MICE
JANEIRO
FEVEREIRO
ABRIL
O Visit Florida promoveu seu primeiro evento de 2018 no Brasil com foco no MICE e seus congressos e incentivos. A ideia é mostrar que a Flórida vai além do lazer. No primeiro trimestre de 2017, a Flórida recebeu mais de 1,4 milhão de turistas. O Brasil continua sendo o 4º lugar no ranking. Para 2018 a ideia é que no segmento de Mice, a Flórida recebe pelo menos 5% mais brasileiros. E Berlim também trata o Brasil como um mercado especial. O destino promoveu os seus atrativos para incentivos e reuniões por todo o País no primeiro mês do ano.
Las Vegas foi eleita o melhor destino do mundo para convenções e eventos de negócios em 2017, segundo o World Travel Awards. Este foi o quinto ano consecutivo em que a capital mundial do entretenimento foi reconhecida nessa categoria pela premiação. Quase 22 mil encontros de negócios e convenções ocorrem anualmente em Las Vegas, atraindo alguns dos maiores trade shows da indústria. Em 2016, o destino recebeu um recorde de 42,9 milhões de visitantes, dentre os quais 6,3 milhões viajaram a Las Vegas a negócios.
A França é um dos principais destinos para o segmento Mice no Brasil. Convenções, reuniões, viagens de incentivo e eventos de empresas brasileiras sempre consideram o país, que é o que mais recebe turistas internacionais no mundo. Este potencial despertou a atenção da Disneyland Paris, que promoveu um evento voltado a este segmento. A Disney mostrou que não oferece simplesmente espaços, mas sim uma solução completa para os organizadores de eventos e viagens de incentivo, com departamentos próprios de catering e de produção para os eventos.
MAIO
JUNHO
JULHO
O Peru está em busca do turista de negócios. A ideia é promover viagens de incentivo e captar eventos. Para isso, o Ministério de Comércio Exterior e Turismo do Peru (Mincetur) vem desenvolvendo uma série de atividades estratégicas em diversos mercados internacionais, principalmente nos países que contam com os Escritórios Comerciais do Peru. No Brasil, há mais de três anos o país realiza ações para se posicionar como destino MICE. Os detalhes foram revelados em junho e mostraram que a capital do Peru, Lima, está em 2º lugar entre as cidades que mais recebem eventos internacionais, atrás apenas de Buenos Aires (1º lugar) e três posições à frente de São Paulo (5º lugar).
A procura por Santa Catarina na hora de organizar eventos de convenções, exposições e conferências vêm crescendo. O reflexo do aumento do turismo de eventos na região pôde ser observado no último semestre, quando a Expoville, considerada o maior centro de convenções e exposições do Sul do Brasil, anunciou que a comercialização de eventos realizada no primeiro semestre registrou aumento de 15%. Estudos realizados por instituições da área indicaram que os eventos realizados no primeiro semestre de 2018 geraram cerca de R$ 50 milhões para o município.
O Brasil caiu para a 16ª posição no Ranking da ICCA. A entidade divulgou seu ranking referente a 2017 e o País acabou sendo ultrapassado pela Austrália. Em 2015, o Brasil era o 11º que mais realizava eventos e congressos internacionais no mundo. Atualmente, segue como líder na América do Sul, mas quando o ranking é dividido por cidades, a primeira colocada da região é Buenos Aires, no 11º lugar. Entre os países, o pódio segue inalterado, com Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, respectivamente. No ano passado, a Icca registrou um número recorde de 12.558 reuniões rotativas de associações internacionais, com 346 a mais do que no ano anterior. 72 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
ENQUETE MICE
No que o país precisa evoluir para estar novamente entre o Top 10 da ICCA? Wellington Costa
Diretor da GBTA no Brasil
Acredito que a definição do cenário político, apos as eleições e medidas tais como a criação da agência reguladora de turismo substituindo a Embratur, a contratação de mais tecnicos e menos politicos neste segmento com um comprometimento a longo prazo, investimentos na area de certificação profissional, e melhorias na area de segurança e logistica, juntamente com a retomada economia poderiam devolver ao Brasil, uma colocação honrosa no “ranking” da ICCA. A meu ver a unica ação positiva ate o momento foi a criação dos vistos eletronicos, os quais reduziram a burocracia diplomatica e fomentaram um aumento significativo de visitantes.
Toni Sando
Presidente da Unedestinos
Precisamos entender que o ranking da ICCA é separado em duas ações. Uma é relacionada ao CVBs que captam eventos neste padrão ICCA. Já a outra ação tem a ver com identificação de evento padrões ICCA que acontecem num determinado período. E este é justamente nosso desafio. Precisamos identificar evento que acontecem no Brasil e que têm o padrão para serem classificados dentro deste banco de dados. E o que a UNEdestinos está fazendo ao lado do comite ICCA Brasil é justamente esta ação de mobilização entre os CVBS para identificar os eventos, enviá-los e, deste modo, aumentar nosso possicionamento no ranking na prática. Esté é um grande movimento para identificar eventos e cadastrá-los para que possamos ter uma melhor posição na ICCA. Por outro lado, para que os eventos possam continuar chegando ao Brasil, precisamos nos posicionar melhor no mundo. Estive na IBTM, no México, agora no começo de setembro, um grande evento focado no MICE, e todos os destinos da América do Sul estavam presentes, menos o Brasil. Agora, como podemos trazer mais eventos padrão ICCA para o Brasil, se o Brasil, na sua política de promoção pública não faz sua parte? Nosso papel é de juntar esforços. Não podemos contar 100% com algum setor específico. Temos que fazer sempre juntos.
Rodrigo Cezar
Presidente da Alagev
Para voltar ao Top 10 da ICCA o Brasil precisa implantar medidas como: treinamento de profissionais, política de incentivo para o desenvolvimento do setor e de cidades, regulamentação efetiva, absorção e retenção de profissionais mais estratégico, além de utilização de modelos e cases de sucesso de outros países que hoje figuram na lista.
Carlos Prado
Presidente do Conselho de Administração da Abracorp
Para o Brasil recuperar posições no ranking da ICCA é necessário que o setor de viagens e turismo seja percebido como vetor estratégico e esteja contemplado como tal no plano dos nossos governos, em todos as esferas da gestão pública. Fatores como instabilidade econômica, política e social criam obstáculos para que corporações escolham destinos nacionais como sede à realização de eventos. As feiras de negócios, os congressos e as convenções demandam ambiente de negócios favorável, seguro; não apenas sob a ótica do combate à violência urbana, amplamente noticiada na mídia global e que também prejudica a imagem do Brasil. Refiro-me à necessária segurança jurídica. A diversidade de regras, a falta de transparência tributária e o excesso de burocracia são fatores que dificultam a gestão de eventos corporativos. O crescimento da economia, mesmo que em patamares na faixa de 2%, é fator essencial para a mudança desse quadro. 74 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
INTERNACIONAL
E-VISA: MAIS DE 52 MIL VISTOS EM CINCO MESES Flexibilidade para emissão de vistos e mais ligações aéreas ampliam interesse dos estrangeiros no País Pedro Menezes O Brasil passou a compreender melhor a importância da chegada de turistas internacionais e divisas através de seus principais portos e aeroportos nacionais. Desde janeiro de 2018, australianos, canadenses, japoneses e norte-americanos passaram a ter a oportunidade de emitir seus vistos para conhecer o Brasil de forma totalmente eletrônica. O documento válido apenas para viagens de lazer e negócios, que pode ser obtido através do site vfsglobal.com/brazil-evisa/, é emitido em até 72 horas, após a realização de todos os procedimentos, que inclui pagamento de taxas, análise, concessão e emissão. Este é considerado um grande passo para o Brasil chamar a atenção de mercados emissores considerados chave. A comodidade e a economia do turista em emitir o visto eletrônico sem precisar procurar um consulado brasileiro tem tudo para se tornar vital para a chegada de cada vez mais visitantes estrangeiros ao Brasil. Até então, a emissão de um visto padrão na Austrália, Canadá, Japão e Estados Unidos demorava cerca de 40 dias e custava US$ 160. Desde novembro para australianos e de janeiro para canadenses, japoneses e norte-americano, a emissão passou a custar apenas US$ 40 e demorar até três dias para ser expedido. A investida coloca o Brasil no radar das próximas viagens de turistas destas nacionalidades e abre o caminho para ultrapassarmos a marca de 7 milhões de turistas internacionais por ano. Na época do lançamento do visto norte-americano em Nova York, em janeiro deste ano, o MTur dizia que novo sistema ampliaria a receita do turismo em R$ 760 milhões ao ano e que a perspectiva de crescimento de turistas dos EUA para o Brasil chegava a 25% ao ano. Para Lummertz, atual Ministro do Turismo, esta foi mais uma derrubada da barreira imigratória que incrementará as viagens de norte-americanos, canadenses, australianos e japoneses ao Brasil, que hoje representam 65% dos vistos concedidos no exterior. “É um movimento de desburocratização de larga escala, que vai aliviar inclusive os trabalhos no próprio consulado. No caso dos EUA, estamos falando de uma receita que poderá passar de US$ 710 milhões para mais de US$ 1 bilhão”, disse Lummertz. Este cálculo ainda não é possível ser feito, uma vez que o visto eletrônico tem apenas nove meses em vigor, outros dados divulgados pelo próprio Governo Federal mostram que a investida vem dando certo. Do dia 21 de novembro, primeiro dia oficial da emissão de vistos eletrônicos para australianos, até abril de 2018 já foram emitidos 50.557 vistos eletrônicos 76 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
para o Brasil. No total, 52.672 vistos foram emitidos para os turistas destes quatro países no período. Destes, apenas 2.115 foram processados pelo sistema tradicional, o que mostra a decisão acertada do Governo Federal ao aprovar o visto eletrônico. Em números absolutos de vistos concedidos até abril de 2018 para o Brasil, foram emitidos 9.315 vistos na Austrália. O Canadá soma 4.921 vistos processados. Nos Estados Unidos, foram emitidos 35.469 para o Brasil e outros 2.967 no Japão. Somente em abril, a emissão de vistos para os quatro países teve crescimento representativo em relação ao mesmo período de 2017, quando o visto eletrônico ainda não era uma realidade. As solicitações subiram 74% para canadenses, 52% para australianos, 44% para norte-americanos e 25% para japoneses. Para o Ministério do Turismo, o acréscimo é consequência direta da implantação do sistema eletrônico para a obtenção de vistos (E-visa). Ainda de acordo com estimativas do MTur, o crescimento da emissão de vistos representa um acréscimo potencial de R$ 20,7 milhões na economia em apenas um mês. O sistema eletrônico de emissão de vistos foi instituído inicialmente para australianos, em novembro de 2017. Em janeiro, a funcionalidade foi estendida para Canadá, Estados Unidos e Japão. De acordo com dados da Organização Mundial de Turismo, esse tipo de sistema pode aumentar em até 25% o fluxo de turistas no caso dos destinos beneficiados. A crescente adesão dos turistas ao sistema também se verifica no percentual de e-visas emitidos em relação ao total de vistos processados entre os dias 01 e 30 de abril de 2018. O sistema eletrônico respondeu por 96,74% dos vistos emitidos para os australianos, 79% para canadenses, 74,56% para norte-americanos e 40,08% para japoneses. VISTO ELETRÔNICO A CAMINHO DA CHINA Não é de hoje que o Brasil passou a investir no mercado chinês. E o próximo passo do MTur é justamente implementar o visto eletrônico na China. Tanto é que o Brasil passou de sete para 13 Visa Centers espalhados por toda a China, um primeiro passo para aproximar cada vez mais as trocas turísticas e comerciais entre os países. Na sua posse como Ministro do Turismo, Vinicius Lummertz afirmou ao M&E que o visto eletrônico para China é uma prioridade de sua gestão. “O primeiro passo de minha gestão são as prioridades consideradas estratégicas. Meu olho está no Congresso Nacional neste momento, que continua nesta série de avanços conquistados
INTERNACIONAL
que emanam do Conselho Nacional do Turismo, de uma relação com o trade e do entendimento que houve uma mudança do ambiente de negócios turísticos no Brasil, como aconteceu com os vistos eletrônicos, por exemplo, que agora queremos expandir para a China”, disse Lummertz, que logo foi questionado pelo M&E se isto aconteceria até o fim do ano. “Eu passo muito mais tempo acreditando no que eu vou defender, do que os outro vão resistir. A luta dos vistos demorou sete anos. Queríamos o waiver dos vistos, só conseguimos nas Olímpiadas por alguns meses e depois pedíamos para que fossem eliminados os vistos para estes países, que não criavam risco migratório. Nosso papel é convencer e fazer com que a agenda se mova. A Argentina já está convencida em facilitar a vida dos chineses”. MAIS TURISTAS EM 2017 DO QUE EM ANO DE COPA E OLIMPÍADAS O Brasil recebeu 6.588.770 turistas internacionais em 2017. O número foi maior do que os registrados durante as Olimpíadas (6,54 milhões) e Copa do Mundo (6,42 milhões). E esta alta de 0,6% em relação ao ano anterior foi puxada pelos países vizinhos. A América do Sul registrou um salto de 11,1%, de 3,7 milhões
para 4,1 milhões turistas em 2017, o equivalente a 62,4% do total. Na lista de principais emissores de turistas internacionais, a Argentina continuou como líder, em primeiro lugar, com 2.622.327 visitantes, 14,3% a mais que em 2016. O país vizinho respondeu por quase 40% de todos os turistas internacionais que o Brasil recebeu em 2017. Em segundo ficam os Estados Unidos, com 475,2 mil viajantes, uma queda de 7% em relação ao ano anterior, mas que pode ser superada a partir de agora com o visto eletrônico. Já o Chile ficou na terceira colocação, com 342,1 mil pessoas, 5,2% a mais que 2016. São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul foram, nessa ordem, as principais portas de entrada do Brasil. Pelo estado paulista, entraram 32,5% (2.144.606) de todos os turistas internacionais que chegaram ao país. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar com 1.355.616, o equivalente a (20,5%) e Rio Grande do Sul em terceiro com 1,27 milhão. Apesar de ter registrado uma queda de 4,2%, o avião continua sendo o principal meio de transporte para o turista internacional. De todos os visitantes estrangeiros que chegaram ao Brasil em 2017, 63,5% usaram aviões. Pelas estradas, entraram 2,25 milhões de visitantes e 52,5 mil usaram navios.
MTur
MTur
RETROSPECTIVA INTERNACIONAL
MARÇO
O ano de 2018 começou com o lançamento do visto eletrônico para os Estados Unidos. Uma grande festa realizada pelo Brasil em Nova York reuniu autoridades do mais alto escalão do turismo brasileiro e norte-americano. Janeiro também começou a ter aquele surto de Febre Amarela. Tanto é que Paraguai e Curaçao passaram a exigir Certificado Internacional de Vacinação contra a doença.
No segundo mês do ano, mais de 300 destinos cresceram no Mapa do Turismo Brasileiro. O Ministério do Turismo atualizou a categorização de regiões do Mapa do Turismo Brasileiro. Já as Cataratas do Iguaçu, considerada uma das Sete Novas Maravilhas daNatureza entraram na lista dos 18 melhores destinos do mundo da revista Forbes.
Pernambuco liderou a receita de atividades turísticas em 2017. O anúncio foi feito em março pelo IBGE. Em 2017, a receita gerada pelas empresas do ramo cresceu 18%. Outras duas novidades destacadas foram o oitavo recorde batido pela Alemanha na chegada de estrangeiros em 2017 (83,9 milhões de pernoites), e o número de turistas brasileiros que triplicou no Méximo em sete anos: de 117.659 para 345.900.
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FEVEREIRO
MTur
JANEIRO
ABRIL
MAIO
JUNHO
A cidade de Ilhabela, localizada no Litoral Norte de São Paulo, lançou uma campanha e anunciou investimento de R$ 400 milhões no Turismo no começo de abril. O Nordeste também teve boas notícias no quarto mês do ano. Rio Grande do Norte, por exemplo, cresceu 28% em volume de turistas internacionais, enquanto Pernambuco celebrava a liderança na chegada de turistas argentinos no Brasil.
O visto eletrônico começou a dar resultados para Foz do Iguaçu já nos primeiros quatro meses do ano. O número de turistas norte americanos cresceu 20% no período. Porto Seguro, por sua vez, também registrou aumento de turistas no primeiro trimestre de 2018: número de embarques e desembarques cresceu 15% em comparação a 2017. Já o gasto estrangeiro no Brasil chegou a US$ 499 milhões no mês de abril, dados divulgados pelo Banco Central em maio.
Junho começou com uma grande novidade para os brasileiros. O visto para os Emirados Árabes Unidos tornou-se gratuito e passou a ser realizado na chegada. A mudança significativa na exigência de visto está alinhada com os esforços do Departamento de Turismo e Marketing de Dubai (Dubai Tourism) para melhorar a acessibilidade ao Emirado e facilitar a visita à cidade. Já o Visit Florida, por sua vez, anunciava um novo recorde, chegando a 33,2 milhões de turistas.
78 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
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Com a ampliação da malha aérea, o que muda na promoção de destinos no Brasil? Margaret Grantham
Diretora do DZT no Brasil
Acredito que essa movimentação no setor aéreo, seja por meio dos recentes acordos de Open Skies assinados tanto entre EUA e Brasil e Reino Unido, Luxemburgo e Holanda, seja por meio do novo hub em Fortaleza, é extremamente positiva para o turismo em geral. O novo hub cearense, em especial, é de grande importância, já que o Nordeste sempre foi um mercado muito importante para nós. Os novos voos, além de ampliarem a oferta de assentos, facilitam o deslocamento de quem mora na região e diminuem o tempo de viagem, considerada a distância mais curta entre o Brasil e o continente europeu. Embora não haja voos diretos para a Alemanha, o destino também se beneficia, uma vez que, como se sabe, os brasileiros gostam de visitar outros países numa mesma viagem pela Europa e a Alemanha, nesse ponto, tem posição estratégica. O fato de fazer fronteira com nove países possibilita a criação de roteiros muito interessantes e combinados com os vizinhos. Quanto ao Nordeste, trata-se de um mercado com bom potencial mas pouco trabalhado, em função de termos nos concentrado no eixo Rio – São Paulo, mas que, agora, volta a se destacar no nosso radar.
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Andre Rojer
Gerente de Marketing para Amércia do Sul do Curaçao Tourist Board
Curaçao está batalhando por um voo direto desde o Brasil. O público brasileiro merece. Estamos negociando com para ver qual companhia irá operar a rota Brasil-Curaçao. Nos últimos meses também conseguimos que Copa e Avianca aumentassem suas frequências semanais, o que facilitou a chegada de mais brasileiros. No Brasil, São Paulo é o nosso principal Estado emissor, o que corresponde a aproximadamente 50% dos visitantes que chegam a Curaçao, seguido de Rio de Janeiro (18%) e Minas Gerais (10%). Não somos uma empresa, mas um país. Um país que tem gastronomia, música, cultura, arquitetura e muita história. Essas características precisam ser apresentadas de formas diferentes, dinâmicas e com muitas experiências. Por isso, nossos atuais eventos são mais dinâmicos. Por isso, estamos atuando em diversas frentes seja com o trade ou com o público final. Organizaremos mais road shows, treinamentos com operadoras e agentes de viagens pelo Brasil.Curaçao já percebe uma grande mudança no número de visitantes oriundos do Brasil e nossa meta para 2018 é fechar em 15.000 visitantes brasileiros.
Roger Dow
Presidente and CEO da U.S. Travel Association
Tanto Brasil como Estados Unidos irão se beneficiar do acordo de Open Skies, já que permitirá a criação de mais rotas entre os dois países. A boa notícia para os brasileiros que pretendem visitar os Estados Unidos está diretamente ligado ao aumento de oportunidades de voos e da concorrência o que, consequentemente, reduzirá o preço dos bilhetes. O preço médio dos bilhetes é 32% menor em rotas cobertas pelo Open Skies se comparado com as rotas regulares
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ENQUETE INTERNACIONAL
Diana L. Pomar
Diretora do Conselho de Promoção Turística do México no Brasil
O Brasil teve um crescimento nas visitas de 22,1% em 2017 e até o mês de julho. O Conselho de Promoção Turística do México tem trabalhado durante os últimos 7 anos para realizar treinamento em conjunto com fornecedores, destinos e operadores por todo o brasil, a fim para manter os agentes de viagens atualizados sobre o que há de novos destinos turísticos no México, empresas que representam os hotéis e ágil, bem como a diversidade de opções de conectividade. A expansão de rotas beneficou o México, com novas operações de Copa Airlines e Avianca Airlines, altamente relevantes. E o plano de ação para promover o turismo no México no Brasil está focado em segmentos MICE, Romance, Luxo e LGBTI, turismo de aventura e turismo religioso, de modo que seja montada parcerias estratégicas com os principais operadores e agências de viagens especializadas para a realização de ações pontuais para o consumidor.
Caroline Putnoki
Diretora da Atout France na América Latina
Com a ampliação das ligações aéreas, a promoção da França no Brasil vem se intensificando. A chegada do novo hub da Air France-KLM, por exemplo, abriu novas perspectivas para a região nordeste, incluindo as chamadas “cidades off line” – Manaus, Belém, Natal, Recife, Salvador e Brasília – que concentram 18% do mercado das agências de viagens e uma clientela de forte potencial. Enquanto múltiplos gateways da TAP permitiram que Portugal conquistasse 90% do mercado no Nordeste, a chegada da Air France-KLM é um fator decisivo para a conquista de novos clientes para a França, e cria perspectivas muito importantes até 2025. Com um objetivo realista de 1,5 milhão de turistas brasileiros para a França e uma região que corresponde atualmente a quase 20% do mercado, mas que pode, eventualmente, ver seus fluxos triplicarem, o investimento nesta região torna-se imprescindível. Desde 2017 o setor de viagens do Brasil beneficiou-se de uma recuperação espetacular. Estimamos em 15.000 o número de turistas potenciais adicionais aos 700.000 brasileiros que visitaram a França em 2017, ainda em 2018, apenas com as frequências Air France-KLM de Fortaleza.
Renata Cohen
Diretora do Turismo de Israel no Brasil
Claro que sim, dado que Israel será um destino mais acessível aos brasileiros em termos de facilidade de chegada. Brasileiros poderão chegar ao país sem nenhuma conexão (o que geralmente desanima muitos viajantes), falando Português (qualquer outra língua assusta os viajantes) e em uma CIA Aérea muito familiar (LATAM). Com isso, criar-se-á um ciclo virtuoso, pois o destino terá uma divulgação mais ampla: a Cia Aérea terá muito interesse em fazer sua nova linha ser bem sucedida, portanto, planeja uma comunicação muito intensa para os turistas brasileiros, e com isto os agentes do mercado de turismo perceberão que Israel é uma oportunidade de negócios a ser desbravada no Brasil (e quem souber aproveitá-la primeiro, “tomará a água mais fresca”). Ou seja, teremos uma intensificação na comunicação/promoção do destino no Brasil.
82 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
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84 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
RELAXE: 4 EXCELENTES SPA RESORTS NA FLÓRIDA Nicole Hutcheson
Vamos encarar a verdade. Não há muitos lugares no mundo que têm sol o ano inteiro. E para nossa sorte, a Flórida é um deles. Isso significa que esse é o local perfeito para aqueles que buscam um retiro para restaurar a beleza e o bem-estar. A Flórida tem sua parte justa de spa resorts, desde as águas cristalinas de South Beach, até a costa noroeste do Golfo. E os tipos variam de um oásis moderno a destinos históricos e resorts de serviço completo.
TAMPA BAY
Safety Harbor Spa 105 N. Bayshore Dr. Safety Harbor, FL Entre nesse spa e você poderá vislumbrar os anos 1960, quando moças enfeitadas com óculos de sol no estilo “olhos de gato” e lenços de chiffon reuniam-se nessa esquina de Tampa Bay para restaurar-se e rejuvenescer-se nas fontes minerais naturais da propriedade. Denominado como um marco histórico em 1964, o spa tem evoluído para um destino de deleite, com uma inclinação para curar e restaurar a mente, o corpo e a alma. Você pode escolher um tratamento facial, fazer uma aula de ioga e mergulhar na Jacuzzi antes do meio-dia. O interior do resort tem mantido muito de seu charme do antigo mundo. Uma reforma recente de US$ 5 milhões no spa de mais de 4.600 metros quadrados incluiu 30 novas salas de tratamento para serviços deliciosos como esfoliação de sal, massagens com pedras quentes e uma sala de tratamento para Hamman Turco. O resort de 172 quartos é um ótimo lugar para escapar para um final de semana de mimos.
BOCA RATON
Waldorf Astoria Spa no Boca Raton Resort & Club 501 E. Camino Real Boca Raton, FL Um passo dentro do famoso Waldorf Astoria Spa e você sentirá como se tivesse entrado em um castelo espanhol. Na verdade, o spa foi modelado depois da Alhambra, na Espanha. O spa de mais
de 4.600 metros quadrados, localizado no Boca Raton Resort and Club, tem toques da arábia, incluindo paredes douradas, mosaicos elaborados e portais ornamentados. Como a própria Boca Raton, o spa é conhecido por seu luxo de alto nível. Os serviços falam por si próprios, incluindo um tratamento facial de quartzo rosa que utiliza a pedra verdadeira. Com certeza você se sentirá uma realeza aqui. Depois que seu tratamento de spa é concluído, é possível fazer um pequeno surfe na praia próxima, ou descansar na beira da piscina em uma cabana privada. Esse spa resort é um retiro de bem-estar e luxo.
ORLANDO
Mokara Spa Orlando 1500 Masters Blvd. Champions Gate, FL Após o 12º passeio de montanha russa nos parques temáticos, da caminhada até o carro e do tráfego intenso, você precisa reservar um dia no Mokara Spa Orlando. Localizado dentro do Omni Hotel, em Champions Gate, esse spa de 900 metros quadrados oferece uma variedade de tratamentos e um interior sereno e moderno, beijado por um toque asiático. Embora Orlando não se resuma a spas, Mokara ganha pontos pela sua atenção aos detalhes. Desde o chá de coco e lichia até as velas perfumadas ao redor da banheira de hidromassagem, este spa não economiza nos pontos mais refinados. Os pacotes do hotel que incluem spa o tornam o lugar perfeito para uma escapada de final de semana.
JACKSONVILLE
The Spa at Ponte Vedra Inn and Club 302 Ponte Vedra Blvd. Ponte Vedra Beach, FL O The Spa at Ponte Vedra está localizado em uma das melhores praias da costa leste da Flórida. Esse destino costeiro é um excelente lugar para passar o dia durante a estadia no Ponte Vedra Beach Resorts. Delicie-se em um dia inteiro de serviços do spa, descanse no lounge de relaxamento, tenha uma refeição na beira da piscina e um mimo em um pouco de compras. Você pode fazer isso tudo aqui sem sair do spa de mais de 2.700 metros quadrados. A seleção completa de serviços é o que faz desse spa especial - há mais de 100. Localizado em um campo de golfe de 36 buracos cuidado à mão, o resort e spa tem uma história rica. O resort teve início como uma propriedade exótica à beira-mar em 1928. Ele foi transformado em um destino costeiro refinado. O spa é uma extensão deste estilo. Escolha entre o Ponte Vedra Inn and Club, ou o The Lodge and Club. Ambos estão localizados na mesma propriedade e oferecem pacotes de férias que incluem spa.
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PARQUES
SeaWorld: agente é principal canal de venda para os parques Foco da empresa é criar produtos que atendam às necessidades dos passageiros e ofertas exclusivas para os agentes Lisia Minelli
A cada ano, os parques temáticos anunciam e inauguram novas atrações para se manterem na preferência dos turistas que visitam Orlando. O SeaWorld Parks & Entertainment anunciou nos últimos anos diversas novidades, entre elas vale destacar a montanha-russa Mako, uma hypercoaster de 61 metros de altura, a mais alta, mais rápida e mais longa montanha-russa de Orlando. Em 2018 já foram inauguradas a Ray Rush, a novíssima atração do Aquatica Orlando, e a Vanish Point, atração de queda livre do Adventure Island, o parque aquático do Busch Gardens Tampa Bay. Ainda em 2018 está prevista a inauguração da Infinity Falls, no Seaworld Orlando, durante o verão americano A Infinity Falls será a peça central de uma nova área temática, que fará uma imersão dos visitantes em uma floresta com rios de água doce. A nova atração, que terá a maior queda em uma atração de corredeiras do mundo, é o complemento perfeito para o crescente portfólio de atrações do parque e vem para consolidar a posição do Seaworld como destino obrigatório. Além disso, para 2019 já está programada a abertura da nova área temática Sesame Street at SeaWorld Orlando. Para Lisha Duarte, diretora Internacional de Vendas e Marketing, para conseguir manter os visitantes sempre por dentro de todas essas novidades, o canal das agências de viagens são importantes. “Estamos em contato direto e constante com os agentes por meio de diversos canais, para oferecer sempre informação atualizada, suporte em materiais promocionais e também tirar dúvidas”, disse. Segundo a executiva, o SeaWorld tem equipes dedicadas a atender esse público nos seus mercados prioritários, como é o caso do Brasil. “A nossa equipe de marketing e vendas no Brasil está presente nos principais eventos do trade em todo o país e também realiza eventos próprios e treinamentos regulares em cidades de todas as regiões do Brasil. Fazemos diversas ações de capacitação durante o ano em parceria com o Visit Orlando e também com operadoras”, contou. O SeaWorld Parks é um destino completo para toda a família. Segundo Lisha, são diversos produtos e experiências possíveis e para vender tudo isso é preciso que os agentes estejam sempre atualizados. Ela lembrou que além dos ingressos, o parque oferece outras opções que podem ajudar o agente a agregar valor as suas vendas. “O que o agente tem de mais valioso é esse contato com o passageiro e a possibilidade de oferecer produtos que estejam de acordo com o seu perfil. Temos diversos produtos extras aos ingressos que vão dar ainda mais comodidade ao dia de visita aos parques, como o Quick Queue, que dá acesso prio90 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
Lisha Duarte, diretora sênior de Vendas Globais do SeaWorld
ritário nas principais atrações do SeaWorld e Busch Gardens, ou experiências exclusivas, como alimentar girafas durante o Serengeti Safari no Busch Gardens. Esses são só alguns exemplos de como o agente pode agregar valor às férias do seu passageiro e ainda incrementar suas vendas”, frisou. Vale lembrar que para cada venda de produtos opcionais ao ingresso – somente por meio das agências de viagens – será doado U$2 para o “Curtir & Preservar”, projeto da companhia que destina 100% da arrecadação para ajudar projetos brasileiros que apoiam a preservação de espécies na vida selvagem, como o Projeto Tamar. Tem ainda a oferta de três parques pelo preço de dois, para venda exclusiva dos agentes, válida até dezembro de 2019 e dá ao visitante o benefício de curtir três parques pelo preço de dois. E recentemente também foi lançada a variação desse ingresso incluindo o All Day Dining Deal. “Como disse, as agências são muito importantes para nós, por isso estamos sempre em contato e realizando capacitações, mantendo-os atualizados, ouvindo suas demandas para sempre criarmos produtos que atendam às necessidades dos seus passageiros e também desenvolvendo ofertas exclusivas para este canal de vendas, oferecendo também mais chance de incremento de vendas”, finalizou.
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PARQUES
Disney investe em treinamento para os agentes no Brasil Treinamento é a palavra chave para a Disney que tem nos agentes de viagens seu principal parceiro de vendas Lisia Minelli
Luiz Araujo, gerente de vendas de Disney Destinations para o Brasil
A cada ano a Disney se reinventa e lança uma nova atração, uma nova área, abre um novo restaurante, cria um novo espetáculo, ou faz tudo isso de uma só vez. Nos últimos anos foram tantas novidades que nem dá para listar todas sem esquecer nenhuma. No Disney’s Animal Kingdom teve a inauguração de Pandora: The World of Avatar, o show Rivers of Light, e UP! The Great Bird Adventure, um show de pássaros com os personagens do filme. No Disney’s Typhoon Lagoon foi a festa H20 Glow Nights. Em Disney Springs foi inaugurado os restaurantes The Edison, Maria & Enzo’s, Enzo’s Hideaway, Terralina e Wine Bar George. No Disney’s Hollywood Studios foi inaugurada neste ano a nova área Toy Story Land e para 2019 está programada a abertura de Star Wars: Galaxy’s Edge, a atração Mickey & Minnie’s Runaway Railway e o show Lightning McQueen’s Racing Academy. Esses últimos como parte da maior ampliação do parque Hollywood Studios. Para dar conta de todas essas novidades, a Disney promove diversas ações para manter o agente de viagem por dentro de tudo. Para Luiz Araújo, gerente de Vendas de Disney Destinations para o Brasil, treinamento é a palavra chave. “A capacitação dos agentes de viagem em Disney World é fundamental. Apresentar os produtos Disney e, constantemente, atualizar e distribuir o nosso material é muito importante. Nos 92 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
nossos treinamentos mostramos aos agentes não só produtos e novidades Disney, mas também em como podem aumentar as suas vendas”, contou. Vale lembrar que anualmente são disponibilizados vídeos e treinamentos online, além de guias de referência. “Esse ano, por exemplo, já tivemos cerca de oito mil agentes treinados, ou por um gerente Disney no Brasil ou pelo nosso site Disney Agentes de Viagem”, destacou. A Disney World ainda oferece um grande número de serviços para os seus clientes, isso significa que quanto mais conhecimento o agente tiver, mais opções eles tem para oferecer. O executivo citou, por exemplo, desde planos de refeições, serviço de guia VIP, até a compra de um pacote MemoryMaker. “Para ter uma experiência inesquecível bem-sucedida, os agentes precisam sempre reforçar o planejamento. É essencial a compra de ingressos com antecedência para usufruir do agendamento de FastPass+ e outras facilidades disponíveis no ComeceSuaExperienciaDisney.com”, reiterou. Em relação aos agentes de viagens, a Disney está sempre capacitando e participando de eventos. Ainda neste ano, no segundo semestre, são diversos eventos ainda a serem realizados, como a participação na Abav Expo com um estande e também treinamentos e seminários agendados. “Vamos fazer Workshop com a Latam Travel, Seminário com a CVC em Ribeirão Preto, Treinamento da FlytourMMT, além do Hiper Feirão em Santos e Campinas”, salientou.
Novo aplicativo – A Disney lançou o Play Disney Parks, aplicativo móvel que dará vida a experiências interativas com os personagens. A ferramenta contará com acesso a acessem uma ampla gama de atividades, incluindo jogos temáticos, curiosidades
Disney, realizações digitais, música e muito mais, seja na Main Street, local onde acontecem os tradicionais desfiles do Magic Kingdom, ou na fila das atrações. O aplicativo está disponível para plataformas iOS e Android, gratuito para download.
PARQUES
Universal Orlando: nova ferramenta para os agentes Treinamento é estratégia prioritária para empresa que em breve lançará nova plataforma de interação com parceiros Lisia Minelli
Marcos Barros, vice-presidente Internacional de Vendas da Universal Orlando Resort
Depois de inaugurar neste ano a nova atração Fast & Furious Supercharged, no Universal Studios, o próximo lançamento da Universal Orlando não fica em nenhum dos três parques do complexo. Não é radical e nem baseada em uma franquia famosa do cinema. Ela envolve sim alguns dos personagens mais importantes para a Universal: os parceiros. Em poucos meses entrará no ar a Universal Community Partner, plataforma de relacionamento voltada ao trade e que está em fase final de desenvolvimento. Segundo o vice-presidente Internacional de Vendas, Marcos Barros, a Comunidade será uma plataforma onde a Universal poderá interagir com os agentes de viagens, mas também um lugar onde os agentes possam interagir entre eles, no mais puro sentido de comunidade. Disponível em português, espanhol e inglês, a nova plataforma terá maior alcance entre os agentes ampliando o número de parceiros capacitados pela empresa. “O objetivo é que possamos trocar ideias, experiências e aprender uns com os outros. O treinamento online também será outro componente chave da Comunidade. Mesmo com o extenso programa de treinamentos que temos no Brasil, é quase impossível treinar presencialmente todos os agentes de viagens num país de dimensões continentais como o nosso. Com essa nova ferramenta, aumentaremos nosso alcance e nossa frequência de treinamentos e interações, e estamos muito empolgados com o lançamento da Comunidade, que deve se dar nos próximos meses”, contou.
A Universal já inaugurou novas áreas e atrações nos últimos anos e ainda terá muitas outras novidades a serem lançadas. Por isso, a capacitação é prioridade na estratégia da empresa para manter os parceiros atualizados das novidades. De acordo com Marcos Barros, não é novidade os consumidores chegarem muito bem preparados às agências para efetuar suas reservas de viagens. As informações são difundidas com uma velocidade muito grande. Dar subsídios aos agentes é uma necessidade para aumentar as vendas. “Nossa estratégia é preparar o agente de viagens para que essa interação com o consumidor se dê da melhor forma, de maneira com que o agente possa aconselhar o consumidor sobre sua viagem. Temos que dar essas ferramentas aos agentes de viagens antes da informação chegar ao consumidor. Proatividade é o nome do jogo e temos trabalhado nesse sentido. Treinamentos presenciais e online, famtours e informações, que chegam através de veículos como o Mercado & Eventos, formam a base para que entreguemos os resultados relacionados a essa estratégia maior”, comentou. Por oferecer um destino completo aos seus visitantes, a Universal Orlando acredita que os agentes são o melhor canal para vender seus produtos e serviços, e ainda conseguir aumentar seus ganhos. Para o executivo, o primeiro passo é entender o cliente, seu perfil e suas preferências. “Estamos batendo nessa tecla nos treinamentos. Não é só sobre produto, precisamos ajudar o agente de viagens a se tornar melhor consultor de viagens e, consequentemente, melhor vendedor. Entendido quem é o consumidor fica mais fácil para o agente identificar que produto se encaixa melhor ao seu perfil”, ressaltou. De reservas para os seis hotéis no complexo, a ingressos para os três parques temáticos, passando pelo show do Blue Man Group, o agente de viagens vai ser comissionado pelo operador de turismo ao vender os produtos da Universal Orlando, “mas é importante que eles vendam o produto certo para o passageiro certo”, lembrou Barros. “É vital frisar também que as visitas aos parques são o principal motivo da viagem a Orlando, portanto reforçamos aos agentes que os ingressos dos parques não podem ser tratados como um produto marginal”, completou. Para o segundo semestre alguns treinamentos já estão agendados, além de participação em feiras e famtours. “Nada substitui interação pessoal. Assim, ainda que a Comunidade nos traga uma grande oportunidade, no segundo semestre seguiremos com nossas capacitações para fornecer aos profissionais do turismo ferramentas e informações cruciais para incrementar as vendas. Esses eventos nos aproximam muito aos agentes de viagens, além de ser uma grande oportunidade para divulgar novos produtos, como o Universal Aventura Hotel, atrações, shows e muito mais!”, finalizou. ABAV 2018 | MERCADO & EVENTOS | 93
PARQUES
Beto Carrero World inaugura maior atração do Hot Wheels no mundo Com a nova atração parque reafirma compromisso de proporcionar aos visitantes a melhor experiência Lisia Minelli
O Beto Carrero World inaugurou em julho deste ano uma nova área com o tema Hot Wheels. O novo espaço conta com apresentação do exclusivo Hot Wheels Epic Show, onde são realizadas mostras acrobáticas com carros, pistas e manobras especialmente desenvolvidas para o universo Hot Wheels. São mais de 30 mil metros quadrados que trazem os carros Hot Wheels para a realidade, com um restaurante e loja de presentes. A parceria entre as marcas ainda promete mais novidades ao longo do ano. Segundo o CEO do Beto Carrero World, Rogério Siqueira, a área temática voltada ao universo Hot Wheels foi uma grande conquista que deu vida aos carrinhos líderes de venda mundial e sucesso há décadas. “Trata-se de uma aliança estratégica com a maior fabricante de brinquedos do mundo, a Mattel, que colocou o Beto Carrero World como representante oficial dos 50 anos do Hot Wheels na América do Sul. Com isso, temos mantido contato e alianças com vários mercados além do Brasil. Nosso planejamento prevê mais parcerias e lançamentos como este, que proporcionem a diversão e novas experiências. Parcerias com o universo cosplay e o mundo da tecnologia e entretenimento estão por vir. Além disso, nos próximos anos teremos mais novidades para apresentar ao público”, disse. Com a inauguração do Hot Wheels, o Beto Carrero se posiciona ainda melhor no segmento de parques temáticos no mundo. “O Beto Carrero World é o maior parque temático da América Latina e um dos melhores parques multitemáticos do mundo. Pela quinta vez consecutiva, foi reconhecido como o Melhor Parque Temático da América do Sul através do prêmio Travellers’ Choice, do TripAdvisor – maior site de viagens do mundo. Com mais de 100 atrações, levamos a fantasia para milhares de pessoas de todas as idades e o ano inteiro. São visitantes que vem não só de vários lugares do Brasil, mas também de países do Mercosul”, comentou o CEO. Anualmente, o parque recebe 2 milhões de visitantes que vem de diferentes locais do Brasil e do Mercosul, sendo os principais mercados as regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste. “Trabalhamos para ampliar o mercado para toda a América Latina, trazendo novos visitantes internacionais. O faturamento vem crescendo ao longo dos anos e a perspectiva para 2018 é crescer ainda mais em relação ao ano passado”, ressaltou Siqueira, dizendo que a expectativa é aumentar o fluxo de turistas internacionais, para que venham conhecer as praias e atrações de Santa Catarina. Para o CEO, os agentes de viagens são de extrema importância para o Beto Carrero World, por isso são feitas capacitações e rodadas de negócios constantes, mantendo um relacionamento muito próximo com este público. “Estamos também presentes em feiras no Brasil inteiro, além dos mais recentes eventos 94 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
Rogério Siqueira, CEO do Beto Carrero World
no Chile, Uruguai e Argentina. Só em 2018 já participamos de mais 60 feiras e eventos relacionados ao trade turístico. A comercialização através deste canal representa 70% das vendas”, finalizou. Confira detalhes das atrações de Hot Wheels: O novo espaço conta com a apresentação diária do show Hot Wheels Epic Show, que vai transportar espectadores para uma experiência épica com transformações de carros Hot Wheels em veículos em tamanho natural que farão várias acrobacias ao longo do show. O público viverá as emoções da corrida das miniaturas em escala real, e que somente os Hot Wheels podem oferecer. Além disso, a primeira loja Hot Wheels no mundo já deu sua partida em grande estilo, com um local que encanta fãs de todas as idades, onde visitantes encontram produtos Hot Wheels, apresentados das mais diversas formas. Outras duas atrações que levam os pequenos a loucura são o Hot Wheels Extreme Kids, uma pista de carrinhos elétricos para crianças, e o Kart Racing, que conta com karts totalmente personalizados pela marca. E ainda tem o Restaurante Temático Hot Wheels para reabastecer as energias com um cardápio variado. O restaurante é totalmente decorado com o tema proposto e conta com carros, pistas e, claro, centenas das miniaturas Hot Wheels por toda parte.
UM MUNDO. UMA INDÚSTRIA. UMA MARCA. itb.travel
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POLÍTICA
Um cenário marcado por poucos avanços, incertezas e expectativas Aumentar o fluxo internacional e estimular as viagens domésticas estão entre os desafios da Embratur e do Minostério do Turismo
O cenário político para a indústria do turismo ao longo dos oito primeiros meses do ano foi marcado por instabilidades, turbulências e poucos avanços. A realização da Copa do Mundo na Rússia, aliada à proximidade das eleições com uma consequente “dança das cadeiras”, nas esferas, estadual e federal. Tudo isso, aliado a uma economia “andando de lado” contribuiu para que os resultados fossem tímidos na maior parte dos setores, gerando um clima de incertezas e expectativas. A movimentação política acabou deixando o mercado instável, com a consequente alta do dólar frente ao real, inibindo as viagens internacionais e gastos dos brasileiros no exterior. O desemprego no setor não foi exclusivo da indústria do turismo, mas mostrou que o mercado continua em compasso de espera, com tímidos investimentos. Com todas essas turbulências e clima de incertezas, ainda assim a indústria do Turismo continua a ser uma referência, mesmo sem o devido reconhecimento por parte dos governantes. No ano passado essa indústria foi responsável pela injeção de US$ 163 bilhões na economia, o que corresponde a 7,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano. O valor absoluto foi7% maior que o obtido em 2016, US$ 152,2 bilhões. Os dados fazem parte do estudo econômico elaborado pela Oxford Economic para o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC). Mas mesmo com os avanços o país aparece em 117ª posição no ranking mundial quando avaliada a contribuição do setor para o PIB, no último ano. Houve avanços como o programa de flexibilização de vistos para alguns países e a assinatura do Acordo de Céus Abertos para os EUA, mas ainda estamos longe das metas traçadas pelo PNT. TURISMO RECEPTIVO No turismo receptivo o ano de 2017 fechou com um balanço negativo. Pela primeira vez na história, o Brasil perdeu a liderança do ranking de entrada de turistas estrangeiros na América do Sul. A Argentina passou a ocupar o primeiro lugar na região ao receber 6,7 milhões de turistas internacionais em 2017, contra 6,58 milhões que desembarcaram no Brasil no mesmo período. Mesmo assim, o MTur acredita o percentual de crescimento de visitas internacionais chegue aos 7 milhões de estrangeiros ainda este ano, lembrando que comparado a 2016 o crescimento no ano passado foi de 8%. Um dos fatores que contribuiu para melhorar os índices no receptivo é o programa de flexibilização de vistos. Desde a implantação do visto eletrônico para cidadãos de quatro países - Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão - o número de pedidos para o visto brasileiro apresentou aumento significativo. Entre fevereiro e julho deste ano foi registrado um crescimento de 42%. Levan96 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018
do em conta o gasto médio dos turistas destes países, caso as solicitações se revertam em viagens, poderá haver uma injeção de US$ 41,2 milhões na economia brasileira. De acordo com os dados do Ministério das Relações Exteriores, os Estados Unidos, segundo maior emissor de estrangeiros para o Brasil, lidera a lista de solicitações. Entre fevereiro e julho foram 87.349 pedidos, sendo 69.808 pelo meio eletrônico. Em segundo lugar aparece Japão (14.272), seguido de Canadá (10.333) e Austrália (10.005). Dados do Banco Central e do MTur confirmam que entrada de turistas estrangeiros no Brasil aumentou 8% no primeiro semestre em comparação com os primeiros seis meses de 2017: foram 3,15 milhões de visitantes internacionais. No mês passado, a Embratur publicou a 4ª edição do Boletim de Inteligência Competitiva com foco no “Perfil do Turista e a Imagem do Brasil”. O estudo concentra-se em 22 países que representam os maiores emissores de turistas para o Brasil. TURISMO DOMÉSTICO Já no mercado doméstico o cenário foi mais positivo, uma vez que os brasileiros passaram a viajar mais pelo país. Atento a essa tendência, o Ministério do Turismo chegou a realizar uma campanha de incentivo com o objetivo de incentivar as viagens nacionais. No Turismo Regional, o MTur prepara novas regras para lançamento de um novo mapa do Turismo Brasileiro que terá validade até 2021. Os estudos já foram concluídos pelos técnicos do Programa de Regionalização do Turismo com representantes das cinco macrorregiões brasileiras. Antes de deixar o cargo, Marx Beltrão lançou um programa direcionado a fomentar a Política Nacional de Qualificação no Turismo. Atualmente há pouco mais de 73 mil estabelecimentos registrados no Cadastur. Vale ressaltar que nos últimos meses houve um aumento de 13% no número de cadastros, maior que todo o ano de 2017.Quanto a fiscalização, das 1.419 visitas realizadas nas 25 capitais, 1.037 empreendimentos foram notificadas e, até o presente momento, se regularizaram 944 prestadores de serviços PNT O Plano Nacional de Turismo (2018-2022) prevê algumas metas estabelecidas pelo Ministério do Turismo. O novo Plano Nacional de Turismo prevê ampliar em dois milhões, até 2022, o número de empregos gerados pelo setor, passando de 7 milhões para 9 milhões de postos de trabalho. Também prevê inserir 39,7 milhões de brasileiros no mercado consumidor de viagens; quase duplicar o número de turistas internacionais no país, passando de 6,6 milhões para 12 milhões; e quase triplicar a receita obtida com esses turistas, saindo dos atuais US$ 6,6 bilhões para US$ 19 bilhões em 2022.
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ENQUETE POLÍTICA
Como o Turismo pode aumentar a sua influência para entrar de vez na agenda política do País? Vinícius Lummertz
Ministro do Turismo
Para aumentar sua influência precisamos ter maior representatividade. É necessário ter não apenas um Conselho Nacional de Turismo mais eficiente, com maior representatividade e poder decisório, um programa estratégico, como também eleger um nome que possa ser um representante do trade junto ao Governo de modo a ter livre acesso e diálogo para levar os pleitos do setor aos nossos governantes. Não se pode condicionar a continuidade das políticas de fomento ao setor a uma simples troca de nomes no Ministério do Turismo. Isso tem que mudar. Outra coisa importante é a necessidade de uma mudança urgente no modelo atual do conceito turismo, que já está ultrapassado e precisa ser alterado com urgência. Lembro que em nosso país o turismo costuma ir a reboque da economia. Quando a economia vai bem então se tem a ideia equivocada de que é hora de alavancar essa indústria. E quando a economia vai mal então se entra em compasso de espera. Isso tem que mudar. O turismo precisa ser encarado como agente indutor da economia e não ao contrário. Chegou a hora do turismo forte girar a máquina com emprego, investimentos e fazer a economia ir bem. Essa fórmula está sendo praticada com absoluto sucesso em outros países.
Alexandre Sampaio
Presidente da FBHA e do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da CNC
Para que o turismo seja inserido na agenda política do país é necessário uma nova percepção sobre o valor desta indústria, e isso não apenas nos discursos das autoridades, mas por meio de ações concretas que incluem destinação de recursos para o setor, elaboração de politicas públicas voltadas para o fomento do setor. Mas para isso, é fundamental que os novos governantes venham a tomar conhecimento dos inúmeros benefícios que essa indústria gera para a economia. Somos um país que tem todas as condições para explorar o grande potencial das nossas riquezas naturais, diversidade cultural, mas é preciso que haja um programa de estruturação capaz de ordenar e incentivar o setor. Lembro que o turismo é um segmento que traz benefícios para cerca de 60 atividades da economia. Apesar de ser fundamentalmente realizado pela iniciativa privada, é uma indústria fortemente impactada pelas políticas públicas, uma vez que depende de infraestrutura, segurança, serviços de saúde e condições macro e microeconômicas favoráveis para o seu bom Há que se ter também uma política de continuidade nas políticas para o turismo, encaradas como políticas de Estado e ter como premissas fundamentais a transparência e o monitoramento permanente.
Teté Bezerra
Presidente da Embratur
A maneira de incluir o setor na pauta central da política brasileira passa por um processo, já em andamento, de sensibilização da importância econômica que o turismo já tem para o país e, principalmente, da conscientização sobre o potencial que o desenvolvimento sustentável da atividade tem para proporcionar o incremento econômico nacional, especialmente na geração de empregos e renda, com a entrada de divisas oriunda dos turistas internacionais. Esse trabalho de convencimento deve abranger políticos de todas as esferas do Poder, seja Federal, Estadual ou Municipal e também no âmbito Legislativo. O turismo deve ser visto como um vetor de desenvolvimento econômico. Um setor que gera 1 a cada 10 empregos no planeta e representa 10% do PIB mundial merece mais atenção. Especialmente no Brasil, um país vocacionado para o turismo. Em 2017, o setor representou 7,9% do PIB brasileiro e foi responsável por 6,59 milhões de empregos. O Plano Nacional de Turismo prevê a criação de mais 2 milhões de novos postos de trabalho até 2022. O turismo gera empregos. Isso deve estar claro para os governantes e para a população Os candidatos aos cargos públicos devem se atentar para essa atividade e apresentar planos para desenvolvimento do setor. Essa sensibilização é essencial para que o turismo continue crescendo, independentemente de quem serão os governantes. 98 | MERCADO & EVENTOS | ABAV 2018