M&E 388

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2ª Quinzena | Abril de 2020 Ano XVII | nº388 - mercadoeeventos.com.br

Quais serão os caminhos da retomada para o Turismo? M&E dá início a série de entrevistas com líderes e personalidades do mercado sobre como será o futuro do setor após a atual crise Página 16

Operadoras Braztoa apontam prejuízo de R$ 3,9 bilhões Entidade fez pesquisa com associados que aponta os efeitos da pandemia até o momento

ENTREVISTA

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Alexandre Sampaio, presidente da FBHA, fala sobre como os hotéis estão enfrentando a pandemia e prevê problemas na retomada com uma possível guerra tarifaria.

AVIAÇÃO Companhias seguem suspendendo voos no mundo todo. Confira quais são as rotas nacionais e internacionais que seguem em operação no Brasil.

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BRASIL

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Medida Provisória 948 é assinada e dá fôlego ao Turismo para passar pela crise. Ela permite o reembolso dos clientes em até 12 meses após o fim da pandemia.

Confira a movimentação do setor e a agenda de eventos do Turismo. Página 18



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ENTREVISTA

“Retomada será lenta e terá diária média baixa” Anderson Masetto Com a consciência de que se deve evitar uma guerra de preços, Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), acredita que a retomada será dura e gradativa para a hotelaria. Na opinião do dirigente, acontecerá uma grande queda e disputa por valores – que pode ser prejudicial ao setor. Em entrevista via videoconferência, Sampaio acredita em uma tarifa média baixa em um primeiro momento, uma vez que a demanda irá cair. No entanto, ele alerta para que não ocorra uma depreciação do produto e a pratica de preços que não sejam sustentáveis. Ele afirmou ainda que – embora as ferramentas de videoconferência tenham se popularizado neste momento – as pessoas estarão ávidas para se reencontrarem, o que pode movimentar o mercado de eventos, desde que sejam cumpridos novos e rigorosos protocolos de segurança. MERCADO & EVENTOS – Já tivemos algumas medidas apresentadas pelo governo, como as Medidas Provisórias 936 e 948 que acabam ajudando o setor. Na sua opinião, o Turismo está sendo atendido na sua plenitude? Alexandre Sampaio – Se fizermos a análise das Medidas Provisórias emitidas até agora, temos algumas ressalvas. A primeira delas atendeu parcialmente a questão de férias e a possibilidade de lay off, ainda antes da 936 por conta daquele artigo que foi suspenso que permitia a paralisação do contrato de trabalho sem remuneração. Isso causou um estresse muito grande e, de lá pra cá, com a pressão das entidades e o apoio do Ministério do Turismo, a gente vem evoluindo nas medidas que estão sendo tomadas. Acredito que o tripé citado pelo ministro Marcelo Álvaro Antônio, que é o crédito, aspectos trabalhistas e a relação ao consumidor, além dos impostos e tributos têm completado uma hedge sob a qual estamos avançando. M&E – Mas há ainda ressalvas sobre estas ações e novos pleitos? Alexandre Sampaio – Algumas ressalvas são necessárias sim. Primeiro na questão trabalhista. O fato das empresas que faturam acima de R$ 3,6 milhões

ficarem ainda tendo que honrar tanto a opção da redução quanto do lay off, deixou ainda um valor, se bem que pequeno, que é um encargo enorme quando há uma ausência total de caixa. Se formos recorrer a outra MP junto aos bancos que fazem o financiamento da folha de pagamento, hoje é exigida uma certidão de CNB previdenciária, que nenhuma empresa tem porque sempre há uma discussão com a previdência. Ainda existe o agravante que os salários da hotelaria são mais altos e vínhamos em um processo de recuperação aquém do desejado. É bem verdade que existe uma portaria que as empresas possam reconhecer o débito, abrindo mão da judiacialização, pagando 1% e parcelando o restante. Mas você abre mão de um processo que sabe que tem razão. Além disso, com a carga horária diminuída, muitos salários são altos e precisamos do aval dos sindicatos, outro percalço, porque muitos estão fechados ou não estão respondendo. M&E – A questão do financiamento da folha, então, não atende a hotelaria por completo? Alexandre Sampaio - Aquelas empresas que tinham caixa, pagaram a folha de março tranquilamente, mas muitas ainda não conseguiram, porque o crédito é a partir de abril. Neste aspecto, ressalto que o financiamento para a hotelaria foi muito pequeno. Negociar será sempre uma dificuldade, porque a grande maioria dos hotéis não está operando. M&E – Mesmo neste momento, existe ainda aquela dificuldade histórica de acesso ao crédito? Alexandre Sampaio - Há ainda o problema do acesso ao crédito. Os bancos intermediários, apesar de estarem com apenas 15% tanto da folha como do Fungetur, ainda representam pouco para a demanda da hotelaria. Eu diria que estamos passando por uma situação muito complicada. Eu temo que pequenos hotéis e pousadas não resistam. Os hotéis médios e de rede vão respirar um pouco se passarem por este período de seca, pois mesmo que isso cesse em 60 dias, estamos trabalhando com uma perspectiva de quatro meses sem ou com muito pouco faturamento. M&E - Sobre a MP 948, que permite

o reembolso após 12 meses do fim da pandemia. Ela atende a hotelaria? Alexandre Sampaio – Acredito que pelo menos ganhamos um tempo, pois os créditos não precisam ser devolvidos de imediato. Temos um ano para discutir isso com o nosso consumidor para ter uma transição mais tranquila. M&E – Você acredita em uma retomada no segundo semestre? O perfil do consumidor deve mudar neste novo momento? Alexandre Sampaio – Há três aspectos a se considerar. O primeiro é o próprio governo encabeçar uma campanha de incentivo para que os clientes voltem a viajar. Sabemos que também passa na cabeça do governo que isso não será resolvido em um bimestre. Há também a preocupação com procedimentos e protocolos para dar segurança ao cliente, primeiro para incentivar e depois para gerar a tranquiidade necessária para que ele possa viajar. Acredito que dois parâmetros vão nortear esta retomada. O primeiro é o corporativo, que vai possibilitar algum tipo de demanda neste início. No entanto, já tem sido discutido um down grade muito grande de valores, o que é ruim, porque isso não vai proporcionar uma rápida recuperação do caixa das empresas. O valor que vai atrair o cliente e remunerar adequadamente o empreendimento é ainda uma incógnita. Esta é uma preocupação que se faz premente. M&E – E como resolver esta equação? Alexandre Sampaio - Claro que não será feita uma combinação de preços, mas é necessário não entrar em uma guerra tarifária. Conversas e trocas de ideias entre os líderes do setor para evitar uma depreciação do nosso produto de modo a não prolongar ainda mais uma recuperação. Isso sem esquecer estas questões novas de segurança, que farão os custos irão aumentem. M&E – Os eventos devem retomar no mesmo ritmo? Alexandre Sampaio – Os eventos podem sim serem uma grande saída, mas com muito cuidado por conta dos aspectos de segurança. Depois de um período de quarentena, todo mundo quer ver todo mundo e a demanda por convenções, meetings e encontros deverá ser gran-

Alexandre Sampaio, presidente da FBHA

de. Há ainda a possibilidade de que o corporativo acabe demandando menos por conta da descoberta destas novas ferramentas de reuniões online que as empresas estão se acostumando a usar. Esta questão se segurança terá um custo adicional e será necessário, para os hotéis, ganhar produtividade. Somos serviços e não podemos prescindir do fator humano, mas dentro do possível haverá um crescimento importante no investindo em equipamentos que ampliam produtividade e em práticas objetivas para isso, mas, infelizmente, com menos pessoas. M&E – Você falou em redução de tarifa média. Quando o setor conseguirá atingir os níveis pré-crise? Alexandre Sampaio - Eu diria que diária média e o RevPar serão péssimos nos próximos seis meses. Aproveitando os mecanismos já disponíveis, muitos hotéis farão acordos para diminuir custos. Ressalvo que o aspecto fundamental e que não podemos esquecer para o futuro do País é que o governo não relegue as reformas que estão por vir, como a tributaria e a administrativa. Isso pode ser essencial na retomada. Estamos vendo que muito poucas prefeituras estão relegando algum benefício seja em IPTU e ISS. O Turismo vai sofrer muito porque a volta será muito lenta.


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EDITORIAIS

OPINIÃO

É hora de construir nosso futuro

O valor das parcerias Roy Taylor É em momentos desfavoráveis que as verdadeiras parcerias mostram o seu valor. E esta crise vem revelando algumas coisas interessantes. A primeira delas é como o agente de viagens é importante na nossa cadeia. Percebemos o grande esforço dos fornecedores que – em meio aos seus próprios problemas – estão fazendo de tudo para manter o relacionamento com as agências. Lives, webinars e outras ações visam manter este contato ativo, o que significa o quanto esta parceria é valiosa. Companhias aéreas, armadoras, operadoras, redes de hotéis e destinos estão empenhados em manter o agente de visagens próximo, isso porque ele representa – para muitos – mais de 70% do total das vendas. Em quase toda a indústria, este índice é sempre acima de 50%, portanto, não se pode desprezar uma parceria que gera tanto retorno. Oferecer qualificação neste momento é uma maneira de fazer isso, mas não é tudo. Apoiar o seu trabalho, ser flexível nas negociações de cancelamentos e remarcações e, se possível, contribuir é essencial neste momento. O maior exemplo dado neste sentido é, sem dúvida nenhuma, da MSC Cruzeiros. A armadora reconheceu que todo o trabalho para realocar os seus clientes em novos roteiros após a crise é quase equivalente a uma nova venda. Afinal, apoiar e cuidar do

cliente é um dos atributos mais importantes de um bom agente de viagens. Desta forma, de maneira corajosa e jamais vista no mercado, ela está oferecendo uma comissão extra aos profissionais que estão remarcando as viagens daqueles clientes que optaram pelo voucher após o cancelamento do roteiro original. Reconhecimento era algo que pouco existia antes da crise. Todos os fornecedores gostariam de contar com as vendas dos agentes de viagens, mas cada vez com comissões mais achatadas e condições que não favoreciam em nada a este profissional. Agora, quando as vendas chegam perto de zero, as empresas passam a ver o quanto o trabalho de agenciamento é importante para a sustentabilidade do mercado. Que o exemplo da MSC possa servir para demais fornecedores – em especial as companhias aéreas – de como um parceiro como o agente de viagens pode ser importante. Mais ainda, quando as vendas voltarem a acontecer, pois é ele que detém o contato direto com o consumidor e, então, será a vez do agente de valorizar os parceiros que estiveram com ele durante a crise. Da nossa parte, estaremos aqui para comunicar tudo que é importante para o dia a dia deste profissional que é está no centro da indústria do Turismo.

Roy Taylor é fundador e presidente do Mercado & Eventos

A verdadeira disrupção Anderson Masetto

Nada será como antes. Quantas vezes ouvimos esta frase nos últimos anos? A palavra “disrupção” foi usada de forma indiscriminada em todos os setores da economia, mas no Turismo ainda mais. Isso porque a indústria de viagens e turismo busca se reinventar a todo momento, apresentar novos produtos, novas experiências e, especialmente novas formas de comercialização. Com isso, surgiram empresas, ferramentas e soluções. No entanto, nada disso foi uma disrupção no seu sentido mais amplo, mas sim uma evolução do mercado. A tecnologia levou as empresas do Turismo e até os destinos a se adaptarem. Para um mundo que passou a se comunicar mais rápido, nada mais natural do que as formas de comercialização e de decisão de compra passassem por critérios diferentes. O que não mudou ao longo destes anos, e falamos isso aqui por diversas vezes, é a importância dos bons profissionais, em especial dos agentes de viagens. A tão propagada consultoria se mostrou agora – em um momento de crise – mais essencial do que nunca. O que deve elevar o status do agente de viagens quando tudo isso acabar. No momento atual não existe – e quem o faz é charlatão – exercício de futurologia. Nem especialistas são capazes de

afirmar com certeza quando as pessoas poderão sair de suas casas normalmente. Há um sentimento no mercado de que as vendas podem começar a aquecer no segundo semestre, mas ainda longe de se atingir nos níveis pré-crise. Agora sim, as empresas precisarão se reinventar. Isso porque será preciso convencer as pessoas de que viajar é uma boa. O investimento em marketing nunca foi tão importante. Mas eu não falo do marketing como conhecemos, será preciso ir além e fazer do Turismo realmente a válvula de escape que a humanidade precisará após tanto tempo trancada em casa. Vem aí, então, a verdadeira disrupção. E com ela, oportunidades. Teremos a oportunidade de colocar o Brasil à disposição dos brasileiros. Até porque, com as restrições de acesso aos países e até o receio das pessoas em visitarem países que passaram por crises severas, como Estados Unidos, França e Itália, por exemplo, será a vez dos destinos nacionais. Mas para isso, será necessário investir em uma grande campanha nacional e de um aprimoramento na infraestrutura atual. E, claro, preços compatíveis com o novo momento da economia do País. Anderson Masetto é jornalista, pós-graduado em Comunicação Jornalística e editor-chefe do Mercado & Eventos

Manoel Linhares, presidente da ABIH Nacional

Manoel Linhares Es t a m o s v ivendo, em es ca la mundia l, uma situação que jamais poderíamos prever. Ninguém imaginaria que o s etor de hotelaria – um dos primeiros segmentos a sofrer os efeitos econômicos da pandemia e, provavelmente, um dos últimos a sair da crise – estaria passando por um momento tão difícil, com suas atividades praticamente paralisadas e todo investimento e capital imobiliz ado s em gerar nen huma re ceit a em hotéis indep endentes, de grandes redes, pousadas, resorts e demais meios de hospedagem formais do Brasil e do mundo. Não ap ena s a hotelaria, ma s a ex tensa cadeia que compõe o turismo mundial foi dizimada p elo Cov id-19. Todos os país es e destinos sentiram de for ma idêntica os efeitos de uma crise que irá obrigá-los a reinventar-se e a criar novas formas de estimular uma atividade fundamental para economia mundial que, até então, era responsável por 8% do PIB global. Por enquanto, ninguém sabe ainda como tudo o que está acontecendo impactará na forma de fazer turismo no futuro. Mas uma coisa é certa: nada será como antes. Precisamos continuar fortes e nos manter unidos. Temos que insistir em ações que v iabilizem a sobrev ivência da s empresa s num curto espaço de temp o, p ois temos funcionários e encargos para pagar. Nesse sentido, linhas emergenciais de crédito para financiar a folha de pagamento de pequenas e médias empresas – incluindo os setores de turismo e hotelaria – já estão sendo formatadas pelo gover no federal. Mas não é o bastante. Outra medida urgente e necessária que deve ser adotada a fim de preparar a economia para o cenário que nos espera é começar a estruturar políticas de incentivos, específicas para os hotéis, que abranjam os gover nos estaduais e municipais como, por exemplo, que a cobrança das ta xas de água e esgoto e de energia elétrica seja aferida com base na demanda medida e não na demanda contratada e que haja uma redução significativa no valor do IPTU e de outros impostos e ta xas. Infelizmente para o nosso segmento, os problemas trazidos pelo novo coronavir us não se resumem apenas a contas a pagar.

Ao contrario do agronegócio, da indústria de bens de consumo e do comércio, a indústria de hotéis e de turismo tem como principal e único insumo o material humano e, por isso, tor na-se cr ucial p ensar também em como será a nova configuração do mercado de turismo após o esvaziamento da pandemia. Sim, porque em algum momento tudo isso vai se diluir e a indústria de hotéis não tem outra opção além de voltar a receber hóspedes, atendendo suas novas demandas e s e adequando a p er f is que surgirão ou mesmo criando e oferecendo novos serviços. Não podemos nos dar ao luxo de, nesse momento, nos ent regar a la ment ações e não pensar de forma estratégica a médio e longo prazo, p ois temos que estar preparados para a t ransfor mação que ocorrerá no cenário tur ístico mundial quando essa crise for superada. Precisamos que todos os representantes do t rade t ur ístico, que já vêm s e reunindo com o Ministério do Turismo e outras autoridades do gover no federal desde o início de março, desenhem e executem planos e ações básicas direcionadas para cada região do país, atendendo suas peculiaridades e sazonalidades. Agora o Brasil está paralisado. Mas não esqueçamos que hotéis e unidades turísticas de todo o planeta também estão fechados e que os maiores destinos mundiais foram dizimados e que, quando tudo isso passar, a hotelaria nacional continuará com sua s instalações, seus apartamentos, áreas de lazer e espaços para eventos prontos para receber seus hóspedes. A hora de construir nosso futuro com crise ou sem crise é agora e, apesar do desanimo, do abatimento e da escuridão total que ainda nos impede de enxergar a luz do final do túnel, essa pode ser a oportunidade para tor nar mais eficiente e competitivo nosso ambiente de negócios e assim, quando for à hora, retomar com força total ao nosso principal objetivo: encantar nosso viajante seja ele nacional ou estrangeiro, a lazer ou a negócios.

* Manoel Cardoso Linhares é presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional)


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AVIAÇÃO

Para Iata, indústria da aviação não será a mesma Igor Regis O impacto da pandemia de coronavírus (Covid-19) atingiu em cheio o mercado de aviação comercial em todo o mundo. Além das restrições impostas por diversos países, o receio e a re com endação d e ev it ar aglomerações não só afetou imediatamente a demanda do setor, como deve afetar também a demanda futura, resultando em um “encolhimento do mercado”. Essa leitura sobre o futuro da indústria já foi detalhada p ela A ssociação Inter nacional do Transp orte Aéreo (Iata – sigla em inglês), que prevê uma demora para que a aviação retome o mesmo ritmo do período pré-pandemia. “Não esperamos retomar a mesma indústria que tínhamos algumas semanas atrás, embora as companhias aéreas ainda conectem o mundo. E faremos isso através de uma série de novos modelos de negócios. Mas os processos da indústria precisarão se adaptar. Não queremos repetir os erros cometidos após 11 de setembro, quando muitos novos processos foram impostos de forma descoordenada. Isto criou uma bagunça de medida s que esta mos resolvendo até hoje. As 25 milhões de pessoas cujos empregos estão em risco com esta crise dependerão de um reinício eficiente da indústria”, destaca o CEO da Iata, Alexandre de Juniac. Est a mesma leit ura já vem s endo rea liz ada p or gra ndes players do setor. Um exemplo é a Lufthan-

sa, que encerrou a s atividades de sua subsidiária de ba i xo custo, a Ger ma nw ings, a lém de desat ivar aeronaves e antecipar a devolução de seus A380. Outras companhias pelo mundo também já cancelaram pedidos ou adiaram a entrega de aeronaves, prevendo uma recuperação mais lenta da demanda. AJUDA ÀS COMPANHIAS A lém de uma adapt ação, a Iat a também reforçou a necessidade de ajuda governamental para garantir a s o brev ivência d a s compa n hia s aéreas. O cenário de queda no faturamento se soma a incerteza sobre a duração da pandemia, que pode gerar inclusive a falência de alguns players. Um estudo da consultoria JP Morgan estimou que as companhias aéreas da América Latina que cancelarem 100% de seus itinerários por um período prolongado sobreviverão entre três e dez meses no máximo. Além do alívio econômico, a aviação comercial precisará de um plano de cuidados e coordenação para assegurar que as companhias aéreas estejam prontas após a pandemia ser contida. A ideia é ter uma abordagem abrangente para “reinicializar” o setor quando assim permitido. O passo inicial envolve uma série de reuniões virtuais – ou cúpulas – em uma base regional, com governos e partes interessadas do setor. Entre os principais objetivos está a compreensão do que é necessário para reabrir fronteiras fechada s e a s soluções acordada s

Delta doa 90 toneladas de alimentos para hospitais e organizações

Alexandre de Juniac, CEO da IATA

que podem ser operacionalizadas e dimensionadas com eficiência. “Nunca na história paramos o setor desta maneira e nesta escala. Consequentemente, não temos experiência em retomá-lo. Vai ser complicado. Precisaremos de contingências para licenças e certificações que expiraram. Teremos que adaptar operações para ev it ar ca sos imp ort ados (de

Covid-19). E devemos encontrar uma abordagem eficiente para gerenciar as restrições de viagens que precisam ser suspensas antes que possamos voltar ao trabalho. Estas são apenas algumas das principais tarefas que temos pela frente. E para ter sucesso, a indústria e o governo devem estar alinhados e trabalhar juntos”, disse de Juniac.

Latam produz máscaras de proteção contra coronavírus O Centro de Manutenção da Latam (MRO), localizado em São Carlos (SP), adaptou uma parte de sua operação para produ z ir más cara s de prote ção cont ra a propagação do coronavírus (Covid-19). A estimativa é produzir 15 mil máscaras reutilizáveis de tecido por mês para o uso dos funcionários das áreas operacionais da companhia. A empresa também já iniciou testes de um protótipo de máscara acrílica para doação a hospitais. As máscaras são reutilizáveis e seguem todas as recomendações do Ministério da Saúde e de autoridades sanitárias. Os funcionários t a m bém s erão ins t r uído s qua nto

ao processo de higienização diário após o uso dos itens, que devem ter durabilidade de dez usos cada. A produção das máscaras de tecido está sendo realizada de forma industrial pela oficina de costura da empresa, especializada na elaboração e reparos de materiais de tapeçaria das aeronaves, como poltronas e cortinas. Além disso, as equipes de engenharia quím ica do Cent ro de Manutenção da companhia determinaram rigorosos processos de higienização para a entrega segura das máscaras em kits para seus funcionários de aeroportos, tripulantes e mecânicos.

Delta

A D el t a es t á fo r n e cen d o ma is de 90 toneladas de alimentos para hospitais, serviços comunitários de refeições e organizações em todo o mundo para apoiar pessoas necessitadas, bem como aquelas na linha de frente no combate à pandemia de Covid-19. Produtos p erecíveis e não p erecíveis estão sendo doados após os ajustes feitos nos serviços da Delta a bordo e nos Delta Sky Clubs para reduzir pontos de contato entre clientes e funcionários. Como resultado, a companhia ficou com alimentos que perderiam a validade antes de serem servidos. Portanto, as equipes estão

se engajando para ajudar organizações que podem usar imediatamente a comida. “Doar alimentos é uma das muitas maneiras pelas quais os funcionários demonst ram o indomável espírito da D elt a dura nte a pa ndem ia em andamento. Em março, a companhia começou a oferecer voos gratuitos para profissionais da área médica na linha de frente da crise gerada pela Covid-19, além de passado a utilizar sua subsidiária que cuida das inovações no interior da s aeronaves da companhia, a Delta FlightProducts, para fabricar máscaras para proteger os funcionários de hospitais”, disse.

Centro de Manutenção da Latam, em São Carlos (SP)


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AVIAÇÃO

Companhias seguem operando número reduzidos de voos Cortes na malha chegam a 90%. Maioria das rotas mantidas visam atender repatriações e deslocamentos de profissionais de saúde Pedro Menezes Companhias aéreas em todo o mundo seguem sendo demasiadamente impactadas pela pandemia do coronavírus (Covid-19), que derrubou a demanda radicalmente e fez com que governos impusessem restrições à entrada de estrangeiros e à realização de voos comerciais. Somente no Brasil, as principais companhias Azul, Gol e Latam cortaram seus voos em 90%, enquanto transportadoras menores e regionais, como VoePass e MAP, suspenderam totalmente suas operações. Já as aéreas estrangeiras cancelaram totalmente ou mantiveram apenas algumas rotas, muitas com frequências reduzidas, apenas para manter a conexão do Brasil com o resto do mundo. Ainda por conta de restrições impostas por governos, certas companhias seguem operando voos de/para o Brasil apenas para repatriação de turistas que seguem "presos no exterior". Mesmo com um prejuízo calculado em até US$ 252 bilhões em 2020 pela própria Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), a maior parte das companhias aéreas seguirá de pé, muitas com subsídios provenientes do governo, e continuarão operando no Brasil. Neste mês de abril, os voos estão mesmo com frequências reduzidas e seguirão assim até maio, quando companhias como Emirates e United já confirmaram o retorno de suas operações regulares.

também flexibilizou o tempo limite das conexões para garantir a ligação entre capitais em até 24 horas. A nova malha aérea temporária resulta na redução da oferta da Gol, desde o início da crise do Covid-19, de aproximadamente 92% nos mercados domésticos e 100% nos internacionais. No total, entre operações nacionais e internacionais, a companhia espera diminuir entre 60% e 70% suas operações até meados daquele mês. Os voos internacionais suspensos até junho ligam o Brasil à Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Estados Unidos, México, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname e Uruguai. LATAM A Latam suspendeu todas as suas rotas internacionais. A decisão levou em consideração a restrições sanitárias impostas por diferentes países, além da queda contínua na demanda diante da pandemia do Covid-19. A suspensão temporária, válida para todas as operações regulares, vai até 30 de abril. A companhia já havia anunciado no fim de março o corte de 90% de suas operações internacionais, mantendo apenas rotas para Nova York, Santiago e Miami. No entanto a baixa procura a fez ampliar esta suspensão para todas as rotas. No Brasil, a companhia continuará voando para 39 destinos com frequências reduzidas, conectando com seus hubs em São Paulo (Guarulhos e Congonhas), Brasília e Fortaleza.

AZUL A Azul espera operar até 30 de abril de 2020 apenas 70 voos diretos por dia, para 25 cidades, o que representa uma redução de 90% da capacidade total. São voos que partem sobretudo de Campinas, Belo Horizonte e Recife. E desde o dia 16 de março, todos os voos internacionais da Azul, exceto os que partem de Viracopos, em Campinas, estão suspensos. A companhia reduziu a capacidade consolidada de 20% a 25% no mês de março, e entre 35% a 50% neste mês de abril e nos seguintes, até que a situação se normalize. Dentre aquelas que seguem sendo operadas, apenas duas são rotas internacionais: Viracopos/Campinas – Fort Lauderdale (um voo semanal) e Viracopos/Campinas – Orlando (um voo semanal). E embora a pandemia do coronavírus (Covid-19) tenha tudo para acabar ainda este ano, já nos próximos meses, a Azul só deve retomar os voos entre Viracopos e Nova York/JFK em abril de 2021. Procurada pelo MERCADO & EVENTOS, a companhia afirmou, em nota, que “esclarece que está avaliando os desdobramentos da atual conjuntura e ressalta que, oportunamente, divulgará detalhes da operação para Nova York”.

AMERICAN A American Airlines suspendeu de quase toda a sua frota de aeronaves widebodies, utilizadas nas operações de longa distância. A decisão tem a ver diretamente com a pandemia do coronavírus (Covid-19), que obrigou a companhia a cancelar quase todos seus voos internacionais, incluindo os do Brasil, e reduzir a demanda internacional em cerca de 75% pelo menos até dia 6 de maio. A maioria dos voos para América do Sul, Europa, Ásia, Austrália e Nova Zelândia foram suspensos. As únicas operações que permanecem, operadas por aeronaves menores, de corredor único, são as com direção ao Caribe, além de rotas como Dallas-Tóquio, Dallas-Londres e Miami-Londres. A suspensão do serviço envolveu todos os voos da American no Brasil, incluindo de Miami para o Rio de Janeiro (GIG), voos de Dallas, Nova York e Miami para São Paulo, voos de Miami para Brasília e Manaus, bem como voos para Santiago, Bogotá, Guayaquil, Quito, Lima, Barranquilla, Catargena, Cali, Medellin e Pereira, com saídas de Dallas ou Miami. A norte-americana também cortará 60% de todos os voos internacionais planejados para a alta temporada, bem como adiar uma série de novas rotas que estavam previstas até 2021.

GOL Em resposta à crise, a Gol Linhas Aéreas promoveu a readequação de sua malha doméstica até o dia 3 de maio. Durante esse período, a companhia mantém as operações para as capitais, enquanto as regionais e internacionais regulares estarão suspensas. A companhia fará voos extras para atender eventuais demandas específicas em destinos regionais e internacionais. São 50 voos diários apenas, conectando todos os estados brasileiros a partir do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (GRU). A Gol

COPA A Copa Airlines anunciou a suspensão de todos os seus voos até este dia 21 de abril, devido a pandemia de coronavírus. Com a medida, o Centro de Conexões das Américas, na Cidade do Panamá, está temporariamente fechado. A paralisação atende a uma decisão do governo do Panamá. A Copa, que hoje voa a 80 destinos em 33 países, disse compreender e respaldar a decisão do governo panamenho. A companhia prometeu notificar os afetados pela suspensão e reforçou a recente flexibilização de suas

Demanda internacional foi reduzida em cerca de 75% pelo menos até dia 6 de maio

políticas comerciais, permitindo aos passageiros que troquem gratuitamente os bilhetes adquiridos até 31 de março de 2020 e com data de embarque até 15 de junho de 2020. DELTA A Delta segue com operações internacionais reduzidas por conta do impacto da pandemia do coronavírus. Após reduzir significativamente o serviço dos Estados Unidos para a maior parte da Europa, Reino Unido e Ásia, a Delta opera o seguinte cronograma até o fim deste mês: Atlanta para Amsterdã (operação diária); Detroit para Amsterdã (operação menor do que a diária); Detroit para SeulIncheon (até cinco vezes por semana); Seattle para Tóquio-Haneda (até sete vezes por semana); e Seattle para Seul-Incheon (até cinco vezes por semana). Além disso, mesmo após suspensões em resposta às restrições de viagens do governo, a Delta continua com o serviço em Porto Rico, República Dominicana e México. No Canadá, voos para Toronto, Montreal, Ottawa, Calgary, Edmonton e Saskatoon continuam em vigor. UNITED Dadas as restrições impostas por governo em todo o mundo, a Unitedfoi obrigada a cortar 95% de suas operações internacionais em abril. Além de já ter suspendido as operações entre São Paulo e Washington, a United optou por suspender todas suas operações no Brasil, América Central e do Sul, exceto voos para o México. A companhia norte-americana, no entanto, já marcou a retomada de seus voos regulares para o Brasil. Após ter suspendido todas suas operações no País, deixando apenas Houston-São Paulo em vigor, a United volta a operar suas quatro rotas no Brasil a partir do dia 20 de maio. São elas: Chicago/O’Hare – São Paulo/Guarulhos (voo diário operado por B777-200ER); Houston – Rio de Janeiro/ GIG (voo diário operado por B767-400ER); Houston – São Paulo/Guarulhos (voo diário operado por B767-400ER); e Newark – São Paulo/Guarulhos (voo diário operado por B777-300ER). TAP A TAP reduziu temporariamente a sua operação no Brasil por conta da pandemia do coronavirus (Covid-19). Até o dia 19 de abril, serão operados apenas quatro voos semanais, sendo três frequências Lisboa–São Paulo e um voo semanal entre Lisboa e Rio de Janeiro. A decisão foi tomada após os anúncios de restrições da União Europeia e do Governo Brasileiro, combinado com a acentuada queda da demanda. Com isso, toda a operação da TAP para o restante do Brasil – Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza, Recife, Natal e Belém – fica suspensa

até que as restrições sejam revistas pelas autoridades da União Europeia e do Brasil. Até o fim do mês, serão cerca de mil voos cancelados justamente pelo que a empresa chamou de “quebras significativas” de reservas para março e abril. AVIANCA Com operações suspensas pelo menos até o dia 5 de maio, a Avianca parece ter começado a preparar a retomada de suas viagens aéreas comerciais e pode ter, já em no próximo mês, 544 voos semanais internacionais. Embora não seja oficial, a reportagem do M&E apurou, entre os destaques, a retomada de voos para o Rio de Janeiro (uma operação diária realizada por A320s) e para São Paulo (um voo diário também realizado por A320s), ambos com partidas de Bogotá. Outras cidades como Barcelona, Buenos Aires, Londres, Madri, Miami, Orlando e Nova York também poderão ter seus voos de volta. A Avianca informa, no entanto, que nenhum voo decolará antes de 5 de maio. AIR FRANCE-KLM Por conta da queda da demanda em função da pandemia do coronavírus (Covid-19), a Air France opera apenas quatro voos semanais de Paris para Rio de Janeiro e São Paulo durante o mês de abril. São três operações para São Paulo/GRU a bordo do A350XWB (uma novidade na rota), que substitui o B777200ER, e outro voo semanal para o Rio de Janeiro/GIG, operado por B787-9. Apesar redução dos voos, a troca de aeronaves não fará com que a oferta de assentos diminua ainda mais. Ao todo, a Air France-KLM registrou uma queda de 50,6% na demanda de passageiros (RPK) em março. A companhia informou que a queda pode ser ainda maior, chegando a 90% nos meses de abril e maio. LUFTHANSA São Paulo é uma das seis cidades em que a Lufthansa continua operando voos destinados aoatendimento de repatriados. Com a continuação das restrições de viagem, de entrada e de trânsito impostas por autoridades governamentais em todo o mundo, a Lufthansa estendeu até o dia 3 de maio seu cronograma reduzido de voos focado em repatriação. De São Paulo, são três frequências semanais partindo às segundas-feiras, quintas-feiras e sábados com destino à Frankfurt. Ao todo, continuam programados 18 voos semanais de longa distância para os seguintes destinos: Newark e Chicago (ambos nos Estados Unidos), Montreal (Canadá), São Paulo (Brasil), Bangkok (Tailândia) e Tóquio (Japão). Alémdisso, a Lufthansa ainda mantém 50 conexões diárias partindo de seus hubs em Frankfurt e Munique para cidades na Alemanha e Europa.


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AVIAÇÃO

Crise tem impacto moderado para aéreas em março Gol, Azul e Latam registram queda nos dados operacionais do último mês, mas prejuízos por conta da pandemia serão maiores Pedro Menezes As três maiores companhias aéreas do Brasil divulgaram os seus dados operacionais referentes ao mês de março. A Gol apresentou uma redução de 22,2% na oferta, com o total de assentos caindo 23,1% e o número de decolagens 21,2%. A demanda, por sua vez, diminuiu em 29,7% e a taxa de ocupação foi 71,6%. Considerado apenas o doméstico, a oferta reduziu 20,4% e a demanda diminuiu em 27,4%. A taxa de ocupação foi 72,8%. O volume de decolagens caiu 20,8% e o total de assentos 22,7%. No internacional, a oferta e demanda foram reduzidas em 31,7% e 42,9%, respectivamente. A taxa de ocupação foi 63,8%. Embora tenha tido a oferta ajustada devido aos efeitos da pandemia de Covid-19, no período de 1 a 13 do mês passado, ainda sem os impactos do coronavírus, a ta xa de ocupação dos vo os domést icos foi de aproximadamente 82%. “No dia 16 de março, reduzimos os voos domésticos em 50% a 60% e os voos internacionais em 90% a 95%, mantendo-nos alertas à evolução da situação. A malha essencial representa uma diminuição de 92% dos voos domésticos e uma interrupção temporária de todos os voos internacionais”, completa. AZUL Na A zul, o tráfego de passageiros consolidado (RPKs) diminuiu 24,6% em relação a março de 2019, frente a uma redução de 17,2% na capacidade (ASKs). Isto resultou numa taxa de ocupação de 73,5%, queda de 7,3 pontos percentuais com relação ao mesmo período de 2019. No primeiro trimestre, ainda há aumento acumulado de demanda (10,8%) e de capacidade (+12%). “Durante as duas primeiras semanas de março, vimos tendências saudáveis de demanda, com o tráfego de passageiros aumentando 20% na comparação anual. Desde então, reagimos rapidamente às mudanças no mercado decorrentes da pandemia do Covid-19, com a capacidade total caindo mais de 50% ano contra ano nas últimas duas semanas do mês. De 25 de março a 30 de abril, esperamos operar 70 voos diretos por dia para 25 cidades, o que representa uma redução de 90% da capacidade total em relação ao ano passado”, disse John Rodgerson, CEO da Azul. LATAM Os dados de março da Latam já mostram o impacto da pandemia de Covid-19, que começou a se espalhar pelo mundo justamente neste mês. Tanto a demanda de passageiros quanto a oferta de assentos diminuíram, respectivamente, 37,9% e 27,5%. A taxa de

ocupação para o mês diminuiu 11,9 pontos percentuais, alcançando 71,0%. Levando em consideração apenas as operações domésticas no Brasil, a queda foi menor. A demanda recuou 19,4% enquanto a oferta caiu 8,1%. A ocupação média, no entanto, teve uma queda brusca de 10,1 pontos percentuais, ficando em 70,7%, contra 80,6 em março de 2019. O total de passageiros transportados pelo grupo no mês de março foi de 3,8 milhões. Nos voos domésticos do Brasil foram 1,8 milhão. O tráfego internacional de passageiros representou, aproximadamente, 51% do tráfego total de passageiros no mês.

John Rodgerson, Paulo Kakinoff e Jerome Cadier, CEOs da Azul, Gol e Latam


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AGÊNCIAS E OPERADORAS

Agências de viagens: maneiras de enfrentar a crise Confira dicas de como agir para passar pela atual situação e onde buscar ajuda, especialmente para as pequenas e médias empresas Anderson Masetto Desde que a cris e causada p ela pandemia do Covid-19 teve início, o Turismo passou a contar os seus p r e j u í z o s . Co m p a n h i a s a é r e a s es t i ma m u ma p erd a d e US$ 252 bilhões em todo o mundo. Ao mesmo tempo, a Organização Mundial do Turismo (OMT) prevê uma queda de 30% na s chegada s inter naciona is e o W TTC a l er t ou qu e cer c a d e 75 milhões de empregos estão em ris co. A s cons equência s pare cem desastrosas, mas o fato é que – de uma forma ou de outra – as viagens seguirão acontecendo. Um a p e s qu i s a d o Sk y s c a n n er most rou que 53% dos bra sileiros acredit a m que s erá s eguro v iajar dentro de seis meses. Um indicativo d e qu e a s p e s s o a s s eg u em co m vo nt a d e d e v iaja r. Ma s qua n d o exat a m ent e is s o i rá ocor rer? Ning uém s a b e. Por es t e m ot ivo, as agências de viagens – que serão a i n d a m a i s e s s en cia i s n o n ovo momento do Turismo – pre cisa m se preparar para sobreviverem até lá. D e a co rd o co m u m e s t u d o d o S eb ra e d e 2017, o m er c a d o d e agên cia s d e v iagen s n o Bra si l é formado por aproximadamente 36 mil empresas, que geram cerca de 70 mil empregos, sendo que 50 mil são em pequenas empresas. E com as viagens paralisadas, tanto essas empresas como os empregos correm um sério risco. Desde o início da crise, o governo federal disponibilizou uma série de ferramentas para que as pequenas e m édia s em pres a s pud es s em sobreviver e manter os empregos. A primeira dela foi o financiamento da folha de pagamento para empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 m i l hõe s. D ep oi s d i s s o, foi publicada a Medida Provisória 936 – qu e e s t á s en d o cha m a d a de MP Traba lhist a. Ba sica mente,

Após analisar todas as opções, empresários devem fazer projeções para os próximos meses

ela p er m ite t rês f ixa s de redução d e s a lár io – d e 25%, d e 50% e de 70% com comp ensação para o trabalhador por parte do gover no, mas com a contrapartida de que a empresa não demita o funcionário pelo mesmo período que utilizou o benefício. A lém d i s s o, há a s co n h e cid a s lin ha s d e f ina n cia m ento p ara obtenção de capital de giro – agora facilitadas pelo BNDES e o Fungetur, que oferecem crédito para diversas f inalidades para a s empresa s que tenham Cadastur. Alguns sindicatos

“É necessário preservar o caixa o máximo possível até que volte a entrar receita”, diz o consultor Lucio Oliveira

Pequenas e médias agências têm diversas opções de crédito e trabalhistas durante a crise

patronais e de funcionários também fizeram acordos unilaterais, como fo ra m o s c a s o s d e São Pau l o e Para ná, p er m it indo a redução de salários e carga horária em até 50%. Com tantas p ossibilidades e em meio a um turbilhão de problemas

e emo ções, como tomar decisões? Onde buscar ajuda? Este é o dilema de boa parte das pequenas e médias agência s de v iagens, que emb ora t en ha m u m p a p el e s s en cia l na r et o m a d a, já qu e o co n s u m id o r p r e cis ará ma is d o qu e nu n ca d e


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AGÊNCIAS E OPERADORAS

um atendimento consultivo, não há p ersp ectivas concretas de quando as viagens voltarão a acontecer. O M E R CA D O & E VE N TO S conversou com o consultor Lucio Olivei ra, s ócio d a 4 C Solu t ion e e s p e c i a l i s t a n e s t e n i ch o . P a r a ele, é ne ces s ário tomar d e cis ões rápidas para não deteriorar o caixa e abreviar a vida da empresa, mas sem precipitações. O primeiro pa sso para o empresário, s egundo ele, é olhar para si mesmo. Mas não no sentido d e não p en s ar na empres a e no s cola b o ra d o r e s, m a s s i m p o r qu e ele pre cisa est ar b em para tomar decisões importantes. Em seguida, ter uma análise detalhada do caixa da empresa, quais são as receitas prev is t a s (s e houver) e desp es a s correntes e, em seguida, conversar com os funcionários. “É como em um avião. Quando a

máscara cai, você precisa primeiro colocar em você para depois ajudar alguém”, exemplificou Oliveira. “O empresário precisa estar bem física e emocionalmente e manter a sua vida pessoal ativa. Se o comandante do barco não estiver bem, ele não chega ao seu destino”, complementou. O segundo passo é uma análise minuciosa do caixa e a simulação d e a lg u n s cenário s f u t u ro s p ara 3 0 , 6 0 , 9 0 e at é 12 0 d i a s s em receita. “É necessário preservar o ca i xa o máx imo p ossível até que volte a entrar receita. Em seguida, tomar as decisões necessárias para que a empresa sobrev iva o maior tempo possível. Mas isso não pode demorar”, alerta. EQUIPE Embora tenham sido disp onibilizadas alter nativas para ev it ar d em is s ões, Lucio Olivei ra

reitera que é necessário avaliar o cenário f ut uro, uma vez que s e a empres a u t iliz ar o b enef ício p or t r ês m e s e s, p r e ci s a rá m a nt er o f u n cio nár io p o r m a i s t r ês, co m o ris co dele não p oder re ceb er o s eg u ro- d es em prego ca s o s eja demitido em seguida. P res ervar a e quip e é ess encia l. D i zem o s i s s o s em p r e, p o r qu e o mercado de Turismo muda muito, mas o grande diferencial competitivo s em pre s erão a s p es s o a s. No ent a nto, a ntes diss o é pre cis o s e questionar por quanto tempo isso é sustentável. “É necessário se fazer a lg un s qu es t iona m ento s. Com o volume que teremos no f ut uro, o colaborador será necessário? Quero m a nt er e s t e s p o r qu e s ão mu i t o bons?”, disse. “Quando as respostas forem sim, o empres ário pre cis a usar os mecanismos da MP 936”, completa.

FINANCIAMENTOS A mesma lógica dos colaboradores vale para os financiamentos. Oliveira reitera que há algumas alternativas, como o próprio Fungetur, que teve os seus recursos ampliados, além d a s lin ha s privad a s, cujo a ces s o está sendo facilitado. “É necessário colocar tod a s a s a l t er nat iva s na mesa, analisar quais linhas são mais b a rat a s e p r oj et a r a c a p a cid a d e f ut ura de paga mento. Tem muit a gente com dúvida em qual linha se encai xa. É necessário olhar t udo, escutar p essoas que entendem do assunto e não se precipitar”, orienta. MENOS CUSTOS E MAIS EFICIÊNCIA Em um m om ento com o o at ua l em que a re ceit a d a ma ioria d a s e m p r e s a s d o Tu r i s m o p a s s a m p er to d e zero, cor t ar d esp es a s é fundamental. Oliveira também deu a lg u ma s d ic a s s o b r e o a s s u nt o. A prim eira d ela s é negociar com todo s o s for ne ce dores, prim eiro para tentar baixar os custos fixos e também tentando uma carência para pagar a diferença após a retomada. Do outro lado, aumentar a eficiência também deve fazer parte dos planos. Isso pode ser por meio de tecnologia ou de otimização do trabalho dos colaboradores. “Muitas empresas, infelizmente, ficarão pelo caminho e não va i ma is haver espaço para ineficiência”, acredita. CLIENTES Sem clientes uma empresa não vive. E no Turismo não é diferente. Embora não t en ha n i ng u ém v iaja n d o n o momento, é preciso fomentar vendas futuras e, para isso, a orientação é seguir próximo do cliente. “O agente de viagens será mais do que nunca um consultor. O passageiro estará mais preocupado com segurança e isso fará toda a diferença. Por isso, estar em contato com o cliente neste momento é necessário”, finaliza. IMPOSTOS O s em p r e s ár io s ga n ha ra m a lg u m fôlego p ara o p aga m ento d e imp o s to s. O FGTS t eve o s eu r e col h i m ento s u s p en s o p o r t r ês mes es, devendo o saldo s er pago em seis parcelas, a partir de julho de 2020. As contribuições ao Sistema S t ivera m r e d u ção p arcia l d a s cont ribuições p or t rês mes es, de abril a junho de 2020. Já o Simples Nacional teve as suas competências de março, abril e maio adiadas para o dia 20 de out ubro, novembro e dezembro, respectivamente. Além disso, os estados do Distrito Federal, R io de Janeiro, Maranhão, Pará e Piauí tiveram redução temp orária e parcia l do imp o s to s obre b ens com ercia liz ado s que s eja m necessários ao combate da Covid-19. AJUDA ORGANIZADA A lg un s mat eria is fora m organizados para que os empresários possam ter todas as opções nas mãos a ntes de tomar qualquer decisão. A Abav Nacional lançou e atualiza toda s ema na o s eu E-Book s obre o enf r ent a m ento d a Cov id-19. A Secretaria de Turismo de São Paulo a pres entou uma car t il ha com detalhamento de todas as linhas de crédito e financiamentos disponíveis no mercado. E o próprio Ministério do Turismo fez um manual sobre o coronavír us para o Turismo.


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AGÊNCIAS E OPERADORAS

Abracorp discute pós-crise com fornecedores Representantes de Accor, Gol, Latam e Localiza conversam com associadas Abracorp sobre efeitos da pandemia no setor Anderson Masetto As agências associadas à Abracorp s e reuniram – v ia teleconferência – na t ard e d es t a t erça-fei ra (07) com a lg un s conv id a d o s d e p es o p a ra d i s cu t i r a çõe s i m e d iat a s e a p r ep a ra ção p a ra a r et o m a d a. Est ivera m pres entes A ndré Sena, da rede Accor; Eduardo Bernardes, da Gol; Igor Miranda, da Latam; e Paulo Henrique Pires, da Localiza. A r eu n ião t eve a p oio l o g ís t i co da plat afor ma H I CON N ECTA da Inteegra & Hoffman. “Pós Covid-19 Preparando-se para o Amanhã” foi o tema do encontro virtual. Com audiência máxima, de 100 participantes, Gervasio Tanabe e Carlos P rado, resp e ct iva m ente presidente executivo e presidente do Conselho de Administração da entidade, conduziram a pauta. Todos os debatedores foram unânimes em considerar que a pandemia do novo Coronav ír us impact a de ma neira drástica o setor de viagens e turismo. Quanto às medidas preparadas para dar início à lenta e gradual retomada da demanda, eles também concordam qu e o m o m ent o ex ige m e d id a s capazes de rep or a conf iança dos viajantes. MUDANÇAS IMEDIATAS Na h ot elaria, “já sub s t it u ím o s o s i s t em a d e b u ffet”, i n fo r m ou S en na. Envelo p a r o vola nt e d o s veículo s e agiliz ar o la nça m ento do “Localiza Fa st”, novo sistema que disp ensa o cliente de ir até o balcão para retirar o carro, foram a s a lt er nat iva s consid erada s p or P i r e s, d a L o c a l i z a. B er na rd o e Igor enfat iz ara m que, na av iação com ercia l, o s proce di m ento s d e sanitização já adotam elevadíssimos padrões. Ber nardes ainda lembrou que, a cada três minutos, 99,7% do ar que circula a bordo é totalmente renovado. A mb os concordam que a t e n d ê n ci a d o m o d a l a ér e o é incorporar novas tecnologias e são unânimes ao afirmar que a demanda retornará à normalidade. I n d a ga d o s p o r Ta n a b e s o b r e

possíveis mudanças na dinâmica de relacionamento com as agências de viagens TMC´s, os quatro debatedores convidados acreditam que é preciso evitar guerra de preços. “Esta é a p o s t ura d a Accor”, cravou Sena, ponderando que a alternativa pode ser “diminuir o ritmo de abertura de novos hotéis; agir de maneira mais cau telos a e, p or iss o, es t ar ma is próximos das TMC´s”, destacou. “A su s t ent a bilidad e é uma preocupação da Abracor p”, diss e Prado, lembrando que vários gestores acompa nhava m o debate. Ap ós a crise, “a precificação será diferente. Vai mudar. Precisa mudar”, insistiu. “Se hoje as empresas estão robustas, amanhã sairão feridas. Não adianta vender por preços insustentáveis”, argumentou. RELAÇÃO COM AGÊNCIAS “Neste momento, tendo a acreditar que não haverá mudanças importantes na rela ção com a s T MCs”, dis s e M i ra nd a, p ara qu em “é fato qu e a dema nda est ará reprim ida p óscrise, com a possível retomada para a normalidade no prazo de um a dois a nos”. A ssim como fez Mira nda, mas sem projetar prazos, Bernardes aposta que a recuperação terá início com a retomada da demanda por voos domésticos, inclusive porque países qu e fe chara m a s sua s f ront ei ra s d if icu l t a m a o p era ção d o s voo s internacionais. “Es t a m o s t ent a nd o ver a cris e co m o o p o r t u n id a d e”, a f i r m o u Miranda, após compartilhar que “a Latam tem, atualmente, se dedicado a es t udar o impacto d e toda s a s crises anteriores”, levando em conta que a companhia investiu um bilhão de dólares no ano passado; viveu um ano de recup eração, em 2019; adquiriu novos equipamentos; e havia iniciado um excelente 2020. Para Bernardes, o que vai mudar é a relação das TMC´s com os clientes. “Para qualquer indústria no mundo, as TMCs são importantes e isso não va i d ei xar d e ex is t ir. Ma s com a cobra nça de fe es [prat icados até então p ela s TMC´s], ela s não vão

Abracorp discute cenário pós-crise com fornecedores

Carlos Prado, presidente da Abracorp

continuar, considerando o reduzido valor cobrado dos clientes”, explicou. “Caso as cias aéreas resolvam retomar a mesma oferta de voos, também não conseguirão sobreviver”, comparou. ASCENSÃO RÁPIDA “A t end ência é a retomad a s er do tip o Nike; uma curva lenta em ascensão”, descreveu Pires – para quem “essa questão do fee da TMC” não atinge a locação. “Nosso produto é acessório”, disse e acrescentou: “as locadoras podem ter um ganho com a tendência de substituição do carro próprio pela locação; caso isso de fato se confirme após esse período”, ponderou. RODOVIÁRIO Ta na b e ques t ionou s e o m od a l rodoviário p oderá ter crescimento mais rápido, neste momento em que a retomada da oferta aérea é mais lenta. “A locação de carro pa ssou a s er uma alternativa diante de aeroportos fechados. Esta é uma oportunidade. Com relação aos ônibus, não sei dizer, mas a carência da oferta rodoviária

dificulta substituir o modal aéreo. Em trajetos curtos, as pessoas estão opt a ndo p ela loca ção d e car ro”, resp ond eu P i res em nom e d a Localiza. “No curt íssimo prazo, o moda l rodoviário tende a ser beneficiado, mas a médio e longo prazo a tendência é qu e o m o d a l a ér e o r et o m e o s patamares”, afirmou Igor Miranda. “Vejo como complemento os dois modais. Por restrições de recursos, parcela da população pode recorrer aos ônibus, mas no médio prazo os voo s int eres t adua is, que já era m ma is at rat ivo s, d evem retomar a competitividade de antes”, avaliou B er nard es, em nom e d a Gol. “O rodoviário deve cobrir algumas rotas que perderam voos com a redução da malha aérea”, acrescentou Prado. IMPACTO NAS VIAGENS DE NEGÓCIOS Em s eg uid a, P ra d o a pres entou outra questão aos convidados: “A videoconferência tende a competir com a mobilidade das pessoas, após o uso intensif icado da tecnologia neste período?”. Pa ra M i ra n d a, n o p ós- cr i s e, a b u s c a p o r ef iciên cia e s t i mu la rá toda s a s empres a s a ot im iz arem v iagens com o us o de te cnologia da v ide oconferência. “Eu pref iro as reuniões presenciais”, afirmou. Ele também lembrou que a Latam foi a companhia que mais repatriou b ra s i l ei r o s d o ex t er io r: “Fo ra m mais de 13 mil passageiros e ainda estamos empenhados neste sentido”. Para Bernardes, essas ferramentas já existiam e vieram muito à tona nesses dias de quarentena. “O que aconteceu foi uma forçada de barra para todos exp erimentar mos essa tecnologia – o que pode gerar a percepção de valor [das videoconferências] neste momento; por conta da crise. O que faz a economia crescer são as viagens. As empresas sairão economicamente com problemas, mas acredito que em médio prazo a s v iagens s erão retomada s”. Já para P ires, “num primeiro momento, todos estarão saturados de conference call e vão querer viajar”.


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BRASIL

Turismo ganha Medida Provisória para ajudar o setor Pedro Menezes A Medida Provisória 948 foi publicada no último dia 8 de abril em meio aos fortes impactos da pandemia do coronavírus no Turismo e na Cultura. A MP, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, trata dos cancelamento de serviços, reservas e eventos ligados ao setor. O objetivo do documento, produzido pelo Ministério do Turismo, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, é auxiliar os segmentos turísticos e culturais nesse período de crise. Passam a ser três os cenários distintos para casos de cancelamento. O primeiro trata da possibilidade de remarcação e caberá aos prestadores a remarcação dos serviços, reservas e eventos cancelados. O segundo fala da disponibilização de crédito para uso ou abatimento na compra de novos ou outros serviços, reservas e eventos, disponíveis nas respectivas empresas. Já a terceira trata da possibilidade de acordo a ser formalizado com o consumidor para restituição dos valores. Caso o prestador não ofereça essas opções, ele deverá reembolsar o cliente do valor pago, no período de 12 meses após o fim da pandemia, com correção monetária. Segundo entidades do setor, a taxa de cancelamento de viagens em março ultrapassou os 85%, reforçando que o turismo é um dos segmentos mais afetados pelo surto da Covid-19. De acordo com a MP, em caso de cancelamento de serviços como pacotes turísticos e reservas em meios de hospedagem, o prestador de serviços não será obrigado a reembolsar valores pagos pelo consumidor imediatamente desde que ofereça opções ao consumidor. São contemplados pela Medida Provisória: meios de hospedagem, agências de turismo, transportadoras turísticas, organizadoras de eventos, parques temáticos e acampamentos turísticos no quesito de prestadores de serviços. No setor cultural, a medida valerá para cinemas, teatros, plataformas digitais de vendas de ingressos pela internet, artistas (cantores, apresentadores, atores, entre outros) e contratados pelos eventos. “Todos os esforços do governo federal

Foto: Agência Brasil

MP 948 permite que reembolsos ou remarcações de viagens compradas antes da pandemia sejam feitos em até 12 meses

Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo

neste momento são para salvar as vidas dos brasileiros, mas precisamos cuidar para que esse setor, que é responsável por milhares de empregos no país, se torne sustentável após esse período de crise”, afirmou o ministro. Ainda segundo Álvaro Antônio, “em um momento adverso como este, é preciso trabalhar para que as perdas não sejam ainda maiores. É necessário pensar no depois também e garantir o direito dos consumidores e empreendedores e esse conjunto de medidas é para garantir o futuro do nosso turismo e da nossa cultura”. Os consumidores poderão optar por uma das alternativas sem qualquer custo adicional, taxa ou multa, desde que a solicitação seja efetuada no prazo de 90 dias, a contar da publicação da Medida Provisória. Ou seja, 6 de julho. No caso da opção for a de restituição do valor recebido do consumidor, o prestador de serviços ou sociedade empresarial poderá restituir o valor recebido no prazo de até 12 meses a partir do encerramento do estado de emergência em saúde pública provocado pelo coronavírus. No campo das sociedades, a medida é válida para restaurantes, cafeterias, bares e similares; centros ou locais destinados a convenções e/ou a feiras e a exposições e similares; parques temáticos aquáticos e empreendimentos dotados de equipamentos de entretenimento e lazer; marinas e empreendimentos de apoio ao turismo náutico ou à pesca desportiva; casas de

espetáculos e equipamentos de animação turística; organizadores, promotores e prestadores de serviços de infraestrutura, locação de equipamentos e montadoras de feiras de negócios, exposições e eventos; locadoras de veículos para turistas; e prestadores de serviços especializados na realização e promoção das diversas modalidades dos segmentos turísticos. MEDIDAS PARA MANTER EMPREGOS Antes da MP 948, no dia 1º de abril, o Governo Federal publicou a MP 936, na qual destina R$ 51 bilhões para auxiliar empresas a evitar a demissão de funcionários durante a crise provocada pela pandemia do coronavírus. Para Álvaro Antônio, ela atende os pleitos do setor de viagens, encaminhados pelo Ministério do Turismo ao Ministério da Economia, após uma série de reuniões com representantes das entidades representativas do segmento. De acordo com o texto, as empresas poderão flexibilizar, por três meses, os salários e jornadas de trabalho de seus colaboradores. Em contrapartida, o trabalhador receberá uma parcela do seguro-desemprego proporcional ao valor pago pela empresa. A estimativa é de que a medida evite a demissão de 8,5 milhões de trabalhadores em todos as áreas. Sem a MP, o setor do turismo estimava que poderia demitir até um milhão de funcionários nos mais

Ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou medidas que ajudarão empresas a preservar empregos

Presidente Jair Bolsonaro assinou MP que beneficia o Turismo

diferentes segmentos. Segundo o texto, as empresas poderão reduzir o salário de seus colaboradores, bem como a jornada de trabalho em 70%, 50% ou 25%. “Desde o início, eu e a equipe técnica do Ministério do Turismo temos realizado uma série de reuniões e de videoconferências com os representantes do trade (segmentos do turismo) para que pudéssemos estabelecer as medidas que possam garantir a sobrevivência do setor, agora e após essa crise. Apresentamos essas propostas à equipe econômica. Além desses assuntos, continuamos em contato permanente com instituições financeiras para ampliar os valores disponíveis para as linhas de crédito do setor”, explicou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. A MP contempla microempresas com faturamento de até R$ 360 mil por ano, além dos trabalhadores domésticos. Se o empregador pagar 30% do salário, o governo ficará responsável por arcar 70% do seguro-desemprego. O empregador terá que escolher um percentual para ter direito ao auxílio do governo na complementação do trabalho e os sindicatos poderão participar da negociação sobre os salários. COMO FUNCIONA Para quem ganha até R$ 3.135, será possível reduzir o salário por meio de acordos individuais entre patrões e empregados em uma das três faixas pré-estabelecidas – 25%, 50% ou 70%. Para os trabalhadores que recebem entre R$ 3.135 e R$ 12.202, será necessária a intermediação do sindicato se a redução for diferente de 25%. E para quem ganha acima dos R$ 12.202, volta a ser possível o acordo individual de acordo com a CLT. Se o empregador resolver reduzir fora dos percentuais sugeridos pelo governo, ele deverá realizar a negociação diretamente com os sindicatos da categoria. Independente da redução, o trabalhador não poderá receber menos do que um salário mínimo. O texto permite, ainda, a suspensão do contrato de trabalho pelo período de dois meses. Empresas com receita bruta anual menor que R$ 4,8 milhões podem suspender 100% dos contratos, sendo que os empregados receberão 100% do seguro-desemprego. Já as empresas com receita superior a R$ 4,8 milhões, terão que pagar 30% do salário, sendo que o governo arcará com 70% do benefício.


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BRASIL

Em nova campanha, MTur convida turistas a não cancelar viagens e remarcar para depois da pandemia Ministério do Turismo lança campanha para ajudar empresas do setor e destinos a enfrentarem os efeitos da crise

Igor Regis O Ministério do Turismo lançou, n o i n ício d e a b r i l, a c a m p a n ha "Não c a n cel e, r em a r qu e!”, qu e busca orientar os turistas sobre a importância de não cancelar, apenas adiar, as viagens e pacotes turísticos nesse momento de pandemia causada p elo novo coronav ír us. A s p e ça s p u bl i ci t ár ia s vão a p a r e cer, at é meados de maio, em vários sites e redes digitais em formatos de cards, v íd e o e a n i ma ção. A c a m p a n ha s olicit ada p elo m inis t ro Marcelo Álvaro A ntônio se soma às vária s a çõe s a d ot a d a s p el o M Tu r p a ra enfrentar os impactos causado no setor pela Covid-1. O Portal do Ministério do Turismo abriu uma página esp ecíf ica para es clare cimentos a resp eito dessa c a m p a n ha. O co nt eúd o e s t á n o endereço htt p://w w w.turismo.gov. br/nao-cancele-remarque. O ministro destacou que se o viajante apenas adie seus planos, o segmento reduz suas p erdas durante o p er íodo de pandemia. “Estamos t rabalhando em várias frentes para amenizar os impactos ao setor. Uma campanha como essa ajuda a divulgar a ideia d e que, s e a s v iagen s não forem ca ncelad a s, ma s a p ena s adiad a s para um out ro momento, o s etor mantém sua força para uma posterior recuperação”, disse. Marcelo Álvaro e demais dirigentes do MTur mantêm permanente contato com o trade turístico e outros órgãos d o gover no fe d era l em bu s ca d e medida s que amenizem impactos do coronavír us. O órgão garantiu, por exemplo, que as demandas do setor fossem atendidas na Medida Provisória 936/2020, que possibilita a empresas flexibilizar salários e a jor nada de t ra ba lho, me dia nte o pagamento de seguro-desemprego e FGTS, a fim de evitar demissões. Só no turismo, a exp ectativa é de que um milhão de empregos sejam mantidos com essa MP. O MTur também adotou regras para facilitar o acesso a empréstimos do Fundo Geral de Turismo (Fungetur) por micro, pequenos, médios e grandes empreendimentos da área, além de ter acelerado a liberação de R$ 381 milhões para novos financiamentos. Outra MP, apresentada juntamente c o m o M i n i s t ér io d a J u s t i ça e Segurança Pública, prop õe regras sobre cancelamentos e remarcações em diversas categorias dos ramos turístico e cultural. ADESÕES EM TODO PAÍS Em meio a restrições causadas pelo novo coronavírus, estados, municípios e entidades estimulam turistas a adiar o sonho de fazer as malas e visitar seus destinos. Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Sa nto, Goiás, Mara nhão, Para íba, Per na m buco, P iauí, R io de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo, além do Distrito Federal, entre outros, usam perfis nas redes sociais para exaltar atrativos, aguçar

Campanha do Ministério do Turismo já está no ar e envolve sites e redes sociais

Uma das peças da campanha da Braztoa

a vontade e sugerir a retomada de viagens após a pandemia. “Nos vemos em breve”, “estaremos esperando por vocês” e “a pandemia va i p a s s a r; o t u r i sm o, não” s ão algumas das mensagens divulgadas p or diferentes Unidades da Federação. As iniciativas se somam à campanha digital ‘Não cancele, r em a r qu e!” d o M Tu r. A s a çõe s buscam proporcionar a manutenção de pacotes e serviços contratados, permitindo a preservação de milhares de empregos no segmento. A tentativa de convencer o visitante a postergar viagens conta ainda com o apoio de entidades do trade turístico. A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), p or exemplo, encampou o lema “Adia!”, a fim de preservar a sustentabilidade econômica do segmento. A Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) segue a mesma linha, propagando o discurso “não cancele seus sonhos, não cancele sua viagem. Apenas adie!’”. Marcelo Álvaro incentiva a adesão ao movimento e destaca esforços para garantir acordos entre empresas e clientes. “Estamos adotando todas as medidas possíveis para resguardar o direito do consumidor e ajudar

Campanha do Rio CVB

Abav Nacional lançou no final de semana a campanha Adia

Salvador Destination foi uma das entidades que também lançou a campanha

as empresas a enfrentarem adversidades. Prova disso é a publicação da Medida Provisória 948, elaborada conjuntamente com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que disciplina estas negociações”, enfatiza. CAMPANHA INTERNACIONAL O i n cent i vo à m a nu t en ção d e pla n o s p o r p a r t e d o s v iaja nt e s

também é o mote de uma campanha digit a l la nçad a p ela Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embrat ur). Um vídeo em p or t ug uês, inglês e espa n hol sugere que estrangeiros aguardem o fim da pandemia para visitar o país, frisando que os atrativos nacionais s eg uem à esp era do s t uris t a s d e outras nações.


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BRASIL

Segundo CNC, Turismo perdeu R$ 14 bilhões em março Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo mostram uma queda de 84% no faturamento em relação a 2019 Pedro Menezes O setor de turismo no Brasil perdeu R$ 14 bilhões em receitas no mês de março p or conta da pandem ia do novo coronavírus (Covid-19). Foram R$ 11,96 bilhões de prejuízo somente na segunda quinzena de março, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) – uma queda de 84% no faturamento em relação ao mesmo período de 2019, que se somam aos R$ 2,2 bilhões registrados na primeira metade do mês passado. Os danos já sofridos pelo setor têm potencial de reduzir 295 mil empregos formais em apenas três meses. Ao longo de março, a intensificação de medidas visando a redução do ritmo de expansão da Covid-19, como o isolamento social e o fechamento das fronteiras a estrangeiros em diversos países, reduziu drasticamente o fluxo de passageiros em todo o mundo. Com isso, o Brasil registrou uma taxa de cancelamento de voos inédit a: considera ndo os 16 ma iores aeroportos do País, responsáveis por mais de 80% do fluxo de passageiros, as ta xas de cancelamento de voos nacionais e internacionais saltaram de uma média diária de 4% nos primeiros dias de março para 88% até o final do último mês. Já o número de voos conf ir mados diariamente recuou 91% – em relação à última semana de fevereiro. “Es s a p erda his tórica acont e ce devido à elevada correlação positiva entre o fluxo de passageiros e a geração de receitas no turismo. As atividades econômicas que compõem os setores representados pela CNC dependem da circulação de mercadorias e consumidores e, por isso, são os que apresentam maior potencial de impacto negativo”, afirma o pre-

José Roberto Tadros, presidente da CNC

sidente da CNC, José Roberto Tadros. O economista da CNC responsável p elo levanta mento, Fabio Bentes, chama atenção para o impacto que a paralisação das atividades econômicas provocará no ainda elevado nível de desemprego. “Historicamente, para cada queda de 10% no volume de receita s do t urismo o nível de emprego no setor é impactado em 2%, ou seja, os prejuízos já sofri-

FBHA trabalha para ampliar MP trabalhista

Entidade busca aperfeiçoamento dos mecanismos anunciados para que sejam mais adequados aos hotéis

dos pelo setor no mês passado têm p otencia l para redu z ir o nível de ocupação em 295 m il p ostos formais em até t rês meses”, destaca Bentes, ressaltando que o setor de turismo vinha liderando o processo de recup eração econôm ica, antes da crise, e tinha tudo para voltar ao nível pré-recessão até o fim deste ano. “Este cenário, agora, está descartado.”

A lexa ndre Sa mpa io, diretor da CNC resp on s ável p elo Con s el h o Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da entidade, ressalta a importância de pensar no futuro. “Estamos m irando a recup eração e t rabalha ndo em parceria com o Ministério do Turismo na elaboração de ações que visem orientar o setor com as melhores maneiras de agir quando tudo isso passar”, diz.

A Fe deração Bra sileira de Hosp e d agem e A lim ent a ção ( F BH A) apresentou duas emendas aditivas pleit eada s p ela depu t ada Magda Mofatto (PL-GO) voltada à Medida Prov isória nº 936, com int uito de proteger empregos e auxiliar a recuperação do setor do Turismo após a pandemia do coronavírus (Covid-19). A primeira solicita a inclusão do incis o I V ao art. 17, onde os empregados que possuírem o contrato de trabalho rescindido poderão ser readm itidos a qualquer momento após o final de calamidade pública, de corrente do novo coronav ír us, não sendo necessário obedecer os limites legais da Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nº 384/1992, onde esta informa que deve ser respeitado o prazo de 90 dia s para a re cont rat a ção d e um funcionário. Para a readmissão por meio de um contrato com prazo pré-determinado, também é necessário resp eitar um prazo de seis meses após o término do acordo anterior. Já a segunda levanta a possibilidade de que as empresas possam usar o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, durante todo

o período de decretação da epidemia e não somente por 90 dias. A federação ainda pontua a adição do artigo 8º da medida, a prorrogação da suspensão temporária do contrato de trabalho de seus empregados durante a manutenção do estado extraordinário, de calamidade pública. Por ora, possui o prazo máximo para essa ação é apenas de sessenta dias. Também é solicitada a modificação do artigo 16, onde a emenda informa que o temp o máx imo de redução proporcional de jor nada e de salário e de susp ensão temp orária do contrato de trabalho será o mesmo da manutenção do estado extraordinário, de ca la m idade pública e da emergência de saúde pública de importância inter nacional. “O setor do turismo demorará mais tempo a reagir do que o restante da economia, pois precisa da normaliz ação da circulação de p ess oa s naciona l e inter naciona lmente; e isso não ocorrerá de forma imediata. O setor, possivelmente, começará a reagir na próxima alta temporada, que ocorrerá nas festas de fim de ano”, explica Lirian Cavalhero, assessora jurídica da FBHA.


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BRASIL

Busca por segurança e assistência poderá fortalecer agências de viagens no pós-pandemia Suporte aos clientes em alterações e cancelamentos de viagens fortalece posição das agências como meio seguro de compra Igor Regis O cenário criado p ela pandem ia de coronavírus (Covid-19) gerou não só uma crise imediata no setor de Turismo, mas deve ser responsável t a m b ém p o r m o d if i c a r p a d r õe s de consumo dent ro da I ndús t ria. A e qu a ç ã o d e c u s t o b e n e f í c i o qu e b a l a n c e a v a e n t r e p r e ç o x comodidade, deve ganhar um novo fator de influência no consumo de viagens: “segurança”. A úl t i m a d éc a d a foi m a r c a d a p e l o c r e s c i m e n t o d e O TA s e b r o ker s h ot elei r o s, e s t i mu la d a s p elo cr es ci m ento e com o did a d e das vendas online. O segmento, no entanto, sempre enfrentou o gargalo do pós-venda. Dúvidas, alterações em ca ncela mentos s empre fora m o gra nde problema dos v iaja ntes que optavam por estas plataformas. Recorrer a um “suporte por e-mail” chegou a ser o drama de viajantes que enfrentaram problemas com hotéis ou serviços durante a viagem. A p a n d e m i a e v i d e n ci o u e s t e “Calcanhar de Aquiles” do s etor. Enquanto operadoras e companhias aéreas flexibilizaram suas políticas de cancelamento, agências de viagens passaram o último mês quase que tendo como única s at iv idades os cancelamentos e alterações de seus clientes. Já no caso de brockers, como a Booking, por exemplo, a política de cancelamento não foi tão abrangente e foi condicionada inicialmente a regiões atendidas e a política de fornecedores. “Acho que o cliente que comprou uma viagem ‘direto na fonte’ se sentiu desprotegido nes te momento em rela ção àquele client e que t em o apoio do agente de viagem. O cliente d a agência s e s ent iu muito ma is amparado neste momento e teve sua solicitação atendida de uma maneira mais direta. Fazer este cliente que s e s ent iu d es a mparad o rep en s ar sua compra de v iagem é o noss o desafio. Neste momento temos que mostrar que é imprescindível essa segurança”, destaca Magda Nassar, presidente da Associação Brasileira dos Agentes de Viagens (Abav). Magda ressalta que o “fator humano” deve pesar nas futuras escolhas. “O contato humano é que faz a diferença em momentos como o de agora, por que no momento em que o cliente busca uma respostao agente pode atender. E nesse momento o agente

Magda Nassar, presidente da Abav Nacional

não está seno remunerado, p ois o serviço de consultoria da venda já foi prestado, e mesmo assim ele continua prestando o serviço. Isso ele não pode esperar de uma compra online, e nesse momento o ‘human to human’ s e mostra imprescindível”, completa. VISÃO DAS AGÊNCIAS Em meio a turbulência provocada pela pandemia, agências de viagens apontam sentimentos de satisfação e até tranquilidade de clientes que cons eg uira m res olver problema s de remarcação. Em alguns casos, a consultoria do agente está permitido trocar um pacote de viagem adquirido por um mais vantajoso, em virtude de preços mais atrativos em virtude da pandemia. O a gent e Br u n o Moz el l i , d a Atlântica Tur, de Minas Gerais, conta que conseguiu trocar até um pacote de Fortaleza p or um de Fer nando d e No r o n ha, d ev id o a s ofer t a s disponíveis no momento. Ele aponta a compreensão dos clientes em meio a o m o m ent o e r e s s a l t a r e a çõe s positivas, que vão da tranquilidade à satisfação. “Pa ra o s cl i ent e s qu e a gent e conseguiu fazer remarcação sentimos qu e eles f icara m s at is feito s p o r resolver o problema, ou às vezes até melhorar um pacote. Eles já criaram um novo sonho de viagem e estão sat isfeitos igua l no momento em

que comprara m a v iagem. Os que não remarcaram a viagem, mas que deixaram o pacote como crédito, não ficaram tão felizes, mas, pelo menos, f icara m t ra nquilos. Cons eguimos passar esta tranquilidade, mostrando que o prazo que eles têm para utilizar o crédito é bem extenso”, conta o agente. Na agência também se concentra a dificuldade de lidar individualmente com a política de cada empresa, para tratar individualmente o caso de cada cliente. “Cada empresa tem uma regra. A Azul Viagens está com uma regra de remarcar a viagem em até um ano. Já na Trend são 18 meses para remarcar o hotel mas menos para o aéreo. Cada empresa trabalha de um jeito e nada muito próximo disso. Um aéreo da Azul dentro da CVC é uma situação, já na Flytour é outra completamente diferente. Temos que contar com o b om s ens o do for ne cedores para remarcar as viagens”, explica Thalita Fernandes, da Trem de Pouso Viagens e Turismo (MG). A remarcação vem s endo tarefa qua s e que integra l da s agência s. D e a co rd o co m a A b av, 95% d a s em pres a s es t ão com vend a s paradas.“A gente está vivendo só de remarcação. No ca ncela mento ou na remarcação, a agência é única qu e pr es tou o s erv iço na ca d eia toda. Agente já fez o agenciamento e estamos agenciando novamente sem

nenhum ganho”, ressalta Thalita. APOIO PARA ENFRENTAR A CRISE A A b av Na ciona l la n çou - e atualiza semanalmente - um e-book direcionado às empresas do setor d e a gen cia m ent o co m a çõe s d e en f r ent a m ent o à cr i s e c au s a d a p ela pandem ia do coronav ír us. A dist ribuição é grat uita e p ode ser baixado por qualquer pessoa. Produzido em forma de linha do tempo pelo Instituto de Capacitação e Certificação da entidade (ICCABAV), o e-book é dividido em oito capítulos, dois dos quais dedicados às ações e aos pleitos liderados p ela Abav Nacional e às primeiras deliberações, incluindo a publicação de MPs e not a s técnica s. Traz, a inda, lin k s úteis de portais oficiais do governo e órgãos de saúde para consulta s e at ualizações sobre a Cov id-19 e medidas de prevenção. “A Abav Nacional, ciente da sua imp ortância no contexto t ur ístico nacional e liderança na defesa dos interesses do setor de agenciamento, lança hoje com distribuição gratuita e aberta ao mercado um e-book em que reúne todas as ações de enfrentamento da crise do coronavírus conduzidas pela entidade ao longo dos últimos dois meses”, diz a entidade.

Pesquisa aponta que 61% das pessoas foram afetadas por cancelamentos e alterações Um p esquisa realizada p elo site “Falando de Viagem”, mostrou que 61,3% das pessoas precisou cancelar ou adiar alguma viagem programada para 2020 e 13,8% ainda não definiram s e irão realizar a alteração ou cancelamento. O levantamento a inda mo s t rou que 45,6% cre em que as viagens de lazer vão voltar a

acontecer somente no fim do ano, enquanto 30,3% acreditam em uma normalização em 3 ou 4 meses. A pesquisa ouviu 1.105 em um período de 48 horas. Entre os que responderam a pesqu i s a, 45,6% a p o nt a qu e s ó s e sentiram seguros para marcar uma viagem de 2 a 4 meses após a nor-

malização, enquanto 30,7% afirmam que se sentiram seguros logo após a normalização. Um quarto (25,3%), afirmou que estará seguro somente seis meses após a nor malização e 6,3% ap ont ara m um a no como o período ideal. A ma ioria (59,5%) acredit a que os preços das viagens estarão mais

baratos após a pandemia. O levant a mento no ent a nto não most rou uma preferência por viagens naciona is ap ós a pa ndem ia, tendência apontada por diversos membros do setor de turismo. 52,1% afirma que pretendem realizar viagens nacionais e 47,9% inter nacionais, percentual considerado habitual.


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HOTELARIA

Segundo levantamento do Fohb, 63% dos quartos de hotéis estão fechados no Brasil Queda na demanda e medidas de segurança por conta da pandemia de Covid-19 levaram hotéis a suspenderem ou diminuírem operações

Pedro Menezes O Fór um de Operadores Hoteleiros do Bra sil (Fohb) div ulgou um relatório d e O fer t a d e Disp onibilidade Hoteleira realizado com o apoio de redes – a ssociada s e não associadas. Nele constam dados de informação sobre o p ercent ua l d e h ot éis abertos e fechados, sempre usando como base o número de UH’s. Participara m da amostra hotéis tradicionais, condotel (copropriedades hoteleiras comercializadas 100% no mercado hoteleiro) e apart-hotéis, em meio a pandemia do coronavír us (Covid-19). O levantamento revelou qu e 63 % d o s qu a r t o s disponíveis no universo de hotéis p esquisados estão fechados. Por enquanto a ma ioria (47%) dos hotéis projeta a reabertura apenas em junho, 24% em ma io, 21 % a i n d a e m a b r i l e 8% em ju l h o. Na r eg ião Sudeste, que concent ra o ma io r núm er o d e h ot éi s do país, 58% dos quartos disponíveis estão fechados. A região Norte é onde se encontra o menor número de quartos fechados com 51%, já região Sul p ossui o ma ior p ercent ua l, com 80%. O percentual de quartos fe chados é relativa mente parecido entre as categorias e co n ôm i co e m id s c a l e, co m 6 0% e 65%. O s hotéis Upscale ainda tem 53% d e quar to s a b er to s. Já o s r e s o r t s t êm 10 0% d o s quar to s fe chad o s. A maioria (47%) deve reabrir as portas no mês de junho. Na com p ara ção ent r e a s 12 principa is ca pit a is e gra nd es m et róp oles, s eis dela s p ossuem ma is d a m et a d e d o s qua r t o s fe cha d o s co m Po r t o Alegre e Curitiba atingindo percentuais de quase 70%. A s out ra s s eis a inda têm ma is d e 50% d e quar to s abertos, com apenas 30% e 35% fe chados em Belo Hori z ont e e Vitória, p or exemplo.

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ESPECIAL - CAMINHOS DA RETOMADA

“Turismo voltará de uma maneira mais saudável” Vendedor Pit Bull e ex-presidente do Grupo Trend, Luis Paulo Luppa, é o primeiro entrevistado da série “Caminhos da Retomada” Anderson Masetto A partir desta edição o Mercado & Eventos t rará ideia s, a nális es e opiniões de líderes do setor sobre o f ut uro da indúst ria de v iagens, mais especificamente que Turismo podemos esperar na retomada. Sim, retomada, porque a opinião unânime é de que as pessoas não irão parar de viajar. Talvez, planos sejam adiados ou uma viagem dos sonhos tenha que esperar para dar espaço a uma mais econômica neste momento. Como projet ar isso? Como s e preparar? Qua is s erão a s op ort unidades do pós- crise? É a resposta para estas e outras p erguntas que buscamos nesta série e o primeiro entrevistado é Luis Paulo Luppa, que hoje olha a crise de fora, mas que p or mais de dez anos esteve sob o comando de uma das maiores operadoras do País, a Trend. O vendedor Pit Bull e ex-presidente do Gr upo Trend, Luis Paulo Luppa, está há pouco mais de um ano fora d o Tu r i s m o. No ent a nt o, s eg u e acompanhando tudo que acontece nesta indúst ria. Nos últimos dias, diversos executivos o procuraram para consultas e orientações sobre como agir no atual momento. Nesta primeira entrevista após a sua saída da Trend, Luppa fala sobre o cenário da retomada. Em b ora não ex is t a uma perspectiva de quando isso irá efetivamente ocorrer, Luppa acredita que os empresários e profissionais do setor precisam se preparar, uma vez que o Turismo, na opinião dele, nunca mais será o mesmo. “O setor vai recomeçar de uma forma muito ma is s aud ável e, n es t e pri m ei ro momento, com foco no domestico”, destacou. Luis Paulo Luppa

CONTEXTO Antes de discorrer sobre os efeitos da atual crise e o futuro do setor, Luppa acredita que é necessário falar sobre os erros do pa ssado. Erros estes, que na opinião do empresário, fizeram com que o agente de viagens deixasse de se preocupar com o seu principal ativo, que é gerar valor ao cliente, pa ssa ndo a s e preocupar apenas com preços – sob pressão da presença das grandes Online Travel Agencies (OTAs) no País. “Acho que deveríamos voltar um p ou co n o t em p o e ent end er qu e o s últ i m o s d ez a no s d o Tu rism o foram de completa adaptação e de uma mudança profunda em função da tecnologia”, disse. “Quando se inst a la m no Pa ís empresa s como Book ing, D e colar e Exp edia, p or exemplo, se dá um choque grande no mercado. Quem conseguiu entender isso e se arr umar um p ouco, sem sombra de dúvidas - e apesar desta pancada histórica que o coronavírus e s t á d a n d o na gent e - s a i rá u m pouquinho na frente da retomada”, complementou. Lup a cont i nua d es t a ca nd o sua leit ura s obre o s etor nos últ imos d ez a no s. “Muit a s vezes m e p o sicio n ei d em o n s t ra n d o qu e o setor estava caminhando para uma comercialização online e o turismo não é um produto para s e vender

o n l i n e p o r qu e vo c ê ven d e p ela internet aquilo que comunica valor. No entanto, aquilo que você tem que gerar valor precisa de uma interação presencial”, ressaltou. Para Luppa, ao longo dos o agente de viagens foi induzido ao erro induzido ao erro. Segundo ele, o contexto do mercado fez com que os profissionais deixassem de pensar em cliente e passassem a pensar em fornecedor. “O agente passava 80% do tempo correndo atrás do melhor preço para o cliente dele para ver se conseguiria vender um bilhete R$ 20 mais barato. Cometeu um erro que foi focar no preço ao invés de focar no valor do seu serviço”, lembrou. SOCO NO ESTÔMAGO Lupp a cla s sif icou a at ua l cris e co m o u m verd a d ei r o “s o co n o e s t ôm a go” p a ra o Tu r i s m o, qu e foi – para ele – o primeiro setor a sentir os impactos da pandemia e o último que irá se recup erar. “O Turismo levou uma facada muito p r óx i m a d o co ra ção. Ti ra n d o o seu organismo vivo totalmente de combate. Ninguém tem nada para vender. Então, não é o Turismo que va i volt ar diferent e. A gent e va i para uma nova realidade, um novo mund o, d e nova s regra s e novo s hábitos”, acredita.

RETOMADA LONGA, MAS CONSISTENTE O empresário destaca que o Turismo ainda sofrerá bastante durante a crise, uma vez que nem aparece na lista de prioridades da s p essoa s neste momento. Para ele não existem hoje as características básicas que levam alguém a comprar uma viagem. Isso ent ão levou o s etor a uma que da brusca e muito rápida. No entanto, como isso não irá durar para sempre, Luppa aposta em um momento de crescimento sustentado após a crise. “A curva de aceleração da queda é mais rápida do que a da aceleração. Porém, ela é mais consistente e mais longa. A história mostra isso. Se formos comparar, o mais próximo que temos do que acontece hoje é a gripe espanhola, que fez com que a economia do País ficasse estagnada por 90 dias. No entanto, os dois anos posteriores foram de forte crescimento. E hoje, estamos em um ambiente muito mais favorável”, afirmou. UM NOVO MUNDO Na o pi n ião d e Lu pp a, qua n d o isso acabar haverá um novo mundo em todos os asp ectos, com novos hábitos e valores, mas em especial para o Turismo. “O cara que comprava viagem antes não será o mesmo. Os destinos mais vendidos no mundo

são os de maior aglomeração. E tudo que as pessoas não querem agora é isso. Parques temáticos e cruzeiros, por exemplo, vão sofrer, bem como os principais cent ros da Europa”, projeta. “Isso vai mudar e teremos um outro tipo de Turismo. Aquilo que chamamos de luxo ou exótico passará a ser família”, complementou. A d ema n d a, ele a cr e d it a, s erá r elat i va m ent e a l t a. I s s o p o r qu e a p ós u m a l o nga qua r ent ena a s p ess oa s est arão, na s pa lav ra s do Vende dor P it Bull “s e dent a s p or lib erdad e”. E, s eg undo Luppa, o veículo que transporta as pessoas a outro mundo e dá esta sensação de liberdade é justamente o Turismo. “As viagens serão retomadas, mas d e u ma ma n ei ra com plet a m ent e diferent e. A s p es s o a s irão v iajar m a i s em fa m íl ia, p o r qu e e s t ão entendendo a real importância disso n es t e m om ento d e is ola m ento”, disse. “O Turismo não acabou. Ele va i r e co m e ça r d e u m a m a n ei ra ma is saudável. Podemos fazer do Bra si l u m d e s t i n o i m p o r t a nt e e sair do número pífio que temos de menos de 10 milhões de visitantes i nt er na cio na i s p o r a n o. Tem o s natureza e atrativos que não geram aglomerações. O Turismo volt ará com pessoas mais preparadas e mais saudável”, finalizou.


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AGÊNCIAS E OPERADORAS

Crise já impactou operadoras em R$ 3,9 bilhões Pesquisa conduzida pela Braztoa indica que as associadas já perderam o equivalente a 25% de todo o faturamento de 2019 Anderson Masetto A Braztoa realizou uma pesquisa entre seus associados para medir os impactos comerciais e trabalhistas da crise causada pelo novo coronavírus, b em co m o a s p er s p e c t i va s d e retomada. Os dados, que refletem o mês de março, quando começou a quarentena, mostram que as vendas fora m dura mente afetada s, o que demanda a implementação rápida de políticas públicas de apoio ao setor de turismo, um dos mais afetados pela crise. De acordo com os dados, os cancelamentos e adiamentos de viagens somaram cerca de R$ 3,9 bilhões, ou seja, 25% do faturamento de 2019 das operadoras Braztoa. “Fo m o s s u r p r e en d id o s co m a crise, porque o mercado vinha em crescimento e tinha números b em fortes. Acreditamos que as vendas co m e ça m a vol t a r n o s eg u n d o s emest re, ma s a lca nçar os níveis pré-crise, apenas em 2021”, afirmou o presidente da Braz toa, Rob erto Nedelciu. Os números mostram que 45% das empresas pesquisadas não realizaram nenhuma venda no mês de março. O u t ra s 45% a f i r m a ra m qu e a s comercializações representam, no máximo, 10% do movimento registrado em março de 2019. Esses números refletem as atividades das primeiras duas semanas de março quando o mercado, apesar do bloqueio de vendas para alguns destinos internacionais, ainda se mantinha em funcionamento. Um ponto de atenção é que, entre as vendas realizadas, cerca de 70% são para embarque no segundo semestre de 2020, ou seja, a efetivação das viagens poderá ficar comprometida se perdurar a manutenção de medidas restritivas e o avanço do Covid-19. Os cancelamentos afetaram 98% d a s em p r e s a s. Da s o p era d o ra s p esquisadas, 32% registraram até 30% de ca ncela mentos, 13% da s operadoras tiveram entre 30 a 50% de cancelamentos, 17% destas empresas constataram ent re 50 e 75%. Para mais de um terço dessas empresas (36%), o maior grupo de operadoras, os cancelamentos chegaram entre 75 e 100%. Considerando o universo de viagens canceladas, pouco mais de um terço dos clientes já recebeu o reembolso à vista, mostrando que nem todas as operadoras puderam aguardar a publicação da MP 948. Entre os demais: 43% vão receber dentro do período de carência para reembolso, 11% optaram por carta de crédito e cerca de 10% dividem-se em recebimento de forma parcelada ou negociada. Vale ressaltar que 96% dessas operações tiveram acordos amigáveis entre clientes e operadoras, sem o envolvimento de órgãos como o Procon e Senacon, o que denota uma maior maturidade nas relações comerciais, pautadas pela boa-fé e bom-senso de ambas as partes. CANCELAMENTOS E ADIAMENTOS Sobre o adiamento das viagens, três quartos das empresas estão com adia m ento sup erior a 50% (37%

Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa

relatam que administram em torno de 50 a 75% de prorrogações, 28% entre 75 e 90% e outros 11% entre 90 e 100%). O restante, em torno de 24%, registra adiamentos inferiores a 50% das vendas comercializadas antes da pandemia. Considerando os cancelamentos e adiamentos juntos, os impactos regis t rados até o f ina l de março fora m: 9 0,4 % d o s em barques d e março, 96,2% dos embarques de abril, 94,2% dos embarques de maio, 63,5% dos embarques de junho. Ap esar de não ex istirem dados concretos sobre a expansão da doença a partir do segundo semestre e, inclusive, prev is ões at ua is mos t rarem uma tendência de normalização a partir de agosto, os cancelamentos se estendem, at ingindo 26,9% do s em barques previstos para o segundo semestre de 2020 e 3,8% embarques de 2021.

CUSTOS Um d a d o d el i c a d o d a cr i s e é s eu efeito dom inó em relação às empresas que atuam no setor. 98% das op eradoras já reduziram seus custos operacionais, 17% delas em até 25%, 61% entre 25 e 50%, 20% entre 50 e 75% e apenas 2% acima de 75%. 28% dessas empresas encerraram cont ratos, 28% susp endera m p or tempo determinado, e mais de 30% dessas operadoras suspenderam por tempo indeterminado. Quase 75% renegociaram valores e apenas cerca de 6% ainda não praticaram alterações com empresas terceirizadas. Pa ra 43% d a s o p era d o ra s, o s i m p a c t o s d a r e d u ção d e cu s t o s at ingira m acima d e 10 empres a s terceirizadas. Para 57%, entre 1 e 10 empresas foram impactadas p elas reduções, suspensões e cancelamentos de contratos.

PREJUÍZO Em t er m o s f i na n cei r o s, e s s e s mesmos cancelamentos e adiamentos de viagens somaram cerca de R$ 3,9 bilhões, ou seja, 25% do faturamento de 2019 das operadoras Braztoa, sendo R$ 3,5 bilhões no primeiro semestre, R$ 350 milhões no segundo semestre e R$ 50 milhões em 2021, números que podem aumentar caso se prolongue a crise gerada pela pandemia. A pesquisa também mostra que há uma compreensão dos fornecedores na cio na i s. 59% d a s o p era d o ra s a p o n t a m qu e t ê m c o n s e g u i d o n ego cia çõe s d e a l t er nat i va s a o reembolso, 18% obtiveram reembolsos integrais, 18% indicaram que seus reembolsos tiveram restrições e apenas pouco mais de 3% cobraram os valores integrais, sem reembolso. Levando em consideração que as operadoras atuam como intermediadoras na relação dos fornecedores com os clientes, a boa relação destas com a cadeia produtiva é fundamental para a gestão da crise. Já ent r e o s fo r n e ce d o r e s i n t e r n a c i o n a i s , qu e n ã o e s t ã o v inculad o s às regra s bra silei ra s, a p es quisa ap ont a que 4 0% est á oferecendo alternativas ao reembolso, pouco mais de 32% está oferecendo reembolso com restrições, 16% está efetuando reembolso integral, e cerca de 12% está cobrando integralmente os valores. Esse cenário traz uma grande preocupação para as operadoras que se veem diante do desafio de ter que fazer frente a casos de reembolso sem ter tido a devolução dos valores pagos aos fornecedores sediados em outros países.

DEMISSÕES A p es quisa mos t ra que, ap esar da que da de fat ura mento, há um esforço das operadoras em manter o s s eu s cola b orad ores. Ent re 29/ 02 e 31/ 03, h ou ve u m co r t e de 10% de f uncionários. Qua ndo questionadas sobre o mês de abril, 55% das operadoras não pretendem fa zer d em is s ões, 9% p r et end em reduzir até 10% do seu quadro de funcionários, 17% vão reduzir até 25%, 15% vão redu z ir até 50% e apenas 4% pretendem fazer até 75% de demissões. Pa ra não d em i t i r, 78% d a s empresas promoveram reduções de carga horária e salários, 74% deram féria s a s eus colab oradores, 22% promoveram licenças remuneradas e 20% s u s p en d era m co nt rat o s temporariamente. RETOMADA A pesquisa também questionou os associados em relação às expectativas para normalização do mercado de turismo. 91% das empresas não prevê vendas no mês de abril. Apenas 12% dos associados acreditam que haverá retomada até o mês de julho, 36% a p o s t a m n o s eg u n d o s em e s t r e, 43% apontam que o setor voltará ao nor mal ap enas em 2021 e 9% dos entrevistados não conseguem ainda prever a retomada dos negócios. Dentro disso, 41% das empresas esp eram um faturamento até 50% menor em 2020, 39% esperam uma queda entre 50 e 75% e 20% uma queda maior que 75%. A ind a em rela ção ao m om ento

de retomada dos negócios, no que s e refere a o s d es t ino s, 72% d a s operadoras acreditam que o Brasil esteja no topo das procuras, seguido da A mérica do Sul, com 15% da s indicações e Oriente Médio com 5%. A s regiões da A mérica do Norte, Europa, América Central e Caribe, Ásia e Oceania seguem no final da lista com 2% das indicações. E s s e s núm er o s p o d em i n d ic a r qu e a r et o m a d a d o t u r i sm o, n o segundo semestre, deve se iniciar por viagens domésticas mais acessíveis financeiramente e que transmitam maior segurança sanitária para os viajantes. DESAFIOS O s d es af io s s ão diver s o s, ma s alguns ganham destaque, como a preocupação sobre a falta de demanda por motivos financeiros, mencionada p or 75% dos ent rev ist ados. Essa preocupação está ligada diretamente à crise econômica, que trouxe como consequência, entre muitas coisas, o desemprego e as reduções salariais, que podem fazer com que as viagens deixem de ser uma prioridade em um primeiro momento. Para 41% das operadoras, a ausência de recursos financeiros para ações de marketing e promoção também se configura como um grande desafio. Já para 16% dessas empresas, o ponto de atenção está na falta de recursos humanos para retomar as atividades. Outras apreensões estão ligadas à saúde, como a p ossível falta de demanda por insegurança sanitária, apontada por 66% das empresas, e as condições inadequadas nos destinos para receber turistas, mencionada por 41% das operadoras. Questões relacionadas à falta de oferta de produtos e serviços p or p a r t e d o s fo r n e ce d o r e s s ão u m gra n d e d es a f io p ara qua s e 30% d o s r e s p o n d ent e s e a au s ên cia d e p r o d u t o s p elo agen cia m ent o preocupa pouco menos de 20%. Iss o deverá dire cionar a s ações da s empresa s e do próprio Gover no,at ravés, esp e cia lm ent e, d o M i n i s t ér io d o Tu r i s m o, p a ra que a retomad a ocor ra d e for ma consistente e focada, lembrando que a comunicação deverá s er t ratada co m o p r io r id a d e m áx i m a n e s s e processo. AÇÕES DO GOVERNO Sobre ações adotadas pelo Governo, 50% entendem que terá algum tipo de benefício, mas apenas 22% sabem como utilizá-lo a seu favor. Outros 39% não têm clareza se terão ou não b enefícios referentes às medida s, número que mostra a necessidade de uma comunicação ma is ef icaz sobre a aplicabilidade dessas ações gover namentais. Ap ena s 11% não enxergam nenhum benefício para as suas empresas. Por out ro lado, 93% da s op eradora s têm tot a l ciência da s ações de flex ibiliz ação adot ada s pelo Senacon e Procon-SP referente aos cancelamentos e adiamentos de viagem. Para o mesmo número de empresas, campanhas como “Adie! Não Cancele”, são benéficas.


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Mais lidas

ÚDISNEY -Dois meses após renunciar ao cargo de CEO do The Walt Disney Company, Bob Iger está de volta ao comando para ajudar a empresa neste momento delicado em meio a pandemia do coronavírus (Covid-19), que fechou parques e suspendeu o contrato de cerca de 43 mil trabalhadores. De acordo com o NY Times, Bob voltou para comandar e assumir uma série de responsabilidades, que seriam destinadas à Bob Chapek, por conta da sua experiência à frente da empresa nos últimos anos.

ÚWYNDHAM - O complexo Wyndham Garden Convention Nortel, localizado na Zona Norte de São Paulo, anunciou a contratação de Luciana Hohl como nova gerente geral do empreendimento. Formada em Administração de Empresas pela Universidade Santana, a profissional conta com 20 anos de experiência no segmento e um dos seus desafios é alinhar todos os processos internos do empreendimento e inserir o complexo na rota dos grandes eventos da cidade.

ÚCVC - No dia 1° de abril, a CVC Corp anunciou oficialmente o seu novo CEO, Leonel Andrade. Ele chegou para assumir um grande desafio, especialmente neste momento delicado que o setor de viagens vivencia com a pandemia de coronavírus no mundo. Andrade tem vasta experiência em gestão, tendo passado por conceituadas empresas como Losango, Credicard e Smiles. Ele ocupará o cargo até então representado por Luiz Fernando Fogaça, que estava na companhia há dez anos e nesta posição desde janeiro de 2019

Ú MCI - A MCI Group, multinacional suíça especializada em eventos, congressos e ativação de audiências, anunciou Igor Tobias como novo Managing Director no Brasil. Igor se concentrará em liderar a transformação digital e orientar os clientes sobre como ativar e fortalecer sinergias com suas comunidades. Andre Carvalhal, que antes ocupava a liderança da operação, assumirá a função de CFO.

ÚSEAWORLD - Serge Rivera renunciou ao cargo de CEO do grupo SeaWorld Entertainment e também à sua vaga no conselho de administração. A decisão foi comunicada pelo grupo nesta segunda-feira (6). Com a saída de Rivera, Marc Swanson, que atua como CFO, foi nomeado interinamente como CEO. Está é a terceira renúncia de um CEO do SeaWorld em pouco mais de dois anos. Rivera estava há apenas cinco meses no cargo e substituiu Gustavo (Gus) Antorcha, CEO por sete meses, entre fevereiro e setembro de 2019.

ÚSG - Após 16 anos atuando na SG – Agente Geral de Vendas, da Hertz, Dollar, Thrifty, no Brasil, o diretor de Vendas e Marketing Adriano Aguiar se despede dos amigos e parceiros do trade para seguir seus projetos p essoais fora do São Paulo. De acordo com o executivo, este processo de transição começou a ser tratado juntamente com o CEO da empresa, Sérgio Gua na is, em agosto do ano passado. E confirmou que tudo ocorreu conforme o planejado, inclusive com a contratação de Guilherme Dal Secco, ex-United Airlines, em dezembro de 2019, para assumir a diretoria Comercial e de Marketing, da SG.

AGENDA

Publicada MP 948 que permite reembolso até 12 meses após fim da pandemia

A MP 948, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, trata dos cancelamento de serviços, reservas e eventos ligados ao setor.

Cirque du Soleil realiza apresentação online de 60 minutos

Mercado de eventos estima perda de R$ 80 bi até maio

Pela terceira s ema na s eg uida, o Cirque du Soleil apres entou um novo especial de 60 minutos em seu novo centro de conteúdo digital, o CirqueConnect.

“Literalmente fomos do tudo ao nada”. É assim que a presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), Fátima Facuri, define o impacto da pandemia do novo coronavírus no setor de feiras e eventos

www.mercadoeeventos.com.br www.mercadoeeventos.com.br Circulaçãonacional nacionalatravés atravésdedemala maladireta direta Circulação Presidente Roy Taylor Presidente Roy RosaTaylor Masgrau Vice-Presidente (rosamasgrau@mercadoeeventos.com.br) (55-11) 3123-2222 - (55-21) 3215-1827 Vice-Presidente- Rosa Masgrau Editor-chefe Anderson (rosamasgrau@mercadoeeventos.com.br) - (55-11)Masetto 3123-2222 - (55-21) 3233-6316 (anderson.masetto@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 3123-2236 Editor-chefe Masetto Web-EditorAnderson Pedro Menezes (pedro.menezes@mercadoeeventos.com.br) - -(55-21) (anderson.masetto@mercadoeeventos.com.br) (55-11)3215-1844 3123-2236 Diretora de Vendas Mari Masgrau Diretora de Vendas Mari Masgrau (mari.masgrau@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 3123-2249

20 e 22/10

5 a 8/11

WTM-LA Uma das principais feiras de turismo da América Latina foi adiada para o segundo semestre. Acontecerá entre os dias 20, 21 e 22 de outubro por conta da pandemia do coronavírus (Covid-19), que bagunçou o calendário de eventos. O encontro segue marcado no Expo Center Norte, em São Paulo, para o evento B2B de três dias que promove a A mérica Lat ina para o mundo e t raz o mundo para a América Latina, criando oportunidades pessoais e de negócios.

FESTURIS 2020 Por cont a do s ris co s cau s ado s p elo coronavírus,a Fundação AIP – organizadora da BTL - anunciou o adiamento da edição deste ano, que aconteceria em março, para o fim de maio. As autoridades portuguesas concluíram que deixaram de estar reunidas as condições para poder assegurar a realização do evento nas datas originalmente previstas. “Assim, com o objetivo de corresponder aos anseios e necessidades de promoção do setor do turismo, a Fundação AIP entendeu adiar a BTL 2020 para os próximos dias 27 a 31 de maio”, diz a nota oficial. Para esta edição, estavam confirmados cerca de 1500 expositores de 67 destinos internacionais. Informações: festivaldascataratas.com

23 a 25/09

2 a 4/11

48ª ABAV EXPO E 53º ECB A 48ª ABAV Expo Internacional de Turismo e 53º Encontro Comercial Braztoa acontecem entre os dias 23 e 25 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo. Neste ano coladinha com a WTM-LA, a Abav é considerada a principal feira de turismo do Brasil e reúne os principais fornecedores, buyers e visitantes em busca de negócios. Informações: www.abavexpo.com.br

WTM LONDRES A WTM Londres está marcada entre os dias 2 e 4 de novembro. É considerada uma das mais importantes do calendário tur ístico inter nacional de feiras. Será a 41a e d i ção d a fei ra qu e, n o a n o passado, recebeu mais de 51 mil pessoas durante os três dias, incluindo nove mil buyers, cinco mil expositores e três mil profissionais de mídia, com o objetivo de ultrapassar os £ 3,4 bilhões (R$ 17,5 bilhões) em negócios. Informações: www.wtm.com

Informações: latinamerica.wtm.com

(mari.masgrau@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) Diretor de Novos Negócios Juliano Braga3123-2249 (juliano.braga@mercadoeeventos.com.br) (55-11)Barbosa 3123-2244 Gerente Administrativo e Financeiro- Juliana Diretora Administrativa e Financeira Roberta Saavedra (juliana.barbosa@mercadoeeventos.com.br) - (55-21) 3233-6246 (roberta.saavedra@mercadoeeventos.com.br) - (55-21) 3215-1836 Assistente de Marketing Saavedra Operacional AndreiaRoberta Boccalini (andreia.boccalini@mercadoeeventos.com.br) (55-11)3233-6202 3123-2222 (roberta.saavedra@mercadoeeventos.com.br) -- (55-21) Operacional Andreia Boccalini Fotografia Eric Designer RibeiroPatrick | Designer Peixoto Patrick Peixoto (andreia.boccalini@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 3123-2222 Reportagem SP (55-11) 3123-2239/2240 | Reportagem RJ (55-21) 3215-1844 Giulia Bottini (giulia.bottini@mercadoeeventos.com.br) Igor Atendimento Regis (igor.regis@mercadoeeventos.com.br) ao leitor (55-11) 3123-2222 Fotografia Eric Ribeiro | Designer PatrickTecnologia Peixoto Janaina Brito (janaina.brito@mercadoeeventos.com.br) Gestão de Infraestrutura de TI WorkNet (fernando.carilo@worknetecnologia.com.br) Gerência Atendimento deSão Internet ao leitor GRM (55-11) Internet 3123-2222 e Serviços Reportagem Paulo (55-11) 3123-2239/2240 Gestão de Infraestrutura (55-21) 3993-8492 de TI WorkNet Tecnologia André Montanaro (andre.montanaro@mercadoeeventos.com.br) (fernando.carilo@worknetecnologia.com.br) Gerência de Internet GRM Comercial Internet e Serviços Igor Regis Departamento (igor.regis@mercadoeeventos.com.br) São Paulo (55-11) 3123-2222 (55-21)| 3993-8492 Rio de Janeiro (55-21) 3215-1836 Lisia Minelli (lisia.minelli@mercadoeeventos.com.br) São Paulo Rua Barão de Itapetininga, 151 - Térreo - Centro - Cep 01042-001 Victoria StortiTelefone (victoria.storti@mercadoeeventos.com.br) Departamento (55-11) Comercial 3123-2222 Rio de São Janeiro Paulo Avenida (55-11) 3123-2222 das Américas, | Rio 14.591 de Janeiro - Grupo (55-21) 403 -3215-1836 Cep 22790-701 São Paulo Rua Barão deTelefone Itapetininga, (55-21) 151 3215-1836 - Térreo - Centro - Cep 01042-001 Reportagem Rio de Janeiro-21) 3233-6263 Telefone (55-11) 3123-2222 Pedro Menezes (pedro.menezes@mercadoeeventos.com.br) Rio de Janeiro AvenidaRepresentante das Américas, 14.591 em Portugal - Grupo 403 - Cep 22790-701 Antonio LuizTelefone Acciolly (antonioluizaccioly@gmail.com) (55-21) 3215-1836 + (351) 91199-0448 Representante em Portugal Atendimento leitor (55-11) 3123-2222 Antonio Luiz Acciollyao(antonioluizaccioly@gmail.com) Representante nos Estados Unidos Spotlight –+Marketing (351) 91199-0448 & Public Relations 1390 South Dixie Hwy. Suite 110 – Departamento Comercial Representante Coral Gables, nosFlorida Estados 33146 Unidos São Paulo (55-11) 3123-2222 | Rio&de Janeiro (55-21) 3233-6202 Denise Spotlight Arencibia – (denise@spotlight-marketingpr.com) Marketing Public Relations 1390 -South Dixie Hwy. Suite – 647-6464 + (305) 498 0044 Estados Unidos Globe Travel Media +1110 (954) Patricia Rivera Coral (patricia@spotlight-marketingpr.com) Gables, Florida 33146 São Paulo Denise Rua Barão de Itapetininga, 151 Térreo Centro - CEP 01042-001 Arencibia (denise@spotlight-marketingpr.com) + (786) 512 1760 Tels (55-11) 3123-2222 - Fax0044 (55-11) 3129-9095 + (305) 498 Patricia Rivera Rio de Janeiro Rua(patricia@spotlight-marketingpr.com) Riachuelo, 114 - Centro - CEP 20.230-014 + (786) 512 1760 da Uma publicação Telefone e Fax (55-21) 3233-6202

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