1ª Quinzena | Maio de 2020 Ano XVII | nº389 - mercadoeeventos.com.br Jijoca de Jericoacoara - Ceará
Retomada começa pelo doméstico
Região Nordeste já é a mais procurada por quem pretende viajar pós-pandemia Páginas 12 e 13
MP que transforma Embratur em agência é aprovada Texto foi votado com modificações e garantiu a volta da alíquota dos 6% do IRRF
ENTREVISTA
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Carlos Prado, presidente do Conselho de Administração da Abracorp, fala sobre como o corporativo está lidando com a crise e quais são os desafios para o pós-pandemia.
AVIAÇÃO
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A partir deste mês, companhias aéreas internacionais dão início a retomada dos voos para o Brasil. Saiba quais são e quando começam estas operações.
ESPECIAL
Páginas 10 e 11
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A série especial "Caminhos da Retomada" conversa nesta edição com Michael Barkoczy, Guilherme Paulus e Vinicius Lummertz. Na pauta, o futoro do Turismo.
Confira a movimentação do setor e a agenda de eventos do Turismo. Página 18
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ENTREVISTA
Corporativo se prepara para uma retomada lenta Anderson Masetto
colaborador. Isso é algo que estamos insistindo e pedindo para que seja feito desta forma. O comportamento do viajante também irá mudar.
Com a consciência de que se deve evitar uma guerra de preços, Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), acredita que a retomada será dura e gradativa para a hotelaria. Na opinião do dirigente, a co nt e cerá u ma gra n d e qu e d a e disputa por valores – que pode ser prejudicial ao setor. Em entrevista via videoconferência, Sampaio acredita em uma tarifa média baixa em um primeiro momento, uma vez que a demanda irá cair. No entanto, ele alerta para que não ocorra uma depreciação do produto e a pratica de preços que não sejam sustentáveis. Ele afirmou ainda que – embora as ferra ment a s de v ide oconferência tenham se popularizado neste momento – as pessoas estarão ávidas para se reencontrarem, o que pode movimentar o mercado de eventos, desde que sejam cumpridos novos e rigorosos protocolos de segurança. MERCADO & EVENTOS - Como o corporativo, empresas TMCs e demais players, estão lidando com a crise gerada pela pandemia? Carlos Prado – Basicamente quase todas as agências Abracorp fizeram o s aju s t es n e ces s ário s p ara es t e primeiro momento. Tivemos desligamentos, reduções de salários de 25, 50 ou até 70% em algumas. Além disso, o pessoal está todo trabalhando em casa. E, mesmo reajustando a jornada, não há demanda, uma vez que as viagens foram praticamente a zero. Então muitos estão aproveitando este tempo para qualificação e cursos e reciclagem. A demanda por viagens foi a algo muito próximo a zero. Estamos finalizando uma pesquisa e em breve soltaremos estes números. A nossa estimativa é de que, em abril deste ano teremos um volume de cerca de 5% em abril do que tivemos no ano passado. M&E – Há alguma iniciativa para apoiar os clientes neste momento? Carlos Prado – Temos muita gente trabalhando em home Office, muitos escritórios fechados ou trabalhando com o m ínimo ne cessário. No entanto, as áreas comerciais estão trabalhando, mesmo que part time para jus t a mente cont inuar s e relacionando com clientes. O que a Abracorp recomenda que as agências continuem em contato com fornecedores e com clientes. É o mínimo que a gente pode fazer neste momento desafiador. M&E – Você acredita, especialmente para o corporativo, que a situação atual pode causar uma mudança de hábitos dos viajantes e das empresas? Carlos Prado – Acredito que teremos mudanças nas políticas e hábitos de v iagens. Em relação aos eventos, certamente haverá uma busca p or tecnologia. Quando vemos eventos e encont ros p equenos, a tecnologia poderá, de fato, suportar isso. Ma s qua n d o fa la n d o d e evento s grandes, pa ssando este momento d e is ola m ento e dis t a n cia m ento social, temos algo que a tecnologia não pode fazer. O propósito de um
M&E – Há uma crença no mercado de que o corporativo pode retornar mais rápido. Qual é a sua expectativa sobre uma retomada? Carlos Prado - Sempre com ba s e em es t udo s d e consultoria s, que f izera m ótimos t rabalhos, e ta mbém comparando com a história de outras pandemias e até mesmo de outros países como a China temos uma previsão. Caso o Gover no de São Paulo flexibilize, mesmo que um pouco, as regras e com todos os cuidados com a saúde – começamos a ter algum movimento no começo de junho. Depois disso, gradativamente voltamos a crescer, mas lembro que há um re ceio – que é inerente ao ser humano – em se deslocar. Isso é natural. Mas quando estiver bem claro que o uso da máscara é o novo normal, aos poucos as pessoas retomarão a vida. Primeiro o cuidado com a saúde, depois a retomada da confiança. Não há como pular estas etapas. Com um avanço gradativo, esperamos que no último trimestre a gente tenha 50% que tínhamos de movimentação no mesmo p er íodo do ano passado. Isso no doméstico, que deve voltar aos níveis atuais só em 2021. O inter nacional está mais distante e voltará aos mesmos níveis só em 2022. Temos aí o estrago financeiro que fará com que muitas empresas saiam menores da crise. Carlos Prado, presidente da Abracorp
evento é o olho no olho, a bus ca do conteúdo, ins erir p es s oa s em novas culturas e proporcionar uma nova experiência aos participantes. Isso só é possível com as p essoas presentes. Os eventos vão continuar, mas não neste momento. M&E – E em relação as viagens? Carlos Prado - No cor porativo, algumas viagens para relacionamento talvez s ejam comp ensada s com o uso da tecnologia. Mas o brasileiro, e o latino em geral, é muito relaciona l. Ent ão, acre dito que teremos mud a nça s, ma s t erem o s aju s t es. Nos próx imos dia s f ina liz aremos uma pesquisa sobre este tema com os clientes. Teremos uma redução ou troca p ela tecnologia, mas não será enorme. O ajuste será algo em torno de 10 ou 15%. Pois as empresas estão apostando muito na questão do relacionamento. Temos que lembrar que haverá um novo comp ortamento por parte das pessoas. Há ainda a questão do home office, que será uma tendência não apenas das agências de viagens, mas de todas as empresas. Aqui na Abracor p. As empresas já estavam na nuvem. Este teletrabalho é uma tendência. A Gol, por exemplo, já tinha isso antes da crise. A meu ver, isso é fantástico, pois diminui a emissão de CO2, ar das cidades ficará melhor. O funcionário não ficará mais tão estressado p or conta dos p ercursos e alguns custos das empresas irão diminuir. São novos tempos e isso veio para ficar. Vamos amadurecer. O nosso
colab orador terá mais autonomia, es t a mos ca m in ha ndo no s ent ido de constr uir este caminho, não só no turismo. M&E – As empresas já estão alterando as suas políticas de viagens? Carlos Prado - Não chegaram ainda em mudanças específicas, mas cogitam sm inserir novos protocolos de saúde que colaborador tem que tomar. Isso também servirá para o for necedor. Quem quis er atender estas empresas terá pré-requisitos. Mas ainda vamos tratar disso mais a frente. Como associação, o nosso primeiro passo foi – junto com as demais entidades – correr atrás das Me d id a s P r ov i s ór ia s p a ra qu e o próprio setor pudesse sobreviver. Agora vem a segunda etapa que é a renovação e reinvenção do nosso negócio. Teremos mudanças e de fato e primeiro serão estes protocolos. M&E – Já há um protocolo padrão a ser adotado pelas agências Abracorp? Carlos Prado – Estamos trabalhando, como referência, o material elab orado p ela Fiesp para o retor no d a s at iv id ad es e conôm ica s. I s s o independentemente de regras que o gover no deve anunciar.Certamente empresas vão exigir isso dos seus fornecedores também, incentivando muito o uso de máscara sempre que sair para a rua, não só no transporte coletivo. Muitos dos nossos associados estão adquirindo máscaras. São cerca de quat ro p or dia para cada
M&E – As respostas do governo com as MPs e linhas de crédito foram adequadas e atendem o setor? Carlos Prado - Foi razoável. Temos b oa s conquist a s, claro. Ma s s e a pergunta é se atendeu 100%, muitas empresa s dirão que atendeu, ma s para muitos não foi tão relevante. Estamos esp erando uma linha de crédito. O projeto já pa ssou p elo Senado e vamos aguardar os próximos passos para isso. As demais respostas foram de razoáveis para bom, mas depende da empresa. No geral tivemos conquistas. M&E – A oferta de crédito é hoje o principal gargalo para as empresas do Turismo, especialmente as agências? Carlos Prado - De fato está ocorrendo que as linhas já anunciadas não estão chegando até nós. Há alguns fatores para isso, quando o problema envolve pendências das empresas ou se balanços anteriores mostraram prejuízos, não irá mesmo sair. A Medida Provisória do crédito nos ajuda no sentido das garantias, pois permitirá que isso seja feito por fundos, que é um pouco mais complexo. Este é o nosso grande desafio agora. M&E – Isso reforça a importância da governança, que a Abracorp vem dizendo há tempos? Carlos Prado – Com uma boa governança, as empresas deixam de ser frágeis e isso facilita o crédito. Como isso é trabalhado pela Abracorp, as nossas associadas acabam saindo na frente neste sentido. A grande maioria fará a travessia, chegará com feridas, mas sairá do outro lado viva.
EDITORIAIS
TURISMO EM DADOS
Hora de acabar com os absurdos
Taxa de ocupação e receita hoteleira despencam mais de 34% em março, diz Fohb
Roy Taylor É no mínimo absurda a cobrança de Ecad dentro dos quartos de hotel. Não se pode onerar um empreendimento pelo que seu hóspede faz em uma área privativa. Esta é uma questão extremamente simples, por isso consideramos absurda. Este era um dos temas tratados pela Medida Provisória 907, que foi aprovada na Câmara e no Senado, transformando a Embratur, finalmente em uma agência. Este trecho, porém, foi retirado do texto original, uma vez que não havia consenso entre os parlamentares sobre o assunto. Mas que consenso? Consenso sobre um absurdo? Parece-me que é muito claro que isso é uma cobrança dupla, pois como bem disse o presidente da ABIH Nacional, Manoel Linhares, qualquer dispositivo que o hóspede possa utilizar no seu apartamento para ouvir musica, já faz o pagamento dos direitos autorais ao Ecad. É muito mais do que obvio. E, por outro lado, a hotelaria concorda e considera justa a cobrança nas áreas comuns. Vale aqui o bom senso. Há de se lembrar ainda que os hotéis não têm controle nenhum sobre o que o hóspede assiste ou escuta dentro do seu apartamento. A hotelaria, assim como todo o trade, está sofrendo os efeitos terríveis da pandemia do Covid-19. Nes-
te momento, é necessário ter sensibilidade e bom senso para ficar do lado certo. Claro que este não é um assunto novo. Convivemos com tal distorção há mais de 50 anos. Retirado da MP 907, o tema será inserido na MP 948, que trata dos cancelamentos e remarcações para o Turismo e para a Cultura durante a pandemia. O relator deste projeto na Câmara é o deputado Felipe Carreras (PSB/PE), que já foi secretário de Turismo de Recife e secretário de Turismo de Pernambuco. Parlamentar íntimo dos temas do setor e sensível as demandas do trade. O que não apenas a hotelaria, mas todas as pessoas de bom senso esperam é que este tema seja visto com carinho dentro da MP 948. Sabemos que não cabe apenas ao relator, mas também aos deputados que votarão a matéria no Congresso. Esperamos que eles também tenham este entendimento e que acabem, de uma vez por todas com esta cobrança injusta. Se ela já não cabia em uma situação de normalidade, agora, com os efeitos causados pela pandemia do Covid-19, é a hora de acabar com este verdadeiro absurdo.
Pedro Menezes O I n FOHB, b olet im m ens a l do Fohb – Fór um de Operadores Hoteleiros do Brasil, trouxe dados de desempenho do setor março de 2020. Foram analisados 578 hotéis associados à entidade, responsáveis pela oferta de mais de 99 mil quartos no país. No mês do início do Covid-19 e fechamento de hotéis pelo país, os resultados consolidados regist raram decréscimos acent uados nos t rês indicadores sendo -3 4,6% na ta xa de ocupação; -2,7 % na diária média; e -3 6,4 % na re ceit a d e a par t a m ento s disp on íveis (RevPAR). Na análise de desempenho por categoria hoteleira, a taxa de ocupação registrou forte queda em todas elas sendo: (-27,8%) no Econômico, (37,8%) no Midscale e (- 42,8%) no Upscale. Por região, todas tiveram quedas na taxa de ocupação variando entre (-37,6%) no Centro-Oeste e (-15,6%) no Norte.Na diária média ap enas duas regiões apresentaram variação positiva: 4,1% no Centro-Oeste e 2,7% no Nordeste. As demais apresentaram dados negativos (-0,5%) no Sudeste; (-3,7%) no Sul e (-16,4%) no Nordeste. No RevPAR: (-13,3%) no Norte; (-35%) no Cent ro-Oeste; (-3 6,1%) no Sul; (-3 6,4 %) no Sudeste e (- 43,3%) no Nordeste. Quanto à analis e p or região, a ta xa de ocupação registrou decréscimos em todas as regiões, variando entre (-3,3%) no Norte e (-16,7%) no Centro-Oeste. Assim como no
RevPAR, que também apresenta variações negativas entre (-1,3%) no Norte e (-14,3%) no Centro-Oeste. Já a diária média, apresentou apenas variações positivas: 1,4% no Sul; 2% no Norte, 2,5% no Nordeste; 2,9% no Centro-Oeste e 5% no Sudeste. Acumulado do ano Analisando os três primeiros meses do ano de 2020, o InFohb considerou para o estudo 551 hotéis de redes associadas responsáveis por 89.263 unidades habitacionais (UHs). Nos resultados consolidados em comparação com 2019, aumento de 4% na diária média e quedas de (-12,4%) na ta xa de ocupação e (-8,9%) no RevPAR. Quanto à analis e p or região, a ta xa de ocupação registrou decréscimos em todas as regiões, variando entre (-3,3%) no Norte e (-16,7%) no Centro-Oeste. Assim como no RevPAR, que também apresenta variações negativas entre (-1,3%) no Norte e (-14,3%) no Centro-Oeste. Já a diária média, apresentou apenas variações positivas: 1,4% no Sul; 2% no Norte, 2,5% no Nordeste; 2,9% no Centro-Oeste e 5% no Sudeste. Na análise por categoria hoteleira, apenas decréscimos foram registrados na ta xa de ocupação: (-8,5%) no Econômico; (-14,1%) no Midscale e (-18,7%) no Upscale. Na diária média mais uma vez apenas variações positivas foram registradas: 3,3% no Econômico; 5,1% no Midscale e 3% no Upscale. Já no RevPAR decréscimos de (-5,5%) no Econômico; -(9,7%) no Midscale e (-16,3%) no Upscale.
REABERTURAS Um estudo feito pelo Fohb e pela Resorts Brasil aponta que 40% dos empreendimentos pretende
reabrir em junho, enquanto 5% não têm previsão. Das 64 redes pesquisadas – que têm presença em 208 municípios, 69% encontram-se fora de operação.
Roy Taylor é fundador e presidente do Mercado & Eventos
O Turismo e a sua força
(Período 20/04 a 26/04)
64 Redes 872 Hotéis 139.913 Uh’s 26 Estados 208 Municípios
Previsão de Reabertura 40%
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Aberto % Calculada pelo número de UH’s
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Anderson Masetto é jornalista, pós-graduado em Comunicação Jornalística e editor-chefe do Mercado & Eventos
Participação de hotéis ampliada
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Semanas antes do coronavírus chegar ao Brasil e ainda sem imaginar que veríamos um estrago tão grande no País e especialmente na indústria de viagens, eu estava preparando uma matéria sobre a força política do Turismo. A minha hipótese era a de que perto de outros setores que empregam até menos que o nosso tinham mais trânsito no congresso e conseguiam ter os seus pleitos atendidos com uma facilidade maior. A minha base era a eterna tramitação do Plano Nacional do Turismo na Câmara, outros projetos que não caminham e o pouco interesse em geral do governo e de parlamentares no setor. Reuni dados e ouvi autoridades. Realmente faltava pouco para que ela estivesse pronta e fosse publicada. A chegada do Covid-19 mudou a lógica de todo o nosso noticiário e uma matéria deste tipo não cabia mais. Mesmo ouvindo que havia sim um movimento bom para o Turismo em Brasília e que há parlamentares comprometidos com o setor, eu não estava convencido. Mas a apuração parou. As coisas foram acontecendo e o desenho foi ficando mais claro. O Turismo foi um dos poucos setores que começou a se articular antes da crise estourar. Ao mesmo tempo, tivemos uma Medida Provisória exclusiva para o setor, a 948 e há outra a caminho para ajudar as empresas do setor na tomada de crédito. Minha ideia foi mudando. Veio a votação da MP 907, que trans-
formou a Embratur em agência e tratou de uma série de outros temas caros ao setor, como o IRRF, por exemplo. Conversando com fontes e com pessoas em Brasília que de alguma forma tiveram contato com a articulação do projeto que foi construído pelo relator da MP, o deputado Newton Cardoso Jr (MDB/MG), comecei a entender o tamanho que o Turismo ganhou tanto para a agenda política como para a agenda econômica do País. E como existem sim bons representantes do setor no Congresso, como o próprio Newton Cardoso. De outro lado, uma demanda de todo setor de agenciamento, o IRRF foi destaque. Em uma vitória, antes por mim considerada improvável, a alíquota do imposto permaneceu em 6%. Mesmo perdendo os 15,75% do orçamento do Sebare e tendo rejeitada a proposta dos 4% do Sesc/Senac, Cardoso não deixou a “Nova Embratur” sem recursos. Ele adicionou ao texto - e foi acatado pelos demais parlamentares – a inclusão da taxa adicional de embarque dos voos internacionais ao Fungetur, que por sua vez pode agora ser utilizado pelo Ministério do Turismo para o fomento do setor, incluindo aí a promoção internacional do Brasil. O Turismo venceu e eu estava errado. Que bom!
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Anderson Masetto
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AGÊNCIAS E OPERADORAS
CVC: doméstico e embarque no segundo semestre são tendências buscadas pelos clientes em abril Operadora tem também produtos com descontos de até 30% e uma remarcação gratuita para viagens compradas neste período Anderson Masetto A pandemia do Covid-19 fez com que as viagens saíssem da lista de prioridades no consumo das famílias brasileiras. O desejo, no entanto, não diminuiu. De acordo com a CVC, nas primeiras semanas de abril, o site da operadora tem recebeu uma maior demanda dos clientes pesquisando por preços para embarques de outubro em diante. Os destinos de preferência têm sido Nordeste e Sul do País. De acordo com a CVC, os internacionais ainda estão com baixa procura. Ainda de acordo com a CVC, por cont a d es t a d ema nda, o t im e d e produtos – resp onsável p ela s negociações com for necedores, entre eles hotéis, resort s e empresas de receptivo e passeios – vem fazendo tratativas com os parceiros para que eles disponibilizem tarifas nos sistemas para o segundo semestre e para a temp orada de Verão 2020/2021. Desta for ma, a op eradora p oderá trabalhar na formatação de pacotes para o período pós-pandemia. DISPONIBILIDADE As lojas CVC também iniciaram a divulgação de algumas tarifas disponibilizadas por companhias aéreas e hotéis nacionais para embarques no segundo semestre. De acordo com Emerson Belan, diretor geral da CVC,
Leonel Andrade, CEO da CVC Corp
p r o gra ma ção d e t r ei na m ent o s à distância, com cursos, lives e treinamentos gratuitos voltados à franquia e/ou desenvolvimento profissional e técnico relacionado ao universo de viagens.
Emerson Belan, diretor Geral da CVC Lazer
a maior demanda por orçamentos, seja no site ou nesse momento em que as lojas atendem de forma remota, está para o período de embarque a partir do feriado de outubro e de novembro de 2020 até fevereiro de 2021. Hotéis e resorts do Nordeste, por exemplo, já têm oferecido tari-
fas para a CVC mais baratas do que o mesmo período do ano passado. 30% MAIS BARATO E REMARCAÇÃO GRÁTIS De acordo com a op eradora, em média, uma viagem pelo Brasil, considerando hospedagem de sete dias e aéreo de idade e volta para praias nordestinas, estão com preços 30% ma is em co nt a d o qu e o m esm o período de 2019. Belan também explica que, para dar maior conforto ao cliente nesse momento, a CVC também começa a oferecer a partir desta semana a possibilidade de o cliente fazer uma remarcação gratuita, sem nenhuma cobra nça de t a xa s e mult a s (nem da op eradora, nem de terceiros – cias aéreas, hotéis, passeios), para viagens dent ro do Brasil com embarques a partir de agosto. “O objetivo é que o cliente fique tranquilo para reservar agora com a garantia de que terá flexibilidade caso queira ou precise remarcar mais para frente”, diz o executivo, destacando que os clientes tiveram a necessidade de postergar férias para o segundo semestre e que, apesar do isolamento ser necessário nesse momento, já deslumbram com o momento de viajar, o que estimulou a operadora a criar esse serviço da remarcação gratuita. FRANQUIAS EM HOME OFFICE A r e d e d e loja s CVC, fo r ma d a por mais de 1.4 00 lojas em todo o Brasil, tem realizado o atendimento aos clientes de for ma remota, por telefone e aplicativos de mensagens, s eja para dar alter nativa s a quem já estava com viagem marcada, ou a i n d a p ara qu em qu er co n sul t ar condições para o segundo semestre. Atualmente, todo o time de vendas e franqueados da marca – um efetivo de cerca de sete mil consultores de viagens – estão em home office e co nt a m, n e s s e m o m ent o, co m
AUXÍLIO AO AGENTE DE VIAGENS As unidades de negócio da CVC Cor p que atendem às agências parceiras (CVC, Visual Turismo, Gr upo Trend, RexturAdvance e Esferatur) lançaram um hotsite que reúne informações para auxiliar os agentes de viagens no cenário da pandemia da Covid-19. A página compila medidas e iniciativas do Gover no que podem ajudá-los a passar por esse momento atípico da melhor forma possível. No conteúdo, há informações detalhadas sobre linhas de financiamento, medida s t ributária s, além de Medida s Prov isória s (MPs) de Manutenção de Emprego e Renda e redução ou suspensão de jor nada e salário. “É hora de olhar para a equipe, rever os processos e custos que não estavam bem amarrados, revisar temas tributários, trabalhistas e novas linhas de financiamentos”, diz um t recho da div ulgação feita pela Trend aos agentes de viagens com objetivo de ajudar a superar os desafios deste período. Nas linhas de financiamento, estão descritos detalhes sobre medidas de auxílio à crise div ulgadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), bem como passo a passo para obtenção de crédito; material do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para aux iliar empresários do Brasil; e informações sobre o Desenvolve SP, o banco do empreendedor, que foi criado para auxílio ao capital de giro. Ent r e a s m e d id a s t r ib u t ár ia s, fala sobre o Simples Nacional, que prorrogou os Tributos Federais por seis meses e o Municipal (ISS) por t rês mes es; p ostergação e parcelamento do FGTS; prorrogação do PIS, COFINS e INSS por 04 meses (vencimento em abril) e 05 meses (vencimento em maio); redução do Sistema S; redução do IOF Crédito; e parcelamento ou suspensão temp orária da Dív ida Ativa da União (PGFN). O hotsite também reúne todas as informações sobre as MPs 927, 928 e 944, que falam sobre Manutenção de Emprego e Renda; da MP 936, sobre redução ou suspensão da jor nada e salário; e da MP 935, que detalha o Benefício Emergencial (BEM). Para mais informações, acesse aqui. Juntas, essas marcas da CVC Corp atendem a mais de 8 mil agentes de viagens, que são clientes e parceiros de longa data. O Grupo também está dando auxílio aos franqueados das marcas CVC e Exp erimento Intercâmbio Cultural, com auxílio jurídico s o b r e t ema s já a nu n cia d o s p elo gover no e demais informações que podem apoiá-los em seus negócios.
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AVIAÇÃO
Companhias ensaiam retorno de voos internacionais Aéreas nacionais e internacionais já marcam data para volta de rotas, mas situação depende do comportamento da demanda Pedro Menezes Companhias aéreas em todo o mundo seguem sendo demasiadamente i m p a c t a d a s p e l a p a n d e m ia d o coronavírus (Covid-19), que derrubou a demanda radicalmente e fez com que governos impusessem restrições à entrada de estrangeiros e à realização de voos comerciais. Somente no Brasil, as principais companhias Azul, Gol e Latam cortaram seus voos em 90%, enquanto transportadoras menores e regionais, como VoePass e MAP, suspenderam totalmente suas operações. Já as aéreas estrangeiras cancelaram totalmente ou mantiveram apenas algumas rotas, muitas com frequências reduzidas, apenas para manter a conexão do Brasil com o resto do mundo. Ainda por conta de restrições impostas por governos, certas companhias seguem operando voos de/para o Brasil apenas para repatriação de turistas que seguem "presos no exterior". Mesmo com um prejuízo calculado em até US$ 252 bilhões em 2020 pela própria Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), a maior parte das companhias aéreas seguirá de pé, muitas com subsídios provenientes do governo, e continuarão operando no Brasil. Neste mês de abril, os voos estão mesmo com frequências reduzidas e seguirão assim até maio, quando companhias como Emirates e United já confirmaram o retorno de suas operações regulares. AZUL A companhia mantém três voos internacionais por semana como parte de sua malha essencial. As operações têm como destino Orlando e Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, além de Lisboa, em Portugal, todas a partir do Aeroporto de Viracopos, em Campinas. A capital portuguesa receberá um voo semanal entre abril e maio, assim como Orlando Já Fort Lauderdale, recebe um voo por semana em abril, mas, a partir de maio, terá duas frequências semanais. Os três destinos internacionais, se juntam a outros destinos domésticos, para os quais a companhia volta a voar no mês de maio. No dia 4 de maio, a companhia retoma operações em Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR), Navegantes (SC), Marabá (PA) e Fortaleza (CE). Já no dia 11, retornam à malha as cidades de Chapecó (SC), Teresina (PI), São José do Rio Preto (SP) e Sinop (MT). Boa Vista (RR), Santarém (PA), Altamira (PA) e Macapá (AP) já voltaram a receber voos desde o último dia 22 de abril. GOL A Gol divulgou sua malha aérea para o mês de maio, que inclui algumas alterações de horários e inclusão de frequências nas rotas que fazem parte da malha essencial, divulgada no fim de março. Desde o último dia 24 de abril, a companhia incluiu também novos destinos, com destaque para o retorno das operações no Aeroporto de Congonhas e o aumento de conexões no Aeroporto de Brasília. Entre as cidades contempladas com a malha aérea de maio da Gol, estão São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Aracaju, Belém, Boa Vista, Manaus, Macapá, Palmas, Rio Branco, Campo Grande, Porto Velho, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João
Pessoa, Maceió, Natal Porto Alegre, Recife, São Luís, Teresina, Vitória, Maringá e Navegantes. LATAM Devido às restrições de viagens e a histórica queda na demanda devido à Covid-19, o Grupo Latam Airlines e suas subsidiárias irão manter a redução de suas operações de passageiros em 95% durante o mês de maio. Sendo assim, o Grupo Latam vai operar apenas 5% dos voos de passageiros previstos para maio. Nas rotas domésticas, a Latam informa que no Brasil e no Chile as operações continuarão reduzidas em maio, com o objetivo de manter uma conectividade mínima nesses países. Nas rotas internacionais, durante o mês de maio, o Grupo Latam Airlines e a Latam Airlines Brasil esperam operar seis frequências semanais entre Santiago e Miami e três frequências entre São Paulo e Miami, respectivamente. COPA A Copa Airlines adiou o início de suas operações para o dia 1° de junho de 2020. A nova data está diretamente ligada à decisão da Autoridade de Aviação Civil do Panamá, que ordenou a prorrogação de 30 dias da suspensão de todos os voos internacionais no país devido à crise do coronavírus, prazo que terminou em 22 de maio. A Copa prevê uma semana para receber as licenças exigidas pelas autoridades correspondentes nos outros países da região. Nesse contexto, o retorno das operações ocorreria gradualmente, começando com aproximadamente 10% do total de operações existentes antes do impacto Covid-19. AEROMEXICO A Aeromexico marcou seu retorno ao Brasil para o dia 1° de maio. Serão, a princípio, dois voos semanais, entre Cidade do México e São Paulo/GRU, que passam para três frequências de 15 a 31 de maio. Em nota enviada ao mercado, a companhia mexicana afir ma que a segurança de seus clientes e colaboradores é o mais i m p o r t a nt e e q u e d e s t a fo r m a continuará implementando medidas preventivas necessárias e realizando ajustes na operação. “Como todos os dias a situação vem se alterando, as informações continuarão sendo atualizadas. As modificações são derivadas do fechamento de fronteiras e restrições em alguns países, além da redução na demanda devido ao surto de Covid-19”, disse a companhia. AMERICAN Após suspender todos os seus voos por conta do impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a American Airlines planeja retomar suas operações no Brasil já a partir do mês de maio. A primeira rota que deve entrar em vigor após a paralisação é a Miami – São Paulo/GRU, com voos diários operados por B777-300ER a partir do dia 7 de maio. Outros dois voos voltam a ser operados no próximo dia 4 de junho: Nova York/JFK – São Paulo/GRU (voo diário, operado por B777-300ER); Miami – Rio de Janeiro/ GIG (voo diário, operado por B777-
Copa só vai retomar suas operações no dia 1° de junho
200ER). Já as operações entre Dallas/ Ft. Worth e São Paulo/GRU devem ser retomadas no dia 7 de julho, só que com alterações (serão apenas três frequências semanais operadas por B787-9s, ao invés do voo diário padrão operado por B777-300ERs). Por fim, outras três rotas da American Airlines para o Brasil só devem voltar a ser operadas no dia 25 de outubro: Los Angeles – São Paulo/ GRU (quatro voos semanais, operados por B787-9s); Miami – Brasília (voo diário operado por B757-200s); e Miami – Manaus (cinco frequências semanais operadas por A319s)
internacionais de maneira gradativa. Os voos para o Brasil, por exemplo, que antes da pandemia eram operados diariamente por B787-9 Dreamliners, voltarão a partir de junho, mas a princípio com frequência reduzida. O planejamento da Air Canada mostra que a retomada dos seus voos entre Toronto – Sao Paulo/ GRU está marcada para o dia 1° de junho. Serão três frequências semanais operadas por B787-9s. E mesmo sem uma data definida, a companhia também planeja voltar a operar voos diários na rota, só que desta vez operados por B777-300ERs de 400 assentos.
DELTA A Delta continua fazendo ajustes no seu sistema de voos, com base nas diretrizes do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), nas restrições de viagens do governo e na demanda reduzida de clientes, em resposta à pandemia de coronavírus. E quais voos serão operados pela companhia no mês de maio fora dos EUA? O cronograma, que mostra rotas e frequências, revela que os voos entre Atlanta e São Paulo voltam a ser operados na segunda quinzena. Para a América do Sul, teremos os seguintes voos: Atlanta para Buenos Aires, Argentina (menos que diariamente); Atlanta para Lima, Peru (menos que diariamente); Atlanta para Quito, Equador (menos que diariamente); Atlanta para Santiago, Chile (menos que diariamente); Atlanta para São Paulo, Brasil (menos que diariamente).
ALITALIA A Alitalia é mais uma entre as tantas companhias que desejam voltar a conectar os turistas brasileiros e internacionais o mais rápido possível. O mais recente planejamento da companhia italiana, por exemplo, revela que os voos entre Roma e São Paulo/GRU devem ser retomados no dia 16 de maio. São três frequências semanais operadas por B777-200ERs todas as segundas, terças e sextas com saídas da Itália e todas as segundas, quartas e sábados com saídas do Brasil. O voo AZ674 deixa Roma às 22h e chega em Guarulhos às 05h do dia seguinte (hora local), enquanto o voo de volta AZ675 deixa Guarulhos às 14h35 e chega em Roma às 06h50 do dia seguinte (hora local).
UNITED Apesar do impacto econômico causado pelo coronavírus (Covid-19), que derrubou a demanda e fez a United Airlines cortar 95% de suas operações internacionais em abril, a companhia norte-americana já planeja a retomada de seus voos regulares para o Brasil. Após ter suspendido todas suas operações no País, América Central e do Sul, deixando apenas Houston-São Paulo em vigor, a United deve voltar a operar suas quatro rotas no Brasil a partir do dia de junho. São elas: Chicago/O’Hare – São Paulo/Guarulhos a partir do dia 4 de junho (voo diário operado por B777200ER); Houston – Rio de Janeiro/GIG a partir do dia 4 de junho (voo diário operado por B767-400ER); Houston – São Paulo/Guarulhos a partir do dia 4 de junho (voo diário operado por B767-400ER); e Newark – São Paulo/Guarulhos a partir do dia 5 de junho (voo diário operado por B777-300ER). Já os voos entre Washington e São Paulo só serão retomados no dia 24 de outubro. AIR CANADA Com uma redução esperada de até 90% de capacidade durante o segundo trimestre, por conta do impacto da pandemia do coronavírus (Covid-19), a Air Canada retoma suas principais rotas
BRITISH Com a pandemia do coronavírus (Covid-19), a British Airways foi apenas mais uma companhia a suspender suas operações no Brasil. A companhia britânica retoma seus voos para o País no dia 1° de maio. Embora os serviços estejam sujeitos a alteração por conta do avanço da pandemia, os voos seguirão sendo operados diariamente por B777-300ERs entre Londres/Heathrow e São Paulo/GRU. EMIRATES A Emirates só retoma as operações para o Brasil em julho. As últimas atualizações dão conta de que a companhia irá retomar seus voos diários entre Dubai e São Paulo/GRU no dia 2 de julho, a princípio com quatro frequências semanais, operadas por A380s, que passam a ser diárias no dia 14 do mesmo mês. Outras rotas para o Brasil também já tiveram seus retornos definidos Os voos que ligam Dubai – Rio de Janeiro/GIG – Buenos Aires/EZE, por exemplo, têm retorno marcado para o dia 2 de agosto, sendo quatro frequências semanais operadas por B777-300ERs, enquanto a rota Dubai – Rio de Janeiro/GIG – Santiago de Chile será retomada no dia 1° de setembro. Serão três frequências semanais operadas por B777-300ERs.
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AVIAÇÃO
Com efeitos do Covid-19, aviação tem pior mêsde março desde o início da série histórica Aviação brasileira começa a colher os prejuízos decorrentes da pandemia e da consequente queda na demanda de passageiros Igor Regis A demanda por viagens domésticas regis t rou uma que d a d e 32,8 4% em março, na comparação com o m esmo m ês de 2019, for t em ent e impactada pelo início das medidas restritivas decorrentes da pandemia do coronavírus (Covid-19). Já a oferta caiu 24,58% na mesma comparação. Os resultados são os piores para a aviação brasileira um mês de março desde 2009 e foram divulgados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). O volume de pa ssageiros transportados em voos domésticos recuou 35,4 6% em março, diante de igual período do ano passado. Ao todo, foram transportados 4,9 milhões de pessoas, a menor quantidade para um mês de março desde 2009. O total de decolagens registrou retração de 28,35%, para 47,1 mil, o pior resultado des de março de 20 05. A t a xa de ocupação também registrou números negativos, baixando 8,86 p.p para 72,07%, resultado mais fraco desde março de 2013. Entre as três maiores companhias do país, a Azul foi a mais impactada p ela pa ndem ia, com um corte de 45,35% na ofer t a e 50,67% na d ema nd a. Já a Gol regis t rou um corte de 20,13% na oferta e 27,13% na demanda. A Latam registrou os menores índices de queda, 6,88% na oferta e 19,42 na demanda. Com op erações interrompida s, MA P e Vo epass cairam 100% em oferta e demanda. INTERNACIONAL A dema nda p or v iagens aérea s internacionais entre as companhias aéreas nacionais recuou 45,38%, na comparação com o mesmo mês de 2019. Foi o menor volume de demanda para março desde 2010. A oferta de assentos diminuiu 34,42% – mais baixo patamar desde março de 2014. No total, foram transportados 438,7 mil passageiros, uma queda de 45,22%, a menor quantidade desde março de 2010. A taxa de ocupação caiu 13,59
pontos percentuais para 67,79%, pior desempenho desde março de 2009. MARKET SHARE Latam consolidou sua liderança no mercado doméstico. Após liderar a demanda em ferreiro, a companhia registrou uma market share de 38,16%, s eguido p or Gol (36,98%) e A zul (24,85%). A última vez que a companhia havia liderado o mercado doméstico por dois meses consecutivos foi em março e abril de 2016. A Latam também foi a que mais cres ceu em part icipação no mês, subindo 6,35 p ontos p ercent uais, enquanto a Gol subiu 2,90. Ambas ganharam mercado da Azul, que caiu 8,9 pontos percentuais em março. Esta é a terceira vez nos últimos cinco meses que a companhia lidera o market Share doméstico. Em fevereiro a Latam ficou a frente da Gol por uma pequena diferença (37,82% a 37,11%). Já em novembro, a Latam alcançou a liderança pela primeira vez desde abril de 2016, quebrando uma série de 42 meses da Gol na liderança. No acumulado do ano, a Gol ainda lidera o mercado, com uma participação de 37,71%, seguida por Latam (37,4 0%) e Azul (24,61%). No internacional a Latam segue na liderança com um market share de 71,03%, seguida por Azul (16,25%) e Gol (12,72%).
Aeroportos têm movimentação cada vez menor por conta da pandemia do Covid-19
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AVIAÇÃO
Aéreas: como recuperar a confiança do passageiro? Executivos da Delta, Gol e Azul discutem comportamento do cliente e desafios da crise causada pela pandemia Pedro Menezes Q ua is d e cis ões a s compa n hia s aéreas estão tomando para recuperar a conf iança dos pa ssageiros p óspandemia do novo coronavírus? Quais ações estão sendo feitas para amenizar o impacto do Covid-19? Já vale a pena planejar uma nova viagem e até reservar voos? Esta e mais questões foram ab ordadas p or Luciano Macagno, diretor da Delta na América Latina, Luiz Teixeira, Countr y Manager da Gol nos Estados Unidos, e Gaston Rodriguez, diretor Comercial da Azul nos Est ados Unidos, em webinar realizado pela Business Traveler Deals. Teixeira lembrou que a pandemia é uma situação jamais vista na história da humanidade. No entanto, foi assertivo ao afirmar que o mundo não pode parar, o mesmo ideal já utilizado por ele e seus coworkers logo após os atentados de 11 de setembro de 2001, na época em que ainda trabalhava na Delta Air Lines. “Ainda não sabemos o que pode acontecer, mas uma coisa é certa: não podemos parar. Temos que levantar a cabeça, porque tudo isso vai passar e, quando passar, precisaremos tocar nossa vida de novo”, disse Tex, como é conhecido pelo trade brasileiro. “O importante é que sairemos muito mais fortalecidos de toda esta situação, embora o importante agora é viver com saúde e estarmos prontos para a retomada”, completou. O diretor Comercial da Azul nos Estados Unidos compartilha da mesma opinião. “É algo b em diferente de qualquer cris e que já pa ssa mos”, disse Gaston Rodriguez, que ainda abordou as ações da companhia para amenizar o impacto da pandemia e repatriar brasileiros. “Conseguimos ser ágeis na redução da malha e na operação de voos essenciais no Brasil, além de termos mantido voos para os Estados Unidos. No começo da pandemia, estávamos operando em 25 cidades e hoje já estamos voando para cerca de 38 destinos. Por fim, a Azul já operou e segue com uma série de voos programados para repatriar brasileiros”, completa. Lucia no Macagno, p or sua vez, constatou que a compa nhia, b em como todo o mercado, aprende com as crises. Uma das primeiras ações tomadas pela Delta foi justamente o remanejamento da frota. “No momento em que o melhor é as pessoas ficarem em casa, ninguém está viajando. Isto teve efeito direto em nossa malha e reagimos rapidamente para estarmos a l i n ha d o s às r e com end a ções d e diversos países para garantirmos a segurança ao voar. Seguimos operando em praticamente todos os mercados nos EUA, com menos frequências, e na América Latina mantivemos voos apenas para Caribe, México e Canadá em abril”, disse. Te x t a m b é m a b o r d o u a ç õ e s r e a l i z a d a s p ela G ol. “E s t a m o s trabalhando com uma malha essencial, operando apenas nas capitais do Brasil com 50 voos diários. Colocamos toda a malha concentrada no aeroporto de Guar ulhos. Fora isso, também fizemos muitos voos humanitários, voos de resgate nos EUA e na América Latina, em conexão com Itamaraty,
Debate reuniu executivos da Azul, Delta e Gol e aconteceu de forma online
embaixadas e consulados em diferentes países, e ajudamos os brasileiros a serem resgatados. Ainda precisamos resgatar mais pessoas, por conta disso s eguimos t rabalha ndo com ess es voos”, destacou o Country Manager da Gol nos EUA.
Luciano Macagno, diretor da Delta na América Latina
Luiz Henrique Teixeira, Country Manager da Gol nos Estados Unidos
CONFIANÇA DO PASSAGEIRO A flex ibil i z a ção d e p a s s agen s aéreas é vista como fundamental para retomar a confiança do passageiro. A possibilidade de mudar a data da passagem sem custo, por conta do futuro incerto que temos pela frente, é hoje mais importante do que oferta imperdível de passagens. É por conta disso que Azul, Delta, Gol e tantas outras companhias já flexibilizaram suas regras com relação ao adiamento d e v ia gen s e/o u r e em b ol s o d e passageiros (mesmo que com créditos). “Na medida que o mercado vai se abrindo, temos a flexibilidade. E com a flexibilidade, trazemos a confiança ao passageiro. Ter a p ossibilidade de comprar agora e fazer mudanças, ou aquele passageiro mesmo que já comprou bilhete e o voo teve alterações poder marcar para uma outra data no futuro, é extremamente importante para os clientes voltarem a planejar suas viagens. Muita coisa em nossa vida vai mudar após a pandemia. E precisamos nos adaptar e aumentar a confiança dos passageiros em nossas companhias e mercado”, disse Gaston Rodriguez, da Azul. O diretor da Delta lembrou que toda a indústria está fazendo o possível para retomar os voos o mais rápido p ossível. “Confor me ex is t a ma is tranquilidade e podermos enxergar mercados mais tranquilos em nível de saúde, esperamos retomar logo o s voo s. E s t a m o s ofer e cen d o a flexibilidade e a tranquiliade para os pa ssageiros t rocarem a s data s de suas passagens, além de termos estendido créditos de viagens por dois anos e ‘esticado’ o status de elite para nossos clientes Skymiles, tudo para retomar a confiança do passageiro. As economias vão precisar voltar a funcionar e as pessoas vão voltar a viajar”, destacou Luciano Macagno.
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BRASIL
PIB do Turismo pode cair até 39% em 2020 Estudo da FGV mostra que a recuperação pode ser lenta e dependerá de dois anos de forte crescimento da economia Igor Regis Que o Turismo é o setor mais afetado da economia por conta da pandemia causada p elo Covid-19 não é uma novidade. Mas qual real o impacto disso? Dados já divulgados pela OMT e pela Iata dão alguma perspectiva de como deve ser o comportamento da nossa indústria no mundo. Mas e no caso específico do Brasil? Quantos empregos podem ser comprometidos? Quanto o Turismo vai perder? Quando e como ele deve começar a se recuperar? Estas e outras perguntas tomaram conta do trade nas últimas semanas e um estudo
da Fundação Getúlio Vargas (FGV) pode trazer algumas respostas importantes para este setor que, segundo o IBGE, repres ent a cerca de 3,7 % do PI B brasileiro. Objetivamente, o impacto gerado pela pandemia de coronavírus deve causar uma queda de 38,9% no Produto Interno Bruto (PIB) do Turismo em 2020. Nesta projeção, a movimentação econômica da indústria totalizará R$ 165,5 bilhões no ano, contra R$ 270,8 bilhões registrados em 2019. Para 2021, a expectativa é de um PIB de R$ 259,4 bilhões para o setor, o que representaria uma forte recuperação, mas ainda 4% abaixo do
patamar de 2019. Somados, estes dois anos de retração na comparação com o pré-pandemia devem representar uma perda econômica de R$ 116,7 bilhões para a indústria do Turismo. A projeção é do estudo Impacto Econômico do Covid-19 – Propostas para o Turismo Brasileiro, da FGV. Na previsão estão contemplados diversos segmentos da indústria, como Hotelaria e Hospedagem, Transporte Rodoviário, Aéreo, Agências e Operadoras, Locação, atividades culturais, além de bares e restaurantes. A análise considerou o cenário de paralisação total de três meses, de
março a junho, com uma estimativa de retomada do turismo doméstico a partir de setembro. A expectativa é de uma recuperação completa do doméstico em até 12 meses. Já no internacional, o estudo prevê aproximadamente 18 meses para a retomada. No cenário analisado, o Turismo só retomaria ao mesmo patamar do pré-pandemia em 2022. RECUPERAÇÃO PRECISA SER FORTE PARA COMPENSAR PERDAS Somente a retomada do patamar d o p er íod o pré- coronav ír u s não será suficiente para reaver as perdas econômicas. Na análise da FGV, o setor precisaria registrar uma taxa média de crescimento de 16,95% nos anos de 2022 e 2023 para compensar as perdas do biênio 2020-21. Essa recuperação significaria aproximadamente R$ 303 bilhões no PIB do Turismo em 2022 e R$ 355 bilhões em 2023. ÍNDICE DE CADA ATIVIDADE NA PANDEMIA Te n d o c o m o b a s e s o s n í v e i s alcançados nos meses de janeiro e fevereiro (alta temporada), todos os segmentos do turismo já registram quedas consideráveis em março, mês parcialmente afetado pela pandemia. Na h ot ela r ia, p r o exem plo, e s t e impacto foi de 25%, enquanto na aviação chegou a 35% e a 45% nas agências de viagens e op eradora s de turismo. Em abril, primeiro mês completo em que destinos turísticos praticam o isolamento social, a exp ectativa é de que a atividade hoteleira caia p a ra 10% d o r eg i s t ra d o na a l t a temporada. Na aviação, a atividade caiu para apenas 8% e nas agências e locadoras 5%.
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BRASIL
Aprovada na câmara e no senado, MP 907 transforma Embratur em agência e garante alíquota do IRRF em 6% Texto original passa por mudanças, é aprovado nas duas casas e segue agora para ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro Anderson Masetto e Igor Regis Com corte de orçamento e redução no I R R F para env io d e rem es s a s a o ex t erio r, t a nto a Câmara d o s deputados como o Senado aprovaram a Medida Provisória que transforma a Embratur em Agência de Promoção (MP 907/2019). O texto foi aprovado em fo r m a d e P r oj et o d e L ei d e Conversão (PLV), ap ós a lterações prop os t a s p elo relator da MP na Câmara dos Deputados, deputado New t o n Ca rd o s o Ju n io r, qu e é também presidente da Comissão de Turismo da Câmara. A proposta agora segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro. Além da transformação em agência, o p r oj et o t a m b ém e s t a b el e ce a a l íqu ot a d e 6% p a ra o i m p o s t o d e r en d a r et id o na fo nt e ( I R R F) incidente sobre os valores enviados ao exterior por agências de turismo, até o limite de R$ 20 mil por mês. A medida também zerou até 2021 o imposto de renda para arrendamento d e a eronaves e t ra n s feriu para o Fundo Geral de Turismo (Fungetur) recursos provenientes do adicional da s t a xa s de embarques de voos internacionais. “A con clu s ão d a t ra m it a ção d a Me did a P rov is ória 9 07/2019, a s s i na d a em n ovem b r o d e 2019 p elo Presidente da República, Jair Bolsonaro, atende a demandas de mais de 50 anos do nosso trade do Turismo e permite ao Brasil ser um dos protagonista s neste s etor em que fomos abençoados com tantas at rat ivo s, ma s qu e nu n c a fo ra m devidamente reconhecidas”, disse o presidente da Embrat ur, Gilson Machado. “Com a transformação da Embratur em Agência, a competição com outros países para a atração de t uristas inter nacionais será muito mais favorável ao Brasil. É necessário qu e s eja m o s grat o s t a m b ém a o Parla m ento, que ent end eu o que estava em jogo: falamos nesta MP da possibilidade real de aumento de emprego e renda, pela via do turismo, ao povo brasileiro”, complementou. MUDANÇAS Devido à grande diversidade de emendas sobre a cobrança de direitos au tora is p ela exe cu ção d e o bra s literárias, artísticas ou científicas, o relator decidiu, no âmbito de um a co rd o co m o s p a r t id o s, d ei xa r o tema para a Me dida P rov is ória 948/20, que trata do cancelamento e renegociação de reservas e eventos no setor de turismo. Outra mudança diz respeito ao conselho deliberativo da agência Embratur. O relator inclui um representante da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados e um da Com issão de Turismo do Senado Federal. Um d e s t a qu e a p r e s ent a d o na Câmara pelo PDT, mantém a alíquota atual em 6%. O texto original previa u m au m ent o p a ra 7,9% a p a r t i r de janeiro deste ano, pa ssando a au m ent a r p r o gr e s s i va m ent e at é chegar a 15,5% em 2024 da seguinte
Gilson Machado Neto, presidente da Embratur
for ma: 9,8% em 2021, 11,6% em 2022, 13,6% em 2024 e 15,5% em 2024. ORÇAMENTO Em seu projeto que substit uiu o texto original da Medida Provisória, Newton Cardoso Jr substituiu a fonte de recursos da Embratur – que antes seria parte do que é destinado ao Sistema “S” - por 4% das receitas d o Ses c/Sena c. No ent a nto, es t e artigo foi suprimido na votação dos destaques na Câmara dos Deputados. No entanto, isso não significa que o orçamento da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo será o mesmo de hoje ou menor. Pelo cont rário. Ma s há uma verdadeira engenharia, contida sobret udo no art igo 31 do tex to aprovado. Ele altera o parágrafo 1º da Lei nº 9.825, de 1999, constituindo assim como receita do Fungetur o valor referente a t a xa a d i cio na l d a s t a r ifa s d e embarque internacional, que antes seria extinta pela SAC. E o que isso significa exatamente? Que o valor correspondente a estas taxas (em média US$ 20 por passageiro) poderá ajudar a formar o novo orçamento da Embratur. “Lembro que o texto original, que veio 15,75% d o Sebra e não t in ha v iabilidade p or cont a de acordos na própria Câmara. Ent ão, com o relator, fiquei quebrando a cabeça p a ra en co nt ra r ou t ra s fo nt e s d e re cur s os. I nclusive, fa lt ara m dez votos para que foss em aprovados o s 4% d o S es c/S ena c”, ex plicou Cardoso em conversa com o M&E. Ele contou que em bus ca dest a s olu ção foi at é o M i n i s t ér io d a I n f ra e s t r u t u ra, p o r qu e hav ia a intenção de abrir mão deste adicional da taxa de embarque. Foi então que ele const r uiu o tex to, destinando estes valores ao Fungetur, mas com a proteção às tarifas low-cost. O que
Newton Cardoso Jr, presidente da Comissão de Turismo da Câmara e relator da MP 907
signif ica que qua ndo o pre ço for abaixo de um determinado índice a ta xa pode ser isenta. “Preservamos a p ossibilidade de isentar para as t arifa s low- cost, o que e p oderia atrapalhar as políticas de aumento do número de passageiros”, explicou. “Desta forma, as novas arrecadações s erão destinada s ao Funget ur e o Ministério do Turismo, por sua vez, fica livre para utilizar o recurso para a promoção internacional através da Embratur”, complementou. IDEIA ANTIGA A ideia não é nova e chegou a ser ar t iculad a qua nd o t ra m it ava um Projeto de Lei sobre a transformação d a Em b rat u r n o Co ngr es s o p elo então deputado e at ual secretário
d e Tu r i s m o d o R io d e Ja n ei r o, O t áv io L ei t e. “Rev i i s s o e l evei como sugestão ao deputado Newton Cardoso, bem como ao presidente d a Em brat u r, Gil s o n Ma cha d o e também com o secretário Nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann”, disse Leite. “Sempre advoguei que a Embratur pudesse ter uma fonte digna de recursos para promo ção do Pa ís no ex t erior. O t urismo é est ratégico para nossa e conom ia e deve s er t rat ado com o esforço suprapartidário. Finalmente temos um font e d e re ceit a esp e cíf ica e prom is s ora. Foi pla nt a d a u ma importante semente para o futuro do t urismo re cept ivo bra sileiro”, com plem entou O t áv io L eit e, em entrevista ao M&E.
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BRASIL
Impasse do Ecad ainda está pendente Anderson Masetto Enquanto todo o trade comemora as vitórias da aprovação da Medida Prov is ória 9 07, a hotelaria a inda tem uma batalha a vencer. O trecho que t rat ava da cobra nça do Ecad nos quartos de hotéis foi retirado do tex to p elo relator, o deputado New ton Cardoso Jr. Segundo ele, just a mente para que a aprovação fosse facilitada, uma vez que o tema gera muita polêmica. O assunto, no enta nto, s erá t ratado na MP 948, que versa sobre os cancelamentos e remarcações durante a pandemia, cujo relator é o d epu t ad o Felip e Carreras (PSB/ PE). O presidente da ABIH Nacional, Manoel Linhares, conversou com o M&E sobre o assunto e reiterou que a hotelaria sofre – há mais de 50 anos – com esta cobrança, a qual classificou como irregular. “Não somos contra a co bra nça d o Ecad, ma s d ent ro das recepções, restaurantes, áreas de lazer e cent ro de eventos. Nos a p a r t a m ent o s, s o m o s co nt ra”, destacou. O dirigente explicou que rádios, em i s s o ra s d e T V e o s p r óp r io s aplicat ivos que o hósp e de p os s a utilizar para ouvir músicas dentro dos quartos já re colhem a s t a xa s para o Ecad – o que signif ica que a cobrança feita hoje aos hotéis se configurem em uma bitributação. D e acordo com o próprio Ecad, ca s o a co b ra n ça n o s quar to s d e hotéis seja extinta, o prejuízo seria de R$ 10 0 m ilhões. O órgão, que
é resp onsável p ela arrecadação e distribuição dos direitos autorais das músicas aos seus autores, arrecada por ano cerca de R$ 1,1 bilhão. De a cord o com Lin hares, p orém, o s hotéis pagam hoje cerca de R$ 46 m ilhões p or a no. Ca so isso f ique rest rito ap ena s a s área s comuns, como ele defende, este valor cairia para algo próximo de R$ 23 milhões. “Isso ajudaria a preservar empregos neste momento e também a diminuir o s va l o r e s d a s t a r ifa s”, r ei t era Linhares. Segundo ele, a hotelaria gera cer c a d e 38 0 m i em p r ego s diretos e 1,3 bilhão indiretos e é
resp on s ável p or 8,1% d o PI B d o Turismo no País, com um montante de R$ 152 bilhões por ano. Sobre a a provação da MP 94 8, Lin hares s e m o s t ra ot im is t a, mas está ciente de que a luta não s erá fáci l e r efo r ça a u n ião d a s entidades do s etor. “ABIH, Fohb, Resort s Bra sil e out ra s entidades est ão de mãos dada s. Temos que trabalhar em conjunto e mostrar aos parlamentares a importância da não cobrança dentro dos apartamentos. Não s omo s cont ra o s ar t is t a s ou cont ra a cult ura, ma s queremos o que é justo”, afirmou.
NOTA DA REDAÇÃO O M&E co n s id era n o m ín i m o absurda a cobrança de Ecad dentro dos quartos de hotel. Primeiro, porque os hotéis não têm controle nenhum sobre o que o hósp ede assiste ou escuta dentro do seu apartamento. Segundo, porque isso é, claramente, uma cobrança dupla, uma vez que todos os disp ositivos que p odem ser utilizados pelo hóspede já fazem este pagamento, configurando uma cobrança dupla. A hotelaria, assim como todo o t rade, está sofrendo o s efeito s t er r íveis d a p a nd em ia d o Cov id-19. Ne s t e m o m ent o, é necessário ter sensibilidade e bom s en s o p a ra f i c a r d o la d o cer t o. Esp era mos que os parla ment ares terão também este entendimento.
Manoel Linhares, presidente da ABIH Nacional
Estados querem volta da verba descentralizada Igor Regis Verbas descentralizadas para os est ados e part icipação efet iva na constr ução da política de Turismo d o p a ís. Em ci ma d es t a s d ua s pautas que o Fór um Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur) vem trabalhando insistentemente junto ao gover no federal. Após reunião com o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, em março, integrantes da entidade participaram, na última semana, de uma webconferência o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, para reforçar estes pleitos e reivindicar uma parte do orçamento de promoção destinado à agora agência. “A equip e do Gilson ent rou em cont ato cono s co e a proveit a m o s a op ort unidade para reforçar um p e did o que já t ín ha m o s feito a o ministro: que o Fornatur participasse da construção da política de turismo, pois a gente sente que ainda não há uma estratégia unificada”, destaca Br u n o Wen d l i ng, p r e s id ent e d o Fornatur e da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS). Br u n o r efo r ço u qu e u m a d a s princip a is reiv indica ções é a d es t ina ção d e um orça m ento descentralizado para que os estados tenha capacidade de criar políticas de promoção tanto nacional quanto inter nacional, indep endentemente das ações de MTur e Embratur. “Antigamente havia alguns editais
Bruno Wendling, presidente da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul
para ver ba s des cent ralizada s aos e s t a d o s, e não s ó na Em b rat u r. I s s o p o s sibilit ava rea li z ar a ções mesmo com o orçamento estadual
contingenciado para o Turismo. Há a necessidade de termos estes recursos d a Un ião. Q ua nd o o t u rism o for retomado, teremos que ter esta verba
pra ações t a nto naciona is qua nto internacionais, sempre considerando o tempo certo, que não é agora, em meio a pandemia”, explica.
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DESTINO
A retomada começa pelo doméstico: um passeio pelo Nordeste Relembre os atrativos da região Nordeste do Brasil, que promete ser um dos maiores catalisadores de demanda no pós-pandemia Anderson Masetto D e s t i n o s f e c h a d o s . Vo o s p a ra l i s a d o s. E, s o b r et u d o, u m v ír u s p erigo s o ci rcula nd o. Es t es s ão a p ena s a lg u n s d o s m ot i vo s p ara que a s p es s o a s não v iagem nes te momento. Não ba s t a ss e, a os índices da econom ia estão em
qu e d a l iv r e, com di m i nu ição d e renda e aumento do des emprego. Até aqui, só más notícias, mas há um out ro s entimento que movem viajantes ao redor do mundo e que também existe por aqui: a vontade de viajar. Uma pesquisa do buscador Sk ys ca nner mos t ra que 79% dos brasileiros considera que será seguro
ALAGOAS
viajar novamente em um prazo de seis meses. Ent r e l id era n ça s, o p era d o r e s e au t o r id a d e s d o Tu r i s m o, não há dúv ida de que a t ão esp erada retomada s erá in iciada p elo doméstico. Seja para destinos mais próx imos, com deslocamentos de carro ou ônibus ou para alguns dos
“hits” do país. E destes, certamente os que mais se destacam estão na região Nordeste do País. Neste tempo de vendas incertas, vale recapitular o que cada um dos estados desta região tem de melhor a oferecer para os turistas. O M&E começa esta viagem pelo Brasil pela região Nordeste:
BAHIA
Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador
Piscinas naturais de Maragogi, em Alagoas
Ca sa de b ela s pis cina s nat ura is e p a i s agen s p a ra d i sía c a s qu e permitiram ao estado ser apelidado de “Caribe Brasileiro”, Alagoas tem muito do que se orgulhar quando fa la mos de at rat ivos t ur ís t icos e belezas naturais. Contando também com seu contexto histórico e agitada v ida not ur na, o est ado é um dos destinos mais procurados para se visitar. Dos 3,3 milhões de habitantes do estado, a capital Maceió possui 932 mil residentes, o que p er mite qu e o s v isit a nt es a p roveit em a s atividades diur nas e notur nas, sem precisar se preocupar com lugares lotados. Com ótima oferta hoteleira, só em 2019 foram inaugurados seis novos empreendimentos, sendo três deles na capital alagoana. Outros 11 hotéis ainda estão em const r ução e, no total, disp onibilizarão cerca
d e 5 m il novo s leito s, ch ega nd o a aprox imada mente 4 0 m il, regis t ra ndo um aumento de 12% na oferta hoteleira local. Em Maceió, os grandes destaques t u r ís t i co s vão p a ra s ua s p ra ia s. Con sid erad a uma d a s orla s ma is b o n i t a s d o Bra s i l, p o s s u i b o a s t em p erat u ra s o a n o to d o, o qu e facilita o acesso dos turistas às praias em qua lquer es t a ção. A P ra ia d e Pajuçara - também conhecida como Praia de Ipioca - é a mais conhecida de Maceió e abriga b elas piscinas naturais, cujo acesso só é possível através dos catamarãs, uma canoa típica da região. Outra importante praia da capital alagoana é a Praia d o Verd e, região propícia p ara a prática de esportes aquáticos como Stand Up Paddle, sur f, windsur f e mergulho.
Elevador Lacerda, um dos cartões postai da capital baiana
Um dos destinos mais coloridos e diversos do Brasil, a Bahia abriga pessoas das mais diferentes raças e etnias, mistura as mais diferentes religiões e é dona de sabores fortes e marcantes. Suas festas e festividades, sempre cheias de cores, simbolismos e história fazem parte do conjunto de atrativos do estado, que vão muito além das conhecidas praias da região. Para aqueles que buscam história e cultura, a dica vai para a visita ao Pelourinho, localizado na capital baiana. Considerado Patrimônio Histórico pela Unesco desde 1985, é um quarteirão rodeado de casas e igrejas construídas no período colonial e que trazem consigo aspectos de como era a arquitetura do Brasil Colônia. Salvador já foi a capital brasileira e é palco de diversas
festividades, principalmente o Carnaval e as festas religiosas, como a de Iemanjá e a do Nosso Senhor do Bonfim. Outro atrativo turístico da capital baiana é o Elevador Lacerda, construído em 1869, 72 metros de altura e duas torres. Para quem prefere os tradicionais destinos de sol e praia, a Bahia possui mais de 300 praias ao longo de toda a sua costa, sendo as regiões de maior destaque a Costa das baleias, a Costa dos coqueiros, os lagos e cânions do São Francisco e a Baía de Todos os Santos. A gastronomia também é um forte elemento da Bahia. Os típicos pratos baianos, como acarajé, moqueca, caruru e abajá, temperados com o forte azeite de dendê, são experiências imperdíveis para quem visita a Bahia.
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DESTINO
CEARÁ
Canoa Quebrada é um dos mais paradisíacos destinos do Ceará
Lagoa do Paraíso em Jijoca de Jericoacoara
Com 600 quilômetros de litoral, o estado do Ceará abriga muitas praias, paisagens e até mesmo falésias de areias coloridas. Com a mistura perfeita entre a vida na cidade e a calmaria do sol e mar, o Ceará possui temperaturas altas ao longo de todo o ano e possui diversos atrativos para os viajantes. Na capital, Fortaleza, a Avenida Beira Mar, que acompanha a orla da praia, conta com diversos quiosques e barracas que oferecem bebidas e muitas opções de frutos do mar, marco característico da gastronomia regional, além de feiras de artesanato, com lembranças da cidade e outras comidas típicas. Próximo à Praia de Iracema e à Ponte dos Ingleses, está o Pirata Bar, uma balada de forró que foi reconhecida pelo jornal The New York Times como a “Segunda-Feira mais louca do mundo”.
Com apresentações e decoração temática tipicamente nordestinas, o estabelecimento só abre às segundas-feiras e recebe, em média 3 mil pessoas por festa. Outras praias que merecem destaque são: Canoa Quebrada, em Aracati e a Jipoca de Jericoacoara, que fica 23km distante da cidade de Jericoacoara. Mais ao sul do Ceará é possível visitar a Chapada do Araripe, caracterizada pelo contato que o local promove com a natureza, e também Juazeiro do Norte, muito famoso por seu teor religioso. Para aqueles que buscam diversão e adrenalina, a parada obrigatória é o Beach Park, que fica há 40 minutos de Fortaleza, no município de Aquiraz. O parque aquático tem mais de 18 atrações, entre elas, o destaque do Guiness Book: Insano, um escorregador de 41 metros de altura, atingindo 105 km/h na descida.
PERNAMBUCO
Praias, paisagens paradisíacas, história e muita cultura. Pernambuco é, entre muitas coisas, casa de uma imensa pluralidade de cores, sabores e atrativos turísticos. O estado também possui um dos mais importantes carnavais do Brasil. Recife, a capital, é mais conhecida por ser uma cidade de altas temperaturas ao longo de todo ano, o que é um ótimo atrativo para quem busca destinos de sol e praia. Imortalizada pela música “La belle de jour”, de Alceu Valença, a Praia de Boa Viagem é a mais famosa da cidade. Já para os apaixonados dos esportes radicais, a dica vai para a Praia do Pina, lugar ideal para a prática de surf e kitesurf, por conta do mar agitado. Praias também são destaque na região de Porto de Galinhas, que conta com
uma grande quantidade de praias com piscinas naturais e possibilitam a prática do mergulho para conhecer a fauna e flora marinhas da região. Há 50km do município, é possível encontrar uma das mais belas praias do Brasil: a Praia dos Carneiros, que oferece aos turistas opções de banho, passeios de barco e até uma capela em sua orla. Outro grande atrativo do estado é o arquipélago de Fernando de Noronha, um dos destinos mais conhecidos do Brasil. A presença de águas cristalinas e translúcidas permite que os visitantes realizem mergulhos com vista clara para toda a beleza marinha que existe na região. Além disso, em algumas ilhas é possível acompanhar o pôr do sol de lugares privilegiados e até mesmo acompanhar a desova de tartarugas.
Fernando de Noronha, em Pernambuco, é um dos destinos mais desejados do País
PARAÍBA
Praia de Tabatinga, em Conde na Paraíba
Localizada entre Pernambuco e o Rio Grande do Norte, a Paraíba é um dos destinos do nordeste que melhor mistura história e modernidade. Junto à arquitetura que une casas coloniais e prédios futuristas, os 130 quilômetros de litoral oferecem praias calmas e passeios relaxantes. O estado também é conhecido por realizar a maior e mais famosa festa de São João, do Brasil e do mundo. O que não falta na Paraíba são atrativos e lugares para conhecer. As praias de maior destaque na região são: a Praia do Jacaré, em João Pessoa; a Praia do Amor, mais ao sul do estado; a Praia dos Coqueirinhos, a Costa do Conde e a Praia de Tabatinga,
todas no município de Conde; e a “Ilha” Areia Vermelha, um barranco de areia que só pode ser visitado quando a maré está baixa. Outra cidade importante no estado é o município de Campina Grande. O destino é conhecido por sediar a maior festa de São João do mundo, que acontece no Parque do Povo, no centro da cidade. Campina Grande também abriga o museu da Arte Popular da Paraíba, projetado pelo famoso arquiteto brasileiro, Oscar Niemeyer. O espaço possui três salas circulares com os temas “Música, Artesanato e Cordel”, que valorizam a cultura nordestina e paraibana.
RIO GRANDE DO NORTE
Pipa, próxima de Natal, é um dos destinos mais procurados do Rio Grande do Norte
Praia de Ponta Negra, na capital Natal
O Rio Grande do Norte é um destino com muitas opções. O viajante que visita o estado encontra praias, montanhas, grutas, cavernas, cascatas, dunas e paisagens urbanas, além do clima tropical agradável, culinária característica e as próprias praias, com areia branca e fina, águas cristalinas, fazem parte do roteiro. A capital potiguar, Natal, é um importante ponto turístico na região. Além de ser a porta de entrada para a maioria dos turistas que visitam a região, é caracterizado por seu clima quente ao longo de todo ano e por seu grande leque de atividades. O estado oferece visitações às construções históricas, como o Forte dos Reis Magos, e também para as mais modernas, como a Barreira do Inferno. Natal também conta com belas praias, com destaque para a Praia de Ponta Negra, a mais conhecida da capital potiguar, onde
está localizado o Morro do Careca, um dos mais conhecidos cartões postais do estado. Um dos destinos mais concorridos são as Dunas de Genipabu, localizada no município de Extremoz, a 25 km de Natal. As descidas de “esquibunda” pelas dunas são a principal atração, com queda direta na lagoa de Genipabu. Outra praia importante é a Praia do Amor, que fica localizada no município de Tibau do Sul. Vizinha à Praia de Pipa e a Praia dos Afogados, é considerada excelente para a prática do surf. O nome da praia vem de uma grande falésia que a rodeia e lembra a forma de um coração. Um pouco mais distante de Natal, está o destino São Miguel do Gostoso, considerada uma das melhores praias do mundo para a prática de kite e windsurf, principalmente durante os meses entre setembro e março.
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HOTELARIA
Quais serão os desafios da hotelaria no pós-crise? Tarifa, estrutura otimizada e certificação estão entre os dilemas do setor após pandemia, mas planejamento deve começar já Igor Regis Um dos setores mais afetados pela pandemia de coronavirus (Covid-19), a hotelaria não sofre somente com a queda de ocupação e faturamento, mas também com a necessidade de projetar o cenário e os primeiros passos pós-pandemia. Certificações de segurança, definição de tarifa e até necessidade descentralizar serviços são temas a serem debatidos, principalmente entre hotéis independentes, que não contam com o suporte de uma grande rede. Em meio a esta luta por sobrevivência, a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) estima a falência de 10% dos hotéis durante a pandemia. Neste contexto, o primeiro ponto a ser equalizado pelos meios de hospedagem está na diária média na retomada, que será resultado de uma equação entre o limite que hotéis podem praticar para serem rentáveis e o mínimo necessário para que turistas voltem a viajar. Em cenário de crise econômica, este valor certamente será menor que o praticado antes da pandemia. “Já tem sido discutido um down grade muito grande de valores, o que é ruim, porque isso não vai proporcionar uma rápida recuperação do caixa das empresas. O valor que vai atrair o cliente e remunerar adequadamente o empreendimento é ainda uma incógnita”, explica Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA). Diferente do setor aéreo, que conta com poucos players, a hotelaria nacional conta com mais de 10 mil hotéis, de acordo com levantamento da consultoria JLL, sendo 90% independentes. Este cenário torna quase que impossível estabelecer um piso tarifário para evitar uma guerra de preços em busca de clientes. “Claro que não será feita uma combinação de preços, mas é necessário não entrar em uma guerra tarifária. Conversas e trocas de ideias entre os líderes do setor para evitar uma depreciação do nosso produto de
Alexandre Sampaio, da FBHA
modo a não prolongar ainda mais uma recuperação”, analisa Sampaio. DESCENTRALIZAÇÃO Para Mário Albuquerque, que atua na área de desenvolvimento e implantações da Rede Nobile, uma das alternativas para hotéis independentes será buscar a descentralização de serviços que não são da área fim, o que poder significar a terceirização de áreas administrativas, de recursos humanos e de serviços financeiros, por exemplo. “Hotéis de rede podem suportar isso, reduzindo seu quadro e se adaptando e fazer mais com menos. Esta não é a realidade dos independentes. O mercado de hotelaria não vai ser mais o mesmo, muita coisa vai precisar se repensada,
Padrões de segurança e otimização de operações são desafios da hotelaria pós-pandemia
principalmente na questão destes serviços. Muitas coisas geram despesas, mas não geram receitas. Para hotéis independentes este custo não vai se pagar e isso vai ter uma reflexo muito grande”, destaca Mario. O executivo orienta que uma alternativa para proprietários é procurar parceiros capazes de prestar estes serviços, para que o hotel se concentre somente em atividades operacionais. Além das áreas administrativas, Albuquerque também aponta a necessidade de parcerias nas áreas comercial e de marketing, que serão essenciais na retomada. “Muitos destes hotéis contavam com equipes comerciais internas e não vão conseguir arcar com estes quadros em uma retomada. Os hoteleiros estão preocupados com o que se tem pela frente, e terão
um custo para reabrir após a pandemia. Um parceiro pode otimizar estes custos e realizar um trabalho eficiente. Os investidores de hotéis independentes vão ter que olhar para hotel deles e tomar esta decisão”, explica. OTIMIZAÇÃO DE QUADROS Além de descentralizar áreas não relacionadas à parte operacional do hotel, outro desafio será otimizar o organograma. Isso pode significar a redução de cargos de gerência, que darão lugar a departamentos “autogerenciáveis”. “O momento é totalmente excepcional e as operações terão que ser reduzidas. Isso vai acarretar cor te em cargos de gerência, transformando os depar tamentos para serem autogerenciados. Em um departamento de A&B (alimentos e bebidas), por exemplo, você pode dividir as responsabilidades entre um chefe de cozinha e o maître. Isso para se adaptar à realidade”, explica Mario Albuquerque. CERTIFICAÇÕES DE SEGURANÇA Preocupações com a saúde certamente serão levadas em consideração tanto por hóspedes corporativos quanto de lazer. Esta preocupação vem fazendo hotéis de movimentarem para criar mecanismos que ratifiquem hotéis preparados para receber turistas sem oferecer riscos à saúde. A Accor, maior rede hoteleira do mundo, já trabalha em um selo de qualidade para certificar hotéis que apresentem padrões de segurança e protocolos de limpeza apropriados para permitir sua reabertura. Medida semelhante já esta sendo estudada por hotéis de Madri. No Brasil, medidas também deve ser estudas e já estão no radar da FBHA. “Há a preocupação com procedimentos e protocolos para dar segurança ao cliente, primeiro para incentivar e depois para gerar a tranquilidade necessária para que ele possa viajar”, ressalta Alexandre Sampaio.
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ESPECIAL - CAMINHOS DA RETOMADA
Para Guilherme Paulus, “retomada será aos poucos” Anderson Masetto Com quase 50 anos de história no Turismo, Guilherme Paulus, fundador da CVC e da GJP Hotéis, já passou p or diver s a s cris es, obv ia m ent e. Cris es econôm ica s, causada s p or d e s a s t r e s nat u ra i s, at ent a d o s e até outras pandemias. No entanto, nada parecido com o que vivemos nos dia s at uais, com o avanço do coronavírus causando a paralisação d a e conom ia e con s e qu ent e d a s viagens. “O mundo todo está parado. A retomada acontecerá aos poucos e as pessoas só irão viajar quando se sentirem seguras”, disse. Para ele, m esm o com tod o s o s p r o blema s qu e enf r ent a m n e s t e momento, os agentes de viagens têm o dever de cuidarem da suas carteiras de clientes. É claro, que ninguém irá viajar agora, ma s é necessário saber o que o cliente quer e o que ele está sentindo, além de se colocar à disposição para planejar e ajudar quando ele for viajar. “Não precisa ter medo. Nunca vi ninguém ficar bravo por ser convidado a viajar”, ressaltou. Para ilu s t rar a dica, u m d o s maiores empreendedores do Turismo brasileiro conta parte de sua própria h i s tór ia. “Tem o s si m qu e co r r er at rás do cliente. A ntiga mente, eu e a Lui z a [sua esp o s a] fa z ía m o s isso. Pegávamos a lista telefônica e l igáva m o s p a ra a s r e sid ên cia s dos bairros mais nobres de Santo A n d r é. Eu ex pl ic ava a v iagem e 50% d a s p e s s o a s qu er ia m m a i s informações”, lembrou. “Hoje com o W hat sApp isso f ica muito mais fácil. Temos uma facilidade muito gra nd e p or cont a d a t e cnologia. Este é o recomeço e afirmo que até o próprio cliente está esperando isso de nós”, complementou. A i n d a fa l a n d o s o b r e c r i s e s a nt eriores, Guil h er m e Paulu s relembra outra história marcante da CVC pedindo otimismo e paciência, especialmente às agências de viagens. Ele lembra que quando a CVC tinha seis anos, teve que fechar a loja de r ua e alugar uma sala por conta de uma crise. A princípio um passo para trás. Mas no meio desta dificuldade en cont rou u m d o s prod u to s qu e mais fez sucesso na primeira fase da empresa: as excursões rodoviárias para trabalhadores do Grande ABC. “D e s co b r i qu e o s g r êm io s d e em p r e s a s o rga n i z ava m v iagen s. Co m e c e i a fa z e r i s s o t a m b é m. Começamos organizando passeios de um dia, fim de semana para os t ra ba lhadores. Temos que u s ar a criatividade. Depois disso o Valter Patriani veio trabalhar comigo e a coisa foi crescendo. Vieram então os voos charters e depois começamos a vender out ros produtos”, frisou o f undador da ma ior empresa de Turismo da América do Sul. RENOVAÇÃO DE PRODUTOS Nada de muito novo. Esta é a aposta de Paulus para a retomada. Embora reconheça que haverá uma tendência ma ior p or dest inos domést icos e regionais, o que será vendido é aquilo
Foto: Eric Ribeiro
Queda na demanda e medidas de segurança por conta da pandemia de Covid-19 levaram hotéis a suspenderem ou diminuírem operações
Guiherme Paulus
que já ex is te e es t á na prateleira dos agentes de v iagens. E sugere ações que podem impulsionar a volta: “Uma ideia é em investir novamente e subsidiar o turismo nacional com voos charters. Isso na forma de uma grande campanha, com acordos com compa n hia s aérea s e hotéis para conceder grandes descontos. Simples assim, todos se juntam e fazem os pacotes. Existem campanhas assim que já fora m feit a s no pa ssado e podem ser reativadas. O velho sempre se transforma em novo”, destacou. Tu d o i s s o , s e g u n d o P a u l u s , deve s er ap oiado p elo gover no e a com p a n ha d o d e uma gra nd e campanha institucional. No entanto, a sugestão dele é que tal campanha não seja apenas de estímulo ao público f inal, ma s sobret udo valorizando o s agent e s d e v iagen s e d ema i s profissionais do setor. “Temos que ter uma campanha mais voltada aos nossos trabalhadores para valorizálo s. I s s o é im p or t a nt ís sim o. É o grande momento de incentivar a s p essoa s a comprarem sua viagem com o agente de viagens, valorizar t ra ba l hadores d e hotéis, g uia s e mostrar que eles dão qualidade aos nossos turistas”, ressaltou.
REGIONAL FAVORECIDO Paulus acredit a que a s p ess oa s devem viajar mais de carro ou mesmo d e ôn ib u s, o qu e p o d e t a m b ém favorecer as locadoras de veículos em u m p r i m ei r o m o m ent o. “No turismo rodoviário teremos gr upos menores para o distanciamento nas poltronas. É um primeiro caminho e gradativamente os pacotes aéreos vão vol t a r. Ter em o s qu e s a b er analisar o bolso do cliente”, diz o empresário, ressaltando o papel de consultoria do agente de viagens. “No início, a s v iagens s erão para dest inos s em muit a aglomeração e de nat urez a. Hábitos saudáveis d e a lim ent a ção t a m b ém d everão s er priorizados. Temos hoje b ons res or t s e es t ân cia s t u r ís t ica s próximas dos grandes centros. Será necessário conhecer de novo este o consumidor”, complementou. D o m esmo jeito que o t urismo domés t ico deve s er o primeiro a r e s p o n d er, Pau lu s a cr e d i t a qu e haverá uma natural valorização do agente de v iagens, isso tanto p or parte dos consumidores como pelos fornecedores. As pessoas podem até fazer compras diretas, mas quem quer
mesmo tirar férias de qualidade precisa do trabalho de um consultor. “Nosso trabalho é conscientizar o consumidor da importância do agente de viagens. Somos nós que temos que fazer este trabalho. Não podemos nos esconder ou ter medo por causa da internet. Tem o s qu e u s á-la n o s s o favo r”, salientou. “Os fornecedores, neste momento de baixa, estão sentindo o potencial do agente. Quantos pontos de vendas um hotel ou uma companhia aérea têm sem as agências? Somos uma verdadeira fortaleza”, completou. GUERRA DE PREÇOS? Paulus acredita que hoje toda a cadeia que mov iment a o Turismo e s t á mu i t o ma d u ra e cient e d a s s ua s r e s p o n s a bi l id a d e, o qu e i m p e d e u ma event ua l g u er ra d e preços quando as viagens voltarem a a co nt e cer. “Já t i vem o s ou t ra s crises e sempre encont ramos uma for ma de nos ajustar ao b olso do cliente. As promoções vão continuar ex istindo, mas não haverá guerra, p ois o s h ot éis já s a b em com o proceder e todos estarão alinhados e estudando e fazendo um trabalho conjunto”, reiterou.
ESPECIAL - CAMINHOS DA RETOMADA
Barkoczy: “Não haverá reinvenção do Turismo” Para o executivo com mais de 40 anos de atuação no Turismo, quem não se reinventou antes da crise não conseguirá fazer agora Anderson Masetto São 40 anos de atuação no Turismo. Há pouco mais de um ano, Michael Barkocz y deixou a presidência da Flytour Viagens e atualmente trabalhava em um novo projeto. A sua visão é de que a crise não será curta, mas ressalta que o mais importante para o Turismo neste momento – em especial ao agente de viagens – é cuidar do seu cliente. Para o executivo, é necessário estar próximo deste cliente, conhecer suas expectativas e anseios pós-pandemia. Além disso, ele rechaça as afirmações que falam em reinvenção do Turismo, uma vez que a “revolução” deveria ter acontecido antes da crise. E isso é o que pode fazer a diferença neste momento. “As pessoas têm falado muito em reinvenção do Turismo. Mas isso é uma coisa de antes do coronavírus, não aconteceu agora. Sempre falamos muito que todo mundo tem que se preocupar com um atendimento diferenciado, que as agências, de alguma forma, devem ter tecnologia porque o passageiro procura por isso”, afirmou. “Não acredito que o Turismo vai mudar. Não acredito que as pessoas vão se reinventar nas viagens”, complementou. Para ele, a cris e s e des en rolará em algumas fases. A primeira é a quarentena, depois o pós-pandemia, que ainda trará restrições, e por fim o mundo depois que uma vacina possa ser aplicada na população. Por isso, o Turismo terá duas etapas, já que durante a quarentena ele praticamente não existe. “Acho que as pessoas viajarão pelo estado em que moram e também o que eu chamo de tiro curto, que são pacotes de três dias. Terão pessoas que terão coragem de viajar pelo Brasil, mas acredito no internacional, a não s er a lg uma s v iagen s para pa ís es vizinhos. Quando dizemos viagens diferentes, é que o cliente não vai querer ir para lugares com muito tumulto. Entre o fim da quarentena até a vacina, as pessoas vão alugar casas ou ir a um hotel onde não há muito tumulto, porque haverá algum receio”, explicou. Em um terceiro momento, na visão do executivo, tudo voltará ao normal. Após a chegada de uma vacina, ele acredita, to mundo voltará a pegar filas nos parques temáticos e museus espalhados pelo mundo. “As pessoas farão circuitos na Europa sim, irão a parques temáticos e museus. Não tenho o temor de que o turismo jamais será o mesmo. Há sim um antes e um depois da vacina. Não surgirá nada novo, tudo será com base no que já conhecemos”. VIAGENS MAIS CURTAS Barkoczy não tem dúvidas que as pessoas querem muito viajar, pois após tanto tempo, não aguentam mais ficar em casa. No entanto, as distâncias longas devem ficar para depois e a prioridade será para destinos próximos. “Nesta primeira fase as pessoas viajarão muito dentro dos estados em que elas moram. A doença ainda não foi erradicada e não temos vacina. Então, há um pouco de receio em pegar avião, por exemplo. Muita gente vai viajar com o seu carro e teremos um volume de pessoas viajando regionalmente”, acredita. “O mercado
Foto: Eric Ribeiro
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Michael Barkoczy
precisa se preparar sim, mas só o cliente pode dar esta resposta. Tem muita gente neste momento fazendo treinamentos de produtos e de destinos. Acho que os agentes devem se unir aos fornecedores para fazer uma bela pesquisa e saber o que o cliente realmente quer”, completou.
um primeiro momento serão viagens diferentes. “Isso é o que eu acredito, mas a melhor resposta está na carteira de clientes de cada um. O que eu faria nesta quarentena? Colocaria o pessoal que está trabalhando em home office para conversar com este cliente e perguntar o que está pensando em
“As pessoas farão circuitos na Europa sim, irão a parques temáticos e museus. Não tenho o temor de que o turismo jamais será o mesmo. Há sim um antes e um depois da vacina. Não surgirá nada novo, tudo será com base no que já conhecemos”. CLIENTE TEM A RESPOSTA Para ele, a nt es d a retoma d a pro pria m ent e dit a, v iverem o s a i n d a a l g u m a s fa s e s e a i n d a estamos na primeira: a quarentena. “É u m p er ío d o d e r eflexão e d e muito trabalho. Tenho falado com muitos agentes de v iagens e digo que este é o momento de p egar a carteira de cliente e começar a ligar, p erguntar se estão todos b em e o que pretendem fazer quando tudo isso acabar”, diz. Ele a cr e dit a qu e há si m mu it a gente querendo viajar, masque em
fazer pós-quarentena. Quando e para onde ele está pensando em viajar? Com isso, teremos uma p esquisa, não um achismo. Só quem pode dar esta resposta é o cliente. TECNOLOGIA E PROXIMIDADE COM O CLIENTE Para o agente de viagens, Barkoczy af ir ma que é ne cessário ter ma is t e cnologia. Para ele, eles d evem procurar fornecedores que possam oferecer ferramentas que o auxiliem na ven d a. “A com is s ão já não é mais o mais imp ortante, mas sim chegar p erto do cliente e isso não
é uma conversa at ua l, é de a ntes des t a pa ndem ia. Q uem não t iver tecnologia não consegue mais falar com o cliente”, reitera. O executivo diz que é importante sab er t udo que está acontecendo no m erca d o, es t ar at ento a o s desdobramentos da malha aérea, pois é o principal insumo do Turismo e participar das lives para se atualizar. Mas tudo isso sem perder de vista o co nt at o d i r et o co m o cl i ent e. “Quanto temp o p or dia você está dedicando a falar com aquele que é o mais importante para sua empresa: o cliente?”, pergunta. “Este não é um tempo perdido, é um tempo ganho. Isso aumenta a empatia e faz com que você saiba quais são os anseios dele”, complementou. INTERNCIONAL FICA PARA MAIS TARDE Bar kocz y não acre dit a em uma retomada rápida do inter nacional, ma s af ir ma que há uma demanda reprimida, o que fará com que a volta – qua ndo acont e cer – s eja for t e. “Fér ia s fo ra m co m p r o m et id a s e salários achatados, mas as pessoas seguem sonhando em ir para Orlando n ova m ent e, p o r exem pl o. Nu m primeiro momento, com o dinheiro curto, isso não vai acontecer, mas certamente voltará”, destacou.
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ESPECIAL - CAMINHOS DA RETOMADA
Lummertz: “Lógica é ampliar o mercado interno” Secretário de Turismo de São Paulo pede aumento da eficiência e desburocratização para que mercado interno seja favorecido Anderson Masetto Secretário de Turismo do Estado d e São Pau lo, ex- m i n i s t r o e expresidente da Embrat ur, Vinicius Lummertz, acredita que as condições qu e i rão b a l i z a r a r et o m a d a d o Turismo ainda não estão colocadas. O qu e sig n if ica qu e a ind a não é p o s s ível p r ever qua n d o i s s o i rá acontecer. No entanto, ele lembra que já existem projeções e estudos de que o setor deve demorar entre dois e t rês a no s para chegar ao s níveis pré- crise. “Ent re todos os camp os e conôm icos, nós t ivemos o ma ior impacto, p ois o Turismo é ess encia lmente a pres ença, est ar em outro lugar que não a sua casa. O Tu r i s m o l i t era l m ent e p a r o u, um cho que que não se vê desde a Segunda Guerra Mundial”, afirmou. “Lógico que os impactos da Guerra – onde ela aconteceu – foram mais graves do que o da Cov id, ma s o impacto agora é global e isso tem mu it a s i m pl ica ções. Ma s o grau dis s o va i d ep end er da s variáveis deste cho que, que é diferente de cr i s e s e co n ôm i c a s a nt er io r e s”, complementou. Para exemplificar, ele cita o 11 de s etembro, que t a mbém impactou a s v ia gen s e t r o u xe a o mu n d o u m ou t r o i n i m igo s i l en cio s o: o terrorismo. Isso t rouxe ao mundo o medo e causou uma mudança de hábitos e novos procedimentos e de comportamento, especialmente nos aeroportos, como revistas Raio X. “Com a SA RS e M ERS h ou ve mu i t a a d a pt a ção, co m o u s o d e mascaras e distanciamento cultural que foi criado nos países que foram afetados. Foi neste período que as viagens do mundo mais cresceram e o mov imento da globalização e d esmat eria l i z a ção d a s o cie d a d e e busca p ela exp eriência. Isso foi facult ado às ma s s a s e chega mo s a 1,4 bilhão de viagens. Por isso a crise hoje é muito maior”, concluiu. Para Lu m m er t z, t ud o qu e es t á acontecendo neste momento devido a pandemia irá gerar uma adaptação para o Turismo. No ent a nto, iss o s ó f icará ma is claro confo r m e a cr i s e fo r s e d e s en r ola n d o. “A s variáveis da adapt ação ao f ut uro nós não sabemos e não temos ainda o elemento claro que teremos que seguir. Adaptação é uma coisa que nos acompanha desde o início da huma nidade”, des t acou. Sobre a r et oma d a, ele d i z qu e ela a i n d a depende do resultado do combate, da adaptação e da lida com o vír us, mas cita estudos que apontam que o setor levará entre dois e três anos para alcançar o estágio atual. MERCADO INTERNO Lummertz destacou que a lógica é ampliar o mercado inter no, haja v i s t a qu e, a lém d a e s c a s s ez d e voos, a s barreira s para o Turismo internacional devem aumentar. Além d o qu e a sit ua ção f i na n cei ra d o Pa ís a p ont ará p ara v iagen s ma is baratas e curtas. Para isso, porém, é necessário desburocratizar setores e facilitar investimentos.
Vinicius Lummertz, secretário estadual de Turismo de São Paulo
“Crescemos muito nos últimos anos e iríamos crescer mais. Em São Paulo t ivemos um incremento de 5,1%, aumentamos em 700 frequências por semana no estado e ligamos cidades do interior”, lembrou. “Ex iste, no entanto, uma situação p eculiar do Bra sil que é a lógica d e a m pliar o mercado inter no. É imp ort a nte que anotar que podemos melhorar na f ront ei ra int er na d a no s s a competitividade”, completou. “Já abrimos o capital das aéreas, tiramos os impostos de importação dos parques temáticos, por exemplo. Mas isso ainda é muito tímido perto do que devemos fazer”, af ir mou.
e diversidade de dest inos, o Pa ís já tem. Além disso, para estimular a d ema nd a, s erá ne ces s ária uma c a m p a n ha d e p r o m o ção p a ra o mercado interno. Acelerar as reformas do turismo interno brasileiro, como por exemplo a qu e p er m it i rá u m au m ento d o fluxo nos parques naturais é, para o secretário, essencial neste momento. Ele lembra que nos Estados Unidos, p or exemplo, há 30 0 m il hões d e v i s i t a nt e s em p a r qu e s nat u ra i s, enqua nto aqui, m esm o com uma área verde ma ior, o número é de 12 m ilhões. “Podemos fort a le cer mu it o i s s o n o m erc a d o i nt er n o,
"Marinas, parques naturais, parques temáticos e toda esta gama de oportunidades que já existia estava, literalmente, sufocada pela burocracia, preconceito e uma série de fatores que agora, se tirados da frente com responsabilidade, zelo e rapidez, teremos êxito” “Em São Paulo estamos fazendo os dist ritos t ur ísticos, rot a s cênica s e out ra s ações. Isso agora deverá p a s s a r a s er co m o lóg i c a p a ra fortalecer os destinos e preparar o mercado interno”, complementou. DESBUROCRATIZAÇÃO E REFORMAS Lummertz também defende uma grande desburocratização do setor para atrair investimentos, uma vez qu e o s d em a i s at r ib u t o s, co m o re cu r s o s nat u ra is, ho spit a lid ad e
especialmente pelos novos valores que a sociedade tende a ter”, disse. Para ele, é preciso entender este fortalecimento como uma lógica de captação de investimentos, k now how e conhecimento para fortalecer os destinos turísticos de modo que ele p o s s a a col h er e s t e m er c a d o interno que virá da desmobilização do turismo inter nacional, que terá variáveis e regras mais complexas. “A s variáveis do doméstico são mais controláveis do que do turismo int er na ciona l. Viverem o s em um
mundo com muito mais temor das nações. Então, precisamos de uma ofer t a ma is qua lif ica d a e la n çar mão de reformas para liberar estas forças. Na verdade, marinas, parques naturais, parques temáticos e toda esta gama de oportunidades que já existia estava, literalmente, sufocada pela burocracia, preconceito e uma série de fatores que agora, se tirados da frente com responsabilidade, zelo e rapidez, teremos êxito”, acredita. O secretário citou o trabalho que já vinha sendo feito no estado de São Paulo com a política do desenvolvimento de distritos turísticos, assim como acontece em outros países. Ele falou do distrito de Serra Azul, que já tem 11 milhões de visitantes por ano. “Isso nunca foi prioridade agora precisa passar a ser porque há uma mudança de ciclos”, definiu. CAMPANHA Para Lummertz o papel do poder público na retomada não será restrito apenas a estas reformas ou melhoria da infraestr utura. Ele acredita que uma ca mpa n ha de es t ímulo para que os brasileiros viagem pelo País e para que os destinos cumpram novos protocolos será essencial. “Vamos fazer imediatamente ao fim da crise uma ca m p a n ha p ara es t imular a demanda e para que os ambientes sejam lugares que prestem atenção em protocolos de saúde. Vamos olhar cada vez mais para a qualidade para suprir a deficiência de fluxo e buscar alternativas criativas de produtos”, finalizou.
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ÚAZAMARA - Após 11 anos no comando da Azamara, Larr y Pimentel renunciou ao cargo de CEO. Carol Cabezas, COO de Azamara, assumiu temporariamente a função. A saída foi comunicada por Richard Fain, presidente da Royal Caribbean Cr uises Ltd, holding da qual faz parte a marca de cr uzeiros de luxo. De acordo com o Fain, a decisão de Pimentel tem como objetivo minimizar as demissões na companhia. ÚESFERATUR - Com 25 anos de atuação no setor de viagens, sendo 16 anos no Gr upo High Light e os últimos cinco anos dedicados à diretoria regional de Venda s da Rex t urAdvance no R io de Janeiro, Leonardo Mignani a ssume um novo desafio profissional dentro do gr upo CVC Cor p, sendo nomeado a diretor Nacional de Vendas da Esferatur. Com a movimentação inter na, a p osição de diretor regional para os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e região Sul foi extinta e o time local passa a se reportar diretamente a Flávio Marques, diretor nacional de Vendas da RexturAdvance.
Gramado (RS) se prepara para novo perfil de turista na retomada
Segundo o secretário de Turismo, Francisco Rafael Carniel de Almeida, são realizados contatos diários com entidades e empresários do setor, para o planejamento conjunto da retomada.
ÚSANTUR - A saída de Flavia Didomenico da presidência da Santa Catarina Turismo (Santur) foi oficializada no dia 17 de março. Quem assumiu o cargo foi Leandro Mané Ferrari há pouco mais de um mês. O executivo já fazia parte dos quadros do órgão at uando como diretor de Planejamento e Desenvolvimento Turístico desde fevereiro de 2019. ÚEXPEDIA - O Gr up o Exp edia nomeou Peter Ker n como s eu novo CEO. O anúncio foi feito p elo próprio chair man e executivo sênior da Exp edia, Barr y Diller, que aproveitou a ocasião para fazer uma série de anúncios sobre a empresa com relação ao combate ao novo coronavír us (Covid-19). Também ficou decidido que Eric Hart se tornará diretor Financeiro após 11 anos sendo responsável pela estratégia e desenvolvimento de negócios do gr upo norte-americano. ÚTAHITI TOURISME - Jean-Marc Mocellin é o novo CEO de Tahiti Tourisme. Eleito em 13 de janeiro de 2020, durante o Conselho de Administração de Tahiti Tourisme, Mocellin assumiu oficialmente o cargo no último dia 6 de abril. Conhecido na Polinésia e no setor do turismo, Jean-Marc já trabalhava no Tahiti há 23 anos para o gr upo Beachcomber. Como líder do Tahiti Tourisme, a missão é liderar o gr upo e estabelecer, com todos os participantes, uma estratégia de promoção que faça parte do plano de desenvolvimento turístico da Polinésia.
CVC: clientes buscam viagens com embarques a partir de outubro
American Airlines retoma voos para o Brasil a partir de maio
D e a c o r d o c o m a CVC , n a s dua s última s s ema na s, o site da o p era d o ra t em r e cebid o m a io r demanda dos clientes pesquisando p or pre ço s, p ara em b arqu es d e outubro em diante.
American Airlines planeja retomar suas operações no Brasil já a partir do mês de maio. A primeira rota será Miami–São Paulo/GRU, com voos diários a partir do dia 7 de maio.
www.mercadoeeventos.com.br www.mercadoeeventos.com.br Circulaçãonacional nacionalatravés atravésdedemala maladireta direta Circulação Presidente Roy Taylor Presidente Roy RosaTaylor Masgrau Vice-Presidente (rosamasgrau@mercadoeeventos.com.br) (55-11) 3123-2222 - (55-21) 3215-1827 Vice-Presidente- Rosa Masgrau Editor-chefe Anderson (rosamasgrau@mercadoeeventos.com.br) - (55-11)Masetto 3123-2222 - (55-21) 3233-6316 (anderson.masetto@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 3123-2236 Editor-chefe Masetto Web-EditorAnderson Pedro Menezes (pedro.menezes@mercadoeeventos.com.br) - -(55-21) (anderson.masetto@mercadoeeventos.com.br) (55-11)3215-1844 3123-2236 Diretora de Vendas Mari Masgrau Diretora de Vendas Mari Masgrau
AGENDA
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FITA WTM-LA 2020 FESTURIS 2020 A Uma Secretaria das principais de Estado feiras de Turismo, de turismo em da nome do Governo Pará, realizadora Por cont a do doEstado s ris codo s cau s ado s p elo da América Feira Internacional Latina foi adiada de Turismo para o segundo da Amazôniacoronavírus,a – FITA, anunciou sua nona para os Fundação AIP –edição organizadora dias semestre. 3, 4 e Acontecerá 5 de julho de entre 2020. os dias A feira 20,será 21 realizada no Hangar – Centro de Convenções da BTL - anunciou o adiamento da edição ee Feiras 22 de da outubro Amazônia, por conta em Belém da pandemia (PA). deste ano, que aconteceria em março, para do coronavírus (Covid-19), que bagunçou o fim de maio. As autoridades portuguesas o calendário de eventos. O encontro seconcluíram que deixaram de estar reunidas as gue marcado no Expo Center Norte, em condições para poder assegurar a realização São Paulo, para o evento B2B de três dias do evento nas datas originalmente previstas. que promove a A mérica Lat ina para o WTM-LA “Assim, com o objetivo de corresponder mundo e t raz o mundo para a América Uma das principais feiras de turismo da Américaaos Latina foi adiada para o segundo semestre. anseios e necessidades de promoção do Latina, criando Acontecerá entreoportunidades os dias 20, 21 epessoais 22 de outubro por conta da pandemia do coronavírus setor do turismo, a Fundação AIP entendeu e de negócios. (Covid-19), que bagunçou o calendário de eventos. encontro segue Expo adiar O a BTL 2020 para osmarcado próximosno dias 27 Informações: latinamerica.wtm.com Center Norte, em São Paulo, para o evento B2B de três dias que promove a América Latina a 31 de maio”, diz a nota oficial. Para esta para o mundo e traz o mundo para a América Latina, criando oportunidades pessoais e edição, estavam confirmados cerca de 1500 de negócios.
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Informações: latinamerica.wtm.com
expositores de 67 destinos internacionais. Informações: festivaldascataratas.com
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A 48ª ABAV ExpoE Internacional de Turismo eWTM 53º Encontro Comercial Braztoa aconte48ª ABAV EXPO 53º ECB LONDRES cem entre os dias 23 e 25 de setembro, no Expo Center Norte, Sãomarcada Paulo. Neste A 48ª ABAV Expo Internacional de A WTM Londresem está entre ano os coladinhae com a WTM-LA, a Abav é considerada a principal feira de turismo do Brasil e Turismo 53º Encontro Comercial dias 2 e 4 de novembro. É considerada reúne os acontecem principais fornecedores, e visitantes busca de negócios. Braztoa entre os dias buyers 23 uma dasem mais importantes do calendário e 25 de setembro, no Expo Center tur ístico inter nacional de feiras. Será Norte, em São Paulo. Neste ano a 41a e d i ção d a fei ra qu e, n o a n o coladinha com a WTM-LA, a Abav passado, recebeu mais de 51 mil pessoas é considerada a principal feira de durante os três dias, incluindo nove mil turismo Brasil e reúne os principais FESTURISdo 2020 buyers, cinco mil expositores e três mil fornecedores, buyers e visitantes em mundial, Sempre de olho nas tendências do mercado O Festival dedeTurismo Gramado ocorre profissionais mídia,decom o objetivo busca de 5 a 8dedenegócios. novembro, no Serra Park, em Gramado. Esta edição apostará segmentos que de ultrapassar os £ 3,4 em bilhões (R$ 17,5 Informações: estão em pleno www.abavexpo.com.br crescimento. Entre as novidades do espaçoem estão a nova localização em uma bilhões) negócios. área maior dentro da feira, o crescimento no número de expositoreswww.wtm.com e a abertura para o mercado Informações: internacional. O espaço é voltado para operadoras, hotelaria corporativa, destinos, CVBs e outras marcas que atuam diretamente no turismo de negócios.
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(mari.masgrau@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) Diretor de Novos Negócios Juliano Braga3123-2249 (juliano.braga@mercadoeeventos.com.br) (55-11)Barbosa 3123-2244 Gerente Administrativo e Financeiro- Juliana Diretora Administrativa e Financeira Roberta Saavedra (juliana.barbosa@mercadoeeventos.com.br) - (55-21) 3233-6246 (roberta.saavedra@mercadoeeventos.com.br) - (55-21) 3215-1836 Assistente de Marketing Saavedra Operacional AndreiaRoberta Boccalini (andreia.boccalini@mercadoeeventos.com.br) (55-11)3233-6202 3123-2222 (roberta.saavedra@mercadoeeventos.com.br) -- (55-21) Operacional Andreia Boccalini Fotografia Eric Designer RibeiroPatrick | Designer Peixoto Patrick Peixoto (andreia.boccalini@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 3123-2222 Reportagem SP (55-11) 3123-2239/2240 | Reportagem RJ (55-21) 3215-1844 Giulia Bottini (giulia.bottini@mercadoeeventos.com.br) Igor Atendimento Regis (igor.regis@mercadoeeventos.com.br) ao leitor (55-11) 3123-2222 Fotografia Eric Ribeiro | Designer PatrickTecnologia Peixoto Janaina Brito (janaina.brito@mercadoeeventos.com.br) Gestão de Infraestrutura de TI WorkNet (fernando.carilo@worknetecnologia.com.br) Gerência Atendimento deSão Internet ao leitor GRM (55-11) Internet 3123-2222 e Serviços Reportagem Paulo (55-11) 3123-2239/2240 Gestão de Infraestrutura (55-21) 3993-8492 de TI WorkNet Tecnologia André Montanaro (andre.montanaro@mercadoeeventos.com.br) (fernando.carilo@worknetecnologia.com.br) Gerência de Internet GRM Comercial Internet e Serviços Igor Regis Departamento (igor.regis@mercadoeeventos.com.br) São Paulo (55-11) 3123-2222 (55-21)| 3993-8492 Rio de Janeiro (55-21) 3215-1836 Lisia Minelli (lisia.minelli@mercadoeeventos.com.br) São Paulo Rua Barão de Itapetininga, 151 - Térreo - Centro - Cep 01042-001 Victoria StortiTelefone (victoria.storti@mercadoeeventos.com.br) Departamento (55-11) Comercial 3123-2222 Rio de São Janeiro Paulo Avenida (55-11) 3123-2222 das Américas, | Rio 14.591 de Janeiro - Grupo (55-21) 403 -3215-1836 Cep 22790-701 São Paulo Rua Barão deTelefone Itapetininga, (55-21) 151 3215-1836 - Térreo - Centro - Cep 01042-001 Reportagem Rio de Janeiro-21) 3233-6263 Telefone (55-11) 3123-2222 Pedro Menezes (pedro.menezes@mercadoeeventos.com.br) Rio de Janeiro AvenidaRepresentante das Américas, 14.591 em Portugal - Grupo 403 - Cep 22790-701 Antonio LuizTelefone Acciolly (antonioluizaccioly@gmail.com) (55-21) 3215-1836 + (351) 91199-0448 Representante em Portugal Atendimento leitor (55-11) 3123-2222 Antonio Luiz Acciollyao(antonioluizaccioly@gmail.com) Representante nos Estados Unidos Spotlight –+Marketing (351) 91199-0448 & Public Relations 1390 South Dixie Hwy. Suite 110 – Departamento Comercial Representante Coral Gables, nosFlorida Estados 33146 Unidos São Paulo (55-11) 3123-2222 | Rio&de Janeiro (55-21) 3233-6202 Denise Spotlight Arencibia – (denise@spotlight-marketingpr.com) Marketing Public Relations 1390 -South Dixie Hwy. Suite – 647-6464 + (305) 498 0044 Estados Unidos Globe Travel Media +1110 (954) Patricia Rivera Coral (patricia@spotlight-marketingpr.com) Gables, Florida 33146 São Paulo Denise Rua Barão de Itapetininga, 151 Térreo Centro - CEP 01042-001 Arencibia (denise@spotlight-marketingpr.com) + (786) 512 1760 Tels (55-11) 3123-2222 - Fax0044 (55-11) 3129-9095 + (305) 498 Patricia Rivera Rio de Janeiro Rua(patricia@spotlight-marketingpr.com) Riachuelo, 114 - Centro - CEP 20.230-014 + (786) 512 1760 da Uma publicação Telefone e Fax (55-21) 3233-6202
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