M&E 412

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2ª Quinzena | Abril de 2021 Ano XVII | nº412 - mercadoeeventos.com.br

Governo fatura R$ 3,3 bi e alcança 44 aeroportos concedidos à iniciativa privada Páginas 10 e 11

CVC Corp projeta retomada forte a partir de setembro Em entrevista exclusiva, o CEO da empresa, Leonel Andrade, fala sobre mudanças e futuro

AVIAÇÃO

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Gol projeta retomada da demanda para o segundo semestre por conta da vacinação. Enquanto isso, suspende operação de sabes e diminui a oferta.

FEIRAS E EVENTOS

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Esfe faz edição híbrida e discute o futuro dos eventos, um dos setores mais afetados pela crise. Evento reuniu diversos líderes que atuam no segmento.

EXTERIOR

Páginas 3

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Mesmo com restrição temporária de voos para o Brasil, Atout France retoma agenda de promoção com calendário de eventos para o ano todo.

Confira a movimentação do setor e a agenda de eventos do Turismo. Página 16


NOVOS PACOTES O JORNAL DE MAIOR CIRCULAÇÃO DO TURISMO DO BRASIL

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ENTREVISTA

“A CVC sairá mais forte da crise”

Leonel Andrade, CEO da CVC Corp, acredita que a partir de setembro a retomada no Turismo ganhará força

Anderson Masetto Leonel Andrade foi convidado para assumir o cargo de CEO da CVC Corp em fevereiro de 2020. Àquela altura as perspectivas para o Turismo eram mais do que otimistas. Quando ele assumiu, no entanto, em março, o mundo e a CVC já não eram os mesmos. A pandemia da Covid-19 gerou uma crise sem precedentes para o mercado e a CVC reportou erros no balanço de 2019 que poderiam arranhar a credibilidade da companhia. Era aquilo que o mercado chama de “tempestade per feita”. O pior, porém, não aconteceu. Andrade agiu rápido para que a empresa tivesse aporte de capital e renegociasse as dívidas. Em meio a tudo isso, uma série de mudanças organizacionais, dei xara m a empresa ma is leve. A credibilidade ficou e agora chegou a esp era nça. O exe cut ivo acre dita em uma retomada mais forte a partir de s etembro com o ava nço da vacinação. Nesta entrevista, ele conta ao M&E porque acredita que a CVC sairá mais forte desta crise. MERCADO & EVENTOS – Você está há pouco mais de um ano no comando da CVC. E este acabou sendo o período mais desafiador das mais de quatro décadas da companhia, tanto por conta da pandemia como pelos balanços. Como foi este primeiro ano de CVC Corp? Leonel Andrade - Foi uma enorme coincidência, p orque eu acertei a minha ida em fevereiro para iniciar em março e, depois que eu cheguei, aconteceu um pouco de tudo. Passa mos t a mbém p or um problema muito danoso e que dói muito, que é de credibilidade. Então, tivemos que t rabalhar em diversas frentes p ara r esgat ar a cr e dibil id a d e d a

comp a n hia. P rim ei ro, junto com mercado e reguladores, depois com o s inves t id ores. I s s o f icou claro com a necessidade de capitalização. Por f im, com os credores, p orque tiveram dívidas que precisaram ser renegociadas. Este resgate ocupou muito do meu tempo e terminamos o ano com tudo em dia e dívida renegociada. Não é uma dívida alta em um período normal, mas na situação atual precisava de uma renegociação. Gra ça s ao s a cion is t a s, a companhia está bem viva. Eles fizeram um ap orte de R$ 70 0 milhões no ano passado e tem programado para este ano mais R$ 400 mil. M&E – Isso possibilitou que a CVC conseguisse passar bem pela crise? Leonel Andrade – Como a empresa estava sendo bem resgatada, tomamos a decisão de manter 100% o op eracional. Não desmontamos nenhuma estrutura e nenhuma linha de negócios. Isso nos trouxe ao momento atual, que é de muita crença de que a CVC vai sair muito mais forte. Ap ós a s renegociações da s dívidas em novembro, foi eliminado o risco de continuidade da empresa. Agora é nossa hora de olhar e cuidar da companhia através de negócios inovações e futuro. M&E – E como este futuro começa a ser desenhado a partir de agora? Leonel Andrade – Começamos a ter vantagens competitivas porque o mercado enxerga que vamos sobreviver. Quando o trade e fornecedores de um modo geral olham e percebem que a CVC está viva e tem capacidade financeira, preferencialmente vai fazer negócios conosco. Como o Rock in Rio e a Copa do Mundo, que vamos vender. Incluo também

os fretamentos para o final do ano. É fundamental para esses eventos e empresa s olharem quem est ará vivo lá na frente e com capacidade operacional. Todos os dias fechamos negócios para o futuro e com boas condições. M&E – Você já afirmou que pretende empreender uma transformação digital da CVC Corp. Como está este trabalho e qual será o efeito na empresa como um todo quando estiver concluído? Leonel Andrade – No início do ano, separamos sete grandes coisas estratégicas. Destas duas já estão no negócio atual. A primeira é trazer a empresa para a moder nidade, com inves t im ento em t e cnologia. Em cinco a nos, a compa n hia fez dez incor p orações, um t ra ba lho louvável e corajoso, mas não dedicou investimento e temp o na questão de tecnologia e processos. Então, est ab ele cemos um pla no gra nde, que conseguiremos concluir em dois anos. O que já fizemos até agora não é tão visto pelo mercado por enquanto. Estamos migrando toda empresa para a nuvem e começando a colocar produtos, como uma solução de app, orçamento dinâmico, QR Code e uma série de novidades. A CVC não vai deixar de ser uma empresa física, mas precisa ser digital também. A segunda diz respeito a nossa rede de dist ribuição. Ter mais de 1 mil lojas e presença em todo o Brasil é uma imensa vantagem competitiva. No mundo todo, mesmo nos EUA onde o online é mais disseminado, a venda física ainda responde por mais ou menos metade das viagens. M&E – Há como mudar o modelo de atuação das lojas físicas? Leonel Andrade – Hoje, a exp e-

riência do cliente não é a ideal. O menor p edaço da exp eriência é a viagem. A maior parte está no planejamento e na curtição da preparação. Nisso tudo a CVC não está presente. As lojas precisam ser transformadas em um ponto de experiência e sem pap el para que ap óie o franqueado a vender. A vitrine digital, por exemplo. Fechamos uma promoção e apertando apenas um botão aqui cons eg uimo s mudar a v it rine d e toda s a s loja s. Da mesma for ma, ent ra um cliente na loja querendo saber sobre a Croácia. É raro alguém que tenha este conhecimento, então o atendente vai lá e pega um papel para mostrar, uma coisa antiquada. O mundo mudou e a partir de agora temos que ter todo este conteúdo digital em um tablet e por meio de um QR Code no celular do próprio cliente para que ele possa ir para a casa, curtir e tirar dúvidas. M&E – Você já afirmou que a CVC é uma empresa especializada em Turismo, mas tem que ser especializada no turista. Como fazer esta mudança? Leonal Andrade – Não tínhamos uma área d e t e cnologia e va mo s terminar o ano com 26 milhões de clientes contectáveis e com um alto nível de conhecimento sobre eles. Es t a mos ga s t a ndo muito din heiro com isso. A CVC, sabia mente, conhece como p oucos o canal de dis t ribuição e o s pro d u to s. Ma s pr e cis a m o s t er es t a i nt eligên cia artificial para conhecer o cliente e a CVC estava totalmente fora disso. M&E – Em um contexto que as agências físicas estão fechando e o trabalho home Office se multiplicando, qual é o potencial de alcance da plataforma Agente Autônomo? Leonel Andrade – Seja at ravés de um agente autônomo, que tem a capacidade de vender se deslocando, ou p elas lojas físicas, precisamos gerar tráfego. Tenho conversado muito com franqueados para entender como esta modernidade pode ajudá-los a vender. A CVC tem uma marca fantástica e continua sendo muito importante, mas estamos investindo em mídia de performance para gerar est a inteligência e con he cimento s obre o cliente. Não va mos f icar res t ritos ao t radiciona l, es t a mos tentando abrir a cabeça, porque o cliente tem buscado novas fontes. M&E – Com base na movimentação atual e nas buscas é possível projetar quando o mercado de viagens estará mais confortável? Leonel Andrade – O mercado está muito prejudicado, as vendas caíram fortemente. Toda s a s companhia s estão tirando malha p orque a demanda caiu muito. Acredito que a part ir de s etembro e out ubro va i voltar muito forte. Estamos acompanhando a questão da vacinação e não há nenhuma dúv ida de que este é o caminho, porque dá certo e muda completamente o risco. Apesar dos atrasos, decisões no fundo vão acontecer no Bra sil e chegaremos em setembro com 70% da população vacinada, incluindo os principa is centros urbanos e os mais velhos, que são nossos principais clientes. Eles estarão aptos a consum ir no final do ano e como temos uma demanda reprimida muito forte, será o renascimento do Turismo.


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EDITORIAIS

OPINIÃO

O exemplo do Turismo Roy Taylor

São mais de 20 anos atuando no Turismo e, desde que assumi o projeto da Folha do Turismo dentro da Folha Dirigida, tive a oportunidade de conviver e obser var diversos líderes do setor e inúmeros políticos, incluindo ministros, secretários e parlamentares. Por muito tempo atuavam como um time sem técnico. Ou seja, cada um corria para um lado, todo mundo se desgastava e ninguém alcançava o objetivo. Tenho segurança para dizer que isso mudou. Como most ramos na matéria de capa da última edição, nunca na história o Turismo conseguiu tantas vitórias em Brasília. Isso não é fruto de um trabalho isolado ou de apenas um líder. Há hoje uma coordenação de movimentos e uma união jamais vista. Sabemos que isso não teve início com a crise causada pela pandemia, mas a dificuldade fez o setor amadurecer e atuar em prol de benefícios conjuntos como nunca antes. Vaidades foram deixadas de lado. Líderes abriram mão de um protagonismo nos discursos e entrevistas para que o todo pudesse aparecer. A criação do G20 é uma ação mais do que acertada. A lém d o s pr e sid ent e s de entidades, o Turismo ganhou parlamentares que entenderam e abraçaram a causa. E cabe aqui dizer que

o fazem em boa parte por acreditar no que ouviram dos dirigentes das nossas associações, uma vez que, sabemos, atuar pelo Turismo não é algo que gere votos. E, no fim das contas, muitos parlamentares pensam apenas nisso. Poderia citar nomes de presidentes e parlamentares que se mostraram incansáveis nos últimos meses em busca de soluções para a sobrevivência do setor. Entidades e empresas ligadas ao Turismo se vestiram para a guerra. Foram atrás de ações, leis, medidas provisórias, crédito, isenções e muitas outras coisas. É claro que ainda não conseguiram tudo, mas as vitórias que temos assistido, nos enche de orgulho de fazer parte desta indústria. Presidentes e suas associações esqueceram suas diferenças. Buscaram o que cada uma tinha de melhor e agiram. Com isso conseguiram mitigar os danos da crise para as empresas e profissionais que representam. Isso deveria servir de exemplo para o País como um todo. Brigas e polêmicas desnecessárias têm atrapalhado o combate ao Covid-19 e prolongado a crise por aqui. Mais uma vez, deveriam olhar para o Turismo.

Roy Taylor é presidente do Mercado & Eventos

Responsabilidade Anderson Masetto Jornalismo não se faz com disse me disse. Com boatos. Ou com base em informações sem procedência. Nos últimos dias, fui bombardeado por informações sobre a suposta quebra de uma operadora. E não era qualquer uma. Tratava-se de uma das mais antigas e, supostamente, sólidas do setor. Como manda o manual do bom jornalismo, corremos atrás da informação e de confirmações que pudessem validar tais boatos. A nossa caçada chegou a ex e atuais funcionários insatisfeitos disseminando pequenas informações a clientes, parceiros e a conhecidos “fofoqueiros” do Turismo. Não cabe aqui elencar os motivos de tal insatisfação. Mas a mim cabe dizer, em respeito aos leitores: isso acontece o tempo todo. A grande maioria das notícias, falsas ou verdadeiras, vazam desta forma. Boato desmentido, nenhuma linha publicada sobre o assunto. Sabemos que se, especialmente uma operadora, passa por algum tipo de dificuldade, ela só sairá se conseguir fazer receita. E quando se inicia um boato deste tipo as agências param imediatamente de vender. Então, quando um boato começa a circular, mesmo que não seja verdade, o prejuízo à empresa é enorme. Quando isso vira

notícia então, a chance de volta é muito pequena. Portanto, é preciso ter muita responsabilidade ao apurar e noticiar algo desta magnitude. Não se pode errar. Quando noticiei, pela primeira vez, o que estava acontecendo com a MGM, por exemplo, conversei antes com diversos agentes que me relataram os casos e mostraram documentos. Falei com ex-funcionários que conheciam bem o caso. E, por fim, tentamos contato com os diretores, que sabiam o motivo das mensagens e ligações, mas não responderam. Fizeram, dias depois, uma nota oficial. Publicamos, mas com muito cuidado e apenas citando os fatos e informações que conseguimos confirmar. Jornalismo é coisa muito séria e não se pode fazer uma matéria com base em algo desconhecido. E aqui, no Mercado & Eventos, zelamos por isso. É claro que podemos errar, mas não será por omissão e muito menos por falta de ética. Às fontes que me passaram as informações sobre a tal operadora e ficaram bravas porque não publiquei, desculpe, vocês bateram na porta errada. Aqui, fazemos jornalismo.

Anderson Masetto é jornalista, pósgraduado em Comunicação Jornalística e editor-chefe do Mercado & Eventos

Novas exigências para viajar demandam providências imediatas

Por Gervasio Tanabe*

Co r p o ra çõe s d e t o d o s o s ra m o s e portes, especialmente aquelas voltadas ao mercado global, cada vez mais conectadas e acessíveis, estão atent a s. Sab em que o m om ento v iven cia d o p elo m erca d o brasileiro das viagens a negócios clama p or p olítica s adequada s. E capazes de evitar perdas de competitividade, receita e colaboradores. Associação Internacional de Transporte Aére o, I ATA, a cer t ad a m ent e, dif und e a urgência de uma solução digital, nos moldes do IATA Travel Pass, para informar sobre testes, vacina s e out ra s medida s ex igidas antes do embarque. É preciso, si m, com p ar t il har d a d o s. Ma s com segurança capaz de proteger a privacidade dos viajantes, seja qual for o motivo da viagem. Com foco na tecnologia enquanto fator de melhoria da exp eriência em viagem, a p a nd em ia a p ena s a celerou o qu e já vinha sendo trabalhado pela Amadeus IT Consulting & Solutions. Para fazer frente ao medo de viajar, a empresa oferta plataforma global, aberta, colaborativa e dedicada à padronização do status de saúde dos viajantes. Contempla origem e destino, respectivas restrições de saúde, biometria e outras informações relevantes. Tudo para facilitar a experiência do viajante, em conformidade com as leis e exigências do país de destino. A pre ocup a ção com a s va cina s é p r io r i t ár ia e ju s t a. Po r ém, e s t a m o s ig n o ra n d o u m p o nt o f u n d a m ent a l, a testagem para a C-19, Isso se dá, de forma massiva, nos Estados Unidos, que já dão sinais do início da tão esperada retomada

e nos enche de esp eranças. Porém, sem plataformas digitais para rastreamentos, isso será quase impossível. HORA DO TESTE É AGORA As agências de viagens especializadas no atendimento ao mercado cor porativo, t a m b é m c o n h e c i d a s c o m o Tr a v e l Management Companies - TMCs, mantêm operações e ofertam serviços sob medida para m itigar prejuízos de s eus at uais e virtuais clientes. Prejuízos que decorrem d a a d o ção d e m e did a s im p o s t a s p ela Covid-19 à mobilidade física. No Brasil, a contribuição da sociedade civil, que está organizada em movimentos como Unidos pela Vacina e Supera Turismo Brasil, motiva indagar: Como cada um de nós comprovaremos ter recebido a vacina e tes t ar negat ivo, s enão com re cur s os digit a is adequados e re conhe cidos em âmbito mundial? Ca b e a i n d a qu e s t io na r o fat o d e o s t es t es – ex is t em vário s t ip o s – s erem realizados gratuitamente em outros países, financiados p elo p oder público ou p ela iniciativa privada, e, aqui, simplesmente não estarem na pauta de prioridades. Também é hora de reconhecer o valor dos serviços adicionados às transações de passagens aéreas, rodoviárias, marítimas, fluviais e de vouchers em geral – sejam de hosp edagem ou exp eriências agregadas pelas TMCs para a segurança e o bem-estar dos viajantes. Nos dias de hoje, programar uma viagem requer muito mais que simples cliques no teclado, comparando preços.

*Gervasio Tanabe é Presidente Executivo da Abracorp


SOPHÍ

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V I V A

E X P E R I Ê N C I A S

I N E S Q U E C Í V E I S P R Ó X I M O

N O

S E U

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BRASIL

Setur-SP dissemina boas práticas para auxiliar gestores Plataforma colaborativa reúne cases bem sucedidos para que prefeitos e secretários possam ter como exemplo a seguir nesta crise Anderson Masetto A Secretaria de Turismo de São Paulo (Setur) lançou uma plataforma elet rôn ica d e b o a s prát ica s para au x iliar o s prefeito s p aulis t a s a encontrar soluções para enfrentar a crise imposta pela pandemia. A ideia é que a ferramenta colaborativa ajude a compor um catálogo de experiências bem-sucedidas e possa ser replicada por gestores públicos em todo o estado. O p r i m ei r o p r oj et o d i s p o n ível é o Viva Rua SP, que traz todos os passos sobre como aproveitar melhor o espaço público e potencializa as atividades econômicas relacionadas ao turismo. Na descrição, há desde detalhes da implementação jurídica do modelo, sugestões de ferramentas administrativas e o passo a passo da modelagem para diferentes perfis de municípios. Uma s o nd agem p r év ia com o s municípios já revelou prát ica s de suces s o com p ot encia l d e s erem replicadas, como o auxílio financeiro a t ra b a l ha d o r e s d o t u r i s m o, a manutenção do fornecimento de gás, água ou eletricidade a inadimplentes, a lém d e progra ma s esp e cia is d e crédito. “A ideia é que tenhamos um lugar comum de casos bem-sucedidos, um ponto de encontro para aqueles que estejam tentando apoiar o setor na isenção de impostos, crédito turístico e uma série de outras soluções que estão sendo desenhadas pelo turismo e para o turismo. Dar visibilidade a estas exp eriências b em-sucedidas pode encurtar o caminho da gestão pública na busca por soluções para o seu município. Em outras palavras, incorporar uma boa prática pode ser a diferença entre a falência e ou não de uma empresa, pode ser o estímulo para engajar todo o segmento para uma retomada segura”, afirmou o s e cretário de Turismo do est ado, Vinícius Lummertz. O secretário lembrou que o Turismo

Vinicius Lummertz, secretário estadual de Turismo em São Paulo

é um dos setores que mais sofreu com a restrição do comércio e dos serviços. Segundo ele mais de 110 mil empregos formais foram perdidos em 2020. “É justamente por isso que precisamos, ma is d o qu e em qua lqu er ou t ro momento, de um conjunto de ações prop ositivas. Afinal, são medidas que já foram testadas com sucesso e têm potencial de serem replicadas”, justificou. Uma das vantagens da plataforma é que ela traz soluções para vários tipos de problemas. E, mais do que isso, ela é viva. Segundo Lummertz, por ser colaborativa, ela se tornará a inda ma is robus t a confor me os gestores públicos forem acrescentando as suas exp eriências. “O primeiro projeto incluído por nós foi o Viva Rua SP, uma estratégia de ocupação

de calçada s com cadeira s, mesa s e floreiras. O projeto mostra como aproveitar melhor o espaço público, descreve os trâmites jurídicos e as ferra ment a s adm inist rativa s para replicar o projeto em outros municípios. Há também exemplos incluídos por prefeitos que descrevem ações de auxílio financeiro a trabalhadores do turismo, fornecimento de gás, água ou eletricidade a inadimplentes, além de programas especiais de crédito para o setor”, contou. Somente a plataforma, no entanto, não resolve os problema s. Para o secretário ela é o ponto de partida que vai ajudar a estimular a interação entre os municípios, gerando uma corrente de ajuda mutua em benefício do turismo de todo o estado. “Como sab emos, o t urismo é um gra nde

segmento conectado, com uma série de atividades interligadas. Logo, as soluções para atenuar as perdas do setor também passam por uma reflexão mais sistêmica, a partir de uma visão de contexto. Despertar a consciência coletiva e saber que há alguém em quem se apoiar, vai nos ajudar bastante a atravessar esse período de turbulência. Temos de resistir, não está sendo fácil, mas sairemos fortalecidos”, diz. “É fundamental apoiar-se em redes para buscar soluções coletivas, que envolvam a iniciativa privada e que engajem toda a população. Precisamos partir destas premissas para encontrar o c a m i n h o p a ra en f r ent a r e s s e momento”, finaliza. SERVIÇO: turismo.sp.gov.br/melhorespraticas

Estado libera R$ 44 mi para obras turísticas no primeiro trimestre estado com maior oferta do País. É importante que os municípios estejam prontos para a retomada que deve ocorrer em breve”, explica Vinicius Lummertz, secretário de Turismo do Estado de São Paulo. A verba é destinada a obras e melhoria de infraestrutura turística, como revitalizações, sinalização, construção de equipamentos públicos de interesse turístico e vias de circulação em locais de maior atração, por exemplo. Os repasses ajudam na manutenção das atividades econômicas e na preservação dos empregos regionais, tornando os destinos aptos a receber mais visitantes. Mirante de Caraguatatuba é uma das obras financiadas pelo DADE

O Depar t amento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos (Dadetur), da Secretaria de Turismo do Estado, liberou R$ 43,9 milhões para 75 cidades no primeiro

trimestre do ano. Os recursos são do Fundo de Melhoria das Estâncias. “Mesmo durante a pandemia, quando o fluxo de turistas é menor, o investimento no turismo é necessário, sobretudo no

423 OBRAS Atualmente estão em execução 423 obras de interesse turístico nas 210 cidades – 70 estâncias e 140 Municípios de Interesse Turístico (MITs). Na região da Baixada Santista destacam-se obras

em Praia Grande, que está revitalizando o centro expandido dos bairros Ocian e Boqueirão, com previsão de conclusão ainda este ano. O valor somando de todas as obras chega a mais de R$ 37 milhões. Os municípios famosos pelas águas termais, localizados na região de Campinas, também terão obras importantes concluídas em 21. Destaque para a reforma do Balneário Municipal de Águas de Lindóia, para a criação de um novo parque de entrada no município de Águas de São Pedro e para a reativação do Teleférico de Pedreira. Já na região de São José dos Campos, onde a obras somam mais de R$ 31 milhões, os destaques são a construção do Mirante da Revolução Constitucionalista, em Areias, a implantação do Complexo Turístico Mirante do Camaroeiro, em Caraguatatuba, além da criação de um Centro Turístico e de Eventos em São José do Barreiro.


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BRASIL

CNC: Turismo perde mais de 35 mil estabelecimentos Em 2020, a crise causada pela Covid-19 foi fatal para muitas empresas do setor. Micro e pequenos foram os mais atingidos Pedro Menezes

Os que mais sofreram perdas foram os micro (-19,28 mil) e pequenos (-11,45 mil) negócios

O Tu r i s m o p e r d e u 35 , 5 m i l est ab elecimentos – com v ínculos empregatícios – em 2020, em função d a p a n d em ia, d e a co rd o co m a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O saldo negativo corresponde à maior p erd a a nua l d es d e 2016, qua nd o o Brasil ainda sofria os efeitos da recessão, e representa, segundo a confederação, um recuo de 13,9% em relação ao total de unidades em operação no País, em 2019. O s qu e m a i s s of r era m p e rd a s fo r a m o s m i c r o (-19, 28 m i l) e p e qu en o s ( -11 ,4 5 m i l ) n e g ó c i o s . Juntos, eles resp ondera m p or 87% do tot a l de pontos perdidos no último ano. Regionalmente, todas a s unidades da Federação a pres ent ara m re dução d o núm er o d e u n id a d e s ofer t a nt es d e s erv iço s t ur ís t ico s, com ma ior in cid ên cia em São Paulo (-10,9 m il), Mina s Gera is (- 4,1 m il), R io de Ja neiro (-3 ,7 m i l) e Pa ra ná (-2,6 m il). “Esta grave crise econôm ico-sa nitária p r ovo co u u m a r et ra ção signif icativa na dema nda por serviços não essenciais em 2020. I n fel i z m ent e, não há, no mom ento, exp e ct at iva s de rever são para o s etor no cur to prazo”, disse o presidente d a CN C , J o s é R o b e r t o Tadros. MENOS GASTOS DE ESTRANGEIROS E MENOS EMPREGOS O volume de gastos dos t u ris t a s es t ra ngei ro s n o Brasil em 2020 (3 bilhões) representou a metade dos gastos totais em 2019 (R$ 6 bilhões) – o menor volume r eg i s t ra d o d e s d e 20 03, segundo o Banco Cent ral. To d o s o s s e g m e n t o s t u r ís t ico s regis t rara m s a l d o s n e ga t i v o s , c o m destaque para os serviços d e a l i m ent a ção fo ra d o d om icílio, com o b ar es e restaurantes (-28,61 mil); os de hospedagem em hotéis, pousadas e similares (-3,04 m il); e os de agência s de viagem (-1,39 mil). Ainda segundo o Cadastro G era l d e Em p r ega d o s e D es empregados (Cage d), 397 m i l p o s t o s fo r m a i s d e t ra ba lho fora m el i m i na d o s n o s et o r em 2020, repres ent a nd o um encolhimento de 12,8%. Na média de todos os setores d a e conom ia, a varia ção r e l a t i v a a o e s t o qu e d e p e s s o a s fo r m a l m ent e o cu p a d a s ava n çou 0,4% no mesmo p er íodo.


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BRASIL

Embratur retomará promoção internacional em julho Agência deverá contar com aproximadamente R$ 270 milhões nesta retomada. As ações ainda não foram definidas Igor Regis A Embratur retomará em julho suas atividades de promoção turística do Brasil no exterior. Para isso, a agência já trabalha internamente na elaboração de um plano de ação para os mercados estratégicos, que deverá ser adaptado de acordo com cenário da pandemia e restrições de fronteira existentes até o fim do ano. Neste primeiro momento s erão reservados cerca de R$ 100 milhões para ações de marketing internacional. Entre elas as tradicionais participações em feiras de turismo, a partir do segundo semestre. Outro pilar da estratégia de promoção são os mercados que em 2019 passaram a contar com isenção visto, caso de Austrália, Japão, Estados Unidos e Canadá. “Estamos avaliando todas essas estratégias dentro do nosso plano de ação. É claro que tudo vai depender do avanço da vacinação de como vai estar a situação de cada país. Mas temos todo um planejamento definido para executar essa promoção internacional a partir do segundo semestre”, destaca Carlos Brito, presidente da Embratur. Brito explica que o montante definido para essas ações é resultante dos R$ 310 milhões oriundos do Sistema S, que integraram o orçamento da agência entre a publicação da Medida Provisória 907, que transformou a Embratur e agência, em novembro, e a sua transformação em lei, em maio.O texto aprovado pelo Congresso retirou o percentual de recursos do Sistema S do orçamento da agência. Do total que ficou em caixa, R$ 40 milhões foram destinados à ações no mercado

nacional e o restante está disponível para a promoção internacional até 2022. “É um valor que temos em caixa para ações de marketing internacional e definimos estes R$ 100 milhões para 2021. São valores em reais então temos que ser estratégicos, até porque não é um orçamento alto comparando com outros destinos. Há também a questão do dólar alto, que por um lado favorece para atrair turistas estrangeiros, mas por outro torna mais cara a promoção. Mas já estamos trabalhando no desenvolvimento de ações para explorar a marca Brasil e ampliar o nosso orçamento de promoção”, ressalta Brito. AÇÕES NO MERCADO NACIONAL Desde que assumiu a Embratur, em dezembro, quando Gilson Machado Neto se tornou ministro do Turismo, Carlos Brito acompanha o ministro em agenda intensa, que inclui viagens pelo Brasil, eventos, como o Leilão da 6ª rodada de concessão dos aeroportos, e reuniões com parlamentares e lideranças empresariais. Essa rotina é uma diretriz do órgão desde maio do ano passado, quando foi sancionada a lei que transformou a Embratur em agência de promoção (14.002/2020). O texto determinou que a nova agência deveria se concentrar em ações no Brasil até um prazo de seis meses após o fim do estado de calamidade pública (encerrado em dezembro). O contexto fez com que Embratur e Ministério trabalhassem ainda mais alinhados em pautas importantes, como corte de custos para atividades do setor e alinhamento a práticas internacionais para garantir segurança jurídica, como

Carlos Brito, presidente da Embratur

aconteceu este mês, com a entrada do Brasil na lista de países signatários da Convenção do Trabalho Marítimo, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). “Queremos melhorar esse ambiente para o setor de cruzeiros e estamos batalhando por isso pois nossa intenção e ter um navio o ano inteiro por aqui. Não só nos cruzeiros, estamos tentando também

melhorar a condição das aéreas, para baixar custos e manter a conectividade no maior número de cidades. Como tivemos que trabalhar no mercado nacional, estamos fazendo o possível ara resolver essas dificuldades do setor, por isso esta agenda intensa de eventos e viagens com Gilson. Estamos totalmente alinhados para melhor o ambiente para o Turismo”, completa o presidente da Embratur.

Para ministro do Turismo, certificado de vacinação deve ser visto como uma facilidade, não uma obrigatoriedade

Gilson Machado Neto, ministro do Turismo Gilson Machado Neto, ministro do Turismo

Anderson Masetto Em linha com o que tem sido discutido no mundo, o Ministério do Turismo se adiantou para que os brasileiros

possam contar com um certificado internacional de vacinação digital. No início de abril, o titular da pasta, Gilson Machado Neto, se reuniu com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga,

para que o aplicativo Conecte SUS possa fazer este papel, facilitando as viagens de brasileiros pelo mundo. A ideia é que o certificado fornecido por meio do app permita que as pessoas já imunizadas tenham um QR Code com dados sobre a vacinação, não apenas da Covid-19, mas todas as vacinas, inclusive a da Febre Amarela, que é exigida em diversos países. O m inist ro, no entanto, foi mal interpretado e sofreu uma série de críticas em suas redes sociais. “Criaram uma narrativa, mas ela não procede. Assim como a vacina, a certificação t a m b ém não é o brigatória, toma quem quiser”, esclareceu Machado, se dirigindo aos críticos que alegavam que o certificado seria uma espécie de segregação. Em conversa com o M&E, o ministro explicou que o fato de fornecer um certificado aos brasileiros, não significa que haverá algum tipo de exigência ou sansão por parte do governo federal para quem não tiver o documento. “Lembro que países como Panamá, Costa Rica, Colômbia e outros exigem

o Certificado Internacional de vacina para a Febre Amarela. Certificado este, que é emitido pela Anvisa em uma carteirinha que já existe. O que queremos fazer é que o QR Code leve essa infor mação e seja aceito internacionalmente”, disse. De acordo com Machado Neto, não há nenhum tipo de obrigatoriedade, tanto na vacina, como no certificado. Ele lembrou que o Conecte SUS é uma ferra ment a la nçada em 2019 e que a ideia é facilitar a atividade turística, uma vez que as exigências por vacinação já estão feitas pelos países e empreendimentos. “Fizemos isso por um anseio do trade. Nossa ideia é que o Conecte SUS seja um instrumento para ajudar os brasileiros. Sobre a vacina, reiteramos que se vacina quem se quiser. Eu, particularmente, sou contra qualquer tipo de discriminação”, reiterou. “Já há lugares exigindo certificação, como Israel e Nova York, por exemplo. Então o que conversamos com o ministro da Saúde é que o app tenha esta validade”, finalizou.


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ESPECIAL

Do otimismo à crise, modelo de concessão de aeroportos evolui, reduz riscos e atrai investidores Foto: Ricardo Botelho MInfra

Com formato mais sustentável e com foco nos investimentos, leilões passaram a atrair mais concessionárias estrangeiras

Ministro Tarcísio Freitas bate o martelo no leilão da 6ª rodada

Igor Regis O leilão da 6ª rodada de concessão de aeroportos, realizado no início do mês, rendeu ao governo federal R$ 3,3 bilhões, valor que representa um ágio de 1.673%, o maior já registrado desde o início das concessões aeroportuárias, em 2011. O recorde, até então, era do leilão da 5ª rodada, realizado em 2019, com um ágio de 986%. Mas se os percentuais acima dos lances mínimos representam recordes, o mesmo não se pode falar dos valores. Os 34 aeroportos concedidos nas duas últimas rodadas somados representam um investimento inicial de R$ 5,67 bilhões por parte dos consórcios vencedores. Para se ter uma ideia, os aeroportos de Confins e Galeão, concedidos na 3ª rodada, em 2013, foram arrematados por R$ 20,8 bilhões. Comparando a movimentação, Confins e Galeão juntos registraram em 2019 (ano pré-Covid) 24,8 milhões de passageiros (11,3% do total no país). Já os 34 aeroportos somados fecharam o mesmo ano com 44,9 milhões de passageiros (20,5%), cerca de 81% a mais. Este contraste entre o leilão de 2013 e o de 2021 não é explicado somente pela mudança no cenário econômico ou pela crise provocada pela pandemia de covid-19, mas também pela evolução no modelo de concessão de aeroportos após quase dez anos de leilões. O momento de otimismo na precificação e as altas expectativas dos primeiros leilões resultaram em desempenho abaixo do esperado, revisão de contratos e até dificuldades financeiras e operacionais de concessionárias nos últimos anos. Esse fenômeno, levou o governo a pensar em um modelo mais sustentável a longo prazo para evitar novos casos de relicitação. “Temos dez anos de concessões de aeroportos, então realmente houve uma evolução. O governo federal aprendeu com essa evolução, assim como os investidores também aprenderam. Havia a ideia de

que uma outorga bilionária justificava a transferência dos ativos para o setor privado, mas é necessário por no contexto da época. Tínhamos de 2010 a 2014 um Brasil otimista, com a economia caminhando bem e a demanda crescente. A mudança é fruto do cenário macroeconômico”, explica o advogado Massami Uyeda Junior, sócio da Arap, Nishi & Uyeda Advogados, escritório especializado na modelagem de projetos de infraestrutura. Ent re projetos que fr ust raram concessionárias e retornarão a leilão estão os Aeroporto de São Gonçalo do Amarante/ Natal (RN) e o de Viracopos/Campinas (SP). Para Viracopos, por exemplo, o governo estimou na concessão uma movimentação de passageiros acima dos 20 milhões em 2018. O terminal, no entanto, ficou abaixo dos 10 milhões. Esta realidade abaixo da expectativa levou Viracopos a pedir recuperação judicial no mesmo ano. Com isso, os credores serão ressarcidos após o novo leilão. A concessionária, no entanto, continua administrando o aeroporto e inlusive o levou ao posto de mais bem avaliados do País, de acordo com a Pesquisa de Satisfação do Passageiro da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC). No caso de Natal, primeiro aeroporto concedido à iniciativa privada, a concessionária Inframerica anunciou a devolução da concessão no início de 2020. No leilão, em 2011, a estimativa era de que em 2019 o aeroporto movimentasse 4,3 milhões de passageiros, muito mais do que os 2,3 milhões efetivamente registrados. A empresa, que calcula um investimento de R$ 700 milhões, entrou com um pedido de indenização, conforme a Lei 13.448/2017, que trata da devolução amigável de concessões. Com isso, a concessionária continua administrando o terminal até a concessão e será ressarcida após o novo leilão. “O boom na demanda contava para a análise do governo, que fazia a modelagem, e dos investidores, que estavam otimistas.

Com o quadro de recessão, iniciado em 2015 e a frustração de receitas, as expectativas e os modelos passaram a ser ajustados”, destaca Uyeda Junior. Entre mudanças das últimas rodadas, decorrentes deste ajuste, se destaca o fim da outorga fixa anual, parcela referente ao total oferecido no leilão dividido pelo número de anos da concessão (ajustado pela inflação). Neste modelo, entre 5% e 10% do valor do lance deveria ser pago nos cinco primeiros anos de contrato. Além dos impactos da crise econômica, a inflação no período também contribuiu para o peso desta outorga. Um exemplo é Guarulhos, que no início da concessão tinha uma outorga de R$ 810 milhões e hoje arca com o valor de R$ 1,2 bilhão anualmente. Nas primeiras rodadas o lance mínimo era pensado como um preço de aquisição de todo o aeroporto, ou seja uma valor mínimo satisfatório para a outorga paga em todo o período. Já na 5ª e 6ª rodadas esse lance mínimo passou a ser estipulado com base no valor presente líquido (VPL), fórmula que considera receitas, custos e o investimento inicial necessário. Os lances vencedores do leilão também passaram a ser pagos de maneira integral na assinatura do contrato. “Com relação a questão do ágio, a gente tem que entender como é feito o pagamento da outorga ao longo do tempo. É uma composição de uma outorga que é paga upfront (na assinatura do contrato), que é um percentual do valor presente líquido (VPL) do projeto, e isso tinha que ser pago agora. Mas a gente tem outros componentes de outorga variável ao longo do projeto. Quando a gente pega a outorga como um todo vamos ver que os ágios expressivos são e relação ao pagamento upfront”, destacou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, durante coletiva de imprensa após o leilão da 6ª rodada. Este VPL é definido com base nos Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTA) no âmbito der Programa de Parcerias e Investimentos do governo (PPI), criado em 2016 pela lei 13.334. A ideia do governo foi não pensar simplesmente no investimento mínimo como um preço pela concessão do equipamento, mas uma modelo financeiramente viável que evitasse quebras de contrato. Foram adotadas outras mudanças significativas para garantir mais atratividade à concessão e reduzir riscos das concessionárias, como a carência de cinco e depois quatro anos para começar a pagar a outorga variável (percentual da receita bruta do aeroporto a ser pago anualmente pela concessionária), além de um aumento escalonado do percentual do 6º até o 10º ano do contrato, se mantendo o mesmo no restante da concessão. Os investimentos nos aeroportos passaram a ser por gatilho, ou seja, com base no crescimento da demanda. Vale lembrar que fazem parte do contrato investimentos iniciais, como encargos sociais de dispensa de empregados, reformas prediais, de banheiros e fraldários, ajustes de sinalização climatização e iluminação, ajustes de pista e pátio para garantir a operação de no mínimo aeronaves código 3C (A318, A319, B737, E190 e ATR 72), além da implementação de internet Wi-Fi. “O que interessa para nós nunca foi arrecadação. Não estamos preocupados com ágio do leilão estamos preocupados

com o investimento que vai ser gerado. Um investimento que vai ser compatível com a demanda, que é o grande fator de sucesso para uma concessão ser bem-sucedida, atrelar investimento com demanda. Quando isso não aconteceu, as concessões deram errado”, completou o ministro. CENÁRIO DOS PRIMEIROS LEILÕES A seis rodadas de concessões ilustram bem o momento vivido pelo Brasil ao longo da última década. Entre 2009 e 2011, o número de passageiros em voos no Brasil saltou de 69,4 mil para 99,7 mil (+43%). A demanda crescente e a necessidade investimentos para realização de grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 explicam cenário em que se iniciam o repasse de aeroportos à iniciativa privada O primeiro leilão foi do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, arrematado por R$ 170 milhões pelo consórcio Inframerica, em 2011. O valor representou um ágio de 228%. A concessão, que visava a construção do aeroporto, funcionou como piloto para as seguintes, que envolveriam os principais terminais do Brasil. Nas duas rodadas seguintes foram a leilão alguns dos maiores aeroportos do País. Na segunda, em 2012, foram arrematados por R$ 24,5 bilhões os aeroportos de Guarulhos (R$ 16 bi), Viracopos (R$ 3,8 bi) e Brasília (R$ 4,5 bi). O ágio total do leilão foi de 347%, considerando o valor mínimo R$ 5,47 bilhões que o governo pedia pelos três aeroportos. O leilão da terceira rodada, em 2013, às vésperas da Copa do Mundo, levantou de R$ 20,8 bilhões, sendo R$ 19 bilhões pelo Galeão e R$ 1,82 bilhões por Confins. O valor representou um ágio de 251,74% em relação ao mínimo fixado pelo governo, de R$ 5,9 bilhões. Os anos seguintes, no entanto, foram marcados por crise política e econômica. As investigações da Operação lava-jato tiraram de cena grandes empreiteiras que participaram das primeiras rodadas de concessão. Já a recessão econômica, entre os anos de 2015 e 2016, foi responsável por uma queda de quase 7% na demanda de passageiros. MUDANÇA NO FORMATO Neste cenário de incertezas, aconteceu, em 2017, o leilão da quarta rodada, com os aeroportos de Porto Alegre, Fortaleza, Salvador e Florianópolis. Os lances mínimos foram estipulados em 25% da outorga pela concessão, parte que deveria ser paga na assinatura do contrato, juntamente com o ágio. O ajuste de expectativa e o receio do mercado podem ser analisados pelos valores e ágios envolvidos. O aeroporto de Salvador foi arrematado por R$ 660,9 milhões (ágio foi de 113,2%), Fortaleza por R$ 425 milhões (ágio de 18%), Porto Alegre por R$ 290,5 milhões (ágio de 852%), e Florianópolis por R$ 83,3 milhões (ágio de 57%). A quarta rodada marcou também a saída dos consórcios formados pro grandes empreiteiras e a entrada de administradores de aeroportos com atuação internacional, como Zurich (Suíça), Fraport (Alemanha) e Vinci (França). Na sexta rodada, a Aena (Espanha) se juntou a este grupo. “Acho que isso tem muito a ver com a


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ESPECIAL

Valores e ágios dos lances vencedores dos leilões de aeroportos

lava-jato. As empreiteiras que participaram das primeiras rodadas tinham como premissas linhas de crédito para financiar estes projetos. Com a chegada da lavajato essas linhas de crédito sumiram, tantos as comerciais quanto de bancos de fomento, como o BNDES. Então, o encurtamento desse mercado de crédito para essas empresas envolvidas na lava-jato abriu espaço para que essas operadoras entrassem”, analisa Massami Uyeda Junior. A quarta rodada também marcou o fim da participação de 49% da Infraero nas concessões, presente nos leilões da segunda e terceira rodada. A medida, vista como uma forma de manter o órgão capitalizado para administrar aeroportos menos rentáveis se mostrou ineficaz, uma vez que as projeções não se concretizaram e a Infraero também não foi capaz de realizar investimentos compatíveis à sua participação. A venda destes 49% nos aeroportos de Guarulhos, Viracopos, Confis, Gaelão e Brasília também está prevista no âmbito do PPI. LEILÃO EM BLOCOS O leilão da quinta rodada, realizado em março de 2019 trouxe uma inovação: o leilão em blocos. Nesse formato foram incluídos em um mesmo bloco aeroportos de grande interesse localizados em capitais e terminais menores. Com isso, o participante interessado em garantir um Aeroporto estratégico, como Recife, com 14 milhões de passageiros por ano, seria responsável também pelo Aeroporto de Campina Grande, de pouco mais de 140 mil. A quinta rodada também foi a primeira a adotar o modelo do VPL para lances mínimos. Os aeroportos deficitários não afastaram o interesse e o leilão resultou em grandes ágios para os três blocos concedidos: Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Nesta rodada também foi praticada a carência de cinco anos para o pagamento da outorga variável e foi implantado o

investimento com gatilho de demanda. Os baixos valores de lance mínimo para Nordeste (R$ 171 milhões), Sudeste (R$ 46,9 milhões) e Centro-Oeste (R$ 826 mil), geraram questionamento sobre uma precificação abaixo do ideal, hipótese reforçada pelos ágios do leilão, que foi de 1.010% no caso do Nordeste e de 4.739% para o Centro-Oeste e 830% para o Sudeste. O mesmo fenômeno ocorreu agora, na sexta rodada, com ágios que variaram de 777,47% a 9.156,01%. Para Massami essa diferença na precificação seria natural por se tratar de aeroportos que necessitam de um investimento inicial maior, por ter aeroportos menos movimentados que os das primeiras rodas e por envolver terminais que hoje são deficitários. “O governo passou a ser mais realista nos estudos. Há aeroportos importantes nesses blocos, mas comparado com os primeiros são bem menores. Além disso, essas concessões em blocos carregaram aeroportos deficitários, diferente das primeiras rodadas que só tinha aeroportos superavitários. Por mais que tenha aeroportos de destaque, eles carregam aeroportos que hoje geram prejuízo. Os blocos são uma evolução do modelo. Pois você passa a ter um nível de serviço não só nos grandes aeroportos. Para o investidor também é uma evolução, porque ele entra para fazer uma gestão desses ativos e pensar em tornar aeroportos superavitários”, salienta o advogado. O modelo será adotado também para a sétima e última rodada de concessões de aeroportos. Desta etapa farão parte os principais ativos da Infraero: Congonhas e Santos Dumont, e também será dividida em três blocos. O primeiro é RJ-MG, que incluirá Santos Dumont (RJ), Jacarepaguá (RJ), Uberlândia (MG), Montes Claros (MG) e Uberaba (MG). O segundo é o Bloco SPMS, que inclui Congonhas (SP), Campo de Marte (SP), Campo Grande (MS), Corumbá

(MS) e Ponta Porã (MS). O terceiro bloco será o Norte II, com Belém (PA), Santarém (PA), Marabá (PA), Carajás (PA), Altamira (PA), Macapá (AP) e outros oito aeroportos regionais do Amazonas, que serão objeto de uma PPP, a primeira aeroportuária a ser realizada pelo Governo Federal.A 7ª rodada está em fase de estudos ates de ser iniciado o processo de consulta pública. SEGURANÇA NA REGULAÇÃO Ao longo deste processo de concessões, alguns fatores chamaram atenção além da mudança dos modelos. O papel da Agência Nacional de Aviação Civil na resolução de empasses soou positivamente no mercado, assim como legislações que minimizaram prejuízos das concessionárias em virtude da expectativa frustrada. Um exemplo é a Lei 13.448/2017, que regulamenta a rescisão amigável de concessões. Este dispositivo é o que permitiu uma solução eficiente em Viracopos e em Natal sem prejudicar a prestação do serviço ao passageiro. Já no âmbito da pandemia, o governo editou a MP 925/2020, que permitiu adiar para dezembro o pagamento das outorgas fixas e variáveis que as concessionárias deveriam efetuar nos meses de maio e julho.

Além disso, a Anac aprovou, entre o fim do ano passado e o início deste, revisões extraordinárias dos contratos de concessão em razão dos impactos econômicos provocados pela pandemia de Covid-19. O chamado reequilíbrio econômicofinanceiro foi aplicado a todos os aeroportos das quatro primeiras rodadas de concessão e resultou em um montante proporcional a redução do número de passageiros, que será descontado do valor das outorgas a serem pagas futuramente. Os valores variam de R$ 37,2 milhões, no caso do Aeroporto de Florianópolis, a R$ 854 milhões, no caso de Guarulhos. “Na crise agora, o setor de aviação no Brasil deu uma demonstração muito interessante. Foi o primeiro a reconhecer a pandemia como uma situação de força maior, foi o primeiro que veio com medidas de proteção de caixa, para as companhias aéreas e também para as concessionárias de aeroportos e atuou no reperfilamento das outorgas e no reequilíbrio econômico e financeiro. Fez isso de uma maneira muito rápida, mais rápida que em diversos países do mundo. Tudo isso porque existe maturidade na regulação e isso passa confiança”, afirmou o ministro Tarcísio Freitas durante o leilão da 6ª rodada.


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AVIAÇÃO

Gol espera volta da demanda no segundo semestre Companhia reduz voos, suspende bases e, com avanço da vacinação, se prepara para retomada na segunda metade do ano Pedro Menezes Com a previsão do avanço bem-sucedido das vacinas por meio do Programa Nacional de Imunizações, que prevê 150 milhões de doses administradas até o final de junho, suficientes para imunização dos grupos prioritários e acima de 60 anos, e o restante da população vacinada no segundo semestre, a Gol reativará a demanda nos segmentos de lazer e corporativo a partir de meados do segundo trimestre de 2021. Durante os primeiros 10 dias de abril, já houve uma redução no número de hospitalizações para pessoas de 70 anos ou mais, que atualmente são elegíveis para serem vacinadas. No entanto, tendo em vista que o número de casos de Covid-19 no Brasil está em patamares altos, a Administração da Gol continua considerando cenários de recuperação mais conservadores, mantendo iniciativas para redução de custos, preservar equilíbrio do fluxo de caixa e adequação da oferta. Paulo Kakinoff, presidente da Gol Linhas Aéreas

LIQUIDEZ A Gol, portanto, estima ter liquidez suficiente para administrar e financiar capital de giro, despesas e serviço da divida nos próximos meses, período de maior impacto no seu fluxo de caixa. A companhia encerrou março com aproximadamente R$ 1,9 bilhão de liquidez total. Considerando valores financiáveis de depósitos e ativos não onerados, as fontes potenciais de liquidez da companhia superam os R$ 5 bilhões. “Durante a pandemia, protegemos nosso balanço patrimonial reduzindo nossos custos, cumprimos nossas obrigações financeiras previstas em nosso fluxo de caixa e acessamos o mercado de capitais no momento certo. Dessa forma, nossa liquidez continua em linha com o patamar de abril de 2020 e está adequada para administrar as operações até que o percentual da população imunizada aumente”, disse Richard Lark, VP Financeiro da Gol. DÍVIDAS AMORTIZADAS Desde o início de 2020, a Gol já amortizou mais de R$ 4,1 bilhões de dívidas financeiras

e manteve os passivos operacionais estáveis. Isso refletirá na recuperação da solidez de sua estrutura de capital. O prazo médio de vencimento da dívida de longo prazo da companhia, excluindo arrendamento de aeronaves e notas perpétuas, é de 3,3 anos. A administração informa que honrou plenamente seus compromissos com o mercado global de capitais e a companhia foi a única aérea da América Latina a devolver capital aos investidores em 2020. “Ao mesmo tempo, a Gol continua administrando suas operações de forma eficaz para manter a liderança em custos. Durante o primeiro semestre de 2021, a Gol espera manter os custos com pessoal em sua posição reduzida, em torno de 50% dos patamares prépandêmicos. Tendo convertido parte significativa dos custos fixos de folha de pagamento e de frota em custos variáveis, a companhia está bem posicionada para preservar o equilíbrio de seus custos nominais equivalentes ao nível de sua capacidade ofertada e expandir sua liderança em custos unitários”, revelou a empresa.

Em março, a Gol registrou uma redução de 40% no volume de vendas diárias

MARÇO COM MENOS VOOS A companhia revelou um ajuste de sua capacidade para uma média de 245 voos por dia durante o mês passado, uma redução de 31% em relação à média de 355 voos em fevereiro. A aérea operou 381 voos diários em dias de pico. Já a receita bruta consolidada mensal foi de R$ 300 milhões e a taxa de ocupação média chegou a 71,8%. “Durante o desafio dessa segunda onda de casos de Covid-19 no Brasil, permanecemos diligentemente focados na segurança de nossos clientes e colaboradores”, disse Paulo Kakinoff, presidente da Gol. “Mantemos protocolos robustos de higienização e temos flexibilidade para rapidamente reajustar nossa malha aérea. Reiteramos nossa convicção de que, mesmo com a retomada não linear da demanda, a Companhia sairá mais forte e ainda mais resiliente à medida que os mercados começarem a se normalizar”, completou. Em março, a Gol registrou queda de 25% na busca por passagens aéreas em relação a fevereiro, com uma redução de

40% no volume de vendas diárias durante esse mês, devido ao declínio na demanda por viagens decorrente do aumento de casos de Covid-19 no Brasil, combinado com chegada da baixa temporada. “O Brasil enfrentou recentemente a ‘segunda onda’ de casos de Covid-19 com pressão em sua rede hospitalar. Como resposta ao aumento no número de cancelamentos e não comparecimentos (no-show), a malha aérea da Gol foi rapidamente ajustada para adequar os custos ao novo patamar de entradas, e teve uma redução de 29% entre a primeira e a quarta semanas de março. O PRASK foi de R$15,45 centavos, queda de 19% em relação a fevereiro e uma variação ano/ ano de -23% devido à maior redução nas tarifas pelos pares do setor para sustentar seus níveis de capacidade mais elevados”, informou a empresa. BASES SUSPENSAS A lém disso, a Gol suspenderá temporariamente as operações em Caldas Novas, Campina Grande, Caxias do Sul, Dourados, Jericoacoara, Londrina, Montes Claros, Sinop e Uberlandia e adaptará sua frota para 50 aeronaves neste mês de abril, a fim de gerenciar os custos no periodo de menor demanda. Durante o mês, a companhia está reduzindo suas operações para entre 185 e 200 voos por dia, cinco vezes maior quando comparado malha de abril de 2020. Durante o mês de março, a Gol já tinha adequado frequências à menor demanda nos seus hubs de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília Fortaleza e Salvador. Atualmente, a companhia está operando 83% das suas rotas domésticas, uma redução de 15 p.p. em relação a fevereiro, niveis ainda superiores aos do inicio de 2020. Do inicio dessa crise até o final de abril, a companhia terá diminuido sua frota em 17 aeronaves Boeing 737 arrendadas, assim como reduzido em 34 unidades os recebimentos do B737 MAX previstos para 2020-2022. A companhia encerrou o mês de março com um total de 127 B737s, sendo oito B737 MAXs. Com 63 aeronaves na malha, as operações aéreas diárias reduziram 31% sobre fevereiro, e foram equivalentes a 48% em decolagens do realizado em março.


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AGÊNCIAS E OPERADORAS

BWT inicia nova fase com aposta em tecnologia e comissionamento dinâmico Novo posicionamento da operadora, que tem 30 anos de existência, é baseado em business intelligence e maior liberdade de negociação para as agências de viagens

Adonai Arruda Filho, diretor geral da BWT

Igor Regis A BW T O p erad ora in icia nes t e mês de abril uma nova fase de sua história. Em meio às mudanças do mercado, ocasionadas pela pandemia de Covid-19, e as incertezas sobre como este mesmo mercado vai se co m p o r t a r d a qu i p a ra f r ent e, a empresa quer criar bases que possam ser adotadas e seguidas por agências parcerias na retomada do setor. “As mudanças que todos estamos falando eram situações que já eram p r ev i s t a s, m a s qu e a p a n d em ia acelerou. Esse novo posicionamento vai quebrar alguns paradigmas de atuação do mercado de operadora, porque há políticas que existem há 30 anos de forma igual e vamos mudar, em alguns p ontos radicalmente”, af i r ma Ad ona i d e A r r ud a Fil h o, diretor geral da BWT. “Hoje o nosso novo posicionamento é a BWT como inteligência em viagens”, completa. Este novo posicionamento acontece em um m om ento repres ent at ivo, no a no que a BW T complet a dez a nos de at uação com op eradora, marcando sua consolidação como uma d a s principa is empres a s d o s egmento. At ualmente a empresa conta com cerca de 2 mil agentes d e v iagen s at ivo s em sua ba s e e representação em 11 cidades. Além da sede, em Curitiba, a Operadora

conta com escritórios em Joinville, Vitória, Manaus, Belo Horizonte e Porto Alegre, além de representantes home office em Londrina, Maringá, S o r o c a b a , Ca m p o G r a n d e . A op eradora também conta com um incoming em Orlando, nos Estados Unidos. Ad o n a i F i l h o c o n t a qu e e s s a mudança da BWT foi motivada por uma preocupação com o setor. “Esse caixa gerado por meio da compra de mercado baseado em comissão não será suficiente para pagar o giro e ainda sustentar remarcações com uma média de 25% de déficit. Não podíamos ficar de braços cruzados, ven d o, m a i s u m a vez, a gên cia s de v iagens quebra ndo e p e dindo aju d a p a ra r e a co m o d a r cl i ent e s que ficaram no chão”, destaca. Por isso, grande parte da estratégia da op erad ora vem d a ca p a cit a ção e conscientização. As novidades da operadora serão apresentadas ao mercado durante o mês de abril, por meio de eventos e reuniões on-line. COMISSIONAMENTO DINÂMICO Uma das bases desta transformação é o co m i s sio na m ent o d i nâm ico, sugerido pela operadora na venda, que pode variar entre 5% e 20%. O valor varia de acordo com fatores

como busca pelo produto e preços praticados por outros fornecedores que realizam venda direta, chegando a uma m édia que result e m e um va lor comp et it ivo. A prát ica, no entanto, funciona como um preço sugerid o, p o d end o ou não s er s eg uid a p ela agência d e v iagen s e dando a lib erdade de cada uma praticar esse percentual de acordo com per fil do cliente e do produto. A lém d e uma t endência d e mercado, essa tarifa flutuante busca dar mais liberdade e, de acordo com Adona i, quebrar um his tórico d e com issiona mento f i xo em que a s operadoras viram commodities e são escolhidas pela agência com base na porcentagem do comissionamento. “A p olít ica flu t ua nt e já é u ma realidade, praticada por companhias aéreas e hotéis. Até a Disney passou a variar a t arifa de acordo com a busca. A operadora virou de certa forma uma commodities. A escolha é por comissão, uma da 12%, outro 14% e outro 20% e o que ocorre é uma perda de qualidade no produto”, afirma o direto geral. “O agente pode até estar fechando muitas vendas, ma s está p erdendo muita s para a internet, que é a real concorrência. O passageiro está comprando sozinho, enquanto a agência está preocupada com a p orcent agem de com is s ão da operadora, que acaba indo para

o preço final. Quando não vai pro preço há um risco de quebra e de o passageiro ficar no chão”, salienta. A ideia é mesclar o BI (businnes intelligence) com o conhecimento de mercado da equip e para traçar o p er f i l d e p r o d u t o r d e a co rd o com histórico tendências e a região d e com ercia l i z a ção p ara d ef i n i r p r e ço s em t em p o r e a l. “D ent r o disso, temos um departamento de produ to s que va i t ra ba l har is s o. Vamos ter um leque de opções para ter pre ços comp etitivos e ofert ar para agências”, ressalta Adonai. Outra novidade deste pilar são as “Super Semanas BWT”, 12 semanas d u ra nt e o próx i m o a n o. S em pr e na segunda semana de cada mês a operadora realizará uma ação focada em algum destino ou produto, com vantagens para o cliente final e para a agência de viagens. PROGRAMA DE ACELERAÇÃO Dentre as inovações propostas pela BWT está o Programa de Aceleração de Vendas, iniciativa desenvolvida p a ra cla s sif ic a r a s agên cia s p o r nível de p otencial e necessidade, ou seja, a operadora passar a atender e estar mais presente auxiliando seu parceiro em diversas etapas, como no plano coop erado de marketing digital em níveis e oferta de portal de venda on-line. A proposta inclui ações comerciais que vão desde a criação de produtos esp ecíf icos, site próprio, motores d e b u s c a em s i t e d e a gên cia s, a ções na s r e d es s o cia is gera d a s au tomat ica m ent e e até a núncio s em veículos de comunicação, como rádio, TV e jornais. Para fazer parte do progra ma é ne cessário s er uma agência at iva BW T e r e a l i z a r a i n s cr ição, qu e in icia es t e m ês. Nes t a in s crição, o p r of i s s io na l p r e en ch erá a u m for mulário para que s eja p ossível identificar em que perfil sua agência se enquadra “Dentro do perfil de cada agência, a gente vai focar cada tecnologia e esse investimento em marketing cooperado para que todos venhamos a cr e s cer ju nt o s. É i m p o r t a nt e def inir ess e p er f il, p ois sab emos qu e ex i s t em a gên cia s co m zer o presença digital, então não adianta u ma ca m p a n ha dig it a l, ma s si m uma focada no per fil dele”, explica o diretor. TECNOLOGIA O s ou t ro s d ois pilar es d es t a transfor mação são o investimento em t e cn ol o g ia na o rd em d e R$ 5 m ilhões t rou xe agilidade, mobilidade, atualização em tempo real e interatividade nas negociações on-line com a op eradora. Entre as i n ova çõe s d e d e s t a qu e e s t ão o processo de cot ações salva s, que ev i t a m o r et ra b a l h o na h o ra d e atualizar o preço de uma cotação feita anterior mente. Destaque também p a ra o p r o ce s s o qu e p o s s ibi l i t a o p r e en ch i m ent o au t omát ico d e contratos de acordo com as reservas, a integração de sistemas de front e back office e a moder nização dos meios de pagamento. Para a BWT, Compliance, adequação à LGPD, inteligência de mercado, valorização das pessoas e investimento em te cnologia, que def inem est a mudança, irão ditar uma nova forma de trabalhar das operadoras.


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INTERNACIONAL

França reabre hotéis, divulga calendário cultural e já se prepara para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024 Mesmo com voos suspensos temporariamente para o Brasil, destino apresenta atividades para atrair visitantes o ano inteiro Pedro Menezes A Atout France apresentou neste mês tudo o que está previsto para acontecer na França em 2021, seja a realização de eventos culturais, as principais exposições, a abertura de hotéis de luxo e conceito, a preparação para grandes eventos, como os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, e a reabertura de lojas que ainda seguem fechadas por conta das restrições causadas pela pandemia de Covid-19. A promoção do destino acontece mesmo com a suspensão temporária de voos do Brasil, determinada pelo País para conter o avanço da Covd-19. A começar pelos hotéis de luxo, na primavera europeia deste ano, o AirellesChâteau de Versailles Le Grand Contrôle abre as portas. O retiro dentro do Château de Versailles, que tem apenas 14 apartamentos, abriu suas portas no início de abril. O hotel está localizado num edifício construído originalmente em 1681 pelo arquiteto favorito de Luís XIV, Jules Hardouin-Mansart, e com vista para a Orangerie. Para seu sétimo hotel no mundo, antes de Moscou, Roma e Tóquio, a Bulgari está abrindo seu primeiro hotel cinco estrelas em Paris, na Avenida George V, em frente ao Four Seasons George V e ao Prince de Galles. Os hóspedes dos 76 quartos e suítes contarão com spa de 1300 metros quadrados e piscina. O bar e restaurante, com vista para um jardim, estará sob a direção de NikoRomito, chefe de vários restaurantes de prestígio. Já o Saint-James abriu as portas agora em março, em Paris, com 50 quartos. O hotel cinco estrelas, de propriedade do Grupo Bertrand, é a antiga residência privada construída por Élise Thiers, viúva do primeiro presidente da Terceira República, para acomodar estudantes de recursos limitados. O KimptonOpéra, por sua vez, abriu as portas neste mês. O grupo IHG escolheu o antigo Samaritaine de Luxe como local para seu primeiro Kimpton na França. O hotel cinco estrelas conta com 149 quartos e recebeu melhorias do decorador Charles Zana, refinou as áreas de recepção, o spa com piscina, o pátio plantado e o bar no terraço com vista para a Ópera e a Place Vendôme, entre outras coisas. Já o Pullman Paris Montparnasse, que abriu suas portas em setembro após três anos de renovação, tem 3 andares especialmente dedicados a eventos, assim como uma sala plenária de 740 m² e terraços privados para uma superfície total de 800m². Mais de vinte salas de reuniões e banquetes estão disponíveis. Em termos de serviços, cinco restaurantes e bares estarão localizados no estabelecimento São ao todo 957 quartos, incluindo 458 quartos Deluxe e 487 quartos Twin. Este último ocupará o hotel do 8º ao 32º andar. Com relação aos hotéis conceito, o hotel "Paris, J'Adore", na capital francesa, tem data de abertura prevista para maio deste ano, mesmo período para a reabertura do Le Domaine de Primard, em Guainville. O Hotel Paradiso, também em Paris, reabriu no mês passado, assim como o "Maison Fere". Já o Hotel du

França inicia promoção para atrair turistas internacionais

Palais, em Biarritz, está aberto desde o dia 26 de março. Por fim, a SohoHouse reabre neste mês. AGENDA CULTURAL Três eventos são altamente esperados pela Atout France neste ano. Agora em abril, acontece a revelação do Hotel de La Marine, conjunto arquitetônico criado no século XVIII por Ange-Jacques Gabriel, o arquiteto chefe do Rei, na Place de la Concorde. Até 1798, abrigou o GuardaMóveis da Coroa antes de se tornar, por mais de duzentos anos, a sede do Ministério da Marinha da França. Tratase de um edifício inteiramente restaurado pelo Centre desMonumentsNationaux. Os visitantes descobrirão cerca de 6.000 obras de arte desde a antiguidade até os dias de hoje de coleções particulares. A herança culinária também está no centro das atenções, pois haverá três pontos gourmet. Um deles é o restaurante cujo cardápio foi imaginado por Jean-François Piège. A reabertura do lugar sofreu certo atraso, já que era inicialmente prevista para julho de 2020. LA BOURSE DE COMMERCE LA COLLECTION PINAULT À LA BOURSE DE COMMERCE Paris será também o centro mundial da arte contemporânea com a abertura da Bourse de Commerce, que abrigará a coleção pessoal de François Pinault, o bilionário empresário e colecionador de arte. Com o lançamento marcado para esta primavera europeia, François exibirá algumas das obras que adquiriu dos artistas mais renomados, em um edifício histórico, um remanescente de um mercado circular de trigo. Será "um lugar aberto às intervenções dos artistas, como em Veneza, e que terá vocação

educativa e pedagógica. 2021: ANNÉE NAPOLÉON O ano de 2021 marca o bicentenário da morte de Napoleão Bonaparte. A FondationNapoléon estará trabalhando ao lado de diversos parceiros na França e no exterior para lembrar a morte do imperador. Este último grande bicentenário napoleônico oferece a oportunidade de divulgar os mais recentes conhecimentos históricos sobre a personalidade e a obra de Napoleão, bem como sobre seu legado único. Para completar este ciclo de comemoração, que começou em 1969, a FondationNapoléon reuniu as instituições envolvidas neste bicentenário dentro do selo "2021 Ano de Napoleão". A Atout France afirma que "2021 será um ano inesquecível de Napoleão em toda a França, graças a museus, arquivos e instituições de pesquisa, fundações históricas, cidades imperiais, delegações da Memória Napoleônica e instituições regionais ou locais como o Instituto Católico da Vendée, e mesmo no exterior, graças à Comuna de Waterloo e aos Domínios Nacionais de Santa Helena". PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES E NOVIDADES 2021-2022 Dentre as tantas novidades, está a preparação da capital francesa para os Jogos Olímpicos de 2024. Toda a cidade foi envolvida neste evento. A França quer que essas Olimpíadas sejam inovadoras e generosas, projetadas em uma lógica de compartilhamento e sustentabilidade. E acima de tudo, o país quer a disputa dos jogos no coração da cidade, de seus monumentos, sua história e seu futuro. A Champs-Elysées, por exemplo, será transformada em

uma gigantesca ciclovia. O Champs de Mars se transformará em uma quadra de vôlei de praia. E, sob o telhado de vidro recém-restaurado do Grand Palais, haverá partidas de esgrima. Já a corrida de cavalos acontecerá no Palácio de Versalhes. Por conta dos Jogos Olímpicos, a Champs-Elysées será transformada antes das Olimpíadas de 2024. A Place de la Concorde será refeita antes do evento, depois toda a avenida, com direito a um outro jardim. O arquiteto Philippe Chiambaretta será o encarregado de realizar os novos desenvolvimentos na região. Há também a dupla exposição no Museu Nacional Picasso e o Museu Rodin, até 2 de janeiro de 2022, que estão unindo forças e oferecendo uma exposição dupla excepcional sobre Picasso e Rodin. São exposições sobre as ligações entre os dois artistas em seus respectivos museus parisienses. Por falar em dupla exposição, Salvador Dalí e A ntonioGaudi estarão no Atelier desLumiéres até 2 de janeiro de 2022, com as exposições "Dali, l’énigmesansfin" (Dali, o enigma sem fim) e "Gaudí, architecte de l’imaginaire" (Gaudi, arquiteto do imaginário). SHOPPING Em Paris, a reabertura da Samaritaine está marcada para o dia 28 de maio. A nova c a ra da famosa loja de departamentos, que ainda está ao lado da PontNeuf, será revelada quase 20 anos depois de suas portas fecharem para verdadeira revolução no seu interior. O grupo LVMH, que está liderando o projeto, conta com o Le Cheval Blanc, um hotel cujas outras propriedades são muito populares entre os brasileiros.


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FEIRAS E EVENTOS

Esfe 2021 debate o futuro das feiras e eventos Evento foi realizado de maneira híbrida seguindo todos os protocolos de segurança e reuniu lideranças do setor

Painel sobre feiras e eventos abriu o Esfe 2021

Pedro Menezes O 16º Encontro do Setor de Feiras e Eventos (Esfe) foi realizado no início de abril no Centro de Convenções Rebouças, pela primeira vez em formato híbrido. O tema escolhido para esta edição foi “Mãos à Obra” e tem a missão de contribuir para a retomada das atividades do setor, promovendo empresários e profissionais da área para trabalharem juntos na reconstrução do mercado. O painel que abriu o evento debateu o futuro das Feiras e Eventos, com a participação de Paulo Octavio Pereira, do B.o do Marketing, Abdala Jamil, presidente da Ubrafe, Ana Luísa Cintra, diretora do Centro de Convenções Rebouças, Daniel Galante, diretor do São Paulo Expo, Fátima Facuri, presidente da Abeoc, Fernando Lummertz, consultor e mentor de empresas do setor, e Ana Maria Arango, diretora da UFI para América Latina. A mediação ficou por conta de Otávio Neto, do Grupo ON. Para o diretor do São Paulo Expo, as feiras presenciais têm toda uma diferença da parte digital, com relação ao atendimento, hospitalidade e recepção. A feira presencial não vai acabar, ela muda um pouco o formato, com menos visitantes, mas mais qualificados. É um ganho para todos”, disse Daniel. “Acredito que a partir de agora muda muito a questão da megalomania, de querer ter o melhor estande ou o maior. O produto será o foco, algo muito mais sério e comercial”, completou. Ainda segundo Galante, “teremos um resultado melhor, porque iremos investir melhor. A questão do presencial continuará viva, o que muda é que terá muito mais a presença do digital. Nosso negócio é seguro, os protocolos são seguros, e os eventos serão retomados seguindos esses protocolos. Vamos retomá-los com muita segurança. Pessoas irão voltar aos eventos e não serão contaminadas”, destacou o

diretor do São Paulo Expo. SETOR INVISÍVEL “Eu acredito muito nas feiras, eu acho que é uma grande ferramenta, principalmente os de Mice. No entanto, o poder público não nos conhece, tanto é que as feiras poderiam sim ter voltado, cumprindo protocolos sanitários, mas não adiantou, porque os técnicos de poder público não categorizaram os eventos da maneira que deveriam, porque as feiras de negócio não geram aglomeração”. Essas são palavras da presidente da Abeoc, Fátima Facuri, que também participou do debate. Segundo ela, o destino e a origem mostra que as feiras têm um controle muito eficaz de visitantes, expositores e fornecedores. Diversas entidades fizeram o dever de casa, mas não fomos ouvidos”, completou Fátima, que ainda abordou sobre o futuro dos eventos pós-pandemia. “Acredito que os eventos vão voltar com força, até porque as feiras precisam desse relacionamento. A gente precisa conhecer o que é o negócio, abrindo oportunidades para nossos eventos, sempre com muitos pés no chão, layout padronizados, montagem elegante, mas nada de grandes estandes”. O desafio, ainda segundo ela, é fazer com que o visitante consiga se sentir num ambiente de negócios. “Os eventos que já foram retomados, ficou provado, que voltaram com força. O evento 100% virtual é muito bom para gerar conteúdo, vieram para ficar, com mais inscritos. E agora nesta retomada, sabemos que teremos menos pessoas presentes fisicamente, mas até 10 mil inscritos no formato híbrido, acredito que seja uma grande oportunidade. Eventos precisam gerar mais impacto e acredito que a tecnologia é o caminho, com menos papel e mais negócios”, finalizou.

FEIRAS VIRTUAIS SÃO ATALHOS, PRECISAMOS DE CAMINHOS Fernando Lummertz, consultor e mentor de empresas do setor, acredita que concorrente humano favorece a realização de feiras físicas, “na medida que as pessoas estão frente a frente, juntas numa feira de negócios, onde têm a possibilidade da empatia, da simpatia, da antipatia, que são elementos humanos que fazem a diferença para se definir se vão fazer negócios ou não. “Então, esses elementos humanos, no presencial, são plenamente exercidos”. No virtual, segundo Lummertz, é complicado. “Eu acho que o momento que estamos vivendo e logo quando começamos a buscar alternativas, acho que cometemos um erro, buscamos atalhos, ao invés de buscar caminhos. Fazer feira virtual? Eu comecei em 1999, ou sejá, há 22 anos eu falava em feira virtual. Me convenci, após investir nisso, que não era o caminho, que não era possível fazer uma feira virtual com um sucesso de uma feira física. Isso me convence de que a feira virtual é um atalho, e não um caminho”, destacou o consultor. “E para encontrar caminho, eu acredito que precisamos refletir sobre que tipo de investimento das empresas que estão neste mercado precisariam fazer, acho que talvez direcionar esses investimentos um pouco menos para a feira virtual, e sim para o desenvolvimento de tecnologias que nos permitam fazer cada vez melhor os eventos presenciais, cada vez mais seguros, de pontos de vista sanitários, eficazes, de ponto de vista de retorno de investimento, e tecnologia, para fazer com que as feiras sejam cada vez mais reconhecidas como uma indutora de negócios”, finalizou. FEIRAS MOVIMENTAM ECONOMIA Abdala Jamil, presidente da Ubrafe, entende que não está s endo fácil enf rent ar todo es te momento da

pandemia, apesar da união de todos os setores da cadeia, das entidades r ep r e s ent at i va s, qu e a c a b a ra m aprendendo juntos. Consequentemente, ele não esconde a exp ectativa da retomada dos eventos físicos. “Em outubro, acreditávamos que iríamos atender o calendário que estava sendo programado, mas agora, que tudo mudou, prevemos uma retomada a partir de julho. Estamos todos preparados para isso, com protocolos rígidos e confiança em trazer a segurança e o bem-estar para expositores, promotores e toda a cadeia de montagem das feiras. Estamos trabalhando juntos às autoridades para mostrarmos que temos, como eventos de negócios, uma v isit ação ma is comprometida, num ambiente em que a segurança é colocada a toda prova”, destacou. Ainda s egundo o executivo, “a economia do Brasil precisa das feiras, são geradoras de empregos, geradora de riquezas. Esperamos que as autoridades deem sinal verde, entendam que estamos capacitados para realizar feiras de acordo com os protocolos e que serão seguidos”, completou Abdala. RETOMADA DA CONFIANÇA Ana Maria Arango, diretora da UFI para América Latina, deu destaque a retomada da confiança do visitante para acompanhar fisicamente um evento ou feira nesta retomada. “Precisamos ter o conhecimento para fazermos eventos online. Foi um susto para todo mundo e derrepente todos tiveram que se programar e fazer de outra forma. Todos os eventos acabaram sendo online e esse ano e não tivemos problemas. É possível fazer eventos físicos novamente? Sim, é, mas é preciso ter participantes, organizadores sérios e comprometidos com todos os protocolos. Precisamos da confiança do público”, destacou ela.


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MERCADOEEVENTOS.COM.BR

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MTUR - O Ministério do Turismo tem um novo diretor de Marketing. Fabio Pinheiro já ocupava a função de forma interina desde janeiro deste ano e foi agora efetivado no cargo. Antes, atuou como coordenador de Comunicação Digital do MTur. O executivo é formado em Publicidade pela Universidade Católica de Brasília e conta com mais de 20 anos de experiência nos mercados de São Paulo e Brasília. ANAC – A Agência Nacional de Aviação Civil deu posse a Tiago Pereira como novo diretor. Desde janeiro de 2020, o executivo já ocupava o cargo como substituto e agora assume para um mandado de 5 anos, até março de 2026, no órgão colegiado da agência. Nomeado para o cargo em novembro de 2020, após a aprovação de seu nome pelo Senado Federal, Pereira ocupa a vaga decorrente do término do mandato de Hélio Paes de Barros Júnior.  GL EVENTS – A empresa a nunciou Milena Palumbo como nova CEO para o Brasil. Milena Palumbo está na companhia desde 2007, era a segunda na hierarquia da operação brasileira e substitui Damien Timp erio, que volta para a França para conduzir todos os processos de t ra nsfor mação organizacional e tecnológica da companhia no mundo, e se torna CEO América Latina.  IMAGINADORA – A I mag ina d ora, agência de marketing que que atua na indústria de viagens, anunciou a criação de um departamento dedicado a captação e gestão de Novos Negócios. Formada por Débora Prass e Gilson Azevedo, a equipe terá como objetivo captar novos negócios, ampliar e fortalecer a atuação da Imagi-

nadora na indústria de viagens. AMERICAN AIRLINES - A American Airlines nomeou José A. Freig como vice-presidente de Operações Internacionais. Em sua nova função, Freig irá liderar as operações da companhia aérea na América Lat ina, Carib e, Ca nadá, Europa e Ásia/ Pacífico, bem como o comando dos espaços VIP da companhia, o Premium Guest Services LATAM - O Grupo Latam anunciou Amira Ayoub, anteriormente coordenadora Sênior, como nova gerente de Marketing. Amira também acumulará a liderança das estratégias de Comunicação e Branding, ambas conectadas à diretoria Comercial, liderada por Diogo Elias. A executiva assume o lugar de Sabrina Salgado. Amira atua há seis anos na Latam e possui mais de 15 anos de experiência em marketing digital, branding, comunicação corporativa e eventos. F1® EXPERIENCES - Cleiton Feijó assumiu um novo desafio na F1® Experiences, produto criado em parceria com Fernando Nunes, do Grupo Prime Global Services – especialista em produtos para incentivo inter nacional. A ideia é oferecer um portfólio customizado de incentivo para as agências de viagens para a principal categoria do automobilismo mundial. SCHULTZ- A Schultz anunciou a contratação de Lizandra Mendonça para atendimento das agências de viagens de Mato Gros s o e Mato Gros s o do Sul para os produtos da Schultz Op eradora e Vital Card. Com ba s e em Ca mp o Gra nde, a profissional possui experiência comercial com outros mercados e formação jurídica.

AGENDA

24 a 28/05 de 2021 20 e 22/10

5 a 8/11

BNT MERCOSUL A BNT Mercosul será responsável por abrirFESTURIS o calendário WTM-LA 2020de feiras de turismo no Brasil. A principais 26ª ediçãofeiras da BNT Mercosul dias e s28 des maio. Uma das de turismo da acontecerá Por contentre a do sosris co s24 cau ado p elo Esta seráLatina primeira vez que a feira será realizada em parceria com AIP o Balneário CamAmérica foi adiada para o segundo coronavírus,a Fundação – organizadora boriú Convention & Visitors Bureau. será a primeira vez que a BNT semestre. Acontecerá entre os dias 20, 21Esta também da BTL - anunciou o adiamento da edição e 22 de outubro por conta da pandemia acontecerá de maneira híbrida, com ações presenciais e online. deste ano, que aconteceria em março, para do coronavírusbntmercosul.com.br (Covid-19), que bagunçou Informações: o fim de maio. As autoridades portuguesas o calendário de eventos. O encontro seconcluíram que deixaram de estar reunidas as gue marcado no Expo Center Norte, em condições para poder assegurar a realização São Paulo, para o evento B2B de três dias do evento nas datas originalmente previstas. que promove a A mérica Lat ina para o “Assim, com o objetivo de corresponder FITUR mundo e t raz o mundo para a América aos anseios e necessidades do A Ifemacriando e a Comissão Organizadora da Feira Internacional de Turismo de de promoção Madri (Fitur) Latina, oportunidades pessoais setorde do19 turismo, AIP entendeu anunciaram o adiamento da feira para o período a 23 dea Fundação maio. O evento, que há e de negócios. a BTLestava 2020 para os próximos dias 27 40 edições abre o calendário internacional deadiar turismo, prevista para acontecer Informações: latinamerica.wtm.com entre 20 e 24 de janeiro, mas teve sua data alterada as incertezas sobre pana 31 de devido maio”, diz a nota oficial. Paraa esta demia de Covid-19. edição, estavam confirmados cerca de 1500

19 a 23/05 de 2021

Informações: ifema.es/fitur

expositores de 67 destinos internacionais. Informações: festivaldascataratas.com

30/06 a 1º/07 de 2021 AVIESP 2 a 4/11 23 a 25/09 A 43ª edição da Aviesp Expo será realizada nos dias 30 de junho e 1º de julho, no hotel Monte

Real,ABAV em Águas deELindóia, no interior de São Paulo. A feira, considerada a principal do interior 48ª EXPO 53º ECB WTM LONDRES paulista, terá como tema “Reencontro”, com o objetivo de fortalecer relacionamento ea A 48ª ABAV Expo Internacional de A WTM Londres estáo marcada entre os promoçãoe de negócios entre agentes de viagens e os principais fornecedores do setor. Turismo 53ºnovos Encontro Comercial dias 2 e 4 de novembro. É considerada Informações: aviesp.com Braztoa acontecem entre os dias 23 uma das mais importantes do calendário e 25 de setembro, no Expo Center tur ístico inter nacional de feiras. Será Norte, em São Paulo. Neste ano a 41a e d i ção d a fei ra qu e, n o a n o coladinha com a WTM-LA, a Abav passado, recebeu mais de 51 mil pessoas é considerada a principal feira de durante os três dias, incluindo nove mil turismo do Brasil e reúne os principais buyers, cinco mil expositores e três mil WTM-LA fornecedores, buyers e visitantes em profissionais de mídia, com o objetivo Considerado um dos mais importantes eventos do setor, a WTM Latin America retorna em 2021 após busca de negócios. de ultrapassar os £ 3,4 bilhões (R$ 17,5 o cancelamento da edição de 2020. O evento físico acontece de 3 a 5 de agosto, no pavilhão verde do Informações: www.abavexpo.com.br bilhões) em negócios. Expo Center Norte, em São Paulo. Na semana seguinte, nos dias 10 e 11 de agosto, acontece o evento Informações: www.wtm.com virtual das 8h às 15h. Inicialmente, a feira estava prevista para junho, mas foi reagendado para permitir uma melhor adequação dos expositores a respeito de novos produtos a serem lançados para um novo perfil de viajante pós-covid. | latinamerica.wtm.com

03 a 05/08 de 2021

Após décadas, turismo se articula, ganha voz e consegue vitórias em Brasília

Em um movimento iniciado em 1993, lideranças do Turismo se aproximaram, durante as últimas décadas, de parlamentares e governo para garantir mais representatividade e força política ao setor, garantindo uma série de vitórias nos últimos anos.

TEMPO REAL: confira o leilão da 6ª rodada de concessão dos aeroportos

Esfe: o futuro das feiras e eventos com estandes menores e maior qualificação

O M&E mostrou em tempo real tudo o que aconteceu no leilão de aeroportos da 6ª rodada, que rendeu R$ 3,3 bilhões ao governo repassando 22 aeroportos à CCR e Vinci

Com o tema “Mãos à Obras” foi realizado este mês o 16º Encontro do Setor de Feiras e Eventos (Esfe), p ela p r i m ei r a ve z e m fo r m at o híbrido.

www.mercadoeeventos.com.br www.mercadoeeventos.com.br Circulaçãonacional nacionalatravés atravésdedemala maladireta direta Circulação Presidente Roy Taylor Presidente Roy RosaTaylor Masgrau Vice-Presidente Presidente-Roy Taylor (rosamasgrau@mercadoeeventos.com.br) (55-11) 3123-2222 - (55-21) 3215-1827 Vice-Presidente Rosa Masgrau Rosa Masgrau Vice-Presidente Editor-chefe Anderson (rosamasgrau@mercadoeeventos.com.br) - (55-11)Masetto 3123-2222 - (55-21) 3233-6316 (rosamasgrau@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 3138-6273 (55-21) 2254-3543 (anderson.masetto@mercadoeeventos.com.br) - (55-11)- 3123-2236 Editor-chefe Anderson Masetto Diretor de Redação Anderson Masetto Web-Editor Pedro Menezes (anderson.masetto@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) (55-11)3215-1844 3138-6274 (pedro.menezes@mercadoeeventos.com.br) - -(55-21) (anderson.masetto@mercadoeeventos.com.br) 3123-2236 Editor-Chefe Igor Regis Diretora de Vendas Mari Masgrau Diretora de Vendas Mari Masgrau (igor.regis@mercadoeeventos.com.br) 3138-6274 (mari.masgrau@mercadoeeventos.com.br)- -(55-11) (55-11) 3123-2249 (mari.masgrau@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) Pedro Menezes DiretorWeb-Editor de Novos Negócios Juliano Braga3123-2249 (pedro.menezes@mercadoeeventos.com.br) -(55-11) (55-21)Barbosa 2254-3543 (juliano.braga@mercadoeeventos.com.br) 3123-2244 Gerente Administrativo e Financeiro- Juliana Diretora de Vendas Mari Masgrau Diretora Administrativa e Financeira Roberta Saavedra (juliana.barbosa@mercadoeeventos.com.br) - (55-21) 3233-6246 (mari.masgrau@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 3138-6278 (roberta.saavedra@mercadoeeventos.com.br) - (55-21) 3215-1836 Assistente de Marketing Roberta Saavedra Diretora Administrativa eAndreia Financeira Roberta Saavedra Operacional Boccalini (roberta.saavedra@mercadoeeventos.com.br) (55-21) 2487-1616 (andreia.boccalini@mercadoeeventos.com.br) (55-11)3233-6202 3123-2222 (roberta.saavedra@mercadoeeventos.com.br) -- (55-21) Operacional Andreia Boccalini Operacional Andreia Boccalini (andreia.boccalini@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 3138-6273 Fotografia Eric Ribeiro | Designer Patrick Peixoto (andreia.boccalini@mercadoeeventos.com.br) - (55-11) 3123-2222 Reportagem SP (55-11) 3123-2239/2240 | Reportagem RJ (55-21) 3215-1844 Designer Patrick Peixoto Giulia Bottini (giulia.bottini@mercadoeeventos.com.br) ReportagemIgor SP (55-11) 3138-6273 | Reportagem RJ (55-21) 2254-3543 Regis (igor.regis@mercadoeeventos.com.br) Fotografia Eric Ribeiro | Designer Patrick Peixoto Janaina Brito (janaina.brito@mercadoeeventos.com.br) Atendimento ao leitor (55-11) 3138-6273 Tecnologia Gestão de Infraestrutura de(55-11) TI WorkNet Atendimento leitor 3123-2222 Reportagem São ao Paulo (55-11) 3123-2239/2240 (fernando.carilo@worknetecnologia.com.br) Gestão de Infraestrutura de TI WorkNet Tecnologia André Montanaro (andre.montanaro@mercadoeeventos.com.br) Gerência de Internet GRM Internet e Serviços (fernando.carilo@worknetecnologia.com.br) (55-21) 3993-8492 Gerência Internet GRM Internet e Serviços Igor Regis de (igor.regis@mercadoeeventos.com.br) (55-21) 3993-8492 Lisia Minelli (lisia.minelli@mercadoeeventos.com.br) Victoria Storti Departamento (victoria.storti@mercadoeeventos.com.br) Comercial

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São Paulo Rua Barão de Itapetininga, 151 - Térreo - Centro - Cep 01042-001 Reportagem Rio de Janeiro-21) 3233-6263 Telefone (55-11) 3123-2222 3138-6273 Pedro Menezes (pedro.menezes@mercadoeeventos.com.br) Américas, 14.591 - Grupo 403 - Cep 22790-701 Rio de Janeiro Avenida das Telefone (55-21) 2487-1616 3215-1836 Representante em Portugal Atendimento leitor (55-11) 3123-2222 Representante nos Estados Unidos Antonio Luiz Acciollyao(antonioluizaccioly@gmail.com) Spotlight –+Marketing & Public Relations (351) 91199-0448 1390 South Dixie Hwy. Suite 110 – Departamento Comercial Coral Gables, 33146 Representante nosFlorida Estados Unidos Patricia Rivera (patricia@spotlight-marketingpr.com) São Paulo (55-11) 3123-2222 | Rio&de Janeiro (55-21) 3233-6202 Spotlight – Marketing Public Relations + (786) 512 1760 1390 -South Dixie Hwy. Suite – 647-6464 Estados Unidos Globe Travel Media +1110 (954) Coral Gables, Florida 33146 São Paulo Denise Rua Barão de Itapetininga, 151 Térreo Centro - CEP 01042-001 Arencibia (denise@spotlight-marketingpr.com) Tels (55-11) 3123-2222 - Fax0044 (55-11) 3129-9095 + (305) 498 Patricia Rivera (patricia@spotlight-marketingpr.com) Uma publicação da - CEP 20.230-014 Rio de Janeiro Rua Riachuelo, 114 - Centro + (786) 512e1760 Editora Mercado Eventos Ltda Telefone e Fax (55-21) 3233-6202 Os artigos e opiniões de terceiros publicados na edição necessariamente refletem posição Uma de publicação da donajornal. Osnão artigos e opiniões terceiros apublicados edição

Editora Mercado e Eventos Ltda não necessariamente refletem a posição do jornal.

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