Curso da Notícia 004

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Vacinação gratuita protege a população

Doenças do inverno Conheça os sintomas e como tratá­las. Pág. 10

Prática ainda evita internações e óbitos. Pág. 10

Frederico Westphalen, julho de 2009. Ano 2, nº 4.

FOTO DE CARLOS DOMINGUEZ

FOTO CLARISSA HERMES

Jornal­laboratório do Curso de Jornalismo do CESNORS/Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil.

A véia do Metal Conheça

FOTO DE MARIANA CORREA

Paul Di’anno faz show histórico em Frederico Westphalen. Pág. 6

os segredos do relógio da torre Contracapa

C i d a d e es t á c r es c en d o c o m d e s e qu i l í b r i o Novos cursos esquentam o mercado mas infraestrutura está desequilibrada. Pág. 2

É h or a d e s e pa r a r o l i x o Página 5.


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Cotidiano

Desigualdade Espacial Urbana Julho de 2009

Frederico Westphalen

Editora Laísa Bisol

Frederico Westphalen cresce de forma desigual com a vinda de novos alunos

F

rederico Westphalen sofre alterações na infra­estrutura para oferecer aos alunos das uni­ versidades e escolas técni­ cas os recursos básicos de estudo, como a construção de prédios residenciais, pa­ vimentação de ruas e para­ das de ônibus para os alu­ nos. Este crescimento ocor­ re com mais intensidade no centro, enquanto os bair­ ros e periferias permane­ cem pouco povoados e de­ senvolvidos. Nesse contex­ to, tanto o setor privado como o público são os ve­ tores deste fenômeno. No turno da noite, ocor­ re a maior movimentação de alunos se dirigindo pa­ ra a aula. No entanto, a mai­ oria deles não mora na ci­ dade e faz diariamente o trajeto entre seus municí­ pios e Frederico Wetspha­ len. Sendo assim, as deman­ das desse grupo estão mais relacionadas com a acessi­ bilidade que possuem para se locomover dentro do pe­ rímetro urbano e com a es­ trutura da própria institui­ ção de ensino. Já os estu­ dantes do Centro de Edu­ cação Superior Norte do Rio Grande do Sul (Cesno­ rs), campus da UFSM loca­ lizado no interior de Frede­ rico Wetsphalen, passam o dia inteiro na universidade, ou seja, permanecem no município, podendo modi­ ficar o cotidiano da cidade. Os alunos dos cursos de Engenharia Florestal, Agro­ nomia, Jornalismo – e, a partir de agosto deste ano, de Engenharia Ambiental e Relações Públicas – com­ põem grande parte da cli­ entela de imobiliárias em Frederico Westphalen.

Aumentam locações

Segundo a administra­ dora de locação Loni Pires, o número de apartamentos locados têm aumentado gradativamente desde a me­ tade do ano de 2006, quan­

FOTO DE MARIANA CORREA

Álvaro Silva

Não falta trabalho no centro de Frederico Westphalen para quem constrói

do o Cesnors começou as suas atividades. Ela conta ainda que a média de 180 alunos por ano aprovados no vestibular da universi­ dade federal é uma garan­ tia para os investidores. De acordo com Loni, esse pú­ blico é bom pagador e o ní­ vel de desistência é baixo.

Companhia

Para atender as necessi­ dades dos alunos, já se po­ de encontrar à disposição no mercado apartamentos mobiliados, tendo em vis­ ta que uma das dificulda­ des que os estudantes en­ contram é o tempo e o di­ nheiro que perdem para mobiliar os apartamentos. Os alunos novos podem também encontrar compa­ nheiros, que as próprias imobiliárias indicam para dividir o apartamento, a­ lém de receber orientações de onde é melhor morar em Frederico: próximo às paradas de ônibus. Este fa­ tor pode causar um incha­ ço em certas localidades da

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo do Cesnors/UFSM ­ campus em Frederico Westphalen, RS, Brasil. Ano 1 – Número 5 ­ Julho de 2009 Publicação produzida pelos alunos do 5º semestre na disciplina de Laboratório de Jornalismo Impresso I – 1º semestre de 2009. Professor responsável, edição: prof. MS. José Antonio Meira da Rocha.

cidade, enquanto outras fi­ cam pouco povoadas.

Deficiências

A centralização dos apar­ tamentos alugados por alu­ nos em locais próximos às paradas de ônibus denun­ cia uma deficiência da in­ fra­estrutura da cidade. Não há um sistema de transporte urbano que pas­ se periodicamente no cen­ tro, bairros e periferia do município, impossibilitan­ do, por exemplo, a constru­ ção de prédios mais afasta­ dos do centro pelo risco que seria o investimento, desse modo, o crescimento da cidade é freado. O em­ presário do ramo da cons­ trução civil, Marcos Lima, afirma que tem interesse de executar projetos mais próximos ao Cesnors, con­ tudo diz que seria um em­ preendimento arriscado pe­ la ausência de transporte urbano na cidade e exemp­ lifica com o caso de um fun­ cionário de seu empreen­ dimento, que sai do traba­

Redação: Álvaro Silva, Ana Maria Uez, Antonio Marcos Demeneghi da Silva, Arnaldo Recchia Neto, Camilla Milder, Carina Venzo Cavalheiro, Catiana de Medeiros, Daiane Binello, Daiane Freire, Daniela Balkau, Dejair de Castro, Dione Rafael Junges, Douglas Horbach, Eduarda Molossi, Fernanda Marcondes dos Santos, Fernando Antonio Egert, Franciele, Maciel Fonseca, Gabriel Lautenschleger, Heloise Santi, Henrique Dalla Nora, Jaqueline Domanski, Jaqueline Joana Fernanda Scherer, Jogelci do Carmo Machado de Oliveira, Juliana Bastos, Larissa Bortoluzzi Rigo, Liara Scolari

lho para almoçar e quando termina a refeição já está na hora de retornar ao tra­ balho e fica sem tempo pa­ ra outros afazeres.

Apoio público

No que diz respeito ao setor público, as participa­ ções da prefeitura munici­ pal direcionadas aos alu­ nos do Cesnors ocorrem desde o começo das obras. Atendendo às solicitações da direção do Cesnors, fo­ ram encaminhados pela gestão anterior caçambas de terra para fazer a terra­ planagem do terreno quan­ do as obras começaram e a pedido dos alunos, foram colocadas paradas de ôni­ bus na cidade. Foi iniciado e quase fi­ nalizado o calçamento da estrada que leva ao Ces­ nors pela vila Faguense e, segundo o atual secretário de obras, João Vendrúscu­ lo, o poder executivo só es­ tava esperando a solici­ tação da direção do Cesnors para concluir a

Casarin, Lígia Lavratti, Luana Loose Pereira, Luara Krasnievicz, Lucas Folle, Pricila Aita, Ramon Pendeza, Sandra Ambrosio, Talita Rubert, Tatiana Kruger Foresti, Tiago Marcelo Albarello. Edição: Aline Chaiane Vogt, Arnaldo Recchia, Douglas Horbach, Franciele Maciel Fonseca, Juliana Bastos, Laísa Bisol, Laisa Fantinel, Nandressa Cattani, Ramon Pendeza, Sandra Ambrosio. Fotografia: Clarissa Hermes, Henrique Dalla Nora, Letícia Sangaletti, Lucas Wirti Rattova, Mariana Correa, Mariane Dakan.

obra, o que aconteceu no dia 15 de abril com a en­ trega de um ofício ao pre­ feito José Alberto Panosso pelo diretor do Cesnors, Genésio Mario da Rosa.

Necessidades

Podemos comparar a ci­ dade com um ser vivo, e essa metáfora fica clara quando percebemos que os problemas do município são como doenças de um organismo, as quais devem ser diagnosticadas e trata­ das. No caso de Frederico, é a pressão que está alta no centro e os bairros e peri­ ferias continuam pouco ir­ rigados. A torcida é que com a vinda dos alunos do Cesnors, os setores públi­ cos e privados detectem as necessidades e reconhe­ çam, ou, continuem reco­ nhecendo, que a existência de uma universidade fede­ ral na cidade, além de au­ mentar os recurssos hu­ manos para diversas áreas do conhecimento, gera renda para o município.

Diagramação: Camila Costa, Jaqueline Andréia Zarth, Pricila Maíra Piccini, Ramon Pendeza, Sandra Ambrosio. Impressão: Imprensa Universitária. Tiragem: 300 exemplares. Versão On Line em http://www.cesnors.ufsm.br/dahora . Ministério da Educação do Brasil Universidade Federal de Santa Maria Centro de Educação Superior Norte­RS Departamento de Ciências da Comunicação Curso de Jornalismo


Ambiente

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36 pessoas separam o lixo de 126 mil Frederico Westphalen

Julho de 2009

Editor Ramon Pendeza

A falta de participação popular e de incentivo público sobrecarrega a rotina dos trabalhadores da reciclagem

N

ão existe Coleta se­ letiva de lixo nos 21 municípios do noroeste gaúcho que fazem parte do Consórcio Inter­ municipal de Gestão de Re­ síduos Sólidos – Cigres. Sem separação, mais de 837 toneladas de restos são descarregados todo mês na usina de reciclagem que fi­ ca na cidade de Seberi. Mes­ mo assim, em pouco mais de 2 anos de operação, es­ sa usina funciona separan­ do materiais recicláveis e produzindo adubo orgâni­ co. Animais mortos, pilhas, baterias de celulares, lâm­ padas, pneus, agulhas, ca­ cos de vidro e inclusive li­ xo hospitalar passam pela esteira onde os 36 funcio­ nários do Cigres, a maioria mulheres, catam cerca de 21 tipos de materiais reci­ cláveis.

Lixo hospitalar

Frederico Westphalen é responsável pela maior par­ cela de lixo enviado ao con­ sórcio: são 46% de todo vo­ lume recebido, seguida por Seberi, 8%, e por Iraí, 7,3%. Quanto ao lixo hospita­ lar que lá chega de manei­ ra irregular, o supervisor operacional do Cigres, Ser­

FOTO ANTONIO MARCOS DEMENEGHI

Antonio Marcos Demeneghi

Funcionários do Cigres na esteira separando os 21 materiais recicláveis gio Goff, não consegue iden­ tificar quem são os respon­ sáveis. Ele suspeita de far­ mácias, clínicas, ou oriun­ dos de tratamentos realiza­ dos em casa. O fiscal am­ biental de Frederico West­ phalen, Carlos Minuzzi Rossatto, desconhece o pro­ blema: “ninguém comuni­ cou o departamento sobre o envio de pneu e lixo hos­ pitalar para o aterro”. Ros­ satto ainda complementa: “todos querem livrar­se do lixo, muitos moradores não respeitam os dias de coleta e parte dele acaba espalha­ do pelas ruas, causando incômodo e reclamações”. O responsável pelo De­

partamento Ambiental no município de Seberi, Ermi­ nio Ciganski, diz que a pre­ feitura não tem nenhuma medida prevista para inici­ ar a coleta seletiva e nem mesmo a previsão de cam­ panhas de conscientização em massa.

Campanha

Ciganski afirma que foi realizada uma campanha enquanto o Cigres estava em fase de implantação e, por esse motivo, não surtiu o efeito esperado. Em Fre­ derico Westphalen a situa­ ção é semelhante. A admi­ nistração passada confec­ cionou e espalhou folhetos

explicativos de como sepa­ rar o lixo. Porém, no con­ sórcio, o lixo continua che­ gando sem qualquer tipo de separação. O coordenador geral do Cigres, Artur Geller, consi­ dera que a meta de separa­ ção consciente do lixo é uma tarefa da população, das administrações muni­ cipais, e ainda das empre­ sas de recolhimento. Geller afirma que a coleta seleti­ va só será implantada na região com incentivo públi­ co e participação popular. Ana Cláudia Borba de Freitas, residente em Sebe­ ri, diz que não sente vonta­ de de separar o lixo orgâni­

co do reciclável porque o serviço de coleta joga tudo no mesmo caminhão, mis­ turando tudo. Sérgio Goff lembra que Taquaruçú do Sul, cidade com 2.850 habitantes, não envia o lixo orgânico. Po­ rém, segundo ele, trata­se de uma iniciativa tímida que não resolve as ques­ tões da separação. É ne­ cessário uma rotina de re­ colhimento que contemple a expectativa da população e que os materiais recicla­ veis cheguem separados dos que são destinados ao aterro sanitário.

Dinheiro no lixo

Embora o Cigres traba­ lhe nestas condições, o di­ nheiro que arrecada com a venda dos matérias reciclá­ veis e do adubo orgânico paga, em média, 63% de to­ das as suas despesas admi­ nistrativas. O restante é pa­ go pelas prefeituras. Se­ gundo Artur Geller, existe um potencial para a auto­ suficiência, mas para isso é necessário um incremento na produção e na comerci­ alização do adubo orgânico. O curioso, segundo os funcionários do consórcio, é que chegam junto com o lixo roupas usadas em bom estado, documentos váli­ dos e, até mesmo, dinhei­ ro. Em uma só vez foi en­ contrado R$ 300,00.

Lugar de pilhas e baterias usadas não é no lixo!

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Carina Venzo

ilhas e baterias são tóxicas e devem ser descartadas de mo­ do correto para não causa­ rem danos ao ambiente. A maneira como estão sendo eliminadas tem facilitado o vazamento de seus compo­ nentes químicos que, em contato com o solo, rios e lençóis freáticos, contami­ nam a água e os alimentos produzidos próximo a es­ sas áreas. Classificadas como resí­ duos perigosos e compos­ tas de metais pesados alta­ mente tóxicos e não­biode­ gradáveis, a maioria das pilhas, depois de utilizada, é jogada em lixos comuns

e vai para aterros sanitári­ os ou lixões a céu aberto. Ao reconhecer este perigo para a saúde humana e pa­ ra o meio ambiente, em ju­ nho 1999 o Conama, Con­ selho Nacional do Meio Ambiente, baixou uma re­ solução que, em síntese, or­ dena que pilhas e baterias com energia esgotada se­ jam entregues nos estabe­ lecimentos que as comerci­ alizam ou à rede de assis­ tência técnica autorizada pelas respectivas indústri­ as, para repasse aos fabri­ cantes ou importadores, a fim de que sejam adotados os procedimentos de reuti­ lização, reciclagem, trata­ mento ou disposição final ambientalmente adequada.

FOTO LETÍCIA SANGALETTI

Apesar da aparência inocente, os pequenos geradores elétricos são um problema ambiental e um risco à saúde

Coleta na Cotrifred

Em Frederico Westpha­ len, a população pode en­ tregar suas baterias usadas de celulares em qualquer uma das revendas autori­

zadas Vivo, Claro, Brasil Te­ lecom ou TIM. Quanto às pilhas, a Prefeitura, em par­ ceria com estudantes da URI, criou postos de cole­ ta para o material, quase todos localizados em super­ mercados e escolas da cida­ de. As pilhas recolhidas nes­ ses lugares são encaminha­ das ao Cigres. Os elementos tóxicos de pilhas e baterias, quando em contato com o organis­ mo humano, podem causar sérios prejuízos à saúde. A ingestão do chumbo, por exemplo, danifica o cére­ bro e o sistema nervoso, afetando o sangue, os rins, os sistemas digestivo e re­ produtor, além de elevar a pressão arterial e causar

mutações genéticas. O biólogo Felipe Manini explica que “uma vez ex­ posta ao sol, vento, chuva e umidade, as pilhas e ba­ terias se oxidam e rompem o invólucro de proteção. Os metais pesados e ele­ mentos químicos perigo­ sos se misturam a um lí­ quido que acaba contami­ nando todo o lixo ao redor, podendo atingir o lençol freático local e rios que correm perto do aterro sa­ nitário”. Hábitos simples podem evitar muitos problemas. Pilhas e baterias podem ser recicladas e usadas até na fabricação de corantes para pisos cerâmicos, vi­ dros e tintas.


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Rural

Do campo à cidade ou vice­versa? Julho de 2009

Editores Douglas Horbach e Sandra Ambrosio

Frederico Westphalen

Pode haver êxodo rural do interior para a cidade ou pode haver expansão da cidade sobre as áreas rurais

A

s propriedades ru­ rais de Frederico Westphalen estão diminuindo gradativamen­ te. Dados do IBGE apon­ tam que, em 1991, 36,89% das residências frederiquen­ ses se encontravam na zo­ na rural. Em 2007, o índi­ ce cai para 19,07%. Uma redução de 17,82%. Segun­ do pesquisadores do assun­ to e especialistas da área agrícola, existem alguns fa­ tores que estão ligados à di­ minuição das propriedades rurais. Mas será o êxodo ru­ ral o maior deles? Para o Técnico do Insti­ tuto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) unida­ de de Frederico Westpha­ len, Cleovane Selbach, es­ sa redução do número de propriedades da área rural está associada ao rápido crescimento da área urba­ na. “Não quer dizer que se­ ja êxodo rural, onde a pes­ soa migra do interior para a cidade, mas pode ter ha­ vido uma expansão da área urbana do município, en­ globando algumas propri­ edades”, afirma Selbach. O Técnico se baseia nos da­ dos do Sistema IBGE de Re­ cuperação Automática (SI­ DRA) para fazer essa afir­ mação. Já para o Técnico em Agropecuária da EMATER de Frederico Westphalen, Nicolau Lauro Flach, exis­ te a migração da população do interior para a cidade e em proporções considerá­ veis. “Tem muitos, hoje, que vêm trabalhar na cida­ de. À noite ou no final de semana retornam para su­ as casas no interior”, afir­ ma Flach. Ele acredita que esse não é um fenômeno de hoje e sim algo que come­ çou há alguns anos. “Como as famílias eram grandes, com bastante filhos, a mai­ oria deles saía de casa se­ não ficaria com pouca ter­ ra”, afirma. O Técnico do IBGE Cle­ ovane Selbach identifica um envelhecimento do cam­ po, justificando que os jo­ vens acabam migrando pa­ ra a cidade em busca de novas oportunidades. Ele cita o exemplo que, em 1970, 2% da população ru­ ral tinha faixa etária entre 45­49 anos. No ano 2000 essa margem subiu para

FOTO MARIANA DAKAN

Tiago Albarelo

Casas do campo acabam sendo englobadas pelo crescimento acelerado das cidades

O campo perde trabalhadores à medida que as cidades crescem

Consequências do êxodo rural Áreas Rurais

• Diminuição da população rural, e consequen­ temente o envelhecimento dos que ainda ha­ bitam o interior. • Diminuição da mão­de­obra rural: para que as famílias continuem a produção necessi­ tam contratar empregados na cidade. É o fim da agricultura chamada familiar. • Diminuição da produção agrícola: as famíli­ as acabam vendendo pedaços de terra para grandes produtores. • Elevação do custo de vida: com a produção diminuindo as famílias acabam comprando produtos nas cidades.

Áreas Urbanas

• Desemprego e subemprego: o mercado de trabalho é pequeno para a quantidade de mão­de­obra disponível. • Falta de habitações, gerando preços eleva­ dos no aluguel ou na compra das habitações. • Formação de favelas e de bairros operários. • Desaparecimento das chácaras e sítios que envolvem a cidade. • Deficiências nos serviços públicos urbanos, como água encanada e esgoto, coleta de lixo transportes coletivos. • Marginalidade social, com delinqüência, mendicância e prostituição.

5%. Algumas consequênci­ as do envelhecimento po­ pulacional da área rural são: as pequenas proprie­ dades de terra precisam de diversidade de produção para se manter, e isso po­ de se tornar muito pesado e trabalhoso para pessoas mais idosas, o que causa o empobrecimento rural; a mecanização da agricultu­ ra, substituindo a mão­de­ obra e encarecendo mais a produção; e o alto custo de produção de várias cultu­ ras agrícolas. Flach aponta outras consequências advindas da diminuição das proprieda­ des rurais e aumento da zona urbana. Para ele a ci­ dade de Frederico West­ phalen não tem suporte para empregar tanta gente. “A cidade não dá conta de tantos profissionais. Não são gerados recursos para manter um emprego dig­ namente” afirma Flach. Soluções para esse fe­ nômeno são poucas. Exis­ tem programas de incen­ tivo à agricultura e a permanência nas áreas ru­ rais, porém não são sufici­ entes para amenizar o crescimento acelerado da cidade e a redução gradati­ va das zonas rurais.


Economia

Crise. Mas só para carros usados Frederico Westphalen

Julho de 2009

Editora Aline Chaiane Vogt

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Por enquanto, a crise econômica não afeta venda de carros novos em Frederico Westphalen

O

mercado automo­ bilístico foi bastan­ te atingido pela cri­ se em 2009. O ramo mais afetado foi o de veículos usados: a procura vem dimi­ nuindo na cidade. O empre­ sário do ramo garagista Ad­ mar Amaral da Rosa co­ menta que a queda das ven­ das chega a 50% em relação ao ano passado. Os garagis­ tas da cidade tiveram de buscar soluções para rever­ ter o quadro de baixa nas vendas. A principal delas foi a redução de preços. Elenor Glier, proprietá­ rio de outra garagem na ci­ dade, afirma que uma de suas preocupações é o fato de terem automóveis em estoque, com valor maior, sendo vendidos por menos. O garagista acredita que “às vezes as pessoas até pos­ suem o capital para com­ pra do carro, mas seguram a venda com medo da cri­ se”. Os veículos novos foram menos afetados pela crise, principalmente devido à adoção de medidas como a

FOTO HENRIQUE DALLA NORA

Daiane Binello

A redução do IPI manteve aquecida a procura por carros novos redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industria­ lizados). Baixar o IPI foi uma boa alternativa para manter o setor automobi­ lístico brasileiro aquecido, mas isso não significa que o país esteja imune à crise. A indústria brasileira

não foi tão afetada quanto a norte­americana, onde as principais montadoras ti­ veram prejuízos enormes. Mas, para o economista pós­graduado em finanças Egídio Marostega, “o Bra­ sil sofre indiretamente as conseqüências dessa crise.

Em função da redução do emprego e da renda, as pes­ soas e empresas diminuem a demanda, especialmente de produtos que não são essenciais, como é o caso dos automóveis”. Uma opção para quem quer comprar o carro novo

ou usado e aproveitar os preços mais baixos é o fi­ nanciamento. Mas é preci­ so tomar alguns cuidados. Egídio Marostega alerta que: “para quem precisa fi­ nanciar, há necessidade de pesquisar as taxas de juros praticadas, bem como cus­ tos indiretos, como tarifas de abertura de crédito, exi­ gência de seguro, etc”. Ele diz que há casos em que as próprias montadoras de veículos financiam a com­ pra de automóvel novo com taxas mais baixas do que as dos bancos e finan­ ceiras. “Para quem recebe proventos através de um banco, vale a pena pesqui­ sar as taxas do CDC Con­ signado. Para vários con­ vênios, essas taxas são menores que as taxas para financiamento de veículo, tendo a vantagem de não precisar alienar o carro”. Para quem está a procu­ ra do carro, Frederico Westphalen possui muitas opções para a compra do veículo, o setor na região é alimentado por garagens, distribuidoras e revendas autorizadas.

Meu primeiro emprego: a realidade da região

Apesar da concorrência, agenciadoras de emprego são boas alternativas para os jovens frederiquenses

A

gios remunerados e, depen­ dendo do rendimento do procura por empre­ estudante, o estágio se go em Frederico transforma em contratação Westphalen, pelos efetiva. O CIEE de Frede­ jovens, apresenta uma re­ rico Westphalen atende a alidade diferente. O merca­ 24 municípios da região. do se mostra cada vez mais Na unidade frederiquense, competitivo e as exigênci­ são 160 empresas regio­ as crescem. Mas na cidade, nais conveniadas, sendo o CIEE (Centro de Intera­ que hoje, 80 possuem es­ ção Empresa­Escola) fun­ tagiários. ciona há 20 anos e, nesse Wagner Benatti se ins­ tempo, dos 8000 jovens ins­ creveu no CIEE e em pou­ critos, 4.200 já consegui­ co tempo foi chamado por ram o primeiro emprego. uma empresa conveniada. Frederico Westphalen Ele já está no emprego há possui universidades de re­ mais de um ano. Vanessa nome, além de cursos pós­ Stefanello, acadêmica do médios e técnicos, o que curso de Direito, teve seu atrai estudantes de diferen­ primeiro emprego nesta tes regiões e intensifica a área. Após o estágio de seis economia do município. meses, a acadêmica deixou Os acadêmicos ou tecnólo­ o trabalho no escritório pa­ gos se formam e saem pa­ ra assumir um cargo públi­ ra o mercado de trabalho. co no INSS. Vanessa afir­ Nesse sentido, o CIEE tem ma que sua primeira ex­ muito a contribuir. O Cen­ periência deu bases para o tro indica seus inscritos às emprego seguinte. empresas cadastradas, pos­ Além do CIEE, os cursos sibilitando o início de está­ pós­médios e técnicos tam­

FOTO HENRIQUE DALLA NORA

Liara Scolari Casarin

Estágios podem auxiliar no primeiro emprego

bém podem fazer o papel de agenciadores dos alu­ nos. Isso porque o cumpri­ mento dos estágios obriga­ tórios (exigido na parte final da maioria destes cur­ sos) muitas vezes encami­ nha os estudantes a empre­ gos fixos nas empresas em que estagiaram. É comum os empregado­

res exigirem que o candi­ dato à vaga tenha experi­ ência profissional. Esse é um problema para os que buscam o primeiro empre­ go. Mas hoje, já existem in­ centivos, até mesmo fede­ rais, que visam inserir os jovens no mercado de tra­ balho. Um bom exemplo é o PNPE – Programa Naci­

onal de Estímulo ao Pri­ meiro Emprego, em fun­ cionamento desde 2004. O primeiro emprego é uma conquista. Buscar qualifi­ cação através de cursos profissionalizantes e supe­ riores é a principal dica para aqueles que desejam garantir sua vaga no mer­ cado de trabalho.


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O show Di’anno Cultura

Julho de 2009

Frederico Westphalen

Editora Juliana Bastos

Paul Di’anno, a primeira voz do Iron Maiden, faz show irado em Frederico

P

Carlos Dominguez*

aul Di'anno ficou imóvel próximo ao palco, bem coberto por uma coluna de auto­fa­ lantes que impediam a vi­ são do público. Observava com muitas caretas a aber­ tura rasgante que sua ban­ da de apoio fazia para le­ vantar um público já endoidecido. Era quase meia noite e Di'anno tam­ bém pegava fôlego depois de sofrer para subir os 15 degraus de acesso ao palco. Deixou a bengala preta pa­ ra um roadie, fez o sinal da cruz e encarou o público.

Pique

No centro do palco ele abriu o berro que o consa­ grou como o vocalista que fez estourar a mais famosa banda de heavy metal do planeta: Iron Maiden. Di'anno manteve o pi­ que da ótima Sceleratta, banda que o acompanha na turnê de 2009. Mesmo sem sair do lugar o vocalis­ ta cantou muito enquanto pode. Interagiu com o pú­ blico, cobrou coro nos hits mais conhecidos do Iron e bateu palmas, fez caretas e manteve sua aura de len­ da para os fãs que esta­ vam em Frederico West­ phalen para celebrar o rock na sua variação mais pesada. Carismático, o veterano do metal fez um show on­ de rememorou por quase uma hora os sucessos do Iron intercalados com mú­ sicas próprias. Tudo com muito barulho, irreverên­ cia e um ar de quem não se importa muito com o lugar onde está cantando. O que importa é o metal.

Duas gerações

Estrela da noite, Di’anno teve dia de majestade na ci­ dade. Eram apenas 17 ho­ ras e mais de 50 pessoas lo­ tavam o hall de entrada da Vitrola café, locadora e lan

FOTO CARLOS DOMINGUEZ

A surpreendente força do heavy metal de bengala esquenta noite gelada em Frederico durante festival Na Mira do Rock que apresentou três bandas e o carisma de Paul Di'anno, ex­vocalista da banda inglesa mais famosa da cena metal do mundo

house o momento de ficar cara a cara com o ídolo do heavy metal inglês. Quando desceu da van prateada, a voz dos suces­ sos iniciais do Iron Maiden usava uma bengala preta, boné do NY Nicks, tênis azul e branco e uma cole­ ção de tatuagens. Os olhos azuis e a pela branca apon­ tavam para o público ansi­ oso e produziam respeito entre fãs de todas as ida­ des. Estavam ali senhores de 50 anos que presencia­ ram o nascimento da ban­ da, em 1975, até fãs tempo­ rões do boom do metal que atravessou as décadas de 80 e 90, entrando nos anos 2000 fracionado em mais de 50 estilos distintos mas com poucas unanimidades. Uma delas estava ali, sen­ tado e dando autógrafos, sorrindo e dizendo fuck you como uma espécie de saudação. E todos que es­ tavam em frente da mesa que separava Di’anno do assédio adoravam os ges­ tos “from hell” de um dos avôs do metal.

Humor

Falando apenas inglês (embora domine um por­ tuguês arranhado) Di’anno conseguiu ser simpático dentro do que se espera de um ”metaleiro” por quase 40 minutos num sábado que mesclou chuva pela ma­ drugada e raios de sol no fim da tarde. Afinal, era Dia Mundial do Rock. E um fino humor britânico. Quando recebeu uma cami­ sa oficial do Internacional de Porto Alegre com seu no­ me o inglês de 52 anos sur­ preendeu a todos e puxou do bolso uma carteira de membro da gaviões da fiel, fanática torcida organiza­ da do Corinthians. (fuck you footbol – diria mais tar­ de no palco!). Mesmo as­ sim, segurou a camiseta pa­ ra as fotos, não sem antes juntar as mãos em uma pre­ ce e pedir, em português,

Paul Di'anno abre a garganta

perdão para a “galera co­ rintiana”.

Fuck you

Paul Di’anno e o heavy metal podem ser resumi­ dos como muito Jack Da­ niels e cocaína – disse o cantor na rápida entrevis­ ta coletiva.

E foi este consumo exa­ gerado que tirou Di’anno do Iron Maiden, em 1982, quando a banda estava pa­ ra alcançar o estrelato e de­ pois de quatro anos de la­ buta para tornar o grupo na mais bem sucedida do cenário do heavy metal lon­ drino.

Hoje, 28 anos depois Di’anno tenta pela terceira vez encerrar a sessão de autógrafos com gesto uni­ versais de “acabou”. Não consegue. Desta vez foi o pessoal da própria locado­ ra que fechou o cerco para uma foto com o vocalista de timbre único na cena do


heavy metal mundial nas­ cente. E, por isso mesmo, copiado a exaustão por seus contemporâneos. A se­ guir, lá foi ele para a van “bengalando” e distribuin­ do “fuck you” para a aglo­ meração a sua frente. Embora não tenha se­ quer provado o café que lhe foi servido na sessão de au­ tógrafos (fumou apenas dois Malboro Ligth cujas as baganas seriam disputadas a tapa pela fila do gargare­ jo durante o show), Di’­ anno chegou ao hotel Pala­ ce e pediu pizza de Pepe­ rone e Anchovas. Como não havia anchovas na ci­ dade, as 6h32min subiu uma pizza só de peperone para saciar a fome do can­ tor. Do hotel ele já havia re­ clamado da falta de TV à cabo ( parece a Holanda, resmungou) o que fez com que a produção tenha de montar um sistema impro­ visado no local. Coisas de astros de rock.

Cultura

Sceleratta levanta a bandeira do rock do inferno

matar a fome de comida e de álcool. Claro que os in­ defectíveis litros de mistu­ ras e coquetéis explosivos corriam de mão em mão. Afinal, era um show de Me­ tal.

Tierra Mística

Enquanto isso, no pavi­ lhão do parque de exposi­ Nas ruas ção a banda de apoio de Sem a presença do ído­ Di’anno, Sceleratta, passa­ lo, os bandos de rockeiros va o som para um grupo de e metaleiros ganharam as uma dezena de técnicos de ruas de Frederico. Ônibus som e luz. Das 19h até as de várias cidades da região 20h o som de guitarra, bai­ (Ijuí, Cruz Alta) e vans des­ xo e bateria inundou o pa­ pejavam grupos que passa­ vilhão vazio, retangular, fei­ ram a ocupar os bares e lan­ to de concreto, tijolos a cherias da cidade para vista e teto de brasilite.

Julho de 2009

Editora Juliana Bastos

FOTOS DE CARLOS DOMINGUEZ

Frederico Westphalen

No lugar, além dos téc­ nicos, só o pessoal da ali­ mentação que preparava o molho dos cachorros quen­ tes que seriam vendidos a R$ 4 para saciar a fome e esquentar o estômago da­ quela noite gelada de 11 de julho de 2009. Nem o pes­ soal da bebida havia chega­ do. À medida que a noite chegava o ar ficava gelado. Mas a temperatura era a menor preocupação para as centenas de fãs do metal que já estavam na cidade. As ruas do centro de Fre­ derico estavam cheias de metaleiros gaúchos e cata­ rinenses que pululavam nas esquinas e dentro das

lanchonetes comendo e be­ bendo, preparando o corpo para a celebração do heavy metal que começaria pon­ tualmente as 11h15min com o show da banda por­ to­alegrense Tierra Místi­ ca, responsável por uma original combinação de som pesado com música an­ dina. O grupo esquentou o pú­ blico que gritou com a ban­ da diversas músicas. O Ti­ erra estava em casa. E não decepcionou, apesar do som não ter ajudado mui­ to. Como o local não tem acústica, a aparelhagem fi­ cou devendo. Mas a empol­ gação dos músicos, que mesclaram muito bem o re­ pertório próprio com clás­ sicos do gênero. Com duas guitarras, vocal, teclados, baixo e bateria, a Tierra apresenta o diferencial de mesclar instrumentos co­ mo charango, zamponha e violão em músicas de har­ monia elaborada. Ganhou o público a empolgação e técnicas da banda, chaman­ do atenção a energia do “chileno” que vibrava com seus instrumentos acústi­ cos mesmo quando nin­ guém estava ouvindo o que ele tocava.

Sceleratta

Logo depois, a banda Sce­

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leratta, de São Paulo, fez um show impecável. O gru­ po tocou acelerado. Sem parar no lugar, o quinteto de duas guitarras, baixo, bateria e vocal tocou por 25 minutos como um venda­ val de calor na gelada noi­ te frederiquense. Nesta ho­ ra, cerca de 800 pessoas estavam no pavilhão. O som e a luz ajudaram. Es­ tava tudo pronto para a atração principal. No gargarejo, garotos e garotas referências que sempre valeram polêmicas para o Iron em toda a sua carreira, marcada por mú­ sicas como The Number of the Beast e Run to the Hills, entre outras. A ex­ plosão veio depois de uma impaciente espera de 15 minutos. Paul Di’anno fez de Frederico Westphalen a meca do heavy metal no Brasil. Mesmo que por uma só noite. Suou a cabeça calva e tatuada e arrebentou a garganta em agudos per­ feitos que preencheram o festival de riffs e solos no volume máximo. Deu para bater cabeça. E afinal, o que importa é o metal. Carlos Dominguez é professor de jornalismo e coordenador da agência de notícias Da Hora, do Curso de Jornalismo do CESNORS/UFSM.


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Geral

Bem vindo à Frederico Westphalen Julho de 2009

Editoras Nandressa Cattani e Laisa Fantinel

Frederico Westphalen

Frederico é um lugar que está se desenvolvendo economica, cultural e socialmente

rodoviária de Fre­ derico Westphalen é o ponto de encon­ tro e passagem de centenas de pessoas, já que a cidade é um dos pólos da região norte do Rio Grande do Sul. Com 28 mil habitan­ tes, o município concentra mais oportunidades de em­ pregos, serviços e educação que pequenas cidades da região. Cada pessoa que passa pela rodoviária traz consi­ go uma bagagem de vida, uma história. Abaixo, con­ tamos algumas das muitas histórias que ciruculam pe­ la rodoviária diariamente.

cil. “A minha mãe me ajuda em tudo, mas principalmente no financeiro”. É por isso que ela e sua mãe estão em Frederico. Vieram pesquisar qual é o melhor preço dos eletrodomésticos.

FOTO MARIANA CORRÊA

A

Larissa Rigo

Emprego

Já a empregada doméstica Susana Maria Pinheiro, 35 anos, trabalha dia­ riamente em Fre­ derico há sete anos, em uma casa de fa­ mília. Está na rodo­ viária esperando o marido que traba­ A cidade atrai pessoas de toda a região Noroeste lha como carpinteiro tam­ marido trabalharem aqui, Andreatto, 28 anos, traba­ Compras bém na cidade. “Agora que os filhos também depen­ lha em Frederico. Ela está Mariléia dos Santos, 30 o meu esposo também con­ dem do município para na rodoviária esperando anos, mora em Vicente Du­ seguiu emprego aqui estou estudar. “É a prefeitura seu marido que é eletricis­ tra­ “Venho pra Frederico feliz, assim viemos juntos que paga o ônibus para ta em nosso município. para fazer compras, porque de moto e voltamos para eles estudarem na cidade, “Sempre passamos pela ro­ na minha cidade é muito nossa casa em Pedras Bran­ já que lá em Pedras Bran­ doviária, o meu esposo me caro, mesmo com o dinhei­ cas”. cas não temos oportuni­ deixa aqui e vai para o tra­ ro da passagem se torna Pedras Brancas é uma dades nem de estudo e balho e na volta me pega mais barato vir pra cá”, con­ localidade que fica a oito nem de empregos”. aqui pra irmos juntos para ta a costureira de cuias. quilômetros de Frederi­ Também de Pedras Bran­ Pedras Brancas, onde mo­ A vida da família é difí­ co. Além de Susana e o cas, Alexandra Meneguzzo ramos”.

Educação para Inclusão Social

As escolas precisam estar preparardas para receber alunos com necessidades especiais

P

Jaqueline Domanski

ela Lei, as escolas de­ vem ter uma estru­ tura acolhedora pa­ ra as crianças com neces­ sidades especiais dentro do ensino regular, mas, pou­ cas possuem a estrutura mí­ nima exigida e os estudan­ tes encontram muitas difi­ culdades. O capitulo V, da Lei de Diretrizes e Bases da Edu­ cação Nacional – LDB, dei­ xa outorgado que as crian­ ças com necessidades espe­ ciais tem direito a frequen­ tar escolas de ensino regu­ lar. Porém, poucas escolas possuem estrutura, física e humana, para acolher es­ ses alunos. Nesse sentido, a Escola Estadual Sepé Ti­ araju tenta mudar essa re­ alidade. Na escola, a forma en­ contrada pelos professores para seguir esta determina­ ção, foi fazer uma Classe Especial, onde o aluno que chegar na escola passará por um tempo de adapta­

ção e análise para verificar em que nível está, e assim se encaixar em uma série onde possa se desenvolver. Após passar por avalia­ ções necessárias, como neu­ rológicas e psicológicas, a professora titular da classe encaminha o pedido de in­ clusão desse aluno no en­ sino regular. A partir daí, começa um processo de adaptação, não só da crian­ ça, mas da turma que vai recebê­la, e dos pais de to­ dos alunos da turma, para esclarecer que a didática se­ rá diferenciada.

Respeito

A diretora da escola Sepé Tiaraju, Marili Iso­ tom, afirma que é preciso conversar com a turma, fa­ zer um trabalho no sentido de respeitar as diferenças, pois, querendo ou não, al­ guns alunos não conhecem essa realidade e tendem a rejeitar o colega com neces­ sidades especiais. Essa nem sempre é uma tarefa fácil, mas com dedicação,

cuidado e paciência se con­ segue bons resultados. Além disso, a avaliação dessa criança especial se dará de forma diferente dos demais. Ela será feita através de conceitos, onde os professores se reunirão para chegar a uma conclu­ são de conhecimento ad­ quirido pelo aluno. Mas, antes desse processo de adaptação e aceitação da criança na turma, há uma decisão delicada e impor­ tante pelos pais: levar a cri­ ança até a escola.

Antônio ajudou seu filho a começar a ler e escrever em casa, com a ajuda de brinquedos pedagógicos, atividades que hoje, dentro da escola, são cada vez mais firmadas com a ajuda de professores. Além das atividades oferecidas pela escola, seu filho faz aulas de violão, inglês, academia, tudo com alegria e intera­ gindo com as pessoas ao seu redor.

Acompanhantes

Além disso, para melhor aprendizagem e aproveita­ Interação mento das atividades, mui­ Entretanto, encontrar tos pais contratam acom­ uma escola que ofereça es­ panhantes em horário de sas condições não é uma ta­ aula. O trabalho dessas pes­ refa fácil. Antônio de Oli­ soas é um auxilio para o veira, pai de um aluno que professor e para o aluno. hoje esta matriculado em Pois, como essas crianças uma turma de ensino regu­ possuem uma maneira di­ lar, desabafa: “Você, como ferente de absorver os con­ pai, tem que ir à luta! De teúdos ministrados em au­ tantas idas e vindas e recu­ la, a acompanhante traba­ sas das várias escolas do lha com um método para município, encontramos ajudar o aluno a aprender na Sepé uma acolhida para com a turma de acordo ele”. com sua capacidade.

Luis Claudiomiro Pinto, 37 anos, tra­ balha em Frederico como pedreiro no ra­ mo da construção ci­ vil. “Venho todos os dias para Frederico porque lá em Seberi, onde moramos, o meu salário é muito baixo”, conta ele, que trabalhou por três anos em Porto Alegre, mas que pre­ fere criar suas filhas em uma cidade pe­ quena.

Aposentadoria

Já Leocir Barros, 59 anos, veio para Frederico para re­ solver problemas da apo­ sentaria. “Em Taquaruçu, onde moramos não tem advogados que possam me ajudar com a aposen­ taria, então tenho que vir pra cá” Ele também conta que seus 3 filhos estuda­ ram na cidade. “Hoje meus filhos estão bem graças a faculdade que fi­ zeram aqui”.

Um dessas pessoas é a pedagoga Emanuele Bar­ retto. Contratada há três anos como acompanhante de uma criança que está inserida no ensino regular, desenvolveu diferentes po­ lígrafos, onde, juntamente com outros profissionais que cuidam dessa criança, são trabalhadas atividades que ela goste. “Não é que não vá socializar, ajudar no conhecimento dele, é o que é melhor pra ele, pra vida dele, pro bem estar dele na escola e os conhecimentos que ele gosta”, diz Emanu­ ele. Acima de tudo, essas iniciativas são bons exem­ plos de como é possível di­ minuir a exclusão social atraves da educação e do respeito à diferença, e do quanto isso é importante para o futuro. Pois, com um pouco de paciência e dedicação das pessoas que a cercam, o desenvolvi­ mento de uma criança es­ pecial será tranquilo e efi­ caz.


Geral

Faixas de Insegurança Frederico Westphalen

Julho de 2009

Editoras Nandressa Cattani e Laisa Fantinel

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A falta de educação dos motoristas gera indignação de pedestres e preocupa autoridades.

A

maioria dos moto­ ristas não respeita as faixas de segu­ rança das ruas da cidade e com isso coloca em risco a vida dos pedestres, que tem esse espaço reservado para fazer sua travessia com se­ gurança. Além de não respeitarem as faixas e sinalizações, eles não dão preferência ao pedestre e diariamente pa­ ram sobre a faixa. Isso blo­ queia a travessia do cida­ dão, faz com que ele tenha que andar fora da faixa e assim fique exposto a ris­ cos. O fato, é que, com es­ sas atitudes, os motoristas atrapalham o trânsito ao invés de colaborar para o bom fluxo das vias. Não é raro encontrar­ mos situações como esta da foto em Frederico. Com a falta de estacionamentos, o motorista do veículo pára sobre a faixa de pedestres, causa transtorno no trân­ sito e põe em risco a vida dos que atravessam fora da sinalização. Para a frederiquense Lu­ ana Bertoldo Cadore, “o problema parece ser cultu­ ral, já que alguns não têm o costume de respeitar o pe­ destre, pois em outras ci­ dades, mesmo sem semá­

FOTO LETICIA SANGALETTI

Fernando Egert

Carro sobre a faixa obriga pedestre a atravessar em local errado

foros, os motoristas respei­ tam a faixa de segurança porque conhecem os riscos e valorizam a educação no trânsito”. “As placas de sinalização até um tempo atrás eram vistas claramente, mas de­ vido a atos de vandalismo, desapareceram de alguns pontos da cidade. E por fal­ ta de sinalização já aconte­ ceram muitos acidentes”, comentou Jones Piovesan, instrutor de auto­escola. Ele ressalta que na auto­es­

cola os novos condutores aprendem a importância de sempre respeitar as si­ nalizações e os pedestres. Mas, o problema é que 90% dos motoristas, após atenderem às exigências da auto­escola, saem e muitas vezes não aplicam o exem­ plo aprendido nas aulas teó­ ricas e práticas.

derico Westphalen, em reu­ nião com o prefeito muni­ cipal, buscou resolver essas questões. Conforme expli­ citado pelo Tenente Adelar, as autoridades estão anali­ sando a possibilidade de trocar de lugar as faixas de segurança e colocar corri­ mão nas esquinas, para obrigar o pedestre a atra­ vessar no lugar certo, fa­ Corrimão zendo com que o motoris­ Para amenizar os trans­ ta possa parar o carro na tornos de trânsito na cida­ esquina para trocar de via. de, a Brigada Militar de Fre­ Também, estão estudando

Parada obrigatória?

Trânsito mal sinalizado gera dúvida em quem anda nas ruas da cidade.

A

Camilla Milder

tação o bom senso. Nesse sentido, aqueles falta de sinalização que buscam o Centro de de trânsito em Fre­ Formação de Condutores – derico Westphalen CFC – para iniciar o pro­ dificulta o tráfego e a ori­ cesso da primeira habilita­ entação dos pedestres e con­ ção, se sentem inseguros dutores. As principais ruas na realização das aulas e da da cidade estão sem as pla­ prova prática devido a fal­ cas de regulamentação de ta de sinalização nas ruas. Parada Obrigatória, pois a “Um dos meus medos de maioria foi arrancada. ser reprovada é passar em O Código de Trânsito alguma rua que eu não sai­ Brasileiro – CTB – prevê ba qual é a preferencial. O sinalização para guiar e ad­ meu instrutor sempre ex­ vertir a circulação de pes­ plicou mais ou menos o soas, veículos e animais que eu posso fazer, mas pla­ nas vias públicas. No en­ ca para orientar não tem”, tanto, com a ausência das conta a estudante de Psico­ chamadas Placas de Regu­ logia Jucirene Concêncio. lamentação, responsáveis Segundo Vaniz Albarel­ por ditar as regras e proce­ lo, atendente do CFC de dimentos do trânsito, os pe­ Frederico Westphalen, vá­ destres e condutores da ci­ rios pedidos já foram enca­ dade utilizam como orien­ minhados para a Prefeitu­

ra Municipal da cidade, mas nenhuma atitude foi tomada para reparar a fal­ ta de sinalização. Com duas grandes uni­ versidades na cidade, o nú­ mero de pessoas oriundas de diversas regiões tem au­ mentado a cada ano e quem vem de fora estranha a confusão no trânsito. Co­ mo ressalta o estudante Alisson Machado, de San­ ta Maria: “O tráfego no cen­ tro é intenso, muitas pes­ soas ficam perdidas, como eu quando cheguei aqui”.

Piores horários

Além disso, alguns horá­ rios do dia são piores para o transito. O estudante Ro­ bledo Frozza acredita que o horário mais difícil de an­ dar pela cidade é a primei­

ra hora da tarde: “as pesso­ as saem para trabalhar e ônibus estão chegando com alunos. O trânsito fica ruim, nos cruzamentos on­ de se encontram cinco ru­ as, é uma confusão só”. Já para Roger Dickel, o horário de maior dificulda­ de é a chegada dos ônibus escolares à URI: “Os moto­ ristas não têm respeito pe­ los pedestres, mas estes também não respeitam as faixas de segurança”. O pe­ destre José Rodrigues, de 76 anos, também reclama dos motoristas que trafe­ gam em alta velocidade e não respeitam os pedestres na faixa: “Temos preferên­ cia, ando certinho nas li­ nhas brancas, mas eles pas­ sam por cima”. De acordo com o 1º Te­

a viabilidade de criar uma comissão para fiscalizar questões relacionadas ao trânsito. Além das faixas novas, deverão aumentar os esta­ cionamentos na área cen­ tral da cidade e modificar as ruas para mão única, entre elas, a Rua Presiden­ te Kennedy, que dá acesso ao centro. O tenente disse ainda que o funcionamen­ to atual das vias dificulta o serviço da Brigada Militar ao autuar os condutores dos veículos que param so­ bre a faixa para trocar de via, pois é necessário usar o bom senso, uma vez que o motorista muitas vezes se vê obrigado a parar na­ quele local. Porém, ele avisa que os condutores têm conheci­ mento de que não podem parar nem estacionar sobre a faixa. Se constatado isso, levarão multa e, caso o pro­ prietário não esteja no lo­ cal, o carro será removido. Diante dessa realidade, é importante lembrar que o motorista é também pe­ destre, mas nem sempre o pedestre é motorista. Por­ tanto, para que trânsito flua sem riscos, é preciso atenção, bom senso, res­ peito e, principalmente, responsabilidade de todos os usuários das vias.

nente Adelar José Nierot­ ka, “acidentes com lesões corporais ou danos materi­ ais têm aumentado no cen­ tro da cidade, mas por fal­ ta de atenção dos condu­ tores e pedestres, não pela falta de sinalização nos cruzamentos”. O Secretário Administrativo da Prefeitu­ ra Municipal, Vinei Giaco­ mini, reonheceu que o as­ pecto visual está deixando a desejar, mas que a prefei­ tura iniciará um novo pro­ jeto a partir do segundo se­ mestre deste ano para a reposição das placas. O CTB assegura o direi­ to de ir e vir com seguran­ ça para todos, ou seja, pe­ destres e condutores.Mas, para que isso funcione é preciso que a sinalização seja visível e correta.


10 Julho de 2009

Saúde

Prevenir é melhor que remediar Editora Franciele Maciel Fonseca

Frederico Westphalen

Vacinação garante benefícios à população regional, que recebe as doses gratuitamente em postos de saúde resce no Médio Alto Uruguai a consciên­ cia da população e dos orgãos públicos de saú­ de a respeito da importân­ cia da vacinação e dos be­ nefícios de se vacinar. Isto se deve aumento do núme­ ro de casos de doenças co­ mo dengue, febre amarela e leishmaniose. Desde o nascimento das crianças, pais e familiares são incentivados a manter regularmente as vacina­ ções, mas o que antes era apenas incentivo e muitas vezes caía no esquecimen­ to, agora se tornou consci­ ência social. “É muito im­ portante se vacinar, a fim de manter uma boa saúde e proteger­se contra possí­ veis doenças”, afirma o frederiquense Cleiton Car­ los Brugneira, 31 anos. As vacinas possibilitam o controle e, em alguns ca­ sos, até mesmo a erradica­ ção das doenças. São ferra­ mentas importantes à soci­ edade. Como afirma a se­ cretária interina de saúde do município de Frederico Westphalen, Ana Cristina dos Santos, “a vacina é im­ portantíssima por ser a úni­

ca maneira eficaz de con­ trolar e erradicar as do­ enças”. Já segundo o Secretário Estadual de Saúde, Osmar Terra, outro benefício da vacinação está no fato de a imunização ocasionar a re­ dução das transmissões e contágios. Ele explica: “as vacinas desenvolvidas desde o sé­ culo XI usando os própri­ os vírus das doenças, vem ajudando a diminuir mui­ to o número de transmis­ sões por bactérias, vírus e até mesmo protozoários, como no caso da leishma­ niose”. O que, segundo ele, pode ser sentido nos indi­ ces de saúde do estado, “o Rio Grande do Sul possui um dos melhores indica­ dores de saúde do País e com certeza a vacinação tem um papel importante nisso tudo”.

Benefícios

Outro benefício que po­ de ser sentido a partir dos investimentos em vacina­ ção é o fator econômico. A prevenção das doenças atra­ vés do uso das vacinas é a forma mais econômica de intervenção e reduz consi­ deravelmente os custos dos

FOTO DE MARIANA CORRÊA

C

Luana Loose Pereira

Vacina gratuíta

Concientização leva cidadão aos postos de saúde tratamentos de saúde. A en­ fermeira Viviane Cerutti, responsável pela vacinação em Frederico Westphalen, explica: “todo o investimen­ to feito na prevenção das doenças tem um retorno

maravilhoso. O impacto é na saúde das pessoas e fi­ nanceiramente também. Evitam­se internações, com­ plicações, como no caso da gripe no idoso, o custo de uma vacina é muito peque­

Doenças do inverno preocupam

Saiba quais são os sintomas e os tratamentos mais adequados para cada doença

oscilação das tem­ peraturas dificulta as defesas do orga­ nismo, aumentando o nú­ mero de pacientes nos am­ bulatórios e postos de sa­ úde de Frederico Westpha­ len. As principais causas de internação são provenien­ tes das doenças respirató­ rias. Doenças como gripe, rinite, resfriado e sinusite atingem diretamente os ór­ gãos do sistema respirató­ rio, assim é importante fa­ zer um diagnóstico efici­ ente e aplicar um trata­ mento. Segundo o especia­ lista em doenças respira­ tórias Dr. Paulo Savaris, é necessário que estas doen­ ças sejam diagnosticadas corretamente para realizar um tratamento adequado. A seguir, saiba identificar as principais doenças co­ muns no inverno.

Rinite

É uma inflamação no re­ vestimento interno do na­ riz e se caracteriza por qua­ tro sintomas básicos: nariz entupido, secreção nasal, espirros e coceira no nariz. Os sintomas são manifes­ tados minutos após o con­ tato com o alérgeno (subs­ tância que provoca a aler­ gia) e ocorrem nos 2 lados do nariz.

Resfriado

É causado pelo rinoví­ rus, e pode ser adquirido através do contato do vírus com o revestimento inter­ no do nariz. Acontece quan­ do alguém contaminado en­ tra em contato com um não contaminado e transmite o vírus, através do uso de ob­ jetos, ou do toque. Os sin­ tomas mais comuns são se­ creção nasal, voz anasala­ da, rouquidão e dores de

FOTO HENRIQUE DALLA NORA

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Lígia Lavratti

no em relação ao custo de uma internação”. As campanhas realiza­ das junto aos órgãos públi­ cos de saúde de 28 municí­ pios da região, entre eles Frederico Westphalen, são de responsabilidade do se­ tor de epidemiologia da 19ª coordenadoria regio­ nal de saúde.

A corisa é um sintoma das doenças da estação cabeça. Os sintomas não ul­ trapassam 7 dias.

Sinusite

Ocorre quando existe comprometimento dos sei­ os da face (cavidades ocas e cheias de ar). A sinusite costuma ocorrer conjunta­ mente com os quadro vi­ rais (resfriado comum e gri­ pe) e resolve espontanea­ mente na maioria dos ca­

sos em até 10 dias. Os sin­ tomas mais marcantes são a obstrução e a congestão nasal, pressão e dor na fa­ ce e nos dentes superiores, alteração do olfato e secre­ ção nasal de cor variável. Cuidados podem ser to­ mados como manter o cor­ po hidratado, ingerindo dois litros de água, em mé­ dia, por dia, ter uma ali­ mentação saudável à base

Giana Freire Bertoldo, responsável pelas imuniza­ ções, afirma que devido ao comprometimento e a mo­ bilização tanto dos órgãos de saúde quanto da popu­ lação todas as campanhas realizadas recentemente tem atingido suas metas de imunização, “na campanha da gripe para o idoso em 2008, mais de 80% das pessoas acima de 60 anos foram vacinadas”, conta Giane. Para se vacinar, o cida­ dão deve comparecer ao posto de saúde ou nos pontos de vacinação, apre­ sentando a carteira do Sis­ tema Único de Saúde ou, se possuir, a carteira de va­ cinação. As vacinas são gratuitas e realizadas mes­ mo fora dos períodos das campanhas.

de frutas e verduras. Inge­ rir bastantes vegetais auxi­ lia na recomposição de vi­ taminas.

Gripe

É uma doença infeccio­ sa, causada pelo vírus In­ fluenza, que se espalha fa­ cilmente pelo ar e produz sintomas mais intensos que o resfriado comum. Os sintomas da gripe são fe­ bre alta, dores musculares e de cabeça, cansaço e obs­ trução nasal. O ciclo da do­ ença dificilmente ultrapas­ sa dez dias, tempo que varia conforme o sistema imunológico do paciente. Para o tratamento da gri­ pe, recomenda­se repouso, alimentação balanceada e ingestão abundante de lí­ quidos. O uso de descon­ gestionantes nasais, anal­ gésicos e antitérmicos deve ser administrado confor­ me orientação médica.


Saúde

Madrugadas “criativas” têm cura Frederico Westphalen

Editora Franciele Maciel Fonseca

Julho de 2009

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Os distúrbios do sono que afetam grande parte das pessoas podem ser tratados

O

s distúrbios do so­ no afetam grande parcela da popula­ ção no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% de toda população mundial não dor­ me como deveria e apresen­ ta um dos mais de 80 dis­ túrbios do sono relaciona­ dos pela CIDS (Classifi­ cação Internacional dos Distúrbios do Sono). Dados como estes preo­ cupam, pois não aconte­ cem apenas em cidades grandes. Municípios do In­ terior do Estado, como Fre­ derico Westphalen, têm se mostrado avante em rela­ ção a estes problemas, em­ bora ainda não bem reco­ nhecidos como um dis­ túrbio, mas como uma sim­ ples insônia. A insônia é uma dificul­ dade em iniciar o sono e mantê­lo de forma contí­ nua, segundo a neurologis­ ta Dra. Fabiana da Luz. Ela afirma que noites mal dor­ midas, e a falta de sono, além de problemas leves de falta de atenção e de con­ centração, podem aumen­ tar o risco de doenças car­ diovasculares. A médica explica, ainda, que uma pes­ soa que não dorme bem não descansa, passa o dia sonolento e cansada, tem mais chances de cometer erros simples, como tam­ bém faz com que seu corpo possa ter graves problemas de saúde.

Reeducação

A correria do cotidiano pode inteferir nas noites de sono. A psicóloga Cassiana Facco explica que não adi­ anta ficar todos os dias na ativa, trabalhando, sem pensar na saúde. Um dia o corpo vai se sentir cansa­ do, e às vezes pode ser si­ nal de algum problema sé­ rio: “Você tem que parar para ver as coisas que estão acontecendo, colocar os pensamentos em ordem”, orienta a psicóloga. Nem sempre os trata­ mentos dos distúrbios do sono são à base de medica­ mentos fortes. Muitas ve­ zes apenas é necessário uma reeducação nos hábi­ tos diários. “O que aconte­ ce, muitas vezes, é que as pessoas estão na correria e

FOTO LETÍCIA SANGALETTI

Gabriel Lautenschleger

Provas e abalos emocionais são as principais causas de distúrbios do sono na Juventude

acabam não encontrando tempo pra sí, pra pensar em sí, pensar na vida, no que realmente está aconte­ cendo”,explica Cassiana.

por televisão, livros e estu­ dos escolares. A prática de esportes e execícios físicos também podem ser um fator deter­ minante no tratamento dos Esportes distúrbios do sono. Exercí­ Muitas vezes, o tempo cios simples antes de dor­ que as pessoas reservam mir podem ajudar a ter um para pensar na vida, no sono mais tranquilo, ou até que está acontecendo ao mesmo alcançar o sono. Es­ seu redor, é o horário em tas práticas auxiliam em que estão deitadas prontas uma vida saudável e ade­ para dormir. Essa situação quada. Caminhadas, espor­ não deveria acontecer. O tes aquáticos e exercícios momento de pensar não de­ aeróbicos são indispensá­ ve ser o momento de dor­ veis na vida de todos e tam­ mir. Dormir é essencial tan­ bém podem ser aliados na to para o corpo quanto pa­ obtenção de um sono mais ra a mente e esse horário tranquilo. O professor de não deve ser substituído educação física Fábio Ros­

satto comenta que o corpo humano é feito pra movi­ mentar­se. Ele diz que é ne­ cessário exercício para que o coração tenha um bom desempenho no transpor­ te de nutrientes e oxigênio para todo o corpo. “O cor­ po, se exercitando, faz com que o coração seja saudá­ vel, assim desempenhando todas as funções correta­ mente”, afirma Fábio.

tamento especializado e nunca se esquecer: a ali­ mentação correta e os exercícios físicos são a me­ lhor maneira de eliminar as doenças como o estres­ se, a depressão e os distúr­ bios do sono, pois melho­ ram a capacidade física e mental dos praticantes, fa­ zendo com que o corpo, a mente fiquem em perfeita saúde.

Os distúrbios do sono po­ dem se fazer presentes na vida de todos, principal­ mente estudantes. O essen­ cial é saber tratá­los de ma­ neira correta, buscar tra­

Os quatro principais distúrbios do sono listados na tabela ao lado têm ori­ gem nem sempre conheci­ da. Normalmente as pes­ soas que sofrem de dis­ túrbios do sono também passam por outros tipos de problemas: muitas vezes pressão no trabalho, hora extra, abalos emocionais, a correria diária, ou até dis­ túrbios alimentares como a obesidade. Por exemplo, no mundo todo, 30% da população sofre com a depressão sem ter conhecimento. No Bra­ sil, existem 17 milhões de pessoas que apresentam sintomas de depressão. Grande parte desses casos são refletidos em proble­ mas no sono. Nesses ca­ sos, o mais recomendado é buscar a orientação de es­ pecialistas, como Psicólo­ gos ou Nutricionistas em caso de problemas de ali­ mentação.

Tratamento

Conheça mais os distúrbios do sono

Aproximadamente 80 distúrbios do sono já foram estudados pela CIDS, mas, os principais, mais frequentes e mais diagnosticados nos pacientes são: o ronco, a insônia, a apnéia do sono e a narcolepsia. Ronco

É uma obstrução parcial ao livre fluxo de ar através das passagens aéreas (vias aéreas) na parte posterior da boca e nariz. Cerca de 40% dos adultos roncam ocasional­ mente e 25% são “roncadores” habituais;

Apnéia do Sono

Apnéia do sono é um distúrbio caracteriza­ do por interrupções breves (por mais de 10 se­ gundos) e repetidas na respiração durante o so­ no. Este distúrbio, é uma condicão séria quando não tratada. Quase todos os pacientes que tem apnéia tem histórico de ronco alto;

Insônia

Insônia é a percepção ou queixa de sono inadequado, ou de baixa qualidade. Insônia não é definida pela quantidade de horas que uma pessoa dorme ou quanto tempo leva para cair no sono. Insônia pode causar problemas durante o dia, como cansaço, falta de energia, dificuldade de concentração e irritabilidade;

Narcolepsia

Sonolência excessiva durante o dia, cata­ plexia, paralisia do sono e alucinações do so­ no.

Depressão


12 Julho de 2009

Cotidiano

Frederico Westphalen FOTO CLARISSA HERMES

Editora Laísa Bisol

Entre o Tic Tac e a Badalada

Os sinos entoam informando e cativando os cidadãos frederiquenses

As torres de 63 metros da Igreja Catedral guardam a beleza dos oito relógios e o canto de três sinos

A

o passar pela Cate­ dral de Frederico Westphalen, mui­ tas pessoas remetem seus olhos para o relógio da tor­ re. Ou ainda, ao escutarem o sino, lembram­se que po­ de ser um sinal de aviso ou simplesmente um toque pa­ ra avisar o horário. Com grande significado para a Igreja Católica, o si­ no é destinado a cantar tu­ do o que é belo. E o relógio, a conduzir os fiéis. Tanto o sino quanto o relógio pos­ suem linguagem própria. Para o escritor Jaime Dan­ tas, os sinos são as almas religiosas das torres, isso porque eles foram destina­ dos a proclamar os misté­ rios do cristianismo e au­ mentar a devoção dos fiéis.

Relógio

A Catedral possui três si­ nos. O maior é dedicado a Santa Bárbara. Segundo o Pároco do município, Pa­ dre Leonir Fainello, uma das funções mais marcan­ tes do sino é avisar a popu­ lação quando há tempesta­ des à vista, pois acredita­se que seu som é capaz de que­ brar as ondas provocadas pelos ventos, trovões e rai­ os, afastando assim ou di­ minuindo a intensidade dos temporais. Porém, es­ se é um costume não prati­

FOTO DE CLARISSA HERMES

Luara Krasnievicz

Relógio interno faz o controle do horário da torre

Entenda as badaladas do sino

Exemplo: em quartos de hora, às 2h15min há uma badalada; 2h30min, duas badaladas; 2h45min, três badaladas. Em horas fechadas, 3h, há quatro badaladas que indicam a hora fechada, mais três indicando a hora cheia. cado em Frederico. Além dos sinos, a Cate­ dral é provida de oito reló­ gios que, conforme o padre Leonir, proporcionam aos fiéis dos quatro pontos car­ deais verificarem as horas. Mantido originalmente até

hoje, o relógio foi inaugu­ rando às doze horas do dia 30 de março de 1959. A igreja faz questão de man­ ter as peças originais atra­ vés de cuidadosa manuten­ ção manual. A única alte­ ração sofrida pelo relógio é

um dispositivo – pulso di­ gital – que tem um tempo­ rizador com a função de di­ minuir o atraso de um re­ lógio para o outro. Esta manutenção men­ sal dos relógios é feita por Fabio Pertile, que explica o funcionamento do sino: “O sino toca a cada quarto de hora, e hora fechada. Atu­ almente o toque do sino é digital, mas antigamente ele era feito de forma ma­ nual”. Muitas pessoas baseiam­ se pelos horários da torre. Outras acreditam que o re­ lógio marca a hora errada e, por isso, não vale a pena olhar. Outras, ainda, afir­

mam que olham para a tor­ re apenas por constume. “Passo pela igreja e olho o relógio, sem a intenção de ver o horário. Olho por olhar, talvez só para apre­ ciar as torres”, diz o conta­ dor Alexsander Dominski.

Sem atrasos

Já a auxiliar de escritó­ rio Andréia Barcarol conta que geralmente se informa sobre o horário pelo reló­ gio da torre. “Quando pre­ ciso saber que horas são e não tenho meu celular na mão, olho para o relógio da Catedral”. Andréia, que mora próxima da Catedral, acrescenta ainda: “no iní­ cio até me servia como despertador, mas agora já acostumei nem percebo quando badala”. Diferentemente do cos­ tume de Andréia, a analis­ ta de inspeção Barbara Vanzin não se informa pe­ lo relógio da torre da Cate­ dral. “Não dá para confiar no relógio, pois está quase sempre errado”, afirma. Mas Fabrício Pertile ex­ plica que o atraso do horá­ rio acontecia porque as in­ formações de um relógio para o outro passam por tubos com aberturas que propiciam este fato. Porém com a instalação do tem­ porisador o atraso entre um relógio e outro diminui para quase zero.


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