MELANCIA mag
Cultura Visual & Lifestyle # 10 | Junho 2016 | melanciamag.com MELANCIA
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Paredes que amam por @ mararq
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MELANCIA cultura visual e livestyle mag #10 / junho 2016
idealizadoras Juliana Lima & Mafalda Jesus s
ial ec
p Anarchiks | música Vinil | tatuagem Laro Lagosta | ilustração Kruella | arte urbana Maria Herreros | ilustração Matilde Cunha | fotografia NeSpoon | arte urbana Bordallo Pinheiro | cerâmica e arte Carolina Sacco | fotografia Encolhi as pessoas | fotografia Gabriel Campino | receita de melancia João Jesus e Suelen Mendonça | tradução Ana Henriques | revisão Pedro Antunes e Marisa Guerreiro Família | Amigos
n tha ks :)
Capa e Contra Capa by: Renan Viana
e-mail: melanciamag@gmail.com | www.melanciamag.com | facebook/melanciamag | instagram: @melanciamag
metade cá metade lá Abriu a época das tão esperadas Festas Juninas, ou seja, as Festas dos Santos Populares. Como todos os anos, as tradições começam a aparecer. Em Portugal, os manjericos perfumados com as quadras divertidas, noites de muito calor nas ruas cheias de bandeirolas coloridas, sardinhas por todos os cantos e muita alegria. No Brasil, quentão e vinho quente para aquecer as noites frias, os caipiras das quadrilhas a pular as fogueiras e milho verde ou pipoca para toda a gente. Este mês resolvemos falar dos dois lados, das comemorações de Portugal e do Brasil pois a MELANCIA mag sempre foi luso-brasileira e a partir de Junho irá reforçar estas duas metades. A editora Mafalda Jesus continua em Portugal com o radar ligado em tudo o que há de novo por aí, entretanto a editora Juliana Lima fez as suas malas e voltou para o Brasil. Não estamos cá para falar da distância mas sim da forte conexão entre os dois países, afinal a nossa Ju promete deixar o gingado da nossa revista ainda mais apimentado e saboroso. Estás preparado? Então saboreia connosco mais esta edição recheada de ilustração, tatuagem, música, fotografia e arte de cá, de lá, de todo o lado ;)
Em algum lugar será sempre primavera. Com céu azul, verde, lilas, rosa... Cenas leves, cheias de cores. Com uma luz que revela todas as formas, todas as cores, toda a energia... Uma luz que reflete e volta cheia de inspiração. “Fotografar pra mim é assim. Procurar leveza e cores em qualquer cantinho do meu dia a dia. Como uma gostosa primavera!” Carolina Sacco Fotografias: Viagem à Tailândia Inspiração: Always Spring - I’m from Barcelona.
índice MARIA HERREROS
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NESPOON
BORDALLO PINHEIRO
KRUELLA
PING PONG
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DELÍCIA DE MELANCIA
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ESTILO QUE ANDA POR AÍ
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MATILDE CUNHA
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LARO LAGOSTA
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ANARCHIKS
VINIL
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Música
ANARCHICKS Entrevista por: Mafalda Jesus Imagens: Divulgação
Ana, Helena, Marta e Catarina, são estes os elementos das Anarchicks. Uma banda cheia de power e rebeldia, conjugada com uma boa dose de feminidade. Bem dispostas e muito acessíveis, contam-nos como tudo começou e prometem que ao vivo são uma verdadeira explosão de rock.
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“É UMA MENSAGEM DE EMPOWERMENT PARA TODA A GENTE QUE SINTA QUE PRECISE DELA. É UMA MENSAGEM PARA AS PESSOAS SEGUIREM OS SEUS SONHOS E, SE TIVEREM UMA IDEIA A GERMINAR DENTRO DE SI, QUE TENHAM FORÇA PARA A CONCRETIZAR!”
1) MELANCIA: Como descrevem as quatro personalidades por trás deste projeto? ANARCHICKS: Entrando numa metáfora de partes do corpo: a Ana é o cérebro, a Helena é o coração, a Marta é a voz, e a Catarina é o músculo. 2) M: Porquê “Anarchicks”? A: Este nome surge da vontade de juntar dois universos: o mundo da rebeldia e produção anarca, que é o nosso modo de compôr música, e o lado de mulher (e bastante chique!). 3) M: Como surgiu a banda? A: A banda começou com a Helena e com a nossa primeira vocalista, Priscila. A Catarina entrou logo de seguida, e assim se começou a fazer música! Depois, foram feitas audições para encontrar uma guitarrista e soubemos logo que a Ana era a nossa guitarrista perfeita. Entrámos assim num mundo de aventuras musicais. Eventualmente, a Priscila decidiu, por motivos pessoais, sair da banda. E foi nesse momento que a Marta Lefay se tornou a nossa grande voz. 4) M: O que aconteceu primeiro? A composição sonora ou lírica? Foi fácil conjugar as duas? A: O que é que apareceu primeiro: o ovo ou a galinha? Tudo isto acontece em simultâneo. 5) M: Qual é a principal mensagem da vossa música? A: É uma mensagem de empowerment para toda a gente que sinta que precise dela. É uma mensagem para as pessoas seguirem os seus sonhos e, se tiverem uma ideia a germinar dentro de si, que tenham força para a concretizar!
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6) M: Quais são as vossas maiores inspirações? A: Nós inspiramo-nos muito pela nossa cultura, a nossa vida, e todo o mundo de música e arte que existe no mundo. 7) M: O que vos diferencia? A: A nossa música torna-nos únicas, dado que não a conseguimos encaixar em nenhuma caixa pré-formatada. Isso e a atitude, que também nos faz que somos. 8) M: Conseguem destacar um tema? Que tenha um significado especial ou que tenha marcado um momento especifico? A: “Sloppy Seconds” porque a Peaches participou nesta música connosco e foi um sonho tornado realidade. Todas nós sempre admirámos a Peaches enquanto artista, e colaborar com ela trouxe um sentimento especial à nossas vidas. 9) M: O que podemos esperar de um concerto ao vivo das “Anarchicks”? A: Muita energia, uma explosão de rock! Para saberem mais, venham ver e descubram! 10) M: Qual é o vosso lema? A: We claim the right to rebel and resist! 11) M: Deixem uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) A: MELANCIA, mantém-te fresca! E fiquem atentos ao nosso albúm que vai estar nas ruas dia 27 de maio!
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@ sof_iaisabel
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Tatuagem
Ylenia Manzoni
VINIL Entrevista por: Juliana Lima Imagens: Vinil
Ylenia Manzoni, AKA Vinil, é uma ilusradora italiana de 28 anos que começou a tatuar com apenas 20. Nestes anos de experiência foi aprimorando a sua técnica e hoje destaca-se por ter um estilo muito próprio, pelas suas ilustrações divertidas e tatuagens de tantas cores e traço tão único. Nesta entrevista exclsuiva contou-nos que para já não tem visita agendada nem para Portugal e nem para o Brasil. Temos pena! Mas pronto, vamos continuar acompanhado-a nas redes sociais e ficamos com a vontade de fazer uma tatuagem com ela numa próxima viagem a Itália ;)
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1) MELANCIA mag: Quem é a Ylenia Manzoni? YLENIA MANZONI: Sou uma rapariga calma que sempre adorou desenhar, montanhas, Dachshunds [raça de cães] e objectos desnecessários. 2) M: Como é que surgiu a tua paixão por arte? Y: Desde pequena que adoro desenhar... era o meu passatempo favorito, a minha paixão, o que me levou aos estudos e depois às tatuagens... 3) M: As tuas ilustrações e tatuagens são únicas e muito criativas. Quando é que começaste a tatuar? Y: Comecei a tatuar há oito anos, fazia trabalhos simples, e mais tarde todas as tatuagens comerciais que passavam pela loja. Um dia, um amigo pediu-me para tatuar um homem forte do circo e eu desenhei um homem pequenino engraçado, com uma cabeça gigante e um bigode azul, depois de fazer a tatuagem as pessoas começaram a pedir-me aquele estilo e com o tempo foi evoluíndo. 4) M: Por que é que a tua alcunha é VINIL? É o teu nome artístico? Y: Porque eu sempre adorei o vintage, eu adoro chamar-me “antiga no interior” . Yle - vinYLE - vinil, eu preferi remover o “Y”. 5) M: Lembras-te da primeira tatuagem que fizeste? A quem? E o que é que fizeste? Y: A primeira tatuagem que fiz foi no mesmo amigo em que eu tatuei o homem forte do circo. Fiz um trompete a preto e branco, estávamos na casa dele, na sala, ele estava sentado numa cadeira com os braços pousados na mesa... e eu não percebia muito bem o que estava a fazer... 6) M: Fala-nos sobre o teu processo criativo. Desde as marcações, ao desafio de criar as ilustrações, a resposta aos desejos dos clientes, até ao ato final de tatuar. Y: Eu adoro preparar o desenho na altura da marcação, mesmo antes de fazer a tatuagem. Adoro falar com o meu cliente e perceber o que funciona e o que não funciona na ideia dele. Depois faço um rascunho a lápis e juntos fazemos algumas alterações. Eu recomendo sempre aos meus clientes não imaginarem o design final porque cada um tem a sua imaginação e eu não posso entrar na imaginação deles. 7) M: Tens alguma tatuagem favorita que já tenhas feito? Aquela que tenhas mesmo orgulho. Diz-nos o que é e porquê. Y: Não, não tenho uma tatuagem favorita, eu tento não olhar para o que já fiz para poder continuar a crescer “para sempre”... Adoro ideias novas, assuntos que as pessoas não me pedem em série. 8) M: Fala-nos sobres as tuas inspirações. Y: Adoro ilustrações infantis, tenho mais livros infantis do que livros de tatuagens... E também adoro os gráficos publicitários antigos dos anos 50/60, definitivamente são as minhas maiores inspirações, depois também adoro dizer que “nós somos o que vemos e o que amamos” há inspirações que ficam na minha memória. 9) M: Na tua opinião, qual é o segredo do teu sucesso? Y: Acho que a sinceridade e a simplicidade. Cada vez mais clientes, no final de uma sessão de tatuagem, dizem-me “tu és os teus desenhos”. Acho que nunca devias criar uma personagem por prazer, deves ser sempre aquilo que tu és, e os
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meus desenhos são definitivamente aquilo que eu sou. Vão sempre existir pessoas que gostam de nós e outras que não. 10) M: Qual é o teu propósito de vida? Y: Não tenho nenhum propósito específico para a minha vida. Só espero viver a minha vida ao máximo, e possivelmente, na maior parte do tempo ser feliz. Amo o meu trabalho mas não quero ser a única protagonista da minha vida! 11) M: E o teu maior sonho? Y: O meu maior sonho seria viver nas montanhas, o meu sítio favorito são as Trentino Dolomites [Alpes no norte de Itália], mas o meu trabalho não me permite…Daqui a alguns anos quem sabe! :) 12) M:Tens planos para 2016? Como visitar Portugal... ou o Brasil? (estamos a brincar). Fala-nos dos teus verdadeiros planos. Y: Não, desculpa! Este ano vou visitar Moscovo, Paris, Berlim, e muitos outros sítios em Itália... 13) M: Deixa uma mensagem para a MELANCIA mag e a todos os seus leitores. Y: Obrigada pela entrevista! Espero visitar o Brasil em breve! :)
Todas as fotografias são do arquivo pessoal da Ylenia Manzoni e ilustrtam o resultado das tatuagens realizadas por ela.
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Ilustração
Entrevista por: Mafalda Jesus Ilustrações por: Laro Lagosta
Natural de Ponte de Lima, Laro Vilas Boas AKA Laro Lagosta, tem 29 anos e é ilustrador e designer gráfico. A repetição chateia-o e por isso é obrigado a ir alterando o seu estilo de ilustrar. Fica a conhecer este artista e diverte-te com o humor sarcástico das suas caveiras.
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1) MELANCIA: Quem é o Laro Vilas Boas? LARO: Sou natural de Ponte de Lima, nasci em 87, vivo e trabalho no Porto como ilustrador e designer gráfico freelancer. 2) M: Porquê “Lagosta”? L: Em 2005 criei um fotolog chamado lobsterprankster. O pessoal começou a chamar-me lobster, depois lagosta e assim ficou Laro Lagosta. 3) M: Quando soubeste que a ilustração era o caminho? L: Por volta dos 18 anos quando comecei a fazer uns cartazes e ganhei uns trocos com isso. A partir daí comecei a levar as coisas mais a sério. 4) M: És um artista polivalente, mas apresentas um forte lado negro, sarcástico e humorístico. Como defines o teu trabalho e o teu estilo de ilustração? L: Há uns anos atrás penso que tinha um estilo mais marcado. Apesar de agora ter fases em que se identifica uma técnica, um estilo, chateia-me a repetição e obrigo-me a avançar para algo diferente. 5) M: O que mais te inspira? L: As ideias surgem com o trabalho, é o melhor motor. 28 MELANCIA
6) M: Que coisas são essenciais para o teu dia-a-dia? L: Café, telemóvel, computador, papel e marcadores. 7) M: Que noção é que um artista nunca deve perder? L: Que nunca se deve levar demasiado a sério e não ter medo de mudar. 8) M: Destaca um trabalho. L: Sempre o próximo. 9) M: O que te mantém acordado durante noite? L: Nada, durmo como um bebé. 10) M: Qual é o teu lema de vida? L: Fazer aquilo que gosto e nunca desistir. 11) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) L: Super obrigado à MELANCIA mag por se lembrarem de mim, aos seus leitores espero que gostem do meu trabalho e aos meus tropas gostava de dizer WOOP WOOP! PRRRUH! SQUÁÁÁ!
“APESAR DE AGORA TER FASES EM QUE SE IDENTIFICA UMA TÉCNICA, UM ESTILO, CHATEIA-ME A REPETIÇÃO E OBRIGO-ME A AVANÇAR PARA ALGO DIFERENTE. ”
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Ilustração e Arte Urbana
Entrevista por: Juliana Lima Imagens por: Kruella
É comum encontrarmos artistas que inventam pseudónimos para si com objetivo principal de trabalharem a sua liberdade de expressão. Pois bem, temos aqui mais um destes casos, de sucesso. A Ângela criou uma personagem chamada KRUELLA D’ENFER para sentir-se capaz de fazer tudo o que quisesse num mundo à parte. Pois bem, ao ver a a sua arte temos de concordar que de facto Kruella consegue ilustrar com perfeição o lado sonhador de Ângela. Entre connosco neste universo misterioso desta artista de 27 anos que não tem medo de arriscar e anda a espalhar muitas cores por aí.
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“DESDE CEDO CRIAVA AS MINHAS PRÓPRIAS HISTÓRIAS E CENÁRIOS E SEMPRE ME CHAMOU A ATENÇÃO O SURREAL, O ESTRANHO, AS FÁBULAS, OS MITOS DA MINHA ALDEIA, AS CRIATURAS QUE IMAGINAVA QUE PUDESSEM EXISTIR, CRIAVA MUNDOS NA MINHA CABEÇA E PERDIA-ME NA IMAGINAÇÃO.”
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1)MELANCIA mag: Antes de falarmos da tua arte, queremos saber: quem é Ângela Ferreira? KRUELLA D’ENFER: Sou uma pessoa misteriosa e essa é a minha melhor caraterística porque permite a quem não me conhece achar uma coisa e quem me conhece mesmo bem achar outra. Acho piada a isso e gosto de conhecer pessoas que também são assim. 2) M: Queremos saber o porque de escolher Kruella d’Enfer como o teu pseudónimo? K: Além de escolher só um nome, queria criar uma personagem que me fizesse sentir capaz de fazer tudo o que quisesse num mundo à parte. A Ângela vive muito num mundo à parte, está sempre a sonhar e tem um défice de atenção enorme. A Kruella consegue ilustrar na perfeição esse lado sonhador e misterioso da Ângela. Complementam-se. 3) M: Qual a tua formação e como o teu gosto pela arte começou? K: A minha adolescência foi um período muito confuso na minha vida, no que toca a encontrar e a dedicar-me a alguma coisa com que me identificasse. Tinha alguns elementos que me interessavam, música, desenho, animação, design, moda, mas nunca conseguia juntá-los ou focar-me a 100% e perceber o que é que servia para mim. Em nenhuma das tentativas de encontrar um curso superior ou um primeiro emprego me sentia realizada, mas acredito que isso nunca acontece à primeira, principalmente, nessa fase da vida. Até que descobri a ilustração a meio de um curso superior nas Caldas da Rainha em 2009/2010, decidi arriscar mas com muitas poucas certezas. A única certeza que tinha era de que gostava de desenhar, o resto era uma incógnita.
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4) M: E o teu interesse no mundo da arte urbana como surgiu? Conta-nos como foi a tua entrada neste universo. K: A arte urbana veio por acréscimo, acho que foi crescendo juntamente com a minha carreia na ilustração. Comecei a pintar por diversão nas Caldas, mas não havia qualquer ligação à arte urbana como há hoje em dia...Talvez mais ao graffiti, nunca eu fazendo parte do movimento. À medida que via a arte urbana a crescer em Portugal, ia sendo convidada para projetos desse género ou eu auto-convidava-me para esses projetos porque era algo que me interessava para a evolução do meu trabalho. 5) M: Temos visto o teu nome e os teus trabalhos ganharem cada vez mais espaço na cena da arte portuguesa emergente. Convite de marcas para participação de projetos especiais, exposições, parcerias... Quando começaste, imaginavas atingir tão rapidamente este sucesso? Como é que te sentes? K: Obviamente que no início as coisas custam a arrancar quando és freelancer. O meu caso não é diferente, mas fui percebendo como funcionava, muito pela forma como divulgava e promovia o meu trabalho. Nas alturas em que há menos trabalho, tinha de ir sempre a correr atrás, mesmo quando não tinha respostas, criava os meus próprios projetos. Muitos deles nunca chegam sequer a ver a luz do dia, mas pelo menos não parava, ia mostrando à minha muito pequena comunidade, nas redes sociais, o meu processo, as minhas ideias, e o mais importante, que estava motivada a criar. Só dessa maneira eu consegui chegar aos ouvidos das marcas com que trabalhei, às galerias, aos festivais, etc. Portanto, isso só me deixa feliz e com a sensação de que todos os esforços e sacrifícios iniciais compensam porque sinto que cada vez mais estou onde quero estar.
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“COMEÇO POR CONSTRUIR UMA
IMAGEM MENTAL DA MANCHA QUE QUERO CRIAR E A PARTIR DAÍ RABISCO QUALQUER COISA NO CADERNO QUE NORMALMENTE SÓ EU É QUE PERCEBO.”
6) M: Observamos um toque surreal na tua arte. Fala-nos um pouco sobre este mundo que habita nas tuas ideias e que colocas cá pra fora através das muitas cores e traços bastante característicos nos teus trabalhos. K: Eu nasci numa pequena aldeia perto de Tondela, não havia muitos miúdos da minha idade para brincar, portanto ou brincava com os meus irmãos mais velhos, que nem sempre tinham paciência para mim, com dois ou três amigos ou sozinha. Desde cedo criava as minhas próprias histórias e cenários e sempre me chamou a atenção o surreal, o estranho, as fábulas, os mitos da minha aldeia, as criaturas que imaginava que pudessem existir, criava mundos na minha cabeça e perdia-me na imaginação. Isso é evidenciado nas minhas ilustrações, e é a maneira que uso para criar uma intimidade e ligação com o público, não só pela composição, criaturas ou cenários mas as cores que uso também reflectem a forma como eu sonho e penso.
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7) M: Como funciona o teu processo criativo? Desde a ideia e inspiração até à escolha dos materiais, cores e finalização da obra. K: Começo por construir uma imagem mental da mancha que quero criar e a partir daí rabisco qualquer coisa no caderno que normalmente só eu é que percebo. Se tiver de fazer uma ilustração digital, costumo fazer muito mais pesquisa de elementos ou referências em livros ou na internet, nomeadamente, no Pinterest, que é uma das ferramentas que mais uso para pesquisa. Num trabalho original, seja tela ou papel, não costumo perder muito tempo em pesquisas, desenho directamente porque tenho muito mais à-vontade a desenhar à mão do que no computador e costuma ser mais imediato. As cores são quase sempre as mesmas, os amarelos, turquesas, rosas, azuis estão sempre lá, isso é uma das formas que eu uso para caracterizar melhor o meu trabalho e manter uma certa coerência. 5 38 MELANCIA
1. “Illustration for Viseu city council about the new identity “Viseu a melhor cidade para viver” 2, 3. The coolest Lisbon city guide from CITIx60 by victionary 4. Painting the Smart Forfour some time ago 5. Cascais Artspace 2012! 6. Giant Tiger at Lxfactory (around 350 x320cm) 7. Kurella 8. Wall in Almada. Project inspired by the riverside, the south bay of Lisbon, and Lisnave the Naval Shipyard in the area. Thanks to Almada city council for inviting me and other artists to revitalize this abandoned area 9. The Throne - Artwork for the collective exhibition Circus SAM, Collective Exhibition at Circus Network 10. COME CLOSER Tons da Primavera VISEU, 2016. 11, 12. Bukruk Festival 13. Artwork created for the creative gallery on instagram for Nescafé Dolce Gusto that was later painted live on their store in Lisbon. 6
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8) M: Sabemos que já participaste em exposições coletivas e a solo a nível mundial, desde o Brasil à Austrália. A internacionalização é um objetivo teu? Falanos sobre estas experiências. K: Sem dúvida que sim. Adoro Portugal mas sinto que é como uma aldeia. É super importante para um artista como eu, dar a conhecer o seu trabalho, fazer com que a comunidade que te acompanha não seja só o teu grupo de amigos, não ficar presa ao que já se conhece e aos mesmo clientes ou tipo de trabalhos. Há imensas coisas a acontecer de que gostaria de fazer parte, que ainda estão por descobrir também, e isso é bom porque se criam novas dimensões intelectuais a nível artístico e pessoais ao fazer e mostrar o teu trabalho em qualquer parte do mundo. A exposição coletiva no Brasil acaba por ser uma dessas situações em que o meu trabalho chega a um público novo e a partir daí surgem novos convites para outros trabalhos, outras exposições.
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9) M: E, já agora, que objetivos gostarias de alcançar no futuro? K: Mais exposições a solo, murais pelo mundo, residências artísticas e muitas colaborações com artistas e marcas que admiro. 10) M: Como todo o artista, imaginamos que também tens as tuas inspirações. Destacanos as tuas principais referências. K: N Coisas relacionadas com a astrologia, astronomia, biologia, mitologia, botânica, ilustrações científicas.. Pesquiso e tento comprar, sempre que posso, livros relacionados com estes temas. Hoje em dia a ferramenta mais imediata é a internet e é uma mais valia nos tempos que correm. Consigo ir muito mais além quando faço uma pesquisa mais profunda online sobre algum destes temas e encontrar coisas de que nem estava à espera, com a consequência de gastar o triplo do tempo, portanto tenho que ter sempre algum cuidado quando me perco em pesquisas infinitas. A música também é uma das minhas maiores inspirações porque me faz criar cenários mentais para vários tipos de mood. Para mim, música + visuais é o combo perfeito, quando crio uma ilustração lembra-me sempre uma música ou quando ouço uma música que gosto crio instantaneamente o visual. 11) M: Elege o trabalho que mais te marcou e diz-nos porquê. K: O meu primeiro mural a convite de um festival internacional foi o que mais me marcou. Estava super ansiosa com o convite para participar no “Bukruk Festival” (Imagens 10 e 11) que até pensei em recusar. No final, acabou por ser uma das melhores aventuras que tive na minha vida, pela organização que nos tratou super bem, por ter sido em Bangkok, pelo 40 MELANCIA
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grupo de artistas que eu admirava e com que depois fiz amizade e pelo resultado do meu trabalho. Correu tudo tão bem que hoje penso que não tenho de ter medo de arriscar em fazer coisas deste género, porque só traz coisas positivas: viajar para sítios novos, conhecer pessoas novas, mostrar a mais gente o teu trabalho... 12) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e a todos os seus leitores :) K: Não tenham medo de arriscar, mesmo que as vossas decisões não corram da maneira que esperavam, isso levará sempre a algo positivo e faz com que sejam melhores da próxima vez. Não tenham medo de ser diferentes ou estranhos aos olhos das outras pessoas, nem tenham medo das críticas, é a melhor maneira de nos conhecermos a nós próprios e de nos tornarmos cada vez mais fortes. Obrigada MELANCIA! :)
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@ _green_r MELANCIA 45
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Ilustração
Entrevista por: Mafalda Jesus Ilustrações por: Maria Herreros
Maria Herreros, iustradora do mundo com base em Barcelona. Já expôs em galerias como Madrid, Oporto, Barcelona, Berlin, Santiago de Chile and Quebec. Tem um estilo inconfundível, em que a cor e o traço marcado são o destaque, e trabalha maioritariamente com o seu tema de eleição: o cinema.
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1) MELANCIA: Quem é a Maria Herreros? MARIA: Sou uma artista a viver em Barcelona focada em projectos de todo o mundo que me permitam desenvolver o trabalho que adoro. 2) M: De que forma a ilustração surgiu na tua vida? M: É a única coisa que, desde que tenho pensamento próprio, quis fazer. 3) M: O que diferencia o teu trabalho? M: O meu esforço para que seja pessoal. 4) M: Destaca um projeto. M: O último livro que publiquei. É a minha visão particular sobre os mitos do cinema que me fascinam. 5) M: O que é essencial no teu dia a dia? M: Fazer com que tudo o que envolve este trabalho não me distraia do principal: pensar, desenhar e pintar. 6) M: Onde encontras inspiração? M: Cinema, fotografia, música, pura observação. 7) M: Que noção é que um artista nunca deve perder? M: A resistência. 8) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) M: Faz tudo com honra e coragem e fica feliz pelos outros.
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“O ÚLTIMO LIVRO QUE PUBLIQUEI. É A MINHA VISÃO PARTICULAR SOBRE OS MITOS DO CINEMA QUE ME FASCINAM.” MELANCIA 49
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TĂŞm o prazer de a(o) convidar da sua primeira loja Atelier 1200 no
Bairro Alto, Travessa
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para o cocktail de inauguração dia 28 de Maio, Sábado pelas 17h30
a da Boa Hora, Nº30
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Arte Urbana
NeSpoon Entrevista por: Juliana Lima Imagens : Divulgação
NeSpoon encaixa-se no grupo de artistas inspriadoras que, para além de belas obras de grande impacot e bastante diferenciadas, têm um propósito e o objetivo de deixar o mundo mais bonito. Temos de concordar que, de facto por onde ela passa, espalha beleza utilizando uma linguagem universal: a renda. Apesar deste ofício ser tão presente nas tradições portugesas, Nespoon é polaca mas já visitou Portugal muitas vezes. Nesta entrevista exclsuiva contou-nos que viaja muito pelo mundo esplahando a sua arte. Sorte a nossa!
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1) MELANCIA MAG: Quem é a NeSpoon? NESPOON: Eu crio obras que ficam no meio da rua, e faço arte com cerâmica, pintura e também escultura. Eu gosto de fazer arte positiva e lidar com emoções positivas. Às vezes, eu também incluo na minha arte questões sociais e políticas que considero importantes. 2) M: Quando a tua paixão pela arte começou? N: Eu sempre pintei, mas comecei a criar arte nas ruas em 2009. Esse foi o momento em que eu nasci de novo, e me tornei NeSpoon. É por isso que eu costumo dizer que tenho 7 anos. 3) M: O teu trabalho é muito único e bastante criativo. Quando e como o teu interesse por fazer arte com renda começou? N: Eu uso a renda porque nela podemos encontrar um código estético universal, que está profundamente enraizado em cada cultura. Quando eu adiciono cores nas minhas pinturas, as pessoas dizem que há inspiração nas mandalas tibetanas, nas cerâmicas marroquinas ou mesmo na arte précolombiana. A renda especificamente contém um código básico de beleza, comum para a maioria das pessoas. Em todas as rendas encontramos simetria, algum tipo de ordem e harmonia, não é isso que todos nós procuramos instintivamente? 4) M: E arte urbana com a ren da? Fala-nos sobre. N: Um dos meus ofícios favoritos é a cerâmica. Renda são uma forma comum de decoração da cerâmica em todo o mundo. Um dia eu pensei que em vez de potes, eu poderia fazer uma renda cerâmica e colá-la em algum lugar da parede - para as pessoas. Isso foi de 2009. 5) M: Conta-nos como organizas os teus projectos e fala-nos sobre o teu processo cristivo e materiais que utiliza. N: Quando aparecem boas idéias no meu dia a dia eu faço alguns esboços e notas para começar a trabalhar. Eu uso muitos meios de comunicação em meus projetos, como cerâmica, escultura, grafite ou projeções de vídeo. O processo mais trabalhoso mesmo é a cerâmica, que preciso de semanas para preparar. Para projetar e cortar o estêncil para uma pintura mural e necessário de 4 a 5 dias, e 3 a 4 para a pintura. Eu desenho e corto os meus stencils com a mão, não há máquinas envolvidas, essa é a regra. Eu não faço rendas, eu compro de artistas, e ai eu experimento e misturo os tecidos. 6) M: Sabemos da tua visita à Portugal para uma instalação em Sintra. Fala-nos sobre esta tua experiência. N: O trabalho em Sintra não foi apenas um grande prazer, mas também um privilégio. Tenho observado turistas que visitam o Parque da Pena. Parece que o propósito básico é o de ir do ponto A ao ponto B, para encontrar o caminho certo entre inúmeros outros. Os turistas se mantem constantemente vendo os seus mapas de papel, olhando para os seus smartphones, em pé a pensar enquanto olha para os sinais de trânsito... Eu acredito que o parque oferece 58 MELANCIA
As fotografias são imagens de divulgação, do arquivo pessoal e das redes sociais da artista.
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a oportunidade para uma experiência diferente. Uma coisa não tem de encontrar caminhos, deve deixarse perder e talvez depois de algum tempo encontrar uma nova perspectiva, mais ampla. Perceber que tudo está conectado cria um padrão harmônico. E esse é o privilégio de fazer uma escolha consciente entre um número infinito de possíveis caminhos e criar o seu próprio caminho. 7) M: Tens um trabalho teu favorito? Se possivel destaca-nos um que te orgulha. N: Eu sei que as pessoas conhecem a minha arte de rua porque é visualmente atraente. Um dos meus melhores trabalhos de rua foi o meu mural na cidade do Fundão, Portugal. Mas o meu projeto mais importante é “Pensamentos”. Desde os quatro anos eu moldo milhares de pétalas de porcelana. Este trabalho é como a meditação. Hoje 150 kg de pétalas está pronto, mas vou continuar este projeto até ao fim da minha vida. Durante as exposições, as pessoas podem jogar pétalas, elas emitem um som especial. Eu acredito que elas podem limpar a mente. Durante a minha exposição no MoMA de Nova Iorque,1500 kg de pétalas foram apresentadas ao público. 8) M: Fala-nos sobre as tuas inspirações. N: A maioria delas, especialmente a minha arte com rendas, vem de dentro de mim. Os projetos relacionados a questões sociais e políticas geralmente vem de notícias e minhas experiências de viagem, por exemplo “Imagine um mundo sem água”. 9) M: Na tua opnião, qual o segredo do teu sucesso? N: Eu ainda estou comecando. É apenas o primeiro reconhecimento, não o sucesso. Poderei dizer o segredo do sucesso depois da minha exposição no MoMA. 10) M: Qual o teu lema de vida? N: Viver uma vida longa e feliz, amar, não prejudicar ninguém e deixar o mundo em uma melhor forma. 11) M: E o teu grande sonho? N: Paz no mundo. Sou como um típico candidata a Miss Universo. Mas se me perguntares sobre as minhas metas, eu gostaria de criar uma grande instalação multimédia em escala mundial. 12) M: Tens planos para 2016? Exposições inidviduais viagens ou outros projectos? Fala-nos um pouco sobre N: Eu viajo muito. Acabei de voltar da França, em breve irei para a Rússia, Ucrânia, Irlanda e Inglaterra. 13) M: Deixe uma mensagem para a MELANCIA mag e os seus leitores. N: Legalize isso!
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“A RENDA ESPECIFICAMENTE CONTÉM UM CÓDIGO BÁSICO DE BELEZA, COMUM PARA A MAIORIA DAS PESSOAS. EM TODAS AS RENDAS ENCONTRAMOS SIMETRIA, ALGUM TIPO DE ORDEM E HARMONIA, NÃO É ISSO QUE TODOS NÓS PROCURAMOS INSTINTIVAMENTE?”
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@ hedgare_estrela
Fotografia
Entrevista por: Mafalda Jesus Fotografiass por: Matilde Cunha
Apaixonada por fotografia e apenas com 20 anos, Matilde Cunha mostra-nos o seu trabalho e fala-nos dos seus sonhos e ambiçþes. Sabe que tem um longo caminho pela frente, mas mostra-se ambiciosa e determinada por segui-lo sem desistir. Fica a conhecer o trabalho desta jovem artista.
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1) MELANCIA: Quem é a Matilde? MATILDE: A Matilde tem 20 anos. Frequentou a Escola Artística Soares dos Reis no Porto onde se especializou em fotografia. Dividida entre o Porto e Lisboa, estudou fotografia no IADE. Neste momento trabalha em Lisboa. Não pretende ficar por aqui, quer aprender mais e cumprir todos os objectivos que tem em mente.
fazer, fotografar. Porém sou muito nova e ainda estou no inicio da minha carreira. Terei de lutar muito nos próximos anos por esta área profissional que é realmente o que mais desejo.
2) M: Em que momento percebeste que a fotografia fazia parte de ti? M: Desde miúda que sempre gostei muito de fotografia até que houve um dia que comecei a juntar uns trocos para comprar uma câmara. Quando finalmente a tive na mão, comecei a usar e abusar dela, era a minha melhor companhia e levava-a todos os dias na mala. Foi aí que percebi que era isto que eu desejava para o meu futuro.
6) M: Consegues eleger uma foto? M: Demasiado difícil!!!
3) M: Analógico ou digital? Porquê? M: Esta é a pergunta que me costumam fazer com maior frequência. Sou apaixonada pelo analógico mas não deixo nunca de trabalhar com o digital. 4) M: Quais são a tuas aspirações como fotógrafa? Até onde queres ir? M: O meu maior desejo é poder viver daquilo que mais gosto de
5) M: O que te inspira? M: As cores inspiram-me, conversar inspira-me, ver coisas inspira-me, autores inspiram-me ...
7) M: Onde encontramos a Matilde quando não está a fotografar? M: Encontramos a Matilde em casa, sozinha ou com amigos ou, algures num jardim com o seu doggy Louie. 8) M: Qual é o teu lema de vida? M: Não existe um lema de vida. Acredito apenas que o melhor é focar-me no presente do que ansiar o futuro. 9) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores :) M: Desde já muito obrigada à MELANCIA mag por este bocadinho! Quanto aos leitores nunca desistam do que realmente gostam, porque ai está a verdadeira recompensa.
“SOU APAIXONADA PELO ANALÓGICO MAS NÃO DEIXO NUNCA DE TRABALHAR COM O DIGITAL.”
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Cerâmica e Arte
Artigo por: Juliana Lima Imagens: Divulgação
Já ouviste falar da Faiança Bordallo Pinheiro? Talvez nem todos reconheçam esta marca. Entretanto acreditamos que toda a gente já teve contato com aqueles pratos e tigelas em forma de folhas e abóboras ou os sapos do jardim da casa das avós. Em Portugal, estes bichos, frutas, legumes e muitas cores tem a Faiança por de trás, uma fábrica de loiça localizada em Caldas, com uma história de mais 130 anos e um dos personagens mais marcantes da história cultural portuguesa, o ceramista Raphael Bordallo Pinheiro.
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RAFAEL BORDALLO PINHEIRO FOI UM ARTISTA INOVADOR QUE DEIXOU O SEU LEGADO NOS DESENHOS HUMORÍSTICOS, NAS CARICATURAS, NA IMPRENSA E NA CRIAÇÃO DE CERÂMICA. MESMO COM MAIS DE 110 ANOS DO SEU FALECIMENTO PODEMOS AFIRMAR QUE A CERÂMICA DE BORDALLO PINHEIRO CONTINUA NA MODA.
A marca que leva o seu apelido no nome continua a ser sinónimo de inovação, bom humor e sofisticação. Por tudo isso e também pela nova coleção inspirada no nosso fruto favorito resolvemos falar um pouco sobre este artista artista português de tanto renome, que deverá ser sempre lembrado por todos com um sorriso no rosto pelo seu humor mordaz e todo o seu talento.
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Críticas à personagens da igreja e da sociedade portuguesa, junto a influências do Naturalismo, Renascimento, Art-Noveau e da estética hispano-árabe são parte dos vinte anos de uma produção (1884-1905) altamente original. As peças ficaram durante um período sob cuidado de Manuel Gustavo Bordallo Pinheiro, filho do artista, também responsável pela modernização do sobrenome da família, permitindo que esta tradição cerâmica chegasse aos nossos dias. Após a morte de Manuel Gustavo, em 1920, um grupo de ilustres caldenses, juntamente com os operários deram continuidade à empresa e, após a grave crise de 2008, foi adquirida pelo Grupo Visabeira que lhe assegura a continuidade produtiva e histórica. Hoje centenas de modelos de cerâmica são atração principal do museu, mas as obras da Bordallo Pinheiro também pode ser vista mundo afora e alvo de imitações.
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diverte-te ;) RENAN VIANA
Fotógrafo brasileiro, 26 anos. De Belém do Pará, atualmente em São Paulo. Aproveita esta rápida conversa com o responsável pela deliciosa capa desta edição. 1. Como e quando começou o projeto “encolhi as pessoas”? A ideia do projeto surgiu no início de 2014 em uma visita a um antiquário em Belém encontrei uma caixa de acrílico com miniaturas, fiquei impressionado com a perfeição dos detalhes e as ideias de fotos começaram a surgir no mesmo momento, comprei a caixinha e voltei pra casa. Resolvi então usar os bonecos para criar um projeto onde “encolho as pessoas” e as coloco em cenas inusitadas, levando a imaginar como seria ser tão pequeno naquela situação. 2. Qual é a maior dificuldade ao fotografar cenários tão pequenos? A maior dificuldade é o perigo de ter bonecos pisoteados durante as cenas que fotografo na rua, tenho que ficar atento na imagem e nas pessoas que estão passando. 3. Preferes fotografar em estúdio ou no exterior? Adoro fotografar na rua, gosto de misturar o cenário urbano nas minhas imagens, sem contar a reação de espanto das pessoas quando percebem o que estou fotografando, é hiláriante. 4. Já trabalhaste com algumas marcas famosas. Consegues destacar um projeto ou uma fotografia? Já fiz projetos para a Disney (Homem Formiga e Star Wars), Fiat, Wood Watches by JORD, Jornal Metro e outras empresas. Para fiat criei uma imagem de suporte para o lançamento do Novo Uno no Brasil (imagem em anexo), foi uma experiência bem interessante pois a criação foi livre, sem briefing. 4. Onde podemos adquirir um trabalho teu? Faço impressões assinadas e numeradas, todas com quantidade limitada e qualidade museológica, as opções e informações para a compra estão no link http://encolhiaspessoas.com.br/na-sua-parede MELANCIA 81
delÃcia de melancia POR: GABRIEL CAMPINO
SALADA DE MELANCIA, REQUEIJAO E ESPINAFRES
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INGREDIENTES - 100g de melancia - 80g de requeijão - 10g de espinafre - Qb batata palha - Qb paprica - Qb mel PREPARO 1. Cortar a melâcia em rectângulos compridos, temperar los de sal e pimenta. 2.Esfarelar o requeijão e a batata por cima dos rectângulos de melancia e colocar los no prato a gosto. 3. Por fim temperar tudo de paprica, mel e colocar os espinafres cortados por cima de tudo.
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anda POR AÍ PEDRO ANTUNES & MARISA GUERREIRO IDADE: 26 e 25 anos PROFISSAO: Marketeer e Enfermeira Este mês partilhamos o street style de um jovem casal que andava a passear por Setúbal.
LOOK 1: Casaco: Pull & Bear T-shirt: Zara Calças: Levis Ténis: Adidas LOOK 2: Casaco: Levis T-shirt: Primark Calças: Tiffo Ténis: Adidas
NO NOSSO TEMPO LIVRE Gostamos de viajar, ir à praia e conviver com os amigos,. O NOSSO ESTILO É Descontraído, casual e confortável. Os ténis são uma peça fundamental e imprescindível no nosso dia-a-dia.
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Paredes que amam por @ mararq
by: Encolhi as pessoas
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