MELANCIA mag
Cultura Visual & Lifestyle # 6 | Fevereiro 2016 | www.facebook.com/melanciamag MELANCIA
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@felizquemdiz
MELANCIA cultura visual e livestyle mag #6 / fevereiro 2016
idealizadoras Juliana Lima & Mafalda Jesus sp e
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Aline Frazão | música Hugo Suissas | instagrammer Maria Imaginário | ilustradora Olga Ferreira-Hilário | hairstylist Vanessa Teodóro | ilustradora Ana Kholer | dança Eduardo Sabio | ilustrador Francisco Martins | ilustrador João Jesus | câmera Gabriel Campino | receita de melancia Cátia Fialho | make up Ana Henriques | revisão de texto Céu Coutinho João Marreiros Família | Amigos
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Capa e Contra Capa by FRANCISCO MARTINS
e-mail: melanciamag@gmail.com | facebook/melanciamag | instagram: @melanciamag
MUITO AMOR FEVEREIRO <3 O meio deste mês é marcado pelo Dia de São Valentim, vulgarmente conhecido como Dia dos Namorados. Sabemos que se trata de uma data comercial e até ao dia 14 de Fevereiro seremos bombardeados por todos os lados com anúncios publicitários com sugestões de presentes e afins. Sabemos que Fevereiro vai ser cheio de AMOR, tanto amor que daria para dar e vender, e por isso também vamos ver muitos corações e declarações por aí. Não estamos a falar de casais apaixonados, mas sim de projetos inspiradores que têm por trás pessoas com olhos a brilhar e verdadeiramente apaixonadas por aquilo que fazem. Seja a partilhar o seu mundo imaginário, a abrir um negócio inovador, na persistência e dedicação de dançar na ponta dos pés todos os dias ou a cantar e representar a cultura do seu país pelo mundo. Sentimos que cada um, do seu jeito particular, faz o que faz, com o coração a bater mais forte. Acreditamos que é mesmo isso que nos faz seguir em frente. Com a MELANCIA mag não poderia ser diferente ou não estivéssemos aqui para partilhar arte e amor. Deve ser por isso que esta nossa 6ª edição vem recheada de conteúdos apaixonantes. Não que as demais não venham também, pois é isso que nos move, mas sentimos que esta edição está especial. Resumindo: desejamos que este mês seja recheado de amor e que sinta connosco o “tum-tum” desta edição. :)
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índice HUGO SUISSAS
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ALINE FRAZAO
EDUARDO SABIO
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RECEITA DE MELANCIA
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MARIA IMAGINÁRIO
ANA KOHLER
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OLGA HILÁRIO
48 VANESSA TEODORO
TOMA NOTA
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FRANCISCO MARTINS
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MAKEUP
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92 ESTILO QUE ANDA POR AÍ
Fotografia por Dinis Santos
Música
Aline Frazão Entrevista por: Juliana Lima Imagens divulgação
Aline Frazão, 27 anos, veio de Luanda para viver em Lisboa. A cantora e compositora angolana falou-nos sobre como pretende poder dar a conhecer a cultura de Angola através da sua música. Depois de passar pelo Porto e por Coimbra, Aline demostrou-se bastante animada com o concerto que dará em Lisboa no início de Fevereiro para apresentar o seu novo álbum, “Insular”. Conheça um pouco mais desta artista carismática, repleta de influências e de tão boa energia.
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1) MELANCIA: Quem é a Aline? ALINE FRAZAO SEIXO RODRIGUES: Cantora, compositora, angolana, de Luanda, 27 anos. 2) M: Como começou o teu gosto pela música? AL: Começou muito cedo, quando era criança. Comecei a cantar em público muito nova, na escola. Acho que o facto de ouvirmos muita música em casa dos meus pais também me influenciou muito musicalmente. Ouvíamos mornas caboverdianas, sembas, fados, samba do Brasil, música clássica... Mas começar mesmo profissionalmente na música foi uma decisao mais recente, depois de participar no festival galego “Cantos na Maré”. Foi pouco depois disso que lancei o meu primeiro disco, “Clave Bantu”, em 2011. 3) M: Por que escolheste Lisboa para viver? AL: Por conveniência, porque trabalho com músicos de cá, porque tenho família cá e porque Lisboa acaba por ficar mais perto de Luanda. Antes disso, estive dois anos em Barcelona mas passava quase mais tempo cá, por causa do trabalho. 4) M: És um dos nomes sonantes da nova geração de músicos angolanos. Como te sentes a representar o teu país na cena musical pelo mundo? AL: Gosto de poder dar a conhecer um pouco mais da música e da cultura angolanas. Mas, ao mesmo tempo, sei que o meu trabalho não se limita a esse marco, pois a música que faço bebe de várias influências. Depois há as letras, claro, essas sim muito ligadas a Angola, de uma maneira ou de outra. 5) M: Como classificas a tua música? AL: Normalmente, nao gosto muito de o fazer. Mas é música autoral, em que o texto tem um peso importante. Influências variadas e sempre em processo de construçao.
6) M: Fala-nos do teu processo criativo de composição, das tuas inspirações e do teu trabalho com tantas influências culturais. AL: O meu processo de criação é muito cambiante. Normalmente começo pelas letras, pelo texto. E depois pego na guitarra, construo um ambiente, uma harmonia que transmita o que a letra pede. Só depois a voz. Mas isto tudo pode acontecer ao contrário também. :) Posso começar às vezes por uma melodia ou por uma linha de baixo. O que é certo é que, para compor, preciso de tempo e espaço, de silêncio e de recolhimento. 7) M: Sabemos que, além de cantar, também compões, escreves e assinas crónicas no site Rede Angola... AL: Tem tudo a ver com a escrita. Licenciei-me em Ciências da Comunicaçao e tenho um vínculo forte com o jornalismo. A oportunidade de escrever uma crónica semanal para o Rede Angola foi um grande desafio e uma forma de eu canalizar as minhas preocupações políticas e sociais para um espaço público de debate. Por vezes é difícil conjugar os dois lados, a música e as crónicas. Mas são duas facetas que se complementam, desde a minha vivência. 8) M: Já atuaste em alguns países. No geral, qual foi o feedback? Fala-nos sobre a tua carreira internacional. AL: Sendo eu uma cantora angolana a viver no estrangeiro, a minha carreira é, basicamente, internacional. Toco muito nas zonas da Alemanha, Áustria e Suíça, tenho ido com mais frequência ao Brasil, quero regressar a Cabo Verde e estrearme em Moçambique. Gosto muito de cultivar novos públicos e, felizmente, tenho tido essa oportunidade, além do público que sempre me recebe tão bem, em Portugal, claro.
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1. Aline Frazão em concerto. 2. Fotografia por Dinis Santos (2015) 3. Álbum INSULAR (2105) 4. Álbum Movimento (2013) 5 e 6. Concerto no Teatro São Luiz (2014) 7. Fotografia por Ricardo Alevizos (2014) 8. Álbum CLAVE BANTU (2011) 9 e 10. Fotografias por Rui Sergio Afonso, em Luanda, Angola. 11. Capicua e Aline Frazão.
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“é música autoral, em que o texto tem um peso importante. Influências variadas e sempre em processo de construçao.”
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9) M: A MELANCIA mag possui duas idealizadoras, somos uma dupla luso-brasileira. E, também por esta razão, gostaríamos de saber como foi a tua experiência no Brasil. AL: Eu adoro o Brasil. É como se fosse uma segunda nacionalidade. Na verdade, a minha avó paterna nasceu no Rio de Janeiro e tenho família carioca. Sinto-me em casa e tenho muitos amigos músicos brasileiros. As experiências que tive de tocar lá foram óptimas. Sinto-me compreendida, bem acolhida. E fico sempre contente com as mensagens que recebo de gente do Brasil, que mesmo à distância segue o meu trabalho. Este ano quero voltar em abril para apresentar “Insular”. 10) M: Elege a música que mais te orgulha e explica-nos porquê. AL: A música minha? :) Uff... Difícil. Mas vou escolher uma do novo disco, “A Louca”, letra da Capicua, música minha. Porque a letra é magnífica e sinto que a música consegue acompanhar o ambiente e a loucura do texto e da personagem. 11) M: “Insular” foi lançado em Luanda no dia 31 de outubro de 2015 e chegou às lojas em Portugal a 20 de novembro. Entretanto, no começo de Fevereiro, dia 5, teremos um concerto teu em Lisboa. Quais as tuas expectativas para esta apresentação na cidade onde escolheste viver por agora? AL: Estou muito animada. Vai ser bom voltar ao palco de
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Lisboa, num lugar como a Casa Independente. Este álbum é desafiador e levá-lo para o palco tem sido um processo de muita aprendizagem. Lisboa vai ser o terceiro concerto, depois do Porto e de Coimbra. Acho que vamos estar mais à vontade e com muitas ganas. 12) M: E a tua parceria com a rapper portuguesa Capicua, como correu? AL: Participei no disco dela, “Sereia Louca”, e depois disso ficámos amigas. Não hesitei em pedir-lhe uma letra para “Insular” e ela enviou-me “A Louca”, que é mais um texto fantástico da Capicua, que além de ser uma rapper de referência em Portugal, é uma letrista excepcional para outros projectos que não o seu. Depois de algum tempo, fiz a música. E no final, tornou-se numa das mais marcantes deste disco. 13) M: Qual é o teu lema de vida? AL: Não sei se tenho. Vai mudando. 14) M: E o teu maior sonho? AL: Tenho vários. :) Gostaria de poder contribuir para o meu país ser um lugar mais justo e com menos diferenças sociais. 15) M: Deixa um recado à MELANCIA mag e aos nossos leitores . AL: Escutem “Insular”. Mas não pode ser só uma vez. :)
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Instagran & Fotografia
Entrevista por: Mafalda Jesus Imagens: Hugo Suissas
Um visionário do instagram e um talento criativo, assim se pode resumir Hugo Suissas, de 26 anos, diretor de arte na agência “excentricGrey”. Descobriu a paixão pela fotografia sensivelmente há dois anos e desde aí fotografa com o seu iPhone tudo o que lhe aparece à frente. Um dia acordou e viu Lisboa como se tudo fosse simétrico e assim surgiu o “Symetric Lisbon”, um projeto que foi muito falado e que chegou mesmo ao National Geographic. Fica a conhecer o trabalho deste jovem talento, que luta diariamente para surpreender os seus seguidores comclicks inesperados.
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“SEI QUE QUANDO PEGAVA NUM LÁPIS OU ALGO QUE ENVOLVESSE IMAGENS, O MEU CORAÇÃO FICAVA A MIL À HORA E ISSO MOSTRAVA QUE O MEU DESTINO ESTAVA TRAÇADO.”
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1) MELANCIA: Quem é o Hugo Suissas? HUGO: Na realidade acho que nunca vou saber quem sou realmente, porque todos os dias descubro coisas novas acerca de mim. Todos os dias tento ultrapassar as minhas expectativas. Nunca vos aconteceu “Mas fui eu que fiz isto?!”. Até agora posso confirmar que me chamam por Suissas e que descobri o mundo da fotografia há cerca de dois anos e, desde então, não quero outra coisa se não andar por aí a tirar fotos a tudo o que me aparece à frente 2) M: Quando soubeste que o design e a criatividade eram o caminho? H: Desde miúdo que sabia o que queria mas, não sei exatamente o dia e a hora em que percebi que era o mundo das Artes e do design o meu caminho. Sei que quando pegava num lápis ou algo que envolvesse imagens, o meu coração ficava a mil à hora e isso mostrava que o meu destino estava traçado. 3) M: O que distingue as pessoas criativas das outras? H: Penso que todos nós somos criativos até um certo ponto e existem diferentes níveis de criatividade. Para esta resposta gostava de dar um exemplo: Imaginem a escalada, há uns que ficam logo no início, outros que ficam a meio e outros que chegam ao topo. E tal como na escalada, que é preciso treinar para chegar ao cume da parede rochosa, o mesmo se aplica à criatividade, é preciso estimular o pensamento para atingir as melhores ideias. Eu acho que, neste momento, vou a um terço da parede rochosa…
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4) M: As tuas fotografias são um sucesso nas redes sociais. Qual é a diferença entre instagrammer e fotógrafo? H: Sucesso? Nunca me pediram um autógrafo na rua...! Há uma grande diferença entre instagrammer e um fotógrafo profissional. Ambos são fotógrafos mas diferentes a nível técnico. Quer isto dizer que um profissional tem noções e conhecimento técnico da máquina que está a utilizar e tem de preocupar-se com muitos detalhes, desde as luzes, sombras, perspetivas, entre outras. Se me derem uma Máquina Fotográfica para a mão sou capaz de nem sequer saber ligar a máquina. Um instagrammer apenas tem de executar um movimento muito simples - clicar no botão de fotografar. Claro que existem instagrammers que são fotógrafos de profissão e aproveitam o Instagram para mostrar o seu trabalho - eu não concordo muito com isso. O conceito e essência do Instagram para mim são o instantâneo, o simples movimento de sacar o telemóvel do bolso e captar algo de muito especial que acabou de acontecer (tal como um cowboy e a sua pistola). Há momentos preciosos que acontecem muito rápido, e os telemóveis de hoje (aproveito aqui para fazer publicidade ao iPhone da Apple) oferecem uma capacidade de resposta e qualidade muito acima da média.
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5) M: De onde vêm as ideias? Como funciona o processo criativo? H: Não faço a mínima ideia de onde vêm as ideias. É melhor não saber ou perdia a graça toda, prefiro ter uma nova todos os dias. O processo criativo no meu caso é um pouco obsessivo. Tenho a mania da perfeição e tem de ser assim nem que repita a fotografia 100 vezes e nem que volte lá amanhã para ficar ainda melhor. Todos os dias tento tirar uma fotografia melhor do que a de ontem, todos os dias quero uma fotografia especial (mas tenho dias maus… como toda a gente). Quando caminho pela rua, a minha cabeça não pára um segundo a olhar para cima e para baixo e para os lados. Pode passar o Cristiano Ronaldo ao meu lado que eu não vou olhar para ele. Adoro fotografar cenários com figuras humanas e tentar dar-lhes outro sentido. Por vezes, as ideias escasseiam e passo quatro, cinco dias sem colocar fotografias no Instagram. Quando isso acontece, tento relaxar e olhar para quem passa ao meu lado na rua (pode ser que apareça o CR7). Hoje em dia existem muitas restrições e aproveito a fotografia como liberdade de expressão, quase como um “desabafo visual”. Quando fotografo, sinto-me uma pessoa melhor e capaz de tornar possível o impossível. Para mim, não existe o impossível.
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6) M: Como surgiu o projeto “Symmetric Lisbon”? H: O “Symmetric Lisbon” espero que não seja daquelas coisas que só acontecem uma vez na vida. É o meu primeiro projeto a sério e espero continuar a ter mais como este durante os próximos anos. Um dia como outro qualquer, acordei e quando saí à rua vi Lisboa como se tudo fosse simétrico. Criei o projeto no verão passado e, na verdade, tudo começou um pouco por acaso, comecei a fotografar os monumentos de Lisboa com uma aplicação de telemóvel que tinha instalado há pouco tempo e gerava efeitos simétricos, criando objectos simétricos a flutuar como se fossem etéreos. Para minha surpresa, o projecto começou a ser falado em vários meios de comunicação social, sites de arte e fotografia, chegando mesmo ao National Geographic. 7) M: O que te inspira? H: Eu sou uma pessoa feliz e a minha própria felicidade é o que me inspira mais. Mas claro que também vem dos instagrammers que sigo, vem dos erros, vem de objetos que estão nas prateleiras, vem dos amigos, vem das viagens, vem dos meus pais e do meu irmão, vem da namorada, vem daquilo que respiro, cheiro, oiço e vejo todos os dias. NOTA: Sejam felizes.
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8) M: Destaca uma foto da tua autoria e fala-nos dela. H: A foto do Super-Homem tem uma história engraçada e comprova como eu sou bastante perfeccionista e obsessivo. Tudo surgiu depois de ter almoçado por volta das 13.30h, quando ia a caminhar pela rua para o trabalho e deparei-me com uma rua muito estreita e escura que tinha uma parede gigante. Entrei nessa rua escuríssima e, de repente, surge uma luz que ia aumentando de intensidade. E descobri que o sol iluminava essa rua todos os dias a partir das 14:00h até às 14:15 mais ou menos, cerca de 15 minutos. No dia a seguir, reparei que um colega meu do trabalho, por acaso, estava vestido de vermelho e azul, e lembrei-me logo do Super-Homem. Levei-o para essa rua e pedi-lhe para se deitar na tal parede gigante e posicionar-se como o SH. Isto eram 13:58, esperei que a luz entrasse na rua e fosse subindo de intensidade até desenhar a capa em sombra, obtida através do braço esticado. Com isto passaram uns 15 minutos e a rua voltou a ser escura e ignorada por toda a gente. Como aquela rua não tinha nome, passei a chamar-lhe a Rua dos 15 minutos. 9) M: Duas cabeças pensam melhor que uma. Fala-nos da tua parceria com o Tiago Silva. H: Eu acho que o Tiago Silva é meu irmão mas ainda não sei. Nós trabalhamos em dupla, profissionalmente, numa agência de comunicação e estamos juntos todos os dias desde as 10 h da manhã até às tantas da noite, penso que isso explica muita coisa. Foi através do Tiago que ganhei o interesse do Instagram e quando fotografamos juntos existe uma química e uma magia que não consigo descrever. Somos capazes de saltar a linha do comboio, fugir dos seguranças, esfolar as pernas, rasgar a camisola e esperar uma hora pelo comboio para tirar aquela fotografia que tínhamos na cabeça. 10) M: Deixa um recado à MELANCIA mag e a todos os nossos leitores. H: Tal como o vermelho e o verde da melancia, espero que continuem a representar as cores de Portugal como têm feito até agora. Mantenham-se frescos e com energia para continuarem a mostrar não só o valor dos outros como também o vosso. Para os caros leitores, acompanhem a MELANCIA mag porque realmente deixa água na boca.
1. “Flying on my umbrella” 2. “Unexpected Coconut.” 3. “Everest” 4. “First-hand Car.” 5. “I am a sushi lover” 6, 7, 8. Symetric Lisbon 9. “Super-Homem” 10. “Let it be free” 11. “The Flying Circus” 12. “Statue man” 13. “Speedy Gonzalez” 14. “Beach ghost” 15. “Can you be hypnotized?” 16. “Street juggler” 17. “Dupla nos bons e nos (muito) maus momentos.” Hugo e Tiago 18. “Luís de Camões for a day” 19. “Escher inspiration”
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Masria Imaginรกrio com a sua Monalisa 30 MELANCIA
Ilustração
Entrevista por: Juliana Lima Imagens: Divulgação
Maria Imaginário, 30 anos, dividiu connosco o seu mundo colorido. Falou-nos sobre a sua dedicação e sobre o seu longo processo criativo. Conhece um pouco mais sobre esta artista que nos encanta com o seu universo pessoal, com cores vivas e traços divertidos, e cheio de personagens que remetem para um cenário (quase) infantil. A sua exposição individual, A Mind of its Own, estará na Galeria Underdogs em Lisboa até 13 de fevereiro. A não perder!
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1) MELANCIA: Sabemos que há cerca de 10 anos deixaste de ser Edna para assumir o teu nome artístico. Porquê? Quem é a Maria Imaginário? MARIA IMAGINÁRIO: Não foi bem há 10 anos, na verdade, foi há mais tempo, quando eu tinha os meus 16 ou 17 anos. Foi uma coisa natural, na altura eu queria ter um nome que se destacasse, que tivesse piada e foi por ai. 2) M: Qual a tua formação e como começou o teu gosto pela Ilustração? M: Estudei Ilustração porque era aquilo que eu queria, mas depois acabei por me distanciar um pouco disso. 3) M: Começaste a pintar nos muros, principalmente em prédios abandonados. Porquê? Qual era o teu objetivo? M: Eu comecei a pintar nos muros porque na altura grande parte dos meus amigos pintavam grafite na rua e faziam tags [tanto pode ser a assinatura do autor de um grafite, como a assinatura solta pelos muros.] pela cidade, e sobretudo o que eles pintavam eram letras, faziam bombs [é a evolução seguinte à do Tag. As letras são preenchidas e possuem duas cores] e pintavam comboios e eu pensava “por que eles só fazem isso?” e queria fazer outra coisa, mais gira e que comunicasse mais com as pessoas que passam na rua em vez de servir só para as pessoas que fazem o grafite. E foi por aí, quando tinha uns 19 anos, que eu comecei a pintar os muros 4) M: Há quanto tempo fazes parte da Underdogs? Como aconteceu o convite e como te sentiste por estar na mesma galeria de artistas portuguesas renomados e conhecidos internacionalmente como o VIHLS e outros? M: Comecei a trabalhar com a Underdogs há um ano e meio. Foi um convite bastante normal e eu fiquei bastante feliz. Surgiu a partir de uma série de trabalhos que fomos fazendo, não
foi assim algo do dia pra noite, nem inesperado. Foi bastante gradual. 5) M: Sabemos que o teu trabalho sempre está para além das telas. As intervenções e instalações são posteriores. Como funciona o teu processo criativo? Que materiais utilizas? M: O meu processo criativo é longo, como quase todos os processo criativos. Leva algum tempo para amadurecer o que eu quero fazer e o que eu não quero. E, também é fruto de tudo o que eu fiz anteriormente. O meu processo criativo trata-se de sentar-me, trabalhar e focar-me nisso, tentar achar soluções, materiais que funcionem e fazer com que as coisas aconteçam e não ficar a espera que me venha uma inspiração ou algo assim do género. É trabalhar! Não é muito aquela ideia romântica de que os artistas ou os pintores têm uma inspiração e fazem! Não, é um trabalho constante. 6) M: Fala-nos sobre as tuas instalações. M: O quadro é quase sempre a base principal para eu fazer a instalação. A instalação é um bocado um apêndice dos quadros, serve para criar um ambiente a volta do sítio onde eu estou, convidativo, acolhedor. Gosto que as pessoas que estão na sala da exposição sintam que estão num espaço a parte, que estão envolvidas em alguma coisa. 7) M: Quando falas sobre o teu trabalho, referes a tua dedicação ao sonho de mostrar ao mundo o que está na tua mente. Como te sentes com isso? M: Isto está inerente à minha pessoa e ao meu trabalho, querer passar isso às pessoas. E gosto de fazê-lo de forma a que entendam bem, gosto de comunicar com elas, que elas percebam as minhas ideias e que sintam alguma coisa e que não seja só algo que está ali, decorativo.
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8) M: Na exposição “A Mind of its Own Lisboa”, transformaste a galeria Underdogs, na capital portuguesa, num espaço onírico cheio de pensamentos à solta.Tudo ali tem um quê de autobiográfico, certo? M: Eu acho que o meu trabalho acaba por ser biográfico porque eu inspiro-me sempre em mim e nas minhas vivências para pintar. Ou seja, aquilo é tudo tão meu que eu acho que não há outra opção de não ser, de certa forma, biográfico. Não é que conte uma história minha, mas vem tudo de mim. É como eu interpreto as minhas influências. 9) M: O teu trabalho pode ser confundido com arteinfantil, em função dos traços inocentes e dos tons que normalmente usas nas tuas obras. Porém, aborda temas adultos como os sentimentos, o amor, a mente humana. Fala-nos um pouco sobre este facto. M: Não sei muito bem explicar porque o meu traço é tão infantil, eu não sei, é simplesmente o meu traço. E não pretendo comunicar para crianças. Quer dizer, eu comunico para toda a gente, mas o meu traço acaba por ser um bocado infantil e só acaba por não ser quando é observado ao pormenor.
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10) M: Além de Portugal, já tiveste o teu trabalho em exposições coletivas em muitos países durante a tua carreira artística. Pela Europa passaste por Itália, Inglaterra, França, Alemanha, e também foste aos EUA. Como é a tua experiência internacional? M: Eu não estive lá, concretamente, os meus trabalhos é que viajaram. Eu participei em muitas exposições coletivas, enviei os meus trabalhos por correio. Eu não me preocupo tanto com isso, mas sim em fazer boas exposições, e tenho vontade de fazer mais e é isso que eu quero fazer na minha vida, Agora, sinceramente, se é cá ou lá fora, é indiferente, desde que eu vá fazendo, com galerias que goste e boas, que tenham a ver comigo e respeitem o meu trabalho, para mim, isso é o que interessa. 11) M: Destaca um trabalho que te tenha marcado . M: Isso é muito difícil, é como perguntar a uma mãe qual é o filho preferido. Eu gosto de todos os meus trabalhos. Depois eu analiso sempre e s encontro sempre coisas que eu poderia melhorar, mas é complicado escolher só um. Acho que eu gosto da MONALISA, porque é diferente daquilo que estou acostumada a pintar. 12) M: Qual é o teu lema de vida? M: Meu lema de vida é muito na paz e no amor, sinceramente. E dar importância à pessoas que estão à nossa volta. 13) M:E o teu maior sonho? M: Eu tenho vários. Eu gostava de um dia, não agora, mas um dia, ter uma quinta com animais, para quando eu for velhinha ter um monte de cães, gatos, galos e porquinhos. 14) M: Deixa um recado à MELANCIA mag e a todos os seus leitores M: Nós devemos focar-nos nas pessoas à nossa volta e tentar sempre ser positivos, e mais do que isso, investir naquilo que queremos. Não adiantar ser positivo se não nos empenharmos para que as coisas aconteçam. 6 34 MELANCIA
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“NÓS DEVEMOS FOCAR-NOS NAS PESSOAS À NOSSA VOLTA E TENTAR SEMPRE SER POSITIVOS, E MAIS DO QUE ISSO, INVESTIR NAQUILO QUE QUEREMOS. NÃO ADIANTAR SER POSITIVO SE NÃO NOS EMPENHARMOS PARA QUE AS COISAS ACONTEÇAM”
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Ferreira-Hilário Entrevista por: Mafalda Jesus Imagens: Divulgação
Uma viagem ao mundo encantado dos cabelos! Seduzidas pela decoração e irreverência do espaço e pelo sentido de humor nas redes sociais (sim, porque somos seguidoras assíduas), fomos até ao número 87 A da Rua Dona Estefânia conversar com a fundadora do “Slash Creative Hair Studio”, um projeto inovador e cheio de vida. Recebidas com um sorriso e um chá, conversámos com Olga-Ferreira-Hilário e Ana Ferreira-Hilário num ambiente descontraído, ao som de boa música e de muitas gargalhadas.
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É impossível passar por aqui e ficar indiferente a este espaço, que nos deslumbra com uma decoração arrojada e urbana, com estruturas móveis feitas à medida, que tem a assinatura do UMA Collective e uma ilustração sublime da autoria da Tamara Alves (entrevistada na MELANCIA mag #5). Um salão mutável que é tudo menos vulgar, onde somos recebidos por três raparigas giras e simpáticas (a Ana, a Olga e a Maria) que nos oferecem um sorriso, uma bebida e um tablet para nos entretermos enquanto esperamos pela nossa vez. O que se pode pedir mais? Inaugurado em outubro de 2015, o Slash chegou para revolucionar a indústria dos salões de cabeleireiro em Portugal, trazendo uma vertente multifuncional, onde os espaços deixam de ter apenas uma função e, tal como o nome indica, passam a ser isto/aquilo. Neste caso específico, podemos cortar o cabelo/ trabalhar/ beber um copo de vinho / fazer uma sessão fotográfica/ o que quisermos. Para tudo isto ser possível, criaram um espaço exclusivo e direcionado a outras atividades artísticas, um cantinho que permite promover artistas, fazer workshops, tatuagens, sessões fotográficas ou produções de moda. “Já tivemos aqui um workshop de tricot e foi muito divertido. Elas eram prós e consegui aprender umas coisas, embora devagarinho ahaha”. Aqui até a casa de banho é personalizada, com paredes em ardósia onde os clientes podem desenhar ou deixar mensagens, “Adoramos a ideia de puderem interagir com o espaço. E é uma maneira de ficarmos com uma recordação de quem passa por aqui”. No Slash há um objetivo muito concreto, no que toca aos clientes. “Todos os profissionais conseguem cortar o cabelo, mas aqui a diferenciação passa pelo acompanhamento ao cliente. Faço questão que saiam daqui a saber o que foi feito e com que objetivo, e principalmente que consigam reproduzir em casa, no dia-a-dia. Não faz sentido sairmos do cabeleireiro muito contentes com um penteado giro, mas no dia seguinte ficarmos frustradas por não conseguir fazê-lo novamente.”, explica Olga.
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Não te vão impingir nada, mas se ouvires falar de Olaplex, não te admires se elas te agarrarem pelos ombros e começarem aos pulos. Elas gostam mesmo muito de Olaplex. É assim o aloé vera, as bagas de goji, a geleia real deste pessoal. Vamos tentar explicar da maneira mais simples: Olaplex é uma espécie de poção mágica que te salva das atrocidades que fazes ao cabelo. Fizeste coloração e passado um mês queres mudar para o tom oposto? Olaplex. Já mudaste tantas vezes de tom que tens de perguntar à tua mãe de que cor é o teu cabelo? Olaplex. Não tem silicone, nem óleos, nem parabenos (mas calma, não dá para juntar ao iogurte para um pequeno-almoço saudável. É só mesmo para ficares com um cabelo divinal :) ). Se queres pintar o cabelo mas o trabalho nem te deixa respirar, o Slash tem uma solução para ti. Traz o teu portátil e sentate confortavelmente no sofá, enquanto trabalhas, bebes um copo de vinho e esperas que a tinta atue. Se tens um evento e gostavas de dar um jeito o cabelo mas tens pouco tempo disponível, aproveita os pacotes económicos e rápidos do Slash: em 30 minutos estarás pronta para uma reunião, cocktail ou um jantar. Os menus Blowdry e Urban Warrior são uma coleção de penteados e apanhados femininos que vão de encontro às tendências atuais e são atualizados periodicamente. Resumindo: se tiveres um problema, vai ao Slash que elas arranjam uma solução! 2 42 MELANCIA
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“AQUI A DIFERENCIAÇÃO PASSA PELO ACOMPANHAMENTO AO CLIENTE. FAÇO QUESTÃO QUE SAIAM DAQUI A SABER O QUE FOI FEITO E COM QUE OBJETIVO, E PRINCIPALMENTE QUE CONSIGAM REPRODUZIR EM CASA, NO DIA-A-DIA...”
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Aos 30 anos, Olga está a viver o sonho. Nasceu em Portugal, cresceu na Alemanha, regressou à pátria aos 15 anos mas aos 18 foi para Londres descobrir o que queria da vida. E a vida não se fez rogada: mostrou-lhe o caminho de volta para Portugal, não sem antes ter trabalhado num salão londrino, de um franchising, onde percebeu que não era aquilo. Apanhou o avião e aterrou na Estefânia onde abriu o hair studio mais vibrante da cidade (desculpem, mas é mesmo!). O sonho cumpriu-se mas está só no início. Fixem este nome: Olga Ferreira-Hilário. 1) M: Resume-te numa frase. O: Nesta fase da minha vida identifico-me muito com a frase do Almada Negreiros: “e até hoje fui sempre futuro”. Isto porque até recentemente sempre trabalhei para chegar a este momento, que é o nascimento do Slash. Sempre vivi com os olhos no futuro e agora finalmente posso viver o presente tal como eu o imaginei. 2) M: De onde és? O: Nasci na Nazaré, mas fui criada na Alemanha até aos meus 15 anos. Aos 15, a minha família voltou para Portugal. Mas eu aos 18 mudei-me para Londres com a intenção de estudar, mas acabei por cair neste mundo maravilhoso dos Hair-stylist.
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3) M: Quando eras pequena cortavas o cabelo às bonecas? Ou nem pensavas nisso? O: Cheguei a cortar cabelo a algumas bonecas e a peluches, mas nunca pensei muito nisso até mais tarde quando já estava em Londres. 4) M: Agora a sério: qual é a diferença entre um cabeleireiro e um hairstylist? O: Acho que a diferença é na percepção que as pessoas têm. A maioria das pessoas acha que um cabeleireiro é alguém que trabalhou no salão antiquado e um hairstylist é alguém que trabalha num lugar super moderno. Mas na realidade não existe diferença em relação ao que fazemos.
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5) M: Dá-nos uma receita caseira para cuidar do cabelo. Daquelas com azeite, vinagre ou chocolate em pó! O: Tenho que admitir que não gosto muito dessas soluções caseiras. Sou um pouco geek em relação a produtos e acho que as tecnologias por trás de cada um deles determinam os resultados fantásticos que podemos ter. Mas se tivesse que mesmo receitar algo caseiro, então a minha favorita é cerveja para volume e brilho. Basta aplicar um pouco de cerveja no cabelo húmido antes de secar.
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6) M: Fala-nos das tuas inspirações. O: Adoro o mundo da moda, a maioria das minhas inspirações são de coisas que vejo nas diferentes semanas da moda. Também compro religiosamente todas as edições da LOVE magazine. Mas também tiro muitas ideias de filmes e exposições de arte. 7) M: Diz-nos um mito sobre o cabelo que esteja completamente errado. O: O mito mais ridículo é se arrancarmos um cabelo branco - crescem 3, ahah. Mas não devemos arrancar cabelos brancos, porque quando eles voltam a crescer ficam espetados e tornam-se mais chatos. 8) M: Os sítios agora são muitas coisas, como o Slash mostra desde logo no nome. Que outras misturas sugeres a quem queira a abrir um negócio? Ex. uma lavandaria-livraria, um ginásio-pizzaria...? O: Ginásio-pizzaria? Ahahah, parece-me contraditório. Mas um ginásio-cinema seria maravilhoso. Eu seria capaz de correr muito mais tempo numa passadeira se pudesse estar a ver um filme/série ao mesmo tempo, assim nem dava conta pelo tempo a passar e seria menos aborrecido.
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9) M: Qual é o teu lema de vida? O: Acredito na lei da atração, nós somos responsáveis por tudo o que nos acontece. Basta acreditar muito para as coisas acontecerem. 10) M: E o teu maior sonho? O: O meu maior sonho é o Slash. Por enquanto ainda somos pequeninos e temos muito que crescer. Nós agora estamos no início deste gigante projeto, ainda temos muitas surpresas para vocês! 11) M: Deixa um recado à MELANCIA mag e aos nossos leitores :) O: Em primeiro lugar quero agradecer pelo interesse em nós e pela oportunidade de poder partilhar um pouco de mim com vocês. O meu recado para todos é que venham visitar o Slash: mesmo que não queiram cortar o cabelo, é um excelente sítio para beber um café. Ou um vinho ;) 12 1. Vista geral do salão. Projeto de arquitetura por UMA Collective Architecture. 2. Ilustração de Tamara Alves 3. Zona de estúdio para actividades variadas relacionadas com arte 4, 13. Olga, Maria e Ana. Crew do Slash. 5. Cabines de trabalho para clientes desenhadas por UMA Collective Architecture e criadas especificamente para o Slash. 6. Mensagem de um cliente na parede de ardósia. 7. “when two become one” Maria e Ana 8. Olga Ferreira-Hilário e Maria Branco 9. Salão visto do exterior, Foto de Horácio Rodrigues. 10. Preparação para o workshop de tricot 11. “SLASH beauty editors brunch Slash urban warrior menu look MYRINA” 12. Olga e Maria a trabalhar,
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Ilustração & Street Art
Entrevista por: Mafalda Jesus Imagens: Divulgação
Vanessa Teodóro, 32 anos, nasceu na África do Sul mas decidiu trazer o seu talento para a cidade de Lisboa. Mais conhecida como “the super van”, estudou design gráfico, publicidade e ilustração e neste momento descreve-se como “uma miúda que gosta de deitar cá para fora, em forma de bonecos, aquilo que lhe vai na alma”. Fica a conhecer o trabalho desta artista, que é caracterizado por padrões, contrastes e cores fortes.
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4 1. Canon Autumn Collection 2. “the studio” 3. LX Factory, “@kimstatic thanks for the pic” 4. “Facing Faces” 5. Lowbra, Frida Kahlo 6. La Sardina DIY, foto por Sérgio Santos 7. WESC window display 8. Poster 50x70 9. Magnética Magazine, body painting 10. Walk&Talk Azores 11. Muro no Lumiar 12. Pampero public art 13. “Bless the hype” street art: a new religion 14. Pintura para Galeria de Arte Urbana / Citroen 15. MTV Toy 16. Muro Azul
1) MELANCIA: Quem é a Vanessa? VANESSA: Uma miuda que gosta (e precisa) de deitar cá pra fora em forma de “bonecos” aquilo que lhe vai na alma :) 2) M: Porquê “The Super Van?” V: Foi o nome que arranjei para o meu site. Eu queria algo catchy e nada demasiado obvio como vanessateodoro.com. Sempre gostei do universo da banda desenhada e super heroís e na altura, quando estava a começar esta aventura no mundo das artes (a solo), achava que só mesmo alguém “super” corajosa e aventureira para arriscar. O nome acabou por ser útil como um alter-ego, dar um nome às minhas criações e para assinar os murais. 3) M: Design gráfico, publicidade, ilustração, street art. Se tivesses que escolher uma, qual seria? Porquê? V: Se tivesse que escolher uma agora, depois de ter passado por todas, diria ilustração. Todas foram importantes no meu crescimento como profissional, mas acho que a ilustração é aquela com que me identifico mais. A ilustração acaba por ter um pouco das outras áreas: o design gráfico e a publicidade ajudam-me a promover e apresentar melhor o meu trabalho e a street art é apenas a transição das minhas pinturas para superficies maiores. 4) M: O teu trabalho é caracterizado por padrões, contrastes e cores fortes. Consegues definir o teu estilo de ilustração? V: Por norma não gosto de deixar espaços em branco, diria que é um estilo complexo, com muito para dizer e que vai beber à pop arte e ao low brow.
5) M: Todos os artistas têm influências e inspirações, fala-nos das tuas. V: Padrões (especialmente os africanos), banda desenhada, personagens estranhas, bocas e mãos. Adoro em especial o trabalho do Keith Haring. 6) M: Na tua opinião, qual é o papel da street art na comunidade? V: Tornar a arte mais acessivel a todos, educar mentes e abrir olhos para os espaços desaproveitados e abandonados. 7) M: Trabalhas com várias marcas nacionais e internacionais. Achas que a street art e a ilustração se tornou uma tendência? V: Acho que a ilustração sempre esteve presente com as marcas, foi sempre uma constante e o que pode variar um pouco é o estilo de ilustração que aí sim se torna uma tendência. Neste momento o estilo “naif” (aka mal desenhado, “até meu filho fazia isso”) tem tido bastante destaque. Quanto à street art, sim completamente. Está “na moda” e enquanto estiver, acho que os artistas têm que aproveitar ao máximo para mostrar a sua arte. O que é melhor do que ter um cartão de visita gigante na rua? 8) M: Destaca uma obra tua e explica-nos porquê. V: O último mural que fiz no Lumiar. Foi o meu maior até agora, foi um desafio em vários aspectos, mas não me arrependo e acho que cresci como artista e pessoa. Foi um dos primeiros murais de arte urbana participativa em Portugal e quanto a isso estou orgulhosa.
“Por norma não gosto de deixar espaços em branco, diria que é um estilo complexo, com muito para dizer e que vai beber à pop arte e ao low brow.”
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9) M: Qual ĂŠ o teu lema de vida? V: Sair cada vez mais da minha zona de conforto. 10) M: E o teu maior sonho? V: Conseguir deixar um pouco de mim e da minha arte no mundo. 11) M: Deixa um recado Ă MELANCIA mag e aos nossos leitores!! V: Nunca duvides de ti e do teu trabalho.
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Fotografia por Alberto Maciรก Gallego 56 MELANCIA
Design & Ilustração
EDUARDO SABIO Entrevista por: Mafalda Jesus Ilustrações por: Eduardo Sabio
Eduardo Sabio, 25 anos, natural de Badajoz, rendeu-se ao encanto português durante um ano. Formado em Engenharia Industrial e mestre em Design Gráfico, conta-nos, nesta entrevista, como esses dois caminhos se cruzaram e como começou a aventura no mundo da ilustração. Influenciado por uma das suas paixões, a música, começou a desenhar os seus ídolos, adicionando muita cor e algum sentido de humor às ilustrações. Lê esta entrevista e vê se reconheces alguma destas caricaturas!
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1) MELANCIA: Quem é o Eduardo? EDUARDO: Boa pergunta... 2) M: És formado em Engenharia Industrial. Como é que a Ilustração e o Design entraram na tua vida? E: Depois de me licenciar aceitei uns trabalhos como engenheiro. Enquanto trabalhava, dei conta de que me sentia incompleto. E os trabalhos eram renumerados, mas ser engenheiro não me satisfazia. O problema é que sempre tive algumas inquietudes artísticas e, de repente, senti uma grande necessidade de me expressar a nível criativo. Escolhi a ilustração para fazê-lo e, bom, também a escrita. 3) M: Fala-nos das tuas inspirações e destaca um artista que admires. E: Em primeiro lugar, adoro música. Não consigo viver sem ela. Herdei uma enorme colecção de CD do meu tio e pude fazer uma viagem pelas seis décadas da história do rock. Desde então já passou bastante tempo mas, foi graças a esses CD, que descobri os cartazes psicadélicos das décadas de 60 e 70, pelos quais me apaixonei. Queria criar algo parecido e, portanto, comecei a desenhar músicos. Sempre me senti atraído pelo retrato, pela possibilidade de representar alguém através de poucas linhas... e há algo melhor do que desenhar pessoas que admiramos? Tento fazê-lo sempre com um pouco de sentido de humor. Por outro lado, a simetria que têm muitos dos meus desenhos vem do descobrimento - paralelo aos meus outros descobrimentos musicais - das Mandalas da pintura Tibetana,
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através de um autor contemporâneo: Romio Shrestha (ainda que, ultimamente, tente dar mais importância às curvas e ao movimento do que à simetria). Por último, tenho como referências mais directas dois ilustradores actuais: James Jean, pela qualidade mística que dá a tudo o que faz, e Jeremy Fish, porque adoro os seus animais. 4) M: Que materiais utilizas? Preferes meios digitais ou manuais? E: Como sou autodidata, faltam-me conhecimentos técnicos e acabo por limitar os materiais que uso. Honestamente: eu sei desenhar, não sei pintar. Adoro desenhar à mão, sem utilizar tablets nem computadores, porque sinto-me mais próximo daquilo que estou a fazer; adoro sujar as mãos com tinta. Mas aplicar a cor já é outra história. Como o tenho menos interiorizado, prefiro usar softwares gráficos para poder fazer correcções contínuas e descobertas novas até chegar ao resultado que quero - ou algo parecido - sem “borrar” demasiado a obra. Funciono assim: esboço e contorno: à mão; cor: de forma digital. 5) M: Tens uma página em que partilhas as tuas ilustrações. Por que escolheste o nome “Rockoso”? E: Bom, foi algo bastante casual, não quis dar muitas voltas à cabeça por causa do nome. Às vezes o espontâneo é muito melhor. “Rock”, pelo meu interesse pela música e “oso” (osso em português) porque gostei de como soava no final do nome. Então desenhei um osso e agora uso-o como imagem.
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6) M: De que ilustração te orgulhas mais? Porquê? E: Talvez do projecto “Movember”. Propus-me a realizar uma ilustração por dia durante todo o mês de Novembro e postála nas redes sociais e a verdade é que me sinto bastante orgulhoso de ter sido constante e de ter conseguido. Também há uma ilustração pela qual tenho especial carinho: o retrato de Atahualpa Yupanqui. Atahualpa foi um músico e folclorista argentino mas, sobretudo, um poeta. É muito gratificante desenhar um poeta. 7) M: Estive em Barcelona recentemente e fiquei deslumbrada. Como descreverias a cidade a quem nunca aí esteve? E: Pensa em qualquer coisa que possas encontrar no mundo. Boa. Pois eu aposto uma cerveja em como, de certeza, podes encontrá-la em Barcelona. Barcelona é possibilidade. E está sempre muito bom tempo... 8) M: Sabemos que viveste em Portugal um ano. Fala-nos da tua experiência. E: Foi fantástica, vivi em Espinho durante seis meses e costumava ir ao Porto. O Porto tem algo mágico, estou desejoso de voltar. Se tivesse de resumir toda a experiência com poucas recordações, as que me vêm agora mesmo à cabeça são: boa comida e cerveja Super Bock muito fria, as ondas da praia
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de Espinho e surfar até que o sol se pusesse, a Ribeira e as suas casas coloridas e uma noite que passei na fundação de Serralves. 9) M: Surgiram projetos, ideias ou inspirações da tua estadia em Portugal? Se sim, quais? E: Sim, desenhei a cidade do Porto. E escrevi um livro - “El Becario” - quando estava lá a trabalhar como engenheiro. 10) M: Qual é o teu lema de vida? E: Não tenho nenhum em concreto, vou mudando conforme sopre o vento. Tento ser prático com os meus lemas. Neste momento, talvez seja: “És os teus pensamentos”. 11) M: E o teu maior sonho? E: Continuar a sonhar. 12) M: Deixa um recado à MELANCIA mag e a todos os nossos leitores :) E: Muito obrigado à MELANCIA por me conceder esta entrevista. E aos leitores, que espero não ter aborrecido. Ah, sim, e que descubram o que os motiva verdadeiramente e que tentem fazê-lo, que a vida é curta. Paz.
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“Adoro desenhar à mão, sem utilizar tablets nem computadores, porque sinto-me mais próximo daquilo que estou a fazer; adoro sujar as mãos com tinta.”
13 1. “Ground Control to Major Tom...” David Bowie 2. Amy Winehouse 3. Johnny Cash 4. OASIS 5. “Heroes come and go, but legends are forever” 6. ISLA BUKOWSKI 7. “Movember 7th: Moustache Level: Cat” 8. “Movember 9th:. Moustaches I Admire: Mahatma Gandhi.” 9. “Movember 16th.Moustaches I Admire: Albert Einstein.” 10. “Movember 29th. Moustache level: Walrus.” 11. Bob Marley 12. Axl Rose 13. “Porto, o dragão que bebe do rio Douro”. (70x50)
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Fotografia por Juliana Lima 64 MELANCIA
Dnaça
Escola de Dança
Ana Kohler Entrevista por: Juliana Lima Fotografias por: Juliana Lima e Divulgação Vídeo por: João Jesus
Ballet, estilo de dança artística caracterizado por movimentos graciosos, saltos e piruetas, em que muitos dos passos são executados nas pontas dos pés. Ser bailarina de pequenina é algo comum entre as raparigas (até eu fui). Entretanto, fica evidente que quem seguem o ballet para a vida é mesmo apaixonado por esta arte. Toda a delicadeza e leveza das bailarinas que nos fascina em palco exige muita dedicação, dores, disciplina, concentração, força de vontade, empenho entre outras tantas habilidades e qualidades. E foi tudo isto que inspirou este artigo. Passé! Plié! Jeté! Relevé!
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Para conhecer melhor os bastidores deste mundo, conversámos com a Ana Kohler, bailarina profissional com um percurso invejável, que criou em Lisboa uma escola de dança com o seu nome, onde a MELANCIA mag passou uma manhã. 1) MELANCIA mag: Quem é a Ana Kohler? A: Bailarina, coreógrafa e professora de dança, licenciada pela Rotterdamse DansacademieHolanda, directora da Escola de Dança Ana Köhler, presidente do Conselho Internacional de Dança da UNESCO- Secção Lisboa e do Centro UNESCO de Dança. 2) M: Qual a tua formação e quando percebeste que serias bailarina profissional e deverias seguir a dança como carreira? A: Fui aluna da Prof. Anna Máscolo em Lisboa e da Escola Técnica de Bailado do Teatro Nacional de SCarlos, segui para França para uma das melhores Escolas de Dança Clássica e tive o prazer de ainda ser aluna da Madame Rosella Hightower, entre outros professores da Ópera de Paris. De França segui para a Holanda, onde dancei profissionalmente e me licenciei em Dança Clássica e Moderna na Escola Superior de Dança de Roterdão, que forma bailarinos e professores desde 1952. A primeira memória que tenho é de começar a dançar espontaneamente ao som de dança clássica e mais tarde uma natural sensação de que era esse o meu caminho, como se soubesse desde sempre que a Dança era a minha vida.
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3) M: Como e em que altura da tua carreira de bailarina te surgiu a ideia de ter uma escola de dança tua? A: A Escola surgiu após um percurso pelo ensino no Conservatório de Dança de Roterdão e escolas de Dança privadas e em simultâneo com a decisão de voltar para Portugal, ou seja, voltando para cá iria criar o meu próprio projecto. Decidi que ficaria dois anos a pôr à prova os meus conceito e visão, caso contrário, voltaria de novo para a Holanda. 4) M: No ano passado, a Escola de Dança Ana Kohler completou 10 anos. Fala-nos sobre esta realização. A: São 10 anos de muitas conquistas, de cruzamentos de muitas vidas e troca de experiências e sempre a deixar o caminho aberto para novas aventuras. Para trás fica a nostalgia de grandes momentos vividos com os meus alunos e equipa! O meu dia a dia pertence ao futuro! 5) M: Já estiveste na posição das tuas alunas, hoje és o exemplo para muitas miúdas. Como te sentes com esta responsabilidade? A: Não é responsabilidade! É missão! Todos ouviram várias vezes no estúdio: “Nesta Escola não se aprendem apenas passos de Dança, aprendese a viver e a ser um ser humano melhor e mais consciente!” A Arte seja qual for a sua forma, dá-nos o privilégio da visão e de viver “fora do eixo” e quem a vive, tem a obrigação de transformar todos à sua volta.
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6) M: A escola oferece muitas modalidades, além da dança clássica. Fala-nos sobre esta diversidade. Com escolhes as aulas da escola e os professores? A: A Escola tem um projecto próprio na formação do aluno, domina a Dança Clássica aliada com a Dança Contemporânea. As restantes modalidades completam a formação dentro das áreas que considero interessantes e pertinentes. 7) M: Durante este percurso da escola, conta-nos um facto que mais te orgulha e porquê. A: Orgulha-me sentir que esta Escola não é só um local de ensino de uma Arte, mas a segunda casa de todos que por aqui passam, onde não existe qualquer tipo de discriminação, elitismo ou preconceito. Estes valores acompanham-me ao longo do meu percurso pessoal, pelo que a nomeação para a representação do Conselho Internacional de Dança da Unesco em Portugal e da criação de um Centro Unesco da Dança acabam por ser uma consequência disso mesmo. 8) M: Quais são as tuas inspirações artísticas e principais referências? A: Coreógrafos de referência: Mats EK, Carolyn Carlson e Jíri
Kylian, Música: Michael Nyman, Richard Wagner e Rossini, Bailarinos: Michael Baryshnikov e Ana Laguna, Pintores: Dali, Escritores: Milan Kundera e Eça de Queiroz 9) M: Sabemos que a escola tem uma parceria com uma escola de dança na Holanda. Qual a importância de estabelecer este tipo de relação internacional? A: A Dança não tem fronteiras e a parceria com escolas de outros países ou contacto com professores de outras nacionalidades é algo natural no nosso meio e que acontece igualmente na minha escola. Com frequência, convido professores de outros países para benefício na formação dos alunos e para que contactem com o meio artístico internacional. A nossa escola, por via destes contactos, tem sido um trampolim para aqueles que querem fazer da Dança a sua carreira, mas não tiveram oportunidade de passar por um Conservatório.. 10) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores : ) A: A vida é para se viver com paixão e intensidade. Descubra a sua Arte e entregue-se!
“NESTA ESCOLA NÃO SE APRENDE APENAS PASSOS DE DANÇA, APRENDE-SE A VIVER E A SER UM SER HUMANO MELHOR E MAIS CONSCIENTE! ”
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1, 2, 3, 4. Alunas durante às aulas/ensaios na Escola de Dança Ana Kohler. 5. Boneca bailarina que uma aluna deu à Ana Kohler, fotografia por Juliana Lima. 6, 7. Alunas bailiarinas e a Professosa Ana Kohler em Nova York, durante a viagem em 2015 para o Dance Awards NY. 8, 9, 10 Apresentaçaão no Centro Cultural de Belém, Lisboa (2015) para a Gala de comemoração dos 10 anos da Escola de Dança Ana Kohler. 11 Aula do último sábado de Janeiro de 2016, alunas a ouvir atentamente as recomendações da professora. A primeira da esquerda é Maria Azevo, a bailiarina que entrevistamos.
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E, para perceber melhor as dores e ambições de quem está a começar, mas já encara o ballet com tanta responsabilidade, conversámos com Maria Azevo, 16 anos, uma das melhores alunas da Escola de Dança Ana Kohler. 1) MELANCIA mag: Há quanto tempo fazes ballet? E como começaste? Maria Azevo: O primeiro contacto que tive com dança não foi ballet mas sim hip-hop, num pequeno grupo liderado por uma professora sem qualquer formação. Dois anos volvidos, percebi que queria evoluir nas minhas capacidades como bailarina, então, por vontade própria, pedi à minha mãe para me inscrever no ballet, que pratico há cinco anos. Como tinha já 11 anos quando fiz a minha primeira aula senti algumas dificuldades em adaptar-me, pois nunca tinha feito algo do género, mas passados alguns meses deparei-me com a realidade e vi que o ballet era uma arte tão complexa e tão bela, que me “apaixonei”. 2) M: Como escolheste a escola? E, como é ter a Ana Kolher como professora? M: Antes de entrar na escola já tinha frequentado uma das colónias de verão e sabia que era boa. É certamente muito desafiante ter a Ana Kohler como professora, devido à sua rigidez e perfeccionismo, mas tudo isso contribui para o nosso crescimento enquanto bailarinas e pessoas. 3) M: Quantas vezes por semana praticas ballet? M: Por semana, tenho 10h semanais de dança (incluindo outros tipos de dança, tais como hip-hop,dança contemporanêa e jazz),mas de ballet tenho 3h30, e em época de espectáculo temos sempre ensaio sábado à tarde. 4) M: Para ser uma boa bailarina tens de ter muita disciplina, concentração, força de vontade, empenho entre outras tantas habilidades e qualidades. Achas que fazer ballet contribui para a tua formação e para a tua vida para além das aulas? Porquê? M: Ajuda muito, influencia bastante a minha capacidade de concentração, memorização, ser ambiciosa e a ser uma pessoa dedicada.
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5) M: Tens apenas 16 anos, entretanto já foste a Nova Iorque para dançar e ganhaste, juntamente com o grupo, prémios em competição. Conta-nos como foi esta experiência. M: Foi inacreditável! Nova Iorque é uma realidade completamente diferente. Nós nunca pensámos sequer que algum dia íamos lá, quanto mais ganhar um prémio. Mas para conseguirmos alcançar isso, tivemos ensaios intensivos de preparação para a nossa coreografia,todos os dias. Foi super exaustivo, tanto fisicamente como mentalmente. Claro que mais tarde todo esse esforço valeu muito a pena. Depois da competição, tivemos workshops com bailarinos mundialmente reconhecidos, como Nick Lazzarini e Mia Michaels, o que foi absolutamente fantástico e enriqueceu muito a minha técnica e improvisação. E nesta viagem também sinto que fortaleci muito as minhas amizades tanto com o grupo, como com a Ana. Sintome muito grata por esta oportunidade! 6) M: Pensas em seguir a carreira de bailarina profissional? Fala-nos um pouco das tuas expectativas e ambições relativamente à dança. M: Adorava poder participar em musicais na Broadway, como “Rei Leão”, “Grease” , ”Chicago”... No entanto, sei quão difícil isso é, mas tento investir em mim através das aulas na escola de dança, cursos de dança no Conservatório de Dança de Lisboa e workshops, sempre que tenho oportunidade para aumentar a minha técnica aproveito. Este Verão, se possível, vou tentar inscrever-me num curso de verão de dança em Inglaterra ou Holanda. Tenho de agarrar todas as oportunidades e nunca desistir! 7) M: Deixa um recadinho para a MELANCIA mag e para os nossos leitores : ) M: Acho que o que é realmente importante é não perder o foco, não desistir, ser persistente e pensar sempre que conseguimos fazer melhor, quando a esperança já é pouca. Deixo aqui também uma das minhas frases preferidas: “É preciso amarmos a dança para nos ‘amarrarmos’ a ela. Não nos dá nada de volta, nem livros para serem publicados, nem quadros para pormos nas paredes ou serem pendurados em museus, nem poemas para serem impressos e vendidos, dá-nos ‘apenas’ aquele momento efémero em que nos sentimos vivos” -Merce Cunning
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䨀伀䄀䰀䠀䄀刀䤀䄀 䌀伀一吀䔀䴀倀伀刀숀一䔀䄀 圀圀圀⸀圀䔀䬀⸀倀吀 ꤀猀挀愀爀ⴀ椀搀⸀挀漀洀
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Francisco Martins Entrevista por: Juliana Lima Imagens e Ilustrações: Francisco Martins
Francisco Martins tem 32 anos e um percurso profissional incrível, mais ainda sim diz ser o mesmo garoto do Interior do Brasil. Nasceu e viveu boa parte da sua vida em Mariana, uma cidade histórica de Minas Gerais. Designer de formação e um ilustrador muito talentoso, foi o responsável pela capa da MELANCIA mag deste mês. Nesta entrevista, Francisco contou-nos um pouco sobre a sua carreira e o seu processo criativo, as suas inquietações e as suas conquistas. A não perder, as respostas são inspiradoras e têm um sabor especial, afinal, trata-se de uma conversa entre amigos. Sou fã do Chico e orgulho-me de ter trabalhado com este artista e tê-lo guardado para a vida, como um grande amigo ;)
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“O processo é muito importante para mim e por isso não me prendo a nenhuma técnica.” 1) MELANCIA: Quem é o Francisco Martins? FRANCISCO: É difícil falarmos sobre nós porque paira sempre a necessidade de afirmar o que gostaríamos de ser ou como gostaríamos de ser reconhecidos. Mas acredito que continuo a ser o mesmo garoto do Interior do Brasil, filho mais velho e ciumento de duas irmãs, que ama cachorros e vento no rosto. 2) M: Qual a tua formação? E as tuas especialidades? F: Tenho um bacharelado em Design Gráfico com uma pós-graduação em Empreendedorismo em andamento. Acredito que minhas especialidades estejam principalmente no interesse pelo desenho e na curiosidade pelo processo criativo. O processo é muito importante para mim e por isso não me prendo a nenhuma técnica. Gosto de experimentar colagens, impressão, desenho de letras... E o resultado pode ser uma mistura. 3 76 MELANCIA
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3) M: Como chegaste à ilustração? Que fatores te encaminharam para o mundo das artes? F: Posso dizer que foi um caminho natural a partir da minha formação como designer e meu histórico com o desenho. Eu poderia ter escolhido packaging design ou motiongraphics, mas a ilustração deixou-me mais à vontade. O mundo das artes é um cenário opaco, nebuloso e não acredito que eu esteja inserido nele, principalmente, com meu trabalho comercial. Eu nem me considero um artista, mas alguém com habilidades artísticas. 4) M: Sabemos que deixou Belo Horizonte, Minas Gerais para ir viver em São Paulo? F: Na verdade sou de Mariana, cidade histórica e a primeira capital de Minas Gerais. Morei lá os primeiros 19 anos e fui procurando lugares onde poderia acomodarme menos. Belo Horizonte deu-me formação profissional e pôs-me no mercado. São Paulo é onde se constrói uma carreira, principalmente se trabalharmos em comunicação e publicidade. Afinal, no Brasil, é a cidade onde as grandes marcas estão. 5) M: Já fizeste muitas viagens para fora do Brasil. Entretanto destacamos uma em especial, em que fizeste um curso de ilustração com gente de todo o mundo. Fala-nos desta tua experiência. F: Era um curso de Design na verdade, um workshop imersivo de quatro semanas, numa das mais famosas escolas: The Basel School of Design, em Basileia, na Suíça.) Foi uma experiência incrível pois pude aprender um pouco da metodologia dessa escola, o famoso modelo suíço de se fazer Design. Mas também pelo contato com pessoas do mundo todo e com os seus trabalhos incríveis. Era minha primeira vez na Europa, tudo era muito emocionante!
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6) M: Trabalhaste como designer em alguns escritórios de renome. Entretanto, atualmente, tens o teu próprio estúdio. Conta-nos um pouco sobre o teu percurso e sobre a decisão de ser autónomo. F: Escritórios renomados são importantes para ganhar ritmo de trabalho, fortalecer o portefólio e ampliar a sua rede de contactos e trabalho. Todos foram importantíssimos para mim e agradeço-lhes muito. Mas comecei a perceber que todos os dias levantavame da cama e caminhava para realizar o sonho do meu patrão na altura. Então obriguei-me a escolher entre continuar assim ou começar o processo de realizar os meus próprios sonhos. Era uma decisão simples, na verdade.
1. Ilustração para a Revista Gol (Linhas Aéreas). 2 e 6. Mutantes: Ícones para matéria sobre Super Humanos na Revista SuperInteressante. 3. Finalizando a fachada ds Loja El Cabriton, em São Paulo. 4. Arte para disco independente e de estréia da banda mineira grunge/pós-punk Festenkois. 5. Carmem: Capa do relatório Best Brazilian Brands para Interbrand Brasil. 7 e 8. Ampersands (Projecto Pessoal). 9. Ilustração para Webcitizen ads em TEDxSão Paulo e TEDxAmazônia. 2011 e 2012. 10. Oito. Mixed media on fine paper 330x480mm 11. Francisco pedalando (2015). 8
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7) M: Que projeto te deu mais prazer desenvolver? Porquê? F: Acho que não consigo escolher apenas um projeto, mas reconheço que alguns foram mais empolgantes do que outros. Por exemplo, o projeto de identidade para a Beauty Drinks durante o meu tempo na Interbrand foi um trabalho muito desafiador e tivemos uma grande sinergia de equipa, resultando em algo reconhecidamente especial. Como ilustrador, acredito que pintar a fachada da loja El Cabriton foi um dos pontos altos de 2015, pela escala do trabalho e por não saber como seria o resultado final. 8) M: Conta-nos é um dia típico de trabalho teu. F: Acordo às 6h30 e pedalo até as 9h. Banho. Café. 10h30, começa a rotina no computador, geralmente continuando algo do dia anterior ou da entrega do dia. 11h30, emails e vaguear um pouco pela internet. Almoço. Café. Desenho durante 1h para projetos pessoais. Faço alguns telefonemas para clientes ou fornecedores e volto para trabalhos comerciais durante três horas. Mais café. Emails e um pouco mais de internet. Volto aos trabalhos comerciais. Planeamento para o próximo dia. Um pouco mais de projetos pessoais. Saio do estúdio às 20h. 9) M: Em todas as áreas criativas é preciso uma constante busca. Quais são as tuas referências e inspirações? F: A internet cresceu a ponto de se tornar a detentora de todos os assuntos, sons, textos e imagens e no fim acaba por ser muito prática, realmente. Vasculho bastante a internet mas faço
o possível para encontrar referências em exposições de arte e cursos livres. As inspirações também vêm do dia-a-dia, das conversas com minha mulher, dos filmes, de outras pessoas... 10) M: És designer e ilustrador com um viés bastante artístico. Participaste em alguma exposição coletiva ou fizeste alguma mostra individual? F: Participei em algumas mostras coletivas como a “Bienal de Tipografia Tipos Latinos” e outras de menores, nada muito relevante. Tenho muito interesse em montar uma exposição individual, principalmente, com a nova série de desenhos em que estou a trabalhar. De momento, estou a contactar as galerias locais e espero concretizar alguma parceria em breve. Quem sabe se Portugal será o próximo destino?! 11) M: Qual é o teu lema de vida? F: Roubei-o da minha mulher, mas também o assumi como meu: A vida só melhora! 12) M: E o teu maior sonho? F: Ter um sonho maior. 13) M: E, pra fechar, pedimos para deixar uma mensagem à MELANCIA mag e aos seus leitores : ) F: A vida é como andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio, é preciso mantermo-nos em movimento ;)
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Toma Nota
LISBON WORKHUB Cada vez mais vemos jovens à procura de escritórios para partilhar, e consequentemente vão aparecendo novos espaços por aí. Este mês damos destaque a um em especial, o Lisbon WorkHub que é um espaço de cowork e eventos localizado nos antigos armazéns da Sociedade Abel Pereira da Fonseca. Recebe e acomoda jovens criativos e empreendedores, com um ambiente confortável e descontraído. Chamou-nos à atenção pela decoração neoindustrial e pelo conceito inovador que anunciam, de fomentar a partilha e inovação através da rede de contactos e eventos de networking. “Pretendemos fazer a ponte entre o passado e o futuro, valorizando o património, dando vida a lugares históricos e uma casa à nova era de empreendedores.” Para saber os preços e ter mais informações, consulte o site www.lxworkhub.com
GALERIA CRUZES CANHOTO Uma nova e diferente galeria, que é simultaneamente uma loja e quase um museu. A Galeria Cruzes Canhoto propõe-se dar a conhecer ao público a arte bruta, primitiva e popular, que têm características em comum: são feitas por autodidatas, criadas de forma espontânea e sem pressupostos comerciais à partida. Para Fevereiro estão previstas duas exposições de máscaras: uma vai ser dedicada ao cruzamento de máscaras primitivas africanas com máscaras do Norte de Portugal; e a outra vai contar com máscaras criadas por 13 artistas convidados de arte contemporânea. Para quem estiver pelo Porto, vale a visita. Sabe mais em: www.cruzescanhoto.com Rua Miguel Bombarda, 452, Porto – Portugal.
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Toma Nota
NOVAS FASHIONISTAS Mudança dos ícones da beleza americana e a queda das vendas da Barbie levaram a Mattel a mexer na sua mais famosa boneca. A expansão da linha Barbie Fashionistas incluiu três novos tipos de corpos (alto, curvilíneo e pequeno) e também uma variedade de tons de pele, estilos de penteados e roupas. Em notas oficiais, a marca revela que a sua intenção com estes novos modelos da famosa boneca, é que todas as meninas do mundo tenham mais maneiras de representar as suas histórias e de despertar a sua imaginação. As novas bonecas já estão disponíveis para encomendar nos Estados Unidos, entretanto a coleção só estará disponível em Portugal no final de Março de 2016. www.barbie.com
BIBLIOTECA NA CABINE TELEFÓNICA Há livros dentro de uma cabine telefónica na Praça de Londres, em Lisboa. Soubemos que a ideia surgiu numa pequena aldeia com cerca de 800 pessoas, em Somerset, no sudoeste de Inglaterra, onde fizeram duma das cabines telefónicas, classicamente vermelhas se transformar na menor biblioteca do mundo, com 100 livros disponíveis para qualquer pessoa requisitar. A moda pegou e por cá estamos a fazer o mesmo. Em Lisboa partiu do Movimento de Comerciantes Avenida Guerra Junqueiro, em 2014, em parceria com a PT. Juntos criaram uma mini biblioteca “self-service”. Para quem anda por ali e ainda não reparou, lá está a cabine: entre a Praça de Londres e Avenida de Roma. MELANCIA 83
2 delĂcias de melancia por: gabriel campino
Cubos de melancia e camomila com mousse de maracujĂĄ, bolo de pistacho e sorbet de morango
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1. CUBOS DE MELANCIA - 10 cubos de melancia cortados grosseiramente - 300g água - 100g de açúcar - 2 Saquetas de chá de camomila 1. Ferver a água o açúcar e a camomila cerca de 3 minutos e deixar arrefecer um pouco. 2. Quando a calda estiver morna colocar os cubos dentro para absorver o aroma da camomila. 3. Reservar no frigorífico. 2. MOUSSE DE MARACUJÁ - 400g de maracujá - 100g de água - 70g de açúcar - 3 folhas de gelatina - 200g de nata batida 1. Abrir os maracujás e retirar a polpa para um tacho, adicionar a água e o açúcar e ferver cerca de 4 minutos. 2. Demolhar a gelatina em água e gelo. 3. Escorrer o preparado do maracujá por um passador, guarde as sementes para o empratamento, e volte a colocar o líquido no tacho e volte a aquecer para dissolver as folhas de gelatina. 4. Deixe o preparado arrefecer um pouco e incorporar as natas batidas, colocar a mousse no frigorífico. 3. BOLO DE PISTACHO - 100g de manteiga - 70g de açúcar - 40g de pasta de pistacho
- 2 ovos - 100g de farinha - 5g fermento em pó 1. Bata a manteiga e o açúcar até ficar um creme esbranquiçado, adicionar a pasta de pistacho, juntar os ovos um a um e por fim a farinha e o fermento, colocar numa forma e cozer a 180 graus cerca de 15 minutos e deixar arrefecer um pouco. 4. SORBET DE MORANGO - 400g de morangos - 200g de água - 150g de açúcar 1. Retirar a parte verde dos morangos e triturar os morangos com a varinha mágica. 2. Num tacho ferver a água e o açúcar cerca de 2 minutos a juntar á polpa. Colocar na máquina de gelados até ficar com a consistência de gelado pretendida. PARA EMPRATAR 1. Retirar a mousse de maracujá do frigorífico e com a ajuda de uma colher de pau bater a mousse um pouco para amolece la e colocar num saco pasteleiro e cortar a ponta do saco cerca de 1 centímetro. 2. Esfarelar o bolo. 3. Num prato (preto de preferência) colocar cinco cubos de melancia intercalados como na fotografia de um lado do prato, entre os espaços da melancia colocar mousse de maracujá espremendo o saco pasteleiro, em cima da mousse colocar as sementes de maracujá e ao longo da sobremesa colocar o bolo esfarelado e por fim uma bola de sorbet de maracujá.
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por: gabriel campino
Aveludado de melancia e lima com salada de requeijao, salmao fumado e tomate seco
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1. AVELUDADO - 500g de melancia - 2 Limas ( sumo) - 10g de azeite 1. Triturar tudo com a varinha mágica e colocar um jarrinho pequeno. 2. SALADA - 200g de requeijão - 30g de salmão fumado - 5g de tomate seco - 1g de alcaparras - 20g de rebentos de beterraba ou - 20g de rúcula - 10g de avelã torrada - Q.B. Sal e pimenta branca 1. Corte o requeijão em cubos pequenos, pique o salmão fumado, o tomate seco, as alcaparras e as avelãs. Numa tigela misture todos os ingredientes e tempere de sal e pimenta. PARA EMPRATAR 1. Com a ajuda de uma forma redonda coloque a salada no centro de um prato fundo e leve o jarrinho para a mesa para cada pessoa se servir a gosto.
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#melanciamag @bgameiro.ant
@ neusa_siqueira
@ monicapereirap 88 MELANCIA
@felizquemdiz
@ritagandumalvarez
Frederico Almeida
@andradesweetcakes
@joao.marreiross
@anamax_1965
@pedro_gomes72
@neusamad MELANCIA 89
Oficinas by PARDAL
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Chocolate em Lisboa
A terceira edição d’ O Chocolate em Lisboa volta ao Campo Pequeno. Entre 4 e 7 de fevereiro, os visitantes do evento podem contar com presenças habituais, bem como muitas novidades. Algumas das melhores marcas de chocolate a nível mundial estarão presentes da terceira edição do evento. 4 a 7 | Campo Pequeno, Lisboa
A WE ARE PARDAL é movida pelo desejo de promover o encontro entre a cultura contemporânea produzida pelas indústrias criativas com o público, através de diferentes formas de interação pela promoção de encontros simpáticos, atuais e originais. 7 a 28 | LX Factory, Lisboa
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Carnaval Torres Vedras
O Carnaval de Torres é um evento que está presente na vida dos torrienses. O Carnaval de Torres preserva os elementos distintivos que permanecem desde o seu início: os Reis, as matrafonas, os carros alegóricos, os cabeçudos, os Zés Pereiras e a espontaneidade de quem participa. 6 a 9 | Torres Vedras
fever
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Enamorados por Lisboa
O programa Enamorados por Lisboa regressa à cidade entre 12 e 14 de fevereiro e oferece motivos para se apaixonar ainda mais por Lisboa. A edição deste ano propõe uma viagem que se inicia no mundo virtual e se prolonga pelos jardins e bairros de Lisboa, explorando corredores e ligações. 12 a 14 | Lisboa
ANTÓNIO ZAMBUJO & MIGUEL ARAÚJO
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Miguel Araújo e António Zambujo já esgotaram Coliseus em nome próprio e é bem conhecida a cumplicidade entre os dois, dentro e fora do palco, e com todas as colaborações que têm feito ao longo das suas carreiras. 17 a 19 | Coliseu de Lisboa
08 Machine Head
Os titãs do Metal, Machine Head, vão passar por Portugal, com duas datas incluídas na digressão europeia 2016, “An Evening With Machine Head”. A banda atua nos Coliseus do Porto e de Lisboa dia 07 e 08 de fevereiro, respetivamente. Coliseu de Lisboa
PAUS - 1ª PARTE, CACHUPA PSICADÉLICA
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“Mitra” é o mote de um disco e uma noite. É o título do novo disco dos Paus mas é também o sinónimo de uma turma, de coletivo, de uma rapaziada, que pensa e faz coisas acontecerem em momentos de celebração. É uma noite para ser usufruída por todos, em que Cachupa Psicadélica dá o mote, depois os Paus carregam na festa. Cinema São Jorge, Lisboa
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O PRINCIPEZINHO O MUSICAL
D.A.M.A
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A banda oriunda de Lisboa, tem vindo a destacarse pelas suas canções contagiantes, empatia com o público e a energia que imprimem nas atuações ao vivo nos seus espetáculos. A sonoridade pop dos D.A.M.A é uma fusão de estilos que sintetiza o espírito dos seus três elementos, com uma mensagem positiva e sempre atual. Pavilhão Multiusos, Fundão
A partir da obra-prima de Antoine de Saint-Exupéry, Francisco Santos e a sua equipa apresentam “O Principezinho - O Musical”! O sonho de voar, de ultrapassar os limites do espaço onde se nasceu, de ver novos lugares e novas gentes criando e mantendo as verdadeiras amizades é aqui retratado num espectáculo mágico, pleno de luz e cor, com músicas cativantes e cenários muito especiais. 27 a 13 de Março | Teatro Sá da Bandeira, porto
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make up PREPARA-TE PARA O DIA DOS NAMORADOS! Segue esta sugestão de maquilhagem da Cátia Fialho e garante um look sexy e irresistível!
Maquilhagem por: Cátia Fialho | Fotografias por: João Portela 92 MELANCIA
1. Marcar o côncavo com um castanho alaranjado bem quente. Esta vai ser base para obtermos um degrade. Não se esqueçam de aplicar um fixador de sombras antes de começarem a utilizar as mesmas.
2. Com uma sombra meio vinho cintilante fazer um V no canto externo e interno do olho deixando o meio da pálpebra sem sombra.
3. Aplicar um rosa cintilante no centro da pálpebra para fazer o ponto de luz.
4. Aplicar a sombra vinho a baixo da linha de agua. E fazer um delineado. Eu optei por um mais fino e delicado.
5. Aplicar pestanas falsas para o olhar ficar super poderoso.
6. Aplicar um lápis de boca nos lábios. Eu escolhi um batom rosa super vibrante para um look mais poderoso mas podem aplicar um batom nude se gostarem mais.
DICAS: 1. Façam uma pele super perfeita e cheia de glow.
2. Optem por batons mate e a prova de agua para não correrem o risco de deixar os vossos namorados cheios de batom :) MELANCIA 93
anda POR AÍ JOAO MARREIROS IDADE: 22 anos
PROFISSAO: Jogador de futebol Este mês partilhamos o street style de um jovem guardaredes do Casa Pia Atlético Clube.
LOOK: Casaco: Springfield Sweat de fecho: h&m T-shirt: Zara Calças: Levi’s Ténis: Nike Óculos: Seventy
O MEU HOBBIE É Bodyboard. Comecei a fazer bodyboard quando tinha 13 anos e adorei desde a primeira vez, sinto que é um escape à rotina. O MEU ESTILO É Acabo por ser influenciado pelos 2 desportos que fazem parte da minha vida: o futebol e o bodyboard. Posso perfeitamente conjugar uma sweat de capuz com uns ténis mais desportivos tentando sempre sentir-me bem com o que visto. Se tivesse de escolher, diria que tenho um estilo descontraído. 94 MELANCIA
@felizquemdiz @anamax_1965 Fred Almeida
by: FRANCISCO MARTINS
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