MELANCIA mag #3 novembro

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MELANCIA cultura visual e livestyle mag #3 /novembro 2015

idealizadoras Juliana Lima & Mafalda Jesus sp e

al ci nks tha :)

Madalena Costa | hairstylist Samuel Lucas | ilustrador Douglas Cardoso | tatuador Sofar Sounds Lisbon | música Isa Pinheiro | designer FIU | produto Pearls Negras | música Plano D | lifestyle Ana Segurado | designer de moda Ana Henriques | revisões Família | Amigos

Capa e Contra Capa por Samuel Lucas

e-mail: melanciamag@gmail.com | facebook/melanciamag | instagram: @melanciamag


estamos DE VOLTA :) Sejam bem-vindos a mais uma edição da MELANCIA mag! Repleta de boas energias, diversidade e cultura e feita com toda a dedicação e paixão para aquecer os dias mais frios que se aproximam, apesar de ser uma revista fresca e leve! O terceiro número da MELANCIA permitiu-nos conhecer talentos em diversos pontos do mundo e deu-nos provas de que a arte é uma língua universal que transcende barreiras como a nacionalidade, raça, religião e cultura. Para colorir as nossas páginas com as suas ilustrações, contámos com Samuel Lucas, autor da nossa capa, e com Isa Pinheiro, uma portuguesa residente no Japão (prometemos que a entrevista está em português). Contamos também com as tatuagens monocromáticas do brasileiro Douglas Cardoso, com a presença de Madalena Costa, uma hairstylist açoriana com muita pinta e boa disposição, e com a Ana Segurado, que nos apresenta as suas delicadas coleções de vestuário. O Natal já não está assim tão longe, podes sempre tirar umas dicas... Na área da música, apresentamos o Sofar Sounds Lisbon, um movimento musical que leva o melhor da música a espaços intimistas (que tal um concerto para os amigos na sala lá de casa?), e as Pearls Negras, um jovem trio brasileiro de rap e hip-hop, cheio de personalidade e irreverência. Conhece também o Plano D, o blog inspirador de Diana Lopes e a Fiu, uma marca que cria jardins suspensos em qualquer local. Confere o conteúdo da MELANCIA mag #3, Feito especialmente para saborear e inspirar.



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1. 2. 3. Ilustrações por: Mário Santos facebook.com/ mariosphotografia

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índice

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SOFAR

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#melanciamag

PLANO D

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ESTILO QUE ANDA POR AÍ

90 TOMA NOTA

ANA SEGURADO

PEARLS NEGRAS

DELÍCIA DE MELANCIA

DOUGLAS CARDOSO

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FIU

SOUNDS LISBON

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AGENDA

ISA PINHEIRO

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SAMUEL LUCAS

MAD MOISELLE



Hairstyle

Entrevista por: Mafalda Jesus Penteados por: Madalena Costa

MAD-moiselle Vintage Hairstylist é um projeto onde Madalena Costa se dedica exclusivamente a penteados e maquilhagem de inspiração vintage. Especializada em looks dos anos 20 aos anos 60, ajuda e aconselha as mulheres a recriar looks intemporais para as mais diversas ocasiões. Os penteados vão do mais simples ao mais complexo, do mais casual ao mais fancy.

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“ SÓ A SOLO ESTOU A CONSEGUIR REALIZAR E DESENVOLVER IDEIAS/PROJETOS/SONHOS QUE ANTERIORMENTE NÃO ESTAVA A CONSEGUIR. NOMEADAMENTE DESENVOLVER UM CONCEITO QUE É TÃO PARTICULAR EM PORTUGAL E QUE NO MEU PONTO DE VISTA PRECISA DE UM CUIDADO ESPECIAL.”

1) MELANCIA: Quem é a Madalena? MADALENA: A Madalena é uma jovem de 25 anos, de berço açoriano, apaixonada por Lisboa. Mora num dos mais típicos bairros de Lisboa (Graça) com os seus 2 gatos. Lutadora e ambiciosa, vive cada dia como se fosse o último. Independente, gosta de saborear a vida e fazer a diferença na vida dos outros. Luta a cada dia por aquilo que gosta e acredita. Gostava de um dia poder ser exemplo na vida de alguém. 2) M: Qual foi o teu percurso até chegares à MAD-moiselle Vintage Hairstylist? MAD: Em 2008 iniciei os estudos em Design de Equipamento na Faculdade de Belas-Artes Lisboa. Foi exatamente durante esses anos que descobri o gosto e a paixão pelo Vintage e toda a sua estética envolvente, nomeadamente os cabelos... Durante o tempo em que andei na faculdade aceitei o convite para fazer parte da produção do ‘Miss Pin-Up Portugal/Tattoo and Rock Fest’ e a partir daí comecei a desenvolver trabalho nesta área (Nunca imaginei que viria a ser o meu trabalho mais tarde). Em 2014 fui convidada a trabalhar no ‘primeiro cabeleireiro vintage’ de Lisboa, mas rapidamente percebi que só conseguiria atingir certos objetivos e realizar determinados sonhos se tivesse o meu próprio projeto. E em Outubro desse mesmo ano decidi lançar-me nesta aventura a solo e chamar-lhe “MAD-moiselle Vintage Hairstylist”. 3) M: O que te levou a entregares-te a esta arte e a aventurares-te a ter o teu próprio negócio? MAD: Como disse anteriormente, só a solo estou a conseguir realizar e desenvolver ideias/projetos/sonhos que anteriormente não estava a conseguir. Nomeadamente desenvolver um conceito que é tão particular em Portugal e que no meu ponto de vista precisa de um cuidado especial. Quando decidi aprender os penteados e estudá-los foi meramente por gosto e curiosidade própria, inclusive aprendi a fazer todos os penteados em mim portanto ninguém melhor do que eu para transmitir essa experiência e só assim faz sentido. 10 MELANCIA


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4) M: Qual é a sensação ao ver que o teu trabalho surpreendeu a cliente e que contribuiu para melhorar o seu dia? MAD: VALE A PENA CONTINUAR! :) É uma conquista diária e, claro, é sempre bom melhorar o dia de alguém... Nem que seja com um penteado e/ou make-up. Eu costumo dizer que não há ocasiões especiais para nos mimarmos, assim como não tem que se ter um estilo vinculado para se passar pela experiência e, por incrível que pareça, as melhores conquistas são sempre com as pessoas mais sépticas. 5) M: Quais são os detalhes que fazem a diferença quando crias um penteado? MAD: Desde as técnicas que uso, às inspirações... O meu salão está decorado com fotografias das Divas de outrora são essas referências que fazem o meu trabalho tão especial. Quem não gosta de encarnar uma Brigitte Bardot ou uma Marilyn por um dia? 6) M: Sendo esta uma área criativa, onde procuras inspiração e que personalidades tens como referência para o desenvolvimento do teu trabalho? MAD: Nas atrizes, nos filmes, nas séries, em algumas celebridades do nosso dia-a-dia. As inspirações vêm dos mais variados sítios. Posso dizer que é um estudo e uma pesquisa constante.

7) M: Qual é a maior dificuldade e o maior desafio numa carreira de Hairstyling? MAD: Acho que posso juntar os dois em um... A maior dificuldade e desafio é dar a conhecer esta arte ao público em geral, que na maioria das vezes é bastante receoso em experienciar ‘novas’ tendências. 8) M: Fala-nos um pouco dos teus workshops. MAD: Os meus workshops são uma oportunidade para quem os frequenta de conhecer um bocadinho mais da história de certos penteados icónicos, assim como levar para casa algumas dicas para tentar reproduzi-los. 9) M: Tens crescido imenso nesta área, quais são os próximos objetivos a atingir? MAD: Cinema, Televisão, Teatro... Gostava mesmo de poder fazer a produção de peças de época. Além disso gostava de expandir e quem sabe fazer uns ‘trannings’ com outras ‘’MAD’s’’ do Mundo nomeadamente em Inglaterra e Austrália. 10) M: Deixa um recado à MELANCIA mag e a todos os seus leitores. MAD: Sejam audazes. Trabalhem e lutem por aquilo que acreditam. Arrisquem e sejam felizes. Não há nada melhor do que ser-se feliz fazendo o que se gosta.


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Ilustração e Design

Entrevista por: Mafalda Jesus Trabalhos e ilustrações por: Samuel Lucas

Samuel Lucas, de 24 anos, é Licenciado em Marketing e Gestão de Empresas e trabalha atualmente na área da ilustração e design gráfico, que define como a sua grande paixão. O seu trabalho passa pela criação gráfica de merchandising, logótipos, posters, cd’s, entre outras peças para bandas nacionais e internacionais, bem como para editoras, promotoras e marcas de roupa. As suas influências passam pelo Skate, o Surf, o Underground e tudo o que seja difícil de imaginar ou interpretar.

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“FELIZMENTE, AS COISAS FORAM SEMPRE A CRESCER, COMECEI A SER PROCURADO INTERNACIONALMENTE TANTO POR BANDAS, COMO POR EDITORAS, PROMOTORAS OU MARCAS DE ROUPA...TÊM ACREDITADO E CONFIADO NO MEU TRABALHO, NÃO TENHO PARADO UM SEGUNDO, E ATÉ AGORA NÃO PODIA ESTAR MAIS CONTENTE. ”

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1) MELANCIA: Como te descreves numa frase? SAMUEL LUCAS: Criativo, profissional, simples, humilde, estranho (haha), apaixonado por todo o tipo de arte, por desportos radicais, música, natureza. Este sou eu, tenho 24 anos, vivo na Margem Sul do Tejo e trabalho como freelancer no mundo da Ilustração e do Design gráfico. 2) M: Visto que te licenciaste em Marketing e Gestão de Empresas, como e quando decidiste começar a trabalhar no mundo do Design? S: É verdade, licenciei-me em Marketing, no início do ano. É uma área em que tenho muita vontade de começar a trabalhar e de explorar e pela qual tenho um gosto enorme devido à ligação direta que tem com a comunicação e com a publicidade. Esta influência ou paixão deve-se em grande parte às minhas outras paixões que são o design e a ilustração. Desde que me lembro, passava os dias agarrado às bandas desenhadas da Marvel e a partir daí sempre convivi de muito de perto com o desenho e, por volta dos meus 16 anos, devido a uns projetos musicais que tinha, surgiu a oportunidade e a necessidade de poder trabalhar e explorar o mundo do design e do desenho digital nesse âmbito. Então comecei a mexer no Photoshop, Illustrator... e esse gosto pelo design foi crescendo cada vez mais, através de bandas amigas, na altura. Fiz cartazes para os concertos, punha-lhes o Myspace “bonitinho”, e conforme ia ganhando mais experiência, ia ganhando espaço e confiança para poder fazer outro tipo de trabalhos como t-shirts ou capas de CD’s. Nessa altura não achava ser possível poder vir a fazer daquilo um trabalho a tempo inteiro. Aliás, eu não achava nada, apenas fazia o que fazia simplesmente para ajudar amigos, até porque o mercado da música punk-rock/hardcore/metal em Portugal não era tão divulgado, nem tinha tanta expressão como tem nos dias de hoje. Acontece, que chega a uma certa altura e eu começo a pesquisar sobre o que se fazia lá fora neste estilo, começo a conhecer a artistas e a inspirar-me nos seus trabalhos e penso “wooow, isto é brutal, quem me dera um dia chegar a este nível e poder viver só disto”. Então, desde aí, mesmo nunca acreditando que fosse possível, comecei a querer saber mais, a querer aprender e a treinar mais, com o objetivo de poder evoluir e a dar uma melhor resposta às necessidades das bandas que trabalhava na altura. Contudo, entre os meus 18/19 anos, depois de muitas horas perdidas com tutoriais, muitas canetas e muitos lápis comprados e muitas horas de sono perdidas começo a ver as coisas acontecerem, os meus trabalhos começavam a ganhar um estilo próprio, começava a ter alguma procura e algum reconhecimento de bandas e marcas de quem eu era fã. Então, a partir daí, já estava mais consciente de que o design e a ilustração podiam ser um bom trabalho e que poderia fazer disto


1. Design do Album “Groove MoodLivin the good life” 2. Design do Album “Sam Alone & The Gravediggers - Tougher than Leather” 3. Design da EP “Flatline Walkers (Germany) - All we got” 4. Poster A3 da banda Moonspell 5. Ilustração para edição limitada “Wolfheart 20 th Aniversary” dos Moonspell 6. Design para a coleção de Outono da marca Vazva (Espanha)

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vida. Felizmente, as coisas foram sempre a crescer, comecei a ser procurado internacionalmente tanto por bandas, como por editoras, promotoras ou marcas de roupa...Têm acreditado e confiado no meu trabalho, não tenho parado um segundo, e até agora não podia estar mais contente. Viver de qualquer tipo de arte em Portugal é quase impossível e o caminho a percorrer é longo mas com muita força de vontade, trabalho e dedicação tudo é possível!

marcas de roupa associadas mais aos desportos radicais como o skate, surf, snowboard… Basicamente, já desenvolvi todo o tipo de projetos, desde peças de comunicação, re-adaptações gráficas, flyers, posters, tábuas de skate, pranchas de surf, lonas... Mas com maior frequência, os trabalhos que realizo são mesmo para impressão em t-shirts ou outra peça qualquer de merchandising, cartazes para concertos/festivais, capas para CD’s, DVD’s e logótipos.

3) M: Tiveste algum tipo de formação em Ilustração ou Design Gráfico? S: Não tive qualquer formação aprofundada em nenhuma destas áreas, o que sei de ilustração foi aprendido a ver o meu avô desenhar quando eu era pequeno. E enquanto estive a frequentar a licenciatura de Marketing, tive algumas cadeiras viradas para o design gráfico. Mas sempre fui muito autodidata, aprendi tudo sozinho, em grande parte com auxílio do Google e do youtube e, naturalmente, a errar... aprendi muito com os erros que cometia no início, e então isso foi-me ajudando a procurar querer fazer melhor e a ganhar mais experiência.

5) M: Desenhas apenas em formatos digitais ou ainda recorres ao papel e à caneta? S: Durante muito tempo os meus desenhos eram somente desenhados a lápis e depois passados a limpo com as devidas canetas e só recorria ao digital ou à mesa gráfica para pintar ou para dar uns toques aqui ou ali. No entanto, a certa altura, achei que estava a fazer as coisas erradas e que podia evoluir e tornar o meu trabalho mais profissional, ou somente, acompanhar aquilo que outros artistas já faziam e que eu não estava a querer fazer. Acabei por sentir a necessidade de querer ser mais rápido e dar um passo em frente naquele que era o meu traço, passei a fazer apenas os esboços no papel e a desenhar depois todo o trabalho a limpo com a mesa gráfica. Muitas vezes, já nem recorro tanto aos esboços no papel, faço logo tudo através da mesa, mas quando são trabalhos que requerem mais detalhe e são mais complexos, ainda sinto necessidade de desenhar primeiro no papel e depois então passo tudo a limpo em digital.

4) M: Com que tipo de clientes trabalhas e que estilo de projetos desenvolves maioritariamente? S: A maior parte dos meus clientes são bandas nacionais e internacionais de hardcore, punk-rock e metal, por aí. Tal como editoras e promotoras que trabalham com bandas destes mesmos géneros musicais. Depois trabalho também com

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“AS MINHAS GRANDES INFLUÊNCIAS SÃO SOBRETUDO A MÚSICA QUE OIÇO, A SOCIEDADE QUE NOS RODEIA, A NATUREZA, O LADO IMAGINÁRIO.” 6) M: O teu portfólio está sempre em crescimento, que projeto destacas? E porquê? S: Não gosto de destacar nenhum em concreto, todos os trabalhos são diferentes e são um desafio em que procuro ser sempre o mais profissional e dedicado possível. Como é óbvio, existem sempre uns a que damos mais valor. Porque quando eras pequeno sonhavas com o facto de poderes trabalhar para esta ou aquela banda de que eras fã ou ouvias falar, ou para marcas de roupa que sempre vestiste. Gosto de coisas novas, de fazer desenhos com muito detalhe, se calhar porque me trazem uma vontade acrescida de realizá-los. Um trabalho que também me deu um prazer enorme fazer, e se calhar agora vou ter de destacá-lo, foi uma tábua de skate para uma marca alemã que tem uma projeção gigante no país. Tudo porque foi a minha primeira tábua e quando era pequeno passava muito tempo a ver campeonatos e adorava os desenhos que os skaters tinham nas pranchas, então sempre quis trabalhar nesse mercado e poder desenhar para essas marcas. Destaco também um trabalho do qual me orgulho imenso que foi uma edição especial de merchandising e poster para assinalar os 20 anos do álbum “Wolfheart” da banda portuguesa Moonspell. Foi algo que me deu um prazer enorme

porque este álbum tem quase a minha idade, desde muito cedo que conheço Moonspell e o facto de a banda não recorrer muito a ilustrações para as suas t-shirts e agora estar a correr esse risco comigo, com a importância que esta edição especial tinha, foi algo muito gratificante e marcante. Tal como estes dois trabalhos que acabei por destacar existem tantos outros, mas, como disse anteriormente, todos eles têm um significado especial e diferente. 7) M: Sentes que o facto de teres estudado Marketing te ajuda nesta área? Fala-nos de outras influências presentes no teu trabalho. S: Hmmm…eu diria o contrário, sinto que o design, direta ou indiretamente, me pode ter ajudado na área do Marketing e da publicidade, isso sim. As minhas grandes influências são sobretudo a música que oiço, a sociedade que nos rodeia, a natureza, o lado imaginário...a bem ou a mal, tento sempre reinterpretar ou reimaginar coisas comuns ou menos comuns tornando-as em algo diferente do que estamos habituados a ver. E, claro está, tenho alguns artistas também como referência e influentes no meu trabalho, como o Robert Borbas (Grindesign), Dan Mumford, GodMachine ou o Brandon Heart. MELANCIA 21


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“SINCERAMENTE, NUM FUTURO MUITO PRÓXIMO GOSTARIA DE DAR UMA OPORTUNIDADE À ÁREA EM QUE ME LICENCIEI E PODER TRABALHAR NUMA AGÊNCIA DE PUBLICIDADE OU NO DEPARTAMENTO DE MARKETING DE UMA EMPRESA OU MARCA COM QUE ME IDENTIFIQUE.”

7. Poster de Concerto: Mr. Miyagi 8. Poster de Evento: Such Gold (Usa)- Casually Dressed & the Deadnotes 9. Poster de Concerto: Peste & Sida 10. Poster de Evento: The Scandals (Usa) 11. Design para a coleção de Verão da marca “ThreeSixty Bodyboard Clothing” 12. Skateboard Design para a marca alemã “Titus” 13. Skateboard Design

8) M: Que objetivos pretendes atingir? O que te vês a fazer no futuro? S: Não tenho assim grandes objetivos, de momento, mas gostava de poder trabalhar com mais bandas internacionais de que sou fã, continuar a expandir os meus trabalhos pelo mundo fora, trabalhar com marcas de roupa com que me identifico, fazer edições limitadas de posters... por aí. Sinceramente, num futuro muito próximo gostaria de dar uma oportunidade à área em que me licenciei e poder trabalhar numa agência de publicidade ou no departamento de marketing de uma empresa ou marca com que me identifique. Tentando sempre conciliar com este meu trabalho nos tempos mais livres, claro está. 9) M: Se pudesses escolher qualquer marca do mercado para trabalhar, qual seria? S: Marcas de roupa/skate escolhia a Volcom, Vans, RVCA, Hurley, Carhartt, Nixon, Santa Cruz, Darkstar, Zero, Plan B, Element, entre outras… porque têm um estilo de design e ilustrações nas suas peças com que me identifico. Empresa para trabalhar, tanto no marketing como na área do design, sem dúvida a Google, a McDonalds, a Coca-cola, a Marvel ou a Pixar. Em termos de bandas ou artistas, todas as que me influenciam, como por exemplo Blink 182, Nofx, Rise Against, Stick to your guns, H2o, Terror, Suicide Silence, Slipknot, Parkway Drive, Bring me the Horizon, Dallas Green, Frank Turner...etc. 10) M: Deixa um recado à MELANCIA mag e aos seus leitores! S: Quero agradecer a oportunidade e dar-vos os parabéns por este fantástico projeto, e que tenham a maior sorte do mundo para o futuro. Deviam existir mais projetos como este em que valorizam qualquer tipo de arte feito no nosso país. Continuem com o bom trabalho! www.artofsamuellucas.tumblr.com MELANCIA 23


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www.inestelles.com

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Douglas Cardoso


Tatuagem

Entrevista por: Juliana Lima Imagens por: Douglas Cardoso

O jovem designer brasileiro Douglas Cardoso veio para Lisboa com objetivo inicial de ficar apenas 4 meses para estudar, e já cá está há 4 anos. Na entrevista exclusiva para a MELANCIA mag #3, Douglas conta-nos um pouco sobre a sua adaptação, as suas experências profissionais e a o processo de decisão de seguir o seu lado mais artístico, assumindo-se tatuador profissional.

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1) MELANCIA: Antes de falarmos sobre o teu trabalho, gostaríamos de saber algumas coisas relacionadas com as tuas origens. És de uma cidade do interior de São Paulo, quais as influências desse facto na tua vida? DOUGLAS CARDOSO: Costumo dizer que sou de Piraju porque fui criado lá, mas na verdade eu nasci numa cidade chamada Itaberá, ainda mais pequenina. São todas localidades com nomes de influência indígena, mesmo genuínas, uma vida bem simples de interior. Foi em Piraju que comecei a fazer os primeiros trabalhos, sem receber nada em troca, era acordar aos sábados e desenhar por gosto, só porque tinha vontade. O interior de São Paulo, hoje, é uma das coisas que busco em Lisboa. Sempre costumo dizer que Lisboa é meu Pirajuzão. A mistura perfeita da vida genuína, natureza, rio, praia, tudo pertinho e cheia de ladeiras. 2) M: Qual é a tua formação? Onde estudaste e o que fazias antes de ires viver para Lisboa? D: A minha formação é em Design Gráfico, estudei no interior de São Paulo, numa cidade chamada Marília, onde também iniciei a minha segunda formação, desta vez em Publicidade e Marketing. Eu já trabalhava numa agência e juntamente com os estudos surgiu a oportunidade de trabalhar e estudar na capital. A minha vida mudou da noite para o dia com a oportunidade de trabalhar numa agência maior em São Paulo. Aceitei a proposta e mudei de faculdade. Três dias depois já estava a viver na capital, um novo começo. O tempo passou muito rápido, eram praticamente cinco conduções por dia, duas horas para ir, duas para voltar e assim foi durante uns três anos e meio, a estudar e trabalhar na capital. Até que vi, num folheto da faculdade, vagas para um intercâmbio em Portugal. A minha vida mudou outra vez da noite para o dia. 3) M: O que te levou à capital portuguesa? D: Depois do tal folheto na faculdade, calhou ir jantar com um antigo chefe, o Cristiago Canguçu. Falámos sobre viagens e sobre a oportunidade de viver fora do Brasil. E ele disse-me que eu devia poupar algum dinheiro durante uns três anos, talvez, e tentar ir trabalhar no estrangeiro. Também me contou que conhecia a Luciana Cani (minha futura chefe) que vivia em Portugal e era diretora criativa da Leo Burnett. Fiquei com isso na cabeça, vi ali uma oportunidade e na mesma noite fiz as contas e percebi que era possível arriscar. Não demorou muito para eu pedir a demissão e todos os meus amigos e colegas de trabalho me incentivaram.

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4) M: Há quanto tempo vives em Lisboa? Como foi a adaptação? D: Embarquei numa viagem para ficar, supostamente, quatro meses a estudar, e aqui estou há quatro anos. Adaptei-me rapidamente. Na verdade apaixonei-me logo por Lisboa. Nunca me tinha sentido tão em casa, numa cidade tão “minha” em tão pouco tempo. Todas as vezes que deixo a capital portuguesa e vou viajar, tenho saudades de casa, e quando isso sucede, sinto que meu verdadeiro lar é Lisboa. 5) M: Trabalhavas numa grande agência de publicidade em Lisboa. Recentemente ganhaste prémios e tudo. Conta-nos um pouco sobre esta tua experiência. D: A Leo Burnett é uma longa história… Muitas coisas boas aconteceram ali, na verdade, quase tudo. Passava mais tempo dentro da agência do que em qualquer outro lugar e naturalmente acabámos por tornar-nos uma família. Foi lá que conheci os meus melhores amigos e a mulher da minha vida. Tive a oportunidade de fazer de tudo um pouco. Pusemos a mão na massa e durante esses anos a trabalhar lá, tive o maior prazer em em dividir todas as horas do dia e muitas noitadas com aquele pessoal. 6) M: Mas houve uma reviravolta na tua vida e enveredaste por uma área diferente. Como começou o teu gosto por tatuagens? Há quanto tempo já fazes este tipo de trabalho? D: Estou a tatuar há quase três anos. Começou tudo sem ambição, foi mesmo por osmose. Primeiro comecei a seguir o trabalho de imensos tatuadores por gosto e a querer o que eles faziam na minha pele. Depois de ter feito uma tatuagem pela primeira vez, pude observar de perto que esta arte era ilustração pura. Fiquei cada vez mais “vidrado” e, durante uns anos, o meu olhar ficou voltado para aquilo. Quase sem querer, os meus desenhos foram ficando parecidos com tatuagens e os meus amigos reparam logo e começaram a pedi-me ilustrações para tatuar. Sendo assim comecei a ganhar confiança e interesse em aprender mais sobre essa arte e ao fim de um ano dei um presente a mim mesmo. Comprei um kit de tatuagens, tatuei algumas frutas e uma pele de porco. A seguir, um grande amigo meu, o Pablito, viu a pele de porco recém-feita e ficou maluco para tatuar. No início, fui resistente, achei que não era capaz e depois da insistência dele, investi em novo material e fiz minha primeira tatuagem nele. Fotografei, pus na internet, e desde então passei a tatuar quase todos os amigos, virou uma bola de neve e, quando percebi, estava a tatuar praticamente todos os fins-de-semana, madrugadas e feriados.

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1 e 8. Tatuagem Puro Amor, True love. 2. Sketching, blackbird, the white side. 3. Douglas com a sua namorada, Natasha Hellegouarch 4. Tatuagem Run rabbit, ruunnn 5. Tatuagem Mandala 6. Tatuagem Blind justice 7. Tatuagem Joker or batman?

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7) M: Percebemos que tens um estilo muito próprio ao tatuar. Traço mais grosso, pontilhismo, sombras... Como descreverias este teu estilo? Como o encontraste? D: Não sei exatamente como descrever o meu estilo, mas costumo dizer que faço um trabalho de linhas e pontilhismo nas sombras, sempre a uma cor só, tudo a preto. Isso começou logo na primeira tatuagem que fiz, como eu tinha medo de agarrar na pele a valer e fazer uma linha sólida, experimentei fazer tudo pontinho por pontinho e ir limpando para ver como pigmentava. Cicatrizou bem e naturalmente. Comecei a ilustrar da maneira que tatuava e vice-versa. Também desde criança que eu tinha uma tendência para não colorir os meus desenhos e trabalhar as sombras num único tom. 8) M: Gostaríamos de saber como sentes a tua evolução como tatuador? D: Sinto-me privilegiado em agora poder ilustrar todos os dias e trabalhar em algo que antes eu fazia quando estava bastante cansado e com pouco tempo. Agora estou a gastar todas as energias no que mais gosto de fazer e sinto que estou sempre a aprender e a experimentar algo novo todos os dias.

9) M: Decidiste seguir o teu lado mais artístico e dedicar-te à serio a esta carreia. Conta-nos como tudo aconteceu. D: Foi tudo muito natural. Já andava a ter cada vez menos tempo para fazer as duas coisas. Uma sequência de ideias levou-me a tomar a decisão de deixar meu emprego fixo na Agência de Publicidade e a levar a cabo algo que o meu coração me dizia para fazer há muito tempo. O facto do pai da minha namorada, Francisco El Diablo, também ser tatuador, foi uma grande inspiração. Poder ver de tão perto um dos pioneiros da tatuagem a viver da arte, em Portugal, desde 1990, foi uma grande influência e fez-me criar coragem para poder fazer da tatuagem profissão. 10) M: Como é o teu processo criativo, desde a marcação até a finalização da tatuagem? D: Geralmente, os clientes enviam-me mensagens com pedidos, a explicar qual é a ideia, tamanho e local. Depois de agendarmos, e quase sempre dois ou um dia antes de tatuar, eu agarro na ideia, junto uma referência de foto ou direcionamento do cliente e faço a ilustração da tatuagem. Depois de pronta, envio a apresentação a explicar o trabalho de linhas, sombras e encaixe.

“PODER VER DE TÃO PERTO UM DOS PIONEIROS DA TATUAGEM A VIVER DA ARTE, EM PORTUGAL, DESDE 1990, FOI UMA GRANDE INFLUÊNCIA E FEZ-ME CRIAR CORAGEM PARA PODER FAZER DA TATUAGEM PROFISSÃO.”

11) M: Onde é que atendes os teus clientes? D: Na loja El Diablo e também no meu atelier com atendimento privado. 12) M: Qual foi a tatuagem mais desafiadora que fizeste até hoje? Porquê? D: Acho que nenhuma foi tão desafiadora quanto a primeira, foi uma mistura de medo e descoberta, a minha cabeça virou-se do avesso, depois de ver a tinta por baixo da pele, não consegui parar de pensar naquilo. 13) M: E a que mais gostaste? Por que é que foi essa a preferida? D: Há imensas, é difícil escolher, mas uma das que mais gostei foi um mocho em homenagem a uma querida amiga que já partiu. Mexeu comigo, fiquei mesmo emocionado. Além do significado, o resultado estético, modéstia à parte, deixou-me muito feliz.

14) M: Quais as tuas expectativas para o futuro? Os teus planos? Como é que te tens sentido com os desafios que já estás a enfrentar? D: Estou mesmo contente, tenho bebido mais café do que deveria, andado pouco de skate, mas, entretanto, mantenhome otimista com os novos desafios. Os meus planos passam por poder tatuar cada vez mais e experimentar todo tipo de arte sempre que possível. O tempo é curto e temos de estar sempre a escolher. Infelizmente, não consigo, mas adorava poder estar em dois lugares ao mesmo tempo. Amo viver! 15) M: Para fechar, deixa um teu recadinho à MELANCIA mag e a todos os que desejam seguir um caminho mais artístico mas a quem muitas vezes falta coragem. D: Deitar mais tarde, levantar mais cedo do que o de costume, tomar aquele banho e meter as mãos à obra com muito amor.

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9. Tatuagem feminina 10. Tatuagens geometricas Coruja e Raposa. 11. Tatuagem Deer lady with “Brinco de Princesa”

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Foto Divulgação da #4 Edição Sofar Sounds Lisboa . Foto por Hugo José (agradecimento PG Photographicas) — em Lost Lisbon. 36 MELANCIA


Música

Artigo por: Juliana Lima Fotografias Divulgação

Não é pra menos que o Sofar Sounds Lisboa está nomeado para os Portugal Festival Awards! Até o momento foram 13 salas intimistas, 45 artistas e centenas de entusiastas da música emergente. Saibam mais sobre este movimento e como tudo começou em Lisboa.

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Sofar significa Songs From A Room, ou seja, música num espaço intimista. Este conceito nasceu em 2009, em Londres, quando um grupo de amigos que assistia a um concerto num bar de música ao vivo se apercebeu de que a banda que atuava não era a atração da noite. Vendo a sua atuação relegada para segundo plano e substituída por conversas e brindes de amigos, o grupo decidiu intervir. Passou então a apoiar bandas emergentes como esta, oferecendo a sua sala de estar como palco e um grupo de oito amigos como plateia. E assim se fez o primeiro Sofar Sounds. Até que o próximo se realizasse, bastou que se procurassem mais pessoas, cidades e países que se identificassem com o sentimento, existindo hoje em mais de 180 cidades espalhadas pelo mundo. A versão Lisboa começou com Inês Pires. Ela teve a ideia depois da sua primeira experiência Sofar, em Filadélfia, nos Estados Unidos.

Acabada de chegar ao país, a Inês foi convidada por um amigo para ir a um concerto em casa de alguém, situação que considerou muito estranha mas, ao mesmo, tempo curiosa. A experiência foi completamente diferente de tudo o que tinha visto até então. Era um concerto num formato acústico, literalmente na sala de estar de um desconhecido, que recebeu em sua casa 60 pessoas que também não fazia ideia quem eram. O ambiente intimista que se fazia sentir na sala era especial. O conceito do Sofar quebra rapidamente a distância entre músicos e plateia, já que estes assistem ao concerto a escassos centímetros dos artistas. Tudo isto foi contagiante, tornando a experiência única. No final do concerto, em conversa com o líder do Sofar Filadélfia, perguntaram à Inês como era o Sofar em Lisboa. E não era. Não existia. Daí a receber um convite para organizar o Sofar em Lisboa, foram algumas conversas de distância. E (tantos meses/anos depois), em Março de 2014 surgia o Sofar Sounds Lisbon.

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Parte da magia do Sofar Sounds está no mistério. Os convidados só são informados sobre o local na véspera, e nunca sabem que bandas ou músicos vão lá estar. A surpresa é sempre certa e boa. Toda a organização e curadoria cabe à equipa, que atualmente é constituída por quatro responsáveis: Inês Pires, que está desde o início, juntamente com Carmo Castro, João Alvarez e Miguel Pires. Na organização contam também com a Mindshutle, que faz a cobertura multimédia de cada edição, e um conjunto de voluntários em que se incluem fotógrafos e técnicos de som. Como o próprio nome indica, o Sofar promete apresentar o melhor da música emergente a espaços intimistas como salas de estar de casas particulares, ateliers e galerias de arte. E, aparentemente estaria aqui um dos principais desafios 3

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da organização, encontrar sempre um sítio giro, intimista e disponível para receber eventos assim, tão fora do vulgar. Inicialmente, a equipa do Sofar Sounds Lisbon pesquisava mesmo no terreno, iam aos espaços que tinham salas que se adequassem ao formato e apresentavam o projeto. Os amigos de amigos também ajudavam e propunham espaços ou as próprias casas.

SOFAR SIGNIFICA SONGS FROM A ROOM. É ISSO O QUE SEMPRE FAZEM. NUMA SALA INTIMISTA, DÃO A CONHECER O MELHOR DA MÚSICA EMERGENTE. ATRAVÉS DE CONCERTOS SURPRESA.

Atualmente, têm tido cada vez mais locais interessados em receber os eventos, vendo no Sofar uma ótima forma de rentabilizar as suas salas, através de uma experiência tão única como esta. Para cada edição, a equipa avalia bandas que tenham um reportório que se adeque ao conceito Sofar Sounds, com formatos tão próximos do acústico quanto possível, sendo que grande parte das vezes contactam-nas diretamente e fazem o convite. Com o crescimento do conceito em Portugal, já contam também com algumas parcerias estabelecidas com vários managers e promotores, que enviam sugestões de bandas.

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PARTE DA MAGIA DO SOFAR SOUNDS ESTÁ NO MISTÉRIO. OS CONVIDADOS SÓ SÃO INFORMADOS SOBRE O LOCAL NA VÉSPERA, E NUNCA SABEM QUE BANDAS OU MÚSICOS VÃO LÁ ESTAR. A SURPRESA É SEMPRE CERTA E BOA!

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Com apenas um ano e meio de existência, a “versão Lisboa” do evento tem-se afirmado e ganho reconhecimento, não apenas em Portugal, mas também pelo Mundo. O quarteto responsável recebe material de artistas portugueses e estrangeiros, dos quatro cantos do mundo, como por exemplo músicos de países como Austrália, Brasil, Reino Unido, Itália, Nova Zelândia, entre outros, que querem vir tocar ao Sofar Sounds Lisbon e que vêem neste formato intimista uma ótima forma de se promoverem. O Sofar Sounds é um movimento que permite a partilha de música pelo mundo, mas não só, existe também contacto entre as várias cidades, que possibilita a troca de experiências e artistas. Neste âmbito, Lisboa já recebeu músicos do Brasil e Reino Unido, mas também já houve intérpretes portugueses a atuar em Londres e Nova Iorque. Estas atividades e trocas frequentes vão acontecer sempre, com o intuito de enriquecer os eventos. Aos interessados em participar no próximo: É muito simples. Basta que entrem no site Sofar Sounds Lisbon www.sofarsounds.com/lisbon, selecionem a data do evento a que pretendem ir, e aguardem as instruções. Ainda não sabemos o dia e o local, mas a MELANCIA mag vai de certeza marcar presença na sessão de Novembro. Yeah! Esperamos lá por vocês!

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1.Foto por Hugo José #4 Edição Sofar Sounds Lisboa em Lost Lisbon. 2. A Jigshw por Light Report Photography na #6 Edição em Espaço Santa Catarina 3. Foto Divulgação 4. Bússola por Vera Sepúlveda na #9 Edição em O Purista. 5. Janeiro por Leonor Fonseca na #12 Edição em The View Rooftop 6. Quarteto responsável pelo Sofar Sounds Lisboa: Miguel Pires, Carmo Castro, Inês Pires e João Alvarez 7. Detalhes por Catarina Martins da #10 Edição em Lisb.on Hostel 7 MELANCIA 41


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www.enigmaclassic.com

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Fotografia dos pĂŠs da Isa Pinheiro 44 MELANCIA


Ilustração e Design

Entrevista por: Juliana Lima Imagens por: Isa Pinheiro

A Isa tem um talento e uma coragem de se admirar. Apesar de muito reservada, ĂŠ uma rapariga muito prestativa, que encanta com o seu jeitinho de menina. A curiosidade de como tem sido a nova vida do outro lado do mundo rendeu esta entrevista deliciosa. Divirtam-se!

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Culturas tão diferentes e um desafio! Isa Pinheiro contou-nos nesta entrevista exclsuiva um bocado de como tem sido os seus dias, a sua adaptação e as suas descobertas. 1) MELANCIA: Antes de falarmos sobre esta tua nova aventura no Japão, conta-nos quem é a Isa. De onde és; qual a tua formação e profissão? ISA: Hello! Venho de Lisboa e sou designer de formação. Embora a minha formação tenha sido um pouco mais o gráfico, o meu início de carreira começou com a ilustração. Hoje em dia consigo alternar entre a ilustração e o design digital. 2) M: Sabemos que muitos jovens profissionais arriscam a mudança de país para novas oportunidades. Mas, o que te levou a ir para o outro lado do mundo? ISA: Desde pequena que tenho um gosto muito especial pela cultura nipónica. Lembro-me de ver imensos desenhos animados japoneses e de rabiscar as minhas personagens favoritas por todo o lado. Mais recentemente, andava a magicar como seria viver lá. Tive receio ao início porque sabia que era uma cultura completamente diferente e com hábitos distintos, mas ao mesmo tempo senti que tinha de experimentar. E mais cedo do que estava à espera, aqui estou.

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3) M: Qual foi a tua primeira impressão? Conta-nos! ISA: A organização e o respeito que existe entre as pessoas. Na rua, nas lojas, nos restaurantes, em qualquer lado, as pessoas são impecáveis. Ah, e os transportes públicos são super pontuais. Se o horário diz que o comboio vai chegar às 8h22min, muito raramente chega às 8h23min. 4) M: Há quanto tempo te mudaste? Do que sentes mais falta? ISA: Faz agora quatro meses que vim viver e trabalhar para o Japão. A nível cultural, do que sinto mais falta é da comida portuguesa sem dúvida. Apesar de gostar bastante da cozinha japonesa, tenho de admitir que é difícil encontrar um país com comida tão boa e única como a nossa. 5) M: Como tem sido toda a experiência? ISA: Por aqui, não há dois dias iguais. Todos os dias são uma aventura. Não só devido à barreira linguística, mas também por termos valores culturais muito diferentes. A forma como as pessoas se comportam, os hábitos e rotinas são completamente distintos. Uma simples ida ao supermercado consegue ser suficiente para me surpreender. Desde papel higiénico ilustrado com desenhos animados, leites de soja com sabores curiosos, por exemplo batata doce, embalagens com um design adorável… há de tudo.

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6) M: Qual foi a situação mais curiosa que se passou contigo? ISA: Honestamente, todos os dias há algo que me surpreende. Há pouco tempo descobri que dormir uma sesta de 10/15 minutos no trabalho é normal. Na verdade, até é uma coisa positiva. Significa que os empregados estão cansados por trabalharem arduamente e o patrão valoriza isso.

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Fotografias da Isa, tiradas no Japão 1. Built in 1636, the Sacred Bridge also known as Shinkyo, is said to be one of Japan’s three finest bridges. It’s also a registered UNESCO World Heritage Site 2. Lured by cute designs 3. An unique vibe in here. 4. Afternoons around Asakusa. 5. Dog droppings 6. Afternoons around Asakusa. 7. Sweet potato flavored soy milk 8. Redness.

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Fotografias da Isa, tiradas no Japão 9. Korean snacks, anyone? 10. Pretty surroundings. 11. The Neon City. 12. Been having the best shopping experience. Ever. 13. Cute food, cute clothes, cute people. What’s not to like? 14. Discovering the best treats 15. Neon sea

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7) M: De onde vêm as inspirações/referências? São pessoas (miúdas nipónicas) reais ou crias tudo da sua cabeça? ISA: A minha inspiração vem muitas vezes desta cultura mais oriental. A maior parte das minhas ilustrações são inspiradas em desenhos animados/filmes que vejo regularmente ou músicas que oiço. 8) M: E a tua relação com a música, recorrente em alguns de teus trabalhos e ilustrações, como funciona? ISA: Oiço música sempre que estou trabalhar. Acho que já não consigo trabalhar em puro silêncio. Gosto de ter um barulho de fundo que acaba por me deixar um bocado isolada e concentrada no meu trabalho. As ilustrações, muitas delas são inspiradas nessas mesmas melodias. Ideias que me surgem naturalmente.Às vezes basta uma pequena frase numa música para me dar inspiração para desenhar qualquer coisa. 17

9) M: E trabalhos para bandas, fazes também? Descobri o teu projecto para SCANDAL. Como surgiu? ISA: Foi apenas um projecto que fiz durante o meu tempo livre para explorar novas ideias e conceitos. Gosto de experimentar outros estilos e ver até onde consigo ir com um mindset diferente. 10) M: O teu primeiro projeto de animação, fizeste-o por conta própria, para apreender e treinar? Conta-nos um pouco sobre o desenvolvimento do projecto. ISA: Ahh, esta animação leva-me à faculdade. Foi um dos primeiros projectos de grupo que fiz quando estive a estudar. Consistia em fazermos uma animação em stop-motion que tivesse algo de carismático. Acabou por ser um projecto longo. Foi necessário recortar e editar cada frame de cada elemento para que no final a imagem fosse coerente e a ideia perceptível. 11) M: Quanto tempo mais pretendes ficar a viver em Tóquio? ISA: Ainda é muito cedo para conseguir avaliar. Por agora quero continuar a aprender o máximo possível aqui.

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12) M: Estamos todos curiosos! Quais serão os teus próximos passos? ISA: Boa pergunta! Quero continuar a explorar e a adquirir novos conhecimentos. Tanto profissionalmente como pessoalmente. O dia em que perceber que já não consigo aprender muito mais é aquele em que parto para outra experiência. 13) M: Além de talentosa, és mesmo muito corajosa Que mensagem deixas à MELANCIA mag e a toda as pessoas que têm vontade de mudar de vida assim?

ISA: A VIDA SÃO DOIS DIAS. MAIS VALE ARRISCAR AGORA PARA MAIS TARDE NÃO NOS ARREPENDERMOS POR NUNCA O TERMOS FEITO. 19 MELANCIA 51


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Fotografias da Isa, tiradas no Jap達o 17. Kimonos are available in every shade of color 18. Tokyo streets 19. Cuteness is everywhere Trabakhis da Isa 16. oneeee-sama~ 20. Projeto para a banda 21. Storyboard for a short stop motion animation. 22. bae 23. GM5! - Yuko ver.


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Slash é um hair studio que oferece uma plataforma multidisciplinar aos nossos clientes e criativos convidados. Cabeleireiro / galeria de arte / estúdio fotográfico. HELLO@SLASH.PT SLASH.PT

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SEGUE-NOS EM

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EST

2015

FA C E B O O K . C O M / S L A S H . L I S B O N

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Produto / Serviço

Artigo por: Juliana Lima

Na constante busca por novidades, artistas e projetos engraçados de jovens empreendedores, esbarrei com a marca e as obras lindas de se ver da Ana Miguel e do Rui Salgado. Arquitectos e Paisagistas de profissão, ambos com 29 anos, são os responsáveis pela fiu – Jardins Suspensos. Claro que aqui o meu gosto pessoal por plantas (e como é óbvio o deles também) foi o que chamou a atenção e puxou pela curiosidade de saber mais sobre quem estava por de trás destas plantas suspensas, e pronto, descobri mais um projecto que valia mesmo a pena partilhar.

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O que é e como surgiu a fiu Com mais ou menos dois anos de vida, a fiu vai espalhando trabalhos e embelezando alguns sítios bem giros do país. A ideia surgiu no ano de 2012, e entretanto concretizou-se apenas em Janeiro de 2013, pelas mãos da Ana Miguel, partindo do seu gosto por plantas em geral e de trabalhar com elas em particular, como uma terapia pessoal. Ana conta que tudo começou como uma feliz experiência sem qualquer objectivo de negócio de recriar a técnica kokedama. KOKE o quê? Kokedama trata-se de uma técnica japonesa derivada do Bonsai, muito curiosa, e que recentemente tem captado a atenção dos ocidentais. Caracteriza-se pelo uso de um “vaso” incomum: a raiz da planta é envolvida em musgo. Isso mesmo! Raiz + Musgo e nada mais. O próprio termo já nos contava tudo! O significado é literal: bola (dama) de musgo (koke). Por detrás da construção de um kokedama prevalece o conceito japonês wabi sabi, que pode ser traduzido, muito resumidamente, na apreciação da imperfeição na Natureza e aceitação da beleza natural.

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Recriações mais contemporâneas desta técnica, como é o caso da marca fiu, acrescentam uma mais-valia ao efeito que proporciona. Ao pendurar a bola de raiz com musgo e suspender estas plantas, oferece-nos uma visão completamente diferente da habitual houseplant. Foi inspirada nessa “nova” imagem, aperfeiçoada por autores de países como a Holanda e Austrália, que surgiu este projeto. Ana começou a partilhar as suas recriações de kokedama nas redes sociais apenas para saber as opiniões dos amigos. Aos poucos começaram a vender estas recriações em mercados urbanos e posteriormente em lojas que se identificavam com o produto e conceito. E da afirmação e desenvolvimento da marca surge a entrada oficial de Rui neste projeto, a tempo inteiro, consequência do aumento de encomendas. O seu gosto incondicional por plantas e a sua experiência no mundo laboral foram uma mais-valia para a formalização da empresa e a gestão da marca, tornando-a num negócio sustentável e rentável. 2 58 MELANCIA


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AO PENDURAR A BOLA DE RAIZ COM MUSGO E SUSPENDER ESTAS PLANTAS, OFERECE-NOS UMA VISÃO COMPLETAMENTE DIFERENTE DA HABITUAL HOUSEPLANT.

As plantas suspensas da fiu Ana e Miguel explicaram que, em teoria, qualquer planta poderá crescer num kokedama, no entanto, é dada a preferência às que mais vulgarmente são plantadas em vasos comuns ou floreiras. A fiu preocupa-se com o público que se interessa por estes produtos e, por isso, os seus idealizadores trabalham com diferentes grupos e tipos de plantas como: aromáticas e condimentares, suculentas, fetos, árvoresanãs, entre outras. Para os amantes de plantas “suculentas”, vulgar e erradamente apelidadas de cactos, há que garantir condições ideais para estas plantas prosperarem: sol direto e regas pouco frequentes. A opção ideal para quem se esquece de regar as plantas, pois sobrevivem bem com pouca água e em condições de extremo calor.

1. Eureka shoes store – Porto – exposição permanente c/ manutenção periódica 2. Hotel Minho – Vila nova de Cerveira, exposição permanente 3. Decoração/instalação evento – Montemor-o-Novo

Para quem cozinha frequentemente com ervas aromáticas e não tem jardim ou jeito para o cultivo, a fiu oferece variedades perenes mais comuns e fáceis de manter como o alecrim, tomilho vulgar e limão, várias mentas, hortelã vulgar e limonete. Em épocas festivas e comemorativas fazem algumas plantas diferentes e temáticas, como o típico manjerico e o pinheirinho de Natal fiu , que fez sucesso em 2013, ao garantir que o cliente pudesse ter uma árvore decorada, fora do comum, em qualquer cantinho da sua casa. MELANCIA 59


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4. My story hotel Rossio, Lisboa, exposição permanente 5. Pinheiro de Natal Fiu® 6. Decoração/instalação evento, Montemor-o-Novo 7. Mundano loja, Porto, ponto venda 8. Eskada club, Porto, exposição permanente c/ manutenção periódica 9. JBJC atelier, Vila Real , exposição permanente

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O que a fiu tem de especial e como cuidam das plantas suspensas Além do amor que os responsáveis pela marca põem em tudo o que fazem, afirmam que o método de rega das plantas fiu é mesmo distinto de outras, uma vez que basta colocá-las num recipiente fundo com água, aguardar cerca de 5-10 minutos para a água se infiltrar na terra e deixar escorrer antes de voltar a pendurar a planta. Simples, não? A estrutura de solo e musgo mantêm a humidade junto à raiz da planta por mais tempo que os comuns vasos inorgânicos, reduzindo a frequência de rega e a consequente manutenção da planta – ideal para quem tem pouco tempo livre para cuidar de plantas mas não dispensa a sua companhia. A fiu tem o cuidado de entregar um folheto explicativo com dicas de manutenção para cada uma das plantas vendidas. Nele reforçam que o novo dono deve ser sensível e cuidar

desta planta como cuidaria de qualquer outra na sua casa ou jardim. Durante os meses mais quentes a frequência de rega deve ser ajustada, pois a planta desidrata mais rapidamente. Facilmente se percebe se a planta necessita de água, pelo seu peso e aspeto do musgo. Com o sucesso que a fiu está a ter, hoje a dupla afirma que pretende continuar a apostar na marca e desenvolver novos produtos associados à decoração com plantas. Os dois afirmaram que muito brevemente apresentarão algumas estruturas com o design deles, que complementam as plantas suspensas, em resposta a diversas necessidades dos clientes já habituais. De certeza que a Melancia irá acompanhar para ver as novidades que vêm por aí.

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COM O SUCESSO QUE A FIU ESTÁ A TER, HOJE A DUPLA AFIRMA QUE PRETENDE CONTINUAR A APOSTAR NA MARCA E DESENVOLVER NOVOS PRODUTOS ASSOCIADOS À DECORAÇÃO COM PLANTAS.

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Música

PEARLS NEGRAS Artigo e Entrevista por: Mafalda Jesus

Um jovem trio feminino de rap e hip hop, oriundo do Brasil, cheio de energia e boa disposição. Com um espírito revolucionário, escrevem fortes mensagens e lutam para mudar um pouco o mundo e a mentalidade das pessoas. Conhece a Alice Coelho, a Jennifer Loiola e a Mariana feitosa e não te irás arrepender.

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“ USAMOS AS NOSSAS LETRAS COMO A VOZ DO POVO! NAS NOSSAS MÚSICAS SOMOS PORTA-VOZES. FALAMOS SOBRE O QUE AS OUTRAS PESSOAS TAMBÉM QUEREM DIZER! ESSA É NOSSA FORMA DE PROTESTAR, FALANDO SOBRE A REALIDADE!” Jovens, irreverentes e cheias de talento, assim podemos classificar as integrantes do grupo feminino de rap e hip hop, Pearls Negras. Um projecto que nasceu em 2009 no morro do Vidigal, Brasil, quando Alice Coelho (18 anos), Mariana Feitosa e Jennifer Loiola (ambas de 17 anos), decidiram arriscar e tentar a sua sorte no mundo da música. Este sonho ganhou vida quando o produtor britânico David Alexander se rendeu ao talento destas jovens e lhes deu a oportunidade de assinar um contrato com a produtora inglesa Bolabo Records. A partir daí, as suas vidas mudaram radicalmente. Confiantes e lutadoras, sempre acreditaram que iriam ser reconhecidas pelo talento e consistência do seu trabalho mas sem nunca imaginarem a repercussão que este projeto viria a ter. Em pouco tempo, tornaram-se reconhecidas internacionalmente, planearam tournées pelo mundo e deram entrevistas para revistas conceituadas, como a “Rolling Stone”. “Foi uma grande realização, uma vitória! Esperámos muito por esse momento, e quando começámos a ter reconhecimento e respeito ficámos super felizes. Foi muito gratificante!” , revela Mariana Feitosa. Encaram o rap como uma grande responsabilidade e levam o seu trabalho muito a sério. Não abdicam de escrever os próprios temas e constroem letras fortes baseadas no amor e em problemas sociais, passando sempre uma mensagem e seguindo os seus ideais. “Usamos as nossas letras como a voz do povo! Nas nossas músicas somos porta-vozes. Falamos sobre o que as outras pessoas também querem dizer! Essa é nossa forma de protestar, falando sobre a realidade!” , acrescenta. Lutam diariamente para provar o seu valor no mundo do rap e para apagar o preconceito que existe relativamente a este tema. Valorizam a mulher e acreditam que todas têm uma força interior guerreira e batalhadora e pretendem motivá-las a lutar pelos seus sonhos e objetivos, sem nunca desistir. “A mulher é um ser forte, somos capazes de tudo.”, esclarece Alice Coelho.

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“A MULHER É UM SER FORTE, SOMOS CAPAZES DE TUDO.” 1) MELANCIA: Como encaram o facto de irem mudando e defendendo o poder da mulher no RAP? MARIANA: Sabemos que temos uma grande responsabilidade! Não só nós, como também outras mulheres que vão entrando mais neste meio e quebrando esse preconceito! Sabemos quanto isso é importante e orgulhamo-nos muito! 2) M: Como foi o vosso aparecimento e progresso no mundo musical? JENNIFER: Sempre acreditámos que iríamos conseguir conquistar o que tanto procurávamos. Conseguimos o reconhecimento mas nada está ganho ainda, vamos continuar a batalhar mais e mais para que todos os nossos sonhos sejam realizados. 3) M: Utilizam uma forma diferente e original de protestar. Como é que o fazem? JENNIFER: Protestamos a cantar, gostamos de dizer que somos “adolescentes falando sobre a realidade”. Protestamos contra o preconceito racial, a violência no morro, a corrupção e a desigualdade, enfim, protestamos relativamente ao que vemos no nosso dia-a-dia!

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4) M: O que pensam sobre a “Mulher”? JENNIFER: O que eu vejo da mulher é o que vejo da minha mãe, uma mulher forte, que acorda cedo para trabalhar e sustentar a família, uma mulher guerreira que perante as dificuldades coloca sempre um sorriso no rosto e resolve os problemas! Todas as mulheres são poderosas e guerreiras. 5) M: Como definem o vosso estilo pessoal? ALICE: O meu estilo é ser quem eu sou, sem dar importância ao que vão achar. Visto-me para mim, as minhas roupas são muito ousadas e exóticas. Mas sinto-me muito bem da maneira como sou! 6) M: O que defendem através da vossa música? ALICE: Defendemos o poder da mulher e protestamos em relação à igualdade de direitos, aos preconceito e a política. 7) M: O vídeo “Pensando em Você” mostra três mulheres decididas e confiantes. Pretendiam revelar uma faceta mais sensual? MARIANA: Sim! Queríamos mostrar quão sexys somos, sem ser vulgares! Todas as mulheres têm o seu charme, a sua beleza e achámos que isso tinha tudo a ver com a música! ALICE: Sim, somos mulheres e podemos ser sexys sem problema. Acho que sentirmo-nos bem e acharmo-nos bonitas não é um problema… E foi isso que fizemos no vídeo “Pensando em você”, fomos o que somos de verdade!


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Lifestyle

Entrevista por: Mafalda Jesus Fotografias por: Diana Lopes

Diana Lopes, 23 anos, publicitária, escreve há um mês e meio na primeira pessoa, sobre como ganhar a guerra aos quilos a mais. Em 2 meses conseguiu perder 13kg, com muito esforço e dedicação e alguns amigos e colegas tiveram curiosidade em saber qual a chave do sucesso. Assim surgiu o Plano D, um blog onde partilha o seu novo estilo de vida, conselhos de alimentação e de exercício. Tem como objetivo fazer com que todos se sintam tão bem como ela se sente hoje.

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“O MEU NOME É DIANA E TENHO 23 ANOS. UM DIA VOU GOSTAR TANTO DE BRÓCOLOS COMO GOSTO DE HAMBÚRGUERES COM BATATAS FRITAS. ATÉ LÁ, VOU FAZENDO UM (PEQUENO) ESFORÇO.”

1) MELANCIA: Quem é a Diana? DIANA LOPES: Acho que a descrição do meu blog [http://www.plano-d.com] diz tudo: O meu nome é Diana e tenho 23 anos. Um dia vou gostar tanto de brócolos como gosto de hambúrgueres com batatas fritas. Até lá, vou fazendo um (pequeno) esforço. 2) M: Quais foram os fatores que te motivaram a mudar o teu estilo de vida? D: Sempre me senti bem comigo e com o meu corpo, até ao dia em que comecei a sentir-me apertada nas calças de sempre. Subi para a minha balança (coisa que não fazia há séculos) e vi que estava 15 quilos mais gorda do que há um ano, 15 quilos! Eu sabia que estava mais gordinha, não sabia que tinha engordado tanto. Como foi um processo longo, não notei particularmente. Mas foi aí, nessa noite, que combinei comigo mesma que no dia seguinte ia mudar. 3) M: Este novo ritmo provocou mudanças em ti e no teu dia-adia. Quais foram as principais? D: Sim. Tive de aprender a organizar-me. É muito mais fácil sair tarde do trabalho e encomendar uma pizza. Agora fazer sopa e comida saudável requer um melhor aproveitamento do tempo. Quando decidi mudar de estilo de vida fazia o “Insanity” ao fim do dia. Foi duro. Deixei de ir tantas vezes com os meus amigos para um café ao fim do dia porque estava morta, houve dias em que cheguei muito tarde a casa e mesmo assim não desisti. 4) M: Explica-nos o que é o “Insanity” e de que forma te ajudou a atingir os teus objetivos. D: É um programa de exercícios físicos para se fazer em casa. Não precisamos de nenhum adereço, o que é óptimo. Só precisamos do nosso corpo e de muita força de vontade. São treinos duros, de 30 a 50 minutos, feitos durante 6 dias da semana. Claro que mudei a minha alimentação, mas foi o “Insanity” que me ajudou a perder tanto peso, tão rápido. O truque é fazer TODOS os treinos, sem excepção, e dar o litro em cada um. O resultado viu-se no espelho, passados dois meses, menos 13kg.

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5) M: Como surgiu a ideia de partilhares as tuas aprendizagens e métodos com outras pessoas, criando o blog Plano D? D: Trabalho numa agência de publicidade, na área Digital, e sabia como a gestão de canais digitais era feita. Seguia alguns blogs do género e sei o quanto me ajudaram a sentir-me motivada, e que não estava sozinha. O meu namorado é designer e pronto, juntei o útil ao agradável e decidi criar uma página/blog. 6) M: Tiveste algum tipo de formação nesta área, ou simplesmente recomendas o que resulta contigo? D: Não, a minha formação na área é zero e faço questão de referir isso nas minhas publicações. Eu partilho aquilo que faço, aquilo que funciona comigo. Cada caso é um caso e sempre que as pessoas me perguntam algo mais específico, aconselho-as a procurar um especialista em nutrição/deporto. 7) M: Como organizas o teu dia para conseguires trabalhar, fazer exercício e em simultâneo alimentar o blog? C: Ando sempre de um lado para o outro, e com o telefone por perto, nunca se sabe quando é que vou precisar de tirar uma fotografia para o Plano D :) Vou ao ginásio à hora de almoço, trabalho durante o dia e aproveito as noites para pensar e escrever novos posts para o blog. Confesso que o blog começou a acompanhar-me sempre. O meu namorado que o diga (e está sempre a brincar comigo por isso mesmo!), estou sempre preocupada em colocar novas receitas, fotografias ou incentivos. 8) M: Há sempre coisas que nos fazem mal mas que nos sabem bem. Do que tens mais saudades? D: Ui, agora não saia daqui. Sempre adorei gomas, e acho que é aquilo de que tenho mais saudades, comia muitas vezes. Há as gomas sem açúcar, mas não são a mesma coisa. Tenho saudades de fast food, de pão alentejano torrado com manteiga e de um bom bolo. É verdade que no início me privava de todas estas coisas mas consegui atingir mais coisa menos coisa o peso pretendido, por isso, hoje em dia, dou-me ao luxo de poder comer umas coisinhas destas, de vez em quando.


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9) M: É um projeto recente, mas já contas com milhares de seguidores. Ajudá-los a alterar o seu estilo de vida continua a motivar-te? D: Sempre. Há dias em que não me apetece treinar mas só de pensar nas pessoas que seguem diariamente o Plano D, levanto-me da cadeira. O feedback tem sido muito positivo e enche-me o coração receber mensagens a dizer que ajudei, de alguma forma, a mudar a vida das pessoas para melhor. Eu perdi 16kg e sei que isso motiva muitas pessoas, fico mesmo feliz.

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10) M: Deixa uma mensagem à MELANCIA mag e aos teus leitores. D: Em primeiro lugar, como não adorar a MELANCIA mag se tem melancias como o Plano D? :) Agora a sério, queria agradecer a oportunidade de poder dar a conhecer ainda a mais pessoas o meu projecto. Para os meus leitores (ainda me soa estranho dizer isto!) tenho apenas uma frase: com foco e determinação, somos capazes de tudo. plano--d.blogspot.pt


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DisponĂ­vel nos tamanhos:

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Design de Moda

Entrevista por: Juliana Lima

Marca que foca no design orgânico, exclusivo e sensorial. Sediada no Porto, desenvolve produtos cruelty-free. São utilizadas fibras naturais e não naturais, sendo que a qualidade e o conforto são essenciais no processo de selecção.

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1) MELANCIA: Como começou o seu interesse pela moda? Conte-nos um pouco sobre a sua formação e o seu percurso profissional. ANA SEGURADO: Desde muito cedo. A minha avó era uma costureira exímia, eu passava imenso tempo com ela e com lãs e tecidos. A minha mãe raramente me comprava roupa, era comum para mim estar em provas de fitting com costureiras. Eu sempre quis seguir esse caminho, mas tive de iniciar o meu percurso profissional numa área diferente e tive de fazer escolhas para me sustentar financeiramente e criar alguma estrutura. Em 2010, consegui entrar no curso de Design de Moda no Modattex- Centro Profissional da Industria Têxtil, no Porto. 2) M: Como foi a sua decisão de seguir a carreia de estilista independente? ANA: Após ter terminado o curso, decidi trabalhar na indústria têxtil para adquirir experiência e aprofundar conhecimentos a nível técnico, produtivo e comercial. Acho que é fundamental haver um equilíbrio entre a visão/criação de um designer e a forma de o vender ao público-alvo para o qual trabalha. Durante esse meu percurso, senti que a indústria é massificada e muito efémera, falta-lhe a individualidade, a criação e o detalhe. No meu trabalho, enquanto criadora independente, eu posso explorar esses aspectos e fazer uma evolução paralela à indústria massificada, além de ter uma liberdade de decisão e controlo sobre uma marca que é minha. 3) M: Explique-nos a sua perspectiva sobre esta frase que usa na sua descrição: “Na moda não se pretende uma tendência de momento, mas a individualidade; é feita por cada um de nós.” ANA: Uma coisa que me fascina e que está presente no meu trabalho é o processo de observar as pessoas; na rua, no metro, na TV, quando vou em viagem, e ver o que vestem. Questionome sempre o porquê de terem escolhido aquela peça de roupa, qual a história que está por detrás. Acho que este interesse desenvolveu-se principalmente pelas investidas que eu fazia ao armário da minha avó, agarrar peças dos anos 50/60/70 e analisar os materiais, as cores e perguntar quem vestiu e em que ocasião. A história do vestuário está directamente ligada à evolução do ser humano e todos nós estamos sempre em busca da nossa individualidade e do papel que desempenhamos no mundo. Todos temos histórias que queremos dar a conhecer. As minhas criações destinam-se a compartilhar as minhas experiências, a minha maneira de ver o mundo, e acima de tudo a individualidade.

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1, 2, 4. Wabi Sabi . Knit Edition 3, 6, 7, 8, 9, 11. Autumn / Winter 15 NURTURE 5, 10. Spring / Summer PULSE 82 MELANCIA

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“ACHO QUE ESTE INTERESSE DESENVOLVEU-SE PRINCIPALMENTE PELAS INVESTIDAS QUE EU FAZIA AO ARMÁRIO DA MINHA AVÓ, AGARRAR PEÇAS DOS ANOS 50/60/70 E ANALISAR OS MATERIAIS, AS CORES E PERGUNTAR QUEM VESTIU E EM QUE OCASIÃO.” 4

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4) M: Da forma mais sucinta possível: qual a essência da marca ANA SEGURADO? ANA: Design de look orgânico, exclusivo e sensorial, focado num conceito cruelty-free. 5) M: Conte-nos um pouco sobre o seu conceito “crueltyfree”. O que a motivou a criar e oferecer produtos com design orgânico e exclusiv ANA: Desde criança que me lembro de questionar de forma muito efectiva as touradas, o abandono de animais, os animais em circos, zoológicos e a forma como eram tratados. É uma questão muito importante para mim, portanto, à partida, qualquer matéria-prima que usasse no meu trabalho não poderia estar directamente relacionada com o sofrimento ou morte de um animal para esse efeito. A excepção é a lã, que é retirada através do processo de tosquia e que até contribui para o bem-estar dos animais. A marca foca-se também na procura de respostas mais sustentáveis e ecológicas com fibras naturais e também com fibras não-naturais de qualidade e conforto, sendo que, cada vez mais, a tecnologia de investigação oferece alternativas de grande qualidade. 6) M: Onde é feita toda a criação, confeção e produção das vossas peças? ANA: A marca só trabalha com quantidades exclusivas, sendo que a criação, confeção e produção é feita em atelier. 7) M: Conte-nos um pouco sobre os principais desafios e as dificuldades que tem para manter-se fiel a este conceito sustentável? ANA: Ainda existem poucas empresas em Portugal a desenvolver este tipo de produtos e as que o fazem, apesar da grande qualidade, limitam o acesso, sendo que trabalham

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para quantidades de grandes produções. Temos de estar constantemente a reinventar-nos e a procurar. 8) M: Como idealiza os modelos? Quantas coleções tem planeadas por ano e qual o seu público-alvo? ANA: O processo criativo passa sempre por inspiração e pesquisas reunidas em moodboard, tem de existir sempre um tema, uma emoção. Eu trabalho com duas colecções Outono/ Inverno e Primavera/Verão. Neste momento estou no processo produtivo da colecção de Primavera/Verão 2016. Eu desenvolvo colecções womenswear, essencialmente para as pessoas que tenham um estilo transversal, que se interessem pela moda que não seja massificada. Que vejam as peças de vestuário como sendo confortáveis, uma segunda pele mas sofisticadas e femininas. Acima de tudo que valorizem um estilo mais individual e que não tenham receio de arriscar vestir uma peça diferente do habitual. 9) M: Onde são comercializados os produtos ANA SEGURADO? ANA: As colecções estão à venda em três pontos na zona do Porto. Também é possível adquirir através da loja online do site. 10) M: Gostaríamos de perceber as suas inspirações e influências criativas. Fale-nos um pouco sobre o seu processo criativo. ANA: A Natureza está sempre nas entrelinhas do meu trabalho, seja na seleção dos materiais, seja no look. Cada coleção que desenvolvo tem sempre catarse, emoção e introspecção por detrás. A influência japonesa também marca sempre presença, seja de uma forma mais ou menos subtil, mas sempre em dualidade: a suavidade, a sabedoria e a atmosfera mais austera e racional. Mesmo quando pretendo trabalhar um tema mais concreto, existem sempre estes “ingredientes” por detrás.


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11) M: Consegue eleger apenas um fashion designer (pode ser nacional ou internacional) que você admira? Quem seria e porquê? ANA: Sem dúvida alguma, Yohji Yamamoto. A forma como ele trabalha a dualidade feminino/ masculino, alfaiataria e desconstrução, o seu foco pelos detalhes e a “degustação” da moda, rejeitando totalmente a “fast fashion”. Admiro o amor que ele tem pelo seu trabalho e a intemporalidade e individualidade da sua marca. 12) M: Como é ser estilista independente em Portugal? Tem algum recado para quem está a começar ou tem interesse em seguir este caminho? ANA: É extremamente difícil, mas é nessa dificuldade que vamos evoluindo e nos vamos reinventando. Para quem está a começar é muito importante uma boa auto-estima pessoal e profissional, sem nunca descurar a predisposição para aprender e o respeito pelas pessoas envolvidas na área, estar atento e aprender com elas, porque, no final de contas, trabalhamos para pessoas. É necessário entender que não é um trabalho individual nem que somos a última “coca-cola do deserto”. 13) M: Ficamos muito felizes pelo seu interesse em rechear a nossa revista com o seu trabalho :) Agora é a sua vez de deixar um recadinho seu para a MELANCIA mag. ANA: Adoro a diferença, adoro melancia, por isso vejo com muito bons olhos a combinação dos dois nesta revista. Continuem a marcar a diferença :) 13 86 MELANCIA


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12. Spring / Summer PULSE 13,14. Autumn / Winter 15 NURTURE 15. Wabi Sabi . Knit Edition MELANCIA 87


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Toma Nota

QUINTA DAS BELDROEGAS E nada melhor que um aconchegante turismo rural para relaxar e saborear o que a natureza tem para nos oferecer. Apresentamo-vos a Quinta das Beldroegas, um espaço que se diferencia pela simplicidade e simpatia, onde cada recanto foi criado com todo o carinho a pensar nos seus visitantes. Inspirada na arquitetura local, detentora de um ambiente acolhedor numa zona calma e amena, fica bem situada entre a praia, a serra e locais de beleza natural por descobrir no Sudoeste Alentejano. Aqui pode desfrutar de um pôr-dosol exuberante e no período nocturno, com a ausência de luz, 180 graus de céu aberto para ser explorado em observação de constelações. Saiba mais em: www.quintadasbeldroegas.pt

POWE UP // EXPRESS YOURSELF FITNESS MORENA JAMBO A marca portuguesa Morena Jambo, muito conhecida pelas coleções arrojadas de beachwear, lançou a sua nova coleção de fitness criada para as mulheres atletas que pensam para além de treinos, do ginásio e do corpo perfeito. A coleção apresenta modelos exclusivos de macacões, calções e tops que favorecem a prática de qualquer desporto de força e equilíbrio, de movimento e elasticidade. Produção Morena Jambo Team Fotografia Luis Nunes Make up & Hair Style Cátia Fialho Modelo Beatriz Moniz Estúdio Jaya Yoga Saiba mais em: morenajambo.com

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Toma Nota

FILIPA D’ALMEIDA Foi conquistada pelas artes desde cedo, estudou música e explorou a ilustração e a fotografia. Começou por tentar o seu percurso na arquitetura, mas sentiu a necessidade de uma arte com liberdade total de criação. Hoje, com apenas 23 anos, cria as suas próprias peças de vestuário e coleções, depois de se licenciar em Design de Moda, na Faculdade de Arquitetura de Lisboa. “As folhas onde crio são uma confusão, não gosto de muita organização no meu processo criativo e é assim até ter o projecto finalizado. Para mim, as peças têm de ter força, têm de envolver a pessoa e acrescentarlhe essência e conteúdo. Gosto de me envolver ao máximo em tudo o que faço. Crio, costuro e também faço o styling para editoriais, o que me dá imenso prazer.” Saiba mais em: www.facebook.com/filipadalmeidadesigner

MARIO SANTOS Mário Santos, lisboeta nascido em 1987, atualmente vive no Cartaxo, terras do vinho. Formado em Multimédia contudo , tem feito projetos como fotógrafo, designer e ilustrador. Dos principais hobbys, Mario destaca a sua coleção de cachimbos, música, videojogos, filmes, banda desenhada, Um dos seus mais recentes projetos são as ilustrações de personagens icónicos, como os que estão no início desta MELANCIA mag. Ganhámos a nossa versão de super herói da Melancia e adorámos. Saiba mais em: https://www.behance.net/Mariosdesign

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delícia de salmão e melancia

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ESPETADA DE SALMAO COM MOLHO DE MELANCIA Tipo de receita - Entrada Número de doses - 5 porções Tempo de Preparação - 15 Minutos Dificuldade - Fácil Ingredientes - Molho - 1 colher (sopa) de estragão picado - 1/2 chávena de sumo de melancia - Sal e pimenta a gosto - 1 fio de azeite - 1/2 colher (café) de ágar-ágar - Espetada - 200 gramas de salmão fresco limpo - Sal e pimenta a gosto - 4 colheres (chá) de azeite

Preparação - Molho 1. Bater todos os ingredientes no liquidificador, exceto o ágar-ágar. 2. Transferir a mistura para uma panela, adicionar o ágar-ágar e levar ao lume médio até ferver. 3. Deixar arrefecer no frigorífico por 20 minutos. O molho deverá ficar com textura de geleia. 4. Mexa bem na hora de servir. - Espetada 1. Cortar o salmão em cubos de cerca de 3 centímetros e temperar com sal e pimenta. 2. Espetar em palitos de madeira para churrasco. 3. Numa frigideira, em lume alto, grelhar as espetadas em azeite até que dourem de todos os lados. 4. Servir com o molho.

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#melanciamag

@vallamim

@b.gameiro.ant

@tatiana_drumond

Fred Almeida 94 MELANCIA

@anamax_1965

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MOOH Biscates Transmedia

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@nasthadja @umapitadadesonhos @anamax_1965

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@ggiloureiro

Nidia Nobre

@luziaceste

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04 Fórum do Futuro

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Real Bodies Uma exposição adequada para todo o tipo de público, para descobrir como somos constituídos por dentro. Esta experiência é possível graças à sofisticada técnica de polimerização, que permite que os corpos e órgãos humanos reais permaneçam inalterados ao longo do tempo. 1 a 30 | Cordoaria Nacional, Lisboa

Um festival internacional de pensamento que tem como principal objetivo reunir convidados de múltiplas disciplinas para refletir sobre questões que importam às sociedades contemporâneas. 4 a 8 | Porto

Lisboa Games Week

A grande festa dos videojogos e do entretenimento digital instala-se em Lisboa, na FIL (Parque das Nações), entre os dias 05 a 08 de Novembro de 2015. 5 a 8 | FIL, Lisboa

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novem Imigrarte

Envolve a participação de cerca de duas centenas e meia de artistas oriundos de 23 países divididos nas diversas áreas como a música, a dança, o teatro, o cinema, as artes plásticas, a fotografia, a literatura e o artesanato. 14 e 15 | Lisboa

PISTA

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O primeiro álbum dos PISTA, “Bamboleio” é lançado dia 13 de Novembro, no Musicbox, a partir das 23h, onde no palco se juntam a Bruno Afonso, Fernandes e Ernesto Vitali. Lisboa

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Dias do Desassossego Esta será a terceira edição de um programa cultural, com música, cinema e debates, em torno da promoção da leitura. 23 e 24 | Cine-Teatro Batalha, Porto


experimentadesign

A experimentadesign é uma unidade de produção de conhecimentos e desenvolvimento de iniciativas nas áreas do design, arquitectura e cultura de projecto com sede em Lisboa. 12 a 15 | Lisboa e Porto

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Lisbon & Estoril Film Festival O Festival aposta, como sempre apostou, na interligação de propostas culturais diversas - do cinema à literatura, passando pela música e pelas artes plásticas - e afirma-se enquanto lugar propício à reflexão e discussão dos temas que marcam a actualidade. 6 a 15 | Lisboa e Estoril

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Idé Lisboa

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O objectivo deste festival é demonstrar ao público um universo diferente do Do-ItYourself com a promoção de produtos, marcas e atividades relacionadas com o universo dos trabalhos manuais. Com uma visão moderna e seguindo as últimas tendências. 7 e 8 | Cavalariças do Pestana Palace, Lisboa

mbro 20

Os Livros não têm idade

Com um programa que inclui uma exposição, uma feira de livros, conversas e ateliers, estes encontros procuram destacar a edição para a infância, um território que nos últimos anos tem mostrado uma capacidade extraordinária de reinvenção e diversidade, graças a uma nova cultura visual e maior capacidade de risco editorial. 20 a 22 | Espaço Rua das Gaivotas 6, Lisboa

Mercado da Música Independente

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A Música Independente faz parte do ADN do Vodafone Mexefest desde a sua génese. Como tal, a associação ao Mercado de Música Independente, enquanto enorme montra e também porta de conhecimento da nova música portuguesa, faz todo o sentido. 27 e 28 | Picadeiro do Real Colégio dos Nobres, Lisboa MELANCIA 97


anda POR AÍ RITA ALVAREZ IDADE: 22 anos PROFISSAO: Designer Encontrámos a Rita durante a hora de almoço, em pleno Chiado, antes de regressar ao seu trabalho na agência Sartor Seven.

LOOK: Casaco: Wrangler Camisola: H&M Jeans: Pull&Bear Encharpe: Natura Mochila: Artesanal (feira) Óculos de sol: Ray-Ban

A MAIOR AVENTURA FOI Um ano em Barcelona! Onde tive a grande oportunidade de ir fazer o meu mestrado em design gráfico. Foi uma experiência única, que me fez conhecer pessoas e ambientes completamente diferentes do que estava habituada. Tudo tem vida... seja de dia ou de noite, nada pára. Apaixonei-me pela cidade, pelas pessoas, pela cultura, pela comida, por tudo! Foi um sítio que me marcou muito e que teve um papel fundamental na minha formação profissional mas, a cima de tudo, pessoal. Fiquei viciada, hei-de voltar! O MEU ESTILO É Não tenho um estilo definido… tanto posso vestir um blazer e fazer um apanhado ao cabelo mais elaborado como vestir um casacão de homem e botas estilo tropa (como hoje!). Essencialmente, visto o que me apetecer!

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@lualves1 MELANCIA 99


“Old Sketch for a Switchtense poster show.” por: Samuel Lucas

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