MEROS
Salvando os
Por Maíra Borgonha e Áthila Bertoncini
do Brasil
Mero, melro, merete, canapu, bodete, badejão, badejo-branco. Muitos são seus nomes. Ele também é conhecido, há muito tempo, como o “senhor das pedras”. Soberano dos mares do Atlântico Sul.
O mero foi descrito em 1822 pelo pesquisador naturalista alemão Martin Heinrich Carl Lichtenstein, proporcionando uma brilhante analogia com um dos principais habitats utilizados pelo maior representante da família das garoupas (família Serranidae) no Oceano Atlântico: Epinephelus itajara. Daí, a raiz tupi de seu nome, itajara (ita = pedra, jara = dono/ senhor). De lá até os dias atuais, a espécie tem desenhado uma trajetória de sobrevivência à ação humana um tanto triste, mas que, gradativamente, desperta para os primeiros sinais de melhora. Apresentamos a vocês uma história que vem sendo escrita por pessoas, peixes grandes e muitos, muitos mergulhos... 40 Revista mergulho
GIGANTE SOBERANO
Solitário e dócil, o mero apresenta vasta distribuição geográfica (no Atlântico desde a Carolina do Norte (EUA) – Caribe – até Santa Catarina no sul do Brasil, e, na costa africana, do Senegal ao Congo), e habita ampla diversidade de ambientes que incluem tanto os costões rochosos de águas subtropicais como recifes tropicais, zonas estuarinas e manguezais. Aliás, é nos manguezais que passam boa parte do início de suas vidas, encontrando abrigo e fartura de alimento. Conhecidos pelo seu grande porte, os meros podem chegar a ter 2,5 metros de comprimento, pesar 450 kg e viver por volta de 40 anos. São peixes carnívoros natos que alimentam-se de Revista mergulho 41