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ATELIER EM DESIGN GRÁFICO II
MESTRADO EM DESIGN GRÁFICO / 1ºANO CRISTIANA SALGUEIRO CARVALHO
JUNHO. 2020
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DESIGN GRÁFICO COMO EDUCADOR
Este exercício pretende expor a minha investigação ativa na construção da direção da dissertação no âmbito do mestrado de design gráfico. Onde o objetivo passou por estimular o pensamento e a investigação tendo em conta o meu conjunto de interesses pessoais e referências, compilando-os. Referências o mais diverso possível e de áreas do conhecimento diversas — cinema, literatura, artes visuais, arquitetura, ciência. O registo destas referências irá apresentar-se sob um diagrama que servirá de como princípio básico de exposição de temas, tópicos e exemplos que compõem esta investigação. Este além de ter como função organizar permitirá também fazer ligações entre as várias matérias expostas.
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o papel do designer gráfico no início do milénio
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PARTE INTRODUTÓRIA À PESQUISA
CONTEMPORANEIDADE E DESIGN SOCIAL
O design social foi o primeiro grande tema pelo qual tive interesse, mesmo não tendo definido ou encontrado qualquer problema. Talvez por na minha licenciatura ter estudado Design Geral, (em Aveiro) onde o maior foco era no design do produto, incidindo principalmente em questões como a funcionalidade do objeto, a sua relação com o utilizador — ergonomia, e a pertinência do mesmo visto que vivemos num mundo carregado de objetos. Efetivamente que ligado a essas características está presente o design social, uma vez que segundo William Mendes, design social surge para atender necessidades específicas de consumidores menos favorecidos, economicamente, socialmente ou culturalmente.(Mendes, 2020) Contudo para Miguel Neiva o design, seja qual for a vertente, não precisa de ser rotulado de design social. Ele tem de ser feito para todos e a pensar em todos e aqui inclui-se, naturalmente, social. (Neiva, 2016) Desta forma, depois de ter em conta odesign social, ainda que a questão seja bem mais complexa do que as definições anteriores apresentam, dentro deste tema percebi que apesar de muitos profissionais terem a preocupação de querer aliar o design gráfico ao seu dever civil, há poucos projetos conhecidos ou com uma atividade constante. Neste estudo de caso procurei um exemplo de um projeto prático que ilustrasse perfeitamente o que é ser um designer social. Miguel Neiva diz que se trata de uma questão financeira e de atitude.
Mas, no caso do seu projeto que é agora sustentável, foram necessários vários anos de dedicação e planeamento para que possa agora sobreviver apenas dos seus interesses e não apenas do lucro.
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Miguel Neiva foi o primeiro português a integrar a rede da Ashoka, organização que encontra e apoia ideias socialmente inovadoras e que têm potencial para mudar o mundo. É também o responsável pela criação do projeto desenhado a pensar na inclusão das pessoas que sofrem de daltonismo — cerca de 350 milhões em todo o mundo e 10% de toda a população masculina. Miguel Neiva aliou o design à semiótica e criou uma linguagem monocromática de cor. Este trabalho tem vindo a ser utilizado em variados suportes escolares e didáticos como: Img.(1)
lápis de cor— rotulagem farmacêutica e de vestuário — linhas de metro — catálogos de tinta
Este projeto mostra um caso onde a prática social do design não dispensa a sua presença no mercado de trabalho. Na verdade, o designer conseguiu ajudar o público a que se dirigia e também criar uma gama de produtos a serem comercializados com esta marca ColorAdd. No âmbito deste projeto, Miguel Neiva tem vindo também lucrativos criada para apoiar a implementação do código nas escolas e bibliotecas escolares, tornando-se num projeto inovador, que está a mudar o mundo contando com o design.
Img.(2)
Tendo em conta o este projeto de Miguel Neiva, assim como a sua definição decidi estudar não projetos de design social ou perceber melhor a sua definição, mas sim perceber o dever, a responsabilidade social e o papel do designer nos dias de hoje, assim como perceber enquanto designer qual o meu papel na sociedade e na construção do futuro das gerações seguintes.
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MANIFESTO — 2000
Jonathan Barnbrook — Nick Bell — Andrew Blauvelt — Hans Bockting — Irma Boom — Sheila Levrant de Bretteville — Max Bruinsma — Siân Cook — Linda van Deursen — Chris Dixon — William Drenttel — Gert Dumbar — Simon Esterson — Vince Frost — Ken Garland — Milton Glaser — Jessica Helfand — Steven Heller — Andrew Howard — Tibor Kalman — Jeffery Keedy — Zuzana Licko — Ellen Lupton — Katherine McCoy — Armand Mevis — J. Abbott Miller — Rick Poynor — Lucienne Roberts — Erik Spiekermann — Jan van Toorn — Teal Triggs — Rudy VanderLans — Bob Wilkinson “Nós, abaixo assinados, somos designers gráficos, diretores de arte e comunicadores visuais que foram criados em um mundo em que as técnicas e os aparelhos de publicidade nos foram persistentemente apresentados como o uso mais lucrativo, eficaz e desejável de nossos talentos”
33 designers, diretores de arte, comunicadores visuais e digitais , exigia que os seus assinantes se comprometessem a usar as suas habilidades para fins sociais e a evitar produzir trabalho
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MANIFESTO — 2000 O objetivo, desta nova publicação do manifesto 2000, passava por estimular a discussão em todas as áreas da comunicação visual, na educação, na prática, nas organizações que representam, as inspirações e objetivos do design. A mudança de relacionamento entre publicidade, design gráfico, comércio e cultura estava a colocar ainda algumas questões e dilemas profundos, que eram negligenciados. Este manifesto é para todos os designers gráficos, que se encontram na viagem à procura da ética, da responsabilidade na prática. O receio de que o design gráfico está destinado a estar ancorado à realidade consumista começa a esvanecer-se reparando que a luta pela mudança ainda que diminuta está a ser apelada e partilhada por cada ve, z mais profissionais. Esta diferença de grupos torna-se numa dualidade onde apenas um dos lados precisa de espaço e tempo para se afirmar. (Eyemagazine, 2010). Img.(3)
ESSA MESMA DUALIDADE É QUESTIONADA POR:
Jonathan Barnbrook “we this incredibly powerfull tools in our hands , but most people choose the ignore the power it has change the society and affect opinions. If this is not the ase, why are we surrounded by advertising hoardings, bombarded with TV commercials , and given leafts to sellus stuff ? It is exactly the same media that is used to facilitate change in protest and political movements. So I am confident that design has that power. It´s just that we aredistracted so much by well-paying glam jobs that people don´t think it´s not realistic to use it in this way”
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PARTE INTRODUTÓRIA À PESQUISA
design pel m u a i d sto pe stionava o pa e f i n a e Om vo e qu sociedade. i t a c i f i sign ners na g i s e d s do Barnbrook tem apresentado uma prática direta do design gráfico importante no qual se pode reparar no seu nível de dedicação na luta contra as crises sociais demonstra como um designer gráfico pode dar voz a uma ação interventiva fortalecendo consequentemente a sua imagem.
Projetou a edição 37 da Adbusters 'Design Anarchy' e concluiu vários outros trabalhos associados discutindo os temas do manifesto, incluindo este outdoor. Foi montada em Las Vegas para coincidir com a conferência do AIGA (Instituto Americano de Artes Gráficas). O cartaz declara: "Designers,
fiquem longe das empresas que querem que você minta por eles" Uma citação de Tibor Kalman.
Img.(4)
Nas manifestações do grupo Occupy London em 2011, Jonathan Barnbrook aliou as duas áreas importante nesta ideia de procurar o papel social do designer:
design gráfico e a política.
Jonathan Barnbrook é um designer e tipógrafo britânico nascido em 1966 que trabalhou com artistas como David Bowie e o Damien Hirst e para a conceituada publicação AdBusters. (Eyemagazine, 2010) O seu projeto de identidade gráfica para o movimento occupy London, que surge inspirado num movimento liberal chamado Occupy WallStreet, sendo apenas uma variante da mesma causa, num panorama mais global. Este grupo politicamente radical, discordava do resgate bancário e outras questões económicas que foram decididas pelo governo britânico.
Img.(5)
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A CONSCIÊNCIA SOCIAL E POLÍTICA DO DESIGN GRÁFICO
A CONSCIÊNCIA SOCIAL E POLÍTICA DO DESIGNER GRÁFICO Analisando este cenário, deparamo-nos com um conjunto de pessoas que acredita numa certa causa humanitária e defende uma solução alternativa, opondo-se à decisão governamental que tem obrigatoriamente muito mais força. No entanto, esta classe não se sente de todo representada pelo seu governo nem se identifica nas suas decisões. Tal como refere o designer Jonathan Barnbrook na sua entrevista ao jornal The Guardian, os manifestantes precisavam de uma força renovada para a sua voz - “O Occupy London tornou-se num canal para a voz das pessoas que sentem que não estão a ser representadas pelo governo. A crise financeira que afetou todos os cidadãos e a própria cidade escapou-se sem grandes sanções. Isto [o movimento] foi uma ação direta por parte das pessoas que estão prontas a sacrificar o conforto do seu lar para nos representar a todos”.(Owen, 2012) Num registo semelhante, de Jonathan Barnbrook, Katherine McCoy discute a relação entre o profissionale a sua vida privada (no que consome, no que acredita e no que contribui) no seu artigo “Design as Social and Political Force”. A designer e professora americana debate várias opiniões sobre os valores que devem passar pelo processo de trabalho de um designer, que ela alcunha de “solucionador de problemas”. Ao mesmo tempo, aproveita para refletir sobre a ética das nossas decisões enquanto professionais .“Devemos ajudar a vender tabaco ou álcool? Será que a sociedade beneficia de um plano estratégico para utensílios de plástico ou fast-food?” (Heller; Vienne, 2003). Esta prática deve juntar profissionais realmente curiosos, compreensivos e com um grande nível de empatia, porque só assim se torna mais fácil encontrar os problemas mais importantes do nosso dia-a-dia. No mesmo artigo Katherine McCoy aborda um outro tema interessante, neste excerto: “A nossa crescente sociedade multicultural está a experienciar uma quebra de valores partilhados valores nacionais, tribais, pessoais e familiares - valores consensuais e motivadores que criam um senso comum de propósito numa comunidade. A questão é:
Como pode uma sociedade heterogénea desenvolver este tipo de valores e ao mesmo tempo encorajar diversidade cultural e liberdade pessoal? Os designers e o sistema de educação são parte do problema e podem ser parte da resposta. (McCoy, 2003)
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Os designers e o sistema de educação são parte do problema e podem ser parte da resposta. Não nos podemos mais dar ao luxo de ser passivos. Os designers devem ser bons cidadãos e participar na formação de um governo e de uma sociedade. Como designers, podemos usar os nossos talentos e habilidades para encorajar os outros a participar também”
(Heller; Vienne, 2003).
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Tal como se sucedeu no exemplo do Occupy London, achei conveniente usar um caso mais recente - precisamente desde 2013 - o movimento #BlackLivesMatter mostra como o domínio visual pode inspirar a mudança e organizar uma ação direta e organizada.
Uma das editoras da revista Co.Design, Meg Miller, escreveu o artigo “How Designers Can Help The Black Lives Matter Movement” onde foram procurados indivíduos que se envolvessem na comunidade designer e ao mesmo tempo na justiça social. Em junho de 2015, a designer de Los Angeles, Michelle LeCler, foi contactada por DeRay Mckesson, uma das figuras mais reconhecidas do movimento #BlackLivesMatter, para colaborar no seu novo projeto Campaign Zero - uma plataforma para acabar com a violência policial - mais precisamente, para desenhar um layout de um pdf informativo que precisava de estar pronto no dia seguinte. Este documento conta com a análise dos contratos dos agentes de oitenta e uma cidades americanas e coube a Michlle LeCler definir hierarquias e contrastar a mensagem desse relatório até à manhã do dia seguinte.
. Depois de lançado no website destinado ao projeto www.checkthepolice.org o trabalho visual de LeCler, especialista em information design, acabou por ser decisivo na apresentação e na própria compreensão dos leitores tornando a informação acessível. Segundo Mckesson foi a solução perfeita para a abordagem matemática e lógica que a Campaign Zero adota na comunicação com os seus apoiantes, reforçando a influência de um designer nestas situações e ainda que apesar de ter uns quantos contactos aos quais recorre regularmente, nunca são suficientes. DeRay Mckesson reconhece a força do trabalho de um designer gráfico e sobre a maneira como os designers abordam os seus projetos ele comentou: “O propósito do storytelling é dar às pessoas acesso a toda a história, e os designers são capazes disso.” (Miller, 2016).
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THE WHOLE EARTH CATALOG Este catálogo surgia então como uma celebração do individualismo, o desprezo pelo governo e pelas instituições sociais, a elisão das estruturas de poder, a arrogância da juventude, tornando o conhecimento comum e de acesso a “todo o mundo”, antecipando o surgimento do Dada a sua importância, num discurso de início de 2005 em Stanford, Steve Jobs descreveucomputador o " The whole earthpessoal. catalog " como num discurso de início Relevante para a educação o "Google em formato de brochura, trinta e cinco anos antes do de 2005 , de Steve Jobs surgimento do Google".() Foi durante a década de 70 que a sociedade começou a demonstrar que compartilhou suas sintomas de um colapso produtivo e ambiental. Nesta altura, Victor próprias lembranças do Alta qualidade e baixo custo Papanek, designer e estudioso, propôs mudanças na prática do Catálogo compara-o design abrindo debate ao papel social da profissão. a "uma das bíblias da No entanto, estes questionamentos a cerca da função social do minha geração ... Era design gráfico, intensifica-se com o facto de o mundo estar cada idealista e repleta de vez mais globalizado. Tendo a tecnologia tem sido uma grande Não é conhecimento comum ótimas ferramentas, impulsionadora desta globalização do mundo. noções”.
“The whole earth catalog” foi um catálogo americano desenvolvido entre 1968 e 1972, e ocasionalmente em outros anos antes de 1998. Stewart Brand foi o seu fundador, mas não era o responsável pela informação exposta nesta enciclopédia de papel. Este era preenchida com as recomendações dos seus leitores com produtos que variam entre listas de livros, equipamentos, de sementes, eletrônicos, caso fossem considerados como úteis enquanto ferramenta. (Cassel, 2018)
disponível por correio.
The whole earth catalog” oferecia uma visão para uma nova ordem social. E o primeiro catalogo foi apresentado como:
“Um campo de poder pessoal íntimo está se desenvolvendo - poder do indivíduo para conduzir sua própria educação, encontrar sua própria inspiração, moldar seu próprio ambiente e compartilhar sua aventura com quem estiver interessado"— Stewart Bran
Img.(6)
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Dada a sua importância, num discurso de início de 2005 em Stanford, Steve Jobs descreveu-o como:
o " Google em formato de brochura , trinta e cinco anos antes do surgimento do Google " .
Analógico
Wiener, A.(2018)
Tecnologico O papel social do designer como podemos perceber é sem dúvida importante e relevante não apenas nos dias de hoje, como podemos perceber no exemplo acima.. “Designers e profissionais de criação têm uma responsabilidade e são capazes de provocar mudanças reais no mundo, através de um bom design.” (Victor Papanek2018) Foi durante a década de 70 que a sociedade começou a demonstrar sintomas de um colapso produtivo e ambiental. Nesta altura, Victor Papanek, designer e estudioso, propôs mudanças na prática do design abrindo debate ao papel social da profissão. No entanto, estes questionamentos a cerca da função social do design gráfico, intensifica-se com o facto de o mundo estar cada vez mais globalizado. Tendo a tecnologia tem sido uma grande impulsionadora dessa mesma globalização.
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A GLOBALIZAÇÃO DO MUNDO O livro de Mizzoef — How to see the World, fala sobre esta globalização do mundo e da forma como este tem mudado, procurando entende-lo a si e às suas mudanças. Começando por falar sobre a primeira fotografia tirada ao espaço intitulada de Marble Blue, tirada por Jack Schmit em 1972.
“A Terra parece ao mesmo tempo imensa e conhecível. Ensinados a reconhecer o contorno dos continentes, os espectadores poderiam agora ver como aquelas formas aparentemente abstratas foram vividas e vivendo inteiro. A fotografia misturou o conhecido e o novo num formato visual que o tornou compreensível e bonito” (Mizzoef, 2015)
O poeta Archibald MacLeish lembrou que, pela primeira vez, as pessoas viram a Terra como um todo, inteira e redonda, bonita e pequena.
Img.(7)
Os quarenta anos depois do Marble Blue, depois de ter sido visto pela primeira vez, o mundo drasticamente. Em principalmente quatro indicadires, ultrapassando em todos eles o limite crucial, desde 2008.
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Em 1960, apenas um terço da população vivia na cidade. Hoje 85% dos brasileiros vivem na cidade, nada menos que 166 milhões de pessoas, sendo a maioria jovens, segundo indicador. (mizzoef, 2015) Em 2011, mais de metade da população mundial tinha menos de 13 anos. Mais de metade dos 1,2 bilhões de indianos tinha menos de 25 anos, e uma maioria jovem semelhante existia também na China. Dois terços da população da Africa do Sul têm menos de 35 anos. De acordo com Kaiser Family Foundation, 52 por cento dos 18milhões de pessoas do Niger têm menos de quinze anos e na maioria dos países subsaarianos. Na africa, mais de 40 por cento da população tem menos de 15 anos. Mesmo que as populações da América do Norte, Europa Ocidental e Japão estejam a envelhecer, o padrão global quanto à maioria dos jovens é bastante claro.
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POLUIÇÃO
— Em 2013, o dióxido de carbono ultrapassava o limiar da assinatura dos 400 por milhão na atmosfera desde a era plioceno, cerca de três a cinco milhões de anos atrás. O problema advém que com mais dióxido de carbono, o ar quente retém mais vapor de água, e desta forma à medida que os calotes de gelo derretem, há mais água no oceano, e à medida que estes vão aquecendo, há mais energia para se desenvolverem tempestades como furacões ou terramotos. Têm havido registos de inundações em todo o mundo como Bangkok a Londres e Nova York, assim como outras áreas da Austrália para o Brasil, Califórnia e África equatorial , sofrendo sem procedentes grandes secas.
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— O facto de estarem em extinção mais de 500 espécies de plantas, — o facto da maioria das espécies destinadas à alimentação humana e animal serem manipuladas por tecnologias transgénicas, os gastos anuais para retirar pesticidas das águas, ultrapassam os 100 milhões de euros e — o facto do nível glaciar no Ártico registar mínimos históricos! Estes são alguns dos problemas que enfrentamos, e que mais e mais graves consequências criaram no futuro. Caso não se tornem conscientes para mundo! Dada a situação atual, tanto em termos ambientais quanto culturais, não é possível projetar nada sem enquadrá-lo na noção de sustentabilidade. — O aumento do desperdício e a atitude geralmente irresponsável da indústria e dos governos em relação ao uso de produtos e processos tóxicos e prejudiciais são tão prejudiciais ao ambiente físico quanto a promoção da violência e do egoísmo pela indústria do entretenimento ao ambiente cultural.
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CONECTIVIDADE O quarto limite é a conectividade. Mizzoef afirma até que “Este não é outro meio de comunicação de massa, é o primeiro. É o primeiro
— Em 2012, segundo estudos presentes neste livro de Mizzoef, mais de um terço da população tinha acesso à internet, desde os anos 2000. Até ao final de 2014 cerca de 3 biliões e pessoas estavam conectados à internet. O Google prevê 5 biliões de pessoas na internet.
A globalização da internet, tem sido o maior responsável pela criação das novas fortunas nos últimos 20 anos, fundadas na criação de serviços digitais articulados em rede e concentrando riqueza nos EUA Sendo de frisar que os Europeus e Americanos não são os únicos conectados à internet. Quarenta e cinco por cento das pessoas com acesso à internet estão na Asia. No entanto, as principais regiões que carecem de conexão são a Africa Subsaariana (exceto a África do Sul) e subcontinente indiano.”
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Hoje fazem parte da nossa vida serviรงos como,
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O design determina formalmente a relação entre as pessoas e as coisas. Esta relação, que se tem vindo a alterar nas ultimas décadas sobretudo em função da evolução tecnológica, está agora sujeita a uma nova dinâmica de natureza económica de evolução incerta e efeitos de ainda difícil antecipação. (Vílar, 2013);
Os desafios para o design resultam hoje da necessidade de conciliar preocupações correntes como: — Criar valor, —Promover a inclusividade —Prevenir a escassez de recursos —Garantir a sustentabilidade
Optando as pessoas pelo acesso/ e pela experiência, em vez da “posse”) A transformar a economia e a obrigar alguns setores tradicionais a reinventar-se. A “geração “Uber” ou “Airbnb” já começou a mudar a face do capitalismo.
Com as inquietações que decorrem na sociedade digital e da “nova ordem” gerada pela aldeia global como — interação permanente —desmaterialização —Desintermediação, —Remediação —o utilizador como decisor E as exigências dos novos públicos: controlo, flexibilidade, imediatismo, retorno instantâneo, recompensa automática
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Um dos usos mais notáveis da rede global é criar, enviar, e visualizar imagens de todos os tipos, em aplicações como vimos acima anteriormente, como é que as pessoas consomem imagens e o nosso próprio trabalho, tendo em conta que somos bombardeados de hora a hora, na rua e nas redes sociais, com informação visual. “Tudo mudou muito e depressa demais para aquilo que nós, enquanto elementos orgânicos, conseguimos acompanhar” terminou Miguel Neiva.
Segundo o autor “Goste ou não a sociedade global emergente é visual. As fotografias e vídeos que tiramos são a nossa maneira de tentar ver o mundo. Sentimo-nos obrigados a criar imagens e compartilhar com os outros como parte essencial do nosso esforço para entender o mundo em mudança ao nosso redor e nosso lugar dentro dele,” O YouTube, por exemplo, segundo Mizzoef
— são carregadas 100 horas ao minuto. E seis biliões de horas de vídeo são assistidos todos os meses, nos sites. Uma hora para cada pessoa na terra. A faixa etária de 18 a 34 anos assiste mais ao YouTube do que à televisão, ainda que este apena tenha siso criado apenas em 2005. A cada dois minutos apenas, os Americanos tomam mais fotos do que foram feitas em todo o seculo XIX. Em 2012 foram tiradas 38 bilhões de fotografias por ano e a sua maioria são digitais.
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A culpa não é da globalização nem de nenhum Sistema. A culpa é nossa, porque escolhemos aceitar a nossa neo-liberdade e as suas consequências. Desrespeitamos a palavra “sobreviver” quando acreditamos que a nossa esfera é o suficiente. Será que os grandes empresários, que estudam e abusam da Hierarquia de Maslow, querem realmente o nosso bem? E nós o que queremos? Apenas a satisfação pessoal em troca da transformação para um ser apático perante os problemas. Somos todos culpados é verdade, mas entretanto muita gente sofre.
Maslow define cinco categorias de necessidades humanas. Esta teoria é representada por uma pirâmide onde na base se encontram as necessidades mais básicas pois estas estão directamente relacionadas com a sobrevivência. Segundo Maslow, um indivíduo só sente o desejo de satisfazer a necessidade de um próximo estágio se a do nível anterior estiver sanada, portanto, a motivação para realizar estes desejos vem de forma gradual.
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AS NOSSAS FERRAMENTAS DO DIA-A-DIA ESTÃO INUNDADAS EM INFORMAÇÃO. Temos o direito a ela, por isso aceitem os vossos deveres como cidadão. Se não se acham nessa obrigação, são todos livres e podem continuar sentados. Se estão revoltados e se querem realmente mudar, alimentem-se da boa informação, aprendam e ensinem. Criem os vossos valores e pensem sem fronteiras. Tornar um mundo global não é o problema! A globalização é a união. Invistam tempo e energia em entender a igualdade e afastem o preconceito. Afiem as vossas armas e gritem pela mudança e pelo crescimento. Não podemos continuar a alimentar os motores desta âncora que não nos segura, mas nos afunda. Estamos numa era em que um cidadão instruído é uma ameaça ao ciclo capitalista, e Eles sabem disso. E Nós? Nós temos na mão o papel de mudar o mundo e criar um biossistema saudável e justo para todos. Temos na nossa mão a vida de multidões, os que amamos e os que nunca vamos conhecer.
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A pandemia atual que vivemos nos dias de hoje, transmite exatamente a forma globalizada em que vivemos. Uma vez, que além do seu inicio ter sido na cidade de Hubei, na CHINA, rapidamente se alastrou negativamente por todo o mundo sem vista a preconceitos, nacionalidades, ou faixas etárias. Segundo um balanço da agência France Press a pandemia já matou 299.638 pessoas e infetou quase de 4,4 milhões em todo o mundo segundo um balanço da agência France Press. Esta pandemia tem também facilitado a esta digitalização, uma vez que é esta conectividade que nos permite continuar a ter acesso aos que nos rodeiam mesmo à distância. Além de ver podemos fazer compras, aprender línguas, mandar vir comida, ler livros e tantas outras coisas a partir desta consequência que é a internet. Existe até uma nova aplicação para restaurantes que nos permitem reduzir o contacto físico, — aplicação pro.var. Assumida para esta nova realidade é uma aplicação que nos permite continuar a frequentar restaurantes, cafés e bares, substituindo o empregado de mesa por esta aplicação no telemóvel do cliente, permitindo diminuir o contacto físico.
A verdade é que as medidas de confinamento e abrandamento económico, adotadas por vários governos de todo o mundo, e a suspensão da maioria das atividades económicas em muitos países afetados pelo novo coronavírus, têm levado a uma queda na emissão de dióxido de carbono a nível mundial. Alguns especialistas consideram que as emissões podem descer até 5,4 por cento — o que representa um valor cinco vezes superior ao alcançado em crises anteriores. Têm surgido nos media imagens de satélite que comprovam esse mesmo abrandamento, e um melhoramento do ar, assim como o próprio retrato das cidades. Podemos ver isso nas águas dos canais de Veneza, em Itália, já há muito que não estavam tão limpas e "azuis" como agora, e até os Himalaias, voltaram a ser visíveis em algumas regiões da Índia, graças à diminuição da poluição. No entanto, além deste parecer ser o único ponto positivo da propagação do novo coronavírus por todo o mundo, surge também a necessidade de falarmos se estes pontos positivos se manterão após toda esta situação. Mas, segundo a mesma investigação, "As emissões relacionadas com a energia recuperaram sempre após uma crise", esclareceram analistas da Goldman Sachs, citando dados que mostram aumentos das emissões de dióxido de carbono no ano após todas as grandes crises desde a década de 1970. E além disso segundo analistas, as medidas de confinamento aplicadas para combater a pandemia não são um modelo a impor pelos governos para lidar com a emergência climática, uma vez que isso também teria graves impactos económicos.
Filipe Duarte Santos, que admite que a covid-19 trouxe como positiva uma redução de emissões de dióxido de carbono de 6% em 2020. Mas era preciso que essa redução fosse assim todos os anos, só que “a indústria petrolífera não deixa”
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Daniel Christian Wahl
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Daniel Christian Wahl, especialista em desenvolvimento sustentável e inovação transformadora fala numa entrevista à radio Renascença sobre a sua opinião acerca desta pandemia.
Daniel Christian Wahl, consultor e educador internacional especializado em design de sistemas completos de inspiração biológica e inovação transformadora. Além de ainda muitos outros ponto no seu currículo, da sua pesquisa e estudos escreveu o livro Design de Culturas Regenerativas.
“Penso que com esta crise do coronavírus estamos a ser confrontados com a necessidade de colaborarmos, a uma escala global e sem precedentes na história da Humanidade, e teremos de investir também a um nível inédito. Por isso, seria um erro simplesmente regressar ao sistema vigente. Não se trata de sobreviver ao vírus e refazer o sistema como o tínhamos, porque as mudanças climáticas e a emergência climática já nos estavam a dizer que o sistema não funcionava e os níveis quase obscenos de desigualdade no planeta, com tantas pessoas extremamente pobres e poucas muito ricas, também era insustentável. Podemos, então, aproveitar esta oportunidade que a crise do vírus nos está a dar para redesenhar os nossos sistemas económicos, de forma a que realmente sirvam as pessoas e o planeta.””
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O livro Design de Culturas Regenerativas. fala exatamente sobre a preocupação da forma como vivemos e utilizamos o mundo. Apostando que devemos viver em culturas regenerativas. Culturas que estão a tentar curar a coesão social e as condições do ecossistema local, do impacto destrutivo que causámos nos últimos 200 anos, e entregar as comunidades e os ecossistemas à próxima geração num estado melhor do que estavam quando os recebemos dos nossos pais.
Contruindo assim culturas saudáveis, resilientes e adaptáveis, prontas para responderem às mudanças, quer sejam climáticas ou políticas, para podermos viver no futuro de maneiras que realmente sirvam toda a humanidade e toda a vida. Defende ainda que o capitalismo já não funcionava para a maioria antes da pandemia de Covid-19, e que este flagelo fez foi confirmar a fragilidade do comércio internacional e a necessidade de regressar a uma economia regenerativa e colaborativa, local, próxima das regiões e das pessoas.
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embora seja ótimo estarmos globalmente interconectados, neste momento, com o coronavírus, estamos a assistir à fragilidade do sistema.
Sugerindo que se criarmos sistemas um pouco mais autossuficientes, em que o trabalho volta a focar-se no local, deixará de ser essencial trazer por exemplo manteiga da Nova Zelândia quando pode ser feita ali ao lado, sem que seja implicado a poluição do transporte dessa mercadoria, ou um custo diminuído desse produto.
Com este sistema, além das medidas anteriormente expostas, também as cidades e as profissões como as conhecemos mudariam, tornando-as regenerativa e sustentáveis voltando às culturas regionais e à maneira indígena de fazer as coisas.
Estas culturas regionais e povos indígenas podem ensinar-nos muito sobre como viver muitos anos e milénios, sem esgotar nem destruir o ecossistema local.
Precisando para isso de nos integrar profundamente na região local, e de reconectar-se aos agricultores locais, ao ecossistema local, à disponibilidade energética de cada local também. Isso iria aproximar de casa a produção e o consumo, criando economias bio regionais e vibrantes de apoio à cidade, e por consequência também o trabalho.
Durante esta entrevista Walh também fala sobre o nosso sistema educacional, acusando até de este promover uma versão mal interpretada de Darwinismo, de que tudo gira à volta da competição por recursos escassos. “A vida não funciona assim. Sou formado em Biologia e a vida é fundamentalmente mais simbiótica e colaborativa do que competitiva. Acho que, naturalmente, a nossa espécie evolui como colaboradores, somos humanos apenas porque aprendemos a colaborar há muitos anos. Portanto, é mais realista criar um mundo que serve todos e vai da escassez competitiva à abundância colaborativa partilhada.”
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Daniel Walh afirma que agora temos a oportunidade de misturar o melhor do passado e o melhor da inovação tecnológica avançando para um mundo que sirva todos.
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Ainda sobre a tecnologia afirma que,
“Chegámos a um ponto em que muitas pessoas acreditam que estamos em desvantagem tecnológica, que estamos numa mudança tecnológica exponencial e que não podemos detê-la.”(wahl,2020) Mas é como com o sistema económico: fomos nós que desenhámos a tecnologia e o sistema económico e podemos escolher redesenhá-los. O que significa que não precisamos de usar tudo o que é tecnologicamente possível, apenas temos de escolher de forma mais sábia que tecnologias realmente nos servem. Queremos criar um futuro regenerativo, onde a tecnologia serve a Humanidade e não o contrário.
OS ENSINAMENTOS DESTA DOENÇA 0 tele-trabalho. As empresas perceberam que podem trabalhar com esquemas remotos. E isso evitou deslocações, evitou-se a emissão de gases com efeito de estufa, e teve impactos positivos nos custos das empresas”, disse à Agência Lusa a investigadora e professora Júlia Seixas, presidente do departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Júlia Seixas fala sobre as teleconferências, as reuniões internacionais pela internet “Na semana passada participei numa com 240 pessoas e funcionou”, conta, salientando a poupança de recursos, os hotéis que não se pagam, as viagens que não se fazem.”
“Tinha uma reunião de Academias de Ciências europeias na Alemanha e vamos faze-la digitalmente”. E já não é Júlia Seixas quem o diz, é Filipe Duarte Santos, professor e especialista em ambiente e alterações climáticas. “A teleconferência era uma ferramenta que usava de vez em quando e agora uso mais”. E também já não é Filipe Duarte Santos quem o diz, é João Joanaz de Melo, engenheiro do Ambiente, especialista e investigador em áreas como ecodesign ou eficiência energética.
Os três, ligados ao ambiente, defendem que o momento criado pelo coronavírus deve servir para a humanidade repensar a forma como usa a natureza e não voltar ao “business as usual”.
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“O facto de estarmos fechados, travou o nosso consumo em termos globais, à exceção da alimentação. Há todo um nível de consumo que fazemos e sobre o qual não nos questionamos. E agora temos oportunidade para perceber que itens nos trouxeram infelicidade por não os consumirmos. Provavelmente concluímos que não eram assim tão necessários! ”
O confinamento obrigou as pessoas a fazer compras nas mercearias de bairro, a dar mais importância aos produtos portugueses, a valorizar as cadeias curtas de abastecimento.
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A humanidade, está a viver cinco crises, a das desigualdades, que se agravam, a da dívida pública e privada, que continua a aumentar, a do ambiente, a das alterações climáticas e a da covid-19. Todas estes pontos inumerados, são também ditos por Daniel Wahl. Em todo o seu trabalho universitário de pesquisa, na tentativa de conseguirmos todos ter um presente e futuro melhor e mais equilibrado, onde pontos como estes seriam ótimas estratégias de começo. No entanto, segundo estes investigadores, “É muito provável que se consiga uma vacina para a covid-19 e a partir daí podemos por esta crise para trás. Para as outras não há vacina”, diz, salientando que as crises do ambiente e das alterações climáticas são “insidiosas” e que “o mundo não se está a preparar para as enfrentar”.
“Muitas coisas vão mudar no sentido de tornar as pessoas mais conscientes destas cinco crises”, mas talvez não sejam suficientes para mudar o mundo, afirma.
Por isso é importante aprendermos com esta situação. Joanaz de Melo responde que o vírus é o “fruto da nossa ganância e estupidez”, é o resultado da nossa relação com a natureza, essa que era a lição mais importante e ainda não a aprendemos. “Aprendemos como trabalhar de forma mais eficiente, à distancia, com serviços partilhados, com teleconferências. Há empresas que se reconverteram. É uma aprendizagem que não vai desaparecer e deve ser continuada”. Mas há, continua, uma crise económica e social, há a necessidade de voltar a dar emprego a centenas de milhares de pessoas. E há o risco de se esquecer “tudo o resto”.
É importante que não se esqueça que a pandemia teve origem em mercados de animais vivos sem condições, que “são uma consequência direta do desprezo do ser humano pela natureza e da ignorância total sobre ela”. “Não sabemos onde vai aparecer o próximo vírus porque os desacatos sobre a natureza existem em muitos sítios. É como os temporais associados às alterações climáticas, um dia chegam cá. Não nos podemos dar ao luxo de ignorar estes avisos”, afirma João Joanaz de Melo.
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o mundo tem um modelo de desenvolvimento muito agressivo para o ambiente. As crises do ambiente e das alterações climáticas vão crescendo, há milhares de mortos todos os anos devido à má qualidade do ar, há emissões muito elevadas de gases com efeito de estufa. E não é a crise da covid-19 que vai resolver a crise climática.
Com todo este clima de pandemia é importante não ignorar a agenda ambiental, a aposta nas energias renováveis, nas ecotaxas, nos transportes públicos sustentáveis, na economia circular, na proteção dos espaços naturais. “São temas tão atuais ou mais do que eram antes”. Assim como áreas de ecoturismo ou a eficiência energética dão emprego, que a requalificação urbana e a economia verde empregam mais pessoas que as grandes obras públicas, e que um crescimento que implique mais poluição é um mau crescimento. No entanto o maior ensinamento que estagrave doença —Covid-19 deixa é: : Se tratarmos mal a natureza ela trata-nos mal.
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Somos todos millenials, e as sementes que lançamos à terra são o ponto de partida e o ponto de chegada da construção do sistema global.
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ESTE É O T NOVO Millenial é o substantivo identificador de algo ou alguém que pertence ao presente milénio, e o seu plural Millenials, identifica seguindo a proposta formulada por Neil Howe e William Strauaa, o ciclo geracional daqueles que assumem a maioridade do inicio do seculo XXI, no mesmo ponto da história.
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TEMPO DO MILLENIO.
Segundo a teoria geracional Strauss-Howe de Neil Howe e William Strauaa nos últimos cinco séculos, a sociedade anglo-americana entrou numa nova era! A cada duas décadas. No início de cada uma destas, as pessoas mudam como se sentem sobre si mesmas, a cultura, a nação e o futuro, ocorrendo estas em ciclos de quatro. Cada ciclo estende por uma longa vida humana, aproximadamente oitenta a cem anos, uma unidade de tempo que os antigos chamavam saeculum. Juntas, as quatro rotações do saeculum compreendem o ritmo sazonal da história de crescimento, maturação, entropia e destruição, do homem e do mundo.
A geração Millennials, é a nossa geração, a geração que tendo em conta a sua historia politica social e tecnológica das gerações anteriores forma quem somos hoje, todos os problemas acima descrevem a nossa geração.
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Tendo em conta as problemáticas acima, desta geração, nós designers temos um papel importante. Devemos pensar em nós designer como alvos importantes destas problemáticas, tendo em conta as nossas responsabilidades das quais não nos podemos alhear.
O PAPEL DO DESIGNER GRÁFICO
Como afirmava o designer professorEmílio Vilar, no livro Design et —“O design determina formalmente a relação entre as pessoas e as coisas” — “existe uma relação entre as pessoas e o design dos artefactos como (dispositivos ou serviços de mediação cultural), que devem ter também um papel de modelador e mediador de novos significados sociais.
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Existe uma necessidade atual, enquanto designers de refletir e participar na mediação de novos significados sociais, sobre a atual configuração do mundo contemporâneo, as suas mudanças e emergências; interessando atualizar o papel do designer — Designer como produtor; Este ponto remete-nos, no contexto da reflexão sobre o design, para o ensaio -The designer as producer de Ellen Lupton (1998)
A autoria para repe gráfico no Img.(9)
Segundo Ellen Lupton, a designação “designer como autor” tem estimulado debates sobre o futuro do design gráfico desde o início da década de 90, do século XX. A palavra autor sugere agência, intenção e criação, em oposição a funções mais passivas de consultoria, estilo e formatação.
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Existem muitos fatores diferentes que influenciam um design, alguns geralmente são invisíveis, mudando o que significa design e quem projeta. Cada designer tem um processo diferente que raramente é traduzido em conhecimento explícito para outros designers desenvolverem. Ao focar nas práticas dos designers, é importante considerar os contextos nos quais os designers operam. Ao entender não apenas o como, mas também o porquê. Ao fazer isso, é estimulada a oportunidade de explorar as limitações das práticas atuais, existentes como a atual pandemia que vivemos, que a ela associa um conjunto de outros problemas.
COVID-19
Sendo que, é de afirmar que a pandemia tem dado origem a uma atenção reforçada ao desenho político e social de intervenção em todo o mundo. – Esta situação faz-nos repensar no futuro, na forma como vivemos – e no desejo de voltar à realidade, desejando o projeto coletivo pela salvação individual.
é um modelo estimulante ensar o papel do designer o início do milénio. Tendo em conta os parâmetros no nosso ofício, o cidadão-designer enfrenta outros problemas na sua ação — a escala. A força do nosso impacto pode dispersar-se em vários níveis, uma vez que tudo que diz respeito às nossas decisões individuais onde estão incluídos a preocupação com a nossa pegada de carbono, o controlo do consumo, as decisões em relação à reciclagem, utilização de veículos de transporte amigos do ambiente e tantos outros problemas como referimos anteriormente.
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A EDUCAÇÃO
Diante do caos ambiental que se encontra o mundo
– onde o maior ameaçado é o homem –
fica evidente a necessidade de uma mudança urgente, que depende de um esforço coletivo, ou seja, uma mudança nos hábitos e atitudes de empresas, dos governos, das instituições de ensino, enfim das pessoas, pois são elas que determinam a forma de agir.
Essa forma de agir depende da educação, do conhecimento e da consciência que cada um possui em relação ao meio ambiente.
ambiental na infância e como o desenho em quadrinhos pode contribuir nesse processo.
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ED
UC AÇ ÃO É importante que essa consciência seja formada desde criança através da educação ambiental, formando cidadão responsáveis por suas ações. Se cada um fizer sua parte pode-se ter esperanças de um mundo mais sustentável, não somente para o presente, mas também para as futuras gerações. “A educação ambiental, embora que não seja condição suficiente para modificar a situação atual que é insustentável, por si só, no entanto é uma das obrigações do poder público e condição necessária para induzir as transformações esperadas.” (MIRANDA, 2004).
A importância da dimensão educacional e da forma como tem um papel importante na tarefa de renovação do nosso mundo comum;
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Segundo os psicólogos de Sigmund Freud, afirmam que os nossos valores fundamentais sobre a vida estão em grande parte bloqueadas aos cinco anos de idade, requerendo depois disso imenso esforço para os mudar Neil Howe e William Strauss, autores da teoria geracional Strauss-Howe tendo em conta o estudo destes mesmos psicólogos concluíram que, as nossas atitudes se formam na primeira infância, então o ponto da história em que vivemos nossa infância deve desempenhar um papel importante na formação de nossas atitudes.
No entanto, não é apenas a primeira infância, que nos forma. Howe e Strauss pensam que passamos por um segundo período formativo no início da idade adulta. Os desafios que enfrentamos quando nos tornamos adultos independentes determinariam a nossa abordagem da vida.
Desta forma podemos afirmar que a educação tem um papel importante na tarefa de renovação do nosso mundo comum, despertando a importância de sermos informados e consciencializados para a partilha e a responsabilidade social.
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Tendo como exemplo a exposição Millenials, do Porto Biennal Design, esta é a exposição onde o foco passa não só nos jovens millennials, mas também em variados artistas, onde os seus trabalhos evidenciem marcas nítidas desta condição contemporânea “millennial” onde se enquadram nesta transição geracional, tendo em conta os seus projetos, que tem como objetivo consciencializa, e educar o mundo para a sua responsabilidade perante a atualidade, e responsabilidade cívica que cada geração deve ter, assim como deve perceber as consequências que tem perante a seguinte, uma vez que vivemos num mundo comum.
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PORTO DESIGN BIENNALE 19.09—17.11.2019
Segundo o corador da exposição, José Bartolo, “Millennials é menos uma exposição fechada sobre o campo do design de comunicação e muito mais um olhar curatorial sobre o mundo contemporâneo, as suas mudanças e emergências, tomando o design como prática da mediação ou tradução.”O DESIGNER tem sem duvida a vantagem de incentivar, consciencializar e educar uma vez que “Este é o tempo do novo millenial. Somos todos millenials e as sementes que lançamos à terra são o ponto de partida e o ponto de chegada da construção do sistema global”. Projetos como...
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O primeiro projeto da exibição que acho importante destacar é o “Universal Kimono”. do estúdio ARK.Amsterdamdo de 2017. Nesta projeto, o público tem disponível um design baseado na Declaração Universal dos Direitos Humanos que, quando impresso, permite criar a partir de uma lógica “DIY – Do It Yourself” – um kimono universal, usado para incorporar as liberdades de expressão, de religião, de medo e do desejo, com o objetivo básico do “eu livre” Ao construir e vestir o kimono, uma peça vestuário relativamente universal, vestem-se os artigos da declaração que dão direito a todos os seres humanos de viver, com dignidade e valor, promovendo assim um respeito universal das liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, idioma ou religião.
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Assim, este é um exemplo de uma aproximação do design a uma dimensão social de valores que se querem afirmar atuais; exibidos juntamente com fotografias do universal kimono em tourné, ou seja, vários locais e pessoas, das mais variadas etnias e nacionalidades, vestidas com a afirmação das liberdades. - Como apresenta a fotografia.
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Outro dos projetos exemplo desta exposição é — The Ocean Claw-Save the last fish from the sea, um projeto realizado pelo estúdio oupas, especialmente para esta exposição. Segundo explica o curador José Bártolo, no jornal da exposição “Millenials- New Millenils Design, este projeto é um gesto de ativismo e cidadania, uma vez que o projeto
coloca o visitante entre dois papeis- o de espectador a quem são dadas as condições para que se emancipe e se torne um narrador e o do ativista. Assumindo-o segundo Bártolo, como uma dimensão educacional Desenvolvido em papel. Através deste projeto, o visitante é confrontado com a emergência de uma das principais preocupações que aumentaram neste milênio - a poluição dos oceanos e o seu impacto ambiental.
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Debate Visualizer, 2017. Como o próprio nome indica este traduz-se pela metáfora assim explícito pelo próprio nome. Em um mundo complexo, onde a quantidade de informação e veracidade está sempre sob controle, este projeto propõe uma nova forma de observar os objetos que nos rodeiam;
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Debate Visualizer, 2017. Como o próprio nome indica este traduz-se pela metáfora assim como o próprio nome indica. Em um mundo complexo, onde a quantidade de informação e veracidade está sempre sob controle, este projeto propõe uma nova forma de observar os objetos que nos rodeiam; como sendo resumos visuais de debates e conversas do mundo real sob uma perspetiva de algoritmo. Isso gera um novo materialismo em que o significado e os dados estão presentes para congelar um momento no tempo e traduzi-lo para a compreensão humana. O algoritmo usa um sistema de reconhecimento de voz para extrair as palavras usadas nos debates para posteriormente analisar e dissipar. A partir desse momento, ele procurará nos bancos de dados online formas que possam retomar a discussão. No final, um arquétipo de um vaso feito por uma composição de três objetos juntos. Com isso, eles visam misturar o uso da tecnologia e objetos do cotidiano para analisar as sociedades contemporâneas pelos olhos de uma máquina.
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TODOS OS PROJETOS ANTERIORES TÊM COMO FINALIDADE INFORMAR, CONSCIENCIALIZAR, E ACIMA DE TUDO EDUCAR, PARA OS PROBLEMAS E EMERGÊNCIAS NO
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INFORMAR, CONSCIENCIALIZAR, EDUCAR -
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A AIGA descreve o seu membro húngaro c como um pensador que questionou os efeitos do design gráfico no seio publico e inspirou designers a usar o seu trabalho para consciencializar uma serie de problemas socias. Foi um dos 33 designers que assinou o manifesto de 2000. O artigo “Tibor Kalman” no website da AIGA, escrito por Steven Heller, fala nos dois nomes que mudaram o design entre 1980 e 1990 Mac, a abreviatura da empresa Mactintosh que revolucionou o mercado e as ferramentas usadas pela maioria da comunidade designer, e Kalman que mudou a maneira de pensar da maioria dos designers. O autor do artigo afirma que Kalman pode não ser tão influente na prática diária do design como um Macintosh mas o seu poder sob a maneira como os designers pensavam e definiam os seus papeis na sociedade e na cultura, é incontestável. (AIGA,1999)
Tibor Kalman, em 1990 tornou-se editor da revista Colors, uma publicação financiada pela ilustre Benetton, que focava sobretudo temas de consciencialização e multiculturalismo, que apresento como exemplo, uma vez que se aproxima ao âmbito dos projetos apresentados pela Exposição bienal do Porto.
Este designer, húngaro via-se como um ativista que usava o design gráfico como o meio de atingir duas metas: bom design e a responsabilidade social.
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Tibor Kalman indica, que o bom design deve ser inesperado e inovador para acrescentar mais interesse ao nosso dia-a-dia. Ao mesmo tempo, sendo uma forma de comunicação em massa, Tibor Kalman defendia que o design gráfico deveria ser utilizado a favor do interesse público e para abordar vários problemas sociais. Sobre a sua perspetiva, no seu próprio trabalho, Tibor Kalman comentou: “A Colors foi a primeira revista para a nossa aldeia global. Aponta para um público de mente flexível - jovens entre os 14 e 20 anos, ou curiosos de qualquer idade.” (AIGA, 1999)
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Para Tibor Kalman, o seu trabalho era um suporte para o seu ativismo político, tanto que, num fascículo dedicado ao racismo, no exercício “How to Change Your Race” examinou que meios cosméticos poderiam ser usados para alterar as características do nosso cabelo, lábios, nariz, olhos e, claro cor de pele, com o fim de atingir o ideal platónico de qualquer um dos leitores.
Na mesma publicação, uma secção chamada “ What If…” apresentava uma coleção de fotografias manipuladas que cada uma, uma página inteira. Esta coleção retratava celebridades transformadas, como por exemplo:
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— Raínha Elizabeth —Arnold Schwarzenegger (como negros;) —o Papa João Paulo II (como asiático,) —Spike Lee caucasiano —Michael Jackson (com um toque nórdico).
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TIBOR KALMAN REFORÇA NO SEU TRABALHO A IMPORTÂNCIA DA MENSAGEM, EM VEZ DE SE FOCAR SIMPLESMENTE NO CONTEÚDO E NA COMBINAÇÃO DE IMAGENS E TEXTO QUE VAI APELAR AO INTERESSE DO CONSUMIDOR. Mesmo assim, Tibor Kalman foi muitas vezes criticado e acusado de usar temas como o racismo e os sem-abrigo para criar uma relação especial com os seus clientes e mostrar uma boa imagem da sua empresa M&Co. Sobre esta situação, Steven Heller comentou que Tibor Kalman tem um impulso honesto e que deriva da sua infância traumatizante - em 1956, com apenas 7 anos de idade, ele e a sua família foram obrigados a emigrar da Hungria, perseguidos pelos comunistas - que resultou numa preocupação pelas pessoas que se sentem deslocadas, virtualmente ou não, sem-abrigo nem casa, numa nova cidade ou comunidade. Como diz, o próprio:
“O LUGAR DO DESIGNER NÃO É ENTREGAR AO CLIENTE TRABALHO SEGURO E EXPEDIENTE, NEM AJUDAR A DESTRUIR TUDO QUE TENHA INTERESSE VISUAL NO NOSSO PLANETA.” (AIGA, 1999)-.
Por isso, o designer tem o objetivo de fazer os clientes pensarem que o design é perigoso e imprevisível - de certa forma, estamos cá para injetar arte no comércio. Depois de analisar este último ponto de vista, acredito que é justo concluir que uma abordagem de design gráfico, mais consciente, pode melhorar a relação dos consumidores com o produto que está a ser trabalhado ou até recuperar um mercado que possa aparentar estar estagnado.
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EDUCAÇÃO — HANNAH ARENDT
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Hannah Arendt (1906-1975) era alemã e judia e, por causa do regime nazista, deixou o país, tendo se mudado para a França e, posteriormente, para os Estados Unidos, onde permaneceu apátrida até se naturalizar americana, em 1951.
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SEGUNDO ARENDT A EDUCAÇÃO NÃO PODE SER ENTENDIDA COMO ALGO DADO E FINALIZADO, DEVE SER SIM, UM PROCESSO CONTINUAMENTE REPENSADO EM FUNÇÃO DAS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO, À MEDIDA QUE SURGEM NOVOS SERES HUMANOS. (ARENDT, 1995) .
DESTA FORMA, PARECE-ME VERDADEIRO AFIRMAR QUE O DESIGNER TEM TAMBÉM A RESPONSABILIDADE DE CONTRIBUIR PARA ESSA CONSCIENCIALIZAÇÃO.
A SUSTENTABILIDADE CULTURAL E FÍSICA DEVE-SE TORNAR PARTE DE TODO PROJETO DE DESIGN, E AS ESCOLAS TERÃO UM PAPEL IMPORTANTE A DESEMPENHAR NA EDUCAÇÃO DAS NOVAS GERAÇÕES DE DESIGNERS.
“Uma vez que quem educa não assume responsabilidade apenas pelo "desenvolvimento da criança", mas também pela própria "continuidade do mundo".
Se um dia, quando forem adultos, e lhes couber transformar e modificar radicalmente este mundo por meio da ação política, isto pressuporá terem aprendido a conhecer a complexidade do mundo em que vivem. (Arendt, 2005, p. 235)
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Para a autora Arendt, a educação cumpre um papel determinante. pois trata-se de apresentar aos jovens o conjunto de estruturas racionais, científicas, políticas, históricas, linguísticas, sociais e econômicas que constituem o mundo no qual eles vivem.
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A relação humana com o mundo, mediada pela educação, também é uma relação privilegiada no sentido de que nunca está dada de antemão, mas tem de ser tecida novamente a cada novo nascimento, no qual vem ao mundo um ser inteiramente novo e distinto de todos os demais (Arendt, 1995). Por isso, a educação não pode jamais ser entendida como algo dado e pronto, acabado, mas tem de ser continuamente repensada em função das transformações do mundo no qual vêm à luz novos seres humanos.
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Justamente porque o mundo está continuamente sujeito à novidade e à instabilidade provocada pela ação dos recém-chegados, assumir responsabilidade pelo mundo - aquilo que Arendt denominava de amor mundi - significa contribuir para que o conjunto de instituições políticas e leis que nos foram legados não seja continuamente transformado ou destruído ao sabor das circunstâncias e dos interesses privados e imediatos de alguns poucos.
Quem educa não assume responsabilidade apenas pelo "desenvolvimento da criança", mas também pela própria "continuidade do mundo" (
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Parece-me que o conservadorismo, no sentido de conservação, faz parte da essência da atividade educacional, cuja tarefa é sempre abrigar e proteger alguma coisa - a criança contra o mundo, o mundo contra a criança, o novo contra o velho, o velho contra o novo. (Arredt, 2005, p. 242) Em sua reflexão filosófico-política, Arendt (1995) assumiu a perspetiva teórica do cuidado para com o mundo, em claro confronto à atitude intelectual que ela julgava predominante na modernidade, isto é, a "alienação do homem" em relação ao mundo compartilhado, origem do moderno subjetivismo filosófico e das tendências psicologistas do pensamento social e educacional contemporâneo. Foi a partir dessa perspetiva anti-humanista e anti subjetivista que Arendt detectou o caráter instável e inóspito de um mundo quase inteiramente regido pela lógica do trabalho (labor) e do consumo, isto é, pela lógica da produção e da destruição em escala global e em ritmo cada vez mais acelerado.
Em vista do predomínio dessas duas atividades conexas no mundo contemporâneo, o homem passa a se compreender e a se comportar quase exclusivamente como um animal laborans, um ser vivo atado ao ciclo ininterrupto do trabalho e do consumo, tendo como interesse principal sua sobrevivência e felicidade imediata. Em a condição humana, a autora questionou a mentalidade reinante nas sociedades de massa, segundo a qual toda e qualquer atividade humana é considerada em termos da reprodução do ciclo vital da sociedade e da espécie humana.
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Para Hannah Arendt , nas modernas sociedades de trabalho e consumo, as barreiras que protegem o mundo em relação aos grandes ciclos da natureza vão sendo constantemente derrubadas em nome do ideal da abundância, o qual traz consigo, como consequência, uma forte instabilidade institucional e a perda do sentido de realidade. Não por acaso, ela aponta a perda do senso comum e da capacidade de julgar como males endêmicos de nosso tempo:
O desaparecimento do senso comum nos dias atuais é o sinal mais seguro da crise atual. Em qualquer crise é destruída uma parte do mundo, alguma coisa comum a todos nós. (Arredt, 2005, p. 227)
É NECESSÁRIO EDUCAR! A NOSSA SOCIEDADE
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ENQUANTO DE
CONCLUSÕES
ESTUDANTE DESIGN GRÁFICO
tenho como objetivo continuar os meus estudos e investigações na área, com o fim de melhorar e descobrir novos processos de colaboração, criação e educação. Mais do que ser mestre nesta arte, tenho como ambição contribuir para o seu crescimento e viver as mudanças que imagino, e que apoiada por autores como por exemplo Daniel Christian Wahl, que utilizam a sua profissão na construção e apoio de uma sociedade e um planeta consciente das suas capacidades (capacidade do homem), tendo como principio utilizá-las para um bem comum, e para principalmente um futuro melhor. Uma vez que não concordo que o design sirva apenas como profissão, mas também como suporte, afastando-me do trabalho apenas para um fim lucrativo ou para projetos bonitos. Na busca de uma ou várias formas para ajudar a recuperar as pessoas e o mundo um dos passos importantes é sem duvida essencial analisar a nossa sociedade e atualizar-me regularmente sobre a situação da humanidade. Enquanto designer tenho como pretendo dar uma voz firme à justiça e à igualdade de que serve um mundo bonito e funcional, quando uma parte dos seus habitantes não tem educação para entender a rede complexa de fatores externos que são os causadores de todo o sofrimento que eles vivem? A prática do design protagoniza uma realidade consumista, que alimenta a destruição rápida da humanidade à qual todos nós somos espectadores. Desde a reformulação da educação ao desenvolvimento de uma maior sensibilidade solidária, os valores da comunidade devem estar apontados para a construção de uma sociedade melhor.
MAIS QUE NUNCA, AGORA É ALTURA DE AGIR. PESQUISAR E FUNDAMENTAR SOBRE PRÁTICAS SOCIAIS. O CIDADÃO-DESIGNER É FORTE É E RESPONSÁVEL POR TODOS OS OUTROS QUE NÃO TÊM VOZ. COMUNICAR IDEIAS E PARTILHAR INFORMAÇÃO É ESSENCIAL PARA CONTRA-ATACAR O CAPITALISMO SELVAGEM. CABE A NÓS DESIGNERS ASSUMIR O PAPEL DE AUTOR NA MUDANÇA QUE O MUNDO PRECISA E UNIRMO-NOS PARA PROVAR A FORÇA DO NOSSO CONHECIMENTO.”
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PROJETO PRÁTICO
Enquanto projeto prático ainda não sei exatamente de que forma irei concretizar estas ideias presentes ao longo de todo este trabalho, mas este a ser um tema que estou a gostar imenso de explorar que me tem alertado tanto para a responsabilidade social não apenas como cidadã mas também como designer. Acho este tema pertinente também pelo facto de esta ser a altura ideal para a mudança uma vez que a pandemia covid-19 além de ser a consequência da nossa forma de viver e utilizar o mundo, têm-se feito já grandes alterações que se fossem continuando a acontecer, talvez ajudasse bastante para um mundo mais “saudável”.
QUANTO AO PROJETO PRÁTICO AINDA TALVEZ PUDESSE PASSAR POR CRIAR UMA EXPOSIÇÃO COM TRABALHOS DESTA GERAÇÃO MILLENIALS COM O INTUITO DE TRABALHAR PARA UMA CONSCIENCIALIZAÇÃO DOS VISITANTES, OU TALVEZ PUDESSE PASSAR POR UM MANIFESTO EXPOSITIVO DESTAS IDEIAS, OU ATÉ UM PROJETO FOCADO NUM DESTES PROBLEMAS DA SOCIEDADE E DO MUNDO, QUE PUDESSE EDUCAR CULTIVANDO OS NOSSOS VALORES A FAVOR DE UM ÓDIO RACIAL TERÁ QUE ACABAR. TERÁ QUE ACABAR, E TEREMOS DE APRENDER A ACEITAR E COMPREENDER OS QUE NOS RODEIAM ..PORQUE SOMOS TODOS LIVRES DAS NOSSAS ESCOLHAS E INTERESSES. TEMOS DE NOS COMPROMETER COM O NOSSO MUNDO.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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ÍNDICE DE IMAGENS
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MAIS QUE
AGORA É ALTU
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E NUNCA,
URA DE AGIR!
ESTUDO NA PROCURA DE UM TEMA PARA INVESTIGAÇÃO NA DISSERTAÇÃO