Edilção nº1
activimo
A linguagem visual do protesto; a propaganda por comparação
c hi
Graphic design as protest
ap gr
preço - investimento em pensamento crítico, PVP
anual
junho 2020
protesto
ferramenta
design Joana Ribeiro, nº3190238
OTHERS Manifesto A força da forma Sociedade do Espetáculo Clean New Worl, de Maud Lavin European Culture activists, Canal180 NOPE TO HOPE EXHBITION
Graphic design as propaganda Graphic design as campaign
ARTISTS / DESIGNERS / STUDIOS Noel Douglas Edel Rodriguez “Bansky Does New York” Metahaven - Can Jokes Bring down Governments Arara Studios Addbusters
Graphic design as activism
ACTIVISTS MOVEMENTS 01 » ACT UP 02 » 99%. The Ocuppy WallStreet movement 03 » Umbrella movement 04 » PussyHat Movement 05 » Guerrila Girls 06 » Sisters Uncut
Graphic design as protest
Graphic design as propaganda Graphic design as campaign Graphic design as activism Graphic design as protest
PROTESTS 01 » Act Up Paris 02 » Maio de 68: protesto estudantil
PROPAGANDA/ CAMPAINGNS Propaganda: A arte de vender mentiras - 03
New activists of european culture
protesto (derivação regressiva de protestar) nome masculino 1. Declaração enérgica e solene de que se reputa ilegal alguma coisa. 2. Promessa, demonstração de um sentimento. 3. Resolução, decisão inabalável. 4. [Comércio] Acto ou efeito de protestar uma letra de câmbio.
7-episode documental serieswe met up with people from all over Europe and talked about how to be an activist in the most varied fields of work. People who are shaping the European culture debating the role of it in our current political climate. Each episode is like an open stage where invited artists and activists can express their ideas, thoughts and comments on role of culture and art in today's Europe.
Noel Douglas
“My studio and street work ranges across all media. My main focus is on Signs, Memes and Symbols and how the struggles over the meaning of these Signs is amplified by Social Networks and Political Movements.”
Shepard Fairey
Os Kon cha dos com set qua pró Kon em gov Adbusters Media vár Foundation é cru uma organização log sem �ins Nac lucrativos, anu anticonsumista sob fundada em 1989 refo por Kalle Lasn e Bill Schmalz em Vancouver, Canadá. Os Adbusters foram a primeira organização a dar uma cara aos protestos de Occupy Wall Street com o seu famoso poster da bailarina em cima do touro
'Hope' Artist Shepard Fairey Designs Inspire Wall Street Protest Invite HOPE posters Obama Campaign
as a visual
A new exhibition at the Design Museum in London entitled Hope to Nope: Graphics and Politics 2008-18 explores the role of graphics over those 3,650 or so days to engage, message, influence, and provoke; charting events from across the globe, including the election of Barack Obama, the worldwide Occupy movement, the Arab Spring, Brexit, and Donald Trump’s presidency.
Ativis
as a tool for
Protest
Methaven: influencers
99%
NOPE TO HOPE: the power of graphics in Politics EXHIBITON 02
As politically turbulent times go, the last decade has been pretty much a constant “seatbelt on” period. And with political turbulence comes politically charged design—whether through posters, memes, GIFs, printed ephemera, slogan T-shirts, or anything else—generated as much by amateur activists as “professional” designers and studios.
ADBUSTERS
"ativista", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/ativista [consultado em 22-06-2020].
outras formas de ativismo que usam a criatividade como agente de ação
Maud Lavin approaches design from the broader �ield of visual culture criticism, asking challenging questions about about who really has a voice in the culture and what unseen in�luences affect the look of things designers produce.
“Clean New World”, Maud Lavin
adjectivo de dois géneros 1. Relativo ou pertencente ao activismo. 2. Relativo a activos �inanceiros (ex.: fundo de investimento activista; investidores activistas). adjectivo de dois géneros e nome de dois géneros 3. Que ou quem defende ou pratica algum tipo de activismo. 4. Que ou quem é membro activo de um partido, de um agrupamento ou a�im.
"Há Uma Hora" (Mário Cesariny / Gabriel Gomes, Rodrigo Leão)
FMI - José Mário Branco
Os Poetas - “Há uma hora”
ativistmo
Umbrella Movement
"protesto", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/protesto [consultado em 20-06-2020].
https://theinfluencers.org/en/metahaven Metahaven é um estúdio de design gráfico de cariz interventivo e estética irreverente, com trabalhos de referência como o videoclip “Home” de Holly Herton, as t-shirts de Chelsea Manning e ainda as propostas de identidade gráfica para a plataforma wikileaks
ACTIVIST ARTISTS/PRODUCTIONS
i d ea s a n d id e a l
a s an
t l es i s ua f pr o t o en v s tak language
interventive tool and
visual
emekses jo
04
“Em 2014, o estúdio de design Metahaven publicou o panfleto Can Jokes Bring Down Governments? Estava-se no auge da crise económica. A dúvida expressa no título interrogava a capacidade subversiva da Internet - se os memes, lolcats e RickRolls tinham mesmo capacidade para funcionar como instrumentos de protesto e activismo.
Dutch Art Intstitute, Roaming Academy https://dutchartinstitute.eu/page/64 17/metahaven
02
WHO IS METAHEVAN WHAT’S THEIR WORK LIKE
Metahaven is a research and design studio founded by Vinca Kruk and Daniel van der Velden based in Amsterdam. Metahaven's work both commissioned and self-directed reflects political and social issues in collaboratively produced graphic design objects and media. In addition to international presentation of design and research projects, Metahaven has written and edited numerous publications such as ‘Uncorporate Identity’, a design anthology for our dystopian age, ‘Can Jokes Bring Down Governments’ and a forthcoming book ‘Black Transparency’.
TRUMP ELECTIONS
o design como recurso gráfico online estratégico e subversivo de transmitir mensaagens, seduzir e radicalizar
Can jokes bring down governments? Metahaven 02
Can jokes bring down governments? METAHAVEN
“Um dos trabalhos de de�inição do pioneiro Black Audio Film Collective, esse mosaico documental de forma livre explora as tensões raciais na Grã-Bretanha através das lentes dos tumultos de 1985 que abalaram Birmingham. Através de uma mistura impressionista de �ilmagens, fotogra�ias e entrevistas no jornal, a Handsworth Songs chega a uma declaração poderosa, alusiva e profundamente pessoal sobre a experiência negra britânica. ” (Ashley Clark)
works within institutions and in the public sphere, in collaboration with community groups and social movements. We combine art, activism, and theory to affect popular understandings of events, symbols, institutions, and history.
símbolo inveritdo de identificação usado nos campos de concentração nazis para distinguir criminosos homossexuais
NUMA PERFORMANCE ARROJADA, OS QUE COMEÇARAM POR SER POUCOS JOVENS ATIVISTAS DA ACT UP PARIS NOS ANOS 90, MANIFESTARAM-SE CONTRA ENTIDADES COMO A IGREJA CATÓLICA, A FDA E O GOVERNO DA ÉPOCA EXIBINDO CARTAZES ASSERTIVOS E VIOLENTOS (PELA QUASE AUSÊNCIA DE COR), REALÇANDO ORGULHOSAMENTE O TRIÂNGULO COR-DE-ROSA USADO PELAS FORÇAS NAZIS NOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO COMO SÍMBOLO DE DISTINÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS CONSIDERADOS JUDEUS CRIMINOSOS HOMOSSEXUAIS
“120 batimentos por minuto” 120 Batimentos por Minuto é uma visão épica dos activistas da luta contra a sida. Cheios de energia, de desejo, intencionalmente sensuais, ainda que a morrer. O �ilme de Robin Campillo é a geração dos seropositivos a falar dela e de uma época gloriosa, ainda que rodeada por doença e morte.
ACT UP: AIDS PROTEST IN “120 BATIMENTOS POR MINUTO”
“Strike Art Contemporary Art and the Post-Occupy Condition”, by Yates McKee
propaganda campanha
“Act Up, Fight Back, Fight Aids”
Graphic design as campaign Graphic design as activism
organizações identi�icadas no livro “Strike Art”
Not An Alternative
Graphic design as protest
O movimento “99%: occupy wall street” começou em Nova Iorque, a maio de 2011, pela da oganização ativista canadiana AdBusters, igualmente reconhecida pela sua revista, cujo núcleo de protesto é contra a desigualdade económica severamente sentida no pais, Frames retirados da “talk”: “How Do Social Movements Communicate?”, assim como a corrupção, as elevadas taxas de desemprego e apresentada pela organização coletiva sem �ins lucrativos “Not An Alternative” as in�luências corporativas nos governos.
Act Up Nova Iorque, AIDS Coalition to Unleash Power: criada em 1987 por activistas descontentes com a passividade dos políticos e cientistas, e de outras associações homossexuais, na resposta à “doença do século”. Apresentavam a síndrome da imunode�iciência adquirida como uma “crise política” e censuravam os lucros da farmacêutica que produzia o AZT. Os alvos principais foram a administração Reagan, imóvel no combate à doença, e a autoridade americana do medicamento, FDA, que não queria acelerar a aprovação de novos medicamentos anti-retrovirais mais e�icazes que o AZT.
The Guerrilla Girls are a group of anonymous artists who wear gorilla masks in public and use facts, humor and outrageous visuals to expose discrimination and corruption in art, �ilm, politics, and pop culture. In 30 years, they have come up with over a hundred posters, street projects, actions, books, and billboards. They travel the world doing gigs and workshops, inspiring others to create their own effective activist campaigns
the Guerrila Girls activist group
sisters uncut activist group
the Pussy Hat activist group
REPOhistory Critical ArtEnsemble, Temporary Services, Yes Men, 16 Beaver, W.A.G.E., MTL Not An Alternative
ACT UP
ocuppy wall street
começaram como um protesto e conduziram para uma campanha de luta pelas necessidades da mulher e contra a violeñcia doméstica a que as mulheres são frequentemente sumbetidas.
The Pussyhat Project™ was about making a powerful visual statement at the January 21, 2017, Women’s March on Washington, D.C. But there’s a whole lot more to this.
aestheticize politics
MOV IMEN TOS COR ATIV POR ISTA AÇÕ CON ES E TRA GOV ERN OS
“We are Sisters Uncut. As women and gender-variant people who live under the threat of domestic violence, we �ight alongside all those who experience domestic, sexual, gendered, and state violence in their daily lives. We are �ighting for our right to live in safety. We are �ighting for our lives.”
http://www.sistersuncut.org/blog/
Leni Riefenstahl
l and artistic language for
Bushfire Brandalism activist group
protestos em Hong ng em 2014, também amados de Revolução s Guarda-chuvas meçaram em tembro de 2014, ando manifestantes ó-democracia de Hong ng se manifestaram m frente à sede do verno e ocuparam rios dos principais uzamentos da cidade go após o Congresso cional do Povo unciar a sua decisão bre a proposta de orma eleitoral.
sm
um coletivo de artistas australianos que reclamou o espaço público dedicado à publicidade com posters a dirigirem-se para a inação do governo australiano perante a instabilidade climática e social do país, depois da devoração do fogo durante semanas.
https://monoskop.org/log/?tag=protest
Graphic design as propaganda
Dirigido por John Akomfrah / Black Audio Film Collective, 1986 Produzido por Lina Gopal Comissionado pelo Channel 4 para sua série Britain: The Lie of the Land 61 min
NAZI PROPAGANDA
John Akomfrah: Canções Handsworth
John Akomfrah: Canções Handsworth (1986)
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A linguagem visual do protesto; a propaganda por comparação
Edilção nº1 preço - investimento em pensamento crítico + IVA, PVP
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protesto
design
Joana Ribeiro, nº3190238
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Graphic design as protest
“Design is always political. From who is making it, to who it impacts, and telling yourself otherwise is the biggest lie that we can tell ourselves. You cannot design a good border wall. It is a border wall! It is meant to separate people from eachother! You cannot design a good Muslim database! You cannot design a good gun because all of these things are inherently evil. (…) we need to stop measuring form, and start measuring impact. The impact of what we do on our world, needs to be the thing that we care about the most as designers.”
Mike Monteiro, “How To Fight Fascism”, na conferência “From Business to Buttons”
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» The visual language How graphic des and change gover
Graphic design as protest
“All design is political, because all politics are designed. The world is a mess because a certain set of people designed it to be a mess. Now we need a different set of people to design our way out of it. This is not a choice. Regardless of whether this is what we wanted or not fascism is knocking on our front door. This is how we knock back.” - Mike Monteiro, escritor e diretor do “Mule Design Studio”
Palestra de Mike Monteiro, na conferência “From Business to Buttons”, a 27 de Abril de 2017 em Estocolmo. “From Business to Buttons” é um encontro para todos os interessados em conselhos de como gerar valor nos negócios através da criação de experiências espetaculares ao utilizador.
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Na cultura da política, foram vários os acontecimentos que foram marcando a história: desde os protestos de Maio de 68, à primavera árabe, ao “Umbrella movement” em Hong Kong, às eleições presidenciais de Barack Obama e Donald Trump, aos movimentos ativistas de grupos como a “ACT UP”, “Guerrila Girls”, “PussyHat Project”, entre tantos outros. Todos eles provocaram uma mudança cultural no panorama da sociedade, tendo em comum uma linguagem visual que ditou e in�luenciou a reação de alguns dos maiores momentos políticos da história, usando como meio o design grá�ico aplicado a manifestações. Nas palavras de Mike Monteiro em “How to Fight Fascism Talk”;
Frame retirado do vídeo: “Mike Monteiro: How to Fight Fascism”, no canal do youtube inUseExp”
Numa questão à audiência sob o formato de aplauso como resposta, Mike pergunta se, nos tempos da atualidade em que os direitos humanos estão cada vez mais em risco, situações de segurança e proteção, preconceito e injustiça são o prato do dia, querem falar de design ou de política. As pessoas aplaudem à política, quando Mike conclui que design é política. “Every choice that we make its political”. Desde com quem desde quem escolhemos para quem traballhar, sobre o que trabalhar, às decisões que tomamos enquanto resolvemos esses trabalhos, às pessoas envolvidas no processo de criação e às pessoas não envolvidas na resolução desses problemas e ainda às pessoas a quem esse trabalho vai afetar ou in�luenciar. “Design is: the intentional solution to a problem within a set of constrains”.
“Design is always political propaganda. The in�inite ability of design to work with the human subconscious can fuel our ability to make a political decision, to participate in campaign or even be a fan of DPRK.”.
Entende-se que a disciplina é assim potencialmente capaz de in�luenciar o modo como respondemos a líderes mundiais, políticas de partidos políticos e crises globais. Pela in�luência na reação e interpretação de informação, o design atua como agente ativo de uma sociedade que muda e se manifesta criativamente , onde o a disciplina é usada como arma. A intenção é causar impacto, interceptar mentalidades e expôr injustiças, na maioria das situações. O crescimento das redes sociais, veio aumentar a visibilidade e a intervenção do design em campanhas de protesto, facilitando a transmissão e difusão das mensagens. O principal objetivo não é somente tomar o design como bom ou mau, pela sua tecnicidade, mas perceber a sua in�luência e impacto na produção de mensagens. A ideia seria aproximarmo-nos de um design grá�ico político como objeto de estudo.
of Protest: sign can fuel protest rnment Frame retirado do vídeo: “Mike Monteiro: How to Fight Fascism”, no canal do youtube inUseExp”
“Design is always political because design is labor and your labor is political and the political is always designed.” Monteiro começa por de�inir design: “Design is: the intentional solution to a problem within a set of constraints.”. E este de�inição reparte-se em três momentos: a existência e de�inição de um problema por resolver; a percepção de potênciais constrangimentos e a questão de se podemos então ou não arranjar/criar uma solução para o problema. Como exemplo, Mike faz referência ao design utilizado como ferramenta para subverter populações a elegerem candidatos por distrito para o congresso, alterando os números de republicanos e democratas ao posto pelo simples redesign da linha do mapa desses mesmos distritos, agrupando por cada um deles o maior número de pessoas da mesma política. “This is called gerrymandering” - a�irmando tratar-se de uma estratégia de subversão e antidemocrática da vontade das pessoas.
Frame retirado do vídeo: “Mike Monteiro: How to Fight Fascism”, no canal do youtube inUseExp”
Frame retirado do vídeo: “Mike Monteiro: How to Fight Fascism”, no canal do youtube inUseExp”
De uma forma geral, o design grá�ico assume um papel multifacetado e visível, que bebe da sociedade aquilo que a consome e de�ine, converte em imagem e intervém criticamente na mesma. Provoca emoções, promove mensagens, difunde informação. Seja pelo design ou pela tipogra�ia, o designer tem o poder de incentivar, de gerar uma reacção no consumidor ou no leitor e desencadear ações, que neste contexto, se pretendem interventivas e signi�icativas. A ética do design intervém no tipo de soluções para problemas que in�lueciam a estabilidade e justiça da sociedade, já que até eleições e representações cívicas são ‘desenhadas’.
Graphic design as protest
“Graphic design as a tool of the visual language of protest is so powerful that it creates the ability to promote and pass on change messages and allowed it to its way into our everyday lives creating a mass movement that can shake up political regimes.”
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» Manifesto
À medida que o tempo passa, e já desde os tempos do nazismo, o design grá�ico tem assumido contornos políticos, dando rosto como forma de expressão e/ou protesto. Com a turbulência política, vem o design politicamente carregado - seja através de posters, memes, GIFs, banners, autocolantes entre outros tantos formatos, representando slogans, cores ou mensagens - gerado tanto por ativistas amadores quanto por designers e estúdios. O envolvimento público com questões sociais e políticas proliferou nos últimos anos e tornou pertinente descobrir como o design grá�ico e a tecnologia tomam um papel de pivot, ditam e in�luenciam a reacção de momentos independentes resilientes em de ação política em tempos de crise e/ou con�lito. Em tempos de con�litos situações de crise, seja ela qual for? de natureza política, que acabam maioritariamente por ser os mais Apoiando-me na ideia de consequentes e implicadores de todos os restantes da civilização, qual Ken Garland e o seu o impacto da criação? A questão que manifesto - de usar as se propõe é o levantamento crítico da capacidades criativas com o intervenção do design grá�ico como instrumento de comunicação e propósito de criar massa agente ativo na liberdade de crítica interventiva e expressão e criatividade em tempos de con�lito político/social, passando signi�icativa - pretendo pelo escrutínio da expectativa e assim estudar o uso do conceito da própria palavra, até às design grá�ico como motivações das intervenções do design grá�ico em diversos formatos, linguagem visual de tanto em publicações como em protesto, campanhas e revoluções digitais na sopa digital propaganda, de tudo o que que se tem vindo a provar. é suporte grá�ico, aliados a Pretende-se estudar ainda relações de poder de organizações e os seus eventos e/ou manifestações trabalhos grá�icos, de modo a de cariz político seja ele re�lectir sobre a ponte e voz que o construído na comunicação; Até que propagandísta, ativista ou ponto existem publicações de intervenção.
manife
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cat food, stomach powders, detergent, hair restorer, striped toothpaste, aftershave lotion, beforeshave lotion, slimming diets, fattening diets, deodorants, fizzy water, cigarettes, roll-ons, pull-ons and slip-ons. By far the greatest time and effort of those working in the advertising industry are wasted on these trivial purposes, which contribute little or nothing to our national prosperity.
esto
In common with an increasing number of the general public, we have reached a saturation point at which the high pitched scream of consumer selling is no more than sheer noise.
We think that there are other things more worth using our skill and experience on. There are signs for streets and buildings, books and periodicals, catalogues, instructional manuals, industrial photography educational aids, films, television features, scientific and industrial publications and all the other media trough which we promote our trade, our education, our culture and our greater awareness of the worl.
- there may be times when we are powerless to prevent injustice, but there must never be a time when we fail to protest”
Legenda Prémio Nobel da Paz acrescentar biogra�ia
We do not advocate the abolition of high pressure consumer advertising: this is not feasible. Nor do we want to take any of the fun out of life. But we are proposing a reversal of priorities in favour of the more useful and more lasting forms of
communication.
We hope that our society will tire of gimmick merchants, status salesmen and hidden persuaders, and that the prior call on our skills will be for worthwhile purposes. With this in mind, we propose to share our experience and opinions, and to make them available to colleagues, students and others who may be interested.
“projects urgently require our expertise and help... Consumerism is running uncontested; it must be challenged by other perspectives expressed, in part, trough the visual languages and resources of design.” “The First Things First Manifesto” Adbusters, 2014
Designers do Manifesto de 1984
Edward Wright Geoffrey White William Slack Caroline Rawlence Ian McLaren Sam Lambert Ivor Kamish Gerald Jones Bernard Higton Brian Grimbly John Garner Ken Garland Anthony Froshaug Robin Fior Germano Facetti Ivan Dodd Harriet Crowder Anthony Clift Gerry Cinamon Robert Chapman Ray Carpenter Ken Briggs
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We, the undersigned, are graphic designers, photographers and students who have been brought up in a world in which the techniques and apparatus of advertising have persistently been presented to us as the most lucrative, effective and desirable means of using our talents. We have been bombarded with publications devoted to this belief, applauding the work of those who have flogged theirskill and imagination to sell such things as:
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Jonathan Barnbrook Nick Bell Andrew Blauvelt Hans Bockting Irma Boom Sheila Levrant de Bretteville Max Bruinsma Siân Cook Linda van Deursen Chris Dixon William Drenttel Gert Dumbar Simon Esterson Vince Frost Ken Garland Milton Glaser Jessica Helfand Steven Heller Andrew Howard Tibor Kalman Jeffery Keedy Zuzana Licko Ellen Lupton Katherine McCoy Armand Mevis J. Abbott Miller Rick Poynor Lucienne Roberts Erik Spiekermann Jan van Toorn Teal Triggs Rudy VanderLans Bob Wilkinson
Adbusters __ renovação
» Manifesto 2000
abranger mais pessoas na assinatura do manifesto; todas estas preocupações sem descurar a base do uso interventivo do design no ambiente cultural, social, de campanha de marketing Em 1999, a ONG (”Unpreecedent environmental, Adbusters lançou uma social and cultural crises demand ‘renovação’ do Manifesto de out attention. Garland, que se intitulava de “First things �irst 2000’, proposto Many cultural interventions, por Cole Peters, designer, escritor social marketing campaigns, books, magazines, exhibitions, e ”noise-maker”. educational tools, television Na sua proposta, Peters acrescenta ao manifesto original programs, �ilms, charitable causes and other information que se deve considerar três design projects urgently require outras preocupações ao uso do our expertise and help. … design: a amplitude das Consumerism is running mudanças e consequências da uncontested; it must be existência do meio da web; a challenged by other perspectives inclusão de outros pro�issionais expressed, in part, through the criativos; e por último a visual languages and resources of colaboração entre pro�issional criativo e a web como a forma de design.
ADBUSTERS
Graphic design as protest
FIRST THINGS FIRST
b» ”The original text was signed by “graphic designers, photographers and students”, while tjhe 2000 renewel re�lected somehat more broadly the views of “graphic designers, art directors and visual communicators. (...) I believe (...) the manifesto should thusly represent not only designers, but also developers, programmers and other criative technologists”
c» ”First Things First should mirror the spirit of how open and collaborative the web has made so much of our work”
MANIFESTO
a» ”The �irst thing that I feel needs to be added is inclusion and consideration of the web
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Adbusters Graphic design as protest
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Metahaven, disponĂvel em theinďż˝luencers.org
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Graphic design as Graphic design as activism protest
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Como agora é óbvio para todos, vivemos um con�lito ideológico que de�ine a era. Esta é a guerra dos MEMES que decidirá nosso destino. Retiramos o poder da grande tecnologia, liberamos o verdadeiro metameme de custo, lançamos a mãe de todos os boicotes, diminuímos a devastação do dinheiro rápido, recuperamos nosso poder, apelamos aos artistas para liderar a mudança de tons global, para vencer temos que reexaminar todas as suposições, todas as regras, todos os hábitos da mente. Em 2020, o ano do rato, quebramos a mente global.
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» Metahaven “whatever other people decide as to be”
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Os Metahaven são um estúdio de design estratégico alemão que operam com uma mão afiada e entrelaçada entre a comunicação, estética e política. Constituído pelos designers Vinca kruk and daniel van der velden, o estúdio de design investe em trabalhos gráficos subversivos que funcionam quase como uma denúncia e/ou exposição de questões políticas pouco exploradas com grande influência na sociedade. Interessam-se em conjugar estética revolucionária com o poder da internet, em entender como funciona a relação de poder de corporações e governos no controlo de informação através deste meio.
“We are the Metahaven, and we recently decided to call ourselfes a design studio. We leave it to other people to define who we are.” Interessados nas valências do design e tecnologia, lançaram o livro “Can Jokes Bring Down Governments”, onde exploram a forma como memes, piadas e outras formas ridículas ganham escala e poder na internet, podendo formar uma ameaça real para o poder, inspirado no trabalho de outros agentes ativos neste contexto, como o grupo Anonymous, Wikileaks e movimentos Occupy – que definiam a agenda da sociedade.
“Em 2014, o estúdio de design Metahaven publicou o pan�leto Can Jokes Bring Down Governments? Estava-se no auge da crise económica. A dúvida expressa no título interrogava a capacidade subversiva da Internet - se os memes, lolcats e RickRolls tinham mesmo capacidade para funcionar como instrumentos de protesto e activismo. Dois anos depois, Donald Trump era eleito presidente dos Estados Unidos da América, com uma plataforma assente na oposição ao chamado «politicamente correto», em reclamar uma linguagem ofensiva para com minorias étnicas, imigrantes e mulheres. Este movimento expressava a sua identidade pelo humor, usando da ironia para confundir os críticos e alegando a cada passo censura para silenciar opiniões contrárias, protestos ou boicotes. Daí que hoje poucos duvidem ser possível derrubar governos e abalar regimes com recurso a piadas. A seguir à DESIGN eleição, o título de um artigo de Emily Nussbaum, crítica de televisão na revista VS The New Yorker, parecia responder à PO perginta dos Metahaven: «How Jokes Won The Election - How doYou Fight an Enemy Who’s Just kidding?»” .
tar que presen de in para re rente e design usam o ytelling irreve or num st
Em conferência, o designer Vendel, justi�ica o trabalho do estúdio com base na cultura visual atual, controlada um pouco pelas ideologias de direita, a�irmando que toda a gente pode politizar a cultura visual. Sumarizando, os Metahaven privilegiam um design relevante de trabalho estético político, com fortes in�luências e impacto. A dupla prima por uma design inconvencional, por abordagens visuais muito diferentes e irreverentes, e fazem-no pois acreditam que qualquer ideia política, social ou humana tem uma forma visual muito própria. Um exemplo disso mesmo, de como a estética ou formas de
des
cod
ific
ado
r d e
prá
tic
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gov
ern
ame
nta
is
expressão como a música podem ser uma forma de politizar questões. O vídeo da compositora de Holly Herton – Home, é um exemplo disso mesmo, em que o estúdio interviu de forma estratégica. O vídeo apresenta imagens de logótipos de instituições/agências às quais a NASA recorria para recilher informações de indivíduos, numa forma de revelar/identi�icação de um problema real – a invasão de informação/privacidade por parte destas agências – como se estas mesmas entidades entrassem em nossa casa. Revelações também já fundamentadas pelos casos desnudados por Edward Snowden.
COMO LINGUAGEM
Existem várias formas criativas de manifestação em que o design pode participar, e este é um bom exemplo disso mesmo. Os logótipos eram uma representação da cultura visual da NASA, dado serem identidades das corporações que forneciam e investiam nos programas usados pela NASA, sendo parte constituinte da sua própria identidade/cultura. O video apresenta cenários distópicos, numa antítese de uma negatividade, onde o pretendido é a procura de uma saída que não fosse utópica nem um escape, mas sim uma saída real, como alternativa política criada não através de programas, mas sim de laços humanos e empatia.
MANIFESTO “FIRST THINGS FIRST”
OLITIZAÇÃO VISUAL
Frame retirado do vídeo: “Mike Monteiro: How to Fight Fascism”, no canal do youtube inUseExp”
Graphic design as protest
, estões ão nç nter ve
Politização substantivo feminino 1.ação ou efeito de politizar. 2.processo de tornar (alguém ou grupo) capaz de reconhecer a importância do pensamento ou da ação crítica política.
“Founded by Vinca Kruk and Daniel van der Velden, Metahaven ingeniously creates odd assemblages into a variety of art forms ranging from installation work to apparel. Their work, both commissioned and self-directed, approaches branding and identity in such a way to depict contemporary forms of power, in an age where power is especially designed to exclude as many people as possible from its - 19 operating system, its code”.
Frame retirado do vídeo: “Metahaven”, disponível em: thein�luencers.org
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“WikiLeaks is a giant library of the world's most persecuted documents. We give asylum to these documents, we analyze them, we promote them and we obtain more.” Julian Assange, Der Spiegel Interview
Numa estética aproximada ao Windows e powerpoint e apresentações assim semelhantes, os Metahaven procuram afastar de estéticas visualmente bonitas e agradáveis, procurando criar inquietação e debate.
As t-shirts de “Free Chelsea Manning”, foi outro trabalho grá�ico que o estúdio abraçou numa angariação de fundos. O gra�ismo apela à libertação de Chelsea Manning, “ex-militar, que passou sete anos detida por remeter mais de 700 mil documentos sobre as guerra do Iraque e do Afeganistão para a Wikileaks, recusa-se a testemunhar num caso contra a organização de Julian Assange”. “A antiga militar norte-americana Chelsea Manning foi libertada (...) dois meses depois de ter sido detida por recusar testemunhar num caso contra a WikiLeaks, e imediatamente convocada para prestar testemunho num outro grande júri, a 16 de Maio - se recusar, pode vir a ser detida de novo.”
“Manning passou 62 dias num centro de detenção na cidade de Alexandria, no estado norte-americano da Virgínia, sob a acusação de desobediência, depois de ter recusado testemunhar perante um grande júri que investiga a WikiLeaks. Não se sabe sobre que temas a justiça norte-americana quer ouvir Chelsea Manning, mas é legítimo pensar que terá a ver com a investigação de longa duração sobre a actividade da Wikileaks, de Julian Assange.”1. Na plataforma da Wikileaks, Chelsea Manning, Bradley Manning à nascença, revelou uma gravação de vídeo de um helicópetro Apache a matar 12 civis em Baghada em 2007. “Wikileaks released tens of
inteligência e estratégia muito própria, enquanto que Chelsea Manning agiu sob uma consciência e instinto menos estratega, e como culminação de uma necessidade de desenvolvimento pessoal, envolvendo na sua demanda uma emoção na revelação destes documentos. Há sempre uma componente humana na manifestação/protesto, o que muitas vezes descredibiliza o protesto. A arte credibiliza e fortalece a base dessas exposições pessoais às questões geopolíticas, muitas vezes desvalorizadas pelos meios de imprensa.
1 https://www.publico.pt/2019/05/10/mundo/noticia/chelsea-man
thousands of documents relating to the A�han war. The website later disclosed thousands of sensitive messages written by US diplomats and military records from the Iraq war, causing growing embarrassment to the US government.”
A imagem da esquerda foi criada com o intuito de apresentar Chelsea Manning e a segunda como forma de introduzir o que a ex-militar fez e como o que ela fez é tão importante. E no ponto de vista do estúdio, é importante em comparação pela intenção com que o fez com Edward Snowden (que igualmente foi acusado por ter relevado informações privadas diplomáticas e governamentais). Edward Snodew fê-lo com o privilégio de uma
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Chelsea Manning t-shirts
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Frame retirado do vídeo: “Mike Monteiro: How to Fight Fascism”, no canal do youtube inUseExp”
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“WikiLeaks is a giant library of the world's most persecuted documents. We give asylum to these documents, we analyze them, we promote them and we obtain more.” Julian Assange, Der Spiegel Interview
A Wikileaks foi um projeto no qual o estúdio desenvolveu propostas de identidade (produtos, merchandising), através de padrões de camu�lagem que sugeriam parte do trabalho desta plataforma que seria o oposto de esconder. Muito do que a arte faz é colocar a nu de uma forma pessoal injustiças e questões políticas frequentemente abafadas por interesses governamentais, e esforços como os dos Metahaven promovem a consciencialização social, fomentam o design como ferramenta de instrução, de exposição, acrescentando valor e fundamento necessário da condição humana à disciplina. O website da Wikileaks é outro projeto com intervenção dos Metahaven, no qual desenharam lenços falsos da Louis Vitton de um ponto de vista de tranformar camu�lagem numa metáfora para o ‘core’ da índole da plataforma, sendo uma identidade problemática dada a ação que a Wikileaks pratica. “Back in the 90s, Metahaven worked on the visual identity of the Sealand, an off-shore micronation which played an iconic role as a data haven during the “dotcom” boom. In 2009 they released “Uncorporate Identity”, a design book for our dystopian age where they attacked the idea of “branded states” (the notion of promoting or creating reputations for countries) and “soft power” (the power to project in�luence through attraction instead of coercion). In 2010, they researched and designed a new image for WikiLeaks. Metahaven are currently collaborating with the Icelandic Modern Media Institute, a not-for-pro�it think-tank that researches and promotes improved media legislation around the world.
Solo exhibitions about their work have been organized by CAPC Musée d'Art Contemporain de Bordeaux (2008), Künstlerhaus Stuttgart/Casco (2009), MoMA PS1 (2013) and Bureau Europa, Maastricht (2013). Group exhibitions include Manifesta 8 (Murcia, 2010), the Gwangju Design Biennale 2011 (Gwangju, Korea), Graphic Design: Now In Production (Walker Art Center, Minneapolis, 2011), The New Public (Museion, Bolzano, 2013), and Power of the Powerless (Kunsthalle Baden-Baden, 2013), among others.”
Imagens da imitação dos lenços Luoi Vitton criados pelo estúdio Metahaven, retiradas de thein�luencers.org
Metahaven, disponível em thein�luencers.org
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Their riotous mixture of satirical, conceptualist expressions and folk internet imagery is paired by their interest in memes as collective political and design objects. The dissolution of the societal middle ground institutions and the welfare state has triggered the demise of the politically and socially meaningful role of the designer. “It is with the internet as an ampli�ier that this perspective can be suddenly liberating”, says Metahaven. The traditional designer’s demise seems now to have sparked a whole new type of research and creation that digs much deeper below the surface of images.
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» Bush�ire Brandalism
“OUR GOVERNMENT WON’T ACT ON CLIMATE CHANGE, BUT WE CAN.”
Anonymous - Photo by Adam Scarf. Retirada do artigo “Australian creative activist group Bushfire Brandalism replaces ads with protest posters”,a 11/07/2020 no blog “It’s Nice That”
Bush�ire Brandalism é um coletivo ativista de artistas de Austrália que no início do ano de 2020, na sequência dos devastadores incêndios reportados, substitui cerca de 78 cartazes e posters de publicidade por trabalhos grá�icos de 41 artistas diferentes como forma de consciencialização social e de protesto contra as ações tomadas pelo governo perante a situação. Numa campanha de guerrilha, os ilustradores e designers grá�icos organizaram uma campanha de “brandalism” em várias cidades do país em reação aos devastadotres incêncdios �lorestais e seca.
Anonymous - Photo by Adam Scarf. Retirada do artigo “Australian creative activist group Bushfire Brandalism replaces ads with protest posters”,a 11/07/2020 no blog “It’s Nice That”
Self-penned “the nation’s largest unsanctioned art campaign,” Bush�ire Brandalism saw its artists take down 78 advertising posters at bus stops around the cities in an act of protest, and replace them with images and messages pertaining to the country’s disasters, and their feelings of “hopelessness and powerlessness” around the government’s response.
Graphic design as campaign
“We do not accept that this situation is ‘business as usual’. We are making these issues visible in our public spaces and in our media; areas monopolised by entities maintaining conservative climate denial agendas. If the newspapers won’t print the story, we will!”
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Lotte Smith
Tom Gerrard
Os cartazes mostram como os incêndios prejudicaram a vida selvagem; celebram os bombeiros; parodiam �iguras políticas e exigem ações do governo em relação à crise climática, com o objetivo de obter mais respostas do público, pressionando as forças no poder. Os códigos QR nos posters têm links para instituições de caridade associadas a incêndios �lorestais, à escolha de cada artista. Os cartazes foram instalados pelos membros do grupo ativista em plena luz do dia, mas - como é o caso de muitas campanhas de guerrilha semelhantes - apenas alguns ainda permanecem no local.
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Os artistas incluem Georgia Hill, Tom Gerrard, Sarah McCloskey, Amok Island, Andrew J Steel, Blends, Callum Preston, Cam Scale, Damien Mitchell, Dani Hair, Dvate, ELK, Ed Whit�ield, Fikaris, Fintan Magee, Heesco, Jeswri, Ghostpatrol, Leans, Lluis fuzzhound, Lotte Smith, Lucy Lucy, Makatron, Michael Langenegger, Peter Breen, The Workers Art Collective, Stanislava Pinchuk, The Lazy Edwin, Thomas Bell, Tom Civil, WordPlay Studio e Peter Breen.
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Fikaris
Dani Hair
Workers Art Collective
Leans
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» ACT UP PARIS
A Act Up é uma organização não governamental que surgiu primeiramente em Nova Iorque, criada em 1987 por activistas descontentes com a passividade dos políticos e cientistas, e de outras associações homossexuais, na resposta à “doença do século”. Apresentavam o síndrome da imunode�iciência adquirida como uma “crise política” e censuravam os lucros da farmacêutica que produzia o AZT. Os alvos principais foram a administração Reagan, imóvel no combate à doença, e a autoridade americana do medicamento, FDA, que não queria acelerar a aprovação de novos medicamentos anti-retrovirais mais e�icazes que o AZT.
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“ACT UP — the AIDS Coalition To Unleash — is a Power diverse, non-partisan group of individuals, united in anger and committed to direct action to end the AIDS crisis. We meet with government of�icials, we distribute the latest medical information, we protest and
demonstrate. We are not silent.” ACT UP was formed in response to social neglect, government negligence and the complacency of the medical establishment during the 1980s. Soon it found itself needing to �ight corporate greed, lack of solidarity and various forms of stigma and discrimination at home and abroad. Sustained investment in research for new medicines and treatments for HIV/AIDS and related co-infections; Equitable access to prevention and care for HIV/AIDS and healthcare, in general; Tackling the structural drivers of the HIV/AIDS epidemic, such as stigma, discrimination and poverty.
ado e us a d ido oduz testos r p az pro cart te os n dura P U ACT
“Act Up, Fight Back, Fight Aids” We meet with government of�icials, we distribute the latest medical information, we protest and demonstrate.
We are not silent.” o de “A dimensã co úbli protesto p a face foi apenas CT UP” visível da A
me o fil uto” os d in d m a as r r po eti s ru ris es r ntos s na Pa fram batime aródia CT UP p da A “120 te as n iões dura reun s a e n
grup o cons de jud i e vest derados us, i camp dos com crimino o s guid s de co as fard os, o n a cons s com o centraç s dos oant s tr ão, e co i d res ângulos istin,
símbolo invertido de identi�icação usado nos sistemas dos campos de concentração nazis para distinguir “criminosos” homossexuais
“120 batimentos por minuto” 120 Batimentos por Minuto é uma visão épica dos activistas da luta contra a sida. Cheios de energia, de desejo, intencionalm ente sensuais, ainda que a morrer. O filme de Robin Campillo é a geração dos seropositivo s a falar dela e de uma época gloriosa, ainda que rodeada por doença e morte.
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Inspirado no modelo americano e numa performance arrojada, os que começaram por ser poucos jovens ativistas da ACT UP Paris nos anos 90, manifestaram-se contra entidades como a igreja católica, a FDA e o governo da época, exibindo cartazes assertivos e violentos (pela quase ausência de cor), realçando orgulhosamente o triângulo cor-de-rosa invertido (usado pelas forças nazis nos campos de concentração como símbolo de distinção e identi�icação dos considerados judeus criminosos homossexuais).
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» Occupy Wall Street Movement “WE THE 99% “1% RICH, 99% POOR” “WE DESERVE CHANGE” “MUSICIAN TEACHER:99%” “DEAR 1%, WE FELL ASLEEP FOR A WHILE. JUST WOKE UP. SINCERELY, THE 99%” “IT’S A CLASS WAR” “WE ARE THE 99%, WE ARE STRONG, WE ARE UNITED, AND WE WILL NOT GIVE UP” “99% chance, you are one of us (even if you don’t realize it YET)” “EVEN IF YOU’RE AGAINST US THERE’S A 99% CHANCE YOU ARE WITH US”
“THIS IS OUR COUNTRY WE WILL OCCUPY IT THESE ARE OUR STREETS WE EWILL OCCUPY THEM WE ARE HERE. WE ARE GROWING.
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WE ARE THE
99% OCCUPY TOGETHER
Os 99% representam os pobres, cada vez mais pobres, em correspondência inversa com os ricos, 1%, com a percentagem de riqueza equivalente à maior fatia económica dos EUA
O movimento “99%:
Occupy Wall Street”
começou em Nova Iorque, a maio de 2011, pela da oganização ativista canadiana AdBusters, igualmente reconhecida pela sua revista, cujo núcleo de protesto é
contra a desigualdade económica severamente sentida no país, assim como a corrupção, as elevadas taxas de desemprego e as in�luências corporativas nos governos.
Organizada no Parque de Zuccotti, uma série de portestos pací�icos iniciaram-se como resultado da cerscente injustiça entre os 99% a viver na pobreza e os 1% super ricos. “We are the 99%”, “A expressão refere-se aos 99% da população norte-americana versus os 1% que detêm uma fatia de 40 por cento da riqueza do país, e contra o qual os protestos vão ganhando uma voz cada vez maior.”
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O protesto faz parte da humanidade, o design não é o fim, mas sim o meio para um fim, para uma causa, para o protesto. Qualquer um pode ser criativo, todos nós temos esse músculo em nós. A arte foi um veículo bastante significativo para a manifestação do Occupy Wall Street
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O primeiro cartaz a apresentar-se publicamente como parte do movimento e de forte mensagem, foi o da Bailarina em cima do touro de Wall Street, da organização criativa Adbusters.
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Criticado por muitos como um movimento de falta de opiniões, de ideias políticas e de uma centralização, o OWS foi adaptado um pouco por todo o mundo, revertendo-se em manifestações sobre a sua identidade durante décadas.
“Carne Ross, diplomata com cerca de 50 anos, que em 2004 rejeitou um posto na ONU quando os Estados Unidos entraram no Iraque, faz parte do movimento. (...) Quem a�irma que só há um punhado de idealistas não tem nenhuma ideia do que se está a passar. Ali está a construir-se o futuro, a cada tarde, com a voz e a participação de todos. Sei que custa entender quando se viveu acreditando que a democracia dos partidos é a melhor forma possível de governo. Mas somos o que deixámos de acreditar no voto e que procuramos novos caminhos através da participação dos cidadãos”, disse o diplomata ao El país, que hoje dirige a organização Independent Diplomat, que faz assessoria diplomática a grupos como a Frente Polisario.”, no jornal público.
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Adbusters “More Sugar Ape than Ramparts, it's a magazine that denounces Nike's neoliberalism on one page and then sells its own made-in-Pakistan sneakers on the next. At its best it works as an amusing détournement but is more often than not just a bit of entertaining revolt-porn with nary a hint of intelligible politics.”
“FUCKITALL We clean up the toxic areas of our mental environment
. . . make the price of every product tell the ecological truth . . . reverse the upward flow of wealth . . . punish every corporation that betrays the public trust . . . make secrecy taboo . . . bend the straight line in a wobbly new direction . . . discover new ways to live, love and think.”
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usters m db e anif sto
A
Reconhecida pela irreverência e humor inesperado, o criativo Adbusters tomou a iniciativa com o primeiro cartaz da ocupação até à data reconhecido como anti-capitalimo, no qual uma bailarina complementamente �irme e quieta pousada no touro. “Adbusters stated that the Occupy Wall Street campaign was simply the organic product of a routine "brainstorming session". As a former employee of Adbusters, I was privy to these sessions for over two years and �ind the notion that the magazine is "anti-capitalist" to be rather preposterous.
apresentação de peça �inal �inal piece proposal
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No More Homeless Deaths
Creator: Ronnie Goodman Origin: San Francisco, CA
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Rose Pyramid 99 Creator: Vaughn Warren Origin: Vancouver BC Site: Vaughnwarren.com
Protestors march through downtown Boise, Idaho, Wednesday October 5, 2011. Activists have been showing solidarity with movement in many cities, including Occupy Boise. More than 100 people withstood an afternoon downpour in Idaho's capital to protest. # AP Photo, Idaho Statesman/Dari n Oswald
Revolution Will Not Be Privatized
Creator: Kenneth Tin-Kin Hung Site: Tinkin.com
Creator: Lalo Alcaraz Origin: Los Angeles Site: Laloalcaraz.com
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Monopoly Tower
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Guerrila Girls
GUERRILLA GIRLS: REINVENTING THE 'F' WORD: FEMINISM
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As Guerrila girls são um grupo feminimo activista de artistas. Distinguem-se pelo uso de máscaras de gorilas como identidade em público e usam factos, humor e visuais ousados para expôr preconceitos étcnicos e de género, além da corrupção na política, arte, cinema e cultura pop. O anonimato tem como intenção manter o foco da sua audiência nas questões e longe das suas verdadeiras identidades, apostando numa
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”WE BELIEVE IN AN INTERSECTIONAL FEMINISM THAT FIGHTS DISCRIMINATION AND SUPPORTS HUMAN RIGHTS FOR ALL PEOPLE AND ALL GENDERS” omnipresença.
Uma das suas maiores exbições que mais chamou a atençao das massas foi a “Not Ready To Make Nice”, nos EUA
Numa narrativa longe do convencional, primam pela revelação de histórias esquecidas e injustas, pouco expostas e “overlooked”.
Realizaram já centenas de projetos entre intervenções e exposições em museus, a posters, ações de protesto e ativistmo, livros, vídeos e “stickers” reconhecidos mundialmente. Tal como a maioria dos grupos de movimentos ativistas pelos direitos femininos, e de uma forma geral, todos os movimentos que reivindicam por causas de igualdade e justiça, a base do seu manifesto é visual: num esforço coletivo de artistas contra injustiças da sociedade, o trabalho grá�ico é uma constante. As Guerrilas Girls produziram cartazes e banners com uma estética muito particular e identi�icável, pela ousadia e polémica que tentaram sempre provocar, como forma de chamar a atenção e mesmo chocar. Numa procura por reações e ações, a inconformidade do coletivo feminista criativo é uma constante, incentivando a criação de mais campanhas ativistas. “What’s next: More creative complaining!! More interventions!! More resistance!!”
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TRABALHAR SEM A PRESSÃO DO SUCESSO NÃO TER QUE PARTICIPAR DE EXPOSIÇÕES COM HOMENS PODER ESCAPAR DO MUNDO DA ARTE EM SEUS QUATRO TRABALHOS COMO FREELANCER SABER QUE SUA CARREIRA PODE DECOLAR QUANDO VOCÊ TIVER OITENTA ANOS ESTAR SEGURA DE QUE, INDEPENDENTEMENTE DO TIPO DE ARTE QUE VOCÊ FAZ, SERÁ ROTULADA DE FEMININA NÃO FICAR PRESA À SEGURANÇA DE UM CARGO DE PROFESSOR VER AS SUAS IDEIAS TOMAREM VIDA NO TRABALHO DOS OUTROS TER A OPORTUNIDADE DE ESCOLHER SUA CARREIRA OU MATERNIDADE NÃO TER QUE ENGASGAR COM AQUELES CHARUTOS ENORMES NEM TER QUE PINTAR VESTINDO TERNOS ITALIANOS SER INCLUÍDA EM VERSÕES REVISTAS DA HISTÓRIA DA ARTE NÃO TER QUE PASSAR PELO CONSTRANGIMENTO DE SER CHAMADA DE GÊNIO VER SUA FOTO EM REVISTAS DE ARTE USANDO UMA ROUPA DE GORILA UMA MENSAGEM DE UTILIDADE PÚBLICA DAS GUERRILA GIRLS CONSCIÊNCIA DO MUNDO DA ARTE
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AS VANTAGENS DE SER UMA ARTISTA MULHER:
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Ano de início: 1985 Composição do grupo: 55 membros na altura (anonymous members diverse in age, sexual orientation, class and from many ethnic backgrounds, with cis and transgender members from the very beginning)
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Como pseudnómos, as Guerrilla Girls adotam nomes de artistas feminnas como Frida Kahlo, Käthe Kollwitz ou Shigeko Kubota, como forma de tributo e lembrança do trabalho das mesmas O grupo usa as ferramentas clássicas da propaganda e do marketing das massas, incluindo protestos públicos, posters, banners, stickers etc, para cruzar as suas mensagens com as audiências. O núcleo do seu trabalho realça a desigualdade de género e sexo, o sexismo e a hipocrisia não só do mundo da arte mas em geral
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“An interview with Guerrila Girls”, em ArtSpace magazine
O coletivo de activistas artistas feminista - Guerrilla Girls surgiu primeiramente em ideia a 1984, perante a percepção da fraca inclusão do trabalho feminino artístico na exposição "International Survey of Painting and Sculpture" no museu MoMA, em Nova Iorque. Como resposta, e depois da recolha de dados e pesquisa
que sustentasse esta impressão, concluíram que efetivamente menos de 10% dos nomes eram de mulheres. O primeiro poster surge 1985 como campanha contra a lamentável diminuta inclusão do público feminino no mundo artístico, em “What Do These Artists Have in Common?”.
What Do These Artists Have in Common? (1985)
“We started as a bunch of artists who knew each other in the downtown New York art scene. Two of us, Frida and Kathe, met when we were both baby artists in an art world in which almost all of the opportunities, and certainly the money, went to white male artists. As we spent more time together we started making jokes about
When MoMA did a show in 1984 that was supposed to be a survey of international art, but included only seventeen women and even fewer artists of color out of 169 artists, women artists held a demonstration outside the museum.
We were shocked that no one going into the museum cared. That was our 'A-ha!' moment. We realized that there had to be a new kind of activist art that would change people's minds about these issues.”
What Do These Artists Have in Common? (1985)
Em 1989, as Guerrila Girls produziram então, provavelmente, a sua campanha gráfica mais famosa: um billboard inspirado na concubina “Le Grande Odalisque”, da pintura de Jean Auguste Dominique Ingres de 1814, com uma máscara de gorila e o slogan “Do Women have to be naked to get into the Met.Museum?”, com uma estética provocadora e inquisidora, como é habitual no estilo humorístico e inflamado de assinatura destas ativistas.
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about the structure of the art world, realizing it was a closed system with unspoken discrimination.
“Do women have to be naked to get into the Met.Museum? (1989)
“Conscience of the art world”, as Guerrila Girls produzem sempre protestos e ataques aguçados a instituições que pretendem produzir e historizar a cultura, sub-representando faixas inteiras
da população na sua programação e nas coleções. O projeto conta assim com um conjunto de posters que denunciavam a desigualdade de género e que foram
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“We started designing more and more posters—about how it was doubly hard for women artist of color, how few museum shows featured women and many other art issues. We also expanded our critique to address political, social and pop culture issues. We had no idea that Guerrilla Girls would continue for over three decades.”
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When we started out in 1985, the ideas of social practice, culture jamming and institutional critique were not really out there like today. Feminism was demonized. Intersectionality was something you heard about only in gender studies classes—although it is something our members have always believed in. Curators and critics had arguments about whether or not what the Guerrilla Girls did was even "art." We didn't care, we just kept doing it. “An interview with Guerrila Girls”, em ArtSpace magazine
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What Do These Artists Have in Common? (1985)
eventualmente adquiridos por museus de renome, que ainda assim apresentavam nas suas coleções a persistente desigualdade. Um dos projetos mais recentes, “Dear Billionaire Art Collector” (2015), revê-se numa campanha cujo alvo eram os colecionadores de arte bilionários, muitas vezes colecionadores presentes nos quadros de governação dos museus, com in�luência na curadoria das obras em exibição, que acabariam por igualmente in�luenciar o mercado de arte e a
representação da diversidade cultural. que sustentasse esta impressão, concluíram que efetivamente menos de 10% dos nomes eram de mulheres. O primeiro poster surge 1985 como campanha contra a lamentável diminuta inclusão do público feminino no mundo artístico, em “What Do These Artists Have in Common?”.
EXHIBITIONS AT MUSEUMS, BLASTING THEM ON THEIR OWN WALLS FOR THEIR BAD BEHAVIOR AND DISCRIMINATORY PRACTICES, INCLUDING OUR 2015 STEALTH PROJECTION ON THE FAÇADE OF THE WHITNEY MUSEUM ABOUT INCOME INEQUALITY AND THE SUPER RICH HIJACKING ART. OUR RETROSPECTIVES IN BILBAO AND MADRID, AND OUR US TRAVELING EXHIBITION, GUERRILLA GIRLS: NOT READY TO MAKE NICE, HAVE ATTRACTED THOUSANDS. RECENTLY WE PRODUCED NEW STREET AND MUSEUM PROJECTS AT TATE MODERN AND WHITECHAPEL GALLERY, LONDON; SÃO PAULO MUSEUM OF ART; VAN GOGH MUSEUM, AMSTERDAM; MUSEUM OF MILITARY HISTORY, DRESDEN; ART BASEL HONG KONG; AND MANY OTHER PLACES. WHAT’S NEXT: MORE CREATIVE COMPLAINING!! MORE INTERVENTIONS!! MORE RESISTANCE!!
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GUERRILLA GIRLS: REINVENTING THE 'F' WORD: FEMINISM THE GUERRILLA GIRLS ARE FEMINIST ACTIVIST ARTISTS. WE WEAR GORILLA MASKS IN PUBLIC AND USE FACTS, HUMOR AND OUTRAGEOUS VISUALS TO EXPOSE GENDER AND ETHNIC BIAS AS WELL AS CORRUPTION IN POLITICS, ART, FILM, AND POP CULTURE. OUR ANONYMITY KEEPS THE FOCUS ON THE ISSUES, AND AWAY FROM WHO WE MIGHT BE: WE COULD BE ANYONE AND WE ARE EVERYWHERE. WE BELIEVE IN AN INTERSECTIONAL FEMINISM THAT FIGHTS DISCRIMINATION AND SUPPORTS HUMAN RIGHTS FOR ALL PEOPLE AND ALL GENDERS. WE UNDERMINE THE IDEA OF A MAINSTREAM NARRATIVE BY REVEALING THE UNDERSTORY, THE SUBTEXT, THE OVERLOOKED, AND THE DOWNRIGHT UNFAIR. WE HAVE DONE HUNDREDS OF PROJECTS (POSTERS, ACTIONS, BOOKS, VIDEOS, STICKERS) ALL OVER THE WORLD. WE ALSO DO INTERVENTIONS AND
FEMINISM
REINVENTING THE ‘F’ WORD:
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MOVIMENTO
FEMINISTA
BRITÂNICO
SISTERS UNCUT
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Ever wondered about the origins of Extinction Rebellion’s logo or how the Pussyhat became synonymous with the Women’s March overnight? Consider this your starting point. First and foremost, protest is about people taking to the streets and mobilising against injustice – but the art, logos and objects that come to represent these uprisings are often striking.
Sisters Uncut, o grupo ativista que se opõe aos cortes nos serviços à violência doméstica, no Reino Unido, fundado em 2014.
f i e v a e l e ? h o s g n o t a c e r w e h Ho w o n s a h she SEM serviços SEM apoios �inanciados MULHERES E PESSOAS NÃO BINÁRIAS �icam sem possibilidade de escapar aos seus agressores As SIsters Uncut surgem como um grupo que protesta e toma ação publicamente em resposta às políticas do governo da coalizaão 2010-2015, que ameaçavam impactar sobreviventes de violência domésticae sexual. Algumas das suas ações mais reconhecidas: » tingir as fontes da Trafalgar Square de vermelho, em 2015,; » invasão do tapete vermelho na abertura VIP do novo Museu Tate Modern » in�iiltração na estreia do �ilme “Suffragette”
O logótipo do grupo ativista usa linguagem de informação de sinais de trânsito. “No Cuts” é visualmente comunicado dentro do símbolo de género de Vénus, sendo que o esquema de cores usado é ainda uma referência ao do movimento “Suffragette”: roxo, verde e branco.
A referência visual a movimentos anteriores é uma estratégia que empodera os novos movimentos com a mesma intenção ou propósito semelhante, sendo uma prática recorrente a criações artísticas e/ou de design.
car mov taz c o num iment m o pro o “S logó ti i tes to sters po d o de rua Uncut ”
Purple “for the royal blood that flows in the veins of every suffragette”
White Green
for the purity in private and public life
is the colour of hope and the emblem of spring
ent” ir ovem rg es m s a su ções t t e o a g r a i e r e f Su prim testos icavam eirao d “The m dos r n im u de p reinvi es, pr ntos foi r e gas e e m a u h i v q l v u o nas stas as m m os m e i d d n i s o s c to fem ito irei voto e dire khurst os d ao ros an o t P e u t o e ecid s in men is conh inte mmel s isua segu dade.E ora do Women' ), es v õ l d ( n ç a a o a . u d o i n n n ig nic icos a fu Femini ical U comu olít foi gio olit uso de stos p á P r f d e n Su pelo prot al a Soci nsável es nos o t p r s a e r tras e ou
Emmeline PethickLawrence , a 1908, em “Votes for Women”, no jornal da união WSPU (movimento Sufragette)
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As Sister Uncut usam um esquema de cores e uma identidade concebida um século antes, que representavam causas similares pelos direitos das mulheres. Women's Social and Political Union (WSPU), mais conhecido como “The Sufragettes” além das insígnias e das decorações dos “hall’s” das suas reuniões, usava o design como uma forma de campanha visual.
s
e eatur res Rex F x Featu et / Re (c) 1906 ll io V rht oge pyrig ador: R
Cri
os Direit
ais: autor
Co
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Um século depois da luta pelo sufrágio feminino, as Sisters Uncut continuam a defender os direitos das mulheres e pessoas não binárias, diante da austeridade e cortes significativos nos serviços. A causa pode ter mudado do movimento sufrágio, mas, o foco mantém-se em dar voz política às marginalidades e o seu trabalho é crucial, tal como foi o das “The Sufragette”.
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Wielding homemade placards, many thousands of the Women’s March protesters wore pink wooly hats - on the day of the protests, the packed streets were �illed with bobbing heads, topped off with knitted fuschia cat ears.
1. Creating a concrete, accessible, thoughtful way for those who cannot attend activism events in person to be heard and represented, 2. Developing meaningful, respectful connections among people who care about women’s rights,
3. Creating a framework for community and personal agency from the local to the national level. And we have just begun to achieve these goals. Because of the hundreds of thousands of people involved in the Pussyhat Project™ so far, the Pussyhat™ has grown into a symbol of support and solidarity for women’s rights around the globe.
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THE PUSSYHAT PROJECT The Pussyhat Project™ was about making a powerful visual statement at the January 21, 2017, Women’s March on Washington, D.C. But there’s a whole lot more to this. At its core, this project is about:
Nome inspirado numa referência infeliz do presidente Donald Trump
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“You CAN do anything” TRUMP “GLOATS”
“Grab ‘em by the pussy”
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Created by two women in LA – screenwriter Krista Suh, and artist and design architect Jayna Zweiman – the Pussyhat borrows its name from an infamous remark made by Trump in a video tape from 2005. In the footage, he boasts of approaching a woman and kissing her without warning. “You can do anything,” he gloats. “Grab ‘em by the pussy”. It’s a truly disgusting remark, which speaks to Trump’s attitude towards women; in the �irst 100 days of his presidency alone, he slashed funding for the National Domestic Violence Hotline, repeatedly attacked abortion rights, and nominated Brett Kavanaugh – a man accused of sexual assault – to the supreme court.
”
PODER
chapéus de malha
” o, test eroso o r d de p as po e t r m a cio “ma
os chapéus de malha acabaram por se tornar também um símbolo de revolução feminina, convertendo o tricô numa atividade de poder e ameaça e não de espelho da feminilidade, como estereotipado como o�ício doméstico
tricotados
O projeto de PussyHat surgiu como uma forma de empoderar os termos da genitália feminina, “pussy”, e de não atribuir o controlo do mesmo ao homem
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pussyhat project
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Vou, vou-vos mostrar mais um pedaço da minha vida, um pedaço um pouco especial, trata-se de um texto que foi escrito, assim, de um só jorro, numa noite de Fevereiro de 79, e que talvez tenha um ou outro pormenor que já não é muito actual. Eu vou-vos dar o texto tal e qual como eu o escrevi nessa altura, sem ter modi�icado nada, por isso vos peço que não se deixem distrair por esses pormenores que possam ser já não muito actuais e que isso não contribua para desviar a vossa atenção do que me parece ser o essencial neste texto.
INTERNACIONAL. RIO
Á
FUNDO MONE : ER DIZER T QU Chama-se FMI.
Não sei porque é que se riem, é uma organização democrática dos países todos, que se reúnem, como as pessoas, em torno de uma para discutir os seus assuntos, e no �im tomar as decisões que interessam a todos... É o internacionalismo monetário!
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Cachucho não é coisa que me traga a mim Mais novidade do que lagostim Nariz que reconhece o cheiro do pilim Distingue bem o Mortimore do Meirim A produtividade, ora aí está, quer dizer Há tanto nesta terra que ainda está por fazer Entrar por aí a dentro, analisar, e então Do meu 'attachi-case' sai a solução!
I o FM a ç si o fa ue nã ico para I q a ç a F M I Não há gr de plást a o FM rç co F M I O bombásti eto que r a ç r o F M I Não há f
Discreto e ordenado mas nem por isso fraco Eis a imagem 'on the rocks' do cancro do tabaco En�io uma gravata em cada fato-macaco E meto o pessoal todo no MESMO SACO A produtividade, ora aí está, quer dizer Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder Batendo o pé na casa, espanador na mão É só desinfectar em superprodução!
ao cre ’ u l o ã iri que n ara-qu e u q F M I Não há tru nóico ‘h qui da ara F M I O heróico p ico ro-lír F M I Panegírico, p
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Palavras, palavras, palavras e não só Palavras para si e palavras para dó
I FM
A PRODUTIVIDADE, ora nem mais, célulazinhas
Sempre atentas
E levas pela tromba se não te pões a pau Num encontrão imediato do 3º grau!
cinzentas
I o FM MI a h F n dete onhe o rg a que F M I Não há lenh que enve ha F M I Não há ron F MI
Entretém-te �ilho, entretém-te, não desfolhes em vão este m a l m e q u e r q u e b e m t e - q u e r , m a l - t e - q u e r , v e m - t e - q u e r , o v o m a l t ' e - q u e r , messe gigantesca, vem-te vindo, vi-me na cozinha, vi-me na casa-de-banho, vi-me no Politeama, vi-me no Águia D'ouro, vi-me em toda a parte, vem-te �ilho, vem-te comer ao olho, vem-te comer à mão, olha os pombinhos pneumáticos que te orgulham por esses cartazes fora, olha a Música no Coração da Indira Gandi, olha o Muchê Dyane que te traz debaixo d'olho, o respeitinho é muito lindo e nós somos um povo de respeito, né �ilho? Nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né �ilho? Consolida �ilho, consolida, en�ia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde. Consolida �ilho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como o astro, não é �ilho? O cabrão do astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização �ilha-da-puta, não é �ilho? Pois claro! Estás aí a olhar para mim, estás a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transação e estás a pensar lá com os teus botões: Este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é? Né �ilho? Pois não é verdade que tu és um herói desde de nascente? A ti não é qualquer totobola que te en�ia o barrete, meu grande safadote! Meu Fernão Mendes Pinto de merda, né �ilho? Onde está o teu Extremo Oriente, �ilho? Ah-ni-qui-bé-bé, ah-ni-qui-bó-bó, tu és 'Sepuldra' tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é �ilho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretém-te �ilho, entretém-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este p a l e i o d e S a n z a l a e ritmo de pop-xula, não é filho? A one, a two, a one two three di a di di d a d i ad F M I dida didadi d F MI Come on you son of a bitch! Come on baby a ver se me comes! Come on Luís Vaz, 'amanda'-lhe com os decassílabos que os senhores já vão ver o que é meterem-se com uma
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A contas com o nada que swingar o sol-e-dó Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó
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E zás, en�io-te o Manuel Alegre no Mário Soares, zás, en�io-te o Ary dos Santos no Álvaro de Cunhal, zás, en�io-te o Zé Fanha no Acácio Barreiros, zás, en�io-te a Natalia Correia no Sá Carneiro, zás, en�io-te o Pedro nação de poetas!
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Homem de Melo no Parque Mayer e acabamos todos numa sardinhada ao integralismo Lusitano, a estender o braço, meio Rolão Preto, meio Steve McQueen, ok boss, tudo ok, estamos numa porreira meu, um tripe fenomenal, proibido voltar atrás, viva a liberdade, né �ilho? Pois, o irreversível, POIS CLARO, o irreversívelzinho, pluralismo a dar com um pau, nada será como dantes, agora todos se chateiam de outra maneira, né �ilho? Ora que porra, deixa lá correr uma �ila ao menos, malta pá, é assim mesmo, cada um a curtir a sua, podia ser tão porreiro, não é? Preocupações, crises políticas pá? A culpa é dos partidos pá! Esta merda dos partidos é que divide a malta pá, pois pá, é só paleio pá, o pessoal na quer é trabalhar pá! Razão tem o Jaime Neves pá! (Olha deixaste cair as chaves do carro!) Pois pá! (Que é essa orelha de preto que tens no porta-chaves?) É pá, deixa-te disso, não destabilizes pá! Eh, faz favor, mais uma bica e um pastel de nata. Uma porra pá, um autentico desastre o 25 de Abril, esta confusão pá, a malta estava sossegadinha, a bica a 15 tostões, a gasosa a sete e coroa... Tá bem, essa merda da pide pá, Tarrafais e o carágo, mas no �im de contas quem é que não colaborava, ah? Quantos bufos é que não havia nesta merda deste país, ah? Quem é que não se calava, quem é que arriscava coiro e cabelo, assim mesmo, o que se chama arriscar, ah? Meia dúzia de líricos, pá, meia dúzia de líricos que acabavam todos a fugir para o estrangeiro, pá, isto é tudo a mesma carneirada! Oh sr. guarda venha cá, á, venha ver o que isto é, é, o barulho que vai aqui, i, o neto a bater na avó, ó, deu-lhe um pontapé no cu, né �ilho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar, ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, ah? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento que tas começaram a tirar e tu �icaste quietinho, né �ilho? E tu �izeste como o avestruz, en�iaste a cabeça na areia, não é nada comigo, não é nada comigo, né? E os da frente que se lixem... Eéporissoqueatua soluçãoénãover,énãoouvir,énãoquererver,énãoquererentendernada,precisasdepazdeconsciência,nãoandasaqui abrincar,né�ilho?Precisasdeterrazão,precisasdeatirarasculpasparacimadealguémeatirasasculpasparaosda frente,paraosdo25deAbril,paraosdo28deSetembro,paraosdo11deMarço,paraosdo25deNovembro,paraos do... que dia é hoje, ah?
di d di da a d i d F M I dida dida F MI
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di a di
Não há português nenhum que não se sinta culpado de qualquer coisa, não é �ilho? Todos temos culpas no cartório, foi isso que te ensinaram, não é verdade? Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-faxistas, estas
qui, ismos para acolá, as palavras
uero lá saber deste paleio vou mas é ao fute
o caralho, razão tinha o Tonico de Bastos para se en
, que o ministro do trabalho trata da saúde aos delegados sind
I trata da saúde ao Eanes, entretém-te �ilho e vai para a cama descansado
es de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos univ
ue tu vais produzir amanhã nas tuas oito horas. A ver quem vai ser capaz de convencer de qu
nsegue desaguar de maneira que se possa dizer: porra, �inalmente o rio desaguou! Hão te convencer de
ais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhe ofereças a Europa no natal?! Era
o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safad
que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é
e a culpa é tua e só tua se o teu salário perde valor todos os dias, ou de te co
ersitários, EU SEI LÁ! Podes estar descansado que o Teng Hsiao-Ping
que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo nest icais, entretém-te �ilho, que a oposição parlamentar t treter, né �ilho? Entretém-te �ilho, com as tuas bol, pronto, viva o Porto, viva o Ben� r nada, ismos para a
coisas até já nem querem dize
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o e meio, né �ilho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né?
nvencer de que a culpa é só tua se o teu poder de compra é como o rio de S. Pedro de Moel que se �ilho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que ten
está a tratar de ti com o Jimmy Carter, o Brezhnev está a tratar de ti com o João Paulo II,
e mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada, milhares e m
rata da saúde ao ministro do trabalho, entretém-te, que o Eanes trat
viúvas e as tuas órfãs que o teu delegado sindical vai tra
ica, LOUROSA, LOUROSA, MARRAÇAS, MARRA
Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho,
s a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deput some nas areias em plena praia, ali a 10 metros do mar em maré cheia e nunca co tudo corre bem, a ver quem se vai abotoar com os 25 tostões de riqueza q ilhares de tipos inteligentes e poderosos com computadores, red a da saúde à oposição parlamentar, entretém-te, que o FM tando da saúde aos administradores, entretém-te ÇAS, fora o arbitro, gatuno, bora tudo p'r á o pintas azeite mexilhão, eu q
role parole parole e o Zé é que se lixa, c
é só bolinhas de sabão, pa
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entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de al�inete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canada ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acho normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai, arre�infa-lhe o Bruce Lee, arre�infa-lhe a macrobiótica, o biorritmo, o euroscópio, dois ou três ofeneologistas, um gigante da ilha de Páscoa e uma Grace do Mónaco de vez em quando para dar as boas festas às criancinhas! Piramiza �ilho, piramiza, antes que os chatos fujam todos para o Egipto, que assim é que tu te fazes um homenzinho e até já pagas multa se não fores ao recenseamento. POIS PÁ, ISTO É UM PAÍS DE ANALFABETOS, PÁ! Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no disco-sound, dá-lhe no pop-xula, pop-xula pop-xula, iehh iehh, J. Pimenta forever! Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti, não te chega para o bife? Antes no talho do que na farmácia; não te chega para a farmácia? Antes na farmácia do que no tribunal; não te chega para o tribunal? Antes a multa do que a
ANTES PARA A COVA DO QUE PARA NÃO SEI QUEM QUE HÁ-DE VIR, CABRÕES DE VINDOUROS, AH? SEMPRE A MERDA DO FUTURO, A MERDA DO FUTURO, E EU AH? QUE É QUE EU ANDO AQUI A FAZER? DIGAM LÁ, E EU? morte; não te chega para o cangalheiro?
uma tence a
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O menino é mal criad o, o menin o é 'pe qu JOSÉ MÁRIO BRANCO, 37 ANOS, ISTO É QUE É UMA PORRA, ANDA AQUI UM GAJO CHEIO DE BOAS INTENÇÕES, A PREGAR AOS PEIXINHOS, A ARRISCAR O PÊLO, E DEPOIS? É SÓ PORRADA E MAL VIVER É?
turo histórico.. classe sem fu
Eu sou parvo ou quê? Quero ser feliz porra, quero ser feliz agora, que se foda o futuro, que se foda o progresso, mais 54 vale só do que mal acompanhado, VÁ MANDEM-ME LAVAR AS
MÃOS ANTES DE IR PARA A MESA, FILHOS DA PUTA DE PROGRESSISTAS DO CARALHO DA REVOLUÇÃO QUE VOS FODA A TODOS! DEIXEM-ME EM PAZ PORRA, DEIXEM-ME EM PAZ E SOSSEGO, NÃO ME EMPRENHEM MAIS PELOS OUVIDOS CARALHO, NÃO HÁ PACIÊNCIA, NÃO HÁ PACIÊNCIA, DEIXEM-ME EM PAZ CARALHO, SAIAM DAQUI, DEIXEM-ME SOZINHO, SÓ UM MINUTO, VÃO VENDER JORNAIS E GOVERNOS E GREVES E SINDICATOS E POLICIAS E GENERAIS PARA O RAIO QUE VOS PARTA! DEIXEM-ME
SOZINHO, FILHOS DA PUTA, DEIXEM SÓ UM BOCADINHO, DEIXEM-ME SÓ PARA SEMPRE, TRATEM DA VOSSA VIDA QUE EU TRATO DA MINHA, PRONTO, JÁ CHEGA, SOSSEGO PORRA, SILÊNCIO PORRA, DEIXEM-ME SÓ, DEIXEM-ME SÓ, DEIXEM-ME SÓ, DEIXEM-ME MORRER DESCANSADO. Eu quero lá saber do Artur Agostinho e do Humberto Delgado, eu quero lá saber do Ben�ica e do bispo do Porto, eu quero se lixe o 13 de Maio e o 5 de Outubro e o Melo Antunes e a rainha de Inglaterra e o Santiago Carrilho e a Vera Lagoa, deixem-me só porra, rua, larguem-me, zórpila o �ígado, arreda, 'terneio' Satanás, FILHOS DA PUTA. EU QUERO MORRER SOZINHO OUVIRAM? EU QUERO MORRER, EU QUERO QUE SE FODA O FMI, EU QUERO lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda, eu quero lá saber que o FMI ME FODA A MIM, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se eu tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma �inta vossa para virem
DESANDEM DAQUI PARA FORA, A CULPA É VOSSA, A CULPA É VOSSA, A CULPA É VOSSA, A
CULPA É VOSSA, A CULPA É VOSSA, A CULPA É VOSSA, OH
', o guês m
quen MÃE, OH MÃE, OH MÃE, OH MÃE, Oh mãe, oh mãe, oh mãe... o bu r
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para aqui com esse paleio, RUA,
Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe. Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, -55
o pe enin
numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar... Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a des�ilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de lava-colhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. DE QUEM É O CARVALHAL? É NOSSO! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grandola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois.
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Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe, no fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros in�indáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra, o meu sonho é a luz que vem do �im do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez. Sou português, pequeno burguês de origem, �ilho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, faltam-me dentes. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto.
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» FINAL PROP
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Como temática para a tese final tenciono estudar e recolher produções gráficas envolvidas em campanhas de consciencialização de injustiças e/ou polémicas; materiais de referência usados como ferramenta em protestos e movimentos ativistas; assim como as estratégias usadas com o design em propagandas políticas.O objetivo será entender o poder do design gráfico como mediador de comunicação e persuasão político, tentando reunir uma compreensão total da respetiva influência e efeito.
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Como peça final proponho a produção de uma publicação editorial que reuna em si trabalhos gráficos contextualizados no âmbito de estudos de caso políticos como campanhas eleitorais; propagandas bem sucedidas; movimentos ativistas e de protesto com grande intervenção artística/gráfica (casos estes a serem explorados ao longo da dissertação). O editorial seria uma forma de tributo e exposição, bem fundamentado e explicado, destes momentos na história de sociedades e do design gráfico enquanto disciplina de caráter interventivo. Como introdução, a publicação
TION & GRAP
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HIC IDENTITY
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Publicação editorial Exibição Identidade grá�ica
apresentação de peça �inal �inal piece proposal
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O objetivo seria não só compromenter-me com a componente teórica e de fundamentação da dissertação, mas abraçar o projeto como forma mais extensa, experimentado várias vertentes do mestrado como: a projeção e conceção de uma exposição/exibição física; desde toda a logística e identidade gráfica do evento à disposição do espaço físico que apresentaria os cartazes, banners, autocolantes e outras reproduções (mulltimédia também) que marcaram a imagem visual de determinados protestos e campanhas propagandistas históricos. O intuito seria proporcionar ao espectador uma sensação de “wakeup call” e desmistificação para o poder não só empoderador do design mas também subversivo. Colocar a nu algumas manobras de sedução desenhadas em campanha assim como algumas estratégias desenhadas na participação da conquista de direitos. Num estudo mais profundo e avançado, considera-se a possibilidade de incluir tanto na dissertação, na publicação e na exposição, exemplos portugueses e se possível, contemplar estes com a recolha de testemunhos e depoimentos de designers/estúdios de caráter ativista e/ou político.
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apresentar-se-à como anfitriã de uma exposição complementar.
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Revista Exposição Evento
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EDIT
ORIAL DESIGN
POSAL
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EXHIB
references: » HUNT, El (2020).“Protest Design: Why The Sisters Uncut Logo Is A Lesson In British Feminist History”, visitado a 03/07/2020, disponível em: https://www.bustle.com/p/protest-design-why-the-sisters-uncut -logo-is-a-lesson-in-british-feminist-history-22825113 » BIANCONI, Giampaolo. “An Interview with Metahaven” (2013, Feb 20), visitado a 02 de Julho de 2020, disponível em: https://rhizome.org/editorial/2013/feb/20/metahaven-interview / » ADBUSTERS, visitado a 02 de Julho,2020. Disponível em: https://www.adbusters.org/ » EYEMAGAZINE. (2010). First Things First Manifesto 2000. Disponível em: http://www.eyemagazine.com/feature/ar ticle/first-things-first-manifesto-2000 » NOME, sobrenome (data). “Occupy Wall Street entra na uarta semana e não esmorece”, visitado a (data), disponível em: https://www.publico.pt/2011/10/09/mundo/noticia/occupy-wall-s treet-entra-na-quarta-semana-e-nao-esmorece-1515643 » TALLEY, Anna (2019)“La lutte continue”, on Design Observer, visitado em 5/07/2020, disponível em: https://designobserver.com/feature/la-lutte-continue/40067 » CONSIDINE, Liam, (data), “Screen Politics: Pop Art and the Atelier Populaire”, visitado a 05/07/2020, disponível em: (a publication by the Tate Organization); » BREWER, Jenny (2020). “Australian creative activist group Bushfire Brandalism replaces ads with protest posters”, disponível em: https://www.itsnicethat.com/news/bushfire-brandalism-protest-a rt-campaign-040220 » HUNT, El (2020), “Protest Design: The Origin Story Of The Pussyhat”, visitado a 05/07/2020, disponível em: https://www.bustle.com/p/protest-design-the-origin-story-of-t he-pussyhat-22599756 » DESIGN, Ease (2019), “The visual language of protest: how design can fuel protest and change government”, disponível em https://medium.com/@yinks0067/the-visual-language-of-protesthow-graphic-design-can-fuel-protest-and-change-government-bcf fa115a74c » METAHAVEN at The Center for Design and Geopolitics, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZMAu7rcpLoc
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