Revista da Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro Nº 43 • 4º Trimestre de 2014
Crianças desaparecidas Problemática preocupa área social da Igreja Metodista, que desenvolve ações em proteção ao menor Páginas 6 a 8
Reflexão Bíblica: Devolvendo o Natal aos pobres
Historia Viva: Homenagem aos 79 anos do Coral Henrique Soares
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Cuidando de nossas crianças
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egundo levantamento do Ministério da Justiça, anualmente 40 mil crianças – sete mil apenas no município do Rio de Janeiro – somem sem deixar nenhum vestígio no país. Já de acordo com a Associação Desaparecidos do Brasil, a maior incidência acorre em função do tráfico de crianças por quadrilhas que atuam em territórios nacional e internacional, aliciam ou sequestram menores para fins de venda de órgãos, trabalho escravo, prostituição infantil e adoção ilegal. No entanto, essas não são as únicas causas. Ainda segundo a Associação, alguns desaparecimentos estão ligados estupro, maus-tratos e dependência química. Em meio a esse sombrio cenário, o que traz esperança é saber que existem iniciativas de grupos que se empenham em localizar esses desaparecidos, como o programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), que há 18 anos atua nessa
área. Mas, também ciente dessa situação, a Igreja Metodista da Primeira Região desenvolve ações que visam proteger a criança e contribuem para minizar o problema. Pastora Kaká, responsável pela Pastoral da Juventude em Conflito com a Lei, que desenvolve projetos voltados para os menores que vivem em situação de vulnerabilidade social, também traça um panorama da situação. Segundo ela, é papel da igreja acolher essas crianças. E uma das iniciativas da Região nesse sentindo é o Projeto Sombra e Água Fresca, que tem entre as principais atividades o acompanhamento escolar desses menores. E, de acordo com o secretário executivo de Ação Social da 1ªRE, pastor Edvandro Machado, por meio desse trabalho de educação também é possível reverter o quadro de violência, física e emocional, que atinge esses pequenos nos dias atuais. Confira matéria na página 6. De fato, esse tema gera algumas reflexões. E, com a chegada do Natal, so-
mos levados a refletir ainda mais. Nesta edição o bispo Paulo Lockmann faz uma abordagem interessante acerca dessa comemoração natalina no sugestivo artigo intitulado Devolvendo o Natal aos pobres. Segundo ele, a data, por ter adquirido um caráter comercial, tem trazido a tão desejada prosperidade para poucos, apenas os donos dos negócios. Lockmann destaca que, dessa forma, em um evento cristão lhe é negado o seu conteúdo de libertação e justiça divina prometido primeiramente aos pobres. Esse texto do bispo serve como alerta. Que possamos, sim, nesse período de festa, nos inspirar nos exemplos de Jesus. E assim, de fato, dar de comer a quem tem fome, seja de alimento material, seja de alimento espiritual. Isso é Natal. Feliz Ano Novo! Boa leitura!
Manual de Iniciação e Orientação do Discipulado O Manual de Iniciação e Orientação ao Discipulado tem como proposta garantir que os elementos básicos da prática do discipulado estejam ao alcance de toda Igreja Metodista na 1ª e na 7ª RE. A obra veio somar com o que já foi produzido pelo Colégio Episcopal e a Câmara Nacional e Regional de Discipulado. O texto é assinado pelos pastores Allan Ximenes e Warley Rosa e pela pastora Carla Alves Rosa, coordenadora do Ministério Regional de Discipulado. De acordo com os autores, o Manual de Iniciação ao Discipulado tem como objetivo fortalecer e equipar os líderes para a promoção desta jornada sublime de fazer discípulos de todas as nações. O material visa ao treinamento desses líderes para a expansão do Reino de Deus.
Nádia Mello Editora
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Bispo da Primeira Região Eclesiástica Paulo Lockmann
Conselho Editorial Coordenador Ronan Boechat de Amorim Selma Antunes da Costa Nádia Mello Pablo Massolar Luiz Daniel Gláucia Mendes Camila Alves Carla Tavares Paulo Welte Jarbas de Souza Editora Nádia Mello (MT 19. 333) Assistentes de redação Camila Alves Carla Tavares Revisão Evandro Teixeira Diagramação Estúdio Matiz Circulação: 11.000 exemplares Esta publicação circula como suplemento do Jornal Avante, não sendo, portanto, distribuída separadamente.
Reflexão bíblica
Devolvendo o Natal aos Pobres contexto
Onde elas estão?
ESPAço Teológico
Teologia, o que é isso?
história viva
Coral Henrique Soares: à serviço da música sacra
celebração
Vamos festejar o Natal
CALENDÁRIO LITÚRGICO Ciclo do Natal
Fotos capa: Dreamstime.com Judeu: Bernhard Richter Palestino: Jeroen Van Oostrom
O Ciclo do Natal corresponde a quatro tempos litúrgicos do calendário cristão: Advento, Natal, Epifania e Batismo do Senhor. Este ciclo tem início quatro domingos antes do Natal e se estende até o Batismo do Senhor. Abaixo, o primeiro e segundo tempos desse ciclo.
Advento (1ª estação) Período que abrange os quatro domingos que antecedem o Natal Cor litúrgica: roxo-lilás – cor da temperança, da expectativa. Tema básico: esperança presente na caminhada do povo de Deus na Bíblia, culminando com o nascimento de Cristo, a nossa esperança. Símbolos litúrgicos: a coroa do Advento é o mais conhecido. Usam-se também muitas luzes. Quatro velas representam os quatro momentos básicos que antecedem o nascimento de Cristo. Acender uma vela a cada domingo. Leituras bíblicas: 1º domingo (Mq 5.2-5); 2º domingo (Is 9.1-7); 3º domingo (Lc 1.26-45); e 4º domingo (Jo 1.1-14).
Natal (2ª estação) Rua Marquês de Abrantes, 55, Flamengo Rio de Janeiro – RJ – CEP 22230-061 Tel: (21) 2557-7999 / 2557-3542 Site: www.metodista-rio.org.br Twitter: @metodista1re Facebook: www.facebook.com/metodista1re
Período que abrange dois domingos Cor litúrgica: branco – mistura de todas as cores, síntese de todas as luzes, ou seja, o Cristo que veio para todos. Tema básico: o nascimento de Cristo. Símbolos litúrgicos: estrebaria, luzes, anjos, crianças, presépios. Leituras bíblicas: Mt 1.18-25; Lc 2.1-7; Jo 1.1-14.
Reflexão bíblica
Devolvendo o Natal aos Pobres
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s grandes personagens da história e os grandes acontecimentos da humanidade, que, em princípio, dirigiam-se aos pobres, grupo mais necessitado de socorro, foram, posteriormente, “sequestrados” pelas classes sociais dominantes, para evitar que os pobres do mundo utilizassem, a seu favor, tais forças libertadoras, indo contra seus interesses políticos e econômicos. O Natal é um claro exemplo disso. Nestes dias, os jornais noticiando que os festejos natalinos trazem a solução para as grandes lojas e as indústrias, o que transforma o Natal numa oportunidade
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de prosperidade para poucos, negando ao evento cristão o seu conteúdo de libertação e justiça de Deus, prometidas primeiramente aos pobres. Esse sentimento de esperança, contido no Natal, está no coração de muitos brasileiros: uns esperam conseguir sua casa própria; outros, um emprego; outros, uma terra para plantar; e tantos esperam sair de sua terrível pobreza. Mas vejamos o que, de fato, nos diz a Bíblia. Antes tente recuperar as cenas natalinas: José e Maria, migrantes, sem teto, em lugar de um lar o menino nasce num estábulo. Esse é o Rei dos Reis e Salvador do mundo.
Natal: anúncio bíblico de Salvação Quando abrimos o Evangelho segundo Marcos, que é o mais antigo, encontramos nele a citação do livro de Isaías: “Uma voz clama: No deserto preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo a vereda do nosso Deus.” (40.3). Esta expressão é tomada da mensagem de esperança que a profecia tenta transmitir ao povo escravizado na Babilônia, que estava sendo humilhado, mas esperava a sua libertação. Em Marcos, essa expressão é usada para João Batista, que semeava a esperança, chamando o povo à conversão e à re-
novação da Aliança com Deus pelo batismo. Na lembrança, estava o mesmo Deus que os livrou do exílio babilônico, que usou a participação deles para realizar a esperança que tinham de retornar a Israel. O povo que ouvia João Batista estava humilhado e exilado dentro de sua própria terra, e as razões são muitas. Primeiro, porque muitos haviam perdido suas terras para os romanos ou Herodes. Segundo, porque o pouco que conseguiam produzir era, a maior parte, tomado deles para pagar impostos ao imperador em Roma. Terceiro, porque, devido a sua grave pobreza, não podiam apresentar a Deus os sacrifícios no Santuário, e por isso eram classificados “pecadores” pelos saduceus e fariseus (Mc 2.15-17). Desse modo, o povo esperava ansiosamente a salvação, visto que com ela viria um novo tempo.
Também no que Lucas diz a respeito de Simeão e Ana, a profetiza. Simeão, um profeta, encarna, junto com Ana, a expectativa de todo o povo, de que aquela situação de humilhação e exílio seria vencida por Deus por meio do Salvador. Lucas descreve Simeão da seguinte maneira: “Havia em Jerusalém um homem justo e piedoso que ESPERAVA A CONSOLAÇÃO DE ISRAEL, e o Espírito Santo estava sobre ele” (Lc 2.25). Simeão vê em Jesus o término de sua espera. Ana é também citada por Lucas. Após ter ela visto o menino Jesus, “dava graças a Deus falando a respeito do menino A TODOS QUE ESPERAVAM A REDENÇÃO DE JERUSALÉM” (Lc 2.36-38). É exatamente isso que a pregação de João Batista sugere, conforme vimos no início do evangelho. João Batista é o úl-
João Batista, eram uma preparação e um ritual de adesão à Salvação completa, que estava por manifestar-se naquele que, segundo João Batista, era “mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias. Eu vos batizo com água, ele porém vos batizará com o Espírito Santo” (Mt 3.11). As multidões que seguiram o precursor do caminho da Salvação, João Batista, vão seguir a Jesus, também ansiosas pelo tempo da Salvação. Isto fica claro no reconhecimento que as pessoas fazem diante de Jesus: o endemoniado: “Bem sei quem és: o Santo de Deus!” (Mc 1.24b), ou mesmo as multidões na festa da Páscoa, em Jerusalém: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mc 11.9). Sim, desde o Natal de Jesus, irrompeu a Salvação no mundo.
E em nossos dias?
Basta que, como João Batista, nós, os cristãos, comecemos a trabalhar junto ao povo humilhado, e o Evangelho restaurará a força e a esperança do povo nesta caminhada da salvação No momento do anúncio feito pelos anjos aos pastores pobres na campina, encontramos uma prova disso que estamos dizendo: “Não temais, eis aqui vos trago boa notícia de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor...” (Lc 2.10-11).
timo profeta a anunciar a vinda próxima do Messias e Salvador: Jesus. E sua mensagem encontra, nas multidões humilhadas, a receptividade que o anúncio dos anjos encontrou nos pastores pobres das campinas de Belém. O arrependimento, a confissão de pecados e o batismo, enfatizados por
Sabemos que também hoje o povo continua esperando a salvação. Humilhado como o povo de Israel, segue em busca da esperança que lhe ilumine a caminhada e a luta. Nós sabemos que esta salvação já veio, e tem respostas alegres para a humilhação e a vida do nosso povo em geral. Basta que, como João Batista, nós, os cristãos, comecemos a trabalhar junto ao povo humilhado, e o Evangelho restaurará a força e a esperança do povo nesta caminhada da salvação. Sim, essa é a melhor forma de a Igreja hoje devolver o Natal aos pobres, chegar junto ao povo em suas múltiplas carências, sendo solidários, companheiros, transformando nossas igrejas locais em verdadeiras comunidades de Discípulos e Discípulas sensíveis ao clamor do povo. Um Natal Simples e Comprometido coma a Missão é o que desejo ao Povo de Deus. Bispo Paulo Lockmann Igreja Metodista do Estado do Rio de Janeiro
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contexto
Onde eles estão? É grande o número de crianças e adolescentes desaparecidos no Brasil; e a Igreja Metodista desenvolve projetos que protegem os direitos da criança, visando mudar uma realidade
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cada ano, 250 mil pessoas somem misteriosamente sem deixar vestígios no Brasil. Destas, o Ministério da Justiça estima que 40 mil sejam menores de idade – sete mil somente no município do Rio de Janeiro. A maior incidência de desaparecimentos de crianças, de acordo com a Associação Desaparecidos do Brasil, ocorre devido ao tráfico de crianças por quadrilhas que atuam em territórios nacional e internacional, aliciam ou sequestram menores para fins de venda de órgãos, trabalho escravo, prostituição infantil e adoção ilegal. Em contrapartida, ainda conforme dados da Associação, outras causas também acarretam o desaparecimento de menores, como, por exemplo, estupro, mendicância, maus-tratos e dependência química. Para auxiliar no trabalho de busca, a Associação Desaparecidos do Brasil disponibiliza em seu site (www.desaparecidosdobrasil.org) uma ferramenta para o cadastro da criança no Alerta Internacional chamado Difusão Amarela onde a foto e as informações do menor ficarão acessíveis em 190 países. Há 18 anos, o programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para a Infância e a Adolescência (FIA), vinculada à Secretaria Estadual de Assistência Social, já conseguiu localizar 2.790 crianças, ou seja, 85% dos casos registrados no programa. Faltam no Brasil, segundo o
S A D I C E R DESAPA coordenador do programa SOS Crianças Desaparecidas, Luiz Henrique Oliveira, uma legislação própria e integração entre os diversos cadastros de buscas dos órgãos públicos. “O Brasil tem que abraçar essa causa com um conjunto de medidas que possa rapidamente dar uma resposta aos desaparecimentos”, ressaltou Luiz Henrique em entrevista ao jornal O Dia. Fotografias e informações sobre crianças e adolescentes desaparecidos podem ser encontradas no site do programa (www. soscriancasdesaparecidas.rj.gov.br). Para qualquer informação sobre o paradeiro de um deles, basta discar 100, gratuitamente de qualquer parte do país, ou ligar para (21) 2286-8337. Outra iniciativa do poder público para enfrentar o problema foi a implantação da delegacia especializada em pessoas desaparecidas no Rio do Janeiro. A unidade foi instalada na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, zona norte do Rio, e atende aos casos da capital. O descaso do Estado e a falta de investimentos em delegacias especializadas foram as principais críticas feitas pela deputada federal Andreia Zito (PSDB/RJ) no relatório final da CPI sobre o Desaparecimento de Crianças e Adolescentes após um ano de investigações. O documento foi aprovado com dados comparativos dos gastos do Governo Federal que demonstram a falta de investimentos na busca de solução para o problema. “O
Governo Federal não tem tratado com seriedade o combate ao desparecimento de crianças e adolescentes e demonstra priorizar gastos menos relevantes, como os gastos com publicidade”, afirmou a parlamentar no artigo Quando teremos delegacias especializadas no desparecimento de crianças? Segundo Andreia Zito, essa situação necessita de mudança urgente, com a destinação de recursos orçamentários específicos para o enfrentamento dos desaparecimentos, em todas as suas dimensões de prevenção, investigação, repressão e amparo social às famílias. A deputada federal acredita ainda que a Presidência da República precisa criar a Secretaria da Criança e do Adolescente para tratar de todos os problemas relativos aos jovens. “Os estados devem instalar delegacias especializadas no desaparecimento de crianças e adolescentes, a fim de evitar a demora nas investigações. Hoje, sabemos que são os pais que acabam fazendo papel de detetives”, denuncia.
Ninho acolhedor Na opinião da pastora Maria do Carmo Moreira Lima, mais conhecida como pastora Kaká, responsável pela Pastoral da Juventude em Conflito com a Lei, há uma necessidade urgente de que se cumpra de forma efetiva o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que é um desdobramento da Convenção da Crian-
ça elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Precisamos de programas sociais eficazes, para que esses menores em situação de risco tenham oportunidades de uma nova perspectiva de vida. A família, o Estado e as instituições religiosas são responsáveis por essas crianças”, salienta a pastora, que há 20 anos trabalha com adolescentes. Ela ainda observa que, desde a gestação, a criança precisa ser cuidada juntamente com suas famílias. “E a igreja tem papel primordial, já que pode e deve funcionar como um ninho de acolhimento para esses menores. Se olharmos para as crianças e entendermos que é delas o Reino de Deus, teremos mais amor e misericórdia para com elas”, salienta. A líder da Pastoral da Juventude em Conflito com a Lei pondera ainda que o trabalho com crianças desenvolvido pelas igrejas pode ser um suporte para os menores que vivem em situação de vulnerabilidade social. Ela observa que os professores do Ministério Infantil precisam ser capacitados para identificar e entender as necessidades dessas crianças, tendo ainda uma equipe de apoio com psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e psico-
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pedagogos que possam orientá-los nas mais diversas situações, como, por exemplo, violência doméstica e abuso sexual. “Dessa forma, eles estarão tratando esses menores em sua totalidade, espiritual e físicamente, e tomando as devidas providências. Assim, a igreja fará uma rede de proteção e acolhimento às crianças, além de auxiliar no resgate e restauração dessas famílias evitando, assim, que muitos fujam de suas casas”, avalia a pastora Kaká.
Vidas resgatadas Já para atacar o problema pela raiz que, na maioria das vezes, afeta menores em situação de risco, que são o reflexo de famílias desestruturadas, a Igreja Metodista tem colocado em prática iniciativas sociais, com o Projeto Sombra e Água Fresca, que atende crianças de 6 a 14 anos. Uma das propostas desse projeto é o acompanhamento escolar que beneficia, em todo o Brasil, aproximadamente 3 mil crianças e adolescentes de baixa renda possibilitando a eles novas perspectivas e possibilidades para um futuro promissor. “Unimos o social ao espiritual atendendo crianças que estão em vulnerabilidade e suas famílias”, enfatiza Keila Guimarães, que é
coordenadora nacional do Projeto Sombra e Água Fresca. Ela esclarece que as igrejas locais que desenvolvem a ideia não necessariamente oferecem aos menores as sete vertentes do projeto: Educação Cristã; esporte e recreação; cidadania; saúde integral; informática; Educação Artística e Cultura; e acompanhamento escolar. No entanto, Educação Cristã é obrigatório. “O que nos dá muita satisfação é perceber mudanças no comportamento de cada menor. O amor transforma, por isso estou certa de que a grande maioria das crianças apresenta significativas transformações no caráter, o que reflete na melhora do ambiente familiar”, conclui. O acompanhamento escolar, na opinião do secretário executivo de Ação Social da Primeira Região, pastor Edvandro Machado Cavalcante, é um trabalho fundamental das igrejas locais não somente
Informações importantes
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Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente, determina investigação imediata em caso de desaparecimento de criança ou adolescente (Acréscimo - Lei 11.259, de 30 de dezembro 2005). Medidas imediatas de busca devem ser tomadas, pois crianças modificam rapidamente a fisionomia e podem ser encaminhadas para adoção, traficadas para outra cidade ou país, ou levadas para abrigos onde podem ficar por tempo indeterminado. No caso do desaparecimento de uma criança ou menor de 18 anos, faça um Boletim de Ocorrência na delegacia mais próxima imediatamente. Leve uma foto recente da criança. Quando ela reaparecer, também é importante comunicar às autoridades. Oriente-a a não conversar ou acompanhar pessoas estranhas. Ensine o nome dos pais e um telefone de contato para que os responsáveis sejam localizados se a criança se perder. Cole etiquetas na roupa e nos pertences das crianças com os dados dos responsáveis.
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para ajudar crianças e adolescentes nos estudos, como também para reverter o quadro de violência que atinge esses menores nos dias atuais. “Violência, exclusão social, assassinato de jovens e prisões lotadas têm como vértice a baixa escolaridade. Então, o acompanhamento escolar é uma tentativa de mudar esse quadro de horror, mantendo crianças e adolescentes na escola para que tenham no futuro oportunidade de ascensão social”, frisa o pastor Edvandro. O secretário executivo de Ação Social observa ainda que, aliado à possibilidade de melhoria na qualidade de vida desses menores com o acompanhamento escolar, a Educação Cristã não pode ficar de fora e vem a ser importante para a formação de caráter do aluno e deve ser entendida como algo além da inculcação doutrinária. “Caso contrário, será apenas um condicionamento psicológico do comportamento”, ressalta o pastor Edvandro. Ao serem tecidos os fundamentos da Educação Cristã, de acordo com ele, é preciso saber a resposta à pergunta: Como Jesus tratava as crianças? “Tendo a prática de Cristo, expressa nos Evangelhos, como referência, a Educação Cristã se transformará em forma saudável de lidarmos com o próximo, a natureza e o nosso corpo, gerando cidadania consciente e respeito aos Direitos Humanos”, avalia. E completa: “Para que os verdadeiros frutos do Evangelho surjam não é necessário multidões, mas, sim, fidelidade à Palavra de Deus”. Patrícia Scott Jornalista
ESPAÇO TEOLÓGICO
Teologia, o que é isso?
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ides quaerens intellectus. A fé, quando é autêntica experiência de libertação, anseia por compreensão. Assim nasce todo esforço humano de perscrutar o seu Deus, de melhor entendê-lo para bem servi-lo. Teologia é, na verdade, o sistemático esforço humano por conhecer a Deus. Reconhecer seus sinais e interpretá-los de modo contextual. A teologia, rigorosamente falando, não pode, pois, ser confundida com um desejo de satisfação da curiosidade irresponsável. Ela surge como resultado de uma graça experimentada no coração crente. A pessoa amada quer conhecer aquele que a amou primeiro. A teologia é, neste sentido, ciência crente, pois presume a fervorosa fascinação de quem se sente “possuído” pelo amor de Deus (2 Co. 5,14). Não satisfaz somente ao intelecto, mas à pessoa em sua totalidade. Ela faz arder o coração (Lc 24,32). A teologia é uma ciência que tem Deus como objeto e revelação. Mais do que qualquer outra forma humana de conhecimento, ela deve precaver-se da pretensão de abarcar seu objeto, Deus, na totalidade. Na verdade, essa emprei-
tada teológica está fadada ao fracasso, já no seu nascedouro, pois Ele será sempre um fenômeno que se revela e simultaneamente se esconde. Ousaremos definir teologia como a atualização da revelação de Deus. Quando dizemos isso, queremos afirmar que esta expressão pressupõe o distanciamento espaço-temporal, entre nós, hoje, e o Cristianismo primitivo, no qual foi gestada a fé que nos serve de referência no presente. Esta distância não pode, em hipótese alguma, ser ignorada, sob pena de reproduzirmos mecanicamente experiências que já não nos dizem respeito e que, por isso, perderam a capacidade interpeladora. A distância espaço-temporal quer dizer que o Novo Testamento foi gestado numa cultura com características distintas da nossa. Os valores que a determinaram não têm validade eterna. Uma cultura (toda cultura) é sempre o resultado do amálgama de diferentes fatores que, por estarem em constante mutação, renovam-se sempre. Não há cultura estática. Um exemplo disso é o papel desempenhado pelas mulheres no primeiro século. Numa
cultura fortemente marcada pelo androcentrismo (machismo), era impensável uma mulher exercer o papel de liderança numa comunidade (seja em ambiente secular ou religioso). O Evangelho de Cristo irrompe na história humana, dando-lhe um novo significado, mas sem implodir com suas bases. As sementes lançadas pela pregação de Jesus Cristo e depois por seus seguidores provocaram uma fermentação cultural sem precedentes na história humana, mas, mesmo assim, esse processo não se deu sem um doloroso e lento processo de câmbio social. A diferença cultural entre o ontem da Bíblia e o hoje de nossa realidade irá sempre significar que, ao traduzir e interpretar a mensagem da Palavra de Deus para o ser humano do século 21, é fundamental que se tenha presente a necessidade de uma retradução. Uma nova apresentação da substância inalterável. O Evangelho eterno veio e virá sempre vestido em roupagem cultural. Se essa mensagem não for revestida de uma nova “roupagem” contextual, correrá o risco de perder sua relevância, deixando de ser Palavra de Deus libertadora para o
homem moderno. Sempre que a revelação registrada na Bíblia for anunciada sem uma correspondente atualização, corre o risco de se converter em letra morta, que oprime e mata (2 Co 2,6), perdendo, dessa forma, sua pertinência redentora.
A revelação de Deus Quem se inicia na teologia deve ter bem presente uma verdade “assombrosa”: Deus não pode ser conhecido pelo ser humano. Sua grandeza está diametralmente oposta à limitação de compreensão humana. Ele é mesmo um mistério transcendente, que ultrapassa toda a nossa capacidade conceitual. Isso põe a descoberto toda tentativa humana de perscrutá-lo (Jó 5,9; Rm 11,33-35). Deus é uma realidade que fascina e faz tremer. Num certo sentido, dada a diferença qualitativa entre nós e a divindade, poderíamos concluir que o mais acertado seria simplesmente não falar qualquer coisa sobre Deus, nem tentar abarcá-lo com o nosso entendimento precário. Sempre que elaboramos um discurso sobre Ele, devemos saber que nossa linguagem é um instrumento tão precário que não passa de um balbucio. Quando nos referimos a Deus, o fazemos por meio da linguagem. Estamos nos servindo, assim, de um meio de eficácia limitada, posto que Ele é uma realidade inefável. De Deus devemos então falar sempre analogicamente, procurando encontrar correspondências na nossa existência que nos ajudem a transpor o silêncio, frente ao que nos é ainda desconhecido. Por mais paradoxal que possa parecer, o Deus, que em princípio, é inatingível ao ser humano, convoca-nos a conhecê-lo (2 Pe 3.18). Sem este conhecer, nos é impossível, por conta da pequenez de nossa capacidade de compreensão. Resta somente uma alternativa para tal dilema: Deus se faz conhecido por meio de sua revelação. Ao se revelar, Ele se automanifesta ao ser humano, tornando conhecidos os seus
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desígnios. Esta sua ação revelatória é mais do que informação que sacia o intelecto e a curiosidade irresponsável das pessoas. Na verdade, ela está pautada em sua graça, posto que está fundamentada em seu desejo salvador, o qual possibilita, a todos que a acolhem, encontrar o sentido definitivo de sua existência. A revelação de Deus é um doar-se de si mesmo a nós seres humanos. Em Cristo, Deus faz presente na história humana. Sua graça habitou entre nós (Jo 1,1-5; 10-14). A revelação de Deus é um evento dinâmico, que tem obedecido a um processual gradativo. Enquanto humanidade, podemos dizer que Ele, em sua relação conosco, tem nos tomado pela mão ternamente. Foi dando-se a conhecer sempre em correspondência à nossa capacidade de apreensão e compreensão. A evolução da religiosidade israelita disto é uma prova inconteste, pois o Deus que se apresentou a Abraão, desafiando-o para o “risco” da fé (Gn 12. 1-3), foi envolvendo-se de modo sempre mais intenso com os seus descendentes. O rosto divino revelado na vida e na pregação dos profetas permite-nos perceber que, neste estágio da história do povo de Deus, a experiência de fé atingiu uma maturidade mais elevada, pois o exclusivismo de outrora deu lugar a uma concepção mais universalista do agir redentor divino (Jn 4,1-3). A revelação de Deus é um evento histórico. O povo de Israel deduziu o caráter divino da ação libertadora de Deus na história. As suas experiências redentoras foram sendo interpretadas e se transformaram em conceitos e convicções que deram substância para sua fé e para sua existência enquanto nação. O Deus dos hebreus nunca foi alguém distante de seus sofrimentos, mas, isto sim, profundamente identificado com suas lutas por libertação (Êx 3.1-22; At 17,22-31). As Escrituras Sagradas são a memória desses acontecimentos. Por isso, elas são o registro mais
fiel da revelação de Deus. Lembram-nos tudo o que Deus tem feito em favor de seu povo, fazendo-nos conhecido o mistério durante muito tempo oculto, a saber: seu amor infinito e sua vontade salvífica universal. Neste sentido, e somente neste sentido, é que podemos dizer que a revelação é maior que as Escrituras Sagradas. A teologia é uma tentativa humana de captar, no intelecto, aquilo que se experimenta no coração. Ela é um esforço humano por compreender a revelação de Deus. Toda teologia deve conscientizar-se de que seu esforço está sempre sob a desconfiança de ineficácia. Quem se propõe a falar sobre o “infalável” precisa reconhecer as inúmeras dificuldades de seu empreendimento. A teologia, toda teologia, deve ver-se como alguém que procura andar por uma estrada numa noite escura que só tem lampejos como socorro. O teólogo (todo teólogo) caminha com humildade, sempre tateando no escuro. Por isso que uma teologia, que não queira ser idolatria, precisa deixar-se conduzir pela luz da revelação de Deus. A despeito destas limitações, ela representa o sublime desejo humano de conhecer a Deus, para, assim, melhor servi-lo. Nesse sentido, podemos nos referir-lhe como uma metáfora do amor humano por Deus, pois, só no amor genuíno, há o desejo do conhecimento recíproco. Na verdade, toda relação interpessoal, quando fundamentada no amor, requer um conhecimento mútuo sempre crescente, tanto do amante, quanto da pessoa amada. Deus (alvo último e definitivo de nosso amor) deve ser cada dia mais intensamente procurado, para ser melhor conhecido e, consequentemente, mais amado. Nisso encontramos o sentido de nossa existência (Jó 17.3; 1 Jó 2.36; 4.7-8). Levy da Costa Bastos
Pastor Metodista e Diretor do Seminário César Dacorso Filho
História Viva
Coral Henrique Soares: a serviço da música sacra
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urante muito tempo, a Igreja Metodista, pelo menos na 1ªRE, destacou-se por iniciativas e atuações efetivas no campo da música sacra. E isso fez com que a denominação se tornasse conhecida e reconhecida como geradora de bons e harmoniosos corais e composições. E um exemplo disso é o Coral Henrique Soares, que, neste ano, completou 79 anos de existência. A comemoração dessa data culminou numa audição. Na verdade, foi muito mais que um espetáculo musical. Aconteceu uma festa de louvor e celebração. E o desejo sincero de agradar ao Criador resultou na certeza de um alinhamento com a vontade do Pai celestial. O coral, há 34 anos sob a regência de Siléa Stopatto, entoou louvores ao Senhor como um conjunto de vozes fascinadas com a oportunidade de proclamar o amor que vem do céu. Como o salmista, propôs a todos um cântico novo. Todos foram convidados a cantar uma composição inspirada por Deus, com base no nosso dia a dia e atualizando sempre a nossa experiência com Ele, em busca da harmonia entre o que sentimos, falamos e pensamos. Esse coral adotou a partir de uma data não precisa um mote com base em Salmos 96, que sintetiza o seu ideal: “Cantai ao Senhor um cântico novo. Cantai ao Senhor. Bendizei o seu nome”. Um “Cânti-
Ao longo desse tempo, o coral também se caracterizou pelo empenho, assiduidade e, sobretudo, pela unidade no propósito do louvor co novo” é também aquele que envolve a mente e o espírito, como registra 1 Coríntios 14.15: “Cantarei com o espírito, mas também cantarei com entendimento”. Os louvores do coral nos cultos contemplam sim a expressão artística, mas com toque nos sentimentos. Por meio do coral, as pessoas têm a chance de avaliar os hinos de maneira clara, tendo em vista o poder da mensagem transmitida, que busca cumprir o propósito de Deus para a edificação da igreja e difusão do evangelho. Um cântico novo é o retrato de uma jornada espiritual. Em meio às bênçãos ou dificuldades, alegrias ou tristezas, sucessos ou obstáculos, o louvor é a certeza de que o Senhor estará ao lado do seu povo. Ao longo desse tempo, o coral também se caracterizou pelo empenho, assiduidade e, sobretudo, pela unidade no propósito do louvor. E isso o grupo tem tentando cumprir com qualidade e
perseverança. Esse comportamento soa como uma atitude sadia no sentido de propiciar o melhor da música na igreja. Isso porque sabemos que nada será bem-sucedido se não for aprovado por Deus, o Senhor da igreja. No entanto, muito esforço também pode ser empreendido em busca de uma aparência saudável e uma melhor apresentação pessoal, ou a fim de manter o físico em boa forma. Nada de mal nisso. Pelo contrário, é bom e necessário que façamos, pois somos templo do Espírito Santo. Mas quando usamos nossos dons e habilidades, e aprimoramos nossas vozes para o louvor, então tudo passa a ter um valor maior, imensurável mesmo, pois esta é a vontade do Pai. Nos cânticos de louvor dos Salmos, por exemplo, a manifestação é sempre por fazer a vontade de Deus, mesmo diante de problemas e pressões. Com é dito em Salmos 40.8: “Deleito-me em
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fazer a tua vontade”. A maneira vivificante de agradar a Deus não consiste apenas em guardamos os mandamentos ou reconhecermos o sacrifício de Cristo, mas em respondermos tudo isso com a devoção e o louvor.
Talento histórico A experiência da Igreja Metodista nessa área vem da época da Escola de Música Sacra do Colégio Bennett, que esteve sob a direção de Hora Dinis Lopes entre 1957 e 1967. No entanto, como recorda Dalva Gonçalves, hoje a mais antiga entre os membros da igreja e integrante do coral, tudo começo em 1935, quando Henrique Soares e seus valorosos irmãos fundaram o coral da Igreja Metodista de
valcanti e sua esposa, Ruth. Em 1966, Hora Diniz Lopes assumiu a regência do coral, onde permaneceu por mais de dez anos. Outros regentes vieram, e o grupo não parou. Então, em 1980, substituindo Joel Quintino, Siléa Stopatto assumiu a regência. Nesse tempo, já não existia mais a Escola de Música Sacra do Colégio Bennet. No entanto, em Vila Isabel, nascia uma nova escola, sob o sacerdócio de Siléa. A dedicação diária e o amor à arte são qualidades que se destacam nessa grande profissional da música, cuja dedicação é voluntária. Não se trata aqui de estabelecer um púlpito de elogios às pessoas ou mesmo ao coral, mas externar a satisfação estampada nos rostos e
Assim também a igreja segue proclamando as boas novas da salvação, de tal modo, que as vidas dos indivíduos e das comunidades sejam transformadas pelo poder do evangelho Vila Isabel, que depois recebeu o nome de um dos fundadores. Desde sua criação, o coral contou com a participação efetiva de muitos colaboradores nos cultos. Enquanto isso, ele prosseguia. Entre os nomes dos integrantes estão Hugo e Neuza Tinoco; José Jorge e sua esposa, Elda; e Paulo Ca-
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atitudes de cada dos componentes, convictos de que, em cada participação em um culto, estão cumprindo uma parte da missão confiada à igreja. A despeito disso, convém destacar que o reconhecimento de qualquer trabalho coletivo somente existirá se a condução das atividades for motivo de plena
confiança entre os participantes. Além disso, deve haver aceitação e interação em todos os aspectos, alinhando sempre os interesses coletivos e sujeitando tudo ao interesse maior de servir com verdade. Sob esse aspecto, podemos destacar na história do coral os exemplos dessas duas lideranças, Joel Quintino e Siléa Stopatto. Eles fizeram arraigar um trato sadio e harmonioso, fazendo do coral uma grande família para o louvor ao Senhor Deus. Respeitadas as respectivas funções e individualidades, cada um ao seu tempo, e no tempo de Deus, deu sua colaboração. Joel Quintino exerceu a presidência do coral por mais de trinta anos. Mas, por questões de saúde, teve de afastar, tendo seu nome aclamado como “presidente de honra”. Tenho certeza de que todos os membros da Igreja Metodista de Vila Isabel sentimos muita satisfação e gratidão a Deus por ter inspirado Henrique Soares e propiciado dedicação a tantos quantos deram continuidade ao nosso coral, até chegar aos 79 anos de serviço à musica sacra, cantando o amor, as maravilhas e o poder de Deus. A história da salvação só terá credulidade se essa verdade for demonstrada em termos de adoração e de qualidade de vida. Assim também a igreja segue proclamando as boas-novas da salvação, de tal modo que as vidas dos indivíduos e das comunidades sejam transformadas pelo poder do Evangelho. Como parte da missão, nós adoramos ao Deus vivo, cantando e proclamando a história da salvação. E temos que ser uma igreja comprometida com a boa música. Deus seja louvado! Alfredo Hudson Integrante do Coral Henrique Soares
CELEBRAçÃO
Vamos festejar o Natal
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or volta do ano 350 d.C. os cristãos decidiram estabelecer uma data fixa (25 de dezembro) para comemorar o nascimento de Jesus. Seria uma celebração cheia de alegria agradecendo a Deus porque Ele enviou seu filho único como salvador da humanidade, que tiraria toda a criação das densas trevas do pecado para a luz do seu amor. Mais tarde, por cerca do ano 600 d.C., eles compreenderam que uma festa tão importante deveria ser preparada com muito esmero. Por essa razão, decidiram que seria precedida pelos quatro domingos que antecediam esta festa (o tempo do Advento). Assim, ano após ano, a data é comemorada com alegria e emoção. Entretanto, é bom lembrar que a ênfase comercial e materialista tem desfocado o verdadeiro significado do Natal, apelando às compras, comida e bebidas. Nós, a Igreja do Senhor, temos a honrosa tarefa de anunciarmos o grande amor de Deus revelado em Jesus, seu filho único, nosso Salvador, nascido da virgem Maria. O Natal é uma rica oportunidade que temos para compartilhar nossa fé. Vamos decorar nossas Igrejas, vamos envolver os grupos societários e ministérios ensaiando nossos hinos de natal e cantatas para serem apresentados nas praças; vamos fazer serenatas nas janelas dos vizinhos cantando a Noite de Paz! Noite de Amor! Vamos fazer uma festa tão linda que seria impossível comemorar num
dia só: vamos festejar durante os quatro domingos que antecedem o dia do Natal. Vamos fazer uma ação comunitária nesse período! Vamos dizer para todo mundo, de várias formas, que Jesus nasceu, está vivo e presente, e ama a todos.
Algumas dicas Nos quatro domingos antes do Natal, use a Coroa do Advento com as velas decoradas que simbolizam a realeza de Cristo, a chegada da luz do mundo. Usam-se as cores: roxa, lilás e rosa. O roxo significa contrição, daí a matização das cores como uma madrugada escura que vai clareando à medida que se aproxima o nascer do sol. O rosa é usado no quarto domingo do Advento. Simboliza a alegria. O culto de Natal pode ser decorado com anjos (aqueles que anunciaram o nascimento de Jesus), sinos (anúncio festivo da chegada do Messias) e o presépio (local do nascimento de Jesus). Utilizam-se as cores: branca e/ou amarela, símbolos do divino, da luz, da glória, da alegria e da vitória que o nascimento de Cristo representa para a humanidade.
A liturgia do culto natalino Preparamos esta liturgia de Natal para ajudá-los numa celebração participativa. Adapte de acordo com sua realidade. Ela poderá ser utilizada mesmo que sua comunidade seja muito simples e até com poucos recursos. Aí vão algumas dicas preciosas:
a) Faça
um belo cenário da época de Jesus. Pode ser feito de tecido TNT ou lona crua, ou mesmo de papel.
b) Crie
os figurinos inspirados na época de Jesus. Descubra quem pode ajudar na criação e na costura das roupas e acessórios.
c) Para
a encenação, selecione as personagens e observe o momento de cada uma durante a celebração: narrador(a), anjo Gabriel, Maria, José, dono da hospedaria, dono da estrebaria, pastores, reis magos, animais e estrela. As personagens também poderão criar os diálogos a partir das narrativas indicadas. Lembre-se: esses participantes
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Modelo de liturgia Adoramos ao Senhor deverão ensaiar previamente. Treine a dicção e o volume da voz. Lembre-se também de não deixá-los de costas para o público e explore os espaços existentes: galeria, corredor da igreja, etc. d) Essa
encenação poderá ser realizada com a participação de pessoas de diferentes faixas etárias.
e) Quanto
às músicas, podem usar as canções sugeridas. Caso deseje utilizar outras, elas deverão ser escolhidas de acordo com as cenas. O nosso Hinário Evangélico também poderá ser utilizado.
f)
Outra forma de realizar essa liturgia é, em vez de utilizar pessoas como personagens da história, montar um lindo presépio durante o culto à medida que o narrador for contando a história. Neste caso, as pessoas são convidadas. para montar passo a passo, até a cena completa do nascimento de Jesus. De antemão, separe os elementos do presépio, reserve um local especial onde deverá ser montado durante o culto. Dependendo do tamanho das peças, pode ser uma bela mesa em destaque. Sugiro que a toalha da mesa seja de juta, Não se esqueça também da palha para ficar mais contextualizado com a narrativa.
Espero que gostem das sugestões e aproveitem para criar algo muito especial e genuíno neste Natal. Veja o modelo de liturgia ao lado e mão à obra!
Gláucia Mendes Oliveira Silvestre Pastora Metodista, Mestre em Teologia pela PUC-RJ
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1. Acolhida: É Natal! Precisamos organizar todas as coisas para esta data tão especial! Muitos pensam que o Natal é troca de presentes, comidas gostosas, árvore colorida, Papai Noel... Mas, na verdade, é muito mais que isso... É quando comemoramos o nascimento de Jesus, o Filho de Deus. Nessa data, cendemos luzes coloridas e pisca-pisca apenas para lembrar que a Luz de Deus, que é Jesus, veio iluminar a Terra. 2. Oração de Invocação 3. Leitura Responsiva: Texto Bíblico: Salmo 95.1-7A Dirigente: Vinde, cantemos ao Senhor com júbilo, celebremos o rochedo da nossa salvação. Saiamos ao seu encontro, com ações de graças, vitoriemo-lo com salmos. Todos (as): Porque o Senhor é o Deus supremo e o grande rei acima de todos os deuses. Em suas mãos, estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes lhe pertencem. Dirigente: DEle é o mar, pois Ele o fez; obra de suas mãos, os continentes. Vinde, adoremos e prostemo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou. Todos (as): Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas de sua mão. 4. Cântico sugerido: Abriu mão da sua glória
Confessamos nossos pecados ao Senhor 5. Dirigente: Saiamos da escuridão e aproximemo-nos do Messias esperado. O livro de Isaías 9.2 afirma que: “O povo que andava em trevas, viu grande Luz e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a Luz”. Coloquemos nossos corações rendidos diante da maravilhosa graça do Senhor Jesus. Coloquemos diante dEle as sombras que trazemos em nosso ser para que Ele derrame sua gloriosa luz em nossas trevas!
6. Oração silenciosa 7. Declaração de perdão: “Porque fazes resplandecer a minha lâmpada; o Senhor, meu Deus, derrama luz nas minhas trevas. Vive o Senhor e bendita seja a minha rocha! Exaltado seja o Deus da minha salvação.” Salmo 18. 28;46.
Louvemos ao Senhor 8. Cânticos: Ministério de Louvor 9. Oração de Louvor e Gratidão a Deus Dirigente: Pela maravilhosa criança que veio ao mundo para mostrar o seu amor para conosco; Todos (as): Nós te agradecemos, ó Deus. Homens: Pela criança que cresceu e tornou-se um homem que nos ajudou a amar e a ajudar os outros. Todos (as): Nós te agradecemos, ó Deus. Mulheres: Por Jesus, nosso único e eterno redentor e salvador... Todos (as): Nós te agradecemos, ó Deus. Dirigente: Que possamos compartilhar a alegria do nascimento de Jesus com todas as pessoas que estão tristes e sozinhas, para que suas vidas sejam transformadas. Todos (as): Ajuda-nos, ó Deus. Amém!
Momento de Edificação 10. Dirigente: Nós precisamos deixar que a sua preciosa luz nos ilumine. Assim, também, poderemos clarear a vida de muita gente com a esperança, o perdão, a paz, a alegria, a salvação e o amor de Deus. Vamos, então, ouvir a verdadeira história do Natal!(Veja quadro sobre a encenação do nascimento de Jesus). Após apresentação, segue para a parte final do culto.
Dedicação ao Senhor 11. Cântico sugerido: Noite de Paz! 12. Oração final 13. Bênção apostólica
O Nascimento de Jesus CENA 1: Anjo Gabriel e Maria. Após o diálogo, Maria canta ao Senhor. Narrador: Um dia, Deus olhou a humanidade e viu que a vida não estava boa aqui na Terra. As pessoas estavam se odiando e tristes, com seus corações vazios e angustiados. Então, Ele teve uma boa ideia para ajudar as pessoas a encontrar o caminho que as aproximaria dEle. Deus enviou seu filho Jesus aqui na Terra para ser uma ponte que nos deixaria bem pertinho do Criador. Isso aconteceu quando, um dia, Deus enviou o anjo Gabriel a uma cidade chamada Nazaré para entregar uma mensagem a uma jovem chamada Maria. O anjo Gabriel disse que o Espírito Santo iria estar sobre Maria e que ela daria à luz a um menino que se chamaria Jesus, o Filho do Deus Altíssimo! E o seu reinado nunca teria fim! CÂNTICO SUGERIDO: Cântico de Maria (solo feminino) Minh’alma engrandece ao Senhor Meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador Pois com poder tem feito grandes coisas E com misericórdia demonstrado amor Santo, Santo, Santo és, Senhor (2x) Tem enchido nossas lâmpadas com o óleo do espírito tem feito sua vide florescer (2x)
CENA 2: Maria grávida, José, dono da hospedaria, dono da estrebaria e animais. Após o diálogo o cântico selecionado. Narrador: Maria e José foram de Nazaré a uma cidade chamada Belém, onde, no passado, havia nascido o grande rei Davi. Eles foram se registrar, a fim de ser feita a contagem da população. Ela estava grávida. E enquanto estava em Belém, chegou o tempo de Jesus nascer. Todos os hotéis e pensões estavam “lotados”. Por isso, o único lugar que conseguiram para passar a noite foi uma estrebaria – lugar onde dormiam os bois, cavalos, vacas... e lá o menino Jesus nasceu! CÂNTICO SELECIONADO
CENA 3: Maria com o menino Jesus, José, pastores, anjos, estrela, reis magos e animais. Após o diálogo, o cântico selecionado. Narrador: Foi lá, naquela estrebaria que nasceu o menino Jesus, aquele que seria o caminho, a luz, a ponte que nos ligaria de novo com Deus. Apesar de todas as dificuldades do casal, foi uma noite muito especial! Os anjos com alegria davam glória a Deus e cantavam a Boa Notícia do nascimento do Salvador Jesus. Os pastores no campo, admirados, contemplavam a salvação do Senhor. O Rei dos reis nasceu longe da glória dos palácios; o Príncipe da Paz estabeleceu o Reino de Deus entre nós: Na Palestina, nos quatros cantos da terra, no mundo inteiro! CÂNTICO SELECIONADO
CENA 3: : Maria com o menino Jesus, José, pastores, anjos, estrela, reis magos e animais. Após o diálogo, o cântico selecionado. Narrador: Os pastores alegres seguiram a estrela e foram depressa até a humilde estrebaria para conhecer o Salvador. Viram Maria, José e o menino Jesus. Os magos do oriente também viram a estrela. Viajaram de muito longe até encontrá-Lo. Eles ficaram felizes e levaram suas dádivas para Jesus. Adoraram ao Salvador com seus presentes: ouro, incenso e mirra. Foi uma noite de muita alegria! CÂNTICO SUGERIDO: Vem que está chegando o Natal (Aline Barros) Narrador: Esta noite de paz e de amor; esta doce e linda história do amor de Deus por nós pode ser vivida no meu e no seu coração. O menino Jesus, Reis dos reis e Senhor dos senhores, deseja reinar em nossas vidas, em nossas casas, em nossa terra. Ele deseja nos aproximar de Deus, nos ensinando seu caminho de paz, alegria, fé e esperança. OBS.: Vá, em seguida, para a parte final da liturgia.
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