Publicação bimestral da Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro – 1ª RE Ano XL • Nº 443 • Setembro/Outubro de 2014
Palavra do Bispo Lockmann expõe sobre perfil da Igreja viva
Construindo a partir da Escola Dominical
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Rumos e desafios da educação cristã são tratados durante 10º Encontro Regional Entrevista Projeto Salto prepara missão para a África Página 5
Nacional Colégio Episcopal orienta metodistas sobre eleições Página 6
Igrejas em ação Jiu-jitsu é usado como ferramenta de evangelização Página 10
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Encontro Regional de Escola Doºminical da Primeira Região Eclesi-
ástica debateu os rumos e desafios da educação cristã em painel realizado no Instituto Metodista Bennett. O evento ocorreu sob o tema Escola Dominical em Construção. De acordo com a secretária de Educação Cristã da Igreja Metodista na Primeira Região, Lorely Del Valle, o objetivo é trabalhar essa abordagem em relação ao
Contexto Evento lembra lutas e conquistas da mulher negra Página 12
próximo biênio e também oferecer novos recursos para o fortalecimento da ED nas igrejas locais. O encontro teve início com um grande culto de oração e louvor a Deus. Além disso, contou com a apresentação de uma peça de teatro encenada por jovens e adolescentes de diversas igrejas metodistas, contando a relação da Educação com o Metodismo desde as suas origens. Leia mais na página 9.
Acolhendo os pequeninos
DNTC envia artigo sobre o cuidado no trato com as crianças
À Fé e Nexo Judeus x Palestinos
s vésperas do Dia das Crianças, 12 de Outubro, coordenadora do Departamento Nacional da Criança (DNTC) escreve sobre relevância da criança na missão, destacando especialmente a importância de valorizar a infância e o direito delas serem crianças antes de tudo. “A igreja deve escolher para trabalhar com crianças o seu melhor pessoal: gente cheia do Espírito Santo, madura espiritualmente, chamada por Deus, dotada de talentos e dons para o exercício desse ministério. Ali precisamos do nosso melhor escalão. Essa é a equipe da educação da graça como registra Lucas 2.52”, ressalta. Página 4.
ME TO D I S MO N O MU N D O
E DITO RIA L
Construir é o caminho
Evangelismo Mundial: missões e homenagem
A
construção de um mundo melhor por meio de ações
que promovam restauração e salvação é o desejo daqueles que possuem um coração sincero e convertido. E, na Igreja Metodista, esses esforços estão sendo cada vez mais comuns a partir dos braços regionais e trabalhos locais. Não foi à toa que o tema da Escola Dominical este ano envolveu a palavra construção. A ideia, segundo Lorely Del Valle, secretária regional de Educação Cristã, é lembrar que a ED é um espaço onde “relacionamento, missão, comunhão e frutos para o Reino de Deus” estão sempre em construção. (Página 9). Com mais de 200 anos de existência, este sempre foi o papel da Escola Dominical: formar o caráter e valores cristãos e trabalhar para a missão. Do mesmo modo, os espaços para a criança vêm se concretizando também como verdadeiras oportunidades de se obter uma Igreja bem edificada e firmada cada vez mais nos passos de Jesus. Oportunamente, próximo ao Dia das Crianças, o Avante traz o artigo Meninos e meninas no caminho da Missão (Página 4). Nele, a coordenadora nacional do Departamento de Trabalho com Crianças (DNTC), Rogéria Valente, expõe bem a relevância de construirmos cada vez mais uma caminhada envolvendo a participação desses pequeninos na vida da Igreja. De acordo com a coordenadora DNTC, a igreja não tem compromisso apenas com as crianças, mas também com os rumos desta nação. Ela lembra que o profeta Zacarias já expressava o sonho de Deus de ver uma sociedade de justiça e paz, “com ruas e cidades de Jerusalém se enchendo de meninos e meninas que nelas brincarão” (Zc 8.5). Não podemos viver tranquilamente dentro dos nossos muros se muitas de nossas crianças não se beneficiam de condições elementares de vida; se não têm o que é básico para viver com dignidade. Criança fora da escola é problema nosso. Criança passando necessidade é problema nosso. Criança sofrendo abuso e maus-tratos é problema nosso. Família que não tem condições de educar seus filhos na fé é problema nosso, destaca o texto. Direitos da criança e questões como a justiça e ao bem-estar social deveriam ser preocupações também de quem quer construir um Brasil melhor. Pensando nas próximas eleições, o Colégio Episcopal emitiu uma carta de orientação para o período eleitoral. Acreditamos que um processo político, em seu sentido amplo, não se esgota com as eleições. Os valores de cidadania, marcados por gestões públicas transparentes e probas, têm correspondência na vida de integridade cotidiana de cada cidadão brasileiro, na participação, nas reivindicações e na projeção de ações que visem ao bem comum, conclui o documento (Páginas 6 e 7). De fato, o caminho para construção começa a partir do momento em que tomamos consciência de que algo precisa ser construído ou, talvez, reformado. Importante é que iniciativas sejam tomadas, por mais simples que aparentemente possam parecer. Que possamos nos inspirar nesse tema da Escola Dominical e aplicá-lo também em outras áreas de nossas vidas. De fato, ED sempre está nos ensinando algo mesmo que indiretamente. Boa leitura! Nádia Mello
n O Comitê de Evangelismo do Concílio Mundial Metodista, coordenado pelo dr. Eddie Fox, esteve reunido em agosto, em Nashville, Tennesse (EUA). Além do bispo Paulo Lockmann, que preside o Concílio, a reunião contou também com a participação dos secretários das áreas que compõem o Comitê. A pauta abordou a expansão do Metodismo em várias regiões do mundo. As dificuldades enfrentadas pela Igreja da África Oeste também receberam atenção durante o encontro. Na Nigéria, por exemplo, a Igreja cresce com força, alcançando 3 milhões de membros, mas vive em constante conflito com os radicais islâmicos. O encontro foi encerrado com um culto em ação pelo trabalho empenhado pelo dr. Eddie Fox e sua esposa, Mary Nell, à frente do Comitê. Este ano, o casal completou 25 anos de ministério. Fox coordena ainda o Instituto Mundial de Evangelismo, que treina líderes para promover o avanço missionário e evangelístico do metodismo no mundo.
Ciemal em assembleia geral no México
n O Conselho de Igrejas Evangélicas Metodistas da América Latina e Caribe (Ciemal), representado por seu presidente, reverendo Gabriel Montalvo Lizzete, e o secretário-geral, reverendo Luciano Pereira da Silva, participou da Assembleia Geral da Igreja Metodista do México. O evento aconteceu na cidade de Tijuana, México, no final do primeiro trimestre. O tema do encontro foi Burning Heart, em que se falou sobre a experiência vivida por John Wesley em 24 de maio de 1738, em Aldersgate Street. Na ocasião, o presidente e o secretário-geral tiveram a oportunidade de discursar na assembleia compartilhando projetos e relatórios do Ciemal. Eles falaram sobre as necessidades da Igreja na América Latina e no Caribe e a cria-
ção de programas que possam desenvolver entre igrejas nacionais novas propostas para o crescimento da missão.
Conselho Mundial apoia ordenação de bispas
n O secretário-geral do Conselho Metodista Mundial, Ivan Abrahms, enviou uma carta ao arcebispo de Cantuária, Justin Welby, parabenizando a Igreja Anglicana da Inglaterra pela aprovação, em seu Sínodo Geral, em York, do episcopado feminino. "Essa decisão histórica é recebida de braços abertos pelo Conselho Metodista Mundial e tem as bênçãos e orações dos metodistas em todo o mundo", declarou Abrahms. A aprovação da mudança derruba séculos de tradição anglicana, que foi fundada no século XVI, durante o reinado de Henrique VIII. Oriunda da Igreja Católica, a instituição tem cerca de 77 milhões de fiéis em todo o mundo.
Líderes mundiais dialogam sobre a Paz em Conferência Mundial na Bélgica
n O bispo Paulo Lockmann esteve ao lado de representantes de igrejas cristãs, comunidades eclesiásticas e chefes de religiões mundiais durante os dias 7 e 9 de setembro, na cidade de Antuérpia, na Bélgica. O motivo foi a 28ª edição do Encontro Internacional pela Paz, organizado pela Comunidade de Sant' Egidio. O evento anual teve por tema “A Paz é o Futuro” e dialogou sobre a 1ª Guerra Mundial, após 100 anos de seu início, evocando um futuro em que o respeito mútuo, o diálogo e a cooperação ajudem a erradicar o fantasma do conflito armado. Os participantes discutiram temas atuais, tais como a relação entre as religiões e a violência, economia, desenvolvimento sustentável e a luta contra a pobreza. As discussões se concentraram, também, em algumas áreas particularmente críticas de países como Nigéria e Iraque.
AC ON T E C E
Pessoas que trabalham com crianças
Estão abertas as inscrições para o 22º Encontro Nacional de Pessoas que Trabalham com Crianças. Sob o tema Nos caminhos da missão com arte
e criatividade, o evento será realizado na Faculdade de Teologia (Fateo), em São Bernardo do Campo (SP), de 26 a 28 de setembro. Informações e inscrições pelo site da área nacional www. metodista.org.br.
DISPONÍVEL PARA COMPRA ONLINE OU NA SEDE REGIONAL
Editora
Publicação bimestral da Igreja Metodista na 1ª Região Eclesiástica Fundado em maio de 1973 Ano XXXVIII nº 443 Rua Marquês de Abrantes, 55 – Flamengo 22.230-061 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21)2557-3542 / 3509-1074 Fax: (21)2557-7048 avante@metodista-rio.org.br www.metodista-rio.org.br
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BISPO DA 1ª REGIÃO ECLESIÁSTICA
EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVEL
DIAGRAMAÇÃO
Paulo Tarso de Oliveira Lockmann
Nádia Mello (MTb 19.333)
www.estudiomatiz.com.br
Os artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da Igreja Metodista.
REDAÇÃO E REVISÃO
CONSELHO EDITORIAL
Ronan Boechat de Amorim (coordenador), Selma Antunes da Costa, Jarbas de Souza, Paulo Welte, Gláucia Mendes Silvestre, Pablo Massolar, Luciano Vergara, Nádia Mello, Carla Tavares, Camila Alves e Luiz Daniel
Evandro Teixeira
TIRAGEM: 10.500 exemplares
ASSISTENTES DE REDAÇÃO
Carla Tavares e Camila Alves REVISÃO DA PALAVRA DO BISPO
Filipe Pereira Mesquita FOTOGRAFIAS
Henrique Moraes
ASSINATURA INDIVIDUAL:
R$ 20,00
PA L AV RA DO BI SPO
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emos variadas opiniões sobre o que é a Igreja, mas dificilmente nos reportamos à Palavra para entender a expectativa de Deus. Quero repartir com todos que me acompanham um pouco do que podemos ler sobre a Igreja na Bíblia. Tenho afirmado de várias maneiras que a compreensão mais bíblica e adequada de ser Igreja do Senhor é a maneira metodista. A Igreja visível de Cristo é uma congregação dos fiéis na qual se prega a pura Palavra de Deus, e se ministram devidamente os sacramentos com todas as coisas a eles necessárias, conforme a Instituição de Cristo. Somos uma Igreja conciliar à semelhança da Igreja Primitiva, que se reunia para discutir e decidir os problemas. Veja, por exemplo, em Atos 6.1-7, a eleição dos diáconos; ou Atos 15.6-29, o Concílio de Jerusalém. A forma de governo da Igreja Metodista é episcopal e seu sistema representativo. Outra característica é que somos uma Igreja conexional, isso significa que o dom de ser povo de Deus não se esgota na experiência da igreja local, mas se projeta sobre as outras, formando um distrito; e os distritos, nesta conexão missionária, formam a Região Eclesiástica; e as Regiões Eclesiásticas, a Igreja Metodista brasileira; e, como Igreja brasileira, conectamo-nos com o Metodismo mundial no Concílio Mundial Metodista. Mas vejamos pontualmente, na Bíblia, características que apontam o modo de ser Igreja Viva:
A Igreja viva tem sede de Deus
Não basta ter uma eclesiologia correta, dispor de boas instalações, poltrona, ar condicionado, etc, nem ter uma agenda cheia de programas e convidar bons pregadores. A presença de Deus em nosso meio não é garantida por um bom louvor, melhor som e instrumentos. Lembrem-se da Igreja de Laodiceia: Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu e Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo (Ap 3.16-17e 20). Que tragédia uma igreja rica, tinha tudo, mas não tinha Deus. E o pior, o Senhor estava do lado de fora querendo entrar e eles não percebiam. Ou ainda, como a Igreja de Éfeso: Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor (Ap 2.4). Perder o primeiro amor é
Por uma Igreja viva! fazer as coisas de Deus por hábito, por tradição, sem paixão, amor e alegria. Examinemos nossas motivações em fazer a obra do Senhor.
A Igreja viva sabe qual é sua Missão
Gosto muito da definição canônica A missão da Igreja Metodista é participar da ação de Deus no seu propósito de salvar o mundo. Também fico entusiasmado com a visão regional: O Evangelho para cada pessoa, um grupo de discipulado para cada rua, uma igreja em cada bairro ou cidade a fim de alcançar 1 milhão de discípulos e discípulas. Mas são letras; precisam se tornar carne, sangue nas veias do povo metodista, a começar pela classe pastoral. Wesley era muito prático ao definir a missão aos seus pregadores: Vocês não têm nada a fazer, senão ganhar almas. Portanto, gastem e sejam gastos nesta obra. Devem ir sempre, não apenas ao encontro dos que precisam de vocês, mas dos que precisam mais. Sua ênfase na disciplina, santificação e discipulado foi o que manteve o avivamento Metodista na Inglaterra vivo e crescente. As classes de cuidado mútuo e crescimento foram o modo de discipulado mais reconhecido no mundo todo. Moody disse sobre elas: As reuniões de classe metodista são a melhor instituição para treinamento de convertidos que o mundo já viu. Mateus 28.18-20 também registra: Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
A Igreja viva é uma Igreja da Palavra
Há muitas fórmulas para ser uma Igreja bem-sucedida, livros sobre o tema são inumeráveis, podem-se escolher os modelos que se oferecem, mas nenhum supera o modelo bíblico. Ainda que muitos afirmem serem suas igrejas bíblicas, cabe comentar, pois eu já tenho mostrado os equívocos trazidos pelos modismos de sucesso, reunir muita gente não faz uma igreja ser bíblica. Lembrem-se do profeta Isaias: Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade associada ao ajuntamento solene (Is 1.13). Se nós oferecermos cura, libertação, prosperidade, sem conversão a Jesus e discipulado,
teremos ajuntamento religioso, mas não a Igreja do Senhor. Uma Igreja bíblica tem fundamento: Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. (Mt 16.16-18). Ouçamos ainda Pedro afirmando: Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual
da História da Igreja, o Metodismo do Rev. João Wesley e seus irmãos e irmãs do Metodismo Primitivo na Inglaterra. Não preciso dizer o quanto foi ativo, itinerante e missionário o Metodismo de João Wesley, prefiro que o diga o bispo Francis J. Ensley: ... o ministério de Wesley é impressionante, mesmo em nossos dias de algarismos astronômicos. Havia 70.000 metodistas, só na Inglaterra, quando Wesley faleceu. Talvez outros 70.000 houvessem falecido na fé metodista durante seu longo ministério do Metodismo Primi-
sociedade, mudando o ambiente onde vive, sendo sal da terra, luz do mundo, sinal do Reino; com isso, a missão se realiza e o Reino de Deus cresce em nosso meio. E nos tornamos como a Igreja de Filadélfia: Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra (Ap 3.10). Hoje, se queremos ser uma Igreja Viva, devemos criar um ambiente espiritual favorável
Se nós oferecermos cura, libertação, prosperidade, sem conversão a Jesus e discipulado, teremos ajuntamento religioso, mas não a Igreja do Senhor se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.11-12). Este é o nosso fundamento bíblico, o qual identifica a Igreja Viva e sua Missão. Por fim, há o exemplo da Igreja de Bereia: Ora, estes de Bereia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim. Com isso, muitos deles creram, mulheres gregas de alta posição e não poucos homens (At 17.11-12). É disso que precisamos, uma Igreja que conheça e viva a Palavra do Senhor.
A Igreja viva tem visão missionária
Como o Senhor que serviu e deu sua vida por resgate de muitos, a Igreja não vive para sobreviver, não vive para si mesma. Celebra, louva, ora, mas seu coração está nas famílias não alcançadas da Igreja, no bairro, na cidade, no país e no mundo. Jesus após a ressurreição deu esta visão missionária estratégica: mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra (At 1.8). Nossa fronteira missionária começa na nossa Jerusalém, nossa família, nosso bairro, e vai até os confins da Terra. Uma Igreja viva precisa destas dimensões claras em sua estratégia missionária. Nós somos herdeiros de uma tradição histórico-eclesiástica mais rica
tivo na Inglaterra. E sua visão era O Mundo é a Minha Paróquia. Preciso falar mais?
Uma Igreja viva é uma igreja discipuladora
Discipular é a forma de ser da Igreja. Assim foi para Jesus e para a Igreja primitiva. Discipular não é uma opção a mais de trabalho na vida das igrejas locais. Discipular é uma ordem de Jesus à qual devemos obedecer. Principalmente quando Jesus diz: Ide, fazei discípulos de todas as nações (...) ensinando-os a guardar (praticar) todas as coisas que vos tenho ordenado (Mt 28.19-20). Esses desafios consistem em ajudar a todos os cristãos, tanto os novos convertidos como os antigos membros de todas as igrejas locais, a viverem efetivamente como discípulos de Jesus. Assim fazendo, contribuiremos para a multiplicação do número dos ministros e ministras, e para o seu crescimento como pessoas em Cristo. E, por conseguinte, para o crescimento do número de ministérios na vida da Igreja, para o cumprimento da Missão. Cada discípulo(a) tem dons e exerce seu(s) ministério(s), que concorre(m) para o crescimento numérico da Igreja, abençoando vidas, bairros e cidades. É necessário definir com clareza a origem bíblica do discipulado e sua implicação na vida da Igreja. Anotem um detalhe: o discipulado é fim e meio. É fim porque a ordem é fazer discípulos; é meio porque o discípulo maduro, pronto, torna-se um cristão ativo e frutífero na
em nosso meio, uma paixão e amor pelos perdidos sem Cristo, de modo que, como resultado, vidas se convertam e aceitem Jesus como Senhor e Salvador. Falando disso: Quantas pessoas se converteram em sua igreja local no mês passado? Atenção! Quando falo de ambiente da Igreja Viva, não estou falando do templo ou da propriedade da igreja local somente, estou falando de onde vivem os membros da igreja, mas do sentir-se parte da comunidade. Isso, de fato, é o que caracteriza a Igreja de Cristo. Uma Igreja Viva tem seu ministério projetado muito além dela mesma. Sua vida como povo de Deus causa impacto. Tenho por hábito, antes de chegar à igreja local, que vou visitar, perguntar na vizinhança sobre a localização da igreja. Na maioria das vezes, tenho me alegrado com as respostas, pois as pessoas lembram e mencionam ações ministeriais da igreja, e me indicam com segurança como chegar a ela. Algumas vezes, com desolação, ouço as pessoas, a menos de cinco quadras da igreja, dizerem que nunca ouviram falar desta igreja; não desisto, insisto com a pergunta, para conferir, mas o desconhecimento persiste. Minha preocupação com uma Igreja Viva se baseia no fato de que como é fácil cairmos numa rotina de manutenção, perdendo a paixão missionária. Manter a chama acesa é nosso desafio diário. Deus nos abençoe. Paulo Lockmann Bispo da Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro
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N ACIO N A L
Meninos e meninas nos caminhos da missão
E
Por ocasião do Dia da Crianças, coordenadora do DNTC fala do cuidado com os pequeninos
ntende-se, com base no texto de Deuteronômios 6.4-7, que as crianças merecem atenção especial das famílias e da Igreja. Entretanto, percebemos que há compreensões equivocadas sobre elas e consequentemente sobre o tipo de tratamento a elas dispensado. Há pessoas que as enxergam como “alvos” da missão, pecadores a serem alcançados. De fato, é correto ensinar-lhes o Evangelho. No entanto, precisamos saber como Deus as enxerga e o tipo de trabalho que a Bíblia nos ensina e orienta a desenvolver com elas. Percebemos, no entanto, que as crianças são vistas por alguns como “meios” da missão, sendo usadas como intermediárias na tarefa evangelizadora da igreja para alcançar seus familiares. Vê-las somente com esse papel dentro do trabalho de evangelização caracteriza uma desconsideração. E isso é sério e nocivo. Para outros, porém, elas são invisíveis. Quando passam pela porta do templo, nem são cumprimentas. O pregador não usa uma linguagem que elas possam entender; no louvor, não há cânticos que as considerem. Elas não são incluídas nos projetos e ações da Igreja, não são visitadas quando estão doentes; o pastor não leva ceia a elas quando impossibilitadas de congregar; nas construções e mobiliários, não há nada adequado ao tamanho delas. Há ainda um grupo que vê as crianças como um estorvo. Para esses, “Elas são a igreja de amanhã”. Entre eles, no entanto, como há os que acham que investir nelas é dar continuidade a igreja e também aqueles que só desejam tirá-las de perto para não atrapalharem. É doloroso quando o pessoal que trabalha com crianças assume essa última postura desenvolvendo atividades focadas na distração dos pequeninos sem os objetivos grandiosos que o trabalho com crianças merece.
Participantes animados com os resultados de uma das conferências do Departamento
Igreja e a infância
A Igreja é corresponsável, junto com os pais, pela educação de fé das crianças. É uma comunidade de graça onde as famílias são acolhidas; os pais, curados e cuidados; e as crianças recebem esse cuidado por intermédios dos seus pais e da sua família de fé. Parece adequada a imagem da infância como o lugar da fonte das águas. O espaço da vida onde as crianças não estão perdidas, e o nosso trabalho é para que nenhuma delas venha a se perder. Elas não precisam conhecer o pecado para entender o amor de Deus. Precisamos cuidar para que a fonte não seja contaminada, pois o trabalho realizado nessa fase do desenvolvimento irá marcá-la positiva ou negativamente por toda a vida. Afinal, o veneno na fonte das águas compromete toda a vida do rio. A igreja deve escolher para trabalhar com crianças o seu melhor pessoal: gente cheia do Espírito Santo, madura espiritualmente, chamada por Senhor, dotada de talentos e dons para o exercício desse
ministério. Ali, precisamos do nosso melhor escalão. Essa é a equipe da educação da graça, como registra Lucas 2.52.
Criança é gente na missão
Não é raro ouvirmos testemunhos de crianças que confrontaram seus pais por algum erro de comportamento; e de outras que foram a uma EBF e acabaram levando também os familiares para a igreja. Com frequência, elas aparecerem com atitudes de adulto. Elas oram, pregam, ministram orações como gente grande, e a cura acontece. Nesses momentos, a igreja num raro lampejo reconhece-as como parte da missão. Mas não as compreende da mesma forma quando são simplesmente crianças. Criança é criança. Não podemos esperar que elas se comportem como adultos. É bom que tenham energia, alegria, sinceridade e capacidade de perdoar de criança. Movimentem-se e façam barulho como criança. Que sejam amadas, acolhidas, respeitadas, percebidas, envolvidas na vida da igreja como criança que são.
Criança é nosso compromisso
O profeta Zacarias (Zc 8.4-5) expressa o sonho de Deus de ver uma sociedade de justiça e paz, com praças frequentadas pelas famílias e crianças vivendo em segurança, onde haja qualidade de vida e longevidade. A igreja tem compromisso com a criança e com os rumos dessa sociedade. Não podemos viver tranquilamente dentro dos nossos muros se muitas de nossas crianças não se beneficiam de condições elementares de vida; se não têm o que é básico para viver com dignidade. Criança fora da escola é problema nosso. Criança passando necessidade é problema nosso. Criança sofrendo abuso e maus-tratos é problema nosso. Família que não tem condições de educar seus filhos na fé é problema nosso.
O tamanho da nossa visão
O trabalho que desenvolveremos com nossas crianças tem o tamanho da nossa visão. Podemos nos dispor a ser meros cuidadores, que as distraem
durante o culto para que não atrapalhe a liturgia Ou ter consciência de que estamos construindo os fundamentos de futuras gerações para que o país torne-se habitável. A igreja estará educando a fé da criança, se acreditar na semente que está sendo lançada em seus corações, amar a Deus e esses pequeninos, enxergando em cada um deles pessoas inteiras e capazes de entender e se comprometer com a mensagem do evangelho.
Conclusão
Esse tema anual de 2014: Meninos e meninas nos caminhos da missão parece-nos relevante. Mas só vai se tornar concreto se ele chegar à igreja local e motivar ações que modifiquem positivamente a sua prática. E que o Deus de toda sabedoria nos capacite pelo poder e dinamismo do Espírito Santo para que possamos caminhar com nossas crianças conduzindo-as ao Reino de Deus. Rogeria Valente Coordenadora do Departamento Nacional de Trabalho com Crianças na 1ª RE
As crianças não precisam conhecer o pecado para
entender o amor de Deus. Precisamos cuidar para que
a fonte não seja contaminada, pois o trabalho realizado nessa fase do desenvolvimento irá marcá-la positiva ou negativamente para toda a vida
E NTREV ISTA
Preparados para o campo
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Integrantes do Projeto Salto falam das expectativas em relação à missão na África
enrique Rodrigues e Roseane Muller estão se preparando para desenvolver um trabalho de missões na África. Eles fazem parte do Projeto Missionário Salto e passaram por um período de treinamento na Escola de Missões. À espera do momento em que irão para campo, eles conversaram com o Jornal Avante e falaram sobre os desafios que os aguardam em solo africano e a necessidade de envolvimento da igreja como um todo na obra missionária. Avante: Como foi a preparação para o Projeto Missionário Salto na Escola de Missões?
Roseane Muller: Essa prepara-
ção para o envio à África durou um ano. Tivemos treinamentos teóricos e práticos sobre como trabalhar com o povo muçulmano e também sobre a visão bíblica da missão. Durante esse tempo, fizemos todo um estudo sobre a cultura africana e vivemos como se estivéssemos lá. Não podíamos entrar na internet nem comer muito, porque, na missão, não teremos tantos alimentos à nossa disposição. Também tivemos pouco contato com a família, já que teremos muita dificuldade de acesso à comunicação. Avante: Quais os possíveis desafios que vocês esperam encontrar por lá?
Roseane: Aqui, no mundo
ocidental, já chegamos à pós-modernidade, e eles lá ainda nem caminham para isso. Para nós, é difícil lidar com a questão de não ter internet, não ter liberdade para conversar uns com os outros. Na cultura africana, por exemplo, a mulher
não tem contato com homem, só com mulher, e isso dificulta muito, já que acostumamos a ser livres na nossa cultura. Então, nosso principal desafio e dificuldade, que queremos superar, é o relacionamento.
30 anos, para estar vivendo durante dois anos e meio dentro de um país. São jovens que estão indo servir e levar a Palavra a um país ainda não alcançado pelo Evangelho.
da África vocês serão enviados?
Avante: Como tem sido a receptividade nos distritos que vocês têm visitado?
Henrique Rodrigues: A Escola
Roseane: Temos sido muito
está trabalhando com algumas opções. Como a África vem passando por um momento difícil por conta do vírus ebola, que está afetando o oeste do continente, ainda não existe lugar certo desenvolver nosso projeto. Hoje temos três opções: Senegal, Mali e Guiné-Bissau. A gente está aguardando a Escola fazer contato com esses países para ver a possibilidade de trabalhar neles. Hoje, percebe-se uma maior facilidade no Mali, porque a gente tem uma missionária da Escola de Missões que já teve uma vivência lá, onde morou por dois anos. Além disso, ela tem alguns contatos que estão facilitando nossa ida.
bem recebidos. Uma coisa que nós notamos e sempre comentamos com os pastores é que, muitas vezes, a nossa Igreja é conscientizada pela emoção, principalmente quando falamos de África. Mas não é da forma como nós queremos trabalhar, porque nós entendemos que missão não é ação social. Missão é levar boas-novas do Reino, e ação social é consequência dessa vida nossa com Cristo. Entendemos que não estamos indo matar fome das pessoas, estamos indo matar a sede de Deus. Então, passamos nas igrejas e tentamos levar essa ideia de forma a não emocionar, mas de incentivar a fidelidade delas com a missão. Para nós, tem sido muito legal. Somos pioneiros nessa área de levar um novo jeito de fazer missão. Porque, hoje, missão está muito ligado à emoção. E não é emoção, é Reino. Entendemos que é difícil, mas, graças a Deus, a Igreja Metodista tem conseguido, aos poucos, abrir a visão em relação a isso.
Avante: Para que local exatamente
Avante: Já existem outros missionários na África. Qual o diferencial dos missionários que vão pelo Projeto Salto?
Henrique: A Agência Missioná-
ria já tem gente na África. No Senegal, temos o Carlinhos e a Débora; em Moçambique, temos Valdemar e Luzia, que são da Igreja de Petrópolis; e Fabinho e Zuleica, de Juiz de Fora. Eles são casados e missionários efetivos, cuja vida está integralmente voltada para missões. O nosso projeto tem o diferencial de estar formando uma equipe de jovens, de 18 a
Avante: O curso inclui estudo de idiomas?
Roseane: Com certeza. A gran-
de barreira hoje no mundo missionário transcultural é a língua. Quando soubemos que iríamos para o oeste africano,
que faz parte da Janela 10/40, começamos a estudar um pouco e entendemos que a língua predominante é o francês. Estamos estudando francês há uns três meses com duas missionárias que moraram no Mali e falam fluentemente, além de um africano, que é de Burkina Faso e também fala francês. Temos o francês da França, que elas aprenderam na Aliança Francesa, e o francês contextualizado da África. Graças a Deus, tivemos a oportunidade fazer aulas com essas pessoas. Avante: Como as pessoas que estão lendo essa entrevista podem colaborar com esse projeto?
Henrique: Estamos trabalhan-
do com semeadores. São pessoas que estarão nos ajudando mensalmente durante esses dois anos e meio. Elas podem entrar em contato com a gente. Então, encaminhamos um formulário que deve ser preenchido com o valor que pode contribuir e em que conta é mais fácil depositar: Banco do Brasil, Santander e Itaú. Duas contas são de integrantes da Agência Missionária e uma da própria Agência Missionária. As pessoas também podem nos ajudar em forma de boleto no valor desejado. Avante: Qual a importância dessas contribuições?
Roseane: Muitas vezes, a gente
passa pelas igrejas, e as pessoas pergutam: “Vocês estão precisando de quanto? 100 reais, 200 reais...?”. E nós sempre falamos: “A questão não é o valor, é a fidelidade”. Uma coisa que a gente comenta muito é que existe um prato na África cha-
mado thieboudienne. Com esse prato, fazemos comida para sete adultos com 5 reais. Muitas vezes as pessoas usam a desculpa de que não têm condição de ajudar o missionário. E hoje eu posso dizer para quem está lendo essa entrevista que tem sim condições de ajudar. Com 5 reais, você muda a vida de um missionário e o contexto onde ele está vivendo. Existe, sim, a forma de ajudar. Não estamos indo somente por nós. Estamos indo para fazer projetos. Este projeto é de Deus, mas precisamos de dinheiro para realizá-lo. Então é muito importante essa contribuição. E que as pessoas possam entender que não é simplesmente valor, mas uma contribuição de fidelidade com a missão. Avante: Já existem projetos missionários sendo desenvolvido na África?
Henrique: A gente está indo
com dois objetivos iniciais que são a criação de dois projetos: o primeiro é a implantação de uma pré-escola. Vamos trabalhar com crianças de 4 a 6 anos. Tivemos, durante este ano, capacitação para desenvolver esse projeto lá fora. E vamos abrir essa pré-escola na aldeia onde vamos viver. O segundo projeto é trabalhar com esportes. Quando chega a outro país, o primeiro assunto sobre o qual o brasileiro é abordado é esporte, sobretudo futebol. A gente está indo também para fazer uma escolinha de futebol, Por meio desses dois projetos, pretendemos levar a Palavra de Deus. Entrevista produzida pelo Programa Vida e Missão
N ACIO N A L
Pronunciamento do Colégio Episcopal sobre as Eleições Nacionais de 2014 Ai daqueles que antes de se levantarem de manhã já fazem planos para explorar e maltratar os outros! E logo que se levantam fazem o que querem, pois são poderosos! Quando querem terrenos ou casas, eles os tomam. Maltratam os outros e não respeitam a família nem a propriedade de ninguém Escutem, líderes e autoridades de Israel! Vocês deviam praticar a justiça e, no entanto, odeiam o bem e amam o mal. Vocês tiram a pele do meu povo e arrancam a carne dos seus ossos [NTLH] (Miquéias 2.1-2; 3.1-2)
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Colégio Episcopal da Igreja Metodista, à luz da inspiração bíblica do profeta Amós, entende que o povo chamado metodista tem um papel preponderante em sua ação de cidadania, comprometido com uma sociedade democrática de direitos, sob a égide da Constituição Federal e da Justiça Eleitoral. As eleições são parte deste processo de busca permanente de equidade social, de garantia dos direitos fundamentais à pessoa humana, de vivência ética e comunitária, às quais estimulamos o protagonismo de homens e mulheres metodistas, comprometidas com os valores do Evangelho de Cristo. Assim, conclamamos para que, nos dias 5 (em primeiro turno) e 26 (em segundo turno) de outubro, os metodistas participem da escolha das futuras lideranças nacionais e estaduais: Presidência da República, Senado Federal, Câmara de Deputados, Governo do Estado e Assembleias Legislativas. Para esse momento importante de nosso país, convocamos a Igreja Metodista à oração e à reflexão a fim de que estejamos bem orientados em nossas escolhas tendo em vista o bem-estar comum de todos os brasileiros.
Orientações pastorais
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Este pronunciamento é dirigido a todos os metodistas, especialmente às lideranças clérigas e leigas que desenvolvem ações permanentes de formação doutrinária e de mobilização das igrejas locais. Reafirmamos que “A Igreja Metodista reconhece que é sua tarefa docente capacitar os membros de suas congregações para o exercício de uma cidadania plena” (Credo Social, secção IV, item 1, p.51 dos Cânones 2012-2016). Reafirmamos a democracia como um valor universal, bem como no governo representati-
vo dela decorrente, nas quais pessoas são eleitas, de forma livre e soberana pelo povo, por meio do voto. Entendemos que uma sociedade democrática pressupõe pluralidade de ideias e a livre expressão do pensamento político, alternância do poder, em forma republicana de participação popular. Como cristãos, os ideais de uma representação política devem estar comprometidos com a formação de valores civilizatórios, tais como: o respeito ao semelhante, a igualdade perante a lei e os serviços do Estado, a solidariedade, a tolerância e a uma cultura de paz, entre outros, que são também valores do Evangelho de Cristo.
Cenário político das eleições de 2014
Desde o início do ano de 2014, alguns fatos sociais, políticos e econômicos têm gerado um contexto, por meio do qual, pastoralmente, podemos perceber o comportamento de nossa sociedade brasileira, que em um mundo globalizado onde fatos acontecidos em diferentes países e regiões se conectam em relações de mútua influência. Percebemos, de um modo em geral, que vivemos numa sociedade volátil, marcada pela inconstância e variação econômicas; complexa, com multiplicidade de formas de ver e interpretar a realidade, e os conflitos de natureza geopolítica; incerta, gerando um contexto de dúvidas quanto aos passos a serem dados e a insegurança de projeção de ações para o futuro; e, politicamente, ambígua, com inúmeros sentidos sobre determinada situação; muitas vezes com posições contraditórias sobre o mesmo fato.1 O processo do chamado “mensalão”, julgado pelo STF, expos, na esfera partidária, a dualidade de forças políticas de matizes ideológicas distintas, que se digladiam eleitoralmente, visando ao acesso ao
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Como votar de forma cidadã
O voto, sendo um direito individual, é a manifestação de desejo comunitário; do bem comum que desejamos para o nosso País, Estado e Cidade. Neste sentido, como mulheres e homens cristãos, nosso voto é expressão plena da paz e da justiça que buscamos, como princípios do Reino de Deus. A busca de valores humanitários e comunitários pelo voto deve sinalizar a defesa intransigente da dignidade da pessoa humana, da preservação de toda a criação, como uma luta na qual nos somamos a todas as pessoas e movimentos que buscam transformação de nossa sociedade, sem abdicar do protagonismo da nossa fé em Cristo. Ao colocarmos nosso voto na urna, estamos votando em ideias, programas partidários, alianças e pessoas. Isto significa conhecer a vida pregressa e o caráter de quem se apresenta como candidato (a). Precisamos conhecer as principais linhas de ação e compromissos do partido e a natureza das alianças estabelecidas para cumprimento do programa. Certamente que o acompanhamento do horário eleitoral permite conhecer um pouco destes pressupostos acima; as promessas e compromissos assumidos para futuro acompanhamento e cobrança. Reafirmamos o que foi dito no Pronunciamento sobre as eleições de 2010: “Exercer um voto ético, comprometido com o reino de Deus, pois a vontade soberana do Senhor deve ser vista e sentida na vida de todos os seres humanos. Candidatos/as que a cada eleição se apresentam de maneira diferente, frutos de estratégias de marketing e alianças comprometedoras não são dignos de nosso apoio. De igual modo, ninguém deve receber nosso voto simplesmente por expressar uma religiosidade evangélica. Antes, devemos recordar que “a fé, se não tiver obras, por si só estará morta” (Tg 2.1). E ainda, o voto ético não se destina a políticos descomprometidos, e sim aos que são “sal da terra e luz do mundo”. Ele não é vendido ou trocado por bens materiais, mas “traz vida em abundância”. Não se deixa levar pelas aparências, e sim, fortalece a verdade que liberta. Ele é consciente e traz à memória o que nos pode dar esperança de uma sociedade cidadã”1.
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Sugestões práticas
Dado a importância das eleições e da necessidade de um voto consciente, cidadão e que reflita nosso compromisso com a melhoria das condições de vida para as pessoas e nosso País, sugerimos algumas ações práticas para serem desenvolvidas nas igrejas locais por meio dos seus diferentes segmentos:
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Realizar seminário que permita uma análise da conjuntura do País, do Estado e da Cidade.
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Promover momentos de reflexão e de estudo mínimo do processo eleitoral, das responsabilidades relativas aos cargos em disputa. Confrontar as ideias e os programas partidários com os ensinos e ênfases da Igreja; à luz da Palavra de Deus. Compartilhar informações consistentes sobre os candidatos/as, que permitam a percepção de sua coerência política, sua integridade ética e moral, sua capacidade de dialogar com a sociedade e sensibilidade aos problemas e demandas sociais. Quando possível, promover e/ou participar de eventos que reúnam diferentes candidatos aos cargos eletivos para tomar conhecimento pessoal de suas propostas e posicionamentos políticos face aos desafios nacionais e estaduais. A despeito de descrédito ou desconfianças que alguém possa ter em relação à política partidária, a busca de uma sociedade mais justa e solidária requer perseverança e continuidade histórica na luta por ideais civilizatórios. Assim, entendemos que o exercício do voto é uma das garantias permanente da construção de um Estado democrático de direito. Portanto, recomendamos aos irmãos e irmãs não deixarem de votar. Não anulem seu voto!
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Recomendações específicas2
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As dependências das igrejas locais e de nossas instituições sociais e educacionais podem servir como espaço para a informação, reflexão e debate de propostas dos candidatos, visando à conscientização das comunidades onde estão localizados os diversos trabalhos metodistas. Tal uso deve ser feito sempre em acordo com o Regimento da Igreja, segundo o disposto no Art. 56. Item XXV dos Cânones 2012-2016. Campanhas políticas devem ser evitadas no momento do culto público ou de reuniões específicas da própria igreja, tais como a Escola Dominical. Ao Ministério Ordenado da Igreja Metodista cabe, prioritariamente, a tarefa de apoiar e sustentar pastoralmente a ação e a reflexão política dos membros leigos. As pastoras e pastores metodistas devem procurar ajuda-los a concretizar, na prática política partidária, a mensagem do Reino de Deus e da sua Justiça. Os pastores e pastoras, membros do Ministério Ordenado da Igreja Metodista, que se sentirem desafiados para a postulação de cargos políticos deverão pedir licença do Ministério Ativo. Desta maneira, evita-se a partidarização do púlpito e de nossa vida eclesial causada por qualquer divergência político-partidária envolvendo outros pastores e pastoras, bem como os/as membros leigos das comunidades locais.
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(1) Pronunciamento do Colégio Episcopal sobre as eleições nacionais de 2010; (2) Pronunciamento do Colégio episcopal sobre as eleições nacionais de 2010. (adpt)
poder. Contudo, tais fatos revelam a fragilidade dos partidos majoritários na elaboração de suas amplas alianças partidárias. Alianças políticas que, em muitos casos, não são de natureza politico-ideológica, mas, se constituem em verdadeiro fisiologismo. A principal motivação tem sido a de ocupar os cargos ou as funções administrativas ou legislativas nas estruturas de governo, e não implementar políticas públicas mais efetivas nas áreas da saúde, saneamento básico, educação e mobilidade urbana, entre outros setores. Neste sentido, tanto os chamados partidos de “esquerda” como de “direita” têm práticas e articulações muito semelhantes. Os movimentos sociais (manifestações) que ganharam as ruas revelam um nível de insatisfação com a representatividade política e o desencanto
R EG IÃ O
com bandeiras históricas, dos movimentos sociais e políticos tradicionais que propugnavam por uma sociedade democrática, justa, com relações de transparência na administração e no trato da coisa pública. Os atos de vandalismo e de violência, que seguiram na esteira dessas manifestações, refletem uma juventude desassistida e desprovida de valores éticos, morais e espirituais inerentes à condição humana. Neste contexto reivindicatório, o movimento da juventude das periferias em direção aos grandes centros comerciais, aos shoppings centers, nos chamados “rolezinhos”, expos a face latente do preconceito social e étnico em nossa sociedade. Ou seja, a busca pela inclusão social marcada fortemente, em uma sociedade capitalista, pelo consumo mediático constitui o extrato e
o combustível de inconformidade para a grande maioria cujos resultados concretos de crescimento econômico do país não se refletem nas melhores condições de saneamento básico, mobilidade urbana, ambiente educacional, emprego, saúde, alimentação e lazer. Ou seja, vivemos uma conjuntura social que aponta para um futuro de tensões sociais e políticas. Por um lado, o recrudescimento da repressão aos movimentos de rua, por outro lado a crescente violência de grupos organizados com suas distintas bandeiras reivindicatórias.
Conclusão
Acreditamos que um processo político, em seu sentido amplo, não se esgota com as eleições. Os valores de cidadania, marcados por gestões públicas transparentes e probas, têm
correspondência na vida de integridade cotidiana de cada cidadão brasileiro, na participação, nas reivindicações e na projeção de ações que visem ao bem comum. Como cristãos metodistas, cremos na Graça de Deus, revelada em plenitude em Jesus de Nazaré, como o poder do amor transformador, salvador, libertador e reconciliador de todas as pessoas. Como discípulos, participamos deste processo eleitoral, procurando ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5.13-14). Como herdeiros da herança wesleyana da cruz e da chama, lembremo-nos de que para John Wesley “a santidade era ênfase essencial para articular tanto a promoção da vida, como a promoção do bem comum e, também, a formação de personalidades com caráter
e compromisso, capazes de vivenciar a sua vocação cristã”.2 (1) Conceitos levantados por Wilson Zuccherato em reunião do CONSAD (2) Carta Pastoral: Evangelho em ação – ação social da Igreja Metodista. 2014.
São Paulo, 31 de julho de 2014 Bispo Adonias Pereira do Lago Presidente do Colégio Episcopal Bispo João Carlos Lopes Vice-presidente do Colégio Episcopal Bispa Marisa de Freitas Ferreira Secretária do Colégio Episcopal de
Bispo Paulo Tarso Oliveira Lockmann
Bispo Luiz Vergilio Batista da Rosa Bispo José Carlos Peres Bispo Roberto Alves de Souza Bispo Carlos Alberto Tavares
Reunidas em prol da missão
Mulheres da Primeira Região lotam centro de convenções em evento focado na obra missionária
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n Carla Tavares issões, tô dentro! Esse foi o tema que levou mais de mil pessoas ao Centro de Convenções John Wesley, em Xerém, Duque de Caxias, para participarem do 13º Encontro Regional de Mulheres Metodistas. Além do bispo Paulo Lockmann, o evento contou com a participação de vários pastores e dos superintendentes missionários da Primeira e da Sétima Região, Lúcio de Sant´Anna e Carlos Roberto de Oliveira Queiroz. Fátima Regina Carneiro ficou feliz com o resultado do primeiro evento realizado pela Federação de Mulheres tendo ela como presidente. “Graças
a Deus, conseguimos repetir o êxito dos eventos anteriores, reunindo um grande número de mulheres em torno dessa celebração”, enfatiza. Ela ressaltou ainda que o tema deste ano serviu para incentivar e reforçar o trabalho da Federação, que sempre esteve envolvida com missões. “Temos vários projetos de apoio missionário, entre os quais o envio de doações às instituições metodistas Carlota Pereira Louro e Ana Gonzaga e, também, auxílio à Pastoral Carcerária”, informa. Além disso, a Federação realiza, frequentemente, encontros de capacitação envolvendo as Sociedades de Mulheres.
Na ocasião, também foi comemorado os 130 anos da Federação de Mulheres. Segundo a presidente, a continuidade desse trabalho reflete a força do segmento. “No início, eram oito mulheres e hoje são quase 12 mil em todo o Brasil. Isso só nos leva a acreditar que nosso trabalho não vai parar por aqui, porque ainda temos muito a fazer como missionárias dentro da Igreja Metodista”, declara. O evento teve início às 9h, com uma devocional dirigida pela pastora Gláucia Mendes e a participação do ministério de louvor da Igreja Metodista em Irajá. Em seguida, a pastora Ana
Claudia Carvalho, da igreja Assembleia de Deus Ministério Kainon, trouxe uma palavra para as mulheres destacando o chamado missionário na vida de Moisés e levando em conta o tema do encontro. “Eu penso que, por trás de uma grande Igreja, há grandes mulheres. E esse trabalho é um resultado disso. Elas são uma potência nas mãos de Deus quando dobram os joelhos e oram ao
Senhor”, afirma a palestrante. Na parte da tarde, o bispo Paulo Lockmann foi o responsável pela reflexão bíblica, baseada em Atos 2. “Na realidade, a missão da Igreja só pode ser realizada se ela estiver revestida, pelo poder do Espírito Santo”, ensina. Ele lembrou ainda que encontros como esse fortalecem a ideia de que cada sociedade atua como uma agência missionária.
Bispo Lockmann foi um dos preletores do evento
Mais de mil mulheres se reuniram no Centro de Convenções John Wesley
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M ISSÃ O
Compartilhando a fé em Cristo
Missionários metodistas levam a Palavra de Deus a mais de 3 mil corações nordestinos
C
n Redação
Missionários cumpriram o ide de Jesus no nordeste
Metodista em Encontro de História
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Pastor Heraldo Costa representou a Editora Chama em evento
n Cerca de 100 pessoas se reuniram no Espaço Cultural da Universidade Santa Úrsula para participar do XVI Encontro Regional de História. A Editora Chama, representada pelo reverendo Heraldo Costa, líder da Igreja Metodista em Santa Bárbara, também marcou presença no evento, que é promovido pela Associação Nacional de História do Rio de Janeiro (ANPUH-RJ) em parceria com a Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz). Heraldo Costa, que também é professor universitário e mestre em História, foi convidado pela ANPUH para apresentar seu trabalho científico sobre tolerância religiosa, ao
om o desejo de compartilhar a sua fé em Jesus, um grupo de missionários esteve realizando um trabalho evangelístico em terras nordestinas, nos meses de julho e agosto. Durante esse trabalho missionário, mais de 3,5 mil pessoas foram evangelizadas, e várias delas aceitaram Jesus. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Ministério Ide Por Cristo, liderado pelo irmão Sebastião Castro; a Escola de Missões (Imform); e os Voluntários em Missão da 1ª Região. A reverenda Selma Antunes da Costa, coordenadora dos Voluntários em Missão, e a missionária Alessandra Bezerra também colaboraram na liderança dessa ação evangelística. O grupo foi composto de irmãos das Igrejas Metodistas de Botafogo, Fortaleza, Itatiaia, Jardim Botânico, Petrópolis, Resende, Teresina e Três Rios. Logo na primeira etapa, que aconteceu na IM de Fortaleza, liderada pelo pastor Ivan Martins, parte da equipe participou de trabalhos de capacitação, cultos, evangelismo de rua, visita nos lares, apresentação de peça teatral em escola e pintura da igreja. Já na segunda etapa, os missionários foram recebidos pelo pastor Wilson Santos e sua esposa, Fabiana Santos, na Igreja de Acaraú. Juntaram-se ao grupo também os pedreiros Félix Alves de Oliveira, da Metodista da Gamboa; e Luiz Lourenço Filho, da Congregação de Jaguarembé, em Itaocara. Eles ficaram responsáveis pela construção dos banheiros da Igreja em Acaraú. “Essa foi uma fase de integração, organização das atividades e muita oração”, diz a pastora Selma Antunes. Em meio aos devocionais diários, treinamentos, orações, testemunhos e toda a prepa-
lado de outros historiadores. A cada dois anos, a Associação realiza o Simpósio Nacional de História, o maior e mais importante evento da área realizado no país e na América Latina. No intervalo entre dois simpósios nacionais, as Seções Regionais organizam seus encontros estaduais, que este ano teve como tema os Saberes e Práticas Científicas.
Novos membros do Consad
n O presidente do Colégio Episcopal da Igreja Metodista, bispo Adonias Pereira do Lago, consagrou e empossou os novos presidente e vice-presidente do Conselho Superior de Administração e Conselho Diretor das Instituições Me-
ração pelo qual passaram, o grupo foi se fortalecendo e se unindo ainda mais, estreitando laços para alcançarem um objetivo comum: ganhar vidas para o Reino de Deus. Pastora Selma lembra o empenho necessário para essa missão: “Foram dias de muito trabalho, dias de suar a camisa em prol da obra do Senhor, acordando às 6 da manhã e dormindo meia noite”, comenta. Os irmãos atuaram em evangelismos de rua, em feiras, escolas, palestra para jovens, visitas a orfanatos, hospital e posto de saúde. A irmã Gleisa Bianchini, de Itatiaia, por exemplo, esteve louvando a Deus num programa da rádio local. Nessa oportunidade, ela compartilhou a transformação que Jesus fizera em sua vida. Durante a atividade evangelística houve também panfletagem com a distribuição de pulseiras explicando o Plano de Salvação e de Bíblias. Segundo a pastora Selma, foi notória a ação do Espírito Santo, abrindo as portas dos colégios e operando nos lugares em que a equipe passava. “Tivemos a oportunidade de conversar com o cacique dos Tremembés, que nos deu uma lição de vida, compartilhando o modo pedagógico do funcionamento da escola na preservação da natureza e dos valores culturais”, ressalta a reverenda. Ela disse ainda que, durante as visitas às escolas, os alunos riam e participavam, mas, no momento em que as dinâmicas referiam-se aos valores dos ensinamentos bíblicos, tiveram um comportamento diferente. “Todos ficavam em silêncio, com os olhos fitos, recebendo as boas-novas do Evangelho. Houve um domínio pleno do Espírito Santo nos lugares que passamos”, testifica pastora Selma.
Paulo Borges Campos Jr é o novo presidente do Consad
todistas de Educação (Consad), Paulo Borges Campos Jr. e Aires Ademir Leal Clavel. A celebração aconteceu na Sede Nacional da Igreja Metodista, no final de agosto. Na ocasião, também foi realizada a posse de quatro novos conselheiros deste órgão de administração superior, que é
Os missionários também visitaram as congregações em Juritianha, Olhos D’Água, Itarema e Almofala. Uma das atividades evangelísticas foi desenvolvida de forma lúdica e didática com base no trabalho do irmão Ismar Carvalho, cujo nome artístico é Quequé, da IM de Resende. Ismar é responsável pela Trup Mais um Sorriso, ONG que desenvolve atividades circenses. De acordo com a pastora Selma, um dos integrantes da equipe, Marcus Paulo da Silva, da IM de Três Rios, também colaborou na realização dessa missão. “Sentimos o mover do Senhor trabalhando na vida do Marcus Paulo. Ele nunca tinha atuado na área circense, porém fez dupla com o Quequé, nascendo assim o palhaço Quiqui, trazendo muita alegria para a garotada”, comenta a reverenda. Outro foco importante da viajem foi a reforma dos banheiros da Igreja de Acaraú, financiada pelas contribuições das Igrejas de Teresópolis, Manguinhos, Congregação dos Ossos e Jardim Botânico, que enviaram ofertas para completar a compra do material. Além dos banheiros, foram feitos alguns reparos na Casa Pastoral, como a colocação de mais uma janela e portas no banheiro. Segundo relato do pastor Wilson Santos, da Igreja de Acaraú, após a finalização do trabalho e o retorno dos missionários, alguns frutos já estão sendo colhidos. “Os jovens da igreja local estão motivados em fazer missões, evangelizando nas tardes de domingo e querendo aprender artes cênicas para se apresentarem em praças, hospitais e escolas. Além disso, os cultos estão com uma frequência melhor”, testifica o líder local. Colaborou Pastora Selma Antunes
o maior da Rede Metodista de Educação. Ele é composto por 10 membros titulares e dois suplentes. Com isso, o Consad ficou organizado da seguinte forma: Luiz Vergilio Batista da Rosa, bispo assistente; Paulo Borges Campos Jr, presidente do Consad; Aires Ademir Leal Clavel, vice-presidente do Consad; vogais: Afranio Gonçalves Castro, Augusto Campos de Rezende, Esther Lopes, Jonas Adolfo Sala, Marcos Torres, Oscar Francisco Alves, Valdecir Aldecir Barreros e Ronilson Carassini; suplentes: Robson Aguiar e Nelson Custódio Fér; Elias Bonifácio Leite, assessor da Cogeam; e reverenda Joana D'arc Meireles, secretária executiva para Vida e Missão
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Educação cristã em construção
Encontro Regional de Escola Dominical debate rumos e desafios da educação na Igreja Metodista
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n Diego Luri
ecentemente, o Instituto Metodista Bennett sediou o 10º Encontro Regional de Escola Dominical da Primeira Região Eclesiástica, desenvolvido sob o tema Escola Dominical em Construção. De acordo com a secretária de Educação Cristã da 1ª RE da Igreja Metodista, Lorely Del Valle, o objetivo é trabalhar essa abordagem em relação ao próximo biênio e também oferecer novos recursos para o fortalecimento da ED nas igrejas locais. De acordo com Lorely, a Escola Dominical é um espaço onde são construídos relacionamento, missão, comunhão e frutos para o Reino de Deus. “A gente espera que as pessoas tenham bem firme em seus corações que a ED é um lugar que serve para a construção do Reino. Então, não tem a ver com o fato de se estar construindo algo novo. Afinal, a Escola Dominical é bem antiga, tem mais de 200 anos”, explica a secretária de Educação Cristã. O encontro teve início com um grande culto de oração e louvor a Deus. Além disso, contou com a apresentação de uma peça de teatro encenada por jovens e adolescentes de diversas Igrejas Metodistas, contando sobre a relação da Educação com o Metodismo desde as suas origens. Mais tarde, um painel sobre os rumos e desafios da educação cristã foi mediado pela metodista Deise Marques. Esse momento da programação contou com a participação dos pastores Marcelo Fraga, da IM do Catete; e Nicanor Lopes, doutor em Ciência da Religião; da cientista social Lidiane Vieira, da IM de Realengo; e da pedagoga Lúcia Assis, da IM do Grajaú.
Lorely Del Valle expõe sobre o tema do evento
Programação do evento, realizado no auditório Tucker, incluiu dinâmica de descontração com atividade corporal e relaxamento
Deise Marques destacou que ED deveria continuar agindo como espaço para capacitação e educação, papel que Escola desempenhou durante muito tempo. Além disso, a sociedade deveria funcionar como grupos de discipulado. “Por conta disso, a Escola Dominical tem se reinventado e descoberto novos caminhos para que a igreja cresça. Afinal, quanto mais a membresia for educada e entender mais sobre a Bíblia e as origens do Metodismo, mais ela estará fortalecida e preparada”, pondera Deise. Para Deise, a contribuição de todos os participantes do painel foi muito importante. “No novo contexto em que a Igreja se encontra, por exemplo, o discipulado tem sido um tema recorrente. No entanto, em muitos momentos, a ED e
as sociedades acabam sendo alijadas desse processo”, comenta Deise, reafirmando em seguida a importância das abordagens durante o evento. “Esse painel mostrou que precisamos ter mais pontes e menos muros para a Educação Cristã. A contribuição de todos para o fortalecimento e a capacitação dos membros da Igreja é uma possibilidade totalmente viável”. Ao longo do evento, os metodistas levaram ao altar cubos com palavras, como perseverança, iniciativa e gratidão, representando os tijolos que estruturam a Escola Dominical. Pastor Marcelo Fraga destacou que ED está sempre em construção na medida em que ela constrói o conhecimento e o relacionamento, e tem a identificação com o próximo como um ato contínuo. “Esta-
mos sempre aprendendo e, ao mesmo tempo, ensinando. Esta é a dinâmica da vida, aprender para ensinar e ensinar aprendendo”, declara o reverendo. A mensagem oficial ficou por conta do pastor Nélio do Espírito Santo, da Igreja Metodista da Rocinha. Em sua ministração, ao falar da importância da Escola Dominical, fez um paralelo entre a educação cristã e a fé. Segundo ele, durante algum tempo, a ED entrou em processo de desconstrução. “O espaço da Escola foi sendo desvalorizado e substituído pelo culto. Timóteo, inclusive, fala sobre a importância da Educação Cristã. Na verdade, o conhecimento orienta e fortalece a fé, dando equilíbrio”, afirma. O pastor comentou também que, apesar da dedicação dos professores, a igreja, de forma geral, ainda não trata a Educação Cristã com o devido cuidado e a merecida importância. Para ele, muitas pessoas ainda alimentam o preconceito de que quem estuda Teologia torna-se mais intelectual e menos espiritual. “A vida cristã se dá a partir das informações que recebemos. Então, é extremamente complicado alguém imaginar que o conhecimento tira de alguém a fé. É como pensar que um médico deixa de ser humano porque ele conhece o nosso corpo por dentro”, comenta o pastor Nélio. Ainda durante os debates, os participantes avaliaram os desafios que ainda precisam ser vencidos e algumas questões com as quais os metodistas precisam lidar no dia a dia, como a popularização das mídias sociais, o relativismo e o individualismo, entre outros temas. “As mídias, por exemplo,
informam, mas também deformam”, opina pastor Marcelo Fraga. Segundo ele, principalmente na pós-modernidade, os desafios da ED têm sido grandes. “Então, é dentro desse caldeirão que nasce uma proposta de solidez na formação cristã, que não passa somente pelo ensino, mas também pelo viés da comunhão, da edificação e do consolo. Para mim, a educação abrange muito mais do que o fato em si, mas também inclui a percepção do outro e a identificação com a dor do outro”, comenta. Segundo Lorely, eventos como o Encontro Regional podem animar o povo de Deus a continuar investindo nesses espaços de educação dentro das igrejas locais. “As pessoas saem do encontro muito animadas. Isso é muito positivo. A gente espera que na igreja local elas consigam executar esse trabalho, dando continuidade ao que elas puderam compartilhar durante este encontro. É claro que isso não depende só do membro que vem ao encontro, mas, sim, de uma série de situações”, diz. Na parte da tarde, foram ainda realizadas diversas oficinas para debater temas específicos para diversas áreas de interesse relacionadas à Escola Dominical. “Todos os que entram na igreja têm acesso livre à ED. A nossa proposta é que as igrejas tenham grupos que abranjam cada área específica, como crianças, jovens, juvenis, mulheres e homens. Não é obrigatório que haja turmas específicas em todas as igrejas. Isso vai da realidade de cada uma. O importante é que não se perca esse espaço”, conclui Lorely.
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I N TERN ACIO N AL
Que o mundo conheça Jesus Cristo
Seminário Mundial de Evangelismo Metodista estimula comunhão e troca em Recife
n Redação
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Nordeste brasileiro foi a região escolhida para a realização do último Seminário Mundial de Evangelismo. A semana de 6 a 12 de agosto foi marcada por um ritmo intenso de atividades que envolveram momentos de comunhão e troca, e reuniu, em Recife (PE), lideranças metodistas de diversos países da América Central e Caribe, como Jamaica e Costa Rica. Além do bispo Paulo Lockmann, presidente do Concílio Mundial Metodista, estiveram presentes Eddie Fox, diretor mundial de Evangelismo, e Winston Worrell, diretor do Instituto Mundial Metodista de Evangelização. Segundo o bispo Paulo Lockmann, o Instituto tem visitado continentes diferentes. No Brasil, antes de Recife, passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Velho e Rio Grande do Sul. Lockmann lembrou que o objetivo do Seminário é mobilizar a nação e fez referência a cada um como parte de uma “Igreja viva, vibrante e em crescimento”. Na acolhida, a bispa Marisa de Freitas, da Região Missionária do Nordeste (Remne),
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disse que “a comunhão em torno de Cristo, a mesma língua que o Espírito Santo fala a nós, é algo indescritível”. Estiveram presentes no evento ainda os bispos Carlos Alberto, da Região Missionária da Amazônia (Rema); Luiz Vergílio, da 2º Região Eclesiástica; e José Carlos Perez, da 3ª Região Eclesiástica. Logo na abertura, Winston Worrell fez uma explanação com base no tema do Seminário, Que o mundo conheça Jesus Cristo. A partir de Mateus 28, ele falou sobre as dúvidas que os discípulos de Cristo tinham para realizar a missão mesmo há tanto tempo caminhando com Jesus. Relacionando o texto de Mateus com a vida da Igreja na atualidade, ele tratou sobre os medos e ansiedades que podem surgir na caminhada daqueles que optam por fazer a obra do Senhor.
Programação
Fizeram parte da programação mais de 10 plenárias envolvendo temas focados em evangelismo e missões. A primeira plenária foi ministrada pelo bispo Paulo Lockmann. A partir de Atos 2, o presidente do
Concílio Mundial Metodista destacou a ação e as características do Espírito Santo na vida da Igreja. Já o diretor mundial de evangelismo do Concílio Mundial Metodista, Eddie Fox, antes de expor sobre o tema Compartilhando a Fé, chamou atenção para o aspecto missionário do Seminário realizado em Recife. “Estou consciente de que essa conferência é evento missionário. É um movimento que acontece num lugar especial da América Latina. Estamos felizes por esse encontro acontecer aqui nessa região. Estou muito entusiasmado de estar com vocês, pois uma boa parte do meu coração mora no Brasil’’, disse. Tiveram uma palavra no evento também Jacqui Rose-Tucker (Liderança Contagiosa), Georg Emmerich (Crescimento e desenvolvimento das Igrejas no Nordeste), Luís Wesley (Evangelho e Cultura), Elisângela Lima Hifram (Região Missionária da Amazônia), Flávio Antunes (2ª Região Eclesiástica), e Jane Eiri (5ª Região Eclesiástica), entre outros.
A Igreja Metodista em Barra de Jangada (PE), que fica na Região Metropolitana do Recife, também esteve presente e foi representada pelo grupo evangelístico de rua Guerreiros. “Temos uma Janela 10x40 no Brasil. Devemos ir além com os instrumentos que Deus tem nos dado e sermos ousados ao espalhar o Evangelho de Cristo Jesus’’, disse o pastor Fernando Corrêa Pinto, da igreja Metodista em Barra de Jangada.
Grupos Wesleyanos
Fez parte da programação um momento para troca de conhecimento. Divididos em grupos chamados Wesleyanos, os participantes tiveram uma oportunidade rica de aprendizado e crescimento. Falaram de suas experiências e desafios, fortalecendo uns aos outros. Posteriormente houve a apresentação de relatórios dos grupos wesleyanos. Para a pastora da Igreja Metodista em Belém (PA), Deise Coimbra, o grupo proporciona conhecimento do que cada um vive nas localidades onde estão inseridas. “O compartilhar traz o entendimento do que Deus
Metodistas brasileiros e estrangeiros, unidos no propósito de levar o evangelho a cada criatura, participaram de plenárias e momentos litúrgicos durante os sete dias de evento
faz em cada região, independentemente da localização geográfica. Percebemos que todos estão na mesma visão do crescimento metodista no Brasil”, disse. Os participantes do Seminário Metodista Mundial de Evangelismo tiveram ainda a chance de visitar igrejas na localidade, levando um pouco do que viveram durante o evento. Também puderam conhecer a realidade das comunidades locais que visitaram: Igreja Metodista Central, no bairro da Torre; Igreja Metodista Wesleyana, em Afogados; Igreja Metodista dos Guararapes; e Igreja Metodista no Alto da Bondade, onde fica a Creche Gente Nova. Foi de consenso entre os participantes o saldo positivo do encontro. “Eu não sei o quanto o Seminário vai mudar as nossas vidas daqui para frente. Mas diante da tão difícil tarefa que é trabalhar em uma região missionária, essa semana foi um refrigério para as nossas almas. O seminário Mundial de Evangelismo foi um sorriso de Deus para nós”, afirmou bispa Marisa no encerramento.
I GREJ A S EM AÇ ÃO Comunhão entre irmãos em Santa Bárbara
n As Igrejas Metodistas do
bairro de Santa Bárbara, em Niterói, provaram que a união realmente faz a força. Com o intuito de levar o amor de Cristo aos corações e promover uma comunhão entre os irmãos, no início de agosto, as igrejas reuniram seus jovens e adolescentes para uma grande noite de adoração a Deus. A festa, que teve um toque country, aconteceu na Igreja Metodista Central, mas contou ainda com a colaboração da Igreja Metodista Missionária. A juventude cantou louvores a Deus e realizou apresentações de dança, teatro e malabares. A mensagem bíblica da noite foi ministrada pelo pastor Alanir da Silva de Moraes, responsável pela Igreja Metodista Missionária em Santa Bárbara. Além do culto organizado pelos jovens e juvenis, foi realizada a Festa da Roça, que contou com a participação de toda a igreja local. A Sociedade de Mulheres, com a Diaconia,
ficou responsável pelas barraquinhas com comidas típicas. Já as brincadeiras ficaram a cargo do Ministério Infantil.
Dupla comemoração na IM em Bonsucesso
n A Igreja Metodista em Bon-
sucesso, sob a direção do pastor Pedro Araújo de Oliveira, completou 46 anos de existência em junho. Na ocasião, também foi feita uma homenagem à irmã Alice Oscar, que completou 70 anos no mesmo mês. Para celebrar a data, houve um almoço promovido pelos filhos da aniversariante. Estiveram presentes os pastores Jairo de Souza, da IM em Jardim Carioca; Carmem de Souza, da IM em São João de Meriti; e Luiz Cláudio de Souza, da IM em Resende. A Irmã Alice é responsável pela Ação Social da igreja local. O pastor Jairo de Souza trouxe uma reflexão bíblica com base nos salmos 139.1-14. Durante o culto, louvores foram entoados pelo Ministério de Música local e a Sociedade de Mulheres apresentou um jogral.
Igreja Metodista em Brás de Pina comemorou 57 de existência
Aniversário da IM em Brás de Pina n A Igreja Metodista em Brás de Pina, sob a liderança da pastora Ana Neide Ramos, comemo-
rou 57 anos de existência, no inicio do segundo trimestre. Para celebrar a data, foram separados três dias de agradecimento a Deus. Cerca de 100 pessoas participaram do evento. “Somos muito gratos ao Senhor por tudo o que Ele tem feito pela Igreja Metodista em Brás de Pina”, declarou a pastora local. O Ministério de louvor da igreja local deu o toque musical ao evento, que contou com a presença do superintendente missionário, reverendo Lucio Sant`Anna; do pastor Marcelo Mariano; e do seminarista Emerson Costa. A igreja usou a passagem de Mateus 20.28 como tema, que diz: “Bem como o filho do homem não veio para ser servido mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”.
Casamento comunitário em Paulo de Tarso
n A Igreja Metodista Paulo
de Tarso, em Margarida, sub-bairro de Campo Grande (RJ) liderada pelo pastor Fabiano de Oliveira, promoveu o casamento comunitário no primeiro semestre deste ano. O objetivo foi regularizar a situação matrimonial de 20 casais. A cerimônia foi celebrada pelo superintendente distrital de Realengo e Campo Grande, reverendo Paulo Vieira.
Dias festivos em Monte Calvário Formandos do curso Casados para Sempre na IM em Pilar
IM Pilar investe nos casais n Cerca de 100 pessoas participaram da segunda edição do
jantar de casais promovido pela Igreja Metodista em Pilar, liderada pelo pastor Jorge Militino. Nessa programação, realizada em junho, o Ministério de Casais local contou com uma equipe de apoio, que ficou responsável em preparar e servir o jantar. O objetivo é resgatar o romantismo entre os cônjuges e também atrair não evangélicos para ouvirem a Palavra de Deus. “Os casais ficam tão satisfeitos e felizes que prometem voltar. Agradecemos ao Senhor Jesus por nos capacitar a cada dia para realizar sua obra”, ressalta Deyse Ignácio Bento, coordenadora do Ministério de Casais, ao lado de seu esposo, Manoel Bento. Além disso, nos dias que seguiram, os metodistas de Ferreira puderam ouvir a Palavra de Deus por meio da Irmã Débora Zaluar, da Metodista Central em Pádua, e do reverendo Rondinelle Silva, da Metodista em Campo Alegre. “Agradeço a todos os irmãos que tão graciosamente se envolveram para a realização deste evento. Foi um grande desafio, mas vencemos. Peço que orem, pois sabemos o que Deus quer de nós: santificação e evangelização. Que Deus nos abençoe”, declarou o pastor Reinaldo Santana. No mês seguinte, igreja obteve mais uma conquista ao promover a formatura de cinco casais do curso MMI 2=1 Casados para Sempre, que é ministrado nas dependências da igreja. Na ocasião, foi preparado um coquetel para receber formandos e convidados. Durante a programação, vários testemunhos de restauração de casamentos foram ouvidos, e os casais receberam seus certificados, além de homenagem e presentes. “Deixamos claro que o curso é apenas um instrumento usado pelo Senhor, pois é Jesus quem transforma, cura e restaura” enfatizou Deyse Ignácio.
n Agosto foi um mês festi-
vo para os membros da Igreja Metodista Monte Calvário, em Santa Cruz (RJ), liderada Festa da Colheita na IM Monte Calvário
Pastor Fabiano de Oliveira animado com a realização do casamento comunitário
Silva, da Igreja Quadrangular, que foi convidada para louvar, e da preletora da noite, Martha Chisostomo, da Igreja Verbo da Vida. A direção ficou por conta da presidente das mulheres da igreja local, Simone Barbosa, que classificou a celebração como “Uma noite abençoada de renovação espiritual”.
Ação Social movimenta Duas Barras
n O trabalho evangelístico Pro-
pelo pastor José Ubirajara Soares da Cruz. As celebrações começaram na realização da tradicional Festa da Colheita, com barracas de comidas típicas, caldos, bazar e muitos louvores. O culto à noite contou com a participação da Comunidade das Pedrinhas, que esteve presente nos dois dias do evento. O pastor José Caetano foi responsável pela direção da festividade. Já na semana seguinte, a Igreja promoveu o 1º Encontro de Mulheres, mais conhecido como Culto Rosa. Houve muitas participações especiais, como a da irmã Priscila
jeto Quem Ama Cuida, promovido no bairro Recanto da Vitória, no Município de Duas Barras, em agosto, marcou a cidade. O evento contou com a parceria das Metodistas de Sumidouro e Carmo. Estiveram presentes a reverenda Selma Antunes; e o Superintendente Distrital de Itaocara, pastor André Luiz, além dos pastores Edino Matias Prudente e Emyliano
Cruz de Souza. Mais de 100 atendimentos foram prestados à população local. Além dos serviços como corte de cabelo, atendimentos médico e nutricional, aferição de pressão arterial e orientação jurídica. Houve também recreação infantil com atividades diversificadas, guloseimas e muitos brindes para a garotada. Durante o projeto, os evangelistas foram de casa em casa fazendo visitas, orações com os moradores e distribuindo Bíblias. Os juvenis do Distrito de Itaocara também estiveram presentes fazendo evangelismo de impacto na cidade. “O nosso objetivo era levar o amor de Deus. E ficamos muito felizes com o resultado deste projeto, onde vidas foram impactadas e famílias alcançadas”, declara Simone Curty, pastora da Igreja Metodista em Duas Barras.
Grupo se apresenta durante ação evangelística em Duas Barras
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Representantes do grupo cultural de jongo Afrolaje, que milita no combate ao racismo
C O NTEXTO
Negras, sim senhor!
Mulheres reafirmam a luta contra o racismo em evento que celebra a negritude feminina n Nádia Mello
A
história da mulher negra é uma história de negação”. A frase é de Maria da Fé Vianna, coordenadora da Pastoral de Combate ao Racismo da Igreja Metodista, e faz referência às conquistas desse grupo na sociedade, que, segundo ela, ainda podem ser mais significativas. A luta das mulheres negras, de acordo com Maria da Fé, é cheia de avanços e retrocessos. Análises desse tipo foram feitas durante eventos realizados na semana pelo Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, criado em 1992 e relembrado no início desse segundo semestre. Pela colaboração nessa área, a coordenadora da Pastoral e diversas mulheres que atuam em prol dessa causa foram homenageadas pela Associação de Mulheres Negras Aqualtume e o grupo cultural de Jongo Afrolaje. E, aproveitando a ocasião, a Pastoral de Combate ao Racismo, ligada à Secretaria Regional de Ação Social, e outros grupos que representam a negritude também se reuniram em encontro que destacou a importância dessa caminhada, no Instituto Central do Povo (ICP), localizado na Gamboa. A saúde da mulher negra foi a ênfase desse evento. A população negra, como um todo, tem uma dificuldade maior no que tange a essa questão. Segundo Maria da Fé, essa diferença é marcante independentemente da conhecida deficiência da saúde pública, que não é capaz de atender adequadamente todas as pessoas. “É fundamental conhecer mais sobre o processo que envolve a saúde, buscar informações esclarecedoras”, diz. Para Maria Aparecida Patrocínio, médica de saúde pública, é necessário fornecer informação para a população feminina em relação à situação da mulher negra no país e buscar novas formas de enfrentamen-
to das desigualdades e injustiças pelas quais ela passa. Até existem políticas públicas, mas a questão não é a falta de legislação, e, sim, da aplicação e cobrança do que se legisla. Segundo ela, os serviços de saúde não atuam de forma a identificar as singularidades da mulher negra, o que acaba não atendendo esse grupo. Seria preciso mudar não só a forma de cuidado, mas o arsenal de medicamentos existentes nos serviços de saúde e a prática dos profissionais. “O debate deu oportunidade a uma troca que ajudou a desmitificar alguns tabus e descrever a verdadeira situação da mulher negra. Achei extremamente rico e prazeroso. Acredito que todos saíram com a possibilidade de novas reflexões, inclusive eu”, disse Maria Aparecida depois de ter palestrado a respeito das determinantes sociais e repercussões na saúde da população negra.
Mais consciência sobre o racismo
O pastor Valter Lobato, da Igreja Metodista da Gamboa, reconhece a importância da discussão levada para o ICP, em função do que o evento proporcionou em termos de conscientização. Segundo ele, é importante estimular o conhecimento das pessoas com relação à questão da negritude e o maior entendimento sobre o racismo. “É preciso fomentar outros encontros como esse. Achei muito positivo. Infelizmente as pessoas não conseguem entender que o racismo é algo presente e está no nosso dia a dia. É preciso que aconteça um despertamento para esse assunto”. O movimento de luta e resistência da mulher negra contra a opressão de gênero, racismo e a exploração de classe conta ainda com a participação da coordenadora da ONG Coisa de Mulher, Neuza das Dores Pereira. “O debate surge da necessidade de discutir a situação
Acima, Grupo se reuniu no ICP em evento que promovido em prol da saúde da mulher negra
Ações em prol da mulher negra
F
ora da Pastoral há vários encontros envolvendo a mulher negra, realizados em parceiras como a ONG Crioulo, que tem um
trabalho forte em torno da luta por direitos, da capacitação e da elaboração de projetos. A vida da mulher negra vem sendo mostrada ainda pela sétima arte. Diversas organizações envolvidas com a luta da mulher negra se aproximaram do cinema de guerrilha, um projeto da Academia de Letras e Artes de São João de Meriti. Toda última segunda-feira do mês, alguma produção cinematográfica mostra a vida da mulher negra. São apresentados filmes com personagens que se destacam na sociedade. Um programa de TV de São João de Meriti também está fazendo uma produção voltada para a mulher negra. Pela Secretaria de Direitos Humanos, por meio da Superintendência de Igualdade Racial, Maria da Fé Vianna também tem tido a oportunidade de contribuir. Trata-de da história de uma mulher que perdeu a vaga em determinada universidade e não está conseguindo outra que a aceite por ela ser negra e cadeirante. De fato, um exemplo de causa abraçada por essa Superintendência e levada ao conhecimento dos que atuam nesse tipo de produção. Relatos chegam diariamente a Maria da Fé e podem servir de inspiração para outros filmes.
da mulher negra após a diáspora africana. A situação dela em todo o mundo está abaixo da base da pirâmide”, declara referindo-se às desigualdades. Já para a educadora Cristiane Malungo, movimentos e lembranças de datas históricas e comemorativas contribuem com a reflexão das pessoas que pensam num mundo mais justo e com menos preconceito. “É importante lembrar-se da nossa luta, do quanto a gente conquistou e do quanto precisamos ainda conquistar”. A advogada Berenice de Aguiar Silva acredita que o papel da mulher negra tem sido de salutar importância atualmente, com mais abertura na sociedade. “A mulher é mais vista como cidadã hoje, e não como aquela africana que foi violentada, escravizada, subjugada”. E a atriz Iléa Ferraz, que também é atuante no movimento negro, conclui ressaltando que à medida que a população negra detém o poder de contar a sua história essa situação pode ser mudada. “Que sejamos nós os contadores”, frisou.