Revista fé e nexo nº 40 - 1º trimestre 2014

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Revista da Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro Nº 40 • 1º Trimestre de 2014

Ensino teológico em evidência Curso retoma atividades tornando realidade sonho da Primeira Região

A experiência espiritual que gera comprometimento

Entre a religiosidade e a verdadeira fé cristã

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O sonho virou realidade

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om a retomada das atividades acadêmicas do Seminário Metodista César Darcoso Filho (SMCDF), o sonho de ter novamente um espaço destinado à formação teológica tornar-se uma realidade na Primeira Região. Mas, como bem disse o diretor-geral do Seminário, pastor Levy da Costa Bastos, “não foi um começo livre de turbulências. Tivemos de enfrentar percalços inerentes a todo processo formador”. Pastor Levy Bastos falou também da importância do apoio do bispo Paulo Lockmann e da pastora Giselma Almeida, representando o Conselho Diretor do Seminário.

O Seminário está se preparando para receber sua segunda turma do curso semipresencial em 2014. Embora tenha começado com atraso, o curso de 2013 recebeu quase 50 alunos. “Nossos

alunos estão orientados desde o começo sobre seus estudos para que dediquem boa parte de seu tempo ‘livre’ à leitura, muita leitura”, disse o diretor-geral do Seminário. Segundo ele, talvez seja esse o grande diferencial do curso. No entanto, existem outras informações interessantes sobre o SMCDF que o leitor pode encontrar na página 14. A revista Fé e Nexo traz ainda três artigos elaborados com base nas ministrações dos bispos Paulo Lockmann, Luiz Vergílio e Marisa de Freitas durante 41ª Concílio Regional. Embora o evento tenha acontecido no ano passado, essas reflexões, agora em forma de artigo, pela relevância do tema, tornam-se atemporais, cabendo em diferentes momentos da caminhada das Igrejas da Primeira e de todas as Regiões.

Lockmann, citando experiências de grandes homens de Deus, como Moisés diante da sarça ardente, fala da necessidade de vivermos um grande momento espiritual com o Senhor que gere uma atitude de comprometimento com as coisas do Reino (página 4). Com base na Parábola do Filho Pródigo, bispo Vergílio discorre sobre a importância de permanecermos na casa de Deus, nosso Pai, que é a Igreja (página 8). Já a bispa Marisa aborda um tema em que faz diferenciação entre religiosidade e fé cristã (página 11). Que esses textos sirvam para a edificação de nossos leitores. Boa leitura!

Nádia Mello Editora

O Prisioneiro do Senhor Em uma abordagem sempre dinâmica, pastoral e discipuladora, o bispo Paulo Lockmann, nos ajuda a descobrir as riquezas surgidas da experiência de alguém que se fez “fraco para com os fracos, forte para com os fortes, a fim de, por todos os meios, salvar alguns”: o apóstolo Paulo. O livro “O prisioneiro do Senhor”, apresenta o conteúdo e a riqueza das “cartas da prisão” e sua relevância para a Igreja dos dias atuais. O título revela uma posição de fé. Embora numa prisão romana Paulo não se reconhece prisioneiro de César, mas de Cristo (Ef 3.1). Na concepção cosmológica e histórica dele, quem governa o mundo é o Senhor da História, Deus. Por isso, Deus permitira sua prisão com um propósito, e, se desejasse, o soltaria, como já fizera antes. Sua prisão era, antes, uma oportunidade diferenciada de serviço a Deus, como fora a prisão em Filipos, quando todos foram tocados pelo louvor e testemunho de Paulo e Silas, culminando com a conversão do carcereiro.” A obra é uma excelente dica para quem deseja se aprofundar mais no conteúdo das cartas paulinas e pode ser adquirido na Editora Chama.


4 A experiência espiritual que gera comprometimento Bispo da Primeira Região Eclesiástica Paulo Lockmann

8 Casa do Pai: lugar de discipulado e relacionamentos

Conselho Editorial Coordenador Ronan Boechat de Amorim Selma Antunes da Costa Deise Marques, Nádia Mello Pablo Massolar Giselma Almeida Luiz Daniel Editora Nádia Mello (MT 19. 333) Assistente de redação Camila Alves Carla Tavares Revisão Evandro Teixeira Diagramação Estúdio Matiz

11 Entre a religiosidade e verdadeira fé cristã 14 Vida acadêmica no Seminário César Dacorso Filho

Circulação: 11. 000 exemplares Esta publicação circula como suplemento do Jornal Avante, não sendo, portanto, distribuída separadamente.

Calendário litúrgico: Tempo comum (1ª parte) Anúncio do Reino (Após Epifania) A primeira parte do Tempo Comum tem início na segunda-feira após a comemoração do Batismo do Senhor e vai até a véspera da Quarta-Feira de Cinzas, quando começa a Quaresma (Ciclo da Páscoa). Sua espiritualidade enfatiza o anúncio do Reino de Deus e visa à esperança e à pregação da Palavra Rua Marquês de Abrantes, 55, Flamengo Rio de Janeiro – RJ – CEP 22230-061 Tel: (21) 2557-7999 / 3509-1074 / 2556-9441 Site: www.metodista-rio.org.br Twitter: @metodista1re Facebook: www. facebook. com/metodista1re


A experiência espiritual que gera comprometimento

Ao lermos a passagem de Êxodo 3. 1-12, certamente pensamos: o que mais pode ser dito a respeito dessa narrativa tão conhecida? Moisés estava desfrutando de uma vida sem muita agitação, exatamente como desejamos. Ele casou com a filha de Jetro, homem rico, dono de muitas posses e fazendeiro. Exilado, já que, para defender um dos seus conterrâneos, havia matado um homem no Egito, pastoreava ovelhas em Midiã. Moisés fugiu de tudo o que pudesse causar-lhe risco de morte e insegurança, passando a viver de maneira tranquila, exatamente como muitos de nós ansiamos.

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o entanto, um dia, enquanto apascentava o rebanho, junto ao Monte Horebe, apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio de uma sarça. A manifestação de Deus quase sempre é de maneira inesperada, conforme a narrativa bíblica. Hoje procuramos provocar esse tipo de situação: uma experiência forte, um encontro com o Senhor, renovação espiritual. As vigílias e os encontros são uma busca por experiências mais próximas e profundas, e até mais impactantes do que aquelas que temos no dia a dia e, às vezes, nem temos, porque

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estamos sem tempo para Deus. Temos mais disponibilidade para cuidar dos nossos interesses. Não deixamos de nos alimentar no café da manhã, almoço ou jantar. Cuidamos do nosso corpo físico e tentamos tratar da nossa vida emocional. Sempre temos que cuidar de alguém, dedicando-lhe amor e atenção. Entretanto, quase sempre, no fim da fila está a nossa vida espiritual. O tempo que conseguimos focar em Deus, quase sempre, não é todo o período da oração. Moisés teve uma experiência impactante ao ver o fogo arder e sarça não queimar. Percebo que a espiritualidade do


brasileiro está focada no sobrenatural. A nova religiosidade tida como protestante evangélica, com a qual não concordo, está muito presente no mundo em que vivemos. Infelizmente, muitos cristãos metodistas que vão à Escola Bíblica Dominical e ao culto, quando estão em casa, ligam a televisão e colocam copo d’água próximo à TV para orar. Isso é resultado de imaturidade e falta de fé. A Bíblia afirma que nunca houve um profeta como Moisés. Ele passou por um aprendizado, por um caminhar, o que no Cristianismo chamamos de discipulado. Moisés foi atraído para o aprendizado. Precisa-

mos também passar por essa experiência. A sarça ardia, e não se consumia, e Moisés ouvia a voz de Deus. Curioso é que o chamado do Senhor significava que Moisés sairia da zona de conforto. Todos nós aspiramos construir uma família que nos ame, uma casa boa, recursos financeiros. No entanto, temos medo de mudança. Somos internamente conservadores. Moisés está sendo chamado por Deus. Eu diria que há um chamado, uma formação e um envio. É isso que temos como Igreja, um chamado. Quem deseja ter um novo começo como o de Moisés? Desejamos uma intervenção súbita do

Senhor a nosso favor para nossos projetos pessoas. Sempre queremos a súbita presença do Senhor na nossa vida, mas não é para nos comprometer, esvaziar, doar para os outros. É sempre para melhorarmos nossa condição de vida. Ficamos tipificados em termos de valores materiais do tempo presente. Desejar as coisas espirituais e sobrenaturais é típico do ser humano. Os testemunhos nos programas de televisão não são: “Entrei naquela igreja, Deus me tocou, vendi tudo o que tinha e estou indo para África servir ao Senhor”. As pessoas só relatam que tinham uma empresa falida e, agora, são proprietárias

Ao ser chamado, Moisés foi confrontado por Deus. Ele fugiu de faraó, da corte, mas o Senhor o estava enviando para que corresse risco de morte. Este é o chamado bíblico. Não é nem um pouco confortável, porém é de Deus. Não é qualquer um que pode ser enviado (At 17. 6b)

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de duas, que não tinham carro e conseguiram comprar um belo automóvel. Que grande confusão antibíblica. Ao ser chamado, Moisés foi confrontado por Deus. Ele fugiu de faraó, da corte, mas o Senhor o estava enviando para que corresse risco de morte. Este é o chamado bíblico. Não é nem um pouco confortável, porém é de Deus. É para isso que o Senhor nos chama. Não é qualquer um que pode ser enviado. Para ser enviado é preciso retirar as sandálias dos pés. Alguma coisa precisa sair de nós. Há coi-

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sas em mim e em você que nos impedem a plena doação e entrega. Em Filipenses 2, lemos que Ele se esvaziou de si mesmo, considerando que era Deus esvaziando-se de si mesmo e tornando-se reconhecido como figura humana, servo. O salmista diz: “Quem vai comparecer a presença do Senhor”. Quem tem arrependimento responde: “Os que têm as mãos limpas e o coração puro”. Olhe para as suas mãos. Elas estão comprometidas com a justiça, o perdão, o amor ou há em suas mãos ressentimento do seu coração? Precisa-

mos nos despir da nossa autossuficiência. As bênçãos do discipulado criam uma relação de confiança entre os cristãos. A partir da caminhada nos grupos, nas células, essas pessoas começam a gerar confiança umas nas outras. Essa confiança faz com que fiquem despidas, fragilizadas, a ponto de desabafar, compartilhar os seus problemas, pedindo ajuda em oração. Só assim será possível a retirada da sandália, daquilo que tem sido impedimento em sua vida. O apóstolo Paulo disse que precisamos tirar todo o peso, tudo


aquilo que nos assedia, que nos impede de correr a carreia que nos é proposta. Lembremo-nos dos 12 espias que foram conhecer a Terra Prometida. A maioria deles enxergou todo tipo de dificuldade, pensado em preservar suas próprias vidas. Eles não estavam enxergando a promessa de Deus. Nós, muitas vezes, corremos o risco de priorizar a nossa preservação do que humanamente correr o risco de avançar. Existe uma palavra que não entra no vocabulário de Deus: impossível. A fé não vê o impossível, mas o possível de Deus. Moisés foi tão impactado que teve que ouvir palavra por palavra: “Eu sou o Deus de teu pai”. Não estamos meditando na trajetória de Moisés, porque ele se tornou um próspero criador de ovelhas nem porque herdou as propriedades do sogro Jetro, mas porque largou tudo e atendeu ao chamado de Deus. Isso não significa um desafio só para os pastores. Em Êxodo 19. 4-6, o Senhor fala para Moisés, no Monte Sinai, na continuidade do seu ministério. O protestantismo tomou a sério a promessa de Deus a Abraão, que seu povo seria de reis a sacerdotes, e a Reforma Protestante afirma categoricamente o sacerdócio universal de todos os crentes, fazendo eco ao que é propósito de Deus para o povo de Israel e repetido em 1 Pedro 2. 9a: “Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus”. Pedro não estava criando nem inventando nada, apenas repetindo a palavra da aliança e do propósito de Deus: que nós fôssemos nação santa, a Igreja do Senhor, que é você e eu. Deus sempre foi e sempre será. Ele é aquele que não tem nome, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. A expressão Iavé, que aparece na Bíblia, é uma locução verbal que significa aquele que sempre foi e sempre será. O Deus do

passado, do preste e do futuro. O Deus que se manifestou com atos grandiosos, e Ele há de ser manifestar no futuro com outros atos grandiosos, porque Ele vem. O Senhor voltará. Ele está presente entre nós, porque ressuscitou. Sua presença é notória. Só há uma igreja e uma escola de missões, porque o Senhor continua presente entre nós ainda que você não perceba. Deus diz em Êxodo 3. 7: “Eu vi a aflição de meu povo que está no Egito, e ouvi os seus clamores por causa de seus opressores. Sim, eu conheço seus sofrimentos”. Ele vê e ouve. Moisés reconheceu que não tinha condições de realizar o que o Senhor estava propondo. Essa é a melhor sensação de um servo de Deus: saber das suas incapacidades diante dos desafios que o mundo coloca a sua frente. À medida que aumenta a nossa incapacidade na mesma proporção cresce a nossa dependência do Deus que faz acontecer. O sobrenatural do Senhor acontece na nossa fragilidade, porque quando cremos que podemos fazer algo não deixamos Ele agir. Quando enfrentamos na nossa própria força não dá certo, mas quando Deus realiza é algo sobrenatural, sendo bem maior do que aquilo que pensamos ou pedimos. De fato, não podemos prosseguir sem a presença de Deus, sem o fogo da sarça ardente. Não adianta possuir o conhecimento da Doutrina Cristã se esse conhecimento não se transformar em uma chama ardente, que arde no seu coração dia e noite. O fogo do altar do seu coração tem que arder diariamente, porque ele que dá a energia para realizar tudo o que você sonha para Deus e para a obra de Deus. Dependemos da presença do Senhor todos os dias. Precisamos de um encontro com Ele que nos alegre, fortaleça, mobilize, envie e comprometa. Não adianta

experiência espiritual sem compromisso. Experiência espiritual deve gerar comprometimento. Moisés comprometeu-se a sair da zona de conforto e ingressar em uma aventura das mais gloriosas: andar com Deus. Ninguém sabe o que Enoque fez, mas ficou registrado que ele andou com Deus e agradou o Senhor. Que a nossa igreja, acima de tudo, ande com Deus. Que aja entre nós intercessores. Que a cada momento cresça entre nós o desejo de sermos um só coração e uma só alma.

Bispo Paulo Lockmann Primeira Região Eclesiástica

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Casa do Pai: lugar de discipulado e relacionamentos

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discipulado é a condição necessária para uma igreja que deseja servir a Jesus. Uma igreja com discípulos constitui-se uma comunidade que crê, tem comunhão e caminha em unidade. Ela existe para servir aos propósitos divinos. Por isso, precisa pensar no valor que é fundamental para o Reino de Deus. Isso sempre acompanhou as principais pregações de Cristo. Jesus iniciou o seu ministério anunciando o Reino dos céus. Seus ensinos, milagres, sinais e pregações estavam sempre voltados para essa realidade, que Ele revelava primeiro aos seus discípulos, porque tinha consciência de que, se eles entendessem e vivessem aquilo que estava sendo ensinado, sua missão no mundo não seria em vão. Jesus contou, em certo momento, três parábolas. Ele não foi econômico para atender a uma realidade imediata e muito humana, com a qual nos defrontamos cotidianamente quando nos propomos a viver em grupo, família e comunidade. Cristo estava ensinando, e percebeu que as pessoas começavam a murmurar. E o motivo de tanto falatório era porque Jesus andava e sentava à mesa com pessoas que eram consideradas pecadoras. Sabemos como começa a murmuração, mas não sabemos como ela acaba. Ela começa nos corredores e é sempre velada. Revela, ainda, que alguém

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está insatisfeito com alguma coisa. E essa pessoa começa a compartilhar da sua insatisfação, que contamina o ambiente. E ambiente contaminado gera situação de desconforto. Ficamos desconfortáveis quando percebemos que há cochichos e, ao aproximarmo-nos, o cochicho cessa. Foi isso que Jesus sentiu: desconforto. No Evangelho de Lucas, há três parábolas: a ovelha perdida, a dracma perdida e o filho pródigo. Na verdade, quando Jesus contou essas parábolas, o foco não era a ovelha nem a moeda perdidas, muito menos o filho pródigo, mas o ponto central é o ambiente da casa, as relações construídas na casa. O aprisco é a casa das ovelhas. É onde elas estreitam o relacionamento de segurança e confiança com o seu pastor. A mulher perde a moeda na casa. E é no ambiente da casa que encontra a moeda, alegra-se e chama as vizinhas para celebrarem. Na Parábola do Filho Pródigo, Cristo relatou que um homem tinha dois filhos (Lc 15. 11-32). O filho mais moço disse ao pai: “Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence.” Esse texto, de imediato, provoca-nos um questionamento: de fato, a Igreja Metodista é a casa do Pai, a cada de Deus, para nós? Há momentos em que precisamos responder a essa pergunta para nós mesmos, e uns para os outros. Não se trata de pensar na instituição jurídica que é a associação da Igreja Metodista, mas de

pensar naquilo que é básico, nos constitui, nos dá identidade. A nossa unidade básica, que encontramos em nossa igreja local, nenhum Concílio tem legitimidade de representar. A nossa legitimidade, por sermos membros do Colégio Episcopal, é respaldada pela igreja local, que é a nossa unidade e ligação de fé. A questão fundamental é se nós cremos, a despeito de sermos uma associação, que a Igreja Metodista é nossa casa espiritual. Se isso é verdade, então, é também a casa do Pai, a casa de Deus. Não podemos ter dúvidas a respeito dessa filiação. E é essa aliança que revelará qual é o coração da nossa casa. A intensidade e a fidelidade da nossa ligação determinará qual o coração da nossa casa, se volúvel ou estribado. A minha casa espiritual, a minha igreja local, é a casa do Pai. O texto da parábola narra de forma direta o pai de dois filhos, que tinha empregados, mas podemos pensar que havia mulheres, jovens, crianças, adolescentes, idosos e outros homens. Nesse contexto, a casa deste pai é constituída por este leque de pessoas e provê as necessidades de cada uma delas. Aquela casa tinha um negócio, gerenciado pela casa, que estabelecia uma missão de tal modo que mesmo aqueles que desempenhavam as funções mais simples não passavam por necessidades. O texto mostra que esses relacionamentos, que permitiam a provisão, convivência, unidade da casa, eram


expressos com base em sentimentos de bem-aventurança. Podemos concluir que se tratava de uma casa abençoada. Quando surge alguma murmuração, o princípio desse comportamento é desencadear situações de rebeldia. Quando o jovem pediu ao pai que dividisse a herança que, no original grego, é a bion (aquilo que dá vida a casa), ele estava tentando contra aquilo que dá vida a casa. E a rebeldia sempre concorre para a ruptura da casa. Ele desejou aquilo que julgava pertencer-lhe por direito de herança. Na casa espiritual, que tem princípios divinos, não podemos estar fundamentados em direitos institucionais. Quando isso acontece, tiramos a vida da casa. O pai do filho pródigo agiu com maturidade ao não questionar a decisão do filho. Há pais que sabem que os filhos podem errar e tomar a decisão

indesejada. No entanto, dão-lhe a liberdade de escolha. A maturidade daquele pai permitiu ao filho uma tomada de decisão. Isso é fruto de amor, de discipulado tenso e amplo. Sabemos que, quando administramos a casa, isso implica exercer autoridade com maturidade. O sentimento de soberba também entra na casa quando alguém acha que pode gerenciar por conta própria os bens da casa do pai. A presunção faz com que membros de uma parte da casa considerem que são mais importantes do que os outros integrantes. É nesse momento que começa a ruptura da casa. Jesus, certa vez, disse que não podemos servir a dois senhores. A nossa casa não pode servir a dois senhores. O filho mais velho sabia que na casa do pai não poderia expressar qualquer tipo de rebeldia. Mas como é estar longe da casa do pai? Há desperdí-

cio de vida e má utilização dos bens, sem contar que os valores adquiridos na casa do pai começam a diluir. Os princípios e valores não são aquilo que temos, mas o que nos constitui. O mundo fora da casa do pai é o mundo do diabo, do maligno, de satanás. Esse mundo destrói tudo o que foi construído na casa do Pai. O distanciamento da casa do pai aproxima o filho daquilo que é ilícito, reprovável e condenável. A partir daí, chega a crise, que faz com que aquele filho pense em trabalhar como servo do pai, cuidando de porcos. Ou seja, na teologia dos fariseus, ele chega a mais completa degradação. Os porcos eram habitação de demônios, enquanto o nosso corpo deve ser templo do Espírito Santo. Nenhum empreendimento de Deus pode prosperar em meio aos porcos. Nas três parábolas a ovelha estava perdida, assim

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como a dracma, mas o filho estava longe da casa do pai. Estava morto e precisava reviver, precisava de ressurreição. A nossa igreja local é lugar de ressurreição. Por isso, voltar para a casa do Pai está relacionado às relações que construímos, já que elas são os caminhos que permitem que as pessoas retornem ao lar. Estabelecer harmonia e juízo na casa do Pai é ajudar a pessoa a cair em si e perceber que ali há provisão e proteção para todos que estão debaixo dos seus olhos e da sua guarda. Na casa do pai é lugar de discipulado, cuidado, recomeço, restauração e equilíbrio. A condição necessária para o discipulado, por exemplo, é o arrependimento, a confiança e a conversão. Lutemos para que as nossas igrejas locais sejam esses espaços, onde haja revelação e reconhecimento daquilo que Deus é. Somente na Igreja Deus se re-

vela como de fato é. Deus é amor, paixão, compaixão, paciência, misericórdia, esperança. A misericórdia do Senhor é realmente a razão pela qual não somos consumidos. Oro a cada dia para que a graça de Deus esteja sobre nós. Um abismo chama outro. Por isso, chega de abismo, chega de escândalo. Os que ficam na casa do Pai, que é uma comunidade de fé triplamente abençoada, desfrutam da comunhão, da presença de Cristo e da ação e poder do Espírito Santo. Todos os cultos precisam ter duas coisas: batismo com o Espírito Santo e conversão. Na casa do Pai, prosseguimos com a ação e o pode do Espírito Santo. Sentimos o impulso amoroso, a fé inabalável, a paixão missionária de acolher os filhos que estão longe. E quando esses filhos voltam depois de estarem perdidos no mundo só há alegria, gritos de júbilo.

O único interesse do Pai é que os seus filhos estejam em casa. Mesmo nós, que somos pais, gostaríamos, às vezes não é possível, de termos todos os nossos filhos reunidos em casa. Isso enche o nosso coração de alegria. Da mesma forma, o coração de Deus se alegra ao ver seus filhos em sua casa. O filho mais velho, por alguma razão, tinha ressentimento, amargura, e começou a murmurar, fazendo juízo perfeito de si mesmo e imperfeito do seu irmão. No entanto, ambos os filhos precisavam conhecer o coração do pai. A festa não era apenas para o filho mais moço, mas para todos da casa. O culto é para ser celebrado por todos e não por alguns. Devemos celebrar quando a vida retorna à casa do Pai.

Estabelecer harmonia e juízo na casa do Pai é ajudar a pessoa a cair em si e perceber que ali há provisão e proteção para todos que estão debaixo dos seus olhos e da sua guarda. Na casa do pai é lugar de discipulado, cuidado, recomeço, restauração e equilíbrio (At 17. 6b)

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Bispo Luiz Vergílio 2ª Região Eclesiástica


Entre a religiosidade e verdadeira fé cristã

A razão de ser da Igreja é realizar missão. Na Igreja Metodista, somos missionários. A igreja enfrenta os vários desafios de Deus, mas só existe uma razão de ser: missão. Nosso grande anseio é voltar ao princípio de todas as coisas. Desde o começo, insistimos em permanecer afastados do projeto de Deus. Ele persiste, e nós retrocedemos. Por ora nos emendamos, e por ora nos desviamos. E, em todo tempo, o Senhor nos dá a vitória.

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tualmente, estamos vivenciando uma séria crise da divindade: crise de ser Deus. Quando não alcançamos algo, pensamos que falhamos, como se não falhássemos. Só o fato de não nos perdoarmos por falhar já é a síndrome de querer ser Deus. Sabemos que somos limitados, mas não queremos vivenciar essa condição. O Antigo Testamento marca o tempo em que o Senhor falava ao seu povo por meio dos profetas. Houve uma aliança estabelecida antes de Jesus, que ainda está presente entre nós, na nossa vida. No entanto, é uma aliança simbólica daquela que seria feita por meio de Cristo. Houve uma aliança que não foi completa. Não estou questionando o Texto Sagrado. O Antigo Testamento e o Novo Testamento são a Palavra de Deus. A aliança firmada por Deus com o povo antes de Jesus foi limitada. Não que Ele seja limitado, mas porque foi estabelecida por intermédio de pessoas, que são limi-

tadas. Logo, o acordo sempre se tornava imperfeito, necessitando, novamente, do retorno de Deus para tomar as rédeas da situação. A velha aliança foi um exercício do Senhor em trabalhar com a inferioridade humana, trazendo essa inferioridade para a grandeza d’Ele. Deus é grande, e a sua criação também é grande, mas inferior a Ele. Nem de perto chega à grandeza do Todo-Poderoso. E reconhecer essa condição é um exercício para o ser humano. Enxergamos a nós mesmos como agentes necessários ao agir de Deus, e não puramente como vasos de barro nas mãos do oleiro. Cada um de nós quer ser o vaso. Complicamos muito as coisas por desejarmos ser o vaso absoluto. A dificuldade em reconhecer qual o nosso papel no quebra-cabeça divino é uma constante luta. Daí, a permanente ação de Deus em fazer de nós novas criaturas. Uma das lutas do Cristianismo, por mais de meio século, foi exatamente o gnosticismo. Segundo esse movimento, o corpo é inimigo da alma. E há muita

gente boa que pensa que o corpo é do cão e a alma de Deus. Recuso-me a pensar dessa forma. Meu corpo é divino, pois foi criado pelo Senhor, embora quem esteja nele não o seja. No entanto, luto para ser. Ele em mim é a esperança da glória. Essa é visão da briga do corpo com o espírito, do que é espiritual e carnal e do é que mundano e divino. O Senhor estabeleceu uma aliança com os judeus. Para eles, a honra é fazer parte dessa aliança, não importando para quê. Eles dizem: somos da Terra Prometida, descendência de Abraão, Isaque e Jacó. Louvo a Deus, porque não sou judia, mas sou da família do Senhor. E a carta aos Hebreus retoma o que Deus estabeleceu: não chamei vocês para ser povo escolhido, escolhi-os para um serviço. É diferente! Os judeus não entenderam que aquele jeito de ser era para que o mundo conhecesse a Deus. Foram escolhidos para uma missão. Não foram escolhidos para fazer parte de uma geração eleita e abençoada, para viver em

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uma terra que mana leite e mel e viver feliz para sempre. Eles desejavam que as pessoas passassem pelos preceitos, leis e ensinamentos judeus. Quem não era judeu deveria se converter por meio de um ritual que lhe daria o direito de ser chamado filho de Deus. É a velha aliança que não funcionou. Deus falou por diversas maneiras, mas não funcionou. Se tivesse funcionado, Jesus não precisava ter vindo a Terra. Todas as nações viriam a Deus por meio do jeito que aquele povo vivia. A comunhão daquele povo com Deus seria tão grandiosa que a misericórdia do Senhor se manifestaria por todos os povos, e todas as pessoas seriam alcançadas. Por mais que os judeus conhecessem as leis, os dogmas, louvassem, fizessem sacrifícios, celebrassem todas as festas e seguissem todos os rituais, a Bíblia diz que tudo aquilo era vazio, cheirava mal a Deus. Isto porque perdera a razão de ser daquela experiência, da razão maior que era viver tudo aquilo para servir a Deus, ser instrumento do Senhor.

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Uma das influências daquela época era a briga quanto àquilo que era ou não santo. Como se Deus não pudesse transformar toda imundícia em pureza. Não fosse suficiente Ele para modificar aquele que estava perdido em alguém que se encontra achado. Vigorava a ideia de que Deus era a emanação de uma energia. E quanto mais perto dEle ficasse mais recebia da sua luz até ser tomado pela luz, tornando-se parte do emanado. Isso é heresia. Achamos que somos a essência de Deus, e sem nós a coisa não anda. Se não fizermos a reza certinha, não funcionará, já que o Senhor é movido pela nossa rezinha. Isso não é comunhão, é ritual. No gnosticismo há santificação por meio de rituais, que fazem com que a pessoa galgue degraus até que chegue ao topo, a um degrau que faz com que a pessoa pense que é igual a Deus. Depois de alcançá-lo, ela cai e não consegue mais se levantar porque acreditou que Deus não a alcançaria. Choca-me a Palavra, quando o autor de Hebreus escreve so-

bre o grande medo de que as pessoas se tornassem indiferentes a Jesus e amassem mais a velha aliança, palpável, moldada em cima de pessoas. Desde o começo, Deus levantou pessoas e sobre cada uma colocou o espirito dEle. No entanto, a nova aliança era fortalecida em cima de uma única pessoa, que trazia a vontade e a Palavra de Deus, e ela era visível. Jesus acaba tendo alguns privilégios por conta do endeusamento que as pessoas davam a Ele. E Cristo não gostava disso. Essa visão do endeusamento dá uma autoridade à pessoa que não procede do alto, mas da necessidade individual de cada um de sentir e tocar. Em vez de viver a própria vida, queremos viver por meio de alguém. Somente por intermédio de Jesus podemos crescer e ganhar a salvação. E a nossa indiferença a essa verdade leva-nos a caminhos de perdição nunca antes vividos. Quanto mais leio sobre Jesus, percebo que sou mais religiosa do que cristã. Na religiosidade, abrimos o caminho até o céu. Nós preparamos o show para


Somente por intermédio de Jesus podemos crescer e ganhar a salvação. E a nossa indiferença a essa verdade leva-nos a caminhos de perdição nunca antes vividos. Na religiosidade, abrimos o caminho até o céu. Na fé cristã, quem abriu o caminho foi Deus Deus se revelar. Se não prepararmos, Deus não se revela. E onde entra o poder do Senhor? A nossa incoerência está em gostarmos tanto de nós mesmos que quereremos que o show aconteça, e tem que acometer, e Deus se revelar. Não importa se foi sentimento ou momento, e todo mundo tem que sair dizendo que o Senhor esteve naquele lugar. Na fé cristã, quem abriu o caminho foi Deus, de uma maneira escandalosa, estrondosa e pouquíssimo próspera. É um caminho todo inverso. Na religião, somos o centro. Nós

realizamos e damos a última palavra. Na religiosidade, prestamos serviços às pessoas, segundo a necessidade delas. Na fé cristã, deixamos as nossas necessidades para servir às de Deus. Onde está a voz do Senhor? Na nossa religiosidade, queremos sentir Deus. Agora, na fé cristã, sentindo ou não, gostando ou não, ganhando muito ou pouco, precisamos conhecer Deus. Na religiosidade, o culto é sensorial. Quem reina é a sensação, o mover. Quantas coisas realizamos que, se Jesus estivesse aqui,

não faríamos? Como é viver um Cristianismo a partir de Jesus? Quer saber quem é Jesus? Divulgue na igreja as bem-aventuranças, para que sejam vividas. Há líderes religiosos que não consigo ouvir por conta da agressividade das palavras. Não falam da mesma maneira que o Jesus que conheço. Só tem uma saída para não se corromper com o Evangelho é voltar ao início de todas as coisas, ao discipulado. É vida. Não é celebração. É vida. Não é ser servido. Não vejo outro caminho para comunhão, serviço e fé: abrirmos mão da nossa grandeza e da nossa glória. Esse povo da Primeira Região é uma potência, porque ama a Deus e tem demonstrado. Que o poder Dele se aperfeiçoe na nossa fraqueza. Quanto mais diminuirmos, mais o Senhor crescerá. Que possamos dizer que não temos ouro nem prata, mas o que temos damos. Que Cristo, nossa esperança, continue conosco, abençoando e fortalecendo. Bispa Marisa de Freitas Ferreira Região Missionária do Nordeste (Remne)

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Vida acadêmica no Seminário César Dacorso Filho

Atrás de nós temos um semestre de atividades acadêmicas rico de vivências e partilha. O sonho de ter novamente um seminário teológico regional é agora uma realidade. Iniciamos as atividades acadêmicas em agosto do ano passado e já nos preparamos para abrir vestibular para o ingresso da segunda turma do curso semipresencial.

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e fato, não foi um começo livre de turbulências e dificuldades. Tivemos que enfrentar percalços inerentes a todo processo formador. Faltava-nos um lugar que pudesse abrigar o seminário teológico. Mais do que isso, faltava-nos a estrutura funcional básica, mas essas limitações não foram maiores que nosso desejo de ver instalada nossa escola teológica, nossa casa formadora de profetas e profetisas. A nosso favor tivemos sempre o apoio incondicional do bispo Paulo Lockmann e o empenho incansável do Conselho Diretor do Seminário, personificado especialmente na sua presidente, pastora Giselma Almeida. Juntamos a isso a estrutura pedagógica já instalada no curso de teologia do Unibennett, e as coisas aconteceram: hoje temos uma turma de quase 50 alunos oriundos de diferentes regiões do Estado do Rio de Janeiro. Há, inclusive, estudante pertencente a outra confissão evangélica. Como as aulas começaram com atraso em 2013, o primeiro semestre letivo

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termina somente em março. Nesse ínterim, os estudantes levaram para casa muito trabalho, uma vez que nosso curso teológico não se fundamenta somente nas aulas presenciais ministradas quinzenalmente (sábados e domingos) nas dependências do Imform (Escola de Missões), mas também nas atividades realizadas a distância. Os alunos de nosso curso teológico semipresencial estão orientados desde o começo sobre seus estudos para que dediquem boa parte de seu tempo “livre” à leitura, muita leitura. Esse é talvez um dos grandes diferenciais deste curso: o aluno é que organiza seu tempo de modo a poder dar conta de realizar todas as tarefas acadêmicas propostas pelos docentes de modo disciplinado. Aí vai, por certo, um pouquinho do espírito metodista, pois sem método e bom gerenciamento de tempo é impossível alcançar sucesso e dar conta de toda a demanda acadêmica. Outra marca importante de nosso curso semipresencial é a possibilidade

que se cria para o estreitamente da relação fraterna entre os estudantes, uma vez que eles passam o fim de semana juntos hospedados na Escola de Missões. Neste sentido, insere-se a preocupação da Direção do curso para que se combine da melhor forma possível os elementos essenciais para a boa formação pastoral: uma base teológica sólida aliada a uma espiritualidade transbordante. Isso explica as devocionais com as quais os estudantes iniciam as atividades acadêmicas. A oração e a meditação nas Escrituras Sagradas exercem, assim, o papel de força inspiradora da atividade intelectual. Não abriremos mão de fazer do Seminário Metodista César Dacorso Filho (SMCDF) um espaço propício para a gestação de uma “fervorosa inteligência”, pois esta é a vocação dos herdeiros de John Wesley e do Metodismo histórico. Essa é a razão porque se realizou a vigília de fim de ano no último dia de aula em dezembro. Sob a direção espiritual do coordenador do curso, os estudantes foram convidados para subir o monte de


oração do Imform e, em jejum, oramos na vigília da primeira hora (a partir das 6 horas da manhã). Foi um momento maravilhoso de quebrantamento e santificação. Oração e estudo teológico combinam com recreação e convívio fraterno. É por isso que nossos estudantes têm sido estimulados a trazer suas famílias para passar o fim semana juntos no Instituto. É uma oportunidade de aprofundamento da vida familiar, uma vez que o local é de uma beleza exuberante além de ter oportunidade para brincadeira em ambiente seguro para as crianças e adolescentes. No último encontro do ano passado, estudantes e diretor de curso jogaram uma alegre “pelada”. Que momento rico foi aquele! Tratou-se do que podemos chamar de “espiritualidade da vida”. Jogar futebol ou praticar qualquer outra atividade recreativa nas horas livres é para nós parte constitutiva da formação de nossos futuros pastores e pastoras. Estamos convencidos de que esses momentos de alegria fraterna nada mais são que o seguimento explícito daquilo que o Senhor Jesus Cristo fez e determinou que fizéssemos. Ele ia a festas e se alegrava muito com a presença das crianças ao seu redor. De fato, somente pessoas alegres podem trazer e proporcionar alegria a outras.

Vestibular 2014 no Estado do Rio de Janeiro

Desafios para os próximos anos

em janeiro e fevereiro, haverá exame vestibular para os candidatos que desejam estudar teologia em nosso Seminário. Pretendemos abrir duas turmas: uma no primeiro e outra no segundo semestre deste ano. A prova de seleção consiste em uma redação e um exercício de interpretação de textos. Quem já tem curso superior não precisa prestar vestibular. Informações e inscrições na Secretaria do Seminário, com Helena Batista, pelos telefones (21) 98306-0784 ou 2557-3542.

Estamos diante de grandes desafios: pretendemos contratar uma plataforma profissional para a ministração das aulas em EAD. É também nosso desejo construir a biblioteca e a secretaria nas dependências do Imform para abrigar nosso grande acervo que comporta não somente livros teológicos, mas também materiaisque tratam de ciências humanas, em especial filosofia. Outro grande desafio é encontrar espaço para abrigar o curso presencial na cidade do Rio de Janeiro. Várias tentativas se revelaram insatisfatórias uma vez que um curso presencial demanda a ocupação de um espeço grande, coisa nem sempre fácil de encontrar. Mas tudo o que desejamos realizar só se concretizará com a bênção de Deus. Por conta disso, contamos ainda com as orações de todo o povo metodista do Estado do Rio de Janeiro para quem o Seminário César Dacorso Filho, há quase cinquenta anos, foi criado.

Programa de Adequação Curricular (PAC) Para os estudantes que realizaram seus estudos no curso de Teologia em EAD da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) ou em outra instituição teológica e que desejam ingressar no ministério pastoral da Igreja Metodista é oferecida a possibilidade de realização do Programa de Adequação Curricular (PAC), que dura um ano. É um curso que permite aos estudantes cursar disciplinas que tocam diretamente no que é específico da formação metodista: Aconselhamento pastoral, História e Teologia do Metodismo e Gestão Eclesiástica, entre outas. Este curso compreende 600 horas tendo a duração de dois semestres e é também oferecido na modalidade semipresencial nas dependências do Imform.

Levy Bastos Diretor Geral do Seminário de Teologia César Dacorso Filho

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