| Terça-feira, 11 de junho de 2013
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Mãe é MÃE, não é “amiga” As mães são benfeitoras, protetores e acima de tudo, amam incondicionalmente. Amiga é uma pessoa a quem somos ligadas por nos identificarmos; são aquelas confidentes para questões do dia a dia, para quem contamos sobre as paqueras, saídas, jogamos conversa fora. Outra coisa que afirma que “mãe não é amiga, é MÃE”, é que mãe não se pode escolher, não é uma função que se escolhe, ela é definida. E outra coisa... MÃE é uma só. Já amigo... Ah! Esse dá sim, podemos escolher entre vários o “melhor amigo”, aquele onde choramos, rimos e nos divertimos tendo uma afinidade imensa. Como diz o psiquiatra Içami Tiba “pai (ou mãe) não pode ser amigo porque não é uma função que se escolhe, e amigo se pode escolher. O filho é filho do pai e tem que honrar os compromissos estabelecidos com ele. Um filho não pode trocar de pai assim como troca de amigo, por exemplo”. Muitas mães fazem uma “certa confusão” no seu papel. Por não estarem dentro de casa (trabalhando fora), não estão próximas dos filhos; querem se aproximar tanto deles querendo compensar sua ausência, que se tornam mais amigas do que mãe. Com isso, muitas mães acabam colocando em risco sua autoridade. Veja bem, não estou dizendo que a autoridade deve ser tão rígida que não se deve parar para ouvir seus filhos, aconselhá-los, brincar com eles, isso inclusive é nosso dever de Mãe, criarmos uma relação familiar harmoniosa e positiva. Não podemos ser rígidas demais ao ponto de causar medo e distanciar nossos filhos, filhos não devem ter medo dos pais e sim respeito; mas também não podemos ser a melhor amiga e deixar de lado a mãe que somos. Até porque os filhos na verdade não querem uma mãeamiga, porque amigos eles tem é podem escolher aquele que será seu confidente. Mãe é aquela que diz não, não aceita, não concorda, isto não está correto, são aquelas que cobram postura correta dos filhos, dão liberdade assistida, isso não é papel de amigo, e?! Amigos não ditam regras, aceitam os amigos como são, não exigem que hajam e pensem como eles, não cobram, são livres... Enquanto você mãe que insiste em querer assumir o papel de amiga, deveria se perguntar: QUEM ESTARÁ FAZENDO O PAPEL DE MÃE EM SEU LUGAR? Isso é um perigo imenso, pois a criança e o jovem precisam de orientação adequada e acima de tudo orientação segura. Devemos encontrar o equilíbrio nesta relação mãe e filho. Podemos ter uma relação “bacana”
Isso é categórico: mãe e pai serão sempre Mãe e Pai, amigo é Amigo. São duas situações distintas e que, por mais que se tente, não se fundem. Muitas pessoas acabam achando que é possível ser 100% amigo dos filhos, mas isso dá problemas com certeza.
(como dizem minhas filhas...), mas dentro dessa relação devemos ter companheirismo, confiança, lealdade, muito respeito e obediência (isso os filhos devem ter somente com os pais e não com os amigos). Os papeis devem ser bem definidos neste caso. É claro que respeito, lealdade, saber ouvir fazem parte da relação dos amigos, mas o comportamento de uma mãe deve ser bem diferente com o filho, não podemos confundir companheirismo com intimidade excessiva, como que uma mãe sairá contando aos filhos suas questões pessoais, detalhes sobre sua vida sentimental por exemplo. Isso nós mães fazemos com nossas amigas não é mesmo?! Nós devemos deixar a janela aberta para que quando o filho não tiver o seu amigo por perto e queira compartilhar alguma coisa conosco porque apenas o quer... é uma coisa, eu estar disponível para ouvir, acredito ser o certo, mas não eu fazer a mesma coisa. Eu vejo que os filhos não precisam ouvir a mãe fazer confidências. Não devem beber na frente dos filhos (isso, claro que em exagero, “encher a cara” como dizem por aí os jovens), não é uma questão de querer ser exemplo maravilhoso de perfeição, mas existe o limite que os pais devem ter, manter uma postura de segurança e de estabilidade, deixando assim os papeis claros. Já pensou o seu filho ter que cuidar de você com “bebedeira”? Na verdade esse papel jamais cabe a um filho, pois a mãe que faz isso coloca o filho na incumbência de cuidar dela ao invés dela ter que cuidar dele, e na verdade muitos jovens não tem condições e nem idade de cuidar deles próprios... Por isso eu afirmo para vocês: eu não sou amiga das minhas filhas, eu sou MÃE delas, damos muitas risadas juntas, brincamos, sou companheira, mas acima de tudo elas me dão e eu exijo o respeito. Elas sabem que existe a porta aberta quando estiverem com um problema e podem pedir à ajuda que for para mim ou para o pai delas, (apesar de serem bem espertinhas e saberem a quem devem pedir “socorro” dependendo da confusão que estejam!), eu fico muito feliz em termos a confiança delas. Eu sei que também cometo erros na educação das minhas filhas, afinal eu também sou mãe, e ser mãe não vem com manual de instruções. Mas afirmo que estou de olhos abertos procurando melhorar a cada como mãe, ver até onde posso liberar e quando devo puxar a corda do limite. Eu não tento ser amiga, mas tento realmente ser MÃE, entender minhas filhas, ter a confiança e o respeito delas. Claudia Zarpelon Setim – Diretora Colégio Milenium Bilíngue