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Foto: Espaço Pilates
Sexta-feira, 6 de maio de 2011 |
A metodologia se diferencia da fisioterapia tradicional ao propor atividades e exercícios característicos para a água
Aché e Gustavo Borges lançam método inovador no tratamento da artrose Parceria foi lançada ontem em Curitiba como opção para doença que atinge cerca de 10% da população de 30 a 50 anos
DISTONIA A distonia cervical é uma das mais comuns. É caracterizada por contrações involuntárias do pescoço, geralmente com dor
Distonia é uma doença neurológica caracterizada por contrações musculares involuntárias, ocasionalmente dolorosas, e que podem acometer qualquer parte do corpo. Pode ser confundida com os “tiques” na qualidade dos sintomas, mas estes geralmente podem ser razoavelmente controlados pela vontade do paciente, enquanto a distonia não pode. As distonias afetam a qualidade de vida das pessoas acometidas, com limitações físicas que podem variar de leves a severas, dependendo da gravidade da distonia. Além das limitações físicas, a doença afeta a autoestima, provocando graus de ansiedade e depressão. Segundo o neurologista Dr. Flávio Sekeff Sallem, o problema impacta de forma expressiva o dia a dia dos portadores. “Dependendo da gravidade, o paciente pode ficar impossibilitado de realizar funções simples como assinar um cheque, andar, dirigir e realizar atividades básicas como tomar banho, esco-
var os dentes ou comer”, afirma o especialista. Além de ser uma doença crônica e, na maioria das vezes sem causa conhecida, a distonia é também pouco discutida e sabida entre as pessoas. De acordo com a Associação Brasileira dos Portadores de Distonias (ABPD), o mal pode ser resultado de uma disfunção no cérebro – órgão responsável pelo equilíbrio do sistema motor do corpo. Segundo Dr. Sallem existem outras causas que podem ocasionar o aparecimento da doença. “A distonia pode ser de ordem primária, ou seja, sem causa definida (a maior parte dos casos), pode ser herdada geneticamente (causa genética), ou secundária quando o problema é consequência de outra doença ou provocada por acidentes”, explica o médico. Os espasmos podem afetar uma única parte do corpo como os olhos, pescoço, braços ou pernas (distonias focais), duas partes vizinhas como, por
exemplo, o pescoço e um braço (distonias segmentares), um lado inteiro do corpo (hemidistonia) ou praticamente o corpo todo (distonia generalizada). Alguns tipos de distonias são mais comuns, como o blefaroespasmo e a distonia cervical, a mais comum das distonias focais. O blefaroespasmo é caracterizado por contrações involuntárias do músculo que controla as pálpebras, e em casos mais graves, pode levar à cegueira funcional. A distonia cervical caracteriza-se por contrações involuntárias do pescoço, geralmente com bastante dor, e que pode levar a posturas anormais do pescoço, com o pescoço caído para os lados ou para frente, ou torcido para um dos lados. A chamada caimbra do escrivão, uma forma de distonia focal que afeta, via de regra, o membro superior utilizado na escrita e que geralmente só aparece quando o paciente está escrevendo impossibilita os portadores de escrever, o que im-
pacta muito no trabalho, obrigando-os a digitar. “Não existe cura para a distonia, mas há tratamentos disponíveis que auxiliam na melhora da qualidade de vida dos pacientes, como medicações como os anticolinérgicos e relaxantes musculares, e principalmente a aplicação de Toxina Botulínica tipo A, que ameniza as contrações involuntárias, dores e ajuda a corrigir a postura, proporcionando mais qualidade de vida aos pacientes”, diz o especialista.
Foto: Divulgação
Hoje é o dia nacional de combate a
O Aché Laboratórios e a Metodologia Gustavo Borges, desenvolvida pelo medalhista olímpico Gustavo Borges, apresentaram ontem (5), em Curitiba (PR), um nova técnica no tratamento da artrose com o uso da natação. O protocolo foi lançado de modo experimental na capital paranaense, nas três academias do atleta, e será expandido para todo o Brasil em setembro. Após a implementação completa do projeto, um estudo será realizado para comprovar a eficácia da técnica. Idealizada pelo ortopedista Rogério Teixeira, especialista em medicina e traumatologia esportiva pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e pelo professor William Urizzi de Lima, ex-técnico de natação da Seleção Brasileira Feminina, a metodologia se diferencia da fisioterapia tradicional ao propor atividades e exercícios característicos para a água, com acompanhamento e avaliação dos técnicos da academia. Hoje, o tratamento da artrose é realizado apenas com o uso de medicamentos e fisioterapia. Também conhecida como osteoartrose ou osteoartrite, a artrose representa cerca de 40% das doenças articulares do idoso, levando à incapacidade para o trabalho de quase 15% da população adulta. Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), a doença também atinge 10% dos adultos brasileiros (de 30 a 50 anos). Além disso, tem grande impacto sócio-econômico, sendo uma das principais causas de absenteísmo ao trabalho. Quase metade dos adultos de 30 a 35 anos de idade e quase todos acima de 50 anos têm alterações articulares degenerativas compatíveis com artrose, embora apenas algumas se manifestem clinicamente.