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| Terça-feira, 6 de agosto de 2013

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Tempo para os filhos: Qualidade ou Quantidade? Não é de hoje que ouvimos a famosa expressão "O importante não é a quantidade, mas a qualidade". Mesmo assim esse dilema continua a atormentar muitos pais. Alguns porque desejam estar mais próximos dos filhos e outros se aproveitam dessa "máxima" para justificarem sua ausência. Afinal de contas, de quantas horas se faz um pai ou uma mãe? É possível ser mães e pais educadores com pouco tempo? De quanto tempo precisam os filhos? Será que o tempo de qualidade é suficiente? Para muitos, aguardar a chegada de um filho e planejar como criá-lo, essencialmente é sinônimo de: "Em qual escola iremos matriculá-lo?" ou "Em qual creche iremos deixá-lo?". Entretanto é preciso lembrar-lhes que quando se tem um filho (planejado ou não), torna-se obrigatório arrumar espaço para ele em sua vida pessoal e profissional, pois a falta de tempo tem sido classificada como uma das razões que mais desencadeia problemas emocionais durante a infância, já que é no seio da família que os valores e a personalidade de cada um tende a se formar e consolidar. E para que tudo transcorra de maneira benéfica, a presença dos pais é essencial e deve ser priorizada. Dessa forma, em se tratando do processo de educação dos filhos não se deve deixar que prevaleçam os "empecilhos", pois vale lembrar que o que for plantado hoje, certamente será a colheita de amanhã. De um modo ou de outro, o certo é que vivemos um momento singular na história da educação, pois a jornada de trabalho torna-se cada vez mais exigente; às vezes trabalhar e educar os filhos ficam sob a responsabilidade de apenas um dos cônjuges ou ainda o desejo de realização profissional faz com que coloquem a atenção às crianças em segundo plano, pois imaginam que o resultado financeiro e os bens materiais que podem oferecer legitimam a ausência dentro do lar. Ora, colocar um filho no mundo e mantê-lo é

bem mais que dar-lhe comida, roupas, brinquedos e escola. É imprescindível que haja uma convivência afetiva, a qual consiste em conversar, ouvir, brincar, educar... E isso tudo se constrói no dia-a-dia, pois diversamente do que muitos crêem ser um profissional de sucesso e pais dedicados não são tarefas incompatíveis e somente obtêm sucesso os pais que se propõem a disponibilizar tempo para acompanhar o desenvolvimento dos filhos, observando atentamente sua evolução de comportamento e personalidade. Essa presença se constitui em um elemento formador da estreita relação que deve existir entre ambos, dos laços que devem ser edificados e fortalecidos diariamente, portanto esta deve ser valorizada e honrada. Muitos pais que se culpam pela falta de tempo tem receio em ensinar limites e tentam compensar com presentes ao invés de dar-lhes o que mais desejam "tempo" (leia-se amor, atenção...). É necessário ter consciência de que a qualidade é importante sim, mas deve estar sempre associada à quantidade. Vamos transformar essa teoria em resultados práticos e positivos? Se a relação for afetiva, contínua e imutável, a distância será apenas um detalhe. Mas como conseguir essa fórmula? Telefonemas,

torpedos, bilhetes, programas no final de semana, conversas no carro, durante as refeições. Caso não seja de costume buscá-los ou deixá-los na escola, vale a pena o esforço para fazer essa "supresa" de vez em quando. E tem mais: se prometeu ligar, faça-o na hora combinada, isso é essencial para demonstrar cuidado e dedicação. Mantenha sempre contato com o colégio e procure conhecer de perto suas amizades... E o mais importante de tudo isso: não tenha receio de sempre deixar muito evidente o quanto ama seu filho (a). Mesmo sendo escasso o tempo, carinho e afeto são grandes exemplos do quanto a relação pode ser positiva. Em outras palavras, é impossível não adequar tantas possibilidades à qualquer profissão. Essas iniciativas e gestos tão simples, com certeza darão maiores probabilidades de que eles cresçam mais felizes, transformando-se em adultos plenamente capazes de conviver em sociedade e futuramente também exercerem seus papéis de pais, mães e profissionais com total equilíbrio e harmonia. A receita ideal não existe, a gente mistura um ingrediente daqui, outro dali, uma pitadinha disso ou daquilo. Enfim, depende de cada um, mas é inquestionável que tempo em quantidade e qualidade estipula limites, promove a independência, cria laços de confiança e amizade entre pais e filhos, e isso pode significar uma família mais ajustada. Afinal de contas, criança aprende pelo exemplo que recebe e não por frases cheias de efeitos, mas vazias em significados. É indispensável assumir também o papel de pais profissionais e não delegar esse ofício, o qual deveria ser intransferível. A interação entre pais e filhos é preciosa, cada minuto desse tempo é insubstituível, pois não volta atrás. Vale a pena priorizar a família, refletir e otimizar a utilização do tempo. Essa medida poderá ser um grande começo para uma sociedade melhor! Fonte: http://elo.com.br/ Cleice Netto - Coord. de 2º ao 5º ano do Ens. Fundamental


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